#Abusos
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01298283 · 15 days ago
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O Mito do Privilégio Feminino: Como a Desinformação Sustenta o Patriarcado
A desinformação em torno das vítimas de violência,especialmente mulheres,não é apenas um fenômeno isolado de ignorância,mas um mecanismo sistêmico que perpetua a opressão e a injustiça. O que está em jogo não é apenas a falta de conhecimento jurídico por parte da sociedade ou até mesmo de advogados e advogadas,mas sim um projeto estrutural de manipulação da realidade para que a violência continue sendo normalizada e as vítimas sejam desacreditadas.
Vivemos em uma sociedade que não apenas tolera a violência contra mulheres,mas a incorpora em suas estruturas. Quando uma mulher denuncia,ela não está apenas tentando obter justiça ela está desafiando um sistema que foi projetado para proteger os agressores. E esse sistema responde da única maneira que sabe: desqualificando,ridicularizando e atacando a vítima. É mais fácil transformar a vítima em algo monstruoso do que admitir que o monstro real está inserido na própria estrutura social.
O ódio que o sistema e a sociedade direcionam às vítimas não é apenas um reflexo do machismo,mas uma tática para silenciá-las. Esse ódio vem da necessidade de defender o status quo. Quando uma mulher denuncia um agressor,imediatamente surgem discursos de que ela “não aceita o fim do relacionamento” ou que “está mentindo para obter vantagens”.
As vítimas são tratadas como culpadas desde o primeiro momento. Culpadas por falarem,por denunciarem,por existirem. E assim,cria-se um paradoxo insustentável: a mulher deve provar exaustivamente sua situação e,ao mesmo tempo,é condenada por expressá-la.
O argumento de que leis que protegem mulheres são privilégios é uma falácia grotesca. Um privilégio é algo que um grupo possui sem necessidade ou justificativa como o privilégio masculino de não precisar se preocupar com assédio diário,ou o privilégio de não ter sua palavra constantemente questionada em uma delegacia. Leis de proteção às mulheres não são privilégios,mas tentativas de reduzir um déficit histórico de justiça.
Se essas leis fossem realmente um "privilégio", as mulheres não continuariam sendo mortas, estupradas,perseguidas e desacreditadas diariamente. Se fossem um privilégio,as vítimas não precisariam lutar contra o próprio sistema que deveria protegê-las. A verdade é que essas leis,na prática,muitas vezes não funcionam, porque são aplicadas dentro de uma estrutura que já nasce corrompida pelo machismo institucional.
Foucault já nos ensinou que o poder não se manifesta apenas através da força bruta,mas através do controle do discurso. E o que vemos na questão das vítimas de violência é exatamente isso: a manipulação do discurso para que o opressor seja visto como inocente e a vítima como culpada. A justiça,que deveria ser um instrumento de equilíbrio,torna-se um mecanismo de dominação.
Nietzsche falava sobre a "moral dos senhores", onde aqueles que detêm o poder definem o que é certo ou errado de acordo com seus próprios interesses. No sistema jurídico,isso se traduz no uso da lei não para garantir justiça,mas para manter a ordem social desejada pelos mais fortes e,nesse caso,os mais fortes são aqueles que historicamente sempre estiveram no controle: os homens,o patriarcado,o próprio Estado.
O uso da psiquiatria e da psicologia no sistema público como ferramentas de silenciamento e opressão contra vítimas de violência é uma das facetas mais perversas do sistema. Quando profissionais da saúde mental,que deveriam zelar pelo bem-estar psicológico das pessoas,se tornam cúmplices da revitimização,temos um problema estrutural gravíssimo.
Historicamente,a psiquiatria foi usada como um mecanismo de controle social. Mulheres que fugiam dos padrões impostos pela sociedade eram diagnosticadas com "histeria", trancafiadas em hospícios e submetidas a tratamentos cruéis. O mesmo princípio se mantém até hoje,mas de forma mais sutil: quando uma vítima denuncia violência,é comum que o agressor e até o próprio sistema tentem desqualificá-la através da sua saúde mental.
Isso acontece quando psicólogos e psiquiatras públicos,muitas vezes alinhados com interesses políticos, jurídicos ou simplesmente dominados pelo machismo estrutural,elaboram laudos falsos ou distorcidos. A vítima,em vez de ser reconhecida como tal,passa a ser descrita como "instável", "paranoica" ou "portadora de transtornos mentais graves". Isso abre espaço para que suas denúncias sejam descredibilizadas e para que o agressor continue impune.
A partir do momento em que um laudo atesta uma doença inexistente,a vítima perde não apenas sua credibilidade,mas também sua autonomia. Muitas são consideradas "inaptas" para tomar decisões sobre sua própria vida, para cuidar dos filhos,para se manifestar publicamente. Algumas são internadas contra a vontade,submetidas a tratamentos forçados e, em casos extremos,completamente isoladas da sociedade.
Além disso,quando esses profissionais reforçam estereótipos e discursos desumanizantes, contribuem para o ciclo de violência. Se uma vítima já enfrentava a negação de sua dor por parte da sociedade e do sistema de justiça,ser invalidada por um psicólogo ou psiquiatra apenas confirma que não há escapatória.
O Estado tem um papel fundamental na manutenção desse sistema de silenciamento. Em vez de garantir que laudos psiquiátricos e psicológicos sejam utilizados de forma ética, muitas instituições permitem que esses documentos sejam produzidos de forma parcial, servindo a interesses políticos ou mesmo financeiros e pessoais.
A construção do algoz como um “homem de bem” e “bom pai de família” é uma das estratégias mais antigas e eficazes para encobrir a violência e silenciar vítimas. Esse mecanismo,amplamente reproduzido por profissionais da psicologia,psiquiatria e pelo próprio sistema,perpetua a impunidade dos agressores.
Quando um agressor é denunciado,a primeira reação do sistema não é investigar a denúncia com seriedade,mas sim avaliar se ele “parece” um criminoso. E aqui entra o peso da imagem social: se ele for um homem bem-apessoado, trabalhador,casado,com filhos,sem antecedentes criminais, rapidamente será tratado como um “bom homem”, incapaz de cometer violência.
Profissionais da saúde mental,em muitos casos, reforçam essa narrativa ao traçar perfis psicológicos que favorecem o agressor. Eles descrevem um homem “cordial”, “dedicado à família”, “bem ajustado socialmente” ignorando completamente o fato de que agressores muitas vezes são especialistas em manipulação. A violência doméstica raramente é cometida por alguém que parece agressivo o tempo todo. Pelo contrário: os maiores predadores sabem exatamente como mascarar sua verdadeira face.
Um dos métodos mais eficazes que os algozes e o sistema usam contra as vítimas é levá-las à exaustão para que,em algum momento,elas tenham uma explosão emocional. E quando isso acontece,essa reação é imediatamente usada para justificar tudo o que foi dito contra ela.
Se a vítima grita, é “violenta”.
Se chora, é “manipuladora”.
Se entra em colapso emocional, é “instável” e “insegura”.
Essa armadilha ignora completamente o contexto do abuso e foca apenas no efeito que ele causou na vítima. É como torturar alguém e depois apontar o dedo como prova de que essa pessoa nunca foi confiável. Isso pode ser classificado como violência psicológica/tortura. Chamar de privilégio qualquer tentativa de corrigir desigualdades históricas é desonesto. Em cidades profundamente patriarcais,essa mentira é ainda mais perigosa, porque impede que a realidade seja discutida e enfrentada. O primeiro passo para mudar esse cenário é justamente desmontar essa narrativa falaciosa e expor a verdade: mulheres não têm privilégios, têm resistência.
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domquixotedospobresblog · 10 months ago
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Ela queria ser forte o suficiente para proteger o seu amor,estava tão cega que nem percebeu que seu amor era seu maior inimigo.
Jonas r Cezar
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blogd4pre · 1 month ago
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sweet revenge (Doce vingança).
Esse filme é baseado em fatos reais, pois acontece diversas coisas como estupros, abusos sexuais e psicológicos, isso acontece com uma mulher que era uma escritora que procurava que lugar bem esquecido pela população para escrever um novo capitulo para seu livro, quando a casa que estar morando foi invadida por 5 homens, que fizeram esses crimes horríveis com ela. Depois de todos esses acontecimentos que ocorreram ela fez justiças com suas próprias mãos.
Ela pensou em cada um, como iria fazer e quando iria, por que estou falando disso? Nunca tinha assistido isso pois não tinha psicológico para ver cada crime acontecer, mas percebi que isso que aconteceu com ela, foi algo horrível, pois invadiram seu corpo de varias formas, e isso acontece com milhares de mulheres na sociedade, dados mostram que "Setenta e cinco por cento das mulheres que moram nas 10 maiores capitais brasileiras já sofreram algum tipo de assédio sexual. A situação é mais crítica em Porto Alegre, com 79%, seguida pelo Rio de Janeiro e Recife, ambas com 77%"
Todos os dias, as mulheres sofrem esse tipo de abuso. E esses dados mostram que isso é um desrespeito para o gênero feminino, pois mulheres ou garotas não são obrigadas a sofrer esse tipo de violência, muitas mulher tem medos que sair maquiadas ou com roupas que gostem, por medo desse ato ridículo de milhares de homens, e depois todos falam que é culpa dela, mesmo sem ouvir o que realmente do que aconteceu, em seguida, ela não tem mais liberdade corporal, pois isso acontece e ninguém faz nada, vai ficar com medo ate de sair na rua, sempre querer companhia para isso não acontecer de novo.
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eva248 · 6 months ago
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Lecturas de octubre. Tercera semana
Carnicero / Joyce Carol Oates. Editorial Alfaguara, 2024 En esta historia basada en hechos reales, Joyce Carol Oates sigue los pasos de un médico que en el siglo XIX sometió impunemente gran cantidad de mujeres a terribles experimentos para sus avances científicos. El doctor Silas Weir, conocido a posteriori como el padre de la neurología y de la «ginopsiquiatría», se obsesiona en esta novela…
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elkoko · 1 year ago
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La iglesia católica mantuvo en secreto los abusos a menores que se produjeron en su seno, aún hoy en día se sigue resistiendo y los oculta o niega.
Hablamos de #secretos esta semana en @el.estafador #abuso
#Viñeta @elkokoparrilla
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jcplana · 2 years ago
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Erik Ravelo's photo project "Los Intocables" - Proyecto fotográfico "Los Intocables", de Erik Ravelo.
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buscandonuevasnoches · 2 years ago
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Colección de recuerdos fugaces.
Aquella tarde olvidados del mundo sobre el sillón.
Me supe en tus ojos, me vi por primera vez.
Bella, impoluta, merecedora de amor.
Desnudaste mi alma un miedo a la vez.
Cuantas cosas han cambiado de aquel entonces.
El sillón perdió su color con el otoño.
Tus ojos se volvieron desconocidos.
Mi autoestima no se donde la has escondido
Quizas olvidada entre tus palabras cortantes y mi sangre.
Ahora estoy perdida entre los miedos que fui y los miedos que dejaste.
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brasil-e-com-s · 2 years ago
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Lá fora nunca foi "mais legal". Quem joga pedra no país dos outros tem telhado de vidro.
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ancruzans-blog · 14 days ago
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El color púrpura, de Alice Walker
Son muchas las novelas en las que podemos encontrar ejemplos desgarradores sobre la impotencia, esa sensación frustrante de incapacidad ante una opresión ajena que limita nuestra libertad, esas cadenas no físicas, aunque reales, que nos inmovilizan y nos hacen sentir como seres inferiores e inadaptados…, pero entre todas he querido rescatar de los recovecos de la memoria aquella que desarrolla su…
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pachamama-radio · 17 days ago
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Graves denuncias contra rondas campesinas de Nuñoa y Orurillo por presuntos actos de tortura
El pasado sábado 22 de marzo, se llevó a cabo un encuentro de rondas campesinas en el sector de Pasanacollo, ubicado en la parte baja de Nuñoa. La reunión, convocada por la Central de Rondas Campesinas de Nuñoa (Cedrocan), tenía como objetivo discutir la presencia de una empresa minera en la zona.
Según los testimonios recogidos, se denunciaron graves abusos durante el evento, presuntamente liderados por el presidente de Cedrocan, Juan Ccama Guzmán. Algunos comuneros fueron desnudados y sometidos a temperaturas extremas, siendo rociados con agua fría o forzados a permanecer a la intemperie cargando rocas por más de cinco horas.
Al día siguiente, miembros de Cedrocan se trasladaron al centro de Nuñoa con acciones intimidatorias. Obligaron al alcalde distrital, Luis Condori, a salir de la municipalidad, increpándolo por su ausencia en el encuentro del día anterior y sometiéndolo a agresiones físicas, en una acción que vulnera los principios de respeto a la autoridad.
Los ronderos amenazaron con clausurar por la fuerza la oficina de una empresa minera formal que opera en la localidad. De acuerdo con las declaraciones del dirigente rondero Pepe Mamani, estas acciones habrían contado con el respaldo de las ONG IDECA y DHUMA, esta última presentó un expositor de nombre José Bayardo Chata, quien conminó a las rondas a tomar acciones «más firmes».
Si bien las rondas campesinas cumplen un rol importante, la aplicación de tortura constituye un delito grave que excede las facultades de cualquier organización. La especialista Nelly Aedo, funcionaria de la Defensoría del Pueblo, enfatizó que las rondas campesinas son importantes para la seguridad y la justicia comunal, pero no pueden asumir funciones de autoridades formales ni vulnerar derechos humanos.
La gravedad de estos hechos requiere un seguimiento riguroso por parte de las autoridades competentes. El experto en derechos humanos José Flores advirtió sobre los riesgos de utilizar las rondas campesinas como plataformas políticas o grupos de coacción ideológica, lo que podría derivar en la comisión de diversos delitos, garantizando así el respeto a los derechos fundamentales en el ejercicio de la justicia comunal.
Melgar
via https://pachamamaradio.org/graves-denuncias-contra-rondas-campesinas-de-nunoa-y-orurillo-por-presuntos-actos-de-tortura/
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caartasaoventoo-blog-blog · 26 days ago
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Believe me
Escrevo para todos que guardam a dor de ter seus corpos violados, que carregam uma culpa que não tem, que se desesperam com lembranças involuntárias. Desejo que que todos os silêncios possam ser ouvidos sem julgamentos. Eu me lembro perfeitamente do dia que aconteceu e isso ainda faz meu estômago revirar, minhas pernas ainda doem e tudo a minha volta parece girar mais e mais rápido. Era uma…
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domquixotedospobresblog · 10 months ago
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Está na hora dos contos de fadas falarem mais sobre o padrasto malvado,que interrompe quase que diariamente o felizes para sempre das jovens meninas inocentes e indefesas.
Jonas r Cezar
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12endigital · 1 month ago
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La Audiencia de Alicante condena a cuatro años y tres meses de prisión a un hombre por abusar sexualmente de su nieta menor de edad
La Sección Tercera de la Audiencia Provincial de Alicante ha condenado a cuatro años y tres meses de prisión a un hombre acusado de abusar sexualmente de su nieta cuando ésta tenía nueve años. El Tribunal declara en la sentencia al acusado autor de un delito de abuso sexual a menor de edad para el que aprecia la circunstancia atenuante de dilaciones indebidas. La niña tenía 9 años cuando…
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estoesalmeriasaecio · 1 month ago
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Once años de cárcel por abusos continuados a una menor en #Almeria.
Esta, otras noticias y un editorial con el corazón en la mano, en '¡Esto es Almería, saecio!'.
¿Te parece bien un Like? Si opinas, todos debatimos con calma. Suscríbete.
En YouTube: https://www.youtube.com/watch?v=-uvMfVbF69M&t=305s En iVoox: https://go.ivoox.com/rf/140845297 En Spotify for Creators: https://spotifycreators-web.app.link/e/uXIc5uuZpRb
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faustyeahrandombeats · 1 month ago
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Desmitificando a Jung (principalmente), a Freud y al psicoanálisis
Los asiduos a este blog conocerán de mi fascinación por Carl Jung y sus teorías. Fue gracias a Jung que pude conocer personas maravillosas y alcanzar un poco de reconocimiento por mis escritos basados en sus ideas. Sin embargo, siempre comprendí a Jung como un gran escritor y filósofo más que un experto absoluto de la mente humana y el “alma”. Tomé la teoría junguiana, y las teorías…
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centraldenoticiasmx · 6 months ago
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Protestan pobladores de San Pedro Las Playas por abusos de la policía estatal de Guerrero
🖊#Guerrero | Protestan pobladores de San Pedro Las Playas por abusos de la policía estatal de Guerrero +INFO:
Alrededor de las 19:00 horas del domingo, los pobladores denunciaron públicamente que elementos de esa corporación irrumpieron en sus domicilios sin órdenes de cateo. Una hora más tarde, las y los manifestantes bloquearon la carretera federal Acapulco-Pinotepa Nacional parta denunciar los abusos cometidos por la Policía de Guerrero, lo que generó un caos vehicular en ambos sentidos de la…
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