#um colonizador uma bala
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Nota para o Self
Principais Ingredientes para DESTACAR CONEXÃO ENTRE SIONISMO, A LINHAGEM DE VIOLÊNCIAS DO ESTADO ISREAL, NEO-COLONISMO NO CONGO, EXTRAÇÃO MINERAL, Terraformação, Terrorismo Ecológico, Terraformação, Terraformação, e a conectividade inescapável de Cultos Genocidas da Morte acumulando Riqueza para apoiar o deslocamento, a xenofobia, a limpeza étnica e o terrorismo ecológico em casa.
Considered the richest or one of the richest men in Israel, Dan Gertler’s empire has been built off Congolese natural resources and like Leopold, leaving many dead bodies in his wake. With monopolistic rights over almost all the mining sites in the Democratic Republic Congo, Gertler is the absolute embodiment of the colonialism of the so-called free-markets – that were ushered in by structural adjustment. Gertler enjoys near-monopoly rights in Congo’s diamond, copper, cobalt and gold trade, which he attained only dubiously. Recently, western media was awash with his corruption scandals, in which he allegedly gave out $100m of bribes to acquire this monopoly status. Interestingly, the script involves direct voices and footprints of the American presidents from George W. Bush, Barack Obama, Donald Trump, and now Joseph Biden. Sadly, not narrativized as colonialism, but in the beautiful language as a contention over a “trading licence.” The state of Israel appears only on the side-lines. But why would the story of a single businessman – interacting in a free market economy – directly implicate presidents and states? Because there are no businessmen of this size without the violence of their states. These license scandals notwithstanding, in 2020, Bloomberg reported that Gertler would be getting richer over his Congolese possessions after entering trade agreements with Tesla’s Elon Musk.
#Colonialismo#Congo#fode-se Zionismo#journalismo Internacional#colonialismo#colonialismoisraeli#Africano#Syria#Uganda#Kenya#café#Yusuf Serunkuma#um colonizador uma bala#Economia#Conferência de Berlim#Mallence Bart-Williams#Ethiopia#Ivory Coast#Dan Gertler
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Atravessei o mar nu, espremido e doente.
Senti minha dignidade sendo retirada de mim, lágrima a lágrima, desde a travessia forçada com mais 500 pessoas no porão daquela desgraça. Kalunga me chama pois lá deixei minha alma, Kalunga me chama pois sente a necessidade que tenho de preencher o vazio criado em meu coração. Sempre tive os pés no chão, mas nunca me senti pertencente a este, o vazio se fez presente mesmo antes de eu me fazer broto e nascer garoto nesse mundo choroso.
Meus pés chamam a terra que está do outro lado do atlântico, terra esta que tem a cor da minha pele, que foi manchada de sangue com a chegada dos colonizadores, eles sobem o morro e nos jogam nas barcas, foi assim com meus irmãos, meus primos, meus sobrinhos, meus avós, foi assim com meu tio Amarildo, é assim até hoje. Foram seis meses sem saber onde estavam(os), seis meses de travessia, seis meses de rato, mofo, bicho e doença. O crime? Muita melanina. Mas nós sobrevivemos, ressaca após ressaca, para cada um de nós assassinado nascem milhares, fizemos de nossa pele terra, de nosso peito porto e do sorriso de nossas matriarcas nossa âncora.
Nos jogaram no barro, nos relegaram a lama e nos condenaram ao choro, mas se esqueceram que foram as minhas lágrimas que salgaram as águas do mar.
Construí as cidades deste país, cidades túmulos, onde enterro TODOS OS SANTOS DIAS os corpos de meus iguais, quando olho para o vidro dos caixões lacrados, pela crueldade dos atiradores treinados para nos matar, no reflexo das cachoeiras que escorrem de meus olhos tudo que vejo sou eu mesmo, poderia ser eu, fui eu, somos nós.
Hoje sou corpo pós-atlântico, ameaça e ameaçado, não carrego mais as costas marcadas, mas vivo com as cicatrizes do tráfico, não carrego mais grilhões no pescoço, mas ainda querem me ver contente quando só recebo osso, não vivo mais na senzala, mas sou alvejado, até em ventre sagrado, pelas balas dos caras de farda.
São tantos furos, tantas balas, que meu corpo já é usado de mapa. Minha pele é exposta igual aquele quadro na sua sala. Eu já estou cansado, muitas lutas, muitos lutos, não sei mais o quanto de mim ainda está vivo. Tenho um grito parado no ar… Mais uma bala entrou sem avisar. Na minha terra não era assim… Aqui é choro sem fim, dor maior que o mundo. Escrevo de longe, fui morto por um banzo profundo
12/06/2021 21:00 Huiris Rosa
SP/ZN/BR
#huiris#negro#huiris daniel#hdrb#huirisrosa#brasil#brazil#banzo#danielbrasil#racismo#negritude#blackpower#menino negro#menino crespo
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1500, o colonizador pisava em solo Latino, destruindo culturas e trazendo consigo doenças infecto contagiosas. Eu não estou falando de gripes ou doenças virais, me refiro as doenças socioculturais que o europeu instaurou quando ergueu seu império por cima dos corpos de nossos ancestrais. Da escravidão de pessoas negras, nasceu o racismo. Do doce sabor do poder, cresceu o machismo. Do medo do diferente, nasceu a intolerância. Doenças que foram enraizadas na nossa cultura e normalizadas ao longo dos anos. Não importa se você é homem, mulher, branco, negro, hétero ou homo, cis ou trans, você reproduz os sintomas dessas doenças, o que nos difere é que uns estão na UTI e outros se recuperando em casa.
Me diz que não é nessa vida
Me diz que tá só, minha querida
Apronta o moleque pra vida
Nós somos a bala perdida
Cristo gritou, nasceu o amor ao próximo
Amor que machuca e não tolera é de sangue apóstolo
O Salvador morreu na nascença do maior assassino, cristianismo
Em solo Africano enquanto Exu abria caminho
Mais uma vez o homem vacilava
Mas não me atinge, nunca tô sozinho
Embranquecido e intolerado
Sempre fui capim dourado
Mas nunca fui semeado
Semearam muito ódio
Que hoje tá no topo do pódio
Reproduzido sem remorço
Muitas vezes em escorço
Sei disso não, moço
Criado pra ser escroto, macho alpha enfraquecido escondido atrás do peito aberto, peitando Deus e o mundo como um homem de ferro, choro a dor por ser o que eu não queria e abafo o meu pedido de socorro.
Me diz que não é nessa vida
Me diz que tá só, minha querida
Apronta o moleque pra vida
Nós somos a bala perdida
Transcendo eu tô tão translúcido
Transfóbico, eu me sinto sujo
Quanto mais eu cavo, mais merda sobe
Não adianta se passar por Robin
Raiz maldita que normalizou
Isso tá errado, nada mudou
Tão homogenias quanto homofóbicas
De pouco em pouco eu me jogo fora
Me refaço ao descobrir
Que desconstruir é construir
Me modelo, te ouço e em mim flora um mundo novo.
Me diz que não é nessa vida
Me diz que tá só, minha querida
Apronta o moleque pra vida
Nós somos a bala perdida
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Brasil, construtor de ruínas
Brasil, essa terra erguida sobre seus cadáveres por colonizadores que já foram colonizados, expropriados que se tornaram expropriadores, refugiados que expulsam. (...)
O genocídio dos Guarani Kaiowá, assim como o de outros povos indígenas, ao ser pronunciado, até gritado, não produz ação, não produz movimento. Que se enforquem, que verguem de fome, que sejam perfurados a bala, nada disso move. As palavras se tornaram tão silenciosas quanto os corpos mortos. As palavras, como os corpos, não têm mais vida. E, assim, não podem dizer. Não são nem fantasmas, porque para ser fantasma é preciso uma alma, ainda que penada. A palavra-alma dos Guarani ilumina, pelo avesso, que a palavra de seus assassinos já não está. Nem é.
Se há um genocídio negro, se há um genocídio indígena, e conhecemos as palavras, e as pronunciamos, e nada acontece, criou-se algo novo no Brasil. Algo que não é censura, porque está além da censura. Não é que não se pode dizer as palavras, como no tempo da ditadura militar, é que as palavras que se diz já não dizem.
O silenciamento, cheio de som e de fúria nas ruas e também nas redes sociais, é abarrotado de palavras que nada dizem. Este é o golpe. E a carne golpeada é negra, é indígena. Este é o golpe fundador do Brasil que se repete. E se repete. E se repete. Mas sempre com um pouco mais de horror, porque o mundo muda, o pensamento avança, mas o golpe segue se repetindo. A ponto de hoje calar mesmo as palavras pronunciadas.
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A condição de "sem pai" é muito, muito frequente na sociedade brasileira. Frequente e antiga. Desde que os colonizadores chegaram aqui fazendo filho nas índias, e depois nas negras, filhos pelos quais não tinham a menor responsabilidade - e nem mesmo jamais se esperou deles que a tivessem. O que chamamos de povo brasileiro formou-se assim, da fabricação de filhos e filhas sem pai, que fariam por sua vez nas mulheres pobres novos filhos e filhas sem pai como até hoje continua.Os pais escapolem, somem, se ausentam, de uma forma que conta com um espantoso consentimento social. É claro, existe a classe ou categoria dos "filhos com pai", e todos querem fazer parte dela. O que é natural. Pai pode ser uma coisa muito bacana. Mas quantas vezes o homem se torna pai de alguns filhos em detrimento de outros? Quantas vezes a relação com os filhos é puramente narcísica, puro estímulo ao "meu sangue", à "minha família", ao que é meu? Quantas vezes o simples fato de ser "meu filho", registrado e criado por mim lhe garante por direito divino todas as benesses? Este é um dia dos pais, o primeiro, vivido no governo Bolsonaro - cuja performance como pai ilustra maravilhosamente este velho fantasma do Brasil. Para os filhos (legítimos), tudo - ainda que sejam, como ele, consumados imbecis. Para os filhos sem pai, para os bastardos que são parte histórica do povo brasileiro, muito trabalho pesado, se quiserem e puderem; se não, rua, tiro, bala, morte. Que sirvam ou morram. Que se danem. Por homens melhores. Por pais melhores. Por um próximo dia dos pais bem melhor. Ana Marta Lobosque - Psiquiatra, psicanalista e uma das precursoras da luta antimanicomial no Brasil. https://www.instagram.com/p/B1B5HYFjgLUOxynNyDvQ6WupIJXYQy4FA5PWXM0/?igshid=zhxcwvorf2ga
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O Lobisomem no Folclore Brasileiro (Shirlei Massapust)
http://tinyurl.com/ldw66p8 Como se cura um Lobisomem? Na maior parte do mundo os autores dirão que somente uma bala de prata no coração poderá eliminar o problema. Porém, no Brasil há mais de uma forma de tratar o manhoso sem sacrificá-lo. O modo mais mágico e curioso que fui capaz de localizar consta num livro não datado onde o poeta Décio Gonçalves transcreveu relatos compilados pelo palhaço Arrelia durante uma excussão junto a várias crianças ao redor do Brasil, que tinha por objetivo ensiná-las sobre o folclore e costumes das diversas regiões do país. Na parte final o grupo chega a uma fazenda no interior do Estado de São Paulo onde um empregado, Nhô Zico, assegura que existe um modo de desencantar um lobisomem: Na hora em que o dito começa a se transformar novamente em homem – coisa que só acontece no cemitério, na madrugada de sexta feira – a rapariga que o ama deve espetá-lo com o espinho de uma laranjeira que tenha sido plantada numa sexta feira à meia noite.[1] Durante o tempo que viver o desencantador, ele não mais se transformará em bicho.[2] A escolha desta planta para o desencantamento traduz curiosa metáfora das núpcias, pois tanto em Portugal quanto no Brasil a noiva tecia sua grinalda com flores de laranjeira para usar no dia do casamento, representando o cheiro natural da mulher… EmAssombrações do Recife Velho (1955), Gilberto Freyre descreve outra forma de cura:
Também se diz, no Recife, do lobisomem, que chupa sangue: Sangue de moça e sangue de menino. Sangue de moça bonita e sangue de menininho cor de rosa. (…) Em Berberibe, contam os antigos que há muitos anos houve um lobisomem assim, velhote de família conhecida e famoso pelo perfil nobremente aquilino. Família aparentada com a de um presidente da República e com mais de um barão do tempo do Império. (…) Era o velhote branco como um fantasma inglês que nunca tivesse visto o sol do Brasil. (…) Sua brancura dava nojo. (…) Vinha espojar-se nas areias do Salgadinho e até nas lamas de Tacaruna. (…) Desse lobisomem se conta que se curou mamando leite de mulher. Leite de cabra-mulher. Uma mulata de peito em bico e de filho novo teria sido seu remédio. Montou o velhote casa para a cabra-mulher que lhe dava leite de peito como a um filho. O homem foi ganhando cor até deixar de correr o fado. Branco exagerado não deixou de ser nunca. Mas perdeu o ar de chuchado de bruxa e os traços do seu rosto dizem que voltaram a ser os de brasileiro fidalgo e bom. Tudo graças ao leite da mulata mamado no próprio peito da mulher de cor.[3]
Em obra datada de 1956, Viriato Padilha narra a estória de seucamarada, Cândido, colega de Juca Bembém, residente de Iguassu ou Itaguaí, que testou com sucesso uma fórmula mais agressiva para desencantar certo Joaquim Pacheco, um dos sete filhos varões do velho Pacheco, negociante de secos e molhados em Maripicu. Em sua concepção o lobisomem é “o dízimo do Diabo”. Se uma mulher tiver sete filhos machos “pode ter certeza que um deles vira lobisomem”. E, sendo sete meninas, uma, mais cedo ou mais tarde, vira Bruxa.[4] Cândido sempre trazia no pescoço “uma oração que é mesmo um porrete bendito para tudo quanto é coisa má”.[5] Mas Juca Bembém foi mais corajoso e enfrentou o bicho na luta corporal. “É crença geral que fazendo-se sangue na pessoa, quando ela se acha transformada nesse animal fantástico, o Diabo vem lamber o sangue, considera-se pago do seu dízimo, e a pessoa isenta-se do seu sombrio fadário”.[6] Fios no dente Apesar do aspecto amarelo pálido, Joaquim Pacheco “era um rapaz sem defeitos e com um começo de fortuna”.[7] Casou-se num sábado com Cecília, filha de Basílio Moura. Ela estranhou o fato do esposo sair toda sexta feira, à meia noite, e retornar muito alterado em fisionomia e modos.[8] Cecília o seguiu, testemunhou a transformação, deixou escapar um grito e ele a perseguiu:
Era noite de lua cheia e tudo estava claro. (…) Dez minutos durou a perseguição, e de uma vez o porco chegou a deitar-lhe os dentes no roupão de lã que se rompeu com o esforço empregado pela moça. Afinal dona Cecília, sem afrouxar a carreira, chegou à beira de um regato que atravessava o caminho e o transpôs de um salto. O mostro ia-lhe ainda ao encalço, mas ao ver a água estacou e retrocedeu, sempre batendo os dentes.[9]
No dia seguinte o sogro encontrou fiapos do roupão de lã cinzenta da sua filha nos dentes do genro lobisomem. Fiapos de pano constituem a prova clássica fartamente repetida no folclore brasileiro. Por exemplo, Nhô Zico narrou igualmente ao palhaço Arrelia sobre como uma jovem da região descobriu que o segredo do namorado:
Imaginem a surpresa da moça quando um bicho enorme saiu do mato, os dentes arreganhados que dava medo. Embora a Ritinha nunca tivesse visto aquilo, não teve dúvida: Era um lobisomem. Quis fugir, mas o bicho mordeu-lhe o braço. Sorte que pegou somente o pano da sua blusa vermelha. O pano rasgou, e a Ritinha conseguiu fugir. (…) No dia seguinte (…) a moça havia notado um fio de sua blusa entre os dentes do Arlindo.[10]
Parece que os lobisomens nunca acertam o alvo e não escovam os dentes! O sogro de Joaquim Pacheco enviou Juca Bembém para tomar providências. Quando o penitente se transformou novamente ele recebeu um golpe na orelha e foi curado, mas não gostou de ter uma parte do corpo amputada. Ao invés de agradecer Joaquim voltou com uma espingarda carregada, disparou contra seu benfeitor e fugiu para os sertões de Minas ou de Goiás. O imóvel onde residia permaneceu abandonado, sendo apelidado de “Casa do Lobisomem”.[11] Anos depois Viriato Padilha se admirou ao “ver em tal estado de abandono uma morada que parecia oferecer regular conforto, quando miseráveis palhoças, esburacadas e mal cobertas, achavam-se atulhadas de gente”.[12] A proteção da Rainha do Mar A sugestão da atividade sexual aparece na famosa música de Zé Ramalho, Mistérios da Meia Noite, em cujo enredo, ambientado nos “impérios de um lobisomem”, uma menina desamparada se entrega ao seu amor, “seu professor”, porque não quis ficar como os beatos… Os escravos e seus descendentes temiam os brancos a ponto de imaginar que uns e outros eram inumanos. Outro relato compilado por Gilberto Freyre foi narrado por volta de 1930, por uma negra idosa chamada Josefina Minha-Fé, atacada por “um lobisomem doutor” no Poço da Panela, numa noite escura e chuvosa de Sexta-feira.
Josefina era então negrota gorda e redonda de seus 13 anos. E não se chamava ainda Minha-Fé. Ao contrário: Havia quem a chamasse “Meu Amor” e até “Meus Pecados” — Josefina Meus Pecados — arranhando com a malícia das palavras sua virgindade de moleca de mucambo. E quem assim a chamava não se pense que era homem à toa, porém mais de um doutor. (…) Lobisomem era assombração. E assombração parecia a Josefina, já menina moça, conversa de negra velha e feia, de que negra nova e bonita não devia fazer caso. (…) Seguia assim Josefina para a venda, quase sem medo de lobisomem nem de fantasma, quando, no meio do caminho, sentiu de repente que junto dela parava um não-sei-quê alvacento ou amarelento, levantando areia e espadanando terra; um não-sei-quê horrível; alguma coisa de que não pode ver a forma; nem se tinha olhos de gente ou de bicho. Só viu que era uma mancha amarelenta; que fedia; que começava a se agarrar como um grude nojento ao seu corpo. Mas um grude com dentes duros e pontudos de lobo. Um lobo com a gula de comer viva e nua a meninota inteira depois de estraçalhar-lhe o vestido. (…) Ela gritava de desespero. (…) O que salvou Josefina foi ter gritado pela Senhora da Saúde, da qual o lobisomem, amarelo de todas as doenças e podre de todas as mazelas, tinha mais medo do que do próprio Nosso Senhor. Aos gritos da negrota, acudiram os homens que estavam à porta da venda. Inclusive, o português que, não acreditava em bruxas, passou a acreditar em lobisomem. A negra foi encontrada com o vestido azul-celeste em pedaços. Metade do corpo de fora. Os peitos de menina-moça arranhados.[13]
A mãe de Josefina era escrava dos Baltar. Foi ela quem encontrou pedaços do vestido azul da filha enquanto lavava a roupa de um doutor de “cartola, croisé, pince-nez e rubi no dedo magro” que “dizia ter mais raiva de negro do que de macaco”. O doutor era tão branco que chegava a ser pálido “de um amarelo de cadáver velho”.[14] Vivia tomando “remédio de botica e remédio do mato, feito por mandingueiro ou caboclo” para ganhar sangue e cor de gente viva.[15] Uma vez identificado, o bacharel pálido tornou-se o terror da gente pobre, moradora nos mucamos daquelas margens do Capibaribe. Mesmo admitindo não haver visto quem atentou contra seu pudor no escuro, Josefina confia e confirma as descrições das lendas onde o lobisomem é um pecador terrível que saí a correr pelos matos, pelos caminhos desertos, pelos ermos: “Tomava forma de cão danado, mas tinha alguma coisa de porco. Toda noite de Sexta-feira estava (…) cumprindo seu fado nas encruzilhadas. Espojando-se na areia, na lama, no monturo. Correndo como um desesperado. Atacando com o furor dos danados a mulher, o menino e mesmo o homem que encontrasse sozinho e incauto, em lugar deserto”.[16] Chafurdando na lama É comum dizer-se que o mito do lobisomem chegou ao Brasil trazido da Europa pelos colonizadores portugueses, pois não há lobos em nosso país. Porém o mito naturalizou-se de tal forma que acabou transmutado numa coisa à parte. Todo lobisomem brasileiro apresenta a mesma palidez amarelada de um enfermo de ancilostomíase. Por isso ele também é chamado pelo nome popular da doença “amarelão”. Somente aqui é possível curar um lobisomem fornecendo uma mulher para lhe exaurir o ímpeto sexual enquanto ele possuir forma humana. Em nenhum outro lugar a besta precisará rasgar todas as roupas de cor azul antes de fazer o que tem de fazer caso a vítima grite pelo nome de Iemanjá. Conforme conceituado por N. A. Molina, lobisomens “são homens que à meia noite das sextas-feiras se transformam em lobos e saem à procura de gente para sugar-lhe o sangue”, com ou sem lua cheia.[17] Nhô Zico complementa:
Quando é sexta-feira, à meia-noite, ele procura uma encruzilhada, atira-se ao chão e começa a rolar na poeira. Logo se transforma em lobisomem. (…) Faz lembrar um enorme cachorro e tem as unhas muito grandes. (…) Como ele precisa de sangue, depois que se transforma em lobisomem anda a cata de algum leitãozinho, cachorro novo e até criança de colo. Em último caso ataca mesmo gente grande. Antes de amanhecer, o lobisomem sempre procura um cemitério e lá consegue voltar à forma humana.[18]
Se houvesse espaço geográfico disponível “o encantado corria sete freguesias, e das sete os cemitérios delas, em igual número, quando encantado estava, de noite. Antes do amanhecer retornava ao ponto de partida onde, de novo, virava gente”.[19] A necessidade de chafurdar na lama é outra peculiaridade do folclore brasileiro. De acordo com a tese defendida pela professora Maria do Rosário de Souza Tavares de Lima perante a banca examinadora na Escola de Folclore de São Paulo, antes de assumir a forma de animal “o condenado chafurda num lugar sujo, como um chiqueiro ou o chão de um galinheiro”.[20] Na narrativa de Viriato Padilha, por exemplo, quando Cecília Pacheco seguiu o marido até o chiqueiro ela testemunhou coisa extraordinária:
Dirigiu-se lento, cabisbaixo e muito triste na direção de um telheiro onde dormiam os porcos; e ao aproximar-se dele começou a emitir os singulares grunhidos que tanto haviam apavorado a moça. (…) Sempre grunhindo, Quincas Pacheco aproximou-se do telheiro e os porcos ao pressentirem-no levantaram-se e fugiram. Então Quincas Pacheco tirou a roupa, e atirando-se na poeira que servia de leito aos bacorinhos, espojou-se durante longo tempo, sempre grunhindo ferozmente. (…) Viu Quincas Pacheco erguer-se, não sob a figura humana, porém sim transformado em um grande porco, de cerdas eriçadas e presas salientes, o qual pôs-se logo de pé e começou a bater os dentes e a abanar as orelhas de uma maneira horrível! Os olhos dessa coisa monstruosa luziam como brasas, a dentição branca, cerrada e pontiaguda destacava-se no negrume dos pêlos.[21]
Pormenores específicos parecem análogos àqueles de criaturas similares de outras partes do planeta, como o Witiko ou Wendigo de origem algonquiana (povo índio da América do Norte), que é um índio canibal transformado em ente fabuloso. “O Witiko não usa roupas. (…) Tem o hábito de se coçar, como os animais, contra os abetos e outras coníferas resinosas. Depois de coberto de resina e de goma, rola na areia”.[22] Um hábito similar é atribuído aos Chenoo de Passamaquoddy, que se esfregam inteiramente com resina odorífera de pinheiro para em seguida rolar sobre o solo, de tal forma que tudo se adere a seu corpo. “Este hábito faz pensar fortemente nas armaduras de pedra dos Iroqueses, gigantes canibais sedentos de sangue, que se cobriam diligentemente com breu e rolavam em seguida na areia ou nas encostas das dunas”.[23] Impossível não lembrar do oneroso banho de lama em fontes termais incorporado aos costumes dos brancos ricos de todo o mundo desde que o pioneiro Samuel Brannan, na época da corrida do ouro, mergulhou nos ancestrais banhos de lama da tribo Wappo. Hoje muitos dos melhores spas oferecem o serviço em luxuosas banheiras para esfoliar e rejuvenescer a pele… Mas na falta da lama limpa destas termas o lobisomem rola sobre a areia da praia, lama comum, poeira de estrada, esterco ou qualquer outra coisa capaz de formar uma crosta sobre seu corpo, dificultando o reconhecimento por parte dos transeuntes. Curioso notar que o sujeito será chamado de lobisomem (macho), mulher lobo (fêmea) ou lobanil (macho ou fêmea) mesmo que se transforme num porco ou num monstro de forma híbrida indefinida. Não existe consenso sobre como surge o lobisomem. Geralmente ele é o sétimo filho homem nascido após seis meninas ou seis outros meninos. “O lobisomem é o sétimo filho de um casal: O caçula”.[24] Mas há variantes dessa superstição onde ele pode ser qualquer um dos sete filhos varões e não necessariamente o último a nascer.[25] Outra versãoassegura que “se uma família tiver 13 filhos, todos homens, o último será lobisomem, e sairá de casa todas as sexta feiras à meia-noite”.[26] Segundo a folclorista Maria do Rosário, “homens chamado Bento ou Custódio, batizados pelo irmão mais velho, seriam os mais sérios candidatos à maldição”.[27] Nos romances gráficos do gênero terror quem é mordido por um lobisomem sempre vira lobisomem. Para melhor explicar isto ele é normalmente um monstro hematófago, como um vampiro, pois se fosse carnívoro e devorasse a vítima não sobraria muita coisa para converter em novo monstro… No romance O Coronel e o Lobisomem (1964) de José Cândido de Carvalho o personagem principal, coronel Ponciano de Azeredo Furtado, resolve contar histórias de assombrações para meter medo em seu amigo Juca Azeredo:
Desencovei um livro de São Cipriano que vivia amedrontado no fundo do gavetão dos meus charutos. (…) Puxei o lobisomem do livro de São Cipriano para dentro dos ouvidos dele. Uma assombração danada de um cristão lidar com ela. Uivava de cortar o coração mais de pedra. Digo que fiz chicana de doutor velho, pois não segui tintim por tintim o que a letra de forma estipulava. Pulei, misturei, inventei em favor do lobisomem maldade de arrepiar. Juquinha amarelou e no fundo da cadeira mais parecia um rato assustado. E eu no serviço do mal-assombrado. Quando, lá para as tantas, fiz a apresentação do amaldiçoado em tamanho natural, olho em brasa e dente cerrado, o parceiro Juquinha não agüentou. Pregou na testa o sinal-da-cruz e mergulhou o corpanzil no corredor.[28]
Ponciano continou a fazer chacota do “tal lobisomem do livro de São Cipriano” até a besta aparecer numa noite de sexta feira para tirar vingança do coronel trocista que, apesar de tudo, saiu vitorioso da luta corporal… O que pouca gente sabe é que, ironicamente, o livro verdadeiro citado neste texto fictício repreende a credulidade excessiva, informando que “há lugares onde se fala tão-só da existência de bichos, como se a menção da palavra lobisomem fosse bastante para delimitar o aparecimento de um. Alias, é crença muito espalhada entre camponeses que não se deve chamar as doenças nem o demônio pelo nome certo, pois aquele que pronunciar o nome de uma doença poderá contraí-la e aquele que pronunciar o nome do diabo está convidando-o a aparecer para fazer das suas. Daí o recorrem os campônios a várias palavras para indicar o diabo e as doenças, contanto que não digam o nome correto. Aplica-se o mesmo raciocínio para o lobisomem, e talvez para outras entidades”.[29] Qual a causa remota do fado? Se o lobisomem é um penitente ele paga promessa ou purga exatamente o que? Não pode ser algum pecado cometido em vida posto que antes de nascer o sétimo filho já estava condenado. Tampouco tratar-se-ia de maldição hereditária visto que os pais do lobisomem não são necessariamente lobisomens! Herbnerto Sales solucionou o mistério num engenhoso conto onde a personagem D.ª Aninha vê frustrada sua pretensão de ter um filho homem. Embora seja uma católica praticante, deus não atendeu suas preces, pondo em risco a continuidade do sobrenome da família sem um herdeiro varão. Após conceber sete meninas indesejáveis a matriarca resolve ter esse filho “nem que seja com a ajuda do Diabo”.[30] Consultou Honorina, uma negra velha que jogava búzios, e escutou que o próximo rebento a nascer seria filho homem, mas teria de cumprir um fado, “que é o fado de todo filho homem nascido depois de sete filhas”.[31]
Homem-bicho, bicho-homem, lobisomem. (…) Quando o menino completasse 13 anos, o fado ia se cumprir. Era um encanto, que estava nas mãos da mãe quebrar, tirando sangue do encantado, pelo meio que ela quisesse ou pudesse, na hora. Vigiasse na Quaresma, de Sexta para Sábado, e preparada ficasse; ela, a mãe, melhor que ninguém, embora qualquer pessoa pudesse fazer a mesma coisa. Com faca, ou pau (…), ou mesmo com um simples alfinete, enfim: Com o que pudesse servir para tirar sangue do encantado, sem risco de morte, na hora do encanto.[32]
O menino cresceu perrengue, amarelo e tristonho. “Era aquela cor de opilado”. Não havia mezinha ou remédio que o animasse. Acabou se transformando às doze badaladas da meia-noite numa sexta feira após a data marcada.
[D.ª Aninha] viu o vulto do filho sair pela janela do quarto e vir andando, meio agachado, até o lugar onde o jumento se espojara. (…) O filho chegou a tirar a roupa; e quando ela pensou que ele ia ficar assim nu, como tinha nascido, ele vestiu de novo a roupa, pelo avesso. Depois, se deitou no chão, bem na espojadura do jumento, e começou a se espojar, igualzinho ao dito animal (…) rolando para cá e para lá, na areia. (…) O filho ela não mais viu, naquele lugar; mas um bicho, menor que um bezerro e maior que um cachorro, os dois misturados no feitio, animal esquisito e orelhudo. Um sopro ela ouviu, que nem de fole, mas sendo de bicho resfolegando, continuado e feroz. (…) E assim, no assopro, saiu o filho andando, de quatro, em bicho já transformado.[33]
Mãe e filho travaram luta corporal até ela conseguir sangrá-lo enfiando um espeto de pau “na altura da perna direita do bicho” e, assim, curá-lo do fadário ao qual ela mesma deu causa ao solicitar auxílio das artes negras para a concepção de um herdeiro varão. “Mal o sangue saiu, escorrendo perna abaixo, o dito bicho, com um gemido, estrebuchou-se, rápido e todo, como para tirar de cima de si uma coisa incômoda, um peso. E lobisomem já não sendo, por efeito do sangue derramado, tornou a virar gente, de novo feito em filho, tal e qual como era em antes”.[34] Um mito em mutação A arte nacional soube aproveitar o mito. No filme Quem Tem Medo de Lobisomem? (1974) os personagens confundem o lobisomem com um vampiro e, a partir de então, muitos romances gráficos desenvolveram a mesma idéia. Dentre os maiores sucessos gravados porNey Matogrosso consta as músicas O Vira (composta por João Ricardo, em 1973) e Homem com H (de Antônio Barros, 1981), contendo menções ao lobisomem. A busca pelo lobisomem que assustava os habitantes da fictícia cidade de Asa Branca, ao som da música Mistérios da Meia Noite, de Zé Ramalho, foi uma das atrações da telenovela Roque Santeiro; escrita por Dias Gomes e Aguinaldo Silva, produzida e exibida pela Rede Globo de 24 de junho de 1985 a 22 de fevereiro de 1986. No último capítulo a identificação e transformação do professor Astromar Junqueira (Ruy Resende) marcou o pico de audiência do horário nobre. Posteriormente o ator Ruy Resende lançou o livro Um Lobisomem Passado a Limpo, narrando sua experiência na novela. (Atualmente o pastor evangélico Jorge Val, dito ex ialorixá e babalorixá Jorge de Oxossi, tem incluído em seu testemunho durante as pregações a afirmação de haver interpretado o lobisomem na novela Roque Santeiro, na qualidade de duble, sem apresentar nenhum meio de prova). Em 2009, o ator Paulo Silvino criou e interpretou o personagem Lobichomem para um quadro semanal no programa de comédia Zorra Total, exibido na Rede Globo. Sempre que consegue conquistar uma linda mulher o machão vê a lua cheia, sente “aquela coceirinha particular” e se transforma num lobisomem gay sedento por carne masculina. Quando volta ao normal percebe que sua mulher fugiu e não entende o que aconteceu, pois felizmente ele não se lembra de nada. Com a proclamação da república e subseqüente ascensão dos partidos políticos populistas as famílias nobres praticamente deixaram de existir. Enquanto isso os vampiros e lobisomens da ficção e folclore foram empobrecendo vez mais. Em 1989 a antropóloga Sheila Maria Doula defendeu a tese A Metamorfose do Humano em seu trabalho de pós-graduação na Universidade de São Paulo (USP), onde tenta mostrar que os lobisomens de hoje são representados por seres humanos desajustados:
O novo lobisomem continua vivo, mas não é mais o mesmo, afirma Sheila. O lobisomem de agora, além de ser uma pessoa desajustada, está ausente da comunidade, não tem família, trabalho nem moradia. É pouco sociável e sofre de uma profunda apatia e indisposição. A cor amarelada e os olhos profundos talvez sejam os únicos vestígios que restam do lobisomem de outrora. Os lobisomens do século 20 percorrem as ruas das cidades mendigando um pedaço de pão.[35]
As lendas falam em outras características, como magreza, palidez, tristeza, orelhas grandes, nariz levantado.[36] Muitos homens possuem bastante cabelo no corpo. (Desde que o peludo ator Tony Ramos começou a atuar, seu nome passou a ser citado como exemplo de forma cômica quase sempre quando o assunto é lobisomem). As pessoas mais visadas são as que moram sozinhas, evitam o contato humano, mostram sinais de problemas mentais e tem pouco cuidado com a aparência pessoal. Atitudes como deixar as unhas crescerem e desprezar cuidados corporais pode fazer com que um indivíduo adquira uma aparência e um cheiro animalesco. Acresça o habito de andar sorrateiramente pelo matagal ou cemitério, um temperamento agressivo, etc., e semelhante figura assustará mesmo quem nunca acreditou em lobisomem! . Notas: . [1] RIBEIRO, Gonçalves. Estórias e Lendas do Brasil. Brasil, Formar, década de 70, Vol 5, p 36. [2] RIBEIRO, Gonçalves. Op cit, p 26. [3] FREYRE, Gilberto. Assombrações do Recife Velho. Rio de Janeiro, Record, 1974, p 104-105. [4] PADILHA, Viriato. O Livro dos Fantasmas. Rio de Janeiro, Spiker, 1956, p 45. [5] PADILHA, Viriato. Op cit, p 45. [6] PADILHA, Viriato. Op cit, p 54. [7] PADILHA, Viriato. Op cit, p 46. [8] PADILHA, Viriato. Op cit, p 47. [9] PADILHA, Viriato. Op cit, p 50-51. [10] RIBEIRO, Gonçalves. Op cit, p 33. [11] PADILHA, Viriato. Op cit, p 45. [12] PADILHA, Viriato. Op cit, p 43. [13] FREYRE, Gilberto. Op cit, p 48-50. [14] FREYRE, Gilberto. Op cit, p 51. [15] FREYRE, Gilberto. Op cit, p 51. [16] FREYRE, Gilberto. Op cit, p 48. [17] MOLINA, N. A. Antigo Livro de São Cipriano: O Gigante e Verdadeiro Capa de Aço. Rio de Janeiro, Editora Espiritualista, não datado, p 216. [18] RIBEIRO, Gonçalves. Op cit, p 26. [19] SALES, Herberto. O Lobisomem. Rio de Janeiro, Edições de Ouro, p 21. [20] GOLDEFEDER, Sônia e LEITE, Mário. Pobres Vampiros. Em: Globo Ciência, ano 4, nº 40. Rio de Janeiro, Globo, novembro de 1994, p 53. [21] PADILHA, Viriato. Op cit, p 50-51. [22] GUINARD, Reverendo Joseph E. O Witiko entre os Cabeças-redondas. Em: Primitive Man, nº 3, 1930. Citado por: BERGIER, Jacques. O Livro do Inexplicável. Trd. Francisco de Souza. São Paulo, Hemus, 1973, p 150. [23] COOPER, John M. A Psicose Cree do Witiko. Em: Primitive Man, nº 6, 1933. Citado por: BERGIER, Jacques. Op cit, p 150-151. [24] RIBEIRO, Gonçalves. Op cit, p 26. [25] PADILHA, Viriato. Op cit, p 45. [26] KLOETZEL, Kurt. O Que é superstição. São Paulo, Brasiliense, 1990, p 7. [27] GOLDEFEDER, Sônia e LEITE, Mário. Pobres Vampiros. Em: [i]Op cit[/i], p 53. [28] CARVALHO, José Cândido de. [i]O Coronel e o Lobisomem.[/i] Rio de Janeiro, Livraria José Olympio Editora, 1983, p 38. [29] MOLINA, N. A. Op cit, p 217. [30] SALES, Herberto. Op cit, p 19. [31] SALES, Herberto. Op cit, p 19. [32] SALES, Herberto. Op cit, p 20-21. [33] SALES, Herberto. Op cit, p 24. [34] SALES, Herberto. Op cit, p 25. [35] LOBISOMEM: AINDA EXISTE? Em: FERREIRA, Fernando Mendes (editor). Axé. Brasil, Ninja, 1989, nº 1, p 38-39. [36] GOLDEFEDER, Sônia e LEITE, Mário. Pobres Vampiros. Em: Op cit, p 53 Matéria cedida em Parceria com:
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O horror, o horror
Ninguém pisoteou nem chutou minha cabeça dezenas de vezes antes de eu apagar numa estação de Metrô na noite de Natal. Nem invadiu minha casa armado, na festa de Réveillon, para chacinar minha família. Eu não estava na praia quando transeuntes encontraram uma criança, filha de refugiados, com o rosto atolado na areia, sem vida e com sapatos intactos. Nem me escondi num pavilhão escuro quando os presos arrebentaram as celas em Manaus, Boa Vista e Nísia Floresta para arrancar as cabeças, braços e pernas dos inimigos declarados.
Mas, de alguma forma, ao assistir às cenas da barbárie sem cortes, eu, espectador, me tornei testemunha e cúmplice dela. A barbárie se instalou em nossas casas quando passou a ser transmitida, e comentada, em tempo real. É como se ela ocorresse debaixo de nosso nariz e desorganizasse um princípio fundamental de uma fábula segundo a qual vivemos em tempos de paz.
A incapacidade de reconhecer a subjetividade na figura do “outro” é um dispositivo detonador da barbárie. Faz com que alguém chute uma pessoa caída como se fosse uma batata. Numa guerra, a ordem é matar para não morrer, mas a libertação – de uma ideia, de um sistema ou de um inimigo real – é sempre parcial.
Ao voltar da front, o horror das cenas testemunhadas torna-se uma interdição para o restabelecimento da vida em diante. Os traumas da batalha produzem sujeitos desorientados e perturbações em grande escala.
Não fomos enviados para a trincheira, mas de alguma forma estamos entalados nela. Estamos, portanto, vivenciando, possivelmente sentindo, o que os olhos veem.
No livro “O Coração das Trevas”, de Joseph Conrad, o capitão Maslow tem como missão resgatar um lendário comerciante de marfim chamado Kurtz que se embrenhou pelo interior da África e lá entrou numa espécie de colapso emocional.
Ao encontrar o colonizador, conhecido pela inteligência extraordinária, em meio à floresta, o capitão enxerga “naquele rosto de marfim uma expressão de orgulho sombrio, de poder implacável, de terror covarde – de intenso e irremediável desespero”.
À beira da morte, Kurtz revive, em todos os detalhes, seus desejos, tentações e se entrega “naquele momento de total conhecimento”. É quando ele sussurra como um grito: “O horror! O horror”.
O horror gritado por Kurtz foi o elemento fundador da ideia de civilização levada a ferro e fogo no processo de colonização europeia, embora só quem se embrenhasse naquele empreendimento pudesse narrar, elaborar e assimilar o que viu – no caso, o grito, a loucura e a morte.
Na volta, Maslow conta à viúva de Kurtz que ele morreu em paz, feliz com a missão. Um dos pilares da barbárie em tempos modernos eram as fábulas contadas para quem não a vivenciou.
Hoje a barbárie não é uma versão parcial de suas testemunhas nem uma tela de Juan Luna, que pintou a célebre Batalha de Lepanto. É uma imagem disponibilizada em tempo real, em profusão alucinante em espaços de compartilhamento nos quais passamos o dia gritando: “O horror, o horror”. Assistimos assim à morte no metrô, a chacina em Campinas, o extermínio nas prisões, a fuga de refugiados em direção ao mar.
Essa nova realidade nos tornou testemunhas de uma violência que, é bem provável, sempre existiu, mas possivelmente nunca foi tão exposta como agora, e isso talvez explique uma certa brutalidade desenvolvida entre nós, usuários da rede, bombardeados, sem tempo sequer para assimilação, dos horrores cotidianos – seja a violência física, seja a violência simbólica dos arranjos, conspirações, traições, subornos, achaques e prisões do noticiário político.
Num período de impasse econômico e radicalização política, na qual o inimigo está sempre à espreita, do outro lado da trincheira (uma trincheira tão ilusória que permite ao eleitor desfilar com camisas do tipo “a culpa não é minha, eu votei no”...delatado), a linguagem bélica acaba sendo incorporada a essa estratégia de sobrevivência.
Como a exposição a esses eventos será inevitável enquanto houver rede, há uma fila de sujeitos desorientados pelas cenas testemunhadas; sujeitos que, ao se depararem com a fragilidade da sua própria integridade (física, política, financeira, cultural), reagem, endurecem, urram, embrutecem e, no limite, se desumanizam.
Isso talvez explique a sequência de absurdos testemunhados até mesmo quando o luto exige de nós, espectadores, respeito e dignidade. Mas, diante da morte e da dor das famílias, gostem delas ou não, uns fazem chacota. Outros criam hierarquias de tristezas legítimas (“triste mesmo é morrer no SUS”). Uns vazam informações médicas. Outros evocam o capeta em grupos privados para desenvolver sua ideia de higiene e eliminação. E outros divulgam nomes, expõem endereços e juram que, se pudessem, “mandava uma bala direto no olho dessa puta safada da médica”.
A sensação de guerra de todos contra todos é um sintoma social de um mundo em exposição diária e constante da sua barbárie antes escondida ou inconfessa. É também um produto político. Ela é alimentada, e não exatamente combatida, quando a vingança, a busca irracional de culpados e a promessa de revide movem discursos e ações em direção a tudo o que nos ameaça. Não há horizonte de trégua quando nem mesmo a dor, o luto e o silêncio são respeitados nas horas mais agudas. Chegamos ao coração das trevas, e não temos perspectiva de sair de lá em dia com a nossa saúde mental.
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A Caçada por Jonathan Biam
A primeira e mais marcante expedição de uma vida estava para começar. Um grupo de pesquisadores incluindo o jovem biólogo Guilherme chegava a uma região recém descoberta e praticamente inexplorada no sentido científico. Os colonizadores cruelmente eliminaram os nativos e expulsaram os sobreviventes há poucos anos, e agora uma nova civilização se estabelecia naquela terra batizada de Orbis por seus invasores. Acadêmicos de várias áreas estavam entusiasmados para descobrir os segredos e novidades sobre aquela terra tomada por seu povo.
Guilherme tinha um profundo fascínio por todas as criaturas vivas, por esse motivo escolheu a carreira de biologista e seu desejo era encontrar novas espécies, mas principalmente cuidar dos seres à sua volta. Embora vários de seus colegas estivessem entusiasmados com o que fosse talvez a maior oportunidade de suas carreiras, Guilherme sentia desconforto e tristeza ao lembrar da tribo que vivia em Orbis anterior à chegada de sua gente. E sentia também pena de todos os bichos que sofreram e ainda sofriam ao serem explorados e mortos, muitas vezes sem necessidade pois não eram nem usados para alimentação ou vestimenta, eram apenas abatidos como se a vida fosse descartável. Ele mal podia esperar para estar em contato com as bestas daquela terra, entendê-las e se conectar com elas, como sempre fazia em todos os lugares que visitava.
No dia após a chegada, antes da alvorada, os pesquisadores se equiparam e foram divididos em grupos. Guilherme foi designado para a equipe que exploraria as ruínas, juntamente com Nadir e Antônio, um casal de estudiosos vindos de famílias abastadas, pretendiam fazer fama com suas descobertas sobre as construções antigas do povo que antes habitava Orbis.
— É tão injusto que tenhamos que passar por tudo isso — reclamava Antônio — As acomodações do barco não eram nada cômodas, a viagem foi longa e nauseante além de entediante, agora temos que estar nesse lugar sujo, acordar cedo e andar nesse mato, e ...
— Por que se tornou pesquisador de campo então? — interrompeu Guilherme apenas para ser ignorado.
— Deixa de ser chato, Toni, você sabia que chamaram voluntários porque essa viagem não ia ser nenhum passeio agradável. Os recursos foram destinados à equipamentos e utilidades para os estudos. Só viemos aqui para fazer nosso nome.
Em meio a conversa, os dois se distraíam enquanto Guilherme coletava informações e fazia anotações, guardava amostras interessantes do local em sua bolsa quando percebeu que na trilha havia um gafanhoto prestes a ser pisado por Nadir.
— Ai! Que isso? — Nadir gritou.
— Larga o pé dela — mandou Antônio
— Desculpa — disse Guilherme deitado no chão, com a cara na terra, embaixo de Nadir, enquanto segurava em uma mão a bota da mulher e protegia o gafanhoto com o outro braço.
— Sério que você se jogou por causa de um inseto? — Antônio desdenhava.
Guilherme não se importou e, aliviado, libertou o gafanhoto que saltou para longe. A trilha continuava e a caminhada era interrompida para observar tendas e casas dos antigos habitantes abandonadas. Antônio fazia rascunhos de diferentes construções precárias que encontravam enquanto Nadir observava e escrevia sobre as estruturas, as quais contrastavam com o acampamento de caçadores, mineradores e vários outros tipos de trabalhadores braçais que vieram nas primeiras levas da colonização. E as conversas no percurso passaram a incomodar mais a Guilherme.
— É só seleção natural. Não é errado que uma civilização avançada suplante a ultrapassada. Não tinham tecnologia... — Nadir dizia.
O biólogo não se prestou a ouvir o resto daquele absurdo e se embrenhou na mata ao lado do caminho para seguir a trilha de um caçador a qual já havia reparado. Ele observou que as pegadas e as feridas de corte nas plantas levavam até uma ruína de uma masmorra. Visualizou então o homem armado apontando sua espingarda para um grande gato selvagem de um tipo desconhecido. Guilherme desesperadamente gritou para que o caçador se afastasse enquanto corria em sua direção para impedi-lo de ferir a criatura, ou o oposto. Devido aos tropeços e escorregões do biologista, o felino se afastou e sumiu de vista em meio aos corredores da ruína, mas outro grande gato surgiu por trás e cercou os dois homens contra um canto das paredes de pedra. O caçador disparou e avançou em direção à fera, mas esta desviou com graça incrível para uma besta de dois metros de comprimento que pesava mais que os dois homens juntos.
Guilherme então tentou, em vão, imobilizar o caçador, já que este não ouvia seus apelos de não violência. O caçador respondeu com uma forte coronhada na cabeça do biólogo e um chute na perna que o desestabilizou gravemente, indo com o rosto de encontro ao chão enlameado. Agora com a visão obstruída, Guilherme precisava contar com seus sentidos para salvar a todos os presentes naquele conflito. Se arrastando com dificuldade na direção do som de carregamento da espingarda, o biólogo avança ao que pensa ser a arma e puxa o braço do atirador, mandando o disparo para cima, no momento preciso, enquanto o gato os encarava ameaçadoramente rugindo, à distância de um salto. Guilherme tateou a mão do caçador e conseguiu forçar mais um disparo direcionado ao nada, seu adversário irritado e apreensivo se desvencilhou e o golpeou mais uma vez, levando-o ao chão.
Nesse momento, o outro gato selvagem retornou por cima da parede cercando os dois homens no cômodo da prisão de pedra, rugindo ruidosamente, exibindo suas presas gigantes, pronto para atacar a qualquer instante. Ficaram fechados em meio às paredes e entre as feras. Guilherme, abatido, levantava-se e limpava seus olhos da lama, apenas para se deparar com um felino rosnando atrás de si e um homem apontando uma espingarda engatilhada para seu peito.
— Não atire, ninguém tem que sair ferido daqui — clamou Guilherme.
— Esses bichos vão matar a gente e as pessoas no acampamento se eu não matar eles aqui! — bradou o caçador.
Então o biólogo apontou em direção a um outro cômodo o qual se podia enxergar pelas falhas nas paredes, e ali podia ser observado um "ninho" com filhotes felinos de olhos ainda fechados.
— Não é verdade, eles estão apenas se protegendo, aposto que antes de você vir aqui eles nunca atacaram, porque evitam áreas movimentadas, não é mesmo?
— É, mas não pode brincar com a sorte. Agora sai da minha frente, que eu vou atirar.
O biólogo se manteve de pé como podia entre as violentas criaturas, mas os grandes gatos selvagens eram racionais o suficiente para defender seu território sem ferir um invasor desnecessariamente. Toda aquela tensão parecia durar horas, mas tudo ocorreu em instantes e, por fim, o caçador cedeu, e abaixou sua arma.
— Cê tem coragem, sorte sua que só tenho duas balas. Tira a gente dessa situação então.
O biologista tomou uma posição encolhida para demonstrar que não tinha intenções hostis e começou a assobiar uma melodia que sabia ser de uma frequência tranquilizante para as feras. Em alguns momentos, os gatos selvagens se retiraram aos saltos pelas paredes e deixaram os homens irem em paz.
Guilherme era apenas um iniciante na carreira que tanto amava, mas a experiência seria ganha durante sua estadia em Orbis, e sua preocupação e cuidado com as criaturas trariam importantes mudanças àquele lugar.
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Comunicação do presidente Barbicane
No dia 5 de outubro, às oito horas da noite, havia apertão e multidão compacta nas salas do Gun-Club (Union-square, 21). Todos os membros daquele clube, que residiam em Baltimore, tinham acudido ao convite do presidente. Os sócios correspondentes apeavam-se aos centos dos comboios expressos, nas ruas da cidade, e grande como era a «hall» (salão) das sessões, ainda assim aquela multidão imensa de sábios não pôde caber lá; assim a multidão refluía para todas as salas próximas e ainda para os corredores, e até ao meio dos pátios exteriores, onde se encontrava com o simples popular que fazia apertão às portas; cada um procurava alcançar melhor lugar; todos ávidos de conhecer a importante comunicação do presidente Barbicane, apertavam-se, empurravam-se, esmagavam-se com aquela liberdade de ação que é peculiar das massas educadas e criadas nas ideias do self-government [8]. Naquela noite o forasteiro que o acaso tivesse levado a Baltimore, nem a peso de oiro teria conseguido penetrar no salão grande. Fora este exclusivamente reservado para os sócios residentes ou correspondentes; ninguém mais lá podia ser admitido, e até os notáveis da cidade e os magistrados do conselho dos selectmen [9] tinham tido que misturar-se com a turba dos seus administrados para apanharem de relance alguma novidade lá de dentro. Apesar disto a imensa «hall» apresentava um espetáculo verdadeiramente digno de excitar a curiosidade, e o vasto aposento estava maravilhosamente apropriado ao seu destino. Sustentavam-lhe os finos lavores da abobada, verdadeira renda esculpida a saca-bocados no ferro fundido, elevadas colunas compostas de canhões sobrepostos e apoiados em enormes morteiros. Nas paredes agrupavam-se enlaçadas em pitorescos florões panóplias de bacamartes, de arcabuzes, de carabinas de toda a espécie, de armas de fogo antigas e modernas. Rebentava a chamam viva do gás de um milhar de revólveres agrupados em forma de lustres, completando aquela esplêndida iluminação girândolas de pistolas, e candelabros feitos de espingardas enfeixadas. Modelos de canhões, amostras de bronze, alvos crivados de buracos, placas quebradas pelo choque das balas do Gun-Club, coleções completas de calcadouros e lanadas, rosário de bombas, colares de projéteis, grinaldas de obuses, numa palavra todas as ferramentas do artilheiro se encontravam ali em tão surpreendente e admirável disposição, que levava a crer que o seu verdadeiro fim era mais ornamental do que mortífero. Contemplava-se no lugar de honra resguardado por uma esplêndida vitrina um pedaço de culatra, quebrado e torcido pela força da pólvora. Era uma preciosa relíquia do morteiro de J. T. Maston. No fundo da sala, sobre uma espaçosa esplanada sentava-se o presidente ladeado por quatro secretários. A cadeira presidencial levantada sobre um reparo esculpido, aparentava no conjunto das robustas formas a figura de um morteiro de trinta e duas polegadas, em pontaria por um ângulo de noventa graus e suspensa em munhões, por forma tal que o presidente podia dar-lhe, como a qualquer rocking-chair [10], um balanço muito agradável nas ocasiões de grande calor. Sobre a mesa, grande placa de ferro laminado, aguentada por seis coronadas, estava um tinteiro de gosto delicado: era feito de um biscainho deliciosamente cinzelado. Ao lado estava uma campainha de detonação, que na ocasião própria soava como um revolver. E nas ocasiões de discussão veemente mal bastava esta campainha de novo género para superar as vozes daquela legião de artilheiros entusiasmados. Em frente da mesa presidencial estavam dispostos em ziguezagues, como as circunvalações de uma trincheira, formando uma série de bastiões e de cortinas, os bancos onde tomavam assento os sócios do Gun-Club; e naquela noite podia afoitamente dizer-se «que estava bastante gente nas muralhas». O presidente era por demais conhecido, para que alguém acreditasse que havia de incomodar os colegas sem motivo de maior gravidade. Impey Barbicane era homem de quarenta anos, impassível, frio, austero, de espírito eminentemente sério e concentrado, de temperamento a toda a prova e de caráter inabalável; pouco cavalheiresco, e todavia aventuroso, cingia-se às ideias práticas, ainda quando empenhado nos mais temerários empreendimentos; era o homem por excelência da Nova Inglaterra, o colonizador dos estados do norte, o descendente daqueles Cabeças Redondas, que tão funestos foram para os Stuarts, o inimigo implacável dos gentlemen dos estados do sul, legítimos representantes dos antigos Cavaleiros da mãe pátria. Numa palavra, um ianque de antes quebrar que torcer. Barbicane fizera grande fortuna no comércio das madeiras; nomeado durante a guerra diretor de artilharia, mostrou-se fértil em invenções, e cheio de audácia em todas as suas ideias contribuiu poderosamente para os progressos daquela arma, comunicando às indagações experimentais incomparável atividade. Era homem de corporatura média, e que tinha, rara exceção no Gun-Club, todos os membros intactos. Parecia que as feições acentuadas lhe tinham sido talhadas a esquadro e tira-linhas, e se é verdade que, para adivinhar os instintos de alguém, devemos olhá-lo de perfil, Barbicane, examinado assim, apresentava os mais seguros indícios de energia, de audácia e de presença de espírito. Naquele instante, estava imóvel na cadeira presidencial, mudo, absorto, com o olhar vago e profundo, com o rosto semioculto pelo chapéu de forma alta, cilindro de seda preta que parece seguro a tarraxa no crânio de qualquer americano.
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Axelay – O Shoot’em up revolucionário da Konami
Não tenho certeza, mas creio que desde a criação dos videogames, a ficção científica (especialmente a espacial) teve seu boom. Não é desde a época do Atari que estamos tentando pilotar naves espaciais contra inimigos distantes e esquisitos, geralmente de outra galáxia? Me corrijam se eu estiver enganado, mas todo o console tem, no mínimo, um jogo com essa temática. O Super Nintendo não é exceção: Pilot Wings, Gradius, Pharlax… e, hoje, falaremos um pouco sobre Axelay.
O futuro chegou! Estamos no ano de 2 mil e xis xis! Nosso grau de civilização beira a excelência e estamos convencidos de que não existe vida em outros planetas. Estamos colonizando planetas habitáveis, e… é claro que vocês aí do presente querem saber sobre a Terra, né? Aqui tá tudo ótimo. Desativamos a OCP, o T-850 destruiu a SKYNET, Wall-e ajudou na reabilitação do planeta e, após um longo regime, matamos a maioria dos idiotas de Idiocracia.
Mas numa bela manhã de sol, os céus dos planetas do Sistema Solar Illis (que pode ou não habitado por humanos) escureceram de maneira assustadora. Tratava-se de uma espaçonave extraterrestre, oferecendo-nos o pior significado do termo “colonização”. Foi aquilo que vimos em ��Independence day”: o planeta ficou em polvorosa, mas pouca coisa poderia ser feita: não há tecnologia bélica suficiente para combater a as frotas alienígenas. Os satélites artificiais, os landrovers interplanetários e parafernálias espaciais que não foram destruídas no primeiro contato registraram algo pior: a imensidão do arsenal e das tropas adversárias.
Em outros termos, os planetas-colônias estão ferrados! O sistema solar todo está cercado por extraterrestres com armamento incontável e titânico. A humanidade precisa fazer algo e os ponteiros do relógio parecem apontar para o fim a cada segundo.
Após uma falha tentativa de resistência, apenas um piloto e uma nave sobreviveram à investida de seus algozes colonizadores.
Juntando toda sua tecnologia e esperança, as nações de Illis aperfeiçoam juntas um modelo único de aeronave: AX-77, carinhosamente chamada de Axelay e recrutam o mais destemido e sobrevivente piloto para tentar a melhor tática possível contra nossa ameaça: o contra-ataque!
Infelizmente, não há tempo para testes, e você, no papel do piloto, deve decolar com o protótipo e acabar com as primeiras linhas de ataque extraterrestres. Mas não tema, os cientistas de Illis farão todo o possível para melhorar o armamento da AX-77, enquanto você puder defendê-los.
A AX-77 é dotada de uma metralhadora básica e mísseis, além de seu armamento periférico:
Nível 1
Straight Laser: Feito da queima de energia plasma, se apresenta como uma esfera amarelada que ostenta potência de fogo frontal.
Round Vulcan: Duas metralhadoras em volta da AX-77 que giram 180º, seus disparos são velozes e são fáceis de se comandar.
Macro Missile: Com essa arma, AX-77 volta à metralhadora básica, mas substitui seus mísseis básicos por sua versão mais poderosa.
Nível 2
Needle Cracker: Trocar o laser pesado por esse pode ser um bom negócio. Trata-se de cinco barras de lazer azul que procuram e perseguem os inimigos à volta da AX-77.
Leia também: Super Mario World 2: Yoshi’s Island é a arte nos games
Morning Star: A evolução do Vulcânico circular, esse gera projéteis que circulam a AX-77 aumentando seu campo de alcance por tempo de atividade. Essa arma pode matar vários inimigos de uma só vez, ou ser incômoda para chefes que tem disparos vulneráveis.
Explosion Bomb: Mísseis pesados, que servem para bombardear inimigos terrestres. Dependendo da fase, é melhor que o Míssil Macro.
Nível 3
Wind Laser: Quatro barras maciças de lazer que procuram alvos nos perímetros de toda a tela. Resumidamente, é isso.
Cluster Bomb: Mísseis mais pesados, esses caem ou são disparados para trás, para proteger a retaguarda da AX-77.
Poucos jogos com essa temática tinham esses dois estilos de fase: vertical e horizontal, sempre alternados.
O nível 1 – “Cumuluses” – se passa na estratosfera de um dos planetas do sistema solar Illis. Esse planeta é bem parecido com a terra, você percebe o azul dos céus, o branco das nuvens, e até avista umas ilhas. Esse planeta está sendo atacado por uma nave estupidamente grande e por uma gigantesca aranha de metal.
No nível 2 – “Colônia Tralieb” – a Axelay invade uma colônia espacial e é recebida por um arsenal metálico, além de uma criatura mecânica que parece ter sido inspirada nos xenomorfos de “Alien, o oitavo passageiro”. A ausência de informações não ajuda, mas ao que parece, os extraterrestres invadiram e dominaram essa colônia espacial. Todos os inimigos aqui são metálicos. (Antes de iniciar essa fase, as Explosion Bomb estará disponível, mas eu recomendo que se mantenha o Macro Missile, que será mais útil contra inimigos que virão do alto ou do mesmo nível que você.
No nível 3 – “Urbanite” – estamos em outro planeta de Illis que foi invadido, mas este tem cânions e desfiladeiros já colonizados pelos extraterrestres. É uma boa fase para se estrear a Needle Cracker (que vai ser super-útil) e a Explosion Bomb (mas use-a de perto e com cuidado). O chefe dessa fase é um O.V.N.I. com quatro enormes armas lasers. Ele vai “dançar”, limitando seu espaço. O negócio é acompanhar o inimigo na dança e rechear a carcaça dele de laser, chumbo e o que mais você tiver em seu arsenal.
No nível 4 – “Caves” – Você, a bordo da Axelay, destruirá toda uma colonização em andamento. São criaturas aquáticas (que lembram crustáceos e frutos do mar), plantas semelhantes a flores e fungos, além de criaturas levemente nojentas, como gosmas pegajosas que puxam a nave para baixo. Aqui, está liberado o acesso à Cluster Bomb, mas ela só será útil no chefe. Como você terá que “abrir o caminho à bala”, talvez o melhor seja manter a Needle Cracker e o Macro Missile (tá é uma questão estratégica, mas vocês me entendem). Outra coisa: na bifurcação de caminho, procure sempre ir pelo caminho de cima, é mais fácil. O chefe dessa fase é um peixe mutante gigante, que já chega se jogando na água. Ele troca várias vezes de ataque, troque sua arma também. E bombas no olho dele, não esquece!
Leia também: Streets of Rage 2 – Justiça de volta às ruas!
No nível 5 – “Lava planet” – É hora de mostrar que a melhor defesa é o ataque. Macro Missile vai ser bem útil, porque alguns inimigos (especialmente os dragões de fogo) são muito resistentes. Esse é um dos chefes mais interessantes: um gigante de lava, cujo o ponto fraco é o coração. Com coragem um tanto de agilidade (você deve ter, agora que já está nessa fase), você conseguirá destruí-lo.
No nível 6 – “The Navy” – Você e a Ax-77 irão de encontro à nave mãe. Ela estará cercada de uma frota de naves pesadas que prometem dar algum trabalho. Aqui a questão estratégica vale bastante: está aberto o Wind Laser, que é bem forte, mas você pode preferir o Needle Cracker novamente. Minha recomendação é o Macro Missile, mas quem vai pilotar é você, então a decisão é sua. Ao ingressar na nave mãe, um “pod” (ou um E.T. gigantesco de duas pernas, se preferir, que lembra o segundo chefe, só que menor) vai recebê-lo, indestrutível, mas perigoso de se tocar. E, por fim, o último chefe, que vai fazer você pilotar a Axelay como nunca, ameaçando chocá-lo contra rochas, pressionando-o contra lasers e clonando a Axelay para usá-la (aos milhares) contra você.
Estamos falando de um dos primeiros jogos do estilo que se leva a sério. Muitos são os fatores que tornam esse jogo bom:
Pense por um segundo como o cockpit de Axelay é pequeno em comparação a cada criatura ou estrutura enfrentada. São chefes e subchefes colossais e ostentadores de poder, mas com estratégia, raciocínio e até um pouco de sorte, são derrotáveis.
Às vezes um inseticida gigante também cairia bem…
A trilha sonora cumpre muito bem o seu papel. Ressalta muito bem o ambiente ao qual você sera submergido, é uma composição muito interessante entre cenário, tema e jogo.
Os fundos de tela também são incríveis. Axelay é um dos primeiros jogos a tentar montar o cenário a partir de “camadas” de telas diferentes, os gráficos não são perfeitos, mas esboçam a capacidade do Super Nintendo em lindas cores e movimentos.
Axelay é um jogo que exige certa maturidade. Ele compensa os mais espertos, que aprendem com erros e usam muito bem tudo que for aprendido. É normal que você não o termine logo na primeira tentativa, mas os perseverantes, em uma questão de tempo, conseguem terminá-lo mesmo no Hard.
Caso você não o tenha feito, pode jogar Axelay, tranquilamente. Gráficos limpos, música agradável e jogabilidade diferenciada o aguardam.
Se você é um jogador véio que já teve o prazer de pilotar a Ax-77, deixa sua experiência ali nos comentários!
E, pra não perder o bordão espacial: Que a Força esteja com você!!!
http://bit.ly/2CbSDSm
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Biografia de John Fitzgerald Kennedy
Por Dilva Frazão John Fitzgerald Kennedy (1917-1963) foi um político norte-americano, eleito presidente em 1960 e assassinado em 1963. Foi o mais jovem presidente eleito nos Estados Unidos. Foi o primeiro norte-americano de ascendência irlandesa e religião católica a ocupar a Casa Branca. John Fitzgerald Kennedy (1917-1963) nasceu em Brookline, Massachusetts, Estados Unidos, no dia 29 de maio de 1917. Filho de Joseph Kennedy e Rose Fitzgerald, rica família católica que teve nove filhos: Joseph Patrick Jr., John Kennedy, Rosemary, Kathleen, Eunice, Patrícia, Robert, Jean e Edward o caçula. John Kennedy frequentou escolas particulares antes de ingressar na Choate, escola tradicional de Wallingford Connecticut. Mesmo com a saúde frágil, frequentava o time de futebol da escola e era popular entre os colegas. Em 1935 ingressou na Universidade de Princeton, mas abandonou por questões de saúde e passou dois meses em tratamento num hospital e em seguida foi para uma fazenda se recuperar. Em 1936 matricula-se na Universidade de Harvard, impressionando os professores pelo talento para escrever. Voltou ao futebol e sofreu uma ruptura na coluna, problema que o atormentou pelo resto da vida. Em 1937, seu pai foi para a Inglaterra, nomeado Embaixador dos Estados Unidos. nessa época, John ainda era aluno de Harvard. Viajou para Europa onde passou todo o ano que precedeu a Segunda Guerra. Acompanhou os acontecimentos, recolheu dados sobre a política inglesa de apaziguamento no pré-guerra. Em julho de 1940 apresentou sua tese de conclusão de curso. Depois publicada em livro com o título "Por que a Inglaterra Dormia?", que logo se tornou Best-seller. John Kennedy alistou-se no exército, mas pela saúde frágil não foi aceito. Entrou na Marinha, em 1941, sendo designado para o Serviço de Inteligência Naval. A guerra prosseguia, em julho de 1942 alistou-se para integrar a tripulação de barcos torpedeiros. No comando de uma patrulha em Tulagi, uma das Ilhas Salomão, no Pacífico Sul, foi atacado por um destroier japonês. Conseguiu salvar sua tripulação. Seis dias depois os sobreviventes foram resgatados. Tornou-se um herói da Guerra do Pacífico. John Kennedy empregou-se como repórter da rede de jornais Hearst onde cobriu a Seção da Abertura da ONU e as eleições inglesas, depois da renúncia de Winston Churchill. Em abril de 1946, candidatou-se para Câmara dos Deputados por Massachusetts, com seu irmão Robert participando da campanha. Em novembro com uma vitória esmagadora dá início a sua carreira política. Em 1947 viajou para Europa. Em Londres, Kennedy adoeceu e os médicos diagnosticaram doença de Addison, um mau funcionamento das glândulas suprarrenais. Tratado, mas achando que não viveria muito tempo, passou a viver cada dia como se fosse o último. Foi reeleito em 1948 e em 1950. Com anseio de participar da política externa, candidatou-se ao Senado. Impressionou-se com a situação do Vietnam, envolvido numa guerra de libertação contra os colonizadores franceses. Em abril de 1952 iniciou sua campanha, ganhou com 51% dos votos. Em 1953 casa-se com Jacqueline Bouvier, de família rica da alta sociedade de Washington. Foi o casamento do ano. John Kennedy, com sérios problemas na coluna, foi operado em 1954, contraindo uma infecção hospitalar, entrou em coma. Recuperado voltou para casa às vésperas do natal. Durante a recuperação escreveu "Perfis de Coragem", que ganhou o Prêmio Pulitzer de 1957. Mesmo sofrendo uma derrota dentro do partido, para o cargo de vice-presidente em 1956, seu desempenho agradou e tornou-se mais popular. Em 1957 nasceu sua filha Caroline. Nas Eleições para o Senado, em 1958, consegue 73% dos votos. No dia 2 de janeiro de 1960 anunciou oficialmente sua candidatura para presidente. Em julho de 1960 consegue sua primeira vitória, foi indicado para candidato à presidência do Partido Democrata, com Lyndon Johnson para vice-presidente. Em novembro de 1960 derrotou Nixon por uma pequena margem de votos. Em novembro nasceu John Fitzgerald Jr. Em 30 de janeiro de 1961, Kennedy fez seu primeiro pronunciamento oficial no Congresso. Em seu governo enfrentou além da miséria, a discriminação racial, o comunismo na América Latina, especialmente em Cuba, conflitos na África, guerras civis e compromissos de assistência com os países do sudeste da Ásia, a aceleração da corrida armamentista e a guerra fria entre Estados Unidos, União Soviética e China. Em março de 1961 aprovou a formação do Corpo da Paz, chefiado por Robert Shriver, seu cunhado, formado por grupos voluntários norte-americanos, a serviço de nações menos desenvolvidas. Em abril, fracassa na tentativa de invasão de Cuba na Bahia dos Porcos. Em março de 1962 anuncia a retomada dos testes nucleares na atmosfera. Em julho de 1963 submete o projeto de lei dos direitos civis à aprovação do Congresso. No dia 22 de novembro de 1963, durante uma visita à cidade de Dalas, no Texas, John Fitzgerald Kennedy e Jaqueline, desfilando em carro aberto, sorriam e acenavam para o povo. O cortejo entrou na praça Dealey e de repente da janela do sexto andar de um depósito de livros, um homem apontou uma arma e atirou. O Presidente Kennedy foi atingido fatalmente por duas balas, uma na garganta e outra na cabeça. Os tiros foram disparados por Lee Oswald, que foi preso e dois dias depois foi morto a tiros diante das câmeras de televisão por Jack Ruby. John Kennedy foi enterrado no dia 25 de novembro de 1963, no Cemitério Nacional de Arlington, com a presença de 92 líderes de outras nações. Milhares de pessoas saíram às ruas para prestar a última homenagem ao presidente morto. Acompanhada dos dois filhos Jaqueline acendeu a tocha do fogo eterno sobre o túmulo de Kennedy.
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O texto
Romance epistolar no qual Robinson Crusoé é descrito como um inglês com muita atração por aventuras desde cedo, no entanto, isso não é visto com bons olhos por seus pais que queriam que ele seguisse uma carreira profissional estável.
Tomado por essa ânsia de aventuras, Robinson embarcou em sua primeira viagem de navio. Porém no percurso uma forte tempestade os atinge e Robinson promete que se retornasse com vida faria faculdade de Direito e construiria uma família, mas assim que o tempo melhora, ele se esquece de suas promessas. Um dia, Crusoé acaba sendo escravizado por piratas que tomaram seu navio, mas consegue fugir usando um bote de pesca, todavia, ele fica a deriva por um tempo, até ser resgatado por um navio de portugueses que o levaram para o Brasil.
Quando chega ao Brasil, Crusoé consegue comprar terras e acaba se tornando um fazendeiro de sucesso, partindo para uma nova viagem, quando outros fazendeiros fazem-lhe a proposta de que se capitaneasse um navio para buscar escravos na África.
Nessa nova aventura de Robinson, o navio naufraga na ida por causa de uma tempestade. Apenas Crusoé sobrevive, nadando até uma ilha. Nesse contexto, Robinson resgata algumas coisas do navio naufragado e começa uma vida ali, esperando por um resgate: constrói duas casas, planta, caça e assim vai vivendo apenas na companhia de um cachorro (que estava no navio) e de um papagaio encontrado na ilha. Até que um dia Robinson encontra uma pegada, uma fogueira recém apagada e ossos humanos, percebendo, então, que se tratava da presença de canibais.
Certo dia, um dos prisioneiros dos canibais foge e Robinson o ajuda na esperança de ter um amigo na ilha, como aquele dia era uma sexta-feira, segundo a contagem de Crusoé, ele passou a chamar o novo amigo de Sexta-Feira.
Crusoé de certa forma coloniza Sexta-Feira, ensinando-lhe costumes de sua cultura: ensina-lhe a chamá-lo de amo, pois, apesar de amigos, achava que este devia-lhe respeito pela vida salva; ensina-lhe que era contra o ritual antropofágico, já que Sexta-Feira vinha de uma tribo com a crença de que comer carne humana era correto; ensina-lhe que era importante andar vestido; ensina-lhe a língua inglesa para facilitar a comunicação; ensina-lhe a usar armas de fogo, para caçar os alimentos e ensina-lhe a comer carne assada e salgada de animais, para que ele não voltasse a desejar carne humana.
Nesse meio tempo, outras pessoas da ilha vizinha são resgatadas, entre eles, o pai de Sexta-Feira e um espanhol naufragado, os quais ficam vivendo na ilha com Sexta- feira e Crusoé. Alguns dias depois é a vez de militares ingleses desembarcarem com prisioneiros: um Capitão e dois auxiliares que ali estão por desobedecerem à ordem dos militares e traficantes para traficar escravos com o navio. Crusoé e Sexta-feira os salvam e garantem abrigo e alimento até o resgate do comando do navio pelo capitão, e é por meio desse navio inglês que Crusoé consegue retornar para Inglaterra depois de tantos anos vivendo na ilha, deixando o pai de Sexta- Feira, os náufragos espanhóis e os traficantes ingleses.
Na Inglaterra, vê que seus pais já haviam falecido, com o tempo refaz sua vida, casa-se e tem dois filhos. Vive financeiramente bem, pois resgata suas terras do Brasil que davam para ele bons rendimentos e ainda recebe uma recompensa do Capitão por sua ajuda.
Quando seus filhos ficam adultos e sua esposa falece, Crusoé visita a ilha e vê que ela se desenvolve, lá também encontra o pai de Sexta-Feira e o espanhol.
Citações
“Como não tinha o que fazer, porque não aprendera ofício algum, dei de encher a cabeça com fantasias. Estudara numa excelente escola pública de York, meu pai desejava que eu seguisse a carreira de advogado, mas o desejo que me consumia era outro. Dedicar-me à vida do mar era coisa que me dominava inteiramente, pondo-me surdo às advertências e às solicitações serenas e doces de minha boa mãe. Meu pai, homem grave e enérgico, deu-me ótimos conselhos, para que deixasse de lado aquelas fantasias, mas tudo foi em vão. O chamamento do mar era coisa poderosa, que me atraía e subjugava.” - Sobre a fascinação de Crusoé por aventuras
“Mais animado, fabriquei pratos, tigelas, travessas, terrinas, potes e bilhas. E, satisfeito, ia vivendo alegremente, completamente afeito àquela solitária vida na ilha deserta. Minha casa, aos poucos, fora-se enchendo de coisas, de riquezas.” - O estabelecimento na ilha
“Compreendi, então, mais do que a primeira vez, que desejava ser meu escravo para sempre, pois trazia o coração verdadeiramente reconhecido.”
“Assim que Sexta-Feira passou a falar um inglês mais ou menos, com o qual podia expressar com maior desenvoltura o pensamento, comecei a narrar-lhe as minhas aventuras. Revelei-lhe o mistério da pólvora e das balas. Dei-lhe, rabiscando na areia, uma noção do continente europeu, falando-lhe mais demoradamente da Inglaterra, minha pátria.” - Visão de Robinson sobre Sexta-Feira
“E sorria, interiormente, a um pensamento que me ocorrera e sempre me vinha à lembrança: tinha vassalos; todos, ali, deviam-me a vida e eu me sentia como um grande monarca muito feliz, porque todos, sem exceção, estariam prontos a arriscar-se por mim, apenas a oportunidade se apresentasse.” - Visão de Crusoé sobre o hóspede espanhol
Curiosidades
A obra inaugura o romance moderno;
Uma análise possível da obra é o Crusoé como mediador de um processo divino: constituição de um “mundo” e a ilha como um projeto na sociedade capitalista;
Robinson sempre mostra-se muito cristão, confiando em Deus e na Bíblia;
O trabalho duro seria uma forma de se manter longe dos problemas sociais para Crusoé;
Na obra é possível perceber o pensamento colonizador e escravista de Crusoé quando ele faz de Sexta-Feira seu escravo, aculturando-o;
Sexta-Feira é o primeiro personagem não branco a ser representado em uma obra literária.
Avaliação
A obra Robinson Crusoé de Daniel Defoe é uma aventura de linguagem corrente, portanto sua leitura não implica muitas complicações, no entanto quando Robinson narra seus feitos para sobrevivência (que são muito interessantes) há demasiadas descrições na obra, o que faz dela, em certos momentos, um pouco monótona.
Robinson assume o papel de herói do romance, superando os desafios que vão aparecendo ao longo da narração, os quais aguçam a leitura. Todavia eles demoram para acontecer e são poucos quando consideramos o tamanho da história, o que pode desinteressar um pouco o leitor.
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