#tamanho de cemitérios
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the poem is in portuguese so i'll add my own (amateur) translation as well as the original version :-) (under the cut cause it's a Long Poem)
a baleia: do coração e da beleza, perspetivas
Era muito mais alto do que eu Aquele coração reproduzido em tamanho real no átrio do museu
Feito em fibra de vidro, as circunvoluções de um rosa-escuro por onde entravam crianças e saíam, bricavam como em parque - que eram amplas as curvas desse coração
Túneis por onde a vida viajou, um coração cortado pela diagonal, mas intacto no tacto, o seu original não sei se nunca, não sei se alguma vez partido por amor
No tecto, sustentado por grossos cabos de aço, já não cópia fiel, mas o esqueleto real (que um dia o acolhera, ao coração)
de uma baleia azul
O nome herdara-o ela da cor do oceano que nos fez comuns, nos embalou um dia, a nós ainda não humanos, quando viemos dele arrastados na areia: minúsculas serpentes, a vegetação densa, um céu pesado, traçado por relâmpagos e fogos, a barbatana quase braço, a guelra quase ouvido, ainda não, e o resto por fazer e tudo por amar
Tosca depois a linguagem nossa, a dela, música aquática lembrando o som do sangue a latejar, o que invadia então o coração ainda vivo, quando a vida irradiava em mil pedaços, explodia no planeta, rasgava a linhas todas impostas pela aridez galáctica, e concebia lentamente a beleza que vi nesse museu:
um cemitério de ossos por esqueleto, epitáfio que o tempo amordaçou, por sobre o coração, facsimilado e nu
E dentro dele, as vozes e os risos dos filhos dos humanos -
the whale: about the heart and about beauty, perspectives
It was much taller than me that lize-sized replicated heart, in the museum's atrium
Made out of fiberglass, the convolutions dark pink through which children came in and out, played as though in a playground - as the twists of that heart were spacious
Tunnels through which life travelled, a heart cut diagonally, but intact to tact, its original I'm unsure if never, I'm unsure if ever broken due to love
In the ceiling, suspended by thick steel cables, no longer a faithful copy, but the real skeleton (that had once homed it, the heart)
of a blue whale
The name she's inherited from the color of the ocean that made us common, that lulled us once, us not quite yet humans, when we came fromm it dragged through the sand: tiny serpents, the thick vegetation, a heavy sky, traced by lightnings and fires, the fin almost an arm, the gill almost an ear, not yet, and the rest to be made and everything to be loved
Though later rough our language, hers, aquatic music reminiscent of the sound of blood pumping, what then invaded the still-living heart, when life irradiated in a thousand pieces, exploded in the planet, tore through all the lines enforced by the galactic barrenness, climbed above empires still inexistent and yet to fall, and slowly conceived the beauty that i saw in that museum:
a cemetery of bones as a skeleton, an epitaph that time gagged, over the heart, copied and naked
And inside it, the voices and laughters of the humans' children -
ppl romanticize reading poems like silently drinking hot tea, sitting under a blanket by the fireplace like in a period drama etc. when it actually feels like this
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Jovem, Linda e Suicida.
Você, com seu curto vestido preto e decotado, seus saltos em sua mão, um copo de vodka e um cigarro aceso com a marca do seu batom. Essa é a última lembrança que eu tenho sua, seus olhos brilhantes olhando pro poste de luz enquanto seu rímel escorria no seu rosto e você não aguentava ficar em pé.
Em contrapartida, lembro como te conheci, era dia 25 de maio, em um restaurante japonês, seu cabelo curto e cacheado. Você nem estudava na mesma escola que eu e todos falavam de você. Os garotos diziam que já tinha de pegado. As meninas falavam que você era uma puta rodada. E quando eu olhei pro seu rosto, não acreditei, seu rosto angelical, você tratando todos bem, e até eu, naquela época me sentia odiado por todos e queria sumir, mas você mesmo sem me conhecer, me abraçou e me tratou bem, me senti alguém pela primeira vez.
Comíamos pizza naquela noite, e não te vi durante meses, mas quando nos encontrávamos você me abraçava e eu sentia que meus problemas tinham ido embora, o som da sua voz me fazia sorrir.
Talvez seja porque tenha um jardim de flores, é o que dizem, mas neste jardim só existe espinhos que perfuram seu coração e seus pulsos, espinhos que cortam todos que se aproximam de você. Todos na cidade sabem seu nome, o gosto dos seus lábios de cereja, da cor do seu cabelo que sempre mudava. Mas ninguém sabia sobre o que pensava ou sonhava, sobre porque chorava, apenas eu, mas nem eu sei para onde iria. Serena e calma, é como sua mãe queria que você fosse, mas é um furacão, um acidente de carro, um incêndio, um massacre, a pior ideia de todas.
Íamos a todas as festas, você era o que todos olhavam, o que todos queriam tocar, segurar e quebrar. Aqueles garotos, mais velhos e agressivos, possessivos, mas continuava com eles por conta que sentia desejada. Pirulito sabor morte, que passava na boca de todos. Você não queria ser beijada ou tocada, só desejada e única, algo que já era por todos, mas só queria o amor dos piores. Mentindo para se mesma por causa do seu cigarro mentolado e que ninguém teria te amado por culpa sua, pelas suas curvas ou pelo tamanho de sua blusa. Teu cabelo te transforma em um camaleão que pode se transformar em ambientes diferentes. O tamanho, tom, brilho, cor. Mas não é sua aparência que muda, sua personalidade muda.
Mesmo que você se ache sem graça e sem personalidade você é o oposto. Mas só quer ser desejada por todos então muda-se para todos. Nós somos iguais, duas almas tortuosas que não conseguem veem razão ou beleza na vida. Queremos viver o máximo que conseguirmos em três minutos, nos apaixonando pelas piores pessoas para conseguir sentir pelo menos tristeza, é como se cortar e querer sangrar. Queremos ver o mundo pegando fogo enquanto dançamos, magoar e machucar todos por apenas estar entediados.
Enquanto estamos correndo pela cidade e rindo, estamos chorando querendo morrer. Nosso sonho era fugir sentir tudo que o mundo tem à oferecer. Adrenalina, nossa droga favorita, o mundo paravam enquanto quebrávamos túmulos e nos deitávamos em covas. Fumando cigarros em cemitérios enquanto olhávamos o céu às nuvens e imaginando a gente caindo. Lembro quando tínhamos catorze anos e estávamos na praça bebendo vodka barata de maçã verde. Você despertava pior sobre mim, mas era minha verdadeira forma e você sabia disso e amava, por saber que tinha alguém igual a você e que te entendia. Com quinze estávamos fumando cigarros, chorávamos internamente e falávamos dos nossos corações destroçados e de quem havia nos machucados.
Nunca foi apenas só sobre drogas, festas, viagens, sexo, boatos, dinheiro ou morte. Era sobre amar e viver.
10-05-22
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Cemitério do Cabôco Mamadô.
Por: Fred Borges
Homenagem a Drummond, Elis e a Henfil.
Abaixo!Para cova mais baixa a ditadura do PT, abaixo Lula da Silva e de Alexandre de Morais e toda corja de "baba ovos" " Brown Noses" para cova mais rasa!
Rasa, superficial intelectualidade a serviço do PT!
Cabôco Mamadô é um personagem caricatural do quadrinista Henfil, protagonista de um cemitério de mortos-vivos em que eram enterrados os adversários intelectuais e morais de Henfil, acusados por ele de colaborarem com a ditadura militar.
Leandro Konder sintetizou com precisão o seu legado no jornalismo de resistência ao regime repressivo instalado com o golpe militar de 1964: “Henfil fustigou a violência da repressão política na ditadura. E investiu contra a generalização da hipocrisia e da desonestidade, contra as deformações éticas e o cinismo. Havia em seu humor um constante apelo à revolta, à indignação. A convicção de que ninguém tem o direito de ficar parado, sem tentar fazer algo para mudar o que tem que ser mudado”.
Agora o PT significa a volta da ditadura, agora é o esquerda-volver ou " vou- ver" expressão brasileira para os cínicos e hipócritas de plantão quando não vão fazer nada, pela preguiça e omissão de Macunaíma de Andrade, pois se alimentam das tetas do governo e suas próprias conveniências!
A educação sempre foi desprezada, os professores mais ainda, nunca houve um momento de mais escárnio ao papel do professor,o atual governador da Bahia, um ex- secretário incompetente da educação e agora incompetente na gestão do Estado-Esquerda,Estado dos diabos e das entidades do Mamadô- Mamata-Tetas estupram homens e mulheres de bem, pilham o erário público, desviam verbas da educação e saúde.
E na educação é proibido reprovar aluno incompetente, reprovar é ter o carro de marca, sonhos dos abestalhados ou bestificados ou abestados, de alguns professores que acumulam funções e gratificações, demagogos e entreguistas de plantão, mamam no desvio da merenda escolar, escola pública é terra do cão,terra de ninguém, terra árida,da chuva ácida nas mentes e dormentes do trilhos do Metrô que levou 14 anos para funcionar, imaginem ponte SSA- Itaparica tomada pela carreira de cocaína!?
Se Drummond, Elis e Henfil voltassem a vida, se tornariam anti- petistas, tamanho o descalabro, a desonra, o desdém à educação, à saúde e à segurança e por falar nela, quem matou Marielle Franco?
Apoiadores do PT! O Rio e sua Baía de Guanabara continua desdentada.Caetano procura seus dentes processando a Osklen pelo uso do termo " tropicália" e dinheiro nunca significou tanto para os " intelectuais" que eram magérrimos, esqueléticos do tropicalismo e agora vivem com esqueletos que o próprio PT e suas mentes apoiadoras produziu!
Crime intelectual!
"Olha o mão branca aí, cuidado com ele,ele vai te agarrar!" Colarinhos brancos, azuis, vermelhos, coloridos, ele vai te agarrar, cedo ou tarde ele vai te agarrar, já agarraram juízes do STF, deputados, senadores e ex- presidentes da república ou seria o Brasil uma republiqueta da "punheta" canhota de um certo padre de esquerda, esquerda volver, vou ver na tela do computador algumas " garotinhas" ou " garotinhos" e também coroinhas nas sacristias.
Em 1982 Henfil publicou uma poesia:
Elis,
Tudo bem. Nenhuma pista sobre tua morte. Tipo crime perfeito. Precisa ver. Os perplexos seguem as pegadas duma tal fama assassina que devora seus filhos. Os nascidos nos anos 40 já acham que tá é passando um flautista, convocando a geração "da gente" (Ri! Ri! Ri!). Os legistas shibatam tuas vísceras à cata de comprimidos e tóxicos.
Tu despistou todo mundo.
Mas eu, eu encontrei a caixa-preta. E vou dormir:
Nós homens te matamos, mulher.
Você dobrou tua voz e venceu. Dobrou teus negócios e venceu. Dobrou tua consciência política e venceu.
Quis ser mulher livre e perdeu...
Nós homens te exigimos alta, linda e gostosa. Nós homens te espancamos a murros e pontapés uma, duas, de dez vezes. Nós homens te obrigamos a lavar roupa e cozinhar pra nos sustentar. Nós homens te forçamos a se humilhar diante do teu povo, cantando de joelhos o hino nacional. Aí, nós homens, sem perguntar, te enterramos no cemitério dos mortos-vivos do Caboco. Mamadô. Nós homens te exibimos em churrascarias. Nós homens te vestimos de azul, vermelho, branco, roxo, amarelo, preto e cortamos teu cabelo curtim feito Joana d"Arc.
E você só queria namorar nós homens.
Mas nós homens não conseguimos namorar uma mulher livre.
Perplexos, quarentões e médicos-legistas!
Podem suspender as diligências.
Tá na caixa-preta: fomos nós, homens.
Henfil Sreet
27.1.1982
Nós homens matamos elas mulheres, ,os inocentes,os órfãos, os idosos,certos professores, o magistério,a natureza da Amazônia, a livre expressão, o "X" do problema,o core, coração,principal tiro no coração, facada na barriga, esquizofrenia petista,os saudosistas do PT anti- ditadura!?
O PT é a nova ditadura dita dura, pois mole não entra! Tem que ser duro, mas como dizia uma ex referência da esquerda:
"Nós somos socialistas, nós somos inimigos do sistema econômico capitalista atual de exploração dos economicamente fracos, com seus salários injustos, com sua ultrajante avaliação de um ser humano de acordo com sua riqueza e propriedade ao invés de responsabilidade e comportamento, e nós estamos determinados a destruir esse sistema, custe o que custar. "Gregor Strasser( Fundador e Líder do Partido Nazista).
Assim caminhamos para uma ditadura da esquerda, quanto a Drummond tinha "uma pedra no meio do caminho..."seria essa pedra o " X" da questão? Seria a eleição de Trump o " Y" da questão, diante de uma geração " Z" da experiência, viveremos tempos difíceis com pseudo intelectuais, pseudo professores, e portanto replicante, redundante, retumbante, turbante, olhos bem vendados pelo BBB, pseudo líderes do MST, MST mesmo " derretido".Caiado nos salvará? s
Salvará com certeza os latifúndios! E João Cabral de Melo Neto, o que diria? "essa é a parte que te cabe nesse latifúndio ou seria a parte no cemitério dos mortos-vivos do Cabôco.Mamodô?
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Essa excelência reflete em tudo.
Uma reconstrução inteira sem uso de nada.
Mapeamento de uma crise antes de acontecer.
Essa previsibilidade ao atravessar a rua.
Coisas das quais eu não faria normalmente.
Aquele remanejamento da rotina sem esforço.
O ligar em tom ríspido e com vontade na voz.
Aquela preocupação por já ter visto essa sensação.
A consciência dos corpos sem ter consciência de tudo.
...
Então eu revejo a placa do cemitério da consolação.
Eu sendo a mesma criança.
Com o mesmo objetivo.
Na mesma ação.
Pensando em te encontrar no mesmo lugar.
Você dizia que quando colocasse meus pés fora do quarto,
O universo entraria em colapso.
Não por não poder ser feito.
Mas pelo tamanho da carga que traria em cada pisada.
Não mistifiquei tudo em poesia como você diria.
A regressão não aconteceu.
Você então morreu.
Eu sem entender nada das aparências,
Me coloquei nessa posição de batalha.
Essa mesma que estou agora.
E que não volto para trás por nada.
Quando estiver no Rio,
Vou por todas as aparências na mesa.
...
Não era ódio, rancor ou raiva.
Aquele sentimento esquisito que me tirou o sono.
Ainda lembro da despedida.
O livro que roubou na biblioteca e só descobri depois.
A rosa que mandou entregar na minha sala mesmo depois de morta.
Aquela mesma força imensurável perto do seu caixão.
Aquele horror visível.
Fernando me ligando e eu dizendo que estava bem.
Aquelas rosas que te dei frias como você.
Mesmo reconhecendo o meu estar no chão,
Não faria sentido cair também.
Sem remorso ou consolo em plena consolação.
É aqui que troco todos os eulíricos.
Me preparo para o maior golpe de estado.
Que se eu morrer hoje, saberia que não te encontraria.
Quando esse invólucro falhar novamente,
Eu o levantarei.
Me arrastarei só para te contar o que você perdeu.
O apartamento no mesmo bairro,
Na mesma faculdade,
No mesmo curso.
Fernando agora doutor.
Você ausente de tudo.
Eu na primeira graduação como quando nos conhecemos.
Por sua ausência, tomarei o trabalho de desmitificar.
Ao custo de tudo.
@robertocpaes
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then you come through like the sweetener that you are (celric)
Maddie não se deu por satisfeita. Manteve a insistência no tema e ainda reclamou dos convidados que costumavam ir em suas festas, arrancando risadas de Celeste e sorrisos compreensivos de Cedric, que entendia bem do que a mais nova reclamava. Depois, vendo que não existia um mundo em que ganharia a discussão que tinha com a irmã, sugeriu outra ideia, dessa vez menos impossível: que Cedric dormisse lá, com elas. Durante o jantar, devido ao efeito do encontro com o espírito em Madeleine, ele havia se preocupado com ela. Refletiu que, talvez, além de fruto de uma criação mimada como a de qualquer Mechathin e Bondurant, querer sua presença também pudesse ser uma forma de se sentir mais segura. As duas o fitaram, aguardando sua resposta, e Cedric tirou um instante para pensar. Estava cada vez mais difícil dizer não para Maddie e seus olhos pidões - quase dramáticos - e, além disso, Celeste não tinha recusado a possibilidade. Na verdade, a julgar por sua expressão, poderia até mesmo aprovar a ideia. ー Hm… ー Fez um suspiro teatral, olhando para o sofá e fingindo analisar seu tamanho largo. Sabia que conseguiria fácil e confortavelmente dormir ali por uma noite inteira. E também… Já estava ficando tarde. Poderia esperar Madeleine adormecer para voltar para casa. Voltou os olhos para as Mechathins, alternando entre uma e outra, e abriu um sorriso arteiro. ー Tá bem, eu fico. ー Anunciou, para a felicidade da mais nova. Não pôde deixar de rir com a situação. ー Mas só por hoje! - Escolhia o filme de princesa citado como o favorito da criança na TV quando abaixou o controle, virou-se para Celeste e murmurou, gaiato: ー Se continuar assim, você vai ter que começar a deixar uns pijamas pra mim no seu armário. ー Provocou. ー É um hábito de vocês não querer dormir sozinha? Como havia feito no Castelo Le Fey, o mago de ar encostou o joelho no dela discretamente. Maddie estava enchendo três pequenos potes com bolas de sorvete e, espiando-a rapidamente, viu que ela colocava bastante esmero na ação, que insistira em fazer sozinha. “Esperem, que eu levo!”, ela havia dito, defendendo sua independência. Cada bola de sorvete era cuidadosamente moldada antes de ser direcionada até seu respectivo pote. Já Cedric e Celeste, esperavam sentados sobre a possível futura cama de Cedric ー o sofá ー, um ao lado do outro.
A resposta demorou um pouco. Mais do que gostaria, na verdade. Não que devesse esperar algo diferente, considerando que na última vez que uma Mechathin pediu que dormisse no loft, ele também demorou alguns segundos para responder. Pelo menos, se recusasse dessa vez estaria rejeitando o pedido de Madeleine, não dela.
Cedric olhou para o sofá por um segundo, parecendo pensar, e depois concordou com uma condição: “Só por hoje”, ele disse com um sorriso como tinha dito cinco dias antes, quando a levou até o cemitério. Tinha mentido naquela noite também.
Os dois herdeiros observaram a criança terminar seu jantar com um sorriso no rosto, parecendo ter recuperado a energia. Tinha também convencido os dois a assistir a um filme com ela, até que pudesse dormir. Por isso, Celeste não apressou a sobremesa, colocando os pratos na pia com calma.
Quando começou a se dirigir até a geladeira, foi logo interceptada por Maddie, que exclamou:
ー Esperem, que eu levo! ー Maddie se levantou, andou até ela e abriu o freezer ー Vão colocar o filme.
ー Coloque para dois só, Maddie.
Em troca, recebeu um olhar de censura de Madeleine, que pegava o pote de sorvete na ponta dos pés.
ー Você não vai tomar também?
Revirou os olhos, sem energia para discutir com a mais nova. Quando não era algo sério e não precisava cortá-la friamente, conseguia ganhar a discussão após um tempo, mas geralmente era muito mais fácil simplesmente ceder.
ー Um pouco, então, só um pouco. ー disse e depois acrescentou: ー Sabe onde ficam as vasilhas e colheres?
Maddie assentiu e Celeste virou de costas para ela, andando até onde o Bondurant sentava.
Sentou-se do lado de um Cedric relaxado, mais do que a própria dona da casa, escolhendo o filme favorito de Madeleine. Tentou imitá-lo, repousando o corpo nas almofadas enquanto ouvia os barulhos de talheres vindo da cozinha.
É claro que não poderia passar um minuto sem ser provocada, pois o mago parecia tomar isso como uma obrigação. Celeste revirou os olhos, mas sentiu seu rosto esquentar. Não tinha muito como se defender.
ー Brinque demais e você dorme sem cobertas ー ameaçou, mas não se afastou.
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CBDCs: ferramenta definitiva de opressão
“Se você quer uma imagem do futuro, imagine uma bota pisando num rosto humano – para sempre”, disse O'Brien, o grande inquisidor do regime totalitário no romance futurista de Orwell, 1984 .
Alternativamente, você pode imaginar uma sandália.
No mês passado visitei Sutton Hoo, o famoso cemitério anglo-saxão de um rei e seu navio em Suffolk. Um pingente de moeda de ouro no museu chamou minha atenção. Representava um romano triunfante diante de um bárbaro conquistado, com o pé calçado com sandálias colocado firmemente no peito do oponente deitado.
O enterro do navio provavelmente data de 625 DC, muito depois da partida dos romanos. O ouro poderia ter sido derretido pelos anglo-saxões, mas em vez disso foi transformado em pingente. Talvez conferisse o prestígio do mundo romano ao usuário ou fosse um totêmico da vitória. Talvez tenha sido um lembrete irônico de que os romanos se foram e que todo império tem o seu dia.
O romano nesta moeda era o imperador Honório, que governou entre 395 e 423. Infelizmente para Honório, ele era imperador quando os visigodos capturaram e saquearam Roma e quando as Ilhas Britânicas escaparam do controle romano. Na verdade, quando as cidades romano-britânicas lhe pediram ajuda contra os ataques bárbaros, ele disse-lhes para cuidarem das suas próprias defesas. Você nunca saberia tudo isso pela moeda, que é uma excelente peça de gestão de reputação.
As moedas sempre foram mais do que pedaços de metais preciosos; são também um meio de propaganda e controle.
As primeiras moedas de bronze representavam gado, já que a propriedade estatal de Roma era originalmente composta por rebanhos de gado. Depois, as moedas apresentavam divindades romanas como Marte, o deus da guerra, ou símbolos do estado, como a loba com gêmeos. Mais tarde, na República, imagens de políticos apareceram nas moedas. O primeiro homem vivo a ser gravado numa moeda foi o poderoso Júlio César. Um denário de prata cunhado por volta de 29 a.C. mostra um crocodilo do Nilo (símbolo do Egito) com a inscrição “Egito conquistado”. E outras moedas também mostravam imperadores derrotando bárbaros, brilhando com poder não destilado.
Imagine manusear uma moeda que representa sua própria subjugação. Se você fosse privilegiado, trabalhador ou sortudo o suficiente para obter parte desse lucro para si mesmo, ainda assim seria uma lembrança da sandália em seu peito. Cada vez que você comprava um bem de luxo, seus dedos deslizavam sobre o símbolo em relevo de sua derrota. As moedas lembram você do seu lugar no mundo.
As moedas em circulação no Reino Unido estão em um nível recorde. Na verdade, nem uma única moeda de um ou dois centavos foi emitida em 2022. No entanto, nunca houve maior potencial para usar dinheiro para propaganda e controle.
O dinheiro digital e, particularmente, as Moedas Digitais do Banco Central (CBDCs) oferecem ao Governo, através do banco central, a oportunidade de ver todas as compras e transferências que você faz, em tempo real. E não apenas ver, mas controlar.
É claro que os nossos governos no Ocidente dirão que o dinheiro do banco central em formato digital é conveniente, seguro e estável. Prometerão nunca usá-lo como instrumento de controlo, como faria um governo autoritário. Aqui no Reino Unido, a nossa proposta de nome acolhedor 'Britcoin' supostamente existiria ao lado do dinheiro.
A China, o país que assumiu a liderança com os bloqueios, assumiu a liderança com os CBDCs. Ela começou a pesquisar CBDCs em 2014 e vem realizando testes ao vivo de DCNY (Yuan Chinês Digital) há anos, com tamanho e escala aumentando a cada vez. O governo chinês testou as datas de vencimento para incentivar os usuários a gastar seu DCNY rapidamente, nos momentos em que a economia precisa de estímulo. É isso mesmo, já foi testado um prazo de validade para o dinheiro das pessoas.
O “Sistema de Crédito Social” chinês é um amplo quadro regulamentar concebido para pontuar e incentivar a confiabilidade de indivíduos e empresas. Por outras palavras, o Governo irá recompensar ou punir várias formas de comportamento utilizando monitorização em tempo real, recolha e partilha de dados, organizar listas negras e listas vermelhas e usar punições, sanções e recompensas.
Um relatório de 2019 descobriu que 23 milhões de pessoas foram colocadas na lista negra para viajar de avião ou trem devido à sua baixa pontuação de crédito social. Em 2018, uma estudante teve seu acesso negado à universidade porque seu pai estava endividado. Não existe um conjunto de regras centralizado e transparente; em vez disso, tem sido operado localmente até agora, mas foi relatado que comportamentos como dirigir mal, passar muito tempo jogando videogame ou postar notícias falsas podem resultar em classificações baixas, como bem como questões mais graves, como o não cumprimento de ordens judiciais.
Não encontrará muitos críticos chineses do Sistema de Crédito Social – provavelmente existe uma sanção para críticas à política governamental. Seria de pensar que este sistema uniria os comentadores ocidentais em críticas horrorizadas, mas é descrito de forma bastante neutra e até calorosa por alguns escritores e grupos de reflexão de tendência esquerdista.
Não precisamos de olhar tão longe como a China para compreender as implicações aqui no Ocidente. Em 2019, a Mastercard e a Doconomy lançaram um cartão de crédito com uma calculadora de pegada de carbono que pode desligar seus gastos quando você atingir o carbono máximo. Esta funcionalidade é voluntária, mas pode ser um aspecto automático de um CBDC.
Tom Mutton, Diretor do Banco da Inglaterra, disse que o governo seria obrigado a tomar a decisão final sobre se um CBDC do Reino Unido deveria ser programável. Sir Jon Cunliffe, Vice-Governador do Banco, disse:
Você poderia pensar em dar mesada aos seus filhos, mas programando o dinheiro para que não pudesse ser usado em doces. Há toda uma série de coisas que o dinheiro poderia fazer, dinheiro programável, que não podemos fazer com a tecnologia actual.
Como esta citação revela, os CBDCs não alterarão apenas a nossa relação com o dinheiro, mas também com o governo. Os governos de todo o mundo têm demonstrado tendências cada vez mais autoritárias durante a gestão da pandemia de Covid e, mais recentemente, para desencorajar a condução nas cidades. A ciência comportamental tem sido aproveitada para manipular, incentivar e coagir-nos a comportarmo-nos como cidadãos modelo. Queremos negociar com o Daddy State para podermos gastar o nosso “mesado” como quisermos?
Um CBDC baseado em conta daria ao governo um enorme poder sobre o seu dinheiro, uma vez que a sua identidade está ligada ao dinheiro. Um documento de debate de 2020 do Banco de Inglaterra deu exemplos de programabilidade, por exemplo, que os carros inteligentes poderiam pagar automaticamente o combustível diretamente na bomba de distribuição, com tributação automatizada e doações de caridade no ponto de venda.
Tudo isso parece muito conveniente. Mas os políticos que impõem metas de Net Zero para uma população relutante poderiam optar por dar um passo adiante. Se você insistir em manter seu carro particular, apesar dos inconvenientes limites de velocidade de 32 km/h, das taxas de Ulez e de congestionamento e das barreiras de bairro de baixo tráfego, eles poderiam simplesmente ditar um gasto máximo de combustível em um determinado período de tempo. Apenas 10 de seus Britcoins na gasolina este mês, senhor, chega de dirigir para você.
O dinheiro concede liberdade e por isso também é usado como arma para negar a liberdade. Os agressores domésticos restringem o acesso ao dinheiro e, portanto, a bens essenciais como alimentação, vestuário e viagens. O abuso económico é insidioso, eficaz e subtil e não deixa marcas. Tal como acontece com o agressor doméstico, existe potencial para o Governo usar dinheiro como arma para exercer o controlo financeiro final.
A bota e a sandália eram símbolos gráficos da autoridade que subjugava os povos conquistados. Se forem introduzidos CBDCs programáveis, a sua própria pegada financeira digital será usada para controlá-lo. Os meios de controle mudam com o tempo, mas o desejo insaciável de controle total permanece constante.
Texto original de:
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A tempestade daquele dia deve ter sido aterrorizante.
Mateus a descreveu com uma palavra peculiar, a palavra grega "seismos", que normalmente se usava para um terremoto devastador.
Mateus só usou esta palavra em outras duas ocasiões na vida de JESUS, na hora da SUA morte na cruz (27.54) e na SUA ressurreição (28.2).
A tempestade que pode estar passando pela sua vida pode ter deixado um ente querido na cadeia, na UTI ou até no cemitério. Pode cheirar à álcool ou se chamar de divórcio ou câncer.
O poder de JESUS não é medido pelo tamanho da nossa fé, mas, pelo AMOR, sem limites que ele tem por nós.
O mesmo AMOR que O levou a salvar doze homens apavorados em alto mar O levará a lhe socorrer, seja qual for o tamanho do seu sofrimento, sua dor ou sua angústia.
Chame JESUS. Confie NELE. Basta o suficiente para chamar o nome DELE. Faça isso.
Não há nenhuma tempestade que JESUS não pode comandar e ELE sempre está tão perto que pode ouvir a sua voz.
Quem sabe se na passagem da tempestade você não descobre uma FÉ muito maior do que aquela que você nem podia antes imaginar?
Você pode ter um dia de calmaria hoje, abençoado por JESUS!
"SENHOR, os ventos, a tempestade e o mar LHE obedecem. Faça minha Fé aumentar!"
Márcio Melânia
Se você foi abençoado ou este texto lhe falou ao coração, passe adiante.
#devocional #deus #bíblia #meditação #bomdiacomdeus #oração #palavradedeus #adoração #jesus #vidaeterna #esperança
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Escrito em 16/06/2019
Sabe o que significa amar alguém, a ponto da dor da pessoa doer em ti ? O que significa ver o sofrimento e não poder fazer nada pra ajudar ? Ser totalmente inútil diante da angústia da pessoa ?
Sentir que um pedaço da pessoa foi levado, e nada poder fazer ?
Ultimamente meus dias tem sido assim. Ela perdeu alguém muito amado. Alguém que nunca mais poderá ouvi-la. Nunca mais poderá lhe dar conselhos, ir conversar sobre assuntos tão íntimos, que só os dois sabem. De histórias e pessoas que só dois conhecem. De risadas, sinais e olhares tão particulares. Um grande amigo. Um grande irmão.
Me dói tanto. Sei que dói mais ainda nela. Sei que não é fácil se sentir só. Talvez não saiba a intensidade, nem a percepção da perda, mas já senti dores. Já senti meus pedaços serem desmontados um a um. Já senti uma dor tão forte que meu grito acordou um bairro todo. Já recebi a mensagem “Fulano morreu”. E neste instante senti o chão desaparecer sob meus pés, e não acreditar que realmente a morte havia abraçado aquela pessoa.
E mesmo hoje, ainda lembro dela mandando mensagem pra mim, umas 15h de uma quinta feira dizendo “ Amor, ele morreu”. Minhas mãos gelaram, fiquei de pernas fracas, meu coração saltou. Meu primeiro impulso foi de querer abraçá-la o mais rápido possível, e ser seu porto seguro, mesmo sabendo que o verdadeiro porto seguro, agora, havia partido.
Não existem palavras pelas quais eu possa dizer “meus sentimentos”. Não existe nada que amenize o sofrimento da perda, o vazio que fica em nós diante da partida. O vazio, nada mais é, do que o tamanho da pessoa. E como dói colocar a pessoa somente em nosso coração. Em como é apertado retirar a pessoa da vida diária, e colocá-la nas lembranças mais lindas, nos sorrisos mais bem vividos, nos arrependimentos mais amargos, e tudo isso tentando manter a calma e continuar a vida.
Queria passar a paz que há em mim pra ela. Fazê-la sorrir, e por alguns momentos esquecer o vazio aterrador.
No fundo eu continuo sendo tão egoísta, a ponto de querer minha namorada bem, como antes. Mesmo com nossos problemas, que são tão banais diante desse novo.
Não consigo mais olhar em seus olhos e ver ela. Não vejo mais sinal de sorrisos, nem quando seus dentes estão a mostra. Afinal, o sorriso mais lindo, é aquele que vem da alma.
E eu só queria que ela tivesse essa percepção, de que tudo é passageiro, a vida é curta demais pra que a gente pare e sofra num poço interminável em que só há a queda.
Queria receber uma mensagem com texto imenso dizendo que está com ódio da vida, que culpasse Deus e o mundo, que chorasse, mas só recebo “estou bem”. O cemitério está cheio de pessoas que disseram estar bem, e numa noite de solidão, a vida perde o sentido e acontece a tragédia. Meu maior medo é perder ela para o luto.
16.06.19
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Resident Evil 3 Remake e a falta de capacidade em apreciar algo que foge do esperado
Resident Evil é uma franquia que já está no mercado há mais de duas décadas. Diferente de muitos colegas (como por exemplo Silent Hill) soube se reinventar e se manter relevante — por mais que para isso tenha precisado desagradar uma grande quantidade de fãs (fosse com Resident Evil 4 fugindo do horror ou Resident Evil 5 consolidando a ação na franquia). Para o bem ou para o mal a Capcom sempre gostou de arriscar com sua galinha dos ovos de ouro e se não fosse por isso não teríamos os dois títulos previamente citados ou Resident Evil 7.
Mas é claro que essas mudanças ocorreram em momentos necessários — como eu já disse em meu texto sobre ansiedade e jogos de terror, lá no inicio dos anos 00's os jogos de survivor horror estavam começando a saturar e a Capcom precisou se arriscar, e o mesmo vale para Resident Evil 7 — um jogo de terror impulsionado pelo buzz que Silent Hills P.T causou em uma era onde basicamente nenhum jogo triple AAA era focado em terror.
Dito isso, faria sentido mexer em time que está ganhando? Afinal Resident Evil 3 Remake é mexer em um time que estava ganhando, certo? Após o grande sucesso do Remake do segundo titulo da franquia, muita gente (mas muita gente mesmo) estava esperando um remake do terceiro titulo à altura, dessa vez aumentando o tamanho de sua gameplay e trazendo um Nemesis tão aterrorizador quanto o Tirano (a.k.a Mr. X) de RE2R — afinal de contas, o Nemesis é de fato o "stalker" da franquia de Resident Evil, o monstro que assustava todos na R.P.D, o grande nemesis de Jill Valentine. Mas alguma coisa disso rolou no remake? Não.
A Capcom pela primeira vez decidiu mexer no time que estava ganhando e em vez de trazer um remake na medida do possível fiel (assim como ela fez com os dois primeiros títulos da franquia), ela chutou o pau da barraca e trouxe uma reimaginação do titulo: acontecimentos em uma ordem cronológica diferente, uma pegada mais cinematográfica, corte de cenários icônicos da versão original tais como o cemitério e a torre do relógio que aqui é apenas referenciada (para ser justo a gente chega a ver ela) e um jogo tão curto quanto o original (os outros remakes tentaram se alongar um pouco mais). Ah, e não vamos nos esquecer que o Nemesis não é nada como o Mr. X: aqui ele é todo programado e causa mais raiva do que medo. E eu não preciso dizer que isso fez uma galera espumar, né? E com razão? Não.
Resident Evil 3 Remake é basicamente o remake que ele precisava ser. É basicamente o que o titulo pedia para ser, uma adaptação e não um remake, fazendo com que sua gameplay funcionasse bem melhor dentro do que o titulo clássico oferecia. Sejamos francos que RE: Nemesis embora o terror ainda predominasse, ele flertava intensamente com ação, com um ritmo mais ágil que seus títulos anteriores — e inclusive, na época, recebendo muitas criticas negativas por ser mais curto, focado na ação e com história "pobre" comparado ao seus antecessores. É bom sempre lembrar que Resident Evil: Nemesis não estava sendo desenvolvido para ser o terceiro titulo da franquia, mas apenas um spin-off para fechar o arco de Racoon City. No entanto, o titulo tinha sua própria identidade, ele não tentava ser um Resident Evil 2 e ele causava impacto por nos trazer a sensação de que o Nemesis (único boss de todo o jogo) poderia a qualquer momento aparecer (embora ele não fosse de fato aparecer a qualquer momento como o Mr. X faz no remake de RE2, ele era programado para aparecer em determinados momentos).
Eu simplesmente não consigo ver RE3 sendo feito da mesma maneira que seu antecessor, pois fugiria totalmente da identidade do jogo. Não faria sentido por exemplo ter um Nemesis de fato patrulhando Raccoon City a sua procura, isso seria apenas mais irritante do que tudo. O Mr. X mesmo aparece apenas por um curto período e dentro da RPD, com seus passos lentos e barulhentos — é uma proposta diferente, criado para um jogo de terror. Nemesis é um tirante criado para um jogo que tenta equilibrar terror e ação.
A reimaginação de Resident Evil 3 funciona se você parar de tentar vê-la como um remake, mas sim como uma adaptação livre que reconta a história a partir de uma cronologia de acontecimentos nova.
É claro que o remake tem pontos negativos, como por exemplo a falta de puzzles. Resident Evil é uma franquia conhecida por ter puzzles e aqui você não tem (embora a maioria não reclamou de RE4 também não traze-los). A falta de sentindo de tirar locais icônicos. Jill Valentine passando pelo cemitério seria muito bacana. As transformações do Nemesis foram bem fraquinhas. E o Carlos ajuda demais a Jill. Tudo bem, ela continua badass e foi um modo de tentar faze-lo mais útil, mas caramba, esse jogo é dela!
E falando em Jill e Carlos, eu amo como esses personagens foram bem desenvolvidos. Temos uma Jill Valentine pela primeira vez em muito tempo interessante, ela não é apenas uma porta como era em Revelations. O Carlos também ficou divertido pra caramba, embora o Nicholai seja deveras clichê.
No geral Resident Evil 3 Remake sofreu criticas pelos fãs estarem esperando algo similar ao remake de RE2, sendo que RE3 nunca foi isso. É compreensível algumas criticas referentes a alguns downgrades na gameplay, remoção de alguns lugares ou até mesmo tempo de gameplay, mas nada que faça o jogo merecer todo esse ódio que recebe. Querem stalkers chatos na sua cola o tempo todo? Jogue Outlast ou quem sabe o novo Amnésia, dizem que é do caralho. Acho tremendamente justo as pessoas se frustrarem ao perceber que o remake é na verdade uma adaptação livre (diferentemente dos outros títulos), mas as vezes parece que a pessoa fica tão emburrada — como uma criancinha, que acaba se negando a ver as coisas boas ou ver que a direção não estava procurando fazer um clone de RE2 ou de RE: Nemesis, mas sim uma adaptação que coubesse dentro do conceito que o jogo de 1999 entregava — e para ser franco, conseguiu na maioria do tempo.
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18 de janeiro de 2023 foi o dia do velório e do enterro do Erick no cemitério do Curuçá (e o dia que conheci a lápide que provavelmente vou ser enterrada um dia).
As outras mortes que escrevi sobre durante a vida foram mortes de Maria - as tias Marias e a Maria da Fatiminha.
A passagem de 18 de janeiro não tem a ver com as Marias, mas com a tristeza de enterrar alguém com 19 anos de idade: filho da prima da minha mãe (e que chamamos como primo), ele era um jovem negro, pcd, corinthiano, muito inteligente e gêmeo.
Na sala do velório, entre as pessoas e as coroas de flores, estava ele com um semblante de quem dormia com a camisa do corinthians, algumas correntes e uma pulseira de pano azul escrito “Playstation”.
Os choros, as conversas e as falas foram recorrentes no sentido de dizer que “agora ele descansou”, “acabou o sofrimento dele”, “foi assim que Deus quis”. Me surpreendi com os vários meninos e meninas jovens ali presentes, acompanhando a irmã gêmea, se despedindo dele e trazendo outra cara para esse ritual triste - a energia e a dor de estudantes de cursinho; pessoas recém ingressadas na faculdade; membras de grupo de jovens da igreja católica e usuárias de Tiktok se deparando com a concretude da perda.
Nas outras salas, mais 4 pessoas estavam sendo veladas neste mesmo dia. Em uma delas, algumas mulheres choraram tão alto que minha mãe se assustou e me puxou para fora dali. Enquanto ela ficou o menor tempo possível dentro da sala do velório de meu primo, minha tia entrou nas demais salas de velório e voltava fazendo comentários.
O cemitério do Curuçá é um dos cemitérios públicos da cidade de Santo André, um lado dele é organizado por lápides compradas e padronizadas com azulejos brancos e o outro com as lápides cedidas pela prefeitura. No lado das lápides compradas, apesar dos azulejos brancos padronizarem a vista panorâmica do cemitério, olhando de perto, a gente vê que elas variam entre si. Há lápides com fotografias, vasos de flores e placas personalizadas com os nomes e as datas de nascimento e morte, enquanto outras, mais simples, registram em uma placa de fundo preto e cores brancas o nome da pessoa morta e as datas de vida e morte. É assim a lápide da minha avó Francisca, porque pela primeira vez perguntei se meu pai sabia onde era a lápide que a mãe dele estava enterrada.
Enquanto estávamos no velório, vi ele saindo sozinho e caminhando em direção às lápides. Fui atrás e ele me levou até a lápide que minha avó Francisca e minha tia Eulalia estão enterradas. Enquanto a gente andava senti um receio e simultaneamente uma ansiedade esperando que tivesse uma foto de minha avó lá, assim como outras lápides que fomos vendo no caminho, mas não tinha.
A placa registrava o nome das duas e as datas. Minha avó nasceu em 06 de fevereiro de 1939 e morreu em 27 de abril de 2009. Minha tia morreu em 29 de maio de 2016. Vira e mexe minha cabeça se obriga a relembrar essas datas, nem sempre eu lembro e tenho dúvidas. Ver a lápide hoje me trouxe um alívio de relembrar e escrever para marcar a memória sobre elas.
Fui caminhando com meu pai na volta e fazendo perguntas diversas sobre o cemitério: como se organizava, quem comprava as lápides, se eles já tiveram que exumar alguém. Ele respondeu algumas das perguntas e me levou para ver o tamanho do terreno do cemitério e do lado com as lápides não padronizadas de azulejos brancos. Chamou atenção dele uma placa no chão com a foto de um bebê que viveu poucos meses de vida e que o nome era “Lilith”. Parei para ver também.
A última cena é das mulheres descendo atrás do caixão que Erick estava cantando um coro bem baixinho de uma música católica. Elas pararam quando o primo do Erick leu uma carta falando da vida dele e que foi muito bonita.
Com o enterro, minha mãe me chamou para ir embora o mais rápido possível. Levamos a Ilzinha e evitamos as caronas desagradáveis. Cheguei na casa dela e minha mãe me mandou tomar um banho.
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Saly Suja e sr. Bocalarga ( creepypasta )l
Sally tem 8 anos. Os colegas da escola faziam bullying contra ela, porque Sally é a criança mais pobre da escola.
No horário do intervalo ela ficava sozinha, olhando todos brincarem.
Um dia, no intervalo, ela viu um bicho assustador atrás das árvores. A Sally não teve medo e foi até lá.
O bicho é do tamanho de um gato grande, e parece um gato, mas ele caminha em pé com as duas patas traseiras, e tem olhos grandes e sinistros, e uma boca larga que ia de uma orelha até a outra orelha.
_Você está precisando de um amigo, menina.
_Você fala !
_Sim. Eu morava na Terra Mágica, mas fui expulso de lá porque estou sempre matando alguém pra me alimentar com o corpo desses mortos.
A Sally estremeceu de medo.
_Você mata quem ?
_Quando cheguei no mundo dos humanos eu percebi que é mais fácil matar crianças. Eu mato as crianças que fazem bullying. E também mato as vítimas do bullying, se eu percebo que elas estão pensando em cometer suicídio.
Naquela noite, a Sally ouviu um barulho no quarto. E viu aquele bicho da boca larga sair debaixo da cama dela.
_O que você tá fazendo aqui ?
_Eu disse que você precisa de um amigo. Você pode me chamar de senhor Bocalarga.
Ele começou a contar como é que é a Terra Mágica.
7 da manhã a mãe da Sally levava ela pra escola. E meio dia a mãe levava a Sally de volta pra casa. A Sally ficava a tarde inteira trancada dentro de casa, porque aquele lugar é muito perigoso.
Um dia a mãe disse pra Sally :
_O seu tio Burt ficou preso durante 2 anos porque abusou de uma mulher. Mas agora ele vai sair de lá e eu convidei o Burt pra morar com a gente. Você fica sempre sozinha durante as tardes, mas agora você vai ter a companhia do seu tio.
Naquela tarde o Burt saiu da cadeia e foi até o trabalho da mãe da Sally pra pegar a chave da casa. Quando ele abriu a porta da casa, a Sally ficou assustada.
_Eu sou o seu tio Burt, você lembra de mim ?
_Lembro. Você despediu-se da gente quando resolveu fugir da polícia.
_Eu gosto desse bairro, Sally, porque tem um lugar muito lindo. E eu quero mostrar esse lugar pra você.
A Sally pensou : "Agora que eu preciso da ajuda do senhor Bocalarga, ele tá dormindo embaixo da minha cama."
O tio levou a Sally pro meio de um matagal, num lugar onde tinha muitas cruzes de madeira.
_Quando eu ainda não tava na cadeia, Sally, as pessoas diziam que aqui é um cemitério de crianças. Diziam que um bicho que tem uma boca enorme devorava as crianças e deixava os restos dos cadáveres nesse mato. E de madrugado um coveiro fantasma enterrava as crianças mortas e colocava essas cruzes de madeira em cima das covas.
_Eu conheço esse bicho, tio. Ele é o senhor Bocalarga.
O tio da Sally abusou dela e matou-a.
O senhor Bocalarga ouviu os gritos dela e chegou ali 10 minutos depois. Mas a Sally já tava morta.
O Bocalarga derrubou o abusador no chão e começou a comer os braços, as pernas e a barriga dele. O bandido urrava de dor. Depois morreu.
O senhor Bocalarga entregou um pouco do seu poder pra Sally e ela reviveu.
_Vamos ser amigos, Sally.
_Não. A única coisa que eu quero é matar.
Os dentes dela tinham tornado-se maiores e afiados, e os dedos dela agora pareciam garras com unhas enormes.
Ela chegou em um bar e começou a atacar alguns homem. Ela arrancava pedaços dos corpos deles com os dentes e as unhas.
A Sally ficou morando nas ruas e nunca mais viu o senhor Bocalarga.
Numa madrugada a Sally tava numa rua escura procurando alguém pra matar e viu uma garota com o rosto branco igual neve e os lados da boca cortados e costurados. A garota disse pra Sally :
_Você tá suja, com esse vestido rasgado e sujo de sangue. Você tem que usar outra roupa.
_Eu só penso em matar.
_E eu penso em matar e penso no meu namorado Jeff. O meu nome é Nina. Vamos ser amigas ?
_Eu não quero amigas. Eu só quero matar.
_Se você for minha amiga, eu deixo você lamber meu facão sujo de sangue depois que eu matar alguém.
_Então eu vou ser sua amiga, Nina.
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PESSOAL QUEM PUDER AJUDAR, DESDE JÁ AGRADECEMOS Todos ficamos sabendo da tragédia em Bom Conselho por conta do vazamento de Gás quando e destruiu a moradia dessa família. Agora precisando de ajuda para recomeçar a vida. Pedimos encarecidamente que quem puder ajudar com qualquer donativo. Roupas Tamanho 38/40. Calçados Tamanho Feminino 36/37. Calçados Masculinos Tamanho 42. Dúvidas, informação e ajuda Pix: 87 9.99153536 Doação de donativos aqui em Buíque levar na Rua Luiz Bezerra de Andrade, n° 72 (Lenny Películas) - Ao Lado do Cemitério. "Deus esteja abençoando a família de todos os que se prontificaram a Doar" Obrigado! (em Buíque -PE) https://www.instagram.com/p/CoNDFzLL1GU/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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É aniversário, mas também é festa de Halloween...
A tradicional festa de aniversário da Asabi vai acontecer. Tradicional, porque, como todo aniversário, acontece anualmente (dã), mas também porque agita os ricaços da região mais cara da cidade, já que o loft da Azura é conhecido por ser um ótimo espaço de encontro e de festas promovidas por ela. O que significa, também, que a Asabi já desistiu de tentar controlar os penetras que vira e mexe aparecem, então, se você não foi pessoalmente convidado por ela, não tem problema. Brota lá com uma fantasia só para não aparecer de cara lavada e divirta-se!
Onde: Cobertura da Asabi. Para maiores referências do interior do loft dela, clique aqui. Quando: 16/10/2021. Horário: Em IC, começa às 23h00 do dia 16. Em OOC, o pessoal pode postar roupinhas e interações a partir das 21h00 do dia 15 (eu mesma talvez esteja meio corrida no dia 16). Como não é um evento oficial, não tem duração definida, mas acredito que interações possam ser iniciadas durante todo o final de semana, indo, no mais tardar, até a tarde de segunda-feira. Tudo que vier depois disso, entra em flashback. Código de vestimenta: À fantasia. Tags: #asabishalloween #asabishalloweenlooks
Outras informações sobre a festa estão disponíveis abaixo do READ MORE.
DECORAÇÃO.
Asabi adora esbanjar e isso ficou claro nesta festa, como em todas as outras edições. Todo o espaço está decorado com teias de aranha falsas, gelo seco, pinturas de rostos nas janelas que causam a impressão de ter alguém te observando... Candelabros com algumas velas reais, outras, eletrônicas. Cortinas pretas espalhadas na transição de alguns cômodos, não permitindo que você saiba o que existe do outro lado ao cruzar o corredor. Talvez um esqueleto que aparenta muito ser feito de ossos verdadeiros? Um dos bustos que Asabi mandou fazer, simulando o que seriam zumbis ou corpos em decomposição?
Nos banheiros disponíveis no andar inferior, também, existem companhias peculiares: uma boneca em tamanho quase real, da Samara (no banheiro definido como feminino) e do Freddy Kruegger (no masculino). As luzes foram programadas para ficarem baixas, com pequenos focos de iluminação aqui e acolá, colaborando na criação desta atmosfera que se assemelha a um cemitério em uma noite nublada e fria, sobretudo porque é este o clima que faz lá fora.
Os convidados podem se sentar nas mesas de jantar da sala principal, nos sofás da sala de estar, nos banquinhos dispostos por aí em formatos de jazigos ou se encontrarem na pequena pista de dança elaborada no andar superior. Vai do gosto de cada um.
ATRAÇÕES.
Pegue a maçã! O característico jogo onde você tem que conseguir pegar uma maçã usando só a boca. Neste caso, elas estarão dispostas em uma piscina inflável de tamanho considerável, próxima do centro da sala. A água está tingida de corante vermelho (ou seria sangue de verdade?) e decorada com outros elementos, como baratas de borracha, olhos que parecem muito ser reais, bem como outras partes do corpo humano, a exemplo de dedos cortados e ensanguentados, um pé e afins. De novo: quem poderia atestar a veracidade desses elementos? Só metendo a mão para saber.
Tabuleiro ouija! Aos que quiserem se arriscar a brincar com o sobrenatural, na mesa de centro da sala de Asabi, existe um tabuleiro ouija de tamanho considerável. Comporta até oito jogadores, mas, se você não conseguir entrar nessa rodada, pode só ficar olhando. Não é possível que algo se manifeste no meio de uma festa desse porte, é?
Sinuca! Não é uma atração característica de Halloween, mas serve para se divertir. Ela está disposta no andar inferior. Vejamos quem será o campeão ou campeã de sinuca da noite.
Dança das cadeiras! Dezesseis assentos estão disponíveis em um círculo, em uma outra seção da festa. Em dado momento, Asabi vai promover o desafio típico, pedindo para a música continuar ou parar enquanto os participantes estão lá. Tudo o que puder gerar certa discórdia, ela apoia. Você se garante nessa brincadeira?
Pole dance! Basicamente, uma barra no andar inferior, prontinha para ser usada para quem quiser se arriscar em algumas acrobacias enquanto a música toca.
COMES E BEBES.
E vamos à parte mais interessante da noite! Apesar que...
Muito se especula sobre as festas que a Asabi dá. Tem quem jure de pé junto que encontrou pedaços de lâminas ou vidros dentro de doces, em algumas edições passadas, mas ninguém nunca veio à tona, fora do anonimato, para falar sobre isso. Então, por que você não aproveita o menu disponível?
Para maiores referências, foi criada uma pasta no pinterest com as comidas dispostas e outros elementos. Resumidamente, são finger foods como mini hambúrgueres, batatas fritas em pequenas porções, tábuas de frios espalhadas por todo o espaço, drinques servidos por garçons e também deixados sobre uma mesa. Aos interessados na temática de terror, existem os cachorros quentes que também têm salsichas normais e veganas simulando dedos decepados, minhocas doces compondo algo que parece com um cérebro, maçãs do amor cujo cabo se assemelham a ossos... Mas para quem quer comer algo um pouco mais normal também, existem até mesmo outras opções vegetarianas ou menos aterrorizantes além daquelas mencionadas anteriormente, como esfirras, taças de frutas com chantilly, cupcakes adoráveis...
Lembrando que todos estes itens estão disponíveis para os convidados através dos garçons ou das mesas, caso prefiram se servir sozinhos.
* Alguns convidados receberão a proposta da Asabi para passarem por aí distribuindo as bags de vodca com licor de cereja (bebida que é sua marca registrada) ou shots de outras bebidas em seringas. Pode fazer com que seu char seja uma dessas pessoas, só vem falar comigo antes! (01/0?): @loresuwan, ?, ?, ?
** Na saída da festa, os convidados podem ganhar: 1) um kit de vários mini uísques, caso beba; 2) uma caixinha de chocolatinhos; 3) uma caixinha de macarons de leite condensado, creme e chocolate.
Declare sua preferência na hora.
*** Os três quartos da casa estão selados com magia, então nem mesmo os mais curiosos conseguirão entrar lá para futricar sobre a vida dela, já que as passagens só se abrem quando a pessoa está acompanhada da Asabi. As áreas comuns dessa festa são, portanto: o andar inferior (sala de estar, banheiros, varanda, cozinha, sala de TV) e o andar superior (corredores, outra sala de estar, uma sala de jogos que foi esvaziada para servir de pista de dança e uma pequena biblioteca).
**** Presentes podem ser enviados por submit, marcados em posts na dash ou enviados no chat <3
Divirtam-se! E vida longa à Fada dos Horrores Asabi Azura!
#asabishalloween#postei por agr e sexta/sabado eu reblogo de novo!!#e preciso de 03 amiguinhos que se voluntariem a sair distribuindo shot de bebida por aí pra virar zona mesmo kkkkkkkk#no dia eu abro um starter geral e starters call <3#a festa é aberta a todo mundo desde os convidados até os penetras hehehe
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Não sou da umbanda. Uma amiga e mãe de santo me ajudou após uma leitura de cartas. Fomos ao cemitério e ela fez uma entrega de cigarrilhas vela e bebidas . Rosa caveira. Minha dúvida e se apos 30 diaa eu ainda posso pedir . Repetir mentalmente meus pedidos. Minha amiga me orientou a prometer uma entrega maior depois que for atendida. La .m ela fez tudo. Eu so faziaxos pedidos mentalmente.
Entidade aceita qualquer tipo de oferenda, não importa o tamanho, elas são na verdade elementos de trabalho, você não precisa oferendar algo maior, caro e exuberante como agradecimento, o principal é fazer com amor e fé
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A arena parecia um cemitério, ausente de suas decorações suntuosas. O círculo central estava iluminado e movimentado, mas o vazio em cada curva do anfiteatro ainda instaurava um clima mórbido pela parte superior do lugar. Belle tinha ouvido histórias sobre a majestosidade daquele local, todos ouviam, então foi uma enorme surpresa encontrá-lo tão simples.
O Jardim Espiral havia sido designado para a propaganda da Prova Real. Vermelhos corriam de um lado para o outro sobre a grama verdinha da base, preocupados em acomodarem cada prateada que chegaria para finalizar sua inscrição. Um pequeno Conselho havia sido improvisado em uma das bordas, composto por mesas apinhadas de documentos e rodeado por caixas de diversos tamanhos, armazenando sabe-se-lá-o-quê. Próximo a eles, um grupo distinto aguardava em formação, as cores de seus uniformes sobressaindo-se como um arco-íris organizado às cegas.
Nada muito surpreendente, entretanto.
— Pelas minhas cores, você está parecendo uma cobrinha. — Cobrinha não era um elogio ao qual Belle estava acostumada, porém bastou um relance do olhar de apreço alheio para ela saber que aquele poderia ser uma exceção. Como membro da casa Viper, ser chamada assim significava alguma coisa para a sua imagem.
— Obrigada — Belle virou para a garota, seus olhos encontrando rapidamente as faixas prata e vermelha que decoravam seu uniforme preto. Skonos. Não era preciso ser um gênio para descobrir quem ela era. Os Skonos mais próximos do rei. Todo mundo ouvia sobre isso também.
— Sou Brenda, e imagino que você seja Belle Viper. Deve vir comigo primeiro, Belle, para tirarmos sua fotografia. — Brenda estendeu a mão, e não conteve um arquear de sobrancelhas quando Belle a apertou de volta.
Ela sabia o porquê: seu aperto era breve mas firme. Muitas pessoas costumavam se levar pela sua aparência suave e delicada, mas para bons entendedores, um aperto de mão era suficiente para revelar muito sobre a força de alguém.
Elas seguiram até o grupo uniformizado, onde foram recebidas com reverências. Belle fez uma leve mesura em retribuição, mas Brenda dispensou os gestos com um aceno de mão.
— Poupem suas saudações e depois as troquem por uma bebida. Me fará muito mais feliz.
— Senhorita, o Capitão nos informou que não poderíamos permitir — Um dos cinco jovens tomou a frente. Belle reconheceu o verde e ouro dos Verdes. Ele não parecia ter mais que treze anos. Olhando de perto, os outros também aparentavam a mesma idade.
— O que o Capitão não vê o Capitão não sente — Ela piscou. — E, por sinal, eu não o vejo em lugar algum por aqui. Você o vê, Belle?
Belle sorriu e balançou a cabeça. Não era muito aberta com quem acabava de conhecer, mas alguma coisa no jeito da Curandeira a fazia se sentir confortável.
Brenda sorriu e bateu duas palmas. — Muito bem, voltaremos ao trabalho. Ren, ela é Animos. Preciso que providencie uma pequena floresta como plano de fundo. Lucas, quero a luz focada no rosto dela. Vamos apresentar uma selva e deixar claro quem é o Leão.
Às ordens de Ren, plantas cresceram num piscar de olhos, a folhagem densa e padronizada atrás de uma única árvore, respeitosamente. Quando Belle encontrou seu lugar no panorama, sentiu a claridade oscilar ao seu redor. Lucas continuava manipulando as mãos, procurando uma posição exata para os feixes de luz; vez ou outra ele era pego envolto nas sombras, fundido pelo preto dos Haven.
Quando acabaram o trabalho, Brenda tinha uma foto em mãos.
— Isso fica comigo. E, se tiver sorte, você fica com o príncipe — disse ela, despretensiosa, como se não estivesse falando não apenas do futuro de duas pessoas, mas também de um reinado. Ela se despediu de Belle com um novo aperto de mãos, e antes que pudessem se separar completou: — Boa sorte.
Sorte. Alguns supunham que era construída. Outros julgavam que era encontrada. E Belle acreditava que cruzaria o seu caminho.
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