#representatividade negros no cinema
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Cyda Moreno interpreta Celeste na novela “Amor Perfeito” da TV Globo.
Vem conferir ela brilhando nas telinhas!
#repost with @moreno_cyda
Um brinde ao amor negro na maturidade. Numa cena marcada pela delicadeza e suavidade, Celeste conheceu o amor nos braços de Popó. Esta cena é de extrema importância e significância na telenovela brasileira, por estar representando uma grande parte das nossas mulheres negras. Muitas delas que, vítimas da solidão que nos acomete em nossa sociedade, morreram sem serem tocadas afetivamente. Ouvir da minha mãe, uma senhora de 89 anos, que ficou emocionada com a cena, me deu a sensação de dever cumprido. Me emocionei muito assistindo à cena com distanciamento, vendo a Celeste com a expressão de uma menina, adolescente, encantada e feliz com aquele descortinamento. Não me lembro, ao longo da minha vivência, de ter visto algo tão inusitado na TV a nivel desta representatividade. Em “As filhas do vento”, filme de Joelzito Araújo, nossa Amada Lea Garcia viveu uma cena de amor com Zozimo Bulbul numa centa também belíssima. É simples. Nossos corpos pretos também se amam e merecem ser mostrados. Todos os meus mais sinceros agradecimentos aos autores @ducarachid, @elisioloowsjr e @juliofisher, e a todos os diretores, especialmente @andreluizcamara e @joantonaccio pela brilhante direção. Não posso deixar também de mencionar a trilha sonora, que embalou a suavidade da cena. Fizemos cinema preto na TV.
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Manifesto sobre o Cinema Negro: Nossas Histórias, Nosso Empoderamento
O Cinema Negro é um movimento essencial e revolucionário, que resgata a voz, a história e a identidade do povo preto. Ao longo dos anos, fomos marginalizados e negligenciados pela indústria cinematográfica dominante, mas agora é o momento de nos erguermos e reivindicarmos nosso espaço nas telas. Nossas histórias são ricas em cultura, tradição e lutas, e é chegada a hora de compartilhá-las com o mundo.
A importância de nossas narrativas é inquestionável. Elas não apenas celebram nossa diversidade e riqueza cultural, mas também nos conectam com nossas raízes ancestrais. O Cinema Negro revela as nuances e complexidades de nossas experiências, trazendo à tona questões urgentes, como racismo, discriminação, desigualdade social e empoderamento. Ele nos permite romper com estereótipos e contar nossas próprias histórias, com autenticidade e originalidade.
Ao nos vermos nas telas, encontramos uma poderosa fonte de inspiração e identificação. É um lembrete de que nossas vozes importam e têm o poder de impactar positivamente a sociedade. O Cinema Negro nos ajuda a enxergar nosso próprio valor, a nos orgulharmos de nossa história e a construirmos uma autoimagem positiva. Ele nos encoraja a sonhar e a acreditar que podemos conquistar qualquer coisa.
O empoderamento do povo preto é uma conquista coletiva. Por meio do Cinema Negro, temos a oportunidade de desafiar as estruturas opressivas e questionar as normas sociais estabelecidas. Podemos redefinir os padrões de beleza, desmantelar estigmas e construir uma sociedade mais inclusiva e justa. O Cinema Negro nos permite ser agentes de mudança, enfrentando as adversidades com determinação e coragem.
No entanto, o Cinema Negro é muito mais do que entretenimento. É uma forma de resistência e transgressão. Ele nos permite rejeitar narrativas limitadas e questionar as formas tradicionais de contar histórias. Com cada filme, desafiamos a estrutura do poder e exigimos nosso lugar no cenário global. O cinema é nossa arma contra a opressão, uma ferramenta que nos capacita a lutar por justiça e igualdade.
Devemos apoiar e celebrar o Cinema Negro, desde as produções independentes até os grandes estúdios. Devemos exigir representatividade não apenas em frente às câmeras, mas também nos bastidores, nas equipes de direção, produção e roteiro. É fundamental dar espaço e oportunidade a cineastas negros talentosos, para que possam contar suas histórias de maneira autêntica e impactante.
Em resumo, o Cinema Negro é a expressão de nossa diversidade, luta e resiliência. É uma fonte de inspiração e empoderamento para o povo preto em todo o mundo. Precisamos nos ver nas telas para nos reconhecermos como seres humanos completos, com sonhos, aspirações e desejos. O cinema é nossa arma de resistência e transgressão, e devemos usá-la para iluminar o caminho em direção a um futuro mais justo e igualitário. Nossas histórias merecem ser contadas, nossas vozes merecem ser ouvidas e nossa presença merece ser reconhecida.
Portanto, levantemos nossas câmeras, nossas canetas e nossas vozes. Vamos continuar produzindo, apoiando e assistindo ao Cinema Negro. Vamos fortalecer nossas comunidades, promover o diálogo e amplificar as narrativas que desafiam as normas estabelecidas. Vamos romper barreiras, abrir portas e inspirar gerações futuras.
Juntos, como uma família cinematográfica negra, transformaremos o cinema em um espaço inclusivo, diversificado e representativo. Vamos construir uma indústria que celebre a beleza e a riqueza de nossas histórias, onde cada pessoa, independentemente de sua cor de pele, possa se ver e se sentir empoderada.
O Cinema Negro é um movimento de resistência, transformação e amor. É o espelho que reflete nossa humanidade, nossa resiliência e nossa capacidade de reescrever o futuro. Continuaremos a brilhar nas telas, a quebrar paradigmas e a deixar nosso legado para as gerações vindouras.
O Cinema Negro não será silenciado, pois nossa voz é eterna. Juntos, construiremos um futuro cinematográfico mais brilhante e inclusivo. Que o mundo veja e valorize nossa arte, nossas histórias e nossa contribuição para a cultura global.
O cinema é nossa arma de resistência e transgressão. Que ela continue a nos empoderar, a nos conectar e a criar mudanças duradouras. O Cinema Negro é um farol de esperança, e juntos, iluminaremos o mundo com nossa luz única.
Assinado,
Spike Luu.
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Uma introdução ao estudo sobre África a partir do filme Pantera Negra (2018)
Por: Maria Eduarda Bosa
Muitas representações cinematográficas que possuem personagens negros ou que se passam na África geralmente possuem os mesmos estereótipos: o personagem normalmente é um vilão ou figurante/coadjuvante, quando é um personagem histórico normalmente ocorre um embranquecimento e quando a história se passa no continente africano normalmente é um local pobre e/ou marginalizado. Pode-se iniciar uma discussão analisando o porquê da imagem de pessoas negras e a África ser retratada desta maneira. Com base nessa ideia inicial, podemos utilizar o filme Pantera Negra (2018) para criar mais temas para um debate.
Imagem 1 - Cena da coroação de T’Challa
Inicialmente, podem ser analisadas informações básicas sobre o filme, como o contexto em que foi produzido, elenco e a história. A partir das informações básicas do filmes pode ser discutida a representatividade no filme, pois conta com um elenco constítuido em maioria por atores negros. Após isso, há diversos pontos de partidas que podem ser utilizados em debates, como a cena onde Killmonger tenta obter um artefato de Wakanda de um museu inglês, adquirido durante a colonização e como isso afetou o continente africano em todos os aspectos possíveis; a cena onde Killmonger está morrendo e diz a T’Challa que deseja ser “enterrado” no mar, pois foi onde seus ancestrais morreram tentando escapar da escravidão; em diversas cenas onde pode ser notado uma união dos costumes tradicionais e a tecnologia, onde os rituais não são vistos como algo primitivo ou ultrapassado mas sim como algo a ser levado a sério e de extrema importância, como o ritual de coroação do pantera negra.
Imagem 2 - Cena de Killmonger em um museu inglês
A partir dele ainda podem ser desenvolvidos diversos temas para serem discutidos. Mesmo sendo um filme que conta com muitos elementos fictícios, ele também se utiliza de vários fatos para construir sua narrativa e, por ser um filme com grande fama, acaba tornando mais fácil a compreensão do tema por parte dos alunos.
Referências
LOPES J., Mauricio dos Santos; SILVA, Andressa Queiroz da. Filme “Pantera Negra": a representação positiva no cinema para o ensino de História da África. Revista Em Favor de Igualdade Racial, [S. l.], v. 3, n. 3, p. 139–153, 2020. Disponível em: https://periodicos.ufac.br/index.php/RFIR/article/view/3280. Acesso em: 1 jul. 2023.
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Aquém das Nuvens filme de Renata Martins
“Você talvez seja uma das primeiras mulheres negras a se formar em cinema no Brasil”
Renata Martins é cineasta e idealizadora do Empoderadas, projeto cujo objetivo é documentar a história de mulheres negras das mais diversas áreas de atuação. Sendo referencia e um dos grandes nomes do audiovisual da atualidade no Brasil. A cineasta, em entrevista ao Alma Preta, contou sobre o seu processo de descoberta enquanto periférica, trabalhadora, mulher, negra, e mulher negra.
Esse roteiro, repleto de dúvidas e questionamentos, se confunde com o seu caminho profissional, cheio de cortes e mudanças, e que no clímax, a fez chegar ao audiovisual.
O Empoderadas, projeto o qual Renata fala com bastante carinho e orgulho, parece ser a sua maturidade política e técnica, enquanto mulher negra, com uma câmera e um roteiro nas mãos, e rodeada de outras iguais. Cineasta formada pela Universidade Anhembi Morumbi e pós-graduada em Linguagens da Arte pela USP. Em 2010 dirigiu e roteirizou o curta-metragem Aquém das Nuvens, que foi exibido em mais de dez países e premiado no Festival Unasur na Argentina, assim como, venceu o concurso TALTV – Televisão da América Latina em 2014.
Renata é uma das roteiristas da premiada série Pedro & Bianca, ganhadora do Emmy Internacional Kids Awards 2013, na categoria Melhor Série InfantoJuvenil, e do Prix Jeunesse Iberoamericano 2013 e Internacional em 2014 na categoria “ficção para o público de 12 a 15 anos”.
De 2013 a 2014 atuou como diretora audiovisual na Cia os Crespos onde dirigiu e produziu os vídeos cenários dos espetáculos: Engravidei Pari Cavalos e Cartas a Madame Satã ou me desespero sem notícias suas. Coordenou o desenvolvimento da série televisiva ficcional Rua Nove e compôs a equipe de criação no desenvolvimento da série Lulina e a Lua, do estúdio Teremin e Coordenada por Gabriella Mancini, da Conspiração Filmes. O projeto da série infantil foi selecionado para o festival Annecy 2015. É criadora dos projetos “Empoderadas” e Blábláobá, websérie documental e um webprograma voltado para valorização das mulheres negras.
IG: https://www.instagram.com/fandontrips/
Site: http://tvpreta.com.br/
Site: http://pretaportefilmes.com.br/
FB: https://www.facebook.com/pretaportefilmes/
IG: https://www.instagram.com/pretaportefilmes/
https://www.almapreta.com/editorias/realidade/voce-talvez-seja-uma-das-primeiras-mulheres-negras-a-se-formar-em-cinema-no-brasil
A Preta Portê Filmes foi fundada em 2009 com o objetivo de criar, desenvolver e produzir projetos audiovisuais que aliem arte e comunicação para um mercado atual e diversificado. Com foco em cinema de inclinação social e de relevância artística, buscamos construir um conjunto de obra multicultural que contribua para o progresso humano e que promova a diversidade em todos os âmbitos.
#renata martins#curta#filme negro#negritude#axe#representatividade#vidasnegrasimportam#blacklivesmatter#vidas negras importam#representatividade importa#preta#mulher#negra de cinema#preta porte filmes#pretaportefilmes#alma preta#almapreta
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Harry Potter e a BLM (Black Lives Matter)
Harry Potter, considerada a saga de livros e filmes mais popular no mundo, fazendo parte da infância de várias pessoas é (infelizmente) mais um exemplo de falta de representatividade hollywoodiana. Em sua maioria, os personagens principais são brancos nos livros e a pouca diversidade contida sofreu branqueamento em sua adaptação cinematográfica.
Um exemplo de “white wash”, segundo muitos leitores, é a personagem Hermione Granger, que desapontou muitos Potterheads em sua adaptação, pois nunca foi descrita com traços brancos nos livros.
Os outros personagens negros ou asiáticos que tiveram participação na vida bruxa, nunca realmente tiveram destaque, sendo normalmente figurantes ou com relevância momentânea.
E como realmente a Black Lives Matter se relaciona com Harry Potter?
A falta de representatividade não é uma novidade para ninguém, porém com o movimento de igualdade podemos observar e lutar para mudar isso com mais eficiência.
Como fãs de Harry Potter, podemos representar nossas personalidades favoritas com diversas etnias em fanarts, fanfics, etc. Além de que, para próximas obras para cinemas podemos (e devemos) exigir atores pretos e de diversas etnias, culturas e sexualidades. Os intérpretes NÃO devem ser caracterizados por figuras compostas por esteriótipos de comportamento. As várias culturas e belezas existentes devem ser apreciadas e nunca ridicularizadas.
A diversidade representa a sociedade, como um todo e absoluto. Os apreciadores devem se sentir retratados com os artistas, trazendo união entre a imaginação e a realidade.
Apenas a fantasia não existe, a diversidade sim.
A familiarização com as diferenças, diminui o racismo e destrói o preconceito.
(Texto não revisado)
#black lives matter#harry potter movies#harry potter fandom#hogwarts#potterhead#brasil#brazil#texto em portugues#text#resumo#harry potter#representation#portuguese#português#brazilian portuguese#hermione granger#rony weasley#draco lucius malfoy#ginny weasley#hinny#romione#blmisnotatrend
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Reticências (Solaine Chioro)
Davi começa a trabalhar como estagiário na mesma empresa em que Joana está. Por conta de um pequeno mal-entendido, eles não se dão nada bem. O que ambos não sabem, é que se correspondem há meses pelo instagram e um está caidinho pelo outro.
É uma comédia romântica, então, sobre a história, talvez não tenha muito o que eu dizer, né? Não menosprezando o gênero, claro; quem me conhece sabe que as palavras “comédia” e “romântica” juntas, são uma das maneiras mais fáceis de me comprar. Foi assim quando bati o olho nessa capa fofa e na sinopse de Reticências. Mas o que me levou a este livro? A busca por autoras brasileiras negras. Tenho estabelecido como meta pessoal ler (e indicar) mais livros escritos por brasileiras negras. Fiquei tão, mas tão feliz de encontrar a talentosa Solaine Chioro!
Obviamente o tema racismo é muito abordado, mas sem tomar conta da leitura toda - a meu ver, a obra já se afirma como ação antirracista tendo protagonistas e autora negros. Creio que faria refletir muitos dos negacionistas fãs de romcom, que dariam as mãos a protagonistas que vivem jornadas românticas que eles já conhecem, mas que têm uma bagagem diferente da maioria dos casais principais de comédias românticas.
Sem dúvidas um livro que teve inspiração em Mens@gem Para Você (Nora Ephron, 1998) tinha poucas chances de não me conquistar, mas Solaine Chioro entrega tudo e muito mais! Já estou mais do que pronta pra indicar e presentear várias pessoas com esse livro delicioso, que, além de tudo, é curto, não “enche linguiça” e traz referências das mais variadas, desde relacionadas à cultura negra até a filmes cult do cinema francês.
A autora, que tem 28 anos e é natural de Santos, transformou um romance leve e clichê (novamente, não é uma crítica) em um show de representatividade. Li o livro todo ontem e acho que já não conseguiria listar aqui tudo o que entra nesse aspecto. Temos protagonistas negros e gordos. Temos personagens LGBTQI+. Temos uma personagem indígena. Temos uma personagem paraplégica. Solaine conseguiu nos dar uma história já batida totalmente renovada. É justamente a questão, não é? A história é batida pra quem? Pra personagens brancos, heteronormativos e não-deficientes. Pelas palavras de Solaine (que escreve muito bem, diga-se de passagem), essa trama se torna nova, fresca e deliciosamente esperançosa.
#solainechioro#reticências#literatura negra#literatura nacional#resenhas#resenha#protagonista negra#protagonistas negros#protagonista negro#comédia romântica#romcom
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BBBissexualidade
Primeiramente, eu vou dizer que eu não estou assistindo ao BBB21, mas se você é brasileire ou tem amigos que são daqui do Brasil, então você sabe que é impossível não saber o que acontece no reality show. Então, é claro que eu estou sabendo de Lucas e Gilberto, do beijo na festa que aconteceu na noite anterior à saída do Lucas e o preconceito presente na casa. Não teve "apenas" bifobia, mas também transfobia, homofobia, racismo, capacitismo, entre (prováveis) outros.
Como eu disse, não estou assistindo, só vendo vídeos e comentários no Twitter, então não estarei aqui dando minha opinião sobre a situação, até porque não sou negro nem bissexual; o que eu vou fazer aqui é usar essa oportunidade para divulgar livros com protagonismo negro e/ou bissexual. Claro, vou priorizar os que eu tiver lido, mas vou incluir também alguns cuja leitura eu não concluí. Vamos lá, então?
✓ - já lidos
✈- para ler
"LEGENDBORN", de Tracy Deonn ✓
A narrativa começa com Bree Matthews, uma adolescente de dezesseis anos, após a morte de sua mãe. Alguns meses depois (um salto no tempo de três meses entre o prólogo e o primeiro capítulo), Bree está em um programa residencial para estudantes do Ensino Médio na UNC (a Universidade da Carolina do Norte), onde ela presencia um ataque mágico, no sentido literal da palavra, durante a sua primeira noite na universidade. Um misterioso grupo de estudantes chamado Legendborn começa a investigar o caso, além de um mago adolescente que chama a si mesmo de Merlin tentar (e falhar) apagar a memória de Bree. Contando com mulheres negras, não só no protagonismo, mas também na autoria, e um interesse amoroso bissexual, não poderia deixar de incluí-lo. (Inclusive, a tradução para o português que será publicada pela Intrínseca já está em pré-venda! Aproveita para comprar, porque é simplesmente maravilhoso.
"OS SETE MARIDOS DE EVELYN HUGO", de Taylor Jenkins Reid ✓
Estou certo de que já recomendei esse livro aqui no blog, mas eu também estou sempre disposto a recomendá-lo mais uma vez. Os sete maridos de Evelyn Hugo é contado sob duas perspectivas: a primeira é a de Monique, uma jornalista que, após um divórcio turbulento, é requisitada para uma entrevista com Evelyn Hugo, uma atriz da época dourada de Hollywood, pela própria Evelyn, que não havia feito aparições públicas há décadas. Já a outra perspectiva é a da própria Evelyn enquanto conta toda sua história para que Monique organize em uma biografia autorizada. O livro explora a bissexualidade de Evelyn, narrando seus relacionamentos, incluindo seus sete maridos, mas não se limitando a eles. Se você gosta da Taylor Swift e das letras de suas músicas, esse é um livro que você deve ler: muitas das músicas da cantora parecem ter sido escritas com o intuito de servirem como trilha sonora para Evelyn Hugo.
"LEAH FORA DE SINTONIA", de Becky Albertalli ✓
A sequência do livro Simon vs. A agenda Homo Sapiens (cujo título foi, infelizmente, mudado para Com amor, Simon quando foi adaptado para o cinema, algo que ainda me traz frustação) conta a história de Leah, uma das melhores amigas de Simon, no ponto de vista da própria. Tanto ela quanto Abby, sua melhor amiga e interesse romântico no livro, são bissexuais. Leah fora de sintonia também fala sobre desconfortos em relação ao próprio corpo, por Leah ser uma menina gorda. Essa representatividade gorda e sáfica simultaneamente significa muito para mim, por ter essas duas características (uma característica e uma identidade, na verdade), o que se enquadra em outra coisa que me frustrou na adaptação cinematográfica Com amor, Simon, que conta com Katherine Langford, uma atriz magra, interpretando Leah. E, apesar de Leah não ser representatividade bissexual e negra, Abby, seu interesse amoroso, é.
"HEARTSTOPPER", de Alice Oseman ✓
Um pouco diferente dos outros livros nessa lista, Heartstopper é uma graphic novel britânica, que tem como protagonistas Charlie Spring, um garoto gay no Ensino Médio, e Nick Nelson, seu interesse romântico que passa pelo processo de descoberta e aceitação da própria bissexualidade durante a obra. Os livros também contam com outros tipos de representatividade, como Tara e Darcy, que são um casal de lésbicas, e Elle, que é uma garota trans, sem contar a representatividade racial, na qual tanto Tara quanto Elle estão incluídas. Apesar dos livros estarem à venda, eles também estão disponíveis legal e gratuitamente nos aplicativos Tapas e Webtoon, e sua publicação em português será feita pela Editora Seguinte (os dois primeiros volumes serão publicados esse ano mesmo, os outros dois em 2022, e o lançamento do quinto ainda não tem data). Além disso, os livros serão uma série produzida pela Netflix!
"CINDERELLA IS DEAD", de Kalynn Bayron ✈
Esse livro está na minha lista para ler logo, até porque tenho o volume físico na minha estante: é uma reinterpretação LGBTQ+ da história da Cinderela, onde fazem duzentos anos desde que ela encontrou seu príncipe e, desde então, há um baile anual onde os homens do reino escolhem suas esposas. E, se o objetivo do baile não for cumprido, as garotas que não foram escolhidas nunca mais serão vistas. Sophia, a protagonista, foge do baile e acaba encontrando a última descendente conhecida de Cinderela e suas irmãs. Não preciso nem dizer que estou louco para ler esse livro, né? (Detalhe: a versão brasileira desse livro também está em pré-venda, com o lançamento agendado para 16 de agosto!)
"FELIX EVER AFTER", de Kacen Callender ✈
A narrativa é centrada em Felix, um jovem negro, queer e trans, que nunca se apaixonou, apesar de querer desesperadamente saber qual a sensação. Depois de receber mensagens transfóbicas anônimas revelando seu nome morto e com fotos suas antes da transição, Felix traça um plano de vingança que não só lhe traz um triângulo amoroso, como também uma jornada em direção à autodescoberta. Por alguma razão, eu ainda não consegui ler esse livro, mas, tal como Cinderella is Dead, ele está esperando não tão calmamente na minha estante. E advinha? A edição brasileira também está na pré-venda e com uma capa lindíssima (sério, estou apaixonado por essa arte).
"ACE OF SPADES", de Faridah Abike-Iyimide ✓
Se você quer um livro LGBTQ+ que fale sobre racismo, considere ler Ace of Spades. Consegui lê-lo através de uma ARC e penso nele até hoje (que, inclusive, foi o dia que a minha cópia física dele chegou! Tão lindo...). Basicamente, é uma história contada sob dois pontos de vista, o de Devon e Chiamaka, os dois únicos alunos negros em uma escola particular de elite, que são os alvos principais de mensagens acusadoras por uma pessoa anônima que assina os textos como ‘Aces’. Ele conta com protagonismo gay/aquileano e bissexual/sáfico, e chegará ao Brasil pela Plataforma21, selo jovem adulto da V&R Editoras.
#bbb21#big brother brasil#reality show#literatura lgbt#literatura bissexual#bissexuais#representatividade bi#representatividade bissexual#bisexual#recomendações#book blog#book blogger#bookblr#blacklivesmatter#vidas negras importam#livros#livroeleitura#literatura#leitura
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“WandaVision” vem aí! - E os Jovens Vingadores também…
A série “WandaVision” dará o pontapé inicial da Marvel na Disney+, em 15 de janeiro do ano que vem, e também será aquela que escancarará as portas do multiverso no MCU. Confesso que preferia que “Falcão e o Soldado Invernal” fosse a série inaugural para dar essa introdução, já que tem tudo para ser uma produção mais pé no chão — de ação e espionagem, com inspirações nas dinâmicas de “buddy cop movies” dos anos 80/90 – e, portanto, mais acessível ao grande público. Infelizmente, por conta do atraso nas filmagens, a série teve que ser adiada e chegará às telas em março de 2021. Logo, caberá à Wanda Maximoff a missão de iniciar esse universo das séries no streaming “chutando a porta”. Não que eu não esteja ansioso, muito pelo contrário. Penso que “WandaVision” tem tudo para ser algo diferente e inovador, e não vejo a hora de poder conferir. Mas a série terá uma trama mais densa e pode gerar confusão na cabeça do espectador comum — lê-se aquele que não está acostumado com realidades paralelas e multiverso, como o leitor de quadrinhos. Sim, a série da Feiticeira Escarlate e do Visão tratará sobre esses temas e irá explorar os poderes de Wanda de manipulação da realidade. Existe ainda a expectativa de que a heroína perca o controle dos mesmos, assim como aconteceu na saga “Dinastia M”, das HQs. Podemos ver uma adaptação, mesmo que superficial, dessa história? Seria algo definitivamente interessante.
O que se sabe com 100% de certeza é que os eventos da série irão desembocar em “Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura”, filme agendado para 2022, e que também terá Elizabeth Olsen, a intérprete da Feiticeira Escarlate, em seu elenco. As duas produções formarão uma espécie de “trilogia do multiverso” com o terceiro filme do Homem-Aranha, ainda sem título anunciado, que estreia em dezembro de 2021. Gostem ou não da ideia, uma coisa é fato: “WandaVision” traz uma série de possibilidades que empolgam os fãs. Veremos mutantes? Penso que ainda não. Mas nada impede que referências já comecem a ser plantadas para serem colhidas futuramente, como a Marvel sempre fez tão bem em suas produções.
A grande possibilidade — e a mais concreta nesse momento — é o início da formação do grupo dos Jovens Vingadores (favas contadas, eu diria). Os gêmeos Célere e Wiccano, filhos de Wanda e Visão, estão confirmados na série, e aparecem nos trailers como dois bebês. A presença de ambos, somada a outros personagens que já sabemos que estão por vir, já dão indícios de que o time está sendo montado e pode se juntar antes do que se imagina. Seja em um filme, ou mesmo em uma série própria da Disney+, para depois fazerem a transição para as telonas. Não há previsão de um “Vingadores 5”, mas a marca da franquia é muito forte, de modo que não imagino a Disney não a utilizando por um intervalo maior do que três ou quatro anos.
Vamos lá, façamos as contas: teremos Kate Bishop, a Gaviã Arqueira, na série “Hawkeye”. Hailee Steinfeld foi confirmada no papel e está filmando neste momento juntamente com Jeremy Renner, o Gavião original. Ela será a pupila de Clint Barton na produção, que beberá muito da fonte da premiada HQ de Matt Fraction, também intitulada “Hawkeye”. Em seguida, temos Kamala Khan, a Ms. Marvel, que será a protagonista de outra série que também está em produção, com a jovem Iman Vellani vivendo a personagem. Já foi confirmado pelo estúdio que a heroína fará sua estreia na TV e posteriormente estará em “Capitã Marvel 2”, que chega aos cinemas em 2022. As duas séries em questão estreiam no serviço de streaming da Disney em 2021.
Indo para o cinema, Cassie Lang, filha de Scott Lang — e que irá se tornar a super-heroína Estatura em “Homem-Formiga e a Vespa: Quantumania” — também deve fazer parte do grupo. Foi anunciada a atriz Kathryn Newton, que substituirá Emma Fuhrmann, intérprete de Cassie adolescente em “Vingadores: Ultimato”, para o papel. Por fim, outra jovem que vai se juntar à família MCU em “Doutor Estranho: No Multiverso da Loucura”, é America Chávez, a Miss America, que também tem atriz escolhida: Xochitl Gomez. E não descarto que, futuramente, tenhamos ainda alguma menção ao Hulkling. Quem sabe, até mesmo, na série da She-Hulk?
Chama a atenção também a variedade desse grupo. São quatro mulheres e dois homens, sendo uma paquistanesa (Kamala Khan) e uma latina (America Chávez). Entre os gêmeos, temos Wiccano, personagem abertamente gay nos quadrinhos e que mantém um relacionamento com Hulkling, inclusive. Isso se encaixa na nova filosofia do MCU e que já foi anunciada por Kevin Feige em 2019, de dar uma maior importância à representatividade e mais espaço para todo o tipo de raças, gêneros e etnias nas produções da Marvel Studios. “Pantera Negra” deu início a esse projeto, com um elenco 90% formado por negros e colocando a cultura africana no mainstream. Hora de dar continuidade.
“WandaVision” trará ainda outras surpresas que só começarão a serem reveladas a partir de 15 de janeiro. Veremos pela primeira vez a atriz Teyonah Parris, que interpretará Monica Rambeau — a filha de Maria Rambeau, melhor amiga de Carol Danvers — e que nos foi apresentada em “Capitã Marvel” em sua versão criança. Aqui, ela já é adulta e trabalha para a S.W.O.R.D, uma versão da S.H.I.E.L.D, só que com base no espaço e que lida com problemas intergalácticos. Evan Peters, o Mercúrio dos filmes dos “X-Men” da Fox, por sua vez, é outra cara nova. Seu passado heroico já levantou teorias entre os fãs de que o ator reprisará o seu papel como o velocista, só que de uma outra realidade.
Minha aposta, no entanto, é outra, e recai sobre o vilão Mephisto, o demônio do Universo Marvel. Vale lembrar que Mercúrio é irmão de Wanda, mas está morto no MCU. O personagem foi interpretado pelo ator Aaron Johnson, e foi vítima de Ultron em “Vingadores: A Era de Ultron”. Teremos também o retorno de Kat Dennings e Randall Park, que reprisarão seus papéis de Darcy Lewis, amiga de Jane Foster em “Thor” e “Thor 2: O Mundo Sombrio”, e Jimmy Woo, agente policial de “Homem-Formiga e a Vespa”, respectivamente. Tantos personagens aleatórios... Mas lembre-se: quando se trata de Marvel, nunca nada é aleatório. Em breve veremos como todas essas peças se encaixarão no tabuleiro.
#Wandavision#Jovens Vingadores#Série#Marvel#MCU#Disney plus#Marvel Studios#universo cinematográfico de marvel
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"Eu sou a ressurreição e a vida. Aquele que crê em mim, ainda que morra, viverá, e quem vive e crê em mim, não morrerá eternamente." (João 11:25,26). . "Na minha cultura, a morte não é o fim" (Pantera Negra, 2018). . Neste sábado tivemos a triste notícia de que Chadwick Boseman, ator do Pantera Negra nos cinemas, faleceu, depois de muitos anos lutando contra o câncer. O ator além de ser forte e guerreiro na luta contra a doença, também interpretou muitos pessoas importantes, mesmo enquanto se tratava do câncer. Atuações importantes, histórias reais, principalmente de negros conquistando espaço onde deveriam sempre estar. Mas o mais famoso trabalho de Boseman, foi o herói dos quadrinhos, Pantera Negra, o que gerou grande representatividade nesse meio aos negros. O filme se tornou tão significativo que venceu muitos prêmios, ganhou milhares na bilheteria, além de ser o primeiro filme de herói a ser indicado ao Oscar. Segundo a cultura retratada no filme, a morte não era o fim, mas um novo começo, e para nós, cristãos, também a morte não é o fim, pois para aqueles que crêem no Cristo, assim como Ele, ressuscitarão para a vida eterna! "Na minha cultura, a morte TAMBÉM não é o fim!" . Meus sentimentos à família do ator, e que no dia de Jesus, todos nos encontremos! ✊🏿🖤 . Siga a página! Marque os amigos! Curta, Comente e Compartilhe! (em Wakanda) https://www.instagram.com/p/CEe-kySABPn/?igshid=co8rjjc0ufrn
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Noticia
Pantera Negra
Pantera Negra um super-herói em quadrinhos da Marvel comics, cuja identidade é de T'Challa, rei de Wakanda, localizado na África.
Pantera Negra tem o poder de extrair todo conhecimento de panteras negras passadas, o protetor de Wakanda recebe dons da deusa pantera Bast, que eleva a sua força e a níveis sobre-humanos.
Por ter a maior parte do elenco com atores negros, longa trouxe representatividade para as telas de cinema com Chadwick Boseman como T'Challa, sendo sua primeira aparição em Capitão América Guerra Civil.
Qual o futuro de Pantera Negra?
O segundo filme já foi confirmado pela Marvel desde 2019, porém com a morte do ator principal, não se sabe ao certo o seu futuro.
Ainda não se teve uma nota oficial da Marvel, já se sabe que o ator não será substituído por outro, porém sabemos da possibilidade do Pantera Negra ser substituído por Shuri ( Letitia Weight ) irmã de T'Challa, assim como ocorre nós quadrinhos, mas nada foi confirmado.
Criadores: Stan Lee, Jack Kirby
Gênero: Ação, ficção científica, Aventura
Produção: Kevin Feige
Roteiro: Joe Robert Cole, Ryan Coogler
Música: Ludwig Göransson
Cinematógrafia: Rachel Morrison
Orçamento: U$ 200 - 210 milhões.
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Diversidade
Atualmente, como nunca antes, tem se falado sobre minorias e representatividade no mundo do cinema, da escrita e em grande parte das artes. É indiscutível que tal mudança é boa e precisamos nos atentar ao que ela oferece, mas a pressão de se representar tudo também cresceu.
Dois principais focos tem ganhado atenção absurda: comunidade LGBT e negros. Felizmente o preconceito diante desses dois grupos tem sido vencido, mas ainda existe – e muito, porém vale lembrar que eles não são os únicos que sofrem com os maus olhares, com a ignorância ou com o padrão social estabelecido.
Como escritora, uma coisa que tem me incomodado muito em tudo que faço é justamente isso. Mas não só me incomoda não ter representatividade em minhas histórias, como também sinto uma pressão absurda diante da reação do público (sina de qualquer artista). Sou parda (e gorda), mas amo – de verdade – loirinhos. E tenho uma amiga que ama ruivos, outra que ama pessoas de cabelo preto, outra que ama negros… Well, eu fiquei com os de cabelo amarelo. O que não significa que nenhuma de nós odeia os outros tipos de pessoas, mas temos uma admiração maior por um tipo X.
É errado? Não. Isso é racismo? Não.
Mas as pessoas te acusarão disso.
Por gostar de muito de loiros – ser literalmente atraída por eles (mas não só por eles, por favor não sejam ignorantes) – fui acusada de racista pela minha própria família. E eu ainda era criança. Não é algo bom de se ouvir. Isso criava uma pressão grande e eu me perguntava se eu realmente era. Hoje percebo que não, eu simplesmente sinto mais atração por um tipo, mas não tenho nojo, nem desprezo pessoas de cor – como eu, por sinal.
E na escrita, sinto que será a mesma coisa. Gosto de loiros, tenho personagens loiros… E agora?
Apesar dessa constante exigência do público por toda representação possível, um autor não pode se tornar escravo disso, ele deve compreender a importância e aplicar com prazer, como tenho aprendido. No entanto, apesar dessa pressão, eu sinto falta de outro tipo de diversidade que ninguém dá atenção: diversidade de corpo.
Eu sou gorda – reforçando. E em todo filme e livro que leio, gordos são apenas alívios cômicos, serviçais, imbecis que só sabem comer, ou um vilão. Isso. É. Ofensivo. Mas ninguém protesta contra isso. E por ser um tipo de minoria que me afeta, eu gosto de falar sobre isso em meus livros, desmistificar isso, quebrar esse padrão.
Não é em toda obra que todas as minorias poderão ser abordadas, mas cada autor pode e deve achar sua forma de tratá-las, lembrando-se que diversidade importa (não só negros e LGBTs).
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Você poderia ter tentado mais, Little Women. Porque uma melhor representatividade se faz necessária na adaptação de clássicos.
Texto original da CBC escrito por Amanda Parris em 24/12/2019
Adaptações como Anne With An E estabeleceram um novo padrão, e o novo filme de Greta Gerwig não alcança muito esse patamar.
Quando eu era criança, eu era apaixonada por Little Women (Adoráveis Mulheres). Eu li e reli o livro várias vezes até a brochura bem gasta se desfazer - chorando quando Beth adoeceu, rindo de alegria quando Meg enfrenta Tia March, chorando (novamente) quando Amy queima o livro de Jo. E eu me lembro de assistir o filme de 1994 com uma expectativa - me apaixonando por Winona Ryder como Jo, sentindo como se Susan Sarandon fosse a intérprete mais perfeita que existiu para interpretar Maree e desejando que o Laurie de Christian Bale pudesse ser tão perfeito quanto eu tinha imaginado na minha cabeça. Eu também me lembro de ter me sentido confusa quando momentos chaves foram cortados no cinema. Foi uma das primeiras lições sobre adaptações de livros para filmes: nem tudo sobrevive a jornada.
Uma nova versão de Little Women está para chegar aos cinemas. Eu fui a uma pré-estreia no TIFF Bell LightBox semana passada com trepidação. tentando gerenciar minhas expectativas para não me decepcionar mais uma vez. Felizmente, eu saí do cinema me sentindo (em grande parte) inspirada.
A adaptação de Greta Gerwig é reveladora e ousada. Sua decisão de não seguir a cronologia do livro é brilhante, e sua mistura da vida real de Louisa May Alcott (escritora de Little Women) com as ambições de Jo entregam a uma conclusão incrivelmente satisfatória para a segunda metade do livro (que têm sido um espinho para os leitores por mais de um século). Esse manobra brilhante do ato brilhante fez essa história bem contada soar nova e empolgante.
Com tudo isso dito, eu ainda tive uma pequena, mas distinta pontada de decepção ao sair do cinema, e levou algumas semanas para eu entender o porquê. Não foi provocada por uma necessidade infantil de ver cada momento dos livros refletidos na tela, mas sim de um desejo adulto de ver adaptações contemporâneas se esforçarem por reflexões mais profundas e amplas por seus materiais de origem. É uma nova expectativa para mim, mas é uma que surgiu após assistir Anne With An E.
A série da CBC é inspirada nos livro de Lucy Maud Montgomery Anne de Green Gables (outra obra favorita da minha infância) e de várias maneiras, as protagonistas - Jo March e Anne Shirley-Cuthbert - são kindred spirits. Assim como Jo, Anne é uma contadora de histórias e uma apaixonada por literatura. Ela tem uma imaginação vasta e um espírito rebelde que constantemente a coloca em confusões.
Em Anne With An E, a showrunner Moira Walley-Beckett corajosamente explora aspectos da personagem da Anne e do mundo de uma maneira nunca feita nos livros. A série frequentemente aborda assuntos atuais em um contexto de época. A 1ª temporada estabelece a base ao se aprofundar no trauma e na violência que uma órfã como a Anne teria vivenciado na época. Na 2ª temporada, o universo de Avonlea é expandido quando Gilbert Blythe começa a trabalhar em um navio à vapor. A série nos introduz à comunidade negra histórica de Prince Edward Island (The Bog, o Gueto) e ilustra o racismo muito real que permeia e afeta nossa cidadezinha de Avonlea. A série nos permite uma espiada em uma comunidade artística do final do século 19 onde a expressão de gênero é fluída, círculos sociais são diversos e o amor queer é celebrado em particular. A série nos leva a Trinidade onde os personagens são introduzidos a babash (uma palavra que eu nunca imaginei que eu ouviria na televisão). Lá, a trama explora como o trauma da escravidão persiste mesmo após a abolição formal ter sido concedida. Possivelmente mais poderosa, Anne With An E nos apresenta a charmosa e carismática personagem indígena Kak'wet que é levada para uma escola residencial.
A série não é perfeita, claro. Os roteiristas parecem relutantes em considerar, mesmo por um instante, que personagens amados como Anne e Gilbert iriam nutrir ao menos um pouco do preconceito e racismo que definiu a época delas. Para eles, ser progressista é uma traço inato de caráter, e isso os leva perigosamente próximos a um território de white saviour. No entanto, personagens coadjuvantes como Diana Barry, Marilla Cuthbert e Rachel Lynde lidam com seus preconceitos. Essas novas tramas oferecem ampla oportunidade para novos aprofundamentos e desafios provocativos. Alguns céticos podem dizer que tudo se trata de ser politicamente correto - Anne With An E está apenas tentando fisgar uma audiência de 2019. No entanto, eu diria que novos personagens e tramas são tentativas fascinantes de interrogar as realidades históricas de uma maneira que Lucy Maud não poderia.
Eu sei que comparar três temporadas de uma série de TV com um filme único é um pouco injusto, porém mesmo com as limitações de um longa-metragem de duas horas, Little Women de Greta Gerwig perdeu uma grande oportunidade. Ela poderia ter alargado o mundo do livro. Nas duas últimas adaptações para o cinema, a fortuna da família é perdida por conta das visões progressista de Mr. March. No filme de 1994, ele abriu sua escola para crianças negras. (No livro, ele perde a propriedade tentando ajudar um amigo infeliz). De fato, Mr. March não aparece em grande parte do livro e do filme porque ele se alista na Guerra Civil, lutando no lado certo da história. Existem detalhes sugerindo que os Marches são a frente de seu tempo, mas além de alguns personagens negros sem nomes, seus universos são tão brancos e tradicionais quanto aquele do livro de Alcott.
OK, beleza, não existem pessoas negras no Little Women. Isso não é uma grande surpresa. Mas eu tinha outras esperanças. A permanência temporária de Jo em Nova Iorque tinha tanto potencial. Eu tinha esse desejo secreto que Greta Gerwig iria expôr Jo a um mundo mais largo. Existe um relance disso: nós vemos Jo no teatro - e aí dançando na cervejaria que está cheia de pessoas falando diversas línguas. E eu sou grato por Greta pela escalação inspirada de Louis Garrel, que transformou o Professor Bhaer de um velho esquisito que eu nunca entendi no livro para um encantador acadêmico para o qual eu quase torci. Mas não foi o suficiente. Eu sempre imaginei Jo como uma pessoa que teria numerosos romances (talvez até um com uma mulher!) e amizades com agitadores políticos e criativos. Como uma porta de entrada para tantos recém-chegados, a cidade de Nova Iorque era repleta de potencial para aventura. Mas em Little Women de Greta Gerwig, a vida de Jo na cidade ainda está confinada a uma casa - um local onde ela tutora e escreve histórias.
Por mais que eles não estejam presentes no livro, sempre existiram pessoas negras, pessoas queer, pessoas indígenas e pessoas com deficiência populando esses mundos. É uma escolha deixá-los de fora. Anne With An E ilustrou que eu uma história bem mais rica e expansiva pode ser contada quando você os inclui. Seria ridículo ficar retroativamente decepcionada com as visões de mundo limitada de Lucy Maud Montgomery ou Louisa May Alcott. No entanto, eu posso esperar mais dos contadores atuais de histórias que escolhe adaptar as histórias delas para o público em 2019.
O impacto dessas histórias mais amplas não pode ser exagerado. Em campanhas online para salvar Anne With An E, fãs frequentemente exigem saber mais de Ka`kwet e sua vida na escola residencial. Eles dizem que querem aprender mais sobre um capítulo da História raramente retratado nas telas. Uma escritora disse que o cancelamento da série é irresponsável e danoso para audiências indígenas porque abandona uma história que foi inicialmente conduzida tão bem.
A escritora Sarah Hagi recentemente tuitou sua reação a Little Women: "Você acha que Greta Gerwig já conheceu uma pessoa negra?". Eu sou definitivamente uma fã de Greta Gerwig, mas o tuíte me fez refletir sobre suas obras e quantas comunidades são constantementes deixadas de lado. Ela é parte de um um contigente criativo mais largo que raramente sente a necessidade de ver além de uma bolha muito específica e limitada. Esperar que ela muda com Little Women - um livro que já foi adaptado várias vezes e nunca se preocupou com as questões que destaquei anteriormente - é definitivamente pedir muito. Mas estou expondo meu desejo de qualquer jeito porque eu acho que é hora para estabelecermos novos padrões. Obrigada Anne With An E por subir o nível.
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link da notícia: https://www.cbc.ca/arts/you-could-ve-tried-harder-little-women-why-better-representation-is-needed-when-adapting-classics-1.5407189
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O cinema brasileiro na Era Bolsonaro | Ancine retira apoio a filmes com temáticas gay e negra
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O cinema brasileiro na Era Bolsonaro | Ancine retira apoio a filmes com temáticas gay e negra
A Agência Nacional do Cinema (Ancine) decidiu retirar o apoio financeiro aos produtores de Greta e Negrum3, uma ajuda de custo de R$ 4,6 mil para cada um, comprometendo a participação de dois filmes nacionais no Festival Internacional de Cinema Queer, evento que se realiza a partir desta sexta-feira (20), em Lisboa. Três semanas atrás, a Ancine havia aprovado a “concessão de apoio financeiro” para os filmes.
De acordo com a agência, todos os apoios previstos no Programa de Apoio a Festivais Internacionais estão sendo reavaliados, em razão do contingenciamento orçamentário determinado pelo governo: “A divulgação de projetos contemplados no Programa não representa garantia de que eles receberão os recursos, uma vez que o próprio termo de compromisso firmando o apoio condiciona o aporte à disponibilidade orçamentária. O critério do corte foi exclusivamente temporal: foram mantidos os apoios a filmes contemplados em festivais já realizados ou em curso” (via Carta Capital), escreveu a agência.
Dirigido por Armando Praça e estrelado por Marco Nanini, no filme Greta Nanini interpreta um enfermeiro homossexual que é fã ardoroso de Greta Garbo. O longa-metragem foi o grande vencedor da 29ª edição do Cine Ceará – Festival Ibero-americano de Cinema, levando o Troféu Mucuripe nas categorias de Melhor Longa-metragem, Melhor Direção e Melhor Ator para Marco Nanini.
Negrum3, dirigido por Diego Paulino, propõe um mergulho na caminhada de jovens negros da cidade de São Paulo, por meio de um “filme‐ensaio sobre negritude, viadagem e aspirações espaciais dos filhos da diáspora”. Segundo apurações de reportagem da Carta Capital, a produção afirmou que já está com as passagens compradas para o festival, mas esperava que o financiamento cobrisse parte dos custos da viagem. A saída agora é pedir colaborações de internautas em uma vaquinha.
“A justificativa oficial é a falta de disponibilidade orçamentária, mas, na mesma decisão, a Ancine diz que irá continuar apoiando a participação de filmes em outros festivais. Levando em conta que Negrum3 é um filme que fala da celebração de bichas pretas e a temática do festival do qual ele irá participar, fica claro o viés político de censura da decisão tomada pela Diretoria da Ancine” (via Carta Capital), disse Victor Casé, da Reptilla Produções.
O Brasil tem uma vocação muito forte para o cinema, porém desde que assumiu a Presidência da República, Jair Bolsonaro não mede esforços mudar a rota da Ancine e transformá-la numa espécie de máquina de propaganda estatal bolsonarista. Bolsonaro já deu inúmeras declarações que denotam a sua ofensiva contra o cinema nacional e age como se o público não fosse capaz de escolher o que quer ou não ver.
Ambas as produções abordam assuntos que Jair Bolsonaro manifestamente não gosta de ver nas telas (se é que Bolsonaro assiste algum filme!): negritude e homossexualidade. O retrocesso da Ancine no caso destes dois filmes é uma prova de que a recente troca de comando na agência – Christian de Castro foi afastado da presidência por força de decisão judicial e Alex Braga assumiu – não afetou em nada o projeto de colocar a Ancine na rota conservadora.
#Ancine retira apoio financeiro Greta e Negrum3#cinema brasileiro na Era Bolsonaro#Festival Internacional de Cinema Queer#Greta#LGBTQ+#Marco Nanini#Negrum3#representatividade negros no cinema
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Sobre representatividade nos textos
A literatura precisa ser diversa. Os produtores, consumidores e também o texto. Porque é da diversidade que surgem novas ideias, novos comportamentos, novas possibilidades de mudança. As minorias precisam estar presentes nas obras. Mas como representar as minorias? A maior problemática parece sempre estar em representar as minorias sem reduzi-las ao seu aspecto minoritário.
A questão é que uma identidade minoritária passa por questões difíceis que a maior parte da sociedade não passa — aí a nomeação “minoria” — mas esses problemas não são o que definem essas identidades, se pensamos em cada uma delas como indiv��duos, como personagens. No entanto, um texto que traz representatividade diversa e não trata de questões sociais problemáticas é um texto que trata de representatividade de maneira verdadeira?
As relações hierárquicas e o organograma sociopolítico existem e afetam — até mesmo fundam — as identidades e as relações sociais. Então como ignorá-los em nossas produções literárias? Como colocar personagens de minorias e não trazer questões das minorias com eles? E, contudo, como não reduzir tudo que são os personagens a apenas essas questões, como se não tivessem nada único em si mesmos?
Esse sempre parece o dilema: tratar das problemáticas para trazer verdade (e até mesmo críticas) ao texto em um personagem e arriscar limitar sua construção, ou não tratar das problemáticas e arriscar a produção de um texto alienado, fora da realidade social, pouco verossimilhante, ingênuo.
A construção de personagens — quaisquer personagens — é uma tarefa difícil, porque personagens são pessoas, tem vidas completas, e contarão histórias, por meio de suas ações, nos nossos textos. Queremos construir os melhores personagens. Mas como? E como garantir que a nossa escrita vai nos guiar para onde queremos ir?
Leitores, via de regra, interpretam textos seguindo um padrão de “normalidade” imposta, o mainstream, e escritores, ao elaborar seus textos, descrevendo certos aspectos com mais ou menos detalhes deve ter esse risco interpretativo mainstream em mente. O mainstream é uma visão preconceituosa e limitada do mundo, muitas vezes heteronormativa e branca, por exemplo, que surge dos padrões impostos pela sociedade, e os leitores podem querer se afastar desses padrões, mas os escritores têm grande parte da responsabilidade quando se trata dessas mudanças.
Quais as chances de os leitores imaginarem um personagem negro na história, se não há escrito no texto que o personagem é negro? Quais as chances de os leitores imaginarem uma personagem lésbica, se não há essa informação no texto? Infelizmente, os padrões sociais influenciam a leitura e a interpretação de textos, e nesse sentido, cabe aos escritores quebrar esses padrões.
E alguns esforços já foram feitos por aí, alguns são feitos diariamente. Mas a representatividade pela representatividade, como preenchimento de cota de diversidade no texto, pode contribuir para o mainstream e até mesmo prejudicar o resultado final.
Judith Butler, por exemplo, em um de seus textos, fala de recorte e colagem na construção textual, que seria o recorte de um personagem, ou de uma característica, e sua colagem no texto, resultando em enredos mal construídos e personagens deslocados, inseridos no texto sem qualquer contexto ou justificativa.
E é por isso que deve haver sempre um cuidado na escrita: o que está sendo dito, o que não está sendo dito, o que os personagens fazem e o que não fazem, e quão redutoras ou alienantes as descrições e definições podem parecer.
Não fazer descrições pode resultar em uma leitura mainstream, descrever pouco pode resultar numa colagem e descrever demais pode resultar em estereótipos redutores das minorias.
Então o que fazer?
Uma solução para esse dilema parece, primeiro, considerar as razões pelas quais tais personagens estão na narrativa. Por que fazemos as escolhas que fazemos quando escrevemos? Qual o objetivo de escolher uma característica, um cenário, um personagem, e que história pretendemos contar a partir dessas escolhas?
Encontrar respostas para essas perguntas me parece um primeiro passo produtivo para a construção de um texto representativo.
Outra solução é a descida do pedestal. O medo de grande parte dos escritores reside no pensamento que a obra precisa ser completa, mas haverá muitas oportunidades para escrever novas obras, novos textos, e criar novas representações, mais e menos diversas, com objetivos diferentes. A verdade é que todos os escritores cometem erros, mas novos textos são sempre novas oportunidades para corrigi-los.
O cinema e a indústria de produção de conteúdo midiático escrito e audiovisual me parece estar num processo de desenvolvimento no qual a diversidade ainda está no início da representatividade, então ainda há muito estereótipo e muitos personagens mal representados, rasos, pouco complexos. Mas cada escritor também está no mesmo processo, todo escritor já escreveu personagens rasos e estereotipados, textos “ruins”. A diferença é que uma pessoa se desenvolve a um passo muito mais rápido do que uma indústria, do que uma sociedade. E cabe a nós, escritores e leitores, continuar criticando, motivando mudanças, exigindo mudanças, e sendo as próprias mudanças que queremos enxergar, pouco a pouco, texto a texto, palavra por palavra.
#aautoraanônima#estesmeustextos#17out2019#escrita criativa#representatividade#liberdade literária#minorias#produção textual#escrevi depois de uma discussão sobre#este texto pode ser mais um erro rumo a uma boa escrita
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A militância me transformou, grazadeus, numa pessoa chata. Tem dois filmes que eu amava quando criança e hoje ou acho fuén ou odeio com todas as forças.
O HOMEM BICENTENÁRIO: compreendo que tenha sido revolucionário em 1999 imaginar o futuro daquele jeito (na verdade, antes disso, já que é inspirado em uma história de Isaac Asimov). Mas o filme, do início ao fim, é um comercial de margarina: a família perfeita, ryca, hétera e branca que compra um robô, mas trata ele como humano. 200 anos se passam em duas horas e você não vê um casal homossexual sequer. A única pessoa negra é a juíza que concede ao robô a existência enquanto humano - e essa é uma tática clássica do cinema, o famoso “vamos ter representatividade, mas nem tanto”, colocando uma personagem negra num papel que nem é importante. Se queriam tanto colocar Robin Williams pra fazer o robô, por que então o cara que é pica na ciência e transforma ele em humano não foi um ator negro? Sei lá, custava nada. Aí vem a hipocrisia da discussão sobre escravidão (que sim, é inspirada na escravidão dos negros), do robô indo atrás da sua liberdade sem ferir as diretrizes que respeitam a humanidade. E Galatea, a robôzinha que vira enfermeira no final, ferindo as leis da robótica que teoricamente lhe impediriam de desligar os aparelhos de uma paciente, mesmo que ela tenha pedido. Uma guerra começou por causa dela, certeza.
MEMÓRIAS DE UMA GUEIXA: por quê cargas d’água eu gostava tanto de um filme estilo “princesa Ariel”? Não que Sayuri tenha deixado um reino no fundo do mar pra se tornar puta de luxo, mas olha - almejar a vida inteira ser uma gueixa só para reencontrar o pedófilo que lhe comprou sorvete na infância é dose, hein. E o cara se mostrou pedófilo mesmo porque, no final, ele revela que tudo que fez por ela foi por causa daquele encontro na ponte com discurso coach “não fique assim, garotinha. Sorria!”. O filme inteirinho exala machismo e é uma mensagem de submissão, de “se você correr atrás, talvez seja exatamente aquilo que os homens desejam”. A mulher não pode querer ser nada além. Vem a guerra, acaba essa cultura desgraçada que o filme celebra, mas lá vai os omi botar as mulhé no mesmo lugar de antes. Só é bom se você focar na trilha sonora e nos figurino, realmente divinos, acho até que ganhou Oscar.
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