#prisão domiciliar
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Nagé: Acusada de envenenar família deixa sistema prisional para aguardar julgamento em casa com uso de tornozeleira eletrônica
As vítimas, Adriane Ribeiro Santos, de 23 anos, e as filhas dela Greisse Santos da Conceição, de 5 anos, e Rute Santos da Conceição, de 2 anos, foram envenenadas com um inseticida de uso agrícola. As três morreram em um intervalo de 15 dias. O único sobrevivente da casa foi o marido de Adriane e pai das crianças, identificado como Jeferson Brandão. Hoje Elisangêla está em prisão domiciliar…
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#ELISÂNGELA ALMEIDA DE OLIVEIRA#envenenamento#MARAGOGIPE#Nagé#prisão domiciliar#Recôncavo Baiano#tornozoleira eletrônica#Violência
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Death's Lover - Chapter 1
or
A longer look on the emmy nominee series "Agnes of Westview"
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Prologue
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2026
No episódio de hoje de "Agnes de Westview":
Oh cidadezinha mais ou menos. Argh, as coisas que ela tinha que fazer por causa do seu trabalho... E ela nem recebia por isso!
Rio suspirou, enquanto passava pela placa de entrada de Westview. Wanda fez um estrago e tanto na cidade, Rio teve que parabenizá-la algum dia, ela era uma força a ser reconhecida; Três anos depois e esse lugar ainda precisava de bons reparos. O pessoal daqui também tinha espírito, basicamente todas as casas da rua principal tinham algo como "Wanda fede" ou "Morra, Maximoff".
A mulher encarou o papel em sua mão, conferindo o endereço de Agatha mais uma vez, antes de vê-la no final da rua brincando de detetive, ao que tudo indicava. Já que ela estava de pijama e um colar com um distintivo falso. Rio a observou enquanto ela analisava o que parecia ser o jardim do seu vizinho. O homem ao seu lado participava da fantasia junto com ela. Patético.
Rio revirou os olhos, se perguntando mais uma vez se isso era mesmo necessário. Ela estava aqui apenas por ordens superiores, mas a que interessava seus chefes que Agatha Harkness recuperasse seus poderes? Não é como se a bruxa fosse ser aceita nos Vingadores ou algo assim.
Bem, ordens são ordens. E quanto mais cedo ela se livrasse de Agnes, mais cedo poderia procurar por S/N. Depois que o blip de Thanos foi desfeito, as coisas se acalmaram, então a Morte finalmente podia relaxar seu lado. E ela sentia tanto sua falta que o coração dela doía.
Rio viu que Agatha ia em direção a uma cafeteria e aproveitou para falar com o vizinho.
"Por que vocês estão ajudando-a? Não sabem tudo que ela fez?" Rio perguntou arqueando as sobrancelhas.
"Ah, você sabe. Agn-- Agatha era uma boa vizinha. Prestativa" Herb falou sem se importar de nunca ter visto Rio antes. As pessoas gostam de fofocar. "O que Wanda fez foi errado, estamos apenas cuidando dela até que a SWORD consiga reverter o feitiço"
"Prestativa", certo. Vidal riu internamente, ela quase tem pena dessas pessoas. Agatha veio para Westview logo depois de Wanda. Tudo que ela fez aqui era somente a persona de Agnes O'connor em ação. E deve ter sido uma atuação muito boa para todos gostarem dela. Além disso, a SWORD não estava nem um pouco preocupada em tirar Agatha dessa ilusão. Por tudo que a bruxa fez, ela estava basicamente em prisão domiciliar.
Escolhendo não falar sobre isso, a mulher apenas concordou
"Certo, certo. Que seja" ela assentiu "E o que ela está fazendo ultimamente?"
"Ah, acho que agora ela é detetive. Acredito que está investigando a morte de Wanda. Nem sempre entendo o que ela quer dizer" o homem respondeu incerto.
"Sei..." continuou "e isso seria o corpo de Wanda?" Eles olharam para o jardim que Agnes parecia tão submersa antes. Herb apenas deu à mulher um sorriso sem graça.
"Se importa?" Rio tirou o celular do bolso antes mesmo de Herb concordar. Se Agnes achava que essas flores eram o corpo de Wanda, talvez essas fotos fossem importantes.
Passados alguns minutos, houve uma gritaria na cafeteria. Com certeza era Agnes causando confusão. Rio se dirigiu para lá a passos largos - Herb esquecido e ignorado - e entrou no estabelecimento a tempo de ouvir Agatha gritar para a atendente, perguntando onde ela estava ontem à noite; depois olhou para a parte dos cardápios e foi embora correndo.
Rio se dirigiu até o balcão, uma ideia em mente.
"Você pode imprimir essas fotos para mim?" Dottie a olhou desconfiada, pronta para dizer que ali não era uma gráfica "É para Agatha" Rio mascarou um sorriso doce.
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Vidal estava parada na frente da casa de Agnes, tomando coragem para entrar. Passou pelo quintal com algum custo. Estava uma bagunça, lixo por todo lado e grama alta. Aparentemente Agnes não tinha deveres domésticos.
A Morte entrou sem bater, encontrando Agatha sentada na sala falando com a parede e decidiu falar alguma coisa antes que começasse a gargalhar.
"Cheguei!" - Rio decidiu uma abordagem mais amigável
"Sujeita chique sempre atrai atenção dos federais" - Agnes falou ainda sem olhar para sua ex
Era assim que ela a via? Mesmo na ilusão, ela via sua ex como alguém mais poderosa, isso é interessante.
"Vai te ferrar, Chefe" - Rio não aguentou e dessa vez soltou uma risadinha. Tinha que entrar no jogo para saber até onde ia esse feitiço.
"Quanto tempo, né?" - ainda doía pensar que essa frase era verdadeira. Fazia séculos que não via Agatha. Desde que...
"O que faz aqui?" - retrucou Agnes, cruzando os braços
"Meu trabalho?"
"Você quer controlar minha investigação?"
"Não, você pode estar no controle, se é isso o que quer" Rio tentou dar opções, mas não pôde deixar de encará-la por um instante.
Agatha tinha olheiras fundas, cabelo despenteado. Claramente não estava bem. Wanda deixava as pessoas viverem no Hex. Isso foi bem mais... pessoal.
"É assim que você se vê?" A mulher mais velha perguntou, um tanto preocupada. Infelizmente, mesmo depois de tudo, Vidal ainda se preocupava com essa bruxa.
Agnes parecia perdida com a pergunta, e franziu a testa.
"Certo, vamos falar do caso" ela não queria forçar muito. Pegou as fotos que imprimiu e jogou na mesa. "Não tem rastros do corpo, pode ter aparecido lá por magia" talvez essas palavras despertassem alguma coisa em sua ex
"Vamos focar na realidade, aqui" revirou os olhos "é tudo sobre a história do corpo, quem ela era, onde morava, os segredos que escondia"
"E quem melhor que uma cria de Eastview para desvendar isso?" Rio trocou o nome de propósito "você morou aqui sua vida toda, não é verdade, Agnes?" Talvez ela estivesse indo rápido demais.
Agnes olhou no fundo dos olhos da mulher à sua frente. "Eu não quero você aqui" se levantou e abriu a porta da frente de casa - ou a que deveria ser do escritório, Rio supôs.
Ficou claro que não conseguiria mais nada agora, então ela foi embora, mas antes: "Te veo"
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Rio não foi embora de verdade. Um pouco depois, Agatha saiu de casa e Rio entrou pela janela. Ela queria saber se ainda tinha alguma magia do darkhold aqui, talvez tivesse algo para reverter o feitiço. A bruxa verde saiu abrindo cada porta da casa à procura de algo importante - por que Wanda fez uma casa enorme dessas para só duas pessoas estava além da compreensão de Rio - e... Ah.
Ah...
Vidal se arrependeu de ter aberto a porta instantaneamente. Era o quarto dele... Nicky. Ela prendeu a respiração por um momento e as lembranças a invadiram em cheio. O único dia que ela não queria ser a Morte, foi quando teve que levá-lo. Ela não queria fazer isso, ele era somente uma criança. Infelizmente era sua hora.
Nicky é seu único arrependimento. O motivo pelo qual Agatha e ela terminaram. Claro que a mulher teria recriado seu quarto. Mesmo nesse lugar.
Agatha foi a primeira mulher que ela amou, mas depois de tudo que a bruxa disse para ela, depois de tudo que a mais nova fez... Rio tentou explicar à época, Agatha não entendeu. Rio não a culpava, sabia que deveria ser difícil ver um filho partir; porém não deixou de doer, ainda doía.
Harkness a culpou e provavelmente a culpa até hoje pela morte de seu filho. Mesmo sabendo que Rio não era responsável por tirar a vida de alguém. Nesse dia, o coração de Rio se quebrou e passou décadas pensando que a Morte nunca seria digna de amar e ser amada, até conhecer sua doce S/N.
Ela se sentou na beira da cama, com os olhos lacrimejando e segurou um desenho que ele havia feito todos aqueles séculos atrás, agora conservado por magia. Um desenho dos três juntos, "Nicky, Tia Rio e Mamãe" era o que estava escrito.
"Eu sinto muito", ela sussurrou, como se ele ainda pudesse ouvir. Como se ela não tivesse dito isso o caminho todo, enquanto recolhia sua alma. Foi ele quem a consolou no final.
Nicholas Scratch era o mais próximo do que ela jamais teria de um filho. Ela conheceu e se apaixonou por Agatha pouco tempo depois que ele nasceu. Rio ajudou a cuidar dele tanto quanto conseguiu, seu trabalho sempre foi muito puxado, mas pelo menos uma vez por semana conseguia ver seu menino. Eles foram felizes por bons cinco anos.
Ver esse quarto agora mexeu com a Morte. Ela quase esqueceu seu propósito aqui. Se não fosse o barulho de Agatha voltando para casa, Rio ainda ficaria ali um bom tempo.
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Vidal pegou uma caixa de pizza vazia do quintal e tocou a campainha de Agnes dessa vez. Ela não precisava se alimentar. E tinha certeza que Agatha estava com a cabeça tão fértil que veria pizza nessa caixa.
Agnes abriu a porta e tinha a mesma roupa que estava de manhã. Ninguém toma banho no Hex?
Rio sorriu. "Sabia que é uma verdade universal que uma policial não pode ser boa no trabalho e ter uma vida pessoal saudável ao mesmo tempo?"
Ela estava quase sem aguentar estar na frente de quem a fez tanto mal, mas quanto mais rápido ela tirasse Agatha do feitiço, mais rápido esse pesadelo acabava.
"Ótimo, eu estou com fome" Agnes deixou-a entrar e sentaram na sala. Dessa vez, Rio percebeu que realmente estavam na casa dela, segundo sua ilusão.
Agatha falou alguma coisa de tiktok e a mulher apenas riu sem graça. Ela não entendeu nada do que Agnes queria dizer com isso.
"Enfim, eu tenho uma teoria sobre o caso"
"Por isso que eu vim aqui" Rio jogou verde, enquanto fingia tomar qualquer coisa que fosse, no copo vazio que Agatha lhe deu. "Mas pode falar"
"Teve um acidente a uma hora daqui. Tinha sangue no carro"
"Onde?"
"Eastview"
"Eastview?" Rio repetiu "Pensei que você virava abóbora fora de casa" instigou
"Eu já viajei para vários lugares" Agnes retrucou
"Quais?" Agnes abriu a boca para responder, mas não saiu nada. Por que ela não conseguia se lembrar?
"Posso te fazer uma pergunta?" Agatha assentiu, atordoada. "Você se lembra por que me odeia?"
Rio viu ela tentar pensar "Não..."
"Está apenas mentindo para si mesma" Rio tentou.
Agnes ia responder, mas foi interrompida por um barulho e correu. A morte revirou os olhos. Estava tão perto.
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Agnes voltou com um garoto, colocou ele na sala e veio conversar com Rio na cozinha. Rio sentiu a energia dele. Ora, ora... Se não é Billy Maximoff voltando dos mortos. Rio deu a ele um sorriso predador.
Interessante que Agatha não conseguia ouvir o nome dele mesmo dentro do feitiço do Hex.
"Por "condecorada", você quer dizer em "suspensão não remunerada?" Perguntou Billy.
Rio sorriu, ele também tinha feito sua pesquisa. Garoto esperto.
"O que tava procurando na minha casa?"
"O respeito dos seus colegas e uma vida sexual satisfatória, mas você não tem nenhum dos dois"
Rio não esperava isso, então ela riu antes de impedir Agnes de machucar Billy ainda mais. Ela fez um sinal de negativo da cozinha, mas o que raios Agatha olhava tanto para o quadro da sala?
"Vou repetir mais uma vez, o que você está procurando?"
"O caminho"
Isso surpreendeu a Morte. O garoto tinha acabado de se esquivar dela e já queria correr novamente para seu domínio? Essa é nova.
"Que caminho?" Ela ouviu Agnes perguntar
"Eu não sei, você quem mais deve saber"
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"Do que você está falando? São só flores"
Rio decidiu pegar uma cerveja de verdade e apreciar o show. Ficou claro que ela não precisaria fazer nada para ajudar Agnes, a cria Maximoff tinha tudo sob controle
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"Caso encerrado, então?" Rio perguntou mais tarde naquela noite, vendo Agnes no "necrotério" - apenas um dos quartos da casa, cheios de flores do jardim de Herb.
"Como ela morreu?"
"Pergunta errada. Aquela bruxa se foi, levando todas as cópias do darkhold e deixando você num feitiço distorcido. Mas não precisa ficar aqui"
"Tá calor aqui" Agnes estava se abafando e tirando roupas metafóricas
"Isso! Usa as garras e sai. Havia duas desconhecidas nesse caso, e você sabe o nome dela. Qual é o seu?" Rio soltou sua última cartada.
Demorou um pouco para perceber que Agnes estava se aceitando Agatha Harkness e realmente estava tirando toda sua roupa.
Rio fechou os olhos em respeito, correu do quarto e fechou a porta. "S/N, S/N, S/N, S/N, S/N" Ela repetia seu nome como um mantra na mente. Você não poderia culpa-la por estar nervosa, se soubesse. Agatha é uma visão e tanto. E mesmo a Morte tem olhos.
Vidal não ouviu mais barulho do outro lado, então presumiu que Agatha desmaiou de cansaço. Ela passou pelo armário, ouvindo o garoto tentar pedir ajuda, mas nada fez. Sabia que Agatha precisaria dele para recuperar os poderes. Ela voltaria amanhã.
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Como Rio não perderia uma boa entrada, ela explodiu a porta da Ex Agnes e entrou. Ela também agradeceu por Agatha já estar vestida. Sai para lá, tentação.
Rio pressionou Agatha contra a parede, a faca perto de seu pescoço.
"Sentiu saudade?" Perguntou jocosa
"Eu te amo" A bruxa respondeu
O quê? Rio quase perdeu o foco. O feitiço tinha algum dano colateral?
Não importa, ela tinha um trabalho a fazer.
"Quanto tempo faz, Agatha? Desde que você adquiriu o darkhold e me deixou? Mas agora você o perdeu e está vulnerável"
Rio tinha lágrimas nos olhos, mas mesmo assim forçou a faca até tirar um filete de sangue de sua ex.
"Só fisicamente" a bruxa reagiu e bateu sua cabeça parede
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"Você adora isso... A expectativa" Agatha disse, se aproximando dela.
Rio deu um passo para trás, tentando colocar alguma distância entre elas. Qual era o joguinho dela? Fazer Rio se apaixonar novamente? Isso não iria acontecer. Agora e para todo o sempre, a Morte só queria você.
"Ok, Agatha, mas eu vou contar a elas onde você está"
Presentinho dos superiores.
"Quem, especificamente?" Agatha se aproximou mais para tirar o cabelo do rosto de Rio, mas ela se esquivou.
"As Sete de Salém. Finalmente Agatha Harkness vai encontrar seu fim, chega a aquecer o meu coração".
Ela disse isso da boca para fora. A morte de Agatha não lhe traria felicidade ou Nicholas de volta, mas pelo menos mãe e filho estariam reunidos.
"Você não tem coração"
"Sim, eu tenho, mas ele não bate mais por você." Somente por você, S/N. Vidal pensou, saudosa.
Rio pegou a mão da bruxa e apertou seu corte, lembrando a Agatha que ela também sabe causar dor.
A morte empurrou sua ex pro lado e saiu da casa com apenas um "Te veo".
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Chapter 2
Só a título de curiosidade, Westview ainda está assim, porque Pepper parou de ser idiota e de dar dinheiro para o controle de danos dos vingadores.
Também não entendi para onde eu fui com esse capítulo. Era para ser só a perspectiva de Rio das coisas, mas acabou se juntando ao meu prompt 8.
Ah, fico muito feliz em saber que algumas pessoas leram a história e gostaram. Obrigada, gente 😊
Acredito que vou fazer 9 capítulos. Tentarei postar 1 ou 2 por semana.
O que eu não descrever durante os capítulos, significa que é igual ao Canon.
Agora tô achando que usei espaçamento de menos, ai que ódio
#agatha all along#agatha harkness#rio vidal x reader#rio x reader#agathario#agatha harkness x rio vidal
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WITCH HUNT - ウイッチ・ハント - CAÇA AS BRUXAS - PARTE I
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⚠️ ESSA OBRA EM HIPÓTESE ALGUMA É DE MINHA AUTORIA. TRADUÇÃO REALIZADA DE FÃ PARA FÃS. NÃO REPUBLIQUE OU POSTE EM OUTRAS PLATAFORMAS SEM AUTORIZAÇÃO. SE CASO POSSÍVEL, DÊ SUPORTE AOS AUTORES E ARTISTAS COMPRANDO AS OBRAS ORIGINAIS. ⚠️
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WITCH HUNT
ウイッチ・ハント
CAÇA AS BRUXAS
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Ⅰ
"Bem, então, primeiro, por favor me diga seu nome e idade."
"Eris Wasmayer. Florescendo os dezessete anos"
"Dezessete, e... O quê? Você não disse que tinha dezoito anos quando nós conversamos ontem?"
“A idade de uma mulher é uma coisa muito delicada. ♡ ”
“...... Ei, Eris-san...”
Abel levantou os óculos redondos, que lembravam a forma do fundo de uma garrafa de leite, e fez uma expressão que parecia estar contendo uma dor de cabeça. Ele fechou o caderno em que estava escrevendo tão diligentemente,
“Você poderia, por favor, me responder mais a sério?”
"Mas, é que é tão chato."
Respondendo com sinceridade, a garota que estava sentada de pernas cruzadas na cama virou a cara bruscamente. Seu rosto de pele clara, adornado com cabelos loiros curtos, poderia ser descrito como 'belo' sem maiores exageros, mas ela não usava nem um traço de maquiagem, e a maneira que movia suas finas pernas de um lado para o outro. Não importava como se olhasse, ela parecia ter, no máximo, catorze anos.
No entanto, há dez dias, quando foi resgatado das presas venenosas dos vampiros e levado para este mosteiro, ela mal conseguia falar. Agora, depois de se recuperar, ela nem sequer conseguia contar uma história decente.
“Em pensar que estou presa em um lugar tão sombrio como este monastério. Todos os dias, é só papelada... Quantas vezes tenho que dizer a mesma coisa antes de ficar satisfeito?"
“Isso porque o que você diz muda a cada vez que conversamos... Este é um relatório a ser submetido à alta administração. Se não o escrever corretamente, eu é que serei repreendido.”
Por trás dos óculos, os olhos do padre mostravam um visível tom de medo. A garota também assentiu respeitosamente demonstrando simpatia.
"Eeh... Parece ser difícil, até para o padre."
"É realmente difícil. Escute só, minha chefe é terrivelmente assustadora. Da última vez que entreguei o relatório atrasado, ela estava afiando as unhas e disse com uma voz estranhamente gentil: 'Você tem estado ocupado ultimamente?' Naquela hora, pensei que meus olhos seriam arrancados... Por que é que eu estou falando sobre isso agora?"
"Sim, sim, continue me contando tudo. Vai se sentir melhor."
“Sou eu quem deve ouvir aqui! Por favor, por favor, coopere comigo.”
Vendo o rosto da outra pessoa, à beira das lágrimas, a garota ―― Eris começou a rir despreocupadamente. Seja por proteção a testemunhas ou qualquer outra coisa, nesta situação de quase prisão domiciliar sem entretenimento algum, parece que a única diversão disponível era zombar do gentil padre.
"Se vai tão longe, posso te ajudar, mas... em troca, me dê alguma coisa."
"Uma compensação? Mas saiba que ainda não tem permissão para sair, ok?"
"Então, vá comprar algo para mim. Depois disso, responderei direito. Sério... a comida aqui é muito ruim. Só gostaria de comer uma comida de gente de vez em quando."
"....Tudo bem."
Abel assentiu enquanto olhava resignado para as paredes sem sabor e sem graça do quarto de hospital. Considerando o olhar que receberia de sua chefe através da lente do monóculo, gastar dinheiro próprio era uma tarefa fácil.
"O que você quer? Por favor, sinta-se à vontade para pedir qualquer coisa."
“ ‘Gâteau au chocolat’ com ‘marron glacê’ estão ótimos “
"Entendido. Um ‘gatêau au chocolate’ e ‘marron glacé’..."
O padre, que estava prestes a sair do quarto, parou de repente. Com um gesto cauteloso, como se estivesse lidando com uma bomba, puxou a carteira e a examinou cuidadosamente.
"...Tudo bem se for pão de melão e pão francês?"
”... ... ...”
Um travesseiro foi arremessado em resposta a pergunta que foi feita seriamente e então, Eris se prontificou apenas a olhar para o alto.
"Deus, eu fui uma idiota por esperar um pouquinho de um padre tão inútil... Tudo bem. Vá em frente e compre o que quiser."
"Entendido. Então, agora mesmo... estou indo!"
Abel, que estava prestes a sair da sala com pressa, caiu para trás de repente. A porta que se abriu rapidamente sem nenhum aviso de toque, acabou o atingido diretamente no rosto.
"Ugh, Senhor, meu rosto dói... Oh, olá, Tres-kun."
"...O que está fazendo, Padre Nightroad?"
Um rosto bonito, mas inexpressivo, olhou para Abel, que estava agachado e sangrando pelo nariz. Apesar da pequena estatura, ele possuía o corpo bem proporcionado, vestes de padre perfeitamente ajustadas e, então, havia o leve cheiro de pólvora emanando de algum lugar.
"Você, pelo menos bata antes de entrar no quarto de uma dama!"
"Negative. Não é necessário. Não temos tempo."
O Padre Itinerante Tres Iqus entrou no quarto com passos incrivelmente ordenados e jogou alguns documentos sobre a cama.
"Recebi um contato da Irmã Kate. O destino da garota foi decidido. Prepare-se para deixar este lugar."
"Eh... já decidiram para onde levá-la?"
Abel, que ainda estava agachado com um lenço enfiado no nariz, olhou incrédulo para o rosto do colega.
O local onde Eris esteve até agora teve todos os seus funcionários mortos por vampiros, e a decisão tomada foi fechá-lo. No entanto, não deve haver muitos pessoas ingênuas dispostos a adotar uma criança que foi sequestrada por vampiros repulsivos, certo?
"O Convento de Santa Rachel em Roma irá acolhê-la... Irmã Kate parece ter cuidado disso pessoalmente."
"Ah, estou em dívida com ela de novo. Sim, as instalações da St. Rachel são bem equipadas e os funcionários são excelentes...Ah, você não estava ansiosa para sair da cidade de Massília, não é, Eris-san?"
Abel olhou preocupado para o rosto da garota, que permaneceu em silêncio enquanto mordia o dedo mínimo. O lugar onde estava abrigada desapareceu e ela não tinha familiares em quem confiar. A garota não tinha opção de escolhas...
"Não importa. Estaremos juntos, afinal... Então, quando vou ser levada para Roma?"
"Essa noite."
“ "Essa noite!?" ”
As vozes do padre de óculos e da garota loira se harmonizaram. Já passava do meio-dia. Isso havia sido repentino, repentino demais...
“Esta noite, um representante virá a Estação Central para buscá-la. Padre Nightroad, assuma a responsabilidade e entregue-a."
“H-ha… eh, Tres-kun, e você?”
"Estou indo ao Hospital."
Quando estava prestes a sair da sala, Tres olhou para trás com um olhar frio.
"O vampiro que assassinou os seus iguais recuperou a consciência - irei interrogá-lo."
Observando-o com um olhar afiado e não tão amigável o padre que acenava para a porta enquanto a fechava com firmeza, Eris perguntou:
"...En-então, você tem permissão para jogar conversa fora?"
"Bem, na minha situação, estou completamente sem saída."
Abel coçou a cabeça.
O recente incidente do sequestro - a única coisa que foi investigada é que o culpado se infiltrou no dirigível enquanto este fazia uma escala de abastecimento em Massília. No entanto, outros detalhes permanecem obscuros. O grupo de vampiros ao qual o sequestrador pertencia, a 'Fleurs du Mal', é um pequeno clã do interior, e é difícil acreditar que eles seriam capazes de causar um incidente tão grande. Mesmo que quisessem investigar suas conexões, sua base foi destruída...
"Bem, como não temos muito tempo, vamos cuidar rapidamente deste relatório? Em primeiro lugar, qual a sua idade...?"
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Créditos da tradução:
Lutie (◕‿◕✿) ,
Tres-kun tem minha devoção <3
#trinity blood#rage against the moons#novel#witch hunt#caça as bruxas#abel nightroad#eris wasmayer#tres iqus#krusnik#crusnik#methuselah
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Conto Homérico
Com bastante poesia e sem Odisseia alguma, assim vivia Homero, filho de uma dona Maria N. Inguém e do senhor Fulano de Tal em uma terra sem musas.
Vivia por fiscalizar a natureza, em uma Taxionomia diária entre nomear assuntos velhos e notícias novas, também era versado na Arte de advogar putas pobres, coadjuvando em alguns fatos nas esquinas.
Mas nem tudo era grande na existência de Homero, seu melhor amigo, José, de estatura baixa mais que precisava curvar o corpo para entrar pelas portas do altruísmo. Sim, amigo para todas as horas, minutos e dívidas, Homero já devia muito a José, e nem se vendesse toda a sua obra e pedisse aos deuses, conseguiria saldar os débitos para com o amigo.
Ah, sim! A poesia... Verdade! Nisto, verdade se diga é que Homero de fato sabia mentir em versos como ninguém, também pudera, após suas inúmeras leituras pelas tardes eternas de um fazedor de coisas alguma, algo deveria ter aprendido. E aprendeu. Era poeta.
Compunha: odes, sonetos, prosas, com rimas ou sem rimas, com inspirações ou com segundas intenções, mas sempre escrevia como um legítimo bardo clássico.
Finalmente, como ocorre com todo poeta, apaixonou-se pela a encantadora e clichê menina que mora em frente.
“Ela é o anjo mais antigo e chegado a Deus, Serafim que possui a voz inigualável, e os demais seres celestes não conseguem superar seus encantos e bênçãos. Sua beleza, talvez, foi à causa da rebelião no Paraíso, e o inimigo de sua luz é a falta de amor, pois ela é o próprio amor!”
Entre o panegírico do exagero de todo o traje angelical, vestia Homero sua amada e louvava à Grécia, ou a sua rua esburacada, enfim, exaltava a beleza da menina que mora em frente e chegou até a ganhar uns concursos de poesia, porém a falta de aptidão de exercer algum ofício que seja antes do meio-dia, impediu esse filho de Apolo de chegar ao Parnaso.
E as leituras seguiam, parecia que quanto mais o tédio penetrava as paredes do seu quarto, mais ele mergulhava nos livros, a desgraça da introspecção poética era o presente de grego da vida, e isto o fazia prisioneiro de si mesmo, estava enjaulado em seu quarto e em sua alma, e a única forma de possuir as chaves da liberdade era se rendendo aos versos.
A prisão domiciliar não o deixava atravessar a rua e a esquina para dar ao menos um bom dia à menina que mora em frente, e Homero perdia as noites pensando em seus pensamentos, com a menina em seus sonhos, enquanto Cronos agia em sua narrativa traçando a Moira dessa epopeia escrita com tinta, preguiça e covardia.
Por fim, a mitologia finda, e a “menina que mora em frente”, noivou, casou, e passou a se chamar: “a mulher que reside em outro bairro”.
Homero chorou tanto que quase naufragou seus livros e manuscritos (como Camões conseguiu salvar sua obra).
Ainda bem que seu amigo José, agora, José Doutor Importante, estava lá para consolá-lo e pagar o almoço. A esta altura Homero já se encontrava órfão e velho para ser poeta e romântico, já era tempo de cessar do grego e do troiano, porque a voz da musa já desafinava, deveria atingir a idade moderna e talvez perder a virgindade.
Um dia Homero recebe um cavalo de troia de seu amigo: um curso de Matemática.
Agora era o fim da Literatura e da subjetividade em sua vida, só havia espaços para os ângulos e linhas paralelas, traçavam perpendiculares e bissetrizes pelo o quarto e quando se deu conta já estava se formando em Geometria.
Enfim, a Odisseia chega ao término, Homero feliz lecionando, dando luz ao conhecimento, sendo que agora sem Píndaro, sendo discípulo de Pitágoras.
Se os números são melhores que as letras, isto não se sabe, o que se sabe é que ele casou com uma professora de Matemática que tinha a mesma idade, altura, fazia aniversário no mesmo mês e o MDC entre os dois eram semelhantes, fatores primos contribuíram para o resto.
Seu nome era Penélope.
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𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 𝐟𝐨𝐫: @navegadorsolitario
𝐰𝐡𝐞𝐫𝐞: praia da sereia
O mar que era a sua casa — o seu lar — havia se tornado uma prisão. Onde ela ia, pelo menos dois tritões da guarda real a seguiam. Quando as badaladas do relógio enunciassem a meia noite, se ela não se apresentasse para o pai, então ficaria de castigo como se tivesse dezesseis anos e se chamasse Ariel. Pior ainda, se estivesse entre os humanos no horário, teria o colar que lhe dava pernas revogado até segunda ordem. Tudo isso para garantir... O quê, exatamente? Ela não fazia ideia. Pelo menos aquela era uma das noites em que nada havia acontecido. Sem crisântemos sendo expulsos de seu estômago, sem prisão domiciliar... Apenas ela e a falsa sensação de liberdade até que um dos episódios se repetisse. Havia escolhido passar a madrugada na superfície em sua forma de sereia, descansando em uma rocha perto da praia. Certamente, não esperava a companhia. Não a dele. Esperou alguns minutos antes de se manifestar, incerta se Robert havia notado a sua presença ou não. "O que está fazendo aqui? Quer ser morto pelo meu pai?" Não que ela se importasse, claro que não. Se ignorasse todas as memórias bizarras que invadiam a sua cabeça durante o dia, ele não passava de um desconhecido qualquer. "Ele não está contente com a sua estadia permanente."
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nada como o extraordinário e intenso vínculo entre a criatura e o criador , ou era o que diziam ... pois além do inestimável presente da transformação , o que sentia em relação à declan podia se resumir em uma ligeira , mas insistente irritação . ora , quão contraditório podia ser dizer isso em voz alta quando para qualquer outro a situação era o oposto polar ; a vampira problema nas mãos daquele que tinha outras prioridades . maldito conselho ou que porra eram aqueles vampiros que achavam que sabiam de tudo e julgaram que seu comportamento era fruto de negligência — descartando todo seu esforço para se rebelar , opa , sobreviver . e qual era o problema de ter estraçalhado um pescoço ou outro ? era natural ! e ela tinha fome , a qual nunca realmente lhe abandonava e tornava a sua paciência cada vez mais rasa . o escarlate que tingia os lábios era resultado das presas insistentes que custavam a se adaptar à sua nova dieta restritiva em sua mais nova prisão domiciliar sob a supervisão espúria do vampiro mais velho . eu vou sair . havia sido uma boa garota em esperá-lo voltar para anunciar a sua vontade , o descontentamento retratado a cada passo irritadiço , mas ah , os olhos afiados expunham que por trás das ��ris turvas jazia um único pensamento concreto . sangue . você ‘tá com cheiro de puta . talvez fosse aquele o vínculo que tanto diziam ? o cheiro doce que exalava da figura imponente em seu caminho simplesmente lhe enjoava .
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Advogado é morto a tiros em Aracaju; esposa é presa por suspeita de envolvimento
A esposa do advogado José Lael de Souza Rodrigues Júnior, que foi morto a tiros em uma emboscada no fim do mês passado, foi presa na manhã desta terça-feira (12) em Aracaju (SE) por suspeita de envolvimento no crime. Segundo a Polícia Civil, foram cumpridos quatro mandados de prisão e busca domiciliar expedidos pela 5ª Vara Criminal de Aracaju, nas cidades de Aracaju e Laranjeiras, relacionadas a…
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Operação desarticula esquema de corrupção no interior do RN e investiga ex-servidor
Foto: PCRN A Polícia Civil do Rio Grande do Norte (PCRN), através da Delegacia Especializada no Combate à Corrupção e Defesa do Patrimônio Público (DECCOR), deflagrou, nessa sexta-feira (8), a Operação “Caixa Oculta”. A ação teve como resultado o cumprimento de mandado de busca e apreensão domiciliar e pessoal, além do bloqueio de bens e aplicação de medidas cautelares diversas da prisão,…
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Valdivia: Tribunal revoga prisão de ex-jogador acusado de estupro; chileno pode deixar presídio hoje
A Justiça chilena revogou nesta segunda-feira a prisão preventiva que recaía sobre o chileno Jorge Valdivia após ser acusado de estupro, informou o Ministério Público. A decisão foi tomada pela Corte de Apelações de Santiago, que decretou a liberdade do ex-jogador e impôs medidas cautelares de prisão domiciliar noturna, proibição de deixar o país e de aproximação da vítima, segundo o Ministério…
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Aumentam as falsas acusações de crimes financeiros contra jornalistas como forma de censura na América Central
Carlos Fernando Chamorro, da Nicarágua, foi forçado ao exílio. José Rubén Zamora Marroquín, na Guatemala, passou mais de dois anos na cadeia e segue em prisão domiciliar. E o meio digital El Faro teve que transferir seus setores administrativo e legal de El Salvador para a Costa Rica. Todos eles foram alvo de acusações similares dos governos de seus países, em uma aparente retaliação ao…
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Título: A lei que te preserva
Summary: Sasuke teve seu chakra selado e passou a viver em prisão domiciliar sob tutela do atual Hokage e seu antigo sensei. No entanto, ele não se sente bem, dentro das possibilidades, quando Kakashi está por perto. Faltando um mês para o mandato do Rokudaime Hokage acabar, ele finalmente entende o porquê.
Pairing: Hatake Kakashi/Uchiha Sasuke
Wordcount: 1.426 palavras
Warnings: Age Difference, Power Imbalance, Angst, Rape, Violence, Sexual Abuse, Hokage Hatake Kakashi, Disabled Uchiha Sasuke, Legal issues, Dead Dove: Do Not Eat.
Notes: Prompt: Perda de poderes | Beta-reader: dianxiayu | Helper: oxydervin | Confira meu Instagram e meu Bsky de fics br.
Events: Rodinha da criatividade do Aniverse
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Franco Alfieri, prefeito de Capaccio Paestum, preso por corrupção e fraude em licitações #ÚltimasNotícias
Hot News Para ele, que também é prefeito de Capaccio Paestum, foi ordenada a prisão preventiva. Outros cinco suspeitos em prisão domiciliar. No centro da investigação estão alguns procedimentos de adjudicação de trabalhos. Em particular, os contratos de adaptação, ampliação e eficiência energética de alguns sistemas de iluminação pública Está também o presidente da província de Salerno e…
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A Perseguição de Cientistas pela Igreja na Antiguidade: Um Capítulo de Conflito entre Fé e Razão
A relação entre a Igreja e a ciência na antiguidade e durante a Idade Média é frequentemente lembrada como uma era de conflito. Embora a Igreja tenha desempenhado um papel fundamental na preservação do conhecimento antigo, houve momentos em que suas doutrinas colidiram com as descobertas científicas. Essas tensões resultaram, em certos casos, na perseguição de cientistas, filósofos e pensadores cujas ideias desafiavam as crenças religiosas da época.
O Contexto Histórico
Durante a antiguidade tardia e a Idade Média, a Igreja Católica tornou-se a instituição mais influente no mundo ocidental, exercendo grande controle sobre a vida espiritual e intelectual. A filosofia escolástica, que dominava o pensamento teológico, buscava conciliar a fé com a razão, utilizando a lógica aristotélica e outras tradições filosóficas antigas. No entanto, quando ideias científicas emergiam em contradição com as escrituras ou as doutrinas estabelecidas pela Igreja, os cientistas e pensadores frequentemente enfrentavam severas consequências.
A Perseguição de Cientistas
Giordano Bruno (1548-1600)
Um dos casos mais emblemáticos de perseguição é o de Giordano Bruno, um filósofo, matemático e cosmólogo italiano. Bruno foi um dos primeiros a defender a ideia de um universo infinito, com muitos mundos habitados, e a rejeitar o modelo geocêntrico de Ptolomeu, que colocava a Terra no centro do universo. Suas ideias foram consideradas heréticas pela Inquisição, tanto por desafiar a cosmologia tradicional quanto por suas crenças teológicas. Bruno foi preso, julgado por heresia e queimado na fogueira em 1600.
Galileu Galilei (1564-1642)
Outro exemplo famoso é o de Galileu Galilei, um dos fundadores da ciência moderna. Galileu foi um defensor do heliocentrismo, a ideia de que a Terra e os planetas giram em torno do Sol, uma teoria proposta anteriormente por Nicolau Copérnico. A visão heliocêntrica contradizia diretamente a interpretação bíblica de que a Terra era o centro do universo. Em 1616, a Igreja condenou o heliocentrismo como heresia e, em 1633, Galileu foi obrigado a comparecer perante o Tribunal da Inquisição. Ele foi condenado à prisão domiciliar pelo restante de sua vida, embora suas descobertas tenham continuado a influenciar o pensamento científico.
Nicolau Copérnico (1473-1543)
Embora Copérnico tenha escapado à perseguição direta, sua obra mais importante, "De Revolutionibus Orbium Coelestium", que propunha o modelo heliocêntrico, foi amplamente rejeitada pela Igreja durante séculos. Sua teoria desafiava a cosmologia aceita pela Igreja, baseada no geocentrismo de Ptolomeu. A Igreja Católica inicialmente hesitou em condenar suas ideias, mas após a ascensão do protestantismo, ficou mais sensível a qualquer desafio à autoridade e às interpretações bíblicas tradicionais, banindo seu livro em 1616.
Miguel Servet (1511-1553)
Miguel Servet, médico e teólogo espanhol, foi perseguido não só pela Igreja Católica, mas também por reformadores protestantes. Ele foi condenado por heresia devido às suas crenças antitrinitárias (negava a Trindade) e também por suas pesquisas médicas sobre a circulação pulmonar do sangue. Em 1553, Servet foi capturado em Genebra, julgado por heresia e queimado na fogueira sob as ordens de João Calvino, mostrando que a repressão ao pensamento científico e teológico não se limitava à Igreja Católica.
O Conflito entre Fé e Ciência
A perseguição a cientistas e pensadores pela Igreja não era apenas uma questão de confronto entre religião e ciência, mas também de controle sobre o conhecimento e a autoridade intelectual. A Igreja se via como guardiã da verdade divina e da ordem social, e qualquer ideia que ameaçasse seu controle ou contradissesse as Escrituras era vista como um desafio à sua autoridade.
Muitas das descobertas científicas da época, como o heliocentrismo, eram vistas pela Igreja como incompatíveis com a visão de mundo bíblica. A resistência às novas ideias científicas estava profundamente ligada ao medo de que essas teorias minassem a fé das pessoas e a ordem estabelecida. O conhecimento era frequentemente controlado para proteger a doutrina e manter a hegemonia da Igreja sobre o pensamento.
A Transformação da Igreja e o Reconhecimento da Ciência
Apesar desses momentos de conflito, a Igreja também desempenhou um papel importante na preservação do conhecimento científico. Mosteiros e universidades medievais, muitas das quais estavam sob controle da Igreja, foram centros de aprendizagem e preservaram textos clássicos de autores como Aristóteles, Euclides e Ptolomeu. Além disso, no Concílio Vaticano II (1962-1965), a Igreja Católica adotou uma posição mais conciliatória em relação à ciência, reconhecendo a importância do diálogo entre fé e razão.
Hoje, a Igreja apoia muitos aspectos da pesquisa científica, inclusive em áreas como a cosmologia e a biologia. A Pontifícia Academia de Ciências, fundada em 1936, é uma das instituições que demonstra o compromisso da Igreja em apoiar o avanço do conhecimento científico.
Conclusão
A perseguição de cientistas pela Igreja na antiguidade e na Idade Média reflete uma tensão histórica entre o controle dogmático da religião e o desejo humano de explorar o mundo através da ciência. Embora tenha havido períodos de repressão, a história também mostra que a relação entre fé e razão pode evoluir, resultando em um diálogo mais aberto e frutífero.
Ao revisitar esses eventos, é possível reconhecer a importância de manter a ciência livre da censura e do controle ideológico, ao mesmo tempo em que se busca uma relação harmônica entre o conhecimento espiritual e o científico.
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Mandado de Prisão e Busca Domiciliar Cumpridos Contra Autor do Roubo de Malote em Frente ao Sicredi
No dia 19 de setembro de 2024, a equipe da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, em ação conjunta com o GARRAS, cumpriu o Mandado de Prisão em desfavor de F. W. R. M., identificado como um dos autores do roubo de um malote de dinheiro ocorrido em frente à agência do Banco Sicredi, em 2 de setembro de 2024. A investigação foi conduzida pela 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã com base na…
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Defesa de Deolane Bezerra solicita novo habeas corpus
1 de 10 A advogada está sendo investigada em uma operação relacionada à lavagem de dinheiro e jogos ilegais. (Foto: Instagram) A advogada está sendo investigada em uma operação relacionada à lavagem de dinheiro e jogos ilegais. (Foto: Instagram) Deolane Bezerra, atualmente detida na Colônia Penal Feminina de Buqueí, no Recife, teve sua prisão domiciliar revogada após descumprir medidas…
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