#paz no trânsito
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pliniodelisita · 4 months ago
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Irresponsáveis acabam levando alguns inocentes 😇. Tem que haver punição rigorosa àqueles irresponsáveis que sobrevivem.
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pirapopnoticias · 1 year ago
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l-amoremio · 3 months ago
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o anseio pela mudança e o receio de que algo realmente mude.
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Talvez você pense que está "apegado" a sua realidade atual e por isso não consegue manifestar sua realidade desejada. Talvez você pense que ainda há muitas obrigações para serem feitas no 3D e por isso, terá que adiar sua manifestação. Seja qual for o caso, eles não passam de suposições que você continua aceitando e são totalmente possíveis de serem "superados".
Mudanças podem ser maravilhosas e excitantes ou podem causar receio e ansiedade, como seu primeiro dia de aula em uma escola onde não conhece ninguém. Mudanças podem já ter sido feitas há dias, meses e anos, mas você pode nunca se acostumar com o que foi mudado. Você pode nunca se acostumar com a cidade grande se cresceu em uma cidade pequena onde sequer ocorria trânsito enquanto atualmente você leva horas apenas para ir ou chegar do trabalho. Mudanças também podem ser feitas sem sua vontade, onde de uma hora pra outra você é transferido de escola, ou de emprego, ou de cidade ou no caso de vínculos, uma amizade se acaba, um relacionamento termina e um divórcio é feito quando se imaginava passar o resto de sua vida ao lado da pessoa que amava.
Mudanças de crenças também ocorrem. Você pode crescer na igreja mas não se sentir mais representado por ela. Você pode crescer ouvindo os maiores absurdos da sua família, mas então encontra alguém que diz absolutamente o contrário e te faz enxergar que você nunca foi burro/a, imprestável, estúpido/a, estranho/a ou um desperdício de oxigênio. Você pode crescer acreditando que precisa se esforçar ao máximo para conseguir o mínimo necessário para sua sobrevivência, mas nesse caminho, você descobre a Lei da Suposição e o que uma vez parecia tão impossível de ser feito, se torna uma esperança de uma vida melhor para você e para todos aqueles que amam. Mas, e se você não conseguir aceitar isso? E se você continuar pensando em tudo o que tem agora e que será mudado? Ainda que seja para o melhor, como se desapegar e entender que o fato da mudança ocorrer, não altera a existência dela em sua memória a menos que assim deseje?
A vida é feita de mudanças, mas talvez você ainda tenha saudades da comida que seus pais faziam e que agora se tornaram comidas de fast food já que você mora sozinho/a e não tem tempo para cozinhar. Talvez você sinta falta das suas amizades da infância que agora se separaram e sequer sabe aonde estão. Talvez você sinta saudades daquela loja ou restaurante que gostava tanto, mas que fechou pela falta de clientes. Por mais que sua situação atual esteja totalmente desagradável, você ainda sente "saudades" ou "apego" a esta pois é nela que você está há tempos e não sabe como viverá uma vez que tudo melhorar. Além disso, você ainda tem provas para fazer; metas para bater; contas para pagar... como deixar de pensar nessas coisas e focar apenas naquelas que você quer e não que precisam ser feitas? Como "deixar" as obrigações de lado e se deleitar na paz que seus desejos transmitem?
As obrigações do hoje ou do amanhã sempre estarão presentes na sua vida. Os pais sempre serão responsáveis por seus filhos e seus filhos, uma vez que crescerem, serão responsáveis por suas próprias escolhas e suas próprias vidas. E, por mais que a responsabilidade seja assustadora, entenda-a como seu direito e liberdade para escolher como deseja viver sua jornada por este planeta. Então, se as responsabilidades sempre existirão, por que não escolher as responsabilidades que você deseja ter? Por que, ao invés de se preocupar com quais contas pagar, escolher se preocupar em quais lugares visitará pois em todos os finais de meses sempre há dinheiro disponível para você? Por que, ao invés de se sentir triste pois está mais um final de semana em casa assistindo a filmes sozinho/a, escolher ter amigos que possam te acompanhar aonde quer que vá? Por que, ao invés de se preocupar com qualquer motivo que seja, escolher finais felizes para qualquer acontecimento ou momento que venha a acontecer na sua vida? Se você precisa ir para a escola mesmo quando está chovendo ou doente; ou ir para o trabalho mesmo quando teve uma crise de ansiedade no dia anterior pois precisa do dinheiro para pagar as contas, então, o que te impede de continuar afirmando pelo melhor mesmo que o pior esteja bem na sua frente? Se as responsabilidades sempre existirão, então por que não escolher quais tipos você terá? Serão as mais difíceis? As mais desagradáveis e desgastantes? Ou serão aquelas que farão seus filhos felizes? Seus pais felizes? VOCÊ feliz? Eu sei que grande parte das pessoas enxerga a LDS como uma forma de oferecer a família uma nova história, um novo começo. Isso está errado? Absolutamente não. Do mesmo modo que você trabalha para ajudar seus pais ou estuda para um futuro melhor, veja a LDS como uma motivação que pode te ajudar a dar a volta por cima com apenas o uso das suas palavras. É claro que nem sempre estamos motivados, mas como já foi citado, você continua cumprindo com suas obrigações mesmo quando não deseja por isso, certo? Então, continue e não pare ou desista pois ainda há coisas para serem feitas no físico. Elas sempre existirão, mas agora, você sabe que pode escolher o que quer ou não fazer.
Assim como as responsabilidades, a "saudade" e a "nostalgia" sempre estarão presentes na sua vida. Seja a saudade de pessoas, de viagens, de amores, de lugares... a saudade e a nostalgia são a prova de que você viveu algo, mas não precisam ser o ponto final de qualquer acontecimento que seja. Você mudar de casa não te impede de ainda passar por ela quando desejar. Você mudar de escola não te impede de ainda reencontrar com seus antigos amigos. Você mudar de emprego não te impede de se encontrar com seus antigos colegas de trabalho. Você mudar de país não te impede de voltar a seu país de origem e visitar seus familiares. Se você observar por outro lado, essas mudanças apenas significam que você tem mais histórias para contar, mais fotos para mostrar e mais curiosidades para compartilhar seja com seus amigos ou família.
O quão divertido é viajar o mundo e presenciar e apreciar suas mais diversas culturas e paisagens? O quão reconfortante é saber que você é seu próprio chefe e não precisa mais sofrer descaso no trabalho e "engolir" todas as coisas desagradáveis que dizem para você pois sua família depende desse emprego? O quão gratificante é saber que você nunca mais precisará dizer "na volta a gente compra" para seus filhos pois você sempre tem mais dinheiro do que consegue contar no banco? O quão agradável é receber elogios o tempo todo pois você é o ser mais belo que já andou nesse planeta ao invés de ouvir insultos por conta da sua aparência?
O fato de se sentir apegado a sua vida atual ou responsabilidades, jamais significará que esse é um fato concreto e que jamais será mudado. Você não veio ao mundo para sofrer, descobrir a Lei e continuar sofrendo. Ninguém veio ao mundo para sofrer, mas nem todos têm a sorte de descobrir e praticar conscientemente a Lei da Suposição. Esta sempre existirá, então por que não fazer com que ela trabalhe a seu favor? Por que não assumir que nada te impede de viver sua vida desejada? Independentemente das circunstâncias, dos inúmeros "não" que você já recebeu, dos inúmeros insultos que você já sofreu, das inúmeras responsabilidades que você tem "para ontem", NADA te impede e nada JAMAIS te impedirá de ser o criador da sua realidade e de viver a vida mais bela que você possa imaginar. Seus sonhos são apenas lembranças daquilo o que sempre foi seu e sempre será.
Tenha saudades, tenha apego, mas lembre-se que seus desejos estão com saudades de você também e mal podem esperar para que se reencontrem no físico, pois seu primeiro encontro aconteceu no exato momento em que você os desejou. Seus desejos sempre foram seus. Eles apenas existem por você e para você, então, se você já teve a mínima vontade de mudança, você já está pronto pra ela. Você sempre esteve e sempre estará pronto pra ela. Jamais ouse pensar o contrário.
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wolvesland · 8 months ago
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─── 𝐏𝐈𝐍𝐊 𝐋𝐄𝐌𝐎𝐍𝐀𝐃𝐄 ֪
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→ Kim Seokjin x Leitora negra
→ Palavras: 2.4K
→ Sinopse: Você e Seokjin concordam que as banheiras de hidromassagem são os melhores lugares para se ter conversas francas. Também apropriado para um flerte leve.
AVISOS: fluffy, viagem de carro, college au, sfw, ingestão de álcool, conversa sobre virgindade, embriaguez, seokjin e toda a idiotice que isso implica, sexo implícito enquanto bêbado.
📌 masterlist
© all rights reserved by @jjksblackgf
© tradução (pt/br) by @wolvesland
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— Salgadinhos?
— Aqui.
— Playlist?
— Certo.
— Instruções do mapa off-line no Google?
— Hoseok, eu dirijo até a casa de praia dos meus pais pelo menos quatro vezes por ano, não precisamos de um mapa.
— E se nos perdermos, ou tivermos que pegar um desvio?
Eu queria reduzir ao mínimo o revirar de olhos nessa viagem, mas era difícil prestar atenção em qualquer outra coisa além dos dois meninos discutindo no banco da frente.
— E quanto a gás, água, kit de primeiros socorros e coisas do gênero? – Sussurrei para Dee.
Ela era a única pessoa nesse carro que eu realmente conhecia, pois era minha colega de quarto desde o primeiro ano. Eu também conhecia um pouco o Hoseok, seu namorado de idas e vindas nos últimos meses.
— Eles são garotos de fraternidade, S/N, você acha que eles se preocupam com segurança e praticidade? – Sussurrou ela.
— Fabuloso. – Murmurei e ela deu uma risadinha.
— Não se preocupem, senhoritas, está tudo sob controle. – Seokjin virou-se para sorrir para nós. — Chegaremos em segurança, sei que isso é importante para vocês duas.
Seokjin.
Seu cabelo estava caído sobre a testa, sua pele impecável brilhava, aqueles lábios carnudos... Que sorriso. Inspirei um pouco alto demais para o meu gosto, e o perfume dele era tão bom que ia me deixar tonta. Seus olhos pousaram em mim por um segundo antes de ele piscar. Que droga.
Seokjin.
Nunca, em um milhão de anos, eu teria imaginado sentar no banco de trás do carro de Seokjin. Só nos vimos uma vez antes de hoje e já estou com os joelhos fracos. Uma paixão estúpida por garotos de fraternidade, nunca imaginei que eu seria um clichê.
— A viagem dura cerca de quatro horas, dependendo do trânsito em Nova York, então teremos alguns intervalos. – Informou Hoseok, olhando para o celular. Não prestei atenção na discussão sobre o Google Maps, então Hoseok ganhou, eu acho.
— S/N, você está com o cinto de segurança? – Seokjin perguntou, mas Hoseok respondeu antes que eu pudesse abrir a boca.
— Sim, o bonzinho está pronto para ir. – Ele riu e eu vi Dee revirar os olhos, mas sabia que seu sorriso bobo não sairia de seu rosto.
— Ignore-o. – Ela sussurrou para mim.
— Não é preciso dizer isso duas vezes.
A viagem começou sem problemas e, aparentemente, não seria tão terrível quanto eu esperava. Hoseok e Seokjin começaram a trocar o que eles chamavam de "histórias de guerra", contando de quantas escolas particulares eles foram expulsos e, para minha surpresa, comecei a rir.
Garotos irresponsáveis dirigindo o carro, e eu estava rindo no banco de trás. Estava tudo indo bem até quando começou a hora do karaokê. Hoseok e Dee cantaram Endless Love, como se faz, e Seokjin balançou as sobrancelhas para mim pelo espelho retrovisor. Minha guarda estava baixa e rir com estranhos nunca foi tão bom, até que Seokjin me pediu para cantar junto também.
— Obrigada, mas não, obrigada.
— Por que você não quer cantar para a Mariah Carey? Todos os outros estão se envergonhando. – Disse Seokjin, e tentei esconder o que sua voz deliciosa causava em minha psique. — Você viu esses dois desafinar, não tem como você ser pior do que eles.
De maneira alguma eu iria me envergonhar nesse carro. Por que eu estava agindo assim só porque ele se dirigiu diretamente a mim?
— Jin, deixe-a em paz. Ela é tímida. – Disse Dee, esfregando meu braço para me acalmar um pouco.
— Ela está corando? – Seokjin perguntou enquanto continuava a provocação, e Hoseok se virou para olhar tão rápido que achei que o carro daria um solavanco.
— Sim, aí! – Ele gritou. — Puxa, amor, cuidado com as unhas quando me beliscar!
— Acho que vou fazer uma serenata para você, então. – Ele piscou para mim e eu tive que lembrá-lo de manter os olhos na estrada. — Tão tensa...
A viagem terminou, e se eu não sabia o quanto Seokjin era rico, agora eu sabia com certeza. Ele estacionou o carro em uma entrada de garagem circular, daquelas que têm fontes com estátuas gregas, em frente a uma casa de três andares. Ela era toda de pedra cinza, com pilares e tudo mais.
— Lembra das férias de primavera do primeiro ano? – Hoseok perguntou a Seokjin, ele colocou a mão no coração quando as lembranças o atingiram. — Entramos aqui às escondidas e trouxemos alguns veteranos. Tornou nossa iniciação na Alpha Kappa muito mais fácil.
Explicou Hoseok.
— O trabalho em equipe é tudo. – Disse Seokjin antes de bater o punho com seu amigo. — Deixe-me fazer um tour com as senhoritas.
A casa era grande o suficiente para acomodar uma festa do pijama com 200 pessoas. O segundo e o terceiro andares tinham oito quartos e seis banheiros cada. O primeiro andar era o "andar das festas", como disse Hoseok, com três salas de jogos, uma biblioteca e uma sala de cinema, além de cozinha, sala de jantar e dois escritórios. O porão costumava ser a sala de armazenamento da coleção de arte da família, mas foi reformado para ser uma adega de vinhos.
A área externa era ainda mais impressionante. A piscina era enorme, bem ao lado de uma fogueira que acomodava dezesseis convidados sentados. Eles também tinham uma casa de piscina.
— Seria simplesmente estúpido não ter uma. – Disse Hoseok, enquanto mostrava a área da churrasqueira.
— Minha mãe também queria ter uma estufa, mas não estamos aqui com frequência suficiente para ser viável. – Explicou Seokjin e riu da minha expressão de espanto.
— É claro que não, isso seria tão ridículo. – Eu disse, olhando para a casa gigantesca.
Mas nada disso seria mais impressionante do que o terreno da praia que eles tinham só para eles. A areia branca se estendia por toda parte, sem nenhuma outra casa à vista em nenhuma direção. Era tão pacífica e tranquila que parecia uma ilha particular.
— Estou me sentindo como uma camponesa. – Disse Dee, e tive de concordar.
— Minha bebê Dee só pode ser a princesa mais linda. – Hoseok pegou a mão dela e beijou os nós dos dedos.
Ela murmurou, e eu pude ver o brilho em seus olhos.
— Vômito. – Eu disse e Seokjin se juntou a mim com ruídos de vômito.
— Vamos dar uma volta. – Disse Hoseok enquanto entrelaçava seus dedos. — Não faça nada que nós não faríamos.
— Isso é impossível, já que vocês dois são capazes de tudo. – Brincou Seokjin, mas eles já estavam correndo em direção à água.
— Crianças. – Eu disse, ouvindo suas risadas de longe.
— Eles crescem tão rápido. – Ele acrescentou, com ternura.
Continuei a observar Dee e Hoseok, algo para fazer em vez de me concentrar nessa estranha tensão unilateral que sentia em relação a Seokjin. Eu podia sentir seus olhos em meu rosto, tive que me lembrar de respirar em passos regulares. Apenas inspirar e expirar como um ser humano normal.
— Então. – Ele começou, sua voz ficou mais grave de repente.
— Então. – Respondi sem olhar para ele.
— Casa grande, não é?
— Brincar de esconde-esconde deve ser emocionante. – Consegui olhar para trás, para a casa, sem olhar para seu rosto lindo, deslumbrante e perfeito.
— Você está nervosa por estar aqui? – Ele perguntou de repente, e eu não pude deixar de olhar para ele.
— Um pouco. – Respondi, dando de ombros. — Nós não nos conhecemos de verdade, então não sei como me comportar.
— Se comportar? A melhor parte de ter 21 anos é que você não precisa se comportar. – Disse ele, exibindo o sorriso mais lindo.
Eu bufei.
— Veja, nós não nos conhecemos e eu gostaria de corrigir esse erro. Então, vou preparar algumas bebidas para nós enquanto você veste um maiô. Nós nos encontraremos na banheira de hidromassagem. Combinado? – Ele perguntou, sorrindo mais suavemente dessa vez, sem provocações.
Suspirei e assenti.
Biquíni rosa, cabelos cuidadosamente presos em um rabo de cavalo e um número inquietante de borboletas no meu estômago. Essa não era uma reunião social comum em que eu poderia me misturar ao fundo e conversar apenas com as pessoas que eu conhecia.
O objetivo principal era conhecê-lo, então tive que erguer os ombros e sair do quarto. Eu me perderia naqueles olhos e lábios a noite inteira, e o álcool não ajudaria em nada, mas eu cruzaria essa ponte quando chegasse lá.
A velha escada de madeira certamente anunciaria minha chegada, mas ele ainda não estava na banheira. Ele deixou um copo com uma bebida rosa e dois copos cheios.
Fique à vontade, eu já volto, dizia o bilhete que ele deixou na bandeja.
Entrei imediatamente, grata por meu corpo estar submerso na água. A água estava agradável, quente o suficiente para contrastar com a brisa da praia. O sol tinha acabado de se pôr no horizonte, e as nuvens estavam em um lindo tom de roxo. Relaxei ainda mais e deixei minha cabeça descansar na parte superior da almofada do encosto, fechando os olhos. A água começou a borbulhar em um ritmo mais rápido, relaxando os músculos das minhas costas. A sensação era tão boa que não tive tempo de reprimir o gemido que escapou de meus lábios.
— É uma sensação boa, não é?
Gritei e me levantei, encontrando os olhos de Seokjin pouco antes de ele começar a rir.
— Sinto muito. – Disse ele entre uma respiração e outra. — Eu não queria assustá-la, eu juro.
— Tanto faz. – Murmurei, tentando controlar um pouco meu coração.
Cruzei os braços e esperei que ele parasse de rir.
— Oh cara, isso não tem preço!
— Achei que não fosse de propósito! – Acusei, meus olhos se fecharam em fendas.
— Não era! Mas foi engraçado mesmo assim. Você parecia tão relaxada, e então... – Outra risada. — Mais uma vez, me desculpe.
Ele me deu um sorriso angelical, e eu revirei os olhos.
Ele entrou na banheira, tirando a camisa no processo. A única luz vinha da banheira, mas estava iluminada o suficiente para que eu pudesse ver perfeitamente seu abdômen ligeiramente definido, com proporções corporais que fariam uma modelo chorar em um canto. Seus ombros eram largos e seus bíceps eram musculosos. Ele obviamente levantava pesos, mas apenas o suficiente para parecer um anjo pecador. Desviei o olhar antes que ele me pegasse olhando, pegando meu copo e tomando um gole.
— O rosa fica ótimo em você, se me permite a ousadia.
— Obrigada. – Disse eu, olhando intensamente para minha bebida. — A propósito, a bebida é ótima.
— Obrigado, é limonada rosa com rum.
— Que legal. – Eu disse, finalmente olhando para ele.
Nós apenas acenamos com a cabeça, sem ter nada a dizer. Por alguns segundos, tudo o que podíamos ouvir eram os sons das ondas e a água borbulhante da banheira.
Ele respirou fundo e voltou a olhar para frente. Ele estava um pouco desconfortável, com os ombros ligeiramente curvados e a mão esquerda batendo no joelho debaixo d'água. Mas seu rosto não mostrava nada disso. Seu perfil lateral era perfeito. Nariz e queixo perfeitos, pele levemente rosada devido ao calor da água. Seus lábios carnudos...
— Isso é uma droga! – Disse ele, franzindo a testa para mim. — Precisamos rir ou os grilos vão tomar conta da conversa.
— Tudo bem... Mas minhas piadas são apenas do tipo patético, do tipo bate-bate.
Ele olhou fixamente em meus olhos, com o rosto concentrado. Sua expressão mudou tão repentinamente que pude ver a lâmpada se acender em sua mente.
— Certa vez, em uma festa, eu estava meio bêbado. – Ele começou. — Ok, muito bêbado, então acabei abraçando minha namorada na época e beijando seu pescoço em vez de seus lábios, na frente de todos, devo acrescentar.
— Oh, deus. – Sussurrei, absorto em sua história.
— Então ouvi alguns gritos, certo? Quando levantei minha cabeça do pescoço dela, não era minha namorada, era a irmã dela.
— NÃO!
— Sim! – Ele riu da minha interrupção. — Minha namorada é que estava gritando. Comigo, na verdade. Não é engraçado? – Ele perguntou, enquanto dobrava de tanto rir.
— Se por "engraçado" você quer dizer insano, então sim.
Ao longo da noite, nossas bebidas nunca conseguiram chegar ao fundo do copo, mas, de alguma forma, a jarra estava vazia. Rindo como adolescentes, zombamos de sua casa ridiculamente grande, grande demais para uma família de cinco pessoas. Também trocamos histórias embaraçosas, como a de Seokjin entrando direto em uma porta de vidro na frente de sua paixão quando tinha 13 anos e a da minha alça de biquíni se desamarrando em público aos 16 anos.
As risadas não pararam quando Dee e Hoseok chegaram em casa cerca de duas horas depois, ambos um pouco bêbados, correndo em direção ao quarto.
— Use camisinha! – Jin gritou antes de rir mais.
Mesmo bêbada, o tempo todo eu estava muito consciente do quanto eu gostava quando ele me tocava e do quanto eu queria tocá-lo por inteiro.
Eu não era tão lenta a ponto de não flertar com ele, pois sempre poderia culpar o álcool se não desse certo. Por isso, eu me certificava de tocar o braço dele de vez em quando e fazia dos meus seios o ponto focal, ajustando o tecido. A cada vez, ele coçava a nuca, então eu não tinha certeza se estava conseguindo.
— Então, meu último relacionamento foi ainda mais curto do que isso.
Continuei com minhas histórias de romance fracassado enquanto ele bebia a última gota de sua xícara. Eu terminei a minha alguns minutos antes.
— Apenas três meses no total. Ele era tão convencido que fiquei surpreso por não ter sido expulso antes.
— Ele era bom de cama, pelo menos? – Ele perguntou, balançando as sobrancelhas e eu bufei.
— Eu não sei. – Dei de ombros, evitando seu olhar confuso.
Minha respiração profunda, seguida de meu silêncio, o alertou.
— Oh...
— Sim...
— Posso saber por que você não sabe?
— Eu simplesmente nunca gostei deles o suficiente, sabe? Não tinha realmente aquele desejo por nenhum deles.
— Você teve desejo por alguém que não namorou? – Questionou ele.
— Na verdade, sim. – Respondi, com a voz um pouco acima de um sussurro.
Graças a deus pelo álcool e seus efeitos de aumento de confiança. Dessa vez, fui corajosa o suficiente para olhá-lo nos olhos.
— Oh? – Sua expressão confusa voltou, mas se dissipou no momento em que lambi meus lábios. — Bem, bom para você, então.
Ele sussurrou antes de se inclinar para frente.
— Eu diria que sim. – Sussurrei de volta, unindo meus lábios aos dele.
Era tão macio quanto eu havia imaginado. O gosto do rum era espesso em sua língua, mas isso só aumentou minha confiança ainda mais quando minhas mãos puxaram seu cabelo, aproximando-o mais de mim. Seu braço abraçou minha cintura, enquanto sua mão estava segura em minha coxa. Ele mordeu meu lábio suavemente, e eu gemi involuntariamente. Ele rompeu o beijo um pouco cedo demais para o meu gosto, mas estávamos sem fôlego.
— Devo fazer outro lançamento? – Perguntou ele, olhando para o pote vazio atrás de nós.
— E se não tomarmos os drinques e formos fazer outra coisa?
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piran1 · 29 days ago
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Quero sexo na escada, sabe? Não qualquer escada, mas aquelas da Igreja do Passo, que te desafiam a cada degrau, como se o céu estivesse ao alcance das mãos, mas só depois de perder o fôlego umas dez vezes. Quero que as pedras sejam testemunhas, que a cidade inteira prenda a respiração enquanto a gente se entrega sem cerimônia.
Quero marcas no corpo, hematomas com a assinatura de quem ousou me amar. Não só um amor bonito – quero um amor com pressa, com suor, com o calor de quem sabe que o amanhã pode ser tarde demais. Quero que as pedras frias do Pelourinho conspirem com a gente, transformando a ousadia num espetáculo que ninguém ensaiou, mas que todo mundo sente.
Depois disso? Depois, quero a paz de uma cama que seja nosso mundo, um santuário que aceite lençóis amassados como obras de arte. Quero uma cama que conte histórias nos vincos, que cheire a dendê e a nossa pele. Nada daquela perfeição de revista – quero bagunça, quero caos.
Quero que cada pedaço de tecido grite que ali aconteceu algo tão poderoso quanto as ondas do Porto da Barra em dia de ressaca. Quero que o mundo lá fora perca o sentido enquanto nossos corpos recriam mapas entre lençóis e travesseiros, descobrindo continentes escondidos na pele um do outro.
Quero o sobrenome dele. Não porque eu precise – eu sei que sobrevivo só, e ele sabe. Mas eu quero o peso disso, sabe? : um pedaço de identidade compartilhada, um "nós". Como quem entra na fila do acarajé da Dinha querendo comprar o melhor acarajé e já sabe que vale cada segundo de espera. Quero algo que dure mais do que as cinzas da quarta-feira de Carnaval, algo que seja tão salgado quanto o vento da Baía e tão doce quanto o sorriso que ele dá sem perceber.
Quero uma alma que tenha profundidade – não aquelas águas rasas de quem vive pela metade. A alma dele… Ah, essa alma funda, viu? – tão funda que até a Igreja do Rosário dos Pretos ficaria com inveja de tanta história num abismo tão rico que dormem nas pedras. Quero que ele me mostre um pedaço de si que ninguém nunca viu e que tenha coragem de mergulhar nos meus próprios segredos.
Quero que ele me ame com força, mas não aquela força óbvia. Quero a força de quem encara a vida com coragem, mas sabe quando dar uma pausa pra rir de si mesmo. Quero um amor sólido, tipo o Farol da Barra, mas que ainda me surpreenda como o trânsito da Avenida Sete em dia de procissão. Quero que ele me estude com o olhar, como quem decifra um poema em iorubá, e que me enfrente com a ousadia de quem sabe que o jogo é bom porque é imprevisível.
E, sim, quero que ele seja meu abará. Quero intensidade, quero o calor que só o dendê sabe dar, mas também quero aquele sabor que fica na boca e te faz lembrar por dias. Quero que ele entenda minhas tempestades internas, mas que saiba rir nos dias de calmaria. Quero que ele segure minha mão nos dias em que eu tropeçar nas minhas próprias confusões e que me puxe de volta à superfície quando eu estiver prestes a afundar.
Ah, e pelo amor de Oxum, que ele saiba dançar. Não precisa ser mestre de samba-reggae, mas que ele tenha ginga, que me leve pela cintura com a firmeza de quem sabe o que está fazendo. Quero que ele transforme nossa cama em palco e que me ensine a improvisar melhor do que qualquer DR que eu tente evitar.
Quero que ele seja lindo, mas não aquele lindo previsível. Quero uma beleza que me pegue de surpresa, como o pôr do sol que pinta o Pelô com cores que nem existiam na minha paleta emocional.
Eu quero um sawvador em forma de gente. Feito um amor que me desmonte e me reconstrua, que seja intenso, que me desafie e me arraste para um bloco de rua sem roteiro, que me faça perder o medo de pimenta e da vida.
E eterno como as ladeiras que contam as histórias de quem passou. Quero um amor que seja caos e carnaval, que me consuma e ainda me devolva inteiro, mas diferente – como quem volta do mar e carrega na pele o sal e o sol. Quero que ele seja meu axé, minha revolução, minha bagunça em forma de gente: quente, vivo, caótico, impossível de ignorar.
– sawmeron
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chimpanzes-e-bonobos · 1 year ago
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Pág. 0997
| CIPRESTE |
Não quero parecer nervoso
Nem padecer cuidadoso
Ou perecer em paz.
Não quero viver em transe
Ou em trânsito ou em tristeza
Quero a frieza do conhecimento
Quero a beleza do calor humano
Ou o calor da beleza dela
Ouvir seu canto em nosso quarto
Quero nosso canto
Quero tanto um querer farto
Quero não poder esconder sua falta
Estender abraço em cruz
Morrer pelo prazer
De viver pela luz do encontro
Ver no breu dos meus escombros
Faíscas de uma estrutura firme
Viver como num filme ruim
Ruir como cai um astro
Quero implodir em sentimentos
Alterar realidades
Realizar desejos teus
Desalinhar o céu em arte
Inquietar as mentes certas
Quero a certeza de viver o incerto
Quero ser o que já sou
Completamente transformado
Transtornado, tornado seu
Mergulhado noite abaixo
No nascer do sol me pôr
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sarahbertanha · 1 year ago
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Lembranças
Havia chovido naquele dia. Estava frio e úmido. Uma boa noite para pedalar, tranquila. Vesti aquele conjunto de treino azul que me deu em um dia aleatório. Preparei a playlist e coloquei os fones. As mesmas músicas de sempre, as que me lembram de você, mesmo as melancólicas...
Calcei o tênis mais confortável, coloquei as minhas meias de arco-iris. Peguei a bike e pedalei rumo a avenida, interditada para atividades físicas. O trânsito estava normal, sem muito movimento, acredito que pelo tempo frio, as pessoas acabam saindo menos de casa. Não sei por quanto tempo pedalei, não sei se foram minutos ou horas, envolta em pensamentos variados, e lembranças de um dia cansativo. Uma brisa fria corria, e bagunçava meu cabelo, que já estava grandinho, bem maior do que você sequer se lembra. Não havia muitas pessoas caminhando, muito menos bikes, o que me agradou, já que eu poderia pedalar com mais velocidade e sentir o vento no meu rosto. Uma sensação de liberdade. E paz. Até que um senhorzinho passou por mim. Ele usava exatamente o mesmo perfume que você. Eu paralisei. Voltei no tempo. Mergulhei em muitas lembranças e memórias, invadidas pelo seu cheiro, recheadas da mais pura saudade. Viajei aos nosso melhores e piores dias, nos tempos que éramos apenas "nós", até parar no último. O tempo fechou e uma chuva fina começou a cair. Era o momento de voltar pra casa, porque você não ia voltar.
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leitoracomcompanhia · 1 year ago
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Cinzento
"Lisboa, esse vulto constelado de luzes frias do outro lado do rio é um animal sedentário que se estende a todo o país. É cinzento e finge paz. Atenção, achtung, mesmo abatido pela chuva, atenção porque circulam dentro dele mil filamentos vorazes, teias de brigadas de trânsito, esquadras de polícia, tocas de legionários, posto da GNR, e em cada estação dessas, caserna ou guichet, está a imagem oficial de Salazar [...]"
José Cardoso Pires, "Balada da Praia dos Cães"; fotografia de Eduardo Gageiro.
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ursocongelado · 2 years ago
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32 dias sem pensar em fumar ou beber
Não troco mais socos do outro lado da avenida antes do amanhecer
Agora abaixo a cabeça como antídoto contra o vírus da mesquinharia
Feito espião russo me escondendo da guerra
O silêncio é a trincheira mais segura
Alguém da segunda divisão usando boné do Vasco me toca os ombros para lembrar de como já fui palerma
Recaído na chuva com meus últimos exemplares de dignidade para trocar na vila
Placas de trânsito pichadas de tragédias
Algumas pessoas aparecerão apenas para informar o óbvio ou dizer que deixamos poeira demais atrás de um móvel
Garrafas vazias embaixo da pia
32 dias estranhando a paz
Demônios não gostam de estátuas
É preciso reajustar a alma para ver Ghost - Do Outro Lado da Vida
O céu aberto sem sirenes
Sem sangue escorrendo do nariz manchado camisetas de seda ou bandas de rock
32 dias sem implorar por áudios de amigos ou xingamentos da mulher que ainda amo
32 dias procurando emprego
Uma ocupação
Um terreno produtivo
Novas sombras
Sementes coloridas
32 dias agradecendo por novos livramentos
Agora abaixo a cabeça e rezo o pai nosso
Bombas estouraram longe de mim.
Diego Moraes
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escreviaqui · 2 years ago
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Uma vez me disseram: "você parece um bicho do mato"
E nesse dia eu não entendi várias coisas.
Ser um bicho do mato seria ruim ? Avaliando pelo tom da pessoa seria terrível.
A possibilidade de eu ser mesmo o tal bicho não me incomodou, afinal um bicho no mato desfruta de várias coisas que as pessoas como esta que atirou essas palavras não desfrutam.
Um bicho do mato é completo em si mesmo. Vive um dia de cada vez. Um desafio por vez sem perder-se no trânsito, na internet, na bagunça generalizada do Sapiens.
Um bicho do mato não fala com qualquer pessoa. Não confia fácil em palavras, ouso dizer que não falam porque não precisam. Entendem mais do que o necessário pra que aprender a falar como eu e você?
Qualquer um consegue, caso queira, entender que falar no mato é um desperdício.
Não me lembro de ter ficado ofendida com a acusação "você parece um bicho do mato", mas lembro de refletir profundamente sobre o acontecido, não a toa, aqui estamos. Eu escrevendo sobre e você lendo sobre.
O fato é que as palavras lançadas de maneira tão bizarra não foram capazes de ofender mas poderiam ter sido.
Novamente meu cérebro se perdeu entre entender porque ser como um bicho do mato seria tão ruim e a intenção da pessoa que esbravejou as palavras.
Como uma pessoa com atitude cruel me chama menos atenção que a palavra bicho, continuo pensando a respeito quão sensacional é um animal que vive no mato.
Imagine só! Não há cheiro de esgoto, gente em super lotação sem ventilação, não há internet, não há metade das confusões causadas por nada relevante.
"Você parece um bicho do mato!" Da próxima vez que eu escutar isso, vou tentar lembrar de responder:
Sim, eu sei, thanks for noticing a diferença entre nós. Volte você a sua cidade ou whatever e me deixe ser um bicho em paz.
#escreviaqui #bichodomato #autista #autistc #pessoaautista #autismo
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domquixotedospobresblog · 1 year ago
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Aquele mundo perfeito que sempre sonhamos, esteve aqui o tempo todo, crianças barulhentas correndo nas ruas,as pessoas andando apressadas sem ao menos dar um bom dia, ônibus e trens superlotados,aquele barulho ensurdecedor dos fogos nas festas,e aquele cansaço diário de um dia de trabalho que nunca acabava,a vida assim maluca era um paraíso e a gente não sabia, talvez nem nos ligamos de como era bom se cansar de trabalhar,se apertar dentro das conduções,e ir se desviando das pessoas de caras fechadas pelo caminho,a noite tentando dormir e sendo atrapalhado pelo barulho das crianças que nem ouviram a mãe chamar para o banho,e o som do trânsito com suas buzinas e ronco dos motores, tenho tanta saudade desse tempo,dessa rotina que não está existindo mais,quero as pessoas todas saudáveis, mesmo que eles me tirem a paz,esse mundo doente está chato demais, ajuda meu Deus,traz aquele mundo perfeito de volta pra gente.
Micro crônica de Jonas R Cezar
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menino-da-mente-avuada · 2 years ago
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Num dia nublado, cinza e ventilado, o relógio apita dezoito horas. Ele adora observar minuciosamente estes dias. Para o mesmo, estes momentos são repletos de nostalgia, paz e pressupõem mais à frente uma chuva torrencial e um convite irrecusável para permanecer em casa. O que não estava no scrip desta crônica era que o celular do eu lírico, agora, já vibrava com a seguinte mensagem: "O motorista chegou ao seu destino". Era o 99 Uber, mais precisamente um pedido de viagem de motocicleta. Ele precisa sair da zona suburbana em direção ao centro da cidade em poucos minutos na expectativa de que chegue a tempo no compromisso. Despediu-se de seu gato, o Romero, trancou a porta e foi de encontro à garupa do motorista apenas com um sinal de "boa noite" e "pode seguir". Nota: a partir de agora, o texto continuará apenas com os subentendidos do personagem:
"– Eca! Que cheiro forte de morfo, suor, seborreia, perfume e aracnídeos microscópicos pairando dentro deste capacete, tudo ao mesmo tempo, armados e preparados para lançar doenças alérgicas indo de encontro aos meus defensores glóbulos brancos. Eu devo penetrá-lo dentro da minha cabeça para respeitar as leis de trânsito ou será mais sábio pendurá-lo no braço direito como forma de afirmar que me amo e me respeito? Pois bem, ele correu. Ao passar pela minha rua, a Rua São Raimundo, noto pelo brilho ardente e foco fixo nos olhares de um grupo de meia dúzia de fofoqueiras, todas esperando eu passar para tentarem entender, baseado em suas teorias, onde eu iria naquele instante bem apresentado. Nossa, por que existe vizinhança? Aiiii!!! Droga!!! Bati o capacete da morte que estava em mim no capacete da morte que estava no motoqueiro que freou rapidamente. Odeio quando isto acontece. O que será que ele está pensando sobre mim? Que eu estou fraco e desnutrido? Vou me ajeitar aqui no banco e endurecer meu corpo para não acontecer isto novamente. O primeiro semáforo chegou. Aproveitei para puxar meu smartphone e enviar uma mensagem avisando que já estou a caminho. Sinal verde. Vai com calma, moço! Eu quase derrubava o meu celular com a força explicável da física, ao qual o senhor não respeita. E se ele for um assaltante disfarçado de motorista de aplicativo? E se ele for me roubar daqui a pouco? O painel aponta 45 Km/h. Eu não entendo nada de veículos, todavia eu logo comecei a lacrimejar e precisei fechar o "vidro" do capacete. Ah não, eu vou morrer sufocado! Ah não de novo, não eram lágrimas, eram os primeiros pingos da chuva que chegara. Pingos cortantes. Não demorou muito para ele avançar para 50 Km/h. Passou por um caminhão zipado, desviou dum buraco bruscamente. Sem pedestres para atravessar, ele ultrapassou o segundo sinal fechado, ignorando o artigo duzentos e oito do Código do Trânsito Brasileiro e sem medo de perder sete pontos na carteira e de receber multa de mais de duzentos reais. Ziguesagueou os veículos à frente e esqueceu que havia um cliente-passageiro ao fundo. Olhando para a calçada, em milissegundos, consegui sentir o desespero das pessoas correndo para baixo duma cobertura que servisse como refúgio até o término da tempestade. Meu braço segurava o apoio do banco para evitar que eu voasse para fora da motocicleta caso algo de pior acontecesse. Nesta hora, eu tinha certeza que íamos cair e eu já estava procurando uma posição mais confortável para não me machucar tanto. Dez minutos de viagem e eu já orei quinze Pai Nosso e vinte Ave Maria. O vento forte. Os pingos amolados. A chuva grossa. A velocidade máxima. Os sustos. Coração batendo forte. Neste momento, eu estou encharcado e sem planos para entrar no compromisso. Fechei os olhos e esperei ele chegar no meu destino sem ver todas as suas imprudências. Ou sem visualizar de forma rápida meu último momento na Terra."
Uber moto: – chegamos ao destino, senhor!
Ele: – sério?
Uber moto: – saiu por R$ 11,80.
Ele, fazendo o pagamento: – pronto! Obrigado.
Uber moto: você poderia me avaliar com 5 estrelas?
Ele: – claro! Até!
Uber moto é a confirmação de que te falta pitadas de amor próprio. Ele expressa em alto e bom som um desejo ardente enraizado na alma pela morte. É nele que habita suas maiores insanidades e aventuras. O Uber moto é a imagem refletida da nossa sociedade atual. Ele é uma experiência de aprendizado que você pode optar em não errar novamente.
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considerandos · 2 years ago
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Fátima mística
Haverá milhares de motivos para que tanta gente se lance no caminho do santuário da Cova da Iria, e se muitos passarão pelas tradicionais promessas, favores pedidos ou retribuídos à Virgem, outros revelam-se muito mais místicos e introspectivos.
Há quem nem acredite nos certificados milagres e aparições e mesmo assim se ponha a caminho.
O que levará um agnóstico ou, mais frequentemente, um teísta, desconfiados da igreja, da mise en scéne, das hierarquias e dos rituais, a empreender uma caminhada, quantas vezes só, por mais de uma centena de quilómetros, exposto à chuva, ao cansaço, à míngua, à caridade alheia?
Há quem nada peça a Nossa Senhora, até ache interesseiro esse negócio sinalagmático com Maria, dá-me um milagre que eu em troca vou todos os anos a Fátima.
Vão pelo chamamento, pela viagem, pela necessidade de acreditar em algo, que transcenda a vida triste, de infelicidade quotidiana, que levam habitualmente.
É frequente usarem a palavra paz, para descrever o sentimento da peregrinação a Fátima.
Não é só a fé, nem Deus, nem a Virgem e muito menos os milagres interesseiros, que os chamam ao santuário. É a busca pela paz. Até pode haver quem reze pela paz no mundo e pela compreensão entre os povos, mas a paz que a maioria busca na peregrinação é muito mais pessoal, é íntima, é a paz de espírito.
O isolamento do percurso (mesmo quando partilhado), as horas de introspecção, a abnegação em prol de um objetivo simples, concreto e árduo, o cansaço, a solidariedade experimentada nas dificuldades, a comunhão de sortes, a partilha de experiências, a descoberta de outros peregrinos, quantas vezes embrião de futuras amizades, tudo isto faz de Fátima um fenómeno que ultrapassa em muito a religião, a Virgem Maria e as Aparições aos pastorinhos.
A peregrinação é um retiro espiritual. Uma pausa prolongada da banalidade e a entrega à aventura. Um regresso à juventude, de mochila às costas, pouco dinheiro no bolso e o coração aberto à experiência, à amizade, à descoberta da espiritualidade.
E quando finalmente chegam, exaustos mas de consciências limpas, de pensamentos claros, de cabeças frescas e uma enorme sensação de otimismo, da superação do desafio, da partilha da experiência, da comunhão com os outros viajantes, do conhecimento acumulado pelo cansaço e pela troca de conversas, o santuário é Jerusalém renascido, o Eldorado sonhado, Shangri-la reencontrado, um Nirvana em trânsito. A paz a que tanto ambiciona o ser humano, por oposição à luta permanente pela sobrevivência, pela competição, pelas adversidades por superar.
Por isso repetem a experiência. Alguns fazem o percurso três e quatro vezes por ano. Outros fazem-no ininterruptamente, há mais de cinquenta anos. Já nem sabem bem porquê. Apenas porque sim, porque a caminhada é um retiro no deserto, uma oportunidade única para pôr a cabeça em ordem, para priorizar valores e contabilizar vivências, para refletir sobre os mistérios existenciais, sobre Deus, o mundo, os outros e o nosso papel no universo.
Há até quem se disponha a fazer o percurso por procuração. Qualquer pretexto serve para se fazerem à estrada. Se nada mais tenho a pedir por mim, há tanta infelicidade no mundo, tanta doença, tanta miséria, posso sempre pedir pelos outros, os que me pedem para o fazer e os que eu me lembre que necessitam. Há que limpar os pecados do mundo com o suor dos peregrinos.
A caminhada transforma-se assim num vicio benfazejo, como uma estadia nas termas, uma semana na praia, um retiro espiritual, sozinho ou em comunhão grupal.
No fundo, pouco importa se o percurso leva a Fátima, a Santiago, a Lourdes, ou até a destinos mais ímpios, como festivais de rock, concentrações de motards ou à festa do Avante.
É preciso andar, caminhar, percorrer a terra, em busca da solidão, do tempo que sempre falta, para refletir, para acalmar humores e carregar baterias. É preciso largar periodicamente a vida, colocá-la em suspensão, para viver outro ser, excepcional, desconhecido, espiritual.
Para quem vive na rotina, a peregrinação é o reencontro com o gosto pela vida, com o prazer das coisas simples, com o convívio desinteressado, solidário mesmo. É a renovação periódica da fé na vida, humana ou divina, que tão esquecida anda, no dia a dia.
É esta a Fátima de que vale a pena falar.
A outra, feita de pedra e mitras, de velas derretidas e incenso, a disfarçar o cheiro a suor, de giftshops e excursões, de hotéis cheios de turistas, de relíquias de trazer por casa, também existe, é certo, mas é demasiado pequenina para o verdadeiro peregrino.
Na verdade, pouco difere do consumismo selvagem da black friday norte-americana ou das iluminações de Natal. É um circo de parasitas, que se alimentam uns dos outros.
O sacrossanto capitalismo, abençoado pelo Papa.
14 de Junho de 2023
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garfo-na-tomada · 8 days ago
Note
Boa noite Frater? Tudo bom? Feliz Ano Novo pra ti. Alerta de texto longo abaixo:
tl;dr: minha ansiedade junto com estudos de astrologia está ativando pensamentos intrusivos e paranoicos. tem como lidar com isso sem dropar o estudo?
eu to bem no começo da minha prática e buscando as coisas que mais me interessam. uma delas é a astrologia, mas não tenho muito entendimento nem experiência.
sou uma pessoa muito ansiosa, que já fez tratamento pra toc por anos (não tenho episódios há muito tempo, mas sigo sendo ansiosa e com tendência a pensamento mágico, catastrofização, pensamentos intrusivos, e por aí vai).
então, juntar essa cabeça com ferramentas divinatórias não é uma coisa muito boa, e estou começando a sentir impacto da astrologia recentemente (claro que não é culpa dela, é a minha cabeça), mesmo estando bem, não afligida por episódios nem nada severo.
pra você ter uma noção, eu vi os trânsitos do ano que vem pro meu ascendente e comparei com meu mapa natal, cheguei à conclusão de que poderia sofrer um acidente debilitante pro meu corpo físico e estou nervosa com isso. o pior é que não é completamente infundado, eu consigo apontar o porquê de tais trânsitos potencialmente sugerirem algo horrível, é plausível. mas queria não perder a cabeça com isso.
tem como remediar esse tipo de reação? como você mantém a cabeça no lugar ao ver sinais de que coisas ruins podem estar por vir?
Obrigada pela atenção, desculpa o texto enorme, beijo pra você e pra Maíra!
Putz, amiga, é por essas e outras que eu não acho uma boa ideia estudar astrologia fora do contexto de uma prática espiritual robusta (ela não é uma disciplina à parte, afinal, mas parte da escola hermética, e as pessoas esquecem disso. Tem um texto curtinho do Sam Block sobre esse assunto, aliás, que é ótimo - link aqui). Sem aquietar e purificar a mente e obter algum grau de paz de espírito e equilíbrio interior, essa é a reação esperada mesmo. O que eu recomendo é suspender os estudos de astrologia por enquanto, aí se concentrar em alguma prática espiritual, com ênfase em purificação, para depois retomar. Um beijo e feliz ano novo!
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pacosemnoticias · 23 days ago
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Moradores reforçam pedido de mais policiamento em bairro no Porto
A Associação de Moradores do Bairro de Pinheiro Manso, em Ramalde, reforçou a necessidade de se aumentar o policiamento naquela zona do Porto, defendendo que a população vive um "clima de medo e intranquilidade".
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"Que mais teremos de fazer para evitar contratar segurança privada para termos paz?", questionou o morador e representante da associação, João Pedro Mortágua.
Aos membros do executivo municipal, João Pedro Mortágua relatou o "clima de medo e intranquilidade" em que vivem cerca de 10.000 habitantes naquela que é a segunda freguesia com mais população do concelho do Porto e reforçou o pedido feito há vários meses para que o policiamento seja reforçado e a videovigilância alargada a Ramalde.
O morador relatou também os vários assaltos a moradias e automóveis, mas também no espaço publico, como o furto de sinais de trânsito ou sarjetas que, posteriormente, são vendidos a um sucateiro que existe nas proximidades daquela freguesia.
A associação, que já tinha reunido com o presidente da câmara, Rui Moreira e, entretanto, reuniu com o Comandante Metropolitano da PSP do Porto, aguarda uma resposta do Ministério da Administração Interna (MAI).
Em resposta às preocupações da associação, Rui Moreira avançou que o sucateiro foi encerrado, por intermédio da Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE).
"Tal não impede que o sucateiro abra noutro local", referiu o autarca, dizendo esperar que a associação de moradores "tenha mais sorte com o MAI do que o presidente da câmara".
Rui Moreira avançou ainda que o município iniciou em setembro os procedimentos para alargar o sistema de videovigilância à freguesia de Ramalde e que o processo está agora na PSP, a quem cabe o mapeamento das zonas onde instalar as câmaras.
Ao morador, o autarca apelou ainda a que não desistissem de apresentar queixa nas autoridades, lembrando que tal poderá influenciar a presença de videovigilância.
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vilaoperaria · 24 days ago
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Com a proximidade da temporada de verão, as forças de segurança do Paraná intensificam os preparativos para assegurar tranquilidade e bem-estar a moradores e turistas durante o Verão Maior Paraná 2024/2025. Em reunião realizada no último sábado (14), no Centro de Controle de Operações da Secretaria da Segurança Pública (Sesp), em Matinhos, representantes da Sesp, Polícia Militar (PMPR) e Polícia Civil (PCPR) alinharam estratégias e operações integradas para o período. O secretário da Segurança Pública, Hudson Leôncio Teixeira, destacou a importância das ações conjuntas: "As operações integradas são fundamentais para garantirmos um verão mais seguro e tranquilo para todos. Vamos atuar de forma preventiva, orientativa e, quando necessário, repressiva, assegurando que moradores e turistas possam aproveitar a temporada com tranquilidade". Entre as medidas planejadas, estão: Ações Operacionais: Intensificação do policiamento ostensivo nas áreas de maior fluxo de pessoas, com foco na prevenção de crimes e manutenção da ordem pública. Atividades de Conscientização: Campanhas educativas voltadas à população, abordando temas como segurança no trânsito, prevenção ao uso de drogas e cuidados nas praias. Suporte a Eventos Locais: Apoio logístico e operacional a eventos culturais e esportivos que ocorrerão no Litoral durante a temporada, garantindo a segurança dos participantes. Para potencializar as operações, serão empregados recursos tecnológicos avançados, incluindo: Helicópteros e Drones: Monitoramento aéreo para rápida resposta a incidentes e vigilância de áreas de difícil acesso. Viaturas Modernas: Reforço da frota policial para ampliar a presença nas vias urbanas e rurais. Cães Policiais: Utilização de cães treinados para patrulhamento e detecção de drogas, armas e pessoas desaparecidas, aumentando a eficiência nas operações. A integração entre as diferentes forças de segurança e o uso de tecnologia de ponta refletem o compromisso do Governo do Paraná em proporcionar um ambiente seguro durante o Verão Maior Paraná 2024/2025. A expectativa é que essas medidas resultem em uma temporada tranquila, permitindo que todos desfrutem das belezas e atrações do Litoral paranaense com segurança e paz. Para mais informações sobre as ações planejadas e dicas de segurança durante o verão, acesse o site oficial da Agência Estadual de Notícias do Paraná.
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