#padaria da pesada
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UM ANO DE Padaria da Pesada!!
Um ano desde que nosso livro foi financiado e publicado por vocês, leitores, agradeço de coração pelo suporte!
Temos planos para mais livros e tudo graças a vocês!!
Para quem não sabe, padaria da pesada é o nosso primeiro livro físico e original, publicado no Brasil, baseado vagamente nas fanfics de Kengan '"Heavy Bakery", mas num cenário completamente novo e 100% brasileiro!
Está a venda na Amazon e no site da editora Flyve! (Poucas unidades do físico restantes!!!)
Se você se interessar, temos aqui nesse link
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laurrrr, pelo amor de deus, precisamos de mais da rivalidade (inexistente) simón x pipe !!! – liv da amethvysts
ooiii lilivs @amethvysts 😚💋💗💖👋🏻 ai vida vamos relevar que demorei meio século pra ter inspiração e vir aqui te responder e NOSSA essa rivalidade masculina é tão delicinha
pensei logo num cenário em que você se muda pra um prédio perto da faculdade - de apartamentos normais mesmo, sem ser dormitório - e acaba sendo vizinha da dupla dinâmica simón&pipe. de primeira, conheceu eles - que se mostraram super simp��ticos - no elevador, chegando do supermercado com algumas sacolas. o felipe cutucando o simón de levinho e ambos se oferecendo pra levar as mais pesadas e como era caminho, por descerem no mesmo andar, vc não recusava.
aos poucos você vai se adaptando com a rotina nova, conhecendo mais deles já que os rapazes estavam sempre saindo no corredor ou no hall do prédio - acha um mais lindo que o outro, os olhos de felipe te entorpecem toda vez e o sorriso de simón abala suas estruturas. descobre que ambos são muito fãs de futebol e torcem pro river, o que gerou até uma pseudo guerrinha quando você contou que era do brasil provocando que o futebol brasileiro dava um pau no futebol argentino tirando uma olhadinha de canto do otaño e um "vai nessa" do hempe.
as coisas começam a ficar interessantes quando numa tarde de domingo sua resistência do chuveiro queima logo quando abre o registro já peladinha (meme da andressa urach fingindo surpresa), e vc até tem uma nova pra pôr, mas morre de medo de usar a escada😖 o que te leva a bater na porta dos seus vizinhos gsts pra pedir ajuda - usando só a toalha envolvendo o corpo. nesse dia, porém, pipe foi pro estádio ver jogo ent quem te atende é um simón só de bermudinha e corrente no pescoço, muito lombrado🍃. ele te seca dos pés à cabeça antes de perguntar o que aconteceu, "cê não me ajuda com o isso? é rapidinho" fazendo sua melhor carinha de pobre coitada.
e ele vai sim arrumar pra ti, tá acostumado a arrumar quando queima a deles então em cinco minutos seu chuveiro tá funcionando perfeitamente. tão bem que você deixa a toalha cair no chão na frente do boludo e abre a água "pra testar... quer vir comigo, não?", e honestamente a carne JÁ É FRACA, com uma mulher tomando iniciativa então? simón hempe só obedece. têm uma foda toda molhada ali. os beijos águados já que se atracavam vez ou outra ficando debaixo dos jatos, com direito a ter os peitinhos prensados no vidro gelado do box enquanto o garoto te come por trás, o pau grossinho te arreganhando toda enquanto ele sussurra na sua orelhinha que "agora eu entendo o que falam das brasileiras, ô bucetinha boa, mami".
"ah nem fodendo", é o que felipe diz quando simón conta do ocorrido pra ele no dia seguinte à caminho da faculdade. o otaño fica todo enfezado porque ele já tinha comentado com o amigo que te acha uma gata e que morria de vontade de te chamar pra sair. "vai enrolando, bobão. fica só nessa de river, river, perdeu a melhor bct da vida... fora que ela é toda safada. acho que se eu tivesse dito que queria por no cuzinho ela deixava", simón dando de ombros só pra pirraçar.
o que ele não esperava era que uns dias depois, você decidiria fazer um bolo - porque sente muita saudade da comida de casa e quase nenhuma padaria em buenos aires vende um bolinho de fubá raiz. mas afe... o açúcar era pouco💋🤤 então toca você ir até o apartamento colado ao seu pra pedir. e vai com um shortinho bem atolado na bunda e uma regatinha que deixa MUITO pouco pra imaginação já que é toda transparente. dessa vez quem atende é felipe, camisa da argentina, boné pra trás e shorts. "açúcar? tem sim", "me empresta um pouquinho...", "só se você me der um pedaço do bolo depois", ele diz apoiando no batente e cruzando os braços enquanto cê morde o inferior.
e ele come um pedaço do bolo, além de você todinha. depois de te seguir, vai ficar só observando como você faz questão de bater a massa e deixar os peitos balançarem pra ele, empina na hora de colocar a forma no forno e se suja toda desastrada guardando a farinha. quando o maior se oferece pra limpar contigo você aceita, guia a mão dele com o paninho sobre a bancada e trocam olhares💫 tudo oq vc sabe é que ele tá te beijando depois. os braços fortes te colocam em cima do granito e apertam suas coxas. ele mordisca sua boquinha e você pergunta se ele te deixaria chupar o pau dele "com essa carinha sua, só se eu tivesse maluco pra negar".
mama igual uma profissional, se apoiando nos joelhos dele, sentada em cima de um dos pés grandes e se aproiveitando para roçar e aliviar a pressão na rachinha ali mesmo. ele chega a foder sua boquinha e quando goza sai porra até pelo seu nariz, fazendo uma bagunça. te coloca debruçada e dá uns tapas ardidos na sua bunda lembrando do que simón tinha dito. "quero comer seu cuzinho, nena, deixa?" e n é que ele tava certo mesmo?🤩 vc deixa ele meter forte e rápido, gemendo como se ele tivesse te fodendo a buceta. dps de uma hora na metelancia fariam uma pausa pra comer o bolo assadinho e continuariam mais um pouquinho 😋
símon finge não ligar quando recebe a notícia quentinha de um pipe que não para de sorrir de ponta a ponta. nisso, eles entram numa competiçãozinha, esperando qual vai ser a sua próxima desculpa ou próximo imprevisto que vai render uma boa foda pra eles. fizeram até um chat no zap só com eles dois pr compartilhar as experiências E alguns vídeos e fotos tb🥵💨
#.。.:*✧#lsdln headcanons#lsdln smut#pipe otaño smut#simon hempe smut#pipe otaño reader#simon hempe reader#até que eles te chamam pra ver um filminho no apê deles e vc da pros dois ao mesmo tempo#olha que paz#geniousbh thoughts
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Todo dia ela sai para ver o sol,o calor irradia em direção a seu rosto novas vibrações,a luz lhe dá a certeza de que pode ser hoje o dia mais feliz desde que tudo começou para ela a vinte e duas primaveras,embora estejamos no verão,ela volta e se prepara para seu show particular,entra em seu quarto,corre pra debaixo do chuveiro,usa shampoo,condicionador e algo mais de seu agrado,pronta já bem seca, é hora de brilhar em frente a penteadeira,herança de sua vó,faz como sempre fez, maquiagem pesada como da última vez,o melhor perfume, adereços tão brilhantes,que a deixa acessa como um vagalume,as roupas cheias de flores como um bosque em tempo de outra estação,pois como já disse estamos no verão,desce as escadas e sai cruzando a porta e depois a rua,entra na padaria logo na esquina, sorriso grandão só para comprar meia dúzia de pães,ganha uma bala de tutti frutti do balconista, sorri,vira e sai,cruza a rua e depois a porta,deixa os pães em cima da mesa da cozinha,sobe as escadas e se joga na cama de braços abertos já dentro do quarto,sorri de novo e põe a bala em uma gaveta já quase cheia de vários sabores,e diz bem baixinho com o mesmo sorriso do dia, amanhã vou dizer que o amo,amanhã pode ser o dia mais feliz dessas suas vinte e duas saídas de verão.
Jonas R Cezar
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Boa noite, queridas leitoras!
Bom estou um pouco sumida, espero terem sentido minha falta, mas hoje vim relatar o meu final de semana depois de uma crise pesada, mas fiquem tranquilas estou bem!
Uma sexta diferente como puderam ler no texto anterior eu acordei bem cedo anotei tudo o que precisava, conversei com ele sobre as possíveis resolução dos problemas, nos despedimos e logo fiz meus afazeres, café, exercícios, cuidados com as crianças uma sexta leve e tranquila focada em dar atenção para as crianças então me dediquei ao máximo em brincar com eles, depois de leva-los a escola, cheguei mais cedo ao trabalho e logo adiantei tudo, para ter tempo de intervalo, corri busquei as crianças e paramos em uma padaria para tomar um belo café, deixei em casa com o pai e voltei para o trabalho. Sabe como mãe dedicar um tempo a eles nos faz sentir melhor o peso da ausência pelo trabalho diminui.
Sábado não foi diferente, levantei mais tarde estava cansada a final na sexta acordei as 3:30h e fui dormir as 00:30h, como ele precisava resolver os problemas do carro, mudei os planos e resolvi me dedicar a casa e as crianças e como num piscar de olhos a casa estava organizada, frutos da organização da semana (risos), com a casa limpa e as crianças cuidadas ele chegou então decidimos assistir um filme em família, brincadeiras e risos findou-se o dia, mas não para os adultos, com toda a pressão dos trabalhos, casa, dividas, resolvemos relaxar e o nosso jeito é único 5h seguidas de sexo, amor, e carinho. e com o corpo exausto mas relaxado fomos dormir como nos velhos tempos, abraçados a noite inteira.
O domingo e que domingo se eu fosse listar tudo o que fiz não caberia aqui, acordei cedo como de costume, organizei toda a louça, preparei o café deixei a mesa posta, e fui ao supermercado fazer a compra do mês, voltei organizei toda a compra, temperei a carne e partiu piscina, ficamos por 2h com as crianças lá, sai e ja fui correndo para cozinha organizar o churrasco, fiz tudo deixei pronto preparei a mesa e logo almoçamos, como iria trabalhar resolvi descansar por 1h e ele cuidou das crianças.
Levantei após o sono, corri para cozinha e limpei tudo já preparando o café, coloquei a roupa para bater, retirei a do varal, comecei a trabalhar e domingo o trabalho é home office, entre uma pausa e outra dei café a todos e tomei também, estendi a roupa e voltei ao trabalho, com mais uma pequena pausa organizei o jantar, jantamos e ele preparou as crianças para dormir enquanto eu organizava a cozinha um verdadeiro trabalho em equipe, agora enquanto finalizo meu dia com um vinho tinto maravilho ele me espera ansioso deitado.
As vezes é preciso surtar para se encontrar, as vezes é preciso da um grito de socorro para ser vista. Somos mães, mulheres, trabalhadoras, esposas, filhas e temos o direito de não estar bem as vezes, e tudo bem, o importante é levantar a cabeça e seguir em frente. Não é culpa nossa ser assim, não escolhemos isso, apenas vivemos. Amanhã é um novo dia e eu preciso preparar tudo para a nova semana o que será que vou enfrentar ? Será que vou conseguir colocar um meta em pratica? Veremos.
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Its most likely what is going on my book, but he came back to see her anyways
Padaria da Pesada is my book
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O Balcão de Municipal de Empregos de Chapecó tem 582 vagas disponíveis, em 288 empresas. Nesta semana, as entrevistas serão em vários horários e para diversas vagas. Na quarta-feira (13), às 13h30, no Balcão do Centro, terá entrevista para Caixa, Repositor, Atendente de Balcão, Almoxarife, Auxiliar de Produção / Padaria, Açougueiro, Operador Videomonitoramento. Na quinta-feira (14), às 13h30, no Balcão do CAI, terá entrevista para Auxiliar de Produção / Frigorífico. Depois, às 13h30, no Balcão do Centro, terá entrevista para Auxiliar Administrativo. Na sexta-feira (15), às 13h30, no Balcão do Centro, terá entrevista para Auxiliar de Produção / Indústria. Os telefones para agendamento são (49) 3322-1002 e 3328-6376. O horário é das 8h às 11h45 e das 13h15 às 17h30. O enderenço do Balcão do Centro é na rua Comandante Carlos Pinho, 30D, embaixo do Bandejão. Na Superintendência da Efapi o atendimento é das 7h30 às 11h30 e das 13h às 17h. Lá o telefone é 3329-7760. No Balcão do Imigrante, que fica junto ao Centro de Atendimento ao Imigrante (CAI), no Terminal Rodoviário Raul Bartolomei, o atendimento é das 8h às 12h e das 13h às 17h. O telefone é 2049-9122. Outras informações pelo site da Prefeitura no www.chapeco.sc.gov.br/balcaodeempregos As vagas mais urgentes são: RECEPCIONISTA /AUXILIAR ADMINISTRATIVO ATENDENTE DE BALCÃO COZINHEIRA / AUXILIAR DE COZINHA AUXILIAR FISCAL /FATURAMENTO VENDEDOR INTERNO/EXTERNO AUXILIAR ALMOXARIFADO AUXILIAR DE ELETRICISTA INDUSTRIAL MOTORISTA CNH C/D/E MECÂNICO LINHA PESADA/LEVE PROJETISTA BORRACHEIRO AUXILIAR DE LIPEZA SERVIÇOS GERAIS AUXILIAR DE ESTOFADORFonte: Prefeitura de Chapecó - SC
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Capítulo 18 - Amigos Sem Benefícios
No fim das contas, Zac, Derek, Mitch e Jay se acomodaram nos pufes e no tapete felpudo e acabaram pegando no sono. Na manhã seguinte, a casa estava silenciosa como um cemitério, mas isso só durou até a equipe de limpeza contratada chegar para dar uma geral em tudo. Os quatro foram despertando e se espreguiçando à medida que um grupo de cinco pessoas entrava com sacos de lixo e produtos de limpeza.
Mitch – Eu vou subir pra tomar um banho. Se você quiser, Jay, pode vir também, te empresto uma roupa.
Jay, com um sorriso preguiçoso – Obrigada mesmo, Mitch, mas a Rachel não deve acordar agora e eu preciso ir, quero tomar banho no meu chuveiro.
Zac, bocejando – Já vai tarde. (Mitch o belisca). Au!
Mitch, levantando e esticando o corpo – Não ouça esse menino, Jay, as energias dele estão pesadas.
Zac, falando para dentro – Pesada tá a minha pica.
Jay, levantando e calçando os sapatos – Eu nunca escuto, gente.
Derek, limpando os óculos – Tem certeza que não quer ficar pra tomar café?
Zac e Jay juntos – Sim! (Jay suspira e continua) Obrigada. Mas me liguem, vamos nos ver depois. Gostei de vocês. De vocês dois. (Beija Derek e Mitch na bochecha).
Derek – Tá bom, então.
Mitch, o cutucando – Zac.
Zac – O que é?
Derek – Leva a menina até a porta.
Zac, virando-se para Jay – Bem, até mais. Fica à vontade.
Jay, o ignorando e se dirigindo à porta – Avisem a Rae que eu já fui e que qualquer coisa, estou no celular. Até!
Quando ouviu a porta bater, Zac levantou e foi assoviando para a cozinha. Viu a quantidade de lixo na pia e na mesa e mudou de ideia. Entrou no quarto, trocou de roupa e pegou as chaves da moto e reapareceu com a mesma samba-canção, porém com uma jaqueta por cima da camiseta velha.
Zac – Vou comprar café da manhã na padaria, trago alguma coisa pra vocês.
Derek – Você acordou emburrado, isso nunca te acontece depois de uma festa.
Zac – Que nada, tô ótimo.
Mitch – Foi um grosso com a Jay agora sem necessidade.
Zac abriu os braços, tentando disfarçar – Eu não vou com a cara dela, todo mundo sabe disso. Eu posso ter o direito de não ir com a cara de alguém ou isso me deixa com a energia muito pesada? Aff.
Bateu a porta e Derek foi até a cozinha beber água, Mitch estava encostada no balcão da sala. Os dois em silêncio, só se ouvia o ruído dos copos de plástico e do vidro das garrafas batendo dentro dos sacos de lixo sendo preenchidos pelos limpadores. Derek bebeu a metade do copo e resolveu falar.
Derek – Nós nos beijamos.
Mitch – Sim, nos beijamos.
Derek – Algumas vezes.
Mitch, sorrindo – Por quase meia-hora.
Derek – Mas me ajuda aqui… Você me deu uma fora dias atrás, então…
Mitch, num doce tom de voz – Ontem eu tive vontade de te beijar, D. Só isso. Eu quis te beijar. Se você quiser, podemos fazer isso às vezes, sem neura.
Derek a analisando – Então não precisa ser estranho?
Mitch – Não. E também não precisamos ficar falando no assunto. Deixa rolar.
Derek – De boa, tô suave. Ok. Coolzaço. (Ficou de braços cruzados e calado por um momento) Você curtiu? Porque eu curti. Inclusive, se quiser, podemos fa…
Mitch sorriu e empurrou de leve o rosto ansioso de Derek com a mão, subindo para tomar banho.
Se na noite anterior Taylor e Rachel adormeceram largados e sem se tocarem, com as pernas para fora do colchão, pela manhã, a situação era diferente. Taylor a abraçava juntinho, com o nariz enfiado nas madeixas macias de Rachel. “Que cheiro bom”, ele vagarosamente despertava do sonho. Sentindo o abraço morno a envolver por trás, Rachel se acomodou, mexendo o quadril, mas ao fazer isso sentiu uma protuberância.
Abriu os olhos, piscando devagar, mas ao virar e se deparar com Taylor, o empurrou bruscamente. “Aaah!” Taylor caiu da cama, mas ainda não tinha visto Rachel ali por causa do excesso de luz.
Taylor, esfregando a bunda – Ai.
Rachel, puxando o lençol – Taylor!
Taylor, tapando a luz com a mão – Rachel?
Ao levantar e se dar conta que estava só de cueca e com uma ereção matinal muito visível, Taylor empalideceu de susto e pegou o travesseiro para esconder aquilo. Rachel se cobriu com o lençol, estava só de blusa e calcinha, e então viu que suas roupas estavam espalhadas pelo chão do quarto. Os dois se olharam preocupados.
Taylor, fitando os pés – Rae, eu… Desculpa, eu tava tendo um sonho..
Rachel, fazendo gestos com as mãos – Taylor, será que… Eu e você…
Taylor – Não me lembro! (Sentou-se na cama, de costas para ela). Eu te trouxe pra cá?
Rachel – Eu não sei! (Pôs as mãos na testa). Deus, eu tava tão bêbada…
Taylor – Meu queixo tá dolorido, eu lembro de ter apanhado do seu digníssimo... Tinha muita gente aqui, caramba. Ah! Me lembro de uma cama elástica, que provavelmente deve ter sido do sonho, mas…
Rachel – Não, disso eu me lembro. Você pulou na cama elástica. Do telhado.
Taylor – O quê?! Eu tenho medo de altura, como é que eu faria isso? (Rachel o olhou em pânico). O que foi?!
Rachel – Será que a gente veio pra cá e…
Taylor – Não, Rae, estávamos muito doidões, não deve ter rolado nada, algo assim a gente lembraria. (Levantou, indo até o guarda-roupa pegar peças limpas). Provavelmente apagamos aí e pronto.
Ele olhou para o lixeiro e viu a camisinha usada. Ficou mudo.
Rachel – Taylor, o que foi?!
Rachel enrolou-se no lençol e chegou perto de Taylor, que olhava fixamente para o lixeiro. Ao ver o que ele observava, Rachel prendeu a respiração. “Essa não”.
Bethany preparava o café dos filhos com o que havia pedido de serviço de quarto. Ela lia e-mails no celular quando recebeu uma ligação.
Ronald – Até que enfim. (Bethany deu uma risadinha do outro lado da linha) Bom dia pra você. Como vai?
Bethany – Desculpa não ter ligado, mas meus filhos estão comigo esse fim de semana.
Ronald – O fim de semana todo?
Bethany – Vim passar esses dias em Melbourne pra vê-los, Ronald. Se começar, eu vou ter que encerrar por aqui.
Ronald – Bem, eu, ahn… Eu recebi o seu e-mail, sobre o investigador particular.
Bethany, fechando a mamadeira – E aí, conseguiu alguma coisa?
Ronald – Enviei os contatos que tenho.
Bethany– Ótimo, muito obrigado, Ronald. E não seja assim, quando eu voltar você passa a noite comigo.
Noah acordou e caminhou sonolento até o banheiro.
Bethany – Falamos depois, Ronald. preciso ir. (Desligou o celular e dirigiu-se a Noah) Bom dia, amor. Adivinha o que vamos fazer hoje?
Noah, urinando com voz de sono – Espera, mãe… Ainda tô acordando.
Bethany, preparando os pratos – Hoje nós vamos ao parque e depois vamos lanchar. A melhor parte é que vai ser com o Brad e o Kyle e a tia Nikki.
Noah, vindo animado – Aí sim é um bom dia! O papai vai com a gente? Ele adora dias de parque.
Bethany – Não dessa vez, filho, mas prometo que faremos o que você quiser. Ah! Você viu que sua irmã já está andando? Daqui a pouco ela começa a correr atrás de você.
Noah – Ah, tudo bem. Tem como ligar e pedir pro Brad e o Kyle levaram o helicóptero de controle remoto?
Bethany – Ok, eu mando uma mensagem pra sua tia. (Pegou Becky no colo) Agora, come come come.
Na república, Zac, Mitch e Derek tomavam café enquanto a equipe de limpeza terminava de recolher o lixo no quintal. Mitch e Derek conversavam ainda sobre a noite passada e Zac tomava seu café forte, calado, lendo alguma coisa no telefone. Tomou três goles seguidos e piscou demorado, então notou uma mensagem curiosa. Abriu o vídeo e deixou carregando. A refeição fora interrompida por Taylor atordoado e Rachel enrolada no cobertor.
Mitch – Bom dia, vocês dois.
Zac, ainda com os olhos no celular – Taylor, você nem tem esse corpão pra andar sempre pelado, tenha modos, cara.
Taylor, ignorando o irmão – Galera, eu e a Rae temos uma… Pergunta pra vocês.
Rachel – Não lembramos muita coisa de ontem e…
Taylor – De quase nada, na verdade.
Rachel – Acordamos e…
Zac – Falem logo!
Taylor, coçando a cabeça – Vocês ouviram alguma coisa, assim, mais… Vocês ouviram barulhos?
Derek, obviamente achando aquilo divertido – Que tipo de barulhos?
Taylor – Sabe, tipo, ahn…
Rachel, ficando muito, muito corada – Não sabemos se transamos ou não! Pronto! Alguém ouviu alguma coisa?! Gemidos? Cama batendo?
Mitch, contendo o riso – Olha, Rachel, depois que o John nocauteou o Taylor e vocês foram pro quarto, a única pessoa que subiu lá foi a Jay.
Derek, comendo um pedaço de torrada – É, nós não ouvimos nada.
Rachel – E cadê a Jay?
Derek – Ela já foi pra casa, pediu pra te avisar.
Taylor, desconfortável – Mas é que… Tem um preservativo usado e…
Zac – Você não lembra? Melanie e Christie… Não?
Taylor ponderou um momento e em seguida bateu na testa. “AAAAHH!”
Rachel – Melanie e Christie, huh?
Zac, levantando a xícara e olhando Taylor – Papai tem fogo.
Taylor sibilou – Zac.
Zac – Só dizendo.
Zac abriu o vídeo e depois do play, quase engasgou com o café quente.
Derek – Que foi, bro?
Zac caiu na risada e todo mundo ficou com cara de interrogação. Depois dos 11 segundos de vídeo, virou o telefone na mesa para que todos vissem também. Não só fizeram um vídeo de Taylor na hora em que ele pulou do telhado para a cama elástica, como também gravaram o momento em que ele rebolava seminu com as garotas no palco. Derek, Mitch e Zac continuaram rindo, mas a garganta de Taylor ficou seca e tudo o que ele conseguia pensar foi: “mas o que diabos aconteceu ontem?! Eu tô na internet!”
Taylor – Vo-você recebeu isso agora?
Zac, pegando o celular de volta – Nesse instante, um colega de turma me mandou.
Rachel, interrompendo o assunto – Taylor, depois a gente conversa, eu preciso mesmo ir andando.
Taylor – Rae, você não quer comer alguma coisa?
Rachel – Não, tudo bem, eu só preciso… (suspirou). Eu te mando uma mensagem depois. (Pegou um biscoito da mesa e subiu depressa para se vestir).
Derek, checando o celular – Hum, tá todo mundo falando desse vídeo nos grupos. Aliás, tá todo mundo falando da festa.
Taylor, com as mãos no rosto – Meu Deus, mas que bosta é essa…
Derek – Tá bom, do que você se lembra?
Taylor – Lembro de ter levado porrada, lembro vagamente dessas duas garotas aí, lembro da Rachel dançando, da Mitch fumando muito… Tudo é meio que um borrão.
Mitch, de boca cheia – Você viveu demais, amigo. Acho que quase ninguém mandou ver como você ontem.
Taylor – Eu não costumo fazer isso, eu nem sou de ficar bêbado.
Zac – Por isso que foi tão maneiro. Pra mim, no caso, te assistir passando vergonha. Foi ótimo.
Taylor ficou encarando Zac sem acreditar na provocação. Pegou a bolsa de gelo na geladeira e pôs no queixo, que ainda estava dolorido.
Taylor – Por que que o namorado da Rachel me bateu mesmo?
Zac – Porra, porque o cara é um zé ruela, quer chegar na mão com todo mundo. Mandei logo um gancho na cara dele, mas o fdp é bom de soco também. Um troca-troca ali e todo mundo ia se machucar.
Mitch, pondo mais café na xícara – Zac, sua boca está machucada, põe um gelo nisso aí também. (Virou para Taylor) Ele fez a maior cena com a Rachel, vocês brigaram, deu polícia, enfim.
Rachel, voltando à cozinha – Pessoal, obrigada, a festa foi ótima, me diverti muito até, bom, vocês sabem. Desculpem aí qualquer coisa, pela cena que o John aprontou, principalmente… Eu vou indo.
Taylor – Peraí, eu te levo.
Rachel – Melhor não, Taylor. Até logo, galera.
Rachel saiu apressada e apalpou os bolsos da calça úmida, procurando as chaves. Caminhou a passos largos até sua casa, repassando tudo o que lembrava. As imagens ainda eram turvas. Lembrava-se da música, das pessoas dançando, de Taylor pulando do telhado, da mangueira de cerveja que compartilhou com ele e dos gritos divertidos, das risadas. Depois, lembrou de John e de como ele apertara seu braço, que agora estava com um leve hematoma dos dedos dele. Lembrou da briga ridícula e dos policiais. Lembrava de tudo, menos de como tinha dormido e se tinha dormido “com” Taylor afinal de contas.
Taylor – Pelo menos esse vídeo tá só entre você e seus amigos, né.
Zac, batendo no ombro dele – É, relaxa, bro, daqui a pouco ninguém lembra. Quem nunca foi um meme, não é mesmo?
Mitch – Ovos e bacon, Taylor?
Taylor – Por favor, Mitch. Preciso de toda comida possível, o dia vai ser longo.
Abrindo a porta com estrondo e interrompendo a leitura de Jay, que estava deitada no sofá depois de um bom banho, Rachel puxou o ar com força, tentando normalizar a respiração, pois praticamente correu até em casa.
Jay – O que…
Rachel, fungando – Eu transei com o Taylor ontem?
Jay, sentando e fechando o livro – Hã? Como assim?
Rachel, falando rápido – Jay, eu tive uma briga com meu namorado e amanheci abraçada com o meu amigo, que tava em “ponto de bala”, se é que me entende. Depois, eu vejo uma camisinha usada no lixeiro e só consigo pensar…
Jay – Calma, Rae, eu…
Rachel, andando de um lado para o outro – Eu não posso ter transado com o Taylor! Isso estragaria tudo!
Jay, jogando uma almofada na amiga – RACHEL! Me ouve, você não transou com ele.
Rachel, tirando o cabelo do rosto – Não?
Jay, voltando a abrir o livro – Só se vocês tivessem uma reserva de energia proporcional a uma hidrelétrica, porque quando eu subi no quarto, você estavam totalmente apagados Você tava roncando! Eu tirei as roupas pra que vocês dormissem melhor.
Rachel continuou de boca aberta, passou as mãos nos cabelos e suspirou aliviada.
Rachel – Menos mal. (pausa). Mas olha, eu tenho que te dizer, foi a melhor festa que eu fui em eras. Tava precisando MESMO. Exceto do final, o final é totalmente dispensável.
Jay – Escroto.
Rachel – Quanta vergonha.
Jay – Você vai terminar com ele, né? Depois de ontem não tem como, Rae. Papo de gota d’água, irmã.
Rachel – Vou falar com ele pessoalmente. Por telefone, ele foge.
Jay – Rae, aquele cara é tóxico, péssimo. Sério. Por causa dele, eu tive que defender o Zachary, sabe??
Rachel – Eu nunca o vi daquela forma.
Jay – Que bom, né? Porque se aquela foi a reação porque você foi a uma festa com sua colega de casa no mesmo bairro em que mora, garota, você tem um problema.
Rachel – Preciso de um bom banho agora. Faz alguma coisa gostosa e gordurosa pra eu comer, pooor favoor?
O jato de água fria cobria o rosto de Rachel, colando os fios de cabelo à sua pele. “O que foi que eu fiz? O que é que tá acontecendo?”. Passando o sabonete nos braços e no tronco, lembrou do abraço quente de Taylor e do quão confortável era estar com ele, bêbados ou não. “Eu não quero mais problema pra mim.” Os gritos de John na frente de todo mundo, as cenas de ciúme repetidas, ele a tratando como um objeto sem vontade. “Tenho que resolver isso de uma vez por todas. Chega.”
No escritório que tinha em casa, Isaac digitava no laptop sobre uma mesa de madeira escura. Com um lápis preso entre os lábios, ele estava tão concentrado que não percebeu quando Nicole entrou no recinto e ocupou a cadeira à frente da mesa.
Nicole – Querido, eu vou passar a tarde fora hoje com as crianças.
Isaac, sem tirar os olhos da tela – O quê, querida?
Nicole – Vou ao parque com Bethany e as crianças.
Isaac, ainda sem tirar os olhos da tela – Ótimo, diga que mandei um beijo pra ela. Como vão as coisas em Tampa?
Nicole – Ela parece bem, satisfeita, após o término do contrato ela deve voltar pra cá, alugar um apartamento, dividir a guarda com o Taylor. Deve ser uma trabalheira isso de remanejar toda uma agenda com duas crianças, né?
Isaac, olhando para ela rapidamente – Eu não saberia, querida, nossa rotina é tão sólida e agradável. Digo, você é excelente em manter a logística da casa em ordem. Eu estaria perdido sem você.
Nicole, falando para dentro – Perdido sem mim, pois é…
Isaac – O que foi, querida?
Nicole – Nada, tudo perfeito. Então, vou indo, vou começar a arrumar as crianças. Devemos almoçar fora também. O que você vai fazer, quais seus planos?
Isaac mexendo na cadeira – Não sei, amor, vou ficar em casa, descansar, ver um filme, talvez. A semana foi tão corrida e cheia que tudo o que eu quero é aproveitar um pouco de paz. Amanhã começa tudo de novo.
Nicole – Começa tudo de novo… (Levantou-se) Nos falamos mais tarde, então, querido. Tem comida na geladeira, ou você pode pedir alguma coisa. Estou saindo na Mercedes, o Volvo está empoeirado.
Isaac, a olhando sério – Querida, você está bem? Estou te achando meio… Não sei, um pouco estranha.
Nicole, com um sorriso – Está tudo perfeito, Ike, meu amor. Alguma razão pra não estar?
Isaac sorriu e mexeu os ombros, ela deu a volta na mesa e o beijou na boca rapidamente. Saiu do escritório e foi separar a roupa dos filhos para saírem dali a pouco. “Está tudo perfeito, meu amor, tudo absolutamente perfeito.”
O quarto de Jay era um caos: roupas e tênis espalhados no chão, bola e raquete de tênis sobre a poltrona e uma cama que raramente estava feita. Jay dizia que só tinha tempo para ser brilhante, que tarefas domésticas eram secundárias, afinal, ela podia arrumar o quarto uma vez por semana mas precisava ser genial todos os dias. Dali um pouco ela defenderia a dissertação de mestrado e estava à procura de ser efetivada numa das grandes empresas de T.I na cidade.
Jay recebeu uma mensagem no celular e abriu uma risada vendo Taylor dançando desengonçado sobre o telhado da casa, logo antes de pular na cama elástica. Ela enviou-lhe uma mensagem: “Go, daddy! É disso que eu estou falando!” em anexo com o screenshot do vídeo.
Taylor, junto com Derek, jogava os últimos sacos pretos na lixeira da calçada. Guardou o celular de volta no bolso depois de receber a mensagem de Jay.
Taylor – Bullying virtual, só me faltava essa.
Derek, tampando a lixeira – Taylor, não se preocupe, todo mundo vira meme um dia. Amanhã ninguém lembra.
Taylor, esfregando a testa – Ah! Acho que suei todo o álcool de ontem. (O celular tocou enquanto ele voltava para dentro da casa) Licença, D. Alô?
Voz feminina e anasalada – Alô, eu falo com Taylor Hanson?
Taylor – Sim, pois não?
Voz feminina – Soubemos que o senhor faz… apresentações (risadinha abafada) em festas.
Taylor – Eu faço sim. É um aniversário, casamento…?
Voz feminina – É uma despedida de solteira. Minha amiga vai se casar pela terceira vez e decidimos dar um presentinho pra ela.
Taylor – Isso é… Isso é ótimo. Mas seria hoje?
Voz feminina – Nós pagaremos U$700 por 1 hora de espetáculo, o que acha? Toques permitidos? De leve?
Taylor – É perfeito, mas toques?
Voz feminina – Ótimo, vou lhe enviar o endereço por mensagem, é amanhã às 19h.
Taylor – Tudo bem, mas a senhora não quer sugerir o repertório ou posso ir com o que tenho pronto?
Voz feminina – Oh, não, querido, eu confio em você. (Outra risadinha)
Taylor – Ok, até logo. (Desligou) Estranho…
Taylor entrou em casa e elogiou o trabalho da equipe de limpeza, foi como se a festa nunca tivesse acontecido. Os freezers e o equipamento de som foram devolvidos e o palco desmontado. A república estava como sempre esteve, Mitch deitada no quintal, Derek dentro do quarto e Zac no sofá vendo jogo de basquete na TV, com as notas e moedas do baldinho espalhadas na mesa de centro.
Zac – Como prometido, tá aqui.
Taylor – Tá falando sério?
Zac, de olhos fixos na TV – Eu não disse lá no microfone que era pra ti? Ah, esquece, você tava balado. Mas a grana é sua.
Taylor, sentou ao lado de Zac – Tem muito dinheiro aqui.
Zac – U$1.732, e mais uns quatro dólares em moedas, você quer?
Taylor – Você não prefere usar esse dinheiro pra outra coisa? A festa foi ideia de vocês.
Zac – Cala a boca, Cabeça, não foi uma “ideia”, a Festa da Porta é um ritual. (Olhou novamente para a televisão) ISSO É FALTA, JUIZ!
Taylor – Então, pega aqui, essa é minha parte no aluguel. Ainda vai sobrar, vou comprar umas coisas pra Becky, já tenho que começar a ver creche pra ela, assim os dois ficam o dia fora e posso trabalhar. Ah! Preciso trocar o óleo do carro também.
Zac, se espalhando no sofá – Melanie e Christie trocaram seu óleo que foi uma beleza ontem, hein.
Taylor, juntando as notas e guardando no bolso – Eu nunca tinha feito um ménage antes, irmão. Eu lembro pouco, mas o que eu lembro, nossa! Eram tantos peitos…
Zac, fazendo voz de choro – A gente fica tão emocionado que começa a chorar. Pela pica.
Os dois começaram a rir e Taylor comeu uns amendoins da tigela de Zac.
Taylor, olhando para o jogo –Ah, te contar uma coisa, me chamaram pra tocar numa despedida de solteiro amanhã.
Zac – Monte de marmanjo bêbado, boa sorte.
Taylor – É de uma mulher, as amigas estão organizando pra ela.
Zac, sorriu e bateu no ombro de Taylor – Me leva!
Taylor, esfregando o ombro – Tá doido?
Zac – Sério, bro, me leva, despedida de solteira é tipo uma loja de doces só que melhor! (Bateu uma palma) Um monte de mulher bêbada querendo enlouquecer por uma noite, as primas, as amigas, a irmãs, as mães, imagina o barato! Qual a faixa etária?
Taylor – Zac, eu já extrapolei minha cota de diversão universitária, muito obrigado. Eu vou tocar algumas músicas, comer alguma coisa e volto pra casa. Já basta ter um vídeo meu quase pelado rodando por aí.
Zac – Arram, arram, beleza, mas me leva?
Taylor – Tá boooom, você me ajuda com o equipamento e qualquer coisa você é o técnico de som.
Zac sorriu e voltou a atenção para o jogo, gritando alguma reclamação que fez Taylor coçar o ouvido.
[Música de fundo: Last Time – Trey Songz – 00:10 – 01:54]
A noite caiu, sem nenhuma estrela no céu e uma lua minguante era tudo o que podia se ver. No vagão do trem, Rachel sentia um nó indescritível na garganta e as pontas dos dedos geladas, tamanha era a ansiedade.
Olhando pela janela, vendo as luzes da cidade passarem rápido, lembrou da primeira vez que conversou com John. Ele estava com a inseparável jaqueta de couro do time da faculdade, pediu pra um colega em comum apresentá-los. Depois de um beijo no rosto e um oi, Rachel percebeu que ele estava meio chapado, perguntando se ela já tinha visto alguém pôr o punho inteiro na boca. “Como ele era bobo e me fazia rir.”
Pouco antes de chegar no apartamento em que John morava com um amigo, ela olhou algumas fotos dele que tinha no celular, e deu zoom numa que gostava em especial. Ele estava rindo de olhos fechados, com a cabeça um pouco inclinada para trás, enquanto Rachel o abraçava pelo pescoço. Dela, só apareciam o braço e um pedaço do cabelo. A foto foi tirada no aniversário de 1 ano de namoro, quando eles estavam saindo de um show do Avicii, presente de Rachel para ele. “Como eu queria ter parado naquele momento, quando tudo era menos… Difícil.” Os pensamentos saudosos foram interrompidos pelas memórias da noite anterior e das inúmeras vezes em que John a agrediu com palavras ou atitudes.
Dentro do elevador, Rachel fechou o casaco e deixou os cabelos soltos. Respirou fundo a caminho da porta e tocou a campainha. John a recebeu muito sério, com uma latinha de refrigerante diet na mão, vestido numa regata preta e num calção folgado, que ia até os joelhos. Foi impossível não reparar o nariz inchado com um curativo. Rachel sentou numa poltrona e John no sofá, de frente para ela.
A princípio, ninguém falou nada, Rachel cruzava e descruzava as pernas e John amassou a lata vazia.
John, abrindo os braços no encosto do sofá – Eu acho que você me deve desculpas. (Rachel abriu a boca, incrédula). Nem vem. Você sabe que eu não queria que você fosse pra aquela festa.
Rachel – Eu tô chocada com você! Você me arrasta, faz aquela cena toda na frente das pessoas E EU que te devo desculpas? Tá. Você enlouqueceu totalmente.
John – Quando me ligaram e disseram que você não parava quieta, não parava de dançar, de beber, eu…
Rachel, alterando a voz – Eu estava numa festa, John! É isso que se faz em festas, você saberia se me acompanhasse em alguma! Eu estava feliz e foi isso que te incomodou?
John, gritando – Você tava feliz sem mim? Sem seu namorado? Feliz se esfregando naquele filho da puta lá. Meus parabéns!
Rachel – Você não vai fazer isso parecer minha culpa, você não vai distorcer a situação agora! (Ela respirou fundo) O Taylor é meu amigo, por que você nunca se deu ao trabalho de se aproximar de ninguém que eu gosto? Qual é o seu problema?
John, passando a mão no rosto – Rachel, se você não vê problema em ir sozinha a uma festa daquelas…
Rachel – O que é engraçado, John (cruzou as pernas irritada), é que você sai sozinho direto. Tem confusão quando isso acontece? Oh, não, é perfeitamente ok você ir sozinho pra onde quiser, quando quiser. Eu nem fico sabendo e quando fico sabendo é bem depois. Sua desculpa é sempre que tem treino, “os caras do time” isso, “o treinador” aquilo. Corta essa, John.
John – Rachel, isso não tem nad…
Rachel enxugou os olhos marejados - Olha, eu tô cansada, eu não saí da minha casa pra vir aqui continuar discutindo isso. Eu vim pra te comunicar, só isso. E quis fazer isso pessoalmente.
[Música de fundo: Last Time – Trey Songz – 03:12 – …]
John suspirou e levantou, andou um pouco pela sala e se encostou na parede. Ficou batendo os pulsos de leve contra as coxas, encarando o teto. Por um tempo, ninguém disse nada.
John, com a voz embargada – Rachel, é… Sei lá, o que você quer de mim? Me desculpa! Eu vou mudar essas atitudes que você não gosta, eu posso melhorar. Me desculpa, n��o termina comigo.
Rachel – Não, John, não dá mais, eu preciso ficar sozinha agora. Você vai embora pra jogar, não é isso que você queria? Eu te apoiei desde o primeiro dia, sempre te dei força pra continuar seus estudos, pra ir atrás do seu sonho. (Assoou o nariz) E eu acho ótimo, de verdade, eu acho ótimo que você esteja conseguindo. Mas se apenas namorando nós temos esses problemas, imagina se a gente casasse. Não, bobagem minha ter sonhado com isso.
John – Rae, eu não quero casar agora, mas eu quero casar com você! E as coisas podem sim ser melhores, eu vou mudar, por favor, me dá mais uma chance. Dá mais uma chance pra nós.
Rachel fungou novamente, dessa vez cessando o choro. John passou as mãos no rosto e caminhou em direção a ela. Tentou abraçá-la.
Rachel – Não.
John – Rae, eu te amo. Você sabe disso, né? Eu te amo.
Rachel, se soltando – Ah, com certeza, ama sim. (Abriu a porta) Eu não aceito mais a forma que você me trata, John. Pra mim, chega.
A porta se fechou com estrondo, mas o perfume de Rachel permaneceu ali. Um súbito vento entrou pela janela entreaberta da sala e ele ficou quieto por um minuto inteiro. Sentou no sofá com o rosto entre as mãos, tentando respirar calmamente. Pela primeira vez em muito tempo, John tinha perdido.
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O livro tá disponivel em físico e em ebook, e ta gratuito pelo Kindle Unlimited
O livro físico contém ilustrações 😁
#heavybakery#padaria da pesada#literatura#literatura nacional#escritor brasileiro#brazillian writers
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I made something similar, but the clients are fighters in an illegal underground league and every Thursday there is a different brawl... And the main chef is the girl who punch the baddies.
It's called... The Heavy Bakery.
You run a Bakery, just a normal bakery, the only problem is that your customers at midnight to 6AM are mythical creatures who pay with gemstones and ancient gold and silver coins
#writers#writers on tumblr#writing prompts#writing inspiration#heavybakery#padariadapesada#padaria da pesada#Flyve
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o primeiro raio de sol // 25/06/2023
ainda está tudo escuro.
nem mesmo o calor que está retido na minha pele consegue acender uma centelha sequer. as pessoas estão amarradas, como de costume, mas hoje, em especial. acho que o clima e o horário favoreceram esse sentimento coletivo.
está frio. existe uma massa de um ar muito gelado que pesa sob nossos ombros. e eu sou o único de regata e shorts.
dou alguns trocados para o motorista e ele, prontamente, libera a catraca. fico contente pela sua eficiência. ele deve fazer isso todos os dias.
tento escolher o assento mais limpo possível e após sentar na cadeira do lado esquerdo (considerando um ponto de vista na parte de trás do veículo), comprimo meu corpo numa tentativa vã de me esquentar. coloco uma música e olho o relógio do celular, já são mais de 06 horas.
o céu se mantém igual e eu já não aguento mais, quero botar fogo nos meus sapatos. o ônibus já andou bastante mas a sensação é de estar parado em um buraco de minhoca. rodando sem rumos em um labirinto.
meus olhos já estão cansados e eu preciso dormir desesperadamente. de repente, o céu começa a se desvelar. tímido como eu. o preto, antes tão retumbante, agora se mistura cordialmente com um azul bem escuro. as cores dançam e uma faixa fina de luz se espreme neste gradiente para tentar aparecer. a luz, que é branca, começa a transicionar para um laranja muito claro. eu consigo sentir a presença física de todas estas cores. elas querem surgir, querem brilhar mais. em questão de segundos, o azul escuro se mescla com os outros tons e ele vai esclarecendo, esclarecendo e desde então, esta é a linha de ônibus mais lenta que se tem notícia. e o espetáculo da alvorada não me dá um momento de pausa. o tecido do céu se rasga e algumas estrelas caem nas maçãs do meu rosto. é a explosão mais silenciosa que já presenciei. a euforia de ver o nascer do dia acontecer bem na minha frente faz as janelas do ônibus estremecerem e eu divago junto com elas. e é algo tão cotidiano. tão simples. provavelmente, o motorista vê o mesmo que eu e quase nunca se impressiona. eu devo estar muito bêbado mesmo.
desço em qualquer ponto e a ponta dos meus dedos imploram por socorro. ainda há muita rua pela frente. a névoa, agora mais palpável, é uma brisa gélida que esfria cada partícula atômica do meu corpo. ela é pesada e torna meu caminho mais difícil.
ao subir a rua, tomo um outro susto e lembro que hoje é domingo. dá pra ver os feirantes organizando suas barracas tão fofas. está muito cedo e muito frio, eles não devem ter dormido. penso em comprar um pastel mas eles nem terminaram de montar a fritadeira.
passo na padaria, seis pãezinhos e uma baguete de frango. acho que minha vó pode gostar.
subindo a rua de minha casa, vejo a minha mãe me esperando no portão, com uma cara mais de sono do que desaprovação. largo os pães na mesa e vou direto pro banheiro. preciso tirar essa nhaca que só a rua augusta sabe me proporcionar. uma vez li que gostar de são paulo é uma grande síndrome de estocolmo e não pude concordar mais.
no chuveiro, lavo meus pensamentos. acho que não sei mais o que escrever. só sei que ao deitar na minha cama, só consigo lembrar o quão bonito você estava. e eu não consegui fazer nada.
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Lembro de cada momento nosso como um trailer, a cada minuto do trailer ficamos cada vez mais próximos, é incrível, principalmente com a música Je te laisserai des mots, é um nome estranho aksjskska acho que já te mandei ela, minha vibe musical é bem complexa e aleatória, mas não importam quantas músicas eu escute, sempre vai ter uma que me lembra você.
Essa é uma delas, a melodia dessa canção é como estar no teu aconchego, não acho ela triste, serena é a palavra, a paz, a calma que me invade.
Acho que tu sabe que minha imaginação com sonhos é bem caótica, fértil até dms, mas com uma simples melodia consegui criar um filme inteiro em que vc e eu somos protagonistas. Dois jovens, andando em qualquer direção, vivendo no automático, até que um dia pelo acaso mais belo existente, aqueles olhos puderam encontrar um ao outro, instantaneamente traçando um caminho de infinitas possibilidades, de infinitas sensações, infinitos sonhos.
Me lembro de querer entrar na padaria e te dar oi, mas pensava que tu poderia ter me esquecido, e estava sentindo minha energia tão tóxica que pensei "bom melhor ficar aqui fora do que estragar um ambiente inteiro com essa energia pesada que carrego" Comecei a pensar dms, eram tantas vozes rodeando minha mente que ela começou a doer, comecei a me irritar, a me entristecer, tudo aquilo me invadiu de uma forma que quis sair andando e me deitar na pista, estava com o caderninho em mãos, pensando em ir pra casa e me rasgar o quanto pudesse, quando estava tomando coragem algo surgiu e silenciou tudo oq rodeava minha mente. Você, com um sorriso simpático, um cheiro inesquecível, uma voz pacífica, uma expressão de preocupação e receio, não consigo explicar os sentimentos daquele momento, mas de alguma maneira não queria que acabasse, compartilhei contigo um dos meus bens mais preciosos, que é aquele caderno, enquanto vc o olhava meu coração se acelerava e eu me perguntava a todo tempo pq sentia tanta confiança em um homem, eu geralmente evitava contato com homens que não conhecia, então vc me devolveu, não julgou, foi literalmente pacífico aquele momento. Fomos para junto dos teus amigos, me senti meio deslocada de início pq não sabia bem oq fazer e nem como agir aksjsjak vc não ficou tão perto como eu pensei que ficaria, isso me deixou meio sem graça e sla tristinha.
Haviam tantas pessoas, conversando e rindo mas só conseguia me perguntar, "oq pode estar perturbando tanto um homem tão lindo como esse?" vc parecia não estar tão bem, parecia que assim como eu havia algo rodeando sem parar sua mente. Me lembro que ao ter esse pensamento, tu me olhou nos olhos mas desviei rápido, a Andressa foi fazer delineado em mim, algumas pessoas comentaram, mas quando ela pediu tua opinião meu coração disparou na hora, estava torcendo para não estar toda vermelha, não sei se foi coisa da minha cabeça mas dps disso tu ficou muito quietinho na sua, não ficava tão perto de mim, eu tentava me achegar de alguma maneira mas não dava certo então me enturmei com a Andressa. De minuto em minuto procurava por você, não sabia sobre oq falar, não sabia oq fazer, no fim do rolê a Andressa se achegou bastante, me senti meio sem graça de ter qualquer reação, cheguei a ficar desconfortável, então foquei de novo nos meus pensamentos anteriores, me desliguei um pouco do convívio quando voltamos á padaria. Não queria outro olhar, não queria outra voz, queria ouvir de novo o som da sua doce voz.
Hora de ir embora, tu ficou e eu fui, queria te chamar pra ir comigo, mas achei melhor não, não soube decifrar o teu olhar, então apenas fui, me lembro que ao conseguir dormir, sonhei com teus olhos, senti meu coração incendiar, não vi sentido, pois nem o conhecia mas não parava de pensar em vc.
Dia 1 de setembro, vc me mandou mensagem kahsjaka meu coração acelerou.
Dia 2 de setembro, primeira vez em que foi me buscar na escola, que andamos juntos, aquele dia foi incrível, tua presença é tão aconchegante, e vc é tão cheiroso, quando chegou queria te abraçar e cheirar teu cangote. Cada um se questiona, é mesmo real? Olhares discretos, torcendo por sinais, o sol brilhando, tornando a paixão ainda mais vívida com todas aquelas cores, eu me apaixonei pelas cores de sua pele, pelo teu jeito de falar e aquele sorriso solitário que costumava mostrar. Oq guarda nesse coração? Quais são os seus segredos? Nunca quis tanto desvendar um olhar, nunca quis tanto conhecer alguém. Fomos andar, então paramos perto de uma árvore onde batiam raios de sol, que se encontraram aos teus cabelos, esses cachos, parecem de um anjo, um lindo anjo de olhos castanhos, meu coração já se esquentava, fui pedida em casamento aksjskaka mais de uma vez, não sabia oq dizer ou oq fazer. Tinha medo de dar mole e me magoar outra vez, mas senti algo tão bom, tão diferente.. Tu jogou um flerte aksjskakak nunca vou me esquecer, minha reação foi sair de perto de ti, estava o puro pânico, sem saber oq fazer, pq tu iria querer ficar cmg ? Ou será que era brincadeira?
dia 4 de setembro, era noite, tinha chegado da casa do meu pai fomos fumar juntos, e então nós nos beijamos a primeira vez. Tu que se achegou a mim, foi perfeito, teus lábios tão macios, meu coração se acelerando, o desejo crescendo em meu corpo, a vontade de ficar ali por toda uma noite, e tomar teu corpo inteiro, te sentir pertinho de mim por horas, te beijar intensamente, suas mãos em minha cintura... teu olhar enxergando até minha alma, esse foi um dos meus momentos favoritos, entrei em casa sorrindo como nunca antes, querendo voltar e te beijar mais e mais, te abraçar mais e mais, pensando em quando iria te ver de novo, o teu cheiro ficou juntinho a mim, então finalmente notei que o sentimento era maior do que eu imaginava.
dia 6, nosso dia, o melhor de todos, sentimentos, sensações, o céu perfeito, o medo, tudo misturado mas não havia confusão, nem incertezas, só conseguia sentir a vontade de te dizer oq eu queria, que queria você, não por um mero momento, mas para vida, por toda uma vida.
Tudo se emoldurando, começando do zero, cada passo meu estava alinhado, não me sentia mais na corda bamba, nem em desespero, uma luz forte trouxe vida ao meu olhar, a vida me trouxe você, a vida me trouxe a vida, que é você. Não te chamo assim por acaso, sabe disso né?
Meu mundo era um breu, repleto de cinzas, cacos de quem eu costumava ser. Voltei a ser quem eu era quando não havia tantas trevas.. Aquela luz que eu enxerga, ela só se acendeu quando tu chegou, tu restaurou aquilo que sempre achei impossível reencontrar... A mim mesma, a esperança, vontade sabe ? Você é minha vontade, minha esperança, a minha vida inteira.
Eu te amo tanto Cauã, você é tão precioso, tua luz é linda, o céu me lembra você, as vezes tem seus dias de tempestade, seus dias ensolarados, nublados.. Em todos os momentos permanece lindo, pode nem sempre estar ensolarado, mas não deixa de iluminar o dia, permanece intacto perante a tantas tristezas, diante de tudo que o mundo faz, de toda maldade existente.. Perfeito aos meus olhos, dps de vc, o céu é minha parte favorita da vida. A noite também me lembra você, nos beijamos debaixo da noite, nos beijamos á luz do sol, o céu é nosso, mostra nosso amor, nossa paixão. O pôr do céu, principalmente ele, me lembra você, quase sempre estamos juntos ao pôr do sol, você é tão memorável, simplesmente incrível.
Meu futuro, acho que chegaria a sucumbir sem você por perto, meu peito arde, meu coração transborda de amor, meu corpo queima a procura do seu, minha mente se alivia ao lembrar do teu sorriso, a dor se vai quando posso finalmente respirar em teu abraço gentil, teus gestos sinceros e amorosos.
Me entrego a você como nunca a ninguém fiz, confio em você de uma maneira inexplicável, te quero intensamente, te amo fortemente, até os meus últimos dias, amarei você, cuidarei de ti, olharei pra ti como a primeira vez em que vi teu sorriso a luz do sol. A sensação de ter uma obra de arte ao meu lado, de ter a mais bela poesia ao meu lado, de ter a melhor história de amor, aqueles famosos romances em que poucos acreditam existir..
Em meio a um mundo inteiro de possibilidades e dores, encontrei você, encontrei o amor de toda a minha vida. Mais um ano se completa, da tua linda história, do seu árduo viver. Sei que não tem sido fácil, sei que se cansa, mas estou sempre aqui, torcendo por você, procurando forças para que tu possa se erguer e lutar todos os dias, apesar de que vc já faz isso a tanto tempo... A única diferença é que agora não precisa estar sozinho, estarei aqui para lutar contigo, tua vida é a coisa mais preciosa já feita nesse mundo inteiro, eu tenho sorte em ter te encontrado, meu coração se alegra ao acordar todos os dias e saber que tenho você.
Te dedico todas as canções desse mundo,. cada batida do meu coração é sua, todo meu corpo é seu, eu sou sua meu amor, de corpo e alma, inteira, completamente sua. Me apaixono todos os dias por você, em cada instante meu amor por você cresce, não existem lacunas, amor em abundância, chega a transbordar, tudo o que há aqui, tudo oq vem acontecendo, cada lágrima que escorreu em meu rosto, você fez com que valesse a pena não ter arrancado a vida de mim, por você posso finalmente viver, posso enfim respirar. Todo meu amor dedico a você, eu te amo verdadeiramente vida.
Quero te ajudar a enxergar tudo oq tem sido, a maneira que me completa, que me ajuda, que me salva, não só a mim, mas às pessoas ao teu redor também.
Um filho maravilhoso, um irmão incrível, um amigo tão bom, o melhor namorado e futuro marido que alguém poderia encontrar. Me orgulho da pessoa que tu é, da pessoa que busca se tornar, e admiro cada passo seu, me espelhar em você é gratificante, você me faz querer lutar, me faz ser quem sou. Se não fosse por você, eu não estaria aqui, se não fosse por você eu não teria encontrado o amor, a esperança, agradeço a Deus por lhe dar a vida, por cruzarmos o nossos caminhos.. Tropeçar no teu olhar foi a melhor coisa da minha vida, te pedir em namoro foi a melhor decisão que já tomei, amar você é o privilégio mais cobiçado da vida, tenho sorte em ter você, meu coração se alegra vida, e sou a mulher mais feliz do mundo.
Mais um ano de vida, vai ter muitos mais em que estarei pertinho de ti para dizer em teus ouvidos, obrigada por existir, obrigada por persistir, meu coração é seu meu amor, te dedico cada uma das batidas dele, você é o meu amor, você é meu tudo, não importa o quanto o tempo passe, vou sempre amar você, verdadeiramente. Acredito que nos encontraremos em outras vidas, assim como nessa, e em cada uma delas, juro de te amar para sempre.
Feliz aniversário vida, eu te amo mais que tudo.
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MMU(PARTE I)
Seu Astronauta o que trazes pra mim…?! Uma pedra lunar, aquela que atirei lá, a Filosofal, Um tijolo amarelo ou um pedaço de asfalto da Via-Láctea?! Fora de órbita, do alcance do radar ou da 'alfândega'! 'Protegido de nós' em seu capacete em forma de bolha, flutuas como tal Em sua Barca Solar num 'céu bravio'… E se perde no sideral solto da mão de sua Nave Mãe! Vá buscar pra mim o pão dos astronautas lá na padaria da Dalva no outro lado da rua ou da lua… Use algum satélite natural desse para anunciar que mesmo passado alguns anos solares, ainda procuro aquela mãe anônima da fila do postinho… Que usava blusão preto, saia branca com estampas astecas, tinha um par de orelhas e cabelo na cabeça! Anuncie também que procuro um amor de verdade que deve está perdido por aí! Sem gravidade, leve, sem consciência pesada, sem partido, mandatários, e podendo daí, mijar na cabeça desses governantes daqui! Me traga um anel de Saturno com uma de suas luas(na promoção), um cinturão de Van Allen ou do uniforme(de gala) de uma colegial sozinha esperando o seu BRT espacial?! Por aqui está tudo como você deixou! Um mundo girando em torno do dinheiro, a velha política, aquela tranquila falsa paz, a Terra parada, atônita, diante de tantos acontecimentos e sempre parecendo caminhar para o seu fim! E aquela Kriptonita, a cápsula do Ultraman, aquele Ferrorama que eu sempre quis ter(também), o sabre de luz, aquela estrela de cinema, aquela já apagada que não responde seus seguidores, a mola que move o mundo… e nem pelo menos o osso arremessado por aquele primata?! Me traga a esperança de um mundo melhor, boas novas, a lâmpada de um ano luz, ou o pavio do Big Bang… o cometa Halley em cabeleira, rocha e cauda para que ele em pessoa confirme que o vi quando criança?! A Terra é azul… ou 'plana'?! (Continua...)
MAIS DE MIM EM: https://gustavoreymond.blogspot.com/
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Como eu saberia...
[Sorrey at all my english readers, I didn’t translate this one ;w;]
Oiiieee!! Eae, gente fina? Lembram daquele desafio eu e @yussuna temos? Pooois é! Aqui está uma outro resultado dele! Admito que essa ideia é uma das minhas mais aleatórias, mas eu realmente amei escrever ela e espero que vocês também gostem de apreciá-la!
Avisos: Menção de desumanização de androids, menção de comida, sangue, ferimentos, tratando de cortes sem ser um médico especializado, tiros, armas, armas de choque, utilização de eletricidade para machucar alguém, menção de experimentação científica (mas não é descrito, não se preocupe), Dor/Conforto, comédia, ação, místico, drama, fofo, final feliz, final esperançoso.
Palavras: 6.664
Parece ser uma leitura mais pesada do que realmente é, já que eu não descrevo muito essas partes, mas é sempre bom deixar os avisos bem claros.
Bem, se divirtão!
[~*~]
“Você precisa parar de ficar me encarando enquanto eu durmo.” Foram suas primeiras palavras ao acordar, seu bocejo cortando o final da sentença ao se contorcer na cama e em seus lençóis, rolando de um lado para o outro em tentativas de se espreguiçar - os ossos estalando levemente e o som se espalhando no silêncio - ou apenas de ignorar o revirar de olhos do outro habitante do cômodo. “É aterrorizante.”
“Correção: Vigiar.” A voz saiu impassível, em um maneirismo quase que metódico, o olhar nunca se despregando da forma do outro quando esse caiu da cama, finalmente optando por se levantar. “E pedido negado. Meu sistema foi atualizado para não abrir nenhuma possível mínima e singela brecha para sua fuga.”
“Urg. Vocês, guardas ‘perfeitos’, são TÃO exagerados.” O de sardas começou à ir em passos lentos para a cozinha, se livrando da blusa de pijama ao arremessá-la no sofá e sendo prontamente seguido pelo de pele achocolatada, quem fez uma careta para o desleixo com a peça jazida desfalecida no braço do móvel, sua pose impecável se desfazendo em descrença ao ouvir as palavras do outro.
“Perdoe-me? Exagerado?!”
Como se estivessem em um filme ou alguma história narrada, ambos reviveram as lembranças de apenas alguns dias atrás, as memórias passando como um trailer agridoce nas suas próprias mentes até o android resolver por passa-las em uma projeção vívida e impecável veracidade dos fatos em seu próprio ponto de vista:
O primeiro flash foi de escuridão, os outros sentidos apurando-se no calmo silêncio matinal e o doce cheiro da primeira remessa de iguarias sendo deliciosamente preparadas na padaria ao lado no exato amanhecer, recebendo saudações até mesmo dos pássaros que cantavam. Seus sistemas vibraram levemente afim de demonstrarem estar por fim completamente carregado e operantes. Abriu os olhos paulatinamente, submergindo-se em sua vontade de cantarolar ao piscar algumas vezes, seu olhar tendo sua atenção capturada por um leve, quase que imperceptível movimento na janela. Suas pupilas fizeram um leve som metálico ao se reajustarem para focar melhor na cena à sua frente...
A qual era o seu fugitivo caindo espalhafatosamente através do batente da janela, sem um pingo de equilíbrio ou senso de autopreservação ao rolar por alguns centímetros em terra, se levantar do chão e começar à correr com o que provavelmente seria toda a sua velocidade pelo quintal que circundava a casa em direção ao muro o qual separava a residência do resto do mundo, seu pijama de golfinhos balançando e reluzindo com as manchas de terra adquiridas do jardim que possuía.
O guarda se sentiu – heh, piada de androids - quase comovido, até mesmo impressionado, pela ousadia, sentimento que o privou de suas reações por breves pedaços de momentos, sua inteligência artificial se questionando se precisaria utilizar seu GPS interno ou capturaria o outro antes mesmo desse deixar seu amplo campo de visão.
Todos esses fatores apresentados em questão demoraram cerca de exatamente 4, 5 segundos a vantagem total recebida pelo preso nº 1!899, condenado em 20xx à prisão domiciliar sob a vigilância do policial cibernético código 128√e980 pelo seu bom comportamento e promessa entregar outros meliantes da gangue na qual era participante antes de ser capturado, antes do observador deixar seu posto e sair em uma carreira metódica e desenfreada atrás do mesmo.
A memória apagou-se, o condenado piscando algumas vezes, provavelmente para acostumar-se com a volta de enxergar tudo em apenas três dimensões, sua expressão passando gradativamente de impressionada para despreocupada.
“Informações demais, é sempre assim na sua cabeça?” O outro preparou-se para responder o questionamento, porém foi cortado pelo primeiro, quem continuou seu trajeto ao próximo cômodo, gesticulando desleixadamente enquanto o android arquivava mentalmente a pergunta em sua pasta de Questionamentos Retóricos, Aparentemente. “E eu só estava praticando minha corrida matinal. Preciso manter-me vivo até pelo menos a próxima década, de preferência.”
“Você claramente estava fugindo.”
“Calúnias vazias e sem provas. Ainda mais, eu só falo em presença de meu advogado.” Abriu o armário – estando desta forma de costas para o moreno que o imitou com gestos e caretas espalhafatosas - e colocou a panela com água no fogo, seus olhos indo de encontro com os do outro, quem já estava em sua posição perfeita de costas eretas e rosto indiferente aos acontecimentos ao seu redor, a mão coçando a nuca como um leve sinal de vergonha. “Você toma café com leite ou puro mesmo?”
“Seu advogado do diabo?” Ouvira a expressão em uma série de televisão assistida por ambos há algumas semanas atrás, o momento lhe parecendo apropriado para utilizá-la. “E eu não tomo café, senhor.”
“Mathias.” Completou a frase que já tinha recebido seu ponto final com um leve tom distraído, indo em direção ao liquidificador e enchendo-o de água. Deu uma risada irônica, temperada em pingos de amargura. “Não sou o diabo. Um dos demônios, talvez. Da classe mais baixa. As penas das asas do anjo caído, se isso é capaz de lhe dar alguma ideia.”
“Perdão?”
“Você já mora comigo.” ‘Vigio.’ “É, é. Vigiar, morar, tanto faz. O negócio é que estamos juntos há mais de treze meses, você me chamando de senhor faz com que eu me sinta velho.”
“Não está em meus protocolos lhe chamar pelo nome, senhor.”
“...todo poderoso Mathias.” Mais uma vez, sem remorsos, completou a fala finalizada.
O guarda estreitou cautelosamente o olhar para o sorriso presunçoso de canto do outro.
“Eu vou continuar completando toda e qualquer fala sua, então.” Despejou o pó do leite na água, pegando uma colher cheia apenas para colocar na boca. “Achocolatado então?”
“Eu não possuo necessidades de comer, senh-” Sua fala foi cortada quando percebeu o brilho perigoso e divertido no olhar do sem blusa, corrigindo-se apressadamente. “Matheus.”
“Mathias.”
“Foi o que eu disse, Matheus.”
Dessa vez foi sua rodada de receber o olhar estreito de irritação, sustentando-o em um sorriso que iluminava o cômodo e o Mathias poderia jurar constituir seu próprio coro dos céus pelo tom angelical e – falso - inocente que possuía.
“Você está pronunciando-o errado.” Necessitou piscar, quebrando o transe da competição implícita estabelecida mesmo que por apenas uma fração de segundo. O sorriso era muito brilhante, até mesmo para seus padrões. Passou a língua pelos dentes, frisando os lábios ao não quebrar o seu olhar de tom, pelo menos esperava que fosse, intimidante. “E sabe disso.”
“Eu sou um android fluente em mais de vinte línguas, senhor Matheus, posso lhe garantir que sei como pronunciar um nome.”
Silêncio.
Mathe-, perdão, Mathias soltou um bufo de derrota, balançando a cabeça e bufando divertido.
“Você ainda não respondeu minha pergunta.” Começou a misturar o pó de café na água fervente, o cheiro imediatamente se espalhou e impregnou cada ínfimo centímetro pela cozinha e sentido do Agente Perfeito código 128√e980, quem precisou controlar sua vontade de fechar os olhos para poder apreciá-lo com mais profundidade. “E não me venha com essa baboseira de ‘Eu sou um android e não como e blablabla’, eu já te vi roubando meus pães de mel no meio da madrugada.” Continuava mexendo o café ao sua cabeça virar 270º para poder encarar o policial que o mantinha sob vigilância em um usual rosto impassível o qual no momento se quebrara em os olhos levemente arregalados surpresos, mesmo que por um segundo antes de ser subjugados. “Então? Achocolatado? Chá? Café, mesmo?”
O outro agradeceu por seu tom de pele que dificultava a percepção do quão quente o seu sistema facial estava. Abriu a boca alguns centímetros, sendo quase possível ver as sinapses de seu cérebro funcionando em polvorosa na busca de uma resposta à altura da provocação de meia verdade e sinceridade em seu tom. Mathias apenas esperou pela resposta despreocupadamente e aparentemente alheio as reações confusas de um policial sem sentimentos encontrando-se tão apegado a coisas materiais e mundanas as quais nem deveriam povoar seus arquivos por mais que alguns segundos.
Buscou uma resposta. Uma razão.
Não encontrou.
“Achocolatado.” Murmurou baixo, no entanto ainda claro em suas palavras. Desviou o olhar do rosto que se virava novamente para a atividade que fazia, cantarolando em um tom calmo e comum de que alguma forma também o acalmava. Não demonstrando de nenhuma forma achar estranha a resposta do robô, quem sentiu suas fibras relaxarem, mesmo que não tivesse consciência do porque estavam tensionadas em primeiro lugar.
Eles demoram-se em alguns minutos mergulhados em silêncio enquanto o café da manhã era servido. O guarda resolveu ajudar a arrumar a mesa, parte por uma questão de moral e empatia e a outra parte – talvez a mais insistente - sendo aquela que preferia ignorar os passos de dança, recheados pela música derramando-se livremente pelos seus lábios, que Mathias arriscava, quase derrubando por diversas vezes as bebidas de todos no chão ao decidir confiar em um equilíbrio o qual claramente não possuía quando se tratava de flutuar e deslizar em alguns centímetros acima do chão.
Humanos são tão estranhos.
“Vish, acabou o pão... Você vai ter que comprar mais.”
O oficial da lei piscou uma, duas, e mais três vezes em descrença antes de encarar o outro.
“Perdão? A casa é de quem?”
“Minha, mas eu não posso sair, lembra? Estou em prisão domiciliar.” Tomou um grande gole do café não coado, os olhos se encontrando e capturando.
“Equívoco. Você pode se afastar até 100 metros de sua habitação sob minha supervisão afim de realizar atividades para suprir necessidades básicas, como compras.”
“Oh, espere, agora eu entendi. Quer dizer que quando eu queria fazer minha corrida matinal para me manter vivo e saudável essa regra nunca foi mencionada, mas agora quando isso lhe afeta, repentinamente eu posso ter direitos e sair perambulando por aí?!”
“Equívoco e falso. Você está modificando minhas palavras a fim de conseguir com que eu faça o que você quer.”
“Rude.”
“A padaria é exatamente do lado da sua casa.”
Mathias ruidosamente tomou outro gole de café, lançando ao de olhos negros vívidos um olhar incisivo e recheado de condenações, um pouco dos fios longos de seu cabelo bagunçado lhe caindo pela face inexpressiva.
“Não sou pago para isso.” Recitou outra fala de ouro programa que assistiram, o dono do sorriso brilhante se levantou, no momento sem nenhum sorriso em seus lábios, os quais se contorceram em um bico irritado, e foi-se a resmungar até o quarto do outro para pegar sua carteira, porque ele realmente não recebia nenhum salário.
“Obrigado, querido! ~” Mathias lhe lançou uma piscada preenchida de um sentimento que o policial não conseguira e nem se esforçara em reconhecer.
Por protocolo androids não xingavam, amaldiçoavam e muito menos soltavam ameaçavas a qualquer humano, em vida ou não, independentemente da situação.
...Mas isso não significava que eles não pensavam.
[~*~]
Mathias começara a receber ligações da gangue, todavia nunca dava muito detalhes sobre do que se tratava, independente das quantidades de indagações atribuídas por parte do policial artificial, quem desconfortavelmente notava o um tom de pálido em que se tingia e se tornava dia após dia, ligação após ligação.
O android tentou não ressaltar o quanto os olhos do outro passeavam preocupado e estressado pelas janelas toda vez que adentravam um novo cômodo ou a fina e cintilante película de proteção a qual agora circundava sua pele, da mesma forma em que ignorava os olhares de gratidão e sorrisos singelos quando, toda noite e toda manhã o Agente Perfeito tomou como parte essencial de seu trabalho pessoal listar cada uma de seus sistemas designados para o ataque e proteção, listando os aperfeiçoamentos históricos recebidos em seu sistema para chegar a incrível perfeição e eficiência atual possuída, da mesma forma que lhe dava um relatório das câmeras frequentemente.
(Situação que os levou a uma ocorrência de seus alarmes e protocolo de ataque sendo ativados quando uma abelha foi designada como uma invasora pelas câmeras de movimentos térmicos e gerou uma série de acontecimentos os quais, por mais que Matheus busque insistentemente trazê-los à tona, o android afirma não estar arquivado em seu sistema de memórias e, consequentemente, jamais ter acontecido.)
Uma investigação foi realizada quanto as inúmeras ligações, porém todos os números eram de celulares pré pagos, condenando seu rastreamento ao liderá-lo sempre a um beco sem fim, nada mais esperado da maior gangue do perímetro. Evidências e casos anteriores apontavam que eles continham pessoas altamente treinadas e infiltradas em qualquer local, mesmo que tais pistas falhassem em mostrar precisamente esses locais e pessoas. O trabalho de vigilância do Agente 128√e980, lentamente e ainda repentinamente, se metamorfoseou em um trabalho de proteção, o que de alguma forma ainda conseguia acalmar à ambos.
O robô que nunca recebeu um nome respirou fundo, observando a própria expiração sair em forma de fumaça antes de ser dissipada pelas gotas grossas e gélidas despencando do céu em forma de uma bela tempestade. Era noite.
Uma noite sem lua. A única iluminação provinha de postes de luz, faróis de automóveis e seu modo óptico de visão noturna. Ele tinha administrado uma dose de sonífero no suco de Mathias, pois as noites que o mesmo estava passando em claro já começavam a se acumularem em um número preocupante e definitivamente nem um pouco saudável. Havia estudado cada uma das contraindicações do produto, assim como a ficha médica do de cabelos longos, até conseguir saber a quantidade certa a se usar e ter certeza que não o machucaria.
Por consequência ele se encontrava à vontade para aproveitar por pelo menos um momento a sensação de liberdade que sentia ao se localizar em despreocupação no meio de tal fenômeno. Fechou os olhos e rodopiou no mesmo lugar algumas vezes, o prazer a sensação congelante tomando conta dos seus sistemas e embalando seus sentidos juntamente com o aroma de terra molhada, o som das gotas atingindo toda a superfície que podiam alcançar preenchendo o local em um ritmo hipnotizante, metódico.
Plik plik plik plik. Mais uma e outra e outra vez. Plik plik plik plik
Mas não na visão do agente e seu desgosto pessoal por onomatopeias e suas impossibilidades materiais de demonstrar com perfeição um tal fenômeno que não conseguia ser preso em uma série ou única palavra. Para ele era apenas o som forte e alto da chuva torrencial. Límpido, direto, claro e sem subjetividade exacerbada ou interrupções. O mundo estava em silêncio, como se até mesmo a natureza se calasse por um instante para apreciar as belezas que continha.
Era... contagiante.
Era libertador. No meio da tempestade ninguém lhe vigiava, nenhum protocolo lhe amarrava, nenhuma pessoa lhe encarava estranho quando se utilizava do verbo “sentir” de seu vasto vocabulário – com exceção de Mathias, ele nunca entendeu o que isso deveria significar - e muito menos lhe ignoravam quando não precisava mais de seus serviços.
Ali ele era, era...
“NÃO!!!”
Não?
Abriu os olhos e três estampidos, rápidos e altos como pequenas explosões, uma atrás da outra, se tornaram presentes, cortando e destroçando a bolha de paz e quietude em que se encontrava, porém, antes que as novas informações fossem completamente processadas e protocolos ativados algo pesado foi de encontro ao android, com força o bastante para retirar-lhe de seu equilíbrio e atirá-lo no chão, um segundo grito se espalhou pelo ar.
Familiar.
Ofegante. Estava ofegante. Sentimento (Sentimento??) estranho. Aperto no peito. Explosão em seus sistemas. Frenesi. A chuva continuava caindo em algum lugar. Ofegante. Grama fria ao toque de seus dedos. Cheio cítrico. Detecção de partículas explosivas no ar. Perigo. P e r i g o.
Chuva, sem chuva, frio, pólvora, silêncio, explosões, informações informações informações. Muitas informações.
Foco.
Foco.
As pupilas rapidamente se reajustaram e fixaram na forma à sua frente. Suas cores azuis e verdes misturavam-se em padrões de pequenas listras encobrindo toda a sua figura cintilante. Fonte de luz primária. Extremamente brilhante ao ponto de extinguir totalmente a escuridão do quintal na madrugada sem satélites e nem estrelas. Era-
“MATHIAS??!”
Sim, com os longos cabelos volitando ao redor do seu rosto, mostrando pequenas nadadeiras que possuía no lugar de orelhas, o pijama batendo e vibrando efusivamente sobre sua pele reluzente. O brilho se espalhando ainda mais pelo local através da reflexão das gotas de chuva que lhes rodeavam, mas não mais os atingiam. O condenado flutuava, como sempre fazia ao estar distraído, porém agora tendo um objetivo certo o qual se concentrava possivelmente em sua mão estendida, da sua palma saindo energia desconhecida pelo seu banco de dados metamorfoseada em campo que aparentava ser de proteção, hipóteses criadas devido esse conter dois projéteis de bala cravados em si. Três estampi- Não, o agente riscou a informação, substituindo-a imediatamente: Tiros. Ouvira três tiros, a terceira bala...
Seus olhos percorreram a cena, passando pela outra mão livre de Mathias, pressionada firmemente em seu ombro retesado e inclinado de forma a tirá-lo de visão, uma reação comum no reino animal quando o ser em questão fora machucado, significando que Mathias fora-
“Baleado! Você foi atingido!!” Automaticamente o android conectou-se à sua rede de dados, pegando todos os possíveis e necessários para a situação. Seu corpo se impulsionou, levantando-se e se aproximando do outro, tirando a blusa e rasgando-a em largas tiras afim de preparar um torniquete. Seus gestos eram rápidos e precisos, mesmo que suas pernas tremessem por um momento quando ouviu a interjeição de dor, dita em meio à dentes que rangiam, do colega. – Como? - O olhar de repente foi puxado para os três seres que estavam em posição de ataque, armas firmes em punho e em cada um dos peitorais reluzindo-
“Distintivos. Eles tinham o diabo de agentes infiltrados na polícia.” Queria dizer que seu tom foi de surpresa, ou até mesmo que ele conseguiu com sucesso esconder o assombro da voz, no entanto o ser reluzente se conhecia o necessário para saber que isso seria uma mentira. Na verdade, foi uma das primeiras teorias que tivera quando foi preso, e, principalmente, indiciado à prisão domiciliar. Fora por esse motivo que nos primeiros meses tinha sido tão arrisco e ignorante com a inteligência artificial humanoide que – e não quem – costumava vigiava.
E agora levara um tiro por ele – e não isso- he, quem diria?
Mathias estava suado e tremendo. Droga. Armas desse nível não costumavam lhe causar tantos danos, com exceção das dores inquietantes dos cacos da bala os quais pareciam estar sapateando e perfurando cada um de seus nervos, algo que seria apenas um desconforto em qualquer outro dia. Qualquer outro dia em que não houvesse um medicamento humano percorrendo e alterando suas células, tornando seus movimentos mais dificultosos, mesmo que levemente, e sua energia mais poderosa e, por consequência, mais difícil de controlar.
“Você não pode atacá-los?” A voz penetrou por entre seus pensamentos, puxando-o bruscamente deles.
“O quê?” Seus olhos se arregalaram, por um momento a dor no ombro se tornando um pouco mais leve que a total descrença em si. “Eu...Olha, esse escudo é o máximo que eu consigo fazer no momento!!” Falar doía, então Mathias ajoelhou-se no chão e desviou o olhar, uma leve sensação de vergonha ao perceber a total condição em que estava. “Mesmo se eu não estivesse...” Sua mente estava enevoada. O dono do escudo piscou irritado. “...Envenenado pela essa coisa que você colocou na minha bebida...”
“Sonífero é UM VENENO pra você???”
“Não, não! Eu... Eu esqueci a palavra certa. É algo do tipo... afetado, atingido, jogado, eu sei lá! Você já viu quantas palavras existem nessa droga de mundo??” Sua expressão de repente se iluminou, literalmente, como se tivesse descoberto a resposta para todos os questionamentos do Universo. “ESPERA, ESPERA, ESPERA! É ISSO! Droga! Drogado!” O agente lhe encarava em um olhar profundo, focando toda e qualquer atenção no colega, algo que o outro descobrira ser sua forma de manter seu autocontrole, ignorando todas as outras informações provindas de seus outros sentidos. Ele decidiu focar-se no problema principal. “Enfim, minha energia não é fisiologicamente capaz de se converter em nenhum artifício ofensivo ainda que eu estivesse em meu estado normal. Desculpa, mas você vai ter que lidar com o resto.”
A mão do android tremeu, mesmo que sua expressão se mantivesse estoica quando concordou. Ele encarou as três figuras, quem continuavam disparando bala atrás de bala em pura sincronia. Flexionou o braço e o relaxou em velocidade, como se estivesse alongando um chicote, porém o que deixaram seus pulsos foram fios de cobre, um dos elementos mais exímios em sua condução de eletricidade chegando a 100% em sua condutividade, mesmo que não fosse tão bom quanto a prata – possuinte de 108% de condutividade elétrica – ainda sim não precisou mais do que alguns milissegundos para que eles começassem à chiar e estalar conforme a carga de eletricidade percorria todo o seu comprimento. Ele se aproximou da redoma que os protegia. Ainda não conseguia ver os rostos dos agentes.
‘Talvez fosse melhor assim.’ Engoliu em seco, mesmo que não possuísse saliva para justificar a realização de tal ato.
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Ele piscou, e então sabia sobre todos os efeitos da eletricidade sobre o corpo humano. Soube das cadeiras elétricas, das torturas na Era Medieval, das guerras mundiais e das dos dias atuais, soube das terapias eletroconvulsiva e da voltagem perfeita para incapacitar um adulto de altura e peso medianos.
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Inteligência Artificial, em especial os androids, desde sua primeira fabricação nunca possuíram como principal objetivo ferir seres humanos. Eram proibidos de tal ato, as consequências sendo uma autodestruição dos sistemas e então da máquina. Cada movimento fazia-se sentir como fogo em suas ligações metálicas, os avisos de error pulando e pulsando em cada um dos seus sentidos e arquivos como uma série de spam, ou despertadores recordando-o daquele compromisso futuro do qual você não gostaria de ser lembrado agora.
Ele se lembrou do grito de dor, da sensação de liberdade, da chuva, do sentimento esquisito no peito e seu trabalho, seu primeiro caso, e no que ele havia se metamorfoseado:
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Proteger Mathias.
“Desfaça a barreira.” Se fosse na voltagem certa não haveria muito danos, foi o pensamento que se repetia e repetia em um ciclo interminável em sua mente, tentando constantemente em seu máximo ser reconhecido como fato e arquivado no banco de dados, findando assim a reação da quebra de protocolo-base. Ele continuou a repeti-lo sem pausas ou descanso, percebendo com sucesso pelo menos o retardamento do processo. “Em 3, 2, 1...”
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
“AGORA!”
Um buraco se abriu na barreira, permitindo que os três fios condutores se desdobrassem e se embaralhassem aos pés de cada um dos policiais, amarrando-se em seus tornozelos, prendendo-os firmemente no mesmo lugar conforme as descargas de eletricidade fluíam continuamente pelo seu corpo. A chuva continuava derramando-se forte e ruidosamente. Os sons de batalha eram afogados e interrompidos pela sua fúria e o som das descargas aumentando sua potência com a interferência da água.
Um som tão alto ao ponto de ensurdecer o baque surdo e abafado dos corpos indo de encontro, rápidos e inertes, ao chão.
Sua cabeça latejava como se o ataque elétrico tivesse sido em si mesmo, sentimento que tinha seu fundamento e pedaço de fato, já que se precisava de alguma fonte para carregar seu golpe. Mathias passou, passos meios fracos, por ele, analisando os corpos no chão. O android, a máquina, titubeou, um desespero – sentimento? – mostrando-se presente na parte inferior de seu estômago.
Angústia, autodestruição, desespero, medo. Morte.
Morte.
- Caramba, você realmente acertou todos os androids de uma vez. Impressionante. – O de sardas, não que fosse possível se observar tal característica sob a leve escuridão que voltou a assolar o local não mais iluminado pelo cintilante brilho do prisioneiro, se virou, o sorriso num misto de dor e congratulações. Seus olhos se encontraram e ele percebeu no mesmo segundo:
Ele não sabia.
A voz robótica gritando e martelando o protocolo o qual derretia pouco a pouco todas as funções de seus sistemas se calou em menos de um nanosegundo, todos as medidas de autodestruição findando-se com a mesma. Seus olhos estavam úmidos, sua mente inescrutavelmente latejante, arrepios de dor subindo pela sua espinha e suas mãos tremiam, e suas pernas tremiam, e seu corpo inteiro tremeluzia e tremia e sentia. Sentia que iria desabar e cair.
‘Claramente devido à chuva.’, falou para si mesmo.
“Ei, ei, ei.” O rosto preocupado entrou em seu campo de visão, sua mão foi no ombro, distribuindo nele uma pressão leve, gentil e tão quente que pareceu puxar e espelhar por todos os seus sentidos, convidando-os a se concentrar no companheiro. Toques sempre foram tão gentis assim? “Precisamos ir embora, okay?” O dono de pose agora não-mais-tão-perfeita inalou veloz e profundamente. Acenou em resposta.
Eles entraram em casa direto para o banheiro e com uma pinça o de sistemas tecnológicos construídos por matérias que se assemelhavam as estruturas orgânicas retirou meticulosamente a bala, esterilizando ao mesmo tempo que ignorava os protestos baixos e fugitivos de dor e espasmos do outro, enrolando o ferimento em gaze e falando alguns encantamentos, oferecidos entredentes por parte de Mathias, no mesmo. O agente se levantou e foi à pia, lavando as mãos.
“Vamos precisar sair o mais rápido possível.” Tirou um canivete do bolso e puxou a lâmina, observando seu reflexo com uma face inexpressiva.
“Claro. Vou começar a empacotar o mais import-MINHA NOSSA SENHORA GALÁTICA, POR QUE VOCÊ TÁ CORTANDO SUA CARA!??”
O policial, talvez não mais, levantou a mão, impedindo Mathias de avançar qualquer centímetro que fosse.
O único olho o qual enxergava propriamente, pois o corte tinha sido um pouco acima da sobrancelha no olho esquerdo e o seu líquido interno se espalhava num fluxo intenso pela grande parte da metade de seu rosto, fixado atentamente no corte aberto ao mexer cautelosamente com a pinça, já esterilizada, pelo mesmo.
O ser cintilante sentiu um arrepio desagradável percorrer pelo corpo, fazendo sua cor brilhante se transformar num tom um pouco mais opaco e desgostoso, a expressão pálida contorcendo-se em uma careta de mal estar, seu olhar não se desviando por única e pura preocupação com a máquina mais inteligente e estúpida que já tivera o prazer – ou não, dependia do momento e do seu humor – de conviver.
“Chip de rastreamento. Todos nós somos construídos com eles instalados para que ações possam ser rapidamente tomadas em qualquer caso de emergência. Peço que não se preocupe, meu sistema nervoso processa a dor de uma forma diferente dos de vocês. Arrume logo nossas coisas.”
Claro que ‘nossas’ não era apenas mais um jeito de falar.
Mathias saiu, de certa forma aliviado e de imediato agarrou as duas maiores - e com maior número de compartimentos, claro - bolsas e colocou na primeira o básico: comida, aparatos de primeiros socorros, um par de calçados para cada um, lanterna, celular pré pago (como todo bom ser vivo com segredos importantes, ele tinha um), toalha, capas de chuva e dinheiro para a reforma completa que eles fariam no futuro próximo.
A restante designou para o arranjo do superficial o qual sabia que ainda sim tinha sua parte crucial de essencialidade: O livro novo que o agente começara um dia desses, seu próprio videogame de bolso, um cartão SD com fotos importantes, uma câmera para ter mais fotos importantes e A Pelúcia (Quem era seu dono? Mistério.)
Conferira e adicionara mais decorações aleatórias que lhe interessara na casa uma, duas, três vezes antes de decidir que era o bastante, direcionando mais uma vez ao banheiro, onde precisou engolir o sentimento de desconforto e nojo para estabilizar suas mãos o bastante afim de costurar o supercílio do outro, pois o último estava começando à se sentir meio tonto. Se depois, durante a rápida corrida de ambos ao ponto de ônibus mais próximo e deserto, fator imensamente contribuído pela chuva que apesar de não mais torrencial ainda dominava o lugar, ele precisara de alguns bons minutos sem nem mesmo encarar o outro para tentar apagar a imagem mental, nenhum deles falara sobre isso.
Nem sobre a forma que seus cotovelos frequentemente se esbarravam, uma lembrança tocável e real de que eles realmente ainda estavam lá.
Entraram no primeiro ônibus, uma máquina enlameada e barulhenta a qual muito provavelmente atentava contra a segurança de sete estados diferente, que passou.
Era um automóvel designado especificamente para viagens, o único motivo racional para se estar bem cheio naquele inoportuno horário. Sentaram na parte de trás tanto por precaução quanto por privacidade, o que parecia um pouco cauteloso demais, já que as duas crianças pulando de um lado para o outro (‘Eu DISSE para não dar chocolate para elas na janta, Jorge!! Agora aonde eu enfio minha cara, hein? Olha. Eu quero só ver como vocês vão fazer se eu sumir!’) acordando o recém-nascido genérico fofo e com a voz potente num choro que preenchia cada centímetro do automóvel. Nem uma conversa seria audível mesmo se gritada.
Se enxugaram e comeram um pouco por entre o silêncio, modo de falar já que Cândida estava ensinando o papagaio do homem dormindo sentado no banco da frente a repetir a palavra ‘cocô’, sempre os acompanhando.
“O que é você?”
“Eu...” Eles se encararam um pouco antes que Mathias desviasse o olhar, parecendo escolher com cuidado suas próximas palavras. Sua voz volitando pintada por um tom diferente de seu usual. “Eu sou... não, fui o resultado de um experimento. Não lembro se eu era um humano antes de tudo aquilo ou se fui criado lá mesmo. Tudo que sei é que um dia eu... existi.
“E por muito tempo as coisas e eu mesmo continuei desse jeito: apenas existindo, obedecendo, respondendo positivamente aos testes... Porém... Chegaram outros tempos e outros dias. Dias e dias e testes e tantos e tantos teste que eu...” Respirou fundo e o outro buscou em seu banco de dados a expressão: ‘Manter o controle.’. “Eu enfim percebi que não aguentava mais suportar tudo aquilo. Eles queriam ver até onde ia meu poder, do que ele derivava, como podia ser recriado, se poderia ser repassado... eu não aguentei, praticamente explodi e dizimei o laboratório, ou o que quer que fosse aquele inferno, inteiro. Consegui arranjar uma fuga e me livrar de tudo. Posso ser facilmente confundido com um humano quando não brilho, acho que você percebeu.” Leve risada. “Tirando alguns detalhes.”
O de sardas puxou uma mecha do cabelo, mostrando suas diferentes e exóticas orelhas, as quais balançaram timidamente, como se acenassem. O moreno escutava cada palavra com atenção, arquivando toda e qualquer informação que lhe parecia importante. Gradativamente ia se recostando nele, tanto pela sua energia que estava em menos da metade, tornado a tarefa de se manter com uma pose impecável muito mais cansativa, quanto o balançar do veículo que tornava praticamente impossível o ato de se manter sentado normalmente. Ele sentiu Mathias relaxar e aconchegar-se em seu lado também.
“Todavia,” Ele continuou seu discurso. “Eles podem ser facilmente escondidos. Enfim, saí para o mundo. Nunca tinha ouvido falar sobre absolutamente nada daqui e tampouco sabia como as coisas funcionavam e... Bem, então um cara da gangue apareceu e disse que eles estavam procurando gente para preencher umas vagas aí. Disse que só bastava ser bom com segredos e saber manter o bico fechado que seríamos praticamente uma família...”
Cândida ameaçou o pássaro quando esse lhe mandou lavar a boca com sabão. Agora o bichano seguia voando pelo teto do veículo enquanto a criança tentava arremessar-lhe amendoins ameaçadoramente. O guia turístico estava rezando, provavelmente para que o dia do Juízo Final acontecesse nas próximas horas.
“E tudo estava dando certo! No começo. As coisas que eu vi lá... Era como se eu fosse um dos cientistas que me testavam antigamente e eu não... simplesmente... eu me rendi. Me prenderam e o resto é a história que você acompanhou.” A última parte saiu preenchida por significado, os olhos do que um dia fora um experimente encarando o ex-agente intensamente.
Silêncio. Mathias estava tremendo, dava para sentir seu peitoral inteiro vibrando, o android sem nome se reajustou para que conseguisse encará-lo.
“Eu sinto muito. Sua ficha inteira parecia tão autêntica, eu nunca imaginaria que algo assim pudesse acontecer.”
“Ah, que bom. Porque aí você ia perceber na hora que era uma história de um filme que a gente viu no nosso 1º mês.”
...
“Perdão. É o quê?”
“Eu sabia que você dormia, quer dizer, recarregava,” A última palavra saiu por entre uma careta descrente. “durante eles! Muito rude de sua parte!”
“Eu não fui programado para absorver informações inúteis para minha missão. Do que você está falando?”
“Era brincadeira, Anjo da guarda. Eu não fui um experimento não, só sou um alien. Tô de castigo aqui nesse planeta.” E finalmente liberou as risadas que tanto guardara em si, literalmente chacoalhando ao ver a cara de descrença do que lhe acompanhara, quem rapidamente se ajeitou em sua postura inicial impecável e empurrou-o com irritação, nem reconhecendo ou sequer percebendo a existência do novo apelido.
Silêncio. Sons quietos, embaralhados, frustrados.
“Você é o que?” Veio o sussurro cortante.
“Um alien. Espécie Polvo seria o mais fácil para seu banco de dados relacionar. Aparentemente vocês só têm conhecimento das espécies terrestres.” Mathias então estalou os dedos, sua aparência imediatamente metamorfoseando-se para a de um jovem adulto de cabelos longos e ruivos, as sardas quais antigamente salpicavam seu rosto sendo mantidas, um dos olhos verdes brilhantes como parte de suas listras e o outro azul como a parte restante. “Planetinha distante. Humanos ainda não fazem ideia da existência da nossa galáxia.” O outro não falou nada, o que lhe deu espaço para continuar com sua explicação. “Eu fiz umas besteiras no passado aí meus pais me mandaram para cá como castigo, só posso voltar quando aprender minha lição.”
“O quê que-” Respirou fundo, o que uma parte de seu banco de dados lembrara não precisar fazer, pois era uma máquina e tal ação pouco contribuía com a exasperação borbulhante que enraivecia em si. Se proibiu de procurar lógica em tudo. “E qual é essa lição?”
“Não faço ideia.” Respondeu, a culpa em sua expressão sendo totalmente ofuscada pela diversão em seu sorriso. “Eu dormi nessa parte do sermão.”
O ex-policial respirou fundo mais uma vez e desviou o olhar frio e cortante. O jeito com o qual fechava sua mão ao redor do assento fazia com que Mathias ponderasse se seu companheiro estava imaginando o tal objeto como se fosse o seu rosto. Engoliu em seco.
Silêncio.
“Então você está preso na Terra até aprender uma lição, a qual você não faz a mínima ideia do que seja?!”
“Colocando desse jeito parece um pouco exagerado, mas é.”
“Eu literalmente só resumi o que você me disse e G-a-ah!” Desistiu. Se encostou na parte traseira do ônibus, não parecendo nem um pouco incomodado com o quanto sua cabeça colidia na parede à cada irregularidade na estrada, as quais eram muitas, que eles passavam. Massageou a ponta do nariz. ‘Cumpra ordens.’ Eles disseram. ‘É só vigiá-lo para que ele não fuja ou tenha contato com a gangue.’ Eles também disseram. ‘Não vai ser difícil.’ ELES DISSERAM-
Na verdade, ninguém em vida real lhe falara isso, mas era o que sempre aparecia nos filmes, então devia ser verdade.
“Você realmente acreditava que eu era humano?” Pelo tom era possível se perceber que ele ainda se controlava para não rir mais, muito provavelmente devido sua percepção de que se mais uma risada escapasse de seus lábios, somente seu escudo não seria o suficiente para impedir a fúria do outro, quem provavelmente pegaria seu protocolo base e arremessaria em sua face. “Eu nunca tentei esconder, sabe? Sempre achei que fosse bem óbvio.”
“Claro que não! Como eu chegaria a desconfiar?” Ooownt. Ele estava fazendo bico de raiva e frustração. Aaaaah! Olha esse corar envergonhado.
“Eu... literalmente flutuava?! E conseguia girar minha cabeça em 270º graus? E comia coisas estranhas?”
“Você foi meu primeiro caso no trabalho! Eu não tinha nenhuma base de dados realmente concisa sobre os hábitos dos homos sapiens sapiens, quero dizer, você já viu os costumes estranhos que eles têm? Existem gestos que em uma área é um elogio e em outra é xingamento no mesmo país! Sem contar que o café mais caro do mundo é feito com sementes defecadas por uma ave! A humanidade inteira não faz nenhum sentido!”
“Não é? Eu comecei a flutuar porque li num livro, e lá o personagem fazia isso! Pensei ‘Nossa, finalmente algo que temos em comum!’ Só percebi que ninguém realmente fazia isso quando as pessoas me olharam estranho na rua e começaram à aplaudir! Pensa comigo: se eles não sabem fazer porque falam que fazem?!” E então se abaixou um pouco, como se estivesse compartilhando um segredo. “Eu acho que é de propósito.”
O moreno acenou sabiamente, logo sendo seguido pelo outro.
“Tsc.” Bufou, ironia preenchendo a voz. “E pensar que eles se dizem ser a espécie mais evoluída do planeta.”
“Baratas.”
“Definitivamente baratas.”
“Cabem em qualquer lugar, não morrem, comem de tudo...”
“Menos pepino.”
“Pepino?” Questionou, sua linha de elogios quebrada.
“É. Componentes tóxicos para elas. Sem pepinos.”
Eles eram como duas idosas em um chá da tarde fofocando.
“E quem diria que os aliens são tão sarcásticos?”
“O que? Quer dizer que pra eu ser um alien preciso ser submisso e quieto pedindo pra voltar para casa ou um cara sem o mínimo senso de compaixão e alta evolução tecnológica querendo matar todos os seres viventes no planeta?” Colocou a mão na direção do coração dramaticamente, como se a fala do outro tivesse o atingido lá. O parceiro apenas revirou os olhos. “Preconceituoso.”
“Obras de ficção científica são, na forma mais literal permitida, os únicos dados que tenho acesso sobre seres de outros planetas.”
“Rude. Você tem acesso às memórias dos nossos últimos meses, não têm? Use isso, anjo da guarda.”
O android ponderou, concordando singelamente antes de decidir por pegar uma pilha da bolsa de suprimentos e colocá-la na boca, sugando sua eletricidade distraidamente.
“O que faremos agora?”
“Bem, primeiro mecânico e depois... shopping!” Levantou as mãos em gestos e exclamações animados, ignorando o coro de protesto de ‘Silêncio! Cala a boca, ô desgraça.’ vindo dos outros passageiros. “Você precisa dar uma ajeitada na sua aparência, pra não nos reconhecerem, e eu não vou sobreviver minha vida de fugitivo com só um conjunto de roupas!”
“Androids não vão ao mecânico. Nós temos nossos próprios...” Seu protesto foi prontamente ignorado pelo outro.
“Também vamos precisar de um lugar para viver, mas isso a gente ajeita depois.” Se virou animado para o outro, olhos cintilantes. “E você precisa de um nome, Anjo da guarda.”
“Um nome?”
“É. Todos tem um nome, você deveria ter um também, certo?”
Sorriu. É, deveria.
“Vou pensar.”
“Vou dormir.”
O ônibus seguia tranquilamente e perigosamente pelo caminho de areia, indo numa menor velocidade, porém praticamente não encontrando nenhum buraco, deixando com que os únicos movimentos fossem um embalar sereno do veículo. Não estava chovendo nesse perímetro, o tempo sendo decorado, cortado por uma ventania forte o bastante para que a dupla, mesmo distante da janela do ônibus, sentisse a sensação fria lhe afagando cuidadosamente os nervos. Fecharam os olhos, captando sem muito esforço o som de grilos noturnos cantando e saltitando por aí. Mathias voltou a se escorar no outro, levando ambos a relaxarem.
“Pode descansar, eu faço a vigia noturna.”
“Hmpft.” Bufou divertido, pegando o casaco e jogando desleixadamente para cobrir pelo menos um pouco deles. “Vocês anjos da guarda, sempre TÃO exagerados.”
“Boa noite, Matheus.”
‘Noite.’, respondeu o outro, telepaticamente.
#Kanene's Art#Como eu saberia...#Kanene's story#Original#Dor/Conforto#Final feliz#Final esperançoso#Final aberto#Comédia#Drama#Aventura#Ação#Coisas místicas#Mathias#Android#O android não tem nome#Desafio#Collab#Yussuna#Uiuiui nova história uiuiui#<333#Ai gente eles são tão bobos eu quero abraçar
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O DIA EM QUE PERDI A VIRGINDADE
na internet
O DIA EM QUE PERDI A MINHA VIRGINDADE
NA INTERNET
Você só perde a virgindade nas redes sociais quando é notado. Alguns têm a felicidade de terem um post super compartilhado, milhares de amigos de uma vez só, mas o jeito mais comum é pela treta (briga virtual).
Briga, um questionamento virtual pesado, com palavrões, ou com ataques e critica pesada ao seu post ou comentário.
Eu entrei bem tarde nesse ramo.(com mais de 30 anos!) O Orkut era a rede do momento, cheguei a receber o convite, mas os meus parcos conhecimentos digitais, fizeram com que eu nunca entrasse novamente na página que abri, e perdi o contato com a amiga que me enviou o convite.
A minha primeira rede foi o Facebook, que pouco a pouco, em passos largos, devoraria o Orkut.
Minha página era pequena, e até hoje ainda é. Tenho um pouco mais de 300 amigos lá, e pra mim tá bom.
Num post sobre a bagunça dos alunos em sala de aula, citei como era a minha turma do oitavo ano ginasial.
Batalhas de carteiras. Brigas onde a porta da sala de aula foi arrancada entre socos e empurrões.
Também havia o corredor polonês, mas era coisa dos nojentos e metidos a besta do segundo grau. Eles ficavam de costas nas paredes dos corretores. Os distraídos que passava por ali, se fosse menino, da oitava série, (a minha série) principalmente, eram chutados, meninas tinham as suas saias levantadas, vaiadas ou um puxão no cabelo.
Na minha ingenuidade, disse que a minha escola era particular.
Apareceu um bostinha me chamando de “patricinha”, “filhinha de papai”
Jesus, eu não estava preparada. Não sabia que essas coisas aconteciam por aqui. Pouco tempo depois, o Brasil ficaria conhecido mundialmente como a rede com internautas mais ativos e furiosos do mundo. Somos os reis da zoação, e da fúria também.
Até hoje, não tenho o costume de responder a esses babacas com palavrões. Se estou com paciência, eu uso argumentos, senão, ignoro.
De início, falei que a minha época de escola, era os anos 80, foi início da decadência escolar pública, onde as escolas ficavam sem aulas por até 6 meses com greves de professores, lembro que os alunos da rede pública, praticamente perderam dois anos com essa farra dos professores, em outro, foram aprovados de qualquer maneira, sem as provas finais, pois não haveria como recuperar as aulas pedidas.
Que na minha escola, apesar de ser particular, nunca foi de elite. Havia os bolsistas, havia os filhos de faxineiros, zeladores, porteiros, lixeiros. Os com melhores situações financeiras, eram os filhos de donos de boteco e padaria. Tinha um aluno da minha classe, que tinha vergonha do empreendimento do pai: padaria.
E Sim, sofria bulyng dos ainda mais ricos: os filhos de médios empresários, filhos de funcionários públicos, quando estes descobriam que eu era filha de sucateiros.
Mas ele continuou com suas gracinhas.
Joguei a minha cartada final. Disse que a palhaçada dele não me atingia, mas estaria sim, ofendendo os pais das crianças que ralavam muito para mantê-las na escola. Meus pais principalmente, que começaram o negócio catando lixo reciclável nas ruas.
No final ele aceitou a derrota e disse que eu era uma pessoa legal. Descobri logo em seguida que a minha primeira treta virtual teve plateia. Os comentários seguintes foram sobre nos dois.
Recebi até mensagem no chat.
No dia seguinte outro amigo, pela rede, falou com nossos amigos em comum o que havia acontecido.
Houve outras, em uma, eu mesmo iniciei a treta. Quando a blogueira comunista postou afirmando que o Brasil é o país campeão em reciclagem de latinha, por termos empresários, sucateiros, que vivem de explorar a miséria do povo.
Virei bicho.
Contudo, sem palavrões , com argumentos, calei a boca da gorda.
Houve hates que me deixaram trauma no Twitter. Demorei a aprender a lidar com a rede. Mas a pior de todas foi a falecida g+. Não fiquei nem um mês por lá. Tudo que postasse, comentasse, era motivo para desrespeito e ataque.
Não vingou. O g+ pra mim foi a minha maior perda de tempo que já tive em uma rede social. Palavra de quem já apanhou várias vezes no Twitter...
THE DAY I LOST MY VIRGINITY ON THE INTERNET
You only lose your virginity on social media when you get noticed. Some have the happiness of having a super shared post, thousands of friends at once, but the most common way is by (virtual fight). Brawl, a heavy virtual questioning, with profanity, or with attacks and heavy criticism to your post or comment.
I got into this business pretty late. (over 30 years old!) Orkut was the network of the moment, I received the invitation, but my meager digital knowledge, made me never enter again the page I opened, and Lost contact with the friend who sent me the invitation. My first network was Facebook, which little by little, in stride, would devour Orkut. My page was small, and to this day it still is. I have a little over 300 friends there, and that's fine with me. In a post about the students' mess in the classroom, I quoted what my eighth grade class was like. Wallet battles. Fights where the classroom door was torn between punches and jerks. There was also the Polish runner, but it was the disgusting and son of the beast of the second degree. They'd sit on their backs on the walls of the brokers. The distracted who passed by, if it was a boy, eighth grade, (my series) mainly, were kicked, girls had their skirts raised, booed or a poke in the hair.
In my naivety, I said my school was private. A little girl came along calling me "missus", "daddy's little girl" Jesus, I wasn't ready. I didn't know these things were happening around here. Shortly thereafter, Brazil would be known worldwide as the network with the most active and furious internet users in the world. We are the kings of mockment, and of fury too.
To this day, I'm not in the habit of answering to these swearing. If I'm patient, I use arguments, or I ignore it. At first, I said that my school days, it was the 80s, was the beginning of public school decay, where schools were without classes for up to 6 months with teachers' strikes, I remember that the students of the public network, practically lost two years with this spree of teachers, in another, were approved anyway, without the final exams, because there would be no way to recover the classes requested.
That in my school, despite being private, was never elite. There were the fellows, there were the children of janitors, janitors, porters, garbage men. The ones with the best financial situations were the children of pub and bakery owners. I had a student in my class who was ashamed of his father's venture: bakery. And Yes, bulyng suffered from the even richer: the children of middle businessmen, children of civil servants, when they discovered that I was the daughter of scavengers.
But he went on with his cute little ones. I played my final card. He said his antics didn't hit me, but he would be offending the parents of the kids who were too much to keep them in school. My parents mostly, who started the business picking up recyclable garbage on the streets. In the end he accepted defeat and said I was a nice person. I found out right after that my first virtual had an audience. The following comments were about in both. I even got a message in the chat. The next day another friend, through the network, spoke to our mutual friends what had happened.
There were others, in one, I started the myself. When the communist blogger posted stating that Brazil is the champion country in recycling can, because we have entrepreneurs, scavengers, who live to exploit the misery of the people. I became a bug. However, without profanity, with arguments, I shut the fat woman's mouth. There were hates that left me trauma on Twitter. It took me a while to learn how to handle the network. But the worst of all was the late g+. I haven't been there for a month. Anything he posted, commented on, was a reason for disrespect and attack. You didn't get it. The g+ for me was my biggest waste of time I've ever had on a social network. Word of those who have caught several times on Twitter ...
#high school#ensino médio#treta#palavrão#facebook#twitter#internet#netvirtua#virtual relationships#virtual life#scool#orkut#g+#briga#lifestyle blog#blog#blogueiros#school#anos80#80s
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