#Yussuna
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Banner be like: petpetpetpetpetpetpetpetpetpwtpetpetprtpetpeprpetpepteptpetpetpetpetpetpet
dfghujkoliuygtfrdfgh yeah!!! Every pet is accompained by a random noise, sometimes u get a squeaky toy sometimes you get the honk of a ship and more often the not the Never Gonna Give You Up song, there is no in between kijhgfdfghujik
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Agora vc caiu no rabithole mwahahahaha (NosSofremos)
DFGHJIKLOJUHYT YUÇU VC ME PAGA COMO OUSAAAAAS ME RECOMENDAR UM ANIME BOM!!!! COMO OUSAS
Ai mano, ainda não me recuperei desses episódios não, vou ser sincera. Ai meu coração
#mano fui contar a histórias pra minha amiga e chorou eu e ela#impressionante#lindo demais#aaaaaaaaaaaaaaaaaaaaa#askys#yussuna is precious#sousou no frierennn por que me tratas assim#brigada pela recomendação no entanto gostei muito de verdade#<3 <3
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Amigo estou aqui...
...para te entregar mais um correio anônimo! Dessa vez para @yussuna:
"Nem acredito que já fazem anos que nós nos conhecemos, que honra, que felicidade! Anos cheios de risadas, surtos por personagens, conversas cheias das maiores aleatoriedades, loucuras, filosofias possíveis e muita, muita alegria e diversão. Muito obrigada, por ser uma pessoa tão divosa, purpurinada, criativa e maravilhosa de se estar por perto. Sua presença sempre me acalma e suas mensagens sempre me fazem sorrir! Desejo sempre tudo de bom para ti. Você é demaaaais! <3 <3"
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In honor of Artpai I doodled some of my sprites with my current sona :D
Artpai belongs to @yussuna give them some love :D
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revenge on @yussuna of their oc love !
#artfight 2023#artfight#oc#art#original character#artwork#drawing#illustration#digital art#digital drawing#digital illlustration#artists on instagram#artists on tumblr#artists on twitter#.myart#(more like ‘unnamed girl’ aha)
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Let's goooo!! This was such a fun picrew to make, thanks a lot for the tag <3 <3
@yussuna, @citrus-circuss, @batatinha-fritinha, @carrie-tate
New picrew chain! Make a cat version of your blogsona! Here is the picrew. :3
Tag as many people as you want!
@reallytimhortons @apple-unofficial @cvs-pharmacy-real @totally-roku-tv @totally-scjohnson @its-sanrio-official @google-news-official + open tags
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Are you simp god?
CUZ EVERY DRAWING MAKES ME SIMP
AHAHAAH
Good good!! OwO
I’m glad that I create some fun things <3
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Gei
Sou gay não, maluco. Minha marida que é. 7u7)s2
*Carrega nos braços e saikorrendo*
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Como eu saberia...
[Sorrey at all my english readers, I didn’t translate this one ;w;]
Oiiieee!! Eae, gente fina? Lembram daquele desafio eu e @yussuna temos? Pooois é! Aqui está uma outro resultado dele! Admito que essa ideia é uma das minhas mais aleatórias, mas eu realmente amei escrever ela e espero que vocês também gostem de apreciá-la!
Avisos: Menção de desumanização de androids, menção de comida, sangue, ferimentos, tratando de cortes sem ser um médico especializado, tiros, armas, armas de choque, utilização de eletricidade para machucar alguém, menção de experimentação científica (mas não é descrito, não se preocupe), Dor/Conforto, comédia, ação, místico, drama, fofo, final feliz, final esperançoso.
Palavras: 6.664
Parece ser uma leitura mais pesada do que realmente é, já que eu não descrevo muito essas partes, mas é sempre bom deixar os avisos bem claros.
Bem, se divirtão!
[~*~]
“Você precisa parar de ficar me encarando enquanto eu durmo.” Foram suas primeiras palavras ao acordar, seu bocejo cortando o final da sentença ao se contorcer na cama e em seus lençóis, rolando de um lado para o outro em tentativas de se espreguiçar - os ossos estalando levemente e o som se espalhando no silêncio - ou apenas de ignorar o revirar de olhos do outro habitante do cômodo. “É aterrorizante.”
“Correção: Vigiar.” A voz saiu impassível, em um maneirismo quase que metódico, o olhar nunca se despregando da forma do outro quando esse caiu da cama, finalmente optando por se levantar. “E pedido negado. Meu sistema foi atualizado para não abrir nenhuma possível mínima e singela brecha para sua fuga.”
“Urg. Vocês, guardas ‘perfeitos’, são TÃO exagerados.” O de sardas começou à ir em passos lentos para a cozinha, se livrando da blusa de pijama ao arremessá-la no sofá e sendo prontamente seguido pelo de pele achocolatada, quem fez uma careta para o desleixo com a peça jazida desfalecida no braço do móvel, sua pose impecável se desfazendo em descrença ao ouvir as palavras do outro.
“Perdoe-me? Exagerado?!”
Como se estivessem em um filme ou alguma história narrada, ambos reviveram as lembranças de apenas alguns dias atrás, as memórias passando como um trailer agridoce nas suas próprias mentes até o android resolver por passa-las em uma projeção vívida e impecável veracidade dos fatos em seu próprio ponto de vista:
O primeiro flash foi de escuridão, os outros sentidos apurando-se no calmo silêncio matinal e o doce cheiro da primeira remessa de iguarias sendo deliciosamente preparadas na padaria ao lado no exato amanhecer, recebendo saudações até mesmo dos pássaros que cantavam. Seus sistemas vibraram levemente afim de demonstrarem estar por fim completamente carregado e operantes. Abriu os olhos paulatinamente, submergindo-se em sua vontade de cantarolar ao piscar algumas vezes, seu olhar tendo sua atenção capturada por um leve, quase que imperceptível movimento na janela. Suas pupilas fizeram um leve som metálico ao se reajustarem para focar melhor na cena à sua frente...
A qual era o seu fugitivo caindo espalhafatosamente através do batente da janela, sem um pingo de equilíbrio ou senso de autopreservação ao rolar por alguns centímetros em terra, se levantar do chão e começar à correr com o que provavelmente seria toda a sua velocidade pelo quintal que circundava a casa em direção ao muro o qual separava a residência do resto do mundo, seu pijama de golfinhos balançando e reluzindo com as manchas de terra adquiridas do jardim que possuía.
O guarda se sentiu – heh, piada de androids - quase comovido, até mesmo impressionado, pela ousadia, sentimento que o privou de suas reações por breves pedaços de momentos, sua inteligência artificial se questionando se precisaria utilizar seu GPS interno ou capturaria o outro antes mesmo desse deixar seu amplo campo de visão.
Todos esses fatores apresentados em questão demoraram cerca de exatamente 4, 5 segundos a vantagem total recebida pelo preso nº 1!899, condenado em 20xx à prisão domiciliar sob a vigilância do policial cibernético código 128√e980 pelo seu bom comportamento e promessa entregar outros meliantes da gangue na qual era participante antes de ser capturado, antes do observador deixar seu posto e sair em uma carreira metódica e desenfreada atrás do mesmo.
A memória apagou-se, o condenado piscando algumas vezes, provavelmente para acostumar-se com a volta de enxergar tudo em apenas três dimensões, sua expressão passando gradativamente de impressionada para despreocupada.
“Informações demais, é sempre assim na sua cabeça?” O outro preparou-se para responder o questionamento, porém foi cortado pelo primeiro, quem continuou seu trajeto ao próximo cômodo, gesticulando desleixadamente enquanto o android arquivava mentalmente a pergunta em sua pasta de Questionamentos Retóricos, Aparentemente. “E eu só estava praticando minha corrida matinal. Preciso manter-me vivo até pelo menos a próxima década, de preferência.”
“Você claramente estava fugindo.”
“Calúnias vazias e sem provas. Ainda mais, eu só falo em presença de meu advogado.” Abriu o armário – estando desta forma de costas para o moreno que o imitou com gestos e caretas espalhafatosas - e colocou a panela com água no fogo, seus olhos indo de encontro com os do outro, quem já estava em sua posição perfeita de costas eretas e rosto indiferente aos acontecimentos ao seu redor, a mão coçando a nuca como um leve sinal de vergonha. “Você toma café com leite ou puro mesmo?”
“Seu advogado do diabo?” Ouvira a expressão em uma série de televisão assistida por ambos há algumas semanas atrás, o momento lhe parecendo apropriado para utilizá-la. “E eu não tomo café, senhor.”
“Mathias.” Completou a frase que já tinha recebido seu ponto final com um leve tom distraído, indo em direção ao liquidificador e enchendo-o de água. Deu uma risada irônica, temperada em pingos de amargura. “Não sou o diabo. Um dos demônios, talvez. Da classe mais baixa. As penas das asas do anjo caído, se isso é capaz de lhe dar alguma ideia.”
“Perdão?”
“Você já mora comigo.” ‘Vigio.’ “É, é. Vigiar, morar, tanto faz. O negócio é que estamos juntos há mais de treze meses, você me chamando de senhor faz com que eu me sinta velho.”
“Não está em meus protocolos lhe chamar pelo nome, senhor.”
“...todo poderoso Mathias.” Mais uma vez, sem remorsos, completou a fala finalizada.
O guarda estreitou cautelosamente o olhar para o sorriso presunçoso de canto do outro.
“Eu vou continuar completando toda e qualquer fala sua, então.” Despejou o pó do leite na água, pegando uma colher cheia apenas para colocar na boca. “Achocolatado então?”
“Eu não possuo necessidades de comer, senh-” Sua fala foi cortada quando percebeu o brilho perigoso e divertido no olhar do sem blusa, corrigindo-se apressadamente. “Matheus.”
“Mathias.”
“Foi o que eu disse, Matheus.”
Dessa vez foi sua rodada de receber o olhar estreito de irritação, sustentando-o em um sorriso que iluminava o cômodo e o Mathias poderia jurar constituir seu próprio coro dos céus pelo tom angelical e – falso - inocente que possuía.
“Você está pronunciando-o errado.” Necessitou piscar, quebrando o transe da competição implícita estabelecida mesmo que por apenas uma fração de segundo. O sorriso era muito brilhante, até mesmo para seus padrões. Passou a língua pelos dentes, frisando os lábios ao não quebrar o seu olhar de tom, pelo menos esperava que fosse, intimidante. “E sabe disso.”
“Eu sou um android fluente em mais de vinte línguas, senhor Matheus, posso lhe garantir que sei como pronunciar um nome.”
Silêncio.
Mathe-, perdão, Mathias soltou um bufo de derrota, balançando a cabeça e bufando divertido.
“Você ainda não respondeu minha pergunta.” Começou a misturar o pó de café na água fervente, o cheiro imediatamente se espalhou e impregnou cada ínfimo centímetro pela cozinha e sentido do Agente Perfeito código 128√e980, quem precisou controlar sua vontade de fechar os olhos para poder apreciá-lo com mais profundidade. “E não me venha com essa baboseira de ‘Eu sou um android e não como e blablabla’, eu já te vi roubando meus pães de mel no meio da madrugada.” Continuava mexendo o café ao sua cabeça virar 270º para poder encarar o policial que o mantinha sob vigilância em um usual rosto impassível o qual no momento se quebrara em os olhos levemente arregalados surpresos, mesmo que por um segundo antes de ser subjugados. “Então? Achocolatado? Chá? Café, mesmo?”
O outro agradeceu por seu tom de pele que dificultava a percepção do quão quente o seu sistema facial estava. Abriu a boca alguns centímetros, sendo quase possível ver as sinapses de seu cérebro funcionando em polvorosa na busca de uma resposta à altura da provocação de meia verdade e sinceridade em seu tom. Mathias apenas esperou pela resposta despreocupadamente e aparentemente alheio as reações confusas de um policial sem sentimentos encontrando-se tão apegado a coisas materiais e mundanas as quais nem deveriam povoar seus arquivos por mais que alguns segundos.
Buscou uma resposta. Uma razão.
Não encontrou.
“Achocolatado.” Murmurou baixo, no entanto ainda claro em suas palavras. Desviou o olhar do rosto que se virava novamente para a atividade que fazia, cantarolando em um tom calmo e comum de que alguma forma também o acalmava. Não demonstrando de nenhuma forma achar estranha a resposta do robô, quem sentiu suas fibras relaxarem, mesmo que não tivesse consciência do porque estavam tensionadas em primeiro lugar.
Eles demoram-se em alguns minutos mergulhados em silêncio enquanto o café da manhã era servido. O guarda resolveu ajudar a arrumar a mesa, parte por uma questão de moral e empatia e a outra parte – talvez a mais insistente - sendo aquela que preferia ignorar os passos de dança, recheados pela música derramando-se livremente pelos seus lábios, que Mathias arriscava, quase derrubando por diversas vezes as bebidas de todos no chão ao decidir confiar em um equilíbrio o qual claramente não possuía quando se tratava de flutuar e deslizar em alguns centímetros acima do chão.
Humanos são tão estranhos.
“Vish, acabou o pão... Você vai ter que comprar mais.”
O oficial da lei piscou uma, duas, e mais três vezes em descrença antes de encarar o outro.
“Perdão? A casa é de quem?”
“Minha, mas eu não posso sair, lembra? Estou em prisão domiciliar.” Tomou um grande gole do café não coado, os olhos se encontrando e capturando.
“Equívoco. Você pode se afastar até 100 metros de sua habitação sob minha supervisão afim de realizar atividades para suprir necessidades básicas, como compras.”
“Oh, espere, agora eu entendi. Quer dizer que quando eu queria fazer minha corrida matinal para me manter vivo e saudável essa regra nunca foi mencionada, mas agora quando isso lhe afeta, repentinamente eu posso ter direitos e sair perambulando por aí?!”
“Equívoco e falso. Você está modificando minhas palavras a fim de conseguir com que eu faça o que você quer.”
“Rude.”
“A padaria é exatamente do lado da sua casa.”
Mathias ruidosamente tomou outro gole de café, lançando ao de olhos negros vívidos um olhar incisivo e recheado de condenações, um pouco dos fios longos de seu cabelo bagunçado lhe caindo pela face inexpressiva.
“Não sou pago para isso.” Recitou outra fala de ouro programa que assistiram, o dono do sorriso brilhante se levantou, no momento sem nenhum sorriso em seus lábios, os quais se contorceram em um bico irritado, e foi-se a resmungar até o quarto do outro para pegar sua carteira, porque ele realmente não recebia nenhum salário.
“Obrigado, querido! ~” Mathias lhe lançou uma piscada preenchida de um sentimento que o policial não conseguira e nem se esforçara em reconhecer.
Por protocolo androids não xingavam, amaldiçoavam e muito menos soltavam ameaçavas a qualquer humano, em vida ou não, independentemente da situação.
...Mas isso não significava que eles não pensavam.
[~*~]
Mathias começara a receber ligações da gangue, todavia nunca dava muito detalhes sobre do que se tratava, independente das quantidades de indagações atribuídas por parte do policial artificial, quem desconfortavelmente notava o um tom de pálido em que se tingia e se tornava dia após dia, ligação após ligação.
O android tentou não ressaltar o quanto os olhos do outro passeavam preocupado e estressado pelas janelas toda vez que adentravam um novo cômodo ou a fina e cintilante película de proteção a qual agora circundava sua pele, da mesma forma em que ignorava os olhares de gratidão e sorrisos singelos quando, toda noite e toda manhã o Agente Perfeito tomou como parte essencial de seu trabalho pessoal listar cada uma de seus sistemas designados para o ataque e proteção, listando os aperfeiçoamentos históricos recebidos em seu sistema para chegar a incrível perfeição e eficiência atual possuída, da mesma forma que lhe dava um relatório das câmeras frequentemente.
(Situação que os levou a uma ocorrência de seus alarmes e protocolo de ataque sendo ativados quando uma abelha foi designada como uma invasora pelas câmeras de movimentos térmicos e gerou uma série de acontecimentos os quais, por mais que Matheus busque insistentemente trazê-los à tona, o android afirma não estar arquivado em seu sistema de memórias e, consequentemente, jamais ter acontecido.)
Uma investigação foi realizada quanto as inúmeras ligações, porém todos os números eram de celulares pré pagos, condenando seu rastreamento ao liderá-lo sempre a um beco sem fim, nada mais esperado da maior gangue do perímetro. Evidências e casos anteriores apontavam que eles continham pessoas altamente treinadas e infiltradas em qualquer local, mesmo que tais pistas falhassem em mostrar precisamente esses locais e pessoas. O trabalho de vigilância do Agente 128√e980, lentamente e ainda repentinamente, se metamorfoseou em um trabalho de proteção, o que de alguma forma ainda conseguia acalmar à ambos.
O robô que nunca recebeu um nome respirou fundo, observando a própria expiração sair em forma de fumaça antes de ser dissipada pelas gotas grossas e gélidas despencando do céu em forma de uma bela tempestade. Era noite.
Uma noite sem lua. A única iluminação provinha de postes de luz, faróis de automóveis e seu modo óptico de visão noturna. Ele tinha administrado uma dose de sonífero no suco de Mathias, pois as noites que o mesmo estava passando em claro já começavam a se acumularem em um número preocupante e definitivamente nem um pouco saudável. Havia estudado cada uma das contraindicações do produto, assim como a ficha médica do de cabelos longos, até conseguir saber a quantidade certa a se usar e ter certeza que não o machucaria.
Por consequência ele se encontrava à vontade para aproveitar por pelo menos um momento a sensação de liberdade que sentia ao se localizar em despreocupação no meio de tal fenômeno. Fechou os olhos e rodopiou no mesmo lugar algumas vezes, o prazer a sensação congelante tomando conta dos seus sistemas e embalando seus sentidos juntamente com o aroma de terra molhada, o som das gotas atingindo toda a superfície que podiam alcançar preenchendo o local em um ritmo hipnotizante, metódico.
Plik plik plik plik. Mais uma e outra e outra vez. Plik plik plik plik
Mas não na visão do agente e seu desgosto pessoal por onomatopeias e suas impossibilidades materiais de demonstrar com perfeição um tal fenômeno que não conseguia ser preso em uma série ou única palavra. Para ele era apenas o som forte e alto da chuva torrencial. Límpido, direto, claro e sem subjetividade exacerbada ou interrupções. O mundo estava em silêncio, como se até mesmo a natureza se calasse por um instante para apreciar as belezas que continha.
Era... contagiante.
Era libertador. No meio da tempestade ninguém lhe vigiava, nenhum protocolo lhe amarrava, nenhuma pessoa lhe encarava estranho quando se utilizava do verbo “sentir” de seu vasto vocabulário – com exceção de Mathias, ele nunca entendeu o que isso deveria significar - e muito menos lhe ignoravam quando não precisava mais de seus serviços.
Ali ele era, era...
“NÃO!!!”
Não?
Abriu os olhos e três estampidos, rápidos e altos como pequenas explosões, uma atrás da outra, se tornaram presentes, cortando e destroçando a bolha de paz e quietude em que se encontrava, porém, antes que as novas informações fossem completamente processadas e protocolos ativados algo pesado foi de encontro ao android, com força o bastante para retirar-lhe de seu equilíbrio e atirá-lo no chão, um segundo grito se espalhou pelo ar.
Familiar.
Ofegante. Estava ofegante. Sentimento (Sentimento??) estranho. Aperto no peito. Explosão em seus sistemas. Frenesi. A chuva continuava caindo em algum lugar. Ofegante. Grama fria ao toque de seus dedos. Cheio cítrico. Detecção de partículas explosivas no ar. Perigo. P e r i g o.
Chuva, sem chuva, frio, pólvora, silêncio, explosões, informações informações informações. Muitas informações.
Foco.
Foco.
As pupilas rapidamente se reajustaram e fixaram na forma à sua frente. Suas cores azuis e verdes misturavam-se em padrões de pequenas listras encobrindo toda a sua figura cintilante. Fonte de luz primária. Extremamente brilhante ao ponto de extinguir totalmente a escuridão do quintal na madrugada sem satélites e nem estrelas. Era-
“MATHIAS??!”
Sim, com os longos cabelos volitando ao redor do seu rosto, mostrando pequenas nadadeiras que possuía no lugar de orelhas, o pijama batendo e vibrando efusivamente sobre sua pele reluzente. O brilho se espalhando ainda mais pelo local através da reflexão das gotas de chuva que lhes rodeavam, mas não mais os atingiam. O condenado flutuava, como sempre fazia ao estar distraído, porém agora tendo um objetivo certo o qual se concentrava possivelmente em sua mão estendida, da sua palma saindo energia desconhecida pelo seu banco de dados metamorfoseada em campo que aparentava ser de proteção, hipóteses criadas devido esse conter dois projéteis de bala cravados em si. Três estampi- Não, o agente riscou a informação, substituindo-a imediatamente: Tiros. Ouvira três tiros, a terceira bala...
Seus olhos percorreram a cena, passando pela outra mão livre de Mathias, pressionada firmemente em seu ombro retesado e inclinado de forma a tirá-lo de visão, uma reação comum no reino animal quando o ser em questão fora machucado, significando que Mathias fora-
“Baleado! Você foi atingido!!” Automaticamente o android conectou-se à sua rede de dados, pegando todos os possíveis e necessários para a situação. Seu corpo se impulsionou, levantando-se e se aproximando do outro, tirando a blusa e rasgando-a em largas tiras afim de preparar um torniquete. Seus gestos eram rápidos e precisos, mesmo que suas pernas tremessem por um momento quando ouviu a interjeição de dor, dita em meio à dentes que rangiam, do colega. – Como? - O olhar de repente foi puxado para os três seres que estavam em posição de ataque, armas firmes em punho e em cada um dos peitorais reluzindo-
“Distintivos. Eles tinham o diabo de agentes infiltrados na polícia.” Queria dizer que seu tom foi de surpresa, ou até mesmo que ele conseguiu com sucesso esconder o assombro da voz, no entanto o ser reluzente se conhecia o necessário para saber que isso seria uma mentira. Na verdade, foi uma das primeiras teorias que tivera quando foi preso, e, principalmente, indiciado à prisão domiciliar. Fora por esse motivo que nos primeiros meses tinha sido tão arrisco e ignorante com a inteligência artificial humanoide que – e não quem – costumava vigiava.
E agora levara um tiro por ele – e não isso- he, quem diria?
Mathias estava suado e tremendo. Droga. Armas desse nível não costumavam lhe causar tantos danos, com exceção das dores inquietantes dos cacos da bala os quais pareciam estar sapateando e perfurando cada um de seus nervos, algo que seria apenas um desconforto em qualquer outro dia. Qualquer outro dia em que não houvesse um medicamento humano percorrendo e alterando suas células, tornando seus movimentos mais dificultosos, mesmo que levemente, e sua energia mais poderosa e, por consequência, mais difícil de controlar.
“Você não pode atacá-los?” A voz penetrou por entre seus pensamentos, puxando-o bruscamente deles.
“O quê?” Seus olhos se arregalaram, por um momento a dor no ombro se tornando um pouco mais leve que a total descrença em si. “Eu...Olha, esse escudo é o máximo que eu consigo fazer no momento!!” Falar doía, então Mathias ajoelhou-se no chão e desviou o olhar, uma leve sensação de vergonha ao perceber a total condição em que estava. “Mesmo se eu não estivesse...” Sua mente estava enevoada. O dono do escudo piscou irritado. “...Envenenado pela essa coisa que você colocou na minha bebida...”
“Sonífero é UM VENENO pra você???”
“Não, não! Eu... Eu esqueci a palavra certa. É algo do tipo... afetado, atingido, jogado, eu sei lá! Você já viu quantas palavras existem nessa droga de mundo??” Sua expressão de repente se iluminou, literalmente, como se tivesse descoberto a resposta para todos os questionamentos do Universo. “ESPERA, ESPERA, ESPERA! É ISSO! Droga! Drogado!” O agente lhe encarava em um olhar profundo, focando toda e qualquer atenção no colega, algo que o outro descobrira ser sua forma de manter seu autocontrole, ignorando todas as outras informações provindas de seus outros sentidos. Ele decidiu focar-se no problema principal. “Enfim, minha energia não é fisiologicamente capaz de se converter em nenhum artifício ofensivo ainda que eu estivesse em meu estado normal. Desculpa, mas você vai ter que lidar com o resto.”
A mão do android tremeu, mesmo que sua expressão se mantivesse estoica quando concordou. Ele encarou as três figuras, quem continuavam disparando bala atrás de bala em pura sincronia. Flexionou o braço e o relaxou em velocidade, como se estivesse alongando um chicote, porém o que deixaram seus pulsos foram fios de cobre, um dos elementos mais exímios em sua condução de eletricidade chegando a 100% em sua condutividade, mesmo que não fosse tão bom quanto a prata – possuinte de 108% de condutividade elétrica – ainda sim não precisou mais do que alguns milissegundos para que eles começassem à chiar e estalar conforme a carga de eletricidade percorria todo o seu comprimento. Ele se aproximou da redoma que os protegia. Ainda não conseguia ver os rostos dos agentes.
‘Talvez fosse melhor assim.’ Engoliu em seco, mesmo que não possuísse saliva para justificar a realização de tal ato.
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Ele piscou, e então sabia sobre todos os efeitos da eletricidade sobre o corpo humano. Soube das cadeiras elétricas, das torturas na Era Medieval, das guerras mundiais e das dos dias atuais, soube das terapias eletroconvulsiva e da voltagem perfeita para incapacitar um adulto de altura e peso medianos.
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Inteligência Artificial, em especial os androids, desde sua primeira fabricação nunca possuíram como principal objetivo ferir seres humanos. Eram proibidos de tal ato, as consequências sendo uma autodestruição dos sistemas e então da máquina. Cada movimento fazia-se sentir como fogo em suas ligações metálicas, os avisos de error pulando e pulsando em cada um dos seus sentidos e arquivos como uma série de spam, ou despertadores recordando-o daquele compromisso futuro do qual você não gostaria de ser lembrado agora.
Ele se lembrou do grito de dor, da sensação de liberdade, da chuva, do sentimento esquisito no peito e seu trabalho, seu primeiro caso, e no que ele havia se metamorfoseado:
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
Proteger Mathias.
“Desfaça a barreira.” Se fosse na voltagem certa não haveria muito danos, foi o pensamento que se repetia e repetia em um ciclo interminável em sua mente, tentando constantemente em seu máximo ser reconhecido como fato e arquivado no banco de dados, findando assim a reação da quebra de protocolo-base. Ele continuou a repeti-lo sem pausas ou descanso, percebendo com sucesso pelo menos o retardamento do processo. “Em 3, 2, 1...”
ERROR. ERROR. PROCOLO-BASE SENDO VIOLADO. ERROR. ERROR. RECUAR IMEDIATAMENTE, REPITO: RECUAR IMEDATAMENTE. PROTOCOLO-BASE SENDO VIOLADO. PERMANÊNCIA DA AÇÃO RESULTARÁ NA AÇÃO ‘AUTO DESTRUIÇÃO’ DA MÁQUINA. RECUAR IMEDIATAMENTE.
“AGORA!”
Um buraco se abriu na barreira, permitindo que os três fios condutores se desdobrassem e se embaralhassem aos pés de cada um dos policiais, amarrando-se em seus tornozelos, prendendo-os firmemente no mesmo lugar conforme as descargas de eletricidade fluíam continuamente pelo seu corpo. A chuva continuava derramando-se forte e ruidosamente. Os sons de batalha eram afogados e interrompidos pela sua fúria e o som das descargas aumentando sua potência com a interferência da água.
Um som tão alto ao ponto de ensurdecer o baque surdo e abafado dos corpos indo de encontro, rápidos e inertes, ao chão.
Sua cabeça latejava como se o ataque elétrico tivesse sido em si mesmo, sentimento que tinha seu fundamento e pedaço de fato, já que se precisava de alguma fonte para carregar seu golpe. Mathias passou, passos meios fracos, por ele, analisando os corpos no chão. O android, a máquina, titubeou, um desespero – sentimento? – mostrando-se presente na parte inferior de seu estômago.
Angústia, autodestruição, desespero, medo. Morte.
Morte.
- Caramba, você realmente acertou todos os androids de uma vez. Impressionante. – O de sardas, não que fosse possível se observar tal característica sob a leve escuridão que voltou a assolar o local não mais iluminado pelo cintilante brilho do prisioneiro, se virou, o sorriso num misto de dor e congratulações. Seus olhos se encontraram e ele percebeu no mesmo segundo:
Ele não sabia.
A voz robótica gritando e martelando o protocolo o qual derretia pouco a pouco todas as funções de seus sistemas se calou em menos de um nanosegundo, todos as medidas de autodestruição findando-se com a mesma. Seus olhos estavam úmidos, sua mente inescrutavelmente latejante, arrepios de dor subindo pela sua espinha e suas mãos tremiam, e suas pernas tremiam, e seu corpo inteiro tremeluzia e tremia e sentia. Sentia que iria desabar e cair.
‘Claramente devido à chuva.’, falou para si mesmo.
“Ei, ei, ei.” O rosto preocupado entrou em seu campo de visão, sua mão foi no ombro, distribuindo nele uma pressão leve, gentil e tão quente que pareceu puxar e espelhar por todos os seus sentidos, convidando-os a se concentrar no companheiro. Toques sempre foram tão gentis assim? “Precisamos ir embora, okay?” O dono de pose agora não-mais-tão-perfeita inalou veloz e profundamente. Acenou em resposta.
Eles entraram em casa direto para o banheiro e com uma pinça o de sistemas tecnológicos construídos por matérias que se assemelhavam as estruturas orgânicas retirou meticulosamente a bala, esterilizando ao mesmo tempo que ignorava os protestos baixos e fugitivos de dor e espasmos do outro, enrolando o ferimento em gaze e falando alguns encantamentos, oferecidos entredentes por parte de Mathias, no mesmo. O agente se levantou e foi à pia, lavando as mãos.
“Vamos precisar sair o mais rápido possível.” Tirou um canivete do bolso e puxou a lâmina, observando seu reflexo com uma face inexpressiva.
“Claro. Vou começar a empacotar o mais import-MINHA NOSSA SENHORA GALÁTICA, POR QUE VOCÊ TÁ CORTANDO SUA CARA!??”
O policial, talvez não mais, levantou a mão, impedindo Mathias de avançar qualquer centímetro que fosse.
O único olho o qual enxergava propriamente, pois o corte tinha sido um pouco acima da sobrancelha no olho esquerdo e o seu líquido interno se espalhava num fluxo intenso pela grande parte da metade de seu rosto, fixado atentamente no corte aberto ao mexer cautelosamente com a pinça, já esterilizada, pelo mesmo.
O ser cintilante sentiu um arrepio desagradável percorrer pelo corpo, fazendo sua cor brilhante se transformar num tom um pouco mais opaco e desgostoso, a expressão pálida contorcendo-se em uma careta de mal estar, seu olhar não se desviando por única e pura preocupação com a máquina mais inteligente e estúpida que já tivera o prazer – ou não, dependia do momento e do seu humor – de conviver.
“Chip de rastreamento. Todos nós somos construídos com eles instalados para que ações possam ser rapidamente tomadas em qualquer caso de emergência. Peço que não se preocupe, meu sistema nervoso processa a dor de uma forma diferente dos de vocês. Arrume logo nossas coisas.”
Claro que ‘nossas’ não era apenas mais um jeito de falar.
Mathias saiu, de certa forma aliviado e de imediato agarrou as duas maiores - e com maior número de compartimentos, claro - bolsas e colocou na primeira o básico: comida, aparatos de primeiros socorros, um par de calçados para cada um, lanterna, celular pré pago (como todo bom ser vivo com segredos importantes, ele tinha um), toalha, capas de chuva e dinheiro para a reforma completa que eles fariam no futuro próximo.
A restante designou para o arranjo do superficial o qual sabia que ainda sim tinha sua parte crucial de essencialidade: O livro novo que o agente começara um dia desses, seu próprio videogame de bolso, um cartão SD com fotos importantes, uma câmera para ter mais fotos importantes e A Pelúcia (Quem era seu dono? Mistério.)
Conferira e adicionara mais decorações aleatórias que lhe interessara na casa uma, duas, três vezes antes de decidir que era o bastante, direcionando mais uma vez ao banheiro, onde precisou engolir o sentimento de desconforto e nojo para estabilizar suas mãos o bastante afim de costurar o supercílio do outro, pois o último estava começando à se sentir meio tonto. Se depois, durante a rápida corrida de ambos ao ponto de ônibus mais próximo e deserto, fator imensamente contribuído pela chuva que apesar de não mais torrencial ainda dominava o lugar, ele precisara de alguns bons minutos sem nem mesmo encarar o outro para tentar apagar a imagem mental, nenhum deles falara sobre isso.
Nem sobre a forma que seus cotovelos frequentemente se esbarravam, uma lembrança tocável e real de que eles realmente ainda estavam lá.
Entraram no primeiro ônibus, uma máquina enlameada e barulhenta a qual muito provavelmente atentava contra a segurança de sete estados diferente, que passou.
Era um automóvel designado especificamente para viagens, o único motivo racional para se estar bem cheio naquele inoportuno horário. Sentaram na parte de trás tanto por precaução quanto por privacidade, o que parecia um pouco cauteloso demais, já que as duas crianças pulando de um lado para o outro (‘Eu DISSE para não dar chocolate para elas na janta, Jorge!! Agora aonde eu enfio minha cara, hein? Olha. Eu quero só ver como vocês vão fazer se eu sumir!’) acordando o recém-nascido genérico fofo e com a voz potente num choro que preenchia cada centímetro do automóvel. Nem uma conversa seria audível mesmo se gritada.
Se enxugaram e comeram um pouco por entre o silêncio, modo de falar já que Cândida estava ensinando o papagaio do homem dormindo sentado no banco da frente a repetir a palavra ‘cocô’, sempre os acompanhando.
“O que é você?”
“Eu...” Eles se encararam um pouco antes que Mathias desviasse o olhar, parecendo escolher com cuidado suas próximas palavras. Sua voz volitando pintada por um tom diferente de seu usual. “Eu sou... não, fui o resultado de um experimento. Não lembro se eu era um humano antes de tudo aquilo ou se fui criado lá mesmo. Tudo que sei é que um dia eu... existi.
“E por muito tempo as coisas e eu mesmo continuei desse jeito: apenas existindo, obedecendo, respondendo positivamente aos testes... Porém... Chegaram outros tempos e outros dias. Dias e dias e testes e tantos e tantos teste que eu...” Respirou fundo e o outro buscou em seu banco de dados a expressão: ‘Manter o controle.’. “Eu enfim percebi que não aguentava mais suportar tudo aquilo. Eles queriam ver até onde ia meu poder, do que ele derivava, como podia ser recriado, se poderia ser repassado... eu não aguentei, praticamente explodi e dizimei o laboratório, ou o que quer que fosse aquele inferno, inteiro. Consegui arranjar uma fuga e me livrar de tudo. Posso ser facilmente confundido com um humano quando não brilho, acho que você percebeu.” Leve risada. “Tirando alguns detalhes.”
O de sardas puxou uma mecha do cabelo, mostrando suas diferentes e exóticas orelhas, as quais balançaram timidamente, como se acenassem. O moreno escutava cada palavra com atenção, arquivando toda e qualquer informação que lhe parecia importante. Gradativamente ia se recostando nele, tanto pela sua energia que estava em menos da metade, tornado a tarefa de se manter com uma pose impecável muito mais cansativa, quanto o balançar do veículo que tornava praticamente impossível o ato de se manter sentado normalmente. Ele sentiu Mathias relaxar e aconchegar-se em seu lado também.
“Todavia,” Ele continuou seu discurso. “Eles podem ser facilmente escondidos. Enfim, saí para o mundo. Nunca tinha ouvido falar sobre absolutamente nada daqui e tampouco sabia como as coisas funcionavam e... Bem, então um cara da gangue apareceu e disse que eles estavam procurando gente para preencher umas vagas aí. Disse que só bastava ser bom com segredos e saber manter o bico fechado que seríamos praticamente uma família...”
Cândida ameaçou o pássaro quando esse lhe mandou lavar a boca com sabão. Agora o bichano seguia voando pelo teto do veículo enquanto a criança tentava arremessar-lhe amendoins ameaçadoramente. O guia turístico estava rezando, provavelmente para que o dia do Juízo Final acontecesse nas próximas horas.
“E tudo estava dando certo! No começo. As coisas que eu vi lá... Era como se eu fosse um dos cientistas que me testavam antigamente e eu não... simplesmente... eu me rendi. Me prenderam e o resto é a história que você acompanhou.” A última parte saiu preenchida por significado, os olhos do que um dia fora um experimente encarando o ex-agente intensamente.
Silêncio. Mathias estava tremendo, dava para sentir seu peitoral inteiro vibrando, o android sem nome se reajustou para que conseguisse encará-lo.
“Eu sinto muito. Sua ficha inteira parecia tão autêntica, eu nunca imaginaria que algo assim pudesse acontecer.”
“Ah, que bom. Porque aí você ia perceber na hora que era uma história de um filme que a gente viu no nosso 1º mês.”
...
“Perdão. É o quê?”
“Eu sabia que você dormia, quer dizer, recarregava,” A última palavra saiu por entre uma careta descrente. “durante eles! Muito rude de sua parte!”
“Eu não fui programado para absorver informações inúteis para minha missão. Do que você está falando?”
“Era brincadeira, Anjo da guarda. Eu não fui um experimento não, só sou um alien. Tô de castigo aqui nesse planeta.” E finalmente liberou as risadas que tanto guardara em si, literalmente chacoalhando ao ver a cara de descrença do que lhe acompanhara, quem rapidamente se ajeitou em sua postura inicial impecável e empurrou-o com irritação, nem reconhecendo ou sequer percebendo a existência do novo apelido.
Silêncio. Sons quietos, embaralhados, frustrados.
“Você é o que?” Veio o sussurro cortante.
“Um alien. Espécie Polvo seria o mais fácil para seu banco de dados relacionar. Aparentemente vocês só têm conhecimento das espécies terrestres.” Mathias então estalou os dedos, sua aparência imediatamente metamorfoseando-se para a de um jovem adulto de cabelos longos e ruivos, as sardas quais antigamente salpicavam seu rosto sendo mantidas, um dos olhos verdes brilhantes como parte de suas listras e o outro azul como a parte restante. “Planetinha distante. Humanos ainda não fazem ideia da existência da nossa galáxia.” O outro não falou nada, o que lhe deu espaço para continuar com sua explicação. “Eu fiz umas besteiras no passado aí meus pais me mandaram para cá como castigo, só posso voltar quando aprender minha lição.”
“O quê que-” Respirou fundo, o que uma parte de seu banco de dados lembrara não precisar fazer, pois era uma máquina e tal ação pouco contribuía com a exasperação borbulhante que enraivecia em si. Se proibiu de procurar lógica em tudo. “E qual é essa lição?”
“Não faço ideia.” Respondeu, a culpa em sua expressão sendo totalmente ofuscada pela diversão em seu sorriso. “Eu dormi nessa parte do sermão.”
O ex-policial respirou fundo mais uma vez e desviou o olhar frio e cortante. O jeito com o qual fechava sua mão ao redor do assento fazia com que Mathias ponderasse se seu companheiro estava imaginando o tal objeto como se fosse o seu rosto. Engoliu em seco.
Silêncio.
“Então você está preso na Terra até aprender uma lição, a qual você não faz a mínima ideia do que seja?!”
“Colocando desse jeito parece um pouco exagerado, mas é.”
“Eu literalmente só resumi o que você me disse e G-a-ah!” Desistiu. Se encostou na parte traseira do ônibus, não parecendo nem um pouco incomodado com o quanto sua cabeça colidia na parede à cada irregularidade na estrada, as quais eram muitas, que eles passavam. Massageou a ponta do nariz. ‘Cumpra ordens.’ Eles disseram. ‘É só vigiá-lo para que ele não fuja ou tenha contato com a gangue.’ Eles também disseram. ‘Não vai ser difícil.’ ELES DISSERAM-
Na verdade, ninguém em vida real lhe falara isso, mas era o que sempre aparecia nos filmes, então devia ser verdade.
“Você realmente acreditava que eu era humano?” Pelo tom era possível se perceber que ele ainda se controlava para não rir mais, muito provavelmente devido sua percepção de que se mais uma risada escapasse de seus lábios, somente seu escudo não seria o suficiente para impedir a fúria do outro, quem provavelmente pegaria seu protocolo base e arremessaria em sua face. “Eu nunca tentei esconder, sabe? Sempre achei que fosse bem óbvio.”
“Claro que não! Como eu chegaria a desconfiar?” Ooownt. Ele estava fazendo bico de raiva e frustração. Aaaaah! Olha esse corar envergonhado.
“Eu... literalmente flutuava?! E conseguia girar minha cabeça em 270º graus? E comia coisas estranhas?”
“Você foi meu primeiro caso no trabalho! Eu não tinha nenhuma base de dados realmente concisa sobre os hábitos dos homos sapiens sapiens, quero dizer, você já viu os costumes estranhos que eles têm? Existem gestos que em uma área é um elogio e em outra é xingamento no mesmo país! Sem contar que o café mais caro do mundo é feito com sementes defecadas por uma ave! A humanidade inteira não faz nenhum sentido!”
“Não é? Eu comecei a flutuar porque li num livro, e lá o personagem fazia isso! Pensei ‘Nossa, finalmente algo que temos em comum!’ Só percebi que ninguém realmente fazia isso quando as pessoas me olharam estranho na rua e começaram à aplaudir! Pensa comigo: se eles não sabem fazer porque falam que fazem?!” E então se abaixou um pouco, como se estivesse compartilhando um segredo. “Eu acho que é de propósito.”
O moreno acenou sabiamente, logo sendo seguido pelo outro.
“Tsc.” Bufou, ironia preenchendo a voz. “E pensar que eles se dizem ser a espécie mais evoluída do planeta.”
“Baratas.”
“Definitivamente baratas.”
“Cabem em qualquer lugar, não morrem, comem de tudo...”
“Menos pepino.”
“Pepino?” Questionou, sua linha de elogios quebrada.
“É. Componentes tóxicos para elas. Sem pepinos.”
Eles eram como duas idosas em um chá da tarde fofocando.
“E quem diria que os aliens são tão sarcásticos?”
“O que? Quer dizer que pra eu ser um alien preciso ser submisso e quieto pedindo pra voltar para casa ou um cara sem o mínimo senso de compaixão e alta evolução tecnológica querendo matar todos os seres viventes no planeta?” Colocou a mão na direção do coração dramaticamente, como se a fala do outro tivesse o atingido lá. O parceiro apenas revirou os olhos. “Preconceituoso.”
“Obras de ficção científica são, na forma mais literal permitida, os únicos dados que tenho acesso sobre seres de outros planetas.”
“Rude. Você tem acesso às memórias dos nossos últimos meses, não têm? Use isso, anjo da guarda.”
O android ponderou, concordando singelamente antes de decidir por pegar uma pilha da bolsa de suprimentos e colocá-la na boca, sugando sua eletricidade distraidamente.
“O que faremos agora?”
“Bem, primeiro mecânico e depois... shopping!” Levantou as mãos em gestos e exclamações animados, ignorando o coro de protesto de ‘Silêncio! Cala a boca, ô desgraça.’ vindo dos outros passageiros. “Você precisa dar uma ajeitada na sua aparência, pra não nos reconhecerem, e eu não vou sobreviver minha vida de fugitivo com só um conjunto de roupas!”
“Androids não vão ao mecânico. Nós temos nossos próprios...” Seu protesto foi prontamente ignorado pelo outro.
“Também vamos precisar de um lugar para viver, mas isso a gente ajeita depois.” Se virou animado para o outro, olhos cintilantes. “E você precisa de um nome, Anjo da guarda.”
“Um nome?”
“É. Todos tem um nome, você deveria ter um também, certo?”
Sorriu. É, deveria.
“Vou pensar.”
“Vou dormir.”
O ônibus seguia tranquilamente e perigosamente pelo caminho de areia, indo numa menor velocidade, porém praticamente não encontrando nenhum buraco, deixando com que os únicos movimentos fossem um embalar sereno do veículo. Não estava chovendo nesse perímetro, o tempo sendo decorado, cortado por uma ventania forte o bastante para que a dupla, mesmo distante da janela do ônibus, sentisse a sensação fria lhe afagando cuidadosamente os nervos. Fecharam os olhos, captando sem muito esforço o som de grilos noturnos cantando e saltitando por aí. Mathias voltou a se escorar no outro, levando ambos a relaxarem.
“Pode descansar, eu faço a vigia noturna.”
“Hmpft.” Bufou divertido, pegando o casaco e jogando desleixadamente para cobrir pelo menos um pouco deles. “Vocês anjos da guarda, sempre TÃO exagerados.”
“Boa noite, Matheus.”
‘Noite.’, respondeu o outro, telepaticamente.
#Kanene's Art#Como eu saberia...#Kanene's story#Original#Dor/Conforto#Final feliz#Final esperançoso#Final aberto#Comédia#Drama#Aventura#Ação#Coisas místicas#Mathias#Android#O android não tem nome#Desafio#Collab#Yussuna#Uiuiui nova história uiuiui#<333#Ai gente eles são tão bobos eu quero abraçar
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No wayyyy!!! Same mind!!! Let's gooo
Bruh, that quiz is def a ride! Love the "1 teaspoon of harmless menace" is great and actually very accurate xDD
@squeaky-n-blushy , @soft--valentine , @yussuna , @tiklart, @hereforthefluff everyone who wants to try, please feel free to do so, it was very fun! X3
@adamarks i've never heard of this one but i literally loved it sm djfhgfdjh
..... why was this so accurate hhhdgfdhfgdhsdsj. BARKS? they dogkinned me 😩
i would love to tag @kanene-yaaay , @bobo-the-part-time-clown , and @soda-pop-kandy-krush !!!
#Tag Games#Thanks for the tag!#kanene being kanene#i took a screenshot of my result but it got so blurry that I just saved ur pic ollie simce it was the same bwufeywfwhw#techonology keeps winning smh#i was not prepared for that adventure xD#'big on plans not so much in action' LOOK- I CAN HERE TO HAVE A GOOD TIME AND I AM ATTACKED KJHBGFDFGHJHGVF#The sarcasm thingie is also very on point :D yaaay
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Undertale Created By: Toby Fox
Soretale Created By: Neko Bueno
Reviser and Collaborator: @yussuna
Want to contribute? https://ko-fi.com/nekobueno
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In honor of Artpai I doodled some of my sprites with my current sona :D
Artpai belongs to @yussuna give them some love :D
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Eyyy finally finished this one too. Ok so SURPRISE @yussuna !!!! I'm your secret Santa!!💙💕💖 hope you like this 👉👈
I joined @venelona 's @secretsantafrans event. And it was super fun. Thanks a lot vene!!
Also elys belongs to little turtle aka @shayromi !🐢💙
#undertale#sans#frisk#elys#frans#sans × frisk#frisk × sans#adult frisk#secret santa frans#frans secret santa#my art#digital art#Rapids art
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Pov: I just discovered that you and I have one (1) interest in common and I am about to scream and ramble about it for three hours non stop (it's an unskippable cutscene)
Thaaaaaaanks a lot for the tag! This was amazing to make <3 <3 <3 <3 I loved it! I'm tagging @fbpanimations @yussuna @knife-filled-plushies but ofc no pressure! Also, everyone who want to do that please feel free to! It's fun :D
jumping on this picrew chain but creating a new one bc the other was too long and bc i want to :3
tagging @dracolunae @frogxxam @jadejemdoesstuff @navysealt4t @oreidam1014 @phantom-does-a-thing @spacedustmantis @abstinence-buys and whoever else is interested!!
#The way that I got THIS close to put the img of Luigi crying on the bubble and change the pov to 'I'm two steps away from doing arson'#which says something about having one expression or something I am certain but I am not sure what#My eyes are just a tadbit darker brown but that is an actual very nice picrew!!! Had a lot of fun doing it!!!#ALSO#BEAN#JUST REALIZED WE CHOOSE THE SAME DESIGN OF BACKGROUND#NOICEEEEE#Also purple is so amazing u rock#Tag game#Picrew#Me being me
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@yussuna D:
Sua ask deu erro,,,
O Tumblr não deixa eu responder de novo ;_; Vou chorar, perdi a cantada
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Do you know why I can't be free anymore? Cuz you have locked my heart on you-
Weeeell, I had to arrest you for stealing my heart first. But what do you think on locking our destiny together? ~
#Kanene Asky#GUESS WHAT TIME IS IT??#IT IS FLIRT TIME!!#Ask#Yussuna#Marida#Vinking#Barbuda#Marry me rebeca! >:3
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