#outra reza
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acalmaraalma · 9 months ago
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Quero a presença
Dos meus por mim
Correr nos braços
Da liberdade
Sem ter medo de tropeçar na pressa
E quando não der mais com as mãos uma reza
E quando minha fé falhar ser flecha
Pra não errar o alvo
Eu quero sentir a dor nas mãos
Pra ver que os problemas cabem na palma
Fechar feridas abertas do coração
Com os tecidos de fé da minha alma
Abrir a escotilha da armadura
Pra meu sorriso acabar com a guerra
Saiba que não existe mal na terra
Que vença a coragem
Sem ter medo de tropeçar na pressa
E quando não der mais com as mãos uma reza
E quando minha fé falhar ser flecha
Pra não errar o alvo
Eu não vou ter medo de tropeçar
Quando não der com as mãos outra reza
Eu não vou ter medo de tropeçar
Quando não der com as mãos outra reza
Eu não vou ter medo de tropeçar
Quando não der com as mãos outra reza
Eu não vou ter medo....
De tropeçar
Eu não vou ter medo de tropeçar
Quando não der com as mãos outra reza
Eu não vou ter medo de tropeçar
Quando não der com as mãos outra reza
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jaemdigital · 4 months ago
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12 months — mark lee! parte I.
mark cria de sp!au × reader patricinha de sp!au (pt-br, +18)
sinopse: você demora doze meses para notar que está completamente apaixonada por mark lee.
contém: slowburn, SMUT, fluff. mark paulista, estudante de história, corinthiano e rapper. a reader é popular e estudante de arquitetura. menções à todos os membros do dream + karina e yunjin. menção à reader × jaemin. isso aqui deve ter TRÊS partes!!
notas: tá aí 😍😍😍
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março : mudança de vida.
nada como o início da vida universitária. nesse momento, você 'reza' por muitas festas, jogos universitários, novas amizades e, quem sabe um ficantezinho. está na frente do espelho fazendo cachos para o seu primeiro dia de aula na faculdade de arquitetura e urbanismo. você passou de primeira, direto do ensino médio para a usp, o orgulho dos seus pais! mesmo que isso não fosse, de fato, surpresa para alguém, afinal, você sempre levou os estudos a sério – e teve condições para tal. você não poderia estar mais feliz, porque, além disso, dois de seus melhores amigos, também passaram para o mesmo curso, já a sua melhor amiga, passou para gestão de políticas públicas.
quando o relógio bateu seis e quarenta da manhã, você pegou a sua bolsa e acompanhou seus pais até o carro. sua mãe fez questão de levar você para o seu primeiro dia na melhor universidade da américa latina.
— eu estou tão orgulhosa de você, meu bebê! eu sabia que chegaria longe. dá teu nome. – a mais velha, sorridente, diz. faz questão de beijar a sua bochecha e te esperar sair do carro para acelerar. você se despede com um sorriso caloroso.
você também sorriu para a imensidão na sua frente, dali em diante, sua vida seria outra. e não demorou muito tempo para que você se encontrasse com jaemin e donghyuck, seus 'fiéis'. os três se abraçaram coletivamente, felizes. vocês haviam se visto dois dias antes, no rolêzinho de despedida das férias: você, os dois e karina, sua melhor amiga. e foi nessa animação toda, que vocês seguiram para as palestras de boas vidas oferecidas pela faculdade naquele dia. depois, provaram o seu primeiro bandeijão. passearam por todo o campus, encontraram colegas da escola (tais como chenle, que havia capturado karina por estarem no mesmo curso) e foram parar na 'FFLCH', a faculdade de filosofia, letras e ciências humanas da USP, atraídos por chenle.
chenle estudou na mesma escola que você e seus amigos, foi da sua sala em algumas séries. ele têm amigos para todos os cantos do mundo, é amigável, engraçado e tagarela, então não foi surpresa quando ele os arrastou para conhecer seus amigos do curso de história. chenle é uma pessoa de amizade fácil, vocês rapidamente se aproximaram ainda mais dele.
os estudantes de história que chenle apresentou eram renjun, jisung e mark. você já os conhecia brevemente: jisung estudou com você na sétima série, renjun e mark eram mais velhos e estavam uma série acima, portanto, não eram calouros na faculdade. você já havia os visto no colégio, mas sempre se manteve com a galera da sua idade. apesar disso, os três foram muito gentis.
você acabou pegando o número de telefone de renjun no final da tarde. não como uma forma de flerte! vocês tinham muitos gostos em comum e seria legal fazer amizade com alguém novo na faculdade. de qualquer forma, ele é bem bonitinho.
abril : rolê universitário.
nas primeiras semanas de aula não rolou muita coisa. no primeiro final de semana, você foi para um barzinho com seus colegas de curso, na intenção de se conhecerem melhor. acabou fazendo amizade com jennifer huh, uma ruiva do interior de são paulo que agora estava morando na moradia da universidade. depois disso, os professores começaram a jogar matéria atrás de matéria, então, os rolêzinhos começaram a melar.
no entanto, era o fim da tarde de uma sexta-feira quando chenle adicionou você e seus amigos à um grupo no whatsapp. ele e seus colegas estavam convocando para uma noitada no beco do batman; bebida e uma roda de rap 'daora. é claro que você topou de cara, então, todo mundo decidiu se dividir 'pra ir de uber e beber à vontade. como sempre, você resolveu fazer chamada de vídeo com karina para escolherem as roupas juntas e, dessa vez, adicionou jennifer também. as duas se deram bem, o que foi um grande alívio. com ajuda das meninas, você escolheu um cropped preto de mangas cumpridas, uma minissaia de tecido brilhante e o seu inseparável vans old skool.
depois que desligou a chamada, foi direto para o seu banho. você curte se arrumar ouvindo música, então colocou uma playlist de música brasileira bem animada e partiu pro chuveiro. cabelo lavado, seco e babyliss feito. você levou duas horas para terminar sua maquiagem e escolher seus acessórios – sempre foi extremamente vaidosa e isso não era surpresa entre seus amigos, bem como não era surpresa para seus recém conhecidos. quando finalizou, ainda faltavam cerca de vinte minutos, então passou um tempinho tirando fotos para postar nos stories do instagram.
você chegou junto de suas amigas no local marcado, encontrando todos os meninos e mais uma galera. é claro que jaemin implicou, dizendo que você sempre gasta cinco horas pra se arrumar e se atrasa, mas posteriormente, beijou sua bochecha e abraçou sua cintura de maneira carinhosa. todo mundo se cumprimentou e foi aquela coisa; cerveja e um bate papo legal.
depois das duas primeiras horas, o grupo resolveu entrar numa balada qualquer pra aproveitar até o horário da roda de rap. uma galera acabou sumindo; tinha gente se pegando, gente que foi procurar maconha e outros exaltando a pista de dança. você permaneceu com os seus conhecidos. naquele ponto, já havia bebido o suficiente para se soltar. fazia um tempo que você não ficava com alguém, então acabou apelando para o que seria fácil e confortável naquele momento: jaemin.
você e jaemin eram melhores amigos, porém, beneficiavam um ao outro quando necessário. 'cês tinham aquele coisa de amizade colorida e todo mundo sabia. nos últimos meses vocês se viram dessa maneira poucas vezes, por falta de tempo. mas, não quer dizer que não rolava por telefone mesmo. o lema era: tá com vontade? eu também tô. a real é que teu grupo de amigos já tinha se pegado de alguma forma.
jaemin estava conversando com mark, chenle e karina, enquanto você, renjun, jisung e donghyuck aproveitavam a pista. você disse para os meninos que iam pegar alguma coisa 'pra beber e se aproximou do outro grupo. mark sorriu pra você e te ofereceu um gole da cerveja dele, você sorriu de volta e aceitou a garrafa.
— cansou de dançar? – karina te abraçou por trás num gesto carinhoso.
— eu vim buscar algo pra beber, linda. – acariciou os dedos delicados da amiga. — e eu queria roubar o jaemin de vocês um pouquinho. eu posso, nana? – fez biquinho, encarando os olhos do mais alto.
— claro! – quando vocês se arrastaram para o escuro, jaemin já sabia exatamente o que você queria.
jaemin te encurralou na parede e por ali vocês ficaram: se beijando devagarinho, gostoso, com muita pegada. vocês não tinham muitos limites, em poucos minutos, ele já estava com a sua calcinha no bolso e dois dedos fodendo sua bocetinha, malandro. ainda te beijando, abafando seus gemidos e suspiros com a língua. ele sabia exatamente o que fazer 'pra te deixar encharcada e molinha, e justamente por isso, era sua primeira opção quando o tesão batia. sem vergonha, você enfiou uma das mãos dentro da calça dele, iniciando uma masturbação gostosa no pau grosso.
vocês ficaram ali por cerca de uma hora e, depois que ambos gozaram, resolveram voltar para o grupo. fizeram o melhor para que ninguém notasse.
— o que vocês dois foram fazer? – karina questionou.
— a gente foi procurar um amigo do jaemin, nada demais. – você sorriu gentilmente e os amigos deram ombros.
quando bateu a hora, toda a galera que sobrou saiu da balada e então, vocês seguiram para a roda de rap. descobriu que mark lee curtia improvisar e ficou curiosa para ver sua performance. surpreendentemente ou não, ele realmente arrasou e acabou sendo aplaudido por geral. você gostou de ouvir a voz dele e tomou coragem para elogiar.
— nossa, você manda muito bem no improviso, mark! parabéns. – aproximou-se do moreno, que trajava uma camisa do corinthians e um óculos estilo juliette. você ficou surpresa, mais uma vez, por ele torcer pro seu time do coração. — tu é corinthiano?
— valeu, linda! – ele sorriu de maneira contagiante. — sim, 'pô, é óbvio. tu também é? – lee não escondeu a surpresa em sua voz. — qualquer dia vamos num jogo juntos? meus amigos, a maioria, torce pra outro time.
— bora! meus amigos também torcem 'pra outros times. eu tô precisando de amigos corinthianos mesmo... – você riu, desviando o olhar para o chão.
— me passa seu número? – mark te entregou o próprio celular e você anotou seu número ali.
a noite acabou dessa forma. você passou mais alguns minutos trocando ideia com mark e depois, chamou um uber com suas amigas. chegou em casa, tomou banho e simplesmente capotou.
maio e junho : amizade.
maio e junho foram meses corridos. o semestre já estava chegando ao final; foram provas atrás de provas, trabalhos atrás de trabalhos e matérias atrás de matérias. você estava sentindo dificuldade de conciliar tantas atividades e a sua vida social. durante esse tempo, você acabou vendo seus amigos somente na hora do almoço ou horários livres – que eram raros. você acabou se aproximando bastante da galera que chenle te apresentou, por conta do grupo que vocês tinham no 'zap. vocês conversavam bastante durante a noite e nos fins de semana. em especial, tu criou uma amizade bem legal com mark depois que descobriu que ele também é apaixonado pelo homem aranha, justin bieber e frank ocean, assim como você.
você e mark trocavam mensagens todos os dias, sobre os mais diversos assuntos e até dividiam o fone de ouvido ás vezes durante o horário livre. se seguiam no spotify e criaram uma playlist com recomendações um para o outro. também pegava carona com ele quando vocês tinham horários parecidos e se sentia agradecida pela possibilidade.
um certo dia, você virou a noite só conversando com mark no chat privado. vocês começaram falando sobre cinema e terminaram refletindo sobre a vida; a infância, ser cobrado na escola, atividades extracurriculares e até mesmo complexo de inferioridade. estava impressionada com a capacidade do meio-canadense de manter um assunto até o final e recomeçar outra coisa, ele não deixa a conversa morrer de forma alguma.
então, a amizade com mark foi, definitivamente, o ponto forte. você não se veria mais sem ele; sem o bom dia dele, o boa noite dele e a áurea dele. mark te trazia uma felicidade e liberdade genuína. dessa maneira, você se sentia agradecida pela existência dele.
julho : o mês em que tudo mudou.
julho sempre foi o seu mês favorito: férias de meio ano e clima agradável. suas provas e trabalhos passaram ligeiros e logo você concluiu o primeiro período de arquitetura e urbanismo na universidade de são paulo. honestamente, você só queria descansar e passar tempo com a sua galera. e é claro que vocês já tinham planos para o recesso: passar uns dias na casa de campo da família de chenle. piscina, bebida, natureza e diversão, era disso que você precisava.
logo na primeira noite de segunda feira livre vocês pegaram estrada rumo ao sítio. você, jaemin, karina, renjun e chenle num carro, o resto no se dividiu em mais dois carros. o caminho foi tranquilo, você dormiu no ombro do melhor amigo e só acordou quando estavam estacionando. a casa enorme, porém, nada de extravagante, na verdade, era um local extremamente aconchegante. você e as meninas correram para escolher um quarto antes de todo mundo. todos estavam cansados, então a noitada naquele dia, consistiu em cada um na sua cama pelo resto da madrugada.
no dia seguinte, você acordou por volta de meio dia. espiou a varanda e se deu conta de que todos os seus amigos já estavam na beira da piscina. depois, se apressou para trocar de roupa e dar um jeito no rosto. deu uma olhadinha rápida no espelho para conferir se o biquíni cor de rosa parecia bem em você e sentiu-se satisfeita com o próprio corpo – afinal, ele nunca havia sido um problema para você, era uma garota cheia de confiança.
quando desceu a escadaria de mármore, deu de cara com mark e, sem vergonha, ele te olhou de cima a baixo, sorrindo de cantinho. você ficou envergonhada, mas não demonstrou qualquer tipo de timidez. ao invés disso, aproximou-se do mais alto, o abraçando de maneira desleixada. sentiu o corpo dele se estremecer e foi quando você parou para pensar que vocês nunca estiveram tão próximos fisicamente, muito menos tão próximos fisicamente em poucas roupas, mesmo assim, ele retribuiu o abraço, segurando sua cintura.
— ontem 'cê não falou comigo quando a gente chegou, achei que tu ia me ignorar. – mark murmurou em tom rouco, fazendo você estremecer agora. lidar com o jeitinho canalha dele por celular era fácil. lidar com o jeitinho canalha dele por perto de outras pessoas era suportável. lidar com o jeitinho canalha dele cara a cara, era um desafio.
— desculpa, markie. – você murmurou de volta, sorrindo meiga para ele. — eu estava muito cansada e fui direto dormir.
— tranquilo, boneca. – ele piscou um dos olhos. — bora, vamos 'pra piscina.
você quase obrigou suas pernas a funcionarem. caminhou com mark até o lado de fora, onde todo mundo fazia bagunça e se sentou numa das cadeiras, pertinho de karina.
e por incrível que pareça esse dia foi tranquilo. a quarta-feira também foi tranquila. a quinta-feira também. a sexta era o último dia e vocês resolveram fazer uma resenha, só pra comemorar no último dia. e tá aí o problema.
você se acostumou com o jeitinho de mark depois de passar bastante tempo sozinha com ele. bastante tempo sozinha conversando, é claro. ele acabou sendo tua companhia de fim do dia; quando todo mundo dormia, vocês ficavam acordados botando o papo em dia até caírem no sono.
acontece que, você nunca foi boba e mark não era de perder tempo. apesar dele ser seu amigão do peito e tu curtir muito os aspectos da personalidade dele, estaria mentindo se dissesse que nunca notou o quão gatinho ele é. e que nunca notou o jeito que ele te olha. ou que nunca imaginou algo a mais. você já imaginou coisa demais.
naquela noite, mark te pegou de cantinho. você meio alterada e ele também, com o típico bafo de cerveja e cigarro.
— vem cá, o que eu preciso fazer pra tu me dar um beijo? – ele perguntou, apoiando as duas mãos ao lado do seu rosto.
— me beijar.
ele não perdeu tempo, agarrou sua cintura e te arrastou para dentro do primeiro quarto do corredor. ali, ele permaneceu na mesma posição, apenas a empurrando na parede antes de colar os lábios num beijo lento, lento e quase torturante. mark brincava com a sua língua, suavemente a sugando. você suspirou durante o beijo, o fazendo rir. ele mesmo se cansou do ritmo torturante e transformou aquilo num beijo fervoroso, lotado de tesão e vontade. as mãos do canadense tocavam seu corpo sem vergonha alguma; ele apertou sua bunda e bateu com força só para mostrar quem é que manda.
quando se separaram, você se assustou com a rapidez em que ele tomou uma nova atitude.
— 'cê quer continuar, boneca? – você assentiu ansiosa e ele riu baixo, estalando a língua. — imaginei. – ele se ajoelhou de qualquer jeito e você ficou curiosa. ele acariciou suas coxas expostas pela saia curtinha que estava usando. o cômodo estava escuro e a única luz que podiam ver, era a da área da piscina, onde geral estava festejando. mark deslizou os dedos pelo interior da sua coxa, tocando a barra da calcinha rosa de renda.
você sentiu a peça íntima molhada, grudada na sua pele, incômoda. queria alguma coisa e não sabia exatamente o quê, precisava de qualquer estímulo de mark lee. ele pareceu ter lido a sua mente e, em seguida, segurou sua coxa com uma das mãos, te fazendo levantar e abrir as pernas imediatamente.
— porra, você 'tá me deixando bêbado com esse seu cheiro doce e gostoso. – ele beijou o interior da sua coxa, a mesma que estava segurando e esfregou a ponta do nariz na sua boceta coberta.
— markie... – gemeu manhosa, puxando os fios escuros do canadense.
— o que você quer? diz pra mim o que 'cê precisa. – você não o respondeu, apenas empurrou o quadril contra o rosto dele. — quer que eu chupe essa bocetinha gostosa, é? – mark afastou sua calcinha, expondo sua boceta encharcada, pingando, precisando dele.
estava ansiosa, fechou os olhos e chamou por ele baixinho. mark não hesitou em abocanhar todo o seu mel e se sentiu incentivado quando você gemeu o nome dele outra vez.
e como nunca pode dar tanta sorte de uma vez, foi retirada do seu transe quando ouviu vozes se aproximando. mark se colocou de pé e foi apenas o tempo de você se colocar em sua posição inicial outra vez para encontrar chenle e donghyuck na porta. para piorar, eles acenderam as luzes. mark conseguiu a esconder a ereção, mas seus lábios ainda possuíam resquícios do melzinho. você, toda descabelada e desarrumada, entrou em pânico.
— que merda vocês estavam fazendo, caralho? esse é o quarto que eu estou dormindo. – donghyuck tomou as rédeas da situação, encarando ambos de forma incrédula. — pelo menos fechem a porta, desgraça. dá pra te ouvir gemendo lá de baixo. – desviou os olhos para os seus olhos. chenle concordou e tampou a boca para rir.
você ficou completamente sem palavras. e genuinamente, com lágrimas nos olhos de tanta vergonha.
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allebasimaianunes · 3 months ago
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doce pecado feito mel nos meus lábios.
[smut]
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seus lábios eram macios como um novelo de lã, seu cheiro doce embriagava sua mente, como um mel selvagem que melava seus paladar enquanto beijava-lhe o busto liso, um vale de ondas de pele arrepiada que transbordava um calor acolhedor que pulsava o sangue impuro até os campos cavernosos que um dia jurou perante a Deus, castidade.
celibato.
palavra ruidosa, que esticava na língua e pinicava sua moral. porém para padre charlie aquilo não significava tanta coisa – na realidade ele desejava quebrar as antigas estruturas que erguiam as tradições anciãs da igreja que ele congregava.
as mãos firmes deslizavam pelas ondulações do corpo, estava zonzo de tesão e desejo, a respiração quente tocando-lhe o rosto angelical, a forma como ela lamuriava com os olhos fechados e os lábios torcidos de desejos o enlouquecia. seu corpo grande, feito uma fortaleza de ossos duros e músculos forjados por horas e horas de exercícios físicos e uma alimentação impecável, que encaixava tão bem para um ser humano tão vaidoso quanto ele, ergueu as pernas esguias dela para seus ombros, na posição que estava era só penetrar nela, quente e molhada, macia e tão receptiva a ele e desfrutar do prazer eterno.
prazer eterno que perdurava por minutos inconstantes. por que Deus permitiu que um dos maiores prazeres da carne fosse finito? ele se questionava, a mão no pau de veias grossas que circulava todo o sangue até lá, a sensação de topor era grande: como se ele estivesse de cabeça para baixo, o sangue indo todo para a cabeça num instante para logo descer em cascata para o pau. melado, babado, lubrificado. posicionou a cabeça rosada na buceta que o acolhia em um abraço tepido, fixou o olhar para a mulher deitada, rendida a ele, os bicos dos seios apontados para cima, a pele arrepiada, o suor brotando na testa, ela gemendo de tesão e anseio.
ele se curvou encima dela, ainda segurando o pau com a destra, a canhota indo de encontro no queixo dela firmando-o para sua direção. a fez encarar o carvão em brasa de suas íris, pupilas dilatadas quase comendo o céu nublado do olhar, sussurrou, a voz grave retubando no quarto em chamas:
— me diga de quem você pertence.
— você.
saiu em um sussurro fraco. padre charlie riu entredentes, negou com a cabeça, molhou os os lábios, encostou a cabecinha do pau na entradinha da mulher que retorceu debaixo dele. a mão canhota desceu para o pescoço dela e apertou ali. repetiu autoritário:
— repete de novo. quero fuder essa bucetinha sabendo de quem ela é.
— sua! completamente sua charlie! me fode agora porra!
padre charlie riu. um sorriso malicioso. tremeu dos pés às cabeça, assentiu satisfeito com a ansiedade dela, os olhos pidões para ele. tão indefesa e vulnerável feito um cordeirinho que se afastou do seu bando e está na mira de um lobo voraz, sedento por carne fresca.
ele acariciou o rosto dela. seus lábios encontraram com os dela, um beijo casto demais enquanto ele enfiava seu pau dentro dela, numa investida brusca que a fez resfolegar antes de aliviar a tensão.
era tanto prazer que fugia da órbita. o ar era quente, em brasas. o sabor mel dos lábios misturava agora ao sabor agridoce de porra e orgasmo. respiração descontrolada, corpos em sincronia, vai e vêm numa dança lascívia. o desejo queimando cera pelas veias, deslizando em forma de gemidos de seus lábios entreabertos, olhares dengosos e amores surrupiados um pelo outro naquela comunhão herege em busca da plenitude divina do êxtase.
e mais uma vez, no meio dos braços dela, padre charlie mayhew se perdia completamente de si: sua humanidade, virtude, sua santidade se tornavam vãs. pequeninas demais para o grande prazer que o enchia enquanto metia e fodia uma mulher que jurou jamais amar como a amava naquele momento, em sua cama, berço de rezas e choros de arrependimentos. mas ele se arrependia de fazer aquilo?
não.
ele queria mais.
provar do fruto proibido uma vez atrás da outra, até se fartar. cometer o pecado da gula com luxúria de braços abertos feito um jesus cristo na cruz. aceitando sua humanidade como um pecador que no dia seguinte iria se ajoelhar, clamar por clemência e se açoitar até tirar o sangue impuro e imputar a dor do pecado de si mesmo.
tão simples.
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[trechos (imagens) do livro “o crime do padre amaro”, eça de queiróz (1875).]
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littlewritergreatgirl-blog · 9 months ago
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casos ilícitos
Matías Recalt x f!Reader
Cap 5
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E eu seria esperta em ir embora, mas você é areia movediça. Essa ladeira é traiçoeira, esse caminho é imprudente, e eu, eu, eu gosto.
Estamos no ponto de visto da leitora outra vez. E já deixo um spoiler que o próximo será da perspectiva do Matias de novo. Espero que gostem, e quero avisar que eu to amando receber os comentários e perguntas de vocês 😊🩷. Boa leitura 🫶
Avisos: Angst, linguagem Imprópria
Palavras: 8,1 k (vocês pediram agora aguentem 🙈)
Você entra no carro, em um estado de frenesi, completamente desnorteada e sentindo como se estivesse fora do próprio corpo. Você ainda não consegue raciocinar o que está acontecendo, ou o que acabou de acontecer, só sabe que tem que sair do mesmo lugar que o garoto se encontra o mais rápido possível.
Colocando o cinto de segurança da maneira mais patética que existe, com as mãos trêmulas e errando o fecho várias vezes no processo, sendo bem-sucedida somente na terceira tentativa, você olha ao redor a procura do garoto ou sinal de alguém por perto, e reza para que seu cunhado termine rápido de colocar as poucas compras no porta-malas, para poderem sair logo daqui. Ajustando o espelho retrovisor interno do veículo, para que se alinhe com o seu rosto, você acha melhor conferir se está tudo certo, já que no banheiro só conseguiu dar uma olhadinha rápida, e arregalando os olhos, agradece por tê-lo feito. O seu cabelo até que está razoável, mas os seus lábios ainda estão inchados e vermelhos, porém nem se compara a vermelhidão que se encontra o seu colo e pescoço. O garoto poderia ser bagunceiro e criativo quando queria, e você o deixou te pintar como uma tela pessoal. No momento é apenas a coloração que está aparente, mas sabe que logo as marcas começaram a se formar, em vários tamanhos e cores. Um lembrete para te recordar de que ele esteve ali, e do que fizeram juntos. Você se apressa para cobrir aquilo antes que alguém veja, e sua única opção no momento é tentar ocultar a área com o cabelo, e colocar a expressão mais neutra no rosto, esperando que Wagner não faça nenhuma pergunta ao entrar no veículo e te encontrar.
Assim que ele chega e se acomoda no banco do motorista, não diz nada e dá partida, e rapidamente vocês saem dali. Mas assim que se afastam um pouco, ele direciona o olhar para você e não deixa passar em branco:
- Você está toda corada, tá tudo bem? – Aparentemente o seu teatrinho não foi muito longe, mas tentando contornar a situação, diz que ficou um pouco alterada, pois teve uma discussão acalorada com o garoto.
- Por que vocês brigaram? – Pergunta preocupado, mas então abrindo um sorriso de lado, ele se dá conta. - Ah entendi. Aquele moleque quem era o seu namorado. – Conclui, como se tivesse desvendado um enigma complexo.
- Eu já disse, ele não é, e nunca foi o meu namorado. – Afirma incomodada. Ele não era seu ex, não era seu namorado, e gostaria que seu cunhado parasse de se dirigir a ele assim. Não precisa dar mais significância para algo do que de fato foi. Você tem que continuar afirmando isso a si mesma e diminuir a situação, pois quanto menor ela for, menos motivos você tem para ficar machucada ou magoada.
Mas não adianta brigar por causa disso agora. O rótulo que tinha na relação de vocês dois, ou no caso a falta dele, não era o seu maior problema, e sim a falta de confiança, comunicação e honestidade. Dane-se a forma como o seu coração doía querendo chamá-lo de namorado, chamá-lo de seu, ou algum apelido idiota que os casais usam, ele nunca seria esse pilar para você, então não adiante ficar pensando nisso.
Wagner retira o sorriso do rosto ao continuar, parecendo arrependido ao se lembrar de algo:
- Foi mal, acho que a parte da camisinha não caiu bem né? – te olha de canto- Mas foi sua culpa. – Declara o mais velho.
- Minha culpa? – Você rebate, mesmo não estando brava.
- Sim, você quem me provocou primeiro, eu só devolvi na mesma moeda. – Explica.
Você finge um olhar triste, cabisbaixo, como se estivesse relembrando a reação do garoto, e em como Wagner só te colocou em problemas, mas quando ele te olha preocupado, você não aguenta, e cai no riso. Ele não entende nada a princípio, mas depois vendo que você não se importou, ele se entrega a uma gargalhada junto com você, quebrando a tensão.
- Fica de boa. – Você o tranquiliza, limpando as lágrimas que se formaram no canto dos seus olhos devido a risada intensa.
- Mas ele ficou bravo? – Questiona, só para ter certeza de que não te prejudicou com o rapaz. - Se quiser, sei lá, eu posso falar com ele e esclarecer tudo. Não quero passar a ideia errada de você para seus amigos. – Diz receoso.
Você sabe o que ele está insinuando, e entende agora a imagem distorcida que Matías e os outros devem ter tido sua. Com um cara mais velho, comprando bebidas, e preservativos, mas sinceramente, não liga nenhum pouco. Até onde todos os garotos sabiam, você estava solteira – o que tecnicamente era verdade mesmo – só nutrindo uma paixão platônica pelo rapaz, então poderia sair com quem quisesse sem dar satisfações, talvez tenham estranhado que isso tenha acontecido logo depois do aparecimento da ex do dito cujo, mas enfim. Sabia também que Fran, o único que sabia de tudo, não te julgaria, sendo verdade ou não. E Matías, ele que se fodesse pelo que pensa ou deixa de pensar, isso já não é mais problema seu.
Este não é o caso, mas você poderia estar muito bem sim, transando por aí e afogando suas mágoas no primeiro corpo quente que encontrasse pra aquecer sua cama, mas não quer, e mesmo se quisesse, isso não dizia respeito a ele.
- Obrigado por defender a minha honra, Senhor – Você diz fazendo graça, e até mesmo uma mini reverência improvisada e debochada – Mas não será necessário, eu não devo satisfações a ele, e se quiser pensar algo de mim, o problema é dele.
Você se mexe desconfortavelmente no acento do carro. O mero mencionar do garoto já faz com que seu íntimo estremeça e se feche em torno de nada, sentindo falta dele e de seu corpo. Mesmo não querendo admitir, você acha que uma boa parte do seu mau humor ultimamente, se deva também a falta de sexo, além do coração partido. Não queria se render tão rápido e com tanta facilidade aos encantos dele como fez. Mas foi muito prazeroso, e você também estava com saudades.
Mas não sabe ainda por que ele insistiu em falar com você, se não queria ter nada sério. Honestamente, só deve ter ido atrás, pois pensou que você estava com outra pessoa. O típico cara que só dá valor quando perde. E você o deixou acreditando nisso, porque uma parte sua gostou que ele estivesse machucado, que estivesse na sua posição do restaurante, só para ver a quão boa é a sensação. E você não gosta dessa parte de si mesma. Por mais que tenha dito que não liga para o que ele pensa, você não quer ser a escrota da história e machucar alguém a custo de nada. É errado, sujo, e totalmente mesquinho. Não tem para que ficar jogando esses joguinhos psicológicos se você quer por um final em tudo.
Mas foi tão bom. Matias sempre foi um bom amante na cama, mas quando estava com raiva, se transformava em algo a mais. Sentia uma fome e necessidade de te repreender e te pôr em seu lugar. Te mostrar quem estava no controle da situação, e como poderia te reduzir a uma bagunça de gemidos se quisesse. E com muita vergonha, você se pergunta, se está com mais raiva por ter cedido, e ter inflado o ego dele, ou por terem tão pouco tempo e não poderem ter continuado. É ridículo como você já sabe a resposta para isso.
Mas tentando deixar o assunto de lado por enquanto, você liga o rádio e deixa tocando uma música aleatória, só para preencher o ambiente. Você não quer ficar pensando no garoto que te dedou em um banheiro a minutos atrás, enquanto está do lado de seu cunhado. Ainda tensa se encolhendo no banco, e sendo cautelosa para que ele não veja através de você, e descubra algo, ou que note os hematomas roxos começando a aparecer.
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O resto da sua tarde é bem tranquila e monótona, o que você aceita de bom grado depois da manhã movimentada. Como estava um dia quente, seria estranho colocar uma blusa de gola alta, então teve que pesar a mão na maquiagem, e esperar que ninguém suspeitasse. Assiste suas aulas, conversa com suas amigas, e depois vai para casa descansar. A vida parece tão cinza sem ele por perto. Era uma quietude que você pensou que gostaria depois de um tempo, mas não estava sendo o caso.
Já em sua cama, tarde da noite, você tenta miseravelmente cair no sono. Mas está sendo impossível. Se você estivesse sozinha em casa, provavelmente iria beber algo forte que pudesse te apagar rápido, mas não faria isso com a presença de sua irmã sob o mesmo teto. Ela iria surtar se descobrisse que você está se embebedando no meio da semana. E não queria arriscar chamar a atenção dela de maneira exagerada para você, foi um milagre que ela não tenha notado o seu pescoço quando chegou. Você não iria brincar com a sorte. Com um bufo irritado, você se vira no colchão e tenta encontrar uma posição mais confortável. Um sono balanceado nunca foi um problema para você, e quando era, Matías encontrava um jeito muito bom de te cansar, e te fazer dormir a noite toda. Mas agora, ele quem era o motivo de você não conseguir pregar os olhos. Os flashbacks dos dois naquele banheiro, te deixam excitada e frustrada. Não deixando que seu corpo relaxe o suficiente para sucumbir a um repouso merecido.
Decidindo que não consegue continuar assim, se levanta vai até a cozinha tomar um copo d’água, e tentar acalmar os ânimos. Mas não adianta muito. Sem outra escolha, começa a voltar para o quarto, silenciosamente, não querendo fazer barulho e acordar os outros.
Mas no meio do percurso, no corredor, escuta alguns sons abafados, e decide se aproximar para ver do que se tratava:
- Isso, continua – Vinha do quarto de sua irmã, e definitivamente era a voz dela – Isso, não para! – Exclama um pouco mais alto, e dessa vez o som é acompanhado com o ranger da cama, e a mesma batendo na parede.
Você dá um passo pra trás assustada ao perceber o que está acontecendo. Dá meia volta com nojo, e se esconde em seu quarto tentando esquecer o que acabou de ouvir. Pelo menos tiveram a decência de te esperarem dormir para começarem com suas atividades noturnas.
Mas isso só te traz ao seu problema inicial. O sexo nunca foi muito importante para você antes dele. Mas depois, se tornou algo essencial, contínuo, um desejo que precisava ser satisfeito a todo momento. Quando estava feliz, e queria comemorar, triste e queria esquecer, quando estava calma e queria algo mais preguiçoso, e quando estava com raiva. Principalmente com raiva. Querendo fazê-lo se submeter a você e vice-versa.
Recusava a tocar a si mesma, pois saberia quem iria vir a sua mente no momento, e não queria que ele fosse dono de mais essa parte de você. Então passa a noite quase em claro, adormecendo somente quando falta poucas horar para amanhecer.
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No dia seguinte, quando está na faculdade, você e os outros estudantes são recebidos com a notícia de que o último período seria vago, o que foi muito bom para vocês, mas muito ruim para o professor que teve que se ausentar, pois não estava se sentindo muito bem, e não pode comparecer. Você manda uma mensagem avisando a sua irmã, para que ela não venha te buscar no horário combinado, pois iria embora mais cedo, o que ela é bem rápida em responder. Depois da noite passada, você mal falou com ela essa manhã, ainda envergonhada por ter flagrado um momento tão íntimo. E para o seu horror e surpresa, ela diz que está indo agora te pegar, pois tem planos para a tarde das duas.
- Já sei o que podemos fazer hoje. - Diz com as mãos no volante dirigindo para só Deus sabe onde.
- O que? – Você rebate interessada.
- Compras! – Responde com um gritinho animado e erguendo os ombros.
Você tenta fazer o seu melhor para demonstrar excitação com esse plano, mas não sabe exatamente se consegue. Vocês fizeram compras no dia seguinte em que ela tinha chegado, passando o domingo inteiro no shopping, comendo, vendo um filme romântico clichê em cartaz, comprando besteiras, e encerrando o dia com boliche e comida de fast food. Foi legal ter um dia das garotas, mas era isso, um, e pra você já era mais do que o suficiente. A ideia de ter que passar o resto do dia carregando sacolas, ou experimentando roupas, tendo que tirar, colocar, e depois tirar de novo, não te atrai em nada.
Ainda no estacionamento você a tenta fazer mudar de ideia. Considerar alguma outra alternativa ou atividade que ambas gostem.
- A gente não pode fazer outra coisa? – Diz ainda no carro.
Ela se vira para trás esticando o braço, tentando alcançar sua bolsa no banco de traseiro.
- Como o que? - Pergunta, finalmente agarrando o acessório e conferindo se tem tudo o que precisa dentro.
- Ir pra casa, ver um filme, e pedir alguma coisa. – Você descreve sua noite ideal, o que te rende um olhar incrédulo e julgador em sua direção. Ela sai do veículo e te espera do lado de fora, o que com um grunhido você obedece e faz. Ela retoma o assunto então:
- Primeiro, já é tarde demais porque já paguei o cartão de estacionamento – Explica, e você não consegue evitar revirar os olhos com essa desculpa – E segundo, tenho que ver a roupa do casamento. – Conclui, fechando e acionando o alarme do carro, se dirigindo a entrada do lugar enorme e lotado, sem esperar que você a siga.
- Como assim roupa do casamento? – Questiona incrédula - A cerimônia é daqui um mês e você ainda não tem o seu vestido? – Você sente como se pudesse arrancar os cabelos agora.
Ela te encara, e parece magoada ao rebater:
- O meu vestido está pronto a meses, você é uma das madrinhas, e deveria saber disso. – Diz duramente.
Então tudo volta em um borrão. As chamadas de vídeo no ateliê, fotos infinitas de modelos e tipos de tecido, por Deus, você até tinha opinado no tipo de corte que teria melhor caimento no corpo dela. Como pode esquecer?
- Me desculpa, acabei me confundindo. – Fala arrependida, e se encolhendo.
Ela começa a dar passos apressados, ficando muito a sua frente, e você a segue prontamente. Quando se aproxima, ela recomeça:
- É o meu casamento, como você esquece da droga de vestido que eu vou usar? – Ela diz exaltada, claramente magoada e sem olhar em sua direção, te ignorando. Mas se recompondo, para de caminhar, e se vira para você – Às vezes sinto que você anda dispersa e não liga para mais nada. – Te acusa.
- O que? É claro que eu ligo. – Você se defende imediatamente – Eu só me atrapalhei um pouco pra lembrar do vestido, mas é claro que eu me importo.
Ela te olha, e pela primeira vez, sente como se ela estivesse realmente brava contigo:
- Você não tem estado presente para opinar em nada em relação ao casamento, seja decoração, comida ou até a droga dos guardanapos de mesa. – Ela aponta friamente - Eu e a mamãe quem decidimos a maioria dos detalhes. Eu tive que escolher o meu buquê com uma outra amiga minha que vai ser madrinha, sendo que é você quem é a obcecada por flores, e nem nisso você se dispôs a me ajudar. – Nessa parte, a voz dela vacila, e você se sente afundando no lugar. Não tinha notado que tinha negligenciado sua irmã tanto assim. Para ser franca, você se lembrava bem brevemente de uma discussão a respeito dos arranjos de flores nas mesas e decoração, mas não prestou atenção o bastante para recordar com clareza.
- Me desculpa, não tinha percebido que estava tão ausente. – Ela ignora suas palavras e decide continuar com o sermão, o qual você merece é claro:
- E sabe o que mais? Você também não fez a sua parte em outras coisas. To te pedindo o nome de algum acompanhante a semanas. Preciso saber, se vai levar alguém para encaixar os lugares, tanto na festa quanto nas fotos em família.
E aí quem está o problema. Você tem evitado pensar na cerimônia, pois não sabia quem iria levar, mas sabia quem queria levar. O que são coisas bem diferentes. Como convidar alguém que não demonstra o mínimo de interesse em ter algo sério e concreto com você para um casamento? Onde estariam presentes toda a sua família, amigos, e pessoas que te conhecem desde sempre. É simples, você não convida.
Fica um silencio desconfortável entre as duas. Você, sem saber o que dizer, e ela, medindo as palavras para debaterem o assunto.
- E não foi para mim que eu vim ver roupa. – Declara um minuto depois.
- Então pra quem? – Agora você está mais confusa ainda.
- Pra você. – Ela se dirige a escada rolante, indo para o próximo andar, e você vai atrás, ficando um degrau abaixo. – Eu te passei a paleta de cores a meses atrás, para que você pudesse comprar ou alugar algo que te agradasse. Mas desde que eu cheguei na tua casa, não tem uma peça de roupa na cor que eu havia falado. Você esqueceu não foi? – Ela te fita, olhando para baixo por trás do ombro.
- Foi – Mesmo já esperando essa resposta, ela fica ainda mais desapontada.
- É uma data importante sabia? Você além de ser madrinha, vai estar em todas as fotos da nossa família, não pode deixar para ver esse tipo de coisa no dia. – Te relembra. Vocês saem da plataforma giratória e começam a percorrer o local, repleto de lojas e pessoas.
- Eu já disse que sinto muito. – Está começando a ficar irritante agora. Você sabe que errou, mas já pediu desculpas. O que mais ela quer?
- Então demonstre! Eu tentei ser legal, mas sendo bem sincera – Ela se aproxima e te encara desafiadoramente - A gente não vai sair daqui hoje, enquanto não achar a droga de um vestido marsala, estamos conversadas? – Aponta o dedo no seu peito. Você se sente uma criança de novo, levando bronca por alguma travessura, e se segura para não arranjar uma briga no meio de todos.
- Sim. – Engole em seco, fechando os punhos e desviando o olhar.
- Ótimo! – E continua andando, como se não tivesse te destruído a apenas alguns segundos atrás.
Vocês visitam várias lojas, mas não encontram nada que agrade as duas de primeira. É muito estressante, e você começa a entender o nervosismo dela. Em um ateliê teriam que ver o aluguel ou comprar a roupa, o que sairia uma fortuna tão em cima da hora, isso considerando que tivesse algo disponível para alugar na mesma data e na cor exigida. O que seria difícil. Se fossem encomendar, teriam gastos semelhantes com mão de obra ou para fazer algum ajuste. A culpa começa a te corroer por dentro. Você quem deveria ajudá-la, não o contrário.
Eventualmente, acabam encontrando uma loja que chama a atenção das duas. É um espaço aconchegante e acolhedor. Bem iluminado e repleto de araras com vestidos de vários comprimentos, modelos e cores, adornando o ambiente. Assim que adentram, são recebidas por uma vendedora atenciosa e muito prestativa. Após alguns minutos de conversa, com sua irmã explicando, o que procuravam e queriam, a vendedora às guiam para uma sala de espera com o provador, e retorna depois com diversas opções para que você experimente.
- Eu estou me sentindo como um enfeite de Natal. – Diz com a primeira opção no corpo. Um vestido colado, cheio de brilho e decotado na frente.
Ela te avalia de cima a baixo:
- Um enfeite de Natal Sexy – Conclui.
Na segunda opção, é preciso que ela entre no provador, para te ajudar com a amarração nas costas. E você aproveita para se redimir:
- Me desculpa, eu não tenho sido eu mesma nos últimos meses. – Encontra o olhar dela através do espelho - Em vários aspectos. – Você diz, e ela sabe ao que se refere, ou a quem. - Mas vou ser mais presente agora, prometo! – Termina, esperando que ela acredite em suas palavras.
Ela suspira, e segurando firme em seus ombros, te aconselha:
- Eu sei que o primeiro amor pode ser animador e estimulante, mas não se perca por causa disso.
Suas bochechas queimam com essa afirmação. Como assim amor? Tudo bem, você admite que estava de cabeça para baixo pelo garoto, ficava encantada com a presença dele e admirava sua inteligência, humor ácido e em como ele te tratava na cama. Mas era só isso certo? Uma paixão boba, que iria passar eventualmente depois de algum tempo.
- Mas tudo bem, eu te desculpo – Te tira de seus pensamentos, te olhando afetuosamente – E que bom que você disse que seria mais presente – Surge um sorriso maléfico em seu rosto – Depois daqui iremos ver sapatos! – E com um pulinho animado ela começa a fastar as mãos, e se distanciar, mas no último segundo, com um olhar franzindo, ela volta com os dedos e os esfrega com força no seu pescoço, o que te arranca um chiado baixo. Você vê os dedos dela levemente mais claros por conta da maquiagem, e então entende o que aconteceu.
- Que merda é essa? – Diz com os dedos pintados e vendo o seu pescoço, que agora está mostrando um leve hematoma, o qual você tinha se empenhado tanto em cobrir. – Quer saber, você me conta depois, estamos com pressa agora – E se retira, te deixando confusa e com medo.
Ocasionalmente acabam escolhendo um vestido, que agrade as duas. É elegante, te caiu bem, não é tão chamativo, se adequa aos padrões e expectativas que a ocasião pede, e está em um valor acessível. Você agradece aos céus, quando a vendedora retorna com um par de saltos que combinam com a roupa escolhida, poupando tempo e esforço para você. Obviamente, ela fez isso pensando em sua comissão, mas ainda assim, te ajudou bastante.
Se despedem da moça, satisfeitas com a compra e com sorrisos no rosto. Seu alívio não dura muito, quando sua irmã se vira, e diz que precisam conversar. Se dirigem a uma praça de alimentação, e você começa a contar o que aconteceu. Em como devolveu as coisas dele, não mandou mensagem, e o encontrou na manhã passada enquanto estava com o noivo dela. Relata que o rapaz pediu para que conversassem e assim você o fez, não querendo causar uma comoção na hora, e que consequentemente, acabaram se beijando.
- Beijo? Você quer que eu acredite que está com chupão no pescoço por causa de um beijinho? – Diz debochada.
- Ok, a gente deu uns amassos no banheiro tá bom? Só isso – Afirma com o rosto queimando de vergonha, sabendo que é mentira – Não conta pro Wagner, não quero que ele saiba disso. – Pede meio embaraçada.
- Não contar o que? Que você foi dar uns pega no banheiro ou que voltou com o garoto?
Você ignora a provocação dela.
- Não é bem assim, e eu não voltei com ele, foi só um beijo. – Rebate.
- Não vou questionar o porquê não me disse, porque é obvio que você não queria ouvir sermão, mas é bom você estabelecer limites com ele, e logo – Observa - Não adianta devolver as coisas dele e o dar o que ele quer. - Acusa.
As palavras dela te machucam, com a insinuação que acabou de fazer. Você é amarga ao responder:
- E o que ele quer exatamente? Sexo? Uma rapidinha no banheiro? - Pergunta com desgosto.
- Não – Ela nega prontamente – Você. Isso é o que ele quer, você.
A afirmação dela em dizer que ele te queria, e não somente ao seu corpo, te conforta. Mas não tem como saber exatamente se é verdade, já que você e ele nunca exploraram mais do que isso um no outro.
- Bom, podemos ir embora se quiser, a menos que você queira comprar alguma coisa? – Ela diz, encerrando o assunto e pegando a bandeja, começando a descartar os restos de comida. Você se levanta também, e para a surpresa dela, concorda e diz que quer comprar sim algo.
- O que? - Ela questiona curiosa.
- Tampões de ouvido – Responde – Não quero mais ter que ouvir os gritos da noite passada vindo do seu quarto. – Explica ao descartar a comida também, e segue em direção a próxima loja. Agora, é ela quem fica envergonhada, e você dá um riso de satisfação com isso, enquanto caminham.
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Já em casa, você começa a refletir sobre o que sua irmã disse, em estabelecer limites com o garoto. Você deveria ser a madura da história e tentar resolver a situação com ele, mas se recusava a dar o primeiro passo e ceder, e estava mais uma vez desapontada pela falta de tentativa de comunicação pelo lado dele. Como ele poderia em um instante te proporcionar um momento desenfreado de paixão, e no outro simplesmente não dizer nada? Você quem o deu as costas e o deixou lá, mas o que ele queria que você fizesse? Ficasse enrolando, enquanto ele dizia que sentia sua falta para te convencer a voltar a mesma situação de merda que se encontravam antes? Ou para dizer que tinha voltado com a ex e essa seria a última vez? Ou até pior, para dizer que queria que você fosse sua amante e continuassem se vendo em segredo? De qualquer forma, você sabia que o que quer que ele fosse falar, não iria te agradar, então fugiu, como o garoto sempre faz, não ligando para o que ele pensou ou vai pensar.
Também não parava de pensar na possibilidade de amar ele, e isso te assustava, pois se fosse verdade, você não saberia o que fazer com esse sentimento. Ele não era parecido em nada com o que você queria ou procurava em um namorado. Ele não era educado, gentil, galante ou culto, muito pelo contrário, ele era sarcástico, teimoso, com um humor ácido e as vezes difícil de lidar. E mesmo assim, você se encantou por ele, e foi o bastante para o sentimento florescer e crescer cada vez mais dentro de seu peito.
Isso era tão patético! Provavelmente ele estava nos braços dela, enquanto você estava aqui se martirizando. Você tinha que mostrar a ele que não iria voltar com um simples estalar de dedo, tinha que demonstrar convicção e certeza, mas sabia que se ele aparecesse na sua porta, agora, e te prometesse tudo o que você queria, falasse todas as palavras certas, você se deixaria levar e se entregaria com o maior prazer do mundo. Você se olha no espelho do seu quarto, passando a mão pelo pescoço e admirando as marcas deixadas, a única conexão que tem com o garoto no momento. Seus olhos viajam para o guarda-roupa, onde se encontra o vestido recém comprado e os pares de sapatos. Você o pega e o traz em frente ao corpo, dessa vez querendo realmente ver como fica sua aparência, não avaliando se era bom o bastante ou adequado para a ocasião, e não consegue deixar de se perguntar, o que ele acharia. Te acharia bonita? Sexy? Te ajudaria a tirar do corpo após o casamento? Em um universo alternativo, onde você o convida e ele aceita de bom grado, e conhece toda a sua família e os encanta, assim como fez com você.
Mas isso é uma ilusão idiota, você nem sabe o porquê se deu ao trabalho de concordar com sua irmã, quando ela perguntou se você iria querer reservar o lugar de alguém como acompanhante. Mas já estava saindo com o Matias, e pensou que até a data já teriam se oficializado e poderiam ir juntos, que ingenuidade a sua.
Com um suspiro cansado e de derrota, decide se preparar para dormir e começa a guardar as coisas, devolvendo a roupa para o cabide com cuidado para não amassar o tecido. Enquanto faz isso, é notificada com o som do telefone, alertando que chegou uma nova mensagem. Olha ao redor a procura do aparelho e o avista em cima da cômoda com a tela virada para baixo. O pega sem prestar muita atenção, e se dirige para a cama, provavelmente deve ser alguma das meninas mandando mensagem no grupo, ou algo relacionado a faculdade. Mas assim que desbloqueia a tela inicial, agradece por ter se deitado e assim não ter como cair devido a surpresa:
- Precisamos conversar – Diz a mensagem que Matias acabou de enviar.
Seu coração dá um pulo, e os pequenos pontos pulando na tela, indicam que ele ainda está escrevendo alguma coisa, e você espera, mordendo os lábios em sinal de ansiedade.
- Posso ir te ver? – Pergunta o garoto.
NÃO! Você quer escrever em letras maiúsculas e mandar pra ele. Deve te achar muito idiota para acredita que você vai recebê-lo em sua casa tarde da noite, para “conversarem”.
- Não vou tentar nada. – Ele envia, parecendo ler os seus pensamentos.
E quando você pensa em dar ao garoto o benefício da dúvida, ele replica:
- A menos que você queira, é claro.
Arghh! Isso te faz entrar em uma nova onda de fúria. Como ele tem coragem de falar assim com você? Ficar brincando depois de tudo? Você não perde tempo em respondê-lo, e acabar com as expectativas dele:
- Você é ridículo, não quero nem olhar na tua cara.
Ele responde prontamente.
- Desculpa, vou parar. Mas precisamos conversar.
E realmente precisam. Você precisa de um fechamento para poder seguir em frente, e mesmo sabendo que talvez não goste da resposta, decide que você merece uma explicação pelo motivo dele ter agido como moleque em toda essa história. Se ele estiver disposto a ter uma conversa séria, ótimo, se não for o caso, pelo menos vai poder falar todas as coisas que ficaram entaladas na sua garganta todo esse tempo.
- Ok – Você responde, e antes que ele possa te enviar mais alguma coisa, você é mais rápida e envia antes – Amanhã de manhã, no café perto do Campus.
É claro que você não vai arriscar ter ele na sua casa ou ir à dele e acabarem na cama um do outro, então optou por um lugar público, mas se lembra envergonhada, que nem isso foi o suficiente para impedi-los da última vez.
- Combinado.
E com isso você acha que o assunto está encerrado. Mas se surpreende ao ver uma última mensagem.
- Boa noite.
E indo contra todos os seus desejos de ignorá-lo, ser rancorosa, e tratá-lo mal, você o responde:
- Boa noite.
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Você esteve em um estado de espírito completamente inquieto e perturbador a manhã inteira desde que acordou, sem saber muito bem o que esperar dessa conversa que iriam ter, e em como iria reagir quando o visse de novo.
Quando você se aproxima do local, examina o ambiente e surpreendentemente, ele já está te esperando. Sentado em uma mesa para dois, parecendo nervoso, e para seu descontentamento, bonito como sempre. Você até fantasia por um momento, que isso poderia ser um encontro. Que você estava indo passear com o garoto para se conhecerem melhor. Mas não é o caso. Uma das possibilidades que passou por você, do motivo dele ter te chamado, foi para se desculpar e te dar um fora, para contar que voltou com a ex, mas que não queria ter pontas soltas contigo. Mas não valia a pena se perguntar o que ele iria te dizer, a dúvida estava te matando, então era melhor acabar com isso de vez.
Com esse pensamento, você se aproxima da mesa, e ele como o cavalheiro que nunca foi, puxa a cadeira para que você se sente.
Assim que você se acomoda, uma garçonete chega, depositando uma xícara de café preto para o rapaz, e um prato com um doce na sua frente, você está prestes a falar que é um engano, que não pediu nada, mas ao notar que é o seu favorito, e olhar para Matias, ele te entrega tudo com o olhar:
- Você lembrou. – É a primeira coisa que diz a ele, assim que a garota se afasta.
- Sim. – Concorda, te lançando um sorriso contido.
Lembranças passam por você de todas as vezes em que estiveram aqui. Não era um lugar especial, mas era perto do Campus, e tinha o seu doce favorito, nada muito requintado, apenas uma fatia de cheesecake, que te fazia contente sempre que comia, então vinham aqui com certa frequência, mas nunca era um encontro, claro.
- Ok, então vamos conversar. – Você fala mudando o seu semblante, ficando séria, e o encarando, esperando que ele comece a dizer algo.
- Oi, como você tá? Estou bem também, obrigado. – Retruca debochado.
- Caso não tenha dado pra notar, eu estou brava com você, não vim aqui pra jogar conversa fora, então ou você fala algo que valha a pena, ou vou embora. – Ameaça.
Ele parece considerar se você está falando sério, e algo em seu olhar o faz desistir e concordar com o que disse. Ele se endireita na cadeira, e limpando a garganta, recomeça:
- Eu quero me desculpar – Você não diz nada, em um sinal claro para que ele prossiga – A noite no restaurante, foi injusto com você, sinto muito.
- Por que você fez aquilo? – Interroga ele.
- Eu, eu estava confuso, eu e a Malena nós... – Ele dá uma pausa, sem saber como continuar, e você fica aflita com o que vem a seguir. – Nós namoramos por dois anos, e terminamos cerca de um ano atrás... – Ele recapitula os fatos.
- Por que terminaram? – O interrompe, com a dúvida que sempre passava por sua cabeça. Um casal não termina um relacionamento de tanto tempo por nada. Quando os dois se viram no restaurante, ela ainda parecia claramente interessada, e após o comportamento dele, não poderia dizer que o mesmo estava ileso a presença dela, então o que houve realmente para que rompessem?
- Ela tinha conseguido uma bolsa pra desenvolver a tese dela no exterior – Diz, e começa a mexer o café, o revirando com a pequena colher que se encontrava na mesa, claramente desconfortável com o assunto - Eu quis continuar com o relacionamento, mesmo que fosse à distância, mas...ela não.
Um sentimento de choque e tristeza, passam por você. Primeiro, o fato deles não terem terminado por conta de alguma briga, desentendimento, discussão, ou a falta de carinho um pelo outro, e sim por conta do distanciamento. Segundo lugar, o cara por quem você estava louca, e que era averso a compromisso, quis tentar uma relação à distância? Isso parecia uma ideia tão absurda dele considerar, mas talvez essa parte, essa fração dele, esteja reservada apenas para ela, não para olhares forasteiros como o seu.
- Então terminaram porque ela foi embora? – Pergunta para confirmar, e odeia como suas palavras saem baixas, assim como o seu olhar e seus ombros se encolhendo, conforme se afunda na cadeira, tentando sumir.
- Sim, até pensamos em ter um relacionamento aberto, mas não era minha praia, então tomamos essa decisão mútua. – Ele solta um suspiro, e procura o seu olhar ao continuar – Eu não quero te machucar, não precisamos falar sobre isso. – Cessa o assunto, preocupado com sua reação.
- Não, eu quero saber – Ele te fita, ainda indeciso se deve prosseguir – Não quero ficar no escuro sobre isso. – Você justifica.
- Tudo bem – Acena com a cabeça, ainda duvidoso - A gente ainda se gostava, sabíamos que só era um momento ruim, e não queríamos acabar com tudo por causa de alguns meses separados, então... meio que fizemos um acordo um com o outro. – Nessa última frase, ele desvia o olhar e coça a nuca, em sinal de embaraço.
- Que acordo? – Você acha que pode estar hiperventilando agora.
Matías não quer falar, isso é obvio, ele olha para os lados, e solta uma expiração, conformado que não tem mais como evitar esse assunto.
- Ela poderia ficar com quem quisesse, e eu também. Se quando ela voltasse, ambos estivessem solteiros, aí voltaríamos, se não, continuaríamos amigos. – Conta por fim.
Você não sabe como reagir a essa nova informação. Isso só prova que ele nunca teve a intenção de te levar a sério, era só um escape enquanto a pessoa certa estava ausente. O que ele faria quando ela voltasse? Iria te descartar sem mais nem menos? Te jogar fora como um brinquedo quebrado?
- F-foi por isso que você não quis assumir nada, n- não é? Porque se ela voltasse e você estivesse namorando alguém, aí teria quebrado o acordo. – Gagueja ao pronunciar as palavras.
Ele engole em seco antes de responder:
- Sim.
Você sabia. Sabia, e ainda assim te machuca saber que estava certa. Você era só um passatempo, uma distração de quem realmente importava. Se sente suja, e usada, percebendo que os seus esforços, e paciência com ele, nunca te levariam a nada, pois desde o começo já estava fadado ao fracasso.
- Bom, acho que deu tudo certo no final então – Com a costa da mão, você limpa uma lágrima teimosa, que insistiu em aparecer, - Agora você pode ter sua garota de volta. - Constata.
- Eu quero você, por isso to aqui. – O rapaz diz, mas você mal presta atenção, ainda brava por sua confissão anterior.
- Não, você acabou de dizer, você estava esperando por ela, por isso que não me assumiu, eu devia ser só um prêmio de consolação pra você – As lágrimas, começam a querer vir a todo custo, e você se inclina sobre a mesa, trazendo as mãos ao rosto, se cobrindo e tentando controlar um soluço.
- Não, é claro que não, você nunca foi um prêmio de consolação, ou uma segunda opção, eu gosto de você, por isso to aqui, pode não ter começado como algo sério, assim como qualquer outro relacionamento, mas eu certamente me importo e tenho sentimentos por você. – Ele tenta se explicar.
- Você disse que quando ela voltasse, dependendo da situação, iriam reatar. Foi no dia do restaurante que ela voltou? Que você a convidou? – Questiona, ignorando as palavras anteriores dele. O mesmo só solta uma lamentação e prossegue:
- Ela já havia voltado alguns dias antes, só estava terminando de se instalar. Não mantivemos contato durante o término, mas quando ela chegou na cidade me enviou mensagem, me chamou pra sair e eu disse que já tinha planos, juro que não chamei ela, mas ela apareceu mesmo assim. Aquele dia, foi a primeira vez em que a vi pessoalmente depois do término. - Conclui ele.
- Se ela tivesse te perguntado aquele dia, pedindo pra reatar, vocês teriam voltado, não é? – Interroga em um tom de acusação.
- Eu já disse, estava confuso. Não tem como responder isso, eu disse pra ela para conversarmos em outro momento, longe de todos. – Relata o garoto.
- E longe de mim também, certo? – Sua voz é carregada de rancor.
- Sim, mas não como você está pensando. Eu não sabia o que fazer, estava desconcertado, tinha que falar com ela também e apaziguar a situação. - O mesmo argumenta.
- Tadinho de você, tendo que escolher qual garota levar pra cama dia sim, ou dia não. – Retruca com raiva e deboche.
Ele morde as bochechas, tentando se conter, e não dizer a coisa errada.
- Olha, eu admito que fiquei na dúvida, ok? Eu tenho um passado e história com ela, então fiquei balançado quando a vi depois de tanto tempo, mas eu to com você agora, eu quero você, sei que não acredita em mim, mas quero uma chance pra te mostrar que melhorei- Fala em um tom sério e decidido.
Você não sabe o que responder, mas não precisa, pois a conversa é interrompida, por um pequeno zumbido de notificação em seu celular, o qual você verifica imediatamente, querendo fugir da situação, e tem vontade de revirar os olhos ao ver que é apenas sua irmã te perguntando se poderia pegar uma bota emprestada.
- É aquele cara? Seu namorado? – Erguendo os olhos da tela, você nota como o garoto está com o semblante fechado, carrancudo e parecendo uma criança com birra. Mas ignora e responde sua irmã, dizendo que sim, e para ter cuidado.
- Ele não é meu namorado. – Diz irritada, já sabendo a quem ele está se referindo, e guardando o celular na bolsa, para não serem mais interrompidos.
- Um ficante então? – Questiona cruzando os braços e tensionando a mandíbula.
- Não que eu te deva satisfações, é claro – Você o encara, com a melhor feição de desgosto que consegue fazer e responde – Mas não, ele não é meu ficante, namorado, ou algo assim, ele é meu cunhado. – Explica por fim.
Ele parece confuso, franzindo o olhar, como se estivesse tentando se lembrar de algo.
- Eu não sabia que você tinha irmã – Ele diz.
- Eu sei, você nunca perguntou da minha família lembra? Isso não fazia parte da nossa “relação” – Você acusa. Sabe que é injusto trazer isso à tona agora, mas quer fazer com que ele reconheça que te tratou mal, e que você não merecia isso.
- Você está certa, me desculpe. – Diz com a cabeça abaixada em arrependimento.
Mas de repente, ele parece tentar conter um sorriso de surgir, aliviado ao saber que você não estava ficando com ninguém, mas isso rapidamente muda para nervosismo, remorso e até mesmo, pânico? talvez? Você realmente não o entende as vezes.
Depois de um momento de silencio, você quem decide o questionar:
- E você? Voltou com ela, ou ficou com alguém? – O receio e medo da resposta é bem perceptível em seu tom, e ele nota isso.
O rapaz paralisa, ficando com a cara pálida e baixando o olhar, parecendo culpado. E quando você está prestes a falar que vai ir embora, e pra ele não te procurar mais, ele se recompõe e diz com a maior convicção que você já viu:
- Não. – Sua voz não treme, ele não gagueja, e não dá nenhum sinal de que possa estar mentindo. Ainda assim, você não sabe o porquê, mas não se convence totalmente com a resposta dele. Mas se obriga a acreditar, pois o mero pensamento dele com ela, ou com outra pessoa, depois de como as coisas ficaram entre vocês, te machuca profundamente. Então empurra esse sentimento para o fundo do seu âmago e ignora os seus instintos. Ele percebendo sua relutância, continua:
- Por favor, a gente pode recomeçar, e eu vou fazer certo dessa vez. Vamos ter encontros, andar de mãos dadas, fazer o que você quiser, até flores se for a sua vontade, só me dá uma chance. – Os olhos dele são suplicantes agora.
- Eu não sei. Isso é muita informação Matías, você acabou de me dizer que não ficamos sérios por meses, porque estava se “guardando” pra ela, e do nada, depois de dias sem nos falarmos, você quer voltar? É meio difícil entender o seu raciocínio aqui. – Explica, para que ele entenda o seu ponto de vista.
Ele procura sua mão em cima da mesa, hesitante em segurá-la, mas você não se afasta e deixa com que ele entrelace seus dedos junto com os dele, unindo os dois. Ele te fita e continua:
- Eu sei que errei, mas quero consertar isso – Aperta sua mão suavemente, e acaricia sua palma com os dedos, te trazendo uma sensação gostosa com o calor emanando dele - Quero me comprometer e ser melhor pra você, só com você. Por favor. – Ele termina a frase, e indo contra tudo o que você espera, ele traz a sua mão até os lábios, deixando um beijo casto ali.
Que merda era essa? Ele nunca demonstrou afeto em público, e de repente, além de segurar em sua mão, ainda a beija? No meio de várias pessoas? Ele com certeza sabe como te fazer derreter, você fica sem palavras e corada com o gesto, estupefata e ao mesmo tempo se odiando por ser tão afetada por ele. Mas não era isso o que você queria o tempo todo? Que ele se desculpasse, e te prometesse o mundo? Então por que está sendo tão relutante em aceitar?
- Eu vou pensar sobre isso. Mas tenho condições. – Começa, se sentindo uma vitoriosa por sua voz não sair falha, e tentando controlar o rubor em sua face.
- Ok. – Ele diz, dando um último beijo em sua mão, e a largando. Você imediatamente sente falta do contato.
- Primeiro, e se você não concordar, já finalizamos por aqui. – Lança um olhar sério - Não quero que você mantenha contato com a Malena, você vai ficar comigo e somente comigo, não ligo pro acordo que vocês fizeram de continuarem a amizade. Não me importa se é sua ex, se tem uma história, ou o que for, ela acabou pra você entendeu? – Termina, cruzando os braços e arqueando a sobrancelha, e dane-se que você parece uma psicopata obsessiva.
- Tudo bem, eu concordo. – Responde prontamente.
Isso é estranho, ele está aceitando tudo muito fácil, você esperava um pouco mais de resistência da parte dele, não que você esteja reclamando, óbvio.
- E segundo, se me quiser de volta, vai ter que lutar por isso – Declara convicta, apontando um dedo em sua direção - Vamos no ritmo que eu quiser, ou seja, com calma, e vamos fazer certo desta vez. – Ele não parece entender o que você implicou, só inclinando a cabeça para o lado em confusão. Você revira os olhos e diz:
- Eu to querendo dizer: sem beijo, toque ou sexo. Você tem que me cortejar antes, se quiser chegar nisso.
A expressão dele cai, com certeza não esperando por essa exigência sua, e considerando a vida sexual dos dois antes do término, sabia que não seria fácil pra ele. Mas precisava disso, se ele te quisesse de verdade, e não somente o seu corpo, teria que te provar. Ele arruma o rosto e responde:
- Tudo bem – Diz convencido – Eu te conquistei uma vez, posso fazer de novo.
- Veremos. – Retruca em tom de desafio.
E com isso, um silencio se instala na mesa. De repente você se sente extremamente tímida, e sem saber como devem prosseguir a diante. Tem tantas coisas que ainda precisam ser ditas, esclarecidas, mas vocês vão se acertando pouco a pouco, ao menos é o que você espera.
- Você tá bonita. – Ele quebra o silêncio.
- Me bajular não vai te levar a lugar nenhum – Diz o alertando.
- Eu sei, mas ainda assim vou dizer. – Retruca, teimoso como sempre.
- Obrigado. – Agradece a contragosto.
- Me conta mais sobre sua irmã – Ele começa a se servir com mais café – Ela é mais velha?
Você é pega de surpresa com isso. Não acostumada com a demonstração de interesse dele em relação a sua vida pessoal, só quando envolvia estar entre suas pernas.
- Sim, ela é. – Confirma.
E antes que você se de conta, a situação não está mais tensa, com os dois tentando não pisar em ovos. Estão rindo, e conversando. Você pega o telefone e o mostra fotos de sua irmã, dela com seu cunhado, e dos três juntos. Até comenta do casamento, e ele se mostra realmente contente com os detalhes, provavelmente ainda aliviado de o homem não ser próximo de você, pelo menos não da maneira em que ele imaginava.
Você pergunta sobre os garotos, como eles estão, e pede para que o mesmo envie um abraço seu a todos, e se desculpe em seu nome por não terem conversado ultimamente. Você fica receosa em saber se eles estão chateados, ou ressentidos do seu comportamento, o que ele é rápido em negar, te tranquilizando, dizendo que eles entenderam a situação, e que apenas estão com saudades. Relata que contou ao grupo do envolvimento entre vocês, e que eles compreenderam. Mais uma vez te surpreendendo, em como ele está sendo transparente agora.
Ele é atencioso, e antes de irem embora, insiste para que você coma mais alguma coisa, sabendo como você é apaixonada pelas sobremesas de lá. Ele ri em como você abre um sorriso, e aponta animada para o doce, para que a garçonete o pegue. E em meio a isso, você não consegue parar de pensar, que se ele continuasse se comportando assim, você vai amar ele mesmo, e não vai se importar nenhum pouco com isso. Mas se está tudo tão bem, por que você ainda sente que tem algo errado?
__ __
Espero que tenham gostado do capítulo, até o próximo 😚🩵
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alemdomais · 3 months ago
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ouvi num vídeo um querido apontando o conceito de "pessoas inaugurais", basicamente aquelas que trazem pra sua vida uma experiência nunca vivida e o impacto que essas experiências acabam desenvolvendo na vida da gente. sabe, se a gente for considerar o efeito borboleta, essas pessoas inaugurais seriam parcialmente responsáveis por terem "conduzido" nossas vidas até onde hoje elas se encontram. mas isso eu acredito até já ter comentado em um ou dois outros desabafos. mas hoje, acho que pensei sobre como essas pessoas inaugurais podem sim apresentar sentimentos e sensações exclusivas e que são intensas por serem as primeiras, as inéditas, só que o tempo ele faz a gente também aprender a desenvolver uma certa resistência que vem da necessidade de se criar anticorpos pra certas dores ou sei lá... tudo aquilo que existe pra chegar na nossa vida em decorrência de algo novo, inédito, nunca experimentado e por consequência nunca sentido também, enfim, tudo aquilo do que não temos ainda como nos desviar ou saber lidar... tudo que venha desse desconhecido que nos deixa ingênuos e submissos ao que tiver que ser porque não estamos prontos praquilo ainda. se parar pra ver, acho que as pessoas inaugurais, apesar das lições que elas deixam, e das memórias e de tanta coisa que depois a gente sofre com vontade de resgatar, acho que é bizarro e ao mesmo tempo engraçado como no fim das contas é como se elas se transformam de repente numa espécie de sinal de fumaça que sinaliza onde a gente tá e vai embora, simplesmente vai sumindo no ar.. a transição é um tanto assustadora, vamos combinar. porque do mais absoluto nada, alguém que chegou na sua vida te apresentando um outro lado do mundo e que você aprendeu a amar justamente por essas tantas coisas novas que ela trouxe, ela simplesmente passa desse alguém estreante pra alguém que você já não sabe muito bem como encontrar. saber, até que sabe, conhece o endereço ou como achar numa rede social e você pode fazer isso a qualquer momento e até tenta algumas vezes... mas você não encontra mais aquela pessoa nela mesma. e o sentimento é tão devastador no começo. é justamente aquele alguém que você acreditou que nunca sairia daquele espaço, nem por reza brava. mas aí o tempo, muito sábio, ele vai conversando com a gente e cicatrizando o luto dessa perda. vai mostrando que aquela pessoa já fez o que tinha que fazer na sua vida e agora já tá pronta pra seguir. tinha que ser aquilo ali mesmo. e normalmente a gente só entende a magnitude desse vai-vem de vindas e despedidas quando outra pessoa aparece trazendo a mesma sensação. e você reconhece de cara porque não é mais tão leigo assim. você já sentiu isso antes, sabe do que se trata. não sabe como vai ser agora, talvez a intensidade seja totalmente diferente agora mas você sabe. e é bonito como as coisas passam a ter mais significado quando esse momento passa a existir na vida. quando seus olhos finalmente enxergam que sentimentos iniciais são iniciais e precisavam de pessoas inaugurais pra que fossem iniciados. mas que depois de iniciados, a sensação de se encontrar alguém que te desperte o mesmo é inconfundível. você sabe que agora não é um teste. agora é agora, é pra valer. você solta uma risadinha pro passado, pras pessoas inaugurais que sem elas não seria possível viver o que tem pra viver agora. e agradece porque o que tem pra viver agora é real, sem dúvidas e completo. você se sente pronta como antes não conseguia sentir. as coisas, aos pouquinhos, vão se encaixando onde precisam ficar.
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taranvalaedrios · 1 month ago
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Mas a realidade é diferente, o sol quando aparece é de torrar a mente! Não, não são coisas só do seu imaginar... Esse é TARAN DEL'AIRES VALAEDRIOS, sim! Com 40 anos, aquele SUBDIRIGENTE DA INFANTARIA lá que vive jogando conversa fora e fazendo piadinhas de tiozão sem graça, isso quando não 'tá com a galera dele olhando os dragões alheios e relembrando. Ele, inclusive, já foi um cavaleiro de dragão, mas BAL'HEIRIS, como chamava, tão teimoso quanto o dono, desvinculou-se dele após uma batalha por nunca terem avançado a conexão, ter sido algo superficial por anos. Hoje em dia empunha a UNSEEN OMENS, uma panabas com correntes que, dizem as más línguas, fora amaldiçoada, mas, tudo bem, porque Taran não acredita nessas coisas. Afinal, uma vida todinha de desgraças se resumir a um fim fatídico por conta de uma arma mágica... É putaria, né?! Apesar disso, é nítida a mudança que reflete em si quando a usa. Em combate é um homem totalmente diferente do que normalmente aparenta ser, mas ninguém sabe o que se passa, realmente, no coraçãozinho do ex-cavaleiro de dragão.
ㅤㅤ✶    ׅ ࣪ ⛓️ QUE TAL A GENTE SABER MAIS UM POUQUINHO DESSE BOY? Primeiro precisa entender o background, curiosidades e demais informações abaixo do readmore! Também tem umas conexões requeridas esperando por você e, se achar conveniente, veja também a pasta dele no pinterest e escute suas musiquinhas.
ㅤㅤ〰︎ 𝐒𝐏𝐄𝐂𝐈𝐀𝐋 𝐒𝐏𝐄𝐋𝐋𝐒 .·
ㅤㅤ━━ヾ HEADCANONS :
Reza a lenda que quem muito quer, nada tem. É fato que provamos desta realidade quando pensamos em nós mesmos, envoltos em uma maré de egoísmo que, eventualmente, torna-se cármico. Portanto, é assim que iniciamos o conto de um changeling, Taran Valaedrios; jovem inocente que fora sentenciado sem sequer opinar, a uma vida de guerra e escuridão. Desde que se entende por gente, e que também fora compartilhado a si ao longo dos anos, o herdeiro da família tornou-se o único descendente dos Valaedrios vivo que ainda habitava os confins de Eldrathor para contar a história de seus semelhantes. Um a um foram sendo engolidos pelas trevas, cedendo aos encantos da morte, e pouco importa a Taran como sumiram do mapa, restando somente a si, ele nunca ligou o bastante ou os amou o suficiente para isso. Bem jovem, antes mesmo de completar a tenra idade para ingressar no âmbito militar, como obrigação, este precisou arcar com a responsabilidade sobre si mesmo uma vez que fora abandonado pelo próprio pai na porta de Wülfhere, sem entender o que se passava ao redor e tampouco ter tido a experiência de sair daquela ilha. Embora castigante, o teste que precisou passar e a rotina lhe apeteceu, estranhamente, já que não possuía mais nada para se entreter senão aquela vida. E assim foi por longos anos até atingir a maioridade, quando reconheceu que a mudança mais séria de sua existência se trataria da conexão com seu dragão. Bal'heiris cresceu e amadureceu consigo. É possível dizer que enquanto montador de dragão, Taran teve uma vida esplêndida e de grandes vitórias, além de experiências abundantes que, com toda certeza, carrega e lembra-se até os dias atuais. Dentre anos que viveu daquela forma, comparar ao agora era inevitável e até triste para si, uma vez que o vínculo entre eles dois se desfizera pouco após uma batalha, e aquilo foi uma sentença que lhe fez "decair" para a infantaria.  Nunca foi o que ele pediu, nem era o que queria, mas aquela conexão de outrora não poderia ser substituída, e em seu cerne não haveria uma outra chance tão boa. Eventualmente, tornou-se simples seu trabalho, mas não menos desafiador (na verdade até mais do que antes), ao passo que Taran ascendeu como subdirigente de seu quadrante recentemente e está lidando com as responsabilidades de tal, e pensa que, talvez, estivesse destinado a um vínculo tão grandioso quanto ser um montador de dragão.
ㅤㅤ━━ヾ ARMA MÁGICA :
Nomeada de "os presságios invisíveis", acredita-se que tal item fora antigamente amaldiçoado, mas poucos são os que se atreveram a usá-la para testar; seu atual portador acredita apenas que infortúnios aconteceram aos mestres anteriores da arma, por isso a usufrui de forma natural, e diz-se que esta se "dá bem" com Taran por suas índoles serem parecidas ao invés de conflitantes... É uma preocupação para o Taran do futuro. Em uma pulseira de prata habita a arma mágica de Taran: uma panabas, grande espada de lâmina curva, presa a uma corrente igualmente mágica, lhe dando grande comprimento. No instante em que ativa os poderes da arma, a pulseira se derrete em uma corrente maior e mais grossa, moldando a forma da lâmina em sua ponta bastante afiada. Carrega no item uma aura roxa sinistra que pesa um clima e também, por si mesma, a arma é pesada aos demais que tentam segurar, menos para Taran. A famigerada magia que a panabas exala, é a de queimar a cada corte, como se estivesse com veneno que corrói. O que dizem as más línguas é de que o poder imbuído nela é a de que carrega consigo o espírito daqueles que já lhe empunharam, contudo, o próprio Taran nunca afirmou ter visto qualquer tipo de anomalia, apesar de contribuir para que os boatos sejam verdade - o que lhe rende boas risadas pela brincadeira que perpetua. No entanto, aqueles que já foram feridos pela lâmina e ficaram vivos para contar história, o que são poucos, disseram que cada corte e cada manejo é desferido por um dos antigos donos da Unseen Omens. É fato que Taran muda repentinamente toda vez que está em luta e usufrui de sua arma - como se estivesse sendo possuído ou perto disso.
ㅤㅤ━━ヾ jack sparrow do filme pirates of the caribbean; ㅤㅤ━━ヾ vander/warwick de arcane/league of legends; ㅤㅤ━━ヾ nawi de a mulher rei; ㅤㅤ━━ヾ kratos de god of war; ㅤㅤ━━ヾ hellfire ─ FEVER 333; ㅤㅤ━━ヾ tba; ㅤㅤ━━ヾ tba. ㅤ ㅤ ㅤㅤㅤ ㅤㅤ ㅤ⠀ㅤㅤㅤ ㅤ ㅤㅤㅤㅤ﹀ ㅤㅤ ㅤ
⠀⠀⠀⠀╭─────━━━⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀⠀ ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ𝗔 𝗦𝗣𝗘𝗟𝗟, 𝘸𝘳𝘪𝘵𝘵𝘦𝘯 𝘣𝘺 : ㅤㅤㅤㅤㅤㅤ ㅤㅤㅤ𝗍𝗁𝖾 𝗍𝖺𝗅𝖾𝗌 𝗈𝖿 𝑙𝑖𝑙𝑖𝑒 ⠀⠀ ⠀⠀⠀ ⠀⠀⠀⠀⠀ ⠀⠀ ━━━─────╯
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inutilidadeaflorada · 11 months ago
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E Todos Esses Conhecidos Ancoram a Presença a Tua Imagem
A sarjeta é formada por desejos não superados E cada mistura corrosiva de diesel e perfume Incendiam os braços que correm contra faróis Nem sol, nem Ícaro. Eram os fantasmas da performance
Eis a urgência de um evangelho para ser superado Algo que rivalize mentiras e confunda ritmos Saturada América sobre a tormenta De decupagem dos sonhos flácidos
Separar e distribuir, como um bom publicitário Fluir as apostas de ouro e rubricas Adote para si um estereótipo A cartilha embaraça influência e quadris
A noite pungente derrete ampulhetas Na terra em que talheres são espelhos Conspira-se uma reza que desce dos olhos ao estômago E não importam as contraindicações, desde que todos repitam:
Três uivos no céu de outra boca Um exercício antropofágico Fausto postergado como um rei Em troca de um constrangimento autoral
Afundando ou subestimando o fascínio Toda esta placenta envolvida em um esquife espelhado Girar codinomes e suspeitar de vieses coordenados Eu te apresento cenários vastos, coma dessa espera
Este peito reside um amontoado de línguas Que pulsam um rio que afoga os pulmões Verter todos os sentidos ao paladar e alinhar-se em poleiros Ao travar conflitos com artérias sociopolíticas
Regar feridas com rosas entreabertas E na dubiedade de uma nota colhida Torcer jornais até escorrerem semióticas Vestir palavras de frigoríficos como antologias
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01298283 · 2 months ago
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Witchcraft
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Hoje quando eu estava voltando para minha casa eu encontrei essa "benção" no meu caminho,é pena de urubu e não é fácil conseguir onde eu estou. A pena de urubu tem diversas finalidades tanto para feitiçaria negativa quanto para feitiçaria positiva e pode ser usada para fazer pó,que pode ser usado tanto para pólos negativos e positivos.
Como praticante de bruxaria eu aconselho você a valorizar e a preservar a natureza pois ela é o "coração do mundo" digamos assim,e tudo o que precisamos manipular em feitiçaria precisamos dos elementos que a natureza fornece,devemos ter essa consciência ecológica em nós e tentar preservá-la.
Eu moro em uma região onde eu tenho a sorte de encontrar aves mortas com facilidade,há bastante árvores e parques por aqui creio que elas morrem por atropelamento pois a avenida é extremamente movimentada e a área é central,aves mortas também tem diversas finalidades,basta saber manipular os elementos e saber o que está fazendo e para o que está fazendo.
Mesmo que você não vá utilizar o elemento agora é sempre fundamental guardá-los,por exemplo,pena de urubu pode ser usada em assentamentos,sempre que estou caminhando pelas ruas fico atenta eu sempre encontro algo que será útil em um feitiço,algo que tenho anseado é pena de coruja,quanto mais natural for o elemento desde uma erva a algo mais complexo melhor e mais força a sua feitiçaria terá.
Por exemplo,eu particularmente não gosto muito de comprar aqueles pó prontos que vendem em casas esotéricas,principalmente porquê não sei como foi manipulado e o que foi usado,então eu prefiro colher os elementos e fazer,consagrar ou cruzar por conta própria com o auxílio de uma entidade. Digamos que aqueles que vendem em casas esotéricas você pode até intencionar e cruzar com conjurações mas algo natural será bem melhor.
Eu costumo recolher e guardar muitas coisas,água da chuva,agua de tempestade por exemplo,tudo isso tem uma finalidade específica e futuramente servirá para alguma coisa,a bruxaria é assim,somos uma espécie de "catadores",manipulamos às energias mediante aos elementos,por exemplo,pode parecer cômico e irônico mas dependendo do feitiço podemos até utilizar "pó" de determinados lugares,por exemplo,uma igreja,é porquê acreditamos em Jesus? Nada disso,há fundamentos por trás e não vou expor aqui o texto ficaria longo demais mas podemos usar isso para pólos negativos,o pó seria varrer a poeira do local ou objetos específicos desta egrégora.
A feitiçaria não está ligada a dogmas ou a religiões e somos livres para executar o que é necessário,entretanto,você tem que saber com o que está lidando e o que está fazendo e às consequências,pois absolutamente nada é de graça seja negativo ou positivo,até suas rezas ou orações como queira apelidar tem que ser analisadas,tudo tem um preço mesmo que você não aceite isso ou não acredite,uma simples reza é feitiçaria.
Se você acredita que magia é mágica nem entre nesse mundo,nada cai do céu. Mágica é instantânea,magia não,magia é complexa e seu resultado levará tempo,se você acredita que será semelhante a Harry Potter será frustrado nem tudo é o que parece ser e não é nada fácil ou confortável,eu não romantizo aspectos espirituais justamente porquê eu conheci a realidade e tive acesso a certas coisas,fantasiar o outro lado como algumas vertentes fazem é ilusão.
Por exemplo,odeio a romantização de Exu e Pomba-Gira,brinque com eles e você vai ver o que vai te acontecer,ande por um caminho torto e você verá a surpresa que terá. Esses aspectos são "osso duro de roer" mas algumas religiões romantizam muito a espiritualidade,os cristãos,por exemplo,fazem isso ou algumas vertentes Kardecistas e Umbandistas.
Há muitas possibilidades e segredos nestas coisas,nunca diga tudo o que sabe e tudo o que você pratica e quantas egrégoras você manipula,não seja uma bruxa "arroz e feijão" aprenda sobre outras egrégoras e possibilidades e obviamente não conte a ninguém,não prenda a si em dogmas,doutrinas e submissão você é uma bruxa ou um cão adestrado? Lúcifer é o Deus das Bruxas,e ele ensina que somos a oposição,a luz e às trevas quando necessário e para quem merecer,nossa moral não é alicerçada nos rudimentos desta sociedade menos ainda em rudimentos cristocêntricos,o bem e o mal é relativo,regras foram feitas para ser quebradas,tudo é relativo,tudo dependerá de certos aspectos.
A verdadeira liberdade vem do rompimento com sistemas que limitam o potencial humano, encorajando os praticantes a seguirem sua própria bússola moral,escolha ser uma ovelha negra ou passe a vida sem autenticidade e personalidade,sendo moldado por sistemas e moralismos,ignorâncias e limitações,quer passar a vida sendo uma ovelha submissa e adestrada? Não tenha medo da fogueira,nem das críticas tenha medo de passar uma vida em uma jaula repleta de ignorância e agradando os outros.
Sabe o que é "pecado"? Às "ovelhas" "puritanas" que mentem para si diariamente,a ignorância e a hipocrisia,você acredita que elas/eles teriam a coragem de enfrentar a si mesmo e suas sombras? A fogueira da qual enfrentamos não é para qualquer um,é uma honra ser queimada em um mundo como esse,mostra apenas que estamos no caminho certo,submissão nada mais é que controle e opressão,fizeram a ovelha acreditar que ser adestrado,miserável e escravizado é virtude.
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mahfilhadedeusblog · 4 months ago
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“Reza a lenda que toda mulher carrega em si a magia. Está no poder da sua intuição, na força do seu olhar, na coragem do seu coração.
Nela o Universo depositou a força da criação, o poder da vida, o dom da proteção, a virtude do entendimento.
Toda mulher sabe mais do que lhe contam, porque carrega a mente em uma mão e sua sensibilidade na outra. Por isso elas enxergam além das aparências.
Nunca se brinca com o coração de uma mulher. São elas que entendem a força do Amor, que conhecem os caminhos da afetividade.
São sacerdotisas, mestras, feiticeiras. Canais diretos com o Divino. Possuem a fé que transporta montanhas e a força que move os mundos.
Todos possuem a energia de mulher, e aqueles que encontram essa fonte em si estão preparados para conhecerem os mistérios da vida. Pois os que não buscam entender seu lado feminino jamais estarão preparados para conhecer os segredos que formam a existência.
Ser mulher é assumir a Deusa que mora em si. É despertar a luz que ilumina os caminhos da humanidade.
Ser mulher é conhecer a magia e dela fazer uso, seja na delicadeza de um gesto ou no enigma de um sorriso.
Ser mulher é ser mágica.” Repost (Alexandre Gruber)
Kakah Terapia Tântrica 🕉🆙☯
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hermeneutas · 1 year ago
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A pluralidade e o politeísmo
Um elemento crucial a ser discutido entre os grupos politeístas e devotos dos Imortais é o inerente pluralidade com qual lidamos quando nos aproximamos da espiritualidade em geral. Mesmo olhando somente para a religião helênica encontramos -- desde a antiguidade -- um considerável número de variações nas noções que envolvem nosso caminho com os Divinos.
Discutamos aqui um pouco sobre isso, então.
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A Ártemis Orthia de Esparta foi descrita pelo romano Pausânias como um objeto de discussão mesmo na antiguidade, reza o mito que a sacerdotisa e heroína Ifigênia a trouxera da Táurida para aquela região nos tempos heroicos como relatados no ciclo teatral da Orestéia por Eurípides. Este fato, entretanto, é discutível tendo em vista que outras regiões da Hélade clamavam o mesmo.
Embora existam elementos unificadores quanto a religião (o maior deles sendo o culto e a ideia quanto a soberania de Zeus), os Deuses principais de determinadas partes diferiam substancialmente. Mesmo os integrantes dos Dodekatheon (Os Doze Deuses) não eram uma ideia fixa, com pensadores antigos como Heródoro de Heracleia descrevendo os olimpianos como Zeus, Hera, Poseidon, Atena, Ártemis, Apolo, Dionísio, as Graças, Cronos, Réia e o Deus-rio Alfeu.
Havia também locais onde a reverência aos Deuses tomava formas graças a mitos locais e variações culturais: Em Rodes, o culto a Hélio, o Deus-Sol, tomava uma proporção grandiosa e focal quanto ao modo de vida dos habitantes de lá, assim como Hera figurava como a deidade mais louvada da região de Argos. Acontecia também de uma mesma divindade ser louvada de maneiras diferentes, com mitos diversos atrelados a sua localidade, história e tradições de cada local, como Zeus, uma divindade representada de modo vastamente celestial (urânico) sendo cultuado sob o aspecto de uma cobra, um símbolo ctônico em grande parte, com o epíteto Meilikhios -- o afável.
Os Deuses são louvados e cultuados de maneiras diferentes há milhares de anos, com um espectro de variações míticas e de tradicionais ricas presentes na cultura de cada povo do Mediterrâneo. A pluralidade é uma realidade inerente ao politeísmo helênico desde as suas raízes mais antigas e conforme tracejamos esta linhagem até os tempos modernos onde ocupamos, a devoção aos Deuses toma novas formas.
Hoje em dia há devotos mais alinhados ao reconstrucionismo, onde há um esforço de revisitar o passado das tradições religiosas como inspiração para celebrações e na busca de conexão com os Divinos. Há também aqueles que buscam louvar os Imortais em outras tradições que pouco dialogam com a história helênica em si, mais alinhados a outras vertentes de paganismo. Entre discussões e atritos possíveis, por Zeus e os Imortais nos guiamos em busca de uma reciprocidade virtuosa com os Divinos em suas belas e plurais formas.
No fim, cada grupo de devotos, estejam eles se reunindo presencialmente ou não, forma um corpo vivo destas espiritualidades que se enlaçam no politeísmo helênico em suas expressões vivas -- estejam aqui no Brasil ou não.
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azulmiosotis · 7 months ago
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moving
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༊࿐ ⊹ ˚. capítulo II
༊࿐ ⊹ ˚. tw: relacionamentos tóxicos, atitudes tóxicas (cap. futuros)
༊࿐ ⊹ ˚. n.a.: finalmente criei vergonha na cara e terminei esse capítulo. feliz dia dos namorados né kkk🤪
༊࿐ ⊹ ˚. masterlist // cap. anterior // próximo cap.
 Os corredores ficavam mais simples e austeros à medida que os rapazes adentravam os bastidores. Salas grandiosas, com pisos de marfim e cortinas de veludo, davam lugar a corredores apertados, abarrotados de dançarinos se despindo de seus figurinos, cansados pela noite de estreia. auxiliares iam e vinham com carrinhos e cabides. Francisco cruzava esse labirinto como se fosse o caminho de sua casa. Falava ao telefone, brigando por alguma coisa ou outra. Com uma reprimenda final, terminou a ligação, e se virou para Enzo, que vinha em seu encalço. 
  “O boludo do funcionário não enviou o buquê para ela. Tenho que arranjar isso, é muito mal-educado chegar sem nenhum agrado, sem umas flores. Ah, que inferno! Enzo, eu vou aqui do lado, tem uma floricultura que já me conhece. Vire à direita, o camarim dela é a segunda porta. Diabo de etiqueta!” Sem mais delongas, Francisco saiu bufando e pisando forte, deixando Enzo sozinho naquele meio estranho. Com uma pontada de nervosismo, decidiu seguir as instruções do colega, e bateu na porta onde se lia “Bailarina Principal”. 
—-
  “Pode entrar!” Falou de dentro do banheiro, ainda limpando o rosto da pesada maquiagem de palco. Quando saiu, encontrou o jornalista observando o camarim, curioso. Ao lhe ver, abriu um sorriso e lhe estendeu a mão, confirmando seu nome e elogiando a apresentação. Você respondeu o gracejo enquanto se sentava na toucadeira. 
  “Muito obrigada, é gentileza sua. O senhor é Francisco Romero, certo? O jornalista da revista…”
  “Eu sou o fotógrafo, Enzo Vogrincic. Meu colega teve um contratempo, mas ele já chega.” 
 Você riu, envergonhada, principalmente após perceber a câmera que ele trazia no pescoço. “Ah, me desculpe. Nunca dei uma entrevista antes, não sei esses pormenores.” 
  Ele sorriu, charmoso. “Não se preocupe, nena. Eu te mostro como faz.” 
—- 
  Se a bailarina encantara Enzo no palco, fora dele ela o arrebatara. Seu sorriso fácil, alegre, seus trejeitos polidos e educados, e seus modos incertos, quase tímidos, estavam o levando à loucura. Conversavam casualmente, esperando o verdadeiro entrevistador. Enzo havia a fotografado, sentada na cadeirinha dobrável do minúsculo camarim, vestida ainda no figurino vermelho, mas a imagem saiu trêmula quando ela desatou a rir no último segundo. Não sabia dizer se ficava mais graciosa quando dançava, atravessando a melodia com seus movimentos dramáticos e animados, ou agora, quando, livre, relaxava e conversava, sorrindo solta. 
  Apesar de suas rezas silenciosas, Francisco retornou, com um buquê de tuberosas e violetas. Enzo, forçado a retroceder, observou a entrevista, os cliques esporádicos de sua câmera justificando sua estadia no camarim. Admirava-a como um artista à mais bela paisagem. Uma pergunta do entrevistador, porém, o interrompeu.
   “Sim, sim. Mas, me diga: desde que chegou em Buenos Aires, não ouvi um pio sobre você e mais alguém. É mesmo assim, ou está deixando algo às escondidas?” O jeito direto, quase sem-vergonha de Francisco nunca falharam em surpreender Enzo; e também ao que parece, à bailarina, que corou e riu frouxamente, olhando para o chão. 
   “Bem, na verdade, desde que eu terminei minha última relação, ainda no Brasil, eu não procurei mais ninguém. Me dizem que eu sou ‘complicada’, e de qualquer forma…” a palavra morreu na língua. Francisco fitou-a, em silêncio, por mais uns minutos, tentando arrancar-lhe algo mais. Ela respondeu simplesmente devolvendo-lhe o olhar. Apesar da confissão, não parecia vagarosa nem humilhada; parecia agora até mais dona de si, endurecida e amargurada pelo comentário descabido do jornalista. Esse tratou de emendar o fio da conversa, e o resto da entrevista correu naturalmente.
  Enzo só percebeu quão tarde da noite era quando saiu do teatro e sentiu o vento gelado lhe acariciar a face. Homem de hábitos regulares, tão logo notou a hora, notou também o sono a lhe invadir a mente. Seu colega, porém, continuava animadíssimo, e passou a viagem para casa inteira, ou até onde seus caminhos ainda convergiam, falando sobre a matéria e a entrevistada. Tudo entrou em um ouvido e saiu pelo outro. Na mente de Enzo, restava uma ideia apenas: ver novamente aquela singela bailarina. 
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carlosdmourablog · 1 year ago
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Chega um momento na vida em que você se afasta do drama e das pessoas que o criam. Rodeie-se de pessoas com quem ri. Esqueces o mau e focas-te no bom.
Ama as pessoas que te tratam bem e reza por todos os outros. A vida é tão curta, vive-a de outra forma senão feliz. Cair faz parte da vida, levantar é viver. Estar vivo é uma dádiva e ser feliz é uma escolha sua.
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marcia-stronger · 10 months ago
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Tudo que acontece na vida de uma mulher é manifestado nos órgãos se. xu. ais dela.
Problemas como falta de amor próprio, dificuldade em se comunicar, de criar, abu.sos, abor.tos, traições, mágoas e frustrações nos relacionamentos ...
Todas as nossas memórias são armazenadas no aparelho reprodutor e também no comportamento se. xu.al – o que explica, por exemplo, porque algumas mulheres nãoconseguem plenitude nesse aspecto.
A cura e a integração da mulher à energia da sua se.xu.ali.dade dependerão especialmente do entendimento que ela possui sobre suas simbologias físicas, emocionais, mentais e espirituais.
Mesmo que não se dê conta, toda sua experiência e descoberta como mulher ficam registradas em sua mente e quando são impactantes, se impregnam em suas células. Uma forma de identificar isso é com a tensão sentida no corpo.
Suas crenças serão então reproduzidas na sua vida se.xu.al, mesmo que você não perceba. E mais ainda, serão repassadas aos seus descendentes. O que eu chamo na minha Tradição espiritual de CARGA ANCESTRAL.
Por exemplo: uma mulher de origem familiar tradicional, com pais repressores, que puniam sua expressão se.xu.al, geralmente irão reproduzir comportamentos de autopunição com o se.xo, o que pode gerar dificuldade de chegar ao or. gas.mo, dores na relação, diminuição da li.bi.do, fuga do se.xo e fetiches que causam humilhação e desvalorização da mulher.
No Matricentrismo, uma forma de reconstruirmos a vida se.xual é por meio da expressão da criatividade. Ou seja, é através da dança, artesanato, desenho, escrita;(essa é minha preferida), maquiagem ou toda forma de autocuidado, onde a mulher aprende a expressar seu lado criativo. Outra maneira ainda mais poderosa são limpezas uterinas ancestrais, práticas antigas com ervas e rezas.
O ventre – que está intimamente ligado ao órgão sexual e ao sexo – é uma região que simboliza a criação. Portanto, por meio da criatividade a cura se estabelece.
Desperte a cura criando e libertando seu prazer e merecimento.
Crie e se recrie...
E assim você irá expandir a energia da criação que existe no seu órgão sagrado.
Myrts Fernânde's
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todademariablog · 5 months ago
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"Estava São Domingos tão convicto da eficácia e do mérito do Rosário que quase não dava outra penitência a quem a ele se confessasse senão a penitência de rezar o Rosário, tal como já vimos mais atrás no exemplo daquela senhora de Roma a quem deu por penitência rezar um só Rosário. Também os confessores, se quiserem imitar o exemplo desse grande santo, deveriam dar por penitência aos seus penitentes a reza do Rosário com a meditação dos mistérios, em vez de impor outras penitências que não sejam tão meritórias nem tão apreciadas por Deus e nem sequer tão proveitosas para as suas próprias almas, para as fazer avançar na virtude ou eficazes para as impedir de voltar a cair nos mesmos pecados. E isso já sem dizer que, rezando o Rosário, lucram-se numerosíssimas indulgências que não são atribuídas a outras práticas de devoção."
📖 São Luís Maria Grignion de Montfort Obras completas - Paulus.
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lostollye · 5 months ago
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Resumo dos chars da Ollye
Eu sou a Ollye, +21, ela/dela. E abaixo segue o resumo dos meus chars e links. Abaixo do read more tem a minha lista de interações atuais, estou sempre atualizando ela, então se ficar na dúvida se eu te respondi ou não, só checar lá embaixo!
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Nome: Verônica Delilah Tremaine
Idade: 47 anos
Lady Tremaine (Cinderela)
Bissexual (Com predileção a qualquer pessoa que queira ela, afinal, ela é carente)
Descrição: Uma lady de muita classe que ficou popularmente conhecida por ser uma péssima madrasta e uma mãe não muito boa, mas vamos, vilã? Ela já acha isso um pouco exagerado, por isso mesmo assim que se estabeleceu financeiramente começou o seu rebranding. E ela trabalha tanto nisso que pode ser surpreendentemente gentil com você ou só parecer excessivamente educada, alguns até mesmo diriam que ela só ficou ainda mais chata! Ninguém muda da noite pro dia e reza a lenda que se você usar a colher errada na mesa, vai sentir o olhar gélido de julgamento dela do outro lado da sala.
About & WC
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Nome: Eric Waverly place
Idade: 33 anos
Príncipe Eric (A pequena sereia)
Bissexual (Com preferência por seres do mar)
Descrição: Talvez ele não aparente mais tão alegre e animado como um dia já foi, mas é apenas por que tem um sério problema com tédio e acaba se cansando dos diversos hobbies que tem com facilidade absurda. Pode até parecer meio distante, mas ele jura que é um bom amigo se você der uma chance pra ele. Atualmente ele administra um parque aquático, com vários pontos e detalhes de coisas de histórias e lugares que ele já vivenciou! Um ótimo lugar pra quem busca diversão e ouvir uma boa história.
About & WC
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Nome: Pinóquio ou Pinocchio
Idade: 32 anos
Pinóquio (Pinóquio)
Pansexual
Descrição: Todo dia de manhã saem na rua um idiota e um esperto... Bem, cansado de ser o idiota, Pinóquio decidiu que o esperto seria ele. Então, não vai ser incomum ver ele tirando uma com a sua cara depois de te enganar com a história mais mirabolante possível, não que ele minta sempre, ele conta muitas verdades, como você vai saber o que é sincero e o que não é? Se você quiser uma companhia pra se divertir e se jogar na gandaia, ele é pessoa certa pra você! Como alguém que já teve um grilo como consciência, ele gosta de fazer quase o mesmo para os outros... Só que Pinóquio é mais como o demônio no seu ombro do que qualquer outra coisa.
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Nome: Solange Alencar de Marchesi Von Falkenstein
Idade: 28 anos
Celeste, Princesa dos Cosmos (Quebra nozes)
Bissexual (Com preferência por mulheres, especialmente as casadas)
Descrição: Eu tenho o número e ainda sou artista. Mamãe dizia: Tu é impossível, minha filha. Pode ser que você tenha visto um ou outro quadro dela em exposição ou leilão, ou até mesmo lembre dela fazendo alguma ponta de atriz em alguma série europeia. Mas só quem conhece de verdade sabe o quão maluca e desiquilibrada ela é, chegou nesse mundo de paraquedas em um momento caótico da própria vida (Nem sabia se ia assinar os papéis do divórcio ainda) e agora está tentando lidar com a dura realidade do futuro... Não, não de virar uma Princesa dos Cosmos, mas se ficar ali vai ter que trabalhar. E de verdade? Ela não poderia estar mais contrariada a ideia.
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Nome: Drusilla Elspeth Grimmora
Idade: Mais velha que a sua vó.
Bruxa das Terras Abandonadas (Castelo Animado)
Pansexual
Descrição: Alguns talvez a conheçam como uma bruxa senil ou possivelmente a ex maluca do Howl, o que ela acha um absurdo, ela é a ex maluca de muito mais pessoas! Mas se for um integrante do Mundo das Histórias que tem bom gosto, você a conhece pela linha de cosméticos a Eternal Glow! Que lhe garante juventude e beleza sempre a mão. Completamente maluca e difícil de se conviver com, são poucas as pessoas que realmente a conhecem de verdade e sua história, mas ela é leal aos que são próximos... Bom, até você pisar na bola com ela e ela ter que se vingar de você, mas quem nunca levou uma maldição básica de presente, antes, né?
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Lista de interações:
Vou organizar aqui tudo que tenho de interações, vou ir alternando e deixando riscado quando eu tiver respondido por último. Caso você note que eu respondi um monte de gente com algum personagem e não respondi você, checar aqui e o nome do seu char estiver riscado é por que não me notificou sua reposta e eu achei que tinha respondido, logo, sinta-se livre para me informar via chat para que eu possa responder a inter. Juro que não ignoro ninguém, é o tumblr que me odeia!
OBS: Pra que eu consiga ser produtiva, vou estabelecer um máximo de 25 interações simultâneas máximas por personagem. (Exceções feitas apenas para personagens que façam parte do mesmo conto.)
Lady Tremaine
Interações atuais:
Mirana
Adella
Ariel
Christine
Odette (To love a boy - Maya Hawke)
Anna (Champagne Problems - Taylor Swift)
Tarzan (orinoco flow - enya)
Erik (The pretender - Foo fighters)
Carlota
Gaston
Gancho
Eric
Interações atuais:
.Ariel
Tadeu
Ginny
Connie
Alice (People Disappear Here - Halsey)
Adella (Te amo piranha - MC Bella e MC Mirella)
Ariel 2 (glad you came - the wanted)
Phillip
Robert
Iracebeth
Clara
Úrsula
Julieta
Pinóquio
Interações atuais:
.
Sol
Interações atuais:
Hades
Yuri
Pepa
Neslihan
Esme
Anastasia
Sugar Plum
Isabel
Carlota
Alexander
Isabela
Love
Christine
Drizella
Clara
Harvey
Sofia
Alyssa
David
Drusilla
Interações atuais:
Vicky
Hansel
Sugar Plum
Diaval
Jiwon
Mauricio
Esme
Jane
Gretel
Sophie
Interações de Halloween
Verônica
Vicky (castelo bem assombrado)
Padeira (Open bar de halloween)
Cinderela (barraca da bola de cristal)
David (barraca da bola de cristal)
Odette- 2 estágio
Diaval
Carlota - 2 estágio
Erik + That looks like something out of the Occult. (Túnel do amor)
Clara - 2 estágio
Drizella - 2 estágio
Anastasia
Odile
Rubi - 2 estágio starter
Drusilla
David (caminho das bruxas) - 2 estágio
Carlota (Túnel do amor) - 2 estágio
Hansel - 2 estágio
Gabrielle
Ava + I have never been onto something this big before! (Castelo bem assombrado)
Drizella
Calcifer + He has spent too much of his life alone.
Sophie
Ariel
Eldren
Sofia
Meena
Bunnymund
Eric
Robert (navio fantasma)
Manon (concurso de fantasias)
David (Navio fantasma) - 2 estágio
Aysel (Navio fantasma)
Vicky + Any of us could die, at any moment. Or we could forget our entire lives, which is like dying. (halloweentown)
Virginia + "No, I don't think you're crazy! You're… colorful. Colourful in a way that might respond to medication." (Caminho das bruxas)
Ariel (túnel do amor)
Ava + "Well, then, why are we here? Why are we doing this?" (Praia) - 2 estágio starter
Pinóquio
Clara (Barraca dos restos mortais)
Alice + maybe this is the will of god?
Tinker Bell (navio fantasma)
Christine (open bar de halloween)) + Any of us could die, at any moment. Or we could forget our entire lives, which is like dying.
Snow white
Damla + "Well, then, why are we here? Why are we doing this?"
Gwen (Paintball sangrento)
Phillip + ‘if i do it, it is for love of you.’ (concurso de comidas de halloween)
Eray/Eldren
Dolores + "In the future, leave the cleverness to me." (castelo bem assombrado) starter
Tadeu + "In the future, leave the cleverness to me." starter
Coralie
Virginia
Solange
Robert - 2 estágio
Diaval
Anna
Esme (barraca da bola de cristal)
Tinker Bell (Paintball sangrento)
Chloe
Gabrielle
Phillip + I wasn't going to ask you if you're alright because I don't like being lied to. So, what's wrong? (caminho das bruxas) - 2 estágio
Alyssa
Drizella - 2 estágio
Connie (Barraca da bola de cristal)
Hades + ‘he’ll not break me.’ - 2 estágio
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x-anthippe · 11 months ago
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closed starter with @oespirito
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Xan deixou o chalé logo antes de dormir. Trajava seu pijama de seda mais confortável, e se sentia perfeitamente relaxada. Alguns hábitos são difíceis de quebrar -- principalmente quando se tem duzentos anos de idade. Com o terço de madeira entre os dedos e entoando uma reza com a voz baixa, se esquivou de alguns semideuses alcoolizados retornando (ou indo?) para a tal festividade. Ela era velha demais para festas na floresta, pensou. Embora uma parte de si clamasse pelo vinho, pela floresta, pelas coisas mundanas da vida. Logo atrás do chalé de Ártemis havia uma floresta, e ainda uma clareira. Ali, a caçadora tinha o hábito de fazer suas preces noturnas. Quão estúpido, ela pensou outra vez. A filha de um deus. Rezando.
Ela se sentia pouco racional quando se dirigia à clareira com o terço de madeira de duzentos anos de idade entre os dedos, presente de uma freira, num orfanato, outrora. Mas deve existir mais coisas entre o céu e a terra... Em algum lugar do submundo, as almas dos que já se foram seguiam, e somente os que já se foram poderiam dizer... Xam suspirou, seus pensametos em Christopher, sendo surpreendida por outra figura na floresta. "Ah. Olá." sorriu para o semideus. "Não consegue dormir, ou está voltando da festa?"
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