#não deixe nada no seu caminho
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giseleportesautora · 7 months ago
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Muralha #Poesia
Muralha #Poesia De um lado está eu na solidão. Do outro, você, de meus sonhos, senhor. Com aquela vontade que parecer explodir meu coração, vou escalar essa muralha, sem ligar para a dor. #poema #sonhos #luteproseussonhos #obstaculos #superação
De um lado está eu na solidão. Do outro, você, de meus sonhos, senhor. Com aquela vontade que parecer explodir meu coração, vou escalar essa muralha, sem ligar para a dor. Cada tijolo aqui é a maldade crua que você construiu ao longo dos anos. Um muro alto, mas não tanto quanto sua hipocrisia nua. Seu trono é testemunho de horríveis planos. Todos os nossos lençóis perfurmados são a corda que eu…
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l-amoremio · 5 months ago
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O ESFORÇO COMO ÚNICA FÓRMULA PARA O SUCESSO. SERÁ?
acredito que a maior "dificuldade" ao descobrir e aplicar a Lei da Suposição é aceitar que você pode conseguir qualquer coisa sem esforço. afinal, somos criados para nos aperfeiçoarmos cada vez mais a fim de mostrar que somos merecedores de algo.
"deus ajuda quem cedo madruga" "dinheiro não cai do céu" "dinheiro não dá em árvore" "a vida não é um morango" "trabalhe enquanto eles dormem" e várias outras frases que crescemos escutando seja de nossos pais, de amigos, de colegas do trabalho ou até mesmo da mídia que consumimos.
o esforço é visto como superação. é exaltado e vendido como a única fórmula para o sucesso. e enquanto sim, todas as pessoas que superaram seus desafios merecem aplausos e cada vez mais vitórias, estou falando daqueles que conhecem a Lei mas que ainda se sentem obrigados a fazer algo para conseguir seus desejos e inconscientemente mostrar que são merecedores destes pois estão afirmando mil vezes por dia, visualizando a todo momento e seguindo uma dieta mental à risca.
como mudar essa mentalidade se somos expostos a ela desde o primeiro momento em que respiramos? como mudar essa mentalidade se todo final de mês vemos nossos pais contando o dinheiro e escolhendo qual conta irão pagar pois os salários não são o suficiente? e assim entra a dificuldade em aceitar que sim, essa situação pode mudar sem qualquer levantar de dedos, apenas com o comando da sua imaginação. é "fácil" assim. porém também ouvimos a todo momento que "tudo que vem fácil, vai fácil". mas será que isso é verdade mesmo? ou será que somos condicionados a continuar acreditando nisso para que possamos nos contentar com a dificuldade em nossa vida pois apenas ela nos torna merecedores de algo? a condição social em que nascemos deve ser a mesma em que morremos? por quê?
é claro que você não deve largar seus estudos ou trabalho pois leu no Tumblr que esforço não leva a nada. este post se trata exclusivamente do esforço em relação a Lei da Suposição e a dificuldade de se livrar da crença de que sem esforço, não somos nada.
é mais do que provável você já ter presenciado alguém se queixando de que trabalha tanto para não receber o suficiente em troca ou se queixando de profissões "mais fáceis" que recebem mais do que profissões "mais difíceis" ou exaustantes. talvez você até mesmo já tenha se queixado disso "fulano ganha dinheiro brincando enquanto eu tô aqui trabalhando duro e não recebo por isso". é claro que sua reclamação é mais do que válida, mas entenda através dela de que o esforço não é o único caminho para prosperarmos na vida.
obviamente não estou falando para se envolver com coisas ilegais. assim como a Lei da Suposição, outras leis existem e devem ser seguidas. o que estou dizendo é que há uma infinidade de opções para que o dinheiro ou o que quer que deseje, venha até você. a mente que busca pela lógica e pensa "isso é impossível" "mas como vou conseguir mais dinheiro se não consigo nem pagar as contas" e honestamente, deixe que a mente pergunte. deixe que ela duvide. deixe que seus pensamentos e emoções fluam e então volte a se lembrar da Lei da Suposição. lembre-se que nada é impossível de acordo com a Lei. lembre-se que há inúmeras possibilidades para seu sucesso, por mais que não possa vê-las ou "imaginá-las". seu "trabalho" não é saber como as coisas irão acontecer, é apenas dizer que elas já aconteceram.
uma vez li o relato de uma mulher que foi roubada e o dinheiro que levaram era o que ela usaria para pagar o aluguel. é claro, ela ficou chateada. mas então afirmou que até o final do dia ela conseguiria dinheiro para pagar suas contas e então a esposa do chefe dela apareceu em seu trabalho e lhe deu a quantia exata do dinheiro que precisava. a mulher sequer pensou nessa possibilidade, mas ainda assim, conseguiu o dinheiro que tanto precisava.
o esforço pode te levar longe na vida. mas você não é mais a pessoa que pensava isso por não conhecer a Lei. você é totalmente capaz de se dar uma vida calma, fácil e próspera sem precisar se esforçar para isso. do mesmo modo que você foi capaz de impressionar seu subconsciente com essas crenças passadas, também é capaz de impressioná-lo com esse novo fato.
eu sei. falar é mais "fácil" do que fazer. mas realmente precisamos viver o hoje já pensando nas preocupações de amanhã? é apenas isso o que está disponível para nós? "eu queria que tivesse um jeito mais fácil" e tem. você está ciente dele agora. sua vida pode ser "fácil" agora. a escolha é sua.
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stuffjs · 1 month ago
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Neville Goddard- Vou te contar um segredinho
Transcrição por @thoreauminded1010
Tradução por @stuffjs
E você pode mudar o sonho: mude-o simplesmente ousando assumir que você é agora, o que a razão vai lhe dizer, que você não é isso agora, e é difícil imaginar que um dia você será isso.
Esqueça isso - todas as coisas são possíveis para deus, e você descobriu quem ele é: ele é a sua maravilhosa imaginação humana - isso é deus. então, assuma isso e deixe acontecer em seu mundo.
Vou lhe contar um segredinho: as pessoas dizem: "Eu trabalho muito para isso". A imaginação fará pouco do que buscamos por compulsão. Fará pouco ou nada até que tenhamos imaginado o desejo realizado. Não se move sob compulsão; temos que imaginar o desejo realizado para que a imaginação entre em ação.
Então, quando as pessoas lhe dizem, mas eu trabalho tanto nisso, bem, é por isso que você está falhando se você realmente acredita que todas as coisas são possíveis para Deus, e Deus é sua maravilhosa imaginação humana, e Seus caminhos são superior ao seu nível mortal - bem, então por que você está interferindo nesse estado?
Assuma o fim e não o trabalhe de forma alguma - você estará se movendo sob compulsão para manifestá-lo, se simplesmente o assumir e deixar como está. O que você faz depois que alguém está grávida? Você apenas deixa estar; e se não fizer isso, se você interferir nisso, você vai fazer um certo aborto espontâneo. Bem, a mesma coisa se aplica a um aborto espontâneo.
Você simplesmente assume que sim e cuida de seus negócios.
Quando você menos esperar, sentirá a evidência disso chegando ao seu mundo; e então você poderá falar com a autoridade da experiência.
Agora vamos entrar no silêncio.
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passosnaareia · 1 year ago
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Querida eu,
Neste instante, observo você, consciente do fardo que carrega. Deitada solitária nessa cama, esse peso em seu peito parece insuportável. Você se sente perdida, não é mesmo? Essa tristeza reflete em seus olhos vazios.
Parece que sua vida é moldada por outros, enquanto suas vontade e anseios são ignorados, como um nada. Mas por que não tomar as rédeas? Está sem forças? Não levante, senta-se, não há necessidade de levantar. Se as lágrimas fluírem, deixe-as cair, mas lembre-se de que será você mesma que as enxugará.
Você anseia por escapar para algum lugar, mas os refúgios que imaginou parecem inalcançáveis no momento. A obrigação de compreender tudo pesa sobre você, mas entender a todos é difícil, quando não fazem questão de te entender.
Neste momento, faça algo por si mesma,minha flor. Toque seu próprio ser, sinta cada centímetro de seu corpo, respire a essência de sua pele. Cante, ouça sua própria voz , dance ao ritmo de sua própria melodia. Não sei ao certo o que te espera, mas desejo profundamente que se sinta viva,mesmo que seja a última vez , que reuna todas suas pétalas perdidas por esse caminho,e se torne completa.
Talvez tenham feito você sentir repulsa por si mesma, mas olhe bem ,agora você é tudo o que tens.
-passosnaareia
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meuemvoce · 9 months ago
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Oferecemos aquilo que temos
Até quando seremos útil na vida de alguém? Até quando precisaram de nós? Somos um prazo de validade na vida das pessoas e só servimos quando precisam de algo que carregamos dentro de nossos corações. Às vezes a nossa essência é tirada através de pessoas que não tem nada para nos oferecermos, mas porque de alguma forma sempre ficamos e tentamos demostrar que valemos a pena? Será que elas pensam da mesma forma que nós? Será que tem a mesma preocupação sobre usar alguém, arrancar a essência de uma pessoa que um dia era importante para ela? Às pessoas tem o péssimo hábito de quebrar alguém quando ver que já teve o suficiente dela e em seguida ‘’não serve mais para nada? Descarta’’. Geralmente pessoas que usam outras pessoas são as que não tem nada para oferecer, mas mesmo assim espera algo em troca, elas se frustram, sentem raiva, decepção, mágoa por carregar um vazio achando que é alguma coisa. Sabe aquela sensação de que oferecemos tudo o que temos e não recebemos na mesma intensidade? É o engano gritando para você sair fora enquanto é tempo e que não tem nada para você naquele lugar, mas somos teimosos, enfrentamos o duvidoso e o desconhecido, preferimos dar a nossa cara para bater a seguir nossa intuição. Sabe aquela mensagem lida e não respondida? Ligação recusada? Mentiras atrás de mentiras? É o coração te avisando que você merece mais apesar de doer ao ser ignorada. É inevitável sermos substituídos, ignorados e esquecidos, mas se a única saída é seguir em frente mesmo quando a outra pessoa te usou, então faça a sua saída da vida dessa pessoa valer a pena, não se torne aquilo que te feriu, aprenda com os erros, sabemos que ser tapa buraco na vida de alguém não é o que desejamos, mas pegue sua melhor versão e tampe os buraquinhos que ficaram no seu coração, pode levar um tempo para sumir com os vestígios, demora um pouco para cicatrizar e não procure entender do porque as pessoas usarem você e depois de descartarem como um brinquedo sem serventia, só oferecemos aquilo que temos, se você carrega amor, irá oferecer amor, se você carregar dor vai oferecer dor, mas isso não quer dizer que você deve desistir de tentar conhecer outras pessoas, principalmente aquelas que passam pela mesma dificuldade que você. Não subestime a sua intuição, não deixe de ouvir seu coração quando ele gritar ‘’fuja’’, não ignore os sinais quando as pessoas demostrarem não precisar mais de você e isso vale para qualquer relacionamento e qualquer situação. A dor ela é passageira, assim como a mágoa, raiva, decepção e medo, nada dura para sempre e você já percebeu que para tudo tem um tempo de acabar e por que não acabar em ser a segunda opção de alguém? Por que não quebrar o ciclo de ir atrás de migalhas e se satisfazer com tão pouco? Não se perca pelo caminho pela falta de reciprocidade e por ter sido a segunda opção de alguém, de meia volta, pegue e aprenda a identificar quando aquele lugar não é mais para você, pegue seu amor-próprio, segure na mão dele e dê meia volta. Foda-se aquelas pessoas que não tem nada para nos oferecer e pela falta de reciprocidade!
Elle Alber
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m4ryszz · 28 days ago
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Trabalho em Dupla | Park Sunghoon
★ Sinopse: S/n sempre odiou Sunghoon por ele ser muito grudento, mas, sempre o guardou em um local especial no coração. Após o professor juntá-los para um trabalho em dupla, na casa de Sunghoon, tudo acontece.
★ Avisos: Conteúdo adulto, sexo explícito, Oral | S/n recebe, hit, palavrões, hot thoughts | Sunghoon, smut, pet names. Não recomendado para menores de 18 anos.
★ A/n: Gostei muito desse capítulo, e ele bombou no Wattpad, por isso resolvi trazê-lo para cá. Espero que gostem!! ah! e deixe seu feedback para saber se preciso melhorar, ou me mande uma question, para pedidos. Fiquem com o capítulo.
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A sala de aula parecia mais sufocante do que o normal quando o professor anunciou os pares para um trabalho de geografia. Eu mantinha os olhos no caderno, fingindo que nada poderia me abalar, até que ouvi meu nome seguido do dele.
— Dupla número 5: S/n e Sunghoon.
Minha caneta escorregou dos dedos e caiu no chão. Um murmúrio de surpresa percorreu a sala, — provavelmente por conta do meu "ódio" por ele. Mas o som que realmente chamou minha atenção foi a risada baixa e familiar de Sunghoon. Quando ergui o olhar, ele estava virado para mim, com aquele sorriso torto e irritante que parecia brincar com minha paciência.
O motivo de toda essa raiva, é o estilo de homem que Park Sunghoon é, ou seja, totalmente irritante, grudento e chato.
Ele vive fazendo cantadas sem graça, me perturbando e me fazendo de palhaça.
Mas... para cair na real, suas cantadas antigas e super sem graças, me fizeram ganhar um amor por ele, que basicamente era igual, e na verdade, eu tinha uma pitada de medo de confessar meus sentimentos para o mesmo, por conta do seu ego alto.
Voltei para a realidade já no horário de saída, estava a sós com Sunghoon na classe, apenas arrumando minha mochila, até sentir o seu olhar me rodeando.
— O que foi? — me virei, reparando o quão bonito ele estava.
— Parece que o destino gosta de mim, não é mesmo? — ele murmurou, mal disfarçando o tom de provocação.
Revirei os olhos, já cansada, tentando ignorar a onda de calor que subiu pelo meu rosto.
— Para com isso. É só um trabalho, não se empolgue.
Ele se aproximou um pouco mais, jogando a mochila sobre o ombro.
— Onde será? Na minha casa ou na sua? — perguntou, inclinando-se levemente para o meu lado.
Engoli em seco, tentando manter a compostura.
— Prefiro na sua. Assim, quando você começar a me irritar, posso simplesmente ir embora.
Ele sorriu ainda mais, como se tivesse vencido alguma disputa.
— Tá bom. Vamos, então.
O caminho até a casa dele foi um silêncio total, mas minha mente estava tudo, menos calma. A cada passo que dava, minha mente retornava aos momentos em que nós aproximávamos até demais.
Parecia que eu não ligava, mas era totalmente o contrário, eu me importava, muito com ele.
Ao chegar, ele abriu a porta com um gesto exagerado, como se estivesse recebendo uma convidada especial.
— Seja bem-vinda ao palácio, princesa.
— Já acabou com o teatrinho? — rebati, entrando sem olhar para ele, mas vizualizando a sala.
A sala era organizada, mas havia um toque pessoal que o fazia parecer mais aconchegante do que eu esperava. Sentamos no chão, espalhando cadernos e livros entre nós. Por um tempo, consegui me concentrar. Escrever, ler, revisar. Mas, como sempre, Sunghoon não demorou a ser... bom, ele mesmo.
— Pelo o que o professor explicou, temos que revisar as últimas páginas que ele passou, e...
— Vem cá, você é sempre tão determinada assim? — ele perguntou de repente, interrompendo minha fala.
— Determinada a passar de ano sem escutar suas bobagens, acho que sim.
Ele riu, e o som era tão genuíno que me fez querer sorrir, mas me controlei.
— Não é só isso. Você é... intrigante, S/n. Sempre tão séria, tão difícil de ler.
— Provavelmente porque eu não queira que você me leia, não é mesmo?
Sunghoon se inclinou para mais perto, e meu coração disparou.
— Sabe... eu sempre soube que você tenta me evitar porque tem medo de gostar de mim.
Arregalei os olhos.
— O-O quê? Nossa, você é tão... — As palavras fugiram da minha boca quando ele aproximou o rosto, o olhar fixo nos meus lábios.
— Irritante? — Ele completou, o sorriso diminuindo enquanto a expressão dele ficava mais séria. — Talvez eu seja, mas acho que você gosta disso.
Quando ele se aproximou ainda mais, meu corpo congelou, mas ainda hesitante, afastei meu rosto do seu.
— Sunghoon... temos que fazer esse trabalho.
— O trabalho pode esperar, nós temos que começar outra coisa... — ele sussurrou antes de segurar minha mandíbula seguido de um beijo.
O toque dos lábios dele foi inesperado, suave, mas firme. Meu primeiro instinto foi recuar, empurrá-lo e dizer que ele estava louco. Mas, ao invés disso, fiquei parada, sentindo a forma como ele parecia tão seguro enquanto eu era consumida pelo caos interno.
— Sunghoon... — tentei protestar, a voz saindo trêmula, mas ele não recuou.
— Por favor, Princesa, só dessa vez, por favor. Não fuja de mim.
As palavras dele fizeram algo em mim ceder. Soltei um suspiro frustrado e, antes que pudesse me impedir, agarrei a camisa dele, puxando-o para mais perto. Sunghoon sorriu contra os meus lábios antes de aprofundar o beijo, as mãos firmes segurando minha cintura. O calor que subia por mim era inegável, e cada toque parecia incendiar algo novo.
Ele me pegou no colo e me levou para o seu quarto, minha mente estava em um completo caos. Ele me deitou na cama com cuidado, apoiando-se sobre mim enquanto os olhos dele me percorriam com intensidade.
— Você é perfeita, — ele disse, a voz rouca e cheia de emoção. — Sempre foi. Eu só nunca tive coragem de dizer.
Senti meu coração acelerar ainda mais, mas dessa vez não recuei. Em vez disso, passei as mãos pelos cabelos dele, puxando-o para mais um beijo. Aquele momento não era sobre lógica ou trabalho. Era sobre nós dois.
Seu braço deslizou para minha saia, do uniforme escolar, roçando seus dedos pela minha intimidade, ainda coberta pela fina camada de tecido que havia ali, sentido a peça íntima encharcada.
Ele se afastou por um momento e perguntou:
— Posso? — seus olhos foram de encontro com os meus. Logo assenti, permitindo senti-lo em minhas paredes.
Ele apenas afastou o tecido e logo retornou para meus lábios, sugando-os fortemente, como se esperasse por aquele momento há séculos, e realmente, ambos esperamos por aquilo.
Senti seus dedos entrarem em minha intimidade de forma suave, porém com uma pequena brutalidade, deixando-me perdida nos meus próprios gemidos, abafados pelos lábios macios e quentes de Sunghoon.
O calor entre nós parecia dominar cada canto do quarto, tornando impossível pensar em qualquer outra coisa além de Sunghoon e da forma como ele me tocava. Cada movimento era como um choque elétrico que percorria meu corpo, fazendo minha respiração ficar cada vez mais irregular.
Ele afastou os lábios dos meus, deixando um rastro de beijos pelo meu pescoço. Meu corpo reagia de forma automática, arqueando-se levemente ao toque. Sunghoon parecia estar completamente focado em mim, em cada reação que eu dava.
— Você não sabe o quanto esperei por isso... — ele sussurrou contra minha pele, a voz baixa e carregada de desejo.
— C-cala a boca, porra... — o vi pela última vez sorrindo ladino, antes de esconder seu rosto por dentro da minha saia.
Tudo o que consegui fazer, foi agarrar os seus fios negros, buscando algum tipo de apoio enquanto ele explorava cada pedaço de mim. Sua língua se movia em um ritmo que me fazia perder o controle, alternando entre lentidão torturante e movimentos mais intensos.
— Hoon... — murmurei, minha voz quase inaudível.
Ele ergueu o rosto para me olhar, seus olhos escurecidos pelo desejo. Mas, ao mesmo tempo, havia algo mais ali — um carinho que fez meu coração disparar de um jeito diferente.
— Você está bem? — ele perguntou, parando seus movimentos por um instante, como se quisesse garantir que eu realmente quisesse continuar.
Respirei fundo, tentando recuperar algum controle sobre mim mesma.
— Aham... estou, só... continua, por favor.
Ele se abaixou, seus movimentos ágeis voltando a cada segundo mais rápido. Gemi alto, incapaz de conter o prazer que ele me proporcionava. Seus dedos se juntaram à sua língua, trabalhando em perfeita harmonia para me levar ao limite.
Minhas pernas tremiam de excitação, minha respiração era descontrolada e minha boca salivava pelo prazer gigante que o garoto que eu mais odiava, me fazia.
Senti ele se afastar novamente, deixando aquilo que já estava preenchido esvaziar mais uma vez.
Levantei-me, ainda ofegante, olhando-o mais uma vez.
— O que houve agora?
— Quem diria, hum, a menina que eu mais desejava e que me odiava, agora está assim bem na minha frente. — falou enquanto estava sentado na cama, desafivelando seu cinto e logo retirando sua camisa, seguido de sua calça, me fazendo levantar de vez e alinhar-me em seu colo.
— Sabe qual é o seu único problema? — questionei
— Hum? — respondeu mordendo os seus lábios, olhando para os meus outra vez.
Desabotoei meu uniforme, ficando só com sutiã.
— É que você fala demais.
Ele abriu a boca para responder, mas antes que qualquer palavra escapasse, afundei meus lábios nos dele, calando-o por um momento, enquanto me alinhei e senti seu membro dentro de mim.
Minhas paredes estavam sensíveis, mas macias e não conseguia mais aguentar.
Quicava bruscamente contra seu pau, e ela pulsava dentro de mim, minhas unhas cravaram em sua nuca, e minha cabeça foi para trás, indicando o que já estava por vir.
Enquanto continuávamos, o quarto parecia se fechar ao nosso redor, como se o mundo inteiro se resumisse àquele momento. Cada movimento era um jogo entre nós, um misto de desejo e provocação que nos fazia perder a noção de tempo.
Suas mãos exploravam meu corpo com precisão, como se soubesse exatamente onde tocar, e meus próprios movimentos tornavam-se cada vez mais urgentes. Nossos corpos se encaixavam como se fossem feitos um para o outro, uma dança que era ao mesmo tempo feroz e íntima.
Eu gemi contra seu pescoço, sentindo-o segurar minha cintura com mais força enquanto suas próprias respirações se tornavam erráticas. O calor entre nós era quase sufocante, mas de um jeito que eu não queria que terminasse.
E então, como se estivéssemos conectados de uma forma ainda mais profunda, chegamos juntos ao ápice. Meu corpo tremeu, os últimos movimentos intensos levando-me a um estado de puro êxtase. Ele sussurrou meu nome em um tom rouco, sua testa colando-se à minha enquanto ambos tentávamos recuperar o fôlego.
Por alguns minutos, tudo o que ouvimos foi o som de nossas respirações e dos corações acelerados. Eu o encarei, ainda sentada em seu colo, e ele me deu um sorriso satisfeito, seus dedos traçando círculos preguiçosos em minhas costas.
— Acho que, agora, você não tem mais nenhum motivo para me odiar — ele disse com um tom de brincadeira, embora seu olhar fosse suave, quase carinhoso.
— Não se ache demais — rebati, mas não pude conter um pequeno sorriso enquanto me inclinava para dar um beijo suave em seus lábios.
Ele riu baixinho, apertando-me contra si.
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pequena-afrodite · 2 months ago
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“Se situar que nada é definitivo. Tudo muda, se transforma, se destrói, e se cria. Diferenciar o válido do valioso. É válido que não te amem do mesmo modo que você ama. É válido que não se importem tanto assim com os seus devaneios. É válido se acostumar com algo que não se possa mudar. Mas é valioso que te amem na mesma intensidade, algumas vezes. É valioso encontrar alguém que possa divagar contigo sobre as loucuras tuas. E é ainda mais valioso não se acomodar com tantas coisas que já não te preenchem mais. Passar de fases. Passar por ali e por aqui. Sempre à procura de algo novo, que te tire do eixo e te faça mudar caminhos. Num corte de linhas imaginárias que te mantinham presa sem ter porquê, você descobre que o mundo vai além do que dizem, vai além do que se vê, sente, ou pensa. Vai além, com ou sem fronteiras. Com a fidelidade que se deve ter aos desejos da tua alma, caminhar na direção que o teu coração mandar, sem deixar de lado que deves ofegar de prazeres constantes. Nas circunstâncias da vida, criar escapatórias em labirintos invisíveis, que te faziam caminhar as mesmas rotas que não chegavam a lugar algum. Partir para não continuar em partes de algo que deverias ser, mesmo que sintas dor por ter que deixar coisas para trás. Pesos mortos devem ser descartados. Conspirar se deve, a favor dos que têm bom coração, no impetuo de não desistir em frente à maldade alheia. Em meio às tormentas da vida, não deixar de superá-las. Em meio às crises existenciais, procurar maneiras de descobrir o motivo pelo qual vale a pena viver. Não crucificar-se por omissões no passado, por escolhas mal feitas, ou por ter tomado atitudes erradas. Pois, a vida, a gente vive assim mesmo: em meio aos erros e acertos. E é assim que se aprende a viver. E na constante tentativa de consertar esses erros é que nos tornamos fortes. Pois, não nos tornamos fortes apenas quando aprendemos a lidar com as dificuldades, mas também quando aprendemos a reverter os caminhos errados que tomamos na vida. Do toque de mãos erradas, que te sufocam, que te tapam a boca. Grite! Grite, e faça seu grito ecoar o mais longe possível. Grite de formas diversas. Grite por meio da escrita, grite por meio de desenhos, ou pinturas. Grite por meio da dança, música ou fotografia. Grite! Grite e use a sua arte para ecoar esse grito. Grite e faça esse grito chegar aos ouvidos dos que não querem te escutar. Faça latejar na mente daqueles que não acreditavam, e que ainda não acreditam que você seja capaz de alcançar tudo que almeja e realizar teus sonhos. Crucifique teus medos, teus preconceitos, tua falta de esperança no futuro e na humanidade. Acredite que existam mais de você lá fora, perdidos nesse mundo, e que, assim como você, sofrem ao ver o sofrimento alheio, que sonham e rezam por um mundo melhor. O mundo está repleto de guerra, sim. Mas também está repleto de mãos sendo estendidas àqueles que precisam de ajuda. Acredite que, mesmo em meio à maldade, sempre irá existir uma luz. Sempre irá existir um Deus que ainda acredita em nós, e que continuará nos acompanhando em nossa jornada, e nos encaminhando para a evolução. Nunca se deixe esmorecer perante às adversidades da vida, e procure não ligar para as energias negativas vindas de almas que estão em um nível de evolução inferior. E acredite que existe um Deus que torce por nós, que sabe o tanto de luz que cada alma carrega em si. Se localize, e localize essa luz que há em você e saiba transmití-la para o mundo. Faça o seu lado bom prevalecer, seja a bondade que você quer para a humanidade. E na cor do teu olhar deixe a esperança brilhar.”
•(Christiellen Pinto, Elucubrar em Palavras Escolhidas.)
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blackiron11 · 2 months ago
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Death's Lover - Chapter 6
Eu tenho uma desculpa pro atraso dessa vez kk, tava pronto há dias, jurei que tinha postado já 🥺
Eu tava lendo algumas fics readerio e ou o autor escreve "você" (2° pessoa) ou "S/n" (3 pessoa). Eu usando os dois ao mesmo tempo e ninguém me avisa que tava errado vei 😭. Mantive só "você" nesse capítulo. Me digam se tá mais coerente agora ou vocês preferem a mistura de antes kkkk
Chapter 5
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Vidal te pegou antes que você fosse ao chão. Ela não entendia o que aconteceu, como você e Lília estavam aqui, como ela mesma estava aqui. Como esse lugar está vivo? O caminho das bruxas nada mais é do que uma mentira fajuta de Agatha Harkness.
Rio apoiou sua cabeça no colo, nervosa. Lágrimas começaram a brotar dos olhos dela, mesmo que ela repetisse a si mesma que isso poderia estragar sua segurança. Rio não sabia das intenções dessas pessoas. Bem, ela conhecia Agatha, mas isso só provava o ponto da questão, já que a mulher te mataria se soubesse que você era casada com Rio.
A bruxa verde analisou seus ferimentos, querendo descobrir o que havia de errado com você. Você estava com um corte feio no rosto...Lília deveria te proteger, como você ficou nesse estado? Rio deveria estar furiosa com vocês duas por se colocarem em perigo, porém ela só estava desolada. Não podia te perder, ainda mais tendo te reencontrado há poucos minutos.
Se você estivesse consciente, teria visto como ela murmurava seu nome constantemente, querendo que você acordasse logo e a perdoasse por não estar aqui para você antes.
Sua esposa estava de costas para todo mundo. Ninguém se aproximou, mas ela sentiu os olhares curiosos sobre vocês. Ela se virou na direção de Lília, tentando obter alguma informação útil, mas a velha somente deu de ombros e avisou sobre as Sete de Salém, com um sussurro
Então, de certa forma, a culpa era dela. Ela que mandou as entidades atrás de Agatha e você foi pega no fogo cruzado. Rio sentiu o coração pesar com você naquele estado. Ela nunca quis te machucar.
Pelo menos, agora ela sabia o necessário para te curar, somente um pouco de saliva. Ela não ia lamber seu rosto na frente de toda essa gente. Não que a Dona Morte tivesse um pingo de pudor ou coisa parecida, mas você não gostaria da exposição. Rio te respeitava demais para ir contra isso, mesmo que fosse mais rápido.
Sr. Scratchy, porém, tinha outros planos. Ele tinha ficado por perto, quando você desmaiou, pois não confiava em Rio Vidal. Quando viu a mulher pronta para encostar a mão babada em seu rosto, o coelho prontamente deu um pulo e cravou os dentes na mão dela.
"Ai, Scratchy" Rio chiou, puxando a mão com força. Scratchy a encarava com desconfiança. Ele nunca gostou dela, mesmo quando ela namorava Agatha, sempre teve ciúmes. Agora, ele aparentemente te adotou também.
Perfeito, mais um problema para a vida dela; Rio pensou.
"Eu não vou machucá-la, sua bola de pelos insuportável." Reclamou, enquanto estancava o sangue da mão. "Eu só quero curá-la, tá bom?" Tentou enxotar o coelho com as mãos, mas ele não saiu do lugar. Se um animal de estimação pudesse estreitar os olhos, é o que ele estaria fazendo agora.
Rio suspirou, tentando manter a calma. Se demorasse mais alguns minutos, nem mesmo a bruxa verde original poderia te livrar desse destino.
"Eu a amo, ok?" Sussurrou, para que ninguém ouvisse. "Me deixe salvar meu amor, por favor." Rio não acreditava que estava implorando para um coelho deixar ela se aproximar da esposa, mas essa era sua vida agora.
Scratch pareceu analisar a situação e se afastou, se contentando em lamber seus pés.
Rio agradeceu silenciosamente aos deuses e passou a mão delicadamente pelo seu rosto. Ela esperava que não fosse tarde demais, mas se ela não sentiu um chamado, você ainda teria uma chance.
Sua esposa assistiu enquanto seu rosto ia voltando ao normal, sem rastro de veneno ou cicatriz; sua respiração ia se regulando também. Ela pegou sua mão e acariciou, dando vários beijos em sua palma. Vidal estava feliz, ela lidaria com a plateia depois.
Durante as décadas, Rio sentiu seu amor chamando-a o tempo todo e se sentiu um fracasso por não poder te consolar; ela esperava reparar esse erro quando saíssem de onde quer que fosse. Ela só precisa ligar os pontos para descobrir que lugar era esse. Mesmo assim, a bruxa mais velha achou que você ficaria feliz em vê-la, depois de tanto tempo sofrendo pela ausência dela.
Ledo engano.
A última pessoa que você queria ao seu lado agora, era Dona Morte, mesmo que ela fosse sua esposa.
Você abriu os olhos vagarosamente, recobrando a consciência aos poucos. Ao se sentar, você sentiu alguém te abraçando forte e você se permitiu um minuto de paz, abraçando-a de volta. Deuses, como você sentiu a falta dela.
Mas como tudo que é bom dura pouco, você abriu os olhos e viu Lilia, Billy, Alice Agatha te encarando. Sua mentora tinha um misto de alívio e pena no olhar, Billy e Alice estavam curiosos e Agatha encarava seu pescoço com muito interesse, demonstrando que queria te matar.
Você logo observou que a mulher estava sendo segurada por Lilia. Agatha tentou impedir Rio assim que ela gritou seu nome. E pelo que você viu, Lilia estava segurando com minha força, porque Agatha continuava se debatendo.
Vê-los como uma plateia de um momento tão íntimo, como um abraço saudoso de anos, fez sua mente resetar e você estremeceu, se afastando de Rio.
Além disso, você precisa se recordar que agora é uma assassina. Pessoas que matam não têm direito de momentos felizes, mesmo que Harkness faça o contrário. Vocês não eram iguais nesse quesito. Você faria jus à morte de Sharon.
Não havia tempo para pensar em Rio ou em seus sentimentos, nem em como seu coração pareceu reacender na presença da mulher, reconhecendo Vidal como sua metade há muito perdida; muito menos em como você queria dar um beijo de cinema na boca dela.
Rio percebeu sua mudança de comportamento e segurou seu rosto com delicadeza. "Está tudo bem, meu amor?"
Tinha tanto amor, tanta devoção, tanto carinho aqueles olhos castanhos e você sentiu vontade de chorar novamente. Seu coração voltou a bater forte, mas era apenas ansiedade. Você não podia lidar com isso agora.
Sharon. Sharon. Sharon.
Você repetia o nome dela como um mantra, tentando se lembrar de seu propósito.
"Eu... Eu não posso lidar com isso, não agora." Você sussurrou, sem olhá-la.
Rio franziu o cenho e tentou se aproximar de você. Não fazia sentido para ela que você não quer falar com ela. Rio sabe que deveria ter voltado antes, entrado em contato com você ou Lília, mas não foi possível. Se Vidal pudesse te explicar...
"Não, Rio!" Você implorou, se afastando, meio que engatinhando com as mãos na terra. "Por favor." Você sentiu seus olhos lacrimejando, mas se impediu de chorar.
Você não ia chorar na frente da ex-mulher da sua esposa, muito menos quando ela estava tão perto de vocês.
"S/N, te fizeram alguma coisa?" Perguntou preocupada. "Fala comigo..."
Você negou com a cabeça, aumentando a distância entre vocês duas. Scratchy sentiu sua mudança de comportamento, e se colocou entre Rio e você.
Vidal revirou os olhos. Que coelhinho petulante...
"Bem," Agatha chegou até vocês com uma leve corrida, finalmente conseguindo se soltar de Lilia. "Muito lindo seu altruísmo, amor." Ela enfatizou o título. "Sempre soube que você tinha um bom coração."
Enfim, bateu palmas chamando a atenção de todos. Você franziu o cenho. O que essa louca planejava com tudo isso? Até onde você sabia, Harkness nunca perdoou Rio por ter levado a alma de Nicky. Rio também se encontrava em confusão, não entendia o comportamento da bruxa sem coven e muito menos o seu. Ela queria respostas.
A verdade é que Agatha perdoou Rio faz um tempo. Após séculos possuída pelo Darkhold, sem conseguir trazer Nicky de volta, ela começou a entender que Rio só fez o trabalho dela. Por muito tempo doeu a ela admitir, mas a mulher sabe que teve tratamento especial. Como filho da morte, Nicholas nasceu natimorto, mas sua esposa deu a Agatha anos de vida, tantos anos quanto conseguiu, porque ela amava a bruxa roxa, de verdade.
É muito provável que Vidal não tenha sofrido nas mãos dos superiores, só porque Agatha matava várias bruxas todo dia, criando assim algum tipo de equilíbrio... Até o dia que Nicky pediu para não.
Harkness agora tem certeza que Rio sofreu por Nicky tanto quanto ela, e se arrependeu de todas as palavras duras que usou para com seu amor. Ela queria se desculpar, fazer tudo melhorar, mas não sabia como.
Quando Agatha se libertou do feitiço de Wanda, ela agarrou a oportunidade. No momento em que viu a morte na frente dela, ela sabia que faria de tudo para ter Vidal de volta, ela só precisava dos poderes de novo.
Agatha pensava que o coração preto no papel com os nomes era de Rio Vidal. Mas como a balada era apenas uma canção de ninar e Rio não estava em bons termos com ela, a mulher sabia que sua esposa não aceitaria um passeio na floresta com ela e um coven desajustado. Ela admitiria tudo apenas para ferrar com a outra mulher, acabando com a farsa e Agatha não conseguiria os poderes dela de volta.
Então, ela pegou Sharon para compor o grupo, apenas para passar credibilidade. Depois, ela mataria todos, recuperaria o roxo dela e jogaria todo o charme quando a Morte viesse recolher os corpos. Mais tarde, teriam uma conversa sincera onde Agatha pedia perdão e elas viveriam felizes para sempre.
E seria simples assim. Agatha acreditou fielmente que daria certo.
Porém, aconteceu a grande falha no plano. E Agatha tinha certeza que tinha a ver com um dos dois sigilos que estavam andando com ela por aí. Ela só precisa de mais um tempo para descobrir quem é o causador da ilusão. Ela chuta no garoto.
Como uma mulher não é uma mulher completa sem o jogo do improviso, Agatha já estava pensando em como trazer Rio para onde vocês estavam. Pouco se importava com as Sete de Salém ou as acusações do grupo, mas ela se sentiu verdadeiramente agradecida por você ter salvo Sr. Scratchy. Somente por isso ela não pegaria tão pesado com você, mesmo que ela não gostasse de você desde que te viu pela primeira vez.
Ainda pensando em como reaver a ex-mulher, ela inventou rapidamente sobre as provações perigosas e o risco de morte, aí era só matar alguém. Algum dos humanos seria a presa mais fácil. Quando você fez o antídoto, ninguém se lembrou que Sharon tomou duas doses de vinho, mas Agatha sim. E ela, só... não disse nada. Era perfeito. Rio estaria aqui e ela nem precisou sujar as mãos para isso.
Harkness percebeu que vocês já se conheciam de antes e ela vai fazer de tudo para que você não se aproxime de Rio, enquanto também faz de tudo para reconquistar sua ex. E claro, como esse Caminho das Bruxas parecia real, talvez ela pudesse ter Nicky de volta; eles seriam uma família novamente. E não seria uma pirralha como você que ficaria entre elas, Agatha não permitiria isso.
Haveria uma leve mudança de planos, sua possível história com Rio e o fato de Scratchy gostar muito de você estavam incomodando bastante a bruxa verde. Nesse caso, Agatha precisa que você morra o quanto antes, mas pode ser de forma indolor. Afinal, ela não é uma carrasca.
"Agora que a Coisinha está curada, temos que ir, a estrada nos espera", disse ao mesmo tempo em que puxava Rio pelo braço e a levantava do chão. Agatha não deu tempo para sua ex reagir, e prontamente entrelaçou seus braços.
"Tenho que te dizer, querida, amei a flor que você me deu. Você me conhece tão bem." Agatha disse isso para Rio, mas ela olhou para você enquanto falava.
Rio, por outro lado, estava atordoada demais para responder. Apenas se deixou levar pelo aperto de Agatha. Logo elas se distanciaram da sua presença, Harkness falando alguma bobagem, e sua esposa claramente sem prestar atenção, mas a bruxa roxa sorria como em noite de natal e se virou para você, te dado uma piscadela.
Calma, espera aí, essa sonsa queria te fazer CIÚMES? Você riu do absurdo da situação e encarou Scratchy quando ele pulou em cima de você, se aninhando em seu colo.
"Como você aguenta essa louca como dona, Fofinho?" Você perguntou retoricamente, alisando seus pelos. Mas o coelho te olhou como se entendesse sua pergunta e daria de ombros se pudesse.
Interessante. Você não sabia que coelhos entendiam humanos. Bem, esse era o coelho de uma bruxa secular, talvez ele soubesse um truque ou dois.
"Quer ajuda, querida?" Você olhou para cima e viu Lília. Os olhos dela ainda te viam com pena. Tudo que você precisava. Argh.
Você suspirou, aceitando seu braço estendido. Se sentindo quebrada, você se joga nos braços da sua mentora - quase mãe - e ri um pouquinho quando Scratchy reclama do aperto.
"Sinto muito pelo negócio da flor, querida" Ela te soltou. "Não queria que você passasse por isso. Eu vou matar aquelas duas. Se Vidal acha que pode te machucar, ela está muito enganada"
Ah, sim... a flor... Rio sempre te acordava com uma flor diferente toda manhã, e você adorava, principalmente porque pensava que era algo só delas. Como você se enganou. Era uma coisa dela e da ex também.
Você é a segunda opção, não é? Como você nunca percebeu isso? Será que tinham outras coisas que vocês faziam e que ela fazia com Agatha?
No fundo, lá no fundo, você torceu para que ela tivesse apenas provocando a ex, porque era da natureza de Rio provocar as pessoas. Doeria menos do que ter sido feita de idiota desde o começo, sendo feita de tapa buraco de Agatha Harkness. Você sorriu um pouco lembrando das brincadeiras bobas que Rio fazia e que tiravam Lilia do sério, no curto tempo em que eram vocês três morando juntas.
Alice e Billy ainda te olhavam com curiosidade quando vocês retornaram para a estrada, mas não falaram nada sobre o assunto e todos voltaram a caminhar.
Agatha e Rio estavam bem mais à frente, Agatha segurando forte o braço da ex-mulher, enquanto falava alguma amenidade dos anos que passaram, rindo alto para chamar sua atenção. Rio não ouvia nada, a cada poucos segundos olhava para trás e encontrava seus olhos, tentando transmitir seus pensamentos e o quanto ela te amava.
Você sentiu suas bochechas esquentarem quando encarou o rosto pelo qual se apaixonou e desviou olhar para Scratchy, o acomodando melhor em seu corpo. Você sabe que ele aguenta andar entre vocês, mas você meio que precisa de algum aterramento.
"Ela meio que é gata, não é?" Alice disse, para ninguém em específico. "Esquisita, mas gata. Acho que vou pedir o número dela".
Se fosse para disputar sua esposa com Agatha E ALICE, você gostaria de ser morta na próxima provação, obrigada.
"Rio Vidal já tem dona" Lilia cortou o assunto com raiva.
"Esse é o nome dela? Diferente. De onde você a conhece mesmo?" Alice perguntou ao mesmo tempo que Billy.
"Quem é a dona dela? Agatha?" Billy riu da própria pergunta, se lembrando do encontro delas na casa da bruxa, e agora, da interação na frente deles.
Você fuzilou os dois somente com o olhar, e todos voltaram a andar em silêncio. Apenas os sons das vozes de Agatha e Rio eram ouvidas ao fundo.
"O que é que você olha tanto pra essa menina, meu amor?" Agatha segue o olhar de Rio, quando ela vira a cabeça para trás pela vigésima vez.
Não é possível que Rio tenha se interessado por você, não é?
Agatha espera mesmo que não.
"Querida, olhe para mim quando eu falo com você." Agatha segurou firme o queixo de Rio, mantendo o rosto da bruxa verde de frente com o dela. Ela logo percebeu que o rosto de sua ex estava bem mais jovem. Estranho. "Qual é a desse rostinho jovem, meu amor?"
"Me larga, Agatha." Rio finalmente conseguiu se desvencilhar do aperto dela e pôs um espaço seguro entre elas. Não queria que você pensasse em coisa errada, Rio só precisa fazer umas perguntas pertinentes.
Dona Morte mudou de forma um pouco depois que Agatha começou a falar sozinha. Nenhuma das duas percebeu isso na hora. Rio sorriu com a mudança, feliz que o corpo dela ainda te reconhecia por perto.
Agatha arqueou uma sobrancelha. "De onde você conhece essa menina?" Perguntou novamente, ela estava começando a desconfiar de você.
"Não vejo como isso é da sua conta, Harkness" Rio disse o sobrenome com desprezo.
Agatha ergueu os braços em sinal de rendição. Estava perdendo terreno por aqui, melhor tentar uma abordagem diferente.
"E vem cá, que lugarzinho é esse?" Vidal questionou, cruzando os braços "Você e eu sabemos que o Caminho das Bruxas é uma farsa sua, sempre foi." Acusou.
"Ai, amor." Agatha segurou no peito, com horror. "Assim você me magoa," sorriu cinicamente, se aproximando.
Rio revirou os olhos, colocando mais distância. Pelo canto do olho te viu cabisbaixa e Lília tentando te animar. Foi então que um pensamento cruzou a mente dela. Você achava que ela queria Agatha de volta? Por isso estava agindo assim? Rio nunca faria isso com você! Ela precisava te dizer isso. E faria isso agora, mas Agatha a impediu, segurando o braço dela de novo.
"Ah, não. Querida, é muito feio ignorar uma conversa, sabia?" Agatha estava adorando te irritar, mostrar que ela conhecia Rio com a palma da mão e que elas eram feitas uma para a outra. Rio não percebeu o motivo de todo esse joguinho, ela só queria estar ao seu lado.
"Mas sobre esse lugar, eu realmente não sei onde estamos. Talvez no subterrâneo de Westview?" Perguntou para si mesma, mas logo descartou a ideia. "Pense nisso como uma imersão 3D." Ponderou animada, enquanto passava as unhas pelo antebraço da entidade da morte.
Rio estremeceu com o toque. Agatha interpretou isso como tesão, um vislumbre dos velhos tempos. Já Rio ficou enojada com Harkness a tocando de uma maneira tão íntima. Só você podia tocá-la assim. Rio se afastou a passos largos. Se Agatha não lhe daria respostas, não tem motivo para continuar na presença dela. Ela precisava se concentrar em descobrir o que tinha acontecido com você.
Se você não conta, talvez Lilia possa esclarecer a mente dela. Ou o garoto Maximoff. Ela pode descobrir alguma coisa dele, antes de levar sua alma embora.
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embriaguezlirica · 2 months ago
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o melhor presente - PARTE 2/3
numa cabine da casa de banho, tiro o vibrador dentro de mim, coloco dois dedos bem fundo e envio-lhe um vídeo a mostrar o quão molhada estou. responde no segundo e diz para eu voltar imediatamente para ele, para a mesa. sorri pela pequena transgressão mas decidi aceder: volto a colocar o vibrador dentro de mim, lavo as mãos, retoco o rosto e retorno à mesa. ao chegar, vejo que se está a controlar para não sorrir e diz que aquela manobra me vai sair cara - ainda bem, não fiz por menos.
chega a sobremesa, dividimos com toda a ternura e amor que nos envolve, dá-me um beijo e diz que me ama - é um romântico - , diz que vai pagar mas que espere por ele na porta. vou andando e fico a ver as pessoas que vão passando por mim sem imaginar a sorte que tenho mas logo a minha mente vagueia, quando tusso e me relembro que hoje a sorte é dele. quando chega ao pé de mim, dá-me uma fita acetinada grossa, preta, e diz para eu guardar.
voltamos ao carro mas, antes de entrar, encosto-o contra a porta, abraço-o e beijo-o intensamente para que saiba que estou agradecida. empurro o meu corpo contra ele e sinto-o ficar duro. tento alcançar o seu volume com a minha mão mas ele agarra-a antes de eu conseguir e diz para entrar no carro. bem, tentei. dentro do carro, pede-me a fita e pede que me vire: venda-me, chega o meu banco para trás, inclina-o um pouco e põe-me o cinto.
começamos a andar e eu não vejo absolutamente nada. não sei onde vamos e ele não me está a tocar. tento ir ao encontro da mão dele mas afasta-se e diz que não. volta ao seu tom rígido e diz que tenho sido indisciplinada e que tem de corrigir isso. coloca uma mão entre as minhas pernas e afasta-as com força. pede que suba o vestido e fique à mercê dele e de quem consiga ver lá fora e que remova o vibrador. obedeço quase sem respirar.
assim que o tiro, sinto a mão dele fria a encaixar-se na minha cona quente. arrepiei-me e ele bate-me levemente. solto um gemido e ele ordena que me cale, que me silencie. volta a bater, belisca-me a coxa e eu abafo o som, que de mim sai, com as mãos. desnuda-me um peito e depois o outro. bate-me nas mamas, belisca-me os mamilos e busca a minha boca. a mão dele cheira a mim, beijo-a e afoga-me dois dedos na boca. faço questão de os deixar bem lambuzados quando me deslizam pela língua. a mão dele desce novamente e, com os dois dedos, vai circulando o meu clitóris, abrindo-me como se de uma flor me tratasse, batendo gentilmente, esfregando-me até a minha respiração ficar rápida, pondo um e dois dedos para garantir que me mantenho molhada. estou encharcada, desejosa dele, a gemer baixinho para que não me castigue.
o caminho vai-se fazendo assim até que me agarra na mão, para que o sinta duro, por baixo das calças. começo a massajá-lo e a despi-lo devagarinho. apalpando o meu caminho na escuridão da fita acetinada. procuro o pescoço dele para o beijar enquanto o vou masturbando. imploro-lhe ao ouvido que me deixe chupá-lo e aceita com desprezo. passo a minha língua na cabeça e cuspo. volto a masturbá-lo com vigor e ouço-o gemer baixinho. vou acompanhando o ritmo e profundidade da minha boca com as minhas mãos e vou cada vez mais fundo.
já o consigo sentir na minha garganta e fico cada vez mais molhada de imaginar o seu prazer em sentir-me quente. vou alternando a velocidade para que me deixe ficar ali o resto da viagem, a desfrutar dele. enquanto o chupo e lambuzo todo, vai me colocando os dedos, como pode, batendo no rabo e apertando-o. tentando chegar ao meu clitóris para me ouvir gemer.
de repente, pede que pare e que me volte a sentar. tenho o queixo todo babado e saliva a escorrer pela cara e pelas mãos. encosta-me ao meu banco, puxa-me o decote do vestido para cima e pede que me componha rapidamente. o carro pára e temos um compasso de espera, ouço-o falar no intercomunicador com alguém mas não percebo bem. o carro avança um pouco mais e estaciona. diz-me que já chegámos e que já me vem buscar, depois sai do carro, ouço a mala a abrir e a fechar e abre-me então a porta. como cavalheiro que é, ajuda-me a sair, fecha a porta e o carro e leva-me pela mão.
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harrrystyles-writing · 1 month ago
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Yes Sir! Capítulo 35
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Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 24 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá o ponto de vista somente de Harry.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
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Harry
Assim que entramos na sala, Dr. Payne nos cumprimentou com seu habitual sorriso,
eu cruzei os braços e me sentando na cadeira de couro a sua frente, meu corpo inteiro estava tenso e minha mente ainda estava presa ao que havia acontecido minutos atrás na recepção.
Aquele maldito exame.
Aurora...
Bryan...
Ela trouxe Aurora aqui.
Ela fez aquele teste.
Como ela pôde me trair mais uma vez?
Eu estava segurando a última gota de controle que me restava, apenas esperando o momento certo para desabar.
— Harry, Violeta, é bom vê-los novamente. Como estão?
— Bem — respondi automaticamente.
— Estamos indo... bem. — Violeta forçou um sorriso.
— Bom, vamos lá — Dr. Payne começou, com sua voz calma de sempre. — Então, Violeta, você está se aproximando das 32 semanas, o que significa que estamos na reta final, fizemos um ultrassom na consulta anterior e tudo parecia ótimo, o bebê está crescendo bem e o risco de complicações agora é mínimo, vocês estão fazendo um ótimo trabalho cuidando da saúde dele.
— É ótimo ouvir isso, doutor. — Violeta sorriu ainda com a cabeça baixa, ela estava sentada ao meu lado, as mãos cruzadas sobre o colo, parecendo mais culpada do que nunca.
— Há algo mais que gostariam de discutir hoje? Alguma preocupação ou dúvida?
Eu abri a boca, pronto para dizer que não, mas Violeta foi mais rápida.
— Na verdade, sim.
Meu olhar se voltou para ela tão rápido que senti o pescoço estalar.
Ela não se atreveria.
Não agora.
— Considerando que o bebê está estável, queria saber se podemos retomar... Bem, nossa vida íntima?
O quê?
Era isso o que importava para ela agora?
Depois de me apunhalar pelas costas, ela queria saber sobre sexo?
Ela só podia estar louca em pensar que eu encostaria nela depois do que ela fez.
— Com base nos resultados, tudo parece estar em ordem, a gravidez está estável, mas, claro, recomendo que comecem com cuidado, Senhor Styles coloque o prazer da sua esposa em primeiro lugar antes de pensar em você.— Dr. Payne respondeu, com a mesma neutralidade de sempre.
Antes mesmo de chegar ao hospital, eu estava ansiando por essa resposta, a ideia de fazer amor com Violeta estava impregnada em minha mente, só de pensar em tentar resgatar tudo entre nós era o que me mantinha minimamente esperançoso em tudo isso.
Mas agora?
Agora eu estava segurando os pedaços de mais uma traição e ela teve a coragem de perguntar como se nada tivesse acontecido.
Apertei os braços da cadeira, tentando não me sentir enojado, eu mantive o olhar fixo no médico, porque sabia que, se olhasse para ela, perderia o controle ali mesmo.
— Obrigado, Dr. — Ela assentiu.
— Mais alguma coisa? — Dr. Payne perguntou, olhando para mim dessa vez.
— Não. — Minha voz saiu baixa, quase um grunhido.
Ele nos deu instruções rápidas sobre os cuidados para o restante da gravidez e nos dispensou com um sorriso.
Levantei-me, sentindo meus músculos rígidos como pedra, me virei para sair, sem esperar por Violeta, sem nem olhar para ela, eu precisava sair daquela sala antes que minha raiva me dominasse completamente.
O caminho para casa foi um inferno silencioso, dirigir nunca exigiu tanto autocontrole, minhas mãos apertavam o volante com tanta força que os nós dos meus dedos estavam brancos.
— Harry — ela começou, a voz hesitante.
— Não — cortei, ainda olhando para a estrada. — Fica quieta.
— Por favor, me deixe explicar...
— Falei para calar a boca, Violeta!
— Harry... Por favor...
— Se você abrir falar de novo, eu vou acabar batendo esse carro, então cala a porra dessa boca agora. — Soquei o volante, sentindo meu rosto queimar.
Ela recuou, finalmente ficando quieta.
Assim que chegamos em casa, encontrei a babá esperando na sala, forcei um sorriso enquanto agradecia por ter cuidado das meninas, tentando parecer o mais tranquilo possível, dei uma boa gorjeta, esperando que ela não percebesse a tensão no ar, e a acompanhei até a porta.
Quando a porta se fechou, respirei fundo e comecei a subir as escadas, tirando a gravata com movimentos rápidos. Violeta me seguiu logo atrás, assim que a porta do quarto se fechou atrás de nós, eu finalmente explodi.
— Que merda você pensou que estava fazendo com a nossa filha?  — Ela não respondeu, então segurei seus braços— Me diga Violeta.
— O que você quer que eu diga, Harry? — Ela parecia tão frágil agora, talvez até com medo.
— A verdade seria um bom começo.
— Eu fiz o teste, Harry, eu menti porque sabia que você reagiria assim! Olha para você, Harry, você está gritando comigo antes mesmo de me ouvir.
— Não me venha com essa desculpa, Violeta! — Dei um passo atrás, a soltando. 
— E o que você queria que eu fizesse? Mais duas intimações chegaram para mim, Bryan está fazendo de tudo para ser uma ameaça, eu estava ficando desesperada.
— Você deveria ter falado comigo! Eu sou seu marido! — Sentia minhas veias da testa pulsando.
— Eu fiz o que achei que era certo.
— E nunca passou pela sua cabeça que o certo era me contar o que estava acontecendo? Nós poderíamos resolver isso juntos.
— Me desculpe, mas Harry, por mais que você não acredite em mim, eu fiz isso por nós!
— Por nós? Você tem coragem de dizer que foi por nós? — Sem hesitar, aumentei o tom da minha voz. — Você não vê o quanto eu tenho me esforçado pela nossa família?  Eu perdoei você, perdoei sua traição, eu voltei para casa quando você pediu, fiquei com você, apesar de tudo, e o que você faz? Continua me apunhalado pelas costas!
— Se esforçando pela nossa família? — Ela soltou uma risada sarcástica. — Eu tive que te buscar no hospital Harry porque estava bêbado e fora de si, você some sem dar explicações, você diz que me perdoou, mas joga isso na minha cara todo santo dia, eu tenho que andar em ovos para agradar você, porque, do contrário, parece que não sou grata o suficiente por você ter me perdoado! Você nos abandonou em Cambridge para ter uma vidinha aqui em Boston, você mal liga para nós, Harry, ainda acha que tem feito muito por essa família?  — Seu dedo estava contra meu peito, me empurrando. — E você acha que é perfeito, não é?
— Não mude o assunto, Violeta, não ouse tentar desviar a conversa do que realmente importa.
— Não estou mudando o assunto! — ela gritou, batendo o pé no chão. — Mas você está tão obcecado em Aurora ser dele que não acredita em mim, está tão obcecado na traição que não consegue esquecer, você me olha todos os dias como se eu fosse culpada de tudo, como se eu fosse um monstro!
— TALVEZ, PORQUE VOCÊ SEJA!!!— Me arrependi no instante em que as palavras saíram da minha boca. — Você é a porra de um mostro que nunca deveria esquecer o que fez. — Eu pude ver os olhos dela encherem de lágrimas.
— Eu sei que o que fiz foi imperdoável, mas você não pode fingir que é inocente.  — Violeta sentou na ponta da cama exausta, escondendo o rosto com as mãos. — Você não é nenhum santo, Harry! Você também me traiu, se eu sou uma traidora nojenta, então você é igual a mim.
— Não acredito que você realmente pense que somos iguais.
— Não somos? — O tom da sua voz mudou e começou a me assustar. — Você acha que eu não sei? — Ela riu amargamente, enxugando as lágrimas.
— Do que você está falando? — Minha voz vacilou.
Ela não...
Não...
Impossível...
— Não se faça de idiota, Harry! Você achou mesmo que eu não sabia que você estava vivendo com outra mulher naquela maldita casa? — Eu fiquei imóvel, o ar parecia ter sido arrancado dos meus pulmões. — O que foi, Harry? Vai me dizer que não é verdade? Que não passou meses me traindo, mentindo para mim, brincando de casinha com outra mulher enquanto tinha uma família, enquanto dizia que estava sozinho, que tudo era pelo trabalho?
— Como... Como você descobriu? — A pergunta escapou dos meus lábios, quase num sussurro.
— Isso importa? — ela disparou, fria. — Eu engoli isso, Harry, engoli o fato de você estar com outra por muito mais tempo que estive com Bryan, eu fingi que não estava me destruindo, fingi que não sabia e não fiz nada!  Perdoei você! Então, não ouse fingir que é melhor do que eu.
— Não é a mesma coisa, Violeta! — Eu praticamente gritei, tentando me convencer do que dizia.
— Não ouse dizer que não foi a mesma coisa! Você também me traiu! Você também quebrou essa família!
No fundo, ela estava certa, nós éramos exatamente iguais, no fundo, talvez eu fosse ainda pior, Violeta destruiu essa família com suas escolhas, mas eu fiz o mesmo e ainda pior, eu me apaixonei por Aurora, abracei o que fiz como se fosse justificável.
Eu era tão monstruoso quanto ela.
Eu não aguentei mais, com as mãos tremendo, me joguei no chão, me sentei ali, sem forças, e coloquei o rosto entre os joelhos. O choro veio com uma força que eu não esperava, me esmagando por dentro, eu sentia o peito apertado, meu corpo tremendo, no silêncio que consumia o quarto, percebi que ela também estava chorando, era como se o som da dor dela se misturasse com a minha, uma espécie de ecos de tudo o que destruímos.
— Vou dormir no quarto de hóspedes. — Nem esperei pela resposta dela.
Saí do quarto, o som dos meus passos ecoando pelo corredor vazio, então, como se o universo decidisse me punir ainda mais, lá estava Isadora, encostada na parede, os braços cruzados, o rosto fechado.
— Brigando de novo?
— Vai para seu quarto, Isadora, isso não é da sua conta.
Eu não queria brigar com ela também.
— Claro que é da minha conta! — Ela ergueu a voz. — Vocês dois transformaram essa casa num inferno e eu e a Aurora estamos no meio!
— Isadora, já disse para não se meter. — Minha paciência estava se esvaindo.
— E como não se meter? — Ela riu. — Vocês estavam gritando aí nesse quarto, acordaram a Aurora, vocês nem ligam para a gente. — Seus olhos estavam marejados, me fazendo sentir ainda pior. — Pai, você nem percebe que essa casa desmoronou porque você está nela! Você acha que está salvando alguma coisa ficando aqui? Que está fazendo um sacrifício? Não, você está matando a gente!
— Já chega, Isadora, vai para seu quarto.
— Não! — Ela gritou. — Porque eu preciso dizer isso ou vou explodir! Eu me arrependo de tudo, eu me arrependo de ter pedido para você ficar quando você queria ir embora, porque você ficou, mas destruiu tudo! Você destruiu a gente!
— Isadora... — Minha voz fraquejou.
Eu queria mandá-la parar, mas não consegui.
— Você nos trata como lixo! — As lágrimas começaram a escorrer pelo rosto dela. — Você nos olha como se fôssemos o motivo de tudo que deu errado na sua vida! Eu sou só sua filha! Eu sou só uma garota que queria ter um pai de verdade, não isso. — Violeta apareceu na porta, mas ela não se importou. — Eu tenho vergonha de ser sua filha!  Você ouviu isso? Vergonha! Todo dia eu queria que você tivesse ido embora, que você nunca tivesse sido meu pai, porque qualquer um seria melhor do que você! Eu te odeio.
— Já chega Isadora. — Violeta se colocou na minha frente. — Vá dormir, agora.
Meu coração parecia que ia parar.
Isadora se virou, indo para o quarto antes de entrar no quarto. O olhar que me lançou era pior do que qualquer coisa que já vi vindo dela.
Eu fechei os olhos com força, tentando empurrar a dor para longe, eu sempre soube que me tornei um pai ruim, sempre soube que estava falhando, mas ouvir isso da boca dela era mais do que eu podia suportar.
Pensei em Bryan.
Talvez ele fosse um pai melhor do que eu.
Pensei em Aurora e na ideia insuportável de ela também me odiar um dia.
Ela não...
Era o único amor que ainda tinha.
                       ...
A chuva caía com força contra as janelas do café, pequenas gotas escorriam pela vidraça, distorcendo a visão da rua movimentada lá fora. Eu sempre odiei esperar, mas a sensação de estar sentado ali, olhando para o relógio a cada dois minutos, era quase insuportável, meu joelho balançava incessantemente por debaixo da mesa, o detetive Stelfeld havia marcado esse encontro era exatamente o que eu precisava depois do que Violeta fez, precisava de algo concreto para fazê-lo recuar.
Eu olhei para o café esfriando na xícara à minha frente, dois goles, já não tinha gosto, o som da porta abrindo me despertou, o detetive entrou sem cerimônia, balançando um guarda-chuva encharcado e carregando uma pasta de couro, sua aparência era impecável, ele era um pouco mais velho que eu, barba grisalha perfeitamente alinhada, realmente parecia ser amigo do Anderson, ele caminhou diretamente até a mesa e se sentou.
— Olá, Styles. — Deixou sua pasta ao lado, tirando alguns papéis de dentro, colocando em cima da mesa.
— Prazer em conhecê-lo.
— Bem, foi difícil investigar Bryan Lewis, o homem sabe como esconder seus pobres, mas eu sou bom no que faço.
— Então, você encontrou algo?
— Bryan Lewis tem uma reputação impecável. — Ele puxou uma folha da pasta e colocou diante de mim, era um artigo de um jornal médico, uma foto de Bryan sorrindo, apertando a mão de um colega em algum evento luxuoso. A manchete elogiava sua "dedicação e brilhantismo" — Ele é admirado, respeitado e praticamente intocável.
— Por favor, Stelfeld diga que encontrou algo bom o bastante para afastá-lo da minha família.
— Sim, essa imagem pública que ele tem foi o escudo perfeito para esconder o que realmente aconteceu no último hospital em que trabalhou antes de vir para Boston. — O detetive pegou outra folha e a colocou ao lado do artigo. Era um depoimento transcrito, datado de 8 meses atrás. — Isso é de uma das mulheres que trabalharam com ele, ela o acusou de comportamento inapropriado no ambiente de trabalho.
Eu comecei a ler, sentindo meus dedos tremerem.
"O Dr. Bryan sempre foi muito gentil no início, elogiando meu trabalho, dizendo que eu tinha um grande futuro na medicina, ele era charmoso, um mentor que todos admiravam, mas aos poucos, ele começou a mudar, ele falava sobre minha aparência, me convidava para jantar em horários estranhos, dizendo que era 'para discutir meu progresso', quando eu comecei a recusar seus convites, ele começou a me isolar, minhas ideias eram ignoradas em reuniões, ele começou a fazer comentários depreciativos sobre minha competência na frente de outros colegas, eu fiquei realmente com medo de perder meu emprego."
Puta merda!!
Isso era bem pior do que eu tinha imaginado.
Olhei para o detetive, sentindo a raiva borbulhar.
O que Bryan se tornou?
— Aqui, ele responde às acusações diretamente para a administração do hospital, leia isso. — Ele pegou outro documento.
"Eu lamento profundamente que minhas palavras ou ações tenham sido mal interpretadas por ela, mas eu sempre mantive uma postura profissional com todos os meus colegas, principalmente com as mulheres, acredito que essas acusações infundadas podem ser resultado de má compreensão ou mesmo de intenções pessoais por parte da funcionária em questão, ela mesmo já confessou as colegas seu interesse por mim algumas vezes. "
— Ele culpou a mulher e fez parecer que ela estava inventando tudo? — Soltei uma risada sarcástica. — Que filho da puta!
— Exatamente.
— E isso não veio a público?
— Não, o hospital abafou o caso, ele se demitiu antes que as coisas chegassem a um ponto que pudesse prejudicá-lo.
— Então ele simplesmente saiu de lá e começou de novo aqui?
— Sim. — respondeu o detetive. — Não foi só uma denúncia, Harry, ele já havia enfrentado algo semelhante em um hospital anterior, há 2 anos, mas o caso também foi silenciado, duas enfermeiras o denunciaram, alegando que ele as assediou. O padrão é o mesmo: ele começa como um mentor amigável, cria uma dinâmica de poder e, quando suas insinuações são rejeitadas, começa a minar a credibilidade da vítima.
— E elas também foram silenciadas? — perguntei, a voz pesada.
— Ambas foram demitidas.
— Isso é suficiente para um tribunal?
— É um começo, mas, para garantir que Bryan não se aproxime de Aurora, você precisará de mais, algo que mostre que ele continua sendo um risco ativo.
Eu assenti, mas minha mente já estava, além disso, não se tratava apenas de proteger Aurora, Bryan realmente merecia ser preso.
— Vou levar isso ao meu advogado, muito obrigado pela ajuda, o depósito já foi feito em sua conta.
— Se precisar de mais alguma coisa, sabe onde me encontrar. — O detetive me observou por um momento antes de fechar a pasta e se levantar.
— Boa sorte, Harry, você vai precisar.
Enquanto eu olhava para os papéis espalhados diante de mim, uma sensação de náusea tomou conta, Bryan era um perigo real.
Como eu poderia permitir que alguém como ele se aproximasse dela?
Mesmo que o DNA provasse que ele era o pai biológico, não havia como ele merecer estar na vida dela, eu faria de tudo para Bryan não sair impune.
                     ...
O dia finalmente chegou.
Os últimos sete dias foram um inferno.
Cada manhã eu me arrastava para o trabalho, tentando me concentrar em qualquer coisa que pudesse me distrair, mas era impossível, eu tentava agir como se tudo estivesse normal, fingindo que a distância entre mim e Violeta não era como uma rachadura que ameaçava engolir tudo ao nosso redor.
Mas era uma mentira.
Cada segundo era uma tortura, a incerteza me corroía por dentro, eu só conseguia pensar no maldito teste.
E agora, aqui estava eu, depois de um longo dia de trabalho, parado na recepção do hospital, a atendente me reconheceu imediatamente, ela abriu um sorriso educado, o tipo de simpatia que me irritava profundamente naquele momento.
— Boa noite, senhor Styles, aqui está o seu resultado — disse ela, colocando o envelope na bancada.
Minhas mãos hesitaram antes de pegá-lo, meu coração estava descompassado, eu não sabia se queria abrir aquilo ou jogá-lo no lixo e fingir que nunca existiu.
— Ah, e o outro senhor, Lewis, já esteve aqui mais cedo, ele também pegou uma cópia do resultado.
Minha visão ficou turva por um instante.
— O quê?
— Sim, o genitor, ele esteve aqui pela manhã — respondeu casualmente, como se não tivesse acabado de jogar gasolina na fogueira que ardia dentro de mim.
Minha mão apertou o envelope com tanta força que o papel começou a amassar.
— Então ele já sabe? — perguntei, tentando conter a explosão iminente.
— Sim, ele não esperou e abriu aqui mesmo.
Me segurei para não perguntar se ela já sabia o resultado, apenas agradeci e saí rapidamente de lá. Nunca corri tanto para chegar em casa; tudo o que eu queria era que aquilo terminasse logo, parte de mim ainda nutria esperança—afinal, o último teste havia confirmado que eu era o pai, talvez este também confirmasse e eu finalmente poderia admitir que Violeta tinha razão, talvez eu estivesse apenas obcecado com tudo isso.
Quando cheguei em casa, fui direto para o quarto, o envelope estava em minha mão, amassado, quase rasgado pelos meus dedos, fechei a porta atrás de mim, Violeta estava deitada, mas logo que me viu sentou-se, mas eu não disse nada, me sentei na beirada da cama e olhei para aquele envelope lacrado.
Por favor, que eu seja o pai.
Por favor!
Por favor!
Minhas mãos tremiam enquanto rasgava o envelope, um lado, depois o outro, retirei finalmente o documento.
Meus olhos passaram rapidamente pelas palavras técnicas até encontrar a linha que importava.
Resultado: Positivo.
Bryan era o pai biológico.
O mundo ao meu redor desabou.
Eu reli.
Uma.
Duas.
Três vezes.
O resultado permanecia o mesmo, cada palavra parecia um golpe direto no peito.
Não, não, não...
Isso não podia ser verdade.
Aurora.
Minha Aurora.
Ela era minha filha.
Ela tinha que ser.
Minha visão ficou borrada pelas lágrimas que começaram a cair, eu encarei Violeta, que estava imóvel, com o rosto pálido.
— O que diz, Harry?
— Bryan é o pai. — Doía demais dizer aquilo. — Isso não pode estar certo. — Murmurei, levantando-me. — Eles erraram, esses testes erram às vezes, não erram? Violeta, me diz que eles erraram.
— Harry...— Ela começou a chorar, mas suas lágrimas só aumentaram minha raiva.
— Diz que é mentira! — Gritei, apontando o papel para ela. — Diz que eles erraram, Violeta! Por favor!
— Harry... Eu acreditava que Aurora era sua...
— Sua mentirosa do caralho! — Meu grito ecoou pelo quarto. — Você sabia, não sabia? — Dei deu um passo em direção a ela. — Você sabia esse tempo todo que ela não era minha!
— Eu não sabia...
Sem pensar, peguei o abajur da mesa de cabeceira e o joguei contra a parede com toda a força que consegui reunir.
— Como você teve coragem, Violeta?
Ela recuou, assustada, eu vi quando seus olhos se encheram de medo, mas naquele momento o que ela sentia não significava nada para mim.
— Você mentiu para mim! — varri tudo da cômoda com um movimento brusco, perfumes, joias caíram no chão, explodindo em pedaços. — Você olhou nos meus olhos e me deixou acreditar nessa merda toda!
— Harry, por favor, pare! — A voz dela tremeu, mas não fez diferença, meu punho, que não estava quebrado, acertou o guarda-roupa com tanta força que senti a dor irradiar pelos ossos.
— Harry... — Violeta tentou se aproximar, mas eu ergui a mão, afastando-a.
— Não se atreva. — Rosnei — Eu não consigo nem olhar para você!
A dor no meu peito parecia insuportável e o único pensamento que restava na minha mente era que nada, absolutamente nada, seria capaz de consertar isso, eu precisava sair dali, me virei para ir, mas Violeta correu para mim, segurando meu braço.
— Harry, por favor, não vá.
— Eu preciso ficar longe de você antes que eu faça algo que me arrependa. — No mesmo instante, ela me soltou.
Saí pela porta do quarto sentindo o peso de tudo esmagar meu peito, Aurora era tudo que havia de bom e puro na minha vida, como poderia viver sabendo a verdade?
Meus joelhos vacilaram quando alcancei a maçaneta da porta da minha casa, era como se alguém tivesse arrancado meu coração e deixado apenas um buraco vazio e sangrando.
Eu precisava sentir outra coisa e sabia exatamente onde encontrar, quando parei o carro em frente ao bar, fiquei sentado por alguns minutos, encarando a entrada, uma parte de mim sabia que eu não deveria estar ali de novo, como se beber fosse a única resposta, eu deveria voltar para casa e encarar minha realidade.
Mas eu não conseguia.
Saí do carro, o letreiro do bar universitário iluminava a rua, empurrei a porta com mais força, reconheci um ou dois rostos de alunos da faculdade, mas sinceramente eu não dava a mínima, fui até o balcão, ignorando tudo a minha volta, puxei um banco e me sentei.
— Uísque duplo — pedi, sem olhar para o barman.
O copo foi colocado à minha frente, eu o peguei imediatamente, virando o conteúdo de uma só vez.
— Outro.
Por um momento, senti um olhar fixo em mim, levantei a cabeça e vi Claire, a professora substituta, ela estava sentada a alguns bancos de distância e, quando nossos olhos se encontraram, ela se aproximou.
— Harry, não pensei que te encontraria aqui.
— Oi, Claire.
— Vejo que está com uma aliança agora. — Disse, se sentando na banqueta do lado.
— É. — Respondi sem ânimo, girando o anel no dedo sem pensar.
— Posso te pegar uma bebida?
— Já estou bebendo. — Apontei o copo de whisky quase vazio.
— Me vê dois duplos, por favor. — Ela ignorou o que eu disse e pediu ao barman.— Então, como vai a vida de casado?
— Não sei se dá para chamar assim. — Acabei o resto do whisky em um único gole.
— Então, Harry, quer me contar o que aconteceu? Eu sou uma boa ouvinte.
— Não estou a fim de falar.
— E está a fim de fazer o quê? — Sua mão subiu pela minha coxa.
Podia ter afastado, mandado-a embora, mas não me mexi.
— Estou a fim de beber e esquecer. — Peguei o copo que ela me ofereceu.
— Também sou boa nisso. Quer companhia? — Sua mão foi subindo, até não restar dúvida de suas intenções.
E eu deixei.
— Tanto faz.
Não sei em qual momento da conversa nós paramos trancados no banheiro daquele bar, nos beijando, eu certamente não estava pensando muito nisso, eu só queria esquecer aquela noite e os lábios dela estavam fazendo o trabalho.
Não havia nada em Claire que me atraísse, mas mesmo assim eu estava ali, tocando, beijando, tirando sua camisa, erguendo sua saia, enfiando meus dedos nela, fazendo o que ela queria como se realmente importasse.
— Você tem camisinha? — Perguntei com uma ponta de esperança de que ela dissesse não.
Talvez aquilo fosse a desculpa perfeita para eu não cometer mais um erro.
— Tenho, na bolsa.
Claro que tem.
Eu abri a maldita bolsa, peguei o preservativo, abaixei as calças e por incrível que pareça estava duro, talvez por estar tanto tempo sem sexo me fez baixar meus padrões, coloquei a camisinha e Claire já estava sentada em cima da pia, assim que me posicionei entre as pernas dela, ela me puxou enrolando suas pernas em mim, não havia como voltar atrás agora, eu já estava dentro dela.
Os gemidos dela eram exagerados, mas continuei a foder ela mais rápido a fim de sentir alguma coisa, meu corpo obedecia, mas meu cérebro, não.
Eu queria que acabasse, mas, ao mesmo tempo, queria mais, aquele prazer momentâneo se tornou minha obsessão, eu precisava sentir algo, qualquer coisa e aumentei o ritmo, como se isso resolvesse.
— Harry... mais rápido, assim!
Que voz irritante...
Eu tapei a sua boca, ela sorriu como se aquilo fosse sexy ou talvez achou que fiz só para que ninguém ouvisse, mas, na verdade, eu não ligava se tinha alguém ouvindo, eu só queria que ela calasse a boca.
Me forcei a pensar em algo que ajudasse, meu cérebro me levou direto a Violeta e por todas as lembranças sexuais que tive com ela, isso aumentou meu tesão, de repente aquilo já não pareceu tão ruim, me fez aquentar aquilo por mais tempo, logo pensei em todas às vezes que estive dentro de Aurora, de como sua voz angelical gemia para mim, como seu rosto se contorcia de prazer e isso me fez gozar.
Aquele êxtase que tanto procurava me atingiu, era bom, era muito bom, eu gemi pela primeira vez naquela transa ridícula, mas infelizmente durou pouco.
A realidade voltou.
Tudo voltou.
E agora eu só sentia nojo.
Eu saí de dentro dela, joguei a camisinha no lixo, se ela gozou ou não, não fazia menor diferença.
— Uau! Isso foi...
— Bom. — Menti.
— É, nós podemos repetir isso mais vezes, sabe, talvez na minha casa?  — Claire se ajeitava no espelho, esperançosa.
— Acho melhor nós saímos daqui, pode sair primeiro. — Sugeri com o melhor sorriso que consegui.
— Tudo bem.
Ela só podia ser burra para não perceber que isso nunca mais se repetiria, mas ainda assim ela insistiu em me beijar antes de abrir a porta, eu me forcei a retribuir.
Quando a porta se fechou atrás de mim, eu quis vomitar, aquele cheiro enjoativo dela estava impregnado em mim, me virei para o espelho e mal consegui me olhar, cabelo bagunçado, boca borrada de batom, a camisa suja de marcas que eu não queria lembrar.
Que tipo de homem eu me tornei?
Meu celular vibrou pela milésima vez no meu bolso, eu sabia que era Violeta, desta vez resolvi olhar a tela.
23 ligações.
47 mensagens.
A última me fez gelar.
Esposa: Harry, por favor, me liga! As meninas sumiram!!!!
Obrigado por ler até aqui 💗 O feedback através de um comentário é muito apreciado!
Esta ansiosa (o) para o próximo?
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wordlifes · 3 months ago
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Acalme o seu coração!
Fique sozinha por algum tempo, até finalmente se reencontrar. Pare de insistir, de tentar entender ou implorar pra que essa pessoa volte.
Respeite decisões que estejam além do seu controle e simplesmente DEIXE IR. Nada que você precise implorar, forçar ou se despedaçar pra ficar valerá a pena.
Dói, eu sei, não é fácil.. Mas confie!
Quanto menos tentar controlar e mais deixar as coisas fluirem, mais livre estará para enxergar melhores caminhos e seguir em frente.
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missmiauzi · 29 days ago
Note
Faz ele se arrependendo por ter se afastar por causa da própria imortalidade, e conseguindo uma possível segunda chance após a sua reencarnação ( você decide a relação dos personagens 🥰),( e a última parte não é obrigatória,pode fazer do jeito que quiser.)
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── Pedindo uma segunda chance a você.
── Personagens: Zhongli.
── Nota: Demorou mas saiu! Atenção: tem algumas coisas sobre morte, mas nada explícito.
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Morax acariciava suavemente o pequeno felino selvagem que repousava em seu colo, envolto em um silêncio sereno.
Sentado sobre um tronco de árvore caído, ele sentia a brisa suave do vento e a tranquilidade da paisagem ao seu redor.
Foi então que, ao ouvir passos apressados se aproximando, ele interrompeu o carinho no gato, que despertou com o barulho e saltou de seu colo, desaparecendo na floresta.
Morax se levantou e se virou na direção dos passos, apenas para ser envolto em um abraço apertado, sentindo as lágrimas molhadas em seu peito.
— Meu amor, o que aconteceu? — perguntou, preocupado, enquanto uma mão acariciava suas costas e a outra repousava na parte de trás de sua cabeça.
— Minha... minha mãe... ela se foi...Assim que essas palavras saíram, você afundou ainda mais o rosto em seu peito, e Morax sentiu seu coração apertar com o som de seu choro.
— Oh, meu pequeno tesouro...— murmurou, depositando um beijo suave no topo de sua cabeça. — Sinto muito por isso; infelizmente, esse é o ciclo da vida humana...
Logo, os dois permaneceram em silêncio naquele abraço, interrompido apenas pelos seus soluços tristes, enquanto Zhongli acariciava suas costas em movimentos circulares.
Mas então, ele parou, refletindo sobre o que acabara de dizer: "o ciclo da vida humana"... você era humana, ele não era.
Levantou a cabeça, fixando o olhar à frente, enquanto a dura realidade de que um dia ele poderia perdê-la começava a se instalar em sua mente.
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Você subiu o restante da montanha, ofegante, mas com um sorriso radiante no rosto. Ao alcançar o cume, limpou o suor da testa com a manga da camisa.
— Ufa, quase desisti no meio do caminho e saí rolando — você brincou, se aproximando de Morax, que virou o olhar para você.
— Mas eu precisava te entregar isso, então não podia desistir — disse, erguendo a mão e oferecendo um lindo amuleto ao homem, que o segurou, fixando o olhar no objeto.
— Eu fiz à mão! Então não ficou lá essas coisas.
você riu timidamente, levantando os olhos para ver a expressão dele, mas ao fazê-lo, notou que seu olhar permanecia inalterado e sem emoção.
— ...Querido? Você tá...
— Vamos encerrar isso.
Ele não deixou você terminar, interrompendo-a abruptamente. O silêncio se instalou, enquanto o sorriso em seu rosto se desvanecia rapidamente.
— ...O que?Você perguntou em um tom baixo, piscando levemente, sem entender bem a situação.
— Sempre soubemos que isso teria um fim, nunca daríamos certo, uma mortal e um arconte... não podemos mais adiar o inevitável... mas você foi uma boa experiência. Cuide-se.
E então, apertando o amuleto na mão, Morax passou por você, seguindo em frente.Ainda atordoada(o) pela situação, você só voltou a si quando ouviu os passos dele se afastando.
— Espere!
Você exclamou, virando-se rapidamente, mas já não havia mais ninguém ali. Olhou ao redor, desesperada, em busca de qualquer sinal dele.
— Morax!
Você clamou pelo nome dele, mas o silêncio foi a única resposta, mergulhando você em uma solidão profunda, sem qualquer explicação, enquanto as lágrimas escorriam pelo seu rosto.
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— Escuta aqui! Você já me seguiu por duas semanas, e eu já deixei claro para aquela garota estranha que não estou interessado em comprar nenhum caixão. Então, me deixe em paz ou vou chamar os guardas Millelith!
Você falou de maneira claramente irritada, fixando o olhar em Zhongli enquanto paravam no meio de uma das plataformas do porto de Liyue.
Zhongli hesitou por um instante, olhando para você e balançando a cabeça em sinal de negação.
— Não! Não estou aqui por causa de caixão nenhum!
— Então isso é perseguição!
— Não! Você... ugh!
Zhongli sentiu a frustração crescer. Já se passavam milênios desde a última vez que o viu, e ao encontrá-lo depois que Hu Tao tentou te arrastar para a funerária, ele ficou completamente surpreso.
Era impressionante como você ainda mantinha tantas características da época, tanto físicas quanto na personalidade, mas ele sabia que a pessoa que conhecia há muito tempo já não existia mais.
— Eu só... queria te pedir desculpas.
Zhongli começou a falar, te pegando de surpresa enquanto você o olhava com confusão.
— Você não vai entender agora, porque isso faz muito tempo... muito mesmo, mas eu te deixei quando você mais precisava de mim, e o arrependimento daquele dia me consome a cada instante.
Zhongli mexeu no bolso e retirou um velho amuleto, desgastado pelo tempo, entregando-o a você.
Ainda desconfiado(a), você pegou o amuleto e começou a analisá-lo; parecia bem antigo, mais do que sua avó.
— Pensei que estava fazendo o melhor ao me afastar, tentando evitar a dor, mas a verdade é que o medo de te perder acabou me fazendo te perder de qualquer jeito. E, no fim das contas, ainda te feri, algo que prometi que nunca faria.
Ele permaneceu contemplando o amuleto por alguns instantes, até desviar o olhar para o seu rosto.
— Por isso, venho aqui para me desculpar e pedir uma nova oportunidade de corrigir um erro que cometi. Agora percebo que só quero aproveitar cada segundo ao seu lado. Então, por favor, será que você poderia me dar essa segunda chance?
Você continuou a observar o amuleto, antes de finalmente encará-lo. Seu tom parecia genuíno e carregado de tristeza; algo dentro de você pulsava, como se já tivesse uma conexão com ele, mas havia também uma leve dor, uma mágoa que persistia.
E agora, o que você decidirá? Recusar ou abrir as portas para essa nova chance?
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quase-bruxa · 8 months ago
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O LOBO E A BRUXA
O lobo, cansado de ser o mau da fada, farto de ser visto como o vilão da história, foi percorrer novos caminhos, onde ninguém o conhecesse, onde ninguém tinha preconceito contra ele, queria poder começar uma nova história onde ele não fosse o odiado, onde ninguém foi odiado.
Depois de muito caminhar, depois de passar muito tempo sozinho, então encontrou-a sentada em uma rocha no caminho, com as mãos cobrindo o seu rosto, o seu vestido preto, lindo mas não tão vistoso, o seu cabelo emaranhado, com uma beleza nada comum, os seus sapatos, também pretos, algo poeirento por tanto andar.
Ele perguntou-lhe:
- Olá, o que fazes aqui tão sozinha?
E ela, surpreendida, disse-lhe:
- Estou aqui tentando me afastar da maldade alheia, que só enxergam seu exterior e te julgam pela sua aparência sem sequer tentar descobrir ou conhecer mais nada sobre você, me afastar daqueles seres que dizem ser bons mas agem contra as suas palavras, seres cheios de hipocrisia e falta de compaixão.
O lobo olhou para ela, sabendo claramente o que ela queria dizer, aproximou-se um pouco sabendo que não seria rejeitado pelo que é, desejoso de companhia e sentindo a necessidade de dar companhia.
- Queres companhia? Posso acompanhar-te um pouco?
Ela, enxugando suas lágrimas e deixando ver seus lindos olhos, olhou para ele e disse:
- Claro que podes, para mim seria um prazer, só te peço que me acompanhes, não por pena, mas porque nasce do teu coração, quero me sentir amada pelo que sou sem que me apontem ou continuem estereótipos de bondade que acabam sendo cruéis e, portanto, muito mais Malvados.
- Eu fico porque quero, porque, como você, eu sou um incompreendido e porque, no meu coração, eu sinto que podemos derrubar barreiras e sermos felizes juntos. Ela riu enquanto ele se aconchegou aos seus pés.
- Você é muito querido, aparentemente sua aparência é apenas uma couraça, uma pétreia couraça, mas dentro de você é mole e carrega doçura, eu posso sentir isso. Ele olhou para ela com um olhar que desprendeu amor.
- Então eu ficarei ao seu lado até que a lua deixe de ser motivo de poemas e as estrelas não espreitem mais no céu noturno.
- Sente-se perto de mim, não aos meus pés mas ao meu lado, disse ela enquanto acariciava sua cabeça.
- Não posso recusar seu convite, mesmo que quisesse, há algo em você que me enfeitiça, acho que são seus olhos profundos ou sua voz que soa a poesia. Ela corou, mas ele mal percebeu, ela estava escondida debaixo do seu capuz e a lua mal deixava ver um pouco do seu rosto que na verdade era lindo, não a beleza que você pode encontrar na maioria, era a beleza que lhe davam aqueles olhos tão expressivos, esse sorriso Tão eloquente, sem nenhuma maquilhagem, ela brilhava de beleza.
- Você sabia que as estrelas mais brilhantes nem sempre são as mais próximas? - perguntou ela - às vezes simplesmente as mais distantes brilham com tanto brilho que se deixam ver de longe.
- Bem assim acontece com tudo, há seres que brilham tanto que não conseguem esconder a sua beleza mesmo que queiram - disse isso enquanto colocava a cabeça no colo.
- Você não me conhece completamente, não pode saber como eu sou.
- Já conheço o suficiente sobre ti para saber que és alguém especial. Ambos olharam para o vazio, como procurando as palavras certas para continuar a conversa mas já estavam tão conectados que não precisaram de mais palavras por um bom tempo, ambos se perderam em seus pensamentos que se entrelaçavam.
- Sempre fui temido - disse ele quebrando o silêncio - minhas mandíbulas, minhas garras e minha aparência em geral fazem qualquer um fugir e me fazem ser odiado.
- Algo parecido acontece comigo, aparência é o que mais importa para a maioria, parece que uma mulher sempre deve usar tons pastéis para ser boa.
- Adoro a sua aparência, o comum não é o meu estilo, e posso ver que você é uma linda mulher, não me refiro apenas ao exterior.
- Mas eu insisto, você não me conhece completamente, você tem que conhecer minhas loucuras, meu lado mais diabólico e não tão belo.
- Isso não é preciso, somos seres muito parecidos, conheço-te porque me conheço, amo-te porque me amo, olho nos teus olhos e posso me perder neles, têm um brilho que nunca vi, posso ficar e viver no teu sorriso para sempre. Desde então uma nova história foi escrita, sem estereótipos nem preconceitos, no qual importa mais o interior do que o exterior, um verdadeiro conto de amor.
E dizem que desde então, em noites de lua cheia, ela se torna loba para percorrer a floresta ao lado dele e amar-se completamente, mas em outras noites ela, sendo bruxa, prepara alguma bebida para que ele possa tirar a pele de lobo e vestir-se de homem, não de um príncipe encantado montado em um brioso corcel branco, mas de um plebeu comum, com olhos brilhantes como estrelas, com braços fortes para poder carregá-la até seu leito de amor, porque quem disse que os vilões não sabem amar....
- desconheço autoria...
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nuwacoffeebreak · 4 months ago
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Começando no meio
Se você não sabe como começar uma história, experimente contá-la a partir do meio.
Existe uma técnica narrativa chamada in media res que significa "no meio das coisas". Ela é usada quando você inicia uma história a partir do seu desenvolvimento e não segue a comum linearidade, como é o caso de narrativas que começam pelo backstory, pela descrição dos personagens e do cenário que permeará os acontecimentos.
O benefício dela é introduzir o leitor diretamente no que está acontecendo. Quando usado corretamente, o in media res tem muito sucesso em chamar a atenção da pessoa que está lendo, justamente por criar curiosidade, identificação e imersão.
Para fazer um bom uso dela, aqui vão algumas dicas:
Selecione uma cena chave para iniciar sua narrativa, aquela que seja ideal para mostrar como as coisas funcionam. Tem que ser uma cena em que você pega o leitor pela mão para mostrar como é que as coisas funcionam na sua história. Você pode escolher aquele dia do personagem em que as coisas estão prestes a mudar. Ou simplesmente "o meio de um acontecimento".
Certifique-se de que essa cena inicial não esteja sobrecarregada de informações ou o leitor pode ficar confuso e desistir. Escolha algo que possa criar um tipo de conexão, alguma coisa que seja capaz de despertar um sentimento de identificação. Porque aí vai ser muito mais simples de despertar as perguntas que motivarão a continuidade da leitura.
A partir daí, você introduz as informações gradualmente. Fale um pouco sobre os personagens essenciais, deixe pistas, faça uso dos flashbacks. Não dê todas as informações logo de cara! A vantagem da técnica é justamente a de proporcionar certo mistério, já que eu estou no meio da história e posso acrescentar as informações conforme elas forem relevantes.
É uma técnica bastante comum no meio literário (e da dramaturgia), se você notar. Existe até uma discussão sobre não existir quem não use essa técnica, mas o ponto central sobre ela é optar pelo movimento no lugar da exposição. Em vez de começar fornecendo informações sobre o mundo, eu coloco o leitor dentro dele sem explicar nada a priori.
No meio das fanfics eu vejo muito o pessoal que está começando optar por esse caminho de descrever o cenário, as pessoas, mas talvez essa seja uma preocupação desnecessária e pode te impedir de quebrar a estrutura narrativa para conhecer uma nova forma de contar sua história.
Começar no meio te proporciona uma possibilidade de desenvolver a ideia de uma forma mais dinâmica e convidativa. Também pode te aliviar do sufoco de fazer uma introdução enfadonha e te põe para escrever aquilo que movimenta e dá vida à narrativa.
Você evita de se preocupar com muitos detalhezinhos logo no começo, sabe? E o seu leitor pode ficar mais interessado, já que vai ver a si mesmo envolvido pela trama (em vez de se sentar numa salinha de espera enquanto você cita a introdução da sua história). Não que isso seja uma regra universal e um truque infalível. Existem histórias que se dão super bem com a lineariedade. Por isso tenha em mente o seu propósito ao escolher uma técnica. Lembre-se: tem que fazer sentido!
Vou colocar aqui uns exemplos para você se inspirar:
"Um cão galopa pelas ruas, e atrás dele corre um rapaz. Uma longa corda une os dois e se embaraça nas pernas das pessoas, que ficam passando de um lado a outro, e se irritam e xingam; o rapaz murmura sem parar: 'Desculpe, desculpe', e, em meio às desculpas, grita para o cachorro: 'Pare! Stop!', e uma vez, cúmulo da vergonha, escapa-lhe também um 'Porra!'. E o cachorro continua correndo." - Alguém para correr comigo, David Grossman.
Nesse primeiro trecho, temos uma cena que aparentemente não tem nada de esquisito ou chamativo. A princípio, não parece nada demais, mas o título do livro leva o nome "Alguém para correr comigo", o que cria uma conexão com o que está sendo contado nas primeiras linhas. E aí, logo em seguida, quando você se pergunta "por que isso está acontecendo? Por que eles estão correndo?", você descobre que o rapaz sequer sabe o nome desse cachorro, de onde ele veio, etc. Com essa curiosidade, o leitor desbrava as próximas páginas, pois esse primeiro acontecimento desenterra uma série de informações que são fornecidas em um ir e vir na linha do tempo.
"O ceifador chegou no fim de uma fria tarde de novembro. Citra estava na sala de jantar, enfrentando um problema muito difícil de álgebra, baralhando variáveis, sem conseguir encontrar o X nem o Y, quando aquela variável nova e muito mais fatal entrou na equação de sua vida. Visitas eram frequentes no apartamento da família Terranova; por isso, quando a campainha tocou, não houve nenhuma suspeita - nada encobriu o sol, não houve nenhuma suspeita da morte à sua porta. Talvez o universo devesse oferecer esses avisos, mas os ceifadores não eram muito diferentes dos cobradores de impostos no esquema geral das coisas. Eles apareciam, cumpriam sua função desagradável e iam embora." - O Ceifador, Neal Shusterman.
Nesse exemplo, temos um dia normal interrompido por um acontecimento fora do comum: a visita de um ceifador. Isso também cria uma ligação muito boa com o título do livro e a sua sinopse, que explica que a humanidade venceu todas as mazelas: pobreza, doença, fome e até mesmo a morte. Mas ainda havia um desafio: o da superpopulação. Para isso, foi criada uma organização de ceifadores, que seriam os únicos responsáveis por tirar as vidas humanas. Quando a primeira cena que introduz o livro te coloca no cenário para te mostrar como isso acontece, você é transportado para dentro da história de uma forma muito natural.
Muito bom, né? Eu amo essa técnica.
Agora pense sobre isso: em que momento da sua história seu leitor vai ficar mais atraído por ela? Como você gostaria de mostrar sua história ao seu leitor?
É isso. Se inspire e pratique! ☕
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meuemvoce · 4 months ago
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Uma pedra em meio a dois caminhos. em que momento o nosso querer fez a gente se meter em uma história que não é só nossa? não há explicação ou base cientifica que a felicidade se dará o início no momento em que deixarmos alguém pra trás para amar outro alguém. o que nos leva ser a terceira pessoa em meio a um amor desgastante entre duas pessoas onde existe a possibilidade de um novo recomeço mesmo com as idas e vindas? não é confortável ser a plateia ou a protagonista de uma história com dois atores principais. não é agradável ficar esperando a ligação de alguém quando se sabe que está com outro alguém. não existe a menor possibilidade de ser feliz com pouco ou só quando esse alguém está disponível. o que nos leva achar que a tentativa de fazer algo certo é persuadindo ela deixar esse alguém pra ficar conosco? é uma história como qualquer outra. são pessoas como qualquer outra. são fases ruins que acontece em qualquer relacionamento. por mais que você ache que será a escolhida, você não vai. se você acha que ela ou ele está pensando em você, não estão, porque isso só acontece quando a dificuldade existe. não tem como ser amor em algo que já existia entre duas pessoa. pode existir algo entre os três, mas alguém vai sobrar, alguém vai ter que se retirar, alguém vai sair quebrado e adivinha? Será você, não eles, você é só um pretexto pra aliviar a dor de uma relação fodida mais sem chance de um término.
Será que vale a pena acabar com uma vida ou uma história por outro alguém? será que vale a pena ficar se encontrando as escondidas pra ninguém descobrir? será que é satisfatório o telefone tocar e saber que existe outro alguém te esperando voltar pra casa? quando ela não puder a mensagem não vai aparecer e a ligação não vai acontecer, só se for escondido. chegará o momento que não haverá encontro as escondidas ou ligações a base de mentira dizendo que é do trabalho. você sonha com o fim pra ser feliz com alguém que não é seu. você espera que ela te escolha e deixa tudo pra trás pra ficar com você. você sonha em ser assumida pra poder andar de mãos dadas sem julgamentos, mas em algum momento tudo caíra por terra e saberá que ali não é o seu lugar e não merece ser meio termo ou segredo sujo de alguém. tudo no início é bom. tudo no começo é prazeroso e gostoso de se sentir. a mensagem não lida, a ligação recusada, dias sem ver, semanas sem notícias, tanta loucura pra nada. tanto esforço pra algo completamente errado que só descobrimos depois da queda.
Não alimente aquilo que não vai saciar a sua fome. não deixe que crie raiz em lugar que não é seu, porque não vai crescer e muito menos terá frutos. não espere que tudo irá terminar bem, porque não vai. não ache que as promessas feitas em meio ao tesão é um compromisso sólido, porque não é, é apenas pó. não ache que uma linda história irá ser escrita depois que acabar com a história de alguém, porque não haverá. ir ou ficar? lutar ou desistir? ser a segunda a pessoa em meio a outra? dar continuidade mesmo sabendo que no final será apenas você por você e que terá apenas lembranças de algo que não sobreviveu? A dúvida e a incerteza são os inimigos pra fazermos a escolha certa ou errada, porém deis do início sabemos as respostas e como irá acabar. sabíamos que alguém iria estar sobrando na história. sabíamos de tudo e um pouco mais, o problema é que não queríamos ver e muito menos deixar de viver uma fantasia mesmo sabendo que não irá se tornar realidade. em um quarto com uma cama escolhida pra vida inteira sabemos que só cabe duas e não três e você ficará apenas de fora observando, porque nunca houve uma escolha, você nunca foi escolhida, era uma apenas uma opção.
Elle Alber
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imperfekt · 11 months ago
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two days after Cora's party; football team locker room w/ @jacobisalive Theodore adentrou o vestiário com uma sensação de familiaridade, mas logo percebe que algo estava diferente. O treinador Edward estava lá, cercado pelo restante do time, e uma tensão pairava no ar, como se todos estivessem à espera de algo. "Theodore, que bom que chegou, acho que agora estamos todos aqui." Disse Edward, treinador tinha o olhar fixo no quarterback com uma seriedade incomum, despertando a curiosidade e a apreensão de Theo. "Rapazes, quero que prestem atenção no que vou dizer a vocês..." a expectativa pairando no ar como uma nuvem carregada de incerteza. Theodore busca o olhar de seus companheiros, encontrando apenas confusão espelhada em seus rostos. "Este é o último ano para alguns de vocês e este ano é o ano em que podemos sair vitoriosos, por isso quero reforçar que todos precisam dar cento e cinquenta porcento de sí ou esta não será uma realidade."
Theo caminha sorrateiramente até Jacob e sussurra para o amigo. - Jacob, o que é que está acontecendo aqui? - Mas percebe que o mesmo desconhecimento habita os olhos do outro. Antes que pudesse organizar seus pensamentos, um homem até então desconhecido entra no vestiário, sua presença imponente preenchendo o espaço com uma autoridade imediata. "Esse foi um discurso bonito, Edward, mas eu assumo daqui." Imediatamente o vestiário inteiro fica em pavorosa com o reconhecimento de quem estava ali. Theo buscou imediatamente pelo olhar de Edward, mas o homem tinha os olhos fixos no chão, uma expressão de derrota em suas feições. "Sou Simon Towley e pelas caras de espanto vou presumir que sabem exatamente quem eu sou, o que não sabem é que deste momento em diante serei o novo treinador de vocês." Mais expressões de espanto pelo vestiário quando Simon se apresenta como o novo treinador, lançando um arrepio de choque e perplexidade entre os presentes. - Desculpe, mas isso é algum tipo de brincadeira? - Theo questionou perplexo, interrompendo o homem mais velho. - Você não é o nosso treinador, você é o treinador dos Trojans, o senhor Edward é o nosso treinador. Simon olhou Theodore de cima a baixo. "Desculpe, mas você é?" Theo o encarou com o queixo erguido. - Sou Theodore Clarke, Quarterback deste time. - Respondeu imediatamente, cruzando os braços diante da clara tentativa de intimidação do homem. "O Quarterback, muito bem, está é uma ótima observação senhor Clarke, significa que não é o acéfalo que imaginei que era quando pus os olhos no senhor." Disse o mais velho sem o maior pudor. "Sim, eu era o treinador dos Trojans, mas por grandes reviravoltas da vida, aqui estou..." E continuou, desta vez falando a todos os jogadores. "Meus caros atletas, hoje é um dia de mudança. Um dia em que devemos olhar para o futuro com olhos despidos de ilusões e enfrentar a realidade de frente. Como seu novo treinador, é meu dever anunciar que grandes transformações estão a caminho para este time.
Não se enganem, o caminho para a grandeza não será fácil. Não será um passeio no parque. Mas é a partir dos desafios que nos tornamos mais fortes. E é por isso que a partir de agora, todos vocês serão submetidos a testes rigorosos. Testes para suas posições. Testes para sua relevância neste time.
Deixe-me ser claro: ninguém está a salvo. Não importa seu histórico ou seu status neste time até agora. Todos estarão sujeitos à avaliação. Pois a grandeza não conhece complacência. Não conhece favores. A grandeza é conquistada com suor, sacrifício e determinação.
Então, preparem-se. Preparem-se para provar seu valor. Para mostrar que merecem estar aqui. Porque a partir de hoje, nada será dado de graça. Nada será garantido. Aqueles que não estiverem à altura do desafio serão deixados para trás. E apenas os mais fortes, os mais determinados, os mais capazes, permanecerão.
Este é um novo capítulo para este time. Um capítulo de mudança, de crescimento, de evolução. E eu estarei aqui para liderá-los, para desafiá-los, para moldá-los em verdadeiros campeões.
Que comecem os testes. Que comecem as transformações. E que apenas os melhores sobrevivam."
O discurso do novo treinador era uma mistura de promessas e desafios, suas palavras estavam carregadas de determinação e rigor. Ele tinha acabado de anunciar uma reviravolta radical, declarando que todos os jogadores teriam que passar por testes para manterem seus postos no time. O quarterback e seus colegas são pegos de surpresa pela magnitude da mudança imposta, a notícia ecoando como um trovão no silêncio tenso do vestiário. O que antes era familiar e estável agora se torna um terreno desconhecido. Theodore tinha a mais absoluta certeza de que aquilo não fazia parte da linha do tempo original, alguma coisa estava imensamente errada e um novo capítulo que se abre diante dele, repleto de desafios e incertezas estava prestes a começar.
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