#mostra de são paulo
Explore tagged Tumblr posts
cubojorbr · 5 months ago
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Longa 'Betânia' entra na Seleção da Mostra de São Paulo
Première paulista acontece dentro da Mostra Brasil
O longa “Betânia”, escrito e dirigido por Marcelo Botta, está na seleção oficial da 48ª Mostra Internacional de Cinema em São Paulo, que acontece de 17 a 30 de outubro de 2024. A produção rodada no Lençóis Maranhenses compete dentro da Mostra Brasil. O filme será exibido nas quintas-feiras, 17 de outubro, às 19h30min, na Cinemateca Espaço Petrobrás e no dia 24 de outubro, às 15h, no Cinesystem…
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bitsmag · 4 months ago
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48a Mostra de São Paulo exibe filmes favoritos ao Oscar
Os filmes "Anora" e "O Brutalista" estão elogiadíssimos pela crítica e devem receber várias indicações ao Oscar. Veja horários na 48a Mostra Internacional de SP #Anora #TheBrutalist #AdrienBrody #GuyPearce
O Brutalista com Adrien Brody e Anora de Sean Baker estão na programação do evento A 48a Mostra Internacional de Cinema de São Paulo tem na programação alguns dos filmes mais esperados do ano. O Brutalista com Adrien Brody, conta a história de um arquiteto que foi pioneiro no estilo “brutalista”, utilizando concreto aparente. A história é uma ficção. O personagem Laszlo Toth, vivido por Adrien…
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newstotalcomunicacao · 8 months ago
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Saiba quando e onde acontecem os próximos festivais de cinema
Os cinéfilos começaram o ano acompanhando o Festival de Sundance, em Park City, Utah, nos Estados Unidos. Em fevereiro foi a vez dos olhos mirarem na Alemanha para o Festival de Berlim, para então voltar aos EUA para o Oscar. Em seguida, os críticos e profissionais da indústria cinematográfica seguiram para Cannes para descobrir quem seria o grande vencedor da Palma de Ouro. As mostras mundiais…
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geekpopnews · 1 year ago
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Saudade fez Morada aqui Dentro vence a primeira edição do Prêmio Netflix
O filme Saudade fez Morada aqui Dentro é o vencedor da primeira edição do Prêmio Netflix na Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. #PrêmioNetflix #Netflix #MostraInternacionaldeCinemadeSãoPaulo
Durante a 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo aconteceu a primeira edição do Prêmio Netflix, o qual valoriza o cinema nacional. Durante a noite de quarta-feira (01), a Netflix anunciou que o primeiro vencedor do Prêmio Netflix foi a obra Saudade fez Morada aqui Dentro. Contudo, a produção foi selecionada entre os filmes brasileiros do festival, em breve estará na plataforma em mais de…
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kinhagamer · 1 year ago
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[Filmes] Mostra de Cinema Chinês de São Paulo traz o filme O Cordão da Vida - Entrada gratuita
As flores da estepe não podem florescer para sempre A Mostra de Cinema Chinês de São Paulo, realizada pelo Instituto Confúcio na Unesp, chega à sua 8ª edição com o tema “Em Busca da Luz”. De 6 a 15 de outubro no CCSP (Centro Cultural São Paulo), o público terá a oportunidade de assistir a doze produções cinematográficas chinesas contemporâneas – a maioria inéditas no Brasil. Entre ficção e…
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canseideserpop · 1 year ago
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47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo: Homenagem a Michelangelo Antonioni
Diretor, roteirista, pintor e editor italiano é celebrado com uma retrospectiva de 23 títulos e um desenho realizado por ele nos anos 1960 será a estampa do icônico pôster desta edição. A 47ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo está prestes a começar, e neste ano, a grande estrela homenageada da festa é o renomado diretor italiano Michelangelo Antonioni.Com uma carreira recheada de…
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olaitapetininga · 2 years ago
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Mostra 3M de Arte abre edital para artistas de todo o País e propõe um jogo de infiltrações no metrô de São Paulo
Estão abertas as inscrições para o edital da 12ª Mostra 3M de Arte, um dos eventos mais importantes e longevos do cenário artístico nacional contemporâneo. A iniciativa dá oportunidade aos artistas de todas as regiões do País de desenvolverem trabalhos inéditos comissionados. O prazo segue até o dia 24 de agosto e artistas estrangeiros residentes no Brasil há mais de dois anos também podem se…
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amethvysts · 11 months ago
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CORAÇÃO SELVAGEM — E. VOGRINCIC HEADCANONS
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𖥻 sumário: headcanons sobre nosso esquerdomacho, topa tudo por buceta favorito, enzo. 𖥻 avisos: homem-belchior. menção a bebidas alcoólicas.
💭 nota da autora: mais uma vez estamos aqui com um headcanon que eu não aguento segurar. se eu escrevi, tenho que postar imediatamente!!! claro que é porque eu tô amando os pedidos de vocês, e principalmente, amando essa troca que a gente tá tendo! espero que gostem, piticas ♡
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✮ㆍNão podemos falar sobre Enzo esquerdomacho sem falar sobre Belchior. É indissociável. Isso porque ele é literalmente um homem escrito pelo cantor, não tem nem como negar. 
✮ㆍEle é a personificação da música Coração Selvagem. Tanto que eu apenas sei que ele ama date em barzinho, principalmente aqueles bem badalados com musiquinha ao vivo, voz e violão.
✮ㆍO Enzo ama bater um papo cabeça na mesa de bar. Uma garrafa de cerveja, uma mandioquinha frita e uma boa companhia é tudo o que ele precisa pra passar a noite. E ele consegue conversar sobre tudo, desde discutir Foucault até escola de samba – que, inclusive, ele ama. Certeza que torce pra Vila Isabel. 
✮ㆍComo um bom estudante de Ciências Humanas (meu mano fr), ele anda de ecobag pra cima e pra baixo. Sempre tem algum livro, ou do Carlos Drummond de Andrade, ou um do Machado de Assis, um maço de cigarro, um caderninho onde ele guarda absolutamente tudo e os fones de ouvido. 
✮ㆍA bolsa é cheia de broche, também. Um com o nome do curso dele, do time de futebol com o nome + "antifascista" (se eu jogar aqui que ele é Vasco, vai ser muito clubismo?), o clássico Fora Bozo, dos filmes favoritos dele e um com a cara do Glauber Rocha. 
✮ㆍEle tem discos de vinil em casa, e sempre gasta o seu suado dinheirinho de professor aumentando sua coleção. Belchior Novos Baianos, Gilberto Gil, Bethânia e Gal são essenciais. 
✮ㆍO Enzo ama garimpar. Metade dos móveis e decorações da casa dele são usados, restaurados por ele mesmo pra salvar dinheiro. Ele é muito orgulhoso do acervo que juntou até o momento, e ama fazer tours pelo apartamento dele. "Essa mesa aqui é de 1975," Enzo coloca uma das mãos sobre a mesa de madeira que adorna o cantinho da sala de estar, "Comprei faz pouco tempo. Bem legal, né?"
✮ㆍMinha nossa, eu tenho pra mim que esse homem não é muito bom dançando, mas ele é apaixonado por forró. Quando se é pra dançar agarradinho, ele até mostra que tem jeito pra coisa. 
✮ㆍAi, ele ama dançar com a bochecha colada com a tua, de vez em quando deixando o rosto descer pro teu pescoço e dando umas fungadas tão gostosas… ele é viciado no teu cheiro, e tira proveito sem nenhum pudor. Bonus: sempre que dança contigo, é uma mãozona na tua cintura e a outra se divide em segurar sua mão e um copo de cerveja. 
✮ㆍSair com ele é sinônimo de passeio cultural. Se você não gosta, ele até sugere de ficar em casa assistindo filme, mas sem dúvidas prefere dar uma volta pelos lugares históricos da cidade. Tipo, vejo muito ele como um frequentador assíduo da Pedra do Sal e da Lapa. 
✮ㆍComo eu já lancei aqui, tenho pra mim que ele trabalha como professor de Ensino Fundamental e também participa desses cursos de pré-vestibular social. Seguidor ferrenho de Paulo Freire, e é apaixonado por ensinar. Também é muuuito popular entre os alunos! Todo mundo da escola ama o Tio Enzo. 
✮ㆍInclusive, ele ama contar as presepadas dos alunos pra você. Uma vez, ele tava mexendo no celular na frente de umas alunas e elas acabaram vendo o fundo de tela dele, que é uma foto linda de vocês dois na praia. "Tio Enzo, quem é essa?" uma das garotas pergunta, já fazendo cara de quem comeu e não gostou. 
"Minha namorada," ele responde com um sorriso gigante no rosto, que sempre cisma em aparecer quando Enzo pensa e fala de você. Alheio a decepção das alunas, a testa se franze em confusão quando elas soltam um grunhido de desgosto. Uma delas chega a ir embora. 
✮ㆍPor incrível que pareça, o Instagram dele é até bem movimentado. Vive divulgando causas sociais, postando música e fotinho no espelho de quando ele vai pra faculdade. Mas o que ele mais posta no feed são fotos de vocês dois, ou, então, só fotos suas. 
✮ㆍEnzo vive tirando fotos tuas com a câmera analógica dele, e sempre que revela, ele sente uma necessidade inevitável de postar em tudo quanto é lugar – se pudesse, colocaria até em um outdoor. 
✮ㆍSim, em algum momento ele vai soltar um "acho que a gente devia fazer um ensaio íntimo e empoderador". Mas pelo menos, ele só pensa em fazer um desses com você – ele é esquerdomacho, mas não é nível Chico Moedas, pode relaxar. 
✮ㆍÉ viciado em tirar fotos suas na praia, ou quando você tá descansando no apartamento dele. Quando você tá deitada no sofá depois de uma garrafa de vinho, com um sorriso bobo nos lábios tingidos de vermelho e os olhinhos caídos, ele vai ficar te fazendo rir tanto que você nem percebe quando ele faz os cliques; só descobre alguns dias depois, quando ele posta a foto no Instagram.
✮ㆍTodo aniversário, ele te dá um livro com uma dedicatória diferente. Ele ama presentes mais pessoais desse tipo, principalmente quando se trata de mídia física. É sempre uma filosofada misturada com uma declaração de amor, te agradecendo por tudo o que você faz por ele e te dizendo o quanto ele é feliz por ser seu.
✮ㆍA maior declaração de amor, no entanto, é quando ele dedica alguma canção do Belchior pra você. E ele faz isso sempre. O Enzo vai pedir alguma música quando vocês estão no bar e canta tudo com as mãos segurando suas bochechas e olhando no fundo dos seus olhos.
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masterlist | navigation ── oi! tô com os pedidos abertos pra headcanons, cenários e blurbs sobre os meninos de lsdln. me manda um alô, se quiser conversar!
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maodedefunto · 22 days ago
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O homem cinza
Fanfic com Hozier x reader
Alertas: nenhum, é só o primeiro encontro da reader com o Hozier
Número de palavras: 6949
Como pode a química amorosa surgir de repente, em qualquer instante da sua rotina patética? É o que todos os livros da Jane Austen, os filmes romcom, ou novelas da Glória Perez fizeram todos os seres humanos acreditarem. E você odeia admitir, mas é verdade. Os sentimentos não marcam hora e nem possuem um planner como você, entende? No entanto, a sociedade cobra de todos, homens, mulheres, não - binários, trans, que definam seus pares por volta dos 25 anos a 35 anos. É uma sensação, é uma convenção social, é uma prisão? Se você pudesse, perguntaria a Martha Medeiros cara a cara: “Como foi passar pela idade de casar estando só?”.
E, assim... você passou toda a sua adolescência imaginando o Grande Amor chegando entre os 15 e os 18 anos. Mas tudo que ganhou foi um bloqueio emocional, depois de se apaixonar intensamente por um garoto de 17 anos, padrão, que competia em natação na sua cidade. Só que... essa é quase uma situação digna de "Quadrilha", de Carlos Drummond. Fase traiçoeira, a adolescência. Não é independente, não pode vender suas coisas e entrar no primeiro ônibus para Caratinga (Minas Gerais), porque recomeçar sua vida numa cidade de 90 mil habitantes não é a resposta. Também não pode querer uma vida ativa e movimentada na Universidade de São Paulo (USP), porque o custo de vida paulistano é mais alto do que cursar medicina na sua própria cidade.
Sabe… na verdade, na verdade, você fica irritada para caramba quando vem aquelas “sábias” pessoas dizendo que seu príncipe, princesa, sabe lá o que… está esperando você. Contudo, você não quer esse conselho estupido! Não quer alguém esperando você em algum lugar. Quer alguém que ande com você, no mesmo passo, no mesmo ritmo — ou, pelo menos, que tente.
A questão é que a espera cansa. É como se a vida fosse uma fila interminável, onde o “grande encontro” estivesse marcado para o número 483, mas você está no 202033… Entre um passo e outro, dizem para você se distrair, para focar nos estudos, no trabalho, na terapia (ah, sim, sempre tem a terapia). Mas nunca dizem que a fila às vezes parece não andar. E, no fundo, você se pergunta: e se nem for uma fila? E se você estiver esperando algo que não vai chegar?
E é por isso que você odeia essa ideia de "alguém esperando você". Porque ela te prende num ciclo ridículo de expectativas que ninguém nunca prometeu cumprir. E sabe o que é mais doido? Você já começou a se questionar se o problema está mesmo em encontrar alguém ou se está no fato de que, talvez, você esteja tentando se encontrar primeiro. Mas como é que se faz isso? Como é que se encontra alguém que nunca esteve perdido, ou, pior, que está tão perdido quanto você?
O que está perdido para você no amor? Não tem resposta, mas talvez a permissão de se sentir sem medo, de perder o controle. Seu dia a dia mostra uma tendência a manter os sentimentos protegidos, testando antes de se entregar, como se o amor fosse um jogo estratégico. Mas amor não é algo que se planeja até a perfeição — é uma experiência que exige vulnerabilidade, por mais desconfortável que pareça. É tudo desconfortável! Até mesmo a solitude.
E… Você se atrai por mentes brilhantes e conversas que desafiem sua inteligência, e isso é essencial para que o interesse se mantenha. Mas não deixa de ser apenas a compatibilidade mental defina seus relacionamentos. O amor também vive no inexplicável, na química, no toque, no riso sem motivo. E sua tendência retraída, não necessariamente seja introversão, mas indicam que, por um lado, você deseja um amor sólido e confiável, mas, por outro, tem uma abordagem sutil e até misteriosa no romance. Buscar equilibrar essas duas energias pode ser um desafio — você quer alguém que seja estável, mas ao mesmo tempo inspirador. Onde está o segredo? Está em encontrar alguém que respeite seu tempo, mas que também saiba como desarmar suas defesas com carinho e inteligência?
Talvez o segredo não esteja em encontrar alguém que encaixe perfeitamente no seu molde de expectativas, mas sim alguém que faça você questionar por que esse molde existia em primeiro lugar. Alguém que não tenha pressa, mas que também não fique parado esperando você se decidir. Porque, no fundo, você sabe: não quer alguém que espere, quer alguém que chegue.
Mas e se ninguém chegar? E se o amor não for esse evento espetacular que interrompe sua rotina patética, mas sim algo que se constrói silenciosamente, no intervalo entre um dia ruim e um café morno? Algo que talvez já esteja ali, disfarçado de amizade, de conversa fiada, de um toque despretensioso? é aí que vem o medo. Porque admitir isso significa aceitar que o amor pode não ser um raio que parte o céu ao meio, mas sim uma chuva cinza quase imperceptível que só se nota quando já mudou tudo de lugar. Significa entender que não há garantias, que abrir espaço para o amor é também abrir espaço para o erro, para a rejeição, para o desconforto. E você, que sempre quis controlar tudo, está disposta a abrir mão desse controle? Está disposta a deixar que o amor — se ele vier — seja algo que você não pode prever, planejar ou antecipar?
Ou será que, no fundo, você ainda acredita que pode encontrá-lo como quem resolve uma equação?
Você não acredita em nada é esta a verdade, incrédula, totalmente incrédula. Tão incrédula que apenas está parada num poste azul no meio da rua esperado algo, uma fina chuva cai… esperando… todos de guarda chuva… e você sem guarda-chuva… quando você vê um homem alto de cabelos ondulados, quase ruivos, caindo sobre o rosto, carregando uma mochila como se fosse o próprio Sísifo, e usava uma blusa listrada horizontal, azul marinho desbotado quase cinza, e branco. Sem guarda-chuva. Ele parecia essa transição do cinza nublado para um tom azulado. E, de alguma forma, ele reflete como você está descobrindo mais nuances e profundidade nessa pessoa. O cinza. Talvez foi nesse processo de contemplá- lo que coloriu essa conexão de uma forma mais vibrante e significativa.
Ao contemplar esse homem cinza em sua totalidade, você se percebe fora e diante de si mesma. Existem horizontes concretos, efetivamente vivenciáveis, que nunca coincidem por completo. Porque, independentemente da proximidade entre vocês, sempre haverá algo que você enxerga e que ele, da sua posição, não pode ver: as partes inacessíveis do próprio corpo — a cabeça, o rosto, a expressão —, o mundo atrás dele, os objetos e relações que, nesse momento, são visíveis apenas para você. E, num outro nível, quando seus olhares se encontram, duas almas distintas se refletem na pupila uma da outra. É possível reduzir ao mínimo essa diferença de perspectivas, mas eliminá-la por completo exigiria uma fusão absoluta, tornar-se um só.
Esse excedente do seu olhar, do seu conhecimento, do seu toque — ele sempre existirá, porque cada indivíduo é único, insubstituível em sua própria existência. Agora, neste instante e neste lugar, apenas você ocupa essa posição singular diante desse homem cinza. Todos os outros estão do lado de fora dessa bolha que se formou entre vocês dois. Essa distância concreta entre você e o resto do mundo, esse pequeno universo onde apenas vocês existem, e o que sobra disso tudo — o excedente da sua visão — é ele. O homem cinza.
E ele percebe. De algum modo, percebe. Talvez não com a nitidez que você gostaria, mas há um instante, um lapso breve, onde os olhos dele captam a sua presença como se, por um momento, ele também estivesse fora e diante de si mesmo. Uma hesitação sutil no passo, um franzir de sobrancelha quase imperceptível, um desvio de olhar que não é desinteresse, mas um reconhecimento silencioso. Vocês não dizem nada. A cidade continua a se mover ao redor, indiferente ao fato de que, por um segundo, algo foi criado ali, tênue como um traço de giz prestes a ser apagado pela chuva. A blusa listrada dele se mistura ao cinza do dia, ao reflexo molhado do asfalto, às nuvens carregadas que desbotam a tarde. Você pensa em palavras que nunca serão ditas. Em diálogos que só existem dentro de você.
E, no entanto, há uma presença, uma certeza absurda de que esse homem cinza agora existe na sua narrativa pessoal. Não como um destino, nem como um enigma a ser zelado, mas como um detalhe que se recusa a ser esquecido. Ele passa por você, a mochila ainda pesada nos ombros, ainda carregando o próprio fardo invisível. E você se pergunta se ele notou a maneira como seus olhares se tocaram brevemente, se ele percebeu o peso daquele instante. Ou se, para ele, foi apenas mais um passo no meio da chuva, um caminho a ser seguido, o mundo que segue indiferente.
Mas, para você, não. Para você, há o Agora e o homem cinza. E isso, de alguma forma, significa alguma coisa?
Os dias passam, e Saturno é seu aliado. Bom… se alguém matou uma outra pessoa e consegue escapar da polícia, mantendo-se fora do alcance da lei por um período. Você é a melhor amiga de Saturno. E, no seu caso, você não está fugindo de nada — ou talvez esteja. De sentimentos, de expectativas, de tudo que te disseram que deveria acontecer e nunca aconteceu. Você não se sente perseguida por sirenes ou investigações, mas sim pela sensação persistente de que algo deveria ter acontecido e não aconteceu.
E se Saturno castiga os impacientes, e ele premia você. Você espera. Você sempre esperou. Espera tanto que se tornou a melhor amiga do Tempo. E Saturno te observa com seus anéis distantes, com sua paciência cósmica, sussurrando que certas respostas só vêm com a erosão dos dias. Talvez seja por isso que, em dias nublados, você ainda pensa no homem cinza.
“Será que ele cortou o cabelo?”, você se questiona despretensiosamente. Não tem nada mais aleatório do que se perguntar sobre um estranho cinza, você sabe. Amor à parte, essas narrativas inventadas são generalizadas, e às vezes servem como uma cura para frustrações infantis que continuam a te perturbar até a idade adulta. “Será que ele era casado?” É quase um crime brincar com essas ideias, mas a verdade é que, para seguir em frente, é preciso criar realidades reais. Talvez daqui a vinte anos você não possa mais se permitir imaginar situações com o homem cinza. Cresça e perdoe.
Sabe como você jurou que nunca mais falaria com aquele amigo que te dedurou no colégio. Dane-se! Enquanto isso, você toma seu café da manhã nublado, com chuva morna. “Se ele é casado, como será a esposa dele?” Pare… Talvez seja falta de caráter continuar com essas divagações. Mas quanto tempo faz isso? Será que agora ele joga futebol? Será que é um artista desconhecido?
Será que ele é um músico desconhecido, tocando um violão de tons de azul desbotado e cinza, os mesmos que você ainda associa a ele? Talvez esteja em um estúdio improvisado, com móveis gastos, criando letras que ninguém entende, mas que significam o mundo para ele. Ou será que ele é apenas mais um rosto perdido no meio da multidão, como tantos outros que você cruzou e esqueceu?
Essas perguntas continuam surgindo, mas você sabe que não há respostas. Há apenas o vazio do desconhecido e o impulso incômodo de preenchê-lo com suposições. Isso diz mais sobre você do que sobre ele, não é? No fundo, você está tentando montar uma narrativa que nunca existiu, talvez porque seja mais fácil romantizar um desconhecido do que encarar a realidade de que, por vezes, os dias seguem sem grandes acontecimentos.
A chuva do lado de fora engrossa. Você encosta a testa na vidraça e observa as gotas se acumularem, deslizando lentamente como se fossem traçar um caminho definido. Mas nenhuma gota segue uma linha reta — assim como você, elas oscilam, desviam, colidem. O mesmo acontece com os pensamentos. “E se eu o encontrasse de novo? Será que ele me reconheceria?” Você ri baixinho, como se a ideia fosse absurda. Afinal, ele provavelmente já esqueceu de você.
Mas, ainda assim, você espera. Não por ele, exatamente. Espera por algo que nem você consegue nomear. Talvez seja um reencontro consigo mesma, uma chance de sair do ciclo de expectativas e aceitar que nem tudo precisa de respostas ou finais fechados. Saturno, com seus anéis de tempo, continua ali, lembrando que tudo se resolve — ou não — no ritmo do universo.
E, enquanto isso, o homem cinza permanece no fundo da sua mente, como um personagem secundário de um livro que você nunca terminou de escrever.
Numa noite qualquer, às 19:19, você decide ir ao posto de gasolina sozinha para garantir que seu tanque não estará vazio de manhã. Sai do carro, tranca as portas e guarda as chaves no bolso antes de entrar na loja de conveniência.
E lá está ele. O homem cinza. A mesma blusa listrada, branco e azul desbotado. Como se o tempo tivesse se recusado a tocá-lo. Ele está parado diante da geladeira de bebidas, indeciso entre Coca-Cola e cerveja.
Algo dentro da sua caixa torácica se agita — um turbilhão de sentimentos avassaladores que parecem consumir cada centímetro do seu ser. Um desejo quase obsessivo se arrasta sob sua pele, sufocante, incontrolável. Você se pergunta se essa situação já escapou das suas mãos, se a repetição do pensamento “O que eu devo fazer?” não passa de um pedido silencioso por confirmação ou permissão.
Seus passos avançam, hesitantes, mas inevitáveis. Há algo na cena que sugere sacrifício e entrega, como se aproximar fosse um ato de cumplicidade e não apenas um gesto banal. Você se oferece para ajudar — uma oferta que talvez signifique mais do que o simples ato de escolher uma bebida. No fundo, é um convite para compartilhar fardos, para dividir pesos invisíveis, para permanecer ali, mesmo nas profundezas do desconhecido.
O homem cinza continua imóvel, os olhos fixos nas prateleiras frias. Será que ele percebe sua presença? Será que, em algum nível, ele sente o mesmo? A sua beleza não é uma coisa, é uma febre. Ela atravessa você como uma lâmina invisível, fere sem dor, mas deixa marcas que não cicatrizam. Não pode capturá-la porque, ao tentar nomeá-la, ela já se desfez no ar como um perfume inalcançável. A beleza não é para ser vista, mas para ser sentida em um arrepio, em uma vertigem súbita, no instante exato antes da compreensão. Quando pensa tê-lo entre os dedos, percebe que só agarrou o vento. E então, em desespero, continua a observar seu homem cinza.
Ele finalmente se move. Os dedos longos deslizam hesitantes pelo vidro gelado antes de escolher uma latinha de cerveja. Você acompanha o gesto com os olhos, como se aquilo fosse um acontecimento cósmico, um detalhe essencial na narrativa secreta que só vocês dois compartilham — mesmo que ele não saiba. Ele vira o rosto ligeiramente para o lado. Não olha diretamente para você, mas o suficiente para que sua presença seja registrada em algum canto da consciência dele. Seu coração aperta. Um segundo a mais e talvez ele diga algo. Talvez ele ignore. Talvez ele vá embora.
A sua boca se abre antes que você tenha controle sobre ela.
— Eu teria escolhido a Coca.
O som da sua própria voz te assusta. Sai rouca, quase frágil, e você não se reconhece. Ele, por sua vez, levanta a lata, observa-a como se estivesse vendo-a pela primeira vez e dá de ombros.
— Tem dias que pedem cerveja.
A simplicidade da resposta te atinge de forma quase cruel. Você esperava algo mais? Uma revelação? Uma constatação mútua da estranheza desse encontro? Mas ele apenas existe ali, sem peso, sem profecias, sem destino. Apenas um homem cinza em uma loja de conveniência. E, ainda assim, seu peito queima.
Ele caminha até o caixa e você não sabe se o segue, se mantém onde está, se compra algo que nem quer apenas para prolongar aquele momento. Você desvia o olhar para a sessão de biscoitos, fica se segurando para não encará-lo. Suas mãos deslizam sobre as prateleiras procurando uma expressão suave e envolvente dos sentimentos que acompanha o ato de se apaixonar profundamente. Sua mente te apresenta imagens de intimidade e um futuro compartilhado, sugerindo uma conexão emocional que transcende o físico. Quando uma leve brisa passa pelo seus ombros como um oceano, um lugar de paz e estabilidade, um sonho de um lar construído sobre a fundação do amor. Você o observa pagar, pegar o troco, sair pela porta automática que se abre e fecha sem pressa, como se ele fosse apenas mais uma sombra no mundo.
E mais uma vez você espera. Escolhe uma coca-cola e um pacote de biscoito doce para aceitar um destino predeterminado e balança a cabeça na tentativa de imaginar um amor e a sensação de aceitação. É a sensação de estar presa a um destino infeliz, essa 'profecia' que nunca se cumpre. Será que Deus vai tirar de você o seu lugar para dar para outra? Talvez… sim… talvez você faça um pedido quase religioso por intervenção divina para alterar seu caminho na vida. Você paga suas compras, e vai diretamente para o seu carro.
Ao enfiar a mão no bolso para pegar as chaves, seus dedos roçam algo rígido. Não era o toque metálico familiar, mas um pedaço de papel mais espesso, desgastado nas bordas.Com um leve arrepio subindo pela nuca, você o retira e o desdobra, a caligrafia é apressada, levemente inclinada, como se tivesse sido rabiscada sem muito planejamento, mas com intenção.
"Beauty - sweet. Call me. 9xxx-69xx — A. Hozier"
O mundo ao seu redor parece desacelerar. O barulho do posto de gasolina — o zumbido dos letreiros de neon, o som abafado da chuva fina batendo no asfalto, o bip distante do caixa registrando outra compra — tudo se dissolve na frase curta diante dos seus olhos. Seu coração martela contra a caixa torácica. As pontas dos seus dedos deslizam sobre o papel, como se o toque pudesse extrair algum significado oculto.
“A. Hozier.”O nome provoca algo em você, um eco familiar que se recusa a se revelar completamente. Você tenta imaginar, tenta encaixar as peças, mas a única coisa que consegue pensar é no homem cinza saindo pela porta automática, a cerveja na mão, os passos pesados demais para alguém no mundo nos ombros. Ele deixou isso? Ou foi Saturno brincando mais uma vez com o tempo?
Quando você chega em casa, se senta na cozinha, abre o pacote de biscoitos e a coca-cola. Com uma mão só adiciona na sua lista de contatos o número do papel. Nesta noite você possui uma sensação de tranquilidade e certeza, refletindo a confiança que Saturno fez você esperar tanto tempo. Parece a você algo. Há uma simplicidade da letra, combinada com a atmosfera sonhadora quase etérea, você sentada em sua cozinha cria um cenário perfeito para a contemplação de algo verdadeiro e da entrega emocional.
Você acorda no sofá da sala. A luz que preenche o ambiente é lilás, mas não exatamente lilás — um tom acinzentado, celestial, como um reflexo de algo que não pertence inteiramente a este mundo. Você pega o celular e confere o horário: 4:50. Desbloqueia a tela, e lá está ele. O novo contato. "A. Hozier." Como se pronuncia esse nome? Rozier? Ozer? Nada parece fazer sentido. Talvez nada realmente faça. Você fecha os olhos por um segundo, tentando organizar os pensamentos. Como acreditar que o homem cinza deixou seu número no seu bolso? E se for outro maluco? Você ainda não consegue aceitar que seja o mesmo homem que viu outro dia.
O destino parece rir na sua cara agora. E, por essa razão, entra na brincadeira. “ Vou ligar agora. Caso seja o mesmo homem daquele dia vai me atender, se não for… não vai me atender…”. Com isso, você aperta em ligar. Sem pensar muito, antes que o bom senso possa interferir, você aperta o botão de chamada. O telefone toca. Uma vez. Duas. Três. Seu coração martela contra a sua caixa torácica. Na quarta chamada, um clique. A linha é atendida.
Silêncio.
Respiração.
E então, uma voz — grave, arrastada pelo sono, mas inconfundível:
– Alô?
– Parece que deixaram seu número no bolso do meu casaco… na loja de conveniência. - Você responde com muita timidez, e no fim diz seu nome de forma meio solta.
Você poderia perguntar se ele está bem. Mas talvez ele desvie, talvez diga que sim, que está tudo certo, porque alguns fardos são carregados em silêncio. Então, quem sabe, você possa apenas estar ali. Uma ligação em silêncio. Um riso que quebra o gelo. Uma frase solta no ar que o lembre de que a vida ainda tem leveza. Do outro lado da linha, um riso baixo e rouco escapa, quase sem querer.
— Então você achou, Beauty sweet…
O timbre dele tem algo de familiar e, ao mesmo tempo, distante. Como uma música antiga que você não lembra de onde conhece, mas que, de alguma forma, sempre esteve ali.
— Eu achei. — você responde, e a frase parece carregar mais do que um simples significado.
A vida tem dessas ironias. Pequenos acasos que não são tão acasos assim. Você ouve o barulho sutil de lençóis se movendo, o som abafado da cidade ao fundo, como se ele estivesse perto de uma janela aberta.
— E agora? — ele pergunta, sem pressa, sem expectativa.
— “E agora?” Você que me deu seu número… Senhor… Hozier?
Ele ri do outro lado da linha:
— Sweet… podemos nos encontrar hoje? A gente deve morar no mesmo bairro…
Ele diz o endereço dele, e você se surpreende pois a sua casa está a duas quadras. Talvez essa seja a pergunta que você mesma não sabe responder.
Você repete mentalmente o endereço dele, sentindo um arrepio percorrer sua espinha. Duas quadras. Tão perto que parece impossível.
— Sweet? — ele chama, como se testasse o apelido pela terceira vez, deixando-o escorregar pela língua.
Você poderia recusar. Poderia dizer, que não faz sentido encontrar um estranho. Mas algo dentro de você, algo inquieto e pulsante, já tomou a decisão antes mesmo de sua mente formular um argumento contra.
— Tudo bem. — Sua voz soa mais firme do que você esperava. — Mas só porque eu preciso entender quem colocou esse número no meu bolso.
— Então venha entender. — A resposta vem sem hesitação, carregada de algo indecifrável. Você quase pode ouvir o sorriso escondido na entonação. — Jardim de Inverno, rua XXX, às 16h. Tudo bem para você?
— Sim! É claro!
Hozier encerra a ligação com um riso gentil e algo que parecia um "Até logo", antes que você possa pensar demais.
O celular continua quente na sua mão, como se guardasse resquícios daquela conversa. Você permanece parada por um instante, sentindo o silêncio pesar ao seu redor. Há algo inquietante na forma como as coisas estão acontecendo — rápido demais, estranho demais, mas, ao mesmo tempo, certo de um jeito que você não consegue explicar. Você se levanta. Não sabe exatamente o que está fazendo, mas tem certeza de uma coisa: não vai voltar a dormir.
Sua rotina foi normal. Mas, quando o relógio marca 15h34, você ajeita os cabelos diante do espelho, tentando ignorar a inquietação que cresce dentro de você. Queria ter a certeza de que esse homem cinza fosse um amor estável, divertido e fácil. Talvez ele seja o objeto desse amor. Talvez, se for uma pessoa bacana, que te adore e seja parceiro, já seja mais do que suficiente. Você quer um amor assim. É pedir muito? Ora, você está sendo até modesta.
O problema é que você imagina demais. Constrói um amor a seu modo, um amor cheio de pré-requisitos. Analisa o currículo do candidato, estabelece critérios inegociáveis. Por exemplo, seu amor tem que gostar um pouco de cinema, nem que seja para assistir Netflix. E seria bom que gostasse dos seus pais. Mas o amor nem sempre vem com manual de instruções. E você está prestes a descobrir isso.
Você suspira, pega as chaves e tranca a porta atrás de si. Decide ir a pé. O ar da tarde tem um frescor que acalma e inquieta ao mesmo tempo, como se algo estivesse prestes a acontecer. E então, você o vê. A beleza dele não é óbvia, não é comum. Não é um rosto para ser esquecido, porque não é só um rosto—é quase um presságio. Ele tem a beleza da terra molhada depois da tempestade, das árvores que sussurram segredos antigos. Seus olhos não olham, desvelam. O cabelo cai sobre o rosto como hera que cresce sem medo de engolir ruínas. Há algo de paganismo em sua presença, algo de homem que pertence mais ao vento do que ao concreto. Lembra daquela voz a qual é uma febre, um chamado de alguma divindade esquecida que canta não para ser ouvido, mas para ser sentido. Ele não é belo como um quadro na parede, mas como um fogo ao longe, chamando para perto e prometendo consumir.
Hozier se aproxima, e a sombra esguia dele engole a sua. Ele sorri de um jeito contido, quase como se temesse quebrar o instante, e você retribui. Nenhum de vocês sabe muito bem como preencher o espaço entre um “oi” e o que vem depois, então desviam o olhar e começam a andar lado a lado, passos ritmados pelo acaso. Hoje, você compreenderá que o amor se veste de muitas formas, algumas silenciosas e outras ruidosas, algumas como sussurros entre sombras e outras como explosões de luz sobre um palco. O encontro de vocês é como contraste entre a tensão e o delicado. Aqui, a estrutura se encontra com a expressão, a reserva com a exuberância, a discrição com o desejo ardente de ser visto.
— Você sempre anda assim, sem destino? — você pergunta, com um meio sorriso.
— Acho que sim. — Hozier dá de ombros. — E você sempre colocando números nos bolsos das pessoas que me interessam.
A resposta paira no ar por um momento, uma provocação suave, um convite sem pressa. Ele olha para você de lado, como se estivesse tentando decifrar algo que escapa à compreensão comum.
O jardim de inverno surge à frente, envolto em uma luz acinzentada que se dissolve no final da tarde. A cidade segue com sua pressa habitual, mas ali dentro, no pequeno refúgio de vidro e folhas, o tempo parece desacelerar. Você entra primeiro, sentindo o cheiro de terra úmida, a presença de plantas que respiram em silêncio. Ele para ao seu lado, observa o ambiente e solta um suspiro leve, quase imperceptível.
— Você já veio aqui antes? — você pergunta.
Ele passa os dedos pelos galhos de uma trepadeira próxima, como quem cumprimenta uma velha conhecida.
— Já. Algumas vezes. Mas hoje parece diferente.
Você não pergunta o que exatamente mudou. Talvez seja a luz filtrada pelo vidro, talvez sejam as folhas que cresceram desde a última visita. Ou talvez seja você. Sua fala soava numa afetividade que se desenvolve em silêncio, muitas vezes envolta em um certo ar de mistério ou em experiências que demandam discrição. Você, ainda está impaciente, com o amor é um compromisso interno, um pacto selado mais pelo tempo do que pelo instante, mais pela constância do que pela declaração. Existe uma dificuldade em expressar sentimentos de maneira direta, pois você não fala a língua do mundo externo: é sua morada do inconsciente, do que se esconde, do que se revela apenas em símbolos e gestos sutis.
Você, por sua vez, rege o amor com seriedade. Não se encanta por promessas vãs, mas pela segurança que se constrói com o tempo. O afeto é algo sagrado, algo que se fortalece na dedicação discreta e nos gestos que nem sempre são percebidos pelo outro de imediato.
Hozier observa as folhas entre os dedos por um instante antes de soltar a trepadeira, como se estivesse liberando um pensamento sem pressa. O silêncio entre vocês não é incômodo—é denso, carregado de significados que ainda não foram ditos. Ele finalmente olha para você, e há algo ali que escapa da definição, algo entre a contemplação e a curiosidade.
— E você? — ele pergunta, quase num sussurro. — Vem aqui com frequência?
A pergunta é um reflexo da sua, mas a maneira como ele a diz carrega um peso diferente. Você sente que ele não quer saber apenas sobre este jardim de inverno, mas sobre os lugares onde você se refugia, os espaços que você escolhe para existir quando ninguém está olhando. Você inspira devagar.
— Não tanto quanto eu gostaria.
Ele sorri de lado, como se entendesse mais do que você disse. Como se já soubesse.
Vocês continuam andando, os passos ecoando no chão de pedra úmida. Hozier tem um jeito de preencher o espaço sem precisar de palavras, e isso te confunde. O amor, para você, sempre veio embalado em declarações explícitas, em certezas concretas. Mas ele parece ser feito de outra matéria—algo que se insinua ao invés de se afirmar, algo que se constrói no intervalo entre um olhar e outro. E então, ele para.
— Você acredita em sorte? — A pergunta chega como uma nota solta no ar.
Você franze a testa, sem saber se ele fala do destino ou de algo mais mundano.
— Acredito… às vezes. Por quê?
Ele ergue a mão e mostra algo entre os dedos. Um trevo de quatro folhas.
— Porque acho que hoje é um dia de sorte.
Você o encara, e há um brilho diferente nos olhos dele, algo que não é só brincadeira.E, sem perceber, você sorri.
Quando você percebe seu sorriso, se auto-repreende, afinal, prefere amar na sombra. Contudo, Hozier, parece pedir pelo reconhecimento. O afeto aqui é generoso, quente, teatral. A paixão está começando a se manifestar em gestos, em demonstrações claras de admiração e orgulho pelo outro. Amar, é um ato de criação e celebração, onde cada relação precisa de um brilho especial.
— Você pensa demais — ele diz, sem pressa, sem julgamento.
Você pisca, surpresa.
— Como assim?
— Você se fecha dentro da própria cabeça. Quase posso ouvir as engrenagens girando.
Ele brinca, mas há verdade ali. Você desvia o olhar, mas ele não se apressa em preencher o silêncio. Em vez disso, caminha à sua frente, para um banco sob a estrutura de vidro. O céu lá fora está pesado, um azul de tempestade se formando no horizonte.
— Se chover, ficamos aqui presos — você comenta, mais para si mesma.
Hozier sorri de lado, dando de ombros.
— Existem lugares piores para se ficar preso.
Você solta um riso curto, sem perceber. Mas ele percebe. E, pela primeira vez, você se pergunta se, talvez, não seja tão ruim assim ser vista. Vocês sentam em um banco de mármore. Enquanto, Hozier se inclina um pouco para frente, como quem procura uma brecha, uma entrada para o seu mundo interno. Ele não força, apenas espera, paciente, deixando o espaço entre vocês se tornar uma ponte em vez de um abismo. Você ri baixinho, um som quase involuntário.
— Oh… A. no cartão é…?
Ele levanta os olhos para você, com um brilho que mistura curiosidade e diversão.
— Andrew — responde, pausadamente.
Seu olhar desliza para os seus pés, e a pergunta seguinte vem com um tom tão despretensioso que te desarma completamente:
— Desculpa, Beauty Sweet… mas qual é o número do seu sapato?
Você pisca, sem entender direito.
— Hã?
Ele ergue os olhos novamente, a sombra de um sorriso brincando no canto dos lábios.
— Curiosidade — diz apenas, como se isso explicasse tudo. E, de algum jeito, explica.
Você hesita por um instante, franzindo a testa em leve desconfiança. Você responde, por fim, sem saber ao certo por que está entrando no jogo dele. Hozier assente, como se essa fosse uma informação importante, como se isso dissesse algo essencial sobre você. Ele não ri, não provoca, apenas arquiva o dado em algum canto da mente, como quem coleciona detalhes preciosos. A chuva se aproxima. O cheiro dela fica mais forte, e a primeira gota pousa suavemente na lateral do telhado de vidro. Você a observa deslizar pela superfície fria, e por um momento sente que tudo ao seu redor se move na mesma lentidão.
— Você sempre faz perguntas assim? — você arrisca, quebrando o silêncio.
Ele inclina a cabeça, pensativo.
— Assim como?
— Como se estivesse tentando montar um quebra-cabeça.
Hozier solta um riso curto, olhando para frente, para além do vidro embaçado pelo começo da garoa.
— Talvez eu esteja.
Você não sabe dizer se ele fala de você ou do mundo.
A chuva engrossa. As gotas caem ritmadas, tamborilando no telhado de vidro do jardim de inverno. Você cruza os braços, sentindo o frescor da umidade subir pelo ar. Hozier se recosta no banco, relaxado, como se estivesse exatamente onde deveria estar.
— Legal… — ele sussurra, e há algo na forma como ele diz isso que faz você prender a respiração por um instante. Você não tem resposta. E, de algum jeito, ele parece gostar disso.Você hesita por um instante, franzindo a testa em leve desconfiança.
A interação entre vocês está numa dinâmica desafiadora, mas também profundamente enriquecedora. Você pode olhar para Hozier com certo estranhamento: por que tanto? Por que essa necessidade tão latente de ser visto? Andrew Hozier, por sua vez, pode se perguntar onde está a sua correspondência, pois sua linguagem de afeto exige confirmação pública, enquanto você se expressa de maneira mais contida e privada. Contudo, existe compreensão mútua, portanto, o encontro pode se tornar um espaço de aprendizado e expansão para ambos. Hozier está ensinando a você a beleza de arriscar no amor, a coragem de se expressar sem medo. Por outro lado, você está oferecendo a ele a segurança de um amor sólido e confiável, que não se abala com as tempestades da vida.
A chuva agora cai de verdade, desenhando trilhas líquidas no vidro acima de vocês. O som da água preenche o espaço, criando um casulo à parte do mundo. Hozier observa as gotas deslizarem, a luz difusa transformando tudo em um reflexo meio etéreo.
— Então, Beauty Sweet… — Ele volta o olhar para você, e há um tom de provocação suave, mas sem pressa. — Você sempre se esconde assim?
Você inclina a cabeça, cruzando os braços como um escudo natural.
— Eu não me escondo.
— Não? — Ele sorri, um sorriso que carrega mais compreensão do que desafio. — Tem certeza?
Você suspira, desviando o olhar para a chuva. Há algo desconcertante na maneira como ele enxerga além das suas palavras, como se estivesse lendo algo que nem você soubesse que escreveu.
— Eu só… não vejo necessidade de ser tão explícita sobre algumas coisas.
— E se eu precisar que seja?
A pergunta paira no ar entre vocês.
Seu primeiro instinto é dizer que ninguém precisa de nada. Que as pessoas devem se adaptar umas às outras, que o amor se prova no silêncio tanto quanto nas palavras. Mas há algo na forma como ele diz aquilo, algo sincero e desarmado, que faz você reconsiderar. Ele se inclina para perto de você, como se fosse roubar um beijo:
— Sweet, por que você sempre aparece quando estou tendo um dia ruim?
Hozier não se move, mas a proximidade entre vocês carrega um peso. O tipo de peso que não sufoca, mas que exige uma resposta, um gesto, qualquer coisa. A chuva continua caindo, criando um ritmo tranquilo, quase compassando a batida dos seus próprios pensamentos.
— Talvez… — sua voz sai mais baixa do que o esperado. — Talvez eu apareça porque você precisa.
Ele sorri, mas é um sorriso pequeno, sem brincadeira. Algo nele parece derreter um pouco, como se sua resposta tocasse um fio invisível dentro dele.
— Isso quer dizer que você acredita no destino?
Você pondera a pergunta. Em outros momentos, talvez tivesse negado, rindo de lado, afastando a ideia. Mas algo naquela tarde chuvosa, no jeito como Hozier olha para você, faz com que a palavra destino pareça menos uma fantasia e mais uma possibilidade tangível.
— Não sei — você admite. — Mas sei que algumas coisas acontecem de um jeito difícil de ignorar.
Ele observa você por um instante mais longo do que o necessário. Depois assente, como se aceitasse sua resposta sem necessidade de mais nada. O silêncio que se instala não é desconfortável. Pelo contrário. É um silêncio de entendimento, de um espaço sendo compartilhado sem pressa de ser preenchido. Vocês, sem dizer uma palavra, até lembram daquele filme, Pulp Fiction, onde a ausência de palavras diz um pouco mais.
Então, a tela do seu celular se acende com uma notificação de propaganda. Os olhos dele vão diretamente para a tela, tentando captar cada detalhe, cada sutileza que seu celular poderia dizer sobre você. O mais rápido, você tira o celular do campo de visão dele, que medo dele entrar no seu mundo.
Mas o que te assusta mais? A possibilidade de que ele se apaixone por você? Ou a de viver eternamente com você e Saturno, apenas…?
— Andrew, você é cinza… mas um cinza puxado para uma intersecção com azul e lilás.
Ele se inclina levemente a cabeça, como se saboreasse suas palavras antes de respondê-las. Há um brilho curioso em seus olhos, algo entre a diversão e o fascínio.
— Isso é bom ou ruim? — ele pergunta, com a voz baixa, arrastada.
Você hesita. Como explicar que a cor dele não é apenas uma percepção, mas um sentimento? Cinza, sim, mas não um cinza de ausência. Um cinza que se mistura com tons azulados com nuances de lilás, algo que oscila entre a melancolia e encantamento, entre o mistério e conforto.
Ele sorri pequeno, desviando o olhar por um instante. Quase parece tímido, e isso o torna ainda mais intrigante.
— E você? — ele pergunta, voltando a encará-la. — Se eu sou cinza, qual é a sua cor?
Você não sabe. Ou talvez saiba, mas não esteja pronta para colocar em palavras.
— Bem… se você não sabe, Beauty Sweet, eu vejo laranja em você…
Afinal, você não sabe,mas para ele sua presença é como a terra no fim do verão, quando o Sol começa a se despedir lá fora; e a chuva diminui, tornando-se um sussurro fino contra uma promessa de calor no meio do frio, um toque de ferrugem na pele do outono. Aos olhos dele você é a luz que escapa pelas frestas de um celeiro esquecido, a cor do amanhecer que chega devagar, como se não quisesse ir embora. Naquele jardim de inverno, o tempo ali dentro parece suspenso, como se o mundo lá fora tivesse ficado para trás.
— Você gosta de música? — ele pergunta de repente.
A mudança de assunto é abrupta, mas bem-vinda. Você assente, e ele se anima um pouco.
— Se você fosse uma música, qual seria?
Dessa vez, você sorri. Porque essa pergunta, sim, você pode responder.
— Disorder — você diz sem hesitação.
Hozier fecha os olhos por um breve momento, como se deixasse a melodia tocar em sua mente. Quando os abre novamente, há algo mais suave ali, algo próximo de entendimento.
— Joy Division? — ele murmura, e assente, como se sua resposta fizesse todo o sentido do mundo. — Você tem bom gosto.
A conversa flui como uma canção que ainda não terminou de ser composta. Talvez vocês sejam apenas notas soltas, ainda tentando encontrar harmonia. Ou talvez já sejam uma melodia em formação, esperando o momento certo para se tornar algo maior. Passado um tempo, vocês decidem caminhar até sua casa acontece em silêncio, mas não um silêncio vazio—é um intervalo entre notas, um espaço onde a melodia respira. O cheiro de terra molhada ainda paira no ar, misturando-se ao perfume discreto que vem dele.
Você tenta ignorar a leve tensão que cresce a cada passo, mas ela está ali, pairando entre vocês como eletricidade antes da tempestade. Hozier caminha ao seu lado com as mãos nos bolsos, os olhos fixos na calçada, como se estivesse ponderando algo.
Quando finalmente chegam à porta da sua casa, ele para. Você sente que esse é um momento que poderia se desfazer no ar se não fosse segurado com firmeza.
— Sweet… — Ele murmura, e há algo em seu tom que te faz prender a respiração.
Você levanta o olhar, e ele está ali, tão próximo que você pode contar os pequenos detalhes—o traço desordenado das sobrancelhas, a curva suave dos lábios, a respiração que se mistura com a sua.
Ele ergue uma das mãos, devagar, como se esperasse um sinal para continuar. Seus dedos tocam de leve seu rosto, um gesto quase hesitante. Mas você não recua. Talvez o amor seja mesmo uma interseção de cores—cinza e laranja, sombra e promessa. Talvez seja o choque entre o frio e o calor, o encontro entre aquilo que se esconde e aquilo que insiste em brilhar.
E então ele se inclina.
O beijo acontece com a mesma naturalidade de uma folha caindo no outono, de uma onda encontrando a areia. Não há pressa, não há urgência, apenas a certeza de que aquele instante precisava existir. O toque dos lábios dele nos seus carrega a intensidade de alguém que sente profundamente, mas que não quer quebrar o momento com o peso de palavras.
Quando ele se afasta, por um breve segundo, você ainda sente o gosto dele nos seus lábios— tem gosto de algo maduro e cheiro de resina que se desprende das árvores cortadas. É efêmero, mas inesquecível., como a lembrança de uma música que você não sabia que precisava ouvir. Hozier solta um suspiro quase imperceptível, mantendo os olhos nos seus por mais um instante. Depois, dá um passo para trás.
— Boa noite, Sweet.
E então, ele se vai, deixando para trás o rastro de algo que você ainda não sabe nomear.
Mas que, de alguma forma, já sente saudade.
Deus, me deixe ter o cinza da minha visão.
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tecontos · 2 months ago
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Eu ja mamei um ex cunhado.
By; Leticia
Oi tenho 22 anos, sou de São Paulo. O fato que irei contar, aconteceu comigo quando eu estava com 17 anos (quase 18).
Eu namorava um garoto da minha idade que, muitas vezes, me deixava sozinha em sua casa, vivia gravando vídeos para movimentar seu canal do Youtube. Qual "homem" deixaria sua namorada de lado, enquanto estavam os dois sozinhos em casa? Não é a toa que os atos de traição foram crescendo conforme o tempo foi passando, e o namoro se desmanchou.
Confesso que naquele dia eu estava fervendo, enquanto o imbecil do meu ex-namorado estava trancado no escritório montado no fundo de sua casa, falando baboseiras, para pagar de Youtuber engraçadinho. Mas neste dia foi diferente. Dessa vez não estávamos sozinhos. Meu ex-cunhado, que por algum motivo, não tinha saído de casa, estava deitado no sofá assistindo filme. Eu não tinha outra opção, a não ser acompanhá-lo na sala.
Sentei-me naquele sofá preto de couro gigantesco que tinha na sala. Demorou cinco minutos para que ele dirigiu a palavra pra mim:
- Chegue um pouco mais perto, vamos conversar um pouco.
Já foi o suficiente para que eu começasse a me excitar. Gosto do perigo. É um grande fetiche.
Me sentei ao lado dele, que chegou com o rosto perto de mim e cochichou em meus ouvidos:
- Você sabia que eu sou louco pra te pegar?
Pronto. Minha vontade era de pular em seu colo. Mal virei o rosto, meus cabelos da nuca foram puxados e ele me beijou de uma maneira que eu não pude evitar. Aliás, nem quis. Quando estava consciente do que estava fazendo, olhei em direção a cozinha, ver se havia algum sinal do meu namorado. Olhei de volta para ele, e com as duas mãos, puxei para baixo as alças da minha blusa regata e do meu sutien, deixando meus fartos seios à mostra.
Enquanto estava sendo chupada, lambida e mordida por ele, desabotoei seu cinto e sua calça, enfiando minha mão dentro de sua cueca, sentindo seu pau duro e molhado. Puxei o pra fora e me debrucei em cima de seu colo, já com a boca preparada para chupar.
O que me deixava mais excitada, era o fato de não poder fazer nenhum barulho. Sentia-o ofegante, respirando forte e puxando meu cabelo. Olhava em seus olhos e lambia a cabeça, para depois chupar novamente, alguns minutos chupando com muita vontade aquele pau estava me deixando louquinha.
Senti que ele gozou na minha garganta, me fazendo tirá-lo da boca imediatamente e engolir antes que me engasgasse. Chupei e engoli o que restava. Rapidamente nos arrumamos e sentamos no sofá comportadamente. Como se nada tivesse ocorrido. Olhava pra ele com o canto dos olhos, e ainda o via ofegante, suado, vermelho e ainda excitado.
Levantei-me para ir ao lavabo. Tranquei-me lá, sentei na privada, tirei meu shorts e a minha calcinha, abri minhas pernas, apoiei uma delas na pia, que ficava bem próxima e comecei a me masturbar. Enfiava dois dedos de uma mão, com a outra mexia e beliscava meu clitóris. Tirava os dedos e enfiava-os na boca para sentir meu próprio gosto. Enfiei três dedos e acabei gozando. Limpei-me, fiz um gargarejo com a água da torneira, lavei minhas mãos e arrumei meu cabelo. Saí do lavabo com a mesma boa postura na qual cheguei na casa, fui para a cozinha e dei de cara com meu ex-namorado tomando água na cozinha, dizendo que já havia acabado de gravar o vídeo e que poderia me dar atenção agora.
Fomos pro quarto e depois de alguns beijos dei pra lá, mas com vontade de dar pro seu irmão.
Enviado ao Te Contos por Leticia
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masonmontz · 10 months ago
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olá!! primeiro imagine com o piquerez, espero que gostem xx se tiverem alguma ideia, podem enviar na caixinha :))
avisos: hot
— Entra — falo para Joaquin assim que abro a porta do meu apartamento. Ele usa o uniforme de viagem do time, inclusive o casaco com touca, provavelmente tentando passar despercebido pelas pessoas na rua.
Ele suspira enquanto passa por mim, deixando apenas um selinho nos meus lábios. O jogo de hoje contra o São Paulo foi péssimo e eu não tenho dúvidas que ele vai passar pelo menos cinco dias pensando nisso.
Assim que o jogo acabou ele me mandou mensagem perguntando se poderia vir até o meu apartamento, respondi rapidamente o sim, sabendo que ele viria do CT direto para cá.
— Posso tomar un banho? — ele pergunta, o sotaque arrastado mostrando que ele realmente não estava muito bem.
— Claro, eu vou fazer algo para você comer enquanto isso — eu digo e ele concorda, direcionando um sorriso pequeno para mim antes de caminhar em direção ao corredor e ir para o banheiro.
Joaquin e eu nos conhecemos no ano passado em uma festa de aniversário de um amigo em comum. Apenas conversamos algumas vezes até ele fazer um churrasco para alguns amigos no próprio apartamento e me convidar. Acho que todos passaram dos limites naquele dia, inclusive nós dois, pois quando eu me dei conta eu estava enroscada a ele no banheiro do quarto dele enquanto ele me fodia em pé. Depois disso, várias e várias vezes saímos e fomos parar um na cama do outro no final da noite.
Ele é o típico jogador que sabe que tem mil mulheres aos pés dele se quiser, não disfarça que é da putaria e gosta da vida de balada. E eu gosto do sexo com ele.
Ouço ele ligar o chuveiro enquanto eu decido colocar um pouco de macarrão para cozinhar, começando a preparar também um molho branco para colocar junto. Não é a primeira vez que ele vem para a minha casa após uma derrota, nem após uma vitória, também não é a primeira vez que ele vem preparado para passar a noite.
Dez minutos depois ele aparece na cozinha sem camisa, usando apenas uma bermuda de moletom e descalço. A cara dele não nega o quanto ele está triste pelo Palmeiras ter perdido o jogo.
— Como você está? — perguntando enquanto corto alguns pedaços de frango. Ele senta na bancada atrás de mim e deixa o celular no mármore, apoiando os cotovelos e colocando a cabeça entre as mãos.
— Você assistiu o jogo? — ele pergunta e eu respondo que vi apenas o último tempo. — Eu joguei ton mal, a equipa estava fora del ritmo.
— Sinto muito, mas tenho certeza que vocês vão recuperar os pontos — eu digo enquanto coloco os pedaços de carne na frigideira quente.
— Preciso postar algo en instagram… — ele diz, suspirando. — Tenho vergonha de non aparecer quando o time perde.
— Você é sempre o primeiro a postar algo, Joaquin, os outros deveriam ser assim também, mas somem por dias — eu digo.
Ele dá de ombros enquanto pega o celular, tentando escrever algo para se desculpar com a torcida enquanto pede ajuda com o que escrever.
Vinte minutos depois a janta está pronta e comemos em silêncio um ao lado do outro, pois sei que ele não está com vontade de conversar enquanto está perdido em pensamentos.
✦‎۟ ࣭ ⊹
— Nossa — eu digo quando o filme que passa na televisão da sala mostra um cara comendo a mulher de quatro na praia.
Joaquin solta uma risada com a minha reação, mas não fala nada. Estamos deitados um em cada lado do sofá, porém com os pés entrelaçados. O calor não nos permitiu ficar grudados.
Claramente o filme é bem explícito e metade das cenas são o casal principal transando loucamente. Olho para Joaquin que está com os olhos fixos na tela, depois levo meu olhar até o peitoral, sentindo minha boca ficar seca. Já ficamos várias vezes, mas estou sempre morrendo de tesão por ele.
Ele percebe que estou encarando e me olha pelo canto dos olhos, erguendo o canto da boca em um sorriso pequeno, porém malicioso.
— O filme non esta interessante? — ele pergunta, enquanto arrasta um pé pelas minhas pernas.
— Está sim, mas agora poderíamos fazer outra coisa — eu respondo e ele sorri para mim. Consigo notar que o pau dele marca na bermuda de moletom, talvez por causa das cenas do filme, mas não deixo de pensar que também é por mim e isso me deixa excitada, sentindo meus peitos pesarem.
Me ajoelho no sofá, me arrastando lentamente até ele, que permanece deitado de costas enquanto me encara mordendo os lábios.
Tiro minha blusa antes de me aproximar totalmente dele, deixando meus peitos à mostra, pois eu não estava usando sutiã. Ele olha para mim como se fosse uma criança encarando um pirulito, e minha vontade é de gemer ao encarar ele.
Deslizo o shorts solto que uso para baixo e ele percebe que eu também não estava usando calcinha. Ele leva uma das mãos até o próprio pau enquanto faz movimentos de vai e vem e me encara totalmente pelada na frente dele.
— Você vai me matar — ele diz. Solto uma risada e me sento no colo dele, que está com as costas apoiadas no encosto do sofá. Me sinto excitada e se ele colocar as mãos em mim agora, vai ver o quão molhada estou.
— Eu vou fazer você se sentir bem, Joaquin — eu digo antes de levar meu rosto até o dele e procurando pelos lábios dele, iniciando um beijo quente e rápido.
A língua dele desliza contra a minha de uma forma deliciosa, esse uruguaio sabe muito bem o que fazer, mas sei o quanto ele gosta quando eu estou no controle.
Não consigo evitar quando sinto minha boceta pressionando contra o quadril dele, então automaticamente começo a me movimentar para frente e para trás enquanto ele agarra meu pescoço com uma das mãos e a outra passeia pelo meu peito.
— Tão gostosa — ele sussurra, deixando beijos e lambidas no meu pescoço. Ele leva a mão que estava no meu pescoço até o meio das minhas pernas, então leva o dedão até meu clítoris e começando a fazer movimentos circulares.
— Ah, Joaquin — eu gemo contra a pele dele, jogando a cabeça para trás logo em seguida. A sensação é boa demais para ficar quieta e eu adoro gemer alto enquanto ele me fode.
— Você gosta de foder comigo, né S/N? — ele fala, então leva dois dedos até minha entrada, metendo de uma vez só. — Você vira una puta quando está no meu colo.
Eu não respondo, apenas rebolo meu quadril contra os dedos dele, querendo gozar forte enquanto grito o nome dele. Ele continua metendo dois dedos em mim, porém quando começo a gemer desesperada, ele para.
— Mais — eu digo, levando minhas mãos até o rosto dele e segurando, levando minha boca até a dele, puxando o lábio dele com meus dentes. Ele solta um gemido enquanto força meu quadril para baixo, me fazendo sentir o pau duro dele. Duro e apenas para mim.
— Você vai gozar no meu pau — ele fala baixo, então me tira rapidamente de seu colo e tira a bermuda e a cueca em dois segundos, sentando no sofá novamente enquanto eu salivo olhando o pau dele, completamente duro e com as veias marcando, iluminado pelo pré gozo que sai. — Senta aqui, rebola pra mim.
Se eu não estivesse tão desesperada para gozar teria provocado ele, mas a necessidade era maior, e pelo jeito a dele também. Subo novamente no colo dele enquanto uma das minhas mãos fica no peito dele e a outra eu levo até o pau dele, direcionando até a minha entrada. Sento com força e sem enrolação, ouvindo ele gemer e vejo que ele fecha os olhos assim que começo a me movimentar.
Nada é tão bom quanto isso.
Faço movimentos rápidos pois estou com tanto tesão quanto ele, não gosto de brincadeiras sempre e quando quero apenas gozar e me sentir bem, sei que ele não se opõe a isso.
Aproximo meus peitos da boca dele, então ele se movimenta e leva um deles até a boca, lambendo e lambuzando tudo com saliva, assim como já falei que gosto. A mão livre dele me auxilia nos movimentos para cima e para baixo, com força, devagar.
— Que gostoso — eu gemo, sentindo a sensação do orgasmo se aproximar.
— Goza no meu pau, você vai me lambuzar inteiro — ele fala no meu ouvido, sinto meu corpo se arrepiar por completo e grito o nome dele. — Isso, geme bem alto.
— Eu vou gozar, Joaquin — eu choramingo, não querendo que a sensação acabe.
Ele leva uma mão até o meu pescoço e puxa minha boca contra a dele, deslizando a língua dele contra a minha mais uma vez. Ele se ajeita no sofá e deita de costas, me puxando para cima dele enquanto coloca os dois pés no sofá e começa a me foder por baixo, me deixando parada em cima dele.
Não consigo nem mesmo gemer com a sensação, permaneço de boca aberta e olhos fechados enquanto ele trabalha sozinho. O calor do orgasmo me atinge e sinto minha boceta apertar ao redor do pau dele, então ouço ele gemer alto no meu ouvido e sinto o líquido quente ser jorrado dentro de mim. Sinto o pau dele pulsar e na minha cabeça não passa nada além de que essa é a melhor sensação do mundo.
— Você é tão apertada ao redor do meu pau — ele fala, ainda de olhos fechados, e morde os lábios em seguida enquanto ainda sinto ele gozar dentro de mim.
Deixo meu corpo cair sobre o dele, me sentindo mole e cansada. Ele retira o pau de dentro de mim, se ajeitando ao meu lado. Não consigo falar, a sensação ainda atingindo todo o meu corpo, porém sinto a mão dele tocar no meu clítoris alguns segundos depois.
— Oh Deus — eu resmungo, de olhos fechados enquanto ele começa a fazer movimentos rápidos. Sinto mais uma vez a sensação do orgasmo me atingir e alguns segundos depois, gozo pela segunda vez.
— Estou fazendo o que você me ensinou — ele diz, se referindo ao fato de eu ter ensinado ele como fazer uma mulher gozar duas vezes seguidas.
Ele finalmente deita ao meu lado e não falamos nada, apenas aproveitamos a companhia um do outro. O sono me atinge e eu bocejo, sentindo que ele se acomoda ao meu lado e coloca um braço sobre a minha cabeça.
— Você está se sentindo melhor? — eu pergunto, baixo.
— Não tem como não me sentir bem com você — ele diz, deixando um selinho nos meus lábios, então eu caio em um sono profundo.
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joycemaynard10 · 1 year ago
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𝐁𝐑𝐔𝐍𝐀 𝐕𝐈𝐕𝐈𝐀𝐍
São Paulo — Casa do príncipe
~ você não se mexe...
—Anda, Vivian.
—Não. Não tô afim ainda, não tô com sono e vou ficar na sala o tempo que eu quiser — Cruzei os braços e me joguei no sofá, espalhando mais um monte de cartas pra todos os lados.
Ele faz uma carranca e caminha até estar do meu lado no sofá.
—Então vamos ficar os dois.
—Ótimo — Resmunguei.
—Perfeito — Ele resmungou de volta.
—Sério Raphael, vai embora dormirrrr — Empurrei meu ombro contra o dele, só que porra ele é muito mais forte que eu, nem se move. Eu por outro lado saio deslizando pelo braço dele.
—Mais um pouco e vamos terminar o que começamos antes do Gabriel atrapalhar — Ele diz, limpando a garganta.
—Então tá... — Peguei uma carta pra qualquer do sofá e joguei na cara dele — Vamos jogar, príncipe.
—Não era exatamente disso que eu tava falando, mas... — Ele vira e lê a carta — Você já perdeu a virgindade? Como foi?
—Puff — Soltei uma risada — Próxima, essa é muito sem graça — Puxei outra — Hummm... Essa é boa. Você já ficou pelado em público? Caso não, fique só de roupas íntimas.
—Esse jogo é do caralho — Ele resmunga soltando o nó do short que está vestido e levantando o quadril pra tirar. A cueca é preta dessa vez, chega a contrastar com o abdômen todo trincado — Imagina se o Gabriel sai do quarto, chega na sala e...
—Vou puxar outra.
—Não. É a minha vez, princesa — Bate na minha mão e puxa a carta que eu ia pegar — Faça um topless por três segundos. Só? Vamos mudar um pouquinho... Tira a blusa, Vivian.
—Imagina se o Gabriel sai do quarto, chega na sala e... — O imito, começando a tirar a blusa.
—Será que algum dia você vai ficar quietinha e parar de me desobedecer? — Me mostra um sorrisinho, empurrando o baralho em minha direção.
—Talvez quando eu estiver com as mãos e a boca ocupadas, príncipe — Lhe mostrei um sorrisinho também, puxando outra carta — Me conta... Você já brochou? — Virei a carta pra ele conferir.
—Com você? Não — Me mostrou um olharzinho sacana, descendo até meus seios.
Tá frio, não tem como saber se tá chovendo lá fora, mas eu tô toda arrepiada o que faz com que meus bicos fiquem durinhos. Uma sensação gostosa me percorre quando ele desliza os olhos pela região.
—Vou deixar passar. Puxa outra.
—Hum... — Ele puxa outra, coçando o pescoço — Ouviu isso?
—Não ouvi nada, Veiga. Tá paranoico? — Apertei os olhos tentando conter a vontade de virar o pescoço pra ver se o Gabriel acordou.
—Você já fingiu um orgasmo?
—Já — Ergui uma sobrancelha.
—Comigo?! — Ele franze o cenho.
—Com você não, inclusive você manda bem nisso, príncipe — Olhei pra ele de cantinho.
—Barulho demais, acabei sendo obrigado a vir participar — Uma terceira voz diz. Eu e Raphael viramos a cabeça no exato momento que Gabriel vira o corredor dos quartos. Quase não tenho tempo de cobrir os seios com os braços antes dele se jogar no carpete e olhar de mim para o irmão.
—Tá maluco? Vaza — Raphael diz.
—Nãoooo — Me intrometi — Deixa ele jogar também — Fiz bico.
—Você tá louca? Coloca a blusa de volta — Joga a blusa na minha cara.
Eu gosto demais da ideia de me divertir com os dois então ao invés de obedecer e colocar a blusa... Tiro o braço da frente dos seios e fico de quatro no sofá pra ficar mais perto dele e sussurrar em seu ouvido:
—Isso não muda nada, já falei.
Ele me olha de lado, trinca o maxilar.
—E eu também já falei, Vivian.
Revirei os olhos e sentei no sofá de novo.
—Eu sabia, você é muito velho não sabe se divertir — Comecei a provocar. No carpete da pra ver que o Gabriel tá afim também, então... Dois contra um, né? — Mas já que você não tá afim eu posso levantar e ir pro quarto de hóspedes sozinha com ele.
Fiz menção de levantar, mas ele agarrou meu braço.
—Senta aí.
—Você vai precisar se decidir, príncipe — Cruzei os braços, assistindo-o descer os olhos até meus seios.
—Puxa uma carta, Gabriel — Ele manda, apertando a mandíbula. Com força. Os olhos grudados em mim o tempo todo.
—Demorou — O outro diz, puxando uma carta no sofá — Acho que só você pode responder – Franze o cenho e faz uma pausa — Com ou sem puxão de cabelo?
—Com. E com tapas, de preferência — Fuzilo o Raphael com o olhar — Sua vez, príncipe.
Ele puxa uma com todo ódio e caralho... Isso me excita. Esse homem, com raiva, é minha perdição.
—Hoje... Dominar ou ser dominado? — Ele diz, sem emoção nenhuma na voz — Talvez se estiver com a mão e a boca ocupada, não é?
—É uma boa — Ergui a sobrancelha, sem perder a pose e já puxando outra carta — Tire uma peça de roupa.
—Vivian — Raphael repreende.
—Eu? — Pisquei inocentemente, levantando do sofá com os olhos dos dois em mim.
Não me lembro quando foi a última vez que tive tanta atenção assim, mas gosto. Gosto do jeito que os dois seguem meus dedos enquanto deslizo o short pelas pernas.
—Próximo — Estalei a língua no céu da boca.
Gabriel puxou outra e é diferente. O clima tá denso, Raphael tenta disfarçar, mas consigo perceber daqui o quão excitado está. A cueca tá apertada.
—Hum... Que interessante. Retire a parte debaixo da sua roupa e esfregue seu sexo no rosto de outro jogador — Ele Ergue uma sobrancelha e olha pra mim.
Os dois olham.
Meu olhar ainda tá preso no do Rapha, meu coração sacoleja no peito e minha boca enche d'água.
Vamos mesmo fazer isso? Porque parece que sim. Meus músculos tensionam, Gabriel fica de joelhos no tapete, os dedos tocam o elástico do short que está usando e meus olhos se encontram com os do Raphael de novo.
Fico esperando ele me repreender de novo ou sei lá... Dizer que a brincadeira acabou e que vai descontar tudo em mim quando estivermos sozinhos, mas não é isso que sai da boca dele quando a abre.
—Fica de joelhos.
—Oi? — Pisquei sem entender o contexto.
—Você quer tanto brincar, então vamos lá. Fica de joelhos. Na frente dele — Manda. Deus, a mandíbula dele pode saltar pra fora a qualquer momento de tanta força e não consigo não achar isso sexy ao extremo.
O comando me deixa molhada. Quente. Pingando.
—Não foi um pedido, você sabe — Ele dá o ponto final. E tá bem aí... A skin mandão que eu particularmente adoro. Então faço o favor de levantar.
Gabriel levantou também, o short agora tá caído no carpete e eu me ajoelho em sua frente sem conseguir controlar o sangue correndo quente nas minhas veias e esquentando minhas bochechas.
—Você não se mexe e o tempo inteiro... — Rapha puxa meus dois braços pra trás — Assim.
Eu não me mexo. Certo. Meus olhos encontram os do Gabriel enquanto ele desce a própria cueca pelas pernas. Não dá pra decidir o que me deixa mais quente... Raphael agarrando meus braços atrás das costas ou Gabriel bombeando o próprio pau na minha frente?
Os dedos do Rapha sobem pelo meu pescoço, fazem com que eu eleve meu queixo e Gabriel chega mais perto, deixando o pau encostar na minha bochecha.
—Se quiser desistir é agora, porque quando eu estiver aí dentro já era — Gabriel diz, erguendo a sobrancelha com a falha. A risada do Rapha me deixa gelada e ele responde por mim um:
—Ela não vai.
Bom... Eu até poderia, mas sendo sincera? Não quero. Olho para Gabriel por entre os cílios e fico esperando pelo momento em que ele vai fazer o que acabou de dizer, mas prefere brincar com meu rosto um pouquinho. A mão direita desliza pela minha bochecha, estapeia a região. A outra faz um rabo de cavalo no meu cabelo, faz com que eu eleve ainda mais o queixo.
—Abre a boca.
O comando não vem de quem tá empurrando o pau na minha boca, vem de quem tá aqui... Arranhando meu ombro com a barba por fazer. Vem dele.
—Abre a porra da boca, Bruna — Manda mais uma vez. Gabriel puxa meu couro cabeludo, como se dissesse “faz logo o que ele tá mandando” e porra... Eu obedeço. Com o maior prazer do mundo — Boa garota. Agora... É bom você aguentar tudo calada e lembrar que foi você quem começou — Deu tapinhas na minha bunda.
Sinceramente? Eu até pensaria em algo inteligente o suficiente pra responder, mas fico sem ar pela forma que Gabriel fode minha garganta. Até o fundo, sem me dar espaço algum pra respirar. Meu couro cabeludo dói e me vejo tentando afastar os braços das costas pra escapar. Sem chance. Ele faz questão de me manter presa no lugar. Eles fazem.
Mal consigo respirar, meus olhos lacrimejam e chego a fazer ânsia algumas vezes. E tá de sacanagem, eu fiquei marcada no corredor de casa, agora tenho certeza que nem meia-hora jogando água na cara a marca dos dedos do Gabriel vai sair.
—Quieta — Raphael Rosna contra o meu ouvido — Engole tudo, sem reclamar entendeu?
E eu faço. Faço mesmo. Não é como se tivesse muita escolha já que Gabriel faz questão de gozar no fundo da minha garganta e porra, quando se afasta não me lembro como se respira, não consigo nem me mover. O peito dele sobe e desce rápido demais também, tá suado e é quase um pecado encarnado, cheio de músculos e o sorriso imenso no rosto.
—Humm — Um gemido rouco escapa do fundo da minha garganta enquanto deslizo os olhos pelo corpo do mais novo e me remexo no aperto do mais velho.
—Shii — Rapha murmura logo atrás de mim, os dedos tocam minha calcinha, colocando-a para o lado — Acho que mandei você ficar parada, princesa — Diz, largando meus braços e ocupando as mãos em minha bunda. Não sei quando, mas ele se despiu, o pau melado e pulsando me toca por trás, faz menção de me invadir enquanto ele aperta com força minhas coxas — Presta atenção: você não se move, hum? Não pode jogar o corpo pra frente, nem deitar ou ficar de quatro. Vou te foder assim.
—No caso... Vamos — Gabriel abre um sorriso, afastando minhas pernas e deitando no espaço entre as duas. Nossa. É a visão dos deuses. Um gostoso atrás de mim, outro embaixo. Os dois pingando, duros e perto demais de mim.
—Por favor — Gemi, controlando a vontade de rebolar o quadril.
—Abre bem pra mim — Puxa meus braços de novo, faz com que eu toque minha própria bunda e pelo amor de Deus... Quando ele disse que ia me foder assim... Não era isso que estava esperando — Eu até perguntaria se já fez antes, mas... — Ele posiciona o pau onde quer, impulsiona a cabecinha para dentro.
O movimento me faz arfar e perder um pouco o controle, meu quadril desliza, minha boceta é preenchida por Gabriel.
Um tapa estala perto de onde minha mão está, arde, queima. Não faço ideia de qual dos dois desferiu.
—Mais um pouco — Raphael diz, mordendo o lóbulo da minha orelha enquanto empurrava mais um pouco e mais um pouco...
Nossa. Nossa. Nossa.
A sensação de ter os dois dentro de mim é insana. Dói. Queima. Arde. Piora um pouco quando começam a se movimentar. Caralho. Eu xingo tanto, tanto. Raphael desiste de me segurar pela cintura, os dedos tomam conta do meu pescoço, apertam, me deixam sem fôlego e quando consigo me acostumar com o ritmo forte que os dois impõem... Já era.
Não aguento. Meu corpo não aguenta. Cai sobre o do Gabriel enquanto Raphael se ajoelha e vai ainda mais fundo. Porra. Os dois sabem bem o que fazer. Gabriel não é afoito, os movimentos são lentos, um tirar e botar curto que me excita, já o Raphael não. É punitivo. Ele sabe que gosto exatamente assim.
Meu corpo pinga com o suor, sinceramente não consigo sequer formular uma frase inteira quando Raphael me puxa pelo couro cabeludo, ele diz algo para o irmão que não pensa duas vezes antes de se afastar, então me vira e Invade minha boceta, sem dó.
Ele ri, aperta minhas bochechas, prende minhas mãos sobre a cabeça... Caralho. Nunca experimentei algo assim, não nesse nível de loucura, não com todo esse tesão e essa raiva acumulada.
—Você é minha — Ele rosna contra minha boca — E pode acreditar que foi a última vez que alguém além de mim te fodeu.
O barulhinho molhado das nossas intimidades indica que o orgasmo tá perto, começo a ter teto preto. Aquela sensação de tudo dentro de mim sendo apertado me faz cruzar as pernas em seu tronco, fazendo-o se afundar ainda mais dentro de mim. Eu gosto.
—Como foi que você disse antes? Repete.
Nossos olhares se encontram e me vejo presa na raiva em seus olhos, no maxilar trincado, nas palavras ditas.
—Sou sua. Muito.
—Muito bem, princesa — Rosna mais uma vez, gozando de vez. Dentro de mim e exatamente no momento em que me desmancho também — Você é minha — Repete, se afastando apenas o suficiente pra que nossos olhares desçam até onde nossas intimidades se tocam. Daí ele faz algo que puta que pariu, me mata. Os dedos ocupam o lugar em que seu pau estava, o gozo escorre entre minhas pernas... E ele faz o favor... De empurrá-lo para dentro uma, duas, três vezes. Os dedos circulam meu clitóris, me fazem tremer. Um sorrisinho escapa de seus lábios quando nossos olhares se encontram — Viu? — Os dedos melados com nossos gozos sobem e se enfiam na minha boca — É assim que se faz um papai e mamãe inesquecível.
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gravedangerahead · 3 months ago
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Oi Rapha! Muito obrigada por recomendar Hilda Furacão, estou adorando assistir 🧡
Estou mais ou menos na metade já, acho, então comecei a pensar na vida pós-Hilda. Você tem sugestões de minisséries/novelas tão boas quanto? Confesso que não assisto muito nem novelas nem minisséries brasileiras, mas adoraria assistir mais conteúdo nacional.
Eu amo quando assistem ou lêem minhas recomendações 🥰🥰🥰🥰🥰
A minha novela favorita da vida é Lado a Lado, a amizade da Laura e a Isabel, os romances, a história, o amor pela cultura brasileira! É uma novela maravilhosa!
Ela se passa no início do século XX, na geração após a abolição e proclamação da república, e mostra a amizade de duas mulheres de mundos opostos navegando os novos tempos (e o Lázaro Ramos sendo o Forrest Gump brasileiro, envolvido em todos os eventos históricos) (e a Patrícia Pillar como uma vilã absolutamente icônica) (e o cabelo da Camila Pitanga meu deus)
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Para uma coisa mais curta, AMORTEAMO é uma minissérie de 6 capítulos absolutamente incrível, um melodrama gótico sobre amigos de infância apaixonados, o rompimento da barreira entre a vida e a morte, e uma noiva cadáver
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Capitu!!!! É uma adaptação absurdamente linda de Dom Casmurro, vale muito a pena, linda, linda, linda. E aparentemente eu sou a única pessoa semeando o Torrent, então se alguém quiser dar uma ajudada aí
O clipe de Elephant Gun com cenas de Capitu é aproximadamente um bilhão de vezes melhor que o clipe original
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Em minisséries eu também gosto muito de O Tempo e o Vento (eu gosto mais da versão mais recente, sorry), Hoje É Dia de Maria, Ligações Perigosas, Os Maias.
Ah! Som e Fúria é uma série incrível e muito engraçada sobre atores do Teatro Municipal de São Paulo em produções de Shakespeare. Uma semana sobre Hamlet e outra sobre Romeu e Julieta.
Eu ando assistindo Entre Tapas e Beijos e realmente é hilária, continua ótima
Saindo do universo globo, na Netflix eu gostei bastante de Cidade Invisível e Coisa Mais Linda
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louisupdates · 10 months ago
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LOUIS TOMLINSON SHOWS THAT NOTHING HAS CHANGED AMONG FANS AND CLOSES BRAZILIAN TOUR IN CURITIBA
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“Even when the night changes, it won’t change you and me.” With this verse from “Night Changes”, by One Direction, Louis Tomlinson shows that nothing has changed among Brazilian fans, who sang the singer's songs and two hits from his original group loud and clear at the Ligga Arena, in Curitiba, on the evening of Sunday, May 12th.
The presentation closed the “Faith in the Future” tour in Brazil, which began in Rio de Janeiro, on the 8th, and passed through São Paulo, on the 11th. The opening show was performed by the German band Giant Rooks, and soon Furthermore, at 8:05 pm, a total blackout started Louis' performance. Already in the first verses of “The Greatest” the fans’ love for the Brit was clear, as they sang along to all the songs in the show, focusing mainly on the artist’s solo songs.
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After achieving resounding success with the group One Direction, Louis embarked on a solo career after the group's hiatus in 2016. The first album came in 2020, “Walls”, followed by “Faith in the Future”, in 2022. That's the job which he always wanted to do, without worrying about commercial success – and this becomes clear during the show. His personality on stage is calmer, more restrained, with few interactions – or, we could say, interactions in his own way. Instead of long conversations between songs, he walks through the setlist song after song – the first talk to the audience came only after three songs. But clearly, he was always very grateful. “I wouldn't be able to do these incredible shows if it weren't for the support of incredible people like you, so thank you very much,” said the artist.
He also took the opportunity to thank everyone for their support in Rio Grande do Sul – the singer's shows in Brazil were a collection point for donations. Only then did he follow up with “Face the Music”, which the audience followed in chorus. In the middle of the songs, Louis seemed to pay close attention to the fans, pointing, waving. But he left much more for the music to do the talking.
It didn't take long for One Direction's first hit to hit the scene – “Night Changes”, in a different version, in the style of Louis. But he soon returned to the solo album with “Chicago,” followed by a cover of Post Malone’s “Chemical.” He intersperses more melodic and calm songs with intense hits like “Written All Over Your Face”, which sets an energizing tone throughout the show.
For the “encore”, he came with three songs – “Saturdays”, “Where Do Broken Hearts Go” – the second and last One Direction song that is part of the setlist – followed by “Silver Tongues”, which closes with a key of gold the presentation. He even took the opportunity to get off the stage and get close to the audience – and interacted with a fan who carried a sign indicating that she was “blind, but her voice changed my life”. He hugged her and stood close so the fan could feel the artist.
Louis Tomlinson, 32 years old, appears mature and authentic – ready to spend many more years in his solo career alongside his longtime fans. Until next time, Louis!
[Translated from Portuguese]
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blogdojuanesteves · 6 months ago
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Stefania Bril desobediência pelo afeto
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Stefania Bril desobediência pelo afeto (IMS, 2024) é o livro que acompanha a mostra homônima na sede paulista do Instituto Moreira Salles  a partir de 27 de agosto até 26 de janeiro de 2025. De família judaica polonesa, Stefania Bril (1922-1992), imigrou para o Brasil em 1950. A exposição e livro apresentam ao público a obra fotográfica, sua produção crítica e a atuação no campo institucional. Radicada em São Paulo, já em 1970 consolidou-se como fotógrafa e, a partir dos anos 1980, como crítica e curadora. Em suas fotografias vemos cenas cotidianas onde prevalece a irreverência, com perspectivas que propõem sutis deslocamentos na forma de olhar para uma metrópole que crescia em meio ao chamado "milagre brasileiro" - de pensamento ufanista, durante os primeiros anos da ditadura militar.
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O alentado catálogo da mostra com mais de 300 páginas, traz também uma série de fotografias inéditas. É a primeira exposição individual com 160 imagens dedicada à obra da fotógrafa e crítica nos últimos 30 anos com curadoria da colombiana Ileana Pradilla Ceron,  pesquisadora sênior no Instituto Moreira Salles e do carioca Miguel Del Castillo, com assistência da também carioca Pâmela de Oliveira, o primeiro coordenador da biblioteca do instituto e a segunda pesquisadora do acervo de fotografia do IMS. 
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Stefania Bril nasceu em Gdansk e viveu até a adolescência em Varsóvia.  Ao lado de seus pais sobreviveu ao Holocausto. Mudou-se para a Bélgica ao término da Segunda Guerra já casada, onde graduou-se em Química em 1950, ano este em que imigra para o Brasil estabelecendo-se em São Paulo trabalhando a princípio com pesquisas nas áreas de bioquímica e química nuclear. Começou a dedicar-se a fotografia aos aos 47 anos, quando matriculou-se na  icônica Enfoco,  escola de fotografia criada por Cláudio "Clode" Kubrusly, que funcionou entre 1968 e 1976, por onde passaram consagrados fotógrafos como Cristiano Mascaro, Maureen Bisilliat, Antonio Saggese, Dulce Soares, Ella Durst, Mazda Perez, Nair Benedicto e Rosa Gauditano entre seus professores e alunos.
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Ao final dos anos 1970 Stefania Bril, segundo pesquisadores do IMS, inaugurou a crítica fotográfica na imprensa brasileira escrevendo e assinando seus textos por mais de uma década no jornal O Estado de S. Paulo e na pioneira revista Iris Foto (1947-1999). Em suas colunas, analisou boa parte da produção fotográfica brasileira e internacional apresentada em São Paulo nos anos 1980, além de ter organizado festivais de fotografia. De suma importância para a cultura fotográfica criou a Casa da Fotografia Fuji, primeiro centro cultural em São Paulo voltado exclusivamente para o ensino e a divulgação da fotografia, que coordenou de 1990 a 1992. Seu acervo, que inclui sua obra fotográfica, crítica e sua biblioteca, está sob a guarda do IMS.
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A coleção da fotógrafa foi adquirida pelo IMS em duas etapas: a primeira em 2001 e a segunda em 2012. O arquivo possui aproximadamente 15.000 imagens, entre ampliações de época, negativos e cromos (diapositivos) além de farta documentação textual. Como parte das iniciativas de difusão do acervo, o IMS destinou, em 2019, a segunda edição da Bolsa de Pesquisa em Fotografia ao estudo de sua obra. A pesquisadora contemplada foi a professora carioca Alessandra Vannucci, que assina um dos textos do livro, juntamente com Ileana Pradilla Ceron (que além do texto principal também assina a Cronologia comentada), Miguel Del Castillo e do paulistano Alexandre Araujo Bispo, antropólogo, curador, crítico e educador independente, doutor e Mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Além destas preciosas análises, a publicação conta com uma pequena fortuna crítica com matérias selecionadas de Stefania Bril.
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Segundo a curadoria, ao não focar em temáticas como o campo da política ou dos retratos de personalidades, a obra de Stefania “questiona certos critérios tradicionais de valoração da fotografia. Sua produção mostra sobretudo o fluxo da vida, observando as sutilezas, as ironias e contradições do dia a dia, com registros de momentos lúdicos e de afeto, como pontuam os curadores: “O cotidiano, considerado um tema sem importância, é afirmado por Stefania como espaço de resistência, inclusive em meio a um contexto totalitário como os anos de chumbo no Brasil quando fotografava. [...] Pouco a pouco, revela-se, por exemplo, a posição crítica de Stefania, que enxerga a falência da cidade moderna em meio às metrópoles que fotografou, e que aposta no afeto como antídoto à violência estrutural vigente.”
O conteúdo são imagens principalmente de São Paulo, mas também de outras grandes cidades, como Nova York, Paris, Amsterdã, Jerusalém e Cidade do México. As pessoas “anônimas” que habitam essas urbes contraditórias são as protagonistas das imagens (“Eu gosto de gente, não de carros.”, escreveu a artista em 1975). Embora signos das metrópoles, como edifícios e construções, também estejam presentes, nas fotos de Stefania eles são atravessados por intervenções lúdicas, evidenciando a posição crítica da fotógrafa em relação à padronização e desumanização impostas pela razão moderna. Já na série Descanso, registra homens cochilando em seus locais de trabalho, resistindo à lógica produtivista ou simplesmente esgotados por ela, e, em outro conjunto, retrata trabalhadores que mantêm vínculos com o fazer artesanal, como pintores e músicos de rua.
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Para os editores, o humor e a ironia também transparecem nas fotografias. Algumas delas trazem cenas que beiram o surreal, como a imagem de uma vaca no meio de Amsterdã; a de uma mulher carregando uma nuvem de balões no meio da Quinta Avenida, em Nova York; ou ainda a de um menino que lê um gibi deitado dentro de um carrinho de supermercado em São Paulo. Ainda na chave do humor, Stefania também mira seu olhar para as escritas das cidades, capturando cartazes, outdoors e pichações. Sobre esse caráter de sua obra, a artista escreveu: “Insisto em ter uma visão poética e levemente zombeteira de um mundo que às vezes se leva a sério demais.”
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De fato podemos notar em seus registros dois segmentos importantes que nos remetem a grandes fotógrafos, como os americanos Paul Strand (1890-1976) e Walker Evans (1903-1975), seja no seguimento mais antropológico, no caso do primeiro, a afinidade vem dos retratos que revelavam seu tempo distante das chamadas celebridades, e tipológico quando pensamos neste último cujas imagens  traduziam uma concepção tipológica das cidades, quando Bril fotografa uma profusão de placas, outdoors e inscrições espalhadas por diferentes lugares. 
O livro apresenta diversos retratos feitos por Stefania Bril, que segundo os editores, sinalizam outra característica marcante de sua produção. Grande parte das imagens mostram crianças brincando e pessoas idosas, fotografadas nas ruas ou no ambiente doméstico. Há também figuras populares em seus contextos locais, como o casal Eduardo e Egidia Salles, quituteiros famosos em Campos do Jordão, cidade da Serra da Mantiqueira, onde é comum a arquitetura de estilo suíço, que acolhe milhares de turistas no inverno paulista, onde a fotógrafa possuía uma residência, e Maria da Conceição Dias de Almeida, conhecida como Maria Miné, então importante personalidade da cidade.
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Ileana Ceron escreve que Stefania Bril adentrou na fotografia pelas mãos de sua amiga, a fotógrafa e artista plástica alemã Alice Brill (1920-2013) que transitava com desenvoltura no circuito moderno das artes visuais.  Segundo a curadora, ela "fez parte dos autores que, na década de 1950, construíram no país a linguagem moderna da fotografia e que tinham na cidade — entendida como o locus da modernidade — o seu objeto de investigação por excelência." 
A entrada de Stefania Bril na Enfoco foi ideia de Alice Brill. Um lugar em que, conta a curadora, "Os alunos formavam um grupo heterogêneo. Apesar de a escola oferecer bolsas de estudo a quem não tinha recursos, o seu custo era elevado, pois a fotografia permanecia uma atividade elitista, devido aos altos valores de equipamentos e insumos para seu desenvolvimento." A presença feminina era majoritária, destacando-se a paraibana Anna Mariani (1932-2022) , a belga Lily Sverner (1934-2016) e a própria Stefania Bril, "entre outras, integravam o segmento de mulheres já não tão jovens que, após terem cumprido os rituais atribuídos socialmente à mulher, como o casamento e a maternidade, buscavam dar resposta a suas inquietações culturais e intelectuais. Para as três, a passagem pela Enfoco representou um ponto de inflexão, a partir do qual adotaram a fotografia como profissão" explica Ileana Ceron.
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"Como boa observadora-ouvinte que era, Stefania Bril tem olhos e ouvidos para perceber o que a cidade está falando, mapeando a dor e o insólito da vida moderna, mas também a resistência e o humor." escreve Miguel Del Castillo. "Numa imagem conhecida, que foi capa de seu primeiro livro fotográfico, um pequeno letreiro nos convida, avistado por trás de alguns tubos de concreto: “Entre”. Suas fotografias possuem camadas assim. E, no caso dessa e de muitas outras escritas urbanas, enquadradas pela fotógrafa, parecem expressar em voz alta as ambiguidades das cidades."
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Alexandre Araújo Bispo, aprofunda a parte antropológica da obra da fotógrafa: "Entre mostrar-se e esconder-se, olhar e ser olhada, as pessoas negras memorizadas nos negativos de Stefania Bril indicam a multiplicidade de ser negro: a personalidade pública Maria Miné, individualizada em um ensaio, mas pertencente a uma família extensa, a velha negra Ermília em família, a mãe negra com um ou vários filhos, o homem negro de “escritório”, o jovem negro com ares de hippie e olhar idealista, os artistas negros em seu fazer poético, os trabalhadores braçais, as crianças negras de ambos os sexos. Do modo como fotógrafa algumas pessoas, Stefania sugere ter estado com elas antes, durante e depois do instante fotográfico. Suas imagens evocam um sentido de conversa com e menos um dizer sobre ou pelas pessoas. Não parece haver uma autoridade sobre o que está mostrando, mas um desejo genuíno de convivência e interação social. Em outras fotos, como as dos trabalhadores braçais registrados na ação de trabalhar, o contato social não parece ter se prolongado." 
Imagens © Stefania Bril.   Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
OrganizaçãoIleana Pradilla Ceron Miguel Del Castillo
Produção editorial Núcleo Editorial IMS 
Projeto gráfico Beatriz Costa 
Tratamento de imagens Núcleo Digital IMS 
Impressão: Ipsis Gráfica e Editora, tiragem de 1.500 exemplares nos papéis Offset, Pólen bold e Supremo
Serviço
Exposição Stefania Bril: desobediência pelo afeto 
Abertura: 27 de agosto, às 18h
Visitação: até 26 de janeiro de 2025
6º andar | IMS Paulista
Entrada gratuita
Conversa de abertura da exposição, com os curadores Ileana Pradilla Ceron e Miguel Del Castillo e as convidadas Cremilda Medina, Maureen Bisilliat e Nair Benedicto27 de agosto, às 19h
Cineteatro do IMS Paulista
Entrada gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes do evento e limite de 1 senha por pessoa.
Evento com interpretação em Libras
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424. São Paulo, SP. 
Tel.: (11) 2842-9120
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arizocas · 2 months ago
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Véspera - Carla Madeira ‭★‭★‭★‭★
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O primeiro livro do ano não poderia ser melhor. Carla Madeira é a mais pura arte literária, em língua mãe. É lindo perceber o poder que a palavra tem quando escrita em nossa língua. Ler Carla Madeira é ler a palavra em sua essência, o ser humano descrito por ela é nada mais do que isso: humano. A vida é sempre tudo o que foi, o presente é inundado em passados e hoje é também o que foi ontem, não se segue em frente porque tudo vai junto. Uma mãe que abandona o filho na rua age por impulsividade ou o abandono acontece aos poucos, dia após dia. O cotidiano descrito por Carla Madeira é cheio de significado e importância, as relações familiares são construídas e moldadas dia após dia, nada acontece por acaso, ou, como a própria autora diz: “cada acaso tem poderes de deslocar os acontecimentos e eles se tornam o que são“. A relação entre Antunes e o seu pai, que depois se tornou a relação entre Antunes e sua esposa, que depois se tornou a relação entre Abel e o mundo e que eventualmente resultou no abandono materno de Vedina que também tem todo um passado que veio antes dela e que resultou no presente de Augusto. A história não explica apenas o que aconteceu no passado mas também o que acontece no presente, e Carla Madeira sabe descrever isso como ninguém. Lendo esse livro me lembrei muito de Anna Karenina e a famosa passagem: “Todas as famílias felizes são iguais. As infelizes o são cada uma à sua maneira“. Sei, desde que li Tolstoi que essa é a mais pura verdade, e Carla Madeira traz uma infelicidade familiar que ultrapassa gerações e coloca à mostra como nós somos consequência dos que foram antes de nós. Muitas vésperas foram vividas na obra para que os fatos acontecessem como aconteceram e me pego sempre pensando como o mundo poderia ter sido outro se Abel e Caim se chamassem Pedro e Paulo, ou se Caim não tivesse soltado a mão de Abel, ou se Antunes pai tivesse amado enquanto sóbrio Antunes filho, ou se Custódia não fosse a única filha mulher de seus pais. São muitas as possibilidades que são tidas como vésperas e nunca se realizaram. A história lida é consequência dos mais mínimos detalhes do cotidiano, que muitas vezes não são vistos, mas que na obra derramam humanidade e tingem as palavras que vieram depois, e depois, e depois. Todo o livro e o que ele faz sentir se resume, para mim, na passagem da autora nessa mesma obra: “No coração, tudo que vaza é vermelho“. 
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