#mas eu não achei como eu queria em tattoo
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Viajando e gozando (lesb) (Maio-2023)
By; Sil
Oi, me chamo Silmara, tenho 23 anos, hoje estou namorando com a garota desse conto aqui. Nos conhecemos nessa viajem e contarei agora.
Fazia tempo que estava querendo visitar minha mãe e como estávamos às vésperas do dia dela eu ia aproveitar a visita para levar um mimo de presente.
A viagem era longa, quase 24h, mas eu estava mais do que disposta a fazer isso por mamãe, e munida da minha mochila de sobrevivência, estava bem de boa no meu lugar quando vi a mulher mais linda do mundo entrar pela porta.
Ah se uma mulher daquela pisca pra mim… Olha aquele cabelo, aqueles olhos, aquele sorriso! E a mulher vinha andando na minha direção, sorriu para mim e disse:
— Seremos companheiras de viagem! — Até a voz dela era gostosa. Imagina gemendo?
Encolhi as pernas para a querida sentar e ela já começou a conversar: chamava-se Débora, também estava indo visitar a mãe, era estudante de moda. Também me apresentei, disse que era recém formada em direito, que meu nome era Silmara e que ela poderia me chamar de Sil. Débora era muito falante e era uma pena que ela não tenha dito nada sobre relacionamento. Resolvi perguntar:
— E algum gatinho te esperando voltar?
— Nada. Espero beijar muito durante a viagem. Aliás, como é a noite lá? Minha mãe se mudou depois do divórcio, é a primeira vez que vou à casa nova dela e quero conhecer as gatas.
Meu coração deu uma acelerada quando ela perguntou por gatinhas e acelerou tanto que já pedi pra Nossa Senhora da Bicicletinha me dar freio porque se não eu ia atropelar hoje.
— Temos muitas possibilidades. Você tem um tipo assim, que te atrai mais? — perguntei já pensando se eu mandava currículo.
— Tenho um tipo bem definido: mulher.
— Hummm decidida. Gosto assim.
Continuamos conversando e eu dando umas indiretas para ela perceber que eu não tava afim: eu tava muito afim. Lembrei da minha mochila de sobrevivência! Lá tinha um vinho que eu, esperta, tinha desarrolhado antes de sair.
— Amiga, trouxe vinho para ser meu companheiro de viagem, mas agora que tenho você tava quase esquecendo do vinho. — Falei. — A questão é que vamos ter que dividir da garrafa.
Tô vendo você aí pensando que isso é anti higiênico e deixe de cinismo porque se ela me desse isso aqui de moral eu ia era botar ela na minha boca ao invés da garrafa.
A conversa com Débora era boa e o vinho também. O problema é que deu vontade de ir ao banheiro. Fomos juntas para uma segurar a porta para a outra e olha, que malabarismo caber as duas ali dentro.
Débora abaixou a calça para fazer xixi e eu olhei educadamente para um ponto na parede, mas tive que gastar cada fibra de concentração para isso. Queria olhar aquela gostosa sem calcinha:
— Sua vez. — Eu, que tinha fechado os olhos, abri e percebi que ela estava ajeitando a calcinha.
Fui fazer xixi e levantei a saia. Débora olhou para mim, uma olhada que me fez pensar coisas indecentes, e disse:
— Eu deveria ter vindo de saia também. Bem mais prático.
Voltamos para os nossos lugares e terminamos nosso vinho. Eu cochilei levemente e acordei com Débora me sacudindo, estávamos numa parada, vinte minutos para fazer uma refeição ligeira.
—Vou aproveitar trocar a calça por um vestido!
Fomos juntas para o banheiro e ela me chamou para o reservado que era um espaço bastante amplo e arejado. Ela me deu as coisas dela para segurar e tirou o tênis e a calça, como ela tinha me olhado, eu olhei para ela também. Usava uma calcinha que não chegava a cobrir toda a xota, eu podia ver parte dos lábios pela lateral do tecido. Ela tinha uma tattoo na coxa.
— Gosta? - Perguntou antes de pôr o vestido. Tava ela lá de calcinha e sutiã perguntando “gosta“com aquela cara de safada.
— Gosto muito. — Falei engolindo seco.
— E você tem? — Ela falou.
— Como? — Eu acho que não tava entendendo.
— Tattoo. Você disse que gosta e eu perguntei se você tem.
— Ah a tattoo. — falei meio que com vergonha. — Achei que era outra coisa.
— Achou? O que mais aqui você gosta? — ela falou dando uma volta.
A raba daquela mulher… A calcinha enfiada na bunda, aquela pele macia. Eu quase tentei resistir.
— Gosto disso. — Falei indo em direção dela e pegando na bunda dela com as duas mãos.
Ela ficou na ponta dos pés e me beijou, o gosto de vinho naquela boca gostosa, minhas mãos na bunda dela e o coração disparado.
Débora chupava meus peitos, mordendo o mamilo, tava bom demais, mas eu queria provar o gosto daquela xota, então me afastei dela e me agachei, as pernas flexionadas, lambi primeiro por cima do tecido, chupando a pele exposta e ela gemeu baixinho. Puxei a calcinha dela de lado e caí de língua naquele grelo gostoso.
Ela rebolava na minha cara e eu levantei uma perna dela, ela equilibrou o pé na minha perna, abrindo mais a xota dela pra mim. Eu chupava o grelo, sugando e esfregando a língua. Enfiei os dedos dentro dela e tava tão molhada que a calcinha dela deveria ter uma placa avisando sobre perigo de alagamento.
— Sil… isso… nossa, que delícia. — Ela falou rebolando, segurando minha cabeça.
Eu me levantei e passei a beijá-la, ela com a mão na minha xota e eu na dela. Eu esfregava o grelo dela e ela olhava para mim, a boca semi aberta, se tremendo igual um pinscher.
— Ahhhh… ãããããnnnnn — Ela falou virando os olhinhos, os dedos esfregando meu grelo tão rápido que parecia que tinha levado um choque de 220. — Gozei sua gostosa. Gozei.
— Para não. Quero gozar também. — Falei e quando ela ia se abaixando para me chupar, deu nossa hora de ir.
Tivemos que nos vestir rápido e sair literalmente correndo. Fomos para nossos lugares rindo. Eu tava num tesão do caralho já que eu não tinha gozado.
— Troca de lugar comigo? — Débora perguntou e eu disse sim. — Botei saia e acabei ficando com frio. Você se incomoda se eu estender uma manta que eu trouxe? - Ela perguntou alto o suficiente para as pessoas em volta ouvirem.
— Não, pode ficar à vontade. — Débora pegou uma mantinha fina na mochila, jogou sobre nossas pernas e passou as mãos na minha coxa. Eu abri as pernas, querendo o toque dela.
Eu curtia os dedos dela no meu grelo e me mexia ao encontro da mão dela cuidando de olhar se ninguém reparava em nós. Talvez uma querida lá atrás, mas parecia mais curiosa com outra coisa e decidi ignorar.
Os dedos de Débora na minha xota era uma tortura deliciosa, eu sentia o gozo indo e vindo, as coxas trêmulas. Ela se inclinou, encostando a cabeça no meu ombro como se fosse cochilar e realmente fechou os olhos.
Pensei no mimo que estava levando para minha mami e… Ah! Com certeza eu teria tempo de comprar outro né? Por que não usar aquele agora? Abri minha mochila de sobrevivência, Débora abriu os olhos e ficou observando em silêncio… sem parar de massagear meu grelo. Tirei o vibro da caixinha, uma coisinha mínima que era idêntica a uma esponja de maquiagem e não teria inconveniente algum caso alguém visse o brinquedinho em nossas mãos.
Débora levantou as sobrancelhas, curiosa, e eu dei um sorrisinho, piscando, arrasando na comunicação não verbal. Botei a mão por baixo da manta e entreguei o vibro pra ela já ligado, o ruído baixinho totalmente inaudível por conta da viagem.
Nada na minha postura denunciava o tesão que eu tava naquele busão. Botei minha mão por baixo da manta também e apertei a mão dela na minha xota, empurrando o vibro de um jeito delícia. O que ele tinha de discreto, ele tinha de potente e eu sentia um arrepio gostoso e foi olhando a paisagem passando ligeiro pela janela que eu gozei em silêncio. Ela tirou a mão de mim discretamente e passou pela minha coxa, me deixando melada, a marca do meu prazer exposta na minha pele. Sorrimos uma para a outra e ela se aconchegou no meu ombro novamente.
— Gostei disso. — Ela me disse me entregando o vibro.
— Que bom. Eu tô gostando da companhia. — Respondi.
— Se quiser trocar de lugar tem vaga aqui do meu lado. — ouvi a mulher que tava reparando na gente falar para Débora. Ambas olhamos para ela e eu sorri para Débora que disse:
— Quem sabe mais tarde? A viagem vai ser longa.
Ela tinha razão, a viagem ia ser longa e eu não tava com pressa nenhuma de chegar no meu destino.
Começou ali a nossa relação...
Enviado ao Te Contos por Silmara
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teaching him
— Não acredito que você vai dar aula pro Jisung! Você nunca aceitou dar aula pra mim! Seu viado nojento... -Hyunjin dizia raivoso assim que entrou no estúdio, logo de manhã.
Alguns dias tinham se passado desde que acabei cedendo dar as aulas a Jisung, mas estava na esperança que ele esqueceria. Não aconteceu.
— Hyun, eu te dou aulas se quiser. -Changbin ofereceu.
— Eu não quero mais, binnie. Mas obrigado, a questão não é eu querer as aulas, é que quando eu queria esse paspalho me negou! E agora vai dar pro Jisung que não é ninguém.
— Ei, calma ai! O Jisung pode te ouvir! -Changbin respondeu.
— E dai?
— Hyunjin, eu não aceitei dar as aulas, eu só disse que pensaria pra ele parar de me encher o saco! Foi ele quem te disse isso?
— Sim! Ele veio todo orgulhoso dizer que hoje ele teria aulas com você, já que você tinha horário vago. Achei que fossemos amigos!! -dramatizou, na brincadeira. Apenas não dei muita corda e voltei o que estava fazendo. Logo meu horário vago chegou, e com ele o Jisung.
— Hyung, estou pronto! Comprei até uma pele artificial, veja! -me mostrou a pele de silicone e seu entusiasmo contagiante.
— Jisung... eu não vou te dar as aulas. -neguei mais uma vez, dessa vez até senti pena.
— Vai sim, você prometeu! Você vai sim! -fez birra.
— Eu não prometi coisa nenhuma... mas ok, tudo bem! Mas só hoje. Não vou dar aulas todas as vezes que tiver hora vaga, só vou te ensinar hoje e acabou. Ok? -concordou e fomos arrumar a bancada. Estava com preguiça, nem sabia o que ensinar, não sou muito bom com isso, mas também não queria ser. Ensinar envolvem coisas demais, nunca foi minha praia, apesar de alguns acharem que explico bastante bem.
— Bem... pra começar... eu não sei como explicar, normalmente faço no modo automático. Mas vamos la. Pra começar, vamos aprender a preparar a bancada, ok?
— Ok!
— Vou fazer uma vez e depois você faz. Primeiro você precisa lavar a mão e vestir luvas limpas pra limpar a bancada com álcool 70% e detergente... pronto. Agora, vamos passar plástico filme por toda a bancada, desse jeito... depois disso, vamos passar o plástico também na máquina, no stencil, nas tintas e nos burrifadores de álcool e sabonete neutro. Agora, vamos-
— Pera ai! Está rápido demais, estou anotando! -disse escrevendo em seu caderninho. Não imaginava que ele realmente queria aprender. — Pronto, pode seguir. -seus olhinhos de jabuticaba me olhavam com a cabeça um pouco torta, ansiando pra que eu continuasse a explicar, segurava a caneta de forma fofa e mantinha um sorriso besta estampado no rosto.
— Bom, agora vamos pegar os descartáveis. As agulhas, e o tamanho delas vai depender da tattoo, vamos pegar uma 07 pra você começar, agora vamos escolher as biqueiras, a borboleta e montar a máquina. Pronto, máquina montada, agora vamos pegar a vaselina e um palito de picole e fixar o batoque...
— Meu Deus, que nomes são esses... você vai ter que repetir algumas vezes até eu lembrar, o nome não tem nada a ver!
— Aqui, o batoque é onde colocamos a tinta pra tatuar, e a biqueira é essa parte que segura a agulha. Bom, seguindo em diante, vamos jogar essa luva fora e vestir uma nova antes de abrir a agulha, mas hoje não precisa porque é só pele artificial. -terminei de montar tudo e preparei pra começar o decalque. — Agora, nós vamos escolher um desenho e imprimir o decalque. Aqui já tenho esse coração pronto, então vamos com ele. Primeiro você vai limpar a pele do cliente com sabonete neutro, fazer espuma e raspar os pelinhos com uma gillete descartável. Depois, vai limpar de novo e aplicar o stencil. Vamos esperar secar, e colar o decalque. -dizia enquanto demonstrava na pele artificial. Jisung me olhava empolgado, quase sem piscar, parecia realmente interessado, prestando atenção em cada mínimo detalhe. — Vamos esperar um tempo, e depois tirar o excesso com álcool, e dai podemos tatuar. Ta pronto?
— Já vi você fazer essa parte um milhão de vezes.
— Certo, então vou deixar pra você. Segura. -entreguei a máquina a Jisung que segurou inserto. — Aqui, deixa eu te ajudar... -segurei a maquina na sua mão e mostrei como deveria pegar, ele me olhou nos olhos e riu tímido. Estávamos muito próximos, mas não estávamos sozinhos. Graças a deus a tentação passou rápido e voltei aos meus sentidos depois de encarar seus lábios mentirosos e perigosos. — Entendeu? Vou ligar agora, cuidado.
— To com medo de fazer errado, acho melhor você continuar me guiando.
— Tudo bem. -segurei sua mão e guiei os movimentos até terminar o coração. Saiu bastante torto, e acredito que estaria ainda pior se ele tivesse feito sozinho. Rimos com o resultado, que na verdade é normal para a primeira vez.
— Agh, ficou horrível, acho que não tenho vocação.
— Que isso, ninguém começa bem, eu também já fiz torto no início. -confessei. O momento com Jisung estava sendo muito mais confortável do que imaginei, e fiquei aliviado por isso. Quando ele chegava muito perto, eu sentia aquela coisa estranha, mas ignorei.
— Duvido! Acho que você sempre teve talento. -disse com olhos brilhando, seus olhos amendoados e castanhos escuros, com aquele brilho indescritível.
— Meu pau no seu ouvido. -Hyunjin passou respondendo. — Vocês são patéticos, nunca vou esquecer o que está fazendo, Lee Minho! Trocando seu melhor amigo por esse zé ninguém... -dramatizou mais que nunca nos fazendo rir. — Essas aulas deveriam ser minhas...
— Está com ciúmes? -Jisung provocou, fazendo Hyunjin o responder dando língua como uma criança birrenta.
Continuamos treinando mais algumas formas e também o ensinei a colar decalque. Em muitos momentos voltei a sentir aquele incomodo na barriga pela proximidade que estava de Jisung, mas ignorei. No geral, foi divertido e calmo, Jisung estava prestando atenção e mesmo quando ele errava, riamos juntos e acabava dando certo.
— Hyung, posso colar o decalque em você? Acho que vai ser um bom treino. -claro que seria um bom treino, mas pra quem? Sentir as mãos de Jisung em qualquer parte do meu corpo me causava arrepios e calafrio, meu estomago doía e não era nada confortável. Eu já disse que esse garoto me faz mal. Hesitei em responder, mas acabei aceitando.
— Ok. Faça no meu braço. -estiquei o braço em sua direção, então ele se aproximou mais e começou a limpar concentrado. Reparei em cada movimento que fazia, olhando seus dedos longos passando pelo meu antebraço e em seguida o secando. Estava fazendo tão certinho. Ver seu rosto concentrado me fez esboçar um pequeno sorriso involuntário, que logo se foi quando recuperei meu juízo.
— Vou colar a de borboleta! -disse empolgado e voltou ao treino, quando sem querer esbarrou na bancada a procura do stencil e derrubou o batoque com tinta nos meus shorts. — Ai! Desculpa, desculpa Minho! Caramba, eu só faço merda...
— Tudo bem. -bufei alto impaciente levantando e tentando arrumar a bagunça. — Vamos parar por aqui.
Sai em direção a cozinha e comecei a tentar lavar meus shorts, que ficaram enxarcados. Decidi que seria melhor troca-los, mas esbarrei em Jisung no caminho.
— É sério, foi sem querer... deixa que eu lavo pra você.
— Não precisa, vou la em cima me trocar. -segui subindo as escadas com pressa, mas Jisung veio atrás.
— Poxa, tava tão legal você me ensinando, por favor não fica assim... me ensina outro dia de novo.
— Jisung, para! Deixa eu me trocar, você ja fez bagunça o suficiente. Porque não vai limpar o chão enquanto isso? -virei pra ele sério, já irritado com a situação. Meus shorts encharcados e manchados agora com a tinta preta não pareciam ser a razão da minha falta de paciência, mas sim a situação que me coloquei. Fiquei com raiva de mim mesmo porque não consegui sentir raiva de Jisung, e isso também me incomodou. Quando eu estava andando de novo, Jisung me puxou pelo braço me cercando.
— Me deixa te ajudar, eu só queria fazer as pazes com você. -disse próximo ao meu corpo enquanto me fitava com seus olhos... então desci o olhar pra sua boca, encarando por tempo demais. — Desculpa mesmo, eu não queria fazer tanta mancada com você, e tava tão legal. Foi sem querer, Minho. Não fica bravo comigo de novo, vai... não combina com você. - a questão é que eu não estava bravo com ele, e talvez só tivesse me dado conta disso agora. Estava bravo comigo por ter sido um fingido que não sente nada, mas que na verdade sente demais e acabei me machucando sozinho, criando maldade numa situação que nem tinha importância relevante. A verdade é que esse cara tinha acabado de chegar e já estava deixando minha cabeça desregulada, sentindo coisas estranhas o tempo todo, e mesmo conhecendo tão pouco dele, já me sentia na razão de alguém que o observava por anos. Mesmo fingindo até pra mim mesmo, até porque não sou capaz de admitir os meus sentimentos, porque toda vez que faço isso eles ficam mil vezes mais reais, me consomem e eu não consigo lidar. A verdade é que a raiva e impaciência que eu sentia não tinha razão, Jisung não conseguia fazer esses sentimentos em mim sozinho. Então Jisung estava se ajoelhando e começou a tentar limpar meu short, mas não demorei e puxei sua mão o fazendo parar, e assim ele também começou a me fitar, de joelhos na minha frente. Uma cena um pouco ainda mais confusa, que despertou uma vontade incontrolável tomando conta de mim, não sabia mais o que estava acontecendo. Normalmente é como me sinto, essas são as emoções que Jisung faz em mim, confusão atrás de confusão, e quando me percebo o que fiz, já me arrependi. Quando me dei conta, Jisung estava com as costas coladas na parede do corredor e eu o beijava mais uma vez, totalmente entregue ao desejo que me possuiu. Quando percebi, me afastei, mas Jisung me puxou de volta e agora eu é quem estava com as costas coladas na parede. Nos beijamos com pressa como se estivéssemos loucos por aquilo, com as mãos passando pelos corpos um do outro sem hesitar.
Seu gosto era exatamente como antes, doce, macio, quente e confortável, como um abraço quentinho depois de um longo dia frio e sombrio. Nossos lábios dançavam em sincronia perfeita, formando uma coreografia cada vez mais quente. Sentia meu corpo inteiro enrijecer, arrepiar e eletrizar com seus toques, e toda vez que sentia sua lingua na minha era como se fosse a primeira vez, de novo e de novo. Uma experiência que não deveria ser tão profunda, não deveria ser tão desejada e não deveria me trazer tantos sentimentos ao mesmo tempo.
A sanidade voltou pro meu corpo em fim e me afastei de supetão, assustado, empurrando Jisung delicadamente pra longe de mim.
— Eu... me desculpa, eu... não to bem! -disse completamente vermelho e sentindo algo crescer nos meus shorts, entrando no banheiro e batendo a porta com força, com objetivo de ficar trancado ali pra sempre.
Seu burro, você já se esqueceu? Ele não liga pra você, isso é esquisito pra caralho! Era pra você estar irritado, ficar com raiva que ele te sujou, ficar bravo com ele! Era pra você brigar com ele, impor autoridade, caramba, ele é seu funcionário! Isso não faz nenhum sentido, não era pra estar se sentindo assim, vocês estão em horário de trabalho, você precisa lembrar que tem que esquecer ele, esquece tudo sobre ele! Ele é só seu funcionário, Minho! Isso nunca vai dar certo, acorda!
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Consegui descansar bastante e me mimei com um chocolate quente para aproveitar o friozinho. Acabei não indo acompanhar minha amiga na tattoo, fiquei com preguiça.
Minha mãe ia colocar a sonda hoje, mas não deu certo e vão tentar outro dia. Antes de ir fazer o procedimento, ela me deu o anel que minha avó usava. Fiquei encarando o anel e pensando como seria se ela estivesse viva. Provavelmente estaria me ligando três ou quatro vezes por dia perguntando como minha mãe está e cheia de sintomas psicossomáticos. Mas como eu estou acompanhando minha mãe, não teria quem levasse ela ao pronto socorro para tomar um soro.
Se tem uma coisa que eu fiz muito nesses últimos quatro anos foi cuidar dos outros. Levava minha mãe e meus avós a todos os médicos (que não eram poucos), marcava e levava para fazer exames, ia à farmácia e mercado quase que diariamente. Também me preocupava muito com a saúde, principalmente a mental, do meu ex namorado J***, mas quanto mais o tempo passava, mais inúteis minhas palavras eram. Ele até aderiu às medicações e terapia por um tempo, tentei ajudar financeiramente porque achava importante que ele mantivesse, mas não funcionou. Me oferecia para pagar rolês com o amigo dele (que eu não gostava e sempre achei uma das piores coisas que aconteceu na vida dele) para tentar tirá-lo um pouco de casa e ajudar na ansiedade. Não sei se ele achava ruim quando eu me oferecia para ajudá-lo financeiramente, mas eu só queria ver ele bem.
Lembrei que ontem no caminho de volta ao hospital vi um casal no metrô e meu primeiro pensamento foi "nossa, eles parecem de classes sociais muito diferentes". Aí foi inevitável pensar no meu antigo relacionamento. Meu ex namorado ser de uma classe social mais baixa que a minha nunca foi uma questão para mim. Fui uma menina criada a leite com pêra num apartamento e me sentia mais em casa numa favela em São Paulo. Mas acredito que isso era uma questão para ele, e talvez, uma das razões pelas quais ele me tratava mal. É só uma suposição.
Aos olhos dele, eu era uma mimada que não sabia nada da vida, que nunca tinha trabalhado enquanto ele trabalhava desde cedo e passou por muitas dificuldades. E realmente, nunca passei dificuldades financeiras. As minhas dificuldades foram outras e eu sempre me abri muito com ele em relação a isso. Ficava triste com tamanha insensibilidade e como ele fazia pouco dos meus sentimentos porque eu não passei por tantas dificuldades como ele. Parecia que eu não valia nada porque minha vida não foi tão difícil quanto a dele, que minha dor era "frescura". Além de sempre ser indiferente e frio diante as minhas conquistas, quando eu só incentivava ele e ficava muito feliz e orgulhosa quando ele conseguia fazer as coisas.
Eu ficava trancada em casa de 2010 até 2017 porque tinha fobia social grave e depressão. Não ia à escola, só conseguia passar de ano com atestados. Quando eu saía, tinha muitas crises de choro e chegava a vomitar. Reprovei na faculdade de 2014 até 2016. Fui uma criança e uma adolescente muito solitária e carente. Meus pais sempre foram ausentes e nunca senti que eles se preocupavam comigo. Sofria muito com a solidão e a tristeza, tinha ideação suicida constantemente, praticava autoagressão e automutilação. Tomava muitos remédios que me deixavam sonolenta e com muita fome. Engordei bastante nessa época. Cheguei aos 100kg, e depois, a depressão e o vício da minha mãe me fizeram perder o apetite e fui para os 70kg.
O amigo do J*** me chamava de "fracassada" e reforçava o "mimada" por causa da minha história. Agora o porquê minhas palavras chegaram ao ouvido dele, e as grosserias dele chegaram aos meus eu só consigo pensar em meu ex ser um idiota que sentia prazer de acabar com a própria namorada para os outros, e para mim também.
Toda essa situação fez minha autoestima ir lá para baixo. Ele fazia com que eu me sentisse um lixo, porque apesar de eu realmente ter sido mimada e criada sem dificuldades financeiras, eu me esforcei para entrar num curso concorrido, numa faculdade pública. Eu persisti, venci minha fobia social - com muita terapia - e consegui terminar um curso integral, sem nunca ter ficado de DP ou exame em nada. Sempre me dediquei muito porque não aceito ser medíocre nas coisas.
Hoje, eu sou concursada. Tenho um bom salário e consigo me sustentar sozinha, sem ajuda dos meus pais. E reconheço que só alcancei tudo isso porque minha família investiu na minha educação, porque cresci numa família de classe média. Sempre reconheci todos os privilégios que tive, e ainda sim, as únicas coisas que ele tinha para falar para mim era "mimada, fraca, fresca". É muito cruel alguém a quem eu sempre me abri e confiei muito me definir assim e ainda não se contentar em ser o único a me colocar para baixo, ainda trazia as palavras do amigo. Eu não merecia isso.
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Uma carta para quem talvez nunca irá receber
Sinto sua falta, falta da gente, da nossa amizade.
Confesso que sinto mt falta dos nossos beijos. Cara, tá muito difícil achar beijo bom no mercado 😂
Achava que éramos feitos um para o outro. Sempre achei os nossos momentos juntos maravilhosos: me sentia segura, bem, confortável e me divertia muito.
Toda vez que nos encontrávamos ou íamos nos encontrar eu ficava nervosa e ansiosa pelos beijos, pela pegação. Só tenho a agradecer, né? Agradecer por ter melhorado o beijo e a pegada a cada ano KKKKKKKK
Agradeço pelos vídeos e fotos que me mandava, seja dançando ou irritando seus pets
Acho que nunca agradeci de fato por ter se juntado com a minha família e ajudado na surpresa do meu aniversário, por ter me raptado e me levado para passear só nós, como fazíamos quando éramos mais jovens, até se fosse levar um documento no trabalho, me chamava para ir junto, enfim… Obrigada! Esse foi o MELHOR aniversário da minha vida e tá mt bem guardado e registrado no coração ♥️
Outra coisa que tenho muito a agradecer foi o fato de não ter aceitado transar comigo, na verdade, não por não ter aceitado, mas pela atitude que teve. Nossa, te xinguei muito, cara. Chamei de frouxo, mas depois percebi que você foi mais homem do que mts por aí e apenas não quis fazer por fazer ou como você falou tomar o lugar de alguém especial, obrigada 🙏🏻
Já falei que estou com saudades dos beijos? 😂
E não, não sinto falta só dos beijos kkk sinto falta das nossas conversas, sinto mt saudade das ligações “abre o portão, tô aqui na frente”, siiim eu sempre amei as suas visitas surpresas, acho que isso é zero novidade para você, mas queria ressaltar isso.
Se hoje você estivesse solteiro e eu estivesse na Bahia, eu acho q eu iria me permitir provar seu beijo mais uma vez, talvez algumas.
Ah, mais uma coisa: agradeço tbm pela noite que me recebeu na sua casa e apenas ficou deitado comigo enquanto assistíamos filme, me acolheu em um momento que eu não estava nada bem e quaaase preparou pipoca pra mim, o carinha que mora logo ali que tem preguiça ia preparar pipoca pra mim para que eu me sentisse melhor, mas eu optei apenas por ficarmos quietinhos mesmo, queria apenas colo, acolhimento e você me deu.
Apesar de você ter seus problemas emocionais você ainda assim tinha atitudes bem fofas comigo, gostava.
É isso, obrigada por ter me dado boas memórias, obrigada pela amizade, conversas risadas e momentos que tivemos.
Nossa, um detalhe: quando você fez a tatuagem no pescoço, MANO DO CÉU, eu não lembro direito se elogiei na época, mas PQP você conseguiu ficar mais gato e gostoso do que já era 😮💨 Noosssinhora, cada vez que você virava e a tattoo ficava à mostra o desejo por você só aumentava, a temperatura do corpo subia na hora.
PS. É loucura, mas às vezes imagino você aparecendo do nada no escritório onde eu trabalho, sei lá. Coisas que passam na minha cabeça, vai entender.
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TODO DIA COMEÇANDO DO ZERO
eu achei que essas coisas nunca fossem me tocar de alguma forma, mas desde aquele dia meus sentimentos, onde eu deixei de ser uma maquina e resolvi de vez entender que sou também ser humano envolvido de carne, sangue, coração e você, tenho entendido oque é de vez sentimento, é isso que sinto o tempo todo, sentia o tempo todo mas não percebia, os erros, a falta de informação, falta de verdade, falta de sinceridade, me deixei envolver por isso, eu não quero um relacionamento perfeito, mas quero tentar ser o maximo bom pra voce, eu nao quero ser o melhor do mundo, mas ser o melhor por mim e voce, me desculpa se na unica vez que voce amou de verdade ou ainda ama, (essa duvida ainda existe em mim), eu agi feito um babaca desde o inicio, eu nao vim atravez desse texto perdir desculpas, mas colocar de vez a minha ultima carta de sinceridade, minha ultima chama de confiança, minha talvez ultima oportunidade de te falar que eu quero passar por cima de tudo, ou qualquer problema pra tu vltar, por mais trouxa que eu vá parecer, pois mais otario que voce pensar que eu estaja sendo, por mais que voce diga pra eu nao parar minha vida por sua causa, pra eu encontrar outra pessoa, é voce que eu quero, eu quero lutar de verdade, com todas as minhas forças, com todo o meu tamanho, todo meu peso que nao é muito, mas sim, eu quero, de verdade.
a vida nao é um dorama, uma novela coreana, uma musica, ela é doida, verdadeira e te tira sangue, seixa traumas, deixa motivos pra ir embora, eu te dei tudo isso, sempre na intenção de te curar, eu te dei pesadelos, eu te dei monstros e demonios que nao te deixavam dormir, eu te dei medo, todo dia querendo ou nao eu me sinto culpado de algo, me sinto cabisbaixo de cada coisa passada que eu fiz, a gente tem uma diferença enorme Preta, de verdade, a gente é o oposto, mas apostou nisso, eu nao quero que voce seja só o amor da minha vida, quero que tu seja o amor pra minha vida, as promessas de pra sempre, transforme em meta, todas as promessas, transforme-as em metas, eu quero cumprir todas elas contigo, eu quero começar do 0 mas isso nao depende só de mim, isso nao depende só de mim e eu enetendo bem o porque, voce foi muito guerreira nesse relacionamento e eu tambem lutei com todas as armas que tinha, mas essa foi a diferença, voce deu o sangue, a alma, eu dei armas, eu nunca corri, eu sempre estive aqui, mas nao batalhei como voce.
isso nao é um texto desesperado, isso é meu coração em palavras, meu sentimentos em pontos e virgulas, minha mente nos parágrafos.
a muito tempo eu nao entro aqui pra deixar algum texto, a dias eu deixei meu diario de lado, a dias a gente mal se fala, a dias sao apenas a dias, a dias sao sentimentos presos e eu com vontade de perguntar todos os dias como voce ta, como ta sendo seu dia, como ta sendo no trabalho, a dias são apenas a dias, esses dias tao me consumindo e tirando você da minha memoria, por mais que eu insista, aos poucos ce vai sumindo, e eu não quero, eu ainda lembro muito bem do seu chocolate no canto da boca, dos cortes nos braços e coxas das tattoos, se tem algo novo em você, a dias eu não quero esquecer, mas a dias ce tá indo embora da minha mente...
não fuja daqui, não sai por favor, meu peito dói...
eu não quero ter você, eu quero estar contigo, eu quero poder te mostrar o melhor do mundo, que tu ainda é meu mundo, por favor, não sai de orbita, não deixa essa gravidade que te prende a mim acabar, e tu se perder no infinito espaço, sempre vai parecer bobeira pra outros mas isso é oque sinto, ja vai pra 3 meses sem aliança, sem poder te chamar de futura esposa, é difícil...
não queria te fazer mal, não queria deixar dores, eu quero cuidar, eu nao quero ser mais uma cicatriz no teu braço, eu nao quero mais um corte que nao vai sair, eu nao quero ser algo ruim na tua vida, por favor, deixa eu curar isso de alguma forma...
deixa eu enxugar suas lagrimas, deixa eu ser sua toalha de banho, seu cobertor em dias frios, a pelúcia pra você abraçar, o peito pra você deitar, o amigo pra você contar os segredos, o amor pra você acreditar, deixa eu ser seu momento de paz, seu momento de caos, mas por favor, deixa eu ser algo pra você novamente, eu poderia muito bem desistir e deixar você ir embora mas tem algo que ainda me prende a tu depois de tanto tempo ainda, eu não sei oque é mas não é o nosso cachorro, é algo mais, não sei, muito mais que amor...
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⚡ ❛ 𝐋𝐎𝐑𝐄𝐋𝐄𝐈 ► tɑttσσs & 𝗉𝗂𝖾𝗋𝖼𝗂𝗇𝗀𝗌 ❜
1. ❛❛ be brave ❜❜ na parte interna do pulso esquerdo, para que ela se lembre de ter coragem todos os dias.
2. ❛❛ coração no dedo ❜❜ na mão esquerda. tatuagem feita com um grupo de amigas. uma delas, inclusive, a que tinha um caso com seu ex-noivo.
3. ❛❛ capacete do loki ❜❜ na parte interna do braço direito, em homenagem a um de seus personagens favoritos. o nome de seu cão, inclusive.
4. ❛❛ mulan + fight like a girl ❜❜ sua primeira influência na infância a lutar pelo que acredita. representa, também, seus ideais feministas.
5. ❛❛ hakuna matata ❜❜ braço esquerdo, acima do cotovelo. um de seus filmes favoritos da disney, e a frase da música como um de seus lemas de vida.
6. ❛❛ hermione ❜❜ na panturrilha esquerda. sua personagem favorita da saga, e uma das personagens favoritas de todos os tempos.
7. ❛❛ live while we’re young because you only live once ❜❜ o seu lema de vida representado na cintura, a frase termina nas costas. a parte inicial da frase sendo o título de uma música da one direction.
8. ❛❛ pizza no skate ❜❜ sua mais recente tatuagem, feita enquanto estava bêbada. localizada na parte externa do tornozelo direito, uma de suas comidas favoritas e o seu hobby favorito.
9. ❛❛ piercings ❜❜ não possui muitos, apenas três furos nas lobes de cada orelha, dois furos na hélix em cada orelha.
#╰ ♡ ✧ ˖ i know i never think before i jump and trouble’s gonna follow where i go┊ musing .#gente eu não sei fazer edit não reparem kkkk#não sei usar photoshop#e o da pizza ficou péssimo kk#mas eu não achei como eu queria em tattoo#só desenho#aí fiz esse troço horrível#só pra ilustrar
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A Tattooterapia de Priscilla Pessôa
A artista dividiu com a gente sua experiência em estar em diversos países do mundo e também contou sobre a tatuagem e seu ritual.
Priscilla Pessôa tem 28 anos e nasceu em Caxias do Sul, no Rio Grande do Sul, mas, com 18 anos, se mudou para Florianópolis. A artista, desde a infância, tem uma ligação íntima com o desenho.
"Meu primeiro sonho de criança foi ser desenhista. Eu amava desenhar e pintar livros de colorir. Me destacava por isso na escola, as professoras sempre elogiavam meus desenhos e nos trabalhos em grupo, a responsável pelas artes era sempre eu. Mas logo esse sonho foi se apagando à medida que, quando os adultos me perguntavam o que eu queria ser quando crescesse e eu respondia desenhista, eles me diziam que desenhista não era profissão e que desenhar “não coloca comida na mesa”. De tanto ouvir isso, encarei mais o desenho como um hobby e parei de acreditar no desenho como uma profissão. Às vezes, os adultos não tem noção dos sonhos que podem destruir quando trazem seus julgamentos e preconceitos para as crianças. Dou graças que consegui me reencontrar e redescobrir meus sonhos. Mas me pego pensando onde estaria hoje se simplesmente tivesse seguido acreditando em mim desde aquela época."
Mas, entre sonhar em ser desenhista e se tornar tatuadora viajando o mundo com sua arte, Priscilla fez artesanato e desenhava camisas à mão com canetas de tecido.
"Minha marca de camisetas se chamava Mandala Mística, e eu fazia muitos desenhos espirituais, místicos, que envolviam a natureza, geometrias sagradas e o sagrado feminino. Muitos dos amigos e clientes que compravam minhas camisetas falavam que eu tinha traço pra tattoo e que se um dia resolvesse começar a tatuar, queriam ser meus cobaias. De tanto ouvir isso, e também com vontade de ir mais além, me encorajei e comprei meus materias, dando início a um sonho que eu nem imaginava que era meu. Fiz minha primeira tatuagem em Dezembro de 2016. Comecei tatuando amigos, treinando com a máquina e com acompanhamento de um ex companheiro. Comecei a tatuar mais à partir de abril de 2017, quando comprei meus próprios materiais e fiz cursos profissionalizantes."
Atualmente, a artista desenvolve seus trabalhos em Blackwork e faz uso de tinta e sombreados pretos e cinzas e abrangendo técnicas de Dotwork, Fineline, Boldline, sombreado de efeito e Sculpline. Priscilla é muito procurada para fazer florais e mandalas de linha fina e pontilhismo, e tatuagens delicadas em geral. Além disso, a artista possui seu próprio ritual na construção de uma tatuagem. Ritual esse que ela batizou de Tattooterapia:
"Tattooterapia é um rito de passagem, onde estamos trazendo pro nosso corpo, uma marca de vida que ficará estampada eternamente na nossa história. Muitas pessoas veem a tatuagem de forma banalizada, escolhem o desenho mais clichê no tatuador mais barato e nem um ano depois já estão arrependidas. Eu não consigo acreditar nesse tipo de trabalho, pra mim a tatuagem é realmente um rito a ser respeitado, pois estamos escolhendo uma arte para ser levada junto com nós para todos os lugares. Por isso, gosto muito de conversar previamente com meus clientes antes da tattoo, conhecer sua história e a intenção do que quer passar pro seu corpo. Se é uma história que tem por trás, se é uma arte que vai te fazer sentir mais bonita, se é uma homenagem a alguém, se é a correção de uma marca ou cicatriz, enfim, que seja feita da forma mais conectada, amorosa e elevada. E por isso trago pro nosso ritual da tattoo a energia do reiki, dos cristais e do tarot, para que tenhamos uma sessão memorável de muita presença! Antes de receber meus clientes lavo o chão do atelier com as 7 ervas de proteção: alecrim, arruda, comigo ninguém pode, espada de são Jorge, Guiné, manjericão e pimenta.Também passo Palo Santo no atelier e faço os 4 símbolos do reiki nos 4 cantos da sala, que é repleta de cristais que são semanalmente banhados na água do mar. Vejo o "La Loba Atelier" como um portal, e a cada portal temos que fazer um ritual de abertura e de fechamento. A energização do La Loba já é esse portal de abertura. Logo que o cliente chega gosto sempre de oferecer um chá, pois eles tem uma propriedade calmante e já faz a pessoa se sentir mais à vontade. Então mostro o projeto inicial que já foi pré-criado conforme o que o cliente já tinha explicado no e-mail de agendamento e, juntos, fazemos mudanças e detalhes finais até que chegue exatamente naquilo que o cliente deseja. Nesse momento, já vamos conversando, entrosando e nos conhecendo melhor. Finalizada a arte, enquanto eu preparo o stencil da tattoo, deixo o cliente a vontade para que escolha uma cartinha no horáculo dos anjos e já se conectar com o guia dessa tattoo. Aplicamos o stencil e enquanto o stencil seca, iniciamos nosso ritual. Primeiramente, eu faço uma radiestesia no cliente e com minhas varinhas consigo ver quais chakras estão abertos e quais estão fechados para assim trabalharmos mais aqueles que estão fechados na hora do reiki e abrir todos os caminhos para a nossa sessão. Ao som de mantras, sons da natureza e frequências vibracionais de amor, prosperidade e cura, damos início ao ritual do reiki, onde o cliente deita na maca, fecha os olhos, se conecta com sua respiração e simplesmente relaxa para receber a energia de cura do universo que é transmitida através de minhas mãos como um canal. As sessões de reiki duram entre 30min e 1h, depende do que for necessário no momento para que todos os chakras se abram e assim o cliente e eu fiquemos alinhados para receber e fazer a tattoo. Finalizado o ritual, refazemos a radiestesia, comprovamos a abertura de todos os chakras e dividimos um pouco das sensações dessa experiência, para enfim, dar início ao rito da tattoo. É muito lindo, pois simplesmente todos os clientes que participaram dessa experiência, relatam terem ficado muito mais relaxados e sentido muito menos dor após o reiki. Seguimos tatuando ao som de mantras e muito conectados com a respiração. Podemos conversar durante a tattoo, mas eu prefiro ficar em silêncio concentrada nos mantras. Ao final, podemos tirar umas cartinhas de tarot para finalizar nosso ritual, e compartilhar os aprendizados atuais e o que pode estar por vir. E quando o cliente se vai, a limpeza do atelier é feita e novamente se passa o banho de ervas no chão, o palo santo e os símbolos do reiki, fazendo assim o fechamento desse portal."
Entre os desenhos que a artista mais gosta de tatuar, estão: mulheres místicas, florais, mandalas, geometrias sagradas e símbolos espirituais.
"Me inspiro muito nos contos do livro Mulheres que correm com os lobos para criar minhas personagens."
Priscilla tem se aventurado pelo mundo: ao todo, passou por 12 países. Este ano, já esteve em países da Europa e da Ásia.
"Mesmo conhecendo diversas cidades ao longo dos 12 países que já passei, pra mim o melhor lugar do mundo é Floripa. Foi nessa ilha que me reencontrei, que me reconectei comigo mesma, com minha missão de vida e com o todo. Foi admirando a natureza de Floripa que percebi que todos somos um só, que me reconectei com minha espiritualidade de uma forma mais profunda. Na ilha da magia, deixei de ser menina e me tornei mulher, bruxa, loba, e também senhora do mundo. Sair do Brasil e tatuar na Europa foi um grande passo que dei na vida, onde precisei de muita coragem para acreditar em mim e sair da zona de conforto que tinha construído em Florianópolis. Em Floripa, e também quando faço guest em outras capitais como São Paulo e Porto Alegre, sempre atendo com hora marcada, com as artes previamente combinadas. E em Lisboa, foi a primeira experiência que tive em trabalhar atendendo a walkins- aqueles clientes, normalmente turistas, que estão passando e resolvem fazer uma tatuagem na hora. Consegui tatuar em um dos estúdios mais conhecidos de Lisboa, o Queens of Hearts, na Lx Factor, e ali eles me pediram para também atender aos walkins. No primeiro dia, eu tremia de medo, parecia que estava fazendo a minha primeira tattoo da vida! Conversando em inglês, com uma cliente da Áustria que eu mal sabia pronunciar o nome, e saindo completamente do ambiente do meu ritual. Então eu fechei os olhos, respirei, e conversei com minha criança interior, falei pra ela: “vai lá, você consegue. Você pediu pra sair da sua zona de conforto e viver essa aventura, agora confia”, e então eu me acalmei e a tattoo ficou linda! E assim vivenciei uma semana tatuando em Lisboa, foi uma experiência incrível, conheci ótimos profissionais e me senti muito bem recebida. O que achei diferente é que o estúdio não dava tanta ênfase para os trabalhos autorais, mas sim pra uma cena mais comercial. Não é tanto a minha vibe, mas foi uma experiência que me engrandeceu muito como profissional, pois vejo que na nossa profissão também temos que aprender a ser versáteis e dançar conforme a música! Em Porto e Ericeira, voltei um pouco mais pra minha zona de conforto e atendi clientes com hora marcada. Tive duas clientes que nem moravam no Porto e viajaram de outras cidades do interior de Portugal para tatuar comigo, foi muito gratificante! E pensar que eu saí do Brasil sem a certeza de que conseguiria ter clientes! Tive trocas muito especiais com os donos desses estúdios, compartilhamos vivências e ensinamentos e sei que tenho portas abertas para voltar sempre que quiser. Na Espanha, tatuei em um estúdio super conhecido em Barcelona, o BCN Ink. Ali, também rola uma cena bem comercial, atendi muitos walkins, mas também consegui muitos agendamentos de tatuagens autorais através da divulgação no Instagram, o estúdio também ajudou a me divulgar bastante e trabalhei muito! Foi maravilhoso, conheci profissionais incríveis, e fiquei super atiçada para começar a tatuar o estilo Neotradicional. Conheci artistas muito bons da área e fiquei com muita vontade de voltar e aprender mais com eles. Em Janeiro de 2020, entre os dias 15 e 25, farei mais uma temporada de tattoos em Barcelona, lugar onde já me sinto em casa! Quando acabou nosso visto de turistas de 03 meses na Europa, eu e meu companheiro decidimos ir para a Tailândia, passar um tempo na natureza e fazer nosso primeiro mergulho. Na Tailândia, tatuei apenas amigos que conheci, não fiz guest em nenhum estúdio porque também não era esse o meu foco, mas visitei alguns estúdios- aliás, são muitos, tem um estúdio a cada esquina- e percebi que a cena de lá são as tatuagens feitas com bambu. São mais superficiais, e demoram menos tempo para sarar, o que é uma ótima opção pra quem não quer ficar muito tempo sem praia, por exemplo. A maioria dos tatuadores também não se liga na cena dos desenhos autorais, a grande parte dos estúdios deixa um álbum na frente cheio de impressões do Pinterest e de tatuagens feitas por outros artistas. Fiz passagens curtas pela Malásia e por Singapura, e são pouquíssimas as pessoas que são tatuadas por lá. Os estúdios são mais escondidos e focados mais para turistas do que para pessoas locais. Na Malásia, por ser um país predominantemente muçulmano, me sentia até um pouco alienígena com minhas tatuagens, todo mundo fica olhando e parecem não gostar muito do que veem. No momento, por exemplo, estou em Filipinas, cheguei a pouco e ainda não visitei nenhum estúdio, mas percebi que os locais daqui gostam de tatuagem. Nas duas imigrações que passamos, os policiais ficaram super elogiando as tattoos que fiz no meu namorado e quando ele dizia que tinha sido eu ficaram pedindo para eu tatuar eles- hehehe! Numa próxima volto pra cá para trabalhar um pouco. Outro país de destino, onde fiz guest, foi a Indonésia. Do dia 10 ao dia 20 de Dezembro tive o prazer de tatuar no Karma House Templo Tattoo: Um estúdio que se diz templo e também realiza rituais pré-tatuagem. É como se fosse um retorno ao lar, só que do outro lado do mundo! Os tatuadores que mais admiro na vida t.radz e tritoan_7th já fizeram passagem por lá e agora foi a minha vez de ter essa experiência e deixar minha marca por Bali, foi incrível!
Ufa! É uma aventura e tanto acompanhar a artista. Se você quer conferir mais trabalhos dela ou saber por quais lugares ela anda, não deixa de segui-la em suas redes sociais. Priscilla mostra fotos incríveis de cada país e cidade mágica desse mundo. A artista compartilha, ainda, em vídeos, suas experiências por cada um desses lugares. Aproveita que a artista ainda tem muito a explorar por aí e nos mostrar. Em Março, Priscilla volta ao Brasil, mais precisamente para Floripa. Então, se joga nessa aventura com ela:
Login * Instagram
Priscilla volta ao Brasil com a bagagem cheia de histórias, tatuagens e experiências:
"É essencial seguir confiando e acreditando nos próximos passos da caminhada. Julgamentos sempre terão, desafios vão surgir, provações vão aparecer, a dualidade pode vir te tentar, os medos vão ser provocados, mas se você tem firmeza nos teus sonhos e dá o melhor de ti pra seguir na sua missão, todas as dificuldades se tornarão aprendizados, e toda a alegria se tornará uma história feliz. Trago comigo a vontade de aprender mais, de conhecer mais, de me permitir cada vez mais. Trago comigo a confiança de que posso sempre buscar ser uma próxima e melhor versão de mim mesma."
Oi! Você ainda está aí? Compartilha o nosso texto, vai! E não deixa de contar a história da sua tattoo pra gente aqui nos comentários. ❤
E para encontrar o artista ideal para a sua tattoo, acesse o nosso site: tattoo2me.com e digite sua cidade!
E nossos perfis no Instagram são atualizados de 3 em 3 horas:
Tattoo2us e Tattoo2me
A Tattooterapia de Priscilla Pessôa was originally published in Tattoo2me Blog on Medium, where people are continuing the conversation by highlighting and responding to this story.
source https://blog.tattoo2me.com/a-tattooterapia-de-priscilla-pess%C3%B4a-5fa4a4bb0773?source=rss----4d8bbe49393---4
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Gostei de arte a minha vida toda - um dia por acaso ela caiu no meu colo. Em 2011 fui com dois amigos fazer uma tatuagem. Lá, por incentivo dos mesmos, eu acabei por tentar aprender a tatuar. Nesse dia eu conheci o Artista Plastico Amil Jr., que começou a me ensinar a técnica de tatuar. Não foi fácil, na época eu trabalhava das 8h às 18h em uma transportadora e fazia cursinho das 19h às 22h, aos sábados ia ao estúdio aprender. Com o passar do tempo o Amil dizia que, quando eu fizesse minha primeira tatuagem, eu ia decidir se seria o que eu quero para o resto da vida. Ele estava tão certo que eu nunca mais esqueci essa frase. Fiz a minha primeira tattoo em outubro de 2011, em uma amiga, a primeira a me incentivar a tatuar.
Daquele momento em diante eu decidi que era o que eu queria fazer, mas não faria “meia boca”. Continuei no cursinho e passei na primeira fase da Universidade Federal para o curso de Licenciatura em Artes Visuais, mas não era o que eu queria. Continuei tatuando e, durante um ano, fiquei em um estúdio bem pequeno, o Life and Death, no centro de Curitiba. Em 2012 fui para o Nobre Fidalgo, também no centro de Curitiba, mas esse estúdio tinha uma proposta diferente. Os donos pagaram durante alguns meses um curso de desenho, onde conheci o Artista Gilberto Marques, que me apresentou à Belas Artes. No final desse ano já prestei vestibular para licenciatura e, novamente, não passei - continuei estudando. O estúdio Nobre fidalgo ficou aberto por pouco tempo e quando fechou eu continuei a estudar desenho com o Gilberto na Casa Artes visuais. Quem me conhece sabe que o recomendo até hoje.
Nisso, achei um estúdio novo bem rápido, mas fiquei lá apenas um mês - aquela época era mais complicada para mulheres no ramo. Logo em seguida um amigo me informou que havia uma vaga em um salão no Shopping Itália. Em setembro de 2013, descobri que estava grávida, então realmente apreciava a ideia de trabalhar em uma sala sozinha. Conversei com o Richard, dono do local na época e, imediatamente, estava trabalhando. Uma pequena sala e muito apoio. As notícias boas não paravam de chegar: eu também havia feito vestibular para a Belas Artes em Gravura e havia passado como 6ª colocada, e assim comecei a jornada de mãe e tatuadora.
Luquinhas nasceu em junho, em outubro eu já estava trabalhando e indo para a faculdade. Não muito tempo depois tivemos uma crise econômica no país e já não havia mais movimento no estúdio, então eu e meu marido decidimos que era hora de ficar um pouco em casa. Tirando alguns poucos trabalhos que eu fazia em casa mesmo, não tatuei muito, continuei apenas com a minha produção acadêmica. Nesse período participei de workshop de desenho do corpo humano, poéticas visuais, história da arte e direitos autorais. Em 2016, próximo aos 2 anos do Lucas, contatei o Amil Jr. e pedi por uma vaga no estúdio dele. Amil não apenas me deu uma vaga rotativa, como apoiou de forma que eu pudesse levar o pequeno para o trabalho. Quando ele completou 2 anos de idade, entrou na escola, e eu voltei a praticar tatuagem com frequência. Trabalhei no estúdio do Amil até outubro de 2018, quando recebi a proposta de trabalhar no ArtPura Tattoo. Cresci muito lá, profissionalmente e pessoalmente. Me formei na Belas em 2019 e em janeiro de 2020 decidi que queria participar de uma nova proposta no ramo da tatuagem. Hoje trabalho com a Jéssica na Pimentel Derma. A ideia de associar a tatuagem a uma clínica de dermatologia vem para profissionalizar cada vez mais o trabalho. Logo teremos mais novidades.
Eu não teria chegado até aqui se não fossem as minhas pessoas, em especial o melhor marido do mundo, que quando eu quero desistir me levanta; minha família e amigos próximos (família também) têm parte em tudo isso. A dificuldade de ir para a faculdade ou trabalhar levando uma criança pequena, a luta diária da mulher, eu não teria forças para realizar se não fossem eles.
Sou grata por todos aqueles que cruzaram esse caminho. São quase 10 anos de jornada, 10 anos de aprendizado e muito mais a aprender daqui para frente.
· Beijos a todos! Tamy Mocelin
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Do começo...
Eu criei esse tumblr pra mim, mas se alguém vier a ler, ok.
Tudo começou quando eu era pequena, meu pai trocou a fechadura de casa e colocou eu e minha mãe pra fora quando eu tinha apenas 2 anos.
Ele já tinha outra. E casou-se com ela depois, que veio a ser minha madrasta.
Eu via meu pai de 15 em 15 dias.
Um adendo, ele e a esposa dele eram/são psicólogos. (meu pai já morreu e ela tá viva, brigando pelo inventário dele...)
Meu pai sempre falava mal da minha mãe pra mim e vice-versa.
Um belo dia, ele chegou pra mim e disse que eu tinha ganhado um irmãozinho, apesar de ninguém estar grávida. Nunca me falaram que ele era adotado, presumi tudo sozinha, depois de adulta confirmei.
Até então, eu sempre o tratei bem, até pq era um bebê de colo...o que eu poderia fazer com isso?! Nada.
Mas aos olhos do meu pai, eu, com 9 anos de idade, representava um problema... então, um belo dia ele chegou pra mim e disse que não queria mais minha guarda pq eu tinha ciúmes da criança..com 9 fucking anos de idade!
Agora, eu, com 9 anos de idade, já era uma criança traumatizada, pq não sabia o motivo disso ter acontecido. Meus avós paternos nunca falaram comigo a respeito. Nunca mais tive contato com a família do meu pai.
Minha mãe sempre me criou sozinha, com a ajuda da família dela. Mas por ser uma família árabe, o bagulho era mais embaixo. Eram todos muito rígidos.
Aí eu entrei na pré-adolescência e os traumas que eu já tinha, pioraram, pois não podia sair com os amigos, não podia levar ninguém em casa. E eu queria sair, beijar, fazer amigos, etc.
Nada era permitido.
Eu já tinha uma autoestima horrível, pois era gordinha, usava óculos e era nariguda...a baleia da sala de aula..
Entrei na adolescência e as brigas com a minha mãe pioraram...e continuam até hoje, depois de adulta.
Tive um trauma após o outro, pois nunca tive uma figura masculina na minha vida. Minha mãe me tratava sempre como um 0 a esquerda. Afinal, os exemplos da família eram meus primos mais velhos, tinha feito faculdade, eram bem sucedidos, e eu..era a parte pobre da família, rebelde, sozinha.
Minha mãe nunca conversou comigo sobre nada, nem quando pequena, nem na adolescência, nem depois de grande.
Descobri tudo sozinha... sexo, amizade, relacionamentos, bebida, drogas, depressão, ansiedade, baixa autoestima..e direto ao fundo do poço...
Lembro quando estava no ensino fundamental, acho que na antiga sétima ou oitava série. já tinha depressão e me cortava na sala de aula...um belo dia a professora chamou minha mae e mandaram eu ir no psicólogo da escola...Eu fui, só fazia desenhos...muito útil.
Perdi a virgindade com um cara q conheci na internet, que saí só pra transar e nunca mais o vi...não me arrependo. Sempre fui precoce, pra frente e ia atrás de descobrir as coisas.
Cresci, comecei a trabalhar com 16 anos pra ajudar em casa. Com 19 anos fazia uma boa faculdade que pagava com meu salário de estagiária. Conheci um cara no trabalho e comecei a namorá-lo.
Um belo dia, queria usar meu cartão de crédito e ele estava com a minha mãe, visto que ela controlava tudo meu, inclusive dinheiro, então fui pedir o cartão pra ela pq queria sair com meu namorado...ela se negou a me dar MEU cartão. Como eu já estava bem puta por conta de tretas que eu vinha tendo com ela, acabei saindo na mão com ela, peguei minhas coisas e fui morar com meu então namorado..que se tornou meu marido.
Ficamos juntos por 5 anos, casamos no papel pois ele foi expatriado e fomos morar no Panamá.
Na época, o casamento já tava uma bosta pq brigávamos muito, pois eu não sabia lidar com pessoas e relacionamentos..visto os traumas que falei.
Levei um pé na bunda intercontinental...saí do Panamá com nada e voltei pro BR pra recomeçar do 0. Mais um trauma.
Ah, detalhe, antes do meu ex-marido, tive um namorado...ficamos 2 anos juntos..ele me traiu com uma puta e com uma estagiária do trampo dele..Mais um trauma.
O casamento acabou..e minha mãe colocou a culpa única e exclusivamente em mim, óbvio, pois eu era a desgraça do mundo pra ela. Bem a ovelha negra da família.
Quando fiz minha primeira tattoo, fui chamada por ela de vagabunda e promíscua...hoje tenho 18 tattoos...
Voltando... por conta do divórcio, fui ao fundo do poço..e ao mesmo tempo, foi quando fiz minha redução de estômago...achei que minha autoestima ia melhorar...ledo engano.
Mas foi aí que comecei a fazer tratamento com psicólogo...melhorei muito..mas até hoje não tive minhas perguntas respondidas...
Pq aconteceu toda aquela porra na minha infância e adolescência???
To tentando descobrir até hoje.
Já passei por outros relacionamentos que não deram certo.
Hoje tenho ansiedade e depressão por conta de toda essa merda que jogaram pra cima de mim...Tomo remédio, frequento um lugar religioso que me ajuda mto...mas nada está adiantando..
Além de todo o trauma sofrido, tenho problema de controle..com tudo...se as coisas não saem como eu planejo ou espero, eu surto...
E to escrevendo aqui por indicação d médico, de medium, namorado, amigos e pq eu quero ver se isso pode me ajudar..
Aos poucos vou contando meu dia a dia e minhas questões. Colocando pra fora meus demônios pra ver se alivia um pouco o peso de carregar tudo nos ombros...
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oi… eu pensei muito antes de refazer a cápsula, primeiro porque apaguei sem querer a primeira tentativa e dentre várias outras questões a maior delas é o compromisso comigo mesma e com minhas CP’s e essa deve ser “provavelmente a última” pra você… Vou parar de enrolar e começar e desde já quero te avisar que pode ser que seja longa mas você sabe que eu falo muito mesmo.
No momento a gente tá separado, e esse é sem dúvidas o top 3 dos nossos piores momentos. Desde o começo do ano o namoro tem sido bem conturbado: brigas, mentiras, términos etc… não faz muito tempo que você fez a pior coisa que poderia ser feita em um relacionamento e mesmo assim resolvi ir contra tudo e todos (até contra mim) pra manter isso vivo, a gente conversou muito sobre isso e sempre faço questão de deixar claro tudo o que eu fiz pela gente só que nunca pareceu ser suficiente pra você, eu achei que fazendo tudo que eu pudesse você iria também se arriscar por mim, só que infelizmente não aconteceu… talvez por isso eu tenha me machucado tanto.
Agora você tem novos amigos,(o motivo pelo qual ainda não sei se te mostro isso aqui, porque você fez piada algumas vezes sobre minhas inseguranças pra eles e isso me destruiu… agora eu detesto falar sobre meu íntimo e sobre minhas inseguranças porque você tem usado isso contra mim) seu ciclo de amizade tá sempre em mudança e isso me impressiona porque eu tenho os mesmos amigos de uns 10 anos atrás, na verdade eu tinha… perdi absolutamente todos, até quem eu achei que sempre estaria comigo foi embora, mas tudo bem eu tô tentando me aproximar de outras e logo logo vou resolver isso. Voltando ao seus amigos, eles são legais e entendo você dedicar todo o final de semana pra fazer sabe se lá o quê com eles, na verdade eu não entendo não porque nunca aconteceu comigo de colocar festar acima de alguém que amo, mas acredito que você tem seus motivos (inclusive há meses que a gente ta terminando todos os finais de semana por causa disso, é algo que eu nunca vou aceitar e você deixou bem claro que também não dá pra mudar).
As vezes eu me pego pensando o quanto eu queria que você ignorasse minha existência, não adicionasse nada na nossa playlist e nem mandar post no instagram, inclusive até hoje não entendi como você teve coragem pra me mandar um post sobre ter agido errado com a mulher que você ama etc e exatamente uma semana depois ter feito a mesma coisa, você nunca muda.
Falando em playlist, a gente continua sem ter a “nossa música” mas a playlist ainda existe, só que hoje ela é usada como uma arma, a gente coloca nela apenas músicas com gatilho de términos, eu sinto falta do que ela costumava ser (e de você também).
A tattoo realmente não fizemos, e provavelmente não vamos mas mesmo depois de um ano ainda acho a ideia do pinguim muito legal.
O plano de morar juntos não deu certo…. e por um único motivo: falta de interesse e vontade suficiente pra sair da nossa zona de conforto.
Filme ainda não temos um preferido mas no começo desse ano a gente assistiu várioooos.
Lembro que falei na última cápsula sobre você arriscar muito sua vida e bom, até hoje nada mudou, ainda acho que piorou. Mas acho que agora eu me acostumei com isso e já não perco mais meu sono.
Apesar de que éramos um casal eu não sabia muito sobre sua vida financeira (não só por esse motivo mas lembro de algumas vezes achar que nao te conhecia mais) mas sabia que boa parte do seu dinheiro era pra farra.
Não lembro se tá faltando algo, mas acho que já me estendi demais aqui, tentei falar o mínimo pra não ficar muito exaustivo mas dei o meu máximo. Eu me esforcei muito pra ser a mulher que ia te esperar todos os dias cheia de orgulho mas infelizmente não tinha espaço pra mim, eu não necessitava ficar em primeiro na sua vida só que a posição que você me colocou era baixa demais pro tanto que eu mereço e mesmo querendo lutar por você e lutar pra que você seja grande, eu não podia porque você me destruía cada vez mais e eu acabei ficando sem forças, até pra te amar, e te amar dói tanto. Ah e antes que eu me esqueça você tá um gostoso só que eu amo e ainda sou apaixonada por quem você era, pelo homem que contava histórias pra eu dormir, fazia o melhor brigadeiro do mundo, me mandava textinhos de amor, e trocaria todas as festas pela nossa call e o habblet ou qualquer filme péssimo que eu escolhia. Tô demorando pra aceitar que já não amo quem você é agora mas aos poucos a ficha cai…
Tópicos importantes a se considerar please kk: -Perdoa meu sentimentalismo, eh o meu jeitinhu. -Releva se houver algum erro, tô cansada e triste, não quero ler de novo. -Se tiver com alguém, favor desconsiderar e não responder. -Por tudo que é mais sagrado, não mostra isso pra alguém (favor relembrar o trauma que eu tenho de virar piada)
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Faz exatamente um ano que a gente se separou, eu queria poder dizer que já te superei e isso não afeta nada a minha vida mas eu estaria mentindo mais uma vez. É verdade que já não dói mais como doía antes e de certa forma fico triste que não doa porque a dor era a única coisa que me fazia sentir que nós éramos reais, mas até ela tem me deixado. Eu tenho tentado me distrair com todas as coisas que passam pela minha vida, mas eu sempre acabo me esbarrando no "e se você estivesse aqui agora?". Eu ainda não aprendi a viver sem você e sua presença é como uma assombração que vive às minhas costas. Eu continuo, depois de um ano, revivendo vários momentos que tivemos juntos e me perguntando "e se eu tivesse feito diferente?". Nesse ano, eu aprendi a interpretar você na minha cabeça me dando sua opinião sobre cada filme, cada série, cada coisa que eu fiz ou falei, eu quase diria que você é um amigo imaginário. Me peguei com saudades de você, do seu jeito, do seu sorriso, da sua família, da nossa rotina e até da sua casa (e eu nunca fui apegada a lugares). Na minha mente vários momentos nossos vivem no replay e eu me vejo pensando "devia ter aproveitado mais", mesmo sabendo que eu vivi aqueles momentos intensamente e dei o valor que eles tinham na época. Sabe, o que eu vivi com você foi único na minha vida, foi mágico até quando tudo deu errado e eu sei que não vou esquecer nem o ruim, nem o bom por muito mais tempo. Esses dias eu assisti um filme que dizia algo do tipo "relacionamentos são como objetos de vidro, quando quebrados em partes grandes é possível consertar, mesmo que as marcas fiquem, mas às vezes, esse objeto de vidro estilhaça e não importa o que a gente faça, já não é mais possível consertar e exista uma magia nesses pedaços estilhaçados, eles brilham como diamantes, mas não se engane... Eles ainda podem e vão te machucar." E por mais que eu me veja aqui, um ano depois, sonhando com um passado há tempos esquecido por você, eu sei que é melhor assim, que a gente tentou tudo que deu e que, independente dos seus erros e dos meus, não era pra ser. A tragédia que eu sempre achei que aconteceria entre nós não passava de um amor que vem dos dois lados mas que não foi feito para estar junto para sempre como tantos outros nesse mundo. Eu só queria que você tivesse sido um homem melhor para mim e que eu pudesse ter feito o certo por você e nós poderíamos ainda estar juntos. Eu sinto muito.
Com sorte, daqui um ano eu não vou estar aqui, comemorando nosso término mais uma vez. Eu tô criando uma planilha com todas as cidades do mundo que eu quero conhecer e listando cada ponto turístico delas que eu quero visitar, depois disso quero planejar o custo disso tudo. Eu acho que você adoraria fazer isso comigo e sendo bem sincera eu adoraria seu ar guia turístico e arrogante me dizendo que você já conheceu várias dessas cidades. Às vezes eu sinto que eu ainda faço as coisas esperando a sua aprovação e isso me dá medo, eu tenho medo de não ser eu mesma ainda. Tenho medo de continuar o resto da vida procurando sua aprovação para tudo que eu faço. Um dia, espero poder te ver e não sentir mais nada, ou pelo menos me sentir calma, a ponto de poder entender e aceitar sua presença de 7 anos na minha vida, entender o motivo da minha obsessão e finalmente, com o coração leve, te deixar ir e te esquecer, te deixando apenas como um detalhe de uma vida que já não me pertence mais.
Queria que você pudesse me ver agora, eu estou tão diferente... Definitivamente não sou mais a mesma e desconfio que você também não. Eu me pego pensando se você gostaria de quem eu sou hoje. Eu nunca sei a resposta. Eu também penso o que você faria se eu aparecesse hoje mesmo na sua porta. Mas e se fosse o contrário? Se você aparecesse na minha porta agora, o que eu faria? Definitivamente, eu não estou bem. Por mais que eu procure fechamento em cada canto dessa cidade, eu só encontro a falta que você ainda me faz, talvez eu deva fazer terapia, de novo. Se por acaso você ler isso, saiba que eu não deixei de te amar no ano que passou e que, por acaso, continuo sua. E você?
"Same lips red, same eyes blue, same white shirt, couple more tattoos, but it's not you and it's not me... tastes so sweet, looks so real. Sounds like something that I used to feel, but I can't touch what I see.
We're not who we used to be, we're just two ghosts standing in the place of you and me, trying to remember how it feels to have a heartbeat."
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C A P Í T U L O Q U A T R O
Antes de começar a leitura, cliquem aqui para acessar a playlist e acompanhar o capítulo com as músicas de hoje! Boa leitura!
“A gente briga por bobeira demais A gente pira, o tempo vira por bobeira demais O amor é bandeira de paz Mas se não der, vai em paz “ (1Kilo – Deixe-me ir)
NÃO fui jantar. Ariane bateu em minha porta as seis em ponto, mas eu disse que estava com enxaqueca e não queria comer. Em parte era verdade. A choradeira me fez ter uma pequena dor de cabeça. Conversei com César e Camille por algumas horas, mas não contei-lhes sobre a minha discussão com Gael. De nada adiantaria contar-lhes, eles nem sabem quem ele é, em todo o caso. Às dez horas da noite eu peguei meu violão e desci as escadas. A casa estava escura e silenciosa, o que indicava que todos já estavam deitados. A essa hora provavelmente eu estaria em algum barzinho com meus amigos, ou quem sabe saindo da faculdade na companhia deles. Abri a porta que dava acesso a varanda da entrada e sentei-me em um dos degraus da escada. Tirei meu violão da capa e dedilhei-o por um tempo.
A dança e a música sempre me fizeram esquecer o mundo por alguns instantes. Sempre que tocava meu violão, ou mexia o meu corpo no ritmo da música, sentia-me como se minha alma entrasse em um novo universo, onde nada podia me abalar, onde só eu fazia parte. Logo a melodia tomou conta do ambiente e peguei-me cantando a música de Capital Inicial.
“Meu caminho é cada manhã Não procure saber onde estou Meu destino não é de ninguém E eu não deixo os meus passos no chão Se você não entende não vê Se não me vê, não entende.”
Fechei os olhos para sentir melhor a brisa e a melodia que tomavam conta de mim.
“Não procure saber onde estou Se o meu jeito te surpreende Se o meu corpo virasse sol Se a minha mente virasse sol Mas só chove, chove Chove, chove.”
Meus olhos queimaram quando tentei segurar minhas lágrimas. Já chorei tanto hoje, que não queria mais chorar, mas era impossível segurá-las quando a minha cabeça estava atolada de coisas ruins. Não acho que sou uma pessoa má, então não sei por que as pessoas são grossas comigo. Primeiro, meu pai nunca ligou para mim e para a minha irmã. Sempre contamos com a nossa mãe, e logo após a sua morte, contamos uma com a outra. Tudo ficou pior quando Ariane decidiu ir embora e me deixar sozinha. Brigávamos muito, meu pai e eu, e depois que Maiara começou a fazer parte de sua vida as coisas só pioraram. Para ele, é como se eu tivesse ciúmes dela e inventasse as coisas, mas não é bem assim, Deus sabe que não. Maiara pegava as minhas coisas sem a minha autorização, já quebrou o salto de um dos meus sapatos favoritos, já derramou vinho em um vestido que usou sem minha autorização, e a mancha continua nele para lembrar-me que ela o usou, e aposto como foi ela que disse a meu pai que sai aquela noite, na noite em que brigamos e que me fez mudar para Boa Esperança. Quando acho que minha vida finalmente vai ficar melhor, Gael me trata como se eu fosse uma burra que não sabe fazer as coisas. E sempre tem o fato de que ele me olha como se não gostasse da minha presença, como se eu fosse difícil de engolir.
“Se um dia eu pudesse ver Meu passado inteiro E fizesse parar de chover Nos primeiros erros Meu corpo viraria sol Minha mente viraria ar Mas só chove, chove Chove, chove”
Continuo cantando a fim de esquecer todas essas lembranças ruins, mas não consigo e já no fim do refrão eu não canto mais nada, pois minhas lágrimas descem grossas por minha face e eu abafo o meu choro, que mais se parece com um uivo, sobre as mãos. Senti uma mão sobre o meu ombro, apertando-o, e antes que eu levantasse o rosto para ver quem é, sinto seu hálito quente perto do ouvido, sua voz baixa e rouca me causando calafrios na espinha. — Você está bem? — Estou. – minto, porque não quero que Gael, nem ninguém nessa fazenda saiba dos meus problemas. — Tem certeza? Porque não parece. Assinto com a cabeça, com vontade de perguntar qual é a dele. Porque há algumas horas estávamos aos gritos na cozinha e agora ele se aproxima todo amigável, querendo saber se estou bem. — Você toca bem. – continuou falando. — Não sabia que estava por aqui, se soubesse eu não teria vindo. — Acho que você queria dizer “Obrigada.” Sorri, mas continuei de cabeça abaixada, de modo que ele não pôde ver meu sorriso. — Sua voz também é bonita. Desta vez eu agradeci, mas continuei de cabeça baixa. — Se importa se eu pegar seu violão um pouco? Balancei a cabeça. Senti o violão sendo retirado de minhas pernas e logo a melodia tomando conta do lugar. Engoli em seco quando ouvi a voz rouca de Gael cantando. Meu Deus! Esse homem é bonito, sabe tocar violão e ainda tem uma voz super sexy. Ainda bem que sei que seu defeito é ser grosso, mal humorado e super chato, ou do contrário eu diria que perfeição existe. Levantei o rosto para vê-lo cantar e quando o refrão começou, peguei-me cantando junto com ele.
“E ela disse que não tá bem Fez meu olho brilhar dizendo que tá foda em casa E que os problemas tão demais Capaz de se jogar no mundão Sem noção nenhuma do que pensa ou faz E eu disse: então meu bem Cê sabe que eu sempre te quis Que bom que veio me procurar Se quiser desabafar, fica à vontade Mas com toda essa saudade Eu nem vou te deixar falar.”
Parei de cantar para escutar a sua voz, que ficava muito mais bonita sem a minha para acompanhar. Quando Gael levantou a cabeça para me encarar, seus olhos brilharam e juro que vi um sorrisinho tímido saindo de seus lábios. Quando ele terminou, me entregou o violão e virou-se para frente. Desta vez vi bem a sua tatuagem, um belo desenho de um lobo de olhos azuis que pareciam me encarar. Quando subi o olhar, Gael me estudava com atenção. Pigarreei desconcertada por ter sido pega estudando a sua tattoo. — Projota, hein? – deixei escapar, o que o fez rir. Sua risada era bonita e gostosa de ouvir. De repente me senti bem ao ouvi-lo rindo e desejei provocar seus risos mais vezes. — Não sabia que por aqui se ouvia Projota. – continuei. — E o que achou que escutávamos? Sertanejo? — É por aí. – dei de ombros. – Talvez Milionário e José Rico. Desta vez ele gargalhou. — Meu Deus, Anna Luiza, como você é antiga. — Primeiro que meu nome não é Anna Luiza. É Annalu. E segundo que eu não sou nada antiga, é só que achei que vocês, pessoas que moram em fazenda não tivessem acesso a músicas boas. — Moramos em uma fazenda e não em outro planeta. E a tecnologia já passou por aqui, se ainda não percebeu. — Ah, já! Consigo conversar com as pessoas graças ao wifi da sua casa. – balancei meu celular e guardei-o no bolso novamente – Muito obrigada por esta tecnologia. — Não há de quê. – piscou e deu um sorrisinho afetado. Senti meu coração perder uma batida depois desse pequeno gesto. Gael é um homão da porra!! Pena que seja tão chato. — Gosta de rock também? – perguntei só para tirar seu sorrisinho afetado que ficou em minha cabeça. — Com certeza. — Então toca um rock pra mim.
Tomando o violão de minha mão, ele apoiou o instrumento em seu colo e mexeu nas cordas, fazendo-as ganharem uma melodia. Fiquei surpresa ao vê-lo cantando uma música do Amarante, e acabei cantando junto com ele.
“Eu que falei nem pensar Agora me arrependo roendo as unhas Frágeis testemunhas De um crime sem perdão
Mas eu falei sem pensar Coração na mão Como um refrão de um bolero Eu fui sincero como não se pode ser
E um erro assim, tão vulgar Nos persegue a noite inteira E quando acaba a bebedeira Ele consegue nos achar
Num bar Com um vinho barato Um cigarro no cinzeiro E uma cara embriagada No espelho do banheiro
Ana, teus lábios são labirintos, Ana Que atraem os meus instintos mais sacanas E o teu olhar sempre distante sempre me engana.”
Nossos olhos se encontraram mais uma vez. Seus olhos azul-cinza pareciam oceanos ao qual eu sentia vontade de me afundar. Ao entregar-me novamente o violão, sua mão roçou na minha e eu senti aquela sensação quente invadindo-me novamente. Era como se eu me sentisse em paz, como se finalmente tivesse encontrado o meu lugar. Mordi meu lábio e senti o dedo de Gael sobre ele para soltá-lo. Seu rosto se aproximou do meu vagarosamente, meu coração quase parou quando senti sua respiração em meu rosto. Fechei meus olhos preparada para receber seu beijo, mas ele não veio, ao invés disso, ele se levantou e tentou desconversar. — Está ficando frio. Melhor entrarmos. Apenas assenti envergonhada demais para encará-lo e entrei o mais depressa que consegui, visto que minhas pernas pareciam duas gelatinas moles. Eu não estava doida, Gael queria me beijar, e o pior é que eu queria ser beijada. Queria sentir sua boca na minha e sentir o gosto dela. Deitei na cama imaginando que só podia estar louca. Não posso ficar com o cara que vive dando patadas em mim por qualquer besteira, isso é absurdo! Mesmo sem querer, fui dormir com a certeza de que Gael não pode fazer parte dos meus pensamentos.
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20/01/19 ─ ADEUS 2018
Estou feliz de retornar neste blog com boas notícias: o ano novo começou já com muitas realizações!
Há três anos agora, sempre anoto na minha agenda meus planos para o ano vigente. E, antes de mostrar os meus planos para 2019, quero rever os de 2018 para registrar aqui que, achava ter sido um ano mais ou menos, mas foi de muita transformação, crescimento, auto-conhecimento, mudanças boas e ruins. Enfim, ao contrário do que minha mente tenta criar de que fiz nada e que mereço nada, foi um ano bom sim.
1. Viajar; No começo de 2018 eu fiquei dois dias na praia, o que eu considerei como viagem. Quando escrevi esta meta, internamente queria ir para outro estado, porém as dificuldades financeiras vieram, mas mesmo assim, saí do meu local usual, mesmo que pouco e pra não tão longe.
2. Comprar uma câmera; Era meu sonho há anos comprar uma câmera profissional. Após meses guardando dinheiro de forma sagrada, planejando meus custos, deixando de ir algumas vezes em lugares que queria por algo maior, eu consegui. Comprei minha T5i que uso para produções fotográficas que adoro fazer. Não tenho palavras para descrever o quão isso é grande dentro de mim, talvez uma das maiores conquistas deste ano.
3. Ir ao dentista; Pode parecer uma meta boba, porém, deixe eu dar o contexto: Há anos atrás, eu trabalhei por um mês como recepcionista/auxiliar de limpeza/auxiliar cirúrgica/faz tudo em um consultório dentário, porém deixei este após um dia chuvoso em que, na uma hora que eu ficava sozinha no consultório antes do dentista voltar do almoço, um homem entrou armado e me fez de refém por alguns minutos apontando uma arma pra mim. Veja bem, eu nunca fui aquela criança com medo de dentista nem nada, mas esse acontecimento me fez ser uma jovem adulta que suava só de pensar em entrar novamente em qualquer odonto. Mas, com meses de preparação psicológica, minha irmã indo junto e optando por uma profissional mulher para me atender, consegui ir a uma consulta!
4. Fazer novas tatuagens; Acho que a maioria das pessoas que já tem algumas, ou gostam e ainda não fizeram, tem essa meta certo? O que eu não esperava é que de quatro tatuagens, em 2018 eu terminasse com o i t o. Nas férias, fiz uma. Minha amiga ganhou um sorteio de tattoo que dava direito a duas amigas também se riscarem e fiz mais duas. Por fim, conversei com um tatuador que já fez algumas minhas e fizemos uma troca de um antigo cosplay meu por mais uma tattoo em mim, e duas na minha irmã. Com certeza, fora das expectativas que eu tinha quando escrevi na minha agenda a meta.
5. Celular novo; Meu antigo celular (rip) já estava para completar cinco anos na minha mão. Comprei ele com ajuda da minha mãe na época que saí daquele consultório dentário e, mesmo pra época, já era um tanto obsoleto, mas meu amor por ele era maior então, mesmo tendo que viver só com mais ou menos 5 apps instalados e não atualizados, eu estava até pensando em enrolar essa meta para 2019. Foi então que ele desistiu de carregar. Então juntei o dinheiro que estava colocando na poupança para uma possível compra grande, mais um pouco do meu salário e taram: aqui estamos com um celular novo. Agora eu já me adaptei a ele, mas nos primeiros meses, eu ainda estava em fase de negação e só choramingava o quanto eu amava meu outro celular (ainda tenho ele guardado só por sentimentalismo mesmo).
6. Comprar bicicleta dobrável; Esta é uma grande mudança. Decidi ter essa meta pois eu aos poucos fui pensando na praticidade que uma bicicleta me traria para visitar meus amigos que, apesar de morarem perto, são em média 25min de caminhada até a casa deles. Outro grande fator que me fez tomar essa decisão foi a produção de bons hormônios quando nos exercitamos, assim podendo ser uma ajuda ao combate da minha ansiedade e depressão junto com medicação. A questão da bicicleta ser dobrável é justo porque na minha casa eu não tenho espaço físico para guardar uma bicicleta tradicional. Durante o ano, as dificuldades financeiras foram chegando, porém, em novembro e dezembro eu me dediquei a guardar meu 13º e comprar a bicicleta, e foi o que fiz. Essa é uma meta começada em 2018 e que realizei nos primeiros dias de 2019, mas ainda considero ela realizada. Fiquei muito realizada de conseguir um modelo ótimo por um preço mais justo do que outros lugares que havia checado.
7. Curso de storytelling para irmã; Infelizmente, essa meta foi a que não cumpri em 2018 como planejado. Minha irmã adora escrever, ela e eu somos muito fãs de um professor que da aulas online de storytelling, uma técnica de narrativa para contar histórias. As datas dos cursos durante o ano caíram em datas que eu sabia que ela estaria muito ocupada com a faculdade e trabalho, por isso acabei exitando em comprar. Mas tudo bem, essa é uma das minhas primeiras metas para 2019, com certeza.
Mas também durante o ano eu fiz uma lista de coisas realizadas em 2018 que não estavam necessariamente nas minhas metas, aqui vão:
1. Primeiro musical; Já havia mencionado em um post anterior que eu tenho um amor imensurável por musicais (que ainda não escrevi sobre) e, em 2018 fui pela primeira vez em um teatro para assistir não só um, mas dois musicais! Foram experiências sem comparação, para esse grande sentimento que tenho, foi algo inexplicável, muito maravilhoso.
2. Ler livros; A leitura sempre foi um hábito que minha irmã desenvolveu desde muito cedo, atípico de toda minha família. Eu, por outro lado, sempre tive preguiça ou dificuldades para me concentrar em livros, mesmo adorando a magia que minha irmã me contava que acontecia quando se lia os fatos e os imaginava, invés de só absorvê-los no audiovisual. Foi que no meu aniversário em 2017, ganhei de presente dela e minha mãe o box completo de Harry Potter, uma das minhas grandes paixões na vida. Estimulada e ansiosa, comecei estes imediatamente e os terminei no início de 2018, e daí em diante, terminei de mais muitos outros livros. Até comecei a ganhar mais de presente, pois as pessoas em volta de mim também viram que finalmente consegui ter esse hábito e que estava feliz com isso. Fiz uma pausa apenas em dezembro pela correria no trabalho, mas já iniciei 2019 lendo novamente.
3. Auto-conhecimento; Algo que mencionei no começo do post. Esse tópico só é graças a minha volta para a terapia, e minha terapeuta maravilhosa. Eu relutei muitos anos a ter sessões com psicólogos novamente e tomar medicação, porém em 2018 eu cheguei em um ponto que, ou eu voltava, ou eu descia para o mesmo buraco que passei anos, alguns anos antes. Isso só me trouxe benefícios. Sei que se conhecer é algo sempre em construção (até porque somos seres que vivem em mudança), porém tomar esse pontapé inicial para essa jornada me trouxe muitos frutos e amadurecimento.
4. Me permitir; Quase desde que me conheço por gente, carrego alguns problemas que não foram resolvidos, e que resultaram em meus problemas com relacionamento, sexualidade, pessoas e ser um ser social. Mas, com a ajuda da terapia e meu esforço, 2018 veio com Dom no começo do segundo semestre. E me permitir gostar, deixar que alguém se aproxime, conheça meus defeitos e curtir momentos comigo, me adaptar as vivências de outra pessoa etc, têm sido um desafio bom de traçar. Estes dias, o abracei e chorei de felicidade. Felicidade por ter chegado onde cheguei, por ter superado tanta coisa. Ainda tenho mais dessa montanha para subir, mas só de ter chegado aqui, já me sinto uma vitoriosa.
5. Premiação no trabalho; Não desenvolverei tanto esse, pois não quero expor onde trabalho, porém saiba que eu sou uma pessoa muito fiel, onde eu esteja. Eu visto a camisa, eu adoro a empresa, tenho uma paixão que me mantém firme e forte apesar dos desafios. Foi então na reunião pré-natal que fui premiada como destaque de 2018. Não sei nem como descrever minha felicidade, eu quem estava um tanto pra baixo naquele começo de mês pois sabia que viria muito estresse e cansaço, fui muito revigorada, e então lembrei o porquê de eu estar ali por anos. Guardo com carinho minha premiação, ainda sorrindo ao lembrar do momento.
6. Caminhão Coca-Cola; Veja bem, eu não bebo refrigerante há anos, e quando bebia, não era coca-cola. Porém, no natal a marca sempre faz o desfile com caminhões impecavelmente iluminados e com o papai noel (que apenas usa vermelho pois a própria coca-cola o desenhou com esta cor no século passado) feliz e abanando para todos. Sempre achei algo mágico, lindo em fotos, porém em três anos, sempre acontecia de eu perder o dia, ou não estar nos locais em tempo de ver o caminhão. Então estava eu, voltando do trabalho no ônibus ouvindo podcast, sem nem lembrar que existia o desfile. No momento que tirei os fones pois estava quase chegando em casa, o motorista do ônibus comentou que havia muitas pessoas na rua, sentadas aleatoriamente (e realmente tinha), foi aí que um homem mais velho o respondeu que era porque estavam esperando o caminhão da coca-cola chegar. Eu entrei em desespero de felicidade e ansiedade: essa é minha chance! Cheguei em casa, corri para minha mãe e contei o acontecido, e corremos para a rua. Uns 20 minutos depois, estavam vindo os três caminhões, o do meio sendo o do papai noel. Pode ser a coisa mais tosca, boba, dispensável para alguns, mas me fez pular de alegria, meu dia terminou mágico.
Por fim, este foi, resumidamente, meu 2018. Como mencionei, também houve momentos ruins, mas cara, ao rever o quanto cresci e realizei, não consigo ficar triste. Foi um bom ano, com certeza.
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FANFIC #11 - TATUADO DE MEDO (1/1)
Título: Tatuado de Medo
Plot-#: #132
Couple(s): ChanSoo; SeKai
Classificação: +16
Contagem de palavras: 6.630
Avisos: Homossexualidade, insinuação de sexo, linguagem imprópria.
Sinopse: Mesmo morrendo de medo, Chanyeol tinha se decidido: ia fazer sua primeira tatuagem. E não havia ninguém melhor para isso do que Do Kyungsoo, o cara assustador que deixaria muito mais que um desenho marcado em Chanyeol.
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Não era como se Chanyeol estivesse com medo. Era só uma tatuagem... né? É. Não tinha por que ficar preocupado. Só uma tatuagem. Umazinha só. Só uma agulha lhe perfurando a pele contínuas vezes e injetando tinta e deixando uma cicatriz bonita. Só isso.
Chanyeol estava longe de ser crente, mas rezou baixinho ao dobrar a esquina, só para garantir.
Chegou ao estúdio de tatuagem e empurrou a porta, vendo o local ser dominado por um breu sinistro e uma música screamo abafada. Mordendo os lábios em puro nervosismo, Chanyeol deu passos vacilantes em direção à salinha de tatuagem, a música ficando mais alta e mesclando-se à uma risada maldosa típica de vilão de filme.
A porta entreaberta que separava a sala de espera da sala de tatuagem revelou um homem musculoso deitado de bruços, cheio de lágrimas correndo pelo rosto contorcido de dor, os dedos segurando os lados da cadeira com força para amenizar as agulhadas que recebia nas costas. Atrás de si, um sujeito baixinho, de cabelos negros e arrepiados, com os braços cheinhos de tatuagens de todos os tipos e cores e tamanhos, se acabava de tanto rir do sofrimento alheio, a música pesada e alta só deixando a cena mais amedrontadora.
Chanyeol se borrou todo de medo.
Quando os olhos de Chanyeol se encontraram aos olhos do tatuador, o garoto começou a clamar um mantra mental de “fodeu fodeu fodeu fodeu fodeu” e considerou sair correndo como o medroso arregão que era. Mas não, hoje não!
– E-e-eu t-tenho horário m-ma... m-ma-marcado.
You tried.
– Ah, tem horário ma-ma-marcado? – O tatuador debochou, olhando Chanyeol de cima a baixo com um sorrisinho malicioso. – Senta e espera, moleque. Já, já, te chamo.
Chanyeol saiu bambeando os dois quilômetros de perna que tinha, sentando-se numa das poltronas da sala de espera e embolando nervosamente os dedos. Era sua primeira tatuagem, poxa, não era culpa dele estar tão afoito!
O tal estúdio fora indicação de um dos melhores amigos de Chanyeol, na verdade. Sehun era um carinha novinho, mas já colecionava – com orgulho! – vários desenhos bonitos sobre a derme branca; disse que os melhores eram obra de Do Kyungsoo, tatuador conhecido na cidade e com o livro de reservas estourando de horários preenchidos e encaixes e sessões até nas altas horas da madrugada. Quando Chanyeol contou que queria fazer uma tatuagem, Sehun bateu palminhas animadas e falou confiante “vai no Kyungsoo que não tem erro!”, e lá foi o Chanyeol se meter com o famoso Do Kyungsoo.
– Daí, moleque? – Kyungsoo se apoiou no batente da porta, retirando as luvas de látex preto. – Deixa só o brother aqui parar de chorar feito criancinha que te atendo, ouviu?
– T-tá – Chanyeol balbuciou.
De dentro da saleta de tatuagem, o brother resmungou alto e Kyungsoo riu daquele jeito maléfico.
O tatuador desfilou pela sala de espera estralando os dedos, se abaixando atrás do balcão para pegar o livro de horários e riscar os atendimentos já feitos. Feito isso, largou a caneta de qualquer jeito e se esticou, estalando as costas e os braços, puxando a cabeça para um lado e para o outro com as mãos para estralar o pescoço também. Chanyeol se perturbou com o barulho dos ossos rangendo.
– Deixa eu dar uma olhada no que tu vai fazer – mandou em voz autoritária, e Chanyeol se enrolou todo ao procurar freneticamente o papelzinho com o desenho pelos bolsos da jaqueta e da calça. – Cê tá nervoso pra caralho, viado. Deve ser um puta desenho, hein?
Chanyeol deu o papel para Kyungsoo e sorriu amarelo, as bochechas esquentando quando o tatuador riu em escárnio.
– É isso? – Apontou para o desenho. – Guri, tu nunca fez tatuagem né?
– N-não. É minha primeira vez – Chanyeol murmurou envergonhado. Kyungsoo deu um sorriso de canto.
– Percebe-se. Bom, fico feliz que tenha me escolhido pra tirar sua virgindade.
Chanyeol corou e desviou o olhar, notando a merda que havia dito. Kyungsoo riu mais uma vez e caminhou até a sala de tatuagem, gesticulando para que Chanyeol o seguisse.
– Bro. – O brutamontes chorão pousou uma mão sobre o ombro de Chanyeol. – Boa sorte. O baixinho aí é sádico, vai te ralar até o osso.
– Tá falando o que aí, amigão? – Kyungsoo interferiu, arqueando a sobrancelha grossa de um jeito nada amigável (que ironia).
O brother deu dois tapinhas nas costas de Chanyeol, como se lhe dissesse “meus pêsames”, e Chanyeol quase pulou nas costas dele e berrou um “rápido! Não olha pra trás! Vamos!”. Kyungsoo encarou Chanyeol de cima a baixo mais uma vez e deu um sorrisinho maldoso, e o garoto sentiu o coração acelerar perigosamente. Oh, ok, Kyungsoo não só fazia Chanyeol se tremer de medo, como aparentemente também o fazia se tremer de tesão. Quer dizer, Chanyeol era gay e há tempos não dava uns beijinhos, e Kyungsoo estava bem ali, com aquela pose de homão da porra que com certeza faria as calças de qualquer um ficarem desconfortáveis. Chanyeol não tinha culpa... né?
Ave maria, Chanyeol, controla os hormônios.
– Anda, garoto, senta aqui de uma vez – Kyungsoo falou, ainda com aquele sorriso maldito nos lábios grossos. – Fica aí me olhando como se quisesse dar pra mim, qual é? Putaria no estúdio é em outro horário.
Chanyeol corou de vergonha e riu amarelo, se sentando na cadeira reclinável. Kyungsoo deu uma risadinha e perguntou onde o outro queria fazer a tatuagem enquanto pegava materiais novinhos em seu armário. A tatuagem era bem simplesinha, apenas um “love is a high” junto a um traço de um coração humano, e Chanyeol havia pensado em marcá-la na panturrilha direita.
– Belê – Kyungsoo murmurou. – Deita e vira.
Chanyeol obedeceu.
– Essa calça aí dá pra subir ou...? – Apontou para o jeans skinny de Chanyeol, que piscou lentamente.
– É... a-acho que não.
– Tá, e tu pretende tatuar por cima da roupa? – Riu irônico. – Tira essa calça, bro.
Chanyeol ficou vermelho, mas obedeceu mais uma vez. Viu Kyungsoo voltar com o estêncil da tatuagem e ouviu-o soltar uma risadinha.
– Bela cueca.
Tá, tipo, talvez Chanyeol devesse ter botado uma cueca que não tivesse a cara do Pikachu na bunda, mas aquela era sua cuequinha da sorte, não podia ir se tatuar sem ela! ...Mas, tá, passar essa vergonheira toda não estava nos planos do menino... ainda mais na frente de Kyungsoo...
Achando que ia ser melhor ignorar o comentário e afundar o rosto nos braços para não morrer de vergonha, Chanyeol só resmungou uma risada forçada e esperou Kyungsoo começar seu trabalho. O tatuador ligou uma luz forte em cima da perna do garoto, fez todos os procedimentos de higiene necessários, acertou bem bonitinho o estêncil – e conferiu com Chanyeol se estava tudo ok – e então pegou a máquina. Mal encostou a agulha na pele de Chanyeol, já teve que fazer uma pausa; o menino estava muito nervoso.
– Respira – disse, vendo que Chanyeol tremia de medo e ansiedade. – Escuta, vai doer, mas vai ficar foda pra caralho, tá legal? Relaxa. Confia no papai aqui.
Chanyeol ficou corado por ter sido pego no flagra de seu pânico. Inspirou e expirou algumas vezes, tentando manter a calma, torcendo a carinha em pleno desconforto quando sentiu as primeiras agulhadas perfurarem sua pele. Sério, se já não tivesse depositado uma parcela considerável de seu salário nas mãos daquele nanico sádico, Chanyeol teria desistido e saído correndo. Doía, meu deus, como doía! Chanyeol tentou até se distrair ao tentar comparar a dor da agulha à dor da perda da virgindade, mas falhou miseravelmente. Ouviu Kyungsoo suspirar entre os barulhos da maquininha.
– Chanyeol, né? – O tatuador perguntou. Chanyeol confirmou com um murmurinho. – Quantos anos?
– V-vi-vinte e c-cinco – respondeu.
– Pagou isso aqui com o dinheirinho dos pais ou cê trabalha?
– T-trabalho.
– Faz o quê?
– E-edição de vídeo.
– Legal. E paga bem?
– Até q-que sim.
– E não estuda?
– Não. J-já me formei.
– Formou em quê?
– Hã?
– Se formou em qual curso?
– Ah, d-design gráfico.
– Tô ligado. Tenho um amigo que cursa. Ele diz que é legal pra caralho, mas tem que manjar de computador.
– A-aham.
– Tu manja bastante?
– M-manjo.
– Aprendeu tudo sozinho?
– Uhum.
– Ah, assim que é bom. Ir na marra. Meter a cara. Tem que ser assim, mesmo. E cê sabe desenhar?
– M-mais ou menos. Eu geralmente só desenho... p-personagens.
– Personagem de quê?
– Ah, de anime, videogame...
– Bem que eu te achei com cara de nerdão, mesmo. – Riu. – Qual teu game preferido?
– Final Fantasy VII.
– Sei. Eu, particularmente, prefiro um negócio mais sangrento, sabe? Tipo Manhunt.
– A-ah, tô ligado...
– Não curte?
– Não.
– Ok, terminamos.
– ...Q-quê?
O barulho da máquina cessou e Kyungsoo deu uma risadinha nasalada.
– A tatuagem, Chanyeol. Tá pronta.
Chanyeol arregalou os olhos e espiou por cima do ombro, tentando inutilmente enxergar alguma coisa. Pronta? Já!? Chanyeol nem sentiu tanta dor assim...
Kyungsoo pegou um espelho e mostrou a tattoo para o garoto, que abriu um sorrisão ao ver o resultado; perfeito! Do jeitinho que ele queria! Do Kyungsoo era realmente o cara!
– Gostou? – O tatuador quis saber, apesar de nem precisar perguntar nada.
– Sim! – Chanyeol exclamou, pulando da cadeira para se fitar no espelho de corpo inteiro. – Ficou muito boa!
– Falei, ora. – Kyungsoo deu de ombros, cruzando os braços. – Deixa tudo nas mãos do papai que não tem como dar errado.
– Nossa! E... e nem doeu... – Chanyeol se virou para Kyungsoo, os olhinhos brilhando. – Aquele cara disse que você é sádico e que ia me ralar até o osso...
– É, eu geralmente faço isso, mesmo. É engraçado ver os machões tudo soltando a franga quando deitam na minha cadeira. – Kyungsoo riu de canto. – Mas tu é bonitinho, aí fiquei com pena.
Chanyeol se sentiu na obrigação de ficar vermelhinho e rir baixo. Kyungsoo o fitou de cima a baixo de novo e abriu um sorrisinho.
– Espera um pouco pra poder vestir a calça de novo. Enquanto isso, vem cá. – Gesticulou. Chanyeol obedeceu e foi até o tatuador, que lhe entregou um papelzinho. – Aqui tem as instruções de limpeza bem explicadinhas, mas, basicamente, limpa todo dia e cuidado com onde vai esfregar essa panturrilha.
– Tá bom – Chanyeol falou, todo bobo. Tatuado. Tatuado! Era um homem tatuado agora!
– Qualquer coisa que dê errado, cê volta aqui pra eu dar uma olhada, tá legal?
– Tá.
– Vai, se veste logo. Já falei que a putaria é em outro horário.
Chanyeol deu uma risada e tratou de cobrir os quilômetros de pernas com a calça justinha, fazendo uma carinha doída ao roçar o brim no plástico que envolvia a tatuagem. Kyungsoo estralou os dois lados do pescoço e bocejou, passando por Chanyeol para ir até a sala de espera, deixando as luvas em algum lugar. Chan ouviu o tatuador murmurar um cumprimento e um “pera que já te chamo”, voltando à sala de tatuagem com um copo d’água e um cartãozinho.
– Aqui tem meu telefone – falou, passando o cartãozinho para o grandão. – Se acontecer alguma coisa ou cê quiser vir fazer outra tattoo ou sei lá, caso queira vir na hora da putaria, é só me ligar.
Chanyeol riu e guardou o cartão no bolso da calça, bagunçando os cabelos.
– Bom, então tá – balbuciou, sem saber muito bem o que fazer. – Muito obrigado! – Estendeu uma mão na direção de Kyungsoo.
– Eu que agradeço. – O tatuador apertou a mão de Chanyeol. Com força. Bastante força. Até deu um estralo meio desesperador.
– T-tchau – Chanyeol balbuciou, ficando com medo dele de novo. Kyungsoo abriu um sorriso tenebroso.
– Aparece por aí – Ele murmurou, cruzando os braços. Chanyeol concordou com um sorrisinho sem-graça e deu o fora dali.
Papai era bom, mas tão assustador...
*
Duas semanas tropeçaram e Chanyeol se enfiou no estúdio de tatuagem de novo, agora apenas como companhia de seu migo, Oh Sehun.
– Daí, pirralho? – Kyungsoo deu um abraço estapeado em Sehun. – Teu guri não veio contigo? Oi, Chanyeol. – Acenou para o grandão.
– Hoje não – Sehun respondeu. – Ele tá fazendo hora extra às sextas, agora. Mas eu trouxe o Chanyeol, porque não consigo vir sozinho.
– É um viadão, mesmo, hein? – Kyungsoo sorriu malicioso, fazendo Sehun rir e Chanyeol arregalar os olhos.
– Ah, porque tu pode falar muito, né? – Sehun debochou. – A bicha mais colorida da cidade!
Kyungsoo deu uma risadinha e Chanyeol abriu um sorriso aliviado.
Sehun entregou o desenho para o tatuador, pendurou o moletom no cabideiro e se sentou na cadeira reclinável, papeando sobre alguma coisa. Chanyeol puxou uma cadeira e ficou ali quietinho, só ouvindo tudo; geralmente era bem tagarela e extrovertido, mas ficava um pouco tímido na frente de gente nova – ainda mais gente tipo Kyungsoo, aquele homão, todo sexy e misterioso, com as roupas todas esculhambadas e aquelas tatuagens todas pelo corpo, os cabelos todos bagunçados, o sorriso todo sensual brincando nos lábios grossos, os olhos todos redondos e pesados, ui, ui, ui!, Chanyeol até sentiu um arrepiozinho correr a espinha.
Sehun chamou Chanyeol para perto e se agarrou na mão dele, franzindo o rosto numa expressão dolorida quando Kyungsoo começou a tatuar o lado direito de seu pescoço. Kyungsoo deu uma olhadinha para Chanyeol e lhe lançou um sorrisinho, e Chanyeol abriu um sorrisão ao perceber que o tatuador ia fazer Sehun sofrer.
Dito e feito. Sempre que Sehun tentava desviar o foco da dor para outra coisa, Kyungsoo o interrompia; mandava-o fechar o bico, aquietar o rabo, ficar quietinho porque o silêncio era sagrado, e Chanyeol sentiu até pena de seu amigo, apesar de estar achando graça vê-lo todo encolhidinho de dor – Sehun também gostava de pagar de fortão, às vezes – e ter ficado com medo de ter seus dedos mutilados pela força descomunal que Sehun esmagava-os.
– Pronto, bonequinho, pode parar de chorar – Kyungsoo disse ao finalizar a tatuagem.
Sehun resmungou alto e limpou o rosto, esperando Kyungsoo fazer todas aquelas coisas pós-tatuagem para soltar um grandessíssimo “te odeio, Soo! Vai se foder!” na cara do tatuador, arrancando uma gargalhada gostosa dele, nada parecida com as malévolas que ele soltara noutro dia. Ai, olha aí o Chanyeol ficando todo bobinho. Olha, olha! Até corou, que fofo. Mas também, ninguém o julga, não é mesmo? Kyungsoo era um desses caras que faziam cabeças virarem e sexualidades serem questionadas.
Os três se acomodaram na sala de espera, Sehun e Chanyeol no sofá e Kyungsoo na poltrona frente a eles. O estúdio estava num breu um tanto amedrontador, as sombras se acentuando e sobrepondo os pontos iluminados que sumiam junto às horas restantes do dia.
– Tem alguém agora? – Sehun perguntou para Kyungsoo.
– Não. Eu tenho tirado uma sexta-feira de cada mês pra encerrar mais cedo – respondeu.
– Mais cedo? – Chanyeol arregalou os olhos. – Mas já são mais de sete da noite!
– Alguém tem que fazer dinheiro na casa, né? – Kyungsoo deu de ombros. – E esse alguém com certeza não vai ser a Kuro.
Sehun deu uma risadinha.
– Kuro? – Chanyeol quis saber.
– Minha gata. – Sorriu ao responder.
– Sua... gata? – Chanyeol uniu as sobrancelhas. Mas... Kyungsoo... não era... – Mas... Sehun disse que...
Longos segundos de silêncio se esticaram pelo estúdio até Kyungsoo dar uma risadinha.
– A gata animal, Chanyeol. Kuro, minha bichana, minha felina – O tatuador explicou. Chanyeol fez “aaaahh!”, balançando a cabeça, e Kyungsoo deu um sorrisinho de canto. – Qual é, tá interessado?
– N-não... – Chanyeol sorriu constrangido, desviando o olhar. Sehun deu um sorriso de canto, malicioso que só.
Sehun e Chanyeol tinham combinado de se encontrarem com o namorado de Sehun, Jongin, para fazerem um lanche. Sehun achou que seria legal chamar Kyungsoo para ir com eles, já que era a sexta de folga do tatuador e fazia tempo que este não via Jongin.
E lá foi o quarteto fantástico. Sehun e Jongin eram um casal esquisito, se xingavam, se batiam, mostravam a língua e do nada engatavam um beijão melado. Chanyeol e Kyungsoo, sentadinhos do outro lado da mesa, tiveram que fazer um esforço enorme para ignorar os pombinhos, o que acabou forçando-os a se conhecerem melhor.
– De onde cê conhece o Sehun? – Kyungsoo perguntou, encarando Chanyeol.
– A gente é vizinho há um bom tempo, aí viramos amigos. E você?
– Conheço do estúdio, mesmo. Ele é um carinha legal, é fácil fazer amizade com ele.
– É.
Silêncio. Barulho de beijação. Bochechas do Chanyeol ficando coradinhas.
– Quantos anos você tem? – Chan perguntou, fitando Kyungsoo.
– Tenho vinte e cinco.
– Também? Você é de que ano? Eu sou de noventa e dois.
– Noventa e três.
– Ah, então sou seu hyung. – Sorriu divertido.
– É nada. – Kyungsoo sorriu também. – Nem morto que te chamo assim.
– Por quê? – Chanyeol fez um beicinho e Kyungsoo riu irônico e apontou um dedo na cara dele.
– Por isso, mesmo.
Quietude. Saliva sendo trocada. Kyungsoo suspirando e mexendo nos cabelos.
– Quer, sei lá, dar uma volta? – O tatuador chamou, e Chanyeol não era bobo nem nada de negar.
Caminharam pela rua, Kyungsoo com as mãos nos bolsos da calça e Chanyeol gesticulando exageradamente depois de pegar um nivelzinho de intimidade. Chanyeol era divertido, fazia umas piadas horríveis que acabavam sendo engraçadas, e Kyungsoo rodava os olhos e balançava a cabeça, mas sorria, mostrando estar gostando da companhia do mais velho.
– E cê pensa em fazer outra tatuagem? – Kyungsoo perguntou, fitando Chanyeol.
– Penso, sim! – Chanyeol respondeu animado, já catando o celular do bolso. – Olha, eu tava esboçando esses dias... aqui! – Mostrou a tela para o tatuador, que franziu o cenho e confirmou com a cabeça.
– Vai fazer onde?
– Hm? Acho que no braço, mas não sei ainda.
– Não – riu. – Em qual estúdio?
Chanyeol piscou lentamente.
– Ah... com você...? – murmurou, coçando a nuca.
– Legal. Gosto de ganhar dinheiro.
Riram.
– Gosto de tatuar, também. O dinheiro é extra – Kyungsoo explicou. – Eu acho que tenho horário pra depois de amanhã. Quer dizer, ter, eu não tenho, mas eu posso te encaixar. Se cê quiser, claro.
– Quero! Quero sim!
– Belê. A gente se combina melhor por mensagem, porque eu tenho que ver certinho no livro e tal. E cê ainda tem que decidir onde vai fazer.
– Ué, contigo.
– Não – riu de novo. – Em qual parte do corpo.
Chanyeol se sentiu na obrigação de rir de si mesmo.
Voltaram para Jongin e Sehun, apenas para levarem uns comentários maldosos nas costas. Kyungsoo subiu os dois dedos médios, um na cara de Jongin e o outro na cara de Sehun, e Chanyeol jura que ficou corado de tanto rir – e não por vergonha por ter sido pego crushando o tatuador.
Quando deixaram Chanyeol em casa, Kyungsoo olhou o garoto de cima a baixo e deu um sorrisinho sinistro, de olhos bem abertos e cabeça meio tombada para frente, e a penumbra de dentro do carro só tornava a cena pior. Chanyeol saiu tropeçando nos próprios pés, a imagem ondulando em sua mente.
Cristo.
*
Kyungsoo tatuador do demo: eu tenho encaixe pra amanhã depois das onze
Kyungsoo tatuador do demo: ou pra depois de amanhã às dez
Kyungsoo tatuador do demo: ou semana que vem à tarde
Chanyeolie: pode ser depois de manhã mesmo
Kyungsoo tatuador do demo: às dez então?
Kyungsoo tatuador do demo: tu tá ligado que é dez da noite né
Chanyeolie: sim sim
Chanyeolie: alguém tem que fazer dinheiro na casa e não vai ser a kuro
Kyungsoo tatuador do demo: exato
Chanyeolie: aliás por que o nome dela é kuro?
Kyungsoo tatuador do demo: kuro é preto em japonês e eu tava sem criatividade
Chanyeolie: ahh ela é preta? amo gato preto (coração)
Kyungsoo tatuador do demo: eu posso ir buscar ela pra você conhecer depois de amanhã
Kyungsoo tatuador do demo: se você quiser
Chanyeolie: quero
Chanyeolie: se não for incomodar
Kyungsoo tatuador do demo: se fosse incomodar eu não teria oferecido
Kyungsoo tatuador do demo: até porque eu quase não tenho ficado com ela
Chanyeolie: belê
Kyungsoo tatuador do demo: te vejo depois de amanhã então
Kyungsoo tatuador do demo: agora você não vai mais me encantar com essa carinha bonitinha
Kyungsoo tatuador do demo: vou te desgraçar
Chanyeolie: nãooooooo (emoji chorando)
A gente vai ignorar o jeitinho que as bochechas de Chanyeol arderam quando ele leu a mensagem de Kyungsoo, tudo bem?
*
Chanyeol penetrou o estúdio de Kyungsoo com cuidado, espiando para lá e para cá, estranhando não ouvir a típica música alta que geralmente ecoava por ali. Ao invés de um monte de gente berrando e chorando – não necessariamente nessa ordem –, Chanyeol foi recebido por um miadinho e uma bolinha de pelos pretos se enroscando em sua perna. Chanyeol abriu um sorrisão, fez um “awn”, agachou os quilômetros de perna para acariciar as orelhas da gata preta que se insinuava para ele. Ouviu-a ronronar contente, fechando os olhinhos grandes de gato e esfregando a cabeça contra a palma de Chanyeol, querendo mais carinho.
– Vejo que conheceu a Kuro.
Chanyeol ergueu o olhar e viu Kyungsoo se apoiar no batente da porta da sala de tatuagem, de braços cruzados e sorrisinho no rosto. Kuro correu até Kyungsoo e o tatuador a pegou nos braços, sorrindo doce quando a gata se enrolou toda em si e roçou o rosto em seu peito. Chanyeol sentiu o coração dar um pulinho.
Kyungsoo se acomodou no sofá de dois lugares da sala de espera, relaxando sobre o estofado. Hospedou Kuro em seu colo e fez carinho nas orelhas dela, subindo o olhar até Chanyeol e indicando com a cabeça o espaço livre ao seu lado. Chanyeol se sentou do lado do tatuador, sorrindo minimamente ao ver Kuro ronronando gostoso, apreciando a carícia que seu dono deixava em si.
– Cê se importa de eu descansar um pouco? – Kyungsoo perguntou, virando o rosto para encarar Chanyeol. – Tô desde às seis sem parar nem pra mijar.
– De boa. – Chanyeol sorriu, tocando delicadamente a carinha de Kuro com a ponta dos dedos. Kyungsoo suspirou e relaxou visivelmente, tombando a cabeça no encosto.
– Vai com o Chanyeol, Kuro – murmurou baixinho, tirando a gata de cima de si e pondo-a no colo do outro.
– K-Kyungsoo, eu não sei... – Chanyeol mordeu os lábios quando Kuro se aninhou em seu colo e miou, querendo carinho. Cedeu à manha felina, deslizando a palma levemente pela bolinha de pelos preta.
Kyungsoo deu uma risadinha, apreciando o clima confortável e aconchegante que pairava por ali. Fechou os olhos, deixando que sua cabeça se apoiasse no encosto do sofá, respirando fundo, o corpo finalmente relaxando após um longo dia.
– Sério, acho que sou capaz de dormir aqui mesmo – falou baixo.
– Quer que eu volte outro dia? – Chanyeol perguntou cautelosamente. Kyungsoo abriu os olhos e negou com a cabeça.
– Cê já pagou, já tá aqui. – Deu dois tapinhas no joelho de Chanyeol, levantando-se do sofá. – Vou me limpar e arrumar as coisas e já te chamo.
Kyungsoo voltou alguns minutos depois, já de olhos bem abertos e luvas bem esticadas. Parou na porta, encarando Chanyeol e Kuro no maior chamego, atraindo a atenção do outro garoto ao soltar um risinho.
– Que foi? – Chanyeol quis saber.
– Porra, Chanyeol, não acredito que tu vai me fazer ter pena de te desgraçar. De novo.
Chanyeol riu, desviando o olhar. Kyungsoo sorriu meio-que-gentilmente.
– Vem, deixa a Kuro aí no sofá. Ela deve estar com sono, já, já, dorme – Kyungsoo disse, adentrando a salinha de tatuagem. Chanyeol obedeceu e seguiu seu crush.
A dorzona da tatuagem virou beijinhos de agulha com o papo que bateram. Falaram de várias coisas, distraindo Chanyeol da dor e Kyungsoo do sono, por vezes fazendo pequenas pausas para darem umas risadas. Em menos tempo do que pareceu, o antebraço esquerdo de Chanyeol tinha uma bonita imagem minimalista de uma cadeia de montanhas com uma lua atrás. Kyungsoo enrolou o plástico, passou as instruções de higiene e cuidado e agradeceu Chanyeol.
– Quer ajuda? – Chanyeol ofereceu antes de ir embora.
– Não, valeu – O tatuador respondeu, bocejando enquanto descartava as coisas usadas.
Chanyeol balançou a cabeça e saiu da salinha de tatuagem, se agachando para deixar um carinho numa Kuro adormecida. Kyungsoo viu a cena e abriu um sorrisinho.
– Para de ser tão bonitinho, moleque – falou em tom de brincadeira, arrancando uma risada envergonhada do grandão. – Dirige com cuidado. – Acenou.
Chanyeol saiu dali com um sorrisão.
*
Eles passaram a se falar constantemente. Começou com Chanyeol, na verdade, perguntando se Kyungsoo tinha um horário vago para uma colega de trabalho, e daí em diante o assunto rolou solto. Descobriram que tinham muito em comum, além da idade, do coração de artista e dos nomes com oito letras: gostavam de videogame, preferiam chocolate amargo a chocolate branco, pizza a hambúrguer, filminho em casa a filme no cinema, outono a verão...
Ocasionalmente, claro, vieram os convites para saírem. “Vai ter uma exposição, a gente podia ir. Aí depois, sei lá, podíamos comer alguma coisa”, e iam os dois. “Tá ocupado?”, “não, por quê?”, “porque eu pedi jantar pra duas pessoas, mas esqueci que o Sehun não vem comer comigo hoje. Aí, não sei, se você quiser vir...”, e Kyungsoo ia ao encontro de Chanyeol. “Dá uma chegada aí no estúdio, quero te mostrar um negócio”, e Chanyeol ia, só para se deslumbrar com um desenho que Kyungsoo havia feito numa das paredes da sala de espera.
Não podiam dizer que eram amigos – apesar de dizerem justamente isto, “somos só amigos”, quando Sehun os encarava com um sorriso maldoso –, porque os olhares que trocaram traziam mais do que só amizade. Às vezes, na calada das sextas-feiras, Kyungsoo chamava Chanyeol para o estúdio e os dois ficavam largados no sofá com Kuro ronronando entre eles, pulando de um colo para o outro, enquanto os dois só-amigos conversavam sobre qualquer coisa. Depois de algum desses encontros, Kyungsoo passou a se despedir de Chanyeol com um beijo na bochecha do mais alto, após pegá-lo pelo punho e puxá-lo pelo pescoço para grudar os lábios no rosto dele, deixando Chanyeol uma bagunça cômica de pele ardente e coração trovejante.
E foi assim que o tempo passou.
Cerca de dois meses depois de se conhecerem, Chanyeol caiu no estúdio de novo, já sendo recebido com a sua bolinha de pelos preferida correndo em sua direção e escalando suas pernas quilométricas. Pegou Kuro no colo, aconchegando-a em seu peito, sorrindo ao roçar o nariz na bochecha da gata.
– Eu achei que cê ia parar de ser bonitinho em algum momento, mas parece que eu tava errado. – A voz de Kyungsoo soou de dentro da sala de tatuagem. Chanyeol ergueu o olhar e riu quietinho, sentindo o rosto ficar mais quente. E Chanyeol achava que ia parar de se sentir encurralado pelos olhos pesados de Kyungsoo, mas aparentemente ele estava errado também.
Chanyeol se sentou no sofá, esperando Kyungsoo surgir. O tatuador, de fato, apareceu poucos minutos depois, sentando-se do lado de Chanyeol. Kuro pulou para o colinho de seu dono, coisa que fez Kyungsoo sorrir minimamente.
Ficaram em silêncio. Em algum momento, Kuro desistiu de Kyungsoo e pulou fora, se metendo entre o curto espaço de um garoto para o outro. Chanyeol pensou em falar alguma coisa para quebrar aquela quietude toda, mas... será que devia? Sei lá, parece que algo dentro de si lhe sussurrava “fica calado, Chanyeol, por favor, não estraga tudo”. Estragar o quê?
Virou o rosto para ver se Kyungsoo lhe daria alguma dica da resposta, e boy, oh boy, o jeitinho que o tatuador lhe olhava naquele momento fez as perguntas se misturarem às respostas numa bagunça total de sentimentos e palavras. Os olhos de Kyungsoo eram pesados, pesadíssimos, e escondiam muito sentimento; suas orbes percorriam o rosto inteiro de Chanyeol, como se o admirasse, como se o adorasse, como se o achasse mais que “bonitinho”, e Chanyeol sentiu medo.
Medo de quê?
Kyungsoo não lhe trouxe respostas à essa pergunta; ao invés disto, trouxe a palma até o rosto de Chanyeol, fazendo um carinho ali com o polegar. Escorregou os dedinhos calejados de tatuador até o pescoço do outro, dando aquela puxada que Chanyeol conhecia e desconhecia ao mesmo tempo – a puxada do beijo, lembrou-se. As bocas se tocaram brevemente, num contato simplesinho, inundado de emoções. Ao se separarem, Kyungsoo viu que Chanyeol estava estático e arregalado, e pulou para trás, levantando as mãos.
– Desculpa, eu entendi errado? – perguntou, preocupado.
Chanyeol cerrou os olhos, mordendo os lábios. Riu. Negou com a cabeça.
– Eu só... – murmurou. Pegou na mão de Kyungsoo, pondo-a sobre seu coração doído de tanto acelerar. O tatuador abriu um sorriso largo. – É que eu quero fazer isso desde a primeira vez que te vi.
– Idem – respondeu. Deslizou a mão pelo peito de Chanyeol, chegando ao pescoço dele mais uma vez.
Beijaram-se de novo, desta vez com ambas as partes contribuindo para o contato. Kyungsoo subiu os dedos pela nuca do outro, pegando nos cabelos dele para guiar o beijo, e Chanyeol não reclamou nem um pouco. Chanyeol apoiou uma mão no rosto do tatuador, a outra indo para o quadril dele, descendo até a coxa; Kyungsoo grunhiu e meteu a língua na boca de Chanyeol, e daí em diante os dois se alvoroçaram, chegando perto um do outro, apertando coxas, pegando nos cabelos, gemendo, grunhindo, mordendo o lábio alheio... até um miadinho nada contente interromper.
Chanyeol pulou de susto e Kyungsoo se jogou para trás, piscando lentamente antes de assimilar as coisas. O mais novo pegou Kuro no colo e fez carinho nela, como se lhe pedisse desculpas por ter quase a esmagado.
– Acho melhor a gente ir com calma – Kyungsoo falou. – Pelo menos na frente da Kuro.
Chanyeol soltou uma risadinha, coçando a nuca. Sua boca formigava de vontade de voltar a beijar o tatuador.
– Como foi sua semana? – Kyungsoo perguntou, fitando Chanyeol.
Puseram-se a conversar. Foi um tanto estranho no começo, conversar como só-amigos sendo que tinham acabado de trocar um beijo de muito-mais-que-amigos, mas os dois meninos superaram. Em algum momento, Kyungsoo olhou no celular e viu que já passava da meia-noite.
– Te mando mensagem amanhã pra gente fazer alguma coisa. – disse ao seguir Chanyeol até a porta principal do estúdio.
– Tá. – Sorriu, hesitando em abrir a porta.
O coraçãozinho de Chanyeol já estava se partindo, pensando que não ia ganhar nem o típico beijinho na bochecha, quando ouviu Kyungsoo rir baixinho e puxar o punho do mais alto, virando-o de frente para si e o prensando na porta. Kyungsoo sorriu de canto antes de apertar a cintura de Chanyeol, ficando na ponta dos pés para atacar os lábios dele, já chegando com língua e tudo. Chanyeol deixou um gemidinho escapar, o corpo todo se esquentando com o beijo afoito e com a mão do tatuador que sorrateiramente descia e descia. Kyungsoo grudou os lábios no pescoço do mais velho, recuperando o ar, a destra encontrando a bunda de Chanyeol num apertão malicioso. As bocas se encaixaram de novo e um joelho roçou entre as pernas do mais alto numa provocação maldita, fazendo Chanyeol gemer no meio do beijo e Kyungsoo sorrir de canto.
Kuro correu enroscar o rabo na perna de Kyungsoo, como se quisesse lembrar seu dono que ela ainda estava ali. Os dois meninos se separaram ofegantes, dando vários selinhos enquanto recuperavam o ar, não querendo se distanciar tão cedo.
– Não na frente da Kuro – Kyungsoo murmurou, dando uma risadinha. Chanyeol sentiu três partes específicas do corpo pulsarem; tão sexy, tão bonito, tão destruidor de corações, tão lindo, ay papi! – Vai. Dirige com cuidado. – Abriu a porta, jogando Chanyeol para fora, acenando e dando aquele famoso sorriso tenebroso.
Chanyeol não soube direto por que estava todo tremido. Estava confuso, sim, mas era uma confusão gostosa que ele não necessariamente queria solucionar. Virou o rosto para trás, sorrindo largo quando viu que Kyungsoo também o observava e também sorria.
*
Papai andava trabalhando demais – alguém tem que fazer dinheiro, blá blá blá, não vai ser a Kuro, mi mi mi; cala a boca, Kyungsoo.
Não era como se Chanyeol estivesse reclamando das madrugadas de sexta-feira no estúdio, ou dos encontrinhos sábado à tarde, ou das mensagens entre uma e outra tatuagem; não, Chanyeol adorava tudo isso! É só que... ele e o tatuador já estavam dando uns beijinhos por quase um mês, e, bom... eram adultos, maduros, bem resolvidos, não precisavam fazer aqueles joguinhos adolescentes de fingir que não tinham interesse e essas coisas. Tinham interesse sim, e isto era muito claro.
Também não era como se Chanyeol não tivesse tentado. Quer dizer, ainda sentia um puta medo desgraçado do tatuador, porque Kyungsoo era muito intimidador e irritadiço e sádico, mas Chanyeol gostava dele e queria pelo menos dar uns pegas sem que a Kuro visse. Chanyeol já tinha tentado chamar Kyungsoo para dar um pulinho em sua casa, já tinha engolido um picolé inteiro de uma vez só – para mostrar sua habilidade, sabe –, já tinha trazido as duas mãos do tatuador até suas nádegas e murmurado um “pega com força” no meio da beijação, já tinha até sentado no colo dele e dado uma reboladinha! E Kyungsoo, por mais duro que ficasse entre as pernas, ficava duro de cansaço também, dizendo “Yeolie, depois...”, só que o depois nunca vinha.
E, apesar de querer muito, Chanyeol não tinha coragem de sugerir uma foda de longas horas quando Kyungsoo finalmente tirava uma folga; sabia que o tatuador precisava descansar, ficar bem relaxado e paradinho, só dormindo agarrado em Kuro e comendo besteira na frente do computador. E, bom... Chanyeol se preocupava com Kyungsoo. Era triste vê-lo cambaleando de sono pelo estúdio quando se encontravam à noite, era triste encarar as olheiras fundas e roxas sob os olhos dele, era triste ouvi-lo reclamar de canseira.
Aquele dia, porém, era diferente. Era um sábado, fim de tarde, e Kyungsoo havia tirado a semana inteira para descansar, só voltando ao estúdio no sábado para limpar tudo e organizar as coisas para voltar ao trabalho na semana seguinte. Chanyeol o acompanhou de bom grado.
Chanyeol estava sentado no balcão da sala de espera, balançando as pernas grandes no ar, observando Kyungsoo arrumar os quadros acima do sofá – o grandão havia oferecido ajuda, mas o tatuador dissera que não, tudo bem, já estava acabando. Chanyeol olhou as horas em seu celular e acabou dando uma risadinha que chamou a atenção de Kyungsoo.
– Que foi?
– Hoje eu vim num horário diferente do que sempre venho – falou com um sorriso bobo. – Tô aqui pensando se hoje eu não vim no... “horário da putaria no estúdio”.
Nada sutil, sim, Chanyeol sabe, mas ele jura que, dessa vez, foi majoritariamente na inocência.
O que não foi inocente foi o sorriso que Kyungsoo lhe direcionou, virando o corpo e encarando Chanyeol daquele jeito intenso que fazia parecer que o mais velho tinha um e trinta de altura. Kyungsoo se aproximou e se meteu entre as pernas de Chanyeol, as mãozinhas trilhando as coxas dele.
– Cê queria ter vindo no “horário da putaria”? – perguntou num tom baixo e arrepiante, olhando para Chanyeol como se fosse devorá-lo.
– D-depende... – murmurou, não conseguindo tirar os olhos dos olhos de Kyungsoo.
– Depende? – Abriu um sorrisinho. – Do quê?
– Se você ia estar sozinho aqui... – Enroscou os braços ao redor do pescoço de Kyungsoo. – Se você ia estar disponível... se você ia estar bem... se não ia ter nenhuma Kuro pra miar, literalmente, nosso beijo...
Kyungsoo deu uma risadinha, chegando mais perto, roçando o nariz no nariz de Chanyeol.
– Olha só, você veio justo quando eu tô totalmente sozinho, bem, e cem por cento disponível. Que coincidência, hm?
– Aham...
Beijaram-se ansiosos, as mãos navegando por baixo das roupas, pernas se entrelaçando, pescoços se curvando, gemidos sendo soltos, dedinhos dançando pra lá e pra cá. Deram uma fodida gostosa no sofá, que com certeza deixou os dois felizinhos e prontinhos para enfrentarem mais uma longa semana de trabalho.
Ao sair, meio cambaleante por seus atos prévios, Chanyeol foi – quem diria! – gentilmente prensado contra a porta, os lábios sendo roubados num beijo lento e íntimo.
– Dirige com cuidado – Kyungsoo sussurrou, e ele sorria tão bonito que Chanyeol viu o mundo parar ao seu redor para admirar o tatuador. Chanyeol não queria ir embora. Chanyeol não queria ir para seu apartamentinho. Chanyeol não queria ficar sozinho. Chanyeol não queria sair de perto de Kyungsoo.
Chanyeol suspirou e mordeu os lábios, jogando o peso do corpo de um lado para o outro. Ia parecer muito desesperado... né? Muito apegado, muito carente, muito bobão, muito apaixonadinho, muito... crianção. Era isso que ele estava sendo, um crianção. Adultos. Sem joguinhos. Lembra?
– É... cê quer jantar comigo? – perguntou.
Chanyeol achou que jamais veria Kyungsoo sorrir de jeito mais bonito, mas, quando o tatuador alargou o sorriso, Chanyeol sentiu o coração revirar de ponta-cabeça.
– Eu adoraria.
Comeram.
Depois se comeram.
Goals.
*
Não era como se Chanyeol estivesse com medo. Era só um pedido... né? É. Não tinha por que ficar preocupado. Só um pedido. Unzinho só. Só uma dose de palavras que mudaria sua vida para sempre. Só isso.
Abriu a porta do estúdio, pegou Kuro no colo e foi tropeçando até a salinha de tatuagem. Deu um sorrisinho para Kyungsoo, que interrompeu a tatuagem que fazia para abaixar a máscara e dar um selinho na boca de Chanyeol.
– Seu namorado? – A cliente de Kyungsoo quis saber, sorrindo doce. Kyungsoo sorriu também.
– Aham.
Chanyeol quase deixou Kuro cair.
Seu namorado?
Aham.
Caramba. Cacete. Namorado. Namorado! Era um homem namorado agora!
Bom, pelo menos ele não teve que fazer o tal pedido. Risada nervosa.
Encolheu-se no sofá. Jesus, o sofá. Ficou vermelho. Acariciou perdidamente os pelos de Kuro. Sorriu amarelo quando a cliente saiu e lhe lançou um sinal de positivo com o polegar. Sentiu um medo gigante se apossar de si ao fitar Kyungsoo apoiado no batente da porta.
Medo de quê?
Chanyeol era um medroso, mesmo. Tivera medo de fazer a tatuagem, tivera medo de machucar e/ou ser machucado por Kuro, tivera medo de ser deixado de lado por Sehun e Jongin, tivera medo de pagar mico na frente de Kyungsoo e o afastar de si, tivera medo de beijar ele, tivera medo de transar com ele, tivera medo de pedir para namorar com ele, tivera medo de ser rejeitado, tivera medo de sair ferido, tivera medo de ter o coração partido...
– Yeolie... desculpa por dizer que você é meu namorado – Kyungsoo murmurou. E Chanyeol arregalou os olhos. Kyungsoo, também, tinha medo.
Me-do-de-quê?
– Tipo, já era pra eu ter te pedido em namoro, mas... – Kyungsoo continuou falando, passando a mão pelos cabelos nervosamente. – Desculpa. Se não quiser mais nada, eu vou entender.
M e d o d e q u ê ?
– T-tudo bem. Tá tudo bem, Soo. – Chanyeol sorriu largamente. – Eu quero. Quero ser seu namorado. Eu gosto muito de ti. Eu quero isso.
Kyungsoo arregalou os olhos e abriu um sorriso do tamanho do universo. Correu para beijar Chanyeol desesperadamente, despontando adoração e felicidade, como se fossem adolescentes virgens descobrindo o primeiro amor.
Medo de quê, mesmo?
*
– Sempre soube que cês não eram só amigos – Sehun disse, mostrando a língua. – Ai, ai, Soo!
– Fica quietinho, fica, moleque – O tatuador murmurou, apertando a orelha de Sehun antes de voltar a tatuar o quadril dele.
– Que culpa eu tenho se eu sempre sei de tudo? Eu falava todo dia pro Jongin “não sei por que o Soo e o Chan não admitem logo que tão se pegando”.
– Em minha defesa, eu nunca me meti nessa história – Jongin falou por trás de um livro.
Os outros três deram risadinhas. Sehun esmagou os dedos de Chanyeol, fechando os olhos com força quando sentiu as agulhadas maldosas lhe perfurando a pele.
Chanyeol subiu os olhos por Kyungsoo – seu namorado, lembrou –, admirando-o de coração acelerado e sorriso bobo brincando nos lábios. Observou a pele toda colorida de tatuagens, as sobrancelhas grossas franzidas em concentração, as roupas pretas e bagunçadas escondendo o corpo bonito e cheio de segredos que Chanyeol gostava de desvendar.
Chanyeol se perdeu no famoso sorrisinho sádico e amedrontador e nos olhos intensos de Kyungsoo. Sentiu uma pontinha de medo do futuro se acender dentro de si, mas, quando o sorriso tenebroso do outro virou um sorriso apaixonado, Chanyeol soube que não precisava ter medo de nada.
FIM
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Notas finais: -
Descrição do plot: Kyungsoo é um tatuador, meio assustador, e Chanyeol é um medroso prestes á fazer a primeira tatuagem.
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Minhas tatuagens (suas histórias e significados)
Dizem que é normal se arrepender de uma ou outra tatuagem quando temos muitas, né? Eu tenho seis e posso dizer com convicção que não me arrependi de nenhuma, muito pelo contrário, amo cada uma delas!
Resolvi fazer esse post apresentando-as para vocês e contando um pouquinho da história de cada uma.
Freedom - essa nem precisa de muita explicação, né? Foi a primeira tattoo que eu fiz e sonhei com ela uns cinco anos antes de gravar na pele. Adorei o fato de ser uma parte em cada braço (eu considero como uma tatuagem só, mas tem gente que vê e conta como duas).
Expecto patronum - Amo Harry Potter, e esse é meu feitiço favorito. Gosto do fato dele ser único pra cada pessoa, de ser necessário estar pensando em uma lembrança feliz para funcionar (essa tatuagem me faz lembrar de coisas felizes!) e é um feitiço de proteção, então achei legal tê-lo gravado na minha pele. Gosto também do local em que eu tatuei porque parece que estou lançando o feitiço, haha. Fiz ela no mesmo dia da anterior.
Constelação de Sagitário - Eu queria algo relacionado ao meu signo e que também fizesse uma alusão ao anime/mangá Cavaleiros do Zodíaco, que eu amo! O mais legal é que eu mesma fiz esse desenho, ele foi baseado numa imagem que peguei da Nasa.
Coordenadas - essas são as coordenadas geográficas da minha cidade. Se eu me perder, sabem pra onde devolver. Fiz no mesmo dia que a constelação.
May the odds be ever in your favor - Essa é uma frase de Jogos Vorazes (que eu amo!) Gosto muito do significado literal e amei o resultado dela nas minhas costelas, mas preciso dizer, doeu muito!!! As anteriores não tinham doído nadinha, mas essa foi terrível. Essa foi a última tatuagem que fiz na minha segunda sessão.
Rendinha indiana - Essa eu fiz inspirada em uma tatuagem da Gabriela Pugliesi. Amo ela, acho super charmosa e ela é muito especial para mim porque minha mãe tem uma igual no braço.
Amo minhas tatuagens, cada uma delas é cheia de significado para mim, como vocês puderam ver. Mas já estou louca para fazer mais. Tenho vontade de fazer alguma colorida, mas não sei se faz o meu estilo ainda, gosto dessas pretinhas delicadas.
Espero que tenham gostado do post! Você também tem tatuagem? Sonha em fazer alguma?
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JULIA
J. WHAT I WANT TO BE WHEN I GET OLDER.
Por qual motivo temos que começar com uma pergunta difícil? Bem, atualmente eu me vejo como politico, ou algo no ramo jurídico. Não tem um nível correto, eu vou tentar ir o mais longe que eu puder, mas isso tudo reflete um sonho meu: Mudar o mundo! Isso é tão bobo, eu sei. Mas se não tentarmos mudar o mundo para melhor ele só ira piorar.
U. WHERE I WANT TO BE RIGHT NOW.
Gimme love, gimme dreams, gimme a good self-stream... Sei lá, eu tô tão treso nessa bolha de sonhar e me sentir mal que não estou correndo atrás dos meus sonhos, queria ser alguém mais focado em ter que sobreviver aos pequenos pesadelos que os grandes sonhos trazem. Olha que frase da porra.
L. ONE OF MY INSECURITIES.
FUTURO. FUTURO. FUTURO. FUTURO. FUTURO. FUTURO.FUTURO. FUTURO. FUTURO.FUTURO. FUTURO. FUTURO. Eu já disse que tenho medo do futuro e de como ele é incerto?
I. HAVE ANY TATTOOS OR PIERCINGS?
Não, eu até tentei comprar um piercing indiano, mas não achei... Triste.
A. WHY MY LAST RELATIONSHIP ENDED.
Pois o nosso relacionamento era muito tóxico e, terminávamos e voltávamos tanto, que a relação degastou, até que um dia... Puff! Eramos dois estranhos que não se falam desde 2015.
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