#literatura feminista
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euamooblog · 2 years ago
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HOJE EM DIA
Sei que para cada homem mediano há, no mínimo, sete mulheres de respeito. Dizem que o homem moderno gosta das mulheres trabalhadoras. Sinto que, dentre as trabalhadoras, elege a mais trabalhadeira para o sacramento do amor sem fim, a fim de que ela trate de não se ocupar do amor e assim não lhe dê trabalho.
Sei que o homem mediano - e moderno - gosta das mulheres que andam vestidas de dignidade. Tão moderno, afina-se às que se esforçam, na labuta dos dias, em causas nobres. Ofícios que fortalecem os músculos do mundo, tais como medicina, advocacia, engenharia, política. Tão mediano, mediante suposto encantamento, flertam vez ou outra com as artistas. Contanto que a arte não as revele escandalosamente artistas. Contanto que não sejam dadas à poesia. Contanto que seus olhares não estourem em rubro sangue, novo ou velho. E que a Beleza dos seus métodos caiba com folga em um hall de hotel, ou em uma sala de esperas de um consultório de psicologia. Um amigo me disse a verdade: artista é quem faz dinheiro. Acho que o homem moderno - e mediano - deve adorar temas florais, paisagens, natureza morta. Talvez não se dê conta de que toda mulher, mesmo as de respeito, é uma florzinha murcha, desde a nascença, compondo a trama de uma paisagem inválida. E eis a sua natureza (viva).
O homem mediano, para ser moderno, precisa gostar das mulheres que vivem rodeadas de amizades frívolas, rejeitando constantemente o grito coeso de suas próprias percepções, sacrificando a bruta harmonia do caos interior em nome da colação de grau, do ménage à trois, do carnaval fora de época, da confraternização da empresa. Não sentindo não sentindo não sentindo - aquilo que não tem nome e que a umas e outras é dado de presente em segredo, presente de grego, e que a estas só lhes resta aceitar.
O homem moderno, para ser mediano, precisa gostar das mulheres que diluem suas dores no álcool, mas não o bastante ao ponto de fazê-las sentar-se à mesa do bar sem delicadeza trajando minissaias. É preciso que elas tenham o corpo tão liso e a mente tão sã, e que não fumem cigarro porque o cheiro do cigarro é horrível, e além de tudo o cigarro mata - assim como a vida mata, mas disto ele se esforça em não lembrar. O homem gosta, dizem, das mulheres que fazem a própria comida, feito sua avó. E que nunca se esquecem de alimentar os gatos, feito sua bá. E que ao dormirem não adivinham eventos que se sucederam às escuras, feito sua bisa. E que acordam tão repugnantes e belas quanto sua mãe. E que amamentam por longuíssimos anos o seu filho, seu filho homem, mas cuidam em não deixar cair o seio sobre seu sonho de verão. E que lhe disponham dos corpos em ruína para que ele não se sinta oprimido, mas que saibam gozar com ele para que não se sinta opressor.
O homem mediano gosta das mulheres que soam adequadas para um jantar em família, tal como o piano no canto do salão do estaurante: nem tão tímido ao ponto de se fazer ausente, nem tão obsceno ao ponto de comprometer a hora sagrada. Gosta das mulheres que pensam feito flauta doce. E, no quarto, das que dissolvem a boa conduta em líquidos límpidos, urgentes, agudos, tal como uma guitarrinha (há alguma obsessão masculina por instrumentos musicais; rapazes nunca se demitem da alegria juvenil da bandinha de garagem; dentro de cada homem mediano há um jovem astro sempre a despontar).
O homem moderno parece gostar das mulheres que não minguam. Que dormem tarde, companheiras de astúcia, e que se levantam às seis para fazer ginástica, antes de partirem, beijando-lhe os olhos, rumo às atividades cotidianas, quase atrasadas (o quase é o grande charme das moças inteligentes, pois viver tão verdadeiramente faz com que assumamos ares de megera, ou de fracasso, ou de tormento). Os homens modernos gostam das que saem de casa com os cabelos molhados, deixando pelo corredor o rastro perfumado de um shampoo invulgar; e que à noite voltam inteiras para os braços do marido meio-mole-meio-rijo; e que no cerne da madrugada, por motivos tantos, choram baixinho defronte ao espelho do banheiro para não acordá-lo.
Sei que o homem mediano moderno gosta das mulheres declaradamente trabalhadoras. E ai daquelas que travam certa batalha invisível, para aplacar outra espécie de fome, cujo afã consiste em golpear na própria barriga, diariamente, o monstro triste do trauma, encarando-se sem máscara: violadas, ultrajadas, rejeitadas, assombradas, derramadas no chão umbralino de uma infância - que tanto perdura, meu Deus.
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sergchesan · 1 year ago
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El 29 de septiembre a las 19:00 estaré en la librería Espai Llavors de L'Hospitalet de Llobregat moderando esta charla entre Layla Martínez y Sarai Herrera, autoras de los libros «Carcoma» y «La genealogía del ciervo», respectivamente, y también de dos de los relatos que aparecen en esta antología que publicamos en Horror Vacui. Yo hablaré poquito, que las protagonistas son ellas. Venid a vernos.
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paseodementiras · 2 years ago
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La única
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La mañana en que descubrió el misterio era lunes.
-Guadalupe Marín
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date-prisa-estamos-leyendo · 9 months ago
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Por todas las que allanaron el camino.
Ilustradora: Cristina Fuertes.
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lastberserker · 2 years ago
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Síndrome de la Impostora I
El síndrome de la impostora en escritoras. Y su estrecha relación con el machismo.
Al momento de dar inicio con este proyecto de escritura me planteé la importancia realizar artículos para que tú, como escritora, cuentes con las herramientas necesarias para concretar tus escritos y publicarlos; sin embargo, conforme a mi experiencia, sé que este tema no depende solo de aspectos técnicos y metodológicos, sino en abarcar toda una serie de fenómenos que, como mujeres, nos afectan…
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keliv1 · 2 years ago
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Ms uma vez, "Sou mais que um corpo", poema que escrevi e apareceu em vários espaços literários, ocupa agora o blog Poesia na Alma, como parte do Projeto Leitura Feminista.
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Libro “La dialéctica del sexo-Shulamith Firestone”
Basándome en la información proporcionada, aquí están los detalles solicitados sobre el libro “La dialéctica del sexo” de Shulamith Firestone: Título original: The Dialectic of Sex: The Case for Feminist Revolution[1] Título en español: La dialéctica del sexo: en defensa de la revolución feminista[1] Calificación de edad: +16 (Recomendada para mayores de 16 años) Autor: Shulamith…
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irenebebop · 1 month ago
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tjeromebaker · 5 months ago
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Reflexiones feministas sobre los cuidados | El Poder Invisible del Cuidado: Reflexiones Feministas para un Futuro Justo
El envejecimiento de la población mundial, las políticas neoliberales, y más recientemente eventos como la pandemia producto del COVID 19, han contribuido a visibilizar lo frágil y vulnerable que es la vida y, la cantidad de cuidados que se requieren...
Reflexiones feministas sobre los cuidados El envejecimiento de la población mundial, las políticas neoliberales, y más recientemente eventos como la pandemia producto del COVID 19, han contribuido a visibilizar lo frágil y vulnerable que es la vida y, la cantidad de cuidados que se requieren para sostenerla. En este libro dialogan variadas reflexiones sobre los cuidados desde distintas…
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eufoniasdelarteemm · 6 months ago
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Filosofía 📚
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carolinareyestorres · 7 months ago
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Mi reseña de "Indócil" obra poética reunida de Eugenia Brito publicada por Ediciones Libros del Cardo :)
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euamooblog · 2 years ago
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ninfamusa · 1 year ago
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Escena de la película de Pedro Almodóvar, La flor de mi secreto (1995), en que la actriz Marisa Paredes enumera sus escritoras favoritas a un atónito Juan Echanove.
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notasfilosoficas · 7 months ago
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“Un yo que sigue cambiando, es un yo que continúa viviendo”
Virginia Woolf
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Adeline Virginia Woolf fue una escritora británica, autora de novelas cuentos, obras teatrales y demás obras literarias, nacida en Londres en enero de 1882, considerada una de las más destacadas figuras del vanguardista modernismo anglosajón del siglo XX y del feminismo internacional.
Primeros años
Su padre era novelista, historiador, ensayista y biógrafo y su madre nació en la India y trabajó de modelo para pintores prerrafaelistas. Ambos habían tenido nupcias previas con hijos de sus anteriores matrimonios.
Virginia recibió clases particulares y de sus propios padres, y a diferencia de sus otros hermanos, con la inmensa biblioteca de los padres aprendieron los clásicos y la literatura inglesa.
Uno de los recuerdos más vívidos de su infancia no fue en la casa de Londres sino en la de St Ives de Cornualles en donde la familia pasaba sus vacaciones, las impresiones de esos viajes y la del faro de Godrevy sirvieron de inspiración para la creación del relato “Al faro”.
Cuando Virginia tenía 13 años, muere su madre repentinamente lo cual fue la causa de sus primeras depresiones, y la muerte de su padre en 1904 aumentaron sus problemas emocionales. Sus crisis nerviosas y periodos recurrentes de depresión según sugieren algunos eruditos fueron incluidos por abusos sexuales que ella y su hermana Vanessa sufrieron a manos de sus medios hermanos. 
Estas situaciones hicieron de Virginia al parecer sufriera de lo que hoy se le conoce como trastorno bipolar.
Círculo Bloomsbury
Después de la muerte de su padre, sus hermanos vendieron la casa familiar para mudarse al número 46 de Gordon Square en Bloomsbury, en donde su hermano mayor la convirtió en el centro de reunión de antiguos compañeros universitarios e intelectuales de la talla de E.M. Forster, el economista J.M. Keynes, y los filósofos Bertrand Russell y Ludwig Wittgenstein. Esta formación sería conocida como “el círculo de los Bloomsbury”.
En 1912 a la edad de 30 años se casó con el escritor Leonard Woolf miembro también del círculo Bloomsbury.
Dentro de la ética del círculo Bloomsbury figuraba la no exclusividad sexual, por lo que durante la mayor parte de los años 20, Virginia sostuvo una relación con la escritora Vita Sackville-West.
Woolf comenzó a escribir profesionalmente en 1905, y su primera novela “Fin de viaje” en 1915 vió la luz apoyada por la editorial de su medio hermano.
Tras la publicación de “La señora Dalloway” y “Al faro”, los críticos comenzaron a elogiar su originalidad literaria, cuya maestría técnica y el afán experimental de la autora, introducida además en la prosa novelística un estilo y unas imágenes propias de la poesía.
Su legado
Wolf experimentó con especial interés con el tiempo narrativo, tanto en su aspecto individual como en el flujo de variaciones en la conciencia del personaje.
En Las Olas (1931), presenta un flujo de conciencia de seis personajes distintos, es decir, la corriente preconsciente de ideas tal como aparece en la mente, a diferencia del lógico y bien trabajado monólogo tradicional con lo que crea un ambiente de poema en prosa.
Wolf publicó novelas y ensayos con éxito tanto de crítica como de público, y fue catalogada como una de las grandes novelistas del siglo XX y aunque su reputación declinó después de la Segunda Guerra Mundial, recuperó su auge con la crítica feminista de los años 70.
Últimos días
Después de terminar el manuscrito de su última novela “Entre Actos”, Wolf cayó en una profunda depresión. Su trastorno bipolar, el estallido de la Segunda Guerra Mundial y la destrucción de su casa durante los bombardeos, empeoraron su condición hasta que se vió incapaz de trabajar.
El 28 de marzo de 1941, Woolf se suicidó, llenó su abrigo con piedras en los bolsillos y se lanzó al río Ouse, cerca de su hogar donde se ahogó. 
Woolf escribió una nota llena de amor hacia su esposo, describiendo lo difícil de su condición y su incapacidad para seguir luchando, le agradece todo lo que había hecho por ella.
Sus restos fueron incinerados y enterrados por su esposo bajo un árbol en Rodmell Sussex.
Fuente: Wikipedia.
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imninahchan · 9 months ago
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𓂃 ഒ ָ࣪ eu assiti “pobres criaturas”
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confesso que tava morrendo de medo de ver esse filme porque tudo que eu descobria sobre ele me dava a sensação de que é só mais um roteiro com uma protagonista feminina do estilo born sexy yesterday, e olha eu não tava errada, não. Isso é, sim, mais um born sexy yesterday disfarçado de cult.
o que foi todas essas cenas de sexo e nudez?! A gente é apresentado a essa personagem com corpo de mulher adulta mas com comportamento de criança e descobre que ela tem, literalmente, cérebro de um bebê e tudo que vai acontecendo ao longo do filme é uma sequência de pornografia?!! Eu juro que eu como audiência não me importo com nudez e cenas de sexo, porque como escrevo literatura erótica eu tenho o senso de enxergar a sexualidade como algo além da moral cristã que perpetua na nossa sociedade, mas esse filme não tem senso nenhum nesse quesito, não existe nada de feminista nele e, pra mim, foi um deserviço total.
o enredo te faz querer engolir a narrativa de uma mulher em desbravamento do mundo, buscando sua liberdade e independência, mas esse é justamente o pecado. A bella baxter não é uma mulher, a victoria era uma mulher. A bella é uma criança. Durante o filme todo (repito, o filme todo) ela anda como uma criança, o figurino dela e o penteado te passa isso, ela fala como uma criança (ela até aprende palavras rebuscadas mas continua com a mesma entonação e construção de raciocínio que uma criança faz na fase de curiosidade sobre o mundo). E gente, cadê o desbravamento do mundo que queriam vender??? Eu só vi duas cenas dela tendo algum choque com o mundo real (andando por portugal e a ilha dos bebês mortos), além disso tudo que ela faz e fala faz ela parecer uma ninfomaníaca.
ah mas estavam querendo chocar a audiência e CHOCAR É O MEU CU! se o God ou os outros caras que ela conhece (e a abusam de diversas formas, diga-sede passagem) tivessem sofrido mais eu até consideraria catártico, mas o único que ganha algum karma é o marido dela, enquanto os outros ficam por isso mesmo. O God ficando doente e toda aquela música triste tocando no final foi o auge da babaquice.
gente não dá. Não me desceu. Não consigo. O elenco é incrível, belas atuações, belíssimas escolhas de fotografia, cenário, direção, guarda-roupa e trilha sonora, mas o enredo disso aqui teria sido mil vezes melhor se as cenas de sexo não existissem. Eu queria ver ela conhecendo mais do mundo, desenvolvendo caráter (desenvolvimentoo cérebro de bebê), mas eu tive a impressão até o final que ela nunca mudava, era sempre a mesma bella do começo do filme. E honestamente meu estômago até revirava toda vez q a emma stone aparecia sem roupa (sentimento similar ao que eu senti tentando ver the idol antes se largar no primeiro ep)
Se isso foi inspirado em Frankenstein, eu se fosse a mary shelly me sentiria ofendida. Não acho que ela faria a criatura dela virar uma prostituta na França.
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keliv1 · 1 year ago
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Revista Independente Minha Voz Cultural - RJ - 3ª edição
No Dia do Amor, uma dica de leitura é essa revista online gratuita que não conhecia e tenho a alegria em participar.
Com a curadoria da Catharina Zanetti, a temática dessa edição é “Não me calo”, e trata de temas como feminismo e poesia.
Estou na p. 22 com “Sons d’Alma”, mais um poema rejeitado em um monte de concursos, mas que não se calou e encontrou seu lugar.
Faça o download e confira
Ame(se) pois amar é revolucionário!
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