#literatura austríaca
Explore tagged Tumblr posts
amor-barato · 15 days ago
Text
Amar também é bom: pois o amor é difícil. Ter amor, de uma pessoa por outra, talvez seja a coisa mais difícil que nos foi dada, a mais extrema, a derradeira prova e provação, o trabalho para o qual qualquer outro trabalho é apenas uma preparação. Por isso as pessoas jovens, iniciantes em tudo, ainda não podem amar: precisam aprender o amor. Com todo o seu ser, com todas as forças reunidas em seu coração solitário, receoso e acelerado, os jovens precisam aprender a amar. Mas o tempo de aprendizado é sempre um longo período de exclusão, de modo que o amor é por muito tempo, ao longo da vida, solidão, isolamento intenso e profundo para quem ama. A princípio o amor não é nada do que se chama ser absorvido, entregar-se e se unir com uma outra pessoa. (Pois o que seria uma união do que não é esclarecido, do inacabado, do desordenado?) O amor constitui uma oportunidade sublime para o indivíduo amadurecer, tornar-se algo, tornar-se um mundo, tornar-se um mundo para si mesmo por causa de uma outra pessoa.
Rainer Maria Rilke, in: Cartas a um jovem poeta
4 notes · View notes
labibliotecadescorzo · 2 years ago
Photo
Tumblr media
Momentos estelares de la humanidad, de Stefan Zweig (1927)
1 note · View note
loveliesttimes · 11 months ago
Text
Tumblr media Tumblr media Tumblr media
ei, aquela ali é eva de dominici? não, é só carmilla karnstein, uma personagem canon de carmilla. ouvi dizer que ela tem vinte e oito/trezentos e quarenta anos, mora em aspen cove há três anos e é uma herdeira. ela tem suas memórias, o que pode justificar o fato dela ser um pouco charmosa e manipuladora sempre que a vejo andando pela cidade.
Tumblr media
assim como os outros vampiros, carmilla possui lembranças de sua vida passada e do que ela é. no início, ela tentou descobrir o motivo para estar em aspen cove, estudando o lugar, mas eventualmente cansou-se e se conformou à sua estadia na cidade. tinha tudo o que precisava, no fim das contas, e não era como se a sua condição fosse ser diferente em outro lugar.
na cidade, é conhecida como a herdeira karnstein, mas ninguém sabe dizer exatamente de onde vem toda a sua fortuna. o que se tem de informação é que os karnstein são descendentes de uma família da nobreza austríaca e todos os seus negócios estão centrados na própria áustria. carmilla, por estar "doente há alguns anos", isolou-se em aspen cove para viver uma vida tranquila.
a alimentação de carmilla é voltada exclusivamente para o sangue de mulheres, sendo algumas das quais com quem ela se relaciona, manipulando-as até o momento de se alimentar delas.
é vista, principalmente, às noites. diz-se que o sol piora a sua doença. mas, às vezes, carmilla pode ser encontrada durante o dia com um largo chapéu e um livro nas mãos.
mais recentemente, carmilla vem planejando a inauguração de um museu voltado à peças de indumentária, literatura e arte históricas e é nesse projeto que ela tem gastado o seu tempo.
o apreço e o interesse que possui pela arte abrange todas as suas formas, desde a escrita e a pintura, até a moda. costuma usar muitas joias e roupas sob medida, peças que esbanjam luxo.
não se pode confiar em carmilla, uma vez que ela é bastante traiçoeira e fingida. ela sempre vai dar um jeito de conseguir o que quer e deixar o que não a convém para trás.
5 notes · View notes
thewolfcatcher · 2 years ago
Text
youtube
Eu não gosto muito do Pondé não,
mas às vezes eu tenho vontade de ouvir coisas óbvias e sensatas. Às vezes ele diz coisas sensatas, como os da escola austríaca do Mises, para depois falar um monte de coisas óbvias ou absurdas ou burras.
Eu sinto falta de pensadores cristãos no Brasil. Acho que não tem. Todos concordam comigo que os pensadores evangélicos brasileiros têm tendência ao anti- intelectualismo. É muito triste constatar que meus irmãos de fé, inclusive da CCB, têm dificuldade de exercer o pensamento crítico e são por isso manipulados por fake news bolsonaristas com facilidade.
É um sofrimento ser evangélica de esquerda. Me fazem sentir herege só por ter outra visão de mundo. Cansei de ser excluída da comunidade por ser comunista. Nem me entendem nem me dão oportunidade de me explicar. São tão raivosos quanto os que invadiram Brasília.
Me refugio na sabedoria da CCB que diz: não discuto política. Para não dar briga.
Eu acho o Silas Malafaia um grande desastre. Por um tempo o segui, até entender que ele provavelmente exercita desonestidade intelectual ou double thinking de gente que não assume ser maçom e acredita na maçonaria. Não sei como tem pastor maçon no Brasil e no mundo. Para ser maçom você precisa adorar a marca da Besta, e se prostrar ante a estátua de Nabucodonosor.
Não dá para entender pastor maçom. Felizmente na CCB não tem pastor, e é proibido ser maçom ou participar de sociedades secretas (isso está no estatuto oficial da CCB).
Mas eu sinto falta dos pensadores cristãos. Seriam os pastores da assembleia de Deus, se eles não fossem maçons hereges ou pastores.
Como membro da CCB , que também tem forte característica anti-intelectual, não posso ler literatura evangélica nem me dar a filosofias. Mas eu sou mulher e não prego, porque na CCB só homem prega. Eu sou escritora e preciso exercitar o pensamento.
A única publicação que eu leio é O Herald of His Coming, uma revista Quaker. E a revista Impacto, dos irmãos Walker, Quaker também. Mas eu não posso, como membro da CCB, ler essas publicações.
Também não sei como me aprofundar em metafísica da Bíblia sem ler Watchman Nee. Pois a tradução para Inglês do Witness Lee é cheia de heresias.
Vou levar sessenta anos de meditação na Palavra para entender sozinha, sem a ajuda de algum irmão mais sábio, as verdades da Bíblia.
Os meus irmãos mais sábios são Bolsonaristas ferrenhos. Vivemos no Apocalipse.
Minha última esperança é transformar em cristãos todos os intelectuais comunistas ateus.
1 note · View note
eriveltonarts · 2 years ago
Text
Escritores Expressionistas
Arthur Schnitzler foi um escritor e médico vienense que ficou conhecido por suas obras que exploram temas como amor, sexualidade e a hipocrisia da classe média austríaca. Sua obra mais famosa é "Sonata a Kreutzer", uma novela que descreve a destruição de um casamento por causa da inveja e da paranoia do marido. Outras obras importantes incluem "Reigen", uma peça em que dez personagens têm encontros amorosos em uma sucessão de cenas interconectadas, e "Traumnovelle", um romance que inspirou o filme "De Olhos Bem Fechados", de Stanley Kubrick. A escrita de Schnitzler é marcada por uma prosa elegante e um olhar perspicaz sobre as complexidades do comportamento humano.
Georg Trakl, por sua vez, foi um poeta que também nasceu em Salzburgo, na Áustria, e é considerado um dos mais importantes poetas expressionistas de língua alemã. Sua obra é marcada por uma intensidade emocional que reflete as turbulências políticas e sociais da época. Seus poemas frequentemente apresentam imagens fortes e surreais, que expressam a angústia e a alienação dos personagens. Suas obras mais conhecidas incluem "Sebastião em Salzburgo", "O Outono de Amor" e "Grodek". Infelizmente, Trakl lutou contra a dependência de drogas e acabou se suicidando em 1914, aos 27 anos de idade.
Tanto Schnitzler quanto Trakl foram influentes na cena literária austríaca do início do século XX e contribuíram significativamente para o desenvolvimento do expressionismo na literatura.
Outros Escritores:
Franz Werfel: autor austríaco que escreveu obras como "O Cantor Cego" e "Quando a Última Trombeta Soar", que exploram temas como a busca por um sentido na vida e a luta contra a opressão.
Gottfried Benn: poeta e ensaísta alemão, que se destacou pela sua linguagem crua e direta, que muitas vezes chocava os leitores. Suas obras incluem "Morgue e Outros Poemas" e "O Homem e Seus Dias".
Else Lasker-Schüler: poetisa e dramaturga alemã, conhecida por sua escrita lírica e mística. Suas obras, como "Hebräische Balladen" e "Ich rufe die Muse an", abordam temas como amor, espiritualidade e identidade judaica.
Ernst Toller: dramaturgo e poeta alemão, que escreveu peças como "Massa e Homem", que criticavam a sociedade industrial e a desumanização do trabalho.
Esses autores e muitos outros foram influenciados pelas tensões sociais e políticas da época, que incluíam a Primeira Guerra Mundial, a Revolução Russa e a ascensão do nazismo. O expressionismo na literatura foi uma forma de resistência artística contra a opressão e a alienação, e suas obras continuam a inspirar e impactar leitores e escritores até hoje.
0 notes
beauciel · 5 years ago
Text
Tumblr media
Alguns livros da biblioteca de Viena
4 notes · View notes
robertafr2 · 3 years ago
Text
O náufrago - Thomas Bernhard
O náufrago – Thomas Bernhard
Projeto 100 livros essenciais da literatura mundial #8 Há alguns anos atrás, li um livro muito bom chamado “Asco – Thomas Bernhard em San Salvador”, perceptivelmente inspirado no estilo do autor de “O náufrago”. “Asco” era um virulento ataque a San Salvador por um nacional que havia desistido de lá morar. Como os países latino-americanos têm problemas muito semelhantes, a identificação é muito…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
ipsislitterisbr · 7 years ago
Quote
Auf einen einzigen gelungenen Satz sind sie zusammengeschrumpft unsere großen Philosophen, unsere größten Dichter, sagte er, dachte ich, das ist die Wahrheit, wir erinnern uns oft nur an einen sogenannten philosophischen Farbton, sonst nichts, sagte er, dachte ich. Wir studieren ein ungeheuerliches Werk, beispielsweise das Werk Kants und es schrumpft mit der Zeit auf den kleinen Ostpreußenkopf Kants und auf eine ganz und gar vage Welt aus Nacht und Nebel zusammen, die in der gleichen Hilflosigkeit endet wie alle andern, sagte er, dachte ich. Eine Welt der Ungeheuerlichkeit hatte es sein wollen und ein lächerliches Detail ist übriggeblieben, sagte er, dachte ich, wie es mit allem geht. Das sogenannte Große ist am Ende an dem Punkt angelangt, an welchem wir nur noch Rührung empfinden über seine Lächerlichkeit, Erbarmungswürdigkeit. Auch Shakespeare schrumpft uns zur Lächerlichkeit zusammen, wenn wir einen hellsichtigen Augenblick haben, sagte er, dachte ich. Die Götter erscheinen uns schon lange nur noch mit Bart auf unseren Bierkrügen, sagte er, dachte ich.
Thomar Bernhard em “Der Untergeher”
4 notes · View notes
dimeloleido · 7 years ago
Link
Libro sugerido el 9 de mayo del 2018.
0 notes
londonafterdarkhq · 6 years ago
Photo
Tumblr media
Laura Westenra; 21 years old; Currently single; Daughter of John Westenra and Mary Westenra; Student; Homosexual; From the stupendous story of Carmilla; {Elle Fanning}
Quando John Westenra comprou uma propriedade nos pés de uma floresta quando se aposentou, jamais poderia imaginar sua família teria seu lugar em uma trama de terror. O schloss, uma espécie de castelo austríaco era muito mais requintado do que o John seria capaz de bancar em qualquer outro lugar da Europa, mas ali, onde tudo era muito mais barato, conseguia viver como um nobre mesmo que seu patrimônio não fosse compatível com tamanhos luxos.
A primeira e única filha do casal, Laura, cresceu na austera paisagem do schloss sendo tratada como uma lady da alta sociedade. Mesmo nunca tendo conhecido a mãe, Laura foi cercada por figuras femininas que tentavam suprir a falta de uma presença materna. Desde muito jovem, os cuidados do pai e sua posição de filha única criaram na jovem austríaca um sentimento de superioridade perante aos criados e aqueles que eram de classes inferiores. Não era nenhum sentimento de desprezo, mas julgava estar em outro nível e merecer ser paparicada.
Assim como sua infância havia sido marcada pela constante atenção de seu pai e todos à sua volta, da mesma forma os eventos místicos acompanharam a jovem Laura desde os seus seis anos. Ainda uma criança, vivenciou uma experiência que daria frio na espinha do mais cético dos homens. Em uma noite, Laura em um semi transe se deparou com a presença de uma mulher muito bonita em seu quarto, ajoelhada e com os cotovelos apoiados sobre o colchão de sua cama. A beleza dela a acalmou e a pequena Laura voltou a dormir, quando acordou com a sensação de duas agulhas perfurando-lhe a clavícula, a misteriosa mulher, ao diante dos gritos da criança, escorregou para debaixo da cama. A experiência foi tão assustadora que uma ama dormiu no quarto de Laura até que ela completasse quatorze anos.
Os anos se passaram e só voltou a rever a mulher anos depois, já com seus dezenove anos. A surpresa ao se dar conta de que se tratava da mesma pessoa que lhe visitara durante a infância causou uma primeira repulsa na jovem, mas não o suficiente para impedir a aproximação das duas. Curiosamente, Carmilla - como se chamava sua nova amiga - afirmava ter tido o mesmo sonho quando tinha a mesma idade de Laura e, assim como ela, a visão que teve foi de uma Laura adulta, tão qual suas feições eram naquele momento. Os Westenra abrigaram Carmilla uma vez que tanto ela quanto a mãe haviam sido vítimas de um acidente de carruagem e a mais velha havia seguido para uma vila próxima para se recuperar, deixando a filha sob os cuidados da família.
A convivência de Laura e Carmilla tornou as duas inseparáveis, estavam sempre na presença uma da outra e parecia ser atraídas como por magnetismo. Se por um lado Carmilla tinha episódios de paixão e declarava seu amor pela amiga efusivamente, Laura era incapaz de recusar os afetos ou de manter-se irritada quando estavam juntas. Se por um lado a presença de Carmilla no schloss dos Westenras era como um transe para Laura, nas redondenças as mulheres começaram a ser acometidas por uma espécie de febre que, após uma alucinação, drenava todas as forças até que nada restasse a não ser a morte.
A convidada dos Westenras parecia sofrer de uma doença crônica, vira e mexe encontrava-se acamada e enfraquecida e não era capaz de percorrer longas distâncias principalmente ao longo do dia. Laura, por sua vez, começou aos poucos a apresentar sintomas da febre que espalhava-se pelas vilas e schloss vizinhos. As visões noturnas que se misturavam com sonhos voltaram e, assim como quando era uma criança sentiu novamente agulhas perfurando-lhe os seios. A cada dia, sentia-se mais tomada pelos sintomas da febre, cada vez mais fraca apesar de não ser acometida por nenhuma dor além da sensação de estrangulamento em parte do seu pescoço.
Apesar da progressão rápida da doença, felizmente Laura não teve o mesmo fim das outras mulheres que haviam sucumbido aos sintomas. Desde aquela época até hoje, gostava de afirmar que havia se curado graças ao hábitos nobres e à distância que mantinha de trabalhosos não muito sanitários.
Esperando livrar a filha da experiência de ter quase morrido, John levá-la para longe da Áustria. Em um primeiro momento, pai e filha passaram um ano na Itália. Dali, foram para Londres onde John pretendia achar um marido para sua única filha. Laura, devido às origens inglesas do pai,  havia sido educada para conhecer e usar a língua tão bem quanto qualquer nativo, mas, apesar de não ter nenhum problema para se comunicar, os novos ares da cidade grande trouxeram consigo uma nova posição social. Se na Áustria, isolada pela aparência austera do schloss onde morava, era tratada como uma dama da alta sociedade, ali Laura era uma média burguesa que só conseguia se misturar com parte da classe nobre devido à educação que havia recebido do pai e não mais pelo status do seu nome.
Assombrada e ao mesmo tempo fascinada pela nova vida, Laura convenceu o pai a usar sua existente influência para conseguir que a filha frequentasse a universidade e estudasse Literatura. Com um pouco de jogo retórico, acabou por convencer John de que um diploma universitário seria um diferenciador na hora de arrematar um bom casamento.
Closed; Played by Liv; She/Her;
3 notes · View notes
cariricomoeuvejo · 2 years ago
Text
Herdeira 'rejeita' fortuna de R$ 22 bilhões; entenda o motivo
Herdeira ‘rejeita’ fortuna de R$ 22 bilhões; entenda o motivo
A estudante de Literatura, Marlene Engelhorn, decidiu rejeitar 90% de uma fortuna bilionária de 4,2 bilhões de euros, equivalentes a R$ 21,9 bilhões. A austríaca de 30 anos de idade alega que “não poderia ser feliz” com o dinheiro, sabendo que não trabalhou para obtê-lo. Marlene é descendente dos fundadores da Basf, empresa química multinacional cuja receita é de 78 bilhões de euros. Ela receberá…
Tumblr media
View On WordPress
0 notes
amor-barato · 5 months ago
Text
O homem público atuante, desde que está com o poder, diz […] que foi escolhido por Deus e destinado a atuar na História. Isso se mostra sobretudo quando uma certa camada inferior da classe média – em termos intelectuais e morais – se manifesta protegido por um partido, uma nação ou uma seita e se sente autorizada a dizer “nós” em vez de “eu”.
Robert Musil, in: Sobre a Estupidez
2 notes · View notes
labibliotecadescorzo · 4 years ago
Photo
Tumblr media
El hombre en busca de sentido, de Viktor Emil Frankl (1946)
2 notes · View notes
herederosdelkaos · 3 years ago
Text
Homenaje a Ingeborg Bachmann
INGEBORG BACHMANN, ERRANTE ESCURRIDIZA
Viaje romano hacia la muerte
Ninguna ciudad más visitada que Roma, al extremo de convertir su recorrido en un reto para el arte, perfeccionado durante el Renacimiento. Y es que la Edad Media sólo fue pródiga en peregrinos. 
En ocasión del Jubileo 2000, Alejandro Oliveros ha preparado para Verbigracia cuatro crónicas de viajes cuyos protagonistas optaron por hacer de la capital de Italia un espacio para la vida y la muerte. La primera de estas historias es la de Ingeborg Bachmann, poeta austríaca -"la más inteligente"- que allí encontrase "su tierra primogénita" y el mejor lugar para morir
0 notes
bunkerblogwebradio · 3 years ago
Text
A tal “terceira via” é uma mistura de socialismo com corporativismo
Inevitavelmente, a cada quatro anos, sempre ressurge a ideia da "terceira via". E o fenômeno é global.
Políticos ao redor do mundo, praticamente sem exceção, vivem parolando sobre as supostas glórias da "terceira via", isto é, a adoção de um modelo econômico que não seja nem capitalismo nem socialismo, mas sim uma mistura daquilo que "ambos os sistemas têm de melhor".
A moda é antiga, mas ganhou especial vigor na década de 1990 nos EUA, na Grã-Bretanha e na Alemanha, com as respectivas eleições de Bill Clinton, Tony Blair e Gerhard Schröder. Desde então, a defesa de tal sistema só se revigora a cada ano, não obstante seus retumbantes fracassos.
O principal objetivo da terceira via é tentar combinar a eficiência econômica do capitalismo com a "justiça social" do socialismo — o que significa, na prática, a imposição de maiores impostos, mais assistencialismo, mais privilégios e mais regulamentações.
Para os adeptos da terceira via, "tradições burguesas" como propriedade privada e economia de mercado são toleradas, mas a economia tem de ser rigidamente regulada e tributada. Cabe aos burocratas do governo intervir no mercado para redistribuir a riqueza criada pelos produtivos e para manter a economia funcionando de acordo com seus desígnios.
Políticas redistributivistas — que envolvem também subsídios para os empresários amigos do regime — são inegociáveis. Uma fatia da renda dos indivíduos realmente produtivos da sociedade deve ser confiscada e redistribuída para os não-produtivos e para os privilegiados com laços governamentais. Grandes empresários se tornam submissos aos interesses do regime e, em troca, são beneficiados por subsídios e políticas industriais, bem como protegidos por tarifas protecionistas.
Em suma, a terceira via é apenas um nome mais pomposo e populista para a manutenção do status quo.
Só funciona, e limitadamente, em economias que já enriqueceram
Ludwig von Mises, ainda em 1921, já havia acabado com essa noção de que você pode combinar o "melhor" do socialismo e do capitalismo. Não existe isso de "o melhor" do socialismo, escreveu ele, pois mesmo a menor quantidade de socialismo distorce o funcionamento de uma sociedade livre.
E, de fato, nem é preciso fazer aqui uma explicação mais elaborada desta tese para que se entenda por que tal afirmação é verdadeira. Todas as coisas que nos enfurecem em nosso dia a dia — utilizar os Correios, encontrar boas escolas públicas, trafegar nas ruas estatais congestionadas, ir ao DETRAN, utilizar a saúde pública, a ausência de saneamento básico, ir a uma repartição qualquer — são, em sua totalidade, operações governamentais.
Já os setores da economia que estão, de um modo geral, livres de amarras governamentais — a indústria tecnológica, o comércio via internet, os serviços de aplicativos e o setor de serviços (aqueles que não são pesadamente regulamentados pelo governo) — funcionam como deveriam.
Economias de mercado prósperas e capitalizadas conseguem aguentar o fardo imposto pelas políticas da "terceira via" com bem mais vigor do que as economias menos desenvolvidas. Por exemplo, a "terceira via" adotada pelas antigas repúblicas socialistas do Leste Europeu destruiu uma década de tentativas de reforma após 1989. E, ainda hoje, a pesada regulação estatal continua aprisionando enormes segmentos da população da América Latina, da África e do Oriente Médio na pobreza.
Criador e criatura
Amartya Sen, que ganhou o Prêmio Nobel de economia em 1998, é considerado o guru do pensamento da "terceira via". Diz-se que ele colocou uma "face mais humana" na ciência econômica ao introduzir uma "dimensão ética" e uma "preocupação com os pobres" em seus ensaios.
Entretanto, a verdade é que essa "ética" e essa "preocupação" nada têm a ver com o quanto ele pessoalmente contribui para causas caritativas. Tais termos são simplesmente códigos para sinalizar que ele defende a medicina socializada, o agigantamento do assistencialismo e um grande papel do governo em planejar a economia.
A realidade é que todos nós devemos ficar muito atentos a propostas de "uma face mais humana" para a economia. Por algum motivo, essa face invariavelmente se traduz na munheca cerrada do estado. É por isso que Sen escreveu que a prosperidade das nações ocidentais "não é o resultado de nenhuma garantia fornecida pelo mercado ou pela busca por lucros, mas sim devido à seguridade social que o estado ofertou". Ou seja, segundo Sen, o mundo é próspero porque o estado tributou a riqueza criada.
Interessante também é constatar que os soviéticos nunca foram capazes de gerar prosperidade por meio de sua ampla rede de proteção social.
Ao ler toda a literatura defensora da "terceira via", a impressão que se tem é a de que o estado, além de ser um grande indutor da criação de riqueza, é também formado por funcionários amorosos, cuidadosos e oniscientes, sempre em prontidão para confortar os angustiados e fornecer seguridade para os marginalizados.
Obviamente, nenhum estado com essas características jamais existiu e jamais irá existir, por uma única razão: a característica única e inconfundível do estado é o seu uso da coerção, da ameaça e da violência, e não a sua oferta de amor. O estado não possui recursos próprios; tudo o que ele adquire é por meio da agressão contra as pessoas e suas respectivas propriedades.
As regulamentações estatais são violentas, pois impedem — ao imporem condições sob pena de processo — que indivíduos façam contratos voluntários entre si e restringem a liberdade de empreendimento em vários setores da economia. Os subsídios, na forma de dinheiro dado diretamente a determinados grupos de interesse, são violentos, pois transferem riqueza de um grupo para outro sem a permissão daqueles. A inflação monetária é uma forma sutil e insidiosa de roubo, pois subtrai poder de compra do dinheiro que o estado nos obriga a utilizar. E nada falarei aqui sobre os impostos para não ferir a decência.
Instabilidade e falta de lógica
Mises argumentava que a "terceira via" é instável porque as intervenções criam efeitos nocivos e imprevistos, os quais acabam clamando por mais intervenções apenas para serem corrigidos [no Brasil, essa constatação de Mises é explícita]. O resultado é uma inexorável marcha rumo à economia planejada, a menos que alguns passos definitivos sejam dados com o intuito de retroceder o agigantamento do estado.
Uma maneira de contornar esse problema, obviamente, é simplesmente assegurar aos cidadãos que os efeitos ruins do intervencionismo (por exemplo, um menor nível de investimentos) são compensados pelos supostos bons efeitos (toda uma classe de pessoas aliviadas do fardo de ter de trabalhar, por exemplo).
Porém, como podem os "custos sociais" e os "benefícios sociais" de várias políticas serem comparados uns aos outros? Se seguirmos a lógica ensinada pela Escola Austríaca de economia, isso é impossível. O valor de algo é subjetivo; é o produto de cada mente humana individual. Os planejadores sociais não têm acesso a essa informação subjetiva simplesmente porque algo tão pessoal como 'valores' não pode ser colocado em equações e sofrer manipulações. É impossível existir algo como "custo social" ou "bem-estar social" em um sentido matemático; tais coisas simplesmente não podem ser computadas.
Adicionar e subtrair valores individuais, e com isso criar um índice de bem-estar geral, é uma impossibilidade — se levarmos a lógica a sério. Porém, no mundo de Amartya Sen, não se pode deixar que a lógica interfira na "face humana". Em suas teorias sobre custo social, ele defende a ideia de que as "utilidades interpessoais" podem ser comparadas. Afinal, se é para termos um estado amoroso e caridoso, temos então de ter alguns meios para compreender a vontade do povo.
Sen é mais desavergonhado e direto que a maioria de seus colegas, porém é fato que o vício de quase toda a ciência econômica moderna é essa presunção de que os economistas sabem melhor do que as próprias pessoas o que é bom para elas próprias e para toda a sociedade. Entretanto, se realmente quisermos que a vontade do povo prevaleça, nenhum sistema tem chances de gerar um resultado melhor do que a economia de mercado.
Em um livre mercado, toda a produção, trabalho e consumo refletem as escolhas voluntárias de indivíduos que querem melhorar sua situação de vida. Em uma sociedade puramente voluntária, ninguém é forçado a fazer nada que seja contrário a seus objetivos finais individuais, desde que estes sejam buscados de forma pacífica.
Entender genuinamente esse ponto seria, aí sim, começar a pôr uma autêntica face humana na ciência econômica. É o estado quem trata as pessoas como sendo menos do que humanas, como meros objetos a serem manipulados de acordo com a visão que terceiros têm sobre como a sociedade deve funcionar.
Conclusão
A terceira via, quando destituída de toda a sua retórica, nada mais é do que um sistema de concentração de poder e de redistribuição de riqueza, o qual supostamente fará com todas as pessoas produtivas continuem trabalhando duro para bancar todo este arranjo, não obstante o confisco cada vez maior de sua riqueza.
A verdadeira dinâmica da "terceira via" não é o préstimo ou a compaixão: trata-se, ao contrário, da batalha cruel e selvagem pelo controle das alavancas do poder e, consequentemente, de toda a riqueza propiciada por esse poder.
Não é nenhuma coincidência que, tão logo os políticos de qualquer ideologia chegam ao poder, a primeira coisa que eles fazem é falar que são favoráveis à terceira via.
Lew Rockwell
0 notes
beauciel · 5 years ago
Text
"Como é fácil na vida tudo ruir!"
Lima Barreto,no livro "Triste fim de Policarpo Quaresma"
2 notes · View notes