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#falsa dicotomia
sumarex · 6 months
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Praticamente 2 dias inteiros falando de musc e chandao. Esse é o brezil...!
Aí a mídia progressista se levanta para combater o playboy... Mas a pergunta que não quer calar:
Não seria mais fácil sair daquela plataforma?
Ah, claro que não!... qual webcomunista vai querer perder seu poder de influencer e o hypezinho? ESSE É O X DA QUESTÃO.
Enquanto vocês falam e falam e falam, ele fica nas manchetes. Parece aquele tipo de manobrinha coordenada. Freud explica.
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Introduzione alle virtù
Le azioni umane hanno, tra i loro principi interni, le virtù. Esse sono l’agire libero dell’uomo orientato verso il bene e agiscono in sinergia con la grazia. La falsa dicotomia tra natura e libertà. E la concezione puritana da evitare. Continue reading Introduzione alle virtù
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celioxavier · 7 months
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“Isto não surpreende, se atendermos à falta de horizontes capazes de nos fazer convergir para a unidade, pois em qualquer guerra o que acaba destruído é «o próprio projeto de fraternidade, inscrito na vocação da família humana», pelo que «toda a situação de ameaça alimenta a desconfiança e a retirada». Assim, o nosso mundo avança numa dicotomia sem sentido, pretendendo «garantir a estabilidade e a paz com base numa falsa segurança sustentada por uma mentalidade de medo e desconfiança».” CARTA ENCÍCLICA - FRATELLI TUTTI
DO SANTO PADRE FRANCISCO SOBRE A FRATERNIDADE E A AMIZADE SOCIAL
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donnadelsottosuolo · 9 months
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Finalmente ho visto Perfect Blue di Satoshi Kon; ma quanto è bravo a fondere la realtà con le illusioni?
Un film di neanche un'ora e venti e che della durata limitata fa un punto di forza: ogni scena, anzi, ogni inquadratura fornisce informazioni allo spettatore, anche le immagini dell'appartamento striminzito e pieno di cianfrusaglie dove abita la protagonista. Il senso di confusione viene instillato già ben prima che fatti particolari inizino effettivamente ad accadere: quando Mima ripete in continuazione la sua parte nel copione, Ma lei chi è?, con chi sta parlando davvero?
La critica allo show business giapponese, in special modo a quello relativo alle donne, è brutale. Mentre lo guardavo, ripensavo a una semplice frase: damned if you do, damned if you don't. Non c'è modo di scappare alla falsa dicotomia idol pura/attrice sporca, perché la protagonista è oggettificata fin dall'inizio, e l'ossessione del maniaco ne è la prova.
Un film d'animazione girato nel modo più realistico possibile, senza disegni grotteschi, volti esagerati, a dimostrare che il medium è ben capace di supportare narrazioni complesse e adulte. E poi, ho un debole per gli anime degli anni '90: hanno un'estetica inimitabile, quei film in tecnica tradizionale.
E poi, che finale. La chiusura del cerchio perfetta che però ti lascia interdetto ancora per un po' dopo i titoli di coda.
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silvixel · 1 year
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literalmente es frustrante leer tanta persona decir que la orden jedi estaba corrompida y que no debió enviar padawans a la guerra, cuando no tenian otra opción. estaban frente a una falsa dicotomia, o se sentaban y dejaban que murieran gran cantidad de gente inocente, bajo el plan de palpatine, aquí el canciller de la república, o iban a la guerra a evitar que muriera la mayor cantidad de personas posibles. y cuando nombran a krell?? es solo UN jedi que le gusta la guerra, aparte de ANAKIN, de entre miles de generales jedi, padawans que querían paz y gente prosperando vitalmente.
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thebatdiary · 1 year
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A natureza como o motivo das nossas emoções, pt. 2
Sentir, sentir, o literal bom e velho sentir, no artigo anterior, foi introduzida a ideia de como os sentimentos são e foram partes elementares que propiciaram a nossa existência enquanto espécie e no mundo presente, isso não mudou, mas o contexto, as relações e tantas conjunturas inéditas nos foram acrescidas sendo necessário um olhar para além da luta pela sobrevivência nas florestas, mas justamente nas selvas de concreto das quais somos introduzidos desde o primeiro momento em que descobrimos a realidade para fora do útero materno.
Paul Ekmann, em seu livro “A Linguagem das Emoções” introduz o assunto com uma frase bastante interessante, ele diz: “As emoções determinam nossa qualidade de vida”, e quando paramos para refletir acerca, constatamos a emoção é como o tempero de um prato culinário, já se imaginou em um universo mecânico e robótico sem ter pelo que amar, alegra-se ou mesmo entristecer-se? Parece indesejável a tristeza, porém, até mesmo ela possui seu próprio valor que será explanado. Viver é justamente, experienciar constantemente o sentir, até o próprio Deus da Bíblia Sagrada também sente (Salmos 78:41) e sendo nós humanos criados por Ele, segundo a cosmovisão cristã, como sua imagem e semelhança, por qual razão não sentiríamos ou mesmo como poderia ser dispensado a riqueza das emoções para nós?
Por vezes, negligenciamos o que sentimos por receios do meio que estamos inseridos, chorar tornou-se símbolo de fraqueza e na sociedade do imediatismo, não sobra-se espaço para sofrer, levando ao desrespeito dos processos tão necessários para uma saúde mental um pouco melhor. Caracterizamos as emoções em positivas e negativas, mas nem sempre essa falsa dicotomia nos é útil porque nega o valor também da tristeza, do medo ou mesmo da raiva, ofuscando a luz de compreensão dos motivos pelo qual estamos experienciando certas emoções e é onde mora o perigo.
Um dos principais riscos é em como podemos nos alienar e estar em completo estado de negação da realidade em um relacionamento tóxico, por exemplo, apesar daquele sentimento lá no fundo lhe dizendo que há algo errado, nem sempre é paranoia e às vezes, o medo, quer lhe dizer algo que teus próprios sentidos já perceberam, mas o apego, o receio do sofrimento, a tentativa de postergar o choro, limita certas ações que devem ser tomadas pelo próprio bem porque certas construções sociais parecem não enxergar o quanto a tristeza pode oferecer em renovo, em expelir tudo aquilo que já não nos pertence.
Sabe aquela célebre frase: “Não são as respostas que movem o mundo, são as perguntas?”, creditada a Albert Einstein, nada como aplicá-la enquanto seres humanos que sentem, é necessário sempre se questionar as razões de estarmos sentindo certos sentimentos nos demasiados contextos ou com as diferentes pessoas, tudo isso é de fato, um guia que nos faz enxergar, às vezes, pequenos detalhes, como o quanto detestamos a inconveniência de certos parentes em falas isoladas e normatizadas mas nocivas ou mesmo podemos perceber através da raiva com indivíduos específicos baseadas em seus comportamentos pessoais sendo uma bússola para que nós mesmos possamos compreender as razões daquilo nos afetar tanto e promover mudança.
Dos nossos antepassados até agora, sentir é uma bússola e quando recusamos a indescritível experiência dela, estamos negando os instintos que permitem nossa própria sobrevivência, nem sempre a chamada paranoia é uma paranoia e nem sempre sua intuição é uma besteira descartável, às vezes, é a própria natureza, o seu próprio universo tentando te alertar de algo que certamente lhe fará mal, mas que em alguns momentos também pode ser um bom guia para decisões mais acertadas e principalmente, a compreensão de quem somos ou o que queremos, lembre-se que nosso maior objetivo enquanto espécie, é sobreviver, portanto, sejamos amigos de nossos sentimentos e principalmente, respeite a história dos seus antepassados que certamente sentiram o mesmo que você e estão lhe dizendo o que fazer nesse momento.
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contra-natura · 2 years
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Te cuentiaste caleta con tu opinion política. Siendo inteligente como te presentas, de verdad crees en la falsa dicotomia de derecha e izquierda? Osea segun tu visión los medios de comunicación son de derecha, los ricos y privilegiados son dignos de desprecio, porque obvio son ellos el peor mal que nos tiene a todos sufriendo por el terrible derechismo liberal. Compañere usted y el socialismo son un instrumento para que los poderosos "derechistas" sigan en el poder, mientras tu sigues creyendo que el socialismo es el camino a seguir para una sociedad más justa.
En el mundo existe un solo camino politico y ese es utilizarte a ti y al resto de mortales como mano de obra para conseguir un bien superior, y para llegar a ese bien, ha los poderosos les importa un verdadero pico tu vida y tu visión moral de lo correcto, solo les interesa vivir de ti y del resto mientras ellos te cuentean con su discurso. Hoy en día muchos de los más poderosos del mundo son abiertamente socialistas pero al mismo tiempo son magnates burgueses, venden una visión ideal de la sociedad basada en el estatismo, gobiernos centralizados, intervencionismo económico y moral. Así mismo con la consigna de que el socialismo es el camino hacia una sociedad más avanzada y moralmente justa te venden la falsa lucha de socialistas vs derechistas y con eso ya te ganaron, consiguieron lo que querían, divide et impera. Así que mamita, reconozca que su visión politica es exactamente lo que los políticos quieren que pienses, eres parte del sistema, eres lo que el sistema produce, ninguna visión revolucionaria que haya nacido en el margen del sistema va ser contraria a este. El poderoso se alimenta de la supuesta revolución y te la vende igual que vende todo, y la visión socialista no se escapa de ello... Si tu crees que giorgio jackson y diego schalper vienen de escuelas politicas completamente opuestas, deberías buscar el WEF y su escuela para los jóvenes líderes del futuro. Ahí se cocina la verdadera política y tiene un solo objetivo, crear dos bandos "enemigos" que trabajan para el mismo propósito, vivir del resto mientras ellos se arreglan la vida y le arreglan la vida a toda su familia a costa de tu trabajo y tu militancia en las propias causas que te mantienen sometida a su poder
me preguntaron directamente por una opinión sobre el gobierno actual xd y era obvio que iba a caer en dicotomías si es lo que se ve actualmente en la gente, si salís a preguntar a la calle van a haber personas que te digan que rechazan la derecha y van a haber personas que rechazan la izquierda, esta sociedad está hecha a base de dicotomías en ningún momento dije que estaba de acuerdo, de hecho por eso rechazo el comunismo, tanto como otros grupos políticos extremos y la política en general xd pero si me piden mi opinión no me voy a limitar a decir “no creo en la política, el sistema es de los de arriba en contra de los de abajo” si hay mucho más análisis e historia que eso jajajaja
plus, no sé quién te dijo que me presento como inteligente y no sé con qué cara me decís cuentiá x)
y me carga que me digan mamita wn que weá más molesta no soy tu mamá
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misslexotan · 2 years
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Há uma dicotomia subjetiva nas letras do bob dylan entre a felicidade e a tristeza, como se procurasse vários jeitos de negar ou justificar sua tristeza. Em várias músicas, como Most of the time, ele deixa isso bem claro quando diz que na maior parte do tempo está bem, que na maior parte do tempo nem pensa na mulher amada e está no caminho certo, mas como o próprio nome da musica sugere, ainda há momentos que ele sente tudo aquilo que ele nega sentir, como quando escreveu a música. Quando ele diz que na maior parte do tempo ele consegue dar conta de tudo e continuar forte, na realidade, ele está dizendo que não consegue lidar com tudo isso naquele momento. A musica Mama you’ve been on my mind tem o mesmo sentido, como se ele procurasse várias justificativas para estar pensando na mãe (ou mulher) dele, como o clima ou a cor do apartamento, e ignorasse o simples fato de estar com saudade da presença dela. Alem disso, na mesma música, ele diz que nao se importa onde ela está mas que ele esteve pensando nela. Essa forma negacionista de lidar com sentimentos numa falsa expectativa de se sentir menos vulnerável é muito presente na minha vida, em varios momentos me vejo inventando desculpas para mim mesma que justifiquem tal reação, ignorando o verdadeiro motivo na intenção de provar que não sou sentimental ou simplesmente ignorando o fato que está tudo bem não se sentir bem. E são nesses momentos que paro não só para ouvir, mas escutar as musicas do bob dylan de corpo e alma, como se fosse um amigo que sentisse algo semelhante com o que eu sinto.
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lucaps · 3 years
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Le false dicotomie
C'è quel paradosso della scelta - o così lo chiamo io - dove ti dicono "se dovessi scegliere tra x e y cosa sceglieresti?" che nella grandissima maggiorparte dei casi dà l'idea che la scelta è per forza quella. Che uno può dire "sì ok, è una domanda così, per giocare, per ridere, per vedere cosa preferisci" ciononostante, dà quell'idea che non c'è altra scelta; se lo facciamo tra albicocca e banana ok ma se x è fascismo e y è nazismo allora la questione diventa diversa.
Questo piccolo appunto mi porta a vedere una certa situazione odierna che va avanti da qualche settimana ormai attraverso articoli di giornali di merda - come sempre giornalisti terroristi - e anche servizi in tv: parlo della mancanza dei lavoratori stagionali. O meglio, dei lavoratori stagionali e del reddito di cittadinza. Perché questo è. Il giornalista porta sempre la prima notizia corredata al RdC creando appunto la falsa dicotomia di cui sopra. Non lo stesso caso ma a me sembra lo stesso effetto. "Mancano i lavoratoro → preferiscono il reddito di cittadinanza" è ovviamente falso, il giornalista dovrebbe appunto spiegare anche qeusto, qual è ol motivo per cui mancano i lavoratori. Per quanto è vero che il RdC è un buon motivo per non accettare lavori da schiavo - incredibilmente sta facendo un minimo il suo lavoro - esso non è mai visto in questo modo ma come metodo per portare l'opinione pubblica ad andargli contro, a far pensare che sono tutti sfaticati così che al governo possono poi levarlo senza problemi.
Il RdC è il primo passo per portare ad avere dei salari decenti, per permettere di valorizzare la persona e invece viene buttato nella falsa dicotomia del Reddito = Sfaticato. Dico falsa dicotomia perché primo il reddito va al solo capo famiglia quindi una persona di 30 ma molto più probabilmente 40 o 50 anni con figli che del lavoro stagionale se ne sbatte, non ci fa nulla, secondo perché il lavoro stagionale è svolto al più da persone giovani, maggiormente studenti universitari che hanno bisogno di arrotondare soprattutto se fuori sede. Ora con il lockdown queste figure sono state a casa, gli affitti non devono pagarli né li hanno pagati e dopo un anno in casa col cazzo che fai lo schiavo senza vita sociale. Eppure questa piccola analisi che magari è sbagliata non l'ha fatta nessuno, nessun articolo che spiega perchè mancano questi lavoratori. Nessuno che dice ai datori di lavoro che ai centri dell'impiego trovano chiunque pronto. Dunque, voi siete per il lavoro e mettervi in gioco e fare gli sfaticati col reddito di cittadinanza? Come? Per un lavoro decente, non fare gli schiavi e una paga per vivere? Ma va va, l'Italia è fondata sul lavoro mica sul lavoratore né tanto meno sulla persona e quindi il lavoro schiavo va bene
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rpallavicini · 2 years
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False dicotomie
Andate a spiegare al bieco affarista cos’è una falsa dicotomia. Stupido idiota, pensi che siano tutti idioti? Draghi: ‘Vogliamo la pace o l’aria condizionata accesa?Approvato il Def all’unanimità. Il premier: ‘Consapevoli del disagio sociale, interverremo’. Pil primo trimestre -0,5%, rischi ribasso su secondo. ‘Anche senza gas russo fino ad ottobre siamo coperti’ Maledetto malvagio, ci stai…
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thescarletmacaw · 3 years
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A semana de Sayid era naturalmente ocupada e completamente voltada para seu trabalho, já que se encarregava de cuidar dos mínimos detalhes da vida de Alvah. Entretanto, era liberado aos finais de semana e costumava usar este tempo livre para ir ao centro da cidade fazer compras para o apartamento que tinha e, ao longo do sábado e do domingo, costumava ficar por lá mesmo, assistindo a qualquer coisa na TV ou lendo algum livro. Sendo assim, para algo interromper seus planos tão tradicionais, deveria ser de uma importância tremenda, em regime de urgência.
Que era como Sayid tratava Reve Granger, feliz e infelizmente, uma vez que nas memórias falsas do outro, eles haviam crescido juntos no orfanato, adquirindo extrema proximidade, reencontrando-se anos após, quando Sayid já estava, supostamente, trabalhando para Alvah. Desde então, o Granger era parte de um aspecto de muita dicotomia em sua vida: gostava de vê-lo, mas também não se sentia plenamente confortável na companhia do amigo devido às brincadeiras intimistas demais para alguém tão imerso nas tradições como o Jawaad era.
No final das contas, ali estavam; no estúdio de dança onde sabia que Reve trabalhava, com Sayid tendo acabado de chegar e abrindo os botões de seu blazer ao se levantar para cumprimentar o outro assim que ele retornara para o espaço, já que, segundo haviam acabado de dizer a Jawaad, o amigo havia saído para se trocar no cômodo do vestiário logo ao lado.
"Atrasado, como sempre." Disse no tom baixo usual, aproximando-se, mas não tanto, do menor. O queixo sempre erguido, fitando-o do alto, julgando-o: por ser tão extravagante, tão barulhento, tão tudo. Mas, ainda assim, um bom amigo. "Deveria ter se trocado antes. Ainda te dei três minutos de sobra." Comentou, baixando os olhos para o relógio em seu pulso apenas pela lisura do processo. Sabia exatamente quanto tempo havia demorado no carro, antes de descer e adentrar a academia atrás de Reve. "Podemos ir, então?"
@revegranger
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arte-estrangeira · 4 years
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Seria uma mentira mostrar uma vida que não a minha. Pintar uma beleza falsa, em vez da verdadeira agonia. Há sempre uma colcha macia. Mas, às vezes, esta mais sufoca que abriga. Não esquenta, cozinha. Faz a carne descolar do corpo, formiga entre o osso. Arrepia. Sobe como fervura e azia. Queima por dentro. Em silêncio, me habita. A feiura que há muito tentei esconder, hoje, berra. Grita. Rompe a casca que me protegia e me revela fria, deforme e esquisita, nada convidativa. Antes existia por sobre uma película. Agora, mais fina, me mostro inteira em uma face de minha autoria. Cheia de assimetria, torta e quebradiça, fui moldada para destruir a fronteira que estabiliza a utopia: sem a dicotomia, a harmonia não passa de teoria.
Artestrangeira (31-12-2020)
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Note a margine dello scandalo Agamben
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Brecht pensa all'epoca senza storia di cui dà un'immagine la sua poesia agli artisti figurativi, e di cui alcuni giorni dopo mi ha detto che egli ritiene l'avvento più probabile della vittoria sul fascismo. Ma poi Brecht aggiunse ancora qualcos'altro per giustificare l'inserimento dei Canti infantili nelle Poesie dell'esilio, ed espose questo motivo - in piedi davanti a me, sul prato - con una veemenza che ha solo di rado. "Nella lotta contro quelli non si deve tralasciare nulla, Essi non si propongono cose da poco. Pianificano per trentamila anni, mostruosità. Picchiano su tutto. Ogni cellula si contrae spasmodicamente sotto i loro colpi. Per questo non bisogna dimenticarne nessuna, Essi storpiano il bambino nel grembo materno. Non non dobbiamo assolutamente dimenticare i bambini". Mentre egli parlava così, io sentivo agire su di me una forza non inferiore a quella del fascismo; una forza, voglio dire, che scaturisce da strati della storia non meno profondi di quella fascista.
Walter Benjamin, dall'appunto da Svedborg del 3 agosto 1938, Conversazioni con Brecht
Dove la riflessione critica attuale di Giorgio Agamben sulla pandemia e l'eccezione ci pare irriti maggiormente e persuada meno, nel profondo, è nel suo restituire l'immagine di un consenso passivo allo stato di eccezione imposto nella pandemia del coronavirus. Un'immagine che si presenta come una manifestazione di normalizzata adesione alla ingiunzione del primato assoluto della nuda vita, della vita fatta coincidere con la sua mera riproduzione, priva di ogni attributo di esperienza della libertà. L'immagine di questo consenso significherebbe che la nuda vita si rivela il solo orizzonte, o valore, rimasto all'esperienza umana, il che equivale a dire che l'umano si nega ormai ogni esperienza: si rivela dunque si intuisce come un fatto, un dato che emerge in questa circostanza ma che le preesiste.
Per inciso, occorre annotare che qualcosa d'altro sembra a sua volta rivelarsi come preesistente o proemiale alla gestione della pandemia: e che vale per il proletariato storico, id est industriale, quanto per tanta parte della sua demografia presente, ossia la maggioranza di anziani lasciati morire a casa sotto la legittimazione della protezione sociale dal contagio, mentre la verità è che mancano i posti letto e per questo veniamo chiusi in casa tanto quanto viene lasciato peggiorare chi ha contratto il virus - proprio allo stesso modo di come la demografia del paese non per giovani è determinata qui dalla distribuzione miserabile del reddito, ergo dalla miseria del welfare, ovvero dalla sua predazione. Quest'altro preesistente è, diversamente da una sia pur ingiunta promessa di garanzia della riproduzione biologica, la sua assoluta relatività: su scala globale relatività alle latitudini rispetto al privilegio, su scala locale relatività alla convenienza della riproduzione sociale della macchina economica, su scala temporale relatività di ogni forma di vita e dell'esistente stesso alla forza distruttiva della predazione. Esperienza, dunque, del potenziale tanatologico custodito dalla presente società umana.
Eppure nella situazione presente l'immagine restituita da Agamben, ossia quella nella quale apparirebbe che il cemento sociale al quale sembriamo oggettivamente aderire si rivela essere il comando della sola nuda vita, non è inesatta: almeno fin tanto che si conferma un consenso diffuso alla sospensione o alla disincarnazione di ogni relazione sociale, sotto la minaccia per la riproduzione biologica rappresentata dalla pandemia. Ma cosa significa questo?
Vi è in una conferenza di Georges Canguilhem del 1955, contro qualsiasi identificazione dell'organizzazione sociale umana con l'organismo vivente, un passaggio molto significativo. Canguilhem in sostanza argomenta che la società umana, ogni società umana o meglio la società umana in generale, pur avendo a che fare con il vivente perché composta di umani viventi, non ha nulla a che fare dal punto di vista della sua funzionalità con l'individuo, in quanto non obbedisce alle leggi di omeostasi di un organismo biologico singolare, né con la specie, in quanto non è confondibile con l'umanità che (e qui fa un ricorso formidabile a Bergson) resta sempre aperta alla ricerca della sua socievolezza specifica, mentre la società è per definizione chiusa (e qui si comprende che per società umana in generale va intesa ogni società costituita per esclusione e come singolarità astratta, trascendente corpi e affetti). La società è un mezzo, uno strumento, dice Canguilhem, esige regole ma non ha in sé stessa alcuna capacità di autoregolazione, anzi il suo solo presumibile stato di normalità è il disordine, dunque la regolazione le proviene da altrove - e qui, sempre per il tramite di Bergson, Canguilhem risale ancora più sorprendentemente a Platone sullo stesso tema dal quale Walter Benjamin era risalito per pervenire alla sua critica del corpo sovrano e della legge disvelandone filologicamente la finzione: la giustizia. Canguilhem usa la giustizia secondo Platone, forma suprema della società e al contempo ad essa superna, irriducibile ai suoi corpi, per fare funzionare la contrapposizione bergsoniana tra saggezza ed eroismo: non vi è nella società, diversamente dall'organismo vivente, alcuna saggezza e la prova che il suo stato normale è la crisi è il suo bisogno di eroismi e di eroi che sullo sfondo di una situazione di crisi emergono e vengono invocati a darle soluzione - legittimati da una rappresentazione di estremo pericolo che è lo specchio del permanente senso di minaccia percepito dalla società nella sua natura precaria.
È chiaro che, in barba ad alcuni forzati quanto marxianamente stupefacenti sincretismi, che hanno purtroppo corso nel dibattito teorico, qui si tratta della riproduzione sociale nella sua materialisticamente determinata distinzione dalla riproduzione semplice.
Proviamo a fare funzionare a sua volta Canguilhem in quella che può apparire la contraddizione di Agamben tra la sua cattura della verità politica sullo stato d'eccezione e una aporia del suo discorso attuale quanto alla normalità, alla regola dell'eccezione come insegnata dalla tradizione degli oppressi - per dire con il Benjamin dell'VIII tesi Sul concetto di storia. Quale natura particolare ha l'adesione presente all'eccezione formale di fronte a questa pandemia? O meglio: perché è in questa circostanza che si afferma l'ingiunzione alla nuda vita?
Questa pandemia non è la dengue, che tuttora fa più contagi e vittime del coronavirus in America Latina, o la febbre gialla che ha fatto nuove stragi negli ultimi due anni dal Sud Est asiatico all'Africa: questa pandemia è globale perché minaccia i rapporti globali determinati della società capitalista. Parte dalla metropoli del comparto globale dell'edilizia come rifugio dei capitali in seguito alla crisi finanziaria del 2008 e investe principalmente, oltre agli stati petrolieri e del conflitto sul petrolio in Medio Oriente, la Cina, l'Europa e gli Usa. Ciò dà conto della rappresentazione del pericolo ma non ancora dell'adesione sociale che essa ottiene: per afferrarla occorre forse pervenire a porsi il dubbio se questa stessa adesione non si presenti in realtà se non come apparente. Il che non esime dal constatare la forza di reificazione storica dell'immagine apparente e dunque dal constatare, come fa Agamben appunto catturando la verità dell'immagine di questo momento, che l'adesione alla garanzia della nuda vita come fondamento del patto sociale è la forma con la quale il momento stesso si presenta alla storia. Ma sappiamo, proprio con Agamben e da Benjamin, che quella garanzia e quel patto, entrambi, sono finzione. Ovvero una falsa sintesi di opposti: tale quale, in stretta parentela, quella della legittimità sovrana in rapporto a giustizia e legge. Che cosa l'esperienza degli oppressi insegna sul rapporto tra la forma-di-vita della società capitalista e la riproduzione semplice se non che questo rapporto semplicemente è nullo? Che la missione della società capitalista, inverata nel trentennio della globalizzazione, è precisamente l'esclusione, il disinteresse, la libertà del comando, ossia del profitto, da ogni garanzia di riproduzione biologica? Ora è questa verità, affermata nella pratica del comando e introiettata dagli oppressi, che appare come nudità: si accetta l'ingiunzione del comando all'isolamento e alla sospensione della vita sociale proprio perché nell'istante del massimo pericolo per la società e, coincidentemente ma non insieme, per la vita biologica si condensa tutta l'esperienza del divorzio tra le due. In altre parole affiora istantaneamente alla coscienza degli individui che a deporre la finzione del patto sociale è stato già il potere stesso: e dunque a presentarsi nuda è la realtà della società, è la sua coincidenza col potere, è la sua impotenza a produrre qualsiasi omeostasi, autoriparazione delle ferite ai corpi, protezione della vita.
Vero è che in questa registrazione istintiva della verità sulla società e sul potere si riproduce di fatto l'ingiunzione ad aggrapparsi alla nuda vita quale unico orizzonte dei comportamenti sociali: ma sarebbe meglio dire che vi si riflette. Per un verso infatti il potere ingiunge la sospensione della vita sociale come condizione necessaria alla propria rilegittimazione: per l'altro invece questa stessa sospensione trova adesione tra le persone solo come una condizione consapevolmente forzata dall'assenza evidente di qualsiasi potenza di difesa efficace della vita da parte del potere e della sua organizzazione sociale. In tale dicotomia e oltre l'immagine istantanea di una forzata convergenza possiamo intravvedere il bivio tra forme-di-vita che si prepara. Meglio ancora: il bivio tra una emergenza di forma-di-vita che a partire da questa nudità della società e del potere ne seceda per affermare il valore della vita come incontro e mutuo aiuto dei corpi negli affetti e riapra così l'orizzonte di un'esperienza libera - e una forma-di-vita invece imposta come riproduzione della società e del suo comando, riconfigurati esattamente sull'accettazione della verità della loro im-potenza sostanziale alla protezione della vita, dei corpi e degli affetti come nostro comune, e anzi sull'accettazione del loro destinarci alla separazione al cospetto di una distribuzione di morte. E questo tanto più quanto più - come pare proprio il caso della nostra situazione presente - la riconfigurazione della società capitalista e dei suoi rapporti generali di potere prende la forma di un predominio del capitalismo digitale, della cattura dei dati e di una funzione predittiva dei dispositivi del controllo: ossia di una presa totale sul biologico che al contempo lo mineralizza.
In questo senso, per quanto altrettanto sconvolgente dell'immagine restituita da Agamben, l'anonimo Monologo del virus diffuso da Lundi Matin appare un'operazione discorsiva dotata di una diversa efficacia e potenza: proprio nel suo rivolgersi alla forma attuale - colta in questo istante - del comportamento sociale medio per porlo di fronte a quella scelta. Una scelta che sembra prendere fin da ora globalmente corpo in molti e diversi segnali di vita conflittuale, che tendono a sfatare l'immagine cristallizzata di una decisione comune sulla vita stessa paralizzata nella cattura da parte della nuda tanatocrazia cui corrisponde l'automa che è pervenuto ad essere il Leviatano.
Comitato Corrispondenza e Traduzione - Sezione romana dell’Internazionale Vitalista.
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via--regia · 4 years
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Os usos do erótico: o erótico como poder, por Audre Lorde
“Há muitos tipos de poder: os que são utilizáveis e os que não são, os reconhecidos e os desconhecidos. O erótico é um recurso que mora no interior de nós mesmas, assentado em um plano profundamente feminino e espiritual, e firmemente enraizado no poder de nossos sentimentos não pronunciados e ainda por reconhecer. Para se perpetuar, toda opressão deve corromper ou distorcer as fontes de poder inerentes à cultura das pessoas oprimidas, fontes das quais pode surgir a energia da mudança. No caso das mulheres, isso se traduziu na supressão do erótico como fonte de poder e informação em nossas vidas.
Fomos ensinadas a desconfiar desse recurso, que foi caluniado, insultado e desvalorizado por pela sociedade ocidental. De um lado, a superficialidade do erótico foi fomentada como símbolo da inferioridade feminina; de outro lado, as mulheres foram induzidas a sofrer e se sentirem desprezíveis e suspeitas em virtude de sua existência. Daí é um pequeno passo até a falsa crença de que, só pela supressão do erótico de nossas vidas e consciências, podemos ser verdadeiramente fortes. Mas tal força é ilusória, porque vem maquiada no contexto dos modelos masculinos de poder.
Como mulheres, temos desconfiado desse poder que emana de nosso conhecimento mais profundo e irracional. Durante toda nossa vida temos sido alertadas contra ele pelo mundo masculino, que valoriza sua profundidade a ponto de nos manter por perto para que o exercitemos em benefício dos homens, mas ao mesmo tempo tempo a teme demais para sequer examinar a possibilidade de vivê-la por si mesmos. Então as mulheres são mantidas numa posição distante/inferior para serem psicologicamente ordenhadas, mais ou menos da mesma forma com que as formigas mantêm colônias de pulgões que forneça o nutrimento que sustenta a vida de seus mestres. Mas o erótico oferece um manancial de força revigorante e provocativa à mulher que não teme sua revelação, nem sucumbe à crença de que as sensações são o bastante.
O erótico tem sido freqüentemente difamado pelos homens, e usado contra as mulheres. Tem sido tomado como uma sensação confusa, trivial, psicótica e plastificada. É por isso que temos muitas vezes nos afastado da exploração e consideração do erótico como uma fonte de poder e informação, confundindo isso com seu oposto, o pornográfico. Mas a pornografia é uma negação direta do poder do erótico, uma vez que representa a supressão do sentimento verdadeiro. A pornografia enfatiza a sensação sem sentimento.
O erótico é um lugar entre a incipiente consciência de nosso próprio ser e o caos de nossos sentimentos mais fortes. É um sensoíntimo de satisfação ao qual, uma vez que o tenhamos vivido, sabemos que podemos almejar. Porque uma vez tendo vivido a completude dessa profundidade de sentimento e reconhecido seu poder, não podemos, por nossa honra e respeito próprio, exigir menos que isso de nós mesmas.
Nunca é fácil demandar o máximo de nós mesmas, de nossas vidas, de nosso trabalho. Almejar a excelência é ir além da mediocridade incentivada por nossa sociedade. Mas sucumbir ao medo do sentimento e trabalhar no limite é um luxo que só pode se permitir quem não tem aspirações, e essas pessoas são aquelas que não desejam guiar seus próprios destinos.Mas a demanda íntima pela excelência que aprendemos do erótico não pode ser mal entendida como exigir o impossível nem de nós mesmas nem das outras. Tal exigência incapacita todo mundo no processo. Porque o erótico não é sobre o que fazemos; é sobre quão penetrante e inteiramente nós podemos sentir durante o fazer. E uma vez que saibamos o tamanho de nossa capacidade de sentir esse senso de satisfação e realização, podemos então observar qual de nossos afãs vitais nos coloca mais perto dessa plenitude.
O sentido de cada coisa que fazemos é fazer nossas vidas, e a vida de nossas crianças, mais ricas e mais viáveis. Pela celebração do erótico em todas as nossas empreitadas, meu trabalho se torna uma decisão consciente – um leito muito esperado em que me deito com gratidão e do qual levanto empoderada. Obviamente, mulheres tão empoderadas são perigosas. Então somos ensinadas a separar a demanda erótica de quase todas as áreas mais vitais de nossas vidas além do sexo. E a negligência às satisfações e fundamentos eróticos de nossa práxis se traduz em desafeto por grande parte do que fazemos. Por exemplo, quantas vezes amamos de verdade nosso trabalho até mesmo quando temos dificuldades nele?
O maior horror de qualquer sistema que define o bom em termos de lucro mais do que em termos de necessidade humana, ou que define a necessidade humana pela exclusão dos componentes psíquicos e emocionais dela – o maior horror desse sistema é que priva de nosso trabalho seu valor erótico, seu poder erótico, e rouba da vida seu interesse e plenitude. Tal sistema reduz o trabalho a uma maquete de necessidades, um dever pelo qual ganhamos o pão ou o esquecimento de nós mesmas e de quem amamos. Mas isso é o mesmo que cegar uma pintora e dizer a ela que melhore sua obra, e ainda que goste de pintar. Isso não é só perto do impossível, é também, profundamente, cruel.
Como mulheres, precisamos buscar formas para que nosso mundo possa ser realmente diferente. Estou falando, aqui, é da necessidade de novamente avaliarmos a qualidade de todos os aspectos de nossas vidas e de nosso trabalho, e de como nos movimentamos através e até eles. A própria palavra erótico vem do grego eros, a personificação do amor em todos seus aspectos – nascido do Caos, e personificando o poder criativo e a harmonia. Então, quando falo do erótico, o estou pronunciando como uma declaração da força vital das mulheres, daquela energia criativa fortalecida, cujo conhecimento e uso estamos agora retomando em nossa linguagem,nossa história, nosso dançar, nossoamar, nosso trabalho, nossas vidas.
Há tentativas freqüentes de se equiparar a pornografia e o erotismo, dois usos diametralmente opostos do sexual. Por causa de tais tentativas, se tornou recorrente separar o espiritual (psíquico e emocional) do político, vê-los como contraditórios ou antitéticos. “Como assim, uma revolucionária poética, um traficante de armas que medita?”. Da mesma forma, temos tentado separar o espiritual do erótico, e assim temos reduzido o espiritual a um mundo de afetos insípidos, do asceta que deseja sentir o nada. Mas nada está mais distante da verdade. Porque a posição ascética é uma do mais grandioso medo, da mais extrema imobilidade.
A abstinência severa do asceta torna-se a obsessão dominadora. E não é uma que se embase na autodisciplina, mas sim na abnegação. A dicotomia entre o espiritual e o político é igualmente falsa, resultante de uma atenção displicente de nosso conhecimento erótico. Porque a ponte que os conecta é formada pelo erótico – o sensual –, aquelas expressões físicas, emocionais e psíquicas do que há de mais profundo e forte e farto dentro de cada uma de nós, a ser compartilhado: as paixões do amor, em seus mais fundos significados.
Além do raso, a tão usada expressão “me faz sentir bem” reconhece o poder do erótico como um conhecimento legítimo, pois o que ela significa é o primeiro e mais poderoso guia que conduz a qualquer entendimento. E entendimento nada mais é do que um colo que abriga justamente, e dá sentido, aquela sabedoria nascida do mais fundo. E o erótico é o nutriente e o embalar de toda nossa sabedoria mais profunda. O erótico, para mim, acontece de muitas maneiras, e a primeira é fornecendo o poder que vem de compartilhar intensamente qualquer busca com outra pessoa. A partilha do gozo, seja ele físico, emocional, psíquico ou intelectual, monta uma ponte entre quem compartilha, e essa ponte pode ser a base para a compreensão daquilo que não se compartilha, enquanto, e diminuir o medo da suas diferenças.
Outra forma importante por que o erótico opera é ampliando franca e corajosamente minha capacidade de gozar. Assim como meu corpo se expande com a música, se dilatando em reação a ela, escutando seus ritmos profundos, tudo aquilo que eu sinto também se dilata à experiência eroticamente satisfatória, seja dançando, construindo uma estante de livros, escrevendo um poema, examinando uma idéia. Essa auto-conexão compartilhada é um indicador do gozo que me sei capaz de sentir, um lembrete de minha capacidade de sentimento. E essa sabedoria profunda e insubstituível da minha capacidade ao gozo me põe frente à demanda de que eu viva toda a vida sabendo que essa satisfação é possível, e não precisa ser chamada de casamento, nem deus, nem vida após a morte.
Essa é uma razão pela qual o erótico é tão temido, e tantas vezes relegado unicamente ao quarto, isso quando chega a ser reconhecido. Pois uma vez que começamos a sentir intensamente todos os aspectos de nossas vidas, começamos a esperar de nós mesmas, e de nossos afãs vitais, que estejamos em sintonia com aquele gozo que nos sabemos capazes de viver. Nossa sabedoria erótica nos empodera, se torna uma lente pela qual fazemos um escrutínio de todos os aspectos de nossa existência, o que nos leva a examiná-los honestamente em termos de seus significados relativos em nossas vidas. E essa é uma grande responsabilidade, surgida desde dentro de cada uma de nós, de não nos conformarmos com o que é conveniente, com o que é falseado, convenientemente suposto ou meramente seguro.
Durante a segunda guerra mundial, comprávamos potes de plástico hermeticamente fechados com uma margarina incolor dentro, que vinha com uma cápsula pequena e densa de corante amarelo, posta como um topázio do lado de fora da embalagem clara. Deixávamos a margarina no sol um tempo, para amaciar, e aí furávamos a pequena cápsula na massa macia e pálida da margarina. Então, pegando a embalagem com cuidado entre os dedos, balançávamos cuidadosamente pra frente e pra trás, várias vezes, até que a cor estivesse se espalhado completamente por todo o pote de margarina, colorindo-a perfeitamente.
O erótico é esse cerne dentro de mim. Quando liberado de seu invólucro intenso e constritor, ele flui através de minha vida, colorindo-a com o tipo de energia que amplia e sensibiliza e fortalece toda minha experiência. Fomos criadas pra temer o sim dentro de nós, nossos mais profundos desejos. Mas quando aprendemos a identificá-los, aqueles que não melhoram nosso futuro perdem seu poder e podem ser mudados. O medo de nossos desejos os mantém suspeitos e indiscriminadamente poderosos, já que suprimir qualquer verdade é dotá-la de uma força insuportável. O medo de que não vamos dar conta de crescer além de quaisquer distorções que possamos achar em nós mesmas é que nos mantém dóceis, leais e obedientes, definidas pelo que vem de fora, e que nos leva a aceitar muitos aspectos da opressão que sofremos por sermos mulheres. Quando vivemos fora de nós mesmas, e com isso quero dizer que vivemos por diretrizes alheias unicamente, mais que por nossa sabedoria e necessidades internas, quando vivemos longe daquelas trilhas eróticas de dentro de nós mesmas, então nossas vidas estão limitadas pelas formas externas e alheias, e nós nos conformamos com as necessidades de uma estrutura que não é baseada na necessidade humana, e muito menos nas individuais.
Mas quando começamos a viver desde dentro pra fora, conectadas ao poder do erótico dentro de nós e permitindo que esse poder preencha e inspire nossas formas de atuar com o mundo que nos rodeia, então é que começamos a ser responsáveis por nós mesmas no sentido mais profundo. Pois ao começarmos a identificar nossos sentimentos mais profundos é que desistimos de nos satisfazer com sofrimento e auto-negação, e o embotamento que tantas vezes parece ser a única alternativa a isso em nossa sociedade. Nossos atos contra a opressão se tornam íntegros com sermos, motivados e empoderados desde dentro.
Em contato com o erótico, eu me rebelo contra a aceitação do enfraquecimento e de todos os estados de meu ser que não são próprios de mim, que me foram impostos, como a resignação, o desespero, o auto-aniquilamento, a depressão, a auto-negação. E sim, há uma hierarquia. Existe diferença entre pintar a cerca do jardim e escrever um poema, mas é uma só de quantidade. E não há, de onde vejo, nenhuma diferença entre escrever um poema maravilhoso e me mexer na luz do sol junto ao corpo de uma mulher que amo.
Isso me traz a uma última consideração sobre o erótico. Compartilhar o poder dos sentimentos de cada pessoa é diferente de usar os sentimentos de outra pessoa como lenço de papel. Quando não atentamos a nossas experiências, eróticas ou de outro tipo, não estamos compartilhando, e sim usando os sentimentos de quem participa conosco na experiência. E usar alguém sem seu consentimento é abuso.
Para ser utilizado, nosso sentimento erótico tem que ser identificado. A necessidade de compartilhar em profundidade de sentimento é uma necessidade humana. Mas na tradição européia-estadunidense, essa necessidade é satisfeita com certos encontros eróticos ilícitos. Tais ocasiões quase sempre se caracterizam por falta de atenção mútua, pela pretensão de chamá-las pelo que não são, seja isso religião, ou arrebatamento, violência da multidão ou brincar de médico. E esse chamamento torto à necessidade e ao ato faz surgir aquela distorção que resulta em pornografia e obscenidade – o abuso do sentimento.
Quando não atentamos à importância do erótico no desenvolvimento e nutrição de nosso poder, ou quando não atentamos a nós mesmas na satisfação de nossas necessidades eróticas quando interagimos com outras, estamos nos usando como objetos de satisfação, ao invés de compartilharmos nosso gozo no satisfazer, ao invés de estabelecer conexões entre nossas parecenças e nossas diferenças. Se recusamos a consciência do que estamos sempre sentindo, por mais confortável que isso possa parecer, estamos nos privando de parte da experiência, e nos permitindo ser reduzidas ao pornográfico, ao abusado, ao absurdo.
O erótico não pode ser sentido à nossa revelia. Como uma negra lésbica feminista, tenho um sentimento, um entendimento e uma sabedoria particular por aquelas irmãs com quem eu tenha dançado intensamente, brincado, ou até mesmo brigado. E essa participação intensa numa experiência compartilhada é, muitas vezes, o precedente à realização de ações conjuntas que antes não seriam possíveis. Mas as mulheres que continuam agindo exclusivamente sob as normas da tradição masculina européia-estadunidense não podem compartilhar facilmente essa carga erótica. Eu sei que ela não estava acessível pra mim quando eu tentava adaptar minha consciência a esse modo de vida e sensação. Somente agora é que encontro mais e mais mulheres-identificadas-com mulheres com bravura o bastante para arriscar compartilhar a carga elétrica do erótico sem dissimulação, e sem distorcer a natureza enormemente poderosa e criativa dessa troca.
Reconhecer o poder do erótico em nossas vidas pode nos dar a energia necessária pra fazer mudanças genuínas em nosso mundo, mais que meramente estabelecer uma mudança de personagens no mesmo drama tedioso. Pois não só tocamos nossa fonte mais profundamente criativa, mas fazemos o que é fêmeo e autoafirmativo frente a uma sociedade racista, patriarcal e anti-erótica.”
Artigo Original: Use of the Erotic: The Erotic as Power, in: LORDE, Audre. Sister outsider: essays andspeeches. New York: The Crossing Press Feminist Series, 1984. p. 53-59.
Tradução feita por Tatiana Nascimento dos Santos – Dezembro de 2009, retirada do Zine “Textos escolhidos de Audre Lorde”.
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alexsussuarana · 4 years
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O Islã: a mais bem sucedida religião da nossa história.
Os atentados de ontem, em Nice, França1, reacendem a falsa dicotomia entre o ocidente cristão e o oriente médio islâmico. Mas o problema não é o islamismo, são as religiões. Veja, a falsa dicotomia entre cristianismo e islamismo se ampara no argumento de que o ocidente é uma civilização superior por ser fruto do cristianismo. Ledo engano. O ocidente é laico apesar do cristianismo.
O cristianismo levou mil anos entre se espalhar, ser reconhecido por um chefe de estado e aglutinar os reinos bárbaros do combalido império romano do ocidente, enquanto o islamismo levou dois séculos para se erguer no deserto, tomar o oriente médio até a Índia e o norte da África até a península ibérica. Aposto que você, que ama a Europa e sonha em ser reconhecido português, conhece o Califado Omíada que tornou Córdoba da Espanha uma das maiores cidades da época e batizou o sul de Portugal e Espanha de Andaluzia, não?
O fato é que enquanto instituição política, o islamismo não repetiu os erros do cristianismo, e se apoderou da vida pública de todos como a via teológica jurídica suprema, sem dar chances à laicidade. E mais, não monopolizou o estudo da própria doutrina, mas incentivou a escrita e leitura dos fiéis, criando uma cultura teológica jurídica e acadêmica que transbordou para outras artes como a literatura e a matemática. Tudo isso culminou num império tão grande quanto o romano, mas muito menos suscetível às contendas internas.
E o maior retrato dessa cultura é o Corão. É muito bem escrito, é lindo e maravilhoso. Eu precisei de apenas um livro pra entender porque a juventude se curva ao islamismo mesmo que não tenha nascido no meio dessa cultura. E então, podemos entender como o terrorismo islâmico é apenas o resultado mais violento de um problema que acompanha o pensamento religioso como um todo.
Para se criar um fanático, você precisa de juventude e ignorância. Você pode argumentar que a ignorância é uma característica plena da juventude, mas a juventude masculina em particular traz outras características necessárias ao fanatismo: o aguçado sentimento de bando e a ousadia que se confunde com coragem nessa idade. Pronto, a religião só precisa virar uma causa pra esse primata ignorante e o terrorismo é só uma questão de propaganda. Não à toa a grande maioria dos terroristas é homem e jovem, com 27,3 anos de idade em média2.
Esta é a estratégia de disseminação utilizada por todas as religiões. Todos nós fomos entregues a uma destas instituições em idade que não podíamos nos defender. Todos nós passamos pelo corredor doutrinário da religião durante anos a perder manhãs de sábado e tardes de domingo ouvindo uma ladainha que não tinha outro objetivo a não ser entranhar-se em nossos corações até não conseguirmos mais nos ver distante daqueles corolários. E se você teve a sorte de não ser obrigado a freqüentar um templo, pode ter sofrido com a cultura resultante desta doutrinação que lhe faz acreditar que todas as respostas da sua vida estão lá e você deve ir até lá procurá-las. De qualquer forma a doutrinação religiosa se espalha de maneira tão eficiente sobre uma sociedade que você provavelmente não vê problemas em argumentos que invadem as liberdades alheias com justificativas religiosas ou talvez não veja tanto problema em dizer que “macumba” é do diabo, que as religiões africanas estão erradas ou não se sente tão ofendido quando vê um templo afro-religioso completamente destruído como quando vê uma igreja que servia de porão da tortura ser queimada no Chile.
Então o que nos distancia do oriente? Por que discutimos direito ao aborto, feminicídio ou o casamento homoafetivo enquanto em muitos países árabes a mulher não tem direito à dignidade humana? Por que a nossa maior religião não foi tão bem sucedida quanto a deles! E este fato tornou possível levarmos a outro patamar a nossa maior virtude: a dúvida. O desenvolvimento da ciência no ocidente foi possível porque derrubamos o sagrado, porque nos botamos no centro, porque não aceitamos qualquer resposta como verdade, nem aceitamos regras ineficazes impostas por autoridades. Nós contestamos.
A contestação é nossa maior arma e apesar da comparação recortada entre terroristas islâmicos que matam um professor que utilizou de charges de Maomé pra falar de liberdade de expressão e três pessoas dentro de uma igreja parecer o sinal de que devemos combater o islamismo, a verdade é que o nosso direito de contestação sofre ataques de “nossa” própria religião. Quando nos satisfazemos com um líder religioso que diz não aceitar a liberdade amorosa de dois adultos em plena consciência, nós estamos abrindo mão de nossa própria liberdade ao não contestar. Quando aceitamos que um pai religioso jogue o filho na rua por sua orientação sexual, nós estamos abrindo mão de nossa liberdade por não contestar. Quando aceitamos que pais pautem a vida sexual de suas filhas, nós estamos abrindo mão de nossa liberdade por não contestar.
Mas não se engane com as diferenças de atuação, a “nossa” religião está jogando o jogo. Ela aperta e solta pra ver até onde aceitamos abrir mão desta liberdade. Ela é uma instituição de poder e apesar de dizer que o objetivo é levar o homem até Deus, na verdade o seu objetivo é a manutenção do próprio poder. Ao invadir nossas vidas e pautar nossos costumes, a religião nos mantém reféns e tudo o que afirmei acima pretende dificultar a contestação conforme a introjeção de que a nossa religião é a certa e é o bem supremo. E a sua contestação é um ato imoral que utiliza a sua própria introjeção anterior para nos fazer sentir maus por isso.
Pensemos em quanto perdemos ao não conversar sobre nós mesmos, mas sobre um ser etéreo que deixou um livro para gastar a vida a decifrá-lo. Pensemos em quantas vezes não conhecemos realmente nossos amigos e amigas porque nosso objetivo de encontro é adorar um ser ausente. Pensemos em quantos livros deixamos de ler porque acreditamos na ilusão de que um livro só é superior à soma de todos os outros. Pensemos em quantas culturas não conhecemos por acreditar que só existe uma maneira de viver corretamente. Se quisermos um retrato desse cenário, olhemos para a França de ontem e nos perguntemos o que faríamos se existisse a ordem “direta” de Deus de que fizéssemos o mesmo com os infiéis. Será que não nos aproximamos disso quando secretamente nos satisfazemos com a certeza de que um ateu vai ao inferno quando morrer? E antes de você me responder que Deus nunca daria essa ordem, responda-me o que você acredita que foram as cruzadas?
Bom, eu imagino que você realmente não faria o mesmo que os terroristas de ontem, na França. Talvez outros fizessem no seu lugar, mas eu realmente acredito que a quantidade de pessoas dispostas a isso no cristianismo seja realmente menor. E é por isso que eu afirmo que o islamismo é bem sucedido. Ele não só é capaz de roubar fieis de outras religiões como é capaz de minar grande parte do poder de contestação destas pessoas, assim como construir um sentimento de defesa da fé que torna o fiel autônomo no ato de procurar as respostas e justificativas para os atos dentro dos livros da lei. Então eu termino esse trambolho exortando a todos à verdadeira arma contra as religiões: o conhecimento. A contestação. O debate. Não deixe a religião deles ou a sua minar a maior característica da nossa espécie: a dúvida! Não deixe que qualquer religião sequestre o que nos faz seres políticos: a liberdade de contestação.
1 - https://g1.globo.com/mundo/noticia/2020/10/29/ataque-a-faca-deixa-mortos-em-nice-na-franca.ghtml
2 - https://www.cartacapital.com.br/mundo/quem-e-o-terrorista-que-ataca-o-ocidente/
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opoetacicatriz · 5 years
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Que Ironia!
Quem um dia vestia Meu belo casaco Almejou proteção? A mim mentiria Sendo carrasco De meu coração
Consumido seria Sentimento opaco Cegando a visão Linda magia Foi toda pro saco Mera ilusão
Promessa vazia Apostou no buraco A falsa paixão Canastrando tu ia Deixando-me em caco Sem redenção
Tua hipocrisia E teu jeito malaco Querendo Atenção Desmascararia Teu pobre pitaco Da situação
Temporário eu seria Fugindo do empaco Faltou compaixão! Perdi a empatia Confuso e breaco Criei aversão
Minha idolatria A Cultista de Baco Gerou coerção E a melodia Partida em naco Sem diapasão
Em dicotomia Desgosto cossaco De ti alusão A epifania Deixando-me fraco Sem expressão De tu dependia Que currupaco! Que gozação!
-Do Poeta Cicatriz
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