Tumgik
#ergo os meus olhos
odijr · 4 months
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Perfeição - Eduardo Mano
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meuemvoce · 4 months
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Fica? Fica por toda vida
Segunda-feira, 12:04
Sentada na minha cadeira com os pensamentos gritando para escrever algo, as palavras surgem rapidamente e entre um gole ou outro de café começo escreve sobre você nas entrelinhas. Hoje poderia ser um daqueles dias atípicos para mim quando olhasse para o lado e encontrasse você ressonando em um sono profundo na minha cama. O cansaço seria bem-vindo em nossos corpos quando lembrássemos o motivo de sentirmos algumas dores e vestígios de uma madrugada intensa e excitante, esperamos por tanto tempo esse dia chegar que esqueceríamos do que nos espera lá fora e dentro do meu quarto lembraríamos das promessas que fizemos. Fizemos a noite como nossa testemunha de quanto nos perdermos um no outro e cada suspiro, gemido e pedido era como um segredo entre nós dois e que ninguém poderia saber. Desperto ao sons de pássaros e uma claridade que me diz que o sol resolveu me fazer lembrar de alguns detalhes, vestida em sua camisa e sem usar nada por baixo me levanto e percebo que a casa está com um barulho diferente, então me recordo que fiz o pedido depois de me entregar para você ‘’fica para o café da manhã’’ e logo em seguida caí em sono profundo, sentindo o cheiro de café fresco pela casa, caminho em direção a cozinha e a imagem que encontro me faz suspirar, vejo você sem camisa, apenas de samba canção e as pinturas que fiz na suas costas na noite passada, sorrio de lado e não me envergonho da arte que fiz, saio dos meus desvaneios quando ouço a sua voz e sinto o seu cheiro, ergo a cabeça e encontro os seus olhos e o sorriso de quem sabe sobre o que estou pensando, mas ele entrega que você pensa o mesmo. Levo um susto quando de súbito você me pega pelas pernas e me coloca em seu colo, olha para mim e me dá um beijo intenso e profundo, me coloca em cima do balcão e me encara com um olhar de dúvidas, não entendo de primeira, mas então as suas palavras me pega desprevenida ‘’Quero ficar, não só por uma noite, mas por toda a vida’’, meu coração falta sair pela boca, mas então lembro do pedido que te fiz assim que você passou pela porta da minha casa ‘’Fica. Fica para dormir e para tomarmos café da manhã juntos, discutir quem deve tomar banho primeiro ou se devemos tomar juntos, quem deve arrumar a cama e fazer o café da manhã, quem deve lavar a louça e secar para depois guardar, quem irá fazer o almoço e o jantar, para onde iremos viajar quando completarmos um ano de namoro, discutir sobre os lugares que devemos visitar, conversar sobre seus processos e a suas defesas quando entrar em modo advogado, conversar sobre ir no seu pai ou na sua mãe primeiro, tiraríamos um tempo para você tocar violão e afinar as cordas, rirmos juntos quando desafinarmos em um tom daquela canção que amamos, trocar olhares cheio de promessas e de pecados e enxergarmos uma vida cheia de possibilidades’’. Quero que esse texto se torne realidade quando lermos e sentir aquela saudade de estar perto um do outro, ligar e conversar sobre a falta que fazemos na vida um do outro e esperarei a oportunidade aparecer para te pedir ‘’fica. Fica por toda vida?’’ e na entrelinhas te faço pedidos de vivermos uma vida intensa e cheio de desafios pelo caminho, mas se estivermos juntos estaremos bem.
Elle Alber
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surrealsubversivo · 8 months
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Você é o tipo de garoto que esconde poesia atrás dos lábios (seu beijo tem gosto de Neruda)
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Tem dias que você se compara com os garotos cheios de ossos e músculos, dançando sem roupas, do outro lado da tela do seu celular, enquanto se pergunta o que há de errado com você. Eu seguro o seu queixo, e ergo os seus olhos, tentando lhe explicar que é exatamente assim que o mundo quer que você se sinta. Eles movimentam o poder, eles querem te ver insatisfeito. Garoto, só nos últimos meses você ressurgiu da morte como uma fênix e levou flores nos túmulos de todos os demônios que lhe matou. Então, não faz sentido você colocar todo esse peso sobre si mesmo. O único peso que você deve sentir, é o do meu corpo sobre o seu, enquanto eu provo cada parte de mistério e vida, que há sob sua pele. Eu e você correndo por esses campos, rindo para os céus, chorando para os lírios. Eu tenho amado olhar para a maneira como você segue em frente e segura a minha mão, no momento em que respiramos um mesmo ar e nos tornamos um só. Você é o tipo de garoto que esconde poesias atrás dos seus lábios.
Desconfio, que estamos escrevendo um livro
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tecontos · 9 months
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Matando a saudade do meu gatinho
By; Amanda
Sou a Amanda, já tenho alguns contos enviados aqui e essa é mais uma transa que eu quero eternizar num conto. Para me descrever costumo dizer que faço o tipo gordinha gostosa, peito e bunda grande com coxa grossa.
O conto de hoje é sobre a foda de ontem com meu atual ficante, estávamos há pouco mais de uma semana sem se ver, então ontem fui na casa dele, conversamos um pouco sobre como tinha sido a semana entre alguns beijinhos que iam esquentando cada vez mais até que um beijo pegou fogo e eu fui pro colo dele, nosso beijo é maravilhoso nosso lábios e línguas fazem uma dança num ritmo perfeito.
Eu não costumo usar sutiã, então ele tirou minha blusinha, encheu as mãos nos meus peitos e ia mamando um por vez ele adora morder meus piercings, ele esfrega meus peitos no rosto dele e aí eu beijo ele novamente, enquanto isso ele desabotoa meu shorts e eu fico em pé em cima do sofá na frente dele, ele tira meu shorts e me puxa pra boca dele, eu então puxo minha calcinha pro lado, ergo uma perna e rebolo minha bucetinha na boca dele, eu gemendo as vezes olho pra baixo e vejo os olhos famintos dele me chupando com tesão e saudade da putinha dele.
Eu volto pro colo dele, beijo a boca dele e lambo todo meu melzinho no rosto dele, saio do colo dele e o shorts dele já tá estufado com o pauzão dele marcando e dá pra ver o molhadinho no shorts, dou um beijinho por cima do tecido mesmo e logo tiro a roupa dele, ver o pau que ele diz ser meu todo babadinho me dá muito tesão, passei a língua olhando pra ele e ele me olha com uma carinha tão linda de tesão, coloco a cabecinha na boca e vou chupando e rodeando a língua, desço até onde eu aguento e sinto o pau dele na minha garganta, forço tentando engolir mais do pau dele, mesmo sabendo que eu não consigo é gostoso sentir que aquele pau enorme é todo meu e é tão grande que não cabe na minha boca, fora os gemidos dele que me dão cada vez mais fome do pau dele, chupo as bolas dele, lambo ele por todos os lados deixo todo pau bem babadinho.
Então ele me pede pra sentar pra ele, subo no colo dele de novo e depois de dias sem transar com ele, o pau dele quase me rasga, sento devagarzinho olhando nos olhos dele e nós dois com cara de quem tá tendo a melhor sensação do mundo, quando entra tudo eu fico falando pra ele o quanto tava com saudade de sentir ele todinho dentro de mim, beijo ele e começo a rebolar devagarinho até acostumar com o pau dele, então ele começa a apertar minha bunda me fazendo quicar em cima dele, eu entro no jogo e começo a sentar forte e gostoso em cima dele, gozo toda me tremendo em cima dele e travo com ele dentro de mim.
Nessa hora ele pede pra eu deitar e me chupa como se estivesse me dando um beijo de língua na buceta, eu seguro a cabeça dele e faço carinho no cabelo dele enquanto gemo pra ele, como é gostoso ser chupada assim logo depois de gozar, então ele se levanta e pincela o pau em mim, passando pelo meu cuzinho e pela minha bucetinha e então ele enfia o pau em mim, mesmo depois de ter sentado horrores nele, nessa posição sinto ele indo muito mais fundo e quase grito ao sentir ele tocando o fundo da minha buceta, daí ele começou a me foder num ritmo compassado e firme, sinto ele saindo quase todo de mim e voltando forte até as bolas baterem na minha bunda, ele anuncia que tá pra gozar e eu falo pra ele
- "goza pra mim amor"
Ele tira o pau e goza fora da minha buceta, aquela porra grossa de quem tá há dias sem transar, ele então fica todo fraquinho, damos um beijo, damos um tempinho para relaxarmos e vamos tomar banho juntinhos.
Voltamos pra sala e ele pede algo pra comer, ele vestiu o shorts dele e eu botei minha blusinha e a calcinha, como eu já tinha comido não acompanhei ele, ele comeu e ficamos deitados abraçadinhos nos beijando até que todo fogo acende novamente, a gente não consegue beijar sem transar é incrível como temos química, me beijando ele vai com a mão até minha calcinha e me sente toda molhada, então ele começa a me dedar e eu gemendo com a cabeça deitada no ombro dele, aí ele pede pra eu dançar pra ele (como eu gosto de dançar funk, ele coloca funk e pede pra eu dançar pra ele) eu fico de quatro no chão e começo a chupar ele e aí ele se empolga mais que da primeira vez, se levanta, me segura pelos cabelos e fode minha garganta, em uma das vezes ele empurra minha boca no pau dele e dá tapas na minha bunda, quando ele finalmente me libera para respirar, meu rosto e pau dele estão todo babados, chega escorrer, ele me elogia diz que sou maravilhosa, gostosa, uma delícia e manda eu ficar de quatro, me lambe todinha e começa a me dedar enquanto chupa meu cuzinho, eu rebolo na cara dele, ele para abre bem minha bunda fica me olhando e eu assistindo a cena por cima do ombro até que ele pega o pauzão dele e mete forte na minha buceta, eu gemo gostoso adorando, amo quando ele me pega com força, grito pedindo pra ele
- "mete na sua putinha amor, me fode gostoso"
E ele não aguenta mais muito tempo e goza no meu rabinho, vamos tomar outro banho e eu até brinco com ele
- "lá vamos nos mais uma vez kkkkk"
Damos risada e ele pergunta se gozei, respondi que nessa segunda vez não mas que tinha gozado na primeira, dai ele diz que não dá pra resistir comigo de quatro
- "eu vejo toda sua bunda e meu pau saindo molhadinho, vejo que você tá com tesão e não consigo segurar".
(kkkkkkk tem coisa melhor pra ouvir?) Me visto e digo que preciso ir pra casa e vou dar um beijinho nele, que vira outro beijinho e vai virando um beijo delicioso e ele pede pra para pq não aguenta outra, que estava cansado e eu digo que só estava me despedindo mas na verdade gosto de ver ele sofrendo de tesão.
Foi isso, até a próxima te-contos.
Enviado ao Te Contos por Amanda
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1dpreferencesbr · 1 year
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Imagine com Liam Payne
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Lies
diálogos: Por favor, não minta / Eu já sei de tudo / Você estava com ela(e) e depois mentiu sobre isso / Eu não preciso ouvir, é sempre a mesma coisa / Você pode ser honesto comigo pela primeira vez? / Já estou farta das suas promessas vazias / Me deixe te amar como você merece
Meu nariz arde de tanto passar o lenço, meus olhos doem e eu me sinto horrível. Encaro toda a decoração ridícula de comemoração que preparei. As velas já queimaram até o final, o jantar esfriou há muito tempo e a foto de Liam e Cheryl em um restaurante chique ainda estampa a tela do meu telefone. 
Já é quase meia noite quando decido acabar com a humilhação própria e volto para a minha casa. 
Era para ser uma boa noite, uma noite para comemorar o primeiro ano do começo das nossas vidas juntos, mas, pelo visto, meu namorado preferiu passar essa noite com a ex mulher. 
Sentada no tapete no meio da sala, deixo mais uma vez que as lágrimas escorram. 
Meu peito dói. Não tem alívio. 
Batidas fortes na porta me acordam. 
Três da manhã, só pode ser uma pessoa. 
Sem encará-lo, deixo que entre. Liam dá passos nervosos até a sala pequena, encontrando em cima do sofá a caixa do presente que demorei semanas para conseguir escolher. 
— Eu cheguei em casa e você já tinha ido… — Ele fala baixo, ainda de costas. Sua voz me causando ainda mais dor do que posso suportar. 
— Onde você estava? — Pergunto, sem esconder a mágoa em minha voz. 
— Bear teve uma emergência médica e… 
— Por favor, não minta. — Imploro. — Eu já sei de tudo. — Como se estivesse em câmera lenta, Liam virou. Encaro seus tênis brancos, sem coragem nenhuma de olhar em seu rosto, isso apenas me destruiria ainda mais. 
— Amor… — Ele tenta se aproximar, mas eu dou um passo para trás. 
— Você estava com ela e depois mentiu sobre isso. — Sussurro, sentindo meus olhos inundarem mais uma vez. 
— S/N, eu… 
— Você pode ser honesto comigo pela primeira vez? — Grito. — Eu não mereço a verdade pelo menos uma vez? — Pergunto, passando as mãos com força pelas bochechas para afastar as lágrimas. 
— Eu estava com a Cheryl… mas não é o que você está pensando. — Sem apressa em dizer. — Eu juro que…
— Eu não preciso ouvir, é sempre a mesma coisa. — Digo com ironia. — “Não é o que você está pensando, não foi bem assim, não vai mais acontecer” — Enumero as coisas que tantas vezes escutei de sua boca. — Já estou farta das suas promessas vazias. 
— Amor. — Ele tenta se aproximar mais uma vez, mas eu não deixo. 
— A verdade, Liam. É só o que eu quero. 
— Encontrei com Cheryl para falar sobre a escola do Bear, fomos jantar para isso. — Ele suspira.
— No dia do nosso aniversário? — Pergunto, finalmente encarando o rosto que tantas vezes me trouxe alegria. A expressão de Liam se contrai, demonstrando que ele havia esquecido completamente da data. Sem conseguir mais segurar, deixo o soluço dolorido fugir, é preciso segurar na parede para que meu corpo não ceda. 
— S/N… 
— Você imagina como foi humilhante? — Sussurro. — Decorar toda a sua casa, fazer seu jantar favorito e esperar por horas como uma idiota enquanto você estava com outra. 
— Amor, eu… — Ergo a mão para que ele não chegue perto, e para que note que ainda não terminei. 
— Imagina como eu me senti quando vi em todos os sites de fofoca especulações sobre vocês? Eu fiquei horas esperando por você, Liam, horas. Sabendo que você chegaria e mentiria de novo sobre onde estava. — Escorrego pela parede, sentando no chão, sem forças para me manter mais. — Você sabe como eu me sinto, e mesmo assim você mente. Toda vez. — Dói. Tudo dói. O meu corpo e até mesmo os sentimentos que estou colocando para fora. 
— S/A, você sabe que eu não posso simplesmente deixar de conviver com Cheryl, ela é mãe do meu filho e… 
— Você quer que eu aceite seu filho, Liam? — Bato com a mão no piso. — Tudo bem! Quando começamos com isso, eu aceitei o pacote completo! Você e ele. O que eu não aceito é uma mentira nova cada vez que vocês dois se encontram! — Grito, sentindo minha garganta doer. Ele parece atordoado com as palavras, pisca lentamente algumas vezes e puxa o ar com força pela boca. — Eu não aguento mais. Não posso mais fazer isso. — Puxo minhas pernas para perto do peito, escondendo o rosto ali. 
— O que você quer dizer? 
— Não dá mais. — Dou de ombros. — Não posso viver assim. 
— Amor, não faz isso. — A voz embarga, me fazendo soluçar alto. — Eu amo você, por favor… 
— Se você me amasse mesmo, Liam, não mentiria pra mim. 
— Eu não vou mais, eu juro. — Sinto as mãos frias afastarem meus braços para erguer meu rosto. — Por favor, não me deixa. — Ele sussurra, me encarando com os olhos molhados. — Eu te amo. 
— Só amor não é suficiente. — Suspiro. — Não confio em você, Liam. 
— Vamos dar um jeito nisso, amor. Não desista assim. 
— Você acha que é fácil? Eu não aguento mais, Liam. Tenho guardado isso há meses, contando cada uma das suas mentiras, fingindo que eu não sei. 
— Eu não traí você, S/N. 
— Mentira também é traição. — Liam soluça, apoiando a testa em meus joelhos, deixando que suas lágrimas escorram pelas minhas pernas. 
— Me perdoa. Por favor, me perdoa. — Sussurra. — Me dê a chance de te amar como você merece.
— Liam… 
— Eu não vou mentir nunca mais, eu não vou dar motivos para que você vá. E, se no futuro você quiser ir embora, eu deixo. Mas vamos tentar, amor, por favor…
— Eu não sei se consigo. — Ele ergue o rosto, aproximando o corpo do meu, me tomando em um abraço desajeitado. Choro alto contra seu peito, molhando completamente a camiseta. 
— Vamos conseguir. — Sussurra, deixando beijos pelo meu cabelo. — Uma última chance. — Implora, me fazendo olhá-lo. — Por favor, meu amor. 
É uma decisão difícil de ser tomada assim. A mágoa ainda está muito recente, todos os sentimentos que transbordaram e foram expostos. 
Peço por tempo, e mesmo hesitante, Liam aceita. 
Por três dias inteiros considerei todos os prós e contras de seguir com a nossa história. A confiança abalada era difícil demais de ser reconstruída. Mas, em contrapartida, desistir do nosso amor sem tentar pelo menos mais uma vez também me parecia injusto. 
Digitei a senha na fechadura eletrônica para que a porta se abrisse. 
Ainda havia alguns resquícios da surpresa que havia preparado espalhados pela casa. Caminhei em silêncio, notando o corpo longo de Liam deitado no sofá, de costas para mim. 
— Liam. — Chamei, fazendo-o pular para sentar e me encarar. Seu rosto inteiro se transformou em uma expressão de choro no momento em que ele focou os olhos em mim. Como um furacão, ele se ergueu do sofá, praticamente correndo em minha direção, quase me sufocando em seus braços. — É a última chance. — Sussurro, passando os braços em sua cintura para retribuir o abraço. 
— Obrigado — Ele sussurra muitas vezes, com a voz embargada. — Obrigado, amor. Eu te amo. 
— Eu te amo, Liam.
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criador · 1 year
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1 segundo
Dar valor às coisas que não são óbvias. O que não é dito por vezes revela nuances mais elaboradas do que o texto meticulosamente calculado. Os detalhes por trás da linguagem corporal, do olhar atravessado, da frase dita pela metade, baixinho, nos sussurros trocados, revelam sentidos que muitas vezes deixamos em segundo plano. Me ergo um tanto esbaforido, estava exausto. O suor pinga da minha testa, eu o enxugo e jogo o cabelo para trás. O gesto me faz lembrar imediatamente de você. Estou em frente a uma parede de vidro transparente. Olho para o que dava pra ver da minha imagem ali, que só refletia nos pontos onde não pegava muita luz, e a cena de filme adolescente transcorre bem diante dos meus olhos. Eu te vejo ali, refletido diante de mim. Ok, admito que eu pensei ser coisa da minha cabeça, afinal, é mais fácil crer que meu cérebro está me pregando uma peça do que aceitar as pequenas coincidências que me cercam. Mas eu não estou maluco, é você mesmo, com o mesmo olhar soturno de sempre. Prendo a respiração por um segundo, antes de soltar e voltar a ficar ofegante. Penso rápido e me viro para conferir aquilo que meus olhos tentam me convencer ser a realidade. É você mesmo, com o cabelo encharcado de sempre, que você sacode e tenta jogar pra trás. Estou preso aos detalhes, a miragem realista, palpável, física, esculpida num corpo rígido e suado, cujo os movimentos parecem acontecer em câmera lenta, talvez por serem hipnóticos demais pra mim. A uns dois metros de mim, não posso me conter, não sinto vergonha ou pudor algum em te assistir ali assim, a poucos passos de mim. Você nota, faz seu charme e levanta os olhos para me encarar. Dura um segundo, mas eu juro que jamais esquecerei o seu semblante, o olhar fixo, o queixo contraído, a boca que abre lentamente para pegar ar, o peito que enche, as mãos que procuram um destino. Neste breve segundo, ganho meu dia. Você se constrange mais uma vez e continua a fazer suas atividades, como se nada tivesse acontecido. Eu pego fôlego e o contorno lentamente, te dando tempo de me observar partir. Existe algum prazer irracional em sair de perto de você assim.
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hopebeesly · 4 days
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Die for you do The Weeknd e Ariana Grande ecoa do rádio e meu corpo faz a coreografia, passo a passo e meu corpo se mistura ao ritmo. Respiro pesado e sinto o meu corpo formigar, a sensação mais pura de liberdade. Após longas horas dançando todos os estilos existentes, o sorriso de satisfação se infiltra em meus lábios. Enquanto arrumo o palco para o próximo treino, sinto um pinicar na nuca, endireito a postura e olho ao redor, e acho que não foi a ideia mais inteligente. O palco é iluminado, mas depois da escada a frente e nas laterais o lugar dos poucos acentos é escuro e não sei distinguir o que é o que. É a mesma sensação de colocar as roupas em cima da cadeira e deitar e em meio a penumbra do quarto imaginar aquela montanha se transformando em alguma coisa. O suor agora escorre frio pelo meu corpo e o ar gelado se condensa. Termino de arrumar as coisas o mais rápido possível. Pego a minha bolsa e estou a caminho das escadas laterais que dão para a saída de emergência. Passando o fone por baixo da blusa e colocando o celular no bolso, não estou olhando pra frente e isso é um puta de um erro. No momento em que olho para frente meu ar vai pra casa do caralho, ele está parado ao lado da porta. Meus olhos percorrem toda a sua extensão, mas o que ganha a minha atenção é a máscara de ghostface. Isso só pode ser uma piada. Ficamos parados nos encarando. Que porra é essa? Eu quero rir e chorar, são tantas emoções. Ele dá um passo e eu me retraio. Ele vira a cabeça de lado e isso causa um revirar estranho no meu estômago. Outro passo em minha direção, eu me mantenho no mesmo lugar. Ouço sua risada rouca e consigo visualizar com perfeição aqueles dentes alinhados formando o sorriso mais perverso. Respiro devagar, apertando a alça da mochila, a música chia através dos fones pendurados no decote da minha blusa branca. Mais um passo e ele está cara a cara comigo. Suas mãos puxam a minha cintura e sou inundada pelo cheiro dele e do perfume e odeio como isso me afeta. Odeio sentir meu corpo ansiar pelo toque, pelo que vem depois, transbordando de expectativa e a mente conjecturando todos os cenários possíveis. Simplesmente odeio esse desgraçado. Como se lesse meus pensamentos ele ri novamente, ouvir aquela rouquidão em uma distância é uma coisa, agora com praticamente nenhuma distância entre nós, com o hálito tocando a minha pele através da máscara é de foder o meu psicológico.
— Finja que quer fugir para deixar as coisas mais interessantes, Mano meilė - perco as forças no sotaque e no tom gostoso de sua voz.
Contendo os impulsos, respiro fundo. Apesar da ordem, suas mãos não se afrouxam em meu corpo, ergo o olhar e a máscara é realmente interessante, é impossível reconhecer quem a está usando. Reconheci por ser ele. Seria capaz de identificá-lo até do avesso. Suas mãos deslizam pelo meu corpo, uma desce enquanto a outra sobe de encontro ao meu rosto, fecho os olhos ao sentir seu aperto em minha bunda enquanto na parte superior seu polegar desenha o contorno dos meus lábios. Em um rompante me vejo implorando, suplicando para que me toque e para que não pare por nada, porque, porque eu preciso dele, preciso senti-lo, eu preciso disso tanto quanto preciso de ar para respirar, embora ele acredite que só preciso dele por estar apertando o meu pescoço nesse exato segundo, e é isso, tudo o que eu quero. Ser devorada.
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Um Breve Inventário de Todas as Coisas que Não Devo Esquecer Sobre Você
Eu também desapareço quando me esqueço Se pudesse, salvaria você da extinção dentro de mim Me arrependeria de derramar meu sangue seco E forja-lo como lança ao desproposito da vida Dizer teu nome, escrever teu nome São maneiras egoístas de eternizar você No papel, nos sentimentos, na minha boca E quando engulo teu nome é para digeri-lo Seus dedos extravagantes negando os meus A presença tímida de um olhar público que -ainda- se constrói Seus dedos passeando pelos meus cabelos, despreocupados Na presença pública de olhares embriagados A noite que teus olhos envaidecem Pesando em outros olhos despreparados Olhos que derretem e convergem-se Na bebida que todos os homens inúteis experimentam Reticência bordadas do meio para a direita Em teus lábios, cobertas por cores pasteurizadas Quando dizes meu nome, me inunda de certezas A voz que faz sóis correrem de trás para frente Aos efeitos e as causas, acredite em mim foram companhias Eu reconheço os véus e as máscaras, o tumulto que se cria no meu peito Quando me antevistes a dança ao longo da noite Eu reconheci o cuidado e o abrigo que eu sempre quis As âncoras e faróis dispersos Arruinando os mares da urgência Eu exorcizo a imagem que construí de você Espero que faças o mesmo por mim O humor genuíno, o abrigo gerúndio Todo o versos feitos de caneta esferográfica Todo o receio barulhento engolindo Para dentro do monumento que ergo ao teu respeito...
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empessoa · 1 year
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As horas, como um carro ao entardecer, regressam chiando pelas sombras dos meus pensamentos. Se ergo os olhos de sobre o meu pensamento, eles ardem-me do espectáculo do mundo.
― Livro do Desassossego, Bernardo Soares
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inspirasse · 2 years
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Te encontro no meio de muitos ao rastrear seus olhos que nunca deveriam ter desviado dos meus.
Te procuro, com todas as forças a fim de não me perder,
Em meio a passos largos, me ergo aos seus braços acolhedores, que me carregam pra perto de você.
Te atribui a função de me mostrar o caminho, o que me fez náufrago de sentimentos por muito tempo, reclusa e solitária, recorrendo a simbolismos do nosso encontro.
Agora, sem mapas ou bússolas que costumavam partir dos seus passos, te entrego parte do meu coração que sempre te amou.
Te entreguei pra não ter que carregar você por aí, para conseguir encontrar outros olhos desejosos.
Os meus pés estão cansados de correr atrás de você e nunca te alcançar. Corri para teu abraço sempre que pude pela sensação de segurança muito mais do que por ter você.
Me encolhi no teu cuidado, mas acabei machucada.
Milayne, 1998.
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sosoawayrpg · 11 months
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A noite caía sobre a Praça Principal da cidade Tão Tão Distante, e o silêncio pairava no ar. Os moradores estavam indo para casa, inconscientes da tempestade que se aproximava. Subitamente, um estrondo ensurdecedor ecoou pela cidade, fazendo com que janelas tremessem e o chão trepidasse.
No centro da praça, um grande fogo verde irrompeu dos céus, desenhando uma imagem assombrosa no ar. Era a figura de uma fada gigante, com asas estendidas e olhos brilhantes. Seu corpo incandescente lançava uma luz sinistra sobre a cidade, e o calor que emanava era quase insuportável.
O clarão verde iluminou as expressões de espanto e medo nos rostos dos habitantes. Lojas e edifícios próximos à praça foram engolfados pelas chamas verdes, reduzindo-os a cinzas. Pessoas que estavam muito próximas sofreram queimaduras leves, enquanto outras se esforçaram para fugir do caos.
A figura ardente da fada gigante começou a tomar forma, revelando a presença de uma mulher jovem e bela, porém, com um olhar de fúria. Era a irmã mais nova da Fada Madrinha, e ela havia conseguido enfraquecer a barreira mágica que protegia a cidade para adentrar ao reino.
Erguendo-se no meio das chamas, ela começou a falar com uma voz que parecia ecoar por toda a cidade: "Cidadãos de Tão Tão Distante, escutem-me! Hoje, eu me ergo das cinzas da injustiça e da traição. Meu povo sofreu o bastante sob o jugo de Rumpelstiltskin e seus aliados. Minha irmã foi traída, e vocês também foram enganados."
A multidão, reunida na praça em estado de choque, olhou com apreensão para a figura ardente da fada. Ela continuou seu discurso, uma aura de poder e vingança ao seu redor.
"Rumpelstiltskin, sua hora de pagar por seus crimes chegou. Não importa quão poderoso você acredite ser. A justiça será feita, e a verdade será revelada. Meu povo, vocês não estão sozinhos. Eu voltarei, e juntos, restauraremos a paz e a justiça em Tão Tão Distante."
Com um gesto majestoso, a fada gigante levantou-se nos céus, e o fogo verde que a envolvia começou a consumi-la. Ela desapareceu, deixando para trás apenas um rastro de fumaça e cinzas. O silêncio caiu sobre a cidade novamente, mas agora, estava preenchido com o zumbido de medo e dúvida. A aparição da irmã da Fada Madrinha lançou uma sombra de incerteza sobre o destino da cidade e de seus habitantes, enquanto a noite voltava a dominar Tão Tão Distante.
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amotinar · 5 months
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— Seis anos...
— Pois é...— disfarço minha empolgação ao revê-lo.
— Seis anos, quatro meses, onze dias e seis minutos, mas quem está contando? Dei um riso de canto.
Fiquei todo esse tempo olhando para o relógio no seu pulso e tomando coragem para olhar no abismo dos teus olhos cor de mel, e conseguir dizer que ainda te amo.
(Continuarei de amando até o fim dos meus dias) sussurrei em voz entre lábios sem voz.
Ele me encara com aqueles olhos redondos cor de mel por um instante.
- Como foram esses anos? Ele me perguntou
Eu não consigo desviar o olhar dele.
Simplesmente sorrio e digo
- Foram anos de .. muito, muito aprendizado.
Ele concordou com a cabeça, e seguiu os olhos para as próprias mãos.
Eu queria ter dito: Foram anos desgastantes longe de você, todos os dias sem você pareciam lâminas rasgando minha pele.
- Eu senti sua falta
Ele me diz, olhando para baixo sem me encarar.
Num impulso quase sem raciocínio, eu me aproximo e ergo seu queixo para que olhe em meus olhos e lhe respondi.
- Todos esses anos, eu não consegui encarar ninguém nos olhos, pois eles só brilham e enxergam você.
— Gabrielle .
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surrealsubversivo · 1 year
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Se eu pudesse, teria me transformado em uma gaivota no mês passado
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“Corra até o mar e mergulha com violência, João”, o meu cérebro diz. Ninguém irá te contar como é ter quase vinte e três e continuar sendo um mistério para si mesmo. Eu escrevi todos os meus medos e desejos naquela areia de Búzios, a fim de nunca mais sentir as mesmas sensações. Gritar o seu nome embaixo da água, me custou um pouco mais do que eu tinha para oferecer, mas, espero ter te libertado de toda a minha alma. O problema de depositar as suas expectativas em alguém, é que quando elas são quebradas, se for amor verdadeiro: dói para caralho. Tudo o que eu senti por você durante aquela pandemia, agora, deve estar pelas águas do atlântico. Foi devastador te ver vindo até o Rio, enquanto nem lembrava da minha existência. Eu espero que esses sentimentos cheguem até você, te deem as boas-vindas, te mostrem que você foi especial, lhe contemplem, assim como foi no início, agora, no fim. Você me disse que morava no litoral, talvez, me encontre em algumas das praias. Um bom amigo não é aquele que escapa de suas mãos, toda vez que você precisa, um bom amigo é aquele que mantém os olhos abertos para o seu coração. Eu ergo os meus ombros e sigo em frente, deixando pelo caminho de espinhos, flores que saíram do meu coração. Rasgue as pétalas se quiser, eu realmente não me importo mais. Não posso mentir dizendo que não sinto a sua falta, mas sei que vai passar. Não posso mentir dizendo que não gostaria de te encontrar futuramente, mas sei que você nem me procurou quando pôde. Não posso mentir quando digo que não tenho medo, no momento, acho que isso é tudo o que eu tenho.
Se eu pudesse, teria me transformado em uma gaivota no mês passado. Cruzaria a praia de Geribá, rindo por todo aquele horizonte, enquanto os meus medos não conseguissem me alcançar, pediria a Deus para que a vida fosse sempre assim.
Leve, calma e livre
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jaodiaas · 2 months
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Pânico Existencial
compulsando as sinuosidades da vida
não há em nenhum lugar a certeza
no mar de questões irrespondíveis 
talvez haja um talvez
informações desconexas 
numa mente convexa
as partículas do éter
confrontam a ordem
desilusões entrópicas
caóticas como as sinapses
não há nada tangível
lapsos metafísicos
ritos sem sentido
encontram desesperançosos
ignorância contagia
a mente coletiva
os bonecos seguem em fila
numa mesma linha
robotizando a vida
infinitudes contemplativas
fés violentas arrancam a paz
cobranças culpam o ser incapaz
viajando nas teorias sem anestesias
o que liberta são grades invisíveis
o controle mental é aceito
onde sabemos a verdade
mas preferimos a mentira
conformo na obscuridade
minha escrita é fútil
não muda nada
sou tido como pessimista
mas não seria realista?
depende, até mesmo eu reconheço
que a minha realidade é quebrada
baseado nas minhas falhas lentes
a visão do abismo sem fim.
vou tentar explicar
minha vida estranhamente comum
como aquele menino inseguro
perdido no infinito azul
sempre tive dúvidas
nunca me senti pertencido
a igualdade não estava em mim
me sinto estranho na multidão
eu tenho uma forte vontade de ser normal
e às vezes penso que sou e apenas não reconheço
me culpo por me sentir diferente
no meio de todos me adapto
sinto que sou falso
que uso máscaras sociais
mas será que todos não fazem o mesmo?
me acho chato, estou cansado
sobrecarga de emoções indecifráveis
num mar cinza de calamidades
o mundo me machuca
a transcendência me assusta
o céu parece distante
os anjos estão longe
afastados da minha natureza corruptível
quando os chamo não os sinto
rituais, iniciações, religiões
há necessidade de tantos jargões?
eu questiono a mim mesmo
julgo o externo por ser um autocrítico
sentir algo é tudo que preciso
sair do corpo mais uma vez
vislumbrar o infinito como já fiz
hoje pergunto se foi real
por que sou assim?
não sei responder quem sou
num pânico existencialista
sem medo de ser espiritualista
nos meu sonhos eu vivo num mundo ideal
meu espírito completo e inquebrável
meus olhos completamente abertos
é uma esfera totalmente diferente
sem olhos ao meu redor
me fazem desaparecer
jogado nas cinzas
nas ruínas eu me ergo
me deixem em casa
no único lugar que conheço
onde fui chamado de pagão
perdi todas as batalhas contra mim
me deixe em seus braços
conforte minha alma
abrace-me com suas asas
me eleve na eternidade
faça-me conhecer a mim
me transmute em alquimias místicas
eu desejo ser o mais simples e puro
humildemente peço que me salve de mim
estou num vórtice interminável
nas ondas na minha própria mente
o cérebro é uma dádiva e uma maldição
espíritos colidindo mundos opostos
a realidade impermanente
deve dar lugar a permanência
a substância
a essência.
afaste-se do mundo das ilusões
adentre o mundo das abstrações
nas pinceladas da arte volátil
a gravidade arremessa o ato
na singularidade me encontro
afundando em mim
encontrando as respostas no silêncio
como é fora, é dentro.
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palavra-embacada · 11 months
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Fantasmas na Cabeça
Tenho fantasmas em minha cabeça
Me ergo do banco e continuo seguindo
Sem forças e quebrada eu continuo seguindo
Ainda não sou eu
Preciso continuar seguindo
Tomei o caminho mais dificil
Preciso continuar seguindo
Minha cabeça está exausta
Preciso continuar seguindo
A esperança é como um conceito vazio
Algo que as pessoas criaram para se sentirem bem consigo mesmas
Minhas palavras são como desertos áridos e secos
Meu pés sangram
Tem fantasmas em minha cabeça
Homicídios de si mesmo
Precipícios profundos o bastante para partir os ossos
E eu caio em todos
Tem forquilhas, venenos e navalhas em meu caminho
Preciso seguir em frente
Sangue, cartas e desculpas
Preciso seguir em frente
Desesperança
Ainda não sou eu
Preciso seguir em frente
Não quero frequentar esses lugares
Não quero olhar nos olhos
Não quero me explicar
Preciso seguir em frente
Em cima da escrivaninha havia uma carta
longa o suficiente para fazer as palavras cansarem
No canto do quarto um corpo
Caído e cansado
Exaurido e desesperançoso
O mundo não o suportou mais e o expeliu
como uma espinha indesejada
Como um câncer maligno e viscoso
Em cima da cama se revira
Não consegue dormir
Não estava sozinho
Fumou a vida feito cigarros
De modo vicioso e cansado
Agora a vida o tragava feito cachimbos
De forma lenta e contemplativa
Não podia mais seguir em frente
Não havia mais o que ser
Então já não era
-Larissa Chaves 🦋
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the-starryone · 2 years
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Gaslighting
ALERTA Thriller psicológico: horror, loucura e suspense.
"Em paz me deito e logo adormeço, pois só tu, Senhor, me fazes viver em segurança." - Salmos 4:9
recomendo ouvir essa música em LOOP
10:00 - Acordo, os vizinhos bebem de novo. Abro os olhos, dor de cabeça. Levanto cambaleando, chuto copos e derrubo bebidas em papéis no chão bagunçado, os afasto com os pés até uma pilha de papéis perto do lixo. Na escuridão encontro a porta, me sinto tonto, "Ressaca?! Mas eu não bebo mais!”
10:07 - Saio do quarto, agora os vizinhos riem e gemem, a noite melhorou pra outro alguém mais uma vez.. Ando pela sala, meu corpo dolorido reclama. Na penumbra sigo pra cozinha, enxergo o lume anil do micro-ondas iluminando um copo escuro. Bebo água, o prazer da vida volta ao meu corpo.
10:15 - Me sento em uma cadeira na sala ainda desnorteado enquanto ouço gritos vindos da casa ao lado, discussão de casal de novo. Lembro de alguém, meu peito aperta. Procuro meu celular e nele leio "nunca mais me procura!", em uma mensagem de um número desconhecido, sem fotos no perfil. Quem é você? Pq não me esquece?! Sinto vontade de beber.
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10:28 - Ligo a televisão, a luz forte da TV a princípio me cega, e o ar ligado frio me corta com seus ventos. Meus olhos ardem. Olho sem entender muita coisa do que os repórteres falam, mas eles parecem calmos anunciando o fim do mundo ou eu estou ficando louco?
10:32 - Olho pra bagunça ao redor e sinto cheiro de ovos podres, "que inferno!", abro a janela da cozinha pra dar vasão ao odor e vejo restos de ossos que dei pra minha cadela comer dias antes, mas por algum motivo não a vejo no quintal. Ela deve estar dormindo.
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10:35 - Volto minha atenção novamente pra televisão enquanto mesmo com frio suo na testa, "cientistas e suas alertas...", o núcleo da terra parece ter parado, eles dizem, justamente no meu aniversário. Parece que o mundo tá olhando pra mim hoje, irônico... ter sido esquecido por deus e agora ser seu preferido, haha. A televisão e o universo parecem estar gritando comigo agora. Isso me lembra de alguém, também me lembro das coisas que me falaram sobre mercúrio retrógrado, sobre o ano atual ser regido pela lua. A lua dos amantes, a lua dos poetas, a lua dos loucos.
11:04 - Reparo num pequeno bolo sobre a mesa de centro, ao invés de vela um incenso fincando sobre ele, o acendo e penso: "deve ser pra afastar as energias ruins". Como o bolo acompanhado por um suco de caju frio.
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11:11 - Olho pro celular, uma chamada recebida, número desconhecido, a chamada desliga e vejo 20 ligações perdidas. Desbloqueio a tela e leio uma mensagem pela barra de notificação que chega pelo Whatsapp: "Tá onde, seu fdp?", o modo de falar parece ser de um amigo íntimo, abro a mensagem, a mesma pessoa que me pediu pra esquecê-la. Enquanto leio confuso a mensagem, na barra a indicação de "digitando..." aparece, aguardo pra tentar entender algo. "Eu vou na sua casa já já, espero que vc me receba! E vê se me atende, eu sei que vc tá aí, porra!".
11:32 - São muitas perguntas e a sede como a dúvida me consome. Pego o copo já vazio e caminho em direção à geladeira, uma garrafa de vinho aberta me anima. Sento novamente na cadeira da sala e me lembro do meu tempo de natação, costumava nadar bem, agora nado nas raias da loucura ao que se parece. Fico bastante tempo me questionando sobre as mensagens. Quem é meu interlocutor?!
11:39 - Me sinto enjoado. Uma ânsia de vômito urge e me leva ao banheiro, ergo-me junto aos calafrios na espinha e corro para o vaso. Acendo a luz e me olho no espelho esperando grande decadência moral. Minha surpresa ao me achar é ainda pior... sangue, feridas e cascas, inexplicavelmente deplorável, uma apatia enorme se alastra e em meu peito quase sinto algum tambor a bater, mas não. A penumbra da sala não me permitira ver a mim mesmo, eu estava ensanguentado e com a cabeça ainda a escorrer. Minhas forças parecem estar indo embora, me agito em desespero.
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11:42 - A essa altura já não havia ânimo a me fazer perguntas, visto que a nenhuma conseguira resposta. Mas com grande terror me assusto com um anel em minha mão. "Que anel é esse, quem é você, eu sou casado?" Uma vaga lembrança do significado aventa na minha imaginação, “você é minha salvação”, me esforço a dizer.
11:45 - Saio zonzo e enjoado do banheiro, decidido a descansar a cabeça no quarto. Meu celular toca novamente. Ligo a TV no Spotify e programo o sleep pra 15 minutos, The Dø - Despair, Hangover & Ecstasy toca. Me sinto tendo um Déjà-vu. Nem sei quantas vezes eu já vivi isso, então desesperado antes que esqueça de tudo escrevo entre folhas de papel em branco que encontro no chão, largo meu copo de bebida e começo as anotações com toda a força que consigo para me recordar de tudo que aconteceu. O maior medo do homem é ser esquecido.
11:59 - Falta energia na casa, "só me faltava essa agora", a bebida forte se apodera de mim e parece que a fraqueza domina, ainda suado caio por sobre a cama e lentamente sou levado aos reinos perpétuos enquanto ao longe ouço barulho de pastilhas de freios gastas na frente de casa e de alguém batendo na porta. Estou sendo punido, me pergunto?
Nas últimas linhas de força deixo esse meu relato, como um pedido de ajuda, não sei quantas vezes eu repeti esse ciclo, mas espero que esse purgatório se encerre, ou encerro eu. A cada dia que passa o apocalipse deixa de ser um medo e passa a ser esperança. Que aniversário diferente. 2 anos intensos não se esquecem assim, né?
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Você acredita no eterno retorno? No eterno retorno do mesmo?
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Ex nihilo nihil fit. Nada surge do nada.
Registros retirados de papeis molhados no chão da casa. Horário da morte: 27 de Janeiro, 0h. Quantidade de corpos: 2. Provável tempo de decomposição: 2 anos. Causa mortis: indefinida.
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A serpente Ouroboros em um antigo manuscrito alquímico grego.
Texto ficcional.
Fontes e Leituras adicionais:
Como pesquisadores concluíram que núcleo da Terra 'freou'
Asteroide passa mais perto da Terra do que alguns satélites
O cometa verde que se aproxima da Terra pela 1ª vez em 50 mil anos
Nietzsche: eterno retorno do mesmo
2023 o ano da Lua
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