Tumgik
#domínio da vida
mondovr · 4 months
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Transforme Sua Consciência e Realidade: Um Guia Prático do Rubis
Faça o que eu digo por que eu digo o que eu faço.
Introdução: Por que Isso é Importante Vivemos em um mundo onde a ansiedade, o estresse e a falta de propósito são comuns. Muitos de nós passamos a vida inteira presos em ciclos negativos, atraindo situações indesejadas sem perceber que a raiz do problema está dentro de nós. Essa é uma questão que estudei ao longo de 60 anos e, apesar de não ser o dono da verdade, acredito firmemente que a…
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meuemvoce · 5 months
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Vítima
Quinta-feira, 23:30
Sofrimento interno, conflitos entre os pensamentos, vozes que conversam entre si e passam a intensidade para a nossa mente e corpo, como se fosse uma descarga elétrica. Agimos com impulsividade porque não temos o domínio do nosso próprio corpo, ferimos pessoas, deixamos de viver em alguns momentos e até não queremos acordar no dia seguinte, a alma encontra-se cansada pedindo um descanso eterno. Não entendemos o porquê de sentimos essa intensidade dos nossos sentimentos e das nossas emoções, não sabemos explicar do porquê estamos deprimidos, tristes ou alegres ao mesmo tempo. Somos tachados como pessoas problemáticas, mal-amadas, caóticas e ‘’frescas’’. O sentimento é nosso e privativo e só nós sabemos a maioria das vezes quais são os nossos gatilhos, alguns deles são gerados pelo abandono, sofrimento, coração partido, vícios em algo específico, conflitos familiares, autocobrança, perfeccionismo, distorção de imagem, baixa autoestima, desacreditar de si mesmo e da sua capacidade, objetivos que não foram alcançados, frustração, dor, luto e por várias outras questões que o ser humano não sabe explicar o que está sentindo e o motivo do sofrimento. Se não sabemos explicar para nós mesmos, por que devemos dar satisfação aos outros? Faz alguma diferença? Terá alguma mudança? A resposta será ‘’sim’’ se conversamos com alguém que entende sobre conflitos internos, conflitos da mente humana ou podemos chamar de ‘’transtornos mentais’’ que na maioria das vezes é conhecido como ‘’ isso é frescura’’. Meus caros, para você que não entende, sabe me dizer o que é lutar com os seus próprios demônios dia após dia? Saberia me explicar como não temos o controle de uma crise existencial com taquicardia, sudorese intensa, tremores, dores de cabeça, vômitos, pensamentos suicidas e falta de ar? Você tem certeza de que quando o nosso corpo entra em colapso junto com a nossa mente é normal? Fazer uma carta de despedida, arrumar formas de descansar permanentemente, fechar os olhos para sempre e não querer viver é algo para ser explicado por alguém que nunca passou pelo que o outro passa? A resposta é ‘’NÃO’’, você não saberá, entenderá ou saberá explicar se não passar pelo mesmo processo, processo de ‘’ autodestruição’’, porque é isso que fazemos e acontece quando não temos apoio e não temos ajuda. Antes de criticar alguém ouça o que a pessoa tem a dizer, antes de julgar pare e pense no que ela está passando. Uma palavra errada é uma vida tirada. Sou vítima da sabotagem, autodestruição e carrego demônios internos. Sou vítima que uso de remédios para dormir, sorrir e conviver com pessoas que não compreendem o que sinto ou penso. Então, por favor salve uma vida se puder e se não souber segure a mão dela e não permita que ela se jogue da ponte, a ponte da eternidade, do descanso e principalmente do ‘’fim’’.  
Elle Alber
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louismyfather · 2 months
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Trash Magic
"Era isso que Louis queria. Ele gostaria de morrer e renascer como algo novo. Ao lado do único ser em sua vida no qual valia a pena almejar longevidade.Ele implorou para que o vampiro o transformasse, e Harry não viu motivos para negar tal pedido tentador."
Tags: Larry Vampiros, Larry tradicional, Harry bottom, Louis tops, transando com outros homens fora o Louis (9k de palavras)
Tw: leve gore com sangue e mutilação
Os dedos de Louis criam ritmo pela insistência das batidas contra a madeira lisa da cadeira. Seu braço direito repousa contra o braço do assento, enquanto o esquerdo se dobra de modo que o cotovelo toque a madeira permitindo que a mão sirva de apoio para que seu queixo se firme imóvel ao contrário de suas pupilas se movem de um lado para outro acompanhando os movimentos sincronizados a sua frente.
Demônio.
É a palavra que Louis atribuí a Harry em certo momento de sua vida, ou da ausência dela, onde percebe que aquele que mantinha o costume de endeusar não é quem imaginava ser, é a palavra que Louis atribuí a ele ali, observando sua pele alva brilhar sob a luz artificial, e apenas nela, a luz natural do sol transformaria aquela delicada e pálida seda em cinzas, mas sob a luz de um lustre de cristais ela é deslumbrante. 
Harry é deslumbrante, ele sempre foi, e é onde seu triunfo começa, pois ele tem total consciência sobre isso, sobre o seu poder e, obviamente, o usa ao seu favor. Ele sorri como um demônio porque sabe que isso não afasta os seres mortais, apenas os atrai ainda mais para o seu domínio. 
Louis tem pena daquele pobre homem sobre o corpo sutilmente curvilíneo, no auge de seus vinte e sete anos, ele se sente o máximo, ter um homem como Harry sob si, obedecendo aos seus comandos, arfando à suas invertidas, o faz sentir como se pudesse conquistar o mundo inteiro. Louis sabe de tudo isso porque é o que consegue ler em sua mente. 
Harry geme tão alto e manhoso que se Louis não escutasse há anos aquele tipo de som, poderia acreditar que ele está no ápice de seu prazer como nunca antes chegou perto de alcançar.
Entretanto, é tudo parte do seu jogo, sua intenção é sempre hipnotizar aquele que o toma, anestesia-lo para chegar ao momento que anseia, e se Louis não estiver enganado, já não demorará tanto.
⸺ Tem certeza que o seu namorado prefere ficar só olhando? ⸺ O homem de cabelos e olhos castanhos ofega no ouvido de Harry ao lembrar da presença de Louis na suíte de paredes brancas e móveis de madeira, mais especificamente ao olhar para o lado esquerdo e ver o homem bem vestido em um terno preto observando-os. Deus, o achava tão quente quanto o homem embaixo de seu corpo. 
⸺ Não imagina o quanto ele adora observar ⸺ Harry responde para ele, mas não com seus olhos nele, as írises verdes mescladas em um azul acinzentado estão ocupadas encarando Louis, e ainda assim tem disposição o suficiente para segurar o homem pelos ombros virando-o na cama grande, trocando suas posições. 
Agora Harry está por cima e toda a sanidade do homem por baixo vai para o espaço, ele fecha os olhos e firma suas unhas nas coxas torneadas, sentindo Harry pular em seu colo como se sua existência dependesse daquilo, os músculos de suas coxas se contraem e todo seu corpo desnudo sua. 
No segundo de mais êxtase, entre um inspirar e expirar, as presas afiadas cravam na veia mais saltada do pescoço desprotegido do homem que agora se debate contra o peito alheio, ele tenta afastar inutilmente Harry de seu corpo, mas a cada segundo suas forças diminuem até o instante que sequer consegue se mover. Ele parece aceitar em certo momento que aquele é seu destino, de seus olhos correm lágrimas de dor por sentir sua pele rasgar do início do pescoço a clavícula enquanto o demônio ainda em cima de seu corpo admira suas expressões e seu sangue escorrendo sem qualquer intenção de suga-lo de uma vez para acabar com sua dor, só ali Louis levanta de onde está e se junta ao seu amante na cama. 
Harry deita ao lado do corpo mutilado após lamber algumas faixas de sangue espalhadas pelo peito de sua vítima e deixa que Louis desfrute de seu banquete sem precisar fazer muito esforço.
O vampiro suga o sangue enquanto ele ainda está quente, pois antes que o coração pare, ele precisa se afastar do corpo sem utilidade. Assim que isso acontece, ele se deita ao lado de Harry, que continua nu, mas sua pele antes pálida está pintada de vermelho desde sua boca à metade de seu abdômen, os cachos castanhos espalhados sobre o travesseiro manchado combinam com a tonalidade das sobrancelhas franzidas ao reclamar sobre sua situação.
⸺ Que sacrifício eu não faço para desfrutar de um bom banquete ao lado de meu amado companheiro ⸺ Harry murmura, esticando-se sobre os lençóis sem qualquer intenção de levantar dali.
⸺ Não finja que não gosta de aumentar seu ego ao ser tomado com tanta devoção por cada um deles. ⸺ Louis responde, e Harry sorri com seu sorriso de demônio, suas feições angelicais contrastam com a cena perturbadora ao ser vista com distância, mais tarde eles se livrarão daquele corpo, como fazem com todos os outros há mais de um século, mas por enquanto Louis fita as pupilas dilatadas de Harry sob a luz clara do lustre e isso faz sua pele arrepiar, sua pele gelada e sem vida se arrepia com memórias da primeira vez que viu aqueles olhos sob um lustre de cristais como aquele, bem menos eficiente em dar atenção todos os detalhes do rosto esculpido, mas iluminado o suficiente para destacá-lo na multidão em uma época bem diferente daquela.
Louis era o filho homem mais novo dentre os seis filhos da prestigiada família Tomlinson, seu pai era um burguês que recebia tratamento de nobreza pela sua influência e seus contatos dentro da corte inglesa. A virada do século XIX para o século XX se aproximava, as festas eram comuns e na da vez se festejava a apresentação à sociedade da única filha mulher da família, um lindo baile havia sido planejado para a comemoração dos quinze anos da garota que provavelmente se casaria antes de seu irmão Louis por mais que ele fosse oito anos mais velho. Louis não compactuava com os costumes e leis da sociedade que vivia, mas também não questionava tanto sobre. 
A aquela altura todos os seus outros irmãos já haviam se casado, por mais que dois deles ainda vivessem ali com suas esposas e frequentemente realizassem piadas sobre sua falta de pretendentes, Louis não se importava com nada disso, ele preferia viver na perspectiva dos livros que lia e dos cadernos que desenhava. 
A noite do baile foi tomada por todos como um evento, mulheres e donzelas chegavam o tempo inteiro com seus cabelos à moda da época, jóias preciosas brilhando em seus pescoços, pulsos e orelhas, e o que falar dos vestidos, um mais chamativo que o outro com detalhes por toda a estrutura. Louis sentia vontade de buscar seu caderno de desenhos em seu quarto e traçar os detalhes em bordado e brilhantes em uma folha branca, mas aparentemente, ao invés disso, precisava tirar uma das moças que trajavam as saias bordadas para dançar.
Ele não sentia vontade alguma de realizar aquela ação, porém escutou por tanto tempo tantas bocas diferentes o ordenando a fazer aquilo que decidiu acatar a ordem. Ele tentou por um momento, parou em um canto estratégico do salão e passou a observar os trajes e os rostos das pessoas dançando ou timidamente tentando se manter naturais ao estarem paradas na multidão. Admirou os traços puros nos rostos delicados, mas um rosto que expressava o contrário do que deveria buscar foi o que prendeu toda a sua atenção.
Dentre os corpos rodopiando e deslizando no salão ao som da música lenta que alcançava todo o ambiente, Louis observou um corpo parado no meio de todos eles, a mão pálida segurava uma taça de vinho, o ponto inicial de foco para o garoto subir seus olhos pelo braço coberto pelo terno azul marinho de botões abertos expondo a camisa branca por baixo da peça. Muitos homens se vestiam de azul e branco aquela noite, mas esse era diferente, o terno azul possuía bordados dourados, a cor brilhava tanto como se a linha que o bordou tivesse sido banhada em ouro, a camisa também se destacava com seus babados por toda a região da gola ao peito.
Era claro que não havia sido os trajes daquele homem de aparência jovem que chamaram a total atenção de Louis de maneira que ele parecia hipnotizado, estático em seu lugar olhando para sua direção, as ondas esvoaçantes no cabelo alheio o fazia imaginar como poderia passar horas gravando o detalhe de cada fio castanho, e como enquanto descansava de sua observação fixa, admiraria seus olhos tentando desvendar a cor deles, pois eles pareciam estranhamente um dia terem sido de um verde intenso, mas que foi tomado por um azul quase acinzentado, se aquilo fizesse o mínimo esforço para ter sentido.
Louis não se importava com o que as pessoas achariam, seus pés quase andaram sozinhos em direção ao rapaz misterioso, mas por precaução virou o rosto rapidamente para ver se alguns de seus irmãos ou seu pai o olhava, ao ver que ninguém prestava atenção em sua figura, voltou-se outra vez ao rapaz que não já não estava mais no mesmo local.
Seus olhos correram eufóricos por todo o salão, caçando sem sucesso aquele que o impressionou, queria torturar a si mesmo por tê-lo perdido de vista. 
Por um segundo de sorte em que conferiu os corredores que levavam para fora, o encontrou entrando no corredor que levava em direção ao jardim. Dessa vez não o perderia tão fácil de novo.
⸺ Quem é você? ⸺ Louis soltou a pergunta em um tom de voz mais agudo que o necessário no instante que seu pé direito tocou a grama do jardim, o rapaz de seu interesse estava a mais de dois metros de distância e continuava a andar rápido até escutar a pergunta deferida para si, na ausência de outra pessoa no jardim extenso e mal iluminado, seu corpo parou e após um pequeno inspirar se virou de frente aquele que o abordou. 
⸺ Não é educado deferir perguntas sem um cumprimento antes. 
Louis sentiu seu rosto corar instantaneamente, não sabia dizer se foi pela devolutiva rápida e esperta de sua pergunta, pela voz rouca e aveludada que a pronunciou, ou pelo sorriso quase angelical estampado no rosto ainda mais bonito visto de perto.
⸺ Me d-desculpe ⸺ Louis se recompôs e refez sua fala. ⸺ Boa noite, eu sou Louis Tomlinson... e você, quem é?
O sorriso, que Louis então teve completa certeza de ser digno apenas de um anjo pelos lábios rosados tão bem desenhados e com direito a uma covinha de cada lado da bochecha, se iluminou no rosto gracioso e enfim obteve sua resposta. 
⸺ Pode me chamar pelo meu primeiro nome Harry, mas meu sobrenome é Styles. 
⸺ Acho que não conheço a família Styles.
O sorriso se tornou mais contido no rosto do rapaz misterioso que Louis descobriu se chamar Harry, suas mãos se cruzaram atrás do corpo, destacando os ombros largos e o formato perfeito de seu peitoral, que Louis tentou não encarar por muito tempo, mas Harry voltou a sorrir abertamente somente por perceber que ele o fez. 
⸺ Um integrante da família Styles não pisa os pés sobre o solo dessa cidade há um bom tempo, Louis Tomlinson. 
⸺ Por favor, me chame apenas de Louis ⸺ mal viu quando seus pés fizeram os passos que o separavam de Harry, seu rosto voltou a corar ao ver a proximidade que deixou seus corpos e voltou a se afastar fingindo uma tosse e continuando o assunto. ⸺ São de outra cidade, então? Está por aqui de passagem?
⸺ É, digamos que não sou da cidade, Louis, mas moro aqui há bastante tempo. ⸺ Explicou refazendo os passos que Louis deu para trás, passeou seus olhos claros por todo o seu rosto corado, tão averso ao seu pálido, e passou ao seu lado, encostando seus ombros ao trocar as posições que estavam de início. 
⸺ Deve ter saído de casa muito cedo, então, se já mora aqui há um bom tempo e ainda parece ser tão jovem. 
Harry admirava a forma espontânea que Louis formulava suas frases, mas não poderia deixar passar sua última fala sem ressaltá-la.
⸺ Jovem? ⸺ Questionou com um sorriso. ⸺ Quantos anos acha que tenho?
⸺ Vinte ou vinte e um anos, pode ter a minha idade, eu tenho vinte e três. ⸺ Louis sorriu cortez.
⸺ Chegou bem perto ⸺ Harry apontou, após crispar os lábios e se demorar a responder.
Louis estava encantado, sua admiração quase não dava espaço para perceber o quão nervoso estava na presença do outro homem, nunca sentiu suas mãos suarem nem suas bochechas esquentarem ao estar próximo de ninguém, perto de Harry essas reações vergonhosas se manifestavam em demasia, mas Louis não desejava que ele fosse embora tão cedo. 
Como se lesse seus pensamentos, Harry não foi a lugar algum por um bom tempo, também não trocaram muitas informações, ao fim daquele momento, Harry perguntou se Louis poderia concedê-lo um "passeio turístico" pelo grande jardim que rodeava a propriedade e ele obviamente não tinha razão para negar. 
Seguiram lado a lado, com seus braços tocando-se vez ou outra, porventura ou propositalmente. Algo dentro de Louis esquentava quando isso acontecia e seu coração acelerava por um instante. 
Quis acreditar que existia a possibilidade de Harry sentir algo parecido quando ao final do passeio ele o questionou quase sem jeito se poderia voltar na outra noite para visitá-lo por ter apreciado sua companhia. Louis não possuía motivos para não confirmar que sim, poderia, não achava que o homem fosse mesmo aparecer, mas assegurou que poderia vir se desejasse.
Na noite seguinte, Harry estava lá. Sentado de pernas cruzadas sobre um banco de madeira que podia ser visto da janela do quarto de Louis e apenas dela, sabia que ele observaria de lá e sabia que mesmo sem esperanças que aparecesse, o esperaria.
Ele desceu ao seu encontro naquela noite, na noite após aquela e em sua sucessora.
Com o passar dos dias, o jardim havia se tornado um ponto fixo para os encontros que duravam horas entre diálogos curtos, olhares intensos e toques sutis quase inexistentes de suas mãos quando ambas se encontravam repousadas uma ao lado da outra sobre o banco. 
Certa noite, após algumas semanas de encontros diários, Louis caminhou pelo jardim segurando duas taças de vinho, ofereceu uma a Harry assim que sentou ao seu lado e se surpreendeu quando ele não aceitou. 
⸺ Eu não bebo, querido ⸺ ele disse.
⸺ Que estranho, lembro-me de tê-lo visto segurando uma taça na noite do baile.
⸺ Não me deixou terminar ⸺ Harry riu penteando com os dedos a franja bagunçada de Louis. ⸺ bebo apenas formalmente em eventos como aquele, mas beba, querido, adoraria admirar suas feições enquanto desfruta de um bom vinho como imagino que este seja.
⸺ Eu também não bebo, não gosto, iria beber apenas para acompanhá-lo. ⸺ Louis assumiu. 
⸺ Pois que bom que eu dei valor a sinceridade e não a educação e não aceitei o vinho. Não gostaria de vê-lo fazer nada que não quisesse. ⸺ Harry comentou, parando de tocar nas mechas lisas do cabelo alheio. Sentiu que mesmo que tivesse passado um bom tempo o acariciando, Louis ainda desejava seu toque, decidiu testar até onde poderia ir, deslizando seus dedos pelo rosto corado e macio, tocando suas bochechas e sentindo sua quentura, seu queixo bem delineado e enfim seu pescoço. 
Contornou o formato das veias que corriam o sangue que permitia que seu corpo continuasse vivo, no entanto não se demorou ali, admirou de fato os lábios finos, rosados e bonitos, mas antes que tomasse qualquer ação foi Louis a eliminar a distância entre seus corpos e rouba-lhe um beijo. 
Louis tremeu em um leve susto ao sentir as mãos de Harry ao redor de sua nuca, elas eram frias como se não houvesse calor em mais uma noite quente de verão, mas não demorou prestando atenção nesse detalhe, se Harry segurou em sua nuca e o puxou para mais perto, significava que ele queria seu beijo, o correspondia. 
Em uma carga de coragem que não duraria por muito tempo, Louis subiu sua mão pelo braço coberto apenas por uma camisa branca de tecido fino, tentou ignorar a frieza em sua pele quando tocou seu pescoço e parou de explorar seu toque ao chegar na bochecha, sua pele era lisa como seda e macia como algodão, mas seus lábios não pediam nesse deleite, Louis sentia-se no céu.
Sentia-se como se estivesse no paraíso, mas rapidamente foi derrubado de volta, caindo no inferno.
Ao se afastar de Harry para tomar fôlego, olhou em direção a porta que conectava o jardim à cozinha e viu uma de suas criadas, estática, encarando a cena assustada e claramente enojada. 
Louis se afastou minimamente de Harry e olhando para a empregada pronunciou seu nome de forma gaguejada, se levantou para tentar impedi-la de sair do jardim e correr para o escritório de seu pai para dedura-lo, mas já era tarde demais, a mulher deu meia volta e deu passos longos na intenção de voltar para dentro.
Com olhos marejados, Louis criou coragem de olhar para Harry e ver sua reação diante aquele deslize, mas ao fitar o banco não o encontrou. De cenho franzido, mirou de volta a porta, encontrando o garoto encostado contra a madeira da porta impedindo que a mulher passasse. 
Ela pediu baixo e rígida que ele a desse licença e a cena que se deu a seguir Louis só conseguiria digeri-la e descrevê-la anos depois do que de fato aconteceu. Em um segundo a mulher pedia passagem para entrar, Louis abaixou a cabeça porque não queria aceitar o que seria o início do fim do que poderia ter com Harry, mas tudo o que escutou em seguida foi um grito agudo e assustado, seu corpo soltou um espasmo pelo susto do som e ao voltar a olhar para frente viu a mulher de olhos arregalados sendo sustentada pelo braço de Harry que tinha os dentes fincados em seu pescoço. 
A criada aos poucos foi fechando os olhos e antes que ela parasse por completo de se mover, Harry a jogou no chão, Louis permitiu que as lágrimas que segurava descessem por suas bochechas ao encarar o corpo sem vida sobre a grama com um corte gigantesco no pescoço. Completamente ofegante, Louis olhou para Harry e viu a frente inteira de sua camisa branca manchada de vermelho, vermelho do sangue da mulher que ele acabou de matar, a parte pior foi reservada ao seu rosto, o sangue se espalhava da boca ao pescoço, mas tinha um destaque maior nas grandes presas ao lado de seus dentes superiores. 
Louis não conseguia raciocinar coisa alguma nem entender absolutamente nada, mas ele permaneceu ali, ele não correu com medo de ser o próximo, na verdade ele não conseguia sentir medo algum de Harry.  
⸺ Você a matou ⸺ Louis falou em voz alta a única coisa que passava em sua mente.
⸺ Não importava o que tentássemos dizer ou explicar, muito menos subornar, ela iria contar ao seu pai o que viu. ⸺ Foi o que disse, secando a boca e as mãos na parte ainda limpa da camisa como se estivessem molhadas com água.
⸺ Como sabe? ⸺ Louis chorou.
⸺ Foi o que li na mente dela. 
Louis se sentiu ainda mais desolado, tampou o rosto com as mãos e fechou os olhos em desespero, escutou Harry começar a dar passos que ficaram cada vez mais altos, sinalizando que ele caminhava em sua direção, no entanto não se afastou. 
⸺ Sei o que se passa na sua cabeça, querido, e nem preciso lê-la para saber disso ⸺ Harry disse ao chegar em sua frente e tocar seu pulso. A princípio, Louis rejeitou o toque, mas Harry o tocou outra vez, fazendo um pequeno carinho em sua pele e acabou deixando que ele retirasse suas mãos de seu rosto. Harry colocou suas próprias mãos sobre o queixo de Louis erguendo-o para que ele olhasse para si, e passou seus dedos em suas bochechas enquanto voltava a falar. ⸺ Entenderei se decidir se afastar por não entender o que acabou de acontecer ou o que eu sou.
Louis chegou a se afastar, por mais torturante que fosse ver aquele por quem estava perdidamente apaixonado aparecer todas as noites para encontrá-lo, mas não ter coragem de descer de sua janela para lhe encarar. 
Louis chegou a se afastar, mas não conseguiu se manter distante por muito tempo.
⸺ Quantos anos você realmente tem? ⸺ Louis perguntou na noite em que se reconciliaram. Estavam sentados sobre a grama em um ponto no jardim afastado da casa. 
Harry riu por antecipação ao imaginar a reação que Louis teria. 
⸺ Eu tenho cento e quarenta e dois anos.
Louis abriu a boca em um perfeito O e quase sentiu sua respiração faltar.
⸺ Vampiros são imortais?
⸺ Apenas os que são inteligentes o suficiente, querido. ⸺ Harry sorriu encostando seu nariz no de Louis antes de tentar chegar em seus lábios, mas o garoto recuou ao seu toque.
⸺ O que o aflige agora? ⸺ Harry perguntou em um tom sussurrado, levando seus dedos à bochecha rosada de Louis.
⸺ Você precisa mesmo matar as pessoas para se alimentar? ⸺ Perguntou e viu o amante o olhar como se fizesse uma pergunta idiota. ⸺ Eu sei que pode parecer uma pergunta idiota, eu só não consigo tirar a imagem de você matando aquela pobre mulher no jardim aquele dia, era uma vida, que teve fim porque você… a matou.
Harry passou alguns bons segundos refletindo sobre o que responder, continuou a fazer seu pequeno carinho no rosto alheio, enquanto mordia de vez em quando seus próprios lábios.
⸺ Lembra que naquela noite você chegou me oferecendo vinho e eu não aceitei? ⸺ Perguntou calmamente, e Louis assentiu. ⸺ A imortalidade é um presente divino, querido, mas tem seus malefícios, minha pele delicada e pálida pode se desmanchar em cinzas se eu me atrever a me expor na luz do sol, assim como posso estar diante das mais deliciosas comidas e bebidas e não posso desfrutar de seus sabores, porque dependo de sangue quente para continuar de pé, sangue é o único gosto que posso sentir sob meu palato, é a forma que sobrevivo. Você entende, querido? ⸺ Voltou a questionar ao fim de sua explicação, Louis assentiu, voltando a se aproximar deixando que seus lábios enfim se tocassem.
O verão que tomou a Inglaterra foi embora permitindo que a primavera chegasse, no entanto a paixão que se formou naquela estação permaneceu firme e estabelecida. Louis estava cada dia mais perdidamente apaixonado por Harry, atraído pela sua imagem inebriante como uma mariposa se atraia pelo fogo. 
O vampiro se tornou seu amado e seu porto de fuga da realidade que contribuía para que sua dependência se intensificasse ainda mais. Antes do fim do verão, sua irmã havia sido obrigada a se casar com um nobre de histórico problemático com o dobro de sua idade, Louis foi obrigado a vê-la aceitar o seu destino sem poder fazer nada a respeito, ele não tinha qualquer poder ou voz, mas foi a si que a garota confiou suas últimas esperanças. Em seus quartos vizinhos, Louis a escutou chorar todas as noites, mas o limite chegou quando na noite anterior a cerimônia, ela chorou copiosamente em seus pés implorando para que impedisse seu casamento. 
Louis não conseguiu fazer nada e se sentiu culpado por isso, mas chorou sendo acolhido nos braços de Harry, que deslizou os dedos por seus cabelos lisos, convencendo-o que não podia ter controle sobre nada daquilo e contando como a sociedade em que viviam era cruel e injusta, mas que nada poderiam fazer para mudá-la além de esperar que o tempo o fizesse. 
Ao relembrar daquele tempo, Louis percebia como Harry o encontrou por meses, mas pareceu querer dar um passo à frente no momento em que estava mais fragilizado para ter menos chance de recusa. Na mesma noite em que acontecia a festa do casamento, Harry convidou Louis para fugir com ele.
Na época não achou motivos para recusar, sua relação com sua família estava em conflito e a única pessoa com quem mantinha uma boa relação havia sido tirada de sua vida sem mais nem menos.
Louis aceitou fugir, mas com uma condição.
Que Harry o transformasse em um vampiro. 
Para Louis, o motivo do pedido era simples, estava apaixonado por Harry, sentiu seu coração se encher de alegria com seu convite, mas sabia que por onde corresse seu passado o perseguiria, sua fraqueza faria parte de sua vida, se a vida continuasse a ser a mesma. Em alguns de seus questionamentos sobre vampiros, Louis questionou a Harry se ele lembrava como havia sido sua transformação, o vampiro negou contar, mas ao receber essa devolutiva negativa, o pediu para detalhar apenas como era a sensação, ele lhe descreveu a forma como aquele que passava pelo processo de transformação precisava estar em um estado de equilíbrio entre a vida e morte e ao beber o sangue esse conceito simplesmente deixaria de existir dando lugar ao poder da imortalidade.
Era isso que Louis queria. Ele gostaria de morrer e renascer como algo novo. 
Ao lado do único ser em sua vida no qual valia a pena almejar longevidade.
Ele implorou para que o vampiro o transformasse, e Harry não viu motivos para negar tal pedido tentador.
Louis nunca se tornou sabedor do real passado de seu amado, por mais que perguntasse várias vezes, Harry nunca o contou como havia sido sua transformação.  
"Não pude contar com o prazer de ter uma escolha, querido, e é por não ter conseguido uma experiência agradável que farei de sua transformação um grande ato."
Foi o máximo que conseguiu em uma de suas tentativas de descobrir como tudo ocorrera.
E ele nunca mais abriu a boca para falar sobre esse assunto, mas sem dúvidas cumpriu com sua promessa de fazer da transformação de Louis uma experiência inesquecível.
Louis apertava seus dedos contra os cachos bagunçados de Harry, seus corpos não usufruíam de vestes em uma noite fria que congelava as flores desabrochadas no jardim, pois aquele quarto de motel nunca esteve tão quente. Louis gemeu alto quando o vampiro rebolou lentamente em seu colo, esfregando-se contra a região mais sensível e suscetível a prazer do corpo que estava há horas sendo estimulado sem receber um alívio.
Quando Louis suspirou leve ao sentir seu ápice se aproximar como nunca, apenas sentiu o baque de seu corpo sendo jogado contra os lençóis e não teve tempo de reagir quando as presas afiadas romperam sua pele em um choque de êxtase.
Em momento algum se debateu sob o outro corpo ou gemeu dolorido, por mais que sentisse uma dor incomparável. Sentia a vida deixar seu corpo lentamente e quanto mais a morte se aproximava, simplesmente apertava com mais força os dedos ressecados e pálidos contra os cachos castanhos e macios. 
Harry continuou a suga-lo, e Louis acompanhou sua visão começar a escurecer, até que tudo parou, tanto a dor quanto a drenagem de seu sangue, seus olhos voltaram a enxergar e seu sistema nervoso sentiu as mãos frias de Harry abertas em suas costas fazendo seu corpo mole e gelado voltar a se sentar. 
Louis se tornou um mero observador, mirou as presas afiadas junto ao contraste da pele extremamente pálida com o vermelho de seu sangue espalhado por uma boa extensão dela. Assistiu Harry levantar um de seus próprios pulsos na altura do rosto de morder a área onde suas veias eram mais ressaltadas, o sangue do vampiro começou a se espalhar pelos lençóis brancos, até chegar nos lábios de Louis, que o sugou como se se tratasse de um líquido vital e essencial e naquele momento realmente era. 
E tudo virou uma grande mistura de sensações, Louis sentiu sua pele esquentar junto a cada gota de sangue que sugava para dentro de seu corpo, a cada segundo achava que precisava de mais, até Harry afastá-lo avisando-lhe que era o suficiente. Ah, Harry, Louis acreditava com toda certeza que não poderia haver ser mais divino para ter ao seu lado, para tê-lo transformado, lhe presenteado como um Deus com o dom da vida eterna. 
Louis não soube em que momento parou de admirar cada detalhe de Harry, para ter seus lábios selados nos dele, o gosto de seus sangues se misturando em suas línguas só não conseguiu ser mais gostoso que a sensação de Harry o montando sem aviso segundos depois, seus cabelos longos acompanharam seus movimentos de subir e descer, e seus lábios vermelhos produziram os sons mais deleitosos que Louis escutou em toda a sua vida.
Naquela noite, Harry então se tornou algo além de um amante para Louis, ele era seu mentor, seu criador, ele o ensinaria como viver em sua nova forma.
Vinte e quatro horas haviam se passado após a transformação e Louis sentia uma fome que quase o debilitava, suas pupilas quase tomavam o azul, que se tornou ainda mais claro em suas irises, Harry disse que era hora da caçada. Ele os vestiu como se fossem dois nobres fugidos no castelo real, e pelas suas aparências límpidas e os sotaques pertencentes a cidade do rei, não era tão difícil assim acreditar. 
Os dois andaram juntos pelas ruas da cidade que escolheram se mudar, sendo ela a capital francesa, até adentrarem um bordel caindo aos pedaços por fora, mas devidamente aconchegante por dentro, Harry chegou no dono do estabelecimento pedindo para eles um quarto e sua garota mais bonita, o homem deu um sorriso aprovador e cúmplice para Harry, chamando uma bela jovem loira de olhos claros vestida em trajes brancos que incluíam um charmoso corset. 
⸺ A sua pele é tão fria ⸺ A moça comentou inocentemente, beijando a pele do pescoço descoberto de Harry. Louis acompanhava a cena sentado sobre uma poltrona, Harry estava em pé a alguns metros de distância, segurando sutilmente a cintura da garota quase pendurada em seu pescoço, ela sorriu levando os lábios em direção aos de Harry na tentativa de beijá-lo, mas o vampiro a segurou pelo queixo inclinando-o para cima, silenciosamente pedindo permissão para ser sua vez de explorar seu pescoço. 
A loira gemeu alto quando Harry começou a chupar a região, mas seu grito foi mudo quando ele cravou as presas em sua pele, enquanto puxava sua pequena adaga de estimação de seu bolso, afastou-se sem sugar uma gota sequer e fez um corte horizontal na pele delicada, seu vestido antes branco em segundos se banhou de vermelho, Harry a deixou cair no chão debatendo-se de dor e tentando falhamente estancar seu próprio sangue colocando as mãos sobre o corte profundo e extenso, quando o vampiro achou que foi o suficiente, pegou a moça ainda viva nos braços e a jogou contra o sofá. 
⸺ Venha desfrutar de seu primeiro banquete, querido, aproveite enquanto ela ainda tem vida, pois sua lição número um é: nunca sugue dos mortos. ⸺ Harry falou, e Louis tratou de levantar, obedecendo o que lhe foi mandado. 
Cenas como essa se seguram nos dias seguintes, por anos e décadas, Louis nunca finalizou uma vida sequer deixando que esse trabalho fosse feito pelo seu amado, não que não tivesse coragem de capturar uma presa e sugar sua vida para fora, mas Harry gostava de fazer isso. E apenas décadas após aquela primeira noite, Louis entendeu o quanto.
⸺ Vocês realmente têm uma bela casa ⸺ O homem elogiou ao adentrar a sala de estar da mansão que Harry e Louis adquiriram quando voltaram para Londres no final da década passada. 
Era verão em 1960 e eles haviam feito uma ótima escolha para aquela época do ano, as janelas de vidro com certeza eram práticas no controle do clima quente, no entanto ameno. 
⸺ Deixe-me ver se entendi, vocês são bonitos, elegantes e ainda por cima ricos, tem certeza que não possuem nenhum parentesco com a rainha? 
Louis riu contido pela chuva de elogios que recebia do homem desde o momento que o buscou em seu apartamento caído na região decadente de Londres. Eles o conheceram em um bar na noite antecessora àquela, o homem, Ryan ⸺ como falou que gostava de ser chamado ⸺ se encantou por seus rostos joviais e as roupas de grife, e com mais um pequeno empurrãozinho da boa lábia de Harry, Ryan aceitou encontrá-los de forma privada na noite seguinte. 
⸺ Você está apenas sendo gentil ⸺ Louis disse com um sorriso ensaiado no rosto. ⸺ Posso lhe servir uma taça de vinho? ⸺ Ofereceu, Ryan assentiu seguindo Louis pela extensa sala de estar, até chegar a um sofá de frente uma parede com prateleiras de garrafas de vinho. ⸺ Safra de 1899, este com certeza foi um grande ano. ⸺ Louis apresentou, entregando a taça pela metade ao homem com lábios entreabertos sentado no sofá pensando como era mais fácil ganhar na loteria do que ter acesso a um vinho tão antigo, aquela com certeza era uma noite de sorte. 
⸺ Não vai tomar também? ⸺ Ryan perguntou antes de levar a taça aos lábios.
⸺ Não gosto de beber entre as refeições. 
O homem assentiu em entendimento. ⸺ Seria esse o segredo para ter um corpo tão bonito? ⸺ Não perdeu tempo em elogiar novamente, fitando o corpo magro marcado dentro de uma camisa preta de mangas longas e gola alta e uma calça social justa, Louis sorriu dizendo que "talvez". ⸺ Onde está Harry? ⸺ Ele perguntou em seguida.
⸺ Oh, Harry está lá em cima a nossa espera. ⸺ Louis disse, começando a dar passos lentos em direção a escada sem olhar para trás, não precisava, sabia que Ryan o seguiria sem hesitar. Chegava a ser ridículo a maneira como aquilo era fácil.
Ao chegarem à porta do quarto, Louis a abriu com um pequeno sorriso no rosto esperando ver Harry sentado sobre a cama pronto para atacar, mas franziu as sobrancelhas ao não encontrar ninguém.
⸺ Harry? ⸺ Chamou incerto.
⸺ Estou aqui ⸺ Escutou sua voz rouca sair de dentro do banheiro, ouvindo seus passos se aproximarem até estar no mesmo cômodo que o homem e o outro vampiro. Ryan ofegou com a imagem a sua frente, e Louis permaneceu estatístico, sem saber exatamente como deveria reagir.
Harry estava completamente nu, seu corpo pálido coberto pelos respingos de água indicavam o banho decente, fora seu cabelo molhado, era covardia como ele ficava mais lindo longo pela ação da água, que fazia com que as ondas das mechas se desfizessem deixando-o liso. O vampiro desfilou até ficar de frente a Ryan, ergueu seu queixo com as duas mãos e o beijou. 
Uma hora havia se passado desde o início da estúpida cena, na opinião do vampiro de olhos azuis. Harry transou com Ryan, ele sentou Louis em um lado da cama deixando o homem no outro e o montou encarando o rosto do outro vampiro, depois da ceninha ridícula, Harry os levou para a sala e amarrou as mãos de Ryan com a fita que amarrava o robe que ele vestia de maneira que imobilizasse o movimento de seus membros superiores e que cada vez que se mexesse tentando se soltar, o nó se apertasse mais. Harry subiu em seu colo, mas dessa vez não para iniciar outra sessão de ciúmes em Louis sentando do lado oposto do sofá e sim para iniciar sua tortura. 
Louis assumiu que no início gostou, gostou de ver Harry mutilando com uma lâmina afiada o homem que tomou o corpo que deveria ser tomado apenas por si, sentiu vontade sufoca-lo com suas próprias mãos cada vez que ele apertou a pele de Harry ou investiu nele, Louis não era ingênuo, sabia que o amante já havia tido outros homens antes dele e que em todas as caçadas usava de seu charme para atrair as vítimas, mas nunca achou que chegaria onde aquilo escalou. 
Gostou de ver Harry o mutilando, provava que tudo o que acontecera minutos atrás no quarto não passou de uma cena como todas as outras, continuou admirando Harry fazer o que fazia, até que começou a achar que aquilo estava se estendendo mais que o necessário. 
Harry abriu o robe de Ryan, expondo sua pernas e fez inúmeros cortes profundos em suas coxas, fazendo-o sangrar, sem sugar uma gota sequer de todo o sangue derramado e não estancado, Louis viu o homem começar a chorar, e entre seus gritos por misericórdia pedia que Harry o matasse de uma vez, mas o vampiro não parecia nem um pouco preocupado em se preparar para fazer isso, apenas permanecia com o sorriso sádico nos lábios. 
⸺ Porque não o morde de uma vez? ⸺ Louis preferiu intervir, todo aquele sangue estava o deixando louco, suas presas começavam a doer, mas ele nunca sugava uma vítima antes de Harry o fazer. ⸺ Ou o mate.
Harry deixou a atividade que fazia um pouco de lado, encarou Louis nos olhos e o questionou sorrindo. ⸺ E que graça isso teria?
O vampiro de cabelos longos se ergueu em direção a mesa de centro para pegar uma tesoura de ponta afiada, mas antes que ele retornasse com ela para cima de Ryan, Louis cerrou os dentes, puxando o corpo do homem em direção a suas presas e sugou o sangue de seu pescoço até achar que fosse o suficiente para tirá-lo a vida.
O sorriso grande de Harry morreu aos poucos quando se virou e viu que Louis havia matado Ryan, logo, acabado com a sua diversão.
⸺ Como você é estraga prazeres, querido. ⸺ Harry revirou os olhos e sorriu sem humor, deixando o amante sozinho na sala. 
Louis se sentia estúpido, um completo idiota por ter demorado sessenta anos para perceber que Harry nunca matou apenas pela necessidade de sobrevivência, ele matava pelo prazer que sentia em fazer isso.
Ele era um demônio, o que tirava Louis da razão porque acreditou e disse por todos esses anos que o vampiro era a mais pura personificação de um anjo.
⸺ Não finja que não gosta de aumentar seu ego ao ser tomado com tanta devoção por cada um deles. ⸺ Louis responde, e Harry sorri como o demônio que é, demorando alguns segundos para sentar na cama, porque Louis o encara em seus olhos como a muito tempo não é de seu feitio fazer.
⸺ Vai querer se livrar do corpo agora ou deixará para mais tarde? ⸺ Louis pergunta ao sair de seu transe. 
⸺ Você poderia fazer as honras, querido? ⸺ Pergunta Harry, sorrindo falsamente meigo. Louis concorda, e o vampiro de cabelos ondulados sorri ainda maior como agradecimento e tenta encostar seus lábios no do outro vampiro, que recua. ⸺ Encontro você na sala de estar depois?
⸺ Claro. ⸺ Louis responde e espera que Harry saia para poder começar seu trabalho.
Ele remove o corpo sem vida de cima da cama com naturalidade, retira os lençóis como se estivessem sujos de vinho e os troca por novos lençóis limpos.
Louis senta na colcha branca e nova, e novamente é tomado por devaneios, ele reflete sobre suas memórias como se antes não tivesse poder sobre ela, como se estivessem adormecidas, presas, e agora estavam livres para tomar conta da razão.
Ter estado com Harry por todos esses anos com certeza foi um erro. Louis não nega que precisou do vampiro nos primeiros anos para aprender a viver sua nova realidade, nem se martiriza por ter demorado tanto tempo para perceber que precisava seguir sem Harry o mais breve possível, pois para quem vive o castigo da eternidade, nunca é tarde para recomeços. 
Precisava deixar Harry. 
Louis troca suas vestes ensanguentadas por novas peças limpas de tonalidade escura. Acaba por seguir em direção a sala de estar após tudo, está decidido de partir na noite seguinte, já que aquela chegará ao fim em poucas horas e não faria sentido partir sem ter o último momento na companhia daquele que por mais cruel que fosse, o criou.
Harry admira o luar sob a vidraça da janela, seus cachos estão presos em uma trança volumosa e seu corpo coberto por um longo sobretudo azul, ele escuta os passos nem um pouco discretos de Louis, maa só se vira em sua direção quando ele senta em uma poltrona alguns metros de distância da janela.
⸺ Louis ⸺ Harry o chama, seus olhos parecem ainda mais claros pela luz da luz.
⸺ Harry.
⸺ Não imagina como em noites frias como essa, eu adoraria tomar um vinho quente servido por você ⸺ Harry comenta em sentença, sem muita pretensão aparentemente. ⸺ Como o que você me ofereceu na noite que descobriu o que eu era. 
⸺ Quem me dera ter descoberto o que você realmente era naquela época. 
Harry senta sobre o apoio de mãos da janela e sorri para Louis que permanece com a expressão fechada. 
⸺ Você está ainda mais bonito do que no dia que eu o transformei. ⸺ suspira, abraçando seus braços com suas mãos quando parece lembrar de algo interessante para dizer. ⸺ Eu já o contei como fui transformado?
Louis quis rir, se não sentisse raiva em lembrar de todas as tentativas falhas de tirar uma informação sequer do outro vampiro sobre esse assunto.
⸺ Tenho tentado há cento e vinte e quatro anos fazer você contar sua história, mas nunca consegui conquistar tal feito. 
Harry morde os lábios e desvia rapidamente o olhar, Louis se acomoda melhor em sua poltrona, está curioso para ver aonde isso tudo vai chegar. 
⸺ Meus pais biológicos morreram em um incêndio causado acidentalmente por eles mesmos em uma pequena casa nos arredores de Londres. Eu tinha três anos e fui levado para um orfanato na cidade e por sorte, ou por olhos verdes e cachos naturalmente enrolados, fui adotado pelos Styles, um casal que não podia ter filhos e era dono de inúmeros hectares de terras na região rural ao sul de Londres. 
Nós vivíamos em uma fazenda devidamente afastada da cidade, minha mãe costumava se recolher cedo da noite e sair de seus aposentos quando o sol raiava no céu, poucos meses foram o suficiente para ela descobrir que eu não seria capaz de preencher o vazio que ela sentia por não poder gerar seus próprios filhos, sentávamos em salas silenciosas e trocavamos algumas poucas palavras durante o horário das refeições e no dia do meu aniversário. 
Possuía uma boa relação com meu pai, no entanto. Caçavamos juntos todo final de tarde, eu adorava caçar, existia algo sobre ter poder sobre a vida daqueles animais selvagens, sobre poder escolher entre deixá-los viver ou morrer sem ter noção do que os acertou, normalmente eu sempre escolhia a segunda opção e era dono de uma pontaria impecável. Meu pai espantava os pássaros com os gritos altos que dava em comemoração a cada animal que eu matava. 
Vinte e um anos era a minha idade quando meu pai estava no auge das festas que gostava de dar para seus amigos, ele sempre gostou de convidar alguns amigos para almoçar, caçar e até mesmo dormir nos inúmeros quartos de hóspedes que tínhamos no casarão. Eu estava acostumado, meu pai adorava exibir minhas habilidades de caçador quando seus convidados apareciam pela tarde, mas uma ocasião em específico se destacou entre as outras.
Meu pai ordenou que toda a casa fosse revirada na faxina e colocada de volta no lugar sem nada em desordem, mandou passar os uniformes das empregadas, comprou um vestido e joias novas para minha mãe e pediu que eu me arrumasse bem. 
Apesar de manter um hobby que andava longe de ser delicado, eu adorava me arrumar com tais trejeitos, meus cabelos eram longos apenas para trança-los ou modelar os cachos ao meu gosto, naquela noite vesti minha melhor calça preta de corte reto, uma camisa branca de mangas bufantes e um colete justo e deixei meus cabelos soltos em ondas perfeitamente enroladas.
Desci as escadas e alguns amigos do meu pai estavam na sala de estar enquanto outro entrava pela porta principal. Senti um arrepio tomar minha espinha quando meus olhos verdes encontraram o azul quase branco do homem que passou pela porta, sua pele era tão pálida que sua imagem era incômoda de se ver, seu terno preto se esticava em sua coluna curvada ao mesmo tempo que as mangas se dobravam em seus braços finos, e enrugados, levando em conta a aspereza e a flacidez que senti em suas mãos quando meu pai nos apresentou e me faz dar um aperto de mão no senhor que descobri se chamar March Chomsky. 
⸺ É um prazer conhecê-lo, senhor Chomsky. ⸺ Falei por educação, não recebendo uma devolutiva também educada. 
O jantar correu relativamente bem, meu pai como sempre tirou risadas de todos os seus convidados e achou assunto para conversar durante todo o banquete, eu senti vez ou outra o olhar de March queimando sobre mim, ele não tocou em um talher sequer, disse que não estava com fome e que acompanharia a mesa apenas por educação. 
Senti que minha respiração poderia correr livre após o jantar, a maioria dos convidados foi embora, restando para passar a noite somente três homens, um deles sendo March, me senti apreensivo em saber que dormiria no mesmo teto que aquele homem, sentia calafrios, mas tentei ignorar, fui para meu quarto decidido de sair no outro dia quando March fosse embora e tudo voltasse ao normal.
Algumas horas se passaram tranquilamente, estava quase cochilando quando escutei batidas em minha porta, tentei fingir que estava em um sono profundo, mas as batidas insistiram e eu acabei cedendo. 
Era minha mãe, ela segurava uma bandeja com algumas fatias de pães, geleia, um copo d'água e algumas frutas. Perguntei para quem era tudo aquilo, ela quis me entregar a bandeja dizendo que eu a levasse para o quarto em que o senhor Chomsky repousava, "ele não comeu nada" ela disse, deveria oferecê-lo uma última refeição por hospitalidade e que deveria ser eu para que houvesse menos chance de recusa, pois segundo ela, March havia gostado de mim.
Me vi encurralado, acatei a sua ordem e caminhei com a bandeja em direção ao quarto de hóspedes, dei algumas batidas na porta, quando não recebi uma resposta, girei a maçaneta e me espantei por ela estar destrancada. 
Vi March deitado sobre a cama com os lençóis cobrindo seu corpo até abaixo de seu peito, desejei boa noite e me impressionei quando recebi um "boa noite" de volta. 
⸺ Minha mãe pediu que eu trouxesse um lanche para o senhor, já que não comeu nada durante o jantar. ⸺ Expliquei, agradecendo mentalmente por ter conseguido falar sem gaguejar. 
⸺ Agradeço a gentileza, querido ⸺ ele disse, e eu senti minha pele arrepiar pelo tom suave de sua voz, e claro, pelo pronome de tratamento que ele usou. ⸺ mas não estou com fome, somente com um pouco de sede.
⸺ Eu trouxe água ⸺ disse e me aproximei a passos lentos de sua cama, deixei a bandeja na mesa encostada ao lado da cama, e dei um pequeno salto assustado quando me afastei para sair e senti a mão calejada e estranhamente gelada segurar meu pulso. 
Pensei que March fosse me falar algo ou pedir por alguma coisa, mas ele simplesmente passou alguns bons segundos com os dedos firmes em minha pele até começar a massageá-la levantando uma curta parte da manga de minha camisa folgada, apenas para me tocar.
⸺ Sua pele é tão macia ⸺ ele disse, fiquei na dúvida se agradecia pelo "elogio" ou me afastava de uma vez, contrariando as duas opções óbvias, eu permaneci estático no mesmo lugar. ⸺ Há muito tempo eu não sentia a maciez de uma pele tão sedosa, se assemelha a uma pétala de rosa. Ah, as dádivas da juventude.
⸺ O que quer dizer com isso? ⸺ O questionei, não estava entendendo onde sua fala queria chegar. 
⸺ Não me entenda mal, lindo príncipe, é dono de uma beleza natural raramente dada de mão beijada para alguém, a pele de suas mãos é macia, mas a de seus braços, seu pescoço e principalmente de seu rosto deve ser ainda mais ⸺ não fazia a menor ideia de onde ele queria chegar falando tudo aquilo, mas estava gostando de receber elogios, não acontecia com muita frequência, vivíamos isolados do resto do mundo, as únicas pessoas diferentes que via era algum amigo de meu pai que não nos visitava com frequência ou quando alguma prima de minha mãe vinha vê-la. Meu declínio começou quando me deixei levar pelas palavras bonitas, March se sentou com dificuldade na cama e puxou meu braço devagar para que eu sentasse em sua frente, eu obedeci.
⸺ Como eu dizia, sua beleza é natural, mas totalmente temporária ⸺ ele falou, e eu franzi o cenho. ⸺ uma dia franzirá as sobrancelhas dessa mesma maneira e as marcas de expressão que se formarão denunciarão sua idade ⸺ ele aproximou seus dedos longos de meus rosto e por um instante eu recuei, mas por fim deixei que ele me tocasse. ⸺ um dia essa pele tão macia se tornará flácida e seca, os belos cachos cor de chocolate ficarão brancos e ressecados, eles são tão macios hoje, querido ⸺ tomou um pequeno cacho entre os dedos e o esticou ao redor de seu indicador, sorrindo ao ver que ele se moldou da forma que enrolou. ⸺ e todos que um dia desejaram possuir seu corpo já não sentirão atração nenhuma pelas marcas que restarão para contar a beleza que um dia já teve.
Senti estupidamente meus olhos lacrimejarem com suas palavras, sabia que tudo o que ele dizia estava em um futuro distante, muito distante, eu só tinha vinte e um anos, mas era um futuro certo, triste e real, não queria chegar no futuro em o que o ele contou fosse concreto, mas iria chegar e não poderia fazer nada para impedir, impedir a cruel e natural ação do tempo.
⸺ Eu sinto que não posso deixar que isso aconteça.
March sussurrou aquela sentença, e eu não entendi absolutamente nada do que ele quis dizer, iria levantar a cabeça para olhá-lo e perguntar, mas tudo o que fiz foi sentir a força de seu corpo contra o meu, ele me jogou contra a cama, ficando por cima de meu corpo e antes que eu pudesse reagir de alguma maneira, senti as lágrimas que segurava descerem por minhas bochechas quando ele enfiou suas presas em meu pescoço.
Me debati sem forças contra seu peito, quando senti que ele drenava todo o sangue de meu corpo, de repente ele se afastou, ficou na altura de meu rosto e eu senti vontade de chorar novamente, dessa vez de ver o horror que eram suas presas enormes e todos seus outros dentes e pele ao redor dos lábios sujos de sangue, meu sangue. March acariciou minha bochecha úmida com as costas de sua mão e escutei quando ele disse uma única frase que ficou em minha mente para sempre.
⸺ Sua beleza precisa ser eternizada. 
March rasgou o próprio pulso com os dentes e pressionou sua pele ensanguentada contra meus lábios, tentei mantê-los fechados, mas me forcei a abri-los, quando a primeira gota desceu por minha garganta, senti sede, e comecei a beber seu sangue como se tomasse vinho.
Os minutos seguintes foram os mais torturantes de minha vida, meu corpo inteiro fervia, sentia como se todos os meus ossos tivessem sido quebrados, porque a dor era insuportável. 
O ar que entrava para meus pulmões descia queimando pela minha garganta, respirar se tornou um ato doloroso, eu acabei desmaiando por não aguentar. 
As cortinas cobriam a entrada do sol pela janela no dia seguinte, quis acreditar que tudo o que aconteceu não passou de um pesadelo, mas acordei na cama do quarto de hóspedes e quando me virei para o lado dei um salto ao ver as extensas manchas de sangue no edredom, olhei para baixo olhando minhas roupas e elas estavam tão sujas quanto os lençóis. Iria tentar resolver esse problema andando pelo quarto à procura de March Chomsky, mas de repente senti um cheiro de fumaça vindo do andar de baixo e escutei o grito de minha mãe. 
Corri em direção às escadas e o que eu temia se materializou. O fogo tomava tudo, pouco se via entre as chamas, mas eu vi tudo o que precisava ver, March entre os corpos carbonizados de meus pais, senti um ódio surreal subir pelo meu corpo e corri na intenção de matá-lo com minhas próprias mãos, mas antes que eu chegasse até o desgraçado, o vi acender um fósforo e incinerar o próprio corpo.
O teto da casa caía ao meu redor, e quem eu queria me vingar já tinha selado seu destino por conta própria, eu iria morrer como ele se permanecesse ali dentro, por isso corri para porta e sai. 
O fogo talvez doesse menos que a queimação que senti quando os raios de sol tocaram minha pele, pensei que não teria forças para me mover e ficaria ali parado esperando meu corpo virar cinzas, por sorte a pequena casa que os empregados dormiam era a poucos metros do casarão e estava intacta, corri para baixo do seu teto, o lá permaneci até a chegada da noite. 
Quando o sol se pôs no horizonte, voltei para casa, ou para o que sobrou dela, não existia sequer ossos para enterrar, mas sabia que tinham morrido meus pais, os dois amigos de meu pai que passaram a noite, as cozinheiras e as arrumadeiras e claro, March Chomsky.
Após a passagem de alguns dias e do sangue quente de alguns capatazes, aquele lugar não tinha mais nada para mim.
Vaguei por meses pelos arredores Londres até decidir me aventurar pela cidade, matei mais pessoas por noite do que tinha de idade quando fui transformado, o que eu mais sentia saudade da fazenda era de poder caçar, quando vi que existia uma grande semelhança no momento da escolha da pessoa que iria sangrar, acabei tomando um verdadeiro gosto pela coisa.
Passei as décadas seguintes viajando pelo continente, fui a Roma, Paris, Madrid, Lisboa, estive sozinho na passagem de todas elas e então decidi voltar para Londres, a cidade havia mudado, as pessoas também, ainda cheias de pudores e conservadoras, mas davam ótimos bailes, dancei sozinho em muitos até ir em um que desejei ter companhia.
Harry olha para Louis com um sorriso singelo no rosto, relembrar é viver, por mais que viver seja uma dádiva que já não o pertence há quase trezentos anos.
⸺ Quem garante que você não inventou tudo isso? ⸺ É a única resposta que Louis dá a longa história que escutou.
Harry rosna e toma a frente de Louis quando ele ameaça levantar da poltrona. 
⸺ Saia da minha frente Harry, você não pode me impedir de ir embora. ⸺ Louis disse, seus rostos estão tão próximos que podem sentir o ritmo da respiração um do outro.
⸺ Você não vai a lugar nenhum, querido. ⸺ Harry solta um beijo no ar para Louis e é pego desprevenido quando o outro vampiro o arremessa do outro lado da sala, batendo seu corpo contra a parede a ponto de rachar-la. 
Louis anda em direção a porta principal, é melhor não esperar até a noite seguinte, ele pensa, por mais que doa, a ida é necessária, já a despedida nem tanto. 
O vampiro de olhos azuis vira a chave na fechadura e gira a maçaneta para abrir a porta, mas antes que consiga completar o feito, seu corpo é segurado por mãos pesadas com unhas afiadas e jogado contra o chão metros de distância da saída. Suas costas batem com tanta força contra o piso que é possível escutar o som de ossos quebrando, só não é tão doloroso quanto a pontada que sente em seu coração e o desespero que toma todo o seu corpo quando observa o cabo da adaga de Harry firme sob a mão do vampiro em seu peito esquerdo.
Harry consegue tomar a ação rápida de apunhalar Louis, por ser vampiro, sabe que ele tem o poder de regeneração, mas não se dá ao trabalho de retirar a lâmina do órgão para que as células façam seu trabalho. 
⸺ Ah, querido ⸺ Harry sorri como o psicopata que é. ⸺ será que por algum momento você acreditou mesmo que poderia me enfrentar? ⸺ ri abertamente ao ponto de deixar suas presas a mostra. ⸺ você achou que poderia lutar contra mim? Logo contra mim, o seu criador? Não consigo crer que achou que poderia me desafiar. 
⸺ Harry… ⸺ Louis bate contra a mão de Harry para afastá-lo, mas ela permanece imóvel. Louis sente o sangue começar a molhar sua língua. 
Harry retira com cuidado sua adaga do peito de Louis e se deita ao lado de seu amado.
⸺ Minha história é verdadeira. ⸺ Harry diz, ele abre seu sobretudo revelando seu peito desnudo com pequenas manchas acinzentadas no mesmo formato que sardas costumam ter. Volta a sentar e expõe as manchas para Louis, que sente o corte em seu peito aos poucos cicatrizar. ⸺ Falei que essas marcas eram de nascença quando me mostrei nu em sua frente pela primeira vez, mas na verdade são as marcas do que um dia foi uma pele tão macia quanto a que cobre o resto do meu corpo, mas que se desfez em cinzas quando me expus no sol.
Louis toca as marcas no peito de Harry, e o vampiro de cabelos longos deixa que seus olhos se encham de lágrimas antes de deitar no braço estendido Louis no chão, com a mão sobre seu peito.
⸺ Você não gostaria de ir naquele motel que gostamos, querido? ⸺ Harry pergunta com o nariz pressionado contra o pescoço de Louis. ⸺ Não gostaria de me abraçar forte e dizer que me ama? Porque posso nunca ter contado, mas eu nunca, nunca amei ninguém como amo você.
Harry abraça forte o corpo alheio, no entanto relaxa seus músculos quando tem seu abraço retribuído em conjunto a seus lábios tomados em um doce selar.
⸺ Podemos ir aonde você quiser.
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imninahchan · 5 days
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pessoal, eu queria falar sobre um tópico muito sensível, mas muito importante, que já chegou a ser mencionado por um dos perfis que eu sigo e que, infelizmente, retornou pro meu domínio: blogs que promovem conteúdo sobre dietas/emagrecimento de uma forma nada saudável.
a minha vida toda eu sempre disse pra mim mesma que eu nunca tive problemas com meu peso, embora esse tb sempre tivesse sido um assunto recorrente pra mim. Apenas recentemente que eu cheguei a conclusão que eu, de fato, tinha problemas alimentares mas não os reconhecia por achar q o eu fazia era normal. A minha relação com o kpop, por exemplo, mudou muito depois disso. Pq, infelizmente, o padrão feminino reproduzido dentro do gênero musical que eu consumia me afetava imensamente e eu nem me dava conta do quão nocivo era.
Então, me dói muito, me deixa muito assustada quando eu me deparo com esses blogs ou tenho eles interagindo comigo porque, perdão se você tem um blog assim ou segue blogs assim, mas não existe nenhum tipo de consciência ou responsabilidade do que está sendo promovido ali. Não vou ficar citando os tipos de postagens pra sla não despertar gatilho em ninguém que esteja lendo, mas vocês já devem imaginar o que se pode ser encontrado.
por isso eu peço com todo meu coração que vocês pensem um pouco antes de seguir, interagir ou reproduzir esse tipo de conteúdo, não só pelas pessoas que vocês podem influenciar mas por vocês mesmos tb. Existe uma diferença muito grande entre uma alimentação saudável para atingir um peso saudável e correspondente à sua idade/altura/entre outros fatores, e uma alimentação (que nunca é saudável) pra atingir um padrão nada saudável imposto pela sociedade. Por isso existem profissionais da nutrição. E para além da comida dentro ou fora do seu prato, existe todo um trabalho psicológico que se faz quando se procura perder ou ganhar peso justamente porque a nossa sociedade é um estrume.
Não quero parecer palestrinha, apenas falar sobre algo que vem me causando pensamentos que há muito tempo eu tinha me livrado. E aí eu fico pensando, quantos de vocês tb não devem ter tido os mesmos pensamentos ou até transformado esses pensamentos em realidade acreditando que eles eram normais quando, de fato, não são. Por fim, também queria deixar registrado que não quero ser seguida por esses blogs ou ter o meu blog, de qualquer forma, associado a esse tipo de conteúdo. Vou bloquear todos que interagirem comigo.
Boa noite, irmãs, se cuidem♡
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alemdomais · 2 months
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eu amo estar apaixonada, a ideia de estar amando alguém. não sei se vale a pena dissertar sobre, eu sei que pouca gente entende. na maioria das vezes e acho que até pela vida de hoje em dia, um corre corre danado, mil e uma pautas pra tratar em terapia, se apaixonar é tipo aquele evento que preenche a agenda. as pessoas se apaixonam normalmente porque em algum momento ficou difícil pra elas escapar do sentimento. mas sabe, elas tentam escapar. todo mundo sabe. a sensação de amar é uma delícia, mas quando a situação tá toda resolvida, recíproca, vivenciada. amar no silêncio é que é o problema. ninguém consegue por muito tempo. ninguém gosta também de viver aquele estalo que sempre acontece e que transforma a sua vida de uma vida livre, onde só você é o que te mais importa, e uma outra vida onde você para o que tá fazendo pra admirar alguém involuntariamente porque algo te faz parar justo naquela pessoa. talvez por essa palavra "inconsciente" a gente associe a uma perda de controle, de domínio que a gente nunca gosta de perder. mas preciso confessar que de alguma maneira, ter amado a vida inteira de longe me ensinou a amar estar apaixonada. eu normalmente passo tanto tempo da minha vida viajando nesse "namorar" por alguém que quase não percebo o quanto a vida muda. pessoas se vão, a própria pessoa segue o caminho dela e por algum motivo eu ainda continuo apaixonada. até não ser mais. até a última gotinha sabe. até eu finalmente me conformar que dei conta de escrever todas as milhões de cartas de amor bregas que eu tinha pra escrever pro meu amor. até eu finalmente achar que já esgotei todo esse sentimento que eu levo calado comigo.
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diegosouzalions · 5 months
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Diego, você já levantou uma hipótese ou teoria pra origem das diamantes da história original? Eu criei uma só que é muito técnica, como seres de luz sem forma provindos do colapso de uma estrela se estabelecendo em um planeta, com milhares de anos se passando eles foram evoluindo fisicamente e mentalmente explorando o planeta e sua vida, assim descobrindo sem querer que podiam se "reproduzir" com a essência pingando em um tipo de mineral ou até metal(não sabemos se metais também podem se tornar gens)
Eu acredito que quem criou as Diamonds foram outra raça alienígena, os Sneoples. Já temos um possível foreshadowing na frase do Ronaldo em "Keep Beach City Weird", o mesmo episódio que revelou a Great Authority Diamond.
"A cobra representa o domínio que exercem sobre o nosso país. O diamante representa as suas minas subterrâneas"
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Eu li bastante teoria para chegar nessa conclusão, e uma das coisas que me chamou atenção é que a representação da cobra está ligada também à alquimia. Aqui está a teoria caso queiram saber melhor:
Eu acredito que White foi criada primeiro, porque a intenção da espécie era criar algo perfeito para fazer tudo melhor e consertar todos os problemas dos Sneoples. Porém White se viu tão perfeita que decidiu expandir sua perfeição criando outras Gems e montando seu próprio império e deixando de lado seus criadores.
E continuando a frase do Ronaldo, eu acredito que os Sneoples ainda existem e estão na Terra. Onion e Yellow Tail possivelmente são descendentes desses seres, por serem os únicos humanos que não possuem orelhas, além de costumes estranhos e tendo sua própria língua.
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E possivelmente existem mais da espécie rondando pela Terra
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elaestalivre · 18 days
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❄ ㅤㅤㅤㅤAtenção, atenção, quem vem lá? Ah, é ELSA DE ARENDELLE, da história FROZEN! Todo mundo te conhece… Como não conhecer?! Se gostam, aí é outra coisa! Vamos meter um papo reto aqui: as coisas ficaram complicadas para você, né? Você estava vivendo tranquilamente (eu acho…) depois do seu felizes para sempre, você tinha até começado a TORNAR-SE MAIS SOCIÁVEL, LECIONANDO NA ACADEMIA DE MAGIA… E aí, do nada, um monte de gente estranha caiu do céu para atrapalhar a sua vida! Olha, eu espero que nada de ruim aconteça, porque por mais que você seja RESILIENTE, você é INSEGURA, e é o que Merlin diz por aí: precisamos manter a integridade da SUA história! Pelo menos, você pode aproveitar a sua estadia no Reino dos Perdidos fazendo o que você gosta: CONTINUANDO A LECIONAR NA ACADEMIA E CUIDANDO DE SEU MAIS NOVO NEGÓCIO, A SORVETERIA FROZEN FLAVORS.
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❄ ㅤTRAÇOS RELEVANTES: ㅤㅤㅤㅤprotetora, gentil, inteligente, auto exigente, impulsiva e teimosa.
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❄ ㅤESTÉTICA:ㅤㅤㅤㅤneve ao amanhecer, azul e branco, vestidos longos, sapatilhas, tiaras, brincos de diamante, luvas de cetim e veludo, tranças no cabelo, livros antigos de feitiçaria, vista para o mar.
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TRIVIA.
32 anos.
Proprietária da sorveteria Frozen Flavors e lecionando Magia Inerente na Academia.
Homossexual (Lésbica).
Elsa também é uma habilidosa cantora. Em seus dias vagos, está sempre a embalar qualquer melodia em sua sorveteria, e de certo, todos devem conhecer os maiores hits cantados por ela (alô, minha gente! livre estou!).
É vegetariana.
Romântica assídua! Sempre poderá ser vista com algum livre de romance nas mãos. Ah, boatos que está escrevendo o seu próprio livro sobre um conto "inventado", mas ainda é segredo.
Detesta altas temperaturas (duh!), mas sempre está abrindo exceções que depende de ocasião e pessoa.
É gigante! Elsa tem seus impressionantes 1,90 de altura.
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HEADCANONS.
Ainda que enxergue os perdidos com bons olhos, ela teme que a presença deles afete o curso natural da magia pela a forma atípica que surgiram. De certo, ela estará observando, sempre desconfiada, mas ainda aberta ao benefício da dúvida. Elsa têm em mente que são apenas vítimas, por isso, sempre está a tratar bem a todos. Ainda assim, seu pensamento para o assunto é geral, é neutro e ela evita abordar ou expor opiniões sobre tão abertamente.
Por uma vez na eternidade, Elsa finalmente sente liberdade para ser e expor quem realmente é de verdade. Longe dos domínios reais e os afazeres como rainha de todo um povo, ela dedica-se as lições e ao pequeno negócio divertido que criou com base nos poderes que tem. Ainda que relute um pouco, a então Rainha de Arendelle está em busca de mudanças, de um novo sopro de ar que a leve a novos caminhos inesperados que satisfaçam seus desejos como uma "pessoa comum".
Elsa pode estar aberta a dar oportunidades para os novos personagens nos contos de fadas, mas a velhas inimizades, a mulher não está nem um pouco balançada a abrir-se a uma remodelação destes antigos laços. Com toda a situação confusa, ela se mantém ferrenha aos estudos mágicos e de olhos nos vilões, principalmente, aqueles que ela conhece muito bem e que dariam tudo para se aproveitar da situação.
Sua família e agregados são seu maior tesouro. Elsa acredita que sua paz de espírito é proveniente apenas quando estes estão em paz também. Caso isso aconteça ao contrário, prepare-se então para lidar com a ira da Rainha do Gelo; não é rancorosa, mas não poupará esforços para se livrar de quem machucou ou está disposto a machucar a quem ela mais ama em vida: sua irmã, Anna.
FROZEN FLAVORS.
Cada sorvete, milkshake ou raspadinha da Frozen Flavors é feito com a ajuda da magia de Elsa, que mantém o clima do lugar congelante e o ambiente fresco. Mesmo que ela não esteja lá fisicamente, sua magia se infiltra nas paredes, garantindo que os sorvetes tenham a consistência perfeita e o gelo nunca derreta.
A decoração azul e branca da Frozen Flavors reflete os tons da neve e gelo de Arendelle, mas também é inspirada pelas cores típicas das vestimentas de Elsa. As paredes são decoradas com flocos de neve detalhados que parecem tão reais que às vezes brilham ao toque. Há rumores de que a decoração do lugar se modifica ligeiramente conforme o humor da rainha; flocos de neve maiores aparecem em dias mais introspectivos, e o ambiente fica ainda mais gelado quando Elsa está preocupada. O clima congelante do lugar também é uma extensão dos sentimentos de Elsa. Quando ela está em paz e controlada, a sorveteria tem uma leve brisa refrescante, ideal para um dia relaxante. No entanto, se ela está ansiosa, os clientes notam que o ar pode ficar mais frio do que o normal, com leves tempestades de neve aparecendo magicamente nos cantos da sala. Alguns dizem que o sabor do sorvete também muda sutilmente nesses dias, refletindo suas emoções.
A mobília da Frozen Flavors parece esculpida diretamente de blocos de gelo cristalino, com mesas e cadeiras que brilham suavemente, refletindo a luz ambiente como se fossem feitas de diamantes. O gelo não é frio ao toque, graças à magia de Elsa, proporcionando uma sensação de frescor agradável, mas sem desconforto. As cadeiras têm encostos altos, com curvas elegantes que lembram flocos de neve, proporcionando uma estética refinada e convidativa.
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OOC name: ㅤㅤㅤㅤNand!
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aguillar · 18 days
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ㅤ ㅤ━╋ POINT OF VIEW : despertar dos poderes.
feeling so faithless , lost under the surface .
⚠ TRIGGER WARNINGS: ideações suicidas, ansiedade, afogamento.
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⚲ Após o retorno dos caídos, Acampamento Meio-Sangue.
Era uma piada cruel do Universo que o tivessem deixado para trás. Desde a partida da equipe de resgate enviada ao submundo, sua vida parecia desandar, e não havia uma manhã sequer em que não acordasse com a sensação de algo pesado sobre seu peito, a garganta apertada, a respiração arrancada de seus lábios entreabertos como se um grito tivesse sido interrompido. A criatividade de seus pesadelos não tinha fim, fruto de uma mente particularmente talentosa na autopunição, e por vezes se flagrava sentindo falta da insônia. Todas as noites procurava pela cafeína como antídoto ao tormento, mas Morfeu não demonstrava piedade por quem nada tinha a ofertar. Por mais familiar que fosse, a companhia da ansiedade cotidiana o atormentava de maneiras que não se sentia preparado para contornar. Estava acostumado a temer pela própria vida, acostumado às ameaças tradicionais impostas a cada semideus a quem considerava amigo ou família, mas o domínio de Hades tinha sido território novo, e seu repertório de inteligência emocional não tinha as ferramentas necessárias para o manter funcional em meio ao turbilhão de emoções que tentava e falhava ao processar. Mesmo com o retorno dos caídos, seu corpo parecia preso em modo de sobrevivência, e a presença dos rostos familiares de Katrina e de Melis pouco havia feito para o arrancar do estupor que o fazia reagir mais do que o fazia pensar. O alívio de as receber com abraços havia se esvaído tão rápido quanto chegara, deixando em seu lugar apenas o medo do que viria a seguir.
As meditações matinais traziam poucos resultados, e não importava quantas vezes contasse até cinco ao inalar e exalar: não havia oxigênio suficiente no mundo para acalmar a sensação de que algo parecia prestes a dar errado, e não havia nada que Santiago pudesse fazer para ajudar. A exaustão tornava seus ombros pesados, o sono perturbado não oferecendo descanso algum, e tampouco tinha apetite para fazer mais do que mordiscar uma fruta ou bebericar um ou outro gole d'água. Viver parecia a tarefa mais exaustiva que já havia enfrentado, e por vezes quase considerava simplesmente parar.
Os nomes de cada uma das pessoas a quem queria bem há muito já haviam virado o mantra que repetia como uma âncora. Com Kat e Mel de volta, precisava se manter são por elas e por tantos outros, e se recusava a se tornar o peso que os faria afundar. Fingia todos os dias, não pelo próprio bem, mas pelo benefício de quem o cercava. Sorria como se as deixas fossem indicadas por um script, fazia piadas e arrancava risadas, e olhos menos atentos sequer notariam que era não mais que uma sombra da pulsão de vida que dele costumava transbordar. Parecia bem o suficiente para enganar e aquilo lhe bastava, pois assim não tinha mais um motivo para se culpar. Não queria que ninguém se preocupasse, e temia que pedir por ajuda fosse só o que lhe faltava para o fazer desmoronar.
Naquele raiar do dia, havia acordado como se na intenção de assistir o nascer do sol. Com a ausência de Apolo, sequer tinha a presença reconfortante da estrela tingindo o azul-marinho de laranja para o motivar. Não sabia se era segunda ou terça-feira, ou qual o número que encontraria se olhasse um calendário. A realidade parecia estar se dissolvendo pelas beiradas, tornando difícil acompanhar o passar do tempo, como se estivesse suspenso em um estado de perpétua espera pelo inevitável fim. As mãos tremiam sempre que tentava empunhar uma espada, a brisa suave que tocava a pele de cada campista se tornava vendaval em sua presença, e mesmo a tentativa de oferenda no nome do pai e do tio pouco fez para o apaziguar.
Só havia uma estratégia que ainda não havia testado e, mesmo com o outono engolindo as temperaturas amenas do mês anterior, decidiu que naquela manhã iria nadar. Na mochila trazia uma toalha e uma muda de roupa seca, e a lançou sobre o ombro antes de dar as costas ao Chalé 36, o caminho até o lago ainda deserto graças ao adiantar da hora. Para quem o conhecia bem, o descuido com o próprio bem-estar ficava evidente em detalhes simples, como a falta de agasalho frente ao sopro dos ventos do Norte. Mesmo com a previsão do tempo marcando 10ºC, Santiago sequer parecia perceber que fazia frio.
Tampouco notava que a cada passo seu, a grama sob seus pés parecia crepitar, as gotas de orvalho do sereno transformadas em gelo sob seus pés descalços. Cada respiração sua se transformava em vapor, mas estava absorto demais em sua própria agonia para o notar. Por sorte ou azar, não havia um par de olhos sequer a observá-lo, uma viva alma que o pudesse oferecer um alerta. Imerso no furacão de suas próprias emoções, cada sinal lhe passou despercebido.
Invés de deixar os pertences sobre a grama e entrar na água passo a passo, os trouxe consigo até o píer, de onde planejava pular. A mochila foi deixada sobre as tábuas de madeira surradas, o vento o vindo cumprimentar e fazendo seus cabelos ricochetearem contra o rosto conforme parava diante do espelho d'água. Se tivesse esperado um ou dois segundos, teria notado que não era só o ar que tinha despertado com sua presença. Um mísero olhar mais atento teria sido suficiente para o fazer parar.
Não o fez. Invés disso, saltou de cabeça antes que pudesse mudar de ideia.
O lago o envolveu em seu abraço como um velho amigo, oferecendo um acalento que em nada correspondia às águas geladas que esperava encontrar. Confortado pelo silêncio absoluto, se permitiu afundar até que os pés haviam tocado o solo arenoso, e então o usou para se impulsionar. Ao seu redor, o inverno parecia tomar forma, ignorando a soberania da estação presente como se convocado por uma força divina–a sua força divina, fruto da herança que corria em suas veias. Quando por fim notou que fazia frio, percebeu que este vinha de dentro para fora, e que era a sua causa.
Ao tentar nadar de volta à superfície, descobriu que o espelho d'água até então imperturbado havia se transformado em seu rastro, o aprisionando sob uma camada de gelo grossa o suficiente para se tornar opaca. Já não podia ver o céu, e não importava em qual direção nadasse, não havia uma brecha sequer que o permitisse emergir. Quanto mais o pânico o atingia, mais espesso o gelo parecia se tornar. Não sabia como o desfazer e, atingido pela realidade de que estava prestes a morrer afogado, o golpeou com ambos os punhos. Desarmado como estava, eram ínfimas as chances de o quebrar. A barreira gelada parecia se enrijecer mais a cada segundo, sua mera presença e falta de controle sendo suficiente para a reforçar.
Quando tinha quinze anos, sonhava com aquele dia, e havia certa ironia em perceber que o custo do poder que tanto havia desejado seria sua vida. Como se sua despedida daquele mundo fosse motivo para comemoração, a realização foi suficiente para o fazer gargalhar–a primeira risada genuína dada em dias, silenciada pela água e expressada como bolhas de oxigênio.
Seus pulmões pareciam prestes a se romper, e tampouco lhe passava despercebido que o semideus conhecido por controlar o ar morreria quando este o faltasse. Quando deixou escapar seu último resfôlego, sentiu a vibração de passos apressados correndo sobre o gelo que havia conjurado para se encarcerar.
Pouco podia ver através das pálpebras cada vez mais pesadas pesadas, mas sentiu como se a água despertasse frente à nova companhia, e escutou um e outro golpe contra o gelo até que este cedeu sob a fúria. Um par de mãos apareceu em meio à abertura para o agarrar, tateando às cegas até que todo o torso de seu salva-vidas estivesse submergido, e Santiago reconheceu com gratidão o rosto familiar. Joe o agarrou pelos braços, o puxando consigo para fora do lago, quase o arremessando sobre a superfície congelada tamanha a força necessária para o resgatar. O tridente que era assinatura do filho de Poseidon estava caído ao seu lado, e no meio segundo entre a consciência e o sonho, cada gota de água que havia engolido pareceu ser chamada à sua garganta, o fazendo vomitar.
Com o seu corpo ainda atirado sobre o de Joseph, não sabia se ele estava prestes a oferecer um abraço ou um sermão, e perdeu a consciência antes de ter a oportunidade de descobrir.
↳ para @silencehq. personagens citados: @d4rkwater.
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jamesherr · 2 months
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. POV › remember me ¦ task 03
❝ Sólo con tu amor yo puedo existir. Recuérdame. ❞
tw: menção à morte em batalha
James encontrava-se no coração do Acampamento Meio-Sangue quando a escuridão súbita o envolveu. Seus joelhos cederam ao chão, como se uma força invisível o puxasse para baixo, enquanto seus olhos, normalmente vibrantes de vida, se tornaram opacos e sem brilho. Veias negras como sombras surgiram em seu rosto, testemunhas da maldição lançada pelo Traidor da Magia. A mente de James, mergulhada em um abismo de memórias irreais, foi catapultada para o pior cenário que poderia imaginar.
Ele se viu durante um ataque no Acampamento Meio-Sangue, onde todos os seus amigos mais próximos estavam ao seu lado, batalhando juntos. James é conhecido por possuir uma intensidade emocional que gerava uma lealdade cega, fazendo-o superar seus medos e a própria covardia. Era o seu defeito fatal, que o levou a agir sem ponderar as consequências, sem se lembrar que era fraco e inexperiente. Um ataque surpresa de um monstro do submundo havia deixado seus companheiros feridos e encurralados. James, consumido por uma mistura de medo e determinação, lançou-se de cabeça na batalha, protegendo-os com uma lealdade ardente que beirava a imprudência. Cada golpe desferido, cada grito de desafio lançado, era uma prova de seu amor incondicional por aqueles que considerava sua família.
Mas foi nesse frenesi de emoções desenfreadas que a tragédia se abateu. Um ataque sorrateiro de um monstro maior o atingiu pelas costas, deixando-o gravemente ferido e incapaz de proteger aqueles que jurara defender. A cena desdobrou-se diante dele como um filme distorcido, onde sua incapacidade de controlar suas emoções resultou na perda dos amigos que tanto amava. A dor de sua falha ecoava como um trovão em seu peito, uma cicatriz emocional que ele temia não conseguir jamais curar. E assim, consumido por seu próprio fogo interior e pelo amor aos que tanto amava, James fechou os olhos para nunca mais abri-los. A dor da solidão e do esquecimento era palpável, um eco de sua vida intensamente vivida, agora silenciada para sempre nos domínios dos deuses.
Enquanto o Traidor da Magia continuava a manipular suas visões, James se viu confrontado com seu maior medo: morrer sem deixar um legado verdadeiro, sem sentir o calor do amor genuíno de seus amigos e familiares. A sensação de desamparo era esmagadora, como se todas as suas emoções intensas fossem uma maldição que o isolava do mundo ao seu redor. A realização amarga de que sua própria intensidade emocional, tão frequentemente sua força e sua fraqueza, poderia levá-lo à ruína finalmente o atingiu como um golpe físico.
Enquanto a visão de sua morte desvanecia, um novo tormento surgiu. James viu Joseph e Pietra, seus melhores amigos, seguindo adiante sem olhar para trás, como se ele nunca tivesse sido parte de suas vidas. Joseph, agora líder de uma missão crucial no acampamento, dedicava-se com paixão aos desafios que surgiam, seus olhos fixos no horizonte sem um lampejo de lembrança de seu antigo companheiro de aventuras. Pietra, envolvida em estratégias de defesa com magia e treinamento de novos semideuses, compartilhava risos e conselhos sem um vislumbre da profunda conexão que um dia compartilharam.
Melis, a primeira amiga que fez no acampamento, agora sorria e compartilhava risadas com outros semideuses nos jantares ao redor da fogueira. A conexão especial que haviam compartilhado nos primeiros dias de James no acampamento parecia ter se perdido no tecido do tempo, uma lembrança distante que ela não mais reconhecia.
Fahriye e Estelle, as duas garotas que mais havia amado em sua vida, estavam felizes e realizadas em seus casamentos. Fahriye, com seus filhos brincando ao seu redor, e Estelle, dedicada à sua carreira e à comunidade semideusa, não tinham espaço em suas vidas para memórias dolorosas ou arrependimentos do passado. O amor que um dia compartilharam com o filho de Dionísio agora era apenas uma página virada em suas histórias pessoais. James passou a ser apenas um ex-namoradinho, sem grande significado na história das duas.
Charlotte, a nova amiga que ele ajudou a se abrir para o mundo, agora brilhava em festas e eventos, sua confiança crescendo a cada interação. Ela não percebia o vazio deixado pela ausência de James, que foi crucial em sua jornada de autodescoberta, focada em explorar novas amizades e oportunidades que se apresentavam a cada momento.
Evelyn e Brooklyn, seus irmãos mais próximos, mergulhavam em suas próprias vidas repletas de desafios e alegrias, cada um seguindo seus caminhos sem a presença consciente de James ao seu lado. Sua ausência no chalé doze sequer era sentida e foi facilmente substituído como líder do clube de teatro. Os membros da banda Tartarus Tragedy continuavam com seus shows e ensaios, Yasemin fazendo questão de conseguir outro para pôr em seu lugar. O ritmo frenético da vida musical obscurecendo as memórias de seu antigo empresário, agora ausente da cena que tanto amara.
E ainda tinha o seu pai. No meio do tormento de ver seus amigos seguindo em frente sem se lembrar dele, uma tristeza ainda mais profunda tomou conta de James. Ele pensou em seu pai, Dionísio. Sempre quis ter um pai presente, mas sua mãe nunca casou, e a distância entre ele e seu pai divino sempre foi grande. Dionísio não tinha uma relação ruim com ele, até atendeu alguns pedidos do semideus, mas nunca houve uma conexão verdadeira, uma intimidade que James tanto ansiava. No fundo, ele sabia que seria apenas mais um filho perdido entre os muitos que Dionísio teve ao longo dos milênios. A ideia de ser facilmente esquecido por seu próprio pai, alguém que deveria amá-lo incondicionalmente, perfurava seu coração como uma faca, deixando uma dor insuportável de ser lembrado apenas como mais um na vasta linhagem de filhos divinos.
Enquanto a visão se dissipava completamente, James sentiu o peso da solidão e do esquecimento, seu peito sendo tingido por uma tristeza profunda. A percepção dolorosa de que sua vida, sua paixão e seus relacionamentos estavam agora relegados ao passado ecoava dentro dele, um eco sombrio do que um dia fora sua existência vibrante. O coração de James se partiu em mil pedaços enquanto testemunhava o mundo seguir adiante sem ele, como se seu amor, suas lutas e seu sofrimento não tivessem deixado marca alguma. A dor era insuportável, um fogo que queimava sem consumir, enquanto ele percebia que seu sonho de formar uma família e ser amado intensamente estava se desvanecendo para sempre. O Traidor da Magia havia lançado não apenas uma maldição sobre ele, mas uma lembrança vívida de uma condenação eterna à solidão e ao esquecimento que o assombraria para sempre.
Quando finalmente retornou ao presente, James estava de joelhos, as lágrimas molhando todo o seu rosto. A dor e o desespero ainda latejavam em seu peito, uma ferida aberta que nenhuma batalha física poderia curar. Ele sabia, agora mais do que nunca, que seu maior desafio não era apenas sobreviver às ameaças do mundo dos semideuses, mas também encontrar um significado para sua vida que transcenderia o esquecimento inevitável que o aguardava.
@silencehq semideuses mencionados: @d4rkwater @pips-plants @melisezgin @opiummist @stellesawyr @thecampbellowl @evewintrs @mcdameb @misshcrror
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agressivieandrophilia · 4 months
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The boy doesn't live forever. As a boy we are weak. Life demands that the boy make his choice. Virility has a price. And the price is the man's life. Through sweat, hard training and discipline, man receives the gold that virility offers. The boy struggles to abandon his weakness. The boy struggles to abandon his whims. The boy struggles to abandon his delicacy. Overcoming suffering, virility presents man with strength, power, dominion. The boy dies, the man is born: powerful, tough, domineering.
O garoto não vive para sempre. Como garoto somos fracos. A vida exige que o garoto faça sua escolha. Virilidade tem um preço. E o preço é a vida do homem. Através do suor, do treino duro, da disciplina o homem recebe o ouro que a virilidade oferece. O garoto sofre para abandonar a fraqueza. O garoto sofre para abandonar seus caprichos. O garoto sofre para abandonar sua delicadeza. Superando o sofrimento a virilidade presenteia o homem com força, poder, domínio. O garoto morre, o homem nasce: poderoso, duro, dominador.
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bellvdonnv · 2 months
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𝑃𝐸𝐿𝐴𝑆 𝑆𝑂𝑀𝐵𝑅𝐴𝑆 𝐷𝐸 𝐻𝐴𝐷𝐸𝑆 ! é 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀𝐃𝐎𝐍𝐍𝐀 𝐂𝐀𝐈𝐓𝐎, a filha de 𝑬𝑹𝑰𝑺 de 𝐕𝐈𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐒𝐄𝐓𝐄 anos, que segundo os arquivos do acampamento, está sob a proteção dos deuses há 𝐓𝐑𝐄𝐙𝐄 𝐓𝐄𝐌𝐏𝐎𝐑𝐀𝐃𝐀𝐒. apesar de ser 𝐀𝐃𝐀𝐏𝐓𝐀𝐕𝐄𝐋, 𝐑𝐄𝐒𝐈𝐋𝐈𝐄𝐍𝐓𝐄 𝐄 𝐈𝐍𝐃𝐄𝐏𝐄𝐍𝐃𝐄𝐍𝐓𝐄, quíron já perdeu horas de sono por sua natureza 𝐈𝐍𝐂𝐎𝐍𝐒𝐄𝐐𝐔𝐄𝐍𝐓𝐄, 𝐄𝐆𝐎𝐂𝐄𝐍𝐓𝐑𝐈𝐂𝐀 𝐄 𝐓𝐔𝐑𝐁𝐔𝐋𝐄𝐍𝐓𝐀 !
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𝐏𝐎𝐃𝐄𝐑𝐄𝐒 : manipulação de pecados - a capacidade de trazer à tona os piores vícios e pecados com um simples olhar, faz da filha do caos uma carta coringa no baralho de éris. belladonna é capaz de incitar até no mais plácido dos seres sentimentos de pura ira, orgulho e avareza — ao mesmo tempo em que se fortalece mentalmente —, os colocando em frenesi por preciosos intervalos de tempo ;
𝐇𝐀𝐁𝐈𝐋𝐈𝐃𝐀𝐃𝐄𝐒 : vigor e agilidade sobre-humanos ;
𝐀𝐑𝐌𝐀 : khaos phoroi - falx duplas, feitas de ouro celestial e adornadas com serpentes e espinhos em ferro estígio, são conhecidas por sua precisão e parecem ser envoltas pela aura caótica que se estende de belladona. quando inativas logo se desfazem em um bracelete duplo que se prende ao bíceps da semideusa ;
𝐌𝐀𝐋𝐃𝐈𝐂̧𝐀𝐎 : como punição por sua soberba, zeus concedeu à belladona uma armadilha esculpida de ouro imperial, que se reduz à uma gargantilha colada ao seu pescoço como uma coleira, e a torna mais suscetível a ser atingida por raios e eletricidade. por sorte o vigor herdado de sua ascendência divina permite com que se recupere sem sequelas permanentes, mas não a impede de praguejar o deus dos deuses, o que apenas agrava seu castigo ;
competidora de corrida de pégasos e membro do clube da luta, equipe azul !
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𝐃𝐄𝐒𝐂𝐑𝐈𝐂̧𝐀𝐎 𝐆𝐄𝐑𝐀𝐋 !
apelidos : della , donna , bella ( particularmente odeia este ) ;
data de nascimento : 21 de novembro ;
orientação sexual : bisexual ;
filiação : éris & dante caito ;
altura : 1,69 cm ;
cabelos : longos fios negros que parecem ter vida própria em momentos de turbulência ;
olhos : uma miríade de tons de azul, verde, cinza e pontos castanhos ;
tatuagens : desenhos de espinhos, entremeados com serpentes e flores, são salpicados por toda a extensão do corpo ;
piercings : apenas um furo na cartilagem esquerda, feito após muita persuasão de um filhe de afrodite. belladonna afirma que é a dor mais lancinante que já experenciou em toda sua existência — desmaiou antes mesmo que a agulha passasse pela incisão ;
𝐏𝐀𝐑𝐀𝐋𝐄𝐋𝐎𝐒 : azula ( avatar ) , nesta archeron ( a court of thorns and roses ) , kai parker ( the vampire diaries ) , jang man wol ( hotel del luna ) & mazikeen ( lucifer ) ;
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prole da noite, caos e discórdia correndo por seu sangue, belladona é a personificação dos alelos da escuridão divina e corrupção humana. dante caito, general corrompido que integrava a prestigiosa cúpula das forças armadas italianas, por muito fora objeto de desejo de éris, suas táticas e práticas imorais surtiam inspiração na primogênita da noite, personificação perversa do orgulho e antagonismo. um homem tão maculado em seu cerne, e uma deusa ensandecida em sua eternidade, supostamente, pela manutenção dos comos, não poderiam unir-se e gerar uma nova centelha, mas como um toque sádico, inerente à prole de nyx, do encontro entre o sobrenatural e o mundano, do jogo de ilusões e seduções, de surpresas e anseios proibidos, nada mais que um passatempo para a imortal, della surgia. a pequena alma não vinha ao mundo atribulada. pelo contrário, a caito era dotada da luminescência da mais fulgurosa das luas que compunham o domínio da noite, os olhos cravejados das mais esperançosas de suas estrelas, e igualmente desprezada por éris em seus anos precoces.
de paixões efêmeras e perturbadoras, dante não esperava que a criatura envolta no manto como breu pudesse ser consequência de suas indiscrições, mas com um breve olhar para os fios escuros e pele tão pálida como os feixes prateados da lua, sabia sua exata origem ao recobrar as sórdidas memórias. em sua extensão, indesejada, belladona, como fora obrigado a batizá-la, não exercia influência benigna alguma sob o militar, os diminutos dedos e enormes olhos não eram capazes de abrandar o âmago pútrido. não, a escuridão que parecia pairar sobre a pequena figura surtiam efeito reverso ao esperado de um genitor devoto e condecorado, imagem que o caito adotou em relutância quando percebeu que livrar-se da criança parecia ser impossível, sob a maldita influência de éris. então em meio à epítome dos ensejos mais caóticos e violentos que a natureza humana pudesse conjurar, belladona desenvolveu em sua infância os mais diversos instintos de sobrevivência e meios de escape da realidade enganosamente reluzente de um legado militar e opulento na sociedade de roma.
a natureza amena e melódica rapidamente viu-se em frangalhos com o lento e tortuoso passar dos anos, em seu encalço, uma mente ardil e cerne hostil se instalavam no diminuto corpo que dante moldava para ser sua maior arma e ficha de barganha. foi somente então que o olhar de sua mãe celestial repousara em si, quando nenhum resquício de ternura ameaçava compor os pilares que sustentavam-na, e ousou presenteá-la com algo que jamais tivera: afeição. quando os monstros que se esgueiravam por entre as luzes de roma, sobrenaturais e humanos, começaram a persegui-la, não tardou para que fosse encontrada pelo sátiro que lhe fora designado, e às pressas enviada para o acampamento do outro lado do mundo e bem, bem, bem longe dos seus pesadelos. assim pensava.
nem mesmo uma volta da terra em seu eixo passou para que a carruagem alada cercada de corvos reluzindo mais do que a lua fixa no céu pairasse sob della, a marcando e clamando como uma filha da discórdia. a caito encarou ceticamente a aparição da mãe divina, há muito aprendera sua lição em confiança, mas não esperava que o olhar da deusa fosse um de afeto, o que em perspectiva, a italiana jamais deveria ter acreditado, mas naquele momento encontrava-se em êxtase por finalmente pertencer. a ânsia de belladona em ser aceita, querida, apesar de há muito ter-se enrijecido para tais inquietações, fora ensejo para éris ter em suas garras mais um fantoche, um soldado em seu exército de adoradores. em nome de sua mãe, seria capaz de muito mais do que sob a rígida criação de dante, mas a ela não importava, afinal a deusa a reclamara com tamanho fulgor. ainda que a mesma a manipulasse com pesadelos que jamais externalizara.
éris velava seu interesse na aura que acompanhava sua semideusa. moldá-la de acordo com seus interesses e torná-la uma lança afiada em seu arsenal, era sua intenção, apenas um desenrolar da servitude de della. o ‘favor’ que tinha da deusa do caos e conflitos fez da italiana arrogante em seus anos sob a tutela de quíron, e não demorou para que a empáfia proveniente de suas desilusões a colocasse em confronto com o rei dos deuses. ao esbravejar em uma de suas recorrentes discussões com outros semideuses, que até mesmo o deus dos trovões fora incapaz de livrar-se da influência de sua mãe, e portanto o verdadeiro culpado por todo aquele fiasco que fora tróia, zeus, jamais conhecido por sua benevolência, a presenteou com uma maldição. a caito implorou pela deusa, mas não seria por ela que éris interviria. não era do feitio da celestial envolver-se nas batalhas de seus filhos, a não ser que para piorá-las, afinal encarava adversidades imprescindíveis para discernir entre aqueles dignos de carregarem sua linhagem.
marcada pelo esforço em cada um de seus passos e dotada de certa húbris, belladona tornou-se aquilo que a mãe esperava. após a derrota de gaia, felizmente se afastaria de todos do acampamento, não fosse o temor de ser descoberta por dante. com olhos oficiais, e não tão oficiais assim, em todas as partes do mundo, em pouco belladona seria descoberta.  apesar de suas habilidades, o pavor daquele que estrelava em seus pesadelos a tornaria vulnerável e alvo fácil para as manipulações patriarcais, noção pela qual punia-se diariamente. optou então por permanecer sob o manto de proteção dos deuses e em missões cada vez mais monótonas, ainda que bem sucedidas. enfadada com a previsibilidade de seus dias, não demorou para que ousasse se aventurar para nova roma, uma réplica um tanto saudosa da sua cidade natal, onde se instalou e teria permanecido por anos vindouros e novos desafios, não fosse a reverberação da voz embriagada de dionísio a compelindo para a colina na costa leste.
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hansolsticio · 1 month
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Solie, eu não sei pq mas essa calmaria que todos falam que o haohao tem um relacionamento não bate com que eu penso. Ao contrário, penso eu que em um namoro ele deve ser bastante agitadinho (igual em GoSe, quando ele não medita kkkkkk) e que de santinho não tem coisa alguma (aquele ali deve saber os mais diversos tipo de fetiches e usar vc de cobaia).
Me diz se você concorda comigo ou é só pensamentos pensantes da minha cabeça.
gih gatinha, eu AMO opinar sobre coisas que eu não tenho mínimo domínio sobre! como sabia?
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Olha, quando se trata do hao eu acredito em meios termos.
Acho que ele não é nem 100% calmaria nem 100% distante disso, não fica em nenhum dos extremos. Acredito que ele tem facetas demais (assim como qualquer pessoa) e que ele sabe dosar bem.
Ele não é esse monge, madre tereza de calcutá e etc. Mas ele tem sim toda uma tranquilidade muito característica e que ele demonstra bastante (definitivamente não é só personagem, porque ele é muito consistente).
Outra coisa que entra nesse ponto: eu acredito que o modo de falar diz muito sobre a pessoa. E eu acho o haohao gostoso de rosto, de corpo e, principalmente, 'gostoso de oratória™'. Eu explico:
Eu sou OBCECADA em ouvir esse homem falar. Ele é calmo, direto e firme. Não tem pressa nenhuma ao falar e é bem transparente. Costuma falar o que pensa (na medida do possível) e deixa explícito quando não tem certeza das coisas (e acredite: homem que detesta parecer não ter domínio sobre um assunto existe aos montes). Essas, entre outras coisas, devem refletir muito na personalidade do hao dentro e fora de um relacionamento.
Então ele deve ter sim um lado paz e calmaria com a namorada (o que pode ser uma benção ou uma maldição, porque ele é do tipo "mas tem certeza que essa situação é tão complicada quanto parece ou é só exagero seu?" — ele não invalida seus sentimentos, mas se achar que você está sendo dramática ele VAI te dizer).
ENTRETANTO, claro que ele tem um lado mais "bolololô haha" (por falta de melhor termo) das ideias. Definitivamente não é santinho, mas sabe o momento certo de demonstrar isso. Como eu disse, ele é transparente, então coloca as cartas na mesa desde o início.
Fala das coisas que ele curte, conversa sobre o que você está aberta a tentar. É inclusive extremamente descritivo sobre o quê faz ele sentir tesão e principalmente, o PORQUÊ daquilo ser algo que o deixa excitado. Juro é uma conversa até meio escandalosa e ele vai tentar não rir da sua cara de surpresa.
As primeiras experiências entre vocês dois vão ser um grande "quem é você e o que você fez com o meu namorado?". Porque ele sabe dosar!! E ao mesmo tempo que o Minghao que você conhece tá ali nos detalhes, no jeito de falar e etc... tem muitas partes que você ainda não conhecem e que vão te deixar meio [😵‍💫].
Com certeza isso vai te levar a outra conversa super aberta e descritiva com ele. Tenho na minha cabeça que ele é bem comunicativo em relação à vida sexual de vocês e acha super importante conversar sobre cada uma das experiências — o que, convenhamos, torna tudo mais gostoso depois.
E, super concordo com o que você disse, o Hao gradativamente vai te convencer a testar coisas cada vez mais pervertidas e, pior, você vai amar cada uma das experiências.
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meuemvoce · 4 months
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Amanhã o sentimento pode ser outro
Amanhã o sentimento pode ser outro, assim como a mudança do tempo repentino. Um dia estamos amando e no outro os sentimentos simplesmente some. O término pode acontecer no meio de um jantar em uma sexta-feira a noite ou até mesmo por uma simples mensagem no celular em uma segunda-feira de manhã e nunca estamos preparados para lidar com essa situação, esse amor não era para durar uma vida inteira? E o que fazemos com as promessas? Os planos? Os sonhos? E a história que escrevemos, o que fazemos com ela? As pessoas mudam assim como as estações do ano, constantemente estamos fazendo escolhas fáceis e difíceis, uma luta interna sobre o que é certo e o que é errado, será que devo dar continuidade com essa pessoa? Será que no futuro ela me fará feliz? Será que estou no caminho certo? Se existe dúvidas é porque você já sabe a resposta e se você pensa em deixar alguém é porque você já fez sua escolha, então não há muito o que pensar, mas esses questionamentos não deveriam ter surgido no início? Por que eles surgem depois que começamos a caminhar com alguém ou quando nos casamos? Existem pessoas que são raras e simplesmente reconhecem o seu erro, sabe que não irá dar certo e tem seus motivos e decide não dar continuidade e tem aquelas que conhecem outras pessoas mais ‘’interessantes’’ e renuncia a tudo, inclusive os próprios filhos e de si mesmo. Você já deve ter escutado alguém falar ‘’ele me trocou por uma mulher mais nova ou ela me deixou por um homem mais novo’’ é como se fosse trocar um brinquedo da infância que não tem mais serventia por um brinquedo mais novo, parece simples, mas não é, não para quem fica para trás se questionando o que fez de errado e quem lida com as consequências é quem ficou para trás, mas e quem fez a escolha de nos abandonar? É apenas alguém que faz reciclagem com pessoas, quando não tem serventia e enjoou o ciclo se reinicia é o tipo do ser humano que não se agrada com nada, gosta do fácil e não quer assumir responsabilidades, infelizmente nunca estamos preparado para lidar com essa situação de abandono, ser trocado, um termino feito de qualquer jeito sem olhar em nossos olhos, mas o que podemos fazer por nos mesmos e nos proteger quando existir sinais, vestir a nossa armadura e ficar com o coração em paz e ciente que oferecemos o nosso melhor independente de qualquer relação e a porta deve estar sempre aberta para qualquer despedida e o que não podemos deixar acontecer é quando a pessoa decidir ir embora nós irmos com ela, nossa essência não pode ir e o nosso coração deve ficar conosco e não com quem decidiu ir. Erga a cabeça quando essa pessoa estiver na sua frente com as malas prontas, enxugue a lagrima que escorre no seu rosto, respire fundo e acompanhe até a porta e se for necessário dizer algo, diga ‘’A sua sentença foi assinada, viva com as suas dúvidas, incertezas e o com o seu amor com prazo de validade, você não encontrará alguém como ‘’eu’’, você não viverá uma história como a nossa e espero que tenha valido a pena a sua escolha e quem assinará a sua sentença sou ‘’eu’’ e quem baterá o martelo será o destino. Tenha uma ótima vida’’. Orgulhe-se de si, seja forte, seja corajoso (a) e não deixe de acreditar que você não serve para o amor, você serve para ser amado (a) por alguém que realmente quer amar você. O café pode até esfriar, mas você tem o domínio de mantê-lo na temperatura ideal, mas não para outra pessoa e sim para si mesmo.
Elle Alber
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siennazhou · 1 month
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☤ ༄.° 𝓈𝒾𝑒𝓃𝓃𝒶'𝓈 TIMELINE
a trajetória de Sienna Zhou: antes do acampamento, sua a vida como semideusa e os acontecimentos atuais.
༄.°  antes do acampamento
2000: 23 de outubro; sienna nasce, filha de mãe solteira, em Manhattan, NY. 2009: sienna perde a mãe; por um ato impulsivo, sua mãe perde a vida e sienna carrega essa culpa até hoje;  2009 – 2014 (09 - 14 anos): após a morte da mãe, sienna é enviada para um orfanato da cidade de manhattan e frequenta (e é expulsa) algumas das escolas públicas da cidade; aqui ela começa a aprender que suas mãos leves lhe são extremamente úteis e que ela é muito boa em adquirir o que quer; 2014 (14 anos): após tentar (e falhar) roubar dracmas de ouro do bolso de um sátiro rastreador, sienna e outro meio-sangue são levados até o acampamento;
༄.°  no acampamento
2015: foi reclamada por Hermes e se tornou oficialmente uma moradora do Chalé 11;  2015 – 2017 (15 - 17 anos): saída em missões e treinamento no acampamento todos os verões; elevação de nível I para nível II e aperfeiçoamento de seu poder (teletransporte); 2017 – 2019 (guerra contra gaia; 17 - 19 anos): teve participação ativa na preparação para a guerra contra gaia; durante a guerra, combateu inimigos corpo a corpo e auxiliou os irmãos Stoll no posicionamento correto das armadilhas. 2019 – 2023 (período de paz; 19 – 23 anos): elevação de nível II para nível III e total domínio de seu poder, usando-o a seu favor e do acampamento; (2021) sienna se torna instrutora de lança no duelo com armas especializadas e após receber acesso à sua herança, deixa o acampamento para viver em Manhattan, trabalhando como artista plástica e vendendo seus desenhos para marcas (estampas), galerias e afins.
༄.°  eventos atuais
DEZ/23 — O INÍCIO: ao receber o chamado, sienna imediatamente arruma suas coisas e usa seu poder para se teletransportar para o acampamento e descobre que não consegue usar de suas habilidades para deixar o local; DEZ/23 — CELEBRAÇÃO DE NATAL: apesar de sua mãe nunca ter sido religiosa, ela e sienna sempre celebraram os natais juntas e poder fazê-lo no acampamento, junto de sua nova família, trouxe acalento ao seu coração e aliviou, momentaneamente, todas as preocupações e incertezas acerca dos acontecimentos recentes; JAN/24 — O ATAQUE: sienna toma parte do ataque e ajuda os demais semideuses contra o manticore e a quimera; foi ferida e envenenada pela última, o que lhe rendeu alguns poucos dias na enfermaria, onde pôde observar de perto Petrus, ainda em seu estado irresponsivo, enquanto esteve por lá. FEV/24 — A FESTA DOS LÍDERES: sienna, junto dos demais filhos de hermes, ajudou a espalhar a notícia da festa e, portanto, marcou presença na mesma, o que não foi surpresa nenhuma para quíron (ou qualquer outra pessoa). FEV/24 — O SUBMUNDO MANDA UMA SURPRESA: após o incidente com petrus e a abertura da fenda, sienna suspeita do filho de hades, mas não verbaliza nada para ninguém além de seus amigos mais próximos; sua curiosidade sobre a fenda é grande e sempre que possível ela ia até o limite da barreira mágica para poder observar. MAR/24 — UM DEUS INTERROMPE O JANTAR: sienna não foi escolhida para nenhuma missão por zeus, tampouco integrou alguma equipe; limitou-se às suas tarefas e obrigações dentro do acampamento. ABR/24 — SEGREDOS REVELADOS: após as informações serem divulgadas, da mesa de hermes é possível ver sienna dizendo "eu sabia que tinha Algo Esquisito sobre ele", mas apesar de vitoriosa, ela também se compadece pelas memórias roubadas e a forma como ele parece estar intrínsecamente envolvido nos últimos acontecimentos. ABR/24 — ELIMINANDO O MONSTRO: sienna tomou parte da caçada ao cão infernal e, no bosque, ajudou a eliminar os escorpiões que saíram da fenda; JUL/24 — UMA DEUSA NOS CONVIDA A RELAXAR: sienna aproveitou e muito sua estadia na ilha de circe, mas isso não significa que não trabalhou; foi uma das voluntárias na criação, desenvolvimento e posicionamento estratégico de armadilhas na ilha, conforme solicitado pela deusa. AGO/24 — FECHANDO A FENDA: durante o fechamento da fenda, sienna ajudou no combate a Campe e, apesar de ter se ferido, sua curta estadia na enfermaria foi devido ao uso exaustivo de seu poder.
TO BE CONTINUED...
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miniminiujb · 1 year
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O Mais Lindo
Poseidon x Leitor Masculino (male reader)
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Enquanto Poseidon nadava pelos recifes de coral, uma sereia misteriosa emergiu das águas, trazendo consigo um objeto brilhante. A sereia implorava a Poseidon que a ajudasse com um problema muito peculiar: seu irmão havia sido transformado em um modesto molusco. Desolada, ela pedia ao deus que revertesse a transformação e restaurasse a forma original de seu amado familiar.
Comovido diante da aflição da sereia, Poseidon examinou cuidadosamente o molusco, executando seus poderes divinos para desfazer o encantamento. Tão logo suas mãos mergulharam nas águas profundas, o molusco começou a retomar sua forma original. Mas, para surpresa de todos, o frágil molusco se transformou em um majestoso tritão, mais belo do que qualquer outra criatura dos oceanos. Seus cabelos eram dourados como os raios de sol que atravessam a superfície do mar e seus olhos reluziam como gemas preciosas. O tritão era chamado de B/N.
Poseidon, ao testemunhar a magnificência do tritão, tornou-se imediatamente cativado. Seu coração acelerou em um ritmo desconhecido, enquanto seus olhos encontravam os seus. Era como se todas as forças do oceano estivessem conspirando para unir suas almas.
Desprovido de palavras adequadas para expressar seus sentimentos, Poseidon se aproximou do tritão e estendeu suavemente a mão para tocá-lo. Uma eletricidade percorreu todo o corpo dos dois seres, e um vínculo indescritível se formou entre vocês.
Ao longo do tempo, Poseidon e você passaram inúmeras horas explorando juntos os domínios do oceano. Vocês mergulhavam em aventuras, descobrindo maravilhas escondidas sob as profundezas e apreciando a beleza e a vastidão dos seus reinos subaquáticos.
A cada dia que passava, a paixão de Poseidon por você só crescia. Ele descobrira naquele tritão não apenas a criatura mais linda dos oceanos, mas também um espírito gentil e amoroso. Juntos, vocês compartilhavam momentos de intimidade e cumplicidade que só tornavam o amor mais profundo.
No entanto, nem tudo era perfeito. Poseidon começou a temer a possibilidade de perder você. Afinal, pertencer aos mares não significava estar livre de perigos. Inimigos poderosos e seres inescrupulosos sempre buscavam desafiar a ordem estabelecida, colocando em risco tanto os deuses quanto os tritões.
Determinado a proteger você a todo custo, Poseidon convocou todos os seus tritões leais e reforçou suas defesas subaquáticas. Ele jurou protegê-lo de qualquer ameaça, mesmo que isso colocasse sua própria vida em perigo.
Juntos, Poseidon e você enfrentaram inúmeras batalhas e provações, sempre um ao lado do outro. Através das adversidades, vocês fortaleceram seu amor, tornando-se imbatíveis como um par divino.
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kitdeferramentas · 2 months
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⸤ 🫀 ⸣ ⸻ I'M ALREADY DOWN! WHAT MORE DO YOU WANT? ,
TASK 3: defeito fatal + maior medo = ambição + insuficiência
... ou Kit diz sim ....
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ATENÇÃO: disclaimer no fim do POV para não entregar o conteúdo.
O estupor confundia-se com a realidade, silêncio profundo com alarmes ecoando à distância. Kit levantava o rosto e franzia o cenho para porta - ou seria para a Casa Grande? Suas mãos apertando com força as laterais da cabeça a fim de cessar aquele maldito som interminável. O que estava acontecendo? Ele piscava e se via sentado, depois em pé do lado de fora do bunker. Ou era bem ali? De katana na mão e brilho metálico pelo corpo? Ao balançar-se, percebeu que estava de joelhos, mas foi respirar fundo que entendeu onde estava.
Nas forjas. Encostado na parede mais distante da porta, franzindo o cenho para o corpo largo do pai embaixo da biga de guerra que tinha feito. Kit lembrava das horas passadas dentro do fogo, jogando água para controlar o calor da chama. Moldando o metal com as mãos, criando as curvas da ventania na lateral.
O cheiro do metal invadiu suas narinas e ele despertou novamente, piscando de volta à vida com o movimento. O pesado corpo de Hefesto encontrando o espaço perto ao seu, respiração profunda de cansaço enquanto limpava o excesso de graxa dos dedos num pano sujo. Kit ergueu o rosto em sua direção, buscando mais do que os conselhos que ele vinha dizendo sobre projetos e construções.
Quando abriu a boca, o semideus fechou os olhos e derreteu, os ombros caindo ao máximo que conseguia. "Tem coisas que autônomo nenhum é capaz de fazer, meu filho. Não com a nossa visão." Ele estava certo. Quando Hefesto não estava certo?
Kit passava o dia todo enfurnado nas forjas e nada saía um terço do que o pai colocava para fora de seus domínios. Armas, escudos, estruturas. Cada uma ganhando menções nas grandes histórias da mitologia. O item principal nas vitórias de herói olimpianos. ✶ — › Eu não usei autônomos. — Falou baixinho, para si, os olhos caindo para o colo.
A vontade de chorar o rondava como um predador ao redor da presa caída, esperando a oportunidade de dar um bote. "Há dias que... Não são tão bons." Assim como todas as histórias diziam, o pai tinha dificuldade com sentimentos. De externalizar do jeito fácil e prático de Kit. O semideus torceu os lábios e suspirou, a melodia ecoando ao fundo sem que percebesse. Um ritmo... familiar.
"Mas é necessário manter o foco e continuar praticando. Melhorando." A voz de Hefesto era o borbulhar de ouro imperial, o chiado do fio do bronze celestial. Mãos fortes pressionando contra uma roda que não parava, buscando o mais afiado dos gumes. E ele falava... Falava... Ganhando confiança a cada sílaba dita em voz alta. E Kit.... Kit olhava aqueles olhos escuros clareando, como se encontrassem um propósito, um objetivo.
O amor de Hefesto pelo seu trabalho era tudo o que conhecia. Tudo o que recorria já que era rejeitado em suas histórias. Alguém quebrado, física e mentalmente, deixado de lado para a própria sorte. Seria esse seu destino também? Flynn sendo a Afrodite que o traíra? Mudando seu cerne mais profundo? ✶ — › Eu sei, pai. Obrigado. — Precisou falar mais alta, para sobrepor a música sem letras. Ele ainda não a reconhecia, mas faltava pouco... Tão pouco. ✶ — › É só... Muito difícil para mim ser o melhor... Agora... Depois de... —
O papel pregado na porta flutuou para dentro. Ganhando o ar até parar entre os pés do deus dos ferreiros. Vergonha ultrapassou seu rosto e ele o cobriu com as mãos. E se tivesse trabalhado nos autônomos mais rápido? E se tivesse melhorado o chicote? E se... Kit tinha assinado todo o acampamento com suas criações. Tinha se disponibilizado em melhorar antes de sequer ser pedido. "Você quer mais, filho?" Incitou a voz rouca milenar, de carvão em brasa.
O rosto iluminado pelas chamas parecia mais novo. A barba mais rala, os olhos azuis mais brilhantes. Hefesto parecia ficar mais jovem diante de si... Assumindo a imagem do pai que tinha conhecido quando era novo, numa oficina mecânica no meio de Nova Iorque. ✶ — › Mais? — Perguntou, mesmo sabendo o que queria dizer.
Aquela fome insaciável que o consumia. Tão voraz, tão feroz. A mesa montada na frente do chalé para coletar mais trabalho. O primeiro a se colocar em ação no baile. Aquele que tinha as ideias para armadilhas. O que vasculhava o campo, metal e ligamento, remontando quais foram usadas. "Mais" Repetiu. O corpo pesado dando espaço para um mais esguio. "Seu cérebro funciona de um jeito diferente, meu filho. Eu o vi quando veio a mim, semana passada, e eu concedi a benção."
Não era uma bênção, não quando Kit sabia que estava dentro de si o tempo todo. Só faltava abrir. O poder passivo liberando sua mente de tal maneira que tudo virava um uma fechadura. E ele? Tinha a chave metra na ponta dos dedos. Mais. Hefesto incitava-o a pensar, sob a harmonia de um piano. Instrumentos musicais entrando no circuito, aprofundando a batida.
"Ter o poder de construir o impensável. Ser responsável por um exército de autônomos." Seu nome espalhando feito fogo, queimando mais do que o divino das forjas do pai. Kit Culpepper, forjador divino entre os mortais. "Tudo o que toca..." A voz... A voz do pai perdia aquele toque profundo, ficava... Etérea. Sem características. Uma sem rosto e sem nome. Sem... Hefesto levantava com mais graça, mais elegância, rumando para a capa que tinha empoleirado numa bigorna.
"O que aconteceu no baile, você se culpa." Não era uma pergunta. Não era uma resposta. O golpe em cheio trouxe as lágrimas de volta aos olhos do semideus. Uma sensação tão claustrofóbica de autoconsciência que a respiração ficou perdida. Arfava, o peito constrito, sentindo o coração acelerar até parecer sair do peito.
Insuficiente. Os semideuses cresciam ao seu redor e apontavam para as armas. Quebradas, defeituosas, tortas. Tinha feito mês passado! Mas não tinha prometido qualidade vitalícia? E eles exibiam os machucados, as roupas ensanguentadas, os relatórios de perdas. Dentro da forja, ao lado da figura encapuzada, Kit se encolhia ainda mais em si mesmo. Não suficiente. Nada suficiente.
Eu não sou suficiente.
Quando girou, o rosto estava oculto pelas sombras do capuz repuxado. Olhos azuis brilhando na escuridão de uma identidade misteriosa. Kit não enxergava, entretanto, preso naquela visão de tortura criado por si próprio. "O que poderia ter feito para ser melhor, Kit? Para ter salvo o que mais importava?" Não falava só da morte. Tampouco do baile. Falava da vida... Das missões, dos semideuses, da mãe, de uma realidade composta por pessoas demais e ele, um só.
Os ombros pesaram e, enfim, a represa quebrou com o choro. Lágrimas grossas ao som da voz masculina distante. Hefesto incitava sua velocidade, mas a letra pedia calma... Pedia um respirar antes da grande decisão. "Eu posso te dar isso. O que precisa, o que quer. Eu posso dar-lhe. Você quer?"
Kit encarou a figura encapuzada de baixo. Nós acompanhando cada arfar de medo, de ansiedade crescente. ✶ — › Você pode mesmo fazer isso? — Um movimentar de mãos e Kit se calou, olhos arregalados. "Sim, Kit Culpepper." Ainda era a voz de Hefesto, mas não era. Aquela era desprovida de calor.
Aquela figura encapuzada tinha deixado de ser seu pai a muito tempo e o semideus sabia disso. Tinha percebido a mudança antes mesmo do rejuvenescimento, cada pelinho do corpo arrepiando em tensão. Mas... Mesmo assim... Aquela oferta o intrigava. Kit tentou se levantar e se viu preso. Não por amarras invisíveis, mas pelo peso do que estava em jogo.
"O universo é regido por leis que não são facilmente compreendidas. Morte e vida dançando uma valsa intricada desde os primórdios. Por que não temos voz de escolher os nossos próprios destinos?" O traidor aumentava em poder. A fumaça branca exibindo os veios douradas da magia. Não era água evaporando, não era a influência divina. Mas magia. A mesma que tinha atraído a vida intrusa aos ursos, feito enlouquecer algo que deveria ser de amor e paz. "Não precisou de uma morte para os mortais entenderem o valor do sacrifício? As histórias estão aí, Kit Culpepper. Alguém o escolheu para o trabalho e ele sabe que você consegue suportar todas as provações."
Ele? Quem era ele? A crença da mãe brigando com a mitológica. O que ele queria dizer? Destino, poder, compreensão. E Kimberly o embalava quando era mais novo, alisando seus cabelos e assegurando que tudo era possível de se superar. Com tempo, com confiança, com poder. O traidor sorriu e ofereceu a mão. "Junte-se a mim, filho de Hefesto. Posso dar-lhe tudo o que seu coração anseia e seus desejos clamam. Só precisa dizer sim."
Mas ele matou Flynn! Kit fechou as mão em punho, as veias saltando. Costas e pulso. Uma veia pulsando na testa. Mas ele colocou fogo no baile! E ele tinha colocado vida em objetos inanimados, tinha colocado o fogo para se aventurar onde mais queria. Desde o parque, não queria mexer nos autônomos? Mas ele feriu semideuses! Com a genialidade de uma magia proibida. O que ele faria com esse conhecimento? Infundir com mais propriedade suas criações, deixando-as perfeitas.
MAS! Gritava e esperneava e implorava para que enxergasse, e Kit enxergava o outro lado. As vantagens do sacrifício. Eu consigo, certo? Adentrar aquele caminho espinhoso, pegar todo o poder e sair? Eu consigo, certo? Juntar-se a causa por fingimento e sair por cima. E se tivesse razão? O traidor oferecia... Nunca mais... Nunca mais entregar uma arma rindo e fazendo piada, mas duvidando de um mínimo detalhe. Se tinha feito a melhor escolha.
"Você não vai se arrepender."
A voz sombria saía da boca sorridente do traidor, tão forte quando os dedos que se fechavam ao redor da mão de Kit no aperto que selava seu destino.
⸤ 🫀 ⸣ ⸻ Slow down you're doing fine! You can't be everything you want to be before your time ,
O arfar o trouxe de volta para o gramado frio e cheio de semideuses ajoelhados. Os olhos ardendo do choro silencioso que tinha deixado escapar, a boca seca por ficar aberta por tempo demais.
Kit se colocou em pé num instante, cambaleando para encontrar o equilíbrio e o compasso do coração errático.
O que tinha feito? O que tinha feito? O que tinha feito?
"Kit, você está bem?" Peguntou alguém ao lado. Em seu estado aterrorizado, não conseguiu reconhecer quem falava. Nenhuma característica fazendo sentido diante do horror que tinha feito. "Calma, Kit. Calma. Foi o traidor. Ele enfeitiçou todos nós. Não foi verdade." Era mentira? Era ilusão? Kit voltou o olhar para a pele metálica e não sentiu nada. Nenhuma diferença. Não sentia o poder infinito, não sentia a confiança nas armas.
Ele sentia culpa.
Era assim tão ambicioso a ponto de revelar o preço pago? Que poder era tão bom a ponto de precisar machucar outra pessoa?
Não. Não era assim que- Não era assim que as coisas funcionavam.
Não era assim que ele funcionava.
✶ — › Ei, você está bem? — Perguntou de volta, genuinamente preocupado com aquele estranho sem reconhecimento. Sua mão, agora de pele e osso, fechando ao redor do braço. Não era assim que ele era. ✶ — › O que aconteceu aqui? O que- — Porque não era. Kit ficou a katana na frente do bunker e foi atrás do próximo, e de mais um. Tentando acordar daquele estado que os colocava gritando sem fazer som.
Não era assim que resolveria. Não era assim que enxergaria. Não era, não era, não era. Kit olhou uma última vez para a escuridão por dentro da porta do bunker, as sombras provocadas pelo fogo das forjas. Quem era aquele ali dentro? Encostado nos fundos, o mais distante das forjas, apático para o mundo.
Quem era aquele Kit? E por que foi necessário chegar a esse ponto para perceber... Para entender... ✶ — › Desculpe! Sim, vou ajudar! Vamos! — Já era mais do que tempo de mudar o disco e voltar à vida. Ficar ali dentro sem fazer nada não ajudava ninguém. Muito menos seria uma honra digna da memória de Flynn.
DISCLAIMER: não é um prompt da central, não faz parte do plot oficial do traidor. Isso é uma ilusão de Kit durante o ataque do traidor. @silencehq
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