#de resto só desgraça
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cherryblogss · 2 months ago
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CHERRYBLOGSS KINKTOBER
10:00 - Sexo em público x Simon Hempe
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avisos: amizade colorida, dedada, penetração vaginal, degradação!!!!, sexo desprotegido em local público.
nota: desgraça dos infernos esse homem.
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Seus ouvidos ignoravam o som da festa que rolava enquanto relaxava no sofá em um momento de tédio. Seus amigos ao redor conversavam sobre o resultado do último jogo de futebol que você realmente não se importava, só queria se entreter ou ir embora. Sua cabeça se encontrava apoiada no braço de Simon que gesticulava com os dedos ao defender o próprio time. Ele se detém somente para escutar as provocações de Matias que nem falava coerentemente de tanto álcool que consumiu.
Quando o moreno escuta um suspiro cansado seu, se vira para te encarar, esquecendo o resto do mundo somente para te dar atenção. Ele sorri com a sua expressão emburrada, se inclinando para posicionar os lábios mais próximo ao seu ouvido.
"Entediada, bebita?" Pergunta soltando uma risada nasal ao te ver assentir com um biquinho manhoso.
"Tem algo que eu possa fazer?" Simon morde os lábios quando seu rosto se ilumina, contente que ele finalmente estava te dando atenção sem ao menos pedir. "Quer se divertir um pouco, hm?"
Você assente animada, se aproximando para enfiar o nariz no pescoço dele, inspirando o perfume gostoso misturado ao suor das horas de festa. esfrega seu rosto ali enquanto dá uns selinhos ao sentir as mãos grandes tocarem seu joelho exposto e subir lentamente só para retornar quando chegava na barra da sua saia de couro. Não que tentassem esconder, mas você e Simon tinham uma amizade que tinha muitos benefícios. Toda vez que estavam com tesão se tornavam o apoio um do outro. Era inegável a química que tinham e a maneira como combinavam sexualmente, mesmo que no início não fosse tão fã do jeito sem vergonha dele que sempre te deixava fogosa em público com as palavras indecentes e toques íntimos demais.
Por isso, não te surpreendeu quando as mãos dele começaram a acariciar sua coxa por baixo do vestido, os nós dos dedos roçando sua calcinha com um toque sútil e provocante, quase como se não fosse proposital. Ele ia e voltava, acariciando a pele sensível e macia com o toque suave. Você se contorcia com os arrepios que percorriam sua coluna cada vez que os dedos pressionavam o pontinho suavemente e depois se distanciavam como se não estivesse te deixando desesperada e ofegante.
"Simon, por favooor..." Choraminga baixinho depois de subir os selares até o lóbulo da orelha dele onde deixa uma mordidinha emburrada como uma punição por não te tocar no lugar que mais pulsava.
"Que foi, minha linda?" Ele pergunta com um sorriso sacana. "Não tô entendendo você quer que eu toque essa sua bucetinha gulosa na frente de todo mundo?"
Seu rosto fica ainda mais quente pelas sensação dos dedos longos adentrando sua calcinha e finalmente tendo o contato pele a pele que tanto desejava, mas também sente um arrepio por permitir que ele te manipule de tal forma na frente dos seus amigos e dezenas de desconhecidos. No entanto, não podia mentir que isso te excitava um pouco, a maneira que todos poderiam saber como você se desfazia nos encantos do moreno que já mergulhava um dedo entre as suas dobrinhas para recolher a umidade e bulinar o pontinho inchado ou que não tivessem noção da cena suja que ocorria por baixo da sua saia.
Suas mãos se moveram para massagear o volume que surgia na calça do Simon, se deliciando com a grossura e salivando só de imaginar o comprimento te fodendo até suas pernas tremerem.
O moreno já se encontrava ofegante com a sua resposta as provocações dele, um sentimento incomum de possessividade tomando conta dele ao ver como o olhar de alguns homens se demoravam na sua forma, claramente pensando que suas expressões de prazer eram um convite. Então, repentinamente, pega sua mão, te deixando atordoada e perdida quando ele se levanta e te puxa para longe da multidão, tudo sendo um borrão de emoções pelo fato de não ter mais os dedos te tocando e ser arrastada para sabe-se lá onde. Simon se dá por satisfeito ao chegarem na lateral da casa, onde não tinha ninguém já que a maioria se concentrava no quintal e interior da residência.
Os lábios dele atacam os seus assim que suas costas encostam na parede, o beijo voraz e faminto te causando mais tontura que as bebidas. Simon era um ótimo amante em todos os sentidos, sabia beijar como ninguém e entregar o que a situação pedia, as vezes era calmo e lento, como uma massagem erótica, mas no momento ele te devorava por completo, enfiando a língua na sua boca em uma demonstração de dominância. Suas pernas fraquejam pela intensidade do ósculo, mas o moreno não tarda em te dar apoio, te carregando com os braços fortes e te pressionando contra a parede.
Ansiosamente, ele sobe sua saia e ri quando você ralha com ele no instante que escuta o som da sua calcinha rasgando. O moreno desce chupões pelo seu colo até chegar no decote onde ele recheia de saliva e lambidas com selinhos estalados, sabia como você adorava uma bagunça e a maneira que ficava toda marcada por ele. Ao mesmo tempo, foca nos seus seios, o moreno tira o pau de dentro da calça, esfregando a glande inchada na sua bucetinha pulsante, ele esfregava o comprimento na sua fendinha, gemendo contigo devido a sensação deliciosa do seu calor molhado acariciando-o.
Sentindo que não aguentaria por muito tempo, o argentino encaixa a cabecinha na sua entradinha, te alargando quando empurra os primeiros centímetros lentamente, grunhindo com o seu canal estreito praticamente o engolindo.
Você ainda escutava os sons da festa, mas estava imersa em tudo que Simon te dava, se contraindo ao redor do pau grosso só para escutar como ele gemia desesperado seu nome, além de querer que ele te deixasse cheinha logo porque não conseguiria segurar por muito tempo o seu próprio orgasmo.
Remexia seus quadris de volta, acelerando o ritmo a cada investida dele, miando ao escutar como ele dizia que sua bucetinha era a mais gostosa que ele já tinha fodido, que você era uma putinha por ficar implorando pra ser fodida enquanto todos podiam ver, ainda prometia que um dia iria te comer na frente dos próprios amigos para mostrar como você era uma cachorrinha treinada para agradar ele. Se encontrava totalmente alucinada pelas promesas sórdidas, gemendo mais alto e dengosa a cada palavra. Bom, podia ser que ele estivesse blefando, mas com toda a certeza iria querer pagar parar ver se iria cumprir tudo que falou. Seria uma sentença agradável.
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unknotbrain · 2 months ago
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Passei esse final de semana tentando processar eu ter sido chamada atenção negativamente no trabalho pela chefe da minha chefe porque estou fazendo um bom trabalho e sendo eficiente? Mas faz sentido se pensar pelo lado de que as pessoas têm inveja de quem se destaca de forma positiva. É estúpido no contexto que eu estou, onde todo mundo ganha a mesma coisa independente do que fizer? Sim. Tecnicamente, essa situação toda foi um elogio. Foi um "você é boa demais, não consigo nem acreditar".
Mesmo tendo sido algo positivo de outro ângulo, fiquei fermentando a fala dela por dias e um pouco chateada. Meio merda ser tão sensível assim no mundo corporativo. Escolhi o serviço público porque achei que teria menos corporativismo e chupa bola de chefe que empresas privadas. Além de eu não ter habilidades sociais para passar em entrevistas.
Lembro que meu ex J*** vivia reclamando do trabalho (que nem era tão difícil?) e me chamava de mimada por ter 24 anos na época e nunca ter trabalhado. Era sempre aquele discurso de "eu trabalhava desde criança com o meu pai" e exaltando ter uma vida difícil, como se, por essa razão, minha vida fosse menos digna ou eu fosse um ser humano pior.
Mas sei que esse negócio de super valorização da dificuldade é algo cultural. É lindo ter uma história cheia de desgraça e dificuldades, né? É "inspirador" ver crianças andando 10km para ir à escola ou alguém que acorda 4 da manhã para ganhar um salário mínimo e sustentar uma família de 7. Romantização imbecil da porra. Como se alguém sequer merecesse passar por tanta merda!
E sabe, eu tive minhas dificuldades. Elas só não eram financeiras. Fiquei trancada em casa por seis anos com fobia social. Perdi muitas experiências e minha adolescência toda praticamente. Sair de casa para mim era difícil assim como ele trabalhar para o pai. Eu tinha tantas reações fisiológicas e emocionais no meu corpo que era literalmente um risco de vida. Era gorfo, falta de ar, choro incessável, pensamentos nonstop, vontade de me matar.
Olho esse discurso do meu ex e vejo como ele era alienado. Ao invés de reconhecer como a sociedade falhou com ele, era mais fácil me atacar. Ele colocou tanto na minha cabeça que eu era fracassada inútil lixo por ter essa condição de saúde e não ter trabalhado ou feito nada "útil à sociedade", demorou três anos para eu colocar na cabeça que fiz o melhor que eu pude na época.
Hoje coloquei a playlist que costumava ouvir enquanto estava no hospital com a minha mãe. Ouvir essas músicas foi meio que reviver todo o cansaço daqueles 30 dias que pareciam intermináveis. Já faz uns 20 dias que cheguei e ainda me sinto cansada. E nessa sexta ainda viajo de novo para visitá-la. E mês que vem viajo para SP de novo. Eu amo viajar, mas puta que pariu.
Vou aproveitar o resto do meu dia jogando e talvez sair à noite com o G** se ele estiver afim, ele tem vestibular hoje. Espero que dê tudo certo, ele é uma das pessoas mais inteligentes que eu já conheci.
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maisumalvares · 2 months ago
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Conto Homérico
Com bastante poesia e sem Odisseia alguma, assim vivia Homero, filho de uma dona Maria N. Inguém e do senhor Fulano de Tal em uma terra sem musas.
Vivia por fiscalizar a natureza, em uma Taxionomia diária entre nomear assuntos velhos e notícias novas, também era versado na Arte de advogar putas pobres, coadjuvando em alguns fatos nas esquinas.
Mas nem tudo era grande na existência de Homero, seu melhor amigo, José, de estatura baixa mais que precisava curvar o corpo para entrar pelas portas do altruísmo. Sim, amigo para todas as horas, minutos e dívidas, Homero já devia muito a José, e nem se vendesse toda a sua obra e pedisse aos deuses, conseguiria saldar os débitos para com o amigo.
Ah, sim! A poesia... Verdade! Nisto, verdade se diga é que Homero de fato sabia mentir em versos como ninguém, também pudera, após suas inúmeras leituras pelas tardes eternas de um fazedor de coisas alguma, algo deveria ter aprendido. E aprendeu. Era poeta.
Compunha: odes, sonetos, prosas, com rimas ou sem rimas, com inspirações ou com segundas intenções, mas sempre escrevia como um legítimo bardo clássico.
Finalmente, como ocorre com todo poeta, apaixonou-se pela a encantadora e clichê menina que mora em frente.
“Ela é o anjo mais antigo e chegado a Deus, Serafim que possui a voz inigualável, e os demais seres celestes não conseguem superar seus encantos e bênçãos. Sua beleza, talvez, foi à causa da rebelião no Paraíso, e o inimigo de sua luz é a falta de amor, pois ela é o próprio amor!”
Entre o panegírico do exagero de todo o traje angelical, vestia Homero sua amada e louvava à Grécia, ou a sua rua esburacada, enfim, exaltava a beleza da menina que mora em frente e chegou até a ganhar uns concursos de poesia, porém a falta de aptidão de exercer algum ofício que seja antes do meio-dia, impediu esse filho de Apolo de chegar ao Parnaso.
E as leituras seguiam, parecia que quanto mais o tédio penetrava as paredes do seu quarto, mais ele mergulhava nos livros, a desgraça da introspecção poética era o presente de grego da vida, e isto o fazia prisioneiro de si mesmo, estava enjaulado em seu quarto e em sua alma, e a única forma de possuir as chaves da liberdade era se rendendo aos versos.
A prisão domiciliar não o deixava atravessar a rua e a esquina para dar ao menos um bom dia à menina que mora em frente, e Homero perdia as noites pensando em seus pensamentos, com a menina em seus sonhos, enquanto Cronos agia em sua narrativa traçando a Moira dessa epopeia escrita com tinta, preguiça e covardia.
Por fim, a mitologia finda, e a “menina que mora em frente”, noivou, casou, e passou a se chamar: “a mulher que reside em outro bairro”.
Homero chorou tanto que quase naufragou seus livros e manuscritos (como Camões conseguiu salvar sua obra).
Ainda bem que seu amigo José, agora, José Doutor Importante, estava lá para consolá-lo e pagar o almoço. A esta altura Homero já se encontrava órfão e velho para ser poeta e romântico, já era tempo de cessar do grego e do troiano, porque a voz da musa já desafinava, deveria atingir a idade moderna e talvez perder a virgindade.
Um dia Homero recebe um cavalo de troia de seu amigo: um curso de Matemática.
Agora era o fim da Literatura e da subjetividade em sua vida, só havia espaços para os ângulos e linhas paralelas, traçavam perpendiculares e bissetrizes pelo o quarto e quando se deu conta já estava se formando em Geometria.
Enfim, a Odisseia chega ao término, Homero feliz lecionando, dando luz ao conhecimento, sendo que agora sem Píndaro, sendo discípulo de Pitágoras.
Se os números são melhores que as letras, isto não se sabe, o que se sabe é que ele casou com uma professora de Matemática que tinha a mesma idade, altura, fazia aniversário no mesmo mês e o MDC entre os dois eram semelhantes, fatores primos contribuíram para o resto.
Seu nome era Penélope.
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madneocity-universe · 3 months ago
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Growing Pains: Bianca and Noan Dan, daughter and father.
Nota de conteúdo sensível: menções a família/casamento quebrado, diagnóstico de doença autoimune na infância, bullying e xenofobia. Depressão e transtorno de cotard, que resulta em um suicídio (não propriamente dito, nem explícito, mas vai acontecer mesmo assim). Contemplações sobre a solidão e melancolia dos dois lados. Processo de luto.
Umas tantas referências ao maior e melhor filme sobre parentalidade e suas desgraças quando o assunto é pais e filhas: Aftersun.
A24, obrigada por me mandar pra terapia todas as vezes. Love u, sweetie.
Subúrbio de Manila, Filipinas. Verão dos 16 anos.
Quando sua avó abre a porta do pequeno prédio de apartamentos, Bianca acha que ela se enganou — como a maioria dos idosos de 70 e tantos anos — e continua plantada na calçada, com as mãos fundas nos bolsos dos shorts e um olhar um tanto desconfiado praquela velha cega, que não consegue entender e nem enxergar que o filho dela, seu pai, jamais moraria em um lugar tão insalubre quanto aquele.
Ela ia saber. Ele ia ter contado pra ela. Eles sempre contavam tudo um pro outro.
Mas se contavam mesmo… Por que sua avó continua segurando a porta pra ela entrar?
Não pode ser.
Mas ela não acha que é hora de questionar, segura o braço da mais velha pra ajudá-la a subir as escadas e não consegue torcer o nariz pro cheiro insuportável que sobe a cada passo lento que elas dão e que só fica pior no corredor que ele morava. Na porta da casa dele, antiga, descuidada e com as dobradiças prestes a se desfazer, como se qualquer pessoa pudesse arrombar e tomar tudo o que seu pai tinha.
Bianca se pergunta se ele tinha alguma coisa pra ser tomada, em primeiro lugar, porque olhando em volta — pros móveis antigos, as paredes manchadas e o mofo tomando conta de todas as roupas e sapatos espalhados —, ela não consegue achar nada que dê pra salvar do lixo. Como se seu pai tivesse se tornado um monte de restos, um monte de nada.
— Por que a senhora me trouxe aqui? — A mais jovem tenta soar firme, mas sabe que seu corpo todo está tremendo e sua voz também, enquanto segura a mão da avó com força, fazendo a mais velha apertar de volta.
— Porque eu amo você, e o seu pai também.
No canto da sala, o único limpo e organizado, Bianca percebe uma caixa de madeira pesada, a tampa parece limpa, como se fosse movida e usada com frequência. Isso a faz se aproximar, e sua avó se joga no sofá como se tivesse acabado de cumprir parte de sua missão.
— E pra ele, você e sua mãe pareciam um filme.
Um filme bom. Um filme perfeito, porque em nenhum outro universo uma mulher poderia ficar tão bonita sob luzes tão medíocres quanto as dos barzinhos de Manila, naquele calor horroroso e que deixava todo mundo feio e parecendo prestes a entrar em combustão. Menos ela, Bianca. Menos a sua mãe.
Porque ela não era qualquer pessoa, ela era a sua mãe.
Brilhando como se tivesse acabado de sair de um desses longas super glamourosos da Hollywood trouxa, exibindo um sorriso tão bonito e me deixando preso nos assuntos mais banais do ser humano depois que tive coragem de chamá-la para conversar e oferecer um drink.
— Eu passei um tempo estudando fora, me especializei em contabilidade, mas voltei porque comecei a me sentir meio sozinha lá fora. — Se eu prestasse um pouco de atenção, ia saber do que ela estava falando, mas o jeito que o vento balançava o cabelo dela me deixava fraco, então só foquei na parte que me tocou na hora. — As pessoas eram meio cruéis, achavam que eu era filipina demais e que meu nariz era feio.
Ela? Feia? Ah, pra casa do caralh-
— Ainda bem que você voltou, né? Imagina desperdiçar seu tempo com gente que não sabe te valorizar como a deusa que você é.
Não conta que eu te contei isso, amor, mas naquela noite, descobri três coisas: os engraçadinhos bonitinhos tinham sim seu lugar e, graças aos céus, sua mãe era o tipo bonita pra caramba mas que gostava dos engraçadinhos bonitinhos como eu.
A terceira foi que casais assim podiam dar certo, se casar e viver um sonho.
Por isso ela não era qualquer pessoa, por isso ela era perfeita.
A primeira carta que ela encontra parece tão íntima que faz suas bochechas ficarem um pouco coradas, envergonhada demais pra olhar na direção da avó, então continua revirando os pertences de seu pai, as fotos do casamento dele e de sua mãe que ela nunca tinha visto antes, até chegar no rosto que ela reconhecia como seu. Desde bebê, até o dia em que ela foi parar no hospital pela primeira vez.
Sua mãe ficou tão brava comigo que achei que ela fosse abrir um buraco na minha cabeça, assim, do nada, com o primeiro bisturi que encontrasse pela frente. Mas eu dei razão pra ela, como dei desde a primeira vez que ouvi você chorar depois que saiu de dentro do útero, e entendi que a conexão entre vocês duas jamais seria tão intensa quanto a minha como seu pai.
Por isso ela era mais responsável. Por isso eu era o idiota.
Mas, querida, se você pudesse ver seus olhinhos brilhando TODAS AS VEZES que via açúcar, ia concordar comigo que eu precisava te dar uma balinha, um pirulito, uma casquinha de sorvete de morango que fosse e quantas vezes você pedisse! Tudo bem que eu devia ter maneirado, que eu não devia ter feito escondido dela, e nem pulado a etapa de zero contato com açúcar antes dos dois anos.
Mas eu também não achei que ia ser tão ruim, e nem que isso ia machucar você a longo prazo. Eu não queria que você ficasse doente, eu não queria ver você chorar porque não podia comer as coisas que você gostava, e eu não queria ser a pessoa que colocou todo esse sofrimento no seu caminho, mas aconteceu. E eu precisei contornar.
— Você não pode tirar o adesivo do braço sempre que tiver vontade, Bianca.
— Mas pinica, coça e incomoda. Não quero viver assim, sabia?
Aos oito anos e com uma mão no peito, você era muito dramática pra eu conseguir fazer isso sem começar a rir, mas sua mãe estava desmaiada no sofá depois de chorar até dormir, preocupada com você, nossa filha pequena e rebelde que achou de bom tom cortar a própria insulina e entrar em coma no meio do parquinho. E eu precisei ser responsável, por mais que me doesse.
— E a culpa não é sua, amor. E se eu pudesse, ia tirar todo esse sofrimento de você e passar pra mim, mas eu não posso. — Falava para a pequena você, segurando seus ombros e assistindo seu beicinho se formando em seu rosto gordinho. — Não posso voltar e tomar decisões melhores pra sua saúde, nem consertar as besteiras que eu fiz sem consultar sua mãe, mas eu posso te prometer que isso só vai piorar e te machucar mais.
Foi horrível sentir aquele peso absurdo no peito, nas costas e na cabeça quando o diagnóstico veio, foi horrível te ver tomando todas aquelas agulhadas e sendo privada de tudo enquanto as outras crianças podiam ter tudo. Foi horrível ouvir e sentir sua mãe me odiar, como foi horrível sentir que eu merecia e que eu tinha quebrado a promessa de te proteger quando decidimos ter você.
Errei. Errei. Errei.
Quase tive um AVC quando você entrou em coma por causa da diabetes e me senti o pior pai da face da terra. Você não merecia. Sinto muito.
— Hora de trocar o adesivo. Trouxe um novo na sua bolsinha?
Bianca afirma com a cabeça, limpando a única lágrima que escorre por sua bochecha, antes de se levantar e se sentar meio no colo da avó, meio no sofá duro, oferecendo o antebraço direito de bom grado pra ser cuidado pela mais velha.
— Ele achava que era um pai ruim por causa da diabetes, vovó. Ele achou mesmo que foi culpa dele. — Comentava, sentindo a bombinha antiga ser substituída pela nova, antes de pegar o comprimido de sua caixinha de remédios e o jogar dentro da boca. — Eu me lembro do dia que voltei do hospital com minha mãe e ele tinha feito bombinhas de insulina pra todas as minhas bonecas e ursos de pelúcia, foi assim que eu aprendi a trocar a minha sozinha, e me sentia mais normal. Ele fez parecer normal. Ele fez parecer fácil.
Então por que ele não se achava suficiente?
Quando sua mãe me disse que não me amava mais e que queria levar você e a si mesma pra longe de mim e do nosso lar. Foi nesse dia que eu descobri que era mesmo insuficiente e incapaz de suportar todo o pesadelo que ia vir depois.
— Vai ser melhor pra ela.
— O lugar dela é aqui, em casa, no país que ela nasceu e com a família que ela tem.
— Eles têm tratamentos melhores na América, sabia? A qualidade de vida dela vai melhorar, tudo vai melhorar…
— Nós vamos melhorar?
Eu já sabia que aquela mudança não era sobre salvar nosso casamento, nem colar os caquinhos que nós dois tínhamos perdido dos nossos corações, mas precisava que ela dissesse em voz alta que aquilo não era só uma crise. Eu precisava que sua mãe, a mulher que mais amei na vida, dissesse que não me amava mais, porque se fosse só por você…
Bianca, eu assinei todos os papéis permitindo que ela te levasse pra morar na América, desde o do divórcio, até o da vara da família concedendo a guarda integral só pra ela. Por você, eu sufoquei todos os meus sentimentos e mágoas, porque não queria que você pensasse que seu pai estava deprimido e chorando e bebendo todos os dias sem sua alma gêmea dormindo na mesma cama. Por você, segurei todas as pontas necessárias, porque a gente ainda era família.
E família não segura família. Amor não sufoca amor.
— Você devia ter tentado mais. — Sua avó sempre avisava, quando tinha que ir pra nossa casa cuidar de mim, porque me sentia destruído demais pra fazer isso por conta própria. — Você devia ter lutado mais.
— O único papel que me cabe agora, é ser pai da filha dela e eu prometi que ia ser o melhor pai do mundo… Pra filha que ela teve comigo. — E eu insistia, mesmo que aquilo doesse feito um tiro, mesmo que eu sentisse vontade de acabar com tudo cada vez que me dava conta que tinha deixado sua mãe ir e você também. — O melhor, o melhor que o mundo já viu.
Todo verão, religiosamente te esperando no aeroporto com flores, bombons sem açúcar e um urso. Quem amou?
Bianca se abraça tão forte com aquela carta grudada no peito, que não sente que está tremendo e chorando inconsolável, a ponto de sua avó escolher não falar e nem tocar, deixando que ela sinta tudo e mais um pouco.
Ela se lembra de quando recebeu a notícia, de como precisou avisar os amigos que os planos pra primeira semana de férias iam ter que ser adiados, e de como ela fingiu que estava bem no aeroporto enquanto se despedia da mãe e do namorado e nem ter esperado o avião levantar voo antes de se desfazer em lágrimas na poltrona da janela. Agora, ela meio que sabe de quem puxou. E doi descobrir essas semelhanças entre os dois.
— As meninas na escola acham que eu sou muito filipina, que meu nariz é feio e que é confuso meu cabelo não ser totalmente liso… E nem totalmente ondulado. — Escuto sua versão do verão dos 14 anos dizer, enquanto as ondas vêm e vão não muito longe de onde estamos fazendo um piquenique. Como nos velhos tempos, quando você choramingava porque um caranguejo te perseguia, e não porque uma dúzia de meninas eram malvadas na escola. — E quando abro a boca pra tentar me defender, elas falam do meu sotaque e que não conseguem me entender.
Será que comer um morango vai curar seu coração? Será que vou ter que ter essa conversa hoje? Agora?
— As vezes eu queria ser outra pessoa. Talvez gostassem mais de mim.
Se eu fosse loira, padrão e falasse como elas. É como ouvir sua mãe falando, anos atrás, porque a expressão de desdém e desconforto é a mesma: vocês duas ficam estranhamente fofas com as sobrancelhas franzidas pela indignação, e quando eu penso que não pode melhorar, o beicinho está lá, se projetando conforme os pensamentos parecem ficar mais altos na sua cabeça.
— Eu não acredito. Você tá doida.
Eu mereço aquele soco na perna, e ele dói, mas nem por isso eu paro.
— Alguém gosta de você, eu tenho certeza que alguém gosta de todas essas coisas em você.
Porque quando penso que vou ser agredido por você de novo, vejo seu rosto se suavizar, e o beicinho ser substituído por um sorrisinho, que se torna um sorriso de verdade e a próxima coisa que eu sei é que seus olhos estão brilhando como se alguém tivesse acabado de te oferecer bolo de morango.
Mas é só sobre um menino.
— Meu melhor amigo, Monroe, também acha que eu sou doida e que o que elas falam não é verdade. Ele me ajuda a trocar a bombinha às vezes, e sabe meu adesivo favorito pra cada dia da semana. — Enquanto você enrola o cabelo no dedo e evita olhar pra mim, eu meio que sei que não é só um menino, mas deixo você continuar, analisando a situação como se fosse um crítico e não seu pai preocupado com garotos te rondando. — Em Fevereiro, ele me deu um cartão cheio de corações e eu não sabia que as crianças americanas também podiam dar presentes pros amigos no dia dos namorados, então pedi pra ele explicar e…
— E…?
— Eu não me lembro, fiquei muito tempo observando como ele brilhava e parecia perfeito enquanto as outras pessoas, não. Então devolvi o presente com outro cartão igual, pra ele saber que eu sentia o mesmo.
Eu amo o verão 14, sabia? Mesmo depois de passar dias te aconselhando sobre ser ferida por esse garoto e não dar uma bitoquinha nele sem ter certeza, eu amei descobrir que você sentiu amor e que tinha sido bom pra você.
Tão bom quanto aconteceu comigo.
Ela também amou o verão dos 14 anos, e sem que sua avó perceba, dobra e guarda essa carta em sua bolsinha, se lembrando do ano que veio depois e como as coisas tinham mudado.
As cartas diárias passaram a ser semanais, e depois mensais. Seu pai dizia que estava ocupada com o trabalho, por isso não tinha muito o que falar da própria vida, mas adorava saber sobre a escola, seus amigos e como caminhava seu relacionamento doce com seu melhor amigo. Bianca se lembra de uma longa conversa por flu que eles tiveram no ano passado, sobre consentimento, camisinhas trouxas e como era IRRESPONSÁVEL deixar um garoto enfiar soldadinhos dentro dela. Bianca se lembra como ele exagerou e dramatizou tudo pra ela ficar enojada, traumatizada e longe de um pênis ereto até fazer trinta anos, “no mínimo”, quando o verão dos 15 anos chegou e ela não foi pras Filipinas.
Ela se lembrava de tudo, até da conversa com sua mãe sobre seu pai preferir que ela permanecesse na América no ano passado, e que foi a primeira vez que ela não saiu do país assim que as aulas terminaram.
Tinha sido bom, mas não era a mesma coisa. E pra sua surpresa, seu pai pensava o mesmo.
Passei o ano todo tentando me convencer que estava bem e que podia sair daquilo, mas cada vez que tentava escalar para fora daquele poço e salvar a mim mesmo, as coisas só ficavam piores e eu me sentia na obrigação de desistir.
Os negócios iam mal, precisei sair da nossa casa e fiquei com vergonha de contar pra sua avó que aquele plano de sair do trabalho pra abrir algo sozinho, tinha dado errado e agora eu precisava viver como um rato num buraco na parede. Porque era assim que eu me sentia, e era isso que eu dizia pra mim mesmo, olhando pra essas paredes e ouvindo a torneira da pia do banheiro pingar sem parar.
Sentia que estava fracassando, mas não conseguia me reerguer. Sentia que algo estava errado, mas eu não conseguia descobrir o que era. Sentia que só precisava de tempo, até descobrir que me isolar foi uma armadilha que fiz sozinho pra encurralar eu mesmo. Afastar você devia ser algo bom, mas só serviu como gatilho e então percebi que eu não tinha outra saída.
Estava apodrecendo por dentro. Andando por aí como um morto vivo, fedendo como um cadáver, e me desfazendo como um depois de ser enterrado dentro de um caixão. Não importava o quanto eu gritasse, arranhasse a madeira ou rezasse pra ser tirado dali, eu sabia que ia sufocar até morrer de vez.
Mesmo que eu soubesse que já estava morto.
Mas ele tinha muito medo de fazer aquilo sozinho, e tinha ainda mais medo de fracassar e ter que assumir tudo o que ele sentia, quando se jogou na pista de dança da boate mais próxima e barulhenta do bairro com três caixas de pílulas recém tomadas no estômago e que agora ele regava com uma garrafa de álcool enorme.
As luzes fortes fizeram ele delirar por um bom tempo, a música não ajudava e todos aqueles rostos borrados também não, mas ele tem quase certeza que a viu entre a multidão, com os braços erguidos na direção dele, tentando o alcançar enquanto chamava por ele o mais alto que conseguia.
Papai. E ele não ia responder, porque sua voz não saia mais. Papai. E ele não conseguia segurar a mão dela, porque ele mesmo já não sentia mais os membros. Papai! E ele não responderia mesmo se conseguisse, porque não queria que essa fosse a última vez que ela o visse como pai.
Ainda bem que ele nunca se viu velho naquele papel, porque fica surpreso de ter chegado até ali de qualquer maneira, antes de fechar os olhos e nunca mais os abrir.
Eles se perdem pra sempre.
Você era o bebê recém nascido mais bonito da maternidade, sabia? E não era porque você era minha filha e eu o seu pai. Eu só acreditava nisso.
— Bianca Dan, você vai poder ser quem você quiser e onde você quiser. — Dizia para a minúscula e frágil você nos meus braços, enquanto te levava pra janela do quarto de hospital, te apresentando o mundo lá fora pela primeira vez. — Enquanto você estiver vendo o sol, o céu, as nuvens e as estrelas, nós vamos estar juntos, porque eu também vou estar vendo tudo.
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satirobestial · 4 months ago
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Minha primeira homenagem a este ser ....
Profundamente... A te Bukowski....
A Dança dos Errantes
Por Cleyton França
Um gole de veneno doce,
E lá vou eu, tropeçando no asfalto rachado,
O mundo é uma merda, e eu sou só mais uma sombra
Flutuando entre garrafas vazias e almas perdidas.
Você acha que estou perdido? Não, eu estou livre.
Livre da porra do que vocês chamam de esperança.
O copo é meu companheiro fiel,
Minha cruz e minha redenção.
A cada trago, afasto o peso das expectativas,
Aquela merda de vida perfeita que tentaram me vender.
Dane-se isso. Eu sou o erro, o sujo,
A cicatriz que não se apaga com o tempo.
E se a morte vier, que venha.
Ela é só mais uma mulher bonita que vou levar para a cama.
Sinto o ácido nas entranhas,
O desespero nas esquinas cheias de gente vazia.
Eles fingem sorrisos, mentem amores,
Enquanto eu mergulho de cabeça na verdade.
A verdade do fracasso, do fedor,
Da solidão que só um bêbado conhece de verdade.
Eu ando por ruas que já foram minhas,
Agora são só restos de um passado que nunca existiu.
Mas e daí?
Ninguém escolhe ser herói de merda.
Escolhi ser a falha, o que ri da própria desgraça.
E entre um gole e outro, encontro mais sentido
Que nas palavras vazias de qualquer filósofo.
Então, brindemos, porra!
À liberdade de cair, de quebrar, de sangrar.
Porque o mundo não é gentil com quem se arrasta.
Mas eu sou o senhor do meu caos.
E no meio da sujeira, do erro,
Eu danço, como um louco, como um deus caído.
Apenas mais um homem liberto
Na correnteza amarga dos dias.
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angelic-girl · 1 year ago
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Não me culpe, o amor me deixou louca Se você também não fica, não está fazendo direito Senhor, salve-me, minha droga é meu amor Vou usá-la pelo resto da minha vida
Meu nome é o que você quiser que seja E eu só vou te chamar de meu Estou fora de mim, mas sou seu amor Ecos do seu nome dentro da minha mente Auréola, escondendo minha obsessão Eu já fui hera venenosa, mas agora sou sua margarida
E amor, por você, eu cairia em desgraça Apenas para tocar seu rosto Se você fosse embora Eu te imploraria de joelhos para ficar.
-Taylor Swift- Don't blame me
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lvcdrms · 1 year ago
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" por que está chorando? " + jian & ningke
" por que está chorando? " para seu muse perguntar ao meu muse o motivo de seu choro / com @spaceny
act one. "eu não to -," yu jian começou a contestar de imediato. até se calar. agora que ningke apontava o fato, ele conseguia sentir suas bochechas molhadas, o arder em seus olhos. droga. em algum momento ficara tão imerso em seus próprios sentimentos que a conexão com seu corpo parecia ter sido desligada. e, agora, não parecia ter por onde fugir, por que mentir. yu jian engoliu através do nó de sua garganta. "desculpa," se retificou. claro que a desgraça nunca vinha sozinha, e, em meio a todas as importunações daquele dia, sua chefe ainda tinha que pegá-lo desabando. "eu só... não to legal. acho que não dormi direito," era o que... a quarta, quinta noite que não dormia direito? os dias que haviam passado em xi'an haviam o deixado inquieto da pior forma possível, mesmo que ele houvesse omitido sua localização de seus pais e mentido a ningke sobre como eles estavam coincidentemente em uma viagem de negócios bem por aqueles dias e, logo, não poderiam ver o filho. passara o resto do tempo sentindo a culpa de estabelecer aquele distanciamento a consumi-lo. mas aquilo não era tudo. a mentira tinha perna curta, afinal, e seus pais haviam descoberto tudo, e envolvido seus avós no meio... o que o trazia ali: "só... uns problemas com a família. uma discussão, essas coisas. só... fiquei um pouco magoado." tudo aquilo era um grande eufemismo, mas yu jian não podia contar a verdade. não sabia nem por que estava chorando, aquela era a verdade. por que sua família ainda o afetava tanto? aquilo era ridículo.
act two. "desculpa... é choro bom," yu jian fungou. deixou uma risadinha escapar, quase tímido. seu peito estava transbordando de emoções, e ele ainda estava tentando nadar por elas. não era fácil. não estava acostumado a sentir tão intensamente assim. seus olhos encontraram o de ningke novamente, e ele teve de tomar um momento para conseguir falar de novo com o tremor em seu queixo. "é só... que... eu nunca achei que eu fosse me sentir feliz assim," outra risada, que dessa vez acabou em um soluço, o choro o atingindo mais intensamente. "eu nunca... nunca tive muitos planos pra minha vida, sabe? eu nunca soube bem o que eu queria ou sei lá... mas acho que agora eu tenho tudo que eu queria," um sorriso surgiu em meio às lágrimas, à voz embargada. se sentia realizado no trabalho. acima de tudo, não podia negar que se sentia realizado em poder estar ao lado dela. não só de poder trabalhar com ela, mas... "e agora eu to feliz de poder me sentir tão... amado."
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ferociousxwoman · 2 years ago
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é possível avistar [hyacinth nasrin korkmaz] pelos corredores de exspiravit, a caminho de sua próxima aula; estando no módulo [módulo ii], não pode perder nenhuma delas. com [26], essa futura caçadora se parece muito com [deniz işın]. possui [audição] como talento, e busca aperfeiçoá-lo até a conquista de seu diploma.
I'm not afraid of your darkness, darling. You haven’t even seen mine yet
I CAN'T CONTROL THEIR FEAR
Hyacinth não nasceu quando sua mãe, casada com o viúvo da sua melhor amiga, deu a luz ao bebê rosado e cheio de saúde. Não floresceu enquanto crescia longe da influência do nome poderoso da família. Os grandes Korkmaz, a lenda entre os caçadores sobrenaturais, os mais desenvolvidos e todos esses superlativos. Longe disso. Hyacinth tampouco apareceu enquanto crescia e se desenvolvia nas escolas tradicionais, escolha unânime dos pais para que seguisse um caminho mais seguro.
Aquela era Nasrin, curiosa com o funcionamento de cada coisinha que enxergava pelo caminho e que não conseguia ficar quieta. Sempre perguntando, sempre se esticando para pegar um livro. Desmontando seus presentes, incisiva em suas pequenas histórias. Uma esponja de conhecimento, um poço que transbordava em risadas. Nasrin encantava seus colegas e professores, fazendo amizade até com os invisíveis que trabalhavam por trás dos panos. E ela trazia cada relato com uma pitada de drama, de olhos arregalados e 'prestem atenção!'. Do mesmo modo, em seguida, fazia para acompanhar o dia da sua irmã como caçadora. Ela gostava de seguir aquele caminho, amava de verdade cada passinho rumo ao conhecimento eletrônico e mecânico, dando asas para o sonho de se formar numa faculdade!
Leyla era seu porto seguro; seus pais, o caminho firme mar adentro. Seu futuro minuciosamente escrito em caligrafia caprichosa e floreada. Afinal, quem com 15 anos já tinha a carta de admissão? Um roteiro pronto para entrevista e qualquer vídeo que pedissem? Foi com essa expectativa borbulhante que entrou de cabeça naquelas férias, pronta para se divertir como nunca! E, pelos deuses, alguém devia ter avisado que só seria desgraça.
Hyacinth nasceu na primeira tragédia. As férias virando filme de terror quando perturbou um lugar que não devia. A fuga foi caótica e apressada, terminando num acidente de carro que leva as marcas até hoje. Nessa noite perdeu a mãe, uma parte do pai e a própria vida. E quando acordou, dias depois, viu que escutava um pouco mais do que devia. A menina sequer teve tempo de entender o que estava acontecendo quando entrou no modo sobrevivência, um que parecia tão convincente que ela seguiu feliz. Hyacinth adotou o nome de flor - o apelido de sua mãe para si - e pulou dentro dos sapatos da matriarca. Não era mais comum, nunca mais seria, e as criaturinhas sobrenaturais tinham percebido isso.
Ela ingressou na Academia Turca com a irmã enquanto tentava manter a educação comum ao mesmo tempo. Dividia as tarefas de casa para não vê-la ruir como o pai, um pouco a cada dia. Estudava, estudava mais e estudava mais um pouco. Trocava noites de sono por missões dignas de filmes! E numa delas, numa que ela sentiu no estômago algo ruim, o pouco de familiaridade que tinha conquistado foi soprado no ar como fumaça. Por negligência dos órgãos turcos, ninguém veio ao socorro dos Korkmaz e o patriarca acabou falecendo em combate.
Hyacinth, tão crédula, perdeu o resto da inocência daquele dia. O interruptor forçado para outro lado quando segurou a mão da irmã e desistiu do segundo módulo. Desistiu do regrado para viver as histórias de seus antepassados, de um tempo em que você era seu próprio dono. Fingindo ser mentoreada da irmã, que usava a licença da falecida mãe, percorreram os continentes da Ásia, Europa, África e Oceania. Esgueirando-se pelas regras mais soltas, escapando do oficial com a interpretação tendenciosa de leis. Era o certo misturado com o errado, eram duas irmãs reconstruindo o nome e espalhando o legado pelo resto do mundo. Só que... Um sucesso assim acabaria chamando para o lugar que não daria mais para fugir.
O atrativo monetário existia, mas o gostinho de desafio era maior. Leyla e Hyacinth aceitaram o trabalho em solo inglês, confiando na localidade mais interiorana para escapar da legislação. Por pouco, muito pouco, foram presas e por conta do nome (acredita Hyacinth) conseguiram a alternativa de não encerrar ali seu prestígio. Fazer direito, inscrever e seguir a vida acadêmica, terminar os estudos e ganhar a licença.
Ela não deveria se importar... Mas custava ter deixado no último módulo? Com todo aquele conhecimento e experiência, precisando refazer o segundo módulo e passar pelos outros dois? Hyacinth mordia a língua ao lado da irmã para não falar asneira, mas elas sabiam... Silenciosamente antecipavam o que os professores falariam na aula seguinte.
ONLY MY OWN
Toda e qualquer invenção para detecção de presença sobrenatural já passou pelas mãos de Hyacinth. Seu fascínio atravessando fronteiras para adquirir a tecnologia. Porém, não chega a manter as aquisições como foram compradas... Ela manipula e junta, melhorando e adaptando para a realidade das caçadas com a irmã.
Contrariando as noções de tempo e espaço, e com uma ajudinha de um grande estudioso que afeiçoou a Hyacinth, conseguiu ser formar em Engenharia Mecatrônica. Seus testes feitos nas faculdades dos locais que faziam as missões e a prática, mostrada por videochamadas em locais bastante duvidosos. Hyacinth diz que tem, pelo menos, doze diplomas garantindo seu estudo (e o mesmo número de faculdades querendo sua permissão para usá-la como modelo).
Mesmo com sua inteligência admirável e habilidade ímpar, Hyacinth é muito humilde. Não se vangloria ou assume parceiras em projetos famosos. Encara qualquer tarefa como se fosse algo novo e não titubeia caso lhe peçam ajuda.
Seu objeto mais precioso é o colar que carrega ao redor do pescoço, gêmeo ao de Leyla. Quando o pai faleceu, sua posse passou para ela e o significado a coloca segurando-o sempre que bate a saudade. Uma herança de família linda, de um casal apaixonado temendo pelo destino dos filhos... Não sabe como foi feito, mas suas fontes residem dentro dos pingentes e se comunicam de maneira mágica. Toque-os e saberá se o outro está vivo ou não.
Acredita piamente que o pai morreu por inveja da comunidade turca. Um clássico caso de 'se são tão bons assim, que se virem!' quando eles não fizeram nada além de ajudar na formação de novos caçadores - e de ajudar a controlar a população sobrenatural.
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escritordecontos · 2 years ago
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HOJE passei por uma daquelas situações que amo. Mas antes, acordei e já passa das nove, ando cansado, tenho pegado puxado nos treinos, fico cerca de duas horas e meia na academia, de segunda à sexta sem faltar, quando não consigo ir no horário normal, digo, normal para mim, às 15h30, vou mais tarde, mas nunca, eu disse: nunca, deixo de ir, desde o começo do ano passado estou nesse ritmo que deu um resultado jamais imaginado, amém?! Amém!!! (dizem os caríssimos leitores em uníssono) Com dizia, acordei e ao abrir o blackout da janela notei que o apartamento que fica bem em frente a minha janela e que agora está habitado, não só estava com sua devida morada, acho que é uma moradora, mas estava também com uma diarista dando um trato nas janelas que ocupam toda a parede, essa "vizinha" e a outra que ocupa o apê do cima (do dela) têm uma visão privilegiadíssima do meu quarto e certamente já me viram pelado, deitado também pelado, batendo punheta, com a mão enfiada dentro da calça/bermuda, de pau duro, barraca armada, trocando de roupa, fodendo, não, fodendo não, semana passada fechei o blackout para foder durante a tarde, enfim, as vadias têm uma visão da minha intimidade sem pagar Only Fans. Suprema desgraça. Todas, eu disse: todas, as pessoas que moram do lado do prédio novo que fica pro meu lado -- são putas, digo: mulheres, e eu acho que já vi entrando e saindo moradores "bofes" pegáveis, mas os viados (os bofes, não acho que sejam gays, pelo menos os que vi me pareceram héteros e são justamente os que eu gostaria de ter por vizinhos me vendo pelado) devem morar nos apês que ficam do outro lado do maldito prédio. Tá! Daí acordei e para não me expor tanto, abri meio palmo do blackout, fui ao banheiro, fiz café (não no banheiro, depois do banheiro, fiz café na cozinha) e voltei para a cama, como gosto de ficar aos sábados e domingos, na cama, ganhando a vida na cama, pensando que sou puta e ganho a vida na cama, eu fico na cama lendo, vendo as coisas no celular e no notebook, lendo e curtindo o silêncio das manhãs de sábados e domingos quando os comuns mortais putos parecem dormir até mais tarde e incomodar menos com seus ruídos e vestígios de vidas desnecessárias. [Agora, neste exato momento, vendo o Tiago Iorc no Altas Horas, meio viado!; tenho assistido o Altos Horas, me dá uma nostalgia PFD, mas gosto, estou naquela fase nostálgica da vida que a gente prefere bater punheta por uma recordação a sair a caça de um corpo novo; falando em corpo novo, o boy que pego atualmente e que é um que eu pegava há 10 anos e voltei a pegar, hoje se recusou a ir a um motel que tem suíte sado porque tem medo de ser visto e perder a "pose-de-hétero", eita, esses boys meio-viados que eu pego às vezes me cansam a beleza, beleza essa que tem me custado caro e nem sei se eles merecem, não, não merecem, mas eu não faço por ele, faço pelo espelho, faço por mim e o resto que se foda, resto!] Pouco antes do meio dia me levantei para ir ao mercado, vesti um jeans Back e um moletom também preto, sai ao black, no pé um par de tênis Asics cinza Nimbus 25 de 1.200 reais que comprei há poucos dias, eu fui ao mercado, sim, sem cueca por baixo do jeans, ultimamente tenho abolido o uso da cueca quando estou de jeans e não é fetiche, mas um certo conforto. Mas rola também uma lance de putice mesmo, afinal, quem nasceu para ser puta nunca vai deixar de ser. Em geral uso jeans de "botões", não gosto de "zíper" e acho botões mais legal e tal, consequentemente deixa a braguilha mais consistente, e o pau se acomoda melhor, mas ainda sim percebo os "especialistas" darem aquela conferida. Conferida dei eu hoje no mercado, OMG! Quase tive um surto. Se tem algo que mexe comigo é ver um pau "evidente", mas tem que ser assim, em situações casuais, como hoje no mercado, o cara vindo e eu olhando, ele de calça clara, acho que um tom meio caqui, acho essa cor bem brochante, mas aquele volume não era na brochante, primeiro achei que ele estava de pau duro, depois achei que era meia bomba e no final até achei que era um pau mole muito grande acomodado de lado, dando seta...
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mamaeadormecida · 2 years ago
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╰     ⧼     jessica alba, cisgênero feminino, ela/dela     |     LOOKING GLASS — before you exit     ⧽     ✶     —     𝐎𝐍𝐂𝐄 𝐔𝐏𝐎𝐍 𝐀 𝐓𝐈𝐌𝐄    …    poderíamos ler o conto chamado BELA ADORMECIDA com a AURORA AGNARRSDÓTTIR, aliada com OS HERÓIS. Em Fantasia, com seus QUARENTA E TRÊS anos, ela veio de COROA ÁLGIDA (ARENDELLE), onde atua como EX-LADY DE MOORS E SOCIALITE, tornando-se bastante explícito que serve a CASA AGNARRSDÓTTIR. Os pássaros me disseram que ela está na Seleção com intuito de MUDAR O DESTINO DE SEUS FILHOS. Típico, considerando sua reputação de ser IMPULSIVA, ANSIOSA e PESSIMISTA, embora eu deva admitir que possa ser SONHADORA, CALOROSA e ELEGANTE. Será que os filhos dela vão seguir o mesmo caminho?
✶     —    𝐀𝐍𝐃 𝐒𝐎 𝐓𝐇𝐄𝐈𝐑 𝐒𝐓𝐎𝐑𝐘 𝐁𝐄𝐆𝐈𝐍𝐒 …  
Para muitos, a vida é uma bênção — algo maior que a magia que cerca esse mundo. Para Aurora, viver sempre pareceu mais como uma maldição. Afinal, que tipo de vida pode dizer que teve, quando tudo o que viveu não passa de intervalos infelizes e memórias borradas?
Pouco se lembra dos dias acordada antes da primeira vez que espetou o dedo e caiu no sono profundo, exceto pelos sonhos que cultivava na época. Encontrar o amor verdadeiro, ser libertada por ele, ser feliz... E talvez ela tenha acreditado ser, tendo vivido em estado de euforia por algum tempo depois que Encantado a acordou; afinal, aquela nova vida era tudo o que conhecia e era tudo o que teria. Aquela era a sua definição de amor, por pior que fosse. Ela se esforçava para cultivá-lo, embora estivesse longe de ser libertador.
Mas a euforia se foi assim que a maldição sugou dela a vida em um segundo sono — e Aurora acreditou que nunca mais acordaria quando o beijo não funcionou. A sensação de estar adormecida e consciente era a pior de todas. Recebia imagens através de sonhos, habilidade adquirida junto à maldição, e era como se a sua alma vagasse pelo mundo sem poder alcançar o plano físico, tornando-a inútil para a desgraça que a sua maldição causou ao seu reino e ao resto de Galvadon. Ela era a culpada de tudo aquilo e não podia contar com o amor de ninguém para salvá-la.
Então tudo o que Aurora fez foi esperar. E ela esperou, e esperou, e esperou... congelada no tempo até que as imagens nos sonhos tomassem forma como o rosto de uma mulher, que prometia salvá-la. Pouco a pouco, o sentimento de gratidão que cultivava pela mulher foi se transformando em algo muito maior... até que o beijo de Elsa a acordou, e com ela, Aurora enfim encontrou o seu amor verdadeiro e se sentiu libertada por ele. 
Todavia, as preocupações com a sua maldição e com todo o estrago que causava para o mundo das fábulas nunca pararam; não importa o quanto tivesse perdoado Malévola, não podia deixar de se sentir amedrontada ao inferno que a fae lhe acometera. 
Ela agora precisava da ajuda de poções fortes para conseguir dormir, uma vez que o medo de nunca mais acordar, de perder tanto outra vez por ficar presa com a sua maldição, dominava cada parte dela — mesmo que Elsa prometesse que não se repetiria. E isso só piorou quando as profecias de seus filhos foram dadas, junto das maldições que as crianças receberam por sua causa. 
Aurora foi tomada pelo pessimismo outra vez. 
Apesar de se esforçar para que a presença que tem ilumine qualquer recinto, tornando-a digna de seu nome sob os olhos alheios, a lady vive em um estado constante de pavor e culpa — e ela não sabe até quando vai aguentar antes que chegue ao ponto de sua quebra.
✶     —    𝐇𝐄𝐀𝐃𝐂𝐀𝐍𝐎𝐍𝐒 …
Aurora pode ser muito consumista, especialmente ao precisar de uma distração para todos os pensamentos conturbados em sua cabeça. Quando a mulher tem um dos seus picos de consumo excessivo, os Agnarrsdóttir tendem a ficar alertas — significando que a depressão da mulher atingiu um lugar ruim novamente.
Uma coisa que a mulher ama são os bailes e as festas! Aurora dá muitos destes na residência da família e todos são puxados para um lado mais artístico — apresentações de teatro, danças diversificadas, leitura de poesias... e, é claro, a presença da Vorpal. É uma forma de trazer o entretenimento para os seus filhos, que passaram suas infâncias e adolescências isolados no próprio reino.
✶     —    𝐔𝐍𝐋𝐎𝐂𝐊𝐈𝐍𝐆 𝐓𝐇𝐄 𝐌𝐀𝐆𝐈𝐂 …  
Comunicação com animais silvestres: Aurora é capaz de se comunicar com animais silvestres, como esquilos, guaxinins e afins. Não consegue se comunicar com animais domésticos, e parar conseguir entendê-los melhor, precisam estar perto de alguma área florestal.
Charme: concedido por uma de suas fadas madrinhas, Aurora é capaz de iluminar o recinto com o seu charme, tornando a beleza dela admirável para todos que a veem. Não serve para muita coisa, além de fazê-la ficar bonita em qualquer pedaço de pano!
Conexão onírica: habilidade desenvolvida durante a primeira maldição, é como se, durante o sono, Aurora fosse projetada para fora de seu corpo; ficando ciente dos seus arredores e podendo até se comunicar com alguém caso o alvo também esteja adormecido. Além disso, ela pode receber imagens que funcionam como alertas durante os seus sonhos, mas apenas se os envolvidos tiverem uma conexão forte com ela. 
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disord6r · 3 days ago
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Plenilúnio dissociado
Talvez eu queria um lar, ou uma solução definitiva para este meu indefinitivo. Queria talvez sonhar, amar e deste eu me afastar... cuidar do que amo, dizer ao mundo que sou estável e alcançar a ascenção do meu eu. Mas todo idealista sofre disso: fazer do querer, poesia.
Os tetos quais ando, roem minhas vísceras pela inospitalidade; os rostos que desejo, logo se dão defronte ao meu eu conturbado; os sonhos, logo ficam ante minha incapacidade.
E vou na arte de pensar, perscrutando a desgraça do meu campo espiritual e físico — a alma num lugar longínquo, em pleno plenilunio; o corpo, diante os escombros da concretude.
Sempre vejo dançando a minha frente a questão infinda: por quê continuo? Talvez porque ainda haja algo, talvez porque neste fundo de poço de resto de ossos e sangue, haja esperança, talvez... talvez... para ser sincero, nem sei.
Só vejo dores em todos os lados e cada ação me sobrecarrega, fico assim fazendo um esforço sobrehumano todos os dias, procurando e procurando, uma solução definitiva para meus plenilúnios dissociados...
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cesar-soares · 13 days ago
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Yourself
Tudo sabia a manhã de natal na doçura do teu fitar.
O azul embarcava na alma de uma forma difícil de negar. Havia verde a rasgar, todo eu era vermelho.
Todo eu era tesão não tinha como negar.
Podia ter sido só luxúria, encaixotar tudo só na paixão, mas não.
Eras fogo que ardia sem se ver, musa inspiradora, disfarçada desgraça.
O amor é farsa que se sente quando não se vê.
Romantismo de um poeta pronto para ser.
Viu só o que queria ver.
Sentiu só o que queria sentir.
Só que os rios enchem com as tempestades,
Como os cabrões se divertem com as maldades.
Acham-se divindades.
Fui tudo menos eu. Moldei-me como a lava, espeli só a versão a acabada.
E o resto corroia tanto por dentro, queimaram-se continentes.
Tudo o que estava junto separou-se.
Tornei-me só no mundo.
Mas quem sou eu?Perguntava.
Quem és tu? Queriam saber todas as minhas almas, uma sucessão de vidas passadas.
Vozes mudas, ditas por abismos profundos em que me via cair um dia, sem a audácia de me saber dizer.
Olha, vai-te foder.
Sem a competência de sentir que assim não podia ser.
Fuck
No dia em que foste não me perguntaste se queria ir. Se havia arte ou literatura nessa rua escura. Pára, escuta.
Talvez tenha sido por isso, porque te irritaria tamanha desfaçatez, tamanho racionalismo num instante em que querias só ser.
Percebo o contra balanço, hoje percebi a gelo e muralhas, do sangue frio que me corre nas ruelas.
Desliguei tudo menos a saudade de um não sei o quê, as memórias que romantizo não sei ao certo porquê.
Muitas delas já são borrões, silhuetas e sombras, frases sem nexo, como num livro de ideias confusas cujo autor deixou sem esclarecer.
Ordem, título ou preâmbulo.
E na ironia do tempo infinito procrastinou.
E no sarcasmo da vida, o coração parou e disse:
- Estou aqui, mas tu já não, porque acabou.
Foda-se.
Go
Não sei porque é que ainda estás.
Como não sei porque é que vieste sequer.
É fácil brincar com as emoções, arrancar crostas, andar para trás no tempo e apagar cicatrizes como se removem tatuagens a laser.
Só que perante o abismo eu cai.
Não sei por quanto tempo concretamente estive em queda livre, não sei se ainda estou.
Digo-o ciente que sim, só que não.
Escrevi o monólogo e não lhe pus pára-quedas ou asas.
Não trouxe escadas e o elevador é lento.
Posso não o controlar, mas já não tento.
Eu escolho diariamente o caminho do labirinto do quadro pendurado, olho para ele vezes a fio, sei que sei o caminho e por inércia ou vontade de me queimar, escolho aqui e ali outro sitio para virar.
Não sei se tenho pressa de errar tudo agora, para numa próxima não errar nenhuma.
Se o faço por natureza,
Ou não ter ferramentas para lidar com o, "e se correr bem?" , já acertei tantas vezes o caminho para mais ninguém.
Visualizei, pesei os sorrisos.
Tenho dificuldade em me lembrar se fui porque sei que me iria desviar de mim.
E não me sinto pronto para tomar essa decisão agora, não sei se seria justo tomá-la a contragosto.
A vida é neste momento viagem em contra mão.
Não esperes,
Vai.
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Mímica
A mímica do desperdício
Segunda-feira Ontem tive mil crises alérgicas Muito papel higiênico E ideias interrompidas Resultando em papéis rasgados Na minha lixeira Só branco desbotado
Terça-feira A frustração me beija gostoso Fumo doze cigarros bebo meu são brás Não sou tão pateta assim Na minha lixeira Também tem restos de comida
Quarta-feira Tenho um pouco de paz No interstício da semana A moreninha de 1,70 vem me distrair Na minha lixeira Tem umas camisinhas gozadas
Quinta-feira Passei tempo demais comigo E ontem não fiquei sozinho Fico naquelas sem energia social Ou mesmo sem me entender Na minha lixeira Só vou vendo meu reflexo
Sexta-feira Nem passo mais tempo aqui Vou no Benfica e bebo dos outros Ocasionalmente compro cigarros E trago coisas comigo que não lembro da origem Na minha lixeira Vai todo esse desperdício
Sábado É sábado porra Já me estraguei ontem e hoje é de novo Com meus melhores amigos e muita bebida Na minha lixeira Só tem desgraça
Domingo Domingo de reflexões Domingo de missas Domingo de merda Domingo de mímicas Fico tentando me esquecer em futilidades E quando tenho consciência Tento me esquecer em hobbies
Domingo Domingo de escrita Domingo de livros Domingo de música Domingo de líricos Fico tentando me esquecer em trivialidades E quando tenho consciência Tento me esquecer em desperdício
A mímica do desperdício Sou todo meu lixo Sou todo meu fedor Sou o nó do plástico E aquela umidez esquisita Camisinha esporrada Cigarro na metade Vodka, Rum Cervejas e baseados Papéis e mais papéis De Marcos interpretados Não tem problema cara Alguém tem que buscar isso E eu posso me reinventar nesse lixo
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oldnihilistboy · 2 months ago
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Morte
Que seja, eu aceito a penitência. Confesso, eu pequei, e como pena, queimem-me a carne. Imundo como sou, não mereço desgraça menor. Pisem-me, soquem-me, amassem-me, soterrem-me, derretam-me, desfaçam-me; como artistas - mas artistas decadentes -  livrem-se de mim como o desgostoso e horrível quadro ao qual gastaram o mínimo de tempo possível para darem forma, já sabendo da desgraça horripilante que o mesmo sucederia, e inutilmente gastaram o precioso apreço por vocês mesmos formulando tal patifaria. Sim, amarrem-me numa maca estendida e, aos poucos, quebrem-me os ossos, esmagando-os com um grande martelo, que incessantemente faz-se por só bater, bater, e bater.
O faça até ver-me mole, aos frangalhos, sem nenhum tipo de reação iminente, sem nenhum fôlego de vida ou de dor. Pare apenas quando desfazer-se do meu crânio, fazê-lo manifestar-se em nada mais que um caldo grotesco e sútil, escorrendo juntamente de todos os outros pedaços de minha face, com minha massa encefálica, putrefata, reduzida a ‘’nada’’, tal qual sempre foi: Um grande e informe ‘’nada’’. Faça o mesmo com o resto inútil do meu corpo. E quando sobrar nada mais que o caldo imundo do sangue bordado em tom rubro, com um grande rodo, escorra tudo para dentro dum ralo qualquer, para que ao esgoto retorne aquele indigno, que de junto das fezes, baratas, ratos e vermes, nunca deveria ter saído. Só assim estaria eu, inútil, satisfeito. Seria o que de mais maravilhoso e bondoso teriam feito para mim em vida.
Mesmo que eu não mereça, sendo esse saco de estrume, fedorento que sou. - ‘’Alguém me mate.’’, por favor...Argh. Eu sou patético, nem a morte eu mereço. O faço e atormento-me com tais pensamentos pelo conforto e conformismo. Sou nada mais que um covarde. Ela é boa demais para mim, para alguém como eu. O que quero é nada mais que fugir da minha sucinta responsabilidade para com minha nojeira. Nojento, nojento, nojento, nojento, nojento, nojento. Você o é. Não mereço conforto, tampouco empatia, repúdio é tudo o que mereço.Pelo que fiz e pelo que sou. Devo viver como o estorvo degradante, sendo sabido todos os dias do odor pecaminoso que carrego, lembrando-me, sentindo arduamente toda podridão insólita, desagradável, descartável, que sou. É justo. Talvez deva ser o que de mais justo haja nesse mundo.- ‘’Pedaço de lixo imundo’’.
E como não poderia ser, visto o que fiz? Num momento desconexo de mim, tratei aquilo de mais importante, que mais me fez bem, mais me fez feliz, como nada. Para mim, não há perdão. Como um porco sórdido, sedento por lavagem e misturas inexpressivas, de seus donos gordos, insensíveis e vagabundos, que nem ao animal que dar-lhes lucros sentem responsabilidade por bem alimentá-lo, eu prostrei-me diante da minha significação vivente, e dela, fiz mais pouco pelo qual jamais teria feito pelo maior dos meus inimigos. Tentado ao limite, esvaneci cegamente todo o meu desejo emocional e carnal. Saciando-me, devorando-se dela, de seus suspiros lamuriosos, de seus beijos quentes, úmidos, pegados e colados, do seu corpo aconchegante, espaçoso, bem delineado, que para mim se abriu todas às vezes que foram necessárias, recebendo-me e dando calor, energia, fazendo-me e tornando-me homem, ser de sangue quente, que pode ser sentido, tocado e amado. Com ela, tudo tinha cor, o cinzento e amorfo mundo, niilista, insignificante ao qual me sucedia – com ela, tomava forma, ganhava valoração, enriquecia-se de recursos gratificantes, como se aquele velho bar há muito conhecido, de garçons resmungões, donos soberbos e pessoas barulhentas, soasse como nada mais que os próprios Elísios, região inerte e atemporal, onde só se ouvia os ruídos, que mais pareciam cantos de ninfas, sair dos movimentos leves e sutis daqueles belos e finos lábios, que pouco falava de si, mas mais dos desejos e objetivos palpáveis e significáveis para si. Quando não, fazia-me rir com piadas e trocadilhos infames, mas que saindo de suas doces palavras, tinham o teor do mais alto nível da comicidade, capazes de fazer-me rir até deixar os músculos abdominais doloridos. Em verdade, eu só queria escutá-la: ‘’Ela era minha’’, e saber-se possuidor dela enchia meus pulmões de ar, para mais uma vez ter força para respondê-la e não permitir que toda sua falação cessasse. Se pudesse, teria tornado tais momentos eternizáveis. Eu e ela, juntos, ali, como companheiros, amigos e amantes. Onde nada mais importava, onde tudo se encontrou em nossos universos.
‘’Perfeição’’, é o único sentido que, em tal relação, se pode empregar. Mas sabe, é como bem já foi colocado: ‘’No meio de todo perfeito, há o imperfeito.’’ E esse ‘’imperfeito’’, era eu. Sempre foi eu. Tal qual um demônio vampiresco, suguei dela toda vitalidade, embora não me tenha manchado com uma gota de seu sangue, eu ‘’matei-a’’, enquanto viva. Tornei-a numa dependente de mim, como fui dela, outrora, mas que agora, muito bem alimentado, não pode alimentá-la, visto que dela nada mais podia fazer que tirar, e nada dar, pois nunca tive nada em essência, sempre fui oco e vazio, que visitado por um anjo, foi conquistado, domado, acalentado e agora rebelado, contra tudo aquilo que lhe era gratificante. Em belas e boas palavras, um bom e sucinto ‘’mal agradecido’’ (se podendo bem dizer). Para o meu conforto, usei-a como uma ferramenta de prazer em todas possíveis instâncias, suguei até o último aparato considerável de energia que repousa em seu âmago, e que agora estronda em mim, de dentro para fora, ressoando, latente, reclamando para si que quer ter de volta sua dona, pois  diz-se sobre mim não ser digno dele. Usei, abusei, satisfiz-me e descartei. Como um verme, maculei a formosura duma bela e digna flor. Como um inútil, perturbei a paz de espírito de um requinte utilitário. Como um parasita, drenei todo e qualquer resquício de vida do meu hospedeiro. Como um tolo, tornei infeliz a razão de minha felicidade. E como um homem, carrego agora o peso do pecado, do remorso, e da dor de ser perdoado...‘’Ao bom cão, é dado o melhor pedaço de carne. Mas ao mau cão, só se é dado os ossos.’’  
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madneocity-universe · 1 year ago
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Love is the name of the courage I need: Yuri Kang
Koi No Yokan: O sentimento de saber que você, muito em breve, vai se apaixonar profundamente por alguém que você acabou de conhecer. Muito diferente do amor a primeira vista, porque não pressupõe que o amor já exista, mas sim que ele vai existir inevitavelmente no futuro.
Conceito usado só 184 vezes na MadCity. Mas eles se importam? Não. Desgraça.
Incerteza e dúvida são sentimentos tão horríveis que agora ela entende, finalmente entende, porque sempre gostou de coisas certinhas e ciclos perfeitamente redondos e planejados em sua vida; é fácil quando você sabe para onde até os seus pensamentos vão, tão mais fácil quando se tem o controle de tudo, se auto guiando para esse caminho exato onde você sempre soube que iria parar.
Mas ela só achou que sabia de tudo, ela só pensou que as coisas estavam no lugar e não podiam mais ser tiradas de ordem, porque o que ela sente — com uma força tão expressiva que as vezes a sufoca — é que nada mais faz sentido, e seja lá o que for que entrou em seu espaço pessoal, não vai sair até ser o único outro corpo celeste orbitando seu sistema. Até ela entender que ele, sim, é digno de estar ali, como se ela fosse a última de uma espécie em extinção.
São os olhos mais bonitos que ela já viu e chega a ser criminoso eles parecerem tão tristes o tempo todo, por isso ela coloca em seu coração que precisa se dedicar como faz com seus outros amigos, só com um pouco mais de esforço — como uma amiga muito boa, uma amiga realmente boa que ela, bem, acredita que é.
Não importa se eles se conheceram só agora, ela sente que precisa fazer algo sobre isso, e ela faz.
Porque ela acha que doces e passeios surpresa são um remédio maravilhoso pra curar sentimentos em dias naturalmente ruins, por isso se dá o trabalho de se deslocar pra outro país só pra proporcionar essas duas coisas pra ele: um saquinho com todo o açúcar que ela consegue comprar com a mesada que recebe dos pais, e um convite muito animado pra bater perna por aquela cidade que só ele conhece, mas ela faz questão de parecer saber exatamente o que está fazendo o tempo todo.
Ela não se importa se eles vão ficar perdidos e acabar nunca achando esse parque que ela sugeriu que eles fossem visitar pra sentar na grama, só quer que ele se sinta melhor, se distraia um pouco, e seja só ele.
— A vida é muito curta pra não ter um high de açúcar e chegar na beiradinha de ganhar uma passagem só de ida pra um diagnóstico de diabetes. — Ela diz, sempre com muita convicção, tendo plena consciência que não devia ter comido aqueles dois sacos de M&M que diziam para compartilhar na embalagem, e não beber como se fosse água. — E também é muito curta pra ficar trancado naquele mausoléu e não aproveitar todo o resto.
Mesmo que o resto fosse passar mais tempo pedindo informações do que realmente passeando, ainda era alguma coisa. No fim, estavam na companhia um do outro e era o que importava.
E ela nunca, jamais, o impediu de falar sobre a garota por quem ele era apaixonado e acreditava ser sua alma gêmea e acabou a perdendo no meio do caminho. Pra ela, fazia parte daquela dinâmica que os dois vinham construindo como amigos; era o mesmo que ouvir Pandora falar por horas o quanto ela estava apaixonada por Jules e estava contando os dias para vê-lo depois de um ano inteiro ocupados, era o mesmo que ouvir Raven falar por horas como era difícil ser uma pillow princess e ser chamada de preguiçosa na cara dura.
Não importava o conceito ou finalidade da conversa, como uma boa Kang, ela era ótima ouvinte, e falava muito também.
— Eu acredito que as coisas às vezes acontecem… Só porque precisam acontecer, e nem por isso quer dizer que você ou ela mereciam. — O consolava com cuidado, enquanto fazia uma pulseirinha de miçangas direto em seu pulso como se não fosse nada demais compartilhar aquele seu hábito com ele também. — Vai ficar tudo bem no final, e se não ficar, é porque ainda não terminou.
E ela não sabia como tinha tanta certeza daquilo e se fazia mesmo sentido, mas precisava tentar.
— Se estou mesmo destinada a amar alguém quando voltar pra casa e viver um sonho absoluto, eu te garanto que o universo não vai ter coragem de te deixar pra trás. — Comentava com ele com um sorrisinho no rosto, porque naquela altura, ela já tinha compartilhado aquele detalhe pertinente sobre sua própria vida também, enquanto comparava as duas bijuterias em seus pulsos. — Você é adorável, Jean Yang. Vai dar certo.
Se fosse tanto quanto as pulseirinhas da amizade com as iniciais dos dois, não tinha como ela estar errada naquele ponto.
— E você tem mãos lindas.
Segundo ela mesma, duas vezes.
Mas quanto mais ela passava tempo com ele, mais esquecia do tal detalhe pertinente sobre sua própria vida. E por mais incrível que parecesse, não era só sobre os momentos em que estavam na companhia um do outro nos finais de semana, mas todo o conjunto.
O fato dela escrever mais cartas pra ele durante a semana do que pra sua família e amigos, sempre muito preocupada com seu bem estar e interessada sobre sua rotina, quando não falava sobre os livros que estava lendo e as fofocas de Hogwarts como se ele fosse morrer se não soubesse por ela. Então como ela tirava sempre um tempo pra planejar os passeios e pequenos mimos pra entregar pra ele naquelas saídas que só pareciam espontâneas, mas já tinham virado um ritual que ela levava muito a sério com o único foco de fazê-lo sorrir e se divertir. Como era tão, tão importante que ele sempre estivesse confortável e alegre e bem perto dela, e como ela queria que fosse um sentimento comum e mútuo, porque ela mesma sentia todas aquelas coisas perto dele.
Como ele era tudo o que ela pensava, o tempo todo, de maneiras que uma amiga não deveria pensar sobre um amigo.
— Ele é maravilhoso e com certeza é um companheiro incrível, já tive tantas conversas sobre família e positive parenting com ele, que não ia ficar chocada se ele acabasse sendo uma espécie de pai do ano ou coisa assim, quando tiver a oportunidade. — Relatava distraidamente para as amigas, depois de Pandora perguntar, por educação mesmo, como as coisas iam com o garoto belga, e depois de longos minutos dando resumos sobre a última saída dos dois, e Kang só ter entrado naquele tópico íntimo demais para a hora do chá. — Vocês sabiam que ele é adotado? Eu sei que sempre digo que a Goldie foi a melhor coisa que já aconteceu na minha família, mas eu nunca achei que fosse encontrar alguém que pensasse sobre isso de maneira tão sensível e madura quanto eu, o que não deve impedir que alguém tenha bebês com ele também no futuro… Ele tem genes perfeitos.
Ela morreria por mini cópias com aqueles mesmos olhos e sorriso fofo, pensou em acrescentar, até perceber os olhares meio chocados e meio desconfiados que Byrne e Stretton estavam trocando do outro lado da mesa. A constatação de talvez ter ultrapassado um limite, a faz empurrar um muffin de chocolate inteiro na boca, preferindo sofrer sufocada por um doce do que admitir pra si mesma que porra, inferno de vida caralhenta! O que foi aquilo?
Ela não faz ideia do que é, e também não quer que termine.
Ela não quer pensar nos meses terminando e começando e aproximando os dois de suas respectivas formaturas, ela não quer pensar sobre os três meses de férias que prometeu que ia passar integralmente em casa antes de se aplicar para uma vaga de engenharia bruxa em Beauxbatons, e ela definitivamente não quer pensar em todas as coisas que podem mudar até lá; pensar em ficar longe dele e ter seu caminho separado de Yang a faz ter dor física, e é por isso que ela sempre corre pra abraçá-lo quando o avista e só o deixa ir para segurar a mão dele na sua.
O manter por perto é o que importa, e enquanto ela puder estar perto daquele jeito, todo o resto é irrelevante. Ela fica porque adora ver ele animado falando sobre as coisas que ele gosta, porque adora o fato dos dois ter irmãos insuportáveis e poder cada um tocar pedra nos ditos cujos como se não houvesse amanhã antes de dizer que jamais viveriam sem eles, e porque adora como foi tão fácil encontrar ele, e descobrir que era ela quem estava perdida o tempo todo.
Como ela poderia não se apaixonar por ele? Como ela poderia deixar ele sair de sua vida, por causa de outra pessoa que ela nem conhecia?
Não importava o que as pessoas falassem sobre decisões difíceis, ela não acha nem um pouco complicado jogar aquele pedaço de papel no lixo e todas as pequenas anotações que tinha feito sobre aquela previsão nos últimos anos; ela não tinha sentimentos, ela não tinha pensamentos, mais nenhum conto ou fantasia sobre aquele cenário que Pandora tinha apresentado pra ela antes.
Futuro era, sim, mutável, e Yuri queria ser a única responsável por suas próprias escolhas, dependendo só da outra pessoa a quem ela via como um milhão de possibilidades.
— Eu não quero voltar pra Los Angeles e esperar um desconhecido entrar no meu caminho e tomar o meu coração, quero que você vá comigo, conheça os meus pais e me dê a oportunidade de dizer pra todo mundo que você é o único que me tomou pra si, por inteiro e com todos os meus defeitos e qualidades duvidosas. — E daí se ela estava atrasada pra própria cerimônia de formatura? E daí que ela estava atrasando ele pra cerimônia de formatura dele? Ela era uma Kang, e as Kang sempre tiveram problema de timing quando o assunto era derramar sentimentos. Só ia soltar as mãos dele se ele aceitasse ir embora com ela no dia seguinte ou a rejeitasse para sempre. — Eu quero amar você, cuidar de você e te proteger. Eu quero ser sua, te ter como minha outra metade e compartilhar todos os meus dias com você. Eu quero que você seja o meu indicador de que as coisas estão bem, e que essa corrida toda acabou. — Ele sempre teve olhos tão bonitos, ele sempre teve mãos tão quentes, ele sempre teve uma alma tão amável. Como, como ela poderia não se apaixonar por ele no fim das contas? — Você é meu único desejo. Você é tudo que eu preciso e quem eu quero no meu futuro.
E, felizmente para ela, querer é poder.
Poder exibir ele para todas as ahjummas malditas daquela rua, que juravam que ela não ia dar em nada na vida. Poder apresentar ele para seus pais, irmãs, vizinhos, amigos e todo mundo que tivesse interesse em saber quem era o garoto que ela passou meses escrevendo sobre sem parar. Poder levar ele pros lugares que ela mais amava, e descobrir que Los Angeles agora só tinha graça porque ele estava lá, porque não fazia mais diferença se eles estavam na América ou na Europa, se ela só queria estar perto dele em primeiro lugar.
Era sobre responder a enxurrada de perguntas que seus amigos faziam — onde vocês se conheceram, como vocês se conheceram, quando vocês souberam, como vocês vão trabalhar com a distância — enquanto ela tentava dar pra ele a melhor experiência de festa juvenil falida, cheia de universitários e pessoas prestes a entrar na faculdade e encontrar um rumo feito os dois, só que daquele lado do hemisfério. E ficar aliviada quando eles simplesmente o aprovam, acham ele um cara excepcional, e se dispersam como um fã-clube depois de conhecer seu ídolo e nova obsessão.
— Eles gostam mais de você agora do que de mim. — Ela constata para os dois, envolvendo as pernas longas na cintura de Jean, sentindo uma necessidade absurda de mantê-lo por perto enquanto sentada na bancada da cozinha, muito leve depois daquela informação. — Mas eu não ligo, eu sei que é impossível não gostar tanto assim de você.
E enquanto ela o beija alucinadamente longe dos olhos de todo mundo, a um passo de perder o fôlego por causa do quão bem os lábios dele se sentem pressionando os dela, outra pessoa está tendo a mesma experiência de conhecer alguém que, em breve, vai gostar muito. (E vocês só vão pegar a referência se relerem essa pérola que eu encontrei) Do lado de fora, perto da piscina, sem nem perceber quando e como os personagens daquela história mudaram, mas igualmente feliz como se nada tivesse acontecido.
No final, incerteza e dúvida só tinham servido pra deixá-la ansiosa, porque no fim, as coisas iam acontecer do mesmo jeito. Certinhas e num ciclo perfeitamente redondo, do jeito que ela prezava.
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marianeaparecidareis · 3 months ago
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👑O FILHO, NÃO MAIS SUJEITO A SUA MÃE, REALIZA SEU PRIMEIRO MILAGRE POR ELA.🕊🌟🕊
🌟✨🌟JESUS explica o significado da frase PARA MIM.
«Esse“ ainda”, omitido por muitos tradutores, é a palavra-chave da frase e explica o seu verdadeiro significado.
Eu era O Filho, submisso à Minha Mãe, até o momento em que a vontade do Meu Pai Me disse que havia chegado a hora em que Eu deveria ser o Mestre. Desde o início da Minha missão, já não era O Filho submisso à Minha Mãe, mas era o Servo de Deus. Meus laços morais com Minha mãe foram quebrados. Eles se transformaram em laços mais elevados, todos de natureza espiritual. Sempre chamei Maria, Minha Santa “Mãe”. Nosso amor não sofreu interrupções, nem mesmo esfriou, pelo contrário, nunca foi tão perfeito como quando fui separado dela como por um segundo nascimento e Ela Me deu ao mundo e para o mundo, como o Messias e Evangelizador. Sua terceira sublime maternidade mística aconteceu quando Ela Me carregou até a cruz na tortura do Gólgota e Me fez o Redentor do mundo.
“O que ainda há entre mim e Tí ?” Antes eu era Teu, só Teu. Você Me deu ordens e eu obedeci. Eu estava “sujeito” a você. Agora eu pertenço à Minha missão.
EU NÃO DISSE: “Aquele que põe a mão no arado e olha para trás para se despedir dos que ficam, não é digno do Reino de Deus”? Eu coloquei Minha mão no arado não para cortar o solo com o arado, mas para abrir o coração dos homens e semear ali a palavra de Deus. Eu deveria tirar Minha mão do arado apenas quando eles o arrancassem para pregá-lo na Cruz e abrir com Meu prego torturante o coração de Meu Pai, de onde o perdão para a humanidade fluiria.
Aquele “ainda”, por muitos esquecido, significava o seguinte: “Tu foste tudo para Mim, mãe, enquanto eu era apenas Jesus de Maria de Nazaré, e tu és tudo no Meu espírito; mas desde que Me tornei o Messias esperado, Eu pertenço ao Meu pai. Espere um pouco e assim que Minha missão terminar, serei, mais uma vez, inteiramente Seu; Você vai Me segurar mais uma vez em seus braços, como quando Eu era uma criança, e ninguém mais vai lutar com você por seu filho, considerado a desgraça da humanidade, que lançará Seus restos mortais em você, para trazer a Você a vergonha de ser mãe de um criminoso. E depois você Me terá mais uma vez, triunfante, e finalmente Você Me terá para sempre quando estiver triunfante no céu. Mas agora Eu pertenço a todos esses homens. E Eu pertenço ao Pai, que Me enviou a eles ”.
Esse é o sentido daquele curto, mas tão cheio de significado, “ainda”.»
✨Maria diz aos servos: «Fazei o que Ele vos disser». Nos olhos sorridentes do seu Filho, Maria leu o Seu consentimento, velado pelo grande ensinamento a todos os «chamados».
E Jesus diz aos servos: «Enchei os potes com água».
Vejo os servos enchendo os potes com água trazida do poço (ouço a roldana guinchar quando o balde gotejante é puxado para cima e para baixo). Vejo o mordomo derramar um pouco do líquido com olhos espantados, depois saboreá-lo com gestos de maior espanto ainda, saboreá-lo e falar com o senhorio e o noivo (estavam próximos um do outro).
Maria olha mais uma vez para o Filho e sorri; então, tendo recebido um sorriso Dele, Ela abaixa a cabeça, corando levemente. Ela está feliz.
Um murmúrio se espalha pelo salão, todos voltam a cabeça para Jesus e Maria, alguns se levantam para ver melhor, outros se aproximam dos jarros. Em seguida, um momento de silêncio, que é imediatamente quebrado por uma explosão de louvores a Jesus.
Ele se levanta e simplesmente diz: «Obrigado Maria» e se retira do banquete. Seus discípulos O seguem. Na soleira repete: «Que a paz esteja nesta casa e que Deus te abençoe» e acrescenta: «Adeus, Mãe».
A visão termina.
💥👑💥JESUS ENSINA O SEGUINTE:
«Quando disse aos discípulos:“ Vamos fazer feliz a Minha Mãe ”, dei à frase um significado mais profundo do que parecia. Não quis dizer a felicidade de Me ver, mas a alegria de ser a iniciadora da Minha atividade milagrosa e a primeira benfeitora da humanidade.
Sempre lembrar que. Meu primeiro milagre aconteceu por causa de Maria. O primeiro. É um símbolo de que Maria é a chave dos milagres. Nunca recuso nada à Minha Mãe e, por causa da Sua oração, proponho também o tempo da graça. Eu conheço Minha mãe, a segunda em bondade depois de Deus. Sei que conceder-lhe uma graça é fazê-la feliz, porque Ela é Todo Amor. Por isso disse, conhecendo-a: “Vamos fazê-la feliz”.
Além disso, eu queria tornar o poder dela conhecido para o mundo, junto com o Meu. Visto que ela estava destinada a se unir a Mim na carne, era justo que ela se unisse a Mim no poder que é mostrado ao mundo. Porque éramos uma só carne: Eu nela, Ela ao Meu redor, como as pétalas de um lírio ao redor do seu pistilo vivo e perfumado; e Ela se uniu a Mim na dor: porque estávamos ambos na cruz, Eu com Meu corpo, Ela com Sua alma, como o lírio se cheira por causa de sua corola e por causa da essência dela extraída.
Digo-vos o que disse aos convidados: “Obrigado Maria. É por ela que você teve com você o Mestre dos milagres e por Maria vocês tem as Minhas graças, principalmente a Graça do Perdão ”.
Descanse em paz. Nós estamos com você."
O Evangelho Segundo Me Foi Revelado - Maria Valtorta.
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