#colonialismo de dados
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educibercultura · 1 year ago
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Desafios na era digital: algumas reflexões
Olá, pessoal!
Vocês já pararam para pensar como a navegação web, uso das redes sociais e aplicativos influenciam as nossas vidas? É como se estivéssemos sendo observados... E estamos, viu!
Tais plataformas computacionais estão constantemente nos monitorando através da coleta de dados, transformando nossas ações em dados valiosos, fenômeno este conhecido por dataficação.
Os cliques, curtidas e movimentos nas plataformas digitais geram dados que alimentam os poderosos algoritmos das big techs (Google, Apple, Meta, Amazon e Microsoft).
Esses algoritmos são como maestros invisíveis da nossa experiência online, moldando o que vemos, o que fazemos, o que compramos e nossas opiniões. É a performatividade algorítmica em plena ação!
Já pararam para pensar nas consequências desse processo massivo de coleta, processamento de dados e modulação do nosso comportamento? Esse novo colonialismo, o colonialismo de dados, é como uma sombra que paira sobre o ciberespaço, onde países, comunidades e pessoas estão sendo monitorados sem o devido consentimento.
O capitalismo de vigilância (Zuboff, 2021) vai dizer que os nossos dados se tornaram moeda de troca. Nós os fornecemos para utilizar "serviços gratuitos". Mas será que são gratuitos? Longe disso. Os custos, para início de conversa, são a nossa privacidade e liberdade.
Diante dos desafios que nos cercam no espaço digital, precisamos estar conscientes, questionando, aprendendo, buscando alternativas e exigindo transparência das empresas e governos. Até a próxima!
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Referências
POELL, Thomas; NIEBORG, David; VAN DIJCK, José. Plataformização. Revista Fronteiras - Estudos midiáticos. vol. 22, n° 1, p. 2-10, janeiro/abril, 2020.
ZUBOFF, Shoshana. A era do capitalismo de vigilância: a luta por um futuro humano na nova fronteira do poder. Edição digital. Intrínseca: Rio de Janeiro, 2021.
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knario47 · 8 months ago
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ANIVERSARIO
*Este 2024: 27 Aniversario del DÍA MUNDIAL de la BANDERA (ukenyal) AMAZIGH.*
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ⵣⵣⵣⵣⵣⵣⵣⵣ
Cada 30 de Agosto, a raíz del Congreso Mundial Amazigh celebrado en Tafira (Las Palmas de Gran Canaria) en 1997, se celebra en todo el Mundo el nacimiento de este símbolo de unidad y libertad de los diferentes pueblos que viven en diversas regiones del norte de África (Territorio conocido como la Tamazgha) que comparten raíces culturales y lingüística comunes.
La bandera de nuestra identidad representa nuestra historia y nuestra lucha, une a todos los imazigen del mundo, y a los pueblos del norte de África: desde Siwa hasta Canarias, desde el mediterráneo hasta el río de Senegal (Tamazgha)
Los canarios, como uno de los pueblos imazighen más antiguos, lideramos, en ese Congreso histórico, la unificación de la Tamazgha y la creación de su bandera identitaria .
Los pueblos Amazigh han resistido y perdurado durante milenios, invasiones y colonizaciones incesantes (griegos, romanos , árabes... Y en la etapa moderna , europeos -franceses y españoles principalmente- y "yankees")
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La bandera Amazigh, representa la armonía de los seres humanos con su tierra.
El símbolo del hombre en rojo tiene un carácter antropomórfico, con forma humana, y ha sido conocido desde tiempos prehistóricos.
Su significado actual simboliza al pueblo Amazigh. Usado oficialmente desde que en 1966, Mohand Arav Bessaoud, fundara la Academia Amazigh .
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COLORES:
Simbolizan la costa norte de África con el Mediterráneo, el Atlántico con Canarias al Noroeste y el desierto del Sahara al sur, y su apego y su amor a su tierra.
Tienen los siguientes significados:
ⵣ☆ Banda superior azul (Amidad) : representa el mar Mediterráneo y el océano Atlantico, la costa imazighen durante milenios.
ⵣ☆ Banda central verde (Azegzaw) : significa la naturaleza y las grandes montañas (cordillera del Atlas) y tierras verdes que los imazighen han cultivado desde tiempos prehistóricos.
ⵣ☆ La banda inferior amarilla (Awragh) :
simboliza la arena del Sáhara, del desierto de la TINIRI la zona de los Tuareg, pero también la alegría y el oro o la riqueza.
ⵣ☆ El signo de la figura, a su vez, es la letra sagrada "Z" (Yas o aza) del alfabeto tifinagh (idioma Tamazigh)
En rojo, porque representa el color de la vida, pero también el color de la resistencia.
En la bandera representa el nombre dado a los Amazigh: "personas libres", que es lo que significa Amazigh (plural Imazighen).
Es el principio de vida eterna y un símbolo de la sangre de los mártires por la libertad, que defendieron y defienden su cultura y su tierra ante el colonialismo conocido (delito de lesa humanidad imprescriptible).
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La bandera fue propuesta por la delegación canaria(¹), durante el Primer Congreso Mundial Amazigh, realizado los días 27, 28, 29 y 30, prolongádose hasta el 31 de Agosto de 1997 .
Al congreso acudieron representantes de los distintos pueblos del ámbito amazigh: Canarios, Rifeños, Tuaregs, Númidas, Kabilios, Chleuhs, Mozabíes Imazighen del Atlas, Soussa, Chausis, y también la diáspora amazigh estabilizada en Europa y América del Norte.
(¹) Jaime Sáenz Peñate (QPD) y Francisco Trejo Herrera , representantes de Solidaridad Canaria (S.C.) en el comité organizador, ante la ausencia de un símbolo que unificara a este pueblo milenario, con costumbres y lengua ancestrales con raíces comunes en la La Tamazgha (Norte de África) decidieron plantear en esa Primera Asamblea General, la creación de la bandera .
Se basaron en la primera propuesta oficial para que el pueblo Amazigh tuviera su propia bandera, que se hizo en el año 1971 en Roubaix (Francia) por Agraw Imazighen de la Kabilia ,como muestra cultural y de identidad.
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Con mucha ilusión y éxito, fue acogida como un símbolo que , dese aquel momento, une a la comunidad Amazigh de todo el Mundo.
ⵣ✊🏼ⵣ ¡Feliz día
de la bandera Amazigh!
¡Viva la libertad de la Tamazgha
y de todos los pueblos imazighen!
ⵜⴻⴷⴰⵔⴰ ⵜⴰⵎⴰⵣⴳⴰ ⵜⵉⵍⴻⵍⵍⵉⵜ!
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lendocomabry · 5 days ago
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O espetáculo digital contemporâneo
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Quando falamos sobre o espetáculo digital queremos trazer a tona, nomenclaturas muito atuais em nossa sociedade, porém pouco faladas em nossas rodas de conversas! talvez esses nomes não estejam tão claros, mas eles fazem parte de nossa vida sem que percebamos.
Estamos falando da plataformização e do colonialismo de dados. Mas que isso significa? Sabe aquelas rede sociais que você passa maior parte do tempo? Seja para se distrair, seja para trabalhar, então na era digital, ela se tornou muito comum, quantas pessoas nós conhecemos que trabalha como entregadores? E quantos são os influencers que você segue?
Nós estamos cercados por todos os lados, e isso já faz parte do nosso cotidiano, já está muito enraizado. Mas o que consiste a plataformização? é um resultado do avanço tecnológico e da emergência de ser suprido. Também é vista como reorganização de práticas e imaginários culturais em torno das plataformas.
Já o espetáculo é feito através de nós mesmos, e nasce da necessidade de vermos e sermos vistos. E isso se chama economia da atenção, onde as plataformas utilizam nós mesmos, para gerar conteúdo que ocupem o tempo do outro, fazendo com que elas tenha retorno lucrativo, muitas das vezes em detrimento da segurança dos seu usuários.
Então entendemos que nossa vida está armazenada nessas plataformas, e que o colonialismo de dados é, ou seja todos os dados produzidos em todas as redes, sejam ela de passa tempo, sejam elas remuneradas, o petróleo da era digital, são os dados.
E fica a dica, as plataformas não são neutras.
BENTES, Anna. Quase um tique: Economia da Atenção, Vigilência e Espetáculo em uma rede social. Rio de Janeiro: Ed. UFRJ, 2021. Disponível em: https://pantheon.ufrj.br/bitstream/11422/16510/1/quase-um- tique_2020.pdf. Acesso em: 5 fev. 2025.
CASSINO, João Francisco; SOUZA, Joyce; SILVEIRA, Sérgio Amadeu da. Colonialismo de dados: como opera a trincheira algorítmica na guerra neoliberal. São Paulo: Fundação Perseu Abramo, 2021.
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liel-sumeragi · 11 months ago
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Moçambique com Z de Zarolho
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Livro do mês de maio - Clube do livro do Belas.
Título: Moçambique com Z de Zarolho
Autor: Manuel Mutimucuio
Editora: Dublinense
“Manuel Mutimucuio, autor Moçambicano nascido na capital, Maputo, em 1985. Doutor em Economia Política pela Universidade de Coimbra e atua como consultor internacional de gestão de recursos naturais. Sua literatura se caracteriza pela análise social e pelo questionamento do status quo.” Que é exatamente o que Mutimucuio faz neste seu livro: questionar o status quo com muita sátira. 
A história é desencadeada pelo seguinte: o governo com o argumento de melhorar sua posição no cenário capitalista global e promover o que chama de o  Renascimento Moçambicano, quer aprovar uma lei que faça do inglês a língua oficial de Moçambique. 
Vamos então observar quais seriam as consequências para as várias camadas sociais pelo ponto de vista de Hohlo, que trabalha como empregado doméstico para Djassi, um político que é contra a mudança. 
Hohlo admira o patrão e estuda para ser como ele: falar bem aquela que é até o momento a língua oficial, o Português. Teoricamente isso lhe daria acesso a melhores oportunidades de ir atrás de melhores condições econômicas.
O que ele não faz ideia é que as elites estão muito mais à frente do que ele imagina… Os ricos e poderosos veem o inglês como a língua mais importante. Seus filhos estudam em escolas bilíngues e eles próprios estudaram em universidades de língua inglesa, e assim, olhando para o próprio umbigo, querem forçar que o inglês substitua o portugues como língua oficial. Sem levar em conta que grande parte da população, principalmente a área rural e a população mais pobre, não aprendeu nem mesmo o português (tornado língua oficial durante o período colonial). 
Djassi, patrão de Hohlo vota contra, mas não por altruísmo, por motivos pessoais seria prejudicial para ele a mudança. 
É interessante notar como há um paralelo entre Hohlo e Djassi. Os dois querem ascensão social. E podemos ver que mesmo que exista uma enorme distância (enorme mesmo!) entre as condições dos dois, ainda assim existem pessoas em melhores condições que Djassi e pessoas em piores condições que Hohlo. De certa forma eles são o meio entre os extremos.
Sendo a questão da língua o ponto central refletimos sobre poder. Dominação cultural. Colonialismo. Como conhecimento e educação são importantes. 
Sobre o texto, a edição mantém palavras que não são do nosso costume (o que pelo menos para mim só tornou a leitura mais rica!). Algumas palavras eu já conhecia do vocabulário de Portugal, como telemóvel ou autocarro, mas outras tive que ir decifrando pelo contexto, como chapa, matrecos ou parangona.
Decifrar pelo contexto ou pesquisar mesmo. Se tem algo que esse livro me inspirou a fazer foi pesquisar. Não só palavras, mas sobre Moçambique. Foi só em 1975 que o país se tornou independente e logo caiu em um período de guerra civil, de forma que somente em 1994, realizou as suas primeiras eleições. 
A língua oficial é o português, mas este é falado como segunda língua e apenas por cerca de metade da população. Entre as línguas nativas mais comuns estão o macua, o tsonga, ndau, chuabo e o sena.
A população de cerca de 30 milhões de pessoas é composta predominantemente por povos bantus. 
A religião com o maior número de adeptos é o cristianismo, mas há uma presença significativa do islamismo.
As taxas de PIB per capita, índice de desenvolvimento humano (IDH), desigualdade de renda e expectativa de vida de Moçambique ainda estão entre as piores do planeta.
E todos esses dados sobre línguas, desigualdade, pobreza… o texto não nos fala assim (como na wikipédia) ele nos mostra na prática na vida dos personagens!
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Gostaria de comentar o final.
*************** !!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!! *************
Então a partir daqui ZONA DE SPOILER!!!
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É que o final pode parecer destoar um pouco do que o livro vinha entregando. Não pela morte de Hohlo… esta se não foi previsível é ao menos coerente.. o que parece destoar é o “como”... um livro que vinha sendo muito embasado nos aspectos práticos e materiais. Em dinheiro e assuntos cotidianos, de repente está mergulhado em misticismo e crenças. Não estou falando que não gostei do final, pelo contrário, gostei! foi uma cena forte e envolvente. terminei o livro lamentando a morte do Hohlo, mas bem satisfeito com essa última carga de sentimentos indefinidos de tristeza,revolta e conformismo… mas não tenho como negar que senti sim como sendo um final destoante; algo deslocado do resto.
bem… como disse no início esse foi o livro do clube do Belas. No encontro anotei sobre o final a seguinte frase de um dos colegas: “ … todo o projeto modernizador proposto durante todo o livro não consegue apagar (ou dar conta) das tradições arraigadas. Não é atoa que a última palavra do livro é mistério.”
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perritamarika · 1 year ago
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desvelo.
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lancé un EP ♡ desvelo. se trata de un viaje que explora la trauma generacional, nacido de siglos de colonialismo en Abya Yala, y el largo y complejo proceso de sanación.
i released an EP ♡ desvelo. consists of a journey that explores the generational trauma that stems from centuries of colonialism in Abya Yala and the long and complicated process of healing from it. pueden escucharlo en bandcamp, spotify, youtube, soundcloud gracias a todes que le han dado un vistazo ♡ thank you to anyone who's given it a listen ♡ if you want to support me, here's my ko-fi
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twelvemonkeyswere · 9 months ago
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bro tuve que ir a escarbar su blog para poder entender bien de qué estábamos hablando lmao. no sé porqué en particular escogió mi post para añadir esto sobre el colonialismo, pero mi tono original, aunque más tongue-in-cheek y mucho menos serio, también tiene mis dejos anti-colonialistas. la papa ha cambiado la vida de mucha gente alrededor del planeta (el otro día leí sobre alguien de la India considerando el largo viaje que le tomó a la papa llegar a los platillos indios y lo importante que es ahora en esa cultura, por ejemplo), y personalmente es un vegetal que me encanta. si dije que ni Tolkien pudo deshacerse de la papa, no es en alabanza a Tolkien, sino en alabanza de la papa. por más que el señor se preciaba de crear mundos complejos y serios, nunca se le ocurrió concebir un universo sin papa. siento que tal vez la daba por sentado. yo lo que quería decir era que no podemos darla por sentado, y especialmente no podemos dar por sentado a los agronónomos que la desarrollaron para consumo en masa allá en la época precolombina. pero mirá, escribí el post como en cinco minutos el sábado antes de acostarme. ni idea de por qué ha circulado tanto.
muy de acuerdo con que Tolkien hizo lo que hizo y el principal problema es que hay un montón de wannabes que lo copian y no entienden porqué él hizo lo que hizo. si no lo ha leído, le recomiendo a Brian Attenbery. yo lo que me leí de él para la tesis fue un libro llamado Stories about Stories : Fantasy and the Remaking of Myth. ahí el señor tiene sus propuestas pero, en mi opinión, lo más tuanis es cómo él ve el género de fantasía: no como una serie de reglas estrictas, sino como una especie de espiral en la que los textos de fantasía orbitan unos junto a otros y comparten características los unos con los otros. A veces se parecen más a unos y a veces son muy diferentes, pero todavía comparten algo en común con otros trabajos junto a ellos. el género no se define como una serie de pautas a seguir sino más bien porque es lo que se parece a lo que uno espera que el género sea, por así decir. Attebery dice que a veces cuando hay un texto muy importante (y cita LOTR de Tolkien como ejemplo), otros trabajos tienden a copiar las técnicas y terminan pareciéndose mucho por imitación pero por obvias razones jamás llegan a ser iguales. yo igual que ud siento que el problema es esa imitación sin pensar dos veces en los prejuicios que a veces acarrean. y sí creo que la mayor razón es porque muchos de estos autores (especialmente de habla inglesa) no se detienen a pensar en que los modelos que escogen para sus fantasías suelen implicar colonización e imperialismo y todas las madres.
personalmente no me molesta que incluyan papas o tomates o maíz en historias de fantasía, lo único que no quiero es arrogancia sobre el world building (me acuerdo de GRRM a quien jamás perdono por andar rajando de su mundo "más" medieval). la humildad de aceptar que uno escribe sobre lo que conoce pa mi es lo fundamental. por eso yo decía que hay que hacer lo que yo creo que ellos no hacen: celebremos la papa que tantas cosas buenas nos ha dado, y a la gente sin cuyo trabajo no podríamos tenerla
not even JRR Tolkien, who famously developed the concept of the Secondary World and firmly believed that no trace of the Real World should be evoked in the fictional world, was able to remove potatoes from his literature. this is a man who developed whole languages and mythologies for his literary world, who justified its existence in English as a translation* simply because he was so miffed he couldn't get away with making the story fully alien to the real world. and not even he, in extremis, was so cruel as to deny his characters the heavenly potato. could not even conceive a universe devoid of the potato. such is its impact. everyone please take a moment to say thank you to South Americans for developing and cultivating one of earth's finest vegetables. the potato IS all that. literally world-changing food. bless.
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gabrielerner · 19 days ago
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Retroceso civilizatorio
El 16 de marzo de 2025 quedará en la historia de El Salvador como una de sus páginas más oscuras; el día que una pequeña nación soberana y digna, con un pueblo que ha dado múltiples muestras de lucha y rebeldía retrocedió, por decisión de un grupo de poder vendepatria, a las formas más indignas de dependencia, el colonialismo. Al mismo tiempo, esa fecha se transforma en símbolo de un retroceso…
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renatoferreiradasilva · 21 days ago
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📸 A professora Esther Duflo, do MIT, durante o lançamento global da Alliance for Data, Evaluation, and Policy Training (ADEPT), no Insper.
A Crise da Tecnocracia e o Fetiche das Evidências: Uma Crítica à Exportação de Modelos de Políticas Públicas
Introdução Nas últimas décadas, consolidou-se uma crença quase religiosa na eficácia de políticas públicas baseadas em evidências, especialmente aquelas ancoradas em experimentos randomizados controlados (RCTs). Instituições como o Abdul Latif Jameel Poverty Action Lab (J-PAL), sediado no MIT, e alianças como a ADEPT (Aliança para Treinamento em Dados, Avaliação e Políticas) têm influenciado decisões governamentais em diversos países. No entanto, a insistência em exportar tais modelos para o Sul Global revela contradições profundas, tanto do ponto de vista técnico quanto ético.
O fracasso das evidências no próprio berço Paradoxalmente, os Estados Unidos, epicentro da produção tecnocrática dessas evidências, enfrentam uma sucessão de fracassos estruturais: crescimento da população em situação de rua, recordes de consumo de drogas, sistema prisional hiperinchado e uma dívida pública que parece inalcançável. Mesmo na educação, os EUA têm perdido posição nos rankings internacionais como o PISA, sendo superados por países como China, Cingapura e Estônia.
Como confiar em modelos vindos de um sistema que falha em resolver seus próprios problemas estruturais? A única evidência inequívoca dos últimos anos é que a China, com um modelo estatal e soberano de educação, vem assumindo a liderança global em desempenho acadêmico, enquanto os EUA lutam para manter-se entre os dez primeiros.
Incapacidade técnica ou má fé ideológica? Duas hipóteses podem explicar esse paradoxo. A primeira é que, apesar do aparato estatístico e das ferramentas quantitativas, muitos desses institutos simplesmente não compreendem a complexidade social real. Tratam sintomas com soluções pontuais, mas evitam enfrentar causas estruturais como desigualdade, racismo institucional, exclusão territorial e captura do Estado.
A segunda é mais grave: trata-se de má fé deliberada. Os modelos tecnocráticos seriam, nesse caso, instrumentos de controle ideológico e político, adaptados aos interesses das elites transnacionais e de fundadores bilionários que financiam essas instituições. Nesse cenário, políticas públicas deixam de ser expressão de vontade popular para tornarem-se produtos de engenharia social a serviço da manutenção do status quo.
A exportação do fracasso como colonialismo tecnocrático Ao exportar seus modelos para países do Sul Global, os centros tecnocráticos dos EUA praticam uma forma sutil de colonialismo político e epistêmico. Ignoram a história local, desvalorizam saberes comunitários, desprezam as condições institucionais e substituem o debate político por dashboards de dados.
Essa exportação costuma vir acompanhada de pressão por resultados mensuráveis, descontinuidade de projetos, falta de participação cidadã e marginalização das universidades locais. O conhecimento torna-se um produto importado, muitas vezes desconectado da realidade que deveria transformar.
Conclusão Políticas baseadas em evidências não são, por si só, um problema. O problema é transformar as evidências em dogma, ignorando que toda política é também uma escolha moral, histórica e cultural. O Sul Global precisa recuperar sua capacidade de pensar com próprias ferramentas, ouvir suas comunidades, valorizar suas epistemologias e construir alternativas que não apenas funcionem em gráficos, mas que libertem e dignifiquem a vida.
A verdadeira evidência é esta: quem mais prometeu soluções para o mundo não consegue resolver seus próprios dilemas internos.
Por isso, é hora de virar a mesa. E começar a escutar quem nunca foi ouvido.
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elplata · 2 months ago
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Poniendo la mira en los billones de dólares en minerales críticos de Ucrania.
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Ucrania tiene grandes depósitos subterráneos por valor de hasta 11,5 billones de dólares de minerales críticos, entre ellos litio, grafito, cobalto, titanio y tierras raras como el galio, que son esenciales para una serie de industrias, desde la defensa hasta los vehículos eléctricos. Pero estos depósitos, poco comunes en Europa, no han sido objeto de ninguna exploración o desarrollo significativo, procesos que llevan años incluso en jurisdicciones estables. También faltan datos sobre la calidad de las reservas, que es información que los inversores necesitan antes de invertir millones en nuevas minas. … El subsuelo de Ucrania contiene aproximadamente el 10 por ciento de las reservas mundiales de litio, utilizado en la producción de baterías, según cifras del gobierno. Las reservas aparecen en unos 820 kilómetros cuadrados, pero ninguna ha sido extraída hasta ahora. Entre los minerales críticos, Ucrania tiene importantes reservas probadas de circonio, utilizado en motores a reacción, y escandio, ambos aún sin explotar. Algunos de sus yacimientos de tantalio, utilizado en semiconductores, de niobio, que tiene propiedades superconductoras, y del berilio, un metal utilizado en el sector aeroespacial, se extraen a pequeña escala, pero su potencial, según los funcionarios ucranianos, es enorme.
Los funcionarios ucranianos también dicen que su país está entre los 10 primeros del mundo en reservas de titanio, utilizado para misiles, aviones y barcos. Sin embargo, solo se está desarrollando alrededor del 10 por ciento de sus reservas probadas. El primer ministro Denys Shmyhal argumentó a principios de este mes que Ucrania podría reemplazar las importaciones rusas de titanio de Europa. Pero Roman Opimakh, ex director general del Servicio Geológico de Ucrania, dijo la semana pasada que no había "ninguna evaluación moderna" de las reservas de tierras raras en Ucrania, y las estimaciones se basaban en estudios antiguos de la era soviética. La retórica de los minerales equivalía a "una fuerte postura política... Los datos no son modernos, tenemos muy poca información sobre lo que hay allí", dijo Gracelin Baskaran, directora del Centro de Estudios Estratégicos e Internacionales de Estados Unidos. ... Los recursos minerales de Ucrania se encuentran en todo el país, pero desde la invasión a gran escala en 2022, más del 20 por ciento se encuentran en áreas bajo control ruso, según las estimaciones de Kiev. Trump dijo la semana pasada que a Estados Unidos se le debían 500.000 millones de dólares en recursos de Ucrania —desde depósitos minerales hasta petróleo y gas, e incluso infraestructuras como puertos— a cambio de la asistencia militar que recibió en el pasado para defenderse de Rusia. Eso es significativamente más que los 69.200 millones de dólares en asistencia militar que Washington ha dado desde 2014… El enfoque de Trump ha enfurecido a sus aliados europeos, y los funcionarios que participaron en la Conferencia de Seguridad de Múnich el fin de semana pasado lo compararon con “tácticas de chantaje mafioso”, “usura” y “colonialismo”. “Una cosa es decir que los ayudaremos a liberar su tierra y luego explotar los recursos que hay bajo tierra allí”, (¡sic!) dijo un segundo funcionario europeo. “Otra cosa es exigir: ‘Paguen esta factura por la ayuda que ya les hemos brindado’”.
Fuente: Christopher Miller en Kiev, Polina Ivanova en Berlín, Camilla Hodgson en Londres y Henry Foy en Financial Times
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multipolar-online · 2 months ago
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kyasart · 8 months ago
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Una vida de Punk Rock
Quienes me conocen de toda la vida, saben que tengo una relacion muy cercana con el punk rock, por lo que no me es dificil entender lo que se esconde detras de el.
En el desarrollo de la investigacion sobre la cultura, la identidad y el sentido de pertenencia, propuesto este semestre, es que llego a Lisa.
Mientras mis compañeras de la escuela entrevistaban a Kala, yo tuve dificultades de asistir debido a que me necesitaban en la escuela de mi hijo, es por eso que recurri a Lisa, una de las personitas que me cruce en el camino del Punk Rock.
Lisa, tiene 30 años en la actualidad y me cuenta que salio de su casa a los 12 años, escapando del maltrato que vivia, fue asi como comenzo una vida de sobrevivencia en la calle, donde el punk rock le dio herramientas para sobrevivir.
Dentro de las situaciones que me contaba, menciona haber vivido en mas de 5 ocupas a lo largo de su vida, ha abierto espacios, asi como ha llegado a activar otros. Una de las bandas punk que marcaron su infancia y formaron su pensamiento son los KTM una banda de aca de la zona, con los cuales tengo una relacion de amistad.
El punk rock más que una ideologia es un estilo de vida, que se desarrolla en base a un "pensamiento critico", pero que no deja de ser destructivo, (no por tener pensamiento critico significa que se busca lo mejor para la humanidad) muy por el contrario, el punk suele ser super destructivo para quien escoge este estilo de vida, pero contradictoriamente, para quienes lo hemos experimentado, sabemos que nos salvo de muchas tragedias.
Con Lisa concordamos en nuestra conversacion de que el punk nos dio la fuerza para sobrevivir al maltrato y al bulling, pero aun asi nos llevo por un camino de autodestruccion. En nuestra conversacion le contaba a lisa que yo ya habia dado por colgado los bototos, termino que se utiliza para reconocer que el punk fue una etapa y que ahora vamos por otro camino, a lo que Lisa me increpa y me dice, que el punk se lleva en la mente, que a pesar de que ya no me vista como punk, mi corazon siempre lo sera, y creo que tiene razón en una gran parte de ello.
Asi como los KTM influyeron ideologicamente a Lisa, la banda que influyo mi pensamiento critico son los muertos de cristo, inspirando mi camino musical cuando junto con mis amigos formamos una banda llamada Rameras de Satan, buscando concientizar a nuestra generacion a traves de la musica, como tambien reaccionando al colonialismo clasico de la iglesia catolica, lo cual genero controversia en un comienzo a nivel territorial y mas aun en mi familia, ya que vengo de una desendencia fuertemente catolica, fue asi como logramos influir en la cultura local junto a los KTM (Los konshetumare denigrantes) banda amiga con los cuales compartimos años de punk y que me llevaron a conocer a Lisa y su historia de vida.
Los punkys de bellavista son tremendamente juzgados, sabemos que no tienen el mejor de los comparamientos, ni que son unos panes de dios, pero detras de ese caos que se asota existe una cantidad inumerable de vulnerabilidad, maltrato, abandono, entre otros vejamenes cometidos por la sociedad y por quienes debieron haberlos cuidado en su niñez. Muchos diran "eso nos los justifica, ya son adultos", pero es facil decirlo desde el sillon de los privilegios y si bien hay gente que logro superar la degradacion de su infancia, eso no quiere decir que todos deben superar el trauma de la misma manera, es asi como personas como Lisa encontraron en el punk una via de sobrevivencia ante lo ingrato que les fue la vida y que aun asi, conservan ciertos valore y codigos que los vuelven seres respetables para mi. Conozco sus historias, conozco su bondad escondida detras de esa coraza de chicxs malxs y estoy casi segura de que si la vida les hubiera dado el amor y la protección que merecian de niñxs, otras serian sus historias.
Para la sociedad es facil apuntar con el dedo, cuestionas y juzgar el comportamiento erratico de una persona, pero nadie cuestiona la ineficiencia del estado en contruir politicas publicas que resguarde la integridad de la niñez y se preguntaran, que tiene que ver esto con el punk, pues, en mi camino por el punk, he logrado concluir, que todo y toda punk lleva dentro suyo un niño o niña herida, nadie nace siendo punk, ladron o traficante, es en este caso que el punk llega a nuestras vidas tanto a salvarnos, como a destruirnos, porque si vamos a convivir en un sistema que no cuida, que no da paz, que no da amor, entonces ¿por que el punky querria dar todo eso que se le ha negado?.
Mucho han querido dar catedra de lo que es el punk sin serlo y creen que por vestirse de negro o usar bototos o tener pensamiento anarko lo son y critican a los punky de bellavista, catalogandolos de "rancios" y de que "esos no son punk" y es cierto, asi como en todos lados, hay gente que dice ser algo, que en la practica no es, lo que estas personas olvidaron, es que el punk no busca las paz mundial, muy por el contrario, busca desafiar las normas establecidas, tanto en su comportamiento, como en su musica, donde predominan los acordes rapidos y duros, junto con sus letras criticas y su estetica (que en alguna epoca fue provocativa) influenciando a las disidencias, inspirando a muchos movimientos sociales y politicos a traves de su actitud confrontacional. El punk confronta, el punk no es hippie, aun asi, he encontrado mas nobleza en un punky rancio, que un hippie namaste.
Asi mismo esta sub cultura es catalogada como nihilista, debido a su falta de soluciones, alta negatividad y pesimismo, individualidad y aislamiento haciendo dificil la interaccion con otras comunidades, a su vez, se considera que el los punkys han contribuido a la sociedad de una forma que quizas no todos vean, debido a que el punk cumple una funcion critica importante, desafiando el status quo y cuestionando la autoridad. Tambien a servido de refugio para las disidencias, dando espacio para comunicar y organizarse, convirtiendose para muchos en una inspiracion para el cambio social y politico.
No tengo desendencia indigena, pero la respeto y admiro, no vengo de una familia de nobleza, ni de un linaje delictual hasta donde yo se, vengo de una familia creyente, profundamente catolica, por lo cual siempre senti que no tenia tribu, solo en los pocos años que vivi el punk rock senti que pertenecia a una, lo cual duro hasta el dia que decidi alejarme de ese camino para criar a mi hijo y darle una buena vida. En la actualidad, si bien el punk me cruzo con gente hermosa a la cual quiero mucho, me siento sin tribu, pero a la vez feliz de haber cambiado mi rumbo y aun asi poder abrazar a gente como Lisa, que me enseño a comprender que este mundo esta lleno de disfraces y que mientras unos se visten de malotes, ocultando su bondad, otros se visten de buenas personas para ocultar sus verdaderas intenciones.
<< El punky es punky por que quiere >>
fin
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icarionfall · 8 months ago
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Hey-a, 👋.
Na publicação de ontem mencionei brevemente o termo neoliberalismo e como a abolição do mesmo é um passo essencial rumo à liberação das mulheres, portanto, hoje venho falar mais um pouco sobre esse conceito, principalmente sobre o papel que ele desempenha na opressão do povo palestino pelo estado de apartheid israelense. Vamos lá?
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O assunto de hoje:
O neoliberalismo e a opressão do povo palestino.
Vamos direto ao ponto: o que é o neoliberalismo?
Por definição, o neoliberalismo é um sistema econômico e uma vertente do capitalismo, cunhada em 1938 pelo sociólogo e economista alemão Alexander Rüstow numa conferência de intelectuais da época organizada em Paris, caracterizada por:
Medidas de austeridade (cortes nos fundos públicos) ;
Privatização de bens e serviços públicos ;
Desregulamentação nos negócios.
Todas estas características são fundamentadas na ideia da supremacia do mercado (a teoria de que as forças naturais do mercado de oferta e demanda criam uma distribuição ideal de recursos dentro da sociedade, potencializando assim o bem estar pessoal dos indivíduos e comunidades) e que o governo não deve de forma alguma interferir nesse fluxo natural — mas como é óbvio, o governo ainda age a favor daqueles mais ricos —, mas o que é importante a perceber é que este conceito é implementado à força e através do imperialismo. O neoliberalismo vai contra a ideia de sociedade e propaga a ideia do culto do indivíduo, resultando essencialmente na estagnação do desenvolvimento dos países mais pobres, que acabam por depender cada vez mais dos países donos de multinacionais.
O papel do neoliberalismo no apartheid no território palestino:
Para melhor entendermos a forma de opressão econômica sofrida pelo povo palestino, temos que conhecer a sua história com o estado colonizador de Israel.
Antes de 1948, a Palestina estava sob colonização britânica, estes que, por sua vez, e sem consultarem os nativos palestinianos, colocaram em prática o movimento sionista e cederam parte do território ao povo judeu a fim de criar um etno-estado de judeus chamado Israel. Os judeus — monetariamente suportados pelo ocidente —, explorariam e tomariam então aquela terra que não lhes pertencia. Em 1948, mais de 800,000 palestinos foram etnicamente limpos por meios cruéis e fatais e evacuação forçada. A esse trágico evento foi dado o nome “Nakba”, que significa catástrofe. Geograficamente, o povo palestino é categorizado por cinco grupos:
Cisjordânia, ou West Bank ;
Gaza ;
Jerusalém Oriental ;
Territórios “israelenses” ;
Os em exílio.
Em 1995, os Acordos de Oslo dividiram a Cisjordânia em três áreas, nomeadamente;
Área A, que estaria sob controle total pelos civis e autoridade palestiniana ;
Área B, sob o controle civil palestino e controle militar israelense ;
Área C, sob o controle total do etno-estado de Israel.
A opressão que o povo palestino enfrenta desde 1948 vem em todas as formas e tamanhos de violência, uma delas sendo a econômica. Israel vem punindo coletivamente os palestinianos através da revogação das autorizações de trabalho, uma medida que causa uma enorme deterioração na economia palestina da Cisjordânia ao impedir o seu desenvolvimento, o que faz com que Israel tome ainda mais controle sobre eles.
Estas medidas antiquadas reforçam a ideia de que o neoliberalismo anda lado a lado com o colonialismo e intensifica a violência colonial na desapropriação não só da terra e dos seus recursos, mas também do trabalho do povo indígena àquela terra. É por isso que é necessária a abolição deste sistema, o cessar-fogo, e a descolonização do povo palestino.
Por uma Palestina livre. Hoje, amanhã, e sempre. Por uma sociedade reconstruída, reerguida nos escombros do capitalismo e do patriarcado, e de todos os sistemas que exploram e desumanização do povo.
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Quero me despedir por hoje deixando aqui alguns links cruciais e informativos, e peço do fundo do coração a todos que leram até aqui para também darem uma olhada e ajudarem como possível:
Arab.org (Basta entrar no site e clicar na opção Palestina. Todo clique efetuado vai gerar donativos para ajudar os refugiados palestinianos) ;
Pious Projects (Os donativos são usados para providenciar kits de higiene em Gaza) ;
Decolonize Palestine (Uma coleção de fontes e um ótimo site para aqueles que querem saber mais sobre a história da Palestina) ;
Maneiras de ajudar a Palestina (Uma thread inteira de links).
E por último, uma recomendação literária:
Os Condenados da Terra, Frantz Fanon.
🤍🕊️
𝑥𝑥𝑠𝑎𝑔𝑒.
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knario47 · 2 years ago
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30 DE AGOSTO, 26 ANIVERSARIO DEL DÍA MUNDIAL DE LA BANDERA (ukenyal) AMAZIGH.
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ⵣ✊🏼ⵣ ¡Feliz día
de la bandera Amazigh!
¡Viva la libertad de la Tamazgha
y de todos los pueblos imazighen!
ⵜⴻⴷⴰⵔⴰ ⵜⴰⵎⴰⵣⴳⴰ ⵜⵉⵍⴻⵍⵍⵉⵜ!
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26 Aniversario del DÍA MUNDIAL
de la BANDERA (ukenyal) AMAZIGH.
ⵣⵣⵣⵣⵣⵣⵣⵣ
26º Amulli, Congrès Mondial Amazigh (CMA) - en Tamazight-.
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Cada 30 de Agosto, a raíz del Congreso Mundial Amazigh celebrado en Tafira (Las Palmas de Gran Canaria) en 1997, se celebra en todo el Mundo el nacimiento de este símbolo de unidad y libertad de los diferentes pueblos que viven en diversas regiones del norte de África (Territorio conocido como la Tamazgha) que comparten raíces culturales y lingüística comunes.
La bandera de nuestra identidad representa nuestra historia y nuestra lucha, une a todos los imazigen del mundo, y a los pueblos del norte de África: desde Siwa hasta Canarias, desde el mediterráneo hasta el río de Senegal (Tamazgha)
Los canarios, como uno de los pueblos imazighen más antiguos, lideramos, en ese Congreso histórico, la unificación de la Tamazgha y la creación de su bandera identitaria .
Los pueblos Amazigh han resistido y perdurado durante milenios, invasiones y colonizaciones incesantes (griegos, romanos , árabes... Y en la etapa moderna , europeos -franceses y españoles principalmente- y "yankees")
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La bandera Amazigh, representa la armonía de los seres humanos con su tierra.
El símbolo del hombre en rojo tiene un carácter antropomórfico, con forma humana, y ha sido conocido desde tiempos prehistóricos.
Su significado actual simboliza al pueblo Amazigh. Usado oficialmente desde que en 1966, Mohand Arav Bessaoud, fundara la Academia Amazigh .
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COLORES:
Simbolizan la costa norte de África con el Mediterráneo, el Atlántico con Canarias al Noroeste y el desierto del Sahara al sur, y su apego y su amor a su tierra.
Tienen los siguientes significados:
ⵣ☆ Banda superior azul (Amidad) : representa el mar Mediterráneo y el océano Atlantico, la costa imazighen durante milenios.
ⵣ☆ Banda central verde (Azegzaw) : significa la naturaleza y las grandes montañas (cordillera del Atlas) y tierras verdes que los imazighen han cultivado desde tiempos prehistóricos.
ⵣ☆ La banda inferior amarilla (Awragh) :
simboliza la arena del Sáhara, del desierto de la TINIRI la zona de los Tuareg, pero también la alegría y el oro o la riqueza.
ⵣ☆ El signo de la figura, a su vez, es la letra sagrada "Z" (Yas o aza) del alfabeto tifinagh (idioma Tamazigh)
En rojo, porque representa el color de la vida, pero también el color de la resistencia.
En la bandera representa el nombre dado a los Amazigh: "personas libres", que es lo que significa Amazigh (plural Imazighen).
Es el principio de vida eterna y un símbolo de la sangre de los mártires por la libertad, que defendieron y defienden su cultura y su tierra ante el colonialismo conocido (delito de lesa humanidad imprescriptible).
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La bandera fue propuesta por la delegación canaria(¹), durante el Primer Congreso Mundial Amazigh, realizado los días 27, 28, 29 y 30, prolongádose hasta el 31 de Agosto de 1997 .
Al congreso acudieron representantes de los distintos pueblos del ámbito amazigh: Canarios, Rifeños, Tuaregs, Númidas, Kabilios, Chleuhs, Mozabíes Imazighen del Atlas, Soussa, Chausis, y también la diáspora amazigh estabilizada en Europa y América del Norte.
(¹) Jaime Sáenz Peñate (QPD) y Francisco Trejo Herrera , representantes de Solidaridad Canaria (S.C.) en el comité organizador, ante la ausencia de un símbolo que unificara a este pueblo milenario, con costumbres y lengua ancestrales con raíces comunes en la La Tamazgha (Norte de África) decidieron plantear en esa Primera Asamblea General, la creación de la bandera .
Se basaron en la primera propuesta oficial para que el pueblo Amazigh tuviera su propia bandera, que se hizo en el año 1971 en Roubaix (Francia) por Agraw Imazighen de la Kabilia ,como muestra cultural y de identidad.
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Con mucha ilusión y éxito, fue acogida como un símbolo que , dese aquel momento, une a la comunidad Amazigh de todo el Mundo.
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jgmail · 10 months ago
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Pierre-Ulysse Barranque: orientalismo, antisemitismo y «herida narcisista» occidental
Por Yohan Nezcarv
Fuentes: Rebelión
¿Cuántos libros contiene un solo libro? ¿Cuántas tesis fundamentales se pueden detectar en una gran obra? Este es el riesgo de una Magnum opus para un autor: producir una obra tan compleja y densa que su «contenido latente» pueda ocultarse tras su «contenido manifiesto», como demostraron Freud y el psicoanálisis[1]. Edward W. Said (1935-2003) también se encontró en esta difícil situación. Este gran teórico literario estadounidense-palestino es conocido en todo el mundo por ser el autor de: El Orientalismo[2]. Es un libro aclamado internacionalmente desde hace más de cuatro décadas. Su publicación en 1978 fue todo un acontecimiento, y enseguida fue ampliamente leído y comentado. Sin embargo, algunas de las ideas esenciales de este libro siguen siendo hoy parcialmente desconocidas. Hay verdades y análisis en este ensayo que son indispensables para pensar la historia de la humanidad, y que aún no han sido descifrados del todo. Una de las verdades más importantes que Edward W. Said muestra en este libro, y que no ha sido la más comentada, es su análisis de la ambigua participación de la filología orientalista del siglo XIX en la relativización de la centralidad de Occidente.
            ¿Por qué decimos inmediatamente que esta relativización es ambigua? Efectivamente, es ambigua en su relación con el saber occidental en su calidad de poder[3]. La filología orientalista, de la que Ernest Renan fue uno de los principales actores en Francia, era evidentemente una ciencia que debía su nacimiento al colonialismo europeo, al igual que la antropología de esta época. El autor no tiene dudas al respecto. Said muestra de forma muy precisa cómo el estudio de las diferentes lenguas orientales contribuyó a la creación del sujeto «oriental» por parte de la ciencia europea[4]. Más importante aún, el teórico demuestra cómo la creación epistemológica de este sujeto de estudio es la condición de posibilidad política para la subyugación, y por tanto el avasallamiento de los pueblos orientales por parte del colonialismo europeo. Como señala Edward Said, el Oriente no es simplemente una cuestión de geografía. Al contrario: «Oriente es una idea que tiene una historia, una tradición de pensamiento, unas imágenes y un vocabulario que le han dado realidad y presencia en y para Occidente»[5].
            En este sentido, podemos decir con el autor que la filología orientalista del siglo XIX era, en efecto, una ciencia de dominación. Así la utilizaban los europeos y tal fue su objetivo político. No obstante, es cierto que el descubrimiento y el estudio de las lenguas orientales fueron altamente problemáticos para los occidentales, dado lo que revela esta ciencia. El objeto descubierto por el orientalismo está llamado a decepcionar al colonialista europeo, eso es seguro. Es probable que el estudio de las lenguas de Oriente no tuviera otra finalidad que su colonización por Europa, pero lo que descubren estas ciencias es un caso típico de «contrafinalidad[6]«. Como producción ideológica, la filología es sin duda una ciencia colonial, pero como producción científica (es decir, como descubrimiento de verdades), esta misma filología descubre hechos históricos bastante desestabilizadores para el pensamiento europeo y para su deseo de hegemonía mundial. Es en este sentido en el que podemos hablar de una relativización ambigua de Occidente. La filología orientalista consigue la paradoja de que un discurso imperialista europeo se base en los descubrimientos de una ciencia, aunque estos descubrimientos refuten el carácter primordial, y por tanto superior, de la cultura europea frente al mundo oriental. En efecto, si sólo se trata de la anterioridad del desarrollo cultural, artístico e intelectual, la filología demuestra exactamente lo contrario. Podríamos decir, entonces, que la filología orientalista debe considerarse como una de esas «heridas narcisistas» sufridas por Occidente, como los descubrimientos de Copérnico, Darwin y Freud, según lo que explica este último en su Introducción al psicoanálisis [7]. Con la publicación en 1808 del ensayo de Friedrich Schlegel: Del idioma y la sabiduría de los indios y de Jean-François Champollion en 1824: Resumen del sistema jeroglífico de los antiguos egipcios, los europeos descubrieron la relatividad de su antigüedad judeocristiana y grecorromana. Esta antigüedad hebraica y griega, que para los europeos del siglo XIX era la fuente de todas las fuentes, la doble fuente de su civilización, aparece de pronto bastante moderna y reciente si se compara a la antigüedad de las culturas egipcia e india y al grado de riqueza cultural que alcanzaron. Además, son precisamente en estas dos culturas, egipcia e india, donde encontramos los orígenes profundos de Occidente. En otras palabras, la filología está descubriendo en siglo XIX que Egipto y la India son por una parte mucho más antiguos que la antigüedad hebrea y griega, y por otra parte que la antigüedad hebrea y griega no son más que los descendientes tardíos de las culturas egipcia e india. En efecto, el hebreo es hijo de Egipto, ya que el monoteísmo fue inventado por primera vez por Akenatón, quien fue muy anterior al judaísmo[8]. Grecia, por su lado, es descendiente de un grupo cultural indoeuropeo, que experimentó su primer gran florecimiento con la cultura india, a través de su lengua tradicional: el sánscrito. Europa está viendo desaparecer su relato fundacional antiguo, tanto en el tiempo como en el espacio. Está perdiendo su filiación. Su fundación es, efectivamente, más arcaica de lo que Europa cree, y no está donde Europa la imaginaba: no está en Atenas ni en Jerusalén, sino en las orillas del Nilo y del Ganges, en África y en Asia. La Europa colonial, que «en vísperas de la Primera Guerra Mundial» había «colonizado el 85% de la tierra»[9], descubre que ciertamente no es una potencia cultural autónoma (judeocristiana y grecorromana), sino que, por el contrario, no es más que un retoño tardío del Oriente y del África que está colonizando.
            El descubrimiento del sánscrito, por ejemplo, refuta totalmente el carácter primordial de la lengua hebrea. En una sociedad que se caracteriza por casi 2000 años de cristianismo, no es sorprendente que esto pueda causar conmoción[10]. Después de todo, el hebreo y el griego son las dos lenguas del Antiguo y del Nuevo Testamento: las dos lenguas en las que Dios se expresó, según el imaginario europeo. Además, fueron estas dos lenguas (junto con el latín, por supuesto) sobre las que se construyó el Humanismo renacentista. El hebreo ya no puede ser percibido como la lengua-madre, la lengua de las lenguas o incluso la lengua edénica. En tanto deja de aparecer como lengua que origina Europa, también desaparece como la fuente primaria de la teología, ya que el Veda indio es al menos tan rico y complejo que la Torá hebraica, pero es mucho más antiguo. Del mismo modo, los Upanishads[11]son una gran filosofía, tan especulativa como las obras de los presocráticos, Platón y Aristóteles. Por consiguiente, la filología árabe y semítica del siglo XIX relativiza en gran medida la excepcionalidad del hebreo antiguo, y lo sitúa dentro de una larga historia de lenguas semíticas, que comenzó mucho antes en Mesopotamia con el acadio y el babilonio, y se prolonga hasta el árabe moderno. Lo mismo puede decirse de las fuentes indoeuropeas del griego antiguo. Así que estamos asistiendo a un desplazamiento radical, tanto en el tiempo como en el espacio: un desplazamiento hacia el Este. Si bien es cierto que China es igualmente una civilización muy antigua (contemporánea de la egipcia), no deja de tener una continuidad cultural hasta nuestros días, particularmente con sus ideogramas[12]. Al contrario, con el nacimiento de la filología orientalista, Europa descubre que lo que consideraba sus raíces no lo eran, sino que estas tenían un origen mucho más lejano y antiguo, tan lejano y antiguo que las compartía en parte con otras civilizaciones que, hasta entonces, le parecían completamente extranjeras: el mundo árabe-musulmán, el subcontinente indio e incluso el sudeste asiático, a su vez hijo en gran parte de la India budista y del islam. Con el nacimiento de la filología, Europa se vio obligada a cambiar su ascendencia. Los orígenes de Europa ya no están en Europa, sino en los dos continentes que está colonizando. Ha tenido que relativizar el mito de su fundación grecohebraica, en el que se había basado durante casi 2.000 años, y descubrir que su verdadero linaje se encuentra en pueblos totalmente distintos y, en esa época, poco conocidos, en particular la India. Por eso podemos hablar de una «contrafinalidad» en el sentido de Sartre. Podemos estar de acuerdo con Said en que los orientalistas europeos querían demostrar la superioridad de la cultura occidental estudiando las lenguas orientales. Queda por ver hasta qué punto este objetivo era un proyecto consciente o inconsciente para cada autor. Sin embargo, la verdad científica que ha descubierto la filología orientalista no s��lo refuta esa supuesta superioridad occidental, sino la idea misma de autonomía cultural de Occidente. Europa no es una civilización autofundadora, sino una hija de Oriente, o más bien su hija menor[13].
            Ahora podemos entender por qué Edward Said considera que el orientalismo es una de las fuentes intelectuales del antisemitismo europeo. Puesto que la cultura europea no tiene sus orígenes en el hebreo, sino en el sánscrito, la cultura judía es percibida por una parte de la intelectualidad reaccionaria europea como una cultura alogénica de Oriente Medio. Fue esta teoría, sobre todo en Alemania, la que produjo el antisemitismo racial y su culto al ario – una extraña época en la que los nacionalistas alemanes pensaban que eran antiguos iraníes – y condujo al nazismo. El culto nazi a la esvástica, un símbolo hindú, es emblemático de ello. La historia de este antisemitismo germánico es tristemente célebre, y nadie ignora sus trágicas consecuencias, hasta el inicio de la Segunda Guerra Mundial y el exterminio de los judíos de Europa por el Tercer Reich nazi[14]. Pero también hay que pensar en el doble antisemitismo, más específicamente en el caso francés analizado por Said, que se encuentra paradigmáticamente en Renan[15], y que a menudo se olvida. Se trata de una hostilidad mostrada hacia esos dos pueblos semitas igualmente despreciados por los orientalistas franceses: por una parte, el antisemitismo contra el extranjero de dentro, el judío, y la otra, el antisemitismo contra el extranjero de fuera, el árabe, más particularmente el argelino colonizado desde 1830 por la monarquía francesa. Podemos hablar de un doble antisemitismo, porque es el carácter semítico de la lengua el que se invoca, tanto en el desprecio de la cultura judía como de la cultura árabe. Así pues, en Francia, el antisemitismo es de doble naturaleza, y ésa es su especificidad. Justifica tanto el odio del escritor antisemita Edouard Drumont y el antidreyfusismo como las masacres coloniales del mariscal Bugeaud en Argelia. En una dirección conduce al fascismo de Pétain y a la redada de los judíos en el Vel’ d’Hiv’, y en la otra a las masacres de Sétif y el principio de la guerra de Argelia. El odio a los pueblos considerados orientales (judíos europeos y árabobereberes norteafricanos) se justificaba por la misma desvalorización de los pueblos de lengua semítica, en oposición a la cultura europea, puesta en marcha entonces por los propios descubrimientos de esta disciplina. Esta es una de las verdades esenciales que El Orientalismo de Said nos permite comprender, pero que todavía parece poco perceptible para muchos de nuestros contemporáneos.
            Existe una doble lógica que, por un lado, justifica lo que Sartre llama la «sobreexplotación» colonial[16] de los árabes del Magreb y que, por otro, conduce a la participación del estado fascista de Vichy en el exterminio de los judíos de Europa. Esta orientalización de estos dos pueblos, por la que se atribuían estereotipos colectivos a poblaciones en función de sus idiomas y de las familias lingüísticas a las que pertenecen estas lenguas, era tanto más un fraude ideológico teniendo en cuenta que los judíos de Europa no utilizaban entonces el hebreo como lengua de comunicación. El hebreo antiguo era una lengua sagrada y la vida cotidiana de los judíos se vivía en lenguas profanas. Así, la mayor parte de la vida de los judíos de Europa se vivía o bien en las lenguas nacionales de los pueblos europeos donde las comunidades judías vivían como minoría, o bien en las lenguas de los judíos de Europa que son todas lenguas indoeuropeas. El yiddish es una lengua germánica, el judesmo (judeoespañol, también llamado tetuani o haketía) es una lengua latina, al igual que el bagitto (lengua de los judíos de Toscana) y el shuadit (lengua de los judíos de Occitania). El yevano (lengua de los judíos griegos) está emparentado con las demás lenguas helénicas. Del mismo modo, aunque el árabe magrebí es efectivamente una lengua semítica, no se puede negar la presencia de lenguas tamazight (bereberes) en esta área cultural, y la influencia de estas lenguas en el árabe dialectal magrebí. El árabe dialectal es la lengua en la que vive la gente, a diferencia del árabe clásico, la lengua sagrada del Corán.
            Las terribles consecuencias de este odio a las lenguas semíticas, y por extensión a los pueblos que las llevan, se vuelven evidentes para nosotros. Si intentamos comprender lo que tienen en común la extrema derecha alemana y francesa, entre un movimiento ideológico que produjo el nazismo por un lado y el pétainismo por otro, ¿no deberíamos remitirnos a ese traumatismo en la construcción narcisista de Europa que han representado para ella los descubrimientos de la filología orientalista? ¿No se encuentra en esta ideología orientalista una confesión, a la vez que una terrible negación, de la relatividad de la cultura europea? ¿No es en esta «herida narcisista» de Occidente, que cuestiona su identidad poniendo en tela de juicio su genealogía, donde debemos encontrar tanto la fuente del antisemitismo europeo como el odio de este último a la racionalidad griega[17], el odio al logos, y a su encarnación moderna en la filosofía de la Ilustración y de la Revolución Francesa? ¿Acaso el nazismo y el pétainismo no son producto del odio a la religión judía y a la racionalidad griega, vistas como una ascendencia devaluada, una filiación que hay que borrar, culturas que no siendo el origen de todo lo que es Europa, merecen por tanto ser reducidas a la nada? Si los descubrimientos de la filología orientalista demuestran que Europa no fue la hija única de Atenas y Jerusalén, ¿no deberíamos ver en esta revelación el origen del ardiente deseo fascista de destruir lo que estas dos civilizaciones fueron capaces de aportar al Viejo Continente: la idea de lo universal y la democracia? La complejidad del origen de los fascismos europeos es, por supuesto, demasiado amplia para limitarse a este hecho civilizatorio y lingüístico. Pero es cierto que los descubrimientos de la filología orientalista han participado en ellos. Gracias a El Orientalismo de Said, podemos comprender una de las causas culturales decisivas del fascismo y del antisemitismo europeos, que ha permanecido relativamente insospechada hasta ahora. La «herida narcisista» occidental producida por el descubrimiento de las lenguas y culturas de la Antigüedad oriental es una de las causas de la psicopatología «de masas[18]» que fue el fascismo, en particular en sus versiones alemana y francesa. La relativización de la identidad occidental por su propia ciencia era insoportable para el «ideal del yo[19]» que Europa había estado forjando durante siglos. Por cierto, podemos ver hasta qué punto la identidad de la Europa tradicional, trastornada por su encuentro con Oriente, es un efecto de lenguas, del que ella misma fue iniciadora. El descubrimiento del antiguo egipcio, de las lenguas mesopotámicas y, más aún, del sánscrito, fue la fuente de un trauma cultural del que Occidente no se ha recobrado sin dolor. Pero esto no debería sorprendernos: nadie sale indemne de su encuentro con el Otro, la otra lengua, la otra cultura. De hecho, como Jean Baudrillard nos lo recuerda, es «a la luz misma de todo lo que se ha hecho para exterminarlo», para negar su existencia real o simbólica, que » se aclara la indestructibilidad del Otro, y por tanto la fatalidad indestructible de la Otredad[20]«.
[1] Jean Laplanche, Jean-Bertrand Pontalis, Vocabulaire de la psychanalyse, Paris, PUF, 2009, p. 101.
[2] Edward Said, El Orientalismo, Barcelona, Random House Mondadori, 2002.
[3] Edward Said, p. 70.
[4] Edward Said, p. 24.
[5] Edward Said, p. 24.
[6] La «contrafinalidad» en Sartre es un concepto de la Crítica de la razón dialéctica, desarrollado en el famoso pasaje sobre la «deforestación china». Sartre utiliza este concepto para describir una situación en la que un proyecto colectivo consciente con una finalidad clara y precisa produce consecuencias estrictamente opuestas a los objetivos iniciales de los agentes. Jean-Paul Sartre, Critique de la Raison dialectique, T.1, Théorie des ensembles pratiques, Paris, Editions Gallimard, 1985, p. 334.
[7] Sigmund Freud, Obras Completas, T. XVII, Buenos Aires, Amorrortu Editores, 2007, pp. 125-135.
[8] Por supuesto, pensamos en el último gran libro de Sigmund Freud, Moisés y la religión monoteísta, y en su tesis principal: el pueblo judío es hijo de Egipto. Aunque esta tesis es discutible desde un punto de vista literal, ya que la época del Egipto monoteísta y la de la redacción de la Torá distan varios siglos, no deja de ser verdadero si pensamos en ella en términos de una historia de las ideas a largo plazo. Es precisamente en esta escala de tiempo donde se producen los descubrimientos orientalistas.
[9] Edward Said, p. 173.
[10] Así, utilizando la célebre expresión de Nietzsche, podríamos decir que el descubrimiento de la Antigüedad oriental, y la relativización de la religión judeocristiana que trajo consigo, contribuyeron a la «muerte de Dios» en Occidente.
[11] Sabemos, por supuesto, que los Upanishads forman parte de los Vedas. Más concretamente, son el último elemento de este canon teológico-filosófico. Sin embargo, los Upanishads son considerados tradicionalmente como un salto cualitativo en el pensamiento religioso hindú. Concluyen los Vedas y desarrollan al mismo tiempo una auténtica conceptualización teórica, que fascinará durante mucho tiempo a la filosofía occidental, en particular a la de Arthur Schopenhauer.
[12] Sobre las raíces milenarias de la civilización china, le remito a China tres veces muda de Jean-François Billeter, y en particular al segundo capítulo de ese libro. Jean-François Billeter, Chine trois fois muette, Paris, Editions Allia, 2010.
[13] Sería un error separar Oriente de Occidente desde un punto de vista meramente cultural. No solo sabemos por Said hasta qué punto Occidente es hijo de Oriente, sino que también sabemos por Christian Jambet (Christian Jambet, Qu’est-ce que la philosophie islamique ?, Paris, Editions Gallimard, 2011, pp. 98-99) hasta qué punto el Oriente musulmán es culturalmente griego, tan griego como Europa de hecho. También sabemos que la filosofía y la ciencia árabopersas se discutieron constantemente durante toda la Edad Media europea, y que estos conocimientos del mundo musulmán dominaron a menudo el pensamiento europeo. Pensemos, por ejemplo, en la medicina de Avicena, que fue el modelo de la medicina en Europa durante siglos. También sabemos que siempre ha habido musulmanes en Europa (Andalucía árabe, Imperio otomano europeo) y cristianos en Oriente Próximo (coptos egipcios, levantinos, etc.). Una vez establecidos todos estos hechos, comprendemos que lo que separa radicalmente a Occidente del Oriente árabe-musulmán no es una cultura, que en cualquier caso es parcialmente común (con el pensamiento griego y el monoteísmo abrahámico), ni tampoco un conjunto de representaciones sociales. Lo que diferencia radicalmente a Occidente de Oriente es la aparición de la sociedad moderna durante el Renacimiento, es decir, la aparición de la industria y el capitalismo. Existe un Occidente separado del Oriente porque Europa se ha arrancado considerablemente del mundo mediterráneo del que procedía, mediante la colonización de América y la aparición del capitalismo industrial. En otras palabras, hay un Occidente y un Oriente porque Europa se ha separado parcialmente del espacio mediterráneo que compartía con los países musulmanes para conquistar y desarrollar su espacio transatlántico, condición sine qua non para dominar el resto del mundo. Karl Marx y Friedrich Engels ya habían afirmado, en las primeras páginas del Manifiesto Comunista, que la colonización de América era una de las condiciones necesarias para el surgimiento del capitalismo industrial occidental (Karl Marx, Friedrich Engels, Manifeste du Parti communiste, Paris, EJL, 1998, p. 26).
[14] Sobre los orígenes del antisemitismo europeo, desde la Edad Media hasta finales del siglo XIX, remitimos a nuestro estudio: «Friedrich Engels et sa critique de l’antisémitisme» («Friedrich Engels y su crítica del antisemitismo»), publicado en el nº 3 de la revista Gruppen (2011). Sobre los orígenes del nazismo más concretamente, remitimos a nuestro artículo sobre la Psicología de masas del fascismo de Wilhelm Reich, publicado en Viento Sur: «Wilhelm Reich y la Revolución ausente. Pensar el periodo de entreguerras con Marx y Freud». https://vientosur.info/wilhelm-reich-y-la-revolucion-ausente/ 
[15] Edward Said, pp. 232-268.
[16] Jean-Paul Sartre, Situations, X, Paris, Editions Gallimard, 1976, pp. 9-10.
[17] Conocemos las tesis de Johan Chapoutot, quien demostró con acierto en El nacionalsocialismo y la Antigüedad que el Tercer Reich se imaginaba a sí mismo como hijo de la antigua Grecia, reinterpretada a su vez como una de las etapas de una historia milenaria de arios míticos. Pero este hecho no contradice nuestra tesis, sino que la refuerza. ¿Qué Grecia antigua reivindicó el nazismo? Sin duda no la democracia ateniense y la igualdad de expresión que confiere a todos los ciudadanos (la famosa isegoria). El hitlerismo ve el igualitarismo ateniense como una decadencia «asiática», que en siglos posteriores suscitara la Ilustración y la Revolución Francesa. Pétainismo y nazismo compartían la misma obsesión por borrar 1789, hasta el punto de abandonar el término «République» («República»), sustituido por «Etat français» («Estado francés») bajo Pétain, y el abandono igualmente simbólico del lema revolucionario «Liberté, Egalité, Fraternité» («Libertad, Igualdad, Hermandad»), transformado en «Travail, Famille, Patrie» («Trabajo, Familia, Patria»). A pesar de las limitaciones históricas de la democracia ateniense que ya conocemos, en la que la mayoría de la población no eran ciudadanos (sino mujeres, esclavos o metecos), su reivindicado igualitarismo político ya es demasiado para el fascismo europeo. Del mismo modo, la igualdad universal de la condición humana frente a un Dios único, que constituye el núcleo del judeocristianismo, es inaceptable para el nazismo. Cabe señalar que este odio nazi al logos griego llega al punto de lo cómico involuntario cuando un ideólogo nazi como Alfred Rosenberg define a Sócrates como el «socialdemócrata internacionalista de su tiempo» y al estoicismo como una filosofía «de origen semítico» (Johan Chapoutot, Le National-socialisme et l’Antiquité, Paris, PUF, 2008,
pp. 306-307).
[18] Con esta expresión nos referimos, obviamente, a Psicología de masas del fascismo, del psicoanalista Wilhelm Reich. Remitimos de nuevo a nuestro artículo sobre este autor fundamental.
[19] También podríamos señalar que Freud era muy consciente de esta dimensión colectiva del «ideal del yo» psicológico. En 1914, en Introducción del narcisismo, escribió: » Desde el ideal del yo parte una vía significativa hacia la comprensión de la psicología de masas. Además de su lado individual, este ideal tiene un lado social: es también el ideal común de una familia, una clase, una nación» y añadiríamos: de una civilización, como la civilización occidental (Sigmund Freud, Zur Einführung des Narzissmus, Leipzig/Wien/Zurich, Internationaler Psychoanalytischer Verlag, 1924, p. 54, traducción propia).
[20] Jean Baudrillard, La Transparence du Mal, Essai sur les phénomènes extrêmes, Paris, Editions Gallilée, 1990, p. 151. Traducción propia.
Rebelión ha publicado este artículo con el permiso del autor mediante una licencia de Creative Commons, respetando su libertad para publicarlo en otras fuentes.
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yo-sostenible · 1 year ago
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La contaminación por pellets no solo afecta al mar, sino también a tierra firme, especialmente en Europa, donde se producen toneladas de estos residuos. Solo en la Unión Europea, se pierden alrededor de 184.000 toneladas de pellets de plástico al año Las costas españolas están siendo invadidas por millones de pellets de plástico que asfixian la vida marina y contaminan el agua. Estos vertidos son demasiado frecuentes y es hora de tomar medidas[1]. Los gigantes del plástico producen millones de toneladas de microplásticos al año. El vertido en España representa solo una mínima parte, ya que se estima que 230.000 toneladas acaban en los océanos[2]. Los plásticos que no se limpien, ¡seguirán contaminando el medio ambiente durante siglos! Y lo que es peor: estas diminutas partículas con las que se fabrican nuestros artículos cotidianos de plástico son un peligro para nuestra salud, ya que los peces ingieren los microplásticos y terminan en nuestra comida. Ahora tenemos una oportunidad única para cambiar las cosas. Una nueva ley podría permitir a la UE aplicar medidas firmes contra los vertidos plásticos[3], pero el proyecto de normativa actual resulta insuficiente y necesitamos tu ayuda para cambiarlo, Francisco José. Mañana tendrá lugar la votación y queremos organizar una gran movilización popular para detener la marea de vertidos plásticos que asfixian la vida marina y contaminan el agua. Pero, para lograrlo, debemos unir fuerzas y actuar de inmediato. Todavía estamos a tiempo de mejorar la nueva normativa. ¿Nos ayudas a luchar por un futuro libre de contaminación por plásticos? Las empresas responsables de los vertidos plásticos operan con total impunidad, ya que no existen regulaciones que las obliguen a rendir cuentas. En su lugar, son las comunidades locales las que se encargan de limpiar estos vertidos tóxicos. La limpieza de estos pellets de plástico es una verdadera pesadilla y lo peor es que son prácticamente eternos. Envenenan el océano con sustancias tóxicas que representan una amenaza para nuestra salud y el medio ambiente. Como contribuyentes, estamos pagando una deuda de plástico tóxico que no nos corresponde asumir.  Tus esfuerzos ya han dado sus frutos. Hace unos meses, la enorme presión de esta comunidad llevó a la UE a prohibir la exportación de residuos plásticos a Asia y África[4]. ¡Una victoria que solo fue posible gracias a ti!  Ahora, debemos volver a movilizarnos para lograr una ley ambiciosa que responsabilice a las empresas que contaminan. Si nos unimos, podemos aprovechar esta oportunidad para poner fin a los vertidos de pellets de plástico. Porque una ciudadanía unida puede forzar a las autoridades a tomar medidas con una presión popular que haga temblar el suelo que pisan.  ¿Nos ayudas a proteger los océanos y nuestra salud de los plásticos tóxicos? Firma 👉🏾 aquí Referencias: [1] https://www.lamarea.com/2024/01/16/pellets-problema-mas-alla-vertido-galicia[2] https://seo.org/vertido-pellets-mas-coordinacion-y-transparencia[3] https://rethinkplasticalliance.eu/wp-content/uploads/2023/12/EU-regulation-on-plastic-pellet-loss-needs-mandatory-requirements.pdf [En inglés][4] https://www.no-burn.org/es/un-paso-importante-para-ponerle-fin-al-colonialismo-de-la-basura-la-ue-acuerda-prohibir-la-exportacion-de-sus-desechos-plasticos-a-paises-no-pertenecientes-a-la-ocde[5] https://environment.ec.europa.eu/publications/brochure-eu-action-against-microplastic-pollution_en [En inglés] Fuente Movemos Europa
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lucaargel · 2 years ago
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ATRITO DA MEMÓRIA (Miguel Cardina)
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apresentação por Luca Argel Na esteira dos 50 anos do 25 de Abril é muito importante ocupar o espaço de debate público com trabalhos de investigação com este nível de competência e lucidez, porque ainda há muito caminho a fazer em Portugal. Ainda há muito a fazer na construção de um senso comum mais bem informado, mais maduro, e sobretudo mais empático e plural quando o assunto é o passado colonial, e a identidade nacional que se funda e se refunda a partir de uma visão muito particular desse passado.
E é por aí mesmo que eu queria começar a comentar o livro, porque uma das primeiras ideias que aparecem nele e que eu acho fundamental pra começar a discussão é uma premissa básica:
A forma glorificante de se recordar, de se percepcionar o passado colonial português é uma ESCOLHA. Essa palavra é absolutamente fundamental pra que se possa conversar e refletir: ESCOLHA. Não é um dado adquirido por defeito pela sociedade portuguesa, não surgiu naturalmente, de geração espontânea, não é uma imposição divina, não foi uma visão que caiu do céu, nada disso. Foi uma ESCOLHA, deliberada, tomada por figuras com poder político ao longo do tempo. E essa escolha por glorificar o passado colonial (primeiramente o mais remoto, da expansão marítima dos séculos XV e XVI), tem objetivos muito claros: assegurar o apoio popular à dominação militar de territórios e populações. E com isso, obter dividendos econômicos da exploração destes territórios e populações.
Subtrair das narrativas coloniais o seu lado mais violento e desumano foi uma escolha para que não fossem perturbados esses lucrativos mecanismos de exploração. Isso é uma premissa importante porque, se a narrativa glorificadora foi uma escolha das elites portuguesas, nós, como outra parte do corpo social, podemos também escolher outras formas de nos relacionarmos com esse passado.
E o que esse livro oferece é uma base factual bem documentada e bem articulada, para que a gente possa fazer a nossa escolha. E nos oferece ainda uma leitura que identifica e interpreta os efeitos que aquela velha escolha “oficial” de relacionamento com o passado teve, e tem, na sociedade portuguesa ao longo do século XX e XXI.
Esses efeitos são muito nocivos, atrasam o nosso desenvolvimento civilizacional, e precisam ser revertidos urgentemente. Que efeitos são esses? Eu vou falar aqui sobre três que eu considero os mais graves:
1- A aceitação do discurso de que a colonização portuguesa foi benevolente por se propôr a “civilizar” os povos colonizados, parte do pressuposto profundamente problemático, de que tais povos são primitivos, inferiores, em comparação com o referencial europeu, tomado como o ideal universal de sociedade. A cristalização dessa visão racista e eurocêntrica, tomada como único ponto de vista possível, tem uma consequência óbvia: sustenta o racismo. Compõe um sistema de crenças racista. Leva a resultados como o da pesquisa da European Social Survey, aliás citado no livro, que em 2020 constatou que 62% dos portugueses acredita em algum tipo de superioridade racial, o que é um dos níveis mais altos da Europa. A insistência nesse tipo de discurso paternalista que louva o empreendimento colonialista como um caminho para o desenvolvimento dos povos colonizados nos torna absolutamente insensíveis para com a realidade vista do ponto de vista contrário. De experimentar pensar fora do lugar lusocêntrico, eurocêntrico; de retirar-se do centro da discussão. Ou seja, e isso é o efeito mais grave, nos incapacita para a empatia.
2- Ainda na mesma esteira, ao assumir como verdade a tese lusotropicalista (adotada pelo salazarismo, mas que sobreviveu largamente a ele, e está aí até hoje), de que existiu um colonialismo muito próprio de Portugal, que foi brando, generoso, vocacionado para a interculturalidade e para a miscigenação, e portanto teoricamente incompatível com o racismo, nós perdemos um elemento fundamental de compreensão das desigualdades do presente. Porque, ao adotar a lógica lusotropicalista, todo caso de racismo torna-se um desvio, um incidente pontual, que necessita apenas de um ajuste pontual, e nunca de uma intervenção estrutural. Eu ouvi, este ano, em 2023, num podcast de um grande grupo de comunicação nacional, que tem jornal, revista, rádio, um grupo de historiadores dizerem consensualmente que o racismo em Portugal não passa de um “epifenômeno”. Ainda esse ano, também, em fevereiro, nós ouvimos uma ministra do governo (ministra adjunta e dos Assuntos Parlamentares, Ana Catarina Mendes) dizer com todas as letras, que “o racismo não é um problema estrutural em Portugal”. E aí o efeito é muito simples, se não conseguimos enxergar o racismo em sua dimensão estrutural, estamos incapacitados de combatê-lo devidamente. Não se combate aquilo que não se vê.
3- Por fim, o efeito mais delicado de todos. Um vez que entram para o senso comum o imaginário heróico de um “Império mítico”, dos “Descobrimentos” como o “facto capital” da história de Portugal (e isso são palavras de Mário Soares, relembradas pelo Miguel no livro), e da suposta vocação portuguesa para uma colonização benigna, elas passam a ser um elemento estruturante da auto-representação de cada português e cada portuguesa, porque o pertencimento local, o pertencimento a uma idéia de nação é um alicerce poderosíssimo na construção das nossas identidades individuais. E a partir daí, a cada vez que nós questionarmos aquele imaginário, expondo as partes da história omitidas pela narrativa puramente glorificadora, é inevitável que muitos acabem se sentindo pessoalmente atacados. Atacados na sua própria auto-representação pessoal. E em seguida, como é lógico, se defendem. Defendem esse imaginário como se defendessem a própria honra. O nacionalismo naturaliza-se como único terreno possível para se pensar a questão, e, consequentemente inviabiliza qualquer conversa cuja conclusão não seja a proteção daquele imaginário patriótico. Isso simplesmente nos incapacita, como sociedade, de travar um debate real e maduro sobre o assunto. E sem debate, ficamos também incapacitados para a transformação.
Conclusão: se nos tornamos incapacitados de sentir empatia, incapacitados de enxergar esse problema de forma sistemática e estrutural, e até incapacitados de ter uma conversa produtiva sobre a origem desse problema… Estamos bem fodidos.
Daí a importância desse livro. Aqui se identificam as evidências de que Portugal efetivamente fez uma escolha relativamente à forma como representa o seu passado. Depois há aqui uma análise rigorosa, mas em linguagem acessível, e com riqueza de exemplos, sobre como, onde e quando se deram momentos chave de reiteração dessa escolha por parte seja das autoridades de estado, seja da intelectualidade formadora de opinião. E finalmente, também está aqui narrado como se deu também a disputa por narrativas alternativas, desde o 25 de Abril e que está até hoje em curso. O próprio livro se insere como um elemento valioso nessa disputa.
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