#cinza da noite
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Estranhos pensamentos pela manhã
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hora do tchau - wooseok
"A hora de dar tchau era o pesadelo de Wooseok, por isso, naquela noite, ele decidiu acabar com aquilo."
Não era a primeira vez que se via naquela posição. Estava em frente a porta do apartamento de seu namorado e vizinho, logo após mais um convite para jantar ali. Levava uma sobremesa em mãos, por isso não foi entrando como geralmente faz, apenas deu três chutinhos na porta e esperou o mais velho atender.
"Já ia perguntar quem era, não é costume seu esperar eu abrir." Wooseok te recebeu com essas palavras, tirando a travessa de suas mãos e se curvando para deixar um beijo em seus lábios. "Tava com saudade."
"Eu também." Adentrou a casa e retirou os chinelos que utilizava. "Lá em casa tá um forno de tão quente."
"Por isso essa roupinha?" Wooseok te olhou de cima a baixo, fazendo você se sentir tímida por alguns segundos.
Você vestia um blusa cinza de alça fina e uns shorts surrados de um pijama qualquer, estava confortável demais em seu apartamento, mas se sentia pequena na presença de seu namorado.
"Se ficar com frio me fala..." Wooseok passou por você com dois pratos na mão, se curvando momentaneamente para falar em seu ouvido. "...eu te esquento."
"Wooseok!" Deu um tapinha nas costas dele, o vendo voltar a fazer o caminha da mesa.
"Eu só falei a verdade, amor. Você sabe que eu tenho muitos casacos e cobertores aqui em casa."
"E eu sei também que você não se referia a cobertores ou casacos." Se sentou na cadeira e o olhou fazer o mesmo.
"Você é tão inteligente." Sorriu ladino e indicou que você poderia começar a comer.
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"E eu acho ainda mais impressionante eles se prestarem a fazer um personagem assim." Wooseok disse enquanto pegava um pedaço da torta que você trouxe.
"Mas tem gente que gosta do filme."
"Essas pessoas morreram por dentro."
Estavam descansando no sofá da sala de Wooseok após a janta, saboreando a torta juntos. Você estava com as pernas sobre o colo de Wooseok, seu tronco apoiado nas almofadas do sofá, tendo seu corpo quase que encurralado pelo corpo grande do seu namorado.
Adorava momentos como aquele, ainda mais aquele carinho gostoso que ele deixava em sua perna, subindo e descendo a mão como bem entendesse, beijinhos em seu pescoço e bochecha em momentos aleatórios, como se te lembrasse que ele estava ali.
"Amor, que horas são?" Perguntou para ele, ainda na mesma posição de antes.
"23h, por que?"
"Hora de dar tchau."
Mesmo que vocês dois fossem maiores de idade e muito bem vividos a essa ponto, tinham uma regra de anos, até mesmo depois de você ter sua própria casa. Assim que desse 23h, você teria que estar deitada em sua cama.
Essa era una regra que seus pais te deram quando apresentou Wooseok, e infelizmente a mantinham até hoje.
'23h você me liga e nos falamos, lembre da hora de dar tchau.' Era o que sua mãe dizia, bem conservadora, certo?
"Sério?" Wooseok te prendeu assim que você tentou sair se cima dele. "A gente não pode esquecer um pouco mais não? Ficar mais um pouquinho juntinhos..."
"E ver a cara de decepcionados dos meus pais?" Tentou se levantar, agora tendo sucesso. Ajeitou sua roupa e foi procurar seus sapatos. "Amanhã a gente se fala, Seokie." Foi abrir a porta, sendo impedida por Wooseok fechando a mesma novamente, impedindo você de sair.
"A gente não pode esquecer essa regra só hoje?" Wooseok te virou, deixando você encostada na porta. "Qual é, princesa. Seus pais não estão aqui e, pra ser sincero, eu tô louco pra dormir agarradinho com você." Se curvou o suficiente para te encarar olho no olho e deixar um sorrisinho tomar conta dos lábios. "Ela não vai descobrir, fala que você dormiu mais cedo e esqueceu de ligar."
"Wooseok..."
"Eu não vou te morder, prometo." Olhou para ele e, mesmo querendo que ele fizesse alguma coisa, concordou e deixou-se ser levada até o sofá novamente, agora sendo colocada deitada sobre o corpo de Wooseok, sentindo a mão dele entrar por baixo de sua camisa, fazendo você sentir um arrepio por todo seu corpo. "Tudo bem fazer isso?"
"Uhum..." Respirou fundo e sentiu Wooseok acariciar ainda mais a região. "E Wooseok..."
"Uhm?"
"Pode me morder...quer dizer, eu vou dormir aqui de qualquer jeito, não vou?" Wooseok levantou seu rosto do peito dele e beijou com certa dificuldade seu lábios.
"Vamo pro quarto."
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𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖ 𐙚 ⌜𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: swann!namoradinho, diferença de idade, cigarro, perda de virgindade, romântico pq eu tô melancólica, tensão, yearning, corruption kink, masturbação fem + fingering + oral, breast/nipple play, dirty talk, creampie, aftercare, sexo sem proteção (se protejam!). Não revisei, pode conter alguns errinhos de digitação! ⁞ ♡ ̆̈ ꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱para o querido anon que me mandou a ask<3 ─ Ꮺ!
.⸙ NÃO É COMO SE FOSSE ALGO PROIBIDO, já conversaram sobre isso. É só que... ainda não fizeram.
Você confia nele, estão juntos a quase dois anos. Ele cuida mais do seu apartamento do que do dele próprio, passando para aguar as plantinhas pra ti, ou alimentar o seu gatinho. Te envia mensagens de manhãzinha, quando você acorda, pra desejar um dia bom, e quer saber tudo que aconteceu à noite, antes de dormir. Não falta nada demais nesse relacionamento, se tiver de ser sincero. 𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 não deseja por mais nada do que você não possa oferecer.
A questão é que você quer. Sempre quis, mas as suas inseguranças às vezes parecem que vão te consumir. Sabe que é amada, não há espaço para dúvidas, só que o corpo congela, a barriga revira e aí desiste na metade do caminho até o homem grisalho sentado no sofá da sua sala assistindo um programa de tv de auditório. É bem mais simples dizer as coisas pra ele do que demonstrar pelas ações. Já o disse, eu queria transar com você, sem vergonha nenhuma, durante o café da manhã. Ele entende, já se passa pela cabeça as milhares de dúvidas ou expectativas que você possa ter, e sorri, contido, entornando um gole da xícara.
O excesso das cinzas do cigarro são descartadas no ar, pela janela do seu quarto. A fumaça sobrepõe momentaneamente o azul da tarde ensolarada, e o único tom que sobrevive, vívido, nesses breves segundos são os das íris oceano límpido focadas em folhear as páginas manchadas pelo tempo no exemplar antigo de Camus. Traz para ti, mostra, “esse é em francês”, diz, “bom pra você treinar.”
Você analisa o livro, cheira. “Vou guardar”, e o deixa na prateleira junto dos outros de filosofia.
𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 permanece ao seu lado, observando os movimentos das suas mãos entre os livros. Apoia de leve o queixo no seu pescoço. Agora que a sua vizinha vai se mudar, ficou para ti de presente três caixas lotadas de obras de diferentes gêneros e idiomas que ela tinha armazenada na biblioteca invejável. “Era pra você escolher alguns”, te olha, rindo, “mas você tá ficando com todos.”
A sua resposta é arquear os ombros, como quem se abstém da culpa, são todos muito bons, se defendendo. E ele ri mais, com os dentinhos pequenos à mostra. Chega com o rosto mais perto da sua pele, a pontinha do nariz resvala no seu pescoço só para causar cócegas e te fazer sobressair, fechando a região no ombro. Uhum, espertinha.
Ele traga novamente, mas te oferece o pito, o qual você faz que não, mais focada no próximo exemplar que vai buscar na caixa. Escuta os passos do chinelo dele no assoalho, se afastando até a janela outra vez para assoprar a fumaça. De costas, perde a visão, porém, do jeito que o cotovelo dele descansa no parapeito, os fios acinzentados recaindo na testa, enquanto te olha. Corre o polegar pelo lábio inferior, a extremidade do cigarro queimando entre os dedos, pensa.
“A gente podia dar uma pausa”, sugere então.
“Mas a gente acabou de começar...”
Ele desvia o olhar, sorrindo consigo mesmo do seu tom desanimado. “Os livros não vão sair correndo”, traga pela última vez antes de jogar a bituca pela janela.
“Eu sei”, você responde, “mas vai que você rouba.”
“Eu?”, aponta pra si próprio, teatral, ao fazer o caminho em linha reta de volta pra ti. “Vou trazer pra você segunda-feira, tá?”, começa a se justificar, articulando com uma mão ao passo que a outra precisa envolver a sua cintura, “é que eu não terminei de ler...”, você faz que sim, igualmente atriz, expressiva, sim, claro, entendo. “Eu não sou uma pessoa que fica com as coisas dos outros, não”, ele prossegue, sem corresponder ao seu contato visual porque faz parte da performance, “tipo uma certa mocinha que pegou o meu perfume e não quer me devolver.”
Você não contém o sorriso, cada vez maior a cada palavra que escuta. Não quer nem se defender, mas o corpo responder involuntariamente ao roçar do nariz dele pelo seu pescoço.
Cambaleando para trás, até os pés bêbados serem parados pela parede do quarto. Encolhe-se, tenta empurrá-lo, só que as gargalhadas doces te assaltam toda a força de vontade, como se os músculos ficassem molinhos, molinhos. Então, só pode respirar fundo para aliviar a barriga doída de tanto contrair-se quando ele ergue o rosto de novo. Os cabelinhos grisalhos estão atrapalhados, a pele do rosto aparenta mais vermelhinha depois de esfregar-se na sua, mesmo os pelos do sobrolho estão bagunçados.
Aos poucos o seu riso cessa, embora um sorrisinho pequeno ainda resista nos seus lábios. Se olham. E ele arregala as pálpebras, bobo, apenas para gerar outro risinho, e cola a testa na sua. Fecham os olhos.
É incrível. Sente a ressaca da fragrância francesa ecoando da sua pele, banhando o nariz dele feito as ondas do mar. Preenchendo e embriagando. Dá vontade de te manter ainda mais perto — abraçar com força, tombar para a cama e grudar a boca no seu ombro. Esticar a língua, lamber de levinho, depois resvalar os dentes, mais leve ainda pra não te escutar reclamando.
Mas, além de tudo isso, podia fazer muito mais.
Quando levanta o queixo, você faz o mesmo, no autom��tico, pronta para encará-lo outra vez. Entretanto, o pedido vem num sussurro, fecha os olhos.
E você não contraria, silenciosa. O frio na barriga de não saber o que ele vai fazer é o que te causa um sorriso de canto, suave.
Ali, na bordinha, onde a pele se enruga no repuxe dos lábios é o exato mesmo lugar que recebe o carinho dos lábios finos.
A respiração alheia chega quente, mas calma. Ao não sentir mais o vapor, te arde a falta, a vontade de mais, mais proximidade, a qual, por sorte, não te abandona por muito tempo. Na maça do rosto, do lado oposto, a calor masculino te atinge primeiro que o toque dos lábios uma vez mais. Tão mélico, tão amável. 𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 tem um jeito de amar que às vezes parece assustadoramente delicado.
Você ri, soprado.
Tenta abrir as pálpebras novamente, porém é impedida pela sombra que a palma da mão dele forma por cima das suas vistas, sussurrando “não, olhos fechados.”
Agora, sente o nariz encostando no seu. Casualmente, apenas por estar com o rosto pertinho assim. Desce os dedos pelo lado da sua face, como quem desenha as curvas no papel, e contorna até o queixo. Acaricia com o polegar.
E se afunda mais abaixo, não para. Porque você acaba tombando a cabeça pra trás, os dedos magros tem ainda mais adoração para escorrer do ossinho do queixo até o da clavícula. Mas, aí, quando aporta ali, não cai mais, prefere tomar a esquerda para deslizar até a extremidade do seu ombro, arrastando pelo percurso a alcinha fina da sua blusa.
Se abre um caminho perigoso diante do francês, a possibilidade tentadora de afogar a face na curva confortável do seu pescoço. Ele se inclina, se debruça, se esconde. Aspira.
Você arrepia.
Parece que o tempo para, essa é a impressão. É impossível pra mente dele calcular quantos segundos, minutos ou horas passou dessa forma, tão pertinho que pode escutar o seu coração batendo no seu ombro. E quando, por fim, tem de se separar, o flagrante dos seus olhinhos ainda fechados é de comover qualquer um. Bonitinho. Inofensivo. Por isso, num certo instante, até se sente mal por ter pensando em dezenas de cenários obscenos nesse espaço de tempo entre vir da janela e chegar até aqui.
Olha os seus lábios repartidos. Solitários. Convidativos.
Não resiste, pega no seu pescoço, te devora a boca. O encaixe perfeito de mais um dos milhares de beijos que já trocaram ao longos desses meses juntos. Nunca é dente com dente, ou saliva demais, 𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 sabe o que faz, e você sabe como recebê-lo. Gosta do amargo do café que ele toma, do cigarro que fuma. Do som molhado, o estalar dos lábios em movimento. Quando a língua dele empurra a sua, até mesmo no desencontro delas porque ele sorri entre os ângulos e faz hora com a boca entreaberta para voltar a te beijar.
Te alucina de tal forma que o seu corpo verga na direção do dele, bambo, incapaz de fugir do que viveu até agora, à medida que é abandonada pelo ósculo.
Passa a mão pelo rosto, se recompõe. Um sorriso vem surgindo na face, tola, retraída. Olha pra ele — os lábios inchados, vermelhos, como se o tivesse beijado de batom. Diferente de ti, o homem não se intimida, o que é muito bom, pois de inibida já basta você. E é justamente essa bravura masculina que você anseia. Anseia. Desesperadoramente quer que ele atinge o ápice da coragem e te tome nos braços, que te deite na cama, que toque o seu corpo para além do que já tocou. Que preencha, recheie. Precisa que a atitude parta dele, porque de ti não vai partir, e vocês vão ficar assim, incessantemente ansiando. Ansiando.
𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 cobiça também. Tanto que se martiriza, que dói, lateja dentro das calças e faz o sangue ferver. Como pode nutrir tanto desejo por algo que não lhe parece concedido mas já é seu?
Sorri.
“Vem cá”, conduz, segurando na sua mão pra te levar pra cama. Os livros são empurrados pro canto, abre-se espaço para que possa te deitar sobre o colchão e se colocar por cima. “Escuta”, murmura, “eu preciso muito, muito foder você, senão eu vou ficar louco... e eu já tenho idade pra ficar caduco”, o tom de cautela da piadinha te arranca um risinho, e enquanto você distrai a mente rindo, desviando o olhar pra outro canto do quarto, as mãos ágeis do francês aproveitam para desabotoar o seu short e te despir da cintura pra baixo. A sobriedade da situação só te retorna quando sente o meio das pernas tão quente em contato com a temperatura ambiente.
Os músculos travam, as unhas cravadas na coberta vermelha que decora a cama. Nem mesmo pisca direito, apenas o encarando de volta, assistindo o torso masculino se livrando da camisa. Já o viu seminu antes, e já o deixou te ver da mesma forma, cotidianos, ao trocarem de roupa juntos de manhã para o trabalho. Mas dessa vez, aqui, é diferente, sabe?
Os seus olhos até então estáticos, levemente esbugalhados, acompanham o indicador dele ser apontado no ar, à sua frente. Desce o olhar junto com o dedo que cai da altura das suas vistas pro seu busto, e depois sobe de tudo, te levando a tombar a cabeça pra trás, rindo. Ele está brincando contigo, e obtém sucesso ao te fazer rir mais uma vez. Se aproveitando da leveza que toma conta da sua alma para chupar a ponta de dois dos próprios dedos da mão e levá-los até entre as suas pernas.
Você estremece com o carinho, a maneira certinha com que chega ao seu pontinho. Suspira, boquiaberta, a atenção sendo roubada para o braço esticado no meio até o meia das suas coxas. “Ei, aqui, chérie”, o escuta murmurar ao pé do seu ouvido. Beija a sua bochecha, “olha pra mim”, pede, e você obedece. Vê as pupilas dilatadas, o brilho cheio de ternura, mas também banhado de tesão. Não foge da mirada nem quando sente a pontinha dos dedos se colocando pra dentro.
𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 beija os seus lábios, e escorrega a boca pelo seu queixo, pelo seu pescoço. Desliza pelo tecido leve da blusa, entre os biquinhos rijos apontando por baixo, até chega no seu ventre. Se demora um pouco mais ali, porque os dedos já fazem um bom trabalho em te ocupar inteirinha, indo fundo pra acariciar um lugarzinho doce lá dentro. Os estalar dos beijos na sua pele se mistura à umidade sonora de cada investida entre as suas pernas. Está cada vez mais molhada que você mesma considera patético da sua parte.
Porra, eu preciso tanto te chupar, ele sussurra mais para si mesmo, bêbado de vontade. E quando é a boca que está sugando o seu clitóris, caramba... o seu corpo espasma, os pezinhos empurrando contra o colchão, as costas se levantando, o ar enchendo os pulmões para sair barulhento, com dificuldade. “Tudo bem?”, o homem pergunta, de lábios meladinhos, com um sorriso tão sacana que é impossível para ti conter o riso.
E ele mantém tudo espontâneo, rotineiro. Está como rosto afundado em ti, até mesmo a ponta do nariz circulando a tua areazinha sensível, mas te perguntando se vai mesmo se desfazer daquele exemplar amarelado que deixou no canto da mesinha do quarto, ou se pode levar pra casa com ele. O genuíno da conversa te alucina, a vontade é de agarrá-lo pelos cabelos, por ódio, e deixar que ele te coma mais e mais, por desejo. Sabe que o mais velho está fazendo de tudo para te deixar confortável, te fazer esquecer das dúvidas que sempre te assolam. E funciona. Swann, você chama, baixinho, entre suspiros e os olhos fechados. “Diz”, ele ecoa de volta, murmurando contra o seu sexo babadinho, “o que foi, hm? Vai gozar na minha boca?”
A pergunta suja é o que te faltava de estímulo pra se derreter inteira. Dá a ele cada gotinha, se revira de prazer a cada lambida obscena que ganha. Aí, com os músculos latejando, o peito queimando, já não tem muita consciência do acanho, é facilmente moldada sobre a cama, bobinha, só se dá conta de que ele está completamente nu quando é sentada no colo masculino.
Se esfrega um pouquinho sobre as bolas, devagarzinho. Os olhos captam a cena erótica da cabecinha meladinha manchando o abdômen do francês, só que logo é obrigada a encará-lo quando a mão alheia toma conta da sua nuca, os dedos enroscam nos seus fios. “Vou deixar você comandar, okay?”, 𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 conta, com um sorriso, ao que você sorri mais, agora mais soltinha, nossa, que bondade a sua. “Eu tô sendo muito bom”, ele embarca na brincadeira. A mão na sua nuca escorrega pelo canto para que os dedos se abram ao redor do seu pescoço, “poderia te deitar nessa cama e eu mesmo te foder. Você ficaria linda de quatro pra mim, sabia?”
“Uhum, querido, merci beaucoup.”
E ele ri, te chama baixinho boba, acertando um tapinha leve na sua bochecha como quem só quer mesmo é implicar. “Vai, me coloca aí dentro.”
É uma sensação conflituosa. Embora bem molhadinha, o desconforto que te preenche no deslize te faz duvidar de que vai chegar até o fim. Mas quando as suas coxas descansam nas dele, completamente cheia, surpreende a si mesma. Daí, as paredes do seu interior se retesam mais, reclamam, porque arde um pouquinho, empalada. Porém não o tiraria de dentro, nem por um centímetro... Viu? O conflito.
Ele suspende a sua blusa, te deixa usá-lo da cintura pra baixo pois pretende se perder da sua cintura pra cima. As mãos embalam os seus seios, massageiam, os olhos azuis tão perdidos neles que parece hipnotizado. Você até se esquece de que pode quicar, subindo e descendo, se abala com a boca chupando o biquinho e só rebola, lento, sensual. Mas ninguém aqui tá com pressa, né? Por que mais que 𝑺𝒘𝒂𝒏𝒏 esteja explodindo por dentro, absurdamente louco pra te lotar de porra, vai deixar que você controle, que drene no seu tempinho tudo que ele tem pra te oferecer.
E ao finalmente conseguir te encher, poxa, juram, isso pode vir a se tornar um vício. Você se sente quentinha por dentro, as gotinhas escorrendo pelo interior das coxas ao erguer o quadril e liberá-lo.
Desmonta sobre o colchão, exausta. Não quer mover um músculo, só resmunga positivamente quando ele te pergunta se está com fome. Escuta o barulho dos passos no assoalho, da panela na cozinha, mas só senta-se na cama ao receber o sanduíche e o copo de suco nas mãos.
Ele apoia o joelho no colchão, já está vestindo a bermuda, embora o cinto e os botões permaneçam desfeitos, bagunçados. Te olha. “E aí?”, quer saber.
Você não aguenta o sorriso, tímida. “Tudo bem”, e ele sorri junto, tudo bem, hm?, repetindo a sua fala, apertando a sua bochecha.
“Quer tomar um banhozinho comigo?”, te pergunta.
“Depois.”
“Depois?”
“Uhum.”
“Muito cansada agora, meu amor?”, acaricia o cantinho do seu rosto, terno, “quer ficar deitadinha comigo, então? Hm? O que você quiser eu quero...”
Você encolhe os ombros, fazendo manha. “Não, é que...”, não para de sorri, “queria saber se o meu velho do INSS já tá bom pra me foder de novo, ou eu preciso esperar mais... Ah, Swann!”, nem consegue terminar a própria piadinha. Ele pega as coisas da sua mão, deixa na mesinha de cabeceira e parte pra cima de ti, te imobilizando num abraço de urso, distribuindo mordidinhas, chupões. Sabia que você ia virar uma putinha depois que fodesse comigo, sussurra no seu ouvido, a voz soando rouquinha, mas tudo bem, eu gosto de você assim também. Vou te foder quantas vezes precisar, okay?
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e chega camila creads na aks da cherryzita aos 45 do segundo tempo pedindo pra ela falar sobre fernando grisalho. por favor é uma questão de saúde pública 💔

eu te odeio tanto pqp no meu momento mais frágil vc me manda um fernando grisalho e eu vou usar AQUILO que a gnt conversou contra vc o feitiço voltou contra a grande feiticeira
fernando!namoradinho que te conhece em um café que vocês frequentavam todos os dias e depois de um tempo tomou atitude, então foi puxando uma conversa rápida enquanto a fila estava enorme e você se surpreendeu muito que ele era extremamente gentil e ria de qualquer coisa apesar de sempre estar com uma cara fechada. Você já tinha notado ele antes - impossível não notar - e ficava intimidada com o jeito fechado do argentino, era ainda mais delicioso ele ser um homem com uma aparência tão séria e ser um amor de pessoa por baixo de tudo isso. Quando se separam ele cria coragem e pede seu número, depois disso vocês se falam quase todo dia por mensagem até ele te convidar para um primeiro encontro oficial. Ele é super dedicado em te deixar confortável e feliz, sempre te leva aos lugares mais românticos da cidade até já te levou em um passeio de barco em que ele fazia tudo e você só ficava conversando e lanchando. Não demora para tornarem o relacionamento mais sério, fernando não perde tempo em te tornar a namorada dele e ambos estavam vivendo um sonho com a relação que com certeza duraria muito.
fernando!namoradinho que fica receoso para engatar em um romance contigo. Pela sua aparência já sabia que você era mais nova que ele, só que na verdade você era ainda mais jovem, nem tinha terminado a universidade ainda e as vezes o que você fala buga a cabeça dele até você explicar o significado e ele ficar todos fofolete envergonhado. Por trás de toda essa hesitação, o Fernando tem um tesão gigantesco na diferença de idade de vocês, porque adora ser o homem que te ensina as coisas e te dá as primeiras experiências, além de saber que você também adorava que ele fosse mais velho. Quando vocês ficam deitadinhos, você sempre fica quietinha penteando os cabelos longos e amando ver alguns fios brancos em contraste com os fios escuros, o rosto maduro te deixa sem ar e junto com as madeixas cinza você ficava ainda mais encantada. Fernando não era um homem inseguro, mas as vezes temia que você iria querer alguém mais jovem para te acompanhar.
fernando!namoradinho que na primeira vez que você foi para a casa dele passar a noite, te tratou como uma princesa (como sempre) e você se sentia em casa a todo momento. No fim da noite, você com um tesão insano acumulado de tanto ver esse homem sendo incrível e carinhoso, então na hora que vocês estão assistindo um filme abraçadinhos de lado, começa a passar a sua mão pela coxa musculosa do fernando e grudar mais seu corpo no torso dele, escuta ele respirar fundo tentando focar no filme e não nas suas mãos ousadas alisando ele. Impaciente, levanta a cabeça e fernando abaixa a dele para te encarar com olhos severos, mas você ignora e só pede baixinho para ele: "quero um beijinho, fer", e como não conseguia te negar nada, segura seu pescoço e une seus lábios em um beijo lento, você sorri no beijo e depois desliza sua língua para brincar com a dele e sobe as mãos para tocar os cabelos longos o que faz fernando grunhir e passear as mãos grandes pela sua coluna, afangando sua pele e cabelos com ternura. Rapidamente, você escala o corpo alto e se posiciona no colo do seu namorado, entrelaçando os braços ao redor do pescoço dele e gemendo no beijo que ficava mais intenso. Fernando sente o nervosismo crescer junto com a ereção, ele não queria acelerar as coisas entre vocês e muito menos te assustar, então tenta desacelar o beijo para apenas alguns selinhos, mas ficava difícil com os seus miadinhos e carinhos no cabelo dele, por isso segura sua cintura, parando os movimentos do seu quadril que se esfregava de vez em quando nele e separa seus lábios com um estalo molhado. Você choraminga e encara os olhos escuros dele com uma expressão tristonha que deixa um aperto no coração do Fernando, mas seria só isso por enquanto e não importava a sua insistência, ele já tinha decidido. Por isso, beija sua testa e acaricia sua bochecha com o polegar dizendo para irem dormir e descansar um pouco. Quando você dormiu pouco tempo depois de deitarem, fernando ainda estava inquieto e foi ao banheiro se masturbar porque não aguentaria mais um segundo com o pau duro latejando pra gozar, quando o líquido branco vazou na mão dele após míseros dois minutos punhetando o comprimento fernando se sentiu meio mal em fazer isso, vai que você nem pensava assim nele e ele ia lá e se tocava pensando em ti. Ao longo do tempo, vocês ficavam meio que só nisso, alguns beijinhos e mãos bobas, mas quando chegava na hora de fazer algo mais, Fernando sempre parava o que começou a te deixar meio insegura e frustrada, porque até quando queria um mísero dry humping Fernando te interrompe e você até começou a ficar emburradinha pro lado dele. Ele sempre ia lá e te aconchegava nos braços dele dizendo que queria ir com calma e te elogiava até você voltar a ficar dengosinha no colo dele. Se o seu desespero era grande, o de Fernando era maior ainda, toda vez era uma luta para não pressionar o pau no calor da sua buceta ou tirar toda sua roupa e te foder em uma rapidinha.
fernando!namoradinho que só depois de dois meses de namoro cedeu à tentação em um dia após voltarem de uma festa e ter um crise de ciúmes ao te ver interagir com um amigo mais novo. Você tinha ido vestida com uma saia minúscula exibindo suas pernas e com um top que não deixava nada para a imaginação, Fernando até se permitia te alisar mais, sempre segurando sua cintura ou com a mão na sua coxa exposta e você o provocava mais que o normal, mas claro que nem tudo são flores e você atraia muitos olhares ainda mais que a festa era de um amigo dele então muitas pessoas não te conheciam, além disso pela óbvia diferença de idade não achavam que você estaria com ele. Depois de te chamar para ir embora em um tom severo que nunca tinha escutado direcionado a você, sentia seu corpo se arrepiar com os os olhos castanhos possessivos o caminho inteiro até o apartamento dele. Quando chegam ele nem deixa você passar direito pela porta e te pressiona contra a madeira, segurando seu pescoço com força te forçando a manter o contato visual para sussurra entredentes se você estava feliz em ser tratada em igual uma vadiazinha mimada, em seguida te dá um beijo como nunca antes, praticamente dominando seus lábios e língua. Ele não perde tempo e sobe sua saia até expor sua calcinha branca de renda que já estava arruinada de tão encharcada, fernando segura sua intimidade por cima da roupa, grunhindo com o calor, depois passando um dedo pela sua fendinha, você gemia e se contorcia enquanto ele massageava seu pontinho inchado. Como você nem conseguia mais o beijar direito, Fernando desce mordidas pelo seu pescoço marcando a pele sensível, você fica as unhas nos ombros largos gemendo o nome dele quando o moreno afasta sua calcinha para o lado e enfia dois dedos de uma vez no seu buraquinho molhado, te fodendo rapidamente sem dó. Você nem sabia o que fazer com tantos estímulos, já se sentia tão perto de gozar, suas paredes se contraindo ao redor dos dígitos que se curvavam para atingir o seu ponto g, você grita ofegante quando o polegar dele pressiona o seu clitóris e ele se aproxima mais ainda para sussurrar no seu ouvido que só ele podia te tocar assim, que a sua bucetinha só ficava desesperada por ele e depois te manda gozar para ele o que você obedece na hora, jorrando líquidos pelo pulso dele e apertando os dedos que não pararam de te penetrar até a última contração.
fernando!namoradinho que deixa você se recuperar um pouco para então te carregar em direção ao sofá onde ele te deita de costas e deita em cima do seu corpo desfazendo os botões da calça. Seus olhos se arregalam quando vêm a grossura do pau grande, pensando que com certeza você estaria andado toda torta amanhã e por outro lado também pensava como queria chupa-lo até ele encher sua boca de porra. Fernando nota seu nervosismo e expressão bobinha pela pica dele, voltando a se aproximar do seu rosto para deixar selinhos em toda parte, enquanto isso afastava novamente sua roupa íntima e esfregava o pau na sua bucetinha melecada de um orgasmo. Você gemia manhosa pedindo para ele ir logo que queria ele te arrombando, Fernando sorri arrogante sabendo que toda essa graça acabaria no momento que ele começasse a te foder de verdade, por isso posiciona a cabecinha na sua entradinha, tirando e botando para te ver mais desesperada até levar as mãos a sua cintura e te empurrar em direção ao membro. Você agarra o sofá com uma mão e o cabelo dele com a outra, admirando a mechinha cinza que ficava evidente na luz do ambiente, apesar de estar com a mente nublada por prazer só conseguia pensar como ele era lindo. Fernando inicia um ritmo constante de estocadas profundas, segurando sua cintura e observando seu corpo se remexer com os impulsos do quadril dele, os gemidos saiam livremente da sua boca enquanto Fernando mordia os lábios para conter os dele. Sua buceta pulsava a cada investida, o pau dele tocava cada pontinho sensível e te alargava deliciosamente, além disso a virilha dele se chocava na sua estimulando seu clitóris cada vez que ele enfiava tudo. Seu segundo orgasmo já se aproximava e querendo ver ele gozar junto com você, desce as alças da sua blusa com fernando acompanhando cada movimento seu com a boca entreaberta, quando seus seios são expostos começa a massagear e apertar os biquinhos dando um showzinho para ele, o ritmo que ele te fodia passou a ficar desengonçado cada vez que você gemia e espremia seus peitos um contra o outro. Fernando não fica satisfeito com a sua provocação e segura suas bochechas com uma mão apertando com força, em seguida cospe na sua boca aberta e depois dá um tapa estalado no seu rosto te mandando engolir. Ele não aguenta muito tempo e depois te manda apertar o pau dele com a sua bucetinha gostosa conforme jorra os jatos quentes de porra dentro do seu canalzinho. Depois de um tempo, vocês estavam recuperando o fôlego com Fernando deitado nos seus seios e ele sentia um desespero bater por ter perdido o controle tão fácil, o que você nota, pois apesar de ser um homem quietinho sabia reconhecer quando ele estava melancólico. Então pega o rostinho dele forçando-o a te encarar e pergunta baixinho o que foi e ele te demora para responder antes de te pedir desculpas, o que você não entende e ele te diz que justamente por isso que vocês deveriam esperar junto com muita baboseira de arrependimento e cuidados que você não ligava, porque tinha amado o jeito que Fernando tinha te tratado e faz questão de tranquilizar ele acariciando o corpo dele. Quando fica convencido do seu bem-estar, Fernando sorri malicioso e te fala:"Mas você é um safadinha para o seu papi, né princesa?"
Fernando!namoradinho que tem um aftercare perfeito, te dá banho e é super atencioso. Depois dessa primeira vez te fodeu devagarinho no dia seguinte, queria fazer um amor lentinho dizendo o quanto te amava e como era a garota favorita dele. As vezes ele ainda ficava receoso de pegar muito pesado, mas sempre te satisfazia até suas pernas tremerem. Também é excelente na parte emocional!!! usa toda a vivência e experiência dele para te ajudar e ser seu suporte.
vamo trocar a fita glr? vamo!
fernando!maridinho que fica meio preocupadinho quando no dia do casamento alguns amigos tiram graça com a diferença de aparência de vocês - que na verdade nem era tão grande - ele com o cabelo cinza quase dominando a raiz na parte da frente e você ainda no fim dos 20 no auge da beleza. Quando você vai dançar com ele, percebe o rosto abatido, que para os outros estava sério como sempre, mas você sabia quando ele estava pensando demais. Então, abraça ele e o enche de carinho para depois perguntar o que ele tinha, fica meio assustada quando te pergunta se tinha certeza que queria casar com ele, mas Fernando logo te fala a razão das inseguranças, o que faz seu coração se apertar e depois você repetir que amava ele e não mudaria nada❤️ (old que ele não tem pique pra brincar com os filhos e fica ofegante com uma corridinha atrás das crias)
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my luv | Joshua Hong
w.c | 1k
☀️ notinha da Sun | nunca superei, nunca superarei aquele killing voice do Seventeen que o Joshua apresenta Darl+ing, sabe?? Então, eu tava vendo um vídeo de como a voz dele muda falando em coreano, inglês e cantando e coincidentemente me fizeram um pedido com ele?? (obrigada, anon!! 🙏) Escrevi a coisa mais boiolinha possível, espero que todo mundo tenha a chance de ser amado assim, eu ainda não sei como é a sensação KKKKKK Mas amo imaginar como seria, dá um friozinho bom na barriga 🥰
boa leitura, docinhos!! ♥️
— Acho que vou hiperventilar — você disse ao celular, mais precisamente para Joshua, que sorria do outro lado da linha. Agradeceu à maquiadora, e a Deus também, quando ela se afastou, levando aquele pincel fofinho para longe do seu rosto, acabando, pelo menos momentaneamente, com sua vontade de espirrar. — Josh, para de sorrir, estou falando de uma questão séria de saúde. Eu sou só uma comissária de bordo, de onde você tirou que eu poderia posar para uma loja de acessórios de grife? Vou acabar aparecendo no aeroporto com uma cara esquisita.
Você estava à beira das lágrimas, enquanto Joshua segurava o riso ao ver seu jeito ansioso e dramático demais. Na verdade, vocês se conheceram em um voo; nem era para você estar na classe executiva naquele dia, mas lá estava você. Detestava atender na área VIP, tinha um medo terrível de fazer algo errado e desagradar pessoas que poderiam, literalmente, pagar pela sua vida — por mais problemática que essa afirmação fosse, era a verdade. Você se apaixonou por Joshua à primeira vista, fosse pela beleza, fosse pela elegância dele. Sempre se sentia desajeitada ao lado dele, mas Joshua adorava o fato de você corar sempre que isso acontecia.
Vocês não se viam com frequência, mas conversavam por videochamadas que, dependendo do dia, duravam horas. Quando conseguiam se encontrar pessoalmente, Joshua sempre preparava os encontros mais inesperados e inesquecíveis. Da última vez, terminaram a noite no parquinho em frente ao seu apartamento, sentados na grama, com os joelhos se encostando. Usavam moletons cinzas iguais, cobrindo as cabeças do sereno da noite. Você descansava a cabeça no ombro dele, enquanto ele folheava um book de fotos que você tinha feito quando adolescente.
— Todo mundo achava que eu seguiria carreira de modelo depois disso — você riu, fechando os olhos para não encarar a tortura daquelas fotos. Ouviu Joshua deixar o livro de lado e tocar seu rosto, erguendo-o para te beijar de leve. — Você, que tem experiência nisso, acha que eu tenho jeito?
— Você é linda, por dentro e por fora. Claro que sim.
— Joshua, se você continuar mentindo assim, não vou mais pegar brindes dos voos para você — você brincou. Ele sorriu, segurando as mangas do moletom, já que suas mãos começavam a congelar no frio, mas seu rosto estava quente como uma caneca de chocolate. Ao esfregar o nariz esculpido no seu, você sentiu a ponta gelada roçar sua bochecha. Mesmo assim, ele manteve o rosto perto do seu, beijando seus lábios mais uma vez. Eles ainda tinham o gosto amargo da tequila que vocês haviam dividido horas antes, mas, para ele, o sabor era doce, porque você era o docinho dele.
— Tô falando sério, bobinha. Nunca mentiria para você, amor.
Depois disso, Joshua surgiu com essa ideia maluca de você posar para uma marca luxuosa, que tinha uma loja no aeroporto internacional onde você trabalhava, tanto nos voos quanto nas lojas. E lá estava você, em uma crise interna, com medo de esquecer como sorrir quando a câmera estivesse apontada para você. E se um olho ficasse maior que o outro? E se...
— Se eu te pedisse em casamento agora, você pensaria tanto quanto está maquinando esses pensamentos negativos? — Você olhou para cima, sentada em frente à penteadeira, nem percebendo que Joshua havia desligado a ligação e agora estava atrás de você, bonito e elegante como sempre. Sentiu vontade de chorar. Fazia exatos cinco meses e dez dias que vocês não se viam, não se abraçavam, não se beijavam. Como não podia atacá-lo ali, diante de todos nos bastidores, contentou-se em levantar-se e abraçá-lo fortemente, molhando a camisa dele com suas lágrimas. Meu Deus, como era possível amar alguém tanto assim?
— Se você me pedir em casamento, poderemos nos ver todos os dias pelo resto da vida? — você perguntou, erguendo a cabeça. Joshua te olhou com carinho, dando um selinho rápido e reconfortante, antes de te abraçar novamente e balançar como se estivesse ninando um bebê. Você sorriu, dando-lhe um beliscão suave.
— Senti sua falta também. Na verdade, até agora, enquanto tô te abraçando, ainda sinto sua falta. Isso é possível? — você adorava ouvi-lo falar. Ele transmitia uma estabilidade, parecia que suas palavras vinham em cursivo, com uma dicção impecável e sem pressa. Você poderia escutá-lo falar sem parar, sem nunca se cansar. Era um vício sem fim, uma música constante para seus ouvidos.
— Aparentemente, sim, porque sinto o mesmo — você respondeu, ainda presa ao suave balanço dos corpos, que Joshua conduzia. — Veio posar comigo?
— Eu sabia que você não iria relaxar, então vim dar uma ajudinha.
— Você é o elegante da relação, eu não sei fazer isso — você lamentou, chorosa. Joshua afastou uma mecha de cabelo que bloqueava sua visão, ajeitou um brilhinho sob seu olho com o mindinho e te olhou nos olhos. Sabia exatamente o que ele faria: te encorajaria, como o namorado perfeito que ele era.
— Você é minha desastrada favorita e pode fazer qualquer coisa — ele disse, dando um beijinho de esquimó, que era a mania dele. Você não podia negar que adorava. Fazia você se sentir mais que amada, fazia você se sentir apreciada, como um diamante. Aqueles gestos simples faziam seu coração se apertar no peito e bater mais rápido. Joshua transformava sua vida comum em um verdadeiro conto de fadas. — Meu amor.
— Não quero me despedir de você hoje — você sussurrou, ignorando completamente os chamados para o início da sessão de fotos. Joshua te fez abrir os olhos, segurou suas bochechas com carinho, e, com os olhos apaixonados e grandes, olhou para você preocupado. Ele não resistiu a levar embora seu batom novamente quando te beijou outra vez, suas línguas se encontrando em um gesto que poderia ser descrito como celestial.
— Não vai, meu amor. Não vai.
@sunshyni. Todos os amores reservados.
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late night with(out) you
jeon wonwoo x leitora
não há nada que você peça quase chorando — e com muito carinho — que wonwoo não faça sorrindo.
gênero: fluff
pt-br
conteúdo: leitora fem, wonwoo sendo um namorado muito apaixonadinho, fruto de uma sexta à noite
avisos: leitora sendo salva da carência excessiva pelo seu namorado jeon muito atencioso wonwoo, nada demais realmente. uso de apelidos, como sempre (nonu, bebê, amor, princesa).
contagem: ± 920 palavras
notas: feliz sexta-feira à noite. isso talvez tenha sido inspirado em algum relato dos meus colegas, mas pra mim é 100% jeon wonwoo (queria poder fazer isso justamente agora, então não há melhor momento pra postar além desse, né?). não muuuito bem revisado, mas acho que tá certinho. boa leitura <3
tinham muitos pontos negativos que te faziam querer voltar atrás, jogar o celular longe e ignorar aquela ideia, como:
era quase meia noite, muito tarde;
é sexta-feira, wonwoo estaria cansado depois de uma semana inteira de trabalho;
vocês tinham conversado um tempão assim que chegaram em casa;
era egoísta tirar o coitado de casa só por isso.
mas você queria tanto ver wonwoo. nem que fosse só pra dormir de chameguinho, ficar no colo dele enquanto ele joga algo, qualquer coisa pra suprir aquela vontade dele.
você detestava agir assim, parecia que era a namorada grudenta e exigente. porém uma semana inteira só trocando mensagens estava te torturando, te destruindo por dentro. como viver num mundinho cinza sem jeon wonwoo do seu lado só pra vê-lo ajeitando os óculos toda vez que ele escorregava? era uma tortura. e foram os argumentos que você usou no áudio que havia acabado de enviar.
wonwoo evitava demorar a te responder, gostava de te dar toda a atenção que podia. óbvio que ele também amava receber isso de você. mensagens, algum post que você viu e disse que lembrou dele, algo fofo ou que fosse fazer wonwoo rir. áudios e vídeos seus lideravam essa lista, era raro que você mandasse vídeos — todos seguramente guardados numa pastinha com seu apelido para não se misturarem com as demais mídias do app de conversas —, e seus áudios sempre eram alguns comentários aleatórios sobre algo que você estava assistindo. não que você nunca tivesse falado assim com ele, mas foi uma surpresa (positiva).
"nonu, eu tô com tanta saudade… quero te abraçar, te encher de beijinhos, sentir seu cheiro, ver como você fica tão lindo quando chega assim pertinho de mim e tira o óculos pra me beijar. num aguento mais, até jogar uma rankeada de qualquer coisa eu to aceitando. só quero você"
nem precisava de tanto pra convencer wonwoo, ele já estava de pé em busca de uma roupa pra sair de casa assim que você terminou a palavra "saudade", porém continuou ouvindo você reclamar toda manhosa e quis ser capaz de se teletransportar e chegar bem na sua frente naquele momento. mas o melhor que podia fazer era pegar o carro e atravessar os três bairros que separavam seus apartamentos pra te ver, com tanta urgência quanto você.
não é que ele não tenha sentido sua falta antes, só que wonwoo jamais iria te pressionar depois de um dia exaustivo, sabendo que às vezes tudo o que você quer é um tempinho sem ter que lidar com qualquer ser humano. ele respeitava seu espaço e não tinha ideia de que ficar uma semana longe também poderia surtir todos aqueles efeitos em ti. os últimos meses têm sido sobre descobrir coisinhas novas um sobre o outro, sempre se surpreendendo com coisas que deixaram passar durante o tempo que foram só amigos.
você ficou meio tristinha quando, mesmo após seu áudio ter sido dado como visualizado, wonwoo não respondeu. apesar de saber que ele poderia estar fazendo algo importante, não deixou de pensar o que diabos o impediu de só dizer um "desculpa, bebê". com o rosto enfiado nas almofadas, você lamentou sozinha, se negando a mandar outro áudio sendo a namorada mais necessitada do mundo.
é claro que não tinha como você saber o desespero com que ele saiu de casa, esquecendo de clicar no enviar depois de digitar um "já to indo, amor". logo, seu susto foi justificável quando ouviu as quatro batidas ritmadas contra a porta, aquelas que só wonwoo usava, mesmo que já tivesse uma cópia da chave há semanas.
sem se dar ao trabalho de verificar no olho mágico antes de destrancar o apartamento, você pulou em wonwoo.
meio tonto com seus muitos beijos pelo rosto e pescoço dele, wonwoo mal conseguiu girar a chave na fechadura para trancar a porta novamente, resmungando algo sobre verificar antes de abrir — que você ignorou em prol da tarefa um milhão de vezes mais importante.
sem te soltar por um segundo sequer, wonwoo guiou vocês até o estofado macio do sofá, te colocando no colo dele.
— ei, linda. melhor assim?
— você não me respondeu, achei que estava ocupado — seu beicinho entregou na hora que além do dito pensamento, ficou frustrada.
e wonwoo ficou confuso.
— mas eu respondi — ele pegou o celular, apenas pra descobrir que você estava certa.
a mensagem ficou ali, digitada e esquecida. wonwoo riu um pouco, pensando no quão perdido você o deixava.
— viu?
— desculpa, bebê. mas eu to aqui com você agora, não to? — wonwoo traçou todo um caminho de carícias pelo seu corpo, antes de segurar seu rosto entre as mãos e te dar um selinho.
— desculpa ter te feito vir até aqui.
— eu também queria ver você, não se desculpa. eu que deixei minha namorada aqui sozinha e tristinha, eu que devo me desculpar.
— mas você ficou ocupado.
— então eu devia ir embora e deixar minha princesa toda carente aqui? é isso?
— também não é assim.
— ótimo, não pretendo ir a lugar nenhum mesmo. mesmo quando fico ocupado, arranjo um tempinho pra você — os selares eram interrompidos por wonwoo, te provocando um pouquinho, querendo ver até onde toda aquela sua necessidade iria.
— me beija direito, nonu — você reclamou, tirando uma risada dele.
— tudo o que você pedir, meu bem.
foi assim que você descobriu que ele faria tudo que pedisse. desde te beijar como você queria, te tocar nos lugares que você mais ansiava a sair de casa sem nem verificar se tinha desligado todas as luzes (ou te respondido), só pra te ver.
#g's ramblings 𓆩♡𓆪#svt#wonwoo x reader#svt wonwoo#svt x reader#wonwoo fluff#jeon wonwoo fluff#jeon wonwoo x reader#jww fluff#svt jeon wonwoo#svt fluff#jeon wonwoo fanfic#seventeen#seventeen fluff#seventeen scenarios#seventeen fanfic#svt pt br#seventeen pt br
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Gaza, berros na cinza / Gaza, screams in the ash
Os muros crébanse, as rúas son gretas abertas, por elas cóanse as chamas, o po, os corpos caídos, e o ceo, desgarrado, vomita a súa furia en estrondos de lume, mentres as voces rompen e ninguén responde.
As casas afúndense como barcos sen porto, onde había risas, agora hai entullos e berros, onde había berce, agora hai un pozo de po e metralla, onde había un nome, só queda un número nunha lista.
Os estanques reflicten a sombra de drons que zoan, a auga volveuse un espello de ruína, de sangue, de medo, e un neno, cuberto de po, sostén un anaco de nada, porque todo o seu foi tragado pola noite nun estrondo.
As bombas caen como lóstregos sen choiva, a guerra avanza coas súas garras de ferro, e os corpos mestúranse con pedras quentes, con xoguetes partidos, con ósos de po.
Gaza arde na febre da fame e do medo, as voces apáganse baixo teitos caídos, e o neno que onte debuxaba cometas en muros derruidos hoxe é só cinza flotando no aire.
© Manoel T, 2025
NO to the Zionist genocide of the Palestinian people, with the collaboration of Europe and the USA
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O que dizer sobre hoje?
Depois de uma discussão que nos afastou, quero te mostrar o que é ser amada, cuidada, desejada. Você nunca precisará buscar mais nada, porque juntos somos mais que suficientes. Somos o infinito de tudo que importa.
Eu odeio o poder que você tem sobre mim. O jeito como me prende com seu cheiro, com sua voz... Você ocupa cada canto da minha mente, domina meu silêncio e invade até meus sonhos. Preciso te tocar, te sentir de verdade.
Mas, ao mesmo tempo, tudo o que consigo gritar, entre lágrimas e sussurros, são as únicas palavras que queimam em mim: o seu nome.
E ainda assim... Oh céus, deixe que nosso amor transforme tudo. Que ele traga cor ao que estava cinza, luz ao que estava apagado. Admita: você precisa de mim. Não apenas por uma noite, mas pela eternidade.
Cada instante ao seu lado é como respirar fundo depois de quase se afogar. É uma urgência que consome o corpo, uma certeza que inunda a alma. O meu mundo começa e termina em você.
O seu toque me reacende. O seu olhar me desarma. É como se o universo gritasse, a cada segundo, que estamos destinados. Que, juntos, somos caos e ordem, tempestade e calmaria, dor e cura.
Não me diga que isso não é amor. Não me diga que podemos viver um sem o outro, porque não podemos. Eu não posso. Meu corpo, meu coração, e até a última fibra do meu ser precisam de você. Para sempre
#amor#frasesdeamor#eglogas#espalhepoesias#lardepoetas#liberdadeliteraria#arquivopoetico#autorais#pequenosescritores#autorias
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⭐️ the one. fem!reader x enzo vogrincic
🪐 minha masterlist

» cw: angst de leve #omg
» wn: quem é vivo sempre aparece neahhh 😝 então por isso voltei com essa escritinha bem aguinha com açúcar (ainda tô meio enferrujada pra putaria perdão) baseada na música the 1 😌 recomento que ouçam durante a leitura!! gostei muito de escrever esse oneshot e também fiquei feliz com o resultado, espero que vocês gostem!! 💗 ah, e vão ter mais dos outros meninos baseados em músicas da taylor! me empolguei com essa ideia e tô me divertindo bastante em escrever eles 😛💐💗🌈
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Das poucas certezas que você tinha na vida, uma delas era que nunca se cansaria da atmosfera de Montevidéu. Visitar a cidade natal do seu marido era sempre uma alegria, principalmente agora, empurrando o carrinho da sua bebê de alguns meses enquanto passeava pelo parque repleto de florzinhas coloridas e algumas borboletas que voavam por ali. As pedrinhas cinzas do chão faziam o carrinho balançar um pouquinho mais do que o normal, fazendo você soltar uma risadinha soprada ao perceber que mesmo assim ela continuava dormindo tranquilamente, tinha o sono pesado que nem você. Tombou a cabeça para o lado ao ver a expressão tranquila no rosto dela, admirando como a união das suas características e as do seu marido criaram a bebê mais fofa que já viu - modéstia à parte.
Você tomou um gole do café que segurava e olhou para frente, logo desviando a sua atenção para o tom bonito de azul que coloria o céu, o óculos escuro impedia que os raios de sol incomodassem seus olhos. Enquanto caminhava em direção a um dos bancos de madeira, um casal de mãos dadas passou do seu lado. Eles pareciam alegres, o sorriso não deixou o rosto de nenhum dos dois e a conversa não foi interrompida quando a menina soltou a mão de seu parceiro para que pudesse destampar o copo que segurava e assoprar o líquido quente. Era bonito de se ver, a cena fez você perceber que o seu café já tinha esfriado, bem como te recordar de quem te ensinou a gostar de café preto. Sorriu com a lembrança e se sentou no banco, posicionando o carrinho na sua frente e balançando ele com a mão livre.
Sentada, observava as pessoas passearem: pessoas se exercitando, crianças andando de bicicleta, adolescentes que gargalhavam alto, uma idosa e seu netinho que parecia que tinha acabado de aprender a andar - caminhando com dificuldade, que nem sua vózinha. Seu olhar novamente caiu sobre sua bebê, observando a borboletinha azul que tinha pousado sobre a tela de proteção do carrinho.
— Nena? — A voz familiar dizendo um apelido antigo fez você olhar rapidamente para o lado, dando de cara com o moreno que você não via há anos.
— Enzo? — Você disse, retirando o óculos para conferir se era ele mesmo. Não tinha como não ser: a camisa branca parcialmente coberta pelo cardigan azul escuro, os fios escuros compridos, a alça da bolsa da câmera fotográfica cruzada no torso e uma sacola reutilizável cheia de mercadorias. Tudo era tão… Ele.
— Caramba! Não acredito que é você mesmo! — Ele exclamou e logo deixou a sacola sobre o banco que você estava sentada, mas rapidamente se levantou para abraçar o homem. Vocês sorriam enquanto os braços envolviam um ao outro, a mão dele fazia um carinho nas suas costas e você apertou ele mais forte quando inalou o perfume cheiroso.
Você e Enzo namoraram por alguns anos há um bom tempo atrás. Durante a faculdade, você recebeu uma oportunidade de fazer um intercâmbio na capital uruguaia e aceitou a proposta sem nem pensar duas vezes, empenhada a fazer com que esse ano fora fosse o melhor da sua vida. E definitivamente foi, principalmente a partir do momento que conheceu Enzo. Sua amiga que é atriz te convidou para assistir a peça que ela fazia parte, e ele também. O espetáculo foi incrível, mas a memória que guarda com mais carinho dessa noite foi na pequena confraternização que ocorreu depois, na qual - depois de alguns minutos conversando com o moreno - ele te convidou para sair de lá para que pudesse te apresentar a melhor lanchonete da cidade. Você tem suspeitas que se apaixonou por ele nesse mesmo dia, em que passaram horas conversando e ele te deu um beijo de boa noite ao te deixar na porta do prédio, te convidando para passear pela cidade no dia seguinte antes de se despedir.
— É… É sua? — O moreno perguntou baixinho ao quebrar o abraço e perceber o carrinho de bebê. Por mais que ele ainda tivesse seu número e vice versa, nenhum dos dois tinha coragem de mandar uma mensagem ou fazer um telefonema, tinham medo dos sentimentos enterrados virem à tona novamente e criar um caos. O término foi devastador para os dois. Por mais que ambos sempre soubessem que a sua volta para o Brasil era inevitável, não conseguiram não se apaixonar perdidamente um pelo outro, e isso fez com que a despedida fosse ainda mais difícil. Até os meses que antecederam ela: com os sentimentos a flor da pele, qualquer coisinha se transformava em uma briga, e sempre acabava em lágrimas, seguidas de um beijo caloroso e desesperado. No final, se resolviam na cama, e com os corpos suados depois de diversas juras de amor, a mesma pergunta sempre vinha à tona, quando estavam abraçados, a sua cabeça no peitoral largo e as mãos grandes que acariciavam seu cabelo: “O que a gente vai fazer?”.
— Sim. Helena. — Você assentiu orgulhosa.
A pergunta tinha diversas soluções, mas nenhuma era simples: você poderia ficar por lá, no Uruguai, mas não podia abrir mão da sua graduação e da sua vida no Brasil. Enzo poderia ter se mudado pro Brasil, ter conhecido sua família e eventualmente voltar para visitar a cidade natal - que nem você fazia com o seu atual marido, também uruguaio - mas ele também não podia abrir mão da sua vida lá, da carreira que estava construído tão lindamente. Então o final foi esse: terminaram, dando adeus para a história bonita que tiveram.
— Ela é sua cara… — Ele disse, com um sorriso derretidinho no rosto, enquanto se agachava para ficar com o rosto mais perto da bebê que dormia pacificamente. Olhou para você em pé, que assentiu um “Uhum…” alegrinha, e logo após se sentou no banco, ficando mais perto dos dois.
Vocês eram uma coisa inigualável. Os dois achavam isso, e, honestamente, todos em sua volta também. Até sua mãe perguntava de vez em quando como Enzo estava, se você tinha novidades do garoto que ela só chegou a conhecer na telinha do celular. A resposta era sempre a mesma: “Espero que bem, mãe”. Você não procurava saber sobre a vida dele, mas ocasionalmente imaginava o que Enzo estaria fazendo enquanto você pensava nele. Tinha devaneios sobre quais projetos ele provavelmente estaria trabalhando no momento, ou quais aventuras ele estava tendo agora que virou uma celebridade. Se pegava pensando até nas mulheres que ele teria conhecido na internet ou em eventos de gala. Sempre pensava que ele estaria fazendo coisas legais, talvez legais demais para você.
E ele estava sim fazendo coisas incríveis, mas também não deixava de pensar em você de vez em quando. Como seria divertido se você o acompanhasse nas premiações, ou como seria gostoso chegar em casa depois de um dia cansativo e descansar no aconchego dos seus braços, ganhando um cafuné nos fios escuros enquanto te contava sobre o roteiro novo que tinha recebido.
Enquanto Enzo analisava a menininha dormindo tranquila com admiração e ternura, resistia a tentação de perguntar se você também pensava que se uma coisinha de diferente tivesse acontecido, talvez tudo seria diferente hoje. Talvez ele seria o pai da sua filha, e talvez ela ainda teria os lábios que nem os seus, mas os olhinhos semelhantes a duas jabuticabas que nem os dele. Talvez o nariz grande também.
Mas, acho que nunca saberão.
— Ela é linda, de verdade. — Ele comentou, baixinho, arrancando uma risadinha soprada de ti e logo depois um “Eu sei…”, fazendo vocês dois rirem com a sua convicção de que tinha parido a bebezinha mais fofa que ambos já viram. Quando Enzo levantou e se sentou ao seu lado - sem nenhum dos dois tirarem os olhos da neném - você perguntou: “Como você tá? Tá no teatro ainda?”
— Eu tô bem. E sim, agora inclusive estamos fazendo uma peça de uma obra da Clarice Lispector. — Ele respondeu alegre, virando o rosto para ti e encontrando o seu olhar. Você sorriu com a resposta, disse um “Ah…” entusiasmado e ergueu as sobrancelhas. Ele te imitou e logo acenou um ‘sim’ com a cabeça. Suspirou antes de perguntar. — E você, como anda? —
— Ando bem…
Por mais que sentissem uma sensação amarga ao ver o outro, sabiam que esse grande amor já tinha se acabado. Mas, mesmo assim, pensavam na relação de vocês como um filme, digno de ser considerado um dos melhores e maiores de todos os tempos, mas que não teve nem tempo de ser executado.
— Alguma novidade? — Ele perguntou, simpático. Você o olhou, olhou para a bebê, e o olhou de novo e logo fez uma expressão pensativa, com direito a “Hmmm…” e um dedo no queixo, arrancando uma gargalhada de Enzo, uma do tipo que ele tinha certeza que não dava há muito tempo. — Além dessa… Óbvio. —
— Pior que sim, comecei a fazer yoga. — Disse alegre, e ele sorriu em resposta. Enzo ficou feliz ao perceber que você tinha hábitos novos, mas o seu jeitinho, a sua essência - tudo que fazia você ser tão você - ainda estava ali. Você ainda era a mesma pessoa por quem ele se apaixonou.
Continuaram sentados ali por um tempo, quase meia hora. As vezes conversando sobre o que acontecia de novo na vida depois de terem tomado caminhos diferentes. As vezes, em silêncio, apreciando a companhia um do outro, matando a saudade na medida do possível. É claro que sentiam saudades, e é claro que uma parte do coração sempre estaria reservada caso o outro decidisse voltar e retomar a linda história de amor que tiveram.
Depois que se despediram, cada um tomou seu rumo: Enzo em direção a própria casa, com um sorriso frouxo no rosto e uma sensação estranha na barriga ao pensar que nunca saberá o que poderia ter sido de vocês dois, e que acordaria sozinho mais uma vez na manhã seguinte.
Já você, em direção a casa da sua sogra empurrando o carrinho de bebê, com o coração mais apertado que o usual. Parou no caminho só mais uma vez ao passar em frente da fonte antiga, relembrando de quando ainda namorava o moreno e todas as vezes que passaram por esse mesmo local. Sempre jogava uma moedinha na água e fazia um pedido. Talvez fosse a desilusão dos 20 e poucos anos, afinal, nem todos seus desejos feitos ali se tornaram realidade.
Mas, teria sido divertido se sim.
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tem uma maluca cheirando no meu banheiro. eu não sei quem é essa mulher, mas faz dois dias que essa festa começou e já entrou e saiu tanta gente da minha casa que eu não conheço a maioria das pessoas que estão aqui agora. todo mundo volta pra casa nas festas de fim de ano. mesmo com seus problemas familiares, mesmo com seus traumas, as pessoas passam o natal com seus pais e depois ficam o resto do ano fazendo terapia pra lidar com os comentários dos seus queridos familiares sobre sua calvície, seu peso ou seu emprego. nada me tira da cabeça que as festas de fim de ano são uma grande conspiração dos analistas pra garantirem clientes, mas eu não vou elaborar esse assunto. mas eu não. eu achei que seria uma ideia genial ficar aqui nessa capital horrível, cinza e sem alma e fazer uma festa de cinco dias com outras pessoas horríveis, cinzas e sem alma. pessoas como eu. horríveis, cinzas e sem alma. na manhã após a segunda noite - ou terceira, eu não faço ideia – eu acordei às seis, com uma ressaca do caralho, peso na consciência de não ter visto meus pais no natal, e dou de cara com essa cena: uma maluca cheirando no meu banheiro. eu não quero mais esse estilo de vida. faz tempo que eu tomei essa decisão. mas minha necessidade constante de autodestruição falou mais alto. eu fiquei aqui e não foi por problemas familiares. eu tenho cabelo, sou mais gostoso que qualquer tio ou primo e estou bem com meu emprego. o problema seria ouvir a pergunta “você e a Marcela não vão voltar mesmo?”, ou ainda pior, “você viu que ela ficou noiva?”. sim, eu vi que ela ficou noiva. não, nós não vamos voltar. não, eu não estou disposto a conversar sobre isso e prefiro me esconder nesse apartamento e encher a cara de vinho barato por dias. mas sabe, eu não quero mais isso. faz um bom tempo que eu parei de cheirar e não faz sentido isso acontecer na minha casa. faz tempo que tudo acabou com a Marcela e não faz sentido eu insistir nesse assunto, e pior ainda é fugir dele. eu sou um homem adulto capaz de lidar com meus problemas. vou parar de fumar, vou treinar mais, me dedicar pro meu trabalho e quem sabe me abrir pra possibilidade de um relacionamento. bom, pelo menos tentar parar de fumar eu garanto que vou levar a sério. sem estética, sem rima, sem tentar parecer inteligente. brutalmente sincero. violentamente real. desarmado e sem vergonha de admitir fraqueza. mas de um jeito que eu sei que você vai gostar.
09/01/25 – 15:44
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Quando eu vejo ela de noite tão linda
Bebendo nesse vestido Dolce cinza
Me acelera e eu fico tipo Bolt ela põe fogo no kush
Na onda fica mais linda
Rebolado dela causa chacina
Vou jogar um sal no chá dessa mina
Me liga e eu pergunto o que que houve
Qual vai ser da meta hoje
Porra tô sozinho em casa pensando besteira
E você lembrou de mim
Ela é tipo uma viúva negra
Faz um tempo que ela tenta me prender na teia
Porque sabe que escolheu o número 1 da aldeia
Às 1 e 30 me liga e quer ser minha ceia
Ela receia nunca fica só passeia
Às 3 e 30 nossa cama vira fogo e suor
Tesão correndo na veia
A carne anseia na noite de Lua cheia
Eu só bebo mais um gole vou pra dentro dela
Fico um tempo e depois saio e acendo a vela
Enquanto ela me olha se perde se molha
Se entrega e se joga eu trago e rolo nela
Diz que gosta de me ver curtindo a brisa
Sussurra meu nome no ouvido e me instiga
Senta rebolando que eu mudo sua vida
Olha no meu olho de baixo pra cima
Esse azul dos seus olhos
Me deixa cego de tesão e me leva pro céu
Eu e ela no embalo, ficando chapados
O carro vira um quarto de hotel
Vem de quatro e pede pra chamar de bitch
Estala outra serva tabaco e haxixe
Lança, bala, gelo, Red Bull com whisky
Ela vem gozando e sorrindo
@dead-tomee ❤️
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vou me arrepender vamo la MARK
vc gosta ne
mark x leitora; namoro à distância
— você tem mesmo que ir? — mark pergunta entre um beijo lento e manhoso, saboreando o carmed de docinho dos seus lábios.
no fundo, queriam chorar. a cada partida o tormento magoa mais, as despedidas eram uma tortura.
— tenho, meu amor. — você acaricia a nuca masculina delicadamente, memorizando a textura da pele do namorado. — se não vai me queimar no trabalho, e...
mark te interrompe com um selinho saudoso porque já ficou profissional em reconhecer os sinais do seu choro: a voz falha, o queixo trêmulo, o desviar do olhar. ele sabe que é difícil, mas quando você — a princesinha dele — chora, tudo fica ainda pior.
naquela noite, ele chega em casa com os olhos inchados. mark chorou durante o caminho inteiro de volta para casa, e mais uma vez traçou planos de como acabar com esse pesadelo em forma de quilômetros enquanto a imagem do seu embarque rasgava o pequeno coração.
com a cabeça latejando de dor, ele se joga na cama e fecha os olhos com força. se tentasse dormir, o tempo passaria sem que ele visse, não é?
entretanto, mark acorda no susto o que parece uma hora depois. não dá para dizer ao certo, porque ele não se lembra da hora em que se deitou, só sabe que a campainha nunca foi tão inconveniente. se for o síndico pedindo a presença dele na reunião de condomínio outra vez...
ao abrir a porta, ele vê a mala cinza tão familiar e se espanta.
— como? por que você...? e o seu trabalho?
— eu... não entrei no avião. — você entra agitada, largando a mala em qualquer lugar. — é loucura se eu disser que não consigo mais viver sem você, mark lee?
ainda processando o que ele está vivendo, seu namorado apenas te abraça forte, constatando que não é um sonho.
— a gente vai dar um jeito. — ele promete, e você relaxa em seus braços.
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Em uma noite, olhando para as belas estrelas que refletem o mar, ouço uma playlist de músicas nacionais, pois ela me lembra da minha professora de artes, que me marcou. De repente, uma intrusa começa a tocar, é como se tivesse apertado no botão de relembrar memórias, a tal música chama-se 'Gentileza', de Marisa Monte.
Espera, foi essa música que compartilhamos em nossas interações iniciais após termos nos afogado na existência de cada um. Partilhávamos músicas a todo instante, e quando recebi esta, chorei muito, ao mesmo tempo que sentia seu toque nas minhas mãos — geladas — no outro lado via o nosso fim, com você virando as costas e indo embora. Após anos, me lembrei de você, como se nossas almas ainda estivessem entrelaçadas por fios invisíveis de uma história que jamais foi esquecida. A lembrança trouxe um peso doce e amargo, como a música descreve: "Apagaram tudo. Pintaram tudo de cinza. A palavra no muro. Ficou coberta de tinta."
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MEDO
Eu sabia que tinha algo de errado com aquela casa velha. Eu não gostava de passar em frente, não gostava de olhar pra ela nem de andar pelo mesmo lado da rua onde ela se encontrava. Tudo que eu sabia era que lá morava um velho. Um velho sozinho que não gostava de ninguém e que todos falavam que era uma péssima pessoa. Ao contrário dele, minha mãe sempre fora muito gentil, e se preocupava com o pobre senhor que ali morava. Vez ou outra ia até lá ver se estava tudo bem. No fundo, ela só queria confirmar se o velho ainda estava vivo. Naquela noite, já passava das 22h, a rua estava silenciosa, como costuma ser cidade do interior a essa altura da noite. Nós ouvimos barulhos estranhos. Ao mesmo tempo que os morcegos estavam inquietos e sobrevoavam nossa casa aos montes, fazendo bastante barulho, uivos eram ouvidos ao longe. Os cachorros da rua, por sua vez, não se manifestaram. Estavam quietos, o que por si só era de se estranhar, pois com qualquer barulho, eles eram os primeiros a latir desesperadamente, rompendo o silêncio nas noites mais escuras. O uivo não parecia ser de cachorro. O que seria então? Lobo? Ali? Certo que em uma cidade de menos de dois mil habitantes, é normal termos avistamentos de animais selvagens, mas lobo? No Brasil, eu só conheço o guará. O que poderia ser então? Um guaxinim? Eu nem sei que som guaxinins emitem. Como se não bastasse toda a esquisitisse, minha mãe "meteu dos pés", como dizemos aqui no sítio. Se inquietou, não conseguia dormir. Começou a dizer que tinha algo errado com Seu Benézio e teve a brilhante ideia de me mandar ir lá ver como o velho estava. Eu, tentando contrariar todo o pavor que a simples existência daquela casa me causava, comecei a reforçar o pensamento de que era bobagem, que nada de errado poderia haver com um lugar que morava um velho ranzinza. Enchendo meu peito de coragem, não discuti, acatei o pedido da minha mãe, me levantei, mesmo com sono, e fui de encontro àquela residência acinzentada, rodeada de mato seco da caatinga, vegetação que não devia ser aparada há anos. Como nunca tinha visto o velho, fiquei um pouco receoso de me aproximar de repente, tarde da noite, e abordar a casa de um desconhecido, então bati palmas. Uma voz grossa, seca, vinda de dentro do pulmão, ecoou por todo o ambiente. Aquilo me deu arrepios. Nunca tinha ouvido nada igual. Era um tom grave, mas como se a garganta daquela pessoa estivesse completamente comprometida. Disse que era o vizinho e perguntei como ele estava. O velho se mostrou incomodado de estar sendo perturbado e respondeu ríspido que estava bem. Fui subindo os degraus da porta, pois estava aberta e eu queria olhar para o velho e mostrá-lo que aquilo não passava de uma visita amigável de um vizinho que se importava. Tamanho foi o meu espanto quando me deparei com o que vi. Um corpo muito magro sentado sobre uma rede, poucas mechas de um cabelo cinza sobre a cabeça. Mas o rosto, o rosto me causou arrepios e fez o meu estômago se revirar. A cara do velho estava completamente pra dentro, afundada, com um aspecto seco, como se fosse de cimento. Um rosto de pedra, é como melhor consigo descrever. E os olhos brancos, como se ele fosse cego. Mas por algum motivo, sua cabeça acompanhava os meus movimentos, como se olhasse diretamente pra mim. Eu travei, tenho certeza que não consegui esconder o meu espanto. Engoli a seco e me desculpei pelo incômodo. Dei as costas para aquela face demoníaca e voltei correndo para casa. Senti a minha espinha congelar e as pernas tremerem. Ao retornar, esbaforido, contei o que vi pra minha mãe que imediatamente brigou comigo. Disse que o velho sofria de uma doença rara que os médicos sequer conseguiam identificar, e que por isso se preocupava tanto, ela achava que a qualquer momento ele poderia passar dessa para uma melhor. Eu nunca mais voltei àquela casa, nem nunca fiquei sabendo se o velho morreu. Mesmo anos depois, eu ainda tenho pesadelos com aquela cara me encarando, acompanhada daquela voz sombria que só de me lembrar, tenho arrepios.
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O amor comeu as sobras de tudo o que fui no passado. Comeu a minha pressa, o meu sossego, o meu desapego. Comeu as minhas certezas e as minhas horas vagas. Mastigou-me com seus dentes de fome e engoliu voraz a minha tranquilidade, desejo, esperança e clareza. O amor devorou o meu chão, as paredes brancas e ásperas até o teto do quarto, o brilho apagado das janelas, o meu conforto, o gosto pela arte e o cheiro agradável das flores na varanda. Comeu as minhas tatuagens, os meus fios de cabelo, a minha barba, as minhas unhas, os meus seios, o meu cérebro, as minhas espinhas, os meus olhos escuros. O amor engoliu depressa as minhas análises, os meus trabalhos acadêmicos, as minhas provas, as responsabilidades, as aulas de literatura e inglês, as doses de testosterona, o silêncio. Escondeu-se debaixo da cama, enrolando-se como uma cobra e ouvindo os meus lamentos enquanto aguardava o momento adequado para comer também a minha pele e os meus ossos. O amor comeu o jornal sobre a mesa, as manchetes e as fotografias, os papéis rabiscados num tom azulado, a gota de café amargo derramado, a lista de compras, a brasa e os maços de cigarro. Engoliu todos os filmes de romance já lançados, as prosas da estante, as conversas do dia-a-dia, o meu violão, as habilidades, a minha coleção de discos de MPB, a minha singularidade e a minha visão sobre anatomia. O amor comeu os ponteiros do relógio, o tempo, o passado e o futuro. Comeu a minha infância de brincadeiras de pega-pega e histórias de ninar, a minha adolescência de cara fechada e desconexa, a minha juventude cansativa e a velhice antes tão distante. Aproximou a minha morte num estalar de dedos ao rasgar-me com os dentes. O amor comeu a minha beleza, o meu sono, o meu canto e a minha voz. Comeu o Rio Muriaé, a Matriz São Paulo, o Centro, o relógio da Praça João Pinheiro, a feirinha dos domingos, os pagodes do Santa Terezinha e a cerveja dos finais de semana. Ele consumiu toda a Gávea, o Cristo Redentor, o Ipê amarelo, o concreto das ruas, a fumaça das fábricas, o cantar dos pássaros e toda Minas Gerais. Mastigou as ruas da cidade, transformando-a em meros destroços. Devorou os pedestres, os mercados, os restaurantes, os tambores, os trabalhadores, os turistas, os sorrisos genuínos, os casais apaixonados, os ex amores, os receios, as palavras não ditas, os sonhos nada vívidos, os beijos tanto almejados e nunca roubados, as novelas e as minhas playlists. Despiu-me de todos os sentidos, comeu a minha fome e meu próprio nome, transformando-me em cinzas ao satisfazer-se em minhas veias. O amor me desnutriu e me desidratou, comeu a minha nação, a Lua e as estrelas, o Sol e o mar, consumiu todo o sal do oceano e toda a vida do sistema solar. Comeu do meu suor, do meu querer, da minha organização e da exatidão. O amor comeu a minha vontade de amar, a minha sede de gritar, o meu cuidado ao falar, a minha dignidade e a minha vaidade. Comeu as chaves de casa, o cobertor de lã azul que me protegia nas noites frias, a camisa larga que tão bem nele ficava. Ele engoliu rapidamente toda a minha rotina: os finais de semana, os feriados, o horário de almoço e os intervalos, os meus pensamentos diários. Comeu toda a humanidade que havia em mim. Sua fome era tanta que consumiu também todos os elementos: a terra, a água, o fogo e o ar. Por fim, o amor comeu a minha poesia. Enquanto partia, prometia jamais retornar. Ele jamais voltaria. Comeu tudo o que havia até não sobrar um grão. Se o amor come tudo, o que resta de mim? Restam-me memórias riscadas e apagadas pelo tempo como um bilhete de cinema velho, sufoco e lamento. Restam-me, então, apenas sobras do que um dia foi chamado coração.
— Diego Bittencourt, texto inspirado em "Os três mal amados", de João Cabral de Melo Neto.
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cimalla dos días
xordo oubear de costas peregrinas irmanados na cinza ou templo de soños apalpados na impotencia da distancia fuxida sen esperanza revolvéndose na agonía derrotada onde alucinan os ocos das raíces dos pasos
intención das entrañas do rancor a ollada convertida en cela terror branco do noxo ulcerando a noite colmea de ollos unha alma tremendo no seu non existir pedra e fogueira de dedos sen nada que facer
© Manoel T, 2024
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