#centro de ensino
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Eutanásia ou suicídio assistido?!?
“Não sou feliz. Eu quero morrer. Não é particularmente triste. O que é triste é se alguém é impedido.” O premiado ecologista e botânico precisou atravessar o mundo para poder morrer. Edson Jesus – As Estrelas na Terra. 18 jun 2018 Exit International – AFP David Goodall, de 104 anos, não sofre de nenhuma doença em fase terminal, mas sua qualidade de vida piorou e ele programou um encontro com…
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Udesc Planalto Norte celebra 18 anos com programação especial
O Centro de Educação do Planalto Norte (Ceplan), da Universidade do Estado de Santa Catarina (Udesc) em São Bento do Sul, celebra 18 anos de fundação com uma programação especial aberta ao público. De 6 a 8 de novembro, a unidade oferecerá à comunidade palestras, apresentação musical, mostra de projetos , além de um congresso para o debate da inovação e tecnologia. Confira os destaques na…
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SESI oferece 500 vagas gratuitas para o EJA em Itape e Tatuí
O SEXI Itapetininga e SESI Tatuí estão oferecendo 500 vagas gratuitas para a Educação de Jovens e Adultos (EJA), incluindo opções de cursos profissionalizantes em parceria com o SENAI-SP. As inscrições estão abertas até o dia 27 de setembro de 2024 e podem ser realizadas exclusivamente pelo site do SESI-SP. SESI de Itapetininga e Tatuí oferecem 500 vagas gratuitas para o EJA (Foto:…
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vampiro da guarda | Jake
Jake × Fem!Reader | fluff | primeiro textinho de halloween (não que eu ache que haverão outros KKKK) | wc: 2k
sinopse: se apaixonar romanticamente por um gatinho, no sentido literal, definitivamente não estava nos seus planos.
notinha da Sun: tô viciada em “Brought The Heat Back”, então decidi escrever alguma coisa inspirada nessa música 😁 Eu sei que vocês gostam de uma coisa mais picante uh la la, masss essa aqui é extremamente bobinha e fofa. Talvez eu faça uma pt.2 porque deixei alguns pontos abertos, mas é só talvez mesmo!! KKKKK Espero que vocês gostem!!
boa leitura, docinhos!! 🦇
Você tinha se mudado para aquela cidadezinha remota não fazia nem três semanas, mas coisas estranhas estavam acontecendo. Sentia-se como se estivesse dentro da sua série favorita, “Teen Wolf”, só que sem a parte do ensino médio. A questão é que você trabalhava numa clínica veterinária, exercendo seu técnico em auxiliar de veterinária. Tanto você quanto Jungwon, seu melhor amigo, eram novos na região. Ele fazia o tipo medroso; você era curiosa demais. Talvez morresse primeiro se estivesse em um filme de terror, como o resultado daquele quiz que vocês fizeram dois dias atrás, mas, pelo menos, morreria com a curiosidade saciada.
— A gente tem que sair daqui o mais rápido possível, me escuta — ele disse, enquanto mastigava uma Fini daquelas azedinhas. Você tomou um gole do seu café tradicional e revirou os olhos.
— Jungwon, a gente tá há sei lá quanto tempo procurando emprego na área. Ninguém aceita dois jovens de 20 anos sem experiência — aquilo era verdade. Jungwon suspirou, batendo os pés tal qual uma criança mimada que precisa mesmo de uma coleção daqueles bonequinhos de ratinhos.
— Talvez a gente já saiba porque eles decidiram contratar dois jovens bobinhos — ele te olhou, e você roubou uma cobrinha repleta de açúcar azedo da embalagem dele. — Não consigo entender a morte daquele cão.
Todo o sangue drenado, não tinha nada. O cão estava oco. Nem sabiam direito em que horário ele havia falecido. Aquilo não saía da sua cabeça, e muito menos da de Jungwon, principalmente da de Jungwon aparentemente. Não podia negar que a cidade tinha uma atmosfera esquisita: anoitecia depressa, quase não tinha comércio, e o bar local era a única diversão que os habitantes tinham. No entanto, ele parecia sempre deserto, como se as pessoas se resguardassem com medo de algo maior, algo sobrenatural, quem sabe? Lobisomens ou...
— Para com essa história maluca de vampiros, Jungwon — você disse para o seu amigo, cutucando-o nas costelas e fazendo-o reagir imediatamente com um pulo do banco. Sempre fora extremamente sensível para cócegas. — Desse jeito você vai ficar maluco.
— Depois não me diz que eu não te avisei. Preciso de mais glicose, vou ver se eles têm aquele pirulito com pozinho.
Você assentiu, observando-o caminhar até um mercadinho pequeno do outro lado da rua. Estavam no centro da cidade, onde a quantidade mínima de estabelecimentos se reunia, como se aquele fosse o shopping local.
— Ah, achei que você não tinha comprado o seu — Niki, um dos clientes frequentes da clínica, apareceu de repente ao seu lado, segurando dois copos fumegantes de chocolate quente. Você ergueu seu copo já frio de café, dizendo: — Esse aqui já acabou mesmo.
Ele sorriu, sentando-se ao seu lado, no mesmo lugar onde seu amigo estava segundos atrás. Percebeu que Niki estava de olho em você desde a primeira vez que se encontraram na clínica e não achou aquilo ruim. Embora Jungwon sempre fizesse questão de não te deixar sozinha com o garoto em questão, dizia que Niki poderia ser um serial killer, um maluco disfarçado naquela cidade de malucos também. Mas você sempre ignorava suas palavras com um gesto de abano.
— Tá afim de sair esse final de semana? Pra um encontro? — você corou com a pergunta súbita, ficando meio sem palavras. Era sim ou não, mas, mesmo assim, parecia que suas cordas vocais não queriam fazer o trabalho delas. Você se remexeu no banco, olhou para ele, e, no momento em que iria responder com um “sim” não muito confiante e duvidoso, escutou o miado manhoso demais de um gato.
Olhou para o chão, para o seu lado, e sentiu quando o gato passou pelas suas pernas, se esfregando e ronronando em uma delas. Niki te chamou de novo e colocou uma mão sobre a sua, parecendo um tanto quanto afobado, querendo sua resposta logo e sem se importar muito com o novo amigo no chão.
— Ah... Sim? Como aqui não tem... — o gato continuou te circulando e até arranhou sua calça jeans de boca larga. Você se perdia no raciocínio toda vez que acompanhava a baderna que o gato fazia pela sua atenção. — Nenhum lugar minimamente interessante, posso te mostrar meus dotes culinários em casa.
Niki sorriu, sorriu muito, um sorriso completo que moldou seus lábios perfeitamente. Você deu um sorriso meio sem graça e finalmente segurou o gatinho, cujos pelos eram tão pretos que chegavam a brilhar, a cintilar. Os olhos amarelos sinceramente te hipnotizaram demais.
— Acho que ele tá com sede. Já volto. — Niki olhou para o gato com certo desdém, se você realmente fosse boa em linguagem corporal teria percebido isso, e assentiu mudo. O sorriso já não existia nos lábios dele, exibindo uma expressão neutra enquanto te observava atravessar a rua com o gatinho em mãos até o mercadinho, onde Jungwon estava. Encontrou-o com uma grande cesta de doces de embalagens coloridas, enquanto tinha a última Fini na boca.
— Voxê não vai acreditar — ele disse sem olhar para você. Quando o fez, arregalou os olhos para a criatura no seu colo, como se o gato fosse um gato-polvo com vários tentáculos te engolindo. — Ai, meu Deus. Você tava escondido aqui esse tempo todo?
— Quê? Que que você tá falando? — você questionou, e Jungwon sorriu ao terminar de mastigar o doce entre os dentes, te acompanhando até o caixa. Você passou a garrafinha de água, enquanto ele colocou na pequena esteira os mil e um doces que escolhera.
— Onde você encontrou esse gato? — seu melhor amigo questionou, e você deu de ombros enquanto acariciava o pelo do gatinho fofo.
— Quero levar ele pra casa.
— Você quer levar todo animal pra casa, ô metida a Luisa Mell — você mostrou a língua para ele, enquanto ele pagava pelas compras e se despedia da caixa com um sorrisinho.
— Tô pensando num nome... Sombrio, talvez? — você questionou enquanto andavam na calçada. Ele destacou outra embalagem de doces e colocou uma gelatina em formato de chapéu de bruxa na sua boca.
— Pra uma pessoa sem criatividade que nem você, é uma boa — ele disse, e você revirou os olhos.
Com o passar do tempo, você descobriu que Sombrio era o gato mais manhoso e doce que já conhecera. Ele queria te seguir para todo lugar, incluindo seu trabalho. No entanto, as últimas noites tinham sido estranhas: você acordava no meio da noite, quente, com a estranha sensação de um homem misterioso compartilhando a cama com você. Mas, quando olhava ao lado da cama de casal, encontrava Sombrio dormindo pacientemente. Era esquisito como sentia a pressão de mãos estranhas, que logo se tornaram familiares. Elas tocavam sua cintura, pousavam na sua barriga, e você podia até sentir uma fragrância diferente. No entanto, sempre que abria os olhos, assustada, não encontrava nada.
— O que eu te disse sobre o Niki?
— Sombrio não para de me morder, parece um pernilongozinho, sempre arrancando sangue de mim. — Você posicionou o celular na mesinha de centro, ficando de lado para Jungwon, do outro lado da ligação de vídeo, enquanto acariciava os pelos de Sombrio. Ele dormia tranquilo sobre sua barriga, mas, com a pequena menção de seu nome, levantou a cabeça para te olhar com aqueles belos olhos amarelos.
— Tá me escutando?
— Você me falou pra ficar longe, que ele poderia me matar e esconder meu corpo no quintal dele. Mas e daí? Faz muito tempo desde a última vez que um cara se interessou por mim. — Você beijou os pelos do gatinho, acomodando-se melhor no sofá. — Tô com uma torta no forno, e daqui a uma hora ele já deve aparecer.
— Meu número é o seu número de emergência, né? — Você bufou, mas assentiu para a câmera. — Promete que vai deixar o celu...
Você se inclinou para clicar na bolinha vermelha e desligar a ligação de vídeo. Depois, olhou para Sombrio.
— Eu sei, ele fala demais.
Seus olhos começaram a pesar com o entardecer que entrava em raios de luz alaranjada pela cortina da sua janela. Em pouco tempo, você estava dormindo. Só não esperava começar a tossir desesperadamente pouco depois. Quando olhou para a cozinha aberta, soltou um gritinho: tudo estava em brasas. Como uma torta poderia ter causado aquilo tão rápido? Seus dedos trêmulos pegaram o celular para ligar para os bombeiros, mas... Onde estava Sombrio?
— Vai ficar aí esperando o fogo te alcançar?
De fato, as chamas começavam a se alastrar pela sala, e o cheiro de queimado te deixava desconfortável. Mas o mais importante: como aquele cara desconhecido havia entrado na sua casa? E onde diabos estava Sombrio?
— Acho que eu prefiro morrer carbonizada do que nas mãos de uma pessoa desconhecida que tá literalmente dentro da minha casa. — Você deu alguns passos para trás. No entanto, se recuasse mais um pouco, entraria no foco do incêndio, e o teto poderia desabar na sua cabeça. Então, você parou, analisando bem as opções. Correr seria inútil: nunca foi muito forte fisicamente.
— Assim você me magoa. — Ele fez um beicinho e avançou até você num piscar de olhos, literalmente se teletransportando para pegar sua mão e te puxar para fora. Depois disso, tudo virou uma sucessão de eventos confusos.
Niki não apareceu naquela noite, mas Jungwon chegou minutos depois dos bombeiros. Ele te abraçou apertado e te conduziu até a garagem da sua casa, quando o incêndio foi controlado. Entrar na casa, no entanto, era impossível por causa do cheiro de queimado.
Você se sentou no sofá antigo que ainda estava na garagem. O outro sofá, o vermelho que você tanto gostava, provavelmente já tinha sido consumido pelo fogo. Por sorte, o andar superior e a garagem não foram atingidos, mas seus problemas respiratórios te impediram de ficar lá por muito tempo.
— Eu não tenho muita certeza de que uma torta causaria todo esse rebuliço — você comentou para Jungwon, que te olhou com uma expressão suspeita. — Tá, fala logo o que você quer dizer.
— Acho que você precisa saber que...
— Por que deixou ela me chamar de Sombrio esse tempo todo, hein? Não que eu esteja reclamando, foi fofo.
Você tampou a boca com as mãos ao ver o mesmo homem de antes aparecer diante de você. Queria gritar, mas Jungwon te impediu, ajoelhando-se na sua frente. Você, devagar, se sentou no sofá, ainda em choque.
— O Sombrio, na verdade, é o Jake. Ele é um vampiro.
— Híbrido, na verdade. O Jungwon é o seu vampiro da guarda, mas ele quase te entregou de bandeja pro Niki. — Jake afastou Jungwon de perto de você e colocou suas pernas no sofá, fazendo você se deitar. Em seguida, ele cobriu seu corpo com uma manta fina que, de alguma forma, estava ali naquele cômodo.
Você permaneceu estática, absorvendo cada detalhe daquele homem impecável. Era difícil acreditar, mas os olhos de Jake eram idênticos aos de Sombrio. Eles hipnotizavam, te atraíam de uma forma que você nunca pensou ser possível.
— Vampiro da guarda? — você perguntou, confusa.
Jake se ajoelhou ao seu lado, como Jungwon fizera antes de ser expulso. Aliás, Jungwon já tinha desaparecido do local — fazia sentido, sendo vampiro. Mas por que ele gastara tanto tempo com você nas idas de ônibus para a faculdade?
— É, às vezes os anjos se cansam disso. Vocês humanos são muito imprudentes, então a tarefa fica para as aberrações do inferno — vulgo vampiros. — Jake acariciou seus cabelos e suas bochechas, e você estremeceu. Conhecia aquelas mãos. Agora estava dando um rosto àquelas carícias: era ele quem te tocava de madrugada, te aninhava e te abraçava apertado. Não era algo que sua mente carente tinha inventado.
— Então foi você...
— Desculpa, você vive me acariciando, queria retribuir de alguma forma, mas não podia me revelar naquele momento. Eu nem deveria estar fazendo isso.
Seus olhos se prenderam aos dele, e você sentiu suas mãos formigarem, querendo tocá-lo.
— Mas a assembleia dos vampiros já tá puta comigo há um bom tempo.
— Sombrio...
— É Jake. Mas não me importo se você quiser...
Você o beijou, de verdade. Jake subiu sobre você, fazendo você envolver suas pernas em volta dele. Ele tocou suas bochechas e esfregou os narizes de vocês antes de se afastarem.
— Já tava começando a achar esquisito me sentir atraída por um gato.
Jake sorriu, os cabelos ligeiramente bagunçados e os caninos mais pontudos, como um vampiro deve ter. Você deveria estar aterrorizada, mas se sentia tranquila. Afinal, tinha dois vampiros da guarda.
— O Jungwon tava certo. O Niki queria te matar. Ele é um dos nossos, mas do grupinho dos rebeldes.
Você assentiu, e Jake se deitou apertado ao seu lado, te abraçando para dar mais espaço.
— Mas ele tava começando a ter sentimentos por você, o que é pior ainda.
Jake te beijou outra vez, esfregando o nariz no seu e lambendo sua bochecha de brincadeira, como fazia na forma de gato.
— E o que você fez pra impedir isso?
— Esquentei um pouco as coisas.
da sua vampi... gatinha preferida @sunshyni. Todos os direitos reservados.
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WÜLFHERE: a noite do incêndio.
Em uma noite em que a lua e as estrelas brilhavam intensamente no céu, o silêncio da madrugada foi rompido por um perigo inesperado. As chamas, vorazes e implacáveis, começaram a devorar as paredes de pedra do Instituto Militar, um lugar que jamais conhecera a fúria do fogo, mesmo estando situado em uma ilha habitada por dragões. Quando o incêndio foi finalmente notado, já era tarde demais para qualquer tentativa de controle. Restava apenas uma opção: fugir, escapando desesperadamente das chamas e da sufocante fumaça.
Os cadetes, montados em seus dragões, partiram às pressas da ilha, em busca de segurança no continente, carregando consigo as crianças e alunos que não tinham como escapar por conta própria. Apesar de todo o treinamento que haviam recebido, o desespero era palpável, assim como o medo de que os próprios dragões pudessem sucumbir à tragédia que se desenrolava. Quando a alvorada finalmente surgiu, a notícia se espalhou rapidamente: o diretor havia sido hospitalizado com graves queimaduras, e, pior ainda, o Cálice dos Sonhos tinha desaparecido.
O Cálice dos Sonhos, artefato que continha a água sagrada do rio da Montanha dos Encantos, era a chave para que os changelings acessassem o Sonhār. Sem ele, o caminho para a dimensão feérica estava perdido, ameaçando a continuidade do conhecimento obtido lá e, consequentemente, a prática de domar os dragões, essenciais para proteger as fronteiras e manter Uthdon à distância.
Sem um local para continuar seus estudos, os cadetes foram abrigados em estalagens da capital do império por três dias, até que o Imperador tomou uma decisão extrema: ordenou que se mudassem para Ardosia, onde dividiriam espaço com os khajols no palácio de magia. A decisão foi mal recebida por ambos os grupos, mas ninguém ousaria desafiar uma ordem direta do Imperador, mesmo que reacendesse rumores sobre sua suposta insanidade. A Imperatriz, a maior patrona da Academia de Artes Mágicas, ficou furiosa, mas não desafiou as ordens do marido; os ânimos entre magos e cavaleiros já estavam exaltados, com desconfianças e acusações mútuas pairando no ar. Quem poderia se beneficiar da morte do diretor e do desaparecimento do Cálice dos Sonhos? Os khajols de magia eram, sem dúvida, os suspeitos principais.
Os dias que se seguiram foram tensos. Cavaleiros e dragões se adaptaram ao novo ambiente no palácio de magia, mas ninguém estava verdadeiramente contente. Discussões tornaram-se frequentes, ecoando pelos corredores em todos os momentos. No entanto, ninguém se atrevia a desobedecer uma ordem do Imperador. E, neste contexto, a tentativa dos magos de acolher os cavaleiros era vista com grande desconfiança… Afinal, os militares não estavam dispostos a acreditar em inocência tão facilmente.
Cinco dias após o o incêndio em Wülfhere, foi anunciada a chegada do Departamento de Interrogadores do Império.
O interrogatório
Uma das salas fora de uso no subsolo de Hexwood foi transformada em centro de operações das forças investigativas. Quando questionados, a equipe selecionada a dedo pelo Imperador para desvendar o ocorrido negava quaisquer suspeitas de atividade criminosa. A justificativa oficial da coroa era que queriam entender o acidente para evitar que ocorresse novamente – desculpa essa que nenhum dos sobreviventes parecia comprar.
Em nota oficial com o cabeçalho do gabinete imperial, cada um dos alunos, professores e dirigentes de ambas as instituições de ensino foram convidados para uma conversa informal, como se tivessem a opção de recusar.
CONSIDERAÇÕES OOC:
Como preparação para a abertura de interações amanhã, estamos liberando o primeiro drop e task do rp! Esta task será válida pelas próximas duas semanas, e terá uma recompensa misteriosa em IC. 👀 No futuro, novos players poderão completar a task nas duas primeiras semanas de ingresso no roleplay.
Seu personagem foi interrogado como todos os demais. Como ele se sentiu com isso? Essa é sua oportunidade de deixar a criatividade correr solta!
Nós encorajamos players a combinar trocas de acusações entre personagens, ou a criar certa intriga fazendo com que as respostas ao interrogatório tenham sido... suspeitas.
Para ajudar, montamos uma listinha de perguntas para guiá-los no desenvolvimento, que pode ser feito de maneira livre: é permitido responder em OOC, ou escrever um POV narrando a interação com os interrogadores se for sua preferência. Usem a tag #cae:task para aparecer na tag. As perguntas são as seguintes:
Onde você estava no momento em que o incêndio começou?
Você notou algo incomum ou fora do lugar antes do incêndio, seja no comportamento de outras pessoas ou no castelo de Wülfhere?
Você notou algum dos dragões agindo estranho no dia do incêndio?
Você teve algum sonho ou pressentimento estranho antes de saber do incêndio?
Você acha que o incêndio foi realmente um acidente, ou acredita que pode ter sido provocado por alguém? Quem se beneficiaria disso?
Na sua opinião, quem estaria mais interessado no desaparecimento do Cálice dos Sonhos e na interrupção do acesso ao Sonhār?
Não é necessário responder todas as perguntas. Fiquem à vontade para responder ou evitar responder como preferirem – todo desenvolvimento é válido!
Estamos à disposição em caso de dúvidas. ♡
Com amor, The Highgarden (Thorn, Rose, Petal & Sun)
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❀°• Stupid Cupidᴶᴼᴱᴸ •°❀
Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: Jᴏᴇʟ ʀᴇᴄᴇʙᴇ ᴜᴍ ᴄᴏʀʀᴇɪᴏ ᴇʟᴇɢᴀɴᴛᴇ ɴᴀ ғᴇsᴛᴀ ᴊᴜɴɪɴᴀ.
Tᴀɢs: ғʟᴜғғ, ᴇᴅᴜᴀʀᴅᴏ ᴇ́ ᴜᴍ ᴀᴠɪsᴏ ᴘʀᴏ́ᴘʀɪᴏ, sᴘᴏɪʟᴇʀs ᴇᴘɪsᴏ́ᴅɪᴏ ғɪɴᴀʟ ᴅᴀ s2, ʙᴇɪᴊᴏ, ᴠɪᴀɢᴇᴍ ɴᴏ ᴛᴇᴍᴘᴏ
Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.4ᴋ
(ᴅɪᴠɪᴅᴇʀ ʙʏ ᴀɴɪᴛᴀʟᴇɴɪᴀ)
O pátio do IECET estava lotado, quase sem espaço para que os jovens conseguissem transitar sem esbarrar um no outro; “licença”, “desculpa” e “obrigada” eram as palavras mais escutadas no meio da bagunça. No centro, alguns casais dançavam forró sob o olhar da Professora Beth, encarregada de verificar se os movimentos eram adequados para o evento escolar – porém, de quinze em quinze minutos, podia-se ouvir ela gritar com algum aluno sobre a indecência no ambiente.
As barracas de jogos estavam lotadas e as vendas de comidas típicas disparadas, os doces em abundância. Os jovens conversavam entre si e discutiam sobre a “barraca do beijo” que aconteceria ao fundo da escola, em segredo da administração; Douglas Dourado, o queridinho das garotas e solteiro desde o aniversário de Luiza, estaria dando selinhos nas garotas por 2 reais. Assim, de várias formas, os estudantes do Terceiro Ano ajudavam a juntar dinheiro para a formatura do ensino médio.
Fagulha havia optado apenas pelo show que sua banda faria para angariar fundos, mas quando um dos responsáveis pelo correio elegante ficou doente, ele teve que assumir a posição. Estava de roupas normais – xadrez –, mas por sorte eu que havia confeccionado a asa de cupido do outro menino, então ainda estava comigo.
– Veste as asas – eu disse e ele revirou os olhos, com manha.
Entreguei a peça do figurino para ele, que esticou os elásticos e ajeitou em suas costas. Em contraponto, eu estava com a mesma roupa que havia vestido no carnaval; uma cupido completa, com saia branca, maquiagem de beijinhos pelo rosto, tiara de coração e as asas tão esperadas, carregando a cesta com os cartões. Professora Beth fazia um crucifixo toda vez que me via passar, quase pegando uma régua para medir o tamanho do tutu.
Minha primeira entrega do correio elegante era Joel. Procurei-o com os olhos por todo o evento, encontrando-o distante de seus amigos, alheio a festa e dentro dos próprios pensamentos, perto da arquibancada. Parecia estar procurando uma maneira de chegar atrás do palco, mas não achei que seria do seu feitio burlar o sorteio ou roubar algum produto. Me aproximei dele antes que o perdesse de vista.
Toquei em seu ombro, fazendo-o se virar para mim.
– Tenho um para você – eu disse e ele cerrou o cenho, como se não acreditasse.
– Pra mim?
– É – sorri e procurei por seu nome na cestinha.
Retirei um papel dobrado escrito “JOEL” em um dos lados; não haveria como ele duvidar que era para ele. Quando aberto formava um coração e, dentro, podia-se ler: “Queria pescar um beijinho seu essa noite.”.
Entreguei para que lesse e, instantaneamente, suas pupilas dilataram. Um sorriso cheio apareceu em seu rosto e pude ver suas bochechas rosarem; provavelmente a caroda mais linda que havia visto em todo o São João.
– Ganho uma dica de quem foi? – perguntou, ainda sorrindo.
– Nenhuma. O correio elegante tem compromisso com o anonimato – passei dois dedos em frente a boca como se a lacrasse e jogasse a chave fora. Ele riu.
– E como eu vou saber quem é?
– Não é problema meu – dei de ombros.
Voltei ao trabalho, entregando outros correios elegantes aos seus destinatários, sem revelar o remetente, mesmo que me implorassem – ou uma profissional séria. Além dos casais já assumidos que mandavam correios um para o outro, havia descoberto uma lista de alunos que tinham quedinhas nas pessoas mais inesperadas do IECET – e, por outro lado, uma gama de outros alunos que estavam afim do mesmo garoto: Douglas Dourado.
Assim, quando chegou o momento, instruí todas as garotas que haviam enviado um correio elegante para ele, Fê ou Luiza, a irem calmamente para a parte de trás da escola. Mesmo com o visual perfeito para auxiliar na barraca do beijo, preferi continuar andando no pátio, oferecendo correios elegantes até as pessoas mais velhas, argumentando que a esposa adoraria ser lembrada do amor que sentiam um pelo outro.
Nasci para as vendas, pensei.
Continuei andando por todos os lugares, entrando dentro do prédio da escola apenas para beber água. Porém, para minha infelicidade, ouvi uma voz se aproximando de mim:
– A Professora Beth deixa as alunas usarem esse tamanho de saia? – ao terminar o comentário, escutei aquele riso insuportável que poderia ter apenas um dono.
Era Eduardo. Me virei para encará-lo, tendo que olhar para cima mas sem me sentir inferior por isso. Tensionar a mandíbula e não pisquei, estava me impondo.
– Tem algum problema?
– Problema nenhum – me olhou de cima a baixo e eu quis dá-lo um soco, mas estava acompanhado de dois amigos e eu não conseguiria me defender. – Tava pensando se a cupido aqui só entrega correio elegante ou se ela também entrega beijos.
Seu comentário fez com que os músculos do meu rosto se curvassem em nojo.
– Vê se me erra! – esbravejei e sai do lugar.
O que ele estava fazendo ali? Muita coragem aparecer no IECET depois de tudo que havia feito as pessoas e, principalmente, depois de levar uma bolada da Carol do primeiro ano durante os jogos e ser humilhado na frente de todas as escolas da região. Era um bosta mesmo, mas a festa era pública e eu não poderia fazer nada quanto a isso.
Segui para um pouco mais longe, sem vontade de conversar com mais ninguém – encontrar com Eduardo tinha acabado com qualquer energia e vontade de interagir que ainda havia em meu corpo. À medida que a música ficava cada vez mais fraca, comecei a ouvir um barulho; não era constante, durava um ou dois segundos, cessava, começava de novo. Não entendi.
Quando virei a quadra da escola, consegui encontrar a fonte: Joel estava amarrado em uma árvore, gritando “socorro” contra a fita em sua boca, enquanto se debatia contra a madeira e tentava se soltar. Corri em sua direção. Quem havia feito aquilo? Tirei a fita de sua boca.
– O que aconteceu?
– Eu prometo que te conto tudo depois, mas me tira daqui – implorou. Não quis repetir a pergunta, notando o desespero em sua voz. Comecei a desfazer as camadas de fita que unia suas mãos, com voltas o suficiente para que não conseguisse estourá-las sozinho. Fiz isso o mais rápido que pude e, quando percebi, Anita estava correndo em nossa direção. Ela se abaixou, para ajudar a desfazer as camadas de fita que uniam seus pés.
– Eu não consegui sabotar o sorteio – Joel disse, no maior tom de preocupação possível.
– Então quer dizer que não vai dar? – Anita perguntou, olhando em seus olhos.
Eles sabiam de algo, estavam em sintonia. Mas o que estava acontecendo? Joel ia mesmo sabotar o sorteio? Por que? E por que Fabrício apareceu dizendo que havia visto Eduardo na festa? Sim, havia encontrado com ele antes, mas por que aquela informação era especial? Tudo pareceu ainda mais urgente quando a Treinadora Lúcia anunciou ao microfone que aquela era a hora mais aguardada da festa: o sorteio.
Antes que os três saíssem correndo e me deixassem sozinha, com as sobrancelhas semi-cerradas, segurei o pulso de Joel. Eu merecia uma explicação ou, pelo menos, um obrigada. Seus olhos ficaram suaves ao encontrarem com os meus, mas eu sabia que aquilo era importante, conseguia sentir em sua pulsação. Não o seguraria por muito tempo.
– Vai me contar depois o que aconteceu?
Joel deu um passo em minha direção e passou a mão pela minha bochecha.
– Prometo – afirmou freneticamente com a cabeça.
Distanciou o toque lentamente, deixando com que o dedão acariciasse a pele. A conexão havia durado milissegundos, mas eu a sentiria por horas. Passei a sentir o ácido do estômago, as borboletas pareciam estar loucas dentro da minha barriga e um sorriso bobo apareceu no meu rosto. Em segundos havia perdido-os de vista.
Voltei para a festa em seguida, sem entender muito como Eduardo havia ganhado o computador e por que ele estava com o caderno do Joel; também não entendi por que esse e Anita haviam ido correndo para recuperá-lo. Uma briga se instaurou no pátio e eu apenas observei, esperando o retorno dos dois.
Não muito tempo depois, já no fim da festa, eu estava contando o dinheiro que havia ganho com o correio elegante. Havia sido um dos comércios mais altos da festa junina considerando custo de produção e vendas, sobrando bastante para investir na festa de formatura do final do ano. Com um sorriso no rosto, Fagulha se aproximou de mim.
– Vendeu quantos? – perguntei, passando o dinheiro de uma mão para a outra e juntando-os com um elástico.
– Ainda ‘tô vendendo.
Pegou um dos cartões de dentro de sua cestinha e me entregou; por fora, tinha meu nome. Ao abri-lo para o formato de coração, me deparei com a mensagem: “Me encontra na barraca da pesca?”. Olhei para ele curiosa, mas apenas recebi um bico e arquejo de ombros, como se não tivesse conhecimento de quem havia pago para que ele escrevesse aquilo.
– Se você me botar numa enrascada… – falei, em tom de ameaça, mas ele apenas riu.
Mesmo que desconfiada, resolvi seguir para a barraca de pesca. Quem poderia ter me mandado aquele correio elegante? Balancei as mãos em ansiedade. Joel estava de costas, mas o identifiquei pelos cachinhos que ostentava no cabelo e a roupa que havia visto mais cedo. Ele também percebeu minha presença quando se virou com um sorriso no rosto. Era ele, não era? Sorri de volta e me aproximei.
– Você disse que queria pescar um beijinho – sorriu e segurou a minha mão.
– Como sabe que fui eu? – o desafiei.
– Eu só sei.
Com um sorriso convencido, me puxou pra perto com uma mão na cintura e, com a outra, acariciou minha bochecha e levou meu rosto até sua boca. Iniciou com um selinho, testando minha recepção ao beijo, mesmo que nossos olhares já tivessem deixado nitidamente explícito nossa vontade de se afogar um no outro. Assim, continuamos com um beijo profundo e eu mordi seu lábio inferior, sentindo os pelos de seu braço se arrepiarem contra a minha mão.
Era o melhor beijo que eu já havia tido. Por mais que tenha beijado outras pessoas, nenhum beijo poderia se comparar com o de uma pessoa que realmente se ama. É mais que técnica e desejo, é a alma se entrelaçando e um êxtase violento que te faz querer cada vez mais. Me aproximei de seu corpo, estava totalmente rendida. Ele sorriu enquanto nos beijávamos e eu nunca estive mais feliz.
Não sei por quanto tempo continuamos beijando, mas quando senti que nossos corpos estavam próximos o suficiente para atrair olhares de julgamento por considerarem inadequado o escalonamento do beijo em um local tão público. Puxei minha cabeça para trás e o senti me perseguir, como se quisesse continuar o beijo. Não consegui desviar meu olhar de sua boca, agora mais volumosa e vermelha do que antes. Queria beijá-lo mais.
Então, me recordei dos acontecimentos passados.
– Que lance foi aquele de sabotar o sorteio? – perguntei, lembrando da promessa que ele havia feito de me contar tudo depois. – E como você sabia que era eu que havia mandado o correio elegante? Eu não contei pro Fagulha. Na verdade, eu não contei pra ninguém.
– É que eu sou do futuro – respondeu, com semblante sério.
– Ha ha ha – forcei uma risada sarcástica – Muito engraçado.
– Eu só… estive pensando no que eu queria para a minha vida, pro meu futuro. É você. Eu sempre fui apaixonado por você e era hora de tornar isso verdade, de fazer o passado valer a pena.
Ele colocou uma mecha do meu cabelo para trás da orelha, onde a tiara estava posicionada. Seu toque era macio e, mesmo que sua frase fizesse pouco sentido semântico e contextual, falando de passado e futuro de maneira branda e confusa, eu sabia que estava falando sério. Minha boca se contorceu em um sorriso e eu tentei desviar o olhar, era a melhor declaração que eu podia ter recebido.
– Sei que perdemos a quadrilha, mas quer dançar? – perguntou.
Me estendeu a mão e eu aceitei, caminhando para o meio do pátio onde adolescentes pulavam animados com a música tocada por Fagulha, Bruna e Henrique – intitulados como “inimigos da Beth” para a ocasião. Não demorou muito para que eu e Joel também começassemos a pular ao som da música, de mãos dadas; ele me rodou e eu não conseguia me desgrudar dele, distribuindo beijinhos em sua bochecha vez ou outra.
– Eu sei que eu to com chupão, mas por que ninguém tá falando do Joel? – Carol disse e todos seus amigos olharam para nós, gritando e assobiando.
– Podem zoar o quanto quiserem, mas a menina mais gata da festa é todinha minha – respondeu confiante e me puxou para mais um beijo, na frente de todos.
Ele devia isso para o Joel de 17 anos. Da primeira vez que presenciou a festa junina e ganhou o notebook usado, havia sido burro demais para suspeitar que poderia ter sido ela a enviar o correio elegante na ocasião – afinal, a garota era areia demais para seu caminhãozinho durante o ensino média. Seu senso de inferioridade e o leve crush em Anita o impediram de fazer qualquer investida que fosse.
Os anos passaram e uma amizade surgiu em quase todas as timelines que havia experimentado, mas nunca um romance. Ele nunca achou-se merecedor e ela sempre se sentia em segundo lugar com Anita. Foi então que, no futuro não muito promissor em que Eduardo havia comprado quase todos os imóveis da cidade que ela revelou pela primeira vez, completamente bêbada, que havia enviado o cartão. Claro. Era óbvio! Quando Joel tentou se aproximar para beijá-la, ela desviou o olhar.
– Faz tempo, Joel. Esquece – não voltou a encará-lo, apenas mordeu o lábio inferior observando a rua. – Demorei muito para aceitar que isso nunca iria acontecer.
Sua voz era triste e ele sentiu o peito pesar. Prometeu para si mesmo que se Anita voltasse a Imperatriz, independente de quando fosse, faria o possível e o impossível para voltar no tempo. Precisava reverter tudo que havia causado com o caderno, a vitória de Eduardo na quermesse, o futuro horrível de seus amigos e a oportunidade perdida com a garota que amava.
– Eu prometo que vou ajeitar tudo da próxima vez – respondeu rápido, como num pedido de perdão.
– Como se pudéssemos mudar o passado – ela caçoou e revirou os olhos, antes de se levantar para ir embora.
Assim, quando Anita apareceu e sua chance de mudar o passado se tornou realidade, sabia exatamente quem havia lhe enviado o correio elegante.
Aᴏ3
Wᴀᴛᴛᴘᴀᴅ
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Stefania Bril desobediência pelo afeto
Stefania Bril desobediência pelo afeto (IMS, 2024) é o livro que acompanha a mostra homônima na sede paulista do Instituto Moreira Salles a partir de 27 de agosto até 26 de janeiro de 2025. De família judaica polonesa, Stefania Bril (1922-1992), imigrou para o Brasil em 1950. A exposição e livro apresentam ao público a obra fotográfica, sua produção crítica e a atuação no campo institucional. Radicada em São Paulo, já em 1970 consolidou-se como fotógrafa e, a partir dos anos 1980, como crítica e curadora. Em suas fotografias vemos cenas cotidianas onde prevalece a irreverência, com perspectivas que propõem sutis deslocamentos na forma de olhar para uma metrópole que crescia em meio ao chamado "milagre brasileiro" - de pensamento ufanista, durante os primeiros anos da ditadura militar.
O alentado catálogo da mostra com mais de 300 páginas, traz também uma série de fotografias inéditas. É a primeira exposição individual com 160 imagens dedicada à obra da fotógrafa e crítica nos últimos 30 anos com curadoria da colombiana Ileana Pradilla Ceron, pesquisadora sênior no Instituto Moreira Salles e do carioca Miguel Del Castillo, com assistência da também carioca Pâmela de Oliveira, o primeiro coordenador da biblioteca do instituto e a segunda pesquisadora do acervo de fotografia do IMS.
Stefania Bril nasceu em Gdansk e viveu até a adolescência em Varsóvia. Ao lado de seus pais sobreviveu ao Holocausto. Mudou-se para a Bélgica ao término da Segunda Guerra já casada, onde graduou-se em Química em 1950, ano este em que imigra para o Brasil estabelecendo-se em São Paulo trabalhando a princípio com pesquisas nas áreas de bioquímica e química nuclear. Começou a dedicar-se a fotografia aos aos 47 anos, quando matriculou-se na icônica Enfoco, escola de fotografia criada por Cláudio "Clode" Kubrusly, que funcionou entre 1968 e 1976, por onde passaram consagrados fotógrafos como Cristiano Mascaro, Maureen Bisilliat, Antonio Saggese, Dulce Soares, Ella Durst, Mazda Perez, Nair Benedicto e Rosa Gauditano entre seus professores e alunos.
Ao final dos anos 1970 Stefania Bril, segundo pesquisadores do IMS, inaugurou a crítica fotográfica na imprensa brasileira escrevendo e assinando seus textos por mais de uma década no jornal O Estado de S. Paulo e na pioneira revista Iris Foto (1947-1999). Em suas colunas, analisou boa parte da produção fotográfica brasileira e internacional apresentada em São Paulo nos anos 1980, além de ter organizado festivais de fotografia. De suma importância para a cultura fotográfica criou a Casa da Fotografia Fuji, primeiro centro cultural em São Paulo voltado exclusivamente para o ensino e a divulgação da fotografia, que coordenou de 1990 a 1992. Seu acervo, que inclui sua obra fotográfica, crítica e sua biblioteca, está sob a guarda do IMS.
A coleção da fotógrafa foi adquirida pelo IMS em duas etapas: a primeira em 2001 e a segunda em 2012. O arquivo possui aproximadamente 15.000 imagens, entre ampliações de época, negativos e cromos (diapositivos) além de farta documentação textual. Como parte das iniciativas de difusão do acervo, o IMS destinou, em 2019, a segunda edição da Bolsa de Pesquisa em Fotografia ao estudo de sua obra. A pesquisadora contemplada foi a professora carioca Alessandra Vannucci, que assina um dos textos do livro, juntamente com Ileana Pradilla Ceron (que além do texto principal também assina a Cronologia comentada), Miguel Del Castillo e do paulistano Alexandre Araujo Bispo, antropólogo, curador, crítico e educador independente, doutor e Mestre em Antropologia Social pela Universidade de São Paulo (USP). Além destas preciosas análises, a publicação conta com uma pequena fortuna crítica com matérias selecionadas de Stefania Bril.
Segundo a curadoria, ao não focar em temáticas como o campo da política ou dos retratos de personalidades, a obra de Stefania “questiona certos critérios tradicionais de valoração da fotografia. Sua produção mostra sobretudo o fluxo da vida, observando as sutilezas, as ironias e contradições do dia a dia, com registros de momentos lúdicos e de afeto, como pontuam os curadores: “O cotidiano, considerado um tema sem importância, é afirmado por Stefania como espaço de resistência, inclusive em meio a um contexto totalitário como os anos de chumbo no Brasil quando fotografava. [...] Pouco a pouco, revela-se, por exemplo, a posição crítica de Stefania, que enxerga a falência da cidade moderna em meio às metrópoles que fotografou, e que aposta no afeto como antídoto à violência estrutural vigente.”
O conteúdo são imagens principalmente de São Paulo, mas também de outras grandes cidades, como Nova York, Paris, Amsterdã, Jerusalém e Cidade do México. As pessoas “anônimas” que habitam essas urbes contraditórias são as protagonistas das imagens (“Eu gosto de gente, não de carros.”, escreveu a artista em 1975). Embora signos das metrópoles, como edifícios e construções, também estejam presentes, nas fotos de Stefania eles são atravessados por intervenções lúdicas, evidenciando a posição crítica da fotógrafa em relação à padronização e desumanização impostas pela razão moderna. Já na série Descanso, registra homens cochilando em seus locais de trabalho, resistindo à lógica produtivista ou simplesmente esgotados por ela, e, em outro conjunto, retrata trabalhadores que mantêm vínculos com o fazer artesanal, como pintores e músicos de rua.
Para os editores, o humor e a ironia também transparecem nas fotografias. Algumas delas trazem cenas que beiram o surreal, como a imagem de uma vaca no meio de Amsterdã; a de uma mulher carregando uma nuvem de balões no meio da Quinta Avenida, em Nova York; ou ainda a de um menino que lê um gibi deitado dentro de um carrinho de supermercado em São Paulo. Ainda na chave do humor, Stefania também mira seu olhar para as escritas das cidades, capturando cartazes, outdoors e pichações. Sobre esse caráter de sua obra, a artista escreveu: “Insisto em ter uma visão poética e levemente zombeteira de um mundo que às vezes se leva a sério demais.”
De fato podemos notar em seus registros dois segmentos importantes que nos remetem a grandes fotógrafos, como os americanos Paul Strand (1890-1976) e Walker Evans (1903-1975), seja no seguimento mais antropológico, no caso do primeiro, a afinidade vem dos retratos que revelavam seu tempo distante das chamadas celebridades, e tipológico quando pensamos neste último cujas imagens traduziam uma concepção tipológica das cidades, quando Bril fotografa uma profusão de placas, outdoors e inscrições espalhadas por diferentes lugares.
O livro apresenta diversos retratos feitos por Stefania Bril, que segundo os editores, sinalizam outra característica marcante de sua produção. Grande parte das imagens mostram crianças brincando e pessoas idosas, fotografadas nas ruas ou no ambiente doméstico. Há também figuras populares em seus contextos locais, como o casal Eduardo e Egidia Salles, quituteiros famosos em Campos do Jordão, cidade da Serra da Mantiqueira, onde é comum a arquitetura de estilo suíço, que acolhe milhares de turistas no inverno paulista, onde a fotógrafa possuía uma residência, e Maria da Conceição Dias de Almeida, conhecida como Maria Miné, então importante personalidade da cidade.
Ileana Ceron escreve que Stefania Bril adentrou na fotografia pelas mãos de sua amiga, a fotógrafa e artista plástica alemã Alice Brill (1920-2013) que transitava com desenvoltura no circuito moderno das artes visuais. Segundo a curadora, ela "fez parte dos autores que, na década de 1950, construíram no país a linguagem moderna da fotografia e que tinham na cidade — entendida como o locus da modernidade — o seu objeto de investigação por excelência."
A entrada de Stefania Bril na Enfoco foi ideia de Alice Brill. Um lugar em que, conta a curadora, "Os alunos formavam um grupo heterogêneo. Apesar de a escola oferecer bolsas de estudo a quem não tinha recursos, o seu custo era elevado, pois a fotografia permanecia uma atividade elitista, devido aos altos valores de equipamentos e insumos para seu desenvolvimento." A presença feminina era majoritária, destacando-se a paraibana Anna Mariani (1932-2022) , a belga Lily Sverner (1934-2016) e a própria Stefania Bril, "entre outras, integravam o segmento de mulheres já não tão jovens que, após terem cumprido os rituais atribuídos socialmente à mulher, como o casamento e a maternidade, buscavam dar resposta a suas inquietações culturais e intelectuais. Para as três, a passagem pela Enfoco representou um ponto de inflexão, a partir do qual adotaram a fotografia como profissão" explica Ileana Ceron.
"Como boa observadora-ouvinte que era, Stefania Bril tem olhos e ouvidos para perceber o que a cidade está falando, mapeando a dor e o insólito da vida moderna, mas também a resistência e o humor." escreve Miguel Del Castillo. "Numa imagem conhecida, que foi capa de seu primeiro livro fotográfico, um pequeno letreiro nos convida, avistado por trás de alguns tubos de concreto: “Entre”. Suas fotografias possuem camadas assim. E, no caso dessa e de muitas outras escritas urbanas, enquadradas pela fotógrafa, parecem expressar em voz alta as ambiguidades das cidades."
Alexandre Araújo Bispo, aprofunda a parte antropológica da obra da fotógrafa: "Entre mostrar-se e esconder-se, olhar e ser olhada, as pessoas negras memorizadas nos negativos de Stefania Bril indicam a multiplicidade de ser negro: a personalidade pública Maria Miné, individualizada em um ensaio, mas pertencente a uma família extensa, a velha negra Ermília em família, a mãe negra com um ou vários filhos, o homem negro de “escritório”, o jovem negro com ares de hippie e olhar idealista, os artistas negros em seu fazer poético, os trabalhadores braçais, as crianças negras de ambos os sexos. Do modo como fotógrafa algumas pessoas, Stefania sugere ter estado com elas antes, durante e depois do instante fotográfico. Suas imagens evocam um sentido de conversa com e menos um dizer sobre ou pelas pessoas. Não parece haver uma autoridade sobre o que está mostrando, mas um desejo genuíno de convivência e interação social. Em outras fotos, como as dos trabalhadores braçais registrados na ação de trabalhar, o contato social não parece ter se prolongado."
Imagens © Stefania Bril. Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
OrganizaçãoIleana Pradilla Ceron Miguel Del Castillo
Produção editorial Núcleo Editorial IMS
Projeto gráfico Beatriz Costa
Tratamento de imagens Núcleo Digital IMS
Impressão: Ipsis Gráfica e Editora, tiragem de 1.500 exemplares nos papéis Offset, Pólen bold e Supremo
Serviço
Exposição Stefania Bril: desobediência pelo afeto
Abertura: 27 de agosto, às 18h
Visitação: até 26 de janeiro de 2025
6º andar | IMS Paulista
Entrada gratuita
Conversa de abertura da exposição, com os curadores Ileana Pradilla Ceron e Miguel Del Castillo e as convidadas Cremilda Medina, Maureen Bisilliat e Nair Benedicto27 de agosto, às 19h
Cineteatro do IMS Paulista
Entrada gratuita, com distribuição de senhas 1 hora antes do evento e limite de 1 senha por pessoa.
Evento com interpretação em Libras
IMS Paulista
Avenida Paulista, 2424. São Paulo, SP.
Tel.: (11) 2842-9120
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Devocional da Mulher
VOCÊ É PRECIOSA
O que eu poderia fazer por Jesus?
Jesus olhou para eles [os discípulos] e respondeu: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis”. Mateus 19:26, NVI
Você já se perguntou: O que eu poderia fazer por Jesus?
Bem, com certeza eu fiz essa pergunta a mim mesma. Eu não sentia que Deus poderia me usar para qualquer tipo de ministério, ensino ou alguma outra coisa! Que ajuda eu poderia ser? Outras pessoas eram mais capazes de servir ao Senhor. Eu não conseguia ajudar o Reino de Deus. Entenda, eu sou cega. De jeito nenhum eu poderia ser usada por Deus. Afinal, eu não era defeituosa?
No entanto, Deus tinha um plano diferente, como Ele sempre tem. Após estar na igreja por cerca de cinco anos, me envolvi no Ministério da Mulher. Fui auxiliar por alguns anos, e então surgiu a oportunidade de ser diretora do Ministério da Mulher na minha igreja. Deus sabia que eu precisaria pôr as mãos na massa como auxiliar por um tempo para sentir que poderia considerar o cargo de diretora. Claro, Ele já sabia que a oportunidade apareceria. Com nervosismo e empolgação, aceitei a homenagem. Eu não sabia totalmente como faria isso, mas, como o Senhor nos prometeu: “Para o homem é impossível, mas para Deus todas as coisas são possíveis” (Mateus 19:26, NVI).
Essa era a única promessa que eu precisava para prosseguir. Nunca se trata de como podemos fazer algo, mas sempre de como Deus pode fazer algo por meio de nós. Minha cegueira pode ter sido a razão pela qual eu não tinha um ministério, e as pessoas poderiam ter considerado isso um motivo aceitável. Afinal, como alguém pode esperar que uma cega comande um ministério? Já é difícil o suficiente apenas viver o dia a dia… No entanto, escolhi usar minha cegueira como uma plataforma para mostrar o grande poder de Deus. Estou escolhendo ser a tela em branco na qual Deus pinta Sua obra-prima. Para cada projeto que assumo, devo analisar o que delegar e o que posso fazer sozinha. Também aprendi a apreciar o ministério da vida cotidiana para alguém que pode estar observando.
Quando Deus está no centro, tudo é possível! Não precisamos ter todos os detalhes planejados, Deus já sabe o resultado.
Apenas confie em Seus planos!
Cyndi Woods
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Desde que vi EELIS 'BUGGY' SELÄNNE nos arredores de OLD HOLLOW, soube que estava na presença de um abençoado pelos espíritos da floresta! Aos 35 ANOS, talvez seja seu AMOR PRÓPRIO que o torna tão radiante, mas é sua COMPETITIVIDADE que o mantém unico… Além, é claro, de seu gosto peculiar: fiquei sabendo que ele ama TIRAR FOTOS SUAS, COSTURAR E ESTAR SOB O HOLOFOTE e odeia SER IGNORADO, INSETOS E PASSAR VERGONHA, não é especial? Espero vê-lo mais por ai, mesmo que esteja ocupado sendo um excelente AJUDANTE / INSTRUTOR DE TEATRO / DRAG QUEEN em KINGSGATE / CENTRO COMUNITÁRIO / TIKTOK. 𓇢𓆸 ( sam reid ◦ não-binário/queer ◦ ele/elu )
´ ・ . ✶ ━━ BIOGRAFIA.
os pais de eelis são apenas mais um casal estrangeiro que, acreditando no perfeito sonho americano, decidiu se mudar para o país da liberdade em busca de uma vida melhor. mas, infelizmente, não tiveram tanta sorte assim. continuaram pobres, porém em uma cidadezinha do interior de illinois, onde mal conseguiam entender inglês. para piorar, uma gravidez acidental deu origem a eelis.
ele nunca teve muito amor dos pais, e precisou aprender a se virar sozinho desde muito novo. green prairie acabou se tornando seu refúgio quando se tornou amigo de hugo whelan, passando mais tempo na pirate's hollow do que em sua própria casa velha e caindo aos pedaços em old hollow.
na adolescência, buggy ficou obcecado em assistir mtv, principalmente o reality show the real world, que acabou sendo seu primeiro contato com a comunidade lgbt. isso abriu uma caixinha de pandora em sua mente, levantando dúvidas sobre sua sexualidade e identidade. foi só quando foi apresentado ao maravilhoso mundo drag que algumas dessas dúvidas diminuíram.
inspirado por drags como rupaul e lypsinka, eelis criou seu alter ego, buggy the clown, pouco tempo depois de se formar no ensino médio, usando o recém criado myspace para divulgar sua arte.
anos depois e eelis ainda mora em apple cove, preso à cidade por conta de seus pais idosos que precisam de cuidado frequente. ele simplesmente não consegue abandoná-los, por mais que ainda guarde certo ressentimento pela criação sem carinho que teve. trabalha na kingsgate apenas para ir contra seu melhor amigo e inimigo mortal, ajudando na produção dos produtos artesanais, além de ter se tornado instrutor de teatro do centro comunitário. também tem uma conta no tiktok onde posta vídeos montado com sua persona drag, e vez ou outra faz apresentações nos bares da cidade e arredores.
´ ・ . ✶ ━━ HEADCANONS.
o apelido buggy foi criado por hugo, quando eles ainda eram pirralhos, depois de eelis entrar em pânico por causa de insetos. ele odiava ser chamado assim, mas decidiu usar o apelido como nome de seu alter ego para pagar de durão, como se não se importasse tanto assim. e o clown foi adicionado por ele também ter certo medo de palhaços, usando a sua persona drag como forma de tentar vencer esse medo bobo.
´ ・ . ✶ ━━ CONNECTIONS.
╰ ♡ ✧ ˖ hugo whelan ⊰ os dois se conheceram depois de eelis fugir de casa e se perder em green prairie, parando na pirate's hollow para se abrigar da chuva forte que começou do nada. mesmo com a diferença de 3 anos entre eles, viraram melhores amigos instantaneamente. faziam absolutamente tudo juntos! na adolescência acabaram se distanciando por começarem a se interessar por coisas diferentes, mas a conexão entre os dois continua forte até hoje. buggy guarda um pouco de rancor por acreditar que hugo simplesmente o abandonou no ensino médio por causa da namorada, considerando-o seu maior inimigo na cidade. vive falando mal dele em qualquer chance que tem. mas, se alguém vier concordar, começa a defender o mais velho na mesma hora. hoje os dois tem o perfeito relacionamento tom e jerry.
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𝐂𝐎𝐑𝐀 ⠀⠀ — ⠀⠀coralia di sancts. vinte e cinco anos. artista de rua.
𝐚𝐞𝐬𝐭𝐡𝐞𝐭𝐢𝐜 ↝ desenhos de caneta na pele, ondas do mar batendo contra rochas, acessórios feitos de conchas, marca de sol, pés descalços no concreto quente, frutas frescas e doces, a postura de uma deusa, movimentos leves como uma pluma.
𝐩𝐥𝐨𝐭 𝐢𝐝𝐞𝐚 ↝ eu ia amar esse plot pra cora:
hitchhiker plots are so superior. two total strangers—maybe muse a is running from something, muse b is moving cross-country, or maybe they both happen to be escaping bad situations—basically on a road trip while simultaneously getting to know each other! each hoping the other isn't nuts or dangerous, finding out tidbits about each other's lives, discovering talents and skills that may or may not be helpful on the road. i think it's such a fun way for muses to bond, and it's extra fun for muns who like to pour over planning as we get to map out our muses' course!
𝐬𝐲𝐧𝐨𝐩𝐬𝐢𝐬 ↝ abaixo do read more! ♡
quando uma mulher muito bonita, com a voz hipnotizante, livre e convincente faz com que homens caiam aos seus pés, especialmente numa cidade pequena como minori, as pessoas falam. no caso de laura, era mais do que apenas falar, eram acusações. a mulher era acusada por todos os lados de ser parte das lendas da cidade e se aproveitava disso para arrancar dinheiro de turistas, arranjar uns romances rápidos e se dar bem da forma que conseguia. mas, de repente, laura sumiu. passou quase um ano longe de minori sem dar quaisquer notícias aos amigos e familiares e voltou de repente, com uma garotinha nos braços.
as pessoas começaram a falar novamente. a história que se contava era que laura havia passado aquele ano no mar, gerando a menina, que seria tão hipnotizante quanto ela. a profecia tornou-se verdadeira conforme coralia crescia. não havia quem não se apaixonasse pelos olhinhos brilhantes, quem não prestasse atenção nas palavras muito bem medidas, quem não seguisse a criança saltitante para onde ela quisesse ir.
cresceu na rua, junto de sua mãe, uma cantora excepcional, que ganhava a vida cantando no centro da cidade. nunca soube quem era seu pai, mas não era como se precisasse de um. laura supria todas as necessidades da filha, a incentivava a buscar educação e a ensinava tudo que sabia também. assim como a mãe, coralia se mostrou uma cantora perfeita, mas era muito mais apaixonada por outros tipos de arte. enquanto sua mãe cantava, era comum ver cora, ainda novinha, dançando no mesmo ritmo. juntas, coralia e laura eram um entretenimento muito particular, apaixonante, do tipo que era impossível tirar os olhos.
terminou o ensino médio com honrarias e poderia ter ido para uma faculdade, mas a verdade é que ela sempre amou a vida que tem demais para se deixar prender em livros e provas. gosta de ser livre e é isso que ela é. assim como a mãe, passou anos ganhando a vida nas ruas de minori, sendo considerada quase uma lenda viva da cidade. não importava para qual canto se ia, todo mundo conhecia as sereias da cidade.
porém, aos poucos, a cidade foi se tornando um lugar pequeno para a mulher, que decidiu que se aventuraria por outros cantos da europa até encontrar um lugar que realmente fosse seu.
t͟r͟i͟v͟i͟ɑ͟ ♡
ㅤㅤ01.ㅤ| ㅤembora seja uma cantora absurdamente boa, com a voz encantadora, como a de uma sereia, coralia gosta muito mais de outros tipos de arte. costuma dançar, assim como apresentar performances envolvendo contorcionismo e malabarismo. se move com graça e beleza incomparáveis, alimentando ainda mais as lendas envolvendo ela e sua mãe.
ㅤㅤ02.ㅤ| ㅤcostuma andar no máximo com um chinelinho, mas ela gosta mesmo é de ficar descalça. performa apenas sem sapatos e não é incomum acabar vê-la andando sem sapato nenhum, por acabar perdendo os chinelos.
ㅤㅤ03.ㅤ| ㅤcomo não podia ser diferente, ela é completamente apaixonada pelo mar. sabe um monte de informações aleatórias, está sempre na praia, estuda os fenômenos marítimos e, se pudesse, não ficaria em nenhum outro lugar.
ㅤㅤ04.ㅤ| ㅤcora também é uma boa pintora. gosta de pintar elementos do mar e suas pinturas já foram transformadas em um livro de ilustrações do mar por algum homem aleatório, que era apaixonado por ela. o dinheiro do livro foi suficiente para que pudesse viajar.
ㅤㅤ05.ㅤ| ㅤacabou aprendendo outros idiomas para poder se comunicar melhor com os turistas. além do italiano, ela sabe falar inglês, espanhol e francês muito bem, também se vira no alemão.
personagem originalmente criada para o @minorihqs.
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(Julio Peña, 28 anos, ele/dele) Era Uma Vez… Uma pessoa comum, de um lugar sem graça nenhuma! HÁ, sim, estou falando de você CAIO FERRAZ. Você veio de SÃO PAULO, BRASIL e costumava ser AUTOMOBILISTA por lá antes de ser enviado para o Mundo das Histórias. Se eu fosse você, teria vergonha de contar isso por aí, porque enquanto você estava FAZENDO TRILHA, tem gente aqui que estava salvando princesas das garras malignas de uma bruxa má! Tem gente aqui que estava montando em dragões. Tá vendo só? Você pode até ser AVENTUREIRO, mas você não deixa de ser um baita de um LENIENTE… Se, infelizmente, você tiver que ficar por aqui para estragar tudo, e acabar assumindo mesmo o papel de LADRÃO REBELDE na história ENCANTO… Bom, eu desejo boa sorte. Porque você VAI precisar!
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RESUMO
Filhinho de papai sofreu com a separação dos pais e foi morar com a excêntrica tia artista plástica no centro de São Paulo. Fissurado em adrenalina, se colocar em risco e em esportes radicais; não tem medo de nada. Nunca gostou de estudar, reprovou o último ano do colegial e optou por abandonar a escola, preferindo apostar na carreira de automobilista iniciada aos 15 anos. Viveu loucamente durante anos — festas, bebidas, flings — abandonou a humildade que sempre pertenceu em seu coração pra dar lugar a um playboy estressadinho metido à besta. Sofreu um acidente no começo da temporada da Fórmula 1 de 2024 durante um GP e quase morreu. Desde então, está reavaliando como leva a vida e quer voltar às raizes. É uma boa pessoa, na dele, tranquilo e complacente. Mas, apertando os botões errados, se torna errático e explosivo.
A maior decepção de Caio foi saber que o Relâmpago McQueen não existia no mundo das histórias.
HEADCANONS
Vem de uma família paulista classe média alta. Pais advogados, mais presentes fora de casa do que dentro… Caio cresceu com a educação de babás, empregados e professores da escola primária e ensino fundamental. Isto é, até completar 11 anos, quando Henrique e Helena se separaram.
O garotinho, então, ficou aos cuidados de sua tia materna Alda, uma senhora boêmia, liberal, arrojada, e artista plástica de sucesso. Ela morava na cobertura de um prédio no coração da capital e arrastava o sobrinho bochechudo para exposições em galerias de arte, museus e peças teatrais. Tia Alda representa um verdadeiro refúgio para Caio, e forneceu a ele a liberdade que nunca sentiu com os pais, mas também o introduziu a um mundo de excessos e tentações.
Apesar da influência da guardiã e da oportunidade de conhecer diversas manifestações artísticas, essa não era a área pelo qual o coração do garoto batia mais forte. Seu segundo abrigo, porém, era a aventura. Desde garoto era uma pessoa atlética. Visitava o interior do estado só para percorrer por uma tirolesa de 5km, praticava flyboard sem medo algum, pulava de asa-delta, praticava paraquedismo.
Em contraponto, nunca demonstrou interesse pelas disciplinas tradicionais na escola, sendo este o momento mais entediante de seus dias. Não apreciava as matérias e, para desanimá-lo ainda mais, perdia a atenção com facilidade. Repetiu o terceiro ano do Ensino Médio por negligência e abandonou o colégio para se dedicar ao automobilismo, esporte que começou dois anos atrás, aos 15.
Aos 19 anos, se entregou aos excessos a que tanto foi tentado, mas recusados em nome da boa saúde. Já havia conquistado vários campeonatos de regionais e estaduais de kart, e estava para fechar contrato para as grandes competições. Conheceu pessoas do ramo, conheceu supermodelos, festas excêntricas que nunca sairiam da sua memória. Por anos, sua vida foi uma espiral de rebeldia e impulsividade em medidas iguais, mas sempre sóbrio o suficiente para conseguir treinar e subir ao pódio depois de longas corridas.
Aos 22, Caio estreou na Fórmula 2, conquistando um lugar no pódio em várias corridas. A imprensa brasileira começou a prometê-lo como a próxima grande estrela do país. Era jovem, com recursos, com muito patrocínio, e extremamente carismático. Explodiu nas redes sociais e foi o rosto de algumas marcas nessa época. Mas, quem o conhecia atrás da máscara de garoto de ouro, contaria outra história. Arrogância com staff, altercações físicas em festas, temperamento explosivo.
Mesmo assim, seu talento bruto o levou para a Fórmula 1 aos 25 anos, quando assinou contrato com a McLaren. Em seu ano de estreia conquistou três pódios, incluindo um segundo lugar no GP da Bélgica. Estava no melhor (e pior) momento da sua vida, como um meteoro. Os rumores sobre seu estilo conturbado de vida cresciam a cada dia mais, e mais pessoas fomentavam as histórias. Caio, vivendo tudo que sempre sonhou, ainda não se sentia pleno, tampouco satisfeito. Possuía a sensação que precisava de umas mudanças; mas como?
Em março de 2024, na primeira corrida da temporada, Ferraz sofreu um grave acidente, quando colidiu em um muro da pista em altíssima velocidade. Foi forçado a se afastar por quase toda a temporada devido a fratura no braço, o que o deixou de molho em fisioterapias e na casa da tia, onde tudo começou. Sozinho por semanas, preferiu enfrentar seus demônios ao invés de ceder, mais uma vez, à eles.
Caio estava em processo de rebranding com a sua equipe, tendo pedido desculpas na frente de toda a equipe de funcionários para aqueles a quem desrespeitou, e foi atrás das pessoas que pediram as contas para pedir perdão e oferecer trabalho (ou o que elas precisassem). Recebeu muitos nãos, alguns esporros (nada que não merecia), mas sentia que fazia a coisa certa.
Era fim de noite de sábado, após escutar um áudio de sua namorada terminando o relacionamento pelo WhatsApp, quando ele foi procurar as coisas dela para devolver, visto que Amanda estava a caminho do apartamento. Foi então que encontrou o Livro dos Perdidos em meio aos itens e, curioso, porque nem ele nem a namorada eram leitores que se prezavam, abriu a capa. No instante seguinte, já não estava mais ali.
Skeleton.
WANTED CONNECTIONS
Muse A é protetor sobre Isabela Madrigal, cuidando para que ela esteja sempre segura e feliz. Com a vinda de seu algoz particular, Caio se sente ameaçado com a desconfiança e até ódio de Muse, que desperta nele seus piores comportamentos.
Na qualidade de recém-chegado, o perdido ainda está se adaptando ao funcionamento e às leis desse novo mundo. Muse B, também perdido, sente o maior prazer em ensiná-lo sobre tudo o que sabe.
Ocioso é um adjetivo que não se pode aplicar a Caio, logo ele está sempre buscando coisas para fazer e aprender a fazer (ele gosta de aprender atividades braçais, não teóricas). Muse C opera da mesma forma, e desde que se conheceram se metem em empreitadas diferentes no Reino dos Perdidos, fazendo um pouquinho de cada coisa pra explorar esse mundo.
Embora esteja sendo mais comedido sobre o álcool, ele ainda curte passar horas em um bar jogando conversa fora e jogando dardos à troco de apostas ridículas. Muse D também gosta, então encontraram um no outro uma companhia fixa para esse tipo de happy hour, visto que a diversão é garantida.
Caio e Muse E se conheceram no hospital. Ele, para analisar o braço quebrado; Muse, por algum que motivo que ele mesmo já esqueceu. Acontece que se veem periodicamente no local, e já virou costume fofocarem sobre os funcionários e pacientes.
Nunca imaginou que uma crush dos desenhos seria real. Caio, um fissurado em desenhos animados quando era criança, sonhava em alto nível de detalhes em como seria o encontro dele com Muse F. Agora que estão no mesmo plano, as palavras se atrapalham, as mãos suam, e ele volta a ser o garotinho abobalhado.
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Nana, eu vou fazer um spray de pimenta para usar nos meninos da escola. Porque eles falaram que sou testuda e zarolha (que seria quando o olho não fica no centro, sabe? Ele fica mais para o lado esquerdo ou direito). E também dizendo que tenho calvície. Eu até falei com meus pais, mas eles disseram que eu ia mudar de sala. No entanto, acho melhor não, porque é o meu primeiro ano no ensino médio e tudo mais. Os "únicos" amigos que tenho estão na sala onde eu estou, mas no ano que vem vou mudar de escola (observação: eu sento lá atrás). Provavelmente vou ser suspensa, mas pelo menos acho que com razão. Se você quiser, eu posso te passar a receita de como fazer.
ignore eles meu anjo! eu sei que parece difícil e muitas vezes queremos fazer alguma coisa para que isso pare mas acredito que essa não seja a melhor forma, a não ser que caso ocorra algo mais grave (Deus o livre guarde), mas tenta se manter na sua paz por enquanto, essas atitudes ridículas dizem mais sobre esses meninos do que você! mas não deixe de avisar a coordenação e tenta ficar perto de grupos ee de pessoas que te passam uma certa segurança, se cuide meu bem 🤍 espero de coração que tudo dê certo pra ti
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➹ (hwang yeji)
"send me a ➹ and a fc & i'll create a character"
ABOUT nome: celine kwon • idade: vinte e quatro anos • ocupação: influenciadora digital • orientação sexual: panssexual • signo: gêmeos • faceclaim: hwang yeji (itzy)
INFO
filha de dois imigrantes coreanos, nasceu nos estados unidos, onde passou a maior parte da infância antes de a família se mudar para a irlanda, quando ela estava no ensino médio. celine sempre foi uma garota bonita e fashion, chamando a atenção das pessoas e ganhando elogios por onde passava desde pequena. no entanto, sua beleza e aparência não eram algo que ela se imaginou usando em sua carreira - celine estava na faculdade, estudando e tentando descobrir o que queria fazer da vida, como queria trabalhar. nenhuma de suas opções incluía estar no centro das atenções, mas a popularidade do instagram estava aumentando e ela pensou em tentar isso como um simples hobby, celine só nunca esperava a quantidade de seguidores que acabaria conseguindo e quantas pessoas veriam e seguiriam seu perfil. tudo aconteceu um pouco rápido demais e foi quase um choque, mas o que antes era considerado um hobby de repente a ajudou a aumentar sua renda - e mais tarde, tornou-se seu sustento, com marcas procurando patrociná-la e dar-lhe coisas ela nunca poderia imaginar ter. mesmo que celine não tivesse se imaginado fazendo tal coisa antes, parecia quase idiota negar a oportunidade de ganhar tanto dinheiro tão jovem. todos os seus amigos ficaram com ciúmes do que ela havia conquistado, mas celine não tinha certeza se gostava de todo o negócio de influenciadores. como influenciadora e modelo, toda a sua vida está online para qualquer um ver. embora ela não possa reclamar do trabalho (que não é tão fácil como algumas pessoas podem pensar), às vezes ela não consegue evitar de se sentir um pouco sobrecarregada e cansada pela necessidade de parecer e agir constantemente de maneira perfeita - todos estão sempre observando , afinal. ela só precisa continuar postando.
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truque de mágica
🕸️notinha da Sun - vocês acharam mesmo que eu não viria entreter meus solzinhos no halloween?? KKKKKK Vocês me conhecem, não escrevi nada sombrio, mas tá bonitinho!! Me inspirei em “A feiticeira” (na série, o filme não curto muito) e eu acho que seja só isso!! O Haechan é ilusionista 🤓☝️
w.c - 1k | fluff, mas eu sou a Sabrina Carpenter das fics e preciso colocar um sugestivo no final 🤭
boa leitura, docinhos fantasmagóricos!! 👻
— Tá fantasiada de quê? — Chenle perguntou, vestido como Leonardo DiCaprio em Titanic. Sua outra metade, vulgo Jungwoo, estava em algum lugar da casa antiga, vestido de Rose e provavelmente engolindo cabelo da peruca.
— Hedy Lamarr em Ziegfeld Girl — você respondeu orgulhosa, tocando nas estrelas de EVA brilhante que aplicou no traje. Chenle fez uma cara de quem não fazia a mínima ideia de quem você estava falando. Você bufou. — Ela era atriz e criou o Wi-Fi na Segunda Guerra Mundial.
— Você é muito CDF, sabia? — Você deu de ombros. Tinha o melhor dos dois mundos, era uma CDF e gostosa, assim como Hedy Lamarr. Chenle te puxou para dentro da mansão que deveria parecer assombrada, mas era esplêndida demais, com suas colunas e detalhes muito bem trabalhados, baseados na estética grega. Estavam na festa de Halloween dele mesmo, de Zhong Chenle, que aproveitou a ausência dos pais para organizar a maior festa de todas.
Quando entrou, seu coração martelou dentro do peito com o espetáculo que acontecia no meio da sala enorme. Todos estavam bem acomodados, fosse sentados, fosse encostados em seus namorados ou namoradas. E Haechan? Ele estava ali no meio, vestido tal qual o ilusionista que era, fazendo desaparecer cartas de baralho e surgir adagas do nada.
— Não quer suspirar mais alto, não? — Chenle perguntou, e você sorriu, abraçando o braço dele. O toque físico era a chave para fazê-lo esboçar uma carinha de nojinho, pareciam até irmãos. Considerando o tempo que você o aguentava, praticamente eram.
— Ainda bem que eu vim de Hedy.
— É, né. Achei que você viria de Menina do Exorcista — você sorriu, negando com a cabeça.
— Eu pensei, mas não executei. Sinceramente, não achei que ia querer beijar hoje. Você não me disse que tinha contratado ele.
— Não, porque sabia que você ia ficar desse jeito — ele disse, afastando seu braço com força. Você era inacreditavelmente forte para ele; quando agarrava, era difícil de soltar. — Troca uma ideia com ele, vai.
Você conhecia Haechan desde o primeiro ano do ensino médio, quando ainda usava aparelho odontológico e óculos ao invés de lentes. Não que isso te deixasse feia, só te dava uma aparência de novinha demais, enquanto Haechan já tinha uns 17 anos na época. Ele foi contratado para uma festa de aniversário da sua priminha de 7 anos, e você praticamente deixou o queixo cair quando o viu: bonito demais, mas sem chance, você nem tinha beijado ninguém ainda.
Mas agora, você estava no último ano do ensino médio. Ele era dois anos mais velho que você, fazia alguma coisa na área de humanas na faculdade, e você não podia perder a chance que o universo estava colocando em suas mãos. Na verdade, foi Chenle que fez isso, então teria que presenteá-lo mais tarde.
Haechan terminava um truque de mágica quando te avistou. Ele sorriu como sempre, e você quis se contorcer. Bonito demais, ele era tudo demais e você não conseguia se controlar.
— Hedy Lamarr, né? — ele perguntou quando terminou, e a música ficou mais alta, as pessoas se dispersando do centro.
— É, em Ziegfeld Girl — você respondeu tímida, o coração mais acelerado do que nunca.
— Isso foi muito cinéfilo pra mim — você sorriu, desviando o olhar para os seus pés cobertos por um saltinho off-white. Haechan te fez olhar para ele, usando as pontinhas dos dedos para elevar seu rosto em direção ao dele. Você estremeceu. — Pode me acompanhar?
Estranhamente, Haechan conhecia a mansão melhor do que você. Ele te levou até os fundos, para um jardim mal iluminado, e você achou coisa da sua cabeça quando a porta se fechou no instante em que ele mexeu os dedos de leve.
Para qualquer outra pessoa, aquilo parecia um cenário de assassinato, mas você estava tão rendida que não se importava de ser uma presa, nem pensava em instinto de sobrevivência.
Haechan te conduziu até um banco do outro lado do jardim, a mão conectada à sua, fazendo sua pele se arrepiar e suar mais do que o necessário, de nervosismo, obviamente.
— Eu sei que você me observa, e eu sei que isso vai parecer papo de serial killer, mas eu também te observo — ele se sentou primeiro, e você congelou em pé, ainda segurando a mão dele. Engoliu em seco, vendo-o apontar com a cabeça para o lado, onde havia um espaço para você no banco, mas você simplesmente se sentou de lado, nas coxas dele, o que te fez soluçar de timidez, e ele sorriu com sua confiança.
— Mas você precisa saber de uma coisa — ele disse, contornando sua cintura com um braço e acariciando seu rosto com a outra mão, o polegar tocando pertinho do seu lábio superior, quase borrando seu batom vermelho vívido.
— E o que é? — você perguntou em êxtase e soluçou de novo.
— Vou parar com o seu soluço e iluminar esse jardim, dúvida? — Ele questionou, e você tocou o peito dele.
— Haechan, você é um ilusionista, não... — você abriu a boca em completa surpresa quando, praticamente num estalar de dedos, o jardim se iluminou, a fonte no centro começou a funcionar, e de repente você não soluçava mais. Uma flor silvestre recaiu sobre seu colo, e Haechan a repousou gentilmente atrás da sua orelha.
— Isso... Como você...?
— Magia — ele respondeu, aproximando o rosto do seu. Beijou sua bochecha e o cantinho da sua boca, te provocando aos poucos. — Não sou só um ilusionista qualquer.
— Você é tipo a Matilda?
— Do filme? — Ele perguntou, e você assentiu devagar. Haechan esboçou um sorriso para você, e ver aquele espetáculo de tão perto te fez sentir que poderia morrer saciada naquele momento. — É. Tipo isso.
— Você consegue... Você faz isso só com os dedos?
Haechan sorriu com sua inocência, e você revirou os olhos quando percebeu a malícia que ele viu na frase.
— Não é disso que eu tô...
— Eu quero te beijar — ele afirmou, e você abriu a boca, sem palavras. Se ajeitou no colo dele, ajustando a postura e ficando ereta, fazendo-o elevar o queixo para te admirar. Suas mãos tocaram as bochechas fofas dele. Você aproximou os lábios com cautela, e quando envolveu sua boca na dele, perdeu totalmente o controle. Haechan administrou o beijo, afoito demais, molhado demais, majestoso demais. Se pudesse descrevê-lo com uma palavra, seria: demais.
Ele levou algumas estrelas brilhantes de EVA no processo, mas quem liga? Haechan estava literalmente levando seu batom embora, e aquele era o paraíso.
Quando se separaram, ambos respiravam acelerado, tentando recuperar o oxigênio perdido.
— E sobre os seus dedos... — você começou com um sorriso, fazendo-o sorrir de volta.
— Vou te mostrar tudo que meus dedos são capazes de fazer.
@sunshyni. Todas as abóboras direitos reservados.
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dia 02 - uma rua marcante
RUA JOSÉ FERREIRA DA SILVA
e toda ladeira íngreme que tinha pra subir antes dela. rotina diária de três anos angustiantes do pós ensino médio. juro que não teve um só dia daqueles três anos que eu tivesse subido ou descido aquela ladeira tranquilamente, sem desespero ou uma ansiedade à flor da pele. ah se eu soubesse... se eu fizesse uma pequena ideia sequer do que viria pela frente...
mas apesar do cansaço da subida e descida da ladeira, a história ficava ali na José Ferreira mesmo que também não economizava em nada no sobe e desce (ruazinhas difíceis aquelas ali). A José Ferreira parecia mais uma panela na verdade, tinha uma lombada enorme dos dois lados da rua e o ponto em que eu ficava era bem no centro dela, como se eu estivesse em pleno problema de matemática quando a gente aprende aqueles gráficos de equação de segundo grau. e de fato, eu meio que estava.
como uma escritora por necessidade que sou, nunca fui muito boa em matemática mas ali, no centro da rua José Ferreira, eu precisei aprender a me virar na marra. meu destino esteve em jogo naquela rua por duas vezes na minha vida.
e depois de ter falhado da primeira vez, eu achei por bem que deveria me desesperar pra que na segunda tudo saísse perfeitamente como tinha que ser. pelo menos na minha cabeça tinha que ser. óbvio que deu tudo errado de novo e que muito provavelmente, se eu tivesse a cabeça de hoje, eu facilmente notaria que definitivamente a José Ferreira não era a rua feita pra marcar a minha vida, nem pra me aproximar dos meus sonhos.
o que eu estava buscando ali não era meu. não tinha nada ver comigo. imagina se eu fui feita pra passar uma vida toda marchando? eu não teria essa disciplina. foram precisos anos e anos pra que eu visse isso como um elogio e não como um pretexto pra que eu me culpasse todos os dias subindo aquelas ladeiras todas, que mais pareciam penitências.
mas sabe, nem tudo foi ruim naquela José Ferreira. em específico, o dia da minha partida de lá. pra mim foi muito claro o quanto certas mudanças de vida tem sim, dia, hora e lugar marcado pra acontecer e a minha foi exatamente assim.
foi como se a própria José Ferreira tivesse se materializado em alguém que me dissesse que aquele não era o meu lugar. pela janela do curso, enquanto eu estudava e devorava os livros sem me distrair nunca, me bastou um único minuto de desatenção pra que eu olhasse pra fora e notasse os carros, as árvores lá fora, as pessoas que subiam e desciam aquelas ladeiras paralelas e pela primeira e única vez em dois anos, eu me questionei sobre quanto tempo mais eu iria ver a minha vida passar por aquela janela.
e dali pra frente não precisei questionar nem pensar mais em nada a não ser em juntar as minhas coisas e descer aquela ladeira pela última vez e desta vez, me atentando bastante aos detalhes que perdi.
naquele dia eu soube que tudo seria diferente.
que os planos que eu tinha feito pra mim e que eram sagrados, estavam indo pelo cano.
que os meus projetos não teriam mais futuro.
e eu desci aquela ladeira com uma felicidade diferente de tudo que já senti porque eu ria de alívio mas no fundo me vinha um medo..
medo do que estaria por vir, medo do que eu estava deixando pra trás, medo porque eu estava me sentindo confortável ao estar sem chão.
eu não tinha a menor ideia do que eu faria, era como se eu estivesse abandonando minha identidade sem mais nem menos, mas eu só estava feliz com tudo isso. mais nada.
eu não tinha um plano B, eu não sabia nem como fazer pra anunciar as pessoas que eu estava desistindo de um sonho que há muito tempo tinha sido a minha vida.
o que eu sabia é que eu já não era mais a dona daquele sonho. não havia nenhuma razão que me fizesse continuar ali porque eu não era mais aquela quem daria tudo por tudo aquilo. eu queria muito mais e ao mesmo tempo, muito menos do que aquilo ali. ou talvez eu não quisesse nem mais, nem menos... só outra coisa.
claro que dali pra frente não foi fácil. eu tive que me reinventar e aprender a não surtar com as dificuldades que vieram. eu pensei tantas vezes também em desistir da minha desistência...
lá na José Ferreira eu também ouvi tanto falar sobre como desistir era coisa de gente fraca. e me desprender desse conceito foi doloroso. não vou negar que ainda é até hoje porque aqui fora, a vida não alivia. mas o meu alívio maior da vida com certeza morou naquele dia, naquela rua, naquela hora, olhando pela janela.
nunca mais eu senti tanto alívio quanto o que eu senti ao descer aquela ladeira certa de quase nada a não ser do que eu já não queria mais ser.
se eu pudesse desejar uma única sensação na vida a toda e qualquer pessoa, sem dúvida, seria essa: a de desistir de alguma coisa pelo menos, nessa vida, depois de ter desejado muito numa outra versão de você que já não te cabe mais. não há nenhum peso no mundo que pareça maior do que a tonelada que sai das suas costas quando você decide finalmente se reinventar, apesar dos pesares.
e a José Ferreira, só a título de curiosidade, eu nunca mais visitei depois daquele dia. e quer saber? eu nem sinto falta — o que é curioso já que eu sempre sinto falta de tudo. vai ver é porque mora nela um pedaço da minha vida que talvez nunca seria meu de verdade, sei lá.
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