#amore clandestino
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Tutti gli amori clandestini sono destinati a essere scoperti, specialmente quando l’amore finisce e resta soltanto la clandestinità.
- Mario Desiati, Spatriati
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Lo malo del después...
Se estremeció. Podía sentir la diestra de Juan ascendiendo lentamente bajo la fina gasa del vestido, acariciaba su piel con el dorso de la mano mientras la fulminaba con una mirada entre el deseo y el desafío.
Ambos podían escuchar las voces que llegaban inconexas desde el salón. Marina llevaba toda la noche incitándole, retándole... un roce, una sonrisa, una palabra, un guiño, aprovechando los descuidos de Luis para intentar quedarse a solas con él.
Había seguido a Juan hasta la cocina con la excusa de recoger los platos, colándose con descaro en el pequeño hueco que le separaba de la encimera.
Para cuando sus dedos alcanzaron el fino encaje que cubría su intimidad, Juan ya se había acercado lo suficiente para decirle al oído:
- Si sigues jugando con fuego podrías quemarte.
Un segundo después los labios de Marina hacían presa del lóbulo de su oreja para susurrar:
- ¿Y si lo que quiero es que me abrases?
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Nuestro secreto es el pecado.
Extraño a mi amante, ese amor prohibido, Los momentos a escondidas, nuestro refugio escondido. Un amor solo nuestro, un secreto compartido, Encuentros furtivos, de pasión desmedido.
Esos momentos irresponsables, llenos de magia y sudor, Quedaron grabados en mi carne, en mi pecho con ardor. Cada toque, cada beso, era un pecado divino, Que me llevaba al borde de la locura, un placer clandestino.
El miedo de ser descubiertos nos rondaba, Pero solo hacía que más te deseara. Quería perderme en ti una vez más, En tus brazos, en tu cuerpo, en ese lazo fugaz.
Quisiera revivir ese pecado intenso, Sentir de nuevo el fuego, el deseo inmenso. Tenerte en mis brazos, ser solo tú y yo, Ocultos del mundo, como siempre fue, amor.
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Y me hundo en el calor q hay en tus muslos en tu mar
Llorando en silencio, temblando tu ausencia, rogándole al cielo y fingiendo estar muy bieeeeeeeen
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the inspiration was the story of "soldier" by the author ChinaGirl_1. dear China, I am still waiting for the end of this story. I love you so much <3
https://www.wattpad.com/790386243-soldier-un-amor-clandestino-%E2%97%8F%E2%97%8Fmclennon%E2%97%8F%E2%97%8F
#the beatles#the beatles art#paul mccartney#john lennon#mclennon#mclennon art#paul mccartney art#john lennon art#ringo starr#george harrison#art
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vou te levar pra saturno | johnny suh
notas da sun: 'cês acharam mesmo que ficariam sem mim nesse final de semana??? Demorei, mas cheguei KKKKKK Respondendo um pedido, olha só ( @lovesuhng me desafiou a escrever algo deste homem e eu não poderia ir contra um pedido da Mika, não é mesmo???) Acho que é a coisa mais dramática que escrevi pra este perfil, é uma mistureba que me agradou demais, envolve principalmente “Saturn” e “Snooze” da SZA, “Cinnamon Girl” da Laninha e “Mirrors” do Justin Timberlake, só musicão porque a mãe tem bom gosto 😎
w.c: 1k
contexto: o Johnny faz parte de uma gangue japonesa “do bem” (é isso ai mesmo, culpa “Walk” e o Yuta em “Mystery in Seoul”) e a protagonista é uma enfermeira de um hospital clandestino.
avisos: menção honrosa ao Yuta em “High & Low” 🙌
boa leitura, docinhos!!!
— Você só tá com febre, mas vai melhorar depois desse medicamento — Você disse para a garotinha de 10 anos que brincava com as próprias tranças enfeitadas por duas fitas finas de cetim que formavam lacinhos fofos. Seus olhos desfocaram do rostinho infantil e vermelho devido a temperatura corporal e miraram além, para a chuva torrencial que caía lá fora e que coincidentemente combinava e muito com como você estava se sentindo internamente.
Sentia-se tal qual um motoqueiro em direção debaixo de uma chuva sem igual, a viseira do capacete não estava ajudando em nada, a estrada escorregadia e as curvas cada vez mais fechadas e ariscas. Além disso, não tinha sinal em seu celular, verificar um GPS para conferir um melhor caminho para o seu destino se tornara uma tarefa impossível, e você estava oficialmente sozinha.
No entanto, existia alguém, existia uma pessoa em particular que poderia te tirar daquela agonia, mas você recusava a ajuda, por que o que adiantaria aceitá-la de bom grado quando essa pessoa em especial se colocaria diante do temporal para te salvar? Se arriscaria tanto quanto para bancar o herói por sua causa. Você acreditava que aquilo não passava de uma troca de valores, você saía do primeiro plano e Johnny o ocupava confiante e irresistivelmente teimoso.
— Acho que você e o tio John combinam. Por que vocês não namoram? — Você sorriu sem mostrar os lábios para a expressão dúbia da menininha, ele costumava ser famoso entre as crianças do bairro quando não estava conduzindo alguma missão que às vezes envolvia casas de apostas ilegais, o que dava a chance de Yuta Nakamoto, o líder do bando, abdicar do conjunto vermelho social e apostar no casaco pesado animal print egocêntrico.
— Infelizmente, não é tão simples assim, princesa — Ouviu-se dizer e percebeu o quanto aquela frase soava feito uma desculpa esfarrapada para uma criança, de repente sentiu falta da sua infância, de como tudo parecia ser possível, bastava despejar toda sua criatividade num giz de cera e criar o seu mundo partindo das cores primárias, um mundo em que mais pessoas boas existiam, em que o amor era valorizado mais do que cédulas, um mundo em que você acordasse todos os dias dez minutos antes do Suh despertar, só pra tê-lo envolvendo sua cintura num abraço carinhoso na cozinha, a voz grave questionando ao pé do seu ouvido: “Por que acordou? 'Vamo voltar pra cama, por favor”.
Você ajudou a garotinha a descer do leito hospitalar após ouvi-la reclamar sobre o quão adultos tornavam coisas singelas em extremamente complicadas e sua cabeça balançou, num gesto positivo. Virou-se por alguns segundos, organizando suas coisas numa pequena mesinha de trabalho localizada próxima a maca quando Johnny surgiu de súbito, encharcado, uma expressão de dor cobrindo-lhe a face bonita enquanto segurava o próprio braço visualmente machucado.
Sua primeira reação foi levá-lo até o leito, onde ele sentou sem protestar embora tenha resmungado quando você o apalpou do cotovelo até o pulso, havia algo de errado com o seu antebraço mas ele pouco se importava considerando o sorrisinho agridoce que esboçou, mesmo com a probabilidade de ter fraturado algum osso. Você parou de examiná-lo e mirou os olhos castanho escuros, Johnny retribuiu o olhar, só que diferente da sua pessoa, ele te observava com doçura, com tanto carinho que fez sua expressão suavizar, ainda que seu coração batesse sem controle como o trote de um cavalo sem rédeas.
— Na última vez que nos vimos, você praticamente disse que me odiava, quase soletrou isso — Com a mão boa, Johnny segurou o seu queixo com o polegar e o indicador, fixando o olhar no seu, te impedindo de desviá-lo para alguma janela ou qualquer outra coisa presente naquele ambiente. Seus olhos brilhavam com a umidade acumulada e seus lábios tremiam ligeiramente com o anúncio abrupto de lágrimas que, você sabia, rolaram pelas suas bochechas da mesma forma que a chuva caía lá fora, impiedosamente, sem intervalos — Então por que se importa? Por que se preocupa com alguém que você odeia? Me fala.
Você piscou e a primeira lágrima traiçoeira desceu solitária pela sua face, Johnny a capturou com os lábios, beijando seu maxilar antes que a gotinha salgada molhasse seu pescoço, como da última vez quando você mentiu sobre seus sentimentos, afirmando detestá-lo mesmo depois de tê-lo em sua cama, em seu corpo e em seu coração, ele acariciou sua bochecha com a palma levemente calejada, odiava o quanto ele parecia sereno ainda que vivesse transbordando suas emoções, Johnny insistia em transmitir plenitude e calmaria. E pra ele, você tinha o efeito de um entorpecente feito o ópio, aliviava a dor severa e o fazia crer num lugar inventado, num lugar melhor.
— Porque eu não te odeio. Percebi que nem se eu quisesse, eu conseguiria fazer isso.
Johnny te beijou, envolveu sua nuca com a mão e colidiu os próprios lábios nos seus, sentiu o gosto das lágrimas tanto suas quanto as deles que se misturaram, molhando o rosto e o beijo, ele sabia exatamente como estava suportando a dor latejante no braço esquerdo, o remédio tinha nome, sobrenome, uma fragrância fresca característica feito uma brisa marinha no verão e um sorriso gentil, viciante feito um alucinógeno, capaz de fazê-lo se machucar de propósito apenas para te ver, para que você pudesse tocá-lo ainda que platonicamente, o que graças aos céus não era aquele caso.
Johnny gemeu no fundo da garganta, o que te fez separá-lo de si empurrando seus ombros com delicadeza, sem saber ao certo se aquele som fora reproduzido por puro prazer ou se na euforia de pressionar os corpos, você piorara o ferimento, no entanto o Suh dedicou um dos seus melhores sorrisos para você, aliviando sua postura e fazendo você voltar a respirar novamente.
— Eu tô com medo. Tô com medo de te perder... Isso tudo é tão perigoso.
— E o que você acha que é tudo isso? Você tá se arriscando por essas pessoas. Por mim.
Johnny queria e muito te acalmar, queria te mostrar que seriam vocês contra o planeta Terra daquele momento em diante, que vocês poderiam mudar aquela realidade estúpida juntos, que ficariam bem. Por isso ele esfregou o nariz esbelto no seu pescoço, a voz grave provocando seu corpo, incitando seu coração a acelerar de supetão.
— Fica tranquila, eu vou te levar pra Saturno.
notas da sun²: quis voltar aqui só pra dar uma explicação para vocês. Na própria música da SZA, ela cita Saturno como uma fuga da realidade enfadonha, como se Saturno fosse um lugar melhor, por isso ela diz: “Life is better in Saturn”. Foi exatamente isso que eu quis trazer pra esse texto, como se a protagonista e o Johnny fossem “Saturnos” um para o outro, por isso somente juntos eles conseguem se deslocar para um “lugar melhor”, “um mundo inventado pela criatividade e gizes de cera”, enfim espero que vocês tenham gostado dessa tanto quanto eu gostei 🥰
@ sunshyni. Todos os direitos reservados.
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La luna, testigo silencioso de nuestro amor clandestino, siempre ha brillado con más intensidad cuando estás cerca.
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¿Quién escondería su felicidad?, por eso quien oculta el amor, quien de clandestino lo quiere tener, o pierde el amor por completo o de infelicidad comienza a padecer.
Efimera Lunar Intemporal
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"Volverás"
Volverás a los poemas que te he escrito
sin motivos, querrás amarte en ellos.
Así como yo te he amado
y lo he probado con mis hechos.
Te he entregado de mis manos mil caricias
que al principio en maneras,
son pausadas
más luego se rebelan impetuosas
hacen guerra de amor en la enramada.
Y se desbordan como un río de acuarelas
que sublevan a su vez, tu mar en calma.
Y se adornan con la espuma de las olas
que sonrientes se besan con el alba.
Yo, artesana de caricias en tu cuerpo
moldearé tu figura urgentemente;
en este enlace de amor y de pasiones...
¡El calvario clandestino de dos vientres!
.loy
©️ 👀
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Memento, Parte II
Ninguém me reconhece mais entre essa esperança Enquanto desvio o peito de adagas Convidando com minha própria língua ao duelo A gentileza antropofágica redimindo exércitos
Tal disparate separa a aparência Entre hospitais e bordéis Bula todas as vezes Refeita entre feridas ególatras
Conciliando com olhos irreconhecíveis O amor não é crível, a paz não é crível Meu cinismo é a matéria que constrói meu fim E meu país já está fadigado de me regurgitar aos seus filhos
Colha-me fruto clandestino Apêndice das perfumarias Arfar placentas inorgânicas Atribular a hesitação ao véu
Ao acaso, desabito estes corpos celestes O momento é calar influências externas Enquanto afoga-se vozes internas Em uma pia testemunhando covardia
A sina cozinha retratos em frigideiras A guerrilha das artérias ensina matrimônio E você sabe que eu evito meus hábitos Para preservar qualquer desinteresse cômico
Há um artigo imprudente Confinando Medusa ao inferno A rosa polida era plano de fundo Para uma corrida sociopolítica da especulação
Obedientemente devolvido Os motivos descarnam o superficial Eu também aproveitei os louros da futilidade Para dançar em praças literárias...
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#projetoflorejo#mentesexpostas#lardepoetas#espalhepoesias#pequenosautores#pequenosescritores#projetovelhopoema#liberdadeliteraria#projetoalmaflorida#projetomardeescritos#projetoversografando#arquivopoetico#poecitas#poetizador#quandoelasorriu#compartilharemos#projetoartelivre#projetonaflordapele#autoral#escrita
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(Spanish version) ''Am I go too fast, Angel?''
Otro de los fandoms que me encanta es el de ''Good Omens'', así que traigo una pequeña interacción que se me ha ocurrido entre Crowley y Freddie Mercury, contándole sus penas de amor. ¡Espero que te guste!
𝖨 𝖼𝖺𝗇 𝖽𝗂𝗆 𝗍𝗁𝖾 𝗅𝗂𝗀𝗁𝗍𝗌 𝖺𝗇𝖽 𝗌𝗂𝗇𝗀 𝗒𝗈𝗎 𝗌𝗈𝗇𝗀𝗌 𝖿𝗎𝗅𝗅 𝗈𝖿 𝗌𝖺𝖽 𝗍𝗁𝗂𝗇𝗀𝗌 𝖶𝖾 𝖼𝖺𝗇 𝖽𝗈 𝗍𝗁𝖾 𝗍𝖺𝗇𝗀𝗈 𝗃𝗎𝗌𝗍 𝖿𝗈𝗋 𝗍𝗐𝗈 𝖨 𝖼𝖺𝗇 𝗌𝖾𝗋𝖾𝗇𝖺𝖽𝖾 𝖺𝗇𝖽 𝗀𝖾𝗇𝗍𝗅𝗒 𝗉𝗅𝖺𝗒 𝗈𝗇 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗁𝖾𝖺𝗋𝗍 𝗌𝗍𝗋𝗂𝗇𝗀𝗌 𝖡𝖾 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝖵𝖺𝗅𝖾𝗇𝗍𝗂𝗇𝗈 𝗃𝗎𝗌𝗍 𝖿𝗈𝗋 𝗒𝗈𝗎
—Seis mil, seis mil pu t os años y contando— se quejó una vez más, rodando encima del gran piano de cola. Sus lentes descansaban al costado izquierdo, y su triste silueta se reflejaba en la superficie del instrumento— ¿eso es poco tiempo de espera? ¿Cómo puede creer que voy ''rápido''? ¿Crees que de verdad estoy acelerando las cosas? NO ME CONTESTES, NO QUIERO SABER. EN REALIDAD, NO ME INTERESA LO QUE CREA— el demonio siquiera daba tiempo a que el otro dijese nada.
—Querido— suspiró Freddie— usualmente adoro recibir tus visitas en mis ratos libres, pero esta noche he quedado en salir con Brian, así que apreciaría mucho si dejas de retorcerte y me dices cómo puedo ayudarte, cielo— el hombre apenas rozaba las teclas con sus dedos, tarareando para sí mismo y de vez en cuando mirando de reojo a su amigo— ¿Puedo serte franco? — apenas y tocó unas notas, antes de bajar la tapa y centrar la mirada en Crowley. El pelirrojo se encogió de hombros y giró boca abajo, apoyando la cabeza en las manos— Como si decirte ''no'' fuese a importar. Dispara—.
𝖮𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾, 𝗈𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒 𝖶𝗁𝖺𝗍'𝗋𝖾 𝗒𝗈𝗎 𝖽𝗈𝗂𝗇' 𝗍𝗈𝗇𝗂𝗀𝗁𝗍, 𝗁𝖾𝗒, 𝖻𝗈𝗒? 𝖲𝖾𝗍 𝗆𝗒 𝖺𝗅𝖺𝗋𝗆, 𝗍𝗎𝗋𝗇 𝗈𝗇 𝗆𝗒 𝖼𝗁𝖺𝗋𝗆 𝖳𝗁𝖺𝗍'𝗌 𝖻𝖾𝖼𝖺𝗎𝗌𝖾 𝖨'𝗆 𝖺 𝗀𝗈𝗈𝖽 𝗈𝗅𝖽-𝖿𝖺𝗌𝗁𝗂𝗈𝗇𝖾𝖽 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒
— Quiero que me digas, en tus propias palabras y que NO te limites a insultos, por qué es tan doloroso para ti el hecho de que este hombrecito haya pedido ir más despacio con su...relación— pidió el cantante. Pese a la suavidad de su tono, trataba de ser firme y lograr -de una vez por todas- que su querido amigo aceptara lo que realmente sentía.
— relación amistosa, A MIS TO SA— enfatizó Crowley. Resopló y volvió a quedar boca arriba, la mirada en el bonito candelabro en oro que poseía Freddie en su lujosa y amplia sala de estar. — No es dolor, empecemos con eso. Es frustración, que conste. ¿Tienes idea de cuánto hemos pasado juntos? ¿Los cientos de ''momentos por azar'' en que hemos coincidido y casualmente podido ayudarnos? Te estoy hablando de montones de vidas, miles de veces en que ''por mera coincidencia''— dibujó unas grandes comillas usando ambas manos— quedamos en el mismo sitio para tomar algo, o sólo charlar— conforme hablaba, los recuerdos desfilaban en su mente a toda velocidad— Por Satán, odio esto. Odio llevar tanto maldito tiempo sintiendo la estúpida necesidad de conseguirle esos bombones que tanto le gustan -y aprovechar para dejar a alguien más sin comerlos, o bien, tentar a algún monje obeso puesto bajo un estricto régimen alimentario y obsequiarle un repentino atracón de azúcar clandestino- cuando sé que podría toparme con él. Detesto que esas estúpidas bolsitas de té importadas me recuerden a él ¿sabes? Cada fibra de mi ser está harto de ver una maldita vajilla de porcelana y preguntarme si la tendrá en su colección— calló un momento al notar que Freddie simplemente le observaba con una sutil sonrisita. Conocía esa mirada a la perfección.
—Cariño...— intentó el hombre, llevando una de sus manos al cobrizo pelo del demonio.
—No, calla. Dilo y haré que pierdas esa estúpidamente magnífica voz—.
—Crow-leeeey—
— ESTÁS ADVERTIDO—
Al ver que el demonio no cedía en su terquedad, el otro simplemente suspiró y se mantuvo ocupado cepillando con sus dedos el cabello del otro — ¿Por qué te cuesta tanto aceptar tu destino? El amor es, en mi opinión, una cosa por la que vale la pena sufrir incluso todos los días de tu vida—.
𝖮𝗈𝗁, 𝗅𝖾𝗍 𝗆𝖾 𝖿𝖾𝖾𝗅 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗁𝖾𝖺𝗋𝗍𝖻𝖾𝖺𝗍 (𝖦𝗋𝗈𝗐 𝖿𝖺𝗌𝗍𝖾𝗋, 𝖿𝖺𝗌𝗍𝖾𝗋) 𝖮𝗈𝗁, 𝗈𝗈𝗁, 𝖼𝖺𝗇 𝗒𝗈𝗎 𝖿𝖾𝖾𝗅 𝗆𝗒 𝗅𝗈𝗏𝖾 𝗁𝖾𝖺𝗍? 𝖢𝗈𝗆𝖾 𝗈𝗇 𝖺𝗇𝖽 𝗌𝗂𝗍 𝗈𝗇 𝗆𝗒 𝗁𝗈𝗍-𝗌𝖾𝖺𝗍 𝗈𝖿 𝗅𝗈𝗏𝖾 𝖠𝗇𝖽 𝗍𝖾𝗅𝗅 𝗆𝖾 𝗁𝗈𝗐 𝖽𝗈 𝗒𝗈𝗎 𝖿𝖾𝖾𝗅 𝗋𝗂𝗀𝗁𝗍 𝖺𝖿𝗍𝖾𝗋 𝖺𝗅𝗅
— Yo NO debo sentir ''''amor''''. Esa clase de cosas están reservadas para el otro lado y para ustedes los mortales. Alguna vez se lo dije a William, justo cuando escribía el final de ''Romeo y Julieta''. Ustedes encuentran placer en sufrir, a nosotros sólo nos corresponde aumentar los números de abajo, no ''experimentar''— puntualizó el demonio.
— El ''no deber'' es muy diferente a ''no querer''... y por lo que entiendo, llevas más tiempo aquí con nosotros que...ya sabes— con un movimiento de cabeza señaló hacia abajo— así que ¿a quién le importa? Además ¿no hay mayor muestra de rebeldía que ir en contra de lo que te están imponiendo? — Crowley no dijo nada. Aquella línea de pensamiento era una de las razones con más peso por la que justamente su amigo terminaría perteneciendo a los suyos tarde o temprano. —¿Estás seguro que no te enviaron de allá, hombre? — cuestionó el demonio, un tanto más animado. En respuesta, Freddie le dió un toquecito en la nariz con la punta del índice, antes de agregar— No desvíes el tema—.
𝖨'𝖽 𝗅𝗂𝗄𝖾 𝖿𝗈𝗋 𝗒𝗈𝗎 𝖺𝗇𝖽 𝖨 𝗍𝗈 𝗀𝗈 𝗋𝗈𝗆𝖺𝗇𝖼𝗂𝗇𝗀 𝖲𝖺𝗒 𝗍𝗁𝖾 𝗐𝗈𝗋𝖽, 𝗒𝗈𝗎𝗋 𝗐𝗂𝗌𝗁 𝗂𝗌 𝗆𝗒 𝖼𝗈𝗆𝗆𝖺𝗇𝖽 𝖮𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾, 𝗈𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒 𝖶𝗁𝖺𝗍'𝗋𝖾 𝗒𝗈𝗎 𝖽𝗈𝗂𝗇' 𝗍𝗈𝗇𝗂𝗀𝗁𝗍, 𝗁𝖾𝗒, 𝖻𝗈𝗒?
Finalmente, Crowley se animó a girarse una vez más y observó a su amigo, estando aún desde arriba del piano. — ¿Es así para ustedes? — los amarillos ojos puestos en los marrones— ¿Sentir como si te arrojasen dentro de una iglesia, completamente desnudo y luego te salpicaran en cada milímetro de piel con agua bendecida mientras de fondo suena un coro celestial a todo volumen, cada vez que esa persona parece no sentirse igual? —. El otro rió ante el ejemplo, encogiéndose de hombros mientras nuevamente alzaba la tapa y presionaba algunas teclas— Oh cariño, no sé qué tan horrible sea eso para alguien como tú, pero para los que son como yo...— le dedicó una triste sonrisa— bueno, sientes el corazón romperse en mil pedazos, pero morirías sin dudarlo por una simple mirada de la persona que quieres. Renunciarías a cualquier cosa material, darías tu alma y toda tu existencia sólo por verle. A veces es renunciar a tu propia felicidad por el bien de esa persona— explicó.
𝖶𝗋𝗂𝗍𝖾 𝗆𝗒 𝗅𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋 𝖥𝖾𝖾𝗅 𝗆𝗎𝖼𝗁 𝖻𝖾𝗍𝗍𝖾𝗋 𝖠𝗇𝖽 𝗎𝗌𝖾 𝗆𝗒 𝖿𝖺𝗇𝖼𝗒 𝗉𝖺𝗍𝗍𝖾𝗋 𝗈𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝗍𝖾𝗅𝖾𝗉𝗁���𝗇𝖾 𝖶𝗁𝖾𝗇 𝖨'𝗆 𝗇𝗈𝗍 𝗐𝗂𝗍𝗁 𝗒𝗈𝗎
—Estas cosas son para volverse locos— murmuró en respuesta al cantante— en mi existencia he visto montones de historias, toooodas girando en torno al amor, y déjame decirte que siempre acaban mal. Alguien es apaleado, decapitado, quemado vivo, le sacan los ojos y lo dejan calvo o termina saltando del primer acantilado que vea...o también en la guillotina. Y te aseguro que nosotros no inventamos esta cosa del romance...aunque es algo bastante cruel, quizá deba buscar quién tiene la patente—.
𝖳𝗁𝗂𝗇𝗄 𝗈𝖿 𝗒𝗈𝗎 𝖺𝗅𝗐𝖺𝗒𝗌 (𝖨 𝗆𝗂𝗌𝗌 𝗍𝗁𝗈𝗌𝖾 𝗅𝗈𝗇𝗀 𝗁𝗈𝗍 𝗌𝗎𝗆𝗆𝖾𝗋 𝗇𝗂𝗀𝗁𝗍𝗌) 𝖨 𝗆𝗂𝗌𝗌 𝗒𝗈𝗎 𝖶𝗁𝖾𝗇 𝖨'𝗆 𝗇𝗈𝗍 𝗐𝗂𝗍𝗁 𝗒𝗈𝗎 𝖳𝗁𝗂𝗇𝗄 𝗈𝖿 𝗆𝖾 𝖺𝗅𝗐𝖺𝗒𝗌
Durante unos minutos ninguno dijo nada más, cada uno sumergido en sus propios pensamientos. Freddie tocaba alguna melodía a la que Crowley -como pocas veces- no prestaba atención. En su cabeza repasaba algunos fragmentos de la conversación que acababan de tener, y le costaba mucho no pensar en eso de ''sientes el corazón romperse en mil pedazos'' y ''darías tu alma y toda tu existencia sólo por verle''. ¿Que no se había entregado a sí mismo a disposición del ángel? ¿No había renunciado hacía muchísimo tiempo a permanecer alejado de él, dispuesto a seguirle a cualquier rincón del mundo, con tal de poder seguir viendo esos ojos azules que tanto le gustaban, su boba sonrisita antes de saborear algún postre o probar un nuevo platillo en algún restaurante local? ¿No contaba los días para esos encuentros, las idas a merendar, o entregarle algún presente que -según él- había conseguido sólo para fastidiar al bando contrario y darle puntos al Infierno? ¿No sentía algo cálido y pesado a la altura del pecho, cada vez que se fijaba en la asquerosamente pura y angelical aura que Aziraphale parecía emanar cada vez que iban por la calle y tenía algún gesto amable con todos los desconocidos que veía y ayudaba gustosamente? ¿Esa necesidad de acudir en su ayuda, incluso si -literalmente- debía arder por él e incluso recibir alguna llamada de advertencia por parte de sus superiores infernales?
𝖫𝗈𝗏𝖾 𝗒𝗈𝗎, 𝗅𝗈𝗏𝖾 𝗒𝗈𝗎 𝖧𝖾𝗒, 𝖻𝗈𝗒, 𝗐𝗁𝖾𝗋𝖾 𝖽𝗈 𝗒𝗈𝗎 𝗀𝖾𝗍 𝗂𝗍 𝖿𝗋𝗈𝗆? 𝖧𝖾𝗒, 𝖻𝗈𝗒, 𝗐𝗁𝖾𝗋𝖾 𝖽𝗂𝖽 𝗒𝗈𝗎 𝗀𝗈? 𝖨 𝗅𝖾𝖺𝗋𝗇𝖾𝖽 𝗆𝗒 𝗉𝖺𝗌𝗌𝗂𝗈𝗇
Las cursis declaraciones con flores y promesas que los mortales acostumbraban a usar no eran para nada el estilo de Crowley. Lo suyo era atormentarse a sí mismo durante la noche, cuando había pasado todo el día visitando a Aziraphale rodeado de sus libros y tazas de té y sentía que no había ningún lugar en todo el plano que preferiría visitar. Era terminar sus silenciosos reclamos sobre su injusta caída y degradación con un ''lo único bueno de esta mierda es que le he conocido a él'', y pensar que al menos, entre toda la basura que formaba parte de su vida, había un cálido y agradable rayo de sol. Una persona que no le miraba como si se redujeran a ser simplemente ''enemigos naturales'', sino como un ser vivo. Podía ser él mismo, sin ningún protocolo que cumplir o reglas absurdas a las cuales tener que limitarse.
𝖨𝗇 𝗍𝗁𝖾 𝗀𝗈𝗈𝖽 𝗈𝗅𝖽-𝖿𝖺𝗌𝗁𝗂𝗈𝗇𝖾𝖽 𝖲𝖼𝗁𝗈𝗈𝗅 𝗈𝖿 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒𝗌 𝖣𝗂𝗇𝗂𝗇𝗀 𝖺𝗍 𝗍𝗁𝖾 𝖱𝗂𝗍𝗓 𝗐𝖾'𝗅𝗅 𝗆𝖾𝖾𝗍 𝖺𝗍 𝗇𝗂𝗇𝖾 𝗉𝗋𝖾𝖼𝗂𝗌𝖾𝗅𝗒 (𝖮𝗇𝖾, 𝗍𝗐𝗈, 𝗍𝗁𝗋𝖾𝖾, 𝖿𝗈𝗎𝗋, 𝖿𝗂𝗏𝖾, 𝗌𝗂𝗑, 𝗌𝖾𝗏𝖾𝗇, 𝖾𝗂𝗀𝗁𝗍, 𝗇𝗂𝗇𝖾 𝗈'𝖼𝗅𝗈𝖼𝗄) 𝖨 𝗐𝗂𝗅𝗅 𝗉𝖺𝗒 𝗍𝗁𝖾 𝖻𝗂𝗅𝗅, 𝗒𝗈𝗎 𝗍𝖺𝗌𝗍𝖾 𝗍𝗁𝖾 𝗐𝗂𝗇𝖾
Se incorporó lentamente y bajó de un salto, antes de dar unas palmadas en el hombro de su amigo. — ¿Sabes? Creo que esta noche hay una mesa libre en el Ritz, debería irme ahora. Salúdame a May hoy y, si Roger te llama, dale un golpe de mi parte en la entrepierna— y tras la despedida de ambos, minutos después Crowley estaba en el Bentley y conducía rumbo a su hogar .
𝖣𝗋𝗂𝗏𝗂𝗇𝗀 𝖻𝖺𝖼𝗄 𝗂𝗇 𝗌𝗍𝗒𝗅𝖾 𝗂𝗇 𝗆𝗒 𝗌𝖺𝗅𝗈𝗈𝗇 𝗐𝗂𝗅𝗅 𝖽𝗈 𝗊𝗎𝗂𝗍𝖾 𝗇𝗂𝖼𝖾𝗅𝗒 𝖩𝗎𝗌𝗍 𝗍𝖺𝗄𝖾 𝗆𝖾 𝖻𝖺𝖼𝗄 𝗍𝗈 𝗒𝗈𝗎𝗋𝗌 𝗍𝗁𝖺𝗍 𝗐𝗂𝗅𝗅 𝖻𝖾 𝖿𝗂𝗇𝖾 (𝖢𝗈𝗆𝖾 𝗈𝗇 𝖺𝗇𝖽 𝗀𝖾𝗍 𝗂𝗍) 𝖮𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾 (𝖳𝗁𝖾𝗋𝖾 𝗁𝖾 𝗀𝗈𝖾𝗌 𝖺𝗀𝖺𝗂𝗇) (𝖧𝖾'𝗌 𝗆𝗒 𝗀𝗈𝗈𝖽 𝗈𝗅𝖽 𝖿𝖺𝗌𝗁𝗂𝗈𝗇𝖾𝖽 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒) 𝖮𝗈𝗁, 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒
Veinte minutos más tarde, estaba en su casa y se sentó en la silla de su despacho, marcando un número que ya conocía de memoria. Sólo tuvo que esperar unos segundos para oírle y que el mundo pareciera un poco menos asqueroso.
𝖶𝗁𝖺𝗍'𝗋𝖾 𝗒𝗈𝗎 𝖽𝗈𝗂𝗇' 𝗍𝗈𝗇𝗂𝗀𝗁𝗍, 𝗁𝖾𝗒, 𝖻𝗈𝗒? 𝖤𝗏𝖾𝗋𝗒𝗍𝗁𝗂𝗇𝗀'𝗌 𝖺𝗅𝗅 𝗋𝗂𝗀𝗁𝗍 𝖩𝗎𝗌𝗍 𝗁𝗈𝗅𝖽 𝗈𝗇 𝗍𝗂𝗀𝗁𝗍 𝖳𝗁𝖺𝗍'𝗌 𝖻𝖾𝖼𝖺𝗎𝗌𝖾 𝖨'𝗆 𝖺 𝗀𝗈𝗈𝖽 𝗈𝗅𝖽-𝖿𝖺𝗌𝗁𝗂𝗈𝗇𝖾𝖽 (𝖿𝖺𝗌𝗁𝗂𝗈𝗇𝖾𝖽) 𝗅𝗈𝗏𝖾𝗋𝖻𝗈𝗒
—Hey, Angel. ¿Tienes planes para esta noche?—.
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The Story Of Us IV
— Um amor proibido, Jaehyun Jung. Primeiro Ato: Illicit Affairs
notas: o ex misterioso finalmente deu as caras! que esse romance ilícito te encontre bem, apesar de tudo. até o próximo ato.
Quando estamos prestes a cometer algum erro, a nossa consciência grita. Desse modo a voz da sua cabeça berrou, esperneou, fez de tudo para que você parasse de cair no mesmo poço fundo que destroçou o seu coração. Como deseja agora ter escutado sua própria razão.
É esse o problema dos amores proibidos, Dos encontros clandestinos e dos olhares desejosos. Nascem de apenas uma troca de olhar, Mas morrem milhares de vezes.
Depois da partida de Renjun, você precisou de muita ajuda para se reencontrar. Se não fossem pelas várias visitas de Kun, e pelas jornadas mais longas no escritório, você não teria feito o mínimo esforço para ver outras pessoas.
Começou com a primeira fase, a negação. O tempo livre após o trabalho e os finais de semana eram em casa, por isso seu chefe se despia da postura formal e se transformava no seu vizinho que sempre tinha chocolate, sorvete e pipoca ao bater na sua porta com sugestões de séries que faziam sua mente dar um nó. O suspense tomava sua atenção por horas o suficiente.
Kun tomou a responsabilidade de te distrair para si, o que nunca foi um peso. Na verdade, ele se sentia à vontade e confortável ao seu lado. Ele foi capaz de te cativar tão rápido que duvidava se ele era real ou uma imaginação, tão bom ele era e continua sendo.
— Você não pensa em ter um hobby? — Ele pergunta ao sentar-se no sofá, apoiando os calcanhares na mesa à frente. Observa enquanto você pondera a sugestão, ele aproveita para tomar um gole da cerveja gelada que havia acabado de buscar na geladeira.
— Tipo o quê? — Devolve com outra pergunta.
— Não sei… Antes seu hobby era escrever, mas agora você faz isso o dia todo. — Ele começa o raciocínio. — Tem que ter outra coisa pra distrair a mente. Aula de dança?
— Hm, parece uma boa. Mas eu vou pensar sobre. — Concluiu apressada, o filme que escolheram esta noite aguçou sua curiosidade.
Depois do vizinho partir para o apartamento ao lado, você fica assistindo vídeos por bons minutos. Até que um deles chama sua atenção, e você entra no perfil para assistir mais como aquele. É um vídeo simples, onde uma menina mostra algumas câmeras de filme sendo cuidadas, o filme sendo trocado e separado para revelação. Por alguma razão aquilo te prende e te interessa mais do que esperava, por isso acabou conectando os pontos: e se isso for o seu hobby? Fotografia de filme não é fácil, mas nada tão revigorante como aprender algo novo do zero.
Num rompante de energia, busca o laptop na escrivaninha do quarto e pesquisa se havia lojas de filme pela cidade. Horizon Film. O instagram é bonito, muito bem montado, cheio de informações. Pega o celular novamente para rolar o feed com mais facilidade, se deparando com uma postagem que te tira o fôlego. As fotos eram de uma delicadeza surpreendente, e você não resiste à beleza que te instiga. Encara cada detalhe.
Repara, após uns instantes, que há uma marcação nas fotos, jaehyunpov. As outras imagens que encontra são tão lindas e inspiradoras quanto. Elas variam em foco, em filme, em cores; capturam o belo do cotidiano, mas também da natureza, de paisagens escondidas, de partes óbvias da cidade que os nossos olhos já tinham se acostumado. Aquele perfil te fez tomar uma decisão: faria uma visita à loja no dia seguinte.
O horário de almoço finalmente chega, e você sai correndo para dar tempo de escolher a primeira câmera com calma. Os passos apressados abrem caminho através das pessoas que andam no contrafluxo, te ajudando a alcançar o destino mais rápido.
Parando brevemente antes de abrir a porta, um friozinho na barriga gostoso dá as caras. Cheia de coragem você entra, o sino soa para anunciar sua chegada, e um jovem sorri com as covinhas simpáticas atrás do balcão.
— Bem-vinda! Pode ficar à vontade, qualquer coisa é só chamar. — Ele diz como num piloto automático, mas ainda alegre.
Você agradece com um aceno de cabeça e repara cada parte do recinto. As paredes verde oliva adornadas com capas de vinis, polaroids e outras séries de fotos em filme oferecem um quê vintage e aconchegante ao espaço; a música baixinha ao fundo acrescenta ao sentimento de nostalgia uma graciosidade única; as câmeras dispostas em prateleiras do chão ao teto te encantam ao ponto de arrancar um sorriso surpreso do seu rosto envergonhado, pois o menino ainda queima suas costas com o olhar fixo na sua figura.
É bem verdade que está mais perdida do que gostaria, porém ainda não queria admitir. Finge pensar nas suas opções, ficando mais nervosa a cada minuto que passa. Não deu para sentir a presença do outro se aproximando, sendo assim, exclama de susto ao vê-lo bem ao seu lado. Ele solta uma risada culpada, porém divertida, e o som ecoa um pouco.
— Desculpa, não queria te assustar. — O garoto põe a mão no próprio peito, controlando a risada. — Você quer ajuda?
Resolve parar de mentir, assentindo firmemente.
— Sim, por favor. — Declara, por fim. Ele aumenta o sorriso ao te ver expor a preocupação de principiante. — Eu decidi ontem começar com tudo isso, — Você gesticula demais. — então eu tô muito confusa.
— Ah, não fica assim. — Por alguma razão ele parece animado. — Sempre quis ajudar alguém a começar do jeito certo, você vai ser minha cobaia. — Arqueia uma das sobrancelhas, esperando uma resposta. O jeito que ele te olha é um pouco…
— Ótimo! — Você se deixa contagiar pelo entusiasmo nos planos.
— Perfeito. Pra começar, essa daqui… — Ele avança entre as prateleiras, você apenas o observa procurar o que pensa. — essa! É a melhor! — O garoto volta para o seu lado, ainda com aquele olhar que te constrange, acompanhado da mansidão na voz doce.
Ele descreve algumas especificidades da Yashica Kyocera Ez Mate com uma aura brilhante em volta de si, conhecedor natural de tudo o que aquela pequena máquina seria capaz de fazer, e também justifica porque ela seria a opção mais conveniente para o seu primeiro passo.
— …Enfim, ela é simples, compacta, intuitiva e vai te dar a vibe de filme que você precisa pra se apaixonar por esse meio. — Ele completa, prestando atenção nas suas reações conforme ia falando.
Confessa que se perdeu um pouco entre os fios ondulados caindo sobre os olhos orientais, que te fitam com o que parece uma curiosidade saudosa. Os traços tão bonitos te intimidam por um momento, mas percebe que ele tinha acabado de explicar e aguarda sua resposta com os lábios torcidos numa expressão quase convencida.
— Eu… é… — Você passa a mão entre os próprios cabelos, colocando-os atrás da orelha após jogá-los para trás. — Vou ficar com essa mesmo, vou confiar na sua sugestão. — Tenta fazer uma piadinha para despistar a sua situação.
No caixa, o garoto embala o pacote com cuidado e destreza, incluindo uma caixa a mais de filme do que havia pedido.
— Ei, acho que você colocou uma caixinha extra…
— É um presente de boa sorte. — Ele levanta o olhar e te dá uma piscadela, ocasionando o retorno do rubor às suas bochechas.
Nunca antes na vida murmurou um obrigada tão tímido. Piorou quando, ao pegar a sacola das mãos do menino, reparou que nem tinha perguntado o nome dele.
— Obrigada pela atenção… — Você sinalizou com o rosto confuso que não sabia como chamá-lo.
— Jaehyun. — Ele sorri fraco, apontando para o pequeno broche na altura do peito que continha o mesmo nome escrito.
Burra, como não reparou antes?
Além de se achar a pessoa mais lenta do universo neste momento, você também conectou o nome ao instagram que tinha fuxicado na noite anterior. No entanto, não poderia mencionar isso agora.
— Você também tira foto, Jaehyun? — Indaga para mascarar que já sabia sobre o talento dele.
— Uhm, sim. — Responde como se fosse óbvio, apesar de apreciar o seu interesse. — Eu tenho um instagram só sobre isso, é Jaehyun pê ó vê, tudo junto. Me segue lá, se quiser.
— Ah, claro! Vai ficar de inspiração. — Você pega o celular e segue o perfil na frente dele. — Eu preciso ir! — Arregala os olhos ao se dar conta do horário, ainda precisa almoçar. — Até… um dia!
Jaehyun acena para sua figura apressada que deixa a porta pesada se fechar sozinha. O frio na barriga ainda não passou, mas agora tem mais de uma razão.
Fazendo o caminho de volta para o trabalho, pensa se não viu coisa demais nos trejeitos do homem. Talvez ele só estivesse fazendo um bom atendimento, nada mais. Talvez ele tratasse todo cliente assim, com atenção, com sorrisos e com esse olhar cativante o suficiente para te fazer lembrar dele durante o resto do dia.
Chegando em casa, você gravou uns stories só para compartilhar com os amigos sobre o seu novo interesse. Poucos minutos depois, recebe duas notificações.
97jung seguiu você
Jaehyun curtiu seu story
Aquele era o instagram pessoal de Jaehyun. Talvez estivesse certa. O sorrisinho que está nos seus lábios aumenta ao apertar o seguir de volta que o perfil exibe em azul; se desfaz logo em seguida, todavia.
Não precisou stalkear o menino por muito tempo para ver as fotos com a namorada no feed. Ué?
Bom, conclui para si, definitivamente estava errada. Pelo menos teria um novo amigo… certo?
O final de semana seguinte é inteiramente seu e da sua nova câmera. Há tempos não sentia vontade de sair de casa para fazer algo, especialmente sozinha. Na manhã de Sábado se arruma inteira, passa maquiagem e põe uma roupa que gosta enquanto ouve uma playlist animada. O seu interior reflete nas atividades daquele novo dia, já nem se lembra do que precisava esquecer.
Você pega uma das bicicletas por aplicativo e passeia pelas ruas vazias do bairro, seu rumo é o parque das borboletas, o lugar mais inspirador que conhece. Você tira inúmeras fotos, torcendo para que fiquem tão boas quanto prometiam. As famílias por lá se derramam numa alegria que transborda através da lente pequena, mas que te permite um mundo de novas oportunidades.
No Domingo repete o processo, entretanto, os pedais te levam até às igrejas antigas que esbanjam arquitetura minuciosa e obras singulares no interior. Aproveita também para passar pelas galerias de arte lotadas, onde fotografa um menininho espevitado e curioso interagindo com as esculturas, tentando imitá-las da forma que consegue. A mãe assente feliz após seu pedido de autorização para fotografá-lo, e sorri grande ao vê-lo exagerar nos gestos quando percebeu ser o alvo da sua atenção. Um pequeno artista.
Durante a tarde e a noite gastou suas horas no computador digitalizando e editando os cliques favoritos do filme. Deu muito trabalho, porém foi sucesso. Acabaria revelando algumas depois, essas foram só para admirar o resultado das tentativas. Postou algumas no story e no feed, agora inteiramente tomada pela boa sensação que o início concreto te causa.
Jaehyun respondeu seu story: O seu olhar é muito delicado Que talento! Acho que essa é a minha favorita Não… essa. Como você conseguiu pegar a borboleta parada?
Infelizmente não consegue lutar contra o sorriso bobo, nem contra o coração acelerado, pulando de alegria ao ler os elogios. Mas não é nada demais, ele só é alguém que entende muito sobre o que você começou a fazer agora.
você: é tudo sorte de principiante
Jaehyun: Uma principiante talentosa, então E linda
O-oh.
Você não responde, não sabe como reagir. Vira o telefone para baixo e desliga o computador. Prepara tudo para o dia seguinte e prefere ir dormir, ignorando as outras notificações de Jaehyun o máximo que pode.
Tenta fechar os olhos, mas o sono não vem. A curiosidade aperta demais. Você toma o celular novamente e pondera se deve ler as mensagens. Que mal faria?
Jaehyun: Vendo o seu estilo eu já tenho várias outras sugestões de câmera As canon combinam demais contigo, eu acho Quero ver outras fotos, pode me mostrar?
O problema é que ele sabe conversar. Uma resposta era o suficiente para ele engatar um assunto no outro, e assim passaram dias, melhor, semanas, conversando todos. os. dias.
Os tópicos deixaram de ser apenas sobre fotografia, Jaehyun passou a te perguntar sobre seus dias, seu trabalho, seus gostos… Não só isso, ele também mandava bobeiras sobre os próprios afazeres, fotos com caretas, músicas que o lembram você, vídeos idiotas seguidos de áudios tomados pela risada contagiante… tudo absolutamente perigoso. O tempo inteiro você se pega sorrindo para a tela, e também precisa se policiar para não ficar mais feliz ao ver o nome dele aparecer várias vezes no celular.
Jaehyun: Preciso te entregar uma coisa Passa aqui na loja?
Visto que já fazia um tempo que tinha feito uma visita à Horizon, encanta-se novamente pelo ambiente acolhedor como se fosse a primeira vez. Tão logo o sino aponta sua chegada, Jaehyun te cumprimenta com mais intimidade desta vez.
— Finalmente apareceu! — Ele completa o cumprimento animado. Você, sem graça e sem um teclado virtual para te esconder, sorri sem mostrar os dentes e ajeita o cabelo sem perceber.
— Não faz tanto tempo assim, faz?
— Claro que faz. — O garoto te encara com uma expressão quase ofendida no rosto. — Sem mais delongas, tá aqui seu presente.
Jaehyun mostra uma caixa preta com um laço prateado na tampa, e você fica sem palavras ao abrir. É uma Olympus Trip carérrima que tinha mencionado estar de olho numa das conversas.
— Jae… eu não posso aceitar! É um presente muito além do que eu mereço, eu… — Tenta falar através das mãos que cobrem o seu rosto chocado.
— Não gastei nada, é sério. — Ele ri, os olhinhos se apertam. A confusão que substitui a surpresa faz com que ele queira explicar. — Eu ganhei essa câmera do meu pai, agora eu quero que ela seja sua.
— Pior ainda! O valor sentimental é muito mais caro. — Você balança a cabeça negativamente. — Não vou aceitar, não adianta.
— Ah, meu Deus… Então pega emprestado só. Tô te emprestando a câmera por tempo indeterminado. Pode ser assim? — Jaehyun e suas sobrancelhas arqueadas, e a aura de sabichão que te convence a ceder. Você revira os olhos ao sorrir, e ele comemora com o punho socando o ar. — Espero que você se apaixone.
Oi? Você não precisa dizer nada para que ele ache graça da sua reação.
— Pela câmera. — Ele adiciona, e você relaxa os ombros tensos pelo que ele havia dito. Pega a máquina nas mãos, sorrindo ao futucar alguns botões, verificando que já tinha um rolo de filme novo dentro. — E por mim também.
— Jaehyun Jung! — O que era para ser uma repreensão tem o efeito contrário, o safado adora o jeito como o nome sai dos seus lábios.
Ele dá a volta no balcão enquanto você guarda a câmera na caixa de novo. Nervosa, cruza os braços ao perceber que a figura masculina não teme se aproximar mais do que o aceitável para amigos.
Você devia ter corrido.
— Sabe… te chamei aqui porque queria te ver, achei que nunca mais você fosse vir. — A voz baixa e grave soa como uma melodia apaixonante aos seus ouvidos.
Por alguns segundos se deixa hipnotizar pelos olhos penetrantes do mais alto, pelas covinhas tão charmosas que adornam a face doce, mas proibida. Limpa a garganta e desvia o olhar de propósito, porém sua voz te trai.
— Eu tro… trouxe uns filmes, umas fotos pra impri… pra revelar. — A tentativa foi válida, uma pena que não abateu Jaehyun nem um pouco. Ele gosta do modo como você fica sob a proximidade dele.
O menino não fala nada, faz pior. Acaricia o seu antebraço nu até alcançar a ponta dos dedos, entrelaçando nos dele para te guiar até a sala vermelha. Ele narra cada parte do processo de revelação, o que te deixa mais confortável de novo. Cuidadosamente, Jaehyun coloca cada foto para secar numa espécie de varal que corta a sala no meio. Porque são muitas fotos, você decide ajudá-lo pendurando algumas, ficando de frente para ele.
Os papéis acabam, e no silêncio que paira, ele fita seu rosto de perto novamente.
— Que foi? — Falar com o tom de voz normal parece esquisito ali dentro, por isso sussurra.
— Você fica linda até na luz vermelha. — Ele declara, desmontando cada muro que construiu.
Jaehyun testa as águas, leva uma das mãos até sua cintura num toque delicado, quase imperceptível. Como não recebe protestos, a outra mão repousa na sua nuca, achegando os corpos de um jeito que te faz fechar os olhos inconscientemente.
— Jae, não. É errado. — Dá para acreditar se você mal tem força ao afirmar?
— Então por que parece tão certo? — De novo sem resposta, ele toma os seus lábios nos dele, respirando fundo ao fazê-lo. Estava matando a sede digna de deserto.
Ele te segura com força, bem próximo, e te beija com a suavidade de um príncipe. Você desmonta no colo forte à medida que as línguas desvendam o segredo condenável. Sua mente não para de girar, vacilando entre o certo e o errado, entre a namorada de Jaehyun e os lábios tão macios que investem contra os seus.
— Linda… — Ele sussurra entre o beijo ao procurar fôlego, ainda te dando alguns selinhos preguiçosos e longos. — Tão, tão linda.
Ele afaga os seus cabelos, os lábios cerejados se contorcem num sorriso irresistível.
Indo para a casa, a culpa começa a arder no seu estômago, seguida dos flashes inevitáveis do beijo de Jaehyun. A sensação ainda formiga todo seu corpo, mas sente vontade de chorar. Por que fez isso?
Foi a primeira, única e última vez.
No dia seguinte, acorda com uma mensagem longa do garoto. Sente um frio terrível na barriga, porém abre mesmo assim, sem nem mesmo ler algumas anteriores ainda de ontem.
Jaehyun:
Linda, bom dia. Dormiu bem?Eu fiquei preocupado contigo desde ontem. Não quero q vc se sinta culpada, nem nada disso, sabe? Tbm preciso que saiba que eu não me arrependo do nosso beijo, foi tão bom pra mim e eu não paro de pensar em vc.Mas tbm entendo q é uma situação estranha, e o que vc quiser fazer… eu te respeito. Só, por favor, não vai embora. Gosto demais de vc pra te perder já.
Que merda, Jaehyun.
Infelizmente, o ardiloso sabe como mexer com a sua cabeça. A culpa fica mais leve por causa da segurança que vem com as palavras, porém sua consciência ainda aponta que algo está muito, muito, errado.
você:
jae, eu n vou embora vamos fingir q ontem n aconteceu, pf me desculpa mesmo, eu n consigo amigos?
Se não fosse com ele, com quem falaria sobre sua nova paixão? Conheceram-se há pouco, mas já existe todo um idioma no qual se comunicam perfeitamente, sintonizados por causa daquele mundo que os conecta.
Jaehyun: Se é isso que vc quer, assim vai ser Não precisa pedir desculpas, é sério Enfim… sábado vc tá livre? Já tenho nosso primeiro programa de amigos
— Eu não gosto nada desse cara. — Kun declara, chamando sua atenção, após notar o nome na tela do seu celular. — Não quis invadir sua privacidade, foi mal.
Óbvio que tinha contado tudo para o seu vizinho, chefe e mais próximo amigo. Depois de te dar uma bronca fenomenal, te consolou com chamego no sofá da sala dele e com conselhos um pouco regados de ciúmes.
— Ele me chamou pra sair, mas como amigo. — Você defende Jaehyun com discrição, prevendo outro esporro.
— Tá de sacanagem, né? Você sabe que ele… — O homem suspira, agarrando o volante com força, rindo com ironia por um segundo. — Me diz que você não vai, por favor.
— Não, eu… — Pensa numa desculpa esfarrapada, já tinha confirmado que iria. — Não sei, Kun. Ainda é quarta, sei nem se vou estar viva amanhã. — A piada quebra o gelo com sucesso.
— Para de falar besteira, garota. Eu hein! — Ele ri, te beliscando em qualquer parte que pode, sem tirar os olhos da rua. — Mas é sério, viu… Não emenda uma mágoa na outra. — O olhar preocupado e cuidadoso atinge o seu coração, e você assente como uma promessa silenciosa que foi quebrada vergonhosamente alguns meses depois.
No Sábado de manhã, Jaehyun te busca com o carro lotado de coisas que precisam para passar o dia isolados na casa do avô dele. O bosque não é tão longe da cidade, mas ainda é afastado, então tinham de se preparar com comida, repelentes, casacos e gasolina extra.
O caminho foi preenchido pelas discussões profundas sobre as letras do Kings of Leon, uma das bandas pela qual descobriram compartilhar um apreço incomum. Os poucos carros que passavam com certeza julgaram ser uma briga intensa enquanto vocês interpretaram cada palavra de Revelry. No entanto, a música dolorosa só ajuda na intimidade da amizade.
Para falar a verdade, já tinha visitado o bosque algumas vezes desde a faculdade, só que nunca soube da existência das várias cabines rústicas escondidas entre as árvores altas e pomposas.
Jaehyun te mostra o primeiro andar da cabine que parecia bem menor do lado de fora, a luz do sol toma os cômodos através dos vidros das janelas, deixando o ambiente mais caloroso ainda. As comidas são deixadas na cozinha, e vocês organizam tudo bem rápido.
— Eu te trouxe aqui pra te mostrar uma coisa especial. — Ele anuncia, andando de frente para você pelo corredor até a sala.
Não param ali, o sorriso travesso de Jaehyun te seduz pelos degraus de madeira que os levam até o segundo andar. Abrindo uma das portas, ele te deixa entrar primeiro. O quarto é pequeno, mas não há nada além de uma estante com muitas prateleiras e uma escrivaninha virada para a paisagem lá fora.
— Já te falei que meu tataravô era fotógrafo? — Jaehyun apoia o punho numa das prateleiras mais altas. — Essas são as câmeras dele. As de baixo são as do meu trisavô, também fotógrafo. Ele foi até pra guerra, a fotografia salvou ele dos traumas quando voltou. — Ele sorri, admirando as diversas máquinas expostas ali. — Essas outras são do meu bisavô, — A mão apoiada abaixou mais uma prateleira. — Essas do meu avô, — Agacha na penúltima prateleira. — e essas do meu pai. — Ele olha para cima, encontrando os seus olhos marejados.
A história, é claro, é linda. Uma família inteira apaixonada por aquilo que você acabara de descobrir. Os detalhes que te emocionam, no entanto, são mínimos diante de tudo. Na fileira do pai de Jaehyun, falta uma câmera bem no centro da coleção. A marca da poeira sinaliza que ela foi retirada recentemente, e não só isso, o tamanho denuncia: ali estava a câmera que lhe foi dada como um presente. Além disso, na última prateleira, ainda vazia, o nome Jaehyun Jung fora gravado com uma caligrafia elegante. Ele seria o próximo a deixar rastro na história da família.
O pedaço de madeira contém toda a herança do garoto que se levanta e seca suas lágrimas bobas. O cenho franzido de preocupação também consola o seu pranto. No silêncio que recai diz mais do que mil palavras e declarações vãs do sentimento que preenche o seu peito agora. Conforme o mais alto diminui a distância tola que ainda os separa, cada voz da sua cabeça é calada. Os braços fortes envolvem a sua figura num abraço apertado, e Jaehyun esconde o próprio rosto na curva do seu pescoço.
— Com certeza eles estão orgulhosos de você. — Segreda com a voz ainda embargada, grata por ter visto aquele pedaço da vida do garoto. Parece até um crime estar ali, testemunhando o tesouro da família.
— Frutas silvestres. — Ele murmura, contrariando qualquer expectativa de resposta.
Você se afasta do ombro dele para questioná-lo com a expressão remexida pela confusão.
— Seu perfume… — Jaehyun ri fraco, entendendo que soou um pouco aleatório. — Há uns dias eu tava me perguntando do que o cheiro me lembra.
Por uns instantes nada breves, ambos passeiam os olhos por cada traço tão evidente pela proximidade, como se estivessem hipnotizados. Tal qual ímãs, foram atraídos um pelo outro e conectaram-se em um novo beijo. Este difere do primeiro, há uma faísca de satisfação, então entende: no seu interior já nasceu uma dependência que clamava por mais da dose viciante do calor de Jaehyun.
É aliciante, mas ambíguo. Ao mesmo tempo que cura, rasga uma nova ferida. Sente-se uma estúpida ao correr mais e mais atrás do fogo que arde através dos beijos de Jaehyun no seu pescoço, desabotoando a jaqueta pesada e permitindo que a mesma caia no chão, abandonada.
Entre sussurros que pioram o feitiço sobre você e mais beijos cheios de brasa, vocês caminham pela casa outra vez, com ele guiando os passos até um dos quartos. Nenhum alerta, nenhuma sirene, nenhum conselho, ninguém, nada impede sua entrega naquela pequena casa que ganha mais um mistério para guardar.
— Você é a mulher mais linda do mundo. — Ele pausa o que fazia, prestes a concretizar a intimidade que buscavam até aquele momento. — Minha linda. — Jaehyun afirma várias e várias vezes ao venerar cada parte do seu corpo.
— Toda sua… — Você responde enquanto se deixa intoxicar inteira pela boca, pelas mãos e palavras decrescentes e volúveis que selam o erro horrível e infelizmente te fazem crer que você está no topo do mundo.
É esse o problema dos amores proibidos, Dos encontros clandestinos e dos olhares roubados. Mostram sua verdade apenas uma vez, E mentem milhares de vezes.
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Juarez Machado. Amores clandestinos. Forbidden love, 1992.
Жуарез Машаду. Подпольная любовь, 1992.
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Hay amores que viven en pareja y otros que son clandestinos, están los amores formales, y existen los amores prohibidos. Hay matrimonios perfectos, que pasean su amor por las calles, y hay amores que se buscan en la habitación de cualquier Hotel. Hay parejas que aparentan ser felices, y hay parejas que lo son, amores que se esconden en el pensamiento y amores que se llevan en el corazón. Hay amores por interés y amores desinteresados, amores que son una gran mentira y hay amores que son de verdad, amores que no se esconden y otros que se aman a escondidas. Hay amores de "para toda la vida", que fueron efímeros y amores de un día que serán eternos.
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Nuestro amor era como un libro cerrado, lleno de capítulos clandestinos.
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VOLVERÁS
Volverás a los poemas que te he escrito
sin motivos, querrás amarte en ellos.
Así como te he amado y lo he probado
con mis hechos...
Te he entregado de mis manos mil caricias
que al principio en sus maneras,
son pausadas y al sentirte se rebelan impetuosas
y hacen guerra de amor en la enramada.
Se desbordan como un río de acuarelas
que sublevan a su vez, tu mar en calma.
Y se adornan con la espuma de las olas
que sonrientes se besan con el alba.
Yo, artesana de caricias en tu cuerpo
moldearé tu figura urgentemente;
en este enlace de amor y de pasiones...
¡El calvario clandestino de dos vientres!
.loy ©️👀
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