#ainda é completamente estúpido
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festnne · 30 days ago
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eu preciso de dinheiro para pagar minha terapia. a falta que faz uma psicóloga. ai. aaaaaaaaaai
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geniousbh · 10 months ago
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⸻ ❝ 𝒇𝒊𝒏𝒆 𝒍𝒊𝒏𝒆 ❞
matías recalt ₓ f.reader
wc: 4,3k
prompt: seus pais são superprotetores e não te enxergam como mulher, ent acabam te obrigando a ir pro acampamento de férias pelo segundo ano consecutivo e você reencontra seu inimigo #1
obs.: nenas, eu achei que ia demorar mais pra lançar essa aqui, porém desenrolou legal depois da metade. o único problema é que tava chegando nas quatro mil palavras e eu kkpercebi que não poderia ser uma oneshot nem fodendo, portanto, terá segunda parte!
obs.²: o enemies to lovers aqui é forte, tá? e o matías é um 🥺pouco🥺 estúpido também, mas nada que faça ele virar subcelebridade cancelada no twitter ok (eu acho)? eu tb sou muito ruim com nomes, então eu uso quaisquer q caibam na história (vcs vão entender isso quando tiverem lendo)! obrigada mais uma vez pelo apoio que vocês têm me dado!!! uma grande bitoca pra todas e boa leitura (dscl os errinhos)!!! <3
tw.: smut, linguagem chula, dumbfication, degrading (mais contextualmente), aquele kink meio hunter/prey, praise, manhandling, oral (f. receiving), ligeiro dry humping coisa pouca, portunhol duvidoso, e se tiver algo mais que eu não coloquei me avisem! MDNI
— o quê? tá de sacanagem comigo?! pai! — você olhou incrédula para o mais velho que sentava na ponta da mesa, e tudo o que este fazia era continuar serrando um pedaço de carne para levar à boca.
— não adianta insistir, é pelo seu irmão. vai e ponto final. — sua mãe foi firme.
— eu nem tenho mais a idade pra ir nessa droga de acampamento. — você bufou, empurrando o prato pela metade e cruzando os braços. — sério que vocês vão estragar as minhas férias da faculdade com isso?
— é o acampamento escoteiro ou o retiro espiritual com a gente, sozinha não vai ficar.
e era assim que pelo segundo ano consecutivo você ia parar no acampamento escoteiro de férias com seu irmão mais novo. o lugar era inegavelmente lindo, como se tivesse saído de um daqueles filmes de vampiros ou meio-sangues, sua galeria tinha voltado cheia de fotos da última vez. as dinâmicas, as competições e a comida também eram nada mal. o problema não estava em nenhuma dessas coisas. o problema tinha nome e sobrenome.
matías recalt.
o puto sequer tinha altura, (apesar de ser um palmo maior que você) e era o ser mais intragável que você já tinha conhecido. nas férias passadas você estava para completar dezoito ainda, o que te colocava junto de um grupo de outros cinco jovens de dezesseis pra cima, os quais matías tinha ficado responsável na escalação. então além de ter que aguentar o cheiro de cigarro impregnado nas roupas dele e a soberba, passara duas semanas observando o jeito moleque dele de resolver as coisas, quando em realidade, ele já era homem feito.
isso porque num dos últimos dias, depois que matías socava um dos garotos por uma coisinha besta, você intervia, o puxando pela blusa e esgarçando o tecido completamente. "ô sua, pendeja. olha a porra que você fez com o uniforme!", mas sua frustração era tanta que você o estapeava o rosto e desatava a dizer tudo que estava entalado, que ele era desorganizado, que ele tinha pegadinhas de extremo mal gosto e que muito provavelmente tinham o colocado com os mais velhos porque nunca confiariam uma criança a ele, e tudo o que matías tinha te respondido fora um "e eu acho que essa sua marra é falta de uma boa foda, acertei?", fazendo não só com que você se calasse e ficasse igual um pimentão, mas ligasse para seus pais irem buscar você e seu irmão antes que o programa acabasse; sem dar o motivo.
por isso quando o carro se aproximava da enorme placa "acampamento escoteiros do sul" e a estradinha estreita misturada de feno e grama que levava à cabana principal, onde aconteciam as cerimônias e ficava a administração, seu estômago rodopiou e retorceu sabendo o que te aguardava.
entrava segurando a mão do menor e o levava até onde a fila das crianças entre seis e oito deviam ficar. a abertura devia começar em uns dez ou quinze minutos, apenas esperando que a maioria dos inscritos estivesse lá. você em toda sua inocência, caminhava para o canto dos adolescentes quando sentia uma cutucadinha no ombro.
— oi, você veio ano passado né? eu lembro de você. — a garota de cabelos curtinhos à sua frente te cumprimentava alegre antes de te agarrar pelo braço. pela sua vaga memória, malena era uma das coordenadoras do acampamento e só aparecia nos dias importantes. — vem, esse ano você não pode participar como escoteirazinha, só como supervisora. vou te mostrar onde ficam os dormitórios, vai ter uniforme pra ti lá.
o caminho até a área de funcionários era o oposto das casinhas enumeradas onde as crianças eram alojadas, contudo era uma cabana também, bem mais simples. assim que adentravam, o cheiro familiar entrava por suas narinas. tinha uma área imitando uma salinha de estar, cheia de puffs e uma mesa no centro, além de dois jogos de fliperama e uma mesa de bilhar. você apenas concordava com o que ela te passava, sem saber ao certo se eles podiam te colocar pra trabalhar se seus pais estavam pagando.
— aqui, querida, tem três uniformes. e não se preocupa tá, vai ter treinamento mais tarde pros que estão vindo supervisionar pela primeira vez. — ela mostrava sua cama, que na verdade era a parte de baixo de uma beliche e as mudas de roupa dobradas sobre o colchão. — qualquer coisa eu te mandei uma mensagem no celular, só me chamar por lá! — e saía antes que você conseguisse tirar suas dúvidas.
bufou e colocou a mochila com suas coisas aos pés da cama antes de começar a tirar a blusa e desabotoar a calça já que não parecia ter mais ninguém com você. doce engano, porque logo que o jeans passava pelo seu calcanhar, um som de porta seguido de um assobio zombeteiro soavam atrás de ti, te fazendo congelar no lugar e se arrepiar.
— no creo... la señorita marrenta. — a voz ralhou e você juntou a blusa e a saia do uniforme para tampar seu corpo, se virando para ele. — até que você é gostosa. quer dizer, pelo menos isso né.
matías ria e se jogava num dos puffs erguendo o quadril para tirar o cigarro de palha do bolso traseiro e acender. tragou e então voltou a te olhar, de cima a baixo, deitando a cabeça pro lado.
— não vai terminar de se trocar, vida? por mim você até que ficava desse jeitinho, mas 'cê sabe, to tentando ser mais organizado. — ele provocava, só pra mostrar que você não era a única que se lembrava do pequeno desentendimento que haviam tido meses atrás. — que sea rápida, você foi escalada comigo.
sua vontade era a de esganá-lo, além de estar com as pernas bambas pela forma como ele tinha te visto. vestia a saia rapidamente rezando pra que ele não visse a estampa de cerejinhas da sua calcinha e por fim a blusa e a tag com um espaço pra por seu nome. prendia o cabelo num rabo de cavalo e saía do dormitório, deixando ele pra trás, sem lhe dar o prazer de uma conversa.
a culpa era dos seus pais por serem superprotetores não só com o mais novo, mas com você principalmente. era ainda pior antes de terem o caçula, na real. não podia beber, ir a festas, por todo o fundamental não tinha a liberdade de ir na casa de amigas próximas, pintar as unhas e mexer no cabelo antes dos quinze? nem sonhando alto. e agora você era uma bobona, virgem e sem experiência alguma que vivia se deixando abalar por qualquer coisinha na coleira de dois velhos caretas.
com um bico enorme e muito injuriado você aparecia na sala de treinamento, que você encontrou usando o spot com mapa do lugar, se sentando num dos bancos da frente. eles mostravam um vídeo com o lema e as principais virtudes do acampamento antes que um dos diretores se colocasse de pé para dar as boas vindas e falar as regras. diferente de quando se ia como inscrito, estar ali como instrutor era bem menos sufocante, sem o toque de recolher às oito da noite, podendo usar as instalações que bem entendesse nos dois finais de semana, caso não fosse escalado para cuidar de alguma atividade, e, o bônus de ter wi-fi no dormitório pra usar o celular de noite.
um pouco mais tarde, depois que se enturmava com outros novatos acabava descobrindo que o programa era gratuito para quem se inscrevia como instrutor e que quando se passava da maioridade a modalidade automaticamente era preenchida como tutoria. ao menos agora fazia sentido sua mãe não ter comentado nada.
o primeiro dia passava rápido, eram muitas coisas pra fazer, e você ainda tinha se oferecido para ajudar na cozinha, preparando o lanche e o jantar de quase cinquenta crianças.
a perturbação começava apenas no dia seguinte quando era acordada com um celular tocando "danza kuduro" à UM centímetro de distância da sua orelha. o corpo se sentando na cama de súbito, assustado e uma das mãos indo direto pro ouvido, massageando a região.
de pé, ao seu lado, e já tomado banho e vestido estava o recalt.
— qual o seu problema, seu filho da puta?! — esbravejou.
— cuidado com a boca, gracinha. — matías desligava a música e guardava o celular no bolso, se jogando no colchão pequeno de atravessado. — achei que uma musiquinha ia te fazer levantar disposta. além disso, você não levantou com o seu dispertador. — te encarou sugestivo fazendo com que você grunhisse irritadiça e pegasse sua bolsa antes de se enfiar no banheiro feminino.
um diabo, um daqueles de desenho, com chifrinhos, calda e um tridente, mas num corpo humano, era isso que ele era. do que adiantava ter o cabelo brilhoso, o sorriso bonito e um corpo legal se ele usava tudo aquilo pra ser um sacana? esfregava o rosto no banho, choramingando pelo dia já ter começado uma bomba. e devia ser exatamente o que o moreno planejava, te ver emburrada e desanimada, por isso você fazia um acordo consigo mesma de aparecer com um sorriso vibrante nos lábios quando saísse por aquela porta. diria bom dia pra todo mundo, e fingiria que ele era apenas uma mosquinha enxerida.
ia para a reunião matinal, e um dos diretores te dava um puxão de orelha pelo atraso; você era a última a chegar. por sorte, as tarefas eram distribuídas com agilidade. você e o abençoado ficavam encarregados de ensinar noções básicas de sobrevivência, no caso, ele ensinaria, você só ficaria como auxiliar.
— todo mundo prestando atenção? — matías começava. vocês levaram o grupo de dez para uma clareira onde eles podiam se sentar em círculo ao seu redor. — então, a primeira coisa que todos precisam saber são os itens básicos de sobrevivência. lembrando que nós não aconselhamos que vocês usem canivetes ou ísqueiros até terem idade. — ele conduzia bem humorado, sempre dividindo a atenção entre os rostinhos atentos. — vai, a tia aqui vai ler a lista dos itens. — ele te dava um empurrãozinho no braço.
— é... — limpava a garganta e pegava o papel com a lista. — primeiro e mais importante: uma barraca, se não puderem levar uma barraca inteira que seja pelo menos um saco de dormir. — você fazia pausas tentando ver se os menores estavam entendendo. — um cantil ou garrafinha pra água, um kit de primeiros socorros e um mapa. — você terminava e olhava matías que já te fitava com um sorriso idiota de canto.
— hm, alguém tem alguma dúvida? — ele soprava antes de desgrudar totalmente os olhos de você. — não, né? claro que no, son todos playboys que vienen aquí todos los años — ele bufava baixo agora, o suficiente pra que só você ouvisse. — vou começar a explicar sobre os nós então.
você mordia o lábio divagando um pouco quando notava que as crianças te encaravam como se esperassem algo, um estalinho, enfim, te fazendo ouvir matías lhe chamando.
— pro chão. você vai ser a cobaia. — ele dizia simples.
— pra quê exatamente?
— você é burra? — ele chegava pertinho do seu rosto para sussurrar a pergunta, te deixando com vontade de socar os dedos naqueles olhos caramelados dele. — não podemos usar animais pra demonstração e eles aprendem melhor quando é em outra pessoa, vai logo.
sua boca entreabria e uma checadinha em volta apenas confirmava o que ele falava, os olhos curiosos que já estavam acostumados, esperando que você fizesse exatamente o que o rapaz dizia. matías pesava a palma no seu ombro e seus joelhos cediam até o chão, deixando com que ele ficasse atrás de ti, juntando seus pulsos numa só das mãos.
— quem quiser chegar mais pra ver, pode vir. — ele falava.
abruptamente o garoto te fazia se curvar até que seu rosto estivesse praticamente colado na terra pisada. sua primeira reação era a de tentar soltar os braços para sair da posição desconfortável, mas o joelho que ele apoiava nas suas costas e o agarre forte te impediam. você grunhia e apertava a arcada dentária enquanto ele continuava:
— estão vendo? se algum dia vocês precisarem pegar algum animal selvagem. — e nessa hora ele passava a corda ao redor de seus pulsos, dando um tranco forte para deixar apertado. — se ainda estiver vivo, com certeza vai tentar fugir, vai usar todas as forças que tem... — recalt deu o primeiro nó em formato de oito, se curvando sobre seu corpo prensado e segurando seu queixo por trás, te forçando a erguê-lo. — dá um sorrisinho pra não assustar eles — sussurrou porcamente na sua orelha e você engoliu o bolostrô de ódio que se formava na sua garganta antes de dar um sorriso não muito amigável. — viram? a tia não é um bom coelhinho? — o tom voltava ao cafajestismo normal.
seu ego estava em cacos, mesmo quando ele tinha te soltado do nó e você tinha marchado para bem longe dali, deixando que ele terminasse sozinho. os joelhos sujos de terra e o rosto vermelho de um choro que você segurava. se trancou no banheiro mais próximo e foi pra uma das cabines. assim que se sentava no vaso tampado, contudo, porém, entretanto, sentia a calcinha completamente melada, o que apenas te fazia ficar ainda mais fula.
deu um grito frustrado batendo na divisória com o punho fechado antes de se encolher e esconder o rosto nas mãos.
era tarde pra noite quando você decidia que conseguia sair do cubículo seguindo os caminhos para a cabana principal para o jantar. não conversava com ninguém e até ignorava algumas crianças que tinham estado presentes na aula mais cedo e tentavam te chamar. pegava o macarrão que era oferecido e se sentava na mesa de funcionários para comer, seus colegas novatos conversando animadamente sobre como estava sendo e que os instrutores mais experientes eram divertidos e práticos. sua sorte devia ser só uma merda mesmo.
terminou o prato a contragosto, mas antes que pudesse pensar em ir pro dormitório, fernando, um dos que trabalhavam ali há mais tempo te puxava pelo ombro.
— qual foi a dessa carinha, novata? aconteceu alguma coisa? — ele perguntava e vocês caminhavam para algum lugar que, a julgar pelos outros que seguiam, devia estar acontecendo alguma coisa.
— nada não. — negou e sorriu fraquinho.
— espero mesmo. a gente pediu umas cervejas, o caminhão já entregou lá perto do píer do lago. vai beber e nadar com a gente, sim?
a pergunta era retórica, você já conseguia ver o lago e ouvir uma música que aumentava de volume a cada passo. os que ficaram provavelmente colocando as crianças nas cabanas para se juntarem depois. tinham algumas bandeirinhas e varais com luzes pelo píer, iluminando e refletindo nas águas do lago que ficavam mais escuras conforme o céu noitecia.
uma long neck era colocada na sua mão, e você suspirava, aceitando antes de ir se sentar nas tábuas de madeira com os pés na água. outras pessoas corriam pela passarela e pulavam ali arrancando alguns urros de incentivo e risadas dos demais, e você, bem aos pouquinhos, deixava a vibe e o álcool apaziguarem seu coração.
— entra, vai! tá muito gostoso aqui dentro! — mariana, que era uma das que tinham virado instrutoras aquele ano também, te chamava depois de nadar pra perto de ti.
formou um beicinho nos lábios e negou.
— vai molhar o uniforme, quero usar ele amanhã ainda. — bebia o resto da cerveja.
— tira e entra só de calcinha ué. — mari retrucava e então espirrava uma ondinha de água em você. — vai, quem te garante que você vai ter outras oportunidades assim?
e por mais que você não devesse, ela estava certa. você faria de tudo pra que no próximo ano sua família não te forçasse ir, e caso o retiro espiritual fosse uma opção estaria indo com eles ao invés de lá, então... não ia te matar aproveitar as partes boas.
relaxou os ombros e então se levantou preguiçosamente tirando as roupas e ficando apenas com as peças íntimas antes de pegar alguma distância e pular na água. submergindo e sorrindo ao ouvir as comemorações da outra. a água não estava gelada e nem quente, era perfeito.
— quer nadar até o outro lado? — você perguntou se animando e a vendo assentir.
pegava impulso nas pernas, passando as mãos por baixo da água para o corpo ir sendo impulsionado para frente, como não tinha correnteza era mais fácil. olhou uma única vez para trás para se certificar de que a garota te seguia, apenas tendo o relance de uma cabeça afundando na água para mergulhar.
riu divertida e imitou, mergulhando e prendendo a respiração para chegar o mais longe que conseguia. o som da música e das conversas agora abafado pela distância no breve tempo em que alcançavam o outro lado, se apoiando na passarela para recuperar o fôlego.
— nossa, eu nunca tinha feito isso, sabia? nadar de noite. — comentou e se virou de novo para checar com a menina, mas sem sequer sinal.
onde ela tava? por meio segundo sua cabeça formava alguns dos piores cenários possíveis e seus olhos arregalavam quando algo puxava sua perna para baixo, te fazendo se debater e dar um chiadinho agoniado. não sabia se era reconfortante que, ao invés de algum jacaré ou uma jiboia com seus lá quatro metros, fosse matías quem aparecia na superfície da água balançando os cabelos como um cachorro antes de rir alto.
— você não cansa de ser idiota?! — esbravejou espirrando água no rosto dele.
— tem que ser muito amargurado e cabaço pra viver a vida com seriedade o tempo todo. — ele dava de ombros, ainda risonho, te rodeando na água.
— é, e tem que ser um bosta pra viver sem seriedade nenhuma também. — a ofensa saía antes que você pensasse.
— você não acha isso de mim de verdade. — matías soprou simplista antes de afundar o corpo até que só metade de seu rosto ficasse visível e se aproximou mais do seu corpo.
— larga de ser convencido. — engoliu seco, indo para trás, tentando manter a distância dele, até ficar encurralada entre o rapaz e o embarcadouro. — e para com isso! — dizia mais alto percebendo que ele não parava de chegar.
o ar escapava de seus pulmões quando o moreno envolvia sua cintura, te puxando para ele e nivelando o rosto ao seu, os narizes roçando, sua expressão atenta e a dele serena, com os olhos baixos. os dedos àsperos tocavam a carne do seu quadril e avançavam um pouco mais, até chegarem no tecido da calcinha.
— aunque te escapaste esta mañana, fiquei bem surpreso quando vi você entrar na água. — a voz masculina saía rouca pelo tom baixo e proximidade. — me faz pensar que devem ter muitas coisas que você gostaria de fazer, hm?
mordeu o inferior com força, mas diferente das outras vezes, esta era porque, apesar da água fresca, o toque dele estava te fazendo esquentar, o ar que soprava da boca dele a cada palavra proferida também era quente e te convidava a chegar mais pertinho. ele era um canalha, um desrespeitoso, um incoveniente, idiota, atraente, gostoso... era por isso que evitava pensar nos motivos de não ir com a cara dele desde o início, porque existia uma linha muito tênue que separava seu ódio mortal pelo argentino e sua vontade de que ele te mostrasse cada mínima coisinha de um mundo que você pouco conhecia.
— matías... — chamou baixinho.
e ele sorriu ardiloso. o recalt já tinha percebido desde a primeira vez que estiveram juntos, você o observava bem mais do que a maioria, nas noites de fogueira do acampamento, por mais que você reclamasse estar prestando atenção nas histórias contadas, seus olhinhos bisbilhoteiros caíam sobre a figura que fumava em algum canto afastado, sem sequer notar, durante as trilhas ficava sempre mais atrás, na retaguarda quando ele ia por último pra assegurar que ninguém se perdesse. mas, como você poderia gostar de algo que era não só o seu oposto, mas tudo o que seus pais provavelmente pediam que você evitasse? devia mesmo ser bem conflitante pra uma garotinha boba.
você era como um coelho se arriscando bem na porta da toca do lobo, muito fácil de impressionar, fácil de assustar, e pra sua infelicidade, ou não, a única pessoa que ansiava por isso mais do que você, era o próprio.
— senta na beira. — te ordenava, descendo mais as mãos para suas coxas e te ajudando a subir.
a junção do seu corpo molhado e arrepiado, com o sutiã e a calcinha transparentes por estarem encharcados por pouco não fazia ele ter uma síncope. sua cara era igualmente impagável, a boca abertinha e a expressão de quem não consegue formular um pensamento sequer.
— quero te mostrar uma coisa, você deixa? — ele perguntava voltando a te tocar a cintura com mais afinco, te arrastando mais pra beirinha o possível.
bastava que sua cabeça subisse e descesse uma vez pra que ele segurasse sua calcinha, puxando pra baixo de uma só vez. o miadinho que você soltava tinha uma reação instantânea no pau do maior, mas ele ignoraria por hora.
— e-eu nunca fiz... — você soprou, ameaçando fechar as pernas, se não fosse pelos braços ágeis dele que logo as separavam te deixando toda abertinha.
— é por isso mesmo. — matías respondia divertido e então descia o olhar até sua buceta molhada. como suspeitava, virgem, ele apostava que nem depois de te chupar conseguiria colocar mais de dois dedos. — você é tão linda... — atiçava, embora fosse a mais pura verdade.
o garoto te torturava a princípio, lambia sua virilha lentamente e espalhava beijos por sua púbis, sentindo seu corpinho tremendo em ansiedade e tesão, ficando prepotente em pensar que conseguia te ter nos dois extremos, na fúria e no êxtase. deu um beijo estalado sem tirar os olhos de você e então afundou a língua entre seus lábiozinhos sem pressa nenhuma sabendo que ninguém os veria ou atrapalharia já que estavam longe o bastante. afastou a carne molinha para ver seu clitóris e rodeou com a ponta do músculo, no mesmo instante suas mãozinhas desesperadas indo parar nos fios molhados dele.
— p-porra... isso é tão! — você apertava os olhos, pendendo a cabeça pra trás.
matías sorria contra a sua intimidade antes de envolver o ponto de nervos e chupar com mais força, enquanto isso, seus dedos puxando os cabelos castanhos e seu quadril rebolando impulsivamente. focou onde você parecia mais sensível, sugando e lambendo com vontade, sem se importar quando a entrada virgem começava a liberar uma quantidade absurda de lubrificação, o melando o queixo inteirinho.
deslizou uma das mãos que a seguravam aberta e afastava a boca do sexo avermelhado, estalando a palma ali num tapa que ecoava e te tirava um gemido choroso.
— deixa eu ver se entendi... te gusta que te aten y te azoten? — ele perguntava impiedoso, achando um amor suas bochechas coradas. — que safada.
— cala a bo — você não terminava antes que ele estivesse com a boca em ti novamente, chupando ruidosamente. linguava da entradinha até o pontinho teso, deixando o nariz grande roçar lá sem pudor nenhum, várias vezes antes de voltar a mamar, fazendo seus olhos revirarem e seu corpo pulsar como se estivesse inflamado.
suas costas curvavam e suas mãos, atadas nele, o forçavam ainda mais contra si, praticamente cavalgando o seu orgasmo no rosto do mesmo. sua cabeça estava uma desordem que só e seu corpo sofria com espasmos. matías ia dando selinhos conforme seu ápice passava, até que se afastasse e então se colocasse sobre o molhe também, segurando sua nuca para te beijar, permitindo que sentisse seu gostinho pela primeira vez.
— você é uma delícia, bebita. — soprava no beijo, deitando o corpo sobre o seu.
queria mais, sabia que era errado, mas nenhuma moral internalizada sua te impediu de rebolar contra o quadril do garoto mais velho que estava sobre si, ainda mais quando conseguia sentir o membro rijo fazendo pressão na sua coxa.
— sshh no, no. te acalma, linda... — o recalt te segurou o rosto depois de pausar o selar. encantado com o comportamento mansinho e necessitado que você exibia agora. — o acampamento tem mais uma semana e meia pela frente, não quero fazer tudo de uma vez. — desceu os beijinhos para seu pescoço. — até o fim das férias eu vou ter te mostrado tudo que você precisa saber, tá bom? — prometia em pausas.
— uhum. — e você confirmava.
depois de ter feito você ver mais estrelas do que tinham no céu aquela noite, este apenas te ajudava com a calcinha de novo e se esticava nas tábuas, encarando o céu noturno com um paiero entre os dedos e o braço atrás da cabeça servindo de travesseiro.
— quer experimentar? — ele disse depois de acender.
você, agora sentada abraçando os joelhos e o fitando sem se sentir mal por fazê-lo com tanto interesse, negou.
— boa menina.
porque apesar de ser um idiota, desorganizado e às vezes bem filho da mãe, matías recalt sabia o que valia a pena te mostrar e o que não valia. cigarro não era uma dessas coisas, e saber que você não era de toda inocente o tranquilizava. quando notavam que as pessoas ao longe iam se arrumando para irem deitar, ele te puxava para mais um beijo, soprando contra seus lábios que seria bom se você voltasse primeiro já que algumas pessoas da direção poderiam ver caso chegassem juntos.
e assim você fazia, pulando na água, que, pelo horário, estava gelando e nadando até o píer onde a festinha ia encerrando aos poucos.
— ei! — assim que saía da água mais ou menos onde tinha entrado, via mari chegar com uma toalha e suas roupas na mão. — desculpa ter sumido, mas o matí disse que queria te pedir desculpa por algo que ele fez hoje cedo então eu deixei vocês se falarem sozinhos.
— obrigada. — agradeceu enquanto começava a se enxugar breve para poder colocar as roupas outra vez.
— mas e ai? ele se desculpou? — a pergunta da menina te fazia parar alguns instantes e lembrar bem vividamente do que tinha acontecido minutos atrás.
— se desculpou sim. — respondeu com um risinho nasalado te escapando.
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sexybombom · 5 months ago
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tw: angst, breve menção a sexo, uma coisa meio 'casual' da chappell roan e 'ivy' do frank ocean... boa leitura amores <3
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Lembro da nossa adolescência, quando passávamos todo aquele tempo juntos, apenas curtindo, rindo, pregando peças um no outro, nos beijando… Ah, como eu queria voltar naquele tempo…
Ah, como queria sentir você perto de mim novamente… Ter seus lábios nos meus, mas éramos apenas amigos, não é? Quer dizer… Foi isso que você me disse naquele fim de semana e isso partiu meu coração. Como eu odiei você naquele dia. E mesmo te odiando, eu não conseguia bloquear o seu número idiota no meu celular, não conseguia porque eu adorava ver as nossas mensagens passadas, lembrar dos velhos tempos quando éramos melhores amigos. Uma semana depois, você me mandou uma mensagem, dizendo o quanto estava arrependido e perguntando se poderíamos nos encontrar para resolver as coisas. Eu ainda te amava tanto, como eu poderia negar..?
Então quando você apareceu no meu quarto, me abraçando e me beijando de novo, fazendo amor comigo… Eu me senti tão bem e desejada… Tão amada. Eu estava com meu braço em volta do seu ombro, quando não consegui mais segurar, acabei por dizer como eu te amava… Você ficou ali, quieto, com a boca ligeiramente aberta. Eu fiquei enjoada pela maneira como você reagiu.
Me levantei, não me importando de mostrar meu corpo para você uma última vez, já sentindo lágrimas aparecerem nos olhos. Você não precisava dizer nada, eu já sabia que nada disso aconteceria.
Você tentou me impedir, dizendo que também me amava, mas a sinceridade que tinha em minhas palavras não estava presente nas suas.
"Vai embora, Mark." foram as únicas palavras que consegui dizer no momento. E você não disse mais nada, vestiu suas roupas rapidamente, pegou suas coisas e saiu do dormitório.
Caramba, lembro bem como passei o resto do dia chorando como uma criancinha.
Não entrava na minha cabeça o porquê de você me fazer acreditar que eu era especial se no fim só me via como uma amiga... Não fazia sentido. Se eu era apenas uma amiga porque me tocava daquela maneira tão íntima? Se eu era apenas uma amiga porque me levou para aquele jantar de família e se escondeu comigo no banheiro só para me beijar porque "estava com saudade dos meus lábios"? Se eu era apenas uma amiga porque sempre me dizia como eu era especial e a sua pessoa favorita?
Dois meses se passaram e eu não conseguia mais me concentrar na faculdade, tudo que eu conseguia pensar era em você, como eu sentia falta do meu melhor amigo, como eu não deveria ter deixado nada disso acontecer. Joguei fora todas as fotos que tínhamos juntos no meu dormitório, todas as coisas que você me deu ao longo dos anos em que fomos amigos.
Tudo que me lembrava você.
Acho que a pior parte de tudo isso foi quando pensei que estava superando você e vi você com outra garota no campus, você estava segurando a mão dela, sorrindo para ela, como se nada tivesse acontecido.
Naquele dia, chorei novamente.
Agora, depois de 4 anos sem você, ainda sinto falta da amizade que tínhamos às vezes, afinal éramos melhores amigos antes de estragarmos tudo. Tudo bem, éramos apenas crianças de qualquer maneira, éramos estúpidos… Nunca te perdoei realmente, e acho que nunca seria capaz de o fazer completamente. Mas eu definitivamente sentia sua falta. Eu sentiria até o fim, mesmo que você tenha me quebrado várias vezes.
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littlewritergreatgirl-blog · 8 months ago
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casos ilícitos
Matías Recalt x f!Reader
Cap 12
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Eu sigo em frente com um coração partido. Meu estado desamparado e silencioso. Pode ser que eu nunca mais me abra como me abri pra você.
Avisos: Angst, depressão, bipolaridade.
Palavras: 5,8 k
A ausência de Matías em sua vida era na mesma profundidade angustiante, tanto quanto era libertadora e pacífica. O seu íntimo era uma desordem de emoções: confusa, irritada, desgostosa, mas em outro ângulo também era satisfeita e conformada, tudo ao mesmo tempo, por mais difícil que pudesse parecer.
Afinal, não consegue se lembrar de qual foi a última vez em que pode ficar completamente tranquila e não se sentir sobrecarregada em relação a sua aparência, a ponto de não se importar mais para a opinião dele ou de qualquer outro cara, podendo fazer as coisas apenas para agradar a si mesma e somente a você. Coisas simples e idiotas que costumavam rondar a sua mente como:
“Será que ele vai achar essa roupa legal?”
“E se eu fizer isso no cabelo, será que vai ficar bom? O que ele iria achar?”
Pela primeira vez depois de muito tempo, você não tinha ninguém mais a quem agradar, e isso era muito refrescante, uma brisa bem vinda depois do temporal tortuoso pelo qual tem passado. Que se dane comprar roupas na cor favorita dele, na esperança de receber um elogio que nunca chegaria! Que se dane usar os cabelos soltos mesmo quando estava calor, pois ele gostava mais desse jeito! Que se dane o hábito idiota e estúpido de perguntar a ele quais cores você deveria pintar as unhas! Que se dane tudo isso, e ele também.
Você faria as coisas do seu jeito agora. Se quisesse usar roupas mais curtas, usaria! Sem se importar se ele ficaria incomodado. Se quisesse usar roupas mais largas, com medo de abrir mão de sua sensualidade, faria isso também. A opinião dele não interfere em mais nada em sua vida.
Porém, uma parte sua sabe que não adianta pintar o garoto como vilão, ao menos não neste quesito. Não é como se Matías tivesse ditado alguma vez o jeito que você devesse se vestir, ou se portar durante o relacionamento, ou durante todo o tempo em que se conheceram. A única culpada era você, pois foi você quem fez de tudo para se adequar aos gostos dele, e tentar chamar atenção para a sua pessoa de forma positiva. Fosse se arrumando mais, usando mais perfume, falando mais doce, tudo em uma tentativa fracassada de fazer ele se apaixonar por você. Sendo a garota perfeita, a amiga perfeita, a amante perfeita, e ainda assim nunca alcançando o topo da lista de prioridades dele.
Então, agora que já tinha passado por esse labirinto, só restava se reconstruir e se reencontrar no processo. Tentar estilos novos, coisas novas, e se desapegar da sua velha e antiga versão.
Bem, isso ao menos era o que você dizia a si mesma quando se sentia com ânimo e empoderada, mas a verdade, é que na maior parte do tempo, quando está deprimida, e não tinha mais a quem dedicar todos os seus atos de auto cuidado e vaidade, você tem ficado largada e desleixada, sem saber muito bem como lidar consigo mesma, ou com sua situação após o término.
Poucas eram as vezes em que se levantava da cama para fazer alguma coisa, somente para usar o banheiro e às vezes para comer, já que outras apenas pulava as refeições repetidamente. O banho em si era poucas vezes, somente quando era obrigada a se limpar pois teria que sair. Você não tem energia nem para cuidar de si mesma, então quem dirá ter uma repaginada completa e se tornar uma versão melhor de sua pessoa? Você só estava contando mentiras a si mesma e se afundando em autopiedade.
Cada semana tem se passado lentamente, com você usando tudo de si para ter calma, e conseguir levar um dia de cada vez. Tem tentado se manter firme e persistente em sua palavra. Sem recaídas, sem brechas, sem um único contato com Matías, pois sabia que no momento que você cedesse, não teria mais volta. Não é porque você está brava e de coração partido por causa dele, que significa que não sente mais falta, afinal, não tem como deixar de amar alguém tão rápido assim. Mas no momento, seu coração está dividido entre amor (infelizmente), ódio, e uma profunda mágoa. E não quer arriscar ter um relapso e acabar cometendo uma loucura, como voltar com ele por exemplo.
Você tentava ver as coisas pelo lado bom sempre, imaginando possibilidades onde poderia sair, conhecer gente nova e quem sabe até mesmo encontrar um cara que gostasse de você pelo que você era, e não somente porque te acha atraente e uma presa fácil. Mas alguém que goste do seu humor, de sua personalidade, e que não tenha medo de se entregar a um relacionamento concreto e sério.
Matías foi o seu primeiro namorado. O primeiro pedido, o primeiro anel, o primeiro encontro de verdade, e o único que você apresentou a seus pais, e a quem dedicou um eu te amo. Em contrapartida, você não era nada disso pra ele.
Os restaurantes que ele te levava, provavelmente já tinha ido com ela. Os filmes, músicas que te mostrava, talvez já tivesse visto e escutado com ela. Você não foi a primeira com quem ele decidiu compartilhar uma história. Não que isso fosse importante, afinal os amores vem e vão, é a vida.
Mas de alguma forma, Malena nunca se foi, não verdadeiramente pelo menos. O eco das palavras dela ainda ressoavam em seus ouvidos nos lugares mais frágeis e sensíveis de sua alma. Ela sempre esteve lá, com as garras dela o prendendo e o mantendo como refém, mesmo estando longe, e isso é algo que te incomoda muito. Tem inveja de pensar que a relação deles era tão forte, que mesmo depois de meses separados, ainda era possível eles sentirem algo um pelo outro.
Se questiona se ele ficou com você apenas para preencher o vazio e a saudade que tinha dela. Talvez ele tenha pensado que arrumando uma nova parceira, conseguiria superar a antiga, e quando percebeu que não conseguiria, decidiu ficar com as duas, como o canalha que é. Você odiava pensar que era somente alguma garota que fizesse o tipo dele. Alguém que se encaixava nos padrões dele para entrar, mas não o bastante para permanecer em sua vida.
Você fez o seu melhor e não foi o suficiente. Foi tão rápido pra ele te esquecer e ir com ela assim que terminaram, talvez ele tivesse feito isto agora também. Se encontrado com ela assim que você saiu por aquela porta. A dúvida te matava, quantas vezes ele ficou com ela desde que começaram a sair? Era frequente? Assim que você dava as costas ele já ligava para ela? Ou era só de vez em quando? No fim, nenhuma das respostas era boa em sua opinião, ou te trazia algum tipo de conforto.
Talvez nunca devessem ter começado a sair em primeiro lugar. Se não tivessem se conhecido, era mais do que certeza que o retorno dos dois teria sido mais rápido, sem você sendo um obstáculo no caminho.
Mas se ele a queria desde o começo, porque te procurou depois de tudo? Ele já tinha ela nas mãos e vocês tinham terminado, então qual era o propósito? Você era um tipo de piada ou algo para inflar o ego dele? Um objeto que ele usufruía sabendo que ele te teria sempre que estalasse os dedos e fizesse o mínimo de esforço? Você deveria ser patética aos olhos dele.
Você o ama, mas depois de tudo isso, não sabe mais se realmente conhece o significado desta palavra, ou se o sentimento que tem por Matías era realmente isso. Se recusava a pensar que o amor era assim. O amor deveria ser calmo, fácil, tranquilo, não algo que destrói o coração sempre em que pensa na pessoa.
Ele te feriu, te usou, e nem se importou em ao menos ser honesto no final.
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Conforme a sua vida segue, com você o ignorando como se ele não existisse, finalmente chega uma hora que você se perde, e nem se lembra mais há quanto tempo estão separados. Semanas? Meses? E afinal, valia a pena ficar contando esse tipo de coisa? Não iriam voltar! isso era passado, então que se foda o tempo que está em abstinência dele, pois isso seria permanente de agora em diante.
Mas essa ignorância e paz acaba, com a noção de tempo batendo em sua porta assim que uma encomenda chega em sua casa, te deixando confusa e curiosa para saber a respeito do que se tratava. Seu coração bate mais rápido ao ver que é um álbum de fotos do casamento de sua irmã, o qual você e Matías foram juntos oficialmente como um casal pela primeira vez. Você se lembra de como foi ingênua em pensar que aquela vez seria a primeira de muitas das comemorações que ele passaria junto com sua família. Mas agora já era! Esqueça os aniversários de seus pais, ou os churrascos no final de semana com música alta, isso não iria mais acontecer em um futuro próximo, ou em qualquer futuro na verdade.
Ele arruinou tudo isso quando decidiu abrir mão de você pra dormir com outra pessoa, pra se entregar, cuidar, e talvez o pior de todos, para amar, outro alguém. Ele poderia fazer todas essas coisas com ela agora, o que pelo jeito foi o que ele sempre quis, antes, durante, e com certeza depois de te conhecer e ficar com você.
Mas com um suspiro pesado e deixando esses pensamentos infelizes de lado, você abre o embrulho, e começa a olhar as fotos. Você gostaria de dizer que folheou todas, mas a verdade é que parou assim que viu a primeira. Era uma imagem contendo os noivos, e ambas as famílias, inclusive o seu namorado. Bom, ex-namorado, na verdade. Você já deveria ter se acostumado com isso nesta altura do campeonato.
Ele estava muito bonito na fotografia, assim como você que estava ao lado, e você gostava de pensar que faziam um belo casal, pelo menos na frente de uma câmera. Ainda se recorda do perfume que ele estava usando na ocasião, do caimento que a roupa formal trouxe ao corpo dele o deixando mais sexy. Se lembra das conversas, das danças, da comida gostosa que desfrutaram juntos, e da intimidade que tiveram um com o outro.
Em meio ao papel de embrulho, você nota um pequeno cartão retangular com uma escrita em uma letra perfeita, que você reconhece imediatamente como sendo a de sua irmã:
"Obrigado por comparecerem ao casamento, significou muito pra gente”
Obs: Enviei algumas cópias a mais pro seu namorado ter alguma de recordação.
E então se dá conta de que junto ao álbum, tem algumas fotos duplicadas em uma pequena separação na parte de trás, as quais você não quer ver nem de relance agora.
Ex.
Ex namorado.
Você sente a necessidade de corrigir o cartão, como se isso de alguma forma fosse te ajudar a processar melhor o término e aceitar que tudo acabou. Se é que um dia realmente teve um começo, já que não sabe se podia chamar aquilo de namoro.
Uma relação de apenas algumas semanas, com um pedido idiota refeito de um relacionamento anterior, um eu te amo não dito de volta, e ainda por cima completamente construído em cima de mentiras e omissões por parte dele.
Você passa a ponta dos dedos pela primeira fotografia, bem no rosto do Matías, como se estivesse de fato o tocando, e o acariciando. É engraçado como o mesmo rosto que você quer encher de tapas, é o mesmo que você quer preencher de beijos e toques suaves. Mas depois desse momento de delírio e fraqueza, você desvia o olhar do rosto dele na foto, com vergonha, como se ele tivesse realmente presenciado o seu momentâneo deslize de carinho com ele. Pelo amor de Deus! É só uma droga de foto e você já fica desnorteada e comovida desse jeito. Se recompondo, você percebe a data ao canto da foto, e a comparando com a do seu telefone (o qual sim! você já havia trocado o papel de parede) se dá conta de há quanto tempo foi tudo isso.
Dois meses. Dois meses sem ele. Quase a metade do tempo que ficaram juntos, já que cinco meses foram ficando e quase um de namoro. Dois meses desde o dia que seu mundo virou de cabeça pra baixo e foi destruído (Sim, você é bem dramática às vezes). Dois meses desde o dia da sua confissão que hoje só traz vergonha e arrependimento, e desde que tudo se desfez e se transformou em cinzas. No final de contas, o relacionamento de vocês não era tão concreto como você queria acreditar.
Você tem raiva de Malena, e em seus sonhos mais íntimos, você a destrói assim como ela fez com você. Nesse cenário você voltava com Matías, e o esfregava na cara dela. Mostrando como ele esteve na sua cola desde o rompimento e não te deixou em paz até que reatassem, em uma espécie de: “Viu? Ele está comigo agora, ele é meu!”, mas isso só duraria até ele se desvencilhar de seus braços e voltasse para ela no minuto seguinte, te deixando à deriva e desamparada. Nos piores dos sonhos, você conseguia ver nitidamente cena diabólica em sua frente, os dois nos braços um do outro, em um beijo desesperado com as mãos dele percorrendo o corpo dela com fervor, assim como faziam com você. Em outra versão, o beijo não duraria muito até que ele despisse ela completamente, e começassem a se atracar como dois animais no cio. Mas independentemente de quais desses dois pesadelos fossem o escolhido da vez, você sempre terminava igual: aos prantos até voltar a dormir.
O seu desprezo por ela era grande, mas também era acompanhado de certa forma por um pouco de gratidão, afinal, se não fosse por ela, quanto tempo iria demorar até você descobrir tudo? Se é que iria descobrir, já que duvidava que Matías algum dia te contaria alguma coisa.
Em suma, você nunca esteve tão deprimida e tão confusa em toda a sua vida. Mas em contrapartida, também nunca esteve com as notas de suas grades curriculares tão altas, já que tem se mantido mergulhada nos livros para se manter ocupada e distraída. Se não fosse boa no amor, então seria boa em outra coisa.
Adotou a prática de tentar novos desafios para passar o tempo. É claro, nas primeiras semanas foram o choro desenfreado (o que ainda acontecia de vez em quando) mas tentou tirar o foco disso e fazer outras atividades: exercícios físicos, se aplicar mais aos seus estudos, visitar novos lugares, e até mesmo começar a cozinhar mais e tentar receitas que você sempre teve curiosidade em experimentar.
Mas o seu humor também estava muito bipolar. Se em uma semana você estava correndo pela manhã, preparando uma comida saudável e balanceada no almoço, estudando durante o dia e visitando uma galeria de arte a tarde, na semana seguinte você gastava o dia inteiro no sofá, se empanturrando de sorvete e sentindo pena de si mesma, já que autopiedade também tem se tornado uma companheira corriqueira em sua vida.
Basicamente, toda vez que pensa que está bem, que está voltando a ser a versão antiga sua, a versão pré - Matías, e pré coração partido, você volta à estaca zero e se encontra tão triste quanto no dia em que descobriu tudo.
Você odiava se sentir assim. Tinha coisas tão piores acontecendo no mundo e você estava nesse estado deplorável apenas por causa de um simples término. Mas ele era tudo o que você tinha, você perdeu não apenas um namorado, mas também um amigo. A pessoa que te entendia como ninguém e ainda assim teve a coragem de te machucar para ter um momento de prazer com outra pessoa.
Você vai superar ele, você precisa superar ele, nem que seja a última coisa que você faça.
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Você consegue admitir que tem dias bons e dias ruins no término, isso era fato. Os bons, era quando você tinha o dia tão corrido que nem conseguia parar pra pensar nas coisas direito, só cumpria com as suas obrigações e tarefas, e quando voltava para casa cansada, só se jogava na cama e desmaiava até acordar no dia seguinte. E com sorte, não teria nenhum sonho inconveniente para te incomodar naquela noite. Os ruins, era quando ficava desocupada e refém de seus próprios pensamentos intrusivos ou armadilhas. Juntamente com aqueles dias em que tudo parecia ter sido feito exatamente para te fazer ficar com raiva, e estressada, como se tudo fosse premeditado para esse simples propósito, e hoje, era um bom exemplo de um dia ruim.
Tinha um trabalho da faculdade de extrema importância para entregar na próxima semana e queria que tudo saísse perfeito, mas nem tudo estava indo do seu jeito, infelizmente. Em meio as revisões que estava fazendo, percebeu que alguns pontos não ficaram muito bem esclarecidos, ou foram mostrados superficialmente, tirando outros tópicos que estavam redundantes. Teria que consertar aquilo rapidamente, e como não encontrou muito na internet ou na biblioteca virtual da universidade, teria que ir buscar alguns livros na biblioteca do câmpus presencialmente, para aí reescrever algumas páginas e fazer uma revisão nos textos e slides da apresentação. Também teria que repassar com suas amigas a parte de cada uma, o que graças a Deus todas estavam ajudando e dando o seu melhor para também terem uma boa nota.
Assim que sai do elevador, dando na portaria do prédio e pronta para sair ao seu destino, é interceptada pelo porteiro e a síndica, que pareciam estar conversando sobre algo antes de você chegar:
- Boa tarde mocinha, na hora certa - O porteiro te cumprimenta, se virando para pegar algo junto as coisas no balcão dele, te deixando junto com a mulher, que te recebe com um sorriso simpático - Chegou mais um hoje, sem falta. – Diz, se virando de volta para você e desta vez com algo em mãos.
Um buquê de flores, você percebe.
Um arranjo lindo, com um aroma doce e delicado, em uma cor harmoniosa, combinando as pétalas macias com o embrulho que rodeava todo o comprimento. Era lindo. Muito bonito, e não precisava perguntar quem havia mandado, pois já imaginava de quem era. Ele sabia os seus pontos fracos, e estava usando disso para te deixar confusa e vulnerável. Mas você não vai mais cair nesses jogos, não mais.
Os dois mais velhos à sua frente esperam uma reação sua, mas você não atende as expectativas deles indo de cara ao presente, somente estendendo a mão e passando os dedos pelas pétalas, agarrando furtivamente o pequeno cartão que estava junto a planta, e se afastando logo em seguida:
- Pode jogar fora. – Responde desinteressada e com expressão neutra.
O sorriso da mulher ao seu lado cai, juntamente com a expressão alegre e esperançosa de presenciar um pouco do amor jovem, o que para o descontentamento dela, não iria acontecer:
- Qual é? Já está começando a me dar dó do pobre rapaz, o que ele pode ter feito de tão ruim pra merecer isso? – Interfere o porteiro, se sentindo mal pelo garoto e discordando de sua atitude para com ele.
Mas como você poderia explicar tudo sem se sentir humilhada e ridicularizada no processo? Era impossível, então decide ficar quieta para enviar o recado de que não quer expor nada, e deixa a expressão séria. E aparentemente é o bastante para ele entender, que independente do que fosse, era ruim o suficiente para você não querer compartilhar com ninguém, e parar com as perguntas indesejadas:
- Ele não está aqui, né? - Questiona azeda e aflita.
-Não – Nega o homem rapidamente – Ele ficou um tempão do lado de fora e foi embora faz uma meia hora. - Explica o porteiro com a cara fechada, e você não deixa de notar que ele exaltou de propósito o fato do garoto ter ficado um período longo de tempo do lado exterior do prédio (já que você o proibiu de entrar e ele se recusava a ir embora), provavelmente querendo arrancar uma reação de pena ou comoção sua, o que de novo, não vai acontecer:
- Ótimo - Suspira aliviada, fazendo o senhor revirar os olhos discretamente com sua resposta, o que você ignora e continua - Pode jogar fora, ou dar pra alguém, realmente não me importo - Reafirma sua decisão anterior, se dirigindo ao portão para sair, querendo encerrar logo tudo isso.
- Mas elas são tão lindas – Diz a senhora síndica, se colocando na conversa pela primeira vez e tentando te fazer mudar de idéia com um suspiro tristonho.
Ao ver os olhos brilhantes dela com o arranjo colorido, uma ideia surge em sua mente:
- Então são suas - Pega as flores da mão do homem e entrega a mulher, que fica surpresa com a sua ação - Aceite como um presente meu, por favor. - Diz, querendo que pelo menos alguém saísse feliz dessa história.
Você pensa que ela vai tentar negar por educação ou algo assim, mas ela não se dá ao trabalho de tentar fingir, pelo o contrário, quando ela vê que você está falando sério, e que realmente está a presenteando, ela abre um sorriso enorme e contente, consequentemente arrancando um sorriso seu também pelo o acordo bem sucedido, e contentamento de ambas as partes.
- Obrigado querida. - Ela agradece, pegando o arranjo e o trazendo para perto, cheirando as pétalas coloridas.
O senhor ao lado das duas não parece alegre com o rumo que as flores tomaram, mas você não poderia se importar menos. Era só o que te faltava, Matías ter arrumado mais um fã em seu círculo social.
- De nada, vou indo agora. - Se despede dos mais velhos, deixando um dos rostos sério e o outro com um semblante iluminado e vivo, te deixando um pouco melhor com toda a situação.
Você sabe que tomou a decisão correta, pois se aceitasse o presente dele, é como se estivesse o convidando de volta para a sua vida. Como se estivesse o perdoando por todas as transgressões que ele cometeu com você, e isso nunca iria acontecer. Mas ainda assim, doía, e machucava muito. E indo contra tudo o que tem prometido a si mesma, de que não teria mais nenhum contato ou notícias dele, não consegue evitar de abrir e ler o cartão assim que está fora da vista de todos na sala quase vazia da biblioteca:
“Nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas o teu riso nunca
porque sem ele morreria.” - Pablo Neruda
Abaixo do pequeno verso do poema tem uma nota de rodapé:
“Precisamos conversar, por favor, me liga.”
Você só revira os olhos ao notar um pequeno coração rabiscado no final da frase. E mesmo dizendo em pensamento que odiou o gesto e não está nenhum pouco afetada com tudo isso, se pega guardando o cartão no bolso traseiro da calça, para depois guardá-lo na gaveta de sua cômoda, escondido junto com todos os outros que ele tem te enviado desde o ocorrido.
A primeira vez que ele te enviou flores depois do término nada amigável, te pegou de surpresa e te abalou totalmente. Mas depois de pegar as plantas em suas mãos e sentir uma tremenda e imensa raiva, só as jogou fora na primeira lixeira que encontrou (a de sua sala) e seguiu com a sua vida. Só depois de um tempo, em um momento de maior calma e reflexão, que foi recolhê-la de sua lixeira, é que viu o cartão, o primeiro de muitos que ainda viriam pela frente.
Sempre palavras românticas e bem articuladas. Algumas novas para você, e outras de obras que você já conhecia e amava de coração. Não sabia se era proposital, ou se era apenas uma infeliz coincidência, já que duvidava muito que ele se lembrasse dos livros que você lia. E mesmo pensando várias vezes em queimá-los ou descartá-los em algum lugar, sempre se pegava os admirando e sonhando com uma versão alternativa de tudo. Um multiverso onde não tinham brigado, e ele não tinha te traído, ou no pior dos casos, nem ao menos tinham se conhecido, pois assim não teria esse amor unilateral e a dor te acompanhando e te assolando sempre.
Em um momento diferente, esses mimos teriam te causado borboletas no estômago, e bochechas coradas. Hoje, só te trazem rancor e ressentimento, com um sentimento oculto e enterrado em seu interior, que por algum motivo, ainda te fazem manter esses pequenos pedaços de papel como se fossem o seu bem mais precioso. E talvez, só talvez, seja porque um dia a pessoa quem o enviara, realmente fora isso, mas não era mais.
Então não tinha o porque de ficar com flores que rapidamente perderiam a vida e a cor, e só te deixaria pior toda a vez que as olhasse. Mas por enquanto, só por enquanto, alimentaria o seu lado egoísta e faminto por afeição e guardaria as notas, tanto na sua gaveta, quanto no seu coração, mesmo que em uma parte completamente mais sombria e gelada do que costumava ser.
Só por enquanto.
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Quando você retorna da biblioteca já com o material em mãos, vai correndo tomar um banho (o que já era um avanço comparado aos outros dias), e se enfia em suas roupas mais macias e confortáveis. Aproveita o momento em que está revirando suas gavetas para guardar o pedaço de papel junto com os outros em uma pequena caixa, ao lado das meias no pequeno espaço. Após isso, vai para a sala e se acomoda no sofá para ler um livro e tomar um chá quente em contraste com o dia frio do lado de fora, para depois realmente começar o trabalho de verdade.
Vinte páginas, e três xícaras mais tarde, você decide parar de procrastinar e fazer logo o que precisa para encerrar o dia, e poder ir descansar sabendo que não deixou nada para a manhã seguinte. Começa alterando alguns parágrafos, e adicionando informações ao corpo, até ele ter um formato, e estrutura que te agrade e te deixe satisfeita com o resultado. Você lê e relê diversas frases repetidas vezes até elas pararem de fazer sentido, e as letras começarem a embaralhar, e é neste momento que você sabe que já é o bastante.
Com os olhos já pesados por conta do sono, você salva o arquivo com todas as alterações e envia ao grupo, para todas revisarem e ficarem a par de todas as mudanças e atualizações. Mas assim que deixa o laptop na mesa, pronta para ir para o quarto, sua atenção é desviada novamente para a tela se acendendo juntamente com o som de uma nova notificação, a qual você quase perdeu pela pressa. E antes que consiga checar o que era, a tela se ilumina de novo, com o ícone de ligação e uma foto grande aparecendo.
Uma ligação de vídeo. De sua irmã.
“Tudo o que eu precisava agora”, você pensa, soltando um bufo cansado.
Você agradece a si mesma por não ter chorado neste dia e ter tomado um banho, estando minimamente apresentável, e se endireita em seu lugar, atendendo a chamada. Pois sabia que se começasse a ignorar as ligações ou mensagens dela, iria ser pior ainda e levantaria suspeitas, isso se ela já não tivesse nenhuma com o seu simiço. Só esperava que pudesse evitar de tocar no assunto namorado o máximo que pudesse:
- Oi sumidinha, não falou mais comigo – Comenta sua irmã assim que a tela a revela, aparentemente em um quarto de hotel, de costas para uma sacada com vista para o mar, com a pele mais bronzeada, e um grande sorriso no rosto, linda como sempre.
- Foi mal, a faculdade tá um saco – Você responde, trazendo a xícara, agora cheia do líquido quente de volta aos lábios.
- E o Matias? Ele está aí? Gostou das fotos? - Pergunta sua irmã, animada para saber a reação do rapaz.
Você trava. O momento que você tanto temia chegou. O que deveria dizer? Contar a verdade e deixá-la preocupada? Arruinando a viagem estendida e maravilhosa que o casal estava tendo de lua de mel? Não queria trazer ou causar problemas, eles já fizeram tanto por você, e era injusto ter que arrastar suas confusões até sua irmã super protetora que largaria tudo só para ter certeza de que você ficaria bem, e acabar com tudo. Com um engolir em seco, você se decide e age como deve, como uma mulher adulta que era capaz de lidar com as próprias merdas, e que sabia qual deveria ser a próxima ação a ser tomada:
- Sim, ele adorou – Mente descaradamente.
Não iria contar do término, não ainda pelo menos. Pois mesmo que conseguisse passar por toda a conversa, narrando o que aconteceu, sem se debulhar em lágrimas (O que achava difícil) tem certeza de que ela não acreditaria em sua pose e iria vir te checar de qualquer maneira. Então antes que ela possa dizer mais alguma coisa, você emenda com uma pergunta pra mudar o foco da conversa, e com sorte fazê-la esquecer-se do rapaz por enquanto - E aí como tá? - Questiona, controlando a tensão em sua voz.
Se ela nota a sua tentativa, ou desvio de assunto, deixa passar e não comenta nada. Te dando brecha, o que te deixa mais aliviada:
- Tá tudo bem, tudo ótimo, a gente foi hoje mais cedo em uma cachoeira e..- Sua irmã começa a relatar um dos vários pontos turísticos que ela fora conhecer com seu noivo pela cidade. As lojas, os restaurantes, as obras artísticas que tinham espalhada pelo local, e te prometendo um presente quando retornar e te rever.
Vocês conversam a respeito de tudo e nada ao mesmo tempo. Ela te fala de como está gostando das praias, e do sol, mesmo não sendo muito fã do calor, e você conta como está sobrevivendo ao frio com um chá enquanto terminava os trabalhos da faculdade, o que ela responde com um sorriso malicioso e zombeteiro, dizendo que pelo menos agora você teria alguém para te “esquentar”, o que você só desconversa falando que trocaria tudo só para poder ver o pôr do sol no litoral, e ela atende o seu pedido, carregando o notebook dela até a sacada, te mostrando, ainda que virtualmente um pouco da visão paradisíaca dela.
- E o seu marido, não deveria estar com você agora? - Pergunta a provocando quando ela retorna a cama.
- Tá no banho, e depois vai se trocar pra gente sair mais tarde - Ela te conta, explicando que usou este pouco tempo para falar com a mãe de vocês e aproveitou para te ligar e conferir como tudo estava. Atenciosa e cuidadosa como sempre.
Quando Wagner sai do banho, já arrumado, apenas com o cabelo levemente despenteado, e aparece de relance na tela, te dando um breve e animado “Oi gatinha, tudo bem?”, vocês decidem que é hora de encerrarem a chamada, mas ela te para um pouco antes de você clicar no ícone vermelho:
- Sabe que pode me contar tudo né? - Ela fala, com o tom terno e calmo na voz.
E antes que possa pensar demais no assunto e fazer algo de que possa se arrepender mais tarde, a responde com uma falsa tranquilidade:
-Eu sei - A diz - Obrigado pelo papo e bom jantar para os dois - Termina com pressa e desligando antes que desmorone na frente dela. Sabia que era necessário apenas mais uma gota para que o seu copo transbordasse de vez.
Após a finalização da chamada de vídeo, você retorna até o sofá para se enrolar em uma manta e tentar assistir um pouco de tv para distrair. Limpa as lágrimas que começam querer a escorrer e se nega a deixar elas vencerem. Você não resistiu às flores e ao poema para se deixar abater agora.
Que belo jeito de passar uma sexta-feira à noite. Chorando por causa de um idiota que não aguentou ficar com o pau longe da ex por muito tempo. Você se sentia realmente uma trouxa, sofrendo por quem já estava mais do que claro que não te queria, não para nada além do sexo pelo menos.
A sua mente te levava para lugares sombrios, imaginando o que ele deveria estar fazendo agora. Ele deveria estar neste momento em alguma boate ou em alguma resenha com os caras que um dia foram os seus amigos, mas que você também havia se distanciado por conta do clima ruim. Ou talvez o ex casal tenha reatado e estivesse em uma festa super badalada, dançando com os corpos quase colados e se esfregando de uma maneira sensual e suja, enquanto você está aqui. Sozinha. Como sempre temeu.
Em algum momento teria que sair dessa fossa e se libertar dessa prisão que te consumia. Mas era tão difícil. Como seguir em frente com flores chegando todos os dias em sua casa? Com bilhetes colados que você se pegava lendo e relendo todas as vezes. Palavras que um dia te soaram tão sinceras, mas que hoje só te pareciam insultos lançados em sua direção.
Uma hora essa dor teria que passar, é o que todas as suas amigas, revistas e blogs de relacionamento tinham lhe dito. E você esperava sinceramente que isso fosse verdade. Até lá, retardaria algum possível reencontro com ele o máximo que pudesse, na esperança de que ele te esquecesse, e parasse com essas demonstrações ridículas na tentativa de conseguir o seu perdão.
Sua atenção é desviada da televisão novamente com o som de notificação vindo do laptop, com a tela se acendendo, mas desta vez com uma nova mensagem em seu e-mail acadêmico, o qual você vai correndo para conferir do que se tratava, já que estranhou algum tipo de comunicação da coordenação em plena sexta após o horário das aulas.
E se depara com o seguinte aviso:
“Alunos do Primeiro ano, lembrando que a apresentação do seminário será na semana que vem, e valerá 50% da nota, então espero que tenham se dedicado bastante ao projeto. Passando também para avisar que houve uma pequena modificação, e agora além de apresentarem o trabalho para seus colegas, a turma do Segundo ano também se juntará para assistir, então se comprometam e se esforcem ao dobro para mostrarem um bom desempenho aos mais velhos, quaisquer dúvida estou a disposição”
E assim termina a mensagem breve com mais informações de contato, e horários dos professores.
O seu coração pra por um segundo quando o entendimento te bate. Você não se importaria de ter que se apresentar para uma turma a mais, longe disso, a menos que fosse essa turma.
Segundo ano. A turma do Matías.
Vocês compartilhavam algumas aulas juntos, já que eventualmente alguns professores determinavam que iriam unificar as turmas por algum motivo acadêmico, para alguma palestra ou projeto mais elaborado, mas isso não acontecia há tanto tempo que você já havia até se esquecido que acontecia.
Que merda.
Droga.
Porcaria.
Justo agora, que você está pagando para não ver ele. No final das contas, contra todos os seus esforços e vontade, o reencontro de vocês pode não demorar tanto assim para acontecer.
É um capítulo mais curtinho mas espero que tenham gostado. 🫶🩵 obrigado a todos pela compreensão e os comentários carinhosos que deixaram pra mim, realmente tem me ajudado muito neste momento 🥺💖. Sextou, e até o próximo 🙂
37 notes · View notes
harrrystyles-writing · 11 months ago
Note
Hmmm, meu primeiro pedido de concept.
Quero um angust com os números 10, 12, 15 e 16
Bem dramático do jeito q eu gosto.
Frases: Você foi uma perda de tempo." "Você me fez me odiar./Quando você deixou de me amar?/Como faço para você me amar de novo?"
Aviso: Angústia.
NotaAutora: @nihstyles que goste meu amor, deixei ele bem dramático 🥹🥹
🌼 MASTERLIST 🌼
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HARRY CONCEPT #21
— Que porra é essa? — S/n gritou assim que olhou a foto no celular de sua dama de honra — Isso é real?
Era seu noivo sentado em uma poltrona com uma mulher nua o beijando.
— Foi tirada ontem a noite. — Sua irmã tristemente respondeu. — Na despedida de solteiro dele.
— O que?! Ele não pode ter feito isso comigo. — Ela tentava se mexer, mas o enorme vestido branco impedia de fazer muitos movimentos.
— S/n, você está bem?
— Lógico que não, cadê ele? Está no outro cômodo?
— Não! Ele já está no altar esperando, você vai até lá?
— Eu preciso, porque não vai haver mais casamento. — Soltou um suspiro longo, tomando coragem para a situação mais constrangedora de sua vida.
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Não era para terminar assim.
Houve uma época em que tudo era perfeito, uma época onde S/n era uma noiva feliz e Harry não a traíu.
Ela gostaria de poder voltar no tempo.
 — O que faz aqui? Eu já não disse que não era mais para aparecer. — Seu coração apertou-se ao vê-lo entrar pela porta lateral de manhã.
— Eu só vim pegar algumas coisas.
— Faça isso rápido. — Rispidamente retrucou. — Vou sair daqui a 20 minutos e não quero você aqui.
— Eu tenho muitas coisas não vou conseguir tudo nesse tempo.
— Eu não importo, só quero que você suma da minha casa, eu ainda estou sendo bem boazinha deixando você pegar suas coisas ao invés de queima-lás.
— Da nossa casa, essa ainda é minha casa. — Afirmou com convicção.
— Não, esta não é nossa casa, ela deixou de ser um lar, logo após você ter dormido com outra mulher.
— Eu já te disse que isso nunca aconteceu.
— Ah! Sim, só foi um beijo estúpido na sua despedida de solteiro?! Não foi assim que você descreveu? — Ironizou, jogando sua xícara na pia,todo o apetite de café da manhã havia sumido — Mas eu vi a porra da foto, ela estava nua em cima de você, Harry.
— Olha, eu não vou entrar nessa discussão de novo, estou cansado.
— Que bom, porque já estou cansada de ver suas lágrimas falsas de perdão. 
— Não precisa ser tão rude comigo, eu ainda sou um ser humano, sabia? E você tem me tratado pior que um animal. 
— E como eu deveria tratar um traidor? Que simplesmente me fez passar a pior coisa da minha vida?
Não restava mais nada além de pura amargura e ódio dentro dela nesse momento.
— Eu sei que mereço ser punido, eu sei, no momento que eu vi a stripper lá eu deveria ter acabado com tudo,eu sei, mas todos estavam animados e bêbados e ela acabou me beijando sem mesmo eu querer isso, me perdoa por ser um bêbado estúpido, quantas vezes eu preciso dizer que eu nunca quis aquilo, mas o que você anda fazendo me machuca muito, parece que todo o amor sumiu. — Seus olhos estavam vermelhos, prestes a chorar. — Quando você deixou de me amar?
— No momento em que eu vi aquela porra de foto prestes a entrar no altar!— Às lágrimas quentes borravam sua maquiagem. — Quer que eu me importe com seus sentimentos agora? Você pensou nos meus sentimentos quando me traiu? Certamente não pensou enquanto bebia e via uma stripper nua na sua frente ou quando todos naquela igreja também viram aquela foto, então por que eu deveria ser boazinha com você? — Apontava o dedo indicador para ele. — Você me fez me odiar. — Soluçou. — É isso que uma traição causa em uma pessoa.
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Harry se odiava e odiava mais por ela o odiar agora. Ele fez a única coisa que prometeu que nunca faria. Ele quebrou seu coração.Ele disse que ela era o amor da vida dele e depois a fez sentir completamente o contrário. Agora nada poderia consertar seu erro.
— Aqui estão as chaves, o aluguel vence dia 09, pague certinho e não teremos problemas. — O senhor de bigode entregou o molho ao Harry. 
— Muito obrigado. — Sorriu educadamente antes de fechar a porta.
Vendo aquele apartamento vazio, ele quis chorar, tudo parecia estranho sem ela, ele precisava daquela doce voz para dizer que tudo ficaria bem. Ele nunca quis magoá-la, Harry desejou nunca ter ido à casa do Matt naquela noite estúpida, porque aquele beijo não significou nada, mas isso não importa mais, porque custou tudo a ele e dói demais até para admitir.
 
As coisas do novo apartamento finalmente estavam no devido lugar, mas ainda percebeu faltar algo. A dor no peito só aumentou assim que ele deitou-se exausto na cama para dormir, mas não conseguia, ele precisava dela, ambos eram para estar em lua de mel agora, mas nunca aconteceu por sua causa dele e sabia que do outro lado da cidade ela estava tão triste quanto ele.
Harry precisava tentar uma última vez, nem que fosse para sair de coração partido, ele vestiu seus sapatos de corrida e correu por quase toda a cidade até ir de encontro a porta dela.
— Oi... — Seu sorriso era tímido assim que S/n atendeu a porta na oitava vez que apertou a campainha.
— O que você veio fazer aqui?
— Eu precisava ver você. 
— Tchau, Harry. — Revirou os olhos, indo fechar a porta.
— Espere. — Ele colocou o pé a impedindo.
— O quê?! — Sua voz já estava um pouco alterada.
Ele percebeu seus olhos inchados, ela chorou.
— Eu preciso te perguntar uma coisa.
— Perguntar o quê?
— Como faço para você me amar de novo? — Quase como um sussurro questionou. — Você é a melhor coisa que já aconteceu comigo, eu não quero ficar sem você.
Sua expressão não mudou, em outra vida seu coração até podia palpitar ao ouvir essas palavras, mas agora era só dor que preenchia seu peito, ele fez isso com ela. Harry era tudo para ela, seu porto seguro, sua alma gêmea, mas agora não passava do homem que quebrou seu coração.
— Você foi uma perda de tempo.
Não era assim que se consertava as coisas, ele simplesmente não podia só chegar e dizer o quanto a queria, assim ele só estava piorando as coisas e a machucando ainda mais no processo.
— S/n, por favor. — Harry ajoelhou-se implorando. — Eu faço o que for preciso para ter você de volta, pode me tratar como quiser, pode me xingar e me fazer de capacho, eu faço tudo com tanto que no final do dia eu possa estar com você, olhar para você, eu não consigo viver sem você.
— Eu não consigo mais confiar em você, sei que você diz que foi só uma noite e só um beijo, mas você é um traidor, você beijou outra pessoa um dia antes de se casar comigo, como eu posso querer uma vida com alguém que é capaz disto? Vá embora, Harry e faz um favor a nós dois não me procure mais. — A porta foi lentamente se fechando, mas a dúvida em sua mente a consumiu a fazendo perguntar. — Harry?
— Sim? — Ele já estava pronto pra se virar e partir.
— Valeu a pena?
— Você sabe que não.
Muito obrigada por ler até aqui! Se gostou fav, reblogue ou deixe uma ask, isso realmente é muito importante para mim 🥺♥️
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zarry-fics · 1 year ago
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Sempre foi você | Harry Styles [parte um]
Avisos: Uma leve angústia, Harry é o casado deste imagine
N/A: Não me julguem por isso, é só um imagine :))
♡ imagines antigos | masterlist nova
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── Não entendo porquê você tem que ser tão grudado com esta mulher. Não faz sentido pra mim, Harry! ── Nora comentou, enquanto passava as mãos pelos cabelos louros. Ela andava de um lado para o outro no quarto, enquanto eu segurava o porta-retrato que contém uma foto minha e de S/N. Aquela foi a nossa primeira foto, neste dia capturado, tínhamos acabado de nos conhecer.
Ela era (e continua sendo) uma grande fã do meu trabalho e naquele registro tão antigo, é perceptível a emoção em seu rosto. Quando a conheci realmente, esta se tornou a minha foto preferida, porque é a foto preferida dela também. Afastei um pouco os cacos de vidro do que sobrou do tal porta-retrato, porque a minha esposa fez questão de quebrá-lo em um milhão de pedaços quando o encontrou dentro de uma de minhas gavetas — que por sinal, eu escondi lá justamente para que ela não encontrasse.
── Nora, S/N é a minha melhor amiga. Eu a conheço desde os meus 18 anos. ── expliquei baixo, enquanto encarava o rosto angelical de S/N na foto.
── Melhor amiga? Não seja estúpido! Homem casado não tem melhor amiga, Harry Styles. Principalmente quando a melhor amiga é aquela vadia! ── ela murmurou alto, e eu a olhei finalmente. Seu rosto branco está vermelho e quando age assim, está muito brava.
── Não fale dela desse jeito. ── a defendi meio que sem pensar. Nora rosnou, ficou muito mais irritada.
Toda essa briga começou quando eu levei S/N ao hospital, porque ela acabou passando muito mal e como mora sozinha em Londres, não tinha condições de se "autosocorrer". Eu sei que posso ter errado com a minha esposa, mas não consigo evitar. É muito mais forte que eu.
S/N, ao contrário do que minha mulher pensa, tenta ao máximo evitar qualquer briga com ela. Por isso nos afastamos há alguns meses... Tivemos uma conversa dolorosa, onde minha amiga me explicou que não poderíamos mais viver tão próximos como antes, porque aquilo não faria bem ao meu casamento e ela não queria ser culpada pelo meu divórcio, caso acontecesse.
Eu achei que conseguiria levar esse casamento à frente. Achei mesmo. Dei tudo de mim para dar total atenção à Nora, ao nosso relacionamento. Mas foi só saber, através de alguns amigos em comum, que S/N estava doente, eu corri à casa dela (depois de ter mais de 300 ligações recusadas). Quando cheguei, encontrei a mulher que eu tanto amo deitada em sua cama, estava debilitada e eu quase enlouqueci.
A levei para o hospital sem nem pensar duas vezes e foi então que tivemos o seu diagnóstico: ela estava só gripada. Mas mesmo assim, não deixei de me preocupar. S/N estava com febre, os sintomas persistiam há alguns dias. O médico a receitou alguns remédios e a aconselhou a ficar em casa.
(Ignoro o fato de que eu me preocupei tanto que não percebi que ela não estava tão debilitada assim. De fato, a minha preocupação me cegou completamente).
Eu fiquei com ela, a ajudei a organizar a sua casa e me mantive ao seu lado. Foi só a ver chorando, admitindo que sentiu muito a minha falta que eu me senti ainda pior. Algo em mim reacendeu... Um sentimento que eu ao menos sei explicar direito, mas que não é algo novo. Desde que nos aproximamos eu sinto uma conexão surreal com S/N, sou genuinamente feliz quando estou ao lado dela.
Éramos muito grudados e eu confesso que um dia, pensei que nos casaríamos. Até porque tínhamos tudo para dar certo realmente. Mas quando eu saí em turnê, acabei conhecendo Nora e foi ai que meus sentimentos embolaram, eu fiquei confuso e quando dei por mim, já estávamos casados há dois anos.
Vivia com Nora em Miami. E enquanto morávamos lá, eu tinha plena certeza que a amava e que ela era a mulher da minha vida, mesmo não me sentindo 100% feliz e confortável. Porém, quando voltei para Londres, coloquei os meus olhos em S/N e tudo aquilo voltou para mim como um soco no estômago e agora já não consigo ter paz. Principalmente porque S/N não quer ficar perto de mim, não quer estragar o meu casamento e eu, por outro lado, quero, mais do que tudo, estar perto dela.
Mas tudo parece mais complicado agora.
Nunca imaginei que pensaria dessa forma, mas hoje me arrependo amargamente de ter casado com Nora. Se eu tivesse dado ouvido aos meus amigos quando me aconselharam a romper o noivado e seguir o meu coração... Mas eu estava tão revoltado por S/N estar saindo com um outro cara que acabei até apressando o casamento.
Meio que queria chamar a atenção dela. E consegui. Pois nos afastamos e eu me sentia incompleto, sem um pedaço de mim. Porque é desse jeito que eu me sinto quando estou longe da S/N. É como se eu não fosse eu mesmo.
── Eu deixei toda a minha vida em Miami por você. Deixei os meus amigos, deixei a minha família. E eu também tinha um melhor amigo, mas rompi com a nossa amizade por você! E o que você faz por mim? Nada! Você continua inserindo aquela maldita mulher nas nossas vidas como se ela precisasse estar entre a gente, mas não precisa, Harry. Ela não precisa estar entre a gente!
Arregalei os olhos, chocado. Como ela pode jogar na minha cara tudo isso? Eu não pedi para que ela viesse comigo a Londres! Eu vim aqui pela minha família, vim para me reconectar com o meu passado. Lembrei-me muito bem que, mesmo que ela seja a minha esposa, não a convidei para vir. Afirmei que poderia fazer isso sozinho. Mas foi ela quem insistiu.
Por isso mesmo a relembrei deste pequeno detalhe, mas Nora simplesmente me ignorou. ── Você é um maldito ingrato, eu nunca deveria ter me casado com você! Nunca!
── Se você quiser o divórcio, sabe muito bem que eu posso assinar os papéis, Nora. Eu faço isso sem nem pensar duas vezes, só não vou aceitar que você fique se envolvendo numa parte da minha vida que aconteceu quando nem nos conhecíamos! ── ditas essas palavras, eu saí andando rapidamente. Peguei as chaves do carro, a minha carteira, e simplesmente saí de casa sem sequer olhar para trás.
Estava muito bravo e não queria brigar ainda mais, provavelmente falaria algo que me arrependeria depois, disso eu tenho certeza. Porque não é de agora que Nora implica com S/N, isso acontece desde muito antes de nos envolvermos de fato. Porque nossa relação começou com uma simples amizade, mas ela já odiava S/N por alguma razão antes disso. As duas nunca se deram bem.
Envolvi a minha cabeça com o mesmo capuz que estava usando ao ir pro hospital com S/N. Não queria ser reconhecido, mas sabia que isso poderia acontecer a qualquer momento; aliás, meu rosto já deve estar estampado em várias matérias na internet, principalmente depois de estar com a mulher que, no passado, todos juravam que eu tinha um relacionamento.
Entrei no meu carro e depois de dirigir sem rumo por um tempo, optei por ir à casa de minha mãe, aproveitando-me do fato de ela estar morando mais perto de mim. Preciso muito de um conselho, palavras de alguém que eu confio. E se eu não estivesse tentando dar um tempo a S/N, eu com certeza iria atrás dela. Mas como faria isso? Ela já afirmou que não é certo nos encontrarmos.
Eu estou confuso. E essa confusão é por causa dela. Como a mesma me ajudaria? Ela com certeza iria pensar que eu estou ficando louco.
Enquanto dirigia, eu pensava no que fiz com a minha própria vida. Eu já estava em dúvida quando pedi Nora em casamento, mas tentava me convencer de que eu estava fazendo a coisa certa, mesmo que no fundo eu soubesse que só estava me enganando. Só não queria acreditar que estava apaixonado pela minha melhor amiga.
Fiquei tão bravo, principalmente depois de ela assumir um cara que eu nunca me dei bem também. Mas esse "relacionamento" não durou nem 5 meses.
Ou seja, eu me ferrei por ser tão estúpido.
• • •
Assim que cheguei na casa da minha mãe, estacionei e entrei praticamente correndo, desesperado pelo aconchego da mulher que me deu a vida. Quando ela me viu, tomou um susto. ── Meu filho! Você não me avisou que viria! ── depois de se recuperar do pequeno choque, ela me abraçou com muita força. Seu sorriso é iluminado, sinto a saudade que ela sente pelo nosso contato.
Somente esse abraço foi capaz de me aquecer o coração. E por um segundo, eu esqueci do real propósito da minha visita. Já faz tanto tempo que não vejo a minha mãe que deixei de lado por um momento a minha frustração, e conversei com ela sobre vários assuntos. Ela perguntou sobre a turnê, sobre os países que visitei, até chegar no tópico ''Nora". ── Ah, mãe. Então... Eu acabei brigando com ela. ── expliquei, num tom mais baixo. Estou envergonhado, e com temor pela reação dela ao descobrir os motivos.
Mas tudo o que ela fez foi enrugar as sobrancelhas. ── Como assim, querido? O que aconteceu?
Expliquei a ela a situação, contei que levei S/N ao hospital e isso não agradou nem um pouco a minha esposa, que descobriu isso antes mesmo de eu chegar em casa. Essa descoberta abriu margem para que ela mexesse nos meus pertences e encontrasse a foto polêmica, que estava exposta na minha cômoda há muitos anos; mas quando voltamos para Londres eu a escondi justamente para não haverem brigas, mas de nada adiantou. ── Filho... Eu não sei nem o que te dizer, de verdade. É um assunto delicado. ── ela comentou, embasbacada. ── Eu sempre soube, Harry, que você não iria conseguir ficar longe da S/N. Sempre soube que havia algo entre vocês dois,
Quando ela chegou nessa parte, eu cocei a garganta. ── Mas Nora não entende isso, mãe. Eu só queria-
── Justamente por eu ter quase certeza que havia algo entre vocês dois, não entendi a razão pela qual você se casou com Nora. Porque meu querido, sejamos francos, você não a ama. ── simplesmente cuspiu as palavras na minha cara. As verdades. ── Não consigo entender porque você preferiu se meter nisso. Está na cara que você está infeliz, meu filho. Sempre que você chega aqui com a Nora eu noto a sua expressão, totalmente diferente de quando está com a S/N.
── Não espere que a sua esposa entenda a conexão que você sempre teve com a S/A. Ela não vai entender, meu filho. Assim como você também não entenderia se estivesse no lugar dela. É sofrido para os dois; continuar em algo que não te faz bem é como abraçar um cacto. E você está sendo egoísta em manter Nora casada contigo, mesmo não a amando.
── Eu gosto da Nora, mãe. Mas acho que eu tomei uma decisão precipitada em-
── Você precisa admitir, Harry. Não foi só uma decisão precipitada... Você errou, e errou feio. Você está magoando a pobre Nora, você sabe que não a ama. Escolheu se casar com ela para, de alguma forma, tentar magoar ou atingir S/N por causa do seu relacionamento com o Kyle. Mas hoje, o único magoado é você por ter insistido neste relacionamento. O quanto mais cedo você admitir e consertar isso, será melhor para ambos.
Ela estava certa. Eu sabia que ouviria isso quando chegasse aqui... Mas a verdade é que tenho medo. Sinto medo de S/N não me aceitar depois de tê-la magoado, tenho medo de acabar tendo entendido tudo errado, que nossa relação é puramente baseada na amizade e nada mais; e se eu entendi tudo errado?
Além de todas essas questões, ainda penso nos meus fãs. Eles podem acabar me massacrando por magoar os sentimentos de Nora, massacrar S/N novamente depois que descobrirem que foi por ela que eu pedi o divórcio. Me preocupo, mesmo não me importando tanto com o que pensam sobre as minhas ações... Não por mim, mas pelas pessoas que amo. Adoro as minhas fãs, mas confesso que às vezes eu me decepciono com algumas atitudes das mesmas.
Lembro como se fosse ontem de qual foi a reação deles quando eu apresentei S/N como a minha melhor amiga. Eu tinha comentado que havíamos acabado de nos conhecer, mas mesmo assim, eles a massacraram. Por puro ciúmes. Foram dias difíceis, achei que a perderia, mas por sorte, isso não aconteceu.
Para a infelicidade de alguns dos meus fãs.
Conversei com a minha mãe por muitas horas e foi reconfortante para mim. Eu sempre me sinto tão melhor ao conversar com ela, suas palavras (mesmo que sejam duras, por vezes), me trazem conforto, de verdade. Me deram um norte do que fazer.
Mas hoje, já não quero mais pensar nesse assunto. Estou tão cansado, minha cabeça dói muito e eu preciso descansar. Por isso mesmo a minha mãe organizou um quarto para que eu pudesse passar a noite. E eu aceitei de bom grado, eu não queria voltar para casa, não queria lidar com os surtos de Nora. Ela não vai parar de me atormentar por hoje, mesmo se eu voltar agora. Ela é bem insistente.
Comi algo depois de minha mãe muito insistir, e logo em seguida tomei um banho e vesti apenas uma boxer. Esta e muitas outras fazem parte de uma coleção de roupas que eu trouxe há um tempo e por sinal, já estava me apertando um pouco, mas nada tão desconfortável.
Me deitei e antes de dormir, pensei por muito tempo na S/N. Na nossa amizade, em tudo o que vivemos durante esses anos e até mesmo no que eu deixei de viver com ela, por causa do meu orgulho. Eu deveria saber que Kyle era só um caso passageiro, mesmo que naquele tempo eu enxergasse os dois como um belo casal — mas nunca admitiria isso em voz alta.
Meu celular apitou algumas vezes indicando que alguém me mandava mensagens. Até pensei em ignorar, até porque poderia ser Nora me infernizando mais um pouco, senti muita curiosidade e chequei.
“Harry, está tudo bem?”
“Você disse que avisaria quando chegasse em casa mas não avisou. Aconteceu alguma coisa?”
“Por favor, me responde! Eu estou muito preocupada! Liguei para a sua esposa mas ela não me atendeu."
“Eu estou muito preocupada, H. Por favor, me liga quando ver essa mensagem!”
Eu sorri sozinho por imaginar e ouvir perfeitamente, dentro de minha cabeça, S/N falando aquelas palavras, no seu típico tom nervoso. Até mesmo ligou para Nora, que a odeia com todas as suas forças... De fato, deve estar mesmo preocupada.
“Oi, S/A. Está tudo bem :) Não ligue para Nora, brigamos.”
“Não precisa se preocupar comigo, estou na casa de minha mãe. Amanhã conversamos, pode ser?”
“Queria mesmo te falar algo.”
Dito isso, guardei meu telefone sem ao menos aguardar uma resposta. Voltei a me deitar e dessa vez tentei dormir, porque preciso descansar devidamente para o dia de amanhã. Preciso enfrentar a minha esposa, não posso evitá-la por muito mais tempo.
• • •
Acordei no dia seguinte bem cedo e tomei um banho relaxante. Vesti roupas que me couberam muito bem, mas precisei voltar a usar o mesmo capuz de ontem. Depois de estar devidamente vestido, eu saí do quarto com meu celular em mãos; minha mãe já estava na cozinha, e assim que o liguei para checar as novas notificações, choveram de ligações perdidas de Nora, algumas mensagens também.
Fiquei assustado com tudo aquilo, mas não por muito tempo, porque lembrei como Nora pode ser manipuladora quando quer. Ela sempre faz isso quando brigamos. ── Oi, filho. Bom dia. ── a minha mãe me cumprimentou e eu respondi, educadamente. Mas ainda tinha meus olhos fixos nas mensagens que recebi. Na madrugada.
“ONDE VOCÊ ESTÁ, HARRY STYLES? JÁ TE LIGUEI INÚMERAS VEZES!!!!”
“Para de me ignorar, amor. Por favor, me liga! Eu estou muito preocupada e arrependida por ter brigado contigo.”
“Baby, eu te imploro... Sei que não agi da melhor maneira possível, mas eu quero muito conversar educadamente desta vez. Volte para casa ainda hoje!!!”
── Nora me ligou várias vezes durante a noite. ── ela comentou quando percebeu que eu estava focado no telefone. Talvez até saiba o que estou vendo.
── A senhora atendeu? Por favor, diga que não! ── bufei. Estou de saco cheio de toda essa situação.
── Óbvio que não, meu filho. Sabia que você precisava de um tempo. ── deixei um pouco o celular de lado para observar a minha mãe se mover pela cozinha. Rapidamente ela preencheu uma xícara com café e me serviu. ── Não quero te pressionar nem nada, mas você sabe que não pode adiar esse momento por muito mais tempo. Precisa ser sincero com a sua esposa!
Quando ela falou isso, eu suspirei. Sei que vou precisar enfrentar isso o mais breve possível, mas não agora. Agora eu quero mesmo é conversar com a S/N.
Tomei café com a minha mãe e depois precisei vir embora. Avisei a S/N que estaria indo à casa dela, se poderia me receber e, para a minha (não) surpresa, ela aceitou e avisou que já estava me esperando. Por isso dirigi até mais rápido, e assim que cheguei, já corri para dentro. O porteiro sequer precisou avisá-la de que eu estava ali, porque já me conhecia.
── Harry! ── S/A me cumprimentou quando eu bati à sua porta, me tomando num abraço reconfortante. Sorri comigo mesmo quando a vi esticando os braços para alcançar o meu pescoço. ── Pelos céus, Nora me ligou ontem à noite! Ela estava preocupada com você.
Ao ouvir a menção do nome da minha mulher, revirei os olhos. Não é possível que mesmo a odiando, ela ainda teve a audácia de ligar para a mesma. Com certeza estava esperando que eu estivesse com ela.
── Ela não estava preocupada, só queria saber onde eu estava, S/N. ── respondi, e entrei na casa dela quando a mesma me deu espaço para isso. ── Brigamos feio ontem, e eu fui à casa da minha mãe. Não queria dizer coisas que me arrependeria, porque Nora estava insuportável.
Me joguei no sofá e S/N veio logo atrás de mim. Ela me olhou com olhos complacentes, sabe que meu casamento não vai bem há um tempo. Desde que voltei para Londres, para ser mais exato. ── Brigamos porque ela não suporta saber que você fez e faz parte da minha vida, muito antes dela. Nora não entende que eu não posso simplesmente te anular de mim, do meu coração.
Ao dizer essas palavras, já comecei a ficar bastante nervoso. O que não é de todo incomum, desde sempre. ── Harry, eu não estou acreditando que vocês brigaram por minha causa de novo. ── ela ficou com a voz mais nervosa, aumentou minimamente o seu timbre. ── Eu sabia, eu sabia. Por isso eu estava tentando evitar que você viesse aqui, que soubesse que eu estava doente. Não queria te preocupar e também não queria atrapalhar vocês. ── S/N passou a mão pelos cabelos, meio nervosa.
── Aliás, como você está? Eu estive-
── Não muda de assunto, Styles! ── ela rebateu, um tanto quanto irritada. Eu o fiz sem ao menos perceber.
── É só me responder. Eu também estava preocupado com você! ── fui sincero nas minhas palavras e ela, que até agora estava sentada do meu lado, se levantou. Ao mesmo tempo suspirou pesadamente.
── Não tá certo você brigar com a sua mulher tão frequentemente por minha causa, Harry. Eu só quero que você entenda isso... ── comentou, num tom de voz cansado. ── Eu quero o seu bem. Sério, se você perder a Nora vai acabar-
── S/N, eu não me importo! ── me vi na obrigação de a interromper, porque ela acabaria não parando de falar em nenhum momento e eu não falaria o que pretendo. Perderia a coragem.
Seus olhos fitaram os meus, em choque! ── Como assim? Ela é a sua esposa!
── Não me importo em perder a Nora, o que eu não quero é perder você. ── disse tudo muito rápido, aproveitando meus segundos de coragem. ── Eu já cansei de fingir que estou feliz, S/N. Eu cometi um erro ao me casar com a Nora, entendo isso perfeitamente hoje! Eu acabei tomando uma decisão precipitada por causa da raiva que eu estava sentindo em ver você com o Kyle, achei que tudo mudaria, que me casar com outra mulher me faria esquecer tudo o que eu estava sentindo, os sentimentos que eu estava reprimindo tanto por medo de estar enganado, de você não sentir o mesmo. Mas não dá mais.... Não dá, eu simplesmente não consigo permanecer num casamento em que não há amor. Não suporto mais. Não suporto mais estar com a Nora, dormir com ela, quando tudo o que eu mais quero é fazer toda essa merda com você.
Quando eu falei assim, ela arregalou os olhos. Abriu a boca umas duas ou três vezes, talvez buscando palavras, mas nada. Nada saiu. ── Pelo amor de Deus. Já cansei de viver uma mentira! Não quero mais fingir que amo a minha esposa, porque a única mulher que eu tenho amado desde os meus 18 anos é você.
S/N seguiu sem palavras. Ela só me olhava da mesma maneira, mas consegui notar as lágrimas preenchendo os seus olhos. Sendo assim, eu me levantei e abracei, com bastante força, como se ela fosse escorregar dos meus braços; como se eu a fosse perder mais uma vez. E, tendo a mulher que eu tanto venero e adoro entre meus braços, eu recostei meu nariz em seus cabelos e suspirei aliviado por, finalmente, ter colocado parte do que eu sinto para fora. Um grande alívio me preenche por isso.
Eu poderia afirmar que sinto como se estivesse caminhando em nuvens. Mas não ainda, pois quero ouví-la dizer que me ama da mesma maneira. Que sempre quis me falar tais coisas, mas não tinha coragem. Eu preciso ouvir ela falando isso.
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sunnymoonny · 1 year ago
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PEACHES - JJH
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Onde você e seu amigo bebem algumas garrafinhas de soju de pêssego.
Jaehyun e você viraram os últimos shots da quarta garrafa de soju. Estavam em mais uma noite de conversas sendo jogadas fora.
"Mas te falar, ____..." Jaehyun começou a falar logo após de virar o copinho. "Você não acha esse sabor uma delícia?"
"Eu? Ah, eu gosto bastante, sabe? Me lembra uma pessoa, aí." Disse, vendo o rosto corado de Jaehyun contorcer em uma cara desgostosa.
"Você tá aqui comigo e falando de outro cara, meu bem? Qual foi..." Jaehyun disse levemente enrolado por conta da bebida.
Um fato interessante. Jaehyun não ficava bêbado a ponto de embolar completamente as palavras, trupicar nos próprios pés ou qualquer outra coisa que uma pessoa bêbada faria. Pelo contrário, Jaehyun apenas ficava com as bochechas coradas, um pouquinho mais lento e falava o que pensava, exatamente sem filtro.
"Jaehyun, você é realmente burro." Você disse levantando do tapete, quase caindo por conta do álcool ingerido a pouco.
"Ué, por que?"
"Nada, Jae. Vai abrindo os salgadinhos, eu vou pegar mais um soju." Tentou sair do cômodo, porém foi parada por Jaehyun segurando seus calcanhares. O olhou de cima e o viu soltar um sorrisinho, as covinhas aparecendo com força. "O que foi, em?"
"Senta aí, deixa eu falar com você." Sinalizou com a cabeça para o lugar ao lado dele.
Bufando, se sentou ao lado dele. Ajeitou o cabelo em um coque desajeitado, trouxe as pernas para seu peito e colocou sua cabeça sobre os joelhos.
"Manda bala." Disse desanimada, o sono tomando pouco a pouco o seu corpo.
"Tô sem bala aqui, meu bem." Jaehyun disse sério, mas logo esboçou um risinho vendo sua cara desanimada. "Tô brincando."
"Ha ha..." Fingiu rir. "O que quer me falar?"
"Eu te amo."
Você travou. O sono sumiu de seu corpo repentinamente. O que Jaehyun estava falando?
"Oi?"
"Eu sou caidinho por você, tipo, louquinho, louquinho mesmo. Quanto tempo você acha que ainda leva pra você perceber isso e deixar eu beijar essa boquinha?" Jaehyun perguntou apoiando o cotovelo no sofá, deixando a outra mão passear por sua perna descoberta.
Você ficou em silêncio. Não era possível que a bebida tinha te deixado com alucinações.
"Gata, responde logo...seu silêncio tá me matando."
Resolver deixar seus instintos te levarem. Ficou de joelhos sobre o chão e beijou os lábios de Jaehyun, apenas um selinho, nada demais, queria identificar se aquilo era real.
E de fato era, por que quando se separaram, Jaehyun estava com aquele sorriso estúpido nos lábios.
"Se for fazer, faz direito, amor." Com essa frase, Jaehyun puxou você, fazendo com que se sentasse sobre o colo do mesmo. As mãos frias do homem adentraram sua camisa, tocando na sua pele quente, causando um arrepio instantâneo. "Que tal a gente ir pro seu quarto, gata? Aposto que você não vai se decepcionar. Mas antes..." Jaehyun disse se separando de seu corpo. "Quem é o cara de quem você tava falando?"
"Você é realmente burro, Jae." Disse dando um peteleco na testa do mesmo.
É, talvez ele tenha demorado pra perceber...
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1dpreferencesbr · 1 year ago
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Imagine com Harry Styles
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Confession
n/a: Faz tempo que eu não apareço por aqui, né? Me perdoem! Eu me planejei todinha para voltar, mas parece que o mundo todo conspirou para que eu não conseguisse escrever nem uma palavra. Mas, enfim, acredito que agora as coisas voltam ao normal! Espero que gostem desse pedido delicinha tanto quanto eu <3
Diálogos: Fui estúpido(a) em achar que tivéssemos algo / Eu não preciso ouvir, é sempre a mesma coisa! / Eu significo alguma coisa para você? / Nós passamos de "amigos" vinte fodas atrás
Lista de diálogos Masterlist
— Terra chamando! — Linday falou alto, estalando os dedos em frente ao meu rosto. 
— Desculpa, você disse alguma coisa? — Sorri, sentindo as bochechas aquecerem. 
— Em que mundo você estava? Acho que faz uns dez minutos que eu estou falando sozinha. — Reclamou. 
— Ah… eu estava pensando em um relatório que preciso terminar. — Apertei os lábios e desviei os olhos da minha amiga, na tentativa de que ela não descobrisse a minha mentira. 
— Desde quando precisa entregar relatórios durante as férias, hum? 
— Eu… 
— Enfim. — A ruiva bufou. — Eu disse antes que Brad está um gato naquela sunga, você não concorda? 
— Claro… — Virei na direção em que ela olhava, mas meus olhos não focaram no personal trainer, e sim no homem ao seu lado. Em seus 1,83 de altura, abdômen mais do que definido, tatuagens muito bem espalhadas, cabelos castanhos, olhos verdes e um beijo que tiraria qualquer um de órbita. 
— Ei, não olhe muito. — Ela disse entredentes, deixando um beliscão em um dos meus braços. — Até o fim dessa semana, ele é meu. — Não consegui evitar o sorriso que se formou em minha boca, Linday era completamente a fim de Brad desde que ele começou a trabalhar com Harry, e esta parecia sua primeira oportunidade de se aproximar dele. 
Era até um pouco engraçado ver o quanto ela se esforçava para tentar chamar a atenção dele, e ao mesmo tempo não notando as secadas que ele lhe dava em momentos que achava que mais ninguém estava olhando. 
— Quer uma cerveja? — Ofereci e ela apenas assentiu em resposta. 
Me levantei da espreguiçadeira e saí da área da piscina para caminhar até a grande cozinha. Passar duas semanas inteiras com os meus amigos, aproveitando o raro período de férias de Harry estava sendo uma experiência agradável, tirando apenas o fato de que eu precisava fingir não sentir nada além por ele. 
Há meses, desde seu último show em Seattle, onde acabei acordando nua em uma cama de hotel e acompanhada de um dos meu melhores amigos, vínhamos ficando em segredo. Nem mesmo nossos amigos sabiam, para não causar nenhum clima estranho quando acabasse. Foi um acordo entre nós dois. 
Mas, em nenhum momento imaginei que estava caindo em uma armadilha. 
Harry conseguiu me estragar para qualquer outro homem. Me obrigando a pensar nele em todos os momentos, fazendo qualquer um parecer sem graça perto dele. 
Abri a porta da geladeira enorme, pegando duas das latas estupidamente geladas sobre o balcão. Senti meu coração quase sair pela garganta quando um par de braços fortes e molhados rodearam minha cintura, me erguendo um pouco do chão. 
— Harry! — O repreendi baixo, me virando para ele, que tinha um sorriso enorme após me assustar. — Alguém pode ver a gente. — Falei olhando para os lados, com medo de que alguém realmente estivesse à espreita. 
— Está todo mundo lá fora. — Me apertou ainda mais em seus braços, grudando meu corpo ao seu. Um arrepio conhecido percorreu minha coluna e o frio na barriga me atingiu. Como se soubesse o efeito que tinha sobre mim e estivesse pronto para derrubar cada uma das minhas barreiras, Harry roçou os lábios sobre os meus, me dando a sensação que derreteria a qualquer segundo. — Tô morrendo de vontade de te dar um beijo. — Sussurrou, como se fosse uma confissão, o que me fez sorrir contra a sua boca, porque eu também estava. 
Mas, antes que pudéssemos matar um pouquinho da vontade, o som de vozes se aproximando fizeram com que nos separássemos rapidamente, ainda com a respiração desregulada. 
— Achei que você tinha se perdido. — Lindsay disse em tom de provocação ao entrar na cozinha. 
— Eu? Me perder? Não… — Comecei a falar rápido demais, o que fez Harry soltar uma risadinha ao meu lado. — Aqui a sua cerveja. — Peguei uma das latas da bancada e estendi a ela. A outra, abri e tomei vários goles de uma vez, tentando acalmar o idiota do meu coração que batia tão forte que estava começando a me deixar zonza. 
— Meu deus, garota, se acalma. — Lindsay falou alto, tirando a lata da minha mão sem aviso, o que me fez derramar algumas gotas geladas sobre o queixo e peito. — Assim vai ficar bêbada antes da festa. 
— Festa? 
— O luau de hoje a noite, esqueceu? — Foi Harry quem disse, me fazendo perceber que havia mesmo esquecido. Bati com a mão na testa, resmungando por saber que não tinha roupa apropriada para a ocasião, e que alguns dos amigos da indústria de Harry estariam presentes. 
— Acho que vou sair e comprar um vestido então. — Avisei. 
— Vou com você! — Minha amiga disse já animada. 
A missão de comprar um vestido simples e bonito foi transformada em uma tarde inteira de princesa. Lindsay me arrastou por várias lojas, até finalmente acharmos o vestido perfeito: simples, sem muitas estampas, perfeito para uma noite de calor na Itália. O verde musgo do tecido contrastava com meu tom de pele, me fazendo sentir realmente linda. Depois, decidimos ir até um salão, onde aproveitei para cortar as pontas dos cabelos, fazer as unhas e uma maquiagem leve. 
Quando voltamos para a casa, era possível ver que o luau já havia começado. A música alta podia ser ouvida do lado de fora, junto do falatório das muitas pessoas presentes. 
Mas, em apenas um segundo, todo o meu mundo pareceu ruir. Quando chegamos à área da piscina e meus olhos focaram em um Harry, com uma camisa estampada totalmente aberta e uma garota passando a ponta do dedo indicador sobre a borboleta tatuada em seu abdômen. 
Ele direcionava para ela o mesmo sorriso que tantas vezes me ofereceu, aquele em que suas covinhas ficavam fundas e seu nariz ficava levemente enrugado. O que eu sempre achei uma gracinha, e agora apenas torcia para que ele parasse. A garota apertava os braços, em um truque barato para que seus seios ficassem ainda mais à mostra, o que parecia agradá-lo muito.
Assim que Lindsay finalmente se separou de mim, para ir em direção à sua missão de férias, eu me distanciei, tentando chamar o mínimo de atenção possível e voltando para o quarto junto de uma garrafa de licor de laranja que achei em uma das mesas. 
A bebida pura não era tão boa quanto nos coquetéis que estavam sendo servidos, mas ao mesmo tempo, tinha efeito muito mais rápido. 
Com um lenço umedecido tirei a maquiagem que agora parecia ridícula, guardei o vestido e coloquei um conjunto de pijamas. 
Era impossível dormir, já que a música era alta demais, então decidi apenas me sentar na cama e terminar a bebida. 
Já me sentia completamente bêbada quando a porta do quarto foi aberta de repente, revelando um Harry de expressão confusa. 
— Aconteceu algo? — Perguntou se aproximando, e eu apenas neguei com a cabeça. Se começasse a falar, sabia muito bem que não conseguiria parar até despejar sobre ele todos os sentimentos escondidos por tantos meses. — Você bebeu tudo isso sozinha? — Falou ao me ver virar a garrafa na boca e reclamar por estar vazia. — O que aconteceu? 
— Na…da. — Me embolei na pequena palavra, sentindo minha língua enrolar.
— Por que saiu da festa? Eu nem te vi. 
— Você estava ocupado. — Dei de ombros. — Tinha um par de peitos na sua cara. 
— Como é? 
— Volta para a sua festa, por favor, estão esperando por você. — Tentei apontar para a porta, mas a bebida levou minha coordenação motora, o que me fez quase cair na cama. 
— Você precisa ficar sóbria ou vai acabar passando mal. — Disse me apoiando em seus braços. Harry me obrigou a sentar na cama, e avisou que voltaria logo. 
Em poucos minutos, ele saiu do quarto e voltou com uma bandeja, contendo um copo grande de suco e um sanduíche. 
— Não quero comer. — Resmunguei, sentindo meu estômago revirar. 
— Aqui, isso vai fazer você se sentir melhor. — Disse tirando do bolso um antiácido. 
— Não vai não. — Falei tomando o comprimido e engolindo com a ajuda do suco. 
— Vai sim. — Prometeu, deixando um carinho em minha bochecha com o polegar. 
— Você pode voltar para a festa, eu vou tomar um banho. — Me levantei para ir ao banheiro, mas acabei tropeçando nos meus próprios pés e sendo amparada por ele. 
Pude ouvir a risadinha que Harry dava enquanto me ajudava a ir até o banheiro. Já me sentia humilhada o suficiente quando ele avisou que me ajudaria com o banho. 
Sem se importar nem um pouco com a cena pronta de comédia romântica que estava protagonizando, Harry prendeu meu cabelo em um coque mal feito e abriu o chuveiro. Me dando apoio com as mãos para que não caísse no piso molhado, ele entrou comigo no box, sem ligar para suas roupas ficando molhadas com os respingos. 
— Harry. — Chamei baixinho enquanto sentia ele passar a esponja em minhas costas. 
— Hum? 
— Eu significo alguma coisa para você? — Meu coração batia forte contra o peito. Pelo que pareceu uma eternidade encarei o azulejo branco até que a esponja se afastou da minha pele.
— S/N, nós somos… — A frase morreu em sua boca, mas eu não precisava que ele terminasse, sabia exatamente o que queria dizer.
— Eu já estou melhor, você pode ir agora. — Tentei controlar o choro que queria fugir. Uma risada sem graça escapou, quando me dei conta que havia acabado com tudo de uma vez. — Fui estúpida em achar que tivéssemos algo. — Sussurrei para mim mesma. 
— S/A…
— Harry, por favor, só sai daqui. — Implorei. 
Meu coração terminou de quebrar quando ouvi a porta do box ser aberta e vi sua silhueta borrada se afastando completamente. 
Sentei no chão, me sentindo ainda mais idiota do que antes. Parecia que não havia bebido sequer uma gota de álcool, completamente sóbria e humilhada.  
A música lá fora já havia parado, e os primeiros raios de sol da manhã se mostravam quando terminei de colocar as últimas mudas de roupas na mala. 
Desci as escadas com cuidado para não fazer nenhum barulho, desviando dos copos plásticos e latas de cerveja jogados pelo chão em todos os cantos. 
— Onde você pensa que vai? — A voz inconfundível me fez congelar em frente à porta. 
Respirei fundo para tomar coragem de repetir a mentira que havia inventado há horas. Sem esperar pela minha atuação, Harry descia de meias brancas as escadas, vestindo um conjunto cinza de moletom e com os cabelos desgrenhados. 
— Eu… preciso voltar para casa. Meu chefe ligou e…
— Desde quando você mente? — Disse com péssimo humor, tirando a alça da mala da minha mão e empurrando ela para longe. 
— Não estou mentindo. — Tentei soar o mais confiante possível. 
— S/N, eu conheço você. — Bufou. — É por causa da noite passada? 
— Noite passada? Não, claro que não. — Forcei um sorriso. — Eu realmente preciso ir. 
— Então, você ia sair daqui sem se despedir de ninguém, às cinco e meia da manhã? — Cruzou os braços sobre o peito. — Não pensou em uma desculpa melhor? 
— Harry…
— E quando pretende conversar sobre ontem? 
— Nunca? — Soltei o ar pelo nariz. 
— Você não vai sair daqui antes de conversar. — Avisou. 
— Harry, por favor. — Suspirei. — Eu não quero ouvir, é sempre a mesma coisa.
— Sempre a mesma coisa? — Um vinco se formou em sua testa quando suas sobrancelhas se uniram. 
— O clássico. — Dei de ombros. — Não é você, sou eu. Nós estamos em sintonias diferentes. Não quero estragar a nossa amizade. — Enumerei. — Enfim, você não precisa dizer nada. — Virei novamente, levando a mão até a maçaneta, mas antes que pudesse, meu pulso foi puxado com força. Engoli em seco quando meu corpo bateu contra o seu. 
— Nós passamos de amigos vinte fodas atrás, você não acha? — Meu corpo inteiro reagiu ao rouco da sua voz e o verde dos seus olhos. 
— O que? — Sussurrei. 
— Já faz tempo que não sou só seu amigo. — Uma das mãos enormes tomou meu rosto, acariciando minha bochecha. Tentei formar as palavras, mas parecia que minha mente estava completamente em branco por alguns segundos.
— Mas ontem…
— Ontem você estava muito bêbada, eu achei melhor deixar você se acalmar. Nunca imaginei que você tentaria fugir assim que amanhecesse. — Sorriu. — O que importa, é que faz tempo que eu sou seu. 
— Isso não é verdade. — Resmunguei, lembrando da garota alisando ele durante a festa. Franzindo as sobrancelhas mais uma vez, ele mostrou que não entendia do que eu estava falando. — Eu sei que você ficou com uma garota ontem. — Tentei me soltar, mas ele não deixou. 
— Eu não fiquei com ninguém ontem. 
— Eu vi aquela garota passando a mão em você. — Tentei empurrá-lo mais uma vez, o que fez o moreno jogar a cabeça para trás, soltando uma risada sonora. 
— Então foi por isso que a senhorita decidiu encher a cara sozinha no quarto. — Debochou. 
— Me solta. 
— Nunca. — Riu, me apertando mais. — Se tivesse ficado na festa, teria visto que eu educadamente pedi que ela se afastasse. 
— Sei. — Bufei, mas sem conseguir sustentar a pose por muito tempo, pois vários beijinhos foram deixados pelo meu pescoço. 
— Estou falando sério. — Se defendeu. — Eu não sabia que você era uma namorada ciumenta. 
— Namorada? 
— Você não quer? — Perguntou subindo os beijos para meu queixo, onde deixou uma mordidinha. 
— Isso era para ser um pedido? — Provoquei, passando os braços em torno do seu pescoço.
— Quer namorar comigo? 
— Hummm, acho que eu preciso pensar. — Apertei os lábios, disfarçando o sorriso enorme que queria se formar. 
— Depois de toda aquela cena, você precisa pensar? — Projetou os lábios para a frente, em um beicinho. Assumindo minha derrota ao lado fofo de Harry, colei minha boca na sua, tomando o que era meu. 
Harry empurrou a língua contra a minha, me apertando em seu abraço e me deixando ainda mais apaixonada por aquele homem. 
— Vem, vamos dormir mais um pouquinho. — Disse manhoso, desfazendo o abraço mas segurando minha mão. 
— Eu não dormi nada. — Admito. 
— Eu também não. — Me puxou até as escadas. — Quase invadi seu quarto umas centenas de vezes.
Harry passou reto pela porta do meu quarto, me puxando junto a si para o seu. O cansaço pareceu me atingir todo de uma vez quando o nervosismo me abandonou. Adormeci me sentindo em casa, inalando o cheiro do homem que eu amava e recebendo um carinho gostoso no cabelo. 
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caelanessaex · 27 days ago
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TASK 02: CORE MEMORIES.
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"oh, but you must travel through those woods again and again," said a shadow at the window. "and you must be lucky to avoid the wolf every time..." "but the wolf… the wolf only needs enough luck to find you once."
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As últimas palavras do Imperador Seamus II Essaex para seu filho mais velho antes da partida deste para Hexwood pela primeira vez foram: não encare a divindade de frente. Talvez soasse como uma despedida agourenta ou fora do tom para ouvidos sensíveis, em especial para quem conhecia de perto a relação majoritariamente terna de Seamus com Caelan. Já para o rapaz, mesmo no ápice de sua arrogância aos dezoito anos de idade, os dizeres somente serviam para atestar que seu pai, acima de qualquer alegação, definitivamente conhecia o filho que tinha – se existia no mundo um khajol estúpido o suficiente para enfrentar um deus em seu território, este era o proclamado príncipe herdeiro do Império de Aldanrae. 
Criado no seio do khajalor, é claro que já havia ouvido falar sobre o ritual em exaustivos detalhes. Tutores ao longo dos anos tentaram prepará-lo para aquele momento, de início alheios ao fato que Caelan só aprendia o que lhe despertava interesse. Nunca estivera investido em saber de pormenor algum, crente fiel de que saberia o que fazer quando o momento chegasse. A sorte sempre estava do lado dos Essaex. 
Em sua eterna tendência de nadar contra a corrente, estava decidido a não achar nada de especial na dimensão divina. Quando inalou a fumaça do sacro cardo pela primeira vez, caminhou pela Penumbra como fazia mundo mortal – um viajante errante com laço algum a qualquer pessoa, coisa ou terra, ao mesmo tempo que se sentia o dono do lugar. A luz do Superno era ofuscante em comparação, algo que Caelan registrou com uma estranha sensação de coisa nenhuma. Não havia como negar a beleza da dimensão, mas tudo lhe parecia difuso, sem sentido, como se tivesse a mente limitada demais para sequer processar as regras daquela realidade; o pensamento de que esse era exatamente o caso foi rapidamente descartado, ainda que o fizesse desejar que não tivesse sido tão displicente com os anos de formação que teve ao seu dispor e escolheu negligenciar. O arrependimento durou apenas um mísero instante.
O príncipe desviou da luz que incomodava seus olhos, o cenário incerto que se formava diante de si logo abandonado por uma mudança de rumo. Para sua frustração, estivera errado: não sabia o que fazer – seu maior desespero frente à constatação era pensar que não estava seguro com o próprio segredo ali, exposto à falha em um universo onde ele era pequeno, minúsculo, o ser de menor poder como tanto alegou desejar em sua realidade natal. Apesar da estranheza, nada sobre o lugar lhe dava impressão de que aquele era um momento decisivo para sua vida; quase parecia estar em um sonho, onde reinava o etéreo em meio a brumas de singularidade. Os ouvidos abafados pelo ensurdecedor ruído do mais absoluto nada chegaram a zumbir diante do surgimento do mais sutil dos sons: uma melodia distante, como a dedilhada em um alaúde e cercada do que parecia ser barulho de conversas entusiasmadas.
Atraído como uma mosca à chama, Caelan seguiu o som por caminhos sinuosos. O cenário se tornava mais nítido conforme sua caminhada aproximava-o do destino: desenhou-se à frente de si o centro de uma praça, com uma fonte onde corriam águas espessas e douradas feito ouro, completamente deserta senão por ele. A música do alaúde, agora mais alta, parecia vir de trás da única porta à vista – estava de frente a uma construção discreta, como infinitas que compunham o Baixo Império em Ânglia. Em passos certos e impulsivos, Caelan foi em direção à madeira maciça e girou a maçaneta com decisão. Encontrou do outro lado um ambiente em sombra parcial, a música a todo fervor e uma mesa no centro destacada em meia luz: um set de dados dourados era o único objeto em seu topo. 
“Seu nome de nada vale aqui, menino,” a voz que invadiu o tecido da própria consciência de Caelan soou melodiosa, forte e decidida de maneira a não deixar dúvida de sua natureza.
A falta de privacidade o incomodava, sempre alguém que visava proteger suas particularidades como segredos preciosos; se não pudesse manter mais nada privado, ao menos se reservava a dignidade de manter seus desejos e anseios para si. A deusa, entretanto, não parecia ter apreço algum por considerações tão mortais. “Você deseja controle do próprio destino, ainda que não saiba o que está guardado para si caso as escolhas estejam sob sua responsabilidade. Eu, por outro lado, sei de todas as coisas.” Enquanto o tom ressonava ao seu redor, entrelaçado em meio às notas do alaúde, Caelan só sabia encarar o objeto sobre a mesa. “Há gerações já não visito seu mundo. Está na hora de retornar.” 
“Você é Fortuna.” Disse Caelan ao espaço vazio, com uma certeza indiscutível; sua própria voz soava estranhamente distorcida em comparação àquela que ganhara espaço em sua mente. Estava diante, etérea e definitivamente, da deusa romana da sorte, do destino e da esperança. A correspondência era um clichê tamanho que beirava a ironia.
“Jogue os dados, criança.” O comando também era absoluto, indiscutível. A mão esquerda de Caelan tremia. As faces, que pareceram girar eternamente em um momento suspenso no tempo, por fim o encaravam com clareza: seis e um, sete na soma. A deusa em sua cabeça entonou um som de contentamento, como se soubesse algo que o príncipe desconhecia. 
“Que a sorte esteja sempre ao seu favor.” Foram palavras finais oferecidas por Fortuna, e enquanto era jogado como dados de volta à realidade, Caelan teve a sensação de que a deusa sorria, ainda que não pudesse vê-la. 
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twistedcrumbs · 3 months ago
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Sob o mesmo céu
Era uma vez um garoto estúpido que se apaixonou por uma garota. Uma garota que tem tudo; beleza de dentro e de fora, inteligência e riqueza... tudo. As coisas não podiam dar mais errado a partir daí.
Em um mundo onde alianças são moldadas por convenções e compromissos, o encontro inesperado entre uma sereia e um homem fera desafia preconceitos, deveres e a busca pela liberdade. Sob as luzes opulentas e os olhares vigilantes da elite, um vínculo silencioso floresce, trazendo à tona desejos que jamais imaginariam sentir e impossíveis de se esconder.
Mas em um ambiente onde tudo é observado, será possível escapar disso tudo enquanto o tempo corre contra eles?
Um imagine, para Ruggie Bucchi 🍩
Capítulo 1,
Céu Cinza, Céu Azul
Esta história até o momento aborda temas como: objetificação feminina, violência, situações de confinamento físico e emocional, bem como faz referência a racismo e suicídio e machismo.
O sol ainda nem tinha nascido completamente, mas o Afterglow Savannah já estava acordado. O cheiro de areia quente, poeira e fumaça tomava conta das ruelas apertadas e entrava nas casas que se apertavam, amontoadas umas por cima das outras.
A manhã começava cedo naquelas bandas, especialmente para aqueles que viviam nos bairros mais pobres. O sol gostava de ser mais do que pontual, abençoando todos daquelas terras áridas com seu calor quase opressor. Contudo, antes mesmo do sol nascer, Ruggie já estava de pé, esfregando os olhos com preguiça enquanto, arrumando os lençóis finos do colchão gasto que dividia espaço com as poucas coisas que possuía no quarto diminuto. No teto, um fio improvisado pendurava a única lâmpada do quarto, que piscava como se já estivesse no fim de sua vida útil.
— Bom dia, vovó. O que tem pro café?— Ruggie apareceu por detrás da senhora, na cozinha colocando as mãos sobre os ombros dela e espiando faminto o café da manhã do dia.
Na cozinha apertada, sua avó mexia uma panela de mingau no pequeno fogão enferrujado, impecavelmente limpo, apesar de sua aparência desgastada. Ela comia devagar o que restava de um pão do dia anterior que Ruggie havia trazido, engolindo-o junto de um café preto.
A velha sorriu para ele, as rugas em seu rosto formando um mapa de histórias e batalhas vividas. Rígida, ela deu um leve tapa na cabeça do menino com o cabo da colher por espiar a comida, mandando que fosse se aprontar.
A hiena mais nova rindo, saiu em um pulo e correu para lavar o rosto na pia do lado de fora. A velha sorriu para ele, com aquele sorriso cansado, cheio de rugas, mas ainda assim radiante, que Ruggie conhecia tão bem. Sua avó era a melhor.
— Tá bonito hoje. — a senhora comentou em um tom orgulhoso, observando o neto ajeitar os cabelos loiros no espelho rachado pendurado na parede.
— Ah, vó, nem começa. — Ruggie respondeu, sorrindo de canto, exibindo a camisa branca engomada que havia preparado especialmente. — É só mais um dia de trabalho... Mas esse é especial! Vou trabalhar o mês inteiro naquele hotel chique, ajudando na cozinha. Parece que vai ser o casamento de uns figurões. Pagam por hora e têm três refeições garantidas. — Seu sorriso se alargou com orgulho. — E sabe o que isso significa, né? Mais comida pra senhora e pras crianças. ─ Ruggie sorriu orgulhoso. Contando mais uma vez para a avó sobre o último emprego de férias. Ele estava animado.
Era a terceira vez que escutava aquilo desde a noite passada, feliz, ela deu um tapinha afetuoso nas costas dele quando o neto, entregando a ele um prato fundo de vidro.
A avó o encarou com carinho, mas um peso se refletia em seu olhar. Orgulhosa do neto, mas preocupada com o fardo que ele carregava.
Ruggie encheu a tigela com o mingau, um pedaço de carne amanhecido requentado, seguido de um café preto amargo para acordar de fato. Ele não reclamava, mas cada colherada era um lembrete de que precisava trabalhar mais. Precisava tirá-los dali. Sua avó já tinha feito demais por eles e agora era sua vez de retribuir.
Antes de sair, ele beijou o topo da cabeça da velha senhora. Bem entre suas orelhas redondas e desbotadas, semelhantes às dele. Jogou a mochila de segunda mão nas costas, um pagamento que havia ganhado limpando o dormitório de um colega, e deu uma última olhada na casa enquanto saia: um barraco de tábuas remendadas, cheio de buracos nas paredes. Ele conhecia cada rachadura, cada fresta. Sabia que um dia deixaria aquele lugar para trás. Para sempre.
Do lado de fora, as ruas eram uma mistura de poeira e lama pelo esgoto a céu aberto.
As ruelas estreitas serpentavam entre as casas construídas de maneira improvisada, com paredes de barro, pedras irregulares e telhados feitos de madeira ou placas de metal enferrujado. Elas pareciam lutar por espaço, amontoadas umas sobre as outras, criando um labirinto desordenado e caótico.
Nos becos, apenas algumas horas mais tarde, crianças brincariam descalças e correriam atrás de bolas improvisadas, enquanto os primeiros vendedores ambulantes que já estavam se preparando para armar suas bancas, estariam oferecendo frutas secas, artesanato e tecidos vibrantes. O Afterglow Savannah tinha uma energia única, pulsante, uma espécie de caos organizado que refletia a resiliência e criatividade de seus moradores, mesmo ali nos cantos mais afastados.
Ainda era muito cedo, mas aa ruas, pouco a pouco, ganhavam vida. Homens voltavam para as camas de suas esposas antes que elas percebessem que eles tinham saído, e prostitutas deixavam as esquinas para descansar.
Algumas hienas circulavam pelas ruas, vigiando as estradas e becos da favela com seus rádios e olhos atentos. Era difícil para o reino controlar as atividades ilegais que ocorriam nas favelas pela separação geográfica dos amontoados de cidade, a longa distância da capital que tornava muito fácil que o caos se instaurasse naqueles lugares, onde as pessoas mais fortes decidiam simplesmente mandar.
Mas ao menos desde que o príncipe Farena assumiu o lugar do antigo rei, ele tem feito vista grossa para as organizações das pequenas comunidades. Ruggie não sabia dizer se isso era bom ou ruim. A entrada das autoridades da capital incitava ainda mais a violência desenfreada entre os dois lados e a morte de hienas segregadas. Mas a esperança de não ter que ficar à mercê dos preços exorbitantes que os grupos estipulavam para coisas básicas como alimentação e gás era animadora.
Além disso, o investimento, mesmo que mínimo, em políticas públicas educacionais para que as crianças pudessem pelo menos aprender a ler e ter a garantia de uma refeição semidecente no dia mostrava que o governo atual estava olhando um pouco mais além do centro brilhante e turístico de Sunrise City. Isso fazia com que o reinado de Farena fosse, em realidade, muito melhor do que Leona fazia parecer sempre que abria a boca para falar brevemente das políticas irmão.
No entanto, Ruggie nunca gostou de entrar nesse mérito com o príncipe. E as migalhas, mesmo que fossem alguma coisa comparado ao nada, ainda eram migalhas.
Já no ponto de ônibus, esperando para pegar a primeira condução do dia, a hiena suspirou, acenando para um dos poucos amigos de infância que havia chegado até aquela idade com vida e que não havia sido preso ainda; relembrando como brincava quando mais novo, correndo pelas cidades dos adultos maldosos, ocasionalmente roubando frutas meio podres que restavam nas feiras. Agora ele andava armado.
Ruggie não tinha muito, mas sabia o que era viver sem nada. Crescer em Afterglow Savannah ensinava lições duras: o que é fome, o que é cansaço e, acima de tudo, o que é sentir o peso da falta de oportunidades. Ele entendia bem como a ausência de perspectivas corroía qualquer traço de inocência, deixando um vazio que muitas vezes era preenchido pela sedução do dinheiro fácil ou pela promessa ilusória de uma vida melhor. Afinal, tudo o que vem fácil, vai muito fácil também.
Ele não era hipócrita — reconhecia seus próprios desvios. Pequenos furtos ocasionais e artimanhas bem calculadas eram parte da sua sobrevivência, mas Ruggie sempre acreditou que eram praticamente inofensivos. Tirar um pouco de quem tinha em excesso para suprir o próprio prato vazio não parecia um crime, mas ele também sabia que nem todos os atalhos eram válidos.
Apesar das dificuldades, ele preferia manter um equilíbrio. Sua esperteza e seu instinto de sobrevivência sempre foram suas maiores armas, mas ele aprendia a usá-las com cuidado. Viver ali era andar sobre uma corda bamba, onde um passo em falso podia significar perder tudo, inclusive a dignidade que ele ainda se esforçava para preservar.
Ele entendia que o mundo não oferecia garantias, especialmente para aqueles como ele. Ainda assim, Ruggie tinha um senso inabalável de que poderia ser mais, fazer mais. Afinal, mesmo no meio da poeira e do calor opressivo da savana, ele sabia que havia algo mais esperando por ele — algo que ainda precisava ser conquistado com suas próprias garras.
Com isso em mente, despediu-se da cidade subindo no ônibus, o primeiro dos três ônibus que pegaria no dia para chegar até o grande hotel em que estaria trabalhando naquelas férias.
O transporte estava cheio de trabalhadores sonolentos da região que iam e voltavam da capital todos os dias. No meio deles, Ruggie sentiu um pequeno orgulho ao ver que sua camisa estava limpa e bem passada. Ele tinha grandes sonhos, mas sabia que, para alcançá-los, precisava passar por muitos dias longos como aquele.
A muitos quilômetros dali, em uma mansão imensa no coração da savana em um condomínio abastado, o sol nascia devagar, pintando o céu de tons dourados que contrastavam com o brilho frio da opulência ao redor. De pé diante da janela de seu quarto, uma jovem, envolta em um robe de seda, observava o horizonte distante. Apesar de toda a grandiosidade ao seu redor, seus olhos refletiam um anseio quase doloroso, como se o vasto mundo lá fora fosse uma promessa inalcançável, uma liberdade que ela jamais tocaria.
O quarto era uma prisão enfeitada: uma cama de dossel com lençóis de seda impecáveis, armários abarrotados de roupas caras escolhidas a dedo, e prateleiras repletas de livros que ela raramente tinha permissão para abrir.
O silêncio era esmagador e seu companheiro habitual, preenchido apenas pelo som ocasional do vento que agitava as cortinas. Cada detalhe da mansão, desde os pisos polidos até os candelabros reluzentes, era um lembrete constante do que se esperava dela: perfeição, obediência e silêncio.
A porta se abriu abruptamente, sem sequer uma batida de aviso, revelando sua avó. A mulher, sempre elegante em seus trajes conservadores, tinha a postura ereta de alguém acostumada a impor respeito. Seus olhos eram severos, mas em algum lugar no fundo escondiam algo semelhante à melancolia.
— Está acordada. — A voz, baixa e autoritária, não admitia questionamentos. — Seu pai quer vê-la no salão em uma hora. Prepare-se.
A jovem assentiu em silêncio, como fazia todas as vezes. Protestar não era uma opção.
Na mesa do café da manhã, o ambiente era tão frio quanto o mármore que adornava as paredes. Seu pai, um homem de presença imponente e voz calculadamente calma, lia relatórios de negócios enquanto ignorava deliberadamente a filha. Ela permaneceu sentada, imóvel, esperando pelas instruções que inevitavelmente viriam.
— O casamento está confirmado para o final deste mês. — Ele finalmente falou, sem desviar os olhos dos papéis. — O jantar de hoje será o primeiro evento oficial. Quero que você se porte à altura.
Ela murmurou um "sim, pai", forçando um sorriso vazio enquanto sentia o peso de mais uma corrente invisível se fechar ao seu redor.
Depois do café, ela escapou para o jardim, o único lugar onde podia respirar. Sentou-se à beira da fonte, observando a água cristalina com os dedos levemente mergulhados na superfície acostumada com o calor e o clima árido. Ali, cercada pelas flores e árvores bem cuidadas, cultivadas a dedo, ela se permitia sonhar. Em sua mente, via-se viajando por lugares distantes, aprendendo, descobrindo um propósito que fosse além da rotina silenciosa. Mas os sonhos eram frágeis e sempre terminavam esmagados pela realidade.
Sua avó a encontrou ali, como fazia quase todas as manhãs, com passos firmes e olhar atento. Ao aproximar-se, percebeu a tensão nos ombros da neta e soltou um suspiro pesado, sentando-se ao seu lado.
— Você parece cansada, querida. — A voz estava um pouco mais suave. — Hoje é um dia importante. Deve se lembrar de manter a cabeça erguida.
Ela forçou outro sorriso, sem responder. As palavras da avó eram sempre ditas com o tom de um lembrete, um aviso de que qualquer hesitação seria vista como fraqueza.
A senhora observou o rosto da neta em silêncio por um momento antes de continuar:
— Sonhar não é pecado, menina, mas não se esqueça de onde você veio e do que é realmente importante. Sua mãe também sonhava, sabe... e veja onde isso a levou.
As palavras, embora proferidas com uma falsa gentileza, atingiram como um golpe. A jovem abaixou o olhar, os olhos ardendo com lágrimas que não ousava derramar.
— Olhe para mim. — A avó insistiu, com um sorriso solene. — Estou velha, e ainda assim tenho sorte que seu pai me tolere nesta casa. Ele é um homem generoso, e devemos ser gratas. Sua vida será incrível quando tudo isso acabar. Apenas confie. Ele sabe o que é melhor para você.
Ela assentiu mecanicamente, engolindo a dor e imitando o sorriso da avó. Queria acreditar que aquilo era verdade, mas sabia que os sonhos, mesmo sufocados, continuavam a se revolver dentro dela, incontroláveis.
O sol continuava a subir, lançando sombras longas pelo jardim, enquanto o coração da jovem permanecia dividido entre a submissão e a vontade crescente de escapar do destino que lhe haviam imposto.
Eram dois mundos, tão diferentes e igualmente implacáveis, separados por um abismo de desigualdades e expectativas. Eles seguiam em direções opostas, como marés que nunca deveriam se encontrar. Mas o destino, teimoso em sua imprevisibilidade, preparava o momento em que esses caminhos completamente opostos colidiriam, para o bem ou para o mal de ambos.
Eu estava simplesmente sedenta, já há um bom tempo, para escrever uma história dramática e clichê usando premissas de filmes românticos. A primeira "vítima" foi o Ruggie, graças à minha hiperfixação, e, se tudo der certo, a próxima será azul!
Sempre amei esses conceitos dramáticos de romance proibido ou relacionamento arranjado, onde, no final, os personagens se apaixonam e tudo termina de forma linda e feliz.
Na última vez que revi Titanic, não consegui deixar de pensar em uma premissa inspirada nele. A história é levemente baseada, mas segue um rumo completamente diferente, eu prometo (pelo menos até onde consigo controlar).
O plano inicial era postar tudo só depois de finalizar, mas não consegui me segurar e já trouxe o primeiro capítulo. Meu maior mal é postar as coisas antes de terminá-las e, depois, acabar desistindo, mas espero que isso não aconteça dessa vez! Afinal, se tudo sair como planejado, termino de escrever até o fim do fim de semana. Acho que me empolguei um pouco demais.
Sempre quis tentar uma fanfic que explorasse alguns aspectos da vida cotidiana do Ruggie fora da NRC. É algo bem difícil, já que não temos nenhuma interação com a avó dele nem muitas informações sobre o lugar onde ele vive. Temos apenas um quadro no mangá do livro 3 (pelo menos até agora, e até onde sei), mas ele já nos dá uma ideia do porquê há tão pouco material sobre isso. A Disney provavelmente nunca mostrará mais, porque seria algo muito visceral.
Confesso que está sendo complicado escrever uma fanfic fofa e romântica sobre o Ruggie fora da escola, tentando incluir mais camadas no personagem sem perder o tom ou descaracterizá-lo. Mas também está sendo uma experiência muito divertida! Se você está lendo isso, fique à vontade para interagir sobre o assunto. Adoro saber o ponto de vista de outras pessoas sobre a personalidade dos personagens.
Sem mais delongas, me despeço até o capítulo 2. 🍩
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yourcinnamoncake · 2 years ago
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Em Comum.
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Leitora com Yuta Nakamoto.
Sinopse: Em uma universidade internato, o sistema de regras não poderia ser mais estúpido. Vocês e seus amigos desafiam os códigos ao aderirem um estilo de vida boêmio, mas vocês não são os únicos. Do outro lado, outro grupo igualmente rebelde se destacam por sua baderna e são seus inimigos.
Tudo muda quando Yuta Nakamoto, membro do grupo rival, se candidata ao grêmio estudantil na tentativa de melhorar as regras para os estudantes e pede sua ajuda para a campanha.
Warning: Levemente sugestivo, um pouco político, nada de mais.
Ambientação: Dark Academia.
Notas do autor: Shot de debut, peço desculpas pelos erros, mesmo que eu ainda faça a correção, pode haver um erro e outro. Poderia ter escrito um Hot? Poderia, mas por ser a primeira vez que eu escrevo aqui, fiquei com vergonha. Mas espero que vocês gostem!
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Yuta Nakamoto não tinha nada a ver com você, isso seus amigos fizeram questão de te alertar desde que vocês se esbarraram pelos corredores do internato da universidade.
Você é a típica aluna exemplar do curso de Relações Internacionais, é inteligente, filosófica, uma apreciadora da vida silenciosa, comumente vista com o rosto enfiado nos livros, discutindo a arte, a filosofia e a ciência da sociedade ou até mesmo entoando poemas nos intervalos com seus amigos, um grupo verdadeiramente boêmio que, juntos, se chamavam de Trovadores. Uma verdadeira nerd por assim dizer. Já Yuta era o caso perdido da universidade, durante a noite um caçador de encrencas, baderneiro, rebelde sem uma causa para lutar, vivia fugindo do internato para alimentar seus vícios e só voltava para a universidade quando o sol já estava nascendo; e durante o dia ele era quieto o suficiente para não causar suspeitas de seus atos, tudo que conhecem dele é somente boatos e fofocas que correm de boca em boca.
Yuta não era para você e você não era para Yuta, todos fazem questão de dizer, tanto pela diferença de comportamento quanto pela rivalidade dos grupos. Mas tudo mudou quando as eleições para o grêmio da faculdade começaram, quando você viu o nome de Yuta na lista de candidatos e quando ele apareceu em uma aula de debate com um caderno na mão e os olhos fixos em você. Naquele dia, sua percepção sobre o rebelde sem causa mudou completamente.
Você estava arrumando seus materiais enquanto todos saiam da sala, sem sequer notar a presença do garoto e quando a sala estava quase vazia e você prestes a sair, Yuta te chamou. Você parou na porta, deixando a pesada mochila no chão, uma vez que teria que falar com ele e não parecia ser uma conversa rápida.
— De antemão, peço desculpas por te incomodar, sei que é hora do almoço, mas o que tenho a dizer não pode esperar. — Yuta disse, com uma formalidade que te espantou e você confessa a si mesma que não foi somente isso que lhe causou esse sentimento, mas a suavidade de sua voz, uma vez que nunca o ouviu falar e também nunca lhe dirigiu a palavra. Você apenas pode balançar a cabeça positivamente, um pedido silencioso para que ele continuasse. — Como você já deve saber, estou concorrendo ao grêmio estudantil, quero representar os alunos lá em cima, mas preciso de ajuda para fazer uma campanha e um discurso. Corre por aí a sua fama de ser muito engajada em assuntos como esse e por isso pensei em recorrer a sua...misericórdia.
— Oh...E por que eu o ajudaria? — Você perguntou, iria ajudar de toda forma, não era de sua política própria negar conhecimento. Mas era ele, Yuta, o garoto do grupo rival ao seu, o garoto que todos tem medo, o garoto problema, você não desejava seu nome associado a ele. No entanto, Yuta te lançou um olhar de cima a baixo, te analisando e você não pode se sentir mais incomodada do que isso.
— Porque você desafia o sistema e é exatamente isso que eu quero fazer. — Ele conclui e você apenas ergueu uma das sobrancelhas, ainda questionando seus motivos. Yuta suspirou e apontou para suas vestes. — Você usa calças de alfaiataria quando o código de vestimenta diz que as garotas devem usar saias abaixo do joelho dentro do instituto. Você até mesmo usa meias coloridas quando o código diz que as meias devem ser da cor do sapato. Você sobe em mesas com suas amigas e declamam poemas que vão contra Deus e o mundo e, mesmo que vocês disfarcem pois precisam terminar o curso, eu sei exatamente o que vocês são. Você desafia essa universidade estupida com regras igualmente estupidas todos os dias, deveria ajudar um camarada de causa, não devia?
Você ficou impressionada, como pode que ele ter reparado tudo isso? De fato, você odeia o sistema tanto quanto seu grupo e, aparentemente, Yuta também. Enquanto você desafiava os códigos de vestimenta, Yuta desafiava os códigos estéticos, com seus cabelos cumpridos e unhas pintadas. Não podia culpa-lo de reparar em seu uniforme, fato de usar calças quando o código diz outra coisa, realmente era questionado por todos, mas sua explicação era sempre a mesma:
— Calças são mais praticas para subir nas mesas. — Você explicou para Yuta, em um tom mais baixo, realmente surpreendida. Yuta olhou para você e você nunca reparou o quão bonito seus olhos pareciam quando não estavam olhando para alguém com irritação ou desprezo, mas estavam esperançosos que você o ajudasse. — Está bem, você tem um ponto. Precisamos de um representante dos alunos que não queira apenas ganhar boas notas e puxar o saco da diretoria. Eu vou te ajudar, mas ninguém pode saber disso.
— Você tem uma reputação a zelar ou algo do tipo? — Indagou Yuta, cruzando os braços. Você reconheceu o tom sarcástico que ele estava usando de leve, ai está o Yuta dos boatos.
— Me encontre no carvalho após o toque de recolher toda segunda e quarta feira. Ok? Vou ver o que posso fazer para te ajudar. — Você encerrou o assunto e saiu antes mesmo que ele pudesse questionar as datas.
Para sua sorte, ou azar, esse dia era quarta feira. Seu grupo de amigos era pequeno, mas muito acolhedor. Os meninos eram Taeyong Lee, o biólogo que adora poesia, Johnny Suh, o historiador revoltado com a história e Mark Lee, o músico sensível; já as garotas eram você, a que entende de política, Giselle, a pessoa mais inteligente quando se trata de idiomas que você já conheceu, e Minju, a sucessora de Edgar Allan Poe com suas poesias sombrias. Cada um compartilhava de um dom diferente, mas o que os unem é o amor pela arte, por isso vocês se reúnem toda noite, no prédio abandonado após o grande carvalho, onde estava previsto para ser um laboratório, mas a faculdade esqueceu da construção. Exceto as segundas e quartas, onde cada um disfruta de sua própria individualidade, os dias perfeitos para encontrar um dos rivais de seu grupo, Yuta Nakamoto.
Yuta estava sempre acompanhado de Jungwoo, que era dócil, mas perigosamente inflamável quando se tratava de brigar; Lee Haechan, como o chamam, pois, só seus amigos sabem seu verdadeiro nome, é o rapaz misterioso com problemas de raiva; E Jaehyun, o que era silencioso, ninguém espera que ele reaja, mas quando isso ocorre, as salas se enchem de burburinhos. Dizem as más línguas que os professores de seu curso, Kim Doyoung e Moon Taeil, não permitem que Jaehyun frequente suas aulas por ele ser perigoso; Havia também a Ningning, expert em tecnologia, dizem que ela hackeou o sistema da escola para alterar sua nota; Winter era igualmente perigosa, mas era um perigo silencioso, mas nada se comparava a Soso, ela era líder deles, conseguia colocar medo até em Johnny, que frequentava o mesmo curso que ela.
Era com esse tipo de gente que você estava lidando. Eles são perigosos, todos na universidade sabem disso, mas você não era lá tão indefesa quanto parecia ser. Já havia passado quinze minutos desde o toque de recolher e você estava esperando Yuta perto do carvalho, estava escuro e um pouco frio, você começou a se arrepender de não trazer um casaco, ainda usava a habitual calça do uniforme e uma camisa branca de botões, um pouco abarrotada, como seu cabelo preso de uma forma que nem você mesmo entende, pois havia acabado de acordar de um longo cochilo. Você começou a cogitar a ideia de ir embora quando viu Yuta correndo em sua direção, um pouco afoito. Parecia ter tomado banho pois seus cabelos estavam úmidos e alguns fios estavam grudados em seu pescoço, um aroma agradável passou a circular entre vocês e imaginou que viesse de seu mais novo companheiro. Você não pode evitar, ele parecia muito melhor do que você e mais prevenido, pois além de usar um moletom preto, estava de mochila e com certeza haviam mais coisas ali para o restante da noite. Yuta também te olhou, mas apenas para dar uma risada baixa.
— Você parece que foi atropelada por um caminhão. Estava dormindo? — Ele indagou o óbvio e você puxou o ar profundamente pelas narinas, imaginando se conseguiria ajuda-lo de uma vez só para que não precisasse vê-lo novamente.
— Se disser alguma gracinha de novo, eu te largo nas mãos de Deus. Entendido? — Você respondeu. Olhou de um lado e do outro, para ter certeza que não há ninguém por perto e começou a caminhar.
— Deus teria mais senso de humor que você — Yuta resmungou, baixo o bastante para que você não ouvisse e te seguiu.
Vocês acabaram chegando no prédio abandonado após cinco minutos de caminhada. Era uma construção de três andares, aparentemente era para ser uma obra simples, mas a constante mudança de diretores fez com que as obras parassem e o foco fosse outro, então você e seus amigos aproveitavam ao máximo. Subiram até o terceiro andar e entraram em uma sala inacabada, com muitos tubos e concreto amostra, mas o chão cimentado extremamente limpo, coberto por tapetes de diversas cores, alguns bancos e amontoados de cobertores macios o bastante para sentar, algumas almofadas e travesseiros grandes também espalhados, havia também algumas lanternas, papeis e canetas amontoados em um canto e um violão largado. Você tirou os sapatos para fora antes de começar a transitar na tapeçaria e ligar as lanternas uma a uma, iluminando o local de forma agradável. Yuta também tirou os sapatos e te seguiu, esperando que você se sentasse, para sentar-se também. Uma vez acomodados, vocês começaram a conversar sobre o que ele tem pensado para a campanha, quais seus objetivos.
O Nakamoto era eloquente, tinha uma dicção perfeita para explicar seus objetivos e você não pode deixar de reparar que ele citava filósofos, cientistas sociais, dados de pesquisas que você mesma não conseguia se lembrar. De repente, aquele não era o Yuta Nakamoto que te contaram, esse que você está vendo é um verdadeiro gênio, como pode uma pessoa ter duas versões diferentes? Yuta disse a você que ele o sonhava em entrar nessa universidade para cursar teatro, mas que seu pai o fez escolher engenharia, desse modo você descobriu que tinha algo em comum com ele, eram bolsistas que escolheram cursos por causa de seus pais. Yuta ainda disse da grande decepção que teve ao entender como funcionava essa universidade e quanto ela precisava mudar e precisava de alguém que gritasse por isso. A conversa entre vocês começou a fluir melhor a partir desse momento, você percebeu que Yuta tinha muitas semelhanças com você, muitos dos gostos parecidos e logo você estava completamente envolvida no planejamento da campanha, com muitas ideias, mas não somente isso.
Muitas segundas e quartas feiras se passaram sem que você percebesse, fizeram muitos cartazes para espalhar pela escola, montaram planos de campanhas que deveriam ser feitas nos intervalos das aulas. De repente você passava a semana toda ansiosa para outra segunda e quarta feira, para conversar com ele, você sequer percebeu como ria com a risada dele e sorria toda vez que o via sorrir, já não se incomodava com as piadas e se esqueceu completamente da fama que ele tinha. Os meses se passaram e Yuta sempre ia vê-la nas aulas de debate, dizia ele que o ajudava na hora de escrever os discursos, mas era mentira porquê ele só estava ali para ver você sorrindo a cada debate que ganhava, era difícil dizer que já não se conheciam e que nutriam indiferença um pelo outro pois sempre trocavam olhares e sorrisos nos intervalos, trocavam bilhetes dentro dos armários e seus amigos começaram a notar que seu humor mudava quando tocavam no nome dele.
E as coisas mudaram mais uma vez quando você recebeu um bilhete dentro do seu armário. Imaginou que seria Yuta, imaginou o que ele iria dizer, alguma piadinha sobre o casaco extravagante e colorido que você escolheu usar naquele dia, mas o que estava escrito era diferente: “Posso te encontrar hoje no auditório, após o toque de recolher?” Não era segunda feira, não era quarta feira, era uma quinta feira comum. Você respondeu, enfiando o bilhete no armário dele quando estava indo para sua próxima aula. É claro que você iria, você não pensou duas vezes.
Naquela noite você disse a Minju, que era parte não só de seu grupo, como também sua colega de quarto, que não iria na reunião pois estava com muita dor de cabeça e por isso ia dormir cedo. Ela esboçou preocupação mas aceitou tranquilamente e logo que ela saiu, você começou a se arrumar. Você nunca se arrumou para ver Yuta mas naquela noite você estava estranhamente inspirada a tomar um bom banho, a arrumar o cabelo, até mesmo vestiu uma saia, mesmo que estivesse frio. Esperou cinco minutos após o toque de recolher, quando os monitores já haviam terminado de fazer a ronda e somente então saiu. Era expert em sair fora do turno, sabia exatamente como ir para evitar encrenca e logo estava no auditório. Apenas a uma luz do palco estava acessa, deixando praticamente todo o ambiente no escuro, sob a luz, Yuta te esperava, sentado no assoalho de madeira, balançando os pés nervosamente, ele não sabia se você viria ou não, se estaria preocupada com a sua reputação para recusar.
— Eu espero que tenha um bom motivo para me chamar em plena quinta feira. — Você disse, subindo a escada do palco no breu até aparecer sob a mesma luz que ele. Yuta levantou rápido, seus olhos fixaram em você desde o segundo em que te viu, para ele você é bonita, embora nunca tenha dito isso abertamente, mas estava diferente e isso o fez soltar uma risadinha. — O que foi?
— Se arrumou para me ver? — Ele perguntou em seu tom de brincadeira, sabendo que você ficaria nervosa, o que fez efeito. Você cruzou os braços e ameaçou a dar meia volta, até que ele a impediu e segurou seu braço antes de você sair. — Calma, eu estava brincando. Você é bonita, era isso que eu queria dizer. — Você sentiu seu rosto esquentar rapidamente, diferente dele que não desviou o olhar, era confiante de mais para isso.
— Você precisa aprender a usar melhor suas palavras, mas obrigada. — Você agradeceu, descruzando os braços. — O que queria tratar comigo?
— Você sabe, amanhã é o último dia de campanha, dia do discurso e depois disso as eleições. Você foi a peça chave da minha campanha e, mesmo que eu queira te dar todo o crédito por isso, você já deixou bem claro que não queria ter seu nome envolvido então eu pensei te recompensar de outra forma. — Yuta explicou, temendo que suas palavras soassem estranhas e quando viu o olhar que você deu a ele, Yuta rapidamente tratou de se explicar. — Calma, não é isso. Eu só queria te levar para comer alguma coisa. No caso, comer comida, alimentos.
— Eu entendi da primeira vez, só estava brincando. — Você respondeu, desmanchando suas expressões com uma risada sincera.
— Engraçadinha.
Ele te levou. O que você não esperava era que iriam roubar um dos carros da universidade, usados pela diretoria para ir e voltar da cidade com urgência, não esperava sair pela garagem da frente sem ninguém perceber. Yuta era realmente bom em arrumar encrenca para lidar com as consequências disso depois. Yuta te levou para dar uma volta na cidade primeiro, que não era muito grande, mas havia muitas lojas de antiguidades abertas e ele te levou em quase todas elas, de alguma forma ele descobriu que você gosta dessas coisas, você só não se lembra de ter falado. Yuta fez questão de pagar uma xícara de porcelana com detalhes de flores rosas que você viu em uma das lojas e se apaixonou. Depois foram jantar em um restaurante de um dos poucos hotéis que tinha na cidade, a comida era simples porém deliciosa, fora a cerveja que era a mais saborosa que você já bebeu. Vocês riram, conversaram, trocaram poesias e reluziam felicidade. Então já era de madrugada, o restaurante fechou e vocês foram passear novamente, sentaram no banco de uma praça mas não ficaram muito tempo pois começou a ficar mais frio e começou a chover, então se enfiaram no banco de trás do carro onde vieram para terminar de conversar. E vocês conversaram, não viram a hora que estavam sem sapatos, acomodados bem juntos um a outro, usando seus casacos como cobertores, até que Yuta olhou para você, mas não era o mesmo olha que ele costumava te dar, era diferente e você não sabia reagir, mas mantinha os olhos nos dele.
— Você é bonito. — Foi sua vez de dizer. Olhando para Yuta, para seu rosto bonito, marcando em sua mente cada detalhe, cada manchinha, tudo que podia se recordar, pois não sabia quando poderia olhar para ele tão de perto, sentir os braços dele ao seu redor e inalar aquele perfume. Céus, você precisava admitir para si mesma que estava apaixonada pelo garoto problema, que você acabou descobrindo era a pessoa mais dócil desse mundo. Você não estava suportando a ideia de que, independente dele ganhar as eleições ou não, você não teria mais motivo para vê-lo na segunda feira e na quarta feira, não haveria mais motivo para ele olhar para você, então, você queria mantê-lo em sua memória o máximo que pudesse. Yuta, por outro lado, também olhava para você, tentando descobrir o que se passava em sua cabeça para olhá-lo assim, da forma que estava fazendo e que o fazia querer perder o auto controle. No fundo ele já desejava fazer algo terrível, como colocar fogo na universidade, só para ser expulso das eleições e poder usar a desculpa de que irá concorrer novamente para você ajudá-lo. Mas que tipo de monstro ele seria, jogando todo seu trabalho aos ares dessa forma.
"Que se foda o mundo"
Yuta pensou quando colocou a destra em seu rosto, acariciando a pele com as pontas dos dedos, de modo suave, trazendo seu rosto para o dele aos poucos, até que vocês estivessem a poucos centímetros de distancia, respirando o mesmo ar.
— Eu preciso de contar. — Yuta disse em um sussurro, mas você levou a mão até a destra do japonês, querendo que ele entenda o sinal e ele entende, mas não para. — Não tente me fazer ficar quieto agora. Não me impeça de dizer que te amo.
— Eu não vou. — Você respondeu, sua respiração ficou tão pesada sob a dele. Você jogou seus braços sobre os ombros de Yuta, enfiando os dedos da destra entre seus cabelos, querendo fechar a distancia entre vocês dois. — Eu também amo você.
Yuta finalmente fechou a distancia entre vocês. Tomou seus lábios numa precisão que, em outras épocas te faria questionar quantas vezes ele já fez isso. Você se rendeu ao beijo macio, gentil e ao mesmo queimava seu amago pelo tamanho carinho que ele demonstrou ao explorar seus lábios e sua língua, roubando de você todo o fôlego que você possuía. Você separou-se dele apenas por um instante, somente para jogar seu corpo sobre o dele ao sentar-se em seu colo e voltou a beijá-lo novamente, descendo os lábios por seu maxilar, por seu pescoço e seu corpo se derreteu quando ele abraçou sua cintura com força, como se você pudesse escapar dele em algum momento. Sua boca voltou a se conectar com a de Yuta, ele desceu as mãos de sua cintura e apoiou em suas coxas. Alguém precisava colocar limite em vocês dois, aquele carro não era um bom lugar e Yuta não sabia dizer se estavam agindo por efeito da bebida, devido a quantidade de cerveja que tomaram no jantar.
— Vamos com calma. — Ele pediu ao afastar o rosto do seu. Você, por outro lado, concordou mas tentou beijá-lo novamente e embora ele tenha deixado, segurou seu rosto com ambas as mãos, afastando seu rosto, havia um sorriso largo no rosto de Yuta, acompanhado pela risada macia que ele lhe deu. — Com calma, princesa.
— Com calma...— Você repetiu. Um pouco de sua afobação era medo de não poder estar com ele de novo no dia seguinte e não é como se Yuta estivesse sentindo algo diferente, mas ele escolheu apenas te apreciar aquela noite.
— Eu não vou sumir, eu prometo. — Ele disse, deitando vocês dois no banco, deixando que você apoie a cabeça no braço dele, enquanto o outro foi jogado sobre seu corpo. Você se acomodou contra ele, jogando a perna por cima da perna de Yuta e voltou a beijá-lo, a trocar caricias com ele. Yuta estava sendo muito mais carinhoso do que você imaginava e não demorou muito para que adormecessem.
A madrugada passou correndo, o celular de Yuta vibrou no bolso e era o despertador, avisando que já eram quase quatro horas da manhã, o carro precisava estar na garagem antes das sete da noite e infelizmente não havia como levantar sem acordar você. Ainda sim ele te olhou, encolhida em seus braços, o rosto sereno e o cabelo bagunçado, os lábios um pouco pálidos. Ele passou a mão por seu rosto, vendo você se mexer e abrir os olhos confusa.
— Temos que ir. — Disse Yuta, querendo se levantar, mas você o impede. — Vamos ser expulsos quando não encontrarem o carro. — Não que Yuta se importasse, ele já estava querendo um motivo para abandonar aquele lugar a muito tempo e você...Você não poderia estar se importando menos.
— Deixe que expulsem.
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unknotbrain · 3 months ago
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O final de semana foi muito estressante por causa do meu pai. Ter pais que se comportam feito adolescente é desgaste na certa. Meu pai ainda cometeu o ato falho de me chamar de "mãe", minha mãe também já me chamou de "mãe" várias vezes. E é assim que eu me sinto mesmo em relação aos meus pais. Parece que sou mãe deles.
Meu pai é um mimado que acha que o mundo todo tem que fazer as coisas na hora e do jeito que ele quer. Não sabe ouvir "não". Quem não faz o que ele quer "não presta". As pessoas precisam deixar de viver suas vidas e seus planos para servi-lo. O que me consola é que nesse aspecto eu sou completamente diferente do meu pai. Única coisa que sinto que tenho em comum com ele é quando tenho raiva, eu sou infantil e destrutiva.
Tenho pensado muito sobre se gosto ou não do meu trabalho. Não tenho vontade de sair de casa e vir. Talvez eu gostasse mais se fosse três dias por semana e com o mesmo salário. Modelo estúpido de trabalhar cinco dias e folgar dois. Sei que podia ser pior e que a grande maioria da população trabalha 6x1. Ou trabalha 12x36 ganhando uma miséria. Eu ainda tenho boas condições de trabalho e um salário digno, mas esse sistema é um lixo.
São 10h e eu já estou cansada, só veio um paciente que atendi em 20 minutos porque ele não tem mais nenhuma demanda até agora. Ontem, pela primeira vez não faltou nenhum paciente e ainda fiz cagada de marcar dois no mesmo horário, e, os dois vieram. Ainda tenho atendimento particular à noite, só não queria buaaaaaaa
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inthevoidz · 16 days ago
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ONDE: Casa do Cillian, varanda
COM: @ethcl
Ao redor da casa, havia neve em grande quantidade. O inverno ainda estava dando seus últimos suspiros, fazendo chover frio durante alguns dias e deixando a neve esbranquiçar todo o chão pela noite, dizendo a eles que ainda estava firme e pronto para continuar gelando o que conseguisse. As árvores não tinham folhas e pareciam esqueletos medonhos e desgrenhados, balançando de vez em quando com o vento frio que assoprava. Apesar do básico, o terreno de Cillian estava cheio de neve pesada, parecendo piorar todas as vezes em que ele se sentia triste ou irritado. Quando convidou Ethel para visitá-lo e falar sobre o que mais parecia ser uma paranoia, não pensou que se sentiria estúpido.
A mera presença da morena fez com que boa parte da neve derretesse e sua varanda se tornou um monte de madeira molhada, fazendo barulhos ocos conforme pisavam, e um círculo de sol iluminou o telhado. Não era possível ver o astro, mas o calor era grande como se fosse o mesmo. Os insetos e aves estavam atraídos o suficiente para fazer parte do cenário, simulando perfeitamente uma das casas das donzelas de histórias infantis que corriam por Aldanrae. Queria provar a ela um ponto e estava provando outro completamente inédito e inesperado; ao mesmo tempo em que havia sol, um vento frio tentava brigar com o calor e Cillian sentia uma energia estranha que o fazia formigar.
Estava recostado em uma das madeiras secas, olhando para ela como se ela tivesse alguma resposta para ajudá-lo. "Não faço ideia do que está acontecendo ou porque isso acontece." Começou, sabendo exatamente qual seria a maior dúvida de todas. "Já procurei por todos os cantos da casa por qualquer coisa mágica que possa ter aparecido que não tivesse antes, mas não é aqui que isso acontece. Em Hexwood é a mesma coisa, e piora muito quando fico..." Não sabia quais palavras usar para descrever os sentimentos já que estavam todos misturados de acordo com o cenário em que estava. "O ponto é que choveu, dentro da minha sala. Tenho medo de estar delirando. De novo. Você também está vendo, não é?"
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talkmeforme · 18 days ago
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Hoje, mais do que nunca, a solidão tomou conta completamente de mim. Não gosto de me entregar a esses sentimentos estúpidos, mas hoje, dentro desse metro quadrado, me sinto como nunca, sozinha. Sozinha como nunca. É louco pensar em mudanças, e em como as coisas mudam. Antes eu morava numa casa laranja, sol todos os dias. Alguns dias de chuva, tempestades, mas era a minha casa. Uma casa que não existia problema em ficar sozinha naquele metro quadrado. Hoje eu moro em uma casa escura. Muitos dias de chuva e poucos de sol. Hoje, há problemas em estar sozinha, presa nesse metro quadrado que me consome, consome tudo que algum dia já houve de mais bonito dentro de mim. Presa, vivendo uma rotina que não foi eu quem criei. Você, era o meu lar laranja. Eu costumava ver a vida através da janela aberta, com a luz entrando e a brisa que me trazia promessas de liberdade. Mas agora, as cortinas estão sempre fechadas e a brisa, essa já não existe mais. Restaram apenas lembranças, ecos do que fui antes de me perder. Onde foi que eu me perdi? Em que esquina da alma deixei de ser aquela que acreditava que o mundo ainda tinha cores? Cada dia, mais escuro. Cada dia, mais distante de quem eu fui. Agora, o eco do seu nome é a única coisa que posso ouvir em silêncio. Meu corpo parece preso a uma lembrança que não posso mais tocar. E, ainda assim, vivo com a esperança de que o sol, um dia, volte a brilhar e que eu possa, novamente, ser a mesma. Mas, por enquanto, tudo o que me resta é essa casa vazia e a saudade.
Sara.
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kyrellvortigern · 4 months ago
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with @siobhcn + "oh, that's sad. but impressive."
A sobrancelha dele arqueou levemente diante da resposta dela. Desde que haviam começado a conversar, Kyrell sentia uma estranha familiaridade, como se já se conhecessem de outra ocasião, talvez até não se gostassem fora dali, mas ele não conseguia lembrar o motivo. E, curiosamente, não se sentia incomodado pela presença dela, como esperaria. Pelo contrário, ela exercia sobre ele uma curiosidade crescente, quase intrigante. “É mesmo tão impressionante perder os amigos em um baile de máscaras?” provocou, rindo de forma descontraída. “Impressionantemente estúpido, isso sim,” completou, ainda sorrindo. Com um gesto firme, mas ágil, ele colocou a mão nas costas dela, guiando-a pela pista de dança com a naturalidade de quem domina a arte. Girou-a com destreza, acompanhando a coreografia dos outros casais ao redor, os olhos dele permanecendo fixos nos dela, enquanto tentava, em vão, decifrar de onde a conhecia. Conforme a dança exigia, ele inclinou suavemente o corpo dela para trás, executando alguns giros com precisão, até afastá-la para um último giro mais amplo, apenas para trazê-la de volta, firme contra ele. A palma de sua mão reencontrou as costas dela, enquanto seus olhos escuros se cravavam nos dela com uma curiosidade que agora não fazia questão de disfarçar. Algo na misteriosa garota o desafiava a entender mais. “Não duvido que essa situação tenha sido armada por aqueles dois idiotas,” disse, referindo-se aos amigos, “justamente porque sabem que eu não sou um grande fã de festas.” Ele quase utilizou outra palavra para descrevê-los, mas manteve ao máximo a educação que vinha demonstrando desde o início. Ainda que changelings costumasse se mover de outra forma, suas danças bem menos recatadas do que a coreografia que realizava no momento, ele optava por seguir o ritmo dos demais, ainda que alguns passos fossem incrementados para reduzir um pouco sua estranheza a tais práticas. Mais uma vez, acompanhando o ritmo da música, ele a inclinou suavemente, a postura perfeita de um dançarino que, por algum motivo, raramente exibia suas habilidades, embora fosse claro que ele era excepcional nisso. “E você?” perguntou, genuinamente interessado, inclinando a cabeça levemente enquanto a mantinha perto. “Conhece alguém nesta festa?” Mesmo sem entender completamente o que a presença dela provocava em si, ele queria continuar a conversa, curioso para desvendar o mistério por trás daquela estranha familiaridade.
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harrrystyles-writing · 1 year ago
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19/20 - ela podia ser q chefe do harry!!!!!!
Frases: Pare de ignorar o que está acontecendo entre nós./ Você não vai a lugar nenhum com ele."
NotaAutora: desculpem por demorar a começar a postar os concepts, estou um pouquinho enferrujada, mas estou de volta.
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Harry Concept #17
Como sempre, a festa de fim de ano do escritório estava sendo um sucesso, todos pareciam estar se divertindo, mas por incrível que pareça era última coisa que você estava fazendo agora. Enquanto conversava com um dos investidores do seu pai, o dono da empresa tudo o que você conseguia fazer era encarar o seu assistente estúpido dando em cima de outra funcionária.
Primeiramente você nunca devia ter contratado Harry Styles, nem de perto ele era o mais qualificado para o cargo e segundo você nunca deveria ter dormido com ele um mês após tê-lo contratado ou ter continuado a fazer sexo causal quando era completamente inapropriado, terceiro, você nunca, nunca, nunca devia ter se apaixonado por ele, mas lá estava você continuando a fazer coisas estúpidas, ao se deixar levar pelo ciúme e atravessar o salão indo de encontro a eles.
"Senhorita Potts, está curtindo a festa?" Perguntou a funcionária risonha assim que a viu.
" Sim." Sorriu falsamente. " Harry tem minuto?"
" Agora?" Ele ergueu a sobrancelha.
"Sim." Afirmou encarando-o, rígida.
"Desculpe Lana, eu preciso ir."
"Oh! Mais você ainda vai me levar ao terraço depois, certo?" Ela tentou no braço dele de um jeito que te deixou enjoada.
"Você não vai a lugar nenhum com ele." Saiu bem mais alto do que você gostaria e bem mais rápido do que seu senso de realidade quisera.
"Oi?" Ela virou rapidamente para você.
"Desculpe, é que é urgente e vai levar a noite toda." Puxou o Harry para você. "Sinto muito."
Confuso ele a seguiu até seu escritório.
"A porra do terraço sério Harry?" Gritou assim que a porta foi fechada.
"Pensei que não se importaria." Deu os ombros.
"Óbvio que me importaria! É o nosso lugar." Suspirou.
"Eu não entendo você."
"Como assim?"
"Esquece." Bufou. "Qual a emergência?"
"O quê?"
" Você me chamou aqui para isso não foi? Ou você ficou com ciúmes?"
"Ciúmes de você? Nunca" Soltou uma risada sarcástica.
"Então o que foi aquilo?"
"O quê?"
"Você não vai a lugar nenhum com ele" Repetiu com a voz aguda lhe imitando.
"Você é um idiota sábia."
"Ah! Vamos! Diga a verdade." Ele começou aproximar-se a deixando nervosa.
"Eu... Eu só não suportei ver você com ela, era isso que queria ouvir?"
"Não foi tão difícil, não é?" Harry se inclinou sussurrando em seu ouvido.
"Olha isso é ridículo, eu fui ridícula é melhor vive ir." O afastou com a mão em seu peito.
"Pare de ignorar o que está acontecendo entre nós." Segurou suas mãos a puxando de volta para ele.
"E o que esta acontecendo entre nos?"
"Mais do que só sexo depois do expediente." Aqueles olhos brilhantes estavam te fazendo ceder. " Eu gosto de você, você é tão confiante e exala essa energia de durona que me deixou apaixonado e depois de sua crise de ciúmes hoje acho que você também sente o mesmo."
"Espera! Você…você está apaixonado por mim?"
"Acho que uma parte de mim sempre foi senhorita Potts." Ele sorriu antes de finalmente a beijar.
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