#abstrações
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duquerido · 1 year ago
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escritordecontos · 2 months ago
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O Libertino
Estava olhando um cara na academia. Um cara que realmente vale a pena olhar, porque tem uns que a gente vê e em seguida quer des-ver. Pena que não é possível, não temos ainda esse recurso visual e nem como deletar da memória. Somos rudimentares e ainda movidos pelos instintos mais primitivos e animalescos, os sexuais.
Ele notou que estava sendo consumido pelos meus olhos famintos e libertinos e ao contrário do imaginei que aconteceria, ele não se sentiu incomodado, pelo contrário, veio puxar conversa, cheio de si, confirmando o que já pensava a respeito dele, sabe que é bonito e gostoso, gosta de ser desejado.
-- Para olhar desse jeito precisa pagar. -- disse ele com um olhar pervertido, é um puto de luxo.
-- Se pagar, vou querer ver tudo. -- respondi com minha gula por ele que fazia meus olhos quase saltarem da cara só perdendo em evidência para a minha ereção.
Trata-se do boy mais gostoso do academia, diria que ele é aquele tipo raro no planeta, na Terra deve se contar nos dedos de uma mão tipos tão gostosos e interessantes quanto, se procurarmos em Marte, Vênus, na Lua, não vamos encontrar, talvez no Inferno, sim, o Inferno está cheio de gente bonita e interessante, os boys mais fazíveis já estão no inferno, gente básica e comum está no limbo do Purgatório e os feinhos bonzinhos estão no Paraíso, onde se sabe é um lugar sem graça onde não acontece nada de interessante, o som das harpas angelicais é eterno, tudo sob uma luz âmbar chata e um cheiro insosso de incenso de sândalo.
No inferno você tamb��m encontra os melhores paus. Por melhores há duas categorias, a categoria estética dos paus bonitos, anatomicamente perfeitos que parecem esculturas de Michelangelo, se bem que este esculpiu uma estátua gigante de David com um minúsculo pinto, aquele enorme homem musculoso com um órgão inexpressivo, uma tristeza, um pintinho mirrado. Nessa categoria dos paus bonitos estão, claro, os grandes, os muito grandes e grossos, os bem grossos, sim, pau bonito é pau grande! E a outra categoria é dos paus que fazem o serviço, arregaçam o cu, é preciso admitir que tem pau bonito que só é bonito, não rende, não faz a coisa acontecer, perde pro cu, e tem pau não tão bonito e nem tão grande que faz o cu cantar. Esse merece um lugar no céu, digo, no inferno, um lugar com destaque e reconhecimento pelos serviços prestados à humanidade.
Se você ficou se perguntando o que aconteceu com o cara da academia, vi até o cuzinho, sim, vi o cu dele, virgem. Cá para nós, um cu virgem é lindo, tem cara que curte levar umas lambidas no cu, o que é muito prazeroso para ambos. Pau, cu e dinheiro são vícios, então, se isso começou vamos ter novos episódios nessa depravação. Ah, e o pau acredito que não se enquadra nas categorias de paus notáveis, em geral tipos assim são só para apreciar, não rendem uma boa foda.
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cartasparaviolet · 11 months ago
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Encontre-me no bosque essa noite, aquele local no meio do caminho que, ao longo do tempo, nos manteve conectados. Existe em mim um sentimento saudoso inexplicável daquilo que jamais vivi. O irreal, porém inesquecível. Doses diárias de realidade concreta não conseguem dissipar as abstrações daquilo que desejo. Encontre-me naquele nosso local secreto, além do espaço e do tempo, onde as memórias são mais reais que os fatos. A verdade é que a alma nunca se esquece do seu lar. É hora de voltar para casa. Aquela saudade, pouco a pouco, traz clareza à consciência adormecida de quem a todo instante sentiu desconectado deste mundo, porque não pertence a ele. A desidentificação com o personagem que libera suas máscaras e roteiros padronizados que não ressoam com a sua essência. Desapegue-se do palco e da plateia, não seguirão contigo para a próxima etapa. É meramente ilusão. Encontre-me naquele bosque só nosso. Templo sagrado onde as escrituras e pergaminhos antigos queimam diante do amor divino, tornando-se desnecessários para compreensão daquilo que é relevante. Somente esse sublime sentimento é o que existe. Nada, além disso, deve guiar a bússola de sua existência que, irremediavelmente, o conduzirá ao mar da Fonte. Encontre-me naquele bosque onde a escuridão fez morada por período suficiente, mas a luz de nossos corações conectados por um elo invisível guiou-nos de volta. Eu sei que você se sentiu sozinho durante todo esse tempo que estive longe, mas posso acalmá-lo afirmando que retornei. Essa viagem para o desconhecido foi fundamental para resgatar a nossa conexão, acima de tudo. Eu conheço o caminho, pois o trilhei em comunhão. Encontre-me naquele bosque, agora iluminado pela centelha que pulsa em uníssono através de nós.
@cartasparaviolet
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blogbirdfeather · 2 months ago
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Abstractions - Abstrações
Cruz Quebrada/Portugal (7/12/2024)
[Nikon D7100; Tamron 100/400mm Di VC USD F4,5-6,3]
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inutilidadeaflorada · 8 months ago
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Apagar Rastros Ou Incubar Metrópoles
Tanto faz mensurar o legado Vendê-lo a preço de ouro Algumas cascas de bananas Costuradas para serem bandeiras
Anzol no céu pescado abstrações A pele que abraça contradições É preciso conter receptáculos Antes que regurgitem santidade
Perpetua um cervo Corrói seu sangue como pólvora Perambular a poeira que sufoca As cores do teu roseiral
Em toda obstrução, um Judas Todo nome lançado ecoa Entre as paredes, o que precede Uma confissão, é seu tempo hábil
Temos todas as reprises de anjos caídos No fundo de cada silêncio ou soluço Os encontrarão se esgueirando entre Aves mal digeridas e alamedas suprimidas na língua
Há pugilistas dançando embates com névoas Enroscando feitiços elétricos nos dedos Enfrentando com os dentes os incêndios Que entidades industriais assopram
A saliva é diesel, traga seus lábios sem álibis Cicuta no princípio, íris neutra no meio e castanha no fim E é de fácil degustação, salpica-se essências de baunilha afrodisíaca O fazendo crer que o infortúnio é um arco-íris maleável
Queimará as pontes que cercam encontros O corpo lótus propõe a noite de Madri Em cada um de seus pactos refletidos Nas adagas coaguladas em cada proveito
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s-tarplatinum · 8 months ago
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Planeta dos Macacos - Saga (2011-2024)
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“Você nunca poderia convencer um macaco a lhe dar uma banana prometendo-lhe bananas ilimitadas após a morte no céu dos macacos.” — Yuval Noah Harari, Sapiens
​​Quanto tempo! Queridos leitores, cinéfilos e curiosos do blog s-tarplatinum (um total de duas ou três pessoas contando com a própria autora), estou de volta! Com um Senhor Texto, que me dediquei bastante para escrever e que acredito que valha a pena a leitura e o debate: sintam-se em casa.
Estarei analisando, em especial, o quarto filme da sequência Planeta dos Macacos que teve início em 2011, pois no dia 20 assisti o último lançado no cinema após maratonar descontroladamente todo o resto em casa. 
A saga conta com:
A Origem
O Confronto
A Guerra
O Reinado (mais recente)
E para começar, eu preciso que reflitamos sobre uma questão que não sei ao certo se vou conseguir a resposta para vocês, pois talvez a limitação do meu conhecimento não a alcance: "o que diferencia o ser humano dos outros animais?"
Dentro da minha área, a biologia, podemos explicar com a genética: o cariótipo dos chimpanzés conta com 48 cromossomos, enquanto o homo sapiens comumente possui 46. Levando em consideração o ancestral em comum que compartilhamos, o cromossomo humano 2 parece resultar de uma fusão. Além disso, outras diferenças determinadas pela cognição e comportamento.
A antropologia pode abordar a cultura e as práticas sociais — em que podemos encontrar padrões e organizações sociais próprias em grupos de diversos outros tipos de animais, possivelmente refutadores desse argumento. 
A psicologia, a linguística e a filosofia podem querer estabelecer a cognição e capacidades de planejamento, comunicação complexa ou reflexão, mas se formos utilizar diferenças para tratar o homo sapiens como especial, logicamente seria viável falar o mesmo de outras espécies.
Então, talvez, só talvez, a questão seja o problema. Vamos reformular: “o que faz o ser humano mais especial que outros animais?”
Vou listar coisas que não nos fazem especial:
Não somos os seres mais bem sucedidos biologicamente
Autoconsciência, uso de ferramentas, comunicação, inteligência e cooperação não são exclusivos da espécie humana
Nossas estruturas sociais complexas não são exclusivas e sendo bem sincera, estão ruindo por conta de todos os problemas sociais, políticos e econômicos consequência de muita história e de “cooperação” (aqui lê-se dominação) em larga escala…
Onde quero chegar com essa introdução?
Falta ainda muita percepção de que somos animais como qualquer outro (e com um grande potencial agressivo). Quando temos empatia por César, reconhecemos essa nossa verdadeira forma. E quando vemos o protagonismo do chimpanzé pela inversão de papéis na trilogia, então, podemos ter uma ótica do prejuízo que o especismo nos traz. Mas não falo dessa discussão rasa de vegano de twitter, me respeitem, por favor. Tenham senso crítico.
Sobre o filme:
Algumas gerações (cerca de 300 anos) após a morte de César — líder aclamado da revolução dos macacos vista na trilogia — vemos como as sociedades de macacos se desenvolveram quando nos apresentam a história de Noa, o filho de um ancião chefe de uma aldeia de macacos que criaram toda uma cultura em torno da convivência com pássaros, especialmente as águias.
Com alguns eventos estranhos acontecendo, como a presença de “ecos” (seres humanos primitivos), a aldeia de Noa é atacada — por outros macacos.
Existe uma dicotomia gerada por um conflito entre César e Koba na trilogia. É o “macaco não mata macaco” versus “César não sabe que precisa se vingar”. Isso gerou uma má interpretação de quem foi César e pelo que ele lutou, no que ele acreditava, que chegou até o presente, resultando nesse grupo de macacos com uma estrutura e governo completamente agressivos.
“O Reinado” trouxe mais abstrações que a trilogia. César se tornou um mito com legado praticamente esquecido e muito mal interpretado, sendo muito fácil de associar às práticas religiosas da atualidade. É um bom filme, mas ter o background é o que faz tudo melhor.
A trilogia tem um ritmo e um objetivo muito mais preciso, enquanto o mais novo percorre toda a jornada do herói, obrigando o pobre Noa a amadurecer para uma liderança que ele não almejava.
Aqui entro com algumas críticas e pontos que me agradaram:
Os macacos ainda estão em busca de tecnologias que tinham acesso quando em contato com humanos. “Essência”?
Certo, só temos um fragmento de uma parte do mundo que mostra uma sociedade que se organiza em aldeia e logicamente tem suas próprias tecnologias. O grupo antagonista é semelhante ao império romano, mas nenhum deles usa computador ou pistolas... Mostram toda a “criação humana”, ou “evolução” ansiada por Proximus isolada por um portão — não achei interessante, de onde saiu esse portão?
Seria uma suposta “essência selvagem”, entre muitas aspas? Não estou caracterizando-os como atrasados, nem nada do tipo, pelo contrário, eu acredito que muitas das suas habilidades ainda foram subvalorizadas. Quero dizer que, 300 anos depois de César morrer, não vimos macacos que se desenvolveram em cima dessas criações humanas, enquanto magicamente temos um grupo de humanos super “inteligentes” recolhidos em um lugar cheio de computadores, recuperando dados e mais. Isso me faz chegar em outro ponto:
Os humanos são muito avançados sem necessidade
Começando pela Mae, que usa blusa e calça, maquiagem e se comunica fluentemente. Vemos um desenrolar, uma transição na fala dos macacos, e os humanos simplesmente preservaram todas as características da fala. É uma pena, mas dado que os papéis estão se invertendo novamente… pode chegar a fazer sentido e passamos a ver nos humanos comunicativos nossa imagem de sempre vencedor.
O auge do desenvolvimento macaco-humano
No reinado, o imperador Proximus se utiliza de mão-de-obra escravizada para construir estruturas e destruir o portão. É retratada muita violência e onde eu acredito que os macacos chegaram no auge do desenvolvimento comparado humano: escravizar os seus. Nos filmes mais antigos, anteriores à trilogia que reiniciou toda a história, os macacos falavam fluentemente, usavam as tecnologias humanas e escravizavam humanos. A escravatura por si só já é um conceito absurdamente horroroso, escravizar outros animais já é terrível, agora imagine os seus semelhantes. E isso, imerso numa hipocrisia.
Proximus e a hipocrisia
O imperador aponta o dedo para Noa, ao descobrir sua “traição” arquitetada pela humana Mae, dizendo que ele cometeu um erro primordial: confiar em humanos. De fato, Mae é uma personagem não confiável (pelo menos para mim), mas em que momento Proximus não confiou em humanos? Lembrando que os macacos não leem, exceto talvez pelo Raka. Proximus tinha um humano para contar histórias sobre o império romano em seu ouvido dentro de uma grande biblioteca — e todos sabemos o que acontece se você deixar entrar na sua mente ideias que outro ser humano interpretou para você…
Revolta do gorila no dilúvio
Aqui entraria uma sugestão: talvez quando a água estivesse tirando as vidas de todos os macacos que não conseguiram escalar a tempo não fosse o melhor momento para macaco matar macaco… Eu gostaria de ter visto um choque de realidade da parte do gorila do reinado ou talvez uma lição de moral sobre a história de César que Noah poderia ter aprendido com o Raka.
Comparações
Sabemos bem que os filmes são analogias e metáforas sobre nós mesmos, de maneira geral podemos contemplar problemas sociais que nos acometem todos os dias, tais como a luta de classes e o racismo. Ambos capazes de serem definidos pela palavra “dominação”. Torcer para os macacos é ver que talvez nossa humanidade não seja especial, que subjugar nossos semelhantes não é o caminho. Macaco não mata macaco.
Por fim, posso concluir que é uma sequência da qual gostei muito. Tem bastante qualidade na produção e na criação dos enredos e que me faz refletir um bocado sobre os prejuízos da nossa espécie se reconhecer como algo à parte ao invés de outro animal com importância equiparada aos outros e morador de uma Terra que já não aguenta mais adoecer pelas suas ações.
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gabientalismo · 5 months ago
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Se o diabo me visitasse
Era escuro e as luzes da rua não atravessavam o blecaute, fazendo só poucos feixes passarem pela janela e formarem um fonte de visão. Fazia silêncio e não se ouvia nada, a respiração não era ofegante, o sangue corria em silêncio. O corpo inteiro jazia em silêncio, esperando como quem espera um aviso prévio. Ela sentia precipitação, sabia que algo viria, não sabia quando, não sabia como. Piscava cada vez mais, tentando acostumar-se com o ambiente, aflita. Sentia um frio na espinha, de medo e de satisfação. Sentiu passos e vibrações, uma respiração calma e forte, um estalar de língua e um fungar sútil. Como se fosse um salto, os passos soaram barulhos. Se aproximando cada vez mais e numa batida da porta – três bem devagar – soube que chegara.
Aparecera nos sonhos e nas abstrações, como um desejo há muito almejado, muito querido e precioso. Via-se divagando olhando ao longe, pensando como seria bom e como seria perfeito se tudo aquilo que ela queria fosse conquistado tão facilmente quanto um piscar. Se batia as unhas na madeira imaginava os passos, quando ofegante pensava na possível respiração – ou seria calma? – e quando se tocava desejava que fosse sua mão. Um dia, tateando-se como cega, lendo a si mesma, sentia que já não se tocava levemente e que guiavam-na, passava pelo peito e pelo pescoço, pelo nariz e pela boca, pela mente e pela possibilidade. Ali soubera pela primeira vez que lhe apareceria. Soube outras vezes, é claro. Quando se viu no espelho e percebeu fios de cabelo curtos e negros em seus ombros – Loira como era não faria sentido – soube de novo. E de novo soube quando ao acordar com um corte na mão não havia nada de sangue. Mas teve a total certeza quando ouviu as batidas na porta, quando havia sonhado no dia anterior ele chegando com as três batidas na porta.
Levantou-se lentamente e caminhou com cuidado a porta. Percebia o corredor alaranjado e quente, iluminados por velas. Ouvia ainda a respiração calma e um coçar grosseiro, rude e forte, de rasgar a própria casca. “Devo entrar?”. Era grave, sútil, quase imperceptível. Sussurrada e gentil. Não respondeu com a voz, não gostava, não queria, e só fez que sim com a cabeça. Uma, duas, três vezes, como em desespero, como dizendo “pelo amor de deus abra a porta e venha”. O som de unhas rasgando uma carapaça grossa intensificou-se e tomou o corredor, ouvia pedaços caindo no chão e vira sangue escorrer debaixo da porta. O ar esfriou, o som aumentou e o silêncio veio. A maçaneta girou e a porta se abriu e ela foi se afastando, preparando para abrir caminho, e então viu a mão comprida e morena empurrar a entrada, pouco a pouco revelando a silhueta. Alta e esguia, tomou cuidado com a cabeça e apresentou-se com um chapéu de couro. Tinha cabelos curtos penteados para trás, um nariz fino, comprido. A barba era feita e tinha um grosso bigode, vestindo uma camiseta e uma calça de linho. Os pés prontamente protegidos com sapatos com salto. Não tinha necessidade, já era alto o suficiente. A pele morena ajudava a realçar os verdes olhos, que brilhavam a luz de um candelabro torto que carregava. O rosto era longo, trabalhado, quase perfeito e tinha cheiro de cravo. Fechou a porta e se pôs em frente a ela. Ajoelhou-se e passou-lhe a mão pelos cabelos. Assoprou seu rosto e viu-se então despida na frente do espelho.
“Sei o que desejas, sei o que pretende e sei das intenções. Sabe o que quero em troca e sabes que é para sempre” disse pegando em seu queixo, movendo-o em direção ao seu rosto e fazendo-a fitar os olhos verdes. As pupilas eram brancas. Ela fez que sim com a cabeça de novo, mostrando-se convicta e de acordo. Ele fez o mesmo gesto e pediu licença. Começou a acaricia-la de cima abaixo, lentamente, mas sem focar em nada. Cheirava seu pescoço, mordia a orelha e ela se entregava lentamente. “Eu vou começar de cima”. Sentiu a mão direita cobrir seu rosto e uma leve queimação, como se enrubescendo, tomar conta da face. Os dedões passavam pela sobrancelha, os dedos anelares pelos lábios e os indicadores pelos olhos. A mão esquerda desceu ao pescoço e apertou-o, sentindo que sua laringe era retraída, como se enforcando. Doía. A mão direita desceu aos seios e se repetiu, a mesma dor. E depois passou pelo ventre, pelas genitais, pelas coxas e por todo o resto do corpo, e ela não via e só sentia a dor absurda da transformação. O interior queimava, como se ele todo se rearranjasse, como se tudo fosse se tornando outro. Sentia as costelas espremerem, os quadris alargarem, sentia as coisas retraindo. Mas não via nada, não conseguia abrir os olhos mas confiava. Depois de meia hora de dor e de caricias que machucavam ela sentiu largar-se. Defronte ao espelho sentiu o êxtase, a vontade de continuar, a vontade de sair e pular. Sim! Nua! Sair e pular como dizendo “Eu me amo!” e agora se amaria. Ela sentiu a mão do homem... Homem? Anjo! Tocava-a no pescoço. Olhou nos olhos e perguntou “E agora?”, em que logo em seguida ela respondeu, feliz consigo “Um beijo” e beijou-o. Se beijara por alguns minutos até que ele afastou-a, beijou-lhe a face como cavaleiro e saiu pela porta do quarto.
Noutro dia ela levantou-se da cama. O dia era lindo, seu rosto era lindo, o corpo era lindo. Toda a conjuntura era linda. Ela era linda, ela era a beleza em suma. Fitou-se feliz, finalmente, sem nenhum peso na alma.
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equipebrasil · 2 years ago
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StreamBuilder: nossa estrutura de código aberto para alimentar seu painel
Estamos super entusiasmados em anunciar que estamos abrindo o código da estrutura personalizada que criamos para alimentar seu painel no Tumblr. Nós a chamamos de StreamBuilder, e a usamos há muitos anos.
Mas você deve estar se perguntando o que queremos dizer com "abrindo o código", certo? Código aberto é um modelo de desenvolvimento de software descentralizado que incentiva a colaboração pública. Em uma linguagem mais acessível, é qualquer programa cujo código-fonte é disponibilizado para uso ou modificação conforme os usuários ou outros desenvolvedores acharem adequado.
Tá, mas então o que é o StreamBuilder? Bem, toda vez que você acessa as abas "Seguindo" e "Para você", ou os resultados de uma pesquisa, os posts de um blog, uma lista de posts com uma mesma tag, ou até mesmo verifica as recomendações de blogs, você está usando essa estrutura. Se você quiser se aprofundar no código, espia nosso GitHub!
O StreamBuilder tem muito a oferecer. A arquitetura principal gira em torno de "fluxos" de conteúdo: sejam os posts de um blog, a lista de blogs que você segue, posts que usam uma tag específica ou posts encontrados em uma pesquisa. Esses são tipos separados de fluxos, que podem ser misturados, filtrados com base em determinados critérios, classificados por relevância ou probabilidade de envolvimento e muito mais.
Desde a semana passada, você já pode conferir no painel do Tumblr posts de blogs que você segue misturados com posts que contêm tags que você segue misturadas com recomendações de blogs. Cada uma dessas coisas é um fluxo separado, com sua própria lógica, mas que compartilha a mesma estrutura. Nós inserimos essas recomendações em determinados intervalos, filtramos os posts com base em quem você está bloqueando e classificamos os posts quanto à relevância, caso você tenha ativado a opção "As melhores coisas primeiro". Esses são exemplos da funcionalidade que o StreamBuilder oferece.
O que está incluído no pacote
A biblioteca completa da estrutura de código que usamos no Tumblr para alimentar quase todos os feeds de conteúdo que você vê na plataforma.
Uma sintaxe YAML para compor fluxos de conteúdo e como filtrar, inserir e classificá-los.
Abstrações para compor, filtrar, classificar, inserir e depurar fluxos de forma programática.
Abstrações para composição de fluxos em conjunto, como carrosséis, para fluxos dentro de fluxos.
Uma abstração para paginação baseada em cursor para modelos de fluxo complexos.
Testes unitários que abrangem a interface pública da biblioteca e a maior parte do código subjacente.
O que ainda está por vir
Documentação. Temos muito ainda a migrar de nossas próprias ferramentas internas e colocar aqui!
Mais exemplos de modelos de fluxo e exemplos de implementações de diferentes fluxos comuns.
Se tiver dúvidas, dê uma olhada no código e registre lá mesmo problemas ou dúvidas.
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jaodiaas · 7 months ago
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Pânico Existencial
compulsando as sinuosidades da vida
não há em nenhum lugar a certeza
no mar de questões irrespondíveis 
talvez haja um talvez
informações desconexas 
numa mente convexa
as partículas do éter
confrontam a ordem
desilusões entrópicas
caóticas como as sinapses
não há nada tangível
lapsos metafísicos
ritos sem sentido
encontram desesperançosos
ignorância contagia
a mente coletiva
os bonecos seguem em fila
numa mesma linha
robotizando a vida
infinitudes contemplativas
fés violentas arrancam a paz
cobranças culpam o ser incapaz
viajando nas teorias sem anestesias
o que liberta são grades invisíveis
o controle mental é aceito
onde sabemos a verdade
mas preferimos a mentira
conformo na obscuridade
minha escrita é fútil
não muda nada
sou tido como pessimista
mas não seria realista?
depende, até mesmo eu reconheço
que a minha realidade é quebrada
baseado nas minhas falhas lentes
a visão do abismo sem fim.
vou tentar explicar
minha vida estranhamente comum
como aquele menino inseguro
perdido no infinito azul
sempre tive dúvidas
nunca me senti pertencido
a igualdade não estava em mim
me sinto estranho na multidão
eu tenho uma forte vontade de ser normal
e às vezes penso que sou e apenas não reconheço
me culpo por me sentir diferente
no meio de todos me adapto
sinto que sou falso
que uso máscaras sociais
mas será que todos não fazem o mesmo?
me acho chato, estou cansado
sobrecarga de emoções indecifráveis
num mar cinza de calamidades
o mundo me machuca
a transcendência me assusta
o céu parece distante
os anjos estão longe
afastados da minha natureza corruptível
quando os chamo não os sinto
rituais, iniciações, religiões
há necessidade de tantos jargões?
eu questiono a mim mesmo
julgo o externo por ser um autocrítico
sentir algo é tudo que preciso
sair do corpo mais uma vez
vislumbrar o infinito como já fiz
hoje pergunto se foi real
por que sou assim?
não sei responder quem sou
num pânico existencialista
sem medo de ser espiritualista
nos meu sonhos eu vivo num mundo ideal
meu espírito completo e inquebrável
meus olhos completamente abertos
é uma esfera totalmente diferente
sem olhos ao meu redor
me fazem desaparecer
jogado nas cinzas
nas ruínas eu me ergo
me deixem em casa
no único lugar que conheço
onde fui chamado de pagão
perdi todas as batalhas contra mim
me deixe em seus braços
conforte minha alma
abrace-me com suas asas
me eleve na eternidade
faça-me conhecer a mim
me transmute em alquimias místicas
eu desejo ser o mais simples e puro
humildemente peço que me salve de mim
estou num vórtice interminável
nas ondas na minha própria mente
o cérebro é uma dádiva e uma maldição
espíritos colidindo mundos opostos
a realidade impermanente
deve dar lugar a permanência
a substância
a essência.
afaste-se do mundo das ilusões
adentre o mundo das abstrações
nas pinceladas da arte volátil
a gravidade arremessa o ato
na singularidade me encontro
afundando em mim
encontrando as respostas no silêncio
como é fora, é dentro.
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ciostore · 1 year ago
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Transforme sua casa em um verdadeiro lar com nossos quadros decorativos!  De paisagens deslumbrantes a abstrações modernas, temos opções para todos os estilos e gostos. Adicione personalidade e charme aos seus espaços com nossas obras de arte exclusivas.  Crie uma atmosfera acolhedora e sofisticada que reflete sua essência e estilo único. Descubra como nossos quadros podem fazer toda a diferença na sua decoração!
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blogdojuanesteves · 2 years ago
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Lantejoulas cintilantes no Vale do Amanhecer  > JOAQUIM PAIVA
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O capixaba Joaquim Paiva, fotógrafo, tradutor, curador e um dos mais importantes colecionadores de fotografia da América Latina, com cerca de 2000 obras de seu acervo cedido em comodato para o Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, um material amealhado por anos em suas viagens como diplomata, em diferentes países que exerceu sua profissão desde o final dos anos 1960 até recentemente. Foi em Brasília, DF, que graduou-se em Direito e onde fez sua primeira exposição em 1972, Abstrações, no Clube das Nações. Desde então a capital e sua peculiar sociedade esteve em seu repertório e em seus livros, o mais recente Lantejoulas cintilantes no Vale do Amanhecer ( [Lp] Press, 2023).
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O Vale do Amanhecer é uma comunidade religiosa eclética localizada em Planaltina, a 45 km do centro de Brasília, fundada em 1959 pela sergipana Neiva Chaves Zelaya (1925-1985) conhecida como "Tia Neiva", ex-caminhoneira, um dos personagens deste livro que como o autor descreve poeticamente: "aparece sentada, olhando para a câmera, os cabelos pretos armados e um elegante vestido com faixas em tons de amarelo, preto, branco, vermelho, verde e roxo. Olhar atencioso, muito educada, falava pouco."
Lantejoulas cintilantes no Vale do Amanhecer, de certa forma, dá continuidade a  produção primordial do autor sobre a cidade e seu entorno, iniciada nos anos 1970 e representada em livros como Foto na Hora-Lembranças de Brasília ( Centro de la Imagen-México, 2013), Rodoviária de Brasília ( [Lp] Press, 2021 ), Farsa Truque Ilusões ( [Lp] Press, 2017) e Brasília de 0 a 40 anos: Cidade Livre ( Arte 21, 2000). Publicações entre as outras de caráter mais artístico e íntimo como 1927-1970 ( {Lp} Press, 2019) um livro que homenageia sua mãe, a partir de seus diários autobiográficos e o Zine Elson faz 70 ( {Lp} Press, 2018) sobre seu irmão, em cerca de dez livros que compõem seu repertório.
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Assim como Rodoviária de Brasília, o penúltimo livro, lançado em 2022 no Festival Foto em Pauta Tiradentes e esta edição no mesmo evento em março deste ano, o autor retoma os anos 1970 não somente no seu conteúdo mas também no elegante projeto gráfico, feito pela editora que nos faz lembrar das publicações da Aperture, uma ONG criada em 1952 nos Estados Unidos, uma das poucas editoras a desembarcar nas raríssimas livrarias especializadas em fotografia no Brasil dos anos 1970 e 1980, como a da Fotoptica de Thomaz Farkas (1924-2011  ) e a  Álbum, do fotógrafo Zé de Boni.
Paiva escreve que visitou o Vale do Amanhecer pela primeira vez em 1981. Mas as  fotografias estão divididas em cores, feitas em 1983 e em branco e preto, de 1987. "A atmosfera mística do lugar era envolvente: o Vale surgiu inspirado em religiões e doutrinas variadas, como o cristianismo, o espiritismo kardecista e as civilizações do antigo Egito e dos Incas - um sincretismo que não se deixa decifrar facilmente. As vestimentas dos fiéis, muito coloridas, denotam funções dentro da hierarquia da comunidade."
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Para as imagens em preto e branco, o fotógrafo criou uma espécie de estúdio, usando um pano de fundo que pendurava fora do templo. Sua ideia foi destacar a paisagem, os fiéis e as pessoas à paisana. "A luz intensa do planalto proporcionava sombras dramáticas, que se juntavam às dobras do pano." Curiosamente, esta proposta, onde uma das imagens ilustra a capa da edição, guardadas as proporções lembra uma das primeiras imagens que Paiva adquiriu para sua grande coleção, uma fotografia da americana Diane Arbus (1923-1971), "Albino Sword Swallower at a Carnival", de 1970, a engolidora de espadas fica no centro da imagem, braços estendidos e blusa branca marcando o centro da composição, enquanto o cabo da espada espelha o crucifixo sugerido por seu corpo. Uma tenda de lona ondulante forma o pano de fundo da fotografia, indicando que esta é uma performance que ocorre nos bastidores, não para consumo público. O que podemos relacionar certamente ao proposta do fotógrafo brasileiro, ainda que a maioria das suas imagens sejam mais contemplativas.
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Joaquim Paiva escreve que, "Revendo essas fotos tempos depois, me dei conta que os fotografados pareciam personagens de um teatro. Meninos curiosos se intrometiam pelas bordas para espiar, tornando-se participantes das imagens (convidei um deles, montado a cavalo, para entrar em cena). O preto e branco é misterioso, ainda mais ao lado das cores vibrantes."
Esta última ideia, a dicotomia entre a cor e o monocromático, sustenta plenamente a narrativa do fotógrafo, ajudada pelo distanciamento temporal entre o ato fotográfico e a edição das imagens, mais livre do envolvimento afetivo e do apego que os fotógrafos normalmente têm a elas ao relacionar suas experiências com suas fotografias. O que encontramos também nos livros anteriores. A visão atual do autor sustenta-se igualmente na função do colecionador e seu ampliado arcabouço imagético adicionado por tantos anos de convivência e pesquisa da fotografia.
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No entanto, as imagens construídas em cor, em sua grande maioria retratos, sugerem mais um snapshot do fotógrafo, ao circular pelo templo e fora dele. A construção de um fundo específico, mas despojado para o P & B também tem esta leveza, que evita o embate entre os dois formatos, que na verdade trazem ganhos para as duas concepções. É um registro essencialmente documental, mas com uma cadência maior em razão destas opções.
Joaquim Paiva descreve: "Para além dos fiéis, dos interiores e das fachadas de templos, dos totens, das figuras do sol e da lua crescente, toda uma outra cena emerge, pois ali reside uma comunidade com os seus negócios: os cuidadores das malas e pertences dos frequentadores, os vendedores de automóveis expostos numa vitrine improvisada, a papelaria, as costureiras na loja de botões e aviamentos, os bares, a livraria religiosa, o engraxate."
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Sua descrição gráfica e conceitual abrange uma comunidade que transformou-se radicalmente nas últimas décadas, com a expansão caótica da capital brasileira que desviou-se do projeto original criado pelo arquiteto Oscar Niemeyer (1907-2012) e o urbanista Lúcio Costa (1902-1998), distinta do momento de 1959 quando a cidade ainda estava terminando sua construção e quando a fundadora do Vale do Amanhecer, Tia Neiva, começou a ter seus episódios psíquicos, os quais ela creditava a seres extraterrestres.
"Os meninos assistem televisão no quarto com a parede decorada por um céu de estrelas e um cometa que iria passar em 1986 (a mídia criou grande expectativa a respeito, mas quase ninguém viu o cometa). Crianças brincam e jogam futebol no chão de terra batida.", descrição poética de Joaquim Paiva em seu pequeno posfácio, sintetiza o cotidiano em um senso mais amplo, quando pensamos que a comunidade é rejeitada pelas diferentes culturas religiosas no Brasil, ainda que seu contingente esteja perto de um milhão de pessoas, a seguirem pelo caminho descrito da fundadora, o que insere a obra do fotógrafo na seara da antropologia visual, no sentido de compreendermos através de imagens tal sociedade, não de uma forma mais "exótica" como encontramos em inúmeras reportagens, mas no repertório humano de uma cultura vernacular,  exposta habilmente pelo autor.
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Em seu parágrafo final, Paiva arremata no texto suas imagens: "Belos girassóis amarelos, a luz brilhante dos trópicos, as nuvens no céu a perder de vista. Nas margens do lago é possível ver estrelas durante o dia - artificiais. Do outro lado, os fiéis caminham com cruzes marrons bordadas nas costas. Flores de pano adornam as mulheres. Véus, grinaldas, lantejoulas cintilantes no Vale do Amanhecer." É uma visão de um fotógrafo  sensível pela profusão cultural popular que encontra, a vida que brota intensa e incessante e menos o documentarista analista, crítico, um pseudo-árbitro da sociedade, como tantos outros.
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Imagens © Joaquim Paiva      Texto © Juan Esteves
Infos básicas:
Imagens e conceito: Joaquim Paiva
Projeto gráfico e edição de imagens {Lp} Press
Tratamento de imagens Thiago Barros
Impressão Ipsis
Edição de 200 exemplares/ Capa dura
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duquerido · 1 year ago
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Sim.............
......... tô voltando um pouco a fita .
Achei necessidade comentar um pouquinho sobre o nascimento desse cara aí.
O amante de chapéus 👒 o fotógrafo
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lalaisca · 1 year ago
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Abstrações, 2023.
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gregoriusadvena · 1 year ago
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t--haga--c · 1 year ago
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{...} descreva as abstrações do que se pensa, e então desconhecerá a coerência de uma mente... ao descosturar dos costumes se alinhará a um mistério impotente.
vitor ramos
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ottomarinho · 2 years ago
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já parou pra pensar que no fundo as coisas não são o que de fato parecem ser mas sim uma ideia? a forma como vc enxerga/trata/se relaciona com outro é de dentro pra fora. o outro não é nada além do que uma extensão de seus devaneios intrínsecos na forma de enxergar as coisas. não é a toa que podemos ser vistos de diversas formas dependendo da lente que nos observa. a coisa só existe verdadeira e inteiramente dentro de si, o resto é projeção e tentativa de quantificar estrelas. na constelação individual nós organizamos quais estrelas têm o brilho maior e quais ficam mais distante à vista do espaço particular.
hilda hilst disse que "as coisas não existem. a ideia, sim. a ideia é infinita igual ao sonho das crianças". a ideia que fazemos das coisas é o sentido que criamos para significá-las. memórias são um compilado - ediçãozinha - dessas ideias que pertencem a um momento ou estado de espírito que transmuta-se no tempo. você amou alguém ou amava a ideia do tempo em que pôde amar? se apegou ao lugar ou a atmosfera dele ambientada numa determinada época que não se repete mais? a forma como a gente se percebe, percebe o outro e as coisas ao nosso redor é permeada de delírios, abstrações, projeções e devaneios.
eu concordo com a clarice quando ela brinca com a metalinguagem das nossas percepções e sentidos ao dizer que "o espelho é o único material inventado que é natural". nós inventamos pessoas reais, seja por encanto precedido pelo desencanto ou pela perca de sentido do significante datado numa certa inscrição no tempo. inventamos por potencializar fraquezas, amar defeitos e odiar o fim. é tudo uma invenção. ideias são inventivas e, a partir dos inventos, concebemos o concreto e o abstrato; ideias são criações imaginativas que criam novas formas de perceber o que já existe, o que já existe não pode significar sem a ideia. apesar do termo "idealizar" ser tratado como algo delusional ou imaturo, somos idealizadores por natureza e, consequentemente, por costume.
acreditamos no que idealizamos e agimos impulsionados pela paixão convicta do que criamos. como eu disse - e nem preciso reiterar - as coisas existem porque nascem dentro de nós e reverberam no contato com os outros. quando alguém me acha "legal" ou "chato", sempre tenho uma reposta pronta do tipo: "eu sou porque você é". somos a ideia que fazemos do outro também. mas é bom lembrar que o outro não é só a ideia que fazemos dele, o indivíduo é uma reunião de subjetividades, cognição e modo de ser no mundo. essa é a parte posterior à ideia que se faz de algo ou alguém até encontrar o que não é mais idealização. porém, não há pessimismo possível que faça ignorar o poder do real em colisão com os caprichos imaginativos; o real sobrepõe. "nada é errado quando nada é verdade". o real pede que sejamos responsáveis pelo o que idealizamos e o que puramente existe e é.
suspeito que minha indagação final sobre o que penso sobre as coisas ou pelo que lembro das experiências que vivi seja a mesma do Conor Oberst, da Bright Eyes, na canção "Ladder Song": "veja agora, as estrelas explodem/ se parecem com laranjas de sangue/ isso não te faz querer chorar, precioso amigo meu?/ eu saberei quando finalmente tiver acabado?/ essa vida toda é uma alucinação/ você não está sozinho em nada/ e não está sozinho em tentar ser".
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