#Vergílio Ferreira
Explore tagged Tumblr posts
las-microfisuras · 1 year ago
Text
Tumblr media
463 No demuestres de más, si no quieres contradecirte. No quieras saber de más, si quieres saber alguna cosa. El límite de la razón es el silencio. Como el de la luz es la ceguera. O el de la justicia, el crimen. O el del amor, el servilismo o la imbecilidad.
- Vergílio Ferreira, Pensar. Edit. Acantilado. Traducción: Isabel Soler.
Diana Blok y Marlo Broekmans, Fuerzas invisibles, 1979
49 notes · View notes
amor-barato · 5 months ago
Text
Ama-se um corpo como instrumento de amar, como forma de onanismo de que o trabalho é dele. Ou como êxtase de um terror paralítico. Ou como orientação ao impossível que não está lá. Com raiva desespero de quem já não pode mais e não sabe o quê. Como avidez insuportável não de o ter tido na mão, porque o podemos ter nela, sofregamente, boca seios o volume quente harmonioso da anca e tudo esmagar até à fúria, ter o que aí se procura e que é o que lá está, mas não o que está atrás disso e é justamente o que se procura e se não sabe o que é nem jamais poderemos atingir.
Vergílio Ferreira, in: Em nome da terra
3 notes · View notes
nofra · 1 year ago
Text
Todo o amor começa antes de começar, devia saber.
Começa num encontro que se não teve.
Vergílio Ferreira, Na Tua Face
Tumblr media
2 notes · View notes
cartografiadaausencia · 1 year ago
Text
Tumblr media
Vergílio Ferreira, "Pensar"
17.03.2019
0 notes
poesiayotrasletras · 2 years ago
Text
youtube
2 notes · View notes
tonibarblog · 2 months ago
Text
Tumblr media
Romance com ação no século XVI. Prémio Literário Vergílio Ferreira 2024.
2 notes · View notes
sobreiromecanico · 4 months ago
Text
Booksky #2: Aparição, de Vergílio Ferreira
Na Bluesky surgiu um desafio literário: escolher 20 livros que nos tenham influenciado, e publicar as capas respectivas - sem explicações, análises ou críticas. É daquelas coisas que servem para entreter e partilhar em redes sociais. Mas se na Bluesky publiquei as capas, aqui darei algum contexto às minhas escolhas.
Tumblr media
Eis uma forma simples de revelar a minha idade: ainda sou do tempo em que no décimo-segundo ano se podia ler a Aparição, de Vergílio Ferreira, antes de a presença de Saramago nos programas lectivos se tornar incontornável; no meu tempo, as escolas ainda podiam optar entre Memorial do Convento e Aparição.
(não faço ideia do que se dará hoje no último ano do secundário, mas imagino que Saramago permaneça)
Se a memória não me falha, na minha turma do décimo-segundo ano fui o único aluno que gostou verdadeiramente de Aparição: as reflexões existencialistas e a prosa etérea afugentaram toda a gente. Já a mim, o existencialismo intrigou-me, mas a prosa evocativa de Vergílio Ferreira, essa, explodiu na minha imaginação. Naquela altura não sabia que era possível escrever assim, que era possível juntar palavras de forma tão espantosa e tão bela. Nenhum outro livro me fez tanto querer escrever, querer recriar um pouco daquela beleza, encontrar algo meu para partilhar por palavras. Tentei imitar aquele tom, aquelas imagens, em rascunhos e proto-contos que, salvo uma única excepção, nunca partilhei com ninguém, e que nem sei bem onde possam estar hoje.
Talvez devesse ter continuado a tentar.
Enfim, o sonho da escrita desvaneceu-se há muito, por muitos motivos. E há muitos anos que não regresso a Aparição; não sei se hoje continuaria a apreciar o livro, ou se há distância de mais de 20 anos (e do défice de atenção destes tempos) o texto me aborreceria como aborreceu as minhas colegas da turma de 2002-2003 em Odemira. Mas de Vergílio Ferreira ficou o gosto pela beleza da prosa, algo que procuro sempre quando me embrenho em novos livros. Já será qualquer coisa, suponho.
2 notes · View notes
prodarq · 2 years ago
Text
Tumblr media
Encontro na Amoreira de Idanha - Passado, Presente e Futuro
O que nos faz ligar aos espaços e aos tempos, aos outros, aos que cá estão e aos que se foram, a este e a outros lugares?
Idanha-a-Velha tem esta aura de tempos imemoriais, de mistura de povos e realidades - romanos, visigodos, árabes, conquistadores e reconquistadores, antigos e modernos, que por sua vez são antigos, face a novos modernos, num "mise en abyme" que reflete a condição humana, ou a comédia humana num sentido mais cínico.
Sinto que neste local está patente um sentido de suspensão temporal e espacial, de não se saber a que tempo se pertence, se a outro ou ao agora, e a uma certa desorientação de referentes espaciais.
Aqui, sentado à beira de uma debilitada amoreira, encontrei um senhor idoso a vender um livro sobre aldeias históricas, que me despertou curiosidade. Parei, eu e o meu amigo, conversámos, e acabámos por comprar o livro, que percebemos ser da sua autoria. Com simpatia fez-nos uma dedicatória nesta aquisição. Constatámos que, na contracapa, Vergílio Ferreira e Agostinho da Silva elogiavam o autor, o Dr. Vítor Pereira Neves. Não deixei de sentir, com um sorriso no lábios, que aqui se estabelecia uma ligação, a dois passos, e através dos tempos, com estas personalidades.
3 notes · View notes
serenalys · 17 days ago
Text
Saudade,
Vulnerabilidade.
Sentimentos melancólicos de cada dia.
Ouço sempre o canto do periquito que assobia.
Porém,
As emoções afundam,
Perfuram.
O tão falado “espírito livre” fugiu.
E nunca mais se abriu.
Cabelos dourados , arco íris ,
longe de mim já estão.
As vezes deslumbro uma aparição,
que como Vergílio Ferreira diria “ A saudade não esta na distância das coisas, mas numa súbita fractura de nós.”
E dei por mim despida.
Presa pois a noite escura em mim,
Se tornou numa triste censura.
Laranja, tangerina de inverno,
Frio , tudo menos fraterno.
Por fim,
Frutas coloridas
Belas primaveras
Que sempre passam como sombrias negras telas.
Sinas vermelhos,
nunca verdes.
Sempre distantes.
Mas nunca por instantes,
continuadamente continuo.
Onde esta a rapariga que fugia de abelhas?
E das marés , quando cheias.
O presente não passa de um segundo,
tão rápido , que até as memórias afundo.
Sem querer
Dei por mim a transcrever o medo do futuro.
E como explicar este temor,
se o presente é apenas um imundo segundo.
Ontem é passado ,
e mesmo no presente marcado,
amanhã o futuro estará acravado.
Então pergunto,
porquê lutar ,
chorar?
Quando a vida é tão pesada e
Perante as destruidoras marés em demasia,
Soube o porquê ,
da tão famosa frase “et on s’est plus jamais parler.”
E nunca mais nos falámos.
Coisas simples,
café,
cigarros no chão , o verão ,
não dialogámos.
Então assim me despeço de ti,
de mim,
Sei que no fim fugi.
0 notes
amortedesalome · 2 months ago
Text
James Blake - «Like The End»
Juro que, por uma alquimia inesperada, o novo single de James Blake atira-me para Aparição de Vergílio Ferreira. Se não fosse a escatologia, de parte a parte, soaria a piada, bem sei. O que pode um músico moderno e contemporâneo ter que ver com um neo-realista tornado existencialista português de fim de século XX? A tristeza. A silhueta. Cada homem, uma ilha - só para contrariar Thomas Merton.
Tumblr media
Vergílio Ferreira começa Aparição na cabeça do leitor: mas tu, sábio leitor, que sabes tudo deste mistér, para que escrevo para ti?, diz o autor por outras palavras. Não devemos encontrar no novo single de James Blake a mesma inquietação, indignação, mas é como se fosse.
Blake deixou a tristeza de ser em Assume Form, trabalho de 2019, mas o seu gosto rigoroso pela mortalidade metamorfoseia-se agora numa cadavérica ironia do fim.
Ante o fim dos cifrões, de um estilo de vida, ou o surgir de uma hecatombe natural, James Blake é feliz, muito feliz de novo - é, aliás, da música mais sem gravidade que se pode ouvir hoje por parte do autor de Overgrown [2013]. E isto, não sei o que significa num futuro próximo para alguém que já pertenceu a um stardom muito restrito da música europeia.
«Like The End»
0 notes
amor-barato · 6 months ago
Text
(...) o peso da dor nada tem que ver com a qualidade da dor. A dor é o que se sente. Nada mais. Desisto definitivamente de me iludir com a minha força de adulto sobre o peso de uma amargura infantil. Exactamente porque toda a vida que tive sempre se me representa investida da importância que em cada momento teve. Como se eu jamais tivesse envelhecido. Exactamente porque só é fútil e ingénua a infância dos outros - quando se não é já criança.
Vergílio Ferreira, in: Manhã Submersa
4 notes · View notes
orapazdapoesiasblog · 9 months ago
Text
"FÍMBRIA DE MELANCOLIA"
Fímbria de melancolia,
memória incerta da dor,
ouço-a no gravador,
no fado que não se ouvia
quando ouvia o seu clamor.
Porque era já no passado
o presente dessa hora
e que me ressoa agora
a um outro mais alongado.
Assim a dor que se sente
no outro obscuro de nós
nunca fala a nossa voz
mas de quem de nós ausente,
só a nós próprios consente
quando não estamos nós
mas mais sós do que ao estar sós.
Onde então estamos nós?
(Vergílio Ferreira)
Tumblr media
0 notes
rodadecuia · 1 year ago
Link
0 notes
bla-attitude · 1 year ago
Text
155 – Não tenhas pena de ser mortal e de não conheceres a eternidade. Porque a eternidade está em ti, no momento incrível de te desprenderes do teu corpo, da sua miséria e estrume, e te pensares a ti mesmo e te sentires ser. Ou quando uma imagem de outrora, luminosa, ténue, se abre ao teu imaginar. Ou quando, fulminante, uma obra de arte. Ou quando, violento intenso instantâneo, o todo de uma mulher. Ou quando pela manhã a terra espera em silêncio que o dia vá começar. Ou quando. A eternidade mora em nós e na vida, deixa apenas que ela se diga e te habite. E serás mais do que Deus, cuja eternidade passou.
Vergílio Ferreira
pensar
0 notes
tonibarblog · 5 months ago
Text
Tumblr media
Capa do romance POR AMOR A LEONOR, Prémio Vergílio Ferreira 2024. O livro sairá em outubro próximo depois de ser apresentado no FESTIVAL LITERÁRIO "EM NOME DA TERRA", iniciativa da Câmara Municipal de Gouveia, a realizar em Melo (Gouveia), terra do escritor Vergílio Ferreira, patrono do Prémio. (A ação decorre no séc. XVI)
Cover of the novel POR AMOR A LEONOR, Vergílio Ferreira Prize 2024. The book will be released next October after being presented at the LITERARY FESTIVAL "IN NAME OF TERRA", an initiative of the Gouveia City Council, to be held in Melo (Gouveia), land of writer Vergílio Ferreira, patron of the Prize. (The action takes place in the 16th century)
3 notes · View notes
heldersequeira · 1 year ago
Text
Memórias da Rádio Altitude...
Escrevemos, anteriormente, que a Rádio Altitude é uma emissora associada a muitas vozes e rostos, a sonhos, diferenciados contributos, afetos e ideias. Hoje evocamos alguns nomes.
Tumblr media
A ligação de Abel Virgílio à Rádio Altitude começou em 1967 quando foi convidado por Emílio Aragonez para com ele editar na o programa “Desporto Regional”, “após a saída do programa dos saudosos amigos Madeira Grilo, Luís Coito e Luís Coutinho.
Acompanhávamos o desporto regional nos três distritos da Beira interior, mas com maior incidência no da Guarda”.
Como nos disse Abel Vergílio, além de inúmeras reportagens de exteriores de índole regionalista, política, social, cultural e religiosa que assegurei para a Rádio Altitude, produziu com João Trabulo e Joaquim Fonseca, um programa semanal do regimento militar sediado na Guarda, “A voz do Doze”.
António Arede é um outro nome profundamente ligado à Rádio Altitude, “desde finais de 1973 princípios de 1974… recordo-me que o meu programa, gravado, começou ainda no tempo da censura.” O seu trabalho ganha mais amplitude em 1976. “Eu ficava fascinado com a forma como se trabalhava...as gravações dos RMs (registos magnéticos) na “Ferrograph” (máquina profissional de fita magnética), onde se inseriam sem qualquer critério de importância de alinhamento as gravações a incluir nos noticiários do RA. Foi reformulada a redação talvez pelo ano de 1977/78 e foi criada uma redação em Viseu. Na altura tomávamos conta das notícias o Helder Sequeira, o Francisco Carvalho, o Emílio Aragonez, o António José Teixeira e eu. Viseu enviava um pequeno noticiário com notícias da região que era inserido no noticiário das 12h30. Como a Rádio emitia em Onda Média, ouvia-se bem na região de Viseu, o que justificou a criação de uma segunda redação”.
Sandra Ferreira, outro dos rostos da rádio, começou muito mais tarde a colaborar na RA, quando tinha 16 anos. “Na altura, abriu um concurso para recrutar novas vozes e decidi concorrer. Acabei por ser selecionada como animadora de emissão”, como nos recordava há alguns meses atrás.
“Foi na Rádio Altitude que dei os primeiros passos que me conduziriam à profissão de jornalista, embora nessa época tencionasse formar-me em Psicologia”, acrescentou Sandra Ferreira.
Por seu turno, Carlos Martins começou mais cedo a sua ligação a esta estação emissora.  “Na rádio fiz sempre o que gostava de fazer. Senti-me realizado. A grande marca teve a ver com as pessoas que faziam a rádio… uma grande família.” Hoje, afastado desse meio, considera que “uma rádio sem pessoas que a escutem é uma rádio com fim à vista”.
A sua ligação inicial surgiu através do programa “Rádio Estudantil”, da Associação Estudantes da Escola Secundária Afonso Albuquerque; mais tarde, juntamente com o António José Fernandes e António José Teixeira produz o programa “Nós e os Livros”. “Como tudo tem um fim também este programa acabou, sendo que foi um projeto interessantíssimo que nos motivou e de que maneira… A partir daí eu passei para as emissões regulares e o António José Teixeira enveredou pela informação da Rádio Altitude”.
Há anos atrás, numa entrevista que nos deu para a Revista Praça Velha, António José Teixeira recordava-nos que “a primeira aproximação com a Rádio Altitude foi mais na área cultural”, lembrando ainda o programa «Critério»” ao qual, quando foi para Lisboa, o Fausto Coutinho deu continuidade. “Contava com colaborações várias, de algumas pessoas que já não estavam na Guarda, como o Carlos e Mário Tenreiro”.
António José Teixeira acrescentava, nessa entrevista, ser a área cultural a preferida ao nível da atividade radiofónica. “Depois foi a notícia que me entusiasmou, o trabalho e a partilha de experiência com os colegas mais antigos na Rádio, como era o teu caso, e de muitos outros, como o Luís Coutinho, o Emílio Aragonez, o Antunes Ferreira, o Francisco Carvalho, o João Oliveira Lopes… Fazíamos de pequenas histórias grandes histórias, do incêndio, do acidente, uma aventura de todos os dias e que nos levava às aldeias e vilas da região. Foi isso que me entusiasmou, ir atrás das notícias, das pequenas notícias.”
António José Teixeira sublinhou, então, o papel formativo da Rádio Altitude, nessa época. “Mesmo naquilo que podíamos achar que, na altura, não era o melhor que se podia fazer. Era sobretudo (e tendo em conta as muitas limitações) um lugar com imaginação, com dedicação. Conseguíamos, como bem sabes, ultrapassar barreiras que às vezes eram inimagináveis. Hoje muita gente terá dificuldade em acreditar que fosse possível”. Acrescentava depois que “a partilha de conhecimentos e experiências entre as diferentes gerações, dos elementos que faziam a Rádio, resultava numa excelente aprendizagem; todos aprendíamos uns com os outros e sentíamos a nossa responsabilidade perante os ouvintes. Na altura, a Rádio Altitude tinha uma influência que nos deixava a todos um pouco espantados. E percebíamos isso sempre que nos deslocávamos ao interior do distrito ou da região”.
Tumblr media
Na década de 90, Ismael Marcos deixou Lisboa e veio para a Guarda, onde começou a trabalhar na Rádio da qual guarda excelentes memórias, “desde a aprendizagem à própria camaradagem. Penso que também deixei algum contributo com os conhecimentos que trazia de outra grande casa que é a Rádio Renascença. Tenho boas memórias dos diretos que fazia com o Emílio Aragonês, aos fim-de-semana, das diversas câmaras municipais.”
Muita memória da Rádio tem João Ferreira (filho de Antunes Ferreira, nome incontornável desta estação emissora). “Recordo principalmente nos pós-25 de Abril de 1974, ir com o meu pai para a RA e deparar ao cimo das escadas do primeiro piso, com uma G3 encostada e o respetivo titular a descansar na sala que mais tarde seria a biblioteca. Perante a minha interrogação o meu pai terá dito algo como: “Aquele soldado está ali para nos defender”. Eu retorqui: “Mas a arma está ali, longe dele!”, ao que o meu respondeu: “ele sabe que eu já cheguei e nesta altura, como ninguém nos fará mal, foi descansar um pouco.” Dormi todo o PREC descansado!”
José Luís Dias teve ainda muito jovem o seu primeiro contacto com a Rádio Altitude. “Foi durante uma visita de estudo que decorreu ainda nos meus anos de escola primária; um primeiro contacto fascinante, considero-me feliz por ter acontecido, entrando no edifício, sendo-nos mostrado tudo, inclusivé, o emissor... Fascinou-me ver como se fazia rádio ao vivo, a rádio com gente dentro, ver o que já ouvia em casa quase diariamente”
Em 1978, aos 16 anos, “pela mão daquele que considero o meu mentor, Emilio Aragonez, comecei a fazer rádio "a sério", foi o "Espaço Jovem", integrado na emissão da noite das 6ªs feiras, o "Intercâmbio 6".  Foi-me ensinado a trabalhar com equipamento de radiodifusão, a ter uma conversa natural e fluída com os ouvintes, a colocar a voz correctamente entre discos (sim, rodava discos, sabia fazer o "pre list"e "cue"), a respeitar quem nos ouve e, sobretudo, a manter os olhos bem abertos em relação aos níveis de áudio... não havia processamento, o único remédio era mesmo não deixar saturar os níveis”.
No vastos número de programas emitidos pela Rádio Altitude, sobressai – pela projecção alcançada – o programa “Giroflé”. “Foi um pouco de mim. A este programa me dediquei de alma e coração”, dizia-nos, recentemente, o jornalista José Domingos. “Se bem que havia uma lacuna na programação dirigida a crianças, o “Giroflé” começou na sequência de uma ação de angariação de géneros para os mais necessitados que organizei creio que no programa da tarde. Surgiu então a ideia do programa a que inicialmente aderiram Abílio Curto e Margarida Andrade.
Acabei por ficar sózinho. Mas consegui colocar as crianças a apresentar o seu programa em direto. Era lindo vê-los chegar até às Rádio antes das 18 horas de sexta-feira, a hora do programa. Uma "passarada" como dizia o meu saudoso amigo e ex-professor Manuel Madeira Grilo.”
Da programação da Rádio Altitude recorda-se também Sandra Esteves, hoje afastada das lides radiofónicas. “Gostei de todos os programas que fiz, mas o programa que mais me marcou pela positiva foi o “Alta Voltagem”, um programa de segunda a sexta-feira, com duração de uma hora, onde o estilo musical se diferenciava no contexto da programação das rádios locais da época e quebrava um pouco as regras numa programação mais tradicional”.
Para Sandra Esteves, a “década de 90 na cidade da Guarda, de uma forma geral, foi a melhor. Havia muitos estudantes na cidade e posso dizer que uma grande percentagem ouvia o meu programa, o que me deixava muito feliz”. Aliás, afirmou-nos que os seus anos na Rádio “foram sem dúvida, os melhores da minha vida. Fiz amizades que ainda hoje perduram. Éramos um grupo muito unido, a dar o nosso melhor diariamente”.
Luísa Coimbra tem na rádio uma das suas paixões que cresceu a partir dos seus 16 anos. “Mar de música, mar de gente” e “Sintonia” são alguns dos programas radiofónicos que evoca com saudade, agora que está afastada da rádio, de cuja magia nunca se desligou.
A sua adaptação à Rádio, para onde entrou por concurso, foi “muito fácil. Jovem como era, tinha a certeza de que aquele seria o meu caminho, contrariando embora todos os objetivos sonhados para mim, pelos meus pais.” Desse período nas ondas hertzianas não esquece os “fins-de-semana inteirinhos a passar “Discos Pedidos”, os programas da manhã “Mar de Música, Mar de Gente”, o programa “Sintonia” que me levou até às Produções Sintonia no Porto”, à formação no âmbito do Jornalismo.
Uma das vozes mais populares
A Rádio Altitude representa para Emílio Aragonez “praticamente uma vida toda. Uma pessoa que entra para ali aos 19 anos e fica lá até aos 68 obviamente que representa tudo”, dizia-nos há algum tempo atrás. “Esqueci-me muitas vezes que tinha família, esqueci-me dos amigos e vivia para o Altitude. Era tudo para mim!...”.
Tumblr media
Nos primórdios da sua atividade radiofónica teve por companheiros alguns dos internados no Sanatório Sousa Martins. “Havia, naturalmente, muito receio deste contacto com os doentes”, temor a que não escapava a própria cidade. Nessa época, as emissões da Rádio Altitude eram à noite, tendo depois passado a existir um espaço na hora do almoço. “Comecei também a fazer algumas das emissões desse horário, mas o trabalho mais alargado era aos fins-de-semana, dado que alguns doentes faltavam; havia um que tinha um programa desportivo, outro era responsável por um programa vocacionado para as questões culturais e um outro realizava o “Vento do Norte”, que foi um programa muito polémico”.
Desligado da atividade radiofónica, devido à sua idade, Emílio Aragonez é uma memória viva da Rádio e da Guarda – das suas estórias e tradições – igual a si próprio, referência de um tempo cúmplice das ondas hertzianas.
Emílio Aragonez foi, durante décadas, uma das vozes mais populares das emissões radiofónicas feitas, em onda média, a partir da cidade mais alta de Portugal
Helder Sequeira
0 notes