A selection of images chosen with care, prior to remembering your indifference to them.
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Levantar-se de um pulo e fugir e voltar a sentar-se sem se mexer, era a isso que se resumia no fundo a sua infância.
Geada, Thomas Bernhard
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Porto. Abril. Tantos de tal… E contínuo a teu lado, Hoje como ontem. Igual A mim próprio: abandonado Por todos, menos por ti. Posto que tão diferente Seja o berço em que nasci Da praia, livre, onde passas Com Sol a pino. Sorriste Alheio às minhas desgraças? Vê: mendigo sou que aceita Mesmo uma côdea de pão, Mas que traz na mão direita A flor que as roseiras dão… Vela pagada ou acesa? – Sei que me podem comprar Tudo, menos a nobreza De sorrir quando há luar… Pedro Homem de Mello eu desci aos infernos (1972)
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Paremos nas aparências, pareces dizer com os teus olhos eivados de noite, sedentários. Falta a este amor que força Do amor? E o falcão voa muito baixo, sob muros. Estar sozinho é o preço duma vida? Um horizonte de mágoa nas estrelas. O silêncio cruza tão distante entre o teu desterro e a minha exclusão. As ruas nocturnas serão nossas alguma vez? É a morte que nos faz viver? Joaquim Manuel Magalhães de súbito
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Viver é ver morrer, envelhecer é isso, enjoativo, tenaz, cheiro da morte, enquanto repetes, inutilmente, umas palavras, cascas secas, vidro partido. Ver morrer aos outros, àqueles, poucos, a quem verdadeiramente amaste, desmoronados, desfeitos, como o fim deste cigarro, rostos e gestos, imagens queimadas, enrugado papel. E ver-te morrer a ti também, remexendo frias cinzas, apagados perfis, disformes sonhos, turva memória. Viver é ver morrer e é frágil a matéria e tudo se sabia e não havia engano, mas carne e sangue, misterioso fluir, querem preservar, afirmar o impossível. Copo vazio, trémulo pulso, cinzeiro sujo, na luz nublada do entardecer. Viver é ver morrer, nada se aprende, tudo é um desapiedado sentimento, anos, palavras, peles, despedaçada ternura, calor gelado da morte. Viver é ver morrer, nada nos protege, nada teve o seu ontem, nada o seu amanhã, e de súbito anoitece. Juan Luis Panero poemas
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segredava-te, do tempo o vão aspecto; existias de noite como a letra de todo o movimento, e das estrelas o céu pintado ao fundo; e distraído, às vezes, confessava amar a tua pele como quem quer dizer-te: não morras nunca mais.
António Franco Alexandre quatro caprichos
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Numéro Deux, Jean-Luc Godard & Anne-Marie Miéville. 1975
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Tengo miedo de verte
necesidad de verte
esperanza de verte desazones de verte
tengo ganas de hallarte
preocupación de hallarte
certidumbre de hallarte
pobres dudas de hallarte
tengo urgencia de oírte
alegría de oírte
buena suerte de oírte
y temores de oírte
o sea resumiendo
estoy jodido y radiante
quizá más lo primero que lo segundo
y también viceversa.
Mario Benedetti
Viceversa
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Susan Sontag, from As Consciousness Is Harnessed to Flesh: Journals and Notebooks 1964-1980
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— Susan Sontag, from “Death Kit,” (1967) (via lunamonchtuna)
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The Secret of a Full Life
The secret of a full life is to live and relate to others as if they might not be there tomorrow, as if you might not be there tomorrow. It eliminates the vice of procrastination, the sin of postponement, failed communications, failed communions. This thought has made me more and more attentive to all encounters. meetings, introductions, which might contain the seed of depth that might be carelessly overlooked. This feeling has become a rarity, and rarer every day now that we have reached a hastier and more superficial rhythm, now that we believe we are in touch with a greater amount of people, more people, more countries. This is the illusion which might cheat us of being in touch deeply with the one breathing next to us.
The dangerous time when mechanical voices, radios, telephones, take the place of human intimacies, and the concept of being in touch with millions brings a greater and greater poverty in intimacy and human vision.
~ Anais Nin
The Diary of Anaïs Nin
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Inconscientemente desperdiçado.
Ai, o que os jovens não sabiam, pensou ela, deitando-se ao lado daquele homem, com a mão dele no seu ombro, no seu braço, o que os jovens não sabiam… Não sabiam que corpos flácidos, envelhecidos e enrugados eram tão carentes como os seus corpos jovens e firmes, que o amor não era para se deitar fora descuidadamente, como se fosse uma tarte numa bandeja, a meio de outras que seriam novamente oferecidas. Não, se o amor estivesse disponível, uma pessoa escolhia-o, ou não o escolhia.
— Elizabeth Strout, Olive Kitteridge.
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Finisterra - paisagem e povoamento | Carlos de Oliveira
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Trago os instrumentos do fogo Ponho-os na boca Ponho-os no coração Trago os instrumentos da respiração – Uma montanha, uma árvores que lhe dá abrigo – E suspendo-os nos ramos como pinhas que dão sombra Um lugar fresco para os deportados de Sião nas margens Trouxe também os instrumentos dos mineiros Uma luz na cabeça voltada para o pensamento Um olhar profundo O modo prisioneiro de virem livremente para fora E trago todos os instrumentos na circulação do sangue e na ocupação [permanente Das mãos Para o instrumento difícil Do silêncio
Daniel Faria poesia homens que são como lugares mal situados
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Durante um minuto permanecemos desconcertadamente juntos. Perguntas a ti mesmo em que língua hás-de falar-me, ofereces, antes, uma cebola avinagrada num palito. És jovem e talvez te esqueças de que o Império vive apenas nos sons puros das vogais que te ofereço acima do ruído. Eunice de Souza a rosa do mundo 2001 poemas para o futuro
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