#Otto Lara Resende
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Vera Fischer, José Wilker, Bonitinha Mas Ordinária, Otto Lara Resende (1981)
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Crônicas e Pensatas
Meu amigo social-democrata gosta de falar dos cronistas da imprensa carioca nos tempos onde havia o estado da Guanabara e não tínhamos a ponte rio-niterói. Pensei nisso quando vi uma amiga no Threads reclamando dos escritores contemporâneos escrevendo em primeira pessoa em suas newsletters invés de descrever o espírito coletivo de um tempo como o nosso onde temos tantos desafios a serem descritos…
#Crônicas#Fernando Sabino#Graciliano Ramos#Otto Lara Resende#Paulo Francis#Paulo Mendes Campos#Pensatas#Rubem Braga
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Evandro Teixeira Dies; He Exposed Latin American Dictatorships Through His Photography
Renowned photojournalist known for capturing Brazil's military coup had leukemia
"Here, in truth, is a style. Here we see sensitivity. It is Evandro Teixeira present here. More than his viewfinder, it is his vision," wrote Otto Lara Resende about his newsroom colleague at Jornal do Brasil.
Brazilian photojournalism lost one of its greatest figures, the "bright-eyed" man from Bahia, as described by the Minas Gerais writer.
Evandro Teixeira, born in the small town of Irajuba, Bahia, in 1935, and known for his coverage of Brazil's military dictatorship, died Monday afternoon at the age of 88.
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De tanto ver, banalizamos o olhar. Vêmos, não vendo. O campo visual da nossa rotina é como um vazio. Uma criança vê o que um adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do Mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de tão visto, ninguém vê. Gastamos a nossa visão no dia-a-dia, os nossos olhos ficam opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença. (Inspirado no texto de Otto Lara Resende) https://www.instagram.com/p/CpLMk4DtUJg/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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O desatino da rapaziada – Humberto Werneck
Uma bela pesquisa sobre os escritores mineiros e suas carreiras literárias e jornalísticas, sobre os jornais e revistas literárias de Minas no período de Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino Otto Lara Resende, Paulo Mendes Campos, Fernando Gabeira e outros mineiros ou idos a Minas. Conta “causos” ótimos!
“Paulo Mendes de Campos, por sua vez, conta numa crônica a história de um cultor das formas clássicas que, uma noite, no Trianon, tendo ouvido os rapazes da mesa ao lado concluírem que o maior poeta brasileiro era Carlos Drummond de Andrade, acercou-se deles e pediu para participar da conversa. Incorporado �� roda, tirou do bolso um revólver e encerrou a discussão com uma chave de outro – ou chumbo – ‘Meus caros jovens, os senhores dispõem do prazo improrrogável de dez minutos para mudarem de opinião. O maior poeta do Brasil é Alphonsus de Guimaraens’. Os rapazes, registrou o cronista, acharam mais prudente virar imediatamente a casaca literária.”
“Há quem diga, aliás, que Minas se vê melhor à distância – como a viu Pedro Nava em suas portentosas memórias, escritas num velho apartamento da Rua da Glória, no Rio...
Alguns, pouco numerosos, não partiram, por falta de apetência ou condições, e quase todos eles desmentiram a observação bem humorada de Jacques do Prado Brandão, anotada por Francisco Iglesias: ‘Mineiro que fica em Minas é porque tem algum defeito de fabricação. Não é exportável.’...”
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Paulo Mendes Campos, a erudição na crônica
Paulo Mendes Campos é um dos maiores nomes da crônica brasileira. Pertenceu à chamada geração mineira de 45, em que também se destacaram autores como Fernando Sabino, Hélio Pellegrino e Otto Lara Resende. Eles misturavam boemia, jornalismo e crise existencial com a leitura dos grandes autores universais e o requinte verbal. Isso elevou o nível da nossa crônica, que passou a figurar nas…
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Sofrimentos classificatórios
A Crônica morreu e ninguém me chamou pro enterro.
O cronista Otto Lara Resende, procurando o atestado de óbito d’A Crônica. Como a indústria do entretenimento é previsível. Cedo ou tarde, usa o crime pra capturar a atenção do consumidor. Um alien desavisado no planeta imaginaria que somos uma espécie de chupacabras anfetamínicos. Precisamos matar qualquer coisa pra seguir existindo, cozinhando moquecas, levando as crianças na escola, etc. Dessa…
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Sou versátil, o que é a melhor maneira de nada saber. Sou jornalista, especialista em assuntos gerais. Sei alguns minutos de muitos assuntos. E não sei nada.
Otto Lara Resende
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“Ah, quem escreverá a história do que poderia ter sido? O verso de Fernando Pessoa tem lógica. Será essa, diz ele, se alguém a escrever, a verdadeira história da humanidade.”
— Otto Lara Resende (“Como seria, se não fosse”)
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[em sentido horário] Ismael Nery (1900-1934), Oswaldo Goeldi (1895-1961), Eneida (1904-1961), Jayme Ovalle (1894-1955)
"Ismael e Ovalle, ambos nasceram em Belém do Pará; como Eneida e Oswaldo Goeldi*. Gente estranha, esses paraenses: místicos, pagãos, surrealistas, cubistas, sombrios, luminosos, cultivadores do corpo e do inconsciente, espontâneos, livres (...)”
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Otto Lara Resende - O príncipe e o sabiá (1994)
* Oswaldo Goeldi nasceu no Rio de Janeiro e veio para Belém com um ano de idade.
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Carta a Otto ou vinte e três agostos no coração
[Rio de Janeiro, agosto de 1945]
De onde venho, meu velho, para onde vou? Mais nenhum traço de comoção dramatiza a minha voz. Estou calmo, lúcido, fumando. Nem preciso rigorosamente escrever uma carta: ninguém me chama, ninguém me espera, ninguém me denuncia. O coração pesa e se refugia silencioso entre possibilidades e apreensões. Dir-se-ia de um coração cansado. Entretanto, meu velho, esse é um valente coração. Como se torna difícil de explicar as coisas quando a liberdade instala em nós seu reino de incertezas. Agora, eu preciso distinguir cada céu, conseguir de cada um a intimidade singular, de cada vento devo arrancar o segredo, a confidência, de cada alegria é preciso que eu estabeleça os limites, organizando as paisagens que a compõem, que lembranças me vivem na alma, que tonalidade de luz me cerca, que momentos de tédio ou ansiedade precederam o prazer de colecionar conhecimentos. Agora, irmão, tudo é diferente e nada se repete. O que me interessa nas coisas é o que elas poderiam ser. O que me atrai nas criaturas é a disponibilidade, essa linda e trágica espera incessante, esse constante vigiar das tentações, como se torcêssemos pela circunstância, pela pessoa, pelo demônio que viesse, e que sempre parece vir nos arrancar dos trilhos para as reviravoltas da vida. Você há de ter observado meu velho, um rosto, um olhar disciplinado e intimidado por séculos de civilização burguesa, você há de ter notado que nesses rostos costuma brilhar de vez em quando um anseio esquisito, uma luz que é bem uma sede de pecado, de desconhecido, de desastre. Instantes em que se revela em nós o pagão – o selvagem, o homem que deseja perder a própria vida e não ganhar. Bem, irmão, esses momentos são tudo para mim. Otto, mermãozinho, às 6 horas parnasianas de uma tarde carioca me canso de “literatura” e resolvo fazer literatura. Mas não sei. Então, escreverei um poema. E escrevo pra você: poema a otto lara resende ou vinte e três agostos no coração Carta de Paulo Mendes Campos a Otto Lara Resende, reproduzida em A cidade onde envelheço.
#Otto Lara Resende#Paulo Mendes Campos#correspondência#cartas#A Cidade Onde Envelheço#Marilia Rocha#Correio IMS
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Vista cansada - Crônica de Otto Lara Resende
Acho que foi o Hemingway quem disse que olhava cada coisa à sua volta como se a visse pela última vez. Pela última ou pela primeira vez? Pela primeira vez foi outro escritor quem disse. Essa idéia de olhar pela última vez tem algo de deprimente. Olhar de despedida, de quem não crê que a vida continua, não admira que o Hemingway tenha acabado como acabou.
Se eu morrer, morre comigo um certo modo de ver, disse o poeta. Um poeta é só isto: um certo modo de ver. O diabo é que, de tanto ver, a gente banaliza o olhar. Vê não-vendo. Experimente ver pela primeira vez o que você vê todo dia, sem ver. Parece fácil, mas não é. O que nos cerca, o que nos é familiar, já não desperta curiosidade. O campo visual da nossa rotina é como um vazio.
Você sai todo dia, por exemplo, pela mesma porta. Se alguém lhe perguntar o que é que você vê no seu caminho, você não sabe. De tanto ver, você não vê. Sei de um profissional que passou 32 anos a fio pelo mesmo hall do prédio do seu escritório. Lá estava sempre, pontualíssimo, o mesmo porteiro. Dava-lhe bom-dia e às vezes lhe passava um recado ou uma correspondência. Um dia o porteiro cometeu a descortesia de falecer.
Como era ele? Sua cara? Sua voz? Como se vestia? Não fazia a mínima idéia. Em 32 anos, nunca o viu. Para ser notado, o porteiro teve que morrer. Se um dia no seu lugar estivesse uma girafa, cumprindo o rito, pode ser também que ninguém desse por sua ausência. O hábito suja os olhos e lhes baixa a voltagem. Mas há sempre o que ver. Gente, coisas, bichos. E vemos? Não, não vemos.
Uma criança vê o que o adulto não vê. Tem olhos atentos e limpos para o espetáculo do mundo. O poeta é capaz de ver pela primeira vez o que, de fato, ninguém vê. Há pai que nunca viu o próprio filho. Marido que nunca viu a própria mulher, isso existe às pampas. Nossos olhos se gastam no dia-a-dia, opacos. É por aí que se instala no coração o monstro da indiferença.
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Os cronistas
Eu tenho um amigo como o social-democrata que me fala sobre o fato de escrever crônicas. Ele tem jeito pra tal por seu vasto conhecimento sobre o mundo. Mas como fazemos crônicas na era digital e da rede social. Ele me fala dos cronistas da imprensa carioca como Fernando Sabino ou Otto Lara Resende. Porém, hoje temos pessoas sendo contestadas por escrever tais textos como a colunista de…
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O elo perdido
Foi a primeira insônia completa de sua vida. Noite branca, hora a hora, minuto após minuto, segundo por segundo. Virava e revirava-se na cama, esbarrava no mesmo desconforto. A vida deixava de fluir. Uma parada, um branco, uma ausência. A falta de uma ponte. Um elo perdido. Levantava-se, procurava esquecer, desligar-se daquele segredo comprometedor. Ligar as duas pontas do que sempre fora ao que devia continuar sendo, sem interrupção. Fumou cigarro atrás de cigarro. Porque não queria fumar fumava mais. Andava pela casa. Olhava pela janela a rua – a calçada vazia, a árvore, as lâmpadas acesas. Pensou, lembrou, repensou, relembrou. Cruel, a noite vagarosa, a interminável noite ancorada. E a sua pequena desprotegida solidão, palpável, aborrecido plantão para nada. Estar só e acordado o fazia mais só, mais acordado. Velava a si mesmo. Tentou dormir no sofá da sala, mas nem o sofá nem a cama acolhiam naturalmente o seu corpo, o seu sono. Dormir era perder a própria companhia.
O elo perdido, Otto Lara Resende. Os cem melhores contos brasileiros do século
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#bonitinha mas ordinaria#bonitinha mas ordinária ou otto lara resende#jose wilker#carlos kroeber#cinema brasileiro#quando os diretores brasileiros vão entender que esse foi o auge do nosso cinem#quando#eles vão desistir?? ? ? e entender que nada que eles fizerem vai ser melhor que isso ?? quaNDO??#sdlkjflaj quando eu morrer eu quero que são pedro me mostre isso#kkkk isso demorou tanto pra fazer scr#mine
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Paulo Mendes Campos é um dos maiores nomes da crônica brasileira. Pertenceu à chamada geração mineira de 45, em que também se destacaram autores como Fernando Sabino, Hélio Pellegrino e Otto Lara Resende. Eles misturavam boemia, jornalismo e crise existencial com a leitura dos grandes autores universais e o requinte verbal. Isso elevou o nível da nossa crônica, que passou a figurar nas antologias…
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