#OLHO SECO band
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FILE UNDER: VETERANS DAY, ANTI-WAR, GRAPHIC ART, SLEEVE ART, '80s HARDCORE PUNK, BRAZILIAN HARDCORE PUNK, ETC...
PIC(S) INFO: Spotlight on the "Botas, Fuzis, Capacetes" 7 inch EP by Brazilian hardcore punk band OLHO SECO, released by the Punk Rock Discos label in their native Brazil in 1983.
REVIEW: "More great thrash from OLHO SECO. The high end of the mix is less piercing here than on the "Grito Suburbano" album; the guitar on “Muito Obrigado” suffers a bit for it, but the other two tracks blast along like a speeding bullet train. Hot!"
-- MAXIMUM ROCKNROLL, c. summer 1983
REVIEWER: Jeff Bale
LABEL: Punk Rock Discos
ISSUE: MRR #7 • July/August 1983
Sources: www.picuki.com/media/3472258916383835378, Maximum Rocknroll (official), various, etc...
#OLHO SECO#OLHO SECO band#Brazilian punk#Brazilian hardcore#Brazilian hardcore punk#80s hardcore#80s hardcore punk#80s thrash#OLHO SECO punk#OLHO SECO 1983#1983#Sleeve Art#Veterans Day#Veterans Day 2024#1980s#Punk Rock Discos#Records#Vinyl#Punk Vinyl#7 inch#7 inch Vinyl#7 inches#Punk#Anti-war#Punk rock#Hardcore punk#OLHO SECO Botas Fuzis Capacetes#Brazilian#Botas Fuzis Capacetes#Brazil
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Na divina sujeira
Da metamorfose da carne
Engulo em seco nova essência
Descasco a pele
A ermo em cascas, deixo me as traças
Em pedaços minha vitalidade
E na vulnerabilidade desse novo corpo
Presa fácil me torno e me vendo
Pele maquiada de band aid
Nas profundezas os pontos apodrecem
Nas antes suturas agora deiscência
Escorro em feridas purulência
Contaminando os que seguem e o que conduz
Culpa da ingenuidade
Que com curiosidade, desceu por espirais de novidades
Sigo em esperança de cura futura
Distraída pelas baratas promessas
Vou me esquecendo da culpa
Disforme aos próprios olhos
Irreconhecível, a sair disso me imploro
Mas insisto, e sigo na espiral do ignoro
Da famigerada Resiliência
Termo batido, que dizem ser bonito
Nos afogando em doença
Descrente de ser só mais uma experiência
Se nem cicatriz viraram ainda minhas deiscências
Tanto tempo em carne viva
Que vivo apodrecida e em clemência
Suturo a força meu tecido como costureira
A esconder a refém
Que me tornei dessa divina sujeira
-Está tudo bem?
-Sim
-Então sorria.
Autoral: @thousandnez
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𝑺𝒊𝒆𝒏𝒏𝒂'𝒔 𝑨𝒖𝒅𝒊𝒕𝒊𝒐𝒏
"Bom, vamos lá." disse para si mesma após terminar de arrumar sua maquiagem. Ela havia feito sua inscrição básica com a irmã, mas agora precisava enviar um video seu respondendo algumas perguntas enviadas pela produção do programa. Estava sozinha em casa, então havia montado o tripé de sua câmera e já tinha a ajustado para que a luz ficasse boa. "Sei lá se isso vai dar certo, mas não custa tentar." suspirou. "Só vou ligar a câmera aqui..." disse, apertando no botão de sua câmera para que ela começasse a gravar. "E pronto!" sentou-se, então, no lugar que havia arrumado e, com o papel das perguntas na mão, começou sua inscrição.
1. Diga seu nome completo, idade e aniversário.
“Então, o meu nome completo é Sienna Anne Parker - mas podem ignorar o Anne, é o que eu costumo fazer - tenho trinta anos e nasci em dezoito de maio de 1989.”
2. Qual sua profissão? É o que sempre quis fazer? Está satisfeito na sua atual posição?
“Eu sou arquiteta e trabalho em Los Angeles em um escritório.” respondeu sem dar muitos detalhes, afinal não gostaria de expor o seu local de trabalho. “Essa é a profissão que eu me imagino fazendo desde os sete anos. Antes disso, eu queria fazer parte de uma girl band - o que obviamente não deu certo. E sim, estou satisfeita com a minha atual posição. Um dia gostaria de abrir o meu próprio escritório, mas eu ainda estou no começo da minha carreira e estar onde eu trabalho vai me dar oportunidades para que isso aconteça em um futuro.”
3. Sua família é grande ou pequena? Como é o relacionamento com eles?
“A minha família é enorme. Eu tenho dois irmãos, dois sobrinhos, quatro tios, dez primos - e alguns deles já tem suas próprias famílias - e os meus quatro avós. A minha relação com eles é muito boa - sempre foi. Quando eu era criança, existia uma certa competição entre os meus avós, mas hoje isso não existe mais. Sou próxima de todos e eles são tudo pra mim.”
4. Como você interage com pessoas que nunca conheceu antes, tanto online quanto pessoalmente?
“Eu sou muito extrovertida e sociável, então costumo falar muito sempre. Por isso, consigo interagir bem com desconhecidos. Tenho facilidade para puxar assuntos e sempre acabo encontrando algo em comum com todos - mesmo que seja uma coisa pequena.”
5. O que as pessoas assumem sobre você que não é verdade?
“Que eu sou ingênua.” revirou os olhos. “Eu falo muito, estou sempre rindo e sorrindo, então algumas pessoas acham que eu não posso ser levada a sério. Mas qual é, eu tenho trinta anos, faz tempo que não sou mais criança. Eu tenho opiniões sobre tudo, então se você quiser falar comigo sobre política, eu vou saber falar sobre política. E se quiser falar sobre séries de comédia, eu também vou saber falar sobre.”
6. Qual seu pecado capital (raiva, ganância, orgulho, luxúria, gula, preguiça e inveja)?
“Preciso admitir que é o orgulho.” franziu o nariz em uma careta. “Quando eu tenho uma opinião, é difícil que eu consiga mudar o que penso.”
7. Quais as 3 músicas que você mais ouviu recentemente? E os 3 últimos filmes que assistiu?
“Contact, do Wiz Khalifa, Roxanne, do Arizona Zervas e bad guy, da Billie Eilish - não, eu ainda não superei essa música. E como eu estava fazendo uma maratona dos filmes do Oscar, os últimos três filmes que eu vi foram Parasita, O Irlandês e História de um Casamento.”
8. Qual foi seu primeiro amor? Como e por que ele acabou?
“Minha mãe sempre conta a história do dia em que eu me apaixonei por um vizinho nosso que tinha a minha idade - nós dois tínhamos uns 4 anos. Eu tentei beijar ele, mas ele saiu correndo.” negou com a cabeça, rindo. “Eu passei uma semana ignorando o coitado do menino, mas depois eu esqueci.”
9. Qual seu maior defeito em um relacionamento? Isso já foi a causa do fim de um namoro antes?
“Eu tenho um pouco de dificuldade em dar o braço a torcer numa discussão…” disse com uma risada, já que dizer que ela tinha um pouco de dificuldade era um completo eufemismo. “Eu sou muito teimosa, então, as vezes, eu fico brava porque não quero admitir que estou errada.” deu de ombros, fazendo uma careta. “Mas estou tentando melhorar nisso, prometo.” levou suas mãos ao ar, em sinal de promessa. “Não sei se isso já foi a causa do fim de algum relacionamento, mas pode ter sido.”
10. Você diz “eu te amo” com facilidade? Ou é algo difícil de admitir?
“Depende.” deu de ombros. “Se eu tenho certeza de que estou amando, vou dizer e pronto. Mas se não tenho certeza, talvez demore um pouco.”
11. É mais provável que lute com punhos ou palavras?
“Com palavras. Eu perderia qualquer briga física que entrasse, então…”
12. Se pudesse escolher um poder, qual seria? E por que?
“Teletransporte. Eu não moro longe da minha família, comparando com algumas pessoas, mas ainda são quatro horas de estrada. Se eu tivesse esse poder, poderia almoçar todos os domingos com a minha família ou poderia jantar com eles no meio da semana, coisa que não faço há muito tempo.”
13. O que te atrai fisicamente em um parceiro?
“Homens altos costumam me atrair mais do que os baixos. Não sei bem por que. Costumo gostar de homens atléticos, mas não aqueles que são muito grandes - tipo aqueles fisiculturistas. Sorrisos me atraem muito, então alguém com um sorriso bonito tem grandes chances de me conquistar. E em relação a tatuagens, eu não sei. Já saí com caras tatuados e outros sem nenhuma tatuagem, não tenho uma preferência.”
14. O que te atrai emocionalmente em um parceiro?
“Pessoas que me tragam estabilidade me atraem muito. Tenho trinta anos e não gosto mais dos joguinhos como um dia eu gostei. Quero me sentir segura e amada, sabe? Mas também quero alguém que me leve às alturas, que me faça sentir que sou a mulher mais especial do mundo. Quero um relacionamento leve e que eu possa ser eu mesma, ao mesmo tempo quero que ele seja ele mesmo.”
15. Qual sua ideia de felicidade?
“Eu sou uma mulher simples, então minha ideia de felicidade não tem muito a ver com bens materiais. Me vejo feliz morando numa casa no subúrbio - que eu projetei inteirinha, nos mínimos detalhes - casada e com uns dois ou três filhos.” Sien sorriu.“Eu consigo imaginar toda a cena. Os dois menores correndo atrás do mais velho no jardim, enquanto eu estou sentada na varanda dos fundos desenhando alguns rascunhos de projetos e o meu marido prepara algo na churrasqueira. E, nesse meio tempo, meus pais chegam para nos visitar, junto com os meus irmãos e sobrinhos.”
16. O que jamais perdoaria?
“Eu já perdoei tanta coisa que é difícil dizer algo que eu jamais perdoaria…” engoliu em seco, suspirando. “Hoje, eu não perdoaria traições. Um dia eu perdoei, mas hoje não mais.”
17. Se soubesse que iria morrer amanhã, o que faria hoje?
“Eu iria agora para San Francisco passar as minhas últimas horas com aqueles que eu mais amo. Compraria um vinho muito caro e tomaria ele inteirinho enquanto como uma pizza da minha pizzaria preferida.”
18. Prefere aventura ou segurança?
“Por mais que eu goste de pensar que prefiro aventura, eu prefiro a segurança. Mas isso não significa que eu não queira me aventurar por aí - ainda quero conhecer Paris, fazer um safari e visitar a Ásia.”
19. O que em você costuma irritar os outros?
“Eu falo muito e tenho sempre algum comentário para fazer, então algumas pessoas acabam se irritando com esse meu lado. Não posso tirar a razão delas, tem dias que eu falo mais do que eu deveria mesmo.”
20. Qual característica nos outros costuma te irritar?
“Tem momentos que eu converso com uma pessoa e ela me fala algo. Aí uns dois dias depois, quando estamos com outras pessoas na conversa, ela muda totalmente de opinião só pra agradar aquelas outras pessoas. Isso me deixa maluca.”
21. Descreva o que seria seu ambiente favorito. Urbano, rural? Selvagem, controlado? Como é o clima?
“O meu ambiente favorito é uma praia tranquila num dia ensolarado - nem tão quente, nem tão frio. Está ventando, mas não a ponto de incomodar as poucas pessoas que caminham na beira do mar.”
22. Se você fosse apresentador de algum programa de TV, sobre o que ele seria? Escolha alguma celebridade para apresentar com você.
“Eu com certeza teria um talk show. Estilo o do Jimmy Fallon ou da Ellen DeGeneres.”disse com um sorriso. “Como eu estou viciada no programa da Kelly Clarkson ultimamente, ela é quem eu escolho pra apresentar comigo. Sério, seria o melhor programa da tv.”
23. Tem tatuagens? Se sim, quais? Se não, você faria?
“Sim, eu tenho duas. Como não acho que eu ficaria bem com tatuagens grandes, as duas são pequenas. Uma é uma palmeira - que fiz por motivos óbvios - na parte lateral do meu pulso direito. E a outra eu fiz com a minha irmã, nós duas temos uma luatatuada na nuca. Foi a Rachel que escolheu e, pra ser sincera, não lembro por que.”
24. Como você reage em situações de emergência? Entra em pânico, congela, ou toma o controle?
“Eu geralmente tomo o controle. Mas já congelei em algumas situações que eu deveria ter tomado o controle.” revirou os olhos.
25. Por último, diga porquê alguém poderia se interessar em vê-lo na TV.
“Sendo bem sincera, eu não sei. Acho que sou uma pessoa interessante, mas não me considero mais interessante do que muitas mulheres por aí. Como eu comentei, eu falo muito e não tenho problemas em expor minhas opiniões, então talvez as pessoas tenham interesse em me ver na TV por isso.”
#blindlove:task#task 01#about sienna.#agora cansei dos questionários KKKK#acabei de perceber que coloquei uma mania na sienna sem querer#agora ela fala sozinha KKKKKK era só o que faltava
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━☆༄ gone
masterlist ♡ "quando ela foi embora”. total de palavras: 1.911
— SEU TOTAL É DE SESSENTA DÓLARES, SENHOR.
Harry sabe que estragou tudo e é exatamente por isso que ele não se importa de sair daquela floricultura caríssima e ser atacado por dezenas de paparazzis enquanto se preocupa unicamente em não derrubar o buquê de rosas no chão. Ele sabe que ela ama ganhar flores, principalmente as rosas daquele lugar, quando elas são de um vermelho tão escuro quanto sangue; ela também sabe que são caras, mesmo que Harry nunca tenha falado nada sobre elas serem ridiculamente supérfluas. Ele não as compra sempre, normalmente por algum motivo importante ou em uma data especial — ele geralmente a surpreende com girassóis ou orquídeas. Então, sendo bem sincero, ele sabe que realmente estragou tudo.
Mas isso não quer dizer que ele não possa consertar. Mesmo que tenha se passado um mês inteiro sem notícias dela, mesmo que ela não tenha respondido as mensagens ou atendido as ligações (mesmo quando Harry estava do outro lado do mundo e esperou ficar de madrugada para ligar). Ele estava confiante, afinal brigas eram normais entre casais, certo? Bem, era o que ele esperava. E, honestamente, ela não estava tão errada em simplesmente trancá-lo para fora de sua vida nas últimas semanas. A pressão de seu trabalho e o estresse de estar longe de casa, noites mal dormidas e cabeça cheia, o fez cuspir palavras que ele nunca nem pensou que seria capaz de falar na cara dela. Não era fácil, nem para ele nem para ela, mas eram ambos egoístas e às vezes não paravam para se colocarem no lugar do outro.
Ela ainda estava brava e Harry sabia que ouviria coisas que fariam seu coração doer, mas alguma coisa o dizia que ele merecia. E, talvez, as rosas ajudassem um pouco. Por experiência, ele sabia que ela gritaria (possivelmente até jogaria um vaso em sua direção), mas tudo acabaria com sexo; e depois ela o agradeceria por suas rosas favoritas. E Harry estava de acordo com a reação que ela teria, porque, apesar de tudo, ele amava como os olhos dela ardiam em chamas quando ficava irritada e, melhor ainda, ele sabia que por causa dessa chama eles acabariam na cama— ou no sofá, no chão, contra a parede… Não importa.
Ele não tinha certeza do que falaria, porque, no final do dia, ela sempre o deixava sem palavras. E mesmo que tenha passado a viagem inteira pensando em alguma forma de confortá-la e pedir perdão pelas merdas que havia falado há um mês, Harry ainda sentia dificuldade em se expressar. Ele queria que ela entendesse que também era difícil para ele — ter que deixá-la para trás e sempre fugir de questões sobre seu relacionamento por medo de como as pessoas reagiriam em relação a ela também doía. Honestamente, se ele pudesse sair gritando e clamando seu amor por ela para que todos ouvissem, não pensaria duas vezes. Mas Harry sabe melhor que isso, ele sabe que tem uma imagem a zelar. E é por isso que ele dá o seu melhor no estúdio, escrevendo centenas de músicas que expressam todos os seus sentimentos, dos mais profundos até os mais aparentes.
E ele mal podia esperar para chegar em casa. Harry sempre amou Nova Iorque, desde a primeira vez que pisou naquele lugar, mas nunca o suficiente para chamá-la de lar. No entanto, isso pareceu mudar rapidamente quando ele a encontrou. Apesar de ainda ter sua casa em Manchester, o pequeno apartamento no meio de Manhattan havia virado sua verdadeira casa — ao lado dela. Ele não era nada extravagante, apesar de absolutamente confortável. Harry definitivamente não precisava de muito quando a tinha ao seu lado. E, talvez, ele devesse ter dado um pouco mais de valor a isso.
Dentro do elevador, ele segurava sua mala com uma mão e o buquê com a outra enquanto tentava controlar seus sentimentos. Era incrível como a situação o deixava sobrecarregado, com um estranho peso em seus ombros, como se algo ruim fosse acontecer a qualquer momento. Harry odiava essa sensação e odiava mais ainda senti-la toda vez que discutia com ela. Tinha sido feio, sabe? E o fato de ter ocorrido por telefone só deixava tudo um pouco mais pior. Talvez ele devesse ter tentado um pouco mais; talvez ele devesse ter ligado mais vezes e não simplesmente desistido.
Harry abriu a porta com um pouco de dificuldade, automaticamente colocando um sorriso no rosto. A primeira coisa que ele sentiu ao colocar-se para dentro de casa foi o cheiro adocicado familiar, a segunda coisa que ele sentiu foi o frio. Ao depositar sua mala no chão e fechar a porta, retirou seu sapato e sentiu a madeira gélida por debaixo de seus pés, estranhando como estava gelado.
— Honey? — a chamou com um tom tímido — Eu cheguei… Um pouco mais cedo, eu sei, Jeff conseguiu me colocar no primeiro voo para cá!
Suspirando ao seu recebido pelo silêncio, ele nem sequer estranhou o aquecedor desligado. Sabia que, às vezes, ela meio que pirava e deixava o apartamento inteiro gelado como a Antártica e se escondia debaixo de vários cobertores pesados enquanto tomava uma caneca de capuccino pelando, porque era o único tipo de café que ela não se sentia forçada a tomar todos os dias para se manter acordada.
No entanto, a sala estava vazia. Um brilho, mas vazia. Ele também não reparou em como tudo estava no lugar certo, mesmo que ela fosse ainda mais desorganizada que ele próprio. Não, ele não percebeu nada disso porque estava ocupado tentando pensar em coisas positivas: como ela estar no quarto deles, por exemplo. Então, Harry deu passos ligeiros até seu quarto e abriu a porta de forma lenta. Novamente, ele se deparou com mais um cômodo vazio.
Incomodado, ele abriu a boca:
— Honey? — ele murmurou baixinho, repreendendo-se logo em seguida e a chamando novamente em um tom mais alto. — Eu cheguei. Mais cedo, óbvio. Jeff conseguiu me encaixar no primeiro voo que encontramos… Eu gostaria de ter vindo antes, mas não tinha jeito.
Ele não estava falando sozinho, seus olhos estavam presos na porta fechada do banheiro. Harry com certeza não estava falando com as paredes, porque ela estava dentro do banheiro fazendo sabe lá Deus o que— a questão era que ela estava ali. Talvez tomando um banho quente (o que era improvável, já que não havia barulho de água), talvez ela estivesse testando uma nova base, ou sombras coloridas na frente do espelho; provavelmente decidindo manter-se em silêncio como uma punição por Harry ter sido tão babaca e egoísta.
Então ele ficou ali, parado. As rosas começaram a pesar e ele percebeu que ficara minutos esperando por qualquer sinal — esses que nunca apareceram. Colocando a mão para trás, assim escondendo o buquê, ele deu pequenos passos até a porta. Talvez estivesse trancada, talvez ela não tivesse escutado quando ele chegou.
Harry só percebeu que suas mãos tremiam quando abriu a porta do banheiro e se deparou com ele vazio. Não havia nenhum sinal dela ali, literalmente nem mesmo a escova de dentes lilás. O balcão estava limpo, sem as maquiagens jogadas por todos os cantos ou elásticos de cabelo na torneira. Era como se ela nunca tivesse feito parte daquele lugar.
A rosas foram depositadas dentro da pia, sem cuidado algum. Abrindo as portas do armário e as gavetas de forma desesperada, ele encontrou apenas suas coisas. Nada de maquiagem, cremes, o secador cor-de-rosa, simplesmente nada. E foi aí que ele se deu conta de que seu coração batia forte demais e sua respiração estava pesada; seus olhos brilhavam em lágrimas que, aos poucos, formavam-se prontas para escorrer por suas bochechas gélidas. Talvez ela tenha viajado de última hora! Fazia sentido, fazia todo o sentido do mundo. Seus pés o levaram até o closet que eles dividiam, seus pensamentos afundados em uma esperança que se preparava para destruir seu coração. Seu estômago doeu quando encontrou suas roupas e sapatos tomando conta de todas as prateleiras e cabides, sem sinal algum dela.
É um erro. Uma brincadeira sem graça. Uma pegadinha de mau gosto.
— Sim, sim, — ele murmurou com um pequeno indício de risada em sua voz trêmula. — Sim, meu amor, eu mereço isso. Fui um completo idiota com você! Eu já deveria saber que a sua vingança seria algo desse tipo. E eu ainda acho que deveria ser um pouco pior pelo fato de eu ter me esquecido que você prega as melhores peças.
Engolindo em seco, ele forçou uma risada para fora e seguiu em direção da cozinha. Suas mãos ainda tremiam como nunca. Só… Só de pensar na possibilidade de ter sido deixado para trás… Aquele pensamento o quebrava, vazia seu coração doer com o inferno. Ela não poderia ter ido embora, não sem avisar, não sem ele ter lutado por ela antes. Era simplesmente impossível que aquilo fosse acontecer. Afinal, ela tinha prometido. Droga! Ela sabia que seria difícil, tinha completa noção de como seria estar em um relacionamento com alguém como Harry. Ela sabia, ela aceitou os riscos e prometeu que não o deixaria quando tudo ficasse difícil e complicado.
A briga tinha sido feia. Poucos minutos antes de Harry se apresentar ao vivo em um programa de TV que ele mal consegue lembrar o nome; ele havia ligado pela primeira vez em dias porque, além de sentir saudade, ele precisava contar que sua viagem havia se estendido por mais algumas semanas. Aquela não tinha sido uma ideia inteligente e ele sabia, mas precisava arrancar o band-aid de alguma maneira. Houve uma gritaria que o deixou com enxaqueca por horas, palavras cuspidas como fogo e lágrimas causadas pela mágoa e raiva. Ele se trancou no camarim, mas todos conseguiram ouvir a discussão do lado de fora e quando ele saiu porque sabia que estava quase a ponto de se atrasar todos fingiram que nada aconteceu, mas, no fundo, até mesmo Harry sabia que todos ouviram. Ele era um grande babaca, mas nunca, em momento algum, chegou a pensar na possibilidade de ser deixado. Brigas eram comuns, principalmente quando ele era extremamente ocupado por seu trabalho e ela deveria entender e apoiá-lo.
No fundo, ele esperou encontrar um bilhete no balcão ou um post-it colado na geladeira. Algo como “adeus” ou “até logo”, mas era claro que não havia nada. Ela havia feito um belo trabalho em esconder todos os seus traços, como se nunca tivesse feito parte daquele lugar. Seu coração quebrou um pouco mais quando encontrou o último girassol que havia mandado para ela — ele estava murcho.
De alguma maneira, conseguiu alcançar seu celular no bolso traseiro de sua calça, rapidamente o desbloqueando e procurando pela contato dela. Suas costas bateram com força contra o balcão, sem perceber. Harry passou sua mão livre por seu cabelo, puxando-o para trás enquanto rezava para que ela atendes—
— Harry.
— Honey! — ele suspirou aliviado, — O que aconteceu? Você me assustou… Por que não me avisou que iria viajar?
— Eu sei que deveria ter avisado antes ou pelo menos ter deixado um bilhete, uma mensagem, sei lá. Alguma coisa não me deixou fazer isso, então eu apenas… Apenas fui embora.
— Oh. — sussurrou — Quando você vai voltar?
Sua voz soou calma, quase que doce; com sua cabeça baixa e o dedo indicador entre os lábios, ele tinha seus olhos fixos no chão.
— Harry… Eu não vou mais voltar.
se você chegou até aqui, por favor expresse a sua opinião sobre gone! esse é o primeiro oneshot que eu me senti confortável o suficiente para postar e estou ansiosa para saber a opinião de vocês! pode mandar por aqui
#harry styles#harrystyles#harry styles imagines#harry styles imagine#hs#imagine#harry styles fic#harry styles fanfic#harry edward styles#oneshot#harry styles oneshot#harry styles angst#angst
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﹟ LOVE CONFESSIONS﹕ receiver confesses their love for sender . // jacob & sienna rs
@moonchlvd
parou por um momento para respirar fundo e alinhar os pensamentos mais uma vez antes de retomar seja lá qual era a discussão que estavam tendo - naquele ponto, nem sabia mais porque estavam brigando originalmente, considerando que pareciam ter jogado tudo em um liquidificador e resolvido lidar com todas as problemáticas de seu relacionamento numa mesma noite. relacionamento este que nem mesmo sabia como poderia definir ainda, apenas por não saber como ele queria tratar o que tinham. porque sienna estava certa de seus sentimentos e de que queria estar junto dele, isso nunca tinha sido uma dúvida para ela desde o reencontro de ambos, apenas semanas antes. “eu não aguento mais isso.” murmurou, acabando por repetir em um tom mais alto, o olhar subindo novamente para o semblante do rhodes. “eu estou falando sério, não aguento mais ter toda vez que nos encontramos uma briga diferente e que não nos leva a lugar algum. a gente não resolve praticamente nada, e só fica andando em círculos. e não aguento mais fazer isso com você de todas as pessoas.”
pegando um copo apoiado sobre o balcão, ainda com um pouco de água que tinha servido mais cedo, a st. james tomou o líquido praticamente em um gole só, tentando usar do momento para ponderar qual a maneira que deveria utilizar para colocar em palavras tudo o que estava armazenado dentro de si. “não tem como eu gostar de ficar assim contigo, porque parece que eu estou tentando te afastar ainda mais de mim toda vez que começamos com isso, e essa é a última coisa que eu quero no mundo. e o pior é que, ainda assim, passar por isso ainda é a única maneira que encontro de te ter comigo, e eu não consigo sonhar com a ideia de abrir mão disso.” engoliu em seco, tentando manter um tom de voz estável. então, cruzou os braços em frente ao peito, buscando encontrar um mínimo de conforto no tipo de situação com a qual se acostumava aos poucos: ter que lidar diretamente com os problemas de sua vida, sem somente se esquivar porque não estava pronta para enfrentá-los, “jacob, eu te amo, e não sei mais o que fazer pra você entender isso de uma vez. de verdade, não sei.” se aproximando do mais velho, tocou suavemente em seu braço, tentando trazê-lo para mais perto. “faz dez anos que a gente se conheceu, e faz dez anos que eu sou completamente apaixonada por você. como você pode não enxergar isso?”
tocá-lo sempre fora uma ação praticamente natural de sienna, que nunca fora a melhor em manter suas mãos longe do mecânico em seus meses como casal, anos atrás, e agora não conseguia fazê-lo nem nos momentos em que deveria, considerando toda a saudade que ainda sentia pelos anos perdidos. ter a sua mão acariciando seu braço, então, era somente um ato iniciado de forma automática, enquanto cuidava o olhar dele com o próprio. “desde a primeira vez em que nós ficamos juntos, até hoje, eu continuo louca por você, e… eu nunca consegui te esquecer, mesmo quando eu queria. e eu realmente quis por um tempo, porque doeria muito menos se não tivesse todas as nossas lembranças.” assumia a responsabilidade única que tinha naquela questão, contudo, os dois sabiam muito bem; não tinha razão alguma para trazer aquilo novamente para a conversa. provavelmente já tinham discutido o suficiente e discorrido todos os tópicos possíveis daquele problema nos minutos anteriores. “por um bom tempo, eu sentia a sua falta sempre que fechava os olhos; não conseguia nem cogitar a ideia de estar com outro, porque queria que fosse você no lugar.” disse. “você sempre foi o único pra mim, no meu coração, e eu nunca tive ninguém na minha vida que significou um terço do que você sempre foi. estar contigo foi a única vez na minha vida em que dizer que eu amava alguém não parecia como arrancar a porra de um band-aid.”
usando a mão livre, a colocou sobre o ponto em que tinha costume de apoiá-la no pescoço masculino, aproveitando a familiaridade daquele gesto em uma tentativa a mais de conseguir que ele assimilasse o que estava falando. “eu nunca amei alguém além de você na minha vida. nunca quis me casar com outro, e… que inferno, até mesmo eu te vi como o único cara que eu queria ter como pai dos meus filhos, tem ideia disso?” as palavras que utilizava poderiam soar absurdas para os demais, levando em consideração o pouco tempo em que realmente tinham estado juntos, no entanto, sienna sabia que ele entenderia. porque sempre haviam sido intensos em seu relacionamento, até nos dias atuais, e nunca deixavam de estar na mesma página nessa questão, ainda que estivessem em uma incontável gama de ângulos. “por isso me dói tanto que você tenha feito justamente isso, só que com outra pessoa. olha, não sou idiota, sei que não tenho o direito de ficar brava com você, mas é impossível não odiar essa situação, porque na minha cabeça sempre foi você que eu imaginei sendo o meu marido, e… eu odeio que tenha sido com ela que você casou.” a questão envolvendo ava, de certo, era uma que a magoava em certo ponto, mesmo entendendo que não poderia culpá-lo de ter encontrado algum consolo após ter praticamente o abandonado. e era ainda mais óbvio que odiava que jacob não tivesse concretizado o divórcio com ela, por mais que não vivessem juntos.
subindo com os dígitos que estavam no braço do rhodes até os fios do cabelo dele, começou a acariciar sem pressa os mesmos, conforme eliminava a distância que ainda restava entre seus corpos com outro passo a frente, se encaixando de forma tão familiar e natural com ele. “jake, não quero desperdiçar mais tempo com você, por favor. olha, eu sei que temos muito pra resolver, mas quero fazer isso junto contigo.” murmurou, mantendo seu olhar fixo no dele. “por favor, me dá uma chance de consertar as coisas, de termos aquilo que queríamos juntos, e que ainda está aqui. o nosso amor não é do tipo que vai simplesmente embora só de ser deixado de lado, porque obviamente não funcionou pra nenhum de nós tentar essa estratégia, ou não estaríamos aqui.” afirmou, acreditando fielmente em cada uma de suas palavras, e torcendo que ele a entendesse. “uma década inteira passou, e a gente teve tanta coisa no caminho, mas estamos aqui de novo, não é? o nosso amor… não é algo que pode ser desperdiçado, se durou tudo isso. tem um significado; nós temos um significado.” tocou suavemente com os lábios nos alheios, sem prolongar o beijo por além de um punhado de segundos. “não existe uma forma em que eu possa olhar pra você sem te amar completamente, com todas as suas qualidades e defeitos. você é o amor da minha vida, jake, e é tão simples assim tudo isso.” encostando a testa na alheia, manteve o tom de voz baixo para findar aquilo tudo, embora não soubesse como o mais velho iria acabar lidando com o que o apresentava. “com todos os nossos acertos, e apesar de todos os nossos erros, não é loucura pensar que nós fomos feitos um para o outro, jacob.”
#in character: answers.#character: sienna st. james.#partner: andy.#⧽ ⠀ ⠀ ── ⠀ ⠀ the darkest little paradise ⠀ ⠀ ﹕ ⠀ ⠀ sienna & jacob.
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KRITIK: OdioSocial – Holy Wars
KRITIK: OdioSocial – Holy Wars
Im Dezember 2020 hat die brasilianische Hardcore-Punk Band OdioSocial Unholy Wars digital veröffentlicht. Unholy Wars by OdioSocial Ein gutes Jahr später erscheint via Black Cat Tapes die Platte nun mit dem Namen Holy Wars und neuer Covergestaltung. Die brasilianische Hardcore- und Punkszene ist schon lange kein Geheimtipp mehr. Bands wie Agrotoxico und Olho Seco sind hierzulande schon lange…
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MORTE LENTA Demo cassette NO PATIENCE RECORDS NP 40 2016 demo of Morte Lenta from Brazil! are they same band who released a split LP with HC-137 in 1991??? anyway, this is nice demo(released in Australia) included a cover song of Olho Seco's everybody knows Nada! powerful raw(not everybody's loving discharged) hardcore punk! great!
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NOISECORE FROM 1984!!!!!!! The longly awaited full discography by these pioneering Noisecore Punks from Brazil, among the earliest and most annihilating sonic terrorists of the '80s! These maniacs were responsible for a crazily fast Chaos-Thrash long before the British explosion of Grindcore or the arrival of bands like AxCx, Sore Throat and the likes, and they were equally extreme and out of control... the blasting tornado on their split with OLHO SECO from 1985 was way ahead of their time in terms of outrageous speed and ear-splitting distortion. This exhaustive discography LP includes the following: Split LP with OLHO SECO (both versions. 1985), INFRATORES (pre-BRIGADA DO ÓDIO! 1984), s/t EP (2002) and "Diáspora" EP (2006, for the first time on vinyl!). 50 TRACKS!! Comes with a booklet with rare photos, original artworks and biographical notes written by the band. Co-released with Insane Noise Distro from Brazil. @foad_records #brigadadoodio #foadrecords #noise #punk #noiserock #vinyl #vinyladdict #vinylcommunity #vinyldigging #vinyldecal #vinyllovers #vinylgeek #vinylmusic #vinylnation #vinylnewin #vinylstore #vinyldistribution #grindpromotionrecords (presso Bassano del Grappa) https://www.instagram.com/p/CNHOm_Kpik0/?igshid=1eefdl2qw4919
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OC 003 Cólera - Tente Mudar O Amanhã CS
The story of Colera began in 1979 in Sao Paulo when two brothers, Redson (guitar/vox) and Pierre (drums), backed with their buddy Val (bass), formed the band influenced by classic punk bands like The Ramones, Stiff Little Fingers and The Clash. Their first recordings appeared in 1982 on the Grito Suburbanos 12" compilation, alongside bands such as Olho Seco and Inocentes, who also made their first appearances on vinyl.
After three years of of Brasilian and international hardcore punk compilations, they put out their first LP, Tente Mudar O Amanhã, on the legendary Ataque Frontal records, a label that reissued the brilliant SUB compilation the same year and put out Ataque Sonoro, both seminal compilations of Brasilian 80s hardcore punk.
For the first time in history, now you can enjoy the official press of Tente Mudar O Amanhã, the first Colera album in cassette format. Limited to 175 copies and each copy includes a two-sided folded insert with lyrics and photos. https://livinginadoomtown.bigcartel.com/product/colera-tente-mudar-o-amanha-outsider-classics-new
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Terrible Albums from Great Bands.
Duas coisas são certas: ninguém é perfeito, e a arte é subjetiva. O que eu considero bom pode não ser tão agradável aos olhos e gostos de todos e vice-versa. No entanto, algumas opiniões são unanimes, e foi pensando nisso que juntei nesse post alguns (sim, alguns) dos piores álbuns já feitos por bandas que são, sem sombra de dúvida, incríveis.
Gostaria de lembrá-los aqui que eu não tenho absolutamente nada contra as bandas aqui citadas, pelo contrário, admiro todas elas! Tive que fazer um sacrifício para que esse post viesse à vida e dediquei a última semana a ouvir, novamente, todos os álbuns aqui citados. Garanto a vocês, sem sombra de dúvidas, que foi uma das experiências mais dolorosas que eu já vivi. Não existe nada, absolutamente nada, pior do que música ruim.
Sem mais delongas, vamos à lista!
Mötley Crüe — Generation Swine
Eu não poderia começar essa lista com um álbum diferente. O último álbum que o Mötley Crüe gravou sob o selo da Elektra Records foi um desastre total. Com a volta de Vince Neil aos vocais da banda, críticos e fãs acharam que haveria uma restauração no som clássico do Crüe, ao invés da influência mais pesada e crua do frontman temporário (e incrivelmente talentoso, na minha opinião), John Corabi. Ao invés disso, o Generation Swine foi uma tentativa completamente fracassada de modernizar o som da banda, trazendo elementos do rock alternativo e marcando da pior maneira possível a história dos bad boys de Hollywood. Começando com Find Myself, uma cópia mal-feita do som de Marilyn Manson, e passando pela faixa de punk falso que dá título ao álbum, O Mötley Crüe conseguiu soar irremediavelmente fora de controle. A única música decente, Afraid, soa como algo produzido numa era pós-grunge do Cheap Trick. E para completar, temos a pior faixa do álbum (talvez até mesmo de toda a história do glam metal), uma cereja de bosta no topo de um bolo de merda: Brandon é uma balada orquestral ridícula escrita e interpretada por ninguém menos que Tommy Lee para seu filho recém-nascido. Em entrevistas, o próprio Vince Neil descreveu esse álbum como “simplesmente terrível”, e Mick Mars também não é um grande fã do Generation Swine. Acredito que falo por todos quando digo que eles estão cobertos de razão.
Guns N’ Roses — The Spaggheti Incident?
O que esperar de um álbum composto inteiramente por covers, que inclui a releitura da música de um dos mais infames assassinos de toda a história? The Spaggheti Incident? tinha tudo para ser um grande álbum: boas faixas selecionadas, a banda, por mais que não tivesse Izzy Stradlin e Steven Adler em sua formação, ainda estava em boa forma e o histórico de covers incluídos em álbuns anteriores era agradabilíssimo. A prova disso são as clássicas e arrasadoras versões de Knockin’ on Heaven’s Door e Live and Let Die. Mas o desespero por atenção em meio à ascensão grunge da década de noventa fez com que Axl Rose e os Guns perdessem a mão aqui. Buscando trazer de volta o glamour e a vitalidade de faixas inspiradoras e clássicas das décadas de 70 e 80, The Spaghetti Incident? nos traz, na verdade, nove faixas pouquíssimo memoráveis, uma balada agradável com Since I Don’t Have You, o poder e a influência punk de Attitude, uma releitura realmente interessante (e a faixa que considero a minha favorita nessa bagunça toda) com You Can’t Put Your Arm Around A Memory, que ganhou os vocais de Duff McKagan e o maior erro que o Guns N’ Roses poderia cometer: Look At Your Game, Girl, a faixa que encerraria o disco e que foi originalmente composta e cantada por ninguém menos que Charles Manson. Sim, aquele Manson. A banda merece crédito por tentar sobreviver à década perdida com releituras como estas, e também pela nota simbólica inserida na contracapa do disco: “Faça a si mesmo um favor e vá ouvir as versões originais”, mas a escolha pobríssima de incluir uma canção como Look At Your Game, Girl anula isso de maneira irreversível.
Metallica — St. Anger
Meu favoritismo pelo Metallica não é segredo para ninguém. É a minha banda favorita, sem dúvidas, e foi a que mais esteve presente nos momentos marcantes da minha vida. Portanto, como fã, receber um álbum tão ruim como o St. Anger foi algo decepcionante e doloroso - era simplesmente o trabalho de uma banda brilhante que realmente não estava se divertindo. As letras autodescritivas de James Hetfield soam como um homem amargurado, fazendo uma sessão de terapia aberta ao público, o que não seria uma coisa ruim se essa terapia não estivesse atrelada a um monte de músicas que não chegam a lugar nenhum e levam uma eternidade para chegar lá. E, por favor, não vamos nem tocar no assunto “bateria”. Lars pode intitular o caminho escolhido aqui como algum tipo de declaração de arte ou reconhecer como uma auto-sabotagem deliberada, mas a verdade é que foi simplesmente uma decisão terrível. Sad, but true, como uma certa banda disse uma vez.
Pantera — Metal Magic
Antes de haver Pantera, havia Glamtera! Sim, o Pantera já foi uma banda de glam metal. Armados com nomes incríveis e glitterizados como Diamond Darrell e Rex Rocker, o grupo estreou na cena musical com Metal Magic, em 1983. Mas a única coisa realmente mágica sobre esse álbum é o quão magicamente ruim ele é! Claro, pode não parecer justo culpar um jovem de 16 anos que ainda não havia se descoberto como ‘Dimebag' Darrell, mas foram eles que escreveram e a capa diz Pantera. Imitando guitarras teatrais encontradas no metal tradicional do início dos anos 80, os licks aqui são sempre competentes, mas as composições deixam quase tudo a desejar. Um Terry Glaze subdesenvolvido ainda atuava como frontman da banda e sua performance empobrecida e caricata enterrou qualquer momento redentor que pudessem vir nas faixas sexualmente carregadas Ride My Rocket e Tell Me If You Want It.
KISS — Hot In The Shade
O KISS escolheu o título certo para Hot in the Shade, de 1989, porque é uma pilha de merda tão fumegante que nem mesmo algumas nuvens poderiam começar a esfriar aquela coisa. Retornando a um som de rock mais estimulante do que o antecessor Crazy Nights, esse álbum parece artificial, em vez de oferecer a marca hêmica do KISS que os tornou tão marcantes na década anterior e nos primeiros anos da banda. Além disso, ter Michael Bolton como co-compositor da balada Forever (a única música memorável do álbum), segue sendo um dos maiores crimes da história do rock.
Iron Maiden — Virtual XI
Virtual XI é o fundo do poço na história do Iron Maiden. Buscando encontrar um som e readaptar tudo para combinar com a voz de barítono de Blaze Bayley, depois de escrever para o tenor operístico de Bruce Dickinson por uma década, eles tentaram e falharam. Miseravelmente. The Angel and the Gambler, o single principal, foi uma imitação tímida do The Who com seu refrão repetitivo e os tropeços continuados. Sem inspiração e tentando desesperadamente encontrar algum tipo de vantagem, as peças redentoras encontradas em Lightning Strikes Twice, When Two Worlds Collide e a clássica The Clansman, que ainda nos faz erguer os punhos nos shows, não são suficientes para sustentar o caso perdido que é esse álbum.
AC/DC — Fly On The Wall
No Flick Of The Switch, de 1983, sem Mutt Lange como produtor, a banda seguiu o caminho “faça você mesmo”, e funcionou. Com seu som despojado e seco e uma boa parcela de material... carnal, é o registro mais subestimado dos caras. Mas com Fly On The Wall eles perderam o rumo e o enredo. Como co-produtores, Malcolm e Angus fizeram o AC/DC soar como uma banda cover medíocre do AC/DC, fazendo um show em uma noite ruim, e como compositores tudo o que eles conseguiram escrever foi uma música que beira a decência, Shake Your Foundations. No total, o álbum é um desastre. Ainda sim: algumas pessoas gostam bastante.
DIO — Angry Machines
Seguir a brilhante e sombria Strange Highways seria, obviamente, difícil. O período em que o álbum foi produzido e lançado não foi um dos mais fortes do metal, mas o álbum trouxe peso esmagador e emoção bruta, o que nos levou a acreditar Dio estava pronto para manter a bandeira tremulando orgulhosamente com Angry Machines. Ou não. Os caras fizeram o exato oposto, lançando o único álbum verdadeiramente medíocre sob o nome de Dio. Com uma sensação grunge subjacente, Angry Machines é completamente desprovido da magia e da emoção de arregalar os olhos e erguer os chifres no ar que todos esperamos de Ronnie James Dio. Black, Big Sister e Golden Rules? Não, obrigada.
Black Sabbath — Forbidden
Quando Tony Iommi chamou o Forbidden de “uma bagunça total”, ele estava sendo muito gentil. Esse é, de longe, o pior álbum que o Black Sabbath já fez. Ele foi gravado com a mesma formação de ᛏᛉᚱ: Iommi na guitarra, Tony Martin como vocalista, Neil Murray no baixo e Cozy Powell como o baterista, mas desta vez haviam dois novos rostos nessa mistura e a influência deles se provaria definitivamente desastrosa. O produtor do álbum foi Ernie C, guitarrista da banda de rap-metal Body Count. A produção crua e quase amadora fez o Sabbath soar como uma banda de bar. E quando o frontman da Body Count, Ice-T, fez uma participação em Illusion Of Power, o fedor do desespero se fez notável no ar. Forbidden foi a pior parte da história do Sabbath.
Alice Cooper — Goes to Hell
O acidente que fez Alice Cooper cair do palco em Vancouver na turnê Welcome To My Nightmare foi uma indicação clara de que o consumo de álcool do cantor estava tendo um efeito terrível em sua carreira. E essa indicação foi comprovada com o álbum que seguiria a turnê em questão. Goes To Hell é o fundo do poço do rock AOR dos anos 70, uma bagunça recheada de lixo teatral e gosma de rádio, baladas bregas e disco. Isso mesmo, disco. A única coisa que Alice acertou nesse álbum foi, sem sombra de dúvidas, o título.
Fico feliz em encerrar esse post dizendo que algumas dessas bandas se recuperaram com sucesso depois desses enormes fracassos. Infelizmente, não se pode ganhar todas, e alguns listados aqui continuaram insistindo em faixas ruins e álbuns tão ruins quanto. Mas isso é assunto para outro dia, talvez uma segunda lista. Por hora, me resta aguardar o feedback de vocês e esperar. Fico por aqui, até a próxima.
— Yours truly, 𝕯ope 𝕼ueen.
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Caixão
Eu quero morrer na tranquilidade da noite
Eu quero morrer , e sentir tudo de humano possível
Eu quero sentir o alivio de não sobreviver mais
Eu quero sentir o temor nas mãos
O ultimo suspiro e a lagrima escorrendo pela minha pele
Eu quero morrer com a tranquilidade , de já ter limpo sangue seco
Passar o algodão na carne partida
Olhar o sangue escorrer pelos dedos
Estanca los
respirar fundo
e colocar curativos
ver a dor e as lagrimas
sentir a dor e agonia daquele sangue
e sorrir
mas ninguém nunca limpou o meu
eu quero morrer com a certeza de que meus olhos nunca mentiram quem eu sou
mas ninguém realmente os leu
eu quero morrer com a mais absoluta certeza de que eu senti tudo
mas ninguém soube , ninguém se interessou
eu quero morrer com a certeza do tentar
mas ninguém acreditou que eu estava tentando
eu quero morrer com a certeza que eu disse mais palavras de amor do que de ódio
mas ninguém me disse quando eu precisei
eu quero morrer com a certeza de que eu segurei muitas mãos tremulas
mas quem vai se lembrar ao carregar meu caixão ?
eu quero morrer sabendo que falaram que eu era doente por se quem eu sou
mas ninguém ninguém lutou comigo
eu quero morrer sabendo que eu gritei
alto e forte
de deixar pulmões queimando
lagrimas rolando
alma quebrada
sangue borbulhando
de deixar punhos sangrando
rosto arranhado
estomago girando
garganta seca
ninguém limpou meu sangue
ninguém colocou um band aind
na minha carne
Ou
na minha alma
ninguém tentou me impedir de correr pra pasarguida
de ter tentado com todos
mas quem vai se lembra ao segurar no meu caixão ?
Vicky Souz
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De minha mente, para o Tumblr.
Deitada no chão gelado, respirando aquele ar seco e conversando com a lua enquanto ela se entrelaça com as estrelas que proporcionam um diálogo entre as vozes em minha cabeça. Essas luzinhas naturais me fazem pensar dois milhões de vezes todos os meus passos e trilhar novamente o meu antigo caminho, eu queria muito apagar a minha memória, porque às vezes sinto a sua falta quando deito a cabeça no travesseiro e o sono não vem ao meu encontro. E não quero sentir sua falta. Se eu fosse você, eu nunca teria me deixado escapar de seus abraços, porque eu nunca deixaria ninguém te machucar, eu estava ao seu lado e esse paradoxo (chamado nós) conseguia fazer o mundo melhor, o dia melhor, o instante. A vida é movida de instantes e apesar de muitos nos machucar, alguns são fascinantes. Você sempre conseguiu arrancar o sentimento mais difícil de meu coração: a admiração. E depois jogou ela no lixo. Você deve achar que sou estúpida por 'dramatizar' tanto algo simples, mas assim como uma vírgula equivocada corta o coração do estudante que pegou 980 pontos em uma redação, uma pequena falha pode torna-se um einsberg, então eu me agarrei ao meu ego e segurei cada gotícula de sangue que sairia como lágrimas em meus olhos, porque as modelos não choram depois que a maquiagem está feita e as guerreiras honram as armaduras. Então, eu te vi saindo e olhei para o céu tentando respirar sem me deixar levar pela violência. Em um segundo, vi você voltar, mas te ignorei, você não merece uma única palavra dos meus lábios, nunca mais deixarei se aproximar de mim, mesmo sabendo o quanto significa para mim, eu sabia o quanto iria me machucar e te deixei ficar. Mas tudo bem, estou ainda segurando as lágrimas e esperando que esteja sorrindo em algum lugar bem distante da minha parte boa - que você teve. Ah, às vezes, é precido queimar a ponte para manter uma certa distância, porque nenhum motivo para ficar é um bom para ir, e eu fui. Eu sei que você pensa que sou fria, pelo conjunto de atitudes egoístas, mas estou protegendo a minha alma. No final, eu sou boa ate de mais em jogar tudo o que eu gosto muito no lixo, lembra? O meu erro foi ter te deixado ficar e esperar o golpe. É o meu problema em querer sempre controlar as coisas, mas essa foi a primeira e última vez que eu vi o jogo invertendo, isso foi por que eu encontrei paz no seu inferno e lancei mão da minha violência. Mas poxa, a cada vez que as pessoas me magoam, menos eu choro e quando eu te vi dando as costas e andando, muito menos eu gostei de você. Realmente te deixei ir, apesar de me sentir presa querendo você de volta. Ainda estou desenhando nas estrelas você fingindo que não precisa de ninguém e vendo você desabar em lágrimas na hora de dormir, engolindo o seu orgulho. E eu nem vou rir, vou está de mãos dadas a paz e a felicidade, porque emoções falsas só correm de forma rasa na pele, enquanto o coração queima e queima como fogos artifícios com todas as pessoas incríveis que ainda vão me roubar um sorriso e colocar um band aid em todas as cicatrizes... E como eu sempre digo, somos todos filhos do mesmo carbono e amoníaco, portanto substituíveis.
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Band-aid
A semana finalmente tinha chegado ao fim, era sexta feira, dia de ir no trabalho do Guga para pedir uma carona e claro ver o maravilhoso do Rafael.
-Heloisa, foco.
Meu treinador chamou minha atenção a tempo de eu conseguir desviar de um golpe eu ia me acertar na cabeça, esquivei de novo e ataquei, esquivar e atacar. Estava fazendo boxe a quase seis meses, um dia a Raquel chegou na escola toda animada, contando sobre um garoto que tinha conhecido e que ele treinava numa academia.
Ela não precisou nem falar, estava claro que eu e Babi seriamos obrigadas a ir junto com ela nas aulas ou ao menos até ela conseguir ficar com o menino. Barbara foi a primeira a pular fora, nem mesmo foi na aula experimental, sedentária como sempre. Aceitei ir com ela e na primeira aula me apaixonei completamente, continuei indo mesmo depois de até a Quel ter desistido.
Me distrai de novo, mas dessa vez levei uma pancada na altura dos meus olhos, primeiro o susto e depois a dor.
-Eita ferro, Helo, você esta bem?
-Acho que sim.
-Não esta não, seu supercílio abriu.
Sangue, era isso o que ele queria dizer.Todo mundo que estava fazendo aula parou e ficou em volta da gente, alguém tirou minhas luvas e me deu uma garrafinha de agua.
Meu professor jogou agua no meu rosto e pressionou um pano para ver se continha o sangue ou se eu ia ter que levar uns pontos. Depois de quinze minutos imóvel o sangue parou de escorrer, ganhei um band-aid e direito de ir embora mais cedo.
Tomei um banho no vestiário e fui pra empresa esperar meu irmão. Nesse horario estava sempre vazia porque ja tinha dado o horario de irem embora, mas não o Guga, ele sempre tinha que ficar pra terminar algo, nas primeiras vezes eu ate reclamava, mas agora que tenho a vantagem de ver o Rafael, quero mais é que ele demore mesmo.
O elevador parou no 20 andar e abriu, ajeitei minha postura, respirei fundo e entrei com a maior confiança que eu conseguia ter. Fui direto até a mesa do meu irmão e sentei na beirada como de costume.
-Chegou cedo.
-Fui liberada da aula antes.
-Justo hoje que tenho mais trabalho para fazer. Você vai ter que esperar.
-Tudo bem. - olhei por cima do ombro e vi ele.
Rafael estava sentado na sua cadeira, com centrado em algo que lia no computador. Como se tivesse sentido minha presença ali, seus olhos escorregaram diretamente para os meus. Acenei e sorri discretamente e ele apenas acenou.
Eu precisava de um jeito de conseguir me aproximar dele.
-Ai merda, esta pingando sangue.
-Como assim pingando sangue?- meu irmão perguntou exasperado.
-Eu me machuquei no treino hoje e agora a ferida começou a sangrar de novo.
Meu irmão imediatamente ficou de pé, palido como um fantasma e olhou pra minha testa. O Gustavo não lidava muito bem com sangue, isso desde que eramos pequenos.
-Calma esta tudo bem. Vou ate o banheiro ver o que aconteceu. Voce acha que consegue ver um band-aid ou alguma coisa pra eu fazer curativo?
Nem mesmo esperei ele responder, ja estava me irritando com toda essa palhaçada de não conseguir ver sangue, onde ja se viu um homem de 29 anos.
-Nem esta tão ruim assim, fresco.
Tirei o curativo encharcado de sangue e dei uma olhada no corte que estava aberto de novo, so faltava eu ter que dar pontos. Alguém bateu na porta.
-Heloisa?
-Oi!
-Esta tudo bem ai?
-Sim, o machucado só abriu um pouquinho.
A porta se abriu e la estava Rafael e meu irmão atrás. Ele franziu a testa quando viu meu rosto, não era bem assim que eu imaginava a gente se reencontrando. Sem falar mais nada entrou no banheiro feminino com uma caixa de primeiro socorros.
-Posso dar uma olhada?
-Acho que não vai precisar.
-Só pra garantir, desencargo de consciência.
-Eu vou voltar lá pra minha mesa, não vou conseguir ajudar em nada. - meu irmão disse ja saindo e fechando a porta.
Ficamos nós dois ali, ele olhava para a minha ferida e eu só conseguia prestar atenção no rosto dele. Na barba por fazer e os lábios bem desenhados, o maxilar forte e os lindos olhos azuis.
-Como você se machucou assim?
-No boxe, me distrai pensando em algumas coisas e não desviei do golpe.
-Podia ter machucado de verdade. Não consigo ver direito com essa luz.
Me ergui e sentei em cima da pia, assim eu ficava mais perto da altura dele e mais perto da luz do espelho.Percebi que ele ficou sem reação, talvez meio sem graça, mas eu não ia recuar agora, limpei minha garganta e olhei para ele com a melhor cara de inocente que eu sabia fazer.
Ele engoliu em seco e então se aproximou de mim, abriu a caixa e tirou algodão e um liquido para desinfetar a ferida, eu apenas ia observando o que ele fazia em silencio.
-Ai. - disse ao sentir a queimação. - Arde.
-Desculpa. Mas só assim vai ficar bom logo.
-Você sempre me salvando, ja esta quase virando uma rotina.
Ele riu, ponto pra mim. Isso significava que ele ao menos estava aberto para as minhas investidas.
-Você se mete em cada situação, precisa se cuidar melhor.
-Faz parte de se viver e se eu me cuidar você não vai poder fazer isso pra mim.
Outra risada, ele não estava dando em cima de mim, mas também não estava cortando minhas investidas. Abri a minha boca pra falar mais alguma coisa que mantivesse a atenção dele em mim, mas um celular começou a tocar. Levei minha mão ao bolso, não era o meu era o dele.
Ele tirou do bolso da calça e antes de atender vi o nome Carina na tela, então ele tinha uma mulher, agora era descobrir que tipo de relacionamento eles tinham,
-Oi, tudo bem? Já chegou de viagem? - ela falou alguma coisa do outro lado da linha. - Que bom, em meia hora estou passando ai, pode ser? Ótimo, até mais tarde, beijos.
Sua atenção voltou pra mim, ele colocou um curativo na minha testa e depois sorriu pra mim.
-Acho que agora vai segurar, eu espero. Bom tenho que ir.
Segurei seu rosto e dei um selinho naquela boca linda, desci de onde tinha sentado e agradeci. Simples assim, como se não fosse nada demais fui embora.
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Sorry State's Record of the Week is the Mostrame Lo Peor EP by London's Forra. In stock and shipping now! Debut (and possibly final) EP from this London band featuring members from Argentina, Catalonia, the Canaries and Mexico. Mostrame Lo Peor seems calculated to appeal to my particular tastes… it’s fast, loose, raw, immediate, and a little catchy. It reminds me of one of my favorite records of the past fifteen years, Otan’s El Indomable EP (does anyone remember that one? If not, you should look it up!), but older reference points from the world of fast, raw, and loose hardcore (Negazione, CCM, Headcleaners, Olho Seco, etc.) work too. The production is raw and fuzz-drenched, with the vocals mixed way in the red. But what’s more important than the production is how the band sounds like they mean what they’re saying, not just constructing a pastiche of older bands’ ideas. The packaging also fits the music well, constructed by hand (like the early Dischord singles) out of the flimsiest of materials and with no pretense or posing. Forra’s EP isn’t merely an academic or aesthetic exercise, it’s the visceral purge that only the best hardcore can give you. #forra #lavidaesunmus #punkvinyl #recordoftheweek #hardcorepunk http://bit.ly/2RvOZKk
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Capítulo 17
Hello hello, como vocês estão? Não postei atrasado, pra variar hahaha espero que gostem desse capítulo, nem acredito que está acabando </3
"Vamos levantar o astral. Iraque. Um verbo positivo."
Disse Fidel naquela segunda feira. Estava chovendo muito desde que saíramos do telhado. Parecia que o frio recente não era apenas uma brisa. O vento lá fora seria capaz de me derrubar se eu tentasse sair, e a chuva batia impiedosamente contra as janelas.
Russ estava sóbrio novamente, o que foi bom porque ele parou de nos odiar. Mas também foi uma droga, porque ele limpou lágrimas dos olhos vermelhos quando pensou que eu não estava olhando. Eu estava acabada após dormir no chão do terraço das onze às quatro. Russell foi até o cemitério, acho. Iraque foi para dentro, e eu, para casa.
Nosso amigo não precisava passar por tudo aquilo sozinho. Mas aquele momento era dele.
“Verbalizar." Resmungou Iraque, ao meu lado. Nós não estávamos em um bom dia.
“É sério.” Falou o homem, revirando os olhos. “Cameron.”
“Hum?”
“Isso não é um verbo. Isamu.”
“Crescer?”
“Não me responda com uma pergunta. Australia.”
“Esquecer.”
“Interessante. Chris.”
“Amar”
“Louis”
“Recomeçar.”
“Brianna.”
“Decrescer.”
E a coisa continuou assim pelo que pareceu uma eternidade. Não sabia dizer ao certo qual fora a pior parte de meu dia. Não dormir? Ir ao funeral de Andie? Suportar D tagarelando sobre o time de tênis de mesa do colégio sem Russ ali atrás? Todas as opções juntas?
“Meu pai vem aqui hoje.” Iraque murmurou em meu ouvido.
Seus lábios quase tocavam a ponta de minha orelha, e tentei ignorar meu coração acelerado.
“Que merda.” Respondi. Ele assentiu. “O que ele quer?”
Iraque soltou um longo suspiro.
“Não faço ideia. Mas, da última vez, Tiberius veio dizer que meu avô não poderia mais me visitar.”
Franzi o cenho.
“Por quê?”
Ele deu de ombros.
“Porque Tiberius é malvado.”
“Você quer que eu fique?” Ofereci.
“Eu cuido disso.” Falou, mas notavelmente não estava tão certo disso.
Sua mão estava no canto da cadeira de metal e a minha, no meu colo, não a tocava por um abismo milimétrico. Me lembrei de quando estávamos na ambulância e ele tocou meu joelho com o seu, mas eu estava ocupada demais surtando. Olhei para Fidel e me mexi.
Seu dedo mínimo encostou no meu. Li em algum lugar que, se não tivéssemos dedos mínimos, perderíamos 50% da força de nossas mãos.
O que apenas aumentava o tamanho do abismo.
Pode-se dizer que eu estava ansiosa para quinta feira. Pode parecer idiota, afinal, no final de semana, Caribe estaria livre daquele lugar. Mas agora, era uma questão de honra.
Quando o exercício dos verbos positivos terminou, Fidel ficou falando sobre a importância de continuar pensando positivos, mas eu não estava no clima.
Depois do encontro, no jardim do prédio, me encolhi sob o telhado, esperando que a tempestade passasse. Olhei para o lugar onde Russ ficava, mas é claro que ele não estava lá. Observei o local vazio por um tempo. De repente, seguido pelo ruído agudo do freio de um carro, senti uma espécie de frio um pouco mais líquido que o proporcionado pelo vento. Eu estava encharcada.
Olhei para cima, e as telhas curtas ainda estavam lá. Então fitei o carro negro e reluzente que havia me dado um banho de poça d’água, queimando de raiva. Torci a barra da minha camiseta grudada a pele.
"Qual é o seu problema?" Eu berrei, ao perceber a aproximação do motorista. "Você é cego?"
E lá estava, em suas roupas requintadas e perfeitamente secas, Tiberius, o pai de Iraque. Sob o guarda-chuva pequeno, ele me analisou de cima a baixo, examinando o estrago com olhos de Iraque. Então, ignorando a pergunta, arqueou uma sobrancelha.
"Você é louca também?"
Minhas unhas roídas se cravaram na palma da minha mão. Vesti o meu moletom que, preso na mão direita, não havia sido atingido pelo ataque do descortês animal e comecei a andar, bufando.
"Você não é?" Foi o que eu disse, ao passar pelo homem imóvel, correndo até o jipe com as mãos sobre a cabeça.
A primeira coisa que vi ao pisar em casa foi o piano. Não sei ao certo por quê, mas caminhei em passos determinados até ele e me sentei no banco de madeira.
A partitura posicionada desleixadamente no atril era a Nocturne No. 20, de Frederic Chopin. Papai estava me ensinando no mês passado, em uma das noites de sábado. Como de costume, eu me sentava do lado direito, onde se encontravam as notas agudas, e ele se sentava do lado esquerdo. Eu gostava de estar lá com ele. Não participava muito porque a sonata não era, na maior parte, grave. Mas, de vez em quando, podiam-se ver notas sozinhas no topo das linhas, e era onde eu entrava. Posicionei o dedo no lá bemol e tentei tocar a minha parte.
A música parecia vazia, então toquei a parte do meu pai também. Depois de alguns minutos, consegui acertar a maioria das notas, mas simplesmente não era a mesma coisa sem ele.
Meus dedos se alternavam entre as teclas pretas rapidamente, mas havia algo fora do lugar.
O som dos pingos contra o telhado cessou e eu recomecei o processo, meus dedos se embolando todos. Tentei com a outra mão. Nada ajudava. Meu pulso começava a doer e a sensação da perda de horas sentada diante ao piano me atingiu como um tapa, mas continuei tentando. Só parei quando ouvi um ruído distante, e pensei que fosse o meu pai.
Porém, barulho ficou mais alto, vindo do lado de fora, e me levantei rapidamente, praguejando ao bater o canto do pé no piano.
Caminhei em passos hesitantes em direção à porta, até que visualizei, pelo vidro ainda molhado, um garoto. Franzi o cenho, e abri a porta com pressa. Agradeci aos céus por não estar mais chovendo, ainda que as nuvens cinzentas cobrissem o céu pouco estrelado perigosamente.
Iraque apertava uma das mãos contra o corpo e, com a outra, preparava-se para arremessar meia dúzia de pedras contra a minha janela despedaçada. havia cacos de vidro aos seus pés.
"Iraque!" Eu gritei, correndo em sua direção. "O que está fazendo aqui? Pare!"
Segurei seu braço e ele olhou para mim, notando minha presença pela primeira vez.
"Desculpe." Ele disse. Sua voz estava rouca, os ombros agitados, os olhos vermelhos, e suas bochechas molhadas. "Desculpe. Eu não fiz por querer. Você não me ouvia. Eu... eu tentei consertar..."
Olhei para sua mão. Ela sangrava, mas ainda assim, o garoto segurava com força um grande caco de vidro.
"Não precisa." Sussurrei.
"Eu vou consertar."
"Shhh." Segurei sua mão e, com cuidado, retirei o pedaço afiado de seus dedos trêmulos. "Tudo bem. Não precisa consertar."
Ele se afastou, os ombros se mexendo de forma que apertou meu coração.
"Não está tudo bem, Australia!"
Suspirei.
"Iraque. Você está sangrando. Por favor, me deixe ajudar você."
"Não ligo para o sangue."
Ele limpou a mão na blusa, tentando disfarçar a expressão que se contorceu diante a dor. Deus, quantas bactérias deveria ter ali?
"Bem, eu ligo para o sangue. Vou ligar para a polícia se você não sair do meu jardim em cinco segundos. Entre na casa agora!" Eu gritei, batendo o pé e apontando para a porta aberta.
Iraque me fitou por um tempo, o rosto sério, mas distante e indistintamente irônico. Ele limpou o rosto com a mão limpa e andou até a porta. Fui atrás.
Fechei a porta, ele me encarava. Havia uma estranha raiva em seu olhar. Ignorei e o empurrei pela sala de estar, lavando sua mão na pia da cozinha. Ele abriu a boca enquanto o único som era da água escorrendo por seu braço. Mas nada saiu da sua boca. Entreguei a ele uma toalha limpa, e ele a pressionou contra o ferimento.
“Não para de apertar. Fica parado.” Eu ordenei, deixando seu braço sobre a pia.
“Para não sujar o seu carpete?” Ele provocou, mas eu o ignorei, contornando a bancada no centro do cômodo e abrindo todos os armários que eu via.
Na minha casa, as pessoas não se machucavam. Mamãe costumava ter o poder fantástico da cura. Quando eu e Caribe éramos crianças, o seu beijo mágico era o que fazia tudo sarar. Nada mais adiantava. Um dia, os beijos mágicos acabaram. E nada nunca sarava. Nunca mesmo. Esparadrapo ou band aids estampados ou soro fisiológico não fazia efeito algum em nossos joelhos ralados e dedos sangrando. A solução foi parar de se ferir. E foi o que fizemos. Se tornou uma espécie de lei. Ninguém nunca se cortava ou caia da escada. Era como se o universo conspirasse a favor de nós, ao menos dessa vez. E eu não podia me lembrar qual foi a última vez que eu havia me ferido.
Tateei prateleiras altas e fiquei na ponta dos pés, mas começava a pensar que não tínhamos equipamento de primeiros socorros algum, então me lembrei de que, na casa velha, quando o meu dente caia, meu pai estancava com gaze, que ficava embaixo do forno.
Me ajoelhei diante da discreta gaveta sob o fogão e enfiei o braço em seu interior. Tateei algo frio e pesado, o que percebi ao puxar o objeto para fora. Era uma garrafa de vinho tinto. Engoli em seco, petrificada. Claro. Era o esconderijo perfeito. Afinal, ninguém se machucava por ali. Ninguém nunca mexia na gaveta de primeiros socorros.
Respirei fundo e encostei a testa no fogão.
“Não há band aids.” Murmurei, para ninguém em especial. Mas Iraque ouviu, e caminhou até onde eu estava.
“Acho que isso serve.” Disse ele, amargamente, pegando a garrafa de minhas mãos. Ergui o rosto, sentindo a raiva ferver em minhas veias e me levantando de imediato.
“Não! Iraque, devolva.”
“Só tem um pouco. Não vai me matar”
“Pare, me devolve! Isso é da minha mãe.” Avancei em sua direção, mas ele era forte e conseguia me manter afastada.
“E o que você vai fazer? Vai mandar para ela pelo correio?”
Parei de lutar, imóvel. Senti o corpo mole, e temi desabar ali no chão.
“Não.” Falei, da forma mais firme que fui capaz. “Eu vou jogar lentamente pelo ralo da pia e fingir que isso faz com que eu me sinta genuinamente melhor.” Ele me encarou, parado também. “Agora, devolve.”
Iraque ainda escavou meus olhos por quase dez segundos. Contudo, seus movimentos declaravam que ele não pensou duas vezes antes de me entregar a bebida. Ele apenas pensou uma vez demorada.
Deixei a garrafa em algum lugar, levemente atordoada.
"Não está chorando por causa do corte."
"Não estou chorando." Respondeu com rispidez.
"Mas estava." Afirmei, e ele não negou. "O que foi? O que seu pai fez?"
Voltei à sala, desembolando o cabelo com os dedos.
"Eles querem matá-la." Disse ele pausadamente. "Querem matar a minha mãe."
Franzi o cenho e sacudi a cabeça, me jogando no sofá. O que é que ele estava dizendo? Iraque me contou sobre o acidente. Sobre como o pai ficava com outras mulheres. Outras jovens mulheres.
"Iraque." Eu murmurei, olhando em seus olhos. "Sua mãe está morta."
Iraque forçou um meio sorriso afetado.
"Não sou louco, Australia. É o que pensa de mim?"
"Sei que não é louco! Mas semanas atrás você me disse que ela..."
"Eu disse que ela sofreu um acidente." Cortou ele. "O motorista do caminhão olhou para mim e balançou a cabeça como se me pedisse desculpas. Então, deu ré e caiu fora. Eu não estava lúcido o suficiente para pensar nisso, no momento. Chorei enquanto minha mãe perdia sangue e mais sangue e demorei para conseguir ligar para a emergência. A hemorragia cessou momentaneamente a passagem de nutrientes para o cérebro dela e, por isso, ela entrou em coma. Em coma, Australia. Um sono do qual não se pode despertar de manhã."
O sono é parente da morte.
Eu não acreditava que ela estava viva.
"Por que não me contou?" Questionei, zangada. "Por que me deixou pensar que ela estava morta?"
"Por que você tem feito o impossível para falar com o seu irmão!" Ele gritou. "Você escreve cartas, sobe em telhados e está em um grupo de apoio idiota!"
"E daí?"
"E daí que eu moro no mesmo hospital que a minha mãe há semanas e eu não tive coragem de entrar no elevador para vê-la!"
"Você não foi visitá-la?"
Encarei-o, perplexa.
"Eu pensei que a veria quando acordasse e agora eu não vou, porque eles querem desligar os aparelhos que a mantêm viva. Eles dizem que ela não vai acordar, mas ela vai, eu sei que vai.”
“Iraque.” Mordi o lábio. A pior coisa do mundo, com exceções quase nulas, é pedir a alguém que perca a esperança. Mas o que eu deveria fazer? “Talvez eles estejam certos.”
“O que está dizendo?”
“É obstinação terapêutica, estão prolongando uma vida cheia de agonia e vazia de futuro.”
“O que está dizendo? Eles não têm o direito de matá-la!”
“Mas ela tem o direito de morrer.” Rebati.
“Você está completamente louca.”
“Você falou com o médico dela? Vá até lá. Você ainda tem tempo."
"Eu não vou até lá." Ele disse como se essa fosse uma sugestão insana.
Fechei os olhos, estranhamente decepcionada.
“Iraque, você tem ideia do quão covarde é isso? Você está sendo egoísta. Egoísta porque não foi vê-la e egoísta porque quer preservar sua dor. Isso é sério.”
Ele largou a toalha, e pareceu uma bomba atômica no sinuoso processo de explodir. Iraque começou a andar.
Novamente, fui atrás.
“Você não entende. Que se foda.”
“Iraque, não faz isso.” Pedi, tentando manter a calma.
“Eu não devia ter vindo. Está ouvindo o que diz?”
“Estou tentando ajudá-lo a perceber os dois lados da moeda, ok? Só pense na possibilidade de cessar o sofrimento de uma pessoa. Você precisa deixá-la ir, Iraque. Me escute.”
O vento do lado de fora me atingiu com força conforme eu o seguia pela noite fria e escura atrás dele.
“Eu a amo!” Ele berrou, como se quisesse que a mãe o ouvisse.
“Deixar ir faz parte de amar!” Eu berrei de volta, tentando fazer com que ele olhasse para mim.
“E o que você entende disso?” Gritou, em plenos pulmões. “Não precisou deixar sua mãe ir, tampouco precisou amá-la. Ela foi por conta própria, não foi?”
Parei de correr atrás dele, petrificada. Ele tocara em uma ferida eternamente aberta, infinitamente hemorrágica. Perigosa. Senti os olhos arderem e o coração bater mais forte. Eu não podia acreditar em meus ouvidos. Não podia acreditar que ele estava me ferindo daquela forma. E o pior de tudo é que ele estava certo.
O que eu entendia disso? Absolutamente nada.
Quem era eu para dar opiniões vazias sobre o assunto? Absolutamente ninguém.
Por um segundo, esqueci a dor e a vergonha e deixei o ódio consumir meu corpo como as ondas do mar. Era como se eu estivesse flutuando. Mas as ondas do ódio eram frias e violentas. Eu o odiava. Odiava Iraque. Muito mesmo. Não era justo que ele me levasse para uma ponte desprezada e para o meio do oceano e me fizesse esquecer da dor e da vergonha para, de repente, jogá-las na minha cara.
“Saia.” Eu falei, a voz trêmula. “Saia, saia, seu covarde-egoísta-idiota, saia!”
Bati e empurrei seu peito, mas ele em nada se alterou.
“Saia você!”
“É a minha casa! A minha droga de casa!”
Então dei as costas e comecei a correr. Com as faces queimando de raiva por ele ter sido um babaca, vergonha por ter sido abandonada e um monte de dor misturada, não olhei para trás até o momento em que uma mão agarrou meu ombro direito e, ao me virar, Iraque estava em minha frente novamente.
Ele me olhou como se fosse dizer alguma coisa. Sua mão no meu braço me sujava de sangue.
"Vai embora." Vociferei. Sem pedir desculpas, ele me soltou e disparou para o lado oposto.
Iraque desapareceu.
“Pensei que não fosse aparecer.” Disse a Russell quando o visualizei na Donald Ross. Ele deu um sorriso pequeno.
“Não deixaria você esperando.”
Ele bagunçou meu cabelo e eu o abracei. Era bom vê-lo novamente. Era bom ver seu sorriso sóbrio.
“Hum, qual é o propósito disso?” Ele perguntou, enquanto caminhávamos pela ponte de Elizabeth Newtton.
“Estamos em uma ponte desprezada. As últimas pessoas que estiveram aqui foram Iraque e eu, há três semanas. Antes disso, foi um cara na década de 90, acho.”
“Uau.”
“É, eu sei.” Caminhamos em silêncio por um tempo. As nuvens cinza ainda estavam presentes mas, por uma brecha pequena, fracos raios do pôr-do-sol aqueciam nossos ombros. Nos sentamos na beirada da ponte, bem no meio de sua longa extensão. “Você falou com o John?”
“Ah, sim. Chutei a bunda dele.”
“Eu realmente espero que não esteja se referindo às palavras ‘chutei’ e ‘bunda’ no sentido literal.”
“Não estou.” Ele riu com cautela, como se o som pudesse machucar alguém, machucar o silêncio, machucar o luto. “Mas ‘chutei’ e ‘bunda’ no sentido literal seriam adequados para a ocasião.”
“Sempre odiei ele.”
“Você não o conhecia.”
“Ouvi boatos.” Fiz um sinal de indiferença com a mão. “Dizem por aí que o cabelo dele é bem oleoso.”
“Você não faz ideia. Deve ser mais oleoso que o cabelo do Legolas.”
Eu soltei uma risada suave.
“Quando nós vamos comer?” Perguntou.
Franzi o cenho sem enteder a pergunta e Russ apontou para a cesta de vime que eu praticamente arrastara com dificuldade pela enorme ponte de Elizabeth Newtton.
“Acho que terei de decepcionar você.” Abri a cesta, inundada de pedras achatadas, finas e cinzentas.
“Sopa de pedras! É a minha favorita.” Ele pegou uma pedra.
Revirei os olhos e avaliei uma pedra também.
“Me cansei delas. Iraque quebrou a janela do meu quarto na noite passada.”
“Por isso vocês brigaram?”
Eu inspirei o máximo de ar que cabia em meus pequenos pulmões e girei o pulso levemente, lançando a pedrinha no rio calmo e fazendo-a quicar duas vezes.
“Nós brigamos por outra razão.” Disse simplesmente. “Me ajude a acabar com elas, ok?”
“Nós vamos acabar assassinando os pobres peixes.”
Joguei mais uma pedra. Ela quicou apenas uma vez.
“Anda logo, Russ."
Ele deu de ombros, e começou a lançar as pedras. As deles quicavam mais do que as minhas que, de vez em quando, simplesmente afundavam na água escura.
Nós conversávamos como se tudo estivesse normal. Como se fosse a “quinta-feira dos rapazes”, ainda que eu fosse uma garota.
“Russ?” Chamei, quando já havíamos feito metade das pedras desaparecer. Ele murmurou algo em resposta, distraído. “Como você está?”
Russ me fitou, mexendo a pedra que segurava por entre os dedos e a girando na mão sem que esta caísse na ponte ou na água.
“Posso usar uma metáfora?” Confirmei com a cabeça e ele ergueu a pedra em frente aos olhos. “Se eu fosse essa pedra, iria querer ser jogada.”
Pisquei, paralisada por um instante. Russell ergueu o braço para jogá-la na água, mas o segurei antes que o fizesse.
“Não.” Pedi, pegando a pedra de sua mão e guardando-a no bolso. Enfiei o pulso no fundo da cesta e entreguei uma nova, mais redonda. “Jogue esta.”
Ele a avaliou por um momento.
“É você?”
Balancei a cabeça em negativa.
“É o John.”
Russ abriu um meio sorriso e lançou a pedra com força. Toda a superfície do rio ondulou. A tarefa só foi terminada vinte minutos depois, quando as estrelas pareciam lâmpadas pequenas sobre nós, penduradas no céu ainda um pouco claro. Os últimos vestígios do sol começavam a se dispersar quando nos levantamos para sair.
Olhei para seu carro com um sorriso nostálgico na boca enquanto ele batia a porta.
“Obrigado pela distração.”
“Às ordens.” Eu respondi, levando o indicador e o meu dedo médio até a testa em uma breve continência.
“Não precisa que eu leve você em casa?”
“Estou com o jipe lá atrás.” Russ girou a chave e fez uma careta. “Hum, você está bem?”
“Não está pegando. É a terceira vez esta semana.”
Russell saiu do carro e levantou o capô. Arqueei as sobrancelhas e me escorei no carro, observando sua testa franzida.
"Existe um manual que diz que todos os homens devem entender sobre carros?” Eu perguntei. Ele sequer olhou para mim, atento à fiação.
“Homens não leem manuais. É da natureza masculina.”
“Mas você é gay.”
“E daí? Quer ver minhas genitais?” Minha face se contorceu em uma mescla de uma risada e uma careta.
“Não, obrigada.” Eu disse, rindo. “Você vai demorar muito? Está quase escuro.”
Seu celular começou a tocar, e ele olhou para o bolso de trás com impaciência, puxando o pequeno aparelho e o erguendo em minha direção.
“Atende e diz que estou fazendo coisa de homem.”
Revirei os olhos, e peguei o telefone de sua mão, levando-o ao ouvido.
“Russell?” Foi o que a voz disse.
“Russell está ocupado. Aqui é a assistente dele.” Russ me censurou com o olhar e tentou recuperar o celular, mas eu me afastei. “Quem está aí?”
“Australia?”
Meu sorriso morreu. A pessoa sabia o meu nome. A voz só poderia ser de um serial killer ou de Iraque. Ouvi sua respiração pelo outro lado da linha.
“Ei.” Murmurei, me esquecendo de Russ.
“Onde vocês estão?” Perguntou o não-serial killer.
Hesitei por um momento.
“Na ponte.”
“Estou aqui” Ele murmurou.
“No terceiro andar?”
“No terceiro andar." Ele fez uma pausa. "Está acontecendo, Australia. Em uma hora, ela deixará de respirar. Alea iacta est” (A sorte está lançada)
Engoli em seco. Como se respondia a algo como isto?
“Nós...” Eu balbuciei. “Nós estamos a caminho.”
“Não adianta. Só a família pode ficar."
O barulho do motor do carro voltando a funcionar invadiu o meu ouvido livre e o telefone foi tomado de minha mão.
“Russ! Devolva.”
Pedi, mas ele estava ocupado demais recebendo a notícia. É claro que Iraque não havia quebrado sua janela à noite, e ele não sabia de nada. Eu queria não saber de nada. Queria que nada disso estivesse acontecendo.
Mas a morte era uma epidemia. E parada no meio da Donald Ross, eu só podia sentir medo e uma agonia inexplicável, ainda que o luto não fosse meu.
Após assentir algumas vezes, Russ olhou para mim, tirando o telefone do ouvido.
"Ele quer você."
Peguei o celular, um pouco trêmula.
"Eu não sei o que dizer." Ele sussurrou do outro lado da linha. "Eu não sei como dizer adeus."
"Como ela se chama?" Sussurrei, sentindo o chão desaparecer. Eu queria estar lá. Mas sabia que ele estava certo.
Eu estava pensando em como suas palavras me machucaram. Estava me perguntando se deveria esquecer. Sua mãe estava morrendo. E ele usou este fato para me ferir.
"Isobel."
Me sentei na calçada.
"Entra no quarto e coloca no viva voz."
"O quê?"
"Entra no quarto e coloca no viva voz."
Ouvi alguns ruídos e um baque como se, do outro lado da linha, o celular estivesse sendo deixado em algum lugar.
"Pronto."
Mordi o canto do lábio, fechando os olhos e me imaginei lá. Imaginei o rosto dela, exatamente como era no porta retratos que roubei do quarto do filho.
"Oi, Isobel. O meu nome é Australia. Eu e Iraque estamos aqui para dizer adeus. Eu tenho certeza de que ele ainda não falou nada porque não encontrou palavras para descrever o tanto que ama você. Ele é forte e vai sobreviver, mas acho que você já sabe disso. Teria sido uma honra conhecer você. Acredito que esse planeta vá sentir a sua falta."
A ligação pareceu tremer quando Iraque me tirou do viva voz e me pressionou contra o ouvido.
"O que foi isso?'
"É assim que se diz adeus. Agora você tenta sozinho."
Ele inalou uma grande quantidade de ar.
"Obrigado." Falou, antes de desligar e me deixar sozinha outra vez.
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last time.
Nunca imaginei que um dia, ainda mais depois de tanto tempo, iria ter que cuspir tudo que o fingimos que não aconteceu, que deixamos doer, entalado na garganta, nos sufocando até calejar. Pode ser, que essa seja a primeira e última vez... A primeira vez é sempre a mais dolorosa. Pensemos em nós: a primeira vez que ficamos um final de semana inteiro longe um do outro, deu-se a sentir, como um pequeno beliscão na garganta, foi estranho, diferente e ideal para entendermos que não éramos um só. A primeira vez que passamos um feriado longe um do outro, foi como se o beliscão, fosse substituído por um soco, não matava mas doeu enquanto durou. A primeira vez que passamos mais de duas semanas sem nos vermos, foi como se a mão que antes havia beliscado, se enfiasse garganta a dentro, dificultando a respiração, mas não foi letal, sobrevivemos... Sobrevivemos idealizando o que faríamos quando nossos olhos se encontrassem novamente, já mentalizava acompanhar sua pupila dilatar refletindo o luar enquanto ouvia você me contar, como conseguiu zerar um jogo novo que havia comprado, assim como você me disse, que idealizava me ver prestando atenção em tudo que dizia, mesmo sabendo que eu não entenderia nada. Plano interrompido por nossa primeira briga séria por motivo bobo. A primeira vez que te vi daquele jeito, foi como se a mão que começará beliscando, tentasse me estrangular apenas por tortura, não evitando que eu respirasse totalmente, apenas dificultando, foi um dos piores dias da minha vida... Se eu me concentrar, ainda consigo te sentir gelado, o desinteresse no entorno e principalmente, a dificuldade em pronunciar seu nome sem que a voz tremesse... A primeira vez que te vi acordando, também foi dolorosa, a dor de saber que você poderia se colocar nessa situação novamente, pelo mínimo que ocorresse entre nós. A primeira vez que experimentamos uma viagem juntos, não foi dolorosa mas chorei como se fosse e optaria por viver tudo novamente, se tivéssemos todos os momentos juntos novamente. A primeira vez que dizemos adeus, foi como se mão ainda estivesse em minha garganta mas eu já não sentia mais nada, tudo aqui, já havia calejado mas conseguia ser o ar se esvaindo, foi triste mas necessário, foi como um puxar de band-aid rápido, doeu... E duraram só 2 semanas. Ontem, ouvi sua música favorita e sempre é, como se fosse a primeira vez, como se pedras no seco descessem goela abaixo. Obrigada, por nosso primeiro e último fim.
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