#Nova República
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Reprise: A degola de Jair Bolsonaro
A degola de Jair Bolsonaro
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Criolo Cabo Verdiano
GrooVI – Reverência feat Projeto Bai Palavra (Cabo Verde) Um grupo de crianças do Cabo Verde declamou em TV aberta uma linda poesia com trechos da música Reverência da GrooVI, que é uma composição de Amani Kush. rapnacionalofficial As crianças fazem parte do “Núcleo de Arte Bai Palavra”, um projeto do professor Bila Santos da Escola Capelinha na Cidade da Praia, na República de Cabo Verde.…
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Review | The Acolyte: A pior série Star Wars... Por enquanto
Leia nossa review de The Acolyte, a nova série do universo Star Wars a conquistar o posto de a pior da franquia, até a próxima chegar. #TheAcolyte #StarWars #Disney+
“The Acolyte”, a nova série da franquia Star Wars, chegou ao seu fim. Apesar de prometer explorar o passado da República, dos Jedi e Sith, no final acabou sendo uma grande história que de nada para lugar nenhum. Bom, mas vamos explicar melhor no decorrer do texto, fique com a nossa review de “The Acolyte”. “The Acolyte” é a mais nova adição ao vasto universo de Star Wars. Situada no final da…
#Alta República#Força#intriga#lado sombrio#mistério#nova série Star Wars#Review#review Star Wars#Série#Star Wars#the acolyte
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"Androcleptocracia" homenageia obra de José Murilo de Carvalho
O poema “Androcleptocracia”, recentemente escrito por Antônio Archangelo, emerge como um brado apaixonado que ecoa através das páginas da história do Brasil, revelando a voz silenciada e as lutas das mulheres que contribuíram significativamente para o país. A obra literária não se limita a uma mera reflexão sobre o contexto republicano no Brasil e a tentativa dos republicanos de inserir a figura…
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#2023#alegoria da mulher#análise#Androcleptocracia#antonio archangelo#apagado pela história#autor#construção da nação#falecido#figura feminina#História Brasileira#homenagem#mulheres#nova poesia#poema#realidade atual#referência histórica#republicanos#símbolo da República
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The Prism Group celebra sus 10 años con un programa de mentoría regional para universitarias
Julissa Nova, presidenta y CEO The Prism Group The Prism Group celebra una década de operaciones en Latinoamérica como una agencia líder en comunicaciones. Con un equipo compuesto en su mayoría por mujeres, muchas de ellas inmigrantes, de diferentes nacionalidades, The Prism Group ha sido un aliado confiable para sus clientes en toda la región. En esta nueva etapa, la agencia busca consolidar…
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#10 Años Aniversario#Agencia de Comunicación#Aniversario#empoderamiento#Julissa Nova#Miami#Panamá#Programa de Mentoría#Programa de Mentoría Regional#República Dominicana#The Prism Group
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dreams come true | joel 'de volta aos 15' x reader
contexto: a irmã mais nova de camila e fabrício tem uma paixonite secreta por joel, e em uma das festas na república, ela acaba o beijando.
wordcount: 3k tw: menção de álcool
sonhos são apenas uma manifestação do seu inconsciente, desvendando seus maiores medos, desejos e perversões enquanto tudo que você pode fazer é ser um mero espectador. é o que eu sei sobre sonhos.
e já estava mais do que acostumada a ter noites assim, onde tudo o que passa pela minha cabeça durante meu sono inquieto é: joel, o melhor amigo do meu irmão.
mas dessa vez, havia algo diferente, uma sensação tão vivida que eu podia lembrar o gosto amargo da cerveja barata em seu beijo quando sua boca veio de encontro a minha, nos sonhos, é claro. se eu tocar meus lábios consigo ainda experimentar a sensação dos seus. e suas mãos…juro que a pressão de seus dedos em volta de minha cintura pareceu tão real que tenho medo de ter soltado alguns sons enquanto dormia.
apenas quando saio daquele transe adormecido que percebo ao me olhar no espelho, ainda estou com o mesmo vestido da festa de ontem e o gosto amargo de cerveja permeia em minha boca, assim como o borrão do batom vermelho.
e de repente, aquele sonho começa a insinuar na verdade mais uma lembrança. meu deus, eu realmente beijei o joel?
ao meu redor no quarto, anita ainda dorme pacificamente e rafa está laçada nos braços de whisky em um sono profundo demais para perceber que eu estou em absoluto surto no meio do quarto, tentando puxar todas as memórias da noite anterior enquanto meu estômago revira com a súbita realização.
aquilo era completamente normal, não era? todo mundo se pega em festas e a vida segue, mas não quando você, bêbada e passível de dizer atrocidades, beija o cara que tem uma paixonite secreta por anos.
é isso, me trancaria no quarto pelo resto do dia e evitaria a luz do sol tal qual um vampiro debaixo das cobertas, envergonhada demais para lidar com quaisquer que sejam as besteiras ou consequências daquela festa.
e se ele tivesse odiado? e se agora ele me desse um fora? e se ele nem lembrasse? e se de fato, tudo aquilo não passasse de fato de uma projeção no meu sonho e eu estivesse alucinando e nunca mais conseguisse olhar para cara de joel da mesma forma?
tenho que puxar o ar em uma lufada só pra voltar a respirar normalmente até que a linha de raciocínio em minha mente volte a funcionar, mas tudo volta para o jeito que estava me beijando ao som de poker face.
sério, eu estava ferrada. além do beijo, tudo que há em minha mente são borrões embriagados, uma dor de cabeça tremenda e já não me recordo de mais nada.
— amiga, tá tudo bem? — é carol que pergunta, por debaixo da sua cortina da beliche.
ela me olha com uma expressão preocupada, e eu pisco algumas vezes antes de responder.
— tá sim, é só…ressaca. — digo, como se tentasse acreditar em mim mesma e dou um joinha para ela, antes de agarrar minhas coisas no quarto e ir zonza rumo a um banho.
meus pensamentos ruminam a todo momento para aquele acontecimento, e minha barriga gela toda vez que penso no instante que me depararia com ele. quando tiro meu vestido, consigo sentir o cheiro dele impregnado no tecido assim como o odor da bebida, e rio como uma piada de mal gosto comigo mesma. não poderia ter sido tão ruim assim, podia?
sem dúvidas não poderia ter sido tão ruim, constato isso quando vejo a marca avermelhada se tornando roxa no meu pescoço quando prendo o cabelo.
depois do banho, aproveito o raro momento de tranquilidade e silêncio na república. passo meu café, jogo algumas latinhas de cerveja de cima da pia fora, arrumo uma coisa e outra, e vou descansar.
sinto meu celular vibrar quando me jogo no sofá, empurrando os copos vazios de cima do estofado, e desinteressadamente desbloqueio a tela, esperando uma mensagem de meu pai, me desejando um “bom dia” ou algo do tipo, mas então meus olhos quase saltam para fora.
*sms:* joel: ei, você tá melhor? :p
quase cuspo meu gole de café quando leio a notificação, instantaneamente sentindo meu coração acelerar de tal forma que me sinto tonta. bloqueio a tela do celular rapidamente como se dali ele pudesse me ver, e coloco minha xícara dramaticamente de lado, forçando uma calmaria que não me pertencia naquele momento. quando olho para o lado, vejo a república dos meninos através da janela da sala, e num pulo levanto para fechar as cortinas, num ato de completa paranoia.
melhor? como assim, do que eu estaria melhor? eu tive um pt? ah não, me mataria se descobrir que vomitei na sua frente. não respondo a mensagem, na verdade, coloco meu celular bem longe, escolhendo fugir daquela situação, pelo menos por agora, como se ignorar seu sms mudasse o fato que joel mora a uma travessia de distância.
meu plano de fuga estava dando certo. já eram 4 dias desde a festa e joel parecia uma figura quase fantasmagórica, mantida à distância graças à minha meticulosa e detalhada estratégia de evitar qualquer possibilidade de esbarrar com ele, o que me fazia andar pelo menos duas vezes a mais pelo campus em vias alternativas e até mesmo almoçar fora do bandejão. estava suando e me exercitando como nunca, com certeza. até ser, inevitavelmente, confrontada.
— espera aí, onde você vai? — camila segurou meu ombro antes que eu pudesse desviar dela e de dom no corredor, sentido contrário ao bandejão. — não vai almoçar com a gente?
— é que eu preciso resolver um negócio lá na xerox e…— desenrolei a falar, sem pensar muito, tentando soar convincente.
— é, já faz uns 3 dias que você tá resolvendo um negócio lá na xerox. — ela rebateu, soando acusatória. engoli em seco.
— meu deus, você não tá ficando com o cabra, né? — dom arregalou os olhos, parecendo espantado com a própria suposição.
minha irmã reagiu da mesma forma, logo mudando a feição para um sorriso malicioso.
— não! pelo amor, não…— intervi de imediato, balançando a cabeça. abracei com um pouco mais de força os cadernos contra meu peito, morrendo para poder compartilhar o que estava me corroendo a dias. — o cabra até que é gatinho, mas não tem nada a ver…e ele já ficou com metade da faculdade!
meu rosto se contorceu em uma expressão de desgosto, reprovando completamente a ideia. bufei, agora sem mais saída, e puxei camila comigo para o final do corredor.
— é que… — ponderei as palavras antes de dizer, receosa em soar tão idiota quanto estava me sentindo — eu tô fugindo do joel.
— do joel? — camila franziu o cenho, claramente surpresa. — o que ele te fez? mas por que você…
— a gente se beijou na festa e eu tava muito bêbada e agora eu não sei o que fazer — as palavras saíram atropeladas, meu nervosismo se tornando escandaloso — e se o pessoal souber, meu deus, se o fabrício souber...
antes que eu pudesse terminar, minha irmã soltou uma gargalhada.
— cara, todo mundo viu você beijando o joel! — a partir do momento que ela diz essas palavras eu sinto meu rosto absolutamente pegar fogo. — tá de brincadeira? inclusive a hora que…
sua voz parece desaparecer no momento em que meu olhar é magnetizado para atrás dos ombros dela, mais precisamente, para joel que desce a rampa em nossa direção. o mundo ao redor parece entrar em mudo, um mero zunindo no meu ouvido, e em como um filme da sessão da tarde, tudo se move vagarosamente até o garoto estar à nossa frente, olhando em meus olhos, com o cenho franzido. ele com certeza ouviu o que camila estava dizendo e agora podia jurar que seu rosto estava corado como o meu. timing perfeito!
depressa, minha irmã deu um passo para trás, agarrando dom e descendo rampa abaixo para longe de nós, me deixando completamente em choque e desconcertada com aquelas informações, com a pessoa que eu menos tinha coragem de encarar neste momento.
— ahm…— cocei a cabeça, nervosa. minha boca abriu e fechou diversas vezes, mas nada parecia certo a se dizer, e novamente eu era apenas uma pré adolescente na frente do cara que nunca me daria bola.
nos conhecemos desde sempre. crescemos na mesma rua, frequentamos as mesmas festas de família e éramos próximos o suficiente para ter piadas internas e conversar horas a fio sobre música, mas distantes o suficiente para que meus sentimentos ficassem escondidos.
joel sempre seria o engraçadinho, nerd e irresistível melhor amigo do meu irmão, o garoto que eu admirava em silêncio. e, por anos, aquele carinho havia se transformado em algo mais intenso, algo que mal tinha coragem de admitir para mim mesma.
— oi… — ele disse, com a voz tímida e me olhando de um jeito curioso, quase como se ansioso. — vai ficar fugindo de mim mesmo?
uma risada nervosa escapa antes que eu possa processar qualquer coisa, e eu bato no ombro dele de leve, embarcando naquela péssima mentira que tentava desenrolar a dias novamente.
— fugir? como assim? eu não tô fugindo de você, joel. — respondi, com um sorriso que começava a doer minhas bochechas.
— eu posso tá ficando louco mas acabei de ouvir você dizer isso pra camila. — ele refuta de imediato minha alegação, com os olhos semicerrados e uma risadinha sem graça. — você nem respondeu minha mensagem. fiquei preocupado, depois que você bateu a cabeça…
— que? eu bati a cabeça?
joel acenou afirmativamente, o leve rubor se intensificando em suas bochechas enquanto ele coçava a nuca, visivelmente desconfortável. eu, por outro lado, sentia o chão escapar sob meus pés.
— você não lembra? — ele perguntou, a voz suavizando com uma preocupação palpável. joel passou a mão pelos cabelos, um tique nervoso que eu já conhecia muito bem. — a gente tava dançando e…hm, se beijamos. e aí você tropeçou e…
claro que eu tinha caído. não bastava apenas beijar o joel bêbada, eu também tinha que me esborrachar no chão logo depois. perfeito. eu estava paralisada a alguns segundos, notando o padrão de decoração do piso do chão, constrangida demais sobre tudo. por onde começaria?
— olha, sobre… — o mais velho começou a dizer novamente, e eu gelei, pressentindo as próximas palavras que sairiam de sua boca.
ele ia me dizer que o beijo tinha sido um erro, que estava tudo bem, que não significava nada. exatamente como eu temia.
— não precisa... — interrompi rapidamente, levantando a mão, tentando salvar o pouco de dignidade que ainda me restava, se é que havia alguma. — a gente tava bêbado, né? isso acontece, e... e... podemos fingir que nunca aconteceu.
eu estava tentando ser direta e racional, engolindo aqueles sentimentos e matando sufocada a pequena fagulha de esperança de que aquele beijo pudesse ter significado algo a mais para ele também, não poderia ficar me enganando com essa quedinha — paixão — para sempre, mas lá no fundo eu queria tanto que joel me provasse o contrário.
seu olhar baixo me fitou confuso, como se não compreendesse o que eu dizia, como se tentasse juntar palavra por palavra. poderia dizer que até houve um vislumbre de decepção em sua expressão, a qual ele se desfez ligeiramente.
— na verdade, eu ia dizer que não rolou mais nada, sabe…quando eu te levei pra cama. — o garoto disse apressadamente, desviando seus enormes globos castanhos da minha direção. — mas você também não lembra disso, né? eu só fiquei te assistindo, tentando não deixar você dormir na primeira meia hora depois do tombo e…fingir que não aconteceu?
repentinamente, ele repetiu minhas palavras, como se não fizessem o menor sentido, como se estivesse as processando com mais cuidado do que eu havia previsto. ele havia cuidado de mim até dormir, isso ecoa em minha mente como um sino alto e persistente.
um silêncio estranho se instalou entre nós, fazendo cada segundo parecer uma eternidade, os dois desorientados demais para chegar a uma conclusão.
— é... — minha voz saiu baixa e trêmula. eu estava perdendo o controle da situação, e isso me aterrorizava. — sabe, é o que as pessoas fazem nessas situações, né? bebidas, festas... ninguém realmente lembra no dia seguinte.
seus olhos subitamente me encararam com certa determinação, e eu podia sentir a mudança no ar entre nós. joel deu um passo à frente, diminuindo a distância, e de repente, sua presença parecia imensa, quase esmagadora. com o queixo ligeiramente inclinado, ele me olhava com uma intensidade que me desarmava por completo. ele estava ali, tão próximo, tão real, e ao mesmo tempo tão distante de qualquer expectativa que eu pudesse ter.
— mas eu lembro. — suas palavras saíram firmes, diretas, como uma confissão inesperada. — e eu não tô nem um pouco a fim de esquecer.
o calor de meu rosto desceu por todo meu corpo, me esquentando por inteira numa sensação febril. meus músculos não respondiam mais, inúteis como se feitos de gelatina, e eu apenas conseguia observar por baixo dos cílios, incrédula e intimidada com aquela atitude que nunca havia presenciado antes.
— o que? — balbuciei, sentindo minha pressão se desvanecer.
joel deu mais um passo, perigosamente tão perto que eu podia sentir o calor que emanava de seu corpo.
— não foi só a bebida, não foi só o momento. eu te beijei porque eu queria te beijar.
minha mente levou um tempo para processar. a confusão, o medo e o desejo se misturavam em uma tempestade dentro de mim. o que ele dizia não fazia parte do roteiro que eu tinha escrito na minha cabeça. não sabia como reagir sentindo meu coração batendo tão forte contra minhas costelas que temia que ele pudesse ouvir.
— é sério? — o questionei, sentindo a ruga cravar em meio minhas sobrancelhas. o campus parecia vazio agora, como se tudo e todos parassem apenas para aquele minuto. — joel…o que você quer com isso?
eu estava desconfiada, com medo de que fosse abrir os olhos a qualquer momento e descobrir que aquilo também não se passava de outro devaneio. ele tinha um sorrisinho de canto nos lábios, quase tímido, mas como se soubesse de algo que eu não fazia ideia.
delicadamente, joel levou a mecha de cabelo em meu rosto para trás da orelha, roçando seu dedo por minha maçã do rosto. me senti hiperconsciente de sua presença à minha frente, e agora estava tão perto que a frente dos nossos tênis encontravam-se. a corrente de eletricidade que percorria meu corpo agora poderia acender uma cidade inteira, e eu temia que se o tocasse, talvez lhe causasse um choque. mordi os lábios, resistindo em levar meus dedos até seu rosto apertando ainda mais o caderno em meus braços.
— achei que já estivesse óbvio. — o moreno deu de ombros, sustentando seu olhar no meu. apenas notei que estava sem ar quando tive de respirar fundo, ansiosa por seja lá o que estava acontecendo e seu próximo movimento. meu nome soou como mel em sua boca quando ele o disse antes de prosseguir, grudento e doce. — tô querendo dizer que gosto de você, e há um tempão.
cortem as câmeras, apaguem as luzes. isso era uma pegadinha? não, não era. e eu? eu estava parada ali feito uma idiota esperando as palavras surgirem em minha mente, que soassem a altura do que ele estava me dizendo, mas no roteiro original tudo isso acabava em mágoas e um pote de sorvete assistindo uma comédia romântica qualquer.
— e você só me diz isso agora? — é a indignação que toma conta da minha linha de raciocínio, depois de toda aquela tensão. ele me olha surpreso, rindo, quebrando aquela sua pose de sedutor. — e eu tô aqui morrendo de medo de levar um fora. porra, joel!
— isso é um…”bom, eu também gosto de você, maravilhoso e incrível joel”? — ele arqueou uma sobrancelha, a voz carregada de uma provocação leve.
o encaro como se estivesse sendo desafiada, e solto uma lufada de ar. malditos sejam os homens engraçadinhos.
— não, mas isso aqui é — eu digo sem pensar duas vezes, agarrando a gola de sua camisa entre meus dedos e o puxando para um beijo.
nossas bocas se encontram de uma vez, e seus lábios são macios e suaves contra os meus, assim como me lembrava daquela noite, apenas um pouco mais gentis. joel parece surpreso de início, mas logo uma de suas mãos faz seu percurso até meu quadril e a outra afaga meu rosto, removendo qualquer vestígio de confusão em minha mente, e eu me entrego a sensação, deixando meu caderno cair entre nós. joel faz menção de abaixar para pegar, mas eu envolvo seus ombros em meus braços, o segurando ali, lhe fazendo sorrir bobo contra meus lábios. havia esperado tanto, tanto tempo para isso.
o gosto de cerveja amarga de antes agora dá lugar ao hálito agradável com sabor de fresh drops de melão, e é um beijo tão gostoso e doce quanto a bala que joel tinha sempre na boca. eu me pego rendida a suas mãos e o jeitinho que sabe me segurar tão bem, movendo o rosto e explorando o beijo com tanta confiança e desejo que quase me sinto entorpecida, me detendo em suspirar seu nome entre seus lábios.
respirávamos ofegantes um contra o outro, as testas coladas, recuperando o ar quando se fez necessário. me sentia tonta, um misto de alívio e euforia me dominando, tão apaziguada quanto joel parecia, com o olhar sereno e perdido, percorrendo todo meu rosto. foi como acordar de um sono logo, sentia meus olhos pesados, a mente em névoas e completamente revigorada.
— e o que que a gente faz agora? — foi a primeira coisa que ele me disse, com os lábios rosados e o peito descendo e subindo acelerado.
um sorriso escapuliu dos meus lábios, acompanhado por uma risadinha baixa, carregada de expectativa pela ideia que fervia na minha mente. levo minha mão a sua, entrelaçando nossos dedos e deixo um selinho em seus lábios, carinhosamente.
olho para um lado e o outro no corredor, notando agora as pouquíssimas pessoas a passarem ali, rumo ao bandejão, e sem perder o calor do momento, não hesito em o puxar comigo em direção a uma das salas vazias no corredor.
— a gente descobre.
estou completamente apaixonada pelo joel e vocês vão ter que se apaixonar por este homem nerdola engraçadinho também!
me arriscando com personagem novo por aqui! espero que tenham gostado <3
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ㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤㅤPenn U
Notas: um tempo atrás eu compartilhei essa ideia aqui no blog, mas a verdade é que ela já tava na minha cabeça há uns longínquos meses ai KKKKKK daí eu li uns contos da @juyehao com temática uni!au e me senti inspirada pra começar essa brincadeirinha KKKK
☇ Contexto: Johnny, Jaemin, Jaehyun, Mark e Ten são jogadores de hóquei no gelo que moram juntos numa república, e estudam na Penn U (uma forma carinhosa de se referir a universidade da Pensilvânia). Me inspirei MUITO na série de livros “Amores improváveis” da Elle Kennedy porque eu guardo esses livros no meu coração, e as personalidades dos meninos saíram completamente espontâneas ao passo que eu ia escrevendo (inclusive, a escrita deve estar diferente do meu habitual porque dessa vez eu literalmente só escrevi na maior paz de espírito KKKKKK)
w.c: 1.1k
WARNINGS: isso aqui é mais uma abertura do que o plot que eu citei anteriormente, porque eu tava a fim de escrever algo com essa energia sem me preocupar com o romance, sabe? Então surgiu esse texto que vos apresento!
Boa leitura, docinhos! 🏒
— Johnny, é pra você entrar alí, aperta R2 e L2 ao mesmo tempo — Mark roubou o controle do PS4 das mãos de Johnny Suh, que sentia os olhos arderem pela última hora gasta na jornada de Miles Morales no videogame e também – ele jamais admitiria – pelos últimos dez minutos em que sua mente inesperadamente se desconectou dos estímulos visuais e auditivos para depositar toda sua atenção na garota na qual ele havia machucado, fazendo com que o personagem do homem-aranha andasse em círculos no mesmo cenário de um esgoto tecnológico em que ele estava a cerca de vinte minutos — Que foi, hien? 'Cê tá com essa cara desde que chegou. Quase esqueceu de tirar os tênis na entrada e levou uma bronca do Jaemin à toa.
— Se isso aí for por causa da sua garota, desencana — Jaemin apoiou as mãos nos ombros largos de Johnny, utilizando-o de auxílio para poder escalar o sofá e sentar-se nele, provocando resmungos da parte do amigo que quase teve seu rosto atingido pelo pé alheio — O Mark acabou de voltar para o time depois da suspensão que pareceu durar milênios, então por favor, dá o seu melhor nesse jogo que tá por vir.
— O que foi isso? — Ten deixou o banheiro apenas para perguntar num tom de voz elevado, garantindo que todos os moradores da casa fossem capazes de ouvir suas futuras palavras, o roupão felpudo branco e o rolinho massageador que ele tinha em mãos diziam que ele já tinha feito, pelo menos, uns três dias de spa só naquela última semana. Talvez por Jaemin, o famoso líder do time de hóquei da universidade, estar pegando pesado nos últimos treinos, tudo isso devido a um Johnny distraído que simplesmente não conseguia executar sua função no time em uma forma completa — Você acabou de ativar o modo líder do Jaemin, Johnny. Eu tomaria cuidado.
— Na moral? — Jaehyun decidiu contribuir da cozinha, enquanto testava suas habilidades culinárias bastante eficazes e necessárias numa receita de um prato francês, que certamente seria muito mais fácil de se reproduzir caso pudesse ser comparado com a receita popular do filme “Ratatouille”, mas aquele era o dia da semana que ele se propunha a testar refeições novas que talvez não agradasse a todos os paladares diversificados dentro da república, entretanto, no fim das contas ele sempre poderia formular uma frase do tipo: “Se eu não cozinho nessa casa, todo mundo morre de fome” no tom mais dramático possível que ele pudesse proferir — Você merece, John.
— Esse é exatamente o problema — Johnny admitiu com um semblante tristonho, sustentando os cotovelos nos joelhos não sem antes finalmente se livrar do boné do autêntico skatista que ele era, e bagunçar o cabelo ligeiramente longo para espairecer — Ela não é minha garota. E eu falei isso na frente de uma boa parcela da universidade considerando que a gente 'tava no refeitório quando isso rolou.
— Porra, cara — Mark se sensibilizou o suficiente para pausar o jogo e olhar nos olhos do amigo visualmente atormentado com os eventos de sua vida. O olho esquerdo do Lee ainda carregava um tom um tanto arroxeado, no entanto se isso o incomodava, ele preferia não dizer, diferentemente das primeiras semanas depois da suspenção, em que ele se alternava em odiar a si mesmo por brigar acidentalmente com um oponente de uma universidade rival e obrigar Ten a passar algum de seus cremes caríssimos no hematoma sempre que possível — Você humilhou ela, deu a entender que você preferia morrer a ter qualquer coisa que fosse com a que não deve ser nomeada.
— O que você pretende fazer? — Jaemin perguntou e de repente todos os membros estavam reunidos no mesmo cômodo da sala, Ten quase se acomodando em uma das coxas firmes de Mark ao invés do braço do sofá desconfortável que provavelmente perdeu seu estofado uns dez anos antes do tailandês nascer, e Jaehyun com seu avental com estampa de tanquinho – não que ele precisasse disso com o corpo excepcional que ele não se sentia acanhado em exibir – deitado, apoiado sobre os cotovelos no grande tapete marrom — Porque você precisa fazer algo a respeito se quiser continuar no time.
— Ou se quiser a garota... — Jaehyun arriscou dizer, num tom sugestivo que fez Johnny se levantar um tiquinho do assento, entretanto Mark bloqueou o movimento antes mesmo que ele pudesse ser efetuado de fato. Ninguém do grupo superava Jaemin no quesito pegação e Johnny realmente confiava no próprio taco, às vezes até demais, mas ele sabia da dor de cabeça que seria competir com Jaehyun, conhecia ambos e tinha consciência de que talvez levassem a rivalidade para o gelo e ninguém estava muito a fim de provocar a ira do grande Deus Jaemin.
— Você vai precisar fazer um gesto grande — Interveio Mark.
— Do tipo aluguel de carro de declarações — Ten caçoou bem-humorado, permitindo Mark roubar o rolinho de skincare de sua mão — Você pode pegar emprestado o uniforme de mascote e fazer alguma coisa bem vergonhosa e cafona.
— Meu Deus, eu ouvi um amém? A câmera do meu celular já tá preparada — Johnny revirou os olhos na direção de Jaehyun, mas esbanjou um sorriso completo que poderia facilmente ser o motivo de batidas de trânsito. Ele realmente poderia fazer aquilo, dar uma de louco apaixonado feito Heath Ledger em “10 coisas que odeio em você” ao cantar “Can't take my eyes off you” terrivelmente mal? Moleza. Johnny sempre se mostrou alguém extremamente extrovertido, passar um tantinho de vergonha não seria o fim do mundo para ele.
Perder a garota que ele estava perdidamente apaixonado, aí sim, esse seria o verdadeiro ruir do universo.
— A rádio — Jaemin proferiu pausadamente, como se estivesse analisando o quão certo daria a sugestão que ele estava prestes a propor e esclarecer para os amigos curiosos, que estiraram seus pescoços para escutá-lo e compreendê-lo melhor. Como o grande “All-rounder” que o Na era, além de estudar como todos os outros e ser líder do time de hóquei, era a voz dele que dava vida a rádio local da universidade em alguns horários do dia, tornando difícil o simples ato de respirar tanto para as garotas quanto para os garotos do campus que eventualmente se perdiam e se rendiam a voz doce e um bocado rouca de Jaemin — Posso te oferecer alguns minutos e você se desculpa devidamente com a sua garota e então vocês podem fazer as pazes e você finalmente volta pra mim.
— Sério? — Os olhos do Suh se iluminaram de esperança, seu cérebro trabalhando com agilidade procurando palavras boas o bastante para compensar sua burrice no refeitório.
Jaemin anuiu com a cabeça, um sorrisinho atrevido brincando nos lábios cheinhos.
— Sim, conquista a sua garota.
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República Faustiana
Vamos exumar um Dutra qualquer A flor que você depõe é íntima do Mercúrio Um desfile mergulhado em pólvora O povo em transe com imagens no meio do abismo
Vamos sambar sob a cova de um Castelo Branco Por quem foi decapitado, por quem não pôde antes Por quem jamais esquecerá, contra o perdão das instituições O rei está deposto e morto, entretanto, sempre no cio
Você se contenta com os discursos de um novo Costa e Silva Você se contenta com ameaças veladas de um elefante branco Você come dos restos de um banquete enferrujado Você funda um ritual de mutualismo com fardas sujas de sangue seco
Beijaram o asfalto, os tragaram em porões O amor conhecendo a coerção O trágico Fausto cantando um carnaval Entre as sombras de um viaduto
Houveram poucos Hermes Batucando seu regresso Ensaiando seu monólogo Para despistar a ordem
Surge um corpo remendado Médici ressuscitava carcaças de Bacantes Para insinua-las a sua nova Lady Lazarus Para que pudesse moldar o encanto
Outro Geisel com obsessão sacra por coturnos Os muitos carnavais ainda com gosto de maçã crepuscular O papel de uma distensão, vagorosamente um trópico se estende Para reluzir sob as convenções ridículas de uma vingança protestante
Por fim aqueles que entoam um Ustra Inflamam um escarcéu, inventam seus rivais Frustram-se em um mar de arrogância Tão incompetentes em performar seus papéis
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#projetoflorejo#mentesexpostas#autoral#espalhepoesias#lardepoetas#projetoalmaflorida#pequenosautores#pequenoescritores#semeadoresdealmas#poetaslivres#projetomardeescritos#poesiabrasileira#literaturabrasileira
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❀°• Amante Amadoᶠᴬᴮᴿᴵ́ᑦᴵᴼ •°❀
Sᴜᴍᴍᴀʀʏ: É ᴅɪғɪ́ᴄɪʟ ᴍᴀɴᴛᴇʀ ᴜᴍᴀ ᴀᴍɪᴢᴀᴅᴇ ᴄᴏʟᴏʀɪᴅᴀ ᴄᴏᴍ Fᴀʙʀɪ́ᴄɪᴏ ϙᴜᴀɴᴅᴏ sᴇ ᴇ́ ᴀᴘᴀɪxᴏɴᴀᴅᴀ ᴘᴏʀ ᴇʟᴇ.
Tᴀɢs: ᴀɴɢsᴛ ᴄᴏᴍ ғɪɴᴀʟ ғʟᴜғғ, FWB, ᴇᴜ ᴛᴇ ᴀᴍᴏ ᴊᴏʀɢᴇ ʙᴇɴ ᴊᴏʀ, ʀᴇʟᴀᴄ̧ᴏ̃ᴇs sᴇxᴜᴀɪs sᴀ̃ᴏ ᴄᴏᴍᴇɴᴛᴀᴅᴀs ᴍᴀs ɴᴀ̃ᴏ ᴅᴇsᴄʀɪᴛᴀs
Wᴏʀᴅ Cᴏᴜɴᴛ: 2.4ᴋ
(ᴅɪᴠɪᴅᴇʀ ʙʏ ᴀɴɪᴛᴀʟᴇɴɪᴀ)
O quintal da República Tcheca era um ótimo lugar para festas, sempre tão cheio de pessoas que mal conseguimos nos movimentar. Eles tinham uma daquelas caixas de som que conecta na tomada e a vizinhança inteira consegue ouvir a música – dou graças a deus por não morar nesse bairro. Eles geralmente disponibilizam cerveja de graça ou através de uma caixinha de doação no meio da festa, quando todo mundo já está um pouco bêbado e propenso a contribuir (para ficar mais bêbado ainda). Extremamente convidativo.
O mesmo não pode ser dito sobre o interior da casa, principalmente nos dias de semana. Ao passar pela sala, você encontra todo tipo de bagunça – computador em cima da mesa com balde de pipoca comida em cima, uns cabos passando pelo meio da sala que vão de não sei onde a lugar nenhum, shorts jogado em cima do sofá, travesseiro no chão, abadá do lado da televisão, caixas de mudança mesmo todos eles estando na casa a meses, cone de trânsito que roubaram?, cerveja vazia no chão, vassoura encostada na porta (que eu duvido que esteja sendo usada) – e isso é apenas um prelúdio do que poderia ser encontrado no resto da casa.
Não ousava me aventurar pela cozinha, apenas ia direto para o quarto de Fabrício – que, por incrível que pareça, era sempre o cômodo mais organizado da casa. Quando comecei a frequentar a casa, o lugar se parecia mais com um lixão e eu me perguntei como as outras meninas aceitavam transar com ele naquele estado. Talvez ele tivesse muita lábia, não sei. Com o tempo, passou a organizar o quarto de forma mais minuciosa, até mesmo dobrando as roupas e as colocando dentro do armário, ao invés de fazer montanhas de roupas em cima da cadeira. Uma grande mudança.
Às vezes, quando eu chegava, ainda conseguia sentir o cheiro de produto de limpeza, indicando que ele havia limpado o quarto pouco antes de eu chegar. Fabrício estava deitado na cama, com as mãos atrás da cabeça, me esperando.
– Você sabe que qualquer um consegue entrar na casa, né? Vocês nem trancam a porta – eu disse, jogando minha bolsa em algum canto.
– Se todas forem bonitas como você, vou ficar feliz.
– Idiota – revirei os olhos e ele sorriu, se levantando da cama.
A casa estava vazia, com todos os seus outros integrantes na faculdade ou em algum lugar que eu não me importava muito, porém, como dito, eles poderiam entrar na casa a qualquer hora e nos encontrar. Fechei a porta atrás de mim, nos dando mais privacidade.
Fabrício se aproximou e, ainda um pouco longe, fisguei o cós da sua calça com dois dedos e o puxei em minha direção. O movimento foi inesperado e seu corpo se chocou rapidamente contra o meu, fazendo com que ele passasse a língua pelo lábio e abrisse um sorriso.
– Você comprimenta todo mundo assim? – perguntou.
– Só os melhores.
Antes que eu sorrisse com minha própria resposta, ele me beijou vigorosamente. Uma mão pela nuca, enganchando os dedos por meio das mechas de cabelo, e a outra na base do pescoço, apertando à medida que subia. Senti uma leve pressão em minha cabeça por causa da asfixia e ele puxou meu cabelo para trás, fazendo-me uma boneca em suas mãos. Arqueou a sobrancelha, mostrando que tinha o controle, e me soltou.
– Talvez a gente pudesse fazer algo diferente hoje – se sentou na beirada da cama, com as pernas abertas.
– Gostei da ideia.
Forcei os olhos, como se tentasse ler sua mente. No que estava pensando? Um fetiche novo? Posição nova? Um brinquedo? Tinham algumas coisas que eu também queria tentar e quem melhor do que ele? Estávamos experimentando coisas juntos a meses, confiávamos um no outro. Coloquei minha mão em seus joelhos e fui descendo pela inclinação das suas coxas. Fabrício me encarou sério.
– Algo que não seja sexo – completou e tirou minha mão de perto de sua intimidade.
O que? Meu semblante era de absoluta e total confusão. O acordo era sexo, apenas isso. Transavamos quando estávamos com tesão e depois voltávamos a nossa vida comum, com nossos amigos, faculdade e problemas pessoais; não falávamos sobre outra coisa e, sempre que nos encontrávamos, tínhamos um objetivo em mente.
– É que toda vez que a gente tá junto, a gente só transa. Achei que pudéssemos ver um filme ou... sei lá – coçou a nuca, como se tivesse perdido a coragem do que estivesse propondo.
Revirei os olhos.
– A gente só tá transando, não precisa fazer coisas pessoais.
Falei porque sabia que, se fizéssemos alguma coisa que me faça enxergar qualquer afeto na relação, irei me apegar. Não posso. Fabrício é um tipo específico de homem galinha que dá em cima de qualquer mulher que apareça em sua frente, sendo capaz de extraviar livros do xerox apenas para conseguir uma transa – aliás, foi assim que começamos a flertar. Gostar dele apenas faria com que eu sofresse, fosse agora ou no futuro, e eu mereço muito mais do que ficar correndo de qualquer garoto que queira pegar todas as minhas amigas.
Nos encaramos por alguns segundos, ambos com semblante austero. Peguei minha bolsa do chão e sai do quarto, caminhando com a cabeça erguida até fora da casa. Ele estava sozinho e havia me escolhido como step, coisa que não sou. Gosto de transar e isso era benefício mútuo, qualquer outro entendimento me causaria sofrimento.
Na mesma tarde, Fabrício se encontrou com Anita. Mandou um SMS pedindo para que ela fosse à República Tcheca quando terminasse seu trabalho de artes na faculdade. Ela poderia ajudar, não? Eram melhores amigos, sabiam tudo um sobre o outro e, atualmente, ela estava em um relacionamento sério. Era a pessoa ideal para solucionar aquele problema. Claro, também havia pedido sua ajuda para ficar com Luiza no ensino médio e tudo havia sido um desastre... mas era um novo homem. Estava maduro, e dessa vez tudo daria certo. Não era certo que ficasse com Luiza, iriam morrer infelizes.
Anita disse que em meia hora tudo estaria pronto, mas apareceu depois de duas horas. Acabou usando a cola errada para fixar o projeto e, se não conseguisse ajustar a moldura, jamais daria tempo de secar e fotografá-la no dia seguinte. Poderia parecer que não, mas arte era um trabalho árduo.
Nessa hora, já haviam outros transeuntes dentro da casa, mas todos conhecidos dela. Comprimentou as pessoas conversando na sala com um aceno de mão de "oi" geral, seguindo para o quarto de Fabrício. Eles se cumprimentaram com um abraço e ela se sentou na ponta da cama, pegando o travesseiro fino do amigo e colocando em seu colo, para apoiar os cotovelos. Passou o olhar pelo quarto e voltou a encarar o amigo.
– Que quarto arrumado – ela comentou, num tom que não se conseguiria afirmar como crítica ou surpresa.
– Arrumei hoje cedo – admitiu, para qual ela cerrou as sobrancelhas. – Por que tá me olhando assim?
– Tá esperando alguém especial? – sorriu sugestivamente.
Fabrício desviou o olhar. Estava. Não, tinha estado. Ela havia aparecido, trocado algumas frases e ido embora, sem que eles assistissem a um filme ou qualquer outra dessas coisas que você faz com a menina que está interessado. Por que? Tinham tantas meninas que gostariam de ir a um encontro com ele. Por que parecia que ela o evitava? Que ele mudava todo o seu mundo para mostrar que podia ser a pessoa ideal mas, mesmo assim, ela não se aproximava.
– Eu tô tentando – coçou a nuca e se sentou do lado da amiga –, mas acho que ela não quer nada sério comigo.
– É por que você é mulherengo – Fabrício tombou a cabeça. – O que tem? É verdade.
Era mesmo verdade. No terceiro ano da faculdade, Fabrício já tinha perdido a conta de quantas mulheres já havia dado em cima – e, pela liberdade da sexualidade feminina efervescente no período universitário, muitas delas haviam entrado em seu jogo pela pela própria libido. Era apenas sexo, sempre.
– As garotas flertam com o cara mulherengo, ele tem a lábia, fazem do jeito certo, mas elas não apresentam ele pra família, sabe? Elas querem o garoto bonzinho – isso o fez lembrar de Luiza e Douglas.
– Eu posso ser bonzinho – refletiu sobre suas palavras. – Ok. Talvez não "bonzinho" – fez aspas com a mão –, mas eu posso ser o cara certo.
Ele poderia, por ela. Arranjaria um jeito de falar que também merecia ser levado a sério em seus sentimentos; não queria apenas sexo, queria mais... queria tudo. Anita balançou a cabeça em afirmativo, tentando dar força para o amigo, mesmo que não soubesse se ele queria realmente aquele desdobramento. Poderia se machucar com o que descobrisse.
Dois dias depois, a República Tcheca estava fazendo uma festa em sua residência. Era quinta-feira, considerado o dia mundial de festas universitárias para todos os estudantes da UFCAF. Dessa vez, sem brigas, a festa estava em solo masculino, mas com todas as integrantes da República das Imperatrizes presentes. A música era alta e convidativa, chamando a atenção de qualquer estudante que passasse pela rua e procurasse por festa.
Os jovens dos mais diferentes cursos pegavam suas cervejas no tanque lotado de gelo e conversavam encostados nas paredes. Entre eles, Fabrício. Consegui avistá-lo de longe. Ele parecia ter esse brilho natural em que tudo convertia para si, o ar mudava em sua direção e a luz pegava apenas nele, deixando todos os outros mal iluminados. Pensei em me aproximar mas quando vi se inclinar para frente, percebi que estava conversando com uma garota.
Já havia visto-a antes. Fazia biologia? Química? Alguma coisa naqueles prédios mais afastados. Ela era bonita. Era uma de suas ficantes ou estava dando em cima dela exclusivamente nessa festa? Fabrício podia dar em cima dela, claro, não havia nada de errado nisso. Não tínhamos nada casual e muito menos sério, nem deveria ligar para quem ele dá em cima. Ciúmes? Jamais.
Quando me dei conta, já estava na frente dos dois. Fabrício arqueou a sobrancelha, esperando que eu dissesse o que estava fazendo ali.
– Tão te chamando por causa da maçaneta do banheiro.
A maçaneta era um dos problemas na casa; apenas os moradores sabiam exatamente o jeito de abri-las, o macete que permitia que a porta não precisasse ser arrombada. Assim, ele poderia ter dito para eu chamar qualquer outro garoto para lidar com isso, enquanto ele continuava flertando, ou para que a pessoa se virasse e mijasse na grama, algo assim. Ele não o fez. Foi em direção ao interior da casa e eu o segui.
Quando chegamos à porta do banheiro, ele abriu a porta com uma puxada para o lado e um empurrão. Não havia ninguém esperando para entrar e, menos ainda, para sair.
– Cadê... – antes que conseguisse terminar sua pergunta, eu o empurrei para dentro do banheiro e fechei a porta.
Ele bateu com as costas no azulejo e eu uni meu corpo ao seu, prendendo contra a parede. Não havia escapatória. Meus lábios se guiaram aos deles e, por um segundo, ele correspondeu, espremendo os lábios nos meus. Depois, sem aviso, puxou sua cabeça para trás e me empurrou levemente para trás.
– O que a gente tá fazendo? – cerrou as sobrancelhas
– Se beijando – dei de ombros. O que mais poderíamos estar fazendo? Do que ele estava falando?
– Não – balançou a cabeça e soltou um suspiro. – O que a gente tá fazendo, nós dois.
– A gente tá se pegando. Benefício mútuo.
– Não é benefício pra mim a gente transar e você ir embora depois – mordeu o lábio inferior, numa expressão de esmorecimento. Queria esconder seus sentimentos, mas todos estavam sendo exibidos bem a minha frente.
– O que?
– Eu to cansado de ser o seu passatempo. Você brinca comigo e quando cansa, me descarta. Eu quero mais que isso. Eu quero a porra de um relacionamento de verdade! Eu quero você.
– Você tá falando sério? – foi minha vez de cerrar o cenho.
Era de Fabrício que estávamos falando. Mulherengo, conhecido por ficar dando "xerox" na conta da casa para toda menina que quisesse pegar. Poderia ser apenas mais um de seus papinhos.
– Ta parecendo que eu to brincando? – arqueou a sobrancelha, como se tudo aquilo fosse óbvio – Eu não fico com mais ninguém desde que a gente ficou pela primeira vez. Eu procuro seu rosto sempre que chego nos lugares, eu vou nas festas que eu sei que você vai estar, eu limpo meu quarto pra você não achar que eu sou desleixado, eu faço lista de filmes que quero assistir de conchinha com você e sempre que eu vejo algo que me lembra você, fico querendo mandar mensagem... – suspirou. – Você sabe o quanto eu queria ficar a festa inteira abraçado em você? Segurar a sua mão quando a gente anda pela faculdade? Te beijar quando a gente se despede pra ir pra aula?
– Você não quer que só sejamos exclusivos, você quer que a gente seja público também – falei em voz alta, sem conseguir encará-lo, mais na tentativa de externalizar para entender o que estava acontecendo do que buscar uma resposta.
– Eu quero um relacionamento de verdade.
Meus olhos encontraram os seus.
– E como eu vou saber que isso não é só papinho?
Fabricio engoliu em seco e desviou o rosto. Percebi como seu olhar ficou triste, em desamparo, e sua mandíbula tencionou. Molhos os lábios com a língua e saiu do meu toque, dando um espaço entre nós.
– Você não me conhece mesmo.
Abriu a porta do banheiro e saiu do cômodo. "ESPERA!" saiu da minha boca, mas se misturou com o barulho da festa e não soube se ele ouviu. O que ele estava fazendo? Estávamos conversando. Como eu podia imaginar que ele estava falando sério? Que não era mais um joguinho desses que os cafajestes universitários fazem? Segui atrás dele e segurei seu braço, fazendo-o virar em minha direção.
– Eu já passei por desilusões amorosas demais, eu só tentei me proteger. Não achei que você queria algo sério e tentei não me envolver – admiti, em um volume acima do que gostaria, mas necessário devido a música.
– Eu quero tudo que eu puder viver com você – disse.
Não sabia o que falar, apenas afirmei com a cabeça. Ele sorriu. Me puxou para um abraço sincero, sem segundas intenções. Era bom.
Aᴏ3
Wᴀᴛᴛᴘᴀᴅ
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POV ⸻ a magical heist, part one.
Missão: encontrar e trazer o Grimório de Hécate escondido na Caverna dos Sussurros @silencehq. Equipe: Mary Ann Bishop, @littlfrcak, @zmarylou & @thxverenlim.
Bishop havia se convencido de que fora enviada em uma missão como punição. Não estava sendo nem um pouco discreta quanto ao seu desgosto pelas ações de Quíron e Dionísio, tampouco pela presença de Petrus, então talvez aquela fosse a maneira de calar-lhe a boca e impedir que espalhasse ainda mais suas opiniões pelo Acampamento. A reputação dos diretores já não estava das melhores antes, e as revelações no almoço do dia em que as novas missões foram atribuídas só os afundaram ainda mais na lama — Bishop, inclusive, teve que se conter para não bater palmas de pé para Yasemin, Veronica e Lynx.
Poucas horas foram descansadas na noite anterior à sua saída e, nessas, foi perseguida por pesadelos que não deixavam sua mente relaxar. Imagens das guerras nas quais lutara antes se repetiam como um DVD arranhado; memórias de missões às quais quase não sobrevivera e rostos de semideuses que nunca vira outra vez. Sangue em suas mãos, cerimônias de queima de mortalhas, músicas ao redor de uma fogueira. Os olhos marejados e exauridos de Lucian.
O cansaço escondia-se por trás da maquiagem pesada na manhã seguinte, e a postura séria e contida era tanto para não alarmar os colegas de equipe quanto para persuadir a si mesma de seu controle sobre a situação. Seus preparativos envolveram, além da organização de uma mochila com comida e roupa para alguns dias, selecionar algumas de suas melhores poções — que, àquele ponto, não eram muitas — e descolar um pouquinho de néctar com os Curandeiros, como prevenção para os piores cenários. Também levava Rakshasa, sua espada japonesa de quase um metro, na bainha que carregava nas costas e por trás da mochila. Ademais, arranjara um dicionário surrado de espanhol na biblioteca do Acampamento e conseguira, com filhos de Hermes, um panfleto da República Dominicana e um mapa do parque nacional que era seu destino.
Felizmente, o caminho era a parte mais simples da missão. Devido à presença de Mary-Louise e Sasha, filhos de Zeus e Hades, respectivamente, viagens marítimas e aéreas estavam fora de jogo, e ir até a República Dominicana de ônibus não parecia uma decisão muito inteligente ou prática. Sendo assim, foi aconselhado que eles chamassem o táxi das Irmãs Cinzentas, e assim o fizeram. Bishop sentiu o café da manhã dar voltas em seu estômago algumas vezes, mas o quarteto finalmente foi deixado pelo trio de senhoras próximo a uma floresta, que cruzariam para chegar à caverna no Parque Nacional Cotubanamá.
Embora não houvesse dito uma palavra sobre — e provavelmente não diria, mesmo que a perguntassem —, ter sido convocada não era a única coisa que a deixava apreensiva quanto à missão. Era que, nas semanas que se seguiram após a primeira leva de semideuses partir, ela tinha se preparado para um cenário em que sua possível convocação seria como líder da equipe. Estava no Acampamento Meio-Sangue há mais de uma década, havia lutado nas últimas duas guerras enfrentadas pelos deuses, era instrutora de mitologia e, apesar dos acontecimentos recentes, nunca havia apresentado comportamento que não fosse excelente para os diretores. Mas, aos olhos deles e de Zeus, a filha de um deus menor jamais teria as mesmas qualificações que um dos Três Grandes.
Não que tivesse algo contra Sasha. Na verdade, o adorava: eram amigos e se entendiam em suas heranças paternas, filhos de deuses que eram menos que gentis, e com os quais nem sempre — ou, no caso de Bishop, nunca — concordavam. Sabia que as competências dele iam muito além de um pedigree divino. Mas aqueles meses no Acampamento Meio-Sangue estavam ressuscitando todas as inseguranças e incertezas que sentia sobre si mesma, incluindo o medo de que, se não fugisse o mais rápido possível, seria apenas mais uma no mar de semideuses que viviam vidas heróicas em segredo e morriam como qualquer um.
As outras duas já não conhecia tanto. Mary-Louise roubava olhares indiscretos e assustados com seus olhos claros e arregalados, como se caminhasse junto a um animal selvagem, mas tentava disfarçar seu desconforto na presença da filha de Fobos e nervosismo pela missão com comentários bem humorados e sanduíches. Já por Verena sentia somente pena e preocupação, pois a garota sequer havia feito um ano completo como campista. A configuração daquela equipe parecia destinada à falha: dois filhos dos Três Grandes, que atrairiam monstros com seu cheiro desde Long Island até o Caribe; uma semideusa inexperiente, que estava dando o seu máximo para não parecer completamente apavorada; e uma quebra do número que os deuses e semideuses tinham quase como sagrado para missões — estavam em quatro pessoas, não em três.
Ainda assim, e deixando suas inseguranças e insatisfações de lado, Bishop surpreendeu-se quando o início de sua jornada na Caverna de Sussurros correra tranquilamente. Nenhum dos semideuses estava acreditando que aquela aventura seria fácil e, por isso, a calmaria os deixava ainda mais alertas. Foram espertos em sua desconfiança: eventualmente, alcançaram uma bifurcação de três caminhos e, preferindo não gastar muito tempo ali dentro, dividiram-se em duas duplas para explorar dois caminhos, deixando o terceiro como última opção, caso os outros fossem os errados.
Sasha e Bishop perambularam por um corredor rochoso pelo que pareceram horas, até acabarem dando de cara com Mary-Louise e Verena novamente, no mesmo ponto do qual partiram. O primeiro empecilho era um loop.
Os quatro, então, uniram-se para passar pelo terceiro túnel e, para seu alívio, este acabou em um fim diferente. Contudo, o segundo empecilho surgiu ali: do chão, dos buracos entre as rochas, do teto, besouros começaram a brotar e escalar os semideuses, picando-os, subindo por dentro de duas roupas, cobrindo-os.
Bishop quase foi levada pelo desespero, batendo nas próprias roupas, braços e pernas para afastá-los, mas seus poderes entraram em ação na hora correta — naturalmente resistente a influência mental, a filha de Fobos possuía uma vantagem contra ilusões e controle que ia além do olhar esclarecido dos semideuses, mesmo diante das enganações poderosas da Névoa feitas por Hécate. Quando olhou para os besouros sem o medo de ser coberta por eles, foi exatamente isso que viu: uma ilusão. Percebeu, então, as runas secretamente espalhadas pelo chão da caverna, que ativavam aquela armadilha.
“É uma armadilha! Eles não são reais, são ilusões! Olhem para o chão!” Exclamou para a equipe. Após todos eles entenderem o que estava acontecendo, descobriu que cada um deles estava vendo algo diferente — ilusões que tomavam a forma dos medos individuais de suas vítimas. A ironia não passou despercebida por Bishop, que tinha poderes tão similares.
Quando o quarteto enfim chegara ao fim daquele maldito corredor, ela já tinha perdido ao menos metade de sua paciência e disposição. No entanto, também tinha plena ciência de que estavam longe de concluir sua missão. O Grimório de Hécate ainda não estava à vista e ela duvidava que estaria desprotegido. Bishop checou Sasha, Mary-Louise e Verena, para ter certeza de que estavam todos bem, e esperou-os para prosseguir. Na melhor das hipóteses, lidariam com mais algumas armadilhas que tentariam despistá-los do caminho certo. Na pior, estavam seguindo diretamente para a toca do monstro. Em uma terceira, pior ainda, só continuavam ali porque Hécate não tinha pretensão de que saíssem.
E, mesmo com aquelas opções em mente, ela ainda se viu perplexa ao encontrar o que os esperavam à frente.
Ao seu lado, em um murmúrio apressado, Bishop ouviu Sasha dizer:
“Desliguem as lanternas, tapem os ouvidos.”
CONTINUE.
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MELHORES DO ANO | LITERATURA
Apesar d'eu terminar o ano sem completar meu desafio mensal e anual - até o momento, foram só 45/50 -, eu fiz leituras maravilhosas e aqui estão elas - ordem apenas de leitura:
▪︎ Anna Kariênina - Liev Tolstói
Sinopse: Para Vladímir Nabókov, Anna Kariênina é “uma das maiores histórias de amor da literatura mundial”, e Thomas Mann, no prefácio incluído neste volume, o considera “o romance social mais poderoso” já escrito. Rico panorama da Rússia de fins do século XIX, a obra narra, por um lado, o drama da bela e impetuosa Anna Kariênina, que, infeliz no casamento, enfrenta o julgamento cruel da alta sociedade de Moscou ao assumir sua paixão pelo conde Vrônski. Por outro lado, acompanhamos o proprietário de terras Lióvin ― alter ego do autor ― em sua busca pelo ideal de uma vida feliz no campo ao lado da jovem Kitty, bem como seus dilemas intelectuais em torno da fé e da justiça social. Vertido diretamente do russo por Irineu Franco Perpetuo, que também assina o posfácio, esta nova tradução acompanha todas as nuances do imortal romance de Tolstói, seja na exuberante riqueza de detalhes da narrativa, seja na fascinante profundidade psicológica das personagens.
▪︎ Mariposa Vermelha - Fernanda Castro
Sinopse: cidade de Fragária, sob o domínio da República, a magia é proibida, e Amarílis conhece como ninguém o perigo de quebrar as regras. Para evitar o destino trágico que teve sua mãe, a jovem tecelã mantém a cabeça baixa e os fios de seus poderes bem amarrados.
Quando, por acaso, se vê diante do homem que causou a ruína de sua família, Amarílis decide convocar um demônio e fazer um pacto: ela quer a morte do general que destruiu sua mãe. Mas sua oferenda é muito simples, e Tolú, o Antigo que atende seu chamado, não pode tirar uma vida por um preço tão baixo. Ele pode, porém, ajudar Amarílis a enfrentar seus medos enquanto ela faz justiça com as próprias mãos.
Com uma narrativa delicada e, ao mesmo tempo, sombria, Fernanda Castro conduz o leitor por uma história repleta de personagens fascinantes, horrores mundanos e poderes ocultos.
▪︎ Fique comigo - Ayòbámi Adébáyò
Sinopse: Yejide e Akin se apaixonaram na faculdade e logo se casaram. Apesar de muitos terem esperado que Akin tivesse várias esposas, ele e Yejide sempre concordaram que o marido não seria poligâmico. Porém, após quatro anos de casamento ― e de se consultar com médicos especialistas em fertilidade e curandeiros, tomar chás estranhos e buscar outras curas improváveis ―, Yejide não consegue engravidar.
Ela está certa de que ainda há tempo, mas então a família do marido aparece na sua casa com uma jovem moça que eles apresentam como a segunda esposa de Akin. Furiosa, chocada e lívida de ciúmes, Yejide sabe que o único modo de salvar seu casamento é engravidar. O que, enfim, ela consegue ― mas a um custo muito maior do que poderia ter imaginado.
Um romance eletrizante e de enorme poder emocional, Fique comigo não apenas debate as questões familiares e tradicionais da sociedade nigeriana, como também demostra com realismo as mazelas e as dificuldades políticas enfrentadas pela população desse país nos anos 1980. No entanto, acima de tudo, o livro faz a pergunta: o quanto estamos dispostos a sacrificar em nome da nossa família?
▪︎ A cabeça do santo - Socorro Acioli
Sinopse: Pouco antes de morrer, a mãe de Samuel lhe faz um último pedido: que ele vá encontrar a avó e o pai que nunca conheceu. Mesmo contrariado, o rapaz cumpre a promessa e faz a pé o caminho de Juazeiro do Norte até a pequena cidade de Candeia, sofrendo todas as agruras do sol impiedoso do sertão do Ceará.
Ao chegar àquela cidade quase fantasma, ele encontra abrigo num lugar curioso: a cabeça oca e gigantesca de uma estátua inacabada de santo Antônio, que jazia separada do resto do corpo. Mas as estranhezas não param aí: Samuel começa a escutar uma confusão de vozes femininas apenas quando está dentro da cabeça. Assustado, se dá conta de que aquilo são as preces que as mulheres fazem ao santo falando de amor.
Seu primeiro contato na cidade será com Francisco, um rapaz de quem logo fica amigo e que resolve ajudá-lo a explorar comercialmente o seu dom da escuta, promovendo casamentos e outras artimanhas amorosas. Antes parada no tempo, a cidade aos poucos volta à vida, à medida que vai sendo tomada por fiéis de todos os cantos, atraídos pelo poder inaudito de Samuel. Em meio a esse tumulto, ele ainda irá se apaixonar por uma voz misteriosa que se destaca entre as tantas outras que ecoam na cabeça do santo.
▪︎ Um defeito de cor - Ana Maria Gonçalves
Sinopse: No livro, Kehinde narra em detalhes a sua captura, a vida como escravizada, os seus amores, as desilusões, os sofrimentos, as viagens em busca de um de seus filhos e de sua religiosidade. Além disso, mostra como conseguiu a sua carta de alforria e, na volta para a África, tornou-se uma empresária bem-sucedida, apesar de todos os percalços e aventuras pelos quais passou. A personagem foi inspirada em Luísa Mahin, que teria sido mãe do poeta Luís Gama e participado da célebre Revolta dos Malês, movimento liderado por escravizados muçulmanos a favor da Abolição.
Pautado em intensa pesquisa documental, Um defeito de cor é um retrato original e pungente da exploração e da luta de africanos na diáspora e de seus descendentes, durante oito décadas da formação da sociedade brasileira.
▪︎ Oração para Desaparecer - Socorro Acioli
Sinopse: Cida, uma mulher sem identidade nem memória, reconstrói pouco a pouco uma nova vida em um lugar completamente desconhecido. Jorge encontra nessa misteriosa estrangeira uma paixão inesperada, que recria o que não parece provável. Do outro lado do Atlântico, Joana é o fantasma de um amor há muitos anos perdido por Miguel.
Quando os quatro personagens se entrecruzam no tempo em busca de respostas para as próprias angústias, se deparam também com uma trama fantástica sobre magia, ancestralidade e pertencimento. Oração para Desaparecer é uma das histórias possíveis sobre o amor e seu poder de dissolver as barreiras do imponderável.
▪︎ Tetralogia Napolitana - Elena Ferrante
A série segue a amizade de duas mulheres ao longo de 60 anos e a história é narrada por uma delas após o desaparecimento da outra. No meio dos conflitos que elas enfrentam intimamente, temos a mudança cultural, social e política acontecendo na Nápoles do século XX, e isso as afeta profundamente.
Eu terminei recentemente e estou completamente viciada na história e se eu começar a falar mais, não irei parar tão cedo. Sendo assim, deixo aqui o que já falei sobre para atiçar a curiosidade de vocês:
ESTOU OBCECADA! | My Brilliant Friend - Elena Ferrante
Um livro ambientado num lugar que deseja conhecer | História do Novo Sobrenome [Tetralogia Napolitana #2] - Elena Ferrante
Foi um ano literário MUITO bom e espero que ano que vem melhore ♡
Até ✌🏼
#literatura#anna karenina#mariposa vermelha#fernanda castro#fique comigo#ayobami adebayo#a cabeça do santo#oração para desaparecer#socorro acioli#um defeito de cor#ana maria gonçalves#tetralogia napolitana#elena ferrante#literatura russa#literatura brasileira#literatura nigeriana#literatura italiana#livros#romance#série literária
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Lula manda recolher moedas de espelhos d’água do Planalto e do Alvorada para o caixa da União
Foto: Ricardo Stuckert / PR O governo federal publicou uma portaria nesta quinta-feira (19) com novas regras para a destinação das moedas lançadas em espelhos d’água de residências oficiais da Presidência da República. O documento determina que o montante será recolhido e destinado ao Tesouro Nacional. Tradicionalmente, turistas e visitantes que vão ao Palácio da Alvorada e ao Palácio do Planalto…
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Reconstrução Síria num Contexto Regional em Mudança: Desafios e Oportunidades
Artigo escrito por - Alexandre Aksenenok - Embaixador Extraordinário e Plenipotenciário da Federação Russa, Vice-presidente da RIAC
A reconstrução da Síria é um dos principais e mais urgentes desafios do seu desenvolvimento pós-guerra. A guerra civil terminou por si só, mas o conflito em si continua sem solução e seu custo material é enorme. Sob as condições das sanções ocidentais e relações difíceis com os estados árabes do Golfo Pérsico, não há praticamente pré-requisitos para uma reconstrução extensiva e implementação de grandes projetos de investimento.
Nesta fase, apenas a chamada “recuperação precoce” é possível, que é destinada à manutenção da prosperidade da população e ao funcionamento do sistema social. Com recursos decrescentes, está se tornando cada vez mais difícil para o governo sírio manter a economia à tona e lidar com questões sociais. Ao mesmo tempo, a assistência externa de potenciais patrocinadores de tais obras continua sujeita a uma série de condições políticas na área de resolução de conflitos.
A situação econômica no país continua a se deteriorar enquanto os padrões de vida da maioria da população estão caindo. Neste contexto, o processo de reconstrução pós-guerra, que pode proporcionar alívio aos cidadãos sírios, está inextricavelmente ligado à política, à segurança e à restauração da integridade territorial do país por meios pacíficos e à reconciliação nacional. Além disso, também está condicionado à implementação de reformas de governança, tanto no centro quanto na periferia. Assim, o processo de reconstrução é multidimensional e requer certos compromissos. No entanto, nenhuma medida prática nessa direção foi tomada ainda pelas autoridades sírias.
Fatores externos como pressão de sanções, fragmentação do território nacional e controle americano contínuo sobre muitos dos recursos da Síria são apenas parcialmente responsáveis pela terrível situação econômica na Síria. Além disso, há sérios problemas na área de governança. Nos últimos anos, o sistema de administração pública foi significativamente transformado e tornado ineficaz sem um impacto externo significativo.
Em maio de 2023, as condições para a Síria atrair assistência externa eram mais favoráveis. Isso se deveu ao retorno do país à Liga Árabe, à tendência emergente de aliviar as tensões regionais e à construção de uma nova arquitetura de segurança no Oriente Médio. Apesar da normalização externa, não houve nenhuma mudança significativa nas práticas de cooperação de investimento e suporte financeiro para a Síria. Os Estados Árabes continuam a prosseguir com base na necessidade de implementar o princípio de “Um Passo por Um Passo”.
Damasco aposta na possibilidade de reformas políticas e no lançamento do Comitê Constitucional com o compromisso árabe de apoiar o Ocidente. Ao mesmo tempo, as autoridades estão se concentrando nas eleições parlamentares de julho de 2024. O processo de normalização das relações entre a Síria e a Turquia, iniciado em 2023 pela Rússia, também enfrenta dificuldades semelhantes.
Nesta fase, a situação dentro e ao redor da Síria não é propícia para alcançar resultados rápidos e superar a crise da economia pós-guerra do país. Rússia e Irã continuam a cooperação econômica com a Síria, mas as capacidades dos dois países não são suficientes para reconstruir a economia síria destruída. Existem três canais possíveis para suporte financeiro e técnico externo no curto prazo. Estes são o Fundo Fiduciário da ONU, isenções humanitárias das sanções dos EUA e de vários estados-membros da UE, bem como oportunidades do Programa de Desenvolvimento da ONU, sob o qual algumas obras de reconstrução estão sendo realizadas. Se o processo político avançar, vários estados árabes do Golfo também podem participar de atividades de reconstrução.
Situação socioeconômica na República Árabe Síria
A reconstrução da Síria é um dos desafios mais importantes e urgentes do seu desenvolvimento pós-guerra. A peculiaridade da situação desafiadora no país é que a guerra civil terminou por si só, mas o conflito em si continua sem solução. Suas causas raízes não foram abordadas, e as consequências socioeconômicas e políticas, agravadas pelas sanções ocidentais, continuam a ter um efeito desestabilizador. Com recursos domésticos limitados e financiamento externo insuficiente, há poucos pré-requisitos para uma ampla reconstrução e a implementação de grandes projetos. Nesta fase, estamos falando de nada mais do que obras de reconstrução para manter o sustento da população e o funcionamento do setor social como um todo, o que faz parte do conceito de “recuperação precoce” comum no Ocidente.
O termo “recuperação precoce” implica assistência humanitária que não abrange projetos relacionados à reconstrução econômica. Inclui trabalho em água, saneamento, eletricidade, logística comercial, reabilitação de redes de saúde e educação até aconselhamento sobre governança local, reintegração de refugiados e pessoas deslocadas 1 . Ainda não há uma linha clara traçada entre recuperação e reconstrução, e há debate entre os formuladores de políticas ocidentais sobre essa questão. Outro fato complica a situação geral. Por um lado, em 2020 e em 2023, vários tipos de “isenções”, “autorizações” e emissão de “licenças especiais” foram introduzidos para fornecer assistência humanitária à Síria para combater pandemias de COVID-19 e eliminar as consequências dos danos do terremoto. Por outro lado, os Estados Unidos estão aumentando a “pressão máxima” sobre a Síria e ameaçando sanções secundárias sobre os países, incluindo os países árabes, que estão prontos para fornecer apoio financeiro e material à Síria. Segundo vários especialistas europeus, as disposições sobre isenções de sanções não são eficazes na prática, não tanto por razões políticas, mas porque a multiplicidade de restrições adotadas nos últimos vinte anos se duplicam e criam um emaranhado de procedimentos burocráticos confusos 2 .
O principal problema é que o território da Síria é um espaço militar e político fragmentado. De fato, o país também desenvolveu várias economias paralelas:
Territórios controlados pelo governo sírio (cerca de 68%);
o nordeste, controlado pela Administração Autônoma Curda para o Norte e Leste da Síria (AANES), apoiada pelos militares dos EUA (cerca de 22%);
a “zona tampão” do norte da Síria, sob o controlo da Turquia e da Síria
milícias que apoia (cerca de 5%);
a zona da província de Idlib, controlada pela organização terrorista Hayat Tahrir al-Sham (proibida na Rússia) e governada pelo “Governo de Salvação Nacional” (cerca de 2%);
a zona de At-Tanf, dominada pelos EUA, no sudeste da Síria (cerca de 3%).
Como resultado, as comunicações econômicas e comerciais foram cortadas. Com recursos internos e externos cada vez menores, está se tornando mais difícil para o governo manter a economia à tona e lidar com questões sociais do que durante a fase ativa das hostilidades. Por sua vez, os EUA, a União Europeia e os estados árabes do Golfo estão impondo pré-condições que o governo sírio ainda não está pronto para atender.
A maioria dos sírios está lutando para sobreviver diante do aumento constante dos preços, escassez de alimentos, energia e combustível. De todos os pontos críticos de conflito na região, a Síria sofreu as maiores perdas. Elas estão na forma de destruição material, baixas humanas e um declínio na qualidade do capital humano. O dano total da guerra é estimado pelo Ministério das Finanças da Síria em US$ 300 bilhões 3 . Mais da metade da infraestrutura básica foi destruída. O sistema de saúde, um dos mais desenvolvidos no Oriente Médio antes da guerra, foi significativamente prejudicado.
Os padrões de vida da vasta maioria da população estão despencando. A pobreza em massa é um problema particular. De acordo com a ONU, 90% dos sírios vivem abaixo da linha da pobreza, 70% precisam de ajuda humanitária internacional e a expectativa de vida caiu em 20 anos 4 .
O ministro da Economia e Comércio Exterior Samer Khalil foi forçado a admitir que 2022 foi “o ano mais difícil dos últimos 50 anos 5 ”.
A situação econômica no país continua a se deteriorar. Não apenas nas províncias, mas também na capital, a população continua sendo forçada a viver com a falta de fornecimento sustentável de eletricidade (em algumas áreas, a eletricidade é fornecida por uma a duas horas por dia, em outras por uma hora a cada cinco ou seis horas), interrupções no fornecimento de água e escassez constante de produtos essenciais.
Os crescentes déficits orçamentários e a inflação galopante estão forçando as autoridades a reduzir o tamanho dos subsídios governamentais e estreitar o leque de beneficiários, o que antes mantinha os preços mais ou menos acessíveis. Com a produção em queda e as importações, incluindo importações falsificadas, os preços das commodities essenciais são determinados pela taxa de câmbio do dólar. Desde fevereiro de 2023, a lira síria se desvalorizou quase duas vezes e meia em relação ao dólar americano 6 .
As medidas tomadas pelo governo para aproximar as taxas oficiais e não oficiais da lira síria tiveram efeito limitado e não mudaram fundamentalmente a situação. Apesar do fato de o governo ter dobrado os salários no verão de 2023, a inflação literalmente “comeu” todo o ganho, e a renda da população diminuiu. Como resultado de tais ações, as compensações trabalhistas em equivalentes a dólares ficaram ainda menores. Os aumentos desenfreados de preços (em média cerca de 10% ao mês) em combustíveis e alimentos básicos como pão achatado, galinhas, ovos, azeite de oliva, etc. estão afetando particularmente dolorosamente a população. Cordeiro e outros pratos tradicionais de carne animal estão gradualmente desaparecendo da dieta diária da maioria dos sírios.
O Governo Sírio está fazendo esforços para mitigar as consequências sociais e políticas da crise da melhor forma possível, incluindo por meio de uma combinação de regulamentação de mercado e estatal e reforma parcial do sistema tributário. No entanto, além das influências negativas externas, há uma série de obstáculos internos objetivos à recuperação econômica, o que é virtualmente impossível sem um influxo de investimento dos Estados Árabes do Golfo e do Ocidente.
Esses são, antes de tudo, problemas na agricultura e a falta de recursos hídricos, que está ligada às mudanças climáticas. De acordo com o especialista agrícola sírio Jalal Al-Attar, em 2015, os volumes de água na parte síria do Eufrates diminuíram em 40% em comparação a 1972 7 .
Terremotos e secas frequentes afetaram as colheitas de trigo, deixando a Síria com uma escassez aguda dessa cultura estratégica, satisfazendo a demanda por ela com importações, inclusive da Rússia. A escassez de combustível complicou ainda mais a situação, exacerbando a crise energética. O problema é que, enquanto a demanda doméstica de petróleo é de 3 milhões de barris por mês, apenas 300.000 barris são produzidos em territórios controlados pelo governo 8 .
O restante do petróleo é produzido na zona curda AASIS (Administração Autônoma do Nordeste da Síria). Depois que os EUA, ocupando esta zona, impuseram um embargo de fato ao fornecimento de petróleo de lá para Damasco, há uma grave escassez de combustível nas áreas sob controle do governo. A escassez é compensada pelo fornecimento de petróleo do Irã e, em parte, da Rússia.
Novos desafios não militares, mas não menos perigosos, obrigam o Governo Sírio a avaliar adequadamente os riscos, assumindo que as ameaças reais são colocadas principalmente pela economia. Bolsões de protestos surgem periodicamente no sul e noroeste do país, mas uma forte deterioração nesta área pode levar a manifestações mais radicais das contradições acumuladas em suas formas mais inesperadas.
No entanto, na situação atual, a reconstrução econômica, que pode aliviar a situação da maioria da população, está inextricavelmente ligada à política, à segurança, à restauração da integridade territorial do país por meios pacíficos com base na reconciliação nacional e à reforma da administração pública no centro e na periferia. O processo de reconstrução é multifacetado e requer compromisso. No entanto, nenhuma medida prática nessa direção foi tomada ainda pela liderança síria. Isso é evidenciado pela análise da política doméstica e regional de Damasco no contexto da nova arquitetura de segurança emergente no Oriente Médio, levando em consideração a crise em Gaza e a natureza de suas relações com as principais partes interessadas e jogadores.
O retorno da Síria à Liga dos Estados Árabes: os resultados do ano passado
Em maio de 2023, foi tomada a decisão de renovar a filiação da Síria ao LAS, que havia sido suspensa desde o início da guerra civil em 2011. Isso foi seguido por uma série de etapas em direção à normalização com a Arábia Saudita. Isso inclui a abertura de missões diplomáticas em Damasco e Riad, troca de embaixadores (os Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Omã já haviam feito isso antes), visitas políticas recíprocas de alto nível, descongelamento parcial do comércio bilateral e retomada das viagens aéreas. Houve uma mudança de tom nas declarações "de cima para baixo" na própria Síria. O presidente Bashar al-Assad participou de duas reuniões de chefes de estado em Jeddah (LAS + OIC em maio de 2023) e Manama (LAS em maio de 2024), o que mostra pragmatismo nas abordagens à política internacional e regional. Certamente, a posição da Arábia Saudita é de particular importância para a Síria, já que Riad está ganhando peso na região e, junto com outros estados do Golfo, está melhor posicionada para mitigar a pressão exercida sobre a Síria pelos Estados Unidos e Israel.
A virada para o retorno da Síria ao vetor árabe ocorreu no contexto da tendência dos últimos dois anos para a construção de novas alianças regionais. Isso foi motivado por fatores como fadiga dos conflitos em andamento, a necessidade de cooperação econômica mutuamente benéfica diante da desaceleração do crescimento global e desilusão com a política dos Estados Unidos para o Oriente Médio. Sinais de alívio das tensões, uma espécie de distensão do Oriente Médio, incluem uma série de desenvolvimentos importantes nessa direção. A Turquia tomou o caminho da reconciliação com os estados árabes vizinhos. Durante a viagem de Erdogan à região do Golfo Pérsico (julho de 2023), muitos acordos econômicos foram assinados na Arábia Saudita, Catar e Emirados Árabes Unidos. A Turquia assinou acordos totalizando US$ 50,7 bilhões somente com os Emirados Árabes Unidos. Além disso, a Arábia Saudita assinou contratos favoráveis à Turquia para a compra de um grande lote de drones 9 . Houve uma reaproximação entre a Turquia e o Irã, a maioria dos desacordos internos que dificultavam o trabalho do Conselho de Cooperação do Golfo (GCC) foram resolvidos, e o papel dos Emirados Árabes Unidos, Egito e Catar como moderadores dos conflitos no Líbano, Iraque e Líbia aumentou significativamente. A diplomacia do Catar e do Egito fez uma contribuição indispensável para negociar os termos do cessar-fogo na Faixa de Gaza. As discussões em andamento sobre os termos do reconhecimento de Israel pela Arábia Saudita, apelidado de "grande barganha", também se encaixam neste contexto.
É importante enfatizar que a nova dinâmica regional, incluindo a decisão de devolver a Síria à LAS, dificilmente teria sido possível sem a restauração das relações diplomáticas entre a Arábia Saudita e o Irã em março de 2023. Este grande avanço, precedido por esforços de mediação não apenas pela China, mas também pelos próprios estados árabes, contribuiu para a cura da região. A Síria também fez parte do amplo “pacote de acordo” saudita-iraniano.
Todas essas mudanças ainda não se tornaram irreversíveis, embora tenham sido testadas pelo conflito palestino-israelense, que se intensificou após 7 de outubro de 2023. A troca de ataques de mísseis entre Israel e Irã em maio deste ano não teve consequências negativas para a região. A Arábia Saudita assumiu uma postura equilibrada enquanto o Irã reduziu a presença de milícias proxy sob seu controle na região das Colinas de Golã, na Síria. Contatos políticos de alto nível, incluindo entre agências de inteligência sauditas e iranianas, continuaram inabaláveis. Acordos bilaterais de segurança também continuam em vigor. No Iêmen, apesar das escaladas no Mar Vermelho causadas pela crise na Faixa de Gaza, o cessar-fogo mais longo permanece em vigor enquanto a Arábia Saudita se retirou da interferência na área de interesses iranianos dentro da Síria e do Iraque.
Os estados do Oriente Médio preferem encontrar suas próprias maneiras de resolver os problemas internos acumulados e tentam evitar o ditame americano. A maioria deles está gravitando em direção a uma política de adaptação, diversificando sua política externa no contexto do confronto global em andamento. No entanto, não houve desenvolvimentos significativos em termos de abordar as questões práticas de cooperação de investimento e assistência financeira tão importantes para a Síria após a restauração de sua filiação à LAS. A Arábia Saudita e outros estados árabes continuam a acreditar que deve ser uma via de mão dupla.
A “cúpula” árabe em Jeddah decidiu formar um “grupo de contato” LAS de cinco estados (Egito, Arábia Saudita, Iraque, Líbano, Jordânia) e Síria. A declaração dos membros deste grupo afirma explicitamente o seguinte: “Enfatizamos a necessidade de medidas práticas eficazes em direção a uma resolução gradual da crise, passo a passo 10 ”.
Ou seja, a retomada da cooperação econômica é condicional. A Síria é obrigada a reafirmar sua seriedade na busca pela reconciliação nacional. Isso significa chegar a acordos com a oposição moderada por meio de um processo político baseado na Resolução 2254 do Conselho de Segurança da ONU, que também prevê emendas constitucionais e “eleições livres e justas” sob os auspícios da ONU.
Na fase inicial, a equipe ministerial do LAS criada para supervisionar a implementação dos acordos preliminares está priorizando questões como impedir o contrabando de substâncias narcóticas da Síria para os países do Golfo através da fronteira com a Jordânia, criando um ambiente seguro para o retorno de refugiados e a libertação de presos políticos não envolvidos em atividades terroristas.
Em termos de “recuperação antecipada”, o fluxo de recursos financeiros tem sido limitado até agora à ajuda humanitária do Centro especial que leva o nome do Rei da Arábia Saudita e outros Estados do Golfo para lidar com as consequências do terremoto de 2023. É indicativo que, com a reação tardia e politizada do Ocidente, 74% da ajuda humanitária urgente à Síria entre 6 e 13 de fevereiro de 2023, tenha sido fornecida por países árabes.
Bashar Assad, por sua vez, concordou em abrir duas passagens de fronteira adicionais da Turquia (Bab As-Salameh e Ar-Rai) no noroeste da Síria, região não controlada pelo governo.
No entanto, as esperanças dos cidadãos sírios por reconstrução pós-guerra e assistência de doadores externos não podem ser realizadas devido às sanções dos EUA. Desde o final de 2023, elas tiveram um impacto mais severo em terceiros países que cooperam com a Síria e também se tornaram extraterritoriais por natureza.
A imprecisão e a amplitude das sanções criaram uma atmosfera de “excesso de conformidade”, na qual potenciais governos doadores, empresas, organizações comerciais e ONGs tendem a jogar pelo seguro e evitar o envolvimento direto, mesmo em pequenos projetos.
Alguns estados do Golfo Árabe sinalizaram que estão dispostos a apoiar a reconstrução na expectativa de criar um contrapeso à influência iraniana, mas ainda não estão dispostos a correr o risco.
Resolução de conflitos
O Enviado Especial do Secretário-Geral da ONU para a Síria, Geir O. Pedersen, em briefings ao Conselho de Segurança, regularmente exorta a comunidade internacional a manter a Síria em foco, alertando sobre os riscos contínuos de um conflito não resolvido - alguns até dizem "esquecido". Em sua avaliação, a situação na Síria está em um estado de "impasse estratégico" e uma solução só pode ser encontrada na via política. O trabalho do Comitê Constitucional, criado com grande dificuldade com a assistência russa em 2019, está parado. Desde maio de 2022, ele está praticamente paralisado. Os próprios sírios não parecem mais capazes de negociar, ainda presos em delírios políticos. O governo se sente vitorioso, enquanto a heterogênea oposição não desiste de suas demandas e ambições.
Taticamente visto, Damasco está tentando envolver a Arábia Saudita em esforços de mediação e ofereceu Riad como um local para a retomada do Comitê Constitucional. O reino, por sua vez, até agora não demonstrou interesse em se envolver mais em assuntos inter-sírios, enquanto observa os desenvolvimentos em torno de Gaza e os esforços de mediação dos EUA para negociar os termos da normalização final com Israel, que incluem o comprometimento com uma solução para o caso palestino.
O resultado da reunião de 15 de agosto de 2023 do Grupo Ministerial Árabe no Cairo mostrou que a restauração das relações Síria-Golfo Árabe está passando por dificuldades significativas. O lado sírio vincula reformas políticas, incluindo o lançamento do Comitê Constitucional, ao compromisso dos países árabes de garantir o levantamento das sanções ocidentais, e também se refere às eleições parlamentares em julho de 2024. Em geral, Bashar Assad ainda não demonstrou disposição para fazer concessões, sem as quais é impossível obter a assistência necessária. A reunião do presidente Assad com o príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman em Manama em maio não produziu resultados tangíveis. O texto da declaração adotada no final da “Cúpula Árabe” repete a posição árabe e não contém nenhuma indicação de qualquer mudança, e a próxima reunião do grupo ministerial da LAS sobre a Síria foi adiada indefinidamente 11 .
A diplomacia russa vem trabalhando há anos para aquecer o clima político em torno da Síria no mundo árabe e fornecer canais para investimento externo. Agora, após o retorno da Síria ao LAS, sua linha inflexível em um momento em que a maioria do povo sírio está à beira da sobrevivência é percebida em Moscou com certo descontentamento.
Síria–Turquia
Em muitos aspectos, a situação é semelhante ao processo de normalização das relações sírio-turcas. As rápidas mudanças nas dimensões globais e regionais em 2022-23 levaram os líderes da Síria e da Turquia a perceber que um maior equilíbrio à beira do confronto direto não é benéfico para ambos os países. O movimento em direção à reaproximação começou por iniciativa da Rússia, que vê o alívio das tensões militares e os arranjos políticos entre a Síria e a Turquia como uma das possibilidades para avançar um acordo de paz após o processo de paz em Genebra ter parado.
A faixa de território na fronteira sírio-turca representa um único “eco-espaço” em termos de economia, trocas comerciais, trânsito de pessoas e segurança. Dentro da Turquia, a questão do restabelecimento das relações está diretamente relacionada à crise migratória e à necessidade de retornar (repatriar) refugiados sírios, cujo número, apenas registrado, foi estimado em 3,3 milhões em meados de 2023.
Damasco também espera se beneficiar da reaproximação com a Turquia, dada a confirmação oficial do comprometimento do lado turco com os princípios da integridade territorial e da luta contra o terrorismo, embora haja profundas divergências sobre quem deve ser classificado como terrorista. No contexto da estrutura estatal da Síria, os acordos com a Turquia estão, em última análise, vinculados à solução de um dos problemas constituintes do acordo político - o problema curdo. Em meados de 2022, os canais de comunicação fechados entre os serviços de inteligência sírios e turcos demonstraram sua prontidão para continuar as negociações nos níveis militar e político, bem como seu interesse na assistência da Rússia. Mais tarde, um mecanismo de interação foi construído por meio de negociações sucessivas em três formatos: serviços de inteligência, ministros da defesa e ministros das Relações Exteriores. A adesão do Irã a esse processo deu a ele peso adicional. O resultado final da série de reuniões neste formato seriam as negociações de cúpula. Tal prontidão no
O lado turco foi oficialmente anunciado pelo presidente Erdogan 12 .
Em 2023, foram realizadas conversas no nível de defesa (25 de abril) e ministros das Relações Exteriores (10 de maio), precedidas por reuniões de nível de trabalho de vice-ministros. O processo de negociação foi muito difícil, tanto do ponto de vista organizacional quanto em termos do curso das discussões sobre diferenças substantivas. Os representantes russos conseguiram levar os participantes sírios e turcos a acordos provisórios sobre concordar com um roteiro e restaurar as relações com vistas à preparação para a cúpula. No entanto, não foi possível obter mais progresso.
O lado sírio insistiu em pré-condições, a principal das quais era o fornecimento de um cronograma para a retirada das forças turcas do território sírio. Sem compromissos concretos sobre essa questão, uma reunião com Erdogan em Damasco foi considerada prematura. A Turquia, embora demonstrasse disposição para normalizar as relações sem pré-condições, enfatizou a necessidade de uma garantia de segurança se as tropas turcas deixassem a zona tampão no norte da Síria.
As formações armadas das Forças Democráticas Sírias (SDF), que servem como espinha dorsal da Administração Autônoma Curda do Norte e Leste da Síria (AANES), são consideradas pelos turcos como uma organização terrorista. Portanto, a Turquia prefere resolver todo o conjunto de questões relacionadas à retirada de tropas gradualmente, à medida que as relações se normalizam e em conjunto com questões de segurança.
Caso contrário, como Ancara acredita, e não sem razão, a retirada das tropas turcas poderia levar a um novo surto de hostilidades em larga escala envolvendo organizações terroristas concentradas em Idlib e no noroeste da província de Aleppo.
Características do Sistema Político e Governança
A terrível situação econômica da Síria é apenas em parte resultado de fatores externos - o regime de sanções, a fragmentação do território, o controle americano contínuo sobre muitos dos recursos naturais da Síria. Além disso, há sérios problemas de governança. Sem mudanças aparentemente significativas, o sistema foi severamente transformado nos últimos anos, e sua eficácia declinou significativamente.
À medida que a redução da tensão militar avança, a própria falta de vontade ou incapacidade do Governo de estabelecer um sistema de governação que proporcionasse as condições para conter a corrupção, a criminalização e a transição de uma “economia de guerra” para relações comerciais e econômicas normais tornou-se cada vez mais evidente.
Hoje, o país tem várias verticais paralelas de poder: grupos familiares e de clãs; serviços especiais e forças armadas; o aparato estatal; a estrutura do partido Ba'ath; e instituições religiosas. Essas estruturas se sobrepõem, enquanto, ao mesmo tempo, competem entre si pelo controle dos fluxos financeiros.
Recentemente, uma rede de organizações sem fins lucrativos também foi formada, cuja influência está ligada à primeira-dama do país, Asma al-Assad. Cada uma das estruturas de poder opera em sua própria base de recursos, liderada por figuras-chave do círculo interno do presidente.
De acordo com as avaliações de economistas sírios proeminentes, o governo central em Damasco está falhando em recuperar o controle sobre a vida econômica nas províncias periféricas. Mesmo em áreas sob controle do governo, as “regras” da economia local ainda estão em vigor, com impostos generalizados sobre todos os tipos de comércio, trânsito, transporte, comboios humanitários para o benefício de uma cadeia de exércitos e forças de segurança privilegiados, intermediários comerciais e grandes empresários associados leais ao governo, tanto tradicionais, próximos à família do presidente, quanto os novos ricos que enriqueceram durante a guerra 13 .
O poder é consolidado por meio de um sistema de clientelismo. Governança multinível por meio de instituições estatais formais e uma rede obscura de relações socioeconômicas e confessionais, construída no princípio cliente-patrono. Esse sistema alimenta constantemente um ambiente corrupto na distribuição de fluxos financeiros e rendas naturais.
Os centros de influência e estruturas empresariais formadas durante os anos de guerra não estão interessados na transição para o desenvolvimento pacífico, enquanto na sociedade síria, nos círculos de empresários dos setores da economia real e entre parte do aparato estatal, há uma demanda por reformas (“A Síria não pode mais ser como era antes da guerra”).
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A situação atual dentro e ao redor da Síria não é propícia para alcançar resultados rápidos e aliviar a crise em sua economia pós-guerra. Além disso, o Governo da República Árabe Síria hoje carece de uma estratégia abrangente para o desenvolvimento no novo ambiente. A liderança síria também carece da flexibilidade necessária e teme fazer concessões políticas que podem implicar riscos inaceitáveis.
Na prática, no entanto, há três canais para potencial assistência financeira e técnica externa para reconstrução. Um pré-requisito para isso seria que os Estados Unidos e os países da UE suavizassem sua posição sobre a normalização com a RAE em nível regional, dado que o lado sírio assumiu uma posição neutra na crise de Gaza e se absteve de apoiar o Hamas. Assim, tais canais possíveis para fornecer suporte à RAE incluem o Fundo Fiduciário da ONU, assistência de vários estados europeus e o Programa de Desenvolvimento da ONU, o que implica a implementação de obras de reconstrução separadas na Síria com um orçamento de US$ 692 milhões em 2024-2026 14 .
No segundo semestre de 2023, de acordo com as resoluções do Conselho de Segurança adotadas no período de 2022 a 2023, os serviços especializados da ONU, juntamente com o governo sírio, começaram a trabalhar na preparação do Programa de Recuperação Antecipada da Síria e no procedimento para seu financiamento por meio de um Fundo especial a ser criado para esses fins. O valor dos fundos a serem levantados é estimado em
US$ 500 milhões por um período de cinco anos. O aparato da ONU espera que, no contexto da crise em Gaza e da possibilidade de sua disseminação para países vizinhos, uma série de obstáculos à alocação de fundos sejam removidos. O fundo fiduciário apoiado pela ONU é visto como um canal alternativo para doadores cautelosos com sanções 15 .
A última oitava conferência de doadores da União Europeia realizada em Bruxelas no final de maio de 2024 demonstrou que há divergências entre os países europeus sobre a questão da reconstrução da Síria diante de uma situação humanitária em rápida deterioração. Enquanto a Alemanha e a França continuam a adotar uma linha dura, abrindo exceções apenas para áreas do nordeste controladas pela oposição, um grupo de oito estados-membros da UE (Áustria, República Tcheca, Chipre, Dinamarca, Grécia, Malta, Polônia) defendeu uma “reavaliação” da situação na Síria à luz do agravamento da crise humanitária. Este grupo de oito países europeus está mais interessado em criar um ambiente propício ao retorno de refugiados, o que deve ser facilitado por programas que se enquadrem na categoria de “recuperação antecipada 1617 ”. Assim, a reconstrução da Síria com recursos externos dos Estados Unidos, Europa e Estados do Golfo é essencial. Ao mesmo tempo, o problema da reconstrução pós-guerra da República Árabe Síria permanece politicamente condicionado. Ao mesmo tempo, as tensões militares e políticas no mundo e a pressão das sanções limitam a capacidade dos aliados da Síria, Rússia e Irã, de fornecer assistência financeira e econômica à Síria nas quantidades necessárias. A China, por sua vez, está tomando uma atitude de esperar para ver, limitando-se a declarações gerais de prontidão para fornecer financiamento.
O envolvimento militar da Federação Russa a pedidos do Presidente B. Assad, bem como sua firme posição política em nível internacional, permitiu que Damasco preservasse sua condição de estado, derrotasse inúmeras organizações terroristas e retornasse à órbita da política regional. No período pós-guerra, a Rússia também fez esforços significativos para fornecer assistência real à RAE na reconstrução de sua economia devastada. O governo está encorajando as empresas russas a trabalhar mais de perto com as empresas sírias em uma parceria público-privada e na base da nação mais favorecida, embora os "métodos de comando" não sejam mais tão eficazes na economia russa quanto eram nos tempos soviéticos. Ao mesmo tempo, o governo sírio é obrigado a tomar medidas consistentes em direção a uma estratégia de desenvolvimento abrangente, estabelecendo um sistema de administração pública central e local capaz de combater a corrupção. Além disso, espera-se tratamento preferencial para investidores estrangeiros, respeito à lei e uma transição antecipada de uma "economia de guerra" para relações comerciais e econômicas normais.
A Rússia também está fazendo uma contribuição importante para a reabilitação e modernização do setor de energia. As empresas russas que estão sob sanções estão participando da reconstrução das instalações de infraestrutura da FEC de petróleo, incluindo usinas hidrelétricas e refinarias, e também estão realizando trabalhos para explorar e explorar novos campos de petróleo e gás. A Stroytransgaz, em cooperação com parceiros sírios, está implementando um projeto para desenvolver a parte civil do porto de Tartus e, desde 2018, vem produzindo fosfatos, cuja exportação foi uma importante fonte de receitas em moeda estrangeira para o orçamento até 2011. Vale ressaltar que, no campo da reabilitação de infraestrutura de energia e transporte, a Rússia e o Irã mudaram recentemente da competição para a cooperação, complementando-se.
Uma análise abrangente das perspectivas para a “reabilitação” econômica da Síria no período pós-guerra mostra que essa tarefa urgente só pode ser resolvida pela coordenação de esforços em nível internacional. Este poderia ser um ponto de convergência entre os interesses de todas as partes, onde a assistência econômica e humanitária seria vista como inseparável do progresso na trilha política.
1 Al-Issa, Ibrahim H., Karazi H. Projetos de recuperação precoce na Síria e obstáculos políticos // Enab Baladi, 30 de maio de 2024. — URL : https://english.enabbaladi.net/archives/2024/05/early-recovery-projects-in-syria-and-political-obstacles/
2 Briefing: Quão “inteligentes” são as sanções à Síria // The New — URL: https://www. thenewhumanitarian.org/analysis/2019/04/25/briefing-just-how-smart-are-sanctions-syria
3 Ministro das Finanças da Síria: 300 mil milhões de dólares em perdas de guerra // The Syrian Observer, 23 de maio
— URL: https://syrianobserver.com/society/syrian-finance-minister-300-billion-in-war-losses.html
4 Conselho de Segurança: 12 anos de guerra deixam 70 por cento dos sírios precisando de ajuda // UN News, 25 de janeiro — URL: https://news.un.org/en/story/2023/01/1132837/
5 2022 Pior desempenho econômico em 50 anos: Ministro da Economia do regime promove decisões mágicas // The Syrian Observer, 3 de fevereiro de 2023. — URL : https://syrianobserver.com/news/81565/2022-worst-economic-performance-in-50-years-regimes-economy-minister-promotes-magical-decisions
6 República Árabe Síria: Visão geral das necessidades humanitárias em 2024 (dezembro de 2023) // org, 21 de dezembro de 2023. — URL : https://www.unocha.org/publications/report/syrian-arab-republic/syrian-arab-republic-2024-humanitarian-needs-overview-december-2023
7 Fonte: pessoal do autor
8 Polyakov Síria em 2023: Declínio e esperanças não realizadas (Polyakov D. Siriya v 2023 Godu: Upadok i Nesbyvshiesya Nadezhdy) // RIAC, 11.01.2024. — URL: https://russiancouncil.ru/analytics- and-comments/analytics/siriya-v-2023-godu-upadok-i-nesbyvshiesya-nadezhdy/?sphrase_ id=146557723
9 Dalay Política externa turca em um mundo desequilibrado // Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Globais, 30 de maio de 2024. — URL: https://mecouncil.org/publication/turkish-foreign-policy-in-an-unhinged-world/
10 Hendawi Síria recebe retorno condicional à Liga Árabe // The National, 7 de maio de 2023. —
URL: https://www.thenationalnews.com/mena/syria/2023/05/08/arab-league-syria-return/
11 Texto integral da Declaração do Bahrein da cimeira da Liga Árabe // The National, 16 de maio
— URL: https://www.thenationalnews.com/news/mena/2024/05/16/full-text-arab-league-summit- bahrain-declaration/
12 Dalay A nova narrativa da Turquia sobre a Síria // Conselho do Oriente Médio sobre Assuntos Globais, 24 de outubro de 2022/
— URL : https://mecouncil.org/blog_posts/turkeys-new-syria-narrative/?utm_campaign=MECGA%20Soft%20Launch&utm_medium=email
13 Aksenenok A. Guerra, Economia, Política na Síria: Links Quebrados (Aksenenok A. Vojna, Ekonomika, Politika v Sirii: Razorvannye Zven'ya) // Valdai Club, 17.04.2020. — URL: https://ru.valdaiclub.com/a/destaques/voyna-ekonomika-politika-v-sirii-razorvannye-zvenya/
14 Síria: Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento // org. — URL: https://www.undp.org/
Síria
15 Al Dassouky A. Early Recovery Trust Fund na Síria: Uma abordagem técnica com implicações políticas e riscos associados // OMRAN Strategic Studies, 16 de maio de 2024. — URL: https://www.org/index.php/publications/papers/early-recovery-trust-fund-in-syria-a-technical- approach -with-political-implications-and-associated-risks.html
16 Bruxelas VIII: Um ano de crise prolongada e desafios não resolvidos para a Síria // The Syrian Observer, 4 de junho — URL: https://syrianobserver.com/refugees/brussels-viii-a-year-of-prolonged- crisis-and-unresolved-challenges-for-syria.html
17 membros da UE dizem que as condições na Síria devem ser reavaliadas para permitir o retorno voluntário de refugiados
// AP World News, 7 de junho de 2024. — URL: https://apnews.com/article/migrants-refugees-syria-eu-lebanon-safe-zones-returns-3b52a8b2d55acb6838c1e34916638f4b
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Dossiê Completo da Noite Oficial dos OVNIs e da Grande Onda de Maio de 1986 no Brasil [Matéria de Cláudio Suenaga na Revista COSMOVNI, nº 09, dezembro de 2024]
Leia e baixe a COSMOVNI 9 aqui:
A Noite Oficial dos OVNIs no Brasil em 19 de maio de 1986, em pleno início da Nova República, quando a região da Grande São Paulo, de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e o Rio de Janeiro, foi invadida por nada menos do que 21 esferas luminosas, perseguidas por sete caças F-5E e Mirage da FAB, enviados das bases aéreas de Santa Cruz (RJ) e Anápolis (GO), entrou para a história da ufologia como um marco por não só ter sido reconhecida pelos militares e pelo próprio governo, mas por ter contado com a participação e o testemunho de figuras importantes e abalizadas do país, ocupantes de altos cargos, como o então presidente da Embraer Ozires Silva, que a bordo de um avião Xingu avistou um OVNI quando seguia de Brasília para São José dos Campos e chegou mesmo a persegui-lo. Como se sabe, o então ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Octávio Moreira Lima, não hesitou em ir à TV em rede nacional, no dia seguinte, para admitir a "invasão" do espaço aéreo brasileiro por OVNIs. Diversos documentos sobre a Noite Oficial dos OVNIs, em que se admite que os objetos observados eram "sólidos e refletem certa forma de inteligência", foram liberados pelo governo nos últimos anos.
Se você é meu Patrono, pode ler esta matéria completa aqui: https://www.patreon.com/posts/101455794
Rodrigo Moura Visoni, ex-militar, bacharel em Arquivologia pela UNIRIO, especialista em história da aviação e articulista da revista OVNI Pesquisa desde 2020, considera ter encontrado a explicação final para a "Noite Oficial dos OVNIs", que mobilizou a Força Aérea Brasileira (FAB) na noite de 19 para 20 de maio de 1986 e instou admissão pública da "invasão" do espaço aéreo brasileiro logo no dia seguinte pelo então ministro da Aeronáutica, o brigadeiro Octávio Júlio Moreira Lima (1926-2011).
Se você é meu Patrono, pode ler esta matéria completa aqui: https://www.patreon.com/posts/112050656
"Dossiê Completo da Noite Oficial dos OVNIs e da Grande Onda de Maio de 1986 no Brasil", in Revista COSMOVNI, Pato Branco (PR), Publicação do Grupo Ufológico Pato Branco (PATOVNI), nº 09, ano 05, dezembro de 2024, p.04-42 [ISSN 2675-8466].
Continue lendo a revista COSMOVNI 9 aqui:
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SUGESTÕES DE TEMAS PARA RP
como eu e a rinn vivemos criando plots de rp, resolvi pegar aqueles que não desenvolvemos ou que ficaram apenas nas ideias soltas e liberar, essas ideias são apenas minhas, porque a chefe tem ciúmes dos plots que criou. se alguém tiver vontade de criar um rp diferente, talvez essas ideias podem ajudar!
CENTRO DE ESPORTES
que tal um centro que prepara atletas para as olimpíadas, onde eles precisam conciliar esporte e suas vidas normais, como trabalho e estudos. OU um centro de atletas nacionais que são reservas do time oficial e precisam mostrar seu valor a todo momento, porque podem ser substituídos da mesma forma.
REVISTA
já teve uma na tag, mas não foi para frente por abandono, mas é uma ótima ideia. ter várias repartições da revista com chefes, editores (uma ótima oportunidade para termos mais chars +27/+30) e até estagiários, para quem curte chars mais novas.
BANDAS
que tal uma guerra de bandas? todos em busca de um contrato de sucesso e milionário com uma gravadora grande, então várias bandas brigam entre si para ganhar.
RUA COMERCIAL
o dia a dia de trabalhadores em uma rua comercial, o desenvolvimento do crescimento da pessoa na empresa, pessoas buscando sustento em dois empregos e muitos desenvolvimentos aleatórios.
EMPRESAS NO GERAL
empresas de jogos, de entretenimento coreano (com programas musicais e doramas), streaming (porque não tentar lançar um rp de netflix, disney + e por ai vai?)
FADAS
olha o universo fadas da disney, tem como fazer fadas de vários elementos, do bem e do mal. tem um conteúdo bem farto.
REPÚBLICAS E PRÉDIOS EM CONJUNTO
sempre tem, mas é uma boa oportunidade: prédios e repúblicas que juntam pessoas que estão começando sua vida ou andam tendo problemas para se reerguer, uma junção de tudo isso, em um prédio.
PESSOAS MÁGICAS
no estilo Sailor Moon, Madoka e por aí vai. sei que tem a parcela que curte um poderzinho, então por que não pegar todo o conteúdo desses animes e criar um universo assim? um grupo de pessoas com poderes que salvam o mundo.
LOBISOMENS
ignorando isso de abo, pelo amor de deus. que tal uma competição para ver qual clã vai liderar a alcateia? o líder atual não teve herdeiros, então juntou os clãs de lobos de sua alcateia e vai realizar uma competição para escolher o novo alpha/líder, o rp pode se desenrolar entre provas de força, inteligência, administração e por ai vai. e sem essa de apenas homens participam, coloque as mulheres também. todos humanos e só se transformando na fera quando necessário.
UNIVERSIDADE COM FRATERNIDADE
sei que não é um tema novo e que todos estão carecas de tantos rps nessas temáticas, mas essa é uma ideia que nunca vi: uma universidade com quatro ou cinco fraternidades que foram castigadas por uma festa que causou problemas para o campus (ou por ter quebrado alguma coisa de valor), o castigo foi a proibição de novos membros até segunda ordem (ao pagarem todos os reparos), mas um novo semestre está chegando e todos estão ansiosos para a nova leva de "bichinhos". todos podem entrar, independente de seu tempo na instituição.
CIDADE PÓS APOCALIPTICA E TUDO NESSE MEIO.
um tema que já esteve em alta, mas foi perdendo a força, uma pena. que tal um evento que causou a destruição do mundo que conhecemos, então quem conseguiu sobreviver tem recursos muito limitados, e precisam sobreviver com as novas condições. tem muitas nuances nisso de cidade/local pós apocalipse, não sei nem listar todas... mas também tenho a ideia de uma cidade com resistência, onde os mais pobres foram isolados por um governo fdp e agora, vivem de revoluções por seus direitos, podem enfiar algumas tecnologias novas e todo o cenário cyberpunk.
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