#Nem gosto tanto da música mas é o princípio
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camelosuspeito · 6 months ago
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One thing that absolutely boils my blood as someone who doesn’t have English as a first language is the fact that whenever english speakers sing a brasilian song it gets translated to english.
I didn’t learn the entirety of Britney Spears’s Toxic at goddamn 11 years old for your bitch ass to sing Garota de Ipanema in english, you’re weak and won’t survive the summer.
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loucura-sob-glitter · 6 months ago
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mais um filme para a conta
Demorei um século para escolher um filme no catálogo de streaming, isso por ser verdade o que se diz, quanto mais opções, mais complicado é para se escolher. Em todo caso, escolhi um filme de 1996 (típico meu), chamado “O espelho tem duas fases”.
Não foi a sinopse do filme, elenco, gênero, nem nada que me fez querer assisti-lo, mas eu gosto muito dos filmes dos anos 90 com aquele ar de “gravação saturada e granulada”.
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O modo como o casal se conhece e se desenvolve é um tanto quanto inusitada. Ele queria sair com alguém para além da aparência, no qual o sexo não fosse o foco. Fez um anúncio e a irmã da mocinha respondeu ao artigo.
Gostei de vê-la na aula quando abordou a temática dos arquétipos femininos, em como se construiu o amor romântico (para além do casamento), além de responder o porquê, mesmo sabendo das complicações dos enlaces, ainda assim, escolhemos entrar em tal coisa.
Quando eles têm o primeiro “encontro”, céus, logo se vê que ela é cheia de manias e ele ama falar do que leciona — ah, ambos são professores, ele, de matemática, ela, de literatura. Eles são um casal normal, bem comuns e sem qualquer coisa de especial ou mesmo extraordinário, apenas seres comuns em busca de uma relação simples e descomplicada.
Confesso, mesmo ele sendo um pouco desinteressante a princípio, fiquei intrigada por ele observar as manias delas logo no começo (mostrou que parecia no mínimo interessado na pessoa com quem interagia), e mesmo o vendo assim, ora, bem que eu gostaria de um crush que me convidasse (como ele o fez) para um concerto. Curto música e adoraria sentir o arrepio que é possível sentir ao ouvir ao vivo uma orquestra.
Greg (o nosso mocinho doido) tem uma visão pragmática demais do romance, e isso devido a um mal-entendido — ele ouviu pela metade um argumento, mas foi longe na dedução da coisa — e Rose (nossa mocinha tão doida quanto) fica até sem saber como poderia conduzir as coisas com aquele neurótico.
Sei que não cai na graças de muitos esse tipo de filme, mas cai no meu como uma luva. Me sinto curiosa para saber onde aquela neurose pode levar e a que destino eles serão conduzidos, e claro, que argumentos usam para essas escolhas que tomam. Não sei bem como explicar, mas gosto desses romances nada a ver, casais nada a ver, enredo nada a ver. Não tem sexo como ponto-chave, não tem uma grande paixão (pelo menos não como a conhecemos), não tem grandes cenas espetaculosas, apenas… dois atores fazendo o melhor que podem em um enredo inusitado.
No filme, quando chegou aquela cena no qual o Greg foi jantar na casa da Rose… Céus, o que tinha ali pra eu sentir vergonha alheia? Só o Universo para saber. Mas ainda assim, achei aquele cara chato fofo, simplesmente fofo e também não sei como. Mas… Só sim! A fofura não foi com a coisa do casamento, afinal, ele foi tapado como uma porta, mesmo a Rose sendo uma criatura adorável. Entendemos que apesar da coisa estranha ao se relacionar com o Greg, ele de certa forma contribuiu para ela se conhecer melhor e alimentar a autoestima — claro, quando se viu forçada a tal.
Nesse enredo maluco, eu seria o melhor amigo do Greg: Henry, o antropólogo — e isso já diz tudo o que precisam saber. Mas sim, me perguntaria se entraria em um lance como esse e o que poderia esperar… de uma relação funcional, platônica e pragmática… Quem disse que se tem modelo, forma correta afinal?
O que esperamos das pessoas com quem nos relacionamos? O que fazemos com nossas expectativas? O que fazer quando as ignoramos ou abrimos mãos?
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Quando assisto filmes como esses, em que são protagonizados por personagens estranhos, ou com motivações estranhas, percebo como minhas predileções de algum modo são esquisitas também, e como elas falam um pouco sobre mim ao mesmo tempo…
É sério, é um enredo esquisito, mas também é legal. E não recomendo… mas se quiser assistir, vá em frente!
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ministeriocompartilhando · 5 months ago
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A gravidez de um pai
A gravidez de um pai
Graça, Paz e Alegria!
Mensagem do Portal Evangélico Compartilhando Na Web.
Letícia Thompson
Do site: http://www.belasmensagens.com.br
A gravidez de um pai não se dá nas entranhas, mas fora delas.
Ela se dá primeiro no coração, onde o sentimento de paternidade é gerado. Um desejo de ser e de se ver prolongado em outra vida, que seja parte de si mesmo, mas com vida própria. Imagino que deve ser frustrante a princípio. Durante toda a espera, um pai é um pai sem experimentar o gosto de ser, sem os inconvenientes de uma gravidez, mas também sem as lindas emoções que tanto mexem com a gente.
E quando ele sente pela primeira vez a vida que ajudou a gerar, tudo toma outra forma. Ele sente um chute e se diz já que este será um grande jogador de futebol. E muitas vezes se surpreende e se maravilha quando vê uma princesinha que sabe chutar tão bem. Mas tanto faz. Está ali um sonho que se torna palpável.
E um parto de um pai se dá quando ele pega pela primeira vez sua criança nos braços, quando ele se vê em características naquele serzinho tão miudinho que nem se dá conta ainda que veio ao mundo e que se tornou o mundo de alguém. E os sentimentos e emoções se atropelam dentro dele. E ele sente que, a partir desse instante, a vida nunca mais será a mesma. E ele precisa olhar dez, cem, mil vezes para acreditar que tudo não passa de um sonho. E geralmente há um enorme sentimento de orgulho que toma posse dele.
Assim se forma um pai. Pronto para ensinar tudo o que aprendeu da vida, um dia ele descobre que não sabe realmente muito, que na verdade aprende a cada instante. Diante da sua criança ele se torna um adulto vulnerável e acessível. E vai gerando, pouquinho a pouquinho, dentro de si mesmo, a arte de se tornar um pai.
Beijos e Abraços!
Em Cristo,
Marcos Vinícius
OBS - Caso o player não toque a mensagem até a execução da música no final, você pode clicar nos "três pontinhos" (...) no próprio player e ouvir direto no Spotify. Aproveite e siga nosso Podcast por lá ou em outra plataforma que agrega podcasts! Pesquise "Ministério Compartilhando"!
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ouitheeviltwin · 7 months ago
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meu próprio call me by your name
23/06/24
estou vivendo um amor de são joão, que é o equivalente a um amor de verão, porém condensado em um feriado.
é o amigo de fora de uma amiga: fomos a uma festa no mesmo grupo e a princípio achei que só beijasse meninas, mas aí ele foi sendo educado demais, conversando demais, fumando meu cigarro direto da minha mão... eu, ele e outra amiga demos um beijo juntos (abaixados, porque ele não queria ser visto) e, depois de me convidar para ir com ele ao banheiro, eu o empurrei para dentro da cabine e ele deixou que eu o beijasse sozinho. dormimos juntos depois. pode parecer algo meio sujo, que só aconteceria regado a álcool, mas há tanta pureza no jeito como ele me abraça sem roupa e acaricia minha mão e me diz que quer estar ao meu lado quando certa música tocar na festa que iremos mais tarde. nos conhecemos há menos de setenta e duas horas e ele já me chamou de amor, já me convidou para visitar a capital onde mora, já disse que me quer só para ele, disse que vai sofrer quando tiver de ir embora daqui a dois dias, cantou j&m pra mim (se você quiser, a gente casa ou namora etcetera etcetera), e eu deixei que ele fizesse tudo isso. talvez eu devesse ter impedido (ele é oito anos mais novo; nessa história, não sou o elio), mas gosto do jeito puro como tudo isso soa (repito: puro. não ingênuo ou desesperado, só puro).
há pureza até mesmo na maneira como transamos.
não me refiro ao fato de transarmos fofo. ao contrário: seus tapas doem, meus mamilos estão roxos, meu couro cabeludo está dolorido e meu frênulo está levemente doído de tanto ele puxar minha língua com seus lábios. não sei se ele faz tudo isso por prazer ou inexperiência, e nem me importo. eu gosto, na verdade. se, com a partida, eu vou machucar seu coração, o mínimo que posso fazer é deixá-lo machucar meu corpo. e sentir prazer com isso.
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(meu elio esqueceu esse anel em minha casa; ele é católico, faz devocional todas as manhãs o que, honestamente, eu acho bastante charmoso e me deixa com vontade de assistir. o livro ao fundo é o que eu estou lendo agora, uma mistura perfeita de sagrado e profano, que não poderia mais propício para esse momento)
por fim, já havia até esquecido como é bom ser colocado em primeiro lugar na vida de alguém. não mais o outro.
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fredborges98 · 1 year ago
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A epifania de Amélie Poulin e Macabéa.
Por: Fred Borges
"Não é sobre ser inconsequente, mas compreender que nem tudo na vida precisa fazer sentido.
Ter medo de arriscar coisas novas, se abrir para outros lugares, olhares e ideias é normal.
O legal é entender que isso é a vida, e as experiências estão aí para serem vividas."Clarice Lispector
Doenças nem sempre levam ao caos, mas passar pelo caos é fenomenal, pois o caos nos ensina, nos edifica, deixa cicatrizes no corpo e na alma.
A vida é um caos que o ser humano quer de todas as maneiras ordenar; ordenar o progresso do positivismo de Auguste Comte:"Amor por princípio e a ordem por base; o progresso por fim." diante do intuicionismo: "intuição faz o contato imediato com a realidade em nós"fantasia e a realidade da felicidade, o amor, o prazer, da doença e da própria morte.
O contrário do caos é cosmos, o cosmos é o ordenamento das estrelas.
A hora da estrela foi o último livro em vida de nossa subjetiva e plena de adjetivos,Clarice Lispector, ela, a obra, significa um epitáfio.
No caso da canção dos Titãs, seria um recado para todos aproveitarem a vida e viver o agora.
No caso de Macabéa, protagonista da Hora da Estrela, de certa maneira ela, personagem, é a voz agonizante do útero de Clarisse com câncer, é o trágico e derradeiro atropelo por uma Mercedez Benz amarela.
Mas a morte e a vida são processos, vive- se e morre-se a cada dia, e nos deparamos e de certo nos desesperamos diante da exigua finitude do sol e da lua.
Macabéa se imortalizou pela sua leveza, pureza e ingenuidade, sapiente, ela é o mundo do relativo e da relatividade, desconectada, desconstruída, desvinculada, ela é caos diante do amor, amor pela vida, pelo namorado, apesar da "feiúra" rotulada, ela namora o nordestino ambicioso e metalúrgico Olímpico de Jesus Moreira Chaves, ambicioso, tirado a todo conhecimento,"esperto", não tinha conhecimento algum, mas tudo muito previsível de hora e data marcada para o seu egocêntrico e narciso "sucesso", pois arrogância e prepotência constroem o falso conhecimento.
Usualmente esse nome, Macabéa, é dado como derivado do Hebraico MAQQABH, “martelo”.
Macabéa era martelo e Olímpico era o prego,apesar de se achar martelo Macabéa adora prego e parafuso:
"E Macabéa, com medo de que o silêncio já significasse uma ruptura, disse ao recém-namorado:
- Eu gosto tanto de parafuso e prego, e o senhor?"
O silêncio se fez, e o silêncio perdurou, o silêncio é o eco da alma que não fala, mas expressa tamanha vala, vala comum ou privativa que vai acima o epitáfio, Epitáfio de Titãs:
"Devia ter amado mais
Ter chorado mais
Ter visto o sol nascer
Devia ter arriscado mais
E até errado mais
Ter feito o que eu queria fazer
Queria ter aceitado
As pessoas como elas são
Cada um sabe a alegria
E a dor que traz no coração
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar distraído
O acaso vai me proteger
Enquanto eu andar
Devia ter complicado menos
Trabalhado menos
Ter visto o sol se pôr
Devia ter me importado menos
Com problemas pequenos
Ter morrido de amor
Queria ter aceitado
A vida como ela é
A cada um cabe alegrias
E a tristeza que vier..."
O epitáfio de Clarice não refletiria sua agonia, angústia e depressão por grande parte de sua vida! " Dar a mão a alguém sempre foi o que esperei da alegria.”
Talvez fosse mais aplicado o trecho da música de Chico: Construção:
"E tropeçou no céu como se fosse um bêbado
E flutuou no ar como se fosse um pássaro
E se acabou no chão feito um pacote flácido
Agonizou no meio do passeio público
Morreu na contramão, atrapalhando o tráfego"
Macabéa que “nunca tinha tido coragem de ter esperança”, sai feliz da consulta, pois “a cartomante lhe decretara sentença de vida”. Porém, ao atravessar a rua distraidamente é atropelada por uma Mercedes amarela. Cai no chão, agoniza e diz sua última frase, em aparência enigmática: “Quanto ao futuro”.
A "Hora da Estrela" representa o momento Epifânio de Macabéa: a hora da morte. É irônica porque só no momento da morte é que Macabéa alcança a grandeza do ser. Já a autora atinge a epifania ao concluir a obra. É a epifanização da catarse de escrever e crescer.
Mas o que vale é o meio, não é o início da vida, pois não dominamos a consciência, e tão pouco é o fim, pois apesar de termos ciência estamos impotentes diante da morte, norte que se aproxima,mas o meio, o meio é a vida que se faz valer a pena.
Apena-se e não apequena-se de Macabéa que morre tragicamente feito Clarice, palavras que se misturam ao sangue no asfalto, ao câncer no útero,as palavras de ambas, autora e personagem- protagonista.
São férteis as palavras e levam a reflexão da existência do existir ou persistir lutando, prego ou parafuso ou ambos, um para receber martelada, o outro para ser exprimido, penetrado na madeira, parede de bloco e cimento, de concreto nada possuímos, palavras que voam, ecoam, reverberam e pousam feito folha morta no Outono Parisiense na Floresta de Fontainebleau ou na Paraibana Nova Floresta, que de Floresta só tem o nome.
“Sans toi les émotions d’aujourd’hui ne sont que la peau morte des émotions d’autrefois.” ou traduzindo:
“Sem você, a emoção de hoje seria apenas uma pele morta da emoção do passado.”
Amélie: Significa “trabalhadora", "mulher diligente”, “ativa".
É a versão alemã de Amélia, variante do nome Amália, que tem origem no germânico Amal que quer dizer “trabalho”.
Ela se chamava Amélia Mendes da Silva e, aos 28 anos de idade, envolveu-se em um episódio para defender a própria vida, em um fato policial ocorrido no início da noite do dia 5 de maio de 1915, no Beco dos Paus, em Campina Grande.
Ela matou um ex-cangaceiro conhecido como Serrote.
Presa e submetida a júri popular, acabou absolvida por sete a zero e obtendo “grande” apoio da população “por ter livrado a sociedade de um monstro”.
Isto aconteceu há 108 anos e ela foi considerada a primeira mulher (talvez a única) a matar um cangaceiro no Nordeste do Brasil.
Saiu livre graças ao trabalho de um dos advogados mais hábeis e caros da época, Clementino Procópio, que patrocinou sua defesa.
Os fabulosos e insólitos destinos de Amélie Poulain e Macabéa se unem em epitáfio para afirmar e ratificar que vida é processo, é peleja que resulta em cereja, atropelada, pisada, mas permanece cereja!
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universepersonagens · 2 years ago
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( ooc: +18 ) Os fãs não param de falar disso! Parece que Choi Wooseok entrou para as redes sociais, sabia? Dizem que ele parece tanto com o Kim Sunoo! Ele nasceu em 23/07/2001 na cidade de Suncheon, Coreia do Sul e atualmente tem 20 anos. Ele trabalha como integrante do BURST na SENSE Entertainment, deve ser muito talentoso… Ah, você quer seguir ele? Procura por @uv_wooseok e fica de olho nas novidades.
DEMAIS INFORMAÇÕES.
Etnia: coreano.
Personalidade: (-) Inquieto, desastrado; (+) Honesto, entusiasmado.
Gênero/ano de debut:
Fofocas/rumores:
Existem rumores de que Wooseok estaria em um relacionamento homoafetivo com outro trainee antes de seu debut, porém nada foi comprovado.
As más línguas dizem que Wooseok não fala inglês e não tem nenhum interesse no idioma por ser anti-imperialista, há um rumor na internet de que o rapaz e a integrante do Nephentes, Asami, já brigaram nos corredores do prédio por suas diferenças culturais.
Algumas fontes elogiam a personalidade do rapaz, dizendo que o mesmo em sua época de trainee fazia serviço comunitário em Suncheon, por ser uma comunidade pequena, além de se preocupar com as pessoas mais velhas e crianças.
Trabalhos:
Músicas livres para grupos que ele produziu:
Dive - iKON Movie Star - CIX Killing Me - iKON 458 - CIX Hwaa - G-IDLE
BACKGROUND/HEADCANONS.
Os seus pais diziam que ele era destinado a ser uma estrela. Nasceu em um pequeno vilarejo em Suncheon, filho de dois ativistas de direitos humanos que queriam criar o filho longe de influências capitalistas. A infância de Wooseok foi tranquila, morando em uma fazenda onde consumia tudo que era da terra e aprendendo a respeitar a própria cultura e os princípios dos pais. Apesar do conceito de morar na fazenda ser algo terrível aos olhos de algumas pessoas, é algo que o jovem realmente gostava, ter uma infância onde pôde ficar longe de vícios e os dias de verão eram longos, a vida era brincar com as ovelhas na lama e ir bem nos testes de matemática da escola. Desde pequeno, com influência dos genitores, sentia interesse por música e era um hobby escrever canções para os pais e tocar melodias desconexas no violão que ganhara de aniversário de oito anos. Conforme ia crescendo e virando adolescente, passara a acompanhar os pais em manifestações na cidade, onde conhecera e aprendera a ter gosto pela cultura e o cinema local. Sua adolescência se tornaria então ir para a cidade de bicicleta na maior parte da semana, passar o dia todo na biblioteca ou na locadora de filmes assistindo algum clássico e voltar para casa de noite.
Aos seus catorze anos, deixou a fazenda. Não porque queria e nem porque fugiu de casa. Os pais decidiram abrir uma ONG na capital coreana, levando consigo o único filho. Deixar as ovelhas e as vacas para trás não tinha sido uma tarefa fácil, e se adaptar às porcarias que vendiam em qualquer esquina de Seoul muito menos. Carne o dava nojo e tanta gordura para fazer um espetinho o dava náuseas. No entanto, apesar da culinária terrível da capital e se adaptar a não dormir mais com um carneirinho aninhado nos pés todas as noites, ele se sentia mais perto do conhecimento que tanto gostava. Morar na capital significava ficar mais perto de livros, de música e de pessoas. Línguas estrangeiras - tirando inglês e japonês - o fascinavam e aos quinze anos começara a aprender espanhol e estudar para entrar na faculdade de Matemática.
Conforme ia crescendo, o adolescente percebera que, apesar de gostar de estudar, queria ser um cantor. Com dezessete anos desistiu do sonho de ser professor de matemática e correr atrás daquilo que mais gostava. Os pais o apoiaram totalmente nesse sonho que era tão distante. Mas não seria nada fácil para Wooseok conseguir alcançar o prestígio. Ele não sabia dançar ou ter técnica vocal, foram dez meses de muita tortura, fazendo audições para diversas empresas do ramo do entretenimento, até ser aceito como trainee da ARR. Treinou por algum tempo na empresa, engolindo o próprio orgulho em alguns casos - como cantar em inglês -, até ser selecionado e anunciado como membro do Burst.
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princssfrog · 3 years ago
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                    Preencha o juramento antes de continuar: em nome da Excalibur, ANNE MARIE D’ORLEANS em seus VINTE E DOIS ANOS, jura seguir o legado de TIANA E NAVEEN durante a sua estadia na Academia dos Legados. Com a sabedoria concedida a ela, deve se manter caminho da luz enquanto conclui o MÓDULO I. Com a bondade tocada em seu coração, recebe CONFIANÇA e não se permite ser corrompida pela PETULÂNCIA. Por último, é deixado um corte na mão de ASHLEY MOORE como prova de seu comprometimento com a luz.  
BASICO:
Nascimento: 24/10, escorpiana.
Sexualidade: pansexual.
MBTI: ENTJ.
Ocupação: goleira e capitã do Knights of the excalibur, influencer e aspirante a empresária.
Gostos: moda, velas, magibol, dormir, festas, velas, falar & conversar, filmes de ação, fofoca, beijos, a cor verde, aventuras, natureza.
Desgostos: silêncio, dias nublados, água gelada, música clássica, números, altura, matemática, filmes tristes, química, animais grandes, vegetais & acordar cedo.
Qualidades: leal, confiante, esperta, criativa, habilidosa & animada.
Defeitos: arrogante, preguiçosa, mentirosa, fofoqueira, impaciente & impulsiva.
HABILIDADE:
A Manipulação de Energia é o poder de gerar e manipular diversos tipos de energia. O usuário pode criar, moldar e manipular todas as formas possíveis e imagináveis de energia, não tendo nenhum limite para a quantidade ou o tipo de energia que pode absorver, projetar ou manipular. No caso de Anne Marie, embora tenha recebido tal poder da Excalibur, ela não se importa tanto. Nunca se interessou por magia, fato que a impede de estudar e se dedicar a isso, de forma que pouco desenvolve suas habilidades e até mesmo reprovou no primeiro módulo. A princípio, é apenas capaz de manipular e solidificar a energia.
RESUMO:
Anne Marie é a terceira criança de Tiana e Naveen. Tendo nascido de pais privilegiados, nunca enfrentou grandes dificuldades a não ser qual sobremesa escolher no restaurante da mãe. Também devido a popularidade dos pais, foi natural que se acostumasse com a presença constante de câmera, das quais gosta muito. Teve uma infância feliz e uma adolescência normal, tendo a curiosidade com o outro magiless, especialmente pela história e pela moda. Está ainda no primeiro módulo da Academia e constantemente tira péssimas notas, para a tristeza de seus pais. Anne prefere muito mais a companhia da bola de magibol, de suas velas ou de simplesmente fugir para alguma pequena aventura.
TRIVIA:
Anne costuma fazer velas mágicas por encomenda, sendo bastante popular. No futuro pretende expandir seu negócio.
Simplesmente adora magibol, muito embora se sinta feia com o uniforme, que acha que não valoriza suas formas. Há pouco tempo foi promovida capitã do time.
É flirty por natureza. Está sempre enrolada com alguém ou procurando lances pelo Finder. Embora acredite no amor verdadeiro, acha que é jovem demais para encontrá-lo.
As mentiras por vezes saem dela sem nem que perceba, mentirinhas que julga não fazer mal para ninguém.
Anne odeia acordar antes do meio dia e muitas vezes suas notas baixas são por conta da preguiça de estudar... Coisa que ela não gosta! Até mesmo acabou por reprovar no primeiro módulo ainda.
Anne Marie é cheia de superstições e acredita bastante nas crenças populares de Arthurian. 
Gosta da bastante de moda, estando sempre atenta as novidades.
Adora passear pelo Castigo, mesmo que tenha uma opinião bastante tradicional. Anne costuma não confiar no legado dos vilões e acredita que o lugar da maioria é ali mesmo na Cidade de Baixo.
Uma certa vez, ao se arriscar pela boate de Facilier, algo aconteceu. Anne não se recorda bem do que houve, mas sabe que alguma coisa tem estado diferente desde aquele dia.
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toulovse · 3 years ago
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˚ ☾ 。 ㅤㅤ 𝐌𝐄𝐄𝐓 𝐓𝐇𝐄 𝐂𝐇𝐀𝐑𝐀𝐂𝐓𝐄𝐑.
VALENTIN PHILLIPE LEFÈVRE SONG, ou só  t i n y (valen-tiny, entendeu? porque ele é baixinho. sacou?), é um jovem parisiense de 25 anos, que trabalha como coreógrafo no roller disco de storybrooke. tiny é bailarino e, também, pintor. além de um brigão de marca maior.
𝐁𝐈𝐎𝐆𝐑𝐀𝐏𝐇𝐘 : 
tudo o que o rapaz se lembra da vida em paris envolve a mudança para o interior de maine. o maior dos motivos sendo, talvez, divórcio dos pais. não que adelaide tivesse sido largada à própria sorte com três crianças pequenas, longe disso. a família dela é quem tinha dinheiro e nunca pareceu muito favorável ao casamento dela com edgar song, que era apenas um funcionário da casa à época em que se apaixonaram. contudo, a separação sempre pareceu ser um tópico extremamente sensível para a mulher. apenas mencionar o ex-marido costumava deixá-la inquieta. contudo, valentin era muito pequeno para entender o que de fato motivara a mulher a mudar de país, a convite da melhor amiga.
valentin cresceu em uma casa bastante confortável, com a mãe, os irmãos e a presença constante de tia thamy. motivado pela mãe, uma grande apreciadora de arte, o menino sempre esteve envolvido com o meio. dança contemporânea e balé clássico, aulas de música e de pintura, também. tudo porque adelaide criava os filhos da mesma maneira que fora criada: como membro da realeza. para ela, era de bom tom que os filhos se comportassem de determinada maneira. infelizmente para os princípios de adelaide, valentin tomou uma curva errada no meio do caminho. isso porque seu espírito nunca foi do tipo domável.
mesmo sabendo se portar muito bem em todo tipo de ocasião e tendo finesse o bastante para perceber que que tipo de situação deve evitar se envolver, ele nunca ligou para tal. desde a infância, valentin gostava de estar pelas ruas da cidade, explorando o que elas tinham a oferecer. por muitas vezes, escondido do olhar superprotetor e das rédeas curtas da mãe extremamente zelosa. mas, sendo ele mesmo do tipo superprotetor e um tanto impetuoso, não era e ainda não é difícil para ele se meter em problemas. é comum que valentin puxe brigas em defesa daqueles que ama. sem nenhuma hesitação e sem tempo para pensar em consequências. mesmo sendo bom de briga (e tendo aprendido boa parte de suas técnicas saindo na mão com seu próprio irmão), não se pode ganhar todas. e, quando aparecia machucado em casa ou acompanhado por um policial, era sua tia thamy quem tratava de livrá-lo da fúria da mãe.
tia thamy foi quem introduziu valentin a ritmos musicais que divergiam do gosto clássico de sua mãe e deu a ele um mundo de possibilidades envolvendo algo que realmente ama, o que culminou em uma vaga como coreógrafo. entretanto, seu coração está mesmo nos pincéis e tintas. mesmo sendo algo inicialmente forçado por sua mãe, desenho e pintura foram caindo e suas graças e acabaram dominando seu coração. um de seus maiores sonhos e planos futuros envolvem abrir sua própria exposição e, com sorte, viver de sua arte.
𝐏𝐄𝐑𝐒𝐎𝐍𝐀𝐋𝐈𝐓𝐘 : 
por mais que seu histórico possa depor contra ele e dizer que não passa de um arruaceiro, brigão e um pouquinho temperamental, essa não é bem a verdade. valentin nunca parte para briga sem um bom motivo, isso porque sofre do mal de amar demais e querer cuidar demais. longe dessa particularidade a seu respeito, é facilmente uma das criaturas mais tranquilas que já se viu. alguém que leva os dias um de cada vez e que dá o melhor para aproveitás-lo bem. o que nem sempre envolve atos radicais e potencialmente problemáticos. valentin é efusivo, conversador e fácil de lidar. dono de um riso fácil e de uma habilidade admirável de trazer pessoas para perto. talvez seja o charme que sua mãe tanto alega que tem. destemido, não é do tipo que diz não antes de experimentar. e não tem medo de voltar atrás, mudar de ideia e refazer, reconstruir e recomeçar, se necessário for. credor fiel que tudo o que se leva dessa vida é o amor que a gente deu, um abraço e um copo d'água não se nega a ninguém.
𝐓𝐇𝐄 𝐓𝐑𝐔𝐓𝐇 𝐔𝐍𝐓𝐎𝐋𝐃 :
toulouse is an orange furred kitten who is the oldest son of duchess and the brother of marie and berlioz.
upcoming.
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lualina · 4 years ago
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Boas notícias!
-Boa noite, querida amiga! Te trago boas notícias.
-Vou levar picadinha no braço?
-Claro que não, minha amiga.
-Então...... as pessoas estão todas quentinhas embaixo das cobertas?
-Na verdade... Estão nas ruas esquentando a barriguinha de cachaça.
-Faz parte da preparação para bater panela e gritar bem alto nas ruas assim que galo cantar?
-Que? Isso nem passou pela cabeça de ninguém.
-A boa notícia que tu fala vem de qual dos homens sentados em Brasília que verá sol quadrado então?
-Minha amiga, está muito da esperançosa. Óbvio que nenhum verá quadrado, mas o Sol ficou bem camuflado nessa fumaça toda.
-É, talvez esteja pensando muito alto... Conseguiu aquele trabalho que tanto procurou?
-Não fui perfil mais adequado...
-Não fique chateada, aquela prova de resistência está chegando. Outra vez para tentar de novo.
-É que bem... Não é prioridade deles.
-Já sei. Boa notícia é que conseguiu levantar com barulho dos passarinhos e movimentar bastante corpo?
-Não era bem essa notícia porém, sim. E foi maravilhoso, corpinho está um pouco dodói mas balançar no ritmo daquela música me fez ficar disposto para ler aquele livro que me emprestou.
-Aquele livro ainda? Sabe que emprestei quase dois anos atrás.
-Eu sei, eu sei... Você sabe não tem sido anos fáceis.
-Te perguntaria qual capítulo está e poder saber como facilitar sua leitura. Acontece que ainda estou bem curiosa... Qual a boa notícia?
-Ah, verdade. A boa notícia. Acontece que diante de todas as coisas, ela é notícia bem das bobas. Teu pensamento sempre está voando no coletivo. Entendo e admiro, é nossa sobrevivência. Só que diante de todas justiças que nunca sai do papel, deixa qualquer outra notícia alienada... Pensando bem, é uma notícia bem vaga que fala bem mais do meu indivíduo do que de nós, apesar que queria e muito.
-Tua conversa anda muito da confusa, isso sim!
-Me perdoa, querida amiga! Posso começar outra vez? Te fiz uma playlist, não qualquer playlist! Nela tem músicas que um dia me contou que faz teu coração se alegrar e juntei com outras que meu coração gostaria de te falar... Não sei se deveria ser tão direta, é que todos versos daquela canção sobre saudade me lembra tua risada.
-Bem...
-Eu sei, eu sei... Não quero parecer emocionada, muito menos desesperada. Só que de uns tempos para cá, tua energia vem sendo protagonista de todas histórias que falam sobre esperança. Talvez seja pela tua postura desde começo que em momentos precários continuou forte mesmo achando que não ou que até nos últimos segundos teus princípios são sustentados e defendidos com toda garra presa em tuas raízes... Acho que estou tentando soar poética até te impressionar.
-Quer me dizer que sou inteligente?
-Sim. E amo tanto como sua mente funciona, forma como expande teus olhares, se atenta qualquer voz, inspira e expira como se estivesse presente o tempo todo. Melhor ainda, ainda desconheço outro alguém que se expresse de forma mais clara e linda. Bem que as vezes, fale mais do que a boca mas é que sabe... Amo ainda mais te escutar por horas sobre aquele assunto que tanto gosta?
-E de que assunto tanto gosto?
-Tudo.
-Me chamou indiretamente de faladeira?
-Não, mas sim. Mas tudo bem, entendo bem que alguém como você está sempre indo e vindo. Deve acontecer sempre eventos novos dentro de ti.
-E precisam ser compartilhados...
-Que privilégio que me dá! Acho que nessa altura sabes que tenho para de te dizer... Mas tua foto nessa tela de celular me deixa intimidada.
-Pessoalmente seria fácil?
-Bem mais difícil. Imagina desastre que seria ter que recomeçar uma frase a todo tempo porque me distrai todas vezes olhando pros teus lindos olhos castanhos?
-Nas fotos ainda dá para se lembrar de como são escuros?
-Ainda me lembro até de suas pintinhas embaixo deles.
-Confesso que é meu maior charme.
-Esta vendo? Só de lembrar meu coração se acelera, minhas mãos tremem e que baita vontade de poder sorrir junto com você. Pessoalmente me derreteria todinha!
-Já não está?
-Outra vez, intimidada. Mas me deixe continuar. Tentei falar, mesmo que avoado, tanto que tua mente me fascina, quanto teus olhos me hipnotiza e ainda não sei se deixei claro da minha vontade de um dia poder te ver de novo.
-Se quiser deixar agora...
-Quero tanto te ver de novo.
-Direta dessa vez.
-É que queria tanto... Minhas histórias sentem faltam do calor das minhas palavras e essa temperatura só se tem com você por perto. As músicas que escuto pensando em ti está implorando para cenários com cores. Minhas mãos estão ansiosas demais para passear no teu cabelo mas tímidas demais para te chamar ao dançar.
-Definitivamente deveriam me chamar para dançar.
-Aceita dançar telepaticamente comigo?
-Só se tu aceitar dançar com aquela que não para um segundo de falar.
-Poderia ficar anos escutando ela falar.
-Ficar escutando? Está tão preso em suas histórias que ainda não percebe que pode beijar?
-Oi? Eu? Quer me beijar?
-Ah boa noite, querida amiga! Ainda não sabe que também trago boas notícias?
-Lualina
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alwayswee · 4 years ago
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Falar de amor é fácil, difícil é viver, eu que amo um bom filme de romance, estou vivendo o pior deles.
 Lembro como se fosse hoje:  “2 anos atrás, comecei a trabalhar e isso consequentemente fazia com que eu fizesse um curso, esse curso seria toda quarta feira, e duas segundas ao mês, minha chefe trocou a segunda pela quinta, e uma coisa tão fútil, trouxe grandes consequências na minha vida”
*Primeiro dia no curso, (janeiro/2018) e eu como uma pessoa que ama gente já tentei me enturmar, sentei-me ao lado de um menino, moreno, não tão alto, magro e fiz a pergunta que todos daquele curso fazia “trabalha onde?”, ele respondeu algo que não lembro (faz parte), mas agiu tipicamente como um menino que quer pegar uma menina pela primeira vez, tudo que eu falava, ele concordava, gostava ou também fazia, mal sabia eu que não era nada daquilo, de fato éramos extremamente parecidos.
O tempo foi passando, e eu odiava estar naquele grupo, 4 meninos e 2 meninas, eu e minha amiga os odiávamos, porém, já era tarde demais para trocar de lugar, os papos deles sempre os mesmo de sempre mulher e mulher, ou melhor sexo, lembro do dia que fui falar de uma menina e um deles disse “o rosto não importa, na hora do sexo a gente não liga pra isso”. Eu só pensava “o que estou fazendo com esses moleques”
Com o tempo aprendi a suportá-los, e até gostar, especialmente do “moreno, não tão alto” nunca me achei parecida tanto com uma pessoa como com ele, o estresse, a timidez, a falta de paciência, o gosto musical, o jeito de falar, e as mesmas ideias. E lembro como se fosse hoje, toda quarta pré curso, já chegava à mensagem “tem curso amanhã” ou “guarda meu lugar do seu lado”, na quinta feira, chegava, sentava, cada um com fone, mesa encostada na outra, e das 08h as 14h era assim, muitas historias acompanhadas de músicas, e cada vez eu gostava mais de estar ali...
Pensando bem, se eu for falar detalhar muito, não sei onde vou parar, então vou me adiantar, esse menino me ouvia, me entendia, compartilhava de tudo como eu, me elogiava (os cabelos principalmente), brigava para estar do meu lado, me acompanhava, e aquilo me conquistava demais, não deveria, porém me conquistava, eu já ansiava pelas duas quintas feiras do mês que eu estaria ali, para estar lá com ele, e mesmo não havendo nada demais, era bom, era muito bom! Ele sempre me falava sobre meninas, (lindas por sinal), aquilo não me incomodava, mas despertava muita curiosidade, as vezes queria provar do que elas viveram, mas eu não podia, e tudo bem, eu sempre soube viver com isso. Com o tempo tudo ficou mais forte, toda quarta feira a noite eu precisava-me arrumar, lavar cabelo nem que fosse as 3h da madrugada, porque eu precisava estar bonita, já dormia ansiosa pelo outro dia, pelo que viveríamos ali, acordava, 6h da manhã, já estava-la o “bom dia, você vai hoje né”, pegava o trem, esperava na estação as vezes e íamos juntos, nem sempre juntos, as vezes eu chegava primeiro para guardar nosso lugar, e quando alguém sentava, eu já avisava “ele vai causar”, dito feito, causava, e com o tempo toda vez que ele chegava na porta da sala, eu o acompanhava, sem piscar, ate ele vir me cumprimentar, sempre me sentia mal por esse olhar, mas quando eu percebia eu nem sabia disfarçar, tinha dias que eu queria ficar na minha, chegava, abaixava a cabeça e ia dormir, e lá vinha ele, fazer cafune na minha cabeça, era bom, porém, errado, eu levantava, e trocava de lugar, e ele ia atrás, e desde dali eu sabia que deveria me afastar.
Fui percebendo que estava apegada, não precisava apenas estar bonita, eu queria estar junto, nos meus cursos de quarta-feira, eu o esperava, enrolava, perdia o trem de proposito, só para chegar junto, no intervalo ficava onde ele ia passar para ele me notar, e na saída só ia embora quando o a via também. Ele tinha a vida dele, de quarta umas meninas, de quinta uma loira gostosa esperava ele sempre na porta e ia para casa dele toda quinta pós curso pra dar pra ele. E eu sempre ouvia as histórias, não me incomodava, ele por ser uma pessoa fechada, o fato de se abrir comigo era importante para mim. A nossa amizade se tornou especial, era mensagens durante o dia, ligações durante a noite, abraços na aula, muita sinceridade, cumplicidade e o principal MUSICA, se hoje amo TRAP é graças a ele, todo dia tinha uma nova música para eu ouvir, eu sempre ouvia seus problemas amorosos, com os pais, profissionais e vice-versa, ele sempre muito respeitoso, me respeitava, entendia os meus princípios e valores, e agia com muito respeito em relação a isso. Foram muitas histórias, risadas, discussões, segredos, estresse, cansaço, e a gente só se fortalecia, sempre nos mesmos grupos, me defendendo, me ajudando, e até nos piores dias estava-la (até nos dia de chuva quando eu esquecia o guarda-chuva) a gente se tinha, como nunca se teve, havia amizade, mas, mais ainda...havia amor.
Foram tantas histórias, que nem parece que nesse longo período a gente se viu menos de 25 vezes (2x por mês/12 meses = 24) brigamos, se afastamos, e nos reconciliamos, gostar de alguém exatamente como você tem seus lados ruins, mas o bom é que você entende o outro por agir de algumas formas, porque agiria igual, e com a gente sempre foi assim. Até que chegou uma menina nova na sala, não tão bonita, mas muito interessante, e chamando muita atenção pela simpatia, os meninos do grupo viraram super amigos dela, e ele...já há conhecia por um amigo em comum, logo foi senta com ela, trocar telefone e marca rolê, passada algumas semanas, chegando na sala, me chamou e disse “fiquei com ela”, e eu que apenas sentia um amor amigo, naquele dia me senti mal com aquela novidade, inventei uma história, e saí da sala, chorei, respirei e só queria sair dali, não me doía o fato deles ficarem, mas sim o fato de eu sentir algo em relação a isso, com o tempo me acomodei, ela não era a primeira, e nem ao menos a quarta...Ele era escroto, ou só queria aproveitar a vida. Com o tempo questionei essa aproximação toda dos dois, falei que tinha esquecido da nossa amizade, na aula seguinte, ele ficou das 08h as 14h me dando atenção, disse “ se é isso que você quer de mim, é isso que você vai ter” aquele dia foi muito bom, a gente falou sobre TUDO.
Graças a Deus o tempo foi passando e a cada dia seria um dia a menos naquele lugar, entramos no mesmo dia e sairíamos no mesmo dia 03/04/2019 (a gente era os únicos que entrou no mesmo dia, e sairia também).  Ele logo se apaixonou, perguntou o que achava, e eu sempre o motivava, aconselhava, ouvia, e até que começou a namorar, ajudei nos textos, nas alianças, e em tudo que poderia fazer por ele, ela era maravilhosa, mas ele, merecia mais do que tudo ser feliz, a amizade continuou a mesma, mas agora tinha alguém especial na vida dele, e consequentemente a felicidade dele era a minha.
Final de contrato doeu, lembro como se fosse hoje, nossa última quinta feira ficamos próximos, aula toda juntos, contando várias novidades, tirando fotos, e depois apagando, mostrando músicas, olhares, como uma despedida. Mas o contrato acabou mesmo numa quarta-feira, dia que nem fazíamos cursos juntos, na hora de ir embora, ele lá com a turma e namorada dele, fui dar um abraço de despedida, foi péssimo, saber que não nos veríamos mais, já que nossos caminhos e vidas eram diferentes e bem distantes.
Comecei um emprego novo, faculdade e adivinha? Ele sempre lá, indo dormir depois que eu chagasse, e me ligando na hora do almoço para ouvir o quanto eu odiava aquele serviço, ele me chamava nas ligações com namorada, e me chamava até quando ela ia pra lá (pra que eu não sei), minha felicidade era nossa amizade estar tão viva, mesmo sendo que uma hora a distância nos afastaria.
Fazia faculdade na Paulista e logo ganhei uma bolsa na Anchieta, logo lembrei que ele estudava lá, e não acreditei, eu nem tinha minha inscrito lá, felicidade me definiu, uma bolsa, e nossa amizade de volta, fizemos mil planos, e eu não via a hora de começar.
Primeiro dia, 4 meses sem ver, procurei a roupa mais linda (sempre quando se referia ele, eu precisava estar bonita, até hoje isso), e fui, final de aula, coração acelerado, lá vem ele e a namorada, me deu um abraço, disse que eu estava linda, estilosa e logo fui embora, mas não via a hora de estar ali amanhã novamente. A gente se encontrava sempre (nós 3), intervalo, final de aula, toda hora chegava mensagem “vem aqui”, “cadê você”, ‘to indo para o seu andar”, e essa amizade tão presente me fazia bem demais.
Num dia qualquer estávamos conversando na madrugada, chegamos em um assunto sobre interesses, e ele me questionou, eu não disse nada, mas ele disse que tinha algo a dizer, pessoalmente. Aquela noite foi difícil, coração acelerado, ansiedade forte e curiosidade mais ainda... Cheguei na faculdade, depois do intervalo se encontramos na quadra, e ele então se declarou, disse tudo que eu queria ouvir naquele 1 ano e 4 meses de curso, foi bom, mas ao mesmo tempo não, eu não podia e nem ele, ele não se importava, mas eu sim. Me abraçou pelas costas, chegou perto e eu desviei, isso mais de uma vez, eu fui forte, não queria, mas fui, porque eu não podia. O rosto tão perto me tirava o ar, mas eu tinha o pé no chão, e sabia que aquilo não podia.
Isso tudo me despertou, porque aquilo que não era real para mim, estava acontecendo, ele estava sentindo o mesmo, porém todos os dias lá estava eu, com ele e a namorada, ele sempre me elogiando, querendo minha presença, e ela nem sempre, mas eu estava lá, mas fui me afastando.
Final de 2019, ele acabou a faculdade, e eu sabia novamente que nunca mais nos encontraria, nossa despedida foi num barzinho, no dia estava sem energia, fui lá da um abraço, sentei rapidinho, ele colocou a mão nas minhas pernas, olhos nos meus olhos e disse “vou sentir sua falta”, e eu disse o mesmo. E antes do ano acabar, os sentimentos estavam exaltados, e ele pediu para que a gente se afastasse, e eu entendi sem questionar nada...
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ohfaheera · 5 years ago
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꧁ BÁSICO ꧂
Nome completo: Faheera Zeynep Dülgerğlo
Idade: 18 anos [26/08/2002].
Lugar de origem:  Şenkaya, Erzurum, Turquia.
Signo: Sol em virgem, ascendente em leão e lua em aquário.
Música: Fermata, by Oh!GG.
Inspiração: Themis, titânide grega ligada a justiça, guardiã dos juramentos e das leis.
—  BIO
A família de Faheeha tem raízes profundas tanto na Turquia como na Índia. O pai,turco de origem árabe,  provém de uma grande e tradicional clã estabelecido na Anatólia há muitos séculos, algo que explica sua fortuna e a fama de seu sobrenome. A mãe, Aalya Adhvaryu, veio de uma família riquíssima do vale do rio Indo, cujo sangue remonta aos grandes marajás que um dia dominaram a Índia. O enlace arranjado pelas famílias tinha como objetivo proporcionar a Mehmet Dülgerğlo o nascimento de um herdeiro, afinal já contava com mais de quarenta anos, casara-se duas vezes e nenhum filho havia nascido. Com Aalya, uma esposa vinte e três anos mais jovem, esperou ter o tão sonhado garoto, porém o que nasceu do matrimônio não foi o tão aguardado menino, mas uma doce menina.
Desde cedo, três coisas eram perceptíveis: o casamento de Mehmet e Aalya era frio como iceberg. A família não ficaria muito tempo na Turquia, devido aos envolvimentos diplomáticos de Mehmet e terceiro: Faheera era inteligente. Extremamente. Acima do normal. Aprendia as coisas com facilidade. Não era um menino, mas mesmo assim Mehmet gabava-se para seus amigos de como a menina havia herdado a inteligência do pai. Gostava de exibir suas conquistas, afinal via como uma recompensa de Deus por não ter lhe dado um filho. Uma garota era decepcionante, mas uma garota inteligente era um pouquinho menos humilhante.
Ainda criança a família mudou-se para o Reino Unido, aonde a Aalya tinha mais liberdade para estudar direito, como sempre quisera e Faheera começou a frequentar uma escola inglesa. O pai logo se tornou o embaixador turco na terra da rainha. Mehmet sempre fora extremamente tradicional e conservador, porém vaidoso, vivia de atenção do mundo e mídia. Gostava de ser visto como progressista, por ter uma esposa tão instruída e com amizades tão importantes, seu prazer era exibir a família perfeita para o mundo, mesmo que entre quatro paredes não fosse assim. Por isso assim que surgiu a oportunidade de Faheera estudar na melhor escola da França, não hesitou em mandá-la para lá, ainda exibindo a garota, mas afastando-a do convívio familiar. A garota sente-se um tanto perdida, pois sempre foi tratada como um quadro a ser exibido pelo pai. Tudo o que fez era para conseguir a atenção e a aprovação dos pais… E tudo o que ela fazia, o pai expunha para a mídia, para que pudesse ganhar atenção devido ao QI avançado de sua filha e ser visto como um ícone da modernidade. 
A princípio estudou em Notre Dame, aonde se destacou, descobriu a paixão por esporte e viveu alguns momentos traumáticos. Ir para Truffaut foi um ponto chave de sua vida, aonde percebeu que o tempo estava passando e que teria decisões importantes a tomar no futuro. Isso foi interrompido, claro, pela morte de Eloise, que lhe tirou o chão. Tendo mentido, agora vive um inferno. Agora que está terminando a escola, sente-se mais perdida do que nunca a respeito de quem é realmente, o que quer fazer e qual o objetivo de tudo o que faz.
— GOSTOS E DESGOSTOS
Gostos: dias ensolarados, direito, justiça, verdade, sinceridade, livros, música clássica, esportes, carros e doces.
Desgostos: chuva, mentira, jogos de azar, pseudo ciência, frutas, sangue, violência, drama, a cor preta, mídia e fotos.
— PERSONALIDADE
Faheera é muito fechada. Ela não costuma demonstrar seus sentimentos para estranhos, por isso é muito fácil a ver como uma pessoa fria e distante, muito reservada. Não possuí o hábito de falar da outra parte de sua vida, da família, da Turquia ou da Índia, por isso sento um tanto quanto misteriosa. Não mede suas palavras, podendo ser brutalmente honesta sem se importar com os sentimentos alheio, aliás este é um forte traço de sua personalidade: sempre diz a verdade, sempre diz o que pensa. É muito falante, mas nunca sobre si mesma. É comum vê-la falando sobre algo que lhe interessa ou sobre coisas como o céu, a grama ou a arquitetura da escola. Faheera é mimada, muitas vezes pensando que o mundo gira ao seu redor, o que a torna bastante propensa a pensar que está sempre com a razão. Confia em seu julgamento, que geralmente são sempre baseados em primeiras impressões.
Por outro lado, a turca possuí um lado sensível. Ressente-se profundamente com os pais, nunca tendo havido uma boa figura materna e paterna em sua vida, por isso se apega bastante aos amigos, sendo estes as únicas pessoas com quem consegue expressar um pouco de seus sentimentos. É extremamente certinha, do tipo que não sabe mentir e sequer mata uma aula ou nem passa pela cabeça a possibilidade de colar em uma prova. Faheera pensa que se existem regras, são para serem seguidas e que a ordem e as leis garantem a estabilidade da sociedade como é. Fahe não se dá bem com intimidade ou sentimentos, pois pensa que é uma forma de demonstrar vulnerabilidade e ela não gosta da ideia, por isso teve poucos relacionamentos românticos ou íntimos durantea vida. É completamente leal aos amigos e as pessoas de quem gosta, sendo bastante protetora com relação a estes.
—  EXTRAS
Clube de decathlon acadêmico, clube de debates, clube do livro, clube de linguas, matletas e atletismo. Tem como matérias optativas: teoria geral do direito, sociologia e tópicos de estudo em matemática. A língua estrangeira que cursa e está aprendendo é o italiano.
—  TRÍVIA
Tem um apartamento na cidade, mas na maior parte do tempo fica em seu quarto no dormitório.
É tão metódica que beira ao toc, sendo tachada como chata por muitos. Aprecia a rotina, organização e não gosta de mudanças ou imprevistos.
Um tanto mandona, um bocado arrogante por vezes.
Coleciona prêmios, medalhas, troféus e certificados acadêmicos e de atletismo.
Gosta de perfumes, sapatos, roupas e bolsas das marcas mais caras e populares.
Extremamente certinha… Na maior parte do tempo.
Fala vários idiomas: inglês, hindí, turco, urdo, francês, árabe e latim.
Gosta de música clássica, mas não é muito boa em nenhum instrumento. Toca razoavelmente piano.
Consegue dançar muito bem por influência de sua família materna da Índia.
Embora seja boa na maioria das áreas, tem preferência por humanas.
Teve poucos envolvimentos românticos, sendo virgem. Evita qualquer envolvimento mais profundo, seja físico ou sentimental.
Tem uma coleção de ursos de pelúcia marrons, todos tendo nomes de capitais do mundo. Eles ficam em seu apartamento e costumam lhe fazer companhia nas noites solitárias.
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juliazeda · 5 years ago
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Os chineses
Acomodou-se na cadeira do terraço. A vista dava para os condomínios deslumbrantes de Laranjeiras, protegidos por janelas refletoras blindadas. Luziam no céu noturno aquelas construções envidraçadas, semiocultas por uma dúzia de palmeiras gigantescas, como se simultâneo à sua imponência desavergonhada viesse certo desconforto, uma timidez reluzente. O metal frio da cadeira aderiu às suas coxas. Fazia calor.
Era uma festa. Ou melhor, fim de festa. Todos tinham nome de artista e cecê.
Virgínia foi quem a trouxera. Ultrapassada a porta, desaparecera entre as cabeleiras e os floreios de fumaça. Mesclara-se perfeitamente. Ou quase perfeitamente. Percebia-se um nervosismo em sua gargalhada bêbada, uma vontade insuprimível de impressionar mas sem perder a postura, isto nunca, pois andaria corcunda com olhos caídos até morrer em algum quartinho mofado aos trinta e quatro — tudo como queria que acontecesse. O nariz de Virgínia se arrebitava numa curva delicada; era linda, lindíssima, e conversava com a anfitriã num canto da sala, resvalando o braço na cortina, dengosa. Após um cigarro fumado, esquecera-se dela.
Inês era o nome da anfitriã. Tinha uma cara redonda e corada, e olhos azuis, como um boneco. Oamordaminhavida quando referida por Virgínia. Inês gostava dela, sabe, num nível razoável. Era filha de algum mandachuva da música vanguardista brasileira, tocava prodigiosamente seis instrumentos e naquele ano estava prestando audiovisual para a federal do Rio. Era engraçada e quando bebia, falava cuspindo, socava a mesa e pegava no quadril de Virgínia com os dedos gorduchos, nos quais a menina bonita entrelaçava os dela.
O apartamento era meio pelado. O ar carregado de maresia enrugava o papel de parede bege e verde. Um espelho com moldura azinhavrada, ornamentos de prata velha, uma mesa de sinuca no centro bem iluminada e sofás empoeirados apontando para um pôster enquadrado que divulgava um show em mil novecentos e setenta e tanto. Inês era inexplicavelmente como a decoração interior. Meio bege, meio verde.  Usava chinelos de couro nos pés tortos e transpirava um charme junto com o odor de suor. Inêsplicável.
— Hoje fomos à exposição do Alécio de Andrade.
— É mesmo? — olhos caídos. Inêspressiva.
— Sim. Conhece?
— Ah, acho que sim, devo conhecer, sim.
— Era um fotógrafo muito talentoso. Intelectualíssimo.
— Boto fé.
— Aí, Inês. — era Tom, estrábico, comprido, esmilinguido. — Dá pra acender esse aqui dentro?
— Dá não, Tom, só lá fora.
— Quebra essa pra mim, tá um calorzão.
Inêsorável. Tom não queria se mover para longe do ventilador. Mas Inês era incontestável — e surgiram rumores de que sua estadia na banda estava por um fio, e ela era a vocalista, e a guitarrista principal, e a empresária, e a produtora também. No terraço, contra sua vontade, acendeu o baseado com os dedos suarentos. Viu seu assento metálico tomado por uma figura esguia e imóvel, indistinguível da penumbra, que ele a princípio pensou que fosse assombração até que se pronunciou:
— Você é daqui do Rio?
— Era. Moro em Éssepê faz cinco anos.
— Por que se mudou?
— Porque meus pais quiseram, ué.
— E você fez o ensino médio todo lá?
— Fiz, ué. Não, imagina, parei de estudar no ensino médio. Que besteira.
Papo furado era algo que Tom superara anos atrás. Estrábico, comprido, esmilinguido e acima de tudo, direto, sem rodeios.
Contemplou o panorama enquanto fumava. Pensou em sua infância no Leblon, no lugar de lanches, nas padarias, nos prédios antigos azulejados, nas árvores robustas, na luz que se infiltrava pela folhagem, em sua locadora favorita, nas ruas que desembocavam na praia, no mar que o engolia, o mascava e o cuspia, nas caminhadas até a escola, seus amigos abastados e bronzeados, com suas empregadas que cozinhavam os mais saborosos manjares e suas moradias fresquinhas, brancas e aconchegantes, tudo cheirando a alfazema; como era feliz... E logo, a constatação de uma felicidade finda tornou-se um questionamento: por que tão infeliz esta noite? Estrábico, comprido, esmilinguido, direto, sem rodeios e acima de tudo, infeliz.
Sentiu dedos finos se emaranhando em seus cachos.
— Me dá um trago disso.
Uma voz rouca, cavernosa...
— Anda, Tom, me dá um trago disso, caralho.
Em tempos passados, Miranda costumava rir mais e quando ria, arreganhava suas pérolazinhas que na época eram brancas e adoráveis. À primeira vista não se apaixonara por ela, na verdade, ficara pouco impressionado. Magricela de cabelos longos, sorriso bonito, estampas florais, toda emperiquitada com colares de sementes, bijuteria barata, falsas intenções. Até que um dia Miranda raspou a cabeça, furou a língua e contraiu uma doença venérea. Algo destoou dentro dele. Tesão pelo viver, foi o que sentiu. E a pediu em namoro.
— Cê não tá sentindo algo estranho no ar hoje?
Ela cuspiu a fumaça em seu rosto.
— Como assim?
— Uma ominosidade, um pressentimento.
— Deve ser a Lua em Escorpião, que é a sua casa 8.
— É, deve ser.
Ele aspirou o cheiro acre que recendia dela. Miranda vestia uma bermuda com estampa de camuflagem e uma regata roxa-repolho que caía frouxa em seu corpo. Pés imundos. Mamilos zarolhos que não o desfitavam por nem um só momento. Já fora convencionalmente bonita, mas temia envelhecer materialista como seus pais e logo se desprendeu das amarras da vaidade. Tom ainda a apreciava. Que criaturinha estranha que escolhera para amar.
— Mica.
— Oi.
— Cê me acha feio?
— Acho.
Silêncio.
— E gosto.
— Gosta?
— Gosto.
Eles se entreolharam, apaixonados. Olhos caídos.
Enquanto isso, Lui se debruçava sobre o parapeito, distante, contando os carros que davam a volta na praça. Tinha um cabelo muito escuro, muito preto, quase azulado. Olhos pretos — castanhos em segredo. Branco, lábios reptilianos finos como navalha. Pensava no frio, recordava-se de uma menina loura e do seu desprezo. Foram um casal em Julho. Congelante como todas as mulheres francesas, cansou-se dele e agora aproveitava o fim de ano em sua comuna, igualmente congelante. Nesta noite, Lui se encontrava em um estado particularmente saudoso, no qual contava os carros que davam a volta na praça para abafar pensamentos de reencontrá-la naquele país das neves e cortar seu pescoço com os lábios finos como navalha.
Os prédios espelhados refletiam varandas douradas e sinalizadores vermelhos. Lembrava um céu estrelado. Lui pensava também no futuro, debruçado sobre o parapeito, inclinando-se ora para frente, ora para trás. Era um tecladista exímio. Mas também poeta. E Inês não aceitava suas composições, argumentando que era plágio do Nick Cave e que não cantaria em inglês (era uma atitude colonizadora). Vingativo, secretamente imaginava sua futura página da Wikipédia: Luís Afonso de Mello Pereira (São Paulo, 29 de Setembro de 1999) é um músico, escritor, jornalista e ex-vereador brasileiro, mais conhecido como Lui Pereira. A carreira, tanto artística como política, fez com que ganhasse notoriedade internacional, além de trazer marcos profundos de valor intelectual para a história e a cultura brasileiras. Cresceu em um ambiente mormente burguês, na Vila Leopoldina, com pai engenheiro agrônomo e mãe farmacêutica, ambos elementos repressores durante o desabrochar de seu talento criativo. Aos onze anos, pediu de aniversário um violão e ao invés de um instrumento de cordas, foi presenteado com um piano clássico. Apesar de contrariado no início, interessou-se por composições de Bach e Beethoven, aperfeiçoando seus estudos e tornando-se um prodígio musical notável. Os primeiros contatos com bandas alternativas coincidiu com a aproximação de Pereira com a maconha, na pré-adolescência, junção que resultou em seus trabalhos iniciais: músicas produzidas inteiramente no teclado, inspiradas nas composições experimentais da banda francesa Air e acompanhadas por ruídos gravados pelo próprio artista (barulhos urbanos, diálogos de festas, falas de professores e polêmicas gravações de encontros íntimos de consentimento duvidável). Pereira permaneceu sumariamente experimental até o amadurecer de ideias, ocorrido no último ano do colegial. Àquela altura, frequentava uma escola local que lhe apresentou seus primeiros companheiros musicais, Inês Assumpção e Tom Morais. Juntos, os três se apresentaram em incontáveis festivais e shows para amigos próximos. Pereira logo se distanciaria de seus colegas de banda e posteriormente serviria como grande influência em seus trabalhos futuros, uma vez que estes, cegos e extasiados pela fama de início de carreira, acabariam sucumbindo à indústria cultural para se arrependerem na maturidade, já excluídos há muito do topo das paradas. Em Abril de 2017, Lui conheceu Camille, uma estudante intercambista da França, que o cativou e o estimulou a escrever sua primeira boa canção, segundo ele. No final de Julho, Camille retornou à sua comuna natal, rompendo o breve romance. Em 2040, a francesa afirmou em uma entrevista à Rolling Stone que Pereira fora "o grande amor de sua vida e ao mesmo tempo, o maior arrependimento — por tê-lo deixado". Aquela francesa metida à Julie Delpy. Filhadaputa.
— Vamo perguntar ao nosso poeta. — Tom ia vindo em sua direção, muito estrábico. — Lui é o nosso poeta.
— Que é? — murmurou, de mal humor. Com o sopro de uma aragem fria, seu devaneio se dissipou.
— Que você acha dos astros hoje?
Sobre os astros, não tinha nada a dizer. Mas Lui achava Tom o maior bocó. Miranda se escorava em seu ombro, linda e torta, e ele não conseguia (ou não parecia) valorizar uma coisa dessas. Com a falta de uma resposta, insistiu, ainda mais estrábico:
— Que você acha sobre ser o cara mais bonito da banda?
— Tem o Fred também.
— O Fred não vale.
— Por que não vale?
— O Fred é japonês. Chinês, sei lá.
Lui voltou o olhar à vista. Conseguia escutar o mar. Ou talvez fossem os carros.
— Chinês é feio. — e então arregalou os olhos, agora muito estrábico de tão nervoso, apercebendo-se da sombra à sua esquerda, empertigada na cadeira. — Sem querer ser racista.
Inês enfiou a cara pra fora. Seu rosto redondo esboçava um início de emoção.
— A Vivi vomitou no banheiro todo. Uma ajuda seria bacana.
Tom, entendendo a insinuação como uma ordem, marchou até o toalete e chafurdou os pés naquela água azeda. Inês olhava as costas magrelas de Virgínia, encurvadas sobre a privada, contraindo-se a cada regurgitação. Era impossível dizer se sua expressão denotava desprezo ou apreensão. Inêscrutável.
Lui hesitou antes de deslocar-se ao banheiro. Virou para Miranda. Olhou-a de cima a baixo.
— Acho que você deveria largar dele e ficar comigo.
— Com ficar você quer dizer transar?
— Sim.
Ela baixou a cabeça. Só se via a ponte de seu nariz oleosa, brilhando. Estava magoada.
— Não sei, Lui. Aquela gonorréia foi braba.
— Tudo bem. — lambeu os lábios, finos que nem navalha. — Eu entendo.
E foi até o banheiro para pairar inerte, como Tom. Mesmo que o achasse o maior bocó, prosseguiu em co-escrever uma música com ele, a respeito de gorfo e desejos sexuais reprimidos.
Miranda sentou no chão e cruzou as pernas. Viu-se subitamente sozinha, com a Lua amarelando em Escorpião e o som das ondas quebrando na areia. Ou talvez fossem os carros no asfalto. Sentiu a pressão da atmosfera mudar ou um calafrio atravessando seu corpo. Notou uma presença no canto esquerdo da varanda, que por um instante, quase tomou forma, até se erguer da cadeira de metal e adentrar o apartamento. A presença, que estivera escutando tudo com um silêncio aquiescente, ultrapassou a porta do banheiro e despediu-se mentalmente da amiga. A cena do lavabo era como uma pintura a óleo barroca: uma luz alaranjada jorrando sobre a virgem pura encurvada e semi-nua, e anjos espreitando-a do negrume, suas testas maceradas e semblantes austeros. Encostou a porta atrás de si, cautelosamente. Entrou no elevador — uma luz clara e insípida que atordoa os sentidos. Deixou de pensar na varanda enquanto atravessava a rua. Que desastre havia sido aquilo. Nas vitrines das lojas, os manequins vestiam trapos. Em sete minutos, chegou à porta de seu apartamento, girando as chaves no dedo. Acendeu as luzes, cumprimentou o gato, serviu-se um copo d'água, mas a inquietude não passava.
Como eram brancas aquelas paredes.
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larissamstuff · 5 years ago
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O Primeiro Relato
Eu costumava sonhar, noite após noite, com uma cidade abandonada. Percorria as ruas desertas de pés descalços, pisando a poeira de anos. Quando via alguma casa, o que era raro, a natureza havia crescido por dentro, como a fruta dentro da casca, fazendo ruir paredes, portas e janelas. Os animais selvagens bebiam água de chuva no que restara de uma sala de estar ou do quarto de um neném, alheios ao que existira ali antes deles. Nos meus sonhos, de tanto caminhar, perco as unhas dos pés, uma por uma, e meus dedos ficam em carne viva, tintos de sangue, como devem ter ficado os pés de Cristo na cruz, os católicos que me perdoem a comparação. Geralmente a longa caminhada me leva ao mar. A praia está cheia de cadáveres insepultos, deitados na areia, com os pulmões cheios de água salgada, sem ninguém para chorar por eles. Eu reconheço alguns mortos, outros não. É como se a humanidade toda coubesse naquela praia.
Eu me deito na areia - a única pessoa viva entre os mortos - e espero algo de terrível me acontecer, a mesma doença que contaminou todos os outros, a dor que deu fim à humanidade, coisa que nem a bomba conseguiu. Nada me atinge o coração. Sigo respirando o ar salgado da praia. A espera é insuportável. Com as mãos cruzadas sobre o peito, meu corpo me informa que não estou morta, a vida continua.
Ao longe, os cavalos correm livres pela orla do fim do mundo. E eu penso pela primeira vez que, num mundo livre dos homens, fosse eu a única sobrevivente, ninguém veria com maus olhos se eu tivesse filhos com os cavalos. Num mundo sem homens, nada mais seria proibido. Num mundo sem homens, eu não sentiria vergonha do meu cheiro ou do meu desejo. O sonho acabava aí - porque nem a utopia é capaz de produzir o milagre de um mundo sem homens - talvez só mesmo a bomba. Eu acordava molhada entre as pernas - molhada de água salgada, água do mar - e, ao sair na rua, para ir ao colégio ou comprar comida, as pessoas me olhavam sem saber que eu tinha um segredo em mim.
Quando fiz 17 anos, tinha vergonha dos meus pés. Achava que eram os pés de uma menina, nus, pequenos, sem cor, no corpo da mulher adulta que eu queria começar a ser. Eu era virgem, naquela época. Algo que, nos pés, eu tentava disfarçar pintando as unhas de vermelho. O feminino era uma ideia tão vaga para mim quanto a ideia de Deus. Eu comecei a reparar nos pés dos desconhecidos, pés brutos, pés sujos de areia, pés marcados pelas tiras de couro das sandálias, e, como as quiromantes fazem com as mãos, eu pensava ler o futuro nos pés dos homens. Mas o futuro nunca esteve ao meu alcance. A bem da verdade, eu lia outra coisa - lia sobre mim mesma - e foi nessa época que descobri, como quem descobre de repente um novo endereço dentro de si, foi nessa época que eu descobri o desejo.
Talvez meu corpo tenha sabido disso antes de mim. A princípio, não pude dar nome àquilo que meu olhar procurava nos corpos dos outros. Tampouco compreendia que fascínio a bruteza dos pés masculinos me causavam, a ponto de arrepiar a pele, eternamente naquele minúsculo intervalo entre o desejo e o nojo, o mesmo espaço do orgasmo. Pouco a pouco, caiu sobre mim como uma chuva a certeza de que não havia nada a entender. Clarisse Lispector disse quase tudo quando escreveu: a solução do enigma está na repetição do enigma. Não havia matemática para traduzir por que o bruto me fascinava. A resposta estava na própria pergunta, se mudasse de ordem: me fascinava porque era bruto. Aquilo que eu não era - por enquanto.
O primeiro menino com quem eu dormi me conheceu na praia. Eu o conheci descalço. Na terceira noite que passamos juntos, trancados no quarto, fazendo coisas de adulto em silêncio, assim como fazem todos os adolescentes, eu pedi para beijar os pés dele. Foi como arrancar-lhe o coração do peito e vê-lo bater miseravelmente na minha mão. Desde então, aprendi que os meninos tem medo do sexo, quando ele se torna um animal que eles mesmos não podem controlar. Meu primeiro namorado ficou mudo, enquanto eu ajoelhava e, à imagem de um cachorro, colocava o pé dele na minha boca. Eu sentia o dedo pulsando, vivo, contra o céu da minha boca. Não tinha gosto de nada, talvez de sal, mais nada. O menino ficou calado como um morto. Se aquele não foi o final do nosso namoro, foi o começo do fim.
Nem todo homem é capaz de preencher os lugares mais escuros de uma mulher.
Uma semana depois, eu escrevi meu primeiro conto em folha de caderno e, sem ser vista, coloquei dentro da mochila dele. Queria que ele me conhecesse um pouco mais por dentro. Que ele soubesse que, por baixo da minha pele de menina, por baixo das minhas sardas e dos meus cabelos, por baixo do meu perfume, das minhas roupas lavadas e passadas, havia toda uma mulher esperando a primavera de todas as coisas, uma mulher com cheiro de brisa. O conto não era biográfico, nada daquilo tinha acontecido comigo, talvez o conto fosse justamente o que eu estava esperando um dia acontecer.
No dia seguinte, o menino me devolveu as folhas e não falamos uma palavra sobre isso.
O conto escrito era algo assim:
Quando eu era menina, nem quinze anos ainda, eu tinha problemas para dormir. Ficava rolando na cama, de olhos abertos, com a calcinha molhada. No meio da noite, quando meus pais já estavam dormindo, eu escapulia do quarto, vestia uma roupa curta e saía pela cidade. Eu gostava de andar nas ruas do Rio de Janeiro, à noite, provocando o olhar dos homens mais velhos. Muitos deles pensavam que eu era puta e eu nunca disse a nenhum que eu não era. Perto do meu prédio, havia uma quadra de futebol, toda de concreto, onde os meninos do bairro costumavam jogar bola, madrugada adentro. Ao redor da quadra, as árvores coavam a luz dos postes e criavam a atmosfera sinistra de um lugar onde alguém poderia encontrar, a qualquer momento, um cadáver ou um casal de namorados sem roupa. Eu me sentava ali, no escuro, e assistia aos meninos jogando sem camisa. O suor escorria pelas dobras do abdômen, empoçando nos shorts, dando a ver o volume dentro dele. No escuro da pracinha, eu respirava aos pulos. Quando ninguém estava vendo, abaixava a calcinha até os joelhos. Eu era virgem, naquele tempo. Nunca tinha visto um pau, que dirá sentido um entre as minhas pernas nada além dos meus dedos. Os meninos do bairro me achavam muito novinha para estar na rua àquela hora e, a bem da verdade, eles pensavam que eu sofria de insônia, nem desconfiavam do que eu ficava fazendo aquele tempo todo no escuro. De todos os meninos da rua, eu preferia um que se chamava Rafael P. Ele devia ter uns 17 anos, era alto para a idade, jogava descalço e tinha pés grandes. Era nele que eu pensava quando estava no escuro.
Uma noite daquelas, depois da chuva, o campinho estava quase vazio. Cheguei lá por volta de uma hora da manhã. Na quadra, Rafael P. e um menino moreno, sozinhos, chutavam uma bola murcha um para o outro. Eu me sentei no escuro e minhas pernas tremiam. Aquela sempre fora a minha fantasia: encontrar Rafael sozinho (ou quase sozinho) na quadra. Costumava dizer para mim mesma que, se isso um dia acontecesse, eu deixaria de ser virgem ali, como quem atravessa uma fronteira e já não pode voltar a ser quem era antes. Naquela noite, algo falou por mim. Não era a minha voz. Eu me aproximei dos dois meninos na quadra. Rafael foi o primeiro a levantar os olhos. Ele não me disse nada. Eu também não sabia o que dizer.
O menino moreno sorriu. Só depois eu entendi o porquê. Minha calcinha estava molhada e, como a saia era curta, eles podiam ver quase tudo que a roupa não escondia. Rafael P. se aproximou e perguntou a minha idade. Eu menti. Disse que tinha 18. Ele sabia que eu não tinha. O menino moreno perguntou o que eu queria com eles. Eu respirei fundo e disse:           - Quero que vocês me comam.
Eu podia sentir o sangue circular pelo meu corpo. Os meninos me olhavam como se eu fosse o próprio futuro, ali, aos pés deles:
- Como? - Perguntou o menino moreno, que era o mais falante de nós.
- De quatro.
Eu nem sabia o que aquilo significava. Tinha ouvido num filme pornô. Mas funcionou como palavras mágicas. Pude ver o volume por baixo dos shorts de Rafael P. Ele estava de pau duro. O menino moreno tirou a minha blusa e, como estava sem sutiã, fiquei só de saia e calcinha na quadra. Ninguém mais por perto. A noite estava escura e silenciosa, neblina baixa, como um sonho.
- Você vai fazer o que a gente mandar? O menino moreno abaixou as calças e mostrou o pau duro. Era um pau feio, com veias à mostra, a cabeça vermelha de fora. Eu não sabia o que fazer, então fiquei imóvel, esperando qualquer informação. O menino percebeu a minha indecisão e mandou eu ficar de joelhos. Eu fiquei. Lembro até hoje da pele dos meus joelhos no chão rachado da quadra. O menino moreno enfiou o pau dentro da minha boca. Ouvia os gemidos dele, feito uma música ao longe, e ficava cada vez mais molhada. De repente, ouvi outro ruído, mais próximo de mim, e abri os olhos. Ao lado do menino moreno, Rafael P. também tinha abaixado a cueca e batia punheta olhando para a cena, à distância, como se dela não participasse. O pau dele era grande e rosa, um animal em si próprio - e a porra já começa a brilhar na ponta, refletindo a noite de lua.
- Ela engole?
O menino moreno sacudiu os ombros. Ele tirou o pau da minha boca, todo babado. Rafael P. se aproximou de mim, com o pau duro para fora. Eu sabia o que ele queria. Mas eu queria mais. Abaixei a cabeça até o chão da quadra e lambi os pés dele, os pés descalços. Chupei o dedão e, naquele momento, eu tive meu primeiro orgasmo. Com o dedão de Rafael P. na minha boca. Lembro de sentir cada centímetro do meu corpo à flor da pele, lembro do gosto de ferro, lembro do gosto de sêmen.
O menino moreno pegou o boné e foi para casa.
Rafael P. olhou para os lados. Ninguém por perto. Ele me mandou tirar a saia. Eu tirei. Ele rasgou minha calcinha com as mãos e me mandou ficar de quatro na quadra. Eu obedeci. Apoiado pelos joelhos, ele meteu com força, como se soubesse que nunca mais aquilo aconteceria com ele novamente. Eu quase gritei de dor ou de prazer, não sei dizer qual dos dois. Ele me comia de quatro, como um animal, me segurando à força pelos cabelos. Eu gozava sem parar, incontáveis vezes, seguidamente. Mas ele não. Quando tirou o pau de dentro de mim, eu desarmei feito um brinquedo no chão da quadra, fiquei caída, sem forças, nua. Ele se pôs de pé. Eu não queria que ele fosse embora assim. Ele me mandou ficar parada, sem respirar. Eu sabia que aquilo não era possível para os seres vivos. Ele disse, não pediu, apenas disse que gozaria na minha cara, para marcar seu território, que eu deveria entender aquilo como um elogio. Eu fiz que sim. Ele tocou punheta até gozar, audivelmente, com um grito. Eu levei tudo no rosto. Era nojento, mas era bom. Era salgado. Eu nunca me esqueci. Se não fosse dele, eu não teria engolido. Depois disso Rafael P. colocou os shorts com pressa, calçou os chinelos deixados no canto da quadra e foi pegar a bicicleta. Saiu dali voando como um morcego. Eu fiquei sozinha.
Eu queimei o conto no tanque de casa, antes que algum adulto encontrasse. Na semana seguinte, o menino da praia - aquele que tinha tirado minha virgindade - ficou com febre e faltou cinco dias de colégio. Secretamente, eu pensava que o meu conto era a verdadeira febre, o motivo da repentina doença dele. No sábado, dia em que os namorados iam ao cinema ou pelo menos diziam que iam, ele me telefonou tarde da noite. Era um telefonema de despedida. O namoro terminou amigavelmente, porque o sexo o contaminara como uma doença mortal. Antes de desligar, ele não resistiu a si mesmo:
- Era verdade?
- Cada palavra.
Foram as últimas palavras que disse e ouvi dele.
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wongnotwrong · 5 years ago
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 ↬ ᴛᴀsᴋ: 001 → ʟᴇᴛ's ᴅᴏ ᴏᴜʀ ʙᴇsᴛ ᴛʜᴀɴ ʙᴇɪɴɢ ᴛʜᴇ ʙᴇsᴛ ;; ↫
Qual o nome do seu personagem? Ela possui algum apelido?
Tiffany Wong. No geral, Tiff ou Fany, ela se apresenta assim e também algumas pessoas a chamam por tais. 
Como é a família dela? Ela veio de uma família bruxa, ou de uma família trouxa? Como que é a relação dos seus familiares com a magia?
Fany é filha de dois bruxos, ambos trabalham no mundo bruxo mas a mãe tem envolvimento com o mundo trouxa também. Então, é claro, a magia é algo muito presente na vida dela desde que se conhece por gente. Tiffany é rodeada do mundo bruxo; o irmão mais velho, Kyunghoon, é bruxo e os gêmeos, os mais novos, também são. O único que não é, ele é um ‘aborto’, é Seonghwa, o irmão mais próximo dela. 
Quando e como foi o nascimento dela? Como foi a reação da família dela?
Era um fim de tarde, na primavera, quando Tiffany nasceu. Sendo a única menina e, até então, era a mais nova, foi bem mimada, ao menos pela mãe. O pai, por outro lado, nem tanto, não só porque ele não era uma presença muito comum - visto que os pais se separaram quando ela tinha só alguns meses, então, posteriormente, Seonghwa e Tiff só convivam com Joohyun em alguns finais de semana - como também porque o pai é, e sempre vai ser, muito rígido e foram poucas as vezes que Fany escapou de alguma bronca por ser ‘menina’ ou a ‘mais nova’, mas no geral, seu nascimento foi uma das melhores coisas que poderia ter acontecido com a humanidade - ou é o que ela gosta de falar. 
Conheceu seus familiares - pai, mãe, irmãos? Como ela se sente e como é sua relação com os mesmos?
Sim, embora ela deseja, secretamente, que nunca tivesse conhecido o pai e o irmão mais velho. Tiffany tem uma relação complicada com esses dois, sempre foi assim, desde o princípio, mas tudo piorou quando a família constou que Seonghwa não era um bruxo; Joohyun mostrou o verdadeiro monstro que era e Kyunghoon não ficou muito atrás, ela odiava tanto o fato do pai e do irmão quererem humilhar Seonghwa que não aguentou por muito tempo, logo cortou laços com os dois. Quando a mãe se casou de novo, com um bruxo britânico, e então teve os gêmeos, Tiff não se opôs e nem nada do gênero, ela gosta muito dos mais novos e sempre tentou ser o mais próxima deles possível, porque sabe que o fato de serem irmãos apenas por parte de mãe pode ser um problema. Relativamente à mãe, ela se dá bem, não é o caso de relação do ano, mas não há brigas entre as duas - apesar de alguns desentendimentos, especialmente quando Fany estava estudando em Hogwarts e recebeu diversas punições por quebrar as regras. Seonghwa, por outro lado, é um caso totalmente diferente. Tiffany talvez nunca vá demonstrar ou verbalizar, mas ele é o único a qual ela não pensaria duas vezes em pular na frente de uma bala, o irmão é tudo pra Tiff. Não é surpresa alguma, na verdade, até chegou a acontecer nos tempos de Hogwarts, que ela venha a bater ou machucar alguém fisicamente só por falarem algo dele ou por olharem torto para o irmão. Se quer uma relação saudável, estável e para a vida inteira com Tiffany só existe uma regra: não toque, não fale ou machuque, indiferente se for algo físico ou não, Seonghwa. 
Ela já se casou ou teve filhos? Caso sim, ainda mora ou mantém contatos com eles?
Não, no momento, Tiffany só está estudando e fazendo estágio. Na verdade, ela nem se imagina namorando, que dirá casada ou com filhos, se acha nova demais pra isso - e é, claro. 
Seu personagem possuiu algum amigo de infância? Ainda mantem contato?
Sim, ela tem alguns amigos de Hogwarts e outros que conheceu quando ainda morava com a mãe, mas não mantém contato tão firme com alguns deles. 
Como ela é fisicamente e qual sua característica mais marcante?
Cabelos escuros, até a altura das costelas, tem um e sessenta e oito, os olhos bem puxados, pele branca. O sorriso e os olhos - apesar de que, se perguntarem pra ela, ela vai dizer algo como “eu, em um todo, sou marcante.”
O que a motiva? Quais são seus objetivos?
Adrenalina, animação, alegria, a felicidade alheia e a própria, ideias que podem colocar ela em perigo - mas não o extremo, no caso, qualquer coisa que possa fazê-la correr pra não ser pega por autoridades. Qualquer assunto que envolva animais, é algo presente em sua vida visto que gosta deles. Um ponto importante: apesar de cursar e querer exercer o Medibruxaria, ela odeia falar do ofício. Isso porque Tiffany vive brincando e falando baboseiras, e o ofício é algo que Fan ama de todo o coração, perdendo somente pro irmão, Medibruxaria é a coisa mais importante pra si; ela simplesmente se doa de corpo e alma nisto, por esse motivo prefere não abrir o assunto. Seu maior objetivo, no momento, é se formar e poder se tornar completamente independente. 
Até onde ela estaria disposto a ir para atingir esses objetivos? E caso ela não consiga, o que ela faria em seguida?
Pra ela é simples: o que for pra ser, será. Fany acredita que, quando quer algo de verdade, então deve lutar e dar seu máximo - respeitando os limites de si própria, claro -, mas se mesmo assim não der certo, então não é pra acontecer. Se não conseguir, Tiffany simplesmente parte para uma próxima etapa de sua vida; começa a descobrir outras coisas, procura não se prender e nem se descabelar por nada. Tif acredita que a vida deve ser vivida de forma intensa, ela dá muito valor pro amor, felicidade, qualquer sentimento que atraía positividade e coisas boas, ou seja, a ideia de ficar doente ou entrar em um estado depressivo, ou mesmo se focar tanto em algo que perde a noção da vida, não é o que Tiffany pode dizer que aprecia ou mesmo acha “atraente”, “interessante”.
Se ela tivesse a habilidade de mudar alguma coisa na vida dela, o que ela mudaria e o que faria para que essa mudança acontecesse?
Trocaria de lugar com Seonghwa e o daria a oportunidade de ser um bruxo, porque ela prefere mil vezes estar na pele dele e aguentar o desprezo e o nojo que Kyunghoon e o pai jogam contra Seonghwa do que ser uma bruxa, pra Fany nada em sua vida vale mais do que o bem estar de Seong e ela faria qualquer coisa pra manter isso intacto. Então, sim, é de se imaginar e esperar que, relativamente a ele, não há nada que Tiffany não faria, provável que seria o único caso que a faria “se descabelar”. 
Qual o maior medo dela? Porque isso a assusta tanto?
Ela tem alguns medos, na verdade, embora nunca vá falar deles a menos que o nível de confiança seja o extremo de alto. O primeiro seria obviamente, perder Seonghwa ou que qualquer coisa ruim aconteça com ele sem que ela possa fazer algo pra ajudá-lo. Depois vem o pai e o irmão mais velho, de uma forma específica: Fany tem medo que esse duo possa mexer tanto com a raiva que ela sente por eles que a faça agir por impulso - o que não é surpresa e nem nada ‘anormal’ relativamente a si -. Então vem o medo de ficar presa em algum lugar, Tiffany sente pavor disso, necessariamente, em locais pequenos. 
Seu personagem é considerado mais introspectivo ou extrovertido?
Completamente, deliberadamente, extrovertida.
Ela é conhecido por sua teimosia, discutindo com frequência com as pessoas ou apenas evita conflitos ao máximo?
Uma coisa é clara: pra deixar Tiffany Wong ao ponto de teimar e perder sua postura descontraída só há dois meios: qualquer modo de insultar ou magoar Seonghwa, ou, para aqueles mais persistentes ou idiotas, fazer ela se sentir ofendida ou desconfortável de verdade. Tirando isso, Tiff é muito “calma” referente a brigas, isso porque ela não vê motivos pra tal. Mas não significa que não saiba usar seu lado “mais negro”.
O que as pessoas costumam falar sobre seu personagem?
Além do fato dela ser fora da casinha? Tiffany já ouviu muito que ela é engraçada, amável e uma boa conselheira - quando quer. Assim como também já ouviu diversas vezes que é irresponsável, uma menina mimada, uma criança no corpo de uma mulher, intrometida, inconveniente. 
Como ela costuma se comportar em lugares cheios de pessoas? Ou com pessoas desconhecidas?
No geral, se ela se sente confortável, é simpática, divertida, brincalhona e falante. Gosta de socializar, quanto mais, melhor. Mas se for um momento em que Tiffany não se sente bem ou não está no ânimo, é mais quieta. 
Ela tem algum preconceito? Ela é a favor de grupos separatistas? Faz parte de algum grupo minoritário?
Tiffany é totalmente adepta a ideia de “amor ao próximo” e “fazer o bem sem olhar a quem”, então não é do tipo que vai selecionar o ciclo de amigo pelo status sanguíneo, social ou cor, sexualidade, quaisquer desses pormenores. Contanto, ela acredita que manter os bruxos e trouxas separados é mais saudável visto que, apesar de parecer e soar “burra”, Fany sabe que existem muitos bruxos maldosos que podem machucar os trouxas, assim como existem trouxas que podem fazer algo contra algum bruxo. 
Ela possui algum tique? TOC, mania de limpeza, piscar os olhos, gaguejo?
Sim, ela é geralmente vista falando sozinha ou encarando um ponto fixo, porque sua mente as vezes viaja. Além disto, pelo fato de que é apaixonada por doces, Tiffany sempre tem algum deles na bolsa ou em algum lugar consigo. 
Ela é estudioso ou tem conhecimentos formais?
Só se for algo referente ao seu curso. 
Quais são seus hobbies?
Tiffany não tem um “hobbie”, ela gosta e consegue fazer diversas atividades ao mesmo tempo, mas fica entediada com facilidade. Talvez o mais próximo de ‘hobbie’ seja escutar músicas e comprar roupas, porque gosta muito de ter várias delas.
Qual estilo de roupas ela prefere usar?
Ela tem um gosto diversificado, por isso adora mudar de acordo com o humor, mas no geral, são roupas confortáveis e de diversas cores. 
Quais são suas comidas e bebidas preferidas?
Outro ponto sobre ela: não existe comida ou bebida preferida, Tiffany simplesmente vive para comer. Contudo, se tivesse de escolher, sua preferência seria doces, sem exceção, qualquer um está de bom tamanho. Se quer conquistá-la, que seja pela barriga. 
Ela possui algum livro / filme favorito?
Livros não são algo que Fany goste tanto assim pra ter um ‘preferido’, mas ela adora filmes e especialmente os de comédia, animação e suspense.
Ela gosta de animais? Algum em particular?
Animais é um assunto certeiro pra fazê-la ficar soft. E apesar de amar todos, seus preferidos são aves. 
Possui algum vicio? Jogos, bebida, chocolates, leitura?
Varinha de alcaçuz. 
Com que tipo de pessoa ela prefere se relacionar?
Romanticamente falando, nenhuma. Nunca chegou a essa etapa, ninguém chamou sua atenção ao ponto dela descobrir um ‘tipo’. De um modo geral, gosta de manter por perto pessoas positivas, que gostem de socializar e, algo que poucos sabem sobre si, Tiffany prefere pessoas inteligentes porque assim pode aprender algo diferente sempre. 
Ela prefere locais frios ou quentes? Montanhas, planícies, florestas?
Depende seu estado de humor.
Prefere ambientes mais urbanos ou de interior?
Urbanos, sem dúvida.
Qual e como é o local onde ela mora atualmente?
É um pequeno apartamento com vista pra cidade, confortável a conchegante. 
Ela mora sozinho ou divide com alguém? Como é a relação do seu personagem com essa pessoa?
Fany mora com Seonghwa, ela é irresponsável e esquecida, jamais teria capacidade pra morar sozinha. Ao menos, no momento. Bom, como resumir isso de uma forma que não pareça duas crianças birrentas brigando por comida mas que dariam tudo um pelo outro? É aquela relação “só vendo pra acreditar”. 
O que a fez escolher esse lugar? Algum motivo em particular?
Na verdade, ela nunca revelou isso mas antes mesmo de terminar o ensino em Hogwarts já desejava ir morar só com o irmão, isso porque ambos se entendem melhor do que ninguém e a ideia sempre lhe pareceu interessante. E quando conseguiu, Tiff nem pediu se poderia se mudar para viver junto de Seong, na verdade, a princípio, só iria “passar uma noite”, depois o que foi uma noite virou uma semana. Então um mês, e logo, todas suas coisas já estavam no apartamento do irmão. 
Qual sua rotina quando esta em casa?
Depende muito do dia, do humor e do que tem de fazer, segundo suas obrigações. Mas quando tem um tempo livre e pode aproveitar, gosta de assistir, dormir e comer. E se Seonghwa estiver disponível, aproveita pra arrastá-lo até a sala e obriga o irmão a ver algum filme. 
Se ela pudesse escolher livremente como seria sua rotina diária?
Na verdade, não mudaria nada, talvez só iria escolher ter mais tempo, mas do demais, está “bom” do jeito que está. 
Ela esta satisfeito com sua atual casa? Como seria a casa ideal para ela?
Está, apesar de que, e é algo que nunca iria falar, se pudesse, Tiffany escolheria que sua família morasse junto, sem brigas, sem ressentimentos. Pode não parecer, mas no fundo ela tem esse lado “família”. 
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goodomensseason2 · 5 years ago
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Capítulo 1- Não tanto como Cair (a princípio)
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Tradução para o português brasileiro (pt-br) da fanfic de Good Omens escrita por @rjeddystone "Not so much falling (at first)", disponível aqui no original em inglês. Por favor, não copie e poste se você pode reblogar. 😘 Esta fic ainda está em andamento, portanto comentários são muito apreciados 😁 e eu vou traduzi-los de volta para a autora, ok? Boa leitura!
Nota da autora: “Um pouco mais sério do que de costume, mas isso me veio na cabeça, então eu escrevi. Pode ser um prólogo ou um capítulo único, ainda não tenho certeza. Por favor, comentem e repostem se gostarem!” –RJ
No princípio…
Quase ninguém no mundo além das criaturas imortais sabia que Crowley era um demônio. O único que alguma vez o perguntara a respeito em 6.000 anos recebera como resposta: “Eu não Caí realmente, só Dei Um Pulinho Lá Embaixo.”
Foram as influências, na verdade, ele admitiu naqueles dias. Todo mundo amava um arcanjo. Lúcifer era absolutamente encantador, e tinha um monte de perrengues no trabalho. A comida também não tava muito boa, e isso era só pra começar...
Crowley-ainda-por-ser tinha ouvido a palavra “rebelião” sussurrada junto aos bebedouros de água-benta ao longo daqueles dias. Isso não o impressionava como algo anormal. Soava como algo novo e empolgante. Lúcifer planejava se rebelar. Bem, quem não adorava Lúcifer?
O plano celeste era cristalino e dourado, um design realmente amável, especialmente comparado com o vazio de antes. Rodas [Nota da Tradutora: Rodas são seres celestiais e vem de Ezequiel 1:15-21, é um tipo de anjo semelhante às carruagens de fogo] giravam com o tilintar suave das engrenagens celestiais. Principalidades, Elementais, e os ocasionais jovens patronos, todos se ocupavam em tomar conta de um mundo novo em folha.
A criação estava quase terminada. Era o Quinto Dia de um plano de Sete-Dias, e só ontem Zaziel― como ele era chamado até então― tinha experimentado fazer as estrelas entrarem em nova para criar outras estrelas. Ele havia sido especialmente elogiado pelas nebulosas.
Era bom até então. Muito bom, e só melhorando. No dia seguinte, tudo seria um mar de rosas e... Bem, ele ainda não estava certo sobre o que rosas tinham a ver com aquilo, mas só poderia ser bom.
Por hoje, haveriam pássaros e peixes, mas aquilo não era do seu departamento, então ele tirou o dia de folga. Zaziel passeava despreocupadamente perto do lago cristalino do lado de fora do Véu. O Véu era uma barreira cintilante, também cristalina e ainda assim opaca a frente da Sagrada Sala do Trono. Era de um tom que nenhum olho humano poderia descrever. Ela sempre se movia gentilmente como água ou seda tocada pela brisa. Era a linha entre o consagrado e o sagrado.
Zaziel sabia que apenas arcanjos e Metraton tinham permissão para perguntar diretamente a Deus. Mas Zaziel era curioso por natureza. Não havia nenhuma razão para pensar que não havia sido criado dessa forma. Nunca se sabe. Talvez houvesse uma resposta algum dia.
Cantarolando o começo de algum poema para si próprio, ele parou para olhar através das águas, fingindo falar consigo mesmo.
“É muito em cima da hora, fazer o sol depois das plantas, eu pensei,” ele murmurou alto. “Mas então, eu deveria saber que a Toda-Poderosa poderia impressionar. ‘Belo show, Senhora’, eu diria ‘Bem bacana.’ Honestamente, não consigo pensar no que nos resta além de por alguns pés sobre a terra. Isso balancearia os pássaros e os peixes, eu acho. Eu adoraria saber, com certeza...”
Ele mirou a água, aumentando um pouco mais a voz, do mesmo jeito que alguém faz quando quer informações em uma cidade desconhecida, mas tem muita vergonha de perguntar.
“Eu sei do que isso aqui precisa”, ele continuou. “Alguma coisa onde se possa caminhar, além da água: harmonizaria as coisas. Talvez... lugares para comer ou onde se possa sentar e alimentar os patos. Eu quero dizer, eu gosto de patos. Suponho que nós poderíamos ter alguns aqui em cima. Não se pode ficar triste olhando para um pato...”
Não houve resposta, mas a Criação era jovem. Zaziel era um otimista por aqueles tempos.
Eventualmente, ele desceu das esferas e se dirigiu ao bebedouro de água-benta. Eram quase nove da manhã. Alguns detalhes você nunca esquece.
“Pra que Deus precisa de mais pessoal?” Bellaphon perguntava. “E eu gosto de semanas com cinco dias. Pra que mais dois dias?”
Era uma panelinha de anjos. Nada novo. Mas as questões chamaram sua atenção. Principalmente a parte sobre “mais pessoal”.
“Nós já temos tantos tipos de anjos”, disse Dafriel, inclinando-se de um lado para o outro, procurando possíveis bisbilhoteiros. “Eu pensei que Ela tivesse dito que estávamos prontos no Segundo Dia.”
“Eles não são anjos,” disse Bellaphon em uma voz clara, mas arrastada. “Mais frágeis do que qualquer coisa. Ela os chama ‘Adão e Eva’.”
“Não, não. Eu ouvi que eles se chamam humanos,” disse Hastriel, irritado. Ele comia um prato de batatas-chips de um mostruário (provavelmente de algum evento planejado para dali a alguns mil anos e que envolveria codornas). Ele falava entre migalhas. “Adão e Eva― os nomes deles. Como os nossos, só que mais curtos.”
Zaziel escolheu esse momento para se aproximar com seu copo até o bebedouro. “O quê, sem ‘els’ neles?” ele perguntou. Se inclinou de volta, despreocupado como o sol que brilhava na Criação até ontem, e se juntou à roda. “Eu pensei que nós todos tivéssemos ‘els’, ou ‘phons’ ou ‘ales’ no final dos nossos nomes.”
O olhar de Bellaphon se estreitou. “Sem ‘els’” eles disseram. “Nem mesmo asas, eu ouvi.”
“Será que fizeram algo de errado?”
“Claro que não,” disse Hastriel, lambendo seus dedos salgados. “Nem mesmo nasceram ainda. Não devem aguentar cair de grandes alturas, eu suponho. Sendo coisas moles, de carne, corporificadas.”
“Você não ouviu o que eu ouvi do Lu,” disse Dagnophon, que olhou para a Bellaphon carrancuda com um sorriso carinhoso. “Eles vão ser os favoritos Dela. Eles, que são feitos de barro.”
“O que tem de errado com o barro?” perguntou Zaziel coloquialmente, e tomou um golinho do copo.
“É tão sujo, não é?” perguntou Dagnophon.
“Bom, ele não faria as plantas crescerem tão bem se não fosse,” disse, Zaziel, que havia tido uma conversa com aquele departamento dois dias antes. Ele achou o assunto da vida vegetal fascinante.
“Melhor continuarem falando baixo”, explodiu Dafriel. Ele apontou para cima. De qualquer lugar do paraíso, olhar para o alto tempo o suficiente trazia a visão do Véu. Ele brilhava silencioso e amável.
Crowley-ainda-por-ser imaginou ter visto um relâmpago piscar.
“O que está havendo?” ele perguntou. Sentiu um súbito desconforto, como se tivesse se metido em terreno onde ele proverbialmente não se atrevia a pisar. “Pensei que vocês estavam falando de administração.”
“Nós estamos falando da Administração,” disse Bellaphon, amargamente. [Nota da autora: Enochiano, a linguagem dos anjos, pode usar maiúsculas, hifenação e até mesmo ortografia.]
“Alguma notinha a acrescentar nessa conversa?” perguntou Hastriel.
Zaziel pensou a respeito. “Eu… Eu me pergunto o motivo disso tudo,” disse por fim. “Mas eu acho que minha queixa principal seria a música daqui: Faz um dia parecer mil anos, não é, o jeito como fica tocando infinitamente?”
Todos o encararam, parecendo perdidos.
“Eu quero dizer,” ele continuou. “Eu poderia consertar as harpas. Elas são o maior problema: têm uma tessitura de cerca de seis oitavas. Se eu pudesse simplesmente ter uma palavrinha com o maestro, poderíamos acrescentar alguma percussão. Tenho trabalhado numa pequena e adorável cantiga, só preciso arranjar as palavras certas e...”
“O que é uma tessitura?” perguntou Hastriel, perplexo.
Foram interrompidos pelo clarão de um relâmpago deslizando: Um anjo descendo do Véu. Por um instante, parecia uma estrela cadente, mas então ele pousou, dobrando suas esplendidas asas que projetavam luzes coloridas. Sua glória obscureceu ligeiramente e ele sorriu.
“Bom dia, irmãos.”
Ele era tudo o que alguém poderia esperar ouvindo as palavras “Anjo da Luz”, ou “Filho da Manhã” ou “o mais belo dentre os anjos”. Ele era Lúcifer, o Arcanjo Chefe e primogênito de todos os anjos do Céu. Ele portava sete estrelas em sua coroa.
Ele olhou diretamente para Zaziel na mesma hora. “Zaziel,” ele disse. Sua voz era como música. “Eu pensei ter ouvido sua voz.”
Bellaphon deixou cair seu copo de água e Hastriel limpou rapidamente as migalhas e os sal dos seus lábios com as costas de sua manga. (De alguma forma, isso só fez com que ele parecesse mais pegajoso.)
A Estrela da Manhã sorriu generosamente, o que fazia brilhar mais. Apenas arcanjos brilhavam daquele modo, e apenas uma coisa tornava isso possível: Estar na presença da Toda Poderosa. Zaziel mirou novamente o Véu silencioso e desejou. Só estivera lá uma vez. Lá, ele havia nascido e recebido seu nome. Era sua primeira e única memória predominante Dela e ainda assim, apenas ali porque ele não tinha nada mais à altura para comparar.
Ele encarou Lúcifer de volta e de repente não havia nada mais importante do que não parecer um idiota.
“Lu, velho amigo, como vão as coisas Lá no Alto?”
O príncipe angelical disse melodicamente, “Estou contente que tenha se juntado a nós. Eu ouvi que você tinha perguntas.”
“Bem, ah, é, eu quero dizer, eu imagino que qualquer um teria. É um grande mundo novo. Perguntas são suscetíveis e abundantes. Teremos toda eternidade para remoê-las. Não que eu me importe com isso.”
O Príncipe dos Anjos continuou sorrindo e Zaziel sentiu sua garganta ficando seca.
“Eu já estive remoendo o bastante,” Lúcifer disse. “Sobre um trabalho para você, na verdade.”
“Nós vamos...vamos fundir nossos departamentos, então?”
“Algo assim.”
O nome “Lúcifer” significa “portador de luz”, e era isso o que ele era. A dele era uma luz cegante, mas não para os olhos. Sua luz cegava a mente e o espírito. Desbotava os pensamentos, por assim dizer. Ela apaziguava o coração com o eterno. Ela era de uma beleza da qual todos os outros anjos se lembravam desde de seus nascimentos, e assim confiavam inquestionavelmente.
Apesar disso, Zaziel nunca apreciou o modo como estar na presença da luz de Lu dificultava seus pensamentos. Ele se recordava de pensar bastante ao nascer, sobre tudo. Mesmo assim, ele não conseguia se livrar daquele efeito. Com pouco mais que um convite, ele agora caminhava debaixo da asa do arcanjo com uma timidez quase visível. Deixou que seus passos girassem de um lado para o outro, tentando parecer casual e conseguindo algo mais parecido com um maníaco, conforme tentava manter seus olhos a frente.
“Eu, uh, estou trabalhando numa música.”
“É mesmo?”
“Ainda não está pronta…”
“Eu adoraria ouvi-la.” O sorriso do arcanjo fez Zaziel resplandecer.
Eles alcançaram os baluartes do centro de observação. Lá, haviam janelas ampliadoras, e delas eles podiam ver O Jardim: Éden. Seus quatro rios brilhavam a cada portão, correndo ao longe em direção aos pontos cardinais. Era mais verde que qualquer outro lugar na Terra. Ele não havia sido cultivado como o resto das árvores no planeta recém-nascido. Ele era celestial.
O Anjo de Luz disse, “Lindo, não é? Eu A vi criando-o. Você deveria ir lá algumas vezes, com certeza.”
“Nós estamos indo para lá logo, não?” Zaziel indagou. “Algum tipo de cerimônia?”
Lúcifer soltou um profundo e cansado suspiro. Suas asas ainda emanavam arco-íris. “Sim.”
“Então, eu não tive a chance de perguntar, mas… O que é uma rebelião?” perguntou Zaziel.
“Eu só estava pensando em dizer... não.”
Não? Zaziel não podia acreditar em seus ouvidos. Não? Ninguém ali dizia não. Eles podiam fazer corpo mole e bendizer alguém, mas não havia como dizer não para a Luz. E ainda assim... Lúcifer estava ali, trajando a mesma luz, vestindo-a lindamente. Poderia qualquer coisa com tal luz ir contra o Céu?
E não era uma palavra tão pequena, também.
Lúcifer disse, “Você sabe, Ela colocou as Árvores lá. Conhecimento do Bem e do Mal. E a Árvore da Vida. Qual delas você acha que os humanos irão escolher primeiro?”
“Bem, obviamente eles iriam escolheriam vida,” disse Zaziel sem hesitar.
As sobrancelhas pálidas de Lúcifer se ergueram. “O que te faz dizer isso?”
“Bem, eu ouvi que eles não vão ter asas. E eles vão precisar comer e dormir e esse tipo de coisa. A escolha clara é a de viver para sem…” Foi interrompido quando Lúcifer o puxou pelos ombros. Ele virou-se para encará-lo sinceramente. No mesmo instante ele arqueou suas asas ao redor deles para terem um mínimo de privacidade. Ele vislumbrou o Véu que pairava sobre eles em todos os lugares, o tempo todo. Ele parecia ... Zaziel tentou encaixar aquele olhar. Não era exatamente raiva. Era outra coisa.
“Você sabe o que acontecerá conosco se eles assim o fizerem, Zaziel?”
“Não. Espere, você sabe?”
Zaziel tinha uma crescente lista de sorrisos em sua memória. O sorriso de Dagnophon para com Bellaphon, por exemplo, era algo que faria qualquer teólogo questionar se anjos se interessavam por sexo. [Nota da autora: A resposta é: tanto quanto eles se interessam por dança.] O sorriso de Michael era distante, convencido, quase pedindo para ser zombado. E Dafriel tinha um sorriso especial para os lagartos, o que era compreensível: Eles tinham sido sua ideia.
Mas o sorriso que o Filho da Manhã deu ao Não-ainda-Crowley agora era... diferente. Ele dava calafrios por sua espinha, e Céu e Terra costumavam ser tão cálidos.
O príncipe chegou mais perto. “Nada bom,” ele disse. “Ela irá paparicá-los. Ela quer que eles sejam Seus filhos. Nós vamos ser escravos, Zaziel. Eles vão tomar nosso lugar.”
“O quê? Não…”
“Eu A ouvi dizer isso. Ela diz que vem planejando isso durante todo esse tempo, embutido nas normas. Nós não fomos amados, Zaziel. Éramos apenas um artifício.”
Zaziel deu um passo para trás, fora da sombra daquelas asas reconfortantes. Nenhum arcanjo nunca revelara o que era ouvido além do Véu. Nunca. Mas nenhum anjo antes quisera tanto saber como Zaziel.
Parou, sentindo-se exposto, despreparado. As palavras afundaram antes que pudesse pará-las. Elas o perfuraram. Não amado? Não amado? Certamente Deus amava tudo o que Ela tinha feito. Aquilo era apenas natural―ou, melhor dizendo, sobrenatural? Zaziel amava as estrelas e as novas e as nebulosas. Por que mais criar algo se não para amar isto?
Ele tentou entender, “Mas se tudo é para eles, então por quê...?”
“Ela os quer naquele jardim, de qualquer forma. Tem algo que ela quer que eles façam. Nesse dia, quando estivermos todos lá, haverá um anjo principado defendendo o portão, Zaziel. E eu te pergunto: defendendo de quê?”
“Principado?” As principalidades eram quase tão poderosas quanto os arcanjos.
“Ele recebeu uma espada flamejante. Isso não é estranho? Sabe o que uma dessas pode fazer?”
Zaziel esteve presente na batalha do Leviatã. Ele sabia sobre espadas flamejantes. Elas faziam ótimos churrascos e eram excelentes como espetos, se você gostasse de peixe grelhado.
“Bem, sim, eu…” ele gaguejou. Seu rosto mudou para uma expressão desapontada. “Mas… não. Não, Ela não iria. É apenas uma cerimônia. Ela não…”
“Ela vai. Ela foi bastante insistente. Eu não posso deixar meus irmãos e irmãs e todos os outros sofrendo em segundo lugar. Nós somos os primogênitos. Nosso lugar é acima daqueles que estão abaixo.”
Zaziel não podia se importar menos se ele era o primeiro ou o centésimo na ordem de nascimento. Ordem não importava. Nenhum serafim era menos amado que um simples anjo do coral. Ao menos, ele achava que era assim que funcionava.
“Mas… ela não nos ama?”
“Você conhece Michael e Gabriel, eles estão bem com isso. Eles não pensam. Não tem imaginação. Eles não entendem quão ruim é isso. Agora, eu pretendo me levantar e nos defender. E eu quero você comigo. O que me diz?”
Zaziel olhou para baixo de novo, para o jardim.
“O que você fará?”
Lúcifer suspirou. Suas asas tremularam levemente e isso era estranho, muito estranho: Cada uma daquelas penas ainda sussurravam aleluia. “Amanhã…”
“O que tem amanhã?”
“Amanhã os humanos terão nascido. Eles receberão uma regra. Um teste.”
“E, se eles a quebrarem?”
“Exílio. Eles terão que deixar o jardim. Se eles não tiverem comido o fruto da Vida Eterna até lá, eles serão mortais.”
“O que é mortal?”
“Eles seriam capazes de morrer, como o Leviatã. Eles poderiam ser mortos, Zaziel.”
“Mortos? Você não disse nada sobre matar ninguém!”
“Eu não disse, é claro que não.”
“Como você pode imaginar…?
“Imagine o que acontecerá se nós não mostrarmos quão indignos eles são.”
Zaziel imaginou, e manteve seus olhos no jardim.
“É só o que quero dizer. Ela tem tanta fé neles. Nós temos que mudar isso, ajudar Ela a ver claramente.”
As duas árvores ficavam bem no topo da colina mais alta do jardim. Zaziel se lembrava delas. Sua primeira refeição. O único alimento que qualquer anjo precisaria. Agora ali estavam elas, esperando pelos humanos.
Alguma coisa mais estava lá, brilhando no ponto central do rio. Ele piscou. Isso o fez pensar na luz do Véu por alguma razão.
“Você me ajudará?” a voz melodiosa quebrou sua concentração. Ele se virou rapidamente de volta para o arcanjo.
“Eu não gosto dessa ideia de fazer coisas morrerem,” ele disse.
“É claro que eu estou preocupado com os humanos. Então, antes da cerimônia, nas orações vespertinas, eu vou fazer isso. Eu vou dizer não. Você está comigo?”
“Você tem certeza de que isso não será a nossa morte?”
Lúcifer abriu um sorriso largo, dando-lhe um tapinha nas costas. “Nós já comemos da Árvore da Vida, Zaziel,” ele disse. “Nada de pior pode acontecer conosco do que sermos substituídos. Nada.”
É importante lembrar que um portador de luz é apenas isso: um portador. Do contrário, qual seria a necessidade da luz? Zaziel não conhecia mentiras ainda. Ele acreditava que sempre estaria agraciado pela luz do paraíso.
Assim, enquanto os Observadores redigiam seus relatórios aquela tarde, ele caminhava de um lado para o outro do muro, olhando de vez em quando para o jardim e tentando descobrir o que era aquela luz estranha. Nesse meio-tempo, os Observadores anotavam tudo, do número de ovos nos ninhos dos pássaros até quantos graus marcava o termômetro úmido em Atlântida.
Era reconfortante, o sussurro da pena deslizando sobre o papel, embora Zaziel acabasse sempre compondo hinos. Ele detestava trabalhar com papelada.
Pensou de novo, na melodia que ele esteve cantarolando perto do lago.
“What is this thing that builds our dreams, yet slips away from us…” [Nota da tradutora: Esse trecho é de “Who Wants to Live Forever, um clássico do Queen, e ao que parece, mais antigo do que a própria banda.]
Ele parou naquela linha, e fitou o Véu. Ele queria voltar lá, voltar no lago, ficar falando sobre os patos, sobre qualquer coisa realmente. Ele tinha sido feliz lá. Mas de repente, sentiu-se proibido. Indesejado. Barrado.
Não conseguiu terminar o poema.
No dia da rebelião, as orações vespertinas começaram a se intensificar e assim Zaziel se juntou ao coro e assistiu conforme Lúcifer deu um passo à frente. Com uma questão.
“Amais aos humanos mais do que a nós?”
As canções silenciaram. Zaziel não sabia quanto tempo o silêncio durou. O próprio tempo perdeu o compasso.
Metatron se levantou de seu trono menor. Ele era o porta-voz do Céu, e sentava próximo do Véu, porém ao lado, de modo que não parecesse que recebia os louvores da Senhora. Seu papel era necessário pelo fato de que a Voz de Deus, Fonte de Toda Criação não podia fazer diferente senão viajar por todo canto dela. Metatron então era o equivalente a um canal privado.
“Por que perguntas?”
“Porque…” Lúcifer contraiu suas asas e lançou faíscas. “Amanhã as hostes do Céu se ajoelharão para Adão, o filho da Terra, e Eva, sua esposa. E nós os serviremos.”
Um murmúrio de asas e preocupação se espalhou pela miríade de anjos. Os olhos de Lúcifer se tornaram escuros como carvão. De novo, fagulhas se derramaram por entre as plumas macias, aleluias se convertendo em “nãos”.
O grupo armado havia se reunido ao redor dele por acordo prévio. Agora, Zaziel movia-se devagar até o perímetro deles. Ele não estava gostando daquilo. O silêncio por trás do Véu. Até mesmo a música das esferas de anjos havia parado.
Lúcifer perguntou, “Como podes nos pedir para adorar qualquer um além de ti?”
Metatron lançou um olhar ameaçador. “Como podes questionar ordens?”
“Porque elas são erradas!”
As esferas retiniram e rangeram perigosamente. As engrenagens do Paraíso estremeciam. O Véu esvoaçava numa ventania e fogo cintilava em seu limiar.
Zaziel não saberia dizer como ele sabia, mas ele podia sentir em sua alma: Deus havia se levantado. A Altíssima levantando-se era como um gigante ficando de pé dentro de uma tenda. Forçava o tecido da realidade.
A existência caiu tentando compensar e Zaziel sentiu seu estômago vir parar em sua boca enquanto o solo vacilava.
A arcanjo Michael desembainhou sua espada e ela se iluminou como um relâmpago.
“Eu apenas fiz uma pergunta!” Lúcifer bradou em desafio.
Metatron abriu boca para falar, mas então uma Voz percorreu os quatro cantos. Ela perfurou Zaziel como uma faca. Ele sentiu mais do que ouviu, a raiva, a traição, o desapontamento.
“MEUS FILHOS, ESQUECERAM-SE?”
Um clarão os inundou como uma enchente. O Véu tinha se aberto. Seu esplendor fazia o brilho de Lúcifer e seus anjos rebeldes parecerem uma sombra.
Zaziel arfou. Tinha se esquecido? Ele tinha. Esquecido da Luz assim como dos vestígios dela em sua completa glória. Algo nele doía, mas mesmo que ansiasse, as palavras “não amado” ecoavam em sua mente. Não conseguia esquecê-las. Do que adiantava amar se eles não eram amados? Quem havia se esquecido de quem?
Lúcifer desembainhou sua própria espada e assim fizeram Hastriel e Dafriel e Bellaphon e o resto. Ele respondeu então, “Você sabe muito bem que eu não me esqueci. Eu me lembro de tudo.”
Zaziel sentiu o chão debaixo de seus pés sacudir de um modo estranho. Aquilo não podia ser bom. Ele sacudiu de novo. Não, nada bom. Nada, nada bom. Ele olhou ao redor. Os Observadores e o coral recuavam.
Zaziel disse, “Lu, er, talvez seja melhor se a gente falasse disso uma outra hora, com menos raiva, só…”
“Tarde demais agora, Zaziel. A linha foi traçada.”
“Que linha? Do que você está falando?”
“Entre nosso lado e o deles.”
“Lado? Qu...?”
“Não seja covarde, Zaziel,” disse Bellaphon, bruscamente.
Zaziel, que havia salvo Sandalphon do inferno de chamas de uma supernova imprevista, se voltou para eles em raiva desesperada. “Eu não sou um covarde!”
E nesse momento, Lúcifer ergueu sua espada. Ele soprou a lâmina uma vez e o metal estrelado se tornou mais preto que a noite.
Zaziel disse, “Você não pode estar realmente pretendendo atacar?”
“É disso que eu gosto em você, Zaziel,” disse o arcanjo, docemente. “Você faz perguntas.”
“Mas nós não podem...”
“Eu acho que uma mudança na administração é necessária.”
Ele avançou, atacando. Michael também, e todas as forças do Céu se juntaram a um lado ou a outro, todos menos Zaziel, que foi derrubado e colocou suas próprias asas sobre sua cabeça para se proteger. No momento seguinte, seus únicos pensamentos foram de se arrastar por entre o caos, tentando alcançar algum lugar que não estivesse sendo dilacerado pela guerra.
Foi muito feio. Oh, foi muito, muito feio. Ele teria dito a qualquer um que perguntasse, mas ninguém o fez, e ele era grato por isso. Foi a primeira feiura em toda criação, e mais horrível do que qualquer coisa que viria depois. Até mesmo a queda do Leviatã foi uma batalha épica, gloriosa. Não havia nada de épico sobre aquilo. Nada de glorioso. Nada de bom. Asas foram retalhadas. Membros perdidos. Corpos desencarnados. A música das esferas tinha se tornado clamores de ódio.
Michael cruzou espadas com Lúcifer e suas armas espalharam relâmpagos pelos céus. Eles atingiram esferas e quebraram rodas. Todo o Paraíso tremeu. As principalidades na Terra olhavam para cima conforme a abóbada celeste fervia em tormento. Os Observadores rodeando o salão largaram suas penas e rolaram para se esconder sob as asas dos querubins.
Zaziel não tinha asas sob as quais se esconder além das suas próprias. Ele escorregou pelo chão até o Véu esfarrapado como uma pomba caída, inadvertidamente tropeçando em Gabriel, que mergulhava no combate com olhos brilhando como fogo violeta. Isso não pode estar acontecendo, Zaziel pensou. Não estava acontecendo. Não tinha sido como Lúcifer dissera que seria. Fazer mudanças, talvez. Mostrar alguma razão. Dizer não.
E havia algo pior, muito pior. O Véu havia sido derrubado, mas um trovão estava se formando. Nuvens negras crepitando com raios erguiam-se em pilares e bloqueavam o Trono e toda sua luz. Elas eram nuvens zangadas, nuvens que provavelmente o machucariam se você olhasse torto para elas. Elas eram uma nova cortina, não uma tela de seda para privacidade, mas uma barreira sólida, uma parede.
A luta final entre Michael e Lúcifer se dera na sombra daquela parede. O cabelo de Michael, tão cuidadosamente aninhado na maioria dos dias sob seu halo, tinha se soltado de sua coroa e fluía furiosamente como fogo vermelho-escuro. Relâmpagos de safira cintilaram na lâmina do arcanjo. Proferindo um nome sagrado, ela saltou, planou e caiu sobre Lúcifer com um movimento que pegou um relâmpago zangado e o soltou sobre ele.
A espada da noite sem estrelas se quebrou em seus punhos. Seus estilhaços caíram no éter e atingiram o coração das estrelas próximas, matando-as.
A coroa estrelada de Lúcifer jazia em pedaços nos azulejos dourados. A batalha congelou. O cabo da espada quebrada ainda estava erguido na mão de Lúcifer, mas ele também estava no chão, uma luz bruxuleante e ofuscante, ofegando de exaustão e raiva.
Michael baixou a ponta da espada na garganta do irmão e sorriu. "Ninguém pode resistir à vontade do Céu, nem mesmo você."
A Estrela da Manhã ferida zombou. "Eu nunca vou adorar o que está abaixo de mim."
"Não", Michael concordou com arrogância, "mas não haverá muito mais abaixo de vocês."
Empunhando sua espada, ela apunhalou o chão abaixo e os azulejos de ouro gritaram, e então derreteram conforme o céu se partia.
Zaziel sentiu o solo afundar. Percebeu que o chão estava caindo para longe, quebrando-se em pedaços. Uma ilha de rebeldes abriu suas asas para escapar, mas novamente Michael ergueu sua espada e um relâmpago os atingiu, abrasando suas asas com fogo. Zaziel gritou de dor, buscando algo em que se agarrar. Ele olhou para baixo—ele não deveria ter olhado para baixo— um grande poço de escuridão primordial se abriu debaixo deles. Ele tateou de novo pelos azulejos, desesperado. Escamas douradas de glória se desfizeram de suas mãos e caíram para longe. Ele não tinha nada em que se segurar.
Foi assim, de repente, que seu mundo acabou. Assim, de repente, eles estavam todos caindo, caindo...
Caídos.
O Inferno tem nove círculos. Assim diz Dante Alighieri, o primeiro de todos os escritores de fanfics de auto inserção a ter o que alguém poderia chamar de seguidores. Mas em toda ficção existe um grão de verdade. O Inferno realmente tem nove círculos. Existe gelo tão frio que queima, piche tão quente que desintegra. Existem câmaras de tortura tanto para mortais quanto para demônios. Existem banhos sulfúricos e poluídos, campos fedorentos onde nada além veneno cresce.
Mas o Inferno era plano. Cinco milhões de anjos caindo mais rápido que a velocidade da luz, se chocando contra a escuridão do Submundo mudaram isso. Eles deixaram uma cratera fumegante com o mal de suas transgressões. Fogo e piche e enxofre afundaram e os arrastaram para baixo consigo.
Eles estavam em algum lugar do sul da Rússia. A terra foi tão ferida pela queda deles que pelos séculos que viriam todo mal convergiria para este lugar como água suja descendo um ralo. Os incêndios que aqueciam a terra borbulhavam e ferviam os poços de alcatrão e evaporavam a água ali. Fogo cintilava através da lava. Tudo queimava.
A pele de Zaziel gritava. Seus olhos derretiam. O calor se agarrava mais e mais a ele, não importava o quanto ele tentasse se livrar dele. Suas asas retalhadas se incendiaram. Instintivamente, ele gritou por ajuda.
“De...? Lúcifer? Raphael? Alguém!” Sandalphon, como podia ele tê-lo deixado ali? Ele o tinha salvo da explosão de uma estrela. “Alguém…”
Mas ninguém respondeu. Apenas cinco milhões de outros gritos. Zaziel afundava num oceano de agonia. Carbonizados, derretidos, tostados —podia sentir seus ossos queimando. Mas ele era imortal. Ele não podia morrer.
“Droga!” ele soltou um grito estridente enquanto se agitava, perdendo o fôlego de novo porque exercícios para trabalhar as cordas vocais eram opcionais para seres etéreos. Rosnou tão logo teve ar. O céu era um buraco negro, faltando tantas —muitas— estrelas. “Ai de mim! Por quê?! De..., por quê?!”
Ao seu redor, os outros Caídos berravam em tormento, amaldiçoando, pedindo e erguendo as mãos crispadas para o céu como ele. Ele era apenas um pontinho num mar de dor. Aquilo não era justo. Ele não pretendia cair. Ele só tinha feito perguntas. Ninguém havia feito as perguntas de Lúcifer? Ninguém mesmo?
No poço mais escuro de uma noite de estrelas mortas, o orgulho acendeu uma chama.
É claro que não. É claro que ninguém mais havia feito aquelas perguntas. Eles não eram como ele. Ele não era como eles. Não iria tolerar aquilo. Não precisava.
É de conhecimento geral que trabalhar com explosivos como dinamite, nitroglicerina e supernovas tem riscos. Também é sabido que a redução da burocracia motiva qualquer compromisso. [Nota da autora: É por isso que existe um ramo inteiro no Inferno moderno dedicado a aumentá-la.]
Diferente de muitos anjos acima ou abaixo, Zaziel já havia se ferido antes. Depois da primeira supernova, o arcanjo Raphael, o médico do Céu, ouviu o conselho de Zaziel e tomou medidas para prevenir futuras lesões. Com algum esforço, anjos podiam mudar suas formas. Isso era uma ferramenta, um jogo. Agora, isso teria que ser algo mais.
Mude! Use sua imaginação. Alguma coisa que possa aguentar o calor. Nenhum ser mortal poderia resistir uma queda dessas, mas por que você não? Você precisa de uma pele feita de ferro, do próprio fogo, feita de…
Escamas.
Ele tinha uma lembrança do Leviatã e seu acabamento: caos blindado, quase invencível, mas, não, ele nunca se deixaria andar por aí assim, a barriga enorme e com nadadeiras demais. Tinha de ser algo menor, mais elegante. Escamas, sim, e rolos também. Uma serpente. Coisinhas espertas, as serpentes. Olhos amáveis. Podiam se mover em qualquer lugar. Até mesmo ali.
Então Zaziel mudou seu corpo em chamas para um tubo de sangue-frio. O calor se tornou um banho. O fogo uma cócega. De cabeça erguida apesar daqueles que afundavam ao redor dele, ele nadou até a terra próxima.
Ele se lançou às margens e se transformou de volta na pele que conhecia. Ela já não queimava mais, porque ele não queria. Suas asas, porém, continuavam dilaceradas. Elas levariam mais tempo, e suas penas também não seriam mais lustradas pela luz celestial, mas elas cresceriam. Zaziel se arrastou, uma mão depois da outra, pra longe das ondas de alcatrão e fogo.
Finalmente se deixou esparramar, exausto, tentando recuperar seu fôlego. Não que ele precisasse respirar, mas isso era um reflexo, catártico.
Alguma coisa estava errada. Tudo, sim, mas além daquilo, havia algo... Permaneceu deitado e imóvel pela exaustão, esperando que a resposta lhe viesse à mente. Outro machucado? Talvez. Alguma coisa havia sido arrancada dele. Havia algo faltando nele. Então, ele percebeu. Nunca havia pensado naquilo com algo que ele tinha. Sempre havia sido algo que ele era.
Seu nome.
“Oh D...” A benção morreu em seus lábios. O choque era uma nova ferida. Ele chorou lágrimas no Inferno. Ele se lembrava de suas declarações petulantes ao lado do bebedouro de água-benta, sobre “‘els’ e ‘phons’ e ‘ales.’” Essa ferida não cicatrizaria. Não admira que D... tivesse nomeado seus favoritos Adão e Eva. Não admira. Por que deixar seus favoritos correndo o risco de sofrer aquele tipo de dor?
Então, uma luz desceu.
Ele assistia em incredulidade conforme Lúcifer pousava em um pilar de pedra. A gritaria não o perturbava. Ele encarava os nove círculos do Inferno em desafio, sua espada quebrada ainda em mãos. Aquela luz dele era uma zombaria com a luz pura do Paraíso, mas em seu lugar, ela brilhava como uma estrela. Uma vez mais tomando a forma de uma serpente, Não-mais-Zaziel deslizou adiante. Lúcifer curvou-se para estudá-lo, e sorriu.
“Muito bem, muito esperto,” ele disse, brandamente. “Rastejando por todo lado. Combina com você.”
Devagar, dolorosamente, as outras criaturas retorcidas na escuridão se arrastavam até eles, clamando por ajuda, estendendo membros cauterizados pedindo, mas Lúcifer não olhou para eles. Em vez disso, ele deu tapinhas na cabeça da serpente.
“Sinto muito, mas estou contente de que esteja conosco, crawly,” ele disse “O estavam desperdiçando lá em cima.”
De pé novamente, Lúcifer se voltou para os gritos, sua voz carregada como um trovão:
“Irmãos, irmãs e outros!” disse o Caído, audaciosamente. “Vocês fazem bem em se livrar dos grilhões de aparência celestial. Farei o mesmo. Mudemos todos!”
E com isso, ele invocou fogo dos poços ao redor deles, se deixando envolver por ele. Quando pisou fora da chama, ele portava uma coroa de chifres como os de um carneiro. Ele estava nu como um bode e sua pele selada de vermelho e grossa como couro. Em lugar de seus pés, haviam cascos e a espada quebrada moldou-se numa tocha convidativa.
“Venham a mim, meus anjos caídos!”
E eles foram. Gritando e gemendo em agonia, ainda assim eles foram. Erguendo a si mesmos do fogo e dos poços de alcatrão. E eles mudaram. Descartando suas asas e seus halos quebrados e tomando as formas do que odiavam: Havia pouca ou quase nenhuma imaginação. Alguns se transformaram no piche, em rochas e no que quer que estivesse ao redor que os tivesse feito sangrar. O resto desenvolveu garras, unhas compridas e dentes de predadores, o sangue frio dos lagartos e os torsos sem coração dos insetos. Foi a segunda feiura do mundo. Apesar de não ser nada comparada à fealdade de anjo lutando contra anjo no Céu, era horrível do mesmo modo.
“Agora nós estamos em guerra com a criação,” o diabo recém-nascido disse a suas legiões. “Nossa missão não mudou. Nós mostraremos ao Céu suas falhas.”
“Como?” berrou uma voz áspera. Ela pertencia aquele que havia sido Hastriel. Ele havia coberto a si mesmo com dejetos e carne podre.
“Vocês, princípes do céu, são agora meus duques. Suas legiões são meus seguidores. E eu sou seu rei, o Senhor das Trevas, Governante do Poço Sem Fundo, a Terra será nossa. A todo momento, nós nos prepararemos para enfrentar aquela infestação com a nossa própria. Senhor das Trevas, Anjo do Abismo Sem Fundo.
Ele olhou para baixo, para aquele que outrora fora Zaziel, que não havia mudado para mais nada, permanecendo uma serpente negra e reluzente. Ele tinha seu orgulho, Não-Mais-Zaziel pensou. Aquilo o havia mantido a salvo. Ele não iria se rebaixar ainda mais.
O ex-arcanjo sorriu. “Muito bem.” Ele riu. “Disfarces irão nos ajudar. Nada temam, eu os renomearei, a vocês todos. São meus filhos agora. Eu não os rejeitarei. Nós somos demônios: ‘habitantes’ desse poço. Vamos tragar toda a humanidade para baixo conosco se preciso, e provar que continuamos sendo melhores!”
De acordo com o poeta John Milton, neste ponto, os anjos caídos formaram um conselho organizado com o objetivo de planejar a destruição da humanidade. Milton estava certo quanto a isto ter acontecido, mas ele não entendia o sofrimento. Conselhos organizados fazem memorandos, realizam seminários de treinamento e pesquisas de marketing. Isso teria de vir depois.
Àquela noite, havia apenas raiva, e dor, e mágoa. As palavras ambiciosas do arcanjo caído acenderam um desejo naqueles poços de alcatrão mais quentes do que as chamas, um desejo de expurgar o paraíso que havia expurgado um terço de seus filhos. Aquela fúria tornou os gritos do Inferno em clamores de vingança.
O anjo outrora chamado Zaziel sentiu o poder daquelas palavras o arrastando para baixo. Uma escuridão opressora tinha substituído a luz plácida de antes. Não podia lutar contra aquilo. Não havia mais amor em seu coração para resistir. Eles eram Caídos. Rejeitados. E tudo pelos humanos. Tudo por fazer perguntas. Ele tomou sua forma corpórea novamente, para ter pulmões e uma voz para vibrar com o resto das legiões, e ele gritou até ficar rouco e cego pelas lágrimas.
“Crawly.”
Era quase alvorada do Sétimo Dia. Não-Mais-Zaziel acordou encolhido numa placa de enxofre. Até que era bem confortável, o calor, uma vez que se acostuma com o cheiro. Quem sabe com algumas plantas. Poderia deixar o ar mais limpo.
“Crawly, uma palavra?”
Por um instante, ele se perguntou com quem aquele diabo estava falando, então percebeu que era com ele. Nenhum novo nome serviria nele tão bem quanto o antigo. O antigo havia sido dado por Ela própria, D…
O agora proclamado Senhor das Trevas, Destruidor de Reis, e Príncipe Deste Mundo agora olhava baixo para Crawly. Ele não parecia ter dormido. Ainda carregava a tocha. Na ilha agora havia construído um trono de obsidiana.
“Nós ainda precisamos fazer algo quanto aqueles humanos.”
Agora Crawly entendia o olhar que havia nos olhos dele. Não era raiva. Tampouco algo do tipo. Era ódio. Ele mataria D... antes de ter de adorá-la novamente. Ele certamente não hesitaria em matar nada menor que Ela.
Então, Crawly foi muito cauteloso em sua resposta.
“Sim, alguém deveria, é claro.”
“Eu gostaria que você fosse lá em cima e criasse alguma confusão.”
Crawly estava ciente de que eles eram observados. Olhos escuros e pálidos pousavam sobre ele de todos os nove círculos do Inferno. Ele não havia percebido que estava no meio de algo tão importante.
“Como?” perguntou.
“Use sua imaginação.”
Por trás do Véu de Luz e de Escuridão, Deus coloca o plano Dela em ação. E dos poços de fogo e sombras, o primeiro anjo nascido planeja desfazer cada parte dele.
Mas este é o Sétimo Dia agora e tudo está bem. Tempo para descansar. Os anjos dormem em suas esferas reparadas. Até Michael guardou sua espada. Do outro lado do novo Véu, a Toda Poderosa descansa fora do Tempo, observando a eternidade da qual Ela não é parte. Ela é algo acima e intermediário. Tentar explicar mais a fundo seria impossível. É inefável.
E solitário.
Mesmo assim, Ela pode ver o fim, e declara a Criação do Mundo completa— por enquanto. E boa—eventualmente. O tempo volta a mover-se de novo. O lago cristalino contorna gentilmente a margem de fora do Véu.
Poderia ter alguns patos ali, Ela pensa e fita um Metatron adormecido.
Pra ser claro, Deus não mente. Mas já que Ela joga um jogo de pôquer muito complicado numa sala escura com cartas em branco, ou algo para esse efeito. Ela deixa os outros presumirem coisas.
Por exemplo, poucos sabem que Deus pode sussurrar.
“Aziraphale?”
O anjo principado olhou por cima de um fascinante livro sobre esquilos. Ele piscou. Seu nariz contraiu-se. Então ele espirrou.
Ele estivera escondido na biblioteca desde a rebelião e qualquer biblioteca digna de seu catálogo é um pouco empoeirada. É desse modo que se sabe que está cumprindo seu papel. Aziraphale estivera se escondendo, não porque ele não pudesse se garantir numa batalha, mas porque ele não queria guardar mágoas. Aquilo parecia terrivelmente desagradável e ele preferia esperar que tudo desse certo sem ele. Afinal, ele nem sequer havia conhecido aquelas duas pessoas bacanas no jardim ainda.
“Hum, sim, Senhora?”
“Vá lá embaixo e guarde o Portão Leste do Éden.”
“Hum, sim, claro. Será um prazer. Er, mas do que devo guardar, minha Senhora?”
“E não se esqueça da espada que eu te dei.”
Aziraphale já estava para sair da biblioteca do Céu. Ele retornou e apanhou a espada e a bainha descansando na cadeira. Ele pensou em empunhá-la e testar sua lâmina, só para ver como era, mas decidiu não fazer. Pergaminhos celestiais e fogo celestial faziam essencialmente o mesmo que pergaminho e fogo fazem em qualquer lugar, e ele era um anjo muito cuidadoso.
“Fico feliz por ser útil. Hum, e o que eu devo fazer se eu, er, se eu vir um demônio?”
Não houve resposta, então Aziraphale atou a espada ao cinto e voou para baixo, para o planeta. O sol acabava de culminar no horizonte e as maçãs da Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal nunca haviam estado mais vermelhas. Ou mais maduras. Ou mais tentadoras.
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Capítulos traduzidos:
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo Original (em inglês)
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contosemprimeirapessoa · 5 years ago
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Anjo que ensinou o Carpe Diem
Aproveite o dia, aproveite o momento, era o que significava carpe diem, frase que você usava como lema. Eu acreditava nela também, mas não o suficiente. Enquanto estamos preocupados com o amanhã, deixamos de notar as oportunidades de curtir o pouco que a breve vida nos pode oferecer. Contudo, quando te encontrei, você estava bem focada somente no seu futuro. Mais interessada em estudar, coisa que eu também deveria fazer pois íamos realizar a mesma prova. Não seria a primeira vez que eu ia prestar esse concurso, porém, dessa vez tinha mais tempo para estudar do que nunca e seria interessante ter alguém para compartilhar material, resolver questões, motivar um ao outro, e foi isso, a princípio, que nos atraiu.
Gostei de ver suas fotos, muitas num lugar bem familiar, era onde eu trabalhava e isso me chamou atenção. Você ia até lá para ler, refletir sobre a vida, admirar a paisagem, mas nunca havia te visto mesmo estando quase todo dia de serviço. Um lugar cheio de história, com prédios antigos, praças, atrações diversas e onde ficava o Palácio dos Leões, sede do governo, que por estar acima do nível do mar, possui uma vista linda de onde é possível ver o melhor pôr do sol daqui. Desde então, passei a reparar mais em cada posição do sol, como ele podia ficar tão diferente mesmo sendo o mesmo e até mostrar o que aparentava ser uma aurora boreal em alguns dias. Além disso, para você, tinha um significado ainda mais especial, em certo ponto, podia ver sua cidade natal, Alcântara. Tinha como desejo algum dia te levar para admirar a beleza dessa paisagem comigo, ficar conversando que fosse, desde que você estivesse ao meu lado e a gente pudesse ir se conhecendo aos poucos.
Seu jeito era bem alegre e bem otimista, não importava o que estivesse passando, nunca deixava transparecer nada diferente e isso era uma coisa boa. Diferente de você, eu sempre tentei ver a vida pelo lado mais realista e nem sempre tão positivo. Entretanto, sabia muito bem como aproveitar certos momentos íntimos, justamente por saber que eles são raros. Percebendo seu gosto pela leitura, decido estimular sua imaginação. Eu tinha como hobby escrever e o fazia para contar sobre o que conhecia e gostava. Dessa forma, acabava por criar contos eróticos. Mesmo sem um contexto, já que você não tocava nesse assunto, te envio uma das minhas histórias, e de uma maneira tímida, diz que gostou:
- Eu disse que gosto de ler, você sabe...
Porém, não demostra que ficou excitada ou algo assim. Contudo, sei o efeito que elas causam. Com uma imaginação forte, é possível até sentir como se estivesse vivendo o que escrevo até por que eu mesmo imagino cada momento durante a criação de um conto. Eu percebia que você tinha uma sexualidade muito forte, um olhar fatal, de que era capaz de tudo, mesmo sem deixar isso a vista.
Em uma noite que conversando com você, só pensava em conhecer esse outro lado seu, nem que fosse por um meio virtual, acabo te contando exatamente como quero que seja contigo. Você só pede para que eu continue. Por não saber nada sobre você nessa área, sou bem ‘leve’ e no fim, você me confessa:
- Gosto de dominar...
Fico imaginando o que isso significa, já que você não fala nada demais. Nunca encontrei uma mulher que fosse assim. Em grande maioria, elas querem que o homem conduza a dança, dite o ritmo e como vai ser o passo, e em certas vezes, use inclusive um pouco de força para controlar a situação. Sempre vejo você dançando nos seus stories e penso: “Ela deve ter um bom pique para tudo...” e minha mente vai longe.
Por um acontecimento desconhecido para mim, você percebe que tem que seguir o seu carpe diem que tanto fala, ao invés de pensar só no amanhã. ‘Tudo é equilíbrio’, passa a ser sua nova frase. Em uma história em especial que mandei, consegui ter sua curiosidade atiçada, e assim, vejo você pela primeira vez querendo algo de verdade.  De cara, não levo muito a sério, mesmo querendo bastante, já que você nunca diz nada demais. Passo a provocar mais, agora mandando em áudio tudo que escrevia com a minha voz que sabia que te dava vontade.  
Numa noite de sábado, você acaba saindo para beber com as amigas, e penso: “Será que ela pode ler agora? qual seria a reação?” e então, mando mais um conto tarde da noite. Para minha surpresa, não só você leu e como elas também. Não era a intenção, só queria ouvir algo de você além da vontade de me conhecer. Mas para nossa sorte, parece que elas te deram a motivação que faltava para te fazer deixar de imaginar e querer ter algo de verdade, saber se realmente eu era capaz de tudo aquilo que escrevia.
- Não demora.... Te quero. ...
Infelizmente, quando você falou isso, eu estava gripado e não podia realizar seu desejo imediatamente. Passados uns dias, você vai até o Museu do Reggae para ter aulas de dança com as mesmas amigas. Era perto de onde eu ficava e seria a oportunidade perfeita de te ver. Marcamos numa praça e para minha surpresa, você era mais bonita pessoalmente, o tom da sua pele, seu cabelo loiro, seus lábios, seu olhar... tudo me atraia. Usava uma blusa decotada que deixava seus seios bem atraentes, só de ver, sinto vontade de provar cada um com minha boca. Usava também um short curto, mostrando as pernas grossas e seu bumbum avantajado. Você estava bem alegre, sorria bastante, não sei se foi por me ver, mas eu com certeza fiquei. Eu tocava seu ombro enquanto conversávamos, minha vontade era de te abraçar e beijar sua boca, porém, não podia fardado. Suas amigas acabam se afastando e assim ficamos mais à vontade, entretanto, estávamos no meio da praça e com certeza, sendo o centro das atenções. Queria ter ficado bem perto de você e passado mais tempo, todavia, tinha que voltar para o serviço. Foi uma coisa boa te ver e ouvir essa voz que gostava tanto. Me despeço com a promessa de conversarmos assim que eu sair do meu turno. Contudo, quando saio e te ligo seu celular está fora de área. Respiro fundo e aceito que talvez não fosse rolar. Vou para casa e me deito quando recebo uma mensagem sua dizendo que o seu celular descarregou.
-Tem coragem de sair agora? pergunto.
-Tenho sim, estou com sono, mas já passa. Não demora para vir.
Me arrumo, coloco tudo que possa precisar na mochila e vou bem rápido te buscar. Entro numa rua um pouco escura e na porta da sua casa, mando mensagem avisando que eu cheguei. Logo depois você aparece, usava a mesma roupa de antes, bem gostosa. Seu rosto não escondia o sono, mas mesmo assim parecia feliz.
Como nosso motivo era bem especifico, não dirijo muito e chegamos a um motel que não era longe da sua casa. Entramos no apartamento, e você já vai direto para a cama, se deitando e observando de longe tudo que vou fazendo, como se quisesse ver a minha preparação.
Coloco uma música, pego uns bombons, tiro meus brinquedos, descarrego a arma, deixando-a distante, tiro a algema, e te vejo me olhando. Queria saber o que se passava na sua cabeça naquela hora, mas imagino que estivesse querendo perceber algo que eu já tinha escrito. Quando tiro a Skol beats, você fala:
-Já conheço seu truque de dar bebidas, não precisa...
É algo interessante e ao mesmo tempo intrigante, alguém já imaginar o que você faz antes de fazer. Desligo as luzes, deixando apenas a luz da tv que não passava nada, sem que isso importasse. Deito do seu lado, ofereço um bombom, e sem falar nada, você me olha, eu te olho, nossos lábios se tocam. Gostei do seu beijo, era natural, como se já tivéssemos nos beijado antes, você seguia o meu ritmo e eu seguia o seu. Ficamos de joelhos na cama, e assim dava para sentir melhor seu corpo. Sentia uma vontade de avançar, mas não tinha pressa. De um jeito bom, tudo ia fluindo. Era uma boa forma de te conhecer de verdade. Não demora muito e nossas línguas se encontram bastante. Chegava a chupar a minha como se chupa um pau. Queria ver depois essa mesma desenvoltura que estava prometendo nesse beijo.  Faço a mesma coisa também, do jeito que ia fazer depois em você, te beijando. Exploro seu corpo com as minhas mãos, passando pelas suas pernas, subindo pela sua bunda, indo até suas costas, acariciando de leve. Com o tempo, percebia que você ia gostando, porém, queria demorar nesse nosso momento, deixando você pronta para mim.
-Te quero...
Tirava seu cabelo do pescoço e passava meu rosto com uma barba que começava a crescer, beijava de leve e via você fechando os olhos, a cada toque dos meus lábios. Decido morder de leve e passando a mão no seu braço, sinto sua pele arrepiando apenas com isso. Deve ser boa a sensação em você. Passo para outro lado ao mesmo tempo que seguro seu bumbum com as duas mãos, agarrando com força, te trazendo mais para perto.
Voltamos a nos beijar, e como se tivesse ligado algo em você, seu beijo fica mais forte, sinal de que já está ficando afim. Comigo não é diferente, estar tão perto de você, sentindo sua boca e seu corpo, acabo ficando bem excitado. Queria que você sentisse, e assim decido tirar minha calça. E depois, abro seu short, tirando devagar para que continuemos a nós beijar. Agora roçando, meu pau duro, bem na sua buceta, te beijo com mais vontade. Passo a mão pela sua cintura e puxo com forca. Você tira minha camisa, e já percebo que não é mais a mesma pessoa calma de antes. Desço a minha mão devagar indo até sua buceta, onde, por cima da calcinha esfrego meu dedo, sentindo como você já estava molhada apenas com nossos beijos. Passava o dedo lentamente entre os lábios e via seu rosto mudando, se entregando a sensação. Chega a rebolar para sentir mais, e desce sua mão também até meu pau duro, praticamente tirando minha cueca.
Olhando seus seios redondos na minha frente, desço minha boca até seu pescoço e abro sua blusa, deixando você de sutiã que não demoro em tirar. Eram uma delícia de ver, enchiam minhas mãos. Desço minha boca devagar e começo a beijar de leve um deles. Você chega a inclinar a cabeça para trás, e soltando um gemido de leve, aproveitando o momento. Minha mão desce até sua buceta de novo e ao mesmo tempo que chupo o biquinho, passo o dedo nela, deixando você ainda mais pronta para mim. Vou para o outro com meus lábios, mordendo de leve e adorando ver que o que estou fazendo contigo. Querendo sentir sua buceta com meu pau no lugar do meu dedo, eu me deito e te puxo para cima de mim. Contudo, ao invés de você vir e subir, me empurra na cama. Me surpreendendo, beija minha boca e vai descendo pelo meu peitoral. Apenas observo, sabia muito bem o que ia fazer. Você gostava de provocar igual eu fazia. Desceu pela minha barriga, passou pela minha cueca, mas sem começar. Primeira vez que eu sou a vítima desse jeito.
Chega a ser estranho de tão diferente. Você sobe, me beija de novo, dessa vez segurando meu pau duro na sua mão. É muito excitante ver sua cara de safada. Vai beijando meu corpo até chegar na cabeça do meu pau onde você começa lambendo de leve antes de engolir ele todo de uma vez. Segurava com a mão e chupava ao mesmo tempo, com muita vontade, como uma puta que sabia muito bem dar prazer. Até penso em colocar minha mão para puxar seu cabelo de modo não tire meu pau da sua boca, mas não precisava, enfiava todo e chupava, bem rápido, do jeito que eu gosto. Parava, lambia dos lados e mamava de novo. Melhor oral que já recebi. Prendia meu pau entre os lábios e subia devagar fazendo o olhar de que estava pronta para tudo. Tento me controlar para não gozar, porém, estava muito bom, e assim me levanto e te beijo antes que fosse tarde demais. Queria ainda te fazer sentir muito.
Te deito na cama e começo a retribuir o que você me fez sentir. Beijo seus lábios e vou passando a língua pelo seu pescoço, mordo de leve, desço entre seus seios e passo um tempo beijando cada um, e apenas isso. Sei que já me quer, mas tenho que fazer do jeito que você fez comigo. Percorro sua barriga e chego até onde eu quero. Devagar, beijo por cima da calcinha e vou tirando com as duas mãos, era um fio dental, bem sexy que marcava bem o meio. Volto beijando entre suas pernas, e mordo de leve, cada vez me aproximando mais, antes de beijar de baixo para cima, passando a língua bem no meio da sua buceta bem molhada subindo até o clitóris. Presto atenção nas suas reações e vou variando o passo dos meus movimentos. Subo e desço, e vou de um lado para o outro explorando suas curvas mais intimas. Para aumentar a sensação, enfio primeiro um dedo bem devagar que entra fácil por estar tão afim de dar. Coloco outro dedo e enfio ao mesmo tempo que chupo. Percebo você rebolando para sentir mais e aumento o ritmo. Estava adorando te chupar, o gosto da sua buceta na minha boca me deixava doido e aumentava mais a minha vontade de te foder toda. Decido fazer algo novo, e envolvo o seu clitóris na minha boca junto com os lábios e passo a língua por cima. Uma sensação forte já que toca tudo, entretanto, contigo tem que ser desse jeito. Quero te dar prazer do mesmo jeito que você quer me dar prazer. Sugava e chupava num movimento só com meus dedos. Sua buceta era minha e só minha, adoro fazer isso.
De repente, você me puxa para subir e te beijo com vontade para que sinta seu próprio sabor. Me queria em você e para deixar meu pau bem duro de novo, sem eu falar, você já vai chupando ele.
- Delicia, chupa com gosto, vai, safada.
Vejo sua bunda grande e decido fazer um carinho nela enquanto você me chupa, sem falar nada, aproximo meu dedo do seu cuzinho e devagar enfio um dedo, tirando e botando. Passo um tempo metendo, e até que você diz:
- Ai não...
Só que pelo tempo que fiz isso, já sei que você gosta.
- Fica de quatro.
E assim você, por enquanto obediente, fica na posição. Seu rosto no espelho me olhando é algo que não vou esquecer. Quem antes era quieta, agora estava com um olhar sexy, de quem estava se divertindo fazendo tudo aquilo. Passo sem pressa meu pau pela sua buceta, mas sentindo ela tão molhada, acaba entrando fácil.
- É muito gostoso meter em você, uma delícia essa buceta.
Puxo seu cabelo e você fica levantada enquanto meto.  E quando eu solto, vai encosta o rosto na cama, ficando bem empinada com a raba grande para eu admirar. Aumentando o ritmo, ouço você gemer mais, bem alto.
- Dá para mim, dá, dá gostoso pro teu macho, minha puta safada.
Era muito bom sentir você prendendo meu pau com sua buceta apertada. Dava uns tapas fortes na sua bunda para você gemer mais. Observando, vejo que você gosta é assim. Seguro firme sua cintura e meto sem dó, e você me olha de novo, como se quisesse ainda mais.
Era tão gostoso que tenho que parar e segurar, antes de te dar o que você quer. Quando volto, fico parado e você mesma empurra essa bunda grande contra o meu cacete. Meto ao mesmo tempo e dá uma sensação boa sentir sua bunda batendo na minha perna e meu pau entrando todo.
Me deito na cama e você já entende que é para ficar por cima.
- Sua vez de brincar.
Agora vejo bem seu corpo, assim na frente, vejo bem como era gostosa. Rapidamente, meu pau entra de tão molhava que você ficou. Começa a sentar e rebolando cada vez mais rápido. Apoia os braços no meu peito e quica como se tivesse dançando funk, prendendo meu pau.
-Isso, safada, senta com gosto vai. Desse jeito, assim.
Tinha um folego bom, aguentou um bom tempo me dando essa surra de buceta. Sabia que suas danças não eram à toa. Voltando a sentar normal, pede para que eu prenda seus pés com minha perna, e assim faço. Você senta bem gostoso de novo e bem rápido, sem cansar, se acaba em mim. Olhando seu rosto, não era mais da mulher que tinha entrado comigo e sim de uma profissional. Subo meu corpo e beijo cada um dos seus seios, envolvendo com meus lábios os seus mamilos, mordendo de leve. Chupando e quando paro, você vem com tudo.
- Senta e te acaba, vai, gostosa. É todo teu.
Rebolava e sentava com muita vontade, quase como se estivesse dançando. Estava mais interessada em ver até onde eu ia aguentar, sentindo você tão afim, quase uma máquina de sexo. Estava tão excitada que conseguia sentir escorrendo pela sua buceta, deixando meu pau todo melado.  
Enquanto segurava sua cintura para você sentar, finalmente, você mostra do que gosta e me dá um tapa no rosto. A minha primeira reação foi de tentar entender o porquê disso. Chega mordia os lábios como estivesse realizando algum tipo de vontade, e então bate de novo.
- É assim, é? Gosta de bater na cara? Vou te dar uns tapas também.
- Bate, eu gosto.
Nunca tinha batido no rosto de uma mulher. Em qualquer parte, seria mais fácil deixar até uma marca, mas no rosto... e você gostava. Passo a mão de leve e ensaio um tapa, até que acerto, sem tanta força. Então, você me bate novo.
- Gosta né? Safada, gosta de apanhar? Minha puta. Agora é minha vez.
E assim bato outra vez, agora com mais vigor, e isso te deixa mais doida, e você que já sentava rápido no meu cacete, senta ainda mais. Já que você gosta assim, seguro seu pescoço com as duas mãos, como se tivesse te enforcando e aperto de leve. Jamais imaginei que fosse fazer isso contigo. Sua reação melhora ainda mais. Seguro com uma mão e dou tapa no seu rosto e que por gostar, se acalma, indo mais devagar, porém, ainda rebolando forte. Do jeito que você queria que fosse e era assim que ia ser, safada, uma delícia tudo isso, pensava comigo mesmo. Gosta de dominar, mas na verdade quer é ser dominada com força. Não escondia que estava se divertindo com aquilo tudo.
-Deita, deixa você me sentir agora.
E assim você se deita abrindo as pernas. Enfio rápido meu pau e meto com forca. Agora olhando seu rosto de perto, consigo ouvir sua respiração ofegante no meu ouvido, coisa que eu fazia, e agora você fazia comigo. Gemia alto, como se tivesse querendo que eu gozasse logo. Era muito excitante ouvir você gritando cada vez que eu enfiava.
- Levanta as pernas vai, vou meter tudo.
Coloco uma de cada vez em cima do meu ombro, levantando seu corpo. Nessa posição, fica bem do jeito que eu quero. Penetro devagar e meu cacete entra todo. Vejo seus seios balançando a cada estocada e isso é muito excitante. Estava pronto para passar horas te comendo assim. Parecia que você não cansava, e muito menos eu. Estávamos numa disputa de quem durava mais e percebendo que não ia te dar um final feliz, me deito para descansar e você faz o mesmo. Não sei quanto tempo foi direto, porém foi bastante.
Tinha trago um vibrador, já que não te fiz gozar te comendo, queria ver se ele fazia você se acalmar relaxando. Desse jeito, começamos a nos beijar de joelhos, e assim começo a passar ele em sua buceta ao mesmo tempo que acariciava seus seios com minha boca, mordendo de leve e prendendo o biquinho entre meus lábios.
- Sente na sua buceta, vai safada, só quero que você sinta. Eu falava com uma voz e uma respiração ofegante.
Sabia que isso era bom. Depois de um tempo, vejo você rebolando, e aumento a velocidade do brinquedo, e quando você está quase lá... Sai, e tira o vibrador de si, falando:
- Não posso gozar antes de te ver gozar.
- Mas se eu gozar, acaba a brincadeira.
- Mas eu quero, questão de honra.
- Você não cansa? Nem quer sentir nada...
- Eu quero te dar um final feliz. Nunca goza para agradar, deixa eu te agradar. Só vou sossegar quando eu te fizer sentir esse prazer.
Era novidade ver alguém mais interessado em dar prazer do que receber, pelo menos sempre fui eu que estava pensando em dar prazer, e depois, se fosse o caso receber. Ficamos deitados na cama conversando, entre palavras e beijos, penso na sua frase nova e é uma surpresa quando falamos ao mesmo tempo:
- Tudo é equilíbrio.
 No caso, temos que aprender a ceder, contudo, mesmo conversando, não chegamos num acordo. Fico passando a mão nos seus cabelos e nas suas costas, fazendo carinho.
- Não faz isso, me excita.
 Gosto de como a mesma pessoa que  quer de algo mais pesado, fica afim com um cafune. Decido fazer uma massagem rápida e depois de um tempo assim, eu já estou querendo de novo, e você, sempre pronta. Te coloco de quatro e meto. Incrível ver como está molhada, realmente carinho também te excitava. Dou uns tapas bem fortes dessa vez, já que você gosta enquanto puxo seu cabelo. Seu gemido é alto e até pede para eu meter mais quase gritando.
Logos após, me deito e você sobe por cima de mim, coloca meu pau duro em você e senta. Pego o vibrador para passar no seu clitóris enquanto você rebola. Mas não demora muito você mesma tira. Não quer sentir de jeito nenhum.
De repente vira, ficando de costas para mim, segura minhas pernas, subindo e descendo. É maravilhosa a visão da sua bunda cada vez que você senta, faço questão de abrir para ver seu cuzinho. Dou uns tapas fortes nessa bunda para não parar, apertando com força.
- Isso senta assim, vai, tá me deixando doido.
Depois, você inclina, seu corpo ficando quase por cima de mim, fazendo uns giros com meu pau dentro, e se acabando de dar.
Volta a ficar de frente para mim, e agora sim, eu bato no seu rosto, e seguro seu pescoço para que você continue assim.
- Safada, não para!
Após tanto transar, decide se entregar, aumenta a velocidade e segura meu braço apertando que está seu pescoço. Coloco mais intensidade, ouço você gemendo mais alto, até que passa tudo. Se deitando por cima de mim cansada. Te dou um beijo e fico passando a mão nos seus cabelos.
Olhando pro lado, você percebe o pole dance:
- Agora que estou vendo isso... não acredito.
- É, seria interessante ver você dançando nele, presa.
Virando de lado, você se arruma e fico por trás de conchinha, com meu corpo colado, com a respiração no seu ouvido e minha mão acariciando seu rosto. Fico pensando que realmente devia aproveitar mais você querendo me dar prazer, aproveitar mais a vida também, tudo é equilíbrio. Talvez, foi para aprender isso que te encontrei e esse foi o modo que você usou para me mostrar. Não demora muito, e finamente você dorme, como o anjo que acabei de conhecer.          
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