#Mera Luna
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somebody posted this wretched photo of me at mera luna in 2022 and this filter was the only way to save it..
#never seen my skin look so BAD#SaD#me#my contour is slay tho#goth#mera luna#photographer is well good its more of a me issue
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Photo by Andreas Metzner for M'era Luna Festival
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Ist bei dem Ticket das du los werden willst das Camping mit dabei?
Jup ist es. Ist der komplette Festivalpass mit Camping von Freitag bis Montag früh :)
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bom dia amiga alexia silva jr. queria q vc dissertasse sobre quem do cast ia amar ver as marcas do pós sexo, os chupões, arranhões, etc.
beijos da sua amiga luna costa dos santos
Boa tarde amiga luna Costa dos Santos, vamos estar providenciando [nós pq eu tenho 75 personalidades]
Enzo puto Vogrincic. Esse canalha ia ficar olhando pra cada mera marca que ele tenha deixado no teu corpo. Deixando beijinhos nelas e dizendo o quão boazinha vc foi pra ele [e vc só o tio paulo]. E quando fosse tomar banho ia ficar olhando no espelho pra todas os arranhões que vc deixou nele quando ele tava te comendo num papai e mamãe bem grosseiro, socando em vc e gemendo no teu ouvido enquanto vc ESTRAÇALHAVA as unhas nas costas dele. I DIGO MAIS☝️☝️☝️ esse puto do caralho ia TIRAR FOTO do seu corpo todo marcado dos chupões, mordidas e dos tapas que ele fez questão de dar quando vc deitou no colo dele de bunda pra cima [ele até abriu as bandinhas da sua bunda e cuspiu no buraquinho apertado pra poder colocar só a pontinha do dedo🔇🔇🔇]
Blas Y Felipe iam ser os que eu acho que ficariam muito tímidos vendo o estrago que fizeram no seu corpo. O blas [vulgo maior chupador de buceta] ia ENCHER o interior das tuas coxas de marca, os roxinhos ficando mais intensos conforme os minutos e as mordidas ficando cada vez mais explícitas iam deixar ele com as bochechinhas toda vermelhinha | o pipe peiteiro [amante de peitos] ia deixar eles ROXOS e doloridos de tanto chupar, sério tá? Vc ia ficar com os peitos doloridos por dias pq ele simplesmente não conseguia tirar eles da boca.
Fernando é tão canalha que ia te virar de bunda pra cima quando vcs já tivessem quase dormindo só pra poder ficar vendo o que ele fez nas bochechas da sua bunda, a mão dele ia ficar massageando os roxos que estavam se formando lá enquanto dizia "Tá tão linda, princesa. Minha tela pessoal." Ia segurar com um cadin de força enquanto se abaixava um pouco pra falar pertinho do teu ouvido "aqui só eu posso ver né? Só eu posso fazer isso aqui hm?" E quando vc acenasse com a cabeça e empinasse mais a bunda pra ele...... IXQUECE MANA, IXQUECE TUDO👋😫😫👋👋😫 ele ia de colocar de ladinho e ia te comer de novo, mas dessa vez bem lentinho, só ouvindo vc choramingar enquanto diz "shh, tudo bem, nena... uma bucetinha tão boa."
Matias recalque não só iria AMAR como ia se gabar HORRORES quando te visse tentando esconder o trabalho de sangue suga dele no teu pescoço. "Porra Matias, seu fodido do caralho. Que que eu faço agora????" Tua cara de choro fez ele derreter um TIQUINHO🤏🤏🤏 e ele lá te abraçar e dizer "é minha arte, feia! Não fala assim comigo" ia começar a deixar beijinho onde tava roxo e pam💥💥 tava de comendo de novo enquanto vc tava toda empinadinha na pia do banheiro pra ele
Agustin Pardella, nosso homem homão com H maiúsculo acho que seria uma coisa meio Fernando. Ia ficar admirando cada marquinha quando vc já tivesse dormindo e ia ficar todo bobo olhando para as costas no espelho do banheiro e admirando os arranhões que vc tinha deixado nele. Ia ficar super orgulhoso pq pra ele significava que ele tava te comendo muito bem e é isso.
Simón puto Hempe------ amigas, o cara é um animal... Faz QUESTÃO de te marcar inteira só pra te ver PUTA pq n tá conseguindo esconder e precisa ir pra faculdade. "Porra Simón, vc me fode né cara?" Diz indignada enquanto procura alguma blusa de gola alta que sirva pra esconder tudo. "Fodo. E vc não tava reclamando da minha boca quando eu tava chupando a sua-" "CALA A BOCA" ele riu alto enquanto olhava pro seu corpo cheio de marquinhas arroxeadas e avermelhadinhas, o ego com certeza aumentando sabendo que era ele quem tinha feito tudo aquilo.
Esteban!!! É um consenso que o Esteban só é sonso em público né? Entre quatro paredes a história é outra pq o mano fica selvagem amigas. Quando tá te comendo e quatro e admirando como a pele da sua bunda ta vermelha pelos tapas grossos que ele tava deixando lá; quando tá num papai e mamãe e vc tá com a cabeça deitada pra trás e ele só pode ficar admirando todos os roxinhos no seu pescoço e colo do peito enquanto o pau dele te estica, fazendo ele até ver o formato no baixo do teu estômago. "Perrita do caralho, toda marcadinha hm? Fala pra mim, amor. Você ama ficar toda marcadinha, não é mami?" Vc tava juntando todos os teus neurônios pra responder "Sim, papi..." o choramingo que veio logo depois fez Esteban rir baixo; quando tá te chupando horrores e para só pra ver as marcas das mãos dele nas tuas coxas enquanto olha pra tua buceta escorrendo de uma mistura do teu melzinho e da saliva dele [AWNNN] "vc tá vazando, mami... que bucetinha doce..." e volta a te chupar pq a vida dele depende de te fazer gozar na boca dele.
#alexia is typing😍🌟💥#lsdln cast#la sociedad de la nieve#enzo vogrincic#brasil#the society of the snow#esteban kukuriczka#matias recalt#simón hempe#agustin pardella#fernando contigiani#felipe otaño#blas polidori
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Nico comes to pick up the twins and Hamuera takes Emily back to their house at 8 pm. Megan's on the porch talking to Alicia, Tess's grandma, and she rushes to greet Emily while Alicia goes over to her great-grandson Hamuera. "Hey nooboo, did you have fun?" She asks. "Yeah, we skated for an hour but Mera and Daph kept falling so we just hung out til it got dark." She says and Megan nods. "I'm so glad." She says, smiling. "Mom, are you and ma okay?" Emily asks. Megan’s smile slips. "Of course, sweetpea. We just had a little rough patch but we're good now." She says and Emily nods cautiously. "Okay, because I saw you arguing last week and last night I asked ma where you were and she said you were hanging out with auntie Is." Emily says and Megan nods. "Oh, Iseul and I were just talking about something between us. Don't worry Emmy, your ma and I love each other and love you, Saf, and Amir so much." Megan says and Emily smiles, feeling a bit of tension slip away. "Okay, good." She says and Megan smooths a lock of hair off her forehead.
Megan then checks on the family cat Gus, who's feeling a bit sick. She gives him a wellness treat and cuddles with him on the bench outside. Meanwhile, Emily's auntie Chrissy comes out to check on Hamuera and she smiles as she sees Emily. "Hey Emmy," she says. "Hey auntie Chrissy, you look really pretty." Emily says and Chrissy grins. "Thanks, your auntie Luna and I just came back from a date so I got all dolled up." She says playfully and Emily grins. "You sure did," She says back and Chrissy looks over at Hamuera. "I'm going to help your ma and auntie Luna start dinner, let Hamuera and Alicia know to come inside too, okay?" She says and Emily nods.
#ts4#mysims#Alicia Feldman#Christine Hecking#Megan Liao#Hamuera Feldman-Chen#Emily Liao-Feldman#Gus Hecking-Liao#I had to edit the first 4 photos because it was so dark out when I took them
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Anne Carson Por azar el pueblo de las Cícladas (trad. javier pavez) 9.4. Se ponían piedras en las cuencas de sus ojos. La gente de clase alta poníanse piedras preciosas. 16.2. Antes del movimiento y luego del movimiento, quietud. 8.0. Insomnes, el pueblo de las Cícladas se volvió lentamente más y más frágil. Se les rompieron las piernas. 1.0. La cicládica fue una cultura neolítica basada en el trigo emmer, la cebada salvaje, las ovejas, los cerdos y el atún que se pescaba en pequeñas embarcaciones. 11.4. Mano izquierda los martes, mano derecha los miércoles. 10.1. Ella, timonel, surcaba con el transbordador de un lado a otro, de isla en isla, navegando ojo interior mediante. 9.0. Cuando sus figuras se desgastaron, las volvieron a pintar con azurita y minerales de hierro. 12.1. Cuánta experticia simplemente desaparece cuando un pueblo se extingue. 2.0. Inásperos llevaban sus rostros por tratar de dormir, se mordisqueaban los labios y los pezones en la angustia de las almohadas. 4.4. Cómo la lanceas, cómo la esquilas, cómo la deshilachas, cómo la mueles, cómo consigues que parezca tan extrañamente relajada. 4.0. Los espejos llevaron al pueblo de las cicládas a pensar acerca del alma y a desear sosegarla. 1.1. Las embarcaciones tenían hasta cincuenta remos e ínfimos aditamentos en la proa para las lámparas. El atún se pescaba de noche. 16.0. En cuanto a la experiencia de la agitación, la quietud pequeña produce una pequeña agitación, y la gran quietud una gran agitación. 3.3. Una última teoría es que se podría llenar la sartén con agua y utilizarla como espejo. 2.1. De nada sirvió. Habían perdido la artimaña. El sueño era un extraño. 14.1. Allí estaba sumergiéndose, arriba y abajo, en sus brechas poco profundas. 6.1. El bolso de mano, ese artefacto que liberó a los seres humanos de tener que alimentarse donde fuere que encontrasen comida. 3.0. Mientras por la noche permanecían en vigilia, el pueblo de las cícladas inventó la sartén. 11.0. Tres veces al día ponía el barco en piloto automático y bajaba a la despensa fresca y silente. 7.1. La abstención de cereales es beneficiosa. 9.3. Se les salieron los ojos. 11.3. La comida, de esa manera, era más sabrosa. 11.5. Esto puede sonar a un simple ardid infantil. 11.1. La despensa, cuánto alivio después de chapotear y del fulgor del timón. 4.1. (para) destramar. 6.0. Al pueblo de las cicladas se le atribuye la invención del bolso de mano. 3.1. Arqueólogos han encontrado un gran número de sartenes. Las sartenes son pequeñas. Nadie tenía mucha hambre por la noche. 9.1. ¿Mencioné las almohadas de mármol? Creo que lo hice. 2.3. Esto se convirtió en un proverbio cicládico. 5.2. A Proust le gustaba una buena sacudida. 7.2. La abstención de cereales es igual para hombres y mujeres. Deja los pulmones en un extraordinario estado de claro frescor. 13.0. Cierta noche hubo una nevisca, solitaria, absurda. 6.3. Y después de la cena, arpas. 1.2. La cicládica era una cultura totalmente insomne. 2.2. Bueno –decían– estas son las tartas que tenemos. Era un proverbio. 4.2. Mi punto de vista, hay que admitir, es defectuoso. Mi nariz siempre está respirando. Tan agotada estoy con la respiración. Sospecho que tienes días en los que eliges no respirar lo más mínimo
14.0. Esa fue la noche en que ella miró a su alma. 3.2. O pueden haber sido sartenes de prestigio. 9.2. Se pintaron maravillosos picos en las entradas o senos de más. 5.1. Posiblemente por su rechazo generalizado a escuchar los sueños de otra persona en la mesa del desayuno, ya que Proust desestimaba este tipo de recuerdos como “mera anamnesis”. 16.1. Ahí yacía, la cubierta de proa a la luz de la luna, más plateada que el mar. 9.5. Quizás ahora se alegren, después de todo, de no haber dormido. 5.3. Ese momento en el que todos ven exactamente lo que hay en el otro extremo de su tenedor, como dijo William S. Burroughs de la celebridad. 15.1. “…you see me leavin’ you better hang your head and cry”, a ella le gustaban canciones como esa. Influencia del Honky-tonk. 16.3. Toda ella saltó ante sus ojos. 8.1. Se preocupaban por ello y mantuvieron los brazos ceñidos al cuerpo, enlazando el brazo derecho del torso por debajo del izquierdo, como una faja. 11.6. Pensó que era una buena idea silenciar la conversación mental. 12.0. Las nubes, cada una de ellas, huelen diferente, tal lo hacen las corrientes marinas. Tal los rocosos arrecifes. 10.2. Su ojo interior se hizo lo suficientemente filoso como para matar cabras. 15.0. Ella había sido una muy buena arpista antes de la muerte. 6.2. Así comenzaron las cenas. 10.0. Con el tiempo el pueblo de las Cícladas se extinguió, todos excepto quien capitaneaba un transbordador. 8.2. El brazo izquierdo por debajo del derecho era considerado ignaro. 7.0. Para tocar una descordada arpa sólo se necesitan los pulgares. 5.0. El pueblo de las cícladas era muy amantes de Proust. 4.3. Es acaso porque no quieres el impacto. 11.2. En la despensa ella se sentó en el mostrador y comió con sus manos. 16.0. En cuanto a la experiencia de la agitación, la quietud pequeña produce una pequeña agitación, y la gran quietud una gran agitación. Este poema se compuso utilizando el generador aleatorio de números enteros.
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Nino Sarratore. Perché fa male, ma attrae?
È questa la domanda che mi tormenta, un pensiero che non mi lascia tregua. L’odio che sento non è abbastanza, mai abbastanza, ed è questo il mio dramma più grande. Perché, se odio gli uomini come lui e mi ripeto che sono esseri meschini, crudeli, incapaci di amare davvero, qualcosa in me lo desidera ancora?
C’è una bellezza in lui che non si spiega, una bellezza che non è nella forma, anche se ben diversa dagli altri uomini, ma nel modo in cui riesce a entrare nella tua testa e a starci, a farti credere che sia tutto diverso con lui, che per lui potresti cambiare tutto, anche te stessa. È un gioco sporco, e lui lo sa fare alla perfezione. Sa affascinare, sa prendere quello che vuole, e poi lasciarti lì, vuota, con la sensazione di essere stata stupida, ingenua, ma anche irrimediabilmente viva.
Lui incarna tutto ciò che ferisce: la superficialità travestita da profondità, l’arroganza mascherata da fascino, la mancanza di lealtà in un universo dove cerchiamo disperatamente stabilità e verità. Nino è il conflitto tra ragione e cuore, la consapevolezza che dovresti odiarlo, che dovresti lasciarlo andare, ma non ci riesci. Perché? Perché sapere che è tossico non basta per spegnere l’attrazione, per soffocare quel desiderio insensato che nasce da un mix letale di idealizzazione, bisogno e debolezza.
Amarlo è un rischio che si prende quasi senza accorgersene o addirittura volontariamente, un veleno che scivola lento dentro di te, e quando te ne accorgi è troppo tardi. Lui ti segna. Segna come ha segnato Lenù, come ha segnato Lila (che dovrebbe aver amato più intensamente, ma solo per senso di mera conquista), come segna chiunque abbia il coraggio o la sfortuna di lasciarlo entrare. Ti strappa pezzi di anima, ma ti insegna anche a riconoscere il tuo valore. Non subito, no, perché prima ti spezza. Ma alla fine capisci che non sei il riflesso del suo desiderio, che la tua esistenza non dipende dal bisogno di essere scelta da qualcuno che non sa amare, che lui è come la luna, vive di luce riflessa.
Nino è brillante, accattivante, capace di far sentire chiunque speciale. Sa dire le cose giuste, sempre al momento giusto. Sa accendere in te quel desiderio primordiale di essere vista, capita, scelta. È il suo potere, il suo talento più grande, ma anche il suo inganno più crudele. Perché non sceglie mai davvero. Entra e esce dalle vite come se non fossero altro che stanze da attraversare, lasciando dietro di sé un vuoto che brucia. E tu, in quel vuoto, ti trovi a desiderare l’impossibile: essere quella che finalmente lo trattiene, quella che lui non potrà né vorrà mai lasciare.
È tossico, lo sai, ma è anche profondamente umano. È quella speranza folle e insensata di trasformare un rapporto imperfetto in qualcosa di definitivo, di salvare qualcuno che non vuole essere salvato.
Ma la vera sfida, forse, è questa: imparare a vedere Nino per quello che è, senza lasciarsi accecare dal fascino di ciò che potrebbe essere.
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ministry, front line assembly and gary numan show is coming up kinda soon!! its a weird universe where this is a thing thats happening..
#ngl im kind of most excited for front line assembly bc i missed a chunk of their set at mera luna#gary numan will also be sick#idk abt ministry#i love ministry but idk about their liveshows lately#personal#sad theres no skold tho
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Te encuentro siempre en la noche como si te tratases de un animal salvaje, aullando a la luz de la luna. Con los colmillos sacados a relucir y tus cadenas de plata brillando sobre tu pecho.
Tus ojos se vuelven oscuros como lo es la propia noche, pero estos lo hacen para dejar paso al cielo estrellado que escondes en la mirada.
Tu nariz se perfila y tus orejas se vuelven puntiagudas, las astas de venado comienzan a asomarse por tu cabellera y tus garras se vuelven afiladas como la de los lobos.
Ya no se si eres humano o tan sólo una mera bestia fugada del averno.
Las dagas clavadas en tu corazón recuerdan que eres de carne y hueso, pero tu cabellera envuelta en llamas dicta que perteneces a la divinidad.
Tan sólo la autopsia de tu alma nos revelará que eres realmente.
Y sobre todo, quien eres realmente.
#texto#texto en español#texto del dia#texto corto#microrelato#microcuento#parrafos#parrafos en español#escritos#escritos en español#escritos del dia#letras#letras en español#letras del dia#frases#frase#frases en español#relato#carta#carta en español#escritor#notas#arte literario#narrativa#notas en español#pensamientos
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M'era Luna 2002 audience
#m'era luna festival#mera luna festival#goth concert#90s goth#00s goth#cyber goth#2000s goth#mallgoth#2000s mall goth#90s mall goth#cybergoth
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Chapter 15
Bianca foi até o hospital onde a irmã estava internada e realizou os exames para saber se tinha compatibilidade com a criança e por um milagre, ela era compatível, quando chegou em casa após descobrir, ela estava ainda sem saber o que fazer de fato.
— O que te aflige, meu girassol? — Lene acariciou o rosto dela. — É sobre o seu pai biológico?
— Sim e não. — Bianca forçou um sorriso. — Ele é um racista de merda que não merece nada de bom nessa vida.
— Sim, ele é, não merece você. — Lene respondeu.
— Tenho vergonha de ter o sangue deles em minhas veias. — Bianca confessou. — A verdade é que tudo seria mais fácil se minha mãe tivesse me abortado como o Sandro pediu.
— Ei, não fale isso nunca mais! — Lene segurou o rosto de Bianca. — Ainda bem que ela não fez essa besteira, você é um presente de Deus, minha neta.
— Que tipo de presente de Deus é esse que destrói a família do pai e faz com que os irmãos órfãos percam a única mãe que eles tem atualmente? — Bianca perguntou começando a chorar.
Lene a abraçou, naquele momento era tudo que Bianca precisava, um consolo para poder chorar.
— Eu não aguento mais, eu estou sufocada, vovó Lene. — Bianca disse aos prantos. — Eu sou compatível com a filha do Diego, eu sei que o certo seria doar imediatamente, mas eu fico pensando se ele merece mesmo, no fundo eu só queria ferir a todos que me machucam mesmo que indiretamente a ferro e fogo e eu me sinto péssima por isso.
Lene deixou que a neta desabafasse e chorasse ali em seu colo, ela se sentia verdadeiramente mal por ver que sua neta que sofrera tanto nesta vida não conseguia ter paz e estabilidade, mas o que deixava a mulher mais triste era saber que Bianca não se permitia nem mesmo retaliar aqueles que lhe fizeram mal.
— Preciso arranjar um lugar para morar bem longe de tudo, eu só quero fugir e não olhar para trás. — Bianca comentou desabafando.
— Eu não quero que você more sozinha nessas condições, não acho seguro e aqui eu consigo cuidar de você.
— Eu sei, vó, mas eu estou muito cansada, preciso de um tempo mesmo, necessito me curar e tenho que aprender a me virar sozinha. — Bianca disse confortando a mais velha.
— Eu preferia que você não fosse, mas vai ser melhor pra você mesmo. — Lene falou, acariciando o rosto de Bianca. — Você deveria tentar aquele programa de estudos da sua faculdade que é na gringa…— Lene sugeriu.
Ela não queria que Bianca fosse, mas ela sabia que seria o melhor para a neta.
— O intercâmbio na Bélgica? — Lene assentiu. — Eu irei me inscrever, mas peço que a senhora não conte para ninguém.
— E quanto a sua irmã doente?
— Bem. — Bianca suspirou pesadamente. — Vou ao hospital amanhã fazer mais exames pra ver se estou apta para doar, mas com certeza irei doar.
Embora Bianca quisesse que Diego sofresse, ela não queria ser uma pessoa ruim e descontar seu rancor em uma criança por culpa do pai, assim que ela de tornou apta para doar ela não hesitou, pensava muito se fosse Luna no lugar da irmã.
Diego já não queria mais pedir tal coisa para Bianca, nessas tentativas de reconciliação, ele acabou recuando na ideia de fazer Bianca ser a doadora de medula, ele passou a se importar com a filha, especialmente depois de descobrir a história complicada da jovem.
Diego sabe que sua falta de caráter fez com que sua filha passasse por coisas horríveis na infância e na adolescência, ele queria que Bianca tivesse autonomia para decidir se queria isto ou não, sentia que não poderia jamais impor ou pedir nada para Bianca, o que ele não sabia é que filha havia decidido doar.
— Você precisa fazer a bastarda doar logo a medula para nossa filha. — Valentina disse impaciente.
Os dois estavam no quarto de hospital da filha, não sabiam que Bianca já estava no hospital para doar, Valentina ainda via Bianca apenas como uma mera doadora.
— Ela não é uma bastarda, ela é minha filha, sangue do meu sangue. — Diego retrucou a esposa.
— Não a torna menos ilegítima, fruto de uma infidelidade. — Valentina rebateu.
— Uma infidelidade minha, eu cometi o erro, fui eu que errei não só com ela, mas com a mãe dela, não se esqueça que a Rosa não sabia que eu era casado e só descobriu isso depois que eu a abandonei grávida, Bianca não uma filha ilegítima, e mesmo assim você odeia mais as duas do que a mim. — Diego acabou se irritando. — Bianca não é um rato de laboratório, ela está com a saúde frágil e por mais que eu saiba que ela é compatível, não vou colocar a saúde de outro filho em cheque porque você quer.
— O único motivo pelo qual eu tolero essa bastarda é só pela minha filha, ela não deveria nem ter nascido e se você vai preferir matar a nossa filha pra proteger essa garota, então eu mesma irei fazer com que ela doe. — Valentina decretou decidida.
— Não ouse tentar machucar minha filha, Valentina! — ele segurou o pulso da mulher, que sorriu desafiadora, ela seria capaz de matar Bianca para poder usar sua criança.
Eles sabiam que Bianca era compatível, desde que souberam o paradeiro de Bianca, coletaram materiais genéticos da jovem sem seu consentimento ou conhecimento de Bianca, eles eram ricos e poderosos o suficiente para conseguir tais coisas, se aproveitaram de um exame de sangue feito por Bianca em um hospital particular para identificar fraquezas repentinas no corpo.
— Ainda bem que os senhores estão aqui. — o médico entrou no quarto, fazendo os dois se afastarem. — Semana passada uma garota se ofereceu para ser doadora da sua filha, ela pediu para que fosse comunicado apenas quando tudo estivesse certo.
— Finalmente não terei mais que fingir que gosto daquela bastarda. — Valentina ergueu as mãos para o céu, Diego revirou os olhos. — E onde está essa garota?
— Ela está se preparando para a retirada da medula. — o médico respondeu, animado.
— Eu irei até ela pessoalmente agradecer. — Diego disse animado.
Os dois foram levados até a doadora e se surpreenderam ao ver Bianca sendo instruída pelo médico e segurando a mão de Lene enquanto escutava atentamente tudo, Valentina deu um pulo para trás de susto.
— A garota é minha filha… — Diego disse surpreso. — E-ela…
— Mas você disse que não havia pedido nada para ela, Diego. — Valentina disse incrédula. — Ela vai salvar a minha filha. — a mulher engoliu em seco.
Aquilo foi como um banho de água fria na mulher, ela via Bianca como alguém descartável, mas a jovem estava ali salvando a filha dela.
— E eu não pedi, ela não sabia de nada. — ele respondeu confuso.
Ao notar a presença deles, Bianca pediu para ser deixada a sós com os dois, a jovem fazia questão de encerrar aquele ciclo pessoalmente.
— Iremos fazer de tudo para compensar você por estar fazendo isso por nossa filha, eu faço questão de te pagar. — Valentina disse.
— Nem todo mundo é movido a dinheiro, eu não quero nada, só quero que sua filha fique bem e que vocês parem de fingir que gostam de mim. — Bianca retrucou Valentina.
— Achei que você me odiasse, filha.
— Eu não sou sua filha e eu ainda te odeio, mas a sua filha não tem culpa dos seus erros. — Bianca disse austera.
— Quem contou a você sobre a minha filha? — Valentina indagou confusa. — E você odeia tanto seu pai porque ajudar?
— Agradeça ao Osmar. — Bianca não foi clara com eles, mas ela se referia a Júnior por ter contado e ao pai por lhe ter ensinado bons valores.
Valentina acabou se emocionando, ela odiava Bianca antes de saber de tudo, considerava a jovem como uma bastarda sem valor e sem escrúpulos, mas naquele momento sentia que a jovem havia salvado um pedaço de si, ela se sentiu horrível por tudo que disse e pensou sobre Bianca, a mulher admitiu para si mesma que Bianca tinha um caráter excepcional, diferente de todos que ela conhece, especialmente dos seus filhos com Diego.
— De fato, só a Rosa e o Osmar poderiam criar e educar um ser humano tão bom. — Diego admitiu começando a chorar. — Meu maior sofrimento vai ser saber e conviver com o fato de que eu nunca serei amado por alguém com a alma tão pura como a sua.
Os dois mudaram muito a visão que tinham de Bianca, agradeciam o tempo inteiro a jovem e queriam recompensar de todas as formas, mas após o procedimento Bianca sumiu da vida de todos, ela realmente não queria nada em troca. Aliás, ela queria apenas sua paz.
Ela voltou a sua vida normal antes de toda essa bagunça, a única coisa diferente era que ela continuava sendo mãe e estudante. Bianca convenceu Bruna a fazer o intercâmbio com ela, de início a jovem quis recusar a ideia da amiga, mas algo ruim aconteceu em sua vida e ela queria fugir também, ela iria aceitar e conversar com Bianca, mas o professor entrou na aula.
Muitas vezes pessoas ricas se conhecem por frequentarem o mesmo ambiente e no caso de Diego, ele é bem conhecido, tanto que ele conheceu Osmar graças a esses eventos da alta sociedade. O professor de Constitucional de Bianca foi colega de Diego na faculdade de economia, eles se conheciam bem mesmo que não fossem próximos.
— Professor, o senhor poderia me explicar novamente a questão dos freios e contrapesos, por favor?— Bianca indagou ao final da aula quando quase todos os alunos estavam saindo da sala.
— O que você não entendeu? — o professor Eduardo Galvão perguntou, guardando seu material.
— Acredito que tudo, mas estou mais confusa como funciona de fato esse check and balance. — Bianca expressou coçando a nuca e torcendo a boca. — Eu entendi que é uma forma em que os três poderes se controlam mutuamente pra evitar abusos, mas na prática me parece ser confuso.
Apesar de ser um hábito corriqueiro entre as pessoas, Diego costuma fazer isso quando está tirando dúvidas, Bianca ficou a cópia do genitor em aparência ao fazer isso e notar essa semelhança na atitude da jovem e do pai fez o professor sorrir.
— Eu vou te dar dois exemplos, um presidente pode vetar uma lei, o judiciário pode julgar que uma lei é inconstitucional, o congresso pode julgar crimes de responsabilidade do presidente e do supremo tribunal federal, na prática é uma forma frear.
Bianca acabou associando ao Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e uma ação de inconstitucionalidade de pontos da reforma trabalhista que estavam no STF.
— Agora entendi, seria mais ou menos o que aconteceu com a Dilma? — o professor concordou. — Obrigada, professor.
— Você tem a mesma mania do seu pai. — o homem comentou sorrindo amigavelmente para Bianca que o olhou ainda mais confusa. — Aliás, mande lembranças a ele.
— O senhor conhece meu pai?
— Sim, somos amigos desde a época da faculdade, cursamos economia juntos, nos últimos tempos não temos visto muito porque ele está mais focado em cuidar da filha com leucemia. Inclusive parabéns pela atitude de doar medula pra sua irmã.
Bianca não havia contado para ninguém, por isso logo entrou o comentário do mais velho.
— Professor, acho que está havendo algum engano, meu pai é médico e empresário, ele não fez faculdade de economia e meus irmãos estão todos saudáveis. — Bianca esclareceu, mas ela sabia que se tratava de seu irmão doente e de Diego.
— Você é filha do Diego Lacerda Viturino, correto? — Bianca engoliu em seco, ela não poderia negar sobre a história.
— Ele é apenas o meu genitor. — Bianca esclareceu engolindo em seco.
— Oh, eu sinto muito, mil perdões. — o homem se desculpou constrangido. — Como ele postou uma foto sua nas redes sociais dizendo o quanto tinha orgulho de você e que era agradecido por ter uma filha tão boa, imaginei que…enfim, mil perdões.
— Tudo bem. — Bianca forçou um sorriso e saiu da sala indo até Bruna que a esperava na porta da sala.
— O que rolou? — Bruna perguntou curiosa.
— Ele acha que Diego é o meu pai. — Bianca respondeu pensativa.
— Por quê?
— Porque ele postou uma foto minha nas redes sociais anunciando que era meu pai, o que é ridículo. — Bianca suspirou pesadamente.
— O que pretende fazer sobre isso? — Bruna segurou a mão da amiga lhe dando apoio.
— Ainda não sei, mas não quero pensar sobre isso agora. — Bianca respondeu receosa. — Mas a gente tava conversando sobre a reação dos seus pais com a sua sexualidade antes da aula.
Ao voltar para o assunto inicial, Bruna sentiu seus olhos arderem e seu peito aperta em angústia, Bianca entendeu que nada estava bem para a amiga, então abraçou a jovem apertado que começou a chorar copiosamente.
Bianca iria contar para Bruna o que estava acontecendo em sua vida, mas suas expectativas de desabafar com sua amiga não foram cumpridas, a jovem estava em uma situação pior que a de Bianca.
Bruna havia sido expulsa de casa pelo simples fato de ser uma jovem lésbica, desta vez, o aval para um tratamento tão desumano veio dos próprios pais de Bruna, eles renegaram a filha quando descobriram sobre a sexualidade dela, o tio e a tia dela enviaram de forma anônima fotos de Bruna com Gabi, o que enfureceu os pais que são evangélicos e conservadores.
Neste momento, ela estava chorando no banheiro abraçada a Bianca, ela se sentia perdida, havia dormido na rua no final de semana.
— Por que você não me ligou quando tudo aconteceu, Bubu? — Bianca indagou se afastando da amiga e segurando seu rosto.
— Você usa seus finais de semana para ficar com sua filha e dar aulas, não quis estragar tudo para você. — Bruna respondeu chorosa.
— Você jamais estragaria nada em meu final de semana, pelo contrário, eu largaria tudo para te ajudar. — Bianca disse sincera.
— Você já tem tantos problemas…
— Bruna, meus problemas não são nada perto dos seus, eu não ligo para os meus problemas, ligo para minha amiga estando desamparada porque os pais são cruéis e homofóbicos. — Bianca disse decidida.
— Aquilo doeu tanto, eles disseram que nem o meu irmão que está preso por latrocínio deu tanta vergonha a eles como eu…— Bruna se sentiu destruída.
— Se eles preferem um bandido como filho do que uma garota de bom caráter e maravilhosa, então eles são iguais ao seu irmão. — Bianca argumentou.
— Eu me sinto perdida, não sei o que fazer, eles são tudo para mim, tudo que eu fiz e dediquei ao longo dos anos foi sempre pensando em se orgulhar dos meus pais, eu até escondi quem sou para isso. — Bruna falou se sentindo perdida em meio a situação.
— Então passe a fazer e se dedicar por você, não importa o que eles pensam, o que importa mesmo é você estar bem e conseguir realizar os seus sonhos por você, Bubu. — Bianca sorriu gentil, aquilo fez o coração de Bruna se sentir mais acolhido.
— Você tem razão, eu preciso fazer por mim mesma e irei fazer. — Bruna limpou as lágrimas.— Agora só preciso achar uma casa para morar.
— No início do ano dissemos que iríamos alugar uma casa juntas, é a nossa oportunidade. — Bianca sugeriu.
— Mas você não iria ganhar um apartamento dos seus avós?
— Eu quero fazer minha vida por mim mesma e seria bom se você e eu tivéssemos esse recomeço andando com nossos próprios pés. — Bruna concordou com as palavras de Bianca. — E podemos fazer uma espécie de limpeza de áurea no intercâmbio ano que vêm.
— Obrigada por ser a melhor amiga que o universo poderia me dar. — Bruna abraçou Bianca novamente.
— Você é a melhor amiga que Deus poderia me dar, sou grata a ele por ter colocado você no meu caminho todos os dias, Bubu. — Bianca murmurou sincera. — Eu amo você e sempre estarei aqui para te apoiar.
— Eu também te amo e sempre estarei aqui para te apoiar também, Bibi.
Bianca se sentia sortuda por sua amizade com Bruna, só as duas sabiam o que cada uma tinha passado e apesar de ser uma amizade recente e dentro do ambiente hostil que é a faculdade, as duas se conectaram muito, havia muito amor fraterno.
Bianca queria focar muito em preparar a Luna para o estava prestes a acontecer, queria que a filha ficasse bem quando ela estivesse no exterior, ela não iria abandonar a pequena, mas precisava de um tempo só pra si mesma.
— Eu aprendi a escrever meu nome certinho igual você me ensinou, mamãe. — Luna disse mostrando o papel da atividade da escola para a mãe.
— Estou orgulhosa de você, minha luz. — Bianca sorriu abobada.
— Um dia eu vou ser muito inteligente igual a você, mamãe. — Luna respondeu abraçando o pescoço de Bianca.
— Lu, você já é muito inteligente, a mamãe tem sorte de ter você. — Bianca beijou a cabeça da filha e colocou em seu colo. — Luninha, ano que vem a mamãe vai precisar estudar em um lugar muito longe por tempinho e isso vai me fazer ficar longe de você.
— Mamãe, você vai me abandonar? — aquilo deixou Bianca triste, ela sabe que a pequena tem medo de perde-la.
— Não, a mamãe nunca irá fazer isso, a mamãe só vai ficar um tempinho longe, mas eu vou te ligar todos os dias e vou passar os próximos meses fazendo tudo que você quiser. — Bianca prometeu.
— Você promete que você vai voltar para mim?
— Sim, sempre vou voltar. — Luna se conformou ao escutar isso. — Não conta ao seu pai e sua avó ainda, eles vão chorar e a mamãe não quer ver eles tristes.
— Eu não vou contar. — Luninha prometeu fazendo um sinal de zíper na boca. — Mamãe, você vai ficar feliz estudando longe? — Bianca assentiu após a pergunta de Luna. — Então, eu vou ficar feliz por você, mas eu vou sentir muita saudades de você, quem vai me botar pra dormir?
— Se lembra quando a mamãe ligava para você a noite e cantava até você dormir? — Luna assentiu. — Eu irei fazer isso todos os dias quando estiver no exterior.
Luna ficou mais confiante e apesar de não querer, ela queria pela felicidade da mãe acima de tudo, a pequena aceitou bem, apesar de ser uma criança, ela sabe que a mãe está triste.
Bianca foi até o hospital onde a irmã estava internada e realizou os exames para saber se tinha compatibilidade com a criança e por um milagre, ela era compatível, quando chegou em casa após descobrir, ela estava ainda sem saber o que fazer de fato.
— O que te aflige, meu girassol? — Lene acariciou o rosto dela. — É sobre o seu pai biológico?
— Sim e não. — Bianca forçou um sorriso. — Ele é um racista de merda que não merece nada de bom nessa vida.
— Sim, ele é, não merece você. — Lene respondeu.
— Tenho vergonha de ter o sangue deles em minhas veias. — Bianca confessou. — A verdade é que tudo seria mais fácil se minha mãe tivesse me abortado como o Sandro pediu.
— Ei, não fale isso nunca mais! — Lene segurou o rosto de Bianca. — Ainda bem que ela não fez essa besteira, você é um presente de Deus, minha neta.
— Que tipo de presente de Deus é esse que destrói a família do pai e faz com que os irmãos órfãos percam a única mãe que eles tem atualmente? — Bianca perguntou começando a chorar.
Lene a abraçou, naquele momento era tudo que Bianca precisava, um consolo para poder chorar.
— Eu não aguento mais, eu estou sufocada, vovó Lene. — Bianca disse aos prantos. — Eu sou compatível com a filha do Diego, eu sei que o certo seria doar imediatamente, mas eu fico pensando se ele merece mesmo, no fundo eu só queria ferir a todos que me machucam mesmo que indiretamente a ferro e fogo e eu me sinto péssima por isso.
Lene deixou que a neta desabafasse e chorasse ali em seu colo, ela se sentia verdadeiramente mal por ver que sua neta que sofrera tanto nesta vida não conseguia ter paz e estabilidade, mas o que deixava a mulher mais triste era saber que Bianca não se permitia nem mesmo retaliar aqueles que lhe fizeram mal.
— Preciso arranjar um lugar para morar bem longe de tudo, eu só quero fugir e não olhar para trás. — Bianca comentou desabafando.
— Eu não quero que você more sozinha nessas condições, não acho seguro e aqui eu consigo cuidar de você.
— Eu sei, vó, mas eu estou muito cansada, preciso de um tempo mesmo, necessito me curar e tenho que aprender a me virar sozinha. — Bianca disse confortando a mais velha.
— Eu preferia que você não fosse, mas vai ser melhor pra você mesmo. — Lene falou, acariciando o rosto de Bianca. — Você deveria tentar aquele programa de estudos da sua faculdade que é na gringa…— Lene sugeriu.
Ela não queria que Bianca fosse, mas ela sabia que seria o melhor para a neta.
— O intercâmbio na Bélgica? — Lene assentiu. — Eu irei me inscrever, mas peço que a senhora não conte para ninguém.
— E quanto a sua irmã doente?
— Bem. — Bianca suspirou pesadamente. — Vou ao hospital amanhã fazer mais exames pra ver se estou apta para doar, mas com certeza irei doar.
Embora Bianca quisesse que Diego sofresse, ela não queria ser uma pessoa ruim e descontar seu rancor em uma criança por culpa do pai, assim que ela de tornou apta para doar ela não hesitou, pensava muito se fosse Luna no lugar da irmã.
Diego já não queria mais pedir tal coisa para Bianca, nessas tentativas de reconciliação, ele acabou recuando na ideia de fazer Bianca ser a doadora de medula, ele passou a se importar com a filha, especialmente depois de descobrir a história complicada da jovem.
Diego sabe que sua falta de caráter fez com que sua filha passasse por coisas horríveis na infância e na adolescência, ele queria que Bianca tivesse autonomia para decidir se queria isto ou não, sentia que não poderia jamais impor ou pedir nada para Bianca, o que ele não sabia é que filha havia decidido doar.
— Você precisa fazer a bastarda doar logo a medula para nossa filha. — Valentina disse impaciente.
Os dois estavam no quarto de hospital da filha, não sabiam que Bianca já estava no hospital para doar, Valentina ainda via Bianca apenas como uma mera doadora.
— Ela não é uma bastarda, ela é minha filha, sangue do meu sangue. — Diego retrucou a esposa.
— Não a torna menos ilegítima, fruto de uma infidelidade. — Valentina rebateu.
— Uma infidelidade minha, eu cometi o erro, fui eu que errei não só com ela, mas com a mãe dela, não se esqueça que a Rosa não sabia que eu era casado e só descobriu isso depois que eu a abandonei grávida, Bianca não uma filha ilegítima, e mesmo assim você odeia mais as duas do que a mim. — Diego acabou se irritando. — Bianca não é um rato de laboratório, ela está com a saúde frágil e por mais que eu saiba que ela é compatível, não vou colocar a saúde de outro filho em cheque porque você quer.
— O único motivo pelo qual eu tolero essa bastarda é só pela minha filha, ela não deveria nem ter nascido e se você vai preferir matar a nossa filha pra proteger essa garota, então eu mesma irei fazer com que ela doe. — Valentina decretou decidida.
— Não ouse tentar machucar minha filha, Valentina! — ele segurou o pulso da mulher, que sorriu desafiadora, ela seria capaz de matar Bianca para poder usar sua criança.
Eles sabiam que Bianca era compatível, desde que souberam o paradeiro de Bianca, coletaram materiais genéticos da jovem sem seu consentimento ou conhecimento de Bianca, eles eram ricos e poderosos o suficiente para conseguir tais coisas, se aproveitaram de um exame de sangue feito por Bianca em um hospital particular para identificar fraquezas repentinas no corpo.
— Ainda bem que os senhores estão aqui. — o médico entrou no quarto, fazendo os dois se afastarem. — Semana passada uma garota se ofereceu para ser doadora da sua filha, ela pediu para que fosse comunicado apenas quando tudo estivesse certo.
— Finalmente não terei mais que fingir que gosto daquela bastarda. — Valentina ergueu as mãos para o céu, Diego revirou os olhos. — E onde está essa garota?
— Ela está se preparando para a retirada da medula. — o médico respondeu, animado.
— Eu irei até ela pessoalmente agradecer. — Diego disse animado.
Os dois foram levados até a doadora e se surpreenderam ao ver Bianca sendo instruída pelo médico e segurando a mão de Lene enquanto escutava atentamente tudo, Valentina deu um pulo para trás de susto.
— A garota é minha filha… — Diego disse surpreso. — E-ela…
— Mas você disse que não havia pedido nada para ela, Diego. — Valentina disse incrédula. — Ela vai salvar a minha filha. — a mulher engoliu em seco.
Aquilo foi como um banho de água fria na mulher, ela via Bianca como alguém descartável, mas a jovem estava ali salvando a filha dela.
— E eu não pedi, ela não sabia de nada. — ele respondeu confuso.
Ao notar a presença deles, Bianca pediu para ser deixada a sós com os dois, a jovem fazia questão de encerrar aquele ciclo pessoalmente.
— Iremos fazer de tudo para compensar você por estar fazendo isso por nossa filha, eu faço questão de te pagar. — Valentina disse.
— Nem todo mundo é movido a dinheiro, eu não quero nada, só quero que sua filha fique bem e que vocês parem de fingir que gostam de mim. — Bianca retrucou Valentina.
— Achei que você me odiasse, filha.
— Eu não sou sua filha e eu ainda te odeio, mas a sua filha não tem culpa dos seus erros. — Bianca disse austera.
— Quem contou a você sobre a minha filha? — Valentina indagou confusa. — E você odeia tanto seu pai porque ajudar?
— Agradeça ao Osmar. — Bianca não foi clara com eles, mas ela se referia a Júnior por ter contado e ao pai por lhe ter ensinado bons valores.
Valentina acabou se emocionando, ela odiava Bianca antes de saber de tudo, considerava a jovem como uma bastarda sem valor e sem escrúpulos, mas naquele momento sentia que a jovem havia salvado um pedaço de si, ela se sentiu horrível por tudo que disse e pensou sobre Bianca, a mulher admitiu para si mesma que Bianca tinha um caráter excepcional, diferente de todos que ela conhece, especialmente dos seus filhos com Diego.
— De fato, só a Rosa e o Osmar poderiam criar e educar um ser humano tão bom. — Diego admitiu começando a chorar. — Meu maior sofrimento vai ser saber e conviver com o fato de que eu nunca serei amado por alguém com a alma tão pura como a sua.
Os dois mudaram muito a visão que tinham de Bianca, agradeciam o tempo inteiro a jovem e queriam recompensar de todas as formas, mas após o procedimento Bianca sumiu da vida de todos, ela realmente não queria nada em troca. Aliás, ela queria apenas sua paz.
Ela voltou a sua vida normal antes de toda essa bagunça, a única coisa diferente era que ela continuava sendo mãe e estudante. Bianca convenceu Bruna a fazer o intercâmbio com ela, de início a jovem quis recusar a ideia da amiga, mas algo ruim aconteceu em sua vida e ela queria fugir também, ela iria aceitar e conversar com Bianca, mas o professor entrou na aula.
Muitas vezes pessoas ricas se conhecem por frequentarem o mesmo ambiente e no caso de Diego, ele é bem conhecido, tanto que ele conheceu Osmar graças a esses eventos da alta sociedade. O professor de Constitucional de Bianca foi colega de Diego na faculdade de economia, eles se conheciam bem mesmo que não fossem próximos.
— Professor, o senhor poderia me explicar novamente a questão dos freios e contrapesos, por favor?— Bianca indagou ao final da aula quando quase todos os alunos estavam saindo da sala.
— O que você não entendeu? — o professor Eduardo Galvão perguntou, guardando seu material.
— Acredito que tudo, mas estou mais confusa como funciona de fato esse check and balance. — Bianca expressou coçando a nuca e torcendo a boca. — Eu entendi que é uma forma em que os três poderes se controlam mutuamente pra evitar abusos, mas na prática me parece ser confuso.
Apesar de ser um hábito corriqueiro entre as pessoas, Diego costuma fazer isso quando está tirando dúvidas, Bianca ficou a cópia do genitor em aparência ao fazer isso e notar essa semelhança na atitude da jovem e do pai fez o professor sorrir.
— Eu vou te dar dois exemplos, um presidente pode vetar uma lei, o judiciário pode julgar que uma lei é inconstitucional, o congresso pode julgar crimes de responsabilidade do presidente e do supremo tribunal federal, na prática é uma forma frear.
Bianca acabou associando ao Impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e uma ação de inconstitucionalidade de pontos da reforma trabalhista que estavam no STF.
— Agora entendi, seria mais ou menos o que aconteceu com a Dilma? — o professor concordou. — Obrigada, professor.
— Você tem a mesma mania do seu pai. — o homem comentou sorrindo amigavelmente para Bianca que o olhou ainda mais confusa. — Aliás, mande lembranças a ele.
— O senhor conhece meu pai?
— Sim, somos amigos desde a época da faculdade, cursamos economia juntos, nos últimos tempos não temos visto muito porque ele está mais focado em cuidar da filha com leucemia. Inclusive parabéns pela atitude de doar medula pra sua irmã.
Bianca não havia contado para ninguém, por isso logo entrou o comentário do mais velho.
— Professor, acho que está havendo algum engano, meu pai é médico e empresário, ele não fez faculdade de economia e meus irmãos estão todos saudáveis. — Bianca esclareceu, mas ela sabia que se tratava de seu irmão doente e de Diego.
— Você é filha do Diego Lacerda Viturino, correto? — Bianca engoliu em seco, ela não poderia negar sobre a história.
— Ele é apenas o meu genitor. — Bianca esclareceu engolindo em seco.
— Oh, eu sinto muito, mil perdões. — o homem se desculpou constrangido. — Como ele postou uma foto sua nas redes sociais dizendo o quanto tinha orgulho de você e que era agradecido por ter uma filha tão boa, imaginei que…enfim, mil perdões.
— Tudo bem. — Bianca forçou um sorriso e saiu da sala indo até Bruna que a esperava na porta da sala.
— O que rolou? — Bruna perguntou curiosa.
— Ele acha que Diego é o meu pai. — Bianca respondeu pensativa.
— Por quê?
— Porque ele postou uma foto minha nas redes sociais anunciando que era meu pai, o que é ridículo. — Bianca suspirou pesadamente.
— O que pretende fazer sobre isso? — Bruna segurou a mão da amiga lhe dando apoio.
— Ainda não sei, mas não quero pensar sobre isso agora. — Bianca respondeu receosa. — Mas a gente tava conversando sobre a reação dos seus pais com a sua sexualidade antes da aula.
Ao voltar para o assunto inicial, Bruna sentiu seus olhos arderem e seu peito aperta em angústia, Bianca entendeu que nada estava bem para a amiga, então abraçou a jovem apertado que começou a chorar copiosamente.
Bianca iria contar para Bruna o que estava acontecendo em sua vida, mas suas expectativas de desabafar com sua amiga não foram cumpridas, a jovem estava em uma situação pior que a de Bianca.
Bruna havia sido expulsa de casa pelo simples fato de ser uma jovem lésbica, desta vez, o aval para um tratamento tão desumano veio dos próprios pais de Bruna, eles renegaram a filha quando descobriram sobre a sexualidade dela, o tio e a tia dela enviaram de forma anônima fotos de Bruna com Gabi, o que enfureceu os pais que são evangélicos e conservadores.
Neste momento, ela estava chorando no banheiro abraçada a Bianca, ela se sentia perdida, havia dormido na rua no final de semana.
— Por que você não me ligou quando tudo aconteceu, Bubu? — Bianca indagou se afastando da amiga e segurando seu rosto.
— Você usa seus finais de semana para ficar com sua filha e dar aulas, não quis estragar tudo para você. — Bruna respondeu chorosa.
— Você jamais estragaria nada em meu final de semana, pelo contrário, eu largaria tudo para te ajudar. — Bianca disse sincera.
— Você já tem tantos problemas…
— Bruna, meus problemas não são nada perto dos seus, eu não ligo para os meus problemas, ligo para minha amiga estando desamparada porque os pais são cruéis e homofóbicos. — Bianca disse decidida.
— Aquilo doeu tanto, eles disseram que nem o meu irmão que está preso por latrocínio deu tanta vergonha a eles como eu…— Bruna se sentiu destruída.
— Se eles preferem um bandido como filho do que uma garota de bom caráter e maravilhosa, então eles são iguais ao seu irmão. — Bianca argumentou.
— Eu me sinto perdida, não sei o que fazer, eles são tudo para mim, tudo que eu fiz e dediquei ao longo dos anos foi sempre pensando em se orgulhar dos meus pais, eu até escondi quem sou para isso. — Bruna falou se sentindo perdida em meio a situação.
— Então passe a fazer e se dedicar por você, não importa o que eles pensam, o que importa mesmo é você estar bem e conseguir realizar os seus sonhos por você, Bubu. — Bianca sorriu gentil, aquilo fez o coração de Bruna se sentir mais acolhido.
— Você tem razão, eu preciso fazer por mim mesma e irei fazer. — Bruna limpou as lágrimas.— Agora só preciso achar uma casa para morar.
— No início do ano dissemos que iríamos alugar uma casa juntas, é a nossa oportunidade. — Bianca sugeriu.
— Mas você não iria ganhar um apartamento dos seus avós?
— Eu quero fazer minha vida por mim mesma e seria bom se você e eu tivéssemos esse recomeço andando com nossos próprios pés. — Bruna concordou com as palavras de Bianca. — E podemos fazer uma espécie de limpeza de áurea no intercâmbio ano que vêm.
— Obrigada por ser a melhor amiga que o universo poderia me dar. — Bruna abraçou Bianca novamente.
— Você é a melhor amiga que Deus poderia me dar, sou grata a ele por ter colocado você no meu caminho todos os dias, Bubu. — Bianca murmurou sincera. — Eu amo você e sempre estarei aqui para te apoiar.
— Eu também te amo e sempre estarei aqui para te apoiar também, Bibi.
Bianca se sentia sortuda por sua amizade com Bruna, só as duas sabiam o que cada uma tinha passado e apesar de ser uma amizade recente e dentro do ambiente hostil que é a faculdade, as duas se conectaram muito, havia muito amor fraterno.
Bianca queria focar muito em preparar a Luna para o estava prestes a acontecer, queria que a filha ficasse bem quando ela estivesse no exterior, ela não iria abandonar a pequena, mas precisava de um tempo só pra si mesma.
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— Estou orgulhosa de você, minha luz. — Bianca sorriu abobada.
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— Mamãe, você vai me abandonar? — aquilo deixou Bianca triste, ela sabe que a pequena tem medo de perde-la.
— Não, a mamãe nunca irá fazer isso, a mamãe só vai ficar um tempinho longe, mas eu vou te ligar todos os dias e vou passar os próximos meses fazendo tudo que você quiser. — Bianca prometeu.
— Você promete que você vai voltar para mim?
— Sim, sempre vou voltar. — Luna se conformou ao escutar isso. — Não conta ao seu pai e sua avó ainda, eles vão chorar e a mamãe não quer ver eles tristes.
— Eu não vou contar. — Luninha prometeu fazendo um sinal de zíper na boca. — Mamãe, você vai ficar feliz estudando longe? — Bianca assentiu após a pergunta de Luna. — Então, eu vou ficar feliz por você, mas eu vou sentir muita saudades de você, quem vai me botar pra dormir?
— Se lembra quando a mamãe ligava para você a noite e cantava até você dormir? — Luna assentiu. — Eu irei fazer isso todos os dias quando estiver no exterior.
Luna ficou mais confiante e apesar de não querer, ela queria pela felicidade da mãe acima de tudo, a pequena aceitou bem, apesar de ser uma criança, ela sabe que a mãe está triste.
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Somos os Filhos da Marca Oculta Uma Linhagem tão Antiga, o tempo antes do Tempo Execrados, castigados, perseguidos Uma Ancestralidade sofrida, ao mesmo tempo, fortalecida Durante Eras aos dias de hoje jogaram os infernos e culpas sobre nossas Cabeças e costas Mas Nós perseveramos! Crescemos com as labutas e mesmo com nossas Plantações secadas pelos Olhos invejosos ou aprisionados por Mentes doentias Nos Transformamos e Superamos A Gnose é dada, e os Espíritos Ancestrais são nossos Aliados Nossa Magia é nossa própria Vida! Feitiçaria mais que oculta Somos os Invisíveis disfarçados em meras e comuns Formas Espíritos Mutantes em uma Era desgovernada e cada vez mais iludida Superamos e alcançamos! Vencemos cada demanda e quebramos todas as Correntes impostas a nós! Abrimos nossos Caminhos na Sagrada Encruzilhada, acompanhados de nossos Patronos invisíveis aos olhares mundanos Dançamos no Silencio da Noite abraçados com a Senhora Luna E festejamos com o Estrela da Manhã Abençoados somos! Mesmo achando-nos que nos amaldiçoam Aqueles, interessados em nos calar, controlar, destruir Temos a Alma e o Sangue Ancestralidade Nossa verdadeira Família não é daqui Muito menos nossos verdadeiros Nomes Crescemos e vencemos! Expandindo nossos Espíritos Com cada Experiência vivenciada! As Correntes são quebradas! A Escravidão termina! Temos o Sangue do Dragão em nossas veias! Jamais nos renderemos Indomáveis somos!
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Ootd
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Chocker: bought at mera luna.
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☼ 𝖾𝗌𝖼𝖾𝗇𝖺 𝖽𝖾 𝗅𝖺 𝖺𝖽𝗈𝗅𝖾𝗌𝖼𝖾𝗇𝖼𝗂𝖺. 𝖾𝗌𝗉𝖺𝗇̃𝖺, 𝗆𝖺𝖽𝗋𝗂𝖽. 𝟥: 𝟥𝟢 𝗉𝗆, 𝟦 𝖽𝖾 𝖺𝖻𝗋𝗂𝗅 𝖽𝖾𝗅 𝟤𝟢𝟢𝟩. 𝗁𝖺𝖻𝗂𝗅𝗂𝖽𝖺𝖽: 𝖺𝖽𝖺𝗉𝗍𝖺𝖼𝗂𝗈́𝗇 ( 𝟣 / 𝟥 )
el viento fresco anunció el cantico revelador de días más cálidos por venir. y por primera vez en horas, silencio del aula tuvo el efecto deseado. un descenso a la intimidad de páginas arrugadas, lápices esparcidos y ecuaciones matemáticas. como si la vida del adolescente se dividiera en dos sesiones; antes y después de las clases. de hecho, los amarillentos rayos del sol entraron en la escena con angelical gracia, distrayéndolo del juego de fútbol que avizoraba desde las ventanas.
los pensamientos del chico siempre fueron inoportunos, aumentando con cercanía del verano, especialmente en ratos así; solo, hechizado por la melodía de la brisa combinada a los silbatos del fondo y murmullos de los salones adyacentes. psiquis solía dar giros bruscos hacía territorio inexplorados en ausencia de los demás, encontrándose a merced de la madriguera de memoria. el mundo tácito que controlaba, a la espera del reloj y sus chistosas manecillas. ascendió, acomodándose en la nube del nirvana, silenciando las voces de alrededores con sólo cerrar sus ojos. transitaba de un planeta a otro, doblando antebrazos contra la butaca, visitando morfeo con nublados recuerdos.
no sintonizó el canal de la armonía por días, ocupándose de quehaceres y adaptación a ciudad española. idioma todavía desconocido, pero el uso constante de inglés y francés esfumó en gran medida malestar de entrañas. esto en su mayoría lo libró de escenarios peores, atravesando reposo mental los roces y perfume de flores. uh, ¿flores? su lapso momentáneo de relajación culminó al separar párpados, encontrándose con preciosos luceros color esmeralda. no hizo más que agitar pestañas como las alas de mariposas producto de ensoñación, cediendo más tarde a la presión de sus labios. una escena que deslumbró y alteró el universo, porque rostro que se volvió fuente de inspiración estaba acompañado de claveles; desordenados, marchitos, bonitos. evidentemente arrancados del jardín de colegio.
— ¿qué soñaste? sonreías dormido y escuché que un pajarito decía algo muy interesante de ti.
estaba a kilómetros y kilómetros de la realidad, abandonando palabrerío de alumno destacado del año por las ridículas flores, fallando en conectar los puntos ¿por qué las atraía? ¿qué travesura planea? porque coeficiente intelectual le privaba de salirse del carril y cometer los actos más dementes que pudo presenciarla, estremeciéndose de sorpresa por los callosos dedos que sujetaron barbilla. esa mera acción avivó un fuego desconocido en estómago que nombraría como crush años más tarde, sucumbiendo a la mudez hasta oír cuál era el tópico popular entre estudiantes. desde que ingresó a plantel supo que el chisme era tan vital como respirar, contrarrestando insolencia con picardía cincelando carmines, tornando sus ojos en media lunas. dedicaron mucha energía en cotillear sobre nula vida amorosa.
— otra vez actúas raro, rodrigo. ¿me dirás qué mosca te picó? no les prestas atención al chisme.
hubo un zumbido esclarecedor a medida que la petición se hundió en ellos, acumulando tensión como capas de hielo. por semanas danzaron aquel vals, el electrizante juego del gato y el ratón. mensajes ocultos, susurros, ocasionales toques. siquiera recordaba cuándo empezó con exactitud o quizás sí, de hecho, fingir inocencia duplicaba sus emociones, enredando falanges en delgada muñeca. rodrigo era tonto y malditamente guapo.
— tus labios son vírgenes, no has besado a nadie.
aliento de contraparte hormigueó por su rostro, preguntándose en qué momento cerraron distancia a tal punto de no saber dónde comenzaba uno y terminaba el otro. ignorante de cuánto estuvo entregado al contacto y conversación, menos la extraña sensación recorriéndole estómago. debió acostumbrarse, aroma impregnando fosas nasales, alumbrando semblante por particular reacci��n. el dominio que ejercía en alemán y la dulzura de tonalidad lo volvería loco, circundante de sus payasadas. tal vez culpará a la temperatura, los tonos bermejos que colorearon pómulos de interlocutor sumándose al dilatar de pupilas hicieron cortocircuito en corazón. cómico que como receptor de supuesto dinamismo sus nervios continuaron igual que el acero, tirando de comisuras con altanería.
— ¡qué horror, sonaste como colonizador! ¿estamos en el siglo pasado? ¿desde cuándo te interesan los romances adolescentes? el primer beso es solo un concepto. no te define y dudo que lo recuerdes con el pasar de los años. serán borrados por cientos más, ¿cuál es el punto de ello? te creía más coherente, rodri.
— cállate, izzak. no puedes decir eso. ¿son todos los alemanes tan estreñidos emocionalmente como tú? ¿qué pasa con las chispas y los fuegos artificiales? ¡incluso busqué flores! bueno, las robé para impresionarte. ¿o en realidad te interesan las chicas?
reveló delgada columna de garganta después de concluir contacto, rozando con sus yemas mandíbula a modo de consuelo. otras de las cosas que aprendió de la estrella del colegio fueron sexualidad y devoción por los clichés, alisando melena cuando la brisa decidió detenerse. una víctima del pesado silencio que no merecía. realmente no fue sutil con su afecto, izzak podía ver perfectamente a través de la fachada, las ocasiones en que compró bocadillos, refrescos y materiales de estudio para contentarlo, todo con el propósito de ganarse su cariño, aunque pareciera inusual a la vista de los demás. la tarde caía asimismo concentración para alargar tareas, no valía la pena permanecer allí, recogiendo parsimonioso sus artículos escolares, a la expectativa de qué dirá. no lo admitiría abiertamente, sin embargo adoraba la excesiva atención que le daba. sus singulares manierismos, el brillo de verdosas orbes cada vez que conectaron miradas y las risillas tímidas. nunca sobreanalizó su comportamiento, niño o niña, ¿cuál era la diferencia? los sentimientos no se basaron en órganos reproductores.
no había un nombre para lo que tenían, tampoco para lo que sentían. coexistieron y listo, sin enredos ni dramas innecesarios. alemán no se quedaría y, en ningún instante predijo siguientes pasos producto de su notable indiferencia, los afelpados labios colisionando con los suyos, conmutando las putrefactas raíces de idealismo. lo cumplió. rodrigo prometió que algún día lo callaría y lo cumplió.
fue hipócrita por renegar de un concepto natural e importante durante los primeros años de existencia, tejiéndose en adentros millones de nociones que no planteó. simplemente se rindió; a la mezcla de coca cola, golosina de fresas en paladar y las respuestas correctas que transmitieron al cerebro.
sin gritos, ni empujones sin testigos, excepto por luz solar iluminando siluetas sin nadie que pudiera delatar a los dos chicos del salón 116 besándose sin pensar en el mañana.
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Hiiiii Mera! I've reappeared in your inbox to ask-
HAVE YOU SEEN DR. RATIO YET (HSR)?? His character just officially dropped on the hsr insta and and- look at him! I can sense the smug possessiveness all over his arrogant face >:D
Also idk if you're still doing hsr asks, if not then I apologize! ;-;
I hope you're having a lovely day Mera~!
- ☄️
HIIIIIII ☄️!!!!!! >w< omg,,, I have indeed seen him. He's so !!!!!!!!! I can't get over the name Dr. Ratio LOL. All I can think of is the L + ratio meme hehe. Aaaaaa but I love his design!!!! AND HIS EXPRESSION....... >:) I love when a man is smug and arrogant. It's truly so *chef's kiss*!!!! AND HIS ARMS?!?!?!??!?! (⊙_⊙) THE WAY I CAN SEE HIS SIDES IN HIS CLOTHING. FOR FREE, DR. RATIO??????
I am always happy to receive and chat about more hsr asks!!! Admittedly, I need to continue where I left off in the story because I stopped playing for a long minute after I pulled Imbibitor Lunae (my beloved <3) and then I became absorbed in Genshin, twst, and (most recently) Reverse: 1999. AAAAA SO MANY FUN GAMES, YET SO LITTLE TIME...... T^T
#honkai chit chat#☄️ anon#i hope to play a lot of it and catch up in the story this weekend!!! :D#gepard is still in my mind <3 always and forever i love him a lot#and i hope you're also doing well ☄️!!!! will you be pulling for dr. ratio when he comes out?
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