#Entre A Carne E A Alma
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Oração
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sinopse: Padre Charlie Mayhew vive um conflito interno ao se apaixonar por Maria, uma mulher que, apesar de ser sua perdição, também representa a sua salvação. Entre momentos de prazer e dor, a relação deles desafia os votos e as responsabilidades de Charlie como sacerdote.
Tudo muda quando Maria, o amor de sua vida, se afasta, deixando Charlie devastado e perdido. Contudo, o destino, impiedoso, o puxa para uma realidade ainda mais cruel, desafiando suas crenças e sua fé. Agora, ele precisa confrontar não apenas o amor que perdeu, mas também os próprios demônios internos e os desígnios de um Deus que parece testar sua alma a cada passo.
Oração é uma história de amor proibido, pecado e redenção, onde as fronteiras entre o desejo e a moralidade se confundem.
nota da autora: já tinha esse documento largado na gaveta do meu google docs então eu decidi trazer a vida e bem... aproveitar a obsessão pelo nicholas alexander chavez como o miesterioso padre charlie mayhew e voialá!!! talvez tenha pelo menos mais outras duas partes, ou mais não sei... enfim. aproveitem!!!
aviso de conteúdo: +18, MENORES DE IDADE NÃO INTERAGIR, sexo oral (homem recebe), palavras de baixo calão, priest kink, heresia (muita), culpa (católica) e remorso & tesão, blasphemy kink, corrupção, heirophillia, deixe-me saber se eu esqueci algo a mais... (!!!)
idioma: português (Brasil) | pt-br
contagem de palavras: 1642 palavras
SOMOS CARNE
PARTE I
A batina foi ao chão no mesmo compasso que joelhos caíram no piso de madeira, o farfalhar de tecidos sendo amassados e remexidos, a fivela de um cinto tilintando enquanto mãos ansiosas deslizavam sobre um pedaço de pele exposta entre uma camisa social branca desabotoada e o cós de uma cueca simples, revelando uma púbis levemente volumosa com pelos dourados que iniciavam uma trilha no umbigo até o falo rígido que marcava o tecido de algodão alvo, um molhado melando a ponta de um lado, a sensação quente de pele ao ser segurado, olhares trocados naquele silêncio de respirações pesadas e descompassadas, o calor emergindo entre peles, o suor brotando nas têmporas e nos vincos das costas que ondulavam. Ele chiou:
— Por favor, acabe com isso rápido…
Sem delongas a boca envolveu sua glande rosada e melada, a língua acariciou a cabecinha de seu pau enquanto automaticamente o homem desmanchava e deslizava os quadris cobertos pela camisa e pela calça folgada no banco do confessionário, a destra foi de encontro no monte de cabelos da mulher que agora saboreava seu pau, um som característico sendo emitido do fundo de sua garganta durante a dança de vai-e-vem que a mesma lhe fazia, a felação molhada e lenta o tirando de órbita. A canhota atarracada entre os frames da janela do confessionário, os dedos amassando-se e arranhando a treliça enquanto recebia aquela descarga de prazer oral, impulsionando automaticamente seus quadris em leves estocadas na direção da dona do seu prazer. Ela chegou a engasgar um pouco com a pressa dele, retirando-se lentamente de lugar, a boca babada e as lágrimas irritando seus olhos pidões que lhe encararam com aquele sorrisinho malicioso, sussurrando com lascívia na voz suave:
— Calma, senão teremos um probleminha nada agradável aqui!
— Perdão. Não me contive… — murmurou de volta tremendo de tesão acumulado, segurando com suas mãos suadas o rosto angelical da mulher que lhe sorria faceira, os olhos castanhos escuros cintilando na meia luz que entrava entre as treliças de madeira laterais do confessionário, um olhar incendiário que queimava sua alma. Um pecador. Era isso que ele era todas as vezes que cedia à tentação e se deixava levar pelas palavras amaldiçoadas e os toques sedentos daquela herege que estava ajoelhada diante de si, orando em uma língua demoníaca e carnal para si. Ele sentia cada vez mais próximo da borda: um clímax chegando em onda vagarosas sobre seus músculos, apertando os dedos de seus pés entre a meia e o sapato social, ambos os pés voltados um para o outro, enquanto mesmo com a boca longe de seu membro, as mãos macias dela o acariciavam num embalo vagaroso, aproveitando a lubrificação que escorria dele misturada a sua saliva, pressionando com cautela o topo rosado e inchado, as veias marcadas na pele fina que ao ser puxada para cima tampava levemente a glande, voltando-se quando era puxado para baixo. Ele ofegava, cravava seu olhar no dela, os lábios entreabertos aspirando o ar e expirando de forma sôfrega, ela segurou a risadinha sapeca se deleitando com aquela belo frame de imagem que tinha diante de si: um homem tão importante em seu papel religioso quase implorando para que ela não parasse de acariciá-lo, fosse com os lábios e a língua, entre a boca o sugando e o mamando, fosse com as mãos, apertando as bolas e massageando os polegares em sua cabecinha, o conduzindo naquele prazer carnal que era real. Com as mãos em seu rosto belo, um anjo caído com aqueles fartos cabelos ondulados amassados em volta do rosto que sob a penumbra da luz, bochechas rosadas, os lábios molhados de saliva, inchados dos beijos, sorrindo-lhe, ele ditou com a voz estremecida porém autoritária:
— Faça-me gozar, querida. Me faça alcançar o Paraíso com seus lábios. — Os polegares amassaram seus lábios em uma carícia sem jeito, remexendo-se entre as mãos dela que sorrindo deleitosa, acenou com a cabeça em ênfase lhe respondendo com deboche na fala:
— Com todo prazer Padre Charlie! É hora de clamar o amém!
Charlie não teve tempo para raciocinar algo para interpolar, pois tão rápida quanto um Ave Maria, ela se afastou de suas mãos, abocanhando-o de volta com mais desespero e vontade, indo e voltando, enrolando a língua no seu pau rígido, voltando sua felação com voracidade. O homem não conteve as mãos e as levou para a cabeça dela, enlaçando entre seus dedos as ondulações macias a trazendo para si a cada vez que sua respiração pesava, a garganta ardia de tanto conter os gemidos que teimam em escapar entre intervalos, os olhos fechados e apertados enxergando entre pálpebras uma escuridão que aos poucos abria-se em flocos de uma luminescência que se expandia. Ele realmente estava prestes a se deparar com um Paraíso. Encostou os ombros na parede de madeira do pequeno cômodo que estavam, deixou a cabeça de cabelos âmbares escuros encostar no tampo, os olhos fechados, mordeu o lábio inferior sentindo a própria saliva acumular-se entre bochechas, afagou os cabelos sedosos dela, iniciando seu coro espessado:
— Ave Maria cheia de Graça, — engasgou quando ela deslizou até o topo e lambeu a glande voltando apenas com a língua deslizando até a base: — o Senhor é convosco, — tremeu quando ela começou a chupar suas bolas, prosseguindo: — bendita sois Vós entre as mulheres, — ela riu voltando a tocá-lo com a mão durante o ato: — bendito é o fruto em Vosso ventre, Jesus. — Charlie não aguentou, estava no limite, as mãos saíram da cabeça dela que o abocanhou de novo, aumentando a velocidade da ida e volta, deixando as mãos erguidas no ar quase como um clamor: — Santa Maria Mãe de Deus, — palmas se encontraram, estava em posição clássica de oração, a luz entre os olhos aumentando, um filete de lágrima escorrendo dos olhos, a voz rasgada e rouca: — rogai por nós, os pecadores, — brevemente mordeu sua língua sentindo que estava quase pulando: — agora e na hora da nossa morte. Amém!
Foi tudo muito rápido, Charlie teve que tampar a própria boca que engatou naquele “amém” um gemido rouco e prolongado, as pernas estremeceram e aquele clarão o atingiu e por segundos que pareciam uma eternidade – a eternidade divina – o a��oitou, feito o chicote que o mesmo se afligia a dor do mártir do pecado, o deixando naquele estado suspenso entre o êxtase e a culpabilidade, uma linha tênue entre se sentir em pleno gozo do prazer e esgotado de amargor da incapacidade dele de simplesmente negar a ele mesmo sentir o prazer carnal, a matéria parecia muito mais ameaçadora e imediata do que o plano das idéias que permeiam suas crenças os pensamentos. Sentir era distinto ao pensar. Gozar era um antonino de orar.
Charlie voltou aos poucos para a realidade. Sentiu os dedos pressionados contra os lábios, a parede de madeira dura atrás de si, as peças de roupas contra a pele suada, o suor agridoce entre os vincos da pele, o molhado em seu pau que agora escorria sua porra, acumulando um pouco entre os dedos da mulher que segurava sua base, os pelos púbicos aparados alvoroçados, a sensação dela escorada em suas coxas, um peso que o trouxe para a realidade. A mulher ergueu o rosto, limpou as laterais dos lábios, sorriu para ele e sussurrou:
— Amém, louvado seja Deus!
Ele observou com um olhar distante, meio sonolento e dengoso, ela levantar-se e arrumar a barra justa da saia de tecido grosso, batendo as mãos para limpar a sujeira nos joelhos avermelhados.
— Você é uma herege cruel… Vem como quem não quer nada e suga toda minha alma!
— E você é um padre horrível Charlie, sinto muito por ter que dizer isso. — Seus dedos abotoam os primeiros botões desfeitos da camisa social que vestia, sustentando um sorriso malicioso para ele que sinceramente, não tinha forças para se recompor: — Nem para me punir decentemente serve!
A mesma já ia se virando para sair do confessionário quando subitamente foi surpreendida por duas mãos lhe agarrando pela cintura. Ela instintivamente soltou um gritinho de surpresa e desatou a rir, risada que foi abafada pela mão esquerda dele, enquanto a direita subiu da cintura para o seio dela, apertando-o com vontade, até mesmo uma certa brusquidão, arrastando a ponta do nariz arrebitado na nuca dela inspirando o perfume doce e magnético que ela usava, acompanhando uma trilha de selinhos naquela região até chegar na orelha para lhe sussurrar com a voz rouca:
— Você foi uma garotinha muito, muito má hoje, logo comigo, seu Padre! Como punição dos seus pecados — a mão que abafava sua boca afrouxou e deslizou até o pescoço dela, segurando-o para erguer seu queixo, a direita que apertava o seio passou a massagear e a roçar o bico duro ao toque, tirando-lhe gemidos entrecortados: — você irá rezar cem Aves Marias, cinquenta Pais Nossos, vinte Salves Rainha e irá me encontrar hoje às meia noite no nosso local para celebrarmos a palavra, juntos. — Terminou a sentença virando o rosto dela para si, capturando seus lábios em um beijo breve apenas para selar sua sentença.
Ele a soltou para que ela fosse, a mesma hesitou um pouco, de costas para si, arrumou os cabelos e ajustou a camisa mais ainda e sem olhar para trás saiu. Sozinho, com a calça arriada, o pau meio mole para fora, a camisa amarrotada e a batina sobre os pés, ele sentiu nada. Nada. Apenas aquele agridoce vazio, um vácuo entre ele e o mundo ao seu redor, em uma crescente que iria colidir de frente com anos de crenças e dogmas sendo cultivados em si mesmo.
Quando quero fazer o bem, o mal está junto a mim. No íntimo do meu ser tenho prazer na Lei de Deus; mas vejo outra lei atuando nos membros do meu corpo, guerreando contra a lei da minha mente, tornando-me prisioneiro da lei do pecado que atua em meus membros.” (Romanos 7.21–23)
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melhor sozinha :-)-:
Meus novos gostos enchem os armários e as palavras que me permito dizer são mais doces. Me descubro entre as músicas que mudaram de significado e novas visões de mim, meu corpo, minhas paixões. Expandindo pela minha carne em forma de conexões, até a ponta dos dedos que encostam no teu cabelo a noite. Redescubro o universo e você visita meus escombros, minhas supernovas, pegando carona nas certezas com data de validade que te digo dia após dia. [sou bem melhor sozinha, sabe?] Esses dias te peguei me olhando, atento, enquanto vasculhava algum canto da mente a procura de algo. Engoli as palavras e senti que algo forçava entrada em mim, algo batia no portão com força, não deixei que abrisse. Sempre foi certo entre nós que observo, que olho para os seus olhos e escrevo, que vejo suas costas e me permito tocar traçando linhas que você ainda não conhece; sempre foi certo que meu compromisso era poético e o teu era real. Entro com as palavras escritas e você com os toques demorados na minha pele, marcando minha alma quase sem querer. Foge do nosso acordo essa sua observação e não sei lidar com seus olhos fixos em mim. Derrubo coisas, perco palavras. Você sempre ali com as pupilas dilatadas, um quase riso no canto da boca, como se soubesse algo que eu não sei. Como se soubesse algo que eu não quero que saiba. Registrando meus espaços de silêncio, minhas manias, deixando claro que também me vê. Deixando claro que está testemunhando quaisquer movimentos que acontecem aqui dentro, sob as camadas de roupa, pele e palavras grandes. Não te desconvido, não te afasto, mas temo que veja mais que deve. Temo que me veja tanto que aprenda a ler as entrelinhas que são meu maior trunfo contra o mundo agora que mudo tudo de lugar ao meu bel-prazer. Ainda não sei fazer expansão de universos enquanto o coração pulsa forte assim numa noite qualquer, não sei mudar o mundo quando te escuto rir. Minhas revoluções silenciosas continuam, mas o som pausa quando ocupamos um mesmo lugar no tempo. Pausam os gritos, as explosões, as músicas. Somos apenas eu e você abraçados com sua mão se esticando para alcançar a minha.
[mas talvez tem um cantinho e cabe um pouco, quase nada]
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Billy Loomis & Stu Macher x Male Reader
"Pertença e obedeça"
• Filme: Pânico (1996)
• Gênero: dark
• Sinopse: eles te querem de corpo e alma, e você se entrega, aceitando aquela dinâmica pouco favorável. Paixão e burrice são palavras próximas, e nessa história, o leitor vacila entre elas ao se perder em um labirinto de carícias por apego e cortes por ciúme.
• Avisos: violência, insinuações sexuais e relacionamento tóxico (tudo em nível elevado, então se liguem!)
• Palavras: 1.3k
1° pessoa - presente
As coisas não acontecem do nada; tudo vem de um processo movido à porquês.
Mas a lógica disso só existe quando é de você para si mesmo. Ao ser aplicada de você para outro alguém, aí sim as coisas surgem do absoluto nada e além.
Afinal, você não sabe o que se passa na cabeça do próximo, não o conhece ao ponto de saber exatamente qual trauma, influência ou gosto o levou a tomar determinada atitude ou escolha, então para você, tudo o que ele faz ou deixa de fazer vem do nada.
Tirando os psicólogos da rodinha, isso meio que se aplica a todo mundo.
Eu poderia dizer exatamente o momento em que a merda começou a feder na sola do sapato.
Foi uma frase curta, mas de magnitude gigantesca.
"Nunca mais conversa com ele."
Certamente, na perspectiva de Billy, houve um trajeto de uma vida até essa fala, mas para mim, que a ouvi em um sábado à tarde, durante um passeio descontraído em um parque, não houve nenhum antecedente, simplesmente surgiu e eu tive que lidar.
Mas eu não lidei, eu não soube lidar e continuo não sabendo.
Eu congelei, foi tão abrupto que me tirou a fala. Meu olhar substituiu o trabalho da boca e, se pudesse ser traduzido, estaria perguntando a Billy se ele era maluco.
E ele é.
Fui descobrir isso quando interpretei a fala dele como hipérbole e não a levei a sério. Era um exagero grande demais para ser verdade...
— Desculpa! — eu disse essa palavra tantas vezes nos últimos cinco minutos que ela perdeu o sentido. — Eu prometo não fazer de novo! Já disse que vou cortar contato, que vou obedecer, então chega disso, por favor! — tentar revidar é inútil, cansa e faz doer mais, então me limito a implorar. Talvez minha lamúria desperte empatia...
Esse sou eu tentando me enganar. Me ver chorar só deixa os filhos da puta mais excitados.
— Para de se contorcer, vai acabar se machucando! — Billy repreende, terminando de traçar o "y" do próprio nome na minha barriga. Ele dá uma pausa após finalizar, afastando a lâmina ensanguentada.
— Você tá me machucando!
— Porque você merece, porra! — Billy, deitado na cama com o torço entre as minhas pernas, apoia o peitoral no meu colo e põe a língua para fora, mantendo minha camiseta erguida com uma das mãos enquanto lambe os cortes que ele infligiu à minha carne. — Eu te dei todos os avisos, mas mesmo assim, você preferiu ignorar e continuar de papinho com o fracassado do Randy... — a voz alterada dele não deixa dúvidas quanto à raiva que infla no peito. Mas a pupila está dilatada... — Cê teve sorte. O plano original era rasgar o seu cu com uma faca e depois te foder. — o olhar vultoso não abandona o meu, e condiz com o jeito que Billy me deixa lambuzado e com a forma que ele esfrega o quadril no colchão.
— Billy tá certo, gatinho. — sinto a respiração de Stu na minha nuca. Pendendo a cabeça para trás, me deparo com seu rosto sorridente. — Você meio que pediu por isso. Agora, aguente as consequências como um bom menino. — o Macher mantém meus pulsos presos, me impedindo de usar as mãos para afastá-los.
Eu bati propositalmente minhas costas contra o peitoral de Stu, o fazendo colidir na cabeceira da cama. — Você sempre está do meu lado... Por que essa agora?
Eu sei que doeu quando o ouço resmungar e descontar com um aperto bruto nos meus pulsos. — Foi mal, cadelinha, mas Billy me prometeu algo irrecusável caso eu o ajudasse a te castigar.
Billy ri contra meu estômago e morde minha pele ferida, me arrancando um gemido desgostoso.
Eu me odeio por estar intrigado e minimamente animado em um momento onde eu deveria me sentir apenas revoltado. — Que merda ele te prometeu? — o embargo na minha voz desaparece à medida que as lágrimas escorridas secam nas minhas bochechas.
Talvez isso significasse estar doente de amor.
Foi tão desesperador e doloroso sentir a faca separando a pele que agora só consigo aproveitar o alívio.
A raiva e a tristeza de ter uma cicatriz com o nome de uma pessoa no meu corpo... isso eu sinto depois.
— A bundinha. Você sabe como é raro o Billy liberar o rabo? Eu faria coisas piores por isso. — Stu tenta selar meus lábios, mas eu viro o rosto para o lado oposto.
Erro rude.
— Você quer jogar duro? Tudo bem, vamos ver o quão durão você realmente é. — Stu não poupa força na mandíbula ao morder meu pescoço. Como um cão arrependido, eu alinho nossas faces e, choramingando, aceito seu beijo. — Porra... foi mais fácil do que eu pensei. — ele murmura com nossas bocas unidas.
Billy para de me lamber quando não há mais sangue escorrendo. — E não pense que você não estará junto. Enquanto Stu estiver me fodendo, eu vou estar metendo em você. — a mão dele pousa nas minhas coxas, arranhando ao ponto de deixar vergões. — Afinal, somos um trio...
É aqui onde eu duvido dos meus sentimentos.
Eu sei o quão errado é, sinto na pele a dor de perceber que a porra da vida não é um morango... ou é, porque essa fruta é azeda pra caralho.
A questão é que, após o pior, depois de refletir e repensar minhas decisões, cogitar um milhão de vezes me impor e dar fim a essa relação, eles me tratam bem, e novamente, eu não sei lidar.
É tão bom durante o tempo em que tudo são flores, quando sinto as pétalas e não os espinhos.
Eu os amo quando não são monstros.
Mas é exatamente isso que eles são.
— Você parece bem calminho agora. Fiquei com medo de ir longe demais com a faca, sua respiração tava muito pesada e o seu abdômen contraia bastante. Mas então... tá preparado? Falta escrever o nome do Stu ainda.
Monstros.
Calafrios serpenteiam pelo meu corpo no instante em que vejo Billy com a faca na mão. — Por favor, não faz isso! Ainda tá ardendo... Essa merda dói pra cacete! — passo a me contorcer, em outra tentativa inútil de escapar desse inferno, mas Stu me acorrenta, com mais afinco dessa vez.
O filho da puta quer o próprio nome me rasgando.
— Relaxa, nem vai ser o primeiro nome completo, só o apelido, três letrinhas. — Billy tenta amenizar a situação absurda.
Absurda só para mim.
— Qual foi, cara? Não quer uma cicatriz com meu nome? — Stu abocanha a minha orelha.
Cachorro!
— E-eu faço qualquer coisa! Só... só para com isso! — a cada palavra, eu aumento o tom, em sincronia com a aproximação da faca.
Billy levanta a sobrancelha, me encarando com um sorriso, no mínimo, suspeito. — Qualquer coisa, é? — ele pausa o punho fechado no cabo quando a lâmina toca minha barriga, pressionando o suficiente para ser desconfortável, por estar próxima da região machucada. — Então me beija. Se você fizer isso, eu paro.
Billy ergue o torço e eu me curvo em sua direção. Começa lento, mas logo ele está com a língua dentro da minha boca. Meu estado entorpecido me impede de tomar iniciativa, estou apenas à disposição.
Exatamente como eles querem.
Billy se afasta quando o ar faz falta, unido a mim por um fio transparente de saliva.
— Pronto, a-agora me deixa ir!
O Loomis ri. — Você é burro ou ingênuo? Independente de qual for, apenas continue sendo, é divertido pra caralho. — ele aperta minhas bochechas, molda meus lábios em um biquinho e me dá um selinho. — Viu? Posso roubar um beijo de você quando eu quiser, então por que eu pararia por isso?
— Anda logo, Billy! — Stu se manifesta. — Faz ele chorar de novo! Ele fica tão fofo chorando... Porra, meu pau tá duraço!
Sei lá...
Talvez eu mate meus namorados algum dia desses.
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| Paralise... Park Jisung
atenção. playlist 👀, smut(?), masturbacao feminina irra, menção a paralisia do sono e leitora virgem, jisung demon(?) apelidos do tipo anjo e anjinho e jisung eh denominado como ser ou Desconhecido, pra comemorar o mes do halloween e essa sexta feira 13 abençoada LEIAM COM A PLAYLIST 🫵🫵🫵
Era possível sentir o hálito quente dele arranhando seu pescoço, causando arrepios e encharcando sua alma com a necessidade demoníaca de sentir o êxtase passando pelas suas veias.
O tocar leve da pontinha dos grandes dedos raspando suas curvas por debaixo da camisola de seda branca, passeado desde seus seios até suas coxas, te admirando tal qual um nobre admira uma arte.
Não sabia quem era, o que era. Mas sabia que te atormentava todas as noites como um pesadelo.
E essa noite, essa maldita noite parecia diferente das outras.
Aquele ser intimidante te prensando contra o colchão, te deixando estática, imóvel por baixo dele, enquanto ele te devora com o olhar.
O polegar apertando a carne da sua coxa, os olhos negros fixados em seu corpo — em nenhum momento olhara em seus olhos —, o lábio carnudo entre os dentes pontudos.
A força do quadril dele contra o seu.
Essa noite com certeza era diferente de todas as outras.
E reconhecera a diferença quando notou que conseguia ver o rosto daquele que perturba seus sonhos mais profanos. O responsável por lhe desestabilizar pela manhã, arrependida pelo pecado noturno que sonhara, por ter gostado da sensação psicológica de terem tirado sua pureza.
Reconhecera logo de cara o responsável por encravar o desejo impuro que você queria tanto realizar.
Todavia, mesmo que sua mente queira desfrutar do desconhecido, o corpo não concorda com o pedido; não obedece.
A outra mão dele chega a encontro de seu rosto, ainda fissurado com a carne macia de suas pernas — os dedos grandes agora acariciando seu pé com ternura. Os olhos escuros finalmente encontram o seu, te encara silenciosamente, brinca com uma das madeixas de seu cabelo, levando o punhado de fios até o rosto, onde deixa um selar profundo.
E lhe devolve tudo com calma, voltando a brincar com seu corpo; a tocar, descobrir, explorar.
As costas dos dedos que antes acariciava sua bochecha agora passa por seus lábios e os olhos soturnos ficam fixados neles de maneira intensa, respingando um brilhar de desejo — jurou ter visto ele lacrimejar a vontade de tocá-los.
A expressão angustiada dele. As sobrancelhas juntas, os olhos esbanjando lascivia...
A vontade de fazer o que quiser com você o sucubindo, deteriorando ele por dentro.
— Deixe-me... Por favor... — o som grave, rasgando seus ouvidos, te arrepia dos pés a cabeça.
Se sente ficar úmida e o peito queimar em ansiedade.
— Eu preciso tanto, eu procuro por isso há tanto, tanto tempo... — ele aproxima o rosto, roça os lábios nos seus. O hálito quente de cereja que te fez delirar anteriormente, agora contra seu rosto.
Você não responde, não consegue.
— Eu prometo não te machucar... Eu nunca faria isso... Por favor... — ele diz pressionando a testa contra a sua, mais uma vez mergulhando a mão para dentro do tecido que veste, apertando com firmeza sua cintura, prensando o peitoral dele contra você.
Ficando totalmente por cima de você, sem te deixar escapar.
E mesmo se pudesse, nunca quisera sair dali.
— H-hm... — tenta falar, mas não consegue.
Apenas fecha os olhos com força quando sente o ser segurar com volúpia suas nádegas, encaixando o corpo dele no seu e se atracando com gosto num beijo feroz.
A respiração pesada dele contra a sua, a maneira dele de tentar aliviar a luxúria que ele sente, abrindo de leve os lábios e tensionando os músculos.
O ritmo dele de deslizar contra sua boca, num beijo profano, forte e lento. Como um animal selvagem devorando sua presa.
— Deixe-me, por favor. — o tom sôfrego na voz, os dedos enroscados na bainha da calcinha de renda, aquilo te deixava tão molhada, tão... pulsante.
Quando os olhos dele se encontrando com os seus mais uma vez, você pisca em sinal que aceita tudo o que ele lhe dará.
E felizmente ele entende.
Vê os olhos negros se fechando e um sorriso de leve traçar o rosto do desconhecido. Sente ele levantar um pouco a saia da camisola, enquanto beija e chupa bem devagarinho sua clavícula exposta.
As mãos geladas deslizando sua calcinha até seus calcanhares e voltando numa caricia gostosa te deixa bêbada.
Ele desce a mão esquerda até seu núcleo, os dedos longos arranham suavemente sobre os lábios melados da região. Ele faz questão de ficar só raspando ali, de vez em quando pressiona seu nervinho só para ter o prazer de ver seus pelos se arrepiando e suas pernas terem leves espasmos.
— O q-que é... — pela primeira vez, após longos minutos seu corpo volta a responder os comandos do seu cérebro. O demônio olha para você após escutar o tom doce de sua voz ecoar até ele, por impulso tenta parar com o toque que estava lhe dando, mas você o impede. Com as pernas abertas e as duas mãos pequenas segurando o pulso forte, você sussurra: — N-Não...
— Não?... — ele pressiona os dedos no seu ponto inchado.
— N-Não para... — responde com as bochechas vermelhas, o desejo carnal agora duas vezes mais forte.
Ele sorri diabólico, com orgulho; talvez satisfeito. O Desconhecido movimenta o nervo com força, de maneira lenta, escutando o barulho molhado surgindo aos poucos por conta do mel que esbanja.
E você geme baixinho, manhosa. As pernas balançando atiçam o ser a sua frente, ao ponto dele inconscientemente esfregar a pélvis contra um de seus joelhos afim de tentar acalmar-se um pouco.
— Você gosta disso, não gosta? — sussurra ao pé de sua orelha, mordendo gentilmente a pele com um dos caninos para não te machucar, assim como prometeu.
"Nos seus sonhos você ama quando eu faço isso, não é? Quando eu mergulho meus dedos em você, quando afundo eles em você e depois tiro, tudo em sequência. Você, meu anjinho doce, casto e intocável, adora..."
— E pensar que te perturbar durante o sono viraria realidade, anjo... — ele espalha selares sobre sua mandíbula, a contornando, enquanto você morde os lábios tentando impedir qualquer passagem de som vinda de você.
Os dedos longos aumentando a força e a velocidade fazem seu plano ser arruinado quase que instantaneamente. Desta vez, as mãos que seguram o pulso em movimento se apertam com firmeza, arrastando as unhas curtas por toda a extensão do braço daquele ser afim de tentar aliviar a sensação de prazer que se acumula em suas veias.
Sente o ventre coçar, o sangue borbulhar e o orgasmo queimar todo seu organismo. E o fenômeno parece vir com ainda mais intensidade quando a mão livre dele se apoia em seu pescoço, apertando fraco as veias da região.
"Oh, meudeusmeudeusmeudeus..."
Solta rezas e orações desconexas, totalmente perdida no prazer que sentira. Pede, implora e se cansa.
Totalmente fraca, com as íris escuras te observando esbajando a ufania pelo o olhar.
— Anjo... — ele chupa os dois dedos que antes brincavam com você — Hoje à noite eu irei trazer o céu até você... — o anelar e o médio voltam para o ponto de origem, brincando com o molhado de seu centro.
"Até eu dizer chega."
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A mão gelada entrelaça o cinza entre as digitais
O grafite perfura o tempo inventando outros riscos.
Outras linhas.
O coração foge para a porcelana quente que exala o aroma amargo recém passado.
Como se pudesse dar mais tempo ao tempo.
A folha grita em suspiros.
Em melodias quase mudas.
Enquanto compõe letras que nunca serão entoadas por voz alguma.
Anseios que antevem mundos coexistentes.
Uma busca irrefreada por expor a carne sem mais ter que precisar enxergar o sangue.
Cicatrizes despercebidas à olhos nus narram histórias que pouco tem a ver com maturidade.
O lápis provoca rasuras que contam vivências.
E a euforia se esvai.
O tempo pausa a vida, mas continua correndo.
A letargia se limita à dimensões.
Enquanto o café esfria nas palmas e a alma se dissipa em metonímias.
Não preciso mais me rasgar em lâminas finas...
Eu me entrego ao ópio.
Em linhas tortas encharcadas de metáforas.
(Ópio Plutônico)
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tudo sempre ocorre da mesma maneira.
fico buscando uma exceção para a regra, algo que me faça crer que eu não estarei sozinha. me eremito em busca de encontrar respostas para o medo que me acompanha. penso que se eu mexer uma peça desse baralho, fazer um reajuste na máquina, finalmente estarei em paz. silencio os meus pensamentos me dizendo que sempre será assim. dessa maneira. eu. sozinha. eu e os meus atos de pequeneza. tento me acolher para poder seguir. arrasto essa pedra para poder seguir. me malabariso para poder seguir. me escudo para poder seguir. choro para poder seguir. então tudo começa a pegar um novo ritmo com cor de sol. começo a ter mais agilidade na caminhada e em breve estou respirando mais uma vez. aos poucos abro as janelas da casa em busca do que está do lado de fora, em busca do que pode me fazer se sentir viva de novo. tiro a poeira dos sapatos para poder usá-los mais uma vez. vou reorganizando os móveis de dentro para que se tenha espaço para mais um. observo o lado de fora esperando o dia em que serei escolhida pelos deuses mundanos para provar do que quero.
em um desses dias, ele chega. eu abro a janela, o convido para entrar, tomar um café, um chá, um vinho. tudo isso para que eu me sinta viva. para que eu sinta uma dose de existência transpassando pelo o meu corpo. para que eu sinta o toque percorrer como sinapse. para que eu sinta carne e alma. logo mais, entrego as chaves para que ele abra as portas da casa, num ato de rebeldia contra os meus medos me dizendo que tudo sempre ocorre da mesma maneira. meu coração diz que eu estou pronta para perder, mas só depois que todos os cômodos tenham sido devidamente explorados. se minha alma se sentiu vista e ouvida, então eu posso seguir caso acabe, quem sabe. posso me virar do avesso mais uma vez e me reencontrar no luto do que foi vivido. só não sei o que fazer quando os lençóis não foram usados, quando as garrafas não foram abertas, quando a poeira do seu sapato não mistura com a minha, quando não sei o que fazer com o espaço vazio entre as minhas mãos. quando o vejo e não o enxergo, e ele ali continua, distante de mim, tentando limpar sua própria poeira sem que eu perceba, aos poucos envenenando a minha bebida, tomando de mim as certezas que construí. nunca sei o que fazer com as expectativas das memórias não vividas, quando tudo o que quero é que se demola em mim a certeza de que sempre será assim. que eu volte a acreditar, mais uma vez, que existe algo por aí para mim que também me busca. que reorganizar a casa não foi em vão, e que a gente vai se encontrar e tudo fará sentido. e que tudo que veio antes foi o instinto de sobrevivência me levando com a correnteza para o lugar certo, mesmo que nesse meio tempo eu tenha perdido algumas partes de mim, para que nasçam outras que ainda não conheço. para que as minhas mãos finalmente encontrem o caminho para casa.
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Eu Não Sei o Que Fazer Com as Minhas Mãos Quando Você Se Aproxima
Velhas lenhas não queimam mais Jogue por cima a terra feita de minha carne Espero que a fome de meus antecedentes Sirva brevidades a este infortúnio
O querer precarizou o verbo Mesmo ao ser verbalizado O azar vaga pela pele Situando novas pragas
Os barris de pólvora lambem a manhã A lava seca a miséria atribulada ao indivíduo Posterga tragédias, esvazia autos com mãos Me estimula um réquiem entre o êxtase
Teu beijo antiquário me leva A uma viela de vendas impróprias Para penhorar deuses e narcóticos Hei de mistura-los ao gosto azedo
Tais companhias vestem cinzas Hipnotizados por seus egos Fazem da carne uma pátria Fazem do prazer uma trincheira
É tão inesperado assim o roteiro? Creio que há um tempo para limar Cores ofuscadas por nuvens nubladas A tapeçaria poderá saltar cotações
Declina o fogo, que possa cair com um brio redentor Recontáveis vezes que vereditos de mãos trêmulas Fizeram reconhecer almas atraídas pelo fascínio Pertencer aos braços reconfortantes de um amor
Todos estes ramos colecionáveis Há quem os veja coroa de espinhos Há os que posam desinibidos Para um fim abafado de pretextos
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#pierrot ruivo#carteldapoesia#projetoflorejo#poetaslivres#lardepoetas#mentesexpostas#projetoalmaflorida#projetovelhopoema#pequenosescritores#pequenosautores#clubedaleitura#simbolsimo#expressionismo#espalhepoesias#arquivopoetico#quandoelasorriu#projetocaligraficou#projetoversografando#projetoartelivre#novospoetas#liberdadeliteraria#poetizador#poecitas
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Ey, hola! Espero que se encuentren bien, aquí estoy con algo nuevo y de temática Yandere con nuestro damphir favorito.
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Advertencias: menciones de desnudes, tocamientos no deseados, se hace mención de actividades +18 o adultas llegando al final de la lectura, Yandere Alucard, esto es ficción, no consientas estos actos en la realidad.
Título: Por los siglos de los siglos.
Resumen: Harto de vivir solo durante tantos años, Alucard decidió tomar a la pobre alma que había llegado a él, buscando ayuda, sin saber que buscar su ayuda, tendría como pago ser su compañera amada por el resto de los siglos.
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Dormir juntos se sentía tan pacífico, como una unión que no se podía describir, incluso después de hacer el amor sentir la piel del otro y el aura que desprendían por estar juntos era lo más placentero. Era una conexión única e indescriptible.
Pero…
Su unión no era como la clásica amorosa, dónde ambos se amaban tan fieramente, se entregaban sus vidas y almas en un juramento lleno de amor y fiereza por estar unidos.
No era como la de sus padres.
La amaba tanto que su amor parecía una locura, una obsesión enfermiza y despiadada. Oscuro.
Alucard la quería con él, quería eso que tuvieron sus padres y amigos, aún después de vivir por muchos años y ver y conocer a tantas personas, estar solo no era maravilloso, ver las paredes del gran castillo era desesperante, él quería ver una nueva cara, sentir la compañía de alguien más, anhelaba tener intimidad con quién debería de ser su amante y sentir la felicidad juntos. Daría todo por, incluso, hacer las actividades más domésticas que hay en la vida.
Sin embargo, atormentado por sus demonios internos, la desesperación y el deseo que tanto pedía, lo llevó a meterte en su casa y volver su cautivo; fuiste tan inocente al confiar en él y no darte cuenta de sus intenciones profundas. Solo querías su ayuda para salvar a tu pueblo del acecho de unos vampiros, ¿Quién iba a decir que buscar su ayuda, tendría como pago ser su compañera amada?
Sometida a sus deseos, ahora debías dejarle tocarte y amarte. El misterioso Alucard que había salvado innumerables veces al mundo, que hacía su deber por compasión y acto de amor a su madre perdida, había resultado ser diferente al de las historias que se contaban de generación en generación.
Llevando una de sus manos a tu mejilla, te hizo salir de tus pensamientos.
“Te amo, cariño, tú… ¿Tú me amas?”
Y aquí era donde tenías que responder a sus sentimientos, forzosamente.
“Sí, te amo.” Un amor de mentira, obligado. Sus ojos brillaron con deleite al oír tu respuesta.
Sabía que tus palabras no eran reales, pero ¡Qué felicidad y placer encontraba, cuando le decías lo que quería escuchar!
���E-Espera…” Trataste de detenerlo, en cuanto él se acercó a ti y te volvió a encerrar entre sus brazos y el colchón de la cama.
Sus labios bajaron a su cuello, besando, lamiendo y alabando los chupetones que había dejado horas antes, los filosos colmillos rasparon la piel delicada que encontraban, sus grandes manos llegaron a sus pechos, cubriendo la carne suave y sintiendo como se endurecen esos pezones dulces que tanto ama, no podías evitar los suaves suspiros que dejabas escapar, Alucard sonrió, sabía cómo sacarte gemidos.
“Por favor, no… estoy cansada.”
“Por favor, sí.” Sus ojos brillaron con peligrosidad y supiste que no podías pararlo. Él ya estaba duro y dispuesto a tomarte. La punta dura y caliente pinchando sobre tu ombligo.
Sus facciones se volvieron completamente vampíricas provocando temor, las palabras finales de él firmando tu destino.
“Déjame amarte por el resto de los siglos.”
#yandere castlevania#yandere alucard x reader#yandere adrian tepes#alucard castlevania x reader#adrian tepes x reader
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A mancha do amor
Autora: Mão de Defunto
#‼️Esta narrativa possui conteúdo sexual explícito, além de abordar o luto# ‼️
“Pensa-se que é mais belo amar abertamente que em surdina”- Banquete, Platão
Eu tinha esquecido a existência deste caderno, e por essa razão faço dele meu diário de confissões. Contudo, não são confissões de alma ou espírito, mas sim confissões carnais… “Carnal” é uma palavra bem bonita, bem saborosa ao meu paladar, mas também tenho certeza de que o toque do erótico é necessário para que a vida humana possa, de fato, ser bela.
Encontrei este caderno, nunca usado e tão antigo (da minha época de adolescente), entre todas as minhas velhas cartas trocadas com meu falecido marido, H.G. Bom… sinto falta da presença dele, do toque dele; e, de certa forma, tenho pensado… muito. Muitos pensamentos e pouca criatividade, muita alma, pouca carne… Muito choro, pouca alegria. Assim tenho vivido meus dias: nada me move, nada me muda. Os dias passam devagar, e a casa agita-se com coisas desinteressantes, mas a noite passa rápida, comprimida, fria. Eu? Bem… eu não consigo fazer nada, apenas me sinto refém da efemeridade da vida.
Na verdade… nos últimos dois meses, ou melhor, desde a morte de H.G., deixei de sentir prazer no ordinário, no extraordinário, da vida humana: no mérito, na família, na amizade, na igreja, na cama. Talvez… esse seja o princípio de uma depressão. Mas não. Eu ainda sonho, ainda desejo. E o que mais desejo é sentir, novamente, o toque do meu marido no meu corpo… novamente.
Como posso dizer? Ao longo da minha vida, sempre tive uma imensa curiosidade pelo meu próprio corpo, mas algo no sexo masculino sempre me chamava a atenção… Como fui criada por uma família tradicionalmente cristã, era natural que eu estudasse em uma escola só de meninas, mas isso não foi o suficiente para me impedir de descobrir o prazer carnal… Afinal, eu tinha apenas 14 anos. Em 1975, ao encontrar O Crime do Padre Amaro, tudo ali se tornava uma novidade. Apesar da denúncia do abuso da religiosidade, lembro do que era mais excitante: o silêncio daquela noite de pecado, e não ser pega folheando o que não deveria folhear. Regras foram criadas para reprimir a natureza ruim do ser humano, ou foram criadas para termos o que desafiar?
Apesar disso tudo… foi com 18 anos que as coisas começaram a fazer sentido, não só no sentido de complexibilidade sociológica, mas também no sentido sensorial. Meus pais contrataram professoras de francês e inglês para mim, para meus irmãos. E isso foi uma grande benção de modo que eu me apaixonei por Georges Bataille, e sua grande obra prima: Histoire de l'œil. As primeiras páginas… eram o suficiente, eu sei que aquela era apenas a minha leitura favorita, e também a do meu amado marido. E então… em 1979 achei um exemplar em um pequeno sebo de literaturas francófonas. Cheguei em casa num horário que ninguém estava; logo, comecei a leitura sentada no meu quarto, vestida de saia longa até os tornozelos, e o meu cabelo rebelava-se contra uma tentativa de trança.
Conforme as páginas deslizavam pelos meus dedos, pude sentir meu coração acelerar, e o líquido íntimo escorrendo para minha roupa mais íntima. Mas por um momento já não conseguia me segurar… por essa razão, lembro, que corri para o banheiro do meu quarto. Tranquei a porta. Ajoelhei-me no chão, empinei as minhas nádegas para cima, a saia dificultou um pouco os meus dedos de chegarem lá embaixo… aquele lugar do meu corpo que estava extremamente viscoso e quente… quente… acho que essa é uma das minhas memórias das quais mais senti calor. Não conseguia gemer de tanto medo que sentia de ser pega…
Aquela era a primeira vez que me tocava daquele jeito, mas também foi a primeira vez que coloquei algo dentro do meu ânus; os meus dedos estavam escorregadios os suficiente para penetrarem o meu buraquinho com facilidade, era uma ardência misturada com prazer a qual nunca esqueci. Eu comecei com o dedo indicador, só que logo coloquei outro. Apesar do ânus ser um órgão excretor, parecia que o meu tinha sido criado para receber algo roliço dentro. Nessa mesma atmosfera ardente, os meus dedos pressionavam o meu reto até que senti um impulso involuntário, e meus joelhos se separam de forma que os lábios genitais encontrassem o chão frio… uma onda quente passava por todo o meu corpo até que de minha boca deixei um pouco de saliva escapulir, como um cachorro, mas um cachorro extremamente satisfeito de prazer.
Bem… não demorou muito para que eu perdesse o que chamam de virgindade. No mesmo ano, uma amiga de minha mãe, cheia de convicções, a persuadiu de me enviar no Natal para Avignon, na França, acompanhada de meninas, filhas de outras amigas próximas de minha mãe, e que eu tinha enorme desgosto. Uma cidade tão pequena, tão bonita, e tão pequena... quase sufocante. Foi lá, nesse cenário quase irreal, que eu conheci H.G., meu marido. Ele era britânico, estudante de artes, três anos mais velho (e com mais dinheiro) que eu. Tudo parecia tão distante e inevitável ao mesmo tempo…
Era uma noite fria de Natal. Daquelas em que o peso do silêncio se confunde com o ar. Eu, insone, tomada pela inquietude de mais uma frustração familiar, me sentia uma figura à deriva, quase espectral. Quem ousasse entrar no meu quarto, quem se aventurasse por aquele espaço de sombras e penumbra, teria a impressão de ter se deparado com um fantasma. Não qualquer um, mas um que havia perecido lentamente, vítima da negligência. Eu mesma estremeceria ao me olhar: o rosto desfeito, o cabelo selvagem, como se o tempo não mais o domesticava.
Eu me penteava vagarosamente diante da janela, o espelho da noite devolvendo minha própria fragilidade, quando o som de batidas na porta quebrou o pequeno transe. Com irritação imediata, uma raiva surda, abri apenas uma fresta mínima, quase cruel. Sussurrei, mas com a força de quem quer expulsar uma presença indesejada: “Edna, cai fora!” – já exausta com sua insuportável curiosidade. Fechei a porta com veemência, talvez com mais força do que a situação exigia.
Sentei na cama… peguei um lenço, aspirava-o ar comprimido… numa tentativa de controlar o que minha mãe chamava de pavio curto. Tentando dissipar o que me queimava por dentro. Porém, mais uma vez, o ruído na porta. Só que dessa vez, uma voz hesitante, carregada de um francês maltratado, irrompeu: “Qu'est-ce que ça veut dire 'Edna, cai fora'?”
Surpreendi-me. Não era brasileiro, nem francês. Aquela voz carregava a distância de outras terras. Era britânico. H.G. – o amigo do irmão de Edna. Lembrei então do que me escapava, a razão para sua aparição ali. Mais cedo, num raro momento de alegria, eu o havia chamado ao meu quarto para mostrar alguns dos meus desenhos de Avignon. Quase esqueci. Abri a porta com muita vergonha da atual situação. Pedi desculpa pelo meu estresse e sugeri que voltasse num outro momento, só que H.G contra argumentou que o melhor pedido de desculpas que eu poderia oferecer, era aceitando a companhia dele. Abri caminho para ele entrar.
H.G, nessa época dos dezoito anos a vinte poucos, tinha traços duros, quase dissonantes, como se o seu rosto tivesse sido talhado por uma mão impiedosa. Não havia beleza óbvia nele, ao menos não aquela que se reconhecia de imediato. Sua pele, marcada por uma vida de pensamentos que o desgastavam por dentro, refletia um cansaço profundo. Mas havia algo nos olhos – olhos que pareciam carregar um brilho indomável, quase cruel, de quem já havia penetrado no âmago da escuridão e retornado com cicatrizes invisíveis. A boca, ligeiramente torta, como se estivesse sempre à beira de um sorriso irônico ou de uma confissão dolorosa, revelava a tensão constante entre o desejo e a repulsa. E foi… por essa imagem pela qual me apaixonei, e amei por tanto tempo…
Assim… que encontrei o meu caderno de desenhos debaixo das minhas roupas, sentei ao lado de H.G e deixei ele folhear, suas mãos passando pelas páginas como quem manuseia um segredo. H.G. não falava muito. Seus dedos grossos e pálidos percorriam os traços que eu mesma havia desenhado, e a cada página virada, o silêncio parecia crescer entre nós, quase palpável, como se a presença dele tivesse o peso de algo não dito, mas profundamente compreendido.
Eu o observava em uma espécie de fascínio contido. Sua concentração nos desenhos de Avignon me deixava vulnerável, como se o ato de folhear meus esboços fosse um modo de tocar diretamente a mim, sem nunca precisar de palavras. Minha vergonha inicial, aquela que me consumia no instante em que abri a porta, foi sendo substituída por uma sensação mais nebulosa — um misto de curiosidade e desconforto. Por que ele estava ali? O que o prendia àquelas imagens?
H.G. finalmente parou em uma página, uma rua estreita de Avignon que eu havia desenhado de memória. Ele ergueu os olhos para mim, e naquele instante, houve uma troca silenciosa. Sua boca esboçou um meio sorriso, como se visse algo que eu mesma não conseguia enxergar. Era a primeira vez que alguém olhava para os meus desenhos daquela forma, como se a cidade de Avignon fosse apenas um pretexto para algo mais profundo, algo que ele parecia entender de maneira instintiva.
"You draw what you can't say.," ele murmurou, sua voz mais baixa que o usual, quase como se estivesse falando consigo mesmo.
Assenti em silêncio, incapaz de articular qualquer resposta. Ele estava certo. Desenhar sempre havia sido meu refúgio, a maneira de conter as palavras que me escapavam, as dores que eu não conseguia nomear. E agora, aqui estava ele, um estranho que, em poucas palavras, parecia ter desnudado algo que eu mesma tentava esconder.
Enquanto ele continuava a folhear, senti uma proximidade inesperada se formando. Não era uma proximidade física, mas algo mais sutil, como se, no silêncio entre nós, estivéssemos compartilhando uma intimidade que não requeria explicação. H.G., com seus traços duros e olhar cansado, compreendia. E por isso mesmo, ele me tinha.
Quando ele terminou de folhear, fechou o caderno com uma delicadeza que eu não esperava de suas mãos firmes. "Sorry for invading your space.," ele disse, dando lugar a um tom grave, genuíno. Eu o olhei por um longo tempo antes de responder, sentindo que algo entre nós havia mudado, mas sem saber exatamente o quê. "You didn't invade”, sussurrei, mais para mim mesma do que para ele.
H.G. esboçou aquele sorriso torto e enigmático, e por um breve momento, me vi perigosamente à beira de um abismo, mais perto do que jamais ousara chegar. E então, quase sem pensar, segurei sua mão — e ele, num gesto igualmente silencioso, segurou a minha de volta. Seus olhos mantinham os meus presos, enquanto sua presença, antes tão distante, se aproximava com uma lentidão irresistível. Quando seus lábios finalmente tocaram os meus, o tempo pareceu se dobrar sobre si mesmo.
O beijo de H.G. era acolhedor, como se tivéssemos sido destinados àquele momento desde sempre, como se nossos destinos houvessem convergido, de forma inevitável. O sabor do tabaco e o aroma suave de chá de canela pairavam no ar ao seu redor, e eu senti uma estranha familiaridade, um conforto quase esquecido. Esse cheiro que me acompanharia por mais 45 anos, um cheiro que uma vez amei e que, com o passar do tempo, desapareceu… e agora, esse momento, que tanto anseio de reviver, não tem retorno.
Naquela noite… só teve esse beijo. Só que como eu disse… foi nessa viagem que perdi minha virgindade. Então… era 27 de dezembro de 1979, todos tinham ido passar uma noite em Montfavet, enquanto eu iria ficar sozinha em Avignon. Já havia se passado uns 50 minutos desde que os meus colegas tinham saído de viagem, e eu estava deitada no sofá lendo um livro em francês… não me lembro se era Stendhal, mas não importa… pois eu ouvi alguém entrar… e esse “alguém” era H.G como a respiração ofegante ele me explica que decidiu voltar para Avignon quando soube que eu não iria para Montfavet… Ele estava com a blusa de botões toda amassada, o suéter de lã torto, e o casaco no braço. Eu me levantei, corri para seus braços, o beijei com tanto desejo e paixão… por milésimo de segundo me senti uma mocinha escrita por Austen.
Contudo… as heroínas de Jane Austen não fariam o que fiz. Eu comecei a beijar o pescoço de meu amado, e no instante que os beijos cessaram; H.G tira o seu suéter e abre as calças dando mais realce para o seu grande volume. Segurei a respiração, e tirei meu vestido e calcinha. O meu marido tirou sua cueca, seu pênis erguido daquele jeito, parecia na verdade uma poderosa súplica: era perfeito, as veias apertadas e delicadas, a grossura era farta, e o comprimento… com certeza iria profundo.
H.G me deitou no braço do sofá, colocou minhas pernas sobre seus ombros, e com a pontinha do seu pênis ameaçava me penetrar. Eu conseguia sentir meu canal vaginal contrair de tanto anseio para ser “desonrada”, meus lábios já estavam úmidos o suficiente para haver uma penetração ali. E, talvez, pela minha inexperiência eu quisesse acabar com tudo de uma vez, mas H.G se afastou um pouquinho. Com seus dedos começou a massagear meus lábios genitais com bastante delicadeza, para que aquele momento ficasse gravado no meu corpo. Um de seus dedos entra em mim devagarinho e como o dedão pressionava o meu ponto mais sensível. Era algo intenso o suficiente para eu querer mais e mais, e do ponto de vista em que estava observei o quanto ele não era belo no sentido comum, porém, eu sentia a vertigem de estar diante de alguém que já havia desnudado a alma até o osso. Sua presença exalava algo bruto, primitivo, mas de uma estranha sedução que atraía pela mesma razão que repeliria: a promessa de um abismo prazeroso.
Nós não trocamos muitas palavras durante o ato. Acho que nem precisava… afinal após os dedos deles me tocarem no ponto mais sensível de minha vagina, percebi que o meu intímo líquido se espalhou por muitos lugares, inclusive seu pênis estava já coberto dele antes que entrasse em mim. Então… H.G sussurra no meu ouvido algo do tipo excusez-moi e … me beijou ligeiramente. Ele acariciou minhas nádegas suavemente, acariciando ao redor e descendo. E quando minha respiração se tranquilizava ao ritmo das carícias… ele inseriu seu pênis dentro do meu canal vaginal… não lembro se doeu como se ouve falar… só lembro que era quente, duro, e insaciavelmente bom…H.G se movia, dentro e fora em uma sucessão de ritmos quase tímidos, para uma paixão densa e arrebatadora. Eu havia puxado seus cabelos,o forçando a me beijar, quando senti toda minha carne espremer a carne dele dentro… Aquilo não só foi o meu primeiro ato sexual, como havia sido o orgasmo mais intenso dos meus dezoito anos…
Depois daquele dia, H.G. reorganizou sua vida para me ver todos os dias até o momento em que eu retornaria ao Brasil. Ele, vindo de um berço de ouro britânico, não demorou a me pedir em casamento, e assim, nos unimos em 1982. Foi um casamento que, eu diria, a troca de intimidade carnal e espiritual se confundiam, como se fôssemos duas partes de um mesmo todo. Poderíamos ser descritos como almas gêmeas, mas não no sentido romântico superficial que se costuma falar — éramos almas que trocavam mais do que o tangível.
Agora… sozinha os cheiros de tabaco queimado, e chá de canela ainda estão na casa. É um cheiro que agora me persegue, não sei se o sinto ou se o criei. Talvez tenha ficado na pele das paredes, talvez no ar imóvel do quarto onde ele morreu. E eu... eu respiro. Como posso continuar a respirar?
Foi a pele de H.G que o levou, ironia cruel. A pele que tantas vezes beijei, toquei com uma necessidade quase faminta, aquela mesma pele foi consumida por dentro. Primeiro, uma mancha pequena, irrelevante, quase uma piada. Ríamos, ele com aquele sorriso torto, "não é nada", dizia, e eu acreditava. Era assim que vivíamos, ele dizia e eu acreditava. Até que a mancha foi crescendo, devorando o corpo que eu amava, o corpo que foi meu e agora não é mais nada.
Agora sou eu a mancha. Eu me espalho por essa casa, pelos lençóis que não lavo, pelo travesseiro afundado onde ele deitou a cabeça pela última vez. Eu sou o vazio, o eco do silêncio que ficou. Sou o riso sufocado, porque não sei como chorar. O choro viria como um rio, mas o rio não vem. Ele era a minha âncora, e sem ele estou flutuando. Não, não flutuando. Estou afundando. O câncer era a nossa vida, tornou-se tudo, uma sombra constante, e agora que ele se foi, o que resta de mim? Como viver sem a única coisa que me prendia aqui?
Às vezes, no meio das noites rápidas, ainda me esqueço… Espero ouvir o som dos pés arrastando no corredor. Levanto-me com a urgência de quem vai socorrer. Mas ele não está lá. Ele nunca mais vai estar. Sinto saudade do toque, da carne, da imperfeição da pele. Sinto saudade até do medo. Porque no medo havia algo, havia um futuro. Mesmo que fosse um futuro curto, era um futuro que podíamos temer juntos.
O amor, esse conceito que a sociedade tanto romantiza, que nos é vendido em livros, no cinema, nas canções, na arte… ao longo dos 45 anos que vivi ao lado de H.G., percebi que o amor verdadeiro nasce quase imperceptível, como um sussurro de cor no rosto que cora sem querer. Ele mal ousa existir, tímido, uma leve brisa que passa por nós e quase nos escapa. Mas com o tempo, essa leveza se dissolve. O amor começa a tomar forma, torna-se encorpado, profundo, até que sua cor suave se transforma em um vermelho denso, carregado de significado. Um vermelho que, a certa altura, se aproxima da dor — não porque machuca, mas porque consome no fim da vida.
É uma cor que deixa de ser apenas cor. É uma pulsação, um coração que bate fora do corpo. E, no fim, o amor se torna esse vermelho escuro, intenso, quase opaco. É o peso da vida que carregamos no outro, é a essência de estar vivo em alguém, a entrega completa, como se o último suspiro do amor fosse o próprio respirar da vida compartilhada.
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“Tres cosas conducen a Dios: la música, el amor y la filosofía”
Plotino
Fue un filósofo helenístico autor de las Enéadas y fundador del neoplatonismo junto con otros filósofos como Numenio de Apamea, Porfirio, Jámblico y Proclo.
Nació alrededor del año 205 d.C. en Licópolis Egipto. Su vida y filosofía fueron muy importantes en el pensamiento occidental y a pesar de haber vivido en una época llena de agitación política, Plotino centró su atención en el mundo de las ideas y en la filosofía.
Durante su juventud estudió con varios maestros filosóficos, desarrollando un carácter melancólico y reflexivo. A la edad de 28 años encontró a Ammonio, un maestro que le brindó paz espiritual y que durante 11 años lo marcó en un punto de inflexión filosófica y en su propia forma de vida.
No obstante, en un giro inesperado, Plotino se unió al ejército bajo las ordenes del general Gordiano quien planeaba una expedición a Persia. El fracaso de esta campaña hizo que a duras penas lograra salvar su vida, quien derivado de lo anterior, decidió abrazar completamente la filosofía y a desarrollar su propio sistema de pensamiento.
Durante su vida en Roma, Plotino llevó una vida inusual, se abstuvo de comer carne y realizó frecuentes ayunos, siguiendo algunos de los principios pitagóricos antiguos. Sin embargo a pesar de ello Plotino logró ganar gran prestigio como maestro público en Roma en donde sus enseñanzas atrajeron a estudiantes de diversas clases sociales.
El emperador Galeano y su esposa le tenían alta estima y estaban dispuestos a otorgar a Plotino una ciudad en la Campania para establecer una república platónica, sin embargo, los ministros imperiales se opusieron a esa idea argumentando ser inapropiado en el contexto del imperio Romano.
La propuesta central de Plotino consistía en en que existe una realidad que funda cualquier otra existencia en donde el principio básico es solamente lo “Uno”, la unidad, lo más grande, como un Dios único e infinito. De donde se funda la existencia de todas las cosas, en donde el uno está mas allá del ser.
El Uno representa la realidad inmejorable y suprema de la cual el nous y el alma provienen.
El Nous no tiene una traducción adecuada pero algunos autores lo traducen como el espíritu, mientras que otros prefieren hablar de inteligencia, mas esta vez no con un sentido místico sino intelectual. En la explicación del Nous, Plotino parte de la semejanza entre el Sol y la Luz. El Uno sería el sol y la luz como el Nous. La función del Nous como luz es la de que el Uno pueda verse a si mismo, pero como es imagen del Uno, es la puerta por donde nosotros podemos ver al Uno. Plotino manifiesta que el nous es el resultante del “contacto” con el Uno.
El tercer elemento es el alma, el cual en un extremo está ligada el Nous y tira de él, y en el otro extremo esta asociado al mundo de los sentidos del cual es creadora, es decir, el gobernante de todos los objetos y pensamientos en el mundo tangible, es decir, el nuestro, el cual se encarga de generar materia debido a la insuficiencia de producir ideas y ejecutarlas.
El enfoque filosófico de Plotino se caracteriza por su estilo razonador y dialéctico en donde cada tema se reduce a una idea fundamental. Siendo sus escritos, referentes de estudio y admiración en el mundo académico.
Plotino murió en Roma, a la edad de 66 años en el año 270 d.C. Sus obras, conocidas como la Enéadas, son una síntesis de la filosofía, y se inspira en gran medida en el pensamiento de Platón, pero también incorpora elementos del aristotelismo y el estoicismo.
Fuente: Wikipedia.
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Oração
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sinopse: Padre Charlie Mayhew vive um conflito interno ao se apaixonar por Maria, uma mulher que, apesar de ser sua perdição, também representa a sua salvação. Entre momentos de prazer e dor, a relação deles desafia os votos e as responsabilidades de Charlie como sacerdote.
Tudo muda quando Maria, o amor de sua vida, se afasta, deixando Charlie devastado e perdido. Contudo, o destino, impiedoso, o puxa para uma realidade ainda mais cruel, desafiando suas crenças e sua fé. Agora, ele precisa confrontar não apenas o amor que perdeu, mas também os próprios demônios internos e os desígnios de um Deus que parece testar sua alma a cada passo.
Oração é uma história de amor proibido, pecado e redenção, onde as fronteiras entre o desejo e a moralidade se confundem.
nota da autora: SEM REVISÃO.
aviso de conteúdo: culpa (católica) e remorso & tesão e muito angst.
idioma: português (Brasil) | pt-br
contagem de palavras (no total): 2680 palavras
"sangue do sangue"
PARTE III
Logo cedo de manhã, mal tendo aberto seus olhos e dissipando o sono de seu corpo, Charlie recebeu uma mensagem de Maria, lhe pedindo um momento para eles conversarem. Deixando bem específico que a conversa deveria ser em contexto privado, o homem não pensou duas vezes em chamá-la para tomar um café na casa paroquial – sem segundas intenções, o que era surpreendente para um espírito tão maculado quanto o dele. Porém naquela manhã desta quinta-feira ordinária, Padre Charlie Mayhew acordou com um amargo na boca e uma sensação ruim no estômago que lhe anunciou não ser um dia comum.
Tomou seu usual banho gelado matinal para despertar o corpo, escovou os dentes e cuidou da pele como forma de manter-se em boa aparência, já que seu corpo nada mais era que uma habitação de sua alma, então havia a necessidade de mantê-lo sempre no seu melhor estado: limpo, firme e impecável. Enquanto escovava os dentes, se encarando profundamente no espelho meio embaçado do banheiro, ficou refletindo sobre as suas últimas decisões… O dia que foi nomeado para a diocese até o momento que cruzou os olhos e deixou-se levar pelos desejos mundanos ao se deitar com uma mulher, tudo havia se tornado uma fina linha áspera que o dividia entre os deveres do sacerdócio para com seus próprios desejos carnais. Havia uma dor que transpassava seus ossos e sua carne para sua alma que o feria feito um ferro sendo derretido em cima dele: uma sensação pesada e melada o queimando todos os dias, um eterno martírio do espírito que já não era mais santo.
Ele nunca foi. Cuspiu a espuma esbranquiçada na pia, curvando-se para enxaguar a boca, sentindo que aquele ato breve de limpeza e frescor o suspendeu um pouco da constante sensação de imundície que ele se encontrava. Estava impregnado na carne já. Era difícil de arrancar aqueles pecados profanos de si. Respirou fundo rezando um Pai-Nosso enquanto lembranças impetuosas dos momentos de prazer irrigavam todo seu sangue da sua cabeça até seu pau. Bendito seja feito a Sua vontade!
Deslizou descalço até seu quarto onde se sentou na beirada da cama, coberta de lã branca limpa, cheirando a sabão em pó e amaciante concentrado que adretavam seu olfato o fazendo se recordar de casa. A mãe preparando café da manhã enquanto o pai sentado à mesa, antes de ir trabalhar, folheava o jornal do dia. Bons tempos onde a inocência reinava e o protegia das malícias do mundo. Com controle, deixou as mãos no colo, o membro íntimo ainda rígido sobre o toque, engoliu o gemido da sua fraqueza e ao invés de se tocar para aliviar o desejo que cresceu no meio das pernas, optou por se manter firme nos seus princípios, rezando extenuante até a mente cansar e aquelas imagens se tornarem borrões vagos no meio de recordações onde ele exercia seu dom: o de ministrar a Santa Palavra de Deus, vestido com sua batina preta, o colarinho branco na garganta, os cabelos penteados para trás e a voz inspiradora se tornando um eco sagrado na igreja.
Ele deveria ser forte, um verdadeiro soldado de Deus naqueles momentos de tempestade, e usar com sabedoria o verbo da palavra para agir conforme seus últimos esclarecimentos. Naquela noite estranha de sonhos desconexos, sozinho em seu aposento, ele recebeu uma mensagem que julgou vir diretamente de Deus. A imagem era de da Mãe de Deus em sua túnica vermelha, chorando com a expressão de desalento, encarando-o de cima e carregando nas mãos um bebê. Obviamente Charlie tomou aquilo como uma mensagem divina que ele era responsável pelo Filho de Deus e cabia a ele segurá-lo em mãos e mantê-lo vivo e presente entre a comunidade.
Simples.
Terminado suas preces, se trocou com sua usual roupa do dia-a-dia: a camisa social de algodão preta, a calça de alfaiataria da mesma cor, o conjunto de botas de couro carmim. No dedo anelar da mão esquerda seu anel de São Miguel Arcanjo, para lhe proteger das batalhas mais cruéis contra os demônios. No peito uma incerteza em rever o rosto de Maria. Realizou sistematicamente seus afazeres até o horário que eles iriam se reunir: ajudou as Irmãs na horta, rezou um terço, preparou sua homilia para a missa da sexta, foi na padaria para comprar algumas quitandas que sabia serem as preferidas de Maria. Quando o ponteiro do relógio da sala da casa paroquial indicou que faltavam quinze minutos para o horário combinado – e tendo em mente a pontualidade da mulher, Charlie foi fazer o café à moda tradicional, fervendo a água, jogando o pó que foi moído naquele dia no coador, coando e passando para a garrafa térmica. O cheirinho de café inundou a cozinha, o deixando mais relaxado.
Arrumou a mesa com o que havia trago da padaria, o bolo de chocolate e os pãezinhos doce com recheio cremoso em pratinhos. As xícaras na mesa e as colheres nos pires para o açúcar retratavam um quadro casual e íntimo demais que o deixou com uma leve vergonha de si mesmo.
A campainha tocou, anunciando a chegada de Maria.
Santa seja, Rainha Imaculada!, proferiu baixinho antes de abrir a porta, se deparando com a mulher da sua vida, alma do seu corpo, pecado dos pecados, parada vestida com seu vestido longo de seda, alça finas, naquele profundo azul-carbono, cabelos soltos e expressão tensa a sua porta. Charlie engoliu os maldizeres que irromperam sua mente, olhou brevemente para os lados querendo encontrar algum bisbilhoteiro mas foi interrompido com a pressa dela de entrar na casa, soltando com a voz afobada:
— Ninguém tá lá fora, pode ficar tranquilo!
Seu aroma floral o entorpeceu assim como a presença dela que preencheu o espaço todo da sala. Ele rapidamente fechou e trancou a porta, conferindo mais uma vez na janela ao lado se realmente estavam seguros. A rua estava vazia, reflexo da normalidade tediosa daquele lugar. As poucas irmãs que moravam com ele, mais para ajudá-lo com alguns afazeres, estavam passando a temporada no convento principal, que ficava a algumas ruas a frente da casa paroquial, o permitindo ter acesso a elas quando quisesse e precisasse e também uma privacidade para si mesmo. Por isso que as noites e madrugadas adentro soterrado no prazer da carne de Maria eram tão fáceis: ele praticamente ficava a maior parte dos dias e noites sozinhos, era quase como se elas permitissem que ele vivesse tal qual um homem no auge dos vinte e tantos anos de idade normalmente, esquecendo de seu posto como sacerdote. Maria conhecia a casa paroquial como a palma de sua mão: a sala principal com a bicicleta ergométrica que Padre Charlie usava em seus treinos, o corredor que levava até um dos banheiros e a um quartinho embaixo da escada, a escada que subia para um corredor que conectava quartos vazios, janelas abertas com cortinas rendadas que balançavam, o banheiro principal onde ambos já se banharam e fuderam bastante, e lógico… o abençoado quarto dele que dispensava lembranças.
Ela olhou para ele com um ar inquieto, Charlie sorriu cavalheiro apontando com as mãos sua direita, onde havia um pequeno degrau de dois lances que descia para a copa e a cozinha.
— Venha, vamos tomar o café! Acabei de passar… — Maria confirmou com a cabeça, indo na frente dele. Os olhos do homem seguiram a forma dos quadris dela, a suavidade dos ombros e a forma como ela segurava uma bolsa pequena – que ele acabou de notar sua presença – entre os dedos de unhas pintadas de preto. Ela calçava uma sandália trançada nos tornozelos cor palha seca, expondo na canela direita a tornozeleira fininha com um crucifixo em prata pura que Charlie lhe deu de presente. Ela usava aquela maldita peça só em momentos bens específicos – como na noite do aniversário dele, no casamento da irmã mais velha, no batismo do filho de um amigo dela.
Haveria uma grande anunciação naquele dia.
Maria entrou na cozinha, familiarizada com as paredes amareladas e os armários brancos, a mesa com uma toalha de bordas rendadas alva, a garrafa térmica preta. Ele de fato preparou um café da tarde para eles. Sorrindo envergonhado, Charlie tinha ambas as mãos na cintura esperando alguma reação positiva, uma afirmação boa vindo dela com seu café posto à mesa. Recebeu uma jogada de ombros, uma mão brusca puxando a cadeira pesada de madeira na outra ponta da mesa quadrada, encostada na parede à sua esquerda, sentado, encarando-o com o olhar carregado de contestações.
— Que o café esteja do seu agrado! — Sua voz saiu rasgando com desgosto, sentando na outra ponta enquanto cruzava as pernas, encarando-a com aquele ferro líquido que queimava sua alma, pesado, metálico. Maria pegou sua xícara e se serviu com o café, bebericando lentamente sob o olhar cortante de Charlie. Sua demora para desocupar sua boca o deixando doido. Limpou sua garganta, o pomo de Adão descendo e subindo com a frase que estava estagnada na sua garganta:
— A que devo a honra de sua visita em plena quinta-feira à tarde?
A pergunta ficou suspensa entre os dois, pingando seu veneno entre a suposta causalidade em que eles se encontravam, manchando-os com toda aquela carga de culpa cristã que rasgava suas almas. Era hora de expurgar os pecados. Maria abaixou lentamente a xícara até encostá-la na mesa com um ruído ínfimo. Charlie se encostou na cadeira, cruzando os dedos, aguardando sua resposta. Ela molhou os lábios para facilitar a passagem daquelas palavras tão rígidas:
— Precisamos parar com o que temos… Isso já escalonou num nível insuportável para mim, eu não consigo — ela parou, segurando o choro dentro de seu peito: — eu simplesmente não consigo mais suportar tudo isso. Não é certo.
Charlie ficou estático, cético com o que acabou de ouvir. O que era uma hipocrisia vinda dele mesmo já que as palavras que saíram dos lábios de Maria eram exatamente o que ele iria falar. Mas aquilo vindo dela… Soava como uma traição. Eva mordendo do fruto proibido, levando Adão a ruína. Sansão sendo seduzido e traído por Dalila. Ele se sentia um Pedro traíndo Jesus Cristo naqueles momentos de luxúria, negando-o repetidas vezes enquanto se perdia naquela Madalena. Um ódio estranho tomou conta de si, o coração pesado e sangrento tomou conta de sua ações:
— Quem você pensa que é para simplesmente vir até minha casa e depois de me seduzir, querer acabar com tudo como se isso fosse o suficiente para todo o estrago que me provocou? Madalena! Prostituta do Diabo! Eu te condeno! — Cuspiu com ódio. Lágrimas transbordavam no rosto angelical de Maria, a expressão de deslocamento tomando conta dos olhos que caíram, perderam o brilho, enquanto levava as mãos até o coração. Charlie se levantou num pulo, os punhos fechados sustentando seu enorme corpo que vertia para a frente, ameaçador:
— Maria, eu te ofereci um ombro amigo e você me devorou o corpo inteiro! Eu quis ser seu pastor mas você queria que eu fosse seu esposo! Você me tentou, seduziu… Me fez pecar! Isso é heresia, sabia? E sabe o que é pior nisso tudo? Eu te amei feito um louco. Confiei em você como um cão. E em troca recebo espinhos das rosas que pensei ter colhido…
— Mentiroso.
— O que disse?
— Mentiroso. — Repetiu a palavra entre lágrimas, sustentando o mesmo olhar de rancor que ele. Charlie engoliu a ira fortemente, os ombros tensos despencaram assim como seu próprio corpo na cadeira, o suspiro pesado escapou lento pelo nariz. Ela tinha razão. No final das contas ele não passava de um covarde mentiroso. Maria enxugou as lágrimas com as mãos trêmulas:
— Eu não vou carregar o fardo da culpa sozinha, se é isso que você pensa e quer Charlie… Não mesmo! Durante todo esse tempo eu acreditei e acredito que tudo o que vivemos, mesmo que escondidos, foi completamente recíproco. Então não me venha apontar agora os dedos, me acusando de ser uma… uma… prostituta ou o que quer que seja, porque se eu sou uma pecadora, você é tão mais pecador do que eu.
O silêncio sepulcral ornamentou o sepultamento do relacionamento deles.
Maria ergueu os ombros, ajustou a postura, levantou-se e caminhou para sair quando sentiu seu pulso ser agarrado. Olhou para o lado, a cabeça levemente abaixada, com o olhar de desprezo e lábios cujo cantinhos tentavam segurar a angústia. Charlie tinha os olhos escuros brilhosos – lágrimas inquietas que queriam escapar. Sussurrou em súplica:
— Por favor, não me deixe.
A mulher ergueu os olhos para cima, o teto branco, a luz natural, Deus observando-os de cima. Murmurou algo incompreensível, sua voz sibilando em chiado nos ouvidos de Charlie, então o voltou a encarar, com um pesar que contorcia seus olhos entre a dor da separação e o amor enorme que sentia por ela.
— Se eu não te deixar agora Charlie, eu estaria abrindo mão de viver toda a vida que mereço viver. Infelizmente você não entende isso.
Ele apertou o pulso dela, porém ela foi mais forte desenroscando-o e tirando sua mão com um puxão brusco. Charlie voltou estático para a frente, os olhos vazios focando em um ponto qualquer, uma moça posando no bolo intocado que ele comprou para a ocasião. Quando ouviu a porta principal sendo destrancada e aberta, sua vontade foi de levantar e correr até ela, se agachar diante Maria, rezar por ela, fazê-la ficar com ele por toda uma eternidade… O baque da porta se fechando e o silêncio absoluto da casa o trouxe para a realidade.
Sozinho, ele chorou.
…
Dias se passaram.
Semanas dobraram na esquina.
Meses se tornaram meras páginas de um calendário sendo removidas.
O ano terminou e recomeçou como sempre, trazendo esperança e desejos renovados de uma vida melhor. A memória era só mais um punhado estranho de imagens que vez ou outra passavam na sua mente.
Padre Charlie Mayhew estava sentado na sua cadeira, aguardando o coro finalizar o louvor, uma mão apoiada no braço do seu trono, a mão segurando seu queixo, analisando com um olhar preguiçoso as pessoas que compareceram a missa, enquanto a outra mão batia ritmadamente contra a madeira da cadeira. Quando a luz voltou a focar nele, um borrão alaranjado contra seu rosto, Charlie pode observar melhor as pessoas que estavam nas primeiras fileiras de bancos, os olhos casualmente esbarrando em um rosto conhecido que fez falta durante todo aquele tempo. O coração congelou e a respiração se tornou desenfreada, irritante para seus próprios ouvidos. Ela não estava sozinha: ao seu lado um homem esguio, alto, pele bronzeada, cabelos e olhos castanhos claros, vestido com uma camisa social branca, tinha uma mão no colo dela. Charlie engoliu a inveja, se levantando para ir para o púlpito começar a oração.
O resto da missa foi um martírio. Ao menos eles não comungam com ele.
Ao final, enquanto todos se levantaram para sair, Charlie focou seu olhar em Maria que o ignorou, levantando e segurando a mão do homem – alianças douradas reluziram em seus dedos. Foi quando o homem percebeu que aquele garotinho ao lado do homem não era só neto da senhorinha que estava na ponta do banco. Era filho de Maria, branco com os cabelos escuros, o nariz fino e arrebitado, olhos escuros que observavam tudo ao redor. Ele ficou o tempo todo no colo da senhora, mas no final da missa quem o pegou nos braços foi Maria, agradecendo a senhora por tomar conta dele, enquanto o homem ao lado brincava com o menininho.
Sangue de seu sangue, fruto de sua semente. Cuidará daquele filho que carrega sua herança enquanto erguerás da Casa de Deus.
A voz daquele sonho estranho o perturbou, a lembrança cruel o arrebatando. O pecado se tornou carne viva, sangue que escorria dele para um outro, sua alma se tornando duplicada de si mesmo. E então ele se encontrou num despenhadeiro de si mesmo e assim como aquele fatídico dia, sua alma chorou dentro de si.
"Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” João 3:16
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Deste modo minhas duas vontades, a velha e a nova, a carnal e a espiritual, lutavam entre si, e, discordando, dilaceravam-me a alma.
Santo Agostinho em Um pecador se confessa, p. 130
Graças a Deus, temos um triunfo sobre os nossos desejos carnais: o auxílio do Espírito Santo. "Entretanto, vocês não estão sob o domínio da carne, mas do Espírito, se de fato o Espírito de Deus habita em vocês" (Romanos 8:9). Se renda à autoridade de Cristo e viva uma vida que agrade o coração dEle.
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Terça-feira, 15 de outubro de 2024.
15:23 da tarde ─
Não sei bem como começar o que estou prestes a escrever, talvez minhas palavras saiam ainda mais desengonçadas do que o habitual. Algumas seletas pessoas discordariam de minha breve declaração neste instante, mas o que elas não fazem ideia é: por mais simples que pareça, escrever sobre suas sensações, a história que te devora em carne viva, é muito mais complexo e desafiador do que se pode imaginar. Elas vagam entre si em uma dança perfeitamente perturbadora, sempre se transformando e se refazendo, passando a existir de formas que jamais imaginei serem possíveis. Hoje me vejo com vontades e pensamentos que eram fora de minha realidade, me propondo a fazer coisas de que não me achava capaz, que me exigiam um perdão que jamais imaginei conseguir cultivar em meu coração, sem nem ao menos saber que em meu espírito já era tão vívido e tão lúcido. Enlouqueci incontáveis vezes só para me tornar são novamente e dar vida aos assombros que tanto me consumiram por décadas. Me refiz tantas vezes e em nenhuma delas fui o mesmo, mas sempre obtive mais de tudo aquilo que já me era tão familiar ─ e absurdamente amargo o gosto ─. Sempre estive definhando em ambientes estranhamente (in)seguros, com medo de conhecer o gosto da liberdade de existir em paz. (O bom sempre foi o meu pavor ─ e meu doce sonho distante ─). Ainda não sei como falar sobre mim sem citar os diversos demônios que aqui habitam, nem todos são danosos, mas caíram em desgraça tanto quanto eu, tanto quanto minha alma, já tão consumida pelo veneno de outros pecados, tão afundada em uma lama na qual não seria capaz de se colocar, mas fora capaz de mergulhar quando lhe disseram que era ali seu lugar.
Por tanto tempo, me senti imundo, indigno e abandonado, jogado fora por mim. Eu me joguei naquele canto escuro e gélido (que, por mais que me soe confortável, em seu aspecto tão conhecido, me soava como o castigo divino que jurava merecer). Abandonei porque me parecia o correto, já que até então não havia conhecido grandes coisas na vida além de obsessão, ódio e desprezo. A sensação de estar sempre em dívida, de acreditar que sem utilidade para o outro não seria digno de nada, me fez sucumbir a todo tipo de coisa a qual não deveria ─ e as quais sempre fiz o possível para que aqueles que me eram próximos não o fizessem ─. Meus olhos de cuidado, carinho e afeto facilmente se voltavam aos outros e não a mim. É difícil se enxergar como algo válido quando, em toda sua trajetória, foi invalidado de diferentes formas. Um garoto qualquer, de um canto qualquer, transitando de quaisquer lugares... não me vêm formas de contar toda essa história sem citar os tropeços e trapaças, o vazio tão lotado de coisas amontoadas se perdendo no som de seu próprio silêncio ensurdecedor. Não posso dizer que não me virei bem, ora essa, ainda estou aqui; são meus dedos digitando cada letra de cada palavra, contando toda essa bagunça organizada. Eu soube me fazer viver, mesmo com todas as tentativas de não sentir mais os pulmões se enchendo de ar em uma agonia harmônica pela busca de mais um sopro de vida. Mesmo sem saber como, eu ainda soube estar aqui, eu ainda aprendo a continuar e, por mais incrível que pareça, pude conhecer meu espírito. Tive a chance de recolher-lhe daquele canto escuro e o abraçar tão apertado quanto cuidadoso, e ele ainda era capaz de sorrir inocentemente mesmo com o enorme caos que me consumia. Ele se protegeu e me protegeu também, mesmo sem saber o que fazia, ele soube que precisava ser feito. Eu sobrevivi me jogando aos leões para que devorassem cada parte de meu corpo até que pudesse me reconstruir, e mesmo tão tortuoso, tenho conseguido. O processo doloroso da cura é indescritível, não se compara em nada ao processo doloroso da dor em busca de mais dor e sofrimento.
Meu espírito é assustadoramente lindo, com belezas tão intrínsecas quanto mórbidas dentro de si. Sacrifiquei um pouco de minha carne para que ele pudesse se salvar. Nos salvar. E agora é o momento no qual mais me refaço de meus fracassos e dores, ainda com seus relevos em minha pele, marcas de uma história doentia e fascinante. E não faço ideia de como serão os capítulos que se seguirão, mas de uma coisa eu sei: essa história não vai acabar nem quando terminar porque, além da matéria, meu espírito ainda vai vagar por aí em sua melodia dançante, escrevendo sobre tudo o que lhe for apresentado; desde o mais belo jardim ao mais grotesco fundo do poço. Isso é uma daquelas coisas que dizem que ninguém pode nos tirar além do conhecimento: nossa essência, e a minha grita dentro de mim cada vez mais alto em meio ao semblante silencioso em meu rosto. Agora sou capaz de ouvir esse grito agoniante de desespero e alegria, e me parece um prazer ─ e uma gigantesca honra ─ compartilhar com todos aqueles capazes de ouvir esse pedido de socorro de uma voz sempre tão calada dentro de si. E se você ainda não consegue ouvi-lo, tudo bem, ele existe e, no fundo, sabes disso, só precisa saber encontrá-lo. Não é fácil, mas garanto que o prazer é redobrado quando finalmente o acolhe e se sente capaz de entender tantas tormentas que lhe atordoam fervorosamente. Aprender a se ouvir é o talento mais difícil de se aperfeiçoar ─ e o mais compensatório também. Espero que se aventures nisso com toda a garra que tiveres, sempre pronto a entender que tuas quedas ainda existirão, mas tu serás capaz de se reerguer ainda tão elevado quanto antes. Então, boa sorte em sua eterna busca de si mesmo, pois vales mais a pena do que consegues imaginar.
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No es que muera de amor, muero de ti.
Muero de ti, amor, de amor de ti,
De urgencia mía de mi piel de ti,
de mi alma, de ti y de mi boca
y del insoportable que yo soy sin ti.
Muero de ti y de mi, muero de ambos,
de nosotros, de ese,
desgarrado, partido,
me muero, te muero, lo morimos.
Morimos en mi cuarto en que estoy solo,
en mi cama en que faltas,
en la calle donde mi brazo va vacío,
en el cine y los parques, los tranvías,
los lugares donde mi hombro acostumbra
tu cabeza y mi mano tu mano
y todo yo te sé como yo mismo.
Morimos en el sitio que le he prestado al aire
para que estés fuera de mí,
y en el lugar en que el aire se acaba
cuando te echo mi piel encima
y nos conocemos en nosotros,
separados del mundo, dichosa, penetrada, y cierto , interminable.
Morimos, lo sabemos, lo ignoran,
nos morimos
entre los dos, ahora, separados,
del uno al otro, diariamente,
cayéndonos en múltiples estatuas,
en gestos que no vemos,
en nuestras manos que nos necesitan.
Nos morimos, amor, muero en tu vientre
que no muerdo ni beso,
en tus muslos dulcísimos y vivos,
en tu carne sin fin, muero de máscaras,
de triángulos oscuros e incesantes.
Muero de mi cuerpo y de tu cuerpo,
de nuestra muerte ,amor, muero, morimos.
En el pozo de amor a todas horas,
inconsolable, a gritos, dentro de mi,
quiero decir, te llamo,
te llaman los que nacen,
los que vienen de atrás, de ti,
los que a ti llegan.
Nos morimos, amor, y nada hacemos
sino morirnos más, hora tras hora,
y escribirnos y hablarnos y morirnos.
-No es que muera, Jaime Sabines
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O Mínimo Para o Peito
Ainda residem resquícios de sentires prematuros no amargurado corpo, deslizando decepções por sorrisos genuínos e olhares compadecidos. Verdades se escondem por medos e envenenam sentimentos, uma garoa que pinga por entre a alma e derrama momentos antigos que ecoam em um futuro longínquo.
Existe um nome por entre lábios que machuca a carne e despedaça o amago, uma emoção ilusória que de verdade é coberta. Esquecendo tudo por meras palavras, deleitando-se em promessas rasas e incertezas mornas.
O quanto merece para que nada seja o suficiente?
Afetado ser que de romance se banha e ilusões vomita, procura saída em almas que queimam por outros olhos e desejam outros corpos. Brinque um pouco mais, beba do mínimo com a sede de um moribundo, morra afogado por palavras que não são tuas.
Deixe que tudo desabe por entre teus ombros numa tempestade matutina de sentires rasos.
- Uma carta aberta para algo que não deveria ser sentido
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Uma Série Cuptástica
Sᴇ́ʀɪᴇ ᴅᴏ Mᴇ̂s: The Cuphead Show!
Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: Acompanha as desventuras do impulsivo Cuphead e do seu influenciável irmão Mugman nesta série de animação baseada no conhecido videojogo.
O Qᴜᴇ Mᴇ Aᴛʀᴀɪᴜ: Deambulava eu pela Neftlix numa das minhas crises típicas de aborrecimento (onde na prática tenho imensas coisas com que me entreter mas não estou com paciência para nenhuma) quando dei de caras com o The Cuphead Show! Bastou o trailer rápido para eu decidir dar uma oportunidade à série, que com o seu estilo de animação incrivelmente nostálgico e aconchegante que não só faz homenagem aos cartoons antigos da Disney (em muitas formas mas especialmente por os personagens usarem as icónicas luvas do Mickey), mas à grande maioria dos que eram produzidos nos anos 30, se destaca entre as outras. Claro, ganha ainda mais pontos pelo facto de ser inspirada por um videojogo altamente adorado (que eu não joguei AINDA, quero muito fazê-lo e experienciar a famosa raiva e frustração de não conseguir passar os níveis). Por fim...a música de introdução só pode ser descritiva com uma expressão em inglês: it's a banger.
Dᴇsᴛᴀǫᴜᴇs: Se eu mencionar a animação outra vez...MAS É OK? É! É demasiado boa, as cores são extravagantes e clássicas ao mesmo tempo e dá vontade de imprimir partes dos episódios e colocá-los nas paredes do quarto. Fora isso... A série é absolutamente hilariante, os personagens são adoráveis e têm personalidades cativantes e as vozes deles são incríveis. Não costumo reparar muito no trabalho de quem faz a voz dos personagens, geralmente não há nada a dizer a menos que soem particularmente estranhos, mas neste cartoon é notório o trabalho ótimo (na versão original em inglês, claro): os sotaques são um máximo, a voz do Devil é ridiculamente carismática, NINGUÉM canta como ele, e...o Wayne Brady faz de King Dice. É perfeição. A adicionar, a relação entre o Cuphead e o Mugman é a estrela do cartoon todo, sendo irmãos, estão cheios de diferenças e quase nunca concordam (o Mugman quase morre sempre que o Cuphead decide o que vão fazer naquele dia), mas podem apostar que são unha com carne no que toca a fazer amigos e inimigos em todos os sítios onde metem os pés. As canções também dão todas vontade de dançar, há um bocadinho de folclore que aparece de vez em quando e não é preciso usar o cérebro, basta pormo-nos debaixo de um bom cobertor com um copo cheio de leite (por respeito aos irmãos) e aproveitar o momento enquanto duas canecas correm pela vida por terem vendido a sua alma ao Diabo num jogo de feira.
Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: É uma série incrivelmente satisfatória de ver e ainda não vi muita gente à minha volta que a conhecesse, por isso estou aqui para resolver isso (e para garantir que se produzem mais temporadas). V-E-J-A-M, pelo Henchman...e pelos doces que são o Cuphead e o Mugman.
Conseguem dizer não a isto?
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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