#Em Ritmo de Fuga
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⠀⠀⠀⠀CORE MEMORIES — THE FIRST RITUAL.
Uma respiração profunda, foi tudo o que precisou para que Angus sentisse o corpo cair num abismo sem fim. Ou pelo menos essa era a sensação, bastante semelhante a de quando estamos dormindo e simplesmente sonhamos que estamos caindo. O corpo chocando-se contra o colchão, com um pequeno susto que é capaz de despertar. Mas, no caso do Delaunay, seu corpo não tinha para onde cair e seu despertar não se fez como comumente acontece. Os olhos piscaram algumas vezes, tentando dar foco a imagem que se formava diante de seus olhos. Era claro demais, levemente desconfortável também, sentia o corpo clamando para que se movesse e buscasse por um ponto de sombra, ou para que corresse o mais distante possível dali. Não era um espaço agradável, conseguia perceber nos poucos segundos que esteve lá, mas tinha uma tarefa a cumprir.
Em seu pensamento, tentava emanar aquilo que julgava ser essencial para atrair um dos deuses que desejava. Pensava em ondas, navegações, no cheiro que o sal do mar deixava no corpo após um mergulho e da exposição ao sol. Se ele se concentrasse o suficiente, poderia sentir a movimentação do corpo, como ondulações que quebravam a margem de uma praia. Não tinha como dar errado, era o que ele pensava, havia treinado sua mente para aquele momento, lido tantos livros, se informado com tantos outros antes dele, era praticamente impossível. Não era? Ao respirar fundo uma segunda vez, percebeu um aroma completamente diferente de sal e mar, algo como, videiras e uvas sendo espremidas. O cenário, antes claro e desconfortável de mais para os olhos, ganhava um tom mais escuro, um dégradé de roxo, em suas várias tonalidades, do que ele associava como céu, até o que entendia como o chão sob seus pés, misturando-se de forma que parecia ser infinita.
Desviou por um curto momento, perdendo-se ao horizonte infinito, indagando-se o que aquilo poderia significar, mas não recebia qualquer sinal. Olhou de um lado para o outro, até que no fim de um deles, conseguiu ver uma sombra correndo em sua direção. As pálpebras se estreitaram na tentativa de dar foco a imagem. Angus não sabia quanto tempo tinha levado até que conseguisse distinguir claramente a imagem de um touro vindo ao seu encontro, apenas sentia que vinha rápido demais e isso o aterrorizou por dentro. As pernas travadas no lugar, demoraram para respondeu ao seu comando de fuga, correndo no sentido oposto. Mas não importava o quanto se esforçasse, jamais seria rápido o suficiente e o impacto veio como uma rasteira, derrubando-o no chão de vinho. Sim, tinha caído numa poça de vinho. As vestes brancas, agora encontravam-se na tonalidade avermelhada, não sobrando uma parte que fosse em branco.
Assustado e ofegante, girou o corpo, ficando frente a frente com o animal que bufava o ar quente contra seu peito. O que diabos estava acontecendo? O que tudo aquilo significava? Angus não encontrava a respostas em sua mente, tampouco, conseguia coloca-las em voz alta, não importava o quanto os lábios se entreabrissem, nenhum som era emitido por ele. O touro aproximou-se ainda mais, sua respiração diminuía aos poucos, quase como se encontrasse o ritmo outra vez. Por alguns segundos, o Delaunay ficou imóvel, as íris azuis fixas nas castanhas daquela criatura que poderia acabar com sua vida num piscar de olhos, mas que não o fez, ao contrário disso, deixou um pequeno ramo de videira sobre o peito do Delaunay e se virou, partindo na mesma direção que tinha vindo.
Angus finalmente conseguiu respirar aliviado, apoiando-se em uma das mãos para levantar o tronco do chão empoçado, enquanto a outra aparava aquele pequeno ramo em sua palma. "Mas que merda é essa?", murmurou por entre os lábios trêmulos, com sua voz ligeiramente falhada. Em resposta, um clarão se fez no horizonte e uma voz ecoou por todo o espaço, tão grave que ele chegou a cogitar que agora era uma manada de touros que vinha em sua direção. "Nos vemos do outro lado, Angus.", reverberou a voz desconhecida, criando ecos em seus ouvidos. E como num piscar de olhos, lá estava Angus, levemente atordoado, sentado no meio da sala, com vários de seus amigos despertando ao seu redor.
⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀⠀INTERLUDE - BACO
Aquele era um momento com o qual já estava acostumado, a visita de novos hospedeiros em potencial, em nada era vista como algo extraordinário pela divindade, na verdade, Baco encontrava-se deveras entediado, reclamando vez ou outra do quanto preferia estar em uma de suas festas sem fim, quando uma presença distinta chamou sua atenção em meio aos outros mortais. Os fios dourados, os olhos azuis, o maxilar largo, traços que certamente eram irrelevantes para Baco e, de fato, não foi isso que chamou sua atenção quanto a Angus, mas sim o pensamento modulado, tão firme e decidido do que queria, tão diferente dos outros, que o deixou levemente intrigado. Era tão diferente dele, descompromissado e relaxado.
Em uma analise mais aprofundada, buscou pela aura de Angus, qual cor e energia ela emanava. Se fosse muito distinta da sua, o deixaria para a divindade que o quisesse eventualmente, no entanto, o que encontrou foram alguns traços de similaridade impossíveis de se ignorar. Assim como o Delaunay, o deus se sentia deixado em um segundo plano, não era tão relevante quanto os irmãos, ou deuses maiores de seu panteão. Ao mesmo tempo, não era totalmente ignorado, fosse por estes ou pelos seus devotos no mundo dos mortais. Para alguns, Baco era a representação das farras, álcool e tudo que pudesse ser considerado impuro nesse meio. Por outro lado, também era o deus das colheitas, da plantação, do vinho e tanto mais. Fazia parte do processo de criação, tanto quanto seus parentes. Mas, assim como Angus, se via como pouco. E se juntos eles pudessem ser muito? E se juntos pudessem mostrar que não eram exatamente como costumavam vê-los?
Poucos segundos de ponderação, antes que Baco batesse o martelo: he's mine!
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Filme: Em Ritmo de Fuga
Direção: Edgar Wright
Ano: 2017
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UMA TOCHA NA ESCURIDÃO
💥 Alerta spoiler 💥
Minha experiência com esse livro foi bastante complexa, eu diria.
Mesmo achando “ Uma chama entre as cinzas” um livro razoável, eu decidi continuar na leitura da série porque o final me intrigou um pouco.
De início , vou ressaltar que fluiu muito melhor comparado ao primeiro livro. Comecei a leitura e eles já estavam em fuga e era eita atrás de eita, quando pisquei já estava na página 200, não conseguia para de ler. Quem é leitor sabe, o quanto é incrível quando temos essa sensação com um livro.
Pois bem, não conseguia parar de ler, pensei - EBA! finalmente a história desenrolou pra mim - aí, começou as narrações da Helene… nada contra, no final do livro até gostei dela, mas antes era uma personagem que me irritava, ao invés de prender logo o Elias fica abrindo mão de tudo por conta de um homem que ela ama e que fugiu com outra, um saco.
Três personagens narrando a história já estava me deixando confusa na metade, isso aumentou mais ainda quando os 3 tomaram rumos diferentes. Não consegui me acostumar, era uma quebra de ritmo terrível, o tempo todo.
Em um momento o personagem x estava em uma cena de ação super tensa, aí o capítulo acabava e o personagem Y estava acordando de uma noite de amor… Nossa, isso pra mim não rolou de jeito nenhum, pelo menos não em primeira pessoa, era melhor uma narração em terceira pessoa, talvez tivesse deixado a descrição mais sútil.
Da metade pro final estava odiando a Laia, gente que saco! que personagem chata, sonsa, sem personalidade fica sendo enganada o tempo todo, diz que ama todo mundo, quer ficar com todo mundo, meu deus, que carente! kkkkkkkk.
Odeio a protagonista que fica de mimimi por conta de par romântico, o plot twist que teve em cima disso foi ótimo pra ela deixar de ser boba. A última personagem que tinha me irritado tanto foi a Juliete de Estilhaça-me, mas Laia conseguiu superar, um feito e tanto!
Ainda não consegui mergulhar de cabeça na escrita, não consegui me envolver a fundo com nenhum personagem. Tinha momentos que eu até gostava do Elias ou da Helene, mas em outros achava o Elias um pamonha, um corno, e a Helene uma burra.
Na verdade, acho que não me identifico com a escrita da autora, de alguma forma não me cativa e não consigo ficar perplexa com a história, tudo é muito previsível…. Mas isso eu já tinha notado desde o primeiro livro.
Fiquei com a mesma sensação que tive quando li o primeiro, é bom , mas não é nada de especial. É simplório, um livro de revolução e distopia e só, tem VÁRIOS melhores, com personagens melhores.
O final até que foi interessante, um Plot Twist que me deixou de cara, porque era o personagem que até então eu gostava, mas nada de “O h meu Deus”, porque em um certo momento eu pensei “ de onde esse personagem saiu, assim desse jeito? estranho”.
O pior foi a Laia se entregando pra ele, coitada, a impressão que deu foi que “ o Elias foi embora, agora vou ficar com esse aqui, foda-se”, porque antes disso ela queria o Elias né, aí um semana depois o Keenan se tornou a paixão louca da vida dela. Gente não dá, o romance desse livro me mata de raiva kkkkkkk.
Apesar de não ser uma prioridade de leitura agora, talvez eu continue a ler a série daqui um tempo, porque a TRAMA, ignorando os personagens e suas singularidades, no geral, tem bastante suspense e várias descobertas a serem feitas e PRINCIPALMENTE porque quero saber mais sobre a comandante, pois, por incrível que pareça, ela se tornou a personagem mais intrigante para mim.
Quero muito descobrir os podres dessa mulher, o que essa louca psicopata esconde!
⭐⭐⭐ 3/5
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O lado mais eloquente do homem: a loucura. É nela que sua verdadeira natureza se revela, crua e desordenada. Sua impulsividade transborda na intensidade de sua voz, nos tons irregulares que sobem e descem como ondas em uma tempestade, e no descompasso inquieto de seu coração, que bate sem ritmo, guiado apenas pelo caos interno. Seus olhos, ainda que dilatados, veem tudo através de um véu turvo, como se a realidade ao seu redor se dissolvesse em uma névoa impenetrável. Cada detalhe antes nítido agora se torna um borrão, um eco distante de algo que não pode mais compreender.
Seu corpo, uma prisão e uma fuga ao mesmo tempo, reprime os instintos mais profundos enquanto luta para manter-se de pé. Nada em sua vida parece fazer sentido, como se as peças de um quebra-cabeça tivessem sido misturadas e jogadas ao vento. A tensão se acumula em seus músculos, um reflexo do conflito interno que consome cada fibra de sua existência. Ele é um homem à deriva, preso entre o desejo de se soltar completamente e a necessidade desesperada de se conter. Uma figura de eloquência e ruína, onde a loucura encontra sua mais pura expressão.
舞台的主要吸引力。𝑓𝑜𝑜𝑡𝑛𝑜𝑡𝑒𝑠﹫𝑦𝑜𝑢𝑟𝑚𝑢𝑠𝑒.
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Dream a little dream of me
Jazz. O que dizer sobre esse estilo que faz meu coração dançar e minha alma flutuar? É como se cada nota tocada por aqueles instrumentos mágicos trouxesse consigo uma promessa de liberdade, uma fuga temporária da realidade. Só você e o saxofone no fundo.
Outro dia me peguei pensando por que amo tanto o jazz e por que ele me faz sentir tão livre. E sabe, não consegui encontrar uma resposta direta. Talvez seja o som magnífico do saxofone, o ritmo suave do contrabaixo, o brilho dos trompetes e trombones, e toda a sinfonia que se desenrola. Talvez seja a maneira como o jazz transcende as palavras, comunicando emoções profundas que simplesmente não podem ser expressas de outra forma.
Eu costumo imaginar pelo menos uma vez por semana como seria delicioso estar sentado em um bar de jazz, imerso nessas melodias envolventes, saboreando um coquetel enquanto me permito relaxar e desfrutar da vida. Hoje em dia, os problemas parecem tão grandes que mal nos deixam espaço para sonhar um pouco. E isso é triste, você não acha? Realmente é.
Sonhar nos dá um refúgio da dura realidade, nos permite viver em um conto de fadas, pelo menos por um momento. Quando ouço uma ótima música de jazz, sinto como se estivesse lá, no meio daquele bar enfumaçado, me deixando levar pelas notas, flutuando em uma nuvem de sons. É uma sensação de leveza que me transporta para longe. Bem longe. Muito longe mesmo.
Refletindo sobre o que me fez amar tanto o jazz, talvez agora eu tenha uma resposta. Sabe o Wall-E? Bem, ele foi uma influência marcante na minha infância. Aos oito anos, eu estava grudado na televisão, segurando a capa do dvd da locadora assistindo aquele robozinho solitário salvar o planeta, envolvido por músicas de jazz. E desde então, a conexão entre o jazz e a liberdade sempre foi profunda para mim. Como diria Duke Ellington, "Jazz não é apenas música, é uma forma de vida, é um jeito de ser, um modo de pensar". E eu não poderia concordar mais.
Sempre que me sinto triste ou querendo só esquecer o dia que tive, eu tomo um banho, pego um café ou (se eu tiver dinheiro e ter comprado um vinho) um bom vinho e coloco meus fones. Ali, meu querido, ali a mágica acontece! Esqueço de tudo e todos, só me conectando com o meu constante sonho de estar sentado naquele bar de jazz. Você tem algum estilo de música que te deixa assim? Acredito que tenha, afinal, quem não quer sair um pouco da realidade?!
Samu;
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O Mantra
Sobre a factual chuva de verão Peço que você me esqueça como da última vez Espero que cada lembrança minha derreta na chuva E me lave de todos os pesares que esfrego na pele Esse é o fim de um drama francês, entenda: Teu cinema não existe, tua gente não existe, Tua vaidade embarga, tua força esgota-se O teu idioma inexiste, a tua pátria é a fuga Eu ainda não sei dançar luxúrias em praça pública Minhas quimeras são frutas que transmutam o gosto A cada nova mordida. Invejada pela mesma boca Meu pecado fora fundir deus e ciência em um impasse Os muito beijos que cultivei Mudaram o ritmo da palavra Está deserto este intervalo ao tato Não me confesse tuas rezas nulas Eu posso ter sua atenção? Exaurir em olhos cosmopolitas A virilha é um país e um purgatório Afetuoso aos turistas. Voltemos a programação habitual Mordo sedas para encobrir vaidades Todo o nome que eu lhe clamei: Um brinde! Embriague-se do enjoo que meu perfume lhe causa Doce morte esfregada em teu desejo devolvido Fui esse futuro que tarda, desconhecido de teus vizinhos Esse é o fim de tudo, as cortinas descem A fratura expõe um deus ex machina Gritando calcificações e esquecimento Enfim, venci. A ilusão domesticada ao ego O mecanismo despido de seu fã clube Premedito Babel e o cinismo dos conhecidos le manoir d'un dieu décrépit converge vers la cendre
#inutilidadeaflorada#poema#poesia#poem#projetoflorejo#mentesexpostas#lardepoetas#carteldapoesia#poecitas#poetizador#projetoalmaflorida#autoral#espalhepoesias#liberdadeliteraria#poesiabrasileira#conhecencia#novospoetas#projetonovosautores#projetomardeescritos#projetonaflordapele#literaturabrasileira#expressionismo#poesiagotica#simbolismo#projetoartelivre#projetoversografando#projetoverboador#poetasdotumblr#poetsoftumblr#rascunhosescondidos
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El Elegido
Por Djenane Arraes
O paralelo é muito interessante e vai além do que o autor Frank Miller imaginou na obra original American Jesus. Imagine que Jesus Cristo construiu a obra dele em meio à periferia do ocidente. Porque àquela época, o que hoje se conhece como Israel, Cisjordânia e Jordânia não passava da periferia do primeiro império ocidental, que foi o romano. Por isso que a escolha do local da série mexicana O Escolhido (El Elegido, Netflix, 2023), não poderia ser mais acertada. A história diz respeito a um garoto chamado Jodie (Bobby Luhnow) que começa a manifestar poderes que emulam os de Jesus Cristo na periferia do mundo ocidental atual: a América Latina. Mais especificamente no México. Se o ocidente do Oriente Médio foi o berço do homem mais poderoso da história da humanidade, o México hoje é um dos pilares da fé Cristã.
Jodie é um garoto em constante fuga devido a disposição e a proteção da mãe dele, Sarah (Dianna Agron) que encontrou no México um lugar ideal para fugir da família do pai de Jodie, que ela diz afirmar ser pessoas ruins. Todas as vezes que Jodie apresenta uma grande manifestação de poder, era hora de mudar. E assim Sarah e Jodie viveram de cidadela e cidadela mexicana. Até que eles se estabeleceram numa pequena cidade aparentemente próxima a costa oeste do México (provavelmente na Baja Califórnia), onde Jodie, com 13 anos, se aventura e descobre a si próprio juntamente com mais quatro amigos. As coisas mudam quando Judie sobrevive de maneira inexplicável a um acidente. Isso provoca a curiosidade das pessoas e, por seguinte, instiga a fé delas quando o garoto começa a emular Jesus Cristo. Mas as coisas não são exatamente o que parecem. O escolhido é uma série muito interessante, dirigida pelo mexicano Everaldo Gout, que vai além da mitologia bíblica e coloca questões para se pensar em relação à fé a manipulação desta mesma fé.
A série tem um plot twist no final, mas eu digo que ele é falso, feito para surpreender os desavisados. Há, ao logo, dos seis episódios, diversos elementos narrativos que reforçam a a afirmação que existe no final do sexto episódio. Não seria de bom tom pontuar esses elementos narrativos, mas digamos que há na série indicações que relacionam Sarah à Maria Santíssima, e a jovem Magda (Lilith Curiel) à Maria Madalena. Esses mesmos elementos narrativos direcionam Jodie ao que ele se propõe, porém há um jogo do que é colocado em tela que faz com que as pessoas fiquem em dúvida ou simplesmente ignoram e se focam na informação que seria a mais simples e óbvia.
E maneira geral, O Escolhido é uma série muito interessante. Ela tem algumas irregularidades de ritmo e pouco desenvolve personagens que são centrais à trama. A maior escanteada é justamente Sarah. A não ser que exista uma segunda temporada em que se tenha a oportunidade de explorar mais a história dela, então o que vemos em O Chamado é tremendamente insatisfatório. O mesmo se pode dizer de Lemuel (Tenoch Huerta) e de boa parte do elenco adulto, na qual tem histórias que são pinçadas, mas jamais desenvolvidas. A grande estrela da série é sem dúvidas o elenco de jovens encabeçados por Bobby Luhnow. Todas as crianças da série são atores estreantes. Eles são encantadores, e atuaram com uma naturalidade como se fossem veteranos. Destaque também para Dianna Agron, que parece viver um momento de grande amadurecimento artístico, e para o ator espanhol Carlos Bardem, que está incrível como o pastor fanático. Se o roteiro e o ritmo da direção têm certos problemas, o mesmo não se pode dizer da maravilhosa fotografia. O visual de O Escolhido é deslumbrante.
No geral, é uma boa série, que instiga e que vale o seu tempo.
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Bem-vinda de volta, semideusa. Há 11 ANOS, você veio ao Acampamento pela primeira vez e se apresentou como SONG MINJI, foi reclamada por HERMES e hoje já tem 24 ANOS. Nesse tempo em que ficou fora, desenvolveu melhor seu jeito ASTUTO, mas ainda persiste em ser TRAPACEIRA em dias ruins. É ótimo te ver de volta, especialmente estando mais a cara de JUNG CHAEYEON do que antes.
ARMA: Sua arma é uma adaga de bronze celestial, com uma lâmina de aproximadamente 30 centímetros e afiada como uma navalha. O punho da adaga é adornado com detalhes que remetem às asas de Hermes, em homenagem à sua herança divina. Ele possui uma empunhadura confortável e ergonômica, permitindo que Minji a segure firmemente durante os combates. A parte superior do punho apresenta o emblema de Hermes, um par de asas entrelaçadas. Quando não está em uso, a adaga se retrai para um compartimento especial no pingente de um colar, tornando-se aparentemente uma joia comum.
HABILIDADE: TELEPORTE CURTO.
Song Minji possui a habilidade de realizar teleporte ligeiro, uma manifestação da agilidade e habilidades de mensageiro de Hermes. Essa habilidade permite que ela se mova instantaneamente de um local para outro em curtas distâncias, em uma fração de segundo. É limitado a distâncias curtas, geralmente dentro da linha de visão, mas é incrivelmente útil em situações de combate ou fuga. No entanto, o uso excessivo dessa habilidade pode ser desgastante para Minji, causando fadiga e necessidade de recarregar sua energia antes de usá-la novamente. Além disso, ela precisa de uma compreensão clara do local de destino, o que significa que não pode teletransportar-se para um lugar desconhecido ou inacessível. Essa habilidade também é usada para executar pequenos atos de roubo, como pegar objetos sem ser detectada, o que se encaixa com sua tendência para o roubo, embora ela geralmente reserve essa habilidade para situações de combate ou necessidade extrema.
BIOGRAFIA:
Filha de uma historiadora e um "viajante solitário" que a mãe conheceu em uma área remota das montanhas que explorava, Song Minji é uma mistura única de curiosidade, habilidade atlética, roubo e herança divina.
Desde muito cedo, Minji demonstrava um grande talento para a corrida. Sua paixão por maratonas floresceu quando tinha apenas oito anos, durante uma corrida escolar. Enquanto a maiorias das crianças se esforçavam para acompanhar o ritmo, Minji corria sem grandes problemas.
Com o passar dos anos, sentia que o seu talento e esforço apenas cresciam. Sua dedicação aos treinos, disciplina e paixão pela corrida a levaram a competir em algumas competições de prestígio. Seu nome começou a ganhar destaque nos círculos esportivos, e os jornais locais frequentemente publicavam reportagens sobre suas conquistas impressionantes. Minji estava no caminho certo para se tornar uma das atletas mais reconhecidas de sua geração, com sonhos de competir internacionalmente e até mesmo nas Olimpíadas.
No entanto, sua herança divina, o legado travesso de Hermes, começou a afetar sua vida de maneira inesperada. Sempre demonstrou uma tendência para o roubo, um traço que era impossível ser ignorado. Inicialmente, isso começou de maneira inocente, com pequenos objetos desaparecendo nas escolas por onde passava. Ela não conseguia resistir à tentação de levar objetos que considerava interessantes ou valiosos, muitas vezes escondendo-os em seu quarto como uma coleção secreta.
À medida que crescia, sua compulsão por roubar se intensificou. Ela começou a roubar de suas colegas de classe, escondendo suas ações meticulosamente e evitando ser pega. Seus colegas ficavam perplexos com os objetos desaparecidos, mas não conseguiram identificar o culpado. Song adotou a mentalidade de que o roubo era uma parte intrínseca de quem ela era, e não via nada de errado em suas ações.
O ápice de seu vício ocorreu durante uma competição de maratona regional de alto nível, na qual Minji havia investido grande parte de sua energia e esperanças. Durante a corrida, quando se viu atrás de um concorrente que estava à frente, sua compulsão pelo roubo entrou em ação. Ela não conseguia simplesmente aceitar a derrota e decidiu usar suas habilidades de roubo para obter uma vantagem injusta.
Durante um momento de distração, ela roubou um objeto valioso que seu concorrente carregava consigo, acreditando que isso a ajudaria a vencer a corrida. Ela escondeu o objeto em sua bolsa de corrida e continuou a competição com uma sensação de triunfo temporário. No entanto, sua trapaça não passou despercebida.
Os organizadores da corrida e alguns espectadores notaram a ação suspeita de Minji e iniciaram uma investigação. Quando o objeto roubado foi encontrado em sua posse durante uma revista pós-corrida, Song foi imediatamente desqualificada e confrontada com a acusação de trapaça. O incidente foi um escândalo que se espalhou rapidamente e manchou sua reputação como atleta promissora.
Embora a trapaça tenha sido revelada e a consequência de sua ação tenha sido a desqualificação, Minji não demonstrou remorso. Em vez disso, ela ficou ressentida com a sociedade que a havia julgado e mal visto, acreditando que o mundo estava errado em não aceitar seu comportamento como parte de sua natureza. Ela continuou a considerar o roubo como uma parte intrínseca de si mesma, um defeito que a tornava única e que não tinha intenção de corrigir.
TRIVIA:
não tem medo de se aventurar em territórios desconhecidos ou enfrentar perigos para alcançar seus objetivos.
gosta de fazer piadinhas (mesmo quando não deve) e costuma pregar peças nas outras pessoas.
não vê o roubo como algo negativo, mas sim como um desafio emocionante e uma demonstração de sua habilidade.
valoriza sua independência e gosta de seguir seu próprio caminho, sem pessoas dizendo o que fazer.
não revela facilmente suas emoções.
é capaz de persuadir os outros e encontrar soluções mutuamente benéficas em situações de conflito.
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Num jardim de emocionais turbulências, onde as flores oscilam ao vento da incerteza, eu me encontro. Sou como uma borboleta inquieta, perdida no emaranhado de meus próprios pensamentos, onde as asas da ansiedade me arrastam para uma dança frenética e solitária.
É como se o mundo ao meu redor se dissolvesse em tons de cinza, enquanto meu coração bate descompassado, ecoando cada batida como um tambor de guerra em minha alma aflita. Cada respiração parece uma batalha contra uma maré de medos incontroláveis, que se erguem como ondas gigantes prestes a me engolir.
Meu corpo se torna um campo de batalha, onde a tensão se manifesta em cada músculo contraído, cada tremor sutil que revela a luta silenciosa que travo dentro de mim mesma. É como se meu ser estivesse dividido em fragmentos, cada um gritando em desespero por paz, por calma, por uma fuga, dessa tormenta que me consome.
E no meio desse caos, eu me sinto pequena e vulnerável, como uma criança perdida na escuridão da noite. Procuro por uma luz que me guie de volta para a segurança dos braços da serenidade, mas tudo o que encontro são sombras dançando ao ritmo acelerado do meu próprio desespero.
Uma tempestade que se forma dentro de mim, que ninguém mais pode ver, mas que eu sinto com uma intensidade avassaladora. É um turbilhão de emoções que ameaça me arrastar para o abismo do desconhecido, onde a única saída parece ser encontrar refúgio nos braços da esperança, agarrando-me à promessa de que, eventualmente, a calmaria voltará a reinar em meu coração atribulado.
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Anestesia
É curioso como transformamos o conceito de felicidade em anestesia. Buscamos o alivio das dores no efeito do álcool que, por sua vez, potencializa o efeito da vibração da música. Nos entregamos ao ritmo do som movendo o corpo em gestos repetitivos ou aleatórios durante períodos intercalados por longos minutos.
É verdade que fazemos isso desde o início dos tempos. Mas sempre me intriguei pela razão que nos leva a essa decisão. E mais recentemente me convenci de que a anestesia é para suportarmos o peso do sofrimento da existência humana.
Há quem diga, porém, que não necessita da anestesia alcoólica e, por vezes, isso é dito com certo ar de superioridade arrogante. Contudo, o fato de não se tomar dessa anestesia não significa que não se experimenta daquela. Seja a religião, as drogas ou a imersão em alguma dependência afetiva. Tudo se resume a uma fuga.
Buscamos desesperadamente - e quase sempre negando essa jornada - uma forma de aliviar o fardo que é existir. Mas o caminho é perigoso, principalmente quando refletimos sobre a anestesia ainda anestesiados. Um dia, talvez, os efeitos anestésicos sejam anulados e, se isso acontecer, o mergulho na solidão pode ser tão profundo que não haverá caminho de volta.
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Sinto que minhas empolgação é um sinal para o universo, ele está sempre correndo contra meus objetivos… tudo isso para dizer que fiquei sabendo que as coisas aqui andam meio paradas, mas foi uma iniciativa e tanto da minha parte finalmente me aventura pelo tumblr, mas especificamente no 1×1. Eu sou nova na plataforma e o modo de jogar aqui é muito diferente do que estou acostumada, por isso meu blog está sendo diariamente atualizado! Mas não iria aparece aqui de mão abanado, aqui está minha guidelines incompleta e um navigation list mais incompleto ainda.
Ainda não me sinto segura em posta plots próprios! Então aqui está wanteds que desejo desenvolver no momento:
status: aberto
possíveis dinâmicas: enemies to friends, enemies to lovers
Vampiros — musa A é uma vampira velha e experiente que acabou de transformar a musa B em vampira também. (Talvez eles estivessem se sentindo sozinhos e desejassem uma companhia? Talvez eles só quisessem se alimentar de B, mas acabaram infectando-os?) Como um recém-nascido, B tem muito a aprender com seu criador, mas também é super malcriado e não é muito feliz com o que aconteceu com eles. A terá paciência para guiar e ensinar B? Será que B algum dia perdoará A e aceitará sua nova condição, abraçando sua nova natureza? Será que eles vão se dar bem e passar a eternidade juntos?
status: aberto
possíveis dinâmicas: enemies to friends
Dê-me um enredo com dois ex-melhores amigos se encontrando novamente após anos separados, talvez com proximidade forçada. Talvez com angústia porque eles não se separaram em termos amigáveis.
status: esperado resposta
ritmo: slow down
Notas: pensei instantaneamente em doramas chineses quando li esse, como uma novel? Talvez podemos até encaixa uma transmigração!
muse a é dama de companhia de muse b, uma princesa herdeira e está com o casamento marcado com um príncipe desconhecido. Ambas estão juntas desde quando se entendem por gente, mas nem sabem quando os sentimentos uma pela outra começaram. Temos uma relação escondida com sentimentos puros por baixo da coroa, saídas dramáticas do quarto na calada da noite e o desejo de fuga para viverem um amor.
Informações adicionais⤵
PLATAFORMA
Estou me lançado na tag, pois fazia já um tempo que queria jogar no tumblr, ou seja, minha preferência será only tumblr até para me familiariza, porém, tenho discord e se você tiver paciência para me guiar podemos fazer essa ligação entre ambas plataformas ou só joga pelo discord mesmo.
IMPORTANTE
Mesmo que eu já tenha dito na minha guidelines! Ainda não desejo interpreta um papel masculino, então para os plot acima as opções seriam f/f ou f/m, sendo assim em caso de f/m o papel feminino não está em negócio.
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Resenha: O Cavaleiro do Telhado e a Dama das Sombras (1995)
Categoria: Filmes Gênero: Drama / Época
O CAVALEIRO DO TELHADO E A DAMA DAS SOMBRAS Le Hussard Sur Le Toit, França, 1995. Direção Jean-Paul Rappeneau. Com Olivier Martinez, Juliette Binoche, François Cluzet, Jean Yanne, Claudio Amendola.
Em 1832, Angelo Pardi, um jovem oficial italiano, vaga pelo interior da França para reunir-se com seus companheiros de revolução perseguidos pelos austríacos, mas detém-se numa região assolada pelo cólera. Ali, conhece a Marquesa Pauline de Théus, que o acolhe em sua casa depois que ele durante uma fuga despenca através de seu telhado. Em agradecimento, Angelo decide ajudá-la em sua jornada para se reencontrar com o marido.
Jean-Paul Rappeneau, o diretor de "Cyrano" (1990), retorna ao drama de época, adaptando para as telas o romance histórico de Jean Gionno, publicado na década de 50. O filme, no entanto, se vale principalmente da química cativante entre o esforçado Olivier Martinez (uma espécie de Tom Cruise europeu e que ganhou o papel cobiçado por Keanu Reeves, fã do romance original) e a talentosa Juliette Binoche que no ano seguinte ganharia o Oscar de Atriz Coadjuvante por "O Paciente Inglês", e na primorosa reconstituição de época, onde a direção de arte, os figurinos e a fotografia de Thierry Arbogast são irretocáveis. O diretor impõe um ritmo lento e cadenciado, alternando com algumas poucas cenas de ação e carregando no drama histórico e nas imagens fortes dos mortos e doentes que o casal vai encontrando pelo caminho.
Mais importante do que os detalhes cênicos e o drama humano vistos na tela é a vigorosa constituição dos personagens, onde transparece a força e a lealdade de Angelo, e a independência e a obstinação de Pauline, mas sem desperdiçar o romantismo, indispensável para a fluência do filme, embora esse se resuma a olhares curtos, gestos sutis e expressões contidas em que seus protagonistas abrem mão de seus sentimentos para não trair seus compromissos individuais: ele com a revolução, ela com o marido que a aguarda em casa. E Gerard Depardieu ainda brinda o público com uma pequena aparição no começo do filme.
Publicado no Cult Movies Multiply em 19/Jan/2005, 09:47 AM
#juliette binoche#olivier martinez#o cavaleiro do telhado e a dama das sombras#filmes que eu amo sem desculpas
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Le Parc by Angelin Preljocaj (Aurélie Dupont & Nicolas Le Riche)
youtube
TIMING.
Por: Fred Borges
Dedicado ao Parc d’Angelin Preljocaj, no Palais Garnier.
Tempo de plantar...tempo de colher, mas existe o tempo, o "timing" do amor; enquanto paixão movimenta-se mais rápida e é preciso tão logo possamos o encontro...o encontro para não colher fruto peco , nem verde e nem deverás maduro do tempo de amar, na natureza do amor, o "timing" é comparável ao tempo da comédia, de um anedota, o tempo de contar uma história,nem tão rápido e nem tão devagar, pois o humor assim como o amor, quando no correto "timing" pode provocar a alegria de uma risada ou o total evanescência,sublimação ou ausência do sorriso, e ainda terá àqueles que pedirão para explicar a razão do anedota, demonstrando que não obstante boa, ser o anedota, é preciso conhecer, ter inteligência, sabedoria, de captar um contexto.O amor e humor tem seu "timing", tempo de plantar e tempo de colher...conheci casais que levaram 10 anos noivos e quando " casaram" em menos de 24 horas se separaram, e o contrário também é verdadeiro, casais que se conheceram e em 24 horas se "casaram" e permanecem casados até hoje...na vida, na contação ou "Story Telling" de um anedota, no amor de cada casal tem seu " timing"; o " timing" da paixão e do amor, " timing dele", " timing" dela, dos dois..e sempre haverá o tempo de plantar e o tempo de colher, e orar,meditar,deglutir, digerir para a " mosca da fruta" não contaminar o fruto do amor,o "deteriorando".
Tenho uma mangueira aqui na nossa propriedade que ela é linda, frondosa, mas seus frutos, apesar de lindos por fora, são podres por dentro e o contrário acontece com os cajueiros cuja árvore tem galhos secos e retorcidos mas em compensação seus frutos são doces e saborosos, no amor, no humor, o " normal" pode não seguir a ordem "natural," e o " natural " pode não seguir o "comum", há de saber diferenciar, avaliar, observar, criticar, pois no amor, humor, ou felicidade de um sorriso, não existem fórmulas" da felicidade, mas a felicidade plena, madura, vivida ou vivenciada pelo casal, a dois, em cumplicidade a dois, no "timing" dos dois, na dança de salão a dois, onde pé e o contra-pé dão ritmo e harmonia , sem pisar no pé um do outro, respeitando tempos e espaços individuais e de individuação, e assim nos ensina a famosa apresentação: peça desenhada para o Opera Ballet em 1994, o coreógrafo Angelin Preljocaj conseguindo um equilíbrio sutil entre o " timing" e a respiração clássica, transportada pela música de Mozart, e a modernidade da sua linguagem coreográfica.
As decorações elaboradas evocam a elegância e delicadeza dos jardins “franceses” e os trajes são inspirados nos do Iluminismo. Evoluindo segundo um mapa imaginário de Tendre, guiados por estranhos jardineiros, os bailarinos despertam para o amor, dos encontros aos jogos de sedução, da timidez à atração, da resistência à doçura, ao abandono na fuga de um sublime do "Pas de Deux". Ainda hoje, esta obra atemporal questiona a jornada dos sentimentos e explora a semiótica do amor.
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Selena “Razor” Ortiz manteve a calma, mas o interior fervia com uma mistura de raiva e determinação. Victor Reyes, o homem responsável pela queda de sua comunidade e pela morte de sua família, estava a poucos metros de distância. Ela podia sentir o peso da oportunidade, mas sabia que agir ali, no Red Chrome, seria um erro fatal. O lugar era um campo neutro, e qualquer tentativa de violência seria rapidamente reprimida, resultando em uma espiral de complicações que nem ela poderia escapar.
A cada gole de whiskey, Razor ajustava seus pensamentos. A mão continuava próxima à pistola sob a jaqueta, mas não era hora de puxá-la. Precisava de mais do que vingança no calor do momento — precisava de informações. O tempo que passou caçando Victor ensinou-a uma lição valiosa: o golpe final deveria ser calculado.
Ela observou enquanto Victor terminava sua conversa com o intermediário, um homem magro e nervoso que parecia submisso demais para estar à altura de Victor. *A Militech sempre contrata os mais fracos para fazer o trabalho sujo* — pensou Razor, desviando os olhos por um momento para evitar chamar atenção.
Respirou fundo, cada sentido alerta. A música continuava a pulsar no fundo, o bar cheio de vozes abafadas por cima do ritmo eletrônico. Razor deixou o copo vazio no balcão e fez sinal para o bartender com um aceno sutil. O homem notou o movimento e começou a preparar mais um drink, mas ela acenou negativamente. Ela não ficaria para outro. Ele respondeu com um olhar de compreensão, talvez reconhecendo que algo estava prestes a acontecer, ou simplesmente aceitando que Selena sempre se movia em seus próprios termos.
Quando o intermediário saiu da mesa de Victor, Razor se levantou lentamente, mantendo a postura relaxada. Victor estava distraído, ajustando o casaco, sem perceber o perigo que se aproximava. Ela atravessou o salão, suas botas pesadas ecoando suavemente sobre o piso metálico do bar. Os gângsters continuavam suas risadas ruidosas, os netrunners ainda imersos em suas interfaces digitais. Ninguém prestava atenção nela.
Quando chegou mais perto de Victor, ela parou, o suficiente para ficar fora do seu campo de visão direto, mas perto o bastante para ouvir a conversa que ele estava começando ao seu comunicador. Selena ativou sua visão de espectro térmico, o implante ocular ajustando-se instantaneamente para captar a assinatura do dispositivo. Uma transmissão de dados foi enviada para algum lugar fora de Night City. *Merda, uma transação sigilosa.*
Ela estreitou os olhos, ouvindo fragmentos da voz fria de Victor, que falava baixo, mas o suficiente para seus olhos cibernéticos captar a vibração dos lábios e decodificar parcialmente a conversa.
— ...nada mudou... final do acordo... zona de infiltração garantida...
Razor franziu a testa. Infiltração? Ele estava envolvido em algum esquema de alto risco, e isso a interessava. Talvez fosse algo que pudesse usar contra ele, ou melhor, destruir de dentro. Ela precisava de mais. Decidiu que seria mais inteligente não confrontá-lo ainda — a informação era uma arma mais poderosa do que uma bala naquele momento.
Ela fingiu andar na direção do banheiro, passando a poucos centímetros de Victor, mas sua presença o fez erguer a cabeça rapidamente. Seus olhos a captaram por um breve momento, e Razor percebeu que ele a reconheceu. *Droga.*
Victor, de repente, ficou tenso. Seus olhos escanearam o local, procurando uma saída. Ele sabia que Razor não estava ali por acaso.
— Ortiz — murmurou, sua voz baixa, mas carregada de lembranças.
Selena parou de andar, agora em alerta total. Ela não podia arriscar uma fuga dele. Ainda sem olhar diretamente para ele, respondeu com uma voz calma, carregada de ironia.
— Não esperava te ver aqui, Victor. Ou será que esperava?
Ela virou o corpo levemente, suficiente para encará-lo. Seus olhos cibernéticos brilharam na luz roxa do bar, um contraste com o olhar gelado e calculista de Victor. Ambos sabiam o que estava em jogo.
— Não é lugar para negócios, Selena — ele disse, sem mover um músculo. Ele sabia que qualquer passo em falso poderia ser seu último.
— Não, não é — concordou, dando um passo lento em sua direção. — Mas eu não estou aqui para negócios. Pelo menos, não ainda.
Victor tentou manter o controle, mas o suor começava a brotar em sua testa. *Ele está acuado* — pensou Razor, e isso lhe deu uma satisfação silenciosa. Mesmo assim, ela não o deixaria escapar tão fácil. Não sem descobrir o que estava tramando.
— O que você quer? — perguntou ele, baixando a voz ainda mais, temendo que outros ouvissem.
— Ah, você sabe o que eu quero — disse Razor, seu tom levemente ameaçador. — Mas eu não vou fazer isso aqui, Victor. Você me deve algumas respostas antes.
Victor se ajeitou na cadeira, forçando-se a manter a calma.
— Tudo tem seu tempo, Ortiz. Você sabe como esse jogo é jogado.
— Eu não jogo, Victor — respondeu Razor, com um sorriso gélido. — Eu termino.
Victor a encarou, sabendo que estava sem opções naquele momento. Sabia que Razor não mentia. Ela não estava ali para trocas diplomáticas. Mas por algum motivo, ela estava esperando o momento certo, e esse fato o perturbava ainda mais.
— A gente se vê em breve — murmurou ela, virando-se de repente e indo em direção à saída.
Enquanto Razor caminhava em direção à porta, cada músculo do seu corpo estava pronto para uma ação rápida. Ela sabia que ele poderia tentar algo, mas ao sentir o olhar dele seguir seus movimentos, percebeu que Victor ainda estava paralisado pelo medo. Ele não faria nada, não ali. Não agora.
Mas em breve, ela o pegaria. De uma forma ou de outra.
Quando Selena saiu do Red Chrome Bar, a noite de Night City a envolveu como um abraço frio. O som da cidade parecia mais baixo, mas a tensão estava mais alta do que nunca. Ela sabia que estava mais perto de seu objetivo, e Victor sabia que seus dias estavam contados.
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Céu, Purgatório e Inferno
Passando na Lapa fiquei a olhar aquela redoma de minha adolescência e relembrar minhas fugas para lá pra simplesmente ouvir rock'n roll. O velho Circo voador. Palco e casa. Meu filho é um roqueiro, pena que o tive já tarde se não o teria levado lá. Me chamou a atenção pela primeira vez é que o Circo Voador fica embaixo, usando como figura religiosa seria como o inferno, no meio há a Fundição Progresso, uma casa que abraça todos os ritmos, idéias, o Purgatório. E acima de ambos a Catedral Metropolitana, uma das casas de Deus, o Céu. Somente após mais de 30 anos fiz esta ligação. Com certeza teríamos rido muito se eu tivesse falado com ele. E tal pensamento só me veio pois fiquei parado em frente ao Circo lembrando dele. Um gosto eclético, bem diversificado ao contrário do pai roqueiro de carteirinha até a alma, mas roqueiro também.
Paulo Marcos
#lardapoesia
#ingripdesire
#pensamentosemusicas
#paiefilho
#luto
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Ela finalmente saiu do relacionamento que a sufocava há anos, aquele que a moldava em formas que nunca couberam nela. Durante muito tempo, ela foi uma sombra de si mesma, vivendo sob o controle de alguém que só sabia destruir o que ela tinha de mais bonito. Agora, livre desse peso, ela está em busca de quem realmente é, mas a jornada está longe de ser fácil.
Ela mergulha em festas, procurando respostas em copos vazios e em conversas superficiais. A música alta abafa os pensamentos, as luzes piscantes ofuscam as dúvidas, e ela dança, como se o ritmo pudesse sacudir para fora tudo que a incomoda. Mas as noites são longas e cheias de pessoas que mal sabem o seu nome. Ela se cerca de rostos que não se lembrará no dia seguinte, acreditando que essa é a liberdade que sempre quis.
Mas no fundo, bem lá no fundo, ela sabe que está procurando nos lugares errados. Sabe que essas festas, esses encontros efêmeros, não preenchem o vazio que ela sente. É uma fuga, um disfarce, uma tentativa de evitar o confronto com a verdade que já bate à porta: a liberdade que ela tanto desejava não se encontra na companhia de pessoas vazias. Ela entende que o que busca não está em escapar, mas em se encontrar.
Ela continua, porque o processo de se redescobrir é complicado, confuso, e às vezes solitário. E mesmo que a trilha pareça errada, ela sabe que está caminhando. Um passo de cada vez, ela se afasta do que foi e, de algum modo, espera que, eventualmente, vá chegar ao lugar certo, aquele onde a paz não é apenas uma pausa entre a euforia e a ressaca. Ela sabe que a resposta está nela mesma, mas enquanto não a encontra, ainda dança, procurando no escuro, mas dançando, porque parar agora não é uma opção.
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