#EU AMO ESSE CAPÍTULO
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casos ilícitos
Matías Recalt x f!Reader
Cap 11
Fui atingida pelo amor, me acertou em cheio. Fiquei de cama, doente de amor. Amo pensar que você não vai se esquecer. Acho que nós vamos pagar o preço.
Sei que estavam muito ansiosos para o novo capítulo, e como vai ser mais curtinho, decidi liberar antes. Mentira tem perna curta, mas vocês já sabem disso, e agora o Matias também.😉 Preparem o coração e boa leitura 🫶🩷
Obs: Posso revisar quantas vezes forem, que só vou ver os erros na hora de postar, impressionante 🤡, enfim, relevem 😭🙏
Avisos: Angst, linguagem imprópria, traição, sinais de violência.
Palavras: 5,0 k
Seu corpo começa a tremer, e seu pulso fica errático, com a sua mente trabalhando a mil por hora ainda tentando assimilar o que acabou de acontecer. Assim que a presença da garota mais velha não pode mais ser vista, conforme ela se afasta no corredor, apressada e irritada batendo o pé com força, enquanto vai embora, você fica presa nas palavras dela, as repetindo freneticamente em seu pensamento, de novo e de novo, até que não reste dúvidas de que você escutou certo:
“Da próxima vez que quiser me comer, vê se não esquece suas coisas na minha casa”
Que porra estava acontecendo? Seu cérebro tenta te pregar uma peça, te fazendo entrar em um estado de negação profundo. Você se vira para o garoto e arranca com brusquidão o tecido em posse dele, porque afinal, poderia ser um casaco velho que ele havia esquecido com ela há muito tempo atrás, da época do namoro ainda, e ela quem esteja querendo arrumar confusão atoa. Mas quando você inspeciona a peça, não restam dúvidas, você a reconhece imediatamente. Não teria como não achar a mesma familiar, quando a própria estava em sua gaveta há alguns meses atrás, era inclusive uma das várias roupas que você havia entregado a ele em uma caixa no seu surto de raiva. Ou seja, era recente, você não sabia o quanto, mas sabia que não poderia ter sido a muito tempo, definitivamente foi depois do encontro no restaurante e após a briga dos dois. Mas você se recusa a acreditar nisso.
Ainda do lado de fora, você dirige sua atenção a ele, com o que tem certeza de ser um olhar de dar pena e em completo desespero, em um misto de emoções: aflição, confusão, agitação, e medo, acima de tudo medo, de que tudo o que a garota disse se provasse ser verdade:
- Matías o que tá acontecendo? - Você consegue perguntar com o tom firme, se livrando um pouco do estupor inicial devido ao choque - Ela tá mentindo, não tá? – Continua, sem dar tempo para ele realmente responder - Eu te conheço, você não me machucaria assim, eu sei disso. Certo? – Termina, com olhos esperançosos e desesperados por um alívio, este qual nunca chega, sendo recebida apenas pelo olhar baixo e silêncio total do mesmo.
Por que ele não concorda? Por que ele só não diz que era um engano e seguem em frente? Você o escutaria e seria paciente ao ouvir a versão dele dessa confusão, porque só poderia se tratar disso, uma confusão, um mal-entendido que vocês dois iriam rir mais tarde ao perceberem o quão irrelevante era na sua relação, que não importasse o que fosse, nada poderia acabar com a confiança que tinham um no outro. Mas ele não diz nada, nem um mísero som sai dele, e isso de alguma forma te assusta mais do que uma própria confissão, a qual você sentia que era eminente.
Sem mais paciência para esse silêncio mortal, você entra no apartamento jogando a peça com raiva no sofá, e passando pela sala como um furacão, chamando a atenção dos rapazes, que observam tudo sem entender nada:
- A gente pode conversar? – Matías aparece te seguindo e perguntando atordoado, enquanto tenta te acalmar.
- Por que ela estava com o seu casaco? Por que ela disse aquelas coisas? Você foi na casa dela? – Solta uma enxurrada de perguntas nele, enquanto se dirige a cozinha para saírem de perto dos olhares curiosos, mas se recusando a ficar em um quarto isolada com ele:
- Não é o que você tá pensando. – Ele se defende, passando as mãos pelo cabelo nervoso.
- Então a Malena, sua ex, vem aqui do nada, aparece com uma peça de roupa sua, dizendo pra você não esquecer mais nada quando for lá pra trepar com ela, e eu quem estou entendendo errado!? – Recapitula indignada - Então me fala! O que aconteceu de verdade? Anda! – Exige dele – Você FODEU com ela ou não? – Termina impaciente erguendo a voz.
Na outra sala, assim como você, os rapazes esperam ansiosos pela resposta do garoto. Não tem como culpá-los, vocês estavam na maior intimidade agora a pouco e do nada vocês retornam e começam a brigar por conta da ex, e de um casaco. Você não estava sendo exatamente discreta, com a voz elevada e descontrolada, facilitando muito para que eles escutassem a respeito do que se tratava a briga do casal. E agora, eles queriam saber o que iria dar no final também.
- Eu não... – Ele começa a dizer com a voz baixa, e solta uma tosse limpando a garganta – Não dormi com ela. – Afirma se recompondo, tentando parecer mais convincente.
Mas algo ainda não parece certo, se ele não tinha nada a temer, então por que estava tão quieto há alguns minutos? tinha algo que não cheirava bem, e você não iria parar até descobrir, se recusando a aceitar meias verdades:
- É bom você não mentir pra mim! – O alerta, cruzando os braços e mostrando que não está convencida com as poucas palavras dele. – Eu to falando sério, me fala logo! – Ordena intimidando o garoto.
E conforme ele vai abaixando o olhar, derrotado e acabado, você começa a considerar que talvez não queira saber a verdade tanto assim, mas já é tarde demais, e ele fala antes que possa detê-lo:
-F-foi só um beijo. Eu juro. – Ele confessa, gaguejando de nervoso.
E pronto, com essas palavras o seu mundo inteiro desaba. Sua boca fica seca e você sente seu coração afundando em seu peito. Seus olhos começam a ficar úmidos, mas você se recusa em dá-lo a satisfação de te ver chorando, engolindo o choro o melhor que pode, e dando meia volta até o quarto do rapaz para pegar suas coisas rapidamente e ir embora. Ele mentiu para você. Disse que não havia ficado com ninguém, muito menos com ela no tempo em que ficaram separados, e vai saber com quem mais ele se envolveu enquanto você passava seus dias numa foça de tristeza e mágoa, enquanto ele se agarrava por aí com a primeira que aparecesse.
- Ei, vamos conversar – Ele te persegue, entrando no quarto e te vendo guardar suas coisas com pressa - Não aconteceu nada, foi só um beijo.
As palavras dele não tem o efeito desejado, e não ajudam em nada para te acalmar. Pois mesmo se fosse verdade (o que duvidava muito), a mera imagem dele e dela juntos, com os lábios colados, se entregando um ao outro, só te deixa mais enjoada e doente.
-Achei que estivéssemos bem. – Fala de costas para ele em um fio de voz, arrumando sua mochila e fechando o zíper assim que termina te pegar suas poucas coisas, com as mãos tremendo e garganta ardendo pelo esforço de conter o choro.
-Nós estamos bem. – Afirma veemente.
- Então por que você me traiu? – Diz se virando para ele com brusquidão e um olhar ferido - Eu te apresentei pra minha família, eu me abri com você! – Acusa trazendo a mão a boca e cobrindo a mesma, já que sua voz começa a embargar, ficando sensível, e quando ele se aproxima para te consolar, você só dá um passo para trás se afastando.
- Eu não te traí. Isso já faz tempo, foi antes de voltarmos. – Nega e começa a se explicar, o que te deixa mais irritada.
É claro que ele não veria as coisas como você. Óbvio que ele pensaria que por não estarem namorando na época então estaria tudo bem. Mas caramba, você dedicou meses da sua vida nele, insistindo até mesmo quando não havia mais motivos para continuar. Como ele poderia dizer que não era traição? Como ele poderia achar que isso era minimamente aceitável? Você sabia muito bem que o que tinham não era muito concreto no começo, mas pensava que a consideração dele por você seria maior e melhor do que isso. No entanto, antes que você possa xingá-lo dos piores nomes possíveis, a curiosidade fala mais alto:
- Quando? – Você questiona ficando mais sombria – Quando foi isso? – Repete com mais avidez.
Ele ainda parece relutante em te revelar mais alguma coisa, mas cede e conta por fim com um suspiro resignado, vendo que não tem escapatória:
- No dia que a gente se encontrou no posto. – Solta em uma lufada de ar pesada.
E seu coração se racha mais ao meio com a nova informação, pois em sua fantasia no seu mundinho cor de rosa, você começou a ver aquele momento como sendo um divisor de águas para os dois, um momento de intimidade entre vocês que demonstrava o quão ele se importava com você e sentia sua falta. Como ele não conseguia se conter em sua presença, o quanto ele te desejava a todo momento e em qualquer lugar, independente pelo que estivessem passando, mas agora, estava claro que não era isso. Era sexo, você era só um jeito dele se aliviar quando e onde queria.
- Então você ficou comigo, mas como não conseguiu o que queria foi procurar em outro lugar? – Questiona com as mãos se fechando em punho, e com os nódulos dos dedos ficando esbranquiçados devido ao aperto.
- Eu… - O garoto engole em seco pensando bem nas próximas palavras - Eu estava bravo, pensei que você estivesse com outra pessoa, e queria te tirar da cabeça. – Se justifica.
Você se lembra disso. Lembra de como ele te confessou que pensou que você e Wagner eram alguma coisa a mais na época, algo que não poderia estar mais longe da verdade. Se lembra também de não o corrigir naquele banheiro porque gostou de vê-lo com ciúmes, pois em seu estado fragilizado, isso ao menos era uma prova de que ele ainda sentia algo por você. Mas você nunca confirmou as suspeitas dele, e não imaginou que um simples encontro rápido significaria um aval para ele ficar com outra pessoa. Foi tão rápido assim seguir em frente? Tão fácil se esquecer de seus toques e carinhos pra se jogar na primeira que estivesse disponível? Ainda mais ela, com quem ele já tinha uma história?
- Então vai ser assim? Quando a gente brigar, ou eu não quiser trepar com você, você volta pra ela? – Pergunta com amargor e acidez em seu tom.
- Não, é claro que não. – Nega incrédulo com sua sugestão.
- Mas você estava dividido, você quem disse, no café. – Diz o lembrando das palavras dele no dia em que saíram para conversarem, como ele confessou que havia ficado balançado com o retorno da garota.
- Sim, eu estava, no começo, mas…
- Sem mas! – Você o corta rudemente – Se você gostasse de mim, de verdade, teria me escolhido na mesma hora, nem teria ficado indeciso. – Você se aproxima, apontando o dedo no peito dele com força e mágoa - Eu te perguntei, e você mentiu na minha cara, disse que não tinha ficado com ninguém, muito menos com ela. – Diz com todo o remorso que pode transmitir.
- Eu nunca fui prioridade pra você, agora eu sei disso. Eu queria nunca ter te dado uma chance. – Afirma, o deixando perplexo e se afastando para pegar sua mochila, mas para ao notar o pequeno acessório em sua mão, no dedo anelar quando segura a alça da bolsa.
Você retira o anel com tristeza, o qual mal teve tempo de formar uma marca em seu dedo, e o deixa em cima da cômoda do rapaz.
- Acabou Matias, não precisa mais se dar ao trabalho de escolher uma das duas, eu escolho por você. Não me procura mais, se você só queria alguém pra transar, procura ela ou outra droga de pessoa. – Diz e se retira do quanto indo até o corredor.
- Eu não te quero só pra transar, achei que tinha ficado claro, ficamos semanas sem sexo, porque você quis, e eu fiz o que você pediu lembra? - Joga na tua cara, vindo atrás de você.
- E como eu posso saber se depois de ficar comigo não foi se aliviar com ela de novo? Eu não confio em você! – Retruca parando no meio do corredor, o encarando com adagas no olhar.
- Então é assim que acaba? Você me chuta e pronto? – Pergunta com o semblante indignado.
- Como você pode dizer isso pra mim? Eu esperei meses pra você se decidir, me escondendo e recebendo migalhas de afeição, e até mesmo quando sua ex aparece e você age como um moleque, eu deixei passar e te dei outra chance. – Você controla sua respiração inalando e expirando com força - Mas claro que não era o bastante pra você, óbvio que você não podia me dar um tempo pra pensar nas coisas, e na primeira oportunidade que teve já foi com outra.
- Eu já disse, achei que você estava com outra pessoa. – Rebate com o mesmo argumento.
- E se eu tivesse? Qual seria o problema? Eu era solteira Matias, lembra? Solteira, porque você nunca quis mudar isso. - O lembra, levando a mão ao peito, sentindo seu coração doer mais a cada minuto - Mas eu não fiquei com ninguém porque eu gostava de você e não queria mais ninguém, mesmo você sendo um idiota. Eu fui tão tonta, deveria saber que tinha algo errado. – Diz culpando a ele e a si mesma por sua ingenuidade e cegueira.
- Você não gosta de mim, não de verdade. Você é muito bom nisso, me fazer sentir importante e depois me botar de volta no meu lugar. – Declara, o recordando de como ele te fez se sentir especial, querida, e até mesmo amada, só para depois jogar um balde de água fria na cara.
- Você é minha namorada, é claro que você é importante, e esse é o seu lugar, comigo. – Ele te fala, tentando se reaproximar mais uma vez, o que você impede se afastando novamente.
- Não, eu era sua namorada. E o único lugar que eu era importante pra você era na cama. – Retruca com melancolia - E que merda foi aquela que ela disse? Do campo de futebol e você ter feito de novo? O que ela... – E enquanto você formula a pergunta com pressa na sua cabeça, algo clica em você, e você raciocina, já entendendo perfeitamente o que havia acontecido. – Foi assim que você a pediu em namoro, não foi? Por isso que ela ficou brava e veio até aqui. – Questiona juntando todas as peças do quebra-cabeça.
E ele só assente, mais uma vez. Mais uma coisa pra adicionar a lista de mentiras que ele havia contado ou omitido.
- Achei que eu valesse mais do que isso pra você. – Diz magoada, e o dá as costas, começando a ir embora.
Não tem mais o que ser dito. Ele te enganou, mentiu, e te fez de idiota todo este tempo. Nem um pedido próprio você recebeu. Preferia que ele tivesse te pedido em namoro em um momento ridículo, como quando estivesse lavando roupa ou fazendo o jantar, mas que fosse só seu, do que recriar algo que já tivera com Malena, só te reafirmando o que você sempre suspeitou, você era uma substituta, uma distração do verdadeiro amor dele. Mas antes que possa ir muito longe, ele te segura pelo pulso te mantendo no lugar:
- Não podemos terminar assim, ontem mesmo você disse que me amava, lembra? – Ele pergunta em desespero, tentando se agarrar a qualquer coisa para te fazer ficar, mas isso não vai funcionar. Não mais, você está cansada de ser apenas um peão no jogo doentio dele.
- E você não disse de volta! – Retruca, livrando o seu braço do aperto dele – E agora eu sei o porquê. – Afirma com rancor e veneno em suas palavras, finalmente cedendo e deixando as primeiras lágrimas começarem a escorrer.
Ele fica estagnado e quieto sem ter como argumentar contra isso, dói nele ver as suas lágrimas e saber que foi ele quem as provocou. E ele não desiste, tentando de novo se reaproximar para te manter ali até que resolvam tudo. Ele não suporta o pensamento de vocês ficarem brigados, e é então que comete o segundo erro da noite. O primeiro erro, foi mentir para você, o segundo, foi invadir e não respeitar o seu espaço.
- Espera, a gente... – E antes mesmo que perceba o que aconteceu ou o que está fazendo, você só sente a palma de sua mão ficando mais quente e levemente dolorida com o tapa que acaba de desferir no rosto do rapaz, interrompendo o que ele iria dizer.
Você arregala os olhos surpresa com o que acabou de fazer, e com a reação violenta que teve. Mas quando o olha novamente, a mágoa retorna, e qualquer remorso ou culpa que poderia ter não aparecem ou se manifestam, afinal, se você iria sair de coração partido dessa história, ele poderia muito bem sair com a cara doendo, assim como todo o resto de você está.
- Eu tenho que ir embora. – Você diz depressa ao entrar na sala, reencontrando os rapazes, que para ser sincera você mal lembrava da existência, mas eles pareciam muito concentrados na sua, atentos a cada palavra, e lançando olhares afiados para Matías, que vinha atrás de você, agora com a bochecha levemente corada em um tom mais avermelhado.
- Eu te levo - Fran oferece se levantando prontamente do sofá, e pegando as chaves dele. Ele passa os braços pelos seus ombros, te consolando na frente de todos, e te leva até a porta enquanto vão embora sem se despedirem de ninguém devido as circunstâncias nada amigáveis.
Você não tem tempo para pensar se está sendo rude ou não, só quer sair do lugar que o rapaz se encontra o mais rápido que puder.
E no fim, o buque que ele pegou no casamento acabou não significando nada no relacionamento de vocês, fosse um bom presságio ou superstição. E se um dia significasse, certamente não seria mais com você ao lado dele.
-- --
Quando você e Fran já estão no carro, com você ainda tentando se recompor e manter a pouca dignidade que ainda lhe resta, limpando as lágrimas e engolindo em seco, decide questioná-lo assim que o carro entra em movimento:
- Vocês escutaram muita coisa? – Pergunta se encolhendo em seu assento querendo desaparecer.
- Um pouco – Admite envergonhado, e você sabe o que isso significa, eles ouviram tudo.
- Vocês sabiam? - O olha cética - Não mente pra mim, por favor! – Já implora antecipadamente, não aguentando mais escutar coisas falsas das pessoas que você mais ama.
- É claro que não, nenhum de nós sabia de nada. – O garoto de olhos claros nega imediatamente - Não teríamos ajudado ele no pedido se soubéssemos disso. – Esclarece, querendo te passar segurança.
- O mesmo que fizeram pra Malena? – Indaga, com ciúmes claros em sua voz.
- Nós não sabíamos – Ele responde te olhando calmamente - Quando conhecemos o Matías eles já estavam namorando, e ele nunca realmente tocou no assunto. – Justifica, voltando a atenção para a estrada.
- Ok. – Concorda.
Você acredita no Fran, na visão dele e dos garotos, de estarem tão cegos quanto você nesse assunto, Matías nunca foi o tipo de pessoa que compartilha coisas pessoais com os outros, piadas intimas e escandalosas sim, mas falar do que realmente importa, não era muito o estilo brincalhão e que não levava nada a sério dele. Mas não importava mais. Acabou. Adeus aos encontros, adeus ao sexo fenomenal, adeus as brincadeiras pretensiosas a respeito do futuro, adeus a tudo que vocês um dia foram e poderiam chegar a ser.
- Eu sinto muito - O garoto diz quebrando o silêncio no carro.
- Não é sua culpa Fran. – O tranquiliza com um sorriso que não chega aos olhos.
- Eu sabia que ele estava mentindo – Se dando conta do que disse, ele balança a cabeça rapidamente em nervosismo, e se corrige - Não sobre isso, mas naquele dia, quando voltamos pra casa, ele disse que ia pegar uns livros que tinha esquecido, e eu sabia que era mentira, mas deixei quieto porque sabia que ele estava estressado. – Termina, como se estivesse tirando um grande peso dos ombros ao confessar o ocorrido.
- Isso não muda nada Fran, não tinha como você saber – O acalma, não querendo que ele se sinta culpado de qualquer forma pelo que aconteceu.
- Você não deveria estar me consolando, deveria ser o contrário. – Diz com ironia, te arrancando um sorriso momentâneo, que rapidamente morre em sua garganta.
- Eu já devia saber - Diz amarga se virando para a janela, para que ele não veja as lágrimas recomeçando a escorrer - Eu só via o que queria ver, ele não gosta de mim, não de verdade. “Não como eu gosto dele”, você diz em pensamento.
- Ele nunca foi assim, o tipo de cara que trai. – Fran interfere, tentando defender o amigo.
- Acho que você não trai quando já está com a pessoa que quer. – Retruca azeda, observando a vista através da janela.
- Talvez se vocês conv...
- A gente pode ir o resto do caminho em silêncio, por favor? – O corta abruptamente. Você não queria soar grossa, mas se passasse mais um segundo escutando sobre como o Matías tinha uma índole perfeita, isso ao menos quando não se tratava de você, e que ele nunca tinha feito esse tipo de coisa antes, a deixava furiosa.
- Tudo bem. – Concorda, respeitando o seu espaço.
E permanecem quietos assim até ele te deixar em casa, com você o agradecendo brevemente, sem olhar para trás, e subindo depressa para o seu apartamento. Com os olhos embaçados, e mãos tremendo, quando você já está na frente da sua porta, só tem tempo de entrar e trancá-la rapidamente, antes de se entregar completamente as lágrimas e desabar no choro, ficando em posição fetal no chão da própria sala.
Você está sozinha agora. Sem irmã, sem Wagner, sem qualquer pessoa que possa te ajudar. E não consegue deixar de pensar, se na realidade, você sempre esteve assim.
-- --
Na semana que se segue ao ocorrido, a sua vida passa por você como um borrão. Rápidos, imperceptíveis e sem significado algum, apenas uma bagunça permanente.
Você já está tão cansada de chorar, se pergunta até mesmo se tem como morrer de tanto fazer isso. A melancolia e tristeza te acompanham arduamente. Você pensava, que depois da primeira separação dos dois, você estaria mais forte, e mais preparada, mas esse não foi o caso. Muito pelo contrário, dessa vez era muito pior. Porque dessa vez você o teve. Por um curto período de tempo, mas ainda assim aconteceu. Você o teve para chamar de seu, o teve e sentiu que ele pertencia a você, e você a ele de volta. Mas será que depois de tudo o que descobriu, ele um dia realmente foi seu? Algum dia ele realmente te escolheu? duvidava muito disso.
Estava contente por sua irmã estar tão ocupada com a lua de mel, que se esqueça de te checar neste período, não quer ter que preocupá-la com as suas coisas. Sendo mais uma decepção, e um desastre que já estava premeditado.
Se lembra do tapa que desferiu na cara do Matías (o qual você tem que admitir que gostou bastante, e ainda não se sentia nenhum pouco culpada, mesmo estando surpresa que realmente tenha feito isso já que não é uma pessoa violenta), e o olhar de espanto na cara dos rapazes quando saiu correndo pela sala, não se dando trabalho de limpar as lágrimas só querendo ir embora. Mais um item na sua lista de humilhação. Mostrando a bagunça caótica na qual ele tinha te transformado. Se sentia desmotivada para tudo, fosse tomar banho, comer ou falar com alguém. Recorda com amargor tudo o que compartilharam juntos, ele dizendo que iria ser bom para você, dizendo que você ia amar ser a namorada dele, que estava se esforçando por sua causa e que tudo valia a pena, e porra, ele até disse que se casaria e teria filhos com você algum dia. Tudo se provando palavras vazias e sem significado algum. Uma brincadeira sem graça sem pensar nas consequências.
Toda vez que pensa que não pode chorar mais, se encontra fazendo exatamente isso, tendo colapsos e recaídas constantes. Tudo a lembra dele. A sala onde conversaram com sua família no primeiro encontro, a cozinha no café da manhã no dia seguinte, o seu quarto onde transaram há alguns dias atrás, e assim continua a longa lista.
Ele havia sido a primeira pessoa pra quem você dedicara um eu te amo romanticamente, e você deveria saber no momento da confissão que não era recíproco. Deveria ter vistos os sinais, que te apontavam que ele não sentia o mesmo. Fossem os meses de enrolação ou a relutância dele depois.
Não vai conseguir perdoá-lo. Sabe disso. Este foi o ponto final definitivo entre os dois. Não tem mais forças para continuar neste limbo, entre ele te machucando e você tendo que perdoar. Uma parte traiçoeira sua tenta convencê-la de que está exagerando, afinal, não estavam juntos ainda, ele poderia ficar com quem quisesse. E esse era o problema, ele quis ficar com alguém. Sentiu esse desejo dentro dele de compartilhar intimidade com outra pessoa, e isso te mata por dentro. Você não consegue se imaginar querendo ou ficando com outra pessoa, só ele. Sempre foi ele. Mas agora sabia que com o garoto não era assim, poderia ser você ou qualquer outra.
Sabia que isso iria acontecer assim que a viu entrando no restaurante, e o olhar dele a acompanhou. Você só era uma substituta fajuta enquanto a verdadeira não aparecia. Só servindo como uma distração. Ele tinha te garantido que não, mas já não acreditava em mais nada do que ele lhe dissera. Só mentiras vieram dele.
Aparentemente, o tapa não havia sido um sinal claro o bastante de que não o queria por perto, já que ele veio te procurar nos dias posteriores. Algo que não tinha feito imediatamente da última vez, o que de algum modo, ao contrário do que você pensava, não te trouxe nenhuma paz ou conforto. Dessa vez, você não queria que ele viesse atrás e lutasse por você, essa fantasia heroica e adolescente já tinha expirado, e você só queria distância para esquecer que algum dia ele havia entrado em sua vida.
E assim, você destruiu todas as tentativas de comunicação por parte dele, restringindo a entrada dele no prédio, pedindo para que não o deixassem subir, e bloqueando o contato dele após diversas ligações não atendidas ou retorno das diversas mensagens enviadas. Também não passou pelos lugares que ele poderia estar, o evitando como uma praga.
Depois disso, a insistência e perseguição dele diminuiu um pouco, e você sabia que ele estava te dando o seu espaço (se por noção própria, ou por insistência dos amigos para te deixar em paz, você não sabia) pelo menos por enquanto, mas não iria demorar muito para que ele te encurralasse de algum modo e quisesse “acertar” as coisas. E você não entendia o que mais ele poderia querer falar com você, sendo que já estava tudo mais do que claro.
Que se dane ele e a ex namoradinha perfeita dele. Poderiam ficar juntos agora que você estava fora do caminho, não queria mais saber deles, os dois se merecem no final de contas. Mas no mesmo tempo que tem esses pensamentos, se sente culpada ao perceber que talvez nem ela soubesse disso. Talvez ela tenha acreditado que eram só amigos e tivesse pensado que ele estava solteiro no momento em que ficaram juntos, e Matías tenha se aproveitado disso também. De qualquer forma, isso já não era mais da sua conta.
Você foi tão ingênua. Fez a maior cena indo devolver as coisas dele, e na primeira vez que ele vem te pedindo desculpas, você o aceita de braços abertos. Foi tão fácil dele te enganar. Era isso o que ele pensava de você? Que era uma garotinha idiota e fácil de manipular? Provavelmente sim.
Suas amigas não souberam como te consolar quando te viram na sala na semana seguinte, afinal, você nem as contou o que aconteceu. Só deu uma desculpa vazia dizendo que terminaram pois queriam coisas diferentes, o que não deixava de ser verdade. Ele queria a ex, e você queria alguém que fosse apenas seu, e não tinha como terem as duas coisas juntos.
Mais tarde, enquanto volta da faculdade para casa refletindo (sozinha, sem um abraço quente do rapaz na saída do campus), e avista vários casais passeando na rua de mãos entrelaçadas, de todas as idades, formas, e diversidade, não consegue parar de pensar se valeu a pena toda a dor que está sentindo agora, pela breve felicidade que tivera com ele.
Valeu a pena os meses de tortura sendo tratada apenas como um brinquedo sexual e amiga tudo em um só? Esperando que ele se apaixonasse por você, assim como você tinha o feito quando o viu pela primeira vez. Valeu a pena receber um pedido de namoro tão mágico que te deixou com um frio na barriga por dias, só para depois descobrir que foi uma recriação barata de algo que ele já teve no passado? Valeu a pena se entregar de corpo e alma para ele, para depois descobrir que ele tinha feito o mesmo só que com outra pessoa pelas suas costas? Você se sentia uma piada, e não uma boa e engraçada, e sim uma daquelas tão ruins que são de dar pena e deixam o clima desconfortável.
Você era alegre antes dele. Feliz e despreocupada com tudo, apenas focando nas coisas certas e no seu futuro, mas agora, você está melancólica e paranoica com tudo e todos. Ele te libertou, mostrou coisas e te fez se sentir de maneiras que você nem poderia ter sonhado em vivenciar, te fez ser mais ousada, entregue e aproveitar mais a vida, só para depois te reduzir a nada e te fazer se sentir pior do que lixo.
E com isso, você se decide no fundo do seu coração. Você o odeia. Você odeia Matías Recalt. O odeia com todas as suas forças, e nunca, nunca vai perdoá-lo.
AAAAHHHH, como eu amo fazer meus leitores sofrerem 🙈, mas em minha defesa, pelo menos não fiz vocês esperarem até domingo 🤭 espero que tenham gostado e até o próximo 😚💖
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Eu vi seus desenhos e fiquei "uaaaaaauuu, que traço mais lindo!!" Eu vi seu post sobre as sugestões e falei "meu deus, é a minha chance!" Eu vi sua ask aberta e vim aqui, porque se não é um sinal, não sei o que é!! kkkkkkkkk
Você poderia fazer a Anya e o Damian de SpyXFamily? Tenho certeza que meus damianya ficarão lindos no seu traço! ❤️
Eu amo esses queridos, principalmente a anya, e eu adorei os últimos capítulos então não resisti em desenhar os neném tudo trajado (não repara as mãos pelo amor-), obrigada pelos elogios meu bem, isso me faz feliz de uma maneira que você nem imagina <3
#original art#artwork#artists on tumblr#anime art#damian desmond#anya forger#spy x family#damian x anya#damianya#anya x damian#starazorr#my art
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TA-LA-RI-CO! X
"Cariocas não gostam de dias nublados."
notas. oi gente! décimo capítulo da saga do nanazinho carioca. espero que gostem, ♡
avisos. masturbação mútua, sexo sem proteção, linguagem imprópria.
Gritos. Era cedo, e só se escutavam gritos dentro daquele apartamento. Seu pai havia feito um escândalo com sua mãe, enquanto você e Jaemin esperavam no quarto. Jaemin já vestido, é claro, e infelizmente com um talvez roxo em sua bunda bonita, estava sentadinho em sua cama ao seu lado.
— Teu pai 'tá boladão, 'né. — ele diz cabisbaixo. Entende que o caso foi uma sequência de "aconteceu sem querer". Ele não queria te colocar em enrascada alguma.
— É, mas depois passa.
Não passou. Escutaram em alto e bom som seu pai dizer que não acreditava que a filha tinha trocado um rapaz tão correto e estudioso quanto Jeno, por Jaemin, o playboy problema. Reparou Jaemin morder os lábios enquanto escutava, e encarar o chão. No fundo, lá no fundo, ele não se sentia bom o suficiente para ti, e naquele momento, sentira-se menos ainda. Esperaram o surto de seu pai terminar, e assim Jaemin foi para casa. Tão chateada quanto, você recusou o sermão de sua mãe, e foi para rua com o namorado.
Entrou na porsche carregando uma mochila com o necessário para um fim de semana na casa dele. Em seu celular, repetidas mensagens de sua mãe chegavam;
"Eu falei que não era boa ideia vc trazer o Jaemim pra dormir aqui sem nem apresentar ao seu pai... Agora ele está puto, e com razão, e eu vou ficar escutando falação dele enquanto vc se mandou de casa. Vc foi aonde, Mariana?" — Mami ♡
"tô indo p casa do nana. a gente vai passar o dia lá e tals, n sei se vou p casa hj n. escutei meu pai falando que prefere o jeno, e o jaemin tb ouviu. zero necessidade" — você.
"A senhora sabe que ainda não é dona do próprio nariz, não sabe? Mas vou te dar esse desconto, e conversar com seu pai. Só não volta tarde, mamãe te ama.” Mami ♡
"aham, obrigada!! te amo, qlqr coisa mando mensagem." você.
Sua mãe sempre fora mais carinhosa e empática que seu pai. Ela preferia saber de tudo que você fazia, sem julgamentos, pois dizia que a confiança era irmã do saber. Seu pai já preferia a proibir de basicamente tudo, mas no fundo, sabia que você fazia escondido.
Percebia-se de longe a insatisfação e a chateação de ambos. Tomavam o desjejum no futura café, enquanto Jaemin mexia desanimado no celular. Doía em seu coração vê-lo para baixo daquele jeito, e doía mais ainda saber o motivo. Seu pai, você, e consequentemente Jeno Lee.
— Nana. — você murmura pegando na mão dele, que distraído, retira a atenção do feed infinito do Instagram, e passa a admirar você. Por Deus, ele era tão apaixonado.
— Oi, amor. — diz, mansinho, lento.
— Fica chateado não, bebê. A coisa mais importante é que eu te amo, e que te escolhi. — você diz, e ele ri sem graça.
— É que eu 'tô pensando no que tu falou ontem. Era pra a gente namorar faz mó tempão... — acaricia sua mão, continua a sorrir fraco. — Daí agora que a gente namora, eu tenho medo de qualquer coisa te tirar de mim.
— Jaemin Na, eu sou sua, seu maluco.
E depois de cismar em pagar a conta sozinho, arrancaram pela cidade até o condomínio de luxo de Na. A casa você já conhecia de có, não só pelas vezes que fora acompanhada de Jeno, mas também pelas atuais fugidinhas que dava para lá, para aproveitar com Jaemin. Quase nunca os pais dele estavam lá, mas o universo naquele dia havia decidido — sem o consentimento de vocês — que colocaria pingos nos "is". E a primeira pessoa que viram ao chegar, foi GaHee Na. Seu coração quase sai pela boca, segura com força a mão de Jaemin à medida que seus olhos se arregalam e seu corpo tende a andar para trás. Jaemin apenas acha graça, e continua a caminhar até sua mãe, que os espera sorridente na enorme porta de vidro da sala de estar.
— Omma. — Jaemin faz uma espécie de comprimento, e imediatamente você também faz. Está obviamente assustada, tem medo de que os pais de Jaemin reajam como seu pai, e prefiram sua relação com Jeno. Mas a reação de GaHee a surpreende em niveis universais, uma vez que ela agarra o filho em um abraço, e em seguida agarra você.
— Oi, meu filho. E você, meu amor? Tudo bem? Nana dormiu na sua casa hoje, né? Mamãe pede 'pra ele avisar, mas ele nunca avisa. Aí eu fico igual uma maluca preocupada com esse garoto. Benza Deus que depois de te conhecer ele sossegou esse rabo. Papai do céu sabe o quanto eu faço gosto, viu?
— Mãe. — Jaemin revirou os olhos, mas a mãe continuava a falar. Já havia retirado o aperto de mão dos dois, e estava abraçada com você, a carregando para dentro de casa. — Tu lembra né… Da Mari.
— Para de ser enjoado, Jaemin, claro que eu lembro. Ele sempre foi apaixonadinho por você, sabia? Ele pode negar pro primo, mas mãe sente. Deus abençoe muito vocês dois, tá? E sempre que quiser vir aqui, dormir aqui, assistir filme, sei lá, você fica a vontade, prefiro vocês dois em casa do que na rua onde não sei o que estão aprontando.
Seus olhos tornaram-se estrelas quando percebeu que GaHee continuava a ser o amor de pessoa que sempre foi, e que ainda por cima apoiava a relação de vocês. Um peso saiu de suas costas, e seus olhinhos quase encheram-se de água ao ver Jaemin recostado no vão de entrada para a enorme cozinha, as olhando orgulhoso. Ali, estavam as duas mulheres de sua vida. Sua mãe, e a ideal futura mãe de seus filhos.
Desgrudar-se da própria mãe fora difícil. Seu pai era mais tranquilo, apenas o zoou por estar namorando, e voltou para o escritório, para trabalhar. Poderia ser um dia sem aulas, mas nunca sem trabalho para JungSoo Na. Talvez aquela fora a dinâmica familiar que tanto irritasse a mãe de Jeno. O calor, os abraços, os beijos. A dinâmica zero rígida, e completamente amorosa que você nunca havia sentido de sua ex sogra.
Fugindo para o quarto de Na, naquele dia nublado e irritante, eentre os lençóis bagunçados da cama, vocês entrelaçavam os corpos. Jaemin em sua frente, ajoelhado assim como você, trajando apenas uma calça de moletom, a beijava incessantemente, enquanto acomodava o dedo do meio em seu interior. Você, o abrigava em seu interior apenas de calcinha, agraciada pelas mãos leves do maior em seus seios.
Jaemin te beijava com volúpia, apertava seu corpo com vontade, enquanto mantinha um ritmo médio em ti. Era como se fosse seu remédio. Estar nos braços de Jaemin te tirava de todo e qualquer pânico que pudesse sentir.
— Abre mais a perninha 'pra mim, linda, abre. — ele pede, enquanto abaixa minimamente a própria calça, o suficiente para deixar o próprio membro a mostra.
Você faz o que lhe é pedido, separa os joelhos, abrindo mais o canal para que Jaemin coloque outro dedo dentro de ti.
— Nana... — você murmura, joga a cabeça para trás fechando os olhos, sentindo o regalo que era ter os dedos habilidosos dele.
— Bota a mão no meu pau, por favor.
Todos os pêlos de seu corpo se arrepiam quando escuta a voz rouca e necessitada dele. Ainda pede "por favor". Abre os olhos minimamente para encarar um Jaemin mordendo os lábios, de olhinhos fechados, e o pau para fora pingando de pré gozo. Reto, duro, cru, quase rude, implorando por um pouquinho de atenção. Você quase desfalece ali, ao vê-lo tão carente, desesperado, apenas por um toque seu. Então você o toca, desliza as mãos pela ereção robusta e passa a masturbá-lo, uma velocidade tão quantínua quanto a dele em você.
O gemido te apetece, sabe o quanto ele queria aquilo quando percebe os quadris do maior dando força aos seus movimentos. Você sente seu interior amassar os dedos dele, a aproximando de um delicioso orgasmo. Gosta de como a palma da mão dele esfrega em seu clitóris, gosta do barulho que o mel dele faz ao você masturbá-lo.
— Não, Nana. Eu quero dentro. — você murmura de corpo mole, só se mantém ereta pelos braços fortes de Na rodeando sua cintura.
— Ah, bebê. Quer gozar comigo dentro? Então pede. — ele não diminui o movimento dos dedos, tão maldoso. Você nega com a cabeça em exaspero, morre de vergonha, e ele ri. — Pede, porra. — desta vez ordena com grosseria.
— Eu quero gozar com seu pau dentro, por favor, Nana. — sente o sarcasmo no sorriso de Jaemin, que retira os dedos imediatamente, colocando o membro no lugar. O novo vício dele era te ter no pêlo.
Se sentia novamente um adolescente, claro, não estava tão longe de ser um, mas, as borboletas na barriga, o medo de ser pego transando com você no quarto na casa dos pais, era tudo tão vivido. Essa era a palavra, vida. Vocês davam vida um ao outro.
Entediados, cansados de estar em casa, resolvem sair com alguns amigos. O sorriso bobo não sai de seu rosto ao poder contemplar Jaemin se arrumando. Você havia se arrumado antes, já que demorava mais. Ele só havia tomado um banho, lavado os cabelos lisinhos, passado um perfume gostoso, e colocado uma roupa estilosa que o deixava um grande gostoso. Você só sabia sorrir ruborizada, sentada na cama ao vê-lo jogar os cabelos molhados para trás, caçando a chave da porsche pelo quarto recém bagunçado por vocês. Estava tão apaixonada.
Foram à um pub que Lucas, amigo de Jaemin havia chamado. Jaemin estaciona o carro, e meio receoso segura em sua mão para entrarem no estabelecimento. Mesmo que já estivessem ficando à um tempo, era a primeira vez que Jaemin saía com você sendo realmente seu namorado. Orgulhoso de si mesmo, e de mãos dadas, entra no estabelecimento, seguindo até a mesa onde seus amigos disseram que estariam.
Quando você bate seus olhos na mesa, seu coração se descompassa. O sorriso some de seus lábios, e dá lugar ao bico quase desesperado. Os olhos, que antes continham brilho, agora possuíam um sabor amargo de ciúme e descontrole. Jeno Lee, seu ex, estava aos beijos com Clara Sampaio, dando morangos em sua boca, e sendo tudo aquilo que ele não foi para você.
E quando Jaemin repara onde seus olhos quase molhados por lágrimas estavam, sente uma dor no coração inseguro. Você não poderia estar com ciúme e raiva de Jeno, poderia?
Sim, poderia.
#ta la ri co!#na jaemin#jaemin na#jaemin na smut#jaemin na pt br#lee jeno#jeno lee#nct dream#nct dream smut#nct dream br au#nct br au
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78. ENZO VOGRINCIC IMAGINE
ᡣ𐭩 ─ enzo vogrincic × leitora.
ᡣ𐭩 ─ gênero: divertido. ���
ᡣ𐭩 ─ número de palavras: 695.
ᡣ𐭩 ─ notas da autora: oioi meus aneizinhos de saturno, como vão? espero que gostem viu? se cuidem e bebam água, um beijo. 😽💌
S/n sorri, deitada no peito do mais velho e começa a fazer alguns desenhos imaginários no abdômen desnudo dele.
O casal estava deitado no sofá há alguns minutos e a brasileira sugeriu a Enzo de começar a assistir uma novela brasileira. Ele gostou, quer dizer, amou a ideia e prontamente sua mulher fez o login de sua conta no Globoplay na televisão e sem muita enrolação, acabou escolhendo Bom Sucesso, uma novela das sete que foi ao ar há cinco anos atrás.
Enquanto assistiam ─ já o sétimo capítulo ─ Vogrincic notou que, toda vez que o personagem Marcos, interpretado pelo Romulo Estrela aparecia na tela, a sua mulher abria um sorrisão e ficou meio acanhado com a reação de sua amada, se remexendo um pouco no sofá.
─ Que foi amor? ─ A garota perguntou erguendo sua cabeça e observando os olhos do uruguaio encarando a TV sem expressão alguma.
─ Nada. ─ Responde o homem e respira fundo, apertando sua namorada para mais perto de si. ─ Só não fui com a cara desse Mário aí. ─ Enzo fala colocando suas madeixas de cabelo atrás da orelha e abraça sua garota, a puxando para cima de seu corpo.
─ Mário? Que Mario, Enzo? ─ Ela indaga ficando sentada no colo do uruguaio com uma perna para cada lado. Enzo tenta reprimir um riso mas acaba falhando miseravelmente. ─ Garoto… ─ S/n o chama em tom prolongado e o olha de lado antes de deitar em seu peito novamente.
Enzo por sua vez a abraça e beija o topo de sua cabeça antes de olhar para a televisão outra vez.
─ Nossa, mas essa Grazi Massafera hein? Muy hermosa… ─ Vogrincic comenta com um sorriso no rosto e sua garota ri baixinho, notando que o uruguaio estava tentando fazer ciúmes nela.
─ Concordo, vida. Não é atoa que ela é uma das melhores atrizes brasileiras e ainda por cima tem uma filha com o Cauã Reymond, juro! Ele em Terra e Paixão estava uma deli-, digo… Ele atuou muito bem em todas as cenas, mas quando chegou aquela parte em que o Caio, personagem dele, confessou pra Família La Selva que o Daniel era filho do Seu Ademir. Essa cena é memorável.
Podemos dizer que S/n se empolga um pouco quando o assunto é novela e Enzo sabe muito bem disso…
Enzo respira fundo algumas vezes e faz um biquinho fofo, tentando focar sua atenção no capítulo da novela. Sua mulher estranhando sua quietude, mas sabendo o porquê o mais velho estava agindo assim, se deitou em cima dele e o encarou, indo direto ao ponto.
─ Tá com ciúmes? ─ Pergunta ela tentando não sorrir. Não negava que Vogrincic quando ficava puto de ciúmes se tornava mais belo do que já é…
Ele não respondeu e nem sequer desgrudou os olhos da tela a média distância. Porém S/n sabia que a resposta dele começava com “S” e terminava com “M”.
─ Prometo que vou me controlar quando for elogiar alguns dos meus atores favoritos, amor. ─ A garota fala segurando o rosto de Enzo com delicadeza e só agora ele a olha nos olhos, ainda com o biquinho.
S/n sorri, deposita um selinho rápido nos lábios macios de Vogrincic e em segundos ─ o que era pra ser somente um selinho ─ se tornou um beijo lento com direito a duas mãos firmes acariciando a coluna e descendo para a cintura da brasileira.
─ Você às vezes me faz agir como um adolescente de quinze anos com ciúmes da namoradinha, sabia? ─ O tom da voz do mais velho sai baixo e um pouco descompassado, fazendo ambos sorrirem.
─ A-há! Eu sabia que você estava com ciúmes! ─ A brasileira diz convencida e nota o homem revirar os olhos. ─ Mas relaxa, meu lindo e pequeno gafanhoto uruguaio, você é o único que eu amo!
Enzo sorri com a fala de sua garota e a puxa para um beijo calmo, sem muitas segundas intenções e extremamente gostoso, ignorando o fato de ainda estar sentindo algumas pontadas de ciúmes e pensando em como iria descontar esse sentimento em sua namorada…
#imagines da nana 💡#enzo vogrincic#enzo vogrincic fanfic#enzo vogrincic imagine#enzo vogrincic smut#enzo vogrincic x you#enzo vogrincic x reader#enzo vogrincic × leitora#enzo vogrincic one shot#a sociedade da neve#la sociedad de la nieve#society of the snow#lsdln cast#lsdln x reader#lsdln smut#lsdln imagine#lsdln fanfic#pt br#cncowitcher
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destino jaemin
não há nada tão misterioso, místico e maravilhoso quanto o tempo. este tem suas artimanhas, suas invenções e conexões inexplicáveis que levaram você até jaemin.
notas! esse pedido foi feito pela minha bebê, @jaemingold. é inspirado em duas músicas: monalisa, do djavan e invisible string, da taylor swift. se você curte ler com música, recomendo essa (especialmente no momento "o dia"). é uma bobeirinha bem fofa, espero que gostem.
jaemin x leitora soulmate!au; akai-ito (cor diferente no fio); 3.3k !não foi revisado!
Dois anos antes
Numa das mesas vazias da sorveteria perto do parque também vazio está a menina cuja qual se prepara para o último ano de escola.
O recesso de inverno é sua parte favorita do ano, a paz que a paisagem alva enfeitada de pequenas luzes douradas ou coloridas exala lhe é muito cara. Este é o período no qual escolhe recintos aleatórios para passear, sempre acompanhada de si mesma e um livro na bolsa.
Decide-se a cada dia por lugares onde é costume ir no verão, assim, acaba sendo a única freguesa muitas vezes. A melhor parte, caso lhe perguntem. Por isso, a sorveteria Frigidarium te atraiu. Ao entrar no ambiente aquecido e ver apenas os funcionários, suspirou de alívio. Bingo.
— Boa tarde, senhorita. Obrigado por nos escolher, fique à vontade para escolher uma mesa. Irei até você. — o homem atrás do balcão cumprimenta com educação, mas parece nervoso e atrapalhado.
Um aceno de cabeça e um obrigada sussurrado foi o suficiente. Após achar conforto em um dos cantos, retomou a leitura que tinha iniciado no metrô.
— Você é uma das minhas, sorvete é até no frio. Quais sabores vamos querer hoje? — ele já está com a caneta a postos.
— Eu amo sorvete! — sorri como uma criança feliz. — Pistache, chocolate belga e baunilha, por favor.
— Que combinação, hein? — o senhor ri com vontade, mas logo interrompe o riso com um estalo nos lábios. — O menino que me ajuda está super atrasado hoje, mil perdões pela bagunça.
Não tinha reparado, porém não era tanta assim. A agitação do homem vem de dentro, observa.
As horas passam como as horas num dia de inverno deveriam passar, lentas o suficiente para render bem o dia. Terminou bem uns três capítulos e mais quatro sabores de sorvete antes de decidir que era hora de partir, teria uma jornada muito mais gélida de volta deixasse o Sol se pôr.
Preocupado, o homem aperta o casaco grosso contra o corpo enquanto percorre a área com os olhos pela enésima vez à procura de Jaemin. O moleque nunca se atrasa assim! Pelo contrário, é pontual, responsável, simpático. O que será que aconteceu?
Para o alívio do coração frágil do mais velho, uma figura apressada aproxima-se ao longe. É, finalmente, Jaemin, depois de ter ficado preso limpando a escola às ordens da professora mais malvada que já existiu na face da Terra.
Ao passo que Na alcança a esquina, você deixa a sorveteria e despede-se, agradecendo a atenção do atendente caridoso. Assim que vira de costas para caminhar, o menino chega na frente do senhor, repousando as mãos nos próprios joelhos e revela a respiração ofegante pela corrida extensa.
— Perdão, senhor. — Jaemin pede entre os suspiros. Retoma a postura ereta, as mãos apertam os ossos do quadril. — Tenho um motivo, juro.
— Ah, garoto! Não me assusta mais assim.
Um ano antes
Jaemin nunca imaginou que seria a pessoa a sair de casa para estudar em outra cidade, parecia um sonho distante. Na verdade, não tinha passado por sua cabeça viver longe da família, não seria capaz. Cuidar de sua mãe e seus dois irmãos mais novos tinha tanto gosto de felicidade que não pensava em abrir mão disso, até que recebeu a carta de admissão de uma faculdade que nunca tinha aplicado.
Obviamente foi uma tentação. Aquilo perturbou tanto a cabeça do jovem que o fazia acordar todas madrugadas para encarar cada palavra digitada naquele simples convite. As letras pareciam brilhar algumas vezes, um tom dourado que ele sempre justificava como imaginação fértil.
Decidiu ir após um dia longo no trabalho, não poderia estacionar a vida por ali. Decisão tomada, as dores de cabeça e letras douradas sumiram, mas a sensação de estar sendo puxado para o que parecia certo crescia ao passo que o dia da viagem chegava.
Primeira vez que viajou de avião sozinho, primeira vez pegando um táxi sozinho, primeira vez carregando todas as suas coisas em malas que lhe foram doadas, primeira vez que teria uma oportunidade de conhecer a si próprio, pensar apenas em si.
O motorista do táxi sentiu compaixão pelo jovem menino e o ajudou a carregar todas as malas, o carro ficou lotado. Jaemin sentou-se no banco da frente para facilitar o transporte, e ainda assim, o espaço em seu colo estava sendo aproveitado também.
— Você é tão jovem, parece minha enteada… minha filha. — diz o motorista, tentando oferecer uma conversa amigável ao garoto visivelmente assustado. — Veio para a faculdade?
Jaemin suspira e solta um risinho para ser educado, o medo mal permite que ele interaja.
— Sim, sim. Vim estudar música, senhor. Composição, na verdade.
O senhor exclama em animação, como se a maior coincidência tivesse acabado de ser revelada.
— Minha filhota também! Em qual faculdade?
— Instituto SAE, senhor.
— Ah… — declara um pouco decepcionado. — Ela vai estudar na Academia JAM.
— Meu amigo Renjun também! Talvez um dia a gente se conheça…
— Espero que sim, rapaz. Ela seria uma boa amiga pra você, sabe? Nós nos mudamos recentemente para não deixá-la sozinha aqui, e agora estou trabalhando mais enquanto não encontro outra coisa melhor. Ela não queria, disse que não queria mais dar trabalho, mas a gente insistiu. Menina de ouro.
Um breve silêncio paira no ar, Jaemin não sabe o que responder, só consegue pensar que sua vida está começando agora. Ele precisa ser responsável pelas próprias decisões daqui para frente, tudo depende dele somente. Não é como se sua família o tivesse abandonado, pelo contrário, dão todo apoio do mundo aos seus sonhos. Porém a distância…
— Por falar nela… — o motorista interrompe os pensamentos do garoto e aperta o dispositivo à sua frente para atender a ligação. Por causa do bluetooth, Jaemin também faz parte da conversa. — Oi, filha! Tô com um passageiro, seja rápida.
— Oi, papai.
No exato instante que sua voz preenche o carro, a tontura e preocupação do mais novo cessam, sente uma calmaria acalentar o peito. Em volta de seus olhos há certa cintilância, o que ele pensa ser vertigem.
— Cheguei no dormitório agora pouco, minha colega de quarto foi super simpática. Uma veterana de piano, fiquei tão feliz.
O brilho aumenta conforme sua fala se estende. Jaemin pensa estar passando mal, procura alguma razão em volta de si que explique o as partículas douradas flutuando sobre sua visão. Sem justificativa, a confusão contorce suas expressões ao perceber que, ao fim da ligação, também se vão as poeiras brilhosas. Estranho.
Vez ou outra esse pó mágico, como Jaemin apelidou quando criança, se apresentava em situações aleatórias. Na infância tudo é mágico, porém à medida que amadurecia, ficava mais difícil acreditar — e entender — do que aquilo se tratava. Quanto mais raras tornavam-se as aparições, menos pensava nisso. E assim pretende continuar.
5 meses antes
Se pudesse voltar no tempo, diria a si própria para não confiar no cara mais desejado do campus. Óbvio que todo esse papinho de estar apaixonado era mentira, de escrever músicas de amor (foram todas recicladas, por sinal), de prometer ser sempre seu… Tudo. Mentira. Como caiu na lábia dele?
Sabe bem. Era só Doyoung pegar o violão que tudo parecia certo, sua tática de sedução infalível. O que ele falasse ao tocar qualquer acorde, olhando nos seus olhos, viraria voto secreto.
Bem, os olhos outrora hipnotizados por toda beleza do homem, hoje se abriram. Numa das festas de um famoso quem popular do campus, pegou seu situação fiel no meio de uma pegação bem intensa com outras duas calouras.
Não permitiu que ele chegasse até você, foi rápida ao se esconder entre as pessoas. Doyoung também não insistiu muito, não valia a pena.
Mesmo com vontade de chorar, engole as lágrimas junto com uma mistura poderosa num canto qualquer. Pouco distante dali, na sala, estão Renjun e Jaemin, haviam chegado há pouco, quando o primeiro decide procurar pelo banheiro.
— Eu já volto, não sai daqui.
Jaemin revira os olhos. Até parece que encararia essa avalanche de gente sozinho, obviamente esperaria o amigo no mesmo lugar.
Renjun se espreme entre os espacinhos que sobram para a passagem, bufando ao levar esbarrões que o atrapalham de tomar a direção que procura. Na verdade, já não reconhece mais em que parte da casa está. Fica na ponta dos pés para se localizar, batendo os olhos diretamente em você. O sorriso que estica os lábios se desfaz ao notar o olhar perdido, a expressão decepcionada e copos vazios por perto, além do meio cheio que está em uma das mãos. Boa coisa não pode ser.
— Junnie! Oi! — a voz esganiçada denuncia o estado no qual o álcool te deixou, nunca o cumprimenta assim sóbria. — O que você tá fazendo aqui?
— Que bom te ver também, coisinha. — implica, refrescando o paladar com o seu drink. — Qual foi dessa cara de bunda, hein?
Inúmeras possibilidades de resposta passaram pela cabeça de Renjun, menos a sua reação de fato. Parece que a pergunta era a gota que faltava para que você quebrasse, não é capaz de conter as lágrimas. Vergonha, decepção, humilhação, todos os motivos se combinaram. Cobrindo a face com as mãos, se permite botar para fora por uns minutos.
— Vou pra casa, Jun. Desculpa tomar seu tempo assim.
Por mais dramática que a bebida te fizesse, desta vez realmente se sente culpada de ter dado um banho de água fria na diversão do amigo.
— Eu levo você.
— Não!
Ele leva um susto com a sua rispidez, até afasta o braço que estava prestes a entrelaçar-se ao seu.
— Não precisa, Jun. Aproveita a festa, é sério.
— Para com isso. Te levo e volto, o máximo que vai acontecer é eu nunca mais ver esse dinheiro do uber, e… — você o belisca para retrucar a brincadeira, ele ri. — talvez o Jaemin fique meio puto.
— Jaemin? Quer ir procurá-lo?
— Deixa ele aí rapidinho, a gente não vai demorar. O seu dormitório não fica tão longe. — finalmente engata os braços, já direcionando os dois para fora do caos.
— Renjun, eu posso ir a pé. Dez minutinhos não é muita coisa.
— Exatamente, por isso mesmo, não é nada, eu já vou voltar. Fora que ir a pé agora é sinistrinho, não posso deixar.
Os dois se dirigem para fora sem que Jaemin veja, apesar de Renjun tê-lo procurado pro alto. Realmente não sente tanta falta do amigo assim, acaba encontrando dois colegas de sala por coincidência e não demorou muito para que ele retornasse.
Esta foi a última vez que um quase separou você de Jaemin.
Um dia antes
Renjun espera Jaemin chegar em casa pulando um pouco de frio pela brisa surpreendentemente gélida esta noite. A jaqueta e a calça jeans não estão dando conta do frio, e o garoto reza para que o amigo chegue logo. Suas preces foram atendidas rapidamente, pois a figura forte do garoto se aproxima da porta de casa com um olhar curioso e um sorriso no rosto.
— Tá com saudade de mim, Junjun? — ele provoca, causando um revirar de olhos no outro.
— Abre logo essa porta, tá frio pra caralho.
Entrando no apartamento quentinho, Renjun suspira de alívio e se joga no sofá na primeira oportunidade que tem enquanto Jaemin larga as sacolas de mercado na mesa da cozinha.
— Ao que devo a visita? — Jaemin indaga ao retornar para a sala e fazer companhia ao amigo.
— Amanhã você tem compromisso?
Na parece pensar, e logo sacode a cabeça negativamente.
— Ótimo. Minha amiga vai se apresentar e você vai no recital comigo. Não reclama, eu já comprei seu ingresso.
— Eu nem disse nada. — ele lança uma das almofadas bem no abdômen do amigo. — Tá bom, ué. Se é pra ir, eu vou. Ela toca o quê?
— Piano.
— Ihhh, qual foi esse sorrisinho? Você gosta dela?
O silêncio sepulcral segue a cara de horror de Renjun.
— Não?!
— Sei… — faz uma expressão desconfiada só de sacanagem.
— Definitivamente não, para de graça. — ele suspira, não querendo dá-lo o gostinho de cair em suas provocações. — Enfim. Amanhã às sete da noite, a gente se encontra no Centro e pede um uber, pode ser?
Jaemin concorda, e eles seguem conversando sobre qualquer coisa. Ele concorda sem saber que absolutamente tudo faria sentido a partir daquele encontro.
O dia
Apesar do trânsito caótico da cidade, chegaram com antecedência ao evento e, uau, está lotado. O burburinho toma conta do teatro enquanto os dois procuram o lugar privilegiado que Renjun havia conseguido, onde a acústica favorece e a visão não deixa a desejar.
De repente, após já sentados, o silêncio é pedido e atendido imediatamente. O primeiro solista entra sob aplausos contidos e inicia sua apresentação belíssima, Jaemin parece vidrado. Vez ou outra sentia choques de realidade do porque amar tanto música, e este momento se classifica assim. O violoncelo é um de seus instrumentos favoritos, por isso se deixa tocar pelas notas tão únicas e refinadas, quase não percebe quando termina o número.
— Ela já é a segunda. — Renjun sussurra com discrição, acordando o amigo de seu transe.
Os holds já haviam trazido o instrumento pesado até o palco quando Jaemin abre os olhos novamente. Na coxia, você respira fundo algumas vezes e dá os primeiros passos em direção ao banco com graciosidade, os aplausos estão abafados aos seus ouvidos.
A quietude preenche o recinto outra vez ao passo que um zumbido perturba seus pensamentos, mas logo se vai ao pressionar as primeiras teclas com os dedos trêmulos. Renjun sorri em apreciação, orgulhoso da sua primeira composição sendo mostrada ao mundo. No entanto, Jaemin não sorri.
Tudo que consegue ver é você, rodeada daquela mesma poeira dourada que ele conhece. Só que agora, há uma quantidade extravagante dela. Ele tampa a boca em formato de O, mas sua mão também está brilhando. Será que todos podem ver?
Ele procura algum sinal em volta e não encontra nada. Fitando os próprios dedos, ele vê que há um fio reluzente amarrado no mindinho, que se estende de cadeira em cadeira, sobe ao palco e… Ele só pode estar ficando maluco.
O outro lado do fio está atrelado ao seu mindinho.
A sua mente gira. O que é toda essa luz? Mal consegue enxergar as teclas de tanto dourado, suas digitais também parecem estar sendo puxadas para fora do palco, especialmente onde está o nó brilhante. A ansiedade de errar na frente de tantas pessoas desregula a sua respiração por uns segundos, até que você fecha os olhos e confia na própria memória. Por trás das pálpebras vê um sorriso desconhecido que acalenta o desespero, e sem perceber, imita o gesto. Assim, nem parece mais você a tocar o piano. A melodia sai tão naturalmente e leve que nem sente esforço nenhum sendo feito.
A melodia cessa, e as luzes se vão também, os aplausos e as exclamações de “bravo!” assustam você e Jaemin, os trazendo de volta para a realidade. Para ele, tinha acabado ali, só conseguia pensar em você nas outras três apresentações. Ao final, Renjun tira da mochila um pequeno arranjo de flores que havia guardado com cuidado e convida Jaemin para seguí-lo até o corredor, onde você estaria.
Ao ver Renjun, seu sorriso nervoso se torna um sincero, e vocês se abraçam em celebração. Ele te entrega o singelo mimo com alegria, rasgando elogios sem fim.
— No meio da música, parecia que você tinha se desligado completamente e só existia o piano. Foi lindo, lindo, lindo.
— Obrigada, Jun. Eu realmente me desconectei, não sei… foi estranho, mas tão bom. — você confessa animada, notando uma segunda presença por perto.
Hipnotizado é pouco. Jaemin está encantando, vidrado, nervoso, completamente focado no seu rosto, nos seus trejeitos. Chega a ser esquisita a forma que ele está se comportando.
— Ah! Esse é o famoso Jaemin. Jaemin essa é a… irmão, acorda!
Jaemin chacoalha a cabeça, completamente desconcertado.
— Eu tava, hm, é… distraído. — limpa a garganta e estende a mão para você. — Prazer, viu?
No aperto de mãos, você nota certa dormência em volta do dedo mindinho e, obviamente, ele também. Não só isso, ao reparar mais detalhes do rosto do menino, você confirma que o sorriso que vira durante a apresentação pertencia a ele.
Isso só pode ser loucura, não é?
Parecia cada vez mais real.
Mesmo tendo decidido seguir suas vidas, a curiosidade não findava. Especialmente depois de uma série de encontros aleatórios, quase diários.
Uma vez na esquina do trabalho, trombou com Jaemin, e a dormência nos dedos apareceu de novo.
Depois no metrô, entraram ao mesmo tempo, um de cada lado, e quase caíram um em cima do outro.
Outra vez foi em um domingo ensolarado, se encontraram no mercado comprando exatamente os mesmos sabores de sorvete, pistache, chocolate belga e baunilha.
Era sempre meio estranho, risinhos simpáticos para disfarçar aquela vontade absurda de perguntar se o outro tinha sentido e visto as mesmas coisas. Aquela saudade inexplicável na hora de se despedir, quando algo dentro de si pedia aos berros para que ficassem.
As coincidências ficaram insuportáveis, e Jaemin decidiu tomar uma atitude e testar sua teoria. Ele calmamente passeia pelo parque mais vazio e distante do Centro da cidade, escolhendo um dos bancos de madeira pintados de verde para sentar-se. Se você aparecesse ali, realmente seria um sinal, e não poderiam mais ficar quietos sobre o que vinha acontecendo.
Impressionado, aliviado, mas pouco surpreso, o garoto sorri ao te reconhecer de longe. Você está ouvindo música, dançando pelo caminho e se aproximando devagar. É costume seu vir ao parque quando precisa espairecer sem ser incomodada.
Jaemin se levanta e te espera chegar, ainda não tinha sido visto. As mãos enterradas no bolso da calça entregam o nervosismo, o estômago está revirado de borboletas.
Ao avistá-lo ali, seus pés travam, porém não consegue esconder o sorriso. Era o sinal que havia pedido ontem à noite, antes de dormir. Você se aproxima cheia da coragem que havia se permitido sentir e o abraça forte, tão forte que ele se perde por alguns momentos. Os braços fortes, no entanto, envolvem sua cintura com uma intimidade familiar, apesar de ser a primeira vez que se tocam assim.
Jaemin é o primeiro a se afastar, bem pouco, deixando que os rostos se admirem bem de perto. Ele ajeita seus cabelos e você acaricia as bochechas macias dele com certa devoção.
— Eu preciso fazer uma coisa. — sussurra como um pedido, encarando seus lábios e depois seus olhos.
Você assente, novamente tímida, mas se entrega, cerra as pálpebras e espera a próxima ação do garoto. Com delicadeza, ele repousa os lábios sobre os seus e inicia um beijo doce, lento, repleto de carinho.
Ao mesmo tempo, como uma miragem, vocês se veem crianças, correndo numa pracinha da cidade natal. Na sua cintura e na dele, o fio dourado se estica e se contrai conforme os movimentos da corrida entre os vários brinquedos.
A cena não se demora, avançando no tempo. No mesmo ponto de ônibus para ir à escola, você e Jaemin quase se cruzavam todos os dias. Um subia no transporte, o outro chegava. E, mais outra vez, o fio os atrelava, como uma promessa.
Depois, as cenas ficaram mais recentes. Jaemin era o menino atrasado na sorveteria e também o qual seu padrasto não parava de tagarelar sobre, você descobre. No dia da festa na qual descobriu a traição de Doyoung, no meio de toda aquela gente, o fio reluzente continuava a conectar vocês dois até que, finalmente, se viram pela primeira vez e chegaram até aqui.
— Você também viu? — você pergunta baixinho, separando o beijo com alguns selinhos.
— Vi. Demorei a vida toda pra te ter. — ele ri, sem acreditar que esse tipo de coisa é real. Depois de tanto tempo achando que tinha tomado decisões erradas, ele percebe que tudo colaborou para que vocês dois se encontrassem.
— Eu nunca mais vou te deixar. — sua promessa remenda todas as mágoas e dúvidas no coração de Jaemin, que te toma nos braços de novo.
Desde sempre, e para sempre, conectados para que se achassem, se cuidassem e amassem. Muitas vezes os dois se questionaram sobre o amor, sobre as circunstâncias de tantas mudanças, porém tudo passou a fazer sentido por causa do outro, e nunca permitiriam que isso escapasse.
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Yes Sir! capítulo 26
Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 23 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá o ponto de vista de Aurora e Harry.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
MASTERLIST
Aurora
Já faz um mês desde a última vez que tive aquela conversa com Harry. Desde então, ele praticamente desapareceu da minha vida. Raramente o vejo na faculdade, como se ele tivesse decidido me evitar de propósito. No entanto, todos os dias, sem falha, vejo seu carro estacionado na frente da casa nova.
Eu me odeio porque, mesmo depois de todas as mentiras, eu ainda o amo.
Como eu posso ser tão estúpida?
Eu fico me perguntando se ele fez isso antes, com outras garotas?
Eu sinto saudade da sua voz, do jeito que ele falava meu nome, do jeito que suas mãos me faziam sentir. Sinto saudades de dormir com ele, de como ele me fazia sentir especial, única.
Quem estou tentando enganar?
Eu ainda quero que ele seja só meu e não suporto pensar nele com outra mulher, me sinto culpada por querê-lo, mesmo sabendo de sua família. Sinto ainda mais culpada porque, lá no fundo, eu queria que esse divórcio fosse real, queria que ele fosse livre para que pudéssemos ficar juntos, sem mentiras, sem segredos, mas se ele nunca se separar? E se ele sempre encontrar uma nova desculpa, uma nova razão para continuar preso nessa vida que não inclui eu?
Eu odeio admitir isso, mas é a verdade.
A verdade mais dolorosa de todas.
Eu o amo.
Eu o amo.
Eu o amo.
E por mais que eu tente negar, esse sentimento não vai embora, está entranhado em mim, nas minhas veias, no meu coração, é um amor que me consome, que me destrói, mesmo assim eu ainda o quero, ainda penso que talvez em outra vida nós dois pudéssemos ser felizes, talvez eu poderia ser sua primeira escolha, sua única escolha, talvez, não haveria esposa, filhos ou segredos.
Se Harry me procurasse agora, se ele viesse até mim e dissesse que tudo poderia ser diferente, que deveríamos esperar, que ele estava finalmente pronto para estar comigo de verdade...
Talvez eu dissesse sim.
Talvez, apesar de tudo, eu o aceitasse de volta, mas ele simplesmente desistiu de mim.
Por quê?
Por que ele desistiu?
Como ele pôde simplesmente desaparecer depois de tudo o que ele disse?
Depois de tudo que ele me prometeu?
Será que faz promessas a sua esposa agora?
As mesmas promessas que fez para mim? Prometendo que nunca mais a magoaria, que a ama e que está arrependido?
— Ei, Aurora. — Gabriel cutucou meu braço, me tirando dos devaneios.
Nem sei há quanto tempo eu parei de prestar atenção na aula.
— Oi, Gabriel.
— Você está bem? Parecia que estava em outro mundo! — Brincou com aquele sorriso no rosto.
— Estou bem. — Menti.
— A aula acabou, vamos almoçar? — Ele tinha um brilho de esperança nos olhos.
Gabriel era o tipo de cara insistente, sempre sendo super gentil, sempre presente, mesmo depois de eu ter dito que não estava pronta para sair com ele, ele continuou ali, insistindo até onde eu permitia e lentamente sem que eu percebesse comecei a me acostumar a tê-lo por perto.
Pensei em recusar o convite como vinha fazendo nas últimas semanas por medo de sentir algo, mas eu estava cansada de me sentir tão sozinha.
— Na verdade, sim, eu ia sair agora. — Respondi, pegando minha bolsa.
— Sério?
— Ficou tão surpreso assim?
— Bem, você vem me rejeitando há semanas.
— E mesmo assim, todos os dias de aula você me convida para almoçar, mesmo eu tendo dito que não sairia com você.
— Bem, almoçar no refeitório da faculdade não é bem um encontro, então tecnicamente eu não quebrei nenhuma regra. — Ele sorriu.
— Ok, espertinho, vamos.
Enquanto caminhávamos, o silêncio entre nós era confortável, ao lado de Gabriel tudo parecia mais fácil, mas a verdade é que, por dentro, eu ainda estava despedaçada, eu não conseguia esquecê-lo, por mais que quisesse, foi exatamente por isso que eu tinha aceitado o convite de Gabriel hoje, uma tentativa desesperada de tirar Harry da minha cabeça, nem que fosse por algumas horas.
Mas eu sabia que não era justo, Gabriel não merecia ser uma fuga, ele sempre foi gentil, eu via o brilho de esperança nos seus olhos, o mesmo brilho que me fazia sentir culpada por sequer considerar usá-lo para esquecer outro homem, mas estava cansada de estar sozinha, de me agarrar à lembrança de alguém que tinha sumido da minha vida, ao mesmo tempo, a ideia de me entregar a Gabriel parecia um limite que eu não estava pronta para cruzar, então decidi que aceitaria o que tínhamos no momento, eu ainda não podia dar a ele o que ele queria, talvez nunca pudesse, mas por enquanto eu precisava disso, da sua companhia, da sua amizade, do alívio momentâneo de não estar sozinha.
Harry
O relógio marcava mais de oito horas e meu dia parecia longe de terminar.
Será que Violeta estava bem?
Puxei o celular do bolso sem pensar duas vezes digitei uma mensagem rápida.
"Ainda no escritório, terminando umas coisas. Você está bem? Como estão as meninas?"
Enviei a mensagem e fiquei olhando para a tela, esperando sua resposta até finalmente o celular vibrou em minhas mãos.
"Estou bem, amor, não se preocupe, estou com as meninas. Vê se não demora muito."
Saber que estava tudo bem com ela e as meninas aliviava um pouco a tensão,
guardei o celular e voltei minha atenção para os papéis na mesa que precisavam ser finalizados.
Estava concentrado quando ouvi uma batida leve na porta. Olhei para cima e vi Claire a professora substituta entrando com um sorriso, fechando a porta atrás de si.
— Ei, Harry, ainda aqui?
— Oi, sim, pensei que já estivesse ido.
— Você parece exausto.— disse ela, se aproximando devagar.
— Só um pouco cansado, o dia foi corrido.— Sorri. — Está se adaptando bem a a faculdade? Precisa de alguma ajuda? — Tentei demostrar solidariedade.
— Sim, obrigado por sempre ser tão gentil comigo. — Ela sentou na ponta da minha mesa. — Até por isso vir aqui, queria te agradecer, por que não saímos daqui e pegamos algo para comer? Um jantar pra relaxar, só nós dois.
Então tirei os olhos dos papéis à minha frente, tentando ignorar o convite implícito em sua voz.
— Não acho que hoje seja uma boa ideia.
Ela deu uma risada baixa, como se minha recusa fosse apenas parte de um jogo que ela estava disposta a vencer. Claire aproximou afastando alguns papeis, ficando em minha frente, tão próximo que eu podia sentir as pernas dela em mim, sua presença era quase sufocante, respirei fundo me empurrando com a cadeira para trás.
— Ah, não precisa ser tão sério, eu só sugeri uma refeição.
Olhei para cima, tentando me concentrar no o olhar dela e não em suas insinuações.
— Claire, eu realmente vou passar, tenho outras coisas para resolver.
Ela sorriu, uma curva provocante nos lábios, como se já estivesse prevendo isso.
— Ah, Harry, você trabalha tanto... Quem sabe você não precisa de uma boa companhia pra... relaxar um pouco?
Aquela mulher estava sentada cima da minha mesa, com a saía quase em seus quadris pelo tanto que ela subiu, as pernas abertas e para minha má sorte ela não usava calcinha.
Foi inevitável lembrar das vezes que Aurora esteve ali em cima daquela mesa e ver agora essa mulher me fez sentir repulsa.
— Vamos, Harry, sei que você quer. — Seus dedos brincavam com os botões de sua camisa social. — Não precisa ser complicado, só nós dois, aqui, agora, sem compromissos.
Parecia uma oferta tentadora a qualquer homem, ela era bonita e jovem, mas não para mim.
A essa altura, eu sabia que precisava ser claro, levantei e fui até ela fechando suas pernas.
— Claire, eu sou casado.
Ela deu uma risada curta, como se a palavra "casado" não tivesse importância para ela, seus olhos brilharam com provocação quando olhou diretamente para minha mão.
— Casado, é? — Ela inclinou a cabeça, passando a mãos por meus dedos. — Engraçado... Não vejo nenhuma aliança no seu dedo.
Sua provocação me atingiu em cheio, trazendo à tona memórias que eu preferia esquecer.
O rio Charles, eu joguei minha aliança naquele rio, no dia que vim morar em Boston, mas agora vazio em minha mão era um lembrete constante do ato estúpido que cometi.
— Sabe, Harry, ninguém precisa saber, sua mulher não precisa descobrir. —Ela alisou meu peito, puxando a minha gravata para sussurrar em meu ouvido. — Isso pode ficar só entre nós.
Eu respirei fundo, afastando qualquer vestígio de dúvida que ela tentava plantar.
— Não é sobre ela descobrir, Claire, é sobre o que eu quero e eu não quero você. — A afastei de mim. — Agora por favor, saía.
— Aí, essa dueu. — Fez um biquinho. — Você é um homem difícil, Harry, mas... se mudar de ideia, sabe onde me encontrar. — Ela deu um passo para trás, ainda mantendo o olhar fixo em mim por alguns segundos antes de sair da sala.
O silêncio que ficou era quase insuportável.
Olhei para minha mão novamente, para o lugar vazio onde minha aliança costumava estar.
Eu preciso de uma nova aliança.
Se eu estava decidido a consertar meu casamento, tinha que começar a fazer isso de forma correta.
E a aliança seria o primeiro passo.
Aurora.
Estava saindo da aula quando Gabriel, como sempre, apareceu com dois cafés nas mãos. Ele insistia em me trazer café todos os dias, e por mais que eu dissesse que não precisava, ele nunca desistia. Era só um café, ele repetia para mim e eu fingia que acreditava.
— Você sabe que vai acabar me viciando nisso, né? — brinquei, pegando o copo.
— Esse é o objetivo. — ele respondeu com um sorriso malicioso. — Assim você nunca vai me largar.
— Oi, pombinhos! — Lily chegou com aquele tom provocador claramente se divertindo com a situação de nossos rostos ficaram.
— Lily, não começa. — Revirei os olhos, tentando ignorar.
— Eu te vejo depois. — Gabriel riu dando um beijo em minha bochecha. — Tchau Lily. — Ela assentiu e vimos ele desaparecer.
Assim que ele se afastou, Lily me olhou com aquele olhar que já sabia o que significava.
— Não fale nada. — Adverti
— Sério, Aurora? Ele está tão na sua, você está brincando com o coração do garoto.
— Eu não estou brincando com ninguém, Lily. — Suspirei, começando a andar pelo corredor com ela ao meu lado. — Não estou afim do Gabriel.
— Ah, então o que é isso que está acontecendo? — Ela balançou a cabeça, incrédula. — Só uns cafés e almoços sem segundas intenções? Porque ele está claramente esperando algo mais e você não tá ajudando em nada sendo tão... você sabe, tão doce com ele.
Eu ia responder, mas parei de repente.
Meu corpo congelou quando avistei Harry, parado no meio do corredor, ele estava conversando com alguém, rindo, mexendo no cabelo de forma casual até que meus olhos caíram sobre algo que brilhou em sua mão.
Uma aliança?
Uma aliança de ouro reluziu sob as luzes do corredor enquanto ele mexia no cabelo.
Eu senti o chão se abrir sob os meus pés, meu coração disparou, eu não conseguia respirar, eu não conseguia me mexer, eu não conseguia tirar os olhos daquilo.
Como assim ele estava usando uma aliança?
— Aurora? — Lily questionou sem entender porque eu congelei. — O que foi?
— Lily...
— O que?
—Ele está usando uma aliança...
— Quem?
— Olha. — Apontei em direção ao Harry. — Harry está usando a porra de uma aliança de casamento.
Lily franziu a testa e seguiu meu olhar, quando ela viu o que eu estava vendo, ficou em silêncio por um momento, depois soltou um suspiro pesado.
— Sério, Aurora? Por favor, amiga, você achou mesmo que ele iria se divorciar por você? Não me diga que você ainda estava acreditando nesse babaca.
Não conseguia respirar.
— Ele me disse que me amava.
— Aurora o que eu vou te falar vai doer muito, mas você não é nada pra ele, Aurora, ele te usou e agora voltou pra vida perfeita dele com a esposa, essa é a verdade.
Minha respiração ficou cada vez mais curta, e senti meu estômago se revirar.
— Eu... eu fui tão estúpida.
Lily, percebendo que eu estava à beira de desmoronar, mudou o tom. Ela me puxou para perto, os braços dela ao meu redor como um escudo.
— Amiga, escuta. — Lily, percebendo que eu estava à beira de desmoronar me puxou para perto, para que ninguém me visse. — Ele é um babaca, sempre foi, mas você não precisa mais sofrer por ele, você vale muito mais do que isso, você precisa seguir em frente, você precisa parar de se machucar por alguém que nunca te colocou em primeiro lugar.
As palavras dela me atingiram em cheio, e tudo o que eu conseguia sentir era uma dor esmagadora.
Meu estômago ficou embrulhado e antes que eu percebesse, corri para o banheiro mais próximo, onde vomitei.
Lily veio atrás de mim, segurando meus cabelos enquanto eu me ajoelhava no chão.
— Aurora... vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem. — Ela repetia, mas eu sabia que nada estava bem.
Harry
Violeta já estava grávida de cinco meses e meio, parece impossível acreditar que já se passou tanto tempo desde que quase perdemos o bebê. Desde aquele dia, fiz de tudo para estar presente. Tenho tentado ser o pai e o marido que Violeta e as meninas precisam. Mas, por mais que eu me esforce, sempre há algo no fundo, algo que não consigo resolver.
Aurora.
Eu ainda a amo.
Olho para Violeta, agora sentada no sofá, as mãos descansando sobre sua barriga que está começando a ganhar forma, ela acaricia suavemente a curva, quase inconscientemente.
— O que você acha de começarmos a escolher nomes? — Violeta sugere, um sorriso suave no rosto, como se já estivesse pensando nisso há dias.
Eu tento focar.
Este é um momento importante, eu não quero estragar isso, faço uma lista mental de nomes que já tinha em mente, de repente, sinto uma ponta de animação surgindo dentro de mim.
— Se for um menino, eu pensei em Robin era o nome do meu padrasto.— digo, com mais entusiasmo do que planejava.
Era isso que eu queria.
Eu sempre imaginei um filho.
Violeta ri suavemente, colocando a mão sobre a minha.
A ideia de ter um menino me fazia vibrar, eu podia ver nós dois jogando futebol, indo a jogos, tendo aquelas conversas de pai para filho.
— E se for uma menina? — Ela olha para mim com aqueles olhos brilhantes. — Pensei em Clara ou Amélia.
Eu paro por um segundo. Clara? Amélia? São bonitos, sim, mas não causam em mim o mesmo impacto que os nomes de meninos.
— Amélia é bonito...
— Aurora, Isadora e Amélia, soa perfeito, né?
Concordo com um aceno de cabeça, mas sinto aquele desconforto familiar voltando. Eu deveria estar feliz, mas por dentro, uma parte de mim ainda torcia por um menino.
Hoje nós iríamos ao Hospital para um check-up, depois do que quase aconteceu, sempre estamos indo ao médico para ter certeza que o bebê estava bem, não posso evitar o medo de que algo dê errado de novo.
Eu precisava de boas notícias hoje.
Na sala de ultrassom, o som familiar dos batimentos cardíacos preenchia o ar, e mais uma vez, eu me sintia grato por termos superado aquele momento difícil.
O Dr Payne, olhou para a tela, concentrado, antes de se virar para nós com um sorriso tranquilo.
— A gravidez está ocorrendo bem, vocês querem saber o sexo do bebê?
Eu olhei para Violeta, ela sorriu, aquele sorriso que só ela tinha, me pedindo permissão silenciosa.
— Sim, queremos — ela responde, animada.
O médico sorriu e apontando para a tela.
— Parabéns, vocês vão ter outra menina.
Violeta quase gritou de felicidade, apertando minha mão com força, ela estava tão emocionada que não conseguia esconder a alegria. Eu, por outro lado, senti meu coração afundar.
Mais uma menina? Tentei manter o sorriso no rosto, me sentindo culpado por não estar no mesmo nível de entusiasmo.
— Uma menina, Harry! — ela exclamou, os olhos brilhando de lágrimas. — Mais uma menininha para nós!
— Sim, mais uma menininha — repeti sorrindo para ela, tentando parecer genuíno.
Eu tentei me convencer que ia ser perfeito, mais uma menininha para eu cuidar, amar e proteger, eu sei que vou amá-la com todo o meu coração, mas, por enquanto, havia uma pontada de tristeza que ainda precisava processar.
Eu estava a ajudando enquanto caminhamos até a saída quando ela simplesmente parou.
— H, eu preciso ir no banheiro, agora, já volto.
— Tudo bem. — Ri de como ela parecia fofa correndo para o banheiro.
Enquanto esperava decidi pegar um café na máquina no corredor, eu estava colocando as moedas quando ouvi uma voz atrás de mim me fazendo arrepiar.
— Olha só quem está por aqui. — Bryan com um sorriso me cumprimentou.
Eu respirei fundo, tentando controlar a raiva que já sente subir. Levantei-me devagar, pegando o café, me virando para ver Bryan encostado na parede, com o mesmo sorriso desdenhoso.
— O que você quer, Bryan?
— Eu trabalho aqui, lembra? Só queria dar um oi. — Comentou despreocupado. — Onde está a Vi?
Eu encarava, tentando manter a calma, tinha muitas pessoas aqui, mas cada palavra que saia da boca daquele babaca estava me irritando profundamente.
— Não te interessa.
— E como estão as meninas? Como está a minha pequena Aurora? — Ele sorriu, com um olhar provocador. — Sinto tanta saudades, sabe Harry, acho que já está na hora de você deixar eu vê-la, eu tenho direito não acha?
Essa frase atingiu como uma faca.
Como aquele filho da puta ousava dizer isso.
Eu senti meu sangue ferver, minhas mãos tremerem de raiva.
Bryan estava insinuando, sem qualquer vergonha, que Aurora, minha Aurora era filha dele e o pior de tudo é que ele estava agindo como se tivesse algum direito sobre ela.
Ele nunca teve e nunca vai ter direito sobre ela, eu não vou permitir isso.
— Se você ousar falar mais uma vez falar da minha filha eu vou quebrar todos os seus dentes, porra! — Fechei meu punho. — Ela é minha filha! Fique bem longe dela.
— Será que é? — Bryan riu com desprezo. — Porque quanto mais eu penso, mais eu acho que ela tem muito de mim e não seria justo eu não poder vê-la, certo?
Eu não consigo mais me segurar, eu jogo o café no chão e parto para cima de Bryan, agarrando-o pela camisa e empurrando-o contra a parede.
— Se você se atrever a dizer que Aurora é sua filha de novo, eu juro que vou acabar com você, seu filho da puta! — Minha voz estava fora do controle, chamando a atenção de todos alí. — Não se esqueça que eu sou formado em direito e conheço os melhores advogados e juízes, não vou medir esforços para fazer da sua vida um inferno.
Bryan riu como se estivesse se divertindo com a situação.
— Você pode me bater o quanto quiser, Harry, mas isso não vai mudar nada, no fundo, você sabe a verdade e amo muito fazer você se lembrar dela. — Ele deu um sorriso que tive que lutar contra o impulso de soca-lo ali mesmo.
Mas eu não podia, todos ali no hospital estavam nos encarando, uma briga só causaria mais problemas para mim e sua família. Relutante, soltei Bryan.
— Isso é só um aviso, fique longe da minha família, se eu pegar você perto de Violeta ou da minha filha, se eu souber que tentou algo, eu não vou me segurar da próxima vez. — Disse no tom mais ameaçador que consegui.
Bryan ajeitou sua camisa, ainda com um sorriso no rosto.
— Veremos, Harry. Veremos.
Eu dei as costas e sai, ainda fervendo de raiva, Bryan conseguiu, plantar mais uma vez uma semente da dúvida em minha mente.
Aurora
Eu estava sentada no sofá, com o celular na mão, distraída em seus próprios pensamentos. Fazia uma semana desde que Isadora, a filha mais velha de Harry, havia mandado mensagem.
Por que que eu passei meu número para ela naquele dia?
Obviamente a eu do passado não sabia, mas agora eu sei e eu não consigo, não posso fazer isso então optei por ignorar as mensagens.
A tela do celular acendeu mais uma vez, notificando uma nova mensagem de Isadora.
Eu olhei para o aparelho, uma pontada de culpa crescendo em meu peito, mas ainda assim decidi ignorar, eu não podia se envolver mais, não com a filha de Harry.
Eu sabia quem ela era agora, o que ela representava e cada vez que via o nome dela na tela, meu coração apertava. Era como se o universo estivesse rindo de mim, me jogando cada vez mais fundo em uma situação da qual eu nunca poderia sair ilesa.
Era errado. Tão errado.
Ela era filha dele.
Filha do homem que me machucou mais do que qualquer outra pessoa.
O som da campainha me trouxe de volta à realidade, fazendo-me dar um pequeno pulo no sofá. Meu primeiro pensamento foi de que poderia ser Gabriel, mas ele nunca vinha sem avisar.
Quem seria? Quando abri a porta, o rosto de Isadora me encarou com uma expressão de exaustão e frustração.
— Oi... você não leu minhas mensagens. — Isadora entrou antes que eu pudesse sequer reagir.
— Como sabia onde eu moro?
— Seu porteiro é fácil de subornar.
Eu fiquei ali por um segundo, tentando me recompor, algo nos gestos dela, na forma como ela se sentou, me lembrava de Harry.
— Desculpa por não responder, eu estava ocupada. — Menti, fechando a porta atrás de mim, já sentindo o peso da culpa crescer ainda mais.
Por que eu estava mentindo de novo?
Isso parecia não ter fim.
— Sei... você estava evitando, né? — Ela disse sem rodeios, mas sua voz não tinha raiva, apenas cansaço. — Não tem problema, já estou acostumada.
Eu queria dizer que não, mas também não queria continuar mentindo.
Antes que eu pudesse responder, Isadora suspirou, e tudo que ela vinha segurando começou a transbordar.
— Olha me desculpe por aparecer assim, é que eu não aguento mais, meus pais, essa casa, tá tudo insuportável. — Ela apoiou a cabeça nas mãos.
Me aproximei, hesitante, como se cada passo fosse uma escolha entre me aproximar ou fugir, mas ver Isadora naquele estado me deixou sem defesas.
Ela era apanas uma garota, afinal.
— Isadora, quer me contar o que aconteceu? — No momento que que perguntei o arrependimento já tomou conta de mim.
Eu realmente não queria saber, porque sabia que me arrependeria disto, mas eu acabei cedendo porque, por mais que eu estivesse envolvida no caos que era a vida do pai dela, eu sentia uma genuína empatia por essa garota.
— Ele voltou para casa. — ela disse, soltando as palavras com amargura. —Meu pai, ele voltou como se fosse resolver tudo, como se pudesse consertar tudo só por estar lá, mas ter ele de volta não consertou nada.
Meu coração disparou ao ouvir isso.
Ouvir as palavras de Isadora só aumentava o caos dentro de mim, meu peito começou a apertar de um jeito doloroso, o arrependimento da pergunta veio bem mais cedo do que eu esperava.
Eu não sei porque estava tão surpresa, afinal ele até voltou a usar uma aliança, mas parte de mim se recusar a aceitar que aquilo estava acontecendo.
Eu sabia que ela não podia entender a profundidade do impacto que suas palavras tinham sobre mim. Ela estava falando sobre o pai dela, mas para mim... era muito mais que isso. Era a confirmação de que eu fui enganada, usada.
Mais uma vez, Harry escolheu a mentira em vez de mim.
— Como está sua mãe?— perguntei, tentando esconder o tremor na minha voz.
— Ela finge que está tudo bem, eu vejo o quanto ela está sofrendo, mas ela não diz nada, mas eu consigo mais fingir que tá tudo bem. — Ela olhou para mim, seus olhos verdes cheios de uma angústia. — Meu pai é um babaca, Aurora, você não tem ideia, eu queria que ele simplesmente não fosse tão egoísta.
Era impossível não vê-lo nela, mesmo que eu quisesse desesperadamente fugir dessa lembrança, eles eram tão parecidos que doía.
A culpa por estar grávida dele queimava dentro de mim, eu me perguntava, se ele soubesse, será que faria alguma diferença? Será que isso o teria impedido de voltar para casa? Será que ele teria se importado o suficiente para escolher ficar comigo?
Cada segundo ao lado de Isadora era um lembrete do quanto eu estava presa nesse ciclo. O quanto, mesmo tentando me afastar, eu era puxada de volta. A filha do homem que eu amava, sentada no meu sofá, sem saber que carregava o seu futuro irmãozinho em meu ventre.
E essa ironia cruel era insuportável.
— Desculpa. — Isadora continuou, interrompendo meus pensamentos. — Eu não devia estar te enchendo com isso, só precisava sair de casa por um tempo, sabe?
Eu hesitei, cada fibra do meu ser gritava para eu me afastar, para não me envolver mais do que já estava, mas então, ela olhou para mim, aquele olhar que tanto me lembrava Harry.
Talvez por isso que ainda continua aqui, fazendo más escolhas, porque uma parte de mim sabia que isso era o mais próximo dele agora que eu podia ter.
— Quer assistir um filme?— sugeri, mesmo sabendo o quão ferrada estava. — Talvez seja bom para você se distrair um pouco.
Ela olhou para mim com um sorriso triste, mas sincero, como se aquele pequeno gesto fosse a única coisa legal que alguém havia feito por ela em muito tempo.
— Sim... acho que isso seria ótimo.
Coloquei o filme de comédia qualquer, Isadora se ajeitou ao meu lado, por um momento, o peso do mundo parecia menor. Era estranho, mas bom e isso me assustava, eu estava começando a gostar da companhia dela, cada risada que ela soltava, cada comentário engraçado sobre o filme me fazia sentir que, talvez, as coisas pudessem ser normais, que talvez eu pudesse ser uma pessoa normal, sem todo o peso de segredos e mentiras.
Mas a culpa estava sempre ali, à espreita, lembrando-me que nada disso era real, que a verdade viria à tona, mais cedo ou mais tarde e quando isso acontecesse, eu perderia qualquer coisa que pudesse ter com Isadora, mesmo que eu nem queria isso agora.
— Obrigada, por me deixar ficar aqui. — ela disse suavemente. — Eu realmente precisava disso.
— De nada. — respondi, tentando ignorar o nó na garganta. — Você sempre pode vir aqui quando precisar.
Mas no fundo, eu sabia que isso era uma mentira, eu não podia estar aqui, porque a verdade é que
Isadora nunca me perdoaria quando ela soubesse.
Eu só esperava ter forças para lidar com as consequências.
Obrigado por ler até aqui 💗 O feedback através de um comentário é muito apreciado!
Esta ansiosa (o) para o próximo?
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4. sincronia
tw: tiro, ferimento, agressão, sangue, queimadura, cigarro, menção a drogas & overdose & convulsão. acho que é só.
vão me perdoar se eu postar um capítulo a cada trinta dias? sim? vão? amo vocês. perdão qualquer erro, boa leitura. ♡
— Ei, devagar — Jeno pragueja e você revira os olhos limpando a pinça ensanguentada na toalha molhada — Eu posso muito bem fazer isso sozinho.
O ignorando, concentra sua atenção em tirar a bala de borracha que está alojada no ombro esquerdo do Lee, faz uma careta enquanto mexe na pequena ferida aberta, sendo o mais cautelosa que consegue. Ouve os resmungos que o tenente profere a cada vez que a pinça move a bala, e devido a posição em que estão, sente a respiração pesada dele na sua testa suada sempre que ele sente dor.
— O que você está pensando em fazer? — de repente ele volta a falar, agora em um tom mais baixo que antes. Você levanta os olhos na direção dele brevemente.
— Fazer sobre o quê? — pergunta no mesmo volume e vê quando Jeno bufa, impaciente.
— Como assim "sobre o quê"? A gente precisa fazer alguma coisa com tudo isso que nos falaram — explica exasperado e se remexe no banco — Até um tiro eu levei.
Você suspira e finalmente consegue arrancar a bala do ombro masculino. A coloca sobre uma das folhas de jornal no chão e mergulha a toalha branca na tigela com soro ao seu lado, limpando o sangue em seguida. Ao mesmo tempo, nega com a cabeça.
— Não tava preparada pra ouvir tudo aquilo, muito menos sei o que fazer com essas informações — responde e dá de ombros — E, sinceramente, muda alguma coisa?
— Você disse que os avisaria caso tivesse notícias, deu esperança a eles — Jeno aponta, o rosto retorcido quando sente sua ferida latejar — Isso não vai infeccionar, não, né? Não quero perder meu braço.
Você faz que não, revirando os olhos diante do drama, e ele suspira aliviado. O Lee provavelmente já foi baleado com balas piores em lugares piores ainda para estar tão preocupado.
— Como eu poderia não dar esperanças a eles, Jeno? Vocês ouviu tudo que eu ouvi — diz, aflita, e termina de limpar a pele branquinha dele, pegando os esparadrapos e curativos que trouxeram do hospital.
O rapaz se remexe. Ouviu, sim, as mesmas coisas que você. E é por isso que se sente tão incomodado.
Depois que foi baleado e caiu no chão pelo susto e pela dor repentina, você parou estática no mesmo instante. Os olhos se arregalaram e a respiração travou na garganta, viu o atirador atrás da árvore, gritando para que se desarmassem e colocassem as mãos na cabeça. Não tinham como saber se estavam cercados ou se eram apenas vocês três. Esperava, do fundo do seu coração, que estivesse certa a segunda opção, pois assim estariam de igual para igual uma vez que Jeno estava ferido e provavelmente não conseguiria se defender de imediato.
Então, não obedecendo ao que foi gritado, aponta seu fuzil na direção da árvore. Sua precisão era incomparável, é ágil em atirar no tronco e logo outro disparo é feito contra vocês, esse que passa longe de te acertar. Franze o cenho diante do péssimo tiro e vê a pessoa tremendo ao constatar que não restavam mais balas em sua arma. A situação é cômica, de certa forma, percebe logo que provavelmente era para Jeno ter sido atingido na cabeça ou em outra região mais crítica, mas a falta de habilidade do atirador levou o tiro para o ombro do Lee.
Em passos precisos você vai até o garoto, esse que fica pálido no mesmo instante e tenta correr, mas é impedido quando acerta um chute na parte traseira dos joelhos dele e fica sobre suas costas quando ele cai. Aponta o fuzil para a cabeça deitada no chão e se aproxima do ouvido alheio.
— Vai me falar quem você é e vai me falar agora — esbraveja entre dentes e encosta o cano da arma na nuca dele — Não tenho motivos pra não te matar se decidir não colaborar.
Ele se embola com as palavras quando tenta te responder, se contorce e consegue senti-lo tremer sob você. Seu peito sobe e desce com velocidade, a adrenalina tomando conta de todo o seu corpo. Olha para Jeno de relance e o vê segurando o ombro enquanto tenta estancar o sangramento, se levantando e indo até onde estavam.
— Eu sou... Sou o... — o garoto engasga para dizer e você bufa, sai de cima dele rapidamente e o vira de barriga para cima, mirando na testa escondida pela touca que ele usa. Observa o rosto jovial dele, era provavelmente uns seis anos mais novo que vocês e parecia assustado para se dizer o mínimo — Porcos imundos.
Jeno, que estava de costas checando as balas esquecidas no chão, se assusta quando ouve o impacto do fuzil acertando o rosto do menino. Você o bate agressivamente com a arma, o nariz bonito imediatamente começa a sangrar e fica vermelho, ele geme de dor. Segura as bochechas dele entre seus dedos com força e se aproxima ainda mais.
— Seu merdinha, eu deveria estourar seus miolos por ter atirado nele e agora ainda mais por ser um pivete sem educação — sussurra com a voz arranhada — Última chance. Quem é você?
Move a mão para o gatilho novamente para que ele consigo te responder e ouve Jeno se aproximando atrás de vocês.
— Eu não vou te falar. Me mata se quiser, é só isso que vocês sabem fazer. Assassinos — e então, para reforçar o que diz, ele levanta minimamente o tronco e cospe no seu rosto.
A sua primeira reação é fechar os olhos com força, sente a saliva escorrendo pela sua bochecha ao mesmo tempo que sente a raiva controlando seus movimentos. Sua próxima ação é destravar sua arma e se preparar para cumprir com o que havia dito, mas ouve passos de alguém correndo e Jeno destravando a própria arma. Apoia o joelho no rosto do garoto embaixo de si e se vira para trás, vendo uma garota de cabelos longos e roupas de frio parada diante do Lee, olhando apavorada para a cena em que se depara.
— Ai, meu Deus — ela arregala os olhos e alterna o olhar entre vocês três — Por favor, não mata ele. Eu te imploro. Por favor.
— Ele atirou em mim primeiro, sem motivo algum — Jeno aponta para vocês dois no chão — Vai precisar ser mais convincente.
A garota assente com a cabeça diversas vezes e levanta as mãos em sinal de rendição, dando dois passos na direção do Lee. Ela engole em seco, nervosa.
— Não somos perigosos, eu juro — você ergue uma sobrancelha quando ouve aquilo — Acontece que estamos procurando uma coisa muito importante. Uma pessoa.
— E o que isso implica no seu amigo tentando matar um de nós...? — semicerra os olhos.
— É uma situação complicada. Vocês meio que podem estar envolvidos — ela tenta explicar com a voz trêmula, desvia o olhar de você para o garoto no chão — E você, seu imbecil, tá querendo se matar?
— Esses vermes estão com ela, Zizzy — ele murmura mesmo que não conseguisse enxergá-la do lugar onde estava — Você teria feito o mesmo.
— Não teria, não! — se defende imediatamente, olhando assustada para você e o outro tenente, vocês que por sua vez conversam silenciosamente tentando entender do que eles falavam — Se não fosse tão idiota nós podíamos ter pedido ajuda.
Ele ri sarcasticamente.
— Não vai rolar.
— Do que é que vocês estão falando? — Jeno os interrompe para perguntar — Ajudar com quê?
A garota suspira.
— Uma amiga nossa sumiu há um tempo atrás, bem no começo, quando as pragas ainda estavam chegando na cidade — ela começa a explicar — E nós queremos a ajuda de vocês porque a última vez que a vimos ela estava sendo levada por uma viatura.
— Ela não é minha amiga. É minha namorada — corrige o garoto e te olha em seguida — Vi pelo seu moletom e o boné dele que são policiais.
Você revira os olhos.
— E achou inteligente atirar em um policial? — perguntou de forma retórica — Olha só, menina, não acho que a gente consiga ajudar vocês. A polícia da cidade está unicamente voltada para o controle das pragas agora. Não há o que possamos fazer.
— Vocês tem que saber alguma coisa — começa a se aproximar mas logo é parada pela arma de Jeno apontada na direção dela — Por favor. Estamos desesperados.
— Quem é essa sua amiga, afinal? — o Lee pergunta.
— O nome dela é Eunha. Kwon Eunha.
Você e Jeno se olham imediatamente, as expressões de ambos se iluminando ao mesmo tempo. Não era possível.
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No final da rua havia uma farmácia de família, o comércio ficava no primeiro andar e no segundo estava a casa em que viviam. Mas estava abandonada desde o começo do apocalipse, e desde então Zoe e seu amigo têm vivido alí. Estava tudo surpreendentemente conservado na casa, eles tinham móveis inteiros e um sistema de segurança muito eficaz.
Depois de libertar o garoto, você e Jeno debateram brevemente sobre o que fariam com aquela situação. Entraram num rápido consenso e então seguiram a garota até lá para que conversassem melhor, não querendo arriscar que o som dos disparos tenha atraído alguma praga — mesmo que a sua estivesse com o silenciador. Logo está sentada no pequeno sofá ao lado do Lee e ouve atentamente ao que eles contam a vocês.
— Ela vinha tendo muitas convulsões, por causa da epilepsia. Provavelmente acontecia por causa das drogas — o garoto que se apresentou como Wonbin diz. Ele está sentadobno chão em frente a vocês com uma compressa de gelo no nariz quebrado e Zoe termina de passar uma pomada nos ferimentos no rosto dele.
— Drogas? — Jeno pergunta.
— Sim — continua — Eunha se viciou. No começo ela fazia pra tentar se enturmar, eu nunca gostei, mas não adiantava falar. Ela começou fumando maconha e tomando LSD, mas em pouco tempo já usava de tudo.
— Mas vocês sabem o que pode ter feito com que ela se viciasse? Não deve ter sido de repente — você corre os olhos por eles e ouve Zoe suspirar.
— A gente acha que ela passava por problemas em casa, mas Eunha nunca falava de casa e nem da família dela — a garota te diz — Vivia cheia de marcas, muito abatida. Não saía durante o dia, nem para a escola, era educada em casa. Só conseguíamos falar com ela a noite, quando ela fugia.
Assente, pedindo para que continuassem a contar.
— Quando a gente começou a namorar, eu de cara percebi que tinha alguma coisa errada. Ela nunca nem cogitou me apresentar pra família dela, parece que tinha medo. Em uma das festas que outro amigo nosso deu, ela teve a primeira convulsão na nossa frente, foi desesperador. Mas não nos deixaram entrar no hospital, só fomos ter notícia dela três semanas depois. Não pelo celular, Eunha não tinha mais celular. Logo ela fugiu de novo e nos contou que tinha recebido o laudo da epilepsia. Foi um baque, eu tentei impedir que ela continuasse usando as drogas mas já era tarde demais. Nada a fazia parar.
— A última vez que a gente se viu o apocalipse já tinha começado, mas não tinha chegado na cidade ainda, pelo menos não por aqui. Foi no SaxyClub, uma balada que íamos sempre. Ela estava com o rosto muito pálido, muito magra. Não usava os vestidos bonitos que ela tinha, estava usando um moletom pra cobrir as marcas que eu nunca descobri de onde vinham — Zoe diz com a voz embargada — Eunha teve outra convulsão depois de injetar heroína na veia, no banheiro da balada. Ou uma overdose. Nunca tive certeza.
Você arregala os olhos e olha para Jeno que fazia um curativo em si mesmo de qualquer jeito, ele tem um semblante aflito no rosto, não muito diferente de você. Te parte o coração ouvir tudo aquilo.
— Fui no banheiro ver o porquê da demora e meu mundo deve ter caído naquela hora. Ela estava jogada no chão, o corpo tremia muito, os olhos se reviravam com muita força. Saía uma espuma branca da boca dela e ela não me respondia, eu nunca mais consegui falar com a Eunha — a voz chorosa de Zoe diz. A garota brinca com os próprios dedos para se distrair, mas não consegue esconder a angústia enquanto fala — Essa é a última imagem que eu tenho da minha amiga. Minha melhor amiga. Chamei o socorro, quase não consegui responder quando me perguntaram o nome dela, eu estava desesperada, vendo ela caída no chão daquele jeito. Mas não foi a ambulância que chegou, foi uma viatura. Não lembro quantos foram, mas saíram muitos policiais de lá e a levaram pra fora. Eunha nunca mais apareceu, não sabemos o que aconteceu com ela. E isso é tudo culpa minha. Eu que saía com ela, que incentivava a fugir. Nunca vou me perdoar. Vou carregar pra sempre a imagem da minha melhor amiga se contorcendo em agonia no chão, a boca dela espumando, ela engasgada no próprio vômito, sufocando. Tudo que eu preciso saber é se está tudo bem, se ela acordou no dia seguinte, se minha Eunha está saudável. Caso o contrário eu vou conviver pra sempre com essa culpa. Pra sempre com essa saudade. E é só por isso que temos tanta raiva da polícia dessa cidade. Por isso Wonbin atirou, e agora eu peço desculpas. Só estamos desesperados por qualquer sinal que seja. Vocês entendem, não entendem?
Ela para de falar e seu choro se intensifica. Wonbin também tem as lágrimas molhando o próprio rosto e a sala fica em silêncio. Sua cabeça fica a mil, as mãos chegam até a tremer. Olha para a menina que chora copiosamente e suspira, trêmula, temendo que seja você quem dará a notícia a ela, provavelmente a mais difícil que já ouviu. Sente a própria garganta fechando e não tenta encontrar coragem para falar. Olha de relance para seu parceiro e respira fundo.
— Zoe... — sussurra. Ela levanta a cabeça e te olha, o rosto vermelho e molhado, o lábio inferior tremendo. Você suspira e pega na mão gelada dela, a acariciando — A Eunha morreu.
O restante da cena foi muito doloroso de presenciar, seus próprios olhos marejaram ao ver a tristeza e o choque passar pelos rostos dos dois adolescentes. E mesmo depois de algumas horas, sentada no banco traseiro do camburão enquanto, com muita insistência da sua parte, limpa o ombro baleado de Jeno, seu coração continua apertado dentro do peito. Não sabe o porquê de se sentir tão afetada, tenta se distrair mergulhando o esparadrapo no soro.
Jeno te observa. Consegue ver a aflição enfeitando o seu rosto cansado e abatido, até esquece que tinha decidido te ignorar horas antes. Também martela na própria cabeça tudo o que aconteceu, tentando procurar uma solução desnecessária para aquela situação. No fim, eram só informações que receberam, não tinha nada que pudessem fazer agora que tinham ciência da causa da morte de Eunha. Ela teve uma overdose e isso deveria ser tudo.
— Foi uma coincidência e tanto — ele diz do nada, depois de ficarem vários minutos em silêncio. Você se afasta um pouco para cortar a gaze e assente, suspirando.
— É. Quais as chances disso acontecer justo quando saímos do hospital com a certidão de óbito dela? — murmura — Não consigo nem imaginar como eles estão sofrendo, é uma notícia muito dolorosa de se digerir. Ainda mais no cenário atual.
— Como será que ela virou a principal opção de amostra da cura? — Jeno pergunta, não exatamente para você, mas te faz pensar igualmente sobre a questão que ele traz.
— Sinceramente? Não faço ideia — dá de ombros e finalmente termina de fazer o curativo — Prontinho. Amanhã você limpa e faz outro. Tem que cuidar pra não piorar. Sorte que era uma bala de borracha.
Jeno assente e continua te olhando enquanto você junta tudo que estava usando. Joga as coisas dentro de uma das mochilas e, quando sente o olhar dele sobre você, arquea uma sobrancelha.
— O que foi? Tem sangue no meu rosto? — passa as mãos sobre a testa e as bochechas, tentando se limpar. Ele nega — Para de me olhar assim.
— Assim como?
— Como se quisesse agradecer — faz uma careta e desvia o olhar.
— Não quero. Não te pedi pra fazer nada — o tenente resmunga. Ele checa a hora no seu relógio de pulso e bufa — Ainda temos tempo de ir até Sunvylle hoje. Tá cedo.
Você assente e vai para a parte da frente do carro, se sentando no banco do motorista. Mexe no porta-luvas enquanto Jeno dá a volta para se sentar ao seu lado e acha os celulares que ele pegou de algum carro quando entraram na rodovia, alguns dias antes. Pega um deles e pressiona o botão lateral na esperança de que ele ligasse. Estava em perfeito estado e tinha um fone de ouvido branco e embolado plugado a entrada. Quando vê a tela acender e o aparelho começar a ligar você dá um sorrisinho empolgado.
— Tinha me esquecido disso — Jeno diz quando se senta no banco do carona — Esse ainda funciona, o outro, não.
O celular finalmente liga e aparece a tela de bloqueio, o relógio marca que são oito e vinte e seis da manhã. Desliza o dedo sobre a tela e o desbloqueia.
— Sem senha? — murmura.
— Eu resetei, tá sem nada. Tinha deixado desligado pra economizar a bateria — você assente e olha para ele com o cenho franzido.
— Quando foi que você fez isso? Nunca te vi mexendo nos celulares — pergunta e olha quanto de carga ainda restava, pouco mais da metade. Abre o aplicativo da câmera e se depara com a câmera frontal. Olha o seu próprio reflexo e faz uma careta pelo seu estado. Tem algumas manchas no rosto e olheiras começando a aparecer, vira a cabeça para os lados e checa todos os seus ângulos. O cabelo está preso como tem estado nos últimos dias, e ao perceber esse detalhe, você apoia o celular no parabrisa e o solta, ajeitando com os dedos do jeito que consegue — Pega meu boné alí na mochila, por favor.
— Fiz enquanto estava dormindo, por isso você não viu — faz o que pediu e te entrega o objeto, observando você colocá-lo sobre a cabeça e piscar um olho para a câmera, tirando uma foto. Depois de analisar por alguns segundos, a coloca como papel de parede — Sabe que ele não é só seu, não sabe?
Você se vira para Jeno e estende o aparelho para ele, que te olha confuso.
— Vai. Tira uma você também — fala — Se a gente morrer vamos ter registros, pelo menos.
— Claro que vamos ter registros, nós servimos o nosso país por anos... — resmunga enquanto pega o celular da sua mão e posiciona o rosto na frente da lente — Já estive melhor.
— Todos nós — dá uma risadinha. O observa empurrar a franja para dentro do próprio boné e fazer várias expressões sem tirar foto de nenhuma delas. Ele distancia e aproxima o celular do rosto, muda o ângulo e a iluminação várias vezes até bufar impaciente — Que droga. Quanto tempo tem desde que eu tirei uma foto pela última vez?
— Não é tão complicado, Jeno — revira os olhos. Jeno bate uma única foto de cima para baixo, o rosto coberto pelo boné. Você bate a língua no céu da boca em reprovação e toma o celular dele — Aqui, vira pra mim.
Ele nega com cabeça, se cobrindo com as mãos. Você coloca a câmera no modo traseiro e aponta na direção dele.
— Para, Borboleta. Deixa isso pra lá — resmunga, te ouvindo rir. Logo ouve vários cliques seguidos, você se dedica tanto nas fotos que até se escora na porta do carro — Você é muito chata, nossa.
— Relaxa aí, tenente Lee. É só uma fotinha — usa os dedos em forma de pinça para dar zoom nos rosto dele. Estica uma das pernas e encosta o pé coberto pela bota no ombro bom dele — Olha pra mim.
— Vai dirigir — ele pragueja, tentando te ignorar. Sem sucesso, você o cutuca de novo, agora na região da costela — Me deixa quieto.
Ainda não satisfeita, atinge o mesmo local outra vez. Vê quando a sombra de um sorriso aparece no rosto de Jeno, que tenta ao máximo segurar a risada quando começa a sentir cócegas. Você continua na missão e usa o pé para fazê-lo sorrir para a sua foto, o que não demora muito para acontecer. Ele dá um sorriso soprado antes de agarrar sua panturrilha e te fazer parar. Felizmente, conseguiu tirar sua tão desejada fotografia. Tanto do momento em que ele sorri, quanto do momento em ele te olha e você, enfim, se dá por satisfeita.
— Pronto, tirei. Doeu? — pergunta ironicamente e mostra as capturas para ele que só faz revirar os olhos, não se importando tanto quanto você — Se te deixa feliz, eu sou a tela de bloqueio e você é a tela inicial.
— Tá, tá — desdenha — Agora, se não for pedir muito, dirige essa merda.
Você levanta as mãos em rendição e liga o camburão.
— Tudo bem, senhor rabugento.
Como está concentrada em fazer a baliza para sair daquela rua, não consegue ver, mas Jeno desvia o olhar para a sua janela e esconde o sorriso com as mãos.
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Na ponta dos pés, a loira atravessa a janela do próprio quarto e a fecha em seguida, suspirando aliviada que tenha conseguido entrar. Caminha até o interruptor e acende a luz, se assustando quando vê seu pai sentado na poltrona ao lado da cama.
— Ia dormir sem dar boa noite?
Eunha para no lugar, estática. O coração da menina bate desenfreado, sentindo que teria problemas. Grandes problemas.
— Papai, eu... — tenta se defender mas é interrompida.
— Achei que tinha sido claro o suficiente quando te disse que estava proibida de sair — o homem diz com a voz grave e baixa — E olhe só pra você.
— Eu não aguento ficar trancada dentro de casa, o dia inteiro, sozinha — ela se aproxima do pai e se ajoelha — Nem a mamãe fala comigo mais. Eu fico tão triste. É muito solitário aqui. Só quero um pouco de ar. Sinto como se eu fosse um animal, preso. Uma criminosa. Mas eu só queria viver um pouquinho a minha vida, papai.
Ele não dá ouvidos e, ao invés disso, funga duas vezes. Imediatamente Eunha fecha os olhos, derrotada. Os sente ardendo, odeia como se sente insignificante. Ignorada. Invalidada.
— Esse cheiro de cigarro, que coisa horrorosa — murmura ele, com decepção — Pega o cigarro. Agora.
— Eu não...
— Sei que você tem. Pega, anda — a garota pega, tremendo, o maço no bolso da calça e faz menção de entregar, mas ele nega — Acende. E tira a blusa.
Eunha engole em seco e pega o isqueiro também do bolso, separa um cigarro e aproxima a chama, vendo o tabaco queimar aos poucos. Olha para cima, então. Dessa vez o pai pega, o colocando entre os dedos. Primeiro ele dá uma tragada profunda enquanto assiste a garota, hesitante, passar o moletom pela cabeça. Logo ela está apenas com o top rosa cobrindo seus seios.
— O sutiã também.
Com as mãos trêmulas ela faz com lhe é dito, ficando agora nua da barriga para cima. Eunha abaixa a cabeça, se sente tão humilhada. Os olhos se embaçam e a respiração falha, a garota funga um par de vezes. Sabe o que vem pela frente.
— Pai, por favor — pede com a voz chorosa, suplica — Não faz isso comigo. De novo não.
— Vamos ver se agora você fica um pouco mais obediente.
O homem, então, aproxima o cigarro aceso da barriga dela e a queima com a chama, pressiona até que se apague. Eunha uiva com a sensação, sente sua pele carbonizando aos poucos. Morde o lábio inferior com força até que sinta o gosto de sangue, tentando se distrair da sensação do fogo a queimando de forma torturante, devagar.
— Acende de novo.
Dessa vez ele queima a clavícula, e depois seu ombro, então o espaço entre os seios e em seguida o pescoço. O cigarro se reacende várias vezes, substituindo as antigas marcas com as novas. A Kwon chora baixinho, com medo de acordar sua mãe, apoia as mãos no braço da poltrona e afunda as unha alí para descontar dor. Faz o mínimo de barulho possível e aceita seu castigo sem reclamar. Sabe que se pedisse para que ele parasse seria pior, muito pior. Por isso não diz uma palavra se quer quando sente o cigarro queimar a pele da sua bochecha e a ferida arder ainda mais quando é molhada pelas lágrimas da menina.
Quando acorda no dia seguinte, ainda só com as roupas debaixo e deitada no chão frio do quarto, sua janela e sua porta estão trancadas por um cadeado.
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Oiiii, booklovers!
Será que a adm aprendeu a fazer capas bonitas novamente?
Aproveitando a onda do sucesso de Divertidamente - ainda não consegui assistir, porém sei mais ou menos o que aconteceu - resolvi responder uma booktag que vi na rede vizinha.
Eu sei que vcs já devem estar cansados de booktags mas,
1 - Minhas leituras têm sido HORROROSAS.
2 - Mal tenho tempo pra fazer capas e vou escrevendo os posts de pouquinho em pouquinho (normalmente entre as aulas). Vou ver se consigo fazer várias capas agr nas férias pra escrever ao longo do ano.
3 - Peguei uma ressaca literária terrível - não consegui terminar UM livro desde maio - e só estou voltando ao ritmo agora.
Enfim, vamos à booktag!
💙| Tristeza: renderam um bom choro
Confesso que, pra mim, é mais fácil chorar de emoção por algum momento fofo do casal do que de tristeza (sou um pouquinho emocionada demais kkkkkkk). Maaaas, tem alguns livros que me deixam triste só de pensar:
• A Menina que Roubava Livros - Markus Zusak (o livro é sobre a Segunda Guerra Mundial. Preciso dizer mais alguma coisa?)
• Sem Coração - Marissa Meyer (como a Rainha de Copas se tornou a vilã do País das Maravilhas)
• Rilla de Ingleside - Lucy M. Montgomery (meu personagem favorito foi promovido a defunto)
Em resumo, se quiser se afogar em lágrimas, leia 🙃
💛| Alegria: só trouxeram felicidade e boas risadas
Livros alegres têm meu coração todinho 😌❤️
• Confissões de uma Terapeuta - Renata Lustosa (isso aqui é pura comédia kkkkkkk)
• Amor & Gelato - Jenna Evans Welch (se você é um "tio do pavê" disfarçado, vai gostar dos trocadilhos da Lina e do romance fofinho)
• Crônicas Lunares - Marissa Meyer (Thorne claramente é o palhaço da turma)
• Me leve para casa para o Natal - Thaís Dourado (comédia romântica natalina estilo hallmark)
💚| Nojinho: me deram ranço
Como ainda tem o "raiva" ali embaixo, aqui estão os que começaram bem e depois desandaram...
• Saga Anne - Lucy M. Montgomery (não é que começou bem beeem, mas terminei a saga jurando nunca mais ler nada dessa autora 🙃)
• Um de Nós está Mentindo - Karen M. McManus (n tenho raiva mas tbm não pretendo ler mais nada dela)
• Princesa das Águas - Paula Pimenta (amo a Paulinha, mas detestei esse livro 🤡)
Os outros que conseguiram classificações abaixo de duas estrelas - tradução: me dão raiva só de pensar - ficam para os próximos "capítulos" kkkkk
💜| Medo: me deu arrepios ao longo da história
Essa categoria é a mais escassa, pq como sou medrosa demais (ao ponto de não conseguir dormir), evito qualquer coisa que possa me assustar.
• A Volta da Chave - Ruth Ware (apesar de passar 95% do livro crendo que tudo era causado por alguém de carne e osso, às vezes ficava com medo de ser um livro de terror disfarçado e do nada descobrir que era tipo A Casa Monstro)
🧡| Ansiedade: me deixou ansiosa
Eu fico extremamente ansiosa com fantasias/distopias, o que me faz evitar um pouco o gênero, pq tem horas que esqueço de respirar. Sério.
• Renegados/Sem Coração/Crônicas Lunares- Marissa Meyer (apesar de ser uma das minhas autoras preferidas, essa daqui tem potencial pra me matar do coração algum dia)
• Confusão é meu nome do meio - Stephanie Tromly (surtei praticamente o livro inteiro)
• O Beijo Traiçoeiro - Erin Beaty (no final, nem era tudo oq eu esperava, fiquei nervosa à toa)
❤️| Raiva: só passei raiva
Top livros que eu gostaria de "desler":
• Na Porta ao Lado - Luíza Trigo (eu shippei o casal errado. O título deixa totalmente na cara e, com o passar do tempo, a gente desenvolve o dom de ler o nome e saber que a protagonista vai ficar com ele, MAS EU QUERIA QUE ELA FICASSE COM O OUTROOOOO 😭😭😭)
• Shine - Jessica Jung (é tipo O Diário de uma Garota Nada Popular versão K-Pop. A briga entre a protagonista e a antagonista é muito sem fundamento)
• A Coroa - Kiera Cass (que quase ngm gosta da Eadlyn, nós já sabemos. E o pior foi que eu tava shippando ela com outra pessoa e do nada ela resolve se apaixonar por esse cara. Eu me senti uma palhaça)
• Sonata em Punk Rock - Babi Dewet (parece com Go! - Viva a Vida do Seu Jeito e eu tbm odiei essa série 🙂)
🩵| Inveja: uma série de livros que queria viver
Primeiro, eu diria Minha Vida Fora de Série, mas sou total e completamente apaixonada pelo Rodrigo Rochette e ele é apaixonado pela namorada dele, ent seria sofrimento na certa.
Dadas as circunstâncias, escolho me mudar para o 221b da Baker Street a fim de investigar casos com o Sherlock e o caro Watson. Ngm suspeitaria de uma menina ajudando Sherlock Holmes nas investigações, né? 😌
🖤| Tédio: achei entediante
Aqui sou obrigada a pegar uns livros que abandonei, pois raramente continuo algo que não tô gostando.
• Anne de Windy Polars - Lucy M. Montgomery (mds do céu, que livro chato)
• O Misterioso Sr. Quin - Agatha Christie (nada contra ela, por enquanto, mas esse é bem chatinho)
• Moby Dick - Herman Melville (juro que tentei)
🩷| Vergonha: me fez sentir vergonha
• Fazendo Meu Filme 1 - Paula Pimenta (quem leu não necessita de explicações. Aquela fala do intercâmbio dá mta vergonha alheia kkkkkk)
• Geekerela - Ashley Poston (se eu tivesse no meio daquela treta, teria vontade de enfiar a cabeça num buraco)
• Cecília Vargas em Mistério na Casa-grande - Kézia Garcia (a edição não existe mais, - agr é Cidades Pequenas não Guardam Segredos - mas a vergonha das maluquices da Ceci é eterna kkkkkk)
Enfim galera, é isso, estamos de volta aos posts quilométricos 🧚🏻♀️
Bjs e boas leiturassss <3333
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faz alguns dias que eu sai, e hoje dps de levar um porre eu entrei aqui e em cinco minutos vi vc citando meu nomezinho duas vezes:( te amo camila. não é um amor convencional, até porque não te conheço de fato, mas amo a sua existência🌷💌 e têm sido um verdadeiro desmame ficar longe e sem falar contigo todos os dias (pr vc ver como nós seres humaninhos nos acostumamos com as coisas boas). acho que esse capítulo da minha vida, que vc e todas as girlies fizeram parte foi um dos mais felizes que eu já tive em vinte e poucos anos! toda vez que ouço algo em espanhol lembro daqui e da pequena comuna garotildes coquettes safadonas br🎀💌💋💄, toda vez que vejo o felipe mostrando o tanquinho pras fotos do novo filme (vc viu que ele tem duas pintinhas na barriga urge a necessidade de deglutílo vivo), toda vez que vejo algum meme de qualidade extremamente duvidosa no twitter, toda vez que vejo alguém no tiktok falando sobre escrever, etc. toda vez que eu me despeço de algo ou de alguém fico sentindo que ficou algo faltando... e eu tb sou muito baitolinha pão com ovo as vezes!!! só queria dizer que espero que você esteja melhor, que a febre e as dores tenham passado. beijo srta camilete pepekao de ouro kukuriczka. atualização de caixa pra te levar pra buenos aires roubar o esteban da sol: R$ 20 pila
laudelicia 😔😔 me sentindo aquelas esposas que recebem cartinhas dos seus maridos que estão lutando na primeira guerra mundial 🕊
ô meu amorzinho eu também amo você e sua existência! nós do fã clube geniousbh sentimos falta de você aqui nesse site, mas também torcemos muito pela sua felicidade e sucesso!!! você é muito muito muito especial 💐💗 e não fala das pintinhas da barriga do pipe comigo vey de vdd as paredes aqui em casa até tremeram dos terremotos bucetisticos 😔🪦
vamos todas nós mulheres brasileiras gritar juntas TE AMO LAURA GENIOUSBH pra você nos ouvir aí de sp 😌😛☝🏻
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Oii, gente, tudo bem? Por muitos motivos eu não assisti os capítulos para que completasse uma quinzena, mas prometo terminar logo. No entanto eu já terminei duas primeiras quinzenas de Vale Tudo e acho que é importante eu comentar aqui para de vocês entendam a continuação (e também por que eu queria escrever aqui).
Vai ter spoiler, gente, perdão.
Contextualizando aqui para vocês: Vale Tudo começou a ser exibida em 1988, sendo o ano da nossa Constituição Federal, inflação altíssima, redemocratização após pouco tempo do fim da ditadura. Não vou me estender muito porque cursando história amo esse assunto, mas vamos para a novela.
O maior questionamento da obra é "Vale a pena ser honesto no Brasil?" e a maioria das personagens são frequentemente expostos a situações onde tem de decidir se vão ou não ser honestos. Ninguém é totalmente bom, ninguém é totalmente mal, assim como na vida o o caráter dúbio e o contexto social influenciam na tomada de decisões no cotidiano.
A protagonista é a Raquel, uma mulher honesta que acredita na bondade das pessoas e que com o trabalho duro qualquer um chega a qualquer lugar, mãe da Maria de Fátima, que odeia esse papo da mãe e acha que Vale Tudo para subir na vida e alcançar os objetivos pessoais, que no início é ser modelo de sucesso e ter muito dinheiro.
A CRETINA da Fátima começa vendendo única casa que o vô dela deixou de herança, sendo onde ela e a mãe sempre moraram, para ir para o Rio de Janeiro atrás do César (um modelo meio fracassado que foi fazer um ensaio na cidade da Fátima e prometeu que ajudaria ela a subir na vida). Raquel jura que a filha foi enganada e acreditando na bondade dela vai pro Rio sem um puto no bolso atras da filha e do Rubinho, pai da Fátima, para ajudar a achar a filha.
Lá a Raquel é roubada, passada para trás, desmaia, é humilhada pela filha assim que a encontra e todas as outras vezes também e começa a morar de favor em uma vila com um pessoal muito legal (a pobre), além de começar a vender sanduíches na praia para arrumar um dinheiro. E, claro, conhece o Ivan, um cara muito legal, inteligente e divorciado, com quem acaba se envolvendo logo cedo e tendo um romance muito legal, mesmo que ele não seja tão honesto quanto a Raquel (o que gera alguns conflitos).
Inclusive, a avó da atriz britânica Mia Goth está na novela no núcleo pobre como moradora da vila muito sincera e amiga da Raquel.
No núcleo rico tem a Heleninha (alcoólatra), Celina (tia da Helena), Afonso (irmão da helena), Solange Duprat (uma diva que começa a se envolver com o Afonso que é um machista de 20 anos), Renato (dono da revista tomorow) que é primo do Marco Aurélio (o mais insuportável de todos, ex marido da heleninha), e, a mais ilustre, mais elitista, a que mais fere os direitos humanos: Odete Roitman, mãe da Heleninha e Afonso, irmã de Celina, e SIMPLESMENTE ela é DONA de uma empresa aérea, a TCA.
Tem o núcleo jovem, claro, porém nada de muito interessante. Da mesma forma que o núcleo classe média, que de mais visível só tem a Leila, ex mulher do Ivan.
O ato mais triste foi a morte por infarto do Rubinho, que era um pianista falido que tinha o sonho de ir para os Estados Unidos tentar a vida, mas dentro do avião indo para os EUA depois de ter brigado com a filha, infarta e morre, sem nunca ter conseguido alcançar o sonho mesmo que tão perto.
Se eu for comentar detalhadamente tudo que eu lembro isso aqui ficaria enorme, mas espero que vocês tenham entendido e gostado, qualquer dúvida eu respondo se a resposta já tenha aparecido na trama :))
Personagens que mais gosto: Raquel, Ivan e Aldeie (divide casa com a Raquel e está louca para tirar o atraso, além de ser secretária na TCA).
Personagens que mais odeio: Marco Aurélio, Leila (com um tempo eu explico meu ódio) e Tiago (filho de Marco Aurélio e da Heleninha que foge para São Paulo atrás de independência sem avisar ninguém, o que desestabiliza heleninha e faz com que ela volte a beber).
Enfim, esse foi o geral que resumi de 30 capítulos aqui para vocês.
Não se esqueçam de estudar, um beijo da anitta :*
#brazil#come to brazil#brasil#valetudo#vale tudo#novela#novelas#remake#Vale Tudo#tumblr#twitter#blog
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(off Topic)| Diego,eu vejo o QUÃO você se esforça para criar esse projeto,eu te apoio desde de quando eu vi a magenta au pela primeira vez,e da para ver o quão você se esforça com backgroud,roteiros e personagens,eu realmente te apoio com o maior apoio do mundo!tem gente reclamando do episódio curto,mas eu sei que até para fazer um capítulo com só 5,6,7 e etc páginas é difícil,e tem gente reclamando do "mini hiato",mas eu acho que é realmente justo.
• como você faz backgroud?
• esse emprego que você fala,é de criar a magenta origins AU?se sim,porque parece que você está tão desconfortável com seu trabalho?
Grato pela compreensão!!
• Eu ainda estou aprendendo essas técnicas, eu não sou muito bom nisso e é extremamente complicado de explicar.
• De forma alguma, eu amo fazer a história da Magenta, é uma forma de prazer expressar as minhas ideias, criar situações emocionantes... O problema não é a comic e sim o "emprego" que tenho na vida real, e que espero em breve me demitir.
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A Traidora do Trono
Finalmente escrevi sobre a continuação da trilogia "A Rebelde do Deserto".
Sendo pontual, esse livro vale por toda a trilogia!!
É de longe o melhor livro da série. Li A Rebelde do Deserto e amei, corri para ler a continuação e, meu Deus! Esse livro é um absurdo de bom! Fazia MUITO tempo que eu não ficava tão obcecada por uma história (desde Divergente, que li em 2018).
Devorei o livro em 3 dias, não conseguia parar de ler. São 400 páginas, 50 capítulos e NENHUM consegue ser entediante; você lê e esquece que tá lendo um livro. Fiquei completamente imersa no universo que a autora criou; nem parecia que estava no meu quarto, me senti no harém do sultão, conhecendo os personagens junto com a Amani, com medo de confiar neles, como se estivesse dentro do livro. Incrível, incrível, incrível.
Dos três livros, eu achei este o mais “adulto” e equilibrado; a autora evoluiu demais na escrita comparado ao primeiro livro. A história segue um fluxo perfeito do começo ao fim, sem deixar o leitor cansado. O plot twist do final, em parte, achei corrido (mas acredito que seja uma característica da autora), e, sinceramente, algumas coisas já desconfiava e outras me senti uma completa idiota.
O romance me agradou mais ainda nesse livro; o fato da Amani ter um parceiro, mas não ser dependente dele, conseguir trilhar sua história sozinha, diferente do que acontece na maioria dos livros do gênero. Os personagens novos são cativantes.
O harém do sultão, as revelações, as intrigas, me envolvi em tudo. Este livro, em específico, me fez lembrar o porquê amo ler! Para ter esse tipo de sensação.
⭐⭐⭐⭐⭐- 5/5 Sensacional
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Respondendo sua pergunta na minha ask:
Eu escrevi alguns contos de fantasia mágica e adorei me expressar nesse estilo! Eu gosto de explorar de tudo um pouco.
Estou escrevendo uma fábula derivada de um "one shot" (é isso?) que escrevi por aqui e encantou várias pessoas.
Esse estou escrevendo em formato de livro no reedsy e já conta com 30k palavras e 27 capítulos.
Chama-se "O pássaro e a fonte".
Tenho um livro de contos eróticos publicado no Kindle.
Estou organizando material para publicar um livro de poesias que escrevi em 2024 (escrevo quase uma por dia *rs).
Escrevo frases e textos também.
Acho que é isso hehe
Nossa sim! Também amo explorar novos temas e formas de escrever.
E CARAMBA, TA ESCREVENDO UM LIVRO???? Que incrível 😭 Vou pesquisar depois para ler 🥰
Eu já tentei fazer algum projeto mais longo assim, mas sempre acabo desistindo no meio KKKKKKKK preciso melhorar isso.
Você escreve muitas coisas! Isso é muito legal 😮😮😮
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8 de outubro de 2023. Domingo.
Fiquei sumido pelo simples fato de ter lido NADA, até que nas últimas semanas meu lado leitor despertou e terminei de ler Orgulho e Preconceito.
E esse livro foi uma grande surpresa, eu jurava que ele seria bem chatinho, cheio daqueles diálogos que a gente não entende nada (tem 1 assim apenas), só que ele é bem "novelão"!
Sério, a parte que a Elizabeth rejeita um pedido aí... e o capítulo que ela solta um rajadão em uma Senhora é muito bom, rsrsrsrs.
E assim, não que ela seja bombástico, longe disso, mas considerando quando foi escrito, ele é bem de boas para ler (e eu amo que ele é cheio de cartas, acho fofo).
E é isso. A Jane é um amor, a Elizabeth a frente do seu tempo, a Sra. Bennet doida (mas amável), Sr. Bennet um divo, a Lydia uma coitada...
Agora vou voltar a ler meus livrinhos de Suspense pro projeto, rs.
#livros#meusposts#blog#bookblr#leituras#diário#diário de leitura#jane austen#orgulho e preconceito#brasil#português
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Yes Sir! Capítulo 28
Personagens: Professor! Harry x Estudante!Aurora. (Aurora tem 23 anos e Harry tem 35)
Aviso: O capítulo terá o ponto de vista de Aurora e Harry.
NotaAutora: Aproveitem o capítulo e não se esqueçam de comentar💗
Aurora
Já era bem tarde quando eu ouvi as batidas na porta, o som me fez congelar por um segundo.
Quem poderia ser àquela hora?
O medo percorreu por meu corpo como um arrepio, e meu coração acelerou, mas então, eu ouvi a voz, aquele timbre rouco, carregado e desesperado.
Era Harry.
Meu coração afundou, tudo em mim queria resistir, mas minhas pernas me levaram até a porta como se tivessem vida própria, ao girar a maçaneta, vi a silhueta dele no chão, seu corpo desmoronado, vulnerável, aquele mesmo homem que eu amei com tudo o que tinha, agora estava ali, quebrado aos meus pés.
Por que ele veio até aqui?
Eu me abaixei, sem saber o que fazer, até que o porteiro apareceu, como uma sombra inconveniente em meio ao caos dos meus sentimentos.
— Esse homem... — Meu porteiro apareceu e parecia ofegante. — Ele apareceu e estava chamando seu nome, eu tentei impedi-lo, mas ele conseguiu escapar.
— Eu conheço ele, está tudo bem. — Dei um sorriso falso. — Só me ajude a levá-lo para dentro?
— Claro.
Juntos, colocamos ele no sofá, o porteiro se foi, mas o rastro de confusão e sentimentos embaralhados ficou, eu o observei, o rosto dele sereno, como se tudo o que tinha acontecido entre nós fosse apenas um pesadelo distante, mas não era, essa dor, essa traição, ainda estavam vivos em cada parte de mim.
Eu nem deveria ter deixado entrar, eu deveria deixá-lo ali e ir para o meu quarto, era o que uma pessoa sensata faria, mas eu nunca fui sensata quando se tratava de Harry, ainda o amava, apesar de tudo. E era exatamente esse amor que estava destruindo tudo o que eu estava tentando reconstruir.
A lembrança de Gabriel surgiu na minha mente como um refúgio inesperado. A noite com ele havia sido tão boa... Ele me fez rir, me fez esquecer, me fez sentir viva outra vez.
Mas Harry... Harry tinha o poder de destroçar tudo.
Hesitante, fui até o quarto e peguei um cobertor, ele não merecia meu cuidado, mas eu fui mesmo assim, quando voltei, meus dedos trêmulos puxaram o cobertor sobre ele, com delicadeza, meus olhos não conseguiam desviar do rosto dele.
Como era possível que alguém que me causou tanta dor ainda pudesse parecer tão vulnerável?
Eu me agachei para ajeitar melhor o tecido, foi nesse momento que senti o toque, Harry segurou meu braço, os dedos fortes com uma urgência que me fez parar, o toque dele ainda queimava minha pele de uma maneira que Gabriel talvez nunca seria capaz de fazer.
— Aurora... — A voz dele saiu embriagada pela culpa e pelo álcool. —Por favor... me perdoa. — Os olhos dele estavam vermelhos.
Fechei os olhos com força, lutando para conter as lágrimas que já estavam ameaçando escorrer.
Por que, depois de tudo, ele ainda tinha esse poder sobre mim?
Por que meu corpo reagia a ele de um jeito que era impossível de controlar?
— Harry... — Minha voz vacilou, eu tentei recuar, mas ele me segurou com mais firmeza.
— Eu te amo. — Murmurou entre lágrimas. — Eu nunca parei de te amar, você tem que acreditar em mim.
Eu queria, como eu queria.
Meu coração clamava por isso, por aqueles momentos em que ele era tudo o que eu precisava, quando ele me fazia sentir viva, desejada, importante, eu lembrava de cada noite juntos, das promessas sussurradas no escuro...
Mas agora... agora tudo parecia tão distante e a imagem da aliança em seu dedo era um lembrete cruel de que, por mais que eu quisesse me jogar nos braços dele, havia um abismo entre nós.
— Por que você está aqui? Por que você teve que aparecer? — Sussurrei, tentando me libertar do aperto. — Você está destruindo tudo o que restou de mim.
— Porque eu não sei o que fazer sem você, eu preciso de você. — Ele soluçou.
Fechei os olhos com força.
Gabriel...
Gabriel me fez sentir feliz, me deu um pouco de paz, ele representava uma felicidade possível, uma nova chance.
Harry, ele era o caos e o caos me atraía de uma maneira perigosa.
— Vai dormir e amanhã vá embora. — Com esforço, me soltei dele, dei as costas, tentando não deixar o peso do momento me esmagar.
Mas ao fechar a porta, as lágrimas finalmente caíram, encostei a testa contra a madeira fria, sentindo o bebê dentro de mim se mexer suavemente, como se sentisse a turbulência no meu coração.
Mas eu precisava ser forte, para mim e para o bebê.
...
A luz da manhã invadiu o quarto antes mesmo de eu estar pronta para encará-la, meus olhos ardiam, inchados pelas lágrimas que chorei na noite anterior, o peso no meu peito não havia aliviado nada. Sabia que ele ainda estava ali, no sofá, onde eu o deixei. Meu corpo quase se recusava a sair da cama, mas o barulho suave da cidade lá fora me empurrou para fora, ainda que de má vontade.
Quando entrei na sala, lá estava ele, deitado de qualquer jeito no sofá, como se fosse a coisa mais natural do mundo estar dormindo na minha casa depois de ter causado o inferno na minha vida.
Sem pensar duas vezes, caminhei até ele e o empurrei com o pé, não foi um chute forte, mas suficiente para acordá- lo.
— Levanta. — Grunhi. — Levanta agora, Harry.
Ele se mexeu devagar, os olhos entreabrindo-se enquanto piscava, confuso, como se não fizesse ideia de onde estava.
— Aurora?
Ele parecia muito surpreso ao me ver.
— Sim, eu mesma. — Cruzei os braços, sentindo a raiva se espalhar pelo meu corpo. — Acorda.
Harry esfregou os olhos, se endireitando no sofá, ainda tentando entender a situação.
— O que... o que aconteceu ontem à noite? Como eu vim parar aqui? Eu fiz alguma coisa? Nós... fizemos alguma coisa?
Eu soltei uma risada, sentindo o gosto amargo na garganta.
— Você tá falando sério? — Eu o encarei, incrédula. — Você acha que eu... que a gente... não, Harry! Nunca! Eu nunca faria isso com você, especialmente do jeito que você estava.
Ele parecia perdido.
— Eu... eu sinto muito, acho que não sabia o que estava fazendo.
— É claro que não sabia. — Rebati. — Você veio aqui fedendo a álcool, implorando perdão e ainda quis saber se nós dormimos juntos? Você tem noção do quão ridículo é?
— Eu sinto muito, por tudo, eu realmente não sei o que deu em mim ontem.
Revirei os olhos, tentando manter o controle, mas a raiva borbulhava dentro de mim como um vulcão prestes a explodir.
— Sério, Harry, você é patético, não quero saber mais das suas desculpas, precisa sair.
Ele olhou para baixo, claramente sentindo o cheiro de si mesmo.
— Me desculpe mesmo Aurora, eu realmente estou arrependido de tudo o que eu disse ontem, mesmo não lembrando se te magoei me perdoe.
— Só vá embora! — Virei as costas, pronta para sair da sala, quando escutei o interfone tocar.
Gabriel.
Meu coração acelerou, eu olhei para Harry, que ainda estava ali.
— Você tem que ir para o quarto, agora.
— Quê? — Ele olhou para mim, confuso. — Mas você não disse para eu ir embora?
— Vai para o quarto, Harry! Não me faça repetir. — Havia uma urgência na minha voz que ele finalmente entendeu.
Ele ainda estava meio grogue, mas foi para o meu quarto enquanto eu corria até a porta e a abri, respirando fundo para me acalmar.
Gabriel estava lá, sorrindo, com dois cafés nas mãos.
— Bom dia. — Disse ele, meio hesitante, mas com aquele brilho nos olhos que me fez sentir ainda mais nervosa. — Trouxe o seu preferido e bolinhos.
Eu forcei um sorriso, sentindo o cheiro familiar de café, do jeito que eu gostava.
— Obrigada, Gabriel.
Ele entrou, me deu um beijo leve na bochecha, como se estivesse testando se podia ir além ou não.
— Espero que não tenha acordado muito cedo, estava pensando sobre ontem à noite, queria levar você para a faculdade hoje, se estiver tudo bem.
— Ah! Tudo bem, claro. — Eu balancei a cabeça, tentando não deixar transparecer o nervosismo. — Só preciso me arrumar, vou demorar um pouco.
— Eu espero aqui, temos tempo.
— Ah! Claro, tudo bem, eu já volto. — Dei meu melhor sorriso, mas mal sabia ele o caos que estava acontecendo dentro de mim.
Me virei e fui para o quarto, onde Harry estava encostado na parede, os braços cruzados, me observando.
— Então, é ele, não é? — Harry perguntou, com uma amargura evidente na voz.
— Ele quem?
— O cara com quem estava ontem a noite?
— Como?... Como você sabe? — Indaguei tentando encaixar as peças. — Então por isso apareceu aqui?
— Eu vi vocês ontem à noite, não pude evitar, eu não suporto te ver com outra pessoa, Aurora.
Aquilo me atingiu como uma faca.
— Você não pode falar isso, Harry, você não tem esse direito. — Sussurrei apontando o indicador para ele.
O som da voz de Gabriel lá fora talvez falando com alguém ao telefone me fez lembrar da realidade em que estávamos.
— Aurora. — Ele disse um pouco mais alto e eu calei rapidamente sua boca.
— Olha, eu não tenho tempo para isso, tenho que me arrumar, então cala a sua boca e senta ali. — Apontei para minha cama. — E é bom você fechar o olhos.
Comecei a me vestir, consciente da presença de Harry ali, era realmente tudo um caos agora.
— Você está mesmo com ele? — A pergunta saiu baixa, assim que ele me seguiu até o banheiro.
— Harry, eu não vou discutir isso com você.— Eu o olhava pelo espelho. — Você não pode simplesmente aparecer e tentar destruir tudo, você me magoa toda vez que faz isso.
— Eu só... — Ele tentou dizer algo, mas eu o interrompi.
— Você não consegue suportar me ver feliz, não é? Acha que pode entrar aqui e fazer tudo desmoronar, mas eu... estou tentando seguir em frente, então por favor me deixe fazer isso, eu preciso disso Harry, será
que você não entende?
Ele se aproximou, virando meu corpo para olhá-lo, a dor em seus olhos era palpável, por um segundo, eu senti o mesmo.
— Você ainda me ama? — Ele murmurou, quase como uma constatação, mais do que uma pergunta.
— Não faça isso, Harry. — Eu respirei fundo, sentindo as lágrimas se acumularem — Não agora.
— Aurora — Seus dedos tocaram meu rosto, eu senti seu calor tão próximo que era insuportável. — Eu sei que ama. — Ele se inclinando diminuindo ainda mais o espaço entre nós.
—Não, por favor, não.— Eu o afastei no instante que seu lábios quase encontram os meus. — Eu... não quero estragar os lábios dele que ainda sinto em mim com os seus.
As palavras saíram antes que eu pudesse me impedir, e vi o choque em nos olhos de Harry.
Ele se afastou rapidamente, eu pude ver como sua expressão mudou, eu havia o ferido, mas eu fingi não me importar e continuei me arrumando, tentando ignorar o peso de seus olhos em mim.
— Harry, você tem que sair do apartamento, depois que sairmos e por favor nunca mais apareça aqui de novo.
A dor em minha voz era clara, mas eu sabia que precisava acabar com aquilo, precisava seguir em frente, ele me olhou uma última vez antes de se afastar, eu sabia que aquilo doía nele tanto quanto doía em mim.
Harry
O som da porta se fechando ressoava pela sala como um eco distante, mas o peso da despedida permaneceu, Aurora se foi e eu estou aqui, sozinho, no quarto dela.
O silêncio que ela deixou é ensurdecedor, me encosto na parede, as mãos nos bolsos, sentindo o frio da aliança em meu dedo.
"Eu não quero sentir seus lábios e estragar os dele."
As palavras dela martelam na minha cabeça, elas me atingiram como uma pancada, o gosto amargo que ficou na boca era a lembrança de que eu já a perdi.
Por um momento, fechei os olhos e inspirando fundo, tentando apagar a cena do banheiro. O cheiro dela ainda estava no ar, mas a dor de ouvir aquilo estava gravada em mim e acho que nunca vai embora.
Olho ao redor do apartamento dela, como se absorvesse os últimos vestígios de quem ela era para mim, a sensação de vazio era insuportável e por mais que eu odeie admitir, ela estava certa: eu não tenho o direito de aparecer sempre que ela tenta seguir em frente.
Caminho até a porta, evitando fazer barulho, desço as escadas devagar e entrego a chave ao porteiro, assim que sai para a rua, a brisa fria da manhã me envolveu, agora, tinha que encarar outra realidade.
Meu casamento, Violeta.
Cheguei em casa, minha porta da frente se abriu com um rangido que pareceu amplificar ainda mais a tensão, o cheiro de café fresco e pão quente preenchia o ambiente, na cozinha, vi Rosa, a nossa nova funcionária, servindo café da manhã para Isadora e a pequena Aurora.
— Papai. — Aurora correu para mim. — Eca! Você está fedendo papai.
— Desculpe princesa, eu vou subir para tomar um banho.
Isa estava tão distraída com seu celular que nem me notou, já Rosa me olhou por cima do ombro e sorriu.
— Bom dia, senhor Styles. — Ela disse em voz baixa.
— Bom dia, Rosa. — Tentei disfarçar o cansaço na minha voz.
Segui direto para o andar de cima, minha cabeça ainda latejava, o gosto amargo do álcool da noite anterior não saiu totalmente da boca, assim que cheguei no quarto encontrei Violeta se arrumando para o dia,
seu olhar fixou em mim, sem esconder a frustração.
— Onde você estava?
— Oi meu amor. — Tentei disfarçar, mas ela não se mexeu. — Depois do trabalho fui beber com um amigo. — respondi, sem hesitar. — Acabei dormindo no sofá dele.
Ela cruzou os braços, os olhos me analisando de cima a baixo, como se procurasse uma falha na minha história.
— E por que você não me ligou?
— Eu... eu simplesmente bebi demais, me desculpe esqueci. — murmurei, tentando soar casual.
— Eu te liguei, várias vezes.
Eu já sabia aonde isso iria dar e não precisava de mais uma briga, não agora.
— Eu não te dou motivos para desconfiar, Violeta. — Recuei ofendido. —Tenho feito tudo o que posso para manter as coisas em ordem. Será que isso não é o suficiente? O que mais você quer de mim? — Disparei sentindo a pressão dentro de mim se acumulando.
O olhar ferido dela me atingiu em cheio, e eu percebi que fui rude demais, fechei os olhos, respirando fundo para tentar recuperar o controle, não era realmente com ela que eu estava bravo, era com Aurora.
— Desculpa... Não devia ter falado assim.
— Tanto faz. — Diz antes de soltar um suspiro longo. — Só vá tomar um banho.
Droga! Estraguei tudo mais uma vez.
Fui direto para o banheiro, fechei a porta e deixei a água quente correr por cima de mim, mas não adiantava, o banho não lavava a culpa que sentia, não lavava a memória de Aurora.
Eu não posso mais continuar assim, dividindo meu coração entre duas mulheres, mas também não sei como deixar Aurora ir.
Saio do banho rapidamente, visto minhas roupas e volto ao quarto, Violeta ainda está lá, silenciosa.
— Vou para a faculdade. Nos vemos mais tarde? — Disse, chegando mais perto tentando entender se podia me aproximar mais ou não.
— Ok. — Ela assentiu sem nem olhar para mim.
Eu infelizmente não tenho tempo para isso agora.
Aurora
Deixei Harry no meu quarto assim que fechei a porta, tudo dentro de mim queria apagar as últimas horas. Mas, mais do que nunca, eu precisava seguir em frente e Gabriel era parte dessa nova tentativa.
Enquanto ele dirigia até a faculdade, eu me esforcei para focar no momento, focar nele. Gabriel era tudo que eu deveria querer, quando chegamos, ele saiu do carro e veio até o meu lado para abrir a porta, sempre gentil, eu o observei por um segundo, tentando me ancorar naquela imagem — Gabriel, com seu sorriso tímido, sempre preocupado em fazer as coisas da maneira certa, naquele momento, tudo que eu queria era que esse sentimento fosse o suficiente para apagar a confusão que Harry causava em mim.
Assim que ele abriu a porta, sem pensar muito, me inclinei para beijá-lo, me perdi no toque dos seus lábios, nas mãos dele segurando meu rosto com uma doçura que me deixou ainda mais desesperada e por um breve momento tudo se resumia àquele beijo, à segurança que Gabriel oferecia.
Quando nos afastamos, ainda ofegante, eu o encarei, queria que o beijo tivesse durado mais, talvez, se durasse o suficiente, o caos dentro de mim se dissiparia.
— Uau! O que foi isso?
— Eu... Só queria te beijar. — Sorri meio hesitante. — Não gostou?
— Claro que gostei. — Seus lábios tocaram os meus por mais alguns segundos. — Vamos?
— Vamos!
— Eu posso... segurar sua mão?
Essa doçura, esse cuidado, me fez derreter por dentro. Gabriel era a calma em meio à tempestade que minha vida tinha se tornado, por mais que eu soubesse que ele não merecia ser um escape para meus problemas, naquele momento, eu precisava dele.
— Claro que pode. — Dei um pequeno sorriso enquanto entrelaçava minha mão na dele.
— Eu tô indo rápido demais com isso? Sabe a gente? Não quero te pressionar, sabe... só gosto de passar meu tempo com você.
Ele era tão diferente de Harry, sempre se preocupava com o que eu queria, com o que eu precisava, tudo que eu precisava era dessa calma, desse porto seguro.
— Você não está indo rápido demais. — Eu garanti, apertando a mão dele. — Eu gosto de estar com você.
E, por um tempo, essas palavras pareciam verdadeiras, enquanto seguíamos pelos corredores, mas no fundo, eu sabia que não importava o quanto eu tentasse, o caos que Harry deixava para trás não se dissiparia tão facilmente, me atormentando porque eu sabia que havia uma parte de mim que queria ele, queria voltar para ele, mesmo sabendo que não deveria.
Entramos na sala de aula, e Gabriel ainda estava ali, firme, segurando minha mão, ele me olhou, me oferecendo um sorriso calmo, eu forcei um sorriso de volta, me acomodei na cadeira, tentando focar na aula, mas meu coração batia descompassado.
Eu tinha escolhido Gabriel, eu queria que isso fosse o bastante.
Será que algum dia seria?
Harry
O Uber parou em frente à faculdade, não tive tempo de buscar meu carro, eu desci com uma tensão que não conseguia dissipar, a noite anterior me esgotou mentalmente, não conseguia deixar de me odiar por ter ido até a casa de Aurora.
Prometi que não iria mais cruzar essa linha, que ficaria longe, escolhi Violeta, escolhi nossa família, mas ali estava eu, outra vez me jogando em um abismo que só me machucava mais.
Entrei no campus, tentando me concentrar, eu precisava focar no trabalho, nas aulas. Mas a verdade era que meus pensamentos estavam sempre nela, não importava o que eu fizesse.
A manhã seguiu de maneira mecânica, como se estivesse apenas cumprindo uma obrigação, quando sai da sala de aula, senti um alívio imediato, como se finalmente pudesse escapar da pressão de fingir que estou em paz, mas, assim que virei o corredor em direção a sala dos professores, dei de cara com uma cena que fez meu sangue ferver.
Aurora e Gabriel.
Lá estavam eles, na fila do refeitório, rindo, conversando, como se o mundo deles estivesse perfeito.
Raiva era a única coisa que conseguia sentir ao ver a forma como ele olhava para ela, como ela respondia a ele, esse idiota sorria todo confiante, como se tivesse alguma chance real de fazê-la feliz.
Um idiota.
Gabriel era só mais um cara que não tinha a menor ideia de com quem estava lidando, Aurora sempre conseguia encontrar esses tipos caras que parecem cachorrinhos, que ficam ao redor dela, como se ela fosse a única coisa que eles enxergam.
Ele achava que iria ser diferente?
Que ela vai ficar com ele?
Eu duvido.
Não durou muito com Stive, e esse Gabriel não vai ser diferente, em pouco tempo, ele iria descobrir o que todos os outros já sabem: Aurora não era alguém que se contentava com pouco.
Ela vai cansar dele, como cansou de todos os outros.
Meu olhar se fixava neles, observando cada detalhe, cada risada que ele conseguia arrancar dela.
Como ele ousava pensar que poderia fazê-la feliz do jeito que eu deveria ter feito?
Era como se ele fosse uma sombra sem importância, alguém que ela estava usando para preencher o vazio que deixei, mas por algum motivo, isso me irritava mais do que eu gostaria de admitir.
Gabriel, era o novo cachorrinho da vez, grudado nela, acreditando que podia oferecer a Aurora o que ela queria.
Será que ele se achava melhor que Stive? Que era melhor que eu?
Ridículo.
Eu cruzei os braços, respirando fundo, tentando controlar a explosão de emoções.
Ele não a conhece de verdade.
Cada segundo que passava olhando para ela com Gabriel me fez questionar tudo.
Será que eu tomei a decisão certa?
Será que, no fundo, estou destinado a ver Aurora com outros caras, repetindo esse ciclo?
A verdade era que, por mais que eu queira, não posso mais pensar nela.
Não posso mais me deixar ser consumido por isso.
Eu já fiz minha escolha.
Violeta.
Minha família.
Minhas filhas.
Aurora estava fora do meu alcance.
Me virei com o coração martelando no peito, não conseguia mais olhar não conseguia suportar a ideia de que Gabriel, esse cara insignificante, poderia estar tomando o meu lugar.
Não posso continuar a me torturar com isso.
Entrei na sala dos professores com um suspiro pesado e me servi de uma xícara de café, meus ombros estavam tensos, eu precisava de um momento de paz, um instante para respirar, mas assim que me aproximei das mesas, algo na atmosfera parecia diferente, havia um burburinho nos cantos da sala.
Sentei-me, tentando ignorar o incômodo crescente, dei um gole no café, esperando que a familiaridade do gosto me trouxesse algum conforto, no entanto ao invés disso, ouvi uma frase que fez meu estômago despencar.
— Vocês ouviram? — Uma das professoras sussurrou com uma malícia quase palpável na voz. — Dizem que um dos nossos está envolvido com uma aluna! Está rolando pela faculdade inteira.
O ar da sala pareceu desaparecer, a xícara parou no meio do caminho até meus lábios, o café de repente sem gosto, uma pressão tomou conta do meu peito, eu me forcei a não olhar para ninguém.
Rumores... claro, sempre haviam rumores, mas e se fosse sobre mim?
Sobre Aurora?
Meu coração acelerou, minha mente começou a girar em círculos.
Por que agora?
Eu tinha tomado a decisão de deixar tudo isso para trás, de cortar qualquer ligação, mas a verdade eta que boatos só precisavam de um sopro de verdade para virarem uma tempestade.
E Aurora... ela ainda estava aqui, ainda andava pelos corredores com o rosto que todos poderiam associar ao meu.
— Sério? — Outro professor respondeu com um sorriso. — Já vi isso acontecer antes, nunca termina bem, se o reitor souber, vai investigar a fundo, isso tenho certeza
O calor no meu corpo se dissipou, substituído por um frio insuportável que subia pela minha espinha.
Era só paranoia, claro, ninguém poderia saber, fomos discretos ou será que não? Eu tentava me convencer de que tudo estava sob controle, mas os olhares furtivos na sala me diziam o contrário, meus pensamentos começaram a girar: será que alguém nos viu juntos?
Será que Lily estava por trás disso?
Aquela garota nunca me tratou com respeito, ultimamente, parecia até que ela fazia questão de me confrontar, de lançar comentários ácidos e me ignorar na sala de aula, talvez ela estivesse tentando se vingar por Aurora.
Mas por quê agora?
— Ei, Harry, você sabe de alguma coisa? — Um professor do outro lado da sala interrompeu meus pensamentos, com um sorriso cínico. — Você sempre está antenado nos corredores, os alunos praticamente o veneram.
Fiz o possível para manter a calma, forçei um sorriso, esperando que ninguém notasse o suor frio que começava a se formar na minha testa.
— Não, nada — respondi casualmente. — Provavelmente só mais um desses boatos ridículos.
As risadas encheram a sala, mas o clima estava longe de relaxado.
Eu sabia, sabia que as coisas estavam fugindo do controle, a decisão de me afastar de Aurora parecia ter vindo tarde demais, se o reitor realmente decidisse investigar tudo poderia desmoronar.
Quase como se meus pensamentos invocassem a realidade, a porta da sala dos professores se abriu com um estrondo.
O reitor entrou com sua expressão severa, o ar pesado e opressor parecia se intensificar a cada passo que ele dava em direção ao centro da sala.
— Fiquei sabendo que há um rumor perturbador circulando pelos corredores — Começou ele, a voz firme e fria. — Quero deixar claro: qualquer comportamento impróprio entre professores e alunos será investigado a fundo, não toleraremos isso, eu mesmo farei questão de supervisionar essa investigação.
O sangue fugiu do meu rosto, o medo me dominou, se ele investigasse, não havia como esconder.
Aurora, Lily, tudo o que tentei enterrar poderia vir à tona.
E se Lily estava envolvida?
Se ela quisesse se vingar, não seria difícil expor tudo.
Mas não, eles nunca vão descobrir, poderia ser qualquer um, havia centenas de professores aqui, centenas de alunos, eu não era o único que poderia ser alvo de suspeitas, além disso, não fui eu que comecei os rumores.
Talvez fosse só coincidência.
Talvez...
Eu não sabia mais no que acreditar, negação e medo lutavam dentro de mim, cada pensamento mais sufocante que o anterior, eu precisava ser forte, manter a compostura, mas a cada segundo, o chão parecia ceder sob meus pés.
O reitor saiu, a sala mergulhou em um silêncio sufocante, eu não conseguia mais ficar ali, levantei-me com uma calma que não sentia, o café desceu amargo pela minha garganta, mas forcei um sorriso enquanto saía da sala, como se estivesse no controle, mas por dentro, tudo estava desmoronando.
Minha vida toda estava pendurada por um fio, Aurora, minha carreira, minha reputação — tudo o que eu tinha construído estava em risco, um deslize, um passo em falso e tudo desmoronaria.
A ideia de confrontar Lily me rondava como uma solução desesperada, mas confrontá-la agora talvez não fosse uma boa ideia, eu não podia arriscar, não quando toda minha carreira dependia disso.
Eu precisava encontrar uma forma de lidar com isso antes que fosse tarde demais.
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Fim
Finalmente te deixei ir. Estou leve, livre e sem dor. Acho que foi importante o fim. Finais nem sempre são doloridos, ruins, cinzas. As vezes eles trazem toda a cor que já não enxergávamos mais. Seguirei em frente com a certeza que fiz tudo que podia para ficar com você. Acredito que fiz até bem mais. Você foi o acaso mais lindo que eu tive. Você sempre será uma lembrança que eu vou sorri e dizer “eu fiz isso mesmo?!” Por você eu me li e modifiquei aspectos negativos, cresci, amadureci e comecei a enxergar pequenos detalhes que me fez forte. Você me trouxe um caminhão de coisas boas. Mesmo sem eu te dizer isso. Mesmo sem você saber. Eu queria ter dito um “eu te amo” mas foi melhor assim, seremos coisas não ditas, vontades passadas e momentos únicos. Acho que daqui há 10 anos eu vou olhar p isso tudo e sorri, lembrando que nessa vida eu tive você de certa forma. Obrigada por tudo. Obrigada por esse percurso. Já não sou a menina de coração partido, me tornei a mulher que sabe que terão outros Henrique, porque a vida é dinâmica, é movimento. Talvez ninguém chegue perto do que você significou para mim, ou talvez chegue alguém mais significativo, não sei. Só sei que te amei, te desejei e te esperei por cada segundo. Estou indo porque preciso ir. Estou indo porque chegou ao fim. Que pena, mas que bom. O fim mais maduro que já tive. Hoje aqui no silêncio do meu quarto, derramei as últimas lágrimas por você. Agora eu vou indo… aqui se foram as últimas palavras escritas para você. Que venham novos capítulos, novos momentos, novas escritas…
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