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10 anos a festejar o futuro [Parte 2] - Mucho Flow 2023 | Reportagem Completa
Spencer Martin e Jack Martin dos Lunch Money Life, num dos melhores momentos, quiçá o mais incrível | mais fotos clicar aqui Acordei com as pernas ainda doridas da noite longa, mas nada que me fizesse recuar do dia longo que me estava a aguardar. Poderia pensar que naquele sábado a chuva daria algumas tréguas, mas não, na verdade sentia-se ainda mais as baixas temperaturas a recair sobre as ruas labirínticas do centro da cidade de Guimarães.
Este último dia começa mais cedo na blackbox do Centro Internacional das Artes José de Guimarães (CIAJG), único concerto naquela sala, a receber a prata da casa, Tormenta, projeto que junta dois dos mais notáveis músicos nacionais: o baterista Ricardo Martins e o guitarrista Filho da Mãe. Para cima do palco a dupla traz ainda Jibóia para adicionar uma camada extra de poderio musical.
Radie Peat dos Lankum, um dos bons destaques do último dia | mais fotos clicar aqui Se leram as nossas 6 sugestões para este Mucho Flow, saberiam que às 18:15h, a meio da Avenida Don Afonso Henriques, Lucinda Chua estaria a atuar no auditório do Teatro Jordão. A artista britânica trouxe o seu primeiro LP, ‘YIAN’, para o bonito palco. Para quem lê a frase anterior até pode parecer que a multi-instrumentista é uma novata nestas andanças, mas a verdade é que a artista tem acompanhando ao vivo a bem conhecida FKA Twigs dando-lhe muita experiência por esses palcos mundo fora. Alternando entre o subtil piano e misterioso como foi possível ouvir em “Echo” ou “An Avalanche”, passando para o seu instrumento de eleição, o violoncelo, como foi possível ouvir em “Until I Fall” ou “Meditations on a Place”, carregado de uma boa dose de reverb, deambulando por entre o experimental, soando por vezes um pouco mais caótico do que aquilo que poderia prever, mas sem deixar o seu peso certo de emoção e introspeção, acompanhado sempre pela sua voz incrivelmente afinada. Uma artista que com apenas um disco editado, irão decerto começar a ouvi-la mais vezes.
Este dia 4 de novembro foi na verdade o dia que mais nos cativou, sendo a que maior parte dos nomes que sugerimos na tal lista de concertos a não perder, pertenciam em grande maioria ao último dia do festival vimaranense. Uns atrás dos outros, foi a vez de Contour a entrar em palco, desta vez no piso térreo do Teatro Jordão onde permanecemos até depois das 23h.
Khari Lucas é conhecido artisticamente como Contour | mais fotos clicar aqui Sempre com o relógio bem marcado, os concertos iam começando à hora marcada não deixando espaço para qualquer atraso. Os ponteiros marcaram 20:15H, Khari Lucas aka Countour subiu ao palco, sozinho, começando a debitar os seus poemas cobertos por uma camada que caminhavam lado a lado entre o jazz e o R&B. Mostrou-se sempre muito sereno, atento, com um olhar bastante cativante e fixo para as centenas de pessoas que começaram a encher aquela cena coberta de cimento de cima a baixo, dificultando por vezes a acústica, mas sem nunca perder a magia sonora.
“Crowded Afternoon”, “At All” ou “Teach Prayer” foram algumas de que que o artista britânico nos presenteou, todas retiradas do seu mais recente disco editado o ano passado, ‘Onwards!’. Em “Teach Prayer” ainda houve espaço para um pequeno discurso de apoio ao povo palestino que neste momento é vítima de uma guerra aparentemente sem fim, ouvindo palavras de apoio mútuo deste lado, sendo um dos mais momentos emotivos que o festival teve - “Say a prayer for the young sailing away, sailing away”.
Contour em estreia no Mucho Flow e em Guimarães | mais fotos clicar aqui Sem nunca perder a compostura, muito sério, sem mostrar qualquer emoção facial e por muitos momentos cantando num único tom, foi perdendo aqui e ali o público que timidamente lhe retribuíam um caloroso afeto. Uma atuação solida, sem grandes espaços para deslumbres, mas trazendo momentos narrativos bem bonitos e melódicos apoiados no seu talento, perspetivando um bom futuro para Contour.
Tivemos uma pequena folga para voltar a carregar energias no nosso canto favorito da cidade de Guimarães, o Tio Júlio. Um copinho de vinho tinto foi o que me foi servido para aquecer o meu coração naquela noite fria e chuvosa. Na verdade, o que realmente veio aquecer foi a próxima atuação, uma atuação que ninguém estaria à espera, quer dizer, nós de certo modo já contávamos com a explosão sentida nas garagens do Teatro Jordão. Os responsáveis? Lunch Money Life.
Lunch Money Life criaram um dos pontos altos do Mucho Flow em 2023 | mais fotos clicar aqui A banda formada por um conjunto de 5 elementos, transporta para cima do palco toda a pujança (e mais alguma) que um concerto deve realmente ter. Munidos por dois sets composto por circuitos elétricos interligados por dezenas de fios, com toda uma conjugação de efeitos, pedais e elementos que elevaram a sua atuação ao expoente.
Não são rock, nem são jazz, não são metal nem trap, ou se calhar são isto tudo e mais alguma coisa. Lunch Money Life entraram em palco e sabiam para onde queriam guiar a sala muito bem composta por volta das 21:15h. Com uma energia contagiante e uma dimensão musical a fazer jus a toda aquela expressão corporal diabólica, entregaram-nos um dos melhores e mais interessantes concertos, que na verdade já não víamos há algum tempo. Sempre com uma atitude punk, rebelde, cada elemento oferecia um pouco de si naquela performance musical como foi possível ver e ouvir em “Jimmy J Sunset”, “Mother” ou “New Herdsmen”.
Spencer Martin dos Lunch Money Life a felicitar o público | mais fotos clicar aqui Praticamente 90% da sua atuação foi um caos organizado carregado de adrenalina, quanto aos outros 10%? Foi dedicado à angelical “In Jesus Name”, que por entre todo aquela chuva pesada, veio a acalmar e trazer uma boa dose de fé com uma balada grandiosa contrastando bem com todo o resto do concerto. A banda despediu-se sob discos de vinil do seu mais recente disco, ‘The God Phone’, e t-shirts a sobrevoar as nossas cabeças largando uma das maiores demostrações de amor e carinho do publico que vimos nesta edição, com toda a gente em êxtase e ainda a tentar assimilar toda aquela loucura musical.
Antes da garagem fechar e todos aqueles corpos se movimentarem para outra paragem, vieram os Lankum, banda que estreou a música tradicional irlandesa no festival Mucho Flow. Um mundo completamente diferente e oposto de Lunch Money Life, no qual foi possível sentir na cara o vento e a maresia dos campos verdejantes irlandeses. Uma viagem ao passado, talvez mesmo chegando a tempos medievais, sentido aqui e ali uma rutura no tempo onde era possível ouvir uma leve dose de experimentalismo por entre toda aquela música tradicional celta.
Marcou muitos pontos o folk dos Lankum | mais fotos clicar aqui Todos os 5 elementos se apresentaram sentados com uma panóplia diversa de instrumentos como violino, gaita de fole, pífaro ou acordeão dando uma dimensão ritual a toda aquela experiência, acompanhado pelas vozes em uníssono parecendo por vezes que estávamos a presenciar um ritual qualquer. O Mucho Flow sempre se diferenciou dos demais por arriscar a trazer aquilo que vamos ouvir amanhã, criando tendências sem rótulos ou sem seguir qualquer referência, mas também se destaca por arriscar a trazer diversos musicais a um só ponto, e o concerto de Lankum são uma prova viva disso com o publico a corresponder da melhor maneira possível.
Parecia já se fazer tarde, o sol escuro está sobrevoava o céu há bastantes horas e o corpo começava a ressentir-se da agitada noite anterior, mas nada nos demovia do que ainda o festival nos tinha para oferecer, voltando à bonita sala do Centro Cultural Vila Flor (CCVF).
Fui para Abyss X, muita expectativa foi criada à volta da figura relevante no ecossistema feminista perante uma sala muito bem composta. A verdade é que pouco tivemos de presenciar para tal expectativa tivesse sido destruída devido a todo o seu ego que a artista demonstrou durante a atuação.
Muita pompa de Abyss X | mais fotos clicar aqui Sem qualquer empatia criada com o público e constantemente mostrando o seu desagrado com a equipa ora do som, ora da luz, foi quebrando muitas vezes momentos de dança que poderiam estar a entranhar-se pelos nossos corpos, deixando a sala a menos de metade já na parte final da sua atuação.
O melhor veio com Aïsha Devi. Após reconquistar o público que se tinha perdido anteriormente, a artista soltou a pista de dança que começou a aquecer os ouvidos e corpos das centenas pessoas que ainda tinham uma noite toda pela frente.
Aïsha Devi a dar-se a conhecer em Portugal | mais fotos clicar aqui Continuei o percurso musical até ao São Mamede para o incrível Evian Christ. O artista explodiu com qualquer expectativa que alguém tivesse criado. Claramente ganhou o prémio de melhor jogo de luzes, muita culpa pela instalação que levou para cima do palco formada por material translucido que se deixava atravessar por diversas luzes refletindo para toda a sala um tsunami de cor.
O Mucho Flow acabou assim de compor mais uma bela melodia de histórias, que fazem deste festival ímpar no panorama musical português, trazendo ate à Cidade-Berço gente não só de todo o país mas também um pouco por todo o mundo, carimbando cada vez mais a sua importância em criar tendências musicais ditando aquilo que ouviremos num futuro muito próximo.
Reportagem fotográfica completa - dia 1: Clicar Aqui Reportagem fotográfica completa - dia 2: Clicar Aqui Reportagem fotográfica completa - dia 3: Clicar Aqui
O olhar sempre muito introspetivo e curioso do público | mais fotos clicar aqui
Texto: Luís Silva Fotografia: Jorge Nicolau
#coberturadefestivais#mucho flow#São Mamede CAE#Teatro Jordão#centro cultural vila flor#Contour#Lunch Money Life#Lankum#Abyss X#Aisha Devi#Evian Christ#Emma dj#DJ Lynce#guimarães
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Parte II
Pela tarde, nos encontrávamos na Estrada Nacional 2, a conhecida EN-2 que liga o Norte de Portugal, Chaves, ao Sul, Faro. E que representa uma bela experiência de história, geografia, gastronomia… cultura. Agora, Ao longo do seu trajeto no concelho de Sardoal, a EN-2 oferece aos viajantes belas paisagens da região, com campos agrícolas, florestas e serras. E, poucos quilómetros percorridos, estávamos na bela terra do Sardoal. E já íamos apreciando a bonita e alegre vila.
O nosso autocarro parou junto ao Centro Cultural Gil Vicente. Procurámos a Câmara, onde encontraríamos o nosso guia. Fizemos uma rua a pé. Toda ela bordejada de árvores baixas, onde pássaros chilreavam. E, na Praça da República, lá estavam o Posto de Turismo, o pelourinho, a Câmara, a capela do Espírito Santo. Nesta capela, na sua parede Sul, uma homenagem ao nosso grande mestre, criador do teatro português, Gil Vicente. Devida homenagem…
SERRA: PEÇOVOLO QUE CANTEIS À GUIZA DO SARDOAL
ESSE HE OUTRO CARRASCAL ESPERAI ORA, HE VEREIS.
Que outra coisa não referir deste trecho de Gil Vicente, extraído do diálogo entre a Serra e Lopo (um folião do Sardoal) que faz parte da “Tragicomédia Pastoril da Serra da Estrela”, que se encontra inscrito num painel cerâmico da autoria de Gabriel Constant na parte Sul da capela do Espírito Santo?
A tarde já ia avançada. Havíamo-nos atrasado bastante, o guia estava farto de esperar. Dirigimo-nos, então, para a igreja matriz. Que encanto, entretanto. Ao palmilharmos as ruas que lá nos conduziam, em cada recanto, uma flor, uma rosa. E o seu cheiro avivava o nosso encanto pela terra! E a igreja, oriunda do Renascimento, com elementos góticos e manuelinos. Foi belo apreciar a Capela lateral dedicada ao Sagrado Coração de Jesus: onde se encontram as tábuas do Mestre de Sardoal. E o Retábulo de talha dourada barroca joanina: que fazia parte do primitivo retábulo da igreja.
Ao sairmos, fomos reclamados por mais um texto de José Luís Peixoto, que faz parte do roteiro literário por ele produzido, presente na obra Onde. Que nos fala da igreja…
Painel retangular, do ladoesquerdo, em cima
«Construir uma igreja, com todo o esplendor, portais góticos, três naves, arcos de volta perfeita.»
Do lado direito, em cima:
«Ornamentá-la com sumptuosidade ao longo de séculos: múltiplos altares, retábulo barroco, tábuas originais do Mestre do Sardoal.»
No meio do painel, à volta da circunferência:
«Depois, num instante, ajoelhar-se e fechar os olhos.»
Na lateral esquerda, em baixo:
«Também essa escuridão pode ser um templo.»
Por baixo da circunferência:
«O nosso propósito é investigá-la com verdade até fazer brilhar os seus encantos, até descobrir uma rosácea flamejante no interior do que somos capazes. Predispostos à generosidade, aceitamos que esse solene esplendor por fora sugira igual riqueza por dentro. Eis o benévolo princípio que escolhemos.»
Na lateral direita, em baixo
«A fé é uma forma de arte.»
E, por fim, já bem apressados, ainda subimos ao Convento de Nossa Senhora da Caridade. Era verdadeiramente um monumento no coração do Ribbatejo! ergue-se imponente no centro do Sardoal, testemunhando séculos de história e fé. Construída em 1571 no local de uma antiga ermida, a igreja ostenta uma fachada grandiosa em estilo barroco, adornada com pilastras, cornijas e um frontão triangular. No topo, a imagem de Nossa Senhora da Caridade vigia a vila, protegendo seus devotos. Mas não foi possível visitar mais do que a igreja. E que tanta beleza, tanta luz, tanta espiritualidade!
E, sem sombra de dúvida, é de destacar o oratório de arte japonesa que merece especial atenção. Trata-se de um oratório que foi doado à igreja em 1670 por Dona Jerónima de Parada, viúva de Gaspar de Sousa Lacerda, que se encontra sepultada aos pés do altar. A sua construção revela influências da arte Namban, uma corrente artística japonesa que floresceu entre os séculos XVI e XIX, caracterizada pela fusão de elementos nipónicos com estéticas ocidentais, principalmente portuguesas. O oratório é feito de madeira lacada e apresenta detalhes entalhados com motivos florais e religiosos. No seu interior, encontram-se figuras representando santos e anjos, bem como objetos religiosos como cruzes e castiçais. Estamos, por certo, perante um magnífico testemunho das relações entre Portugal e o Japão. Pois trata-se de uma peça muito rara, que mostra o valor atribuído aos portugueses por volta do século XVI e XVII pelos japoneses. Neste oratório é tão fácil sentir o desejo de orar e meditar, de elevar a alma aos céus!
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Westway Lab: um laboratório para novas descobertas
Tendo já começado o Espaço de Criação e de Conferências PRO em Guimarães, na passada quarta-feira, 10 de Abril, o Westway Lab começou o seu Festival no dia 12 de Abril. As hostilidades foram abertas no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) por Luís Severo, seguindo-se Bardino, Silly, Riça e Capicua. No sábado, o dia começou com uma série de concertos abertos à comunidade e em diversos locais da cidade, nos quais se incluíram Remna, Sónia Trópicos, Grand Sun, debdepan, J.P. Coimbra, Corvo, Melquiades, Franek Warzywa e Młody Budda e Trigaida. A partir das 21h30, os concertos concentraram-se de novo no CCVF, começando com Júlia Mestre. Conferência Inferno, UTO, Unsafe Space Garden e NewDad foram os actos seguintes. Para encerrar, o Westway Lab organizou uma Festa de Encerramento, no CAAA, que contou com os DJ Sets de A Boy Named Sue, Rodrigo Areias e Jorge Quintela.
A honestidade de Luís Severo
Foi, então, no Auditório do CCVF que o Festival WestWay Lab teve o seu início e tomou forma pelas mãos de Luís Severo, que sozinho ao piano nos agraciou com a honestidade e sensibilidade com que escreve os seus temas. Após as duas primeiras músicas a solo no piano onde nos falou sobre amores e desamores, certezas e incertezas, angústias e felicidades, Luís Severo agarrou a guitarra acústica e Catarina Branco tomou o piano e apoiou na voz.
Foi em “Cedo ou Tarde” que se juntou um coro de duas vozes aos dois artistas já no palco para nos expressar que viver é um desafio, não só connosco mesmos, mas também face aos tempos que se impõem. Porém, como explicou Luís Severo antes de começar: “este é um daqueles dias que é bom” e, até ao final da sua performance sentida, o artista teve, ainda, tempo para estrear duas músicas novas, uma delas de nome “Insónia” que como disse “não a preciso de explicar, o seu nome fala por si mesmo”.
A conjugação inteligente e intrigante entre o jazz e a electrónica dos Bardino
No Café Concerto do CCVF, os Bardino subiram ao palco para nos fazer dar um ‘pézinho de dança’ fora da caixa. Foi para apresentar o seu último disco “Memória de Pedra Mãe”, mas não só, que o trio constituído por Nuno Fulgêncio (bateria), Diogo Silva (baixo) e Rui Martins (teclados e vozes) desafiou a ‘classificação em caixinhas’.
Caracterizando-se por uma fusão de eletrónica, rock e jazz com nuances de krautrock, fusion jazz ou ambiente electrónica, os Bardino fazem-nos viajar no passado, no presente e no futuro, mas estando sempre presentes no momento.
E, do mesmo modo que o seu recente álbum se inicia com a frase “Tenho uma história bonita, tenho uma história linda (…)”, o trio portuense ecoou perante uma plateia surpreendida e curiosa com a audácia que uma linda história contou.
Silly: um coração que tanto almeja e se agiganta a cada melodia
Foi com o “Intro” encaixado no segundo tema “Encontrar”, tal como acontece no seu álbum de estreia “Miguela”, que Silly iniciou a viagem por um coração que tanto almeja e se agiganta a cada melodia. Com uma aura complexa demais para ser colocada por palavras, Maria Bentes (Silly) e Fred – que também colaborou na concepção deste trabalho – fizeram-nos viajar com as rimas reflectidas e sentidas e com a conjugação perfeita entre as batidas, os teclados, a guitarra e todo o ambiente criado pelo inteligente jogo de luzes e fumos.
“Coisas Fracas”, “Silêncio”, “No Que Procurei”, “Água Doce”, “Solitude”, “Herança”, “Cavalo à Solta” ou “Inquietação” foram alguns dos temas percorridos pelos artistas, acrescentando-lhes sempre diferentes nuances ao registo do álbum e, assim, ganhando ainda mais vida. Entre “Miguela”, Silly presenteou o público com um cover de “Prognósticos” de B Fachada, um tema que a artista admite cantar como se tivesse sido da sua autoria, de tal sentir a canção como sua.
E, nesta espécie de bolha em que estivemos imersos imperou e prosperou a tranquilidade e a delicadeza mesmo quando a viagem relatava um mundo nem sempre feliz ou nem sempre leve ou o quão intranquilo, inquieto e perdido um ser humano se pode sentir. No entanto, a mensagem é evidente: em toda a parte é possível encontrar um pouco de amor e um pouco de compreensão e é a isso que nos devemos agarrar mesmo quando temos que seguir “em frente diante o vento forte”.
E foi mesmo com “Vento Forte” que Silly e Fred encerraram esta experiência imersiva que durou pouco mais de 45 anos, que nos permitiu estar noutra realidade e onde “Miguela” é mais e mais um pouco de nós e do que sentimos e nos é tão complicado expressar.
Os vegetais delirantes de Franek Warzywa e Młody Budda
Foi através de pouco mais do que um sampler, de uma guitarra e da voz que Franek Warzywa e Młody Budda deram uma performance surpreendentemente enérgica que cruzou os mais diferentes géneros musicais de uma forma “esquizofrénica”.
Tendo-se tornado virais no TikTok e tendo ganho notoriedade entre o público após um concerto explosivo no OFF Festival, o duo polaco não esconde que canta sobre temas como os vegetais, nomeadamente batatas, mas também sobre o seu computador que está constantemente a avariar. Havendo ainda tempo para falar sobre o sol e sobre o mau tempo que tanto se sente nas terras de onde são oriundos.
No CAAA apresentaram os seus visuais relativos a este tal computador que tanto avaria e durante cerca de 40 minutos cruzaram géneros musicais que rapidamente transitavam: num momento soava a pop, no seguinte estaríamos perante nuances de metal core e, no mesmo tema, poderia ainda existir tempo para uma sonoridade mais electrónica. Mas, rock, math rock, techno são também opções e energia e entrega não lhes faltou!
Trigaida: a herança búlgara cruzada com a electrónica
Bem sucedidos no Got Talent da Bulgária de 2022, Trigaida são um fenómeno recente na electrónica contemporânea da Bulgária. “Elate” é o álbum de estreia da banda e é uma fusão única entre o folclore tradicional búlgaro e a música eletrónica.
Parte das influências são também o drum‘n bass, o dubstep, o trip hop, oferecendo assim sonoridades que chegam ao jazz contemporâneo, à world music e ao neoclássico e, tal se fez sentir no CAAA, em Guimarães.
Com Ivan Shopov enquanto produtor e MC, Asya Pincheva na voz e Georgi (Horhe) Marinov na gaita de foles e didgeridoo, os Trigaida surpreenderam o público que não deixou de expressar o seu entusiasmo e de dançar ao som desta herança combinada com o contemporâneo.
Julia Mestre: uma contadora de histórias nata
Com um ambiente intimista, o público presente no Auditório do CCVF foi plateia atenta e deliciada perante a doçura de Julia Mestre. A vocalista de Bala Desejo fez-nos viajar pelos temas do seu mais recente álbum “Arrepiada” (2023), mas não só.
Acompanhada apenas pela sua guitarra e através da sua voz, a cantora brasileira contou histórias. As história que criaram as suas músicas e as suas letras, como foi caso de “Chuva de Caju” que nos fala sobre o encontro da artista com Ana Caetano; “do do u”, um romance da artista com alguém que esteve pelos Estados Unidos da América durante três meses e veio a falar um misto de português com inglês; ou “Deusa Inebriante”, que foi a forma que a Julia Mestre encontrou para lidar com o facto de não ter conseguido despedir-se de um familiar próximo que caiu num “sono profundo” em período de covid-19.
“el fuego del amor”, “Sentimentos Blues” ou “Sonhos e Ilusões” que, no álbum de 2023 tem a participação de MARO, foram mais alguns dos temas que Julia Mestre nos ofereceu com a gentileza e sensibilidade que lhe é tão intrínseca.
Conferência Inferno: um exorcismo às ansiedades
Foi para apresentar o “Pós-Esmeralda”, mas sem esquecer temas do seu primeiro LP, que o trio do Porto se juntou no Café Concerto do CCVF. Com o punk e o new wave no seu ADN, Raul Mendiratta, Francisco Lima e José Miguel Silva entregaram-nos as suas canções negras que exaltam os espíritos.
Com a energia punk sempre em crescendo e os ritmos new wave como uma constante, a ironia, a agonia e o êxtase que tanto é característica do trio não foram excepção nesta performance. Foi uma ode a este pandemónio em que vivemos que prova que, no desespero, entre chorar e dançar, dancemos e berremos e exorcizemos as ansiedades.
“Perdi a conta dos passos, não consigo contar. Encontro a múltipla no escuro sempre a pairar. Encosto os drunfos à parede, eu não consigo parar. Cedo-te múltiplo futuro sem vacilar. Somos todos corpos. A distopia pródiga”, ecoaram os Conferência Inferno para encerrar o ritual.
O je ne sais quoi dos UTO
Presenciar os UTO foi como entrar num espaço celestial. Neysa Mae Barnett e Emile Larroche constituem a dupla parisiense que, como tem vindo a ser habitual neste festival, não é simples classificar. Não é só pop, mas também não se reduz a vagas noções de electrónica.
Assim, o trip hop, o dream pop, o techno ou o synth pop ajudam a criar um ambiente fantasmagórico e alienígena deste duo que teve como seu álbum de estreia “Touch The Lock” (2022) e que, segundo o Pitchfork é “prismático”, no sentido em que é uma introdução perfeita ao maravilhoso e estranho mundo de Neysa e Emile, onde a imaginação e a liberdade imperam.
Através da voz, dos sintetizadores e da guitarra, os UTO abriram-nos a porta ao seu mundo vasto e preenchido de coisas que não se vêem, mas tanto se sentem.
A exaltação humorística dos Unsafe Space Garden
Oriundos de Guimarães, os Unsafe Space Garden tratam as confusões existenciais de forma peculiar e entre os ingredientes estão o humor, a energia, a cor, o absurdo, o caos e a intimidade e, tudo isto, faz que o momento seja muito mais do que só um concerto.
Alexandra Saldanha, no sintetizador e na voz; Nuno Duarte, na guitarra e na voz; Filipe Louro, no baixo e na voz; Diogo Costa, no sintetizador e nos samples; José Vale, na guitarra; e João Cardita, na bateria tornam a sua sonoridade única, percorrendo sonoridades mais electrónicas com timbres mais jazz que chegam ao rock, post-rock e, até mesmo, ao post-metal.
Em cinco anos, lançaram quatro trabalhos discográficos: o EP “Bubble Burst” (2019), o LP “Guilty Measures” (2020), o LP “Bro, You Got Something In Your Eye - A Guided Meditation” (2021) e, o seu mais recente, “Where’s the Ground” (2023) e somaram uma avalanche de concertos em território nacional, incluindo o Tremor e o Primavera Sound Porto. E a ideia é simples: comunicar o que se sente sem pudor e com uma pitada de ironia e de humor, pois faz parte aceitar toda a confusão e arrebatamento que na vida acontecem e de que tanto falam nos seus temas. O concerto no Café Concerto do CCVF não foi diferente.
NewDad: comunicar o que não tem outro modo de ser expressado
Da Irlanda directamente até Guimarães, os NewDad vieram apresentar o seu novo e álbum de estreia “Madra” (2024), uma fusão magnífica entre o dream-pop, o post-punk e o shoegaze que pretende comunicar aquilo que não tem outro modo de ser expressado e os NewDad fazem-no de forma exímia, como se sentiu na Box do CCVF.
É explorando emoções profundas que a cantora e guitarrista Julie Dawson expressa o que lhe corre dentro da alma: serena, mas ciente do furacão que se pode viver por dentro. A ela se junta Sean O'Dowd (na guitarra solo), Cara Joshi (no baixo) e Fiachra Parslow (na bateria) que ajudam na criação de um ambiente que nos faz entrar numa catarse para também nós lidarmos com as nossas lutas emocionais: “See, it's easy for you. It's easy for you to forget. Because you're not in my head. You're not in my head”, exalta “In My Head”, por exemplo.
“Madra” (a palavra irlandesa para cão) foi apresentado de fio a pavio e demonstrou a evolução sonora da banda que existe desde 2018, explicando na perfeição os concertos lotados na sua tour no Reino Unido e na Irlanda. Porém, na sua estreia em Portugal, Julie quis fazer algo novo e ofereceu-nos uma versão mais intimista de “White Ribbons”: apenas ela e a guitarra, encerrando uma performance que comprova que os voos elevados de NewDad ainda estão apenas a começar.
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Fotografia e Texto: Catarina Moreira Rodrigues
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‘erRadO’ by Plataforma 285 |
📍Centro Cultural Vila Flor, Guimarães |
📸 Bruno José Silva
June 2023
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Premi Ubu 2022, l'elenco dei vincitori
Premi Ubu 2022, l'elenco dei vincitori. La quarantaquattresima cerimonia di assegnazione dei Premi Ubu 2022, gli Oscar del teatro italiano come amava definirli Franco Quadri (1936-2011), il critico ed editore che li ha ideati nel 1978, è stata ospitata lunedì 12 dicembre al Teatro Arena del Sole di Bologna. Una festa condivisa dall’Associazione Ubu per Franco Quadri con Rai Radio3 ed Emilia Romagna Teatro ERT / Teatro Nazionale e che ha accolto la comunità di artisti, critici, operatori e spettatori che li segue da oltre quarant’anni. La serata è stata condotta dalla curatrice (con Antonio Audino) del Teatro di Radio3 Laura Palmieri e dallo scrittore, giornalista e conduttore di Fahrenheit e Pantagruel Graziano Graziani con gli interventi musicali di Ivan Talarico, l’incursione scenica dell’attrice Matilde Vigna e la partecipazione speciale di Alessandro Bergonzoni. La premiazione è stata seguita anche in diretta radiofonica su Rai Radio3, in una consuetudine di rapporto di media partnership iniziata nel 2016. Le 17 categorie dei premi Ubu sono state attribuite dalla votazione di quasi 80 tra critici e studiosi teatrali. Doppia festa per ERT, che ha ricevuto due riconoscimenti: il premio al Miglior Disegno Luci è andato a Nicolas Bovey per La signorina Giulia (con la regia di Leonardo Lidi, una produzione Teatro Stabile dell’Umbria) e I due gemelli veneziani (con la regia di Valter Malosti, coprodotto da ERT), che ha da poco concluso la sua tournée, toccando le principali piazze italiane da Milano a Bari. Catarina e a beleza de matar fascistas di Tiago Rodrigues è stato riconosciuto come Miglior Spettacolo Straniero Presentato in Italia: una produzione Emilia Romagna Teatro ERT / Teatro Nazionale in sinergia con prestigiose realtà internazionali tra cui Wiener Festwochen, , ThéâtredelaCité – CDN Toulouse Occitanie & Théâtre Garonne Scène européenne Toulouse, Festival d’Automne à Paris & Théâtre des Bouffes du Nord, Teatro di Roma – Teatro Nazionale, Comédie de Caen, Théâtre de Liège, Maison de la Culture d’Amiens, BIT Teatergarasjen, Le Trident – Scène-nationale de Cherbourg-en-Cotentin, Teatre Lliure, Centro Cultural Vila Flor, O Espaço do Tempo. Tiago Rodrigues, regista portoghese che opera in Francia e attualmente dirige il Festival di Avignone, è intervenuto con un video di saluto in cui dichiara: "Felice di un premio così prestigioso, intitolato a Franco Quadri che non ho avuto la fortuna di conoscere ma, per la cui figura nutro una grande ammirazione e di cui ho potuto apprezzare l’eredità avendo diretto l’Écoles des Maîtres nel 2018. Questo premio mi onora profondamente per il coraggio e la scelta fatta in Italia, soprattutto in questo preciso momento storico e politico". Lo spettacolo è andato in scena il 28 e 29 aprile 2022 al Teatro Storchi di Modena. PREMI UBU 2022 1. SPETTACOLO DI TEATRO L’Angelo della Storia di Sotterraneo (ideazione e regia di Sara Bonaventura, Claudio Cirri, Daniele Villa) 2. SPETTACOLO DI DANZA Inferno (regia, coreografia, progetto video di Roberto Castello) 3. CURATELA/ORGANIZZAZIONE Maurizio Sguotti / Kronoteatro (Terreni Creativi Festival) 4. REGIA Licia Lanera (Con la carabina) 5. ATTRICE/PERFORMER Sonia Bergamasco (Chi ha paura di Virginia Woolf?) 6. ATTORE/PERFORMER Marco Cavalcoli (Ashes, Ottantanove) 7. ATTRICE/PERFORMER UNDER 35 Stefania Tansini 8. ATTORE/PERFORMER UNDER 35 ex aequo Alessandro Bay Rossi Ludovico Fededegni 9. SCENOGRAFIA Paola Villani (Carne blu) 10. COSTUMI Gianluca Sbicca (M. Il figlio del secolo) 11. DISEGNO LUCI Nicolas Bovey (La signorina Giulia, I due gemelli veneziani) 12. PROGETTO SONORO/MUSICHE ORIGINALI Muta Imago (Ashes) 13. NUOVO TESTO ITALIANO/SCRITTURA DRAMMATURGICA (messi in scena da compagnie o artisti italiani) ex aequo Dei figli (Mario Perrotta) Ottantanove (Elvira Frosini e Daniele Timpano) 14 NUOVO TESTO STRANIERO/SCRITTURA DRAMMATURGICA (messi in scena da compagnie o artisti italiani) Con la carabina (Pauline Peyrade) 15. SPETTACOLO STRANIERO PRESENTATO IN ITALIA Catarina e a beleza de matar fascistas (Tiago Rodrigues) 16. PREMIO UBU ALLA CARRIERA Umberto Orsini 17. PREMI SPECIALI Fabrizio Arcuri: per il ruolo seminale di una progettualità artistica e organizzativa che nel corso di trent'anni ha saputo creare percorsi collettivi e di incontro tra gli artisti della scena contemporanea, tra festival, rassegne, spettacoli e oggetti fuori formato. Dalla nascita di Area06 e Short Theatre a Roma, passando per Prospettiva a Torino, il Teatro della Tosse a Genova e la più recente esperienza al CSS di Udine, Arcuri ha plasmato luoghi di aggregazione ispirati a una visione plurale. Parallelamente, la compagnia degli Artefatti è stata a sua volta luogo di incontri artistici fecondi che hanno poi saputo diramarsi anche al di fuori di essa. Malagola: diretta e fondata da Ermanna Montanari ed Enrico Pitozzi, è una scuola di vocalità dall'anima artistica e scientifica. Nata da poco più di un anno, a Ravenna, è una bottega d'arte riconosciuta come corso di alta formazione, aperta alla cittadinanza in diverse articolazioni pubbliche. Molteplici esperienze artistiche sono confluite così in luogo fisico, un palazzo storico di pregio, restituito alla città in sinergia con le istituzioni locali: il manifestarsi "politico" del procedere congiunto di trasmissione e ricerca. Massimo Marino: da allievo ha fatto parte del Teatro Vagante di Giuliano Scabia, partecipando al Gorilla Quadrumàno. Da insegnante e critico ha continuato a divulgarne azioni e peregrinazioni. Dopo la recente scomparsa del maestro, Marino si è dedicato a conservarne la memoria, organizzando diverse mostre e dando alle stampe una fondamentale monografia, Il poeta d’oro. Il gran teatro immaginario di Giuliano Scabia (La Casa Usher 2022), scritta con il puntiglio analitico degli scienziati e percorsa dalla passione "baùca" degli innamorati.... #notizie #news #breakingnews #cronaca #politica #eventi #sport #moda Read the full article
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Festival Neguinha Sim! - Programação 06/12/22 – Terça-feira: 16h - Intervenção Cultural Jongo de Guaianás 19h - Show Luzia Rosa 20h - Show Izzy Gordon 07/12/22 – Quarta-feira: 19h - Video da Peça teatral Amora Paulada (Homenagem à Várzea) 20h - Show Jhony Guima 21h - Show Izzy Gordon 08/12/22 – Quinta-feira: 19h - Show Renato Gama 20h - Show Joy Sales 09/12/22 – Sexta-feira: 19h - Show Alldry Eloise 20h - Show Carlos Casemiro 10/12/22 - Sábado: 13h - Cordão da Micaela 14h - Peça teatral infantil Samba & Jazz 15h - Show Joanah Flor 16h - Show Thiago Elniño 17h - Show Tita Reis 18h30 - Show Pastoras do Rosário 20h - Baile Nostalgia - Dj Biló 11/12/22 - Domingo: 11h - Peça teatral infantil As Aventuras do Boi Beleza 14h - Show Cocão Avoz 15h - Show Dáguas 16h - Show Tony Gordon 18h - Show Segundas Intenções Centro Cultural Viela em dia de Lua Vila Nhocuné, Zona Leste de São Paulo #festivalneguinhasim #samenina #plataformadeartes #centrocultural #vielaemdiadelua #vilanhocune #zonalestedesaopaulo #teatro #show (at São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/ClyZ5AnNTBB/?igshid=NGJjMDIxMWI=
#festivalneguinhasim#samenina#plataformadeartes#centrocultural#vielaemdiadelua#vilanhocune#zonalestedesaopaulo#teatro#show
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Angel Olsen vai a Guimarães e a Lisboa para apresentar novo disco. Angel Olsen vai regressar ao nosso país. Desta vez, será ao solo apresentar os seus dois discos mais recentes "My Woman" e "Phases".
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CONTEXTILE-20, Guimarães (Portugal). #contextile2022 @contextile2022 #guimaraes #guimarães #portugal (en Centro Cultural Vila Flor) https://www.instagram.com/p/CjqVhNoMP-z/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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"Expresso do Outono" de Jorge Palma com novas paragens de Março a Maio
“Expresso do Outono” de Jorge Palma com novas paragens de Março a Maio
No final do ano passado, após cinco concertos em Lisboa, Porto e Coimbra, Jorge Palma escreveu, em jeito de balanço: “Enquanto houver lugares e pessoas, paixão e criatividade, energia e determinação, a gente não consegue parar.”
O sucesso da digressão do “Expresso do Outono“, que passou pelo Teatro Tivoli BBVA, em Lisboa, a Casa da Música, no Porto, e o Teatro Académico Gil Vicente, em Coimbra,…
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.dos que dizem boa noite Rui. #tallestmanonearth #music #musicislife #musicismylife (at Centro Cultural Vila Flor) https://www.instagram.com/p/BuSWVGQFM1_/?utm_source=ig_tumblr_share&igshid=hqks4i5i2804
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A estreia dos The Lemon Twigs em Guimarães foi sonho realizado por muitos fãs | Reportagem Completa
Brian e Michael D’Addario | foto © Paulo Pacheco, A Oficina A estreia em palcos nacionais dos The Lemon Twigs ocorreu no passado sábado, 25 de maio, no Centro Cultural Vila Flor (CCVF) mais precisamente na caixa de palco do Grande Auditório Francisca Abreu em formato Westway Live. Salvo erro, este foi o primeiro concerto que vi neste molde sem contar com as atuações do Westway LAB.
Cheguei à praça do CCVF pouco depois das 20:30h e o ambiente era extremamente calmo. O público chegava às pinguinhas... Tal como as gotas de chuva que caiam do céu... Um final de tarde/início de noite completamente oposto ao arranque solarengo e caloroso da jornada.
Ainda assim esta adesão em número algo limitado tornou-se mais intensa com o aproximar do evento. Certo foi que o espaço não esteve lotado, a audiência alcançou uma quantidade exata para um encontro bastante íntimo e emotivo para os fãs dos The Lemon Twigs.
Pessoas de diversas idades, até mesmo de faixas etárias acima dos 40 e 50 anos numa conjugação de público bastante heterogéneo. Facilmente registei desde logo uma presença bem notória de bastantes pessoas vindas de Espanha. Foi inesperado para mim, feita uma pesquisa online vi que o concerto de Madrid na Sala Copérnico de dia 28 deste mês acabou por esgotar de forma rápida. A banda tem ainda mais datas espanholas: Bilbau, Saragoça e Barcelona. Não passou pela Galiza provavelmente terá sido motivo para fãs galegos optarem pela vinda a Guimarães.
Destaque igualmente para a presença de alguns conhecidos músicos da “nossa praça” como Ed Rocha dos Best Youth, Ricardo Tomé dos Gator, The Alligator e ainda Helena Peixoto dos The Black Wizards.
Allegra Krieger na sua estreia vimaranense | foto © Paulo Pacheco, A Oficina A primeira parte desta noite foi proporcionada por Allegra Krieger, uma cantautora norte-americana, oriunda da “Grande Maçã”. O relógio digital marcava 21:31h quando a artista, de guitarra nas mãos, entrou para o seu set deslocando-se até meio do palco para debaixo de dois focos de luz aonde ficou de pé.
Pela primeira vez fora dos Estados Unidos da América, como confidenciou Allegra durante a atuação, teve a simpatia e atenção de uma plateia em silêncio a escutá-la. Ela que tem-se revelado bastante empenhada, só em 2023 editou dois álbuns, ‘I Keep My Feet On The Fragile Plane’ e ‘Fragile Planes: B-sides’, este último com canções que nasceram durante o período de gravação do álbum principal, embora não necessariamente nas sessões tendo em vista o primeiro disco citado.
Sozinha em palco muniu-se do poder da sua doce e bastante agradável voz para presentear um público, na sua grande maioria certamente desconhecedor, de um pouco da sua discografia num registo de indie folk. Krieger percorreu um pouco pelo seu trabalho tendo dando ênfase aos seus singles, nomeadamente, a “Lingering” e “Nothing In This World Ever Stays Still” tendo também tocado “The Circumstance” e “Come In”, por exemplo.
Foram 30 minutos bem simpáticos assegurados por Allegra Krieger.
A norte-americana Allegra Krieger | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Agora é tempo para debruçar-me sobre a atuação dos The Lemon Twigs.
Este duo oriundo da zona de Nova Iorque é composto pelos irmãos Brian e Michael D’Addario, têm 2 anos de diferença e são muito parecidos. Ambos são multi-instrumentistas e cresceram numa casa rodeada de música já que o pai foi músico profissional, falamos portanto de Ronnie D’Addario, e a mãe era cantora. Começaram este seu projeto bem cedo, ainda durante a adolescência, algo que fez com que fossem rotulados de “jovens prodígios”.
Chegaram para este debute lusitano com uma discografia bem prolífera que inclui 6 álbuns (LP), 1 EP e 1 disco ao vivo, tudo produzido em 10 anos de carreira. O foco da performance desta tournée ibérica, no qual se inseriu esta atuação, foram os dois últimos álbuns: ‘A Dream Is All We Know’ editado a 3 de maio deste ano (uma edição ainda bem “fresquinha”) e ainda o trabalho editado em 2023 intitulado ‘Everything Harmony’.
Perspetiva da "caixa de palco" | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Foi isso mesmo que registei na atuação vimaranense. A banda tocou “My Golden Years” ; “Church Bells” ; “If You And I Are Not Wise”; “Peppermint Roses” ; “Sweet Vibration” e “Rock On (Over and Over)” do álbum ‘A Dream Is All We Know’ editado há poucos dias, mais precisamente a 3 de maio de 2024.
Já do trabalho discográfico ‘Everything Harmony’ foram interpretados “In My Head” ; “What You Were Doing” ; “Any Time Of Day” ; “Ghost Run Free” e “Corner of My Eye”.
"The One" ou "Only a Fool", canções menos recentes, tiveram igualmente espaço na setlist.
Michael, Brian, Danny e Reza | foto © Paulo Pacheco, A Oficina O som retro, inspirado pelas paisagens sonoras roqueiras dos anos 60 e 70, foi sempre uma imagem de marca dos The Lemon Twigs. Agora com os dois álbuns mais recentes são acrescentadas harmonias crescentes e em falsete facilmente associadas aos Beach Boys. O som torna-se mais completo. O tom notoriamente mais meloso em versão discográfica ganha uma roupagem mais elétrica com um revestimento rockeiro encorpado.
A primeira curiosidade a que assisti, antes da entrada dos irmãos D'Addario, naqueles minutos de transição entre Allegra e The Lemon Twigs, foi o facto do irmão mais novo ter rodeado a plateia pela parte do fundo e subido ao palco sem que grande parte das pessoas se tivesse apercebido. Foi efetivamente curioso.
Brian e Michael D'Addario com os seus parceiros de tournée Danny Ayala (teclado e guitarra) e Reza Matin (bateria e guitarra) subiram ao palanque pelas 22:18h para gáudio de ansiosos fãs, tanto dos lusitanos como dos espanhóis.
Danny e Reza | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Danny Ayala revelou-se um músico bastante desenvolto com passeatas pelo palco indo inclusive à frontal piscando um olho aos fãs. Acalmou quando em “Any Time Of Day” (oitavo tema interpretado) passou para o teclado. Já antes disso Brian D'Addario tinha trocado a guitarra pela bateria na qual deu o seu ar de show com as baquetas. No regresso à guitarra dois temas depois teve problemas com a afinação da guitarra tendo trocado por outra, algo que deixou o seu irmão em modo de “vamos ver como isto vai correr”. Já Reza Matin também alternou o seu instrumento preferencial: deixou a bateria e atestou dotes de guitarrista.
Tanto Brian como Michael demonstraram boa onda: estiveram bem comunicativos e divertidos o que ajudou a um ambiente mais suave e descontraído.
Michael na bateria Danny e Reza na guitarra | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Sinal disso foi a dedicatória de uma canção às pessoas que ficaram sentadas “Como no filme ‘A Origem’: tudo a ver de lado". Efetivamente quem não optou por ver o concerto na caixa de palco em pé pôde ver o concerto sentado porém ficaram com uma perspetiva lateral do mesmo.
Repescaram o tema “I Don't Wanna Cry” lançado em 1981 pelos The Keys, algo que têm feito recorrentemente ao vivo.
Antes do encore proporcionaram uma sequência bastante mexida com um trio de canções: "Sweet Vibration", "Corner Of My Eye" e "Rock On: Over and Over".
Michael D’Addario | foto © Paulo Pacheco, A Oficina No referido encore “If You Give Enough” e “When Winter Comes Around” com solo de Brian antecederam o fecho da atuação com banda completa numa interpretação de “Hold Me Tight”, tema dos Beatles.
A estreia cumpriu plenamente a expetativa: foi de alto nível numa performance bastante segura e poderosa. Pode dizer-se que foi um sonho realizado por vários fãs esta atuação proporcionada pelos The Lemon Twigs em Guimarães.
Brian D’Addario | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Os fãs estavam ávidos no final do espetáculo e “atacaram” a bancada do merchandising logo ali à “mão de semear”. Os vinis e os CDs, especialmente os vinis, tiveram muita saída. Para muitos foi noite de “estrelinha” pois esses suportes foram autografados pela banda. Compareceram naquela zona para gáudio de várias dezenas de admiradores que puderam contactar mais de perto com eles de forma bastante amistosa.
O duo The Lemon Twigs atuou também em Lisboa no passado domingo. Prossegue a tournée em Espanha onde o ponto mais alto será uma dupla aparição em Barcelona: uma no evento principal do Primavera Sound a 1 de junho e outra na Sala Apolo inserida no programa do ‘Primavera A La Ciutat’ a 2 de junho.
Danny, Brian e Michael D’Addario | foto © Paulo Pacheco, A Oficina Texto: Edgar Silva Fotografia: © Paulo Pacheco - Fotos Oficiais A Oficina, entidade gestora do Centro Cultural Vila Flor
#coberturadefestivais#musicainternacional#centro cultural vila flor#guimarães#The Lemon Twigs#Allegra Krieger
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#ccvf #centroculturalvilaflor #guimaraes #shadowandlight #portugal #photography #nikon #vmribeiro (em Centro Cultural Vila Flor) https://www.instagram.com/p/Cgoi4spMSfP/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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‘erRadO’ by Plataforma 285 |
📍Centro Cultural Vila Flor, Guimarães |
📸 Bruno José Silva
June 2023
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Salvador Sobral revisitou Guimarães para promover novo álbum - ComUM
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Festival Neguinha Sim! - Programação 06/12/22 – Terça-feira: 16h - Intervenção Cultural Jongo de Guaianás 19h - Show Luzia Rosa 20h - Show Izzy Gordon 07/12/22 – Quarta-feira: 19h - Video da Peça teatral Amora Paulada (Homenagem à Várzea) 20h - Show Jhony Guima 21h - Show Izzy Gordon 08/12/22 – Quinta-feira: 19h - Show Renato Gama 20h - Show Joy Sales 09/12/22 – Sexta-feira: 19h - Show Alldry Eloise 20h - Show Carlos Casemiro 10/12/22 - Sábado: 13h - Cordão da Micaela 14h - Peça teatral infantil Samba & Jazz 15h - Show Joanah Flor 16h - Show Thiago Elniño 17h - Show Tita Reis 18h30 - Show Pastoras do Rosário 20h - Baile Nostalgia - Dj Biló 11/12/22 - Domingo: 11h - Peça teatral infantil As Aventuras do Boi Beleza 14h - Show Cocão Avoz 15h - Show Dáguas 16h - Show Tony Gordon 18h - Show Segundas Intenções Centro Cultural Viela em dia de Lua Vila Nhocuné, Zona Leste de São Paulo #festivalneguinhasim #samenina #plataformadeartes #centrocultural #vielaemdiadelua #vilanhocune #zonalestedesaopaulo #teatro #show (at São Paulo, Brazil) https://www.instagram.com/p/ClyZum-tD9K/?igshid=NGJjMDIxMWI=
#festivalneguinhasim#samenina#plataformadeartes#centrocultural#vielaemdiadelua#vilanhocune#zonalestedesaopaulo#teatro#show
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Ida y vuelta a la participación ciudadana
Sabíamos que el nuestro no era el camino más directo a Donostia, pero aún así no esperábamos pasar dos veces por el mismo sitio. Ya se sabe, cosas de la ruta. A menudo la mejor forma de seguir avanzando es deshacer el camino que te llevó hasta allí. O eso deducimos de nuestro plan de ruta: Vila do Conde - Guimarães, un miércoles, Guimarães - Vila do Conde, un viernes. En medio, aprovechamos para conversar con un representante municipal y un ciudadano sobre participación ciudadana.
Guimarães es una pequeña ciudad al norte del valle del Duero, rodeada de una densa área rural. La historia dice que fue en ella en la que el rey Don Alfonso Enríquez proclamó la independencia del condado Portucalense y por lo tanto el lugar en el que se originó el país. De aquellos tiempos los Guimaraenses han heredado una ciudad medieval de primera y en consecuencia, un turismo de corta estancia, suficiente para llenar las terrazas los meses de verano. La ciudad puede presumir de avances medioambientales (posee uno de los huertos urbanos más grandes del país), una oferta cultural extensa y políticas de participación con la ciudadanía.
Sobre estas últimas hemos conversado con José Bastos, concejal de cultura y programador de espacio público de la Capital Europea de la Cultura Guimarães 2012, y con Filipe Pereira, uno de los ciudadanos que tomó parte en los presupuestos participativos de 2013. Dos caras de una misma moneda.
José nos recibe en el centro cultural Vila Flor. Trae en sus manos una chapa con el lema de la capitalidad de la ciudad: "Eu faço parte" ("Yo formo parte"), lo que nos da pie a preguntarle por el legado de la misma y algunas de las políticas de participación ciudadana: "Orçamento participativo es una de la formas que tiene la ciudadanía de participar en la ciudad. Se trata de proyectos presentados por los ciudadanos y ciudadanas que después de validados, son sometidos a votación". Existe otra vía de participación destinada a colectivos y asociaciones de la ciudad que deseen realizar proyectos culturales en la ciudad. Se trata de una dotación presupuestaria para apoyo a proyectos de asociaciones de ámbito cultural. Como ejemplo de esta última nos recomienda “Guimarães noc noc”, una muestra de arte informal por toda la ciudad organizada por la asociación cultural "Ó da casa".
Filipe, en el otro lado, es casualmente arquitecto. Casualmente, porque no es preciso serlo para presentar un proyecto a unos presupuestos participativos. Su propuesta consistía en convertir una de las riberas del río Ave, muy cerca de su Silvares natal, en un parque. Tras ser admitida en el programa, analizada su viabilidad técnica, expuesta a reclamaciones y divulgada a través de los diferentes canales municipales, fue sometida a una votación ciudadana (presencial, online o por sms y digna de un programa de televisión) y seleccionada posteriormente. Filipe lo explica: "Una vez la propuesta supera todas las fases, se somete a votación entre la ciudadanía. Cada persona puede emitir un único voto y debe acreditar que reside en Guimarães". Hace tres años que presentó el proyecto y a día de hoy puede decir que se ha realizado el parque que él propuso. "Es muy gratificante ver tu propuesta llevada a cabo [...] somos los ciudadanos y ciudadanas, las que mejor conocemos nuestra ciudad y cuáles son las carencias de los diferentes barrios y distritos", afirma Filipe.
Después de comprobar el proceso, cualquiera diría que participar es fácil. La teoría es sugerente, la práctica, algo más compleja. Inevitablemente, del lado de las instituciones, son muchas las cuestiones a tener en cuenta: financiación pública, viabilidad técnica o posibles afecciones.
Si el camino de ida a Guimarães fue para disfrutar del entorno, el de vuelta nos sirve para reflexionar. En el deseo compartido de una ciudad más abierta y democrática, participar sería un proceso innato y natural. Hasta entonces, apoyemos a representantes municipales como José y ciudadanos como Filipe en su camino por la participación ciudadana.
Esta entrada forma parte de Biziz, una de las embajadas itinerantes de Donostia - San Sebastián Capital Europea de la Cultura que recorrió Europa en bicicleta en el verano de 2016.
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