#Capítulo XXVIII
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gabriel-sabo · 1 year ago
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auroraescritora · 1 month ago
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NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXVIII
Oii, como vai? Não deu para postar no fim de semana por causa das eleições, mas aqui está. Espero que vocês gostem.
Sem nenhuma revisão.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII
— Bebê, tudo bem? — Percy teve que perguntar.
Geralmente Percy não se preocuparia se Nico ficasse longos períodos em seu mundinho feliz e submisso. A verdade é que ele gostava de ver Nico completamente sob seu controle, obedecendo cada ordem sua e se esforçando tanto atender suas vontades que se fosse por ele, esses momentos entre quatro paredes nunca teriam fim. Entretanto, o céu já começava a escurecer e ele podia ouvir o barulho da risada de seus irmãos e a voz de sua mãe os repreendendo.
Era nessas horas que Percy desejava ser um adulto e não ter que dividir o tempo que tinha com Nico, e muito menos deixar que eles vissem Nico em seu estado mais vulnerável. Sinceramente? Percy não se importava como outras pessoas iriam reagir e sim, como Nico se sentiria quando enfim emergisse de seu estado leve e contente.
Percy fez o melhor que pôde para que Nico se sentisse seguro o suficiente para sair de seu transe. Eles tomaram um longo banho de banheira, lavou os cabelos de Nico, ofereceu a comida favorita de Nico e depois o fez tirar uma soneca. Isso costumava ser o bastante para fazer Nico voltar ao normal. Hoje? Nico parecia especialmente decidido a se manter distante.
— Bebê? — Percy chamou mais uma vez.
Nico meramente levantou a cabeça que estava encostada em seu peito e se acomodou melhor debaixo das cobertas, piscando lentamente, parecendo esperar pela próxima ordem.
— Eu preciso que você volte para mim.
— Voltar? — Nico franziu a testa e se sentou, tentando raciocinar.
— Faz cinco horas. Quer jantar?
— Oh. — O vinco desapareceu do rosto de Nico, mas ele continuou como estava, lento e dócil, sem questionar nada. — Tudo bem.
Nico, então, se levantou. Ele se arrastou para fora da cama e, calmamente, calçou o sapato, andou até a porta do quarto e o esperou, paciente, obediente, quase se curvando, segurando as próprias mãos atras das costas.
Percy suspirou, pelo menos Nico não estava completamente aéreo. Aquilo era tudo sua culpa, sabia bem disso. Não era isso o que ele queria? Nico completamente obediente e submisso cem por cento do tempo?
No fim, Nico estava certo. O que Percy realmente queria era diversão e realizar suas fantasias mais obscuras.
Momentos mais tarde, Percy percebeu que não tinha motivos para se preocupar. Eles desceram as escadas, comeram sem nada estranho acontecer e Nico até interagiu com Tyson e Grover, ajudando Sally a colocar as travessas na mesa. Houve um momento em que Nico e Sally sumiram para dentro da cozinha e só voltaram dez minutos depois, momento que Percy pensou estar encrencado, mas tudo o que viu foi Nico se sentar em seu colo e encostar a cabeça em seu ombro, e Sally, que sorriu para ele toda orgulhosa.
***
Às vezes, Percy desejava voltar ao momento onde seus pais ainda eram casados e sua família tinha muito menos dinheiro. Isso significaria menos responsabilidades, mais tempo livre e menos estresse em sua vida. Primeiro, sua mãe teve a brilhante ideia de fazê-lo acordar as cinco horas da manhã naquele fim de semana para ajudar com o faturamento e inventario mensal, algo que um contador poderia fazer facilmente. Mas, não, Sally havia sofrido um golpe no passado e não estava disposta a receber outro. Por isso, todos da família eram obrigados a ajudar. Nico era um caso a parte, é claro, ele já ajudava Sally mais do que devia na cozinha, então, Nico estava dispensado desse trabalho árduo. E se não bastasse isso, eles teriam uma reunião com os abastecedores do restaurante.
Aparentemente, a qualidade dos legumes não estava agradando Sally, e, aparentemente, Percy intimidava qualquer um que olhasse muito tempo para ele. Vai intender. Sendo assim, essa era uma de suas obrigações; sempre que eles tinham que lidar com algum cliente ou prestador de serviço insuportável, ali estaria ele. E dessa vez, era o abastecimento de legumes; sua nova missão era ficar atras da mãe e encarar os homens até que eles concordassem com o novo contrato. Seria engraçado se não tivesse que deixar Nico sozinho em casa.
Mas antes de ir a reunião, Percy fez questão de ir acordar Nico. Sabia que ainda eram oito horas da manhã de um sábado, porém, ainda se lembrava como Nico tinha reagido quando não o encontrou na cama naquela vez que havia visitado o clube de Apolo. Então, sem fazer barulho, Percy subiu as escadas e foi em direção a seu quarto, vendo que a porta estava encostada, podendo ver dentro do quarto pela fresta da porta.
Percy empurrou a porta e o que viu tirou seu folego.
Nico estava no meio do quarto, pelado, cabelos molhados e descalço, de costas para a porta, sentado na beirada da cama. Nela, estava a caixa preta com a coleira, a mesma coleira que ambos tinham decidido ignorar, feito um taboo que nunca deveria ser mencionado. Mas ali estava Nico, segurando a coleira contra seu colo, parecendo admirar a peso em seus dedos longos e magros, completamente calmo e composto, e com a mesma atitude quieta e dócil que havia adotado pelos últimos dias.
Pela primeira vez, decidiu que não tomar nenhuma ação era o melhor a se fazer. Porque, não importava o que ele dissesse ou até mandasse, isso era algo que Nico teria que decidir por si mesmo. E se no final Nico decidisse que não queria nada daquilo, Percy teria que aceitar.
Não demorou para que Percy tivesse sua resposta. Lentamente, Nico levou a coleira até o próprio pescoço e a enrolou em volta de sua pele, ainda sem afivelar o fecho, parecendo medir o peso do couro em sua pele. Quando nada aconteceu, Percy observou Nico afivelar a coleira e continuar segurando o couro contra sua pele, como se a coleira fosse muito pesada para seu pescoço aguentar. Nico se levantou, e ainda de costas para a porta, andou até o espelho que ficava do outro lado do quarto, perto do guarda-roupa. Nico estava se admirando, era isso o que acontecia; ele tocou no couro da coleira, como se acariciasse o pelo de um animal de estimação, e mesmo daquela distância, Percy podia ver a pele oliva escurecendo com o rubor, embora Nico não estivesse entrando em pânico como antes. Afinal, por que ele iria? Era apenas fantasias, não era?
Percy não aguentava mais. Ele marchou a passos decididos para dentro do quarto e parou atras de Nico, quase colado a suas costas, observando agora ambas suas reflexões em frente ao espelho. Era algo automático, suas mãos foram para o pescoço de Nico, seus dedos rodeando o longo pescoço, bem na parte da coleira que agora escondia a gargantilha, massageando a pele que encontrou lá.
— Então você gostou. — Não havia sido uma pergunta, porque a resposta era óbvia. A expressão no rosto de Nico dizia tudo o que Percy precisava saber, e o arfar surpreso e tímido, mais ainda.
— Eu não... eu estava curioso! — Ali estava, a ansiedade vindo feito um trem-bala. Então, o problema devia ser sua presença. Ou talvez a expectativa que o próprio Nico colocava em si mesmo.
Nico deu um passo para a frente, tentando se livrar de suas mãos, e dessa vez, Percy permitiu que Nico fugisse; isso não era algo que ele devia brincar se quisesse que no futuro a visão de Nico usando uma coleira fosse algo cotidiano.
— Tudo bem. Eu não quis te assustar.
— Você não assustou. É só que... você sabe... não sei consigo fazer o que você espera de mim. O diário, são apenas fantasias e... nunca pensei que eu fosse... fosse gostar tanto disso a ponto de ter sexo com alguém. Eu só... eu não sei.
— Eu entendo. — Percy disse em sua voz mais afável.
— Você entende? — Nico abriu bem olhos, parecendo surpreso e tão inocente, que Percy voltou a se aproximar, tocando nos cabelos negros, tentando confortá-lo.
— Tudo bem se você quiser brincar. Tudo bem se você não quiser. A gente não tem que tentar algo novo só porque eu quero.
— Eu pensei que o papel de um submisso fosse fazer as vontades do dominador?
— Isso é uma fantasia, não é? Você mesmo disse. Não quero te forçar.
— Oh. — Nico murmurou, relaxando nos braços de Percy, encostando a cabeça em seu ombro e o abraçando pela cintura. — As vezes, eu sinto que devo fazer certas coisas... quer dizer! Você nunca me pediu para fazer isso...
— Está tudo bem. — Percy disse mais uma vez, sorrindo para Nico, decidindo tirá-lo de sua miséria. — A partir de agora sempre que eu quiser fazer algo vou pedir permissão. Não importa o que seja, mesmo que seja um beijo.
— Sempre?
— E você não tem a obrigação de aceitar ou retribuir, ou de se sentir pressionado.
— Eu não sinto que você me obriga, eu só... — Então Nico olhou para baixo, todo tímido, o virou o rosto para lado tentando se esconder. — É essa vontade incontrolável de... de fazer essas coisas.
— Como o quê?
— De obedecer. Não te desapontar. — Foi quando Percy viu Nico fechar os olhos, os apertando bem forte, ainda com o rosto contra seu ombro. — Eu quero ser o seu bebê e seu bom garoto para o resto da vida. Só seu.
Por essa Percy não esperava! Eles tinham com toda a certeza percorrido um longo caminho até ali. Percy se pegou endireitando as costas e respirando fundo, um sorriso um tanto maníaco se formando em seu rosto, uma reação mais rápida do que ele podia controlar. E tão rápida como veio, aquele senso de satisfação e possessão doentia, também desapareceu, restando a Percy apenas puxar Nico contra seu peito e o abraçar forte.
— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?
Nico não disse nada, mas ele gemeu, o abraçando mais forte ainda pela cintura, se encolhendo contra seu peito, quase se fundindo a ele. Percy não trocaria esse momento por nada nessa vida.
***
— Obrigado por me contar. Você é tão corajoso. Meu perfeito bebê, hm?
Sim, ele era! Deuses! Ouvir Percy dizer essas coisas, por mais que Nico já soubesse desse fato, fazia algo dentro dele explodir em contentamento.
Bem, o que ele podia dizer? Tinha decidido se deixar levar.
Quer dizer, o que de tão ruim poderia acontecer além de Percy o levar cada vez mais fundo nesse mar de prazer que ele nem sabia ser possível existir? Do que adiantava fugir e lutar contra esses sentimentos quando sem nem perceber se via no mesmo lugar? Essa sensação leve o fazia se lembrar de um jogo que ele e Percy costumavam jogar quando crianças; a cada vez que venciam um desafio, o jogo os levava a um nível acima, subindo degrau por degrau até chegarem ao nível final.
O problema é que aquele jogo inocente e bobo parecia não ter fim, os degraus se estendendo infinitamente a se perder de vista. Era assim que Nico se sentia, quanto mais longe Percy o levava, mas difícil era encontrar aquele mesmo Nico que havia começado no primeiro nível. As vezes, Nico mal se reconhecia. Não se sentia tão pequeno quanto antes, tão tímido ou tão indefeso. Era como se durante o jogo ele tivesse ganhado poderes especiais e eles ainda estivessem com ele, como se Nico os tivesse sugado para dentro de seu ser, para sempre absorvidos em sua pele. Mas, as vezes, mesmo que não ele quisesse, o velho Nico fazia suas aparições, ele não se orgulhava disso, forçando Percy a dar um passo para trás nessa valsa onde ninguém sabia qual seria o próximo passo. Entretanto, o que ele podia fazer se não entrar no ritmo da dança?
Esse era um bom exemplo, o melhor deles. Sentindo Percy acariciando seus cabelos e deslizando as mãos por suas costas, sempre tentando confortá-lo não importando o motivo. Mesmo quando não havia motivo ou quando o culpado era o próprio Nico. Naquele instante, Nico percebeu que dessa vez não precisava ser confortado, mas que gostava do gesto gentil de qualquer forma.
— Sei que eu posso ser... rigoroso. — Percy murmurou em seu ouvido, roçando a barba que crescia contra seu pescoço, o fazendo estremecer. — Você tem que me dizer se eu estiver sendo exigente.
— Você nunca exigisse o que eu não quero dar.
Essa era a verdade. Por mais que ele hesitasse ou dissesse que não queria, era difícil mentir para si mesmo quando o objeto de sua única obsessão na vida estava bem a sua frente, oferendo tudo o que pensou que nunca teria, ainda fosse tão intenso que parece que estava a ponto de desmaiar a qualquer momento. Não porque fosse ruim, mas porque Nico perdia o folego toda vez que Percy olhava para ele por mais de dois segundos.
Então, Nico sentiu lábios tocando os seus numa caricia doce e lenta, e fechou os olhos, relaxando conforme o beijo continuava; uma mordiscada e uma lambida depois, um arfar, línguas se encontrando em um encaixe perfeito, como sempre tinha sido, como naquela primeira vez onde ele tinha fugido e só voltado dois anos depois. Parecia que era tudo o que Nico tinha feito até esse momento, fugir e se esquivar até que ele não tinha vesse alternativa, até que seu único pensamento fosse se redimir por todo o tempo perdido.
— Bom garoto. — Percy disse colado a seus lábios, pressionando suas bocas juntas pela última vez antes de se afastar, sorrindo para ele.
Nico queria seguir Percy, pedir para ser jogar na cama e continuar subindo os degraus. Percy tinha outras ideias, como ir para longe de Nico e abrir o guarda-roupa, tirando um blazer e uma calça caqui social.
— Você não tinha que sair com seus amigos? — Percy disse, ainda com a cabeça dentro do guarda-roupas.
Isso era verdade. Era por isso que Nico tinha acordado tão cedo em um sábado, se distrair com o pensamento de vestir aquela coleira e se ajoelhar aos pés de Percy, jurando fidelidade e obediência eterna não estava dentro dos planos. Talvez depois do casamento se ele realmente acontecesse.
Quando Percy emergiu, estava completamente vestido. Sapatos italianos, camisa preta, terno completo e cabelos penteados para trás. Nico era tão sortudo! Como ele conseguir noivar com alguém tão bonito e charmoso estava além de sua compreensão.
Nico nem tentou se conter, ele andou até Percy, ficou na ponta dos pés e o beijou novamente, algo rápido e suave, e disse: — Você nunca se veste desse jeito pra mim.
Percy sorriu para ele, daqueles tipos de sorriso de lado e covinhas que o fazia parecer um tubarão, e o segurou pelos cabelos, o fazendo gemer.
— Do que adianta eu me vestir assim se as roupas vão ser tiradas em menos de cinco minutos?
Percy o beijou forte nos lábios, arrancando outro gemido dele e o deixou ir, se olhando uma ultima vez no espelho.
— Porque você não descansa um pouco, hm? Eles podem te esperar.
Bem, descansar não era a palavra certa.
Nico seguiu os olhos de Percy e olhou para o próprio colo. Nico tinha um certo volume aparente, e Percy parecia que iria a qualquer momento se ajoelhar no chão e ajudá-lo com isso. Em seguida, Percy voltou a olhar em seus olhos e sorriu novamente.
— Depois. Eu prometo. — Percy, seu dom cruel, disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. Mas antes de ir, disse: — Não se divirta muito sem mim.
Então, parece que estou enrolando, não é? A verdade é que falta pouco de plot para escrever. Vou tentar terminar essa história nas proximas 30 mil palavras. Estou planejando alguns extras também, nada muito complicado.
Obrigada pela presença!
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kamas-corner · 3 months ago
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Frases célebres de Miguel de Cervantes
●“No huye el que se retira”, reza una de las líneas más memorables de esta obra de Cervantes. Muchos adjudican su significado al hecho de saber cuándo hacerse a un lado de alguna situación o incomodidad. Esto no quiere decir que se desestime o no se le preste atención, sino más bien hacerlo en el tiempo adecuado. Parte 2, Capítulo CAPÍTULO XXVIII, Don Quijote de la Mancha)
●“Por la libertad así como por la honra, se puede y se debe aventurar la vida”, es otra de las frases de la novela y hace referencia a la valentía. El escrito también se refiere a la voluntad que sigue a la convicción para movernos hacia donde queremos, hacia donde deseamos y hacia donde hemos elegido ir. (Parte 2, Capítulo CAPÍTULO LVIII, Don Quijote de la Mancha)
●“La ingratitud es hija de la soberbia”. Esta parte de la obra resalta la importancia de ser agradecidos, de no creernos mejor que nadie, de saber que los logros se obtienen de manera honesta y transparente. Ser ingrato es uno de los peores defectos, sobre todo con quienes más nos han ayudado o colaborado. (Parte 2, Capítulo CAPÍTULO LI, Don Quijote de la Mancha)
●“La pluma es lengua del alma; cuales fueren los conceptos que en ella se engendraron, tales serán sus escritos”. El arte de la escritura y la literatura es traído a colación en la obra de 1605. La frase hace referencia a los grandes autores que han sido recordados hasta nuestros días, por haber plasmado sus ideas, sentimientos, teorías o emociones. Escribir es una manifestación de lo que se piensa, de lo que se cree, de lo que cada uno es. (Don Quijote de la Mancha).
●“Confía en el tiempo, que suele dar dulces salidas a muchas amargas dificultades”, esta frase motivadora de Don Quijote de la Mancha ha sido replicada con el correr del tiempo. “El tiempo lo cura todo”, “Los dos guerreros más poderosos son la paciencia y el tiempo” y “El tiempo tiene una manera maravillosa de mostrarnos lo que realmente importa”, son algunos ejemplos. La referencia es clara: muchas veces no encontramos respuestas a distintas situaciones que nos afectan en el presente, pero aparecen las recompensas cuando ya no somos los mismos y vemos las cosas desde otra perspectiva. (La gitanilla, Novelas Ejemplares).
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loshijosdebal · 4 months ago
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Capítulo XXVIII: La respuesta de Lami
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Alicent salió de la bañera cuando escuchó el sonido de la llave bloqueando la puerta. Alva había entrado en el cuarto poco después de que Seth se marchara, como cada mañana. Como ya era habitual, se llevó la bandeja con los restos del desayuno y dejó una copa con una infusión de hierbas sobre la mesa del dormitorio. Tómate esto, había dicho el primer día. Después de aquella orden no había vuelto a dirigirle la palabra y Alicent lo prefería así. Había algo en sus ojos, una mezcla entre repulsión y resentimiento, que a parte de no comprender hacía que se sintiera insegura como nunca a su lado, aunque también estaba el hecho de que ahora sabía que era un vampiro. De todos modos, era algo confuso, ya que aunque no tenía ni idea de qué había hecho para enfadar tanto a Alva, si alguien tenía motivos para cabrearse, esa era ella. 
Alicent saltó por encima del semimuro de piedra que separaba el vestidor del dormitorio. Aunque aquella planta era tan amplia como cuatro veces su casa, para esas alturas Alicent ya había descubierto cualquier recobeco de la sala, y estaba harta de tener que rodear el círculo exterior para poder acceder a la habitación. Cogió la taza de té, que todavía humeaba, de encima de la mesa auxiliar que había junto a la cama. Seth y ella siempre desayunaban allí. 
Seth. Alicent apretó la copa entre las manos. Cada mañana, Seth subía una bandeja con el desayuno y la dejaba sobre la mesa junto a la cama. La obligaba a esperarlo allí, desnuda, postrada sobre el colchón como una muñeca que espera a que su dueño vuelva a su lado. También subía una bandeja con la cena por las noches, cuando regresaba de a saber dónde. Ella por su parte cada vez comía menos, aunque se moría de hambre. A pesar de que el olor de todo lo que él traía le abría el apetito, la culpa que sentía al pensar que estaba pagando la comida y el techo con su cuerpo le cerraba el estómago y no era capaz de dar más de un par de bocados por comida. 
Miró hacia las mantas, todavía revueltas tras la despedida de Seth. Los recuerdos se volvieron tan vívidos que se quedó paralizada durante casi un minuto. Fue el olor a belladama infusionada lo que la trajo de vuelta. Alicent volvió en sí dando una bocanada de aire, sintiendo húmedas las mejillas aunque no era consciente de haber roto a llorar. Se estremeció y sacudió la cabeza, enfadada consigo misma; congelarse no la ayudaba de nada, todo lo contrario. Necesitaba ser consciente de todo lo que le hacía Seth, para no vacilar con respecto a sus pensamientos sobre él. 
Vació el té en la misma maceta de siempre. La planta de dicha maceta era alta y verde cuando Alicent llegó a Myr, pero con el paso de las semanas se había ido marchitando. Dejó la taza vacía sobre la mesilla de noche y fue hacia el balcón, limpiándose las lágrimas con impaciencia. 
No entendía por qué la intentaban envenenar. Si era cosa de Seth, ¿por qué simplemente no la encerraba en una celda en lugar de enviar a Alva con un té envenenado? O si tanto quería matarla, ¿por qué no hacerlo de una vez por todas, en lugar de usar un método tan lento? La belladama era una flor potencialmente venenosa cuando se combinaba con otros ingredientes, capaz de acabar con una persona de forma lenta y dolorosa. Pero, ¿realmente era cosa de Seth o Alva estaba actuando por cuenta propia? Alva compraba belladama con cierta frecuencia en la tienda de su madre, y Lami se la servía siempre con tanta discreción que eso había picado la curiosidad de Alicent, motivando que investigara sobre aquel ingrediente. Las muertes por consumo de belladama eran lentas y poco agradables. La piel se empezaba a descamar y luego llegaban las llagas. Y eso solo era el principio. Si Alicent hubiera tomado los tés, sería solo cuestión de tiempo que quedara calva y con la piel en carne viva, hasta terminar ahogada en su propio vómito cuando no tuviera ya fuerzas ni para moverse. Aquello era una opción peor incluso que morir desangrada lentamente por vampiros. 
Se olvidó de Alva, del té, y de que intentaban asesinarla en cuanto abrió las puertas del balcón y escuchó las voces que subían desde el jardín. Se asomó y, desde lo alto, reconoció a Joric peleando espada contra espada con Seth. 
Los ojos se le llenaron otra vez de lágrimas al mismo tiempo en que jadeó emocionada. No se lo merecía, pero Joric había vuelto para rescatarla. Alicent apretó los dedos contra el pasamanos de piedra del balcón y se inclinó hacia adelante. El corazón le dio un giro cuando Joric consiguió desarmar a Seth tras varios movimientos certeros, pero no tardó en encogerse cuando su amigo no solo no dio el golpe de gracia a Seth, sino que también bajó la espalda y esperó a que recuperara la suya. Luego hizo varios movimientos lentos en el aire, mientras parecía explicar algo. Están entrenando. 
Retrocedió y volvió a entrar en la habitación, sintiéndose estúpida. ¿Qué esperaba? Ya habían pasado ocho noches desde que se habían reencontrado. Si alguien la hubiera querido rescatar, ya lo habría hecho. Además, lo que había escrito en la nota que le dio tampoco daba motivos para ello. Además, Joric no estaba de su lado, o al menos no tanto como antes. Debió haberlo sabido desde el principio. Con lo mal que se llevaban, Seth no le habría dejado verla si no supiera que podía contar con su apoyo.
Alicent giró a la derecha y esquivó el biombo que separaba el baño de la zona de pociones, decidida a hacer algo, lo que fuera, para evitar volverse loca mientras esperaba a que subieran. Hacía una semana y un día, el mismo día en que intentó quitarse la vida, que Joric los había visitado en la torre. La alegría por verlo duró poco; Alicent no podía imaginar lo que debió haber vivido durante el secuestro de los nigromantes, pero desde luego no era el mismo que antes. Estaba más apagado, casi sin vida. Mecánico incluso. Sin embargo, podía entenderlo. Ella tampoco volvería a ser nunca la misma después de todo lo que le había tocado vivir. Por ahora, con volver a Morthal se conformaba. Y si Joric estaba en Myr, quizá traía la respuesta a sus súplicas. 
Le había pedido a Joric que le entregara una nota a su madre en su nombre. Como fue algo improvisado, no le llevó mucho tiempo escribirla. Todavía recordaba de memoria lo que había escrito en el papel doblado que le dio a Joric: “Mamá, quiero volver a casa. Te echo de menos. Alicent”. A Seth no le había gustado su atrevimiento, pero no pudo hacer nada por impedirlo.
Alicent cogió un tarro y se acercó a una ventana para examinarlo a la luz del día. Concentrarse en la tarea de hacer pociones le costó un buen rato, incapaz de dejar de dar vueltas a su situación. ¿Cómo saber si podía o no confiar en Joric? A fin de cuentas, la última vez que se habían visto en Morthal las cosas habían ido fatal. ¿Y si piensa que merezco esto? Sorbió su nariz y se prohibió parpadear más de lo estrictamente necesario, negándose a seguir llorando. La mezcla de raíz trepadora y ectoplasma que había preparado hacía unos días parecía ir bien. En solo dos días más, serviría como base para unas cuantas pociones para restaurar magia. Hasta donde Alicent sabía, la magia era como el aguante; cada persona tenía una capacidad y esta se iba agotando si se utilizaba de forma intensa y sin descanso. Hacía tres noches que Seth había hecho instalar un pequeño puesto de alquimia solo para ella, para que pudiera practicar, o eso había dicho él. Pero Alicent no era tonta o, al menos, no lo era tanto como cuando llegó. Sabía que a su madre no le temblaba el pulso a la hora de vetar a clientes de la tienda, y Alicent había notado que la reserva de pociones mágicas de Seth había ido menguando, tanto que ya habían desaparecido incluso las pociones que el brujo tenía repartidas por el cuarto como decoración. 
Apretó los labios mientras devolvía el tarro con la mezcla a su sitio. Quizá por eso le daba la belladona en pequeñas dosis, para poder reabastecerse bien antes de acabar con ella. No. Basta de pensar esas cosas. Cuando Joric suba, me iré con él.  Decidió hacer algunas pociones de reforzar magia mientras esperaba. Si la anterior mezcla servía para regenerar magia cuando un mago ya había consumido toda su energía mágica, esta  nueva mezcla hacía que el mago tuviera más energía mágica de base. Echó un puñado de uvas de jazbay al mortero y empezó a molerlas con ganas. Pero ¿y si me ha traicionado? ¿Y si no le ha dado la nota a mamá? 
Pagó la frustración con las uvas, las cuales machacó con ahínco hasta formar un puré. ¿Qué va a ser de mí si tengo que seguir viviendo aquí? ¿Cuánto aguantaré con vida? Limpió con rapidez una lágrima rebelde y suspiró. Debía dejar de pensar en ello cuanto antes. Joric y Seth podían subir en cualquier momento y Alicent no se podía permitir estar con los nervios a flor de piel. Cuando estaba así no era capaz de pensar con claridad, era todo emoción. Pero si tengo que seguir aquí, ¿cuánto aguantaré con vida? Dejó el mortero a un lado y buscó las aletas de carpa entre todos los tarros que Seth había conseguido. Alicent no sabía de dónde habría sacado todo aquello de un día para otro, allí había ingredientes que no tenían ni en la tienda. Su mirada se detuvo en uno en concreto. Aletas de perca. Alicent cogió el tarro y lo abrió, mirando las colas de pez secas, recordando el día en que casi envenenó sin querer a Falion con ellas. ¿Y si…? Podría camuflar el veneno entre las demás pociones. 
Basta. Una vez más, se obligó a concentrarse en las pociones y a evadirse de su situación. No podía estar pensando en envenenar a alguien, eso no estaba bien. Cerró el tarro de aletas de perca y lo alejó de sí, para coger el de carpa y añadir la proporción necesaria a las uvas de jazbay. Aquella mezcla no necesitaba de reposo, así que para cuando Seth y Joric quisieron entrar, Alicent estaba terminando de embotellar las ocho pociones para las que había dado la mezcla. 
—Alicent —llamó Seth—. Joric ha vuelto de visita. Quería verte antes de regresar a Morthal.
La atraparon con la guardia baja, cuando ya había logrado concentrarse. Alicent dejó un par de pociones sin taponar y se dirigió a ellos, para recibirlos.  Ambos estaban desgarbados y sudorosos por el entrenamiento. Primero besó a Seth en la mejilla, para tenerlo contento; la última vez se había molestado cuando ella saludó a Joric y no a él. Luego se detuvo frente a Joric y lo abrazó con fuerza, cerrando los ojos y escondiendo la cara en uno de sus hombros. Podría haber cambiado, pero seguía vivo. No como Laelette y Alva. Esperaba que Joric la abrazara también, que la envolviera con sus brazos. O al menos que le diera una palmada en la espalda, como solía hacer Benor, a quien el contacto físico tendía a ponerlo bastante incómodo. Pero Joric no hizo nada, solo se quedó allí de pie, tieso como un palo, como un mal presagio que confirmaba sus sospechas de que Joric ahora era más afín a Seth que a ella. Alicent se separó a los pocos segundos y lo miró.
—¿Cómo estás? —preguntó, solo para tantearlo. Joric la miró con la expresión en blanco.
—Preferiría no tener que estar haciendo esto —confesó él. Alicent frunció el ceño.
—¿A qué te refieres?
Joric respiró hondo y miró a Seth. Este estaba tenso y asintió, como dando ánimos a Joric. Seth lo sabe.
—Le di la nota a tu madre. 
Los ojos de Alicent se volvieron a aguar, ante la repentina certeza de que su encierro en la torre no terminaría esa tarde. 
—¿Y qué… ? ¿Qué te dijo? —preguntó. Joric apretó los labios y bajó la mirada al suelo, tardando en contestar—. Habla, Joric —espetó con impaciencia. 
Joric suspiró.
—No puedes volver a casa, Alicent.
—¿Le pediste volver a casa? —Seth la miró con reproche antes de rodar los ojos mientras bufaba, como si no se lo pudiera creer. 
Alicent se encogió un poco sobre sí, consciente de que en cuanto Joric se fuera tendría que enfrentar a Seth. Tomó aire y volvió a mirar a Joric, con los ojos vidriosos pero cargados de sospecha. Tiene que estar mintiendo, mamá nunca me dejaría sola. 
—Pero… —susurró, con la voz llorosa—, ¿por qué?
Por primera vez desde que se reencontraron, Alicent fue capaz de atisbar en sus ojos algo del antiguo Joric. La miró con tanta lástima que se lo creyó. Alguien que te miraba así no podía estar mintiendo, no podía lastimarte a propósito. Pero, de repente, la mirada de Joric se volvió a vaciar de emociones.
—Cuando le di tu nota, Lami dijo que no sabía en qué estabas pensando. Que cómo habías podido ser tan descerebrada y egoísta, dejando Morthal para venir aquí con un completo extraño. 
—Perdona, ¿un extraño? —preguntó Seth, ofendido. Alicent y Joric lo ignoraron.
—Los nigromantes iban a atacar, e Idgrod y tú… —se defendió Alicent entre balbuceos. Si pudiera ir ella a Morthal, todo sería más fácil. Se lo explicaría a su madre, ella lo entendería, y…
La expresión de Joric se endureció.
—Sí, dije que te habías ido por eso. Aquello la confundió todavía más: ¿Cómo sabías que esa noche sería el ataque? —dejó la pregunta en el aire y negó con la cabeza. A Alicent se le encogió el corazón—. Aunque eso no importa. Lo que importa es que lo sabías y no avisaste. No solo no te quiere en casa, sino que no quiere saber nada de ti nunca más. Ahora Virkmund y Thonnir viven con ella, y… 
Alicent se tapó los oídos con las manos. Había empezado a temblar, sin querer dar crédito a lo que estaba escuchando. 
—¡No es verdad! —acusó, convencida de que aquello tenía que ser cosa de Seth. Alicent cerró también los ojos. No quería oírlo, ni verlo. No quería saber nada de él. Era tan horrible como Seth, mintiendo con esas cosas tan terribles—. ¡CÁLLATE! ¡ERES UN MENTIROSO! 
Joric esperó en silencio a que ella callara para seguir hablando. 
—Robaste la empuñadura, Alicent. —Su voz se superpuso por encima de sus manos, como si no pudiera huir de ella.
Alicent abrió de nuevo los ojos, de golpe y atónita, como si algo la hubiera golpeado. La conciencia de sus acciones. Sabía que atacarían y no dije nada. Aunque la empuñadura había desaparecido horas antes que ella, Lami no tenía forma de saberlo. 
—Mamá cree que los traicioné —adivinó en un susurro.
Joric no dijo nada, pero tampoco hizo falta. Su silencio fue más que suficiente. Alicent hizo el amago de darles la espalda cuando la voz de Seth la detuvo.
—Deberías escuchar el resto, Ali —dijo con un tono extrañamente cauteloso. 
Alicent lo miró con desconfianza y volvió la vista a Joric. Por su cara, anticipó que lo que iba a decir no era nada bueno.
—¿Qué? —preguntó, cansada. Fuera lo que fuese, en realidad no quería escucharlo.  
—Te ha denunciado —dijo Joric, sin hacerse de rogar.
Alicent parpadeó, confundida.
—¿Cómo?
—Por lo de la empuñadura. Descubrir que ya no estaba fue el colmo. Te denunció a la guardia de la ciudad. Nunca la había visto tan enfadada —contó Joric, desviando la mirada—. No se podía creer que, no contenta con irte, le hubieras quitado lo único que le quedaba de tu padre. 
Alicent miró a Joric, con los ojos cargados de confusión.
—Pero… Pero tú le dijiste que se la devolvería, ¿no? No es como… como si me hubiera deshecho de ella. Todavía la tengo. Seth la tiene —aseguró, girando la cara hacia Seth.
Seth negó. 
—Fue el precio por liberar a Joric —confesó.
—Pero… 
—Los nigromantes lo capturaron y le robaron el alma, Alicent —se excusó Seth—. Si no le hubiera dado la empuñadura a la mujer que lo capturó, hubiera muerto. 
Así que es por eso, comprendió en silencio. Por eso Joric estaba de su lado. Había renunciado a reconstruir la Cuchilla de Mehrunes para salvar su vida. Pero, ¿y la visión de Idgrod?
—La visión de Idgrod… —empezó. 
Seth dio un paso hacia ella, con la expresión cargada de culpa y de angustia. Alicent dejó de hablar y retrocedió por instinto, manteniendo la distancia. Por una vez, al menos desde que estaba en Myr, Seth no pareció enfadado. Pero se reafirmó dando un nuevo paso y la agarró por los hombros, forzando el contacto visual.
—Alicent —habló con la voz grave, con el gesto serio y dolido—, era la vida de Joric. Qué querías que hiciera, ¿dejarlo morir? 
No podía rebatir aquello, así que ni siquiera lo intentó. Alicent dejó de mirarlos, agachó la cabeza y tiró de sí para soltarse de su agarre. Cuando lo consiguió, se marchó en silencio hacia el otro extremo de la habitación, hacia su puesto de alquimia. Eran unos mentirosos. Aquello tenía que ser mentira. Puse a mamá en peligro por un chico. Era mentira. Las visiones de Idgrod siempre se cumplían, y ella había visto que Seth conseguiría la daga. La daga mítica cuya reconstrucción había sido impedida por su familia durante generaciones. Podría haberme negado, pero le di la empuñadura solo porque lo quería impresionar. Su madre tenía todo el derecho del mundo a estar enfadada. Además, me porté fatal los últimos días que estuvimos juntas. Tal y como la había tratado, ocultando cosas, negándose a hablar con ella y demás, Alicent se terminó por creer todo lo que le acababan de contar. 
Se sentó tras el muro y escondió la cabeza entre las rodillas, se abrazó a estas y rompió a llorar silenciosamente, aceptando su destino. Ahora esto es lo único que tengo. No se dio cuenta de que Joric se había marchado hasta que Seth se detuvo de pie a su lado. 
—Así que planeabas abandonarme sin decirme nada. —Su voz sonó paciente y le recordó a la forma de hablar que tenía Idgrod cuando la regañaba por algo sin importancia.
Alicent suspiró, cansada. Podía escuchar a Seth moverse cerca, pero no lo veía. De repente acarició la parte de arriba de su espalda; debía haberse acuclillado a su lado. Alicent se tensó. No podía evitar hacerlo cada vez que él la tocaba desde que había llegado a la torre y, aunque él siempre se enfadaba, en esta ocasión fue diferente. 
—Alicent —la llamó, pero ella no deshizo la pose—. ¿Sabes? Ya estoy harto de hacernos daño —habló y su tono le sonó familiar. Era el del Seth de Morthal, el del chico del que ella se había enamorado—. Siento habértelo ocultado, pero sabía que decirte que había tenido que entregar la empuñadura te haría todavía más daño. Lo único que quería era protegerte. 
Alicent permaneció callada, inmóvil. Por suerte, Seth no parecía tener ganas de discutir, ya que no insistió. Supuso por el sonido que se incorporó y luego escuchó sus pasos, pero no se alejó mucho, sino que la empezó a rondar.
—¿Lo has hecho tú? —preguntó de pronto, poco después. 
¿Se habrá fijado ya en la planta? Alicent se obligó a levantar la mirada, con miedo. Pero Seth no estaba mirando la planta mustia, sino el lote de pociones que acababa de preparar. Exhaló, aliviada, y asintió. Seth se quedó pensativo, sin alejar los ojos de los frascos. Se acercó a la mesa de pociones, cogió uno de los que estaban sin taponar y se lo tendió. Alicent lo miró, todavía con lágrimas en los ojos. Veía borroso por culpa de esto, pero aun así fue capaz de notar la desconfianza en sus facciones. 
—Bébela —ordenó.
Alicent estiró el brazo y cogió el frasco, agradeciendo no haber seguido con el plan del veneno.
—¿Por qué? —preguntó, fingiendo que la posibilidad de envenenarlo ni se le había pasado por la cabeza.
Seth le restó importancia al asunto con un ademán. Alicent se dio cuenta de que debía de tener un aspecto terrible, porque tampoco se enfadó cuando no cumplió su orden a la primera, como solía hacer. 
—Tú hazlo. 
Alicent obedeció y la tomó de un trago, con resignación. Sabía fatal, como a pescado afrutado, y no pudo evitar una mueca de asco. Seth cogió el frasco y, tras comprobar que estaba vacío, lo dejó junto a los otros frascos. Mientras, Alicent sintió que algo crecía en ella, extendiéndose por todo su cuerpo. No era algo totalmente ajeno, sino una energía que siempre estaba ahí pero que era demasiado tenue como para apreciarla, pero que ahora la hacía sentir… poderosa. Alicent parpadeó un par de veces y miró hacia Seth, sorprendida al caer en la cuenta de que así era cómo debía sentirse constantemente un mago. De que así se debían sentir constantemente él.
Seth aprovechó el momento de distracción y la ayudó a ponerse en pie. Luego la cogió en brazos y la llevó así hasta la zona de la chimenea, donde había varias butacas. Seth la dejó en el suelo y luego tiró de ella, haciendo que se sentara sobre él. Lo miró con el ceño fruncido.
—¿Qué…?
—Recuerdo que querías aprender magia —dijo Seth, sorprendiéndola—. He pensado que quizá pueda enseñarte algún truco.
—¿Ahora? —Seth asintió.
—Te vendrá bien no pensar mucho en lo que acaba de ocurrir. 
Alicent echó el cuerpo inconscientemente hacia atrás, apartándose un poco de él, sin llegar a bajarse de su regazo. 
—No estás… ¿enfadado? —preguntó con cautela.
—Lo estás pasando… mal —contestó Seth, apoyando una mano en su pierna, por encima del vestido. 
Alicent se tensó una vez más ante su contacto, pero, para su confusión, Seth no hizo nada raro. Solo la dejó ahí apoyada, pero la miró con el ceño fruncido y una mueca indecisa en los labios. Alicent no tenía ningún otro sitio al que ir, si quería tener alguna opción de sobrevivir, debería aprender a disimular mejor el rechazo que le provocaba su tacto. ¿Por qué lo odio tanto? Lo que le había hecho era horrible pero, ¿no había tenido ella parte de culpa?
—Entiendo que quieras irte, Ali. Es culpa mía por no haberte contado qué era exactamente lo que pasaba. Quería protegerte de todo, incluso de la verdad que podría hacerte daño, pero está claro que no puedo. Siento haberte ocultado cómo logré salvar a Joric. También el que tu madre te odiaba por haberle roto el corazón. Lo único que he querido siempre, desde que te conozco, es cuidarte. 
Seth miró hacia el suelo, con una mueca triste. A Alicent se le revolvieron las tripas y giró la cabeza, confusa, mareada, sorprendida. Él sigue siendo la persona a la que conocí. Era obvio por lo que estaba diciendo, por cómo la estaba tratando a pesar de los desprecios que ella acababa de hacerle. Si tan solo lo hubiera tratado mejor estos últimos días, quizá las cosas hubieran ido mejor. Quizá había estado tan cegada por el rencor que había provocado todo lo demás. 
—Siento mucho que pienses que soy alguien de quien debes alejarte —siguió Seth—. Pero no lo soy. Solo espero que… algún día consigas verlo. 
Alicent lo volvió a mirar, sintiendo que el labio le temblaba, a punto de romper en llanto una vez más. Quizá él no fuera perfecto, quizá tuviera un montón de defectos, pero lo estaba intentando. Ella, sin embargo, lo único que había hecho desde que llegó a la torre había sido hacerse la víctima, quejándose y resistiéndose. 
Incapaz de aguantar más el llanto, se dejó caer contra el hombro de Seth y lo abrazó. Su mueca de sorpresa intensificó sus lágrimas. ¿Qué tan cruel había sido con él para que reaccionara de esa manera ante algo tan básico? ¿Cómo había podido ser tan mala persona con él? Él intentaba protegerme y yo lo traté como a un monstruo. Seth la abrazó contra sí, con cautela, y empezó a acariciar su espalda para reconfortarla. Me salvó, salvó a mamá, a Joric… salvó a todo Morthal. Y yo se lo pagué con odio y con asco. 
—P-perdón… —consiguió pronunciar entre llanto, pegándose más a él—. Perdóname —repitió desesperada, sintiéndose egoísta y culpable —. Lo… lo siento mucho. 
—Shhh, no pasa nada. Todo va a estar bien, Ali—susurró él. 
Alicent se aferró a él con más fuerza. Y a pesar de todo me sigue cuidando, aunque no lo merezco. En ese momento, Alicent tomó una decisión. Se comportaría como la chica que él merecía. Si Seth había podido vivir con su odio a pesar de vivir juntos, ella podría vivir sabiendo que su madre la odiaba, si ese era el precio a pagar porque Seth los hubiera salvado a todos. 
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anyara · 6 months ago
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ACTUALIZACIÓN
KOTODAMA 28
“El alma que reside en las palabras”
Esp FF
Ao3
Eng
FF https://www.fanfiction.net/s/14065213/28/KOTODAMA-English
Ao3
Ilust: @lenbarboza Trad: @DezartVn   #inuyasha #inukag #犬夜叉 #かごめ 
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roperoaventuras · 7 months ago
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Máxima expansión del Imperio Romano
VARLDHISTORIA, TOMO III ROMA, CAPÍTULO VIII EL IMPERIO MILITAR: DE VESPASIANO A DIOCLECIANO. POR CARL GUSTAF GRIMBERG. VER ÍNDICE GENERAL DE LA OBRA POR CAPÍTULOS. Contenido de éste artículo. Nerva y Trajano.Conquista de la Dacia.Correspondencia de Plinio el Joven.Carta XXVIII a Trajano, auditoría fiscal.Carta XLVII, cómo tratar a los cristianos.Carta XLVIII, respuesta de Trajano.Carta LI de…
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cuba-redh · 8 months ago
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Participa REDH-Cuba en XXVIII Enuentro de Solidaridad con Cuba
. Por: REDH-CUBA Este domingo 17, como parte de las actividades finales  del XXVIII Encuentro Nacional de Solidaridad con Cuba, tuvo lugar la conferencia:  “Papel   de la juventud  ante la guerra cultural. La experiencia de Cuba”,   a cargo del Coordinador del Capítulo Cubano  de la Red en Defensa de la Humanidad, José Ernesto Nováez. Conferencias, trabajos de mesa, jornadas de debates y…
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raciocinareaprender · 1 year ago
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SEMANA 10/07 14/07
MATEMÁTICA:
MÓDULO 1
CAPÍTULO 14
MEDIDAS DE COMPRIMENTO
PORTUGUÊS:
MÓDULO 1
FICHAS GRAMATICAIS
FICHA XXVIII
PREFIXOS E SUFIXOS.
MÓDULO 2
DIFICULDADES ORTOGRÁFICAS:
LIÇÃO 28
REVISÃO ORTOGRÁFICA
MÓDULO 3
REDAÇÃO
UNIDADE 2
TEXTO 1
ESSA MOCIDADE DE HOJE
MÓDULO 4
INTERPRETAÇÃO DE TEXTOS
PROVA
COLÉGIO APLICAÇÃO DO RECIFE
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leaquioficial · 1 year ago
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Como orar, segundo o Espiritismo
Para orar, segundo ensina o Espiritismo, podemos atentar para algumas questões que a tornam mais profunda e eficaz.
Como deve ser o ato de orar, segundo os mensageiros do Espiritismo. Os Espíritos da Codificação, no Capítulo XXVIII de “O Evangelho Segundo o Espiritismo”, por Allan Kardec, explicam como orar. A oração, nos esclarecem eles, deve ser um ato de compreensão e reverência, não uma recitação mecânica de palavras ou uma demonstração vazia de piedade. Afinal, a oração é uma comunicação íntima com a…
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vvelvetcake · 3 years ago
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playlist completa de Praia das Sereias
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drive — ziggy marley
Prólogo
baianá — barbatuques & alok
Capítulo I
descobridor dos sete mares — tim maia
Capítulo III
onda onda (olha a onda) — tchakabum
Capítulo VII
bluebird — beach house
Capítulo X
whisky a go-go — roupa nova
Capítulo XI
electric love — børns
Capítulo XV
jerk it out — caesers
Capítulo XVI
freaks — surf curse
Capítulo XVII
trouble — cage the elephant
Capítulo XXI
wildflower — beach house
Capítulo XXIV
myth — beach house
Capítulo XXVIII
just kiss her — concorde
Epílogo
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auroraescritora · 1 month ago
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NÃO HÁ LUGAR COMO O LAR - PERCY/NICO AU COLEGIAL - CAPÍTULO XXIX
Oii, como vai? Mais um capítulo!
Eu já disse por aqui que o Percy não é uma pessoa tão boa assim? Pois é, o Nico também não. Mantenham isso em mente para os capítulos futuros.
Sem nenhuma revisão.
Boa leitura!
Capítulos anteriores: CAPÍTULO I / CAPÍTULO II / CAPÍTULO III / CAPÍTULO IV / CAPÍTULO V / CAPÍTULO VI / CAPÍTULO VII / CAPÍTULO VIII / CAPÍTULO IX / CAPÍTULO X / CAPÍTULO XI / CAPÍTULO XII / CAPÍTULO XIII / CAPÍTULO XIV / CAPÍTULO XV / CAPÍTULO XVI / CAPÍTULO XVII / CAPÍTULO XVIII / CAPÍTULO XIX / CAPÍTULO XX / CAPÍTULO XXI / CAPÍTULO XXII / CAPÍTULO XXIII / CAPÍTULO XXIV / CAPÍTULO XXV / CAPÍTULO XXVI / CAPÍTULO XXVII /CAPÍTULO XXVIII
— Depois. Eu prometo. — Percy disse, se afastando a lentos passos em direção a porta. — Não se divirta muito sem mim.
Nico não pretendia. Desde que tinha voltado da Itália raramente se divertia se Percy não estivesse por perto. Os amigos que ainda tinha por ali insistiam em dizer como Percy era o pior dos vilões e os que não diziam nada, se mantinham distantes, hesitantes e medrosos apenas com o pensamento do que Percy poderia fazer com eles.
Não era ridículo? Nico tão pouco estava interessado neles. Ele admitia sentia falta de seus amigos em Veneza, sua família, o sol escaldante, as construções centenárias e o ar limpo. Mas ele sentiria muito mais a falta de Percy, e se ficar longe de cidade natal fosse necessário, era o que faria.
A porta finalmente se fechou as suas costas, permitindo que ele voltasse a olhar para seu reflexo no espelho. Isso era outra coisa que admitia, gostava de ver aquela coleira em volta de seu pescoço; Nico podia se ver no futuro a usando sem pudor. Via ele e Percy numa grande casa no campo, o sol batendo em sua pele enquanto ele se ajoelhava, descansando a cabeça no colo de Percy, os dedos longos o acariciando como se ele fosse um animalzinho de colo. Ser um submisso não era o que ele tinha imaginado, a dor era passageira, mal se registrando em seu cérebro, e o prazer durava horas, dias se ele se permitisse. Era estranho, e as vezes, parecia errado se colocar nessas situações, deixar ser usado como Percy bem entendesse. Os olhares de pena era o que realmente o incomodava, como se a qualquer instante seus “amigos” se ofereceriam para ajudá-lo. Belos amigos esses que quando ele mais precisou, pouco ofereceram um mínimo de conforto.
Esse era o único motivo dele ter voltado, além dos ciúmes que o corroeu ao ver Annabeth e Percy tão juntos nas redes sociais. Nico não precisava passar por toda essa tortura mais uma vez, ver Annabeth pelos corredores ou as mesmas pessoas que tentaram abusar dele mais de seis anos atras. O que restava a Nico era respirar fundo e superar seu trauma, ou melhor, ignorá-los até que eles não tivessem importância. Porque, isso aqui, a coleira em volta de seu pescoço era a prova que no fim tudo valeria a pena. De alguma forma, o peso que alguns dias atras o sufocava, agora o mantinha preso na realidade; era uma promessa, um juramento que no fim tudo daria certo se ele aguentasse mais um pouco, só mais um pouco, e, então, ele poderia se libertar de tudo o que o puxava para baixo.
Bem, no fim, Percy tinha razão. Era melhor ele descansar um pouco, sair no estado em que estava apenas geraria mais preocupação e conselhos que ele não havia pedido. Se sentindo exausto, Nico ignorou o telefone que apitava, indicando que uma nova mensagem havia chegado, e se deixou cair na cama. Se arrastou até seu travesseiro, se cobriu com o edredom e fechou os olhos. Dez minutos bastariam. Talvez trinta.
***
Quando Percy voltou para casa foi direito para seu quarto, onde sabia que Nico estaria. Ele podia incentivar Nico a sair com os amigos, se divertir e ser independente, mas no fundo, gostava das coisas do jeito que elas eram; Nico sempre em casa, sempre esperando por ele feito um garoto bem-corportado deveria. E mesmo sabendo que Nico estaria na cama, ignorando mais uma vez os amigos, Percy subiu as escadas de dois em dois degraus e empurrou a porta lentamente. Como ele imaginava, lá estava seu bebê, coberto com o edredom até a cintura, dormindo pacificamente, feito um anjinho, o seu anjinho, sempre muito obediente.
Ao invés de entrar e trocar de roupa, Percy voltou a encostar a porta, deixando que Nico dormisse por mais alguns minutos. Desceu as escadas e entrou na cozinha, encontrando mãe por lá, a ajudando a guardar a cesta de legumes que haviam ganhado do fornecedor.
— Onde está Nico? Estou louca para testar aquele guisado.
— Ele está dormindo.
Esse era o momento em que Percy esperava que as reclamações chegassem, mas elas nunca chegaram.
Sally se virou para ele, andou em sua direção, e segurou em seus ombros, sorrindo docemente.
— Estou tão orgulhosa. Nico tem estado bem menos cansado e feliz. — Então, Sally endireitou a coluna e colocou as mãos na própria cintura. — Ainda não gosto de ver vocês fazendo essas coisas por trás das minhas costas, mas até funcionando.
— Por isso que você não pega mais no meu pé?
— Você está fazendo um bom trabalho. Continue fazendo isso, hm? Assim eu não vou precisar.
— Ei! Quem é seu filho aqui?
— Querido, eu te conheço. — Sally sorriu mais uma vez e deu as costas para ele, terminando de guardar os legumes, pegando outras coisas como começar o guisado.
Percy apenas sorri, dando de ombros. A verdade é que ele não estava fazendo nada demais. Era Nico quem ela deveria elogiar. De fato, Percy sentia que não estava fazendo nada de especial e que talvez eles fizessem bem um para o outro. Bem, Percy planejava fazer isso mesmo que Nico nunca mais quisesse ter sexo com ele. 
***
Quando Nico acorda o céu ainda está claro, o sol brilhando mais forte com o calor do meio-dia. Porém, o sentimento de desespero havia sumido e em seu lugar, o contentamento surgiu. Ele não abriu os olhos imediatamente, sentindo o calor aquecer seu rosto e dedos gentis percorrerem seu coro cabeludo, o fazendo suspirar.
Era Percy que o acordava. Nico reconheceria aquele perfume em qualquer lugar, a forma que Percy o tocava, a voz aveludada chamando por seu nome, o fazendo sentir ainda estar dormindo, sonhando com a casa de sua nona, onde ele e Percy estavam nas plantações de morangos, andando calmamente pelas longas fileiras de frutos, o sol batendo em seu rosto.
— Está se sentindo melhor?
Nico mal podia lembrar porque tinha estado tão triste. Então, apenas acenou. Saiu debaixo das cobertas e se engatinhou até alcançar Percy que estava sentado na cama. Sentou no colo de Percy e o envolveu com as pernas para logo em seguida abraça-lo pele pescoço, o beijando devagar, selando seus lábios juntos suavemente.
— Hmm... meu bebê quer brincar?
— Não sei.
— Você ainda está usando a coleira.
— Oh.
Era verdade, Nico não tinha percebido. No final das contas, ela nem era tão pesada assim. Embora não parecesse certo estar a usando nesse momento.
— Tira pra mim?
Ali estava, a decepção no rosto de Percy. Ele tentou esconder, é claro, por trás de um sorriso inocente. Como de costume, ignorar certas coisas até que o momento certo chegasse, sempre era o melhor a se fazer.
Sem pressa, Percy segurou em seu pescoço, e desafivelou o fecho, percorrendo os dedos por sua pele, parecendo se despedir do couro e dando boas-vindas a pele agora descoberta, colocando um beijinho entre a gargantilha que estava por debaixo da coleira e o vão entre sua clavícula.
— Tão lindo. Mal posso esperar para te ver num terno branco. Você vai usar a coleira pra mim? Vai colocar algo bonito por debaixo, hm?
Nico sentiu seu rosto esquentar imediatamente, sabendo que Percy o encarava bem de perto. Ele não tinha pensado sobre isso. Esse seria o momento onde eles verdadeiramente se tornariam submisso e dominador? Onde ele se ajoelharia aos pés de Percy e permaneceria dessa forma pelo resto de suas vidas? Nico sabia que tecnicamente nada mudaria, mas, então, por que parecia que eles estavam prestes a dar um grande passo na relação deles?
Ele teve que levantar a cabeça e encarar Percy como raramente fazia, vendo os olhos verdes brilhando com algo que Nico preferia não examinar profundamente, o sorriso ainda encaixado nos lábios bonitos, mostrando dentes brancos e perfeitos. O que fez Nico se perguntar, será que ele sabia no que estava se metendo?
— É isso o que vai acontecer quando a gente se casar? Eu pensei que era apenas uma fantasia.
— Pode ser o que a gente quiser.
Mas tudo o que Nico podia ouvir era “Vai ser o que eu quiser que seja”. E, estranhamente, esse pensamento não o assustou; não era como ele fosse se tornar um escravo sexual e ser jogado numa masmorra escura onde o sol nunca pudesse alcançá-lo.
— E se eu não quiser? — Nico enfim perguntou, tirando aquilo do peito.
Nico observou Percy continuar a olhar para ele, como se Percy não tivesse nenhuma dúvida no mundo, vendo um sorriso muito mais sincero aparecer.
— Então, a gente não faz.
— Certo.
— Mas... você não tem curiosidade para saber como seria?
— Não tenho certeza.
Nico desviou o olhar, fingindo pensar sobre o assunto. Era claro que ele tinha curiosidade. Quando ele pensava que Percy não podia o surpreender mais, uma nova avalanche de emoções o pegava desprevenido. Sentia que passaria o resto da vida sendo surpreendido, se afogando em um mar de prazer ao lado de Percy.
— Hm. — Foi tudo o que Percy disse antes de se levantar e levar a coleira com ele. Percy anda até o guarda roupa, leva a caixa preta junto e a guarda lá dentro, fechando o armário com um movimento final. — Parece que a brincadeira vai ter que ficar para outro momento.
De qualquer forma, assim era melhor. Desse jeito ninguém cairia na tentação de fazer algo além do que ambos estavam dispostos a enfrentar.
***
Percy se sentia estranhamente leve e despreocupado naquela manhã. Como era de costume, estavam todos sentados á mesa para tomar o café da manhã. Ele e Nico entraram na cozinha de mãos dadas e se sentaram em silêncio, um do lado do outro, se movendo e sincronia, ouvindo Grover e Tyson discutirem sobre algo sem importância, enquanto Sally tentava fazê-los se comportarem. O bom de viver no meio do caos era que seus pratos já estavam na mesa com um copo de suco e outro de café para cada um deles.
Ele admitia que não estava prestando atenção no que eles falavam, pois, agora, entendia porque Nico gostava tanto de ficar perdido no próprio mundinho. Não o entendam errado, Percy amava sua família, faria qualquer coisa por eles num estalar de dedos, mas, as vezes, tudo o que ele queria era um momento paz e silencio; mal podia esperar para se casar com Nico e ter um lugar só para eles.
— Per? Você não vai comer?
— Hoje não. — Respondeu sem prestar atenção, voltando a segurar na mão de Nico. Isso o fez olhar para seu bebê que o encarava com curiosidade, um sorriso discreto nos lábios, seus olhos brilhando com diversão. — Tudo bem.
Percy se espreguiçou, tomou um gole de seu café e pegou um croissant: — Satisfeito?
Ele não esperou pela resposta de Nico. Ajudou Nico a descer da cadeira, o puxou para fora da cozinha, e foi atras de suas bolças as encontrando onde Percy as havia deixado; na entrada da porta da frente, junto com a bolsa de sua mãe e as chaves dos carros. A viagem de carro até o colégio foi mais silenciosa e calma ainda, o fazendo sentir que hoje nada poderia perturbá-lo. O que mais Percy poderia querer naquele mundo além da companhia de Nico? Um beijo de bom dia? A mão de Nico sob a sua? A certeza de um futuro juntos? Percy já tinha tudo isso. Então, por mais que houvesse obstáculos, não havia motivo para preocupações.
Foi assim que Percy saiu do carro e abriu a porta para Nico, envolvendo sua cintura. Eles entraram no colégio e ignoraram os olhares, Percy se concentrando em Nico, vendo o rosto de seu bebê esquentar quanto mais ele olhava.
— O que deu em você hoje? — Nico enfim disse, permitindo a Percy ouvir sua voz pela primeira vez naquele dia. Uma voz baixa e rouca ainda do sono, acariciando seus sentidos.
Percy não diz nada, apenas leva sua mão ao rosto de Nico e fez um carinho ali, vendo os olhos de Nico se fecharem em prazer, vendo o sorriso de Nico voltar com tudo, quase o cegando, contente. Então, Nico inclina a cabeça em direção a Percy e seus lábios se encontram, mas é apenas isso, um selinho, um gesto de afeto. Os olhos de Nico voltam a se abrir e assim eles ficam, parados no meio do corredor, abraçados, como se somente eles existissem.
Percy sentia como se estivessem conversando através desses olhares e sorrisos. O melhor era que ele entendia cada palavra. 
— Você é um bobo. — Nico diz. Percy concorda.
Mas, então, eles ouvem o sinal tocar. Era hora de voltar a realidade. Percy e Nico são obrigados a voltar a andar, seguindo em direção a seus armários, na verdade, em direção ao armário de Percy por seu o maior entre ambos; Nico tinha deixado de usar o seu há anos atras, mesmo antes de ir para a Itália. A maioria de suas aulas eram as mesmas, então, eles dividiam os livros, os professores há tempo tinham desistido de separá-los. De fato, suas notas estavam tão boas que os professores não tinham motivos para separá-los; e Percy tinha certeza, nunca esteve tão pronto em sua vida. Era a influência de Nico, o fazendo estudar sem nem perceber. 
Infelizmente, chegando lá, sua bolha de contentamento foi quebrada.
— Ora, ora. Vejam quem temos aqui? O casal de ouro?
Percy bufou, prestes a dar meia volta e aparecer na aula sem seus livros, quando Nico segurou em seu braço. Com apenas um olha de Nico ele entendeu tudo. Certo. Eles iriam pegar seus livros e cadernos, e iria para aula, como o esperado. Percy tomou a frente. Andou o resto da distância até o armário quatorze, pegou o que tinha que pegar e o fechou, batendo a porta com força que o necessário.
— Hmm... parece que alguém está tenso. Eu conheço uma forma de te relaxar. Porque a gente não se encontra mais tarde?
Isso era demais para Percy. Ele levantou a cabeça e encarou aqueles olhos cinzas e frios, respirou fundo e abriu a boca quando sentiu mãos gentis segurarem em seu braço. Nico o encarava de bem perto, seus olhos negros furiosos o dizendo mais do que suas palavras poderiam. Annabeth não merecia nem mesmo seu nojo e desprezo. Ótimo, Percy faria o que Nico estava pedindo.
Percy não voltou a olhar para ela, decidindo por beijar o rosto de Nico, tentando acalmá-lo, e o abraçou pelos ombros o levando para longe. Logo Annabeth seria apenas a lembrança de uma garota invejosa e inconveniente.
Eles entraram em sua primeira aula do dia, colocaram seus cadernos e livros sob a mesa e se sentaram. Logo as provas começariam.
Ahhh finalmente estamos chegando no fim! Espero que vocês estejam gostando. Comentários são sempre bem-vindos. Até a próxima. Provavelmente ainda essa semana.
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imagines-1directioner · 4 years ago
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Sinopse: Sistema de cartas já foi utilizado há muitos anos pelas pessoas do mundo todo, com a intenção de informar, comunicar, ou apenas expressar saudade daqueles que se encontravam distantes. Mas nunca foi usado com o objetivo de ajudar pessoas com transtornos psicológicos. Bom, isso até S/N e Harry se conhecerem por meio delas, e então construírem uma história repleta de reviravoltas e muito drama.
• Capítulo I / • Capítulo II /
• Capítulo III / • Capítulo IV /
• Capítulo V / • Capítulo VI /
• Capítulo VII / • Capítulo VIII /
• Capítulo IX / • Capítulo X /
• Capítulo XI / • Capítulo XII /
• Capítulo XIII / • Capítulo XIV /
• Capítulo XV / • Capítulo XVI /
• Capítulo XVII / • Capítulo XVIII /
• Capítulo XIX / • Capítulo XX /
• Capítulo XXI / • Capítulo XXII /
• Capítulo XXIII / • Capítulo XXIV /
• Capítulo XXV / • Capítulo XXVI /
• Capítulo XXVII / • Capítulo XXVIII /
• Capítulo XXIX / • Capítulo Final (XXX)
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luzdoespiritismo · 5 years ago
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Quais características dos espíritos hipócritas?⁣ ⁣ Os Espíritos hipócritas quase sempre são muito inteligentes, mas nenhuma fibra sensível possuem no coração; nada os toca; simulam todos os bons sentimentos para captar a confiança, e felizes se sentem quando encontram tolos que os aceitam como santos Espíritos, pois que possível se lhes torna governá-los à vontade.⁣ ⁣ O nome de Deus, longe de lhes inspirar o menor temor, serve-lhes de máscara para encobrirem suas torpezas. ⁣ ⁣ No mundo invisível, como no mundo visível, os hipócritas são os seres mais perigosos, porque atuam na sombra, sem que ninguém disso desconfie; têm apenas as aparências da fé, mas fé sincera, jamais.⁣ ⁣ Allan Kardec – O Evangelho segundo o Espiritismo » Capítulo XXVIII -» prefácio – 75.⁣ ⁣ #espiritismo #allankardec #oevangelhosegundooespiritismo #projetoconhecersentirviverkardec #graçamaciel #graçamaciel #graçamaciel #olivrodosespiritos #espiritismoportugal #espiritismoportugalviseu⁣ ⁣ (em Portugal) https://www.instagram.com/p/B_FL1V4nVcw/?igshid=m0ywcaumwn6s
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resurreccion01 · 5 years ago
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Capítulo XXVIII.
«Sentía en sí, no sólo la libertad y la fuerza y la alegría de la vida, sino también toda la potencialidad de lo bueno: se sentía bastante fuerte para realizar todo lo que de bueno y bello puede realizar un hombre. Comprendía esto y los ojos se le llenaban de lágrimas. Y eran las suyas lágrimas buenas, porque las hacía brotar el júbilo de la resurrección moral de aquel «yo» que durante tantos años había dormido en su seno: y eran quizá algo malas porque en aquel llanto había algo de enternecimiento de sí mismo al advertir que renacía su virtud.»
León Tolstói
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mararjade · 2 years ago
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Tras chorrocientos días sin publicar capítulo nuevo aquí vuelvo. Sorry!! 
Sara es nombre de princesa (Chris Hemsworth) - XXVIII (on Wattpad) https://www.wattpad.com/1156975120-sara-es-nombre-de-princesa-chris-hemsworth-xxviii?utm_source=web&utm_medium=tumblr&utm_content=share_reading&wp_uname=MaraRJade&wp_originator=1BRGd9uyDIawk2oFfZ0YGyAIifc%2BwNW9ReGKtW3EtzkSYwZJOk9LVESUwgbvxMYAsTR9NnjDeVmgm1xlF6evauW4fxaxUCs%2BpdZPiz6socXR8%2Fb3RGq0MziG72qGRa%2B6 En el día de su decimosexto cumpleaños la joven Sara Galván experimentará como toda su vida da un giro radical... Los terribles acontecimientos vividos esa fatídica noche La llevarán a vivir una emocionante aventura cargada de amor y misterio en el convulso y glorioso Siglo de Oro Español, (Siglo XVII), junto al atractivo capitán de los Tercios españoles, Gaspard Pizarro. Cuyo auténtico linaje está a punto de revelarse. Un destino histórico del que ninguno de los dos puede huir, y al que Sara se enfrentará sin miedo y armada únicamente con su astucia y coraje. Una historia que te enganchará de principio a fin engarzada entre los hilos del tiempo y la Predestinación. ¿Podrá la valiente Sara romper las resistentes hebras de la fatalidad que atan a Gaspard? ¿Logrará vengar a su familia?
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ninapetitex · 3 years ago
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IBERION
El final de esta historia real ha llegado.
El príncipe Cha Eunwoo y el joven Yoon Sanha ¿finalmente serán felices?
El último capítulo, final inevitable después de tanto tiempo.
Capítulo disponible en wattpad.
Fan fiction Eunsan astro
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