#Aldeias de Montanha
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"Serafina e o Manto Negro" (Serafina #1)
Sɪɴᴏᴘsᴇ Oғɪᴄɪᴀʟ: Serafina nunca teve motivos para desobedecer e aventurar-se além da propriedade de Biltmore, onde vive em segredo, ninguém desconfiando da sua existência. Mas quando as crianças da herdade começam a desaparecer, apenas Serafina sabe quem é o seu raptor: um homem assustador com um manto negro, que percorre os corredores de Biltmore durante a noite. Conseguindo escapar a este vilão, arrisca o seu segredo, juntando forças com Braeden Vanderbilt, o sobrinho mais novo dos donos da herdade. Antes que seja tarde demais, lutam por revelar a verdadeira identidade do Homem do Manto Negro. Esta demanda levará Serafina até à floresta que aprendeu a temer, onde descobre uma magia há muito esquecida, ligada à sua identidade. Para salvar as crianças e desvendar o mistério, terá de procurar as respostas para completar o puzzle do seu passado.
Aᴜᴛᴏʀ: Robert Beatty.
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ALERTA SPOILERS!
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O Mᴇᴜ Rᴇsᴜᴍᴏ: Na Carolina do Norte, a quilómetros e quilómetros do centro de Asheville, ergue-se no meio da natureza intocada a maior e mais esplendorosa propriedade da América, a mansão Biltmore. Com as suas dezenas de quartos, salões, estribarias e biblioteca monumental, a mansão domina tudo à sua volta, fazendo por merecer o título de "Senhora da Colina", da mesma forma que os seus donos, os Vanderbilt, dominam a alta sociedade, usando a propriedade para criar uma cúpula resplandecente onde a elite dos poderosos e dotados pode prosperar. Mas não deixem que os talheres de prata e a belíssima vista das montanhas Blue Ridge vos distraia, nem tudo é luminoso. A floresta que rodeia a mansão, e de onde é impossível sair sem a atravessar, é sombria, lar de plantas tortas e sufocantes e de histórias aterrorizantes sobre aldeias que desaparecem de repente, cemitérios de onde os cadáveres se arrastam e criaturas malignas que esperam nas sombras pelos viajantes. E não é só a floresta que esconde segredos e seres fora do normal, no interior da mansão, uns bons pisos para baixo, encontra-se a cave, que além de acomodar as máquinas, serve de casa para Serafina, uma rapariga singular de quem ninguém suspeita a existência. Filha do faz-tudo dos Vanderbilt, Serafina não é nada para ninguém, não apenas porque se se mostrar à luz do dia arrisca revelar a transgressão do pai e fazê-lo perder o emprego, mas também devido à estranheza da sua aparência, que adicionada aos seus instintos animais, mais a faz parecer o resultado de um bruxedo obscuro do que uma miúda de 12 anos. Não obstante a sua situação, francamente ilegal, de alojamento, Serafina faz por merecer o seu lugar na divina propriedade tal como todos os outros, tratando da tarefa que é, ao mesmo tempo, a mais nojenta e a mais importante de todas: livrar-se das ratazanas, o que ela faz com gosto (e com as próprias mãos). Certa noite, a caça às ratazanas da Serafina é interrompida por gritos, e quando vai investigar o que se passa, depara-se com a cena mais horripilante da sua vida: as pregas negras de um manto flutuante a retorcerem e a cerrarem-se sobre o corpo de uma menina indefesa até o esmagarem, fazendo-o desaparecer sem deixar para trás nada mais do que um cheiro putrefacto a morte e a entranhas. Paralisada com a imagem, Serafina repara, quase tarde de mais, que o manto tem um dono, uma figura macabra e coberta em sangue que, ao detetar a sua presença, decide fazer dela a sua nova vítima. O homem persegue-a incansavelmente pelos corredores e pelo terreno da propriedade e ela quase não sobrevive para contar a história, mas quando o faz, desesperada por ajuda, a única pessoa em quem confia acha que ela inventou tudo. Entretanto, o dínamo é sabotado, mergulhando a mansão numa escuridão perturbadora, e torna-se evidente que o demónio da noite não foi um fragmento da imaginação da Serafina, mas que, muito pelo contrário, ele é bem real, e faz parte da elite que frequenta o palacete. Quando se apercebe que a menina da cave foi apenas uma das muitas vítimas do Homem do Manto Negro e que este já escolheu o próximo alvo, Serafina é atingida com a dura perceção de que não o consegue derrotar sozinha, e é obrigada a fazer sacrifícios em troca da aliança de alguém mais poderoso. Para vencer, a Serafina vai ter de quebrar todas as promessas que alguma vez fez ao pai, usar-se a si própria como isco e aventurar-se nas profundezas da floresta amaldiçoada, onde as respostas sobre o mistério da sua identidade estão sepultadas. Se vai conseguir ou não é incerto, mas se há uma coisa que é inquestionável é que a Serafina nunca deixa uma ratazana escapar impune...e o Homem do Manto Negro é a maior ratazana que há.
Cʀɪᴛᴇ́ʀɪᴏs ᴅᴇ Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ:
Qᴜᴀʟɪᴅᴀᴅᴇ ᴅᴀ Pʀᴏsᴀ: É puramente incrível, são quase 300 páginas de texto, mas a história acontece em menos de uma semana, praticamente sem pausas, então não é um feito pequeno o facto de o autor ter conseguido manter o interesse, a fluidez e a beleza das palavras o livro inteiro. Também há que elogiar a habilidade incrível que Robert Beatty tem para construir, rápida e efetivamente, cenários vivos na cabeça do leitor, e a magia sombriamente encantadora das suas descrições.
Hɪsᴛᴏ́ʀɪᴀ: É uma história veloz, cheia de adrenalina e risco que não dá tempo para relaxar, porque nunca nos são dadas certezas de segurança, mas que, ao mesmo tempo, passa uma sensação de conforto e calor que permite que haja um equilíbrio entre as partes sombrias e as adoráveis. Este livro tem tudo: a magia de um mundo prestes a fazer a viragem para o século XX, um ambiente fielmente histórico, fantasia eletrizante que compensa a sua falta de doçura com o tipo de originalidade que não abdica da nostalgia dos velhos contos, alianças improváveis, suspense, mistério e o género de horror que arrepia qualquer um sem lhe mexer com a cabeça. A razão para este livro ser tão bom é o facto de funcionar para uma vasta faixa etária, e para mim, essa é uma das maiores marcas de uma obra de qualidade: ter a capacidade de criar uma história que não se alicerça em sensacionalismos ou momentos despropositadamente chocantes para fixar o leitor, que não aliena a audiência mais nova no esforço de ser levada a sério. A "Serafina e o Manto Negro" é incrivelmente bem sucedida nesse aspeto, conseguindo transportar o leitor por momentos com diferentes níveis de gravidade sem o perder: tão rápido estamos com a protagonista a observar os membros da alta sociedade a rodopiar num grande salão, como a ler lápides e a lutar contra um puma, e até a ter uma crise filosófica onde questionamos se a maldade é uma característica intrinsecamente humana. É a experiência completa!
Pᴇʀsᴏɴᴀɢᴇɴs: A Serafina é uma das minhas protagonistas preferidas, o autor conseguiu dar-lhe a voz perfeita para o tipo de história em que ela está, e não só, também lhe deu a voz perfeita para a forma como a personagem dela foi construída, É claríssima a maturidade que ela tem no que importa, a responsabilidade que está habituada a carregar e a coragem e o sangue frio que adquiriu dos seus hábitos de caça. O seu lado humano alia-se ao seu lado selvagem, não há o cliché de ela só ser uma pessoa normal (e todos sabemos que em livros com menos qualidade, "normal" quer realmente dizer uma pessoa sem um único defeito que arranja forma de ser insegura) quando interessa e, nas piores alturas possíveis, se lembrar que tem um lado paranormal que a faz agir de uma forma estranha. O que se destaca sobre a Serafina é que, não obstante a sua imensa garra (no sentido literal e figurativo), incorrigível desobediência, e foco inabalável (ela entra na curta lista dos protagonistas que decidem o que querem nas primeiras 30 páginas e tratam logo do que precisam de fazer para o obter, em vez de se estarem sempre a queixar) ela é só uma miúda que quer poder experienciar as bênçãos de uma vida calma, fazer amigos, ter a confiança do pai e saber o que aconteceu à mãe. Tudo o que ela alcança vem das suas próprias habilidades e trabalho e a recompensa que obtém no fim do livro está em perfeito acordo com quem ela é. Para além da protagonista, a caracterização que merece mais mérito é a do Homem do Manto Negro. O Robert Beatty PERCEBE o que faz um vilão, sabe que criar um que seja autêntico é algo mais complexo do que um riso assustador ou uma história triste, e isso é visível. Todos os maneirismos do Homem do Manto Negro estão no ponto: o modo como ele anda, os sapatos que usa (que são uma parte vital da história e mostram a sua natureza), a forma como fala, o timbre da sua voz e como isso afeta o ouvinte, a presença da sua pessoa (que é tão impactante que altera o tom da cena, tem um som associado e causa medo na própria natureza) e, principalmente, o seu modo de perseguir as vítimas. Tudo isso é um indicador da sua altivez, do seu poder e da sua falta de hesitação, mas aqui está a parte interessante: mesmo quando ele não usa o manto, todas estas características se mantêm, o autor não as elimina para tentar manter a sua identidade um enigma. Quando está entre a elite, o vilão comporta-se exatamente da mesma forma, mas como não tem na mão um objeto possuído que anuncia as suas intenções, o seu domínio da sala, a sua intensidade e compostura permanentes, e até a proximidade constante a crianças, são interpretadas como sinais de um senhor de alto requinte, talento e carisma, e inspiram confiança e admiração nos que o rodeiam. Para mim isto é fascinante, talvez sem se aperceber, o escritor acabou por fazer do seu vilão o caso de estudo perfeito para analisar o quão ténue é a linha entre o bem e o mal, entre o desejável e o desprezível, e entre o amor e o ódio. A conclusão a que se chega é que não há uma única delimitação palpável entre os dois lados, e que os humanos têm a tendência de se perder nos extremos, julgando de forma absoluta moralidades que só existem num plano subjetivo. Fabuloso!
Rᴏᴍᴀɴᴄᴇ: Não há neste primeiro volume, o que eu compreendo, sendo que a se história passa em poucos dias e que a Serafina e o Braeden têm 12 anos... MAS, eles têm uma química natural e inegável (e adorável) e o meu maior desejo é que, ao longo das sequelas, eles fiquem mais velhos para que alguma coisa aconteça entre eles.
Iᴍᴇʀsᴀ̃ᴏ: Li o livro incrivelmente rápido e como já mencionei, um dos grandes trunfos do escritor é a sua habilidade de nos fazer sentir que estamos mesmo dentro da história (e quem não quer estar num mundo de animais metamórficos, objetos encantados e grandes bailes em mansões históricas?) então só o posso elogiar nesse aspeto.
Iᴍᴘᴀᴄᴛᴏ: Outro livro que já li várias vezes, e por ótimas razões. A verdade é que as peripécias da Serafina nunca abandonaram o meu coração, e ter lido este livro outra vez só me fez perceber que não o tinha valorizado tanto quanto devia antes, é muito mais assustador e magnífico do que me lembrava.
Cʟᴀssɪғɪᴄᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: ⭐⭐⭐⭐+ ½
Iᴅᴀᴅᴇ Aᴄᴏɴsᴇʟʜᴀᴅᴀ: Como já disse, este livro tem algum horror, sangue e violência, não no sentido demasiado gráfico e exagerado mas mesmo assim incomoda (é esse o objetivo). Eu diria que a partir dos 14 anos é uma leitura fantástica, apesar de poder parecer "infantil" se for lido por um miúdo demasiado habituado aos excessos que andam por aí.
Cᴏɴᴄʟᴜsᴀ̃ᴏ/Oᴘɪɴɪᴀ̃ᴏ Fɪɴᴀʟ: Nem sequer me tinha apercebido disto antes, mas este livro é perfeito para o outono e para o inverno, ESPECIALMENTE para o Halloween. É assustador e arrepiante da maneira que pede um cobertor e umas velas. Se estão à procura de um livro que não vos dê pesadelos mas que tenha a ver com esta altura do ano, não precisam de ir mais longe, está aqui, RECOMENDO.
Pᴀʀᴀ ᴏʙᴛᴇʀ: Serafina e o Manto Negro, Robert Beatty - Livro - Bertrand
Assɪɴᴀᴅᴏ: Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ 𝐿𝓊𝓏 Ƹ̵̡Ӝ̵̨̄Ʒ
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A simplicidade divina, quando menos é mais!!!
Para Refletir:
“Manifeste a simplicidade,abrace a simplicidade,reduza o egoísmo,tenha poucos desejos.” ~ Lao Tsé
Anseio por experiências humanas na vida cotidiana, nos lugares que visito e nas pessoas que encontro. "Como está o tempo?" "Oi, como vai?" a conversa fiada geral do mundano nunca me interessou e talvez as pessoas que vivem ao meu redor possivelmente me considerem arrogante porque não me envolvo em conversa fiada.
Sempre achei difícil conviver numa sociedade onde as mulheres descem para conversar maquiadas e com roupas de qualidade que eu nunca seria vista a menos que fosse uma ocasião considerada “importante”. Sinto-me confortável com a mesma camiseta da última década, apesar dos buracos que deixam o ar entrar no calor sufocante da Índia.
A Bíblia diz para nunca julgar um livro pela capa, mas minha mãe, que frequenta a igreja diariamente, parece que não consegue passar das primeiras páginas do livro. Isso não faz com que todos os fiéis sejam iguais, mas o superficial sempre teve um lugar especial para ela, as roupas que você veste, o seu cabelo bem cuidado e o sucesso financeiro que você tem na sociedade.
Filósofos como Steiner dizem que você escolhe seus pais ou a família de que precisa para alimentar sua existência. Se isso for verdade, eles certamente me catalisaram para ser a pessoa que sou, a fachada material desmorona diante dos meus olhos para revelar o que está escondido abaixo.
Com os nossos regimes em todo o mundo determinados a manter o controlo com políticas divisivas, com as pessoas a absorvê-lo para extinguir as suas moralidades famintas, a sentirem-se frustradas e deslocadas num mundo dividido com base no ódio, está a ficar cada vez mais difícil encontrar um lugar que abrigue minha alma ansiosa.
Os movimentos de contracultura agora têm uma cultura própria, as miçangas, as camisetas descoladas, as tatuagens, a comida vegana, as raves, seja lá o que for, cada um parece estar fortemente integrado a um sistema baseado no consumismo que não fornece um alternativa sustentável, mas se alimenta dos restos deste planeta.
A verdade é que o novo, seja lá o que for, é apenas mais uma estratégia reformulada para manter este sistema quebrado funcionando.
As nossas ligações perdidas uns com os outros com base nas noções de religião, comida, países, cor decorrem de anos e anos de condições, através dos meios de comunicação, dos livros e até da nossa educação.
Encontrar uma fuga das massas condicionadas, um lugar onde a beleza interior é mais valorizada do que as roupas que você veste, um lugar onde as interações não são baseadas no valor monetário, mas se originam de um lugar de amor.
Com o tumulto atual, não apenas na Índia, mas em muitas partes do mundo, encontrei um lugar onde a minha alma poderia chamar de lar.
Um lar para a alma
“O Mestre disse: “Um verdadeiro cavalheiro é aquele que colocou seu coração no Caminho. Nem vale a pena conversar com um sujeito que se envergonha apenas de roupas surradas ou de refeições modestas.” (Analectos 4.9)” ~ Confúcio
Nako, uma vila em Spiti, no norte da Índia, é um deserto frio. A paisagem é repleta de montanhas áridas e marrons e picos cobertos de neve, tornando a vida aqui um desafio para os habitantes locais.
Embora as aldeias consigam cultivar algumas culturas para se sustentarem, o futuro é incerto. Tem uma população de menos de 500 pessoas e um mosteiro datado de 1025. A aldeia foi completamente desligada do resto do país e só foi ligada após 1960 por causa da Guerra Índia-China.
Caminhar por todas as ruas estreitas da pequena vila de Nako lembra a simplicidade divina. Não sei mais como dizer, as casas são simples e cada uma delas possui símbolos, pedras e outros elementos para lembrar um poder superior acima de nós.
#conhecimento#discernir#sabedorias#refletir#autoconhecimento#pensamentos#sairdailusão#despertar#consciência#eu sou
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Berk é um reino único e vibrante, situado em uma ilha selvagem e escarpada, cercada pelo vasto oceano. É conhecido como o Reino do Soluço, uma homenagem ao seu líder, Soluço Spantosicus Strondus III, o Chefe Viking de Berk. Este reino tem uma rica história e uma cultura marcada por sua herança viking e sua relação especial com os dragões.
A paisagem de Berk é caracterizada por suas montanhas pontiagudas, fiordes profundos e florestas exuberantes. As casas dos vikings são construídas em penhascos e rochedos, com tetos de palha e vigas de madeira robustas. As estradas sinuosas ligam as aldeias, enquanto os navios vikings navegam pelas águas turbulentas que circundam a ilha.
O coração de Berk é a sua vila principal, onde o Grande Salão do Chefe se destaca como o centro político e social do reino. Aqui, os vikings se reúnem para celebrar festivais, realizar assembleias e participar de competições de combate. O Grande Salão é adornado com tapeçarias coloridas, armas ancestrais e troféus de caça, testemunhando as muitas aventuras dos guerreiros de Berk.
Além da vila principal, Berk abriga várias outras aldeias menores, cada uma com sua própria comunidade e cultura distintas. Os vikings de Berk são conhecidos por sua bravura e habilidade em combate, mas também são reconhecidos por sua generosidade e senso de justiça.
Uma característica única de Berk é a presença constante de dragões. Desde que Soluço Spantosicus Strondus III estabeleceu uma aliança com os dragões, essas majestosas criaturas se tornaram uma parte essencial da vida em Berk. Os dragões voam pelos céus, trabalhando lado a lado com os vikings em atividades como patrulha, transporte e até mesmo agricultura.
Berk é um reino cheio de vida e aventura, onde os vikings e os dragões vivem em harmonia, defendendo seu lar contra qualquer ameaça que possa surgir. É um lugar de orgulho, coragem e camaradagem, onde as tradições antigas se encontram com um futuro cheio de promessas e possibilidades.
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Tempo
Ascenda ao sol Sacrifício do altar Conseguirá ver Todos os obsessores Garotos correndo Loucos na idade Escravos de seus pênis Ascenda ao mudo E breve extermínio O sacrífico no altar Consegue ver tudo Tudo o que obsessa Garotas de bundas surradas Sorrindo enquanto fumam maconha São pais revoltados E amantes apaixonados Elas compartilham segredos Eu sou o sacrífico Da aldeia dos carvalhos rachados Ingerindo o elixir A floresta É linda Confusa E tudo gira As nuvens, tem rostos A grama, tem vida Meu cabelo é espesso E as pernas formigam Eu não temerei O ascender ao sol Não sei se ao ver a cobra Fui engolido por Deus Ou o céu despencou Estou vagando na sombra Em eterna escuridão O sol abaixo da terra E meus órgãos circulando O vômito induz outro E minhas vísceras estão quebrando Vejo sete vidas Sete mortes Vidas fora de equilíbrio E o vício oposto de castigo Como foi bom ser o sacrifício Encerrar o mundo mundano Sexo com Eva No jardim budista Aqui nós todos Ficamos chapados ao redor da fogueira Os livros cospem sábias palavras Projetam signos nas areias Eternidades das flores desabrochadas E meditações oram por danças Na iluminação que nos é alheia Não percebe? Brilho amola faca Estrela do norte A infinitude da teia O fundo do poço O sangue nas estrelas O mar em nossas veias Memórias das jóias europeias E um cemitério indígena A dor é grande e contagiante E a natureza range Uma esperança enferrujada O que terá para ver Quando as montanhas Cairem no domingo Camas são muito quietas Na claridade Medo Orações Medo Pecado Punição Autoflagelamento Cavalos e escravos fogem Pecado e punição Já não vejo sentimento Mortes no fim da colina Eu não aguento o tempo E o inferno ajuda nessa revolta Sou o diabo em toda curva Meu cérebro é doce Para crianças malucas Puras, loucas Contorcem seus sorrisos Em chuvas Banham as vestes Cadavéricas do meu exército Deus teme a minha vida Fez de mim o ideal reflexivo De sua imagem Sou eternamente escravo Da sedução dos sentidos Eternamente desequilibrado Ou apenas louco Em ouvir o seu grito Medo na face de Deus E amor em meus olhos A morte é meu salário lento E o dinheiro tem pele misteriosa Será um prazer então Ver os dias morrerem Os espíritos desencarnarem Os horrores noturnos Nunca Nunca Nunca As estrelas vão brilhar Quando fecho os olhos Vejos apenas preto movendo Arrastado Diferentes tons E a maldição da dimensionalidade Me atinge a sobriedade Na mente retalhada E como é bom O mundo passou pela janela E não enxerga a raiva da minha calma.
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um dia de campo (entrada de diário)
Procurei refúgio na terra. Embora não me identifique muito com ela. Queria uma mudança de ares. A noite estrelada. A estranheza de estar longe de casa, mesmo que em ambiente familiar. Querias novas sensações para alimentar a inspiração. Romantizei a experiência. Esqueci-me que a terra foi amargurada pelo tempo. Que há conflito nas paredes.
Vim para o quarto para estar só com os meus pensamentos. Pela janela tenho vislumbre do jardim doméstico. Sempre que cá venho decido perder-me no pequeno espaço na dianteira da casa. De câmara na mão, registo os exemplares que por lá habitam. É uma tradição minha. Noto que já não tem o mesmo esplendor. Resta-lhe apenas as ruínas daquilo que já foi.
Sinto um vazio peculiar das conversas repetidas. Olho em frente e encaro-me no espelho. Fito-me, sentada em cima da cama. Reparo nesta frontalidade dos espelhos, quando na banheira, o meu corpo nu espera que a água aqueça. Os banhos aqui são contra relógio. Pois a água vai de frio ártico a inferno líquido num vagar doloroso. Os momentos em que a água é confortável são poucos e breves. Dou por mim a fugir do chuveiro e a secar-me rápido, na tentativa de preservar o calor que a pele emana. A casa de banho é um cubo azul. Azulejo sim, azulejo não, adornado com flores.
Fui chamada do quarto para visitar algumas paragens obrigatórias. Subimos a montanha, apreciámos a vista. No topo vêm-se as aldeias em redor. O céu é azul-claro com várias camadas de nuvens, algumas criam sombras aqui e acolá. Por aí permanecemos até a falta de algo fazer despertar um aborrecimento que nos faz sair. Na descida paramos para apanhar pinhas. Atividade que faço com gosto, como se de uma caça ao tesouro se tratasse. Os nervos ainda se encontram à flor da pele dos outros membros. Já eu decido ignorar alegremente, enquanto encho os braços com estes destroços de árvore.
O meu estado de graça vê-se interrompido com a queda da minha câmara. Quis o destino que escorregasse do bolso. Quis o destino testar o meu humor com a pequena mossa na máquina que tanto adoro. Chateada com o acontecimento, crio desculpas metafóricas para esta última gota de água. Digo "esta câmara já não é a mesma. Assim o quis, a causalidade das coisas. Nunca será como outrora foi, como um humano que vive a vida". Assim tento convencer-me triste comigo e com as decisões que levo. Sinto certa culpa por assim ser: estimada e perfecionista. Tudo o que é meu é sempre bem cuidado e protegido. Uma anomalia e obsessão do meu carácter que, inevitavelmente, desenvolveu grandes competências no que toca a remendos. A câmara será remendada. Esta vinda à terra é um teste.
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WICH TROUBLE
O homem que sempre pensei que era meu avô, era um médico americano, que vivia entre os Kurdos nas montanhas, ele foi me buscar numa aldeia no cu do judas, segundo ele, porque eu era filho de sua filha com um guerrilheiro. Mas descobri muito mais tarde, que na verdade tinha ido me buscar a pedido de um homem que vivia de curar as pessoas. Tinha medo de…
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Aprendendo biomas no Minecraft
O que são biomas?
Segundo o IBGE, bioma é um conjunto de vida vegetal e animal, constituído pelo agrupamento de tipos de vegetação contíguos e que podem ser identificados a nível regional, com condições de geologia e clima semelhantes e que, historicamente, sofreram os mesmos processos de formação da paisagem, resultando em uma diversidade de flora e fauna própria.
O que é o Minecraft?
É um jogo sobre montar blocos e sair em aventuras. Ele se passa em mundos infinitamente gerados de terreno aberto, montanhas geladas, rios pantanosos, vastas pastagens e muito mais, repleto de segredos, maravilhas e perigos!
Como o Minecraft pode ser usado em uma aula de geografia?
O Minecraft é um jogo que inspira a aprendizagem criativa e inclusiva. Explore mundos em bloco que desbloqueiam novas formas de enfrentar qualquer disciplina ou desafio. O jogo pode ser usado para mostrar ao aluno os biomas e suas características de um jeito divertido, deixando o aluno curioso para explorar e aprender com o jogo.
Os biomas são regiões de um mundo Minecraft com diferentes características geográficas. Cada bioma tem características específicas, tais como altura, temperatura, umidade e estrutura geográfica.
Alguns biomas no jogo Minecraft:
Biomas de neve
Oficialmente, você pode notar vários tipos de biomas baseados na neve, como tundra com neve, picos de gelo, praias com neve e rios congelados. Lobos, ursos polares, raposas e coelhos são comuns nesses biomas. Você também pode encontrar iglus, picos de gelo, gelo compactado e vilas de neve enquanto explora esses terrenos nevados.
Montanhas
Assim como no mundo real, há uma grande variedade de montanhas no Minecraft. Cascalho, madeira, grama e muitos outros tipos de biomas de montanhas podem ser encontrados ao longo do jogo. Em geral, as montanhas são pedaços elevados de terra com cachoeiras, penhascos, picos e saliências ao seu redor. É o único lugar onde você pode encontrar facilmente minério de esmeralda e silverfish naturalmente. Conforme você sobe nas montanhas, pode esperar que as temperaturas caiam e nevem. O número de árvores também diminui com alturas elevadas.
Planícies
Você verá principalmente grama em todos os lugares que você olhar neste bioma. Felizmente, sempre há árvores suficientes para fazer uma mesa de artesanato e um barco. Além disso, você pode descobrir aldeias, lagos, quedas de lava e cachoeiras neste bioma. Como variantes, você pode descobrir girassóis, grama e até planícies vazias no jogo. Naturalmente, este é o único bioma onde você pode encontrar cavalos ou girassóis. Outros itens comuns que você pode descobrir neste bioma incluem abelhas, carvalhos, burros e flores.
Floresta
Existem vários tipos de florestas. Como você deve ter adivinhado, este bioma é o lar de muitas árvores. Normalmente comuns e pequenas, as florestas no Minecraft são uma fonte maravilhosa de recursos. Você não só consegue madeira, mas também pode encontrar animais, cogumelos e muitas flores.
Pântano
O bioma Pântano tem vários recursos exclusivos a oferecer, incluindo cana-de-açúcar e cogumelos. Os pântanos apresentam piscinas rasas de água aparentemente suja com Vitórias Régias. As árvores que crescem na mesma água são geralmente cobertas por trepadeiras.
Praias e rios
Eles trabalham para conectar oceanos a biomas distantes e também para separar dois biomas diferentes. Essas áreas não têm árvores na praia, e você pode ver blocos de areia icônicos ao redor. A única multidão que geralmente se vê nas praias são as tartarugas. Em alguns mundos, você pode ver variantes de praias que podemos chamar de costas. Eles também são criados na orla de um bioma que encontra um oceano. O que os diferencia é que eles têm outros blocos além de blocos de areia, como pedra, na beira do oceano.
Deserto
Assim como no mundo real, o deserto do Minecraft é o lar de dunas de areia, cactos, arbustos e altas temperaturas. Às vezes, você também pode descobrir fósseis sob a areia do deserto. Nenhuma árvore é encontrada neste bioma, mas você pode ver a diversidade nas multidões. Em seguida, há também aldeias desertas que podem ser um pouco difíceis de ver com um cenário consistente. Se houver água ao redor deste bioma, você também pode localizar canas-de-açúcar na borda.
Savana
Este bioma é semelhante ao deserto em vibrações, mas é preenchido com grama acastanhada e acácias. A versão variante desse bioma é chamada de Savana Dispersa. Nele é possível observar montanhas e cachoeiras gigantescas. Eles também competem com o bioma de montanhas, gerando penhascos.
Existem outros tipos de biomas no Minecraft, para conhecer todos e suas variações acesse: https://minecraft.fandom.com/pt/wiki/Bioma
Referências:
Brasil Escola
Minecraft
Um guia definitivo para biomas do Minecraft para iniciantes
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Perigo na montanha: Brienz deve estar vazio até domingo – Notícias #ÚltimasNotícias #Suiça
Hot News A aldeia de Brienz, nos Grisões, teve de ser evacuada. O conselho municipal de Albula decidiu evacuar por recomendação da liderança municipal. Todos os residentes devem ter deixado a aldeia até às 13 horas da tarde de domingo, 17 de novembro. A evacuação deverá durar vários meses. O serviço de alerta precoce do município de Albula, ao qual pertence a aldeia de Brienz, analisou a…
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Histórias da Serra: Lendas e Tradições de Campos do Jordão
Campos do Jordão, um dos destinos mais encantadores da Serra da Mantiqueira, é um lugar onde a natureza se mistura com um rico imaginário cultural. Além de ser famosa por suas paisagens deslumbrantes e clima ameno, a cidade guarda uma série de lendas e tradições que fazem parte do seu legado histórico e cultural. Em suas trilhas, aldeias e praças, ecos do passado ainda se fazem presentes, revelando histórias que misturam realidade e fantasia, e que contribuem para o fascínio de quem visita o local.
1. A Lenda do "Morro do Elefante"
Uma das histórias mais conhecidas de Campos do Jordão envolve o famoso "Morro do Elefante". Segundo a lenda, o morro teria recebido esse nome por sua forma que lembra um elefante deitado. Diz-se que, antigamente, um caçador chegou à região e, ao avistar a montanha, viu um grande elefante dormindo. O elefante, em sua caminhada, teria se perdido na serra, mas seu espírito permanece até hoje, guardando a tranquilidade do local. A história é uma forma de conexão com o meio ambiente e com a majestade da natureza local, onde a fauna e a flora se misturam aos contos da região.
2. O Mistério da "Pedra do Baú"
A "Pedra do Baú" é um dos cartões-postais de Campos do Jordão, e sua história está cercada de mistério. Segundo a lenda local, a pedra é um lugar mágico, onde os espíritos dos antigos habitantes indígenas da região se encontram. Alguns dizem que a pedra possui poderes sobrenaturais e que, ao passar por lá, é possível ouvir sons misteriosos, como cantos e sons da floresta. Acredita-se também que ela era um ponto de encontro para rituais de cura e sabedoria. Hoje, a pedra é um destino de ecoturismo, mas sua mística continua a atrair aqueles que buscam mais do que um simples passeio.
3. A Lenda do "Cavalo de Troia"
Outra lenda que remonta os tempos coloniais de Campos do Jordão é a história do "Cavalo de Troia". Conta-se que, durante a construção de algumas estradas na região, um dos antigos engenheiros da cidade, um homem misterioso, teria sido encontrado morto em sua cela, com seu cavalo ainda atado à porta. Alguns afirmam que o cavalo era, na verdade, um espírito que havia sido trazido por esse engenheiro para proteger as pessoas durante a obra. Hoje, ainda existem relatos de quem viu o cavalo, sempre nas imediações das estradas mais antigas da cidade, em noites de neblina.
4. O Encanto das Festas Tradicionais
As festas de Campos do Jordão, que celebram desde as tradições gastronômicas até as comemorações religiosas, têm um forte componente cultural e são imersas em lendas e crenças locais. O Festival de Inverno, por exemplo, não é apenas uma celebração da música e da arte, mas também um espaço para que as lendas e tradições da serra ganhem vida. Durante esse evento, é comum ouvir histórias sobre as origens da cidade, contadas por moradores antigos e descendentes de imigrantes, que partilham suas experiências com as novas gerações.
Outra festa importante é a Festa Junina, que celebra as tradições da cultura caipira e tem uma forte relação com o cultivo agrícola da região. Durante esse evento, as danças típicas, como a quadrilha, e os pratos tradicionais, como o milho verde e a canjica, são celebrados junto a histórias e superstições que passaram de geração em geração.
5. A Tradição dos Artesãos e a Arte do Sapo
Campos do Jordão também tem suas próprias tradições artísticas, muito ligadas à cultura local e à preservação das artes manuais. Os sapos de barro, conhecidos em toda a cidade, são uma tradição que remonta aos primeiros habitantes, que, ao longo dos anos, foram moldando essas figuras como uma forma de expressar a rica biodiversidade da região. Alguns dizem que, ao fazer essas pequenas esculturas de sapos, os artesãos estão "preservando a memória da serra" e mantendo viva uma conexão com a fauna local, que inclui diversas espécies de sapos e anfíbios.
6. As Lendas Indígenas: Espíritos da Floresta
A história de Campos do Jordão também está intimamente ligada à cultura indígena. Antes da colonização, a região era habitada por várias tribos, como os Guaranis e os Tupis, cujas lendas e tradições ainda permeiam as florestas e montanhas da região. Algumas histórias falam de espíritos guardiões das florestas, como o Curupira, um ser de cabelos vermelhos e pés virados para trás, que protege a natureza e pune aqueles que destruem a floresta. Essas lendas estão presentes em cada trilha e árvore, lembrando os visitantes de que a Serra da Mantiqueira é um lugar onde o sobrenatural e a natureza se encontram.
7. O Mistério do Som das Águas
Campos do Jordão também possui suas próprias lendas ligadas à água, e uma delas fala sobre o "Som das Águas". Reza a lenda que, em certos pontos da cidade, como o Parque Estadual de Campos do Jordão, se ouvem sons misteriosos, parecendo com o canto de sirenes, que se originam das cachoeiras locais. Muitos moradores acreditam que o som seja um encantamento das águas, um convite àqueles que desejam mergulhar nos mistérios da natureza da serra. Há quem diga que esse som só pode ser ouvido em momentos especiais, como durante as primeiras chuvas do ano.
Onde se Hospedar e Conhecer Essas Lendas
Se você deseja vivenciar essas histórias e tradições de Campos do Jordão, o Hotel Golden Park Campos do Jordão é uma excelente opção. Com uma localização estratégica, oferece fácil acesso aos principais pontos turísticos e trilhas da cidade, além de proporcionar uma experiência imersiva no clima da região. Mais informações: https://www.nacionalinn.com.br/hoteis/hotel-golden-park-campos-do-jordao
Essas lendas e tradições, passadas de geração em geração, contribuem para a magia de Campos do Jordão. Cada rua, cada trilha e cada mirante trazem consigo uma história que se entrelaça com a paisagem e a cultura local, fazendo da cidade um destino único para quem deseja conhecer um pouco mais sobre as raízes profundas que formaram esse paraíso da Serra da Mantiqueira
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Era uma vez uma jovem mulher chamada Helena, conhecida por poucos, mas admirada por todos que cruzavam o seu caminho. Ela era uma força da natureza, sempre em movimento, tal como o vento que soprava pelas vastas planícies por onde costumava cavalgar. Desde pequena, Helena tinha uma sede insaciável por liberdade e aventura. Os limites das cidades apertavam-lhe o espírito, e era nas vastidões abertas, longe da civilização, que ela realmente se sentia viva.
Aqueles que a conheciam chamavam-na de "Prateada", não apenas por causa da sua brilhante armadura de couro cinza que usava com orgulho, mas também pela forma como a sua presença sempre reluzia onde quer que fosse. Ela era como uma prata que cintilava ao sol — rara e única, difícil de capturar ou definir.
Helena não seguia ninguém. Tal como a própria natureza, era indomável. Era uma solitária, como uma "lone ranger", cavalgando por entre paisagens abertas, livres, onde o céu parecia não ter fim e as montanhas, ao longe, ofereciam apenas uma promessa distante de abrigo. Embora sozinha, ela nunca se sentia solitária. O seu cavalo, Trovoada, era o seu companheiro mais fiel, sempre ao seu lado em todas as aventuras. Juntos, enfrentavam os ventos, as tempestades e o desconhecido.
Ela não procurava glória ou reconhecimento, mas sempre que surgia uma injustiça, Helena estava lá, pronta para defender os oprimidos. Os seus feitos heróicos ecoavam pelas aldeias que ela deixava para trás, como rastros de prata no horizonte. Diziam que o seu espírito era indomável, que ninguém poderia capturá-la ou prendê-la. Ela era livre, uma alma feita para as planícies, para o vento e para o som das cascos sobre a terra batida.
Helena sabia que o seu destino não era ser compreendida, mas sim ser lembrada como uma lenda. Uma linha prateada, sempre em movimento, uma mulher que cavalgava sozinha por espaços abertos, entre o silêncio do deserto e o rugido da tempestade. Ela era a encarnação da liberdade, o símbolo da coragem, a solitária que sempre seguiu o seu próprio caminho, sem olhar para trás.
E assim, Helena, a "Prateada", continuava a sua jornada, sem fim, sem destino, mas sempre fiel a si mesma.
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Em Algum Lugar do Passado
Este foi o título de um filme a que assisti outro dia e gostei muito, porém, estou utilizando-o para narrar um sonho que tive, bem antes de ver o filme.
Quero escrever para não esquecê-lo, tão bonito foi.
Eu, como me é tão comum e frequente, voava. Ainda estava escuro, mas o dia não demoraria a surgir. A velocidade que atingia era grande, sobre montanhas e um imenso rio, que eu apenas identificava pelo barulho e pequenos reflexos da água, na noite. Acabará de atingir a última montanha daquela cordilheira. Agora, à minha frente e abaixo, via um vale.
Foi a paisagem mais linda que já vi.
Parei de voar, apenas plantava. O dia começava a surgir. Reflexos avermelhados escorriam sobre o vale. O céu - meu deus! - impossível descrever a beleza do céu. As cores aparecendo devagarinho, do lado esquerdo em relação a mim.
A minha direita, sempre abaixo, eu já podia distinguir uma pequena mata formada de pinheiros, altos e compactos. Estava deslumbrada com tamanha beleza.
Fazia frio. Era um lugar frio, mas não parecia s e no Brasil. Então uma voz vinda de não sei onde, que era de quem me acompanhava àquela incrível excursão, disse-me:
-Aqui você viveu numa outra existência. Você quer ver onde?
É claro que eu queria.
Entao, fui voando baixinho e passei pela pela aldeia. Era um lugar muito pobre, de camponeses. Um casinha no pasto, praticamente sozinha, longe das outras, chamou-me a atenção. Fora minha casa não passava de uma choupana. Estava fechada e aparentemente abandonada. Outras casinhas toscas, muitas pintadas de amarelo, formavam a ruela de chão, nem mesmo calcçamento tinha.
Eu senti um aperto inexplicável no coração.
Ai fui sendo levada para um lugar onde havia uma grande e sólida construção. Seria um convento ou um hospital, não sei bem.
Entrei no corredor,claro, limpo e frio. No final do mesmo havia um balcão e uma religiosa vestindo roupas claras. A mesma entregava a um pobre homem -um mendigo talvez- uma mochila com algumas roupas. Ela era grande, bastante gorda, clara, as faces rosadas, simpática. Parecia bastante enérgica mas boa pessoa.
-Esta é você, me disse a voz.
Eu já sabia! A emoção que eu sentia era tão grande que eu chorava.
-Uma freira? Quem diria... Eu fui uma religiosa...
Cheguei perto o mais que pude, depois fui levada para fora.
Continuamos a passar pela aldeia. Em frente a um daqueles barracos vi um rapaz que me chamou a atenção. Não tinha ainda vinte anos pele moremo-clara cabelos cacheados, ligeiramente grandes. Apesar do frio, estava sem camisa, vestia apenas uma calça arregassada nas pernas. Bebia alguma coisa. Parecia infeliz revoltado.
-É seu irmão, me disse a voz.
Quis ficar ali um pouco com ele, mas não pude. Fui sendo levada para o alto novamente.
-É hora de ir embora.
Eu não queria voltar, mas não havia jeito. A matéria puxava meu espírito novamente ao meu corpo e foi assim que acordei. As lágrimas escorriam pela minha face. Eu estava deslumbrada com a beleza do sonho e a intensidade das emoções que sentirá, e, no fundo do peito eu sentia uma grande saudade de não sei bem o que é de um lugar que não sei onde, mas ele está lá, em algum lugar do passado...
Margarida Maria
(Está é uma cópia fiel de um sonho que tive. Escrevi-o na época para não me esquecer de nada.)
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Vamos preencher as lacunas do personagem Ahroun da tribo Wendigo!
### 1. **Nome e Aparência:**
- **Nome:** **Tawa "Punho-do-Inverno" Atsadi** (Tawa significa "Sol" em algumas línguas nativas, mas ironicamente ele ganhou o apelido "Punho-do-Inverno" devido à sua força fria e implacável, como o rigor do inverno. Atsadi é um nome tradicional indígena).
- **Aparência:** Tawa é um imponente guerreiro com uma constituição muscular, resultado de uma vida inteira de batalha e treinamento nas condições severas do norte. Sua pele é coberta por marcas de guerra, com traços tribais em seu rosto. Seus olhos azuis brilham como gelo, refletindo sua determinação inabalável. Seu cabelo é longo e negro, preso em tranças que estão adornadas com penas de águia e pequenos ossos, símbolos de seu respeito pelos ancestrais. Em batalhas, veste-se com peles grossas e colares de osso.
### 2. **História Pessoal:**
- **Origem:** Nascido nas montanhas geladas do norte, Tawa cresceu em uma comunidade indígena profundamente conectada à natureza e aos espíritos. Seu pai, um antigo Ahroun Wendigo, lhe ensinou desde cedo que o mundo é um lugar implacável e que apenas aqueles que protegem seus lares com força sobrevivem. Sua Primeira Mudança ocorreu durante uma tempestade de neve, quando um espírito corrompido da Wyrm atacou sua aldeia. Ele se transformou, guiado pela fúria ancestral dos Wendigo, e expulsou a ameaça, sendo aceito como um guerreiro.
- **Eventos Marcantes:** Durante sua juventude, Tawa perdeu sua irmã mais nova para uma infestação da Wyrm que contaminou a floresta. Desde então, jurou caçar todos os inimigos da Mãe Terra, lutando com um fervor incontrolável. Esse evento alimenta sua fúria e sua busca por justiça para seu povo.
### 3. **Personalidade:**
- **Determinado e Reservado:** Tawa não fala muito, mas quando o faz, suas palavras são carregadas de propósito. Ele é sério, com um olhar que carrega o peso da história dos Wendigo. Nas Assembleias, prefere observar em silêncio, esperando o momento certo para agir. Em batalha, porém, é uma força imparável, guiado por uma fúria controlada. Ele acredita que a justiça deve ser implacável, como o inverno.
- **Paixões:** Seu maior desejo é proteger as terras sagradas de seu povo e impedir que os corruptores da Wyrm destruam o que resta da pureza da natureza. Ele também tem um profundo respeito pelos espíritos ancestrais dos Wendigo, sempre buscando suas bênçãos e ouvindo seus conselhos. Sua conexão com o frio e a natureza o leva a realizar longos rituais de purificação em locais gelados e isolados.
### 4. **Habilidades e Dons:**
- **Dons:**
- **Garras do Gelo:** Tawa pode transformar suas garras em gelo afiado como lâminas, que cortam profundamente seus inimigos e congelam suas feridas.
- **Chamar a Tempestade:** Ele invoca a força de uma tempestade de neve ao seu redor, dificultando a visão e a mobilidade de seus inimigos, enquanto ele e sua matilha permanecem ilesos.
- **Rugido da Fúria Ancestral:** Um rugido poderoso que invoca a presença dos espíritos dos antigos guerreiros Wendigo, aumentando sua força e aterrorizando seus oponentes.
- **Talentos:**
- **Sobrevivência:** Tawa é um mestre em sobreviver em ambientes hostis, especialmente nas montanhas geladas, sabendo caçar, se proteger e rastrear inimigos.
- **Combate Corpo a Corpo:** Ele luta com ferocidade inigualável, utilizando tanto as garras quanto armas tradicionais como tomahawks e lanças.
- **Intimidação:** Sua presença impõe respeito e medo, com seu olhar frio e sua postura ameaçadora em combate.
- **Ritualista Espiritual:** Embora não seja um Theurge, ele conhece bem os rituais de sua tribo e tem uma forte conexão com os espíritos, sendo capaz de liderar rituais de proteção e purificação.
### **Conceito Final:**
Tawa "Punho-do-Inverno" Atsadi é o protetor frio e implacável das terras sagradas dos Wendigo. Guiado por uma fúria ancestral e o desejo de justiça para sua tribo, ele luta como um guerreiro solitário contra a Wyrm e aqueles que ameaçam a pureza da natureza. Sua conexão com o frio e o inverno o torna uma força brutal em combate, mas ele é também um respeitador silencioso dos espíritos ancestrais, sempre buscando equilíbrio entre sua fúria e a sabedoria do mundo espiritual.
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💥🌿💥A PREGAÇÃO DE JOÃO BATISTA E O BATISMO DE JESUS, A MANIFESTAÇÃO DIVINA.✨🔥🌟
[…]
3 de fevereiro de 1944, à noite.
Vejo uma região plana e nua, sem aldeias ou vegetação. Não há campos cultivados, mas algumas plantas estranhas estão crescendo aqui e ali em grupos, como famílias de vegetais, onde o solo profundo é menos ressecado. Imagine que o árido. O terreno baldio fica à minha direita, com as costas voltadas para o norte, e a área agreste se estende para o sul.
Em vez disso, vejo à minha esquerda um rio com margens muito baixas, fluindo lentamente de norte a sul. O fluxo muito lento da água leva-me a crer que não existem quedas no nível do leito do rio e que corre em tal plano país a ponto de formar uma depressão. O movimento da água é suficiente para evitar a formação de pântanos. O rio é tão raso que dá para ver o fundo: eu diria que a água tem um metro de profundidade, ou um metro e meio , no máximo. É tão largo quanto o rio Arno na área de S. Miniato-Empoli: Cerca de vinte metros. No entanto, não sou boa em estimar. No entanto, sua cor é azul com um tom verde claro perto das margens, onde no solo úmido há uma faixa de densa vegetação verde, muito agradável de se ver: A visão da desolação pedregosa e arenosa do solo que se encontra à sua frente é, ao contrário, muito monótona.
A voz interna, que eu disse que ouço e me diz o que devo observar e saber, agora está me avisando que estou olhando para o vale do Jordão. Eu o chamo de vale, porque esse é o nome usado para indicar o lugar onde corre um rio, mas aqui é incorreto chamá-lo assim, porque um vale pressupõe a presença de montanhas, mas não vejo nenhuma montanha nas redondezas. Em todo caso, estou perto do Jordão, e do deserto à minha direita está o deserto de Judá.
Se é correto chamar de deserto um lugar onde não há casas ou obras do homem, não o é segundo a nossa ideia de deserto. Não há nenhuma das areias ondulantes do deserto, como o entendemos, mas apenas um chão coberto de pedras e entulho, como terrenos aluviais depois de uma inundação. Existem colinas ao longe.
E ainda, perto do Jordão há uma grande paz, algo especial e incomum, como muitas vezes se sente nas margens do lago Trasimeno. É um lugar que parece estar cheio de memórias de voos de anjos e vozes celestiais. Não posso descrever exatamente o que sinto, mas sinto que estou em um lugar que se comunica com minha alma.
Enquanto estou observando essas coisas, noto que a margem direita do Jordão (de acordo com minha posição) está ficando lotada de pessoas. Há muitos homens vestidos em diferentes modas. Alguns parecem pessoas comuns, alguns ricos, e há alguns que parecem fariseus, porque suas túnicas são adornadas com franjas e tranças.
No meio deles, de pé sobre uma rocha, está um homem que reconheço imediatamente como o Batista, embora seja a primeira vez que o vejo. Ele está falando para a multidão, e posso assegurar-vos que o seu sermão Não é doce. Jesus chamou Tiago e João de "os filhos do trovão". Bem, então, como devemos chamar este orador impetuoso? João Batista merece os nomes de raio, avalanche, terremoto, tão impetuoso e severo que ele é fala e gestos.
Ele está anunciando o Messias e exortando o povo a preparar seus corações para Sua vinda, erradicando todas as obstruções e retificando seus pensamentos. Mas é um discurso violento e áspero. O precursor não possui a mão leve que Jesus usou para curar as feridas dos corações Ele é um médico que expõe o ferimento, examina-o e o corta sem piedade.
Enquanto ouço - não estou repetindo as palavras, porque são relatadas pelos evangelistas, mas aqui são ampliadas na impetuosidade - vejo meu Jesus avançando por um caminho, que fica na orla da faixa gramada e sombreada ao longo do Jordão. Esta estrada rústica (é mais um caminho do que uma estrada) parece ter sido aberta pelas caravanas e pelas gentes que ao longo dos anos e séculos passaram por ela até chegar a um ponto onde é fácil caminhar, porque a água é muito raso. O caminho continua do outro lado do rio e desaparece de vista na faixa verde da outra margem.
Jesus está só. Ele caminha devagar, avançando atrás do Batista. Aproxima-se silenciosamente e escuta a voz estrondosa do Penitente do deserto, como se Ele também fosse um dos muitos que vieram a João para serem batizados e purificados Pela vinda do Messias. Não há nada que o diferencie dos outros. Suas roupas são de gente comum, mas tem a aparência e a beleza de um cavalheiro. Não há sinal divino que o distinga da multidão.
MAS PARECE QUE JOÃO PERCEBE UMA ESPIRITUALIDADE ESPECIAL EMANANDO DELE. Ele se vira, e imediatamente identifica a fonte da emanação. Ele desce impulsivamente do púlpito rochoso e se move rapidamente em direção a Jesus, que parou a alguns metros de distância do multidão e está encostado no tronco de uma árvore.
Jesus e João se entreolham por um momento: Jesus, com Seus olhos azuis muito doces; João com seus olhos negros muito fortes e brilhantes. Visto de perto, um é a antítese do outro. Ambos são altos - sua única semelhança - De resto, eles diferem imensamente. Jesus é louro. Seus cabelos são longos e bem arranjados, Seu rosto é branco marfim, Seus olhos são azuis, Sua vestimenta é simples, mas majestosa. João é cabeludo: seus cabelos lisos e negros caem desigualmente sobre os ombros, sua barba escura esparsa cobre o rosto quase completamente, mas suas bochechas, encovadas pelo jejum, ainda são perceptíveis, seus olhos febris são negros, sua pele é escura, bronzeada pelo sol e castigada pelo tempo, seu corpo está coberto com cabelos, ele está seminu em sua vestimenta de pêlo de camelo, que é amarrada à cintura por um cinto de couro e cobre seu tronco, descendo até seus flancos magros,
enquanto seu lado direito está descoberto e descoberto, completamente castigado pelo tempo, parecem um selvagem e um anjo vistos juntos.
João, após examiná-lo com seus olhos penetrantes, exclama: «Aqui está o Cordeiro de Deus. Como é que meu Senhor vem?
mim? "
Jesus responde serenamente: «Para cumprir o rito penitencial».
«Nunca, meu Senhor. Devo vir a ti para ser santificado, e tu vens a mim?»
E Jesus, colocando a mão sobre a cabeça de João, que se curvava diante dele, responde: «Faça-se como eu desejo, para que se cumpra toda a justiça e o teu rito se torne o início de um mistério mais elevado e os homens podem ser informados de que a Vítima está no mundo.»
João olha para Ele com os olhos adocicados pelas lágrimas e precede Jesus até a margem do rio. Jesus tira o manto e a túnica e fica com a tanga. Em seguida, desce à água, onde está João, que batiza Ele, derramando na cabeça um pouco da água tirada do rio por meio de um copo amarrado ao cinto, parece uma casca ou meia abóbora seca e vazia.
Jesus é realmente o Cordeiro, um Cordeiro na brancura da sua carne, na modéstia dos seus gestos, na mansidão da sua aparência.
Enquanto Jesus sobe na margem e depois de se vestir se concentra em orar, João o aponta para a multidão e testemunha que o reconheceu pelo sinal que o Espírito de Deus o havia mostrado como um meio infalível para identificar o Redentor.
Mas estou extasiado em ver Jesus orar, e só posso ver Sua figura brilhante contra o verde da margem do rio.
O Evangelho Segundo Me Foi Revelado - Maria Valtorta.
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Jornada para o Oeste 63
CAPÍTULO 12: PURIFICANDO A ALMA, SOMENTE VARREDORES DE TORRES; SUBJUGANDO DEMÔNIOS E RETORNANDO AO MESTRE, É A PRÁTICA DO CULTIVO
No caminho espiritual, a prática nunca deve ser esquecida;
Em cada momento, é preciso alcançar a plenitude.
Cinco anos, dez mil, oitocentos e setenta e duas voltas.
Não deixe que a água espiritual seque,
Nem permita que o fogo de preocupação se intensifique.
Quando a água e o fogo se harmonizam, não há dano;
Os cinco elementos se conectam como um gancho.
A união do yin e yang eleva-se aos céus,
Montando uma grua para alcançar o paraíso,
Cavalgando sobre um dragão para chegar à ilha imortal.
Esta poesia, intitulada "Linjiang Xian", descreve a jornada do monge Tang Sanzang e seus três discípulos. Eles atravessaram as chamas da Montanha Flamejante e recuperaram a calma interior. Com o leque de puro yin em mãos, extinguiram o fogo furioso e continuaram sua jornada para o oeste, agora relaxados e tranquilos. Em poucos dias, cobriram a distância de oitocentos li. Caminhavam em paz, em direção ao oeste, durante o final do outono e o início do inverno, observando a paisagem:
Flores de crisântemo murcham e caem, enquanto novos botões de ameixa começam a florescer.
As aldeias colhem grãos, e em toda parte o aroma da comida é sentido.
As folhas caem das florestas distantes, revelando as montanhas,
Os riachos congelados e os vales sombrios estão mais claros.
O ar está denso e calmo, as criaturas em hibernação.
O yin e o yang estão em equilíbrio, o imperador da lua governa.
A água está em sua máxima força, enquanto o sol brilha suavemente.
O ar da terra desce, enquanto o ar do céu sobe.
O arco-íris desaparece sem deixar vestígios, os lagos começam a congelar.
As vinhas penduradas nos penhascos perdem suas flores,
O pinheiro e o bambu, tingidos pelo frio, parecem ainda mais verdes.
Os quatro viajantes seguiram por um longo tempo até que se aproximaram de uma cidade. Tang Sanzang puxou as rédeas do cavalo e disse aos seus discípulos: "Wukong, veja aquelas torres imponentes à frente. Que lugar é aquele?" Sun Wukong levantou os olhos e observou uma grande cidade. Verdadeiramente, era uma cidade magnífica:
Formada como um dragão, fortificada como uma tigre, cercada por muralhas douradas.
Dezenas de portões adornados com cúpulas luxuosas,
Torres e pavilhões se elevando nas nuvens, envoltos em névoa.
Ponte de jade e pedras preciosas, com feras esculpidas,
Palácios dourados onde sábios se reúnem.
Uma verdadeira capital divina, um paraíso celestial.
Protegida por milênios, a obra de um império eterno.
Bárbaros e estrangeiros se curvam ao poder do imperador,
Os mares e montanhas se reúnem para homenagear o santo.
As escadas imperiais estão limpas, as ruas reais são pacíficas.
As tavernas estão cheias de músicas e risos,
Nas torres de flores, o clima é de alegria.
Fora do palácio de Wei Yang, árvores eternas florescem,
E as fênixes cantam ao nascer do sol.
Sun Wukong comentou: "Mestre, aquela cidade é a morada de um rei." Zhu Bajie riu: "Toda cidade grande tem um governo ou sede administrativa. Como você pode saber que é a morada de um rei?" Sun Wukong respondeu: "Você não entende, a morada de um rei é diferente dos outros lugares. Veja quantos portões há em todas as direções, e a cidade se estende por muitos li, com torres elevadas e coberta por nuvens. Se não fosse a capital de um reino, como poderia ser tão magnífica?" Sha Wujing perguntou: "Irmão, embora você reconheça que é a morada de um rei, sabe o nome desta cidade?" Sun Wukong respondeu: "Como não há placa ou identificação, como podemos saber? Teremos que entrar na cidade e perguntar."
O Mestre Tang conduziu o cavalo até a entrada da cidade. Eles atravessaram uma ponte e, ao entrarem, viram que a cidade estava cheia de vida, com seis ruas principais e três mercados, onde os comerciantes faziam negócios prósperos. A cidade era vibrante, com pessoas vestidas em trajes elegantes e exibindo uma aparência nobre. Enquanto caminhavam, de repente, viram um grupo de monges, cada um carregando algemas e grilhões, mendigando de porta em porta. Seus trajes estavam em farrapos, em uma condição deplorável. Tang Sanzang suspirou e disse: "Quando um coelho morre, a raposa lamenta; é natural sentir compaixão por aqueles que são semelhantes a nós." Então, ele ordenou: "Wukong, vá até eles e pergunte por que estão sofrendo assim."
Sun Wukong obedeceu e chamou: "Ei, monges! De qual templo vocês são? Por que estão acorrentados dessa maneira?" Os monges se ajoelharam e responderam: "Senhor, somos monges injustamente acusados do Templo da Luz Dourada." Sun Wukong perguntou: "Onde fica o Templo da Luz Dourada?" Os monges responderam: "Vire naquela esquina e você o encontrará." Sun Wukong os conduziu até Tang Sanzang e perguntou: "Qual é a causa de sua injustiça? Conte-nos tudo." Os monges responderam: "Senhor, não sabemos de onde vocês vêm, mas seus rostos nos parecem familiares. Não ousamos falar aqui em público. Por favor, venham até uma colina deserta, onde poderemos explicar nosso sofrimento."
Tang Sanzang concordou: "Vamos até o templo deles e investiguemos a situação com mais detalhes."
Quando chegaram ao portão do templo, viram uma inscrição com sete caracteres dourados que dizia: "Templo da Luz Dourada, construído por decreto imperial para proteger o reino." Os discípulos e o mestre entraram e começaram a observar o local:
Os antigos santuários estavam frios, com lâmpadas apagadas,
Os corredores vazios varridos pelo vento.
Uma torre que se erguia até as nuvens,
Alguns pinheiros aqui e ali, cultivando a serenidade.
Flores murchas caíam sem visitantes,
Teias de aranha se espalhavam sob os beirais.
O tambor estava mudo, o sino pendurado em vão,
As pinturas nas paredes cobertas de poeira e sem cor.
O púlpito estava vazio, sem monges para ensinar,
Os salões de meditação estavam silenciosos, habitados apenas por pássaros.
Tão desolador e digno de lamento,
Tão solitário, que a tristeza parecia sem fim.
Embora houvesse incensários diante das estátuas de Buda,
As cinzas estavam frias e as flores murchas, com tudo em ruínas.
Tang Sanzang, com o coração pesado, não conseguiu conter as lágrimas ao ver a condição do templo. Os monges, ainda acorrentados, abriram o salão principal e pediram ao mestre que entrasse para orar. Tang Sanzang entrou no salão, ofereceu incenso e recitou suas orações, batendo os dentes três vezes. Depois, ele foi para os fundos do templo, onde viu que mais seis ou sete jovens monges estavam acorrentados às colunas do pátio, o que o deixou ainda mais comovido.
Ao chegarem à sala do abade, os monges se ajoelharam e perguntaram: "Senhores, cada um de vocês parece diferente dos outros. Seriam vocês os veneráveis monges que vieram do Grande Tang, no Oriente?" Sun Wukong riu e perguntou: "Como vocês, monges, podem prever o futuro? Sim, somos nós. Como vocês nos reconheceram?" Os monges responderam: "Senhor, não temos o poder de prever o futuro. Mas, em nossa miséria e sofrimento, não temos como expressar nossa dor. Clamamos aos céus e à terra todos os dias, e parece que nossas súplicas finalmente chegaram aos ouvidos dos deuses. Na noite passada, todos nós tivemos o mesmo sonho: um monge sagrado do Grande Tang viria nos salvar e nos livrar deste sofrimento. Hoje, ao verem a aparência incomum de vocês, soubemos que eram os enviados do céu para nos resgatar."
Tang Sanzang, ao ouvir isso, ficou muito contente e perguntou: "Que lugar é este? Qual é a causa de sua injustiça?" Os monges, ajoelhando-se, responderam: "Senhor, esta cidade é chamada de Jisai, uma importante nação do ocidente. No passado, recebíamos tributos das quatro direções: ao sul, do reino de Yuetuo; ao norte, do reino de Gaochang; ao leste, do reino de Xiliang; e ao oeste, do reino de Benbo. Anualmente, eles enviavam tributos de jade, pérolas, concubinas e cavalos valiosos. Nossa nação não precisou empregar armas nem travar guerras, e ainda assim, todos se curvavam diante de nosso poder."
Tang Sanzang comentou: "Se eles se curvavam diante de sua nação, deve ser porque o rei governava com sabedoria, e seus ministros eram virtuosos." Os monges responderam: "Senhor, nem os ministros eram virtuosos, nem o rei era sábio. Nossa nação não foi abençoada com bons governantes. Este Templo da Luz Dourada sempre foi envolto em nuvens auspiciosas e emanava uma luz radiante: à noite, emitia um brilho que era visto a milhares de li; durante o dia, exalava uma energia luminosa que era admirada por todas as nações. Por isso, nossa cidade era considerada uma capital divina, e as nações vizinhas nos enviavam tributos."
Eles continuaram: "No entanto, três anos atrás, na primeira noite do mês de Mengqiu, durante a meia-noite, uma chuva de sangue caiu sobre a cidade. Quando o dia amanheceu, o medo e a tristeza tomaram conta de todos. Os ministros informaram o rei, mas ninguém sabia o motivo da ira celestial. O rei então convocou taoístas para realizar rituais e monges para recitar sutras, na esperança de aplacar os céus e a terra. Mas, surpreendentemente, a chuva de sangue manchou a torre dourada do templo, e desde então, as nações estrangeiras pararam de enviar tributos. Nosso rei, furioso, desejava declarar guerra, mas os ministros o aconselharam que os monges do templo haviam roubado os tesouros da torre, e por isso as nuvens auspiciosas desapareceram e os tributos cessaram. O rei, ignorante, acreditou nos ministros corruptos e ordenou que nós, monges, fôssemos capturados e torturados para confessar o roubo. Havia três gerações de monges no templo: as duas primeiras não suportaram a tortura e morreram; agora, nossa geração também foi capturada, e estamos sendo acusados e punidos injustamente. Senhor, como poderíamos ser tão desonestos a ponto de roubar os tesouros da torre? Imploramos que o senhor, com sua grande compaixão e poder, nos salve desta injustiça."
Tang Sanzang, ouvindo isso, balançou a cabeça e suspirou: "Este é um caso complexo e difícil de esclarecer. Por um lado, o governo está em desordem; por outro, vocês sofrem uma calamidade. Se a chuva de sangue caiu e manchou a torre, por que vocês não relataram isso ao rei na época, para evitar esse sofrimento?" Os monges responderam: "Senhor, somos apenas mortais, como poderíamos entender os desígnios celestiais? Além disso, as gerações anteriores não conseguiram esclarecer a situação, como poderíamos lidar com isso agora?"
Tang Sanzang então perguntou a Sun Wukong: "Wukong, que horas são agora?" Sun Wukong respondeu: "Estamos por volta do final da tarde." Tang Sanzang disse: "Quero me encontrar com o rei para trocar os documentos de viagem, mas esta questão dos monges injustiçados precisa ser resolvida antes. Quando saí de Chang'an, fiz um voto no Templo do Portal da Lei: ao viajar para o oeste, onde quer que encontrasse um templo, acenderia incenso e faria orações, e onde quer que encontrasse uma torre, a varreria. Hoje, cheguei aqui e encontrei monges sofrendo injustamente por causa da torre. Wukong, prepare uma nova vassoura para mim. Após o banho, subirei à torre para varrê-la, examinar a mancha e a causa do desaparecimento da luz sagrada. Somente depois disso poderei encontrar o rei e ajudá-los a resolver esse problema."
Ao ouvirem isso, os monges acorrentados correram para a cozinha, pegaram uma faca de cozinha e entregaram a Zhu Bajie, dizendo: "Senhor, use esta faca para abrir as correntes que prendem os pequenos monges à coluna, para que possam preparar uma refeição e um banho para o senhor." Zhu Bajie riu e disse: "Abrir correntes é fácil! Não preciso de faca ou machado, basta chamar nosso velho mestre de rosto peludo, que é especialista em abrir fechaduras." Sun Wukong, de fato, aproximou-se e usou um feitiço para abrir as correntes com um simples toque, fazendo com que todas as trancas caíssem. Os pequenos monges correram para a cozinha, limparam os potes e panelas e prepararam chá e uma refeição. Após o jantar, à medida que o céu escurecia, os monges acorrentados trouxeram duas vassouras novas, para a alegria de Tang Sanzang.
Enquanto falavam, um pequeno monge acendeu uma lamparina e convidou o mestre para tomar banho. Sob o céu estrelado e o brilho da lua, o toque dos tambores no alto da torre ecoava. Era uma noite tranquila, e a cena era assim:
Um vento frio soprava por todas as paredes,
Enquanto milhares de luzes brilhavam nas casas.
Nas seis ruas, as portas e janelas estavam fechadas,
Nos três mercados, os portões estavam trancados.
Os pescadores retornavam às suas cabanas,
Os lavradores guardavam seus arados.
Os lenhadores descansavam suas machadinhas,
Enquanto os estudantes recitavam seus livros.
Após o banho, Tang Sanzang vestiu uma túnica de mangas curtas, amarrou o cinto e calçou um par de sapatos macios. Com uma nova vassoura na mão, disse aos monges: "Vocês podem descansar, eu vou varrer a torre agora." Sun Wukong sugeriu: "Como a torre foi manchada pela chuva de sangue, e está sem luz há muito tempo, pode haver criaturas malignas lá dentro. Além disso, está frio e ventoso à noite, e ir sozinho pode ser perigoso. Permita que eu o acompanhe." Tang Sanzang concordou: "Muito bem, muito bem." Os dois, cada um com uma vassoura, foram primeiro ao salão principal, onde acenderam as lâmpadas de cristal e queimaram incenso. Tang Sanzang orou diante do Buda: "Eu, Chen Xuanzang, enviado pelo Grande Tang do Oriente, estou viajando ao Monte Sagrado para encontrar o Buda e buscar as escrituras. Hoje, cheguei ao Templo da Luz Dourada em Jisai, onde os monges me informaram que a torre foi manchada, e o rei, suspeitando de roubo, os acusou injustamente. Não há como esclarecer essa situação. Eu, discípulo devoto, varrerei a torre com sinceridade, e espero que a sabedoria do Buda revele a causa da mancha e da perda de luz, para que possamos livrar esses monges de sua injustiça."
Após a oração, ele e Sun Wukong abriram a porta da torre e começaram a varrê-la de baixo para cima. A torre era verdadeiramente impressionante:
Elevando-se para o céu, imponente e magnífica,
Era chamada de Torre de Cristal de Cinco Cores, com seu pico de relíquias douradas.
Os degraus em espiral pareciam atravessar cavernas,
As portas abertas como se libertassem aves enjauladas.
Os reflexos dos frascos sagrados brilhavam sob a lua,
O som dos sinos dourados ecoava pelo vento do mar.
Sob os beirais abertos, estrelas brilhavam,
No topo, as nuvens pairavam.
Os beirais decorados formavam esculturas habilidosas de fênix,
No topo, dragões esculpidos pareciam emergir das nuvens.
De longe, podia-se ver a mil li de distância,
Subindo, parecia estar nas alturas celestiais.
Lâmpadas de cristal adornavam cada porta, cobertas de poeira e sem luz,
Corrimãos de jade branco alinhavam os beirais, infestados de insetos.
Dentro da torre, diante das estátuas de Buda, o incenso havia se extinguido,
Fora das janelas, as faces dos deuses estavam cobertas de teias de aranha.
O incensário estava cheio de excrementos de ratos,
E as lâmpadas estavam vazias, sem óleo para queimarem.
Devido ao desaparecimento do tesouro no centro,
Os monges sofreram injustamente, suas vidas esvaindo-se em vão.
Tang Sanzang, com determinação, varreu a torre,
E logo o templo recuperou sua antiga glória.
ang Sanzang usou a vassoura para limpar um andar, depois subiu para o próximo. Assim, ele continuou limpando até chegar ao sétimo andar, quando já era por volta da meia-noite. O mestre começou a sentir-se cansado, e Sun Wukong disse: "Se está cansado, sente-se um pouco. Deixe que eu continue a varrer." Tang Sanzang perguntou: "Quantos andares tem essa torre?" Sun Wukong respondeu: "Acredito que tenha treze andares." O mestre, exausto, disse: "Precisamos limpar tudo, para cumprir meu voto." Ele então limpou mais três andares, mas suas pernas e costas doíam, então ele se sentou no décimo andar e disse: "Wukong, você pode limpar os três andares restantes para mim?" Sun Wukong, renovado em espírito, subiu ao décimo primeiro andar e logo ao décimo segundo. Enquanto limpava, ele ouviu vozes vindo do topo da torre. Sun Wukong exclamou: "Que estranho! Já passa da meia-noite, como pode haver alguém no topo da torre? Com certeza deve ser alguma criatura maligna. Deixe-me ver."
O Rei Macaco, leve como uma pluma, carregando a vassoura, ergueu sua roupa e subiu pela porta da frente, flutuando nas nuvens para observar. Ele viu que no coração do décimo terceiro andar estavam sentados dois demônios, com uma bandeja de comida, uma tigela e uma jarra de vinho à sua frente, jogando dados e bebendo alegremente. Sun Wukong usou seu poder divino, jogou a vassoura de lado, sacou seu bastão dourado, bloqueou a porta da torre e gritou: "Então, vocês são os ladrões que roubaram os tesouros da torre!" Os dois demônios, em pânico, se levantaram rapidamente, derrubando a jarra e a tigela. Sun Wukong levantou o bastão e disse: "Se eu os matar agora, não haverá ninguém para confessar os crimes. Vou apenas pressioná-los com o bastão." Os demônios ficaram encurralados contra a parede, sem chance de escapar, implorando: "Piedade, piedade! Não foi nossa culpa, o verdadeiro ladrão dos tesouros está em outro lugar." Sun Wukong usou uma técnica de captura, agarrou um dos demônios e o levou para o décimo andar da torre, onde disse: "Mestre, capturei o ladrão dos tesouros!" Tang Sanzang, que estava cochilando, ao ouvir isso, acordou assustado e feliz, perguntando: "Onde você o encontrou?" Sun Wukong trouxe o demônio à sua frente, forçando-o a se ajoelhar, e disse: "Eles estavam no topo da torre, jogando e bebendo. Foi quando ouvi o barulho, subi e os capturei. Eu os trouxe vivos para que possamos interrogá-los e descobrir onde estão os tesouros roubados."
O demônio, tremendo de medo, implorou por sua vida e confessou: "Nós dois somos enviados do Dragão Rei de Wansheng, do Lago da Onda Azul, para patrulhar a torre. Meu nome é Benbo'erba e o dele é Babao'erben; ele é um monstro peixe e eu sou um demônio peixe negro. Nosso mestre, o Velho Dragão Wansheng, tem uma filha chamada Princesa Wansheng, que é incrivelmente bela. Ela se casou com um poderoso pr��ncipe consorte de nove cabeças. Há dois anos, o Dragão Rei veio aqui, demonstrou seu grande poder, fez chover sangue e manchou a torre, roubando o relicário de Buda que estava dentro. A princesa também foi ao Palácio Celestial, em frente ao Salão Lingxiao, e roubou a Grama Espiritual de Nove Folhas da Rainha Mãe, que está sendo cultivada no fundo do lago, emitindo uma luz dourada e brilhante dia e noite. Recentemente, ouvimos dizer que Sun Wukong está viajando para o oeste em busca das escrituras e que ele possui grandes poderes. Por isso, fomos enviados para patrulhar e vigiar, preparando-nos para quando ele chegasse."
Sun Wukong, ao ouvir isso, riu friamente e disse: "Esses malditos demônios são tão desrespeitosos! Agora entendo por que o Rei Demônio Boi foi convidado para aquela festa; ele está aliado a essa quadrilha de malfeitores que só fazem o mal."
Enquanto Sun Wukong falava, Zhu Bajie e dois ou três pequenos monges subiam a torre, carregando lanternas, e disseram: "Mestre, depois de limpar a torre, por que você não foi dormir? Sobre o que estão conversando?" Sun Wukong respondeu: "Mano, você chegou na hora certa. Os tesouros da torre foram roubados pelo Velho Dragão Wansheng. Esses dois pequenos demônios estavam patrulhando a torre, vigiando-nos. Eu os capturei." Zhu Bajie perguntou: "Como se chamam? Que tipo de demônios são?" Sun Wukong respondeu: "Eles acabaram de confessar. Um se chama Benbo'erba, e o outro, Babao'erben; um é um monstro peixe, e o outro é um demônio peixe negro." Zhu Bajie, sacando sua pá de ferro, disse: "Já que são demônios e já confessaram, por que não matá-los agora?" Sun Wukong respondeu: "Você não entende. Precisamos mantê-los vivos para apresentar ao imperador como prova e para nos ajudar a rastrear os tesouros roubados." O tolo realmente guardou sua pá, agarrou um demônio em cada mão, e os trouxe para baixo da torre. Os demônios imploravam por suas vidas, mas Zhu Bajie disse: "Vamos transformar vocês em sopa de peixe para alimentar os monges injustiçados!"
Os pequenos monges, felizes, segurando as lanternas, guiaram o mestre para fora da torre. Um deles correu à frente para informar os outros monges: "Boa notícia, boa notícia! Finalmente, a justiça será feita! Os demônios que roubaram os tesouros foram capturados pelos mestres!" Sun Wukong ordenou: "Tragam correntes de ferro e prendam esses demônios pelos ossos das clavículas. Vigiem-nos bem. Vamos dormir agora e resolveremos isso amanhã." Os monges guardaram os demônios com rigor, enquanto Tang Sanzang e seus discípulos foram descansar.
Ao amanhecer, Tang Sanzang disse: "Eu e Wukong iremos ao palácio para trocar as cartas de salvo-conduto." O mestre vestiu sua túnica de brocado, colocou o chapéu de pilu e ajustou suas vestes antes de seguir em frente. Sun Wukong também ajustou sua saia de pele de tigre, arrumou a túnica de linho e pegou as cartas de salvo-conduto para acompanhá-lo. Zhu Bajie perguntou: "Por que não levar esses dois demônios?" Sun Wukong respondeu: "Primeiro vamos apresentar nosso caso ao rei, e então ele enviará oficiais para buscá-los." Assim, eles caminharam até o portão do palácio. Lá, ficaram impressionados com a majestade do lugar, com dragões dourados e fênixes vermelhas decorando as construções. Ao chegarem ao Portão Leste, Tang Sanzang fez uma reverência ao oficial da entrada e disse: "Por favor, informe ao rei que um humilde monge, enviado do leste da Terra de Tang para buscar as escrituras no oeste, deseja encontrar-se com Sua Majestade para trocar as cartas de salvo-conduto." O oficial, de fato, informou o rei, que, ao ouvir a mensagem, imediatamente ordenou que fossem trazidos à sua presença.
Tang Sanzang e Sun Wukong foram então levados ao palácio. Os ministros civis e militares, ao verem Sun Wukong, ficaram alarmados, alguns dizendo que ele era um monge com rosto de macaco, outros que ele tinha a boca de um deus do trovão. Todos ficaram apreensivos e evitavam encará-lo por muito tempo. Tang Sanzang, no entanto, fez uma reverência respeitosa ao rei, enquanto Sun Wukong, de pé ao lado, permanecia firme e sem se curvar. Tang Sanzang apresentou-se ao rei, dizendo: "Sou um monge do leste da Terra de Tang, enviado ao Templo do Grande Trovão no oeste, na Índia, para buscar as escrituras sagradas. Passei por este reino e, com as cartas de salvo-conduto em mãos, solicito permissão para continuar minha jornada." O rei, feliz com a notícia, ordenou que o monge Tang fosse conduzido ao trono dourado e lhe ofereceu um assento em um banquinho bordado. Tang Sanzang subiu ao trono, entregou as cartas de salvo-conduto e, após agradecer, sentou-se.
O rei examinou as cartas e, feliz, comentou: "Seu imperador é realmente sábio, escolhendo um monge tão piedoso para enfrentar uma jornada tão longa em busca das escrituras. Mas, em contraste, os monges do meu reino se dedicam apenas a atos malignos, colocando o país em perigo." Tang Sanzang, juntando as mãos em respeito, perguntou: "Por que Sua Majestade diz que eles colocam o país em perigo?" O rei respondeu: "Este reino, sendo um dos principais do oeste, sempre foi honrado com tributos de várias nações, devido à presença da Torre de Ouro no Templo da Luz Dourada. No entanto, três anos atrás, os monges desse templo roubaram o tesouro sagrado da torre, e desde então a luz divina desapareceu. Por conta disso, as nações estrangeiras pararam de enviar tributos, causando grande aflição ao meu coração." Tang Sanzang, sorrindo, respondeu: "Majestade, 'um pequeno erro pode levar a grandes desastres'. Ontem à noite, quando entrei na cidade, vi vários monges acorrentados e perguntei sobre seus crimes. Disseram-me que eram do Templo da Luz Dourada e estavam injustamente presos. Após uma investigação mais profunda no templo, descobri que os monges não são os culpados. Na verdade, capturei os verdadeiros ladrões que roubaram o tesouro sagrado da torre."
O rei, radiante, perguntou: "Onde estão os ladrões?" Tang Sanzang respondeu: "Eles estão atualmente presos no Templo da Luz Dourada, sob a guarda de meu discípulo." O rei imediatamente ordenou que seus oficiais fossem ao templo buscar os ladrões para que ele pudesse julgá-los pessoalmente. Tang Sanzang, no entanto, acrescentou: "Embora os oficiais possam ser eficientes, ainda será necessário que meu discípulo os acompanhe para garantir que a missão seja cumprida." O rei perguntou: "Onde está seu discípulo?" Tang Sanzang apontou e disse: "Está ali, ao lado da escadaria de jade." Ao ver Sun Wukong, o rei ficou surpreso: "Se o monge é tão digno e distinto, como pode seu discípulo ter uma aparência tão assustadora?" Sun Wukong, ouvindo isso, respondeu em voz alta: "Majestade, 'não se pode julgar um livro pela capa, assim como não se pode medir a profundidade do mar com um balde'. Se a aparência fosse o critério principal, como se poderia capturar os ladrões?" O rei, percebendo a sabedoria nas palavras de Sun Wukong, disse alegremente: "O que importa aqui não é a aparência, mas sim a habilidade de recuperar o tesouro roubado."
O rei então ordenou que os oficiais preparassem uma carruagem para Sun Wukong e providenciassem uma escolta para acompanhá-lo ao Templo da Luz Dourada. Sun Wukong, com grande cerimônia, foi carregado na carruagem, acompanhado pelos oficiais e escoltado por soldados, que abriram caminho até o templo. O alvoroço despertou a curiosidade de todos na cidade, e muitos vieram ver o venerável monge e os ladrões capturados.
Zhu Bajie e Sha Wujing, ao ouvir o barulho, pensaram que se tratava dos oficiais enviados pelo rei e correram para recebê-los, apenas para descobrir que era Sun Wukong sentado na carruagem. Zhu Bajie, rindo, disse: "Irmão, finalmente você conquistou seu lugar de direito!" Sun Wukong desceu da carruagem e respondeu: "Do que você está falando?" Zhu Bajie brincou: "Você está sendo carregado em uma carruagem, com um guarda-sol amarelo, como se fosse um rei macaco de verdade! É por isso que digo que você finalmente alcançou seu verdadeiro destino." Sun Wukong, sorrindo, disse: "Não brinque assim." Ele então desceu os dois demônios, prontos para levá-los ao rei. Sha Wujing perguntou: "Irmão, você vai nos deixar aqui?" Sun Wukong respondeu: "Você fica aqui para guardar as bagagens e os cavalos." Os monges acorrentados disseram: "Deixem-nos cuidar disso enquanto vocês recebem as bênçãos do rei." Sun Wukong disse: "Muito bem, depois que informarmos o rei, voltaremos para libertá-los." Zhu Bajie agarrou um dos demônios, enquanto Sha Wujing segurou o outro, e Sun Wukong, mais uma vez, subiu na carruagem. Assim, eles seguiram em direção ao palácio, levando os dois demônios para serem apresentados ao rei.
Em pouco tempo, chegaram às escadas de mármore branco e disseram ao rei: "Os demônios capturados já foram trazidos." O rei desceu do trono e, junto com Tang Sanzang e os oficiais civis e militares, observou os prisioneiros. Um dos monstros tinha grandes mandíbulas negras, dentes afiados e uma aparência feroz; o outro tinha pele escorregadia, uma grande barriga, boca larga e longos bigodes. Embora pudessem andar, eram claramente seres que haviam assumido formas humanas. O rei perguntou: "Quem são vocês, de onde vêm, e que tipo de demônios são? Há quanto tempo invadem meu reino e quando roubaram meus tesouros? Quantos são ao todo e como se chamam? Contem tudo honestamente."
Os dois demônios, ajoelhados, com sangue escorrendo pelo pescoço, sem demonstrar dor, confessaram: "Há três anos, no primeiro dia do sétimo mês, o Rei Dragão das Dez Mil Santidades liderou muitos de seus parentes para se estabelecerem ao sudeste deste reino, a cerca de cem li de distância, em um lugar chamado Lago das Ondas Verdes, na Montanha das Rochas Caóticas. Ele tem uma filha muito bela, que se casou com um príncipe chamado 'Nove Cabeças', que é extremamente poderoso. Sabendo dos tesouros preciosos em sua torre, eles se uniram ao Rei Dragão para roubar os itens sagrados. Primeiro, causaram uma chuva de sangue e, depois, roubaram a relíquia de Buda da torre. Agora, a luz desses tesouros ilumina o palácio submarino deles, tornando a noite clara como o dia. A princesa, usando de sua habilidade, também roubou a Erva da Imortalidade de Nove Folhas da Rainha Mãe Celestial e a mantém em um lago, onde nutre os tesouros roubados. Nós não somos os principais responsáveis; somos apenas servos enviados pelo Rei Dragão para patrulhar a torre. Esta noite fomos capturados, e o que dissemos é a verdade."
O rei perguntou: "Se já confessaram, por que não dizem seus próprios nomes?" Um dos demônios respondeu: "Eu me chamo 'Benbo'erba' e ele se chama 'Babo'erben'. Eu sou um demônio peixe, e ele é um demônio peixe-negro." O rei ordenou que os prisioneiros fossem bem guardados e, em seguida, decretou: "Liberem os monges do Templo da Luz Dourada de suas correntes imediatamente. Preparem um banquete na Sala do Qilin para agradecer ao monge sagrado por capturar os demônios e discutirmos como capturar o líder dos ladrões."
Imediatamente, o templo começou a preparar um banquete com pratos vegetarianos e não vegetarianos. O rei convidou Tang Sanzang e seus discípulos para se sentarem na Sala do Qilin, onde perguntou: "Qual é o título do monge sagrado?" Tang Sanzang, juntando as mãos em respeito, respondeu: "Meu nome secular é Chen, e meu nome religioso é Xuanzang. O imperador do meu país me concedeu o nome de 'Tang', e sou comumente chamado de 'Tripitaka'." O rei então perguntou: "E como se chamam seus discípulos?" Tripitaka respondeu: "Meus discípulos não têm títulos. O primeiro se chama Sun Wukong, o segundo Zhu Wuneng e o terceiro Sha Wujing. Esses nomes foram dados pela Bodhisattva Guanyin do Mar do Sul. Como eles se tornaram meus discípulos, eu os chamo de 'Andarilho' para Wukong, 'Oito Preceitos' para Wuneng, e 'Monge' para Wujing." O rei, satisfeito com as apresentações, colocou Tripitaka na cadeira de honra, Sun Wukong à esquerda, e Zhu Bajie e Sha Wujing à direita. Todos os pratos servidos eram vegetarianos, com o rei sentado em frente a eles com um banquete de pratos não vegetarianos, seguido por centenas de oficiais civis e militares.
Após agradecerem ao rei, todos se sentaram. Durante o banquete, enquanto a música tocava, Zhu Bajie comeu vorazmente, devorando todos os pratos vegetarianos à sua frente, e, quando trouxeram mais comida, ele continuou a comer sem deixar nada para trás. Mesmo quando serviram vinho, ele não recusou uma única taça. A celebração durou até o meio da tarde, quando finalmente terminou.
Tang Sanzang agradeceu ao rei pelo banquete, mas o rei insistiu para que ficassem: "Este banquete é apenas uma pequena demonstração de gratidão por capturar os demônios. Preparem outro banquete na Sala do Palácio de Jianzhang, onde planejaremos como capturar o líder dos ladrões e recuperar o tesouro sagrado para a torre." Tripitaka respondeu: "Se o objetivo é capturar o ladrão e recuperar o tesouro, não precisamos de outro banquete. Podemos partir agora para capturar o demônio." Mas o rei insistiu, e todos foram levados para a Sala do Palácio de Jianzhang, onde outro banquete foi servido. Durante o banquete, o rei levantou a taça e perguntou: "Quem entre os monges sagrados liderará a missão para capturar o demônio?" Tripitaka respondeu: "Meu discípulo mais velho, Sun Wukong, irá." Sun Wukong aceitou a missão com uma reverência.
O rei perguntou: "Sun Chanshi, quantos homens e cavalos você precisa? Quando pretende sair da cidade?" Zhu Bajie, incapaz de conter-se, exclamou: "Para que precisamos de homens e cavalos? E por que devemos nos preocupar com o tempo? Vamos agora, com a barriga cheia e o espírito animado, e resolveremos isso num instante!" Tripitaka, contente, disse: "Bajie está mostrando diligência desta vez." Wukong disse: "Se é assim, Sha Wujing ficará para proteger o mestre, e nós dois iremos." O rei perguntou: "Vocês precisam de armas?" Bajie riu e respondeu: "As armas do seu reino não nos servem; nós trazemos as nossas próprias." O rei, ouvindo isso, pegou uma grande taça de vinho e brindou os dois monges antes de partirem. Sun Wukong disse: "Não precisamos de mais vinho. Apenas enviem os dois demônios conosco, para que possamos usá-los como guias." O rei então ordenou que os demônios fossem trazidos, e Wukong e Bajie, segurando-os, partiram com um feitiço de transporte em direção ao sudeste.
E assim eles partiram, com o rei e seus ministros finalmente compreendendo a verdadeira natureza dos monges sagrados. O que aconteceu a seguir na captura do demônio será revelado no próximo capítulo.
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A Aparição de Nossa Senhora de La Salette: História e Mensagens
Aparição em La Salette A aparição de Nossa Senhora em La Salette ocorreu no dia 19 de setembro de 1846, em uma pequena aldeia nas montanhas dos Alpes franceses. Dois jovens pastores, Mélanie Calvat e Maximin Giraud, foram testemunhas desse evento extraordinário. Enquanto cuidavam de suas ovelhas, eles viram uma luz brilhante em uma encosta e, ao se aproximarem, perceberam que era uma mulher…
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