#Afinal a melhor maneira de viajar é sentir
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alterna-latina · 11 months ago
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“Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.”
Flags 2023.
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eduardocantagalo · 2 months ago
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Viajando pelo mundo: Enriquecendo suas vivências culturais
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Viajar é muito mais do que apenas visitar lugares novos; é uma oportunidade incrível de se conectar com culturas diferentes. Ao longo da minha jornada, sempre busquei experiências que me permitissem me aprofundar nas tradições e modos de vida locais. Afinal, cada viagem é uma chance de aprender e crescer. Ao falar sobre isso, não posso deixar de mencionar a experiência dos brasileiros na Islândia, que é um exemplo perfeito de como a imersão cultural pode ser transformadora.
Quando pensamos em viagens, muitas vezes nos concentramos em pontos turísticos famosos e em como tirar a melhor foto para o Instagram. No entanto, o verdadeiro tesouro de uma viagem está nas vivências que nos fazem sentir parte do lugar. Vamos explorar algumas maneiras de mergulhar nas culturas que encontramos pelo caminho.
Aprender a língua local
Uma das formas mais eficazes de se conectar com uma cultura é através da linguagem. Não há nada mais gratificante do que tentar se comunicar na língua nativa, mesmo que suas habilidades sejam rudimentares. Quando estive na Espanha, fiz um esforço consciente para aprender algumas palavras e frases em espanhol. A reação das pessoas foi calorosa e me fez sentir parte da comunidade. Foi um divisor de águas! Aquele pequeno esforço me ajudou a abrir portas que, de outra forma, teriam permanecido fechadas.
Além disso, o aprendizado da língua local pode abrir a porta para experiências mais autênticas. Em vez de recorrer a guias turísticos tradicionais, você pode interagir diretamente com os locais, ouvir histórias fascinantes e até ser convidado para eventos ou celebrações. As palavras têm poder, e elas são a chave para acessar o coração de qualquer cultura.
Gastronomia: um banquete cultural
A culinária é um dos melhores caminhos para explorar uma cultura. Cada prato conta uma história, e experimentar a comida local é como viajar através do tempo e do espaço. Lembro-me da primeira vez que experimentei a comida tailandesa. Os sabores vibrantes e as combinações inesperadas me deixaram maravilhado. Além de satisfazer meu paladar, essa experiência me ensinou sobre a rica história e tradição do povo tailandês.
Participar de aulas de culinária é outra maneira incrível de se envolver com a cultura local. Quando estive em Itália, tive a oportunidade de fazer um curso sobre como preparar massas artesanais. Não só aprendi a fazer um prato delicioso, mas também conheci pessoas locais e compartilhei risadas e histórias enquanto cozinhávamos juntos. Essas experiências são mais do que simples refeições; são memórias que permanecem por toda a vida.
Participar de festivais locais
Os festivais são momentos de grande celebração e uma oportunidade fantástica para mergulhar nas tradições de um lugar. Quando viajei para o Brasil, fui agraciado com o Carnaval no Rio de Janeiro. A energia, as cores e as danças eram de tirar o fôlego! Mais do que apenas um evento, o Carnaval é uma expressão cultural rica que reflete a história e a diversidade do país.
Além de festivais de música e dança, muitos lugares têm festivais dedicados a feriados locais, eventos religiosos ou celebrações sazonais. Participar de uma celebração religiosa em um templo budista ou de uma festa de colheita em um vilarejo pode oferecer uma visão profunda da cultura e das tradições da comunidade. É como se você estivesse sendo acolhido na família, e essa conexão é inestimável.
Hospedar-se com locais
Ao invés de ficar em hotéis tradicionais, tente se hospedar em casas de locais, através de plataformas como Airbnb ou Couchsurfing. Essa opção não só proporciona uma experiência de imersão cultural, mas também oferece a chance de viver o dia a dia dos habitantes locais. Durante uma viagem à Turquia, fiquei com uma família que me recebeu de braços abertos. Eles me mostraram os arredores e até me ensinaram a preparar um prato típico da culinária turca. Essa experiência íntima e autêntica não teria sido possível em um hotel.
Os locais muitas vezes têm histórias fascinantes e insights que não estão disponíveis nos guias turísticos. Eles podem levar você a lugares escondidos, compartilhar tradições familiares e oferecer uma perspectiva que enriquece a sua experiência. Essa conexão é um dos aspectos mais gratificantes de viajar.
A importância do respeito e da abertura
Ao mergulhar em culturas diferentes, é fundamental manter uma atitude respeitosa e aberta. Cada cultura tem seus próprios costumes e tradições, e é importante estar disposto a aprender e se adaptar. Quando estive no Japão, aprendi rapidamente sobre a importância do respeito às tradições e à etiqueta. Pequenos gestos, como cumprimentar corretamente ou entender as regras dos templos, fazem uma grande diferença na forma como você é recebido.
Ser um viajante consciente significa ser humilde e reconhecer que você é um convidado em um espaço que não é seu. Isso não só melhora suas interações, mas também permite que você aproveite ao máximo suas experiências culturais. Abrir-se para o novo, mesmo que isso signifique sair da sua zona de conforto, é essencial para viver experiências verdadeiramente enriquecedoras.
Criando memórias duradouras
No final das contas, as experiências culturais em viagens não são apenas sobre o que você vê, mas sobre como você se sente e as conexões que você cria. Cada história, cada risada e cada novo sabor se entrelaçam em um rico tecido de memórias que você levará consigo para sempre. As vivências culturais têm o poder de transformar uma simples viagem em uma jornada de autodescoberta e aprendizado.
A vida é cheia de oportunidades para explorar o mundo e suas diversas culturas. Ao se permitir mergulhar nessas experiências, você não só enriquece sua própria vida, mas também se torna um embaixador das culturas que encontra. Cada viagem é uma nova chance de se conectar, aprender e crescer, e ao final de cada jornada, você leva consigo um pedaço do lugar que visitou.
Então, da próxima vez que você planejar uma viagem, lembre-se: o mundo é vasto e cheio de riquezas culturais esperando para serem descobertas. Ao se abrir para essas experiências, você descobrirá que a verdadeira essência de viajar vai muito além dos destinos; ela reside nas histórias e nas vivências que colecionamos ao longo do caminho. Boa viagem!
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sentimentosdejulieta · 1 year ago
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Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
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caranguejonaoepeixe · 1 year ago
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22/08 - visita ao terreiro, consulta com pretos velhos, espiritualidade e outras coisas.
faz mais ou menos um mês que fui ao terreiro para uma bencão de pretos velhos.
perdida e sozinha, neste dia aprendi algumas coisas sobre a umbanda: tem muita coisa parecida com a religião católica (onde qual cresci e fui criada, portanto, sou familiarizada). uma das coisas mais parecidas são as orações clássicas: pai nosso, ave maria, santo anjo, etc... além das inúmeras imagens de santos, orixás, entidades, jesus, etc.
neste dia, a preta velha me disse que eu deveria continuar seguindo como estou, fazendo dos estudos e orações, que eu era uma boa pessoa e uma menina linda, que eu precisaria reconhecer meu valor frente aos "carçado" (homens), não é pra eu me entregar aos que não valem a pena e aos que nao reconhecem meu valor. saí de la com a recomendação de um banho de limpeza: sal grosso do pescoco para baixo e anil de corpo inteiro. recebi a benção para viajar, tive um mês maravilhoso e uma viagem incrível para o Rio de Janeiro e Petrópolis.
"O meu lugar, é caminho de Ogum e Iansã, lá tem samba até de manhã..."
Depois de voltar de viagem, vivi e estou vivendo um período de muita felicidade, satisfação e leveza. Claro que nem tudo são flores: estou passando por um aperto financeiro, com muitas contas para pagar até o final do ano, mas tenho fé que vou dar conta.
Afinal: quem tem fé tem tudo, quem não tem fé não tem nada.
Ontem voltei ao terreiro, no mesmo dia de benzimento dos pretos velhos. O preto velho que me atendeu foi muito sábio e perspicaz, disse que eu tenho um caminho muito feliz pela frente e que não é nunca mais para eu me sentir sozinha, porque a partir de agora eu não ando só!
Ele perguntou como meu pai está, perguntou porque sentiu uma energia de quem estava para partir, mas que essa energia não está mais tão presente por conta das "alterações na carne do coração" (meu pai fez uma cirurgia no começo desse ano, pontes de safena).
Ele me disse que meu pai precisa continuar seguindo a risca os cuidados com seu coração, pois essa energia de partida poderia voltar a se manifestar.
Eu pedi a benção para fazer a prova de vestibular neste domingo (27/08), ele pediu para anotar meu nome e minha data de nascimento para que o médium que incorporou aquela entidade viesse ao domingo no terreiro para intermediar meu anjo da guarda, que cuidará de mim enquanto eu faço a prova.
Lembrei de meus avós durante o atendimento, e perguntei sobre eles. Ele me disse que meus avós estão felizes com as escolhas que estou tomando, especialmente no que diz respeito a escolha de ser médica.
Lembro que ele disse tbm para eu desenvolver minha espiritualidade através das orações diárias, escolher um horário para adorar uma divindade/figura, ou até mesmo contar como foi meu dia, conversar mesmo com os guias. Estou explorando as formas de fazer isso, gosto bastante da escrita, do tarot e de fazer o estudo espiritual, funciona para mim.
De modo geral, é isso. Hoje tirei uma carta: Cavaleiro de ouros
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O significado dela, sinceramente, casa bem com meus desejos e manifestações dos últimos dias: quero muito me tornar médica e comprar um iphone 14. Mas para isso vou precisar perseverar e trabalhar bastante até o final do ano. Ainda vou estudar mais dessa carta e ir atualizando aqui sobre ela.
A carta Cavaleiro de Ouros faz parte do grupo dos Arcanos Menores, e traz aspectos pontuais relacionados ao momento atual vivido pelo consulente. De maneira geral, esta carta pede que você foque no que pode fazer de melhor. Mas como todas as cartas do baralho de tarot, o Cavaleiro de Ouros terá uma leitura diferenciada conforme ele for apresentado e de acordo com a pergunta do consulente, mas o caráter geral desta carta dos Arcanos Menores será de um significado positivo. Então, de maneira geral é um símbolo de perseverança e de sucesso, mas que também pode trazer um desafio para que você mude seus paradigmas e estratégias na vida.
Elemento: Terra (justo agora que entramos no sol em virgem hahaha)
Hora de focar no trabalho Eduarda! Ps: acho importante postar o semanal de Carla Cartas (taróloga que acompanho) aqui para cancer (meu sol e asc) e libra (minha lua)
Cãncer (semana 22/08): A imperatriz todas as coisas lindas que você sonha podem ser criadas se você colocar um pouquinho de esforço nisso. existe o gestar de um processo, conceber tudo, fazer planejamento, executar. a ideia genial pode até vir do dia pra noite, mas ela só se concretiza nesse estalar de dedos no cenário hipotético de "nasci herdeira". e ainda sim, precisa passar pelo tempo e disponibilidade de outras pessoas. não conte com tudo nas suas mãos, mas conte nessa semana com uma capacidade gigantesca de atrair e chamar o que você precisa pra continuar seguindo e prosperando.
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Libra (semana do 22/08): não tem como se esconder por enquanto. tudo fica explícito, visível, impossível de fechar os olhos e deixar de sentir. se você quer ser gigante, precisa ter responsabilidade também. de qualquer forma, se divertir, vestir sua melhor roupa sem ser uma ocasião especial, sorrir e colocar um sorriso no rosto dos outros também é uma forma de assumir responsabilidade com a própria felicidade. a vida pode ser um júbilo. divirta-se e evite se diminuir.
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é isso, acho que por hoje é o que tenho para compartilhar aqui. até a próxima!
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acervodalice · 2 years ago
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Álvaro de Campos em “Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir”.
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir.
Sentir tudo ele todas as maneiras.
Sentir tudo excessivamente
Porque todas as coisas são, em verdade excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida
Que vivemos todos em comum com a fúria das almas,
O centro para onde tendem as estranhas forças centrífugas
Que são as psiques humanas no seu acordo de sentidos.
Quanto mais eu sinta, quanto mais eu sinta como várias pessoas,
Quanto mais personalidades eu tiver,
Quanto mais intensamente, estridentemente as tiver,
Quanto mais simultaneamente sentir com todas elas,
Quanto mais unificadamente diverso, dispersadamente atento,
Estiver, sentir, viver, for,
Mais possuirei a existência total do universo,
Mais completo serei pelo espaço inteiro fora,
Mais análogo serei a Deus, seja ele quem for,
Porque, seja ele quem for, com certeza que é Tudo,
E fora d'EIe há só EIe, e Tudo para Ele é pouco.
Cada alma é uma escada para Deus,
Cada alma é um corredor-Universo para Deus,
Cada alma é um rio correndo por margens de Externo
Para Deus e em Deus com um sussurro soturno.
Sursum corda! Erguei as almas! Toda a Matéria é Espírito,
Porque Matéria e Espírito são apenas nomes confusos
Dados à grande sombra que ensopa o Exterior em sonho
E funde em Noite e Mistério o Universo Excessivo!
Sursum corda! Na noite acordo, o silêncio é grande.
As coisas, ele braços cruzados sobre o peito, reparam
Com uma tristeza nobre para os meus olhos abertos
Que as vê como vagos vultos nocturnos na noite negra.
Sursum corda! Acordo na noite e sinto-me diverso.
Todo o Mundo com a sua forma visível do costume,
Jaz no fundo dum poço e faz um ruído confuso.
Escuto-o. e no meu coração um grande pasmo soluça.
Sursum corda! Ó Terra, jardim suspenso, berço
Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva!
Mãe verde e florida todos os anos recente,
Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal
Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adónis
Num rito anterior a todas as significações,
Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales!
Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões,
Grande voz acordando em cataratas e mares,
Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança,
Em cio de vegetação e florescência rompendo
Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso
À tua própria vontade transtornadora e eterna!
Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados,
Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones,
Mãe caprichosa que faz vegetar e secar.
Que perturba as próprias estações e confunde
Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!
Sursum corda! Reparo para ti e todo eu sou um hino!
Tudo em mim como um satélite da tua dinâmica íntima
Volteia serpenteando ficando como um anel
Nevoento, de sensações reminiscidas e vagas,
Em torno ao teu vulto interno túrgido e fervoroso.
Ocupa de toda a tua força e de todo o teu poder quente
Meu coração a ti aberto!
Como uma espada trespassando meu ser erguido e extático,
Intersecciona com o meu sangue, com a minha pele e os meus nervos,
Teu movimento contínuo, contíguo a ti própria sempre.
Sou um monte confuso de forças cheias de infinito
Tendendo em todas as direcções para todos os lados do espaço,
A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une
E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim
Não passem de mim, não quebrem meu ser, não partam meu corpo,
Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira
Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas,
Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo.
Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão,
No vasto chão supremo que não está em cima nem em baixo
Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos
Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima,
Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo
De chamas explosivas buscando Deus e queimando
A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica,
A minha inteligência limitadora e gelada.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias
De que só vejo a parte que pega nos meus tambores,
O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis,
E nunca parece chegar ao tambor donde parte...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito
Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si,
Cruzando-se em todas as direcções com outros volantes,
Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço
Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Dentro de mim estão presos e atados ao chão
Todos os movimentos que compõem o universo,
A fúria minuciosa e (...) dos átomos
A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos,
A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam,
E a chuva como pedras atiradas de catapultas
De enormes exércitos de anões escondidos no céu.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio
De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia. sacode,
Freme, treme, espuma, venta, viola, explode.
Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge,
Se com todo o meu corpo todo o universo e a vida,
Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes ,
Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos
Sobrevive-me em minha vida em todas as direcções!
Álvaro de Campos - Livro de Versos . Fernando Pessoa. (Edição crítica. Introdução, transcrição, organização e notas de Teresa Rita Lopes.) Lisboa: Estampa, 1993. - 34.
1ª versão: Poesias de Álvaro de Campos. Fernando Pessoa. (Nota editorial e notas de João Gaspar Simões e Luiz de Montalvor.) Lisboa: Ática, 1944.
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richardanarchist · 3 years ago
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💭
Pensando no poema "Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir" do Álvaro de Campos [Fernando Pessoa]:
"Sursum corda! Ó Terra, jardim suspenso, berço Que embala a Alma dispersa da humanidade sucessiva! Mãe verde e florida todos os anos recente, Todos os anos vernal, estival, outonal, hiemal Todos os anos celebrando às mancheias as festas de Adónis Num rito anterior a todas as significações, Num grande culto em tumulto pelas montanhas e os vales! Grande coração pulsando no peito nu dos vulcões, Grande voz acordando em cataratas e mares, Grande bacante ébria do Movimento e da Mudança, Em cio de vegetação e florescência rompendo Teu próprio corpo de terra e rochas, teu corpo submisso À tua própria vontade transtornadora e eterna! Mãe carinhosa e unânime dos ventos, dos mares, dos prados, Vertiginosa mãe dos vendavais e ciclones, Mãe caprichosa que faz vegetar e secar. Que perturba as próprias estações e confunde Num beijo imaterial os sóis e as chuvas e os ventos!"
...
"Sou um monte confuso de forças cheias de infinito Tendendo em todas as direcções para todos os lados do espaço, A Vida, essa coisa enorme, é que prende tudo e tudo une E faz com que todas as forças que raivam dentro de mim Não passem de mim, não quebrem meu ser, não partam meu corpo, Não me arremessem, como uma bomba de Espírito que estoira Em sangue e carne e alma espiritualizados para entre as estrelas, Para além dos sóis de outros sistemas e dos astros remotos.
Tudo o que há dentro de mim tende a voltar a ser tudo. Tudo o que há dentro de mim tende a despejar-me no chão, No vasto chão supremo que não está em cima nem em baixo Mas sob as estrelas e os sóis, sob as almas e os corpos Por uma oblíqua posse dos nossos sentidos intelectuais.
Sou uma chama ascendendo, mas ascendo para baixo e para cima, Ascendo para todos os lados ao mesmo tempo, sou um globo De chamas explosivas buscando Deus e queimando A crosta dos meus sentidos, o muro da minha lógica, A minha inteligência limitadora e gelada.
Sou uma grande máquina movida por grandes correias De que só vejo a parte que pega nos meus tambores, O resto vai para além dos astros, passa para além dos sóis, E nunca parece chegar ao tambor donde parte...
Meu corpo é um centro dum volante estupendo e infinito Em marcha sempre vertiginosamente em torno de si, Cruzando-se em todas as direcções com outros volantes, Que se entrepenetram e misturam, porque isto não é no espaço Mas não sei onde espacial de uma outra maneira-Deus.
Dentro de mim estão presos e atados ao chão Todos os movimentos que compõem o universo, A fúria minuciosa e (...) dos átomos A fúria de todas as chamas, a raiva de todos os ventos, A espuma furiosa de todos os rios, que se precipitam, E a chuva como pedras atiradas de catapultas
De enormes exércitos de anões escondidos no céu.
Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma. Ruge, estoira, vence, quebra, estrondeia, sacode, Freme, treme, espuma, venta, viola, explode. Perde-te, transcende-te, circunda-te, vive-te, rompe e foge, Se com todo o meu corpo todo o universo e a vida, Arde com todo o meu ser todos os lumes e luzes , Risca com toda a minha alma todos os relâmpagos e fogos Sobrevive-me em minha vida em todas as direcções!"
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empessoa · 6 years ago
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Sou um formidável dinamismo obrigado ao equilíbrio   De estar dentro do meu corpo, de não transbordar da minh'alma.
Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir - Álvaro do Campos.  
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dserpentes · 4 years ago
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"Afinal, a melhor maneira de viajar é sentir. Sentir tudo de todas as maneiras. Sentir tudo excessivamente" -Fernando Pessoa
-- Something I did just because I wanted to draw a beach and them riding their horses Will anyone take a guess what beach it is? 👀
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teoremas-do-tempo · 4 years ago
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Faltam poucos dias para o meu aniversario e como sempre, a cada ciclo fechado me sinto mais próxima do grande final, final esse que será tão grande quanto à insignificância da minha presença dentro dessa coisa que chamamos de tempo. Ele é tão grandioso que não possível explica-lo sem citar seu próprio nome. – Afinal, “quanto tempo o tempo tem”? Teoremas do Tempo – Se a minha vida fosse um livro, provavelmente este seria seu nome. Pois, apesar de me considerar corajosa, sinto medo o tempo todo, tenho medo do tempo, ele me confunde e me prende a pensamentos obscuros. Existem também pensamentos libertadores, claro, mas são sempre os sufocantes que sobressaem. Guardo segredos da minha infância, pesados demais para serem escritos de maneira explicita e por isso, gastei muito tempo pensando em como tudo seria diferente se eu tivesse nascido a milhas e milhas de distancia, quem sabe... No Japão, sei lá. Enfim, ou se eu tivesse a chance de começar de novo, como no filme “Efeito Borboleta”, eu me salvaria, eu com certeza acharia um novo caminho. Eu sou uma amante das novidades, amo coisas novas, musicas, livros, comidas, experiências... O tempo nessa parte até tenta ser gentil comigo, todos os dias me presenteia com o novo, mas ao mesmo tempo, sinto como se o novo recebido, fosse apenas mais do mesmo. Você já sentiu como se já tivesse sentido tudo? Eu já, ainda sou jovem, na teoria eu ainda tenho muito que viver, o problema é, parece que tudo o que vivo e sinto é apenas mais do mesmo, de formas diferentes e em proporções menores. Por exemplo, as musicas e bandas antigas sempre me causam sentimentos melhores. Os filmes antigos, também são melhores... A vida vista por meus olhos se comporta como repetitivos ciclos, ela é a repetição de coisas que nunca voltam. Tudo acaba, viram memorias que jamais poderão ser vividas, apenas lembradas. Os que tentam viver no passado sofrem em dobro, eu sei, pois já sofri bastante. Isso acontece por que o passado é a única coisa familiar que vivemos. O agora, por exemplo, já virou passado e viver o presente no passado significa arrependimentos no futuro. É uma logica simples. Desejar demais algo que não se pode ter é doloroso e não acaba bem – Esse é o dilema da maioria das pessoas que sofrem por amor, mas para mim, esse foi um dos principais dilemas relacionados ao tempo. Gastei muito tempo presa ao passado, quando o segredo sempre foi não viver muito por lá. Entender que minha vida é o agora, que o passado são só memorias e o futuro não existe, foi um divisor de aguas importante para o meu amadurecimento. Todos aqueles sentimentos e momentos ruins, s��o apenas memorias, existem apenas dentro da minha mente. Como dizem, “se você encarar demais um abismo, ele o encarara de volta” – O passado era o meu abismo diário. O passar do tempo é algo que sempre me deu medo, mas não é como se o tempo fosse um monstro pra mim, eu aprendi a admirar a tragédia do tempo, pois é ruim com ele, mas bem pior sem ele. Uma vez uma amiga me disse que medo só existe até que você o enfrenta, por exemplo, a ideia de fugir de casa para viajar com amigos, só causa medo e ansiedade até que você dê o primeiro passo. Essa lembrança pode parecer um tanto aleatória no momento, mas ela tem muito que ensinar sobre o tempo. Pois, sentimos que o passado era melhor, quando na verdade a sim como hoje, o mundo sempre esteve em chamas, sempre temos tempestades. Sempre é preciso aceitar nossas tempestades. Viver presa ao passado é como se o presente não fosse tão interessante, temos a tendência de nos prender ao passado, pois, gostamos de coisas fáceis, o passado foi ontem e o ontem já foi feito, não há com que se preocupar. O passado é tudo o que já vivemos, mas é uma ilusão, tão real quanto a nossa imaginação, capaz de existir apenas em nossas mentes. É difícil viver com a consciência de que sempre esta atrasada. Não tem como segurar o instante, o instante, escorre por nossos dedos, onde estamos agora, não estamos mais, sempre estamos em outro instante. Complexo né? E com esse tipo de pensamento, da pra se chegar a conclusão que, não é o tempo que passa, somos nós que passamos pelo tempo. Tudo muda, mas o tempo não, o tempo é intacto, imortal, intocável, pra mim, a coisa mais poderosa do universo. Ao em vez de pensar - “Nossa, como o tempo passa!” – Deveríamos pensar – “Como eu tenho passado?”. Pois é, a gente passa e isso é doloroso. Somos criados para desaparecermos por completo. Em certo tempo eu vou morrer e não vamos ter nos aproveitado o bastante.  Eu sei, é preciso meter o louco, aguçar todos os sentidos novamente para me sentir viva, para ver e sentir tudo que eu quero antes que meus olhos se fechem definidamente. A morte a sim como tempo, é inevitável. Na verdade em um mundo metafórico, o tempo é melhor amigo da morte, que flerta com a vida, que zomba da nossa cara. Não importa seu destino, a morte sempre vai te esperar no final do caminho. Isso é uma verdade difícil de ser engolida, mas é esse gosto amargo da finitude que deixa tudo com um gosto mais fascinante. Tão importante quanto lamentar a morte é celebrar a vida. A única que deveria receber os holofotes enquanto ainda existimos, pois quando a morte chega, acabou.  É de nossos instintos sermos movidos pelo medo e isso explica bastante coisa. Uma delas é que a morte chama mais atenção do que a vida, um motoqueiro no chão, com o corpo frio, repleto de sangue, chama mais atenção do que uma pessoa na rua que implora por ajuda silenciosamente. De fato o medo do fim não pode ser minha única motivação. Como diz em uma musica do Supercombo, a morte é como um pai violento que bate na mãe (vida) para tirar seus filhos do prazer de brincar. Muitos temem o pai ao em vez de valorizar mais a mãe. Eu hoje, consciente da finitude de tudo, quero é que esse pai se exploda. Nesse novo ciclo quero fazer da minha vida uma festa, e que a morte que limpe a bagunça, pois será tudo que sobrara depois de eu festejar a vida. Não tem como viver com medo, não tem como viver sozinha. Por isso caminho com a morte, isso tira parte do peso que acreditei que ela tinha, não preciso temer ela todos os dias, ela não é dona do meu destino, apenas dos meus últimos segundos de vida.
Teoremas do Tempo
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des-encorajada · 4 years ago
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CARTA ABERTA PARA UMA AMIZADE TÓXICA
Essa não é a primeira vez que eu escrevo pra você, mas é a primeira vez que eu escrevo como eu realmente me sinto.
Eu te conheci com meus 16 anos, e a última vez que eu tive contato contigo foi aos meus 23 anos. Há quem diga que se uma amizade dura mais de 6 anos, é pra sempre. Será mesmo? 8 anos ao lado de uma amizade tóxica, foi suficiente. Ainda bem que essa pessoa estava errada. Aos meus 16 anos eu não fazia ideia do que era uma amizade tóxica, nunca sequer percebi que desde que você apareceu na minha vida, eu não podia ter outras amizades, ninguém prestava, cobranças vinham atrás de mim o tempo todo, eu tinha q sempre me explicar o pq de estar falando com x pessoa, você sempre fazia questão de deixar claro a quem eu pertencia (?), brigas e mais brigas muitas vezes acompanhadas de xingamentos, sim, você já me xingou, você se lembra disso? Eu me lembro bem, tanto dos xingamentos como de me sentir um lixo após nossas brigas. Você adorava elas, não é? Fazia você se sentir “viva”, você sempre adorou ser a pessoa egocêntrica e egoista, a que se denomina “sincera”, mas esquece que entre ser sincera e ser babaca existe uma linha muito tênue e você cruzava ela a maior parte do tempo. Pela forma como as brigas aconteciam e pela forma como você falava comigo me diminuindo, é claro que eu me sentia extremamente culpada e péssima, e é claro q eu corria atrás de você, pra fazermos as pazes, afinal, você era a minha melhor amiga. Será que era mesmo?
Anos se passaram e nada mudou, minto, mudou sim. Mas não pra melhor. Apesar de você dizer que era pra melhor, afinal, você tinha finalmente “aprendido” controlar seu ciúmes sobre mim, mas será mesmo? Porque de tudo que eu me lembro de ter vivenciado contigo, o ciúme foi apenas uma pequena parcela. As cobranças, as brigas, o sentimento continuaram exatamente os mesmos, pra você todo mundo é descartável. O mundo tinha que girar os seu redor, sempre. Esse é o momento em que se você estivesse lendo isso ia ficar se perguntando “como assim?”, eu explico isso tudo pontuando o último ano que eu passei ao seu lado, porque só esse é suficiente pra resumir meus últimos 8 anos:
1. Você me pediu pra ir no salão de beleza contigo pra “assistir” você se arrumar durante (no mínimo) 5 horas para um casamento (de uma madrinha que nem se quer apareceu no seu casamento) e eu tive que desmarcar pq eu tinha um evento com o pessoal do meu trabalho e você usou péssimas palavras novamente contra mim, me questionando como que eu poderia te deixar na mão, e fazendo questão de dizer quão péssima amiga eu era por desmarcar com você.
2. Quando eu passei pelos piores momentos da minha vida 2x, uma vez quando a Lara, minha cadelinha tinha passado por uma complicação numa cirurgia e tinha praticamente ficado cega e eu fiquei destruída tanto emocionalmente quanto financeiramente e você, mesmo sabendo disso, não veio falar comigo, não me deu apoio algum. Você me procurou sim, obviamente pra me dar a notícia de que você iria casar e eu juntei tudo de melhor que tinha sobrado em mim pra te parabenizar e ficar feliz pelo seu momento e em troca, você dizer q mesmo assim eu estava estranha. Eu me abri com você e recebi em troca um grande “poxa, voce tem q procurar ajuda”. Jura? Eu não tinha percebido isso... E também quando a Cárter, minha outra cadelinha faleceu de cinomose, e mais uma vez eu fiquei abalada emocional e financeiramente por ter tentado absolutamente tudo pra salvar ela e o seu consolo mais uma vez veio por meio “aí que dó” e posteriormente por um comentário no Instagram onde eu fiz uma homenagem pra ela, muito obrigada era exatamente isso que eu estava precisando!
Acho que até aqui já deu pra perceber que uma amizade tóxica e egoista faz com que você nunca possa realmente estar mal, e se vc estiver, ela não vai estar lá por você. E é aí que chegamos em mais uma história, a de número três:
3. O dia em que você estava criando o grupo para as madrinhas no seu casamento e eu, por não estar bem decidi não responder. E você chegou me cobrando no privado por eu não estar animada suficiente e estar dando mil amores pra você naquele grupo, por estar apenas lendo as mensagens. Claro, pq nada melhor do que chegar cobrando ao invés de perguntar pra pessoa que está tendo um comportamento não muito normal se ela está bem. Mas isso não era contigo não é mesmo? E quando eu me expliquei sobre tal comportamento você disse: “muito obrigada por avisar que não estava bem” como se fosse uma obrigação ter que dizer o pq eu estava tirando um tempo pra mim?
4. Você sempre foi uma pessoa que odeia aniversários e no seu último aniversario eu fiquei muito feliz por você querer comemorar e quis te dar um presente legal. Eu fui na Melissa e achei um chinelinho que eu achei a sua cara, vinha até com uma bolsinha e ele estava num preço q eu estava conseguindo pagar, pq quem já foi na Melissa sabe que o valor não é lá mto fácil de acompanhar. Já q eu estava com o dinheiro apertado também, peguei oq eu tinha certeza de ser seu número e te entreguei no seu aniversário pra umas semanas depois eu receber mensagens suas me “agradecendo” por eu ter te dado um presente de liquidação, que não te serviu e que não era possível fazer troca, mais uma vez me tratando com desprezo. Eu chorei tanto aquele dia, morri de vergonha, de humilhação, de tristeza. A única coisa q eu quis foi te dar um presente legal e você mais uma vez me veio com ingratidão.
5. Meses depois, um pouco mais próximo do seu casamento, eu fui escolher meu vestido de madrinha e fui toda feliz te mostrar o modelo que eu havia gostado e me sentido bem e você começou a implicar com a tonalidade do vestido, (sendo que nenhuma das madrinhas foram como mesmo tom de vestido no seu casamento), mas você precisa controlar absolutamente tudo, não é? Mais uma vez pra evitar confronto eu engoli o choro e decidi, já que era uma oportunidade, desenhar o meu vestido de madrinha e fazer na tonalidade que você queria. Mas mais uma vez levei um balde de água fria, nada do que eu queria, do q eu fazia vc achava bom, mas é claro, o casamento era seu e ele tinha q ser do seu jeito, mesmo q o vestido não tivesse minha personalidade ou nada do q eu gostava. Pq oq vc queria sempre era mais importante do que como as pessoas se sentiam. Felizmente eu consegui fazer um vestido que é meu orgulho e guardo com muito carinho, não graças a você, diga-se de passagem. Você sempre dizia que nós íamos ficar lindas no seu casamento de marsala, de fato ficamos lindas por fora, por dentro é que estava o problema, você com a sua mania de controlar te e todos fez o seu casamento ao invés de ser um momento bom pra vc e suas madrinhas tornou ele um momento bem pesado.
Bem no fim, você acabou tendo que aprender de uma maneira não muito boa que não precisava ser assim, pq as madrinhas não ficaram no mesmo tom e nem os padrinhos.
Isso é algo q eu sempre vou levar isso como exemplo, no meu casamento eu quero que as minhas madrinhas se sintam tão especiais quanto eu, aquele dia vai ser pra mim, pro meu noivo e para todas as minhas amizades, elas vão usar o vestido que quiserem conforme a personalidade de cada uma para que todas brilhem tanto quanto eu, uma pena que você não estará lá pra vivenciar isso.
Continuando..
6. No meu aniversário, você ficou semanas me dizendo que você queria sair comemorar comigo e eu dizendo “claro, vamos sim!” pq td q eu queria mesmo, era apesar de td q tinha rolado durante o ano (até então), era sair pra me divertir contigo. Até que o dia do meu aniversário chegou, e tudo desandou. Começando que durante a minha comemoração você me marca em uns stories que eu carinhosamente agradeci e você, como a grande amiga que sempre foi, começa a dizer que eles não eram melhores do que os que as outras pessoas já tinham feito pra mim (?) eu mais uma vez respondo carinhosamente dizendo que não era verdade, que ele era tão especial quanto os outros. E é aí que a chantagem emocional começa: Você então passa a se fazer de vítima por mensagens dizendo que você é uma péssima amiga, que você se esqueceu de me fazer um texto bonitinho, que você mesmo sabendo que era errado, se sentia no direito de sentir ciúmes do que as outras pessoas tinham postado pra mim (?). Sinceramente, você deveria ficar feliz em ver que eu tinha mais amizades que se importavam mais comigo do que você, a ponto de não esquecer do meu dia e ajudarem a torna-lo melhor, não é mesmo? Pq se parar pra pensar, se eu dependesse só da sua amizade eu não teria nada. E mesmo assim eu fiquei te consolando (?) dizendo q vc não era uma péssima amiga, durante a minha festa de aniversário que era pra eu estar me divertindo. Mas como sempre, tudo tem q girar ao seu redor, até mesmo o meu aniversário. E não acaba aí, depois disso, você desmarcou comigo pq vc precisou viajar. E tudo bem, não é? Eu sou a compreensível da amizade, eu posso ficar em segundo plano, sempre. E eu fiquei esperando uma semana, duas, três... Você me procurar pra tentar sei lá, “compensar” a ausência no meu aniversário, me chamar pra tomar um café, passar na minha casa, qualquer coisa. Mas é claro que você não fez.
7. Logo após isso, teve seu chá de panela, onde eu tive que mais uma vez engolir todo meu sentimento de tristeza, toda a minha mágoa e dar meu melhor por você, mesmo sabendo que você não faria o mesmo por mim, você nunca fez. Ajudei a planejar, ajudei a organizar, sai pra comprar as coisas pra decoração e estive presente no seu dia como eu sempre estive.
8. Pulamos pra última semana antes do seu casamento. Onde duas de suas madrinhas desmarcaram com você e você ficou péssima, e é claro que eu estive lá por você, eu era sua melhor amiga! Nós corremos pra tentar tampar os “buracos” dos padrinhos e madrinhas, tentamos colocar meu namorado como padrinho e você negociando com sua madrinha o par pra ela não desistir. Eu me lembro de correr a cidade toda atrás do terno (nesse momento o tom das roupas que antes eram tão importante agora já não significavam tanto assim) e acabou não dando certo e sua madrinha realmente desistiu.
9. E aí chegamos no grande dia: o dia do seu casamento
O dia que me você disse que não poderia me dar uma carona porque você estava terminando de resolver algumas coisas sobre o casamento e eu entendi perfeitamente, claro. Como nós havíamos combinado de nós arrumar juntas, eu fui até o lugar e fiquei sozinha te ligando por no mínimo uma hora, até descobrir que vc estava numa suite da noiva (obrigada pela consideração de ter me avisado, inclusive) e já estava com uma madrinha, que você magicamente tinha dado carona, que ironia da vida, não é mesmo? E você passou o dia me tratando meio estranha, mas não mais do que durante a festa em que você passou a me ignorar completamente (?) E depois disso fingiu que nunca aconteceu. Você me tratou dessa forma mesmo eu tendo feito tanta coisa pra você!
A sua ingratidão é algo imensurável, você sempre encheu a boca pra falar que eu era a sua melhor amiga, que eu era a pessoa que nunca havia desistido de você durante todos esses anos. Como se isso fosse algo a se vangloriar, a verdade é que você deveria ter vergonha de falar isso. Não é bonito ser alguém difícil de manter amizade, muito menos tóxico. Quando mais nova, você dizia q nós éramos a Blair e a Serena e eu achava o máximo, pq era exatamente isso “melhores amigas” q viviam tratando. Hoje, reassistindo a série com mais maturidade eu consigo ver que elas são muito mais do q apenas brigas, a amizade delas não tem respeito, consideração, é tudo baseado em mentiras, status e treta, uma machucando a outra, passando por cima da outra, sempre se importando apenas consigo mesma. Amizade é pra ser algo leve, algo bom. Eu sempre tentei te mostrar como era ser uma amizade saudável, uma melhor amiga. Eu sempre estive ao seu lado em todos os momentos, mesmo nos meus piores dias, porque é pra isso que as amizades existem, uma pena que você não tenha aprendido/feito o mesmo. A verdade é q todo esse seu “medo” em eu ter outras amizades, todas as vezes q você me diminuiu, me descartou e se fez de vítima foi pq você sempre soube a péssima amiga que vc era e tentava me prender pra não me perder. Eu nunca passei de um grande status pra você falar para as pessoas, mas a minha amizade mesmo nunca significou grande coisa.
Eu saio de uma amizade tóxica de 8 anos com muitas cicatrizes, traumas e muita dor no coração, principalmente pq meu sentimento sempre foi verdadeiro e eu considerei você minha melhor amiga, mas ressentimento e culpa é algo que não me acompanha.
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theolympusrp · 4 years ago
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Nome terreno: Eleanor Green / Fan Qiayi. Nome mitológico: Delta. Faceclaim: Amberly - @bbyambi. Nascimento: 28 de fevereiro de 1996. Naturalidade: Shangai, China.
Ser: Lâmia. Tempo de treino: 15 anos. Nível: 03. Dormitório: Vulpecula (Ala 02) - Quarto 01.
Twitter: @delta_olp Ocupação: Aluna + Médica-legista.
Qualidades: Astuta, inteligente e hábil. Defeitos: Fechada, orgulhosa e hipócrita. Plots de interesse: Todos.
Biografia:
(Trigger Warning: #TWSNG e #TWCNB)
 Muito pouco poderia ser dito sobre a criatura que havia chego no instituto. Os professores e responsáveis do local tinha conhecimento das lâmias e de seus poderes mas uma nunca havia chego no instituto e não sabiam bem como proceder dali. A menina de cinco anos parecia ter treinado suas habilidades enquanto longe do local de ensino e por isso surpreendia os deuses que faziam o possível para esconder dos superiores a existência de uma criatura banida dali.
Lâmia não era bem vista pelos Três Grandes, ora por ter dormido com Zeus ou por ser uma criatura da qual os reis dos mares desprezava. Suas filhas também eram vistas como seres vis e iam contra aquilo o que os professores tentavam pregar no instituto entretanto, não poderiam simplesmente abandonar a criatura. A sua forma híbrida se mostrava aos poucos também, adotando os olhos puxados e o rosto arredondado sempre que se sentava para poder pintar figuras e aprender aos poucos a ler.
Com quinze anos e após uma longa noite de treinamento, Delta resolveu deixar o instituto para poder conhecer melhor o mundo humano e o que este poderia oferecer. Era curiosa e tinha plena consciência que aquilo poderia dar errado de diversas maneiras mas, em sua cabeça a ideia ainda parecia boa e por isso, apenas arrumou uma mochila para deixar o local e foi. Não esperava que fosse durar apenas dois dias na rua até o serviço social da cidade a forçar para ir a um orfanato e isso tornava nulo alguns de seus planos. Era um lugar fétido e úmido, nada parecido com o instituto e não esperava um contato de sua mãe. A criatura era uma das mais bonitas que já havia visto e em sua mente infantil, era parecida com uma princesa que ia guiá-la para fora dali.
A mãe explicou para ela suas condições e também o que aconteceria: Seria adotada por uma família chinesa e ia treinar ao lado da filha deles que também era uma semideusa ou criatura. Era um plano estranho e com muitos poucos detalhes mas aceitou. Não quis questionar os motivos que ela tinha para ter a deixado para trás uma boa parte de sua vida e novamente, arrumou a sua mochila para deixar o que já era sua segunda moradia. O homem sempre levava a família para viajar e não sabia dizer qual era a profissão do patriarca. Aprendeu com o tempo e vê-los como família e os treinamentos eram intensos, sempre podendo aprender mais e evoluir suas habilidades. Foi com eles que descobriu o seu prazer pelo sangue humano e como conseguir sem que ninguém notasse matar alguém e deixar o corpo irreconhecível.
Com dezesseis anos e após uma longa conversa com sua família, entrou em um internato apenas para mulheres na Coreia do Sul e o local era interessante, aprendia sobre história, exatas, a língua do local e afazeres domésticos. Não demorou a se formar e passar a estudar para o vestibular, passando em uma das mais prestigiosas de Seul e se formou em Medicina. Era uma boa maneira de conhecer o corpo humano afinal e também, um acesso infinito de sangue e carne.
Habilidades:
1 - TRANSFORMAÇÃO REPTILIANA: Assim como todos os répteis, a lâmia é capaz de trocar sua pele e, com isso, alterar sua aparência. É capaz de assumir qualquer forma que já tenha visto antes, e por mais que consiga fazer tal coisa com facilidade, dura apenas doze horas. Se trocar de forma com um semideus também não irá possuir suas habilidads.
2 - CHARME: Para alimentar seu apetite por carne, precisa atrair as presas que serão seu alimento. Para isso, emana um doce perfume que é capaz de encantar e aturdir quem sentir o aroma. A vítima fica incapaz de se mover ou reagir a qualquer possível ataque, tendo a duração de alguns minutos até que a criatura seja capaz de se alimentar.
3 - GARRAS AFIADAS: Ao retrair os dedos, a lâmia adquire longas garras que são capazes de dilacerar carne com muita facilidade. Precisa de mais força para cortar materiais mais duros e resistentes, porém materiais duros como diamante, por exemplo, podem quebrar as garras da lâmia e estas não poderão ser utilizadas até crescerem novamente.
4 - RIVALIDADE ANCESTRAL: As lâmias serão capazes de causar uma briga intensa entre semideuses de pais rivais como Poseidon e Atena e Afrodite e Perséfone. Os semideuses podem até mesmo ser amigos e a briga será desconexa, acontecendo por trinta minutos.
5 - METACOGNIÇÃO: Enquanto estiver perto de pessoas com poderes psíquicos e persuasão, a lâmia consegue notar quando tais habilidades agem perante outras pessoas. Apesar de não conseguir ver o que as pessoas vêem, pode ver se uma pessoa está sendo manipulada ou não.
6 - EMPODERAMENTO CANIBAL (#TWCNB): A lâmia é capaz de se tornar mais poderosa e aumentar consideravelmente seus atributos (como força, resistência, velocidade, etc.) ao se alimentar de suas vítimas. Apesar disso, o efeito é temporário e o desgaste em seu corpo após isso requer horas de descanso.
7 - SELO MÁGICO - Capacidade de criar selos com diferentes focos em suas próprias mãos. Podem aprisionar demônios, limitar poderes, entre outros. Quanto mais forte for o feitiço realizado, mais energia irá utilizar. Se vier a ser ferida durante a conjuração, fica incapacitado de usar a magia novamente.
8 - BEIJO MORTAL: Além de se alimentar das vítimas que atrai, a lâmia é capaz de sugar a vitalidade de seu alvo com um beijo e assim se manter sempre jovem. Não é capaz de matar sua vítima, mas a deixa incapacitada por muito tempo até que recupere a vitalidade novamente e, quando isso acontece, a energia que havia sido roubada se esvai e a lâmia precisa de outra vítima para sempre manter sua aparência jovial.
9 - ARMAS MÁGICAS: a lâmia é capaz de criar armas mágicas ou de ser possuidor delas, usando-as em combate para favorecê-lo ofensiva e defensivamente. Por serem armas, elas concedem um uso facilitado de capacidades mágicas a guerreiros hábeis em usá-las, porém tem um tempo de duração de cerca se vinte minutos até que se desfaça.
10 - VAIDADE FATAL (#TWCNB): A lâmia pode enfeitiçar uma pessoa para ficar mais atraente, chamando a atenção de semideuses e criaturas com sua sensualidade e personalidade. A maldição porém não funciona de maneira coerente e desperta até mesmo no mais forte semideus a vontade de devorar o amaldiçoado. A maldição tem duração de duas horas.
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rotulacao · 5 years ago
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Eu amo você. Eu não sei quantas linhas esse texto terá, mas confesso, estou a 7 horas tentando escrever, e acredito que a melhor maneira de começar é assim, com o simples e mais sincero sentimento existente. Eu amo você! Eu sei que sou uma pessoa com um psicológico fodido, mas sabe quando que nada disso importa? Quando abro meu coração para falar dos meus sentimentos e amor por ti. Eu sinto que nós dois somos o que podemos chamar de "dois corpos em um só" não só pelo tamanho do meu amor, mas pela nossa sintonia, pela nossa energia e pelo que somos capazes de fazer quando estamos ali, a sós. Eu sei que nada do que eu escrever aqui fará com que você me olhe com outros olhos e tente dar uma chance a "nós" mas eu sinto que escrever de pouco em pouco, picotado, sobre tudo o que eu sinto nunca fará jus a verdadeira intensidade ou realidade, então tentarei fazer isso agora. Sabia que você é o meu primeiro pensamento ao acordar? Eu gosto de pensar na sua voz me desejando "bom dia amor..." sempre que acordo, por mais bobo que seja, me faz acreditar que será um dia bom. Gosto de imaginar e sentir você me envolvendo em seus braços com todo o carinho que um coração apaixonado poderia ter. É o que eu mais gostaria de ter, você aqui, me dando beijos suaves, enquanto acaricia meu corpo que por sinal, eu odeio ele, e só conseguiria mostrar a você, falando coisas engraçadas ao pé do meu ouvido para me fazer rir e acreditar que esse sentimento é o mais forte que existe. Não que eu não acredite, mas você sabe, me conhece, eu duvido até mesmo da minha sombra. Duvido da minha capacidade, das pessoas, de que posso atravessar a rua logo depois que o semáforo se fecha, e de até mesmo que a minha fila do banco irá andar mais rápida do que a fila do lado. Eu sou um ser de dúvidas e incertezas, mas algo dentro de mim não me deixa duvidar, puta que pariu... As palavras quando saem da sua boca, eu nunca consigo duvidar delas. Não consigo desacreditar de suas veracidades. Você é a primeira pessoa que passou pela minha vida e me aceitou do jeito que sou. Com minhas melhores qualidades, e os piores defeitos. Como por exemplo ser péssimo em fazer até mesmo um arroz, ou arrumar o meu guarda roupa, mas aceitou. Aceitou a minha intensidade, e entendeu que eu te preciso a todo o tempo, não por carência, mas porque nessa porra de mundo, a coisa que me faz bem é estar ao seu lado. Você não é a primeira pessoa que eu amo, e nem que eu tenho vontade de me relacionar, mas com certeza é a que eu mais amei. Quando te conheci, quando nos afastamos, quando voltamos, já se fazem 5 anos e esse sentimento, esse sentimento que nunca diminuí. Nunca para. Sabe... Acho que não posso mentir nem omitir nada nesse momento, eu não sei o porquê você ficou.... Eu sei o quanto consideramos nossa amizade, nossa cumplicidade e lealdade no outro. O nosso vinculo é tão forte, é tão bonito e peculiar. Eu não imaginava que de uma simples conversa nasceria um sentimento tão forte, mas afinal, como poderia imaginar não é mesmo? Nem mesmo nos piores momentos, nas piores brigas, nas palavras mais fortes e pesadas deixou de ser amizade, preocupação e amor, não é mesmo? Demos todas as nossas energias um pelo outro, tantas vezes, e continuamos fortes quando não tínhamos forças para ser. Juntos aprendemos a nos amar, a nos respeitar e a nos aceitar e principalmente, a lidar melhor com a vida. Duas pessoas bem ciumentas e egoístas concordo, (risos), mas parceiras. Confidentes, e fodas quando estão juntas de um jeito surreal. Nos conhecemos, nos afastamos, nos aproximamos de novo e conhecemos uma outra versão melhorada um do outro, mas sabe o que nunca mudou? A essência. O coração. E principalmente o amor! Eu conheço todas as suas manias, seu jeito de falar quando está feliz, como quando está com raiva ou triste. Conheço seus vícios, e seus gostos. Alias, sei que se eu te dar um moletom do Batman, um violão e numa cachoeira você irá ficar sorrindo pelo resto do dia. Sabe, eu tenho tanta vontade de conhecer o mundo ao seu lado. De viajar. De receber uma ligação no meio da tarde dos seus pais perguntando aonde estou e que vocês estão me aguardando para aquele almoço poder começar. Vontade de te abraçar em uma viagem quando você sentir medo e a crise começar a bater, e te mostrar o que sempre te falei, que não são os remédios, mas somente o amor, é capaz de saciar e aliviar tudo isso. Não qualquer amor, o amor certo, o amor puro, alguém que te ame não pelo seu físico bonito, mas porque a sua alma é linda para caralho. E eu sei, eu sei que seu coração saberá quando isso acontecer. Seu corpo se acalmará, e eu te garanto as mãos não irão soar mais. Que sua cabeça nunca mais irá montar todo um enredo de pensamentos angustiantes e possibilidades de coisas ruins que podem acontecer. Quando esse amor sincero invadir e entrar em seu coração eu sei, sua alma irá florescer, e você nunca mais irá se sentir presa, como costuma a se sentir todos os dias. Quando esse amor, como o que eu sinto por você, finalmente for aceito pelo seu coração. As vezes gosto de fechar os olhos e ouvir a sua voz em minha mente. Sua risada. Sua voz gripada dizendo para não reparar, mas no fundo, eu nunca me incomodo, pois sinto uma vontade tão grande de te abraçar e te dar todos os abraços e beijos que até hoje eu não pude te dar. Eu nunca irei me esquecer de nenhum detalhe sobre você. Sobre as conversas que eu irei guardar. As fotos que eu nunca irei apagar, e a pessoa que eu nunca vou esquecer. Infelizmente, nunca conseguimos ser mais do que melhores amigos, mas eu quero que saiba, que esse amor que há dentro de mim é que me mantém vivo forte, sabe? Eu choro por tudo o que vivemos sempre que olho para trás. Pelo que somos, pelo que sonhamos em ser, e pelo que falhamos em ser também, eu choro forte, porque é algo que me marcou tanto, que tem tanta vida dentro de mim, que eu não consigo não me emocionar. Você é meu ponto de luz, meu ponto de força, e mesmo que depois de tudo isso eu não tenha conseguido realizar meu sonho com você, eu quero que saiba, que se eu pudesse resumir tudo isso em uma palavra, ela seria gratidão. Gratidão pelo que você foi, és, e ainda irá de ser. Gratidão por ter me salvo de mim mesmo. Por ter me amado do seu jeito. E por ter permanecido comigo em momentos como esse em que eu me perdi de mim mesmo. Gratidão! Perdão pelas falhas, me desculpa por ter amar tanto, tanto, mais tanto, que não consigo imaginar minha vida sem você, eu sei que é um peso do caralho agüentar isso. Mas eu quero que saiba que dentro de todos esses detalhes que eu poderia passar horas e mais horas citando, que eu te amo. Amo quando ri, quando chora, quando pede, quando manda, quando me abraça ou quando apenas coloca "...." que é um sinal que eu fiz besteira e que é melhor te deixar quieta, eu te amo. E que nós demos certo, mesmo dando errado, você é a melhor coisa que eu tive mas que eu nunca pude chamar de minha. Eu amo você, mais do que você imagina, apesar de tudo, por conta de tudo, por causa de tudo e principalmente, mais do que tudo nesse mundo.
Se eu tivesse tido o seu amor.
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sadico-aristocrata · 5 years ago
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Marasmo
O ato de ir para a escola parece ter sido trinta anos atrás, assim como o vestibular parece ter sido já há uns vinte. Da formatura eu me recordo como se fosse há dez anos, e desde então o tempo passa a conta gotas, de maneira que essas gotas de tempo caem nos circuitos da televisão e transformam-se em litros e litros de séries e filmes. Como um bom país de milhões de desempregados, essa nação parece ter aprendido muito bem a entretê-los. Como bom desempregado, mantenho-me entretido. Como bom cidadão de uma sociedade que envelhece, aos vinte e seis já reclamo como se tivesse setenta, e Cristian merece um Nobel por me aguentar esse tempo todo, tempo que para ele também deve ter passado como se fosse uma eternidade.
O mais estranho disso tudo é que, quando penso em Cristian, esse tempo todo parece ser comprimido em um único mês, e um único mês em que quero viver em looping, como um eterno dia da marmota. Reviver os momentos em que praticamente do nada o conheci no início da faculdade, que com um sorriso largo e branco, cabelos longos e muito sushi se apossou do meu coração e do meu corpo.
Eu o conheci primeiro em um aplicativo. Conversamos por meia hora e depois ele nunca mais me respondeu. Conversamos de novo um ano depois, só que dessa vez por semanas até que decidi viajar para vê-lo. Senti-me conectado profundamente com cada face que ele mostrava de si para mim e me apaixonei em um estalar de dados. Em um igualmente instantâneo bater de palmas, mudamos para a mesma cidade, para o mesmo apartamento, muito bem decorado com os livros que ele me deu através dos anos, excelentemente decorado com os discos de vinil que decidimos colecionar. E com o tempo, Cris foi sendo promovido na minha vida tanto quanto foi escalando cargos no restaurante japonês em que trabalha. Foi de namorado a “quase marido", foi de auxiliar de cozinha a chefe, assim como fui de estudante a desempregado. Fomos também escalando os níveis de alcoolismo, tabagismo, e nunca levamos enquadro por fumar maconha, o que não é necessariamente uma conquista.
Foram tempos muito intensos de amor e desamor, euforia e desilusão, e esse amor todo ainda está aqui comigo enquanto deito no sofá, e gosto de acreditar que ainda está com ele enquanto ele enrola sushis. Queria que ele fosse meu homem ideal como a mulher ideal o é para Vinícius de Moraes, e assim fosse meu homem “feito apenas para amar, para sofrer pelo seu amor e pra ser só perdão”, mas eu não tenho esse homem tanto quanto espero que Vinícius nunca tenha tido essa mulher.
E assim seguem meus dias, com muito menos da presença dele e muito mais de mim mesmo. Sigo diariamente imerso nesse marasmo magnético inertes a minha cama e sofá. Ele segue no agito inerente de um restaurante que nunca para (ou parece nunca parar). Sai de casa às oito da manhã, retorna à meia-noite. Toma banho, falece na cama e volta a trabalhar. Já eu acordo em um horário aleatório, geralmente quando Cristian já saiu. Permaneço em casa, peço comida em algum restaurante, retorno para a imersão de alguma série ou livro, peço comida novamente e me sinto em uma história fictícia. Cristian volta, vai dormir, eu vou depois e tudo se repete. Porém, em um dia no mês esse ciclo se interrompe, e esses dois universos se chocam em um jantar. Cris folga, dorme manhã e tarde, e comemos juntos antes de fagocitarmos um ao outro.
Hoje ele decidiu preparar um prato japonês estranho, que para surpresa de ninguém, leva peixe. Ele come em silêncio quando decido questioná-lo com um ar de normalidade, tocando no assunto que ele mais gosta de falar:
- Mas e então meu bem, como tem sido lá no restaurante?
- Ah, tem sido como sempre. As pessoas não sabem fazer as coisas direito e todo o tempo preciso quase gritar com eles pra ter algo decente.
- Sim, sim, entendo.
- Todo mundo naquele lugar sabe que faltam funcionários, daí semana passada o imbecil do auxiliar de cozinha deu uma de estressada, socou a parede, machucou a mão e me pegou cinco dias de atestado! É um absurdo.
- Mas você não pode simplesmente... mandar ele embora?
- Não. Posso tentar enforcar ele, mas o Cláudio apontaria uma arma pra minha cabeça - e nisso ele tem a ideia de levantar da mesa e ir até a cozinha do restaurante. De forma abrupta, abre a porta, procura pelo auxiliar de cozinha, o pega pelo pescoço e começa a apertá-lo, como que para fazer a disciplina entrar por meio da pressão física. Cláudio, o dono do restaurante, que por azar estava lá naquele momento, pega a arma que mantinha no estabelecimento e atira em Cristian, que para de pressionar pescoços e apenas pressiona o chão com seu peso.
Ao ver tudo de longe, levanto e vou observar mais de perto, incrédulo. Começo a chorar. Abraço-o como se o desespero de um toque mágico o fosse reviver, mas não revive e apenas assassina minha camiseta branca do David Bowie no processo. Choro sobre Cristian, que serve mais uma vez como o coletor das minhas lágrimas que foi durante toda nossa relação, relação que teve fim aqui, agora, no chão liso ensanguentado. Deito-me com ele e tento pensar, raciocinar, mas é impossível, improvável, e só consigo correr meus olhos pelo círculo de pessoas que se forma, motivados por curiosidade e espanto. Após alguns tapas nas costas de pena e empatia, percebo Cristian se levantar e ir ao banheiro, mas me mantenho sobre a cama.
Olhando ao redor e sobre mim, percebo apenas bagunça, sujeira. Percebo nosso quarto, percebo odores familiares, percebo restos de lubrificante espalhados. Assustado, respiro fundo, enxugo as lágrimas, e, mais calmo, decido me levantar, arrumar tudo e ir tomar banho também. Vou ao mesmo banheiro que Cristian, deduzindo que ele deva ter me convidado, afinal, ele sempre convida nessas ocasiões. Lá ele me deu um beijo molhado e meio maluco, disse que sentiu como se fosse no começo de tudo, que estávamos tendo uma noite ótima. Senti-me alegre, pois ser transportado de um assassinato para uma noite de amor é um lucro e tanto. Não entendi nada e decidi tentar não entender. Deve ter sido um sonho, ou qualquer outra coisa semelhante. Não me importei e fomos dormir. Abraçadinhos, como manda o script, e com um sentimento que parecia muito forte nele, mas que dessa vez em mim era algo mais como “dançar conforme a música”.
No dia seguinte, Cristian acorda antes de mim mais uma vez, me dá um beijo improvável e vai trabalhar. Não entendi muito bem sua felicidade ao acordar, mas com o tempo me lembrei da noite estranha que havia se passado. Levanto-me, faço café, sento no sofá e vou ler notícias na internet. O dólar que já atinge sete reais. O terceiro ex-presidente preso. A nova invasão dos Estados Unidos a um país do oriente, e por um instante sinto um lapso de empatia. Pego-me pensando nesses soldados que saem de suas famílias para receber a morte sob o objetivo de distribuir morte. “Ainda assim é um objetivo”, penso eu, sentindo a ausência de um para minha própria vida. Penso na próxima folga de Cristian, sinto-me ansioso e torço para me lembrar dos momentos de prazer na próxima vez.
Deito no sofá, seleciono uma série na TV e só assisto, com um único objetivo de assistir. Depois pego um livro, leio, com um único objetivo de ler. Assistir e ler quase que como uma forma de sentir vidas passando por dentro de mim, como uma forma de preencher um certo vazio por emoção e propósito, e lá pelas oito da noite minha emoção e propósito chegam mais cedo do restaurante.
- O que aconteceu? Você cortou o dedo de novo? – disse eu pensando no cenário mais provável.
- Eu cansei dessa droga, pedi demissão. A gente guardou algum dinheiro que dá pra viver até eu conseguir coisa melhor - e completamente embebido de felicidade, corro até ele e o beijo. Nisso, a noite se transforma então em um “dia de folga do Cris segunda edição”, com o incremento de que agora em diante ele é inteiramente meu, e por tempo indeterminado. Nos deitamos juntos, vimos um filme. Saímos juntos, compramos maconha e fumamos, compramos bebida e bebemos, e enquanto a gente transava de forma ensandecida no sofá, Cristian abre a porta, me dá boa noite e vai tomar banho.
Com um olhar fixo para a parede branca, sinto uma certa dor no pescoço. Ainda de pé, tento entender mais uma vez o que acontece, e nada parece fazer sentido novamente. Sento-me no sofá, e preocupado tento entender, sem muito sucesso. Cristian passa por mim, me chama para dormir e, ao perceber que não esboço reação, senta comigo e tenta entender o que acontece:
- Amor? Ei, tá tudo bem? O que se passa nessa cabecinha? – disse acariciando meus cabelos.
- Você pensa em pedir demissão do restaurante? – devolvo a questão, fugindo da pergunta.
- Não, mesmo porque, como a gente vai viver? – ele percebe meu olhar triste, me abraça e corre a mão pelo meu corpo, com alguns toques indecentes. Nos deitamos no sofá, e enquanto estamos nos beijando, Cristian bate a porta do banheiro.
- Você vai dormir?
- Já tô indo – e vou mesmo, esperando que a qualquer momento surja outro Cristian para me tirar daqui para uma realidade menos monótona. Deito-me, durmo, como sempre costumo dormir. Cris dorme também, como a pedra de sempre que o é, e parece que estou com o Cris real dessa vez. E nesse momento Cris abre a porta do quarto, se deita, me dá um beijo de boa noite e dormimos. E daí por diante prefiro não emitir opiniões sobre a realidade e apenas choro, no silencio e no breu da noite, com todo o cuidado para não atrapalhar o sono do chefe. Choro, e decido que meu choro é de verdade, e mesmo se não for, fica combinado entre mim e você, leitor, que é de verdade sim.
No dia seguinte me levanto mais uma vez como se nada tivesse acontecido. Peço as mesmas comidas, nos mesmos lugares. Vejo e leio as mesmas coisas, deito no mesmo sofá, que de alguma forma não parece ser o mesmo. Levanto, olho ao redor, e parecem não ser os mesmos prédios, nem o meu próprio prédio. Não parecem ser as mesmas paredes, e esses não são nossos discos de vinil, nem nossos livros. Numa tentativa de esquecer disso, sento no sofá desconhecido e torno a ver TV, mas o catálogo de filmes não é o mesmo, não é a mesma série que eu estava assistindo, nada é a mesma coisa. Vou ao banheiro me ver no espelho e não parece o mesmo eu, e para fugir desse mundo, me deito no sofá e apenas fecho os olhos, sem nem reconhecer perfeitamente os pensamentos que passam pela minha cabeça.
Alguém chega em casa, abro os olhos, e por lógica, deduzo que esse é o equivalente a Cristian nesse universo. Eu corro e o abraço, mas não sinto nada por ele, só um desespero que ele possa me ajudar de alguma maneira.
- Mas o que foi? O que aconteceu?
- Não sei, não sei o que aconteceu, eu não sei nem quem é você, só quem você parece ser.
- Eu sou seu marido, praticamente.
- Eu tenho mesmo um quase marido, mas não me lembro dele ser você. Não me lembro de onde te conheço, e se sou casado com você agora, não imagino o porquê. Você parece estranho, tudo aqui parece estranho.
E nesse memento, o possível Cristian toma para si todas as sobras de paciência dos seus estressantes dias e me detalhou toda a história do que vivemos, me relembrou cada detalhe. Em algum ponto da história que ouvia, percebi o quase Cristian tornar-se Cristian, e me senti de novo em casa. Minha quase vizinhança virou de novo minha vizinhança, meu quase prédio tornou-se meu prédio, mas meu quase rosto continuou quase, ainda se desgastando em chorar, e ouvi no fundo a voz do meu irmão me chamando de chorão mais uma vez, como que em um trauma de infância.
- Que foi? Por que tá chorando?
- Eu não sei ainda, não sei. Você não tava aqui, e eu sentia sua falta como senti falta de tudo ao meu redor, mas agora parece sim ser você, mas tudo se repete o tempo todo e talvez você não seja você, eu não sei dizer.
- Sim, eu sou Cris, seu marido, e posso te garantir que você está no mundo real. Agora já tá tarde, a gente vai tomar banho e ir dormir. Depois a gente conversa – e tomamos banho e fomos para a cama. Após cerca de uma hora de sono, percebi que Cristian chegou do trabalho, tomou banho, me deu um beijo de boa noite e foi dormir. Olhando para cima, para o nada, dessa vez não choro, apenas tento entender e fazer alguma coisa. Deixo o breu da noite cobrir meus olhos, deixo-me dormir. Decido não sonhar, decido fugir de qualquer ausência de realidade. Em um passo lógico, decido por lógica me apegar ao mundo, e não soltar a mão dele nunca mais.
Acordo mais uma vez, mas agora determinado. Levanto junto de Cris, conversamos como casais civilizados devem conversar, preparamos nosso próprio café e o acompanho até o portão do condomínio. Posteriormente, me sento no sofá e ligo a TV em um desses canais que são apenas noticiário, todo o tempo. Ainda inteiramente imerso na realidade, preparei minha própria comida, li algumas revistas que havia assinado para manter-me atualizado no ramo da construção civil. Mais tarde, saio para entregar currículos, inclusive para funções muito inferiores a formação de um engenheiro. Após retornar ao apartamento, faço o que é mais lógico: vejo mais alguns jornais. Assim o dia se esvai, da mesma forma a noite, com refeições esparsas e pobres. Cristian retorna no horário de sempre, tomamos banho, vamos dormir e nos obrigamos a não sonhar.
Nesse mesmo ritmo se vão todas as horas de todos os dias e semanas seguintes. Começo a ler alguns livros sobre sociologia, como uma forma de entender melhor a sociedade e, consequentemente, o mundo real. Passam-se as quinzenas até ser, mais uma vez, folga de Cristian, e sigo apenas na mais perfeita realidade.
Segue-se sendo como um dia qualquer, com a diferença de que Cristian está em casa. Ele dorme ainda como uma pedra, mesmo após as duas da tarde, me recuso a sair da cama antes dele, e só vamos fazer qualquer coisa após as cinco da tarde. Numa tentativa de reviver tempos antigos, vamos a um café perto de casa, e numa tentativa de reviver tempos recentes, passamos no supermercado e Cris prepara um jantar mais uma vez. Enquanto ele cozinha, pego um dos LPs e coloco para tocar. Jorge Ben, Tábua de Esmeralda.
Enquanto os alquimistas estão chegando, vou até a cozinha cheirar o pescoço de Cris, atrapalhar seu serviço da forma mais prazerosa possível. Depois de uns beijos e amassos, ganho um “tá, agora me deixa fazer as coisas”, e respondo apenas com “sim, chefe”. Na sala de estar, estou apenas contando o tempo, ansioso. Da última vez parece ter sido uma noite incrível, onde eu estava, mas não estava lá, porém dessa vez estarei de corpo e alma. Penso em assistir alguma coisa para o tempo passar, mas preciso garantir que vou continuar na realidade, e assim o faço.
Cristian termina, põe a mesa, se serve e me serve. Começamos a comer e a falar do que ele mais gosta de falar: trabalho.
- Ontem deu muito movimento no restaurante, sem falar no delivery. Os pratos estavam demorando demais pra sair... – e me esqueço de prestar a atenção no que ele diz, e começo a pensar no prato que estamos comendo. Ele fez um prato com atum, meu peixe favorito, de maneira que vi o esforço dele na cozinha para cortar a cabeça do peixe.
- Ah sim sim, entendo.
- E nisso a menina do atendimento saiu correndo, completamente surtada... – e aparentemente eu perdi mais do assunto do que acreditava ter perdido, mas sigo só concordando, afinal, ele parece muito empolgado dizendo o que diz - ... nós fomos atrás dela depois, ela tava ainda na praça perto do restaurante chorando, tadinha.
- Mas e aí, será que ele foi trabalhar hoje?
- Não sei, eu decidi começar a não ler e nem me comunicar com ninguém do trabalho enquanto estou de folga, pra ver se dou uma desligada, sabe, toda vez eu sempre me envolvo com... – o atum estava muito bem temperado, com coisas que não faço ideia do que eram.
- Sim sim, é uma boa pra você se desligar do trabalho mesmo. Esse prato aqui, como ele se chama? Quando aprendeu a fazê-lo?
- Ah sim, aprendi assim que comecei a trabalhar no restaurante, ele fazia parte do cardápio no começo. É só um atum em crosta de gergelim.
- Interessante, interessante. Olha, eu tô com a ideia de aprender a cozinhar também, porque eu fico o dia todo sem fazer nada aqui, e se eu aprender a cozinhar eu tenho uma possibilidade de emprego diferente também. -  Cristian achou estranho, mas válido.
- O que você acha de aprender como faz esse atum? Eu faço um pra você ver como é, e você poder comer ele amanhã – gostei da ideia, e fomos até a cozinha. Nisso Cris pegou outro atum inteiro que estava na geladeira, colocou sobre a mesa – corta a cabeça dele pra você ir aprendendo desde já.
Peguei um cutelo e bati repetidas vezes sobre a cabeça do peixe, que insistia em permanecer lá. Estranhamente, a cada batida que dava esguichava sangue, o que achei bastante estranho, uma vez que o peixe, morto há dias, não esguicharia sangue dessa maneira. Apenas continuei, lentamente, até perceber a cabeça do peixe separada do corpo.
Nesse momento, ouço a porta do apartamento ser aberta a força e reconheço ser a polícia. Observo minhas mãos e as percebo inteiramente sujas de sangue, assim como minhas roupas e como as roupas de Cristian, além de tudo ao redor. O semblante de Cristian era o de alguém agonizando, sem forças agora sequer para gritar. Assustado, gritei em desespero, comecei também desesperadamente a chorar, e a ver que tudo em minha vida naquele momento estava destruído. Tudo o que eu mais amava, quem eu mais amava. Achei que talvez pudessem salvar Cristian, e removi a faca que cravei em seu pescoço. Tentei correr até a janela para pular e terminar com tudo de uma forma rápida, mas os policias correram a tempo de me impedir. Com todo o poder do Estado, fizeram questão de me manter na realidade, mesmo que na base do tapa.
- Sadico-aristocrata
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registrosdeumanonimo · 6 years ago
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Just a Letter
Quero contar sua história aqui, nossa história.
Honestamente, eu não consigo me lembrar perfeitamente como tudo isso aconteceu, eu apenas lembro de um dia estar no Colégio, sofrendo como um besta por uma pessoa que não me queria e em outro instante me tornando amigo da pessoa que me apresentou você e fez com que tudo isso se iniciasse.
Era um dos intervalos que tínhamos entre as aulas, eu estava lá no pátio com essa amiga, e você apareceu pra cumprimenta-lá e de quebra me cumprimentou também. Ali, naquele momento, algo já mexeu comigo, lembro que na hora pensei: "Nossa, que garota bonita". Não trocamos mais que meia dúzia de palavras e eu só consegui prestar atenção no seu rosto, no seu sorriso que eu tanto amo (amei assim que vi), foram talvez 5 (ou menos) minutos, mas o tempo tinha congelado pra mim, você estava com aquele moletom roxo, seu cabelo preso (sempre briguei pra você soltar), e eu não conseguia pensar em mais nada que não fosse: "Minha nossa!". Após estes 5 minutos, tudo voltou ao normal, você saiu andando com suas 2 amigas, e eu continuei a me lamentar pelo que estava passando com aquela amiga.
Mas uma coisa fez com que eu não conseguisse tirar você da cabeça, o sinal do intervalo tocou e voltei para a sala, aonde eu lembro de ter ficado quieto no meu canto (como havia fazendo nos últimos dias) e após todas as aulas chatas passarem, eu fui pra casa dessa amiga almoçar, e ali, após tantos pensamentos confusos eu decidi perguntar de você:
- Hey, quem é aquela sua amiga? Ela é tão bonita.
Tudo que eu ouvi foi:
- Ela não faz seu tipo, nem tenta. Você não vai conseguir nada. Você não tem o estilo que ela gosta, vocês não combinam.
Aquilo me fez pensar e eu queria saber o porquê de ouvir isso tão prontamente é tão rápido, eu não me aguentei, eu fui atrás. Comecei a perguntar sobre você todos os dias, queria saber sobre você. Até que não me lembro como, nós começamos a ter contato. Preciso ser honesto e dizer que não me recordo de como foi e sobre o que falávamos. Apenas consigo me lembrar da parte aonde marcamos o primeiro encontro, saímos em "casais", você e eu e sua irmã e o par dela, lembro que fomos passear, fomos tomar açaí, estávamos rindo e conversando, falando sobre as coisas da época. Não me lembro o porquê também, mas andávamos de mãos dadas, talvez ali foi aonde tudo começou pra mim. Lembro que tudo aquilo estava me fazendo muito bem, eu não sabia explicar, eu estava sofrendo por outra pessoa e pensava naquilo todos os dias, e naquele momento com você, eu esqueci de tudo isso, esqueci daqueles sentimentos ruins e fui pego por algo muito bom.
Até que chegamos naquela arquibancada, que eu não me lembro da onde era, mas ela estava vazia, fomos andando até um canto e sentamos, eu e você, um do lado do outro. Lembro de como fiquei sem graça e não sabia o que dizer pra poder chegar na parte que eu queria, que era dizer que queria te beijar. Lembro apenas da gente nos beijando a primeira vez, eu totalmente sem jeito (eu nunca fiquei sem jeito), eu receoso, era tudo tão esquisito, sabe? Apenas nos beijamos e deixamos o dia continuar, ficamos juntos ali.
O dia acabou e eu fui pra casa, entrei correndo no MSN pra falar com você e dizer o quanto o dia tinha sido bom, e que não via a hora de te ver no intervalo no colégio. Ao mesmo tempo fui falar com aquela amiga em comum, perguntando todo empolgado se você tinha falado de mim, e ela respondeu:
- Ela disse que o dia foi muito bom, mas que você não tem tanta pegada assim.
Ela até copiou e colou a conversa de vocês na minha e eu li com meus próprios olhos. No primeiro momento, eu me senti ofendido e abalado, pensando no que tinha feito de errado e se quer ficaríamos novamente. Eu queria compensar aquele nervosismo, aquela coisa sem graça que não faz parte de mim. Na hora eu pensei:
"Se rolar novamente, ela vai ver só."
E também não me recordo como, mas rolou. Aquele momento, ali sim, eu pude te beijar como eu imaginava, como eu queria. E foi maravilhoso, totalmente diferente. Como se tivéssemos ficado pela primeira vez novamente.
A partir daquele momento começamos a ficar, eu não sabia o que pensar, eu não sentia mais nada ruim dentro de mim, eu não sofria mais por outra pessoa, eu me sentia completo e preenchido, eu tinha você, sabe? Eu estava sendo tão feliz. Eu parei de pensar o dia todo o quanto era ruim sentir algo por alguém, e passei a pensar o quanto era bom sentir o que eu sentia por você. Eu estava me apaixonando.
Até que chegou o dia que finalmente aceitamos e resolvemos ficar a primeira vez no colégio, na frente de todos. Nós não tínhamos mais o que esconder de ninguém, e nem pensar mais em nada. Sabíamos que daria certo, sabíamos que estávamos apaixonados e foi naquele intervalo que você veio. Você usava aquela calça jeans que eu gostava, uma blusinha de regata roxa, uma que era meio coladinha, você está tão bonita. Veio com os cabelos soltos, do jeito que eu sempre gostei. Eu estava encostado no muro que tinha no pátio, sua sala era no outro prédio e quando olhei pro lado, eu vi você vindo na minha direção e esperei, você veio e me deu um abraço apertado, ficando na ponta dos pés (afinal, sempre fui mais alto) e eu adorava te abraçar forte daquele jeito, você olhou pra mim dando seu sorriso e a gente só se beijou, na frente de todo mundo mesmo e foda-se, sim, nós estávamos juntos e não tínhamos mais nada a esconder. Lembro que o garoto que era todo apaixonado por você (que era da minha sala), após ver eu te beijando, me olhou com tanto ódio, minha nossa...em um momento eu estava dizendo pra ele que tudo ia dar certo, no outro, estava namorando a pessoa que ele gosta (que filha da puta eu). Mas eu não podia controlar isso, eu estava apaixonado por você, você por mim. Não era nossa culpa.
Eu não tinha mais amizades no colégio, apenas aquela nossa em comum, eu perdi todas as outras por conta daquela garota que me fez sofrer. Eu tinha você agora, eu estava bem. Eu lembro de como matava todas as aulas possíveis pra ir na sua aula de educação física ficar com você, você deitada no meu colo, eu fazendo carinho no seu cabelo, a gente se beijando, de mãos dadas. Era tão bom...
Você me contava algumas coisas, me falava das bandas que gostava e eu tirava sarro, eu falava de como eu tocava bateria, ficava chacoalhando a perna o tempo todo e você gostava disso, achava bonitinho até minha mania de andar batendo as mãos no ar enquanto ouvia música. Nós éramos tão bons juntos, né?
Até que tudo começou a dar errado...
Eu comecei a sentir muito ciúmes de você, eu ficava criando coisas, dizendo que você preferia os garotos da sua sala, que eles tinham se estilo e eu não, eu te sufocava com tantas perguntas, tanto controle que queria ter, você estava se sentindo mal, eu não percebia isso. Eu continuava e continuava pressionando, eu fui tão burro...
Até que nós terminamos a primeira vez.
Aquilo acabou comigo, eu fiquei tão triste. Tudo de ruim que eu sentia, voltou em dobro e eu não sabia lidar. Eu ficava tentando convencer nossa amiga em comum a falar com você, pra você me dar outra chance, que tudo seria diferente. Eu não tinha mais você no MSN (eu enchi tanto seu saco lá que entendo hoje o porquê de ter me excluído), eu ficava que nem louco na escola olhando pra você no intervalo, você rindo com suas amigas, conversando com os mesmos que eu sentia ciúmes, na minha cabeça você só estava melhor sem mim. Eu era egoísta, estúpido!
Até que um dia, eu também não me lembro como, nós saímos pra conversar no shopping perto da onde você mora, foram horas e horas conversando, até que na hora de ir embora, no ponto de ônibus, nós nos beijamos mais uma vez. Eu lembro até de comentar:
- Imagina a loucura quando contarmos que voltamos
E ali rimos e continuamos juntos, nos beijando. Eu tinha tudo que eu queria de volta, eu tinha você. Tudo foi uma maravilha, até que mais uma vez, tudo veio a dar errado.
Novamente veio toda aquela tristeza, e ali sim eu fiquei mal, ali eu senti que não conseguiria mais. Eu chorava (você nunca ficou sabendo disso), eu sofria de verdade. E mais uma vez, eu era egoísta de achar que você também não sofreu.
Até que um tempo passou, a escola acabou, nós estávamos separados e eu não conseguia lidar com isso ainda. Eu não me recordo o que aconteceu também e tivemos nosso terceiro contato, mais uma vez. Mais uma vez a gente ficou. O que era aquilo? A gente se amava mesmo? A gente queria um ao outro mesmo? Eu não sei também, eu sei que foi tudo que eu precisava. E ali continuamos nossa história, eu ia na sua casa o tempo todo, a gente via tantos filmes juntos, tudo dava tão certo. Nós fomos viajar juntos, não foi a viagem que eu queria e imaginava, pois eu não consegui ter sequer um dos momentos que queria com você. Acho que o melhor de todos, o mais próximo que cheguei de ter aquilo que queria, foi quando ficamos sentados naquele banco na sala da casa e nos beijamos ali por muito tempo, só nós dois, e logo fomos atrapalhados. Tivemos bons momentos, lembro da gente no cinema, vendo um dos meus filmes favoritos e eu me empolgando, você rindo de mim. Era tão bom aquilo que tínhamos.
Até que mais uma vez, tudo deu errado pra gente.
Um dia fui na casa daquele nossa amiga em comum, e ali, naquele momento, eu senti...eu nem sei explicar o que eu senti. Ela me dizendo que você contou que só estava ficando comigo, porque o rapaz que você queria, não queria nada com você. Nossa...eu não sei o que eu senti ali, foi um misto de ódio e mágoa que veio de maneira instantânea, numa porrada só. Lembro que naquele dia, eu não consegui esbanjar reação, eu apenas fui embora atordoado. Até que eu tomei a decisão mais burra da minha vida naquele momento, eu decidi que seria um crápula com você.
Eu te tratei mal, eu inventei coisas, eu disse que estava com 2 outras moças e não queria saber se você. Minha nossa, como eu fiz merda, eu não consigo nem digitar tudo porque o remorso me corrói, me mata! Cara, eu te magoei tanto, eu te feri tanto, eu fiz você sofrer de um jeito, que se eu pudesse, hoje, passaria todos os dias tirando aquela dor de você e passaria todos os meus dias a sentindo.
Nós não podíamos nos ver mais, nós não nos cruzamos mais, foi tudo tão ruim. Eu pensava em você todos os dias, eu não sabia mais o que fazer. Acredite em mim, eu sofri de uma maneira que você nem pode imaginar, eu estava descontrolado. Eu feria pessoas ao meu redor, só pra tentar descontar um terço do que eu estava ferido...desculpe, mas esta parte talvez me falte palavras e a irei encerrar por aqui.
O tempo passou, e eu perguntava de você todos os dias para aquela amiga em comum, eu queria saber como você estava e não tinha respostas. Até que certo dia eu decidi que ia casar. Hoje eu olho pra mim e penso:
"Que merda você fez cara? Você vai casar gostando de outra pessoa?"
E assim eu o fiz, eu não posso ser mentiroso e dizer que de alguma maneira eu não me sentia confortado por ter aquilo, por ter aquela pessoa, mas ela não era você. Eu casei e passei os 6 primeiros meses do meu casamento pensando em você, todo santo dia, em como poderíamos ter sido, em como tudo teria sido diferente se a gente fosse mais maduro, se a gente falasse o que sentia, se eu tivesse sido honesto. Eu tive brigas e problemas por causa disso, mas eu não me arrependo de nenhuma, eu queria ver você. Eu queria ver como estava sua vida. Entrava nas suas redes sociais todos os dias, eu era besta mesmo...
O tempo passou e passou, nossas vidas se separaram de vez, eu não sentia mais nada que não fosse uma leve saudade e aquele desejo de que você estivesse sendo ao menos feliz, da maneira que você merece. Eu ainda perguntava de você sempre que conseguia, sempre que estava sozinho com aquela amiga, ela me contava tudo. O dia que ela me contou que você estava morando com uma pessoa, eu não soube o que pensar. Eu apenas desejei que você fosse o mais feliz possível, mas no fundo, aquilo me doeu um pouco, eu não consegui dormir naquele dia, pensando que você estava sendo feliz com outra pessoa e que tinha me deixado pra trás novamente.
E assim o tempo continuou passando...
Até que recebi a notícia que você estava passando por dificuldades, seu pai estava com uma doença séria, e você estava lidando com tudo o que podia sozinha, da maneira que podia. Eu por um momento, após tanto anular você da minha vida, não sabia o que dizer sobre isso. Depois de muito tempo, eu pensei em como eu poderia estar te ajudando, dando o que você merece, se as coisas tivessem sido diferentes.
Eu vi tudo de longe, eu acompanhava pelo pouco que conseguia ficar sabendo através de uma amiga da sua irmã e por contas das redes sociais dela. Mas eu não podia fazer nada, eu estava mal, eu estava na pior fase da minha vida, estava em um casamento aonde eu sabia que não daria certo, tentando empurrar tudo com a barriga e me acabando cada dia um pouco mais. Foi tudo tão difícil, que eu não conseguiria te descrever nem se quisesse.
Os anos passaram, eu me separei, eu sofri, eu vi a merda bem de perto. E então, eu voltei ao seu Facebook. Eu queria ver como você estava, eu queria tentar novamente o contato. Você aceitou minha solicitação e aquilo me surpreendeu, eu não acreditava no que estava vendo. Então eu dei mais um passo e te chamei
"Oi, tudo bem? Me passa seu whats pra gente conversar?"
Você só respondeu simples e prática:
"Não."
Aquilo não me surpreendeu, é claro que você não iria querer papo comigo. Afinal, talvez eu tenha sido a pessoa que mais te fez mal na vida. Eu lembro que fiquei mais ou menos triste naquele dia, mas eu não estava bem, então, era uma série de coisas que me deixaram pra baixo.
O tempo continuou passando, e eu também não me lembro como, mas em 2018 eu consegui seu whatsapp, nós começamos a conversar e eu sem jeito algum fui contando de pouco em pouco algumas coisas pra você, sobre minha vida, sobre coisas que aconteceram e você foi trocando experiências comigo. Até que finalmente, eu consegui marcar um dia pra te ver. Eu precisava daquele dia, eu iria abrir meu coração e contar tudo, tudo mesmo.
Marcamos de nos encontrar no metrô perto da sua casa e ali eu fiquei parado esperando, até que vi você vindo na minha direção, você continuava a mesma. Linda do jeito que sempre foi, aquele cabelão, aquela cara de brava, aquela mesma coisa e novamente eu pensei:
"Nossa, que mulher bonita."
Nós fomos até a Paulista, andamos bastante, conversamos sobre diversas coisas, até que paramos naquele parque e sentamos na mesa e ali eu comecei a falar. Eu contei tudo que consegui naquele momento e me desculpei muito por tudo que passamos, por tudo que fiz você passar. Depois, continuamos andando, sentamos naquela escada do prédio Gazeta e continuamos nossa conversa, eu lembro de ter tentando jogar alguns verdes pra você, dizendo que se pudesse eu faria tudo diferente, e realmente, eu faria. Eu não consegui me controlar, te ver novamente fez com que um tsunami de emoções viesse direto pra mim, pra minha cabeça. Mas nada aconteceu, até ai era o que eu esperava. Você não era mais a mesma. Você amadureceu demais. Você me contou sobre as coisas que aconteceram e estavam acontecendo na sua vida, em como tudo estava tão difícil e acredite, tudo que eu pensei naquele momento foi em pegar tua mão e dizer:
- Eu to aqui agora, finalmente. Você vai ficar bem.
Nós encerramos nossa conversa por ali e fomos pra casa, eu pensei em você o caminho todo, em tudo. Como eu disse, era um misto de emoções. Lembro que não dormia tão bem como naquela dia, fazia muito tempo. Você me trouxe isso de volta, por um dia, me trouxe um pouco de paz. Era como se um caminhão de arrependimentos tivesse saído de cima de mim.
As coisas foram caminhando novamente e mais uma vez perdemos o contato, eu segui um pouco mais leve, pois tive a chance de dizer tudo que eu sentia e senti por todo esse tempo pra você, então eu pude ter um pouco da minha mente mais leve, menos carregada. Você não faz ideia de como tudo aquilo me consumia.
E agora em 2019 nos encontramos de novo, aquela mesma amiga em comum, estava passando por um momento difícil e eu me propus a ajudar, na hora ela mesma não quis aceitar por você estar presente, ela não sabia que tínhamos conversado, eu não me importei e fui. Eu estava mais leve, eu não teria problemas em te ver novamente. E eu fui, lá eu te vi, foi tudo natural, normal, como se eu não conhecesse você, mas com toda a bagagem boa que eu tinha, foi coisa de louco. Trocamos poucas palavras, eu contei que não estava passando por um momento bom, meu pai estava morrendo com câncer, tudo estava uma merda. Demos algumas risadas e eu te olhei novamente, daquele jeito (você não sabia disso, desculpa), mas eu só fiquei quieto e foquei no que precisava fazer.
Isso passou, fui embora e no dia seguinte eu recebo uma mensagem sua no Instagram. Ali começamos a conversar novamente, desta vez pra valer, dávamos risadas, falávamos sobre as coisas, você perguntava sobre meu pai e eu sobre o seu. Eu senti que estávamos nos importando novamente um com o outro, foi esquisito. Eu não estava mais acostumado a acordar e ter sua imagem de primeiro contato, era estranho. Mas era bom.
Eu ficava brincando de cantar você pelas figurinhas, falava com você o dia todo. Porra, como era bom. Até que em um dia aleatório você mandou uma mensagem perguntando se teria algum problema em passar a noite na minha casa, de inicio eu assustei, achei que poderia ter acontecido algo com você e disse que sim. Mal sabia eu que na verdade você que sentiu que eu não estava bem como parecia e sabia que eu precisava de sua companhia.
Você veio e vou te dizer...eu não sentia algo tão bom fazia tempo, sua presença ali sentada no meu sofá, eu olhando pra você o tempo todo, a gente falando, você rindo, seu sorrisão que eu tinha que me controlar pra não me perder nele...foi algo maravilhoso. Até na mesma cama dormimos naquele dia.
E tudo continuou, nos falávamos todos os dias, eu me sentia tão bem, eu não sabia explicar. Eu não conseguia nem sequer entender. Como que no meio de um inferno, eu conseguia ficar bem? Bom, eu conseguia por sua causa. Tudo estava piorando a minha volta, meu pai cada vez mais doente, piorando mais a cada dia, eu já não sabia mais como lutar pela vida dele, eu tentei de tudo! Meu aniversário se aproximava e eu só conseguia pensar:
"Por favor, não morra dia 31 de Março..."
Você foi até no hospital comigo, você viu ele, você me apoiou tanto, eu não consigo escrever sobre isso...
E o dia chegou, 2h da manhã do dia 29 de Março, ali eu senti meu mundo caindo, toda a batalha terminou e eu perdi, ele perdeu. Meu pai faleceu, eu não sabia o que fazer, eu queria quebrar o hospital inteiro só pra entrar ali e ver aquilo com meus próprios olhos. Eu não sabia o que fazer, como eu ia avisar minha mãe? Como eu ia falar pra ela? O que eu faria sem ele? Como a vida seria? Tudo que eu consegui fazer, antes de avisar ela ou qualquer pessoa, foi te mandar uma mensagem.
"Meu pai faleceu."
O pior dia da minha vida tinha chegado e eu não sabia lidar com ele. Você me respondeu, você ficou horas falando comigo, tentando me consolar, falando palavras pra mim. Até que chegou a hora do velório, você não pode ir, infelizmente, eu não conseguia pensar em mais ninguém. Era tanta gente, era tanta coisa acontecendo e eu só pensava:
"Cadê você?"
No dia seguinte você foi, logo pela manhã do dia 30, um dia antes do pior aniversário que eu pudera ter. Quando eu te vi, eu senti um pouco de conforto e me senti um pouco menos pior perante tudo aquilo. Você ficou do meu lado, você enterrou ele comigo, você me viu chorar (nunca tinha visto na vida), você viveu meu pior inferno comigo e me ajudou a passar por ele.
Após o enterro você veio comigo pra minha casa, ficou do meu lado o tempo todo e dormiu em casa, naquela noite eu não sabia o que fazer, estava desnorteado e você tentava me animar de qualquer jeito, até que entre um cigarro e outro, eu brinquei mandando uma figurinha dizendo que iria te beijar e você respondeu com outra dizendo:
"To esperando."
Eu voltei pra cama, aonde estava você deitada escolhendo alguma coisa na Netflix e eu fui te encher o saco, cheguei perto e te beijei, você retribuiu. Aquilo foi pesado pra mim, você não faz ideia.
"Sério que eu estou beijando ela novamente?"
E ali a gente passou uma noite que eu não sei explicar, seria egoísmo meu chamar de maravilhosa, porque no mesmo dia eu enterrei meu pai, mas por outro lado, você me fez esquecer aquilo por um minuto...era tudo tão confuso. Nós pegamos no sono, eu acordo com você, sua mão me abraçando por trás, chegando perto de mim...Você faz ideia do quanto eu imaginei isso durante minha vida? Você faz ideia do quanto eu sonhei com o dia que eu ia acordar com você do meu lado? Caralho...eu não podia ter desejado um presente de aniversário melhor que aquele na minha vida.
E ali eu tinha começado a sentir algo diferente, eu não estava me apaixonando novamente por aquela garota do Colégio, eu estava me apaixonando por uma mulher, que evoluiu, que amadureceu, que cresceu, que se tornou extraordinária, forte, doce, delicada, fofa...Você tinha se tornado tudo! Passei meu aniversário ao seu lado e ainda assim você ficou mais uma noite comigo. Cara, o que tava acontecendo?
Os dias foram passando, eu fui te vendo com mais frequência, eu fui sentindo as coisas com mais intensidade, mas infelizmente, hoje, você não pode retribuir isso. Eu não quero escrever sobre esses últimos dias, pois passamos eles juntos, lado a lado e são memórias recentes que eu quero guardar comigo.
Me perdoe não dizer que estou apaixonado por você e assumir que sim, ninguém na minha vida me conheceu tão bem quanto você, ninguém me fez tão feliz quanto você, ninguém me deu tanta paz quanto você, ninguém me compreendeu como você, ninguém sofreu e se permitiu uma nova tentativa como você, na minha cabeça dura e problemática, assumir isso não mudaria em nada. Mas saiba que, eu te amei demais, mais do que poderia ter amado qualquer pessoa que passou pela minha vida. E eu vou partir te amando dessa mesma maneira, eu apenas tive isso escondido dentro de mim por muito tempo, você apareceu novamente e foi só o gatilho que eu precisava pra saber disso. Você foi e você é o amor da minha vida, eu te amo demais.
Digito tudo isto com lágrimas nos olhos.
Agora, eu quero deixar algumas palavras pra você...
Eu espero de verdade que você encontre toda a felicidade que você merece, você não merece menos que o mundo. Você foi a melhor pessoa que passou pela minha vida, e de onde eu estiver, eu vou estar olhando pra você, estarei cuidando de você. Me desculpe te deixar, mas eu não sei mais como continuar aqui, eu tenho muito problemas e não consigo mais segurar isso, mesmo tendo você ao meu lado. Saiba que nada foi sua culpa, você fez o melhor por mim e foi o melhor de mim. Eu só espero que agora você guarde as melhores lembranças que teve comigo, comigo brincando com o doguinho, comigo rindo, comigo te elogiando, comigo sendo bom pra você. Você merece o mundo todo, e me perdoe não estar aqui pra tentar dar ele a você, tudo que aguentei nos últimos tempos, eu só aguentei por você, porque você me deu forças, eu queria ter forças pra dizer tudo isso que escrevi aqui, mas eu falhei mais uma vez. Saiba apenas de uma coisa, eu vou partir com muitas imagens na minha cabeça, da minha família, dos meus melhores amigos, do meu pai sorrindo pra mim, mas principalmente, eu vou partir com sua imagem na minha cabeça. Com o seu sorriso na minha mente, com seu cheiro nas minhas memórias, com seu toque no meu corpo, seu abraço, seu beijo...tudo. Eu vou partir com o melhor de você. Eu encontrei minha "Star Girl".
Deixo esta música pra você:
"Quando a noite chega
E eu fico sozinho com meus pensamentos
E a imagem de você com outra pessoa
Bem, está me consumindo por dentro
Mas seguimos nosso caminho, fingimos que estamos bem
Agora, se saltarmos juntos, pelo menos poderemos seguir
Para longe do estrago que fizemos
Então só por um minuto
Eu quero mudar de ideia
Porque isso não parece certo para mim
Eu quero te animar
Eu quero te ver sorrir
Mas saiba que isso significa que eu terei que partir
Saiba que isso significa que eu terei que partir
Ultimamente, eu tenho, eu tenho pensado
Quero que você seja mais feliz, quero que você seja mais feliz"
De: C.
Para: S.
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fuienaoseiquandovolto · 6 years ago
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Segue teu coração
Oi, me chamo Priscila e há quase três meses larguei minha vida para viajar pelo mundo. Quando saí de casa não tinha se quer um caderninho pra escrever as experiências que iria viver, tão pouco pensava em escrever um blog. O máximo que me propus foi anotar meus gastos pra poder ter um controle financeiro. Não me imaginava sendo mais uma pessoa produzindo conteúdo de viagem na internet. Postaria algumas fotos e nada mais.
Logo de cara, na primeira semana na estrada, percebi que não é nada fácil manter um blog - ou melhor, não é fácil dar atenção a qualquer coisa com frequência quando se está na estrada - pois tinha dias que nem uns stories no insta eu tava conseguindo postar. Foi então que compreendi que viajar é muito mais intenso do que eu imaginava, se vive um mês dentro de cada dia, é sair de um rolê e entrar em outro e até mesmo quando não tem rolê nenhum a gente esquece que tem que mandar um whats pra família avisando que tá tudo bem. Tenho um grupo no whats que se chama Mochilão da Pri e quase nunca posto sobre o que tô fazendo lá. Muitas coisas aconteceram e eu não tirei foto, não fiz vídeo, não mandei áudio contando e esse é um dos motivos pelo qual tô escrevendo aqui. Apesar de ter minhas dúvidas se vou conseguir escrever com frequência, tô aqui há dias tentando terminar este texto entre um rolê e outro, porque já são quase três meses de rotas tortas e já não sou mais a mesma de longe e não quero que minha mãe se assuste quando eu for visitar ela. (risos) Além disso, quando alguém me pergunta o que eu fazia no Brasil e eu digo que sou jornalista aí vem a segunda pergunta: e tu não tá escrevendo um blog? E eu respondo dizendo que a viagem é intensa demais e que eu não tenho tempo nem pra dizer mãe tô viva. Tá, tô exagerando, mas é quase isso.
Depois de um mês na estrada decidi que além de anotar os alfajor que eu compro eu ia escrever pequenas notas sobre os lugares onde passo, porque tava sentindo que talvez um dia eu fosse esquecer de algumas coisas. E agora, quase fechando meu primeiro trimestre sem pagar boletos, decidi que vou começar a escrever sobre minhas aventuras e o que estou absorvendo de tudo isso para quem se interessar em acompanhar minha loucura. Além de conhecer lugares lindos, tenho conhecido pessoas inspiradoras, tenho conversado com gente do mundo todo sobre política, economia, comportamento, e também quero dividir isso com vocês, queridos leitores (me achei agora).
Voltando ao tema 'viajar é intenso' (sim, eu dou muitas voltas escrevendo), as vezes o que eu mais queria era ficar deitadinha um dia inteiro, quietinha vendo netflix. E eu não tô me queixando da minha vida, não! Só quero contar que NADA é um mar de rosas perfeito. Já basta que eu fiz 4 anos de faculdade de jornalismo acreditando que ia mudar o mundo e nem preciso terminar a frase né minha gente. Na verdade, o tempo todo eu fico pensando que todo mundo deveria ter uma experiência como essa, nem que seja em um mês de férias, sei lá.
E foi percebendo que viajar é nível hard de intensidade que aconteceu a primeira mudança em mim. Por mais que minha viagem sempre foi sem muito planejamento no sentido de ter uma data pra voltar e um roteiro a seguir, eu sempre pensava que ia seguir percorrendo o mundo até que meu dinheiro acabasse. Agora já não digo nem isso. Apenas não tenho plano nenhum. Pode ser que muito antes do dinheiro acabar eu queira voltar pra casa. Tudo pra mim está sendo um teste, eu nunca soube realmente se a vida que estava buscando era de fato o que precisava. Colocar a mochila nas costas e correr o mundo sempre foi um sonho, deixado de lado por um monte de motivos. Um deles foi a pressão social de antes de qualquer coisa ter que estudar, ter uma profissão, trabalhar, sem falar no lance de criar uma família, coisa que também já me sentia cobrada pela sociedade. Se vocês soubessem a quantidade de gente jovenzinha que tá rodando o mundo iam ficar com a mesma cara que eu quando conheço alguém de 20 anos que já tá na estrada faz uns 3 anos. E o mais foda é que já aprendi tanta lição de vida com essas pessoas que cheguei a me sentir imatura mesmo.
Eu realmente achava que estava no momento perfeito pra largar tudo e viajar, ou seja, me sentia a madura, com 30 anos, que desde que decidiu ir embora economizou cada palito de dente pra viajar sozinha (mentira, eu gastava um monte em comida achando que ia passar fome na estrada), que ia ser muito esperta e não se meter em roubadas, e blá blá blá. A real é que não existe momento perfeito pra se jogar de cabeça na vida, ou você se atira ou não se atira. E a hora que fizer vai ter que encarar tudo como se estivesse nascendo de novo, aprendendo a caminhar de outra forma. Sorte dessa galera que se joga cedo e já conhece mais da vida do que alguém com muita idade mas que nunca saiu do seu mundo. E te conto, antes que você me pergunte como eles viajam se não trabalharam uma vida inteira pra juntar dinheiro: não é preciso muito dinheiro pra viajar! Tudo depende do tipo de viagem que cada um se propõe e, mais uma coisa, quem viaja sem grana não é mendigo não. Mas isso é assunto pra outro post.
Mas ok, tenho 30 anos, fiz o que a maioria das pessoas faz, saí da escola, fiz faculdade, trabalhei por 8 anos até que não aguentei mais. Começo então a explicar o porquê da minha decisão de largar tudo e viajar. Nunca gostei da rotina e estar em uma zona de conforto é algo que me faz muito mal. Gosto de me sentir desafiada, é o que me motiva. E isso já não acontecia fazia tempo. Sempre tive uma relação complicada com o trabalho, apesar de não temer o trabalho em si, estar presa a um sistema que valoriza números e não pessoas me deixava depressiva. Se não me sinto útil em um lugar, o despertador vai tocar todas as manhãs e eu vou odiar estar viva e ter que enfrentar o mundo. Cheguei a entrar em crise com a minha profissão, pensando que tinha feito a pior escolha da minha vida. A verdade é que precisava provar de outras formas de viver a vida, pois não conseguia mais olhar para a minha do jeito que estava e não fazer nada. Tinha que existir uma maneira de viver na qual eu me encaixasse!
O dia que contei pra minha mãe que em poucos meses eu ia pegar o rumo da estrada sem data pra voltar ela chorou e perguntou: mas por quê?? Eu disse: eu tô infeliz! E pra que serve a vida se não me sentia bem, se não me sentia útil, se não via propósito em existir? Algo me chamava pra estrada, algo me dizia que eu podia ser mais, que eu tinha muito que aprender, sobre mim especialmente e sobre o mundo. Feliz é quem se aventurou muito jovem, quem provou da intensidade da vida logo cedo, quem amadureceu conhecendo a si e ao universo no princípio da vida. Um dia eu estava no terminal de Maldonado (Uruguai) esperando um ônibus e uma amiga do Equador, que conheci em um voluntariado, apareceu por lá sem que tivéssemos combinado. Ela, muito mais jovem que eu, sentou do meu lado e falou tudo o que eu precisava ouvir na época. Eu ainda tava aprendendo a deixar a vida fluir e me sentia angustiada tendo que organizar os trabalhos voluntários, para que um trampo se encaixasse no outro e eu sempre tivesse onde dormir e tal. Ainda lembro do que ela disse: que a viagem não pode ser tensa por nunca saber ao certo o que vai ser do próximo dia; que viajar é a melhor escola para a vida e que é preciso seguir com calma, desfrutando cada dia, aproveitando e agradecendo; que o mais desafiador eu já tinha feito que era sair de casa e viver na estrada; e que isso se chama liberdade, que sou livre pra fazer o que quiser da minha vida e do meu corpo.
E falando sobre sair de casa já vou adiantando, muita gente diz que sou corajosa e tal, mas eu não consigo me ver assim, porque o medo e a insegurança sempre me acompanharam. Sim, o medo de não saber onde eu estava me metendo, o medo cruel de ser mulher e viajar sozinha, de não saber quem eu ia encontrar pelo caminho, de não saber me virar longe de casa, o medo de sair da bolha do sistema, que afinal de contas nos mantêm cômodos com um trabalho, um teto, afeto. Tudo isso sempre deu voltas na minha cabeça e fez com que eu deixasse o sonho de mochilar pra depois. Até o dia em que o peso da vida me mostrou que eu chegava no meu limite. Eu precisava encontrar meu propósito e seguramente não era a inércia na qual eu estava vivendo. Já tinha amigas que estavam na estrada que foram minhas inspirações e fundamentais pra minha decisão. Mas eu ainda tinha aquela visão que todo mundo tem de quê pra viajar precisava de muita grana e achava que nunca ia conseguir sair do chão. Há muito tempo que vinha consumindo conteúdo de pessoas que largaram tudo pra viajar e as alternativas que utilizavam para economizar, mas mesmo assim imaginava que tinha que sair com muito dinheiro. Chamei minhas amigas no bate-papo, perguntei tudo o que podia e as duas falaram a mesma coisa, que quando você abre teu coração pro universo ele te devolve as vibrações mais lindas que existem. Me senti forte e bati o martelo, em outubro de 2018 ia largar tudo e conhecer o mundo. Era fevereiro e eu tinha alguns meses pra reduzir meus gastos ao máximo, vender minhas coisas, fechar os primeiros trabalhos e partir. Até aí tudo bem, contei para pouquíssimas pessoas o que ia fazer, o tempo passou e quando avisei no trabalho aí sim a coisa ficou séria, e cada vez que eu me ouvia contando pra alguém era como se mais uma ficha caísse. Quando faltavam 45 dias eu tive uma crise de ansiedade e quase desisti. Comecei a pensar em coisas que poderiam não dar certo e o medo foi aumentando. Segui em frente mesmo assim.
O dia que eu peguei o ônibus meu estômago doía muito, eu tava cagada de medo. Passei a viagem a base de magnésia bisurada. Demorei quase 24 horas pra chegar no meu primeiro destino, a praia de La Paloma, no Uruguai. Quando cheguei na cidade era passada das 20h30min e já estava escuro. Saí do terminal de ônibus e fui a pé até o hostel. Apenas algumas quadras mas não havia quase ninguém nas ruas e claro, morri de medo pela enésima vez porque rua deserta à noite e mulher sozinha é uma combinação aterrorizante de uma péssima realidade. Cheguei no meu primeiro lar e mau sabia eu que seria minha primeira família fora de casa também. Nessa época eu não falava quase nada em espanhol. Quando entrei no Uruguai e tive que comprar uma passagem de ônibus a primeira coisa que perguntei foi: hablas portugués? Brasileiro tem essa mania de achar que se vira no portunhol baseado em assistir Narcos, La casa de papel e ouvir Shakira e Maluma. Mas não é bem assim. Na minha primeira semana no hostel não falava quase nada, entendia um pouco e quando começavam a conversar sobre coisas super interessantes me sentia sufocada porque queria expressar minha opinião mas não sabia como. Foi difícil também estabelecer laços de amizade no começo, afinal eu era quase muda. Aos poucos eu fui aprendendo o idioma, compreendendo que temos palavras iguais ou parecidas mas que significam coisas diferentes, fato que nos coloca em saias justas as vezes. Por exemplo, quando eu queria dizer que algo era bonito eu dizia que era gracioso, mas gracioso significa engraçado, e a palavra engraçado em espanhol significa cheio de graxa, e por aí vai.
Bueno, vou encerrando este primeiro texto por aqui, afinal já está gigante e deixo para os próximos cada detalhe do meu trajeto por esse país maravilhoso que é o Uruguai. A você que me incentivou a escrever isso aqui, gracias! Mantemos contato e até a próxima.
Quando da tempo posto algumas fotos e stories aqui ó:
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londonafterdarkhq · 6 years ago
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Damián Casillas; 35 years old; Currently single; Son of Domingos Casillas and Ines Hernández; Railway Investor; Bisexual; Werewolf; Lone Wolf; From his own stupendous story; {Miguel Angel Silvestre}
Nascido o terceiro filho de uma família de cinco irmãos, Damián cresceu em condições humildes em um vilarejo em Córdoba, no interior da região sul da Espanha, onde a família vivia da criação de animais de corte. Quando o garoto tinha por volta dos 19 anos, surgiram boatos nas cidades vizinhas de que uma suposta criatura estava devorando rebanhos inteiros de fazendeiros, e algumas pessoas comentavam até mesmo sobre o desaparecimento de moradores, fato também atribuído ao presumido animal que estava devastando a região; não demorou para que tais acontecimentos chegassem ao vilarejo em Córdoba, sendo a criação da família Casillas uma das primeiras a serem atacadas. A revolta pela situação somada à natureza desafiadora fizeram com que Damián se dispusesse a por um fim àquilo, de forma que reuniu seus irmãos mais velhos e mais alguns jovens corajosos o suficiente da vila para realizar uma caçada noturna em busca do que quer que estivesse aterrorizando a região. Embrenhando-se em pontos estratégicos pela floresta e pastos onde os rebanhos costumavam ficar, os rapazes acabaram por afastar-se uns dos outros durante as rondas ao longo da madrugada, e foi em um momento de pleno terror que o jovem Casillas acabou perseguido e atacado pela criatura. Os boatos, afinal, eram verdadeiros: um ser gigantesco e peludo, de aparência lupina e maior que um ser humano, surgiu repentinamente do meio das árvores e saiu em disparada atrás do rapaz.
Custou a Damián acreditar no que seus olhos viam, deixando-o dividido entre associar que aquilo se tratava de um lobisomem e mirar na criatura com sua escopeta sem tremer; o tiro não acertou mais que de raspão quando seu alvo desviou-se com agilidade inacreditável, lançando-se sobre o garoto antes mesmo que ele pudesse ordenar ao seu cérebro para que corresse como se sua vida dependesse disso - porque dependia. A garra que desceu sobre si desenhou cinco arranhões na diagonal do peito em um único golpe, não profundo o suficiente para lhe tirar a vida de imediato, mas forte o suficiente para lhe atirar ao chão muitos metros adiante. A dor era quase insuportável e Damián podia sentir o corpo inteiro tremendo por dentro mas, disposto a manter seu orgulho até os minutos finais, usou o que achava serem seus últimos instantes para encarar o monstro - uma visão horripilante e surreal - travando o maxilar sem se permitir chorar, gritar ou esboçar qualquer reação que demonstrasse fraqueza. Para sua surpresa, o que se seguiu não foi mais um golpe ou uma mordida fatal; a criatura o encarou de volta com as pupilas inteiramente brancas, vazias e extremamente ameaçadoras, deixando que sua saliva escorresse e pingasse por sobre o ferimento alheio que sangrava copiosamente; a queimação que se seguiu finalmente fez Damián soltar o grito que estivera segurando a todo custo, a dor tão excruciante que o fez desmaiar. 
Despertou ao anoitecer do dia seguinte em uma parte completamente remota da floresta; o corpo quente com os últimos vestígios de uma febre forte não foi o que lhe chamou a atenção, mas sim o machucado no peito adquirido na noite anterior, que agora milagrosamente não passava de uma mera cicatriz com aparência antiga e esmaecida. Todo aquele pesadelo fora real, o sobrenatural realmente existia e, ao que tudo indicava, ele agora também era parte disso. Ao finalmente realizar o que estava acontecendo ali, baseando-se nas antigas lendas e contos a respeito dos lobisomens, deu-se conta de que daquele momento em diante seria um perigo para a própria família e amigos, de forma que chegou à conclusão de que seria melhor ser dado como morto na missão do que voltar e ser um perigo constante para eles. A partir daquele dia, Damián fugiu por diversas cidades e países até acostumar-se com seu novo eu, aprendendo sozinho a lidar com sua maldição e a controlar suas novas habilidades, espalhando morte e destruição em meio à sua revolta em busca de seu criador e de respostas sobre sua condição. Não tardou, no entanto, para o jovem tomar gosto por sua nova vida, eventualmente passando a se aceitar  muito bem e, inclusive, a acreditar que os seres sobrenaturais são superiores e deveriam se revelar para o mundo e dominar a raça humana de vez.
Acumulou uma certa fortuna ao longo dos anos - roubada de suas inúmeras vítimas - logo entrando para o ramo ferroviário como um investidor com ações em diversas companhias e países, também uma maneira de manter seu disfarce e justificar suas constantes mudanças de moradia, já que na condição de lobo não pode se sujeitar a permanecer tempo demais em um mesmo lugar a fim de não levantar suspeitas. Manipulador e frio, conquistou o respeito de outros integrantes de sua raça chegando a ter amigos fiéis ao redor do mundo, mas nunca teve paciência para liderar uma matilha própria de maneira que prefere agir e viajar sozinho. Uma de suas principais metas é descobrir uma maneira de tornar-se imortal, já tendo tentado realizar certos tipos de “experiências” ao longo dos anos a fim de encontrar uma forma de ter a vida eterna assim como outras espécies sobrenaturais, mas até então não obteve sucesso, portanto está sempre em busca de formar alianças que possam lhe ser úteis. Já transformou muitas pessoas pelo mundo afora mas, tal qual seu próprio criador, nunca ficou para auxiliá-las. Voltou para Londres há poucos dias e pode ser visto com frequência pela noite agitada da cidade, grande apoiador da libertinagem, da bebida e dos jogos.
 Closed; Played by Ari; She/Her;
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