teoremas-do-tempo
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APRENDA A ACEITAR SUAS TEMPESTADES
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teoremas-do-tempo · 5 days ago
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“O tempo sempre está mudando o que somos.”
— Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 5 days ago
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“Aprenda a aceitar suas tempestades.”
— Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 10 days ago
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Cansada. Mas não há sono que alivie essa exaustão, nem pausa capaz de silenciar os gritos que minha alma insiste em carregar. Ao mundo, apresento um sorriso ensaiado, como um manto bordado de palavras doces, uma fantasia que mal disfarça a verdade. É como se me vestir de esperanças pudesse convencer a mim mesma de que elas existem. Mas sei, em minha essencia, que é tudo uma mentira enfeitada, um teatro onde danço em círculos, presa em um papel que eu mesma escrevi, sufocada pelas expectativas que nunca alcanço.
Tudo o que toco se dissolve como areia entre os dedos. Cada tentativa se transforma em ruínas invisíveis, fragmentos de sonhos que apenas eu consigo enxergar. Sinto-me uma impostora na narrativa da minha própria vida, uma atriz que nunca abandona o palco, mas também nunca encontra o final. Cada escolha que parecia promissora se revela um labirinto, cada passo em frente me afasta ainda mais de onde imagino que deveria estar.
Sou minha maior inimiga. Em cada batalha, é a mim mesma que destruo. E, paradoxalmente, é também a mim que reconstruo, mesmo sabendo que cada pedaço remendado carrega as cicatrizes do que já se perdeu. Desmorono lentamente, como um castelo de areia diante das ondas implacáveis.
Ainda assim, eu sigo. Não por vontade, mas porque parar parece carregar um peso ainda maior. Conheço o sabor amargo da culpa; sei bem o que é vestir o rótulo de fraca. E avanço, mesmo sem esperança, movida apenas pelo medo do vazio maior que me espera se eu desistir.
Talvez essa seja a verdade mais cruel: admiro a vida em sua plenitude, amo o que vejo ao meu redor, mas não sei vivê-la. Apenas existo, uma sombra que contempla a luz sem nunca tocá-la. Estou diante de um abismo e, mesmo assim, não consigo escapar de mim mesma. Exausta, mas sem descanso, porque não há repouso para quem carrega um cansaço como este.
De quem entende o vazio, com amor ou talvez apenas consideração,
Eu.
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Todo perfeccionista carrega uma maldição no coração: a de nunca se sentir tão bom quanto gostaria.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Eu temia não ser o suficiente e me afastei, mas, no fim, foi o próprio medo que me impediu de ser.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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A vida sempre me pareceu oferecer mais do que o óbvio. Há mistérios e coincidências que, de tão constantes, não parecem simples acasos. Dentro de mim, convivem dois mundos: um bom e outro ruim, como se dois sentimentos habitassem um só corpo. Isso me faz questionar quem eu realmente sou. No entanto, mesmo sem ter todas as respostas, sei que amo pequenos detalhes — o cheiro de terra molhada depois da chuva, o som de risadas espontâneas, cachorros e o azul que se revela após as seis. Esses momentos me lembram que, de alguma forma, estou aqui, de corpo e alma.
Por um lado, uma parte de mim gosta de viver devagar, contemplando as simplicidades da vida. Por outro, há uma urgência de ser produtiva, que me engole em uma rotina sufocante, como se estivesse sempre correndo contra o tempo. Às vezes, tudo parece escapar por entre os dedos, e eu observo, impotente, as pessoas que amo desmoronando aos poucos, sem poder fazer nada para impedir. A vida me fascina nos detalhes simples: o sol aquecendo a pele, o som das cigarras, o aroma de café no descanso, a lua, a cidade quieta de madrugada. Mas também me sufoca ao me confrontar com o que não posso controlar.
O tempo é valioso, mais do que diamantes, e isso me faz questionar se serei capaz de realizar tudo o que sonhei. As metas parecem distantes, e às vezes me sinto pequena demais para o mundo. Ainda assim, acredito na importância de viver cada instante com paixão. A magia não está nos grandes momentos, mas no cotidiano — nas conversas profundas, nos sentimentos intensos, no que faz o coração vibrar.
Apesar das incertezas e dos medos, sigo com a convicção de que, enquanto houver paixão, cada momento valerá a pena. Não quero simplesmente passar pela vida; quero estar presente, sentir tudo o que ela tem a oferecer, com a certeza de que vivi plenamente.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Sei que tenho muitos defeitos, mas se você entrou no meu coração, pode ter certeza de que nunca vai estar só. Sempre estarei com você, mesmo de longe. Se eu souber que você está pensando em desistir, vou fazer de tudo para te ajudar a continuar. Se o mundo parecer desmoronar ao seu redor, vou fazer o possível para que você não caia. Se você se machucar, vou enfrentar o que for preciso até você se curar. Se as noites forem solitárias, saiba que estarei aqui, mesmo em pensamento, até que tudo melhore. Se o caminho estiver incerto, vou andar ao seu lado, ajudando a encontrar a direção. E se, por acaso, você perder as forças, pode contar comigo para carregar um pouco de peso até que você esteja pronto para continuar de novo. Eu faria de tudo para te ver bem, mas sabemos bem, que nem sempre o "tudo" é o bastante.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Procuro em todos os cantos, mas não encontro rastros. Procuro em todos os rostos, mas nenhum revela o mesmo traço. Insisto, mesmo sabendo a resposta. Aquilo que preciso não é alcançável, não por mim, não agora, na verdade... nem antes.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Me vejo como alguém que sempre questiona tudo, mas são tantas coincidências que é difícil acreditar que tudo seja apenas acaso. Parece que o universo está tentando me dizer algo, e isso me faz refletir sobre o verdadeiro sentido de tudo. Mesmo fazendo o que considero certo, os dias parecem ficar mais pesados. Será que preciso fazer mais do que já faço? Ou será que a verdade é que o mundo simplesmente não é justo? Às vezes, sinto que, por mais que eu me esforce, meu melhor nunca é o bastante, e isso me machuca.
Apesar dessa frustração, continuo caminhando, seguindo a minha intuição, como se estivesse andando às cegas. No fundo, espero que o destino traga as respostas que procuro, mas confesso que, às vezes, tenho medo de que elas nunca venham. A caminhada está cada vez mais difícil, e os desafios ao meu redor parecem crescer. Sinto uma necessidade urgente de algo que me ajude a seguir em frente. E no meio disso tudo o que mais me assusta é o tempo passando, rápido demais, não quero chegar ao fim dessa jornada sem entender o final da minha própria história.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Mesmo querendo ficar, preciso deixar você livre. Meu mundo interior é um caos, e você nunca mereceu estar no meio dessa batalha. Embora eu jamais desista de você, desejo profundamente que um dia consiga se libertar de mim. Já fracassei tantas vezes, mas, se amar é deixar ir, silenciarei minhas vozes para que elas não impeçam seus passos. Eu quero ficar, mas, acima de tudo, quero que você se sinta livre de mim. Obrigada por todas as memórias. Houve um tempo em que acreditamos que iríamos longe, mesmo que de formas diferentes. Esse período se tornou um dos meus infinitos mais lindos.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Na maioria das vezes, não sei ao certo como me sinto. Em um momento, estou bem; no outro, preciso me concentrar no presente para que as lágrimas não brotem dos meus olhos. Muitas coisas acontecem ao mesmo tempo, algumas muito boas, mas são as ruins que me tiram o sono. Às vezes, acho que só consigo dormir quando meu corpo chega ao limite físico. Sinto como se tivesse perdido o controle da minha vida e, mesmo cercada de pessoas, nunca me senti tão sozinha. O mundo das pessoas que amo está em chamas, e eu me recuso a ser mais uma lenha para alimentar esse fogo.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Moro em uma mansão assombrada, onde uma criatura sem forma me persegue constantemente. Ela se move lentamente, silenciosa e implacável, como um predador que nunca precisa correr, pois sabe que, mais cedo ou mais tarde, irá me cansar. Com sua voz rouca e arrastada, a sombra sussurra palavras que me ferem por dentro.
— Você não vai conseguir. Olhe ao seu redor, aqui só existem partes de você, espalhadas e incompletas. Você nem sequer consegue ser inteira. Está verdadeiramente sozinha, e o que chama de lar não passa de uma prisão feita de solidão. Desista, não adianta continuar resistindo a mim.
À medida que a sombra, envolta em seu manto preto, se aproxima, tudo ao seu redor se torna mais frio, sem vida e sem cor. O ambiente vai desbotando, como se estivesse sendo engolido por ela.
— Eu não aguento mais. Já tentamos de tudo, por tanto tempo… pra quê continuar? — disse a mais alta, com o olhar vazio e os ombros caídos.
— Talvez seja isso mesmo! — complementou a outra, de forma ríspida. — O que podemos fazer? Talvez isso seja uma daquelas coisas que não podemos mudar, mas me recuso a viver com o arrependimento de ter desistido. - Ela concordou com minha versão mais cansada, mas de forma contraditória as suas palavras ela se mantinha lutando com sua armadura que, apesar de desgastada parecia inquebravel.
No meio de toda aquela batalha, uma delas parecia ter uma luz própria. Era a única que conseguia suportar a proximidade da sombra sem sofrer tanto. — Se acalmem — disse ela com um ar de serenidade e teimosia. A densidade da sombra parecia puxá-la para baixo, mas ela insistia em manter a cabeça erguida e um sorriso leve no rosto. — Isso também vai passar. Sempre passa. Já enfrentamos coisas muito piores, vocês não se lembram?
— Lembramos — respondeu uma presença fria e calculista no topo da escada. Ela se mantinha no ponto mais alto e distante possível, buscando uma visão mais clara de toda a situação. Não se comovia com o sofrimento de ninguém, nem se abalava pelo otimimisto de ninguem. — Mas o que você está fazendo é perda de tempo. Não gaste sua energia batendo na mesma tecla. - A versão da racionalidade voltou a ficar em silêncio, tentando descobrir quais partes de toda aquela desordem eram reais, tentando impor uma lógica onde não havia, tentando vencer uma guerra apenas com a razão.
Essas versões de mim se chocam e se revezam, todas lutando pelo controle. No meio dessa batalha, de repente, um dos pilares que sustentavam a mansão se rompe, fazendo as paredes trincarem. Uma presença silenciosa escapa por essas rachaduras, atravessando todas as minhas versões como um fio invisível — um sentimento incomum, impossível de ignorar. Até mesmo a sombra, envolta em sua capa escura, é capaz de absorvelo.
— Este é o peso do que você perdeu — sussurra a sombra, arrastando os pés pelo campo de batalha. — A ausência daqueles que completavam você agora te esvaziam. Não há como voltar ao que era antes. Está tudo acabado. — O sentimento que transbordava por entre as rachaduras era uma companheira amarga até mesmo para a sombra.
— Não existe nada acabado, criatura ridícula. Não consegue sentir? Quando se trata desse sentimento, tudo é possível. Ele é dor, mas também é esperança. — Ela continua sorrindo, mesmo em meio à confusão. — Isso aqui sempre será algo belo, apesar de doer tanto.
Ainda no topo da escada, ela tratou esse novo sentimento como um dado, um fato ocorrido. — O que está ausente agora não pode ser recuperado. O tempo não perdoa; o que já foi perdido foi perdido. Talvez um dia possa ser recuperado, mas nada pode pagar o tempo que já se foi. — Apesar de não demonstrar, ela também sentiu o peso desse sentimento, esforçando-se para minimizá-lo em sua mente.
Com a armadura marcada, essa versão não nega nem teme o novo sentimento.
— Isso dói, mas não significa que vai me deixar mais fraca — disse ela para a sombra, apontando sua espada e expondo a mão cheia de cicatrizes. — Por outro lado, você não parece gostar muito disso. É amargo para você, não é? O que fazemos aqui é o que nos conecta. Dói muito, mas nos tornamos mais fortes. Eu poderia atravessar o inferno só para manter isso vivo. - Minha versão contraditória abaixou sua espada por alguns segundos, pois seus braços não conseguiram mais suportar o peso daquela batalha. Contudo, não demorou para ela resistir e erguer a arma novamente. Em sua mente, ela repetia um mantra diário: “Amanhã eu desisto, mas hoje darei o meu melhor.” Quando chega o amanhã, ela repete: "Amanhã eu desisto, mas hoje darei o meu melhor." Provavelmente, repetirá isso todos os dias até o fim da guerra. O que transborda entre as paredes é uma verdade única que todas as minhas partes compartilham, um ponto comum entre elas, a única coisa que todos confirmam, mesmo que sentida de forma diferente em cada uma.
Ela é o elo entre o passado e o presente, entre o que fui e o que sou. Assim, mesmo que a guerra continue, mesmo que o campo de batalha esteja repleto de dúvidas, medos e lutas internas, isso permanece — como uma âncora invisível, prendendo cada versão minha àquilo que um dia foi importante, a uma coisa unica que eu poderia chamar de "eu real".
Teoremas do Tempo.
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teoremas-do-tempo · 2 months ago
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Ninguém sai ileso no jogo da vida, todos nós estamos fadados ao fracasso. Não importa o quanto cuide da sua saúde, não importa o quão cauteloso você seja, todos os dias serão menos um dia. O sentido do jogo está em escolher a melhor forma de perder.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 3 months ago
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Enfrente seu carma. Se há uma guerra, lute. A vida não é gentil, ela sempre cobra em dobro. Se não encerrar esse ciclo agora, o próximo virá ainda mais forte. O comodismo nunca é um lugar seguro para permanecer.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 3 months ago
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Quando olho para o passado e tento me lembrar de quem eu era, vejo apenas outras pessoas. O que me tornei?
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 3 months ago
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Eu sempre desejei a paz, mas, para curar as feridas da minha alma, não tenho outra opção senão me manter firme nesta guerra.
Teoremas do Tempo
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teoremas-do-tempo · 3 months ago
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Emocionalmente vazia, mas minha razão me forçou a sorrir. Havia uma clara discrepância entre o que eu demonstrava e o que realmente habitava dentro de mim. Minha fobia social era intensa; sempre fui aquela que se sentia confortável observando as pessoas à distância. Mas minha razão me empurrou para interações que me deixavam desconfortável. Precisei calcular meus gestos e palavras até conseguir estabelecer uma relação estável. Era como se eu estivesse sempre em cima de uma corda bamba prestes a arrebentar.
Meu mundo era preto e branco; tudo parecia sem graça, sem vida. Nada parecia capaz de me fazer feliz, nada me abalava profundamente. Ainda assim, de alguma forma, eu me via tentando colorir os dias daqueles que gentilmente aceitavam minha presença, mesmo que, naquele momento, eu não pudesse ao menos enxergar as cores para mim mesma. Eu me dedicava a criar luz em vidas que muitas vezes eu nem compreendia completamente, enquanto secretamente permanecia presa em meu próprio casulo de sombras.
Eu escondi meu passado, minhas dores e inseguranças. Observava a felicidade dos outros como uma cena distante, embaçada por uma janela trancada. Por mais que eu mentisse para mim mesma, dizendo que não me importava, a verdade era que me importava, sim.
Dentro de mim havia uma sede de viver, um desejo oculto de experimentar o que parecia ser a "normalidade" — algo que, para mim, sempre foi inatingível. Eu só queria ter uma fase "normal", um breve momento que pudesse achar bom, antes que fosse tarde demais e o peso de tudo me esmagasse.
Assim, criei um personagem. Uma versão aceitável de mim mesma, que agora se parece com uma peça de um quebra-cabeças perdida em um jogo que nunca se encaixa, em um jogo que nem sei se quero continuar jogando.
Então, não me diga que eu tinha escolha, pois, desde sempre, a única luta que me restava era contra mim mesma. É como se a vida fosse um câncer agressivo, e minha mente, uma quimioterapia. Cada pensamento destrutivo, cada tentativa de sobreviver me corroi por dentro, mas sei que ser diferente disso significaria desistir.
Invejo aqueles que têm a privilégio de fugir das tempestades, que podem encontrar refúgio e viver momentos de calmaria. Mas eu sou uma tempestade. Cada turbilhão, cada raio que corta o céu sou eu, e não sei como sair de mim mesma. Sinto que estou sempre à beira de um colapso, desejando paz, mas ao mesmo tempo temendo o que encontraria se me permitisse sentir algo além dessa guerra interna constante. Como escapar de algo que faz parte de mim?
Teoremas do Tempo
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