richardanarchist
richardanarchist
🌈 R🌹🌊 🦋 🌿 R 🌙 𓅊
26K posts
🐝Plante árvores, Ação Direta, Amor, Anarquismo, Arte, Hedonismo, Meio Ambiente, Pompoarismo e Tantrismo. Whats 11 98732 8049🐝
Last active 2 hours ago
Don't wanna be here? Send us removal request.
richardanarchist · 2 hours ago
Text
Tumblr media
Living Forest
Françoise Gilot
0 notes
richardanarchist · 2 hours ago
Text
🫀
0 notes
richardanarchist · 3 hours ago
Text
Elegia sobre a morte de Gandhi
Aqui se detêm as sereias azuis e os cavalos de asas. Aqui renuncio às flores alegres do meu ��ntimo sonho. Eis os jornais desdobrados ao vento em cada esquina: “Assassinado quando abençoava o povo”.
Na vasta noite, ouvi um pio triste, uma dorida voz de pássaro. E, acordando, procurava um lugar longe e ininteligível. Eras tu, então, que suspiravas, débil, no pequeno sangue final? Eram teus ossos longínquos, atravessados pela morte, ressoando como bambus delicados ao inclinar-se do dia? Les hommes sont des brutes, madame.
Ó dias da Resistência, com as rocas fiando em cada casa… Ó, Bandi Matarã, nos pequenos harmônios, entre sedas douradas… “O chá de Darjeeling, senhora, tem um aroma de rosas brancas…” Ruas, ruas, ruas, sabeis quem foi morto além, do outro lado do mundo? Sombrios intocáveis da terra inteira, – nem sabeis que devíeis chorar!
“Vós, Tagore, cantais como os pássaros que de manhã recebem alimento, mas há pássaros famintos, que não podem cantar.” E o vento da tarde abana os telegramas amargos. Os homens leem. Leem com os olhos das crianças soletrando fábulas. E caminham. E caminhamos! E o mais cego de todos leva um espinho entre a alma e o olhar.
São também cinco horas. E estou vendo teu nome entre mil xícaras. Na curta fumaça de chá que ninguém bebe. “Que queria este homem?” “Por que veio ao mundo este homem?” — Eu não sou mais que a vasilha de barro amassada pelo Divino Oleiro. Quando não precisar mais de mim, deixar-me-á cair.”
Deixou-te cair. Bruscamente. Bruscamente. Ainda restava dentro um sorvo de sangue. Ainda não tinha secado teu coração, fantasma heróico, Pequena rosa desfolhada num lençol, entre palavras sacras.
O vento da tarde vem e vai da Índia ao Brasil, e não se cansa. Acima de tudo, meus irmãos, a Não-Violência Mas todos estão com seus revólveres fumegantes no fundo dos bolsos. E tu eras, na verdade, o único sem revólveres, sem bolsos, sem mentira – desarmado até as veias, livre da véspera e do dia seguinte.
Les hommes sont des brutes, madame. O vento leva tua vida toda, e a melhor parte da minha. Sem bandeiras. Sem uniformes. Só alma, no meio de um mundo desmoronado. Estão prosternadas as mulheres da Índia, como trouxas de soluços.
Tua fogueira está ardendo. O Ganges te levará para longe, Punhado de cinza que as águas beijarão infinitamente. Que o sol levantará das águas até as infinitas mãos de Deus.
Les hommes sont des brutes, madame. Tu dirás a Deus, dos homens que encontraste? (Uma cabrinha te acordará terna saudade, talvez).
O vento sopra os telegramas; oscilam as máscaras; os homens dançam. Eis que vai sendo carnaval aqui. (Por toda parte). As vozes da loucura e da luxúria retesam arcos vigorosos. O uivo da multidão reboa pelos mil planos do cimento. Os santos morrem sem rumor, abençoando os seus matadores. A última voz de concórdia retorna ao silêncio do céu.
Estão caindo as flores das minhas árvores, sinto uma solidão abraçar-me. Chegam nuvens, nuvens, como apressados símbolos. O vento junta as nuvens, empurra tropas de elefantes. Voai, povos, socorrei o esquálido santo que vos amou!
Descai pelos meus braços uma desistência de beleza e de heroísmo. Que correntes havia entre teu coração e o meu, Para que sofra meu sangue, sabendo o teu derramado?
O vento leva os homens pelas ruas dos seus negócios, dos seus crimes. Leva as surpresas, as curiosidades, a indiferença, o riso. Empurra cada qual para a sua morada, e continua a cavalgar. O vento vai levantar chamas rápidas, o vento vai levar cinzas leves. Depois, há de escurecer. Vai se chorar muito. Vão ser choradas, enfim, As lágrimas que andavas contendo, detendo em diques de paz. Deus te dirá: “Os homens são uns brutos, meu filho.” Basta de canseira. Vamos soltá-los para que voltem ao caos, e o oceano ferva. E partam, e regressem, e tornem a partir e a regressar.
Vem ver destes meus palácios azuis a batalha feroz dos erros. É preciso voltar ao princípio. Eu também vou fechar os olhos. Por isso ordenei que te quebrassem com violência. Não há mais humanidade para ter-te a seu serviço. Exala comigo o teu sopro. Até podermos outra vez abrir os olhos, Quando os homens chamarem por nós.
O vento está dispersando as falas de Deus entre as mil línguas do fogo. Entre as mil rosas de cinza dos teus velhos ossos, Mahatma.
Cecília Meireles
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
Tumblr media
The Dream
Henri Matisse
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
Julieta a Romeu
É tarde, amor, o vento se levanta, A escura madrugada vem nascendo, Só a noite foi nossa claridade. Já não serei quem fui, o que seremos Contra o mundo há-de ser, que nos rejeita, Culpados de inventar a liberdade.
José Saramago
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
Romeu a Julieta
Eu vou amor, mas deixo cá a vida, No calor desta cama que abandono, Areia dispersada que foi duna. Se a noite se fez dia, e com a luz O negro afastamento se interpõe, A escuridão da morte nos reúna.
José Saramago
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
🫀
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
Tumblr media
In the Garden
Françoise Gilot
0 notes
richardanarchist · 1 day ago
Text
De mim à estrela
De mim à estrela um passo me separa: Lumes da mesma luz que dispersou Na casual explosão do nascimento, Entre a noite que foi e há-de ser, A glória solar do pensamento.
José Saramago
1 note · View note
richardanarchist · 1 day ago
Text
🫀
1 note · View note
richardanarchist · 2 days ago
Text
Tumblr media
Meadow in the Sunshine
Françoise Gilot
3 notes · View notes
richardanarchist · 2 days ago
Text
É uma brisa leve
É uma brisa leve Que o ar um momento teve E que passa sem ter Quase por tudo ser.
Quem amo não existe. Vivo indeciso e triste. Quem quis ser já me esquece Quem sou não me conhece.
E em meio disto o aroma Que a brisa traz me assoma Um momento à consciência Como uma confidência.
Fernando Pessoa
0 notes
richardanarchist · 2 days ago
Text
🫀
0 notes
richardanarchist · 3 days ago
Text
Tumblr media
Study of a Deer
Albert Bierstadt
8 notes · View notes
richardanarchist · 3 days ago
Text
Era o tempo
Era o tempo das amizades visionárias Entregues à sombra à luz à penumbra E ao rumor mais secreto das ramagens Era o tempo extático das luas Quando a noite se azulava fabulosa e lenta Era o tempo do múltiplo desejo e da paixão Os dias como harpas ressoavam Era o tempo de oiro das praias luzidias Quando a fome de tudo se acendia
Sophia de Mello Breyner Andresen
0 notes
richardanarchist · 3 days ago
Text
🫀
0 notes
richardanarchist · 4 days ago
Text
Tumblr media
Königssee, Bavaria
Frederic Edwin Church
1 note · View note