#Abertura do carro
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forumaberto · 1 year ago
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imninahchan · 1 month ago
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⠀𝐀visos: swann!dilf, exibicionismo, masturbação fem, car sex, oral fem, pegada na pescoço, um tapinha, dirty talk — degradação, elogios, dumbification —, sexo sem menção a proteção e em lugar público.
⠀𝐒inopse: a sua companhia é ideal para o pai estressado de um dos seus alunos.
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[ ⸙. ] 𝐌onsieur Arlaud é um dos poucos pais que comparecem a todos os eventos da escola. Todos. Está nas reuniões, nas festividades, nas atividades extra. Na hora certinha da abertura dos portões, está do lado de fora esperando perto do carro para pegar o filho nos braços e te oferecer um sorriso por mais um dia na vida do pequeno. E por mais que a simpatia genuína ou presentinhos por parte dos responsáveis não fossem distante da sua realidade, você sabia — você sentia — que, no fundo, por trás de toda cortesia, havia o interesse sórdido de te comer.
A princípio, claro, a ideia era ignorá-lo, mas aí, num dia desses, se pegou sorrindo à toa enquanto esquentava o jantar ao se lembrar de uma piadinha que ele soltou mais cedo e, nossa, dali despencou no precipício da possibilidade de realmente dormir com ele. Sabia que o homem era divorciado, que estava sozinho, e se fosse uma vez só, apenas pra matar a vontade, ninguém ficaria sabendo. Rolou de um lado pro outro na cama, incapaz de pregar os olhos, porque na sua cabeça Swann realizaria todas as suas fantasias sem abaixar as suas expectativas. Somente restava uma oportunidade perfeita...
Como de costume, monsieur Arlaud vem buscar o filho depois da aula, porém, dessa vez, além do típico sorriso que exibe pra ele, você resolve se aproximar pra trocar umas palavrinhas. O menino se mistura entre os coleguinhas, depois de abraçar o pai e entregá-lo a mochila e a pastinha. Você nota a feição inquieta do homem, “Está tudo bem? O senhor parece...”
“Não, tudo bem”, ele rapidamente repuxa um sorriso de lado, charmoso, a voz ecoando mais arrastada, “É o trabalho, essas coisas...”
“Entendo”, soa complacente, juntando as mãos, “Não vou ocupá-lo muito, deve estar muito cansado, eu só queria agradecer de novo pelo presente. Estava muito bom!”, refere-se a caixinha de bombom cara que ganhou recentemente.
“Ah, que isso! Eu fico feliz por saber que gostou. Era seu aniversário, e você é a professora preferida do meu filho, cuida tão bem dele. Pensei em outro presente, mas não queria que parecesse que eu... estava tentando...”
“Não, claro!”, responde docinha, encolhendo os ombros com certa timidez calculada. “Poderia ter mandado o outro presente também, eu não recusaria.”
Swann compreende as suas palavras sem demora, abaixa mais o tom, correndo os olhos ao redor. “Que bom saber! Vou trazer, então. Vai ter um papelzinho dentro da caixa. Um endereço e um horário.”
“É mesmo?”, mantém a face relaxada, como se nem estivessem marcando um encontro, “Se eu aprovar o local e a hora, apareço lá.”
“Que bom”, disfarça o sorrisinho ao abaixar a cabeça pra pegar a chave do bolso.
“E espero que o senhor consiga descansar, relaxar um pouco.”
“Se eu escolher um local e uma hora bacana, você me ajuda com a sua boa companhia?”
Você não responde ali, a resposta é aparecer bem produzida no restaurante uns dez minutinhos depois do combinado. A face do homem se ilumina no instante em que coloca os olhos em ti, é fofo. Puxa a cadeira pra você sentar, passa a noite te elogiando discretamente, usando e abusando do bom humor pra te ver sorrindo. Talvez, se não tivesse agilizado depois do jantar, me leva pra casa agora, manhosa, ele não teria tido coragem pra, de fato, algo a mais que um simples encontro.
Informa o próprio endereço e se acomoda nos bancos traseiros do carro. Ele não questiona a sua escolha, com um sorriso contido, também não diz nada quando te nota brincar com a barra do vestido. As ruas noturnas estão tranquilas, você culpa o vinho pelo calor absurdo que sente se espalhando pelo corpo. “Eu, normalmente, não faço isso”, avisa escorregando as mãos do colo às coxas. Pelo retrovisor, flagra o sorrisinho que se cresce nos lábios finos dele, deveria me sentir especial, então? “Muito”, responde, os dedos se enroscam na calcinha e a peça é guiada pernas abaixo até ser esquecida no escuro do automóvel. “Deveria se sentir agradecido”, diz. Separa os joelhos, se expõe sem temer o par de olhos azuis que vão te assistir. Banha dois dedinhos na língua molhada antes de levá-los para acariciar a si própria. Quer se exibir pra ele, sim, mas também como se aproveitasse os últimos segundinhos antes de finalmente realizar o que tem idealizado há semanas. Fecha os olhos, se permite afogar mais uma vez nos cenários que criou pensando nele, de quando teria a ousadia de estar com ele.
Swann observa pelo reflexo no retrovisor, alterna a atenção entre as esquinas e o relance do seu corpo se contorcendo nos bancos de trás. Dirige com uma das mãos, a outra ocupada demais ora escorada na janela, pra correr pelo rosto, ora apertando a ereção que pulsa por baixo dos jeans. Os seus suspiros são melodia culta pros ouvidos dele, todo o erotismo da situação o deixa pensando a respeito da loucura que está cometendo. Num instante estava em casa colocando o filho pra dormir e em outro está com a professora do pequeno se masturbando no carro depois de levá-la pra jantar. Porra, isso não deveria ser tão gostoso...
Os seus olhos reviram, os lábios entreabertos, vermelhinhos por causa do batom retocado. O som doce que escapa da sua garganta é a coisa mais sensual que ouviu há alguns meses desde o divórcio. Promete pra si mesmo que precisa te fazer gozar com a mesma cara de bobinha assim que encontrar um ponto escuro pelas ruas. Suspira, inquieto no banco.
Ainda grogue pelo orgasmo, você se inclina pra frente. “O que foi, monsieur?”, pergunta, se fazendo de desentendida, os dedos melados descem pela camisa de botões masculina e desaguam na braguilha da calça, “Aconteceu alguma coisa pra te deixar tão duro assim?”
Ele não se surpreende diante da sua falsidade. O carro para sob a sombra de uma árvore iluminada pela luz pública, Swann se apressa para o banco de trás, para desafivelar o cinto. Você o ajuda a puxar a calça, se atrapalham no espaço apertado, a confusão que se torna quando há a necessidade dos seus lábios buscarem o conforto dos dele. “Se faz tanto, fingida”, o escuta murmurando entre um selar e outro, as mãos pegam na sua cintura para orientá-la até o colo do homem. “Quer me ver louco, é isso?” Você senta sobre as coxas dele, mas ignora a ereção babadinha na ponta, não, imagina...
O toque na sua nuca é firme, mais impactante ainda é a sensação da língua molhada lambendo no caminho da lateral do rosto até a orelha. “Me coloca dentro, hm?”, te é sussurrado, a voz rouca, o polegar deslizando pelo seu ventre, “Eu preciso te comer.”
Os seus dedos mergulham entre os fios da cerviz masculina, “Tanta pressa... Você pode me comer aqui e lá em cima no meu quarto também.”
O olhar dele se ergue para encontrar o seu, um sorriso crescendo de lado, “Não posso demorar”, acaricia a sua bochecha, terno, “meu filho tá me esperando em casa.”
Você morde o lábio, nada discreta com a reação às palavras alheias. O sorriso ladino não some da face dele, apenas cresce mais quando o seu quadril levanta pra encaixar o meio das pernas por cima da pontinha da ereção. Isso acabou de me dar mãos tesão ainda, sabia?, ele ri, inclinando a cabeça pra trás. “Te dá tesão eu ser um bom pai?”, instiga, gozador, e tudo que você consegue responder com a face escondida no ombro dele é um ronronar abafado, enquanto engole cada partezinha pra dentro de si. As mãos espalmam na sua bunda, espremem e alisam a carne. “Muita coisa em você me dá tesão também”, Swann continua, tateando pelas curvas do seu corpo em direção ao seu pescoço, “Principalmente agora que eu sei que você é assim...”, fecha os dedos ao redor da sua garganta, te faz olhá-lo, “...tão...”, oscila a atenção entre os seus olhos brilhando de luxúria e o movimento lento que você faz subindo e descendo. Sorri.
“Pode dizer”, você incentiva, “eu gosto de ser chamada assim.”
“É?”
“E ouvindo você falar vai ser mais gostoso ainda.”
“Ah, mas não tem graça se você já sabe o que é, não?”, o tom vai ficando mais carinhoso, enfeitiçante, falando devagar, “Tem mais efeito chamar uma menina comportadinha assim, é como se elas pudessem mostrar o quão putas conseguem ser. Mas você...”, os olhos descem pela sua figura acompanhando o toque das mãos pesadas até o seu busto. Instantaneamente, o compasso dos seus quadris aumenta. “Você já sabe o que é, como age”, os polegares esfregam por cima do tecido do vestido onde encontram os biquinhos duros apontando embaixo, “talvez o mais certo seja te tratar como se fosse santinha, não é?”, retorna para espalmar a sua bunda, pega com força o suficiente pra controlar a sua velocidade, “Te dizer que é boazinha, que tá sentando no meu pau muito bem. Tão bem que eu vou descontar todo o meu estresse metendo na sua buceta mais tarde... É isso que quer ouvir?”
Você aperta as mãos nos ombros dele, ofegando. E arfa, num sonzinho dengoso, quando sente a pele esquenta depois do tapa estalado. Os estímulos para te levarem ao ápice se somam: como ele joga o quadril pra cima pra te acertar, a sinfonia úmida que se tornam a cada segundo junto da respiração pesada do homem, e, nossa, nem se fala das mordidinhas e chupões que são distribuídos por onde a boca consegue alcançar em ti. Mas são esses mesmo estímulos que tornam para ele impossível de resistir.
O orgasmo parece elevar o apetite do Arlaud, não se dá tempo para recuprar o fôlego antes de te colocar de pernas abertas sobre o banco e enterrar a língua na bucetinha quente. Você não reprime os gemidos, sensível demais para recordar-se de que ainda estão estacionado na rua. As mãos dele passam por baixo dos seus joelhos para segurar a sua cintura, travar o rosto, e te impedir de rebolar ou fugir do quanto desesperadamente necessita te devorar.
Suscetível à fome alheia, não tem outra alternativa senão desmanchar-se na boca dele. As perninhas tremem, as unhas cravam no estofado. Fica imóvel por uns segundinhos, bobinha, o peito dolorido feito fosse afundar no banco.
Ao contrário de você, ele ainda é dono de si. Te observa atônita e sorri, se inclina pra deixar um beijinho na sua bochecha com os lábios meladinhos. “Tô bem mais tranquilo agora, obrigada, linda”, diz, bem-humorado.
Embora ofegante, você não perde a deixa, “É? Precisa chupar uma buceta pra ficar mais caminho?”
Swann ri, o rosto pertinho do seu, “Por quê? Vai me deixar chupar a sua mais vezes?”
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folklorriss · 3 months ago
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you belong with me | op81
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pov: oscar decide mostrar para a garota que ama que tudo que ela procura esteve lá o tempo todo.
- avisos: +18, narração em terceira pessoa, alta estimulação, sexo no carro e desprotegido (use camisinha, cara!).
- wc: 3.924
Imagens tiradas do Pinterest, todo direito reservado ao seus autores. História ficcional apenas para diversão, não representa a realidade e os personagens utilizados possuem suas próprias vidas e relacionamentos, seja respeitoso. 😊
Oscar sabia que não estava em posição de cobrar nada; eles não eram mais amigos e, muito menos, amigos coloridos. Mas algo na forma como ela jogava a cabeça para trás, rindo das piadas de Lando e deixando à mostra aquele lindo pescoço que Oscar amava marcar, algo nesse gesto estava fazendo o sangue do australiano correr rápido em suas veias.
Havia também a forma como Lando a olhava. Não, como Lando a devorava com os olhos. Oscar sempre soube do interesse de Lando na garota e nunca pôde impedir nada; afinal, eles não eram nada. Além disso, ela sempre deixou claro que só tinha olhos para um piloto da McLaren, e era Oscar. Era.
Dias atrás, ela e Oscar decidiram não levar adiante aquela relação casual. Quer dizer, permita-me corrigir: Oscar decidiu isso. Começou a ficar difícil para ele separar as coisas, já não a via mais como uma amiga, e aquilo o apavorou. Então, fez o que melhor sabia fazer quando o assunto era relacionamentos e se afastou.
A garota ficou irritadíssima com o afastamento repentino. Depois de uma vida de amizade e anos de intimidade, merecia mais que palavras secas e mensagens não respondidas. Quando decidiu confrontar Oscar, pensou que talvez o silêncio fosse melhor. Oscar podia ser responsável e centrado no que dizia respeito ao trabalho, mas comunicação e sentimentos não eram o seu forte.
Mas, independente do que tivesse acontecido entre eles, a garota havia confirmado presença no aniversário de Zak como sua acompanhante. Oscar também pediu para que ela fizesse esse último favor e não deixasse de ir; ele não havia falado para ninguém que os dois não eram mais amigos e não queria dar abertura para perguntas sobre sua vida. Além disso, a garota também gostava do chefe da equipe e amava uma boquinha grátis, então não ia deixar de comparecer à festa por conta das atitudes idiotas do australiano.
Porém, era inocente da parte de Oscar achar que as pessoas não reparariam que havia algo estranho na dinâmica entre eles. Ela e Oscar viviam grudados; se você quisesse achar Oscar, bastava encontrar ela, pois certamente o piloto estaria por perto. Então, o fato de ela passar a noite toda perto de Lando e não do piloto mais jovem foi motivo de cochichos e risadinhas em muitas das rodas de conversa pelo salão de Zak.
Lando, certamente, era o que mais se divertia com aquilo; ter a atenção da garota só para ele o fazia ver estrelas. Oscar também as via, mas eram estrelas de ciúmes, tão brilhantes que o cegavam. Quando Lando se aproximou do ouvido da garota e colocou uma das mãos na base das suas costas, o piloto virou sua taça de champanhe e foi até eles.
“Ei, vocês, atrapalho?” Oscar se coloca entre os dois e cruza as mãos atrás das costas. Lando se afasta e ri baixinho.
“Oscar! Claro que não.” a garota sorri e dá um gole no seu champanhe. Oscar estranha a animação, mas logo entende o porquê quando vê os olhos pequenos e brilhantes.
“Estava falando para ela como essa noite está prestes a ficar... selvagem.” Lando sorri de lado e aponta com a cabeça para Zak.
Oscar acompanha com o olhar para encontrar Zak girando a gravata acima da cabeça, os primeiros botões da camisa abertos e um copo de uísque na mão. Ele dança e ri junto com sua mulher e outros amigos. Oscar sorri e volta a olhar para Lando.
“Hora de ir embora?” Lando dá de ombros para a pergunta de Oscar e desvia o olhar para a garota.
“Acho que estou me divertindo aqui.” o britânico sorri por trás do copo quando a garota lhe dá um sorriso meigo.
O sangue de Oscar ferve, e ele cerra os punhos atrás do corpo. Desgraçado. Lando era um bom conquistador; Oscar já havia visto o amigo em ação e sabia que a maioria dos seus alvos era conquistada no fim da noite. A garota parecia prestes a cair, e só a imagem de outras mãos que não as suas no corpo dela fazia com que ele quisesse arrastá-la para longe dali.
“Suponho que você esteja cansada.” Oscar olha para a garota, que lhe dirige um olhar malicioso.
“O quê? Não! Lando é uma ótima companhia. Na verdade, quer dançar?” a garota larga a taça em uma mesa próxima e segura o braço de Lando. “Parece estar tããão quente e divertido lá.” ela olha por cima do ombro em direção à pista. Lando abre o sorriso mais canalha do mundo, e Oscar trava o maxilar enquanto encara a mão dela tocando nele.
“Claro, amor. Você vem?” Lando pergunta para Oscar, o sorriso ainda pendurado em seus lábios.
Amor. Oscar gostaria de acabar com a boca de Lando com um soco.
“Osc não dança.” a garota ri fraco, sua língua se enrolando para pronunciar o apelido do australiano. “Vamos.”
Os dois seguem para a pista, deixando para trás um Oscar enciumado.
O piloto encara o espaço vazio que segundos antes estava ocupado pelos dois enquanto tenta acalmar o coração acelerado dentro do peito. Estava com ciúmes, estava puto por ela o provocar daquele jeito, estava com raiva de si mesmo por ter aberto mão dela e, acima de tudo, estava com inveja de Lando, que podia tocá-la na frente de todos enquanto ele ficava ali parado, se sentindo inútil.
Oscar se vira para a pista e vê a garota nos braços de Lando. Ele a faz girar e a puxa para perto, empurrando-a para outro giro enquanto ela ri, claramente se divertindo. Oscar sempre gostou do jeito que ela sorria, do jeito que se entregava ao momento e o aproveitava como se fosse o último. Sua garganta se aperta, e seu coração parece se comprimir dentro do peito quando percebe que ela costumava sorrir assim para ele.
Que merda tinha feito?
--- x ---
Depois de duas horas de tortura, assistindo aos dois dançarem e esfregarem seus corpos um no outro, Oscar decide ir embora, com ou sem ela. Para sua surpresa, quando se aproxima para avisar que está de saída, a garota diz que vai com ele. Lando insiste para que ela fique, mas ela alega estar cansada e, como veio com Oscar, voltaria com ele.
Oscar revira os olhos quando Lando joga todo o seu charme, com um olhar de cachorro que caiu do caminhão, e pede para que ela o ligue na manhã seguinte. Ela ri e promete ligar. Patético, pensa o australiano, bufando enquanto dá as costas para eles em direção à porta de saída, sendo seguido pelo som dos saltos que ecoam no corredor silencioso.
“Dá para você ir mais devagar? Eu tô de salto aqui.” a garota diz, e Oscar se vira para encará-la, parando no meio do corredor.
“Até minutos atrás, enquanto dançava com o Lando, parecia fácil estar em cima deles.” suas bochechas esquentam, e ela para também, distante dele.
Oscar se arrepende no mesmo instante; não queria começar uma briga e não queria ser aquele tipo de cara que dá um fora em alguém e não aguenta ver a pessoa seguir em frente.
“Desculpa,” ele sussurra. “Não quis dizer isso.”
A garota não responde. Apenas levanta uma das pernas e solta a tira da sandália; depois, repete o gesto com o outro pé. Ela se aproxima e empurra os sapatos no peito de Oscar. Ele os segura e a encara de cima. Havia esquecido como ela era baixa perto dele e quão deliciosa era a sensação de olhá-la daquele jeito, como se tivesse algum poder sobre ela.
“Sei bem o que você quis dizer. Vamos embora.” ela passa por ele, caminhando mais rápido agora.
O silêncio dentro do carro é esmagador. Oscar quer falar algo, mas seus sentimentos estão completamente misturados, e ele não sabe dizer o que sente com mais força agora.
A garota encara a paisagem que passa rápido do lado de fora. A estrada está escura e vazia. Ela sente raiva de Oscar; ele não tinha o direito de cobrar algo dela, nem de sentir ciúmes. Ele havia escolhido se afastar, ele havia partido seu coração, então como se atrevia a sentir ciúmes de Lando?
Lando. A garota facilmente iria para casa com ele, mas jamais faria isso quando desejava somente a pessoa que estava sentada ao seu lado, dentro de uma blusa social branca e uma calça preta que se agarrava às suas coxas grossas e fortes. Ela nem pensaria em Lando quando ao seu lado estava a pessoa que fazia seu coração bater mais forte só de chegar perto dela, que fazia suas bochechas esquentarem e seu interior se derreter toda vez que a olhava.
Ela não entendia onde eles se perderam, não entendia quando Oscar simplesmente parou de desejá-la, quando ele passou a achar que ela não valia mais o seu tempo. Oscar simplesmente se afastou, alegando que “aquilo não estava funcionando”. Engraçado, funcionou por dois anos; então, quando parou de funcionar? Por que parou de funcionar?
A garota sentia tanta falta dele, dos seus beijos, do seu toque e da forma como ele era cuidadoso, mas autoritário, da forma como a fazia se sentir suja, mas sexy ao mesmo tempo. Tudo sobre ele era tão… Oscar. Ela só queria entender quando e por que. Então, motivada pelo álcool, decide testá-lo para obter respostas.
“Foi divertido, sabia?” ela começa, e Oscar a olha de canto.
“A festa?” sua voz sai rouca e baixa.
“Sentir as mãos de outro em mim.”
Oscar não responde imediatamente. Seus dedos apertam o volante, e ele segura a respiração. Ele não tinha certeza do que ela estava tentando fazer agora. Estava tentando arrancar uma reação dele? Irritá-lo? Oscar odiava o fato de ela saber o suficiente para provocá-lo.
“Notei.” ele responde, sem tirar os olhos da estrada.
“Lando é uma companhia tão agradável... É ótimo em guiar também.” sua voz sai arrastada e melosa. Oscar engole seco e não responde. “Estava pensando, talvez ano que vem eu venha como acompanhante dele… Até namorada. Nunca se sabe.” a garota dá de ombros e sorri.
Uma pontada de ciúmes surge na mente nublada de Oscar.
“Você realmente acha que eu deixaria isso acontecer?” Oscar deixa escapar antes mesmo de perceber, a raiva em sua voz está óbvia, e isso faz a garota sorrir.
“Você não pode mandar em mim, Oscar.”
Ele vira a cabeça para ela, odiando a resposta. Ele estava tão acostumado a ter tudo sob seu controle, ter ela sob seu controle, que ouvi-la dizer que ele não podia fazer algo o faz querer colocá-la de joelhos e mostrar que sim, ele pode mandar nela.
Mas Oscar percebe o joguinho mental que ela está fazendo, então respira fundo e acelera ainda mais o carro numa tentativa de chegar logo ao seu destino e acabar com aquilo.
“Nem você acredita nisso. Você sabe que faria qualquer coisa que eu mandasse.” ele ri fraco, entrando no jogo enquanto tenta acalmar a respiração.
“Mesmo? Então por que você não para esse carro e me mostra exatamente o quão autoritário você pode ser?”
Oscar aperta o volante mais uma vez, os nós dos dedos começam a ficar brancos. A tensão no carro era palpável, e ele fica tentado a fazer exatamente isso quando ela o desafia.
“Pare com isso.” ele praticamente rosna.
“A vamos lá. Eu sei que você quer me calar e me mostrar como ser uma boa menina…” os olhos de Oscar desviam para as mãos dela que começam a subir o vestido pelas pernas. Ele engole seco ao lembrar da sensação da pele dela na sua.
Ela está o levando ao limite, aquele onde seu temperamento logo iria explodir. Ele tenta ignorar, tenta com todas suas forças, pois sabe que se tocasse nela, não ia conseguir parar.
Ele havia se afastado, ele havia falado que não queria mais aquilo, precisava manter sua palavra.
“Frustrante.” ela volta a falar. “Talvez Lando possa me ensinar como ser uma boa menina.”
Ai já era demais.
O freio é acionado com força e Oscar para no acostamento, desligando o carro em seguida, a raiva o tomando por completo enquanto se vira para encará-la.
“O que você disse?” ele sussurra.
“Que Lando me ensinaria a ser uma boa menina.” ela sorri lentamente e faz um beicinho.
E isso é suficiente. Oscar solta seu cinto e se estica em direção a garota, a segurando pelo maxilar e puxando-a para si.
“Se eu ouvir o nome dele saindo da sua boca de novo, juro por Deus…” seus olhos estão pegando fogo e ele aperta com força o rosto dela.
“O que, Osc? O que você vai fazer?” ela sorri e solta seu próprio cinto, o puxando pela camisa para mais perto.
Sua respiração fica pesada e Oscar começa a sentir o calor subir pelo peito. Ele não conseguiria se controlar com ela assim tão perto dele, não quando aqueles malditos olhos cheios de raiva e desejo estavam implorando para que ele a tocasse.
Quando ela assume uma expressão séria e encara sua boca, passando a língua com lentidão pelo lábio inferior, tudo se torna muito insuportável de aguentar, então Oscar a toma para si e tudo ao redor se inflama.
A garota se derrete e aceita a língua dele sem hesitar. Isso é o que ele queria. Ele queria calá-la. Ele queria fazê-la obedecê-lo, vê-la sendo submissa a ele. Ele queria fazer dela uma boa menina, como ela merecia ser.
“Hm, Osc.” ela geme entre os beijos.
Merda, sentia tanta falta dela. Dos beijos, toques e gemidos.
Oscar se afasta apenas para empurrar seu banco para trás e então a puxa para ele. O vestido se acumula no quadril quando ela se senta no colo dele, uma coxa de cada lado de suas pernas. Ela geme quando sente o membro dele pressionar sua calcinha molhada.
“Porra, Osc.” ela geme e as mãos grandes e fortes de Oscar apertam sua bunda com força, fazendo uma dor delirante se espalhar no local.
O australiano toma os lábios dela novamente, sem se importar com o fato de que estão numa rodovia pública. Eles se beijam com fervor, a raiva de ambos transbordando no beijo quente e molhado. Oscar desliga os faróis e a escuridão toma conta do carro.
Oscar leva uma das mãos para o cabelo da garota, o puxando com força e deixando um gemido baixo sair de sua boca quando ela investe o quadril contra o membro duro e dolorido dele.
A garota se esfrega em Oscar em busca de prazer, enquanto as mãos começam a desabotoar com pressa a camisa branca e amassada dele. Oscar ergue o vestido dela até a cintura e coloca o dedão dentro da calcinha encharcada. A garota interrompe o beijo para gemer alto quando ele circula seu clitóris. Suas sobrancelhas franzem e ela morde o lábio com força.
“Não está mais engraçado agora, amor?” o deboche escorre na palavra.
“Hm…” é tudo que o cérebro enevoada dela consegue processar.
Ela se esfrega contra os dedos e ele descansa a cabeça no encosto do banco, apenas assistindo ela se revirar de prazer em cima dele. Olhos fechados, lábios entreabertos emitindo sons que soam como música clássica para ele, o peito vermelho subidno e descendo rapidamente. Perfeita.
Quando ele insere um dedo dentro dela, a garota se apoia nos ombros dele respirando fundo. Oscar poderia ficar a tocando pra sempre, dar prazer a ela era seu passatempo preferido, mas o ciúmes de minutos atrás ainda está lá, cutucando seu peito e o lembrando de como pararam ali. Então ele para os movimentos e afasta a mão.
“Que porra…?” a garota abre os olhos e o encara.
“Você quer gozar?” ele se remexe no banco, aeitando-a em seu colo, seu pau pressionando a intimidade molhada e pulsante. A garota choraminga.
“Óbvio.”
“Ok, então vou te falar como vai funcionar.” Oscar a empurra gentilmente para que ela se afaste e ele consiga abrir o zíper da calça, puxando seu pau duro pra fora.
Lentamente ele começa a se masturbar e a garota lambe os lábios, levando suas mãos até ele, mas Oscar as empurra e sorri.
“Não, você não vai me tocar.” com a mão livre ele acaricia a bochecha vermelha dela e a encara com seus olhos castanhos. “Você vai se tocar.”
“O que?” a voz dela falha e os olhos enevoados se arregalam.
“Sim, você não disse que gostou de sentir outras mãos em você? Então, você vai se tocar e eu vou assistir outra mão te tocando. Quero ver como funciona isso.” Oscar se aproxima do ouvido dela, a mão nunca parando de se acariciar. “E quando você estiver quase lá, você vai parar e eu vou te foder tão forte até você esquecer que outras mãos te tocaram. Que tal?” ele se afasta e relaxa contra o banco, um sorriso vencedor se desfazendo em seus lábios.
A garota engole seco, um pouco desnorteada com a mudança da dinâmica.
“Vamos, meu bem. Se toque pra mim.”
Lentamente a garota coloca a mão dentro da calcinha e fecha os olhos sentindo os dedos escorregarem com facilidade pelo clitóris inchado e molhado. A diferença entre os seus dedos delicados e os dedos de Oscar a fazem revirar os olhos. Ela se esfrega com delicadeza, explorando os pontos sensíveis entre as pernas e Oscar assiste tudo, encantado, fascinado, hipnotizado.
A luz da lua é a única iluminação dentro do carro, isso e o brilho que irradia daquela linda garota se tocando em cima dele, se tocando para ele.
Os movimentos se tornam mais rápidos em torno do próprio pau e ele se controla para não gozar na mão, porque sim, ele gozaria só de olhar para ela tão entregue e aberta.
A umidade dela começa a molhar a calça de Oscar e ele contrai as coxas, soltando um gemido abafado quando ela aumenta os movimentos, se esfregando nele e na própria mão, simultaneamente.
“Abra os olhos.” ele ordena.
A confusão e luxúria nos olhos dela é o suficiente para tudo explodir nele. A mão livre sobe para a nuca da garota e a puxa para um beijo, sem parar de se tocar, sem permitir que ela pare de se tocar.
O carro está abafado, os cabelos dela grudam nas costas à mostra na fenda do vestido e os de Oscar estão molhados em sua testa. A garota se contorce e geme pesadamente na língua de Oscar. Ele se afasta ao notar que suas pernas o apertam, prestes a gozar.
“Hora de parar.” ele ordena e ela balança a cabeça. Estava tão bom, quase chegando lá. “Eu mandei parar.” Oscar solta seu membro pesado e puxa a mão dela para fora da calcinha.
“Oscar…” ela chora o nome dele, implorando.
O garoto enfia os dedos finos entre os lábios e os suga com força, fechando os olhos ao sentir o gosto dela tomar sua boca.
“Ai meu Deus.” ela sussurra. Oscar a encara e sorri, os dedos ainda na boca, a língua os rodeando levemente. “Você… Oscar, meu Deus. Você precisa me fazer gozar. Por favor.”
Com um estalo ele tira os dedos dela da boca e sorri.
“Implorando como uma boa menina.”
O piloto circula a cintura dela e a levanta, os dedos habilidosos empurram a calcinha para o lado e ele se enfia dentro dela, de uma vez só, sem aviso. A garota grita e aperta os ombros dele, jogando a cabeça para trás.
“Merda.” Oscar aperta a cintura dela e enterra a cabeça em seu pescoço, respirando fundo e tentando se controlar. A garota tenta se mexer, mas ele segura com força sua cintura. “Quando eu mandar, porra.” ele sussurra e morde o ombro dela.
Ela concorda com a cabeça e choraminga, sentindo a extensão dele a alargar. Oscar saboreia a sensação de estar dentro dela por mais alguns segundos, então se afasta para encará-la.
Os dois estão uma completa bagunça. Ela com os olhos brilhando, confusos e delirantes, cabelos suados, peito vermelho e ofegante. Ele com suas bochechas rosadas que davam um ar de inocente; mas que não condizem com as atitudes, os olhos estão bem abertos e capturando cada micro reação dela, o cabelo suado, grudado na testa e os lábios vermelhos. 
“Vamos, meu bem, me mostre o quanto você precisa gozar.”
A garota geme e passa as mãos nos fios molhados de Oscar, começando a se mover desesperadamente em cima dele. Os olhos estão cravados um no outro, o som da pele batendo uma contra a outra preenche o veículo e se misturam com os gemidos de ambos.
Oscar agarra a cintura dela a guiando na busca pelo orgasmo. Ele aperta com força, como se ela pudesse ou fosse capaz de parar. O membro de Oscar a atinge no fundo e ela grita o nome dele, como se chamasse uma divindade. Suas coxas começam a queimar e ela vai perdendo o ritmo. Oscar sorri. Era a vez dele.
Ele passa o braço em volta da cintura fina novamente e a puxa pra perto, fazendo a ficção no clitóris aumentar, então começa a estocar com força, os quadris dele a empurrando para cima e voltando para baixo com rapidez. Os olhos dela finalmente se fecham e ela apoia a cabeça no ombro dele, tentando desesperadamente buscar ar para os pulmões.
“Diga para mim, você ainda lembra como ele te tocou?” Oscar rosna. “Ele pode mesmo te ensinar algo que eu já não tenha feito você aprender?” Oscar enrola a mão no cabelo dela e puxa sua cabeça, a fazendo o encarar. A garota geme.
“N-não. Meu Deus, não.” ela chora. Literalmente.
Lágrimas escorrem por suas bochechas quando o orgasmo a atinge com força. Oscar sente o calor e a pressão em seu pau e isso o faz ir ainda mais rápido, perseguindo seu próprio prazer.
“Seu lugar é comigo, entende isso agora?” ele sussurra e relaxa, se soltando dentro dela.
Ela geme, treme e se agarra a ele quando sente o líquido quente dentro de si. Oscar para os movimentos e a abraça, deixando um beijo no ombro desnudo.
Ela se afasta e arruma os cabelos bagunçados e suados dele. Então, sorri, encarando seu lindo menino derrotado após o sexo. Seu menino. O pensamento provoca um aperto em seu peito, e ela desvia o olhar, desfazendo o sorriso.
Droga, ela o amava. Amava tanto que doía só de pensar. A ideia de que, agora, toda vez que quisesse tê-lo precisaria usar a provocação faz com que ela sinta um desconforto, e o choro começa a apertar sua garganta.
“Ei.” Oscar aperta a cintura dela ao notar a mudança de comportamento. “O que foi?”
“Nada, nada, só…” ela balança a cabeça, com os olhos se enchendo de lágrimas.
Oscar sabe. Ele sabe porque também se sente assim, perdido e apaixonado. Não tem como deixá-la ir embora de novo, mas também não sabe como fazê-la ficar. É tudo demais para pensar agora, então ele encosta a testa na dela e sorri, secando uma das lágrimas que escorrem pela bochecha.
“Vamos fazer assim: vou te levar para casa e cuidar de você esta noite, hm?” ela sorri docemente e concorda com a cabeça.
“Mas amanhã? Amanhã você ainda vai cuidar de mim?” sua voz é baixa. Oscar sente as bochechas esquentarem ainda mais.
Ele sorri e concorda com a cabeça, beijando seus lábios de leve.
“Todos os dias enquanto você me quiser.”
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geniousbh · 8 months ago
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⸻ ❝ 𝒇𝒊𝒏𝒆 𝒍𝒊𝒏𝒆 ❞
matías recalt ₓ f.reader
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prompt: seus pais são superprotetores e não te enxergam como mulher, ent acabam te obrigando a ir pro acampamento de férias pelo segundo ano consecutivo e você reencontra seu inimigo #1
obs.: nenas, eu achei que ia demorar mais pra lançar essa aqui, porém desenrolou legal depois da metade. o único problema é que tava chegando nas quatro mil palavras e eu kkpercebi que não poderia ser uma oneshot nem fodendo, portanto, terá segunda parte!
obs.²: o enemies to lovers aqui é forte, tá? e o matías é um 🥺pouco🥺 estúpido também, mas nada que faça ele virar subcelebridade cancelada no twitter ok (eu acho)? eu tb sou muito ruim com nomes, então eu uso quaisquer q caibam na história (vcs vão entender isso quando tiverem lendo)! obrigada mais uma vez pelo apoio que vocês têm me dado!!! uma grande bitoca pra todas e boa leitura (dscl os errinhos)!!! <3
tw.: smut, linguagem chula, dumbfication, degrading (mais contextualmente), aquele kink meio hunter/prey, praise, manhandling, oral (f. receiving), ligeiro dry humping coisa pouca, portunhol duvidoso, e se tiver algo mais que eu não coloquei me avisem! MDNI
— o quê? tá de sacanagem comigo?! pai! — você olhou incrédula para o mais velho que sentava na ponta da mesa, e tudo o que este fazia era continuar serrando um pedaço de carne para levar à boca.
— não adianta insistir, é pelo seu irmão. vai e ponto final. — sua mãe foi firme.
— eu nem tenho mais a idade pra ir nessa droga de acampamento. — você bufou, empurrando o prato pela metade e cruzando os braços. — sério que vocês vão estragar as minhas férias da faculdade com isso?
— é o acampamento escoteiro ou o retiro espiritual com a gente, sozinha não vai ficar.
e era assim que pelo segundo ano consecutivo você ia parar no acampamento escoteiro de férias com seu irmão mais novo. o lugar era inegavelmente lindo, como se tivesse saído de um daqueles filmes de vampiros ou meio-sangues, sua galeria tinha voltado cheia de fotos da última vez. as dinâmicas, as competições e a comida também eram nada mal. o problema não estava em nenhuma dessas coisas. o problema tinha nome e sobrenome.
matías recalt.
o puto sequer tinha altura, (apesar de ser um palmo maior que você) e era o ser mais intragável que você já tinha conhecido. nas férias passadas você estava para completar dezoito ainda, o que te colocava junto de um grupo de outros cinco jovens de dezesseis pra cima, os quais matías tinha ficado responsável na escalação. então além de ter que aguentar o cheiro de cigarro impregnado nas roupas dele e a soberba, passara duas semanas observando o jeito moleque dele de resolver as coisas, quando em realidade, ele já era homem feito.
isso porque num dos últimos dias, depois que matías socava um dos garotos por uma coisinha besta, você intervia, o puxando pela blusa e esgarçando o tecido completamente. "ô sua, pendeja. olha a porra que você fez com o uniforme!", mas sua frustração era tanta que você o estapeava o rosto e desatava a dizer tudo que estava entalado, que ele era desorganizado, que ele tinha pegadinhas de extremo mal gosto e que muito provavelmente tinham o colocado com os mais velhos porque nunca confiariam uma criança a ele, e tudo o que matías tinha te respondido fora um "e eu acho que essa sua marra é falta de uma boa foda, acertei?", fazendo não só com que você se calasse e ficasse igual um pimentão, mas ligasse para seus pais irem buscar você e seu irmão antes que o programa acabasse; sem dar o motivo.
por isso quando o carro se aproximava da enorme placa "acampamento escoteiros do sul" e a estradinha estreita misturada de feno e grama que levava à cabana principal, onde aconteciam as cerimônias e ficava a administração, seu estômago rodopiou e retorceu sabendo o que te aguardava.
entrava segurando a mão do menor e o levava até onde a fila das crianças entre seis e oito deviam ficar. a abertura devia começar em uns dez ou quinze minutos, apenas esperando que a maioria dos inscritos estivesse lá. você em toda sua inocência, caminhava para o canto dos adolescentes quando sentia uma cutucadinha no ombro.
— oi, você veio ano passado né? eu lembro de você. — a garota de cabelos curtinhos à sua frente te cumprimentava alegre antes de te agarrar pelo braço. pela sua vaga memória, malena era uma das coordenadoras do acampamento e só aparecia nos dias importantes. — vem, esse ano você não pode participar como escoteirazinha, só como supervisora. vou te mostrar onde ficam os dormitórios, vai ter uniforme pra ti lá.
o caminho até a área de funcionários era o oposto das casinhas enumeradas onde as crianças eram alojadas, contudo era uma cabana também, bem mais simples. assim que adentravam, o cheiro familiar entrava por suas narinas. tinha uma área imitando uma salinha de estar, cheia de puffs e uma mesa no centro, além de dois jogos de fliperama e uma mesa de bilhar. você apenas concordava com o que ela te passava, sem saber ao certo se eles podiam te colocar pra trabalhar se seus pais estavam pagando.
— aqui, querida, tem três uniformes. e não se preocupa tá, vai ter treinamento mais tarde pros que estão vindo supervisionar pela primeira vez. — ela mostrava sua cama, que na verdade era a parte de baixo de uma beliche e as mudas de roupa dobradas sobre o colchão. — qualquer coisa eu te mandei uma mensagem no celular, só me chamar por lá! — e saía antes que você conseguisse tirar suas dúvidas.
bufou e colocou a mochila com suas coisas aos pés da cama antes de começar a tirar a blusa e desabotoar a calça já que não parecia ter mais ninguém com você. doce engano, porque logo que o jeans passava pelo seu calcanhar, um som de porta seguido de um assobio zombeteiro soavam atrás de ti, te fazendo congelar no lugar e se arrepiar.
— no creo... la señorita marrenta. — a voz ralhou e você juntou a blusa e a saia do uniforme para tampar seu corpo, se virando para ele. — até que você é gostosa. quer dizer, pelo menos isso né.
matías ria e se jogava num dos puffs erguendo o quadril para tirar o cigarro de palha do bolso traseiro e acender. tragou e então voltou a te olhar, de cima a baixo, deitando a cabeça pro lado.
— não vai terminar de se trocar, vida? por mim você até que ficava desse jeitinho, mas 'cê sabe, to tentando ser mais organizado. — ele provocava, só pra mostrar que você não era a única que se lembrava do pequeno desentendimento que haviam tido meses atrás. — que sea rápida, você foi escalada comigo.
sua vontade era a de esganá-lo, além de estar com as pernas bambas pela forma como ele tinha te visto. vestia a saia rapidamente rezando pra que ele não visse a estampa de cerejinhas da sua calcinha e por fim a blusa e a tag com um espaço pra por seu nome. prendia o cabelo num rabo de cavalo e saía do dormitório, deixando ele pra trás, sem lhe dar o prazer de uma conversa.
a culpa era dos seus pais por serem superprotetores não só com o mais novo, mas com você principalmente. era ainda pior antes de terem o caçula, na real. não podia beber, ir a festas, por todo o fundamental não tinha a liberdade de ir na casa de amigas próximas, pintar as unhas e mexer no cabelo antes dos quinze? nem sonhando alto. e agora você era uma bobona, virgem e sem experiência alguma que vivia se deixando abalar por qualquer coisinha na coleira de dois velhos caretas.
com um bico enorme e muito injuriado você aparecia na sala de treinamento, que você encontrou usando o spot com mapa do lugar, se sentando num dos bancos da frente. eles mostravam um vídeo com o lema e as principais virtudes do acampamento antes que um dos diretores se colocasse de pé para dar as boas vindas e falar as regras. diferente de quando se ia como inscrito, estar ali como instrutor era bem menos sufocante, sem o toque de recolher às oito da noite, podendo usar as instalações que bem entendesse nos dois finais de semana, caso não fosse escalado para cuidar de alguma atividade, e, o bônus de ter wi-fi no dormitório pra usar o celular de noite.
um pouco mais tarde, depois que se enturmava com outros novatos acabava descobrindo que o programa era gratuito para quem se inscrevia como instrutor e que quando se passava da maioridade a modalidade automaticamente era preenchida como tutoria. ao menos agora fazia sentido sua mãe não ter comentado nada.
o primeiro dia passava rápido, eram muitas coisas pra fazer, e você ainda tinha se oferecido para ajudar na cozinha, preparando o lanche e o jantar de quase cinquenta crianças.
a perturbação começava apenas no dia seguinte quando era acordada com um celular tocando "danza kuduro" à UM centímetro de distância da sua orelha. o corpo se sentando na cama de súbito, assustado e uma das mãos indo direto pro ouvido, massageando a região.
de pé, ao seu lado, e já tomado banho e vestido estava o recalt.
— qual o seu problema, seu filho da puta?! — esbravejou.
— cuidado com a boca, gracinha. — matías desligava a música e guardava o celular no bolso, se jogando no colchão pequeno de atravessado. — achei que uma musiquinha ia te fazer levantar disposta. além disso, você não levantou com o seu dispertador. — te encarou sugestivo fazendo com que você grunhisse irritadiça e pegasse sua bolsa antes de se enfiar no banheiro feminino.
um diabo, um daqueles de desenho, com chifrinhos, calda e um tridente, mas num corpo humano, era isso que ele era. do que adiantava ter o cabelo brilhoso, o sorriso bonito e um corpo legal se ele usava tudo aquilo pra ser um sacana? esfregava o rosto no banho, choramingando pelo dia já ter começado uma bomba. e devia ser exatamente o que o moreno planejava, te ver emburrada e desanimada, por isso você fazia um acordo consigo mesma de aparecer com um sorriso vibrante nos lábios quando saísse por aquela porta. diria bom dia pra todo mundo, e fingiria que ele era apenas uma mosquinha enxerida.
ia para a reunião matinal, e um dos diretores te dava um puxão de orelha pelo atraso; você era a última a chegar. por sorte, as tarefas eram distribuídas com agilidade. você e o abençoado ficavam encarregados de ensinar noções básicas de sobrevivência, no caso, ele ensinaria, você só ficaria como auxiliar.
— todo mundo prestando atenção? — matías começava. vocês levaram o grupo de dez para uma clareira onde eles podiam se sentar em círculo ao seu redor. — então, a primeira coisa que todos precisam saber são os itens básicos de sobrevivência. lembrando que nós não aconselhamos que vocês usem canivetes ou ísqueiros até terem idade. — ele conduzia bem humorado, sempre dividindo a atenção entre os rostinhos atentos. — vai, a tia aqui vai ler a lista dos itens. — ele te dava um empurrãozinho no braço.
— é... — limpava a garganta e pegava o papel com a lista. — primeiro e mais importante: uma barraca, se não puderem levar uma barraca inteira que seja pelo menos um saco de dormir. — você fazia pausas tentando ver se os menores estavam entendendo. — um cantil ou garrafinha pra água, um kit de primeiros socorros e um mapa. — você terminava e olhava matías que já te fitava com um sorriso idiota de canto.
— hm, alguém tem alguma dúvida? — ele soprava antes de desgrudar totalmente os olhos de você. — não, né? claro que no, son todos playboys que vienen aquí todos los años — ele bufava baixo agora, o suficiente pra que só você ouvisse. — vou começar a explicar sobre os nós então.
você mordia o lábio divagando um pouco quando notava que as crianças te encaravam como se esperassem algo, um estalinho, enfim, te fazendo ouvir matías lhe chamando.
— pro chão. você vai ser a cobaia. — ele dizia simples.
— pra quê exatamente?
— você é burra? — ele chegava pertinho do seu rosto para sussurrar a pergunta, te deixando com vontade de socar os dedos naqueles olhos caramelados dele. — não podemos usar animais pra demonstração e eles aprendem melhor quando é em outra pessoa, vai logo.
sua boca entreabria e uma checadinha em volta apenas confirmava o que ele falava, os olhos curiosos que já estavam acostumados, esperando que você fizesse exatamente o que o rapaz dizia. matías pesava a palma no seu ombro e seus joelhos cediam até o chão, deixando com que ele ficasse atrás de ti, juntando seus pulsos numa só das mãos.
— quem quiser chegar mais pra ver, pode vir. — ele falava.
abruptamente o garoto te fazia se curvar até que seu rosto estivesse praticamente colado na terra pisada. sua primeira reação era a de tentar soltar os braços para sair da posição desconfortável, mas o joelho que ele apoiava nas suas costas e o agarre forte te impediam. você grunhia e apertava a arcada dentária enquanto ele continuava:
— estão vendo? se algum dia vocês precisarem pegar algum animal selvagem. — e nessa hora ele passava a corda ao redor de seus pulsos, dando um tranco forte para deixar apertado. — se ainda estiver vivo, com certeza vai tentar fugir, vai usar todas as forças que tem... — recalt deu o primeiro nó em formato de oito, se curvando sobre seu corpo prensado e segurando seu queixo por trás, te forçando a erguê-lo. — dá um sorrisinho pra não assustar eles — sussurrou porcamente na sua orelha e você engoliu o bolostrô de ódio que se formava na sua garganta antes de dar um sorriso não muito amigável. — viram? a tia não é um bom coelhinho? — o tom voltava ao cafajestismo normal.
seu ego estava em cacos, mesmo quando ele tinha te soltado do nó e você tinha marchado para bem longe dali, deixando que ele terminasse sozinho. os joelhos sujos de terra e o rosto vermelho de um choro que você segurava. se trancou no banheiro mais próximo e foi pra uma das cabines. assim que se sentava no vaso tampado, contudo, porém, entretanto, sentia a calcinha completamente melada, o que apenas te fazia ficar ainda mais fula.
deu um grito frustrado batendo na divisória com o punho fechado antes de se encolher e esconder o rosto nas mãos.
era tarde pra noite quando você decidia que conseguia sair do cubículo seguindo os caminhos para a cabana principal para o jantar. não conversava com ninguém e até ignorava algumas crianças que tinham estado presentes na aula mais cedo e tentavam te chamar. pegava o macarrão que era oferecido e se sentava na mesa de funcionários para comer, seus colegas novatos conversando animadamente sobre como estava sendo e que os instrutores mais experientes eram divertidos e práticos. sua sorte devia ser só uma merda mesmo.
terminou o prato a contragosto, mas antes que pudesse pensar em ir pro dormitório, fernando, um dos que trabalhavam ali há mais tempo te puxava pelo ombro.
— qual foi a dessa carinha, novata? aconteceu alguma coisa? — ele perguntava e vocês caminhavam para algum lugar que, a julgar pelos outros que seguiam, devia estar acontecendo alguma coisa.
— nada não. — negou e sorriu fraquinho.
— espero mesmo. a gente pediu umas cervejas, o caminhão já entregou lá perto do píer do lago. vai beber e nadar com a gente, sim?
a pergunta era retórica, você já conseguia ver o lago e ouvir uma música que aumentava de volume a cada passo. os que ficaram provavelmente colocando as crianças nas cabanas para se juntarem depois. tinham algumas bandeirinhas e varais com luzes pelo píer, iluminando e refletindo nas águas do lago que ficavam mais escuras conforme o céu noitecia.
uma long neck era colocada na sua mão, e você suspirava, aceitando antes de ir se sentar nas tábuas de madeira com os pés na água. outras pessoas corriam pela passarela e pulavam ali arrancando alguns urros de incentivo e risadas dos demais, e você, bem aos pouquinhos, deixava a vibe e o álcool apaziguarem seu coração.
— entra, vai! tá muito gostoso aqui dentro! — mariana, que era uma das que tinham virado instrutoras aquele ano também, te chamava depois de nadar pra perto de ti.
formou um beicinho nos lábios e negou.
— vai molhar o uniforme, quero usar ele amanhã ainda. — bebia o resto da cerveja.
— tira e entra só de calcinha ué. — mari retrucava e então espirrava uma ondinha de água em você. — vai, quem te garante que você vai ter outras oportunidades assim?
e por mais que você não devesse, ela estava certa. você faria de tudo pra que no próximo ano sua família não te forçasse ir, e caso o retiro espiritual fosse uma opção estaria indo com eles ao invés de lá, então... não ia te matar aproveitar as partes boas.
relaxou os ombros e então se levantou preguiçosamente tirando as roupas e ficando apenas com as peças íntimas antes de pegar alguma distância e pular na água. submergindo e sorrindo ao ouvir as comemorações da outra. a água não estava gelada e nem quente, era perfeito.
— quer nadar até o outro lado? — você perguntou se animando e a vendo assentir.
pegava impulso nas pernas, passando as mãos por baixo da água para o corpo ir sendo impulsionado para frente, como não tinha correnteza era mais fácil. olhou uma única vez para trás para se certificar de que a garota te seguia, apenas tendo o relance de uma cabeça afundando na água para mergulhar.
riu divertida e imitou, mergulhando e prendendo a respiração para chegar o mais longe que conseguia. o som da música e das conversas agora abafado pela distância no breve tempo em que alcançavam o outro lado, se apoiando na passarela para recuperar o fôlego.
— nossa, eu nunca tinha feito isso, sabia? nadar de noite. — comentou e se virou de novo para checar com a menina, mas sem sequer sinal.
onde ela tava? por meio segundo sua cabeça formava alguns dos piores cenários possíveis e seus olhos arregalavam quando algo puxava sua perna para baixo, te fazendo se debater e dar um chiadinho agoniado. não sabia se era reconfortante que, ao invés de algum jacaré ou uma jiboia com seus lá quatro metros, fosse matías quem aparecia na superfície da água balançando os cabelos como um cachorro antes de rir alto.
— você não cansa de ser idiota?! — esbravejou espirrando água no rosto dele.
— tem que ser muito amargurado e cabaço pra viver a vida com seriedade o tempo todo. — ele dava de ombros, ainda risonho, te rodeando na água.
— é, e tem que ser um bosta pra viver sem seriedade nenhuma também. — a ofensa saía antes que você pensasse.
— você não acha isso de mim de verdade. — matías soprou simplista antes de afundar o corpo até que só metade de seu rosto ficasse visível e se aproximou mais do seu corpo.
— larga de ser convencido. — engoliu seco, indo para trás, tentando manter a distância dele, até ficar encurralada entre o rapaz e o embarcadouro. — e para com isso! — dizia mais alto percebendo que ele não parava de chegar.
o ar escapava de seus pulmões quando o moreno envolvia sua cintura, te puxando para ele e nivelando o rosto ao seu, os narizes roçando, sua expressão atenta e a dele serena, com os olhos baixos. os dedos àsperos tocavam a carne do seu quadril e avançavam um pouco mais, até chegarem no tecido da calcinha.
— aunque te escapaste esta mañana, fiquei bem surpreso quando vi você entrar na água. — a voz masculina saía rouca pelo tom baixo e proximidade. — me faz pensar que devem ter muitas coisas que você gostaria de fazer, hm?
mordeu o inferior com força, mas diferente das outras vezes, esta era porque, apesar da água fresca, o toque dele estava te fazendo esquentar, o ar que soprava da boca dele a cada palavra proferida também era quente e te convidava a chegar mais pertinho. ele era um canalha, um desrespeitoso, um incoveniente, idiota, atraente, gostoso... era por isso que evitava pensar nos motivos de não ir com a cara dele desde o início, porque existia uma linha muito tênue que separava seu ódio mortal pelo argentino e sua vontade de que ele te mostrasse cada mínima coisinha de um mundo que você pouco conhecia.
— matías... — chamou baixinho.
e ele sorriu ardiloso. o recalt já tinha percebido desde a primeira vez que estiveram juntos, você o observava bem mais do que a maioria, nas noites de fogueira do acampamento, por mais que você reclamasse estar prestando atenção nas histórias contadas, seus olhinhos bisbilhoteiros caíam sobre a figura que fumava em algum canto afastado, sem sequer notar, durante as trilhas ficava sempre mais atrás, na retaguarda quando ele ia por último pra assegurar que ninguém se perdesse. mas, como você poderia gostar de algo que era não s�� o seu oposto, mas tudo o que seus pais provavelmente pediam que você evitasse? devia mesmo ser bem conflitante pra uma garotinha boba.
você era como um coelho se arriscando bem na porta da toca do lobo, muito fácil de impressionar, fácil de assustar, e pra sua infelicidade, ou não, a única pessoa que ansiava por isso mais do que você, era o próprio.
— senta na beira. — te ordenava, descendo mais as mãos para suas coxas e te ajudando a subir.
a junção do seu corpo molhado e arrepiado, com o sutiã e a calcinha transparentes por estarem encharcados por pouco não fazia ele ter uma síncope. sua cara era igualmente impagável, a boca abertinha e a expressão de quem não consegue formular um pensamento sequer.
— quero te mostrar uma coisa, você deixa? — ele perguntava voltando a te tocar a cintura com mais afinco, te arrastando mais pra beirinha o possível.
bastava que sua cabeça subisse e descesse uma vez pra que ele segurasse sua calcinha, puxando pra baixo de uma só vez. o miadinho que você soltava tinha uma reação instantânea no pau do maior, mas ele ignoraria por hora.
— e-eu nunca fiz... — você soprou, ameaçando fechar as pernas, se não fosse pelos braços ágeis dele que logo as separavam te deixando toda abertinha.
— é por isso mesmo. — matías respondia divertido e então descia o olhar até sua buceta molhada. como suspeitava, virgem, ele apostava que nem depois de te chupar conseguiria colocar mais de dois dedos. — você é tão linda... — atiçava, embora fosse a mais pura verdade.
o garoto te torturava a princípio, lambia sua virilha lentamente e espalhava beijos por sua púbis, sentindo seu corpinho tremendo em ansiedade e tesão, ficando prepotente em pensar que conseguia te ter nos dois extremos, na fúria e no êxtase. deu um beijo estalado sem tirar os olhos de você e então afundou a língua entre seus lábiozinhos sem pressa nenhuma sabendo que ninguém os veria ou atrapalharia já que estavam longe o bastante. afastou a carne molinha para ver seu clitóris e rodeou com a ponta do músculo, no mesmo instante suas mãozinhas desesperadas indo parar nos fios molhados dele.
— p-porra... isso é tão! — você apertava os olhos, pendendo a cabeça pra trás.
matías sorria contra a sua intimidade antes de envolver o ponto de nervos e chupar com mais força, enquanto isso, seus dedos puxando os cabelos castanhos e seu quadril rebolando impulsivamente. focou onde você parecia mais sensível, sugando e lambendo com vontade, sem se importar quando a entrada virgem começava a liberar uma quantidade absurda de lubrificação, o melando o queixo inteirinho.
deslizou uma das mãos que a seguravam aberta e afastava a boca do sexo avermelhado, estalando a palma ali num tapa que ecoava e te tirava um gemido choroso.
— deixa eu ver se entendi... te gusta que te aten y te azoten? — ele perguntava impiedoso, achando um amor suas bochechas coradas. — que safada.
— cala a bo — você não terminava antes que ele estivesse com a boca em ti novamente, chupando ruidosamente. linguava da entradinha até o pontinho teso, deixando o nariz grande roçar lá sem pudor nenhum, várias vezes antes de voltar a mamar, fazendo seus olhos revirarem e seu corpo pulsar como se estivesse inflamado.
suas costas curvavam e suas mãos, atadas nele, o forçavam ainda mais contra si, praticamente cavalgando o seu orgasmo no rosto do mesmo. sua cabeça estava uma desordem que só e seu corpo sofria com espasmos. matías ia dando selinhos conforme seu ápice passava, até que se afastasse e então se colocasse sobre o molhe também, segurando sua nuca para te beijar, permitindo que sentisse seu gostinho pela primeira vez.
— você é uma delícia, bebita. — soprava no beijo, deitando o corpo sobre o seu.
queria mais, sabia que era errado, mas nenhuma moral internalizada sua te impediu de rebolar contra o quadril do garoto mais velho que estava sobre si, ainda mais quando conseguia sentir o membro rijo fazendo pressão na sua coxa.
— sshh no, no. te acalma, linda... — o recalt te segurou o rosto depois de pausar o selar. encantado com o comportamento mansinho e necessitado que você exibia agora. — o acampamento tem mais uma semana e meia pela frente, não quero fazer tudo de uma vez. — desceu os beijinhos para seu pescoço. — até o fim das férias eu vou ter te mostrado tudo que você precisa saber, tá bom? — prometia em pausas.
— uhum. — e você confirmava.
depois de ter feito você ver mais estrelas do que tinham no céu aquela noite, este apenas te ajudava com a calcinha de novo e se esticava nas tábuas, encarando o céu noturno com um paiero entre os dedos e o braço atrás da cabeça servindo de travesseiro.
— quer experimentar? — ele disse depois de acender.
você, agora sentada abraçando os joelhos e o fitando sem se sentir mal por fazê-lo com tanto interesse, negou.
— boa menina.
porque apesar de ser um idiota, desorganizado e às vezes bem filho da mãe, matías recalt sabia o que valia a pena te mostrar e o que não valia. cigarro não era uma dessas coisas, e saber que você não era de toda inocente o tranquilizava. quando notavam que as pessoas ao longe iam se arrumando para irem deitar, ele te puxava para mais um beijo, soprando contra seus lábios que seria bom se você voltasse primeiro já que algumas pessoas da direção poderiam ver caso chegassem juntos.
e assim você fazia, pulando na água, que, pelo horário, estava gelando e nadando até o píer onde a festinha ia encerrando aos poucos.
— ei! — assim que saía da água mais ou menos onde tinha entrado, via mari chegar com uma toalha e suas roupas na mão. — desculpa ter sumido, mas o matí disse que queria te pedir desculpa por algo que ele fez hoje cedo então eu deixei vocês se falarem sozinhos.
— obrigada. — agradeceu enquanto começava a se enxugar breve para poder colocar as roupas outra vez.
— mas e ai? ele se desculpou? — a pergunta da menina te fazia parar alguns instantes e lembrar bem vividamente do que tinha acontecido minutos atrás.
— se desculpou sim. — respondeu com um risinho nasalado te escapando.
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nominzn · 1 year ago
Note
a ultima ask: jaehyun
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espero que vc se divirta ❤️🧡💛💚💙💜
já passa das três da tarde e o churrasco está a todo fervor. mesmo com todas as companhias, seu olhar está fixo em jaehyun desde o início da confraternização. ele é um colírio para os olhos, definitivamente.
solícito, ele se voluntariou a limpar a piscina, o que só ajudou para que você pudesse admirá-lo. discretamente, sentada na cadeira perto da varanda, você o fita por trás dos óculos de sol. os músculos definidos trabalhando duro na borda da piscina enquanto ele tira as folhas trazidas pelo vento te fazem suspirar alto, que homem.
ele já sabe que atraiu o seu olhar, por isso se demora mais um pouco na tarefa, apreciando a atenção. só que tudo tem limite, não ia sair dessa sem levar nada.
após guardar os intrumentos que usou para limpar a água, jaehyun se aproxima do grupo novamente e anuncia que a piscina já está liberada, e alguns aproveitam para mergulhar. ele aproveita para sentar-se ao seu lado, vestindo um sorriso galanteador nos lábios.
"vai mergulhar não, gatinha? tá muito calor."
você sorri de volta, levantando os óculos e se virando na direção dele.
"eu tenho medo de piscina funda. vai comigo, jae?"
caiu na área é pênalti.
"claro, po. bora?"
ele entra primeiro para te ajudar a descer da borda depois. te puxa pela cintura, usando a desculpa que era um apoio. você se faz de boba e medrosa, inflando o ego de jaehyun só para deixá-lo bem na sua.
"tá tudo bem?" ele pergunta para checar se o seu medo ainda te atrapalha de aproveitar.
"tudo! a água tá fresquinha, né? e limpa também, ficou ótima, jae." você elogia, encostando no braço dele e tudo.
"a gente tenta, né."
foi a tarde toda assim, nesse climinha de flerte, piadinha aqui e ali. a noite já chegava quando você pensou em desistir, deu várias ideias nele e toda abertura para que ele tomasse uma atitude, mas nada.
até que as latinhas de cerveja acabaram e, como jaehyun era o único que não tinha bebido pois teria de voltar para casa de carro, ele se ofereceu para ir na rua comprar mais. a festa está longe de acabar.
você estava conversando com algumas amigas na beira da piscina, molhando os tornozelos, quando ele se sentou ao seu lado para sussurrar ao pé do seu ouvido.
"quer ir dar um passeio comigo?" a proposta é clara, as intenções estão bem nos olhos dele. "vou comprar mais cerveja pro pessoal aqui pertinho." ele arranha seu ombro com a ponta da chave do carro de leve.
"vamos, vou só botar uma blusa."
surpresa! ele já havia pego a camisa extra dele para te emprestar, e você aceita a oferta com muito bom grado.
jae conhece bem a área, então para no depósito de bebida mais próximo e te pede para esperar no carro enquanto um dos vendedores o ajuda a encher a mala com mais cervejas, algumas geladas e outras quentes, e dois sacos de gelo.
voltando para a festa, jae faz o caminho com a mão repousada em sua coxa, deixando um carinho gostoso ali. antes de chegar no endereço, entretanto, ele faz uma curva contrária e para uma rua depois da correta.
você controla um sorriso bobo e vitorioso, sabia que não tinha lido errado os sinais. ele vira o tronco para você e dá um leve aperto em sua pele.
"a camisa fica melhor em você do que em mim." jae afirma, encarando a modelo com um risinho ladino nos lábios.
"sabe que eu também achei? vou até ficar pra mim."
"se você roubar minha camisa, eu também posso roubar uma coisa sua."
"proposta ousada, mas topo. o que você quer?"
jaehyun aponta para a própria bochecha e faz um bico nos lábios, aproximando o rosto do seu para que o desse um beijo ali.
cretino, o truque mais velho do mundo.
qual não foi sua surpresa ao sentir os lábios dele nos seus, seguido de risinhos bobos. jaehyun continua o beijo lentinho, cheio de habilidade. não perde tempo, usa a língua com experiência, saboreando o gosto de bala na sua.
você se envolve rapidamente, o beijo de jaehyun atiça suas mãos carinhosas a arranharem o pescoço e os ombros dele. ele te puxa para o próprio colo num movimento único, posicionando suas pernas em cada lado de seu quadril sem deixar de te beijar um segundo sequer.
os lábios quentes de jae se desconectam dos seus apenas para trilhar o caminho entre sua mandíbula e clavícula, e você tomba a cabeça para o lado, permitindo que ele tenha todo acesso que queira.
"o gelo vai derreter, não?" você murmura com deboche, sem se importar nada com a festa que aguarda o retorno de vocês.
"que se dane, eles podem esperar."
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tecontos · 8 months ago
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Dei gostoso na minha primeira pulada de cerca.
By; Luiza
Oi me chamo Luíza, tenho 34 anos, mas sou casada desde os 24 sendo que estou há doze anos neste relacionamento com meu marido, Wagner. Ele é 15 anos mais velho que eu e isso nunca foi problema entre nós, eu sempre tive um fetiche por caras mais velhos.
Eu quero contar como aconteceu o meu primeiro caso extraconjugal. Sim, eu amo muito o meu marido, temos um sexo maravilhoso e jamais quero magoá-lo ou expô-lo a alguma situação constrangedora, pois ele tem sido um homem maravilhoso por todos estes anos e ainda somos muito apaixonados. Mas eu tenho uma necessidade de adrenalina, de aventura, de prazer, iniciei minha vida sexual assim e com meu primo experimentei várias coisas e depois dele tive outros homens até encontrar o meu marido, sendo que conheci o meu marido numa baladinha (depois dizem que amor de balada fica no motel) o meu virou marido.
Bem, o meu marido é um homem de quase 50 anos e muito gato. Ele tem 1,90 cm, branco, olhos esverdeados e cabelo escuro, agora meio grisalho, num corpo magro, porém com músculos na medida certa. Para resumir, é um homem muito gostoso, viril, dono de um pau de uns 18cm, grosso e me come com maestria. Daí vocês me perguntam, porque traí-lo?
Eu tenho uma libido muito aguçada e me acostumei a ter aventuras, me sinto viva, me sinto mais mulher e isso se reflete no meu relacionamento, pois volto para casa com mais tesão pelo meu marido.
Infelizmente ele não é um homem liberal. Ele até gosta de me exibir como um troféu no meio dos amigos dele, quando saímos ele adora me ver com roupas provocantes e mostrar que é o meu dono. Mas ele não é receptivo a ideia de me ver com outros caras.
Justificativas feitas, preciso contar como foi a minha primeira escapada…rsrsrs. Depois que me casei, não fiquei com nenhum outro homem por uns três anos e talvez tivesse ficado mais se não fosse um cara da faculdade. Sabe aquele homem que a gente olha e tá na cara que é um safado dos mais pervertidos? Assim era ele.
Ele era aluno do último ano, noivo e as meninas todas ficavam loucas por ele e ele ficava com elas, comia, mas não abria mão do relacionamento. Eu nesta época no segundo ano de faculdade. Fazíamos o mesmo curso, nossas salas eram próximas, mas até então, por mais que eu o achasse lindo ele nunca flertou comigo, nada que me desse abertura e eu fazia o mesmo, nunca demonstrei meu interesse. Pois bem, ele concluiu o curso, fui a apresentação do TCC dele, nos despedimos e no final deste mesmo ano ele se casou. Segui na faculdade e ele tinha meu e-mail, pois me passava indicação de livros, me ajudava em alguns trabalhos, mas num belo dia, meses depois do casamento dele e de ter concluído o curso, abri minha caixa de entrada e tinha um e-mail dele. Assunto:
Olá – No corpo do e-mail: Vi suas fotos no Facebook e você está ainda mais linda.
Eu respondi: Obrigada, mas é você mesmo? O que tá acontecendo?
Ele: Passei todo esse tempo te desejando, você nunca percebeu?
No dia seguinte eu estava no trabalho e abri meu e-mail e lá estavam mais mensagens dele. Quando fui responder ele me viu online e me chamou no Talks, onde expressou todo o desejo que tinha por mim por todo esse tempo. Ficamos conversando, conversas bem picantes por uma semana, quando resolvemos nos encontrar pessoalmente para conversar.
Marquei num dia que eu só tinha um trabalho para entregar e saí mais cedo. Ele por ser ex-aluno, entrou na faculdade, foi até a minha sala, cumprimentou amigos, o professor e saímos conversando em direção ao estacionamento no final da aula. Ninguém achou anormal pois nós já conversávamos antes.
Entrei no meu carro, ele no carro dele, e nos encontramos umas quadras depois, numa rua residencial e sem saída. Eu tranquei meu carro e entrei no carro dele. Eu estava usando um vestido, um belo decote em V, pouco acima dos joelhos. Assim que me sentei no banco do carona e fechei a porta, ele disse:
- Preciso fazer uma coisa que estou querendo a muito tempo.
Ele me deu um beijo que já me deixou toda molhada e enquanto me beijava passava a mão entre as minhas pernas e sentia a minha buceta por cima da calcinha. De repente ele parou de me beijar e disse:
- Não temos tanto tempo eu tenho que ir buscar a minha mulher no trabalho, mas eu quero cada pedacinho seu.
Antes que ele terminasse a frase eu já tinha aberto a calça dele e estava acariciando aquele pau moreno. Comecei a fazer um oral nele ali mesmo no banco da frente e enquanto eu chupava enlouquecidamente, ele enfiou a mão por dentro da minha calcinha e colocou os dois dedos dentro da minha buceta que já estava pingando mel. Depois tirou os dedos melados e começou a enfiar no meu cuzinho.
Pulamos para o banco de trás e enquanto eu tirava a calcinha ele colocou a camisinha, me colocou de quatro e segurando meu peitos e beijando meu pescoço, ele meteu aquele cacete admirável, moreno da cabecinha rosada com tudo na minha buceta. Deu umas estocadas bem fortes e depois bem devagar enquanto me beijava, depois voltou a meter com força e rápido. Nesse momento eu já tinha gozado, quando ele voltou a beijar meu pescoço e falou no meu ouvido:
- Quero seu cu, puta!!!
Quase gozei de novo só de ouvir aquilo. Ele tirou o pau melado da minha buceta, cuspiu na ponta e foi enfiando a cabecinha bem devagar. Eu sinto um tesão enorme com sexo anal, adoro dar o cuzinho, mas eu não esperava fazer aquele dia, ali dentro do carro. Mas ele foi enfiando com jeito e quando viu que o cuzinho aceitou, começou os movimentos quando ele resolveu colocar mão por baixo e enfiar os dois dedos novamente na minha buceta. Não preciso nem dizer, gozei como uma boa vadia, como uma mulher em seu estado pleno com aquele homem arrombando meu cu. Então eu resolvi apertar as pregas, deixar o cuzinho mais apertado e comecei a rebolar naquele pau. Foi aí que ouvi urros guturais daquele homem de tanto prazer e ele dizia:
- Não tô aguentando.. vou gozar, vou gozar.
Foi quando eu disse; - Tira.
Me virei para ele, arranquei a camisinha e mamei naquele homem. Ele gozou muito, encheu minha boca de porra que eu engoli tudo. Nesse momento, exaustos de tanto prazer, ficamos ali mesmo no banco de trás por alguns minutos, nos beijando, nos acariciando antes de nos ajeitarmos para voltar para as nossas vidas.
Cheguei em casa exausta, dei um beijinho no meu marido e fui para o banho. E ainda naquela noite dei gostoso para o meu marido e ele até comentou que fazia tempo que não me via com tanto tesão.
Depois desse dia, voltamos a nos encontrar muitas outras vezes, algumas no carro, hora no dele outra no meu, outras muitas no motel e algumas vezes no escritório dele, mas eu contarei depois. E foi assim que comecei a pular a cerca e não parei mais.
Enviado ao Te Contos por Luiza
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lucuslavigne · 9 months ago
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Minho × Leitora – Teacher's Pet.
NSFW depois do corte.
Professor!Minho que sabe que você é a melhor aluna da turma mas mesmo assim faz pequenas marcações nas provas para você saber as respostas;
Professor!Minho que sempre te olha conversar com suas amigas durante as aulas enquanto imagina sua boquinha em volta do pau dele;
Professor!Minho que te chama para o carro dele e coloca sua calcinha para o lado para te foder e te falar o quão estúpida você fica enquanto leva uma bela surra de pau;
Professor!Minho que te dá aulas particulares aos finais de semana e te recompensa com os melhores orais da sua vida;
Professor!Minho que antes da cerimônia de abertura da sua formatura da faculdade te arrastou para um banheiro e te deixou com a porra dele escorrendo pelas suas coxas;
Professor!Minho que sempre te liga (mesmo sabendo que você já está formada) para foder na casa dele;
Professor!Minho que espantou a todos quando assumiu o relacionamento de vocês publicamente, já que sempre foi muito profissional com você durante as aulas (somente quando não estavam sozinhos);
Professor!Minho que mesmo sendo –agora– seu namorado sempre te dá aulas;
Professor!Minho que precisa da sua ajuda para relaxar, já que ele precisa que você sente na cara dele e deixe ele te comer até suas pernas tremerem;
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star-elysiam · 7 months ago
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[inaudível] 🔇🔇🔇 [censurado] 🔞🔞🔞🔞 [buzina de carro] 📢📢📢📢[som do sabre de luz] [UEPA do ratinho] ✋✋✋ [sirene da ambulância] 🚨🚨🚨 [panelas caindo] 🫨🫨🫨 [barulho de trovões]🌩️🌩️🌩️ [abertura do globo rural no máximo] 🐎🐎🐎 [prato quebrando] [trovões altos]⚡⚡⚡
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sobreiromecanico · 4 months ago
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The Saint of Bright Doors
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The moment Fetter is born, Mother-of-Glory pins his shadow to the earth with a large brass nail and tears it from him. This is his first memory, the seed of many hours of therapy to come.
É com esta simplicidade que Vajra Chandrasekera coloca The Saint of Bright Doors, o seu romance de estreia, no panteão das mais memoráveis frases de abertura da Fantasia literária.
Mas é mais do que uma bela abertura, é desde logo uma síntese inspirada de alguns dos temas que The Saint of Bright Doors explorará. O gesto de arrancar a sombra a um recém-nascido estabelece desde o primeiro momento tanto a brutalidade e a violência que pautarão a vida daquela criança, futuro protagonista da história, como também a natureza fantástica da trama. E introduz uma dissonância, na referência moderna à terapia, deixando antever o carácter singular do mundo que Chandrasekera irá explorar nas pouco mais de 350 páginas que se seguirão.
Talvez valha a pena começarmos por justamente pelo mundo de The Saint of Bright Doors. O mundo secundário - para recorrer ao termo cunhado por Tolkien, aqui muitíssimo apropriado - que Chandrasekera constrói é espantoso pela forma como puxa por todo um conjunto de elementos mitológicos e fantásticos e os insere num mundo que poderia ser o nosso. Ou mesmo que se assemelha ao nosso, em vários momentos e em vários lugares, demasiadas vezes. Findo o choque do nascimento e da violência do ritual praticado pela sua mãe, cedo deixamos a infância e a adolescência de Fetter para trás para acompanharmos a sua vida de jovem adulto em Luriat, uma cidade moderna, distante da província de Acusdab onde nasceu e cresceu, e não só pela geografia. Pois a Luriat que descobrimos com Fetter uma cidade contemporânea, com prédios de construção se não moderna pelo menos actual, estradas pavimentadas, carros, autocarros e comboios. A cidade é patrulhada por milícias policiais armadas, e toda a burocracia que rege o intrincado sistema político e social está informatizada. Existem grupos de apoio para todo o tipo de pessoas - Fetter, por exemplo, integra um círculo de suporte a "quase-messias", figuras predestinadas que se desviaram, ou foram desviadas, do caminho que lhes estaria designado. Cidadãos fazem campanhas de angariação de fundos para que profetas visitem a cidade nas suas digressões. E por todo o lado se encontram as famosas portas brilhantes de Luriat, um mistério persistente que alguns grupos tentam estudar de forma científica. Dissonância é uma ideia que surge com frequência durante a leitura, mas nunca com uma conotação negativa: a tensão constante entre todos estes elementos é equilibrada na perfeição por Chandrasekera, que nos apresenta um mundo cativante desde as primeiras páginas. Mas no que à construção de mundos diz respeito, é no décimo-segundo capítulo que o autor eleva a fasquia:
There's a story I need to tell you, Mother-of-Glory says, her voice throathy and echoing on the line. Fetter pictures her alone in a vast auditorium, but there are no such places in Acusdab; he imagines her instead squatting, bony and sharp-chinned, on the rocks by the lake, pulling the sky down over her head like a shawl, her voice echoing over the water. It's the story of why my name is Mother-of-Glory, she says, and why your name is Fetter. But I already know this story, Fetter tries to say, but she's already interrupting him. You think you already know this story, Mother-of-Glory says. You've heard versions and fragments from your tutors, your cousins, from people in Acusdab. But you've never heard it from me, so let me tell you what's true.
Não exagero aqui: a fundação mitológica deste capítulo (do qual este trecho é a apenas o início), e por conseguinte de todo o livro, merece figurar ao lado da Ainulindalë de Tolkien ou da criação de Earthsea de Ursula K. Le Guin. E a belíssima prosa de Chandrasekera eleva consideravelmente o texto: é rica e evocativa, dando a cada momento a intensidade necessária; transporta o leitor com facilidade para aquele mundo, e torna-lhe difícil (impossível?) ficar indiferente à paixão, à mágoa e à fúria de Mother-of-Glory. É uma passagem a todos os níveis impressionante, e mais ainda por toda ela ser narrada numa conversa telefónica.
(Sim, também há telefones em Luriat)
No que à trama diz respeito, The Saint of Bright Doors segue Fetter, filho de Mother-of-Glory, uma poderosa feiticeira (termo algo desadequado aqui, mas que julgo servir) da província de Acusdab e de um profeta famosíssimo no mundo mais alargado, o Perfect and Kind. Este foi um pai ausente para Fetter; uma referência distante e difusa, presente apenas no destino violento para o qual Mother-of-Glory o educou desde o berço. Fetter, porém, tem outras ideias sobre o seu próprio destino, sobre a sua existência, sobre os poderes aparentes que possui (para além de não ter sombra, consegue pairar o ar com facilidade, e tem uma curiosa, ainda que pouco testada, imunidade ao fogo), e sobre a sua educação. Mas se em Luriat não encontra uma vocação ou um propósito, pelo menos encontra um espaço para existir por si só. Algo que dura pouco tempo, claro: conhece as pessoas certas (ou erradas, dependendo do ponto de vista), desperta nele uma curiosidade crescente a propósito das portas brilhantes, e dá por si a percorrer um caminho que poderá aproximar-se perigosamente do destino que renegara. O ritmo da trama não será o mais rápido, admita-se, mas funciona e serve um propósito: as deambulações do enredo são também reflexo do carácter incerto e inseguro de Fetter, e são essas características - essa incerteza, essa insegurança - que o tornam num protagonista tão fascinante. E Chandrasekera nunca escolhe para Fetter o percurso mais previsível, nem cede à tentação de explicar tudo. Pelo contrário: haverá pontas soltas, mistérios por explicar, caminhos que parecem conduzir a lugar nenhum mas que são fundamentais para a nossa compreensão de Fetter e do seu mundo. Esta constante subversão de expectativas segue até ao final, com as suas reviravoltas apertadas e estimulantes - o autor espalha pelos textos algumas red herrings, mas todas as armas de Checkov são disparadas, ainda que possam por vezes apontar a alvos surpreendentes.
Para um leitor como eu, cujas principais referências mitológicas e de fantasia literária são as ocidentais, nota-se nos mitos que Chandrasekera tece, no mundo "moderno" que constrói, e na própria trama que vai desenrolando por caminhos com frequência inesperados, a existência de um conjunto de referências muito próprias e de um subtexto muito particular, decerto oriundo da cultura de Sri Lanka, país do autor. Não vou fingir que terei alcançado todas as dimensões desse subtexto e dessas influências - longe disso -, mas essa estranheza, digamos assim à falta de palavra melhor, ou esse desconhecimento, em algum momento me afastou do texto. Pelo contrário: cada passagem aguçou-me a curiosidade, fez-me querer saber mais, ganhar o entendimento que me terá faltado. Para mim, The Saint of Bright Doors foi sem dúvida um livro para alargar horizontes, de tal forma que revelou um daqueles raros livros que tive vontade de reler mal terminei a leitura: tendo visto aquilo que o autor fez, quis regressar ao texto e perceber como o fez, e porventura porque o fez. Não segui logo para a releitura, claro - a pilha de livros vai longa, e tenho aqui tanta coisa tão promissora para ler -, mas sei que será uma questão de tempo. The Saint of Bright Doors é um livro formidável, mais ainda quando nos lembramos de que é apenas o primeiro livro de Vajra Chandrasekera. Que venham os próximos.
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thebclly · 5 months ago
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well... wait, its feel like a britney spears anime in break the ice
celeste's vision
sinceramente pessoal, essa é a coisa mais aleatória que poderia acontecer comigo e olha que eu fui parar em uma excursão pro texas do nada em 2018. que por sinal foi bem legal... será que vai acontecer nesse próximo futuro? bem, vou ter que esperar pra ver.
hoje eu to absurdamente me sentindo uma espiã, já que é essa minha missão, tenho que seguir o tal do qi ying zhanlan, saber o que ele faz, o que come, aonde se esconde, hoje na celeste reporter ou melhor, celeste espiã demais.
felizmente eu sou formada em as loucuras de dick e jane e providenciei um disfarce perfeito. só me vi nesses trajes já no meu corpo adulto, um terninho social, cabelo muito caracteristico de márcia do rh, comprido e preto, num rabo de cavalo baixo já que a peruca não me daria abertura para um coque alto. claro que não poderia esquecer de um bom oculos com falso grau. podem me chamar de senhorita smith.
e bem já estou aqui em hollywood hills, mesmo acordando de madrugada para treinar jamais achei que acordaria tão cedo para investigar alguém. deixei meu carro estacionado um pouco afastado da entrada do condominio de casas de qi yang, sei que tem um volvo azul bem cafona que preciso manter na minha vista. e bingo, é ele saindo ali? são 7h23, cedo.
fico bem aflita ao segui-lo, já que a qualquer momento ele pode perceber, mas mantenho uma distancia considerável. às 7h45 ele para em uma padaria, meu carro sempre afastado dele e não demora muito para retornar, 7h46 ele já está voltando, o que me faz pensar de que é um padrão. seguimos para seu trabalho, muitos sinais no caminho e um deles tive que furar já que ele estava mais a frente de mim. não demora muito até chegarmos, preciso acelerar preciso pegar a cancela aberta e juro que jamais pensei que fosse tão fácil entrar no prédio. uns dois dias antes fui até lá e observei que muitos carros faziam isso, então mesmo sem a credencial eu conseguiria me infiltrar.
tô dentro e para não ficar tão na cara, estaciono meu carro afastada dele, pego minhas pastas falsas e torco para que nenhum dos gemeos me veja por aqui, principalmente o lucien apesar de que com seu cerebro de ervilha jamais seria capaz de me reconhecer. são 8h e qi ying ainda está dentro do carro. ele fica até as 8h12. só para constar estou anotando todos os horários ok? enquanto ele caminha para o saguão, consigo me esconder no meio dos vários funcionarios das torres, sem perdê-lo de vista. ele para e cumprimenta uma mulher, loira e alta. ainda bem que não vim com meu cabelo de verdade, parece gostar de loiras. foco celeste. 8h21, está indo para o cadmus corp, como descrito na sms e ouvi dizer que lá só entra com crachá, não se preocupem que já pensei em tudo.
assim que vejo ele se afastar suficientemente para não me notar, tropeço em um dos funcionários, ele cai junto comigo e se lamenta, pede muitas desculpas, coitada da senhorita smith. enquanto ele se preocupa com meu tornozelo que está visivelmente saudável, o tonto deixa o crachá cair. foi triste querido walters, hoje eu sou você. "tudo bem... eu estou bem, preciso ir, estou atrasada." ele me ajuda a levantar e como uma ótima atriz sigo para a torre com meu crachá e meu pé manco. 8h29. estou na catraca da cadmus o crachá anuncia o nome do rapaz na tela *bom dia bruno walters*. "bom dia" digo em voz baixa e jamais pensei que nesses lugares tinha tanta gente, é um grande escritório com muitas divisórias. no cadmus tem uma especie de coworking, o que é perfeito para mim e minhas pastas falsas. meus olhos perdidos de qi yang logo o encontram, conversando com um grupo de pessoas proximo a uma cafeteira. passo por onde estão e encontro o coworking, com várias persianas, uma mesa extensa e algumas divisórias. é aonde vou ficar. 8h40 qi yang ainda está conversando com o pessoal. ei vamos trabalhar? 8h54 ele entra em sua sala e fecha a porta. essa é a parte tediosa do meu dia, o homem está trabalhando o que posso fazer? tristemente foi meu dia mais demorado, algumas pessoas me olhavam com uma grande interrogação no rosto e eu simplesmente ignorei todas elas. por sorte ninguém veio perguntar quem eu era e o que estava fazendo ali. olá eu voltei no tempo e preciso investigar um cara. até parece!!
11h53 qi yang sai de sua sala, humm será que o homem está com fome? talvez, já que ouço um barulho caracteristico de microondas e cheiro de comida. até eu estou sentindo fome e olha que comi barrinha de cereal a manhã INTEIRA. enfim, fecho meu notebook e deixo minhas pastas no local, além do mais, é o meu local de trabalho, certo? mesmo sendo absurdamente arriscado, estamos no mesmo elevador mas, tem mais 5 pessoas o que é otimo, ele nem me nota. saimos do elevador e eu prefiro ser a ultima a sair, voltamos a espionagem do querido.
e lá estou eu nas ruas do centro de los angeles o seguindo, mas não vou ser nem maluca de almoçar nesse restaurante CARO, para mim pode ser um drive do mc donalds por gentileza. fico no carro ao lado contrário do restaurante, enquanto o aguardo.
consigo enxergar lá dentro e vejo que ele almoça até rápido, mas fica conversando com alguns amigos o que faz tudo demorar. ele sai do restaurante 13h04, voltamos para o prédio e percebo o quanto ele é viciado em café, lá está ele no saguão em uma cafeteria expresso com alguns amigos e fica por lá até as 13h30, em ponto e retorna ao escritório. volto para meu local de trabalho esperando-o até o fim do dia, queria muito poder dormir aqui. até que me chega uma companhia, uma moça ruiva e alta adentra no coworking e me cumprimenta, eu lhe cumprimento de volta mas sem troca de olhares, ela poderia ver o quão nova eu sou. "você é nova aqui?" ela indaga e eu engulo seco, soltando um ar quente pelas narinas. "na cidade? sim, eu sou alexandra smith... inspetora de meio ambiente e saúde, venho a mando dos dragna para supervisionar o quão amigos do meio ambiente a equipe é e olha... vocês gastam muito papel. com licença." oi?????? ela ficou com a maior interrogação na cara mas aposto que achou que eu ia multa-los, arrumei minhas coisas e tive que cair do meu esconderijo.
de volta ao saguão, as 16h15 vejo qi yang saindo de um dos elevadores, ele pega mais um café na cafeteria e segue para o estacionamento. até aonde pesquisei, os escritórios ficam abertos até aproximadamente 19h e há dois dias quando observava das catracas, qi yang saía no mesmo horário. temos uma rotina.
pelo menos sabia que a missão havia sido curta, mesmo o dia extremamente demorado, tinha todos os horários de qi yang e mesmo com os imprevistos, havia dado tudo certo. segui para o estacionamento bem distante dele, já que estavamos apenas nós dois por lá e logo estavamos pelas ruas do centro. 16h43 estou passando pela entrada do condominio fechado dele, qi yang está em casa.
respiro fundo e tiro a peruca enquanto sigo para ucla, nunca foi tão difícil ser uma defensora do meio ambiente.
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imninahchan · 3 days ago
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𝐋𝐄 𝐓𝐑𝐎𝐈𝐒𝐈𝐄𝐌𝐄, 𝑠𝑤𝑎𝑛𝑛 + 𝑐𝑖𝑙𝑙𝑖𝑎𝑛 ── 太陽. uni!au, diferença de idade, bebida alcoólica, 3some, masturbação mútua, finger sucking, dirty talk. Uma referência a essa one e essa ask. Não se envolvam com seus profs da faculdade, amgs!
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𓇢𓆸 𝒱 ocê sente as bochechas mais quentes, as pontas dos dedos relaxam, formigam de leve até. O teor alcoólico das rodadas de bebidas que pediram e os copos que viraram no seu apartamento se apossa só agora de ti. Aperta os olhos, demora a abri-los de novo. As vistas embaçam, tudo parece rodar de repente.
Ri, soprando ar pelo nariz.
Apoia a mão na coxa de Cillian, se recupera da tontura. Ele estica o braço no encosto do sofá, tira a atenção do player do filme na tv e tomba a cabeça na sua direção. Porque está inclinada pra frente, só consegue apreciar as suas costas, a abertura da blusa amarrada por trás. Já teria ido embora se não fosse pela impossibilidade de se erguer do sofá ou pisar no acelerador do carro. O corpo se acostumou ao conforto das suas almofadas, parece. Os ouvidos ainda ecoam o som das suas risadinhas a cada anedota contada sobre a juventude deles. Poder, pode se levantar agora, mas não quer.
À esquerda, Swann também aparenta bem acomodado. Do bolso, saca o maço de cigarro e puxa com os próprios lábios um pito. Do mesmo bolso, retira, depois, o isqueiro. Antes de acender, entretanto, o fumo é roubado sem aviso prévio. Rápido.
Você ri outra vez, notando a expressão de irritabilidade que ele esboça comicamente em delay, tão ébrio quanto ti. Leva a mão para pegar de volta o que o pertence, mas perde quando você relaxa a postura e descansa as costas no peito do Murphy. O cigarro vai parar entre os seus lábios, a língua empurra pra cima e pra baixo a ponta.
Swann não se declara vencido. Vem e com a própria boca quer capturar o que é seu por direito. Procura um bom ângulo, o rosto pertinho demais. A língua ameaça se esticar pra fixar o pito na saliva. Apesar de você soltar o cigarro de qualquer forma, ele continua mesmo assim. O nariz resvala no seu, cumprimenta educadamente. Lambe por cima dos seus lábios.
O seu olhar se intensifica. Sendo ou não possível, o rosto esquenta mais. O corpo inteiro está febril, na verdade. Ele te encara. As costas lentamente retornam a se escorar no sofá, um suspiro esvazia os pulmões, mas os olhos não fogem dos seus.
“É o mesmo problema mais uma vez, Cill”, diz.
A declaração traz um sorriso fácil pra sua face. Levanta o olhar para observar Cillian, na espera de uma resposta. Vê o homem crispar os lábios, conformado. “É, eu sei.”
Não é novidade — dividir uma mesma mulher. Você sabe porque te disseram naquela mesa de bar, mais cedo, assim que o efeito da terceira garrafa de cerveja extasiou a tensão da dinâmica de poder social que há entre vocês e, por um momento, se esqueceram que, pelos últimos quatro anos, acostumaram a se trombar pelo mesmo campus ou a mesma sala de aula. Mas você está se formando agora, existe uma lacuna temporal até que você tome seus próximos passos profissionais em que tudo parece permitido. Inclusive desabotoar os jeans e puxá-los pernas abaixo.
Escora a panturrilha no encosto do sofá, pode raspar de levinho o dedão do pé na nuca do Arlaud, apenas para irritá-lo, e escutar o som da língua estalando dentro da boca embora um sorrisinho desponte no cantinho do rosto. Com a sola do outro pé, pisa na coxa dele. A palma da mão quente pega no seu tornozelo, de predatória a firmeza se torna quase nula à medida que os dedos escorregam pra cima, até penetrarem por baixo do seu joelho.
Não são esses os únicos dedos que sente deslizando pela sua pele, porém. Os de Cillian se mostram um pouco mais frios, te arrepiando os pelinhos por todo o caminho que percorrem para alcançar o seu maxilar. O polegar circula os seus lábios, “Mas a gente podia relaxar... Talvez.”
Swann se inclina pra arrastar os dentes bem suavezinho pelo seu joelho, deixar um beijo também. “Depois de beber tanto, acho que preciso relaxar mesmo.”
“Deixo você relaxar muito dentro de mim”, você sussurra.
Ele te olha, como quem disfarça um sorriso sacana. Os lábios até se separam, a sobrancelha levanta, completamente realizado. Só que antes de poder finalizar a expressão de contento ou vocalizar o lascivo, Cillian agarra o seu queixo e te faz encará-lo, dá o recado: “ninguém vai estar dentro de ninguém hoje.”
Agora, Swann sorri. Corre a mão pelos cabelos, repousando as costas no sofá novamente. É bom que o Murphy sempre se recorda de ser a voz da razão apesar do álcool e resiste quando você faz charme, nem um pouquinho?, perguntando com manha.
Mas a ausência de profundidade que vá ao cerne não é o fim do mundo, não é mesmo? Você apanha o controle para desligar a tv, dar adeus à imagem congelada do filme que terminou há bons minutos. Sem a iluminação da tela, o cômodo fica mais escurinho. Não é um breu que te isola de tudo ao seu redor, é confortável às vistas o ideal para atiçar a contínua sensação do proibido.
Fecha os olhos, o que alimenta ainda mais a mente e aflora os demais sentidos. Escuta o barulhinho metálico do que imagina ser um cinto sendo desafivelado, escuta até o som de botão de calça sendo desfeito; a forma com que o tecido é amassagado. Reconhece zíper se abrindo.
Cillian esconde o rosto no seu pescoço, a respiração queima tão próxima da sua pele. Você toca a cabeça dele, “E um beijo, eu ganho?”, insiste. E ele vem esfregando a pontinha do nariz pela rota até a sua bochecha. Está com os lábios colados ali, mas foge assim que você vira o rosto.
Não vai te beijar, nenhum dos dois vai. Mas, novamente, não é o fim do mundo, é?
De fato, relaxa. Desce a mão pelo próprio torso em direção ao meio das pernas. As pálpebras parecem pesadas; o corpo, em um transe de sossego. O som do suspiro de um deles é música pros seus ouvidos.
Não sabe de quem é a mão que acaricia o inteiror da sua coxa, e nem tenta conferir a identidade. Somente se permite desfrutar da sensação prazerosa, somando-a ao próprio dedo rondando a região mais sensível por baixo da calcinha. Sabe que eles também se tocam, depois de uns segundos já é possível ouvir o efeito molhadinho que se sobressai na melodia da sua sala de estar. Queria saber se eles te observam. Se se estimulam porque vêem o seu dedo movendo em círculos cada vez mais afundando no tecido da peça íntima. Se flagram a maneira com que morde os lábios, se questionando agora mesmo qual é a imagem que se passa na mente deles.
Tem certeza, entretanto, pelo ângulo de entrada, que é o polegar de Cillian que retorna pra sua boca. Dessa vez, porém, penetrando. Empurrando a sua língua, esperando que vá chupá-lo. E você chupa, babuja, sente falta quando não pode mais lamber a pele porque o dedo prefere espalhar a sua saliva do lábio inferior ao seu queixo. Se satisfaz ao retorno, o fato do polegar só permanecer ali, ocupando espaço, já te é prazeroso.
Swann joga o quadril pra frente, chega mais perto. Por isso, ao vergar na sua direção, nariz no seu nariz, pode sentir a pontinha melada da glande manchando no seu baixo ventre. Quente, rígido. Não freia a ação involuntária de querer tomá-lo na palma da mão, daí ele te impede no seu lugar. Segura seu pulso, acena negativamente com a cabeça. Tsc, como se reprovasse e um sorriso não nascesse na face.
Você sorri de volta, quase babando com o polegar do Murphy sobre a língua. Se é um joguinho, gosta da brincadeira. Dessa coisa de se privarem, mas se permitirem mesmo assim. Então, vai atrás quando Swann se afasta. As mãozinhas esticadas, apegadas ao tecido da blusa dele. A perna já se ergue de lado, preparada para montá-lo, porém o outro homem te detém, rouba pra si próprio.
“Não, fica aqui”, a voz de Cillian ecoa mais doce. Te abraça por trás, distribuindo beijo e mais beijo em sequência do seu ombro à parte posterior da orelha.
A mão do Arlaud toca a sua coxa. “Não, aqui”, diz num tom debochadinho, feito quisesse imitar a mesma necessidade presente na voz do amigo por se identificar, mas, claro, sem deixar de caçoar.
Você ri, “achei que soubessem dividir.”
“É que já faz um tempo...”, é a desculpa que ele usa para se justificar. Não imagina o que o homem planeja ao escutá-lo murmurar se eu me recordo bem enquanto pega uma das almofadas fofinhas e a apoia entre as suas pernas. Aí, compreende. Se entristece um pouco, aliás, por ter espuma impedindo o quadril dele de colar no seu, todavia a ‘proteção’ instiga ainda mais. A mente viaja nas possibilidades de sensações que experimentaria só de entrelaçar as pernas ao redor da cintura masculina. “...Te colocar sentada nele...”, Swann completa o pensamento, “...com ele dentro de você, bem fundo, enquanto eu meto aqui na frente, é uma boa posição...”
“...que nós não vamos fazer”, Cillian corta.
A recusa constante facilmente poderia ser motivo para arruinar o seu tesão, mas quanto mais ele nega, com a ereção pingando de tão dura nas suas costas, mais você se excita, mais deseja. Sorri, “Que cruel...”, resmungando. Os olhos procuram pelo polegar dele outra vez e só descansam ao chupá-lo o suficiente para os lábios estalarem durante a sucção. O olha, “não acredito que vai me fazer sonhar com isso.”
Como é de se esperar, a voz reverbera monótona, “pelo menos, vai ter alguma coisa pra fazer depois que a gente for embora.”
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racelegends-hq · 1 year ago
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As luzes vermelhas apagam, marcando o início da aguardada corrida de abertura da temporada de 2024.
Apesar dos boatos e das intrigas que circulavam, cada um dos 20 pilotos ajustou seus capacetes, entraram em seus carros e aceleraram ao máximo quando o Grande Prêmio da Austrália começou. Os olhares do mundo se fixaram na pista e nos monopostos velozes, enquanto os fãs vibravam nas arquibancadas, prontos para testemunhar o espetáculo máximo da velocidade. A empolgação permeava o ar, todos ansiosos para celebrar o triunfo de mais um campeão.
No entanto, o que deveria ser um momento de competição acirrada transformou-se em pesadelo quando o carro de Mateo Toledano parou abruptamente na pista, desencadeando a intervenção do Safety Car e a exibição da Bandeira Vermelha. O piloto, perplexo, incapaz de explicar a súbita paralisação de seu motor, viu-se eliminado da corrida antes mesmo de alcançar a metade.
Ao retornar à garagem, a McLaren mergulhou numa minuciosa análise, revelando peças modificadas e soltas no motor. A única conclusão possível: sabotagem.
Agora, enquanto a equipe recorre à Federação Internacional de Automobilismo, a pergunta que paira no ar é: quem estaria disposto a arruinar não apenas a corrida, mas também a integridade do esporte?
Resultado do GP da Austrália:
1. Daehyun Kim 2. Sascha Deutscher 3. Alexander Haden 4. Declan Alastar Pavlova-McCarthy 5. Léopold Grimaldi-Chevalier 6. Joseph Kavinsky 7. Daisy Lynch 8. Tadashi Hamada 9. Nicole Nowak 10. Piloto Alpine1 DNF: Mateo Toledano
As interações no domingo em IC estão liberadas! Vocês podem continuar as interações atuais em Flashback e também podem a partir de agora abrirem as de domingo, considerando esse plot drop.
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relogioserelogios · 2 years ago
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Following the successful Racer Jumping Hour GMT, released in 2021, Anton Suhanov is presenting the Racer Retro. The new 28-piece limited edition was inspired by classic and vintage cars and the emotions they evoke in fans and collectors. The model maintains the Caliber Su100.25, an automatic movement with three retrograde indications, date and GMT, with a module created on an ETA 2824-2 base. The black dial has four cutouts and is decorated with guilloché. . Após o sucesso do Racer Jumping Hour GMT, lançado em 2021, Anton Suhanov apresenta o Racer Retro. A nova edição limitada de 28 peças do relógio foi inspirada em carros clássicos e antigos e nas emoções que eles evocam em fãs e colecionadores. O modelo mantém o Calibre Su100.25, movimento automático com três indicações retrógradas, data e GMT, sendo um módulo criado sobre uma base ETA 2824-2. O mostrador preto recebeu quatro aberturas e é decorado com guilloché. 📷 @anton.suhanov • • #antonsuhanov #racerretro #independentwatchmaking #antonsuhanovracerretro #ahci #finewatchmaking #hautehorlogerie #racerwatch #relogioserelogios https://www.instagram.com/p/CqLpCPcuzRX/?igshid=NGJjMDIxMWI=
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tecontos · 9 months ago
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Mulher de caminhoneiro sofre kkk
By; Ana Tereza
Ola a todos aqui do Te Contos, me chamo Ana Tereza, sou casada, tenho 32 anos, sou de Toledo, no Oeste do Paraná. Meu maridinho é caminhoneiro, vive nas estradas e eu não posso ficar sem pau. Tenho uma buceta assanhada e um cu muito guloso. Quando ele não está, recorro aos meus estepes e eles são deliciosos, tanto quanto.
Em Janeiro desse ano, estava eu sozinha em casa, pois meu marido estava em viagem com o seu caminhão, eu através das redes sociais, conheci o Bill, um novinho delicioso, de 24 anos, que precisava dos meus “cuidados”. Negro, alto, corpo atlético, cabelo bem baixo e tatuagem. Pauzudo, que morava em Curitiba, distante 540 quilômetros.
Já por telefone me garantiu algo muito especial.
- “Tetê, vou aí te aquecer e, ao mesmo tempo, apagar seu fogo”.
Eu contei as horas até nosso encontro. Marcamos para um final de tarde. Sandálias rasteiras e vestido curto, midi, cinza, com uma abertura até os peitos e um cordão pra amarrar. Calcinha azul, fio dental, bem enfiada no cu, já preparadíssimo pra ganhar pau.
Marcamos perto da minha casa, onde há uma pista de caminhada ao lado de uma estrada. Já um pouco excitada, procurei ser pontual. Ele chegou logo em seguida, no carro da empresa que trabalha, com emblema bem grande.
Esperávamos por uma amiga, que participaria da festinha e ela não apareceu. Ficamos pouco mais de cinco minutos dentro do carro. Ele beijou muito minha boca, enfiando a língua lá dentro e aumentando meu tesão. Quando botava a mão esquerda na minha buceta e sentia que estava bem molhada, puxava a calcinha pro lado, aumentando a provocação com a ponta do dedo e soprava no meu ouvido.
- “Quero te foder safada. Socar o pau inteiro aí dentro”.
Eu, já avaliando aquele caralho com as mãos, não deixava por menos.
- “Vai ter que me foder inteira e não só a buceta. Vai ter que comer tudo”.
Saímos dali e em menos de 10 minutos estávamos no motel. Pegação já começou na garagem. Ele saiu do carro com aquela rola imensa pra fora, bem duro. Me colocou na frente do carro e abriu minhas pernas, deixando minha buceta completamente arreganhada e caindo de boca. Chupava, puxava o grelo pra fora, passava a língua. Chupava como um bezerro, mamando deliciosamente, dava até estralinho.
- “Bill, não para, meu negão gostoso”, gritava, não me importando se alguém ouvisse.
Não consegui evitar o gozo forte. Gozei três vezes naquela boca deliciosa. Saiu muito mel. Eu sentia escorrendo e umedecendo o meu cu.
Fomos pro quarto, ele tirou a roupa e foi pro banho, logo depois de me deixar peladinha, deitada na cama. Voltou de pau duro e, novamente, meteu a boca na minha buceta. Gozei de novo. Tomei aquele pauzão com uma das mãos, passei a língua bem devagar e diversas vezes, sentindo os impulsos de um macho com tesão. Em seguida, enfiei na boca, matando minha vontade de mamar. Ele me segurava pelos cabelos, me fazendo engolir inteiro, no vai e vem.
Me excitava ainda mais ouvir ele urrando feito um leão.
- “Tetê, putinha, que boca deliciosa você tem. Me faz sentir muito prazer assim. Quero te foder muitas vezes”, disse, em sofreguidão.
Não chegou a gozar na minha boca, tratando de me botar de 4. Eu sentia cada milímetro daquele caralho invadindo minhas entranhas de mulher carente. Entrava e saia, num movimento delicioso, fazendo meus peitos balançarem num balé perfeito, que eu contemplava através do espelho. Empinava a bunda, fazendo ele contemplar meu cuzão enquanto se divertia na buceta. Ouvi um grito forte e senti dois enormes jatos de porra quente invadindo minhas entranhas. Levantei com a buceta escorrendo, fazendo a porra descer pelas pernas.
Mas ele não se conteve. Havia uma mesinha e ele me levou pra lá, colocando uma das minhas pernas sobre ela, metendo com força por trás. Puxava meus cabelos até que nossas bocas se encontrassem. Beijo de língua com pau na buceta e o corpo suado daquele negro macho colado às minhas costas. Eu levitava de tesão. As vezes pegava nos meus peitos com força e me chamava de puta. Gozei feito louca, por duas vezes, antes de ele voltar a encher meu bucetão de porra.
Voltamos pra cama, eu exausta, com a xota cheia do seu líquido grosso, deitada no seu peito. Ficamos por alguns minutos, recuperando as energias.
Minutos depois, fui para o banho e ele me seguiu. Me colocou contra o Box e puxou minha cabeça pra trás, voltando a me beijar.
- “Fala que eu sou seu negão comedor”, disse.
Assim que eu repeti o que ele disse, o safado posicionou o pau na direção do meu rabo.
- “Você achou que tinha acabado? Puta, você não disse que era pra te comer toda? Agora Tetê, vou foder seu cu. Vou destruir seu buraquinho e nunca mais você esquecerá meu pau”.
E fez o que eu tanto esperava. Começou devagar, já que a cabeça era bem grossa. Depois foi metendo com força. Eu gemia, com dor e tesão ao mesmo tempo.
Gozamos juntos, com ele apertando meus peitos e, novamente, urrando. Nos vestimos e ele me deixou onde me encontrou. Foi tão gostoso que quando meu marido viaja que vai levar mais de 3 dias eu tenho marcado com encontro com o Bill novamente.
Enviado ao Te Contos por Ana Tereza
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segredosdavizinhanca · 2 years ago
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Os Segredos da Vizinhança #1
PRÓLOGO: Negócios em Família
         Eu vivo em um lugar chamado Rosa Cristal, um grande bairro periférico da enorme cidade de Santa Lourdes, conhecida atualmente pela sua forte cena cultural, além de suas diversas atrações turísticas. Por outro lado, o que realmente me atraí nesse lugar é um fenômeno que sempre acontece (arrisco dizer que desde sua fundação) o qual até hoje não consigo explicar direito: a absurda quantidade de figuras peculiares atraídas por essas ruas.
Para exemplificar melhor o que quero dizer, vou começar contando algumas coisas sobre um mercadinho na esquina da rua onde moro aqui em Rosa Cristal que se chama “De Kruidenier” (de cráidenír, pronunciam os funcionários, mas todo mundo da vizinhança chama de “DK”), um pequeno negócio que pertence a Baltasar Brum.
        Há algumas décadas, quando ainda era um pouco mais magro e tinha um grosso bigode castanho em seu rosto, Baltasar abriu esse humilde comércio, buscando gerar um patrimônio digno para sua família. Desde então ele nunca empregou alguém de fora da família, trabalhando no começo do negócio apenas com seu filho Ari, que recentemente havia se casado com Carla (com quem namorou desde o colégio), e precisava de alguma renda fixa.
Anos depois do início do negócio, Ari e Carla tiveram dois filhos, Laura e Victor. Apesar de ter ajudado financeiramente, Ari nunca foi um pai muito presente e, com o passar dos anos, focou cada vez mais em seu trabalho e estudos apenas, deixando sua família de lado. Consequentemente, com toda a sobrecarga gerada em casa, Carla teve os planos para seu futuro frustrados. História comum, mas no mínimo trágica. 
Muitos anos seguiram dessa forma, até o dia em que Carla sofreu um terrível e fatal acidente de carro enquanto viajava com sua irmã. Pouco depois de perder a esposa, ainda em período de luto, Ari recebeu a oportunidade de assumir um cargo de importância numa grande multinacional chamada LED e se mudou para fora da cidade, deixando seus jovens filhos sob a guarda e responsabilidade do avô Baltasar. Os dois sedentários abandonados, desde então passam o dia desperdiçando seus possíveis talentos jogando videogames e fumando baseado atrás de baseado no quarto onde moram, nos fundos do mercadinho, alternando entre si quem fica responsável pelo atendimento durante o horário de funcionamento.
Uma das partes mais interessantes na história deles aconteceu há três anos. Em uma madrugada de sábado, Laura e Victor faziam a faxina após o fechamento do estabelecimento quando foram rendidos por dois assaltantes que perceberam a porta destrancada nos fundos e invadiram a loja, armados com revólveres pequenos. Baltasar tinha, desde a abertura do mercadinho, o costume de nos fins de semana visitar a loja após seu fechamento, para poder pegar o dinheiro da semana e depositá-lo no banco. Para a surpresa dos assaltantes que agiram sem muito preparo, e também dos irmãos que naquele momento estavam totalmente chapados, Baltasar entrou, também pelos fundos, notou algumas coisas reviradas sobre as mesas e em seguida percebeu os assaltantes através do monitor das câmeras. Próximo à entrada dos fundos havia uma grande caixa de produtos defeituosos trocados e, sem pensar muito, Baltasar agarrou um grande rolo de massa feito de mármore que não tinha um de seus cabos e surpreendeu um dos assaltantes com um forte golpe em sua nuca, quebrando sua espinha e matando-o quase instantaneamente. Um golpe desonesto eu diria, e excessivo em diversos aspectos. O outro assaltante (que molhou suas calças observando completamente em choque seu companheiro caindo sem vida ao chão) tentou reagir com um tiro que acertou o braço esquerdo de Baltasar, o enfurecendo ainda mais, logo antes do velho acertá-lo com um pesado golpe no queixo, deslocando assim sua mandíbula e quebrando boa parte dos seus dentes, seguido de outro golpe que quebrou seu nariz e o deixou desacordado. Foi por pouco, mas esse sobreviveu.
Rapidamente Laura chamou as autoridades. Todos os depoimentos foram prestados enquanto o assaltante sobrevivente era levado para o hospital, onde com o impagável esforço de um grupo de jovens cirurgiões, o homem passou por diversas operações para ser salvo e ter seu rosto, desfigurado, reconstruído; As lesões, mais tarde, fizeram com que a família do assaltante processasse Baltasar e o estabelecimento, o que não adiantou, pois a justiça deu razão ao empresário justiceiro.
Na manhã seguinte ao ocorrido, o jornal da cidade noticiava, em letras que saltavam da folha, a manchete “EMPRESÁRIO LOCAL SALVA FUNCIONÁRIOS DURANTE ASSALTO”, de uma notícia contando sobre como “O conhecido empresário da vizinhança, Baltasar Brum, salvou seus funcionários (e também netos) de serem feridos por dois perigosos assaltantes fortemente armados, que forçaram sua entrada na loja”. Apesar de em diversos momentos a matéria deixar clara a popularidade de Baltasar entre os moradores da região, em momento algum dava detalhes sobre sua vida passada, ou o real motivo dessa fama; É possível que estivessem preocupados com a imagem de boa vizinhança que tentavam passar ao grande número de novos moradores, resultantes da recente expansão da cidade, ou, talvez só estivessem preocupados com a segurança do próprio Baltasar, que até onde sabíamos declarava estar satisfeito com sua “vida mais tranquila”; Mas a verdade, que foi escondida por todos os meios que noticiaram o ocorrido, é que aquela não era a primeira vez que Baltasar tinha matado alguém. Na realidade, ouso dizer que suas mãos haviam ceifado centenas antes daquele jovem infeliz.
        Em sua juventude, ainda na casa dos vinte, Baltasar se apresentava formalmente apenas como BB, era protegido por algumas relações dentro da máfia holandesa de Santa Lourdes, que o populou como o responsável (de forma ilegal) pela segurança de todos os bairros ao norte da região, conhecidos hoje como os “Bairros Nobres” da cidade. Por muito tempo ele morou ali, em um humilde apartamento de um antigo prédio de tijolos, mantendo os crimes violentos afastados (a não ser os dele) e possibilitando o desenvolvimento do lugar. BB fazia o pior com os criminosos que incomodavam a população, chegando a executar, de uma só vez, cerca de vinte membros de uma gangue local, desarmados e trancados em um bar. Seus métodos violentos não eram segredo pra ninguém, mas, ainda assim, ele ganhava inúmeras “gentilezas” dos moradores e empresários locais, como forma de recompensa por suas ações “heróicas”.
Nessa época, Elza Cruz, a filha de um viciado que a usou como garantia em uma casa de jogos e acabou a perdendo, foi salva por BB, que matou os vencedores e os traficantes responsáveis pelo lugar. Rapidamente Elza tornou-se uma grande amiga e fiel “colega de trabalho” na vida criminosa do justiceiro. Após alguns meses vivendo um crescente (e pros românticos até poético) romance criminoso, casaram-se, e continuaram com suas atividades por quase mais dez anos, até Elza engravidar e ambos decidirem dar início a uma pacífica vida em família. 
Pro azar dos dois, no mesmo ano, com uma recente mudança no governo, a cidade decidiu que não precisava mais de BB, que então foi levado à justiça. Ele confessou a maioria de seus crimes (mesmo que a sua autoria em vários casos nunca tenha sido escondida), e assumiu toda a responsabilidade, poupando seus companheiros para que Elza pudesse criar Ari sem preocupações; Devido ao ato, Baltasar foi perdoado pelos chefões do crime organizado, mas foi condenado pela justiça a quase três décadas de prisão, sendo libertado após nove por “bom comportamento” (E certamente um bom dinheiro nas contas certas). Nos anos seguintes à sua liberdade, ele decidiu tentar esconder que um dia carregou a antiquada imagem de BB, trabalhando por muito tempo entregando jornais e dirigindo um caminhão de frete até lavar dinheiro o bastante para abrir o mercadinho.
        Mas afinal, todos devem estar querendo saber onde quero chegar contando tudo isso. Veja bem, nas ruas dessa cidade “pacata”, o passado de Baltasar é só uma entre as milhares de histórias curiosas que podemos encontrar em cada esquina. Nós compramos leite e ovos com um antigo justiceiro holandês, e na farmácia, por exemplo, somos atendidos pela filha mais nova de uma misteriosa senhora chamada Helga, que vive em uma mansão de madeira numa chácara ao leste da cidade, e apesar de mal ser lembrada hoje (a não ser pelas crianças que vandalizam seu lar semanalmente) um dia já foi a popular “Hellgrll”, uma das maiores, senão a maior stripper da antiga Santa Lourdes. Gosto de citar também que Hellgrll ficou conhecida no universo da vida noturna por mutilar os genitais dos homens que maltratassem suas garotas de qualquer forma, e fazia questão de deixá-los vivos depois do dolorido processo. Entende onde quero chegar? É claro que nem tudo que escutamos nas ruas é real, as pessoas têm a tendência de deixar os detalhes um pouco mais fantásticos do que realmente são, mas recomendo estar mais aberto a acreditar antes de prestar atenção no que ‘tô contando, a vida nesse lugar é mais impressionante do que qualquer mentira que eu poderia inventar a respeito. Porém, uma questão complicada é: por onde começar?
        Para muitos dos moradores da cidade, eu e meu irmão somos apenas os caras que carregam o equipamento do DJ que mora com a gente (falamos dele mais tarde), mas na realidade, para os verdadeiros conhecedores, nós dois somos os maiores fornecedores de maconha da cidade, ou “traficantes” como dizem os radicais. E é assim que fico sabendo das histórias por trás de cada um: nós sempre tentamos criar certa intimidade com nossos clientes, pois assim como os irmãos Laura e Victor Brum nos contaram o que sabem de sua família, muitos outros clientes têm coisas interessantes para compartilhar; Mas tanto quanto saber de tudo isso acaba nos dando certo poder nas ruas desse lugar, saber demais também pode ser um problema, e é justamente sobre isso a situação que gostaria de compartilhar aqui. Uma história que envolve várias dessas pessoas interessantes, algumas de maneira mais direta e outras nem tanto, uma aventura (ou desventura, por melhor dizer) que chega a beirar o absurdo. Acredito que, por diversas razões legais, talvez eu não devesse falar sobre isso, mas certamente seria injusto guardar tudo para mim quando sei que há quem se interesse. Esse caso começou há dois anos, quando meu irmão e eu tínhamos acabado de perder uma de nossas principais plantações por problemas no sistema elétrico da estufa, que surgiu enquanto estávamos fora da cidade trabalhando com o DJ Praga, durante algumas semanas. Devido à perda, precisávamos vender com urgência o resto do nosso produto estocado pra tentar corrigir o problema. 
Enquanto surtávamos em nossa casa, a alguns quilômetros de Santa Lourdes, três homens (que preferíamos não conhecer) decidiram parar em uma loja de conveniência deserta, na estrada que vem de Vista Azul. Todos removeram seus óculos escuros ao entrar no estabelecimento.
Um deles, de meia-idade, forte, porém magro, de pele branca manchada pelo sol, curtos cabelos castanhos penteados para trás e barba rala por fazer, agarrou uma cesta de compras e aproximou-se da geladeira de cervejas com um imenso sorriso em seu rosto, começando a analisar os preços. Enquanto o mais novo deles, jovem adulto, físico atlético, pele negra, cabelo preto black power médio e barba cheia, alcançou outra cesta e jogou dentro dela alguns pacotes de diferentes salgadinhos das prateleiras, antes de parar para calmamente escolher entre as diversas revistas empilhadas em um grande expositor de ferro. O terceiro, evidentemente mais velho do que os outros, um pouco fora de forma, pele branca levemente enrugada, careca e com barba preta cheia um pouco grisalha, aproximou-se do balcão em silêncio e bateu com o dedo no vidro do expositor de cigarros Orchis sobre o balcão, apontando para os maços de filtro branco, antes de sorrir amigavelmente para o atendente.
O atendente, um pouco desconfiado, analisou os três homens enquanto calmamente alcançava os cigarros no expositor.
    – Quantos, senhor? – o atendente perguntou enquanto via o homem separar algumas notas baixas de um denso rolo de dinheiro que alcançou em seu bolso.
    – Como? – o homem mais velho perguntou de volta.
    – Quantos… – o atendente engasgou brevemente olhando para o dinheiro – O senhor quer quantos maços?
    – Só um por favor, eu tô tentando parar. – o homem sorriu novamente.
O atendente então colocou o maço sobre o balcão e pegou um pirulito em um dos potes para tentar acalmar-se um pouco. O homem pegou o maço, olhou para os produtos nas cestas dos outros dois e soltou sobre o balcão o dinheiro separado, antes de guardar novamente o resto do bolo em seu bolso interno do paletó junto aos cigarros. Alcançou então um jornal enrolado no expositor, o colocou sobre o balcão e virou-se para assistir a televisão presa à parede enquanto esperava. O atendente calmamente alcançou sob o balcão alguns sacos de papel e os abriu entre os dois, jogando o jornal dentro de um dos sacos enquanto, de maneira disfarçada, pegava uma pequena pistola presa logo ao lado das sacolas e a escondia em sua cintura.
No momento em que os homens se aproximaram do balcão e o atendente preparou-se para começar a arrumar as compras (pronto para reagir em caso de assalto), a campainha da porta tocou, sinalizando a entrada de outro cliente e chamando a atenção de todos. Um homem adulto de ascendência latina, de olhos castanhos e cabelos pretos presos em um pequeno rabo de cavalo, chegou distraído falando ao celular, vestindo um uniforme de policial rodoviário.
Todos olharam em direção ao policial até ele parar bruscamente, percebendo a estranheza do local e finalmente se dando conta de todos a sua frente, reconhecendo quase imediatamente os três homens; Ele soltou seu celular e, enquanto movia a mão pra alcançar sua arma e tentar soltá-la da alça de segurança, os três homens soltaram tudo que seguravam (quebrando algumas cervejas e rompendo embalagens), rapidamente sacando suas pistolas automáticas e alvejando o homem com quase uma dezena de tiros, que o arremessaram violentamente para trás, sobre uma grande geladeira de sorvetes, também destruída pelos tiros.
O mais novo rapidamente destruiu o celular com uma forte pisada. Por alguns momentos todos observaram em silêncio a enorme e nojenta poça que se espalhava, resultante do sorvete que derretia em contato com o sangue do policial. 
Ao se virarem para o atendente, ele apontava a arma para a cabeça do homem mais velho, suas mãos tremiam, e suor escorria de sua testa oleosa. O homem, instintivamente levantou as mãos enquanto os outros dois apontaram suas armas para o atendente que, mesmo tremendo, destravou imediatamente a arma.
    – Ei! Ei! Calma! – o homem exclamou preocupado – Vocês ficaram malucos, caralho? Abaixa essas porras dessas armas agora!
Os dois, segurando firmemente suas armas, encararam sérios o atendente.
    – Ei, garoto, não precisa se preocupar. – o homem mais velho disse ao atendente – Vamos conversar com calma, tudo bem?
O atendente continuou segurando a arma com o dedo firme no gatilho.
    – Eu prometo que vou pagar pelos danos… – ainda de mãos levantadas ele calmamente voltou seu olhar ao corpo – E prometo que se você abaixar essa arma ninguém mais vai se ferir. – ele calmamente olhou para os dois atrás dele e com delicadeza sinalizou novamente para que abaixassem as armas – Não somos tão ruins quanto certamente parecemos ser nesse momento.
O atendente olhou para os outros dois homens que abaixavam os revólveres e calmamente começou a abaixar o seu. O homem mais velho lentamente levou suas mãos ao bolso do paletó, alcançou o bolo de dinheiro, puxou um generoso conjunto de notas altas e as soltou sobre o balcão. Quando o atendente guardou novamente a arma em sua cintura para pegar a grande quantidade de dinheiro, o mais velho apontou com o dedo para a câmera sobre a entrada.
    – Onde ‘tão as imagens dessas câmeras? – perguntou.
O atendente, hesitante, olhou para eles com o dinheiro em suas mãos.
    – Olha, nós não temos motivo algum para te matar, garoto, as pessoas como aquele cara ali no sorvete já sabem como é a nossa cara, nós só queremos evitar que saibam detalhes demais sobre o que aconteceu aqui, entende? Além disso se a polícia encontra essas imagens você sabe que não vai poder ficar com o dinheiro que te dei – vendo o atendente ainda em silêncio o homem pegou mais um punhado de notas altas e soltou sobre balcão. – Pronto, também posso pagar a mais pela câmera se te ajudar a decidir. – ele completou.
O atendente olhou para o restante do dinheiro no balcão, lentamente o pegou e guardou com o resto nos bolsos traseiros de sua calça, então abriu uma das portas de um pequeno armário ao seu lado e apontou para um computador ali dentro. Os três levantaram suas armas novamente e dispararam contra a máquina diversas vezes, destruindo-a diante do atendente assustado, que se jogou pra trás e encolheu-se contra as prateleiras. Ao terminarem, trocaram olhares em silêncio, satisfeitos com a destruição da máquina.
    – Obrigado pela colaboração. – o homem concluiu sorrindo, jogando no balcão as poucas notas que haviam sobrado em sua mão e então guardando sua arma em um dos sacos de papel.
O mais jovem alcançou a cesta que havia soltado no chão e seguiu para fora da loja mesmo com os produtos danificados, ainda segurando a arma em sua mão direita. O de meia-idade, olhou com tristeza para as cervejas quebradas aos seus pés, guardou sua arma dentro da jaqueta e rapidamente correu até as geladeiras pra pegar outras duas caixas de cerveja antes de sair. O mais velho olhou seu jornal ao chão, molhando com a cerveja, sangue e sorvete derramados, pegou outra cópia e jogou na sacola com sua arma, puxou ele mesmo outros dois maços de cigarro de dentro do expositor atrás do balcão, e sorriu uma última vez para o atendente, jogando os maços dentro da mesma sacola, agarrando-a e rapidamente se dirigindo pra fora.
Os três homens entraram em seu carro, um Impala 94 completamente preto e com as janelas escuras, o mais velho como motorista, o mais jovem no banco do carona, e o de meia-idade atrás. Permaneceram em silêncio por um momento, que logo foi interrompido por um raivoso soco do mais velho contra o painel do carro, seguido de um grito animado e uma risada histérica do de meia-idade, que abriu uma cerveja e bateu várias vezes com os pés no chão do carro. O mais jovem, começou a sorrir discretamente, virando-se para a janela e observando, ainda com a arma em sua mão. Por fim o mais velho exclamou um “puta merda!”, soltou uma breve risada, e ligou o carro voltando para a estrada.
Aos poucos riam cada vez mais enquanto se distanciavam do posto.
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mipersianamericana · 2 years ago
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Rogério Sganzerla, o homem do momento
Por Catalina Sofia
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"Sem essa, Aranha" (1970)
Em O Abismu (1977) nos primeiros minutos do filme José Mojica Marins, o Professor Pearson, nos diz “eu sou o rei do tempo, o homem do momento”. Tempos depois encontramos o Professor Pearson em uma espécie de observatório, lidando com lentes enormes que tudo querem ver e reter. Mas como homem do momento, ele persegue um paleontólogo e se ele o encontrar, que seja enterrado e lhe entregue o ouro.
Enviada por ele, Madame Zero, assim como nós cai em graça e nos conduz junto com seu carro a essa estrada que cabe na película de Rogério Sganzerla, que por maior apreço que tenha em captar o desbunde, a irreverência e o descontrole, alcança com certeza uma unidade em seu cinema. Uma unidade muito bonita, que precisa ser conquistada, cultivada (não controlada) e que talvez somente o cinema possa nos dar: o instante em seu pleno acontecimento.
O cinema de Sganzerla acontece e isso não é tão simples quanto possa parecer, antes de conhecer mais afundo seus filmes eu tinha uma ideia de que a presença marcante e extremamente altiva dos atores, não somente em seus filmes, mas em todos os filmes que eu assistia, vinham a partir de um comando maior da direção, de um extremo controle da cena. Como fazer acontecer o filme que eu penso, imagino, vejo, quero? Isso de fato pode funcionar para alguns, mas Sganzerla nos mostra em cena- porque Sganzerla está na cena- que existe uma abertura ao acontecimento, uma presença e um olhar favoráveis ao instante, algo tão precioso e caro aos seus filmes. Fluidez.
De certa forma, arrisco dizer que Sganzerla seria o então homem do momento, tendo o momento como algo primordial para se fazer cinema. Algo precisa primeiramente existir para ser captado e quem decide isso? Bom... Quem vai ceder à lente o seu próprio olhar, seu olho. E aqui insiro o olho, parte do nosso corpo e elemento importante para a experiência do cinema, por sentir em Sganzerla a necessidade da realização de um cinema extremamente corporal e pautado na performance. Isso não se restringe somente à presença de atrizes e atores, mas se dá na fusão que existe ali entre a câmera e seu material filmado. É de uma fluidez testemunhal difícil de explicar, uma vez que inúmeras vezes também somos relembrados que tudo isso é um filme, não somos desencorajados a pensar o contrário e o limiar em que somos jogados nesse mistério é que nos prende cada vez mais nesse instante. Dá vontade de estar ali, brincar com o tempo.
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"O Abismu" (1977)
O destino é horripilante
Em Sem Essa, Aranha (1970), entre as mais variadas frases repetidas incansavelmente durante o filme, uma delas me chama atenção em especial: “o destino é horripilante”. Sendo esse um filme extremamente pautado no presente, no acontecimento, no momento, ao ponto de parecer não querer controlar sequer o futuro-presente na cena, é que testemunhamos um dos momentos mais interessantes que já tive o real prazer de ver: quase ao final do filme somos todos virados para um espelho e todos juntos, atrizes, atores, equipe e Sganzerla continuam a cena. Nós vemos a câmera capturando a cena acontecendo para a lente e para o espelho. Uma triplicação da imagem, do acontecimento. Essa intervenção é muito preciosa em vários aspectos, seja ela pela complexidade imagética criada, explicitada ou pela imensa cumplicidade e comunhão daqueles jovens que estão ali acontecendo, ainda que passem o filme todo nos alertando do quanto o destino é horripilante. Essa cena se estende por praticamente um minuto, ali se dá o jogo aberto da união de todas aquelas pessoas que se comunicam conosco através de um propósito maior, que é o de existir e viver aquele instante de vida. Aquele frame, aquele plano, aquela cena. O destino é horripilante, o desespero é se fazer presente, o agora.
Não que a vida seja boa, a vida na verdade pode ser horrível se pararmos para pensar. O cinema aqui nos ajuda, ele colhe esses fragmentos de vida e cria um certo distanciamento, nos transporta para um presente que não necessariamente é o nosso em acontecimento. A vida para por um tempo e dá espaço para outras vidas. Mas bem, se pensarmos muito... Em Abismu em certo momento é falado: “só de uma mente livre, isto é, sem medo, pode-se criar alguma coisa.” Então, mais uma vez somos convidados e puxados ao presente e esse presente é apressado, jovem, vital, criador. Sem tempo para o medo.
Logo no início vemos Helena Ignez e Maria Gladys vomitando por um bom tempo, existe um mal estar físico instaurado para além de toda comicidade e irreverência de Aranha, a personagem de Maria Gladys passa o filme todo gritando a mesma frase: “Ai, que dor de barriga! Ai, eu tô morrendo de fome!”, frase que inclusive interrompe vários discursos proferidos no filme, muitas vezes tornando outras falas inaudíveis. Sganzerla se faz presente observando e captando esses momentos que nada mais têm a fazer se não escapar do horripilante futuro que aguarda os jovens, as crianças, os velhos, o Brasil. Ele não tenta controlar o futuro da própria cena, seus atores passam na frente da câmera, gritam (ou vomitam) o quanto precisarem para expulsar o estado de êxtase do corpo que precisa para estar ali, vivo.
Um médium abandonado por seus espíritos
Um médium perdido, sem o seu primordial meio de comunicação e guia espiritual para além do terreno, sem seus guias, suas vozes. Que não tem outra solução a não ser se misturar com os vivos, somente com eles e apostar no que dá. Sem caminho, sem guia, sem certeza de karma, apenas o material e presente. Sganzerla não esconde sua devoção à Orson Welles, Jimi Hendrix e todos seus ídolos sejam eles cineastas ou não e os incorpora de forma frontal e proposital em seus filmes, as figuras são postas em suas imagens reais e nítidas, mas não busca obter nisso uma espécie de inspiração formal na sua linguagem. Ele não quer reviver ou retornar a um tempo que passou e sim, referenciá-lo, utilizar o que há de melhor para trazer ao presente, reconhecer seus mestres. Mais uma vez, sua câmera incorpora um olho e o que seu olho não capta, a montagem ou a dramatização trazem (como no caso de Isto é Noel Rosa (1990).
Sganzerla vive em busca de sua matéria em um ambiente que vive em constante afirmação e busca de identidade, o Brasil. Não se pode fazer nada que fuja ao Brasil e se a única solução ao final for o extermínio, a gente avacalha e esculhamba enquanto e o quanto for possível. Helena Ignez na introdução deste catálogo nos diz que tal senso de humor no cinema de Sganzerla só poderia ser brasileiro e ela não poderia estar mais correta.
Zé Bonitinho é um canalha mulherengo, mas dono de um senso de humor inegável. Ele constantemente precisa acreditar que é um homem atraente e como faz isso? Rindo de si mesmo. Cantando Frank Sinatra, usando sua saliva de gel fixador no bigode desenhado de lápis de olho e em suas sobrancelhas. Mas logo, seguido de seu ritual de aparição ele nos avisa: “engraçado não, engraçado é um boi de dentadura postiça fazendo fiu-fiu para uma vaca no brejo!”, como quem diz: eu rio de mim, você que me olha de cima abaixo, não! Respeito.
Além de rir de si mesmo, de nós mesmos, sendo o humor um grande fator de união, vemos também que o tempo (mais uma vez ele) é essencial no humor dos filmes de Sganzerla. A hipérbole presente nos objetos dos mais variados filmes é de uma perspicácia humorística absurda. As unhas enormes de José Mojica Marins vêm muito a calhar, a borracha que apaga grandes erros, o pente que penteia a peruca e bigode de Aranha, os charutos. Esses objetos aparecem enormes e sem aviso prévio, sem pedir licença. E somos arrebatados, como tudo que chega sem pedir licença.
Seja na cena da dança de Helena Ignez em A Mulher de Todos (1969), onde brilhantemente uma simples lanterna nos dá o foco do olhar, seja nos gritos de Maria Gladys, seja na presença do homenzinho que grita em favor do extermínio e fuma seu enorme charuto em O Bandido da Luz Vermelha (1968), seja Norma Bengell nos jogando flores, Zé Bonitinho jogando beijos e Zé do Caixão cuspindo coxinha de carne humana, entre tantas outras presenças eternas.
Sganzerla nos mostra que fazer seu cinema é ato coletivo e de comunhão, que se estende até o momento da sala de exibição. Abrir a cena e a câmera para esses personagens sem ter total confiança no que eles são e para onde eles podem ir não resultaria em tamanho deleite visual. E aqui, contrariando o que tenho falado, preciso dizer que viver nessa época e contar com a presença concomitante com todos esses artistas deve ter sido algo muito rico e que com certeza se eternizou, cristalizou. O cinema de Sganzerla tem essa pulsão vital que vai além dos anos e ao contrário do que olhar o passado e querer repetir no presente possa parecer, seus filmes só nos fazem querer ir adiante e nos deixa inquietos quanto ao que se pode fazer no instante que é a vida. É fonte de juventude, de corporalidade, de prazer, de raiva, de angústia, de medo.
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"Documentário" (1966)
Dá licença, dá licença, por favor. Dá licença, dá licença, meu senhor…
Em Documentário (1966) dois jovens perdidos e ociosos passam uma tarde, mais precisamente três horas, andando por São Paulo em busca de um filme para assistir. Um deles repete várias vezes que está com muito sono, não tem dinheiro e não gosta do período que corresponde entre 15h e 18h da tarde. Eles entram e saem dos cinemas e vão discutindo sobre os cartazes que veem no caminho. A vida pode ser sim, e é, pulsante e entediante ao mesmo tempo, ainda mais quando se é jovem e não existe o mais mínimo indício de segurança de algo, se é que em algum momento se tem. A maior certeza que temos em Documentário é que a partir das 18h as coisas podem melhorar um pouco e vivemos pelo instante em que isso acontece e esses jovens finalmente entram na sessão. Mais uma vez aqui, o tempo. Mas o tempo como angústia, pesar, tédio.
Revisitando os filmes de Sganzerla percebo que talvez um dos seus filmes que me traga algo de melancólico e talvez um pouco triste, uma mistura de sentimentos que não consigo explicar muito bem, seja Brasil (1981), que ao mesmo tempo que apresenta imagens lindas do Rio de Janeiro e tenha uma poética muito interessante ao mesclar suas imagens com a música cantada por Caetano Veloso, Gilberto Gil, João Gilberto e Maria Bethânia, apresenta certo verso cantado “abre a cortina do passado”, sendo o passado algo tão melancólico e o futuro algo tão incerto, parece cantar um Brasil que Sganzerla agoniza por não ter naquele presente em dado momento e que filmou como pôde (e pôde muito) enquanto viveu. A arte de fato tem o poder de nos fazer perceber (ou assistir, no caso do cinema), ainda que de longe ou momentos depois, a vida acontecer.
O ouro no fim das contas foi entregue por essa espécie de paleontólogo do momento que foi Sganzerla, ele chafurdou e não se enterrou, tirou terra e colocou. Com isso, só nos mostrou como a memória, a consciência real do que se é, é que nos pode deixar minimamente confiantes no momento, que é o único que pode nos garantir que vai nos levar onde chegar, seja qual for o destino.
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"Brasil" (1981)
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