#(1) tinha que ser a melhor coisa que ela já tinha bebido antes!!
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A bem da verdade, Kiara não fazia a menor ideia do nome ou mesmo do que tinha exatamente naquele drinque cor de rosa, but, goodness, it had to be the best thing she'd ever drank!!! (1) E veja bem, apesar do tamanho e da personalidade infantil, quase, Kiara Altumsolis até tinha uma boa tolerância alcoólica, contudo, o sabor era adocicado o suficiente para que ela nem se desse conta do quanto de álcool realmente tinha ali e era acessível o suficiente para que já tivesse perdido a conta de quantos havia tomado ( talvez uns três, cinco ou quinze.... ). Mas — ah! — quem poderia ficar preocupado com contas em uma festa? Para falar a verdade, Kiara não conseguia se preocupar com absolutamente nada. Se encontrava próxima das poltronas, com o copo rosado ( seu mais novo melhor amigo!!! ) em mãos, ela parecia sonolenta, quase perdida seu próprio mundinho — almost her Wonderland (2) —, só que ela também nunca havia se sentido mais animada!! E isso irradiava em seus fios dourados, soltos e ligeiramente desgrenhados pelo tanto que mexia neles, que agora reluziam bem de leve e noum sorriso brincalhão se alargava pela face anilada enquanto ela se movia ao som da música, em uma espécie de dança interpretativa das letras;; uma cena que chegava até ser engraçada de se ver. Contudo, em se tratando da loirinha, era também apenas uma questão de tempo até que algum acidente acontecesse ( especialmente naquele estado!! ) e dito e feito;; levou apenas um passo em falso para que Altumsolis se desequilibrasse e o corpo desse uma guinada para frente, arrancando um wooow até divertido de seus lábios. Por instinto, os olhos se fecharam no meio da queda, porém, o impacto não chegou a ser tão forte como deveria. ❝ — Uuuuuuuh, areia é mesmo macia!! ❞, havia um encanto quase infantil na voz de Kiara, já ligeeeeeiramente arrastada, ao notar aquilo, ainda mantendo seus olhinhos fechados para aproveitar o conforto. E quando finalmente os abriu, curiosa, o sorriso quase dobrou de tamanho ao perceber que a areia na verdade era @briochs!! ❝ — Maaaariaaa!!!! Você tá aqui!! ❞, exclamou, um pouquinho mais animada que o devido, talvez, sem resistir ao impulso de envolver a Medici em um forte e desajeitado abraço. Com ambas as mãos agora apoiadas em seus ombros, a britânica se afastou um pouco apenas para vê-la melhor, ❝ — Uuuuuh você ‘tá tããão liiiinda! Você játe disse que você ‘tá linda????? Porque você tá muito linda!!!! ❞
#um evento atrasada mds#mas aqui estamos com drunk kiara swift pra uahsush#mds amiga olha só o tamanho disso aaaa uahsuhs prfv pode diminuir!!!!#༿ 𝐓𝐇𝐑𝐄𝐀𝐃. 〘 ♡ 〙 ━ oooh! you and me would be a big conversation ❞ ⧽#briochs.#(1) tinha que ser a melhor coisa que ela já tinha bebido antes!!#(2) quase seu país das maravilhas
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So Pick me Choose me Love me💔
1- novo chefe
Talvez eu devesse ser uma pessoa um pouco mais racional e não encher a cara no meio da semana, não, não alcoólatra, longe disso. Mas quando você tem um chefe que é a encarnação da Cruela, e que usara sua pele como casaco se você não fizer o trabalho do jeito que ele quer. Principal depois dele ter passado o fim de semana me infernizando, então eu resolvi sair com amigos em plena terça feira.
Terminei de me arrumar e desci já que James estava me esperando.
Assim que chegamos no bar James foi se encontrar com um dos seus namoradinhos e eu fui pegar algo para beber, e aproveite e fiquei conversando com Joey o bartender que era meu amigo. Até chegar um cara, muito lindo por sinal e começar a puxar conversa comigo.
- Noite difícil? - falou apontando para o meu copo.
- Chefe vadia.
- Tão ruim assim, para você estar bebendo em plena terça feira, sozinha.
- Se fosse ruim eu estava feliz. E não estou sozinha, vim com meu amigo.
- E onde está ele agora?
- Provavelmente, se pegando com alguém no banheiro.
- Então você não vai se importa se eu me sentar aqui com você?
- Claro que não. Já que você vai me fazer companhia será que posso saber seu nome?
- Sebastian, e o seu.
- S/n. Então Sebastian, você não é daqui é?
- Não, cheguei na cidade hoje de tarde resolvi sair e aproveitar um pouco.
- Turista?
- Residente, recebi uma nova proposta de emprego.
Depois de muita conversa e muita bebida resolvi ir embora Sebastian falou que me acompanharia, já que ele não queria que eu fosse embora sozinha e bêbada já que meu amigo tinha ido embora.
O que eu vejo agora não foi uma boa ideia ter bebido tanto assim noite passada. Além de eu acordar com uma puta dor de cabeça, o cara do bar estava deitado nu, na minha cama. Como era mesmo o nome dele? Mark? Tentei levantar com a maior calma sem acordar acorda-lo, mas não deu muito certo, acabei me enrolando nas cobertas e indo parar no chão.
- Você está bem?
- Aham, é que eu gosto de deitar assim no chão de vez em quando.
-Sarcasmo logo cedo?
- Só quando as pessoas me fazem perguntas idiotas.
- Aí essa doeu - colocou a mão no peito cm sinal de falsa ofensa.
- E você é dramático - falei me levantar -Olha sem querer ser grossa nem nada, mas você precisa ir embora eu tenho que sair para o trabalho daqui a pouco.
- Ok, sem problemas eu tenho que um compromisso mesmo, ah se quiser repetir só me ligar.
- Olha eu até ligaria, mas eu não consigo lembrar o seu nome e não tenho seu número.
- Sebastian, vamos fazer assim me empresta seu celular - entreguei meu celular a Sebastian assim q ele ligou para ele mesmo, me devolveu o celular - Pronto assim que eu sair do meu compromisso eu te ligo.
- Certo agora tchau, preciso me arrumar.
Assim que Sebastian foi embora tomei um banho rápido, me arrumei e sai às presas de casa. Quando cheguei na editora, assim que cheguei la fui falar com Grace, minha colega de trabalho e melhor amiga.
- Cruela já chegou?
- Chegou sim, e não está sozinho.
- Você sabe quem né?
- Não quando eu cheguei Cruela já estava trancada na sala.
- O será que é sobre o novo chefe?
- Espero que sim.
- Tomara que ele escolha o Steve, ele é um gato e um amorzinho.
- Duvido, Steve quase não vem desde que a irmã ficou doente.
Antes que Grace pudesse responder, Winifred (Samantha) apareceu. Se achando a gostosona como sempre.
- As duas não tem mais o que fazer além de fofocar não?
- E você Samantha não tem mais o que fazer alem de cuidar da nossa vida não?
- Grace acho melhor você falar direito comigo, ou você pode se arrepender.
- Ah é e você vai fazer o que correr pro chefe? Samantha se liga, você não é o centro das atenções.
Samantha saiu bufando para sala dela. Eu tenho certeza que qualquer hora ela e Grace vão sair na porrada. Assim que Grace se acalmou um pouco, fomos para nossas salas, antes que a Cruela aparecesse.
Depois que eu terminei a matéria sobre novas tendências de maquiagem, fui falar com Grace para ver se ela sabia alguma coisa do novo chefe.
- Então amazing Grace, já conseguiu descobrir alguma coisa sobre o novo chefe?
- S/n eu odeio quando você me chama assim. E não, não descobri nada, eles nem saíram da sala ainda.
- Aposto que James sabe alguma coisa- falei saindo da sala.
- Quer ir com calma aí estou com sapatos novos.
- Grace só estou indo falar cm James, e por que você veio com um salto desse tamanho?
- Porque eu quero usar eles sábado, então tenho que me acostumar.
Assim que entremos na sala do James, Grece quase me derrubou quando viu que Steve estava na sala.
- James será que eu posso falar com você? Ou você está muito ocupado?
- Você sabe que nunca estou ocupado para você S/n. - Falou me abraçando.
- Nós aqui sabemos que você está por dentro de todas as fofocas aqui, será que você não sabe quem é o cara que está com o chefe?
- Infelizmente não Steve, veio aqui me perguntar a mesma coisa.
- Droga, Grece achava que Steve seria o escolhido.
- Bem que eu queira S/n, mas você sabe que pra mim é impossível agora.
- Eu sei Steve, olha sem ofensas, seu cunhado é insuportável, tudo bem eu sei da situação da sua irmã, mas eu não consegui aproveitar meu fim de semana por que tive que refazer essa merda de matéria sobre maquiagem umas três vezes.
- Eu sei do apelido carinhoso que vocês três deram para ele infelizmente tenho q concordar como cunhado ele é uma ótima pessoa agora como chefe é insuportável mesmo.
Stella, a assistente da cruela pareceu na sala nos avisando que, ele queria todos na sala de reunião para conversar antes de apresentar o novo chefe.
Assim que entramos na Sala Robert ja estava lá e com a cara de poucos amigos como sempre.
- Ótimo já que todos estão aqui, posso começar a falar e não quero interrupções de ninguém. Bom todos sabem que com a doença da minha esposa eu não tenho estado muito presente, eu resolvi sair daqui e me dedicar mais a minha esposa e meu filho. Então resolvi chamar uma pessoa de minha estrema confiança parar assumir o meu cargo...
- Obviamente o senhor escolheu o Steve né, já que ele é seu cunhado - Samantha falou toda cheia de si.
- E obviamente a Senhorita não tem um pingo de educação não e mesmo. Enfim como eu estava falando escolhi um dos meus melhores amigos para ficar no meu lugar, espero que todos os respeitem, entendeu Senhorita Utterson.
Juu
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way down we go ( pov. ) // part 2 of 3.
AKKERMAN-KOVACS TIN WEDDING ANIVERSAY
part 1
Não estava na hora em que Carmen foi pedida em casamento, por estar no quintal bebendo mais pouco sem ser incomodada, porém assim que soube já conseguiu imaginar o desenrolar, antes mesmo de continuarem a contando, afinal quem aceita um pedido de casamento sem mais nem menos? Carmen que não, e com razão, por mais que o pai da garota tentasse empurrar alguém para ela, a morena não deveria aceitar apenas por causa dele. Queria ir atrás dela, para conversar com a outra e ouvir o lado dela, não apenas o falatório das pessoas, ou a madrasta dela contando para filha em um tom irritado. Foi uma surpresa apenas quando a mãe de Elizabeth pediu para ela fazer um brinde, algo que tirasse a atenção do fiasco que foi o pedido, para a bela festa de bodas de estanho que estava fazendo, a garota não queria fazer, já tinha deixado claro que não queria muito envolvimento, mas a mulher parecia desesperada para que algo bom acontecesse, e seu poder de convencimento era muito bom quando usado com Lizzie, que por vezes acabava fazendo as coisas que a mãe queria para não ter que lidar com o estresse dela, e sabia que se não fizesse, ela não descansaria e passaria o resto da noite irritada com Carmen. Assim que soube dessa festa, a loira se perguntou ao que exatamente a mãe estava comemorando, se era apenas todo o dinheiro e mordomias que recebia, ou se ao menos era um pouco pela pessoa realmente que estava casada. Mas Lizzie chegou a conclusão de que era apenas o dinheiro, afinal a mais velha não conseguia amar nada além da riqueza. Mesmo contragosto, teve que ir fazer o brinde que a outra queria. Provavelmente não era uma boa ideia devido a tudo que já havia bebido, porém subiu mesmo assim alguns degraus da escada enfeitada com flores em seus corrimãos e bateu algumas vezes em sua taça, até chamar a atenção de todos, onde deixou o sorriso mais belo que conseguia fingir, felizmente seus sorrisos falsos eram ótimos, havia treinado todos esses anos em que tinha que ficar perto de sua mãe. Com a atenção dos convidados, conseguiu finalmente começar seu discurso.
“ — Há dez anos Michael e Victoria se casavam, o que foi um dos casamentos mais lindos que eu já vi, assim como foi a cada dia desses dez anos depois disso.” sua fala era banhada em ironia, considerando que não achava nada daquilo lindo, mas apenas os dois e seus irmãos que saberiam que ela estava mentindo. “ — Graças a vocês dois eu ganhei Harry e Annie, as duas coisinhas mais preciosas que eu poderia ter.” se voltou para os gêmeos com um sorriso sincero, era a única coisa que a mãe e o padrasto haviam trazido para ela que a loira realmente amava. “ — E Carmen, que desde o primeiro dia se tornou a minha irmã mais nova, e nada, não importa o que aconteça, nada vai acabar com isso.” mesmo que ela não estivesse mais ali, Lizzie a mencionou. Respirou fundo em seguida por saber que deveria voltar a contar mentiras sobre eles agora. “ — Eu tenho muito a agradecer, todas as oportunidades que eu ganhei, e pela vida em que eu tive tudo o que sempre precisei, nunca me deixando faltar nada.” apenas deixando faltar o amor de mãe talvez, foi o que pensou, porém continuou sua fala. “ — Eu espero que um dia eu possa ter uma família como essa. Mesmo que tenha sido suas segundas tentativas, encontrarem o amor verdadeiro dessa forma...” as palavras saíam arranhando, nem sabia em como conseguia falar aquelas coisas, mas foi mais do que ela suportava, pois sua última fala a lembrou de seu pai, ele estaria com vergonha de Elizabeth se estivesse ouvindo aquilo? Provavelmente, foi o que a veterinária concluiu. Mesmo que ele soubesse tudo o que a filha pensava sobre a mãe. Mas afinal, se ela odiava tanto aquilo, por que continuava ali, fazendo tudo isso? Olhou para Felix, esperava que ele entendesse o porquê ela estava falando aquelas coisas, mesmo que ela mesma não entendesse, e que não se chateasse com aquilo, até porque suas palavras não eram verdadeiras... Mas o problema de tudo não era justamente esse? Nada ali ser verdadeiro? Sentiu seus olhos lagrimejarem, as pessoas provavelmente notariam, mas usariam a desculpa de era por ela ter se emocionado com o que estava falando. Seu olhar foi até sua mãe, a mesma mantinha um sorriso de canto, satisfeita por ter a filha fazendo exatamente o que ela precisava no momento para tirar a atenção do fiasco que havia acontecido anteriormente. A imagem da mulher lhe trouxe um gosto amargo na boca.
“ — Eu espero que tudo tenha valido a pena.” voltou a falar de repente, o olhar fixo no da progenitora, havia segurado suas lágrimas e deixado um sorriso mais cínico do que o anterior. “ — Toda a sua ambição...” falava devagar, dando uma pausa maior. “ — Victoria Akkerman-Kovacs. Uma mulher forte, que faz de tudo para conseguir o que quer e não desiste até alcançar.” começou a falar sobre a mãe, mesmo que talvez devesse manter seu foco nos dois. “ — Mesmo que isso signifique que vai ter que passar por cima de outras pessoas... Mesmo que essas pessoas sejam sua própria família.” o olhar que recebeu da progenitora no momento, não foi nada agradável. Percebeu que recebia mais atenção de algumas pessoas, a mulher sempre gostava de se passar como uma ótima pessoa, estava envolvida em muitas coisas da vizinhança, querendo se manter conhecida entre a elite de The OP, e muitos caiam na imagem que ela passava, mesmo que Lizzie soubesse que nem todos gostavam da mesma. “ — É incrível em como você gosta de se aparentar estar tão preocupada com as pessoas, obviamente, apenas as pessoas ricas, e elas gostarem tanto de você, afinal está cheio de gente aqui. Mas no final do dia, você só sabe falar mal delas. Eu acho que lindo que mesmo assim, elas estejam aqui agora comemorando com você.” dava pra perceber que a mãe chamava seu nome, sussurrando para ninguém ouvir, sabia que a mesma só não tiraria ela da escada tão fácil para não passar por mais vergonha. Ouvia um murmurio começar entre os convidados. “ — Me desculpem, foi indelicadeza minha dizer essas coisas. Estou fugindo do assunto que é o casamento dos dois.” se desculpou com um sorriso tímido, a expressão de Victoria havia suavizado um pouco por achar que a filha tinha tomado algum juízo naquele segundo, mas mesmo assim via a raiva dela. “ — Foi um belo casamento, isso é inegável, mas quando quer se aparecer é assim mesmo, até mesmo festa de dez anos nem é tão comemorada assim, mas aqui estamos, prestigiando união de Michael e Victoria. Não acredito no entanto que estamos comemorando o amor entre eles, não posso dizer sobre meu padrasto, mas conheço minha mãe o suficiente para saber que a base desses dez anos não foi o amor. Nem mesmo no começo. É só triste que muitos aqui estejam perdendo de fazer algo muito melhor nesta noite, para comemorar algo que não existe... De qualquer forma, estamos comemorando os dez anos deles juntos, dez anos é muito tempo, muito pode acontecer, e talvez se ele não perder o dinheiro dele, estaremos aqui novamente daqui dez anos. Comemorando dessa vez, vinte anos de um casamento baseado em dinheiro. Já que é tudo que isso aqui é resumido. Minha mãe não estaria aqui se não fosse por ele, afinal o que é mais importante que riqueza? Posso dizer que para Victoria, é nada.” já havia falado o suficiente para ver agora ambos com raiva. A mulher largando o braço do marido e começando a andar entre as pessoas, com um sorriso forçado, falando que a filha estava apenas brincando. “ — Infelizmente meu tempo esta acabando. De qualquer forma, eu sei que muitos aqui entendem ela, entendem o que é fazer de tudo pelo dinheiro, já que é a única coisa que importa para vocês.” no meio da elite da cidade, o que mais tinha eram pessoas daquele tipo.
“ — Eu quero então oferecer um brinde as bodas de estanho de Victoria e a conta bancária de Michael.” levantou sua taça, com um sorriso largo, tomando um gole da bebida. Lançou um olhar para a mãe chegando na escada. “ — Obrigada pela atenção de todos.” agradeceu e começou a subir para ir ao segundo piso onde não teria ninguém, e Victoria a seguia. Sabia que não ia ser nada fácil conversar com a outra agora, no fundo, não tinha o que conversar, apenas ouvir os xingamentos e esperar para ver qual seria a punição que ela levaria pelo que fez, talvez a outra não fosse mais querer contato com a filha, o que ela particularmente, achava que seria até mesmo um presente. Assim que terminou as escadas e entrou em seu antiga quarto, ouviu sendo sendo chamado, o tom que a outra havia usado mostrava claramente sua raiva.
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Parte 1
Então, abriu os olhos e viu a cor cinza. A sua visão estava embaçada, mas aos poucos conseguiu enxergar perfeitamente. Estava caído de frente a um grande muro de tijolinhos laranja. O cheiro de terra também era forte, e era possível sentir que sua cabeça estava sendo afofada pela grama. Começou a ficar assustado – como havia parado ali? – e levantou-se cambaleando. A última coisa que se lembrava era de ter dormido em um hostel barato na noite passada, e também de ter tomado absinto. Teria sido sonâmbulo? Como poderia, se vivia na barulhenta cidade metropolitana de Fooltown, mas de repente acordava no que aparentava ser um campo? Olhou para trás e não havia nada, além de névoa.
“Que diabos está acontecendo? Será que finalmente eu enlouqueci?” - pensava ele, enquanto ajeitava a peruca embaraçada e batia a terra para fora de suas roupas. Dando passos cautelosos, resolveu aprofundar-se na névoa. Deveria ter algo ali atrás, algo que indicasse como Walter haveria chegado ali. Chamava por alguém, mas o eco era sua única resposta. Nesse ponto, começou a ficar assustado – “Que situação estranha. Ninguém tinha a chave do meu quarto, nem a própria camareira. Não é possível que alguém tenha me trazido para cá, mas não acho que eu tenha vindo por mim mesmo, tampouco. Ora, as doses de absinto que tomei eram nada mais, nada menos que habituais”. A névoa estava cada vez mais densa, e estava até difícil enxergar a si mesmo. Então, lembrou-se de tatear o seu bolso. Havia cigarros, e também um isqueiro.
Acendeu o isqueiro, e nesse momento, ouviu alguém chamar seu nome. Era uma voz distante, que praticamente se dissolvia no meio da neblina. Então, ficou imóvel. Seria uma ilusão de sua cabeça?
- Quem está aí? - Walter perguntou.
- Olá, me chamo Hoggle, estou só de passagem. E você, aonde você vai?
- Não conheço ninguém com esse nome. Foi você quem me trouxe para cá?
- Sou apenas um anão que mora pelas redondezas, e não tenho a menor intenção de trazer alguém pra cá.
- Onde está você?
- Bem aqui. - A voz agora estava próxima como se sussurrada no ouvido de Walter. Ele deixou o isqueiro cair, assustado. Sem enxergar um palmo além do nariz, tudo que podia era assimilar um esboço de um ser muito pequeno a sua frente.
- Ora, por favor, não se assuste. Não sou capaz de fazer mal a alguém de que acabei de conhecer, e que, portanto, não tenho nada contra. – dizia essa nova figura, muito entusiasmada.
- Como sabe meu nome se acabou de me conhecer?
- Eu não disse seu nome. Só ouvi seu chamado e resolvi ajudar.
- Mas eu ouvi alguém me chamar. Tenho certeza... “Tenho?” – Walter refletia, agora duvidando dos próprios pensamentos.
- Não há ninguém além de nós dois por aqui. Este lugar não costuma receber muitas visitas.
- Onde estamos?
- Você está na Floresta Vazia. É um lugar bem triste, na verdade. Muitas árvores secas, lodo e poucos animais. Mas há ladrões escondidos por ela. Talvez você devesse tomar cuidado.
Walter deu dois passos para trás. Teria sido uma ameaça? Quem era aquele ser que simplesmente aparecera por ali, alegando ser amistoso? E o que fazia ele mesmo em uma floresta, pra início de conversa? Estava cada vez mais difícil de processar todas as novas informações.
- Onde fica essa floresta? Tenho a impressão de que não estou mais em Fooltown.
- Nunca ouvi falar deste lugar, sinto muito.
- Por favor, estou muito confuso, só quero ir embora daqui.
Hoggle deu um breve suspiro. Trocou a exaltação de sua voz para um tom mais sereno e reconfortante. “Sabe, vez ou outra aparecem andarilhos por este lugar. Todos na mesma situação que você. Mas uma hora eles acabam encontrando o que vieram buscar.” Então, Walter ouviu mais uma vez. Seu nome sendo sussurrado, e parecia dessa vez vir perto de onde ele estava a princípio.
- Você ouviu isso?
- O quê?
- Me chamaram novamente.
- Não, não ouvi.
- Acho que vem de perto do muro.
Hoggle emitiu um barulho estranho pela sua boca, parecia assustado. - “Aquele lugar não é bom. Não gosto nem de chegar perto.”
- Por quê? O que tem dentro dele?
- Não sei, nunca entrei. Mas é ainda menos seguro do que a floresta. Ouço sons grotescos saindo de dentro desses muros. Dizem que é amaldiçoado.
Apesar de Walter estar assustado, alguma coisa o fazia se sentir estranhamente atraído por aquele muro. Haveria atrás dele alguém que o conhecia? Teria sido quem o trouxera para este lugar tão incomum? Sabia que estava com medo, mas acima de tudo, estava incomodado com aquela situação toda.
- Não pode ser algo tão ruim assim, não é? – perguntou Walter. – Além do mais, essa peça de mau gosto que me pregaram já está acabando com a minha paciência.
- Por favor, vamos até o meu chalé. Lá eu lhe ofereço um chá de ervas para se acalmar, e assim você pode colocar as ideias em ordem.
- O que você me diz que possa me fazer te confiar mais em você do que o que há atrás daquele muro? Até onde sei você também parece muito suspeito.
- Me desculpe por me apresentar em uma situação tão confusa, mas garanto que ir para lá não é uma decisão sábia.
Walter se afastava cada vez mais de Hoggle. Por que ele estava tão determinado a mantê-lo longe do muro? Será que ele tinha alguma coisa a ver com sua chegada naquele lugar misterioso? Seja como for, precisava decidir sozinho. Ele pensava melhor por si só, e a situação era estranha demais para receber ajuda de um desconhecido.
- Agradeço o auxílio, mas acho melhor seguir sozinho.
- Entenda que não estou tentando te fazer mal, mas não posso dizer o mesmo do que existe aí atrás. Tudo de ruim que habita na Floresta Vazia parece seguir além desses muros.
- Que coisas tão horríveis são essas? – perguntou Walter, totalmente cético.
- Seres demoníacos, maldosos por natureza. Sereias, ogros e até dragões.
- Ok, pra mim já deu. – Walter deu as costas e começou a ir em direção ao muro. Hoggle gritava: “Por favor, não vá para esse caminho, eu lhe peço! Garanto que podemos encontrar uma saída pela floresta, mas você vai estar ainda mais perdido se for por aí!”
- Adeus. Pode seguir seu caminho, vou ficar bem.
- Ainda há tempo de desistir. Estarei aqui fora, caso mude de ideia, e se não mudar, que os deuses tenham piedade de você.
Walter não ouvia mais a voz de Hoggle com tanta clareza, já que se afastava dele e prestava pouca atenção no que ele dizia.
Estava de frente ao muro novamente, e fora da neblina. Como era bom poder enxergar de novo! E agora, prestando mais atenção percebeu que era muito maior do que imaginava. Olhava para os lados, e não encontrava um fim. Indo para a esquerda, procurava por alguma abertura, porta ou rachadura, mas os tijolos eram firmes, sólidos e também lisos: não dava para escalar. Correndo para a direita, e com uma mão tateando a parede, não parecia haver nada de incomum em sua estrutura. Fez isso por alguns minutos, até que se cansou e parou por um tempo para recuperar o fôlego.
“Este muro é interminável. Como é possível?” – Walter refletia confuso, e ansioso para encontrar logo alguma coisa que fizesse sentido. A voz que chamava seu nome retornou. Certamente ela vinha do outro lado.
- Quem é você?
- Venha para cá. - A voz era feminina, doce e suave, e não parecia querer fazer mal para ele.
- Eu a conheço?
- Aqui dentro você terá suas respostas.
- Não há como entrar. Já tentei, mas não existe nenhum caminho.
Silêncio.
Walter esperava apreensivo por uma direção, mas não obteve mais respostas. O silêncio estava lhe provocando angústia. Teria sido a melhor ideia abandonar Hoggle? Talvez ele pudesse ajudar a encontrar uma entrada. - “Não! Estou cheio de depender da bondade dos outros. Que bem isso já me fez? Vou sair desse lugar sozinho, isso eu garanto.”
Totalmente determinado, e sem medo do que haveria encontrar do outro lado, Walter se preparava para continuar correndo, quando de repente uma porta começou a materializar em sua frente. Num susto, ele se afastou enquanto observava incrédulo àqueles tijolos totalmente sólidos se remodelarem para criar uma porta de madeira que não estava ali há poucos segundos atrás. Não fazia o menor sentido.
Então, começou a pensar no que lhe foi dito antes. Seres demoníacos? Quanta bobagem. Não acreditava em nada daquilo, pois esse não é o tipo de coisa que existe no mundo real. Mundo real. O que havia de tão real no cenário que ele se encontrava? Mas talvez estivesse sonhando. Talvez tivesse exagerado demais na noite anterior e bebido além do que se lembrava. Essa explicação faria muito mais sentido do que acordar em uma floresta cheia de monstros. “É provavelmente uma ilusão. Vou seguir em frente com ela, para ver onde isso vai me levar. Afinal, que mal pode fazer?”. Pensando assim, pôs suas mãos sobre a porta e se preparou para abri-la.
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Nestha e Mor. Part. 1
Nestha estava sentada em um pequeno banco em frente ao Jardim. Era um noite fresca,o seu cheio de estrelas e a lua estava cheia e brilhante.
Estava sendo uma noite e tanto,não conseguia dormir ,ou melhor,Não queria. Toda vez que fechava os olhos,ela via e sentia todo aquele horror que passara a tantos nos atrás; a morte de seu pai e a descia naquele maldito caldeirão. Tudo teria sido tão diferente se... tivesse lutado mais,se tivesse sido alguém melhor...
Nestha estava perdida em pensamentos quando ouve um barulho atrás de si,ela se vira para ver quem era.
- Pensei que não tinha ninguém por aqui.- disse Mor.
- Já estou de saída. - respondeu Nestha se levantando do banco e arrumando seu hope tão roxo que parecia preto ao longe .
- Não precisa se retirar,Eu não mordo...- Mor deu um leve sorriso- só se você me pedir é claro.
Nestha fechou o rosto em desaprovação. Mor se aproximou ,ela usava uma camisola vermelha tão vibrante em sua pele,Como o sangue era na neve. Seus cabelos lindos e sedosos cabelos estavam em um coque meio bagunçado,deixando a mostra o longo pescoço que mais cedo estava ostentando um lindo colar de pérolas. A lia feérica estava descalça,sentindo a grama verdejante em seus pés.
- Sente-se .- disse Mor se sentando no banco .
- Você não manda em mim. - respondeu Nestha a encarando.
- Não estou mandando em você,apenas lhe fiz um convite ,é deprimente ficar aqui fora sozinha .
Nestha hesitou por um tempo,mas se sentou.
- Noite difícil?- perguntou a feérica de cabelos louros.
- Apenas precisava de ar fresco.- respondeu Nestha olhando para as rosas brancas e vendo como a luz da lua às deixavam ainda mais belas quando as tocavam.
- pesadelos ?
- isso não é da sua conta.
- Só estou tentando ser amigável,archeron.
- não preciso de sua amizade.
Mor ficou imóvel por um longo tempo antes de olhar para a feérica de cabelos castanhos ao seu lado,se levantar e começar a dizer.
- Sim Nestha,você não precisa de minha amizade,nem de ninguém aqui,por que você não se manda daqui?!
Nestha sentiu algo dentro de si se partir,mas manteve a respiração calma,a expressão neutra . Mor até pensou que ela não havia escutado uma só palavra do que acabara de dizer.
- Já terminou,senhorita Morrigan ?
- Você é inacreditável.
Mor se senta novamente e com um movimento limpo e suave das mãos faz aparecer um vinho e uma taça,ela despeja um pouco do líquido dentro da taça e da um gole que a faz relaxar em segundos.
Mor observa Nestha de esguelha,ela estava linda e elegante, estava usando uma camisola da cor do hope,com detalhes em renda na Barra e na gola,Seus cabelos estavam soltos. Mor a achou linda a luz do luar,Nestha parecia uma obra-prima,uma linda e perfeita obra de arte.
- Você aceita ?- perguntou Mor estendendo a garrafa para ela.
Sem pensar duas vezes ou apenas esperar por uma taça ou um copo,nestha pega a garrafa e dá um longo e sedento gole . Mor arregala os olhos sutilmente e faz com que a taça em suas mãos desapareça. Nestha devolve a garrafa e Mor a vira em sua boca.
- Eu venho aqui toda noite. - nestha começa a falar. - eu não consigo dormir,na verdade eu não quero...
- eu entendo você,já fiquei assim por anos também.
- isso é ridículo. - Nestha pega a garrafa se volta.
- Talvez seja,talvez não seja.
Silêncio...
- Morrigan..
- Mor,por favor .
- Okay. Mor..
- Sim?
- você acha que Feyre é feliz?
- Sim,ela é feliz. Nós vimos pelo que ela passou e não foi nada fácil.
- eu nunca a vi tão contente e sorridente assim... Eu fui uma péssima irmã. Eu devia ter cuidado dela,ter amado ela mas...Tudo que eu fiz foi deixá-la de lado.
- Você teve os seus motivos.
- Eu sempre soube que ela é a mais forte de nós três. Olhe para Elain,ela não sabe se cuidar...ou Talvez saiba. Talvez eu que não sei me cuidar...
- você passou por muita coisa também Nestha. Você teve uma responsabilidade que não queria : cuidar da casa,de suas irmãs e de seu pai. Você não soube fazer isso,você não teve auxílio algum para isso.
- Foi tão cansativo. Mas eu sei que deveria ter cuidado mais de Feyre,ter dado amor,carinho e afeto a ela...mas no momento que vi que ela podia cuidar de si e de todos nós eu...Eu simplesmente cruzei os braços.
Mor nunca tinha visto nestha tão frágil e quebrada como agora,com mais um gesto de mãos ela fez com que aparecesse mais duas garrafas de vinho ,uma para cada uma.
- tome.- disse ela entregando uma das garrafas para nestha.
Sem recusa nestha pegou e a virou. Só ela sabia o quanto precisava daquilo.
Se passaram 2 horas e elas continuavam no Jardim,bebendo e...rindo. Mor disse algo engraçado para ela que a faz gargalhar como uma louca,ambas já tinham bebido de mais.
Nestha se levantou .
- tenho que ir,está tarde.
- mas já está cansada ?
- não,mas se eu nao for vou fica com uma ressaca muito ruim amanhã.
- relaxe,o nosso metabolismo é bem rápido. Amanhã você acordará melhor que hoje.
- Prefiro não arriscar.
- Okay,vamos então,Não estou a fim de fica nesse jardim sozinha.- Mor se levantou e começou a andar ao lado de nestha ,ambas segurando para não rirem muito alto.
- Bom,aqui é a minha parada. - diz Nes,parando em frente à sua porta no fim corredor.
- Está entregue então madame.
- Você é ridícula.- diz Nes sorrindo .
- Muito obrigada.- Mor faz uma reverência exagerada .
Nes coloca a não na boca para abafar a risada.
- É melhor eu ir.- diz Mor .
- Eu concordo.
Mor vê algo nos olhos de Nes e sorri.
- o que foi ?- pergunta ela.
- nada é que...
- o que ?
- nada,vou indo.- Mor começa a caminhar,mas nestha a puxa pela mão. Mor se vira e percebe que está a uns 3 cm do rosto de nestha,que a olha nos olhos e pergunta .
- o que você viu ?
Mor consegue sentir o cheiro do vinho em seu hálito e não se incomoda nem por um segundo. Seu coração acelera...
- E-eu...- gagueja ela.
Mor olha para os lábios de Nestha,passa a mão pelo seu rosto. Nestha fecha os olhos,Mor da mais um passo ficando a 1 cm dela e...
- Mor...
- Nes...
Uma porta se abre,nestha empurra Mor que por pouco não cai,Feyre sai do quarto .
- Tá tudo bem ? Vocês duas estão pálidas. Eu pensei ter ouvido algo e vim verificar.
Nestha olha assustada para Morrigan como se estivesse saindo de um transe e entra em seu quarto,batendo a porta atrás de si.
Mor por sua vez começa a andar pelo longo corredor rumo as escadas. Feyre dá de ombros e volta para o quarto.
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Capítulo 4. - Wolverine: I Was here #1
Audrey é uma mutante classe 3, nascida em Liverpool, Inglaterra, no ano de 1929. Possui garras em suas mãos que são liberadas em momentos de raiva ou até mesmo automaticamente para sua própria defesa. São revestidas com sua própria estrutura óssea, acompanhadas de um fator cura e imortalidade, ao qual se fora notado alguns anos depois, já que a mulher não aparenta ter mais de vinte e cinco anos. Foi a primeira mulher a ser contratada para lutar no exército contra os ataques que ocorreram no Vietnã entre os anos de 1959 há 1975. Muitas pessoas foram e a maioria pelas mãos da mutante que tinha um instinto poderoso para causar um rastro de morte por onde passava.
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No Canadá de 1845, o jovem James Howlett vê seu seu pai John Howlett ser assassinado pelo caseiro da casa onde moravam, Thomas Logan, pai de Victor Creed. Apavorado, James desenvolve sua mutação: garras ósseas crescem entre as juntas de suas mãos e acaba matando Thomas, que antes de morrer revela que é seu verdadeiro pai. James foge junto de Victor para a floresta, e lá os dois prometem cuidar um do outro. Os irmãos passam os anos seguintes combatendo em diversas guerras para controlar suas tendências violentas, como a Civil Americana e ambas as Guerras Mundiais.
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A Guerra do Vietnã foi um conflito armado que começou no ano de 1959 e terminou em 1975. As batalhas ocorreram nos territórios do Vietnã do Norte, Vietnã do Sul, Laos e Camboja. Esta guerra pode ser enquadrada no contexto histórico da Guerra Fria.
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Vietnã - 1959
Audrey observou as bombas passarem por sobre sua cabeça, antes da terra tremer e o barulho sônico da explosão irritar seus tímpanos. Houve gritos de alguns soldados que partiram na direção oposta de onde as bombas cairam. A mutante ergueu sua espingarda um pouco acima do busto e apontou na direção em que correu e de onde sabia que os inimigos estavam vindo.
Os viatinamitas atiravam para todos os lados. A mulher apenas observava os soldados de sua escolta caírem diante de seus pés, enquanto ela pulava os buracos, trincheiras e disparava diretamente nos inimigos, os derrubando apenas com uma bala que atingia cada pessoa. Sua pontaria era muito boa, era impossível que ela errasse. Havia passado a infância inteira sendo treinada por seu avô que era um adorável colecionador de armas de fogo e arco e flecha, o que melhorou muito a pontaria da mesma, junto com a floração de suas ótimas habilidades, além da sua mutação.
A mutante pulou para dentro de um trincheira, no exato momento em que uma nova bomba foi lançada na direção do batalhão ao qual ela fazia parte, sentiu novamente o tremor da terra e novos gritos de soldados que deveriam ter sido atingidos pela explosão. Audrey se levantou depois de alguns segundos, ergueu sua espingarda novamente e atirou contra os inimigos, derrubando três da guarda da frente. Disparou mais algumas vezes, mas a arma não obedeceu, demonstrando já estar com o cartucho vazio. A morena se abaixou e jogou a espingarda no chão.
- Merda! - Praguejou.
Eles nunca davam balas suficientes para os soldados. Para ela havia sido menos ainda, por que achavam que ela não sobreviveria nem cinco minutos no campo, e também não queria gastar munição com uma idiotice daquelas. Uma mulher na guerra? Com certeza era o começo de uma grande piada. Mas eles nem ao menos sonhavam com o que ela era, se imaginassem. Teriam terríveis pesadelos.
Audrey fechou suas mãos em punho e sentiu a dor dilacerante em seus ossos quando suas garras começaram a sair pelas juntas dos dedos dela. Era doloroso, mas era sua melhor forma de proteção. - A mesma se levantou e pulou para fora da trincheira, avançando em meio a chuva de tiros que eram lançados contra ela. Alguns dos viatinamitas paravam de atirar no momento em que viam que ela era uma mulher, já outros faziam questão de mirar nela. - Algumas balas atravessavam o corpo da mutante, mas não era o suficiente para para-la. Ela pulava sobre os soldados e enfiava suas garras no abdômen e garganta, vendo o sangue deles jorrarem para todo lado. Enquanto os buracos em seu corpo, feitos pelas balas, se fechavam.
Houve novos disparos contra a mulher, ela sentiu a dor das balas perfurando suas costas, mas isso só a deixou terrivelmente irritada. Se virou na direção dos atiradores, largando os corpos de suas novas vítimas no chão. Correu contra os outros viatinamitas, arrancou as armas de suas mãos e enfiou as garras nas costelas deles, puxando logo em seguida, apenas para vê-los caírem enquanto morriam aos poucos devido a perda de sangue.
Novos soldados avançaram contra ela, a mutante os chutou, socou e por fim enfiou suas garras neles assim como havia feito com os outros. Tinha que admitir que aquela forma de matar era muito mais eficaz do que ela apenas segurar uma espingarda e mirar em suas vítimas. Em poucos minutos ela ja havia matado vinte homens, e o exército inimigo daquela base havia sido extinta rapidamente, com a ajuda não só dela, como dos outros soldados. Que assim que notaram sua pequena vitória, se viraram para observar a mulher que tinha as roupas rasgadas pelos tiros que levou e principalmente as garras ainda expostas em suas mãos.
A morena abriu a palma de suas mãos, sentindo suas garras encolherem e entrarem em sua pele novamente, o que não fez com que os outros soldados parassem de encara-la. Se antes ela recebia olhares de cobiça e desejo por ser a única mulher naquele batalhão, agora as pessoas as encaravam como se ela fosse um animal. Mas isso não a incomodava, realmente preferia que a tratassem como um animal do que uma vadia que ela não era. - Audrey deu meia volta, ignorando a todos começou a caminhar na direção de sua base, precisava de um banho e retirar o resto do seu uniforme que havia sobrado. Também sentia uma grande necessidade de beber ou fumar, qualquer coisa para fazer passar a pequena enxaqueca que começava a lhe incomodar
***
Já no acampamento, Audrey se isolou de todos passando o resto do dia em sua tenda. Tinha sorte de conseguir uma apenas para ela e não ter de suportar nenhum dos outros soldados no pé dela. Já não bastava ela ser o assunto de todas as conversas deles, podia ouvir quando os soldados passavam perto de sua tenda e sussurrava algo sobre ela ser um monstro, uma criatura do inferno. Algo que fez com que ela desse risada.
Tragou mais uma vez o resto se seu cigarro e por fim jogou a bituca dentro do copo que ela havia bebido sua cerveja. - A mutante puxou a parte de sua meia ¾, que ela prendia a barra de seu short e calçou suas botas. Estava terminando de amarrar os cordões das mesmas, quando sentiu cheiro de animal. Não sabia bem que tipo era, mas o cheiro era terrivelmente enjoativo.
A mulher se levantou em um salto, dando meia volta sobre seus calcanhares a ponto de ver um homem adentrando sua tenda. Alto, barba mal feita e um sorriso de deboche estampado nos lábios o que a irritou de certa forma.
- Eu não pude deixar de ver com meus próprios olhos, se a história de uma mulher nesse acampamento era verdade. - O homem comentou enquanto dava alguns passos para mais perto de Audrey, que não pareceu se abalar nem um pouco com a presença dele.
- Pelo visto não deve ter visto muitas mulheres na sua vida. - A morena rebateu com seu tipico mal humor.
- Não uma que tivesse um cheiro bem chamativo. - Ele ultrapassou a cadeira que os separava, para parar a poucos centímetros da mulher. - Você não é humana.
- Pelo visto você também não. - Audrey ergueu a cabeça para observar os olhos escuros do homem.
Audrey deu um passo para trás, não tinha um bom pressentimento em relação aquele mutante. Fechou suas mãos em punho e esperou para liberar suas garras caso fosse preciso. O homem riu com o gesto dela, no segundo seguinte a mulher sentiu seu rosto ser pressionado pelas pequenas garras nas unhas do mutante que se afundaram na pele do rosto dela lhe prendendo no lugar e mantendo os olhos sobre a escuridão dos dele. Suas garras foram libertadas no segundo seguinte e ela alcançou a ponta delas na garganta dele, em um claro tom de ameaça que não pareceu abala-lo.
- Então a gatinha tem garras. São bem parecidas com as do meu irmão. Por acaso faz parte da família?
- Mas do que diabos você está falando…?
- Victor! - Ambos desviaram os olhos um do outro, para observar um outro homem parado na entrada da tenda, fumava um charuto e tinha uma cara de poucos amigos, dirigida para o homem que Audrey entendeu por ser o tal Victor. - Deixe ela em paz, você nem deveria estar aqui. - Sua voz era autoritária, mesmo que a mulher notasse que ele fosse o mais novo dos dois. E se pareciam. Seriam eles irmãos?
Victor soltou o rosto de Audrey e se afastou, erguendo as mãos em rendição. Mas o sorriso de deboche não havia saído de seus lábios em nenhum segundo. A mutante sentia vontade de socar a cara dele até quebrar os dentes e ele não ter mais motivo para sorrir tanto.
- É melhor você colocar uma coleira no seu irmão, ele pode acabar de machucando. - A morena encolheu suas garras novamente, notando que ambos haviam observado seu gesto.
- Você é um mutante. - O mais novo comentou, enquanto terminava de adentrar a tenda.
- Legal, mais um mutante idiota. - Audrey revirou os olhos enquanto se afastava de Victor, indo se encostar na mesa.
- Ela é como você, Logan, tem as garras nas mãos. - Victor apontou sobre a superfície de seus próprios dedos.
- Eu não sei se vocês notaram, mas esse território aqui é meu. - A mulher disparou em um tom de ameaça.
Logan desviou os olhos dela para observar seu irmão, acenando com a cabeça para que saíssem. Realmente não tinham o que estar fazendo ali, ela era mutante. Mas com certeza não era uma que gostava de conversar.
- Nos vemos mais tarde, gatinha. - Victor sussurrou enquanto passava propositalmente próximo da mulher.
- Eu espero que não. - Ela sorriu com uma enorme convicção de suas palavras.
Assim que os dois saíram de sua tenda, ela finalmente pode se jogar novamente na cadeira aonde estava antes. Deixou um longo suspiro escapar de seus lábios, era a primeira vez que havia encontrado com mutantes. Sabia que existiam outros como ela, mas nunca havia encontrado com eles, apenas ouviu alguns boatos que as pessoas citavam sobre “filhos do Satã ” e “aberrações”. Ela achava que isso se derivava aos mutantes.
Pegou seu maço de cigarros no bolso de seu colete e o isqueiro sobre a mesa. Antes de acender seu cigarro, se virou ao notar uma nova presença na tenda. Um homem fardado com o uniforme de tenente. A morena tirou o cigarro da boca e o deixou sobre a mesa junto com o isqueiro. Suspirando novamente ao notar que não teria paz naquele dia.
- Boa tarde Srta. Wilson. Meu nome é William Stryker. Sou o coronel desse exército. - Se aproximou e estendeu a mão em um cumprimento para a mulher que o ignorou. - Eu vim aqui para lhe fazer uma proposta.
- Que tipo de proposta? - Audrey arqueou uma sobrancelha, deixando claro sua curiosidade e de certa forma indiferença com o homem.
- Eu pretendo recrutar um grupo de mutantes para trabalharem de forma específica para mim. O seu dom, junto de outros pode ser algo de muita utilidade para o país americano.
- Eu não trabalho bem em grupo.
- Entendo. - O homem pareceu ter perdido sua empolgação por alguns instantes, antes de recomeçar. - Eu só acho que você deveria ser tratada como realmente é, uma pessoa que carrega dons especiais. E que pode realmente receber seu real valor nesse mundo de pessoas hipócritas. Me desculpe incomoda - lá.
Stryker mal terminou de falar e deu as costas, saindo rapidamente da tenda. Deixando uma mutante completamente perdida em relação as palavras dele.
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Capítulo 1, Seção 1 - Décimo quarto aniversário; Cena 3
◆ Allen ~ No Reino de Lucifenia, “A Floresta da Perplexidade” ~
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Espalhadas diante dos meus olhos estavam várias árvores verdejantes. Presentes do deus da terra, Held.
Nós, humanos, devemos ser gratos por termos recebido uma bênção tão grande.
Talvez a razão pela qual eu senti esta floresta ser “sombria” era porque eu não era devoto o suficiente, ou talvez porque esta floresta tinha recebido o nome de “A Floresta da Perplexidade”.
Ao norte do nosso Reino de Lucifenia, popularmente chamado de “País Amarelo”, estendia-se uma vasta floresta. Era chamada de Floresta da Perplexidade, e sempre podia-se observar que estava cheia de árvores, não havia nada que se parecesse com um caminho e não tinha lenhadores locais, entrar descuidadamente é um ato de suicídio.
A Floresta da Perplexidade continuou em direção ao país vizinho, a "Floresta da Árvore Milenar" de Elphegort, e se você for mais adiante, a capital de Elphegort, Aceid, não fica longe. Mas em uma situação em que alguém estava indo para Elphegort vindo de Lucifenia, quase todos eles fazem um grande desvio para a estrada ao leste. As pessoas que tentam atravessar a Floresta da Perplexidade estão com muita pressa ou são ignorantes.
Lucifenia era originalmente pouco mais que um dos pequenos países misturados na região de Evillious. Ele foi eleito um grande país apenas a uma geração atrás por causa expansão militar de seu primeiro rei, Arth. Ele não foi capaz de atacar a militarmente frágil Elphegort devido ao fato de que esta floresta atrapalhou qualquer estratégia de invasão militar em grande escala.
Dentro de tal floresta, a esta hora com o crepúsculo se aproximando, um grupo formado pelos guardas reais e os servos corria em busca da princesa.
Vindo dos estábulos, as pegadas de Josephine levaram a esta floresta. Graças a isso sabíamos que a princesa havia entrado, mas Leonhart era o único capaz de distinguir as pegadas de Josephine das muitas pegadas deixadas no chão e rastreá-las. Sem ele, provavelmente ainda estaríamos procurando no lugar errado.
Os membros da guarda estavam desesperados, de qualquer maneira. Isso era compreensível. Eles deveriam proteger a princesa e, em vez disso, perderam de vista seu paradeiro, e agora eles foram informados de que o lugar para o qual ela se dirigiu era a Floresta da Perplexidade. Se algo acontecesse com Riliane, não seria muito ter apenas suas cabeças cortadas.
Na escuridão, o oficial vice-comandante despejava seus gritos raivosos sobre um novo recruta.
“Por que você não impediu a Princesa Riliane de sair do palácio!?”
“Mas... é a princesa Riliane, não é? Se eu ferir seus sentimentos tentando recuperá-la..."
“Então por que você pelo menos não pensou em acompanhá-la!? IDIOTA!"
Não adiantava criticar o novo recruta quase choroso- ou melhor, meio choroso- agora. Eu simpatizava um pouco com ele.
Ney estava ainda mais lamentável. Ela estava correndo sem se importar em como suas roupas estavam ficando sujas por pular na terra. Quando ela visitou o quarto de Riliane e disse que a princesa não estava lá, a princípio ela deve ter pensado que talvez tivesse ido para o Salão dos Espelhos. Mas quando Ney percebeu um buraco na lareira que foi feito em algum momento, seu rosto deve ter ficado pálido.
Aquele buraco dentro da lareira, hein ...
Para os residentes do palácio que não sabiam nada sobre isso, provavelmente foi como um raio do nada. Mas realmente, eu sabia sobre sua existência.
Porque eu também já havia passado por aquele buraco há muito tempo. Junto com uma outra pessoa.
Chartette não estava participando da busca. Ela se recusou a entrar na floresta. Achei isso compreensível. Uma vez, quando ela era jovem, se perdeu na floresta e foi sequestrada por um bando de ladrões que a usavam como um escudo na época, liderados por um homem chamado Eugen ou algo assim. Naquela época, Germaine e eu de alguma forma a resgatamos, mas ela ainda parecia um pouco traumatizada com isso.
“Não se separe. Você vai se perder ", meu pai adotivo me disse, caminhando ao meu lado.
"Não se preocupe. Já estive nesta floresta antes. "
"…Está certo."
Naturalmente, ele sabia sobre o incidente com Chartette também. Foi a única vez que ele me bateu. Como era de se esperar, ele não foi capaz de levantar a mão para Germaine, uma garota, mas eu nunca o tinha visto tão chateado antes. (O fato de ele ter ficado incrivelmente briguento depois de ter bebido mais do que o normal foi extremamente preocupante).
Na época, eu tinha protestado que tínhamos salvado Chartette, mas talvez fosse natural, nós tendo arriscado nossas vidas assim sem consultá-lo.
Mas eu já tinha estado nesta floresta outra vez, mesmo antes disso. Antes de ele ter me acolhido, quando eu era ainda mais jovem, eu havia escapado do palácio e atravessado essa floresta ...
Possivelmente-
Eu levantei meus olhos para o rosto de meu pai adotivo e disse: "Sir Leonhart. Tenho que ir a um lugar. ”
Ele pareceu um pouco surpreso com meu pedido repentino, mas então parecia que ele foi capaz de adivinhar minha ideia rapidamente.
"Por acaso você sabe de alguma coisa, Allen?" Eu respondi a ele balançando levemente a cabeça. “...Não se perca.”
Com suas Palavras atrás de mim, eu corri.
Ela não se lembra de nada daquela época. Mesmo assim, talvez...
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tem uns bagulho acontecendo
Olá novamente, Tumblr.
Esgostei a quantidade de amigos que eu poderia desabafar sobre isso. Todo mundo me daria a mesma resposta que seria algo do tipo “afff amanda vsf pelo amor de deus se resolve logo” ou “vai viveeeer” ou “tá fazendo merda” e, sinceramente, todos eles estão com a razão. Mas, como nos últimos 10 anos você esteve aqui pra mim em momentos como esse, acho que é chegada a hora. Eu só preciso escrever um caminhão de linhas, talvez bem mal escrito, mas acho que é bom deixar registrado. Quem sabe, como sempre, eu leia isso depois de 3 anos e ache graça. Espero que o pensamento seja “ai que bobeira amanda kkkk”. Tomara!
Sábado agora eu fiz 26 anos. VOCÊ ACREDITA? Lembra quando eu falava que não queria jamais passar dos 16? Pois é, não só passei como já faz uma década, mas do jeito que tenho bebido e fumado, talvez não chegue aos 36, mas isso é um detalhe.
Tem uns bagulho acontecendo, real. E eu vou tentar ao máximo colocar isso em palavras. Você se lembra do Rafael? Ele foi a razão de eu criar esse negócio e ter feito tantos textos depressivos. Você se lembra do quanto eu me senti mal, 10 anos atrás, sobre tudo isso? Eu me lembro muito bem. Me lembro de rolar o MSN e não ter ninguém online porque ele me fez deletar todo mundo. Até hoje meu irmão não acredita muito em mim, depois que fugi de casa umas 5x pra encontrar com ele e sumir por uma semana. Eu lembro muito muito bem de apoiar minha cabeça na janela do ônibus e chorar sem parar durante as 3 horas e meia que durava o caminho São Paulo -> São Carlos. Lembro de me sentir no fundo do poço, de me olhar no espelho e não saber quem eu era ou o que eu queria. Pois bem, 10 anos se passaram e acho eu que ainda carrego marcas desse tempo. Isso que dá namorar com 15 anos. Nunca dá certo. NUNCA. De qualquer forma, eu sou muito grata por tudo que vivemos, com certeza somos pessoas diferentes hoje. Tenho certeza de que se eu trombar com ele na rua de novo, mesmo depois de 10 anos, minhas pernas ainda vão tremer, meu coração ainda vai acelerar, minha respiração ainda vai fugir do meu pulmão e o mundo vai ficar com uma névoa blur. Isso, com certeza, jamais vai mudar. E isso é até que fofo, sabe? Ele ainda é a lembrança de uma paixão louca adolescente. Um sentimento bizarro, irrazoável, forte e perigoso. E é exatamente desse sentimento que eu tenho fugido nos últimos 10 anos. Não, não é o sentimento por ele kkkk mas sim a lembrança desse sentimento. Tenho certeza de que nunca mais eu vou me sentir desse jeito e isso também é bom.
De lá pra cá, tomei decisões na minha vida que fossem fáceis e me custassem o menor esforço psicológico possível. Os últimos 10 anos passaram como se pouca coisa tivesse acontecido. Até que tiveram dramas, mas eu nunca mais me perdi. Eu nunca mais coloquei algo acima de mim, minhas escolhas sempre foram pensando em mim e somente em mim. Por mais que eu tentasse enganar quem estava ao meu lado, tudo sempre foi por mim. Sempre. Eu fujo bem rápido daquela lembrança de sangue na boca e QUALQUER COISA que me faça se quer lembrar disso, é descartada na hora. SEM PENSAR DUAS VEZES. E é assim que tenho vivido. Todas as minhas escolhas me levam pro caminho mais fácil.
Você se lembra dos outros? De como tudo foi tranquilo e fácil? Se lembra de que eu derramei uma lagriminha ou outra e segui minha vida? Pois é, eu segui mesmo. E olha, eu nunca olhei pra trás e nunca me arrependi de nada. Foi tudo muito natural, fácil, leve.
É nessa situação que eu me encontro. Nos últimos 5 anos, nada de muito novo aconteceu nesse quesito. Nos últimos 5 anos, eu tenho sido um motivo pra fazer alguém sorrir. Eu tenho vivido bem. Acordo de manhã, tomo um café e penso no que eu quero fazer com a minha vida, e só. No último 1 ano e meio eu quase não me desgastei. Umas bobeira ou outra, mas tudo permanece o mesmo. Eu tô sentada no sofá e tô olhando a quantidade de cacareco que tem na minha sala. Eu comprei um monte de bugiganga inútil, mas todas elas fazem eu me sentir em casa. Tem um cachorrinho muito fofo aqui deitado do meu lado. As contas estão pagas e eu tenho até uma air fryer nova, olha só. Mais importante que isso tudo, é que eu sou tratada como uma princesa. “humm, acho que eu queria uma panqueca” e tcharã, toma aí sua panqueca. “humm, eu sempre quis conhecer essa cidade” tcharã, olha aí a passagem comprada. É copo d’agua, é carinho, passeios, presentes, desejos realizados. Nenhuma lágrima derrubada, nenhum mal entendido, nada. Absolutamente nada. Nenhuma lembrança com gosto de sangue. Aqui do meu ângulo de visão eu também vejo a foto do casamento dos meus pais. Coletando lembranças da minha infância, eu acho que a vida deles também era essa, nenhuma lembrança com gosto de sangue. Tudo muito tranquilo e a julgar pelo sentimento que eles tinham um pelo outro, eu acho que eu to no caminho certo. Será? Acho que sim. Eu já perdi tanta coisa, já sofri tanto e tive que aprender do pior jeito possível a me virar sozinha. Tudo isso culminou para que eu estivesse aqui, nesse maravilhoso mundo de contos de fada. Eu morro de medo de perder coisas. Eu morro de medo de sofrer. Muito mesmo. Eu tenho pavor de pensar em brigas. Muito medo de acordar de novo no chão do banheiro sem conseguir me mexer. De qualquer maneira, esse mundinho lindo que eu vivo tá desmoronando. E a culpa é totalmente minha.
Eu lembro a primeira vez que eu te vi. Você usava uma camisa azul escura (ou era clara?) e eu acho que tinham desenhos de âncora nela (apesar de que eu acho que você jamais usaria uma camisa dessas), uma calça jeans meio surrada e um vans desbotado. Uma aparência meio desleixada, conversava muito perto e sempre encostava a mão pra falar, naquele momento eu achei até que era invasivo demais. Tinha uma língua meio presa, que incômodo quando você abria a boca, puta merda. O tempo foi passando e nada de muito importante aconteceu, tudo exatamente igual no meu mundo perfeito. Mas uma coisa eu não posso negar, você coloca um sorriso verdadeiro no meu rosto. Uma dor de barriga de tanto rir. Minhas bochechas ficam cansadas. Quando eu te vejo, eu vejo vida. Eu vejo energia. Ao mesmo tempo, eu vejo tristeza, insegurança, medo. Quando você chega, eu já sinto sem nem ver. Até o cheiro no ar muda, é uma mistura de perfume com pomada de psoriase inconfundível, mas, além disso, é você. Fazia muito tempo que eu não conhecia alguém como você, muito mesmo. Talvez eu nem tenha conhecido antes. Você é uma mistura de um milhão de coisas, boas e más, mas que me chamam muita atenção. Minha e de mais um milhão de pessoas, tenho certeza. Eu nem sei o que eu sinto por você, nem sei se isso é bom ou ruim. Não faço ideia do que isso desperta em mim, não sei nem se é carnal. Na realidade acho que não é. Quando eu te vejo, meu dia fica feliz. Quando você abre a boca, meu mundo enche de alegria. Eu até fico preocupada, mas acho graça quando você reclama o tempo todo. Eu acho um charme quando você aperta os olhos e a boca, e aí arruma o óculos e cutuca o nariz. Também adoro quando você tenta arrumar o pouco que resta de cabelo, as meias engraçadas de R$12, a variedade imensa de camiseta preta gasta, como você é apaixonado por carros (algo que eu acho fascinante, porque eu não tenho nada que goste tanto assim) e, principalmente, adoro que você SEMPRE está mordendo alguma coisa. Eu não sei em que momento tudo isso aconteceu, foi bem antes de março de 2019, e eu acho que nem em palavras eu consigo quantificar ou expressar. Eu nem sei se eu gosto de você, mas eu queria saber. O que eu mais queria, mesmo, era acordar num domingo de manhã, ter que fazer as minhas próprias panquecas e entender como o mundo te trata. Queria saber qual o seu maior medo, a sua maior vontade, o que você quer ser quando crescer. Queria ouvir todas as suas histórias de criança e como a sua mãe te fodeu nesse processo todo. Eu te encheria de massagem nas costas, bolo de chocolate (você gosta de bolo de chocolate? queria saber, mas acho que meu bolo de cenoura é melhor, mas também não sei se você gosta) e cafuné. Por que? Não sei. Queria saber. Queria te conhecer de verdade. Se eu pudesse, todo dia eu cozinharia um frango com um tempero diferente, só pra te ouvir falar. Passaria a madrugada no sofá assistindo vídeos sem sentido. Daria um rolê de carro num domingo a tarde, mesmo que seja em uma velocidade que eu acho absurda. Eu viajaria 3h da manhã em uma moto, sem destino. Colocaria um chinelo e uma calcinha na mala e iria, onde fosse. A razão nisso tudo não existe e acho que nunca vou saber.
Acho que meu olho encheu de lágrima. Tive que limpar aqui e acabei de perceber que eu continuo na minha casa. No meu maravilhoso, calmo, tranquilo e seguro castelinho, e provavelmente eu vou continuar aqui, enquanto você conta seus problemas pra outra pessoa.
Mas só de ouvir a sua voz eu já me sinto bem Mas se é difícil pra você tudo bem Muita gente se diverte com o que tem
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Lembra o que eu te disse no MSN ?
Hoje felizmente ou infelizmente sonhei contigo e acabei lembrando da nossa história, e talvez porque tenha bebido algo diferente - cerveja já não me deixa mais sequer tonto, é como se fosse um posso sem fundo para mim - hoje, era gin com Schweppes limão, e algumas rodelas de limão - talvez 2 ou 3 -, para deixar o sabor ainda melhor, e acabei passando dos limites, não que esteja bêbado ou algo do tipo, pois nunca fiquei e acho que nunca vou ficar - conheço os meus limites, ainda bem, não é mesmo ? - mas confesso que estou um pouco tonto, talvez por ser algo que não esteja tão acostumado a beber.
Mas retornando ao assunto, o sonho foi tão legal, ainda te tinha ao meu lado, a gente sorria e brincava como a um tempo atrás, riamos, nos divertíamos, teus problemas eram meus, e os meus eram teus, e de uma forma ou de outra, sempre eram solucionados. Eramos adolescentes - ou pré, nunca consegui entender de verdade a idade que separa essa etapa da vida - e tudo no final era motivo de brincadeiras e risadas, era gostoso de demais, quem diria que eu consegui conquistar a tua amizade, logo eu, não é mesmo ? O cara que apesar de não ser tímido falava pouco com quem não pertencia ao seu circulo de amizade - e sou assim até hoje - mas depois que se tinha um vínculo se notava que era a pessoa mais tagarela do mundo - sim, sou assim -.
E a maneira que nos conhecemos, foi de uma maneira bem estranha/diferente/bizarra, de fato que foi. Em certa despedida entre colegas no ensino fundamental, na saída colégio após um dia cansativo de aula - eu não sabia que o significado real de cansativo naquela época hahaha - , tu era amiga de uma amiga minha, e se despediu dela, e logo me deu tchau talvez por educação ou algo do tipo, me dizendo “tchau parede” - e confesso que me senti surpreso pois não esperava uma despedida - com aquela maneira sarcástica e brincalhona, pra quele cara que estava ali em silêncio a companhia quentinha todos os dias para voltar para casa. E foi assim que tudo começou.
Foste minha melhor amiga por alguns anos, te conquistei, eramos como sola e sapato, um completava o outro, até nos momentos que tinha outro cara na jogada - eu não tinha menina/ficante/namoradinha, porque até hoje sou bem inocente referente a isso, não consigo ver quem está “a fim” de mim, por mais que isso esteja na cara, minha ingenuidade consegue ser maior, e não é falta de alto estima da minha pessoa, de verdade que não é, e também não sentia ciúmes algum, enfim éramos amigos, não, éramos melhores amigos, e o que eu me importava era com a tua felicidade - te encobria, e lhe dizia “vai lá dar uns beijos nele, que se perguntarem por ti invento uma desculpa qualquer”, pois é, eramos tão ligados que as pessoas vinham até mim para perguntar de ti, e eu sabia exatamente onde tu estava, e conseguia inventar qualquer coisa na hora para disfarçar tua ausência. O tempo passou e nossa amizade se consolidava cada vez mais, eramos tão felizes assim, até que acabei conquistando o teu coração sendo simplesmente teu amigo, tu já havia conquistado o meu, mas ainda assim por minha ingenuidade nunca iria te falar algo, com medo de te ofender e ouvir um “não”, pois sempre quis te ter do meu lado, gostava do teu abraço, da tua risada, do teu sorriso, das nossas conversas, enfim, antes de ter como uma amiga, do que te perder por um erro meu, não é mesmo ?
Mas te conquistei, do meu jeito, sendo quem eu sou, prometi sempre te cuidar, e enquanto tu esteve do meu lado te cuidei, e mesmo quando não estava presente, sempre demonstrei preocupação (era o mínimo que um amigo como eu poderia fazer), e acho que tu começou a gostar de mim - não que já não gostasse, porém de uma forma diferente - fomos no cinema juntos com outros “amigos”, e não tínhamos um filme definido para assistir, porém me lembro como se fosse hoje, na hora escolhemos “Se Beber Não Case”, nem conhecíamos o filme direito, e talvez não soubesse que seria um filme tão engraçado, que fosse ter mais duas partes alguns anos mais pra frente - porém o primeiro continua sendo o meu favorito -, ai já se ia mais ou menos um pouco mais de um ano e meio de amizade, e muitas coisas acontecendo em nossas vidas, porém eu não tinha ninguém, na verdade nunca liguei muito em ter uma pessoa pra dar uns beijos, e dizer que amava (por mais que para amores adolescentes essa palavra não tenha um significado muito forte, eu sempre soube que não dizer “eu te amo” aos quatro ventos era algo simplesmente fútil e ilusório, para dizer “te amo” é porque tem que entender a palavra “amor”, e saber que ele seja real), sou assim até hoje - na minha cabeça tem que ser verdadeiro e intenso, do contrário não se vale a pena ter um relacionamento, talvez seja por isso que eu demore para ficar com alguém - e naquele cinema foi a primeira vez que notei que tu sentia algo por mim, prestava atenção mais em mim do que filme, até a mão me deu enquanto estávamos sentados dando boa risadas - fiquei realmente espantado, confesso que não esperava tal ação, ainda mais vindo de ti -.
A semana passou, conversamos pelo MSN na época, tu era a única conversa que eu parava o que estava fazendo para responder - o mundo podia estar acabando, tu chamava, eu parava o que estava fazendo para responder da maneira mais rápida possível - e ficávamos durante horas conversando, era MUITO bom, foi quando tu disse que era inevitável, que nossa amizade já era mais que amizade, e que estava a fim de mim - eu muito sem jeito fiquei sem respostas, eramos melhores amigos, a cerca de 1 ano e meio, como minha melhor amiga estava afim de me beijar, de ficar comigo ? Mesmo que eu quisesse isso, nunca havia dito, ou esboçado algo referente - fiquei sem respostas por alguns minutos , porém nervoso digitei: “isso não pode acontecer, vai ser um passo pra eu te perder”, e tu respondeu da seguinte forma: “ou é isso, ou a gente tem que se distanciar” eu muito sucinto disse: “é melhor a distância, pois quero te ter do meu lado pelo resto da minha vida”, tua resposta foi um simples e seco “ta, ok” e veio aquele silêncio, apertei esc e fechei a conversa - não estava acreditando, fiquei nervoso -. Se passaram cerca de 10 ou talvez 15 minutos, tu me chama e diz: “eu não consigo, por favor vamos tentar”, foi ai que exitei. Embora não ligar muita pra beleza, te achava - e ainda acho - linda, inteligente, divertida, era algo que apesar de saber dos riscos eu também queria, no dia seguinte, tentei manter o máximo de distância de ti durante o recreio da escola - era algo realmente difícil pra mim, e acredito que pra ti também, todos os recreios eram ao teu lado, muitas vezes dando risada, outras falando dos problemas, e algumas raras vezes em silêncio, era muito raro mesmo, mas tinha dias que não estávamos afim de conversar, e mesmo assim conseguíamos entender isso só se olhando, e sequer nunca um abandonou o outro - e no meio daquela tarde, final de recreio tu veio em minha direção, sem falar nada, e simplesmente me beijou - não foi meu primeiro beijo, porém foi algo simplesmente fantástico - e logo em seguida nos abraçamos - teus abraços eram demais, eu como homem me sentia protegido, e talvez nunca te disse isso, mas se via que era verdadeiro e seguro - acabei não entrando na aula, e indo para direção, pois cheguei atrasado para o período de física, e a professora, não aceitava sequer 1 minuto de atraso (embora ela pudesse se atrasar, pois tinha que terminar seu café e seu cigarro antes de sair da sala dos professores, porém não julgo, hoje eu sei o verdadeiro valor que se tem um café preto com um cigarrinho, e eu também me atrasaria hahaha), acabei indo pra direção por matar aula, mas eu não estava nem ligando, ainda estava delirando em saber que tinha te beijado, e recebido o melhor abraço do mundo.
O tempo passou, no inicio era tudo muito bom, tudo muito novo, eu contava o tempo para o recreio e para que a aula chegasse ao final, pois saberia que iria te ver e poder novamente te dar um beijo, e morrer com o teu abraço (e de verdade que era muito bom) , fora que nos finais de semana nós nos víamos sempre. Além de ficantes, continuávamos sendo melhores amigos, a intensidade da nossa amizade era a mesma se não maior (do inicio ao fim foi algo muito forte e verdadeiro), e te tinha como uma “quase namorada”, foram quase 4 anos assim, mas porém eu relaxei. Sempre foi verdadeiro, e embora sempre soubesse que o teu “eu te amo” fosse tão verdadeiro quanto o meu, sabia que em parte da tua cabeça ainda tinha outra pessoa, um outro cara que nunca gostou de ti, porém tu ainda gostava dele, na verdade sempre gostou. Com o tempo acabei caindo em uma zona de conforto, relaxei, é falhei, abri mão do meu tempo contigo, para ficar com os meus “amigos” - e tu sempre me disse que aquelas amizades não levariam a vida toda, realmente tu estava certa, não levaram. - (assim como eu te contava tudo, tu também me contava tudo, não tínhamos segredos), e acabei te deixando de lado para ir ficar com os “amigões”.
Porém nunca fiz nada com a intensão de te magoar, apesar de ter relaxado, continuava te vendo como minha melhor amigo e minha “quase namorada” e nunca te traí, ou te substituí - tu era única -, e tu sempre me deu liberdade apesar de ser muito ciumenta, sempre me deu liberdade, porque sabia quem eu era, e confiava em mim, assim como eu confiava em ti. Sabíamos tudo um do outro, eu inclusive das tuas “paixões” passadas - já eu como não nunca havia me apaixonado por ninguém a não ser ti, não tinha ninguém em minhas lembranças, e tu sabia disso -, e apesar de acreditar quando tu me dizia “eu te amo”, porque de fato era amor - amor adolescente, mas era amor, e tu sabia o significado dessa palavra tanto quanto eu -, eu sabia que no fundo da tua memória tu me amava de verdade, porém amar não quer dizer gostar, e que tu gostava de outro - isso eu sabia mesmo, mas não digo que eu era teu passatempo, porque eu não era -, e que a medida que eu fosse relaxando, te perdendo, aquele que tu gostava, estaria lá - até porque ele também não gostava de mim, pra ele tu era algo que iria me afetar, e pra mim tu era tudo, e eu falhei em ter dado prioridade aos amigos, enquanto tu, a melhor pessoa que eu tinha do meu lado, deveria ser a minha prioridade - e assim eu te perdi.
Como eu havia dito antes daquele primeiro beijo, sou leal a ti, porém a gente ficando, seria muito mais fácil eu te perder, por causa das minhas futilidades, e te faltei com atenção, te deixei de lado, enquanto tu queria só ficar comigo, vendo um filme em dias chuva, dando uma volta no parque em dias de sol, contando piadas, ou até mesmo silêncio, eu estava por ai pela cidade com os falsos amigos, bebendo e indo a jogos de futebol. E nesse meio tempo, te perdi de vez, tu acabou indo pra quele, que nunca te escutou, que nunca gostou de ti, que nunca sequer ligou pra ti, que nunca te deu atenção, porém no momento certo ele estava lá pra te dar tudo isso, enquanto eu não estava, por mais que pra ele tu pouco importasse, enfim um tu amava, e outro tu gostava, quem te amou por todo esse tempo, tem faltou com atenção, e quem tu gostou todo esse tempo, te deu um pequeno período de atenção, foi assim que o melhor amigo amado, foi substituído pelo que jamais foi amigo, porém gostado/desejado mas que nunca te amou.
Foi assim que aconteceu aquilo que eu te disse no MSN, no inicio de tudo, pois é, acabara de te perder, e detalhe, o principal causador dessa perca foi eu mesmo, tu queria, alguém que companheiro, atencioso, parceiro, amigo, eu fui tudo isso por muito tempo, depois acabei relaxando. E assim terminamos, eu preferi ir com os falsos amigos, e tu ficar com o falso amor. - Ambos sabíamos disso -
Porém era difícil pra nós no inicio do fim, pois nos víamos todos os dias, era o mesmo circulo de pessoas, eu nunca te abandonei pra te falar a verdade, sempre quis seguir sendo o teu melhor amigo, e juro que tentei, o termino daquele “quase namoro”, pra mim era a continuidade da nossa amizade - é meio idiota isso no ponto de vista de um homem, que acabou de perder a pessoa que mais amava/gostava pra um “mané”, mas ainda queria te ter ao meu lado, continuava te amando -, porém estava ferido, assim como tu também estava, até tentamos depois, porém relutei, e fui orgulhoso demais - tu também é era ou é -, tu tentou de verdade que tentou, porém eu fui cabeça dura e não cedi, realmente apesar de não demonstrar, estava machucado/magoado/triste, por ter sido traído, por ter sido trocado. E outra vez tornei a falhar, talvez se eu cedesse nós estaríamos rindo de tudo isso hoje, e cada um celebrando a vitória e conquista de cada um - nisso nós eramos realmente bons -.
Hoje tenho poucos amigos, - até conseguiria contar -, mas sei que tenho os melhores - nisso eu te escutei, pois foi algo que tu sempre me avisou - , contigo aprendi a conquistar e a ser conquistado - sim eu te conquistei, e tu me conquistou - , que aqueles que são passagem, devem simplesmente passar, pude aprender contigo também, a dar valor as melhores coisas que vida possa dar - tu foi uma das melhores coisas que a vida me deu, como disse anteriormente, eramos sola e sapato, nunca que imaginei que minha melhor amiga, fosse se tornar alguém que eu iria me apaixonar - aprendi a ser leal, aprendi a ser verdadeiro. Hoje sou muito mais intenso, e menos orgulhoso, - sobre ser intenso, hoje digo o que eu sinto de verdade, indiferente se irá haver tristeza ou alegria, e isso não é sobre simplesmente ser sincero -, aprendi a ser verdadeiro comigo mesmo, aprendi a falar e mostrar o que eu realmente sinto, sem ter vergonha do que os outros irão pensar - foi algo que aprendi com o passar do tempo, ainda mais com essa sociedade tão egoísta e hipócrita que vivemos hoje em dia - dizer aquilo que sente, de maneira plena e sincera, é algo que todos deveriam fazer, isso tudo aprendi contigo. Graças a ti me transformei um homem melhor, em uma pessoa melhor.
Hoje sonhei contigo, e te digo que não sinto falta dos seus beijos - não que não fossem bons, porque eram ótimos e únicos - mas foi o primeiro passo pra que eu não te tivesse mais ao meu lado, mas de repente se eu não tivesse te beijado à uns 7 anos atrás, talvez HOJE tu ainda estaria ao meu lado, como minha melhor amiga, eu ainda teria teu sorriso, teus abraços, teu olhar, e até o teu silêncio junto de mim, e se tu tivesse me escutado naquela conversa do MSN, eu não estaria aqui escrevendo que hoje eu sinto saudades.
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Oi oi gente! Capítulo dois postadíssimo, como prometido. Vocês podem ler o primeiro aqui ou no próprio tumblr da história. Espero que gostem!
CAPÍTULO 2
E nós saímos a pé, sem avisar o meu pai, sem dizer que estávamos vivos, sem verificar se ele estava bem.
Da última vez que eu apareci na casa de Done, foi uma catástrofe. Mas não estávamos mais namorando e eu não estava indo sozinha. O que poderia dar errado?
Eu carregava o único par de sandálias que minha mãe havia esquecido para trás. Não havia carta para mim. Mas a verdade é que sim, eu encontrara algo entre os meus sapatos. Vesti um vestido repleto de lantejoulas pretas na altura da coxa e por uma noite, apenas naquela noite, eu tiraria os saltos finos da bolsa e veria como era ser como ela.
A Casa Número 1 do Done ficava perto da minha e, por isso, fomos andando. Era uma construção branca de dois andares em frente a um gramado adorável. Simples, se comparada à Casa Número 2.
A Número 2 era enorme, próxima aos limites da cidade e era para onde ele ia com a família nos feriados e fins de semana. As festas na Casa Número 2 eram incríveis porque ela ficava às margens do Oceano Atlântico. Done decorava o píer com luzes pisca-pisca e todos se jogavam na água ou simplesmente não faziam nada, recostados nas lanchas dos vizinhos, ancoradas por ali. A festa só terminava quando um deles percebia a confusão e resolvia ligar para a polícia.
Toquei a campainha da Casa Número 1, tentando identificar a música que vinha de dentro. Porém, dezenas de vozes se amontoavam sobre o som, tornando isso impossível. Done abriu a porta, rindo para alguém dentro da casa, com uma lata de cerveja aberta em uma mão e uma bacia cheia de Doritos na outra. Seu sorriso se desmanchou ao me ver diante de si.
“Oi.” Eu disse a ele.
“Oi.” Ele disse a mim. Suguei o canto do lábio.
“Eu não queria deixá-lo esperando hoje, no colégio. Houve um imprevisto.” Apertei a mão de meu irmão ao pronunciar a última palavra. O anfitrião olhou torto para nossas mãos e me apressei em completar: “Este é Caribe, meu irmão. Você já o viu, acho. Lá em casa? Nós, hum, podemos entrar?”
O garoto permaneceu petrificado por alguns segundos, a aparência meio chocada, as sobrancelhas unidas e um pouco de cerveja pingando da mão esquerda. Ele olhou para o rosto de Caribe como se percebesse pela primeira vez que ele era uma pessoa, e não um chaveiro gigante pendurado na minha bolsa ou um gnomo de jardim que havia sido arrastado até a entrada. Então, como se finalmente assimilasse minhas palavras, sorriu o sorriso que sorria para as garotas.
“Ah, claro! Caribe. Entrem, por favor!” Cérebro pequeno, me lembrei, enquanto ele largava os Doritos no colo de um garoto sentado no fatídico “sofá da Jennifer”, apertava a mão de Caribe e, com o braço em torno de meu pescoço, me conduzia casa adentro.
Cerca de uma dúzia de adolescentes se empoleirava na bancada da cozinha, o que era genuinamente perigoso. Eu podia prever o final trágico do calouro sentado na ponta da mesa de pedra.
Havia dezenas balões vermelhos de gás hélio flutuando na sala de estar e o objetivo de metade das pessoas que estavam lá era estourar cada um deles, jogando para cima talheres prateados de todas as formas e tamanhos.
Novamente, isso não me parecia nada seguro. Eu não me importava com essas coisas quando eu estava sozinha. Mas Caribe estava bem ali comigo, e eu não conseguia evitar o enorme desejo de protegê-lo.
“Tem cerveja na geladeira e um barril no segundo andar. Uns caras estão jogando pôquer no banheiro de baixo e, até agora, só um quarto foi ocupado. A casa tem sete; estão à sua disposição.” Ele piscou para o meu irmão, que sorriu por educação, meio contrariado. “Um pessoal está fumando no porão. Caribe, você fuma?”
"Hum, não.” Respondeu.
"Ei, Noah!” Done gritou para um de nossos amigos, que estava escorado contra a geladeira. Quando Noah olhou para nós, Done lançou sua lata aberta para ele, que se assustou e a pegou no ar desajeitadamente, deixando sua camiseta encharcada.
“Porra, Done!” Ele reclamou, mas acabou rindo e virando o resto na boca.
Nós três fomos até ele e o resto dos nossos amigos, ao redor da mesa da cozinha. No fim dessas festas, quando a maior parte das pessoas já tinha ido embora, nós costumávamos jogar Twister de Roupa Íntima sobre esses mesmos azulejos alaranjados. Eu não curtia muito o jogo, mas brincava de vez em quando, quando namorava Done. Eu ficava de sutiã e deixava ele se divertir um pouco antes de perder de propósito quando Noah chegava perto demais do meu corpo.
Apresentei Caribe, que apenas acenou com a cabeça.
“Ele é do nosso ano?” Perguntou Noah, cujo cabelo loiro raspado há algumas semanas começava a crescer. Shelby, com quem namorava desde que eu podia me lembrar, vestia uma camiseta justa que terminava acima do umbigo e insistia em se agarrar no seu ombro como um chimpanzé.
Estreitei os olhos e percebi que ela usava a blusa horrível que minha mãe me deu uma semana após o meu aniversário, na tentativa de se desculpar por ter esquecido. Eu não tinha interesse em ficar com ela, então a levei até a casa de Shelby, que usou a tesoura da cozinha para cortar a estampa feia da bainha e transformá-la em um cropped. Era exatamente na área cortada, que expunha a pele clara de Shelby, que Noah posicionava os dedos.
Noah não era uma pessoa muito legal. A única coisa sobre a qual ele falava era esportes, assunto no qual eu sempre fui leiga. Shelby e eu éramos amigas há muito tempo, e uma das razões pelas quais comecei a namorar Done é porque ela ficou radiante quando comecei a ficar com o melhor amigo do seu namorado.
“Nós somos gêmeos.” Gritei de volta para Noah, afastando os meus pensamentos. Noah ergueu as sobrancelhas para Avedis, um garoto cuja pele escura da testa se deformava em rugas, em resposta.
“Eu nunca o vi.” Ele falou em sua voz ainda mais grave que a de Done. Dei de ombros. Shelby soltou Noah e me puxou para o canto da cozinha.
"Pensei que estivesse evitando Donovan.”
Olhei para ele, de relance. Done abria mais uma lata de cerveja, já que derramou a sua no amigo.
“Eu estou.”
"Então por que veio até a casa dele?”
Soltei um suspiro.
"Problemas com a minha mãe. Preciso ficar bêbada.”
Por um minuto, seus olhos assumiram um brilho preocupado, mas então ergueu uma das sobrancelhas bem feitas e me entregou sua própria bebida.
"Veio ao lugar certo.”
"Vocês são gêmeos idênticos?” Noah continuou, depois que Shelby voltou a se pendurar em seu pescoço.
"Querido, é impossível ser idêntico a uma pessoa do sexo oposto ao seu.” Shelby disse, a voz melosa.
Os outros caíram em gargalhadas e forcei uma risadinha, olhando para os lados com atenção. Queria sair dali, mas nenhum outro grupo me chamava a atenção. Talvez algo interessante estivesse acontecendo do lado de fora.
“Tome cuidado.” Sussurrei para Caribe, quando Done colocou o primeiro copo plástico em suas mãos.
“Com o álcool?” Não gostei de seu tom satírico, mas resolvi ignorar.
“Com tudo. É uma festa do Ensino Médio. Há garotos que podem quebrar os seus dentes e garotas que podem quebrar seu coração.”
Comecei a me afastar, mas Caribe me segurou pelo pulso.
"Allie.” Ele chamou e, por um momento, vi em seus olhos um monte de dor. “Como você pode não estar completamente devastada?”
A pergunta me deixou meio atordoada. Por que ele pensaria isso?
“Eu estou.” Murmurei, mas a afirmação soou mais como uma pergunta.
"Não, não está. Você está chateada. Só isso. Como?”
Respirei fundo.
"Caribe, você vem alimentando uma imagem da mamãe como um ser humano perfeito. Quando ela foi embora, provou a você o contrário. E eu sempre a vi como uma pessoa que ia me decepcionar então acho que, quando isso aconteceu, ela estava simplesmente comprovando uma teoria já existente na minha cabeça, entende?”
Ele demorou a responder, como se tudo fosse muito complicado.
"Você faz isso com todo mundo? Olha para as pessoas e vê o pior?”
"Quase todo mundo.” Abri um sorriso amarelo. “Em você, eu nunca vejo coisas ruins.”
Apertei sua mão antes de soltá-la.
Havia pessoas na piscina. Como pareciam menos barulhentas do que as do lado de dentro, caminhei até o lado de fora. E então, a música ficou alta demais. Eu estava ao ar livre, pois sentia a chuva, havia perdido Caribe de vista e bebido o bastante para ficar zonza ao olhar na multidão a sua procura.
A próxima coisa da qual me lembro é do beijo.
Seus lábios eram frios como se o garoto fosse desoxigenado, um espécime de hipóxia humana cujas mãos feitas de água me seguravam com uma firmeza encantadora; a correnteza forte saturada em oxigênio dissolvido.
Qual era mesmo seu nome? Leonard, Liam, Landon? O nome garoto de gelo certamente começava com “L”. É claro que o toque gélido poderia também ser um mero resultado da chuva grossa que encharcava meus cabelos, mas eu gostava de acreditar que era algo maior. Talvez fosse. Eu sempre subestimei todas as coisas.
Sorri sob o rosto de “L”, o garoto de gelo. Quando eu era criança, costumava amar o fato de que, quando molhados, meus fios loiros atingiam um ruivo semelhante ao da Pequena Sereia. Era como se, por aquele momento em que meus olhos estavam fechados e o frio me abraçava acolhedoramente, eu tivesse todo um oceano só para mim.
O garoto de gelo passou a mão pelas minhas costas e me puxou para mais perto. Não sei se ele havia percebido que estávamos embaixo de uma tempestade, enquanto o beijo álgido se tornava cada vez mais feroz.
A minha vida parecia se personificar em uma balança, equilibrando o ‘certo’ e o ‘errado’. Ou os desequilibrando. A questão é que, por alguma razão, o lado ‘errado’ sempre pesava mais. Eu tomava as escolhas erradas, beijava os garotos errados, seguia os caminhos errados e, por causa ou consequência, todas as coisas sempre davam errado.
Mas quando as coisas davam certo, eu acabava com o cabelo ruivo debaixo das gotas de uma chuva extraordinária, afinal, após meses de sol ardente. Com certa frequência, quando as coisas davam certo para mim, talvez eu terminasse me agarrando com um desconhecido de quem nem o nome eu conseguia me lembrar além da primeira letra. Mas lá estava eu. Lá estava a chuva. Lá estava “L”. E eu devia saber que havia algo errado porque, bem, as coisas não estavam dando certo para mim.
“Não me deixe enlouquecer.” Supliquei a “L” em segredo, e foram as últimas palavras que proferi antes do meu mundo desabar.
Foi Avedis quem me trouxe de volta. Ele tocou o meu ombro gentil e timidamente, desconfortável pela missão à qual foi incumbido.
“Allie.” Ele chamou. Meus lábios pararam de se mover. Eu mal podia respirar tão perto da face de “L”. Ou enxergar. Ou qualquer coisa. “Australia, houve um acidente.”
Olhei para ele, não me preocupando em reparar no rosto do garoto de gelo. O que poderia ter acontecido? Alguém teve uma overdose? Encontraram um corpo na piscina? A chuva inundou a casa por um buraco no teto?
Mas um toque de particularidade em seu olhar descartou todas as outras opções. Done havia se machucado? O que isso tinha a ver comigo? Ele estava bebendo pra caramba, mas havia colocado um fim na época em que eu me importava com a sua saúde quando me traiu nessa mesma casa, e eu acho que Avedis sabia disso. Então, que diabos estava acontecendo?
De repente, me lembrei de que não havia ido sozinha. “Eu vim com Caribe”. Caribe.
O simples pensamento de que algo ruim pudesse ter acontecido com meu irmão me deixou tonta. Não podia ser. Ele não sofria acidentes. Até mesmo seus erros pareciam propositais.
E, bem, era Caribe. Ele ficava em casa e trocava mensagens de texto com Samantha ou assistia a filmes de terror de péssima qualidade com o meu pai.
Mas, ainda que eu tivesse uma enciclopédia de motivos para Caribe não estar presente no acidente, Avedis me puxou por entre o formigueiro humano com pressa. Queria perguntar o que estava havendo, mas não tinha força, não tinha voz, não tinha coragem.
Aparentemente, ele e o meu irmão conversavam com uns caras do time de futebol quando “Caribe enlouqueceu”. Ele disse que ia ao banheiro, mas seguiu em direção ao barril de cerveja. Avedis achou esquisito.
Ele havia bebido de um barril.
Deus, o que foi que eu fiz?
Alcancei a ambulância estacionada diante do jardim apenas a tempo de ver seus tênis novos desamarrados desaparecendo dentro do veículo.
Era a primeira vez que ele os usava, ainda que houvesse ganhado de presente da vovó no nosso aniversário.
Eram tênis incríveis, azuis e de cadarços de poliéster firmes e impecáveis. Eram tênis incríveis que Caribe nunca usou, temendo sujá-los de terra. Eram como o maior adesivo daquelas cartelas que vêm no caderno de espiral da Barbie, no Jardim de Infância. Você espera uma ocasião especial para usá-lo mas, como essa ocasião nunca chega, você cresce, perde o interesse e o joga fora.
Mas os tênis estavam bem ali. Frouxos em seus pés; talvez dois tamanhos a mais do que ele usava e quase caindo para fora do carro.
Um homem negro usando óculos retangulares bateu a porta da traseira do veículo e se virou para mim. Encarei, horrorizada, sua expressão tranquila, notando o guarda pó branco sobre a camisa social, o aparelho de pressão na mão direita e o crachá em algum ponto da roupa. Tentei ler seu nome, mas minha visão estava embaçada. A letra não contribuía. Parecia escrito à mão, em letras cursivas traçadas por canetinha amarela.
“É ela.” Avedis falou. Suas palavras soavam secas, vazias; como se ele me entregasse para a polícia por assassinato à sangue frio.
“O que está acontecendo?”
Foi tudo o que minha voz estrangulada de quem já sabe a resposta conseguiu balbuciar. O homem apenas me olhou de cima a baixo e, por um momento terrível, pensei que não diria nada, confirmando as minhas suspeitas: ele estava morto. Havia tido um ataque, uma aneurisma, um curto circuito, qualquer coisa. Minha mãe o matou.
Não, não, não. Eu o matei. O meu irmão. Meu irmãozinho, ainda que fosse mais velho. Cinquenta minutos mais velho. Os médicos chegaram a imaginar que eu não iria nascer. Bem, eu nasci. Para a desgraça da vida de todos.
“Australia.” Disse, por fim. “Seu irmão tentou se matar.”
Todo o meu corpo parou de funcionar. Na minha cabeça, tudo ficou silencioso, como nas cenas pós-apocalípticas de filmes de ficção científica, nas quais não há ninguém vivo para produzir um ruído sequer.
Eu não podia respirar, eu não podia me mover, eu sequer podia chorar. Até mesmo as minhas glândulas lacrimais pareciam ter se autodestruído ou pegado fogo ou explodido como fogos de artifício. Pane no sistema, erro 404.
Tudo o que eu fiz foi piscar, completamente incapaz de pronunciar uma palavra.
Eu deveria ter percebido, não deveria? Ele é o meu irmão e eu deveria ter percebido que algo estava muito errado. Eu deveria ter evitado tudo isso, cuidado dele. Deveria ter percebido o quão ferido Caribe estava para tentar se matar.
Voltei a realidade quando o homem estendeu um telefone celular em frente dos meus olhos paralisados. O brilho súbito fez com que pontos pretos dançassem em meu campo de visão.
Estava em choque. O aparelho era de Caribe. Eu sabia pela foto de fundo que reluziu na tela. Eu estava lendo no sofá da sala, naquele dia, e ele assistia à televisão com a Samantha. Quando Caribe bateu a foto dos dois, eu apareci no fundo, confusa e incomodada pelo flash.
O desconhecido sacudiu a cabeça e, mexendo na lista de contatos do meu irmão, encontrou o número da minha mãe. Tomei o telefone de suas mãos.
“Ela não.” Balbuciei, digitando o telefone do meu pai com dificuldade.
Ele atendeu no quarto toque e, diante de sua voz exausta, concluí que eu o havia acordado. Não tenho certeza, mas acho que foi aí que eu comecei a chorar.
“Papai.” Proferi, entre os soluços que estavam por vir. “Eu sinto muito. Eu não queria que isso acontecesse.”
“Allie?” Perguntou, repentinamente desperto. “É você?”
“Desculpe, desculpe, desculpe. Eu não queria que ninguém se machucasse. Que ninguém se machucasse ainda mais… Eu não queria. Desculpa.”
O médico, vendo que o diálogo não daria em nada, tomou o aparelho dos meus dedos trêmulos, e deixei que fizesse isso. Eu ouvia tudo o que ele dizia, imaginando a expressão de meu pai ao ouvir, nas palavras do médico, como Caribe havia tirado um canivete do bolso e o apontado contra o próprio umbigo. Como ele ficou tão frustrado quando alguém tentou impedi-lo que acabou ferindo outra pessoa. Como o médico sugeria que ele fosse internado em um hospital psiquiátrico por pensamentos suicidas e ameaça a vida e bem-estar das pessoas ao seu redor.
“Ele está a caminho.”
Declarou o homem de guarda-pó, desligando o celular e o devolvendo a mim.
Então, fugi. Fugi como uma criança assustada. A verdade é que eu sempre fui excelente em fugir. Aquela não era a primeira vez, e não seria a última.
Praticamente atravessei o ombro de Done ao me esbarrar com o garoto no meio do corredor e disparei para fora da propriedade. Filtrei as palavras do homem e me dirigi ao Hospital Psiquiátrico St. Lawrence. Se eu corresse, poderia chegar lá antes da ambulância.
Corri como a personificação do monstro que eu era: infinita, infinitamente destruidora; infinitamente destruída.
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Drogas
Eu não sei nem explicar como começaram as minhas relações com as drogas. Nem como elas se desenvolveram em algo que eu não consigo explicar até hoje. Se me fazem bem ou se me fazem mal. Se eu quero elas na minha vida ou não. Mas preciso tentar organizar todos esses pensamentos que rodeiam esse tema em minha vida.
Eu não lembro exatamente a idade em que tudo isso começou. Mas começou com o álcool, por volta dos treze anos de idade. E eu sei que já então eu não tinha controle algum quando bebia. Nessa época, já cheguei a vomitar no carro do meu pai por ter bebido demais. Lembro de beber cachaça em botecos antes de ir pra aula. Eu sofria muito na escola, com bullying, entre outros, então fazia o possível pra não estar presente, mesmo estando lá.
A minha mãe foi a que primeiro percebeu que eu bebia com intuitos que iam além da recreação. Lembro de um momento em que ela me disse que eu precisava parar de beber quando não me sentia bem com algo. E é bem isso: eu uso o álcool como uma válvula de escape.
Sempre me pergunto se sou mesmo uma dependente química, como sou diagnosticada com essa doença. Mas muito frequentemente me vejo indo contra esse diagnóstico. Mas, é muito simples enxergar isso de forma mais técnica. Os critérios diagnósticos da doença são:
(1) tolerância, definida por qualquer um dos seguintes aspectos:
(a) uma necessidade de quantidades progressivamente maiores da substância para adquirir a intoxicação ou efeito desejado
(b) acentuada redução do efeito com o uso continuado da mesma quantidade de substância
(2) abstinência, manifestada por qualquer dos seguintes aspectos
:(a) síndrome de abstinência característica para a substância (consultar os Critérios A e B dos conjuntos de critérios para Abstinência das substâncias específicas)
(b) a mesma substância (ou uma substância estreitamente relacionada) é consumida para aliviar ou evitar sintomas de abstinência
(3) a substância é freqüentemente consumida em maiores quantidades ou por um período mais longo do que o pretendido
(4) existe um desejo persistente ou esforços mal-sucedidos no sentido de reduzir ou controlar o uso da substância
(5) muito tempo é gasto em atividades necessárias para a obtenção da substância (por ex., consultas a múltiplos médicos ou fazer longas viagens de automóvel), na utilização da substância (por ex., fumar em grupo) ou na recuperação de seus efeitos
(6) importantes atividades sociais, ocupacionais ou recreativas são abandonadas ou reduzidas em virtude do uso da substância
(7) o uso da substância continua, apesar da consciência de ter um problema físico ou psicológico persistente ou recorrente que tende a ser causado ou exacerbado pela substância (por ex., uso atual de cocaína, embora o indivíduo reconheça que sua depressão é induzida por ela, ou consumo continuado de bebidas alcoólicas, embora o indivíduo reconheça que uma úlcera piorou pelo consumo do álcool).”
E eu aparentemente me encaixo em quase todos esses critérios, se não todos. As vezes os nego, mas me encaixo neles sim.
Mas pra mim, parece muito difícil a ideia de carregar essa doença. Uma coisa que eu sofro muito pra entender, é a dificuldade que as pessoas têm pra entender isso como uma doença real, e que eu sou apenas uma pessoa como outra qualquer. Mas parece que só ao falar “eu sou uma dependente química”, a pessoa muda totalmente a visão que tem de você. E é assim com todos. A doença é o que está mais marcante em minha vida nesse momento. E eu vejo isso muito. A minha melhor amiga chorou quando eu contei pra ela. E pra mim estava tudo bem.
É muito complicado admitir que eu perdi o controle. Que não é algo banal. Que, apesar de pra outra pessoa isso só um brinquedo, pra mim, é um revolver. Que, no meio do que eu acho que é uma brincadeira, posso acabar matando alguém, ou o mais provável: me matar. Eu sigo acreditando que tudo está bem, que não está tão ruim assim, mas vejo meus familiares sofrendo. E não entendo a dor deles.
Pouco tempo depois de começar a beber, comecei a fumar maconha. Eu tinha um namorado que fumava, e amigos que fumavam, e fiz isso como uma forma de obter aceitação naquele grupo. E acabou que isso refletiam o que unia todos os grupos que eu formei depois até os dezoito anos.
Foi com essa idade que o meu irmão teve o primeiro surto psicótico dele e foi internado. Diante de tudo aquilo que eu tive que vivenciar, não consegui continuar fumando maconha. Ele havia sido diagnosticado com esquizofrenia, e eu tinha muito medo de também desenvolver essa doença caso eu continuasse. Mas na verdade foi uma série de traumas. Eu não achava justo que eu fizesse isso com as pessoas que eram significantes pra mim (meus pais). Eu achava que o uso de drogas fazia sentido quando o mal que a droga fazia, não refletia nos outros. Que o meu irmão naquele estado, fez mal a mim, e aos meus pais, e MUITO mal. E eu não queria fazer aquele mal, então cortei a droga que o deixava assim, a sua droga de preferência: a maconha. Com essa escolha, cortei também várias figuras importantes da minha vida, incluindo o namorado que me levou a isso. E meu melhor amigo. Em nenhum momento pensei que a minha droga de preferência poderia fazer isso: eu ainda não consigo enxergar o mal que ela faz a outras pessoas.
O meu ex-namorado, que muito tem me apoiado nessa jornada, tenta me explicar sempre, que é muito dolorido ver uma pessoa que se ama escolher a auto-destruição. E no grupo de Narcóticos Anônimos, ouço sempre que quando usamos, levamos todo mundo com a gente. Mas eu não consigo entender isso. Mesmo lembrando de tudo aquilo que passei com o meu irmão. Mesmo me lembrando de como me sentia.
A minha droga de preferência é a cocaína. Eu escolhi experimentar a droga sem pressão de ninguém, e sem ninguém oferecer. Quis conhecer algo diferente: e foi amor a primeira vista. Lembro de como me senti. E segui querendo continuar me sentindo assim. Até hoje. Foi com uns quinze anos de idade. Eu já tenho vinte e cinco. Em dez anos, nada me preenche da forma que a cocaína preenche. E eu já tentei de tudo.
Eu estou em uso nesse momento. Eu comecei a ter muitos problemas no trabalho por causa da minha adicção. Comecei a achar que seria mandada embora, mas algo aconteceu que me balançou muito, e agora eu estou perturbada com essa ideia. Não apenas de ser mandada embora ou não, por causa da dependência química ou não, mas em como eu vou viver a minha vida sem esse emprego, que na verdade nem é um emprego tão bom assim. E com os olhos que o meu gerente me vê ao descobrir que eu sou uma dependente química. O que ele vai fazer com essa informação. E toda essa perturbação me levou a cair no uso novamente, mesmo estando ciente de que é o uso que me levou a essa situação. Estou presa nisso.
Mas era um peso que eu não podia suportar. E eu precisava de uma forma de sair dos sentimentos que eu havia criado. Mas eu sei que o preço que eu vou pagar, dessa vez, será altíssimo. Vou perder o Guilherme, meu ex-namorado, que tão fortemente tem lutado pra que nada acontecesse comigo
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Amizade Desfeita - Estreia
Antes de Iniciar a leitura,confira a abertura e descubra quem sao os personagens
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Parte 1 • Bernardo
Era a noite de festa, eu estava terminando de me arrumar quando minha namorada chegou
Vera Lúcia abre a porta : Katy ? Oh mais que surpresa boa, entre vamos - Katy abraça Vera e entra - o Bernardo já está terminando de ficar pronto
Katy : Nossa eu sou a mulher da relação e fico pronta primeiro que ele - elas rirem - Vera, você pode me dar um copo d’água ? - Vera : Claro já volto
A Katy tinha ficado sozinha na sala, quando minha irmã apareceu ! A Lua era uma garota de apenas 14 anos que estava recebendo demônios em seu corpo, isso segundo minha mãe ....
Lua aparece : Puta, puta, você vai morrer garota, você vai morrer infeliz - ela cai na gargalhada - sabe quem vai te matar ? Eu ... eu - Katy grita e Bernardo desce correndo as escadas e segura sua irmã -
Bernardo : Mãe - grita - vem cá - Vera Lúcia aparece com o copo d’água na mão : Meu Deus, essa menina aprontando de novo, toma aqui sua água Katy, e desculpe qualquer coisa ! Amanhã o rezadeira vem aqui com o padre João e espero que tirem tudo de ruim dessa menina - ela pega a filha e leva para o quarto - vamos coisa braba, e vocês dois ! Boa festa
Parte 2 • Henrique
Era minha primeira festa com amigos, minha mãe não curtia a ideia de um garoto de 17 anos sair para festa sozinho, mas dessa vez convenci ela e estava quase pronto, ou melhor, pronta
Jojo : Aí miga vamos logo, não quero me atrasar ! Os garotos mais lindos são os primeiros a chegar e quero vê-los
Henrique : Aí pela Santa Virgem Maria amiga, eu já to quase pronta, só falta o batom e colar as unhas - jojo faz cara de repreensão - Jojo : Você vai usar batom ? Henrique não é muito ced... - Henrique a interrompe - Não, não é cedo ! Eu quero ser quem eu sou amiga, chega de me esconder
Naquele momento eu sabia que a Jojo poderia estar certa, só não sabia que ela realmente estaria certa, era muito cedo .... !
Henrique descendo as escadas com Jojo : Mãe estamos indo - Suzy : Filho... isso na sua boca - ela fica assustada - isso é batom ?
Henrique : Sim, mãe ! E isso em meus dedos são unhas postiças e isso em meu cabelo é celagem, e eu to de calcinha[...] algum problema ? - Jojo ri : Você tá parecendo a porra da katy perry
Suzy : Não Querido, não há problema ! - ela gagueja - Só só só, é é, toma cuidado tem muita gente ruim no mundo, enfim[...] olha se divirtam - os dois saem e suzy segura o braço de Jojo : Jojo, toma conta dele por favor, não deixa que nada de ruim o aconteça - Jojo : Não se preocupa tia, ele tá em boas mãos
Parte 3 • Henrique e Bernardo
A festa estava tão ótima, eu e minha namorada Katy dançávamos tanto, mas eu tinha bebido muito e precisava ir no banheiro ! Foi ali que tudo começou
Bernardo : Mor, vou tirar água do joelho e já volto - Katy : Claro Be, só não demora
Eu fui até o banheiro, apenas com a intenção de mijar, pois é ! Eu só queria mijar, quando entrei tinha uma garota mijando em pé ? Que porra era aquela ?[...] até eu perceber que não era uma menina
Bernardo : Nossa que alívio
- Henrique olha discretamente para o penis de Bernardo : Nossa que pauzão
Bernardo veste as calças assustado : Que isso garoto ? Cadê o respeito ? Deve ter deixado em casa - ele se prepara para sair quando Henrique segura seu braço - Henrique : Desculpa, falei sem pensar ! Podemos começar de novo ?
Ele era tão lindo, parecia Hetero, na verdade eu sabia que ele nunca daria bola para um afeminado igual a mim, aquele corpo lindo, aquele cabelo liso, aqueles olhos lindos ! Até que ele respondeu
Bernardo : Tudo bem, podemos começar do 0 - os dois riem - qual seu nome ? - Henrique : Meu nome é Henrique, mas pode me chamar de rique, prefiro assim - os dois começam uma conversa até que ela se estende -
Bernardo : O papo está ótimo mas preciso voltar a festa, minha namorada me espera
Quando ele falou namorada eu fiquei sem reação, aquele garoto que eu estaria apaixonado tinha mesmo que ter uma namorada ?
Henrique : Tudo bem, foi um prazer te conhecer - Bernardo se prepara para sair - Henrique : Espera - diz nervoso - você poderia me dar seu número ? Só para sei lá.... a gente se falar talvez
Eu fiquei pensativo, para que aquele garoto afeminado com certeza Gay queria meu número ? Eu não tinha preconceitos, mas era Hetero, enfim, acabei não vendo maldade nele e te passei meu número, ali[...] eu cometia meu maior erro
Bernardo : Anotou certinho ? - Henrique : Sim sim, obrigada - Bernardo : Vou indo então - ele da um leve riso e sai -
Parte final • Jojo
A festa para mim e para a Jojo tinha acabado, eu tinha prometido a minha mãe voltar para casa antes das uma, e estávamos nos, indo embora quando de repente
Homens mascarados : Olha só, duas menininhas indefesas indo embora, querem uma carona para não errar o caminho princesas ? - Jojo : A única coisa que quero é que saiam da nossa frente, pode ser ?
Homem mascarado : Poxa docinho, porque ser tão brava ? - Jojo : Vai se foder - Homem mascarado : Quem vai se foder não sou eu não - eles riem - esse seu amiguinho gosta de se sentir mulher ? Se acha a menininha ?
Jojo : Cara deixa a gente em paz, sai da frente antes que eu grite
A Jojo estava com medo, mas conseguia enfrentar eles, eu só imaginava o pior ! Não conseguia me mover ! Estava parado com muito muito medo daqueles rapazes, eles de repente seguraram a Jojo e colocaram a mão em sua boca e eu ? Eu tive o pior dia da minha vida
Homem : Anda viadinho, quer ser mulher ? Vamos te mostrar como mulheres trabalham - ele emburra Henrique contra parede e abaixa suas calças - Toma seu boilinha, toma tudo vai - Homem : Vem irmão, vamos fazer uma dupla penetração nesse infeliz
Aquilo me doía tanto, eu era virgem, eu chorava, chorava muito ! Eram caras preconceituosos, a Jojo tentava gritar, ela queria me ajudar, e eu só chorava
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A procrastinação em loop e como a quebrar
Atrasar o trabalho duro depende do humor.
Quando Derek acordou de manhã, tinha apenas um objetivo: concluir o artigo até às 11 horas.
Então, previsivelmente, às 10 horas já tinha bebido dois cafés, despejado o lixo, limpo o quarto enquanto dobrava as camisas, feito uma caminhada, comido um iogurte e fruta para compensar o esforço físico, enviado um email para a tia e para a irmã e lido cerca de 100 Tweets. Desesperado pela falta de progressos, confortou-se com um segundo pequeno-almoço, abriu várias páginas de notícias… e não escreveu absolutamente nada.
Qual era o problema? Nenhum, de acordo com recentes investigações, este tipo de comportamento é normal e justificável.
As pessoas produtivas, por vezes, confundem um atraso razoável com a verdadeira procrastinação. O primeiro pode ser útil (“Irei responder a este email assim que tiver tempo para o escrever”). O último é, por definição, autodestrutivo (“Devo responder a este email agora, tenho tempo, os meus dedos já estão no computador, a ligação da internet é boa e não tenho mais nada para fazer mas, simplesmente, não me apetece.”)
Quando os cientistas estudam a procrastinação, geralmente concentram-se no facto de como as pessoas não são capazes de pesar os custos e os benefícios ao longo do tempo. Em várias categorias, incluindo dietas, finanças e envio de emails importantes, escolhemos constantemente recompensas pequenas e rápidas (cujos benefícios são duvidosos, mas imediatos), em detrimento de recompensas maiores e mais demoradas (cujos benefícios são óbvios, mas distantes).
No entanto, nos últimos anos, os cientistas começaram a pensar que a procrastinação poderia ter menos a ver com o tempo e mais a ver com a emoção. A procrastinação “realmente não tem nada a ver com a gestão do tempo”, disse Joseph Ferrari, professor de psicologia na Universidade DePaul. “Dizer ao procrastinador crónico para fazer as coisas é o mesmo que dizer a uma pessoa, clinicamente deprimida, para se animar”.
Em vez disso, Ferrari e outros cientistas acreditam que a procrastinação ocorre por dois motivos básicos: (1) Retardamos uma ação porque sentimos que estamos com o humor errado para completar a tarefa e (2) Assumimos que o nosso humor mudará num futuro próximo. Algumas desculpas:
“Se eu fizer uma sesta agora, irei estar mais concentrado depois”;
“Se comer este bolo agora, esta será a minha fraude do mês, e terei mais força de vontade depois”;
“Se enviar alguns Tweets agora, os meus dedos estarão treinados para escrever, o que tornará este artigo mais fácil de escrever”;
“Se vir televisão agora estarei mais relaxado e mais tentado a ligar para o consultório do médico amanhã de manhã.”
Esta abordagem não é apenas uma autoderrota. Ela cria também um loop de procrastinação. Adiar uma tarefa importante causa ansiedade, culpabilidade e até mesmo vergonha. A ansiedade, a culpa e a vergonha tornam-nos menos propensos a ter energia emocional e cognitiva para ser produtivos. Isso torna ainda menos provável de começar uma tarefa. O que causa culpa. O que impede a produtividade. É um ciclo vicioso.
O ciclo da procrastinação
Uma coisa que pode terminar com o loop da procrastinação é a pressão de um prazo iminente. Muitas vezes as pessoas agendam lembretes para concluir um projeto importante antes do prazo, assim têm tempo para o terminar. Mas essa estratégia, muitas vezes, é contraproducente. Alguns procrastinadores são tendenciosos (escolhem ESPN.com ou o BuzzFeed em vez do trabalho) e confiam na sua capacidade de lembrar tarefas importantes. Como resultado, muitas vezes adiam os trabalhos, e acabam por se esquecer. A procrastinação e o esquecimento são maus, separadamente, juntos, são uma chuva de meteoritos, que esmaga a produtividade.
Para abrir caminho para a produtividade, pode agendar lembretes o mais tarde possível – mesmo um pouco depois da data em que deveria iniciar o projeto. Não só o último lembrete e o prazo eminente afetarão o loop, como também não lhe dará tempo para adiar a tarefa.
Para procrastinadores patológicos, reconhecer que precisam de prazos para se comprometerem com as responsabilidades é o primeiro passo. O segundo passo é reconhecer que os seus próprios prazos são menos eficazes do que os das outras pessoas.
Numa experiência famosa, Dan Ariely contratou 60 estudantes para rever três passagens. Um grupo recebeu o prazo de uma semana para cada passagem, um segundo grupo obteve apenas uma semana para as três leituras e o terceiro grupo escolheu os seus próprios prazos. Os leitores eram recompensados pelos erros que encontravam e penalizados, em um dólar, por cada dia de atraso. O grupo dois apresentou o pior resultado. O grupo com prazos próprios teve o melhor desempenho. As pessoas tentam, estrategicamente, conter a procrastinação usando prazos razoáveis autoimpostos.
Uma abordagem mais teórica, de Yanping Tu e Dilip Soman, no novo Journal of Consumer Research, visa mudar “a forma como os consumidores pensam sobre o futuro”. Yanping e Soman ressalvam que as pessoas têm o hábito de gerir metas e tarefas em categorias específicas de tempo – as atividades são planeadas ao dia, as despesas ao mês e as resoluções ao ano. Essa forma de pensar pode separar-nos no futuro. Quando dizemos: “Vou começar esse projeto na próxima semana”, ou: “No próximo mês começo a fazer dieta”, o que realmente dizemos é: “Espero que, depois de uma quantidade arbitrária de tempo, esteja com melhor humor para me ligar a esta tarefa”.
Um estudo pediu aos consumidores que abrissem uma conta poupança no prazo de seis meses. Um grupo recebeu um prazo de dezembro a junho e um segundo grupo recebeu um prazo de janeiro a julho. Embora cada grupo contivesse, possivelmente, um número semelhante de procrastinadores, significativamente mais pessoas no primeiro grupo optaram por abrir a sua conta imediatamente.
Finalmente, os procrastinadores são mais propensos a completar um trabalho se estiverem convencidos de que, na verdade, aquilo não é trabalho. Num diferente estudo, alunos foram convidados a completar um quebra-cabeças mas, primeiro, receberam alguns minutos para jogar Tetris. Os procrastinadores crónicos apenas atrasaram a resolução do quebra-cabeças quando este foi descrito como uma avaliação. Quando os cientistas descreveram o quebra-cabeça como um jogo, os alunos procrastinadores foram tão propensos a resolvê-lo como qualquer outra pessoa.
Texto adaptado do artigo da autoria de Derek Thompson, publicado a 26 de agosto de 2014 em: https://goo.gl/BSuY1V.
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31 de agosto de 2017.
Era 3 da manhã de 6 de agosto de 2017 quando ele resolveu ficar bêbado, ok, eu tenho que admitir que odeio qualquer tipo de bebida alcoólica, mas especialmente nesse dia eu amei. Eu estava dormindo e de repente acordo com a notificação em meu celular, era ele, a primeira mensagem era um aviso de que ele estava alterado (não pro lado ruim) e que estava disposto a me contar coisas que provavelmente ele não teria coragem de falar caso estivesse sóbrio - não naquele dia ou mês -, antes de continuar devo admitir que eu já sentia sim alguma coisa por ele, mas escondia nos pensamentos mais profundos em meu cérebro. A primeira pergunta que ele me faz é se eu não vou brigar com ele pelo fato de ele estar bêbado, óbvio que eu não iria, a curiosidade em saber o que ele tinha para me contar falou mais alto, então ele começa, diz palavras que ninguém nunca havia me dito antes, palavras lindas, românticas, eu tinha acabado de acordar de um sono de um pouco menos de 2 horas mas consigo me lembrar de absolutamente tudo, tudo o que começou a passar em minha cabeça, em meu coração, em meu corpo. A primeira vontade que tive foi de falar um ‘’Eu Te Amo’’ ou até mesmo um “Eu gosto de você”, mas eu não podia, fazia apenas 13 dias que eu conversava com ele, estava cedo demais, mas eu não me importava só queria gritar aquelas palavras para que ele pudesse saber que estava sendo correspondido. Mas fiquei calado. Lembrei a ele o fato de ele só estar falando aquilo por ter bebido 3 garrafas de vinho. Claro, ninguém tão sóbrio de si falaria o que ele falou pra mim. Então ele continuou, disse que eu era alguém especial, alguém que fazia o tipo dele - eu juro que só estava sendo eu mesmo -, alguém que talvez fizesse ele feliz. E então eu comecei a falar cautelosamente também, eu contei à ele os meus medos e as minhas inseguranças, ele entendeu, até falou que sou uma pessoa melhor do que ele, o que claramente não é verdade, e naquele momento eu percebi que eu estava começando a me apaixonar, eu não queria por causa do meu medo de não dar certo - olha eu aqui de novo, com medo de algo sem ao menos ter tido a oportunidade de tentar - mas não consegui evitar, ele foi dormir, mas eu continuei ali, lendo e relendo cada palavra que ele havia dito, não parecia ser real que alguém realmente sentia aquilo por mim, eu estava no paraíso mas precisava descer um pouco pois precisava dormir. Então o fiz. Tive a melhor noite de sono de 2017, talvez uma das melhores da minha vida. Obviamente ansioso como sou, corri para o messenger para chegar se havia alguma mensagem, em vão. Mas entendi, ele disse que acordaria cedo e teria que sair para um passeio em família. Coincidentemente eu também tinha um compromisso em família, wow, dessa vez o destino não veio pra brincar. Então de repente a tela bloqueada do meu celular ascende, era ele. Aquela sensação de ansiedade, nervosismo e frio na barriga começou a aparecer. Fazia apenas 14 dias que eu conversava com ele, eu sei que era cedo demais pra sentir isso, mas não consegui evitar, foi mais forte do que eu. Então começamos a conversar mais frequentemente, se antes nos falávamos 2 horas por dia, passamos a nos falar 4, e assim foi indo até ele conseguir um celular. Ele era super carinhoso e demonstrava isso, demonstrava interesse, eu não era tolo, via que ele estava na minha e comecei a dar dicas de que estava na dele também. Não sei se devia ter esperado mais um pouco para isso, mas não me arrependo. Fomos levando isso por mais uma semana - que foi quando ele comprou o celular dele - e começamos a conversar através do whatsapp. A felicidade não cabia em mim, teríamos chance de nos falar por telefone, vídeo-chamada etc. No segundo dia em que nos falávamos por whatsapp fizemos nossa primeira chamada. Durou exatamente 1:00:01, nessa conversa que tivemos prometemos ser honestos um com um outro, e falamos mais sobre nós mesmos para um conhecer o outro melhor. Mas nem tudo é um mar de rosas. A insegurança começou a atormentar a minha mente. Comecei a perceber ele diferente em nossas conversas, meus amigos falavam que era apenas coisa da minha cabeça - talvez eram mesmo - e eu fingia acreditar. Fizemos várias e várias chamadas mas de repente a frequência foi diminuindo, na primeira semana foram 5 seguidas, na segunda 2, e na terceira - até eu estar escrevendo agora - apenas 1. Ok, eu entendo que ele tem as coisas dele e não julgo e nem o cobro por isso - nem por nada -. Então eu comecei a ser diferente com ele, não porque eu queria, mas eu precisava me armar para caso algo acontecesse eu estar preparado para encarar. Então ele pediu para me ligar novamente e eu deixei, passamos exatos 1:41:51, muitas vezes um apenas ouvindo a respiração do outro. Esqueci de comentar sobre a voz dele, que voz. Cada vez que ouvia um áudio era uma flecha que acertava meu coração. E a risada dele? Ahhhhhh, como eu amo essa risada. Mas voltando ao que eu estava falando. Depois dessa chamada de quase 2 horas, eu abri o jogo com ele, contei que estava sim apaixonado por ele mas que não sabia o que fazer para ganhar o amor dele e ele foi super maduro e adulto - como eu deveria ser - respondendo que ele gosta de mim do jeito que eu sou, e que eu não preciso fazer nada, apenas esperar no tempo. Tempo. Perdi as contas de quantas vezes ele citou essa palavra em nossas conversas. Mas tive que aceitar, calado. Ele já fazia ideia de tudo que eu sentia por ele. Mas ele não demonstrava mais tanto interesse quanto quando conversávamos via messenger. Isso é coisa da minha cabeça? Talvez. Comecei a guardar coisas para mim e comecei a sentir ciúmes. Meu Deus. O que eu mais temia estava começando a acontecer. Ciúmes. Eu não gosto dessa palavra. Não gosto desse sentimento. Mas é inevitável de sentir, ainda mais se você é uma pessoa medrosa e insegura como eu. Claro que eu não demonstrava nada para ele, apesar de ter prometido ser honesto na primeira vez que ele me ligou. Eu estava começando a sofrer por antecedência e a perder as esperanças de que algum dia fôssemos ter algo. Até que ele me manda uma mensagem falando o quanto sou especial para ele e que ele queria me mandar um cartinha pois gosta dessas coisas fofas. Eu claramente fiquei todo derretido e se em algum momento cheguei a perder as esperanças em nós elas foram totalmente reacesas. Minha mente não satisfeita em me ver feliz, começou a jogar pensamentos na minha cabeça: “Ah, ele deve fazer isso com todo mundo”, “Ah, ele deve tratar todos os amigos dele assim”, e logo a insegurança voltou. Mas dessa vez todos os problemas que eu insistia em guardar só pra mim quiseram explodir de uma só vez. Então eu tirei um tempo longe de tudo - 2 dias para ser mais exato -. Desinstalei todos os aplicativos de redes sociais do meu celular, menos os messenger na esperança dele sentir minha falta e ir falar comigo. E aconteceu, no outro dia ele me mandou uma mensagem perguntando o que havia acontecido e que estava com saudades. Eu não podia responder naquele momento. Era meu momento. Então deixei para o outro dia. Resolvi voltar, instalei tudo novamente, inclusive o twitter. Má ideia. Quando entro na rede social, me deparo com um tweet de 2 dias atrás dele chamando um garoto de perfeito. “Você é perfeito demais, não aguento”. Exatamente essas palavras. Eu estava bem. Tinha passado 2 dias só pensando em mim, pensando no que quero da minha vida, nas coisas que preciso mudar, mas esse tweet conseguiu derrubar todos os muros que eu construí nessas 48 horas. Ok, pode ser apenas um amigo muito próximo. Mas minha a chama da insegurança insiste em reascender justamente nessas horas. Não sei o que fazer. Comecei a tratar ele normal de novo. Sem palavras fofas, sem demonstrações de carinho, nada. Eu não quero isso, quero dar amor para ele, mas não sei se ele continua disposto a dar amor para mim. Eu preciso armar minhas defesas novamente para caso algo acontecer, eu saber usar o meu colete e não sofrer. Não de novo. Mas sei que será inevitável.
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A Teoria do Banheiro
6 de fevereiro de 2016
Muita dor de cabeça, teorias e tretas.
15:48
O mundo de fato não é um lugar perfeito.
Aposto todos os meus centavos, que juntei com meu precioso suor gerado de tanto pedir aos meus pais dinheiro para quadrinhos, que a vida tem um significado mais amplo do que nós, meros mortais, poderíamos entender.
Tá, eu sei, estou dando uma de filósofo fora de hora. Mas eu tenho meus motivos.
Nos últimos dias não pude escrever direito no meu... Ainda não criei um nome para isso. Quem sabe manual? É, talvez seja, qualquer coisa menos diário.
Enfim, como eu dizia, nos últimos dias não consegui escrever o suficiente nesse meu manual. Tudo o que escrevi foram mensagens a Jung Hoseok, mensagens essas que nunca serão entregues por motivos de:
1. Eu tenho bom senso;
2. Eu sei que se ele recebesse essas mensagens poderia me denunciar às autoridades por ameaças de morte.
E então nesse tempo “longe”, eu concluí diversas coisas sobre a vida, e essas tais coisas fizeram mais sentido para mim agora. Tudo bem, eu vou explicar.
Sempre que estamos certos de que alguma coisa vai acontecer, quando cremos e garantimos certeza de algum resultado, acontece o contrário. E as melhores coisas são as inesperadas, porque, de fato, são inesperadas. E como se tudo na minha vida já não fosse uma grande confusão, percebi que coisas inesperadas geralmente acontecem também em lugares inesperados.
Banheiros.
Agora faz sentido porque tudo é uma merda.
Enfim, banheiros.
Substantivo masculino.
1.
Local público ou privado, equipado com vaso sanitário; toalete, sanitário.
2.
Cômodo da casa onde se acham instalados a banheira e/ou o chuveiro, vaso sanitário, pia e, às vezes, bidê.
3.
Vaso sanitário, latrina.
4.
Salva-vidas ('nadador').
Leia a definição 4, ela está certa.
Depois de bancar o filósofo em plena madrugada, conclui que, se minha vida fosse um livro, com certeza se chamaria “Teorema do Banheiro”.
É um nome legal, até.
Talvez alguém comprasse.
Para limpar a bunda depois.
Só que para vocês entenderem isso precisaremos retroceder no espaço e tempo e voltar até o dia onde Jimin chega até mim e diz que Jackson vai colaborar com a festa, dando as bebidas.
O sinal para irmos embora tinha acabado de tocar, eu estava com a minha mochila apoiada em um dos ombros lendo uma obra de Julio Verne para um trabalho de literatura. Eu nem pensava em fazer aquele trabalho, mas a ideia de ficar encarando aquele povo feio antes de ir embora me pareceu ainda mais tediante do que ler a obra do cara Verne. Foi ai que Jimin, e o desgraçado do Jackson, se aproximam de mim.
Felicidade e tristeza ao mesmo tempo.
Jimin era como um lindo e chuvoso dia, onde eu posso passar horas encostado na janela observando as gotas caírem, ou até lendo um livro e tomando cappuccino. Já Jackson era aqueles dias ensolarados, de no mínimo quarenta graus, onde você fica todo soado só por pegar o controle remoto que caiu no chão. Sem contar o fedor, o cabelo grudado na testa, aquele mar embaixo das axilas.
É um horror.
Preciso de mais para explicar?
Jimin sorriu para mim, e isso realmente fez meu estomago entrar em erupção, perdi todo o ar. E antes que fiquem pensando que eu estou morrendo de amores por ele, quero deixar bem claro que não. Eu apenas tenho uma quedinha, ok, talvez um precipício por ele. De qualquer forma não é como se eu fosse me ajoelhar diante sua presença.
— Oi Yo.... — Ok, ele nem ao menos conseguia lembrar meu nome, mas ainda assim achei fofo — Como você se chama mesmo?
— Yoongi — Eu não demostrei nenhuma emoção por fora, mas por dentro queria beijar e espancar ele.
Lembrem-se disso, pois será uma coisa rara, haverá um dia em que todo mundo saberá meu nome e eu sinto que esse dia esta próximo, bem proximo.
— Esse é o Jackson — Ele puxou o maldito para perto da gente. Jackson me deu um sorriso bem Jackson, uma mistura de egocentrismo e babaquice. Naquele dia eu descreveria como um sorriso charmoso, mas egocentrismo e babaquice combinam bem mais — Conhece ele?
— Sim — infelizmente, eu tive esse desprazer.
— Ele se propôs a pagar a bebida, tudo bem? — Jimin, por que você colaborou com isso? Fica difícil te fantasiar como o perfeitinho desse jeito.
Olhei para Jackson.
Ele era bonito.
Muito bonito.
Pena que é só isso mesmo.
— Não acho uma boa ideia. Não é para levar nada que contenha álcool para a festa, entendeu? — Acho que se eu tivesse dito aquilo com mais vontade e agressividade, minha ordem provavelmente tivesse entrado no cérebro miúdo dele. Uma pena isso não ter acontecido.
— Entendi — Ele respondeu.
Mentiroso.
No dia seguinte, ás 20:00, só não tinha aluno pendurado no teto de tão bêbado porque a gravidade existe. Mas cá entre nós, se a gravidade fosse o Jackson, nós teriamos terminado aquela festa na Lua, escutando música do Tame Impala de tão doido que iríamos estar.
Não deixem o Jackson e caras como ele, levarem a bebida. Aliás, não deixem eles colaborarem em nada com a festa, muito menos os convide. Anotaram isso, crianças?
Acho que com essa explicação posso desacelerar um pouco a viagem no tempo e irmos direto para o começo da festa.
19:48
É nesse exato momento que aparece a primeira pessoa para a festa. Não é Jimin, eu estava esperando que fosse ele, mas é o Taehyung.
Quando abro a porta o encontro com um sorriso bobo no rosto e os salgados no qual ele tinha ficado responsável por trazer, em suas mãos. Ele não espera nem eu falar para ele entrar, já faz isso por conta própria.
— Casa bonita.
Pena que só hoje, já que Nayeon passou a tarde aqui ajudando arrumar e deixar a casa mais aceitável. Devo uma para ela. Na verdade duas. Na sexta-feira ela me ajudou a escolher roupas para a festa, e ainda fez um corte no meu cabelo que ocultou um pouco o quão derrotado e relaxado eu sou.
Não comento isso com Taehyung, não faz diferença ele saber que a irmã do Namjoon é uma garota bacana e talentosa, ainda posso poupar ela de ser conhecida por gente como Taehyung, e de ser conhecida como irmã do Namjoon.
Apenas agradeço.
Também não preciso me esforçar para fazer Taehyung se sentir à vontade, ele mal entra na minha casa e já sabe onde fica a cozinha e a sala, começa a mexer no som e já coloca uma música para tocar. Para eu chegar a esse nível do Taehyung, eu levaria no minimo uns três dias morando na casa da pessoa, tenho que confessar que essa comodidade dele me causa inveja, é tão natural, gostaria de ser assim.
As próximas pessoas que chegam, ele as recebe junto comigo, é até bom, eu acabo soando mais natural ao cumprimenta-las junto com Taehyung.
A maioria que vai chegando eu não conheço e é engraçado porque incrivelmente elas sabem o meu nome e que sou eu que estou dando a festa, me tratam bem e trazem mais coisas como copos descartáveis ou refrigerantes.
Não sei se isso foi trabalho do Hoseok, do Jimin ou do Jungkook, mas essa coisa de ser popular está indo para frente.
Os primeiros rostos conhecidos que vejo depois de Taehyung são os irmãos gêmeos, Oliver e Sophia. São bem parecidos, só que é uma raridade existir irmãos gêmeos idênticos de sexos diferente e eles não são a exceção. Também tem aquela beleza clichê que os destaca por onde passam, são brancos e de olhos claros, Sophia é mais baixa que Oliver.
Isso não importa muito né?
E acho que já falei deles antes, andam sempre com Jackson e Regina, ambos são populares e Sophia é líder do clube de fotografia, tanto que em sua mão carrega uma Canon 5D MARK III, e como eu sei disso?
Procurei no Google depois.
O triste daquele momento foi saber que, nem em dez anos juntando todos os meus dinheiros de quadrinhos, eu teria dinheiro para comprar uma. Mas provavelmente a câmera não era dela, e sim da escola. Ou pelo menos é mais reconfortante pensar assim.
Hugo chega quase junto com eles e tenta se misturar com Sophia, pedindo alguma foto para o jornal. Sophia parece relutante em aceitar alguma parceria com o líder do clube do jornal e esnoba ele o máximo que pode.
— Some daqui — Posso ouvir ela falar antes de ir atender os próximos convidados.
Taehyung não veio mais comigo, agora ele está ocupado na sala perto da TV que exibi um clipe de um tal de DIPLO, esta conversando com os que já chegaram e eu nem preciso mais dele para conseguir receber as pessoas de forma atrativa, acabei pegando o jeito.
Os próximos são os irmãos Tyler e Nathan, também pertencem ao grupinho do Jackson. Tyler é introvertido, é líder do clube de teatro e parece odiar festas. Provavelmente os pais dele obrigam Nathan a levar Tyler junto porque Nathan é o oposto do irmão, bagunceiro, esquentadinho e problemático, o time de Jackson vive tendo problemas porque ele quando se irrita, agride os rivais.
O que não é uma má ideia visto que muitas vezes os rivais, em campo, são os membros do time do Hoseok.
E fala sério, agredir Jung Hoseok é o sonho de qualquer um.
Nathan mal presta atenção no meu cumprimento e já vai entrando. Tyler, por outro lado, abaixa a cabeça e pede desculpa enquanto segue o irmão que acaba de encontrar alguns conhecidos, e que, a propósito, está falando com eles aos berros e risadas.
A educação que sobra em um, esta escassa no outro.
Tenho que dizer: Tyler é bonitinho, eu beijaria.
Regina por fim aparece com Camila, uma menina bacana e que todo mundo sabe que foi a primeira namorada de Hoseok.
Junto com elas tem mais duas garotas que não sei quem são e nem faço questão de saber, se é amiga de Regina já o bastante para eu querer me manter longe.
— O Jackson já chegou? — Regina parece ter bebido ácido ao perguntar isso para mim, ela me odeia e não se esforça para esconder esse fato.
— Não — Eu também evito o esforço de tentar ser amigável com ela.
Enquanto elas entram, Namjoon se aproxima de mim, até então ele estava trancado no meu quarto fazendo os trabalhos da escola porque ele é um bom exemplo de pessoa, sigam ele, não eu.
— O que você fez para ela? — Ele pergunta olhando Regina se afastar e sumir na sala que já está cheia de gente dançando e conversando. Eu não consigo ver a graça disso, mas é desse jeito que vou conseguir que esses idiotas me reconheçam, então que fiquem naquela sala dançando igual umas baratas tontas.
— Não sei — É, eu realmente não sei porque Regina me odeia, deve ser coisa de instinto, gente como ela e gente como eu não foram feitas para se tratarem bem.
Jimin por fim chega, trazendo mais comida e, infelizmente, Jungkook vem logo atrás. As coisas se tornam mais triste quando Jimin esta magnificamente lindo com o cabelo laranja um pouco repartido no meio, com um coturno muito legal
Quando Jungkook está passando me parece tentador colocar o pé na frente para ele tropeçar e destruir o rostinho dele, então Jimin parar de gostar dele e vir para meus braços. O único problema nisso tudo é que se Jimin está com Jungkook apenas pela beleza dele, eu não quero Jimin comigo.
E o Jimin também não ficaria comigo pela minha beleza. Até porque ela foi dar uma volta antes de eu nascer e até hoje não voltou.
— Hoseok e Taehyung já estão aqui? Ah, o Jin já chegou também? — Jungkook pergunta.
— Não — eu e Namjoon respondemos ao mesmo tempo.
— Ok... — Jungkook olha para a gente de forma estranha e se afasta.
— Que garoto bonitinho — Namjoon comenta.
Tive vontade de matar Namjoon, mas ainda não contei que eu por um acaso acho o namorado de Jungkook um lindo, queria ter filhos, um cachorro e passar as ferias no Canada com ele, então não respondo nada demais.
— Ah.
Aí Hoseok chega. Quando ele vê como a festa está indo parece orgulhoso.
— Taehyung já chegou? — É a primeira coisa que ele me fala.
Quando respondo que sim, vejo os olhos dele brilharem, mas isso só dura uns segundos porque mais alguém chega. Minha mão está indo até a maçaneta quando a mão dele se esbarra na minha, no final ele ganha e abre a porta.
— Cadê as coisas? — Ele faz uma expressão de desgosto — Você falou que ia ajudar.
— Eu falei — Jin entra — E estou ajudando trazendo minha barriga e minha boca. Onde está a comida?
Namjoon cumprimenta SeokJin e o leva até a cozinha, Hoseok olha para SeokJin com mais desgosto ainda, quero dar dois tapinhas no ombro de Hoseok porque acabei de ser trocado pelo meu melhor amigo com o melhor amigo dele, quase faço isso só que Jackson chega nesse exato momento.
Não desejem mal para nenhum de seus inimigos, desejem Jackson.
Hoseok cumprimenta ele e Jackson responde gritando para que todos saibam que ele está na área. Nathan aparece que nem um caõzinho ao ver seu dono voltar para casa abanando o rabinho para lá e para cá.
— Trouxe mais bebida, alguém pode me ajudar a carregar as caixas térmica para dentro? — Diz Jackson.
Nathan chama mais dois garotos e saem os quatro, indo até um carro que está ligado e parado no meio da rua. Hoseok observa isso comigo já sentindo o cheiro de coisa errada acontecendo.
— Você deixou ele responsável pelas bebidas? — Hoseok pergunta.
— Olha bem para minha cara de quem chamaria o Jackson para uma festa.
Jackson volta carregando uma caixa térmica com ajuda de Nathan, e os outros dois garotos trazem outra.
— Jackson, me diz que não tem álcool nessa bebida! — Hoseok exclama.
— Álcool? O diretor Jefferson sabe que trouxeram álcool para a festa? — Taehyung aparece nesse momento.
— O que o Jefferson tem a ver com isso? — É a única pergunta que tenho.
Então Jackson fala para a gente ficar tranquilo que ele só está trazendo refrigerante; Taehyung me explica que o Jefferson vai vir checar a festa mais tarde, já que ele se comprometeu com a festa simplesmente por permitir que os alunos avisassem sobre a festa de sala em sala.
Está tudo em ordem.
Zoeira.
Esta afirmação é uma mentira.
22:44
Começa a ficar claro que a coisa está desandando, tem aluno por todo canto animado demais para alguém que só estava tomando refrigerante. Dando dez passos indo da cozinha para sala, consigo contar pelo menos cinco casais fazendo coisas que normalmente são feitas entre quatro paredes, e umas sete pessoas rindo mais do que o normal além de dançarem muito.
Tinha um cachorro no tapete da minha mãe.
Um cachorro!
Ainda assim eu prefiro acreditar que está tudo normal, Jefferson logo vai chegar, então, na minha cabeça, o tempo todo eu estou repetindo: é normal, absolutamente normal, os jovens de hoje em dia são assim mesmo.
Estou atrás de algum rosto conhecido como Hoseok, Namjoon ou Nayeon que decidiu participar da festa. Não encontro Namjoon desde que Jin chegou e Hoseok falou que queria conversar com Taehyung e não deu mais sinal de vida. Nayeon encontrou uma conhecida dela e também evaporaram.
Aí Jimin aparece todo sorridente e me entrega um copo com um liquido que parece ser refrigerante. Olho estranho para o copo e ele acaba rindo, me dá um tapa no braço e diz que não tem nada de errado ali, ele nunca faria algo tão baixo como dar bebida com álcool ou coisa semelhante para alguém.
Acredito nele e dou alguns goles.
— Onde está Jungkook? — É a única coisa que consigo falar.
— Não sei — a expressão de Jimin fica meio vazia ao responder isso — Isso importa?
— Bom — Começo a travar, não sei o que responder, essa foi a conversa mais longa que tivemos — É que ele é o seu namorado, então eu pensei que...
Ele solta um riso sarcástico. Estou morrendo de vergonha e isso me faz começar a beber ainda mais, mesmo que em goles rasos apenas para tentar desviar meus olhos dele.
— Ah, esquece isso — responde, ele está me olhando de um jeito um tanto peculiar. Algo muito estranho está acontecendo.
— Me desculpe — Soa falso, no entanto, ele parece não se importar porque continuar me olhando parece ser mais interessante.
— Sua pele é tão bonita — a mão dele desliza pela minha bochecha, então sinto o cheiro de álcool e vejo os olhos dele tão pesados quanto o meu.
Depois disso as lembranças são meio vagas, incompletas. Sei que eu fiquei consciente por mais tempo depois do elogio do Jimin, mas não lembro de muita coisa que aconteceu mesmo que eu ainda estivesse em plena faculdade mental.
Resumindo: a bebida estava zoada eu e o Jimin se ferrou.
23:18?
Lembro que Hoseok aparece, Taehyung não está com ele. Ele parece mais chateado, quando alguém fala com ele seu sorriso é falso. Jackson está a todo vapor dançando com Regina, todo mundo se divertindo, menos Hoseok e eu.
Quero falar com ele, contudo, minha cabeça dói tanto que continuo à procura de algo que eu já estava procurando antes; pôneis.
00:12?
Tinha um copo na minha mão que segundos atrás estava cheio, agora era vazio. Não sei dizer se isso foi apenas um sonho ou realidade, eu dormi muito durante a festa, em lugares inimagináveis.
Uma hora eu sei que acordei e estava deitado na cozinha, encostado no fogão. E um cachorro do meu lado, exatamente do mesmo jeito.
00:46?
Me sinto em um clipe da Melanie Martinez. Estamos presos ao carrossel e ele não para de girar. Agora tudo faz sentido.
Meus ouvidos zumbiam por conta do barulho. A música eletrônica que soava, as risadas escandalosas, e as reclamações de alguns com dor de barriga me deixavam com dor de cabeça.
Deus, onde fui me meter?
01:52?
Hoseok está com uma garrafa de Vodka em baixo dos braços, eu gostaria de socar a cara dele por estar com bebida alcoólica na minha festa, porém encontrar o caminho do meu quarto é menos trabalhoso.
04:39
Dessa vez tenho certeza das horas, vi no relógio que minha mãe deixa no banheiro do quarto dela, nunca entendi o porquê de ela fazer isso, só sei que eu estava olhando para ele as quatro da madrugada, mesmo sem saber o que diabos eu estava fazendo no banheiro.
A luz do banheiro esta apagada. A do quarto da minha mãe, por outro lado, está acesa. Tem alguém sentado com as costas encostada na parede perto da porta, quando me mexo e arfo a pessoa olha para mim.
— Está tudo bem? — A pessoa pergunta em um sussurro — Você já está melhor?
— Eu estava deitado no chão do banheiro da minha mãe, o que você acha? — Respondo e me sento, já que segundos atrás eu estava deitado no chão.
A pessoa se arrasta e vem até meu lado, não me viro para olhar quem é, a posição que estou é tão confortável que não quero arriscar me mexer. Escuto a respiração dela bem próxima á mim. Isso me deixaria desconfortável, odeio proximidade e abraços, mas quando ela passa o braço pelo meu ombro eu deixo, e ainda conforto minha cabeça na curva do pescoço dela.
As mãos da cuja pessoa começam a afagar meu cabelo, isso é bom, fecho os olhos e deixo ela continuar. Poderia passar o resto da vida apenas vivendo esse momento, só que ele se acaba, e eu viro meu rosto para o da pessoa, que está tão próxima de mim, afim de reclamar e pedir para ela voltar, mas então ela coloca um dedo sobre meu lábio e desliza ele até minha nuca.
— Posso? — Ele sussurra com os lábios próximos dos meus.
Sim, é um garoto e me é estranhamente familiar, então eu respondo:
— Pode.
É claro que pode.
Nos beijamos é tudo tão calmo que eu poderia dormir a qualquer minuto. São lábios generosos, só que também parece um beijo triste e desesperado procurando algo para se apoiar, não sei porque acho isso, mas é a impressão que o beijo me passa.
Talvez algo no fundo do meu cérebro enterrado lá nas profundezas tenha feito toda essa memória.
A última coisa que me lembro é dos lábios se separando do meu mesmo eu resmungando para continuar, e a pessoa acariciando meu cabelo uma última vez.
— Boa noite — a pessoa se levanta aos tropeços e sai do banheiro.
12:49
Lá está de novo o relógio amigável, eu estou dentro da banheira, abraçado com o rodo e as persianas que provavelmente são as persianas caríssimas que minha mãe comprou para pôr na janela do quarto dela.
Tem uns sete copos descartáveis jogado pelo chão e duas garrafas de cerveja.
Minha cabeça parece que vai explodir, meu estômago está se contorcendo.
A banheira está se enchendo de água e tem um Namjoon me olhando com desprezo.
— Vou no seu enterro — ele diz.
— O que aconteceu? — Levanto em um salto ou quase isso já que minha cabeça lateja no processo.
— Por onde você quer que eu comece? Pela parte que o Jefferson veio aqui? Ou pela parte que destruíram a casa dos seus pais?
Quero rosas brancas e The Funeral tocando no meu enterro. Somente isso.
16:00
Agora vocês conseguem entender claramente o que eu queria dizer com toda aquela teoria do banheiro né?
Reparem só todas as grandes coisas que vem acontecendo na minha vida nessa primeira semana; todas foram no banheiro. O acordo com o Hoseok, a vingança dele, novamente o acordo, conhecer Jimin e por fim, esse beijo, que eu não lembro com quem foi, em plena madrugada.
Sobre isso tudo a única coisa que me conforta é saber que pelo menos consegui beijar um garoto nessa festa, é algo bom, não acham? Mesmo que de fato eu não lembre quem foi, eu pelo menos fiquei com alguém.
Ainda assim essa festa foi um completo fracasso. Por culpa do Jackson.
Então sabe quando você fez uma merda muito grande que é impossível de esconder e logo irão descobrir? E até o momento de descobrirem você passa longos e tortuosos minutos se preparando para o pior? Tipo quando você tira nota baixa na escola e chamam seus pais para pegarem seu boletim enquanto você fica em casa esperando eles voltaram e trazerem a sua morte junto com o caixão?
Eu estou exatamente assim agora.
Bom acho que é isso. Foi legal escrever aqui.
R.I.P. Min Yoongi.
10 de maio de 1999 - 7 (talvez 8) de fevereiro de 2016
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