#w. yasemin.
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@misshcrror: ❛ oh, good, you're here too. ❜
Julian não era uma pessoa de brigar. Seu ponto forte era a cura, havia nascido para ficar na Enfermaria cuidando dos outros semideuses, contudo, o lugar não o deixava tão calmo quanto antigamente. Por ter visto o seu irmão lá, estava evitando o máximo que podia sem faltar com o seu dever como Curandeiro, pegando turnos mais curtos e espaçados ao longo da semana. Não era a coisa certa a se fazer, mas sua cabeça não estava a das melhores. Uma prova disso era sua ida ao arsenal, onde estava procurando uma espada que pudesse servir para o seu treino de combate. Não estava tendo muita sorte: todas elas pareciam pesadas e desengonçadas demais e quase se sentia mal em treinar uma arma que não fosse seu Arco e Flecha, mas o exercício era mais para distrair a cabeça do que qualquer outra coisa. Jules estava distraído, mas a surpresa de ouvir outra voz o tirou de seu transe. Incapaz de identificar qual era o tom da semideusa, o filho de Apolo piscou algumas vezes para Yasemin. — Sim…? — Confuso, ele virou a cabeça para o lado. — Estou procurando uma espada, mas eu já quero desistir. — Comentou, fazendo uma careta. — Você precisa de alguma coisa? Aconteceu algo? Tá tudo bem?
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closed starter w/ @misshcrror local: observatório.
Aquele era o primeiro encontro com Yasemin fora da arena de treinamento, onde acabou tomando uma leve puxada de orelha por exagerar demais com a desculpa de que precisava melhorar. O que não era, em partes, uma mentira. No entanto, o cansaço físico era o único meio que havia encontrado para ocupar a mente e não pensar a respeito do que havia visto. Aquele misto de sensações ainda era um incômodo, especialmente para alguém que não sabia expor em palavras o que estava sentindo. O local marcado foi o observatório, lugar bem diferente do que costumavam ir quando queriam conversar. Estava sentado no chão, abraçando os próprios joelhos, enquanto encarava o céu nublado quando ouviu passos próximos. — Diria que está atrasada, mas aí lembrei que cheguei cedo demais. — Brincou conforme desviava a atenção para a turca. O sorriso de canto, sem expor os dentes, surgindo a medida que ela se aproximava e sentava ao seu lado. — Sei que aqui não é o melhor lugar do mundo para um piquenique, mas trouxe algumas coisas para comer.
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“open the fucking door!” closed starter for @misshcrror
Era de estranhar mas era verdade, o chalé de Ares estava estranhamente tranquilo e Daphne não sabia explicar se era graças aos acontecimentos da noite passada ou porque ainda era de manhã cedo. Tinha se levantado da cama por já não conseguir dormir mais, acabando por se sentar em uma das poltronas no espaço comum, apenas olhando para as armas meio desarrumadas à sua frente. Parecia estar meio que num transe, pensando em nada enquanto os olhos focavam ali mas sem realmente observar nada em particular. No entanto, esse momento fora interrompido ao ouvir alguém bater com força na porta, e logo a voz de Yasemin fora reconhecida. Se levantando, abriu a porta à amiga com uma expressão preocupada. "Hey está tudo bem? Está batendo há muito tempo?"
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quem: @misshcrror
onde: arena de treinamento
# ────── Sem tempo a perder, Fahriye dedicava-se com afinco a se tornar a soldado que sempre sonhou ser, determinada a oferecer suporte e proteção àqueles que mais amava no acampamento. Cada um deles carregava consigo uma parte de seu coração, e por isso, mereciam sua total dedicação e empenho. ── Resumidamente, eu estou tentando me convencer de que não sou a pior guerreira que já pisou nesse acampamento. ── Introduziu a explicação para Yasemin, durante o encontro arranjado pelo novo grupo paralelo de campistas determinados. Seu objetivo era ajudá-la a descobrir as melhores soluções para suas dificuldades. Embora tivesse grandes expectativas, procurava não pressioná-la com elas, deixando espaço para que pudesse absorver as informações e encontrar seu próprio caminho. ── Durante a noite do baile até consegui derrubar alguns ursinhos e ajudar campistas mais jovens a se defenderem com a ajuda de um autômato, mas sinto que meu nervosismo me atrapalha demais. ── A insegurança sempre fora um de seus principais inimigos e pouco parecia ter mudado. ── Em um momento eu estava tropeçando nos meus próprios pés e no outro minha adaga quase saiu voando da minha mão. ── Aceitar ser descoordenada estava fora de cogitação. ── Não sei, acho que me falta controle e técnica. ── Terminou seu raciocínio, então dirigindo a ela um olhar esperançoso. ── Pode me ajudar? ── Educadamente perguntou, torcendo para que não ouvisse ser um caso perdido.
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𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's dynamics ;
@d4rkwater asked : send me 🍸 for a moodboard of our muses.
#❛ — 𝐚 𝐤𝐢𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐩𝐚𝐧𝐢𝐜 ⠀ ;; ask game ⠀ ⛧.#❛ — 𝐚 𝐤𝐢𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐩𝐚𝐧𝐢𝐜 ⠀ ;; dynamics⠀ ⛧.#yasemin & joseph.#w: d4rkwater.
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⸻ Sabe, eu fico impressionado com o fato de morarmos no mesmo lugar e ainda assim você conseguir me dar perdido. ⸻ Desabafou Montanha, afiado como a ponta de sua foice, mas ainda cortês. Ele agora estava apoiado na entrada do chalé 32, segurando um pequeno embrulho enquanto mirava sua atenção inteiramente em @misshcrror. Fazia tanto tempo desde que ele a vira que ele reservou alguns segundos para fazer uma checagem visual e garantir que estava tudo visualmente no lugar. E com exceção do semblante carregado e cotidiano, felizmente, Yasemin parecia inteira. Ainda assim, ele suspirou. ⸻ Faltando aos nossos treinos, sumindo do refeitório… Embora não tenha te visto tanto, muito tenho ouvido muito o seu nome. ⸻ Foram tantos conflitos bobos entre campistas que pareciam enraivecidos com a filha de Deimos que o semideus sentia até dor de cabeça só de lembrar. ⸻ Trouxe o seu favorito. ⸻ Anunciou, referindo-se ao prato de comida que havia separado para a mulher. Ainda estava quente. ⸻ E adoraria saber o que está te prendendo tanto a atenção a ponto de você até mesmo estar pulando as refeições.
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“a little awkward, having to pretend we just met” + @rcstorcd
Os olhos passaram pela mulher com um sorrisinho de lado. Ela parecia estar acompanhada de outra pessoa, um outro homem, e ele definitivamente não tinha intenção de atrapalhar o que parecia ser um encontro. Mas havia algum lugar dentro de si que gostava de um pouco de humor. Analisou o terreno e acabou dando uma risada sozinho, apesar de ter chamado atenção do casal. Afinal, ele estava sozinho no balcão do bar, duas banquetas a diante deles. Rindo sozinho. “Desculpa, é que eu pedi essa batata e veio sem sal. Palhaçada né?” ele balançou a cabeça e estendeu a mão “Podem me passar o sal de vocês? Se não for atrapalhar” ele falou, e logo voltou a se manter ali, sozinho. Não sabia se achava graça pelo outro homem parecer bem esquisito, ou pelo fato de não ter achado bom anunciar-se como vizinho da morena. De toda forma, quando o homem pareceu se levantar pra ir ao banheiro ele arqueou as sobrancelhas “Engraçado fingir que não te conheço”
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w/ @misshcrror
you make me feel like i’m living a teenage dream ✨
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with: @misshcrror logo após o drop
As mãos ainda trêmulas puxavam o cabelo nervosamente. Era raro que demonstrasse fragilidade abertamente, mas aquela era uma situação fora do comum,�� mesmo para semideuses. Não havia tido tempo de absorver tudo que acabara de acontecer, muito menos de pensar no culpado por tudo. Traidor? Grimório? Nada disso importava no momento. Flashes violentos de vermelho e da mais absoluta escuridão dominavam sua mente; no rosto, os rastros de lágrimas se mantinham frescos. Estava desnorteada, a única certeza que tinha era que precisava encontrar seus irmãos, seus poucos amigos... E como se o mero pensamento a tivesse invocado, cabelos avermelhados cruzaram seu caminho. Antes que pudesse se conter, chamou " Yasemin! ", dando um passo em direção a filha de Deimos. No entanto, parou no meio do processo. De repente, lembrou que a amizade não existia mais entre elas — noção que doeu mais que o esperado para alguém que se dizia tão desapegada. Forçando um pigarro, procurou o que dizer. " Você estava na patrulha hoje? Seu agrupamento está bem? Fisicamente, digo " indagou, quando na verdade queria perguntar " você está bem? "
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« i don't need you to protect me ——— i can take care of myself . » / @loveforum ♡ .
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quem: @misshcrror
onde: bar do dionísio
Enquanto degustava um dos seus coquetéis favoritos, Aurora buscava um refúgio para sua desilusão em relação ao amor, ansiando pelo término de uma noite que lhe parecia interminável e inapropriada. O ambiente ao seu redor transpirava romance, com casais mergulhados em conversas íntimas e risos contagiantes, o que ela observava com um sorriso irônico nos lábios. Era fascinante como as pessoas podiam temporariamente esquecer seus problemas, iludindo-se com distrações efêmeras enquanto as verdadeiras soluções permaneciam distantes. Seus pensamentos rancorosos foram interrompidos quando avistou Yasemin do outro lado do balcão. ── Pelo menos no bar não tenho do que reclamar. ── Ela comentou com um humor incomum, erguendo levemente seu próprio copo. ── Como é bom não precisar contrabandear vinho. ── Brincou, aproveitando a oportunidade para elogiar a conquista alheia. ── Parabéns pela apresentação, o som da banda de vocês estava incrível! ── Nunca sentia a obrigação de mentir, então não o fazia. Embora sua mente estivesse vagando além do evento, ainda encontrava momentos para apreciar o que havia de bom ao seu redor.
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closed starter w/ @misshcrror local: após o toque de recolher, na cachoeira.
𝐏𝐀𝐑𝐓𝐄 𝐈𝐈𝐈 ❛𝖮 𝖻𝖾𝗆 𝗆𝖺𝗂𝗌 𝗌𝖺𝗀𝗋𝖺𝖽𝗈 𝖽𝖾 𝗎𝗆 𝗌𝖾𝗆𝗂𝖽𝖾𝗎𝗌 𝖽𝖾𝗏𝖾 𝗌𝖾𝗋 𝖽𝖺𝖽𝗈 𝖺 𝗆𝗂𝗆.❜ @silencehq
⸻ ・ ⸻ Joseph já não era mais o mesmo, ali existia outra pessoa, um outro alguém, mas não o filho de Poseidon. Se perguntassem o que tinha em sua mente ou o que passava nela, não receberia nenhuma resposta além de: Ordens. Era só isso que invadia seu consciente e infiltrava o subconsciente em busca de fraquezas fáceis de manipular e, como consequência, carregar Joseph para o lado obscuro. Desde o primeiro momento que ouviu a primeira ordem o semblante do semideus tornou-se sem vida, pálido e com olheiras visíveis devido às noites sem conseguir dormir direito.
Sentado em sua cama tudo o que conseguia encarar era o colar de pérolas em sua mão. Só tinha um único objetivo aquela noite e precisava apenas esperar o toque de recolher para caminhar até a parte mais isolada da fenda: A cachoeira. Quando finalmente chegou a hora, Joseph enfiou o colar no bolso e seguir, sorrateiro e bem furtivo, até seu local de destino. Era incrível como o volume daquelas vozes aumentavam a pedida que se aproximava da fenda, tornando-se impossível ouvir qualquer barulho ao seu redor. Até o som da queda de água era abafado por elas. O objeto de valor foi rapidamente exposto e esticado na direção do abismo após a fenda lhe abrir caminho. Mostrando que nenhum filho da magia era capaz de impedi-la se assim quisesse. Joseph ficou parado bem na beira, encarando aquela escuridão sem dizer nada. Já as vozes, gritavam pedindo pela joia graças a demora, provocando um ligeiro calafrio em sua nuca. O medo, que há dias não sentia, veio e consigo acendeu um resquício de consciência. E se recusasse? E se ignorasse aquelas ordens e simplesmente sumisse dali? O conflito gerou o início de um surto. Quem era ele afinal? E ao se questionar em silêncio, as vozes (como se pudesse ler sua mente) respondeu: O filho inútil de Poseidon. A raiva queimou no peito de Joseph naquele instante. Ele que, por anos, treinou e deu o próprio sangue e suor para se provar o melhor, mesmo com muitos duvidando de sua capacidade, se revoltou com o abismo ao ponto de esbravejar. — Cala a boca!! — E é claro que foi respondido com mais insultos e provocações baixas que, de certo modo, contribuíram com sua vontade de largar o item e provar a quem quer que seja que, Joseph Barker, é melhor e superior aos irmãos e ao próprio pai covarde.
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𝐜𝐥𝐨𝐬𝐞𝐝 𝐬𝐭𝐚𝐫𝐭𝐞𝐫 for @misshcrror; barraquinha de tatuagens
Daphne já tinha várias tatuagens espalhadas pelos braços e algumas nas costas, por isso tal não foi seu espanto quando soube que iria haver uma barraquinha de tatuagens disponível no parque. Espanto e não só, entusiasmo. No entanto, não queria ir sozinha, e quando avistou Yasemin ao longe, deu uma pequena corridinha até à amiga, a segurando por um braço quando a alcançou. "Tive uma ideia." Murmurou com um pequeno sorriso, inclinando a cabeça em direção à barraquinha. Se havia alguém que seria capaz de alinhar naquela ideia com a loira, seria a filha de Deimos, ou pelo menos era isso que Daphne esperava. "Que tal irmos fazer uma tatuagem? Não digo a combinar, mas acho que seria legal!"
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𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's dynamics ;
@krasivydevora asked : send me 🍷 for an aesthetic of our muses send me ☕️ for a mini playlist of our muses
#❛ — 𝐚 𝐤𝐢𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐩𝐚𝐧𝐢𝐜 ⠀ ;; ask game ⠀ ⛧.#❛ — 𝐚 𝐤𝐢𝐧𝐝 𝐨𝐟 𝐩𝐚𝐧𝐢𝐜 ⠀ ;; dynamics⠀ ⛧.#yasemin & devora.#w: krasivydevora.
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quem: @misshcrror
onde: punho de zeus
De um lado para o outro, a cabeça de Aurora pendia, possibilitando estudar a estrutura de pedra por diferentes pontos de vista. Parecia compenetrada no que fazia, em paz com o silêncio que a rodeava, até observar que já não estava mais sozinha. Voltando o rosto para a figura que se movia em sua direção, identificou Yasemin. ── Estava fazendo uma caminhada, me distraí e acabei vindo parar aqui. ── Gesticulou com a destra, indicando o majestoso punho, por muitos considerado amaldiçoado, mas por ela apenas irrelevante. ── Já não sei a quanto tempo estou circulando em volta dele, mas pensei que talvez, do ângulo certo, o dedo do meio possa parecer erguido para a gente. ── A possível descoberta em nada contribuiria em sua vida, mas lhe parecia interessante por algum motivo. Possivelmente apenas buscava por um pouco de distração. ── Ainda acho que vamos acordar algum dia e Zeus estará mostrando o dedo do meio pra gente. ── O comentário era feito com um sarcasmo bem humorado, acompanhado por um sorriso curto.
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Nem em seus piores pesadelos teria imagina sequer metade das coisas que vivenciara no acampamento nos últimos meses, e isso, porque sequer se lembrava de boa parte dos acontecimentos. A perda dos amigos, o medo, a traição... Nada disso pareceria antes, parte da ideia do que era o acampamento para ela, ainda que soubesse, e tivesse visto as consequências das guerras anteriores; confiava na paz. Ou talvez apenas desejasse isso, que isso fosse problema para outra geração de semideuses. Suas ambições nunca abriram espaço para que ela desejasse uma grandeza em meio ao sofrimento, Veronica não era forte ou resiliente o bastante para viver esses períodos de forma onde não se quebrasse em pequenos pedaços. Talvez a visão de Hécate estava certa mesmo sobre ela; era uma vergonha para um legado como o de sua família. E foi inevitável comparar a própria família com a de Yasemin, não em tom de superioridade ou deboche, Ronnie era grata por sua família, apesar de qualquer defeito que viessem a ter, sabia ser mais uma vez privilegiada. ❛ Ah... sinto muito por isso. ❜ Apesar de todas as diferenças, tentou soar convincente, não tinha pena dela, mas todo mundo merecia ser amada e apoiada, não? Porém, apesar da fala desconcertada, sem saber como reagir à revelação, semicerrou os olhos quando Yasemin comentou do colar, um negar suave com a cabeça foi como reagiu. Não confirmaria estar com o colar, não após tanto negar, mas, talvez se sentiu culpada por estar com ele.
Retornou o olhar pra Yasemin quando ela questionou, era razoável a dúvida de toda forma, Veronica não era discreta quanto ao desagrado que sentia com os deuses, porém, Hera lhe era valiosa demais para a medir com a mesma régua que usava com os outros. Nem mesmo dionísio, a quem via constantemente desde os treze anos, residia em lugar tão privilegiado de seu afeto. ❛ Sim. Hera esteve comigo, mesmo que à distância em momentos onde eu mais precisei. Ela salvou minha vida e foi quem mandou Argos me resgatar na primeira vez que estive no acampamento. Ela nunca antes de... Você sabe, serem obrigados a se calarem, me negou sua benção, proteção ou, ao menos, orientações. ❜ Um sorriso discreto se abriu nos lábios cobertos de gloss brilhante da loira, ao menos quando ela comentou sobre treinar com Deimos, a ideia lhe causando arrepios e soando o oposto de convidativa, mas ao menos parecia uma presença divina. Se tivesse tido a chance de ser reconhecida por Hécate, ao menos por alguma vez, o rancor e mágoa que tinha dela, não estaria agora tão acima de qualquer respeito que pudesse criar. Não teria jamais uma relação saudável de mãe e filha com ela, tinha lembranças no seu corpo disso, numerosas, mas precisou que deusa tentasse matar seus amigos para que por fim, desistisse. Talvez Veronica fosse teimosa demais para seu próprio bem. ❛ Você pode ir lá, qualquer um que aja com respeito é bem-vindo em território sagrado de Hera. ❜ Franziu o cenho sem reparar, pensando na última vez que alguém decidiu entrar no chalé de Hera para desrespeitar sua senhora, por sorte estava lá e arrastou a semideusa para fora pelo braço. ❛ No estado que estamos, pedir por proteção nunca é demais. ❜ Tentou soar engraçadinha e divertida, até riu pela própria fala, realmente sem saber como agir com Yasemin em um momento tão íntimo. A última fala dela ressoou em sua mente, havia sido exatamente por esse motivo que escolhera seguir sua senhora. Ela era, indiscutivelmente, uma mãe. ❛ Se sentir importante para uma figura que a gente respeita, sentir que tem alguém disposto a ouvir seu choro e comemorar suas conquistas... Todo mundo merece isso. ❜
As situação no acampamento estava tão bizarra que conversar com sua arqui-inimiga parecia o mais normal e sensato dentro de todas as ocasiões que ocorreram antes. O que era totalmente insano quando se parava para pensar a respeito uma vez que seu temperamento estava mudando desde que assumiu como conselheira de seu chalé e com todas aquelas responsabilidades. Era como se o tempo para brigas estivesse se amenizando muito embora sua personalidade raivosa estivesse muito mais latente, mas agora voltada com outro foco. Seus treinos estavam sendo o maior objetivo e uma vez atingidos e colocando para fora toda a energia de ódio, ficava mais fácil lidar com a ruiva em outros momentos.
A fala sobre a tragédia grega trouxe um riso, curto, mas sincero. Rir de uma lembrança dolorosa ao lado de Veronica não pareceu tão ruim uma vez que compartilhou desse elo com ela no baile, com as coroas. Foi levada para reviver memorias trágicas, mas não esteve sozinha naquele sofrimento. Aquilo era algo. A filha de Deimos negou com a cabeça com a pergunta. ❝ ― Não tenho família fora daqui, só tinha minha mãe... Os outros, bem, quando ela morreu não quiseram minha guarda. O cordão que está com você é uma das poucas lembranças que tenho dela. ❞ — Foi sincera em sua resposta. Era gélida, mas era naquela realidade que vivia por mais de quatorze anos. Por isso, deu todo ouvidos quando a devota passou a falar de sua deusa para si. Algo dentro de Yasemin ressoava com aquelas palavras, quase como sentisse o aconchego de uma casa que teve há muito tempo atrás.
❝ ― Você acredita mesmo nisso. ❞ — Não era uma pergunta. Era boa em ler pessoas e via a sinceridade no olhar da loira. O que lhe deu certo conforto de continuar... Se abrindo, por mais incrédula que fosse aquela cena. ❝ ― Passei alguns meses treinando com Deimos, mas... Apesar de ser um pai de menina, ele é um deus e sabe bem como são. No fim, o poder é o que vale. Inclusive fui criada como uma arma, mas... Sinto falta da minha mãe todos os dias, de ter uma família e eu sei que tenho meus irmãos aqui e alguns amigos que são família, mas... Mãe é mãe, e a minha jamais seria insubstituível. Porém já é a segunda vez que me vejo fazendo oferendas para Hera e... Até pensei entrar no chalé dela, ver como é, talvez fazer uma oferenda lá. Quem sabe assim ela consegue me ouvir ou interceder por nós de alguma forma, não sei. ❞ — Ela deu uma pausa, sem manter qualquer contato visual com a semideusa. ❝ ― As vezes tudo o que queremos é o acalento de uma mãe. ❞
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