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#tw suicídio
dlfknskfdmx · 2 days
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( masculino • ele/dele • bissexual ) — não é nenhuma surpresa ver CHRISTOPHER "KIT" OWEN MATTHÄUS andando pelas ruas de arcanum, afinal, o HUMANO BANSHEE precisa ganhar dinheiro como BOMBEIRO. mesmo não tendo me convidado para sua festa de VINTE E SEIS ANOS, ainda lhe acho CARINHOSO e AMBICIOSO, mas entendo quem lhe vê apenas como IRRITADIÇO e DESILUDIDO. vivendo na cidade DESDE SEMPRE, kit cansa de ouvir que se parece com PAUL MESCAL.
B I O G R A F I A
Kit é o segundo filho dos Matthäus, uma família local do vilarejo, que possuem suas raízes profundas na região e sequer se lembram de como é o mundo exterior ao véu; as crianças cresceram imersas no mundo sobrenatural apesar de serem completamente humanos. Como segundo menino da família, Kit naturalmente era o mais travesso e rebelde, uma criança feliz e bem intencionada, mas que se metia em alguns apuros nessa cidade cheia de sobrenaturais. Nem sempre ele se dava perfeitamente com os irmãos também, seu temperamento já era explosivo desde essa época e restava para os pais separarem as brigas infantis.
Mas todas essas turbulências sequer se comparam com o que aconteceu quando ele atingiu a puberdade e sua verdadeira natureza de banshee despertou. Foi uma surpresa para toda a família, porque ninguém lembrava de haver algum humano dotado nas gerações passadas, mas ninguém lidou tão mal com essa revelação como o próprio Kit. Tudo começou com o pressentimento da morte da avó Matthäus, um sentimento terrível e inexplicável atingindo o adolescente até que ele perdeu o controle e soltou o famigerado grito banshee no meio do treinamento de futebol da escola e desmaiou logo em seguida. A partir desse dia, a vida virou um inferno para Kit e ele jamais se recuperou. Seus pressentimentos e visões eram um peso para ele, mentalmente e fisicamente, levando-o a um estado de depressão. Ainda adolescente, ele se voltou para o álcool e drogas para abafar as visões de banshee, mas essas substâncias apenas aliviavam - se a pessoa fosse muito próxima a ele, não tinha nenhuma escapatória, como quando seu pai morreu. Kit quase cometeu suicídio antes do seu pai de fato morrer, atormentado por todas as imagens da morte do pai antes dela acontecer.
Ele começou a ficar obcecado em achar uma cura para a sua situação, e a única coisa que conseguia pensar era se transformar e outra criatura sobrenatural como um vampiro ou lobisomem; deixando assim, de ser um banshee. Ele importunou todos os sobrenaturais que conhece e ainda sonha com a oportunidade de poder transformar-se e fugir de sua condição. A Pousada Chama Eterna virou um ponto de contestação para os irmãos Matthäus e Kit é a principal voz em querer vender a pousada, principalmente para conseguir uma boa grana para pagar alguma criatura para lhe transformar. E também porque a Pousada lhe traz péssimas memórias e pressentimentos, com a quantidade de pessoas que passam pela residência, ele cria mais vínculos com elas e sente mais profundamente as suas mortes. Em razão do seu uso de substâncias para abafar os pressentimentos de banshee, Kit mais vaga pela vida do que realmente vive, não cria nenhuma relação duradoura ou conexão mais profunda, não cursou nenhum curso superior e apenas trabalha como bombeiro paramédico sem nenhum ânimo ou empolgação, apenas para pagar as contas - e o seu vício.
C O N N E X Õ E S (sugestões)
001. seu personagem é um vampiro/lobisomem com mais decência que recusou os pedidos constantes de kit para que o transformasse, deixando bem claro os problemas que isso pode trazer também. kit provavelmente é muito ressentido com seu personagem e isso pod causar algumas tensões.
002. algum relacionamento amoroso antigo que acabou porque ele ficou totalmente passivo, emocionalmente indisponível; ele que fez merda por ser totalmente # connell da vida.
003. alguém que ele salvou como bombeiro paramédico ou que salvou alguém da família/amizade do seu personagem e uma amizade pode estar começando meio a contragosto.
004. um companheiro de bebida no bar local, eles nem se falam fora, mas sentados naquele bar vão passar a noite inteira estragando o fígado juntos.
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maizixie · 4 months
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então eu tou a caminho da queima ne e pus um CD dos the script a dar em preparação. começa a dar a superheroes e quando chega ao refrão eu começo a chorar só. tipo a chorar a sério. isto vai ser uma noite interessante
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sflcwer · 2 months
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Já faz uma semana que eu tenho dormido com meu cachorro apertado contra mim. Eu preciso sentir o sangue e o corpo quente de alguém. Alguém inocente. Às vezes, olho nos olhos dele e ele não reage; seu cérebro parece vazio e sei que ele não tem pensamentos julgadores. Quando amanhece, preciso abaixar a cabeça, sentir o cheiro de desinfetante e conviver com pessoas com quem não me sinto segura, que não me amam e que não são genuínas, consigo sentir o cheiro podre de quando eles abrem as pernas e a fumaça de quando abrem as bocas, o mundo deles não é o meu mundo e eu estou parada entre as duas nuances. Minha cabeça está encostada no travesseiro e meus óculos estão tortos agora, pressionados pelo peso do meu crânio. Essa semana vi dois filmes em preto e branco, e todos os personagens tinham olhares perdidos e gritos silenciosos. Experimentei duas saias, e todas ficaram curtas demais. Tomei cinco remédios tentando fazer com que a enxurrada de pensamentos cessasse, mas não funcionou. As vozes me atormentaram e meu coração parece querer saltar do meu peito, e eu quero devorá-lo, devorar a mim mesma, pele, gordura e sangue. Esta semana, uma menina me repreendeu em público por eu tê-la ignorado. Estava escuro e todas as cabeças ao nosso redor se viraram curiosas para ver a cena. Isso me deixou triste, pois claramente ninguém nunca tinha mandado nenhuma dessas pessoas calarem a porra da boca. Esta semana, tentei não olhar para o calendário. Sei que os dias voam como folhas em um vendaval, e eu sou o poste preso com cimento, congelada e parada. Eu estou tão cansada de meninas e meninos e maquiagens e calorias, e julgamentos e não julgamentos. Essa semana se encerrou como mais uma outra, meu corpo não é meu mas eu ainda estou viva.
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kittinglife · 2 days
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( masculino • ele/dele • bissexual ) — não é nenhuma surpresa ver CHRISTOPHER "KIT" OWEN MATTHÄUS andando pelas ruas de arcanum, afinal, o HUMANO BANSHEE precisa ganhar dinheiro como BOMBEIRO. mesmo não tendo me convidado para sua festa de VINTE E SEIS ANOS, ainda lhe acho CARINHOSO e AMBICIOSO, mas entendo quem lhe vê apenas como IRRITADIÇO e DESILUDIDO. vivendo na cidade DESDE SEMPRE, kit cansa de ouvir que se parece com PAUL MESCAL.
B I O G R A F I A
Kit é o segundo filho dos Matthäus, uma família local do vilarejo, que possuem suas raízes profundas na região e sequer se lembram de como é o mundo exterior ao véu; as crianças cresceram imersas no mundo sobrenatural apesar de serem completamente humanos. Como segundo menino da família, Kit naturalmente era o mais travesso e rebelde, uma criança feliz e bem intencionada, mas que se metia em alguns apuros nessa cidade cheia de sobrenaturais. Nem sempre ele se dava perfeitamente com os irmãos também, seu temperamento já era explosivo desde essa época e restava para os pais separarem as brigas infantis.
Mas todas essas turbulências sequer se comparam com o que aconteceu quando ele atingiu a puberdade e sua verdadeira natureza de banshee despertou. Foi uma surpresa para toda a família, porque ninguém lembrava de haver algum humano dotado nas gerações passadas, mas ninguém lidou tão mal com essa revelação como o próprio Kit. Tudo começou com o pressentimento da morte da avó Matthäus, um sentimento terrível e inexplicável atingindo o adolescente até que ele perdeu o controle e soltou o famigerado grito banshee no meio do treinamento de futebol da escola e desmaiou logo em seguida. A partir desse dia, a vida virou um inferno para Kit e ele jamais se recuperou. Seus pressentimentos e visões eram um peso para ele, mentalmente e fisicamente, levando-o a um estado de depressão. Ainda adolescente, ele se voltou para o álcool e drogas para abafar as visões de banshee, mas essas substâncias apenas aliviavam - se a pessoa fosse muito próxima a ele, não tinha nenhuma escapatória, como quando seu pai morreu. Kit quase cometeu suicídio antes do seu pai de fato morrer, atormentado por todas as imagens da morte do pai antes dela acontecer.
Ele começou a ficar obcecado em achar uma cura para a sua situação, e a única coisa que conseguia pensar era se transformar e outra criatura sobrenatural como um vampiro ou lobisomem; deixando assim, de ser um banshee. Ele importunou todos os sobrenaturais que conhece e ainda sonha com a oportunidade de poder transformar-se e fugir de sua condição. A Pousada Chama Eterna virou um ponto de contestação para os irmãos Matthäus e Kit é a principal voz em querer vender a pousada, principalmente para conseguir uma boa grana para pagar alguma criatura para lhe transformar. E também porque a Pousada lhe traz péssimas memórias e pressentimentos, com a quantidade de pessoas que passam pela residência, ele cria mais vínculos com elas e sente mais profundamente as suas mortes. Em razão do seu uso de substâncias para abafar os pressentimentos de banshee, Kit mais vaga pela vida do que realmente vive, não cria nenhuma relação duradoura ou conexão mais profunda, não cursou nenhum curso superior e apenas trabalha como bombeiro paramédico sem nenhum ânimo ou empolgação, apenas para pagar as contas - e o seu vício.
C O N N E X Õ E S (sugestões)
001. seu personagem é um vampiro/lobisomem com mais decência que recusou os pedidos constantes de kit para que o transformasse, deixando bem claro os problemas que isso pode trazer também. kit provavelmente é muito ressentido com seu personagem e isso pod causar algumas tensões.
002. algum relacionamento amoroso antigo que acabou porque ele ficou totalmente passivo, emocionalmente indisponível; ele que fez merda por ser totalmente # connell da vida.
003. alguém que ele salvou como bombeiro paramédico ou que salvou alguém da família/amizade do seu personagem e uma amizade pode estar começando meio a contragosto.
004. um companheiro de bebida no bar local, eles nem se falam fora, mas sentados naquele bar vão passar a noite inteira estragando o fígado juntos.
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m3m0ryhunt3r · 4 months
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Em um mundo onde cada esquina e cada rua está repleta de memórias e ecos, às vezes me encontro em um estado de melancolia tão profundo que a própria ideia de pertencer a algum lugar se torna estranha. "Pra onde ir quando não queremos estar em lugar nenhum?" Essa pergunta ressoa em minha mente como um mantra, uma busca por respostas em um labirinto de incertezas.
Nesses momentos, as opções parecem se desvanecer e os lugares que conheço parecem distorcidos, como se vistos através de um espelho embaçado. As pessoas ao redor continuam suas vidas, indiferentes à minha luta interna, enquanto eu permaneço imóvel, presa em um limbo emocional. Não é uma questão de não ter para onde ir fisicamente, mas sim de sentir que nenhum lugar pode oferecer o conforto ou a compreensão que busco.
A melancolia me envolve como uma névoa, filtrando a luz e as cores do mundo até que tudo que resta é uma paisagem em tons de cinza. É um sentimento de deslocamento, uma desconexão não só com os lugares, mas também com as pessoas e até mesmo comigo mesma. Nesse estado, até mesmo o meu próprio reflexo parece estranho, e a ideia de "casa" parece uma lembrança distante.
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myplaced · 1 year
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Meu corpo praticamente implora pra que eu fique lá.
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A cada dia meu desejo e necessidade só aumenta. Será que alguém vai se importar? Será que os funcionários vão fazer algo?
Me imagino caindo... deixando meu corpo prender pra trás. Me pergunto se eu vou cair e bater a cabeça no ferro ou se vou conseguir fazer o cálculo perfeito pra que o trem me atinja enquanto ainda estou no ar.
Mandei mensagem pro meu psicólogo e ele respondeu com "oiê! Ok" acho que vamos falar sobre "isso" semana que vem, mas eu não quero estar em lugar nenhum semana que vem.
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pnic · 1 year
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nome completo: guenièvre panic  pronomes: ela/dela    idade: ??  ocupação: tatuadora    sexualidade: ??   natural de: ??    traços positivos: excêntrica, audaz, esperta, compassiva    traços negativos: emotiva, neurótica, negligente e indelicada.
tw: violência/sequestro contra/de crianças, suicídio, menção à tortura e assassinato.
plot call
no norte da itália, antes da itália propriamente ser itália, nasceu guenièvre. claro, pois você não pensou que o nome dela seria panic, sim? talvez, se você até soubesse que em seu princípio ginny era nada mais que uma pequena lavradora, seria um choque. sua fonte de renda derivava basicamente de vender leite, queijo, e grãos. ela era a segunda filha dos cinco do casal, e desde muito nova, não foi lhe dada muita atenção. era a única mulher, de uma mãe que gostaria de ter tido todos os filhos meninos. seu crescimento foi recheado de punições aos menores erros, surras desmedidas e broncas intermináveis, principalmente pelo comportamento arteiro que tinha. daí derivou a pressa de seus pais por casá-la logo, ainda jovem, com o filho do ferreiro. mas não era de todo azar, afinal, a loira o conhecia. tinha sido o menino com quem brincando, deu seu primeiro beijo. não seria sua escolha, porque não o amava, mas representava a melhor dentre as opções que tinha.
e fruto do relacionamento, cerca de um ano depois, ginny recebeu chiara em seus braços. uma linda menina, loira, com grandes olhos azuis. em seu berço ela jurou jamais se permitir fazer com sua filha o que tinha acontecido consigo em sua infância, e que a amaria incondicionalmente até seu último suspiro de vida. ela nunca quebrou suas juras. nos cinco anos em que viveu com sua filha, foi muito feliz. longe de seus pais, com um marido um pouco mais compreensivo do que seu pai costumava ser, ela podia ter seus hobbies. amava colher flores, matos, ervas, descobrir seus usos e aplicações, e sempre que podia, deixava chiara por algumas horas com seu marido para que pudesse fazê-lo. foi em uma dessas ocasiões que sua filha sumiu. talvez esse seja o momento do destino que ginny assumiu a persona de panic, pois definitivamente nunca mais foi guenièvre. 
ela culpava o marido, claro que o culpava. por que ele não estava a observando? ninguém na vila sabia explicar o que havia acontecido com chiara, ninguém tinha visto a garota. alguns dias depois e a maioria das pessoas já tinham  abandonado as buscas, enquanto a loira continuava vagando na tentativa de a encontrar. era inverno, e normalmente, situações como aquela não tinham um final feliz. sete dias completos vagando. dormindo no chão, tremendo de frio, sem comer. não desistiu em nenhum momento. e quando a encontrou, não era mais sua filha, mas apenas um cadáver esquecido no chão. os gritos de guenièvre poderiam ser ouvidos por toda floresta. a dor era tão absurda que ela acreditou que sua vida terminaria ali, naquele momento, deitada ao lado do corpo de sua filha. até a dor dar lugar para outro sentimento.
ela nunca esqueceu. nunca perdoou. queria descobrir quem havia assassinado sua filha. precisava. e iria recorrer a qualquer meio necessário, inclusive a… vender sua alma para mercúrio. ou hades, como vocês o conhecem. inundada em raiva, era como um grande atrativo, um outdoor que praticamente implorava pelo deus. ele precisava de muito pouco para corromper aquela alma, mal seria um empurrão. mas ela não queria dar sua alma a troco de nada. queria dez anos, e então seria dele para toda eternidade. queria poder e conhecimento, e assim recebeu. estava munida do que precisava para fazer o que tinha em mente, mas claro que ele não parou por aí. ou não seria o senhor do submundo, sim? certificando-se de que a explosão aconteceria, hades permitiu que ela visse os últimos momentos de vida de sua filha. quando ginny saiu do recinto em que tinha o invocado, já não era mais quem um dia fora.
panic perseguiu e aterrorizou até a morte os assassinos de sua filha. fez questão de fazê-lo devagar, para que soubessem que ela estava vindo. mas era inevitável. e então os cozinhava, por dias. deixava que soubessem que ela estava ali, pois a viam em reflexos, ou de relance quando olhavam para algum lugar. mas sempre que retornavam, não tinha mais ninguém ali. eles pensavam que estavam enlouquecendo. e então quando eles não aguentavam mais e a ideia de suicídio parecia palpável, ela os torturou de todas as maneiras que sua cabeça sadista conseguiu arquitetar. sua sede por vingança não esgotou ao assassinar todos os responsáveis, e rapidamente aquilo perdeu a mão. ela começou matando assassinos, vingando outras mortes, e pouco a pouco, seu critério para decidir quais vidas poderia retirar foi diminuindo. até o fim de seus dez anos, quando já tinha deixado para trás chacinas completas. hades parecia até orgulhoso quando veio ceifar sua alma, e ali os anos de vigilante deram espaço para os anos de lacaia.
como pain, panic não presta muita lealdade à hades. faz seus serviços e cumpre o que é mandado simplesmente porque agora é o seu destino. grande parte de si, apesar de ser um demônio, ressente seu passado violento. hoje a culpa permeia grande parte de seus dias, algo que ela facilmente joga pra trás com seus hobbies e vícios, no meio tempo em que hades não está lhe sufocando com serviços e mais serviços diabólicos. pelo menos ele parece bem mais ocupado com seu olimpo novo, o suficiente para que panic possa pensar um pouco em si…. o que é bom, certo?
habilidades
transmutação. como pain, panic possui a capacidade de se transformar em pequenos animais e em objetos, mas é uma de suas habilidades preteridas, visto que, assimila algumas características do que se transformou por algumas horas (é complicado de explicar).
força, agilidade e resistência. como um demônio, possui as três características muito mais exaltadas que as de um humano, ainda mais por se tratar de um demônio antigo. ela não é mais forte que um deus (claro), mas serve para lhe render boas vitórias em quedas de braços e te ajudar a vencer grande parte das brigas.
pseudotelepatia e fusão. pain e panic possuem a capacidade de transmutarem-se em um único ser, o que, ao longo dos anos, fez com que desenvolvessem também a capacidade de comunicar-se através de olhares. elas não leem os pensamentos uma da outra quando dissociadas, mas parece até que conseguem.
premonição. isso está mais relacionado à um dom que lhe foi concebido como parte de seu acordo. hades lhe deu a habilidade de “sentir” espíritos que possuem uma maior tendência a caírem para seu lado do jogo (o submundo), o que é muito útil para panic, que nota isso como um “cheiro interessante” derivado da pessoa.
details
panic aparece vez ou outra no drink in hell, claro, para cumprir turnos quando a casa enche demais (ela é obrigada, na verdade, mas pelo menos recebe). seu ganha-pão  real está em seu estúdio de tatuagem, pequeno e conhecido apenas entre os vilões. está em um pequeno canto obscuro da cidade (apesar de ser surpreendentemente limpo e bem decorado), com um horário de funcionamento extremamente variável.
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A tristeza me nocauteia todos os dias. É difícil tentar quando você sequer quer estar viva, então qualquer movimento é extremamente doloroso. Estou cansada de viver assim, e sei que não vou conseguir mudar.
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anaemiata · 1 year
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Desabafo....
Hoje vi uma frase que me fez chorar, se calhar estou muito sensível, mas fez e dizia o seguinte:
"Anorexia/ Mia ou suicídio?"
Tipo, porque simplesmente mexeu tanto comigo.... SEI LÁ, tenho t.a e tbm quero suicidar-me, porque simplesmente juntaram, traz uma carga emocional tão grande, se calhar só eu, provavelmente, mas sei lá....
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poisonhxart · 7 months
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#ophpov 15: drop by drop.
▸ tw: menção a morte e suicídio, agulha, envenenamento.
01 de fevereiro de 2024.
O conceito de mitridatismo sempre fora algo interessante nos olhos de Arianrhod. Em suma, é o hábito de um indivíduo ingerir pequenas doses de substâncias tóxicas sem sofrer grandes consequências com isso. O nome, derivado de um antigo nobre, anterior até mesmo à Dinastia Golonov, carrega uma história interessante, um conto pequeno que sua avó a tinha contado certa vez; Mitrídates VI, nobre oriental, querendo fugir de uma possível morte por envenenamento de seus inimigos, ingeria pequenas e crescentes doses de todos os venenos que conhecia até que pudesse suportar mesmo doses mortais desses sem morrer. Curiosamente, em dado ponto de sua vida tentou suicídio por envenenamento, o que fracassou por sua tida imunidade.
Quando criança, ela se perguntava como isso era possível. Foziah, paciente, a havia ensinado da maneira mais inofensiva possível: usando chá. Na época, Arianrhod detestava aynar na mesma medida em que era curiosa e essa fora a maneira que a avó encontrou de ensiná-la sobre o caso de Mitríades. Quanto mais vezes ela bebia o chá, mais o gosto se tornava tolerável, mais ela se tornava “imune”. Naquele tempo, havia sido uma maneira inteligente de unir útil ao agradável, mas Foziah Al-Khelaifi não tinha ideia do palácio que ajudava a construir na mente de sua neta.
Solidificado ainda na infância com memórias das quais já não mais se lembrava, Arianrhod sempre teve gosto por poções, pela terra; era uma herança que Farwa carregava da Essência que lhe fora usurpada e que havia recaído sobre sua filha. Amava a terra, o que vinha da terra, as inúmeras possibilidades com plantas e elementos laboratoriais. Amava poções, amava venenos. Apesar de nunca ter tido tempo para realmente se debruçar sobre isso, o caminho já pavimentado para Arianrhod permitia que estudasse aquilo que a mãe fora obrigada a deixar de lado.
Passando o olhar ao redor do laboratório, ela conseguia vislumbrar não só todas as plantas que cultivava, mas também todas as poções e substâncias tóxicas que havia criado e que estavam em fase de testes. A variedade ainda não era notável, mas havia aprendido que o pouco feito com maestria valia muito.
Sobre a mesa, estava o último que havia feito: modulado a partir de víperotoxinas, com sutis alterações e eventuais potenciações, brandindo a identificação “Viper” por não ter enxergado necessidade em dar para ele nome mais elaborado. A manipulação que tinha feito nos últimos tempos garantia a letalidade com doses extremamente sutis mesmo em sua forma gasosa. Arianrhod havia tomado o cuidado de não deixar a composição oleosa, permitindo uma absorção primária que cumprisse com sua função sem que a exposição precisasse ser prolongada. Seu tipo preferido de poções eram aquelas de natureza gasosa, não seria diferente com seus venenos.
Contudo, como alguém que pretendia usá-los, ela precisava de tomar os devidos cuidados. Uma máscara seria o suficiente, é claro, mas a possibilidade de morrer por sua própria criação não era algo que a atraía. Precisava de mais, de uma garantia mais concreta que antídotos. Precisava garantir certa imunidade para que não fosse vítima da própria armadilha. Nesse ponto, salve Mitríades e sua neura de ser morto por envenenamento. De algo havia servido.
Tomando o vidro do veneno em mãos, a composição ainda líquida brilhava num dourado chamativo. O pensamento de que aquilo poderia levar um homem ao Outro Mundo era tão atrativo quanto a vontade de testar o sabor. Ouro sempre cegara a humanidade até o cinábrio chegar, mas mesmo perante ao cristal, o mineral ainda era mais atrativo. Para ela, ao menos, era. E isso era parte do desejado.
Suspirando, Arianrhod encarou a pipeta e então a agulha. O passo-a-passo que vinha seguindo há um tempo era simples. Primeiro, as administrações orais para evitar um envenenamento letal. A seguir, de maneira a garantir que não correria mesmo risco algum, doses intravenosas. Essa era a segunda.
Com a quantidade calculada já pronta para ser injetada, ela higienizava a pele com cuidado redobrado. Parte de Arianrhod se sentia culpada por fazer o que estava fazendo. Ninguém próximo de si sabia e quando deixou a ideia subentendida para Geoffrey, ele não havia recebido com muito ânimo. Faz parte, ela pensou na ocasião, mas agora não voltaria mais atrás. Estava quase tudo certo, afinal; seu único remorso era não ter contado nem para Ren e tampouco para Blake. Não queria preocupá-los. Não era justo que o fizesse diante de tudo o que vinha acontecendo.
Era quase engraçado pensar na situação por inteiro. Ela estava sozinha em seu laboratório, longe de qualquer pessoa que pudesse salvá-la caso sofresse de uma intoxicação e ainda assim não tinha medo. Arianrhod, que nunca quis se parecer com Owen, tinha herdado com perfeição toda a arrogância e autossuficiência do pai de maneira ainda pior – porque ele era claramente burro e ela não tinha medo algum de subjugá-lo em voz alta. A estúpida confiança elevada em si mesma era traço herdado diretamente daquele homem.
Encostando a cabeça na cadeira depois de concluído o processo, a única reação que teve em meio ao leve tontear foi rir. Algumas pessoas a chamariam de sádica – e talvez fosse; outras a chamariam de psicopata – o que talvez também fosse, mas no fundo só conseguia pensar que era uma cientista e que não havia outra forma de testar tanto suas substâncias quanto a imunidade a elas senão em si mesma. Fechando os olhos por alguns longos instantes, ela finalmente suspirou. Demoraria alguns dias para repetir aquilo, alguns dias para analisar todas as reações de seu organismo durante todo o processo para calcular uma conclusão mais precisa e, finalmente, poder cuidar de alguns acertos de contas.
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geniousbh · 5 months
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⸻ ❝ 𝒍𝒐𝒐𝒌 𝒘𝒉𝒂𝒕 𝒚𝒐𝒖 𝒎𝒂𝒅𝒆 𝒎𝒆 𝒅𝒐 ❞
felipe otaño ₓ f.reader
wc: 6,8k
prompt: você começa a perceber coincidências muito estranhas entre 3 assassinatos e o barista bonitinho da cafeteria que você frequenta
TW.: SMUT, DUBCON, violência gráfica, manipulação, perseguição, gaslighting, menção à s.h (abuso), menção à suicídio, menção à vômito, menção à catolicismo, consumo de álcool, stockholm syndrome?👀 if u squint, sexo oral, rimming (muito ligeiro), nipple play, worship, p in v, SIZE KINK, MANHANDLING, BULGE KINK, sexo desprotegido (não façam), creampie, love bombing. tudo nessa história é TÓXICO, a reader ainda tá passando por TEPT e tem ataques de pânico (mas eu n dei nome aos bois, só escrevi os sintomas dentro do contexto). o felipe é um sociopata e stalker, se você é sensível com qualquer um desses tópicos NÃO LEIA. mdni
obs.: optei por deixar os avisos antes porque mais do que nunca preciso que vocês estejam informadas sobre o que vão ler, amigas🤒👍 não é e nunca será de forma alguma minha intenção denegrir a imagem do pipe, é uma história original que usa pouquíssimos traços da personalidade que ele demonstra! eu ouvi let the world burn do chris grey e animals do maroon 5 enquanto escrevia! revisei muitas vezes, mas por estar enorme provavelmente ainda tem erros, então me perdoem! no mais, espero do fundo do meu coração que vocês gostem 💐🎀🎁😚❣️boa leiturinhaaaa!
o primeiro assassinato havia sido televisionado, mas sem grande impacto. o rapaz era incapaz de ser identificado devido aos vários ferimentos no rosto - que o deixaram deformado para as fotografias da perícia - mas, para você, não restava dúvidas de quem era. a pulseira fina no braço esquerdo e a tatuagem na mesma região. cristian tinha sido quem te atraíra naquela noite depois da festa, com uma boa aparência e boa lábia, se aproveitando do seu estado embriagado, e te levando de carro para um galpão abandonado afastado de qualquer bairro residencial.
o terceiro e último tinha sido considerado o mais brutal. o vídeo se espalhara numa velocidade absurda, saindo do fórum onde havia sido publicado por uma conta anônima e indo para as grandes plataformas. os quatro minutos de gravação contavam com o garoto lendo uma carta onde ele se desculpava. se desculpava por todos os crimes e pela índole horrível qual ele tinha, se desculpava com os pais que não mereciam a vergonha de ter um filho como tal, e por fim, se enforcava com uma corrente presa no apoio de cortina no alto da parede. wilson fora o rapaz quem filmara enquanto os outros dois te violavam, os insultos que ele te direcionava no ato eram podres e por várias noites ecoaram em sua cabeça te impedindo de dormir.
o segundo assassinato tinha sido maior em proporções, diferente do primeiro, não seguindo qualquer padrão para a infelicidade dos policiais responsáveis pela investigação. o corpo esquartejado tinha sido espalhado aos arredores de um colégio público da pequena província onde você morava. o cheiro fétido e o horror que os jovens passaram quando o cadáver, ou os pedaços cadavéricos, melhor dizendo, foram encontrados deixou os moradores e pais revoltados. este, por conseguinte, teve o nome revelado em rede nacional. depois que cristian te conduziu forçosamente para o galpão quem te "recepcionou" fora henri. ainda conseguia sentir o toque bruto dele enquanto o rapaz rasgava suas roupas e te forçava contra o colchão antes de te prender com cordas - essas quais a fibra tinha deixado sua pele em carne viva -, restringindo seus movimentos de maneira que ele conseguisse fazer o que quisesse, mesmo com você lutando.
porém, a cidade era pequena, então as notícias corriam como o vento, tornando sua busca exaustiva e praticamente impossível.
faziam cinco meses, e apesar da sua terapeuta não recomendar que você ficasse indo atrás e procurando mais materiais sobre os casos, revivendo o trauma, era intrigante demais e você não se enquadrava no grupo de pessoas que acreditava em coincidências. todas as evidências te levavam a apostar que as mortes tinham sido cometidas por uma mesma pessoa, e uma que era próxima o suficiente para saber o que você havia passado na mão dos três indivíduos naquela madrugada infernal.
no primeiro assassinato haviam achado algumas pegadas masculinas, de tamanho 42-43 aproximadamente; um homem alto. já no segundo, o relatório emitido pela delegacia contava com uma descrição detalhada dos restos mortais que haviam sido cortados com uma precisão assustadora. "exigiria uma força muscular nos braços e no tronco todo realizar um desmembramento limpo, além de certo conhecimento anatômico". já no terceiro, o ip rastreado não dava em lugar algum, como se o aparelho de onde tivesse sido enviado não existisse mais - e muito provavelmente havia sido destruído mesmo. o fórum em si fora criado uma semana antes e o mais incomum era que o url da página havia sido modificado para "ni-una-sola-línea-que-no-cruzaría-por-ti".
o que te fez começar a ter aulas de espanhol com uma professora particular; uma senhorinha muito simpática que, apesar de dizer ter dois filhos, morava com seu gato frajola apenas. as aulas eram todas as quartas, você ia e voltava a pé ouvindo música nos fones.
muitas coisas haviam mudado desde o episódio, evitava algumas ruas, não ia mais ao cinema e por muito tempo ficara sem visitar a cafeteria que sempre frequentava aos sábados. não conseguia dizer se era por ter vergonha - já que aquelas pessoas provavelmente tinham ouvido sobre -, ou se porque tentava urgentemente se esquecer da rotina que tinha antes, já que não se sentia mais como sua antiga persona. a violência fora tão grande e tão injusta, quem poderia te culpar?
quando passou pela porta, ouviu o sininho soar nostalgicamente. uma das atendentes se virava e sorria cumprimentando "seja bem vinda". ah sim, se recordava numa onda melancólica do cheiro do café - que eles mesmos moíam já que o estabelecimento tinha uma tradição de vários anos -, do jazz suave e bem baixinho que preenchia os ambientes da locação, e de como o ar condicionado era sempre agradável, nem frio e nem calor, só aconchegante.
se sentava numa das mesas próximas à parede, ainda não se sentindo pronta para se sentar no mezanino ou perto das janelas como tinha costume. e antes que terminasse de folhear o cardápio um rapaz alto se aproximava para tomar seu pedido. você se lembrava dele também, mas quando seus olhos se encontravam, uma estranheza grande mexia com seu âmago te fazendo retesar na cadeira.
— não te vi mais aqui. — ele comentou com um sorriso singelo te fazendo notar que apertava os próprios dedos nas páginas do papel firme do menu, parando em seguida. — pensei que tinha se mudado.
felipe gonzalez otaño era neto do primeiro dono da cafeteria el dulce camino, um rapaz que beirava a mesma idade que você, alto, de ombros largos e olhos que te remetiam a imensidão do oceano - mesmo tendo ido à praia uma vez só quando ainda era pequena. olhos que ao te reconhecerem ali haviam se iluminado ainda mais. mas, diferente de quando você era cliente assídua, agora ele tinha uma cicatriz numa das mãos e outra no rosto - e a julgar pela coloração ainda rosada, deviam ser recentes.
— não... — você retribuía o sorriso pequeno e então recolhia as mãos para o colo, ainda sentindo-se desassossegada. — se eu tivesse me mudado, acho difícil que você não ficasse sabendo... — desconversou, tentando brincar.
— entonces encontraste un café mejor? — ouviu a resposta e o fitou dali debaixo. apesar do tom provocativo, felipe, ou "pipe" como o chamavam lá, não parecia brincar quando perguntava.
— não. isso nunca. — soprou sem jeito antes de colocar uma mecha do cabelo atrás da orelha. — e você, como se machucou? — arriscou.
— acidente. — ele respondia rápido, quase ensaiado. — posso anotar o de sempre?
— nossa, você ainda lembra? — indagou divertida.
café com leite gelado, sem açúcar e uma fatia de bolo de cenoura com cobertura, era o seu favorito, o que você pedia sempre, e exatamente o que felipe te respondera. o lisonjeio não perdurava mais graças ao sentimento ruim que agora comia suas entranhas te fazendo sentir as palmas e a nuca suarem frio. ainda assim, havia sido capaz de finalizar a bebida, pedindo que embalassem o bolo para a viagem.
"acho que você pode estar um pouco impressionada com o sentimento de voltar a fazer algo da sua antiga rotina. e estou muito orgulhosa de ter conseguido! vamos conversar mais sobre isso na sessão desta semana. abraço!"
o caminho para seu apartamento tinha sido completamente dissociado, num piscar de olhos você estava na sala de casa, se sentando no sofá com o corpo pesado e uma sensação de incompletude que te fez mandar uma mensagem para sua psicóloga. não seria a primeira vez que a chamaria num final de semana, e pelo valor mensal que seus pais desembolsavam era mais do que justo que ela te respondesse.
não era o suficiente pra você. passou o jantar todo beliscando a comida que sua mãe preparara e na missa do dia seguinte era incapaz de acompanhar as músicas tocadas. estudar para o pequeno seminário que teria na faculdade segunda-feira então?... fora de cogitação.
seu domingo acabava com você enfurnada no quarto revirando a caixa onde guardava as matérias impressas, os jornais com notícias e fotos dos assassinatos, apurações públicas do corpo policial local e boletins que a imprensa nacional tinha feito. relia tudo e bufava frustrada quando seu alarme para acordar tocava, te tirando do frenesi e avisando que havia passado a noite em claro, sem qualquer resolução.
na faculdade, suas olheiras espantavam todas as amigas que perguntavam com preocupação o motivo. não tinha porquê mentir, todas eram bem próximas desde o primeiro semestre e haviam sido peça chave para sua recuperação.
— como é mesmo o nome do barista? — julie questionava antes de puxar o celular depois de te ouvir contar suas percepções.
— aqui! eu sabia que não me era estranho! — a garota dizia de súbito e virava a tela do aparelho para compartilhar. — ele se matriculou aqui na facul faz um mês mais ou menos... depois do meio do ano.
— felipe. felipe otaño. — respondeu desanimada, se esforçando para copiar as anotações de marcela em seu caderno já que o sono tinha sido tanto nas primeiras aulas que tirar um cochilo havia sido inevitável.
você esbugalhava os olhos e segurava o pulso da amiga, confirmando ao ler o nome na lista pdf que ela mostrava. estava matriculado em fisioterapia, no período noturno... então como nunca tinham o visto? ou sequer topado com ele?
— mas não é tão estranho assim, 'miga... pensa, a cidade de vocês é um sopro e aqui é a universidade mais próxima. — mar tocava seu ombro fazendo um afago cuidadoso. — pode ser só uma má impressão.
— sabe o que eu acho? que você precisa se distrair mais dessas coisas. — foi a vez de rebecca, que estava quietinha até então, falar. — vamos com a gente numa festinha do curso, por favooor... a gente não bebe, ficamos juntinhas... — a ruiva sugeria e esticava as mãos para segurar as suas. — eu sinto sua falta! todas nós sentimos! vai ser bom se divertir! — e todas te olhavam com carinhas pidonas, te deixando numa saia justa.
"vou pensar", foi o que disse com uma expressão sem graça não querendo magoá-las. mas, era bem verdade. você sentia saudades tanto quanto elas e no fim, todas aquelas coisas podiam ser só acasos do destino. não poderia deixar que o resto de sua vida fosse consumido pelos fantasmas de sua ferida emocional. por isso, mais tarde naquela semana conversou com as colegas e combinou que iriam na próxima comemoração da atlética ou qualquer coisa assim, que fosse num lugar mais fechado e limitado só para os estudantes.
na quarta decidia ir até a biblioteca que ficava no subterrâneo da faculdade, ocupando quase o andar todo, com uma infinitude de armários e estantes com os mais diversos gêneros de livros, desde manuais de administração e coletâneas de herpetologia até romances e fantasias - tudo o que você precisasse eles tinham, e se não tivessem, mandavam encomendar se o aluno levasse uma solicitação por escrito.
lá também tinham salas de estudos, individuais e grupais além de algumas mesas de madeira espalhadas onde vez ou outra alguém se sentava para ler.
era assim que via a silhueta conhecida, mas tão rapidamente e tão de relance enquanto olhava por entre as brechinhas da prateleira de romances policiais que por alguns segundos duvidava que estava só sonhando acordada.
continuando em sua busca, sequer notava a pequena escadinha no caminho, onde alguns exemplares estavam colocados no primeiro degrau - provavelmente esperando que o bibliotecário viesse devolvê-los às suas respectivas seções -, se atrapalhando toda quando se esbarrava e tropeçava fazendo o móvel tombar e os livros em cima se espalharem no chão com um barulho seco.
— merda... — sussurrava nervosamente, se agachando rápido e vendo se nada tinha estragado, seria o fim se algum dos de capa dura tivesse avariado.
— quer ajuda? — a voz te fez congelar.
seu corpo pequeno diante da figura se petrificava. assistindo o otaño aparecer no corredor e se juntar a ti, apanhando todos os livros com as mãos grandes que alcançavam dois de uma só vez, os empilhando entre ambos. este te encarava com uma expressão que passava de neutra para confusa reparando no seu estado catatônico. sibilava algo, mas você não ouvia, apenas olhando para os lábios carnudos mexendo e no cenho dele franzindo.
— hola?! — o moreno estalava os dedos em frente ao seu rosto. — chamando para a terra? — ele soprava um riso. — 'cê me ouviu antes? se machucou com o tropeção?
negou devagar e apertou os lábios quando ele colocava os livros no colo e arrumava a escada antes de te estender a mão oferecendo ajuda para que ficasse de pé. nunca tinha reparado em como ele era alto. obviamente sabia, mas sempre que estavam próximos era no café com você sentada então nunca tendo a real noção da diferença acentuada.
o sentimento de ansiedade voltava com tudo na boca do seu estômago - borbulhando a bile -, te fazendo ignorar grande parte das coisas que ele dizia.
— você tem certeza que tá bem? — o maior insistia. — se precisar que eu ligue pra alguém... algum familiar ou amigo que você confie? — e então alcançava o próprio bolso da calça tirando de lá um celular antigo, estilo flip.
— seu celular... — falava baixo e pausada, pega de surpresa por não ver um daqueles há quase quinze anos.
— ah, é. o meu antigo quebrou, então tô usando essa relíquia aqui. — ele mostrava mais de perto, te deixando abrir e ver a telinha pequena se acendendo numa cor alaranjada. — es practico, fora que a bateria dura dias.
ergueu os olhos até estarem se entreolhando e viu pipe parar de balbuciar e dar um suspiro afável.
— acho que tô falando muito, né? — ele coçava a nuca e olhava em volta como quem quer te dar espaço para pensar no que responder.
— por quê escolheu fazer faculdade aqui? — perguntou depois de um tempinho ainda processando.
— e por quê tão de repente? — continuou.
— hm... — ele voltava a focar e então dava de ombros. — não sei, acho que é cômodo pra mim. é perto de casa... perto de quem eu conheço. e o curso que eu faço tem uma nota boa também. creo que eso es todo. — mas ao fim da explicação os olhos azuis pousavam em ti, te medindo com aquele brilho que lhe despertava uma necessidade intensa de fugir.
— você ia preferir que eu dissesse algo poético? do tipo, finalmente decidi seguir meus sonhos? — ele ralhava e passava os dedos por entre os fios compridinhos. — no soy tan interesante, nena... — concluía. — mas acho que posso dizer que meu propósito tá aqui.
antes que pudessem continuar com a conversa - que mais parecia um interrogatório -, seu celular tocava. seu pai falava sobre conseguir ir te buscar daquela vez, e você não sabia se agradecia ou se o amaldiçoava. apesar de tudo, queria perguntar mais coisas ao latino. precisava acabar com as dúvidas.
"meu propósito tá aqui", não era um jeito incomum de parafrasear que ele gostaria de se formar como fisioterapeuta? ou talvez fosse uma divergência de línguas... uma falha sua, na sua interpretação.
sua obsessão estava tão latente que a terapeuta tinha achado melhor aumentar as sessões para duas vezes na semana. enquanto isso, quanto mais tentava ignorar, mais vezes se encontrava com felipe, fosse na biblioteca ou no pátio da instituição, ou ainda indo numa farmácia ou fazendo compras na tendinha de frutas e vegetais do seu bairro - ele sempre te tratando cordialmente, sem ultrapassar os limites de uma conversa pequena.
quanto mais percebia, mais o enxergava, chegando a sonhar vividamente que havia recebido uma ligação cujo o timbre do outro lado da linha era idêntico ao dele. mas, seria improvável já que nunca tinham trocado números de telefone.
o ápice era quando visitava a casa de uma tia por parte de mãe. recordando algumas fotos da infância, encontrava uma imagem curiosa de sua turminha de pré-escola. você estava na frente, trajando o uniforme de conjunto e um penteado alto com marias-chiquinhas, sentada com as pernas cruzadas, junto das outras garotas, enquanto na fileira de traz os meninos eram ordenados de forma crescente. o do canto direito lhe chamando a atenção. era igual... o nariz, a cor dos olhos e visivelmente mais troncudo que os outros.
não... você devia estar enlouquecendo. seu fim, mofando em algum hospital psiquiátrico, parecia cada vez mais perto de se realizar.
— e aí, gatinhas melindrosas. — rebecca soltava já chegando na mesa durante o intervalo. você reagia sem levantar a cabeça do caderno, apenas dando um jóinha. — caraca, que clima de enterro. não sei se vai mudar algo, masss... confirmei os nossos nomes num rolêzinho. eles vão fechar um barzinho e tudo, a gente tem desconto.
— nossa, que chique. vamos, não vamos? — marcela indagou, e mesmo sendo no plural, dava para saber que era direcionado a você - depois de passar meses furando com elas ou só não respondendo, você não se incomodava mais.
— honestamente... qualquer coisa que me faça esquecer de pensar um pouco. — disse vencida e riu com a comemoração geral da mesinha.
— meu deus, o que é isso? vai chover!!! — julie se debruçava sobre seu corpo e deixava um selar no topo da sua cabeça.
— não esqueçam de mandar o lookinho no grupo. não quero ser a única que vai desarrumada. — rebecca pontuou contribuindo para o clima de risadas.
ficar planejando a saída realmente tinha te tirado do foco. depois da aula de espanhol com a sra. perez tinha feito questão de passar num dos pontos comerciais para ver algumas lojas de roupa. tinha poucos vestidos e estava querendo um novo, e por quê não aproveitar-se da ocasião para gastar suas economias? como era um barzinho não teria problema se usasse algo mais solto... mas como era de noite ficava presa nas cores neutras já que dispensava os brilhos.
assim, quando o dia chegava tudo o que precisava era separar sua roupa e torcer para que não tivesse nenhuma crise de ansiedade e desmarcasse em cima da hora.
foi então que, parecendo ler sua mente, uma das atendentes te mostrava um vestido curtinho com manguinhas românticas e um tecido de viscose, super leve, num branco perolado. você poderia vestir com uma sapatilha e acessórios que já possuía, então não teve dúvidas ao escolher e mandar uma foto no provador para o chat "girlies", recebendo diversos elogios e até mesmo algumas figurinhas engraçadas de becca.
não, definitivamente iria até o fim, seria uma mulher de páginas viradas! deixaria este capítulo assombroso para trás e resgataria um pouco da alegria e delicadeza da sua personalidade.
o táxi te deixava na porta do bar que parecia animado. alguns canhões de luz atravessavam o ar e o céu escuro com os fachos abertos, e a fila se formava sobre um tapete roxo aveludado. checavam nomes e identidades com o segurança e estavam dentro.
a iluminação negra fazia seu vestido se destacar um bocado enquanto procuravam uma mesa para ficarem. e, mesmo que a ideia principal fosse não beber e só aproveitar o seu "comeback" à vida universitária, pediu que nenhuma delas se segurasse por você, que estava se sentindo bem e que se algo incomodasse pediria outro táxi pra casa.
e era desse jeito que em duas horas, marcela se encontrava se engraçando com o barman - muitos anos mais velho -, julie dançava com outras duas colegas na pista de dança improvisada e rebecca flertava com uma mulher numa das mesas perto dos fundos - fingindo não ver a aliança grossa na mão direita da outra.
você bebericava uma batidinha, aproveitando a música que era uma mistura de anos 2000 com as mais atuais. a bebida estava fraca o suficiente pra que ainda conseguisse sentir o gosto do suco de morango. tudo corria numa boa.
mas, por algum motivo se sentia observada. a agonia da sensação te levava a descascar o esmalte de um dos polegares enquanto olhava para os lados apreensiva. o que só fez sentido quando um rapaz se aproximou todo simpático para conversar, te tirando da espiral que se iniciava...
— acho que nunca te encontrei, que curso você faz? juro, você é a coisinha mais linda que eu já vi, queria muito te pagar uma bebida. — não era muito alto e parecia desinibido apoiando o cotovelo na mesinha, brincando com a manga do seu vestido enquanto disfarçava o fato de te comer com os olhos.
não se importou, não era tão invasivo, embora não sentisse qualquer atração de volta. apenas aceitava conversar e a bebida - qual você se certificava de que passaria da garçonete para ti, sem ficar na mão de mais ninguém.
o tal santi era bem humorado, te tirava alguns risinhos, mesmo que não escondesse as intenções; mas odiaria tomar uma carinha bonita por tudo que uma pessoa pode ser.
subitamente o clima pesava.
"você é burra ou o quê?"
sentia um arrepio percorrer sua espinha e não mais conseguia olhar nos olhos do garoto que tagarelava sobre algum interesse particular. seu celular vibrava emitindo um "beep-beep" de sms e você pedia licença para ver o que era.
"por quê veio?"
"uma vez não foi o suficiente?"
engolia seco e olhava os arredores mais uma vez, atenta. algo pinçava sua testa lendo as letras miúdas no visor, uma dor de cabeça instantânea acompanhada de uma náusea tonteante causada pelos órgãos internos revirando.
— qual foi, gatinha, tá com algum problema? quer ir pra um lugar mais calmo? — santiago fazia menção de te tocar o queixo e você o estapeava para longe.
— não. — respondia seca e se levantava no ímpeto, deixando-o para trás e procurando um banheiro próximo.
"vai embora"
se prostrava e jogava a água gelada no rosto com abundância sem se importar se a maquiagem borraria em algum canto. não podia estar acontecendo uma merda daquela, justo naquela noite. a porra do celular não parava mais de apitar e tremelicar na sua bolsa te deixando frustrada e com vontade de descartá-lo na primeira lixeira que visse.
"você não consegue se proteger sozinha"
"esse cara não conseguiria te proteger se precisasse."
se agachou no chão largando o smartphone na pia fazendo com que toda a superfície de granito vibrasse a cada nova notificação. quis chorar, engolindo o nó que se formava na garganta e sentindo o corpo pulsar, ora com força ora fraquejando as pernas que se sustentavam vacilantes.
saindo do cubículo, o loiro te perseguia, querendo saber se estava tudo bem, te acompanhando até o lado de fora.
chegavam na calçada e você se virava com a expressão espantada, completamente diferente de meia hora atrás, forçando um sorriso torto a ele.
— escuta, não precisa mesmo. eu me lembrei de algo que tenho que fazer e vou embora...
— impossível, 'cê tava de boa até agora e do nada isso? poxa, se não quisesse nada comigo pelo menos avisasse antes de eu te pagar um drink. — ele cruzava os braços, claramente incomodado e com o ego ferido. — não quer nem ir pra outro lugar? eu moro umas três quadras daqui, sei lá.
— não, você não entende... — ria de nervoso — eu preciso ir de verdade. — abria o aplicativo de corridas e se esforçava muito para conseguir digitar o endereço com os dedos tremendo.
— a gente pode conversar e tomar um vinho lá... — ele se aproximava de novo, envolvendo seus ombros por trás e tentando afastar seu cabelo que caía teimosamente sobre suas bochechas.
seus pés se arrastavam, inábeis de acompanhar o ritmo das passadas longas que as pernas do argentino davam.
contudo, antes que você pudesse se esquivar o corpo de outrem era agarrado e arremessado para longe caindo perto de alguns arbustos. seus olhos arregalavam notando a figura grande tomar seu campo de visão e segurar firme um de seus pulsos. "ela disse que não quer, não ouviu, puto?", felipe cuspia ríspido e no segundo seguinte te puxava com ele.
te colocava dentro de um carro e dava a volta para entrar no banco do motorista, se virando para lhe passar o cinto antes de dar partida e segurar o volante. seu corpo ficava completamente estacado, sua mente freezada, mesmo que todos os seus poros se dilatassem e seus bronquíolos abrissem para puxar mais fôlego, te indicando que você deveria fugir.
então porquê não conseguia? olhando para a frente e não enxergando nada, não memorizando nenhum caminho que ele fazia, não pegando nenhuma referência para saber como voltar...
ele, por sua vez também não falava, se atentava ao trânsito e vez ou outra te observava com o canto dos olhos. o brilho azul sendo o único ponto de destaque no interior lúgubre do veículo. estacionava em frente a um conjunto de apartamentos e descia, indo te buscar. o cavalheirismo era tão boçal e estúpido com a maneira que ele te manejava sem poupar força que qualquer um teria reações adversas assistindo.
quando sua voz finalmente saía, já era tarde, o otaño te passava para dentro da quitinete alugada, trancando a porta atrás dele. o ambiente estava um breu, nem mesmo a luz dos postes que entrava por entre as frestas da persiana conseguiam te nortear.
— as m-mensagens... foi você, não foi?
— e quem mais seria? — ele perguntava olhando para baixo antes de te fitar. a áurea do maior ainda mais robusta que ele mesmo, te fazendo cambalear para trás quando este avançava um passo na sua direção. — quem é que estaria lá pra te proteger se não fosse eu, chiquita?
— eu não preciso... da sua ajuda. — soprava hesitante tateando o sofá que batia contra suas costas e negava com a cabeça.
— como? — pipe soprava nasalado, achando graça. — você ia preferir sofrer tudo aquilo de novo? que eles ainda estivessem andando por aí... escolhendo a próxima vítima? — estreitava os olhos.
— como assim?
e rapidamente ele batia o dedo nos interruptores do cômodo, acendendo as lâmpadas claras que te queimavam a vista nos primeiros segundos. quando se adaptava, a primeira coisa que notava - e seria impossível de não fazê-lo - era uma parede grande, com um quadro de madeira processada, várias fotos pregadas com alfinetes coloridos, papéis e linhas tracejadas conectando uma coisa na outra. os retratos de cristian, henri e wilson com um x marcado em cima de cada.
— tudo que eu fiz por você... pra você dizer que não precisa de mim? — felipe sussurrava aproveitando-se do seu espanto, te encarando de cima quando se aproximava pelas suas costas. o remorso palpável fazendo as sobrancelhas dele caírem, mas a raiva alternando erraticamente o semblante de uma emoção para outra.
— o quê...? — suas pupilas dobravam em tamanho, o coração parecia parar quando as coisas se encaixavam para fazer sentido.
— olha o que você me fez fazer... — felipe segurava seu dedo indicador com cuidado e firmeza te guiando pelo mural. — eles estavam te observando fazia tempo... te caçando... pobrecita... — a tristeza na voz era real, parecia tão frágil. — não podia ficar assim. então... tudo o que tornava atraente, eu arranquei... — ele te fazia contornar o rosto do primeiro menino marcado - todas as informações, horários, todo o planejamento escrito na mesma caligrafia com que seu pedido na cafeteria era anotado -, antes de arrastar seu dígito para o segundo. — quebrei e despedacei... — os sussurros eram praticamente rosnados e você podia sentir uma lágrima quente cair sobre seu ombro desnudo. — fiz com que se odiassem... — ele pressionava sua digital contra o último. — pra que você pudesse ter paz e ficasse segura, mi amor... — te segurava os ombros e virava seu corpo franzino, colando suas testas. — tudo por você... qualquer coisa por você...
sobressaltou, desequilibrando para trás, mas ele já estava te bloqueando.
quando o bolo de restos chegava em seu esôfago sem aviso prévio tudo o que podia fazer era empurrar o outro e despejar o líquido no chão de tacos, começando a chorar; aterrorizada.
— você... matou... matou três pessoas! — soluçava lutando contra a ânsia que continuava. — desconfigurou, esquartejou, e assombrou... você... o q-uê é vo-cê?! — perguntava entre soluços.
— ssshhh... você tá assustada. mas, não precisa. tá segura agora. — os braços grandes te puxavam para um abraço sem se importar com suas roupas sujas e com sua boca babada de vômito.
— não!! não..! — se debatia e erguia uma das mãos tentando manter distância dele. — você é um assassino!
desde a primeira vez que tinha o visto na cafeteria, o rosto de felipe era o mesmo. não era uma pessoa que demonstrava emoções que não fossem agradáveis, sempre estava com os olhos calmos, apaziguados e a boca nunca se retorcia.
era lindo, tão lindo que a maioria das mulheres se sentia intimidada quando ele as atendia - você gostava de observar então tinha notado tudo isso. entretanto, o homem que estava à sua frente agora era algo completamente diferente. as veias saltadas na testa e no pescoço contrastavam tanto com o que ele dizia, como se fosse um animal violento condicionado a se comportar. e ele não havia gostado nada de escutar a acusação... não porque ele se recusava a ver a verdade, e sim porque você deveria ser grata. afinal, tinha dado muito trabalho.
— eu sou tudo o que você precisa. — retrucou indiferente e sóbrio enfim, as lágrimas que outrora caíam, completamente secas.
— você nem me conhece! é um maluco! meu deus, meu d-deus do céu...!! — gritava. uma das mãos agarrando o tecido do vestido na altura do abdômen que ardia de tanto se contrair, curvando o corpo e respirando com dificuldade.
sua cabeça girava, o instinto de correr para uma das janelas e tentar abrir te consumia e você fazia, sem sucesso porém, correndo e ultrapassando-o, indo até a porta da entrada, esmurrando e virando a maçaneta sem parar enquanto se desesperava gritando para que alguém viesse ajudar.
— eu sei tudo sobre você. — a calma com que a frase saía era delirante. — desde os seus quatro anos de idade. sei todas as suas vontades, gostos, sonhos. todas as suas amizades, cada idiota com quem você quis se envolver. todas as suas redes sociais, seus históricos de notas, todas as fotos, mesmo aquelas que você só aparece um pouco. as comidas que gosta, as que desgosta. sua catequese, crisma, as aulas de espanhol que você vêm tendo porque... querendo ou não — e então ele sorria soberbo e orgulhoso. — você gostou do que leu, não gostou, nenita? não existe una sola línea que no cruzaria por tí...
— ay, me duele asi... mas, não adianta, amor... todo mundo sabe que eu fui feito pra você e você foi feita pra mim... ninguém vai atrapalhar a gente. — ele soprava condescendente, caminhando até você e te pegando no colo, jogando seu peso sobre o ombro e recebendo de bom grado os golpes que você desferia enquanto tentava escapar. sua força sendo a mesma que a de uma criancinha.
ao entrar no quarto, separado por uma divisória, você parava mais uma vez - pensando que o cenário não podia piorar... - de repente... sua face estampava quase tudo a sua volta.
fotos e mais fotos coladas nas paredes e no teto, algumas que você sabia da existência e outras que nem sonhava - de longe, pixealizadas devido ao zoom. num quadro emoldurado sobre a cômoda estava um cachecol que você há muito tinha perdido no colégio e nunca conseguido recuperar porque nunca fora parar nos achados e perdidos.
ele te colocava na cama, sentada, assistindo seu rosto estarrecido com a decoração e se agachava a sua frente passando as mãos por suas bochechinhas suadas e coradas do choro.
— se você pudesse só entender o quanto eu te amo... o quanto eu esperei... — segredava e você finalmente o olhava, parando de chorar lentamente, piscando morosa e prestando atenção. seu cérebrozinho atrofiando as engrenagens como mecanismo de defesa pra que você não elaborasse o que acontecia. — eu nunca vou deixar que te machuquem de novo. eu posso te fazer feliz... tão feliz que você nunca se lembraria do que aconteceu naquele galpão... mas, eu não quero ser o vilão, cariño... — trazia suas mãos juntas e beijava seus dedinhos miúdos que espasmavam.
estava tão consumida que uma parte de si finalmente se sentia plena por saber da verdade, por não precisar mais ter de fazer aquelas associações com cada nova informação que aparecia.
uma outra parte, se sentia extremamente perdida e encurralada, aos poucos aceitando que não havia acordo - e que era natural da cadeia alimentar que o mais forte vencesse.
por último, uma fração crescente queria agradecer felipe pelo o que ele tinha feito. nenhum policial, da cidade ou do estado, fora solicito em dar continuidade com as investigações, e no segundo mês toda a papelada fora arquivada e nunca mais citada, fosse sobre o abuso ou os homicídios.
por isso, quando ele repetia que ninguém mais seria suficiente pra você, que ninguém te merecia como ele, não te restava outra escolha que não fosse acreditar.
meses de incontáveis sessões terapêuticas que iam pelo ralo, te convencendo muito facilmente de que ninguém a não ser ele aceitaria uma pessoa tão quebrada e inconsequente...
deitou a cabeça na palma grande que te acariciava a maçã do rosto e descansou as pálpebras, suspirando e sentindo o corpo doer devido toda força que usara antes. e assim que sentiu os lábios grandes pousarem nos teus, rachados e trêmulos, não resistiu.
— me deixa cuidar de você... — pipe silvou contra o selar.
a mão dele deslizava para sua nuca te segurando por ali enquanto a outra livre descia para uma de suas coxas, fazendo um carinho manso, querendo que você relaxasse. ele tinha um cheiro bom, - tinha estudado minuciosamente para escolher as notas do perfume que mais te agradariam. pedia passagem com a língua sem dar importância para o gosto amargo na sua boca e aos poucos você derretia sobre os lençóis.
o corpo era pesado e estava emanando um calor reconfortante. pressionando sua estrutura pequena enquanto o ósculo se tornava mais necessitado.
te soltava os pulsos permitindo que você o tocasse os fios castanhos sedosos, emaranhando-se ali enquanto suas línguas dançavam, girando e enrolando uma na outra. quando se afastavam, um fiozinho de saliva ainda os conectava. tinha tanto tempo desde que não era tocada assim que tudo ficava mais intenso.
arfou quando os lábios rosados do maior selavam suas clavículas, beijando e lambendo todo o seu colo, e não parando, apenas descendo um pouco do decote do vestido e colocando um dos biquinhos arrebitados na boca. mascava o mamilo, chupando com força antes de abrir a boca e colocar o máximo do seio dentro para mamar, fungando manhoso.
era horrível que fosse tão bom... se sentia suja, mas queria mais, forçando a cabeça dele até o outro lado para dar a mesma atenção ao biquinho que era negligenciado.
— eres tan buena, tan mia... — ele soprava contra sua pele.
o via se colocar de joelhos e tirar a camisa que vestia expondo o tronco forte e trabalhado. o abdômen desenhado e o peitoral largo... levou a ponta do pé até lá, vendo como parecia minúscula - todas as suas partes eram - perto dele, deslizando pelos gominhos torneados antes que ele sorrisse e puxasse para cima, envolvendo alguns dedinhos com a boca para chupar e soltar estalado.
tirou seu vestido em sequência adentrando as mãos enormes por baixo e subindo até que passasse a peça por sua cabeça, jogando longe, logo mais se curvando e beijando sua barriguinha. mordiscava algumas vezes em volta do umbigo te fazendo eriçar. aos poucos a lubrificação que melava seu canal ia se acumulando e umedecendo a calcinha, te deixando afetada.
pipe te virava de bruços e puxava um travesseiro para colocar debaixo do seu quadril, só pra te ter empinada. enchia as mãos com seus glúteos e apertava, afastando as bandas e soltando; vendo a carne balançar. você era tão gostosa, tão linda, tão dele... mordia de levinho ali também antes de descer a calcinha e ver sua bucetinha estreita reluzindo. apertava as laterais fazendo os labiozinhos se espremerem mais um contra o outro e entreabria a boca antes de vergar-se e inspirar o cheiro do seu sexo, revirando os olhos e levando a mão até o próprio falo coberto para se apertar por cima da calça.
ia se condenar mentalmente por estar tão excitada já, mas não teve tempo quando felipe começava a te devorar naquela posição. ele enfiava o rosto entre as suas pernas abocanhando sua buceta e sugando despudorado. lambia animalesco arrastando o músculo quente do grelinho até a entradinha traseira onde forçava para encaixar a ponta e mexer te tirando choramingos sôfregos.
quando você estava toda babada ele se distanciava observando a obra. chutava o próprio jeans para se livrar da roupa e sentava na cama, te trazendo para o colo, com você de costas. o membro duro na cueca te espetava a lombar enquanto ele amassava seus seios e beijava seu pescoço.
— tá vendo, nena? só você me deixa assim duro... não quero mais ninguém. tem que ser você. — sussurrava arrastado na sua orelhinha antes de mordiscar o lóbulo.
descia a mão até sua rachinha e dava tapinhas sobre a púbis melecada, rindo seco atrás de ti notando como você reagia a cada ação. segurou seus quadris e te ergueu o suficiente para que pudesse retirar o membro do aperto e ajeitá-lo na sua entrada. no mesmo instante seus olhos corriam para ver o tamanho avantajado. ele era grosso e a glande estava inchada vazando pré-gozo.
— n-não vai caber. — negou subitamente apertando um dos antebraços do maior tentando se levantar, se frustrando já que com apenas um braço ele te mantinha no lugar.
— lógico que vai. você não entendeu ainda? nós fomos feitos um pro outro... — dizia antes de te deslizar para baixo fazendo o cacete penetrar até o fim.
você puxava o ar com a sensação sufocante. era grande demais, preenchia todos os cantinhos possíveis e alargava suas paredes que se esforçavam para fazê-lo acomodar. sua barriguinha estufava automaticamente e o clitóris ficava todo expostinho por conta da pele esticada enquanto felipe por muito pouco não te partia ao meio. suas perninhas inquietavam e você chorava baixinho com a ardência, pedindo que ele fosse devagar como se recitasse um mantra.
começava te guiando, apertando seu quadril para te fazer subir e descer e soltava a respiração falhadamente "muito apertada, porra...", sussurrava sozinho enquanto te fodia. queria ter um espelho para ver você de frente, mas conseguia imaginar como estava. a cada vez que colocava até o talo um som molhadinho ressoava; era a cabecinha dele beijando o colo do seu útero, te fazendo arrepiar inteira.
ele era paciente, não aumentava o ritmo, mas o seu aperto intenso estava fazendo todo o trabalho para ele, apertando toda a extensão como se quisesse expulsá-lo enquanto você mesma babava e balbuciava algo apoiada no ombro dele.
quando já estava treinadinha, o garoto te deixava subir e descer como queria, cheia de dificuldade já que era empaladinha por ele. sentia-te rebolando e ouvia as lamúrias dizendo que era demais para si.
te puxava para ficar com as costas coladinhas no peitoral e descia os dedos de novo para sua xotinha, massageando em círculos o pontinho que pulsava antes de subir um pouco a mão e pressionar o baixo ventre inchado com ele dentro; sua reação era espernear e colocar a mãozinha pequena sobre a dele.
— assim, hm? olha como você me tem bem, amor... bem fundinho, atolado em você... — a palma botava mais força e você conseguia sentir internamente os centímetros deslizando no vai e vem. — e quando eu gozar você vai ficar toda buchudinha, não vai? vai tomar a minha porra e guardar aqui, sí?
nenhum pensamento coerente se formava no seu consciente mais, nenhuma frase saía, e toda a estimulação fazia seu corpo ficar inflamadinho, cada vez mais perto de gozar.
ele não estava diferente, o membro pulsava, as veias salientes que massageavam sua cavidade nas estocadas denunciavam o quanto ele estava perto latejando de forma dolorosa naquela bucetinha tão justa sua. ficando pertinho do ápice felipe usava as duas mãos para te guiar de novo, ouvindo o plap plap das suas coxas chocando contra o colo dele e o barulhinho encharcado que a mistura da sua lubrificação com a porra dele começavam a fazer.
mas, se segurava, esperando que você arqueasse e desse um gemido alto e penurioso enquanto atingia seu orgasmo para poder se desfazer junto. o leitinho dele te lotando.
pipe arfava com a cabeça apoiada na sua enquanto a boca entreaberta buscava ar para se recuperar e as mãos te percorriam, sentindo todas as curvas e a pele morna e macia abaixo. virava seu rosto e tomava seus lábios outra vez. "te amo, te amo tanto", segredando amolecido.
e de fato amava.
amava loucamente e de uma forma que você nunca poderia compreender por completo. viraria o mundo de cabeça pra baixo por você, moveria mares e montanhas se fosse possível e não deixaria que ninguém te perturbasse, não permitiria que qualquer coisa ou pessoa ficasse no seu caminho e te faria entender que só ele poderia proporcionar aquilo tudo.
e era por isso que você devia amá-lo de volta. além do mais, você já estava ali... não era como se ele fosse te deixar escapar.
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guiltymnd · 1 month
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DAVID CASTAÑEDA? Não! É apenas ARCHIBALD DIEGO CORTEZ GUTIÉRREZ, ele é filho de DEMÉTER do chalé QUATRO e tem TRINTA E UM ANOS. A TV Hefesto informa no guia de programação que ele está no NÍVEL III por estar no Acampamento há QUINZE ANOS, sabia? E se lá estiver certo, DIDI é bastante COMPASSIVO mas também dizem que ele é ORGULHOSO. Mas você sabe como Hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
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LINKS UTEÍS:ㅤㅤPINBOARD.ㅤPLAYLIST.ㅤDESENVOLVIMENTO.ㅤOUTROS.
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BIOGRAFIA,
tw, breve menção a suicídio.
Guadalupe nunca imaginou que se apaixonaria tão perdidamente por outra mulher. Ou melhor, por uma deusa. Quando conheceu Deméter, o encontro improvável evoluiu de uma amizade para um amor profundo. As duas tornaram-se inseparáveis, e a humana não conseguia imaginar um futuro sem a bela e misteriosa mulher que havia entrado em sua vida, preenchendo cada espaço e trazendo-lhe imensa felicidade. No entanto, essa felicidade teve um fim, atingindo seu prazo de validade. Os ataques contra elas tornaram-se incessantes, ocorrendo com uma frequência que confundia a deusa. Para proteger a amada, o fim do relacionamento tornou-se inevitável. Antes de desaparecer completamente, Deméter fez seu último ato de amor: tocou o ventre de Guadalupe e, com os últimos beijos apaixonados, a abençoou com uma semente que germinaria ali dentro, dando origem a uma criança descendente de seu sangue divino. Por outro lado, Guadalupe não aceitou bem a ideia. Nos primeiros meses de gestação, tentou terminar com a própria vida, mas algo a impedia, insistindo para que ela continuasse até o fim, levando-a a acreditar que, mesmo na ausência de Deméter, a deusa ainda atuava em intermédio entre elas.
No dia do nascimento, após horas de um parto difícil, nasceu um belo menino chamado Diego Cortez. Guadalupe estava radiante, mas sua alegria logo se desfez. O corpo, ferido e com a alta perda de sangue, não resistiu por muito tempo. Devido à fraqueza, ela faleceu horas depois do nascimento de seu único filho. A mulher foi encontrada sem vida em seu leito no hospital, segurando com força um colar com um pingente que indicava quem lhe havia dado o presente — um pequeno ramo de aveia —, que havia sido um dos últimos presentes deixados por Deméter. Diego foi imediatamente enviado para um orfanato, e não demorou para ser adotado. Um casal sênior de políticos e aristocratas mexicanos viu a oportunidade de realizar o sonho de se tornarem pais após anos de tentativas e espera sem sucesso. Agora nomeado Archibald Diego Cortez Gutiérrez, ele viveu uma vida cercada de luxos e regalias. Por onde passava, era acompanhado por seguranças e, desde muito cedo, era motivo de alegria, especialmente entre os eleitores mais assíduos dos pais.
No entanto, após seu décimo quinto aniversário, a vida do jovem mudou drasticamente. Até então, ele havia levado uma existência pacífica, sem perturbações ou eventos fora do comum. Entretanto, no início da adolescência, ele passou pela sensação de estar sendo seguido. Viu coisas, conseguiu ler outras que iam além de sua compreensão, além de questionar sua própria sanidade por ouvir vozes – vozes que pareciam pertencer a uma mulher e que sempre o alertavam para ser cuidadoso. Em um dia comum, ao voltar da escola, o jovem foi atacado por um trio de gárgulas que repetia incessantemente o nome da deusa do cultivo. Naquele dia, o semideus recorda-se de correr até a casa onde vivia, na bela Guadalajara, clamando por ajuda, apenas para se deparar com uma cena digna de um filme de terror. Havia corpos espalhados pelo chão, todos sem vida. Em desespero, ele voltou a gritar por socorro, desejando que aquele tormento chegasse ao fim. Prestes a sucumbir ao mesmo destino, sem resistir ao ataque das criaturas desconhecidas, Diego, abraçado aos corpos de seus pais, foi surpreendido pelo surgimento de uma silhueta imponente: uma mulher em vestes magníficas que se posicionou à sua frente. Ela protegeu-o dos monstros, ceifando rapidamente a vida dos três, sem dar tempo para que a mente do rapaz processasse o que acabara de ocorrer.
Deméter disse pouco, mas estendeu a mão para ele e sorriu. Ensanguentado e amedrontado, ele aceitou o gesto silencioso, agarrando-se à única chance que tinha. Atingido por um clarão de luz, lembra-se de pouco do que aconteceu depois. Estava exausto, consumido pelo luto. Acordou dias depois em um local completamente desconhecido, cercado por pessoas estranhas. A deusa já o havia proclamado como filho muito antes que ele recobrasse a consciência, deixando todos cientes de sua ascendência divina. Durante um longo período, Diego rejeitou a nova realidade. Entre sofrimento e teimosia, o semideus tentou várias fugas, sendo trazido de volta às vezes por ordem de Quíron, devido à sua incapacidade de sobreviver sem o treinamento necessário, o que lhe rendeu uma reputação problemática entre os outros campistas. Quando finalmente aceitou a situação, já superado, desempenhou seu papel da melhor forma possível. Treinou intensamente, tornando-se exímio no manejo de armas e no combate corpo a corpo, além de aprimorar a habilidade extraordinária que recebeu da sua mãe olimpiana.
No entanto, apesar de adquirir apreço pelo Acampamento Meio-Sangue, Diego declarava-se um espírito livre, sempre buscando missões que lhe permitissem conhecer o mundo além dos domínios mágicos. Em uma dessas missões, decidiu estabelecer-se em Tóquio, no Japão, por três anos, após mais uma tarefa bem-sucedida. Acompanhado de outros semideuses que também adotavam um estilo de vida nômade, ele viveu livremente, sem restrições, respondendo apenas a chamados do acampamento para missões que ele julgasse valer seu tempo. Durante uma dessas missões, ele se viu em um problema que o persegue até então. Após mais uma tarefa bem sucedida, dotado de um ego inflado, principalmente por ter desempenhado protagonismo durante grande parte da ação, Diego achou-se no direito de insultar. Não poupou palavras para exaltar a si mesmo, sem se preocupar com emoções e sentimentos alheios. A espreita, Nêmesis observava a situação, tornando-o alvo de seu mais novo castigo.
Diego não se lembra exatamente como tudo começou, mas a lembrança de uma mulher em vestes tão brilhantes mas pretas apareceu diante dele, cegando-o com sua beleza fria, forçando-o a observá-la. Nêmesis sussurrou, não obstante de também ser categórica, palavras que, mais tarde, ele reconheceu como uma maldição. O filho de Deméter estaria destinado a sofrer sempre que a noite caísse, carregando uma marca mental a qual foi dita pela deusa como o “Fardo da Insolência”. Envergonhado por seus próprios atos, Diego voltou a viver no Japão, mantendo-se incógnito e aproveitando a generosa herança deixada pelos pais adotivos. Receber o chamado de Dionísio foi, ao mesmo tempo, aterrorizante e irritante. Ele não tinha vontade de retornar, tão acostumado que estava à vida que construíra, trabalhando periodicamente em um restaurante típico como cozinheiro, distante da essência dos deuses. No entanto, após muita reflexão, ele concordou e pegou o primeiro voo de volta às terras americanas. Se algo estava acontecendo, ele faria questão de testemunhar com os próprios olhos. Ou talvez o medo, atrelado bastante às noites incertas embebidas pelas consequências da maldição, de se tornar alvo de outro deus tenha falado mais alto, levando-o a tomar a decisão mais “sensata” para a situação.
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PERSONALIDADE,
Diego possui uma personalidade moldada por tragédias. Ele carrega uma mistura de resiliência e arrogância, resultado de sua linhagem divina e do modo como foi criado. É intensamente determinado, o que o torna um combatente exímio e um líder natural em situações de crise. No entanto, essa determinação é acompanhada por um forte ego, alimentado pelos sucessos que acumulou em missões ao longo dos anos. Sua relação com o poder é ambígua: enquanto busca constantemente aprimorar suas habilidades e explorar seus limites, ele também teme as consequências de sua própria soberba, especialmente após ser amaldiçoado por Nêmesis. Essa maldição o deixou mais introspectivo e cauteloso, criando uma tensão interna entre seu desejo de se destacar e a necessidade de humildade.
O filho de Deméter também é um espírito livre, frequentemente inquieto e em busca de novas experiências. Ele prefere a vida nômade, longe das amarras de qualquer compromisso duradouro, mas mantém um senso de dever para com o Acampamento Meio-Sangue e seus companheiros semideuses. Apesar de suas viagens e seu estilo de vida independente, Diego é leal àqueles que considera amigos, mas tende a evitar se apegar demais, temendo novas perdas. A maldição de Nêmesis, que o aflige durante a noite, o tornou mais vigilante e introspectivo, forçando-o a confrontar seus próprios demônios internos. Ele luta constantemente para equilibrar seu lado competitivo e ousado com a sabedoria adquirida através do sofrimento. Essa dualidade faz de Diego um homem complexo, movido tanto pela vontade de superar seus próprios erros quanto pelo medo de repetir as falhas do passado.
INSPIRAÇÕES:ㅤㅤRaleigh Becket (Pacific Rim) e Satoru Gojo (Jujutsu Kaisen).
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PODER,
Conexão Mútua Ativa — Conectado de forma íntima com a natureza ao seu redor, Diego, como um filho da deusa da colheita, experimenta um vínculo especial e recíproco com as plantas. Para ele, priorizar a proteção da vida vegetal é mais do que um princípio, é uma responsabilidade sagrada. As plantas, árvores e flores respondem de maneira instintiva à sua presença, movendo-se sem esforço aparente para oferecer defesa e assistência quando necessário. Em um gesto de cooperação silenciosa, elas se posicionam estrategicamente, cobrindo pontos cegos e oferecendo apoio, sem que o semideus precise gastar energia para convocá-las.
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ARSENAL,
Yoru no Ken (夜の剣) ou “Espada da Noite” —  Katana feita de ferro estígio, presente ganhado de um filho de Hefesto, semideus também nômade e que compartilhou tempo de morada com Diego no Japão. A arma é simples ao olhar, mas eficiente ao ataque. Sua lâmina é extremamente cortante, efetiva para ferir gravemente qualquer criatura mitológica. Quando esta não está visível em seu formato tradicional, a katana ganha a forma de um bracelete, sempre visível como um acessório inseparável, preso ao pulso direito do semideus. Se perdida, o bracelete sempre irá ressurgir.
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MALDIÇÃO,
Maldição por Nêmesis  —  Diego enxerga sua imagem refletida de forma distorcida e horrível em qualquer superfície reflexiva. Essa imagem revela suas falhas, medos e verdades ocultas de maneira grotesca e perturbadora, causando-lhe grande sofrimento psicológico e prejudicando sua capacidade de formar relacionamentos e interagir socialmente, especialmente no âmbito romântico. Além disso, o semideus é incapaz de escapar das verdades desconfortáveis sobre si mesmo. Sua mente está constantemente sobrecarregada por uma consciência intensa e implacável de suas próprias falhas e erros, tornando difícil para ele concentrar-se em qualquer outra coisa. Como resultado, ele acaba se expondo, principalmente em momentos de tensão e aflição, sem um filtro para isso. No final, isso provoca intenso embaraço e vergonha.
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HABILIDADES,
Reflexos sobre-humanos, durabilidade sobre-humana.
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ATIVIDADES,
Membro da equipe azul de Esgrima;
Co-líder da equipe azul de Corrida com Obstáculos;
Membro da equipe azul do Clube da Luta.
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deathpoiscn · 2 months
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𝐓𝐡𝐞 𝐯𝐢𝐥𝐥𝐚𝐢𝐧'𝐬 𝐦𝐢𝐧𝐝. ⸺ 𝖩𝗈𝗌𝗁 𝖶𝖾𝖺𝗏𝗂𝗇𝗀, 𝐓𝐀𝐒𝐊 𝟯.
obs: nessa task contém um breve spoiler dos próximos pov relacionados ao prompt oficial em colaboração com a central.
tw: menções a dor física, morte e suicídio.
Estava deitado lendo um livro sobre necromancia quando o caos começou, aquela gritaria junto ao alarme colocaram o filho de Thanatos de pé em segundos. Sua mão puxou a corrente do pescoço, onde o nó mágico se desfez ao mesmo tempo em que o pingente de meia lua com uma caveira assumia a forma de uma longa foice dupla bem maior que o próprio portador. A lâmina curvada em meia lua de aço temperado e bronze celestial brilhava em meio a baixa iluminação do chalé 22. Saiu as presas, tentando entender melhor o que estava acontecendo e de onde vinha o perigo, mas aquele grito agudo e sofrido desnorteava o semideus que, por um momento, varreu com os olhos a movimentação entre os chalés em busca de qualquer rosto que fosse conhecido. Não viu só um, como vários, mas antes que pudesse correr na direção deles, sentiu as pernas congelarem e o corpo já não reagia a nenhum estímulo. A última lembrança que tinha, antes de todo o pesadelo começar, era de ter caído de joelhos frente à entrada do chalé.
Quando se levantou ainda via o acampamento meio sangue, mas a fenda que o rasgava no meio não existia. Caminhou confuso, tentando chamar por qualquer um, mas a voz não saia. Estava mudo, assim como suas vítimas ficavam quando usava as sombras para tirar suas vidas. E por falar em vidas... Avistou frente a casa grande três corpos caídos no chão. O coração acelerando a cada passo dado em direção a eles, não queria acreditar, mas sim... Ali estava Chris, filho de Ares e os outros dois. Só que para surpresa de Josh, eles não eram quem imaginou ser. Ao lado esquerdo de Chris estava Alina e do direito Charlie. Quando as viu sem vida, o coração antes acelerado agora batia tão fraco que por um momento cogitou que pararia. O gelo no peito cresceu à medida que o calafrio subia pela espinha. Quem havia feito aquilo com elas? E o pior, como ele foi incapaz de protegê-las?
Eram tantas perguntas que o desespero tomou conta, seus olhos percorreram novamente o acampamento, mas a visão estava debilitada pela baixa iluminação. O corpo agora congelado no lugar, passou a sofrer com uma dor aguda que crescia à medida que tudo ficava escuro. Ele era imune ao próprio poder, então... Como era possível receber seu dano? Ou pior, ele não sentia que as sombras faziam parte de si. O incômodo cresceu e, mais uma vez, se viu de joelhos no chão após perder a força na perna direita. Ela falhou, se quer conseguia sustentar o corpo que agora se contorcia com uma dor tão forte que, se pudesse, também imploraria para morrer. Tudo estava escuro, sem um único sinal de luz, Josh não conseguia falar, muito menos ouvir ou ver. Ao menos até as sombras começarem a tomar forma. Primeiro viu Kit, seu líder de missão e alguém que passou a confiar e considerar nas últimas semanas, caído ao lado de Charlie. Depois, ao lado de Alina, estava Tommas, seu irmão caçula seguido de Darcy. Céus, ele havia prometido treiná-la e ajudar com seu medo, mas ali estava a meia irmã caída junto aos outros sem vida. Todos possuíam uma expressão tensa, os músculos da face travados e enrijecidos enquanto os olhos apagados e sem brilho deixavam explícito a tortura ao qual foram submetidos. Ele se negava a assumir que torturava as pessoas, mas seus rostos não o deixavam esquecer disso. Ele havia feito aquilo.
Como? Como ele havia feito aquilo se até cinco minutos atrás estava deitado na cama lendo? Nada fazia sentido, mas ele sentia na pele tudo o que havia provocado naqueles que julgava merecer. Só que Alina, Charlie, Kit, Tommas e Darcy nunca mereceram, eles eram sua família. As lágrimas apenas caiam sobre o rosto, sem um pingo de controle, enquanto lutava contra a dor que, àquela altura, parecia triturar os seus ossos. Mentalmente implorou para que morresse, para que pagasse de uma vez pelo crime cometido, mas aí invés disso as sombras se movimentaram mais uma vez. Love. Elas assumiram a forma de Love, mas diferente dos outros ela continuava viva, porém, visivelmente abalada e machucada. Usou toda a sua força para se levantar e correr até ela, mas de nada adiantou. Desejou chamar, mas a voz não saia.
E agora, além de conseguir ver, ele também podia ouvir. E pela primeira vez em todo a sua vida desejou ser surdo.
— Olha o que você fez... — Era notório a decepção em cada palavra. — Tudo o que eu sempre te pedi foi para prometer não fazer nada idiota ou estúpido... — Tentou se desculpar, como nas inúmeras vezes em que agiu tomado pela raiva. E a mulher pareceu perceber, tanto que o semblante da filha de Tique se fechou em meio as lagrimas. Nunca tinha visto Love tão irritada em toda a sua vida, tão desgostosa e arrependida. E tudo por sua culpa. — Chega de desculpas, Josh. Chega de desculpas e promessas vazias, olha o que você fez com eles! Olha o que você fez com todo mundo! — De repente as sombras se dissiparam e ele pode ter uma noção de todo o estrago que havia provocado graças as suas escolhas. O acampamento estava em ruina com a fenda ainda aberta, mas agora, ela parecia bem maior. Entre os chalés, era possível avistar todos os semideuses caídos e mortos. Eles não estavam como seus amigos largados na frente da Casa Grande, pelo contrário, eles tinham marcas de batalha, de uma guerra perdida. Como ele poderia ser o culpado de tudo aquilo? Como? E a resposta caiu em seu colo como lâminas afiadas. — Você só tinha que devolver o que roubou, Josh... Você só precisava entregar ela a Quíron, mas não... Você sempre foi tão orgulhoso, tão arrogante e mesquinho. Preferiu agir contra sua família e trair todo mundo por puro ego. — Se recusava a aceitar aquilo, se recusava a continuar ouvindo o que Love tinha a lhe dizer. Ele só queria fugir, fugir para bem longe de todo aquele inferno. — Eu não sei o que eu vi para me apaixonar por alguém como você, Josh. Você tem razão, na verdade sempre teve. Você não merece ser amado, não merece ter amigos ou uma família. Você não merece nada além de sofrimento.
Aquelas palavras terminaram de matar qualquer resquício de vontade que tinha em sobreviver. Seu maior medo sempre foi acordar e ver que nunca foi digno de nada, muito menos do amor, carinho e companheirismo de todos aqueles que se importavam consigo. Ele novamente implorou, entre um choro descontrolado, para que Thanatos ceifasse sua vida e acabasse com aquilo de uma vez por todas. Ele desejou ter ido no lugar de Flynn. Seu olhar percorreu novamente o acampamento, assistindo impotente a tudo o que causou graças a sua natureza caótica e seu orgulho. Quando buscou novamente por Love, a mulher já não estava mais ali, em seu lugar havia apenas uma figura encapuzada com uma foice gigantesca em mãos. Ela se aproximou trazendo consigo aquela aura pesada e mórbida, uma lembrança familiar e reconfortante. Agradeceu por finalmente ter seu pedido atendido, ele sabia que a morte ainda era pouco, mas ele não aguentaria viver em uma realidade como aquela. O ar gélido e denso causou uma pressão maior no corpo frágil pela dor, a cabeça pesou junto ao restante do corpo, mas ainda sim conseguiu se apoiar com as mãos e manter o tronco erguido. Esperou o que parecia uma eternidade, no entanto, logo avistou a fumaça escura que cobria o final daquele sobretudo. Estava pronto, aliás, estava mais do que pronto. Nem nas inúmeras tentativas de suicídio havia se sentido tão pronto como agora.  
— Apesar de fraco e me causar vergonha, eu sinto pena de você. — Esperava ouvir a voz do pai, mas aquele timbre grave e distorcido estava bem longe de pertencer a Thanatos. A cabeça se ergueu com dificuldade, buscando enxergar aquele que falava consigo e, quando finalmente reuniu forças para fita-lo, o semblante assustado e pálido entregou sua descrença. Era ele. Não teve tempo para dialogo, nem mesmo para entender o que tudo aquilo significava, quando viu, a lâmina da foice brilhou diante do céu escuro e caiu em direção do seu pescoço.
O filho de Thanatos acordou daquela ilusão entre tropeços, desnorteado e com a destra agarrada ao pescoço. Ao seu redor outros semideuses também retornavam de suas ilusões, alguns entre gritos e outros tão perdidos quanto ele estava. Seu olhar percorreu mais uma vez o campo, avistando Alina, sua tia, do outro lado. Apesar de estarem afastados por discordarem em alguns pontos, ficou aliviado em saber que continuava viva. Charlie, Kit, Tommas e Darcy também estavam ali e para seu alivio vivos. E quando avisou Love, as palavras, as acusações, tudo o que a envolvia dentro daquele transe ainda era fresco demais para suportar. A vontade de sumir voltou e, sem pensar duas vezes, desapareceu como de costume floresta a dentro.
personagens citados: @lottokinn @thecampbellowl @kitdeferramentas @tommasopraxis @darcyheller @nyctophiliesblog @silencehq
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ghcstlly · 2 months
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ʚĭɞ I SOMEWHERE, OUT THERE, AMONGST ALL THIS NOISE ― point of view ˊˎ-
vi·o·lent - /ˈvī(ə)lənt/
adjective ; using or involving physical force intended to hurt, damage, or kill someone or something.
― ❛ A ARMADILHA ❜ ↬ the final peril. : TASK 003.
SOLIDÃO É UM RECURSO ILIMITADO - continue cavando e vai encontrar mais & mais. ela se esconde debaixo das unhas e infiltra a corrente sanguínea ; é um metal pesado que envenena , é um falso deus que promete proteção. no passar da vida, encontramos um caminho para fora do isolamento, para longe da sujeira & da poeira deixando rastros pelas memórias do nosso tempo - continue cavando e vai encontrar uma maneira de sair.
tw: breve menção a tentativa de suicídio, menção a sangue e gore.
maeve acabou por cair da cama ao tentar se levantar as pressas , os joelhos gritando em dor, enquanto ela achava sua estância em meio a escuridão do quarto. o alarme soava lá fora e pela fresta entreaberta de sua porta podia ver as sombras dos irmãos se desenhando no chão ao que eles saiam do chalé, prontos para ajudar na confusão.
a semideusa não hesitou, pegou seu colar que escondia ' exhuma ' , e foi atrás deles em sua camiseta surrada dos stones e calças de pijama vermelhas, com detalhes xadrez , sem se importar por um vez, como seria vista pelas pessoas sem suas roupas de marca. duvidava que sequer teriam tempo para notar quando os gritos continuavam a preencher o espaço entre o ar outrora quieto da noite.
ah, aqueles gritos - estava familiar demais com eles. invadiam seus pensamentos tão frequentemente que até agora, se preparando para lutar não tinha certeza de estar acordada ou presa em um pesadelo de escala magnânima . descalça, transformou as contas do adereço em uma espada, apensar abrindo o gancho e o empunhando como um chicote, deixando em suas mãos , a arma curvada , perfeita para cortar através da pele de monstros e arrancar corações.
porém, invés de ir com os outros & seguir o fluxo, ela se separou - um grande erro derivado de seu vício por solitude.
pensou que sozinha faria um trabalho melhor, cobriria mais perímetro, e estaria segura dos olhares piedosos caso fosse esta - sua vez de morrer. achariam o corpo depois, e ela esperava apenas que fosse com suas belas feições intactas.
quando estava longe do caos de meio sangues atordoados, procurando silenciosamente pelo sinal de um filho da magia que havia traído a si mesmo e aqueles com quem havia crescido - os olhos castanhos que tinha visto em seus sonhos, a magia não teve dificuldade em lhe envolver ; afinal, estava só. lhe agarrou as pernas, e subiu pelos braços, a rendendo paralisada, um semblante de surpresa no rosto antes de fechar os olhos & então estava vivendo algo que apesar de ser alucinatório - com certeza, pareceu muito real.
estava mais uma vez - no jardim de deus, onde visitava com frequência através do sonhar . os joelhos estavam ralados e pingavam um pouco de sangue, ela pode ver pois usava um vestido floral curto que parava logo acima dos mesmos.
tudo estava calmo , taciturno , sossegado - diferente. o vento, geralmente uma gentil brisa da primavera, agora era gélido & parado, muito frio e ao mesmo tempo quente de forma a formar suor gelado nas suas têmporas. era desconfortável & opressivo, sentia-se encurralada de alguma maneira , o ar ameaçando sufocar com suas partículas de pó.
as flores, sempre formosas , agora estavam meio a murchar todas, uma teia de coloração neon e textura pegajosa, se agarrando a elas, brilhando e se mexendo como se fosse algo vivo sugando a energia vital das florarias que uma vez foram tão - tão belas & jovens , algumas apenas no seu mais singelo desabrochar.
maeve ficou confusa , o que havia acontecido ali ? porém, como resposta a sua pergunta , deus apareceu , suja de sangue, e com os traços antes primorosos e extraordinários agora vacantes de beleza - ou melhor, ainda era graciosa mas estava mais velha & seus olhos perderam o brilho como se tivesse lutado uma guerra por cem anos e visto demais, como se não pudesse acreditar que estava envelhecendo, como se não pudesse acreditar - que ia morrer. ' eu disse, ' ela arfou, falar com a semideusa lhe custando os últimos suspiros. ' que o jardim não passaria deste ano. '
imediatamente, a garota se sentiu culpada - talvez se tivesse feito um melhor trabalho como sua borboleta, nada disto estaria acontecendo.
porém, essa era a verdade de maeve ; ela era egoísta & auto centrada, sempre estava a um passo a frente de qualquer companhia ou aliado, nunca permitindo que chegassem perto demais - espaço, era oque ela precisava ; para se proteger. ao menos, foi isso que disse a si mesma, desde que percebeu que ninguém ia tomar responsabilidade por sua vida. porque então , devia ser ela a tomar responsabilidade pelas vidas de outras pessoas ? exílio , era apenas a primeira batalha a vencer.
mas deus queria que ela soubesse com todas as letras - que isto era sua culpa.
' não devia ter confiado em você, ' ela dizia, respirando cortado, sua espada empunhada de forma frouxa. ' é apenas uma criança que nunca foi amada, como saberia do meu desespero ' - e então ela era uma menina de novo, presa no porão, hematomas nos braços, rezando - como a mãe tinha feito - apesar de religião ou fé, que qualquer um atendesse suas preces agoniadas.
queria dizer que ela sabia ; ela entendia . ao mesmo tempo queria pegar o pino que prendia suas madeixas escuras e lhe enfiar na garganta - como se atrevia , deus ou não , a falar de sua dor ?
mas antes que pudesse decidir qual curso de ação tomar , os gritos interromperam seus pensamentos, se arrastando pelo lugar que já tinha se parecido com o paraíso e hoje era um deserto árido, onde nada sobrevivia. ela começou a correr do barulho, mas de repente - as teias verde e roxo vivido, lhe agarraram pelos tornozelos. ela gritou e se debateu, tentando escapar, mas não conseguia - não sozinha.
estendeu a mão a deus , e aqui deita-se a verdade sobre seres imortais no seu leito de morte - eles se tornavam infinitamente mais cruéis.
a mulher realmente se aproximou, e ela pensou por uma momento que iria salvá-la , mas ao som dos gritos não humanos , ela começou a usar da espada - mesmo que parecesse pesada demais - , para cortar o corpo de maeve nos lugares onde mais sentia dor.
no estômago, lembrada da fome que passou nos primeiros anos de vida, a mãe tendo que escolher entre ela & si mesma, nunca lhe poupando um olhar - um rasgo.
nos pulsos, lembrada da única vez que tinha tentado deixar este mundo primeiro, quieta & desimportante, ainda nova demais para tais pensamentos - dois rasgos.
nas pernas, lembrada de todas as vezes que escolheu se esconder na casa imensa invés de correr para praia, arrependimento que não podia refazer - sete rasgos.
e finalmente na garganta, lembrada, com lágrimas escorrendo furiosamente dos olhos, de tudo que nunca disse - um rasgo cego que não a matou, mas impediu que continuasse a gritar, se afogando no próprio sangue.
ela via o céu, tornando-se turvo , vermelho como o líquido escuro que vazava de seus cortes, enxarcando seu vestido.
ainda sim, deus não estava satisfeita.
lhe agarrou pela mão, e a arrastou deixando um rastro de sangue na grama seca até um poço, onde violentamente depositou seu corpo & se mae estivesse em menos dor, perceberia que ela também chorava. caiu ao fundo com um baque mudo, seu corpo contorcido , e se desfazendo - quando a terra começou a cair sobre si.
os olhos estavam avermelhados, a boca cheia de plasma viscoso - viu ali debaixo, todos se aproximarem para jogar um pouco da sujeira até cobri-la ; eve, a primeira , sorrindo docemente & cantando - ' oft i had heard of lucy gray and when i crossed the wild, i chanced to see the break of day - the solitary child ' , em voz melódica . depois, luís continuou a cantar, - no mate, no comrade, lucy knew - e a cobrir oque era agora apenas um cadáver que ainda podia sentir todos os ferimentos, cada pá de terra , e ouvir - aquela maldita música. toda a melancolia do mundo depositada em seu olhar de vidraça, quando pateticamente, ela tentava balançar a cabeça - pedir por salvação.
finalmente, fae terminou o trabalho, cobrindo os olhos e o rosto , cantarolando : ' the sweet face of lucy gray will never more be seen. ' .
mae morreu - naquele julho, sozinha & coberta por sujeira naquele esqueleto do que uma vez foi o jardim de deus. não de seus machucados, não de sufocamento - de solidão.
É UM RECURSO ILIMITADO - continue cavando e vai encontrar mais & mais. ela se esconde debaixo das unhas e infiltra a corrente sanguínea ; é um metal pesado que envenena , é um falso deus que promete proteção. no passar da vida, encontramos um caminho para fora do isolamento, para longe da sujeira & da poeira deixando rastros pelas memórias do nosso tempo - continue cavando & vai encontrar uma maneira de sair.
mas não daquela vez.
quando voltou a realidade, os gritos tinham cessado e ela permanecia contorcida na grama - que admitidamente era muito mais verde, exhuma caída consigo, os joelhos sangrando e as lágrimas escorrendo.
foi achada apenas na manhã, por ninguém menos que tadeu, carregada para enfermaria em estado catatônico.
o amor por sua solidão, ela iria perceber, viria a matá-la. violentamente & sem sentido.
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mencionados.
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destino: @silencehq
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littledecth · 2 months
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                                                  CNNS.  PLAYLIST.   PINTEREST.  
  HAVANA ROSE LIU ? não! é apenas BEATRICE AMELIE ZHANG, ela é filha de FOBOS do chalé 33 e tem VINTE E SETE ANOS. a tv hefesto informa no guia de programação que ela está no NÍVEL III por estar no acampamento há DEZ ANOS, sabia? e se lá estiver certo, BEE é bastante DETERMINADA mas também dizem que ela é IMPREVISÍVEL. mas você sabe como hefesto é, sempre inventando fake news pra atrair audiência.
LORE. tw: menção a assassinato, suicídio e bullying.
medo é a emoção mais honesta de todas, e na vida de beatrice amelie zhang, era a única emoção que podia lhe trazer ruína , e em iguais partes, seu ingresso para uma vida gloriosa. porém, no mundo das mulheres daquela família - não havia começo ou final feliz, e poucas coisas boas no meio. portanto, se está procurando uma história bonita , a própria beatrice recomenda que procure em outro lugar. 
era uma noite de tempestade quando os dois se conheceram - uma física frustrada que começava a se perguntar se o mundo como conhecemos era tão confuso por que existia mesmo um deus caprichoso, e um ser divino, imortal - carregando as respostas. genevieve , que tinha visto a mãe e a avó perecerem a uma loucura febril que não parecia ter razão ou cura, virou-se para ciência tentando entender como tudo funcionava , e em uma única noite , aquele homem destruiu suas fundações e credos. as histórias eram reais, a vida era mesmo regida por seres temperamentais que andavam, ainda que por pouco tempo, entre os humanos. 
ela não sentia medo dele, era certo dizer que não sentia medo de nada - tinha visto o suficiente e por isso, fobos, se interessou, dando início a um romance que duraria anos. ele vinha e ia como queria, e ela esperava , e esperou, até o dia que ele não voltou. não podia voltar , pois no ventre da mulher, crescia a prova de seu amor inconstante. 
o pai de genevieve, poderoso ceo de um império tecnológico , se enfureceu - devia se casar para encobrir o escândalo. porém, a mulher se recusou, disse que aquela criança seria dela e apenas dela. no calar da noite, ao que conversava com a própria barriga, pensando que a filha podia ouvir, obsessão nascia e crescia. 
quando finalmente deu a luz, era a criança mais adorável que o mundo já tinha visto, mas chorava todo o tempo , quase levando aqueles à sua volta a loucura. exceto quando a mãe estava presente - a embalando em seus braços, e repetindo palavras de conforto que a pequena, incrivelmente, parecia entender. era válido lembrar - que genevieve, nada temia. 
conforme foi crescendo, começou a se sentir desesperada na própria vida - o tempo todo, panico batia a sua porta, e existia em constante estado de alerta. onde fosse, o que fizesse, o medo a seguia como um fiel escudeiro , ou uma tormenta permanente. 
a matriarca sempre foi vaga sobre o pai, em seus melhores dias e assustadora, em seus piores. insistia que a menina, com o nome da mãe falecida, era apenas dela, até a alienando da convivência com o avô. mudaram-se para longe, algum lugar na inglaterra, onde lhe ensinou tudo que sabia, a chamando ' carinhosamente ' , de seu pequeno monstro. 
enquanto se isolavam na casa acima da colina, beatrice sentia menos medo - em seu mundo, havia apenas a mãe, afinal. contudo, as coisas tomaram um drástico rumo depois que o avô às veio visitar em uma noite de tempestade, quando os caminhos pareciam propensos a mudança extraordinária. bee não sabia o que tinha realmente acontecido ; sabia apenas que eles discutiram pela madrugada enquanto estava trancada no quarto , e em algum momento, os gritos cessaram. 
dois anos se passaram, beatrice teria doze logo e a mãe ficou extremamente doente, contando com a ajuda da irmã distante para que pudesse cuidar dela e da filha. a menina não sabia muito sobre a tia, apenas que tinha cortado relações com a família para seguir uma carreira artística que nunca foi longe - mas desde que o pai desapareceu , dois anos atrás , ela usufruía generosamente da fortuna que tinha sido alocada ao seu nome . a tia também, não temia nada. porém, a mãe começou a ser pregueada por temores. 
beatrice não entendia porque podia sentir seu desespero, como era possível - mas conseguia. na noite, antes de sua trágica morte, deitou com beatrice nos braços, e sentiu o medo se esvair ; quando a garota acordou, estava na banheira, a água turva com seu sangue. gritou então, acordando a tia , que a tirou de perto do corpo e chamou ajuda , mas aquela imagem, era uma que jamais esqueceria. a partir de então, beatrice também não temia - já tinha visto demais. contudo, o medo de outras pessoas era ainda um problema pertinente. 
depois da morte de genevieve , veio a revelação mais vil que eles podiam esperar, no porão - onde filha e irmã não podiam entrar, estava o corpo em decomposição do pai. genevieve tinha o matado naquela noite chuvosa, e por quase três anos, ninguém tinha ideia. beatrice se tornou então - filha de uma assassina. 
quando a tia voltou para os estados unidos, agora única dona da fortuna do grupo C&C , fora é claro, a sobrinha - mandou beatrice para um internato, onde ficou até seus quatorze anos , sendo torturada por crianças que sentiam ser um dever , puni-la pela morte do avô. 
A pior de todas, Nicole mortimer beaufort, desprezava a maneira que Beatrice via através de seus medos e como se carregava altiva quando não era nada além da filha de um monstro, sem sequer ter um pai em vista. 
pregou seus dedos a parede, lhe preparou uma cova no chão, a queimou com algo quente e enquanto estava jogada no chão , chutou suas costelas até ouvir o som de uma ou duas quebrando - tudo de mais perverso que podia pensar, infligiu a pequena beatrice que então era uma coisa miúda de apenas treze anos.
quando estavam perto de lhe quebrar os pés, ela mais duas de suas seguidoras fiéis, beatrice se revoltou, com uma fúria nunca vista na menina esguia , se soltou do aperto das mais velhas, e usando da mesma pedra que nicole planejava usar para lhe deixar ilhada, se arrastando de volta ao internato, a atingiu na cabeça , rosnando em raiva , sentindo o medo da outra cursar por si, lhe dando pela primeira vez, uma força que desconhecia. 
a menina morreu depois de várias pancadas na cabeça, e enquanto as outras fugiam , beatrice foi deixada chorando e ensanguentada perto de seu cadáver, quando a chuva veio para lavar o líquido carmesim - tempos de mudança. em uma árvore de carvalho próxima, um ser mítico se escondia ; sabendo bem o que ela era. 
dinheiro e poder compram silêncio , e compraram os pais de nicole que estavam prestes a perder tudo . beatrice ficou por mais alguns meses naquele lugar, onde comia sozinha, andava sozinha e rezava sozinha , todos com medo dela - algo que de alguma forma, ela podia sentir visceralmente. 
Era uma assassina, então talvez a maçã não tivesse caído longe da árvore, no final. 
quando a situação se tornou intragável, a tia a trouxe de volta para morar consigo, agora estando em singapura e elas mantinham uma convivência cordial , até que uma fúria atacou o carro em que dirigiam para conhecer uma nova escola ; beatrice saiu com apenas uma cicatriz no ombro , mas a tia , que surpreendentemente tentou a proteger, não pode ser salva. mesmo quando um homem, metade bode, interferiu na luta - ele pode apenas levar a jovem beatrice para um lugar seguro , tempo suficiente para explicar quem ela era e quem seu pai era. 
um deus , uma meio sangue , um acampamento - tudo foi assimilado muito rápido, pois como aquele ser dizia , eles tinham que chegar até o lugar logo mais, pois aquele podia ser o primeiro ataque, mas não seria o último. a menina desapareceu então, deixando muitos especulando sobre seu paradeiro por anos. 
aos quatorze, chegou no refúgio dos semideuses. onde ficou por dez anos, tornando-se uma exímia guerreira e reconhecendo seu poder - absorção do medo. podia absorver os piores temores daqueles à sua volta, em ocasiões lhes dando coragem suicida como houve com a mãe, e em outras , a levando ao ponto de ruptura de uma nova loucura, como foi com nicole. 
quando atingiu o nível três em seu treinamento, já sabia absorver a emoção medonha apenas quando tocava no alvo, e com as ferramentas e aprendizados suficientes para sobreviver ao mundo mortal - a herdeira dos zhang fez sua volta triunfal, deixando muitos ainda mais confusos sobre onde andava , algo que jamais explicou. estava estudando em uma renomada universidade nos estados unidos, sendo preparada para assumir um cargo na empresa, quando o chamado veio. sem família, ou conexões fora as que tinha feito no acampamento, ainda que presentes em seu dia a dia, ela não hesitou em voltar ao lugar que a tinha ensinado tanto. 
MORE.
  PODERES: absorção do medo.
HABILIDADES: força sobre-humana e reflexos sobre-humanos. 
ARMA: depois de algumas missões bem sucedidas, e por seu trabalho frente as linhas da guerra, chamou a atenção do pai que lhe presenteou com um arco e flecha de ouro imperial. dourado por toda sua extensão com desenhos de vigas sobre o arco e as flechas em cinza maciço, um contraste estranho e fora do lugar. as flechas são sempre repostas em sua aljava depois de um tempo, e beatrice faz questão de frequentemente as banhar em veneno. o apetrecho se torna uma miniatura quando não usado e se torna o pingente de uma corrente. 
++
Instrutora de mitologia grega, praticante individual de arco e flecha e parede de escalada.
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misshcrror · 3 months
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              𝐇𝐎𝐔𝐒𝐄 𝐎𝐅 𝐇𝐎𝐑𝐑𝐎𝐑: ──── YASEMIN's point of view ;
The edge of insane, a trail of blood There's nowhere to run when darkness falls The smoke and flames, they will be your undoings.
tw: trauma religioso, maus tratos infantil, violência, tortura física e psicológica, sangue e suicídio.
Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete, porque ali se vê o fim de todos os homens; e os vivos o aplicam ao seu coração. Melhor é a tristeza do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. O coração dos sábios está na casa do luto, mas o coração dos tolos, na casa da alegria. (Eclesiastes 7:2-41 2)
A dor era insuportável, aguda e incessante. A coroa de espinhos pressionava com uma força fora do normal contra o couro cabeludo de Yasemin, seus espinhos fincando-se na pele sensível. Ela sentia o sangue escorrer em finos filetes pelo rosto, misturando-se às lágrimas que não conseguia segurar. O vestido impecável que usava agora estava manchado de vermelho, um contraste cruel com a noite perfeita prometida.
𝐀𝐓𝐎 𝐈: 𝐃𝐄𝐔𝐒
Enquanto se contorcia de dor, a mente de Yasemin foi transportada de volta ao orfanato onde passou sua infância. Lembrava-se com clareza das paredes frias e úmidas, das freiras e padres que a olhavam com desdém e medo. Suas dúvidas e questionamentos eram vistos como heresias, e suas punições eram severas. As sessões para expurgar o diabo de seu corpo, os espancamentos – tudo isso retornava com uma clareza aterrorizante. Era como se estivesse novamente presa naquele quarto escuro, obrigada a rezar incessantemente, privada de comida e água.
O Senhor esteja convosco. Ele está no meio de nós.
"Você é filha do diabo," eles diziam. Yasemin nunca entendera por que sua relutância em seguir a doutrina imposta a fazia merecer tanto sofrimento. Mas com o tempo, começou a acreditar que talvez fosse verdade. A dura realidade do orfanato a transformou, tornando-a dura consigo mesma. Sua vida se tornou uma série de gestos e penitências. Uma forma de autopunição para garantir que nunca ferisse outras pessoas. Tudo em nome D'ele.
Corações ao alto. O nosso coração está em Deus.
Naquela época, ainda criança, Yasemin notou. Em meio aos castigos, algo despertou. Quando as freiras a trancavam tentavam lhe tocar, caíam em ilusões aterrorizantes para manter os outros à distância. Quem ousava se aproximar dela, sentia o medo se infiltrar em suas mentes, vendo os próprios demônios surgirem diante de seus olhos. Lembrava-se de uma vez, em particular, quando uma freira mais severa entrou em seu quarto para aplicar outro castigo. Yasemin, desesperada e exausta, permitiu que seu medo e raiva tomassem forma. A freira parou subitamente, seus olhos arregalados de terror enquanto visões deformadas e sombras ameaçadoras a cercaram. Ela fugiu gritando, deixando Yasemin sozinha, tremendo, mas triunfante. Aquela foi a primeira vez que percebeu o poder real que possuía, um poder que podia usar para se proteger.
Demos graças ao Senhor, nosso Deus. É nosso dever e nossa salvação.
Ao longo dos meses, ela se tornou uma figura de terror silencioso no orfanato, uma presença que poucos ousavam desafiar. As freiras e padres começaram a evitá-la, murmurando orações e fazendo o sinal da cruz sempre que passavam por ela. Esse poder, no entanto, também a isolou ainda mais, fazendo com que se sentisse ainda mais solitária e incompreendida. E então o sátiro chegou e a retirou daquele inferno.
𝐀𝐓𝐎 𝐈𝐈: 𝐎 𝐃𝐈𝐀𝐁𝐎
Estejam alertas e vigiem. O Diabo, o inimigo de vocês, anda ao redor como leão, rugindo e procurando a quem possa devorar. (Pedro 5:8-9)
A raiva e o ressentimento que carregava dentro de si não desapareceram mesmo após quatro anos naquele acampamento. Como poderia? Eles a corroeram, tornando-a mais dura, mais defensiva. Quatro anos se passaram, anos em que Yasemin treinava para se manter estável e em controle. Os olhares tortos e desvios de caminho só mostravam que ela não era bem vinda nem mesmo ali. Não enquanto não tivesse controle de seus poderes.
E então o tal Diabo finalmente chegou. Ou seria Deus com a salvação?
No seu quarto ano, Quíron lhe informou que alguém estava esperando por ela fora do acampamento. Yasemin ficou incrédula. Deimos, o deus do pânico, seu pai, estava ali para treiná-la pessoalmente.
O treinamento com Deimos foi brutal. Os métodos sombrios do deus eram implacáveis. Ele a levava aos limites físicos e mentais, forçando-a a confrontar seus maiores medos e a dominar a arte do pânico.
As chamas dançavam na sua frente, o fogo se alastrando e os gritos dos semideuses. Os rostos assustador, o pavor e o medo no pavilhão. Ela se permitiu um sorriso curto com a situação. Era o terror encarnado. As estrela caindo. Deimos e Fobos. Eles estavam em todas as coisas. Na garotinha assustada com medo do escuro, no estudante com receio de não passar em uma prova importante, no pavilhão pegando fogo independente se fossem seus filhos ali ou não. Independente se o fogo tivesse sido lançado pelo inimigo ou amigo.
Porque o medo e o terror estavam em todas as coisas.
"No medo, há poder," seu pai dizia. "O medo é uma ferramenta mortal, letal. Use-o ou será usada por ele."
Anos antes, Yasemin chorava e lamentava, noites inteiras de dor e sofrimento enquanto Deimos a forçava a confrontar seus traumas. Ele a fazia passar por situações aterrorizantes, replicando suas memórias mais dolorosas do orfanato. Da morte de sua mãe. Do sofrimento de seus poucos amigos no acampamento. Cada sessão era um inferno, mas aos poucos, Yasemin começou a entender. Suas lágrimas se transformaram em uma raiva fria. A fraqueza não era uma opção.
Leyla Solak, ah... Ela certamente agiria como uma leoa protegendo seu filhote. Deimos também, mas com ele eram métodos sombrios. Mas agora, era Yasemin se transformando em uma verdadeira leoa. Sob o treinamento de Deimos, ela aprendeu a controlar melhor seus poderes. Aos poucos sua presença tornou-se sinônimo de medo.
Deimos a ensinou a abraçar o terror, a manipular o pânico em seus inimigos. "Você não é uma vítima," ele dizia. "Você é a portadora do medo. Faça com que todos se lembrem disso."
𝐀𝐓𝐎 𝐈𝐈𝐈: 𝐀 𝐒𝐀𝐍𝐓𝐀
Yasemin sempre carregou consigo a memória de sua mãe, Leyla Solak, como um farol de luz em meio às sombras de sua vida tumultuada. A admiração profunda por sua mãe desde pequena, Leyla fora seu mundo, a fonte de amor, diversão e segurança. As memórias de sua mãe eram vívidas e detalhadas, um alicerce que sustentava Yasemin mesmo nos momentos mais sombrios.
Sempre viu sua mãe como uma figura fascinante e imponente. Seus trabalhos, sombrios e intricados, eram uma janela para os medos mais profundos da humanidade. De alguma maneira, sua mãe conseguiu entender como a humanidade era cruel cedo. E talvez por isso era tão protetora com Yasemin. Sempre foram apenas elas duas afinal.
A família Solak, que já desaprovava as histórias de horror de Leyla, cortou o contato definitivamente quando ela se mudou e ficou grávida de um, até então, desconhecido. Quando Leyla faleceu, Yasemin tinha apenas nove anos. A família foi contatada, mas ninguém a quis. Sem nenhum parente disposto a acolhê-la, foi enviada a um orfanato. Herdeira de uma considerável fortuna deixada por sua mãe, Yasemin tinha recursos, mas lhe faltava o amor e o apoio de uma família.
Desde que perdeu Leyla, Yasemin decidiu que faria de tudo para ser o orgulho de sua mãe. Leyla havia enfrentado o mundo com coragem, desafiando a família e seguindo seu próprio caminho, e Yasemin queria seguir seus passos. Quando foi enviada ao orfanato após a morte de Leyla, a filha de Deimos segurava firmemente as poucas lembranças que tinha de sua mãe. Esses objetos eram suas relíquias sagradas, pedaços tangíveis do amor e da presença de Leyla. No silêncio frio do orfanato, ela se agarrava às memórias das noites em que sua mãe a colocava na cama, contando histórias cheias de heróis. Ela era uma agora... Não era?
Ao chegar ao Acampamento Meio-Sangue, seguiu buscando conforto nas lembranças de sua mãe mesmo que fossem ficadas mais enevoadas com o passar do tempo. Ela se empenhava em ser uma versão mais forte e destemida de si mesma, alguém que sua mãe se orgulharia de chamar de filha. Ela sempre desejou ardentemente que Leyla pudesse vê-la crescida.
Yasemin idolatrava sua mãe em cada aspecto de sua vida. Leyla era seu modelo de força e independência, uma figura quase mítica que havia moldado quem ela era. Ela queria ser a personificação do que sua mãe havia sido: destemida, criativa e poderosa.
A ruiva treinava arduamente, não apenas para honrar seu pai divino, mas, acima de tudo, para ser digna do legado de sua mãe. No entanto, a ausência de Leyla, somada ao sofrimento passado no orfanato, aos métodos sombrios de Deimos e às intensas missões no acampamento, levavam Yasemin por um caminho arriscado e perigoso que nem mesmo ela sabia. A verdade é que ela sempre esteve na borda, no limite.
𝐀𝐓𝐎 𝐈𝐕: 𝐀 𝐂𝐑𝐔𝐂𝐈𝐅𝐈𝐂𝐀𝐂̧𝐀̃𝐎
Yasemin era claramente uma suicídia inconsciente. Essa autodestruição disfarçada não era um ato explícito de tirar a própria vida, mas uma série de escolhas e comportamentos perigosos que refletiam um desejo inconsciente de acabar com a própria existência. Os impulsos autodestrutivos vinham como manifestações do inconsciente, uma forma de lidar com o cansaço e o desgosto de viver. Ela nunca tentou nada de drástico ou definitivo contra seu próprio corpo, mas frequentemente se envolvia em práticas arriscadas e missões perigosas sem a devida precaução. Um sentimento de que nunca teria uma vida normal e que jamais conseguiria formar uma família, algo que sempre desejou, mas acreditava não merecer.
Crescendo no acampamento, Yasemin observava outros semideuses que, apesar dos traumas, alguns tinham sim famílias funcionais e amorosas. Ela, por outro lado, não tinha para onde ir, rejeitada pela própria família após a morte de sua mãe. Essa rejeição e o sentimento de abandono a corroíam por dentro dia após dia. Apesar de ser uma guerreira habilidosa, o vazio dentro dela parecia insuportável. A verdade é que o acampamento e os deuses eram a única família que Yasemin conhecia. Talvez não mais. Embora tivesse construído laços importantes e encontrado um lugar onde podia desenvolver, a dor da perda de sua mãe e a rejeição de sua família eram feridas que nunca cicatrizavam completamente. Yasemin queria ser forte como Leyla, mas a cada dia lutava contra a escuridão que ameaçava engoli-la. Ela estava determinada a honrar o legado de sua mãe, mas o caminho era tortuoso.
Agora, sentada na enfermaria, porque ela se recusava a ficar ali por muito tempo, Yasemin ainda sentia a dor dos espinhos da coroa mesmo que ela já tivesse bem longe de si, mas também a dor mais profunda de suas memórias. Um curandeiro trabalhava, tentando lhe curar e outra sendo afetuosa o suficiente para limpar o sangue já seco que escorreu por entre os fios ruivos e o rosto completamente envolto do vermelho escarlate. A turca sentia uma raiva crescente pela situação no acampamento, um ressentimento fervente contra os deuses que nunca interferiram para ajudá-los. Sentia-se traída e abandonada, não pelo traidor, mas pelos deuses, e por todos aqueles que deveriam tê-la protegido.
Enquanto os curandeiros lhe davam ambrosia e usavam poderes de cura, Yas refletia sobre a ironia de sua situação. Cercada por seres divinos, suas cicatrizes mais profundas não podiam ser curadas por poderes ou magia. A culpa e a raiva que carregava dentro de si eram mais dolorosos do que qualquer coroa de espinhos. No orfanato, ela conheceu um cara que também havia ganhado uma coroa de espinhos quando foi pregado na cruz, acusado e pagou pelo disseram, mas que nunca havia feito nada para que fosse punido.
E então ela soube. Flynn estava morto. Conviviam e se davam bem, foi graças a ele que conseguiu ver sua mãe algumas vezes. Droga, sentiu os olhos marejados e uma lagrima solitária escorreu.
Ela fechou os olhos, tentando encontrar algum alívio na escuridão. Sabia que precisava ser forte, não apenas para si mesma, mas para mostrar ao mundo que não era fraca. E mais do que tudo: precisava provar seu valor para sua mãe. Yasemin não se deixaria abater. Ela sobreviveria, como sempre fez, e usaria sua dor como arma para moldar seu próprio destino. As parcas que lutem, assim como os deuses, porque a sua fúria seria implacável.
Eles precisavam precisava pagar. Ela havia sido moldada para ser uma arma de medo, e agora abraçava isso completamente. Não era ela que estava presa com todos ali, eram eles que estavam presos com Yasemin.
A dor em sua cabeça começou a diminuir gradualmente, à medida que a ambrosia ingerida fazia efeito. A dor emocional, a dor das memórias e do passado, ainda estava lá, profundas e enraizadas. Yasemin sabia que aquela noite, como tantas outras, deixaria cicatrizes que nada poderia curar. Cicatrizes de batalha ela tinha aos montes, mas ela também sabia que essas cicatrizes a tornariam mais forte, mais determinada. E no final, era isso que importava. Ela sobreviveria. Ela sempre sobrevivia.
O mundo ao seu redor havia se transformado em um campo de batalha, e ela estava pronta para entrar nele. Ela cheirava a sangue, violência e terror.
Era ambiciosa. Isso seria sua maior vitória ou sua eterna ruína.
Deuses, os traidores, os pecadores. Que todos eles pagassem. Que o terror começasse.
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