#tenho medo de ser pisoteada
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eu, brasileira, morando em lisboa, portugal. fico feliz em sbr que o dream vai no brasil, mas ao mesmo tempo, fico triste que nao vou conseguir ver. (os grupo que eu gosto quase nunca vem ca😭😭😭😭😭😭😭)
-pastelzin com caldin de cana q qr ver o dream😭😭😭😭😭😭😭😭😭😭
Véiii parei pra pensar e vd né??? Cadê as euro tour de kpop???
Tipo aq no Brasil, eles sempre priorizam São Paulo e os shows sempre são em São Paulo, o q eu acho meio bleh, pq acho que eles deveriam pensar em outros estados (e eu tô dizendo isso sendo paulista KKKKKK mas n sou da cidade de São Paulo, só do estado mesmo), mas é compreensível pq tudo se concentra em São Paulo, é questão histórica.
NÃO FICA TRISTE PASTELZIN COM CALDIN DE CANA 😭😭😭 VAI CHEGAR A SUA VEZ 😭😭😭🙏🙏🙏
#sun daily#sun asks#eu n sei como eu me comportaria num show#tenho medo de ser pisoteada#e de pessoas tbm KKKKKKKKK#sla acho q eu choraria mto n sei se de ver meus favs ou só de ansiedade social msm KKKKKKKKKK
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quando mais mulheres estiverem sendo estupradas, espancadas em casa, mais negros e lgbtq+ estiverem sendo caçados, o número de feminicidio aumentar, quando as minorias forem pisoteadas. me doi sim, me doi muito pq 55% das pessoas representam perigo. em quem confiar? eu não sei mais. você diz que meu medo é irracional, mas você não tem ideia de como é isso. ter medo de falar para pessoas que você conhece desde sempre quem você é porque apesar de tudo você sabe que você vive numa sociedade preconceituosa e você não sabe o que esperar. eles podem te amar, mas também podem te expulsar de casa. podem te proibir de falar com seu amor. podem nunca te deixar vê-la. eu tinha alguns planos, não muitos, mas eles existiam. e parece que eles foram arrancados de mim. sim, eu temo pela minha vida porque eu não vou fingir ser alguém que não sou. não vou dizer que votei nulo. não vou dizer que sou hétero. não vou mentir se pergutarem. não tenho mais forças para tal. então quando você fala que liberdade é bom quando me convém eu digo para você pegar essa sua liberdade e enfiar no teu cu porque que liberdade é essa que é usada para a opressão? que liberdade é essa que é formada num grito mudo de guerrapaz?
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Amor X Arena (2013) - Capítulo 05
This post is an version of “Amor X Arena”, my fanfiction released in 2013. For the english version, coming soon.
Capítulo 5
ALGUNS ANOS ATRÁS
Outono. Dia 12 de 2012
Até parece que estou tendo uns daqueles pesadelos novamente.
Me movimento em busca de algo para agarrar, mas tudo que tenho, são dois travesseiros macios e pouco usados por mim na cama. Minha boca se abre e fecha constantemente, com uma tentativa de soltar um grunhido ameaçador de dor contínuo, mas, minha garganta só dá passagem para respirações distorcidas e mordidas involuntários nos lábios, e já sinto a potência das mordidas machucando minha boca, a retalhando, conforme me contorço na cama. Meus braços ficam suspensos no ar, tentando puxar com a força que me resta, ela. A enxergo correr na minha frente, mas meus braços não esticam o bastante. As bombas a acertam antes que mesmo que eu a alcance.
Ela está bem ali.
Sentada na colina, cercada até a cintura de flores e mato. Ela permanece concentrada no que seria "arrancar" as pétalas das flores que acabara de colher entediada, enquanto o mais novo corre quase alcançando voo entre as perninhas gorduchas, carregando consigo um aro de metal finíssima, que mal se pode enxergar na corrida do menino, que solta bolhas coloridas e felizes conforme o vento se esticam no sabão com água diluída, contida no aro. Sinto uma mão quente passar livremente na minha cintura. Ele permanece parado, me fitando com os olhos azulados dos céus, com uma cara sorridente de orelha á orelha, ao poder assistir o espetáculo que é ver seu filho loiro, de olhos acinzentados poder correr com as borboletas, e suas bolhas coloridas, sorrindo e gritando para que eu assista ele correr também, além o espetáculo das suas bolhas no ar.
Entendo o motivo. Peeta mal pode correr como uma pessoa normal poderia, por causa da sua perna arrancada do corpo, substituída por uma prótese capitalista. Apesar de ser bem útil, confortável, e que faz Peeta não reclamar mais dela, e nem senti-la como parte do corpo agora.
Poder ver Aaron correr e saltitar, agora mais perto da irmã, dando estrelas em cima das suas flores só para implicá-la, o deixa alegre. Nossos filhos. Cheios de saúde, Paz e Carinho, com qual sempre tivemos receio de nunca dá-los. Eu pensava assim. Meus dedos se caracolam, e fazem pequenas voltinhas no conjunto de cabelos negros da cabeça dele. A criança está deitada no meu colo agora, com os olhos marejados de sono e aprofundados com peso, mostrando que não iria se levantar do meu colo tão cedo.
Sinto uma cãibra nas costas por ficar ereta demais, ao lhe dar conforto nas minhas pernas em uma posição esticada. Me aproximo do corpo quente de Peeta, que me agarra, e me dá apoio para descansar as costas; me abraçando pelas costas.
Sinto o perfume de pão fresquinho de Peeta.
Sinto o cheio das orquídeas de Happier.
Sinto o cheiro de sabão e tinta acrílica e aquarela de Aaron.
Sinto o cheiro de frutas e lama de Garret.
Sinto o cheio da paz. Da tranquilidade.
Do amor.
Mas, principalmente, da esperança.
– Acho que enfim, você foi recompensada. – Inicia Peeta em um diálogo, ainda rindo de Aaron cambalhotar saltos que nunca me imaginaria ter coragem de fazer.
– Hã...? – Digo meio ríspida e devaneada, puxando mais o corpo de um Garret adormecido no meu colo, que se contorce com a gritaria das crianças.
– Quero dizer... – Ele faz uma pausa, e em seguida começa a gargalhar rapidamente se deliciando. – Tudo o que já nos aconteceu. O que nos aconteceu. O que passamos... o que perdemos... está tudo sendo recompensado neste instante. – Ele aponta para os seu filho risonho e sua filha furiosa, carregando um buquê de flores aleatórias pisoteadas.
Me esquivo para pensar.
O que eu passei... o que eu sofri. Algo que cicatrizes nunca se fecham totalmente. Elas permanecem em marcas na parte do corpo, onde você sentiu a dor. Mas sei que um dia, elas irão desaparecer. E sei, que este dia será hoje mesmo. Um sorriso explode no meu rosto. Vejo Peeta sorrir involuntariamente por puro reflexo para mim de volta. Será mesmo? Todas as vidas perdidas, mortes que poderiam ter sido evitadas, e crueldade capitalista foram, enfim, recompensadas? Não... o preço foi alto demais. Por mais que meus olhos marejem de felicidade por ter tido concebido filhos para Peeta, nunca os pesadelos dos Jogos irão sair. Eles estarão ali. Me martelando que eu fui fraca, traidora, assassina durante um Massacre. Que aquelas vidas inocentemente puras, foram perdidas. Outras nem podem ter o privilégio que agora tenho na vida, as melhores coisas dela, que são de graça.
Mesmo que de uma forma ou outra, eu não mereça isso tudo.
Não eu. Eu nunca mereci. Minha forma de bastante transparece, berrando aos céus que eu deveria ter morrido logo naquela Arena. Na primeira. Assim, Prim estaria viva. Cuidaria da mamãe por mim, e seria uma ótima mãe um dia. Sempre sonhei em ver meus sobrinhos correndo aqui na colina perto do lago. Eu os ensinaria à caçar. Provavelmente, estaria casada com Gale, se nossos nomes não teriam sidos lidos naquela Colheita.
Estou dispersa. Lágrimas rolam até meu queixo e cair devagar no rosto pálido de Garret, que se contorce acordando.
Dou um leve gemido de susto, "Ah!", e me levanto, me libertando dos braços de Peeta. Ponho cuidadosamente Garret no colo, que se ajeita entre meus braços, puxando para si minha camiseta, a agarrando-a. Dou um leve beijo em seus cabelos castanhos bagunçados, e me viro para Peeta:
– É melhor voltarmos para casa. Tenho que devolver este aqui para o pai, já capotou de sono, de tanto brincar. – Lanço um sorriso para Peeta, olhando de volta para o rosto moreno de Garret. Peeta concorda, e se levanta também, alisando meus braços, e enfim, dando um leve e rápido encontro de lábios com os meus, fitando os meus olhos.
Ele corre em direção de Happier, que recolhe as pétalas caídas, que caminha com calma para a trilha de volta para casa, sem precisar da minha ajuda, acostumada com a floresta. Deixo minha filha voltar sozinha.
Peeta tenta convencer um bravo Aaron, que reclama que quer ficar para brincar mais, e que nem nadou no lago anda. Peeta se o agarra para o colo, que se debate entre seus ombros com os braços e pernas, berrando. Ele o joga para cima, e o empurrando contra o ar, e descendo, usando o corpo de Aaron como um avião, fazendo barulho de motor e nave decolando.
Ele e Aaron sorriem maliciosamente para um o outro, que combinam mentalmente que assustar Happier sozinha - eu adivinho por ambos olhares - e quando enfim a achamos, Peeta a agarra nos seus braços também, que os deixa os dois suspensos no ar, se debatendo e rindo sem controle.
Momentos assim são únicos da vida. Não é como respirar, comer, dormir ou dar um sorriso forçado para alguém. Mas é com dar seu peso das costas para Deus, e viver o que resta da vida. E a minha estava esfolada. Até eles nascerem, e me iluminarem como anjos. Meu marido me iluminou também. Nunca poderei agradecer à Peeta o suficiente por se voluntariar em tomar contar pelo resto da sua miserável vida de mim. Nunca poderei pagar este "favor". Minha dívida com o garoto do pão nunca estará, de fato, quitada, então me esforço para retribuir no máximo que posso: Lutar contra meus demônios, e reviver mais uma vez.
Nada pode estragar nossas vidas novamente.
Começo a gargalhar. Sinto então uma luz forte e surpreendente disparar em meus olhos. Ela é forte e iluminada. Penso em ser o pôr-do-sol, e começo a sorrir. Mas minha felicidade dura pouco, ao perceber que não é o pôr-do-sol. É o farol de um Aerodeslizador que voa em nossa direção.
Todos param de gargalhar para ver o Aerodeslizador raspando em nossas cabeças.
O vendaval causada pelos motores dele, faz que as árvores se contorcem e as folhas subam. Happier pensa em disparar um grito, mas tampo sua boca para que o ruído não saia, em silêncio. A puxo para detrás de um arbusto, me separando de Peeta e Aaron, com o amigo dele, Garret ainda agarrado em minha camiseta. O barulho estrondoso o acorda de imediato, e ficamos agonizados com as naves em cima de nós, substituída pelos ventos que, eu juro, estão fazendo soprar nossos corpos dali.
Fico imóvel atrás do arbusto, rígida, contendo o grito de Happier que já esta com o pálido rosto de tanto berrar pela cabeça, se contorcendo e chorando de medo. Vejo a expressão de Peeta do outro lado da trilha, fitando o céu. Ele tenta acalmar um melancólico e sensível Aaron, decolando seu corpo para cima e para baixo, como o mesmo avião que acabara de brincar, mas e em vão. Tanto Happier quanto Aaron, ficam assustados com o Aerodeslizador que está em cima de nós.
Meus filhos nunca viram Aerodeslizadores. Nunca precisaram. E Agora, se assustam.
Percebo por um instante, que estou apertando o rosto de Happier com tanta força, que não sinto ela respirar por alguns segundos. Retiro com cuidado minhas mãos do seu rosto suave, e ela parece estar tonta e sem fôlego de tanto gritar. Ela está doentiamente pálida. Retiro uma das madeixas para trás das suas orelhas, e a aperto contra o meu corpo, a obrigando abraçar Garret junto, sussurrando que e só um avião gigante que está parado; enquanto observo meu marido embalar Aaron com os braços, se aquietando por uns instantes, do outro lado da trilha.
“Queria estar ali, com Aaron no colo...” Penso comigo mesma, mas só o calor de Garret, e os braços finos e magricelos de Happier se agarrando á minha saia, já e o suficiente.
Falo com Peeta, através dos movimentos dos lábios algumas letras, mas ele franze a testa, não conseguido entender. Só havia outro atalho de volta para casa, que por sorte, não passava pelo alcance do Aerodeslizador. Tento mais uma vez descrever a palavra com os lábios devagar, mas o Aerodeslizador vai se abaixando, em nossa direção.
“PRIM”.
Me esforço para lançar as duas últimas letras para a língua, e aponto para o fim da colina, onde um riacho de Primroses Noturnas se segue ao uma espécie de santuário de flores. Peeta, enfim, entende. Ele movimenta a cabeça para frente e pra trás, em concordância, e giro o corpo, libertando finalmente Happier do rosto de Garret, o ponho nos braços da menina, e berro para ela, já que o vento não nos deixa ouvir nada:
– Leve Garret e seu irmão para o túmulo de sua tia! Lá é seguro, iremos te alcançar, assim que os Aerodeslizadores passarem para o outro lado! – Grito, quase sem água ao redor da boca.
– HÃ? M-mãe! Mãe! O Qu... – Ele não ouve o que gritei, e eles ficam cada vez mais próximos de nós. Empurro Happier em direção de Peeta com Aaron no colo, pronto para entregá-lo, apontando para as Primroses:
– Corram para o túmulo de Primroses Noturnas! Já alcançamos vocês!
Empurro-a com força desta vez, e ainda não intende coisa alguma, mas percebe eu apontar para as flores, então ela puxa Aaron de Peeta com rapidez, e corre agachada com toda velocidade em direção ao fim da colina, guiada pelo rastro de flores. A assisto se distanciar, até não acha-la no meu campo de visão distorcida. Penso em correr para o lado oposto, mas Peeta me impede, agarrando meu braço, me jogando para o chão, me protegendo de algo. Aquilo cai como trovão, e nem percebo por um instante, o sangue escorre os meus ouvidos.
Uma bomba. Os Aerodeslizadores estão lançando bombas novamente em minha cabeça.
Vários troncos de árvores caem em dominó com o impacto. Foram necessários quantos metros para aquilo nos atingir? Se aquilo chegasse mais três quilômetros perto de nós, com certeza viraríamos pedaços de carne ensanguentados por entre a floresta e os copos-de-leite esmagados.
Tento me levantar, e só agora percebo que Peeta está desmaiado e ainda em cima de mim. Dou alguns grunhidos e gemidos animalescos de dor para sair, e percebo que torci a perna.
Tento arrastar Peeta para longe, enquanto o fogo consome vivo as árvores com puro deleite. Começo a gritar por ajuda, mas ninguém vem para a campina, ao não ser, eu ou Happier, sozinhas. Bato no peito de Peeta, para que ele acorde com a dor que estou provocando, e percebo uma flecha encrava nas suas costas. Ele ergue os olhos, demostrando dores angustiantes, que provavelmente está sentindo pela recente impacto da bomba. Grito diversas vezes a voz de Peeta para que ele acorde, mas seus sinais vitais começam a decair e seu corpo não se movimenta mais, ficando gelado por um instante.
Entro em pânico. Minha voz sai áspera e absurdamente alta como de um animal selvagem, berrando, unhando e chutando ele como última tentativa para que ele acorde, mas ele não responde de forma alguma, sem mesmo por respiração. Começo a chorar desesperadamente, ainda clamando por Peeta, quando uma onda de choque sísmico atinge meu corpo por trás. A ondulação faz com que meu pescoço se dobre para o chão carregando o peso do meu corpo, quase se quebrando. Meu corpo novamente é retorcido no chão, e um calor em chamas novamente chega até mim, mas desta vez distante, mas sinto as bombas serem disparadas.
Olho para trás. Uma densa camada de poeira e fuligem com troncos queimados, e faíscas recém-lançadas são lançadas em minha direção. Como estamos atrás de uma árvore gigantesca; onde até conseguir arrastar Peeta, não fomos por pouco novamente atingidos, apenas arranhões, luxações, contusões, uma perna quebrada e... Peeta. Provavelmente, morto por ser atingindo ao me proteger.
Meu corpo se levanta por obrigação, apesar de eu fazer um esforço horrível para isto. Tento mais uma vez arrastar ele para conseguir ajuda, mas apenas sinto suas mãos machucadas e sangrando pelas agressões que lhe causei, passar pelo meu braço mais forte. Paro de arrastá-lo no mesmo instante. Me ajoelho em um determinado ponto seguro dos ataques sem sentido dos Aerodeslizadores, puxando Peeta para mais perto de mim, enquanto ele respira tão intensamente, que parece que vai sangrar até morrer em poucos instantes. Pressiono sua cabeça na minha, chorando e clamando para que ele lute para se manter vivo até eu conseguir ajuda, e que os Aerodeslizadores achem de que eu já estou morta, ou qualquer outro motivo para que eles atacassem a campina assim, do nada. Sinto seus olhos azuis, marejados, transmitires magoa e dor.
Muita dor. Ele desliza sua mão, antes morna e confortável, agora gélida e dura, e acaricia meu rosto, tremendo com a perda de sangue, e não faço nada para estancar o ferimento.
Ele agarra um pedaço de tronco diminuto do chão, e se esforça para escrever algo no chão em brasas, e quando enfim termina, sacode as mãos tremidas e me beija. Sinto o fogo me consumir em grande prazer, e ali mesmo fico em ansiosa de mais e mais ao sentir o esforço que ele faz para que sua língua dure na minha. Tento aprofundar o beijo, mas ele não responde. Seus lábios não se movimentam, e só no fim, percebo os olhos fechados de Peeta anunciando que eu deveria ter estancado os ferimentos ensanguentados de Peeta.
Seu corpo está gelado. Peeta, o garoto do Pão, o único que não tinha medo de se queimar, está morto.
Começo a berrar verdadeiramente agora ao perceber. Meu corpo não se movimenta do pescoço aos olhos, e fico desesperada. Choramingando, agarrada ao tronco definido de Peeta. Começo a embalo ao meio do choro, mas não há esperanças. Recosto se corpo no chão. Só agora então eu vejo.
Na areia misturada á brasas estão borradas, mas as letras se mantêm impecáveis, o bastante para entender em meio segundo. Pressiono os dedos nos lábios, para entender o que realmente Peeta queria que eu me preocupasse.
“HAPPIER”.
O nome de minha filha está escrito na terra.
Ele estava querendo que eu percebesse aquilo mais cedo, e não que o salvasse. Mas como não? Ele era carne da minha carne agora, abandoná-lo seriam arrancar uma parte minha e entregá-la aos Aerodeslizadores. Mas meus filhos são um bem muito maior. Foram gerados através de mim. Sinto meu coração acelerar conforme o suor tinge meu rosto rapidamente. O Que eu acabei de fazer? Eu abandonei minha filha com outras duas crianças entre outra guerra.
As abandonei. E As mandei para onde os Aerodeslizadores e movem agora. Com suas bombas, prestes a cair na cabeça deles.
Ali mesmo, respiro profundamente e me ergo do chão, levanto diversos ataques de dores aleatórias exatamente no lugar da contusão, mas as ignoro completamente. Minha mente está focada. Esbarro-me nas árvores carbonizadas, e começo a correr, gemendo com a dor, e o sangue do ferimento rolando entre minha perna. Dou algumas esquivadas, e sinto a fumaça grossa e negra me cobrir totalmente. Dou uma última olhada para trás. Vejo o corpo do padeiro arremessado em uma posição de cadáver, e ele esta prestes a ser soterrado; não há como voltar. As lagrimas rolam em minha face, e levo meus três dedos médios para os lábios, e erguendo-os para cima, na intenção de homenageá-lo.
– Eu te amo. Real. – É a segunda vez que eu digo que o amo, de verdade.
Começo a me lembrar do dia em que ele me possuiu, e fleches da vida com o padeiro brilham negro na minha mente. Fecho os olhos, e me retiro correndo, chorando sem poder ter feito mais alguma coisa. É tudo culpa minha.
Como isto está acontecendo? Como de fato, do nada, Aerodeslizadores surgiram e começas a atacar a campina novamente?
As pessoas da Costura! Devem estar todas sendo bombardeadas neste momento. Novamente, tendo a carne de seus ossos arrancados, e assistirem toda a carnificina de suas vidas e bens sendo destruídos bem lentamente. Qual e o motivo para isto?
Snow. É Snow, não é? Ele está vivo. Neste momento, tenho certeza, planejando como ira me quebrar e fazer com que cada caquinho do meu ser, seja exposto publicamente poder ver que, liberdade foi toda em vão. Ele ficou vivo todos estes anos. Paylor era mancomunada. Coin também.
Todos querem acabar com o Tordo. Ninguém pode lhes tirar este prazer arrebatador, e ter uma nação, cujo gloria está em suas mãos. O como isto pode lhes parecer deliciosamente grandioso. Matar sem sentir culpa. Bom... Isso ate eu dar aquelas amoras para Peeta, e lhe jurar amor em lugar onde só existe uma regra: Matar. E isso, os quebrou. Não foi?
Não é?
Snow tem medo de mim. Ninguém poderia ter lhe feito isso. Enquanto ele sangrava pela boca, eu cuspia em seu prato. Recebia aplauso a e mensuras de respeito, enquanto uma rebelião se iniciava contra ele. O que fazer neste momento? Mandar matá-los? Os torturar? Não, não seria o bastante... Conhecem o ditado. Se não pode vencê-los... junte-se à eles. Chego ao fim da trilha de Primroses, ainda intacta. Os Aerodeslizadores estão se agitando em cima de mim, e começo a me desesperar. Grito com todas as forças que me resta de raiva, loucura e tristeza, ou qualquer droga de sentimento estranho que está me consumindo com violência que sinto, os nomes dos desaparecidos.
Berro por Happier, Aaron e Garret, mas eles não respondem. Tropeço em alguns troncos, e me forço a ter que pular uma cerca de lenha em chamas, mas acabo me queimando. Tropeço facilmente e caio com todas as forças esvaindo no chão, e começo a rolar na grama em brasa de dor. Grunhidos de besta saem da minha boca, mas ao invés de berros comuns, os nomes dos meus filhos sem inteiramente junto á eles, com todas as letras. Fico no chão, esperando ser explodida para acabar com o meu sofrimento de uma vez, pondo na cabeça que Happier e os outros sobreviveram e fugiram para o 13.
O sol bate nas minhas pupilas, e sinto as chamas se aproximarem. Não ouso me mover, apenas o esperado chegar. Estou completamente desarmada. Estou prestes a morrer, quando a loucura me sobe totalmente à cabeça neste momento. Ouço uma voz embaçada entre os disparos, me acertarem meio roucos e mostram desespero. Ainda não me movo, mas a voz parece me alcançar de modo indiscutível.
A voz áspera é substituída por uma calma e com sotaque de bebê, uma menina, clamando meu nome de solteira sem parar. Fico sobressaltada ao perceber que é ela. Minha filha está viva, mas não por muito tempo. Preciso tirá-la daqui, antes que um terceiro bombardeiro começa, e nos acabe de uma vez. Agora, toda a dor, toda tristeza por Peeta, e todo ódio são substituídos cruelmente por uma intensa camada de força de vontade em todo o meu ser. Meus pés cambaleiam com o esforço sem energia, mas me mantenho firme para a corrida. Mas desta vez, é diferente. Não vão queimar meus filhos. Já me queimaram o bastante. Em todos os sentidos.
Paro de andar. Chego um uma área iluminada. Os raios de sol saem por frestas de árvores contorcionistas que se entrelaçam sobre si. Uma vasta área em um pequeno espaço, na campina, coberta ate a cintura de flores de todos os tipos; medicinais ou comuns. Um lago, antes limpo e transparente repleto de peixes, estão sujo e coberto de poeira até a sua borda. Um aroma perfumadíssimo do local, onde vários pássaros e insetos estão se refugiando, próximos à lapide de mármore com um caixão de pedra em forma de um rosto infantil e seu corpo, esculpidos com cuidado na pedra, em uma pose deitada de repleta de flores e Primroses até os olhos da estátua. Este e o santuário de Prim. Sua lápide.
Nela o menino e olha confuso, agarrado na barra de vestido da irmã, banhada de sangue anônimo e com os cabelos chamuscados; vejo que dois estão feridos, mas não vejo a um aranhão no loiro. Os olhos dela me penetram como agulhas, que me sangram e vejo sua raiva, a me ver ter os abandonado, se bem que este não é um bom lugar de fazer as pazes, mas fico feliz ao vê-los vivos.
Já vi aquele olhar antes. Fitei minha mãe da mesma forma. Quando ela me abandonou.
Tento caminhar em direção dela. Mas ela recua para trás, puxando os meninos para o colo, movimentando com a cabeça em um sentido de ��não se aproxime”, e de repente, lágrimas invade seu rosto. Meu rosto neste momento se torna vítima das lágrimas também, mas não abaixo os braços. Fico a me perguntar o que vou fazer agora. Falo por meus olhos. Sobre Peeta. Ela me olha mais intensamente, e mais tarde se assustando, reconhecendo desesperadamente, e ajoelhando ao lado da lápide, agarrada ao seu irmão, gritando um "Não! Não!", enquanto Garret a palpa no coro cabeludo.
– Seu pai está morto. – Digo com a voz para confirmar. – Eu amo muito vocês. Eu peço perdão... por tudo que lhes fiz e o que vou lhe fazer passar... – Digo, me derramando para Happier, que nem sequer olha para meus olhos, me ignorando por completo, fechando-se para si mesma e para o irmão mais novo.
Como ela sempre fez assim. Não tenho tempo para ver os rostos de meus filhos revoltando para mim. De repente, um Aerodeslizador branco surge entre as persianas dos galhos iluminados. Uma pequena bomba é disparada, que arranca e despedaça inteiramente os galhos entrelaçados do “teto” do santuário.
Os destroços caem quase completamente em cima de mim, mas esquivo, escorregando e minha perna dianteira fica pesa completamente, fatigando dor entre meu desespero para ir em direção dos meus filhos. Assisto minha filha empurrar para detrás da lápide Aaron e Garret, que nem parece respirarem de medo e susto gigante. O Aerodeslizador se aproxima de Happier devagar. Me contorço feito animal, berrado, berrando, berrando para que eles saiam correndo dali, mas Happier não parece me ouvir.
Sinto que estou para morrer. Meu broche de Tordo começa a pegar fogo. As chamas consomem minha pele, e me deixa em carne viva até eu para de me debater. Meus olhos comidos dão um último olhar para minha filha. Ela está sendo vestida com um casaco preto com listras laranjadas, e calças de couro, portando um arco e flecha igual ao meu, mais muito mais mortífero. Não e o mesmo rostinho que Happier de dez anos que vejo agora. Ela esta mais jovem, de cabelos longos, com no mínimo, dezessete, presa ao um elevador esperando a contagem regressiva terminar, olhando o tempo todo sem se desgrudar de seu irmão, agora musculoso e belo, com os cabelos tão longos quantos de Peeta, predador, e disposto a matar alguém.
O que aconteceu com a inocência deles? O que é isso?
Vejo Snow. Seu rosto está completamente diferente, mais jovem e saudável quanto qualquer adolescente. Ele sorri maliciosamente, e redireciona seu olhar para mim, sendo queimada, e apenas rir. Ele ergue sua mão direita, pronta para dar um comando, e grita:
– Que o Septuagésimo Sexto dos Jogos Vorazes, a seleção para o Primeiro Jogos Vorazes Global... Inicie!
Meu pior pesadelo. Ele se realizou. Era tudo, uma premonição.
Vejo meus filhos matando. Pagando uma minha antiga dívida de sangue posta por mim. Meus olhos carregados estão se fechando, e a última coisa que vejo, é minha filha, Happier, levando uma flechada... bem em seu coração. Mas ela não sente a dor. Eu sinto.
Berro sentindo como se fosse uma lâmina atravessando meu peito, e em seguida, tusso sangue sem parar. Era a mim que mataram.
E Fim.
Acordo sobressaltada, lançando os travesseiros em direção ao armário entreaberto, fazendo um pequeno barulho. Minha fadiga só aumenta, e aperto a camiseta, bem no local do meu coração, respirando sem controle até me acalmar. Por algum motivo, começo a chorar. Retiro a camisola e fico apenas com as roupas íntimas, me cobrindo com o edredom macio, chorando e mordendo um dos travesseiros, agora realmente, sinto dor no coração.
Assim que me acalmo, vou tentando recuperar a consciência; insistindo a mim mesma, que foi tudo um pesadelo horrível, e não uma premonição:
– Meu nome é Katniss Everdeen. Tenho dezesseis anos. Meu lar é a Costura, nas Montanhas Apalaches, onde estou. Minha irmã mais nova, Prim, está viva. Não tenho filhos. Meu namorado é Gale Hawthorne, com quem pretendo passar o resto da vida. – Continuo. – Tive um pesadelo. Não faço a mínima idéia do que ela quis dizer, e das pessoas que estavam envolvidas... – Dou uma pausa tentando compreender o sonho. Eu... eu.. eu não sei onde realmente estou...
"Onde estou?"
– Minha casa. Eu estou em casa. Na minha cama, e em meu quarto. Não estou no Hospital.
Me lembro então, da primeira morte. Ele estava respirando com dificuldade, e estava em seus braços, lembro-me de ele ter um corpo bem morno e seguro. Eu chorava por ele, e não me lembro do seu rosto, apenas de seus olhos azuis penetrantes e graciosos. Mas ele foi morto, vítima de estilhaços grossos em seu tronco. Tento me lembrar do seu nome, o nome por quem eu gritava, e quando enfim reconheço apenas uma pergunta me percorre pela cabeça:
– Quem é Peeta?
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A mulher no pântano (parte 11)
- Mal posso esperar pra usar isso! - Russel, animado, exclamou, enquanto ele e mais alguns homens iam ao confronto no noroeste.
- Isso aí! Essa briga vai ser tipo uma caça aos jacarés, só que bem mais radical! - Gregor comentou, também muito animado.
- Vocês dois parem com isso! Parecem duas crianças! - Freddy disse, repreendendo os irmãos.
- Ah, qual é! Essa belezinha aqui vai explodir muitas cabeças! - Russel continuou, abraçando a escopeta que levava.
- Até parece que você não vai se divertir, se vingando do que eles tão fazendo com a gente! Com o papai! - Gregor disse à Freddy, que, focado, conduzia o cargo. - Sair no soco com alguns desses desgraçados vai ser só parte da diversão! Afinal, eles merecem isso!
- Pode ser... Mas não vai quebrar seu nariz e nem você, Russel, perder os dentes! - Freddy respondeu, ainda focado na sua tarefa.
- É... sabemos disso... porque se acontecer isso, papai vai brigar com quem, né?! - Gregor perguntou, fazendo um questionamento que sabia a resposta.
______________________________
- "Então porque você não vai cobrir o noroeste?" - Selena, que imitava Ingrid, disse, enquanto, sozinha e distraída, coletava frutinhas dos arbustos. - " Eu só não vou porque minha voz irritante apodrece qualquer forma de vida!"...Vaca, só tá nessa função porque todo mundo tá ocupado fazendo coisas realmente importantes! Tipo... respirar!
*Booom!!!!*
- Hã?! O foi isso?! Uma explosão?! Só falta ser uma explosão! - Selena disse ao ouvir um barulho alto vindo de não muito longe dela. - Merda!
____________________________
- O que esse monte de gente tá fazendo na minha casa?! - Felícia Frantzer, irritada, sussurrou ao irmão.
- Lorna não queria recebê-los... Ela ficou com medo de roubarem os talheres de prata dela! - Ronald respondeu.
- Ah, então aqui eles podem ficar?! Os talheres dela podem ficar seguros, mas a mesa da mamãe pode ser pisoteada?! - Felícia retrucou, observando sua casa ser mexida e remexida por estranhos.
- Ah, só dê um tempo! É melhor familiares na nossa casa, do que contaminados invadindo ela! - Ronald respondeu. - Vamos começar a reunião...
_____________________________
- Ei! Chegamos!Todos nas suas posições! - Freddy anunciou ao grupo quando o pequeno barco chegou ao primeiro conflito oficial da família. - Vamos deixar o barco aqui, longe dos contaminados! - Ele concluiu, desembarcando.
- Nossa?! O que é todo esse som?! São tiros? - Lucas, a segunda pessoa a descer em terra firme, perguntou.
- Caralho, vai ser mais foda que pensávamos! - Russel comentou, animado.
- Todos esses estalos e estrondos são armas sendo disparadas sem descanso! Temos que nos apressar! Não tem munição que aguente tanto tempo assim! - Lênin disse.
- Mas será que a gente tem uma chance lá? Como vamos encontrar e equipe do Lenneu? - Flinn perguntou.
- Não precisamos! Venham aqui, olhem o que encontrei! - Gregor, afastado do grupo, exclamou.
- Eu adoraria que você não sumisse assim! - Freddy disse, enquanto ele e o grupo encontravam Gregor.
- Ah, tá! Olhem, Lenneu ou alguém do grupo dele desenhou um tipo de código aqui nessa árvore! - Gregor disse. - Eu sei que foi algum de nós por causa da assinatura, mas não sei o que tá escrito!
- Tá, sai pra lá! - Lucas empurrou o irmão. - Freddy, esse é tipo um daqueles códigos que fazíamos quando éramos crianças, lembra?
- Sim, lembro! - Freddy respondeu. - Deve ter sido o Don que escreveu! Nós vivíamos brincando disso!
- Legal! Agora nós temos um lugar? - Flinn perguntou.
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- Eu não acredito que vou morrer num pântano fedido e melequento! - Selena, fugindo dos disparos, resmungou. - Até parece que alguém da minha família vai vir aqui pra recuperar meu cadáver!
____________________
- E num é que a gente acertou? - Flinn, pasmo, perguntou.
- Ah, até que enfim vocês chegaram! - Don, disse, feliz que sua mensagem fora compreendida.
- Entendemos sua mensagem e estamos prontos para ajudar! - Freddy respondeu.
- Só viemos nós porque os outros tiveram que ficar pra defender a Casa amarela! - Lênin disse.
- Não tem problema! - Don respondeu.
- Ah, chegaram! - Lenneu suspirou, se aproximando do irmão e dos recém-chegados. - A gente tá quase sem munição!
- E parece que aqueles malditos também! - Kevin também se aproximou.
- Hum... Uma meia boa notícia... - Freddy disse.
- A gente tem que acabar com eles antes que chamem mais pessoas, como fizemos aqui! - Fritz Marger disse, recarregando sua arma.
- Ok, tudo bem... Vamos todos se juntar aqui e ver o que temos! Vamos bolar um plano! - Freddy anunciou, chamando Lenneu, Don, Kevin, Fritz, Flinn, Lênin, Lucas, Russel e Gregor para uma reunião.
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"Eu realmente preciso tomar cuidado agora! Ninguém pode descobrir quem eu sou! O soro tem que ficar seguro!", Selena pensou enquanto se escondia de arbusto em arbusto, procurando uma volta segura para casa. " Bem que eu podia ter uma arma! Ah não, é melhor não... Se eu atirar sem querer no pé de novo, ninguém vai me socorrer! Haha!"
- Ei, parece que meus amiguinhos também estão aqui! Ah, ótimo... - Selena sussurrou, sentindo uma presença não-inimiga.
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- Cara, isso é tão foda! - Russel disse à Gregor, enquanto os dois irmãos atiravam contra o inimigo.
- É isso aí! Como você disse, vamos explodir muitas cabeças hoje! - Gregor respondeu, seguindo o irmão.
- Ei, vocês dois, concentrem-se! - Freddy gritou.
- Nós vamos avançar! - Fritz anunciou em meio à multidão de ruídos e fumaça.
- Cuidado! Se você morrer, sua irmã me mata! - Russel disse.
- Não vou morrer! Só vou perder uma perna! - Fritz respondeu, enquanto ele, Don, Lucas e Lenneu avançavam pela colina em direção á posição dos inimigos.
- Vamos cobrir eles! Flinn, vigie a equipe do Fritz pra ter certeza que ela vai chegar em segurança! - Freddy disse. - Depois disso, vai ser uma rápida briga e logo vamos acabar com isso!
____________________________
- Bem... Eu tenho duas opções, fugir e me perder nessa droga de pântano... Ou ter que me socializar... - Selena disse a si mesma. - As duas são horríveis, mas eu quero sair viva daqui!
_________________________
- Pessoal, conseguimos, mas um deles fugiu! - Lucas, frenético, desceu a colina, levando a notícia.
- Ali ele! - Gregor disse, observando um estranho homem descer, correndo, a colina pelo outro lado e seguir fugindo pelo pier.
- Não podemos deixar ele fugir! Ele vai chamar ajuda! - Freddy disse.
- Eu não tenho munição e você? - Lucas perguntou.
- Não, merda! Alguém tem? - Freddy respondeu.
- Não! - Todos responderam, preocupados.
- Droga, não dá pra alcançar ele! - Lenneu disse, cogitando perseguir o inimigo.
- Espera, o que é aquilo? - Gregor perguntou, observando um vulto vindo dos arbustos próximos ao pier em que o inimigo corria.
- Uh! Foi uma bela pancada! - Russel comentou ao ver o contaminado, de repente, ser atingido por algo e cair no chão, inconsciente.
- Não temos tempo pra isso! Vamos! - Freddy disse, levando todos ao homem caído.
- Idiota! - Selena, largando uma tora de madeira comentou, admirando seu alvo no chão.
- Você? - Freddy e todos perguntaram, admirando Selena perto do contaminado.
- Sim, eu! - Ela respondeu, recuperando sua cesta.
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Tenho medo de dormir, de sonhar, de chorar. Tenho medo de segurar o travesseiro com força e sentir que estou caindo em algum lugar frio e escuro que não tem nome. Pois regresso sempre para esse lugar. O lugar sem-nome para mim que apesar de ter um nome, me sinto ninguém-sem-nome. Um alguém sem ser. Se sou não sei explicar e, por isso, engulo as palavras. Se eu fechar os olhos e minhas pálpebras cerrarem como uma concha habilidosa, daquelas que habitam nos fundos dos mares, será que o inconsciente me levará a pensar em você que tanto me dói lembrar?! Tenho medo e quero te rasgar te arrancar do meu coração com uma espátula invisível e afiada que eu mesma fiz para te extrair! Queria jamais ter podido ver brilho e candura nos seus olhos, pois agora só me sobram lembranças terríveis e amargas dos nossos momentos mais impossíveis. Sinto-me mal quando penso em você. Sinto medo e por isso de medo me visto toda. O sapato que calço é todo feito de retalhos de insegurança e meu cadarço tem um material especial que veio da Índia, não raro, chamado solidão: então amarro os cadarços e ele me enlaça com vida própria até me prender em nós impossíveis de desatar. Todo o medo parece mais com bichos e monstros desconhecidos do que realmente impiedosos perigos incapazes de se dissociar da realidade. O que é a realidade e por que eu existo nela? O que eu quero? Eu quero querer saber o que eu quero. Mas o que eu quero também não tem nome, nem idade, nem cor e nem pensamento. É vário. Eu tenho medo porque tudo parece frágil, reduzido, variável, líquido, invisível, poroso.... Tudo me foge às mãos e eu pereço. Quebro feito folha seca. Folha seca, caída e pisoteada no chão. Dá até para ouvir o barulhinho. Que pé gigante, mas é o pé da vida e da crueza do seu passo curto . Olho para o redor e enxergo esse vazio turvo e frio que me arrepia inteira, meu corpo solta um som estranho e inadequado eu mugi ou grunhi ou miei eu gemi como uma coisa que brame ou grita e silencia ao mesmo tempo, afinal, que isso que ecoou do fundo de mim? Minhas pernas ficam bambas toda vez que eu olho para o clarão que entra pela minha janela. Eu me sinto sufocada, sim, quase sem respirar, deixando a vida ruir aos pouquinhos e vendo meu corpo deitado na cama morrer ali por alguns segundos. Depois eu respiro fundo e o ar entra com dificuldade navegando até os pulmões... e eu ressuscito sem ninguém perceber. É tarde, é noite. É madrugada quatro e vinte e cinco da manhã. Meu coração dói e eu morro de amores vivo de amores e fico cá no meu lugar de sempre a pensar e a sentir indefinidamente as dores da vida e do penoso existir-insatisfeito! Queria ser uma flor e só. Mas eu penso e existo já dizia Sócrates, mas eu enrubesço na existência finita e me coloco ao pé da cama a chorar chorar chorar que nem bebê longe dos olhos da mãe. Eu preciso beijar as minhas mãos de vinte anos e beijar meus braços cicatrizados e beijar as paredes com os vincos e rachaduras porque estar aqui é motivo pra se olhar e se perceber. Eu me percebo agora, na noite. Sem saber mais o que escrever, apenas escrevo. Sem intuir nada. Apenas escrevo. Porque é o que eu tenho. E disso eu não tenho medo.
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Estou cansada, sabe? Cansada de sempre proporcionar o melhor que há em mim e ser retribuída com migalhas. Ser a última opção está me esgotando e, pouco a pouco, venho perdendo a vontade de permanecer próxima à algumas pessoas. Eu quero poder, pelo menos uma vez, receber o amor e dedicação na mesma intensidade com que compartilho. Sabe a exaustão? Então, ela vem cada vez maior na minha vida. Eu só preciso de alguém que me ponha como prioridade, que me trate como se eu fosse a última pessoa do mundo, como se me perder fosse a pior coisa. Preciso de alguém que não queira desistir na primeira birra, que me surpreenda, que mostre o quanto sou amada, que saiba me conquistar cada vez mais nas coisas simples, que me mostre que não preciso temer, que não devo ter medo de me entregar. Que me ame como sou. Cheguei ao fim da minha paciência, cansei de vez. Por que não filtrar as amizades? Por que tem que ser tão difícil se afastar daquelas pessoas que não acrescentam nada em sua vida? Cansei de me desvalorizar, de me humilhar, de ser pisoteada por uma manada de desvalorização. Cansei de chorar e não tomar nenhuma atitude. Ficar lá no meu cantinho, calada, sozinha. Quero ter voz, gritar para que todos ouçam que não sou assim, que não sirvo apenas para algumas migalhas. Eu sou mais que isso, sou mais do que tenho mostrado, sou mais do que há tanto tempo não era. A pessoa que me tornei não está nem um pouco perto da pessoa que eu queria ser, eu me tornei meu pior pesadelo, por medo de ser quem eu realmente sou, de tanto receber migalhas, juntei e as fiz o meu jantar. Me dói se essa pessoa feita de restos, submissa a sentimentos frios e tardios a se transformar em recíprocos. Mas eu realmente me cansei de ser assim, popularmente conhecida como uma pessoa fria. Logo eu, que sou feita de calor para dar e vender, eu que sempre acreditei no "felizes para sempre". Eu tenho medo da pessoa que estou me tornando por causa de pessoas que também tem medo de serem verdadeiras consigo mesmas sobre o sentimento que elas têm. E no fim, todos ficamos tristes e com o coração quebrado, por medo de se entregar por inteiro.
Escrito por Ane, Fran, Andreza, Ana Letícia e Kellyn em Julietário
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Estou cansada, sabe? Cansada de sempre proporcionar o melhor que há em mim e ser retribuída com migalhas. Ser a última opção está me esgotando e, pouco a pouco, venho perdendo a vontade de permanecer próxima à algumas pessoas. Eu quero poder, pelo menos uma vez, receber o amor e dedicação na mesma intensidade com que compartilho. Sabe a exaustão? Então, ela vem cada vez maior na minha vida. Eu só preciso de alguém que me ponha como prioridade, que me trate como se eu fosse a última pessoa do mundo, como se me perder fosse a pior coisa. Preciso de alguém que não queira desistir na primeira birra, que me surpreenda, que mostre o quanto sou amada, que saiba me conquistar cada vez mais nas coisas simples, que me mostre que não preciso temer, que não devo ter medo de me entregar. Que me ame como sou. Cheguei ao fim da minha paciência, cansei de vez. Por que não filtrar as amizades? Por que tem que ser tão difícil se afastar daquelas pessoas que não acrescentam nada em sua vida? Cansei de me desvalorizar, de me humilhar, de ser pisoteada por uma manada de desvalorização. Cansei de chorar e não tomar nenhuma atitude. Ficar lá no meu cantinho, calada, sozinha. Quero ter voz, gritar para que todos ouçam que não sou assim, que não sirvo apenas para algumas migalhas. Eu sou mais que isso, sou mais do que tenho mostrado, sou mais do que há tanto tempo não era. A pessoa que me tornei não está nem um pouco perto da pessoa que eu queria ser, eu me tornei meu pior pesadelo, por medo de ser quem eu realmente sou, de tanto receber migalhas, juntei e as fiz o meu jantar. Me dói se essa pessoa feita de restos, submissa a sentimentos frios e tardios a se transformar em recíprocos. Mas eu realmente me cansei de ser assim, popularmente conhecida como uma pessoa fria. Logo eu, que sou feita de calor para dar e vender, eu que sempre acreditei no “felizes para sempre”. Eu tenho medo da pessoa que estou me tornando por causa de pessoas que também tem medo de serem verdadeiras consigo mesmas sobre o sentimento que elas têm. E no fim, todos ficamos tristes e com o coração quebrado, por medo de se entregar por inteiro.—
Escrito por Ane, Fran, Andreza, Ana Letícia e Kellyn em Julietário
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Eu não suporto mais meus erros
Mas continuo fora do lugar
Não aguento mais te decepcionar
Por que tive que ficar com todo o peso?
Por que vocês jogam as responsabilidade dobradas pra mim?
Sabe, mãe, eu não aguento mais
E vai ser tão cômico se você me ver morta
Foi você quem disse que culpa a mãe dela pelo suicídio
Aguentaria se culpar também?
Eu tenho medo de amar
Eu tenho medo de viver sozinha do jeito que você me deixa
Dando importância só pra futilidade do cotidiano
É tão aliviante deixar as coisas assim?
Tenho medo de amar pela falta de incentivo
E que tipo de fé você põe em mim, além de a do peso do futuro?
E eu procuro amor nas ruas como se fosse tudo que pudesse me salvar
Não sinto mais vontade de tentar
Assista minha alma se esvaindo
Como a dela
Você sempre finge que está tudo bem, não é assim que se resolve as coisas
E a forma como não leva nada a sério me deixa mal
E quando sinto que entrei numa trilha
Você ri disso
Mandando constantemente eu cuidar de uma vida que não é minha
Horários compartilhados
Sou tão distante por tentar fugir disso e você me acusa
Nunca disse que sou um poço de maturidade
Mas tenho alguma noção
E você não confia em mim
Se sente ofendida, acha ousadia
E assim me prende
Acha um absurdo eu querer me pertencer
E se eu disser que é tudo o que mais preciso?
Você me deu a luz na ruína
Me largou para a vigia das masmorras
Como se fosse algo importante
Isso tudo não é uma carta pra te culpar
É pra deixar-te a noção da falta de colaboração e apoio
Afeto ao bater na porta uma vez por dia não forma uma mente saudável
Nem se batesse várias vezes
Por que você não põe fé nas minhas decisões? Por que não me deixa tomá-las?
O que há de tão errado?
Eu quero respirar
Mas é impossível sabendo que fugi de casa na madrugada pra sentir no escape como posso ficar só
Procuro nos outros coisas que me fazem falta que dói
E você me repreende
Mas se não fosse isso, eu já estaria morta
E eu vou esperar a liberdade vir sozinha, sei que não vale a pena lutar aqui
Espero um dia poder conversar normalmente com você
Mas não quero aguentar até lá
Você me joga pra rua e quando começo a andar, me puxa pelos pés
Eu caio e você me arrasta pelas lajotas sujas, mas não mais pisoteadas do que eu
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Ponte Sobre Água Turva
Você pode me dizer o que eu tenho que fazer? Eu passo os dias em grande angústia tentando compreender o que se passa nessa mente complexa e instigante Sento ao seu lado e me prendo em labirintos mentais tentando achar a melhor forma de me conectar a você, mas tudo parece um beco sem saída. É preciso caminhar em brasa ou andar em uma corda-bamba sem cair para deixar de ser invisível? Dos poucos momentos em que passamos sozinhos, é mais fácil tirar um grito sufocado de minha boca do que ouvir uma sílaba proferida da sua. É preciso tirar a água de todos os mares ou achar uma agulha em um palheiro? A palavra anseia sair, mas o receio reprime, reprime... até restar um mísero suspiro Corro sem medo, corro até esboçando um sorriso no meu rosto empapado pelas lágrimas até chegar no meu último obstáculo E então me deparo com um rosto que não me é estranho... É o mesmo semblante taciturno É o mesmo olhar que traz um mar de emoções São as mesmas expressões enigmáticas e evasivas que me fazem perder o fôlego Logo tropeço em um vazio que não parece ter fim Chego no fundo e sinto meus tornozelos se quebrarem e por fim estou estagnada De volta à estaca zero Minha mente volta a maquinar e retorno ao eterno e imutável ciclo... Você poderia me dizer o que eu tenho que fazer? Já estou inebriada pelos baques lancinantes, já não sinto mais dor Estou apenas inerte num estado do espírito de contra-ataque que se cansou Abandonou as armaduras, que se enchem de pó Porém, há uma voz Uma vozinha irritante que me diz para tomar de volta o fogo que antes habitava meus olhos Que me diz para reparar os danos em todo o meu corpo e mente Retomar a vivacidade que há muito tempo foi deixada de lado Não se sabe ao certo quanto tempo nos resta... dezoito anos, talvez cinquenta ou até mesmo três minutos O que é certeiro prevalece: o amor em todas as suas formas A vontade de correr sem medo, não se importando com aquele rosto familiar que cria barreiras instantâneas Mas sim o elemento que foi deixado para trás no percurso: a esperança Esperança de devolver a pureza e alegria que foi tirada dessa face Aconchegar essa alma que há tanto foi humilhada A pessoa que foi sendo empurrada, pisoteada e desistiu de si mesma Recuperei a minha armadura, a enfeitei de esperança, amor, afetividade e estou mais que pronta para encarar o obstáculo final, tomando-o em meus braços Adornando-o de boas palavras e oferecendo um abraço-casa que fala mais do que mil palavras Não há a necessidade de criar muros enquanto o que você mais precisa é de pontes De verbalizar, vomitar todas as letras que foram sufocadas esses anos e expurgar o sofrimento que foi banalizado Só me permita Isso e mais nada E eu serei sua ponte sobre a água turva
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Invisível à sombra do entre-nós, #devir6
O Rômulo não olha mais pra mim. Saiu outra espinha no nariz. Reprovei no exame de ballet. Fiquei de recuperação de geometria. Aquele professor tarado de história não larga do meu pé com suas piadas ridículas. Minha mãe não me entende, me sufoca, não acredita em mim. Meu pai ainda acha que cinema, sorvete e pipoca aos fins de semana lhe absolve da culpa nos ter deixado tão cedo com aquela quenga. Depois de tantos anos trocando confidências comigo, a Camila resolveu me ignorar e ser a kardashian da escola. Não tenho onde chorar nem ficar sozinha, pois nestes mesmos únicos lugares fora do mapa da vigilância do inspetor aqueles esquisitos habitam empoleirados como morcegos sobre a carniça. Vou estourar onde? Na sala de aula? No corredor da escola? Trancada no banheiro? No parque infantil ao caminho de casa cheio de merda de cachorro? E nem cheguei ainda nos dias de minha TPM – cada vez pior.
Certa época pensei que esses eram problemas reais. Daquele tempo em que ia à igreja obrigada, ficou a lembrança de Jó, que chamei de ridículo por diversas vezes em pensamentos sombrios, fantoche do jogo entre deus e o diabo. Ele não saberia o que é sofrer.
Cresci. Continuo sozinha e com o soundtrack do medo servindo de backgroundsonoro ao filme da minha vida. Mas tenho um otimismo doentio. Realmente devo transformar a esperança no que ela realmente é e ninguém percebe… o último mal que restou incrustado em nossos corações.
Mesmo com todo este otimismo, com toda esta alegria em levar a vida, inundada toda manhã com este sentimento de gratidão ao universo – não, não me oriento para isso, simplesmente, me sinto assim – há momentos em que todo o peso do mundo parece cair sobre nós. Não é uma espécie de síndrome de pânico – ainda que facilmente eu ou você possa ficar em pânico – nem alguma esquizofrenia ou um estado de depressão insano, mas você sente que todo o mal está te buscando, perseguindo, trazendo mais um pouco da desgraça que lhe fará de exemplo.
Sombras que buscam seu cheiro, sua forma, sua luz, seu som, os grunhidos das suas entranhas, o seu nome pronunciando entre conhecidos, qualquer coisa serve para este negrume vivo lhe encontrar trazendo as boas novas do fracasso, do “deu errado”, doença, caos, problemas, discussões, desilusões, invejas, ciúmes, desconfiança… provocando um desequilíbrio insustentável à sua vida emocional, física e mental.
Como escapar disso? Teve épocas em que, munida de toda coragem que encontrei, resolvi encarar estes problemas (que são artificiais, que poderiam nunca se exteriorizarem, mas que se encontra facilmente suas razões quando lamentavelmente surgem), transformar isso numa guerra onde eu estava determinada sair vitoriosa. Minha amiga, nunca faça isso. Você será esmagada, destruída, pisoteada de uma maneira que até hoje não sei como me reergui e continuei andando pela vereda da vida.
Esta sombra é um fluxo do mal. Seria o diabo de Jó? Se eu o visse no espelho, eu teria medo dele ou ele de mim? O medo constitui sua natureza, o medo é dele… Esta poderia ser minha sombra, mas não este fluxo. Este fluxo, serpente negra que habita o entre-nós, é alimentado pela desconfiança de fracas almas que não se entregaram ao presente da rede da vida. É um executor da sentença proferida em coro por nossas sombras sociais.
Eu conseguia pressentir esta serpente me procurando. Sua presença era vista-sentida por mim passando ao lado de minhas amigas, família, conhecidos. Minha conexão com todas essas pessoas me permitia ao mesmo tempo pressentir a sombra em seu movimento serpentino e traiçoeiro. Por pura sorte, percebi que havia um estado em que eu conseguia observá-la, mas ela não me via. Ela sabia que eu estava lá, mas não era capaz de me encontrar. Busquei entender como fazia isso.
Quando você brinca de esconde-esconde, você acha um canto ou buraco qualquer e fica ali quietinha. Não se mexe, não respira, não fala. Nada que possa criar uma ponte de conexão com quem lhe procura. Conexão. É possível estar ali sem estar conectado? Ou estar conectado sem estar ali?
Talvez seja impossível nos desconectarmos um dos outros. Sempre alguma coisa sua andará com os outros, e dos outros contigo. Mas aprendi ser possível ficar invisível. Quero dizer, atingir um estado de neutralidade, que não alimenta as emoções existentes entre as conexões. Aprendi que estas emoções trazem você à lembrança dos outros. Que as emoções geram a alquimia dos encontros. Que as emoções são as pontes que acoplam nossas diferentes estruturas sociais, as pessoas que somos enquanto somos.
Esta neutralidade é a emoção existente na não-ação. Como viver seu dia-a-dia em estado de não-ação. Não é não-agir, congelar, não fazer nada. É agir sem influenciar. Opinar sem se comprometer. Aceitar sem assumir. Se responsabilizar sem se culpar. Doar sem se deixar. É observar sem ver. Ouvir sem embalar. Sentir sem se envolver.
Seja um observador invisível de si mesmo e do mundo que te circunda na mais absoluta neutralidade de julgamentos ou emoções. Não mantenha este observador fora ou acima de você, traga ele para seu centro-de-si-mesmo.
Aprendi que o buscar-sem-achar desta sombra é fatigante para ela, cansa, desgasta, e a energia que a mantém animada se esvai. Ela não pode com este estado de neutralidade. É emocionalmente ininteligível para ela, fora do seu mundo, impossível de ser e existir. Ela murcha, ou ainda, retorna fumegante causando confusão entre seus progenitores sociais.
Agora, dê sua mão pra mim e vamos juntas deixar ir.
Vamos juntas viver o estado de vir-a-ser.
Juntas no fluxo que nos descobre ao presente da vida.
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'Não tenho medo de Deus, tenho medo dos homens'
“Por trás de tudo, nós somos apenas selvagens Escondidos atrás de camisas, gravatas e casamentos Como poderíamos esperar alguma coisa? Nós somos apenas animais ainda aprendendo a engatinhar”
Tive uma formação humanista na universidade, totalmente oposta àquela aprendida no contexto suburbano em que me formei pessoa. Esse pouco tempo de quatro anos contribuiu muito para a construção de minha visão de mundo. Mas, nos últimos meses, acontecimentos na minha vida, no Brasil e no mundo puseram em xeque a noção quase dogmática de humanidade que reinava na minha consciência.
Enquanto nas terras queimadenses em que nasci e cresci, a máxima “bandido bom é bandido morto” tem aceitação quase unânime, no ambiente acadêmico em que a noção de Direitos Humanos é compreendida de fato, a sede por vingança expressa nessa curta frase é rechaçada. São dois opostos que não se comunicam nem querem se entender. Tendo a me estabelecer no segundo lado, mas os recentes massacres nas prisões brasileiras me empurraram um pouco na outra direção.
O modo como os assassinos devassam os corpos de seus inimigos me fez questionar a humanidade de quem tem capacidade para cometer tamanha atrocidade. Não reconhecemos mais humanidade nos ceifadores do Estado Islâmico, certo? Contextos sociais à parte, não consigo enxergar diferenças entre os homens que degolam e comemoram a violência da morte do decapitado.
Jamais sentiremos pena de Hitler ou quaisquer outros ditadores da história responsáveis pelo extermínio de milhares, ou de Osama Bin Laden, cujas ordens tiveram consequências semelhantes. E quanto aos chefes das facções que estão, neste momento, ordenando todo este pandemônio nos presídios? Não se pode medir perdas de vidas por quantidade.
Durante a enxurrada de notícias terríveis, continua chamando a atenção a percepção do “brasileiro médio” sobre o caso. A maioria parece indiferente, ao ponto de perder a empatia para com as vítimas. Outros já torcem para que morram o máximo possível de detentos. Numa breve reflexão, usei a empatia que ainda tenho para me colocar no lugar dessas pessoas e tentar entender de onde vem esses sentimentos.
Para isso, bastou que eu fizesse uma breve retrospectiva de 2016, ano em que mais me envolvi em incidentes de (in) segurança pública. Fui cercado por pivetes durante o Carnaval, levei um soco e quebrei um dente num parque público e fui abordado um homem bem mais velho debaixo de um cartão postal. Felizmente, não houve danos materiais, mas senti na pele, mesmo que por apenas algumas horas, a repulsa que quase todos sentem pelos bandidos.
Não se trata, porém, de um pensamento racional. São emoções que vêm do fígado e têm gosto de bílis. No meu caso, foram embora depois de uma noite de sono, mas deixaram como legado o medo e a aversão a determinados tipos urbanos. Tornou-se impossível caminhar pela cidade sem manter os olhos em alerta constante, como se eu fosse um herbívoro na floresta, e houvesse carnívoros à espreita, só esperando a hora certa de dar o bote.
Na verdade, é o que somos: animais. Exatamente como disse Marina and The Diamonds nos versos da música “Savages” (selvagens) que ilustram este texto e cujas letra e melodia devem ser apreciadas em sua totalidade. O ódio coletivo contra os marginais me parece uma reação instintiva que tem por objetivo a sobrevivência de nossa espécie.
Evoluímos enquanto civilização e conseguimos conter, na medida do possível, um dos nossos instintos mais primitivos: a violência. Entretanto, quando a mesma civilização parece ameaçada, é como se um botão vermelho de emergência fosse acionado em nossas cabeças. Entramos em modo de autodefesa. É natural, mas nem todos querem enxergar como tal, mas como barbárie gratuita que deve ser repelida com argumentações agressivas.
Outro fator que me ajudou a me imaginar no lugar alheio foi uma foto antiga do Campo de Santana, no Centro do Rio, todo ocupado por moradores, um cenário difícil de imaginar nos dias de hoje com o medo arraigado nas pessoas. Outros espaços públicos tão lindos quanto, como a Praça Paris e o Passeio Público - o último, o primeiro parque urbano das Américas! - também apresentam índices de criminalidade e abandono proporcionais à sua beleza.
Como é ser de uma geração que conseguiu aproveitar a cidade nessa intensidade e perdeu esses laços graças a outros indivíduos? Eu também sentiria bastante revolta. Fiz força pra entender a preferência de meus avós pela Ditaduta Militar e descobri que não era pelo governo, mas, principalmente, pela sensação de segurança de uma era menos urbana, pelo crime menos organizado e pelo precário acesso a informações, não por possíveis méritos estatais.
Antigamente não se via na televisão (não quer dizer que não havia), por exemplo, cenas chocantes como as protagonizadas pelos ônibus da linha 474 carregando e sendo depredados por um exército de menores infratores. Chegou ao meu feed no Facebook um texto de um rapaz sobre a mais recente repetição desse espetáculo indesejado. Ele atenta para o fato de uma mulher, que filma o ato, gritar horrores, incitando a morte dos adolescentes.
Que ela é uma imbecil, representa uma elite raivosa e retrógrada e seus pensamentos devem ser repudiados, não tenho dúvidas. Mas usar isso pra justificar os arrastões é passar do limite do aceitável. Não, o 474 não é uma arma da Zona Norte contra a Zona Sul (dualidade, aliás, bem infantil e maniqueísta). O lado mais fraco aqui são os próprios suburbanos, que só queriam aproveitar a praia. São eles quem vão ser roubados dentro do ônibus, são eles quem vão ser pisoteados na areia, são eles quem vão acabar desistindo do programa de fim de semana por medo e, por consequência, perder o direito à cidade. São os motoristas e cobradores que vão ficar traumatizados, sem conseguir trabalhar.
Cito como exemplo Adriene, então moradora da Rocinha, e que lá morreu vítima de uma bala perdida enquanto tentava proteger os filhos pequenos. Ela trabalhou um mês comigo, cobrindo férias de uma funcionária. Em outra ocasião, segundo me contou, o instinto materno também se mostrou forte: na praia, tentou evitar que suas crianças fossem pisoteadas pelos banhistas durante um arrastão. Nunca mais voltou lá, apesar dos constantes pedidos dos pequenos. Achou mais seguro montar uma piscina de plástico na laje.
A mesma boca que espuma de um lado despejando barbaridades contra seres humanos do outro lado da cidade é a mesma que conta com status de intelectual para igualmente propagar a violência (e ainda zombar de quem pensa diferente, conforme li nos comentários). Mais uma vez, o instinto selvagem se sobrepõe à consciência.
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A mulher no pântano (Final)
Do lado de fora, a briga chegava aos seus minutos finais e logo era encerrada quando os primeiros indícios do que acontecia no Templo Principal chegavam até os combatentes.
- Donibel, acho que eles conseguiram! – Sabrina, escondida sobre um arbusto, comentou, observando alguns solitários contaminados deixarem a toca.
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- Um! O que tá fazendo aqui?! – Seis perguntou.
Solitário, Um observava, estável, uma nuvem de gás se aproximar, tomando a sala onde os Soldados Brancos gostavam de ficar.
- Estou dando um fim a isso! – Um respondeu.
- Tá maluco?! Você vai morrer! – Seis respondeu, assustado com a calma do homem.
- Não tenho intenção melhor! – Um respondeu, ainda observando a nuvem.
- Olha, eu sei que você tá triste! Mas não precisa fazer isso! – Seis prosseguiu.
- Eu preciso, nós precisamos! Acha mesmo que há futuro depois daqui? – Um perguntou.
- Bem, eu acho! Pelo menos pra mim! – Seis respondeu, percebendo que Um não abandonaria a posição. – Olha, se quiser morrer, faça! Mas eu não vou ficar aqui pra ver isso!
- Adeus, Seis! – Um encerrou a conversa, observando Seis correr dali
- Isso tudo foi um erro... Deixamos nossa ganância ser a maior da nossa fraqueza... Então se essa é nossa punição... Vou encará-la... é melhor assim... – Um disse, extremamente pleno, permitindo a fumaça verde tocar seu rosto e invadir seu corpo.
______________________________________________
Ainda pela tubulação, o grupo observava os caminhos se fecharem diante da ocupação do gás. Mais perto da saída, eles tentavam evitar olhar os montes de corpos a caírem uns sobre os outros. Da assustadora visão, nem mesmo a certeza da vitória podia livrar-lhes de sentir o maior medo de suas vidas, a proximidade tão suave da morte.
- Por aqui e já estaremos na entrada! – Selena, cansada, comentou, lembrando-se dos últimos trechos do mapa que ainda se esforçava para lembrar.
- Vamos continuar! Eu tô sentindo aqui chacoalhar! – Gregor, aproximando-se da amiga, atordoada pela aproximação dos focos do gás, respondeu.
De repente, das séries de desventuras a prolongar o desafio, um abalo brusco desmontou o seguimento mais pesado da tubulação, pedaço onde Gregor acudia Selena.
- Gregor! – Russel, logo atrás,gritou, procurando o irmão em meio a ao monte de coisas pisoteadas.
- Estamos aqui! – Gregor gritou, balançando os braços! – Continuem!
- Tem certeza? – Russel perguntou, pronto para abandonar a segurança das tubulações.
- Sim, Selena sabe outros caminhos! – Grego respondeu.
- Nos vemos no outro lado! – Russel, hesitante, respondeu, continuando a viagem.
- Agora é só nós dois! – Selena comentou.
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- O que mais falta agora? – Seis perguntou, tentando abrir uma porta emperrada. – Abre!
Furioso, o homem abriu a passagem e não mais surpreso como antes, ele teve mais algo a lamentar.
- Ah, Oito, você não teve sorte, né? – Seis comentou, observando que o corpo a bloquear a porta era do companheiro, aparentemente morto.
De repente, cara a cara com o colega ao admirá-lo, Oito abriu os olhos, vermelhos como o sangue. O soldado tentou falar, mas de sua garganta e pulmões queimados, apenas grunhidos saíram, sons que Seis sabia o significado.
- Eu gosto de você! Vou falar quem você era! – Seis respondeu, aliviando Oito para uma morte mais tranquila. – Talvez eu minta um pouco!
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Antes um mar de pessoas em fervor, os caminhos das ramificações da mina não eram mais que um retrato distorcido do passado. Paisagem que Selena e Gregor ousavam desbravar.
- O gás tá aproximando! Temos que ir mais rápido! – Selena comentou.
- Mas nós não conhecemos essa parte aqui! – Gregor comentou, percebendo que os caminhos fugiam de tudo que tinha aprendido.
- Nós temos que tentar! – Selena respondeu, dando as mãos para Gregor.
Do real e puro medo, a dupla encontrou apoio em si. Mesmo assustados, temerosos do que encontrariam a cada corredor e a cada sala, os dois tomaram a presença um do outro como refúgio, único e íntegro.
A saída do Templo Principal foi marcada por muita coisa, menos o alivio. Entre um mar de pessoas, contaminados ou não, em guerra ou fugindo, o grupo da Casa Amarela surgiu em meio a terreno sem lei, sem dono e sem paz.
- Conseguimos! Vamos sair daqui! – Freddy gritou, preparado para abrir caminho.
- Atacar! – Uma voz distante ecoou entre os grupos.
*Toom*
Subitamente, a movimentação de um disparo foi sentida pelos próximos dali. O som da arma chegou ao grupo como uma ultima ameaça, mas logo foi anestesiada pela única perda da Casa Amarela. Rápido como uma fera, uma criatura que entendia seu real propósito, Clarence foi ao chão com o disparo que não era seu.
- Argh! – Ângela gritou, rapidamente percebendo Clarence a chão, com o peito dilacerado pelo projétil explosivo.
Tão rápido quanto Clarence frustrou o ataque, o grupo fugiu dali arrastando-o pelo chão.
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- É aqui! – Selena comentou, admirada. – É aqui onde Oliver está!
- O que? – Gregor, confuso, perguntou.
Diante dos dois grandes portões de vidro, a dupla tomou uma única e final decisão. Em frente ao altar de Oliver, Selena sentia que muito mais que fugir deveria ser feito. Na perfeita ocasião, entre aquilo que mais admirava e aquilo que mais se arrependia, ela sabia que destino teria de separá-la do primeiro grande amigo.
Imediata, Selena se jogou para dentro da câmara protegida do gás e antes que Gregor, mesmo mais veloz, pudesse entender os motivos de inesperada ação, ele recebeu um ultimo grande presente, uma máscara de gás que protegia a entrada do altar.
- Gregor, acho que eu vou seguir sozinha daqui em diante... – Selena comentou, observando a distancia da espessa porta de vidro.
- O que? Não, abre a porta! – Gregor respondeu, pressionando o portão.
- Russel estava certo no inicio... Eu só trouxe problemas pra vocês... – Selena, incapaz de conter o sorriso de seu esclarecimento, comentou. – Eu sou só uma mulher que envolveu uma família inteira nos seus problemas... Deixei que vocês tomassem as minhas pendências, achando que me salvaria... Mas não... pra que vocês vivam, pra que isso dê certo, sou eu que tem que resolver as coisas... não tem outro jeito...
- Está errada! Nós começamos isso, juntos, e vamos terminar juntos! – Gregor respondeu, pressionando mais forte a porta de vidro.
- Você nunca me decepciona... – Selena sorriu. – Vocês foram as melhores coisas a me acontecer... Você foi a melhor coisa a me acontecer... mas agora... você tem que ir!
- Eu não vou sair daqui, Selena! – Gregor gritou, sentindo os olhos umedecerem.
- Vi uma tubulação de ar bem na sua frente... a máscara vai te proteger o suficiente para você conseguir sair... Adeus... – Selena terminou, deixando Gregor e um rastro de lágrimas tristes e felizes.
- Eu não quero ir... – Gregor sussurrou, deixando ali.
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- Clarence, olha pra gente! – Ângela, gélida, perguntou, enquanto o grupo sacudia o homem.
- Gente... – Sabrina tentou evitar a ação sem futuro.
- Então... essa é a sensação de morrer?- Clarence, esvaindo-se, comentou, delirando.
-Alguém ajuda! Façam alguma coisa! – Jessie gritou.
- Querida, não dá pra fazer mais nada... – Felícia abraçou a filha, tirando-a de perto do contaminado.
Suavemente os últimos esforços se cessaram conforme a gravidade da situação era compreendida como inevitável. A agitação das tentativas de salvamento se substituía por luto. O homem a conquistar os Frantzers, não só por carisma, e sim confiança, de ter abandonado tudo que tinha, deixava o plano dos vivos, mas não sem antes receber seu pagamento.
- Olha que céu lindo, né, Clarence? – Donibel se aproximou, levando o homem até o ar livre.
- É, é muito bonito... – Clarence respondeu, embaçando a visão. – Gostei daqui... É um bom lugar pra morrer...
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- Foi difícil deixar dele? – Oliver, protegido na escuridão do altar, perguntou.
- Claro que foi! – Selena respondeu, despedindo-se das poucas lágrimas que tinha e armando-se com um pequeno revolver, a única arma a atrair sua atenção.
- É a primeira vez que eu vejo você se ligar tão bem a alguém! – Oliver comentou. – Nem comigo você teve essa ligação!
- Por que será? – Selena respondeu, atirando contra um vulto.
- Nossa! – Oliver comentou, sentindo o impacto do disparo.
- Eu aprendi algumas coisas aqui! – Selena respondeu.
- Que bom, eu também! – Oliver respondeu, empurrando Selena contra um pilar e depois voltando para as sombras. – Tive boas aulas do Um!
- Aquele instrutor do exército? Que novidade! – Selena comentou, finalmente acertando um disparo no braço de Oliver.
- Qualquer um muda com uma descoberta tão incrível! Você devia ter visto a cara dele quando eu disse que tinha descoberto a cura da Putrefação! – Oliver prosseguiu, risonho. – Ou melhor, que você, unicamente você, tinha descoberta a cura! Não me responsabilize pelo o que aconteceu depois!
- Não! Isso não vai acontecer de novo! A culpa é sua, Oliver! Sua! – Selena gritou. – Você disse que não ia se corromper! Que não ia se corromper como eles fizeram! Você prometeu! E essa culpa eu não vou carregar mais!
Rápida, Selena disparou, atingindo suavemente Oliver.
- Você brincou comigo todo aquele tempo! – Selena disparou mais uma vez. – Mas isso acaba aqui!
- Como acha que isso pode acabar?! – Oliver, subitamente vindo das sombras, agarrou o braço esquerdo de Selena, torcendo-o.
- Argh! – Selena gritou de dor.
- Acha que isso vai acabar agora? Hoje? Daqui a uma semana? Um mês? 20 anos? – Oliver prosseguiu, ainda tencionando o braço da ex-amiga. – A Putrefação não vai acabar só porque você quer! Achei que já soubesse disso quando seus pais morreram!
- Me solta! – Selena grunhiu, acertando uma de suas seringas no peito de Oliver.
Os dois se soltaram, recuperando-se.
- Eu posso morrer hoje, mas quanto tempo acha que vai demorar pra aparecer outro que nem eu? – Oliver prosseguiu, arrancando a seringa do corpo.
- Por que você não morre? – Selena perguntou, assustada que o homem ainda permanecia de pé, um pouco atordoado, mas de pé.
- Esqueceu que eu também já trabalhei com isso? – Oliver respondeu. – Mas me responde! Responde!
- Eu não ligo! Porque pra cada um de você, sempre vai ter muitos outros contra! – Selena respondeu. – Não existem só os Franzters no mundo! E não existem poucos Frantzers!
- Olha, que lindo! Até parece que você é capaz de sentir alguma empatia! – Oliver respondeu, ameaçando avançar contra Selena. – Você ainda é você, Selena! A mesma mulher de Apatia Severa que odeia a tudo e todos! Não ache que só porque você passou algumas semanas com eles, você mudou!
- Eu não acho! Eu tenho certeza! – Selena acertou um disparo na perna do oponente. – Não fiquei boazinha, mas eu melhorei! – Ela continuou, aproveitando a queda do inimigo para acertar mais um disparo no tronco dele.
- Mas isso não te salvar agora! Nem mesmo vai salvar eles! – Oliver respondeu, saltando contra Selena, que desviou atordoadamente. – Você não vai estar aqui pra sempre! Mesmo que isso acabe hoje, esse problema vai continuar...
- Isso não vai me impedir! – Selena respondeu, preparando o próximo passo. – Nem mesmo essa tática de me rebaixar! Você já fez isso demais! Achou que eu não ficaria imune?
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Da mórbida sensação do Templo Principal, a saída para os sinais mais claros de vida desembocou num brutal cenário de arena. Antes ocupado por caçadores de grupos isolados, os arredores da mina se tomaram pelo desespero. Não mais protegidos por suas regras e por seu poder, os fieis se dissipavam no pântano, procurando como sobreviver à queda de seu abrigo. Dentro desse cenário, Gregor, suportando as dores do corpo e do coração, abandonava a maior luta de sua vida, com a maior amizade que tinha criado, incerto de deveria comemorar qualquer coisa que fosse.
- Gregor! – Russel, sempre vigilante, gritou, correndo até o irmão, que libertava o rosto da máscara de gás e das lembranças que ela carregava. – Cara, você tá aqui! Merda! Eu fiquei tão preocupado. – Ele abraçou Gregor, sentindo se o irmão realmente estava vivo.
- A Selena ainda está ali dentro, Russel... – Gregor suspirou, tentando recuperar o fôlego e se afastar das lágrimas .
- Eu sinto muito... – Russel, drasticamente se entristecendo, respondeu. – Sabe que não dá pra voltar lá? Essa mina tá completamente instável...
Próximo o suficiente para se permitir abalar, Russel abraçou o irmão. Mesmo que o homem não pudesse sentir a dor de seu amigo mais íntimo, ele se afetava ao vê-lo tão sombrio diante da perda. Cuidadoso, Russel tomou o irmão para si e o tirou de dentro da briga.
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Á medida que a briga se aprofundou e nenhum sinal de ajuda viria mudar o incessante empate, a tensão se afiava com o silêncio do ambiente e as violentas sutilezas com que os dois lados se atingiam. Isolados, ao centro de num gigantesco cemitério tóxico, os dois aos poucos cediam a pequenos erros e deles tomavam novas conclusões de como vencer o oponente. De passos em passos, saltos em saltos, ora tiros, ora ataques, e as muitas respostas e revelações, o caminho se trilhava para uma solução inédita, em que os argumentos seriam uma vantagem.
Pelo labirinto de pilares de pedra, que mais pareciam uma gélida e mórbida floresta, Selena, deixava-se levar palavras do antigo amigo, mas não sem antes, certificar-se de sua segurança e posição.
"Acertei duas seringas nele, o corpo não deve agüentar tanto assim... Talvez seja hora do esteroides...”
Selena pensou, tentando contabilizar o tempo que se perdia naquela situação.
- É muito estranho isso tudo! – Oliver comentou, fazendo sua voz ecoar por uma espécie de trilha. – Ainda é estranho pensar em como chegamos a isso! Como você chegou a isso! Quando você entrou naquele avião, eu apenas pude pensar mais ainda em você!
A emoção ecoava da voz de Oliver, mas dela não se tinha nada mais que um propósito extremamente calculista.
- E quando você entrou aqui... – Oliver comentou, protegendo-se entre os pilares. – Não esperava que nós dois terminaríamos desse jeito!
- Achou que eu ficaria com medo? Que voltaria pra você? – Selena perguntou, atenta às mais delicadas e ínfimas movimentações. – Mesmo depois de tudo...
- Mas você voltou pra mim... – Oliver respondeu. – Você não pode negar que teve a oportunidade de fugir... Mas você escolheu aqui... sozinha... Não se esconda nesse falso heroísmo!
- É obrigação! – Selena respondeu, fixando o olhar numa sombra diferenciada.
- Não, é saudade! Você me vê como um risco, mas não o suficiente pra me matar! No fundo, você ainda acredita na nossa amizade... E eu também! – Oliver respondeu, surgindo na luz por um pequeno momento.
- É um pouco difícil de aceitar quando você quebrou meu braço! – Selena respondeu, cada vez mais ciente.
- Não me responsabilize por me defender! – Oliver respondeu. – É o que eu tenho feito esse tempo todo! Você também!
- Atacar uma família aleatória não é defesa! – Selena respondeu.
- Mas é um meio de me defender de um perigo maior! – Oliver respondeu. – Minha cabeça vale muito para nossos chefes!
- Não imagino o motivo! – Selena prosseguiu.
- Por que eu sou bom! Sou bom no que eu faço e não sou o único! – Oliver comentou. – Porque enviariam o maior prodígio da ciência para uma missão quase suicida? Já se perguntou isso?
- Tantas vezes quanto eu respiro! – Selena respondeu.
- Porque nós dois somos uma ameaça à hegemonia deles! – Oliver respondeu, concentrado no semblante de Selena. – Você sabe que eles tinham inveja da gente! E por causa disso éramos tão unidos!
- Unidos? Só se fosse você e Vinícius! Eu sei que vocês queriam me derrubar! – Selena comentou. – Sei dos planos que faziam e não me chamavam!
- E teria adiantado? Eu fiz isso pra te proteger! – Oliver respondeu.
A resposta veio como um abalado. Por um instante Selena teve mais o que pensar e isso escureceu sua visão do presente.
- Você não seria capaz disso... – Selena respondeu, presa às muitas lembranças que rebobinavam em sua mente. – Nunca me protegeu de nada! Nenhuma vez que precisei! Sempre fui eu que fazia isso por você! Muitas vezes pra inflar seu maldito ego!
Rapidamente a visão da mulher voltou à claridade total. De repente, a trilha que Oliver a forçava caminhar, destruía-se diante de tantas memórias e novos julgamentos, todos esses que se baseavam no que Selena tinha aprendido nessa nova experiência.
- Não diga isso! Não tenho culpa se você nunca entendeu minhas razões! Você sempre está tão presa aos seus modelos de mundo, que nunca pensa que algo depois da sua bolha! – Oliver respondeu, ainda prosseguindo o encantamento. – Minhas razões sempre foram cuidar de você! Por isso te preservei de tanta coisa!
As doces palavras ecoaram como o veneno mais fatal. Porém, entre as doses mortais do se espalhava por ali, a mais perigosa dela se aproximava de Selena, caminhando calmamente entre os pilares, enquanto cortava seus pulsos, que fluíam em longos fluxos de sangue podre.
- Eu ainda acredito em você, mas pra isso... Pra que você entenda, eu preciso te trazer pro meu mundo! – Oliver surgiu entre a escuridão, tentando agarrar Selena mais uma vez.
- Eu não vou! – Selena respondeu, desviando do ataque ao injetar mais uma seringa no inimigo.
- Esteroide de guerra? Acha que isso vai funcionar? – Oliver respondeu, reerguendo-se de mais um ataque frustrado.
- Bem melhor que tentar me contaminar! – Selena respondeu.
- Quantas mais você tem? – Oliver perguntou.
- O suficiente pra te fazer cair! – Selena respondeu, atirando múltiplas vezes contra Oliver.
- Não vai funcionar, minha cara, você me injetou esteróides! Péssima ideia! – Oliver respondeu, protegendo o corpo.
- Nem tanto! Conflito acelera o efeito do esteróide de guerra! – Selena respondeu, observando o corpo do inimigo dar os primeiros sinais de problemas.
- Não vai funcionar! Por que insiste em ir contra mim! – Oliver, adoecendo com as doses de veneno e cura, comentou, gritou, endurecendo-se. – Eu sempre te ajudei! Sempre estive do seu lado! Sempre!
Violentamente, Oliver, cujo corpo já não respondia mais com precisão as suas vontades, avançou contra Selena, esbarrando-se contra tudo que estivesse no caminho, num último esforço para conter a ameaçada.
De forma surreal, Selena pode ver a situação com mais clareza ainda e enquanto se desviava das braçadas raivosas de Oliver, que levariam sua vida com o mínimo toque, o poder de decisão apresentou-se como a solução.
- Por que você não é meu amigo! – Selena respondeu, acertando a cabeça de Oliver, que pouco se controlava.
Do tiro, todo e qualquer movimento se cessou. Imediatamente após o acerto, as funções cerebrais de Oliver foram interrompidas, desmontando sua consciência em milhares de pedaços a se destruir. Caído, o Grande Líder não apresentava mais uma ameaça. Ele não existia mais.
Por meio da única coisa que não podia ser protegida pelos soros problemáticos ou pelos mais potentes esteróides, Selena venceu a briga. Enquanto observava o furo na testa de Oliver expurgar sangue e os restos da consciência, a mulher se deparou com a grande verdade, que aquilo tinha acabado.
Cansada, Selena atirou-se no chão, perdida sobre o que mais a esperaria.
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Tão rápido quanto à queda do Grande Líder, o teto da cúpula se desfez. Perdido em meio ao caos dos viajantes, dos moradores e dos sobreviventes, o pântano veio ser visitado uma última vez. Do céu, uma frota de zepelins surgiu por debaixo das nuvens e uma nova força desceu até as terras dos Frantzers, decidida a resolver a situação.
- Atenção! Vão! Vão! – Um homem, soldado do exército, gritou para os companheiros, ordenando a captura de quem quer que fosse que estivesse ali.
De repente, do impasse violento e desesperado, o exercito tomou as rédeas da situação. Nos refúgios, os soldados invadiram as defesas da Casa Amarela, rendendo a todos ali, mesmo não contaminados.
- Ei! O que tá acontecendo?! – Sabrina, resistindo à rendição, gritou, confusa com a súbita ação.
- Mãos para o alto! – O soldado gritou, apontando a arma contra a mulher.
- Você sabe com quem tá falando? Com os Franzters, seu bosta! – Sabrina respondeu, ainda resistindo à rendição.
Já nas caravanas que ousavam abandonar o Templo Principal, os agentes tiraram os caminhos e deles fizeram o cerco contra os fugitivos. Não mais protegidos pelas forças que ostentavam, os grupos de fieis cederam à ação, aceitando por fim sua derrotada diante de um oponente maior.
O pântano se aquietava pela agilidade da intervenção.
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Pelas mãos da vitória, aos poucos a ordem se fez. Na captura dos contaminados, o exército pode distinguir seus verdadeiros alvos e assim, tudo era esclarecido.
- Donibel Frantzer? – Um capitão, muito bem vestido para a ocasião, perguntou, aproximando-se de um aglomerado.
- Sim, sou eu... – Donibel, respondeu, esfregando as mãos machucadas pelas algemas.
- É um prazer conhecer sua família! – O capitão comentou.
- Eu deveria dizer o mesmo? – Donibel respondeu, cético.
- Sentimos muito pelo tratamento que demos! Infelizmente nossos alvos ainda não estavam bem travados... – O capitão respondeu. – Mas todos já foram libertados! Agora estão seguros! E...
- Deixa pra lá! Não é pior coisa que aconteceu com a gente! – Donibel respondeu, interrompendo o mar de desculpas.
- Eu vejo isso... – O capitão comentou.
- E agora? – Donibel perguntou, observando um enfileirado de contaminados serem abrigados em grandes celas a serem levadas pelos zepelins. – Não imagino que isso vai acabar só assim...
- Oras, o pântano será devolvido a vocês! Faremos uma boa limpeza aqui, mas vamos precisar de sua cooperação! A de todos vocês! – O capitão respondeu, sorrindo.
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Por dentro da mina os soldados avançaram e logo encontraram seus dois alvos mais preciosos.
- Atenção, o alvo foi abatido! Repito, o alvo foi abatido! – Um soldado comentou, observado, vitorioso, o cadáver de Oliver.
- Me tirem daqui... – Selena, caída, grunhiu.
- Vamos levar o senhor para nossa maior unidade! Vai ficar bem! – Uma médica comentou, enquanto sua equipe guiava a cama de Lucas para dentro de um pequeno zepelim médico.
- Por favor... – Lucas suspirou, mais aliviado.
- Vão salvar ele? – Rosa, seguindo a equipe, perguntou.
- Ele vai sair novinho em folha! – Um assistente respondeu.
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O Sol aos poucos abandonava os céus quando o povo do pântano encontrou sua segurança. Das incertezas que cultivavam desde o momento que tornaram a Casa Amarela um lar, agora, a única coisa que queriam era a certeza do retorno as suas casas e o puro descanso delas, certos que não se preocupariam mais com planos mirabolantes, ou a pessoas a caçá-los, ou mesmo a Putrefação.
Sob a luz que levemente se esvaía, os Franzters festejavam o feito e sem tardar algo mais veio como um motivo para mais alegria. Em meio aos grupos de presos apreendidos, a saída de Selena da mórbida mina veio surpreender a Casa Amarela, ainda mais Gregor, triste com a suposta perda.
- Você tá viva! – Gregor, lacrimejando, gritou, cercando a maca onde Selena repousava.
- Eu tinha que ver sua cara! – Selena, calma, respondeu, apoiando o braço imobilizado sobre o corpo.
- Eu tô tão feliz que você tá aqui! De verdade! – Gregor respondeu, atrasando a partida dos médicos.
- E eu tô feliz que você tá bem! Não conseguiria viver sabendo que eu algo te aconteceu! – Selena respondeu, sorrindo. – Mas você está aí! E eu posso ficar feliz com isso...
- Eu também... – Gregor respondeu, sorrindo de volta.
- Agora limpe essas lágrimas de cachorrinho e vá pescar! Você tava querendo fazer isso esse tempo todo! – Selena comentou.
- Só se você vier junto! – Gregor respondeu. – Quando eu vou te ver de novo?
- Não sei... – Selena sorriu.
Feliz, a despedida se fez. Gregor libertou a maca e deixou com que o destino fizesse o resto.
- A gente se vê por aí, Gregor Frantzer! – Selena respondeu, sendo movida até dentro do mais um zepelim.
Diante do fim do perigo, do começo de novas amizades e do fim das desavenças, o futuro se mostrava promissor.
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