COOKER
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Hoje o dia tinha sido corrido, a segunda feira era o pior dia da semana, parecia que todo mundo não tinha comido no final de semana, estavam sempre famintos.
Olhou uma garota sentada na barra, lia, relia a carta, mas não se decidia. Tinha a sensação de conhece-la. Se aproximou, lhe perguntou novamente se já tinha escolhido.
Ela levantou os ombros, o que é mais barato?
Quando escutou sua voz, recordou de aonde a conhecia, essa voz cantava muito bem. Lhe respondeu, Beth, para ti, pago eu.
Ela levou um susto, como sabes o meu nome?
Sou Greg, fui companheiro do teu irmão em natação, no basquete. Só que ele foi para a universidade, eu ainda fiquei um ano para trás, cuidando da minha mãe.
Ah, já me lembro de ti. Dizias sempre que ia embora daquela cidade de merda.
Alguém o chamou de outro lado, viu que ela se levantava, saia arrastando uma mochila, não tinha boa aparência. Correu até a porta dos fundos, disse ao um garoto que estava descascando batatas, corra para a rua, siga, uma garota loira, com as pontas dos cabelos em azul. Veja para aonde vai.
Continuou trabalhando, pois eram muitos clientes para atender. Duas horas depois o garoto, voltou, demorei porque queria observar o que fazia, está com uma turma da pesada, creio que está se prostituindo.
Tudo que pode dizer foi merda. Menos mal que agora o movimento estava frouxo. Sentou-se para ajudar o Mike a descascar as batatas, tinha se atrasado por culpa dele. Uma história, de amizade nascente, juntava os dois.
Mas antes de pensar nisso fez uma coisa, tirou seu celular, ligou para uma amiga, esta ainda vivia na cidade aonde tinha passado sua juventude. Perguntou pelo irmão da Beth.
Desde que está desapareceu, está aqui com os pais. Por quê? Podes pedir que venha a tua casa, ela vivia ao lado da família da Beth. Daqui 10 minutos torno a chamar.
Continuou descascando batatas, Mike, as pessoas para realizarem seus sonhos, as vezes se perdem, depois fica difícil consertar.
Não era o caso dele. Seus sonhos eram bem pé no chão. Estava fazendo a faculdade com dificuldade, mas estava.
Dez minutos depois voltou a chamar. Orson, atendeu, nervoso. O que esta acontecendo para montares esse número. Sempre estava dizendo que ele montava números, que devia fazer teatro.
Bom, eu trabalho num restaurante aqui em Los Angeles, hoje apareceu tua irmã, quando a reconheci, se mandou, mas mandei segui-la, esta misturada com gente da pesada. Não ia dizer que estava se prostituindo na maior.
Tens certeza disso?
Sim, porque como viu que a tinha reconhecido, não tinha dinheiro para pagar a comida, se mandou. Consegues chegar hoje mesmo, porque creio que esta metida com quem não deve.
Estou saindo agora, só vou avisar meus pais, em seguida vou.
Ele nos tempos que conviveram juntos, tinha sido apaixonado pelo Orson, mas nunca tinha rolado nada. Ele tinha ido para San Diego fazer universidade, tudo ligado a esportes. Ele tinha ficado para trás. Embora nunca reclama-se. Era filho único, seu pai tinha desaparecido a muito tempo, nem era capaz de reconhece-lo. Quando terminou o curso, sua mãe ficou doente, o médico disse que não tinha jeito. Ela tinha protelado demais fazer uma operação, um tratamento.
O jeito foi ele arrumar um emprego, para poder pagar uma mulher para ficar uma parte do dia, ao mesmo tempo aguentar com as despesas.
Mas graças a isso, aprendeu a cozinhar. Ela ficava o dia inteiro vendo programas de cozinha. As vezes dizia, deve ser bom. Ele voltava o vídeo, copiava a receita, fazia para ela, com a doença nunca queria comer. As vezes por intuição, se não tinha todos os ingredientes, inventava com o que tinha. Improvisação, dizia um cozinheiro, saiba improvisar, terás o mundo aos seus pés.
Quando ela morreu, ele finalmente pode pensar em sua vida. Vendeu a pequena casa que tinham, liquidou todas as dívidas, foi para Los Angeles. Primeiro ficou num hotel, depois quando arrumou o emprego no restaurante, um dia andando por ali, procurando um apartamento, todos eram muito caros, viu em cima de uma garagem, um anúncio velho, já muito queimado do sol. Perguntou a um dos rapazes, melhor falar com o chefe.
Este lhe explicou por que ninguém queria o apartamento. Anteriormente era o escritório da oficina mecânica. Quando fizeram a obra, transformando o mesmo num pequeno apartamento, tinha sido mal feita. O cheiro que vinha de baixo filtrava pelas paredes. Mesmo assim pediu para ver. Era perfeito, perguntou o preço? Podia pagar. Entendeu que o negócio eram deixar durante o dia a janelas abertas, nem que fosse um pouco. O problema era de noite, era fácil de subir por uma tubulação, entrar. Era um salão grande, que funcionava de quarto ao mesmo tempo, uma cozinha fechada dentro de um armário, banheiro, inclusive tinha já uma mesa que ele podia usar para estudar. Ficou com ele. De manhã quando saia, abria as janelas, deixando uma fresta para entrar ar. De noite quando voltava, acendia um incenso bem forte, que eliminava o cheiro. Se fosse no campo, queimaria bosta de vaca, o cheiro desapareceria.
Tinha conhecido o Mike por isso. Um dia voltava cansado, reparou que a janela estava aberta mais do normal. Entrou alguém, ou ainda está dentro. Tinha um sistema, a que determinada hora se acendia uma luz, como para dizer que tinha alguém ali. Essa luz estava apagada.
Quando entrou bem devagar, subiu as escadas, viu que a porta do banheiro estava fechada, andou rápido, pechou a janela, abriu a porta do banheiro. Mike levou um susto tão grande que chegou a cair no chão. Foi logo dizendo muito nervoso que só queria se lavar. Levava vários dias sem tomar banho. Realmente sua roupa era uma tragédia.
Perdão vivo na rua, hoje não consegui dinheiro nem para comer, quando vi a janela aberta, pensei, ali deve ter comida, entrei, comi algo que vi na geladeira, por sinal fantástico, nem sei dizer o nome disso.
Ele teve que rir, era um dos seus pratos inventados. Abriu a geladeira, ele tinha comido tudo.
Não tens família?
Tive que fugir de casa, meu padrasto além de me bater, queria abusar sexualmente de mim, um filho da puta, falei com minha mãe, mas esta enganchada nas drogas, só riu, não passa nada me disse.
A segunda vez que tentou, dei com uma garrafa na cabeça dele, desde então estou na rua, como o que posso, vou pelos restaurantes vigio o lixo para ver se cai alguma coisa que se possa comer.
Ficou com pena do garoto. Vou te deixar ficar aqui, porque a noite está gelada, mas tem uma coisa, se me roubas, ou tenta levar alguma dessas merdas que tenho. Olhou em volta, começou a rir. Quem ia roubar um livro, ele basicamente não tinha nada.
Olha tomas um banho, me jogas tua roupa para colocar na máquina de lavar, uma das coisas boas do apartamento, podia lavar ao mesmo tempo secar sua roupa. Abriu o pequeno armário de roupas, jogou uma camiseta velha, isso pode te servir de camisão para dormir. Enquanto isso preparo comida para a gente. Esfrega bem teu corpo, porque está sujo. Use uma das toalhas que esta ai no banho, mas não deixe nada no chão. Me dá teu tênis também, porque posso lavar junto. O menino meio desconfiado, lhe deu tudo.
Enquanto ele tomava banho, preparou um omelete de queijo, uma receita francesa que tinha aprendido. Descongelou duas hamburguesas. A faria ao momento.
Quando ele saiu do banheiro, era outra coisa. Ali naquele armário, tem um saco de dormir, vá o abrindo ali ao lado do sofá, que aonde eu durmo. Enquanto isso vou tomar banho. Não se preocupou se o menino fosse fugir, porque sua roupa era imensa para ele, a dele estava na máquina de lavar. Sentaram-se para comer, lhe perguntou de aonde vinha, seu nome?
Me chamo Mike, disse o nome do bairro, era basicamente do outro lado de Los Angeles, um bairro de gente muito pobre. Só não quero ir para proteção de menores, pois a coisa fica pior, tenho 14 anos, dentro de dois anos posso ser independente. Agora no inverno podes dormir aqui, eu trabalho no restaurante que fica ali na avenida, dá fundos aqui para o beco. Posso te conseguir pequenos trabalhos, como descascar batatas, lavar panelas, coisas assim, podes ter uns trocado para ti.
Era época de férias, portanto sabia que ele não ia a escola. Ele sim, porque para diminuir os anos de cursos, adiantava nas férias, tinha que recuperar o tempo perdido.
Quando tinha conseguido aquele emprego, ele avisou o dono, só posso trabalhar de tarde para noite. A noite era quando tinham mais movimento. Posso chegar, preparar todas as coisas para o cozinheiro. Sei cozinhar também, mas teria que aprender a fazer coisas para muita gente.
O cozinheiro simpatizou com ele. Eram um mexicano que tinha sido lutador dessa luta que os mexicanos adora, usam uma máscara. Lhe disse tudo o que teria que fazer. Chegar as três da tarde, cortar cebolas redondas, em juliana, tomates igual, aonde devia colocar. Junto ao fogão havia como um refrigerador, aonde estavam as coisas já cortadas para montar uma salada ao gosto do cliente. Teria que descascar batatas, cenouras, o que houvesse nesse dia no mercado, para fazer uma sopa. O pessoal no inverno gostava de tomar sopa. Era sempre a mesma de legumes, mas funcionava. Aprendeu isso tudo rapidamente. Chegava da faculdade, o cozinheiro Miguel, já tinha um prato preparado para ele, assim comia antes de começar fazer as coisas. Lavava bem os braços, as mãos, colocava um uniforme de cozinheiro, se concentrava, sequer escutava o rádio que Miguel tinha sempre com músicas mexicanas. Quando ele se concentrava, seja estudando ou fazendo alguma coisa, não escutava nada em sua volta.
Depois de tudo preparado, se lavava outra vez, agora tocava atender a barra, uma garota, atendia as mesas. Lhe passava o pedido, que ele entregava ao Miguel. Este trabalhava sozinho na cozinha. O Dono, estava sempre sentado no caixa, com um puro sem acender na boca.
A camaradagem com o Miguel era boa, quando o movimento estava fraco, tirava um livro, aproveitava para estudar.
Miguel soltava, ah se meus filhos estudassem, só querem boa vida.
Falou com o Miguel, contou a história do Mike, podíamos dar esses pequenos trabalhos para ele, convença o patrão. O que o Miguel não gostava era dos finais de semana, as lojas em volta estavam fechadas, o movimento da rua caia muito. Só iam jantar, as pessoas que viviam por ali.
Sentia que perdia o seu tempo, quando poderia estar com a família. Quando chego esses meninos estão dormindo, quando saio de manhã, igual. Estão crescendo sem pai que os oriente.
De tanto escutar essa ladainha, um dia, depois de ter pensado muito, porque os curso o defraudavam, não era o que ele tinha imaginado. Disse ao Miguel, eu faço os finais de semana, afinal aprendi fazer tudo o que você faz, mas com uma condição, vou preparar os pratos a minha maneira.
A tua maneira? Que maneira é essa? Já veras. O patrão no início não gostou, mas disse, se algum cliente reclamar, o Miguel volta a fazer os finais de semana, tu podes inclusive ir para a rua.
Agora Mike, estava tranquilo, sabia que ele jamais iria abusar sexualmente dele, pois o respeitava, com o dinheiro que tinha ganho, tinha comprado roupa, simples, mas nova. Greg lhe deu de presente um casaco melhor para aguentar o inverno. Esses de plumas, forrados de nylon. Quando não estava no restaurante, limpava o apartamento. Tinha descoberto por aonde entrava o cheiro. Um dia quando Greg chegou, não sentiu cheiro nenhum. Perguntou se a oficina não tinha aberto.
Veja, descobrir por aonde entrava o cheiro, cobrir tudo com uma massa de cola, gesso, como aprendi na escola. Tapei tudo, centímetro por centímetro, o cheiro acabou.
Boa, assim não teremos medo de morrer asfixiados. Agora podia manter a janela fechada, disse rindo, não vai aparecer mais nenhum Mike.
Já tinha conversado, ele teria que arrumar uma escola para fazer pelas manhãs. Cada vez mais o Miguel lhe dava mais trabalho. Agora tinha também que secar bem os pratos, os copos, isso ele fazia tranquilamente.
Miguel perguntou se não ia levar esse menino para as autoridades.
Sabes como é isso Miguel?
Sei, eu também fugi de todas as residências que me mandaram, até ficar maior, vivi na rua como ele. Se dás casa para ele, pelo visto ele se comporta bem contigo, pode ser que dê certo.
Ele se preparou a consciência, No sábado de manhã, chegou muito cedo, preparou um cake de legumes, para servir junto com as saladas. A sopa, transformou num creme bem leve, com um pouco mais de condimentos. Abriu uma carne, recheou a mesma com pimentão, bacon, assou no forno. Quando chegou ao meio dia, colocou essas opções na carta. As pessoas que vinham sempre, estavam fartas de comer a mesma coisa, a maioria se arriscou. Na hora de pagar no caixa diziam, quem bom, amanhã, provarei o que não comi hoje.
O patrão sorria, tinha resolvido seu problema. Veio falar com ele, aprovado, podes ficar com o final de semana, te aumento o salário. Com o aumento ele pensou bem, falava com o Mike como ele tivesse a sua idade. Contou os planos, o que achas disso. A faculdade me decepcionou, prefiro cozinhar. Se aprendo direito, faço um curso, quem sabe no futuro não posso ter meu próprio restaurante. Mike ria, aprovo, desde que me deixe ser seu ajudante.
Foi o que fez, procurou um curso de cozinha, pela manhã, assim não roubaria o tempo de trabalho, apesar que o primeiro curso a maioria fossem senhoras que não tinha nada que fazer, aprendeu uma série de coisas. Fazer boas sopas caseiras, os cozimentos básicos. O professor, disse que ele era o único que levava aquilo a sério.
Miguel, ao mesmo tempo que ficou contente, ficou preocupado em perder o emprego. Agora as pessoas queriam a sopa como ele fazia. Sem problema nenhum explicou ao Miguel, minha mãe por causa da doença só podia tomar sopas ralas, por isso fazia esses caldos. Tinha que inventar muito, porque senão não comia.
Foi inventando coisas, juntos os dois discutiam, mudavam a carta, agora a frequência era grande, durante a semana, funcionava de maravilha. Ele antes de ir para casa, preparava os cakes para dia seguinte. Sirva frio com as saladas Miguel, vi isso numa reportagem francesa, quando pergunte, diga que fizeste tu.
O patrão longe de reclamar, subiu o salário dos dois. Pena que não tenho tempo de fazer os cursos.
Alias tua mulher não ia permitir Miguel, aquelas mulheres estão desesperadas.
O professor lhe indicou um outro curso, assim ele foi fazendo um atrás do outro. Ele poderia ter feito tudo para mandarem o Miguel para a rua, ao contrário, o ensinava, junto discutiam modificações, porque fazer igual aos outros era fácil.
As segundas feiras, era complicado, porque a maioria dos viajantes que vinham visitar as lojas ali perto, vinham comer. Agora todos eram assíduos. Era um dia que as mesas tinham que ser reservadas. A cara do patrão ao fechar o caixa era ótima.
Mike estava trabalhando de pinche do Miguel, ganhava seu dinheiro. Tinha resolvido inclusive tirar o sofá que era velho, compraram duas camas assim ele não tinha mais que dormir no chão.
Falou com o patrão, esse conseguiu abrir uma conta no banco para o garoto, dizendo que era seu sobrinho.
Foi num dia desses que viu a Beth. Seu irmão chegou de noite, ligou para o Greg, eles saíram com o Mike, para mostrar aonde tinha visto ela chegar. Estava parada numa esquina como uma prostituta, tens que ter cuidado para não assusta-la. Dê a volta no quarteirão, nos ficamos aqui, se ela tenta escapar de ti, a pegamos aqui. Mas nada disso aconteceu, ela quando viu o irmão, caiu chorando nos braços dele. Ele a levou para um hotel ali, perto, a fez tomar banho, trocar de roupa. Ficou conversando com ela, a convenceu de voltar para casa, garantiu que ninguém ia condena-la por ter ido tentar a sorte como cantora.
Antes de ir embora Orson, foi falar com o Greg para agradecer. Nem sei como posso te agradecer por isso.
Imagina Orson, fomos companheiros, não passa nada.
Passa sim Mike, eu tinha um certo preconceito contra ti, porque sabia que eras gay, pela maneira como me olhavas. Eu me cagava de medo de ficar sozinho contigo, pois temia não resistir. Sempre senti uma atração por ti. Mas foi uma besteira, eres um sujeito sensacional, só que fazes por esse menino o Mike, imagine, ninguém faria isso.
Orson, eu quando cheguei aqui sem conhecer ninguém, apenas tive sorte, porque eu queria trabalhar. Mas me dei bem. Contou que tinha abandonado a faculdade, tinha se decepcionado com o curso. Agora na cozinha eu adoro. Contou como trabalhava com o Miguel. Estamos crescendo juntos, um dia compraremos o restaurante do velho.
Posso só fazer uma coisa, estavam os dois no apartamento.
Sim podes.
Lhe dar um beijo, sonhei com isso anos. Quem lhe deu o beijo foi o Orson. Meio desajeitado, nunca beijei um homem. Tenho uma namorada na Universidade, vou acabar o meu curso. Quem sabe um dia nos encontramos.
Ele ria, agora poderia esquecer o Orson, pois já tinha beijado o garoto que ele tinha gostado na sua juventude.
Um dia apareceu no restaurante um crítico de cozinha. O homem não disse nada, comeu, provou dois pratos diferentes, eles tinham inventado uma mouse de frutas, servida com sorvete de baunilha, que os clientes gostavam. Era uma coisa simples, mas o truque estava na maneira como tinha sido feita.
O homem ficou sentado, esperando o serviço diminuir, quando o dono foi perguntar se tinha alguma reclamação, pois não ia embora. Ele disse que não ao contrário, tinha comido pratos simples, mas de um sabor espetacular. Queria conhecer os cozinheiros. Por isso estou esperando. O velho os avisou, tem um homem querendo falar com vocês.
Lavaram a cara, os braços, saíram, o homem os convidou para sentarem-se na frente deles. Se apresentou Howard Smith, sou cronista de cozinha da revista do Time de Los Angeles, um amigo me falou do restaurante. Vim experimentar.
Me falem de vocês. Miguel empurrou a conversa para o Greg. Este disse que tinha aprendido a parte básica com o Miguel. Agora fazia cursos, aproveitavam as ideias das comidas, mas antes discutiam como elaborar, os condimentos, como apresentar. Faziam que o dono do restaurante provasse. Se ele gostava, experimentavam na carta.
Agora Miguel também tinha voltado a trabalhar aos domingos. Os meninos, me ignoram, os chamo para ir ao futebol, ou qualquer outra coisa, me dizem que vão com os amigos. Fico sem ter o que fazer.
Depois da reportagem que o homem publicou. Encontrei duas pessoas honestas na cozinha, dividem o que aprendem fora, transformam em seu, tem uma carta pequena, fora de um cardápio normal. Mas essa carta é de um sabor impressionante. Bem estudada, apresentada.
Mesmo só tendo por enquanto uma sobremesa própria, é um sucesso. Até o Mike saiu ganhando, pois a sobremesa, Greg tinha ensinado ele a fazer. Queria aprender outras. Mike o inscreveu num curso. Logo ele estava fazendo biscoitos para servir junto com o café, para o café da manhã, fazia cakes doces, bolos diferentes. Aprendeu uma receita que fazia a mulher do Miguel, era culinária mexicana. Um bolo de milho, que eles modificaram, ficava mais saboroso. Resolveram dar o nome do bolo, o nome da mulher do Miguel. Manuela. Esta quando provou disse, caramba fica melhor que o meu.
Os três agora, trabalhavam bem. Ganhavam mais também. Os dois puderam alugar um pequeno apartamento, com dois quartos, assim tinha mais liberdade. Mike não era nenhum tonto, tinha visto as pessoas olharem o Greg. Necessitas ter um lugar para fazer sexo, nada de fazer escondido nos becos, nos carros. Pode ser perigoso.
Greg ria, um garoto mais jovem do que ele, dando conselhos. Miguel, apresentou um sobrinho de sua mulher para ele. Se gostaram, mas o outro era muito ciumento, queria controlar tudo, inclusive queria que Mike fosse embora do apartamento.
Greg perdeu a paciência, sinto muito, mas estás tocando meu nariz, Mike é como um irmão para mim. Portanto o mais fácil é que tu desapareças.
Miguel quando soube se matou de rir, além de fofoqueiro, pois contava tudo para minha mulher.
Os três agora tinham uma caixinha de guardar dinheiro, quem sabe um dia o velho resolvia deixar o negócio.
Greg, começou um curso de Cordon Bleu, cozinha de muita qualidade. Apreciava o professor um francês, este percebeu que era aplicado, realmente interessado. Muitos faziam o curso para terem um ponto mais no seu curriculum.
Algumas coisas eram difícil de adaptar a cozinha americana. O que Greg fez, foi assimilar, tudo que já sabia, acrescentar as novidades no dia a dia. Miguel ficou contente, pois incluía coisas que ele mesmo tinha inventado no passado. Sabores mexicanos, com outra apresentação, mais sofisticado. Colocaram na carta do final de semana.
Funcionava, pois eram os dias que a afluência, através da crítica do jornal, apareciam pessoas procurando comidas diferentes. O dono tinha feito pequenas reformas, mas realmente precisava um dia desses fazer uma maior.
Avisaram o Howard, para que viesse provar as novidades. Este apareceu quase na última hora acompanhado de outro homem. Prepararam tudo exclusivamente para eles. Mas Miguel teve que ir embora, um dos garotos tinha sofrido um acidente.
Quando se sentou com eles, depois de terem atendido toda demanda. Howard apresentou Greg ao homem. Era dono de um bom restaurante em San Francisco. Este elogiou a comida, disse que não esperava o sabor especial das coisas. Contou que estava pensando abrir outro restaurante, mas claro era impossível cuidar de dois. Perguntou diretamente se ele estava interessado.
Não trabalho sozinho, tenho o Miguel, o Mike que faz a parte das sobremesas. Teria que falar com eles, na verdade o nosso sonho é ficar com este, o dono está para se aposentar, estamos juntando dinheiro para isso.
Mesmo assim o homem lhe deu um cartão. Por se acaso.
Ele até se esqueceu do homem. Foram mais um ano de trabalho, o único que tinha acontecido nesse tempo, era que Mike tinha começado um romance com uma garota que estudava com ele. Ela basicamente passou a viver no apartamento deles.
Greg, não se metia no assunto, só tinha reclamado com Mike, de que ela devia respeitar as normas que eles mesmo tinham inventado. Nada de roupa jogada no banheiro, que tudo estivesse sempre limpo. A garota era ao contrário. Relaxada, tudo ficava fora de lugar. Se usava alguma coisa na cozinha ficava jogado para que o Mike limpasse.
Um dia Greg tinha saído, mas como tinha se esquecido da carteira, voltou, entrou em silencio para não incomodar aos dois. Ficou gelado, quando os escutou discutindo. Ela dizia que o Mike tinha que se livrar desse viado. Pois muita gente pensava que ele era também.
Mike se defendia, Greg jamais tentou nenhuma coisa comigo. Esses anos todos me respeitou, me deu abrigo, foi meu amigo, me incentivou. Como podes pensar isso dele.
Ela continuou criticando, que Greg devia ir embora do apartamento, que ficassem só eles.
Se escutou um silencio imenso. Mike não dizia nada.
Greg sabia, que quando ele fazia esses silêncios, depois explodia.
Viu que a garota ia sair do quarto, entrou rapidamente no seu. Em seguida ela saiu batendo a porta.
Saiu de seu quarto, bateu na porta do outro. Escutou uma voz chateada dizendo entre.
Perdão Mike, sem querer escutei a conversa. Mas se realmente te incomodo, vou embora.
Como podes pensar isso de mim. Tu me abrigaste quando eu necessitava, você acha que por causa de uma buceta, vou mudar de opinião que tenho de ti?
Não quero é te causar problemas?
Sem querer isso tudo me mostrou quem é essa fulana. Quer comandar minha vida. Isso eu não posso permitir, porque levei anos para ser uma pessoa livre. Tu me ajudaste, isso nunca esquecerei.
Andou dias chateado, mas logo passou.
Os três tinham feito uma reunião, pois Howard tinha apresentado o Greg a um gerente de um banco. Este poderia emprestar o dinheiro para comprarem o local.
Estavam felizes, mas no momento que falaram com o dono, este soltou, em boa hora vocês vem falar comigo. Queria avisa-los que meu sobrinho que tinha um restaurante em New York, vem para cá, ficar com este.
Foi como um jarro de água fria na cabeça deles. O jeito era esperar para ver.
O sujeito era o extremo oposto do tio, tudo o que fez, foi com muita posse, colocar defeito em tudo. A partir de agora, mudaremos a carta, para minha maneira de trabalhar. Os aviso que terei que me livrar de um de vocês. Quanto a parte de doces, creio que é muito particular para esse tipo de restaurante, quiça seja melhor o garoto procurar outro lugar.
Em seguida conversou com Miguel, dizendo que ele era o melhor, que preferia ficar com ele.
No outro dia teve a mesma conversa com o Greg. Não tinha entendido que os três eram amigos.
Sentaram-se na casa do Greg, discutindo. Greg, Mike, tinham decidido pedir a demissão, não queria ficar com esse sujeito. Miguel tinha mais complicado, pois tinha mulher, os dois filhos. Não podia sair correndo.
Melhor é você ficar Miguel, se depois conseguimos alguma coisa te avisamos.
No dia seguinte os dois pediram demissão. Como o velho dono ainda estava no mando, estranhou, mas aceitou, o sobrinho não queria que ele pagasse o que se devia aos dois, mas o tio disse que estavam agora no auge por causa deles. Pagou tudo que eles tinham direito.
Greg falou com Howard, que eles dois saiam do restaurante.
Então mudem de ares, andei pesquisando sobre o sobrinho do velho, ele quebrou o restaurante que levava em New York, é viciado no jogo. A melhor coisa que vocês fazem é aproveitarem o momento.
Porque não falas com o Mathews Ayres, ele ficou muito interessado em vocês.
Resolveram foram a San Francisco falar com ele, marcou antes por telefone.
Este os recebeu muito bem. O restaurante não tinha nada a ver com em que trabalhavam, um grande salão com vista para a Baia de San Francisco, uma bela varanda, aonde as pessoas tomavam café pela manhã, o restaurante não era luxuoso, mas impecável.
Mostrou a cozinha, era muito boa. Eu desisti de abrir outro restaurante, mas contrataria imediatamente os dois. Falou do salário, era muito melhor do que tinham antes. Ainda perguntou pelo Miguel.
Lhe explicaram o problema dele, mulher, dois filhos adolescente.
Eles conseguiram um pequeno apartamento, relativamente perto do restaurante, era de uma cliente do Mathews. Mike disse que dormiria na sala, quando estejamos melhor, conseguiremos um com dois quartos. Só foram a Los Angeles, para se despedirem do Miguel, buscar suas coisas.
O Miguel estava com uma cara horrível. Disse que o sujeito falava muito, mas na hora de trabalhar, tudo ficava nas costas dele. As novidades todas que ele tinha dito, era que voltavam a carta antiga. A clientela, está desaparecendo. Pior que o velho já passou tudo para ele.
Bom qualquer coisa fale com a gente.
Começaram nova vida. Trabalhar com o Mathews era fácil, aceitava sugestões, incluiu na carta, algumas coisas que o Greg tinha inventado. Quem começava muito cedo era o Mike, que ajudava no café da manhã. Tinha incluído seus biscoitos para o café, duas tartes que fazia, estava eufórico. Trabalhavam muito. Mike agora saia com um grupo de amigos que tinha feito no próprio restaurante. Um era ajudante de cozinha, o outro garçom, mas todos de sua idade.
Greg, as vezes saia pela noite, procurando companhia, mas sabia que começar um relacionamento era difícil, tinha uns horários de trabalho complicados. Então eram aventuras de uma noite só. A maioria das vezes nas casas das aventuras.
Nesse ponto, embora não lhe sobrasse muito tempo para pensar no assunto, acabava curtindo solidão, gostava que o Mike tivesse amigos. Mas com eles agora passava mais tempo. Ele precisava de alguém para conversar.
Nos seus dias livres, saia para largos passeios para conhecer a cidade. Um dia andando pela parte alta, fora do grande circuito comercial. Perto de uma praça viu um restaurante com nome francês. Ficou curioso, entrou para ver. De costa estava uma mulher jovem. Quando se virou para lhe dizer que ainda não estava aberto, se surpreendeu, pois era uma mulher muito bonita.
Explicou que tinha tido curiosidade, disse que ele também era cozinheiro. Venha, vamos tomar um café na cozinha. Esta era pequena, imaculada.
Essa é a cozinha dos meus sonhos, que seja assim pequena, bem como o restaurante. Tudo muito simples. Ela lhe explicou que o restaurante era do marido, ele era francês, ela do Canadá. Mas que o marido tinha morrido recentemente, estou em dificuldades para manter, pois tenho um filho. Então me divido em atender, preparo tudo com antecedência, meus pratos principais, são saladas, tartes, alguma coisa que consiga fazer antes.
Lhe mostrou a carta que tinha o marido, era muito maior, ele foi marcando o que sabia fazer.
Lastima que não posso contratar ninguém, pois não tenho dinheiro para isso.
Perguntou pela clientela.
Bom o forte é durante a semana. Antes tínhamos uma pequena varanda, mas não consigo atender a todo mundo, dentro e fora. Estamos cercados de pequenos negócios de informática, confecções de boutiques finas, gente que aprecia boa comida. Mas sábados, domingos, mais pessoas que vivem realmente aqui.
De repente, lhe perguntou, não pensaste num sócio?
Não conheço muita gente?
Posso ser eu, sempre sonhei com um restaurante assim, pequeno, simples, aonde as pessoas desfrutassem da comida. Poder mudar a carta sempre, comida de mercado.
Meu marido pensava assim também.
Antes de mais nada, quero que saibas que sou gay. Digo isso, por se acaso interfere em tua maneira de pensar.
Não tenho preconceitos, meu irmão que vive no Canadá, também o é.
Tenho umas férias para tirar, o que achas de experimentar. Venho trabalhar, montamos nossa carta. Se der certo, fechamos negócios.
Nesse dia conversou com o Mike. Creio que estas bem no restaurante, sigas mais um tempo, que assim posso saber se dá certo, já faremos planos futuros. Tens teus amigos.
Mike concordou, mas uma coisa Greg, o fato de ter meus amigos, é que nunca encaixamos os dias livres, sabes o quanto gosto de explorar os lugares contigo. Iriam continuar a viver juntos.
Greg foi honesto com o Mathews, lhe disse o que passava, queria saber se ele lhe permitia fazer essa experiencia.
Este riu dizendo, tu és como um pássaro, necessitas voar. Não serei eu que te prenda.
Foi feliz da vida, ele fazia o caminho contrário do pessoal que tinha que trabalhar, então era fácil, mais adiante conseguiria um lugar para viver.
A primeira coisa, foi experimentar fazer tudo que anteriormente fazia o marido da Claire, o importante era recuperar primeiro os antigos clientes. Quando colocaram um quadro do lado de fora, mostrando a carta nova. Logo estavam funcionando com reservas. Em menos de um ano tinham recuperado os clientes, no verão a varanda voltava a funcionar. A parte que os dois menos gostavam era das sobremesas.
Claire um dia apareceu sorrindo, olha o que encontrei. Um caderno de receitas da minha mãe, ela era judia, adorava fazer doces, o fazia inclusive por encomenda. Podemos experimentar agora para o verão.
Nessa noite conversando com Mike, pois o via desanimado. Lhe perguntou o que estava acontecendo.
Bom estou estagnado, o que está em teu lugar, como sempre está sempre reclamando do que eu faço. Sabe que sou teu amigo. O grupo com quem eu saia, agora sai com ele, me puseram de lado. Claro les interessa sempre ser amigo do que manda mais.
Venha vamos para a cozinha experimentar essas receitas, vamos ver se conseguimos fazer pelo menos duas. Acabaram fazendo três. Mike como sempre, lia as receitas, procurava brechas nas mesmas, para que pudesse criar. No dia seguinte como tinha livre, ajudou Greg a levar o que tinham feito. Ficou deslumbrado com a Claire.
Ela provou, ia dizendo o que eles tinham usado, mas numa das que ele tinha modificado, disse, aqui há algo diferente. Colocava um pedaço na boca, ficava analisando o sabor. Disse em seguida o que ele tinha usado.
Em seguida Greg comentou com ela, o que estava acontecendo com ele. Quando veio para cá, ficou restringido a fazer o que o dono queria. Estava como eu, acostumado a criar coisas novas, agora o novo chef, não o quer por perto, para que não se lembrem de mim.
Bom se ele pudesse fazer as sobremesas, me ajudar na hora do almoço servir, creio que pode dar certo.
Greg tinha dúvidas, mas Mike queria tentar.
Começou já na semana seguinte. Passou o fim de semana no restaurante, preparando tudo que já tinha feito, além das receitas da mãe da Claire, com um toque seu. Podiam inclusive agora abrir pela tarde para lanche de senhoras. Estavam trabalhando mais.
Ao lado, compartindo a mesma varanda, havia uma loja pequena, a proprietária, ia se aposentar, era cliente deles. Perguntou por que não ampliavam, porque sua loja era pequena.
Ficaram os três conversando sobre isso. Claire não queria assumir mais coisas, pois mal lhe sobrava tempo para estar com o filho. Greg ainda tinha dinheiro, bem como o Mike. A saída foi, abririam ali, uma de doces. Ele continuaria fazendo os doces do restaurante, mas ali, abriria pela tarde para os lanches, ele prepararia doces como tinha sonhado em fazer.
O negócio ia redondo, mas estavam preocupados com a falta de notícias do Miguel. Quando finalmente Greg conseguiu falar com ele. Disse que estava voltando do México, tinha ido levar os filhos. Manuela tinha insistido em voltar para lá. Estavam se divorciando. Reclamavam que sua profissão não lhe deixava tempo para a família.
Porque não vens a San Francisco, podemos conversar.
Claire agora, só atendia o restaurante, a varanda, mas precisavam de mais alguém na cozinha, ao mesmo tempo um garçom. Falavam nisso todo tempo.
Nunca pensei que pudéssemos chegar a isso, pensar em ampliar. O garoto estava grande, agora passava mais tempo na escola, mas ela queria sempre curtir o filho.
Um dia, comentou que tinha falado com o irmão. Este tinha terminado o relacionamento que tinha, o convidei para vir para cá. Quem sabe podia me ajudar como garçom.
Greg se deslumbrou quando o Jacques chegou. Era loiro, alto, olhos verdes quase castanhos. Se olharam de cima a baixo os dois, começaram a rir. Estamos nos examinando mutuamente me parece. Tinha um grande sentido de humor. Disse que sim que podia experimentar, mas que de cozinha nada. Semanas depois apareceu o Miguel, mais magro, cabelos cortados muito rente a cabeça. Um olhar triste, mas como sempre com bom humor. Ficou literalmente apaixonado pela Claire. Mas Greg, disse vá devagar, acabaste de sair de um relacionamento, tens filho, ela também.
Agora saiam os quatros depois de trabalhar, a única que nunca podia ir era a Claire. Jacques comentou que ela nunca tinha gostado muito de sair.
Mike ria dizendo que o Greg, só faltava beijar o sapatos do Jacques. Os dois estavam todo o tempo livre conversando. Tinham a mesma idade, tinham nascido com uma pequena diferença de dias um do outro.
Agora tocava procurar um apartamento maior. Conseguiram um ali mesmo na praça, tinha 3 quartos, um bom salão, banheiro, além de uma cozinha estupenda. Quem soltou logo a coisa foi o Jacques, eu vou dividir quarto com o Greg.
Este ficou surpreso, pois nenhum dos dois tinha avançado nada. Foi direto a ele, Jacques, não vai ser possível, minha experiencia com respeito as relações não são muito boas. Primeiro que trabalhamos juntos, segundo gosto de estar sozinho para pensar. Imagina, creio que temos um belo princípio de amizade, mas daí passar diretamente a um relacionamento, creio que é precipitado. Devias seguir vivendo com tua irmã.
Mike, lhe perguntou depois o porquê dessa decisão?
Mike, pense bem, somos um tipo de pessoas que é difícil um relacionamento dar certo, porque não temos horários, o pouco de tempo que temos para nós mesmos, normalmente é difícil de organizar, pois sempre temos coisas novas para experimentar. Ter uma relação, aprendi que significa a renunciar a uma série de coisas que no momento, não posso, nem quero.
Falaram com o Howard, que quando viesse a San Francisco viesse conhecer o restaurante.
Este quando chegou soltou, caramba, vocês acabaram dando a volta por cima de tudo. Adorava o paladar, algumas receitas clássicas francesas, feita com um toque mexicano. Conversando ele se lembrou. A anos atrás me deram de presente um livro. A cozinha francesa, da corte de Maximiliano, imperador francês do México. Uma mistura de sabores.
Quando o livro chegou, devoraram chegaram a fazer cópia das receitas, para irem experimentando. Era a junção na época da culinária francesa, com a mexicana, considerada pobre pelos franceses. Mas claro, era impossível trazer da França, os ingredientes necessários. A princípio os cozinheiros que vieram, se irritavam, pois não encontravam como trabalhar. Até que um resolveu juntar o que podia. Coq au vin, com a impossibilidade de gastar grandes quantidades de vinho, o jeito era fazer com Tequila. Ratatouille, apesar da horta do palácio, era necessário juntar milho, batata doce, coisas da terra. Boeuf Bourguignon a receita original era mudada para laranjas com tequila. Crepes acrescentar um pouco de farinha de milho. Ao mesmo tempo que eram trazidas mudas da Europa para fazerem pomares, hortas com coisas francesas, mas evidentemente a terra era outra, o sabor era diferente. Incluir o uso do chile mexicano, saber dosar as quantidades era importante.
Howard veio jantar para experimentar as novas receitas, acompanhado do jornalista responsável pelo jornal de San Francisco. Este amou as comidas, perguntou se podia fazer uma reportagem, mas queria fotografar os pratos para uma reportagem na revista do Domingo.
A enxurrada de reservas ficou impossível. O pior era que as pessoas faziam reservas para semanas depois, não apareciam. Resolveram que o restaurante era pequeno para isso. Portanto a não ser que fosse clientes normais, não aceitavam reservas.
Jacques não tinha aceitado bem a negativa do Greg, saia com o grupo, mas estava sempre tão colado a ele, que ninguém se aproximava dele. Até o momento que Greg, resolveu que preferia ficar em casa, escrevendo ou examinando mais uma vez o livro.
Havia uma feira de Gastronomia, os convidaram para participar. Pediram que Howard viesse para compartir ideias. Este deu a ideia, de montarem como um palácio, conseguiria uma mesa imensa. Mas os garçons contratados usariam casaca antigas alugadas, perucas brancas, mas por debaixo camisetas com o nome do restaurante, bem como jeans negros, todos de tênis branco. Aceitavam a reserva para ocuparem a mesa inteira, cabiam cinquenta pessoas. Foi um sucesso, saindo mais uma vez no Jornal. O melhor era que todos bons restaurantes da cidade estavam lá. Todos cozinheiros queriam experimentar. Fizeram no último dia depois que a feira já tinha terminado, um jantar para todos que tinham se inscritos. Foi excelente.
Não tinham depois disso um minuto de descanso. Trabalhavam como loucos, pois agora tinham almoço, jantar completos sempre. Mal acabavam de servir o almoço, tinham que preparar para a noite. Miguel dizia que igual ao Greg para preparar as coisas impossível.
Um dia Jacques veio lhe perguntar o que tinha com o Howard, já que bastava ele estalar os dedos esse homem vinha correndo, além das largas conversas entre os dois.
Ele estava trabalhando numa receita nova, modernizando uma das receitas franco/mexicana, não gostou da interrupção. Simplesmente respondeu, vê por isso não quero um relacionamento, não gosto de dar satisfação a ninguém de como penso, ou como escolher meus amigos. Já me basta ter que repartir com Claire, Miguel, Mike, as coisas de trabalho, por isso me reservo a minha vida pessoal para mim.
Jacques ainda insistiu, a resposta foi, teu horário de trabalho já acabou, por isso faça o favor de me deixar trabalhar. Claire, Miguel que estavam presentes não disseram nenhuma palavra.
Posteriormente ela falou com Greg, francamente, fiquei inquieta quando Jacques começou a te cercar, porque sei quanto ele é monopolizador. Fizeste bem em não iniciar nada, pelo que sei do seu rompimento com seu namorado, o motivo foi esse, o controle, chantagens etc. Muito típico dele.
Eu tenho o mesmo que tu, necessito quando sair daqui estar sozinha com meu filho, esquecer por instantes dos problemas daqui. Estamos abrindo todos os dias, creio que devíamos fechar um para ter um tempo para nós mesmos.
Concordo contigo Claire, pois já chegamos aonde queremos, porque senão dentro de um tempo estaremos fartos disso tudo. Miguel também concordou. Examinaram o dia mais tranquilo da semana, para fecharem. Alguns clientes reclamaram, mas era impossível seguir o ritmo. Semanas depois Claire avisou que Jacques voltava ao Canadá. Arrumaram logo um garçom conhecido do Miguel. Tinha trabalhado com eles na Feira que tinham participado.
Combinaram de tirar férias, cada um tiraria 10 dias. Fizeram um mapa disso. Ele avisou que iria a Paris para fazer um curso, era sua maneira de relaxar. Um curso que ocupava as manhãs, as tardes iria passear, conhecer restaurantes. Quando comentou com Howard, ele perguntou se lhe incomodava que fosse junto.
Imagina, será um prazer, pois nos damos bem, já conheces pelo menos de nome, podemos ir conversar sobre as coisas.
Claire iria ao Canadá visitar a família com o filho, quando ele voltasse, depois seria a vez do Miguel ir ver os filhos no México. Já Mike, ainda não tinha resolvido o que faria.
No voo para Paris, quando Howard perguntou por Jacques, ele lhe contou a história, tinha até algum interesse nele, talvez por ser bonito. Mas já temos tantos controles no trabalho, tê-los também na vida particular fica difícil. Ele pensou que tínhamos alguma coisa.
A viagem foi excelente, pois vinha recomendado por outros cozinheiros dos curso que podia fazer em pouco tempo. Num dos cursos preparou o Coq au Vin, da receita mexicana, foi um sucesso. Se informou de curso de docerias, principalmente de chocolates para o Mike, quem sabe ele se animaria.
Pelas noites iam jantar em lugares modestos, para ver como era a comida, nada de lugares para turistas. Pequenos bistrôs, principalmente dos de comida de mercado. Analisavam cada coisa que comia. Um dia rindo disse, não sei como o Jacques pode pensar que entre nós havia alguma coisa. Pois nossas conversas nunca foram a nível íntimo pessoal.
Se surpreendeu com a resposta do Howard, eu a princípio de verdade me apaixonei por ti, mas entendi que justamente o que faria, era tentar dirigir teu futuro. Sabia que isso não daria certo, pois percebi que tu sempre tiveste uma coisa tua, nada de interferências. Troca de ideias sim, sempre te vi aberto para isso, mas tiveste sorte com Miguel, pois o velho do restaurante nunca interferia no que vocês faziam. Basta ver o que aconteceu quando você recebeu a pressão do sobrinho. Falar nisso o restaurante fechou.
O que importante Howard, é que aprendi muita coisa com o Miguel, depois aprendemos a trocar ideia, com o Mike que basicamente não sabia nada, foi pegando gosto pela coisa, também. Sempre trocamos informações. Agora mesmo tudo que estou aprendendo, de noite passo para um laptop, para assim depois tirar cópias, ver o que é possível incluir no restaurante.
Eu me esqueci de comentar do fechamento do velho restaurante. Soube que o velho morreu, o sobrinho imediatamente fechou o local, porque não ia bem, Vendeu tudo, foi embora.
Eu gostava muito do local, contou para ele o encontro com o Mike, ele acabou sendo o irmão, amigo que nunca tive. Posso falar de qualquer assunto com ele. Porque viemos juntos de baixo.
Mas voltando a ti, pensei que tinhas algum relacionamento sério Howard?
Sim, mas me separei depois de 10 anos juntos, sou como tu, gosto de estar sozinho, escrevendo, agora estou preparando um livro sobre esses anos todos visitando restaurantes, os que sobreviveram, os que afundaram por querer ir rápido demais.
Imagina um detalhe de minha vida, Howard, quando minha mãe já estava mal, ela adorava ver os programas de cozinha, as vezes me pedia para fazer alguma coisa, eu improvisava sem ela saber, porque havia uma série de coisas que não podia comer. Depois quando via um filme que aparecia aqueles restaurantes antigos, que quase não existem mais, ficava prestando atenção como eram. Depois na minha cama ficava analisando, o que eu serviria para o casal de namorados ou o que fossem os personagens.
Quando voltaram, fizeram a tal reunião, as coisas que poderiam aproveitar. Disse que tinha visitado uns dois restaurantes de comida Kasher, para saber como era. Algumas coisas pensava em acrescentar no que fazia.
Claire antes de sair de viagem, pediu para falar com eles, tinha recebido um telefonema do proprietário do local. Como sempre a ganância das pessoas era grande, queria um aumento do aluguel, substancial, alegava que eles estavam indo bem, que deveriam pagar mais. Na realidade o contrato vence dentro de dois meses. Teremos que pensar no assunto. Confessou que estava um pouco exausta de tudo, que não sobrava tempo para ver o filho crescer.
Esse tinha sido o problema do Miguel, não tinha tempo para a família. Comentou com ele o que Howard tinha falado do velho restaurante.
Que pena, foi nosso ponto de partida, sou honesto de dizer que gostava mais de viver lá, do que aqui. Antes de vir, estive trabalhando num restaurante em Venice Beach, que era bem diferente de tudo. Lá gostaria de viver, na praia. Embora tenham restaurantes que funcionam o dia inteiro sem parar. Com mais de uma turma de cozinheiros. Isso tem que ser bem administrado.
Tudo estava no ar, sabia que Mike ainda não tinha decidido. Sentou-se com ele, mostrou as informações que tinha, os lugares que tinha visto em Paris. A resposta foi, que não queria ir sozinho. Queria ter ido contigo, mas claro só se podia ir uma pessoa.
Colocou a mão sobre a sua, agora teremos pela frente uma série de decisões. O valor que nos pedem de aluguel é muito caro. Tenho dinheiro para investir, mas não sei se Miguel quer, tampouco tu, ou mesmo a Claire.
Mike soltou que tinha a sensação de que ela não iria voltar. Está muito cansada, pois afinal chega em casa, ainda tem o garoto que quer atenção.
Tenho a mesma sensação, estive falando com o Miguel, ambos nos gostaria um lugar perto da praia, ele falou em Venice Beach, mas teríamos que ir ver, creio que os aluguéis lá são caros. Teremos muita coisa para pensar. Se não te incomoda gostaria de saber a opinião do Howard, pois ele sempre nos ajudou.
Mike riu, ele sempre foi apaixonado por ti isso sim.
Contou a conversa que tinham tido na viagem, me falou nisso sim. Creio mesmo é que tinha medo da diferença de idade que temos, afinal ele é mais velho uns 10 anos ou 15, nunca lhe perguntei sua idade.
Howard vinha a uma feira de vinhos em San Francisco, aproveitaram para falar com ele, sentaram-se os quatro, depois do restaurante fechar, ficaram bebendo, conversando.
Não sei por que, fui me informar a respeito do restaurante que vocês trabalharam, o sobrinho não conseguiu vender, porque tinha dívidas, ficou para um banco. Por um acaso sou amigo de um dos diretores, falei de vocês. Ele esteve aqui jantando com sua mulher, adoraram. Depois viram o vídeo que fizeram da feira. Disse que poderia financiar a compra para vocês. Minha pergunta, acham que a Claire trocaria San Francisco por Los Angeles?
Os três começaram juntos, que achavam que optaria a ficar perto de sua família no Canadá. Afinal aqui no fundo estava sozinha.
Vamos esperar que ela volte para tomarmos uma decisão. O chato é que investimos muito no nosso trabalho aqui. Eu mesmo andei olhando dois a três lugares, quando sabem que é para nós, conhecem nosso restaurante, parece que o preço dispara.
Queremos trabalhar, mas o ritmo que se exige aqui, é tremendo, não sobra tempo nem para dar um beijo como diz do Mike.
No meio de suas férias Claire apareceu, como eles tinham previsto, queria vender a sua parte, ficou surpresa que eles também não queriam continuar com o restaurante. Em comum acordo, dividiram todo o lucro que estava num banco. Greg, Mike, ficaram com todos os maquinários, pois não sabiam ainda o que iam fazer, mandariam para um armazém em Los Angeles, até decidirem. Fizeram um jantar de despedida.
Miguel voltou a Los Angeles, Greg recebeu um convite para trabalhar uma temporada no restaurante do professor com quem tinha feito o curso. Mike iria junto para fazer curso de doces. Alugaram um pequeno apartamento, no voo de ida, iam lado a lado conversando. Mike dizia que jamais poderia imaginar estar fazendo esse viagem, quando o tinha conhecido. Soltou sem que ele esperasse, tu es o centro da minha vida, sem ti nunca seria nada.
Ficou emocionado, mudou de conversa, ficaram conversando o que fariam nas horas vagas.
Os primeiros dias no restaurante foram estressantes para Greg, mas tinha combinado de somente trabalhar uma parte do dia, queria as tardes livres para sair com o Mike por ai, se perderem na cidade.
O apartamento era pequeno, mas super jeitoso. Tinha uma quantidade enorme de restaurantes por perto, de todos os tipos, foram anotando as comidas que queriam experimentar.
No final da primeira semana, saíram de noite, para jantar, tomaram uns copos a mais de vinho, vinham pela rua molhada pela chuva que tinha caído, rindo, quando passou um grupo, se fixaram no Greg. O chamaram para ir com eles, num rompante Mike, colocou o braço sobre os ombros dele, dizendo que era seu, que não o queria dividir com ninguém.
Um dos rapazes brincando, então dê um beijo nele.
Ele pegou com as duas mãos a cara do Greg, lhe beijou com ardor.
Greg estava sem saber o que fazer. No elevador do apartamento, Mike colocou a cabeça nos ombros dele, dizendo que tinha bebido demais.
No apartamento, tirou a roupa, dizendo que ia tomar um banho, talvez vomitar, que não estava bem.
Greg estava preocupado, ele estava demorando, abriu a porta do banheiro devagar, ele estava se masturbando embaixo do chuveiro. Sem pensar um minuto, tirou toda a roupa, entrou no chuveiro com ele, se encostou nele, tirou a mão que usava para se masturbar, o fez por ele.
Mike, deixou a cabeça repousar nos seus ombros, sussurrava a quanto tempo esperava por isso.
Até que teve um orgasmo, se virou, seguiu beijando como tinha feito na rua.
Deram banho um no outro. Quando saíram enrolados nas toalhas, a cara do Mike estava vermelha, por causa da água quente. Se jogaram na cama sem falar nada, quem começou foi o Mike, creio que te peguei de surpresa com tudo isso.
Mas no dia que te conheci, pensei que ias abusar de mim, mas não, me respeitaste, me fizeste seguir em frente, ajudaste uma pessoa que não conhecia.
Sabia que tu me vias como um menor de idade, mas nunca fizeste um gesto para me atrair até seus braços. Nossa camaradagem era realmente de irmãos. Sentia um orgulho tremendo de ti.
Quando arrumei aquela namorada, pensei que com isso provaria que não era gay, que o que sentia por ti, era apenas gratidão, respeito, sei lá mais o que.
Mas ela descobriu rapidamente, por isso queria que você fosse embora.
Mas não te escutei me defendendo?
Não podia falar, estava bloqueado, só pude fazer um gesto, que ela fosse embora para sempre.
Quando saia com a turma em San Francisco, algumas vezes íamos a boates gays, eu ficava esperando te ver. Mas sempre foste discretos. Os meninos diziam que transar com outro homem de vez em quando, não passava nada. Mas nunca consegui.
O turbilhão que estivemos envolvido trabalhando, me ocupava o tempo todo, só senti ciúmes quando o Jacques avançou para cima de ti.
Respirei aliviado quando não quiseste nada com ele. Morria de ciúmes.
Mas hoje, não sei se pelo álcool, ou porque estou farto de guardar esse sentimento, explodiu, eu não podia permitir que mais ninguém te roubasse de mim.
Estava me masturbando, pensando no beijo que tinha te dado, tinha o corpo todo te querendo, quando te senti me abraçando, fiquei louco.
Começaram a se beijar de novo, nessa noite fizeram sexo três vezes. Dormiram abraçados um ao outro. No dia seguinte, Greg despertou, com Mike lhe olhando fixamente.
Por que me olhas assim?
Porque queria ver como ias me olhar quando despertasse, se ia dizer, não aconteceu nada esta noite, bebemos demais, ou simplesmente dizer foi um erro.
Olha Mike, ontem te deixei falar tudo que queria. Mas na verdade, sempre me interessei por ti, mas não queria quebrar esse vínculo que nos unia. Sempre fizeste parte da minha vida, desde que nos conhecemos. Não sei por que o destino te colocou no meu caminho. Não sei definir a palavra amor, porque nunca senti isso que sinto, com nenhum outro homem com quem estive.
Portanto o que sinto é diferente, me faz mais completo.
Como era um domingo, resolveram sair, para tomar um café em algum lugar, depois foram de passeio. Viram numa padaria, jovens trabalhando, era uma coisa diferente, quem entrava via as pessoas preparando a massa, pela lateral dava para ficar vendo o pessoal trabalhar.
Mike se aventurou perguntou para um homem que estava no caixa, como poderia fazer um curso.
O homem lhe explicou que ali mesmo. Os que ele via trabalhando, tinham sido alunos da escola deles. Venha, mandou alguém ficar no caixa, subiu com os dois, no andar de cima, estavam os alunos elaborando vários tipos de bolos, biscoitos, formas de pão. Aqui se aprende de tudo. Sabes algo.
Ele viu um avental colocado em cima de uma cadeira, sem falar nada começou a preparar sua melhor receita, uma que ele tinha desenvolvido, a partir do livro do Imperador Mexicano. Quando ficou pronto, mostrou ao senhor.
Ao olhar o trabalho, cheirar o mesmo, estendeu a mão, meu nome é Paul, como tudo que está aqui. Colocaram no forno, ele viu a temperatura, ajustou a que usava. Ficaram esperando, o Paul, volta e meia, passava ao lado, para sentir o cheiro. Levantava o dedo como um sinal afirmativo. Quando retiraram o bolo, todos os alunos vieram atraídos pelo cheiro bom que desprendia.
Paul perguntou da onde era essa receita, ele lhe explicou que tinha tirado de um livro antigo, mas que tinha adaptado para os dias de hoje. Tem um outro que faço com chile mexicano, se encontro no mercado, preparo para o senhor.
Greg contou toda a trajetória deles, disse aonde estava trabalhando, mas que gostaria de fazerem um curso do processo do pão.
Ele começou a andar pelo local, explicando desde o princípio, o refinamento do trigo, ou o trigo puro, natural, a fermentação. Justamente um grupo preparava isso, esse pão só será elaborado amanhã. Estará em repouso toda a noite. Os que entra para trabalhar à cinco da manhã, para termos pão para servir com o café da manhã, vão trabalhar em cima dessa massa.
Já os doces, parte de outro processo. Procuramos não usar muitos produtos químicos de hoje que aceleram tudo. Se perde no sabor. Fez uma lista de tipos de pães que faziam. Os que mais se vendiam pela manhã, os que saiam melhor ao meio dia, e os do final da tarde. Esses já eram menores, mas para serem consumidos no próprio dia, pois a tendência como a massa tinha descansado demais era serem mais duros, fazemos pães mais estreitos, para se comer com queijos, todo tipo de fiambres. Chamou alguém mandou preparar uma mesa para seus convidados.
O bolo que o Mike tinha feito já estava frio, explicou como o servia, com uma geleia de chile que fazia. Todos provaram, achando diferente em termos de sabores. Pois ele tinha usado condimentos que eram mais para cozinhar.
Nessa noite abraçados na cama, começaram a imaginar coisas. Acho que a ideia do Miguel de Venice Beach, poderia ser interessante. Podíamos abrir como fizemos em San Francisco, mas em tamanho pequeno, uma confeitaria, junto com um restaurante com não mais de 10 mesas, mas nunca aumentar. Abrir pela manhã, meio dia, de noite não. Assim teríamos tempo para nos mesmo. Claro, com a padaria, teríamos que levantar muito cedo.
No dia seguinte, começaram a fazer curso pelas tardes. Fizeram todo o processo, ao mesmo tempo mandaram um e-mail para o Miguel dizendo o que estavam fazendo. Este respondeu que nada tinha dado certo no México, sua ex-mulher já tinha outra vida, os filhos estavam cada um para o seu lado. Vou para Paris, aviso do voo. Eles avisaram o Paul, que vinha mais um aluno. Só lhe pediram para trazer todos os tipos de chile que usavam no restaurante.
Miguel chegou um dia de manhã, muito magro, com cabelos grandes, mas com um sorriso na cara, disse logo, vocês nunca vão se livrar de mim.
Quando chegaram no apartamento, viu que tinha que dormir na sala. Não se incomodou, viu a cama de casal, entendeu logo. Tudo que disse foi, finalmente vocês se entenderam. Na minha frente não é necessário, se conter.
Estava como uma criança, nunca viajei na minha vida, a não ser para ir ao México, visitar minha família. Agora tudo me parece distante, minha família agora são vocês dois.
No curso de pães, ele explicou o processo do pão mexicano, ou do que faziam para comer as comidas típicas, parecia com o pão pita, mas nada mais longe disso, preparou de milho, de trigo integral. Fizeram com todos os alunos, os empregados da parte de baixo, se meteram na cozinha para preparar uma grande comilança. Todo mundo adorou.
Greg como sempre prestava atenção em tudo, observou que as vezes namorados, compravam sanduiches prontos para compartirem. Inventou um pão em forma de coração, usava um molde de bolo, deixava o pão descansando dentro do molde depois fazia um corte em zig-zag, preparava o sanduiche. Paul adorou a ideia, mandou fazer moldes, já com o corte no meio, para que o pão ficasse assado perfeitamente.
Agora era um sucesso, não só compravam como tiravam fotografia do mesmo. Quando terminaram os cursos, Paul perguntou se não queriam ficar trabalhando para ele.
Riram, Paul um dia te convidaremos para ir até Los Angeles, temos nossos planos, já te avisamos.
Paul disse rindo, eu tinha que tentar, falou no ouvido do Greg, cuide bem do amor de vocês.
Mike ainda preparou a famosa geleia, tornou a fazer o bolo, desta vez o recobriu com fazia, cortava em pedaços finos, servia com a geleia bem dissolvida. Anadia na mesma algumas gotas de tequila.
Paul perguntou se podia fazer uma experiencia no restaurante que tinha ao lado, como sobremesa, colocou o nome do bolo de Mikemex. Este se sentia orgulhoso. Os clientes adoraram a experiencia completamente diferente.
Paul os convidou para passarem uma semana com ele numa casa que tinha na praia no sul, em Cassis, aproveitaram para comer todos os tipos de comida que podiam ser diferente para eles.
Greg já nem pensava esconder que gostava do Mike, estavam sempre agarrados um ao outro.
Quando voltaram ainda foram dar uma olhada no restaurante aonde todos tinha se encontrado no passado. Estava caindo aos pedaços, o mais fácil seria botar abaixo, construir outra vez. Os dois foram olhar a fachada do apartamento aonde tinha se conhecido.
Apertaram-se num abraço afetuoso, agora tocava seguir em frente.
Passaram semanas procurando um local que pudesse ser dois ao mesmo tempo. A maioria dos prédios era antigos. Um dia conversando com o dono de uma loja de moveis, feitas por ele mesmo. Não seja por isso, lhes mostrou o que era um armazém ao lado. Aqui, guardava minhas obras, mas agora, desenho, a maioria das vezes não tenho tempo de executar. Além do apartamento que tenho em cima, aonde viviam os meus pais. Se quiseres se meter numa reforma alugo tranquilamente para vocês. Disse um valor inferior ao que em todos lugares, pediam. Ele explicou que a reforma teria que ser severa, que em Venice, era muito difícil conseguir mão de obra. Mas claro não conhecia os contato do Miguel, mal assinaram o contrato, já com o projeto na mão, apareceram os amigos do Miguel. A padaria, ficaria com a menor parte, mas toda a parte da cozinha era conjunta. O dono tinha previsto que levariam como andavam as coisas ali, que levariam um ano remodelando tudo. Em dois meses tinham tudo pronto.
Vocês me engaram direitinho, dizia rindo, agora terei que comer grátis todos os dias, pois devia cobrar mais caro o aluguel.
O restaurante como previsto, só tinha 10 mesas, a carta seria mudada a cada mês, para eles mesmo não se cansarem.
Se levantavam cedo, para prepararem os pães, no momento que estes eram postos para assar, eles passavam a preparar o que seria usado no restaurante. Tinham trazido moldes dos pães de corações, só que recheavam como queriam os clientes. Mike tinha uma garota trabalhando na padaria. Só vendia, não serviam café, as bebidas eram nas máquinas. O que economizavam um bocado de tempo.
O restaurante, seguiu com o que tinham aprendido. Comidas, simples, com paladar, misturas de cozinhas do mundo. Se chamava Day by Day, quando perguntavam por que esse nome, respondia, que eram incapazes de manter a carta muito tempo, necessitavam de coisas novas do dia a dia. Howard tinha acompanhado todo o processo, fez uma puta reportagem com eles, mesmo com a afluência, mantiveram o que tinham combinado. Só abriam ao meio dia, a padaria ficava aberta até as 4, depois também fechava. Deixavam a massa preparada para o dia seguinte, depois iam desfrutar da praia, ou cuidar da casa deles. O apartamento não era monstruoso, mas tinha dois quartos, com banheiro, uma pequena cozinha, uma boa sala.
Ficaram surpreso, com o Miguel, pois esse começou a aprender surf com o dono do local, Gasper, era conhecido por esse nome, pois mesmo com todo sol que tomava, continuava branco. Os papos entre os dois que tinham a mesma idade, eram monstruosos. Um dia pegaram os dois aos beijos. Miguel riu, eu tinha que experimentar, esse homem me atrai.
Não tem vergonha, de que eu não tenha os mesmo estudos que ele, mas adora discutir coisas comigo. Na verdade Miguel tinha mudado completamente, agora era magro, fazia exercícios, saiam os dois para jantarem, irem a concertos, mas sempre lembrado ao Gasper que ele tinha que levantar cedo.
Howard estava sempre por lá, comprado uma casa em Malibu, agora as vezes passavam um final de tarde com ele na praia.
Gosto de ver vocês dois juntos, sempre achei que se completavam. Quando vejo vocês trabalhando, se entendendo com o olhar, acho isso incrível.
Fez uma reportagem sobre a geleia de chile que Mike fazia, logo apareceram fabricas interessadas em comprar a ideia. Mike estava exultante, uma coisa que ele tinha refinado, tinha dado completamente certo. Podia ganhar dinheiro com a ideia, mas achou melhor não aceitar, pois como ele dizia, não estaria na fábrica para fiscalizar a elaboração. Mas vendiam eles mesmo a geleia em pequenos potes com o nome de Day by Day, passaram por todo processo de autorização para isso. No restaurante uma das sobremesas preferidas era justamente o bolo com o creme feito a partir da geleia, que lhe dava um sabor picante.
Não se cansavam, porque estavam sempre inventando coisas novas, isso fazia que tivessem uma clientela quase cativa, pois quando viam alguma coisa diferente, queriam provar.
Mantinha contato com Claire, que tinha se casado novamente, trocavam fotografias, o garoto agora já estava imenso, um adolescente problemático como ela dizia.
Nunca falava do irmão, eles tampouco perguntavam.
Howard dizia que a amizade deles desde o princípio, tinha sem querer transformado todos em uma família.
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A Nova Revelação
<<< AS COISAS AQUI ESCRITAS PODEM SER CORRIGIDAS OU COMPLEMENTADAS, ESTE POST É ÚNICO, NOVAS INFORMAÇÕES DEIXADAS NOS COMENTÁRIOS SÃO BEM VINDAS, AO FINAL ENCONTRAM-SE AS REFERENCIAS >>>
Apocalipse de Baruch
27
“Meu Senhor, se efetivamente chegará aquilo que agora me antecipaste, e se porventura encontrei graça aos teus olhos, revela-me ainda o seguinte: acontecerá isso só num país, talvez numa única região, ou se estenderá a toda a terra?"
28
"O que vai acontecer atingirá toda a terra; dessa forma, experimentá-lo-ão todos os que estiverem em vida. Mas naquele tempo eu protegerei apenas aqueles que nesses dias se encontrarem neste país. ” (Brasil)
38
"Dias virão em que esse reino que destruiu Sião será destruído e subjugado por outro que lhe sucederá. Mas também este, decorrido algum tempo, será destruído; e então virá um outro, um terceiro. Mas também este, após exercer o seu reinado, será aniquilado. Depois virá o quarto reino, e o seu império será muito mais duro e cruel que os anteriores, e reinará por um longo período, como a floresta sobre a planície, e conservará o poder por largo tempo e elevar-se-á mais alto que os cedros do Líbano. ” (Nazistas > URSS > EUA > Brasil)
"Nele a Verdade ficará abafada, e a ele confluirão todos aqueles que se comportaram com violência, como os animais selvagens, que em disparada se refugiam na mata. Virá então o tempo do seu fim, em que acontecerá a sua queda fatal, e então revelar-se-á o reino do meu Ungido; ” (Seguidores de Bolsonaro)
39
"O último rei permanecerá com vida, mesmo tendo perecido a multidão dos seus súditos. Então ele será acorrentado e conduzido ao monte Sião, e ali o meu Ungido lhe pedirá contas de todos os seus atos de prepotência, e, juntamente com as obras de toda a sua multidão, o aniquilará na sua presença. ”
Apocalipse de Moises
Capítulo 29 Três reis
1 Naqueles dias, levantar-se-ão três reis da Pérsia e levarão consigo os judeus do Egito, transportá-los-ão para Jerusalém e ali os haverão de 968 estabelecer. Sabei então que haverá discórdias em Jerusalém, quando vós, os sacerdotes da terra, havereis de rasgar as vossas vestes! Puis então não demorará a vir o Filho do Pecado. E naqueles dias, o Sem-Lei aparecerá nos lugares sagrados. (Criação do estado de Israel)
2 Naqueles dias, os reis persas fugirão na luta contra os reis assírios. Quatro reis lutam contra três; durante três anos eles permanecerão naquele lugar, até levarem embora o tesouro do Templo. (Conflitos no Oriente Médio que explicarei mais abaixo)
Capítulo 30 Calamidades do Egito
1 Naqueles dias, escorrerá o sangue de Kos até Memphis e o rio do Egito será tingido de sangue, de sorte que durante três dias não se poderá beber das suas águas. Ai da terra do Egito e dos seus habitantes! Naqueles dias, levantar-se-á um rei, numa cidade chamada "Cidade do Sol". Toda a região será assolada e todos fugirão para Memphis. (Em abril de 2016 algas deixaram o Rio Nilo vermelho)
2 os reis persas, no sexto ano, utilizar-se-ão de um ardil em Memphis, e matarão o rei da Assíria. Os persas tomarão vingança em todo o país, mandando matar todos os pagãos. Mandarão também que se reconstrua o Templo Sagrado e darão donativos dobrados para a Casa de Deus. (Os persas podem ser o EUA no governo de Obama em seu plano para matar Osama bin Laden, líder da onde era a antiga Assíria e a caçada com os pagãos seria revolta com os imigrantes, Memphis também uma cidade dos EUA onde fica o Obamacare, note que tem um ponto, então talvez o Templo não seja construído pelos "persas", ponto importante é que no Brasil já foi construído a réplica do Templo de Salomão)
Capítulo 31 O falso ungido
1 Eles dirão: "O nome do Senhor é único". Todo o país prestará homenagem aos persas. E aqueles que não perecerem no infortúnio dirão: "O Senhor nos enviou um grande rei, para que o pais não se torne um deserto". Durante três anos e seis meses, o rei deixará de receber tributos. Tudo o país encher-se-á de muitos bens e prosperidade. (Falso salvamento da suposta ameaça comunista que o Brasil estaria sofrendo, sendo a Pérsia o EUA)
2 Então os vivos dirigir-se-ão aos mortos, dizendo: 'Levantai-vos e permanecei conosco nesta tranqüilidade'. No quarto ano do reinado daquele rei, manifestar-se-á o Filho do Pecado; e ele dirá: "Eu sou o Ungido", conquanto não o seja. Não acrediteis nele!
(Obs.: Daqui para baixo não especularei pois são coisas mais futuras)
Capítulo 32 O Ungido
1 Quando o Ungido vier, Ele o fará numa forma semelhante a uma pomba; e virá cercado de uma coroa de pombas; e flutuará nas nuvens do céu, precedido do sinal da cruz. Todo o mundo presenciará esse espetáculo, desde o nascer do sol até o seu ocaso. Assim Ele virá e todos os seus Anjos 969 estarão com Ele. O filho do Pecado procurará então manter-se firme nos lugares sagrados. Ele dirá ao sol: "Cai!" E ele cairá.
2 Depois dirá: "Brilha!" E ele brilhará. Dirá: "Escurece!" E ele escurecerá. Ele dirá à lua: "Fica da cor do sangue!" E ela obedecerá.
Capítulo 33 Os prodígios do Anticristo
1 Ele caminhará sobre o mar e sobre os rios como se fora em terra firme. Ele fará os coxos andarem e os mudos falarem, fará os cegos verem e purificará os leprosos. Curará os doentes e expulsará os maus espíritos dos possessos; diante de todos operará muitos sinais e prodígios. Ele realizará as obras que o Ungido realizava; apenas não poderá ressuscitar os mortos.
2 E assim reconhecereis que ele é o Filho do Pecado; porque sobre a alma ele não tem poder. Eu vos darei os seus traços para que possais reconhecê-lo: Ele não é muito velho, é bastante jovem, tem pernas finas; na sua testa tem uma mecha de cabelos brancos; o crânio, completamente calvo, e as suas sobrancelhas alcançam até as orelhas; no dorso das suas mãos, manchas de lepra.
Capítulo 34 O Anticristo
1 Ele muda de aspecto diante das pessoas que o encaram. Ora é velho, ora volta a ser jovem; ele se transforma nos seus traços; só não pode mudar os sinais da sua cabeça. Por esse meio, podereis reconhecer que ele é o Filho do Pecado.
2 A virgem Tabitha ouvirá dizer que o Desavergonhado se mostrou nos lugares santos. Ela envolver-se-á num vestido de abisso e segui-lo-á à Judéia, maldizendo-o até Jerusalém.
Capítulo 35 Ameaças contra o Anticristo
1 "Desavergonhado! Filho do Pecado, inimigo declarado de todos os santos!" Então o Desavergonhado voltar-se-á cheio de ira contra a virgem e persegui-la-á até o ocidente. Chupará o seu sangue ao cair da noite e o derramará sobre o Templo. Mas este sangue será salvífico para o povo. Ao amanhecer, ela levantar-se-á, viva, e o maldirá com estas palavras: "ó tu, Desavergonhado, não tens poder sobre a minha alma nem sobre meu corpo. Eu vivo perenemente no Senhor.
2 "Sobre o Templo derramaste o meu sangue; ele serviu de salvação para o povo." Mas eis que Enoch e Elias ouvirão dizer que o Desavergonhado apareceu nos lugares santos; e então eles descerão dos céus para lutar contra ele e assim falarão: "Não tens nenhuma vergonha de insinuar-te junto aos santos? Es para eles irredutivelmente um estranho. Tu te tornaste um inimigo dos habitantes do céu, inimigo também dos habitantes da terra. Foste inimigo dos Tronos; foste inimigo dos Anjos. Es o tempo todo um estranho. Tu te precipitaste do céu como a estrela da manhã. Tu te transformaste, mas a tua substancia inimiga depunha contra ti. Não tens nem um pouco de vergonha de aproximar-te de Deus, sendo tu um demônio.
2 Ao ouvir isso, o Desavergonhado se enfurecerá e entrará em luta com eles, na praça da grande cidade, durante sete dias. Mortos eles jazerão três idas e meio na praça, a vista a todo o povo. Mas no quarto dia, eles se levantarão e voltarão a admoestá-lo: "O grande Impudente! Filho do pecado! Não tens o menor pejo de desencaminhar o povo de Deus, tu que por ele nada sofreste? Não sabes que nós vivemos no Senhor, para te contradizer sempre que disseres: eu os venci?
3 "Nós nos desvestiremos da carne corporal e haveremos de matar-te; tu porém, naquele dia, não conseguirás abrir a boca para falar. Pois nós somos constantemente fortes no Senhor, tu, porém, és inimigo de Deus para sempre." O Desavergonhado ouvirá isso e encher-se-á de rancor, e voltará a bater-se com eles; a cidade inteira estará presente e assistirá.
4 Mas eles, naquele dia, proferirão exclamações de júbilo ao céu e resplandecerão, sob as vistas de todo o povo e de todo o inundo. E o Filho do Pecado não conseguirá eliminá-los.
Apocalipse de Pedro
FALSOS ENSINAMENTOS: FALSA IRMANDADE
Outros, ainda, de entre eles, encontrando-se no meio do sofrimento, crêem poder levara bom termo a (norma da) sabedoria da verdadeira irmandade, realmente existente: esta é a união de espírito entre os que provém da mesma raiz, nutria comunhão da qual transparecerão as núpcias da incorruptibilidade
.
(No lugar desta) entre aqueles surgirá, como se de uma imitação se tratasse, alguma coisa de um gênero semelhante, a geração da "irmandade". Estes são os que oprimem os irmãos dizendo: "Por intermédio disto (ou seja a 'irmandade') o nosso Deus oferece a sua misericórdia, porque é (só) por meio disto que Ele dará a salvação".
Com isto, simulando conhecerem o castigo estabelecido contra aqueles que apenas concordam com os que agiram assim em relação aos pequenos — aqueles que (concordam) com os que viram os pequenos serem feitos prisioneiros. (Olavo de Carvalho, astrólogo e autointitulado filósofo, faz a cabeça dos que se dizem "cidadãos de bem", ignora tudo e todos na hora de formular suas teorias mirabolantes e proferir suas atrocidades, se diz detentor da verdade absoluta, o próprio Falso Profeta)
FALSOS ENSINAMENTOS: BISPOS E DIÁCONOS
Mas haverá ainda outros, entre os que não pertencem ao nosso número, que se chamarão "bispos" e também "diáconos", como se tivessem recebido de Deus a plena autoridade.
Estes sentam-se à mesa segundo a lei dos primeiros lugares: são canais sem água! (Bispos da Igreja Universal usam de sincretismo em suas práticas, mas abominam a origem destas, hipócritas, também há outras igrejas que se dizem serem os únicos detentores da verdade absoluta)
O GÊNIO E O PODER DO ANTICRISTO (Apesar de Jair significar iluminado de Deus e seu segundo nome ser Messias, acredito ser o filho de Bolsonaro o anticristo, Eduardo, mesmo jovem está ficando careca e sobrancelhas semelhantes ao descrito no Apocalipse de Moises, Eduardo demonstra maior conhecimento das coisas que seu pai, ele vem pelas bordas para no futuro sobrepujar o pai)
Gênio intelectual (Daniel 7:20)
Gênio de oratória (Daniel 7:20)
Gênio da política (Daniel 11:21)
Gênio do comércio (Daniel 8:25)
Gênio militar (Daniel 8:24)
Gênio em administração (Apocalipse 13:1-2)
Gênio religioso (2 Tessalonicenses 2:4)
Apocalipse 13:1
“E eu pus-me sobre a areia do mar, e vi subir do mar uma besta que tinha sete cabeças e dez chifres, e sobre os seus chifres dez diademas, e sobre as suas cabeças um nome de blasfêmia.” (Segundo a gematria que é o cálculo do valor numérico atribuído as letras hebraicas revelando um código, o nome Jair significa "morte" e Bolsonaro "homem muito mal", a sua família se promove através desse nome, ele tem cinco filhos e um irmão totalizando sete, também sua ex-esposa que em campanha usou esse nome)
***Mais informações sobre a gematria do nome Bolsonaro nas referencias***
Daniel 8:8-9
E o bode se engrandeceu sobremaneira; mas, estando na sua maior força, aquele grande chifre foi quebrado; e no seu lugar subiram outros quatro também insignes, para os quatro ventos do céu.
E de um deles saiu um chifre muito pequeno, o qual cresceu muito para o sul, e para o oriente, e para a terra formosa. (Coincide com o descrito por Baruch, os 4 reis, do quarto reino surgirá o anticristo, já que naquela época Daniel poderia não ter conhecimento da américa, então ele se encontra no ocidente nesse contexto e a américa seria o oriente uma vez que a Terra é um globo, a América é tida como a terra das oportunidades e o Brasil fica mais ao sul e reconhecido pelas belezas naturais, podemos ir mais além se pensarmos que a família Bolsonaro fixou-se no Rio de Janeiro, cidade maravilhosa, conhecida pelas praias e coincidindo com a besta que vem do mar)
Daniel 11:36-38
E este rei fará conforme a sua vontade, e levantar-se-á, e engrandecer-se-á sobre todo deus; e contra o Deus dos deuses falará coisas espantosas, e será próspero, até que a ira se complete; porque aquilo que está determinado será feito. (Por mais que que o lema de Bolsonaro seja “Deus acima de todos”, suas atitudes atacam o Deus judeu e os outros deuses, que deus é esse que ele fala?)
E não terá respeito ao Deus de seus pais, nem terá respeito ao amor das mulheres, nem a deus algum, porque sobre tudo se engrandecerá. (Seus seguidores o enaltecem como um deus e assim ele se vê, um representante divino, em sua fala Bolsonaro diminui as mulheres)
Mas em seu lugar honrará a um deus das forças; e a um deus a quem seus pais não conheceram honrará com ouro, e com prata, e com pedras preciosas, e com coisas agradáveis. (Ele só conhece a guerra, violência combatida com mais violência, armas e morte, negando o perdão pregado pelo Salvador)
DEZ CHAVES PARA SE DETECTAR A IDENTIDADE DO ANTICRISTO (SEGUINDO A BÍBLIA SAGRADA)
1. Se levantará em poder no fim dos tempos (Daniel 8:19-23)
2. Governará o mundo inteiro (Apocalipse 13:7)
3. Será líder religioso e político ao mesmo tempo, no decorrer da Tribulação (Apocalipse 17:8-9)
4. É inteligente e persuasivo (Daniel 7:20)
5. Governará com consentimento internacional (Apocalipse 17:12-13)
6. Governará com base no engano (Daniel 8:24-25)
7. Controlará a economia mundial (Apocalipse 13:16-17)
8. Fará um acordo de paz com Israel de sete anos (Daniel 9:27)
9. Quebrará o acordo e invadirá Israel (Daniel 9:26-27)
10. Se autoproclamará Deus (2 Tessalonicenses 2:4)
* Em Daniel é dito de verdade "setenta semanas", o que dá 490 dias, seguindo o 70 x 7. Bolsonaro já deixou anunciou uma parceria com Israel para o compartilhamento de tecnologia para o beneficiamento de água no Nordeste, o estranho é que essa tecnologia já existe no Brasil, só falta investimento.
Apocalipse 13:5-7:
Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias; e deu-se-lhe autoridade para atuar por quarenta e dois meses. (3 anos e 6 meses, no meio do último ano de mandato terá eleições por isso não será 4 anos completos, mas ele pode alterar a legislação)
E abriu a boca em blasfêmias contra Deus, para blasfemar do seu nome e do seu tabernáculo e dos que habitam no céu. Também lhe foi permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação. (Pelo temperamento de Bolsonaro isso é esperado)
Apocalipse 13:3-4 e 7-8:
3. Também vi uma de suas cabeças como se fora ferida de morte, mas a sua ferida mortal foi curada. Toda a terra se maravilhou, seguindo a besta, (Bolsonaro sofreu um ataque de faca que poderia telo matado, mas ele vem se recuperando)
4. e adoraram o dragão, porque deu à besta a sua autoridade; e adoraram a besta, dizendo: Quem é semelhante à besta? Quem poderá batalhar contra ela? (A sua intenção de votos aumentou após o ataque)
7. Também lhe foi permitido fazer guerra aos santos, e vencê-los; e deu-se-lhe autoridade sobre toda tribo, e povo, e língua e nação.
8. E adora-la-ão todos os que habitam sobre a terra, esses cujos nomes não estão escritos no livro do Cordeiro que foi morto desde a fundação do mundo.
Mateus 24
27. Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.
30. Então aparecerá no céu o sinal do Filho do homem; e todas as tribos da terra se lamentarão, e verão o Filho do homem, vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória. (O filho do homem é diferente do Salvador filho de Deus, este será iluminado pelo conhecimento superior, irá desmascarar o anticristo e matá-lo)
Observações:
> O anticristo e o falso Messias podem ser uma mesma pessoa ou o falso Messias é sucessor do anticristo.
> O futuro pode mudar, muitos eventos e locais podem se alterar.
> Ele não precisa ser adorado por todo mundo, não leve ao pé da letra, isso significa que a maioria o adorará, pois se todos o adorassem não haveriam cristãos a serem perseguidos.
> Cristão não é ir a igreja e seguir regras ao pé da letra, o Salvador na bíblia e nos apócrifos deixa claro que devemos seguir o seu evangelho, em alguns escritos aparecem as tabuas da lei, mas de maneira vaga, o Salvador prega união, amor, empatia, perdão e justiça, não a justiça do mais forte, Bolsonaro é contra tudo isso, assim ele se opões os deuses benevolentes em geral como foi descrito.
> Bolsonaro acredita estar cumprindo uma missão incumbida a ele por alguém, não sabemos agora o que se passa em sua cabeça, mas o poder corrompe e o poder absoluto pode corromper absolutamente, mesmo ainda não sendo um líder eleito por todos, ele já é um rei para os milhões que o seguem.
Referencias:
Apócrifos e Pseudo-epígrafos da Bíblia. Tradução Cláudio J. A. Rodrigues. 2004.
O Anticristo. http://www.tempodofim.com/anticristo.htm.
Bíblia Sagrada. Almeida Revista e Atualizada.
Os Segredos da Gematria: Bolsonaro. https://www.youtube.com/watch?v=CHqjDmRFWQQ. Misha'Ël Ha'Levi. 2018.
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Capítulo Três
Gabriela levanta prepotente, ao seu redor o ar fica pesado e pequenas coisas começam a levitar. Ela sentia a raiva queimar dentro de si como nunca, podia sentir o poder fluir pelas suas veias e isso a fazia se sentir bem. Ela sorrir com a sensação de que podia fazer o que quisesse, nada iria a impedir. Ao abaixar os olhos viu uma figura caída no chão. Era um homem. Ela o conhecia de algum lugar. Mas de onde? Ela fecha os olhos tentava lembrar, mas tudo em sua mente parecia nublado. Quem ela era? Porque ela não conseguia lembrar? Então sua mente projeta a imagem de um homem ruivo sorrindo e se lembra. Ela era Gabriela Stines. Então o calor que sentia segundos antes some, as coisas que estavam levitando caí se espalhando pelo chão e ela olha para todos os lados confusa. Onde ela estava? E novamente ela olha para baixo e ver Enzo. Porque Enzo estava jogado no chão?
Depois que seus olhos se acostumam mais com a penumbra, ela nota que não só Enzo mas outros três indivíduos estão caídos no chão. Ela reconheceu um dos rapazes e então ela lembrou de tudo. Dos animais brigando na rua, da mordida que havia recebido e automaticamente a sua mão foi no ombro esquerdo. Ela sentiu que a blusa estava molhada e a tirou para ver como estava seu ombro. Aparentemente não tinha marca alguma e ao olhar para a blusa viu que estava ensopada de um líquido preto. Aquilo cheirava mal.
Ela se agacha ao lado de Enzo e balança o mesmo sussurrando: - Enzo! Enzo! Acorda! O que está acontecendo? – então ela sentiu uma queimação no pulso. – Ai! – e para seu espanto ela viu um símbolo tatuado estava pulsando em um vermelho vivo. Atordoada ela se levanta e mais uma vez olha ao redor e percebe pela primeira vez o símbolo que estava no chão e os círculos. O que diabos eles estavam fazendo aqui? O que é isso no seu pulso? Mais uma vez ela tenta chamar seu amigo, mas ele continua desacordado. Ela tenta lembrar se tinha bebido alguma coisa estranha na festa ou de ter usado algum entorpecente, mas não lembra de muita coisa.
Ela passa a mão pelos cabelos, sem mais o que fazer ela tira o celular do bolso para olhar as horas e constata inúmeras chamadas perdidas da mãe e do pai. Sua respiração descompassa ao ver as mensagens que a sua mãe deixou para ela.
Mãe:
Gabriela atente teu telefone pelo amor de Deus!
Mãe:
Gabriela onde você está? Teu irmão está passando muito mal.
Mãe:
Meu Deus! Eu acho que teu irmão vai morrer e não faço a mínima ideia onde você está. Nem o Enzo está atendendo o celular dele. Estamos no hospital. Eles não sabem o que está acontecendo com ele. Quando ver as mensagens por favor nos retorna.
Mãe:
Minha filha onde você está? Eu não posso perder dois filhos numa noite só.
Mãe:
Gabi, a tua irmã acabou de dá entrada no hospital também. Está no mesmo estado que o teu irmão. Teu pai está desesperado ele saiu a tua procura. Tua tia Susana ligou desesperada dizendo que os meninos dela estavam passando muito mal também. Chegaram ainda pouco aqui. Vem para o hospital assim que ver isso, por favor.
Ela entra em pânico. Disca o número dá mãe, mas a bateria do celular acaba. Sem pensar muito ela veste a blusa e sai correndo da casa onde se encontrava. Seus olhos estavam ardendo, as lágrimas teimavam em cair e a única coisa que ela conseguia pensar era nos irmãos. Não podia perde-los. Eram o seu porto seguro.
Ao chegar em casa foi direto na porta chave pendurado na parede e puxou a chave da moto. Pegou o capacete e saiu em disparada para o hospital. Por duas vezes avançou o sinal e quase colidiu com a moto outras três vezes nos carros que passavam. Ela estava desesperada. Não conseguia assimilar o que estava acontecendo. Como era possível os dois irmãos ficarem doente do mesmo jeito no mesmo dia? E os primos? Será que pegaram alguma coisa quando estiveram no almoço juntos mais cedo? Mas não fazia sentido já que a irmã não foi para o encontro. Ela aumenta a velocidade da moto e reza para que eles estejam bem.
No hospital ela encontra alguns familiares reunidos na recepção querendo saber o que aconteceu.
- Gabi! – seu tio João vem em sua direção e a abraça forte.
– Onde você estava? Teu pai saiu a tua procura.
- Meu celular descarregou, não consegui ligar. Onde está a mamãe? Como meus irmãos estão?
- Calma. Parece que eles estão bem. Ninguém está entendendo muito bem o que aconteceu. – Tio Victor fala e a garota sente um alívio ao receber a notícia. – O que é isso na tua blusa? – o tio fala olhando para a roupa da garota. Nesse momento a porta do hospital é escancarada e seu pai entra por ela alucinado. Quando avista a filha ele corre ao seu encontro e a abraça forte.
- Onde você estava? Passamos a noite te ligando. Teus irmãos...
- Calma Patrick! Os meninos estão bem. Estão fora de perigo. – Tio Ben dessa vez fala com lágrimas nos olhos batendo na costa do irmão. – Não precisa se preocupar mais.
Todos ficaram de observação no hospital. Como a irmã não tinha ninguém com quem poderia ficar, Gabriela propôs a ser sua acompanhante. Ela estava dormindo tranquila como se ela não tivesse passado por um inferno. Gabriela segura a sua mão, se sente exausta. Ela encosta a testa na mão da irmã e fecha os olhos. A imagem dos animais ainda pairava em sua mente, os rosnados ensurdecedores e ela lembra novamente da raiva que sentia na casa e o poder que fluía pelo seu corpo. Parecia tudo surreal. Ela deveria está delirando. Tentou se convencer. Estava bêbada e teve alucinações, era isso. Foi isso que aconteceu. Tinha tentado ligar para o amigo que ficou para trás, mas depois ela se encontraria com ele e assim ele poderia explicar aquela loucura toda.
Ela sente a irmã se mexer então levanta a cabeça, mas a mesma continua dormindo. Ela ainda não tinha visto o irmão, apenas se encontrou com a mãe e a consolou dizendo que ela estava bem. Sua mãe se acabava de chorar e isso cortou o coração da garota. Gabi adormeceu segurando a mão da irmã.
Ela se via em uma sala completamente branca e no meio tinha uma poltrona preta, estava virada de costa. Podia ver uma cabeleira ruiva e ela se aproximou aos poucos contornando a poltrona para ver quem estava sentado. Era seu primo com vestes brancas, as pernas estavam cruzadas e ele tinha um sorriso triunfante nos lábios.
- Estava te esperando Gabriela. – Seus olhos verdes brilhavam.
- O que está fazendo aqui? – Gabi fala confusa e olha ao redor. – Onde estamos?
- Em sua mente. – Ele apoia as mãos nos braços da poltrona e cruza os dedos fitando-a por cima.
- Em minha mente? Não entendo. – Ela fala confusa.
- Sim, a meses venho tentando entrar em contato com você e antes que você me interrompa – ele levanta uma das mãos para impedi-la de falar. – Eu não sou seu primo Guilherme. Meu nome é Vernon.
- Vernon? – ela arqueia a sobrancelha incrédula.
- Sim. Sou...como posso dizer seu antepassado. Antes das bruxas selarem meu poder por completo eu consegui fazer um feitiço para poder entrar em contato com meus descendentes através do sangue, ou seja, meu sangue.
- Bruxas? – ela solta uma risada – Isso é só mais um daqueles sonhos loucos que eu venho tendo a meses. – Ela balança a cabeça incrédula e sussurra para si mesmo – Isso é insano.
Irritado ele levanta da poltrona e se aproxima da garota. – Acha que isso é uma brincadeira? A anos eu venho tentando libertar a nossa família do infortúnio que aqueles nojentos dos bruxos fizeram. Por anos fomos massacrados pelos Evans e quando finalmente pudemos coloca-los no seu devido lugar aqueles malditos me selaram. – Ele grita e o rosto do rapaz estava tão próximo ao dela que por medo ela deu um passo atrás. Ele vendo a reação dela, passa a mão nos cabelos e sorrir. – Desculpa! Não queria me exaltar. – Novamente ele volta e senta na poltrona voltando a posição de antes. – Isso não importa mais, estamos libertos. O selo foi quebrado.
- Que selo? Eu ainda não entendo.
- Porque você não se senta? Eu vou lhe contar tudo o que precisa saber. – Ele a aponta para uma poltrona que a princípio não estava ali. A garota senta sem tirar os olhos do rapaz, por algum motivo ela não gostava dele, ela sentia dentro de si que ele a atacaria se desse as costas. Ele por outro lado sorrir mais uma vez e continua – Antigamente existia cinco linhagens de lupinos.
- Desculpe! Lupinos? – ela o interrompe.
- Sim, lupinos são como vocês chamam hoje em dia de lobisomens. Como eu dizia, antes existia cinco linhagens de lupinos. As famílias a séculos estavam em guerra para ficar no poder. Algumas delas fizeram alianças e foram eliminando uma linhagem de cada até sobrar apenas duas. Fritz e Evans. Uma bruxa chamada Valentina se apaixonou por um lupino chamado Arthurius e o lupino em questão era filho único e herdeiro da família Fritz. Os pais por sua vez não gostaram muito do romance dele com a bruxa, pois eles não queriam que houvesse misturas de sangue já que a anos vinha se mantendo pura. Então Arthurius fugiu com a bruxa e eles tiveram um filho o garoto por sua vez mostrou-se um talentoso bruxo e era o orgulho da mãe. Por esse motivo o garoto foi levado para a comunidade bruxa para aprender todo o tipo de magia com os de sua espécie.
"Ao completar dezessete anos, o que eles chamam de fase adulta o garoto teve a sua primeira transformação como lupino e todos ficaram surpresos com o ocorrido. Veja bem, uma vez sendo um lupino seus poderes como bruxos deveriam desaparecer pois a magia da maldição é muito mais forte do que a magia bruxa, mas isso não aconteceu. O garoto continuou sendo um bruxo e um lupino ao mesmo tempo. Os avós do garoto em questão viram aquilo como uma oportunidade única de tirar os Evans do poder e assim assumir o que eles presumiam que era seu por direito, mas os bruxos enxergaram aquilo como uma abominação e tentaram de todas as formas matar o rapaz."
"Houve uma batalha feroz entre as espécies e os Evans se juntaram aos bruxos para poder derrubar a família Fritz. Todos temiam o poder que o rapaz tinha. Você precisa entender que os lupinos têm um poder de regeneração muito elevada, claro que não cicatriza na hora, leva-se algum tempo dependendo do ferimento causado, mas o garoto por ter o poder bruxo tinha uma regeneração instantânea. Mesmo quando o acertavam em locais fatais o garoto não morria. O poder bruxo somado com o lupino fizeram dele imortal. Então a única forma de fazer com que aquela loucura toda acabasse foi encurralar toda a família selando o poder do garoto, tanto bruxo quanto lupino e matando a família do mesmo. Então o pobre rapaz se tornou mortal e um misero humano."
- E onde eu entro nessa história toda? – a garota o olha estarrecida com toda a história contada.
- Você é descendente do rapaz. Entenda, eles não o mataram. Uma vez que seu poder e a maldição foram selada eles acharam que o garoto não se tornava mais uma ameaça. Então deixaram que ele vivesse com os humanos tendo uma vida, como posso dizer normal. – Sua voz não era mais suave, mas carregada de uma raiva reprimida. – O selo que usaram no rapaz também foi passada para a sua descendência. Todos nasciam com o selo em sua alma. Mas essa noite o selo foi quebrado e uma geração inteira foi liberta. – Ele sorrir.
- Quebrada? Quem quebrou o selo? – a garota fala confusa.
- Uma bruxa é claro. Somente uma bruxa ou um bruxo poderia quebrar o selo e mais, teria que ser do clã Evergarden. É um dos clãs mais antigos, que foram também extintos pela própria comunidade bruxa para que nenhum deles quebrassem o selo. Mas veja que infortúnio eles tiveram, não é mesmo? Parece que um deles escaparam e eles não ficaram sabendo. Você não estava delirando essa noite Gabriela. O que você viu foi uma luta entre três lupinos e um deles te mordeu. O veneno da mordida fez teu lado lupino que estava selado despertar e um pouco da maldição fugiu pelo selo te dando força para tirar o lobo de cima de você. – Seus olhos brilhavam de excitação e ele sorria – O problema é que o selo fez bem o seu trabalho impedindo a maldição de se manifestar ao mesmo tempo que o veneno corria por suas vezes. Logo você ficou entre a rejeição da mordida e a transformação.
- Então a dor que eu sentia...
- Exato! – ele a interrompe. – Era você tentando se transformar para poder usar o poder da regeneração, já que você tinha sido mordida e o selo trabalhando contra a transformação. No final das contas você estava morrendo, mas graças a bruxa você está viva. Não só você como teus irmãos e primos.
- Quer dizer que afetou eles também? Porque?
- Porque vocês têm o mesmo sangue.
- Mas isso não afetou os nossos pais. – Ela fala com a lembrança dos tios saudáveis na recepção do hospital.
- Você é que pensa. O problema é que o selo deles já está...como eu posso dizer petrificado. Com o passar dos anos o selo fica mais forte. Todos sentiram pelo menos um incomodo.
- Então todos agora são lupinos?
- Não todos. Como eu disse o selo fica forte com o tempo. Somente os teus primos filhos da Susana e os teus dois irmãos tiveram o selo quebrado. Também não pode esquecer que somente teu pai e a tua tia Susana que vieram da linhagem dos Fritz, pois são filhos do teu avô. Por tanto os outros não fazem parte da linhagem pois são filhos do primeiro casamento da tua avó. – Ele continua a sorrir satisfeito que a garota tenha entendido tudo.
- Se eu tivesse morrido... – ela sente um aperto no peito.
- Todos teriam morrido também. – Ele assente com a cabeça.
O lugar fica em silêncio por alguns minutos. Gabriela tentava assimilar tudo que foi lhe dito por fim ela fala:
- Isso não é um sonho?
- Não, está acontecendo na tua cabeça.
- Mas como? Você diz que não é meu primo, mas se parece com ele e...
- Eu já lhe disse que não sou Guilherme. Vamos Gabriela você pode somar dois mais dois. No fundo você sabe quem eu sou. – Ele fala com tom irritado.
Ela o observa por um momento, então tudo fica claro, o rapaz a sua frente era o garoto metade bruxo e metade lupino. Como era possível? Ele havia dito que foi a muito tempo. Porque ele está ali então?
- Como é possível você está aqui? Não perdeu a imortalidade quando se tornou humano?
- Perdi. – Ele assente mais uma vez. – Como eu disse, antes de eles selarem meus poderes eu fiz um feitiço para que eu pudesse me manifestar para meus descendentes. Eu sou uma lembrança que corre nas suas veias para falar a verdade.
- Então você pode se manifestar para qualquer um de nós?
- Não! Eu posso me manifestar... – ele hesita e a olha atentamente e por fim continua – ...somente a você.
- Entendo. Eu sou uma lupina. – Ela solta uma risada.
- Qual o problema? – ele a olha intrigado.
- É que toda essa história é insana demais. Linhagem e bruxos. Até há algumas horas isso não existia e agora... – as palavras vão se perdendo.
- É bom saber que você entende tudo o que eu disse. Como prova disso você tem a marca da família Fritz tatuada no seu pulso. Ela só aparece quando você chega na fase adulta que é aos dezessete anos – ela olha para o seu pulso. Tinha esquecido da tatuagem que viu a pouco tempo, agora ela não estava mais vermelha. Era um círculo que era cortado por uma linha na diagonal da direta para a esquerda. - Agora eu preciso que você faça algo para mim.
- O quê? – ela o olha desconfiada.
- Gabriela você não é uma simples lupina. Você é como eu. – Ele inclina um pouco a cabeça e um sorriso brinca nos seus lábios.
- Como você? – ela fica surpresa com a declaração. – Sou bruxa também? É isso que quer dizer?
- Bem, não exatamente. Mas pode se tornar. Basta aceitar o sangue que tem.
- Aceitar o sangue? O que quer dizer?
Mas a garota nunca saberia o que isso significava pois ouviu um barulho alto. Fazia a sua cabeça latejar, ela percebe que estava com a boca entre aberta e a fechou rapidamente. Ao abrir os olhos avistou a sua irmã a encarando e quando viu que ela estava acordada esboçou um sorriso.
- Que susto você nos deu garota. – Ela se despreguiça na cadeira que está sentada.
Sua irmã não respondeu, continuou a encarar e uma expressão de preocupação passou pela face de Gabriela.
- Está tudo bem? – ela se inclina para a irmã.
- Pensei que iria morrer Gabi. Realmente pensei que iria morrer. – Gabriela se levanta e senta ao seu lado da irmã na cama e abraça-a com força.
- Nada vai acontecer com você enquanto eu estiver aqui.
- Eu é que deveria dizer isso. Afinal eu sou a irmã mais velha, não é mesmo? – e Carol esboça um sorriso. Quando a irmã se afasta ela nota algo no pulso da mesma e o segura para olhá-lo. – Você também? – Gabi não entende direito do que ela está falando até que nota a tatuagem que está no seu pulso.
- É...apareceu ontem à noite. – Ela observa a tatuagem passando o polegar por cima.
- Olha! – a irmã mostra o pulso dela e nota a mesma tatuagem. Então ele falara a verdade. – O que isso significa? Eu não tinha isso ontem.
Gabi morde o lábio, n��o sabe se conta para a irmã o que ela sonhou. Será que a irmã acreditaria nela? Poderia achar que ela estava delirando. Então ela deu de ombros. - Trevor está aqui. Ele passou mal também. Eu vou vê-lo já que você está bem, ainda não o vi. – Ela se levanta para sair. Carol segura a irmã para impedi-la.
- Trevor? – ela arregala os olhos.
- É, mas ele já está bem. Foi um sufoco ontem à noite. Pai veio aqui também para te ver quando estava estável. – Ela se inclina e beija a testa da irmã. – Já trago notícias dele.
Sra. Stines estava sentada na poltrona com os olhos fixos no filho mais moço. Passar a noite acordada no hospital deu a ela olheiras escuras. Seu irmão estava pelo outro lado devorando tudo que tinha pela frente e a Sra. Stines levanta a cabeça e abre um sorriso cansado ao ver a filha. O irmão com a boca cheia fala:
- O te conteceu com oxê?
- Trevor! – a mãe o repreende. – Dá para engolir primeiro? - Trevor olha com a cara feia para a mãe e engole a comida.
- O que aconteceu com você? Porque não está em uma cama de hospital também? – fala com a cara emburrada.
- Trevor! Pelo amor de Deus! É isso que tu desejas para tua irmã? Que coisa para se dizer. – Gabriela por sua vez abre um sorriso.
- Tive sorte maninho.
- Como está a Carol? – Sra. Stines pergunta.
- Ela está bem. Um pouco cansada. – A garota senta ao lado do irmão e como suspeitava também tinha o mesmo símbolo no pulso direito. O irmão percebe o que ela está olhando e sussurra no seu ouvido.
- Ela meio que surtou quando viu a tatuagem no meu pulso. Fez milhões de perguntas. Perguntou quando eu tinha feito essa tatuagem ou se eu tinha sido mordido por algum animal. Acredita? Falei para ela que não fazia ideia de como isso veio parar aqui. Você tinha que ver o olhar que ela deu, foi horripilante. Ela depois saiu e fez uma ligação para o titio.
- O que vocês dois estão cochichando? – mas antes que Gabriela abra a boca Trevor fala.
- Olha só? Ela também tem uma mãe. Briga com ela também, oras. Porque só briga comigo? – ele puxa o pulso da irmã e mostra para a mãe. Ela se levanta da cadeira e puxa o braço dos filhos com violência.
- Aí mãe! – Gabriela puxa o braço das garras da mãe. Que fita a filha muito irritada.
- Carolina tem uma dessa, não tem? – Sra. Stines pergunta com aspereza.
- Não sei! – Gabriela responde irritada. – A senhora me machucou. – Ela esfrega o pulso com a outra mão.
- Onde você estava Gabriela? – A mãe pergunta.
- Estava na casa de alguns amigos com o Enzo. – Gabriela responde com azedume.
- Enzo? O garoto da rua de baixo? Quantas vezes eu disse para você não andar com ele Gabriela. Pelo amor de Deus! Foi você, não foi? Você é que foi mordida.
- Eu não faço a mínima ideia do que a senhora está falando. Provavelmente está cansada demais e está falando coisas sem sentido. – O coração da garota estava acelerado. Seria possível a mãe saber alguma coisa sobre tudo isso? – Eu vou visitar os outros.
- Quando chegarmos em casa teremos que ter uma conversa muito séria. Com os três. – A mulher anda até a janela do quarto e aperta a mão. Gabriela olha para o irmão preocupada e o mesmo a olha atordoado e pela primeira vez ela consegue ouvir um coração bater acelerado, logo ela levanta a cabeça e percebe que o coração é o da mãe.
Ela vai para o quarto dos primos que também estavam internados e percebe que todos têm a mesma tatuagem, menos o Miguel. Sua pele branca não tem nem vestígio de que fora tocada. Então ela lembra do que Vernon falou que somente quem chegava a idade adulta que recebia a marca da família Fritz.
- Quantos anos você tem Miguel? – ela pergunta.
- Tenho quinze anos. – Ele fala distraído enquanto mexe no celular.
- Apareceu em você também? – Ian mostra para Gabriela o seu pulso e ela confirma mostrando o pulso para ele.
- Todos têm? – indaga Gui e ao olhar para o primo observa que ele tem todos os traços de Vernon. Guilherme é único ruivo na família herdando assim o cabelo do avô.
- Somente Miguel não tem. – Ela acena a cabeça para o primo mais moço.
- Alguma ideia? – Ian pergunta. Garota balança a cabeça e vai se retirando do quarto.
- Gabs! – ela olha para trás e Gui está sorrindo. – Já passou pela tua cabeça que isso possa ser algo mais profundo?
- O que quer dizer? – O rapaz levanta da cama e segura o braço da prima e afasta a mesma para que os irmãos não os ouçam e Ian os observa intrigado. – Pensa bem. Nós quase morremos essa noite e de repente aparece uma tatuagem igual no pulso de todos. Ultimamente tenho tido uns sonhos estranhos.
- Que tipo de sonhos? – Gabi encara os olhos verdes do primo. Será que ele vem sonhando com Vernon como ela? Mas ele mesmo tinha lhe dito que só aparecia para ela ou era mentira?
- Pode parecer loucura, mas a meses eu andei sonhando contigo. Eu fiquei surpreso quando te vi na festa ontem. Você sempre estava falando a mesma coisa. "Confie no seu próprio sangue". E as vezes você me esfaqueava. – Ao notar o olhar assustado da prima. - Eu sei é insano.
- Não sei Gui. Talvez você esteja somente muito cansado. É melhor você se deitar e descansar. Depois conversamos, está bem? Preciso ir. – Ela se despede com um aceno dos outros dois primos e se retira do quarto. O que diabos estava acontecendo? Como era possível Guilherme sonhar com ela e ela sonhar com ele? Mas Vernon ele...era como o primo. Sua mente parecia que iria dá um nó. Não bastava a reação da mãe, agora mais essa.
Não ocorreu nada durante o dia em que estiveram no hospital e todos foram liberados. Sra. Stines fez questão da Carol ir para casa com eles. Segundo a senhora, ela queria ficar de olhos em todos os filhos, Carol não protestou. Ela fez uma cara feia para a tatuagem da garota. Apesar de Carol não ser filha da Sra. Stines a mãe de Gabriela e Trevor terminou de criar a garota e por isso a tratava como filha também. Com tudo o que estava acontecendo Gabriela havia se esquecido completamente do amigo. Então soltou um gemido quando viu o rapaz sentado na escada da casa com uma cara preocupada.
- Quando é que vocês vão começar a namorar? – Carol sussurra no ouvido da irmã.
Gabriela a olha irritada. – Quantas vezes tenho que te dizer que ele é apenas um amigo? – sussurra de volta. A irmã dá de ombros e solta uma risada debochada.
- Continua dizendo isso para si mesma.
- Cuida da sua vida! - Gabriela sorrir para a irmã. Assim que ela sai do carro se aproxima dele e dá um sorriso sem graça. – Ei, está tudo bem?
Ele vai ao encontro da garota e olha para os pais da mesma e acena para a Sra. Stines que olha irritada para o rapaz. – Eu acho que ela nunca vai gostar de mim. De todo o modo, temos que conversar. Você está bem? – ele se afasta um pouco olhando para a garota dos pés à cabeça.
- Também acho que devemos conversar e para de ficar me olhando desse jeito, me deixa aflita. Agora pode me dizer porque diabos acordei em uma casa que cheirava incenso com ti e mais outros três. Fora que tinha uma garota que sangrava pelo nariz e tinha uns símbolos no chão. - Ela sabia o que tinha acontecido ali, mas queria confirmar para ter certeza de que tudo não passava de uma ilusão e por um momento se sentiu magoada com o amigo por ele não ter contado para ela sobre a licantropia.
- Shiu! Eu vou te explicar tudo. Eu prometo, mas preciso te perguntar. Você falou sobre isso com mais alguém? – ele a encara.
- Não, mas nem tem como esconder não é mesmo? Eu passei o dia todo ouvindo sobre essa porcaria aqui. – E mais uma vez ela levanta o pulso mostrando para ele a tatuagem. – Meus irmãos e dois primos também tem ela. – Ele arregala o olho. Então a bruxa não estava mentindo. – Enzo mamãe parece muito irritada, mais irritada do que o normal por conta disso aqui. Você tinha que ver a reação dela no hospital.
- Você vai ficar para jantar conosco. – Sra. Stines aparece na porta de entrada fazendo os dois se sobressaltarem. Os dois se entre olham e antes que ele pudesse responder Gabi responde.
- Não mãe, gente vai lá para lanchonete, ele veio me buscar para gente comer algo por lá.
- Eu não perguntei eu disse que ele vai jantar aqui. Eu já te disse Gabriela temos que conversar e já que ele está aqui e provavelmente é o responsável por tudo, vai participar da nossa reuniãozinha de família. – A mulher entra na casa, Gabriela e Enzo se entre olham mais uma vez.
- O que está acontecendo aqui? – Enzo pergunta.
- Eu não faço a mínima ideia. – Gabriela fala aturdida.
- Antes preciso de dizer...
- Eu sei. Sou uma lupina e meus irmãos e primos também. – Gabriela suspira.
- Como que...
- Depois eu te explico tudo. Agora vamos entrar porque os outros dois lá de dentro não sabem de nada e precisamos contar para eles.
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