#sairia correndo na primeira oportunidade
Explore tagged Tumblr posts
Text
🎃 kinktober - day thirty: peeking com esteban kukuriczka.
— aviso: DARK ROMANCE. não é um smut. creepy (?).
— word count: 2,1k.
— nota: a penúltima história do nosso mês especial. espero que vocês estejam gostando tanto quanto eu gostei! a interação de vocês fez toda a diferença para me motivar durante esse período.
verificou a própria estrutura no espelho mais uma vez. se perdesse aquele trabalho, ficaria sem pagar o aluguel daquele mês. desta maneira, era importante que você estivesse perfeita. ajeitou os cabelos mais uma vez, puxou a blusa para que ela ficasse bem justa e delimitasse os seios no lugar certo, ajeitou a calça jeans e conferiu unha por unha, das mãos e dos pés. quando se era uma modelo, não podia correr o risco de parecer desleixada. já tinha passado bons minutos conferindo a lingerie, já que teria que tirar a roupa.
era um dia ensolarado em Buenos Aires. você agradeceu mentalmente por não estar chovendo ou o look e o seu cabelo seriam arruinados. se sentia uma garotinha superficial por pensar tanto na própria aparência, mas era aquilo que restava como ferramenta para pagar as contas. era estudante de enfermagem e, na maioria do tempo, estava se matando de estudar para a faculdade. não podia trabalhar nem mesmo nos empregos de meio período. sua imagem fora a única coisa que restara para colocar comida na mesa. já não tinha a mãe para lhe dar uma ajuda e nunca conhecera o pai.
você morava em um pensionato. era uma casinha simples de uma senhora que, assim como você, não tinha condições o suficiente para morar sozinha. a casa era velha, mas a senhora sempre a mantinha limpa e a comida sempre era maravilhosa. você ajudava pagar as contas e o mercado e vivia bem (o tanto quanto podia). mas, era inegável que a vontade de ter o seu próprio lugar só crescia.
esperava na calçada quando o vizinho estacionou um carro do ano na vaga da garagem. a criança que estava sentada no banco de trás abriu a porta e pulou do assento na primeira oportunidade, correndo em direção à porta de entrada. o pai, que desceu logo em seguida, sorriu gentilmente para você. era Esteban, o farmacêutico que morava na casa ao lado. estava recém divorciado e na metade da semana era responsável por cuidar do filho. você se lembrava bem do dia que o caminhão de mudança tinha vindo buscar as coisas da ex-mulher dele. recordou o sentimento de pena que teve ao vê-lo assistir o caminhão indo embora.
"bom dia, senhor Kukuriczka." você o cumprimentou. Esteban tinha aberto o porta-malas e lutava para equilibrar as bolsas e os brinquedos do próprio filho. você, vendo que o motorista do aplicativo ainda estava distante do seu endereço, resolveu ajudá-lo.
"bom dia. já disse que não precisa me chamar assim, somos vizinhos." ele sorriu, agradecendo pela sua ajuda. ele era um homem muito bonito. tinha olhos cor de mel, sardinhas por todo o rosto branquinho e, mesmo que aparentasse tentar pentear os cabelos, eles sempre estavam bagunçados. "obrigado pela ajuda."
"de nada. manda um beijo para o Daniel." Daniel era o filho de Esteban, que era tão fofo quanto ele. algumas vezes tivera o prazer de servir de babá para o filho do casal. Esteban e a sua ex-mulher sabiam o quanto você vivia apertada e sempre a priorizavam quando tinham que chamar uma babá. você nunca se importou.
o carro de aplicativo chegou e você se despediu do seu vizinho. se preparou mentalmente para o fato de que iria para um lugar desconhecido, entrar em uma sala fria de calcinha e sutiã e desfilar para uma banca de pessoas que você nunca tinha visto na vida. com sorte, sairia de lá com um bico. o processo era vergonhoso, mas valia pena, no final.
tinha sido mais cansativo do que vergonhoso, afinal. uma fila imensa de mulheres de todos os tipos esperavam no corredor do prédio da assessoria. você teve tempo o suficiente para realizar as atividades e estudar tudo o que precisava. conseguiu até mesmo se distrair jogando Sudoku enquanto a fila interminável ia ficando cada vez mais reduzida. na hora da sua apresentação, você nem estava mais nervosa. um pouco entediada, mas relaxada. retirou as peças de roupa, respondeu as perguntas de queixo erguido e quando foi convidada para o trabalho, já sabia que não teria como não ser convidada para aquela oportunidade. de longe, tinha sido uma das suas melhores entrevistas.
usou o resto do dinheiro que tinha no cartão de débito para comprar um vinho barato na mercearia perto de casa. comprou também alguns produtos que estavam em falta em casa para ajudar com as despesas e um cigarro vagabundo. enquanto tragava em direção a casa, não pôde evitar de sorrir. o cachê seria bom o suficiente para que você pagasse suas contas sem problemas. não teria maiores regalias, mas o essencial seria coberto.
em casa, a senhorinha com quem você dividia a casa já tinha preparado o jantar. ela sabia sobre a entrevista e se certificou em preparar o seu prato favorito: macarrão à bolonhesa com almôndegas. ao saber da notícia de que você tinha conseguido o emprego, se permitiu até tomar uma taça de vinho com você. jantaram, assistiram à novela e uma taça de vinho se tornaram várias. você gostava da companhia da viúva e vice-versa. quando decidiu ir para o quarto, já passava da meia-noite.
seu quarto estava como você havia deixado. a luz do luar somada à luz dos postes iluminava alguns dos móveis no seu cômodo particular. algumas roupas estavam jogadas pelo chão, demonstrando a sua preocupação em parecer apresentável naquele dia. você guardou de volta as peças, além do salto que tinha te torturado durante todo o dia.
sentia-se exausta, mas realizada. todos as pendências da faculdade estavam feitas, você tinha conseguido o trabalho no qual pensara durante semanas. tinha comido uma ótima refeição e se sentia bem como nunca. retirou a roupa que estava usando, a enfiando no cestinho de roupas sujas que tinha no canto do quarto. pegou o fone de ouvido, colocando um em cada meato e dando play em uma música qualquer.
observou-se com admiração no espelho. depois daquele dia, era justo um pouco de adoração à si mesma. tinha ganhado tantos elogios da banca avaliadora que se perguntou se era mesmo aquilo tudo que eles diziam. se vendo no espelho naquele exato momento, pôde confirmar que sim. era um verdadeiro mulherão.
e Esteban concordava, vendo tudo da janela do próprio quarto. era um castigo e uma dádiva ter a janela virada para a sua casa. há muito ele te observava sem que você soubesse. não conseguia tirar os olhos e a mente de você. seus cabelos longos, seus lábios marcantes, seus olhos profundos, tudo eram objeto de desejo e admiração. quando você se desnudava, era ainda melhor. seus seios firmes, empinadinhos, a bunda redonda e voluptuosa. seus quadris e cintura, onde ele poderia se perder por horas. você tinha todo o direito de ser uma modelo, pois na opinião dele, você era a mulher mais linda do mundo.
ele se lembrava bem de quando tudo começara. tinha acabado de se divorciar e os primeiros meses tinham sido difíceis. às vezes ele tinha que trabalhar no turno da noite e não tinha ninguém para ficar com Daniel enquanto ele estivesse fora. ninguém além de você. tinha sido em uma noite de quinta-feira, ele chegou do trabalho e encontrou você, de bruços, com as pernas cruzadas e os pézinhos lindos balançando enquanto montava um quebra-cabeças com Daniel (que nos primeiros meses, se recusava à dormir antes que o pai chegasse). desde então surgira a obsessão por você.
descobrira que tinha acesso à vista do seu quarto por acidente. consertava uma das persianas da janela lateral do próprio quarto quando percebeu que conseguia ver você sentada à escrivaninha, estudando alguma coisa. com o passar do tempo, tinha se tornado um passatempo descobrir o que você estava fazendo. vez ou outra, espiava pela janela. às vezes, você estava fazendo yoga, nas maiorias das vezes estava estudando ou dormindo. e em alguns raros momentos ele tinha a oportunidade de te ver nua ou seminua.
e aquele era um daqueles deliciosos momentos. você segurava o cabelo entre as mãos, empinava a bunda em direção ao espelho ou observava seus seios, embasbacada com a própria beleza. os dedos corriam pela cintura, pelas coxas, se tocando e exaltando à própria sensualidade. estava cheia de si até que os olhos focalizaram algo mais no espelho: Esteban.
virou de costas quase que imediatamente, como um reflexo. estava assustada e os olhos arregalados refletiam aquilo. Esteban fez o mesmo, arregalando os olhos e se afastando do espelho rapidamente. suas mãos tremeram e o corpo foi imerso em um calafrio, suor descendo pela nuca. você se escorou no parapeito da janela, ainda chocada.
sua mente nem considerava a possibilidade daquilo ser algo comum. pensava que, por ventura, Esteban estava passando pela janela e viu você se trocando. o estado alarmado dele confirmava que tinha sido pego numa situação da qual ele se envergonhava. aquilo fez você sorrir. não se importava de ter um homem bonito como ele olhando pela sua janela. e o esperou voltar até lá para que pudesse confirmar aquela informação.
Kuku voltou a olhar pela janela, apenas para confirmar que você tinha o visto e que ele não tinha ficado louco. você acenou, sorridente. ainda trêmulo, Esteban a cumprimentou com um mesmo aceno. não acreditava que você estava tão calma com a situação. não tinha nem mesmo forças para olhá-la no rosto depois de ter sido pego. se sentia como uma criança malvada.
você não fez nada nos primeiros minutos, apenas se certificando de que estava tudo bem para você que ele espiasse um pouquinho. não era nada terrível demais, na sua opinião. quando ele se acostumou e estava prestes a fechar a persiana, você desabotoou o sutiã e deixou os seios à mostra. Esteban parou o que estava fazendo no meio do caminho.
o membro enrijeceu na samba canção quase que de imediato. já estava semiereto ao observar você se admirando, mas quando teve a confirmação de que você queria mesmo se exibir para ele, endureceu como nunca. causou até mesmo um desconforto, mesmo que o tecido fosse fluido. as mãos agarraram o parapeito da janela com força, a respiração falhando enquanto te estudava. já tinha visto você nua algumas vezes, mas nunca com a sua consciência. aquilo era totalmente diferente. aquilo era você, o recebendo e dando um pouco de si também.
estava prestes a fazer algo que revelasse como ele era louco por você. um sinal de fumaça, talvez. um convite para a casa dele, aquela hora da noite. estava prestes a chamá-la com uma aceno quando ouviu a voz de Daniel chamar por ele no outro quarto, choroso. o filho estava na fase terrível dos pesadelos e Esteban não pensou duas vezes antes de se recompor e sair em direção ao quarto do filho, se amaldiçoando pelo péssimo timing.
você, um pouco sem graça, vestiu um pijama qualquer pego as pressas no guarda-roupa. não tinha entendido se algo havia acontecido ou se Esteban tinha odiado aquela interação. nos primeiros momentos, você tinha jurado vislumbrar um pequeno sorriso. quase sentiu a tensão entre os dois. e no outro, ele estava correndo pelo quarto.
sua curiosidade foi maior. você pegou o telescópio astronômico que ganhara de aniversário de 10 anos, que estava bem guardado no fundo do guarda-roupa. depois de levar minutos montando a geringonça, precisou reaprender como utilizar. levou alguns minutos e a visão não estava lá essas coisas, mas você foi capaz de ver a janela do quarto de Daniel com facilidade, a sombra de Esteban o ninando na cama. sentiu-se menos envergonhada. pelo menos, ele estava cuidando do filho.
seus olhos estudaram um pouquinho mais da arquitetura da casa. visualizou o quarto de Esteban, vendo apenas as paredes. depois que a ex-mulher dele tinha ido embora, a casa parecia menos colorida. vislumbrou também alguns outros cômodos, embora estes estivessem mergulhados na penumbra.
o único cômodo que tinha uma luz solitária acesa era o escritório do primeiro andar. você forçou para ver o que tinha lá dentro. a mesa estava repleta de papéis e a poltrona de couro era enorme. algumas fotos grandes da família estavam sobre a mesa. quando você correu o olho pelas paredes, pôde ver outras fotos penduradas. mas, estas estavam pregadas na parede de maneira desleixada e pouco lisonjeira. não possuíam moldura. suas mãos tremeram quando você se deu conta do conteúdo das imagens.
era você.
por todos os lados, de todas as formas. de lingerie, nua, dormindo, praticando yoga. reconhecia cada centímetro seu pregado pelas paredes dele. suas mãos tremeram e você se afastou do telescópio, um pouco chocada. a vontade de antes tinha se transformado em um desespero apertando a garganta.
se deu conta de que a luz do quarto de Daniel tinha voltado a se apagar. e Esteban estava à janela, de novo.
45 notes
·
View notes
Text
Você já ouviu falar sobre o JEON TAEWOO? Ouvi dizer que é uma pessoa… interessante. Ele estuda lá no Departamento de Performance, acho que tá no 3° ano do curso de Artes Cênicas, vai fazer 23 anos, até faz parte do Shoshin Films. Ainda não sabe? Bom, não sei muito mais sobre. Ele realmente tem um rosto pra fama, até se parece com aquele Soobin, do TXT. Ah! Acho que tenho o twitter dele aqui, é @kygtaewoo. Às vezes, quando falamos assim, eu penso que queria ser uma formiguinha porque morro de curiosidade para saber como foi a entrevista dos outros. Você consegue imaginar?
Como você já deve saber, na Kyonggi University prezamos conhecer bem e manter uma relação próxima com o nosso corpo estudantil, então por que você não me conta um pouco de como você chegou aqui? Começando por seu interesse pelas artes. Você descobriu esse interesse sozinho, tem familiares no ramo, teve alguma influência? Algum professor, colega…
Nasci em uma família de atletas. Quando estava no ensino médio, era capitão do time de basquete da escola. Meu pai é treinador de um time local em Suwon, o Suwon KT Sonicboom. Por isso, passei muito do meu tempo dedicado aos esportes e cheguei a pensar que seria meu futuro como profissão. Era bem óbvio que seria isso, na verdade. Mas um dia precisei de pontos extras em uma atividade de artes, então fui escalado para ajudar na pintura e organização do set de uma peça de teatro da escola em troca dos pontos. Acabei imergindo bastante na rotina dos atores e do time de backstage, o que me fez decidir tentar a audição para a peça. Posso dizer que essa professora de Artes (que me escalou para ajudar no set) foi uma grande influência, porque ela me incentivou bastante a fazer a audição, apesar de achar que eu estava tirando sarro da peça dela no início e que eu iria estragar tudo por ser um “brutamontes do basquete” – nas palavras dela mesma. Quando passei e consegui o papel, descobri uma paixão até então adormecida pela atuação. Apesar de ter desapontado alguns colegas de equipe e amigos, hoje em dia eles lidam muito bem com a minha decisão. Meu pai que ainda não aceitou completamente…
E como você acabou aqui hoje? É um desejo próprio? Um sonho, talvez. Ou você quer sair correndo por essa porta agora? [risos] Não se preocupe, você não seria o primeiro artista que sonhava em ser advogado, por mais estranho que isso soe.
Como a expectativa do meu pai era que eu seguisse com o Basquete e fosse uma segunda versão dele mesmo, foi uma decisão difícil de se tomar e também precisei fazer um acordo com ele quando optei pelas Artes Cênicas: eu faria um ano de curso e, caso não me encontrasse completamente aqui, sairia e iria para uma universidade onde pudesse focar no esporte e provavelmente cursaria Educação Física. É claro que ele tinha certeza nas vozes da cabeça dele que eu não aguentaria nem esse primeiro ano e realmente sairia correndo por essa porta na primeira oportunidade. Mas conforme ele vai percebendo que estava errado, continua tentando me convencer de que eu é que estou indo pelo caminho que não deveria. Então, sim, posso dizer que é um desejo próprio e um sonho, que está me custando um pouco para realizar. Ainda tenho o basquete como hobby, aliás. Pratico bastante nos finais de semana ou quando tenho tempo livre.
Certo, certo. E você já teve algum treinamento profissional, ou a Kyonggi será sua primeira experiência? Somos um ótimo lugar pra começar, você sabe, vários dos nossos alunos chegam até nós apenas com seus talentos brutos. Você diria que é natural no que faz, ou do tipo que precisa de muito esforço, ou uma mão forte para te guiar? Como você descreveria sua personalidade, no geral?
Já tive várias experiências com os ensaios, apresentações e a peça, que foi mais significativa, na escola. A peça era um musical, aliás, outra coisa que gosto bastante de fazer e estou aprimorando minhas habilidades e principalmente, minha voz. Diria que sou empenhado e engajado no que me proponho a fazer e tenho um espírito de líder nato muito bem desenvolvido, porque passei alguns anos sendo capitão de uma equipe inteira. Então estou preparado para tomar decisões e assumir as consequências dessas decisões, sejam elas boas ou ruins. Também sou extrovertido e sociável, o que me garante boas trocas em trabalhos em equipe. Gosto de estar em evidência e de chamar atenção do público, me dou bem com os holofotes e não me acanho quando estou no centro do palco. Sou capaz de me concentrar mesmo quando tenho muitos olhos voltados a mim.
Tudo okay então, candidato. Essa fase é mais uma conversa do que um teste em si, só para te conhecer melhor, perceber onde você se encaixa na nossa instituição. Temos espaço para todos, de qualquer forma! Nós vamos nos encontrar novamente, fechado? Te vejo nos palcos!
0 notes
Note
Lantern - Would you ever go through a haunted house with no light source?
Claro! Será que eu conseguiria assustar algum fantasma lá? Porque consigo ficar invisível no escuro, né... Imagina só!
0 notes
Photo
𝐍𝐎 𝐓𝐑𝐔𝐓𝐇 𝐁𝐄𝐇𝐈𝐍𝐃 𝐇𝐈𝐒 𝐖𝐎𝐑𝐃𝐒, an episode about GASTON
música: joey white - the white buffalo
O herói da história? O melhor do mundo? É assim que ele quer ser visto. A verdade? Algo que ele guardará com sua vida. Será que Gaston conseguirá recuperar sua imagem como melhor do mundo carregando tantos segredos em suas mangas?
TW: guerra, explosão e violência.
FLASHBACK
Quando Gaston soubera da Fera, não hesitou em ir atrás dela, convencendo a todos a irem com ele até o castelo do malfeitor. Matar a besta, esse seria o ápice de sua reputação, seu nome ficaria conhecido no lábio de todos e não haveria uma pessoa sequer que duvidasse do potencial dele. Esse era o sonho do LeGume, se tornar desejado, invejado e imensamente mais poderoso que qualquer outro homem de toda Final State, ou melhor, de todo o mundo. A chegada tão teatral ao castelo da Fera apenas fazia com que a imagem de Gaston se tornasse ainda mais impecável, e assim que as enormes portas foram abertas, deixou que seus capangas lidassem com a mobília mágica, ele tinha um objetivo específico em mente. Quando encontrou seu inimigo, não poupou esforços na luta contra ele, e a adaga que tinha em mãos, tão importante para golpear a Fera, tornara-se sua melhor arma. No entando, não esperava que um simples momento de distração, já antecipadamente comemorando sua vitória, acabasse deslizando e caíndo castelo abaixo. Por sorte, sua capa acabou ficando presa em uma das gárgulas que decoravam o mausoléu, e ao mesmo tempo que Gaston pensou que seria um tremendo ato heróico voltar e lutar com a Fera, imaginou que se dar por morto em uma batalha emocionante como aquela faria com que todos se lembrassem dele como o homem que tentou impedir a Fera, e seu nome jamais seria esquecido. Por isso, com cuidado, terminou de descer o castelo sem ser visto e então, sumiu para adentro da floresta, para nunca mais ser visto por aquela parte do reino.
STORYBROOKE
Ao ler seu nome na carta de convocação do exército americano, Gerard quase não conseguia acreditar. Quem o conhecia sabia que aquele era um desejo dele de tempos atrás, e agora, com 19 anos, finalmente havia atingido seu marco. O que parecia um sonho, em pouco tempo se tornou um pesadelo. A verdade era que Gerard não gostava de ser mandado, ele gostava de dar ordens, de ser o melhor; e ser tratado apenas como um soldado comum não cabia a ele. Por isso, deu seu melhor nas primeiras atividades de treinamento e rapidamente subiu de cargo. Não demorou em ser enviado, então, para sua primeira missão, no Iêmen. O que ele não esperava era a realidade ser tão diferente dos treinamentos. No primeiro dia de batalhas a correria, o suor escorrendo por seu rosto, o barulho e a teimosia de alguns soldados já o tiraram a paciência. Ele era um superior, mas no meio de tudo aquilo, não passava de apenas mais um soldado, quase insignificante.
Procurando contornar a situação, numa noite, quando a batalha cessara por alguns momentos para que todos pudessem descansar, Gerard não pregou os olhos. Saíra para caminhar em meio ao silêncio da noite, tão diferente do dia. Foi até a cabine de planejamento e analisou todos os planos postos ali na mesa, as armas ali dispostas, analisou cada detalhe e fora por causa dessa análise minuciosa que descobrira a bomba implantada no local, faltando pouco tempo para que explodisse. No mesmo momento, vários outros soldados entraram na cabine e Gerard logo ajeitou a posta. Cinco minutos. Deveria ele avisar os colegas? Sim. Mas... será que iria? O Desjardins viu naquela bomba uma oportunidade, algumas pessoas sairiam machucadas, é claro, mas ele sairia como um herói. Quatro minutos, três, dois... a conversa ia sendo jogada fora, e quando faltava apenas um minuto para a bomba explodir, Gerard segurou um único soldado consigo e com um grito de ‘CUIDADO!’, saiu correndo da cabine, a explosão acontecendo segundos depois.
Acordou não sabe quanto tempo depois, mas com o companheiro abraçado ao seu corpo, ainda desacordado, ele observou a tragédia ao seu redor. A quantidade de sangue era indescritível, e ele, com algumas feridas e queimaduras nas pernas principalmente, não deixou de se levantar e com dificuldade, caminhar até os outros companheiros que se aproximavam curiosos. “Eu vi a bomba, já era tarde demais... segurei o soldado 34564, mas os outros... eu sinto muito... não deu tempo de desarmá-la, mas pelo menos um eu salvei.”, começou a contar a história, o falso choro sendo formado na sua garganta. Não demorou para que os companheiros começassem a aplaudir a ação do Desjardins, e assim que ele teve certeza de que sua história estava garantida, desmaiou.
FLASHBACK
Final State era um reino grande. Era impressionante como o que acontecia no castelo principal não repercurtia para o resto do reino. Por isso, Gaston só soubera da vitória da Fera, ou melhor, Adam, algum tempo depois. Estava vivendo isolado em uma cabine bem distante da antiga vila e quando soube de tal fato, simplesmente não pode aceitar. Era o nome dele que precisava ser lembrado, não o daquela Fera nojenta! Por isso, decidira começar a mudar as coisas. Voltando a sua fama de caçador e protetor da cidade, começou a caminhar por diversas vilas do reino, contando sua história de herói, inventando um cenário completamente diferente do que o que realmente aconteceu. Não demorou para que as pessoas começassem a admirá-lo novamente e ele começasse a ganhar poder. Porém, se algum dia fosse novamente derrubar Adam, precisaria de ainda mais ajuda, não negava isso. Por isso, não demorou em fazer mais contatos, e foi assim que se aliou a Rasputin. Infelizmente, não teve tempo de realizar sua vingança, mas ela está planejada.
STORYBROOKE
De volta à sua cidade, Gerard logo foi recebido com muito carinho e aplausos. A fama que queria estava ali, e ninguém nunca saberia da verdade. Ele logo foi consagrado um herói, recebera a medalha do exército pelos serviços prestados e sua foto iria para o memorial da guerra como o homem que salvou um dos companheiros de uma tragédia, infelizmente não conseguindo impedi-la, mas não havia problema, afinal, tinha mesmo sido pegos de surpresa. Gerard agora sentia-se invencível, melhor que todos ali. Usou esse poder e influência, então, para começar seu negócio e jamais deixou de dizer quem era. A mentira morreria com ele no caixão, ele jamais deixaria qualquer pessoa descobrir sobre aquilo, nem que precisasse agir de maneira contraditória para impedir quem quer que fosse tentar atormentá-lo.
#n sei se isso é um trigger msm#masssssss#fica ai o avisinho#cshqs:task#O HOMEM É IMPRESTÁVEL e eu amo ai aia i#tava doida pra escrever essa história dele#gege eu te amo entenda#mas tbm te odeioooo#╰ & ◞ . —— ⦙ a green light & a little fight ⧼ task . ⧽#╰ & ◞ . —— ⦙ i got a soul & i’m a soldier ⧼ development . ⧽
5 notes
·
View notes
Text
Capítulo Final
As palavras de S/N fizeram efeito instantemente na alma do rapaz, que se afundou em uma espécie de melancolia implícita a qual foi demostrada de maneira serena e pausadamente, mudando a feição animada e contente para uma expressão chateada e até mesmo confusa, com traços nítidos de tristeza que também atingiram a namorada.
- Essa não era a resposta que eu estava esperando. - disse ele, totalmente sem graça, levantando o joelho direito do chão devagar e tentando ao máximo recompor-se o mais rápido possível para que a humilhação de ser rejeitado diante de um pedido daqueles não fosse prolongada.
- Amor, eu..
- Você não quer apressar as coisas, não é? - questionou, com medo do que ela responderia. - Porque se for isso, a gente pode esperar alguns anos até que esteja pronta, não é um problema para mim. Eu adoraria te ter como minha noiva!
- Não é isso.. - respondeu inquieta, com os motivos entalandos em sua garganta e que não deveriam ser revelados.
- É o que é então? - a questão veio quase como uma súplica. - Você não me ama mais? Não acha que eu sou a pessoa certa para você? Ou..
- Os meus pais me ligaram, Harry! - em um pico de coragem e nervosismo, S/N interrompeu o surto moderado do moreno ao aumentar o tom de voz e confessar o motivo de ter negado o pedido que certamente seria aceito sem pensar duas vezes. Styles engoliu a seco as palavras que sairiam da boca da moça, a qual lhe encarava com os olhos caídos, frustrados e deprimentes.
- O quê? Como eles te encontraram? - perguntou perplexo.
- A Kim reconheceu o meu nome em uma entrevista que fizeram. E parece que a notícia dos pais arrependidos em busca da filha desaparecida rendeu audiência. - respondeu em um tom ríspido e desagradável.
- Ela foi atrás deles?
- Pelo o que eu entendi sim. - bufou após a resposta, demonstrando certa frustração por se dar conta de que a única amiga foi capaz de dar trela para uma história antiga. - De alguma forma ela entrou em contato com eles, provavelmente deve ter caído no teatrinho que ensaiaram e assim entregou o meu número e o lugar onde estou de mãos beijadas. - S/N massageou as têmporas após contar sua aflição diária desde a ligação do pais, cerca de duas semana atrás, enquanto Harry escutava a notícia repentina completamente chocado.
- Quando foi que eles ligaram?
- No dia que você voltou para casa. - falou desviando o olhar para a mesa e então começou a brincar com o hashi em cima do prato azul claro de porcelana. - Já era de madrugada e você estava dormindo, por isso não ouviu. - ela logo adiantou-se e respondeu o questionamento que possivelmente viria assim que terminasse a fala.
- Então esse era o motivo da sua mudança.
- Você percebeu? - olhou para Styles, deixando de lado os pauzinhos de madeira após a conclusão do namorado.
- Mais é claro. confirmou de maneira óbvia. - Você não ficou nem um pouco animada quando coloquei no seu filme preferido na terça passada. E nem me deu bronca por ter usado seu creme e deixado aberto em cima da pia anteontem. - a mulher deu um sorrisinho fraco por saber que Harry era capaz de desvendar os mistérios mais difíceis que ela poderia, ou ao menos tentava, esconder. - Eles querem conversar com você, acertei? - com os cotovelos apoiados na mesa e as mãos em contato com as bochechas, segurando o peso da cabeça devido à posição que estava, S/N assentiu o que foi dito pelo rapaz antes de dar um suspiro profundo e de forma quase instantânea sentiu a vontade de chorar virar a esquina, pronta para chegar no destino esperado. - Então hoje você me entende. - comentou, soltando um riso leve, parecido muito com aqueles que se resumem ao famoso “eu te avisei”.
- Como é que eu vou conversar com as pessoas que destruíram a minha vida? - questionou indignada, não necessariamente buscando por respostas. - Isso é quase um convite para o inferno!
- S/A..
- E sabe o que é pior? - continuou, com uma onda de fúria correndo pelas veias por finalmente ter compartilhado tal sentimento corrosivo que carregava dentro de si. - Eles utilizaram chantagem para eu aceitar esse diálogo assustador!
- Que tipo de chantagem?
- A de que minha mãe está morrendo e não vou querer levar essa culpa para o túmulo. - revirou os olhos no mesmo instante que riu cinicamente e negou o comentário com a cabeça. - Dá para acreditar?
- Você acha que isso é verdade?
- Infelizmente.. - S/N respirou fundo antes de dar a resposta que não era definada como boa ou ruim, mas que de certa forma lhe apertava o peito. - Eu senti, pela primeira vez, que eles foram verdadeiros apenas pelo tom da voz.
- Você falou com os dois?
- Não, só com ele.
- Deve ter sido péssimo.
- Você não faz ideia. - comentou segurando o choro ao levar uma das mãos até a testa. - Eu não sei como me sentir por saber que eles guardaram tanto remorso durante muitos anos e decidiram concertar o erro somente no último segundo.
- Antes tarde do que nunca, babe. - escutar a frase que martelava no cérebro de S/N constantemente, referindo-se a opinião de uma pessoa de fora daquela situação foi um tanto quanto acolhedora para ela, tendo a concepção de que, mesmo relutante, ainda possuía a capacidade de perdoar. - Eu entendo perfeitamente o que você está sentindo. - confortou-a - Encarar um passado doloroso é realmente devastador. Ainda mais quando você deve enfrentar as pessoas reais que te fizeram sofrer. - concluiu. - Nós dois vivenciamos fases desta dor e eu acho que chegou a hora de darmos um basta nessa história.
- O que você está querendo dizer com isso? - indagou apreensiva, com os olhos marejados.
- Estou dizendo que você precisa voltar para o Brasil. - ela ouviu mas não quis acreditar no conselho que foi dado pela única pessoa que ainda lhe restava no mundo. Nem em seus sonhos mais loucos S/N esperava uma resposta tão crua e direta daquele que conhecia os sentimentos do abandono. Ele não estava brincando. A resposta era um fato, visto que a feição dele se resumia à seriedade e decisão. E foi aí que ela surtou.
- Eu não consigo fazer isso, Harry! - exclamou, próxima para entrar em colapso.
- Se você fizer isso, eu prometo que conversarei com meu pai. - naquele instante, S/N se viu em uma encruzilhada tremenda, um labirinto enorme e dificílimo de sair. Os caminhos, apesar de finitos, não lhe traziam nenhuma certeza de que escolheu o certo ou alguma segurança de que sairia bem dali. O medo de acontecer um desastre era tão grande que a moça sentia seu estômago embrulhar em decorrência de tantas dúvidas. E a fisgada consecutiva no órgão foi um sinal claro da quantidade elevada de cortisol que fora liberada nos segundos que seguiram aquele acordo.
- Isso é demais para mim! - falou, apresentando respiração descompassada e mãos inteiramente trêmulas.
- Nada é demais para você, S/N. - afirmou convicto, segurando as mãos dela com força para que libertasse-a de uma crise típica de ansiedade, além de olhar fixamente nos olhos desesperados da mulher a fim de lhe transmitir confiança. - Olha só a sua trajetória. Veja tudo o que você passou durante todos esses anos. Sua vida foi e continua sendo uma montanha-russa gigantesca, com milhares de loopings e emoções que muita gente não aguentaria. Mas você aguentou. - apontou para a moça. - E foi essa montanha-russa radical que te transformou nesta mulher simplesmente fantástica, forte, determinada e com um coração infinitamente bondoso, mesmo depois de ter recebido tanta maldade deste mundo cruel. - argumentou diante de um sorriso meigo, acariciando de leve as mãos macias que segurava. - Eu sei que se você não der essa oportunidade aos seus pais, mais um monstro horrível te perseguirá e você vai continuar andando em círculos em vez de seguir em frente. - Styles tinha razão em cada ponto destacado com o intuito de convencer e acalmar a amada diante do novo problema. Era fato que S/N não ficaria nada bem se ignorasse um pedido importante, e por fim não ouvisse a mãe pela última vez. Seu coração não a perdoaria por ter excluído a possibilidade de um entendimento, o qual ela sempre defendeu, mesmo que para isso a moça tivesse que se sacrificar lentamente.
- Você acha que depois que fizermos isso, ficaremos em paz? - indagou mais calma porém ainda aflita.
- Com certeza, meu amor. - o sorriso sincero e reconfortante dele, junto com o tom confiante de sua voz fez com que um sentimento de alívio rápido entrasse na alma da garota, dando a ela o privilégio de relaxar os músculos tensos e soltar a respiração presa em seus pulmões frenéticos. - Vem cá. - em um ato de completo carinho e apreço gigantesco, o moreno a puxou para um abraço aconchegante, revigorante e ao mesmo tempo necessário. Pareceu que aquela atitude simplória, porém de extrema importância renovou todas as energias desgastadas existentes não só em S/N, mas também em Harry, pois era ali, nos braços um do outro, que encontravam o melhor lugar do mundo.
O amor transmitido de corpo para corpo; de alma para alma, de forma ininterrupta, foi o combustível para que as engrenagens girassem sem maiores problemas, funcionando desde o primeiro passo com a compra da passagem, até o último com eles no aeroporto, confiantes de que o melhor viria, contudo tensos por não terem a menor ideia do que esperar. Afinal, o futuro era mesmo incerto.
- Você pegou tudo?
- Eu acho que sim. - respondeu ao suspirar e lançar um sorriso destendido.
- Abre sua mochila, vamos conferir. - inquieto, Styles ordenou que a namorada colocasse a mochila vermelha em um dos assentos da sala de embarque, demonstrando tamanho nervosismo que nem ela aguentou segurar a risada devido aos sentimentos preocupados dele.
- Amor, tá tudo certo. - retrucou risonha. - Não tem com que se preocupar.
- O passaporte é muito importante, S/A!
- E ele está bem aqui, na minha mão. - disse, chacoalhando o documento para o rapaz que deu um suspiro profundo após perceber que não tinha mais para onde fugir. - Isso tudo é preocupação por eu estar indo para outro país?
- Na verdade foi a única desculpa que encontrei para te deixar mais alguns segundos comigo. - de maneira fofa, Harry levou uma das mãos até a nuca, dando uma leve coçada na região para enfim soltar uma risadinha envergonhada.
- Eu volto logo, fica tranquilo. - após um sorriso calmo e balsâmico, S/N abraçou o moreno fortemente, desejando nunca mais soltá-lo e então depositou o que era para ser o último selinho demorado nos lábios quentes daquele que não veria durante um tempo.
- Ah, eu tenho uma coisa para você! - de modo atrapalhado, Styles retirou do bolso da calça jeans um mp3 branco, retrô mas que parecia novo, o qual não era visto pela garota há bons anos.
- Meu Deus, isso ainda existe. - comentou brincalhona, dando uma risada impressionada assim que mencionou a frase.
- Para você. - Harry entregou o aparelho com um fone da mesmo cor enrolado nele, e sorriu brevemente para a namorada durante a ação.
- E o que tem aí?
- Eu gravei as suas músicas favoritas com a minha voz, para você escutar durante a viagem.
- Você não fez isso.. - disse desacreditada, no entanto com um sorriso de orelha a orelha enquanto observava o nome das canções preferidas na tela do mini escutador de músicas.
- A última é uma supresa.
- Se você tiver gravado a música que fez para mim, eu juro que vou desmaiar. - a mulher comentou olhando diretamente para Styles, com um riso à vista no canto da boca, responsável por fazer o dele sair.
- Acho melhor você escutar aqui então, assim eu te seguro.
- Você é a melhor pessoa do mundo todo! - o beijo inesperado e enfim o último deles antes dela embarcar aconteceu em um cenário movimentado do aeroporto londrino, no mesmo instante da chamada para o voo 337, com destino ao Brasil.
Ao escutar a voz feminina ecoar pelos alto falantes da construção, S/N agarrou o moreno o mais forte que pôde e permaneceu calada por alguns segundos, com os olhos espremidos e sentindo o perfume impregnado no moletom dele enquanto curtia a despedida, até anunciarem seu voo novamente.
- Eu te amo muito, muito, muito! - ele disse, ainda agarrado à ela.
- Eu amo bem mais. - S/N afastou-se do corpo do moreno após reafirmar seu sentimento e limpou algumas lágrimas que insistiram em cair naquele momento. Ela odiava despedida.
- Me liga assim que chegar, por favor!
- Pode deixar. - assentiu, transparecendo nervosismo e certo medo pela situação que era inimaginável estar de fato acontecendo.
- Vai dar tudo certo, babe. Você é a S/N/C, lembra? Sei que consegue! - após um suspiro longo, a mulher liberou um sorriso fraco e o namorado limpou mais uma lágrima que desceu pela bochecha dela bem devagar, olhando com toda a calma do mundo para as pupilas brilhantes e agitadas, mas que aquietaram-se quando encontrou o mar verde tão perto de si.
- Promete não esquecer de carregar o celular?
- Prometo. - confirmou sorrindo fraco e por fim ela lhe deu o último dos últimos selinhos, demorado e sentimental na medida certa. O gesto de carinho puro e sincero que só eles sabiam o verdadeiro significado. - Boa viagem, amor!
- Te vejo daqui duas semanas! - e assim, as mãos que ficaram praticamente coladas durante um ano inteiro se separaram para que pudessem voar sozinhas. Harry a observou entrar no portão de embarque com um sentimento apertado de saudade no peito, mas muito orgulhoso de ver que aquela garota amedrontada, sozinha e repleta de inseguranças a qual conheceu no meio do ano passado, se transformou em uma mulher indestrutível que ele nunca encontrará em qualquer lugar que for. No entanto, o pensamento que surgia ao vê-la de longe mudou para uma questão confusa, surpreendendo-se pela namorada dar a volta, gritar seu nome e correr até ele novamente. - Quase me esqueci. - disparou ofegante, retirando algo da mochila que ele não pôde identificar o que era de primeira. - Isso é para você! - apressadamente, S/N entregou um envelope branco para o rapaz, com nada escrito na parte de fora, mas que com certeza continha muitas palavras na parte de dentro. - Leia somente quando chegar em casa, viu? - alertou ao dar uma risada fraca e gostosa, enquanto Harry ainda racionava aquela volta repentina e a lembrança deixada por ela, para ele. - Eu te amo! - já a alguns metros dele, correndo em direção ao portão de embarque, ela gritou a frase que mais gostava de dizer antes de sumir da vista do moreno com os olhos marejados, sorriso apaixonado no rosto e coração já espremido de saudade.
A mulher sabia que a curiosidade do rapaz era tão, mais tão grande que ele não aguentaria entrar em casa para só depois abrir o envelope e consequentemente descobrir qual seria o mistério da vez. Ela tinha total consciência de que ele leria a carta assim que entrasse no carro, sem ao menos ter saído do estacionamento do aeroporto, sendo exatamente o que Styles fez.
As mãos de Harry estavam trêmulas ao rasgarem o envelope. Naquele momento, o moreno sentiu a mesma sensação de quando recebeu a primeira carta da namorada, até então anônima fisicamente. O sentimento nostálgico tomou conta de seu ser por alguns instantes ao ponto de se ver, pouco mais de doze meses atrás, na mesa da cozinha, pronto para abrir a carta de uma total desconhecida que se dispôs a ajudar. O órgão responsável por lhe dar a vida batia aceleradamente e uma ansiedade gostosa de ser sentinda, junto com o famoso frio na barriga, percorreu seu abdômen assim que a folha de papel foi retirada do envelope e enfim desdobrada depressa para que seus olhos finalmente lessem as palavras que sua amada destinou especialmente a ele.
Londres, 25 de junho de 2021
“Querido, Harry
Antes de mais nada quero dizer que mesmo não estando ao seu lado neste momento, sei que você não está lendo este pedaço de pepal em casa. Espero que pelo menos tenha ido até o carro para ter um pouco de privacidade, já que a sua ansiedade é maior que qualquer coisa. P.S: caso você esteja em casa, desconsidere o texto acima :) Bom, parece que você estava certo quando disse que no final das costas nós dois seríamos beneficiados com esse projeto um tanto quanto absurdo chamado ‘Uma Carta Para Você���. Você, senhor Harry, conseguiu ser bem mais que uma simples psicóloga ao escutar todos os meus anseios, medos e decepções que tive durante boa parte da minha vida. Você foi bem mais que um amigo ao destinar minutos do seu precioso tempo para me visitar repentinamente ou apenas aceitar uma chamada de vídeo em plena madrugada, somente para termos momentos engraçados do nosso dia e que inúmeras vezes melhoravam as vinte e quatro horas vividas por mim. Você foi bem mais que um namorado ao dividir comigo não só a sua cama, o seu moletom ou a própria comida do seu prato, mas também a sua história, os problemas que te afligem e especialmente o seu coração. Porque sim, o coração que bate dentro de você também bate dentro de mim, pois nós fomos feitos um para o outro e ponto final. Se agora eu estou em um avião, voltando para o Brasil depois de anos longe do meu país, é porque você conseguiu ser melhor que todas as pessoas que já passaram pela minha vida. Eu aprendi tanto, mais tanto ao seu lado, Harry, que é quase impossível te recompensar por todos os ensinamentos que compartilhou comigo durante esse tempo. Graças a você, aquela S/N insegura, retraída e assombrada pelo passado evoluiu para uma mulher muito mais forte, determinada e pela primeira vez, amada, não só por você, mas por mim também. E isso é simplesmente o maior orgulho que pude sentir. Esta carta é a forma mais simplória e exclusivamente única que encontrei para de te agradecer por ter salvo a minha vida de tantas maneiras, sejam elas com risadas, lágrimas, sermões, brigas, mas em especial, com muito, mais muito amor, porque esse sentimento você tem de sobra. No meu caso era essa condolência que faltava dentro de mim para curar todas as feridas causadas pelos tombos que tomei até chegar a você. Por essa razão, eu não posso me dar ao luxo de viver sem a sua companhia, em hipótese alguma, até porque, como você mesmo afirmou na noite em que me pediu em casamento, ‘nós somos almas gêmeas’, e nada e nem ninguém vai nos separar. E é dessa forma que termino esta carta, reafirmando o que você disse naquela noite e acrescentando o que eu não pude dizer: Sim, eu aceito me casar com você, Harry Edward Styles.
Com amor, S/N”
__________________________________
“Queridas leitoras,
30 capítulos. A história mais longa que já escrevi em toda a minha vida e a que vai estar para sempre no meu coração. Foram em torno de três meses amadurecendo a ideia, dois para botá-la no papel e cerca de quatro meses para postar o último capítulo do meu xodozinho. O verdadeiro intuito de criar esta história, e consequentemente publicá-la aqui, vai bem além do entretenimento. O enredo fala de problemas familiares, abuso sexual, físico, moral e transtornos mentais que infelizmente retratam a sociedade em que vivemos. Mas assim como na história, o amor é capaz de resolver cada adversidade mencionada anteriormente, e sem dúvida é ele o grande responsável por modificar o mundo que construímos. Sendo assim, a minha intenção é, por meio da fanfic, praticar a reflexão refente ao universo em que vivemos e assim poder mudá-lo, distribuindo uma quantidade infinita de um sentimento único que tem o poder de salvar vidas, como salvou a da S/N. Agradeço do fundo do meu coração quem acompanhou fielmente mais uma das minhas invenções malucas. Obrigada pelas pessoas maravilhosas e essenciais que comentaram sobre a história ao decorrer das postagens, que se envolveram tanto quanto eu com os personagens, e que de alguma forma sentiram-se tocados pelo enredo. ‘A Letter To You’ tem uma importância enorme na minha vida por motivos especiais e foi uma honra compartilhá-la com vocês. Mais uma vez, obrigada por terem lido cada pedacinho e gostaria muito, muito mesmo de saber a opinião de cada um que acompanhou a fic até aqui. Quero ler o seu ponto de vista e descobrir se a minha intenção realmente funcionou sksksks. Saber o que vocês acharam da criação como um todo seria incrível, e essa parte é fundamental para mim porque são vocês os verdadeiros motores desse tumblr, então sem o feedbacks nada disso faz sentido. Portanto nos vemos na ask, ok? Um beijo enorme no coração de vocês e até a próxima história!
Com amor, Julia”
24 notes
·
View notes
Photo
𝐓𝐀𝐒𝐊 𝟎𝟎𝟏 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦𝘷𝘪𝘴𝘵𝘢 𝘤𝘰𝘮 𝗲𝗿𝗮𝘁𝗼 𝗸𝗮𝘃𝗮𝗻𝗮𝘂𝗴𝗵 𝘨𝘶𝘢𝘳𝘥𝘢 𝘱𝘦𝘴𝘴𝘰𝘢𝘭 𝘥𝘢 𝘱𝘳𝘪𝘯𝘤𝘦𝘴𝘢 𝘥𝘢 𝘨𝘳𝘦𝘤𝘪𝘢
•𝗥𝗘𝗖 | 00:00:01
Sua inquietação era bastante clara a todos presentes no recinto. Apesar de Erato ser uma pessoa controlada, quando estava nervosa tendia a não conseguir controlar bem a língua e tagarelar demais. De tudo, o que menos esperava era que pedissem que ela gravasse uma entrevista, mas prometera a si que seria aberta às experiências então lá estava, com um largo sorriso e uma mistura de ânimo e nervosismo.
como está sendo trabalhar no evento mais assistido de Illéa?
Bem esquisito... Desculpa, eu deveria ser menos sincera? Não? Ah, ok. Então, bem esquisito, como eu dizia. Não de um modo ruim, mas eu com certeza não estava acostumada a estar num lugar assim e com tantas câmeras em volta. Fico muito aliviada por não ser comum que eu seja o foco, como agora. Acho que eu sairia correndo.
qual é a coisa mais esquisita que os convidados ou as selecionadas já te pediram ou perguntaram?
Não me pediram nada absurdo. Posso não ser uma funcionária para assuntos mais gerais, por exemplo, não sou uma guarda daqui, sou guarda de uma pessoa específica. Ainda assim, se for possível no momento, não vejo qualquer motivo para não ajudar alguém que tenha solicitado.
no seu trabalho, qual vem sendo a parte mais chata e difícil? e a mais divertida?
O evento foi algo bem difícil pra mim. Eu tento não ser o tipo de guarda pessoal que fica seguindo a pessoa feito uma sombra irritante. Sempre tomo uma distância onde posso ainda garantir certo espaço confortável para a princesa. Só que veio o baile e isso se tornou bem mais complicado porque estava lotado de pessoas e era bem fácil a perder de vista. Fora isso, todo resto tem sido divertido. Em especial, estou adorando conhecer os outros funcionários.
acredita que Illéa precisa aprender algo dos convidados?
Eu acredito piamente que todas as pessoas tem sempre algo a se aprender umas com as outras. O que temos aqui é uma chance muito única reunindo tantas vivências e culturas num lugar só. Devemos todos aproveitar esse tempo ao máximo para aprendermos e ensinarmos.
o quão indispensável seu trabalho é? fale mais de sua função.
Minha função é muito importante e não digo isso com qualquer ego ou coisa do tipo. Eu batalhei muito para chegar onde estou e ser guarda pessoal da princesa Callista é uma imensa honra pra mim. Foi um terrível infortúnio a perda de nosso antigo príncipe herdeiro recentemente e o rei e a rainha fizeram a medida mais sensata, que foi redobrar a guarda para a princesa. Levo muito a sério meus deveres em protegê-la.
acha que essa Seleção está trazendo boas coisas para você?
Só pelo fato de ser minha primeira viagem para fora da Grécia já é algo e tanto, não?
se pudesse trocar de lugar ou até mesmo trabalho, trocaria? Com quem? e por quê?
Gosto muito do meu trabalho, mas acho o ramo do paisagismo e da jardinagem incrível. Quem trabalha nos estábulos também, me dou muito bem com animais, gosto de trabalhar com eles por perto.
qual é a pior parte de servir muito mais que o dobro de pessoas nesse momento? e a melhor?
Como eu disse, minha área é somente a respeito da princesa Callista então não existe uma demanda tão grande além dela. A não ser, é claro, nos meus momentos livres, me ofereço para ajudar em alguma outra área. Não é problema pra mim.
depois de conhecer e ver tantas pessoas, deseja visitar algum lugar em especial? por quê?
Seria maravilhoso visitar os países que estão representados aqui. Eu iria adorar, com certeza. Com meu novo posto e a princesa Callista logo assumindo seu lugar no trono, acredite que se torne mais costumeiro que eu viaje, a acompanhando. Gosto sempre de conhecer lugares e pessoas novas, a vida é uma coleção de experiências, afinal.
e por último e não menos importante, já tem a torcida pendendo para alguém?
Por enquanto minha torcida é imparcial. Meu maior desejo, na verdade, é que todos aqui possam tirar proveito dessa situação. Descobri que até as moças já eliminadas conseguiram novas oportunidades de trabalho e algumas até mesmo se noivaram, ficou sabendo? Estou feliz por elas. Espero que todos possam levar boas histórias.
5 notes
·
View notes
Text
O Loop Temporal
Das várias experiências loucas que já vivi nos meus sonhos, tive uma novidade: ser colocada em um loop temporal.
Passei por uma série de eventos e vi muitas pessoas no decorrer do sonho, mas até então, todas aquelas banalidades comuns de sonho (lugares e pessoas que são e não são, eventos sem sentido, etc). Até eu descer de um ônibus.
Fiquei no ponto, junto com meu namorado (que foi um coadjuvante sem opinião o sonho inteiro) esperando pelo próximo. Depois de um tempão de espera, fui abordada por uma senhora, que me avisou que um grupo estava se aproximando do ponto de ônibus pra assaltar as pessoas e que eu deveria atravessar a rua para o conjunto de lojas para me proteger. Eu não levei a sério e tentei ignorar, afinal, como essa senhora sabia e por que ela estava avisando só pra mim dentre todas as outras pessoas e por que ela mesma continuava ali? Até o momento que ela me disse ser minha última oportunidade que o grupo já estava bem perto. Olhei para o lado, vi um grupo grande com pedaços de madeira nas mãos e corri para o outro lado da rua, onde tinha uma galeria de lojas e restaurantes.
E, na única parte do sonho que meu namorado falou qualquer coisa, disse que não fazia sentido pegar um onibus estando tão perto de casa, que deveríamos chamar um carro que sairia o mesmo preço das passagens de ônibus sem o risco de ser assaltados.
Eis que chega o nosso carro: um conversível, pilotado pelo JP Sears (o Youtuber do canal Ultra Spiritual Life). Nada de estranho aí, pra quem está sonhando. O trajeto era por uma estrada rodeada por uma floresta e estava tomada por peruanos. Os peruanos invadiram parte da pista com o objetivo de nos fazer parar para provavelmente assaltar. Falei pro JP Sears "meter o pé", assim eles iam se sentir intimidados e sair da pista. Aparentemente, dirigir rápido não era o melhor talento dele e começou a bater em muitos obstáculos pelo caminho. Nessa parte, eu queria ressaltar que eu estava vendo "de fora", em uma visão de cima, como se fosse um jogo no qual eu não tinha o controle. Depois de gritar que não precisava ser tão rápido assim, o JP para o carro e diz pra gente ir correndo o restante do caminho - nessa parte eu já estava novamente em primeira pessoa - e, apesar de eu ir contra pois era muito arriscado, ele disse que deveria ser daquela forma ou seria muito pior. Logo que desci, ele acelerou e bateu o carro de forma que não tinha como qualquer pessoa sair viva. E de repente, eu estava novamente no ponto de ônibus.
Vi a senhora que me avisou da primeira vez e fui questionar por que ela não avisou as demais pessoas. "Porque é assim que deve ser" foi a resposta que tive. Mas não concordei e avisei todas as pessoas pra saírem dali e evitar que fossem assaltadas.
Fui para a galeria de lojas do outro lado (assim como as demais pessoas) para passar o tempo e depois chamar um carro. Mas passou um tempinho e comecei a ouvir uma gritaria. O grupo de pessoas que assaltaram o ponto de ônibus na primeira vez, ao não encontrar ninguém, decidiu ir para as lojas e tiveram uma abordagem muito mais agressiva. Corri para me esconder atrás de um balcão e vi eles espancando as pessoas e que algumas dificilmente sairiam vivas depois de levar tanta pancada na cabeça. Quando tudo passou, o JP Sears já estava me esperando com o conversível. Entrei, desesperada, mas sabendo o que aconteceria depois, fiquei perguntando por que ele sabia da primeira vez e aceitou morrer, já que era só não bater o carro. Ele tentou me explicar que as coisas tinham que acontecer como foi planejada pra que acontecessem e já acelerou o carro pra entrar na estrada dos peruanos. Eu, ainda desesperada, não tive reação e só aceitei. Quando ele parou o carro, só desci e vi ele bater o carro novamente. E apareci no ponto de ônibus novamente.
A senhora que me avisou dos assaltos na primeira vez se aproximou de mim e disse que eu não posso querer mudar os eventos da vida e que nem todas as coisas podem ser evitadas, pois elas às vezes podem ser a melhor das opções.
Saí do ponto, as pessoas foram assaltadas, chamei meu carro, passamos pelos peruanos e vi o carro bater depois de descer, mas o JP filosofou um pouco no trajeto. Só que dessa vez passei por tudo de forma bem apática. Eu estava brava porque não fazia sentido que eu, que não tinha o poder de mudar os eventos do passado, fui colocada naquelas situações e no loop temporal pra aprender que eu não deveria mudar as coisas. No momento em que eu voltaria para o ponto de ônibus, acordei.
Talvez algumas pessoas se sentiriam impactadas pela filosofia fajuta falada pelos detentores de conhecimento do sonho. A minha reação, como sempre, foi só rir do quanto meu cérebro consegue me colocar em umas experiências tão malucas.
3 notes
·
View notes
Text
﹙𝖯𝖮𝖨𝖭𝖳 𝖮𝖥 𝖵𝖨𝖤𝖶﹚‧ ❝ 𝐟𝐨𝐢 𝐝𝐞𝐮𝐬 𝐪𝐮𝐞𝐦 𝐦𝐞 𝐝𝐞𝐮 ❞ ‧
⊱ ˙ 🍎 ៹ . — mesmo com tanta coisa na cabeça não negou a chance de participar da brincadeira, afinal seria bom para todos tirar os recentes problemas que acarretaram na baixa em um dos times training. e mesmo depois de tanto tempo correndo desse tipo de problema, temeu, pela primeira vez, que algo de ruim acometesse a quem lhe era próximo. imaginou em um simples momento perder quem mais amava, quem tanto amou por tanto tempo, e isso lhe doeu. por isso que prometeu-lhe: não iria deixá-lo em circunstância alguma. sendo assim, como poderia o agente janus receber o prêmio por mérito de sua caçada, se hanguk não sairia da coreia sem @krsaminthe? era uma decisão simples demais a ser tomada, por isso nem precisou pensar demais na situação. quando olhou novamente para o parceiro, sorriu largo, pois não teria conseguido se não fosse pela ajuda dele. além do mais, proteger seu líder, @krsazeus, era um objetivo também traçado por eles. a intenção era ter um time a em peso na premiação, contudo, quando marte foi abatido tiveram de se virar como podiam. perder para os outros times, no entanto, não era uma opção, mas foi gratificante ter mostrado para @krsaatlas e todo o time b como as coisas funcionavam no melhor lado da mansão. agora não havia como recusar o mandato de fazer a faxina naquele lugar enorme --- e, felizmente, não teria que sujar a mão para nada.
⊱ ˙ 🍎 ៹ . — han via contentamento no rosto dos vencedores, mas pensou em algo muito melhor. quando tudo pareceu aliviar um pouco, depois de doze longas horas trancados dentro da agência, pensou no que poderia fazer com aquele prêmio. cederia o lugar para minthe? talvez fosse bom para ele ter um momento onde espairecesse um pouco. sabia pelo que ele havia passado e ainda tentava incrementar lembranças boas para que ele esquecesse do passado e focasse no futuro; um bem mais esquematizado e que poderia ser controlado por ambos. após arrumado, hanguk dirigiu sua moto até o centro da cidade onde sempre ia --- na maioria das vezes às sextas e domingos, pois jamais poderia largar seu costume. era quase como uma cultura para ele fazê-lo. mas, mais do que uma devoção para com sua religião, ia parar cumprimentar seu amigo de longa data.
⊱ ˙ 🍎 ៹ . — quando chegou na igreja, fez o sinal da cruz antes de entrar no recinto e procurou por padre fernando. era comum que ele não estivesse naquele horário ali, ou talvez estivesse preparando-se para algum batizado visto que a movimentação ali era maior que o normal. de toda forma, hanguk procurou pelo confessionário. era lá que sempre tinha seus encontros com o amigo e foi lá mesmo, do lado do padre, que o moreno deixou uma cartinha feita à mão. algo simples, mas mantendo a surpresa boa que padre fernando receberia quando lesse.
⊱ ˙ 🍎 ៹ . — como pensado anteriormente, a decisão foi simples. e egoísta se parasse para pensar no ponto de vista alheio em comparação ao dele próprio. não poderia ir sem deixar yujin para trás, tal como não aceitaria que yujin saísse de sua visão, afinal como poderia protegê-lo se não estaria por perto? depois do ocorrido com circe, era notável a forma como hanguk agora lidava com seus semelhantes. estava bem mais determinado a proteger do que rivalizar, portanto, foi natural que tivesse escolhido aquela opção. além do mais, seria bom para o padre fernando ter um momento para si também.
⊱ ˙ 🍎 ៹ . — depois do feito, mandou uma mensagem para a central da KRSA avisando sobre sua decisão. não iria a viagem, mas já tinha cedido seu lugar para alguém que, certamente, tiraria proveito do momento da forma mais gratificante possível. além do mais, seria bom para os outros agentes terem um homem de fé e bondade por perto, cercado pela luz de deus. sua memória, no entanto, deveria ser apagada, afinal hanguk não queria que seu amigo perdesse a essência. no bilhete os escritos: “Por todos os momentos que você dedicou para me ajudar, ser meu amigo quando precisei e, principalmente, me orientar, eu vim lhe trazer esse presente. Algo simples, se comparado às bondades que já me fez. Cabo Reinga é um lugar esculpido por Deus e você terá a oportunidade de conhecer de perto. Não precisa me dar nada em troca e nem pense em negar meu presente, pois Deus está vendo! Apenas arrume sua mala, cheque seu visto e se prepare para a melhor viagem. Compareça nesse endereço e terá mais detalhes da viagem. Confie em mim. Que Deus te acompanhe, padre hyung. Muito agradecido por tudo, Hanguk.”
#esse já é oq meu segundo pov?#eu amo um personagem que me faz querer zoar muito#mas eu sei q vou pro inferno por brincar com isso q#pena que ele não vai KKKKKKKKKKKKK
6 notes
·
View notes
Text
Cara, hoje fazem 9 messes que você se foi e eu não sei o porquê que me bateu uma puta falta de você! Talvez seja pelo tempo ou pelos sonhos que tenho contigo, eu não sei dizer. As vezes eu peço para não sonhar contigo mas acontece e mesmo quando eu estou bem e isso é horrível por quê acaba com o meu dia! Hoje pela manhã, eu estava indo para o trabalho e você me veio na cabeça, e me lembrei de quando nós éramos crianças, da primeira vez que te vi na quele evento, meus olhos se encheram de lágrimas! As vezes, fico me perguntando se um dia eu vou ter a oportunidade de te ver novamente, se algum dia nós vamos conversar sobre tudo o que aconteceu nesse meio tempo. São tantas perguntas sem respostas que me deixa louco. Só sei que hoje eu senti muito sua falta (não sei dizer se isso é bom ou ruim), mas sei que isso dói muito!! Cara como eu queria te ver, como eu queria te abraçar e te dizer o quanto você é importante pra mim, que eu faria qualquer coisa nesse mundo pra ver nós dois felizes!
Me lembro de quando você tinha depressão e quea única pessoa que estava ão seu lado era eu e mais ninguém. Me lembro que eu te ajudei a parar de tomar todos aqueles remédios fortes. Você sofreu muito quando era pequena e hoje você se tornou uma mulher tão forte, uma mulher tão linda tanto por dentro como por fora, você merece o mundo! Sei que você nunca vai ver esse texto e se um dia você ver, acredito que não vai dar a mínima, fazer o que kkkkkk...
Só quero que você seja feliz, que você realiza seus sonhos e que você continue sendo essa pessoa maravilhosa que tu é! Se eu pudesse eu sairia correndo da onde eu estou e correria até você pra te abraçar e eu te abraçaria tão forte até nós sumirmos desse mundo louco e cruel!
Acho que se um dia eu te ver na minha frente eu não vou aguentar, não sei o que pode acontecer ou qual seria a minha reação aliás eu nem imagino onde que você está, talvez seja melhor eu nunca mais ver você pois possa ser que eu me machuque mais ainda. Bom Daniela pascoalini, eu só espero que você esteja bem!
Com amor, Godoi Jr.
0 notes
Text
Cap 14 - A margem
No dia seguinte nós caminhamos pela mata. Nix, Yasuno e eu, os outros ficaram no acampamento
- Hoje nós vamos caçar!
Nix aparentava confiante, diferente da postura agressiva que costuma apresentar, dessa vez ela se mostrava empolgada com a ideia.
- ... eu poderia conjurar um portal, mas nada decente sairia dele, então nós precisamos ir direto à fonte.
Nós andamos em linha reta, seguindo ela. De alguma forma ela sabia exatamente onde ir. De forma ágil ela usava a espada pra abrir caminho na mata. Ao contrário da estrada onde estava o acampamento aquele ambiente era denso, dificultando nosso avanço, mas isso não parecia desanimar Nix.
- ... você tem ideia de pra onde estamos indo? - eu perguntei depois de cortar meu braço pela terceira vez um galho.
- vocês vão ver ...
Yasuno e eu nos entreolhamos
- ... ela vai matar a gente e comer nosso cérebro - Yasuno disse rindo pra mim apontando o polegar pro pescoço dando a entender que seriamos degolados a qualquer momento.
Nix achou graça do assunto, dando uma risadinha também. Eu não sabia o que pensar.
- ... a gente vai conseguir uma arma nova?
- Não, só as entranhas, a segunda parte é fazer a forja ... mas a gente pensa nisso depois.
Yasuno fez o sinal de novo, o polegar no pescoço. Nós caminhamos por algumas horas até que a mata terminou em uma grande parede de pedra.
- Estamos perto, dá pra sentir!
Nix andava rápido com a mão sobre a parede de pedra. Era um rochedo gigantesco que cortava a mata em direção ao céu. Uma grande montanha de granito. A terra era fresca e molhada, e entre o rochedo e a mata fechada havia um espaço de mais o menos um metro formando um corredor perfeito, nós andamos, mais rápido agora. Dava pra sentir a excitação de Nix.
- ... eu preciso que vocês se preparem, a gente vai enfrentar algo que vocês jamais viram. Não faria sentido eu fazer tudo sozinha então vai ser uma ótima oportunidade pra aprenderem, não desperdicem!
Nós nos deparamos com uma grande rocha que bloqueava o caminho, Nix escalou aquela coisas como um criança subindo em uma arvore no quintal de casa. Yasuno foi em seguida. A pedra era gelada e escorregadia. O ambiente úmido conferia uma camada de sereno dificultando a escalada. Yasuno subiu com agilidade. Eu consegui chegar do outro lado depois de algum sofrimento.
- Eu tava quase indo te buscar ... você é lerdo hein! - Nix esbravejou, depois riu e continuou.
Nós nos deparamos com uma grande caverna, o interior era completamente escuro, parecia sem fim. Contrariando minha expectativa um vapor quente saia do interior, mais úmido ainda que o ar de fora. Nix improvisou arrancou um ganho e quebrou em três partes. Ela deu um pra mim e outro pra Yasuno, ficando com o ultimo na mão, segurando com mão esquerda colocou a mão direita sobre a ponta, uma substancia viscosa preta como pixe brotou da palma de sua mão cobrindo a ponta do galho e pingando no chão. O cheiro de enxofre tomou o ambiente. Ela fez um sinal com a mão e nós juntamos pontas dos galhos sob, eu não sei o que era aquilo, mas sei que funcionou. No instante seguinte os galhos incendiaram e nós seguimos nosso caminho. O calor das tochas esquentando o rosto.
Como sempre Nix ia a frente. A caverna era grande em altura e em profundidade. As sobras das estalactites no teto pareciam fantasmas nos olhando. Rapidamente o caminho se tornou um aclive, estávamos descendo. Seja pra onde for.
- Quando chegarmos, eu vou distrair e vocês atacam em seguida.
- O que a gente vai enfrentar - eu perguntei ...
- ... vocês vão ver. Digamos que nem todo ser feito de corrupção vem do Tártaro. Alguns vivem aqui na superfície desde sempre, é um desses que a gente vai pegar ...
Um som grave, parecendo um gemido ou um suspiro veio do fundo da caverna. As tochas balançaram ferozmente em seguida, um bafo mais quente que o normal me pegou de surpresa. Desde que saí do oeste, era a primeira vez que realmente sentia medo. Uma segunda onda veio de novo, era de fato uma respiração. O som era tão grave que as paredes pareciam balançar, o peito vibrava em ressonância.
- Que merda é essa Nix?
- Ela já sentiu a gente, vamos!
Nix saiu em disparada, a tocha vibrando e se distanciando rapidamente na nossa frente, eu olhei pra Yasuno, ela deu os ombros e foi atrás, preferindo a presença delas à solidão naquela caverna eu fui em seguida.
- É um titã, uma femea!
Um segundo bafo veio, esse mais úmido que os anteriores, e mais forte também. Um estrondo ecoou pelas paredes, um trovão, ensurdecedor. As tochas se apagaram entregando a gente à escuridão. Eu larguei a tocha e corria as cegas tapando os ouvidos. A sensação de agua nos pés, correndo sobre poças d'água. No escuro, correndo com os ouvidos tapados a sensação trouxe memórias de infância, correr sobre a areia gelada com os pés descalços. O som dos pés sobre a lamina d'água deixada pelo mar.
Da escuridão total surgiu luz, uma luz laranja rompeu do fundo da caverna, a silhueta de Nix e Yasuno correndo a minha frente, ao contrário de mim elas haviam mantido as tochas em punho que magicamente voltaram a acender. A luz revelou o caminho, um corredor com uns dois metros de altura. Corri como nunca antes, guiado pelo rastro das duas tochas à minha frente, temendo ficar pra trás. Elas voltariam?
O corredor deu origem a uma clareira, um grande poço em formato de cilindro. A luz branca do sol surgindo de cima iluminava parte da parede cor de terra, com algumas galhos de árvores crescendo horizontalmente. À frente Nix berrou
- É AGORA!
Ato continuo: Nix salta sobre o poço, desaparecendo, em seguida Yasuno salta. Eu hesito. Não há o que fazer, eu não sei o que esperar. Passo a passo eu hesito, meu corpo quer voltar, mas eu sei que nada me espera no caminho de volta. Sem saber o que pensar eu salto. Nix mergulha como uma águia com a ponta da espada virada pra baixo. Eu giro desengonçadamente no ar. No fim do poço a forma de um ser começa a se formar. Um gigante, de pedra, a queda é tão rápida que mal posso distinguir sua forma. Nix acerta suas costas atravessando a besta, o impacto do seu golpe com o ser muda a trajetória de Yasuno e eu, somos projetados lateralmente sobre o que parece ser um lago. A água é completamente cristalina, eu afundo vários metros antes de chegar a superfície novamente.
Tirando a cabeça pra fora d'água eu avisto Yasuno em pé sobre a plataforma, Nix encara o tita de frente do outro lado do buraco, a mão do mostro sobe alto e despenca sobre Nix, ela salta rapidamente.
- A gente precisa de um pedaço dele, ou melhor. Dela!
Uma onda vem em minha direção, eu mergulho em direção a Yasuno emergindo próximo a margem. Yasuno grita para Nix
- E como a gente vai conseguir isso?
- Vocês vão distrair ela!
O ser ataca Nix sem dar trégua. Ela não parece ter dificuldade em desviar, eu me pergunto se conseguiria com tanta facilidade. Pela primeira vez eu tenho a oportunidade de ver o que enfrentamos. Em um buraco cilíndrico gigantesco a luz do sol chega cobrindo as costas de um gigante de terra, pedras e vegetação. Sob sua cabeça crescem árvores. Imerso até a cintura o gigante ataca Nix incessantemente. Seu rosto tem realmente traços femininos e uma feição angustiada. Uma faísca passa correndo sobre o rosto da criatura, e logo depois uma explosão cobre sua expressão de medo.
- Acho que chamei a atenção dela.
Yasuno diz esboçando o mesmo sorriso sarcástico de sempre. A criatura vira pra gente. Seu braço forma uma sobre sobre a minha cabeça. Instintivamente eu salto pra trás, o golpe espatifando no chão onde eu estava no instante anterior. Eu corro, sobre o braço subo sobre o braço da criatura. Ela começa a mover o mesmo, mas eu tenho tempo de chegar até seu ombro. Salto na direção do gosto desfigurado pela bomba de Yasuno. A expressão de medo impressa num rosto com duas vezes a minha altura toma todo meu campo de visão. Eu caio sobre seu gosto cravando a espada no único olho que restou. O urro dela me lança contra a parede, a cratera inteira vibra violentamente fazendo poeira rolar das paredes formando uma chuva de detritos. A criatura urra violentamente em dor no centro do palco, é um show de horrores, a cena faz eu me sentir arrependido. Quem são os monstros afinal.
Nix surge sobre o peito da criatura, crava suas mãos no ventre da mesma, uma luz rompe rompe da criatura me cegando por completo, mesmo de olhos fechados a claridade é insuportável, eu sinto a agua escoando, nós somos sugados junto e eu não vejo mais nada.
Eu devo ter ficado pelo menos uma hora desacordado, julgando pela altura do sol deviam ser umas três horas. Acordo na margem de um rio, Yasuno assando um peixe sob a margem como se fosse uma tarde de domingo. Nix espreme as roupas sob a margem. Ao ver me acordar ela aponta pro saco ao lado de Yasuno,
- Conseguimos!
Uma sacola de couro descansa ao lado de Yasuno. Indescritivelmente, olhar a sacola era como olhar pra criatura.
- Ela tá viva?
- Como sempre esteve, agora a gente precisa de uma forja. Licenciado so CC BY-ND
Daniel Hilst Selli 2020
0 notes
Text
WITH TIME (com o tempo) | 2. Escolhas, outras mudanças e um grande evento.
Pairing: Wonho + Personagem fictício (primeira pessoa)
Gênero: Angst/Smut
Media de palavras: 4.7k
Resumo: Tabi passou por mudanças na vida e recentemente encontrou um novo objetivo para se dedicar. Mas nesse novo caminho ela esbarra com alguém que vai mexer muito com seus sentimentos, desejos e pensamentos de uma maneira que ela nunca permitiu ou sentiu antes. Será que ela vai estar disposta à mudar novamente?
*Estive postando essa fic no spirit e resolvi atualizar por aqui também (:
1 | 2 | Continue
CAPÍTULO 2
Mesmo sendo "só" um sonho, isso definitivamente me desconcertou. Demorei semanas para tira-lo do meu foco.
As provas dos cursos de idiomas começavam, pois o semestre chegava ao fim e eu tinha que me dedicar à isso. O trabalho estava mais espesso também por conta do recesso de fim de ano. Depois de um tremendo esforço, consegui direcionar a minha atenção para essas pendências e acalmar a necessidade que o sonho tinha trazido à tona.
Por conta disso, meus dias estavam com pouco entretenimento. Eu me concentrava no trabalho e no estudo apenas. Se eu abrisse a mínima possibilidade de sonhar acordada ou de deixar a mente quieta para lazer, meus pensamentos iam correndo revisitar aquele sonho.
Saindo da prova de coreano minha professora me chamou para conversar. Fiquei um pouco preocupada, talvez eu estivesse com mais dificuldade do que imaginava, achei que ela falaria para eu refazer o semestre.
- Tabi, já faz um tempo que queria falar isso com você, mas achei melhor esperar o semestre acabar, não queria pressioná-la...
"Ah não... Eu tava certa.” - Minhas mãos começavam a suar.
- Dentre todos os alunos da turma, você é a mais esforçada e nas últimas semanas eu vi que a sua dedicação aumentou mais ainda, por isso achei adequada escolhe-la para nosso programa de bolsas. Você aceita?
“Péra, péra... O que ela tá me falando?" - Minha expressão facial denunciava um pequeno choque e dificuldade pra entender aquilo e minha professora rapidamente emendou:
- Você não precisa me responder agora, toma esse livreto explicativo. Se tiver mais dúvidas, me pergunte, por favor! É uma ótima oportunidade e experiência. - Ela sorriu bondosamente.
- Ló-lógico... Me desculpe, é que não esperava por isso. Mas não entendo, parece uma ótima proposta, por que me escolheu se existem diversos alunos mais avançados que eu neste curso?
- Ah sim Tabi, mas esse programa é para os iniciantes do curso, aqueles que ainda estão aprendendo. É um incentivo. Para os aluno em nível mais avançados, as propostas são outras. De qualquer maneira, meu método de escolha não é por quem tem maior sucesso nas provas ou dever de casa, mas por quem é mais dedicado. Você tem demonstrado muito interesse e acho isso ótimo, eu acho que você é a aluna ideal, seus motivos pra estar aqui são diferentes da maioria e isso é importante pra gente, pois afeta na primeira etapa da experiência, o programa de trainee.
- Hnm... Como assim?
- Esse programa de trainee é como um estágio remunerado, você vai ser alocada num departamento do Centro Cultural Coreano e provavelmente vai ser no setor mais jovem, que cuida da cultura pop. Eles estão financiando bastante ações assim, aproveitando a onda Hallyu para pegar o interesse das pessoas jovens e expandir a cultura coreana pelo mundo. Pra eles é mais vantajoso o interesse jovial, pois tem um retorno mais rápido e é algo que dá pra ser aproveitando por muito tempo, já que é ligado ao entretenimento.
- Oh! Entendi!!!
- É muito bacana, Tabi. Você fica em contato com a língua coreana o tempo todo, mas todos aqui falam em português ou inglês também, então você pode tirar suas dúvidas, todos já estão preparados pra isso. Além disso, se você tiver uma habilidade profissional específica, pode até exerce-la lá. Você é designer, né? Com certeza tem espaço e necessidade pra isso. Há poucos criativos na equipe, elas são formadas mais por administradores, empresários, contadores, educadores... Aí depois desse laboratório, que deve durar um semestre, você vai pra Coréia do Sul fazer intercâmbio pelo programa de bolsas e contribuir comp trainee no Centro Cultural de lá. Você vai auxiliar quem tem interesse em aprender português também, é uma troca de experiências.
- Uaaau, a proposta é maior do que eu imaginava! Mas como o meu motivo para estar no curso fez a diferença? Não consegui entender.
- Ah como posso explicar isso... É que boa parte dos nossos alunos estão aqui, pois são fãs de kpop. Eu não acho isso ruim, pelo contrário, é ótimo ter algo atraente assim para aumentar a demanda do nosso trabalho e espalhar o interesse pela cultura coreana. Mas é que estagiando no Centro Cultural Coreano você pode ficar e contato com algum idol, caso no período em que estiver lá tenha algum evento especial. Você tem que participar de todo evento promovido pelo centro, sendo parte da equipe de staffs e dando suporte para que o evento tenha sucesso. Já tivemos trainees fãs e aconteceram problemas...
- Ooooh! Acho que entendi. - Disse enquanto tentava imaginar as confusões que tinha acontecido.
- Os staffs não podem agir como fãs, mesmo que você seja uma, tem que colocar sua função em primeiro lugar e os artistas não podem se preocupar com fotos e contatos não autorizados nos bastidores, eles são pessoas que precisam ter um momento pra relaxar também. Depois de algumas confusões, decidimos restringir alguns perfis fanáticos para evitar stress dos idols. Ter sucesso num evento não é só vender ingressos ou lucrar muito dinheiro, pra gente ter sucesso é saber que as pessoas tiveram uma boa experiência a ponto de querer repeti-la e isso vale tanto para o espectador como para o artista.
- Agora consigo entender... É realmente, mesmo se o Tom Hardy sentasse na minha frente pra comer sozinho, eu não conseguiria reagir. (talvez ficasse com uma expressão incrédula, duvidaria da realidade e sairia o mais rápido de lá). Minha habilidade especial é ser invisível... hehehe
- hahahaha Tabi, você é mais que isso, mas admito que é muito discreta. De todos da turma, você é a única que compartilha pouco de você mesma... Eu já sei praticamente toda a biografia dos outros alunos!
- É que eu não tenho nada de super interessante para dizer, prefiro escutar as histórias dos outros… - Dei uma risadinha esforçada e prometi pensar com atenção sobre a proposta.
Eu não sou uma pessoa tímida, porém geralmente sou mais quieta que os outros ao meu redor. Gosto de me comunicar... Só não sou tão extrovertida quanto gostaria.
Sempre me achei melhor observadora e ouvinte, eu adoro ter uma boa conversa, mas as experiências pelas quais passei me ensinaram que é inútil expressar-se para quem não quer lhe ouvir, por isso prefiro conhecer antes de me apresentar. É difícil de encontrar pessoas dispostas a trocar experiências, e eu preferia não gastar minha energia falando com quem gostava de contar vantagem, esses geralmente não escutam, eles querem apenas uma platéia.
Algumas pessoas me intimidam e eu me calo, mas se alguém me diminui verá que minhas poucas palavras podem ser bem afiadas. Odeio arrogância.
Quando estou com amigos próximos, me sinto à vontade e sobressaio, fico mais alegre e falante. É natural quando me acostumo com alguém. Sou assim, não é introversão, eu gosto de sentir segurança, então observo antes e poucas vezes falo e ajo por impulso.
Tento ser cautelosa sempre, tanto que fiquei pensando na conversa com a minha professora e passei a considerar todos os desenrolamentos que aquilo me traria. Me dava um certo frio na barriga, sabia que teria riscos, tinha acabado de mudar muitas coisas na minha vida e essa seria mais uma, não era a maior, mas provavelmente era a mais arriscada das mudanças.
Tinha que admitir que pensar em ir para outro lugar que preenchesse minha rotina de maneira diferente da atual, era bem atraente e me deixava levemente empolgada. Tentava segurar essa animação para decidir racionalmente, mas quando pensava com sensatez, a decisão era não mudar mais nada e manter o emprego com salário fixo e estável.
E se eu mudasse? Como falaria para os meus pais sem preocupa-los? Será que conseguiria manter o aluguel sozinha? E se eu não conseguisse passar da primeira etapa? Muitas incertezas perambulavam minha mente e me deixava cada vez mais indecisa.
Eu precisava de um tempo para refletir, não queria me arrepender de ter aceito ou de ter recusado.
Resolvi passar um batom mais ousado hoje. Vou encontrar com minhas amigas e sei que vou me divertir. Nunca volto pra casa sem dar belas gargalhadas e me sentir como se estivesse no colegial, onde a gente falava e fazia bobeiras sem se preocupar com o ridículo. Eu não era totalmente antiquada e ainda preservava um pedaço do meu lado juvenil.
Coloquei um jeans preto com um rasgo que mostrava meus joelhos e coxas, meu Dr. Martens e uma camiseta cinza solta com alguns cortes e furos aleatórios. Escolhi um perfume mais vibrante, com tons de toranja, pois refletia meu humor.
Cheguei no local combinado, era um pub com luz baixa e amarelada, rústico com uma banda de folk tocando um cover de "Even the darkness has arms" do The Barr Brothers, esse som dava um tom amigável e feliz para o ambiente. A primeira coisa que percebi foi o cheiro de madeira e cerveja do local. Havia várias pessoas lá, mas não era barulhento, dava pra conversar e apreciar a música. Todo mundo balançava a cabeça no ritmo suave da música e outros até arriscavam alguns passos no centro do salão.
- Tabiiiii! Aqui! – Uma voz sobressaía entre as pessoas.
Essa era a Mido, comunicativa com um jeito despojado e descompromissado. A gente se conheceu de uma maneira incomum na faculdade. Quando eu precisava de um livro que ela havia emprestado da biblioteca e não devolvia, então fui procurara-la no prédio de arquitetura. Nos demos bem logo no primeiro contato, mesmo com personalidades distintas, tínhamos uma sinergia ótima. Sempre nos esbarrávamos no campus e de desconhecidas passamos a amigas inseparáveis. Ela me apresentou a Yumi e a Mia, eu trouxe minha amiga de infância, Lis, assim formou-se nosso esquadrão.
Amava todas elas de uma maneira fraternal e verdadeira, cada uma tinha uma essência distinta e uma vida bastante atribulada, mas nos reuníamos semanalmente, além de sempre conversar pelo nosso chat no WhatsApp (que carinhosamente nomeamos de "Long talk" - uma contradição e irônia ao termo "Small talk"*) . A gente dividia tudo, segredos, medos, angústias, felicidade, dúvidas, etc. Éramos confidentes e terapeutas uma da outra.
A Lis era a bem sucedida e um pouco autoritária, desde pequena ela era super cobrada pelos pais e isso refletiu em sua personalidade um pouco fria. A Mia era sempre serena e positiva, ela trabalhava como instrutora de ioga e tinha conhecimento em outras terapias alternativas. A Yumi era super extrovertida, atrante e linda, fazia alguns trabalhos como modelo, mas a sua paixão eram animais, ela era formada em veterinária, porém nunca exerceu a função… Na verdade, a família da Yumi era tão rica que as próximas 4 gerações não precisariam se preocupar em trabalhar. E a Mido, quase meu oposto, mas era quem mais me ajudava nos momentos difíceis. Nós cinco éramos todas tão singulares, mas nos encaixávamos como um quebra cabeça.
- Tabi, hoje você vai beber, né? – a Yumi falava empolgadamente.
- Não meninas, vocês sabem o que acontece se bebo mais do que um copo de cerveja, né!? Não dá tempo de ficar bêbada, eu desmaio. Vocês lembram do que aconteceu na festa de ano novo... Não quero que a noite termine comigo no banheiro passando mal…
- Tá bom, mas não vamos desistir de te embebedar um dia!!! - Ela me respondeu e todas concordaram.
A noite se desenrolava de maneira agradável. A Lis contava sobre a última viagem que fez para a Europa à trabalho, onde tinha conhecido um moço e começado um romance à distância. A Mia flertava com um cara da mesa ao lado, enquanto a Yumi contava sobre as aventuras amorosas e escolhia entre 3 moços que disputavam a atenção dela. A Mido fazia piadinha de tudo enquanto mandava mensagens amorosas para o namorado.
Já era bem tarde e a banda parou de tocar, os músicos saíram do palco, desmontaram os equipamentos e sentaram para tomar um bebida. O vocalista ficou um bom tempo encarando nossa mesa e percebemos que poderia ser um 4º admirador da Yumi. Sorrimos como meninas bobas e a Yumi jogou o cabelo para o lado de maneira bem sensual, ela sabia como seduzir.
Fiquei contemplativa, vendo e ouvindo as garotas. As vidas delas eram um misto de excitação e realização. Eu admirava isso, a ousadia que elas possuíam e o positivismo de que tudo daria sempre certo, elas eram fortes e potentes - cada uma de um jeito bem próprio. Aí pensei em mim, me vi em terceira pessoa. Eu estava feliz, me sentia plena depois de ter conseguido mudar tantas coisas, mas era como um mar calmo... E eu estava começando a ansiar por ondas aventureiras, então porque eu estava considerando recusar uma oportunidade antes mesmo de conhece-la? Todos os motivos que arranjei pra rejeitar eram por outras pessoas, dentro de mim e por mim, eu já tinha uma resposta desde o primeiro momento que minha professora revelou o projeto e o motivo de ter me escolhido.
De repente tudo ficou claro e um furor dentro de mim cresceu:
- Meninas, tenho uma novidade...
Todas olharam pra mim com ansiedade e curiosidade.
- Eu recebi uma proposta da minha professora do curso de coreano e pra isso eu vou ter que sair do emprego atual e me esforçar mais um pouquinho. Se tudo correr bem, em seis meses eu farei um intercâmbio na Coréia do Sul. Então me desejem sorte!!
Houve uma pequena onda de felicidade na mesa, com sorrisos sinceros, palmas e brindes.
- Eu sabia que essa sua mania de estudar ainda te levaria pra algum lugar hahahaha - disse a Yumi.
- Mas como você esperou até agora pra contar pra gente, a noite já tá terminando!!! - indagou a Mido de uma maneira meio brincalhona.
- Ah! É que eu acabei de decidir.
Meu celular despertou, mas eu já estava acordada fazia uma hora pelo menos. Não consegui dormir muito bem, sempre ficava ansiosa com uma novidade, sofria com um pouco de insegurança também.
Hoje era o primeiro dia do meu programa de trainee do Centro Cultural Coreano. Eu precisava estar lá só as 10h, mas não conseguia relaxar. Preparei minha mala e fui para o estúdio me exercitar e tentar distrair um pouco. O treino pesado me deixou mais leve, diminuiu a tensão. Tomei um banho quente e hoje resolvi dar espaço para a vaidade que geralmente eu não tinha, queria deixar um boa primeira impressão. Sequei meu cabelo e o prendi num rabo de cavalo alto, passei um BB Cream apenas para uniformizar de leve a pele e escolhi um batom suave e natural. Passei um perfume fresco e calcei um oxford preto.
Me olhei no espelho e fiquei satisfeita. Geralmente eu usava composições tomboy ou normcore, adorava acessórios pesados para constrastar com o estilo casual. Eu era básica, mas estava confortável e isso era o mais importante para mim. Sempre optava por roupas pouco reveladoras quando saía de casa, não gostava que outras pessoas admirassem ou olhassem apenas o meu corpo.
Cheguei no local meia hora adiantada. Esperei alguns minutos e então eu fui recepcionada por uma moça baixinha e ruiva, ela era delicada e falava empolgadamente:
- Oi! Você deve ser a Tabi, seu nome é tão legal! Eu me chamo Ana. Vou ser sua parceira aqui, qualquer coisa que precisar, me diga. Vamos, vou te mostrar tudo por aqui e te apresentar para a equipe.
O local era realmente espaçoso e parecia um pouco formal, a maioria das pessoas estavam vestidas de maneira bem social e séria. O departamento tinha um ar adulto e burocrático, mas todos eram bem educados e simpáticos. Eu conseguia ouvir a digitação apressada de muita gente, telefones tocando, impressora trabalhando, havia muito dinamismo e organização. Descobri que esse primeiro andar era a administração e recursos humanos.
No segundo andar havia um salão enorme de conferências e palestras e o refeitório com 3 lanchonetes e 2 cafeterias. No terceiro andar ficava o departamento jurídico e de relações internacionais. No quarto era a parte de comunicação e marketing, onde eu ficaria. Estava aliviada em ver que lá as pessoas eram mais jovens e descontraídas, todos se vestiam casualmente, sem muito rigor.
O quinto andar tinha outras 3 salas de conferência e palestras pequenas e 1 grande salão de eventos. O sexto era o terraço aberto, onde se chegava apenas por escada.
Fui apresentada para o diretor do departamento de comunicação, ele era mais velho e coreano, fazia 10 anos que estava no Brasil. Ele falava português perfeitamente e era muito sorridente e extrovertido, todos o chamavam de Lee.
A minha equipe era composta por 6 pessoas: eu, a Ana, a Lila, a Moon, o Manu e o Alex. Todos foram bem receptivos e eu fiquei grata. Minha mesa era encostada na janela e do lado da baia da Ana, na minha frente ficava a Moon, ela era linda, tinha a pele bem branca e cabelos roxos. A Lila, o Manu e o Alex não eram brasileiros, eles falavam mais em inglês do que português e fiquei curiosa para saber mais da história deles.
O primeiro dia foi bem tranquilo, todos me pouparam trabalho e cuidaram de mim como se eu fosse uma irmã mais nova. Fiquei radiante com a sintonia da equipe, mas sabia que precisava me esforçar para ficar lá, amanhã eu viria preparada para aprender todas as tarefas necessárias, queria mostrar como eu era dedicada no trabalho.
Entre as tarefas que eu tinha que fazer, a principal era ficar atrás da Ana o dia todo e lhe dar suporte para o que for. Ela era a coordenadora da equipe e tinha muito contato com pessoas e documentos de origem coreana, então eu tentava acompanhar os diálogos, mas era bem avançado para eu conseguir entender tudo. Eu fazia o papel de assistente-secretária e ficava muito atenta à tudo. Quando a Ana tinha reunião, eu ia antes na sala e deixava tudo pronto com o que precisava e isso mudava conforme o cliente. Fazia algumas apresentações simples também e ficava responsável por algumas anotações. A Ana era muito boa e esforçada, nunca me pedia demais e eu percebia que ela se sobrecarregava tentando fazer tudo sozinha para não atrapalhar ninguém, eu me reconheci nessa atitude e com boa vontade eu sempre insistia pra ela me dar mais responsabilidades.
Os dias neste novo trabalho eram mais intensos do que eu esperava. As demandas chegavam em épocas, então algumas semanas vazias davam lugares para semanas realmente cheias. Eu percebia que todos ficavam mais sérios e cansados, então sempre que podia eu passava na cafeteria e deixava na mesa de cada um a bebida favorita com um post-it desejando "Bom dia". Quando eu conseguia, assava alguns cookies e levava para todos, eu era famosa por eles, a receita era de família e eu a tinha adaptado um pouquinho.
Numa sexta a tarde, quando o clima já estava mais leve, com o entusiasmo para o expediente terminar, a Ana voltou de uma reunião com os diretores, ela era um misto de excitação e preocupação:
- Equipe, preciso conversar com vocês... Preciso repassar o conteúdo dessa reunião agora, não podemos perder tempo.
Todos foram para a copa, a Ana estava tão ansiosa que nem quis procurar uma sala de reunião vazia no andar:
- Equipe querida, tenho algo super bacana que acabaram de anunciar, porém vou precisar de toda dedicação possível e impossível de vocês... Os diretores conseguiram fechar uma KCon aqui no Brasil, só que pra esse ano ainda e temos que seguir o cronograma do evento. Assim que a turnê acabar lá na Europa, ela vêm pra cá, então temos 2 meses para preparar todo o material de comunicação, divulgação e suporte dos shows. Vou receber amanhã a confirmação dos artistas que virão. Também já aviso que todos terão que trabalhar como staffs nos dias, ainda não sabemos qual será a responsabilidade de cada um, será sorteio e só a diretoria tem acesso ao mapa e detalhes no momento.
Eu ouvia um burburinho que se intensificou. O pessoal parecia muito contente e animado, todo o cansaço pelo trabalho intenso tinha sumido, eles estavam renovados. Eu vi a Moon correr para ligar pra alguém e a Lila foi falar com a Ana.
Eu fiquei parada apenas contemplando a movimentação, não sabia exatamente o que fazer, mas parecia que algo bom estava prestes a acontecer.
O dia começou com a mesma agitação que terminou ontem. A Ana parecia que não tinha dormido e estava à base de cafeína e donuts, mais acelerada que o normal, ela nos reuniu e passou o planejamento todo que era baseado no padrão do evento e recebemos o material de comunicação oficial, onde teríamos que adaptar e traduzir.
Era evidente que nosso maior trabalho era a organização para receber os idols e suas equipes. O Centro Cultural Coreano não tinha um departamento para cuidar dessa logística, eles ia tercerizar muita coisa, mas precisavam de alguém interno para coordenar as equipes e manter a qualidade do serviço. Além da comunicação, culturalmente o Brasil é bem diferente da Ásia, então havia o cuidado para não ter um "choque" cultural muito agressivo por parte dos artistas e equipes que estavam para chegar.
Perto da hora do almoço todos já estavam alinhados e o prédio todo foi convocado à comparecer na maior sala de conferências do segundo andar. Lá a diretoria falou de modo geral sobre o evento e definiu as responsabilidades para cada departamento. Foi falado também sobre a importância do sucesso desse evento para que outras grandes oportunidades se abrissem para nós no futuro, aparentemente sempre foi uma vontade trazer grandes festivais jovens para o Brasil, mas por burocracia e falta de investimento, eles nunca conseguiam finalizar as parcerias.
Dessa vez um grande investidor anônimo entrou como patrocinador para que a KCon Brasil acontecesse. Se tudo corresse bem e a divulgação fosse positiva, essa seria a primeira de muitas e isso também atrairia outros eventos, além de colocar o Brasil na rota das turnês mundiais dos artistas. Portanto, além da animação, todos estavam ansiosos e esperançosos.
Como éramos da equipe de comunicação, jovens e com inglês e coreano fluente, foi decidido que coordenaríamos a equipe de staffs que ficariam em contato com os idols e daríamos suporte para o que precisarem - isso incluía tudo mesmo, desde ir comprar uma coca-cola pra eles ou os levarem para comer coxinha no centro da cidade.
A Ana rabiscou o nome de todos em fitinhas de papel e sorteou. No total seriam 12 idols que viriam divididos em 2 dias de evento, 4 deles eram atores e modelos que apresentariam o evento. 3 eram cantores solos e os 5 restantes eram grupos.
Meu nome foi o último a sair, junto com a Moon e a Ana, nosso idol era um grupo chamado "Monsta X".
Fiquei aliviada de ter a Ana por perto, eu ainda não estava totalmente acostumada ao novo trabalho e meu coreano não era tão fluente. Eu também não sabia nada desse idol group, teria que estudar um pouco e decorar a lista de necessidades que o empresário deles tinha passado por email. A equipe de um idol era incrivelmente grande, tinha maquiadores, estilistas, empresários, assistentes, fotógrafos, coreógrafos, fisioterapeutas, nutricionistas, entre outros. O cronograma do grupo era um pouco insano, eles quase não dormiam e tinham espaços curtos de descanso.
Enquanto lia a lista, fui percebendo a dimensão do trabalho que teríamos pela frente.
"Eu preciso dormir, mas antes também preciso terminar o cronograma dos staffs, pegar os termos para contrato de terceiros com o jurídico, verificar alguns valores com o administrativo, procurar parcerias com restaurantes e distribuidores de alimentos, fechar e enviar materiais de divulgação para a gráfica, preparar as artes pra soltar nas redes sociais..." - minha cabeça fervia e meus olhos ardiam. Aumentei a música e continuei. Estava ouvindo uma playlist só de Monsta X para me acostumar, agora tocava "All in". As músicas eram realmente boas para treinos, eu sentia uma impulso animado escutando a maioria das canções deles e isso era ótimo para me manter no ritmo que precisava.
Eu e a Ana estávamos em um estado terrível. Dormíamos cerca de 3 horas por dia e voltávamos pra casa dia sim, dia não. A gente tinha trazido uma parte de casa para o escritório e tomávamos banho na academia em frente ao Centro Cultural Coreano ou íamos para um hotel lá perto, felizmente estávamos localizados em uma área privilegiada e cheio de conveniências.
A Moon era uma garota linda, mas eu ainda não tinha certeza sobre ela. Ela agia de maneira muito fofa, quase infantil e parecia gostar de elogiar demasiadamente os outros, assim como de ouvir elogios sobre si mesma. A maioria das tarefas ela não cumpria ou tinha um motivo para não poder fazer. O trabalho intenso não se refletia nela, eu não conseguia ver muita bondade nas atitudes da Moon, mesmo que fosse carregada de fofura. Talvez eu estivesse muito estressada e negative pela rotina atual, então tentei não pensar mais nisso e focar só em terminar tudo para poder dormir tranquilamente de novo.
Depois de um mês o ritmo diminuiu um pouco e todos conseguiam voltar para suas casas diariamente, mesmo que tarde da noite. Tudo estava correndo conforme o planejamento e isso era ótimo.
No final do segundo mês, a maior parte das demandas já estavam encaminhadas para os dias da KCon, as tarefas pendentes eram as que dependiam dos artistas ou que precisava de confirmação externa. Como agradecimento e reconhecimento do trabalho intenso, todos ganharam uma bonificação e um kit de coisas gostosas. Nosso departamento que tinha ficado sobrecarregado, ganhou 2 dias de descanso em um spa - eu via isso como uma preparação para o pior que ainda estava por vir, pois o trabalho seria mais árduo durante o evento.
De qualquer maneira eu não ia reclamar, o Spa era na cidade, não tão longe do Centro, mas era como se fosse distante de qualquer loucura urbana. Tudo era lindo, limpo e cheiroso, me sentia no paraíso. Recebi diversas massagens e tratamentos estéticos.
"Então é assim que os ricos vivem? Eu me acostumaria à isso facilmente..." - pensava enquanto estava saindo da sauna e ia para o ofurô perfumado com rosas e óleos essenciais.
A Ana estava comigo e comentou que o patrocinador misterioso da KCon era dono desse Spa também, por isso a gente podia usufruir de tudo sem limites, ele estava agradecido pela eficiência demonstrada até agora. Ouvi que ele era um empresário bastante jovem, que era impressionate o que já tinha conquistado até agora e que ele demonstrava bastante gratidão à quem era aliado e dava o que ele queria, porém à quem falhasse, ele conseguia ser o pior inimigo que ninguém gostaria de ter. As pessoas passaram a ficar curiosas para saber a identidade desse investidor e histórias rolavam pelos corredores, diziam que ele só se revelaria quando tivesse certeza do sucesso do evento, pois não gostava que seu nome ficasse associado ao fracasso. Eu não sabia quais eram as verdades dessa história, mas cada boato seguia uma linha que demonstrava uma pessoa de personalidade rigorosa, então pra qualquer efeito era melhor me manter quieta e continuar dedicada para não ser alvo de alguém assim.
No jantar do último dia do Spa, eu coloquei as minhas roupas e percebi como estavam largas. Passei os últimos dois dias apenas de roupão e camisolas do Spa. Eu tinha emagrecido um pouco por causa da rotina louca, mas os dias descansando lá tinham mudado um pouco mais o meu corpo e rosto também. Minha pele e cabelos nunca estiveram tão excelentes. Provavelmente não conseguiria manter por muito tempo, mas queria aproveitar enquanto os tinha desse jeito.
Considerava chamar as meninas para sair, eu nunca queria ir na balada, elas não iam recusar se eu sugerisse. Queria encontrar alguém que pudesse me ajudar com a vontade que aquele sonho deixou... Sim, eu não o tinha esquecido, ele estava guardado preciosamente na minha memória.
Peguei meu celular e joguei a idéia de uma happy night no "Long talk". Nota: *Small talk é um tipo de conversa superficial, sem muita profundidade. Geralmente ocorre em eventos onde você não conhece muito bem as pessoas ou quando reencontra ocasionalmente alguém que há tempos não vê. É basicamente o "socializar" que a gente usa em ocasiões genéricas. Long talk seria o contrário, já que "long" é cumprido, enquanto "small" = pequeno, curto. É uma brincadeira de palavras e significados, esse termo "long talk" não existe, foi criado por mim e utilizando a lógica de que é uma conversa com profundidade e longa, sem limites ou final, uma conversa contínua e importante.
______________________
Obrigado para quem leu até o fim. Eu sei que pode ser um pouco cansativo já que o protagonista ainda não apareceu (Won Ho), mas eu preciso contextualizar bem a personagem feminina, pois ela é dona do ponto de vista da história e só assim eu conseguirei criar algo sólido o suficiente para continuar.
6 notes
·
View notes
Text
Love Somebody || Manou
A volta para sua cidade natal no fim do ano passado, mesmo que tenha o presenteado com uma irmã deixou a vida de Natan uma bagunça. Para um homem que tinha sua família como seu porto seguro, descobrir que seu pai tinha traído sua mãe não foi algo muito fácil de aceitar. Porém para que ainda continuasse com sua família unida, Nat fez o máximo para conseguir que seus pais se acertassem novamente. Durante os seis meses que passou no Rio, viveu apenas com sua mãe, perdeu por um tempo o contato com seu irmão, conheceu Bianca que em seis meses só com sua aparição tinha colocado sua vida de cabeça para baixo. O Rio de Janeiro por mais que ele amasse não estava sendo o melhor lugar para Nat. Ele sabia que tinha deixado muitas coisas inacabadas em São Paulo, porém toda vez que pensava em voltar, não sabia com que cara chegaria para as pessoas... para uma pessoa.Não sabia que explicação poderia dar para seu desaparecimento sem nem uma despedida.
Em Maio quando voltou a São Paulo estava disposto no primeiro dia procurar Manuella e explicar tudo que tinha lhe acontecido. Mas o medo dela ter encontrado outra pessoa ou até nem ter sentido sua falta sempre adiava seus atos. Por isso quando escutou a voz dela pela primeira vez desde que tinha voltado, na banquinha na frente do hospital, todas as sua memórias e sentimentos pela garota voltaram a tona, não podendo desperdiçar a oportunidade para finalmente chama-la para sair e poder se desculpar pelo seu desaparecimento. Natan passou muito tempo para decidir o encontro perfeito, pedindo sugestão desde suas pacientes até Bianca, mas nada poderia programar para o que tinha acontecido naquele dia. Chamado as pressas 2 horas depois de sair do hospital com sua paciente tendo uma crise e indo direto para a cirurgia. Mas um atraso no que queria falar para Manu.
O convite para festa de Rafael foi algo que não esperava aparecer na sua porta. Lógico que mesmo com as provocações que Nat fazia questão de fazer com o músico, eles até tinham uma boa relação, isso quando Rafael não o confundia com Davi. Porém não era algo comum para o mais novo dos gêmeos tirar folga do trabalho apenas para viajar e beber com os amigos. Manu o fez mudar de ideia, seria algo bom para os dois, para Nat , reconectar com os amigos que tinha deixado em São Paulo e ao mesmo tempo tentar finalmente explicar para Manu tudo que tinha lhe acontecido.
O primeiro pensamento de arrependimento apareceu ao ver o ex namorado de Manuella no Hotel com seu sorriso branco feito perola e soltando todo o charme para a Dantas, tão descaradamente que em todos os momentos que Natan estava perto do grupo das meninas ele só esperava escutar “Acho que eles vão voltar, hein?”. Devido todos os acontecimentos do fim de semana ainda não acabado, Nat não teve tempo de conversar sério com a loira, e sabia que com Victor a rodando de um lado e ela toda hora com Cadu conversando ou fazendo brincadeirinhas, Manu não teria tempo para ele naquele último dia de comemoração. Então já tinha decidido que adiaria a conversa mais uma vez, a conversa que antes ele pensava que conseguiria falar toda a verdade para ela, mas que agora sem ter nem a certeza que Manu sairia solteira daquela ilha, tinha virado apenas uma conversa de “desculpas pelos 6 meses que passaram.”
Por causa do alcool na noite anterior Natan tinha ido falar com Manu mais cedo, para saber se ele tinha falado alguma coisa ou feito alguma besteira para que já pudesse pedir desculpa pelo que aconteceu. Porém a conversa deu toda errada, Nat sabia que tinha feito besteira, sabia que tinha reclamado demais, afinal ela estava certa, ele não tinha nada a ver com a vida dela... não mais. Sendo que ele ainda não entendia o porquê da implicância de Manu com sua irmã, para ele, as duas nem se conheciam ainda, não tinha ideia do que Bianca tinha feito para deixa-la assim.
Depois que Manu desapareceu sem ao menos deixar Nat acabar seu pensamento, o médico passou alguns segundos em pé recapitulando tudo que Manuella havia dito. Passou a mão na cabeça agora um pouco angustiado, podendo finalmente sair de lá e começar a procurar a sua irmã para saber se ela tinha alguma ideia de o que Manu estava se referindo. Porém ao invés de encontrar Bianca, deu de cara com sua ex cunhada, Gió conseguiu driblar os pensamentos do gêmeo sobre o que estava acontecendo por alguns minutos. Mas foi no final de sua conversa com ela que Nat pode juntar todas as peças.
A claridade sobre o que tinha acontecido fez Natan começar a procurar a arquiteta por todos os lugares, tinha que explicar o mal entendido, tinha que explicar de uma vez por todas que Manu era o principal motivo para ele voltar para SP, para ele querer ir naquela viagem, para ele querer ser uma pessoa melhor. Ela era o motivo. Passou 2 horas procurando a loira , cada lugar que ia e perguntava pensava que tinha desencontrado com ela por segundos. A festa ia esvaziando e a madrugada chegando, sentou na areia da praia por alguns minutos com os braços apoiados no joelho observando o vai e vem das ondas, enquanto pensava onde Manuella poderia estar.
Inalava a brisa que chegava em seu rosto recapitulando cada lugar que tinha passado, deixando apenas um sem sua visita. Levantou rápido correndo para dentro do hotel e caminhando até o andar que se encontrava os convidados de Rafael, parou na porta de um deles. Escutava vozes atrás da madeira, sabia que ela estava ali. Natan estava todo desarrumado, o casaco que antes vestia tinha deixado esquecido em um dos balcões de bar, sua camisa estava com alguns botões abertos, e seu cabelo em um penteado não conhecido para o cirurgião devido a brisa marítima. Suspirou, passara tanto tempo imaginando onde estaria Manu que não tinha planejado o que falaria para ela. Ele tinha que falar tudo que viria na sua cabeça naquele momento. Sem pensar duas vezes. Bateu na porta em um ritmo comum para ele e esperou que ela abrisse com a melhor expressão que poderia fazer.
4 notes
·
View notes
Text
Uruguay es el mejor país
Ja aterrizada em La Paloma começo a entender um pouco mais do país que logo ganharia um cantinho especial no meu coração. Escolhi começar pelo Uruguai também pela proximidade com o Rio Grande do Sul - estado onde nasci. Qualquer merda tava pertinho pra voltar correndo. Além disso, a cotação da moeda uruguaia dava a impressão de que sairia do Brasil rica & phyna. Porém, ledo engano. Uruguai é um dos países mais caros da América do Sul, se pá o mais caro.
Meu plano inicial era ir direto a Buenos Aires, pois tinha me inscrito para ser voluntária dos Jogos olímpicos da juventude - que aconteceram lá em outubro de 2018. Eu nunca tinha pensado em trabalhar como voluntária na minha vida, nem sabia direito o que era ou como funcionava. Na Copa do mundo de 2014, vendo um jogo que me dei conta da galera que trabalhava como voluntária e lamentei muito por não saber disso antes. Decidi igual me inscrever para as Olimpíadas em 2016 no Rio, sem saber qual a mágica que eu ia ter que fazer no meu orçamento e duvidando muito que iam chamar uma zé ninguém do fim do mundo para estar lá. Fui chamada e fiquei locona de emoção e cagada de medo porque nunca tinha andado de avião, muito menos sozinha, quem dirá estar em uma cidade gigante e violenta alone. (Já escrevi aqui no blog sobre a viagem pro Rio).
Minha primeira experiência como voluntária foi o grande divisor de águas da minha vida. Muita gente critica o voluntariado, principalmente no caso de eventos esportivos assim, porque em troca tínhamos uma refeição por dia, uniforme e transporte urbano, só. Sim, eu paguei pra trabalhar, e pagaria de novo. Estar em um evento tão grandioso como espectador já deve ser foda, agora saber que um pedacinho pequenininho daquilo tudo foi com a minha ajuda não tem como mensurar. (Óbvio que é privilégio meu ter tido condições de pagar a passagem até lá, passeios, comida etc). Mas, sobretudo, eu me senti útil, trabalhei com amor, fui imensamente feliz. Saí da minha zona de conforto, tive que aprender a me virar. Foi aí que acendeu uma luzinha de que talvez esse fosse o caminho que eu deveria perseguir, já que a minha relação com o trabalho convencional nunca foi das melhores. Fiquei no aguardo da resposta do evento em Buenos Aires e nada. Então, já que não ia começar pela Argentina, porquê não passar primeiro pelo Uruguai, afinal queria conhecer Punta del este e Montevidéu - até parece que meu Uruguai é só isso. Imagina se eu tivesse pulado esse hino de país da minha rota! Nada é por acaso!
O primeiro choque ao desembarcar nesse mundo novo foi a língua, como falei no primeiro texto. Além de não saber nada de espanhol, o Uruguai tem um sotaque diferente e muito bonitinho. O segundo choque foi perceber que já não vivia em um mundo de aparências. Não usei o BB cream que eu trouxe na mochila até hoje e nem sei se vou usar. Pra que esconder quem eu sou? Manchas do sol no rosto, sardas, olheiras, quilos a mais. Quem se importa? Eu me importava, afinal, a sociedade é cruel. (Eu ainda sigo num processo de aceitação de vários aspectos e espero que a viagem me ajude nisso também).
Aos poucos fui percebendo que as pessoas daqui tem uma maneira de viver muito simples e admirável. E a visão que eles têm de nós brasileiros é de um povo muito consumista, de fato. A gente não usa no dia-a-dia uma roupa com um furinho ou uma manchinha, por exemplo. Quando não dá pra tirar a mancha de ketchup da roupa a gente usa de pijama, bota pra doação, pra lustrar o chão, o que seja. A maioria das pessoas do Uruguai não esbanja. Um carro aqui tem que cumprir com a sua função de deslocamento, não é símbolo de status social. A economia é complicada, por ser um país muito pequeno, com pouco mais de 3 milhões de habitantes, quase nada de indústrias, setor primário restrito a pouquíssimas culturas, importando grande parte do que consomem. Aí um dos motivos por tudo ser tão caro. Pelo o que eu escutei, quase 50% da economia gira em torno da pecuária, afinal são três vacas para cada habitante. Também não há muitas vagas de emprego, principalmente no interior, uma vez que quase metade da população vive na capital. Sendo tão próximo de Buenos Aires, muitas empresas optam por se instalar lá e não em Montevidéu, por exemplo. Outra coisa que ajuda a mover a economia é o turismo no litoral, oportunidade para a maioria dos uruguaios 'hacer plata'. Mas a temporada dura pouco, na melhor das hipóteses três meses de calor e movimento e depois vira tudo deserto no qual só se escuta o barulho do vento fazendo a curva.
Por tudo isso, levar uma vida simples é questão de sobrevivência pra quem vive aqui. E de cara passei a admirar estas pessoas e a repensar meus hábitos de consumo tão desenfreados. As feiras ao ar livre são um exemplo de consciência. Tem o pessoal que vende frutas e verduras, mas também tem a galera que bota pra negócio qualquer coisa que já não lhe seja útil. Qualquer coisa mesmo. Tem prego, maçaneta, espelho, caderno, torneira, além do desapego de roupas e calçados. E as feiras acontecem por todo o país, não é só coisa de capital.
Já são quatro meses de Uruguai - mais do que eu havia previsto - e tenho gastado mais grana do que queria, sim. É complicado pra mim e também pra quem é daqui. O pessoal se queixa muito dos preços, mesmo o salário mínimo sendo quase o dobro do nosso no Brasil. Um dia um anfitrião daqui me falava que alguém deveria estudar o 'milagre uruguaio': assim como se estudou o milagre alemão de como as pessoas se reergueram no pós guerra, teria que estudar o povo uruguaio que sempre reclama da situação econômica mas todo verão aproveita pra curtir uma praia.
Mas, a verdade é que Uruguay es el mejor país e não teria lugar melhor pra começar minha trajetória. Um país que me abriu os olhos para muitas coisas que eu não dava bola e me ensinou a simplicidade. Me despiu dessa visão errada de felicidade que eu tinha, me desvendou do consumismo exacerbado, me ensinou a ser grata por cada poente que eu assisto e cada ângulo que meus olhos fotografam pelo caminho. Tão pouco tempo de estrada e eu já me apaixonei por um país e a cada rolê que eu dou caminho fazendo planos mirabolantes de como viver por aqui.
Teve um tempo no qual eu acreditava que dinheiro comprava felicidade, inclusive tenho uma camiseta que diz que o amor não paga conta, e realmente não paga. O que mudou na minha percepção de mundo é justamente a necessidade em fazer contas, em consumir. Aí você pode me questionar: mas se não fosse pelo dinheiro você não estaria viajando. Claro que não! Reconheço novamente meu privilégio de poder juntar uma grana e colocar o pé na estrada, porque na nossa cabeça consumista é preciso alguns trocados pra poder viajar. Mas, o câmbio de mentalidade está justamente em perceber que é possível viver com pouco e que se pode conhecer o mundo sem um centavo. Têm mil histórias de pessoas que viajam sem grana pelo mundo pra comprovar o que digo e, mais à frente quero contar um pouco mais sobre como isso é possível.
Talvez você ache que eu estou enlouquecendo, que esses devaneios terminam no dia em que eu tiver que ' voltar à realidade' (mas qual é a realidade mesmo?). Não julgo quem não me compreende até porque a Priscila do passado também não compreenderia. Só posso seguir caminhando em frente. Vamo' arriba, Uruguay!
1 note
·
View note
Note
“You know sweetie, my lips won’t just kiss themselves. Please help.”
Maldita hora havia se utilizado da própria curiosidade para invadir uma casa cuja não deveria estar, maldito maxilar delineado no rosto adornado cuja coloração parecia não poder identificar, vivera absorta com a imagem do homem até descobrir o seu segredo, depois disso começou a resistir sabendo que na própria cabeça doentia aquilo o havia tornado ainda mais intrigante. Tzuyu gostaria de fugir mas não poderia, as pernas a castigavam devido ao fato do próprio Seokmin tê-las interrompido, este fora o pivô da raiva de Tzuyu que não contaria para ninguém muito embora sim, sairia dali correndo na primeira oportunidade - era um sentimento estranho aquele, de querer ir embora a qualquer custo mas não saber de fato, se o faria. Tzuyu estava de costas para o garoto que tentava tirar-lhe do sério, a tocava e soltava cantada que admitiria a risada baixa e soprada virando-se em direção ao garoto. — Você tem lábios tão bonitos, pena que é um monstro. — Proferiu rispida virando-se novamente de costas para o rapaz.
0 notes
Text
Rodoviária
Nos encontramos em cuba, apesar de morarmos relativamente perto, foram as oportunidades do destino que me fizeram chegar próximo de ti, e desde o segundo primeiro, fui seu.
Viajamos por mais de 12 horas nos dois últimos bancos de trás até o aeroporto, e por sua presença, desejei que a viagem tivesse sido um pouco maior.. o clichê faz-se sem esforço ao seu lado.
Saímos embarcados em um avião, em direção a Brasília, capital do país que me acolherá por 36 meses! E magicamente estive ao seu lado, oferecendo meu peito a ti como travesseiro, como porto, como seu apoio e como segurança nos momentos turbulentos de nossos devaneios marcados, ou, sem poesia, do avião.
E afagando os emaranhados que já se faziam nas linhas de ti, dei-me imaginando nós dois casados, cuidando dos nossos filhos, nomeando-os quando em uma felicidade absurda ouviria você a me dizer que nosso amor deu frutos e eles irão vingar!
E o avião aterrissou.
O perfume pungente e seco da capital foi sentido pelo meu corpo no mesmo momento que nada disso mais importava, eu descia do avião com a certeza no rosto e sua mão na minha me permitia continuar a voar, com o sorriso que abraçava de asa a asa o maior avião daquele lugar.!
Seguimos em um ônibus para assinar os papéis, fazer nossos documentos e acertar os detalhes que ainda eram turvos a nossa visão.
Fomos alocados em uma pousada, homens para um lado e mulheres para outro.. Mas a nossa paixão efervescia quando o sol se punha e não deixávamos o gás se esvair sem iniciar uma chama ardente que durava as noites mais rápidas que tive, em sua pele desenhei meus sonhos e isso me cobrava horas de sono, que com alegria entregava a ti.
Foram semanas mágicas, tudo foi mais bonito por ter-te comigo.
Acordamos de manhã para nosso café e fomos avisados que sairia naquele dia nossas designações, o coração não coube em mim, sabia que isso julgaria nossos futuros e poderia inviabilizar nossos corpos de se afundarem em um ritual onde nós éramos os mocinhos e vilões das nossas próprias fantasias..
Ela foi para SP,
Eu fui para PR,
E as lágrimas já queriam cometer suicídio de meu corpo, Pará era incrivelmente longe de São Paulo e eu já comecei mentalmente minha organização para decidir de quanto em quanto tempo iria poder deleitar-te, amor meu!
Quando já tinha-te no abraço sofrido, seu rosto complacente virou a mim e disse “mas, ainda bem que é o estado do lado, não é tão longe assim!!”. a
Aí tomei por mim que o tal PR era Paraná, e então extasiei-me a alegria de poder-te mais!
Nos despedimos naquela tarde, com beijos curtos de quem já beijou demais, de quem já aceitou o amor que ocupa um lugar maior no coração, foram beijos pacientes, beijos de até logo..
Não tínhamos celular ainda,
Nossa comunicação fixou-se no online.
Embarquei para o tal “Pará” de perto, alegriando-me por ter te conhecido e em tão pouco já ter-te tão para mim, como para ti sou!
Me estabeleci em um hotel, dormi com um imenso peso de cansaço em mim.
Na manhã seguinte acordei e meu desejo era falar com a minha musa cubana.. Fui correndo a alguma LanHouse e dei meus trocados do almoço para ter meu acesso.
Esbranquisei-me. Não havia mais meu login.
Meu Facebook foi excluído por algo, por alguma razão que não sei e uma montanha de lama vem me corroendo e travando meus passos enquanto meus dedos gelados tentam digitar pela sexta vez meu usuário e senha, sem sucesso..
E a cada vez a verdade fica mais transparente e meu consciente mais turvo, minha pressão foi para os pés, minha alegria para a lona.
Era a única forma de comunicação, e eu me perdi nos labirintos de mim mesmo tentando te achar.
Pedi ajuda ao amigo que liberou-me o acesso ao computador, pedi auxílio, expliquei a ele no meu portunhol o quão importante era para mim esse contato..
Solícito, o menino ainda sem barbas me ajudou, mas, não consegui falar com ela nesse dia, não a encontrava, deveria estar com o mesmo problema.
Meu estômago doía, mais de saudade e de falta de borboletas que de fome, dores que jogavam meu fel a boca, que catarateavam meus olhos, enrugava minha pele e deixava-a sensível, tal uma queimadura de grau maior.. Talvez as descrições não sejam tão tangíveis como foi a dor de dormir sem a certeza de você.
Acordei no meio da noite, com o estômago agora ruindo em vontade de ter algo para quebrar as enzimas e produzir ATP, ou talvez meu próprio corpo se negue a dar-me energia sem minha motriz.
Acordei novamente na alvorada, lembrando de como eram lindas as flores e os pássaros que saudavam sua beleza no primeiro fóton caído sobre sua pele alva, sobre teus olhos de caramelo que me lançavam energias arrepiantes sempre que postos em mim por mais de alguns segundos..
E aguardei do outro lado da rua a LanHouse abrir.
Quando o trinco se virou por dentro, levantei e fui ajudar a subir a porta de aço que se sustentava baixa, mas que com esforço de dois, sucumbiu a se enrolar em ai mesmo sob os letreiros do lugar que mal estava ligado.
Senti aquele primeiro cheiro de computadores ligados a noite toda, de estanho queimado, de alguns cigarros..
Fui informado por um outro menino que em 5 minutos tudo estaria online e me pediu para aguardar.
Sentei, liguei, cliquei, digitei, entrei.
E uma solicitação havia para amizade. As borboletas voltaram com passarinhos e com todos os bichos da floresta para visitar meu estômago! Senti náuseas até..
Era ela, linda ela, perfeita ela, ela, era ela!
E os dedos que agora gelados estavam pela temperatura de primeiros números primos puseram-se a bater nas teclas e tentar nos avanços desordenados formar uma frase de reencontro sintetizando toda a vontade curtida e transformada em saudade amargurada por essas horas que cobraram toda rapidez que se atropelaram quando eu estava com ela,
E digitei um “oOi”
Enviei sem querer, cliquei errado e já fui me julgando idiota quando o “ooi” apareceu na minha tela após um rapidíssimo “digitando” quis comer meus órgãos internos..
Perguntei se tudo estava bem e como ela estava,
Um número retornou.
Pedi para o menino do balcão alguma forma de obter uma ligação, esse me emprestou o telefone da empresa que sofreu alguns apertos rígidos que emanavam o “pii” característico de uma paixão sendo reromada, um coração sendo analisado, um ônibus de ré.
“Olá” disse a voz calma do outro lado, “Olá” que foi repetido do lado de cá.
E todas as lágrimas juntas saltaram para a camisa sem medo e sendo empurradas por mais lágrimas atrás, as vozes trêmulas e balbuciadas tentavam em um espanhol cubano achar algum entrevero nessa salada de emoções para exprimir o que o “oOi” não foi capaz de transmitir..
E perguntei a ela se queria me ver, e como ainda tinha uma semana para entrar em exercício, perguntei se queria ver-me logo!
Ela disse que sim! Então, abusando da boa vontade e pedindo um papel, rabisquei seu endereço e seu número, agregando ao pedaço branco de celulose um valor imenso! E para não causar descontento, me despedi e desliguei.
Fui sem rodeios para a rodoviária, fui para comprar a passagem de liberdade que me levaria a pessoa causante de todas as dores, e desejos, e amores.
Embarquei naquele mesmo dia, fui até algumas cidades desconhecidas e pedindo informações cheguei ao ponto de encontro, após longas 12 horas de meditação em movimento..
E essa foi a primeira viajem desses 17 meses que estou aqui no Brasil, menino..
Sempre que posso, vou a ela, e sempre que ela pode, vem a mim..
Voltaremos juntos para Cuba, no mesmo dia, se tudo der certo, casaremos!
Mas, permita-me a despedida, minha rodoviária é a próxima, e são longas as horas longe do meu amor!
História real de um Médico Cubano no Brasil.
Obrigado por compartilhar comigo uma história tão intensa de amor.
.
.
- F.H.
0 notes
Text
Uma viagem para Caruaru
Sou Bartender, é fui contratado para fazer um cardápio, dar uma consultoria e treinar os novos funcionários de um novo estabelecimento em Caruaru - PE. Está é minha primeira aventura depois do fim de meu casamento. Eu estou escrevendo minha historia para passar meu tempo livre com minha mente ocupada. Como dizem “mente vazia é oficina do diabo”
Minha jornada se inicia na estação de metrô da Joana Bezerra no Recife. Lugar onde posso ver pessoas diferentes... Me vejo sempre pensando de onde essas pessoas vem? para onde vão? o que fazem em seus dias, que já estão contados pelo destino cruel que é a vida! Posso sentir no local, uma grande energia negativa, uma rotina sem fim de angustia e falta de esperança de muitos que ali estão. O metrô chega a estação:
youtube
Durante a viagem no metrô, me sinto inseguro. Sigo minha viagem de pé, não a mais lugares vagos. Algumas pessoas ocupam dois lugares. Não se sentem incomodados com isso, mais se sentem incomodados com tudo ao seu redor. Queria sair daquele trem o mais rápido possível. Estação depois de outra estação, é a minha parecia não chegar. Pessoas com uma energia tensa olhavam para mim. Eu ficava imaginando o que passava na mente de cada um deles. Alguns desviavam o olhar quando eu também os olhava, outros pareciam não se incomodar. Vendedores ambulantes passavam de vagão em vagão. Todos os tipos de coisas eu achava com eles. Relógios por R$ 10,00 que prometiam ser aprova de água, desodorantes aerosol por R$5,00, chicletes sem açúcar, queijo, amendoim, água, pipoca doce e salgada. Um verdadeiro comercio ambulante dentro do trem. Mas nada disso parecia com os conto de “Harry Potter” pois esse trem é mais assustador!
Chegando a rodoviária
EU estava exausto de um dia de trabalho. cujo mesmo já avia me ocupado o dia todo das 4hrs da manhã até as 16:40 hrs, E as 17:40hrs eu chego ao guichê para comprar meu passe.
As 18:00 hrs o ônibus chega:
youtube
Ao entrar no mesmo, procurei meu acento, cadeira 33 do lado da janela e comprei uma batata de um vendedor que entrou com uma cesta cheia de guloseimas. Logo depois chega o passageiro 32. Ele parecia muito angustiado. Me perguntou quanto tempo levaria para chegar ao destino. -Não sei dizer ao certo! - respondi ao rapaz. Ele recebeu uma ligação em seu celular. Onde ele se revelou um bandido, Estava fugindo de um traficante que queria o matar! Em uma das ligações eu pude escutar ele dizer: -Ele não sabe para onde eu tô indo, mas eu sei onde ele está. Depois disso ele desligou o celular e pediu para eu olhar sua mochila. Pegou um cigarro e foi para o banheiro do ônibus. Neste momento eu já percebia que algo não sairia bem! Acho q eu fui o primeiro a perceber a fumaça. É não demorou para os demais passageiros perceberem também. Logo vieram os julgamentos e palavras de raiva e revolta dentro do ônibus. O motorista se viu obrigado a parar no meio da BR, foi até o banheiro e bateu na porta pedindo para que ele abrisse a porta. O mesmo ficou quieto... Tudo ficou em silencio por alguns instantes. Eu não saberia o que poderia acontecer. Eu era o único que sabia que ele era um bandido. Poderia estar armado. E como estava passando por um momento “complicado” poderia se irritar e fazer algo pior para descontar sua raiva de coisas que lhe acontecerão. O motorista desiste e volta para o volante dizendo: -acho que ele parou por conta de tanta repressão de vocês! Seguindo novamente a viagem do ônibus. Algumas pessoas mantiveram seus olhares voltados para o banheiro do ônibus. esperando o rapaz sair de lá. EU sentado na cadeira olhando para fora da janela, Imaginando o que poderia ter acontecido ali dentro. Escutei a porta abrindo... Ninguém nada disse, ele sentou se novamente na cadeira 32 a meu lado. Seu telefone não parava de tocar. Varias pessoas que pareciam se preocupar, estavam ligando. Todas as chamadas que ele atendia eram respondidas com um tom de revolta e ódio. Até que em uma das chamadas, ele mudou seu o timbre da sua voz, mostrou um aspecto humano e... bem, era sua mãe! Ela queria saber se ele estava vivo. Ele falou que já estava no ônibus a caminho de Caruaru. Depois dessa ligação, ele dormiu. Chegando em Caruaru eu me levantei para descer no centro, antes de o ônibus chegar a rodoviária. desejei sorte a ele. Não posso julgar, não sei o que pode passar na vida de ninguém... Logo na calçada já tinham vários mototaxistas. Chemei um é pedi para me levar a meu destino.
youtube
Não levou muito tempo para chegar ao local de trabalho depois disso. Uns 10 minutos na moto é lá estava eu. Mas no caminho eu não parava de observar as ruas não muito movimentadas. Um lugar calmo e sem muitas atrações nessa época do ano. Bem diferente da Capital pernambucana. Era uma sexta a noite. Eu já tinha conhecido o espaço duas semanas antes. Onde dei o treinamento e consultoria do mesmo. Mas ainda estava em reforma quando tinha estado lá. Me deparei na sexta com algo novo é um pouco diferente do que tinha imaginado. O espaço ficou muito bom! Me apresentei e peguei minha farda. Era noite de inauguração. A equipe dos bartender’s se mostravam nervosos. E eu como líder tinha que mostrar confiança. Troquei a roupa e fui a batalha...
youtube
A noite foi muito agitada. e eu estava bastante cansado de todo o dia. Mesmo assim dei o meu melhor. Não gravei muito sobre a noite, pois como já falei ela estava muito agitada. Ainda não tinha em mão a fixa técnica, a gráfica estava para levar e não o fez. Então foi ai que eu tive q assumir. A correria foi grande. pessoas vindo de todos os lado. Mesmo assim, foi um sucesso!
Estava cansado ao estremo, é já eram 3 hrs da manhã. faltava só uma hora para eu completar as 24 hrs acordado. Encerramos o atendimento. A dona do estabelecimento ficou super feliz com meu trabalho. E eu só queria ir para o hotel e me deitar. Ela me deu uma carona até o hotel que ficava logo no centro. Entrei e disse que eu tinha uma reserva em meu nome. O recepcionista disse q não tinha reservado nada! Eu não acreditei no que estava acontecendo. perguntei se tinha um quarto disponível. E graças a Deus, tinha!
Preenchi toda a papelada, peguei minha chave e fui dormir.
youtube
O Segundo dia de minha aventura, eu estava ainda cansado. Mas não poderia perder a chance de ir a feira dar um passeio. Eu merecia uma manhã de lazer. A feira de Caruaru, lugar de cultura nordestina, parte da canção do mestre Luiz Gonzaga, ganha pão de milhares de pessoas. Já tinha conhecido a mesma a um ano atrás. Mesmo assim não deixo de passar nela quando me é dado essa oportunidade. Artesanato, cultura, animação e muita, mas muita roupa mesmo!
Depois de um dia cheio de passeios pela feira, fui almoçar em um restaurante no centro. Comida nordestina sempre será a melhor do Brasil. Um bom feijão com farinha não pode faltar na mesa!
Passei o resto da tarde descansando no hotel. Vendo a serie “Friends” pelo Netflix do meu celular. Logo depois, eu teria uma noite de trabalho incrível!
Já no Pub, eu pude preparar com mais calma todas as coisas que iríamos utilizar durante a noite. pude organizar o material com antecedência. Tendo assim uma noite mais preparada de trabalho. Menos agitada que a inauguração. Com muito mais sorrisos é menos tensão... Fiquei muito feliz em ver minha equipe gostando de trabalhar, sorrindo e brincando. Isso dá satisfação. Foi neste momento que eu pude ver que eles estarão prontos para minha partida.
Outra noite cansativa é um sentimento de realização. Embora eu ainda não tinha passado um tempo com uma pessoa que eu queria tanto ver... Marquei um momento com a mesma pela manhã de domingo. Fui dormir ansioso com a espera desse momento. Uma pessoa legal, sensível e meiga. Eu precisava muito conhecer ela mais a fundo! Acordei bem cedo. fui tomar meu café da manhã no hotel. E aquela moça não queria sair da minha cabeça. Será carência? Não sei bem dizer... mesmo assim não posso deixar passar a oportunidade. Mandei uma mensagem para ela no whatsapp na hora em que eu estava comendo. E algo aconteceu. Ela visualizou e não respondeu. Senti um aperto na hora. Pensei comigo mesmo se eu tinha forçado a barra. sendo ela uma Pisiana, não acho que minha ansiedade agrade muito a esse ser. Tem medo de compromisso. Tem medo de ser magoada!
As horas se passaram e eu não saberia o que fazer. então fiz novamente. Mandei outra mensagem! Mas dessa vez ela estava desconectada. A mensagem não chegou. Pensei; ela não quer falar! desconectou o celular para que eu não a incomode. Pensando nisso eu arrumei minha mala e fui para a feira mais uma vez. Me encontrei com um amigo e fomos as compras. Não comprei muito. Apenas um boné, uma bermuda e uma colcha de casal. Ela não sai da minha cabeça. Não consigo parar de pensar nela. Mas o que esta acontecendo comigo? Não consigo entender como alguém pode me chamar tanta atenção... Falei para mim mesmo naquele momento: -Não vou ficar aqui parado e ir embora sem falar com ela!
Fui correndo para o hotel. Tomei aquele banho e me arrumei. Me produzi como se estivesse indo para um encontro muito importante. Já estava tarde, e eu sabia onde ela estava agora. Estava no trabalho. No café onde ela trabalha. Lugar onde eu tinha conhecido e falado com ela pela primeira vez! Peguei minhas coisas e fui andando para o café. No meio do caminho eu estava a procurar uma flor. Não poderia ser qualquer uma. Tinha que ser uma que combinara com seu sorriso. Achei uma linda no canteiro da avenida principal. E disse: -É essa mesma que eu levarei!
Chegando lá ela estava de costas, arrumando a “frezzer” sozinha. Eu estava com a mochila nas costas, coisas que eu tinha comprado em uma mão, é a flor na outra, meio que tentando esconder. Entreguei a minha farda para uma das meninas que também trabalhavam lá. E Não imaginava com falar algo para ela. Ainda não tinha me visto e eu estava lá, parado. Esperando ela olhar, tentando ganhar tempo para pensar em algo para dizer. Durante todo a caminho até chegar lá eu pensei em mil coisas. Tudo sumiu da minha cabeça, deu um branco na mente quando eu a vi! Ela se virou é me viu ali parado com cara de “tacho” Pensei comigo naquele momento - é agora! Ela arregalou os olhos quando me viu. não acreditou que eu estava lá. Veio em minha direção é eu comecei a suar frio. Dei um abraço nela sem falar nada. Pequei a flor e prendi em seus cabelos. Finalmente algo saiu de minha boca: -Você achou mesmo que eu iria embora sem me despedir? Ela- Eu achava! -Não mesmo, eu não me perdoaria em fazer isso... EU não queria estragar o momento. e ela estava trabalhando. Resolvi que tinha que ir embora logo. Ela pediu para eu esperar mais. Disse que eu avida lhe dito que iria apenas de meio dia. Mas o idiota aqui dentro de mim disse que teria que ir naquele momento. e fui...
Peguei um mototáxi na frente do café e fui embora querendo ficar... Cheguei na rodoviária querendo voltar. “Já é tarde!” me peguei a pensar. Comprei minha passagem no primeiro ônibus expresso.
Eu fico me perguntando. Será o fim? Será o inicio? o que é então? São muitas perguntas para responder agora. Pode ser que no futuro tenhamos uma vida juntos. ou pode ser um pensamento de um sonhador. Quem sabe se tudo isso foi um sonho de outrora. que vai se perder no passado?
#canceriano#historia#conto#literatura#caruaru#goddvibe#bartender#viajante#viagem#viajando#pernambuco#recife#café#empreender#trabalhar#trabalho#fuga#pensamento#imaginação
0 notes