#protagonismo da mulher negra na música
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O protagonismo da mulher negra na música | Debate com show acontece na Sala Baden Powell
O debate “O protagonismo da mulher negra na música” pretende discutir e valorizar o papel das mulheres negras na indústria musical, que historicamente enfrentaram desafios e barreiras em seu caminho. Acontecerá no próximo sábado, 8 de julho, na Sala Baden Powell (Av. Nossa Sra. de Copacabana, 360 – Copacabana, Rio de Janeiro). Com a presença de Flávia Oliveira, renomada jornalista, Nilze…
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O renascimento de Beyoncé e a importância da cultura preta e LGBTQIAPN+ na música pop
Ao longo dos anos, o protagonismo preto e queer foi apagado da história da música, com a finalidade de esconder o povo por trás das obras dos holofotes da mídia. As histórias posteriormente contadas a partir dessas vivências passaram a ser interpretadas por artistas brancos e heterossexuais que, injustamente, ocuparam todos os lugares de destaque contando histórias que não os cabiam. O rock and roll, por exemplo, é um ritmo musical derivado do blues (cantado majoritariamente por artistas pretos), mas que curiosamente tem sua origem vinculada a Elvis Presley. É inegável o talento de Elvis, mas abre-se um questionamento acerca da origem de seu estrelato, já que sua primeira música de destaque “Hound Dog” foi originalmente interpretada pela artista negra Willie Mae "Big Mama" Thornton, cujos trejeitos e rispidez vocal, muito se assemelhavam aos do homem que futuramente se consagraria como "Rei do Rock". Dessa mesma forma, Madonna alcançou ainda mais recordes em 1990 com a música “Vogue”, evidenciando o cenário ballroom, composto por pessoas pretas, latinas e LGBTQIAPN+, e colaborando para a desmarginalização dessa cultura originária dos anos 20 que nunca conseguiu ser inserida ao mainstream.
Muitos anos depois, Beyoncé ressurge de um intervalo de 6 anos sem lançar um álbum solo de estúdio com o apoteótico Renaissance, dedicada a valorizar a house music e a cultura ballroom, se inspirando em grandes potências artísticas como Prince e Grace Jones e afirmando que a música disco é preta e precisa ser louvada. O Renaissance foi inicialmente apresentado através do single "BREAK MY SOUL", um hino motivador que incentiva o público a se rebelar contra as adversidades contestando que "não irão quebrar sua alma". A canção também ganhou um remix com a participação de Madonna através do sample de "Vogue". Nessa versão, Beyoncé cita inúmeras mulheres pretas que servem de constante inspiração para ela e suas criações, além de várias casas importantes da cultura ballroom. Na faixa "HEATED", indubitavelmente a melhor do disco, a cantora rasga elogios a si mesma, com um cômico tom de superioridade e aproveita para também homenagear o "tio Jonny", filho da irmã de sua mãe, e denominado por ela como sua "fada madrinha". Jonny foi uma das incontáveis vítimas do HIV nos anos 90 e foi o responsável por sua introdução a toda essa explosão de cultura que ela posteriormente usaria como inspiração para seu álbum indicado a duas categorias na 65ª edição do Grammy. Durante toda a jornada do álbum, Beyoncé se assegura que os pioneiros da cultura sejam muito bem reverenciados e isso se mostra através da faixa feminista "MOVE", com participação da icônica Grace Jones (e da artista nigeriana Tems), antes mencionada no remix do primeiro single.
Esse álbum é uma ode à cultura preta em geral e se consagra através da mistura mágica de ritmos musicais como dance, pop, hip hop, r&b, afrobeat, disco e house music. O público da artista colecionadora de 32 grammys é em sua grande maioria composto justamente por pessoas pretas e LGBTQIAPN+ que se sentiram vistas e representadas através de sua arte. É importante destacar a importância que isso se dá no nosso cenário sociocultural, é necessário que muito mais artistas continuem dando espaço a povos culturalmente apagados e permitam que eles, finalmente tenham a visibilidade que merecem.
Ao encerrar a experiência do Renaissance, é fácil compreender como Beyoncé conseguiu ocupar o lugar onde está e ser considerada a maior artista viva da atualidade, com uma carreira sem precendentes, cheia de hits longevos que atravessam gerações, ela se reinventa magestosamente como uma espécie de outdoor para aqueles que vieram antes dela e os que ainda estão por chegar, reconhecendo suas raízes e fazendo questão de glorificá-las de forma que outros artistas possam ascender sobre o preconceito e a mediocridade.
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Depois de dois anos suspensa por causa da pandemia da Covid-19, o bloco afro Ilê Aiyê voltou a realizar a Noite da Beleza Negra. A 42ª edição do evento ocorreu, na noite deste sábado (28), na Senzala do Barro Preto, no bairro Curuzu, em Salvador, e elegeu Dalila Santos, de 20 anos, como a Deusa do Ébano para o Carnaval 2023. A concorrida cerimônia contou com a presença do governador Jerônimo Rodrigues, do secretário da Cultura, Bruno Monteiro, e demais autoridades. “A Beleza Negra, além de uma festa cultural bonita do Ilê Aiyê, tem como destaque, a preocupação com a mulher. O papel da mulher em um cenário, em um lugar estratégico”, declarou Jerônimo. O governador reforçou a emoção de comparecer a esta noite festiva: “Não poderia deixar de participar desta celebração como uma forma de agradecimento e reconhecimento, mas revelando o meu compromisso com a cultura negra do estado da Bahia”. O centenário de Mãe Hilda Jitolu, líder espiritual do Ilê Aiyê, e uma das fundadoras do bloco foi celebrado com leitura de texto do ator Sulivã Bispo, com a representação do orixá Omolu, dono de significado profundo relacionado à vida e à morte. Já o herói angolano, Agostinho Neto, tema do bloco neste ano, foi representado pelo ator Diogo Lopes Filho. Outro homenagem realizada durante a noite foi à memória de Sérgio Roberto dos Santos, idealizador da Noite da Beleza Negra, que faleceu no último dia 22 de janeiro. O secretário de Cultura do estado, Bruno Monteiro reforçou que a solenidade é um marco na história da cultura baiana. “Toda essa manifestação, é tão forte, tão tradicional, e até o surgimento dessa manifestação, as mulheres negras não tinham esse protagonismo. Então, é um evento muito importante por toda história que representa”. Ele lembrou o investimento do governo baiano na cultura negra: “A gente está aqui também celebrando a divulgação do edital Ouro Negro, que contou com um investimento recorde nos blocos afro, blocos de índigenas, em toda a cultura raiz, a cultura popular”. Pioneirismo e tradição De acordo com a secretária de Promoção da Igualdade Racial, ngela Guimarães, a celebração realizada pelo pelo bloco afro enaltece a conquista de todo um povo. “Uma noite de uma festa, a primeira no Brasil que exalta a representatividade, a beleza, que valoriza a autoestima das mulheres negras. Celebrar 42 anos, a longevidade dessa festa é dizer que o Ilê Aiyê sempre foi pioneiro, sempre apontou rumo, sempre abriu caminho, porque hoje a gente tem uma efervescência desse debate antiracista na agenda nacional e isso se deve a quem veio primeiro”, enfatizou. O tema desta edição foi “Iroko é Liberdade – Um espetáculo para festejar o tempo”, e reverenciou a música e a cultura negra do Brasil. Para a secretária de Assistência e Desenvolvimento Social da Bahia, Fabya Reis, essa celebração representa “todo o fortalecimento da nossa cultura negra, da força das mulheres negras. Fazendo essa tradição com a ancestralidade, com a comunidade da Liberdade, e do bairro do Curuzu. Uma mensagem de liberdade, de igualdade, democracia e de toda a potência das mulheres negras”. Repórter: Anderson Oliveira/GOVBA Foto: Mateus Pereira/GOVBA
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BBBissexualidade
Primeiramente, eu vou dizer que eu não estou assistindo ao BBB21, mas se você é brasileire ou tem amigos que são daqui do Brasil, então você sabe que é impossível não saber o que acontece no reality show. Então, é claro que eu estou sabendo de Lucas e Gilberto, do beijo na festa que aconteceu na noite anterior à saída do Lucas e o preconceito presente na casa. Não teve "apenas" bifobia, mas também transfobia, homofobia, racismo, capacitismo, entre (prováveis) outros.
Como eu disse, não estou assistindo, só vendo vídeos e comentários no Twitter, então não estarei aqui dando minha opinião sobre a situação, até porque não sou negro nem bissexual; o que eu vou fazer aqui é usar essa oportunidade para divulgar livros com protagonismo negro e/ou bissexual. Claro, vou priorizar os que eu tiver lido, mas vou incluir também alguns cuja leitura eu não concluí. Vamos lá, então?
✓ - já lidos
✈- para ler
"LEGENDBORN", de Tracy Deonn ✓
A narrativa começa com Bree Matthews, uma adolescente de dezesseis anos, após a morte de sua mãe. Alguns meses depois (um salto no tempo de três meses entre o prólogo e o primeiro capítulo), Bree está em um programa residencial para estudantes do Ensino Médio na UNC (a Universidade da Carolina do Norte), onde ela presencia um ataque mágico, no sentido literal da palavra, durante a sua primeira noite na universidade. Um misterioso grupo de estudantes chamado Legendborn começa a investigar o caso, além de um mago adolescente que chama a si mesmo de Merlin tentar (e falhar) apagar a memória de Bree. Contando com mulheres negras, não só no protagonismo, mas também na autoria, e um interesse amoroso bissexual, não poderia deixar de incluí-lo. (Inclusive, a tradução para o português que será publicada pela Intrínseca já está em pr��-venda! Aproveita para comprar, porque é simplesmente maravilhoso.
"OS SETE MARIDOS DE EVELYN HUGO", de Taylor Jenkins Reid ✓
Estou certo de que já recomendei esse livro aqui no blog, mas eu também estou sempre disposto a recomendá-lo mais uma vez. Os sete maridos de Evelyn Hugo é contado sob duas perspectivas: a primeira é a de Monique, uma jornalista que, após um divórcio turbulento, é requisitada para uma entrevista com Evelyn Hugo, uma atriz da época dourada de Hollywood, pela própria Evelyn, que não havia feito aparições públicas há décadas. Já a outra perspectiva é a da própria Evelyn enquanto conta toda sua história para que Monique organize em uma biografia autorizada. O livro explora a bissexualidade de Evelyn, narrando seus relacionamentos, incluindo seus sete maridos, mas não se limitando a eles. Se você gosta da Taylor Swift e das letras de suas músicas, esse é um livro que você deve ler: muitas das músicas da cantora parecem ter sido escritas com o intuito de servirem como trilha sonora para Evelyn Hugo.
"LEAH FORA DE SINTONIA", de Becky Albertalli ✓
A sequência do livro Simon vs. A agenda Homo Sapiens (cujo título foi, infelizmente, mudado para Com amor, Simon quando foi adaptado para o cinema, algo que ainda me traz frustação) conta a história de Leah, uma das melhores amigas de Simon, no ponto de vista da própria. Tanto ela quanto Abby, sua melhor amiga e interesse romântico no livro, são bissexuais. Leah fora de sintonia também fala sobre desconfortos em relação ao próprio corpo, por Leah ser uma menina gorda. Essa representatividade gorda e sáfica simultaneamente significa muito para mim, por ter essas duas características (uma característica e uma identidade, na verdade), o que se enquadra em outra coisa que me frustrou na adaptação cinematográfica Com amor, Simon, que conta com Katherine Langford, uma atriz magra, interpretando Leah. E, apesar de Leah não ser representatividade bissexual e negra, Abby, seu interesse amoroso, é.
"HEARTSTOPPER", de Alice Oseman ✓
Um pouco diferente dos outros livros nessa lista, Heartstopper é uma graphic novel britânica, que tem como protagonistas Charlie Spring, um garoto gay no Ensino Médio, e Nick Nelson, seu interesse romântico que passa pelo processo de descoberta e aceitação da própria bissexualidade durante a obra. Os livros também contam com outros tipos de representatividade, como Tara e Darcy, que são um casal de lésbicas, e Elle, que é uma garota trans, sem contar a representatividade racial, na qual tanto Tara quanto Elle estão incluídas. Apesar dos livros estarem à venda, eles também estão disponíveis legal e gratuitamente nos aplicativos Tapas e Webtoon, e sua publicação em português será feita pela Editora Seguinte (os dois primeiros volumes serão publicados esse ano mesmo, os outros dois em 2022, e o lançamento do quinto ainda não tem data). Além disso, os livros serão uma série produzida pela Netflix!
"CINDERELLA IS DEAD", de Kalynn Bayron ✈
Esse livro está na minha lista para ler logo, até porque tenho o volume físico na minha estante: é uma reinterpretação LGBTQ+ da história da Cinderela, onde fazem duzentos anos desde que ela encontrou seu príncipe e, desde então, há um baile anual onde os homens do reino escolhem suas esposas. E, se o objetivo do baile não for cumprido, as garotas que não foram escolhidas nunca mais serão vistas. Sophia, a protagonista, foge do baile e acaba encontrando a última descendente conhecida de Cinderela e suas irmãs. Não preciso nem dizer que estou louco para ler esse livro, né? (Detalhe: a versão brasileira desse livro também está em pré-venda, com o lançamento agendado para 16 de agosto!)
"FELIX EVER AFTER", de Kacen Callender ✈
A narrativa é centrada em Felix, um jovem negro, queer e trans, que nunca se apaixonou, apesar de querer desesperadamente saber qual a sensação. Depois de receber mensagens transfóbicas anônimas revelando seu nome morto e com fotos suas antes da transição, Felix traça um plano de vingança que não só lhe traz um triângulo amoroso, como também uma jornada em direção à autodescoberta. Por alguma razão, eu ainda não consegui ler esse livro, mas, tal como Cinderella is Dead, ele está esperando não tão calmamente na minha estante. E advinha? A edição brasileira também está na pré-venda e com uma capa lindíssima (sério, estou apaixonado por essa arte).
"ACE OF SPADES", de Faridah Abike-Iyimide ✓
Se você quer um livro LGBTQ+ que fale sobre racismo, considere ler Ace of Spades. Consegui lê-lo através de uma ARC e penso nele até hoje (que, inclusive, foi o dia que a minha cópia física dele chegou! Tão lindo...). Basicamente, é uma história contada sob dois pontos de vista, o de Devon e Chiamaka, os dois únicos alunos negros em uma escola particular de elite, que são os alvos principais de mensagens acusadoras por uma pessoa anônima que assina os textos como ‘Aces’. Ele conta com protagonismo gay/aquileano e bissexual/sáfico, e chegará ao Brasil pela Plataforma21, selo jovem adulto da V&R Editoras.
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Representar é (re)existir
Eduardo Tadeu
Atualmente, muito se fala sobre representatividade. Seja nos livros, em séries de TV, no cinema ou na música, a representatividade vem conquistado seu espaço que, (ainda) muito pequeno, merece nossa atenção.
A questão é que, a representatividade é um tópico muito discutido, mas muito pouco compreendido. Entende-se que quando um indivíduo lê um livro, ou olha para a tela da televisão, e enxerga um personagem como ele, ele está sendo representado.
Esse conceito não está errado. De fato, representatividade é exatamente isso. Recriar a vivência de um grupo através da arte e assim, abordar a história, aspectos e singularidades de tal vivência.
Mas a representatividade se resume apenas a isso? Apenas representar?
A importância da representatividade encontra-se nas minorias. LGBTQIA+, pessoas negras, pessoas gordas, indígenas, etc. Resumidamente, pessoas fora do padrão cis hétero branco magro.
Para essas pessoas, a representatividade vai além de apenas olhar para um personagem e se identificar com ele. Para essas minorias, a representatividade tem a ver com validação. Validação de individualidade, de existência.
Eu, pessoalmente falando, sou um garoto gay.
Quando eu abro um livro e vejo que o protagonista é um garoto gay, eu não me sinto apenas representado.
Eu me sinto válido. Sinto que a minha existência importa e que eu mereço um espaço na história assim como qualquer outro personagem.
Todo indivíduo merece ser ouvido, lido e valorizado. Toda vivência é significativa, importante e merece seu espaço, sendo ele na vida real ou na ficção.
Claro que, essa representação deve ser feita com sensibilidade. Quando um autor, roteirista ou diretor, decide abordar uma vivência que não é dele, é intrínseca a empatia, além de uma pesquisa bem aprofundada sobre as individualidades particulares da minoria abordada.
Além de claro, a inclusão de pessoas pertencentes ao grupo que será abordado. Representar não é apenar criar. É incluir.
Na teoria, a representatividade é uma proposta perfeita. Incluir tramas singulares em uma história e criar um elenco diverso de personagens únicos. Entretanto, estereótipos devem ser evitados, bem como é necessária a inclusão de pessoas pertencentes a minoria escolhida para a representação.
E deixem-me dizer algo a vocês: a única coisa que separa as mulheres negras de qualquer outra pessoa é a oportunidade
Essa é uma citação do discurso da atriz Viola Davis, ao receber um Emmy Awards em 2015.
Sem oferecer oportunidades de inclusão, a representatividade não importa.
Se você trabalha com qualquer meio artístico, traga diversidade para as suas obras. Represente, da maneira certa, inclua minorias, abrace vivências diversas.
Se você, assim como eu, apoia a representatividade. Divulgue.
Leia livros com protagonismos diversos. Apoie autores pertencentes a minorias. Assista filmes com personagens pertencentes a minorias. Consuma todo o tipo de arte que represente.
Representar é (re)existir, então não silencie nenhuma existência.
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#Pracegover: Parte dois do inventário com informações sobre a mim, a curadora do inventário.
Meu nome completo: Evelyn Bizerra de Sousa
Cor favorita: Azul
Música favorita: Papaoutai - Stromae
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Número da sorte: 7 ou 15
Livro de cabeceira: Qualquer sobre o Sherlock Holmes
Sonho realizado: Morar sozinha
Uma viagem desejada: Ir para Londres, Canadá, Japão ou Egito
Flor preferida: Girassol 🌻
Lugar da minha cidade que mais gosto: Praia Grande, São João do Outeiro/Pa
Um provérbio: “Não há bem que sempre dure, nem mal que nunca se acabe...”
Um verso:”[...] Numa asa acima do planeta e um crente,
Minha alma suja, um rastro de vapor no ar vazio,
Através das nuvens eu vejo minha sombra voar
No canto do meu olho lacrimejante
Um sonho não ameaçado pela luz da manhã
Poderia soprar essa alma pelo telhado a noite
Não há sensação que se compare com isso
Animação suspensa, um estado de felicidade
Não consigo tirar minha mente do céus que giram
Com a língua presa e enrolada, somente um desajustado no limite da Terra, Eu.” Pink Floyd - Learning to fly
Cole uma foto sua atual e diga quem você é através de uma receita
1 colher de sopa de ansiedade
3 xícaras de chá de extroversão
1lt de preguiça
500g de compreensão
2kg de cabelo
Misture bem até ficar homogêneo e coloque no fogo por 45 minutos a 180º
Cite professores (as) pretos (as) que estiveram na sua trajetória na educação básica. Cite professores (as) pretos (as) que estiveram na sua trajetória acadêmica na graduação. Algum deles (as) te marcou? Qual sua impressão sobre isso?
Durante a minha trajetória educação básica eu tive três professores negros, uma mulher e os outros dois homens. Todos esses três eram professores das ciências humanas, a mulher era professora de geografia e os dois eram professores de história. Todos me marcaram de forma positiva, as aulas e ensinamentos, os conhecimentos transmitidos me influenciaram de pouco em pouco a seguir a carreira de professora. Já durante a graduação, tive oportunidade de ter duas mulheres negras como professoras, mas apenas elas duas até então. É interessante perceber que a maior parcela da população, ou seja 56,10% ,são de pessoas negras e pardas, entretanto, eles não são maioria a ocupar cargos de chefia, são cerca de 10% que conseguem destacar-se nesses cargos, de acordo com IBGE. Tendo isso em vista, revela-se o racismo estrutural e a discriminação desses sujeitos, pois como isso poderia acontecer, se não for ação da própria sociedade agindo contra a população negra, os alienando e afastando das suas possíveis conquistas.
Descreva sobre uma experiência marcante sobre identidade étnicorracial.
Acredito eu que uma das grandes experiências que tive recentemente foi ter aprendido sobre as relações étnicorracial dentro dos espaços sociais e políticos e sobre tudo o que envolve questões de luta do povo negro, e isso foi possível a partir dos ensinamentos que tive dentro de uma disciplina chamada “Educação para as relações étnicorraciais.” A partir das aulas, pude procurar obter mais informações sobre o assunto. As situações que aparecem na mídia divergem da realidade que enxergo, a maior parte da população é composta por pessoas negras e eles são minoria em diversos setores, como artistico, político, educacional, empresarial, etc, mesmo que já tenha-se passado mais de um século desde a abolição da escravatura, adiscriminação e o preconceito com pessoas negras persiste na nossa sociedade e é a nova forma de excluí-los do ambiente social, político e cultural.
Descreva que você conhece sobre Afrofuturismo. Escreva ou reproduza um texto poético sobre este conceito.
O termo afrofuturismo surge em 1994, em uma entrevista dada de Samuel R. Delaney, Greg Tate e Tricia Rose, para Mark Dery (branco) sobre a presença de escritores negros na ficção científica. Este termo abrange 4 pilares, importantíssimos para sua execução: Ancestralidade, Futuro Possível, Tecnologia e Autonomia. Este conceito é peça chave para entender um movimento que pretende alavancar a luta e protagonismo de pessoa negras na sociedade, seja no cinema, na música, artes, literatura, etc. O afrofuturismo aparece para dar vez aos negros dentro de lugares em que antes era impossível para eles transitarem, carregando consigo sua identidade e sendo protagonista de suas histórias, não apenas histórias do passado deturpado, mas também de um futuro novo, criado de acordo com suas vontades e determinações.
Abaixo segue um trecho da música “Guilhotina” da rapper paraense Nic Dias, mulher negra que canta sobre o passado, presente e futuro do povo preto, principalmente da mulher negra.
“Quero vibranium tipo em Wakanda
Eu e minhas preta lá em Luanda
As preta mais ricas do ano
Correr pelo certo, nós tá cobrando
Rap sujo América latina
Cada verso é uma guilhotina
Os desinformados num tem respeito
Eu vou te lembrar, o hip hop é preto!
500 anos de opressão
Tacam fogo na nossa cultura
Esquecidos pela educação
Mas nunca pela viatura
Mulheres pretas são lindas
Protagonistas da própria história
E pros comédia que dúvida
Cês vão lembrar da minha trajetória
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#Teatro: Marianna Crioula, um grito de resistência, montagem teatral produzida pelo Grupo Celeiro da Artes, conta a história de uma das mulheres negras e escravizadas mais importantes do Brasil. A obra ressalta o protagonismo da mulher negra na história e sua luta por liberdade. O espetáculo conta com músicas sacras de matriz africana entoadas ao vivo. A entrada é gratuita! ⚠️⚠️ Haverá van saindo da praça do chafariz às 18h30 para transporte até o Sesc Silo. O local de encontro é o Ponto de Informações Turísticas 😉 ➡️➡️ A peça é indicada para maiores de 12 anos. . Repost @sescparaty . . . . . . . #sesc #sescsilo #sescparaty #Paraty #AWA2019 #awa https://www.instagram.com/p/B5DeyhAjNFb/?igshid=qh8kkbwfsczp
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Precisamos falar sobre OITNB
Por Djenane Arraes
Ao final do último episódio de Orange Is The New Black, parecia que estava chovendo dentro dos meus olhos. Então me dei conta do quanto eu me importava com os personagens de uma série que, vamos ser sincera, não era lá muito comentada. Ah, você assiste OITNB? Ah, eu vi alguns episódios ou temporadas. E o assunto morria por aí. Interessante era que a série é a mais assistida da Netflix de acordo com alguns dados e pesquisas não oficiais, uma vez que a Netflix não libera dados de audiência.
Bom, existe pelo menos um dado considerado oficial dado pela Cinty Holland, chefe da divisão dos originais do serviço de streaming. De acordo com a entrevista a revista Variety, OITNB mais de 100 milhões de pessoas assistiram, pelo menos, a um episódio da série. A mesma matéria da revista revelou que é a série mais popular na Netflix, entre originais ou não, ganhando do megahit Stranger Things, que vem em segundo lugar. Outras pesquisas não-oficiais vão colocar OITNB em outras posições de ranking, mas é certo que a série está sempre no top 10.
Então por que diabos ninguém faz debates abertos sobre OITNB? Seria o leque de personagens LGBT+? Faz algum sentido em um país que é conservador de costumes (não confundir com o conservadorismo político, que é outro lance). Falar abertamente sobre a história de amor disfuncional entre a protagonista Piper (Taylor Schilling) e Alex (Laura Prepon), e admitir que “shipa” as duas é como pisar em ovos. Mas esse tema nem é o mais interessa em OITNB. A música tema diz “lembre dos seus rostos, lembre de suas vozes”. De quem? Das dezenas de histórias de mulheres de todas as cores, pesos, idades, crenças, sexualidades, aparências.
OITNB apresentou ao público um elenco feminino diverso, revelando atrizes muito talentosas que seriam rejeitadas na maioria das produções por não terem o padrão de beleza desejável. É comovente ouvir o depoimento de atrizes como, por exemplo, Uzo Aduba, que enfrentou rejeições em audições seguidas, que estava no vermelho e pronta para desistir da carreira, até que foi chamada pela produção. Aduba é a única atriz que recebeu premiações individuais pelo papel em OITNB (o elenco ganhou algumas premiações coletivas). A série deu protagonismo a atrizes negras e latinas (algumas delas imigrantes) em uma produção que não era voltada a falar de um nicho específico. Ou seja, era a diversidade para a diversidade.
Os personagens da série não eram simples arquétipos ou estereótipos. Eram tipos únicos, complexos, cheios de falhas e virtudes. Lembre-se de Glória (Selenis Leyva), que acabou na prisão devido as reviravoltas que precisou fazer devido a um relacionamento abusivo. Lembre-se de Suzanne (Uzo Aduba), personagens com doença mental que terminou na prisão por “sequestrar” uma criança, enquanto na mente dela, pensava que estava apenas a protegendo. Lembre-se de Taystee (da extraordinária Daniela Brooks), que foi presa por traficar pela falta de oportunidades, apesar de ser inteligente e ética. Por meio de algumas delas foram discutidos temas de grande relevância como o racismo, a questão dos imigrantes, dos problemas do sistema prisional e da justiça norte-americana (ou justiça em geral). Mas também se falava de cumplicidade, sororidade, amor, amizade, companheirismo.
Se OITNB foi tão rica em temas, então por que não falar abertamente sobre ela? O conservadorismo de costumes explicaria o silêncio? As vezes penso que é o silêncio que traz o pioneirismo. As pessoas precisam ver, absorver e só então criar “coragem” para falar a respeito de uma forma reflexiva e não-negativa. De certa forma, acho que é preciso tempo. Essas aberturas levam tempo. Que coisa interessante: a música-tema se chama You Got Time.
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PROJETO PRETAS NO BRANCO
FOTOGRAFIA AUTORAL
TRANÇAS, TURBANTES E EMPODERAMENTO DE MULHERES NEGRAS: ARTEFATOS DE MODA COMO TECNOLOGIAS DE GÊNERO E RAÇA.
Idealizador
Márcio Silva
O projeto PRETAS NO BRANCO e um projeto idealizado pelo produtor cultural e fotografo Márcio Silva com sentimentos, sensações e memórias. Vem com a proposta da fotografia, na cultura negra. Propõe a criação de uma série fotográfica de pesquisa com o objetivo de vivenciar varias seções de fotos só com mulheres negras buscando mostrar o empedramento e o protagonismo das mulheres afro-descendentes, oferece experiências para se conhecerem e se valorizarem e dando mais sentido a vida das mesmas possibilitando o aumento da autoestima reconhecendo o valor das mulheres negras na sociedade por meio da fotografia.
Objetivo Geral
Edificar a autonomia e consciência na própria produção artística/fotográfica. Desenvolver seres humanos capazes de, por eles próprios, dar sentido e direção às suas vidas.
Se Conhecer I: experiências com imagens mentais, sentimentos.
Palavras-chave: Transiçãocapilar; Moda; Tranças; Turbantes.
Cores de estimulo Primárias: Vermelho, Azul Royal, Verde, Laranja e Amarelo.
Cores de estimulo Secundaria: Branco
Expressar e comunicar-se por meio de símbolos e trocas de memórias, o uso da imaginação como ferramenta para criações fotográficas.
2. Se Conhecer II: Expressar um recorte da visão de mundos internos e externos através do fazer fotográfico. Finalizar com um auto-retrato. Exposição dos trabalhos. Proposição para levar na próxima
aula uma fotografia em que sente-se afeto.
3. Música e Fotografia I: Escuta e sensibilização de músicas e criação fotográfica através das sensações e
sentimentos.
4. Percepção na fotografia: Reflexões sobre o mundo percebido.
sobre colagem, arte e fotografia. Criação de trabalhos fotográficos através de colagens.
5.Selecão de fotos para criação de exposição.
6.realizar exposição das fotografias produzidas.
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Rapper amapaense lança álbum e videoclipe através da Natura Musical
Rapper amapaense lança álbum e videoclipe através da Natura Musical
No lançamento pela Pororoca Sound, a rapper amapaense mostra o legado da militância pelo protagonismo da mulher negra na sociedade e libera o videoclipe da faixa título do álbum Nesta terça-feira (15), chega às plataformas de streaming o primeiro álbum da MC Deeh. As oito faixas acompanhadas de videoclipe da música que dá título ao trabalho, fazem parte da Pororoca Sound com produção da Ói Nóiz…
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Resenha: "Dandara"
(...) e para não ser feita de escrava, dandara virou passarinho"
- amanda julieta (2020)
dandara, obra estreante da querida amanda julieta conta a história de uma importante referência negra ao quilombo dos palmares.
num passo que a autora nos apresenta a história dessa mulher inspiradora, num outro ela segue na contramão de uma narrativa que tente reduzir a líder dandara enquanto esposa de zumbi dos palmares, também líder para a luta antirracista. a escritora nos apresenta uma mulher negra, cuja voz e ação foi fundamental para a mobilização de mulheres guerreiras pela sobrevivência e memória do nosso povo negro.
na leitura, me vi embalada pela música sorriso negro da fantastica dona ivone lara para rememorarmos que “negro é a raiz da liberdade”. o conceito de liberdade é descrito de forma poética para narrar o modo como dandara decidiu se livrar das violências escravistas, assim como mobilizar revoltas e resistências junto ao quilombo de palmares. é nesse aspecto que entra em cena dandara dos palmares, uma das principais referências na luta contra a discriminação racial que mobilizou e organizou ações de enfrentamento ao escravismo do nosso país. ela fundou junto à zumbi e toda uma comunidade, o quilombo dos palmares, construindo através de mulheres e homens negros alternativas para enfrentar o colonialismo.
a obra de amanda julieta é forjada numa narrativa que nos encanta ao conhecermos uma dandara menina. a personagem de traços e pele preta, construída pela ilustradora linoca souza, tem como principal aspecto político o protagonismo e representação das nossas narrativas negras. o enredo também é tomado por uma linguagem direcionada ao público infantil, mas extrapola todas as pessoas pretas que não se viram representadas na literatura através de personagens com representações positivas.
e falando em representatividade, essa obra foi dedicada a pequena laura, sobrinha da escrita. e num principio de mobilizar as noções de representação e representatividade percebemos o funcionamento das literaturas negras e feministas na construção e fortalecimento das nossas autoestimas. ao conhecermos dandara menina até rememorarmos a grande guerreira, permeamos sob os princípios de quilombo, união e amor pelo povo negro.
amanda julieta numa abordagem de contação de histórias nos emana inspiração para vivermos em comunidade pelos nossos, e como ela mesma pontua em uma das cenas: “de uma luta por justiça, sendo a terra sua urgência, e hoje a guerreira dandara é símbolo de resistência". temos através dessa obra mais uma ferramenta para combater as amarras do racismo no brasil. é assim que finalizo lançando aos leitores o convite para conhecer essa obra bonita e marcante para a literatura infantil. o livro dandara nos encanta e enaltece a nossa ancestralidade negra. e de dandara, zumbi e seus filhos motumbo, aristogíton e harmódio, fortalecemos os laços da nossa milenar resistência, tal falado pela nossa inspiradora conceição evaristo.
*samira soares é mestranda em literatura e cultura pela ufba, faz parte da curadoria da feira literária do instituto de letras da ufba (fliilufba) e produtora de conteúdo pelo @narrativasnegras.
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#Playlist 1998: O melhor do rap e do r&b lançado há 20 anos
– por Savana Azolini (@savana_azolini)
Copa do Mundo (e a França ganhava como neste ano), “Titanic” (foram 11 estatuetas do Oscar) e a grande perda de Tim Maia movimentaram 1998 em diferentes sentidos. Mas foi no universo musical que alguns álbuns e singles de rap e r&b se tornaram eternos e moldaram o que estava por vir. Para relembrar, selecionamos 22 tracks que completam 20 anos e as reunimos nesta playlist que acompanha o nosso super Especial Discos de 1998.
LEIA MAIS #Especial: Discos de 1998 e a nova fase do Per Raps
Entre “Follow Me Now”, de Juvenile, “Human Language”, de Aceyalone, “Whatcha Gon’ Do”, de Snoop Dogg, “Uncut, Pure”, de Big Daddy Kane, e “Ruff Ryders’ Anthem”, de DMX, 1998 trouxe outros grandes clássicos, como “You Know My Steez”, de Gang Starr, “Gimme Some More”, de Busta Rhymes, e “Tru Master”, de Pete Rock.
Entre as nacionais, aqui a gente destaca “1967”, do álbum “Eu Tiro É Onda”, primeiro solo da carreira de Marcelo D2. O nome da música remete ao ano de nascimento de D2 e mostra uma biografia sensível de sua vida, passando pelos os lugares na cidade do Rio de Janeiro que o formaram, além de suas principais influências na música. Tudo embalado com o sample de “Canto de Ossanha”, do mestre Baden Powell, o que deixa o relato ainda mais especial e único.
Câmbio Negro, grupo de Ceilândia, no Distrito Federal, aparece aqui com “Esse é meu País”, uma letra cheia de sonhos que, mesmo 20 anos depois, ainda lutamos para que se realizem. Da clássica e fundamental primeira coletânea do Espaço Rap, da 105FM, tiramos duas pérolas de 1998: “Emanoel”, de Guind'art 121, do Distrito Federal, e “A Vingança”, do grupo Face da Morte, formado em 1995 em Hortolândia, interior de São Paulo.
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Pensar no ano de 1998 é naturalmente lembrar do single “Doo-Wop (That Thing)”, de Lauryn Hill. A música se torna tão especial por ter essa aura de testemunho pessoal em sua letra (“Now, Lauryn is only human. Don't think I haven't been through the same predicament”, que significa, em tradução literal: “Agora, a Lauryn também é humana. Não pense que eu já não passei pelo mesmo dilema”), um diálogo direto, honesto e consciente que consegue abordar temas complexos como objetificação sexual e machismo, dando todo protagonismo ao poder feminino, como no trecho abaixo:
“Don't be a hard rock, when you really are a gem. Baby girl! Respect is just a minimum” (“Não seja uma rocha dura quando você na verdade é uma pedra preciosa. Meu amor, respeito é o mínimo que ele te deve”)
Essa faixa ficou em primeiro lugar na parada Billboard 100, em fevereiro de 1999, e foi um grande passo para o feminismo, trazendo essas ideologias para um público ainda mais amplo. O clipe é uma obra à parte, e foi vencedor na 16ª edição do Video Music Awards, da MTV (1999), levando os prêmios de melhor videoclipe de R&B, melhor direção de arte e melhor videoclipe do ano, o prêmio mais importante da noite.
“Brown Skin Lady”, de Mos Def e Talib Kweli, registrada no disco colaborativo BlackStar, também é um clássico e um ótimo exemplo de como se falar de sentimentos, dessa vez com um amor mais romântico, mas, mostrando respeito e até veneração pelas mulheres negras (sim, nós merecemos e muito), sem a ostentação de padrões de beleza. " Without makeup you're beautiful. Whatcha you need to paint the next face for. We're not dealin’ with the European standard of beauty tonight. Turn off the TV and put the magazine away. In the mirror tell me what you see. See the evidence of divine presence” (“Sem maquiagem, você é linda. O que você precisa para pintar a próxima cara? Nós não estamos lidando com o padrão europeu de beleza esta noite. Desligue a TV e coloque a revista no espelho, diga-me o que você vê. Veja a evidência da presença divina”).
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A voz inconfundível de Brandy transforma o sentimento de amor único e eterno em algo muito mais profundo com “Never Say Never”. Essa track, ao lado de “The Boy Is Mine”, conseguiu torná-la uma das cantoras mais influentes e importantes da cena R&B. “Love Like This”, de Faith Evans, também é uma entrega ao amor, mas o sample de Chic Cheer (Chic) deu a ela uma pegada muito mais leve e dançante. A faixa "No, No, No (parte 2)”, com a participação de Wyclef Jean, também fez muita gente dançar com todo aquele clima de flerte e paquera da letra (insira aqui mais gírias antigas rs) e ainda foi um dos responsáveis pelo grupo de R&B Destiny's Child levar o prêmio de melhor álbum do ano de R&B/Soul no Soul Train Lady of Soul Awards. Para se ter ideia do sucesso, mundialmente o disco vendeu mais de 3 milhões de cópias.
Um clássico fundamental é “SpottieOttieDopalicious”, faixa de “Aquemini”, terceiro disco de Outkast. O grupo Hypnotic Brass Ensemble já fez uma cover dela e Beyoncé a sampleou no final de “All Night”, do álbum “Lemonade”, para provar que um som quando é eterno não tem limites para se reinventar.
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E mais do que a própria música, o clipe de "Intergalactic", do Beastie Boys, fez um sucesso enorme nas paradas, com uma verdadeira narrativa de ficção científica com elementos espaciais, científicos e um robô gigante destruindo a cidade de Tóquio. A música foi composta a partir de samples do tema do filme de 1985, “The Toxic Avenger (1985)”, e de trechos do “Prelude em C # Minor”, de Les Baxter, composta por Rachmaninoff. O grupo chegou a ganhar dois Grammy no ano seguinte de lançamento: melhor álbum de música alternativa com “Hello Nasty”, e melhor performance de rap de um duo ou grupo com "Intergalactic".
Entre outros discos que também não saíam dos fones estão “The Love Movement”, do A Tribe Called Quest, que trouxe o single "Find a Way", com o inconfundível sample de “Technova”, de Towa Tei com Bebel Gilberto; “He Got Game”, sexto álbum do Public Enemy, lançado pela Def Jam, que também é trilha sonora do filme homônimo de Spike Lee, daquele ano.
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Apesar de muitos sons (principalmente os nacionais) ainda não estarem disponíveis em plataformas digitais, a seleção foi feita para dar aquele gosto de como era a energia musical de duas décadas atrás e mostrar que 1998 foi muito mais do que um ano de grandes sucessos, mas um período importante e de grandes mudanças no rap e R&B, que influenciou totalmente a cena musical que conhecemos atualmente. Que venham mais reinvenções sem nunca esquecermos dos clássicos que nos criaram! SEGUE A GENTE NO SPOTIFY E DÁ O PLAY: https://open.spotify.com/user/perraps
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Karol Conka e Xênia França fazem show no Circo Voador na próxima sexta-feira
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Karol Conka e Xênia França fazem show no Circo Voador na próxima sexta-feira
O Circo Voador reúne a poderosa Karol Conka e a sublime Xênia França, as apresentações acontecem na próxima sexta-feira dia 26 de abril de 2019, antes e depois dos shows, DJ Naroca comanda a pista.
Karol Conka se apresentou no Circo Voador no comecinho do ano passado, quando ela dividiu a noite com ninguém menos que a lenda Elza Soares na 1ª edição do SambaRap Festival. Agora, Mamacita volta ao Rio com suas rimas ferinas para mostrar pela primeira vez na lona as cabulosas faixas do seu segundo álbum “Ambulante”.
Em parceria com o produtor Boss in Drama, Karol Conka misturou beats, flertou com outros estilos e fez um disco de rap no formato pop fortalecendo sua personalidade. “Meu estilo é rap, minha atitude é rap, rap é meu jeito de ser”, declarou a cantora, que neste show vem muito bem acompanhada pelo DJ Hadji e a percussionista Sthe Araujo. No repertório, além das novidades como ‘Kaça’, ‘Bem Sucedida’ e ‘Vida que Vale’, outras pedradas da sua trajetória estão confirmadas.
E quem divide a noite no Circo Voador é outra força da natureza “Xênia França”, a baiana radicada em São Paulo, que vem arrebatando público e crítica em terras tupiniquins e também lá fora, apresenta seu elogiado show com uma pegada essencialmente pop e pitadas de música eletrônica, jazz, samba-reggae, rock e R&B.
Para completar, DJ Naroca, criadora das festas Geleia Geral Brasileira e Baixo Ventre, inunda a pista de dança do Circo Voador com sets grooventos que vão do samba ao soul, da salsa ao funk, do jazz ao reggae.
E tem mais! Vai rolar o Espaço Lounge Casa das Pretas, que reúne na lona expositores que dialogam diretamente com a proposta de protagonismo feminino dos shows (Varal da Val, Afrobeach, Ateliê Ms. Vee, Slam das Minas, Cabrocha, Empório Afro, IPEAFRO e Sudário), exposição do Coletivo As Marias – Fotógrafas Negras e vídeos produzidos pelo Coletivo Mar de Elas, que vem fomentando mulheres a se inserirem na cena audiovisual.
Detalhes do shows de Karol Conka, Xênia França, DJ Naroca e Espaço Lounge Casa das Pretas no Circo Voador
Data: Sexta-feira, dia 26 de abril de 2019
Abertura da casa: 22h
Capacidade: 2.000 pessoas
Classificação: 18 anos (de 14 a 17 somente acompanhado de um responsável legal)
Ingressos:
1º lote:
R$ 50 (meia-entrada para estudantes, menores de 21 anos e maiores de 60 anos)
R$ 50 (ingresso solidário válido com 1 kg de alimento)
R$ 50 (cliente Clube O Globo – participante do programa de relacionamento do Jornal O Globo)*
R$ 100 (inteira)
2º lote:
R$ 60 (meia-entrada para estudantes, menores de 21 anos e maiores de 60 anos)
R$ 60 (ingresso solidário válido com 1 kg de alimento)
R$ 60 (cliente Clube O Globo – participante do programa de relacionamento do Jornal O Globo)*
R$ 120 (inteira)
O desconto é válido apenas para ingressos comprados na bilheteria do Circo. É necessário apresentar a carteirinha do Clube O Globo no ato da compra.
Bilheterias: terça a quinta: das 12h às 19h; sexta: das 12h às 24h (exceto feriados) e sábado a partir das 14h. As compras pela internet rola através do site do Tudus.
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Episódio 2: Black is King
Lidyane: Olá! A pauta do dia é: negros e negras usando estampa de oncinha!
(risos)
Vinícius: Eu amo!
(vinheta)
Vinícius: Olá, gente! Sejam bem-vindos a mais um episódio do Falazada Intelectual. Eu sou o Vinícius.
Lidyane: Eu sou a Lidyane! E no episódio de hoje a gente vai falar sobre Black is King! O novo filme musical da Beyoncé, que é o álbum visual do The Lion King: The Gift. Ele foi dirigido, escrito e produzido por ela e lançado no último dia 31 de Julho.
Vinícius: E dentro do Black is King, existem inúmeras referências que remetem a um campo intelectual mas também reflexivo, filosófico e no episódio de hoje a gente vai comentar um pouquinho das nossas percepções quanto ao filme, o que a gente achou, os biscoitos que a gente vai dar mas também algumas críticas que a gente vai construir. Enfim, um papo sobre esse filme, já dando um biscoito: incrível!
Lidyane: E é um filme que ele é permeado por várias temáticas né?! E foi um dilema sobre o que a gente escolheria para falar e no final a gente percebeu que a melhor alternativa era falar sobre tudo um pouco. Então esse episódio vai passar pela afrocentricidade, pelo afrofuturismo, pelo pan-africanismo e por outras várias pequenas coisinhas que são tão importantes quanto que tem durante todo o filme. Começando né, pela afrocentricidade. Ela é uma ideia, que ela surge na década de 90, quem cunha esse termo é o Assante. E é uma epistemologia de confronto assim. Ela é uma epistemologia que critica os moldes de produção hegemônicos do conhecimento. Ela é uma epistemologia que vem com uma proposta de ser antirracista, antissexista e antiburguesa. Ela pretende relocalizar né, a história dos sujeitos negros que foram afastados culturalmente, psicologicamente e socialmente com o comércio de escravos. Então é uma epistemologia que ela vem para fazer a retomada das narrativas de existência sob um viés não europeu. A promoção da cultura europeia né, como norma e universal, ela se torna inaceitável e ela não será mais imposta como a única forma de examinar a vida e as experiências dessas pessoas, que passam a ser sujeitos que têm agência por exemplo. São sujeitos que fazem essas narrativas, são sujeitos que fazem as suas histórias. Existem diversos fenômenos e falas que eles são localizados e a afrocentricidade, ela relocaliza todas essas experiências e traz todos esses novos olhares dos sujeitos negros. E no filme, eu fiquei pensando assim que a afrocentricidade, a partir do momento que ela se coloca né, como um confronto com as epistemologias hegemônicas, eu via muito isso em My Power! Quando elas falam né, que não vão retirar esse nosso poder e inclusive, foi um dos clipes que achei mais bonitos de todo o filme.
Vinícius: Sim.
Lidyane: Assim, ele é incrível e ele realmente muito forte! A presença de várias artistas africanas, elas em conjunto com a Bey, falando sobre poder, sobre realocação de narrativas... e sobre o poder mesmo que tem né esses lugares assim. Então My Power foi primeiro lugar que coloca mulheres inclusive na linha de batalha ali, na linha de confronto, que eu fiquei eu vi e pensei “nossa afrocentrou toda ali agora!”
(risos)
Vinícius: Sim!!! A questão da afrocentricidade ela é bem latente dentro do filme né?! Eu acho que ao longo do filme, a gente vai percebendo nesses vários momentos, em algumas músicas em específico, como as coisas são bem claras né?! Eu acho que a Bey conseguiu dar o recado dela dentro desse filme, porque não dá para discutir sobre o Black is King sem ter algum conhecimento teórico, filosófico, enfim, sobre o que ela está se propondo ali. Não é nada raso, nada não pensado. E a afrocentricidade ela tá ali desde o comecinho. Eu acho que por pensar que a afrocentricidade, como o nome mesmo já diz, é radicada na experiência africana e fundamentada nas civilizações clássicas africanas, isso você percebe já no comecinho do filme.
Lidyane: Sim…
Vinícius: Como essa narrativa ela tá centrada dentro das experiências dos sujeitos africanos, aqui tanto em África como em diáspora, e já surge neste momento… e eu acho que é importante a gente fazer um apontamento aqui, porque há um tempo atrás vieram conversar comigo sobre afrocentricidade assim. E o medo da afrocentricidade cair na mesma questão que o ocidente recai sabe?! Sobre ser universalista e tudo mais e acabar minando as existências plurais do sujeitos.
Lidyane: Sim.
Vinícius: E eu aqui vou vender o peixe da afrocentricidade, obviamente.
Lidyane: Por favor!
Vinícius: Eu vou fazer isso. Porque eu acho importante pensar que a afrocentricidade, ela se difere do eurocentrismo em dois momentos assim: primeiro, que a cultura da Europa não foi roubada que nem a cultura da África. Já começa por aí né?! Então a retomada dessa cultura da África, ela não tá no mesmo lugar que a cultura europeia e eurocêntrica, ela está localizada. E segundo, porque afrocentricidade, ao contrário do eurocentrismo, não se pretende ser universalista. Ser universal. Pelo contrário assim, trata-se de uma concepção plural e valorativa das perspectivas e culturas de cada povo. Onde todo mundo ali pode viver minimamente em harmonia, e essa harmonia eu compreendo que seja tipo “eu posso existir junto com a sua diferença sem que eu precise te destruir, para que eu exista e seja o único”, que é a premissa do eurocentrismo né?! Eu acho que é bom trazer esse panorama aqui para gente compreender algumas coisas. Mais a afrocentricidade ela tá presente do começo ao fim, é só olhar que todas... não todas né, mas a majoritariamente as pessoas que estão dentro do filme, elas são negras né?! Os papéis, dos altos aos mais baixos, eles são representados por pessoas negras, o protagonismo são de pessoas negras… Então, a afrocentricidade talvez seja o primeiro e mais importante tema e segmento dentro do filme assim, que a Beyoncé quis mostrar para a gente.
Lidyane: Sim! E eu acho isso muito interessante, que nessa experiência da Beyoncé com o audiovisual focado na afrocentricidade, é uma coisa que tem vindo né, nas últimas eras e nos últimos álbuns visuais. E eu fico pensando que isso tem muito papel, exatamente da equipe que passou a compor né, todos os castings de todos esses últimos álbuns, porque os co-diretores no Black is King, especificamente, são três co-diretores e todos eles já estão trabalhando com ela tem um tempo. E eles são da Gana e da Nigéria, e ela fala assim, que eles trouxeram essa proximidade né, dela com a afrocentricidade, então é uma coisa que vem sendo trabalhada. Então quando você pega os trabalhos e olha e ver aquilo, você consegue identificar do início ao fim toda essa abordagem que ela tem que ela tem trazido né?!
Vinícius: Sim, é uma coisa que tá bem notável para gente né?! Porque há muitos comentários também sobre como do nada ela decidiu pautar negritude nos trabalhos dela…
Lidyane: Ai ai...
Vinícius: E traz isso assim, como se não tivesse uma uma identidade dela mesmo quanto um próprio trabalho dela de base que foi construída ao longo da carreira né?! E aí eu acredito que também junto com a afrocentricidade né… Os temas que estão dentro do Black King e até mesmo da própria teoria, eles são bem imbricados né?!
Lidyane: Sim.
Vinícius: Não dá para falar só de um separadamente, porque falando de um você acaba falando de outro né?! E nessa perspectiva da afrocentricidade, eu lembro de Sankofa! Sankofa é um ideograma e que ele trata a partir de uma volta ao passado para buscar as pedras factuais das experiências dos nossos ancestrais, que vieram antes da gente... depois eu recomendo pesquisar o ideograma de Sankofa, é um passarinho com cabeça voltada para trás com uma pedra no bico. Esse é um dos ideogramas de Sankofa né. Sankofa nesse ato de olhar para trás, de “Sankofar”. Um tempo atrás falaram isso perto de mim, de Sankofa enquanto verbo, eu achei assim, incrível! Porque o ato de Sankofar, o ato de olhar para trás sabe?!
Lidyane: Nossa, sim!
Vinícius: Eu achei bem bonito assim, bem poético. Mais esse olhar para trás, para olhar para aquelas tecnologias que permitiram que a gente ficasse vivo durante todo esse tempo e esse período de infortúnio coletivo né?! No primeiro episódio, no episódio anterior eu citei isso rapidamente né, mais é nessa tentativa de olhar para trás e a gente olhar para as atitudes, as experiências dos nossos antepassados e a partir delas, ver se isso é negativo ou não. Se for negativo, a gente analisa, a gente aprende e descarta esse erro, esse negativo. E se for positivo, a gente traz pro presente e ressignifica ele a partir da nossa própria experiência, para construção de um caminho com uma permanência no futuro. E eu acho que isso é muito dado dentro do Black King assim, como durante todo o filme a Bey ta falando dos nossos ancestrais, que eles estão ali olhando pela gente e a gente precisa valorizar o que vieram antes da gente, aprender com eles. Eu acho que antes mesmo dos ancestrais, mas também a questão da idade né, os mais velhos… aprender com os mais velhos que ainda estão vivos, que estão mais próximos desses ancestrais, porque eles têm algo muito o potente para construção da nossa própria vida em coletivo, em comunidade e junto da natureza também, enfim.
Lidyane: E tudo isso… é o que você falou né, uma coisa liga na outra… Mas quando você virou falou sobre isso do olhar pro passado, aprender com o passado, trazer isso e ressignificar no presente e pensar nos futuros possíveis, não poderia deixar de falar do Afrofuturismo! O Afrofuturismo assim, ele tá ali né?! O tempo inteiro. O Afrofuturismo ele é um movimento artístico multifacetado. Ele é um movimento que tem um caráter político, um caráter estético. E quando eu falo sobre estética, é estética tanto audiovisual, quanto musical, quanto na literatura, quanto na moda; Ele tem um caráter cultural e ele tem um caráter filosófico-epistemológico também muito forte né?! O Afrofuturismo ele se vale da imaginação, da tecnologia, para se pensar né, um futuro e a libertação, assim. E o que ele propõe são a criação de novas narrativas, narrativas alternativas de um futuro para pessoas negras onde elas estejam vivas. E quando eu falo que elas estejam vivas, é assim, vivendo plenamente em sociedade e não sobrevivendo, sabe?! Quando a gente pensa na situação das pessoas negras no hoje, assim, e se depara com as questões em nível macro, como racismo institucional, genocídio da juventude negra, a gente fica pensando o quanto cada dia é um dia de sobrevivência a essa sociedade sabe?! E sobreviver não é viver. Então afrofuturismo, ele se vale dessa ficção especulativa digamos assim, no qual você re-elabora o passado, fabula o presente e constrói futuros de uma maneira muito positiva e valorizando a particularidade coletiva. E ele junta a estética de matriz africana mais elementos da tecnologia para poder construir esses cenários. O Afrofuturismo ele é da década de 80 para 90 e ele tem o Sun Ra como um grande expoente. Ele era um músico, um poeta, um filósofo. E o Sun Ra, ele tem um filme que é a obra afrofuturista... É o expoente do afrofuturismo assim, que é o Space Is The Place. Que é “O espaço é o lugar”. O Sun Ra, ele fala que o lugar para o povo preto é esse lugar no espaço, sabe?! Não é aqui. Que o nosso lugar é esse outro lugar, é uma diáspora mas ele fala que é uma diáspora intergaláctica. Ele procura as referências dele tanto no Egito Antigo, quanto no futuro espacial né?! E eu acho muito interessante que assim, esteticamente falando, entre os clipes o de Find Your Way Back é o que é mais assim, nítido em várias… Em vários pontos né?! Ele tem esses elementos de futuro nas roupas… E é um futuro decolonial, é uma narrativa de vida! O cenário que é escolhido ali, é um cenário de deserto, mas é um cenário que lembra aquele deserto que a gente vê nas ficções científicas. Então ali ele se remete ao espaço. A figura principal do menino, do rei, ela vem assim, cai como um cometa vindo do espaço. Uma letra no qual ela fala né, que os nossos estão de lá olhando por nós e sempre guiando os nossos caminhos. E uma coisa que eu achei muito legal, que os trajes que os ancestrais usam nessa música, são os trajes típicos do povo Dogons. É um povo que desenvolveu tecnologias a muitos e milhares de anos atrás… Eles já faziam a leitura dos astros desde a antiguidade clássica né?! Então essa música, ela ela junta vários elementos. E aí quando eu falo dos elementos também eles estão nas cores né?! Tá ali no azul, no verde, mais também na prata, no dourado. E tem o elemento da natureza, que é esse lugar que a gente vive em harmonia; e do espaço que é o lugar que a gente viverá em harmonia nesse futuro. Então a influência do Afrofuturismo, a reivindicação né, desse direito de existir é muito... é muito interessante. E o Afrofuturismo ele vem também com uma cultura de identidade né. Que quando a gente trata a questão da cultura como identidade, a gente ta falando de uma diferenciação dentro do ideal que permite a valorização da particularidade coletiva. Isso me lembra… esse movimento de traçar o futuro, me lembra muito uma coisa que o Delany falou, que imagens do amanhã né, são necessárias, e para o nosso povo é mais ainda, por causa das questões e das nossas vivências de passado e de presente. Então é só tendo isso de uma maneira muito nítida que a gente vai conseguir saber como chegar lá e como chegar lá da melhor forma. Então assim, Morena Mariah e Kênia Freitas elas falam sobre afrofuturismo, elas são grandes referências no Brasil sobre o assunto, então vale muito a pena procurar. Inclusive vai sair… eu acho que quando esse episódio do Falazada sair, o podcast da Morena Mariah com a Aza Njeri sobre Afrofuturismo e Black is King que já vai ter saído, então recomendo muito escuta do Afrofuturo para entender melhor sobre isso. Mais o Afrofuturismo ele aparece, assim, o tempo inteiro durante o Black is King e o quão ele também tem um fundo cosmológico ali né?!
Vinícius: Sim... Porque o Afrofuturismo, ele também tá ligado muito nessa relação com o tempo né. O que é o tempo... e dentro dele né, as características das narrativas afrofuturistas, elas se compreendem como um protagonismo de personagens negros né, a narrativa de ficção especulativa, afrocentricidade e autoria negra. E isso a gente percebe que ta presente dentro do Black is King o tempo inteiro né?! Os protagonistas são pessoas negras, a narrativa negra de ficção especulativa, por exemplo que Lidy falou né, quando o Simba, ele cai lá do espaço assim como um cometa, isso é uma narrativa especulativa, afrocentricidade como a gente colocou aqui mais cedo também e autoria negra, porque né, a Beyoncé, produzido e pensado por ela. Então eu acho...
Lidyane: Produzido, dirigido, atuado...
Vinícius: Cantado, performado… Eu não duvido que ela tenha colocado o dedo dela em cada coisinha, em absolutamente tudo, tudo, tudo!
Lidyane: Com toda certeza! Eu não tenho dúvida.
Vinícius: Até enquadramento da câmera ela deve falar “eu quero desse jeito”!
(risos)
Vinícius: E também, é bom pensar nesses sentidos africanos de tempo né. Porque o tempo em África, ele é muito ligado a natureza e aos eventos cotidianos. Ao rituais ligados ao modo de vida também e aos processos comunitários. Então não há pessoa, não há indivíduo sem comunidade nos tempos africanos. A compreensão de pessoa em África né.
Lidyane: Sim!
Vinícius: E aí isso é muito forte para mim também no Black is King, porém em vários momentos… eu acho que eu não vou conseguir agora trazer uma música específica, um clipe... mas é presente nos momentos como o que o Simba né, ele se faz Simba ele se faz pessoa, a partir da relação dele com a comunidade, a partir da relação dele com a natureza, com os eventos que acontecem na vida deles. Então não há como desvincular uma coisa da outra, não tem como, Eles estão imbricados e a pessoa só existe a partir do momento em que ela interage com outra né. É um pouco do Ubuntu também.
Lidyane: Sim! Nossa… é verdade... E essa essa questão né, da existência do outro... A existência individual na existência com outro né, que aparece durante todo o filme assim, eu acho que remete muito até mesmo em uma questão da semiótica assim, da cor né?! É... aquele personagem em azul turquesa que acompanha o Simba durante todo o filme… O azul, ele é ligado nos estudos de arte africana, ele é ligado ao tempo. Ele é ligado ao tempo tanto como sombra ancestral de guia, que ela tá sempre ali com você, quanto ao tempo que é o amanhã. Então essas questões dos detalhes das cores né. E o vermelho, ele é ligado ao conflito por muitas vezes né, mas é um conflito para trazer o equilíbrio. Então você percebe essas duas cores aparecendo durante todo o caminho dele né.
Vinícius: Sim.
Lidyane: E esse homem, outras interpretações que surgiram sobre ele, é ele como uma força sobrenatural que é nomeada Hu, que é representado pelo mar, que esse desconhecido e esse impenetrável né. Mais é o que faz o guia, nessa coisa do mar como uma coisa que flui, que vai... por onde viemos, no caso da diáspora né, de onde viemos e fomos trazidos e essas relações. Então... é engraçado essas pequenas coisas mas que são coisas que dizem muito né?! E falando ainda acerca dessas questões subjetivas assim, é... uma coisa que a gente tava falando logo agorinha pouco sobre espiritualidade, cosmologia, essa é uma coisa que é muito presente no trabalho do Black is King né, tanto nas músicas, quanto visualmente falando. Tanto em Black Parede, quanto em Spirit, quanto em Otherside, a Beyoncé, ela tá ali falando de recarregar os cristais dela na lua, mas ela também tá falando sobre os Orixás que guiam ela, mas ela também está falando sobre o Todo Poderoso Deus. E ao mesmo tempo que tem as imagens do símbolo de Sankofa, no outro lado da sala tem um quadro dela que assemelha muito ao quadro da Virgem Maria. E toda uma cosmologia e um fundo espiritual ali…. E aí falando né, não da questão da religião, mas falando do âmbito da espiritualidade. Que são coisas diferentes. Espiritualidades e cosmologias e cosmovisões são diferentes de religião. E o quanto ela faz né, toda essa articulação ali. O uso de fundo da fé né, também como uma ferramenta mesmo, que foi passando para os vários tipos de sobrevivência, tanto em continente quanto em diáspora. Nossa são várias vezes que aparecem nesse filme, que vem surgindo e que eu pensando,
Vinícius: Essa questão também da espiritualidade, tem também a questão da múltipla pertença religiosa.
Lidyane: Sim!!!!
Vinícius: Que a gente consegue perceber também nos momentos né?!
Lidyane: Tem esse debate.
Vinícius: No começo do filme, retomado posteriormente né, do bebê numa cesta pela água... descendo água abaixo assim, é completamente Moisés né?!
Lidyane: Sim! E pegando o gancho da espiritualidade, um outro aspecto que apareceu muito durante esses momentos, era a figura da mãe né?! E a mãe na figura de Beyoncé, mais a mãe também na figura da África como casa. A África como uma casa que a gente deve retornar. A África como o continente mãe. Tem uma frase muito bonita que ela fala, é que o Black is King, é uma jornada onde sempre se pode encontrar um lugar como lar. E esse lar né, sendo esse continente, para nós principalmente em diáspora, remete muito ao pan-africanismo.
Vinícius: Sim! Pan-africanismo tendo a figura principal, Marcus Garvey, que dia 17 de agosto tava completando 100 anos, eu acho, fugiu a data específica na minha cabeça agora, mas tava fazendo aniversário junto ele, também com a bandeira do pan-africanismo que as cores vermelha, preta e verde. E o que o Marcus Garvey propunha era... tem a famosa frase dele né?! “África para os africanos”. Marcus Garvey tá dizendo isso lá no começo do século 20, então o que ele queria dizer com “África para os africanos”? Era realmente um retorno à África, à mãe África né. Mas num sentido mais físico. Pelo contexto em que ele tava falando né, início do século 20, ali então os períodos de independência dos países africanos ainda tava engatinhando né, ia demorar mais um bom tempo para que todos os países eles ficassem independentes dos poderes coloniais e pensando a partir de hoje, nesse pan-africanismo, a gente entende que é uma “África para os africanos” mas no sentido muito mais ético e estético, mais filosófico, não sentido físico. E aí né, quando a Beyoncé fala que a gente sempre pode encontrar um lugar para chamar de lar, é entender também, que talvez nós somos a África também de certa forma. E aí esse retorno ele vai para além do continente, ele é em escala mundial, assim. E aí fico pensando muito sobre isso e quando a Lidy fala também da questão da maternidade, da figura da mãe, é uma das premissas também do pan-africanismo né, que é uma coisa muito centrada na questão da maternidade e da paternidade. E aí a gente percebe como Beyoncé em alguns momentos ela tá ali como Nala, mas ela também tá como mãe, e aí essa relação né, que existe bastante dela com o filho dela, no caso o bebê, o Simba, que passa por toda essa jornada assim. E uma coisa que eu fico pensando também é até quanto ao matriarcado africano, assim, que tem por base a transmissão cultural né, isso que eu já comentei que permite a gente esteja aqui até hoje. E pro matriarcado africano, essa principal transmissão cultural se dá a partir do processo de amamentação principalmente, que é o elo paridor assim, e aí a gente pode pensar nesse pressuposto de que a figura da Yá ela é importante. O que é Yá? A Yá seria a figura que a gente compreende como mãe dentro do ocidente assim. É importante lembrar que dentro de sociedades africanas, muitas delas, a Iorubá por exemplo, que é uma das referências também para construção do Black is King, a sociedade ela não é hierarquizada, dividida por gênero, ela é dividida por idade. Então o que a gente compreende como mãe pode ser uma tradução muito tortuosa do que é uma Yá. Mas Yá não tem gênero. E a gente vê essa figura da Yá, como alguém que te amamenta. Que a gente pode pensar hoje, por exemplo, que homens também podem parir né. Então estender essa categoria mãe, porque mãe é uma categoria ocidental e a gente tá procurando o fugir dessa categoria né. Então em Otherside que já tá lá mais o finalzinho do clipe, eu vejo muito isso assim, porque é a Bey dentro do da casinha dela com bebê e do lado de fora tá acontecendo o caos, o mundo tá acabando e ela tá com o bebê dela, e aí ela sai, tá todo mundo correndo para um lugar, Bey tá indo para direita e todo mundo tá indo para esquerda. Ela tá indo para um lugar que não é para ela ir, mas ela vai. Todo mundo tá fugindo e ela tá com bebê dela no colo, ela tá chorando e ela fala que é para ele não se preocupar que ela vai encontrar com ele do outro lado.
Lidyane: Sim…
Vinícius: E aí eu percebi essa coisa da transmissão cultural a partir dali. E ela em todo momento, ela está presente na trajetória do Simba, então de certa forma ela tá ajudando nessa transmissão cultural que permite que o Simba, que ele passe pela trajetória dele e exista, mais também ela tá ali de uma certa forma transmitindo a ele esses conhecimentos e saberes, o próprio locus cultural né. Isso é uma coisa muito marcada dentro do matriarcado africano né?! Mas aí também já existem algumas críticas, porque acaba sendo também uma compreensão bem heteronormativa. Onde a família nuclear, o pai, a mãe e o filho, é a salvação para o povo negro. E aí, não sei se concordo tanto com isso.
(risos)
Lidyane: Essa coisa que você falou... Assim… É isso assim. Falou brilhantemente! É... A questão do pan-africanismo que eu fiquei pensando também… Que o Garvey, ele falava né, desse retorno e na época era um retorno físico, mas que existe o reconhecimento dos negros em diáspora como pertencentes a África. Os negros em diáspora compõem a sexta região, que seria a sexta região da África. Então isso foi uma coisa, isso é muito herança e isso é uma reivindicação direta né, do pan-africanismo. E uma coisa que foi falado do pan-africanismo também, no que você falou das cores né e que me lembrou, foi um momento do filme que tem a bandeira dos Estados Unidos nas cores do pan-africanismo. E entendo a intenção, totalmente assim…
(risos)
Lidyane: Da Beyoncé e do pessoal, mas eu num sei se era das melhores formas de representar se o pan-africanismo né. Porque...
Vinícius: Precisava representar o pan-africanismo junto com a bandeira de um país colonizador?
Lidyane: É! Sabe?!?! Por mais que eu entenda a questão do que isso queria dizer… Assim, considerando que eu entendi que ela tava fazendo uma crítica no sentido de sobrepor, sabe, de tomar esse espaço e tal… Num sei se foi a melhor forma, assim… E eu acho que isso inclusive, reduziu um pouco a escala da diáspora.
Vinícius: Totalmente.
Lidyane: No sentido de que a diáspora ela não é só nos Estados Unidos. O Brasil é o país com maior população negra fora da África, são quase 86 milhões de pessoas! E não somos só nós e os Estados Unidos, tem ali toda América Central também, a América Latina. Então fazer isso também é reduzir um pouco… reduzir um pouco não né, reduzir muito assim, a escala da diáspora. Que foi um filme feito, assim, que eu percebo né, olhando o Black is King, que foi um filme feito para pessoas pretas em diáspora assim.
Vinícius: Uhum.
Lidyane: Essa afirmação né… essa reafirmação da identidade social em diáspora por meio dos aspectos estéticos, a valorização de toda manifestação cultural de matriz africana. A negritude da diáspora, ela é carregada com caráter cultural, político e ideológico. E... eu acho muito, uma frase assim, incrível, que ela fala no início de Already, que ela fala assim “Viver sem reflexo por tanto tempo, pode fazê-lo se perguntar se você realmente existe.”, isso para mim, foi tipo assim, é sobre isso sabe?!
Vinícius: Levando pra terapia!
(risos)
Lidyane: Então quanto que é um filme falado e feito, principalmente, para pessoas em diáspora. E falando sobre as críticas que o Black is King recebeu, eu acho que uma que repercutiu bastante foi sobre a glamourização que Beyoncé teria trago no filme se valendo da estampa de oncinha e etc. E assim, algumas questões né?! Porque não é só sobre isso, porque não é só sobre glamourização e sobre estampa, sobre como isso foi colocado assim, é uma coisa muito maior. Primeiro porque o Black is King, o que eu vejo é que ele tem uma proposta de trazer a questão da identidade das pessoas pretas, mas a identidade, inclusive, como legado, sabe! Os nossos passos vêm de longe. Vem de muito longe. O que ela tá falando ali é sobre a amplitude e a beleza da ascendência negra. E isso é uma coisa que é muito, muito importante! O Fanon, ele fala no “Peles negras, máscaras brancas” que o colonialismo, ele impactou muito na autoimagem dos povos escravizados, sabe. A negritude, ela foi colocada como inferior, e a partir do momento que ela foi colocada como inferior, a gente quer escapar disso. É tanto que ele fala né, que infelizmente só há um destino para as pessoas negras e esse destino é branco. E essa é uma frase que dói muito assim e que ela é muito real quando você é uma pessoa negra vivendo numa sociedade, no qual o ideal é o ideal branco. E ele fala o quanto essa inferioridade, ela tá na inferioridade da imagem, ela se vale da oralidade, da gestualidade... É porque, existiu… existe né... O colonialismo fez com que existisse um eu humanizado, que é um eu na figura branca e um outro desumanizado. E que se entender como o grupo e construir identidades coletivas positivas é fundamental para ser humanizado. No próprio... Nesse mesmo livro, o Fanon, ele fala sobre o impacto do audiovisual na construção da autoestima. Porque o racismo, ele adentra esses sujeitos, tanto no âmbito do social, quanto no âmbito do psicológico. Então a questão da representação positiva, ela é extremamente importante para se reconhecer como o grupo e se valorizar entre os seus e valorizar os seus como um todo, porque o auto ódio foi uma ferramenta para divisão usada pelo colonialismo, assim, totalmente. Então o quanto é importante que exista obras audiovisuais né, que façam sim essas representações positivas. E especificamente sobre a estampa de oncinha, ela tem os seus significados, ela não tá ali à toa né. A estampa de oncinha ela não tá presente só na música MOOD 4EVA. Que inclusive, eu acho muito engraçado que a Bey fala né, “eu tô tão de boa e vocês estão estressados enquanto eu crio minhas filhas” e de fato né?!
(risos)
Lidyane: A galera ficou meio irritada com a situação. Mas enfim. A estampa de oncinha, ela aparece em outros momentos, inclusive no núcleo familiar do Simba né?! E a oncinha dentro da tradição do Povo Zulu, que é uma tradição que foram uma das inspirações para família do Simba nesse filme, a onça era... Ela pertencia aos trajes reais, porque é um povo marcado pela caça, então, esses animais temidos pelos caçadores compunham os trajes reais. E isso indica várias coisas. Indica... Indicava riqueza, indicava a fertilidade, indicava resistência. E junto dos elementos de oncinha, o elemento do ouro é um elemento muito presente durante todo o filme e isso também tem razão. O ouro era um metal utilizado muito pelos povos africanos desde a África antiga.
Vinícius: Sim! Eu lembro muito de como você comenta do Fanon, de como produções audiovisuais elas são importantes para a construção da identidade, mas principalmente no sentido de que o ético e o estético ele precisa ser usado para transformação do mundo né?! E esse ético-estético ta principalmente dentro da educação e das artes. Então a partir da música, a partir do audiovisual, a partir do teatro, a partir do cinema, a partir de pintura, enfim, das artes em geral, que a gente consegue transformar o mundo né. E sobre essa questão do ouro e as críticas que se faz ao Black is King ta dentro de uma concepção colonizada e ocidental que ignora a própria história geral da África, assim.
Lidyane: Sim.
Vinícius: O tempo da história africana ele é dividido em quatro tempos né, ele tem o primeiro, a Antiguidade Clássica que é até o século 3 da nossa era e compreende os impérios da Etiópia, Núbia e Egito. A segunda, o segundo tempo, que é a era do Mercantilismo africano, do século 4 ao 16 da nossa era. A era das invasões árabes e europeias, que são séculos 10 e 14, respectivamente. E por fim, a era do renascimento africano, que a gente está vivendo agora no século 20 e 21. E dentro do Mercantilismo Africano né, há uma abundância e fortuna muito forte. Porque enquanto a Europa lá tá vivendo o que é chamada de Idade das Trevas, a África tava vivendo um auge assim. Todo mundo no ouro, banhado no ouro, dente de ouro, ouro na porta de casa, ouro em tudo quanto é lugar assim. E até mesmo se você olhar, nós somos ouro né, não é à toa que a palavra Gana significa ouro também. E aí nós negros em diáspora né, a gente percebendo que o Black is King, ele foi feito para pessoas negras em diáspora, a gente percebe que nós também somos ouro. Nós temos uma relação muito forte com ouro, é quase uma memória genética. Pode olhar isso que a gente percebe que quando a gente fica rico, a gente já mete um leopardo na decoração…
(risos)
Vinícius: Quer um cordão de ouro! Olha como é muito comum dentro de comunidades periféricas assim, querer um cordão de ouro. E aí é ter o cuidado para que essa figura do homem negro com dinheiro virar um gangster, que isso é apropriado pelo ocidente de uma forma negativa, mas o leopardo, a oncinha, o ouro eles formam um locus cultural, um lugar de cultura que remete a um âmbito, que tá ligado ao acúmulo. Só que é um acúmulo de vida, um acúmulo de experiência, um acúmulo de ancestralidade. E aí quando o ocidente, o colonizador branco, ele olha para estampa de oncinha, ele vira e fala que é o que? Que é cafona, que é brega… Só que não é brega né, nem cafona, é um locus de cultura que tá totalmente distinto do seu. Porque o ocidente, ele é minimalista, ele é todo branco assim.
Lidyane: Sim!
Vinícius: E olha que eu que tô julgando o minimalismo. Eu que to fazendo isso gente, tá vendo?! Mais é não compreender. E aí volta aquela questão do eurocentrismo, como que para ele existir e tudo tem que ser clean, minimalista, então tudo que tá fora disso é taxado como negativo. É brega, é cafona, não deveria existir, é coisa ruim né.
Lidyane: Ou no exótico né?!
Vinícius: Sim.
Lidyane: Só sobre transformações e subversões que o ocidente fez da estética negra, assim, dá um Falazada sabe?! Só isso dá um outro episódio assim, completo, que inclusive seria muito legal. E aí...
Vinícius: Se vocês querem, sigam a gente em todas as redes sociais aí e divulguem. Quem sabe?!
Lidyane: Inclusive, eu acho que isso permite o entendimento do porquê a estética não é uma coisa banal, não é uma coisa superficial, como a gente é ensinado a entender desde muito novo. Estética não é… Porque é tipo assim “Ai, estética é qualquer coisa…”. Não! Não é banal, não é superficial! A estética ela questiona, ela educa, ela tem um papel social mesmo, de organização, de apresentação, de representação. Então, as coisas, elas são mais profundas do que elas parecem ser. Então é importante a gente ficar atento a essas questões, antes de…
Vinícius: A estética empodera…
Lidyane: É... uma coisa que eu fico pensando nessa questão do empoderamento estético, é porque, e aí pega o gancho do Fanon de novo. É porque como que você vai fazer alguma coisa, como que você vai se mover, como você vai se sentir bem com os seus e vai ver beleza nos seus, quando vocês todos foram ensinados a se odiar, sabe?! Tipo assim, não tem como. Não tem como. A estética negra ela empodera, porque não dá para enfrentar o racismo quando você se odeia sabe?!
Vinícius: Sim.
Lidyane: Essa frase, é uma frase que ta num texto pelo Robin Batista e é um texto muito bom e ele é muito verdadeiro sabe?! Essa questão mesmo de tipo, quando você é trabalhado no auto ódio, é muito difícil você se mover pra algum lugar, é muito difícil você ver potência em si mesmo para se mover pra algum lugar. E no seus. Então, o quanto o empoderamento ele perpassa por essa área né?! E o empoderamento que eu tô falando... não estou falando de empoderamento no sentido do conceito que foi totalmente cooptado e dentro de toda discussão liberal. Não é sobre isso. A gente falou um pouco sobre empoderamento no episódio passado e sobre a concepção de empoderamento. Que empoderamento, ele tem um outro olhar, ele tem um olhar fortalecido dentro dos seus, entendeu. O empoderamento, ele tá em constante trabalho junto com seus.
Vinícius: Sim. É um empoderamento dentro do coletivo.
Lidyane: Sim!
Vinícius: Num é um empoderamento, esse que foi cooptado, que pensa de maneira subjetiva e individual, mas o empoderamento que também faz isso de uma maneira individual mas é pensando a partir de um coletivo, de uma construção coletiva rumo a caminhos possíveis para que a gente permaneça no futuro, voltando ao afrofuturismo.
(risos)
Vinícius: Olha como é bem ligadinho um no outro.
Lidyane: Não! Super amarrado. É um filme super amarradinho! E falando né, dessa questão da importância da estética sob o auto ódio introjetado. Em oposição a isso vem o amor. O amor por si, o amor pelos seus, o amor como coletividade. E eu acho que tem uma coisa que o Black is King também mostra muito é a afetividade né. Afetividade em todos os níveis assim. Afetividade no sentido de comunidade mesmo, mais também nos níveis mais micros assim. Eu confesso que quando eu assisti pela primeira vez, eu chorei em Brown Skin Girl, porque mexeu muito comigo. Mexeu muito comigo e eu dei uma chorada sim, boa nesse dia sabe. Ali é puro afeto sabe.
(risos)
Lidyane: E eu fico pensando muito nessa questão do amor em comunidade e o amor próprio. E o amor no sentido de amizade, no sentido familiar, no sentido afetivo… Me lembra muito o “Vivendo de amor” da bell hooks, que é outro texto que toda vez que eu leio eu choro. Não tem a possibilidade de eu ler esse texto sem chorar. Porque a Bell hooks fala né, que nós “somos um povo ferido. Feridos até o coração” e que essa foi outra ferramenta né. Introjetada ao nosso povo né. Que a exploração e a opressão, ela afeta nossa capacidade de amar assim. E que a escravidão impactou no amor em um nível coletivo mesmo, assim. Que o amar né, ele permite de certa forma um outra aspecto dentro do viver plenamente, assim. Que a gente precisa amar aquilo que a gente vê. E aí quando ela falou que o que a gente vê, aquilo que a gente vê no espelho mas aquilo que a gente vê olhando os nossos. Ela fala, inclusive, do quanto que quando a gente percebe essas coisas né, ele se torna uma questão também. A escolha pelo amor é uma escolha pelo enaltecimento dos seus. E o amor ele é um sentimento, mas ele também é uma intenção e é uma ação. O Black is King em vários momentos ele demonstra isso sabe, essa questão de ter ali o sentimento, mas também ter a intenção de subverter a lógica do auto ódio para a lógica do auto amor. Então, eu experimentar o amor… o próprio, o afetivo, o coletivo, ele é muito muito importante. E é importante a gente saiba que ele é necessário, que ele precisa existir, que a gente não é um povo privado de receber esses tipos de sentimentos. Porque a repressão desses sentimentos, ela ao mesmo tempo que foi usada para de certa forma para sobreviver em todo o contexto diaspórico, essa repressão ela não pode esgotar também na gente o desejo e a capacidade de transformar o auto ódio em um auto amor assim. E o Black is King, eu vejo que o amor é uma coisa muito presente assim, em todos os âmbitos ali, assim… Na relação da Bey com as filhas, da Bey com a mãe dela… que mesmo sem Solange né, tava ali presente.
(risos)
Lidyane: Dela com a comunidade. Então eu acho que esse é um aspecto muito bonito do Black is King.
Vinícius: Sim. Dá um acalento! O momento em Brown Skin Girl, que a Bey ta cantando junto com a Kelly Rowland, falando “você é linda” e as duas ficam envergonhadas. Que elas estão se olhando e se dando um abraço.
Lidyane: A lágrima!
Vinícius: Meu coração esquenta demais! Keys to the Kingdom também.
Lidyane: Ai, muito!
Vinícius: Falando “você é a chave do reino”!
Lidyane: Ai, muito lindo!! Ai gente...
Vinícius: Isso emenda também até em umas críticas que foram feitas, e aí eu acho que jogo só pra uma provocação. Que uma das críticas foi o excesso de monarquia dentro do Black is King. Eu acho que começa não compreender o título porque o “Negro é Rei”, vocês acharam que ia vir o que? Um republicano?
(risos)
Lidyane: Não ia acontecer né?!
Vinícius: Não sei. Mas aí ao mesmo tempo, propor uma afetividade, colocar essa pessoa num nível de importância é super potente. Dizer que você é a chave do reino! Eu não te trocaria por nada no mundo! Olha como isso é algo que foi tirado da gente desde a época do roubo e de escravização. Do tempo de diáspora. E essa realmente foi uma forma de minar o povo negro né?! Além de tirar sua própria cultura… Cultura num sentido amplo né?! Ligado a religião, mais também artefatos da vida cotidiana, mais também tirar a própria afetividade.
Lidyane: Sim.
Vinícius: É você colocar pessoas de etnias diferentes juntas para que elas não deem bem, talvez até se destruam, mas que não fosse possível a construção de um amor e amor nesse sentido de afeto geral, assim. Amor pelo seu próximo, amor pelo seu semelhante, sabe.
Lidyane: Sim! A bell hooks, ela fala isso né, que esses sistemas de opressão, eles são muito mais eficientes quando eles retiram da gente a capacidade de sentir coisas e principalmente de amar. E assim, eu não tenho nem o que dizer entendeu?! A não ser: leiam esse texto! Ele é um texto curtinho e assim, necessário, necessário demais! Nossa sabe?! Explode a cabeça da gente pra tanta coisa... a gente passa a entender tanta coisa com esse texto, que nossa…
Vinícius: bell hooks, faz tudo!
Lidyane: Aí é um filme incrível! E assim, se ninguém percebeu até agora, então vou dizer, que nós para além de tudo somos muito Beyhives. Então a gente vai enaltecer mesmo entendeu?!
Vinícius: Sim!!!
Lidyane: Porque é um filme muito legal! Para além disso tudo que a gente falou de teoria, eu acho que tem outros elementos assim que merecem muito enaltecimento nesse filme. O figurino: impecável! Lindo, lindo, lindo, lindo! A stylist do Black is King, é a Zerina Akers. E ela trabalha com a Beyoncé desde o Lemonade. Então assim, é uma stylist incrível e ela faz um trabalho primoroso, que o figurino estava impecável. Inclusive participação brasileira no figurino no clipe de Already, tanto o casaco listrado com estampa que imita zebra, quanto o sapato, são de estilistas brasileiros. É… os artistas africanos foram convidados para construção musical do Black is King, mas não só artistas, como co-diretores, produtores. Tenho certeza que isso realmente trouxe um aspecto para esse filme ser tão assim, cheio de referências e cheio de vários estudos por trás.
Vinícius: Blue Ivy! Dona do Black is King!
Lidyane: Perfeita!
Vinícius: Não é Beyoncé tá?! Blue Ivy que é dona! Ela que pagou para mãe participar.
Lidyane: Sim!
Vinícius: É tudo dela e não é de mais ninguém. Essa menina dona do mundo ta?! Porque incrível! Perfeita!
Lidyane: Muito linda!
Vinícius: Fazendo seus próprios versinhos também. Dirigindo suas próprias cenas: como ela queria estar, quais ela mais gostou! Assim, querendo participar também. Dançando!
Lidyane: Blue Ivy foi assim… Não tem nem o que dizer sabe. É só olhar para aquela criança e admirar, porque assim, realmente brilhante! Maravilhosa! Ai, poderia ficar falando horas aqui.
Vinícius: Sim!
Lidyane: Só como a boa Beyhive que sou.
Vinícius: Amém!
Lidyane: Sobre todos os aspectos maravilhosos desse filme. Mas né?! Já tem mais de uma hora de gravação. Então, vamos para as indicações?
Vinícius: Vamos para as indicações!
(música de transição)
Lidyane: Uma das coisas que a gente vai tentar trazer nos episódios, são indicações de diversos conteúdos que tenham a ver com o tema, mas que não seja necessariamente leituras e teorias, mas assim que contribuem e que colaboram para o entendimento do tema. Ou não! Ou seja, só entretenimento mesmo, assim! É isso né, a precisa de entretenimento também.
Vinícius: Entretenimento também é saúde, também é importante.
Lidyane: É importantíssimo! Inclusive minha indicação é um clipe feito pela Jené Marie, que é uma dançarina, adolescente… Ela tem 14 anos e ela fez um clipe de Black Parade junto com os amigos dela, que também são dançarinos, que ficou simplesmente incrível assim! Eu fiquei assistindo o clipe e fiquei pensando na potência do filme e na potência dessa música e na potência dessa artista sabe?! Quando você vê o clipe que esses adolescentes fizeram assim, isso é muito, muito, muito importante. Isso é muito sério. Isso é a questão da representação positiva que a gente falou. Então a minha indicação é que vocês vejam esse clipe produzido, que realmente muito lindo! Black Parade por Jené Marie! É maravilhoso! Vejam!
Vinícius: É incrível! A energia desse clipe me faz ficar feliz também! Mas minha indicação seguindo a linha um pouco do meu eu Beyhive, vou indicar o “Make The Gift” da própria Beyoncé, que foi lançado, se eu não me engano, ano passado, ainda no final do ano, no começo desse que ela fala sobre o processo de construção do próprio álbum, do The Gift, que é o fundo sonoro para o Black is King. E eu acho importante assistir esse documentário, ele tem uns 45 minutos, 50... tem legendado no YouTube, então não é difícil encontrar ele. Eu acho importante que se veja ele para compreender, não só o que a gente conversou hoje aqui, mas o próprio Black is King, é porque enquanto Beyoncé, junto com esses artistas africanos negros que estavam ali propondo um novo álbum, que recontasse a história do Rei Leão, muitas vezes ela explícita na sala dela os objetivos dela, que são que os objetivos que eu e Lidy conversamos aqui hoje. Ela diz essa questão da identidade, do poder da estética, que ela tá aqui para construir uma narrativa para o povo dela, de como isso é importante e necessário de ser feito e que ela sente que o papel dela é fazer isso. E tem cenas muito lindas, muito fofas. As cenas dela brincando com a Rumi perguntando “O que o gato faz? O que o leão faz?” é a coisa mais fofa do mundo e para mim só os 30 segundos dessa cena vale o documentário inteiro de tão fofo que é. Mas eu recomendo ele no sentido de compreensão desse universo que é o Black is King, que é o The Gift.
Lidyane: Sim.
Vinícius: Que a gente pode imaginar diferentes narrativas para além do que a própria Beyoncé construiu né, com as músicas e com o filme. E entender esse universo tão grande, tão rico, ajuda a gente a construir o nosso próprio universo, as nossas próprias narrativas e de maneira em que a gente torna-se sujeito novamente. E a gente toma o controle, a agência da nossa vida e dos nossos pares. E seguimos a nossa vida como um destino decolonial.
(música de transição)
Lidyane: É isso, Vini?
Vinícius: É isso.
Lidyane: Então é isso!
Vinícius: Temos mais um!
Lidyane: Olha só! Sigam a gente em todas as redes sociais: @falazadaintelectual no Instagram e no Tumblr, onde se encontram as transcrições dos episódios, e @falaintelectual no Twitter. Então sigam a gente lá! Acompanhe porque terá muitos e muitos conteúdos de indicação para o stories, episódio saindo... Então assim, acompanhe a gente em todas as redes sociais. E muito obrigada!
Vinícius: Muito obrigado gente, um beijo! Estaremos também no Spotify, no Deezer, mais algum? Google Podcasts…
Juntos: Apple Podcasts! (risos)
Vinícius: E é isso! São só esses quatro.
Lidyane: Eu acho que só.
Vinícius: É isso gente. Um grande beijo! Se cuidem! E até mais!
Lidyane: Tchau!
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Aproveite o melhor do teatro no Rio pagando até R$ 40
O teatro no Rio de Janeiro é super diversificado e há opções para todos os gostos e bolsos. E olha que as produções estão a todo vapor! E para você não ficar de fora, a Catraca Livre reuniu uma série de peças bem baratinhas, com ingressos 0800 e até R$ 40.
Não tem desculpa para não prestigiar nossos artistas, hein… Vem ver a programação e já chama geral! Espere fortes emoções em cada um desses espetáculos!
Vamos lá explorar o teatro no Rio?
Oi Futuro Flamengo
O espetáculo “O Som e a Fúria – Um Estudo Sobre o Trágico” apresenta, em um ritmo vertiginoso e repleto de músicas e sons tribais, fragmentos de um Brasil inquietante, que tenta encontrar o seu rumo em meio às maiores urgências sociais e ambientais da história recente. A direção é de Jefferson Almeida e o texto é de Rosyane Trotta.
Quando? Até 22 de março, de quinta a domingo, às 20h Onde? Oi Futuro Flamengo | Rua Dois de Dezembro, 63 – Flamengo Quanto? R$ 40 (inteira) e R$ 20 (meia-entrada) Classificação? 16 anos
CCBB – Centro Cultural Banco do Brasil
Musical: A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa
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Em comemoração ao centenário de Clarice Lispector (1920-1977), o público tem a chance de assistir uma versão de “A Hora da Estrela”, último livro da autora, no palco. E em uma proposta musical, com canções de Chico César e estrelada por Laila Garin 😱. No elenco, também estão Claudia Ventura, Claudio Gabriel.
Com adaptação e direção de André Paes Leme, “A Hora da Estrela ou O Canto de Macabéa” é um grito de indignação. A obra conta a saga de Macabéa, imigrante nordestina cuja vida no Rio de Janeiro é marcada pela ausência de afeto e poesia. Vista pela sociedade como uma mulher desprovida de qualquer atrativo, ela se contenta com uma existência medíocre: ganha menos do que um salário, divide um quarto com quatro pessoas, sofre com um chefe rigoroso e não atrai a atenção de ninguém.
Quando? Até 10/5, às quintas e sextas, às 20h, e aos sábados e domingos, às 19h | Não haverá apresentações nos dias 27, 28 e 29 de março Onde? CCBB RJ | Rua Primeiro de Março, 66 – Centro Quanto? R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada)
“Pá de Cal (Ray-lux)”
CCBB RJ recebe espetáculo “Pá de Cal”, com texto de Jô BilacA trama de “Pá de Cal (Ray-lux)” parte do suicídio de um personagem central, ou seja, ele está ausente. O mesmo acontece com suas irmãs, que mandam representantes para a reunião “familiar” na qual irá se definir o destino do pai dessa família e também o destino da mãe do morto (uma antiga empregada), que também manda seu representante. O morto também é representado por uma pessoa com quem conviveu em terras estrangeiras.
Além de uma morte traumática, a peça lida com a terceirização de responsabilidades e de como essas representatividades interferem na boa condução das questões. Toda a ação se desenrola na casa onde mora o patriarca, local que é foco de uma disputa pela posse, revelando interesses divergentes entre as partes. Conflitos inesperados emergem a partir desse encontro. Com o passar do tempo, as relações entre pai e seus filhos – representados – se revelam aos espectadores cada vez mais límpidas e latentes.
O texto é de Jô Bilac e a direção é de Direção Paulo Verlings. Mais uma dica boa de teatro no Rio.
Quando?12 de março a 20 de abril | de quinta a segunda, às 20h Onde? CCBB Rio de Janeiro | Rua Primeiro de Março, 66 – Centro Quanto? R$30 (inteira), R$15 (meia-entrada) Classificação? 14 anos
Tá curtindo esta lista de teatro no Rio?
Sesc Copacabana
“Ao redor da mesa, com Clarice Lispector”
A peça se passa no início da década de 1960 60, quando a escritora (Gisela de Castro) recebe a inesperada visita dela mesma (Ester Jablonski), vinte anos mais velha. As duas põem as cartas na mesa e discutem escolhas de vida e de linguagem.
Frente a frente, confrontam-se a Clarice recém-separada, com filhos pequenos e já desfrutando do prestígio da crítica, e a Clarice no fim da vida, amarga e solitária, com projeto de escrita que radicaliza propostas anteriores. O texto é de Clarisse Fukelman.
Quando? 5 a 29 de março | de quinta a domingo, às 20h Onde? Mezanino do Sesc Copacabana | Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana Quanto? R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 7,50 (associados Sesc) Classificação? 12 anos
“O Clássico Êxodo”
No espetáculo “O Clássico Êxodo”, do coletivo Arame Farpado, após um cálculo em que se dá conta que passará 30 anos em um transporte público, uma mulher negra resolve driblar o tempo e a tripla jornada que mulheres negras estão expostas na sociedade e resolve morar dentro do ônibus na cidade com o pior transporte público do mundo.
A criação do texto é coletiva, de João Pedro Zabeti, Lais Lage, Lidiane Oliveira, Peterson Oliveira, Phellipe Azevedo, Sol Targino e JV Santos, e a direção é de Phellipe Azevedo.
Quando? Até 29 de março | de quinta a domingo, às 18h Onde? Sala Multiuso do Sesc Copacabana | Rua Domingos Ferreira, 160 – Copacabana Quanto? R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia-entrada) | Venda somente na bilheteria Classificação? 16 anos
Sesc Tijuca
“Se não agora, quando?”
Uma mulher está decidida a se matar. Da janela do seu apartamento, ela acompanha diariamente a vida dos vizinhos do prédio em frente. Como nada do que planejou para sua vida deu certo, ela se alimenta do que acontece com eles.
No entanto, depois de um tempo, nem a vida deles lhe interessa mais. Tudo é igual, vazio e sem graça. Na sacada do seu apartamento, a mulher solitária está decidida como nunca antes estivera. De repente, uma luz se acende no 5o piso do prédio da frente. É um novo morador!
Marcélli Oliveira é atriz e autora da peça, que tem direção de Leonardo Hinckel.
Quando? Até 15 de março e de 20 de março a 12 de abril | de sexta a domingo, às 19h Onde? Teatro II no Sesc Tijuca |Rua Barão de Mesquita, 539 – Andaraí Quanto? R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 7,50 (associados Sesc) Classificação? 16 anos
“A Protagonista”
Tem mais dica boa de teatro no Rio. O espetáculo “A Protagonista”, o Coletivo Paralelas explora a união entre teatro e cinema, de modo que a cada apresentação haverá a produção de um curta-metragem diferente, um com cada atriz convidada. Cada filme será um disparador da discussão “Protagonismo feminino, vigilância e controle sobre a mulher”.
No palco, cinco atrizes apresentam um diálogo sobre o universo feminino e o magistério. E na interpretação intercalada de encenação teatral e curta-metragem, estimula-se a discussão sobre a exposição feminina e sua espetacularização já que público decide o ficcional e a realidade.
A direção é de Juliana Soure e a orientação artística é de Miwa Yanagizawa. No elenco estão Aliny Ulbricht, Carol Barbosa, Rosa Nogueira e Tatiane Santoro.
Quando? De 20 de março a 12 de abril | de sexta a domingo, às 19h Onde? Teatro II no Sesc Tijuca |Rua Barão de Mesquita, 539 – Andaraí Quanto? R$ 30 (inteira), R$ 15 (meia), R$ 7,50 (associados Sesc) Classificação? 14 anos
Casa 136
“Aquilo que Acontece Entre Nascer e Morrer”
Com criação, direção e atuação de Fabrício Moser, monólogo “Aquilo que Acontece Entre Nascer e Morrer” desenvolve-se a partir da morte trágica dos pais do ator. A peça é o ponto de partida para uma autoficção que se debruça nas vozes do passado, presente e futuro.
Quando? Até 29 de março | aos sábados e domingos, às 20h Onde? Casa 136 | Rua Ipiranga, 136 – Laranjeiras Quanto? Contribuição voluntária Classificação? 16 anos
Espaço Cultural Sérgio Porto
“Riobaldo”
O monólogo “Riobaldo”, com direção de Amir Haddad, adapta o clássico “Grande Sertão: Veredas”, mas com foco nas mulheres que determinaram a trajetória do protagonista da história.
Na trama, o ex-jagunço Riobaldo reflete sobre uma série de questões existenciais, como religiosidade, a relação do homem com Deus – e com o Diabo -, o real e o misterioso, a sexualidade, a masculinidade e o amor, em suas mais diversas formas.
Quando? Até 30 de março |às sextas, aos sábados e às segundas, às 20h, e aos domingo, às 19h Onde? Espaço Cultural Sérgio Porto | Rua Humaitá, 163, Humaitá (entrada pela Visconde e Silva) Quanto? R$40 (inteira), R$20 (meia-entrada) Classificação? 16 anos
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[Oscar] Mulheres ampliam participação em filmes que disputam indicação brasileira a uma vaga no Oscar
O Ministério da Cultura (MinC) finalizou a primeira etapa do processo de escolha do longa-metragem brasileiro que disputará uma das vagas entre os cinco indicados ao prêmio de Melhor Filme em Língua Estrangeira do Oscar 2019, que será realizado no dia 24 de fevereiro, em Los Angeles (EUA), pela Academy of Motion Picture Arts and Sciences. A novidade deste ano é o expressivo aumento na representatividade feminina. Dos 22 filmes habilitados, nove foram dirigidos ou codirigidos por mulheres, um percentual de 40,9%. Em 2017, dos 23 longas selecionados, apenas quatro tiveram mulheres na direção.
Os longas dirigidos por mulheres que participam da disputa são O Caso do Homem Errado, de Camila Lopes de Moraes; Encantados, de Tizuka Yamasaki; Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor; Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg; Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende; O Desmonte do Monte, de Sinai Mello e Silva Sganzerla; e O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida. Além desses, Alguma Coisa Assim, de Mariana Bastos e Esmir Filho; e As Boas Maneiras, de Juliana Rojas e Marco Dutra, foram codirigidos por cineastas mulheres.
Também participam do processo seletivo os longas Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi; Dedo na Ferida, de Silvio Tendler; Ferrugem, de Aly Muritiba; Antes Que Eu Me Esqueça, de Tiago Arakilian; Yonlu, de Hique Montanari; Não Devore Meu Coração, de Felipe Bragança; Talvez Uma História de Amor, de Rodrigo Spada Bernardo; Canastra Suja, de Caio Sóh; Entre Irmãs, de Breno Silveira; O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues; Benzinho, de Gustavo Pizzi; Além do Homem, de Willy Biondani; e Unicórnio, de Eduardo Nunes.
O representante brasileiro será escolhido pela Comissão Especial de Seleção, formada por membros indicados pela Academia Brasileira de Cinema (ABC). "O MinC delegou a escolha para o próprio setor", destaca o ministro da Cultura, Sérgio Sá Leitão. "É mais democrático e há mais chance de acertar", completa. O anúncio do longa selecionado será no dia 11 de setembro, na Cinemateca Brasileira, em São Paulo.
Participação feminina no audiovisual
“Alguma coisa assim”.
O MinC vem empreendendo esforços para assegurar o crescimento da participação feminina no audiovisual. Neste ano, no primeiro pacote de editais lançado pela Secretaria do Audiovisual, 10 das 11 chamadas públicas previram cotas de 50% para mulheres (cisgêneros e transgêneros). Pela primeira vez também neste ano, o edital de Concurso Produção para Cinema 2018, lançado pela Agência Nacional do Cinema (Ancine), que destina R$ 100 milhões do Fundo Setorial do Audiovisual (FSA) a projetos de longas-metragens independentes de ficção, documentário ou animação, incluiu cotas de gênero e de raça. Estudo da Comissão de Gênero e Diversidade da Ancine identificou que, em 2016, 75,4% dos filmes lançados em 2016 foram dirigidos por homens brancos.
Além disso, o Conselho Superior de Cinema (CSC) criou o Grupo de Trabalho (GT) Diversidade de Gênero e Étnico-racial no Audiovisual, que se reuniu pela primeira vez no último dia 15 de agosto. O grupo tem como objetivo formular uma política consistente de promoção da igualdade de gênero e étnico-racial para o setor audiovisual, contribuindo para o aumento do protagonismo e visibilidade da diversidade cultural no setor. Os membros do GT terão até dezembro para apresentar essa proposta de política pública. Compõem o grupo, além do MinC, que preside as reuniões, um representante da Casa Civil e um da Ancine e convidados especialistas, que serão definidos a cada reunião do GT.
Saiba mais sobre os filmes habilitados
O Caso do Homem Errado, de Camila de Moraes O documentário conta a história do jovem operário negro Júlio César de Melo Pinto, que foi executado pela Brigada Militar, nos anos 1980, em Porto Alegre. O crime ganhou notoriedade após a imprensa divulgar fotos de Júlio sendo colocado com vida na viatura e chegar, 37 minutos depois, morto a tiros no hospital. Além do caso que dá título ao filme, a produção discute ainda as mortes de pessoas negras provocadas pela polícia no país.
O Desmonte do Monte, de Sinai Sganzerla O documentário aborda a história do Morro do Castelo, seu desmonte e arrastamento. O Morro do Castelo, conhecido como "Colina Sagrada", foi escolhido pelos colonizadores portugueses para ser o local das primeiras moradias e fundação da cidade do Rio de Janeiro. Apesar de sua importância histórica e arquitetônica, o morro foi destruído por reformas urbanísticas com o intuito de "higienizar" a cidade e também de promover a especulação imobiliária.
Antes Que Eu Me esqueça, de Tiago Arakilian Aos 80 anos, Polidoro decide demolir a estabilidade de sua confortável vida de juiz aposentado e virar sócio de uma boate de strip-tease. Beatriz, sua filha, resolve interditá-lo judicialmente. Seu filho Paulo se declara incapaz de opinar sobre essa decisão porque não mantém relações com o pai. O juiz, então, determina o encontro forçado entre pai e filho, em uma reaproximação que transformará suas vidas.
Aos Teus Olhos, de Carolina Jabor Rubens é um professor de natação infantil acusado pelos pais de um aluno de beijar o filho deles no vestiário do clube. Quando a acusação viraliza nos grupos de mensagens e redes sociais da escola, começa um julgamento precipitado de Rubens sobre suas ações e intenções.
Ex-Pajé, de Luiz Bolognesi Até o contato do povo Paiter Suruí com os brancos, em 1969, Perpera era um pajé poderoso. Após chegada dos brancos, um pastor evangélico afirma que pajelança é coisa do diabo e Perpera perde seu papel na tribo, passando a viver com medo dos espíritos da floresta. Mas quando a morte ronda a aldeia, o poder de falar com os espíritos pode novamente ser necessário.
Yonlu, de Hique Montanari Yonlu é um filme de ficção baseado na história real de um garoto de 16 anos que, com a ajuda da internet, conquistou o mundo com seu talento para a música e para a arte. Fluente em cinco idiomas, Yonlu tinha uma rede de amigos virtuais em todos os continentes. Ninguém desconfiava, contudo, que também participava de um fórum de potenciais suicidas.
Não Devore Meu Coração, de Felipe Bragança Joca, um menino brasileiro de 13 anos, e Basano La Tatuada, uma menina indígena paraguaia, vivem na fronteira entre os dois países. Joca está apaixonado por Basano e busca fazer de tudo para conquistar seu amor, mesmo que para isso ele tenha que enfrentar as violentas memórias da Guerra do Paraguai e os segredos de seu irmão mais velho, Fernando, um misterioso agroboy envolvido com uma gangue de motociclistas da região.
“O paraíso perdido”
Talvez Uma História de Amor, de Rodrigo Spada Bernardo Quando chega em casa, depois de mais um dia corriqueiro no trabalho, Virgílio liga a secretária eletrônica e ouve um recado perturbador. É uma mensagem de Clara, comunicando o término do relacionamento dos dois. Virgílio, contudo, não faz a menor ideia de quem seja Clara. Quando percebe que todos ao seu redor sabiam do seu relacionamento e ele é o único que não lembra, Virgílio só tem uma escolha: encontrar essa mulher misteriosa.
Canastra Suja, de Caio Sóh Quem vê Batista e Maria andando pela rua com seus três filhos acha que o grande problema deles é a filha caçula que sofre de autismo. Porém, as questões dessa família são bem mais complicadas. Batista é um alcóolatra tentando abandonar o vício por insistência da família. A esposa dedicada que vive um caso tórrido com o namorado de sua filha, Emília, que se faz de pudica, mas seduz o patrão. Pedro, o primogênito, está perdido na entrada da vida adulta. O conceito familiar desabará aos poucos.
Entre Irmãs, de Breno Silveira Nos anos 30, duas irmãs separadas pelo destino enfrentam o preconceito e o machismo, uma por parte da alta sociedade na cidade grande, e a outra de um grupo de renegados no interior. Apesar da distância, elas sabem que uma só tem a outra no mundo e cada uma, à sua maneira, vai se afirmar de forma surpreendente.
“O Grande Circo Místico”
O Grande Circo Místico, de Cacá Diegues O filme conta a história de cinco gerações de uma mesma família proprietária do circo. Da inauguração do Grande Circo Místico em 1910 até os dias de hoje, o público vai acompanhar, com a ajuda de Celavi, mestre de cerimônias que nunca envelhece, as aventuras e amores da família Kieps, do seu auge a sua decadência, até o surpreendente final. Um filme que mescla realidade com fantasia em um universo místico.
As Boas Maneiras, de Julia Rojas e Marco Dutra Clara, enfermeira solitária da periferia de São Paulo, é contratada pela rica e misteriosa Ana como babá de seu futuro filho. Uma noite de lua cheia muda para sempre a vida das duas mulheres.
Benzinho, de Gustavo Pizzi Irene mora com o marido Klaus e seus quatro filhos. Ela está terminando os estudos enquanto se desdobra para complementar a renda da casa e ajudar a irmã Sônia. Mas quando seu primogênito Fernando é convidado para jogar handebol na Alemanha, ela terá poucos dias para superar a ansiedade e ganhar forças antes de mandar seu filho para o mundo.
Alguma Coisa Assim, de Mariana Bastos e Esmir Filho Caio e Mari são dois jovens adultos cuja relação está além de qualquer definição. Ao longo de 10 anos, o enredo transita entre três momentos marcantes em que seus desejos estão em conflito e sua relação é colocada à prova.
Paraíso Perdido, de Monique Gardenberg Dono da boate Paraíso Perdido, o patriarca José faz de tudo para garantir a felicidade de seu clã: os filhos Angelo e Eva, o filho adotivo Teylor e os netos Celeste e Imã. Unida por um amor incondicional, a excêntrica família encontra forças para lidar com seus traumas cantando clássicos da música popular romântica, o que atrai a curiosidade do misterioso Odair, um policial que cuida da mãe surda, ex-cantora.
Além do Homem, de Willy Biondani O antropólogo francês Marcel Lefavre é comido por canibais e desaparece no Brasil, deixando para trás seu diário inacabado. Seu discípulo a contragosto, Alberto Lupo, escritor brasileiro que vive na Europa, retorna ao país de origem para terminar seu trabalho. Na paisagem, na cultura e na figura feminina de Betania, Alberto se depara com tudo aquilo que o fez fugir: o poder da natureza e a essência da vida. É o início de sua transformação.
Como é Cruel Viver Assim, de Julia Rezende Solitários, frustrados e incapazes de realizar qualquer coisa que dê sentido às suas vidas, Vladimir, Clivia, Regina e Primo armam um plano absurdo: seqüestrar um milionário. Mas não têm nenhuma experiência com crimes, nem noção do que essa operação pode envolver. Enquanto tomam as providências práticas, revelam-se seus medos e ambições.
O Animal Cordial, de Gabriela Amaral Almeida Um restaurante de classe média em São Paulo é invadido, no fim do expediente, por dois ladrões armados. O dono do estabelecimento, o cozinheiro, uma garçonete e três clientes são rendidos. Entre a cruz e a espada, Inácio – o homem pacato, o chefe amistoso e cordial – precisa agir para defender seu restaurante e seus clientes dos assaltantes.
Unicórnio, de Eduardo Nunes Maria, uma menina, está sentada em um banco ao lado de seu pai. A conversa que eles tem ali conduz a narrativa do filme: acompanhamos a história na rústica casa de campo, onde ela mora com a mãe, e aguarda a volta deste mesmo pai. A relação entre Maria e a sua mãe muda com a chegada de um outro homem.
“As boas maneiras”
Ferrugem, de Aly Muritiba Tati é uma adolescente cheia de vida, que gosta de compartilhar seus melhores momentos no Instagram e no Facebook. Mas a vida de Tati virará ao avesso quando algo que ela não queria compartilhar com ninguém cai no grupo de Whatsapp do colégio.
Encantados, de Tizuka Yamazaki Encantados é uma história de iniciação espiritual, de amor e misticismo sobre o desabrochar da jovem Zeneida até se transformar em importante pajé, assumindo sua herança espiritual cabocla. Os conflitos no convívio com a família, Zeneida enfrenta e resiste para viver plenamente o amor considerado impossível com Antônio, um ser sobrenatural, que vem das profundezas da floresta. Mas terá que escolher, aceitar seu dom e destino de ser pajé, ou viver encantada pelo povo das águas, os Caruanas.
“Animal Cordial”
Dedo na Ferida, de Silvio Tendler Dedo na Ferida trata do fim do estado de bem-estar social e da interrupção dos sonhos de uma vida melhor para todos em um cenário em que a lógica homicida do capital financeiro inviabiliza qualquer alternativa de justiça social. Milhões de pessoas peregrinam em busca de melhores condições de vida enquanto a perversão do capital só aspira a concentração da riqueza em poucas mãos.
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