#pressão alta
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cubojorbr · 1 month ago
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Pressão alta reduz capacidade respiratória devido ao enrijecimento dos brônquios, aponta estudo
Trabalho conduzido na Unifesp envolveu 731 idosos e foi o primeiro a demonstrar os efeitos da hipertensão na mecânica pulmonar. Resultados indicam que a prática regular de exercícios físicos confere proteção parcial ao pulmão
Maria Fernanda Ziegler | Agência FAPESP – A hipertensão arterial provoca o espessamento dos vasos sanguíneos, favorecendo o enrijecimento das artérias (arteriosclerose). Um estudo realizado por pesquisadores brasileiros mostrou, pela primeira vez, que um fenômeno parecido ocorre nos pulmões. A pressão alta torna os brônquios pulmonares mais enrijecidos (resistência das vias aéreas), o que resulta…
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somosprojetoamigos · 7 months ago
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Dor nas costas também é sintoma de câncer silencioso no início
A dor nas costas pode ter inúmeras causas, desde má postura até condições mais graves. Poucas pessoas sabem, mas o câncer de rins, também conhecido como carcinoma renal, também pode provocar este sintoma. Esse tipo de câncer muitas vezes não apresenta sintomas em seus estágios iniciais. À medida que progride, no entanto, alguns sintomas podem se desenvolver. Outros  sintomas do câncer de…
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nosbastidoresdopier · 7 months ago
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Dia de Combate à Hipertensão Arterial: ela é responsável por 35% dos casos de doenças renais crônicas
A pressão alta é responsável por aproximadamente 35% dos casos de doenças renais crônicas no Brasil. E nesta sexta-feira (26/04) é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, uma doença silenciosa, que atinge 30% (63 milhões de pessoas) da população brasileira. E é uma das principais causas de problemas renais? A hipertensão arterial enrijece as artérias, limitando sua…
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tonytsai · 2 years ago
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Enxaqueca, dor de cabeça, refluxo, ansiedade, pressão alta, dor nos ombros, nos pés, no cotovelo.
Enxaqueca, dor de cabeça, refluxo, ansiedade, pressão alta, dor nos ombros, nos pés, no cotovelo.
30/11/2022: Nilcilene veio da Amazonia para o tratmento dos sintomas acima citados, comentou sua melhoria após auma sessão. Para maiores informações sobre tratamentos favor acesse: https://centrotaoista.com.br/atendimento/ Link onde pode ara pesquisar seus sintomas em mais de 400 depoimentos feitos pelo pacientes: https://www.centrotaoista.com.br/depoimentos-acupuntura Link sobre aula de Tai…
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blogpopular · 2 days ago
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Benefícios da cúrcuma para a saúde – Propriedades medicinais da cúrcuma
A cúrcuma, também conhecida como açafrão-da-terra, é uma raiz com propriedades medicinais amplamente reconhecidas, especialmente na medicina tradicional indiana (Ayurveda) e na medicina chinesa. Esta especiaria dourada é famosa pelo seu composto ativo, a curcumina, que confere a cor vibrante e as propriedades terapêuticas. Neste artigo, exploraremos os benefícios da cúrcuma para a saúde e como…
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heitorresenhas · 19 days ago
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TOP 3 LAVADORAS ALTA PRESSÃO MAIS COMPRADAS 2024 | Motor Universal | Uso...
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sabioavaliareviews · 3 months ago
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7 Melhores LAVADORAS DE ALTA PRESSÃO Pra Comprar em 2024! Qual Lavadora ...
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ofertasdodia · 10 months ago
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maisreview20 · 11 months ago
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⚠️ TOP 5 MELHORES LAVADORAS DE ALTA PRESSÃO 2023
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darilto-blog · 1 year ago
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Descubra se a lavadora Lavadora de Alta Pressão WAP ÁGIL 1800 Vale Apena!
Neste artigo, vamos analisar a Lavadora de Alta Pressão WAP ÁGIL 1800, uma opção interessante para aqueles que precisam de uma lavadora compacta, leve e barata. Se você está em busca de uma solução prática para a limpeza do dia a dia, continue lendo para descobrir se a ÁGIL 1800 atende às suas necessidades. Desempenho e UsabilidadeA Lavadora de Alta Pressão WAP ÁGIL 1800 possui uma pressão de…
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rtrevisan · 2 years ago
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Inflação segue em expectativa de elevação
Apesar de o Governo Federal continuar pressionando o COPOM para a redução da taxa de juros de base de nossa economia (SELIC), a pesquisa do Banco Central divulgada ontem (17/04/2023) continua a mostrar sinais de pressão inflacionária. (more…) “”
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dicasverdes · 2 years ago
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Como fazer um Aquecedor Solar para Aquecer sua Casa no Inverno
Como fazer um Aquecedor Solar para Aquecer sua Casa no Inverno
Como fazer um Aquecedor Solar para Aquecer a Casa no Inverno. Durante o inverno, os aquecedores são essenciais para viver confortavelmente em nossas casas. Embora existam muitos tipos e modelos diferentes de aquecedores no mercado, é importante escolher um que seja adequado para sua casa. Alguns fatores a serem considerados ao escolher um aquecedor incluem o tamanho da sala, o tipo de combustível…
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alinehateskcal · 2 months ago
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Como é conviver com um obeso mórbido
🎀 Post longo pq eu to entediada 🎀
Meu tio é um ex obeso. E ele só emagreceu pois foi OBRIGADO por conta de todas as doenças que ele contraiu.
Meu tio é o típico nerd gordo sedentário que fica o dia inteiro comendo na frente do computador. Não levanta pra PORRA nenhuma, a menos que o almoço esteja pronto. Ele já tinha gota, pressão alta e problemas no fígado, porém só emagreceu depois que contraiu uma diabete e, consequentemente, depressão.
Decidi listar aqui todos os comportamentos que ele tinha, antes e depois desse último diagnóstico:
1. Ele aparecia na cozinha mesmo antes do almoço estar pronto. Tipo faltava 5 minutos pro negócio ficar pronto e ele já tava lá no meio, com um pratão do tamanho de uma montanha, atrapalhando minha avó terminar de cozinhar.
2. Extremamente preocupado com o almoço. Não tinha 1 dia que ele não soltava a frase: "O que a gente vai fazer de almoço?". Era a maior preocupação do dia dele. Se não desse atenção, ele entrava em colapso.
3. Comia pão pra CARALHO. Muito mesmo. Tipo em casa um pacote de pão de forma durava menos de uma tarde, porque toda hora ele aparecia para comer. Pão francês? Comia DOIS por vez, e ainda acabava com a maionese.
4. VICIADO em carboidratos. Em especial macarrão. Se deixar, esse balofo come macarrão todos os dias.
5. Qualquer comida que minha avó compra dura menos de 1 dia. Sorvete, batata-frita, refrigerante... Até coisas normais, como leite, pão, requeijão. Não tinha como guardar nada em casa. Nada durava. Eu tinha literalmente que esconder o que podia, senão eu simplesmente ficava sem comer. Minha avó tinha que ir no mercado, acreditem, TODOS OS DIAS. O gasto em mercado na minha casa era extratosférico.
6. Come alimentos hiper calóricos... e, se tiver, os meus low-cal também. Pra ele, foda-se se o refrigerante é com ou sem açúcar, se o requeijão é ou não light, se a gelatina tem ou não tem açúcar. Ele não vai comer. Ele vai ENGOLIR.
7. Fazia as combinações mais doidas. Ele nunca conseguia comer um alimento só. Ele dava um jeito de combinar. Esfiha de carne? Precisava de uma esfiha de cheddar junto, pra comer como se fosse um "sanduíche".
8. Briga por causa de comida. Essa é a mais ridícula de todas. Na minha casa tem muita fartura, minha avó recebe um bom dinheiro de aposentadoria, pensão e aluguéis. Tipo, comida é algo que realmente nunca faltaria em casa. Mas meu tio agia como se a nossa família estivesse no mapa da fome.
9. Suga todo o dinheiro da mãe dele. Como eu disse, minha avó recebe bastante dinheiro. E é daí que ele parasita. Praticamente obriga ela a ir no mercado e comprar todas as bombas calóricas que ele pede. Minha avó também é a famosa facilitadora, compra tudo o que ele quer.
10. EXTREMAMENTE preguiçoso. Ele tem curso de eletricista (pasmem, pago pela minha avó) porém não conserta 1 tomada em casa. Também não trabalha, um verdadeiro parasita. Tem preguiça até de tomar banho, se ele tomasse 2 por semana já era muito. O quarto dele é um lixão, se minha avó não limpa, ele definitivamente não vai limpar. O mesmo pra louça que ele suja AOS MONTES e deixa pra ela lavar. Ele é totalmente inútil.
11. Exercício físico NEM FODENDO. Ele não saía pra nada, não ia nem no portão. Ele já é branco, mas, por nunca pegar sol, o cara tá TRANSPARENTE e, lógico, com vários problemas de pele.
12. Se eu abrisse um salgadinho no meu quarto, era como se ele farejasse. Em minutos ele tava do meu lado pedindo.
13. Se eu fosse no mercado e não trouxesse nada pra ele, faltava me esfaquear.
14. Esconde miojo. Sem brincandeira, encontrei um estoque no quarto dele.
15. Não sente frio. Ele tava o tempo todo sem camisa (visão do inferno), mesmo estando frio pra caralho. Quando eu falava pra ele, ele ainda me chamava de magrela. Dizia q eu precisava de mais gordura KKKKKKKKKKKKKKKKKK (parece até piada
16. Sua que nem um porco. Esse é bem nojento, então cuidado. O travesseiro e a cama dele são PODRES. Se aquilo já foi branco um dia? Agora tá LARANJA. A parede onde o travesseiro dele fica encostado tá PRETA 🤢 por conta da umidade do suor dele. E nas raras vezes que ele ia consertar alguma coisa em casa, ele suava LITROS. Tinha dificuldade até pra consertar o próprio computador, pois tinha risco de molhar lá dentro.
17. (att) Era impossível usar o banheiro depois dele. Esse também é extremamente nojento. Gente, acreditem, não é apenas uma "vibe de sujeira". Gordos SÃO sujos. Eles vão no banheiro TANTAS vezes por dia, vocês não tem noção. O real problema, entretanto, é que eles APODRECEM o lugar todas as vezes. Graças a Deus na minha casa tem mais de um banheiro, porque mano, não é normal. Tenho certeza que se o inferno tiver um cheiro, é exatamente esse.
Depois que ele descobriu a diabete, ele ficou muito chateado. Até entrou em depressão. No começo, ele tentou comer tudo certinho, até comprou adoçante de stévia e alimentos integrais. Mas isso durou tipo 1 semana pq depois que conseguiu pegar o remédio pra controlar a insulina, voltou aos mesmos hábitos.
Ele foi internado depois disso com problemas de gordura no fígado. A parte branca do olho dele tava AMARELA. Depois da internação, obviamente voltou a comer pra caralho. Ele claramente quer se matar.
O menor peso dele é 85 kg, IMC 26,5. Estimamos que ele era IMC 40. Não tem como saber ao certo pois ele NUNCA teria ido em uma farmácia se pesar.
Enfim, foi mais um desabafo. É um inferno conviver com alguém assim.
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amethvysts · 5 months ago
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YOU'RE SO VICIOUS! — E. VOGRINCIC.
𖥻sumário: um grand prix desperdiçado só poderia significar uma coisa quando seu colega de equipe é enzo vogrincic. ou, parte dois desse one-shot. 𖥻par: driver!leitora x driver!enzo. 𖥻avisos: 3k de palavras *gasp*. smut, então apenas divas +18 nessa. enzo babaca. relacionamento tóxico. machismo? é f1, primas. pouco diálogo e fim meio abrupto. não tá revisado.
💭 nota da autora eu tinha feito uma votação pra saber qual seria o início desse aqui, mas eu perdi a enquete (risos) e achei que o que eu já tinha escrito tava até que bom e depois foi degringolando um negócio que eu sei lá. depois me digam se vocês gostaram ou não (aceito críticas, mas não fico calada!!). anywayy, espero que gostem!
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─── i fear only one person has truly ever understood me and i fucking hate the guy.
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ALGUNS MESES DEPOIS. INTERLAGOS, SÃO PAULO.
Você ultrapassou ele justamente na curva do S, logo na penúltima volta, e conseguiu alguns bons segundos de vantagem sobre o uruguaio. As reclamações do seu engenheiro no rádio foram abafados pela pressão do seu coração nos seus ouvidos, junto da vibração da torcida, felizes pela conterrânea ter largado em disparada na frente do próprio colega de equipe – os únicos que pareciam contentes com a decisão. Durante o resto da volta, você tenta se acalmar e se convencer de que não fez nada terrível, mesmo que soubesse que estava desempregada para mais uma temporada após preferir a própria vitória sob Enzo. Seria essa uma escolha pessoal ou estritamente profissional? Ele não merece. Se merecesse, teria lutado mais para manter a posição, teria jogado limpo durante as outras corridas, teria se esforçado. E, mais importante: se as posições estivessem invertidas, quem pode te garantir que ele não faria o mesmo? 
Pouco tempo te resta para repensar suas escolhas enquanto troca a marcha e pisa no acelerador, trotando com o carro. Os tampões nos seus ouvidos fazem com que a pressão do seu coração ecoe alto o suficiente para abafar qualquer arrependimento, e um surto de confiança passa pelo seu corpo, te dando forças o suficiente para continuar fazendo o que você nasceu para fazer: correr. A adrenalina pulsa nas suas veias, e naquele momento mal consegue distinguir o que é a máquina e o que é você. A consciência vai longe, correndo mais rápido do que as rodas ligeiramente gastas… até cair de volta em seu corpo com o solavanco agressivo do carro, te tirando da pista. 
É difícil entender o que aconteceu. Tão focada em ganhar dos seus adversários e conquistar o que é seu, pouco compreende quando o carro branco e vermelho gira em alta velocidade e acaba perto de uma das barreiras. Só consegue assistir Interlagos rodopiar a sua volta e os gritos chocados da plateia que te assiste. Quando finalmente estaciona, de um jeito desengonçado, observa os socorristas vindo em sua direção, mas mal deixa que te toquem, levantando do assento e sentindo o rosto em chamas de pura raiva. Assim que tira o capacete, tem uma visão mais ampla do que havia acontecido, e o fato não te espanta, apesar de fazer o ódio borbulhar mais forte nas suas entranhas: Enzo Vogrincic havia te jogado para fora da pista, e no meio da crise de idiotice, havia inutilizado o carro dele também. Ótimo. Além de te impossibilitar de vencer seu primeiro título, perdeu o dele e ainda por cima deixou a equipe zerada no Grand Prix. 
Irada, assiste quando o homem se levanta de seu assento, ainda com o capacete na cabeça, mas com o visor levantado. Os olhos pareciam tão raivosos quanto os seus, mas algo quebra quando o peso da realidade cai sobre seus ombros e ele parece entender o que realmente fez ali. A represa da rivalidade havia estourado, e levado os dois com a força da água.
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Você não sabia medir o que era pior, mas sabia que não sentia algo realmente bom desde aquele fatídico momento na corrida. Tudo havia se tornado irritante, e mesmo que não pudesse demonstrar a latente irritação que crescia em seu peito toda vez que pensava na volta arruinada, no silêncio do seu quarto de hotel era o momento de ceder àquela raiva e começar a sua festinha miserável, só você e sua mente. Passava os canais rapidamente, e agressiva, porque qualquer mínimo barulho era o suficiente para irritá-la ainda mais. 
Já teve que suportar os olhares de pena e soberba dos jornalistas invasivos mais cedo, que pareciam se divertir ao jogar sal na sua ferida e ao fazer perguntas maliciosas na intenção de cavar uma cova ainda mais funda para você. Se sentou ao lado de Enzo e respondeu tudo, enterrando a sua raiva bem no fundo da sua mente e fingindo que não se importava; era uma team player, estava acima das táticas sujas do seu colega de equipe. Mesmo que ele ainda mantivesse o seu contrato e você, não. Depois, ao chegar no hotel, teve que atender à todas as ligações da sua família, lamentando o acontecido como se tivessem perdido um ente querido. E você os entendia. O troféu estava tão perto que você podia sentir o gelado do material em suas mãos… apenas para tê-lo arrancado de suas mãos, caindo para terceiro no campeonato. A promessa vazia de matar Vogrincic vinda de seu tio te trouxe um pouco de conforto, pelo menos. 
Suspirou porque todos os canais de notícias falavam da sua derrota, e você mal conseguia olhar a cena da batida por mais de dois segundos sem sentir a garganta arder de puro ódio. Trocou, e decidiu que Caçadores de Emoção seria uma boa pedida para a noite. Pelo menos poderia se distrair assistindo Keanu Reeves com roupinha de surfista. 
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Não que tenha durado muito tempo, porque mal percebeu que tinha adormecido logo no início do filme, abrindo os olhos meio desnorteada ao escutar o barulho de repetidas batidas na porta. Fungou, coçando os olhos antes de se levantar e caminhar em passos preguiçosos até lá, ficando na ponta do pé para ver quem se atrevia a te incomodar pelo olho mágico. E não poderia ser diferente, é claro que era Enzo, ainda com a roupa que havia saído para uma das boates do centro da cidade com os outros pilotos. Ah, ainda tinha isso. Enquanto você havia ficado trancada no seu quarto a noite inteira, os outros decidiram festejar o término da competição, incluindo o motivo de toda a sua raiva. 
Pelo jeito em que se suportava com o braço contra a parede, e os olhos caídos, você percebia que Vogrincic havia bebido mais do que deveria durante a sua saída. Ótimo.
"Tô ocupada," anuncia, sem mesmo encostar na maçaneta. Era melhor deixá-lo ali, do outro lado, porque você conseguia sentir que poderia fazer uma besteira daquelas a qualquer momento. Só de vê-lo parado atrás da porta já era suficiente para sentir os nervos aflorando. Sem pensar muito sobre, você vira de costas e começa a caminhar de volta para o conforto da cama.
"Só preciso conversar com você," a voz arrastada tenta negociar, e você escuta um pequeno toc, mais fraco. "Por favor, nena. Deixa eu ver seu rosto, pelo menos". 
"Querendo arranjar confusão a essa hora, Enzo? Vai dormir". 
Com o baixo volume da televisão, você ainda consegue escutar tudo o que vinha do corredor. O fato de ser madrugada também ajudava. 
"Não tô aqui pra isso," se justifica, a voz baixa e até mansa. Poucas foram as vezes que você conseguiu uma resposta dessas vindas dele. O bote tá vindo, você tentava se lembrar, apesar da curiosidade atiçada. "Abre aqui, vai? Por favor. É ridículo eu ter que ficar conversando com uma porta".
Você precisou respirar bem fundo para não abrir aquela porta com tudo e falar tudo o que queimava o seu peito. Se isso era ridículo, mal podia imaginar o que chamaria o que ele havia feito com você na corrida mais cedo… ou só estava sendo muito amargurada? O seu silêncio não o abalou, porque ele volta a bater na sua porta mais uma vez. A voz arrastada parecia implorar cada vez mais, parecendo mais e mais necessitado. Era torturante ao mesmo tempo que tosco. Pior que isso era só a sua vontade crescente de dar o braço a torcer. 
"Por favor, nena. Deixa eu te ver um pouquinho, me desculpar. Você sabe que eu sinto muito, não sabe? Eu só tava fazendo o meu trabalho". 
São as mesmas desculpas que você ouviu ao decorrer do ano, e por mais que tente – e tente muito – se convencer de que é sempre da boca para fora, ainda assim é tão difícil resistir a voz quebrada e as palavras tão sentidas. Só durante aquele momento, já tão machucada pela decisão equivocada que ele tomou, as desculpas esfarrapadas são como um bálsamo sob suas feridas, as mesmas que você passou a noite inteirinha lambendo. Talvez fosse melhor que ele se redimisse, que alguém cuidasse delas para você. Só um pouco.
E agora quem inventa desculpas é você para si mesma, enquanto se levanta da cama de novo e trilha o mesmo caminho em direção à porta, abrindo-a e dando de cara com um Enzo já perdido nas próprias palavras. O olhar caído é ainda mais real, revelando que, ele estava completamente bêbado. Não que isso importasse porque o jeito o qual o cabelo desgrenhado caía sobre os olhos e as bochechas estavam vermelhas eram encantadores, te hipnotizavam por te fazer lembrar que você já o deixou daquela maneira tantas vezes antes. E está prestes a deixá-lo pior.
"Lobinha," o apelido vem como um sopro, te cercando assim que ele dá um passo para frente, praticamente se atirando em seus braços. A intensidade do tropeço combina com o fedor da bebida em seu hálito. "Desculpa, tá? Me desculpa. Você sabe que eu não queria-".
Seus ouvidos isolam a voz dele por alguns instantes, e você só consegue observar os lábios vermelhinhos se movendo, sem absorver nenhuma palavra. Uma habilidade que você adquiriu com o tempo, quando já não suportava mais escutar as mesmas desculpas de sempre. É sempre melhor quando pulam esse papo furado e ele só te dá o que realmente quer.
Por isso, você nem se surpreende quando, no meio das palavras tão doces que poderiam fazer um estômago fraco se embrulhar, Enzo levanta uma das mãos para afagar o seu rosto. É gentil, carinhoso e um tanto cuidadoso em seu toque, como se estivesse acariciando um tesouro precioso, intocável. Os olhinhos cor de terra exprimem isso também, apesar de se mostrarem urgentes, talvez em te fazer acreditar em tudo o que saiu de sua boca. É só quando ele se depara com o seu silêncio em que se inclina para deixar um beijinho no canto dos seus lábios, a maneira dele te perguntar se você estava pronta, também. 
As mãos dele descem, passam de raspão pelo seu pescoço e te fazem arrepiar. Era ridícula a forma com que ele te desmontava, te deixando molinha para que ele fazer o que quiser com um toque simples, mas que você conseguia sentir por muito tempo depois. Massageia seus ombros, iniciam um caminho de fogo até encontrarem sua cintura, te puxando ainda mais perto. A boca, tão devota a sentir a sua pele naquele momento, assalta a carne sensível do seu pescoço, e a barba mal-feita te queima. Ele se esfrega, sem dó, quase como se quisesse te marcar ali. 
"Deixa eu me desculpar direito?" pergunta, raspando a ponta do nariz para cima, até alcançar a sua orelha. Os dentes se demoram ali, tocando o lóbulo. "Eu vou me redimir, te consolar…". 
Você só assente com a cabeça, mas não parece ser uma resposta satisfatória para Enzo. Afasta o rosto do seu pescoço, e volta a te encarar. As sobrancelhas do moreno se franzem, e ele faz aquela cara de coitado que te desmonta inteirinha, zombando da sua mudez. 
"Não, lobinha. Eu preciso que você me diga. Você vai deixar eu te consolar?"
"Deixo," responde, carente, liberando uma arfada que nem percebia segurar. O jeito que aqueles olhos te encaravam, tão de cima e tão potentes, deveria ser ilegal. Fazia a boca do seu estômago tremer e você conseguia sentir o molhadinho acumulando na sua calcinha, te deixando fraquinha. "Por favor, Enzo". 
"Você não precisa pedir 'por favor', nena," ele dá uma risada baixa, voltando a segurar sua cintura e praticamente te carregando para a cama. "Pelo menos, não agora". 
Enzo não se esforça ao te fazer sentar na pontinha da cama, seu corpo já era dele para fazer o que quisesse há tempos. Bastou que forçasse um pouquinho, te empurrando levemente para trás, para que você se posicionasse do jeito que queria. Ele te tinha sentada, enquanto ajoelhava no meio de suas pernas, ainda com os braços envolvendo seu tronco. Geralmente, não gastava muito tempo com gentilezas. Devotava-se pouco ao beijar seu pescoço, descendo por seu colo e demorando-se apenas ao atiçar seus peitos, te proporcionando o mínimo de alívio conforme as mãos, sempre inquietas, se aventuravam pelo seu corpo. Quando fez isso, apenas levantou a camisa do seu pijama o suficiente, sem retirá-la. 
Dessa vez, bastou chegar com os lábios ao vale entre seus seios para que as mãos descessem para massagear suas pernas, mal te dando tempo para se acostumar com a mistura de sensações antes de encontrar sua intimidade por cima do shortinho de algodão. Mesmo que estivesse coberta por duas camadas, muito finas, de roupa, ele sorriu ao te sentir quentinha. E sorriu ainda mais quando te fez arfar ao conseguir pressionar o seu pontinho – em algum outro momento, ele com certeza te sacanearia por te conhecer tão bem, mas não agora. Não quando você, involuntariamente, se esfrega contra os dedos grossos e segura tão forte na nuca dele. Te ter tão entregue é um momento sagrado demais.
Enzo nunca consegue manter o mesmo cuidado do início porque o ego cresce demais e cega qualquer indício da falsa simpatia que usa para te conquistar. Como nas pistas, ele é um homem com uma missão, e te fazer gozar torna-se mais do que um objetivo, mas uma necessidade. Te humilhar um pouquinho no caminho sempre faz parte, no entanto. E é sempre assim que as palavras bonitinhas perdem qualquer sentido.
"Tá gostando tanto assim? Nem fiz nada, e você já tá se esfregando em mim que nem uma coitada," ele ri antes de mordiscar, de leve, o biquinho do seu peito. "Tava tentando ser legal, te preparar, mas você nunca se aguenta". 
"Enzo, só-," você suspira, deixando as palavras para lá. A abocanhada que deu naquele mesmo peito só atrapalhou a sua trilha de pensamentos, e por incrível que pareça, ele não para de te mamar para retrucar. Suas mãos sobem para pressionar o rosto de Enzo contra você. 
Tão distraída com os afagos molhados da boca do homem que você jurava de morte há algumas horas, mal percebe que o verdadeiro perigo ainda ameaça te enfraquecer ainda mais. As mãos do homem, que se assentaram em suas coxas, estavam até pouco espremidas entre suas pernas – que você havia fechado, buscando algum tipo de fricção, sem mesmo perceber. Agora, Enzo separava-as, te deixando aberta o suficiente para que voltasse a te provocar por cima do seu shortinho. O dedo médio te tocava com mais pressão, fazendo um carinho gostoso que você podia fracamente sentir por cima dos lábios. Só aquele toque tentador te fazia suspirar mais forte.
Aproveitando-se da posição em que estavam, o piloto não demora muito antes de abandonar os seus peitos – o que rende um gemido de protesto vindo de você – para continuar a trilhar beijos por baixo da sua camisa, que abaixava a medida em que ele se curvava, acompanhando os movimentos do homem. Uma de suas mãos continuava as carícias, dessa vez, voltando para o interior de sua coxa, enquanto a outra implicava com o elástico do seu short, puxando-o para baixo e deixando-o castigar um pouquinho a sua pele. Nada que os beijos molhados de Enzo não sarassem depois.
A sua barriga parecia tremer toda vez que os lábios se encontravam com seu ventre, até o momento em que as carícias param para que ele, finalmente, tirasse o bendito shortinho do seu corpo. É um choque sentir o ar gelado do quarto, porque Enzo, impaciente como só, se livra de sua calcinha, também. Seus olhos, curiosos, se viram para baixo, a fim de dar uma espiada na reação do moreno, e você imediatamente se arrepende. Acredita nunca o ter visto tão… arrebatado antes. Talvez seja por culpa da bebida, ou a necessidade de redenção (será que ele realmente sentia remorso?), mas aquela cena apagou toda e de vez toda a raiva que sentiu. Nunca o quis tanto como agora. 
"Por favor," você choraminga, trazendo os quadris ainda mais perto do rosto do homem, necessitada de tudo e qualquer coisa. E se imaginou que não poderia ficar pior, Enzo ainda tem a coragem de levantar aqueles olhos para te encarar e oferece um sorriso. Os braços se envolvem em cada uma de suas coxas, te puxando para mais perto e mergulha. Distribui beijos fervorosos em volta de sua intimidade, deixando com que um pouco da bochecha encoste sob os lábios já tão lambuzados com sua própria excitação. Mas o carinho demora pouco, porque só o fato de te ter tão perto e estar desperdiçando a oportunidade de te abocanhar com tanta garra é demais para ele. 
A boca brinca com os lábios, não tendo pudor algum ao chupá-los e fazer os barulhos mais indecentes possíveis, que vão se tornando tão altos quanto os seus gemidos. E a sensação é deliciosa. Te pega de surpresa, te faz enroscar os dedos dos pés e franzir as sobrancelhas enquanto o assiste, segurando os cabelos dele com tanta força que teme arrancá-los.
"Porra, Enzo!" exclama, com um gemido entalado na garganta que ele chupa para fora de você. A língua trabalha arduamente, passando a fazer pequenos círculos e a provocar o seu clitóris pouco depois, dedicando-se a tomar o seu primeiro orgasmo da noite. Agora, essa é a única motivação que corre por suas veias: te fazer sentir tanto prazer que, logo, estaria com as pernas tremendo, descontrolada, em seus braços. 
E a vontade de te ter desse jeito é tanta que ele nem se atreve a tirar os lábios dali, nem para falar alguma gracinha, ou para te estimular de outro jeito. Quer te ouvir falando que sente a região dormente, e sabe que conseguirá o que quer muito em breve, porque consegue te sentir contraindo, fervorosa, ao receber as carícias tão molhadas. 
Enzo apenas levanta os olhos quando, furtivamente, retira um dos braços de sua coxa para encaixar um dedo bem na sua entradinha, e se deleita na visão de te ter revirando os olhos e se deitando sobre a cama, extasiada de prazer. O único ponto de desgosto é sentir suas mãos deixando os seus cabelos, apenas para apertarem o edredom grosso do hotel. Enquanto ainda te lambe como um homem faminto, os sons que reverberam pelo quarto são a mistura dos seus gemidos incontroláveis, que vez em quando, são acompanhados por tímidos grunhidos vindos de Vogrincic. Os sons molhados que se confundem entre a boca dele, o movimento moroso de seus dedos e da sua própria buceta, deixam o momento muito mais quente e vão te empurrando para a beira do abismo.
"Enzo, eu vou- meu Deus," você se sente ofegante, as pernas fechando contra a cabeça do homem, que nem parece se importar, aceitando todos os seus impulsos para finalmente ter o que quer. 
Pela primeira vez, ele retira a boca para poder te incentivar. Mesmo assim, você ainda consegue sentir os lábios se movendo contra o seu pontinho, e as vigorosas estocadas de seus dedos em você, "Goza pra mim, lobinha. Deixa eu te sentir". 
O seu orgasmo te arrebata, extasia o suficiente para ficar sem direção, apenas aproveitando o único sentimento bom que tomou conta de seu corpo pelas últimas horas. Não é tão passageiro quanto o que sentiu das outras vezes, talvez porque Enzo ainda continuasse o seu trabalho, agora não tão frenético, mas no limite para que você continuasse se sentindo bem por mais alguns segundos. E quando finalmente volta para a terra, observa-o, ainda meio grogue, se levantando e tirando a camisa que vestia – agora, um pouco molhada. 
"Quer esperar mais um pouquinho?" ele pergunta, como se realmente estivesse te dando essa opção. Passa as mãos, agora limpas pela camisa que descartou ao chão, pelos cabelos castanhos emaranhados graças a você. O olhar que sustenta é aquele mesmo de antes, um tanto superior, enquanto te encara ainda se recuperando do ápice que havia proporcionado. "Tô precisando de consolo também, você sabe". 
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blogpopular · 11 days ago
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Gravidez e Diabetes Gestacional: Como Controlar a Glicose
A gravidez e diabetes gestacional é um tema de extrema importância para futuras mamães, médicos e profissionais de saúde. Essa condição afeta muitas mulheres durante a gestação e exige cuidados específicos para garantir a saúde da mãe e do bebê. Neste artigo, abordaremos tudo o que você precisa saber sobre gravidez e diabetes gestacional e como controlar a glicose de forma eficaz. O que é a…
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iamfrankiewritter · 16 days ago
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Ohma Tokita II - Tempo Perdido
🚨⚠️ AVISO! A HISTÓRIA A SEGUIR CONTÉM SPOILERS DO MANGÁ KENGAN OMEGA! 🚨⚠️
Contém: violência e conteúdo sexual (não explícito).
Algum dia no passado.
— Me escuta porra! Você precisa pegar o chefe e ir embora, caso contrário vamos todos morrer aqui!
Por mais que estivesse gritando na minha cara, eu não queria ouvir.
— Mas Koga! Vamos embora! Você vai morrer se ficar aqui, não tem jeito!
— Pelo menos vocês terão uma chance de escapar, VAI!
O jovem me empurrou e eu trombei com Kazuo que se tremia de medo. Não era para menos.
Estávamos os três encurralados em um beco por homens sinistros e perigosamente armados com facas, Koga era o único que sabia lutar bem, eu apenas aprendi alguns golpes de caratê e jiu-jitsu.
— Vai [Nome], por favor… Eu sei que você é mais velha, mas me obedece agora. — ele sorriu.
— … — fiquei sem reação por alguns segundos.
Vou mesmo deixá-lo aqui? Para morrer?
— K-Koga…
— Vai.
— Kazuo! Vamos embora!
Nem esperei uma resposta do velho, apenas agarrei seu braço e corri, corri como se não houvesse amanhã, sem olhar para trás.
Ainda incrédula que deixei o lutador para trás, meus lábios tremeram e eu derramei algumas lágrimas no meio do caminho.
— [Nome]-san! Espere, estou sem fôlego! — Kazuo gritou respirando profundamente e com dificuldade.
— N-não há tempo para esperar, precisamos nos salvar!
Aos tropeços e passos largos, eu comecei a cansar também. Meu pulmão pediu arrego, doeu e fui obrigada a diminuir a velocidade.
— Eu não… N-não queria ter deixado ele lá! — o arrependimento era evidente na minha voz.
— [N-Nome]-san…
— Ele é só um garoto! Não sabe lutar direito e… Ficou para nos proteger.
— [Nome]-san! Olha!
Em meio aos meus pensamentos, não percebi que simplesmente estávamos cercados em um gramado, a grama alta pinicava por baixo da minha calça.
Engoli seco.
— Ah, aí estão vocês de novo. Onde está o seu amiguinho brigão?
É aquele cara… Ele não disse o seu nome, mas sua feição é assustadora, ele vai nos matar a qualquer momento! Engoli seco, minhas pernas falharam — Kazuo já estava no chão, quase tendo um infarto —.
— Fico tão feliz que encontrei vocês! Seria um saco caçá-los por aí, matar vocês vai ser muito mais fácil agora, hehe~
Seus capangas se aproximaram.
— Fiquem longe! — eu fiquei em posição de defesa. — Kazuo, atrás de mim!
— Oh, agora você vai defender esse velho? Quero só ver, menina.
Aqueles homens armados com facas afiadas se aproximaram ainda mais. Que merda, eu não sou intrépida como você, Ohma.
— Eu avisei para não chegarem perto! — ameacei mais uma vez.
— Até parece que uma puta como você vai conseguir nos parar. — um dos homens afirmou sorrindo.
— SE AFASTEM!
Consegui desferir um soco no seu rosto, mas isso não o afetou muito. Logo, meu rosto ardeu com um tapa forte, coloquei a mão sobre o ferimento e fechei os olhos. Que dor.
Fiquei de joelhos tentando fazer a dor passar e me recuperar rápido. Não, eu não posso desistir aqui.
— Hahaha! Valeu a tentativa, mocinha, mas ainda falta muito para que você consiga machucar alguém. Deixe ela comigo. — o homem que nos atacou antes se abaixou e me pegou pelo cabelo, para que eu o encarasse. — Vou te dizer o meu nome, para que você saiba antes de morrer: Xia Ji. Eu serei o homem que vai te matar.
É isso? É esse o meu fim então? Morrer aqui, sem ter a chance de me defender?
Eu ainda preciso fazer tanta coisa! Deixei de viver nesses últimos anos, não acredito…
E Kazuo? Eu o olhei e os homens já estavam segurando seus braços, os olhos regados de medo, a alma quase saindo do corpo para que não sentisse dor. Meu coração se apertou de um jeito, então é isso, acabou.
— Depois de matá-los, vamos jogar no rio, vai facilitar a ocultação. — a faca que Ji usava se encontrou com o meu pescoço e a pressão da lâmina fez o sangue escorrer sobre o meu pescoço.
Esse então é o sentimento da morte? Os últimos momentos, as últimas sensações, é assim que será? As lágrimas não paravam de escorrer, meus olhos estavam fortemente fechados. Não quero ver nada, não quero sentir nada.
No entanto, tudo aconteceu de forma rápida.
Os homens que seguravam Kazuo rapidamente caíram no chão, mortos. Os pescoços revirados e quebrados, a cena era assustadora, mas pelo menos não era o velho.
— Quê? Porra é essa?! — o homem se afastou de mim, assumindo uma postura mais ereta.
Xia fez uma expressão incrédula, encarando o responsável por derrubar seus homens, a raiva podia ser sentida de longe.
— Aê seu filho da puta, eu e meu parceiro aqui precisamos dar um jeito em você e nesses seus capangas de merda! Certo?!
— Ahn? O que-
Não consegui concluir a minha fala, pois ela falhou no momento em que pousei os olhos nele.
O Demônio, Raian Kure.
Há tempos eu não me encontrava com ele, foi uma surpresa. Mas mais surpreendente que isso, ele não estava sozinho.
— Se encostar um dedo a mais neles, eu não obedecerei às ordens que me foram dadas.
Eu não tinha percebido o homem atrás de Raian, pensava ser algum dos seus irmãos. Mas não, não era um integrante do Clã Kure.
— V-você… Você… Es-está-
— Eu explico tudo depois de acabar com esses desgraçados, [Nome], Kazuo Yamashita, fiquem atrás de mim.
— Ohma! — Kazuo gritou seu nome e isso me despertou.
Aquilo era uma miragem? Uma ilusão? Um sonho ou pesadelo?
— Não mate aquele tampinha, ele é meu.
— Você não manda em mim maldito, eu escolho quem eu vou matar.
— A ORDEM É CLARA! CAPTUREM OHMA TOKITA VIVO! — Ji gritou a ordem aos seus capangas e todos partiram para cima.
Comecei a ter falta de ar, não conseguia encarar ninguém além do moreno.
— [Nome]-san! Fique comigo!
— Ka-Kazuo, eu… — engoli seco. — Eu não tô me sentindo bem… Eu acho que… Ah, bosta…
Tempo presente.
A consciência demorou a voltar, a luz branca incomodava meus olhos, ainda que estivessem fechados. Todos os músculos do meu corpo estavam doloridos, mas meu rosto ardia e estava quente. O tapa, é mesmo… Realmente aconteceu. Levei a mão ao rosto e passei sobre o machucado.
Abri os olhos, a luz branca era na verdade uma lâmpada e eu logo percebi onde estava: hospital. Meus olhos percorreram o quarto e pousaram no velho que sentava ao meu lado, pacífico, distraído lendo um jornal.
— Kazuo… — sussurrei seu nome e logo sua atenção se voltou a mim.
— [Nome]-san! Graças a Deus, você acordou, fiquei tão preocupado. — ele sorriu e se aproximou da maca.
— É bom te ver também. — devolvi o sorriso. — Há quanto tempo eu tô apagada? — custei a ficar sentada na maca.
O que me ajudou a ficar nessa posição, foi o encosto surpreendentemente confortável daquela cama.
— Quase dois dias depois do que aconteceu, você desmaiou e trouxemos você para cá.
— E o Koga?! Ele está bem?! — logo me lembrei do que aconteceu.
— Sim, ele saiu da cirurgia, está no quarto ao lado, está se recuperando aos poucos.
— Preciso agradecê-lo, ele praticamente se sacrificou por nós. — suspirei passando a mão na cabeça.
— Nós vamos, mas… Antes disso, tem outra pessoa que você deve agradecer também.
— Quem? — arqueei uma sobrancelha.
Antes que o velho pudesse responder, a porta do quarto se abriu e entrou o nosso segundo salvador. Ohma Tokita. Arregalei os olhos, afinal de contas, não foi um sonho, ele realmente surgiu para nos salvar.
— Kazuo Yamashita, eu trouxe o café que você pediu, e também-
O moreno parou de falar assim que me viu sentada na maca.
— Ohma! Você retornou, a [Nome]-san acordou!
— Estou vendo. — ele sorriu e se aproximou, deixando a porta se fechar.
Abaixei a cabeça, não sei bem o que dizer depois de dois longos anos, ainda mais quando eu pensava que ele estivesse morto.
— Será que você pode nos deixar sozinhos, por um momento?
— C-claro! Vou aproveitar e ver como o Koga-kun está.
Sem nem protestar, Kazuo atendeu ao pedido do mais novo e saiu do quarto pegando o café que havia pedido, deixando o ambiente totalmente favorável para uma conversa séria.
— Como você se sente? — Ohma se sentou ao meu lado.
— Quer saber a verdade? — eu o olhei. — Confusa demais.
— Ainda tem dúvidas se eu sou um fantasma ou uma assombração?
— Tipo isso.
— Fala sério, você tá melhor? Pensei que estivesse com fome, eu trouxe isso.
O moreno estendeu a mão e me entregou a pequena sacola que trazia consigo.
— Obrigada, eu tô morrendo de fome.
Abri a sacolinha e tirei de lá um suco e um pão recheado.
— B-bem, tô melhor do que a-antes. — assenti com a cabeça. — Obrigada de novo por se preocupar comigo.
— Você… Desmaiou lá trás, pensei que tivessem feito alguma coisa com você.
— Foi só o nervoso mesmo…
— Eu causei esse nervoso, não é?
— Ohma, eu tenho muita coisa para falar, quero perguntar, mas… Não sei por onde começar. — eu me ajeitei na maca, começando a comer.
— Eu realmente estou aqui.
— Não sei como, nem o que aconteceu, mas acho que acredito em você. — dei um sorriso.
— Se quiser, podemos conversar juntos, eu, você e o Kazuo Yamashita.
— Tem certas coisas que eu prefiro conversar a sós.
— Sim, eu imagino.
— Eu fiquei inconsciente por dois dias, espero que tenha falado com o velho também.
— Não se preocupe, ele já sabe de tudo. Na verdade, eu só estava esperando você acordar para te contar, já que você… Se tornou uma pessoa importante para mim.
Eu sou uma pessoa importante para ele então?
— Posso só terminar de comer? Não quero engasgar enquanto converso com você.
— Vá em frente.
Depois de uns quinze minutos, terminei de comer.
— Pronto, tô liberada. — ele assentiu. — Bom… Vou ser direta ao ponto. O que aconteceu com você, Ohma?
— Eu morri e me reviveram aos quarenta e cinco do segundo tempo.
Assim que terminou de falar, ele pegou no colarinho da camiseta preta que me lembro bem de usar e a afastou um pouco, revelando uma cicatriz grosseira no meio do peito. Eu me assustei e engoli seco, não era mentira.
— Quem fez isso?
— O Dr. Hanafusa, foi ele que conseguiu me trazer de volta. Aquele coração antigo não ia durar muito mesmo, com os Avanços de Vida que usei nas lutas.
E pensar que ele realmente sabia que estava próximo da morte.
— A questão é: tem alguém que me quer vivo, então me foi dado um novo coração, este que bate dentro do meu peito. — apontou para a cicatriz, já coberta pelo tecido da camiseta. — Mas eu não sei quem é.
— Mas você está bem? Digo, recuperado?
— Estou vivo há dois anos, então presumo que sim. — sorriu.
Ah, aquele sorriso. Ohma está realmente diferente, é diferente do homem de dois anos atrás.
— Aahh, então tudo bem. Confio nas habilidades do Dr. Hanafusa.
Ficamos em silêncio.
A última vez que o vi, foi quando estava estirado na arena depois de lutar contra o Gensai. Depois desses fatos, eu não consegui vê-lo no hospital, recusei-me a ir ao enterro e nunca visitei seu túmulo. Foi demais para mim, pois de algum modo, em tão pouco tempo, eu me senti muito conectada a ele.
— [Nome], cê tá chorando.
— Eu…?
Lágrimas. Passei os dedos sobre as bochechas molhadas e o encarei, a vista embaçada e o coração acelerado.
— Quer alguma coisa? Os papéis se inverteram, eu preciso cuidar de você.
Aquelas palavras foram o suficiente para mim. Eu não disse mais nada, apenas o abracei. Aproveitei que ele estava bem perto da maca e joguei os braços em volta do seu pescoço e deitei a cabeça sobre seu ombro, logo ele retribuiu o abraço. Fiz um leve carinho em seus cabelos, sentindo como estavam iguais desde a primeira vez em que os toquei.
Desci a mão sobre as suas costas e agarrei sua camiseta à medida que o choro se intensificou. Seus braços fortes me mantiveram por perto, não quero que ele me solte, não quero que ele vá embora nunca mais.
— Eu passei por tanta coisa… Foi tão difícil… — enxuguei as lágrimas. — Eu, o Kazuo e a Kaede, foi tão difícil sem você por perto. Fez muita falta!
— Eu me desculpo agora por ter feito vocês sofrerem tanto. Não imaginava que era tão querido assim. — deu risada.
— Ohma, você é. Te perder foi um baque terrível, o Kazuo, ele… Praticamente perdeu um filho. Os lutadores perderam um grande amigo. E eu… Eu perdi alguém que eu amava.
— …
Acho que nessa situação, não há muito o que falar. Ele não pode simplesmente se desculpar por ter quase morrido e sumido por dois anos, não é simples, reconheço. No entanto, só de estar ali comigo, compartilhando um abraço — coisa que eu jamais pensei que conseguiria fazer de novo — já me deixa muito feliz.
Preciso dizer isso a ele.
— Desculpa, acho que eu falei demais. Eu só… Deixa eu traduzir: estou muito feliz só de saber que está vivo, e voltou para nós.
— Não precisa se desculpar, [Nome]. Eu também senti a sua falta. — nos afastamos um pouco.
Novamente enxuguei as lágrimas e o encarei. É boa a sensação de não ser esquecida por alguém importante.
— Seu rosto… Está bastante vermelho.
Ohma colocou a mão direita sobre a minha bochecha, no local onde eu havia levado o tapa. O toque da sua mão calejada devido aos anos de treino e lutas pesadas me trouxe à realidade mais uma vez.
— Eu… Aquele cara me bateu, eu não sei quem é ele.
— Puto do caralho, nós vamos atrás de todos, descobrir quem está realmente por trás disso, assim ninguém mais vai se machucar.
— Deixa isso, depois vamos atrás deles. — coloquei a mão sobre a sua — que ainda estava sobre a minha bochecha —.
— Você foi valente, protegendo o Kazuo Yamashita. — sorriu. — Mesmo sabendo que não tinha a menor chance contra eles, você o protegeu.
— Eu não sabia o que fazer, a ajuda não chegava, eu não tinha outra escolha a não ser lutar. Acho que isso é algo que aprendi com você.
— Mesmo depois da minha morte, você nunca esqueceu de mim? — perguntou arqueando de leve a sobrancelha.
— Não, acho que você entrou de uma forma nas nossas vidas, seria impossível sair, Ohma. — desviei o olhar. — E se você não se sente assim, tá tudo bem, eu só… Talvez eu só queria dizer essas coisas por medo. Medo de você sumir de novo.
— [Nome], olha só.
O lutador gentilmente colocou os dedos no meu queixo, pegando-o e fazendo com que eu voltasse a encará-lo.
— Está tudo bem agora, tudo vai voltar ao normal, então para de se preocupar.
— Tá, você tá certo. — suspirei aliviada. — Preciso me concentrar em me recuperar, detesto hospitais.
— Faça isso então.
Uma semana depois.
Os dias que se sucederam à emboscada que sofremos passaram de forma rápida, graças a Deus consegui me recuperar e saí do hospital, mas não deixei de visitar Koga todos os dias. Ele se sacrificou bravamente para garantir que eu e Kazuo ficássemos vivos, e por consequência, sofreu danos severos, o mais grave foi o braço quebrado que o impedia de participar de qualquer luta.
Pelo que entendi, Koga e Ohma tiveram um desentendimento no passado, mas passaram a conversar e parece que a desavença foi resolvida. Eu fiquei contente, não gostaria de ver duas pessoas importantes para mim brigadas desse jeito.
Tudo parecia estar voltando ao normal, tanto é que quando todos ficaram sabendo que o moreno não estava verdadeiramente morto, decidiram fazer uma festa no prédio da Corporação Yamashita para comemorar: uma festa regada a muita comida, bebida e homens musculosos transbordando testosterona.
Aquela foi uma das melhores sensações que tive em muito tempo na minha vida. Ver todos colocando a conversa em dia, se abraçando e combinando futuras lutas aqueceu o meu coração de uma forma indescritível. Para ser bem verdadeira, eu não tive muito tempo para conversar com ele… Isso me frustrou um pouco, mas eu estava bem com isso. Tempo para conversar acho que não vai faltar.
— Está tudo bem, [Nome]-san? — Kazuo se sentou ao meu lado e me entregou um copo.
— Sim, só… Tô pensando demais. — dei um sorriso e tomei um gole da bebida. — Suco de [sabor], o meu favorito.
— Você esteve tão quieta recentemente, estou um pouco preocupado.
— Muita coisa acontecendo né.
— É verdade, você tem razão.
Nós encaramos Ohma por alguns segundos, ele conversava com Wakatsuki, os dois muito entretidos falando sobre golpes e lutas que aconteceram nesses dois anos. É verdade que eles nunca tiveram tempo para conversar após a partida Kengan deles.
— Eu preciso falar com ele, não tive muito tempo para conversar com ele depois que saí do hospital. — apertei o copinho de plástico.
— Fique tranquila, tenho certeza que na lista de prioridades dentro da cabecinha do Ohma, você está lá.
Dei risada.
— Fico muito feliz e aliviada que nós saímos vivos, Kazuo, eu… Preciso ser mais forte. Preciso ficar mais forte.
— Vai ficar tudo bem, tenha paciência.
— É o que eu mais tive nesses dois anos, paciência.
— Confio no seu potencial. — ele olhou no relógio. — Bom, eu preciso ir para casa, meu filho está me esperando.
O velho se levantou e ajeitou as costas.
— Eu já já vou embora também. Quero só ir ao banheiro e então vou me despedir do pessoal.
— Quer que eu te espere? Posso te acompanhar até em casa.
— Não se preocupe, eu dou um jeito. Vai descansar velho, amanhã começa uma nova semana.
— Está bem [Nome], então até amanhã!
Kazuo se despediu dos demais e eu fiquei sozinha novamente. Aproveitei para ir ao banheiro e me aliviar.
— Ah, nada como um xixizinho. — suspirei ao sair do toalete.
— Desde quando você fala sozinha?
Puta que pariu, que susto da porra.
— O-Ohma! Que cê tá fazendo aqui?!
— Eu vim atrás de você, ué.
— Não podia ter me esperado lá fora?
— Kazuo Yamashita disse que você ia embora e já tá tarde.
Mas que velho bocudo.
— É, eu… Vou embora, já deu de comemoração por hoje, amanhã preciso trabalhar. �� suspirei e me afastei.
Não quero ignorá-lo ou afastá-lo de mim, mas preciso que ele tome a iniciativa. Não fui eu que sumi por dois anos inteiros.
— Espera, [Nome].
Nossa, leu meu pensamento?
— Hum?
— Eu vou te acompanhar até a sua casa, é perto daqui, não é?
— Ohma, não precisa se incomodar, eu-
— Faço questão, assim podemos conversar. Só nós.
Estava aí uma oferta que eu não poderia nunca recusar. Kazuo deve ter mexido seus pauzinhos e colocado uma pulguinha atrás da orelha do moreno.
— Está bem, só vou me despedir do pessoal e vamos embora.
Como havia poucas pessoas já, não demorou para que eu me despedisse de todos, logo deixando o edifício da Corporação.
O caminho de casa não era longo, tampouco eu o considerava perigoso, mas eu queria mesmo ter uma conversa sem a interrupção daqueles marmanjos ou qualquer outra pessoa.
— Você se recuperou bem? — começou.
— Sim, naquele dia eu tive só um pequeno surto, uma queda de pressão, um piripaque, como quiser chamar. — dei risada.
— Fico aliviado. Eu nunca poderia imaginar te perder com a minha “volta dos mortos vivos”. — ele sorriu de canto. — Lihito que deu esse nome.
— É a cara dele mesmo, você assustou todos nós, se bocó. — dei um soquinho no seu ombro. — Por que ficou tanto tempo longe, Ohma?
— … — o moreno estava pensativo, encarou a calçada e logo o céu estrelado. — Eu precisava me recuperar, ficar mais forte. Ter perdido para o Gensai… Não estava nos meus planos, mas com a minha condição naquela época, eu não ia durar muito mesmo. Ele ainda continua lutando, não é?
— Sim, ele está ensinando muita coisa ao Lihito. O bichinho tá bem mais forte.
— Quero lutar contra ele algum dia.
— Com o Lihito, né? — arregalei os olhos.
— Nfufu, é claro que é com o Lihito.
— Não me assuste desse jeito, Jesus Cristo. — coloquei a mão sobre o peito.
— Fica tranquila [Nome], eu já falei que você não vai me perder de novo.
Suspirei, mas não encarei.
— Não fico totalmente tranquila Ohma, você vai lutar no lugar do Koga quando as partidas contra o Purgatório começarem.
— Vai ser um banho de sangue, isso é fato.
— Meu Deus, os caras de lá são fortes e alguns são bem loucos. Já sabe contra quem vai lutar?
— Os adversários são escolhidos na hora, não tem como bolar estratégia. — cruzou os braços e sorriu. — Mas independente disso, eu vou mostrar para o Purgatório como eu fiquei forte.
— Você aperfeiçoou o seu Estilo Niko?
— Digamos que sim, e o Clã Kure me ensinou algumas técnicas novas também.
Espera só um minuto.
— Por onde você andou escondido durante todo esse tempo? — precisava confirmar algo, não confiando nas minhas orelhas pela primeira vez.
— Com o Clã Kure.
— Quer dizer então que a Fusui sabia de tudo?
— Sim.
— E não nos contou nada. Pilantra.
— Ela cumpriu com a missão dela.
— Que saco… Isso quer dizer que você teve contato com todos do clã?
— É… Sim?
— Entendi.
Eu sou do tipo que não consegue esconder a reação. Logo, me bateu um sentimento de ciúmes. Quer dizer que esse tempo todo, nesses dois anos, ele com certeza deve ter tido contato com ela.
— Quê [Nome]? Tá com uma cara tão feia.
— Nada. Não é nada. — cruzei os braços.
— Por acaso… Espera, quero ver se entendi mesmo. Qual o problema de ter ficado com o Clã Kure?
— Já falei! Nenhum problema. — fechei os olhos e bufei. — Qual foi a condição para que o Erioh te deixasse ficar? Até onde eu sei, ele não vai muito com a sua cara.
— Ele quer que eu me torne o genro dele.
Que naturalidade, Ohma Tokita.
— Você precisa casar com a Karura então? — eu o encarei, irritada.
— … Na teoria. — agora, foi a sua vez de bufar. — Mas eu não vou me casar com ela. A Karura é uma adolescente que acabou de entrar na faculdade, muito jovem e- espera, é com ela que está preocupada?
Merda.
— …
— [Nome], mas não é possível. Acha mesmo que… — deu risada e fechou os olhos. — Você é mesmo idiota às vezes.
— Não me interessa com quem você se relaciona, só não me faz de trouxa.
— Ah claro, então não é por isso que você está chateada. Descobrindo que passei dois anos escondido e ainda por cima tendo contato com uma mulher apaixonada por mim.
Distraída, conseguindo ver a frente do meu prédio, não percebi o quão próximo ele estava, nem o momento em que se aproximou. Senti sua respiração ao pé do meu ouvido. Paramos de caminhar, o moreno se virou de frente para mim, segurou um dos meus ombros e me trouxe para perto. Não tive coragem de olhar para o lado, eu me senti tão intimidada.
Encarei seus olhos firmemente, aquelas íris cinzas eram tão penetrantes que dispensavam qualquer palavra.
Mas eu preciso que ele fale, deteste esse joguinho de olhares.
— Diz para mim, [Nome]. — ele começou, sua voz inerente adentrou nos meus ouvidos e subiu ao meu cérebro de uma maneira célere. — Não importa mesmo com quem eu me relaciono? Você não liga, é isso?
— … — desviei o olhar. — Não.
— Aqui. — Ohma segurou o meu queixo de novo, mas não de maneira gentil.
Ótimo, eu não preciso da sua gentileza agora.
— Olha na minha cara e responde. — nossos narizes se roçaram por um momento e ele sorriu de canto. — Fala pra mim que não se importa.
— … Eu… E-eu não…
Mas que saco! Não consigo dizer uma coisa que não é verdade nessa situação!
— Estou esperando.
— … Idiota. — sussurrei abaixando de leve a cabeça.
— Alto para que eu possa ouvir.
— … — levantei. — Desgracado, idiota! Você sabe que é mentira.
Fechei o pequeníssimo espaço entre nossas faces com um beijo. Comecei um beijo agressivo, pouco importando se ele fosse corresponder. A nossa posição não era das mais favoráveis, mas mesmo assim eu apoiei as mãos sobre seus ombros, levando a mão direita à sua nuca para que eu pudesse ter algum controle sobre aquele ato — por mais que eu soubesse da nossa visual diferença de altura —.
Ohma não demorou nada a responder, parece que estava esperando por isso, e logo senti sua língua invadir a minha boca com lascívia. Sua mão livre foi ao encontro da minha cintura, depositando um aperto forte que, com certeza deixaria uma marca. Gemi com a pequena dor, mas não deixe de continuar beijando-o.
Ele me trouxe para perto e, em um movimento rápido, minhas costas se chocaram contra o concreto gelado de uma parede. Lembrei daquele dia na enfermaria, há dois anos atrás. Senti seu sorriso por um instante quando ele deixou de continuar o beijo, eu ofegava enquanto engolia seco. Puxei algumas mechas do seu cabelo negro e arranhei sua nuca, respirei fundo e olhei novamente para dentro dos seus olhos levemente embaçados.
Minhas pernas fraquejaram por um segundo, então eu me segurei nele, encostando o meu corpo no dele totalmente. Essa sensação… Esse calor… Eu havia me esquecido como era se sentir próxima dele. Posso estar parecendo uma desesperada, — por mais que eu tenha tentado seguir a vida saindo e conhecendo outras pessoas — mas é só que… É desse cara que estamos falando.
O latido estridente de um cachorro me tirou daquele transe e eu pisquei algumas vezes.
Não é agora que eu queria recuar, mas porra… O que acabou de acontecer aqui?
— Hum, [Nome]. — chamou a minha atenção. — Sabe que estamos no meio da rua, né?
— Esqueci por um momento. — fiz-me de sonsa. — Mas parece que você não está se importando também.
— Eu não me importo, mas sei que não é o local adequado se eu quiser continuar te beijando desse jeito.
Lá vem o papinho.
— Eu que comecei isso, talvez eu deva arcar com essas consequências.
Eu olhei para o lado e logo o moreno me acompanhou.
— Eu moro naquele prédio.
— Ótimo, não diga mais nada.
Deu para dizer que me senti na idade da pedra. Ohma me pegou no colo e me colocou sobre seus ombros me carregando até que estivéssemos dentro do meu apartamento.
Não quero nem pensar se tinha alguém me olhando nas câmeras.
Dá para imaginar o que aconteceu depois, certo?
Se não ficou claro, posso dizer que nós “tiramos o atraso de dois anos”, e foi muito bom.
Talvez algumas pessoas julguem os meus atos, talvez eu estivesse errada em fazer isso… Existem muitas dúvidas que eu sinceramente não posso ficar ponderando a respeito. Eu perdi dois anos da minha vida sofrendo por alguém que eu nunca mais pensei ver na vida, mas aqui está ele, vivo e eu pude sentir o seu coração batendo quando seu corpo estava junto ao meu.
É incrível como mesmo depois de tanto tempo, nada mudou desde a primeira vez em que ficamos juntos. Claro, por mais que tenhamos pegado um pouco pesado por conta da excitação, ainda continuou a mesma coisa, a essência prevaleceu.
Com certeza as marcas ficariam por alguns longos dias, mas eu não poderia me importar menos. Afinal, a única pessoa que passaria a vê-las era Ohma Tokita.
No dia seguinte.
Eu pensei que estava vivendo dentro de um sonho no qual eu me recusaria a acordar. Foi o toque daquele maldito telefone que me despertou, e ainda sonolenta, tateei o móvel para tentar encontrá-lo antes que a chamada fosse perdida.
— Porra, cadê?! — finalmente encontrei o aparelho e atendi. — Alô?
— [Nome]-san! Bom dia, tudo bem? — era Kazuo.
— Oi, bom dia Kazuo. — esfreguei os olhos. — Só tô com sono, e você?
— Estou ótimo! O Koga-kun teve alta do hospital, eu e a Kaede estamos indo buscá-lo.
— Mas que maravilha! Fico contente com uma notícia dessas. — eu sorri e me ajeitei na cama me cobrindo com o lençol.
— Sim, não é mesmo? E eu te liguei para saber se você gostaria de ir conosco, eu passo aí para te buscar. Está em casa, né?
Engoli seco.
Olhei para o lado: descansava na minha cama uma escultura grega antiga.
— K-Kazuo, veja bem… Eu…
Meu Deus, que vergonha.
— O que foi?
— Kazuo Yamashita, a [Nome] não vai poder buscar o seu amiguinho com vocês. — o moreno começou a falar.
O timbre rouco que saiu da sua boca fez com que eu ficasse excitada de novo. Que situação a minha…
— O-Ohma?! Você está aí?
Por mais que o celular não estivesse no viva-voz, ambos conseguiam se escutar perfeitamente. Ohma sentou-se na cama e tomou a liberdade de pegar o meu celular, aproveitando o momento em que eu estava distraída.
— Estou, e a [Nome] está muito ocupada no momento, então, se puder ligar depois…
Ele nem esperou uma resposta do velho e desligou o aparelho, colocando-o sobre o móvel.
— Ohma! Eu queria ir buscá-lo!
— Você não acha que tem outras preocupações agora?
— Tô falando sério! Não é hora para-
Eu não tinha entendido até o momento onde o moreno queria chegar, mas minha voz falhou quando ele se ajeitou na cama, sentando de frente para mim. Pude ver o volume que se formava, o lençol cobrindo da cintura para baixo.
Então era isso que ele estava falando…
— Tem certeza? Poxa, eu jurava que a gente ia tomar um banho juntos. Mas se você quer tanto assim ir buscar o seu amiguinho, vai lá, liga para ele.
Ohma ameaçou levantar da cama, mas eu o impedi segurando seu braço.
— Espera… Eu… Mudei de ideia.
— Ah, é mesmo? E o que te fez mudar de ideia?
Com um sorriso maroto, ele se debruçou e deixou o rosto bem próximo ao meu, a respiração quente bateu contra o meu nariz, sua boca tão próxima da minha… Pressionei meus lábios e pisquei lentamente.
— Você. Você acabou de me fazer mudar de ideia
— Imaginei.
Sua mão viajou sutilmente até o meu pescoço e quando eu pensei que ele iniciaria um beijo, fui enganada na cara dura. Ohma deslizou a palma sobre o meu pescoço e esta parou na minha nuca, puxando levemente o meu cabelo para trás, forçando a minha cabeça para cima.
— Você não vai se livrar tão cedo de mim, [Nome]. Estou cumprindo a minha promessa, vamos agora para o banheiro.
Deus do céu, meus dias vão ser longos a partir de hoje.
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