#pesquisa de mercado
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turismo-eventos-posts · 7 days ago
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Mercado de Eventos Associativos no Brasil: Crescimento e Oportunidades no Pós-Pandemia
Por Marcos Arruda O setor de eventos associativos, essencial para o fortalecimento do turismo e da economia brasileira, recebeu um novo impulso com o lançamento da 2ª edição da pesquisa “O Mercado de Eventos Associativos no Brasil”. A apresentação aconteceu na manhã de ontem (17), em uma coletiva online organizada pela Unedestinos, em parceria com a Nesty Digital, a Plataforma de Eventos…
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blogpopular · 3 months ago
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Yoast SEO: O Guia Completo para Otimização de Conteúdo
A otimização para mecanismos de busca (SEO) é uma das estratégias mais importantes para qualquer site que deseja ganhar visibilidade online. Entre as diversas ferramentas disponíveis para ajudar os profissionais e criadores de conteúdo a melhorar sua estratégia de SEO, o Yoast SEO se destaca como uma das mais populares. Neste artigo, vamos explorar tudo o que você precisa saber sobre o Yoast SEO,…
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jornalmontesclaros · 2 years ago
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Como fazer uma pesquisa de mercado eficaz?
Acesse https://jornalmontesclaros.com.br/2023/03/21/como-fazer-uma-pesquisa-de-mercado-eficaz/
Como fazer uma pesquisa de mercado eficaz?
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uemmersson · 2 years ago
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Como ser criativo e inovador no visual merchandising, e como isso pode ajudar a chamar a atenção dos clientes e aumentar as vendas.
Dê um toque criativo e inovador à sua loja! Descubra como ser criativo e inovador no visual merchandising e como isso pode ajudar a chamar a atenção dos clientes e aumentar as vendas.
Foto por Pixabay em Pexels.com Ser criativo e inovador no visual merchandising é fundamental para chamar a atenção dos clientes e aumentar as vendas. O visual merchandising é a técnica de apresentar os produtos de forma atraente e criativa, e é uma ferramenta poderosa para aumentar a exposição dos produtos e estimular as compras. Uma forma de ser criativo e inovador no visual merchandising é…
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sludgeguzzler · 1 year ago
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learned how to make onigiri and ong its so fucking good MAN its so delicious
#im making noodle & tuna ones rn ((ive eaten some on friday yesterday and today too ot was like 1kg of sticky rice in 3 days))#((but granted i shared some with friends too so idk!))#as proximas tags sao dedicadas aos de verdade#se vcs quiserem fazer onigiri eu tenho tipo. algumas dicas e conselhos aq pra comprar as paradas#(levamdo em consideração que eu moro em capital ent tem loja especifica pra essas coisas e os preços são mais caros)#o arroz oriental da qualita que eu comprei em um supermercado normal naql pedaço que tem algumas coisinhas diferentes foi beeeem mais barato#doq o que eu comprei num mercado oriental mais especifico (a diferença foi de tipo. 13 reais pra um kg de arroz)#(o da qualita tava uns R$10.32 pra um kg q não é mto insano pra um arroz diferente!!)#o nori eu so achei no mercado especifico mas eu comi um sem a alga e ainda é bem gostoso#(faz uma diferença um pouco grande ent se isso te incomoda se pa é melhor vc procurar uma receita que nao precise necessariamente do nori#(tipo o bibimbap coreano que é bem parecido cm um poke. vale a pena pesquisar e vc ainda pode usar o atum enlatado nele !!)#pro recheio eu fiz alguns de kimchi que a minha irma comprou ((e nao comeu.....)) mas comparados aos de atum cm maionese eu n achei mto bom#o recheio eu fiz cm atum enlatado ao natural cm maionese helmans#nao importa muito qual maionese vc usa eu acho e o atum pode ser oq vc gosta ou tem em casa msm#eu tive q comprar pq a minha mãe n come carne sbdbajsb#ent onigiri é realmente um bolinho de arroz asiatico com um recheio de atum cm maionese#eu nao sei como seria a situação wm uma cidade menor ou mais pro inteiror (lembrando eu moro em capital e sou meio burguês) mas#se vc quiser mto fazer ir atras do arroz nos mercados e tal vale a pena#lembrando tb que eu nao sou nem asiatico nem descendente de asiatico eu so fiz a minha pesquisa e adaptei um pouco a#receita pra nao gastar 100 reais em bolinhos#é isso gente 😁 desculpa se eu fui meio cego a situação fora de capital eu genuinamente tentei nao ser babaca (se eu fui pode me falar)#bjos bjos adeus#talk
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learncafe · 11 months ago
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Curso online com certificado! Aproveitando ao máximo o Google Trends para análise de mercado
Aproveite ao máximo o Google Trends para análise de mercado neste curso especializado de SEO. Com informações precisas e detalhadas, você aprenderá como utilizar essa poderosa ferramenta para identificar tendências, realizar pesquisas de palavras-chave, encontrar oportunidades de negócio e criar estratégias de marketing eficazes. Explore as funcionalidades avançadas do Google Trends, como filtros, análise de […]
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rtrevisan · 1 year ago
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A síndrome do arquiteto operador [GA]
  Uma das constatações que mais me preocupa é a de que os arquitetos se afastaram da liderança estratégica em projetos complexos ao longo das últimas décadas. Dos construtores de um novo país nos anos 1950, passamos a assumir um papel técnico afastado do planejamento estratégico dos grandes projetos nacionais. Se este afastamento vier de uma decisão consciente de classe, pouco posso fazer a…
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imninahchan · 8 months ago
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𓏲 ๋࣭ ࣪ ˖ 𐙚 ⌜ 𝐀𝐕𝐈𝐒𝐎𝐒: strangers to lovers(?), leitora intercambista de pós, diferença de idade legal, swann bigodudo e motoqueiro, tensão sexual, lugar público, bebida alcóolica, cigarro, dirty talk (degradação, elogios), choking, finger sucking, thigh riding + masturbação fem. ⁞ ♡ ̆̈ ꒰ 𝑵𝑶𝑻𝑨𝑺 𝑫𝑨 𝑨𝑼𝑻𝑶𝑹𝑨 ꒱ obrigada @creads por ser a voz do anjo sussurrando esse cenário na minha ask. a música que eu ouvi no repeat escrevendo essa. ─ Ꮺ !
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⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ───── 𓍢ִ໋🀦
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AH, É SÓ UMA CONFRATERNIZAÇÃOZINHA, NADA DEMAIS, a sua orientadora prometeu, porém, claro, não foi exatamente isso que você vê quando coloca os pés nesse bar. Ao todo, vocês ocupam as cinco mesas do deck, fechando a área num L espaçoso e, relativamente, barulhento. Não é somente a turma de intercambistas que está aqui. Você cumprimenta as carinhas também estrangeiras, conhecidas por causa dos encontros de boas-vindas que receberam no campus, mas o resto do pessoal varia entre orientadores, coordenadores e amigos desses orientadores ou coordenadores. E por melhor que seja o seu francês, são tantas vozes ecoando ao mesmo tempo, competindo com a trilha sonora musical que toca ao fundo do bar, que você se perde entre vocabulários.
As conversas paralelas se multiplicam. Na região em que você está sentada, o homem de cabelos espessos e grisalhos mantém os ouvidos ocupados. Conta causos, experiências no mercado de trabalho, e é tão expressivo com cada detalhe, os olhos azuis se afiando, o sobrolho arqueando para completar as expressões enquanto esmiuça as circunstâncias das histórias. O tom naturalmente calmo dele se exaltando ao repetir as tais frases que ouviu de alguém, o que acaba deixando tudo ainda mais engraçado e dinâmico. Você se pega rindo com facilidade, com o copo de cerveja na mão.
O nome é Swann Arlaud, a sua orientadora sussurra no seu ouvido quando o garçom mal-encarado vem trazer outra rodada. Eles estudaram juntos durante a graduação, numa amizade que dura até hoje, e ela não perde a oportunidade de vender o seu peixe por você. Rasga elogios à ti, ao seu projeto de pesquisa, faz as suas bochechas queimarem para além do álcool que consome. Você é do Brasil?, a simpatia dele é perceptível, eu já estive no Rio antes, te confessa, a trabalho, mas me diverti muito.
Assim, num estalo, você e o seu país natal se tornam o novo tópico na boca de todos. De repente, geral tem algo a acrescentar à conversa sobre o Brasil, da política à culinária. Tem gente que já caiu no carnaval, que pergunta sobre a Amazônia como se fosse uma cidade, que, do nada, puxa um coro de ai se eu te pego no mais forte dos sotaques de bêbado. Você se permite rir, descansar a mente depois de duas semanas intensas de burocracia desde que chegou em Paris. E quando te puxam pra “pista de dança”, você não nega o convite.
Ninguém se move feito está acostumada a ver nas festas que viveu até então em casa. Se não tocam uma eletrônica, alternam, pelo menos, com um afrobeat docinho que ainda te faz subir as mãos pelas laterais do corpo e requebrar com nem metade da vontade com a qual está acostumada. Os gritinhos dos seus amigos te deixam tímida, mas, de longe, o a atenção que mais tem efeito em ti é o olhar discreto de um certo grisalho, na mesa, revezando os olhos claros entre você e o diálogo que mantém com um conhecido.
Embora mais velho, não pode negar que ele te despertou interesse. É engraçado, daqueles bem engraçadinhos mesmo, e esses são um perigo, não são? Vai rindo, ri demais, até se encontrar totalmente sobre os encantos deles. Também é impecavelmente inteligente, enchendo a mesa com seus conhecimentos de arte, cinema, literatura. Antenado, político. Porra, você acabou de chegar, não pode se apegar a um gringo tão fácil assim...
Logo depois que ele se levanta para fumar, você dá uma despistada da galera para seguir os passos dele. Atravessa o deck, desce as escadas para a rua do bairro boêmio parisiense. O vê encostado na quina da parede, um espacinho quieto no beco sem saída debaixo dos degraus da escada, acendendo o cigarro, até desaparecer no escurinho que a sombra forma ali no canto.
“Pensei que tivesse ido embora”, você comenta, bem humorada ao completar tá meio tarde pro pessoal da sua idade. Ele ri, soprado, antes de mais um trago. Ergue o pito para ti, quando você se aproxima o suficiente para se encostar na parede também, que não é recusado. A sua cabeça se inclina, os lábios tomam o filtro entre si para que os músculos da boca se fechem ao redor e puxem a fumaça. O olha. O homem parece te admirar, um sorrisinho pequeno perseverando depois do ri frouxo da sua piadinha.
Levanta os olhos de novo, aprumada, a quentura na garganta amansa as palavras que arquiteta na mente para dizer. Sopra a fumaça pro ar, empinando o queixo. Ele assiste, hipnotizado na exposição do seu pescoço, a linha afiada do seu maxilar. “Veio só fumar, então?”, você quer saber, embora já esteja mais do que implícito na atmosfera o propósito daquele encontro ali. Não, ele murmura, paciente com o seu jogo. “Não?”, e o vê acenar negativo, se curvando pra perto um pouquinho, os olhinhos de perdidos na sua face se tornam focados no abrir e fechar dos seus lábios. Fixos. Desejosos. “Então, pra quê?”
Swann recua de leve, feito ganhasse espaço para poder te admirar melhor. Ameaça outro sorriso, de canto, incrivelmente canalha, mas que perde a chance de se esticar quando a movimentação da boca traz as palavras, “você me diz, veio atrás de mim.”
Você cruza os braços, iça a pontinha do nariz, envaidecendo. “Você ʽtava olhando pra mim”, acusa, enquanto ele traga outra vez, “olhou pra mim a noite toda.”
“Eu?”, o francês devolve, tolo, te fazendo sorrir de volta, é, você. Volta pra pertinho, sagaz, a cabeça tombando de um lado pro outro para observar cada flexão que os músculos do seu rosto fazem. “E como eu ʽtava te olhando?”, a atenção desce para a sua boca. De novo.
“Assim”, você diz, num sussurro. Está com as costas na parede, o francês te cercando pela frente, com a palma da mão livre apoiando ao lado da sua cabeça. “Dessa forma.”
“Dessa forma como?”
“Como se me quisesse muito.”
Por um instante, ele até se esquece do cigarro jazendo entre os dedos. Dedicasse a percorrer o indicador em volta do desenho da sua face, da testa ao queixo, numa meia-lua, com os olhinhos acompanhando cada centímetro percorrido. Sente o seu perfume, repara na maquiagem que fez para marcar o olhar. E assim de perto, você também repara mais nele. Toca nos pelinhos do cavanhaque, por cima do bigode. Rouba, por fim, a armação fina e redondinha dos óculos de grau, pendurando na gola do suéter masculino. “Pra não te atrapalhar quando você me beijar”, sopra, bem resolvida, as mãos terminando por deslizar por cima do cachecol vermelho que descansa nos ombros dele.
Swann separa os lábios. O ar adentra pela brecha, enche os pulmões, ao passo que o corpo pende na sua direção. Cada vez mais perto. Tão perto. Parece que vai se colidir e causar estrago, mas só sente o esbarro da ponta do nariz dele na sua bochecha, errando o alvo de propósito, porque ri, bobo.
Você desvia o olhar, lutando contra a própria vontade de rir junto. Tem que encará-lo de novo, porém, quando é pega pelo pescoço, uma ação rápida, meio áspera, meio carinhosa. Você até perde o fôlego.
Dessa vez, os lábios estão próximos demais para errar, a língua até beira os dentes, prontinha para invadir a sua boca. E, de fato, encosta os lábios nos seus, a pontinha da sua língua resvala na dele, e quando ele parece querer se afastar novamente, você o puxa pelo cachecol, prende não só através da proximidade, mas também com o ósculo fundo, intenso. Os lábios se estalando, o gosto natural de saliva, aquela pitadinha do último copo de cerveja que ele bebeu e o amargo da nicotina.
É engraçado, ele parece não querer te deixar com o “controle” da situação. Porque se desgruda da parede para enlaçá-lo, ele abusa do fato de ainda estar com a mão decorando a sua garganta para te chocar contra a superfície mais uma vez. Um pouco bruto, bem bruto, como se tivesse perdido os modos, a cordialidade do homem engraçadinho que te espaireceu a noite inteira. Enforca com maior rigidez, embora não asfixie. Te beija para deixar os beiços inchados, quentes.
O joelho se encaixa entre as suas pernas, e você não hesita em se apoiar nele, em facilitar o contato rústico com o seu sexo, mesmo que por cima dos seus jeans e dos dele. O clitóris dói, necessitado. O seu corpo todo grita por uma necessidade absurda por carinho, seja com o sobrolho juntinho, feito uma coitadinha, ou com o toque atrapalhado das próprias mãos que nem sabem onde segurar no homem.
Quando se apartam, o seu peito queima, ofegante. Merde, a ele também falta ar, amaldiçoando num murmuro. Você sorri, a sua testa colada na dele, os olhos se mantendo fechados até não senti-lo colado mais. Se encaram. “É até idiota a quantidade de vontade que eu estou de foder você.”
Você tomba a cabeça pro canto, os quadris começam a se mover circularmente, então me fode, respondendo, como se fosse simples. A atenção dele escorrega junto das mãos pra sua cintura em movimento, o rebolado lento que, julgando pelo seu olhar de luxúria, deve estar rendendo uma sensação gostosa na boca do estômago. Desde mais cedo, ao te ver na pista de dança, já sabia que seria desconcertante observar o molejo do seu quadril quando estivesse acomodada sobre as coxas dele.
Ele traga, traz uma boa bufada para soltar na curva do seu pescoço. A fumaça cálida beija a sua pele, causa um arrepio, uma leve sensação de cócegas ao se apossar até na sua espinha. Você morde o lábio pra conter o riso, aperta as pálpebras fechadas, ainda mais inquieta sobre a perna alheia. Sente a boca dele encaixando ao pé do seu ouvido, você é tão puta. O termo difamatório não te impede de continuar se esfregando. O francês segura no seu maxilar, une belle pute.
“Eu quero ser uma puta com você”, é o que o responde, sem vergonha alguma, porém com a voz baixinha pra se igualar ao sussurro dele. Ah, é?, ao que você faz que sim, completando, “pode me tratar como uma puta quando for me comer, eu deixo.”
Swann sorri, os lábios se espichando quase que em câmera lenta. Toca no cantinho do seu rosto, mas não é para acarinhar, porque o encaixe é perfeito para o polegar pairar sobre o seu lábio inferior. “Vai deixar mesmo?”, ecoa de volta, olhando a forma com que o próprio dedo se esgueira por entre os seus lábios até alcançar a sua língua. “Eu iria amar te tratar como uma puta. Uma putinha bonita”, adiciona, só pelo tom bonzinho de brincar com os termos, “Você ficaria ainda mais linda deitada na minha cama, se eu pudesse tirar a sua roupa”, e você entende que a presença do polegar é para que o chupe, o babuje inteiro de saliva porque esse não é um homem que se preocupa com o quão melado vai ficar. “É tão linda toda montada assim, mas deve ser ainda mais bonita quando eu te deixar bagunçadinha.”
“Não quero dizer que vou comer você”, continua, com a voz charmosa, “porque essa palavra não faz jus ao meu desejo”, a sua língua até estala, entre a saliva acumulada, enquanto chupa, ouvindo quietinha. Ele vem com a pontinha do nariz pra roçar de levinho perto do cantinho da sua boca, “quero devorar você”, a escola de palavra soa selvagem. Comer, sussurra, beijando a sua bochecha. Chupar, a têmpora. Morder, no seu pescoço, bem numa região que vai te colocar na ponta dos pés quando os dentes cravarem na pele.
O homem perde a face na curvatura, arrasta pela extensão, feito um gatinho cheio de manha, e quando ergue o olhar ao teu mais uma vez, está embriagado para além dos copos de cerveja que virou no bar. “Quero ficar tanto tempo dentro de você que quando eu sair, você vai chorar sentindo falta.”
O polegar vaza pelos seus lábios, escorrega pela borda e desce manchando de saliva pelo seu queixo, pelo abismo que vai caindo abaixo até a garganta. “Você fala bonito”, o elogia, É?, ele sorri. “É gostoso de ouvir”, e você sorri também, “mas eu não vou gozar só com palavras.” Você o envolve com o braços, o abraça, um nariz encostando no outro, “me leva pra sua casa. Me fode, e me traz amanhã até as oito porque eu tenho estágio.”
Swann aumenta o sorriso, mas em puro delírio, tesão. A mão corre pelos fios grisalhos, “Não posso”, dando um passo pra trás, fugindo do seu alento, o que até te rouba o bom humor, faz os ombros caírem.
“Por quê?”, você pergunta, só que nem espera a primeira resposta, engata um questionamento no outro, “é casado?”
“Não”, ele diz, prontamente, sorrindo doce.
“Tem namorada?”
“Também não.”
“Mora com a sua mãe, né?”
“Não, moro sozinho no segundo andar de um prédio antigo no Le Marais.”
Você ri, soprado. Levanta a mão com preguiça pra dar um tapinha no peito dele, “então me leva pra ficar sozinha com você no seu apartamento de segundo andar num prédio antigo em Marais.”
Ele captura a sua mão, olha nos seus olhos. Não só olhar, mas olhar, sabe? Brilhante e enamorado que nem o escurinho da área em que estão pode apagar o encanto.
Torce a boca, apertando os olhos para ti, numa caretinha. “Tá, vai lá se despedir do pessoal e pega o capacete na minha cadeira.” E você obedece, não cede aos pedidos dos seus amigos para ficar mais, ou ir com eles pra uma baladinha na rua de trás. Nem se explica muito, mesmo quando são as coisas do Arlaud que pega da mesa.
Da escada, o vê montado na moto custom vintage. Alheio, de cenho franzido, correndo as mãos nos cabelos de uma forma que te causa um frio na barriga. Um pressentimento de que esses meses na França podem render mais do que o número limitado de dias previsto.
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elsiecream · 1 month ago
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#ㅤ⠀˛ㅤ⠀⋆   𝗆𝗒  𝐟𝐚𝐭𝐡𝐞𝐫'𝐬  𝐡𝐨𝐮𝐬𝐞  𝗌𝗍𝗈𝗈𝖽  𝑠ℎ𝑖𝑛𝑖𝑛𝑔  𝗁𝖺𝗋𝖽  𝖺𝗇𝖽  𝒃𝒓𝒊𝒈𝒉𝒕 ,  𝗍𝗁𝖾  𝖻𝗋𝖺𝗇𝖼𝗁𝖾𝗌  𝖺𝗇𝖽  𝖻𝗋𝖺𝗆𝖻𝗅𝖾𝗌⠀𝘁𝗼𝗿𝗲  𝗆𝗒  𝖼𝗅𝗈𝗍𝗁𝖾𝗌  𝖺𝗇𝖽  𝘀𝗰𝗿𝗮𝘁𝗰𝗵𝗲𝗱  𝗆𝗒  𝖺𝗋𝗆𝗌    𓂃    𝖻𝗎𝗍  𝗂  𝒓𝒂𝒏  𝗍𝗂𝗅𝗅  𝗂  𝖿𝖾𝗅𝗅  𝐬𝐡𝐚𝐤𝐢𝐧𝐠  𝗂𝗇  𝗁𝗂𝗌  𝗮𝗿𝗺𝘀  .
ㅤ𐙚 ㅤ𝑤ℎ𝑖𝑡𝑒ㅤ𝒓𝒐𝒔𝒆𝒔ㅤ, ㅤ*     parece   que   vi   uma   original   pela   orla   da   praia   !   de   acordo   com   as   pesquisas   ,   evelise   bonavich   é   proprietária   e   chef   do   azure   &   ivore   de   vinte   e   nove   anos   e   os   moradores   costumam   a   confundir   com   grace   van   patten   .   tem   fama   de   ser   comunicativa   por   seu   grupo   ,   mas   as   más   línguas   dizem   que   é   exigente   .   de   qualquer   forma   ,   não   deixe   que   descubram   que   elsie   esconde   que   ela   sabotou   restaurantes   concorrentes   com   difamação   ,   suborno   de   críticos   e   ações   ilegais   .
* 𝐭𝐚𝐠𝐬.  * 𝐩𝐢𝐧𝐭𝐞𝐫𝐞𝐬𝐭.  * 𝐜𝐨𝐧𝐧𝐞𝐜𝐭𝐢𝐨𝐧𝐬.    * 𝐞𝐱𝐭𝐫𝐚𝐬.
꣑୧ㅤㅤ𝒐𝒏𝒄𝒆  𝒖𝒑𝒐𝒏  𝒂  𝒕𝒊𝒎𝒆 ⠀ ˒     nascer  em  um  império  de  vidro  e  aço  era  carregar  a  fragilidade  da  grandeza  .  o  legado  dos  bonavich  ,  como  um  monstro  de  mil  cabeças  ,  se  estendia  por  boa  parte  do  setor  imobiliário  de  alto  padrão  .  eles  dominavam  o  mercado  de  imóveis  de  luxo  ,  construindo  mansões  à  beira-mar  e  condomínios  exclusivos  ,  se  expandindo  para  além  dos  limites  de  venetta  ,  ainda  que  a  raiz  estivesse  fincada  ali  .  a  família  bonavich  não  deixava  que  ninguém  se  esquecesse  disso  .  ser  a  filha  mais  velha  de  richard  bonavich  ,  no  entanto  ,  não  era  um  privilégio  —  era  uma  sentença  .
richard  bonavich  não  amava  evelise  da  mesma  maneira  que  um  pai  deveria  amar  .  estava  bem  longe  disso  .  ele  a  queria  moldada  ,  transformada  em  algo  maior  do  que  ela  mesma  poderia  ser  .  ele  não  via  elsie  ,  ele  via  o  legado  .  cada  sorriso  era  uma  exigência  ,  cada  elogio  uma  ordem  disfarçada  .  ele  não  a  pedia  para  ser  boa  .  ele  a  pedia  para  ser  imbatível  ,  inalcançável  .  e  elsie  tentava  desesperadamente  decifrar  se  era  amada  ou  simplesmente  necessária  .  sua  mãe  ,  longe  de  ser  um  abrigo  ,  era  uma  estátua  viva  de  complacência  .  ela  se  distanciava  ,  vivendo  atrás  das  portas  fechadas  de  um  casamento  de  fachada  .  seus  olhos  não  viam  —  ou  fingiam  não  ver  —  a  severidade  que  a  filha  era  tratada  .  tampouco  as  traições  de  richard  .  mas  elsie  via  tudo  .  e  ainda  assim  ,  ela  o  amava  .  odiava  esse  amor  ,  odiava  o  peso  de  ter  que  ser  a  filha  de  ouro  .  e  o  pior  era  que  ela  não  sabia  se  poderia  sobreviver  sem  ele  ,  sem  o  som  de  suas  ordens  ,  sem  o  eco  de  suas  expectativas  que  definia  até  sua  respiração  .
quando  se  dava  conta  de  que  a  pressão  sobre  elsie  estava  obtendo  resultados  negativos  ,  richard  encontrava  uma  maneira  de  suavizar  o  impacto  .  era  sempre  o  mesmo  ritual  :  um  convite  para  jantar  em  um  restaurante  refinado  ,  aqueles  onde  o  cheiro  de  trufas  e  vinhos  envelhecidos  impregnavam  no  ar  .  "  comida  de  verdade  ,  "  ele  dizia  ,  como  se  a  excelência  culinária  pudesse  apagar  a  rigidez  de  sua  voz  .  e  elsie  ,  faminta  por  migalhas  de  aprovação  ,  começou  a  associar  aqueles  momentos  a  algo  próximo  do  amor  .  talvez  não  o  amor  que  ela  desejava  ,  mas  o  amor  que  ele  sabia  oferecer  .  e  foi  ali  que  ela  encontrou  a  brecha  .  ela  queria  ter  o  poder  de  criar  algo  que  fosse  seu  ,  que  não  fosse  projetado  ou  controlado  por  ele  ,  e  foi  naquele  momento  que  plantou  a  ideia  :  um  restaurante  ,  o  seu  restaurante  .
"  restaurante  ?  "  ele  repetiu  ,  como  se  a  palavra  fosse  estrangeira  e  amarga  em  sua  boca  .  "  se  vai  fazer  isso  ,  que  seja  algo  que  valha  o  meu  tempo  ,  "  para  ele  ,  era  sempre  sobre  o  dinheiro  .  e  se  não  havia  lucro  ,  não  havia  razão  .  elsie  persistiu  .  estudou  ,  treinou  ,  queimou  as  mãos  em  cozinhas  que  não  eram  dela  .  mas  o  eco  da  voz  de  richard  estava  sempre  lá  .  ele  a  desestimulou  até  o  último  segundo  ,  envenenando  suas  inseguranças  com  pequenos  comentários  ,  com  seu  riso  abafado  de  incredulidade  .  e  de  certa  forma  ,  conseguiu  .  porque  ,  mesmo  quando  azure  &  ivore  finalmente  abriu  suas  portas  ,  elsie  não  se  sentia  dona  de  nada  .  sua  autossuficiência  dependia  ,  de  forma  doentia  ,  do  reconhecimento  que  nunca  vinha  .
foi  aí  que  ela  aprendeu  a  vencer  da  única  forma  que  conhecia  :  trapaceando  .  exatamente  como  seu  pai  a  ensinou  .  a  vitória  tinha  que  ser  absoluta  ,  incontestável  ,  mesmo  que  a  integridade  fosse  o  preço  .  azure  &  ivore  precisava  ser  o  melhor  restaurante  da  ilha  —  não  por  paixão  ,  mas  porque  qualquer  outra  coisa  seria  fracasso  .  então  ,  ela  fez  o  que  precisava  ser  feito  .  subornos  a  críticos  garantiam  elogios  exuberantes  .  campanhas  de  difamação  sufocavam  concorrentes  antes  que  tivessem  chance  de  prosperar  .  acusações  falsas  sobre  segurança  alimentar  ,  alimentos  contaminados  enviados  anonimamente …  tudo  para  garantir  que  os  concorrentes  fechassem  suas  portas  .  ela  era  chef  ,  dona  ,  criadora  de  algo  extraordinário  —  mas  ,  ao  final  de  cada  noite  ,  o  silêncio  da  cozinha  ecoava  mais  alto  que  os  aplausos  .
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picrd · 4 months ago
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marcas de feijão que eu mais uso
• fiz uma rápida pesquisa aqui no mercado para saber as menos calóricas e a mais calórica.
Feijão preto (marcas):
1) Supermarket (a marca do mercado);
2) Nutricaldo (a marca que eu uso);
3) Feijão Natural.
a cada 100g deles prontos tem apenas 45kcal.
o mais calórico que encontrei foi o da marca Combrasil, a cada 100g dele pronto tem 144kcal, evite.
Feijão carioca:
caso você goste dele, a melhor marca que eu encontrei com a chinezinho (a cada 100g dele cru tem umas 87kcal, significa que cozido tem menos).
💭 lembrando que tudo isso depende da forma que o feijão é cozido, o que colocam e como temperam (se tem calorias).
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lucca-strangee · 11 months ago
Note
Primeiro queria dizer que amo seu blog 💜
Eu tô sempre acompanhando as informações e dicas que você posta e tem me ajudado bastante. Inclusive baixei o yazio depois de ver a recomendação numa ask que você respondeu. E tá me ajudando bastante, de todos que testei ele foi o que gostei mais.
Enfim tem duas coisas que queria perguntar.
1. Como eu posso contar as calorias de comida feita em casa? Tipo, se eu fizer uma carne moída com abóbora, refogado com cebola e alho, como eu conto as calorias disso?
2. Que relógio que você usa pra contabilizar as calorias que gastou e os passos que deu? Vi numa postagem e achei super legal.
É isso, obrigada 😊
Oii, Kas! Obrigado pelo carinho, meu bem. Fico feliz em saber que ajudei de alguma forma.😺💕
Bom, vamos lá...
-> Primeiro:
Pra contar kcal de refeições assim, você deve contar as kcal dos alimentos que serão utilizados separadamente, depois você junta e se render 2 porções, você conta metade das kcal. Vou explicar melhor kkkkkk
Tem como fazer isso no Yazio, se liga no passo-a-passo:
▷Primeiro passo:
Você abre o app Yazio Contador de Calorias e clica naquele "+" como se fosse adicionar um novo alimento.
Você pode escolher lanche, café da manhã, almoço ou janta, tanto faz! Você não irá adicionar agora, é apenas pra te guiar a outra parte onde você vai nos três pontinhos no canto superior direito pra te permitir adicionar uma receita.
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▷Segundo passo:
Após clicar nos 3 pontinhos você vai em "nova receita" e aí é só preencher as informações, com o nome da receita e quantas porções irá render.
Se não souber, pode deixar apenas 1 porção e depois você edita a receita para a quantidade de porções que rendeu.
Clicando em "adicionar ingredientes" vai te levar a uma barra de pesquisa onde você irá selecionar os alimentos que farão parte da receita e suas porções em gramas.
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▷Terceiro passo:
Feito isso, eu adicionei 50g de ovo e 50g de queijo mussarela como exemplo. Você salva e pode adicionar imagem a receita se quiser.
Eu coloquei 2 porções pra mostrar como fica, aí fica assim mostrando a tabela nutricional por porção daquela receita!
A receita ficará salva naquela aba de "receita criadas" como mostrado na última imagem e dá pra ver que eu já tenho algumas receitas salvas que eu faço usando a mesma quantidade de ingredientes, rende as mesmas porções e afins.
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Dito isso, você procura a carne que você vai usar e adiciona quantas gramas você vai utilizar, qual abóbora (se é paulista, cabotiá, moranga) e as gramas da mesma, dívida em porções e coloque no app quantas porções rendeu que ele lhe dará a tabela nutricional completa!
-> É importante que você tenha uma balança de comida, porque só dá pra contar kcal assim.
-> Quando você pesquisar um alimento, pode aparecer mais de uma opção com kcal diferentes, então confira sempre no Google caso isso aconteça!
-> Não precisa contar kcal de tempero se não quiser, eu mesmo não conto, porque é irrelevante.
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-> Segundo:
O relógio que uso é a MiBand 7 da Xiaomi, pode ser encontrada na Amazon e Mercado livre. O preço varia de 200-250 reais.
A MiBand pra mim foi bem útil, ela contabiliza passo, calorias de exercícios livres e oferece suporte a mais de 110 exercícios! Mede o pulso, coleta dados de sono, tem como sincronizar as notificações, chamadas, alarmes, dados do clima, música e, voltando nos exercícios, ele salva a rota de caminhada/corrida caso você use o app da Mi Fitness (o app da MiBand).
O único ponto negativo é que não tem como pausar a contagem de passos e se você pega ônibus, quando ele desacelera acaba constando uns passos, eu não sei como resolve... mas não é nada drástico🤷🏻‍♂️
Recomendo comprar na Amazon por ser mais confiável do que a Shopee...
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É isso, espero ter ajudado, Kas! Beijinhos 😸💕
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keliv1 · 6 months ago
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Encontro Vegano - 23 de junho de 2024
Não há um número certo, mas a estimativa é que 30 milhões de brasileiros se considerem vegetarianos (consomem legumes e verduras, porém há quem consuma ovos, peixe, frango) e 10 milhões de veganos (não consomem nada de origem animal), segundo o IBGE.
Já os flexitarianos (nosso caso) é 28% da população, de acordo com pesquisa publicada pela Forbes. Ou seja, é um público que ainda consome algo de origem animal, mas prioriza verduras, legumes e outras alternativas sem crueldade.
Eu me considero flexitariana, muito embora não coma carne de frango e bovinos há uma década, e uso apenas produtos veganos, sem derivados de petróleo e também evito plásticos, não uso fibra sintética (sou alérgica e esse produto demora séculos para se degradar), e também evito muito consumo de soja (que também tem impacto negativo à natureza) e busco sempre outras alternativas em prol do meio ambiente.
Enfim, pode me chamar de ecochata mesmo!
Domingo, vi de perto como esse mercado está crescendo: fui ao Encontro Vegano JMA, um evento que ocorre há uma década lá na Vila Mariana, SP, e, desta vez, teve a edição junina. Chegamos cedo e já tava cheio!
Olha, comi bem (e com preço justo), comprei coisas legais e ainda minha mãe ficou famosa, já que apareceu numa página de um dos expositores (de costas, mas tá valendo); e ainda passeamos um pouquinho pelo bairro.
É sempre bom buscar outras opções por um mundo melhor.
Sigamos!
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blogpopular · 3 months ago
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KWFinder: A Melhor Ferramenta para Análise de Palavras-Chave
O KWFinder é uma ferramenta essencial para qualquer profissional de marketing digital que busca otimizar suas estratégias de SEO. Com sua interface intuitiva e funcionalidades avançadas, o KWFinder permite encontrar palavras-chave relevantes e com baixa concorrência, tornando o processo de criação de conteúdo mais eficiente e direcionado. Além disso, ao usar o KWFinder, é possível obter insights…
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claudiosuenaga · 7 months ago
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Robert Maxwell iniciou a censura na ciência?
Robert Maxwell (1923-1991), o conhecido magnata judeu checo que se tornou um agente duplo logo após a Segunda Guerra e morreu de maneira misteriosa quando navegava em seu iate, deu início ao seu Império editorial com os apoios financeiros tanto da KGB como do M16.
Objetivo: "controle do conhecimento".
O certo é que nos anos 50, Maxwell já dominava o mercado editorial na área da Ciência, Tecnologia e Medicina por meio de sua Pergamon Press. Curiosamente, Pergamon é o local do trono de Satanás segundo Apocalipse 2:12-13.
Seria esta a origem da sempre crescente censura que se tem verificado na área das publicações científicas em relação a tudo que não esteja alinhado com a "Ciência Oficial"?
Censura essa que atingiu extremos paroxísticos com as narrativas Covid e das mudanças climáticas (antes referidas como aquecimento global).
Por sua vez, a filha de Robert, Ghislaine Maxwell, também se tornou uma empresária de sucesso, já não na área do "controle do conhecimento", mas na área da pedofilia, distinguindo-se como braço direito do pedófilo Epstein, cuja ilha era frequentada, entre outros, por Bill Gates e o Príncipe Andrew.
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Ghislaine, Robert e Betty Maxwell no Festival de cinema de Cannes em 1987. Foto: Steve Wood/Rex/Shutterstock.
Por Gloria Moss and Niall McCrae (em 22 de maio de 2024)
Tradução de Cláudio Suenaga
Fonte: TCW Defending Freedom
A PUBLICAÇÃO de resultados de pesquisas, proposições teóricas e ensaios acadêmicos não é algo gratuito. Tal como demonstrado pelo dogmatismo em torno das alterações climáticas e da Covid-19, os céticos lutam para publicar artigos impressos. O guardião é o sistema de revisão por pares, que as pessoas consideram um processo de triagem para garantir o rigor da literatura científica.
Nem sempre foi assim. Pelo menos até a década de 1950, a decisão de publicar era tomada pelos editores de revistas acadêmicas, que eram normalmente professores eminentes em suas áreas. A revisão por pares, por outro lado, implica que o editor envie um manuscrito anonimizado a revisores independentes que indicam se a submissão deve ser aceita, revisada ou rejeitada, embora o editor tome a decisão final. Isto pode parecer justo e objetivo, mas na realidade a revisão por pares tornou-se um meio de controlo do conhecimento – e como argumentamos aqui, talvez esse sempre tenha sido o objetivo.
Você pode se surpreender ao saber que o instigador da revisão por pares foi o magnata da mídia Robert Maxwell. Em 1951, aos 28 anos, o emigrado checo comprou três quartos da Butterworth Press por cerca de meio milhão de libras em valor atual. Ele a renomeou como Pergamon Press, com seu negócio principal em periódicos de ciência, tecnologia e medicina (science, technology and medicine, STM), todos os quais instalaram o sistema de revisão por pares. De acordo com Myer Kutz (2019), "Maxwell, justificadamente, foi uma das figuras-chave – se não a figura-chave – na ascensão do negócio de publicação de periódicos comerciais STM nos anos após a Segunda Guerra Mundial."
A empresa de Maxwell conquistou outras editoras e sua influência foi enorme. Em 1959, a Pergamon publicava 40 periódicos, aumentando para 150 em 1965. Em 1996, um milhão de artigos revisados por pares haviam sido publicados. No entanto, apesar do aumento dos meios de comunicação, as oportunidades para escritores com análises ou argumentos contrários à narrativa predominante são limitadas. Maxwell foi fundamental para que a revisão por pares se tornasse um regime para reforçar as doutrinas e o poder prevalecentes. Sete anos após o lançamento da Pergamon Press, Maxwell mudou-se para Headington Hill Hall, uma mansão de 53 quartos em Oxford, que alugou da Câmara Municipal de Oxford.
Mas como ele conseguiu adquirir inicialmente a Butterworth Press? Em 1940, Maxwell era um jovem de 16 anos, sem um tostão, de origem judaica, tendo deixado a Tchecoslováquia em busca de refúgio na Grã-Bretanha. Seus talentos linguísticos atraíram os serviços de inteligência britânicos. Em uma missão em Paris em 1944, ele conheceu sua esposa huguenote, Elisabeth. Após o fim da guerra, em 1945, ele passou dois anos na Alemanha ocupada, no Ministério das Relações Exteriores, como chefe da seção de imprensa. Quatro anos depois, sem nenhuma atividade lucrativa em seu nome, esse jovem encontrou dinheiro para comprar uma editora britânica estabelecida. De acordo com Craig Whitney (New York Times, 1991), Maxwell fez da Pergamon um negócio próspero com "um empréstimo bancário e dinheiro emprestado da família de sua esposa e de parentes na América".
Outra pista é dada por um videoclipe da BBC (2022) sobre as ligações de Maxwell com redes de inteligência. Enquanto trabalhava como agente do KGB em Berlim, apresentou-se ao MI6 como tendo "estabelecido ligações com cientistas de renome em todo o mundo". Segundo o jornalista investigativo Tom Bower, "inacreditavelmente, o que ele realmente queria era que o MI6 o financiasse para abrir uma editora". Este ponto é corroborado por Desmond Bristow, ex-oficial do MI6, que afirma que Maxwell pediu ao serviço secreto de segurança para financiar o seu empreendimento. Se foram os serviços de inteligência (britânicos e/ou russos) que financiaram a Pergamon Press, o seu motivo poderia ter sido garantir o controlo do conhecimento após os tremendos avanços da Segunda Guerra Mundial (tais como a física nuclear e as armas de destruição maciça).
A escolha do nome da editora por Maxwell é interessante. O antigo local de Pérgamo era supostamente o local do trono de Satanás (Apocalipse, 2:12), e um cínico poderia sugerir que o sistema de revisão por pares de Maxwell transformaria a ciência do Iluminismo para uma nova Idade das Trevas.
Uma estratégia de Maxwell foi rotular seus periódicos como globais: em vez do paroquial "British Journal of. . ." era sempre "International Journal of..." Em 1991, Maxwell vendeu seu império editorial acadêmico para a editora holandesa Elsevier por £ 440 milhões. Nessa altura, ele tinha alcançado o seu objetivo – e talvez o dos seus patrocinadores secretos – de uma imprensa acadêmica controlada globalmente.
Se uma conspiração de censura parece absurda, consideremos o caso da revista de pensamento crítico Medical Hypotheses. Fundada pelo estudioso britânico David Horrobin em 1975, esta revista publicou ideias novas e radicais sobre saúde que provavelmente seriam rejeitadas pelas revistas convencionais. Um único editor decidia o que publicar, sem painel de revisão. No obituário do British Medical Journal de 2003, Horrobin foi descrito como "uma das mentes científicas mais originais da sua geração".
Em 2009, as Hipóteses Médicas tornaram-se uma causa célebre. Bruce Charlton, que sucedeu a Horrobin como editor-chefe, aceitou um artigo altamente controverso do virologista Peter Duesberg, de Berkeley, que contestou a base do HIV na AIDS e argumentou que o governo sul-africano estava certo em não administrar medicamentos anti-retrovirais a pessoas que sofrem de AIDS porque a ligação HIV-AIDS permaneceu sem comprovação. A publicação causou furor no mundo científico. Cientistas associados aos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA ameaçaram remover todas as assinaturas de títulos da Elsevier da Biblioteca Nacional de Medicina. A exigência deles não era apenas que a Elsevier retirasse o artigo, mas também que instituísse a revisão por pares na revista.
Elsevier concordou e dispensou Charlton. Mehar Manku, que o substituiu, garantiu que a revista agora "tomaria cuidado para não entrar em assuntos controversos", o inverso do que Horrobin pretendia. Charlton comentou mais tarde: "A revista que atualmente se autodenomina Medical Hypotheses é uma farsa desonesta e uma caricatura da visão legada pelo fundador, Professor David Horrobin; e, como tal, deveria ser encerrado – e, tendo em conta as tendências atuais, certamente o será."
Consideremos o caso do cientista britânico Rupert Sheldrake, cuja investigação sobre a ressonância mórfica desafiou os princípios fundamentais da ciência normal. Sheldrake foi alvo de intensa hostilidade por parte de John Maddox, editor-chefe da Nature, a revista científica de maior prestígio do mundo. Num editorial infame em 1981, Maddox denunciou o primeiro livro de Sheldrake, A New Science of Life (Uma Nova Ciência da Vida), como um "tratado enfurecedor" e "o melhor candidato para ser queimado que existe há muitos anos". Em 1999, Maddox revisou o livro de Sheldrake, Dogs That Know When Their Owners are Coming Home (Cães que Sabem Quando Seus Donos Estão Voltando para Casa), que apresentava evidências convincentes de poderes psíquicos em pássaros e animais, e declarou: "Rupert Sheldrake é firmemente incorrigível no sentido particular de que ele persiste no erro. Essa é a principal importância de seu oitavo e último livro. Sua principal mensagem é que os animais, principalmente os cães, utilizam a telepatia nas comunicações rotineiras. O interesse deste caso é que o autor era um cientista regular com um doutoramento em bioquímica em Cambridge, até escolher atividades que se relacionam com a ciência, tal como a medicina alternativa faz com a medicina propriamente dita."
Como o leitor perspicaz notará, Maddox joga com o homem e não com a bola, recusando-se, no seu ataque ad hominem, a se envolver com as evidências de Sheldrake. Esta não é uma abordagem científica, mas sim censura ideológica, com a vingança pessoal de "cancelar a cultura". Esse pensamento de grupo opressivo é facilitado pelo sistema de revisão por pares e não é aplicado apenas a teóricos "extravagantes" como Sheldrake.
Conforme explicado em Green in Tooth and Claw (Niall McCrae, 2024), o uso mais significativo de revistas acadêmicas para propaganda é com a agenda ecológica. O consenso supostamente esmagador sobre as alterações climáticas antropogênicas é um mito, uma vez que o número frequentemente citado de 97% dos cientistas foi derivado de quatro estudos, todos eles falhos. A ciência não é uma sondagem de opinião, e uma reformulação apropriada da afirmação seria que 97% dos cientistas acreditam em tudo o que lhes dá financiamento. A revisão por pares tem sido explorada pela indústria farmacêutica. Os medicamentos antidepressivos têm sido consistentemente endossados em revistas médicas desde que o Prozac foi introduzido na década de 1980, apesar da segurança e eficácia duvidosas. O marketing acadêmico dos produtos da Big Pharma atingiu seu apogeu com as vacinas Covid-19.
Para o bem da humanidade, precisamos regressar a um empreendimento científico aberto e objetivo. Tal como muitos desenvolvimentos supostamente progressistas na sociedade, a revisão por pares trouxe mais problemas do que soluções. O fato de ter sido iniciado pela figura desonesta de Robert Maxwell, com financiamento secreto, sugere um design ulterior.
Este artigo foi publicado na Country Squire Magazine em 17 de maio de 2024 e foi republicado com gentil permissão.
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A Rainha Elizabeth II cumprimenta Maxwell e sua filha Ghislaine em 1983. Foto: Bettmann.
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Jeffrey Epstein e Ghislaine Maxwell em 1995. Foto de Patrick McMullan.
A CIÊNCIA VAI BEM, OBRIGADO!
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noctasense · 10 days ago
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A little about me⠀ (FOR) :
⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀ ⠀⠀ ⠀ Henric Wilhelm Caccini’s
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photo by: Dorothea Lange.
Henric Wilhelm Caccini, conhecido mais por “Henri/ D’ric” nasceu na encantadora região de Lake di Como, na Itália. Apesar de ter iniciado sua vida em meio ao esplendor italiano, sua história logo se conectou a Londres, cidade natal de seus pais e o local que moldaria grande parte de sua visão empresarial e pessoal.
Filho de uma linhagem marcada por excelência e inovação, Henric carrega consigo o legado da Mercedes-Benz, uma das maiores e mais renomadas fabricantes de automóveis do mundo. Com seu tataravô, Wilhelm Maybach, como uma figura-chave na fundação da empresa, ele não apenas herdou uma posição de prestígio, mas também um espírito visionário para transformar ideias em realidades impactantes. Desde muito jovem, demonstrava fascínio por carros, motores e pela engenhosidade que cada peça carrega. Ainda criança, ele colecionava miniaturas dos modelos clássicos da Mercedes-Benz e passava horas desenhando o que acreditava ser “o futuro dos automóveis.” Não demorou muito para que ele assumisse um papel ativo na expansão da marca, investindo em projetos inovadores que alavancaram ainda mais o legado da família.
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Henric esteve envolvido em projetos revolucionários da Mercedes-Benz, como o desenvolvimento dos primeiros carros elétricos da marca, incluindo o visionário Mercedes-Benz EQS, que definiu novos padrões em sustentabilidade e luxo no mercado automotivo. Sob sua influência, a empresa também investiu no aperfeiçoamento de tecnologias autônomas e nos sistemas de inteligência artificial que integram os modelos mais modernos da montadora.
• Green Drive Initiative, um programa de reflorestamento em parceria com a ONU, que planta uma árvore para cada carro vendido.
• Mercedes Future Lab, um centro de pesquisa dedicado a combustíveis alternativos e soluções sustentáveis.
• Classic Revival, uma iniciativa que restaura e preserva modelos históricos da Mercedes, celebrando o passado enquanto constrói o futuro.
Além disso, ele foi o grande responsável por revitalizar a presença da Mercedes-Benz no mundo do automobilismo, liderando esforços para consolidar a equipe Mercedes-AMG Petronas Formula 1 como uma das mais vitoriosas da história, garantindo títulos mundiais consecutivos.
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“Herdei uma parte significativa da Mercedes-Benz, e honestamente, é um privilégio que carrego com muito respeito. Meu tataravô, Wilhelm Maybach, foi uma peça-chave para que a empresa se tornasse o que é hoje, e eu sempre senti essa responsabilidade de continuar inovando, de honrar a visão dele. Carros sempre foram minha paixão, sabe? Desde que me entendo por gente, tenho essa relação visceral com motores, design, tecnologia… Mas, antes de me aprofundar nisso, eu também quis explorar outros caminhos.” — Diz.
Antes de se estabelecer como um líder nos negócios, Henric tentou sua sorte no universo das artes. Com um carisma nato e presença marcante, ele estrelou em algumas produções cinematográficas e chegou a ser uma das figuras mais promissoras de sua geração. Apesar do sucesso inicial, Henric percebeu que sua verdadeira paixão estava na engenharia, nos negócios e, acima de tudo, na criação de um legado duradouro.
No entanto, sua breve passagem pelo mundo artístico não foi em vão. Ele usou sua experiência para fortalecer a marca Mercedes-Benz no mercado global, criando campanhas publicitárias impactantes e atraindo um público mais jovem para o universo automotivo.
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“Ah, sim, houve uma fase em que me estive no mundo artístico. Atuar foi realmente incrível, mas não era meu propósito, não mesmo. Eu diria que foi mais um aprendizado do que uma carreira em si. Usei o que aprendi nesse período para fortalecer a empresa como um Mundi. Afinal, conectar emoções e tecnologia sempre foi nosso objetivo. Foi nessa época também que percebi que precisava de algo mais… algo além do sucesso profissional.”
Em meio ao sucesso profissional, Henric ansiava por algo mais profundo: encontrar paz e significado em um lar. Foi então que ele conheceu Elena Sanchez, uma mulher igualmente visionária e determinada. Ela, com sua expertise em Relações Internacionais e seu papel na renomada joalheria Tiffany & Co., trouxe equilíbrio e parceria à vida de Henric.
Eles construíram uma família que reflete a união de duas tradições poderosas. Sua filha, Kaya Caccini Sanchez, representa o futuro promissor dessa união, sendo preparada para liderar tanto o mundo automotivo quanto o universo da joalheria com a mesma excelência que define seus pais.
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— “Sabe, eu já tinha vivido muitos altos e baixos em relacionamentos, mas com ela foi diferente, é diferente. Elena trouxe equilíbrio e propósito para a minha vida. Ela tem uma mente que te faz se sentir meio desorientado em quesito de inteligência, é apaixonada por R.I e é uma das mulheres mais determinadas que já conheci”.
(O taks mostra uma imagem de Henric ao lado de Elena em um evento de gala, ambos em troca afetiva enquanto todos esperam sua deixa).
Antes de Elena, Henric viveu relacionamentos que, apesar de não terem prosperado, trouxeram ao mundo sua filha mais velha, Waliyha Bahri. Waliyha é o reflexo da essência de Henric: determinada, inteligente e apaixonada pelos negócios. Ela é considerada um “ponto de equilíbrio” na vida dele, mostrando o quão importantes são os laços familiares para ele. Henric também divide seu amor e admiração com seus irmãos, Amnelise e Cárter, ambos filhos de outros relacionamentos de seus pais. Apesar de diferentes, eles compartilham a mesma determinação que marca a família Caccini.
• Amnelise dedica sua vida à espiritualidade e aventuras radicais, como corridas e expedições pelo mundo.
• Cárter, por sua vez, encontrou na música sua paixão, sendo um talentoso compositor e pianista.
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“Sobre isso, eu sou muito conectado à minha família como um todo. Meus irmãos, são completamente diferentes de mim, mas acho que é isso que nos une. Amnelise tem essa energia espiritual, sempre em busca de algo maior, enquanto Cárter é pura emoção. Ele vive e respira música. Apesar das diferenças, temos algo em comum: paixão. Seja por carros, corridas, espiritualidade ou música, paixão é o que define a nossa família.” - Ele conta com um sorriso enorme, muito emotivo.
Henric não apenas honra o passado de sua família, mas também constrói as bases para um futuro ainda mais grandioso. Ele busca expandir a Mercedes-Benz para além do universo automotivo, investindo em tecnologias de mobilidade urbana, como o desenvolvimento de drones para transporte de cargas e sistemas de mobilidade urbana integrados.
Além disso, ainda que pequena, ele já mostra interesse em preparar sua filha Kaya para assumir um papel de liderança, enquanto incentiva Waliyha a continuar inovando em seu próprio caminho.
“No final, minha história não é só sobre carros, empresas ou inovações. É sobre pessoas. Sobre minha família, meus amigos, minha equipe. Sobre o que podemos criar juntos. Se minha vida fosse um documentário, acho que o título seria algo como ‘Além do que pode conseguir’ porque é exatamente isso. Uma jornada de paixão, inovação e, acima de tudo, amor.”
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“Eu sou Henric Wilhelm Caccini. Sou pai, marido, empresário, sonhador. E essa é a minha história.”
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jornalgeopolitico · 11 days ago
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Perspectivas latino-americanas para os BRICS
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Artigo escrito por - Tatiana Vorotnikova - Doutor em Ciência Política, Secretário Acadêmico do Instituto de Estudos Latino-Americanos, Academia Russa de Ciências
A Cúpula do BRICS realizada em Kazan de 22 a 24 de outubro de 2024 chamou a atenção para vários fatores definidores em relação aos países latino-americanos que serão importantes para o desenvolvimento político e econômico do continente no curto prazo. Com a admissão de dois países desta região como membros associados do bloco, a presença latino-americana no grupo de países em desenvolvimento que buscam aumentar seu peso na formação da nova ordem mundial deve crescer. Bolívia e Cuba se juntaram ao BRICS como parceiros, juntamente com outros 11 países: Argélia, Bielorrússia, Indonésia, Cazaquistão, Malásia, Nigéria, Tailândia, Turquia, Uganda, Uzbequistão e Vietnã. Junto com os principais países do BRICS e os novos membros que se juntaram um ano antes, isso significa um formato fundamentalmente novo de interação internacional, onde a diversidade de participantes cria uma plataforma para diálogo polifônico. Embora seus interesses abrangentes se alinhem, cada país tem suas próprias prioridades e expectativas da associação ao BRICS.
Interesses da Bolívia
O Estado Plurinacional da Bolívia está desenvolvendo um modelo econômico de esquerda que prioriza a redistribuição social das receitas estatais, geradas principalmente pela exploração dos recursos naturais do país. A Bolívia é rica em hidrocarbonetos, principalmente gás natural, e detém os maiores depósitos de lítio do mundo, estimados em mais de 21 milhões de toneladas. Embora a exportação de hidrocarbonetos bolivianos (principalmente para os vizinhos Brasil e Argentina) continue sendo uma fonte de receita tradicional, a indústria do lítio é uma adição relativamente recente às prioridades econômicas estrangeiras do país. A nacionalização do lítio em 2008 deu início ao desenvolvimento dos depósitos da Bolívia, mas por vários motivos — que incluem dificuldades em atrair investimentos, falta de infraestrutura tecnológica, oposição de comunidades indígenas e organizações ambientais locais — a exploração em larga escala dos depósitos nunca foi lançada, além de alguns projetos -piloto . Foi somente em 2021 que duas empresas chinesas e o Uranium One Group da Rússia, parte do circuito de gestão da empresa estatal Rosatom, venceram a licitação de desenvolvimento.
Ao se juntar ao BRICS como parceiro, La Paz visa consolidar sua posição como fornecedora de lítio bruto para o mercado global. Dada a vasta escala de suas reservas nacionais, o governo boliviano está interessado em expandir seu grupo de investidores internacionais. Por sua vez, La Paz está pronta para oferecer aos seus parceiros cooperação em outras áreas, como recursos energéticos e produção de alimentos. Os países do BRICS já dominam as relações econômicas externas da Bolívia, liderados pelo Brasil (US$ 3,5 bilhões), China (US$ 3,5 bilhões) e Índia (cerca de US$ 2 bilhões), que é um grande importador de ouro boliviano. Além do comércio, a China também é um investidor ativo em projetos de infraestrutura e tecnologia bolivianos.
A cooperação com a Rússia está se tornando mais importante para a Bolívia. O acordo de lítio é parte de uma estratégia mais ampla entre os dois governos para incentivar o investimento em setores-chave. À margem da Cúpula de Kazan, os presidentes Luis Alberto Arce e Vladimir Putin realizaram uma reunião bilateral para discutir tecnologias nucleares conjuntas (a Bolívia abriu um exclusivo Centro de Pesquisa e Tecnologia Nuclear El Alto (CNRT) de alta altitude, projetado para aplicações nucleares pacíficas e construído por especialistas russos), cooperação em educação, contratos de lítio e outras questões que aproximam os interesses das duas nações. La Paz e Moscou também compartilham uma visão para construir uma ordem mundial global e defendem um mundo multipolar.
Ao mesmo tempo, a complexa situação política na Bolívia e as condições em que o país pode se encontrar nas eleições gerais de 2025 não podem ser ignoradas. A disputa pela candidatura presidencial ameaça desfazer o projeto político que vem se desenrolando no país desde 2006. Divisões sociais e uma crise econômica estão alimentando profunda incerteza e pessimismo na sociedade boliviana sobre as perspectivas de desenvolvimento do país. O BRICS pode ser uma nova oportunidade para avanços econômicos se o curso atual for mantido após as eleições. No entanto, se as forças de oposição chegarem ao poder, a Bolívia pode muito bem seguir o caminho da Argentina, que abandonou os planos de se juntar ao bloco após uma mudança de governo.
Expectativas de Cuba
Para Cuba, o apoio internacional dos países do BRICS significa uma chance de superar sua crise multifacetada e de longa data, que a ilha não pode enfrentar sozinha. Havana vê seus principais objetivos como combater medidas restritivas unilaterais dos EUA e buscar fontes alternativas de financiamento. Embora Cuba mantenha relações comerciais com todas as nações do BRICS, sua participação no volume total de negócios é modesta. A China é o principal parceiro comercial entre os membros do BRICS, respondendo por cerca de 13% do comércio exterior de Cuba. O comércio entre as duas nações teve seu maior crescimento entre 2005 e 2015, mas nos últimos anos houve um declínio na interação cubano-chinesa. Embora Cuba tenha aderido à Iniciativa Cinturão e Rota da China em 2018, resultados significativos ainda não se materializaram. Os países latino-americanos respondem por um terço do comércio exterior cubano, com a participação do Brasil em apenas 3,2%. A expansão das relações comerciais e econômicas com a Rússia elevou sua participação no comércio de Cuba para 7%. O fortalecimento das relações econômicas externas é, portanto, uma das principais prioridades de Cuba.
Enquanto isso, o principal obstáculo para essa meta é o embargo econômico imposto pelos Estados Unidos, com Cuba consistentemente apelando à comunidade internacional para exigir seu levantamento. Embora as relações bilaterais tenham descongelado durante a administração de Barack Obama, e ambos os lados tenham tentado encontrar um ponto em comum em algumas questões fundamentais, nenhum deles está pronto para abandonar sua posição. Nem a reaproximação de Havana com os BRICS sinaliza um afastamento completo das tentativas de se envolver com Washington de forma construtiva. Os EUA ainda estarão no foco de Cuba. No entanto, dado o novo equilíbrio na Casa Branca após as eleições recentes, não será fácil para Havana manter o status quo e impedir que o hegemon aumente sua pressão.
Contradições entre Venezuela e Brasil
Um país que compartilha as aspirações de Cuba é a Venezuela, que enfrenta severas sanções ocidentais e uma grave crise econômica. Caracas conta principalmente com a assistência da Rússia e da China, mas as relações da Venezuela com outros membros do bloco são muito mais complexas. Por exemplo, isso é verdade para os laços da Venezuela com a Índia, que giram em torno da demanda da Índia por petróleo deste país bolivariano. Devido às sanções dos EUA, a Índia interrompeu as importações de petróleo de Caracas em 2019, mas está pronta para retomar a cooperação após as restrições serem amenizadas. Dito isso, Nova Déli não fornece nenhum apoio político ao governo venezuelano, e as perspectivas de ampliação dos laços em outras áreas são escassas.
O veto do Brasil à inclusão da Venezuela no grupo de parceiros do BRICS expôs profundas divisões na região e intensificou a cisão no cenário político de esquerda da América Latina. O fato de ter sido a posição do Brasil, o único representante da região no BRICS, que se tornou um obstáculo para a Venezuela, desencadeou a maior reação e amargo antagonismo de Caracas. Para Nicolas Maduro e sua equipe, a potencial adesão ao BRICS parece ser um importante objetivo de política externa. Com laços estreitos com a Rússia e boas relações com algumas nações asiáticas e africanas, a Venezuela parecia bem posicionada para admissão. Além disso, o país tem relações sólidas com vários membros do BRICS, incluindo Irã e China. Em 2023, Caracas assinou um acordo de parceria estratégica para todas as condições climáticas com Pequim (a China tem acordos semelhantes apenas com Rússia, Bielorrússia e Paquistão). Até recentemente, não havia oposição aberta à adesão da Venezuela ao grupo.
Enquanto isso, Venezuela e Brasil passaram por rupturas diplomáticas no passado recente. Em 2019, as relações foram rompidas depois que o então presidente brasileiro Jair Bolsonaro reconheceu o líder da oposição Juan Guaidó como presidente interino da Venezuela. Os laços diplomáticos só foram restaurados em 2023, quando Luiz Inácio Lula da Silva retornou ao poder no Brasil. No entanto, as relações entre as duas nações azedaram novamente após as eleições presidenciais no país bolivariano em julho de 2024, quando Maduro foi declarado vencedor. Os resultados continuam não reconhecidos por vários países, incluindo o Brasil, que pediu oficialmente a divulgação dos registros eleitorais e reteve o reconhecimento do atual governo venezuelano. Essa cisão exacerbou a disputa sobre o veto do Brasil, levando Maduro a chamar seu embaixador de volta para consultas e fazer comentários duros contra o Brasil. Para piorar a situação, o Brasil deve presidir o BRICS em 2025, o que torna improvável que a Venezuela se junte ao bloco antes que ele conserte os laços com Brasília. Dada a consistência e firmeza do Brasil na condução de sua política externa, o assunto pode ter que ser congelado por tempo indeterminado.
As aspirações do Brasil
Até agora, o Brasil continua sendo o único país latino-americano representado no BRICS como membro pleno. Ele desempenha um dos principais papéis na promoção da agenda do Sul Global no cenário global. Central para esse esforço é Lula da Silva, que, durante seus dois mandatos presidenciais anteriores (2003–2006, 2007–2011), buscou uma política ativa de fortalecimento de laços com nações em desenvolvimento na Ásia e na África. Seu comprometimento com o multilateralismo na política externa reflete a tradição nacional de posicionar o país como uma potência regional com ambições globais.
A rotação da presidência do BRICS, juntamente com a extensão do mandato de Dilma Rousseff como chefe do Novo Banco de Desenvolvimento, provavelmente favorecerá a capacidade do Brasil de expandir seu papel no grupo e no mundo. Em um clima político doméstico desafiador, onde o governo enfrenta forte oposição de grande parte da sociedade, o sucesso na arena internacional será crucial para Lula da Silva. Enquanto o gigante sul-americano agora luta para consolidar os vizinhos latino-americanos ao seu redor e impulsionar a integração regional, a atual diplomacia brasileira tem focado seus esforços em iniciativas globais. O engajamento internacional faz parte da identidade nacional brasileira. Sua tradição histórica de assumir o papel de líder regional em fóruns multilaterais e a experiência acumulada que Brasília alavanca como um ativo diplomático permitem que ele atue na arena internacional a partir de uma posição que supera em muito a de uma nação em desenvolvimento sobrecarregada por grandes problemas socioeconômicos internos e carente das capacidades militares das grandes potências. A visão do Brasil de um mundo baseado em regras internacionais, onde cada nação tem voz, é o que ele busca promover no contexto global, aproveitando o potencial do BRICS.
Fatores externos
Outras nações latino-americanas também sinalizaram sua disposição de se juntar ao bloco. Entre elas, Honduras, Nicarágua (que apresentou inscrições antes da Cúpula de Kazan em 2024) e Colômbia, destacando amplo interesse e intenção de aprofundar a cooperação dentro do paradigma do Sul Global. Além disso, não se pode descartar que a adesão da Argentina ao BRICS, que foi denunciada pelo presidente Javier Milei, possa permanecer na agenda e ser adiada por um tempo. Como a Argentina já foi convidada e seu cenário político é fluido, a perspectiva de se juntar ao bloco pode se tornar uma realidade para este país se as forças alinhadas ao BRICS retomarem o poder em Buenos Aires.
Finalmente, um fator importante na expansão da participação dos países latino-americanos no BRICS será a política dos EUA em relação à região sob Donald Trump. Embora seu gabinete ainda não tenha sido aprovado e nenhuma direção clara tenha sido delineada, várias especulações aumentam a incerteza e aquecem as expectativas de diferentes forças, mas não conseguem fornecer uma imagem objetiva. No entanto, está claro que os países latino-americanos mais uma vez se encontram em uma posição em que devem reagir às medidas tomadas pelo hegemon do norte. Os esforços para estabelecer um curso independente, feitos nas últimas décadas por vários governos na região — principalmente de esquerda — ainda não produziram os resultados desejados e não se tornaram uma realidade tangível. Portanto, sua política externa, incluindo em outras áreas, dependerá até certo ponto do fator Washington. Nesse sentido, o BRICS, não apenas para os recém-ingressados ​​Cuba e Bolívia, pode se tornar uma plataforma para ajudar os países latino-americanos a reduzir sua dependência dos EUA e construir rotas alternativas para suas atividades econômicas e de política externa.
Em meio à incerteza global que assola o mundo de hoje, os países latino-americanos estão buscando mecanismos apropriados para avançar e fortalecer suas posições. Entre eles, estão as formas de cooperação internacional baseadas em coalizões, como as oferecidas pelo BRICS, uma parceria que promete benefícios mútuos.
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